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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Quando falamos sobre escola, você provavelmente se lembrará da época em que você cursou
o Ensino Fundamental e Médio. Ao pensar sobre esta época, poderá reconhecer uma série de
atitudes, protocolos e procedimentos comuns àquela época.
Talvez se lembre de como as carteiras eram arrumadas na sala, de
como era o espaço do refeitório, de quais eram suas brincadeiras
favoritas. Durante seu percurso universitário, você provavelmente
revisitou o espaço escolar com uma nova perspectiva, para
cumprir as tarefas do curso - que incluem os Estágios
Supervisionados e outras observações do espaço escolar. Nestas
observações talvez tenha experimentado uma outra escola,
diferente da escola da sua memória. Há diferentes razões para
esse estranhamento/reconhecimento:
1° - ao revisitar a escola, pode perceber que ela passou por
transformações (sutis, ou não) ao longo do tempo;
2° - ao revisitar a escola como professor em formação, sua
perspectiva de observação não é mais como a de um estudante
somente. Há lembranças de quando estudava, mas há também
reflexões sobre o seu papel como professor na queke espaço;
3° - ao revisitar a escola, foi conduzido a relacionar uma
série de saberes pedagógicos,históricos, científicos com suas
observações;
Em resumo,ao revisitar a escola, você percebeu que você,
a escola e seu papel nela se transformaram com o tempo.
A ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA
A DINÂMICA DA ESCOLA
A forma como a escola está organizada está intimamente relacionado com o que acontece no
cotidiano escolar. Os espaços, as rotinas e os horários são pensados para atender a comunidade
escolar. Professores, funcionários, estudantes, familiares e gestores se relacionam neste cenário
tentando se adequar às regras de organização e, ao mesmo tempo, imprimindo na escola suas
próprias características. Assim cada escola, mesmo sendo organizada dentro do mesmo Sistema
Educativo, pode diferir de outra nas relações diárias. As escolas são lugares de movimento, de
escolhas, de pessoas.
Sugerimos que pense agora nas seguintes questões:
Quem entra na escola?
Quem sai da escola?
Quem abandona a escola?
Quem trabalha na escola?
Que rotinas existem na escola?
O autor Antonio Nóvoa nos convida a refletir sobre o papel da escola na atualidade. Para quê
e para quem a escola existe? Que anseios temos em relação à escola? Têm sido atendidos?
Leia com atenção o trecho abaixo.
Este trecho nos convida a refletir sobre que papel as instituições escolares têm frente a
sociedade atual. Como o próprio autor afirmou, é sabido que há um avanço, principalmente quanto
ao acesso dos estudantes às escolas. Mas isso não é tudo, não é mesmo? Cada vez mais existe uma
preocupação com a qualidade da educação, com políticas de fortalecimento da escola, com a
necessidade da valorização do profissional docente. No nosso país, estas preocupações aparecem
aliadas a inúmeras questões sociais - necessidades sociais - de crescimento, conscientização e
participação efetiva dos cidadãos nos diversos âmbitos da sociedade.
Ao falar especificamente sobre a educação na América Latina, os autores Danilo Streck,
Telmo Adans e Chenon Moretti (2010) destacam a importância de se reconhecer que a nossa
formação histórica, social e cultural influencia diretamente nas dinâmicas e organizações das
estruturas educativas.
Para dar continuidade a seus estudos, leia o primeiro texto na íntegra: a Entrevista Pela
Educação, concedida pelo educador português António Nóvoa a Henrique Manuel S.
Pereira e Maria Cristina Vieira, disponível em:
http://sinop.unemat.br/site_antigo/prof/foto_p_downloads/fot_4819entuevista_nu_pd
f.pdf
Leia também o texto do mesmo autor (clique em "leituras - aula 1" para ter acesso ao
arquivo), onde destaca a importância de se compreender a História da educação como
importante área de conhecimento para o docente da atualidade.
Algumas das questões que o autor (Antônio Nóvoa) coloca sobre a escola, no trecho a
seguir, são também frequentemente colocadas por nós. Em sua opinião, quais dessas ideias
estão sendo priorizadas na escola que você conhece?
Observe que essa é uma situação que precisa ser igualmente enfrentada no Brasil.
Temos escolas para todos, mas todos não permanecem ou usufruem adequadamente da escola.
Os autores Danilo Streck, Telmo Adans e Chenon Moretti destacam isso em seu texto ao dizer
que a presença na escola nem sempre tem significado iguais condições de educação para todos.
Como podemos lidar com as diferenças aqui assinaladas?
(...) “Durante muito tempo, a Escola foi apenas para alguns. Hoje ela tem de
integrar todos os alunos. No entanto, continuamos a trabalhar pedagogicamente quase do
mesmo modo como trabalhávamos quando a Escola era apenas para alguns, quando a
Escola se dirigia a alunos que já tinham sido socializados em casa, que partilhavam os
mesmos valores e as mesmas culturas.
A incapacidade para construir novos modos de trabalho pedagógico, para lidar
com a diferença e a heterogeneidade, promovendo ao mesmo tempo uma cultura comum e
partilhada, é uma das nossas principais dificuldades. Não se trata, claro está, de aceitar
tudo e de ser tolerante em relação a tudo. Mas tudo deve ser compreendido e a Escola
deve trabalhar com a diferença para construir uma cultura comum. A Escola não serve
para “separar”, serve para “unir”, serve para criar as bases de uma vida em comum.”.
(p. 122)
Para encerrar e fazermos uma ponte com as leituras da próxima semana leia o trecho
abaixo: