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Suporte básico de vida

Maria Eduarda valgas


suporte básico de vida
Histórico e conceitos
MUNDO
© Séc. VI – Imperador Romano Mauricius – criou corpo cavaleiros para remoção feridos.
© Século XVIII - Napoleão Bonaparte designa Larrey (General médico do exército) para desenvolver
sistema de cuidados médicos para o exército francês, e desenvolve os preceitos do cuidado médico
emergência, utilizados atualmente:
1) Rápido acesso ao paciente
2) Tratamento e estabilização no campo
3) Rápido transporte aos hospitais apropriados
4) Cuidados médicos durante o transporte

HISTÓRICO DOS ATENDIMENTOS MÓVEIS URGÊNCIA- Mundo


© 1859 - Convenção de Genebra - Cruz Vermelha
© 1864 - Sistema organizado de socorro à população civil - prestar cuidados médicos às vítimas de trauma
durante as viagens de trem
© 1865 - Serviço de ambulância nos EUA - Exército Americano
© 1869 - Serviço de ambulância - carruagem puxada cavalos - Nova York
© 1870 - Transporte aero-médico por meio de balão de ar quente - exército prussiano – Paris
© 1899 - Primeira ambulância motorizada - Hospital de Chicago -alcançava 30 km/hora
© 1924 - Serviço de Emergência para os Asfixiados - Bombeiros de Paris
© 1956 - Serviço Móvel de Emergência e Reanimação (SMUR) -transporte inter-hospitalar de pacientes
IRpA - Epidemia poliomielite
© Final anos 50 - Farrington e outros questionaram se as lições aprendidas pelos serviços médicos
militares poderiam ser aplicadas aos civis para melhorar a assistência
© 1962 - Serviço de emergência médica urbano
© 1965 – MS Francês impõe aos centros hospitalares que adotem meios móveis de socorro de
emergência: SAMU - Serviços de Atendimento Móvel de Urgência
© 1969 - Comissão sobre Emergency Medical Service é criada pela Associação Médica Americana
© 1970 - Treinamento Médico de Emergência
© 1975 - ACLS desenvolvido pela Associação Americana de Cardiologia
© 1978 - Curso piloto de ATLS desenvolvido em Auburn, Nebraska
© 1981 - Prehospital Trauma Life Support (PHTLS) aprovado
© 1981 - BTLS desenvolvido por Alabama Chapter
© 1983 - Curso piloto de PHTLS em Lowa, Connecticut e Louisiana

Protótipo da Ambulância de Larrey (Ambulância Voadora)


© Primeiro modelo de ambulância com condições de atendimento imediato.
© Tendo como características: dois cavalos perfilados, redução das rodas, telhado curvo para evitar
acúmulo de água e peso, janelas para ventilação, maca retrátil e kit de primeiros socorros.

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Primeiras Ambulâncias

Transporte Aéreo

Cursos: ATLS, PALS, ACLS, PHTLS

HISTÓRICO DOS ATENDIMENTOS MÓVEIS URGÊNCIA- Brasil


© 1893 - aprovação da Lei para estabelecer o socorro médico de urgência na via pública
© Década de 50 - "SAMDU" (Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência)
ü Embrião da atenção pré-hospitalar no Brasil
ü Atividade desativada progressivamente - ausência de regulação médica das urgências
© Década de 60 e 70 – Vários Serviços privados de atendimento domiciliar de urgência foram criados no
Brasil
© 1987 - 1º Serviço APH em SC (Blumenau) implantado pelo CB - 7 anos após já atuava em 15 cidades
catarinenses
© 1989 - Início do SAMU em São Paulo
© 1990 - Projeto Pró-Trauma em Santa Catarina e início do trabalho pré-hospitalar em Florianópolis
© 1991 - Início do SIATE em Curitiba pelo CB
© 1995 - Início do SAMU em Porto Alegre
© 1996 - Início do SAMU de Campinas

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© 1996 - Rede Brasileira de Cooperação em Emergências 192
© 1997 – 1ª Resolução sobre atendimento pré-hospitalar e transportes sanitários pelo CREMESC e 1998
- Resolução do CFM
© 1999 - Portaria Ministerial 824 e 2001 - Portaria Ministerial 814
© 1996-2002 - Início de diversos SAMU/Brasil: "SOS Fortaleza", o
© "SAMU-RESGATE” região metropolitana de SP, BH, Recife ...
© 2003 – Portarias Ministeriais 1863 e 1864 tornam o SAMU/192 um serviço nacional

MODELOS DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

1. Francês
© Necessidade sentida por “anestesistas – reanimadores”, responsáveis por atendimento às
urgências, que começaram a sair nas ambulâncias
© Perceberam que nos casos clínicos e de trauma - se medidas terapêuticas fossem tomadas no
local - as chances de sobrevida e redução de sequelas aumentavam
© Pilar do Modelo Francês: Médico - regulação, atendimento e monitoramento do paciente - até a
recepção hospitalar
© Serviço ligado ao Sistema de Saúde, hierarquizado e regionalizado, e aos Centros Hospitalares

2. Americano
© Trabalha com paramédicos
© Programa de formação extenso (3 anos, após 2º grau)
© A guerra do Vietnã, resultou em uma grande experiência para os EUA na formação de
paramédicos – impossibilidade em contar com profissionais médicos em todas as frentes de
combates
© Soldados foram treinados no primeiro atendimento - delegadas ações exclusivamente médicas - e
equipamentos de fácil transporte e alimentação também foram desenvolvidos

