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Correção do Teste de Avaliação – Filosofia 10.

º ano

A dimensão ético-política
Intenção ética e norma moral
A dimensão pessoal e social da ética – o si mesmo, o outro e as instituições
A necessidade de fundamentação da moral – análise comparativa de duas perspetivas
filosóficas

GRUPO I

1.
1.1.B.
1.2.A.
1.3.C.
1.4.A.
1.5.A.
1.6.C.
1.7.B.
1.8.D.

GRUPO II

1.
1.1.
Conceber a ética como um conjunto de regras do tipo “Não deves…” fazer isto ou aquilo
é encará-la como um conjunto de normas instituídas que define o que posso ou não
posso fazer e nada mais do que isso. Como diz o autor do texto, “desde que não
violássemos qualquer uma dessas regras, seria ético fazer fosse o que fosse”. Esta é
uma perspetiva redutora ou “incompleta” da ética.
Agir moralmente não se resume ao cumprimento das normas ou leis instituídas, implica
também a intencionalidadede um agente que é racional e responsável, e que, portanto,
considera os outros quando faz as suas escolhas. Esta dimensão de responsabilidade, de
“cuidado” com os outros (seres), é destacada pelo autor do texto.
Por outro lado, podemos ainda acrescentar quehá circunstâncias em que as normas
morais definidas socialmentepor si só não resolvem os problemas morais que os agentes
enfrentam (considere-se o caso dos dilemas morais), nem os substituem no processo de
deliberação e de tomada de decisão.

1.2.
O egoísmo ético é a perspetiva que defende a ideia de que devemos procurar fazer o que
é melhor para nós mesmos, tudo aquilo que possa satisfazer os nossos interesses
pessoais. A cooperação de todos na sociedade apenas se justifica com o objetivo de
retirar vantagens pessoais: ajudar os outros para assegurar que eles nos ajudem
sempre que precisarmos. Neste sentido, alargar o nosso cuidado às gerações do futuro,
e para lá da nossa espécie não seria, em princípio, defensável, uma vez que não
poderíamostirar daí algum proveito.
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José Ferreira Borges · Marta Paiva · Orlanda Tavares · Novos Contextos 10
2.
2.1.
Para Kant, o nosso dever fundamental não é promover a felicidade. Ainda que todos
desejemos ser felizes, a felicidade não é omais importante em termos morais, pois não
será ela que vai garantir a correção das nossas ações.Podemos imaginar diferentes
situações em que alguém faz um mau uso dos seus talentos, do seu carácter ou da sua
fortuna, para atingir os seus interesses, para garantir a sua felicidade individual. Se a
encararmos como única condição para o agir humano, a felicidade pode mesmo
“corromper”, porque significa que estaríamos dispostos a tudo fazer, inclusive o mal,
para a atingir. Ora, neste sentido, a felicidade pode corromper a ideia de moralidade.
Não é na ideia de felicidade, segundo Kant, que encontramos a justificação moral para
as nossas ações.

2.2.
O imperativo é o hipotético. Tem a forma: “Se queres X, deves fazer Y”. De acordo com
o imperativo apresentado, o dever de não prejudicar os outros é respeitado na condição
de podermos, em troca, ser felizes. O imperativo que o ordena é hipotético.Para ser
categórico, um imperativo tem de ordenar incondicionalmente um dever (por exemplo,
ordenando do seguinte modo: ”Não prejudiques os outros!“). Nesse caso, o dever de não
prejudicar os outros teria de ser respeitado em qualquer circunstância, e não apenas na
circunstância de querermos ser felizes.O imperativo categórico é, para Kant, o princípio
ou lei moral fundamental que ordena a ação de modo absoluto e incondicionado.

2.3.
A boa vontade é, como refere o autor do texto, “boa só por si”, ela não está dependente
de nada. É uma vontade livre, autónoma; e esta autonomia consiste em não se deixar
determinar poralgo exterior a si, como os costumes, as leis ou as inclinações
naturais(instintos, emoções, desejos ou interesses pessoais). O que a faz ser uma
vontade boa é, pois, “o facto de ser motivada pelo dever”. O princípio que a determina é
racional, ou seja, é aprópria lei moral.

3.
Stuart Mill elege o princípio da máxima felicidade para o maior número baseando-se na
ideia de que a felicidade é oque todos procuram; se todos desejam ser felizes (prazer ou
ausência de dor), então a felicidade tem de ser o maior bem. É a partir desta experiência
que todos os seres humanos têm em comum que Mill justifica o princípio fundamental da
moral.
Para Kant, a justificação do princípio moral não pode ser fundada na experiência (a
posteriori) nem tão pouco a felicidade se confunde com a moralidade. O princípio
fundamental da moral só pode ser justificado a priori, na própria razão.A proposta de
Kant é a de um critério racional universal que se justifica a priori: a vontade humana,
orientada pela razão, descobre como deve agir – por puro respeito à lei moral.

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GRUPO III

Neste grupo pretende-se que o aluno elabore uma reflexão que evidencie as
competências de problematização, conceptualização e argumentação.
Espera-se que seja capaz de analisar o problema em causa a partir de uma das
perspetivas abordadas, isto é,adotando uma posição ética consequencialista ou uma
posição deontológica, tendo por referência as teorias de Stuart Mill e Kant.

Se o aluno optar por defender a sua tese a partir da perspetiva ética de Kant, deverá ter
em conta:
· o princípio da vontade autónoma (racional); é na intenção do agente, na
obediência ao imperativo categórico (dever), que se encontra o critério de
moralidade; é moralmente boa a ação realizada por respeito pelo dever (as ações
meramente conformes ao dever não têm, propriamente, valor moral);
·o respeito pelo ser humano como fim em si mesmo; a formulação do imperativo
categórico que representa esta ideia de respeito pela pessoa.

Se optar por defender a sua tese a partir da perspetiva ética de Mill, deverá ter em conta
os seguintes aspetos:
·o princípio da maior felicidade para o maior número de pessoas;são as
consequências da ação que devem ser julgadas;é moralmente boa a ação cujas
consequências beneficiem o maior número de pessoas, independentemente da
intenção do agente;
·a consideração pelos outros; a exigência da felicidade para todos e cada um.

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