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A principal atração para os visitantes parece ter sido a Midway Plaisance, uma rua
principal, turbulenta, lotada com passeios e uma atmosfera de carnaval que levou para a
“cidade branca”, de imaculada arquitetura de beau-arts, as principais atrações.
Farida popularizou a forma de dança que veio a ser conhecida como Hoochee-Coochee,
ou Shimmy & Shake. Naquela época a palavra bellydance ainda não tinha entrado no
vocabulário americano, como Spyropoulos foi a primeira nos Estados Unidos a
demonstrar a “danse du ventre” (literalmente dança do ventre) a dança passou a ser
chama de Hoochee-Coochee. Hoje a expressão hootchy-kootchy geralmente significa
uma dança erótica e sugestiva e é muitas vezes erroneamente confundida com o grupo
de danças originárias do Médio Oriente que hoje chamamos de dança do ventre. Devido
ao grande sucesso e ao grande numero de imitadoras, a dança passou a ser chamada de
Little Egypt, confundindo dança e dançarina.
Farida começou a viajar pelo circuito das artes e em 1897 estava dançando na
Broadway. Com a avançada idade de 62, Spyropoulos dançou como Little Egypt na
feira de 1933 “Century of Progres”s in Chicago. Muitos anos mais tarde, muitas pessoas
passaram a afirmar ser a famosa Little Egypt, tentando ganhar dinheiro com sua fama,
mas elas não eram, e hoje, a maioria concorda que era Farida. Algumas foram tão longe
ao ponto de afirmar que eram suas filhas ou netas ainda que Farida nunca tenha tido
filhos.
Outra Little Egypt chamada Ashea Wabe (Catherine Devine) tornou-se o assunto da
cidade, saindo na primeira página dos jornais em dezembro de 1896, depois que ela
dançou na Quinta Avenida em NY, numa festa de despedida de solteiro de Herbert
Seeley realizada no restaurante Sherrys, que acabou sendo invadida pela polícia. Um
promotor de eventos rival avisou que Ashea iria dançar sem roupa. A polícia chegou
pouco antes dela concluir o ato. Em depoimento ela confirmou que realmente iria tirar
toda a roupa. No evento Exposição internacional Trans-Mississippi, realizada em 1898
em Omaha, foram anunciadas performances com uma dançarina chamada Little Egypt.
Verificou-se que ela era Ashea Wabe. Wabe disse: “As coisas são dessa forma! Existem
quatro Little Egypt neste país, três em Chicago e uma em Minneapolis. Elas afirmam ser
Little Egypt, mas sou a única verdadeira.” Wabe morreu em seu apartamento na West
37th Street em 1908 de "asfixia por gás", tendo deixado uma herança de 200 mil
dólares, que era uma pequena fortuna na época.
Uma terceira Little Egypt foi Fatima Djamile. Sabemos pouco sobre ela. Ao que tudo
indica ela é a dançarina dos filmes de Thomas Edison “Coochee Coochee Dance” de
1896 e “Fatima” 1897. O fato dela se chamar Fatima, ajudou na confusão com a Liitle
Egypt original, que havia inicialmente adotado o nome de Fatima. Com a divulgação do
vídeo, a confusão só aumentou.
Uma interessante razão para haver essa confusão sobre quem exatamente foi Little
Egypt reside no fato de que a Grande Exposição de Chicago de 1893 ficava aberta 20h
por dia e nenhuma dançarina poderia dançar 20 horas seguidas, sete dias por semana.
Ou seja, obrigatoriamente deveria haver várias dançarinas para o mesmo show. Como se
sabe hoje, muitas dançarinas (em torno de 100) dançaram na exposição de “Ruas do
Cairo”, algumas delas podem ter sido a “Little Egypt” em algum momento durante o
evento. No entanto, é provável que a melhor dançarina foi se sobressaindo em relação às
demais e está foi Farida Mazar Spyropoulos.
Solomon Bloom
Sol Bloom tinha apenas 23 anos quando conseguiu organizar seu evento de atrações
orientais. Descendente de judeus, colocou um monte de nações "exóticas" num balaio
de gato, deu uma roupagem vendável e fez uma fortuna. Tornou-se deputado e manteve-
se na política de 1922 a 1949, quando morreu.