ETAPAS DO APH (Cai na prova J)


1º. Acionamento - chamado, na maioria das vezes por telefone
2º. Regulação – médico regulador, recebe a ligação e inicia o atendimento por telefone
3º. Despacho – médico regulador faz os despachos necessários
4º. Atendimento Local – ações necessárias para estabilização da vítima no local do atendimento:
Avaliação Primária e Avaliação Secundária
5º. Regulação do Hospital de Referência – após interpretação dos dados da vítima, passados pela equipe,
verifica o melhor recurso e disponibilidade vaga e determina o encaminhamento, comunicando
condições da vítima + tempo de chegada
6º. Transporte – tempo gasto entre o local (cena) e o hospital de referência
7º. Entrega (Delivery) – passagem de plantão da equipe do APH para a equipe de Emergência
8º. Recuperação de materiais e limpeza da viatura – condições para realizar outro atendimento.

APH- INTRODUÇÃO
© Atender pacientes em situação de emergência requer:
ü Calma
ü Conhecimento
ü Treinamento
ü Experiência
© De posse destas qualidades o profissional desenvolve a que talvez seja a mais importante das
habilidades nessas situações: SABER DETERMINAR PRIORIDADES

O que é PRIORIDADE?
© Envolve saber decidir quem será atendido primeiro, além da decisão sobre o que deve ser
procurado primeiro na coleta da história e do exame físico, e qual conduta inicial é mais adequada.
© Nos minutos valiosos que antecedem o diagnóstico 3 itens são necessários:
® Identificar o paciente potencialmente grave
® Colher a história
® Fazer um exame físico mínimo
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Como identificar pacientes potencialmente críticos?
© Afecção em qualquer órgão ou sistema do organismo pode implicar em doença grave, porém,
regra geral, essa condição poderá se tornar uma EMERGÊNCIA quando repercutir em um dos 3
grandes sistemas:
® Cardiovascular
® Respiratório
® Sistema Nervoso Central

Prioridades no atendimento:
1. Rebaixamento Agudo do Nível de Consciência (queda na ECG > 2 pontos)
2. Alterações importantes nos Sinais Vitais:
® FR > 36 ou < 8 mrm ou uso da musculatura acessória
® FC > 130 ou < 8 bpm
® PA sistólica < 90 mmHg
® Saturação de oxigênio < 90%
® TEC > 3 segundos
3. Pacientes com achados potencialmente emergenciais:
® Dor torácica
® Obstrução de Via Aérea Superior
® Alterações neurológicas:
ü Déficits motores
ü Afasia
ü Convulsão

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Autor: dudavalgass@hotmail.com
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Segurança do paciente
CONDUTA:
© As práticas para a Segurança do Paciente devem ser prioridade do profissional, e ser aplicadas em
todos os procedimentos.

CONCEITO:
© Consiste na redução do risco de danos desnecessários, associada à assistência em saúde até um
mínimo aceitável.
O “mínimo aceitável” se refere àquilo que é viável diante do conhecimento atual, dos recursos
disponíveis e do contexto em que a assistência foi realizada frente ao risco de não tratamento, ou outro
tratamento (OMS, 2006).

EPIDEMIOLOGIA:
© Dados mundiais estimam que 1 em cada 10 pacientes possa ser vítima de erros e eventos adversos
durante a prestação de assistência à saúde (OMS, 2012).
© A OMS alerta sobre a necessidade de medidas de prevenção com vistas a reverter esse panorama.
© No Brasil, 148 pacientes morrem por dia, decorrente de erro associado a assistência (unidades
públicas e privadas).
© Totalizando 54.086 pacientes perderam a vida em 2017 (Anuário da Segurança na assistência
hospitalar no Brasil).

FATORES SISTÊMICOS QUE RESULTAM EM DANO AO PACIENTE


© A segurança do paciente é um problema grave na área de saúde.
© Infelizmente os erros são comuns em todas as atividades, porém, quando se trata da saúde de uma
pessoa, pequenos erros podem representar a morte ou dano permanente.
© Modelo do Queijo Suiço

FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A OCORRÊNCIA DOS ERROS:


© Institucionais: gerenciamento recursos físicos e materiais, falhas de equipamentos, manutenção.
© Ambientais: barulho, agitação, calor, estímulos visuais.
© Conhecimentos/habilidades: falta de treinamento de conhecimento dos procedimentos técnicos,
problemas na formação e de educação permanente.
© Psicológicos: estresse, tédio, frustração, ansiedade.
© Fisiológicos: sono, fadiga, uso de álcool e drogas.
© Sobrecarga de trabalho da equipe de saúde: deficiências estruturais e deficiências nos processos de
trabalho.

