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Biografia

de
D. Afonso Henriques

7º ano - Turma : D

Aluno: Gonçalo Claro , nº 12


O Conquistador, 1.º rei de Portugal.

Fundador da monarquia portuguesa e um dos vultos mais notáveis da nossa história


e da história da Idade Média; era mais conhecido pelo nome patronímico de D. Afonso
Henriques. Seu pai, o conde de Borgonha D. Henrique, viera a Espanha auxiliar o rei D.
Afonso VI, de Leão, na guerra contra os infiéis, e D. Afonso, ficando vitorioso, concedeu-lhe
em recompensa a mão de sua filha ilegítima, D. Teresa, e o governo das terras de Portugal.
D. Henrique era ambicioso, e não tardou a conseguir o ficar independente da espécie de
suserania, que pesava sobre ele.
D. Afonso Henriques nasceu em Guimarães, em 1111 onde tem um monumento e até
aos doze anos esteve entregue aos cuidados de seu aio, Egas Moniz, honrado e lealíssimo
carácter que tantas provas lhe deu de dedicação e amor. Aos catorze anos foi armado
cavaleiro na catedral de Zamora.
Por morte de seu pai tendo D. Afonso apenas três anos, D. Teresa ficara
governando Portucale durante a sua menoridade. Sendo ambiciosa, esforçava-se por
subtrair os seus estados à suserania de Leão; daqui resultaram grandes lutas, em que o
espírito da independência, que sempre tinham manifestado os barões do sul do Minho,
auxiliou poderosamente as suas vistas ambiciosas. D. Teresa, porém, deixou-se cativar
pelo prestígio dum fidalgo galego, D. Fernão Peres, conde de Trava, e os projectos de
ambição tomaram um carácter mais pessoal. O conde de Trava insinuou-se no espírito de
D. Teresa, pretendendo desposá-la para assim desapossar o jovem Afonso Henriques dos
estados que de direito lhe pertenciam.
D. Afonso, apesar dos seus verdes anos, e que não vira nunca com bons olhos os
amores de sua mãe, tornou-se chefe do movimento revolucionário, preparado pelos
fidalgos, verdadeiros e leais portugueses, que exigiam a conservação da sua
independência. D. Afonso VII, rei de Leão, que sucedera a seu pai D. Afonso VI, não
desistindo do intento de conservar a suserania sobre os estados de Portucale, aproveitou
o ensejo, para o invadir em tom de guerra, cercando exactamente Guimarães. Esta invasão
veio perturbar dalguma forma os dois partidos, o de D. Teresa e o de seu filho, e acirrar
ainda mais os ânimos; o jovem príncipe português, vendo-se a braços com a guerra interna,
não desejava envolver-se em conflitos externos, e por isso, querendo ver-se livre o mais
breve possível do seu adversário, prometeu tudo quanto ele exigia, empenhando Egas
Moniz a sua palavra em como a promessa seria cumprida. D. Teresa também acedeu às
suas exigências, D. Afonso retirou-se tranquilamente para os seus estados. Então, tornou-
se ainda mais encarniçada a guerra entre os dois partidos; e estando D. Teresa em
Guimarães com o conde de Trava, D. Afonso Henriques marchou contra eles seguido pela
maior parte dos fidalgos portugueses. O conde do Trava saiu-lhe ao caminho com o seu
exército nos campos de S. Mamede, onde se deu renhida batalha, em que ficou vitorioso o
jovem príncipe, sendo expulsos do reino D. Teresa e o conde de Trava. Esta batalha deu
se em 1128.
O entusiasmo levou então D. Afonso Henriques a esquecer a promessa feita pelo seu
aio, mostrando-se resolvido a não a cumprir. Egas Moniz entendeu que era preciso uma
vítima expiatória, para não manchar a aurora do novo reino, e foi apresentar-se ao rei de
Leão, acompanhado de sua mulher e filhos, oferecendo-lhe a sua vida e a de todos os seus,
para resgate da sua fé. D. Afonso VII impressionou-se muito com a grandeza desta
dedicação e honradez, e despediu o cavaleiro, incólume e livre, dando-lhe provas do grande
apreço que lhe merecia. Nas guerras com Leão e as lutas, tanto internas como externas, que
teve de sustentar, dominado pelo pensamento de consolidar a independência de Portugal,
adquiriu D. Afonso Henriques a firmeza e o heroísmo, que depois tão brilhantemente se
haviam de afirmar e que tantos respeitos lhe conquistaram.
Enquanto se entretinha em combates contra os leoneses, ficando quase sempre
vencedor, soube que os muçulmanos haviam invadido os seus estados. Pela primeira vez
se via obrigado a ocupar-se desses dominadores da península; os mouros haviam tomado
Leiria, derrotado os cristãos em Tomar, e tinham chegado quase às portas de Coimbra. Esta
circunstância obrigou o jovem príncipe a pedir pazes a seu primo, D. Afonso VII. Então
fortificou a parte do sul do reino, e partindo para o: Alentejo deu a célebre batalha de Ourique,
em 1139, em que o seu valor e a sua extraordinária valentia se armaram dum modo heróico.
Os nossos historiadores quiseram, que nesta batalha fosse D. Afonso aclamado rei, pelos
soldados entusiasmados. Mas as datas opõem-se, porque o combate de Ourique deu-se em
julho de 1139, e há um documento de 1 de outubro desse ano, em que D. Afonso Henriques
recebe ainda o tratamento de infante. O facto é que, desde o princípio do seu governo, os
súbditos foram pouco a pouco habituando-se a tratá-lo como rei, mas em 1140 é que
principiaram a aparecer documentos repetidos, tratando-o como rei de Portugal. A ambição
de D. Afonso era a realeza, mas o seu primo, D. Afonso VII, não queria de forma alguma
reconhece-lo como rei. Em 1143, dirigiu-se então ao papa Inocêncio II, declarou Portugal
tributário da Santa Sé, com o censo anual de quatro onças de ouro, e reclamou para a nova
monarquia, em troca, a protecção pontifícia. O papa acedeu. Ainda assim D. Afonso VII,
assinando depois em Samora a paz com seu primo, não lhe reconheceu a realeza, mas não
protestou contra o título de rei, que ele tomava na escritura, a que assistiu o legado do papa,
sancionando com a sua presença a aurora da nova monarquia. A coroa estava finalmente
consolidada na fronte de D. Afonso Henriques. Tinham-lha oferecido nas pontas das espadas
os seus valentes cavaleiros, colocara-a ele audaciosamente sobre a cabeça com as mãos
vitoriosas, e inclinando-a levemente diante da tiara, assegurara-lhe a inviolabilidade,
garantida pelos raios protectores do Vaticano.
D. Afonso, vendo conquistada definitivamente a independência de Portugal,
ambicionou aumentar o território, apertado em limites estreitíssimos. Cingido ao norte e a
leste pelo reino de Leão, ao ocidente pelo oceano, Portugal só podia ampliar-se para o sul à
custa de renhidas batalhas e porfiada luta. Começou então uma série de conquistas, qual
delas mais valentemente disputada aos mouros. Em 1147 é Santarém tomada por surpresa;
durante vinte e dois anos de 1147 a 1163, houve continuas invasões na província de Alcácer
do Sal; a cidade é que sempre resistia, caindo afinal nas mãos dos portugueses em 1158.
Desde essa data até 1169, a vida de D. Afonso Henriques foi uma série de combates em que
sempre saia vencedor; à conquista de Lisboa, seguira-se a de Santarém; as vilas de Palmela,
Almada e Sintra, caíram em poder do novo rei, que em breve se tornou também senhor de
todas as terras entre o Mondego e o Tejo; Beja foi tomada em 1162, Évora, Moura, Serpa e
Sesimbra, em 1166; continuou sempre combatendo, apesar de já muito adiantado em anos,
tendo por companheiros esforçados homens destemidos como Martim Moniz, Geraldo sem
pavor, Gonçalo Mendes da Maia, Fernando Gonçalves, etc. O período das gloriosas
façanhas militares do fundador da monarquia encerra-se epicamente com a heróica
resistência de Santarém e Lisboa. em 1184, contra a invasão do emir Iussuf Abu Jacub,
morto com uma lançada, quando atravessava o Tejo, por D. Sancho, filho de D. Afonso
Henriques.
O grande conquistador casara em 1146 com D. Mafalda, filha de Amadeu II, conde de
Mariana e Sabóia; faleceu com 74 anos a 6 de dezembro de 1185.
Dizem os historiadores que era de estatura atlética e porte majestoso. Fundou o convento
de Santa Cruz de Coimbra, onde jaz sepultado, Santa Maria de Alcobaça, S. João Baptista
de Tarouca, e S. Vicente de Fora em Lisboa. Fundou duas ordens militares. a da Ala, que já,
não existe; e a de S. Bento de Avir; introduziu em Portugal os cavaleiros de Rodes, e
começou a ponte de Coimbra.

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