PRINCIPAIS ERROS RELACIONADOS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE


1. Erros relacionados à prescrição e administração de medicamentos.
2. Erros relacionados a procedimentos.
3. Erros relacionados à higienização e infecções.
4. Erros de comunicação.
5. Erros relacionados à utilização da tecnologia na assistência.
6. A falta do engajamento do paciente e da família em sua própria segurança.
7. Formas de minimizar ou reduzir os erros relacionados à assistência à saúde:
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Identificar os principais erros ocorridos na prática assistencial e buscar soluções afim de evitá-los ou de
diminuir sua ocorrência de forma significativa

8. Portaria n. 529 do MS sobre a Segurança do paciente


O Ministério da Saúde Instituiu o Programa Nacional de Segurança ao Paciente (PNSP) no dia 1 de
abril de 2013, através da portaria n. 529.
© Objetivo Geral: contribuir para a qualificação do cuidado em saúde em todos os
estabelecimentos de saúde do território nacional.
© Objetivos específicos:
I - Promover e apoiar a implementação de iniciativas voltadas à segurança do paciente em
diferentes áreas da atenção, organização e gestão de serviços de saúde, por meio da
implantação da gestão de risco e de Núcleos de Segurança do Paciente nos estabelecimentos
de saúde.
II - Envolver os pacientes e familiares nas ações de segurança do paciente.
III - Ampliar o acesso da sociedade às informações relativas à segurança do paciente.
IV - Produzir, sistematizar e difundir conhecimentos sobre segurança do paciente.
V - Fomentar a inclusão do tema segurança do paciente no ensino técnico e de graduação e
pós-graduação na área da saúde.

9. Práticas para a Assistência Segura ao Paciente no atendimento Pré-Hospitalar

PRÁTICAS PARA IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE

1. Práticas para a identificação do paciente


© Identificar o paciente (nome completo e endereço completo, data de nascimento e/ou registro de
um documento).
© Pacientes inconscientes, confusos ou sem condição de informar e sem acompanhantes (busca de
documentos nos pertences, na ausência de documentos, descrever detalhadamente duas ou mais
características pessoais - sexo, etnia, vestes e local onde o paciente foi encontrado).
© Uso de fita de identificação no pulso direito, com os dados disponíveis e o endereço onde foi
encontrado.
© Na ocorrência de parto no ambiente pré-hospitalar, utilizar as fitas de identificação na mãe e no
RN.

2. Práticas para um cuidado limpo e seguro


© Lavar as mãos (antes e depois de procedimentos ou contato com o paciente e/ou material
biológico).
© Na indisponibilidade de água e sabão, utilizar solução de álcool a 70%.
© Sempre utilizar luvas durante o atendimento.
© Garantir as boas práticas na realização de procedimentos invasivos.
© Descartar material perfurocortante em local adequado e lavagem e desinfecção interna da
ambulância.

3. Prática para a utilização de cateteres e sondas.


© Verificar adequação e permeabilidade dos dispositivos e conexões antes de iniciar a infusão.
© Verificar as conexões corretas, atentar-se ao risco de infusões por vias erradas.

4. Práticas para um procedimento seguro


© Executar a checagem diária dos materiais, medicamentos e equipamentos e realizar a reposição
dos itens faltantes.
© Atentar para o armazenamento, prazo de validade e integridade dos invólucros.
© Prever e comunicar etapas críticas e/ou possíveis eventos críticos durante a realização de
procedimentos.
© Registrar a realização de procedimentos, número de tentativas e intercorrências, se houver.

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5. Práticas para a administração segura de medicamentos e soluções
© Identificar os itens da mochila de medicamentos para facilitar a localização.
© Certificar-se dos “5 certos” da administração de medicamentos:
ü paciente certo
ü medicamento certo
ü via certa, hora certa
ü dose certa.
© Utilizar materiais e técnicas assépticas.
© Manter lista de medicamentos utilizados com as respectiva apresentação, dose utilizadas e
principais cuidados para permitir consulta rápida.
© Registrar:
ü Droga
ü Diluente
ü tempo/velocidade de infusão
ü demais informações pertinentes à administração.
© Registrar e notificar ao serviço a ocorrência de reações ou eventos adversos decorrentes do uso
de medicamentos.

6. Práticas para a promoção do envolvimento do paciente com sua própria segurança


© Incentivar e valorizar a presença do acompanhante.
© Utilizar linguagem compreensível para comunicação com o paciente e acompanhante.
© Comunicar ao paciente e/ou familiares todos os procedimentos e encaminhamentos a serem
realizados.

7. Práticas para a comunicação efetiva


© Realizar a passagem sistematizada do quadro do paciente durante a transmissão do cuidado para
a unidade de destino.
© Preencher adequadamente a ficha de atendimento e entregar uma cópia para a unidade de
destino.
© Registrar o nome do profissional que recebeu o paciente na unidade de destino
© Escrever em letra legível.

8. Prevenção de quedas e acidentes:


© Na cena aproximar ao máximo a maca retrátil do local onde está o paciente para evitar o
deslocamento longo na prancha.
© Na prancha longa, fixar o paciente com, no mínimo, 3 cintos de segurança (3 pontos diferentes).
© Na maca, realizar a fixação do paciente com cintos de segurança.
© Transportar pacientes agitados, contidos fisicamente ou com alto risco para queda sempre com a
maca rebaixada.
© Anotar se há risco de queda.
© Transporte de crianças menores de 6 meses:
ü Sempre no colo do responsável ou na ausência deste no colo do PDS (se não houver
necessidade de uso de incubadora).
ü Sendo que o PDS deve sempre permanecer próximo e atento a criança.
© Transporte de crianças acima de 6 meses:
ü na maca acompanhadas do responsável, com as mesmas recomendações acima.

9. Prevenção de úlcera por pressão


© Na prancha longa, utilizar coxins nos pontos mais suscetíveis à
pressão.
© No transporte prolongado, se possível, promover a mudança de
decúbito e utilizar coxins ou proteção nas áreas corpóreas de
risco.

10. Segurança na utilização de tecnologia


© Habilidade e Conhecimento no uso dos equipamentos da
ambulância.
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© Atentar para a condição das baterias recarregáveis.
© Assegurar boa fixação/guarda dos equipamentos e materiais dentro da ambulância.
© Comunicar à chefia qualquer problema relacionado ao uso dos equipamentos e materiais.

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Regras gerais de biossegurança
INTRODUÇÃO:
© PDS, no ambiente pré-hospitalar, estão expostos a material orgânico, o que ↑ os riscos de contrair
infecções.
© Risco ↑: associa-se exposição e a necessidade de rapidez
© Magnitude do risco está associada a:
ü Prevalência doenças transmissíveis na população atendida;
ü Informações adequadas sobre os mecanismos de transmissão e prevenção;
ü Segurança no trabalho (ações educativas e disponibilidade de uso dos EPIs que promovam a
BIOSSEGURANÇA).

CONCEITO DE BIOSSEGURANÇA:
© Conjunto de ações voltadas para prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às
atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços.
© Contra riscos que podem comprometer a saúde do ser humano ou da qualidade dos trabalhos
desenvolvidos.

AVISOS DE SEGURANÇA

PRINCIPAIS MICROORGANISMOS (APH)


© HIV (Vírus da Imunodeficiência Adquirida)
© VHB e VHC (Vírus da Hepatite B e C)
© A crescente prevalência HIV Brasil ↑ o risco de exposição a material orgânico
© Principalmente quando precauções com sangue e outros líquidos não são seguidas para todos os
pacientes

MECANISMOS DE INFECÇÃO
© Ferimentos perfurantes por agulhas
© Ferimentos por objetos cortantes
© Exposição de lesões prévias da pele ao sangue do paciente contaminado
© Transmissão através de mucosas
© Queimaduras por cautério

RISCO DE INFECÇÃO PÓS-EXPOSIÇÃO (é variável e depende)


© Tipo de acidente e gravidade
© Tamanho da lesão
© Presença e volume de sangue envolvido no acidente
© Condições clínicas do paciente-fonte
© Seguimento adequado pós-exposição
Estudos relatam que:
© Função profissional
São fatores que interferem diretamente na
© Tempo de trabalho
ocorrência de simples e graves acidentes
© Aderência às precauções-padrão

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SITUAÇÕES DE RISCO PARA O PDS
© Contatos intensos e desprotegidos (sem máscara) durante o exame de orofaringe
© Intubação orotraquel
© Aspiração de vias aéreas
© Manobras de respiração durante a reanimação
© Risco físico:
ü Calor, umidade, iluminação,vibrações, ruídos, choque elétrico, radiações ionizantes (RX), e não-
ionizantes (raio UV e IV)
© Risco químico:
ü Soluções desinfetantes e esterilizantes, drogas citotóxicas
© Risco mecânico:
ü Acidentes com alta e baixa rotações, quedas, traumas
© Risco ergonômico:
ü Decorrente de postura inadequada e repetitiva

PROTOCOLO DE BIOSSEGURANÇA
© O protocolo de Biossegurança compreende um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar,
mitigar ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam interferir ou comprometer a qualidade de
vida, a saúde humana e o meio ambiente.
© IMPORTANTE: Este protocolo deve ser aplicado a todos os atendimentos

1. Regras Gerais de Biossegurança durante o atendimento:


© Utilizar EPI Obrigatório
ü Uniforme completo apresentável com faixas reflexivas e mangas longas.
ü Calçado fechado impermeável apropriado.
ü Luvas de procedimento.
ü Óculos de proteção.
ü Máscara facial.
ü Capacete (para o caso dos condutores de motolância).
© Considerar práticas adequadas:
ü Manter unhas curtas e limpas.
ü Manter cabelos presos.
ü Não utilizar adornos em excesso (correntes, pulseiras, anéis e brincos grandes, nem pequenos
tipo argola).
ü Não fazer uso de perfume.
ü Trocar as luvas durante o atendimento (contato com fezes, sangue, urina)
ou em caso de realização de procedimentos invasivos diferentes em um
mesmo paciente.
ü Com as mãos enluvadas, evitar tocar em maçanetas, puxadores,
telefones e outros, caso ocorra, garantir a realização da limpeza
concorrente desses itens ao final do atendimento.

2. Regras gerais de Biossegurança para o período pós-atendimento


© Higiene pessoal:
ü Lavar cuidadosamente as mãos e antebraços, água e sabão após a
retirada das luvas, na impossibilidade, lavar as mãos, utilizar álcool gel
70%.
ü Trocar o uniforme (jaleco) sempre que este estiver
© Cuidados com descarte de lixo e de material contaminado:
ü Recolher da cena e da ambulância, todo o lixo produzido durante o
atendimento (luvas, gazes, etc) para descarte em recipiente próprio.

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ü Descartar o saco de lixo da ambulância quando este alcançar ¾ da capacidade, sendo que o
descarte deve ser realizado exclusivamente no coletor de lixo
hospitalar adequado e previamente pactuado.
© Cuidados com o descarte de material perfurocortante
ü Utilizar coletor de perfurocortante para descarte.
ü Realizar o descarte quando o coletor de perfurocortante alcaçar 2/3
da capacidade.
ü Não deixar o coletor de perfurocortante no chão ou solto sobre o
balcão da ambulância.
ü Realizar limpeza concorrente da ambulância e dos equipamentos ao final de cada atendimento.

3. Práticas de biossegurança aplicadas ao ambiente pré-hospitalar


© Lavar a mãos sempre:
ü Após funções fisiológicas e/ou pessoais (uso do banheiro, alimentação, pentear os cabelos,
assoar o nariz, fumar).
ü Antes e após procedimentos: ao final de cada atendimento após a retirada das luvas, contato
com objetos, mobiliário e documentos/prontuário e sempre que se encontrar com sujidade.
ü Para a lavagem das mãos, dar preferência ao uso de dispensadores de parede com
acionamento manual e secagem com uso de papel toalha.
© Não permitir comer, beber, fumar ou utilizar/aplicar cosméticos dentro da ambulância.
© Utilizar o uniforme exclusivamente durante horário de trabalho, evitando-se seu uso no
deslocamento por transporte público ou privado, locais de alimentação e outros ambientes.
© A limpeza dos óculos de proteção pode ser realizada com água, sabão e hipoclorito de sódio. Não
utilizar álcool 70%.

4. Medidas de prevenção contra acidentes envolvendo sangue e outros fluidos orgânicos


© Ter máxima atenção durante a realização de procedimentos invasivos.
© Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realização de
procedimentos que envolva material perfurocortante.
© Nunca reencapar, entortar, quebrar a agulha.
© Não utilizar agulhas para fixar papéis.
© Desprezar agulhas, escalpes, lâminas de bisturi e vidrarias, mesmo que
estéreis, em recipiente próprio.
© Não descartar material perfurocortante em saco de lixo comum, mesmo que
seja o saco branco.
© Usar sapatos fechados (não de tecido) para a proteção dos pés em locais
úmidos, com presença de material biológico ou onde haja risco de acidente
percutâneo.

CONDUTAS APÓS ACIDENTE OCUPACIONAL – Condutas Gerais


© Tratamento imediato local exposição: água e sabão
© Antisséptico pode ser utilizado, mas não há evidência eficácia
© Aplicação de agentes cáusticos (hipoclorito sódio) e injeção de antissépticos/desinfetantes na lesão é
contraindicado!
© Não pressionar o local, na tentativa de extração de líquidos, pode ↑ a lesão, acentuando a exposição
© Exposição de mucosa: lavar com H2O ou SF 0,9%
© Notificar chefia
© Coletar/realizar sorologias solicitadas (PDS e paciente-fonte)
© Realização do teste rápido no paciente-fonte (útil para a indicação da quimioprofilaxia)
© Na impossibilidade de identificar paciente fonte considerar fonte desconhecida e os riscos devem ser
avaliados individualmente
© Usar corretamente a medicação
© Não abandonar o tratamento
© Seguir esquema vacinal hepatite B
© Realizar acompanhamento com médico infectologista
© Usar preservativo, não engravidar, não amamentar e não doar sangue no período de
acompanhamento
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EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
© Devem ser utilizados por todos PDS em atendimento, sendo que os cuidados observados pelas
equipes de APH são semelhantes àqueles observados no atendimento intra-hospitalar.
© Sendo:
ü Luva (EPI de precaução, padrão e de contato)
• Devem ser utilizadas para tocar a pele não integra ou
mucosas e áreas contaminadas por fluidos corporais
• Uso de luvas não dispensa lavagem das mãos antes e
após contatos que envolvam mucosas, sangue ou outros
fluidos corpóreos, secreções ou excreções
• Mãos enluvadas não devem ser lavadas para reutilização
das luvas
• Luvas devem ser usadas para uma única vítima
• Luvas devem ser calçadas no ambiente onde será
realizado o procedimento, junto ao paciente
• Luvas: retiradas imediatamente após procedimento e descartadas em local apropriado:
CUIDADO para as mãos não serem contaminadas no momento da remoção
• Luvas não devem ser reesterilizadas
• Luvas: trocadas durante o procedimento quando este durar + de 1 hora
TIPOS DE LUVAS:
• Luvas de látex tipo “procedimento”: indicadas quando há risco de contato com fluidos
corporais e objetos perfurocortantes contaminados
• Luvas de látex tipo “limpeza”: indicadas para processamento do instrumental e
limpeza/desinfecção de superfícies
• Luvas de vinil (plástico transparente): indicadas para proteção das luvas de látex (estéreis
ou não), exame de pele/mucosas
• Luva de látex estéril: indicada para procedimentos cirúrgicos e técnicas que exigem
procedimento assépticos (Atenção a técnica de colocação e retirada sem contaminação)
• Luva de nitrilo: colorida e de maior resistência, também para exame de pele e mucosa

ü Máscara
• Máscara Cirúrgica: Proteção da mucosa oral e nasal. Evita ou diminui
riscos de contrair doenças transmitidas por vias aéreas (equipe,
paciente e acompanhantes)
• O uso adequado da máscara facial deve:
* Prover conforto e boa adaptação
* Não tocar lábios e narinas
* Não irritar a pele
* Permitir respiração normal
* Não embaçar o protetor ocular
* Não permanecer pendurada no pescoço
* Ser descartada após uso ou quando úmida
* Máscara de alta eficiência: utilizadas por + tempo
* Devem ser retiradas somente após a retirada das luvas

ü Óculos de proteção
• Protege a mucosa ocular da exposição contínua ou acidental, de agentes biológicos, químicos
e mecânicos
• Vedação periférica e boa adaptação ao rosto
• Lavado com água e sabão após cada uso e guardado em local protegido
• Óculos comum não oferece proteção adequada

ü Gorro
ü Avental/Jaleco/Macacão
• Diminui riscos de contaminação da vestimenta profissional
• Usado sempre que houver risco de contaminação da vestimenta

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• Pode ser descartável, c/ barreira p/ líquidos, ou de pano resistente (descartável é o + indicado
p/ procedimentos + invasivos)
• Mangas longas
• Trocado diariamente e sempre que contaminado por fluidos corporais
• Retirado sempre que sair do ambiente de trabalho
• Evite manipular o avental contaminado

ü Máscara de Fluxo Unidirecional à

ü Lavagem das mãos.


• Objetiva reduzir a transmissão de patógenos pelas mãos
prevenindo infecções em pacientes, equipe de saúde e
acompanhantes
• É, isoladamente, a ação + importante para a prevenção e controle de infecção
• A decisão para lavagem das mãos com uso de sabão antisséptico deve considerar o tipo de
contato, o grau de contaminação, as condições do paciente e o procedimento a ser realizado
• Duração do procedimento: 40-60 segundos
• Uso de luvas não elimina a necessidade de higiene das mãos e a higiene das mãos não
elimina a necessidade de luvas (lavagem com água e sabão - não elimina a necessidade de
uso das luvas)
• Proceder à higienização das mãos
1. Antes e após o contato com o paciente;
2. Antes e após a realização de procedimentos assépticos;
3. Após contato com material biológico;
4. Após contato com o mobiliário e equipamentos próximos ao paciente.

“Trabalhamos com o invisível... Higienizar as


mãos é remover os microrganismos que colonizam as
camadas superficiais da pele, assim como o suor, a
oleosidade e as células mortas, retirando a sujidade
propícia à permanência e à proliferação de
microrganismos”
Pontos de Atenção
• No caso de torneiras com contato manual para
fechamento, sempre utilize papel toalha.
• O uso coletivo de toalhas de tecido é PROIBIDO,
pois estas permanecem úmidas, favorecendo a
proliferação bacteriana.
• Deve-se evitar água muito quente ou muito fria na higienização das mãos, a fim de prevenir
o ressecamento da pele.

Higienização das mãos com fórmula à base de álcool


1. Posicione a mão em forma de concha e coloque o produto, em seguida espalhe-o por toda a
superfície das mãos.
2. Esfregue as palmas das mãos (friccionado-as em todas as faces, espaços interdigitais,
articulações, unhas e extremidades dos dedos)
3. Esfregue a palma da mão sobre o dorso da mão oposta com os dedos entrelaçados.
4. Esfregue as palmas das mãos com os dedos entrelaçados.
5. Esfregue o dorso dos dedos virados para a palma da mão oposta.
6. Envolva o polegar esquerdo com a palma e os dedos da mão direita, realize movimentos
circulares e vice-versa.
7. Esfregue as polpas digitais e unhas contra a palma da mão oposta, com
movimentos circulares.
8. Friccione os punhos com movimentos circulares.
9. Espere que o produto seque naturalmente. Não utilize papel-toalha.

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Higienização das mãos com água e sabão
1. Molhe as mãos com água.
2. Aplique sabão (3 a 5 ml.).
3. Esfregue as palmas das mãos por 40 a 60 seg. (friccionado-as em todas as faces, espaços
interdigitais, articulações, unhas e extremidades dos dedos)
4. Esfregue a palma da mão sobre o dorso da mão oposta com os dedos
entrelaçados.
5. Esfregue as palmas das mãos com os dedos entrelaçados.
6. Esfregue o dorso dos dedos virados para a palma da mão oposta.
7. Envolva o polegar esquerdo com a palma e os dedos da mão direita, realize movimentos
circulares e vice-versa.
8. Esfregue as polpas digitais e unhas contra a palma da mão oposta, com movimentos circulares.
9. Friccione os punhos com movimentos circulares.
10. Enxágue com água.
11. Seque as mãos com papel-toalha descartável e use o papel para fechar a torneira.

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suporte básico de vida
Aspectos gerais de avaliação da Segurança de cena
© A avaliação da Segurança da Cena deve ser a primeira prioridade do profissional e deve anteceder o
início da abordagem do paciente.
DEVE SER APLICADO A TODOS OS ATENDIMENTOS
1. Passos para Avaliação de Cena:

PASSO 1: Qual é a situação?


© Considerar informações passadas pela Central de Regulação, por outras equipes no local ou
testemunhas:
ü Tipo e natureza de evento
ü Solicitante
ü Número de pacientes
ü Veículos envolvidos (número e tipo)
ü Situação em andamento
© Ao chegar à cena, observe:
ü Tipo e natureza de evento
ü Acesso (difícil ?)
ü Situação geral: pessoas no entorno
ü Presença de outros serviços
ü Presença de agentes de risco que comprometam a segurança: animais, fogo, produtos perigosos
,substâncias tóxicas, instabiliade de estruturas, fios elétricos, acesso difícil, tráfego intenso,
armamento, aglomeração de pessoas e risco de pânico em massa, fluidos corporais, multiplos
pacientes.

PASSO 2: Para onde a situação pode evoluir?


© Considerar as possibilidades de evolução da situação nos próximos minutos ou horas:
ü Fios energizados e soltos? Choque elétrico?
ü Explosão?
ü Intoxicação por fumaça?
ü Colapso de estrutura?
ü Hostilidadee/ou violência interpessoal?
ü Vazamento de produtos?
ü Contaminação?
ü Vias intransitáveis?
ü Aumento do número de pacientes?

PASSO 3: Como controlar a situação?


© Considerar o acionamento de recursos de apoio e/ou especializados como:
ü Equipes adicionais do SAMU
ü Corpo de Bombeiros
ü Policiamento
ü Departamento de trânsito
ü Companhia de água ou de energia elétrica
ü Serviço aeromédico
ü Concessionária de rodovias

Os acionamentos devem ser realizados pela central de regulação médica

Após avaliar os 3 passes definir a SEGURANÇA DE CENA


2. Tipos de Cena
a) Cena Segura:
© Iniciar os procedimentos de aproximação e abordagem do paciente atendendo as normas de
biossegurança e as práticas de segurança do paciente.

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b) Cena Insegura:
© Posicionar-se em local seguro e próximo
© Comunicar-se imediatamente com a central de regulação para informar detalhes e definir
solicitação de apoio
© Considerar as ações básicas de segurança e controle da cena
© Aguardar orientação e apoio no local seguro
© Considerar as ações de segurança e controle da CENA INSEGURA utilizando regras básicas
de posicionamento diante dos riscos:
ü Rede elétrica afetada, posicionar-se próximo aos postes que ainda estiverem inclinados.
ü Presença (ou suspeita) de materiais tóxicos inaláveis ou fumaça, levar em consideração a
direção do vento (posicionar-se sempre a favor do vento)
ü Fogo e fumaça na cena, além da direção do vento posicionar-se a 50 m de distância do
local.
ü Escoamento de combustível, posicionar-se na direção contrária ao sentido do escoamento.
ü Risco de inundação, posicionar-se em local distante.
ü Risco de colapso de estruturas considerar a possibilidade de extensão e propagação dos
danos e posicionar-se em local seguro.
ü Cenários hostis com possibilidade de violência contra a equipe, manter-se afastado em
local seguro até a chegada do apoio. Se houver evolução para um cenário hostil, com a
equipe já em cena, considerar a saída estratégica diante da ameaça percebida potencial,
com imediata comunicação à Central de Regulação.
ü Se a cena já conta com a presença de outras equipes ou serviços, considerer a sinalização
e as ações de segurança já realizadas e apresenta-se ao comando da cena para
disponibilização de recursos e orientação de segurança.
© IMPORTANTE:
ü Identificar rapidamente os diferentes fatores de risco que estão relacionados com a
ocorrência com vistas a tomada de decisão para seu controle e início da abordagem.
ü A primeira prioridade da equipe deve ser a sua segurança. O desejo de ajudar não deve
sobrepor à segurança do paciente.
ü Em condições hostis, é útil o uso de sinais ou palavras previamente combinadas para
situações que exijam saída estratégica

Na Cena Segura ou Insegura IMPORTANTE considerar:


Reavaliar a cena com frequência pois os fatores podem se alterar com rapidez

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suporte básico de vida
Avaliação e tratamento do doente – phtls
PRINCÍPIOS E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
1. A avaliação é a base do tratamento de um doente.
2. É na avaliação que todas as decisões, de tratamento e de transporte são baseadas.
3. O primeiro objetivo na avaliação é determinar a condição atual do doente.
4. No momento da avaliação tem-se uma impressão geral sobre o estado de saúde e os valores basais
dos sistemas respiratório, circulatório e neurológico.
5. Quando identificadas condições que colocam a vida em risco, inicia-se a intervenção e a reanimação.
6. Caso a condição do doente permitir, será realizada a avaliação secundária para identificar lesões que
não colocam a vida ou um membro do doente em risco (frequentemente, essa avaliação secundária
ocorre durante o transporte do doente).
7. Todas as etapas devem ser realizadas de forma rápida e eficiente com o objetivo de minimizar o tempo
gasto na cena.
8. Os doentes em estado grave não devem permanecer na cena para tratamento, além do tempo
necessário para estabilizá-los para o transporte, a menos que estejam presos em ferragens ou que
haja outras complicações que impeçam o inicio do transporte.
9. Avaliação e Intervenção bem-sucedidas requerem amplo conhecimento sobre a fisiologia do trauma e
um plano de tratamento bem desenvolvido, para que o atendimento seja realizado de modo rápido e
eficiente.
10. A avaliação primária deve ser repetida com frequência, especialmente em doentes com lesões graves.

AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DO DOENTE:

Período Ouro
© Dr. Adams Cowley (1965) concebeu a ideia de hora horo, na qual seria
importante iniciar o cuidado definitivo ao doente traumatizado grave.
“Existe uma hora de ouro entre a vida e a morte [...] Você pode não morrer
imediatamente [...] mas ocorreu algo em seu organismo que é irreparável”
© Posteriormente constatou-se que nem sempre o doente tem o privilégio de uma
hora de ouro, assim o conceito evoluiu para o Período de Ouro
© A avaliação e o tratamento rápidos e eficientes são o objetivo final.
© Sempre que possível, o tempo na cena não deve exceder 10 minutos - quanto
menor o tempo, melhor!

Principais preocupações na avaliação e tratamento iniciais do


doente traumatizado:
1. Via aérea
2. Oxigenação
3. Ventilação
4. Controle da hemorragia
5. Perfusão
6. Função neurológica

© Essa sequência é essencial para proteger a capacidade do organismo de ser oxigenado e a habilidade
das hemácias de distribuir oxigênio aos tecidos

ESTABELECIMENTO DE PRIORIDADES:
Prioridades imediatas ao chegar na cena:
1. A avaliação da cena.
2. Reconhecimento da existência de incidentes com múltiplas vítimas ou com vítimas em massa.
3. Avaliação e atendimento ao doente ou aos doentes identificados como mais graves (ênfase a
condições que possam resultar em perda de vida, em perda de um membro).
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Considerações Importantes:
© O estabelecimento rápido das prioridades, a avaliação inicial e o reconhecimento das lesões que
ameaçam a vida devem ser claras ao socorrista.
© No traumatizado multissistêmico grave, a prioridade é a identificação e o tratamento rápido das
condições que colocam a vida em risco.
© Em torno de 90% dos traumatizados apresentam lesões simples que envolvem apenas um sistema.
ü Para esses doentes, há tempo para que sejam realizadas as avaliações primária e secundária.
© Para o traumatizado grave, a ênfase está na rápida avaliação, no início da reanimação e no transporte
para um hospital.
© A causa mais comum de lesões que ameaçam a vida é a falta de oxigenação adequada aos tecidos.

AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
© Embora as etapas da avaliação primária sejam realizadas de maneira sequencial, muitas delas podem
e devem ser realizadas simultaneamente.
© Os componentes da avaliação primária, que estão listados em ordem de prioridade para o tratamento
ideal, são fáceis de memorizar com o sistema mnemônica ABCDE (em inglês):

A. Airway: (Tratamento da via aérea e estabilização da coluna cervical)


B. Breathing (Ventilação)
C. Circulation (Circulação e hemorragia)
D. Disability (Disfunção neurógica)
E. Exposure (Exposição/ Ambiente)

ETAPA A- Tratamento da Via Aérea e Estabilização da coluna cervical


Via aérea
© Permeabilidade (aberta e limpa) sem risco de obstrução
© Estabilização da coluna cervical
© Ao estabelecer uma via aérea permeável, a possibilidade de lesão na coluna cervical deve ser sempre
considerada

Imobilização da coluna cervical + Manobra de hiperextensão


elevação do ângulo da mandíbula da cabeça com elevação do
mento
ETAPA B- Ventilação
A Frequência Ventilatória pode ser dividida em 5 níveis:
1º. Apneia (parada respiratória)
2º. Lenta (FV inferior a 10 ventilações/minuto - bradipneia)
3º. Normal (10 e 20 ventilações/minuto – eupneia)
4º. Rápida (FV entre 20 e 30 ventilações/minuto - taquipneia)
5º. Anormalmente rápida (FV superior a 30 ventilações/minuto
- taquipneia severa)

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ETAPA C- Circulação e Hemorragia (perfusão e sangramento)

Controle da hemorragia
© Na avaliação primaria, a hemorragia externa deve ser
identificada e controlada.
© Nessa condição, deve-se primeiro controlar o sangramento,
mesmo antes de avaliar a via aérea do doente (ou
simultaneamente, se houver número adequado de
profissionais na cena).
© A hemorragia – externa ou interna – é a causa mais comum
de morte evitável decorrente do trauma

Tipos de Sangramento:

Perfusão:
© O estado geral do sistema circulatório pode ser avaliado ao verificar:
ü Pulso
ü Cor
• (Rosada, pálida, azulada). Avaliar a cor do leito ungueal e das membranas mucosas.
ü Temperatura
• É influenciada pelas condições ambientais. A temperatura normal da pele é morna ao toque,
nem fria, nem quente.
ü Umidade da pele.
• Quando seca indica boa perfusão. A pele úmida está associada ao choque e a perfusão
diminuída.

Pulso
© O pulso é avaliado quanto:
ü Presença
ü Frequência
ü Qualidade
ü Regularidade.
© A presença de pulso periférico palpável também fornece uma estimativa da PA.
© Pode apresentar taquicardia, bradicardia ou ritmo cardíaco irregular.
© Na avaliação primária, a determinação exata da FC não é necessária. Deve- se obter uma estimativa
bruta da frequência.

© Locais de verificação de pulso:

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Tempo de Enchimento Capilar (TEC)


© Útil para estimar o fluxo sanguíneo através da parte mais distal da circulação -
Valor normal <2 segundos
© TEC >2 segundos pode indicar que os leitos capilares não estão recebendo
perfusão adequada.

ETAPA D- Disfunção neurológica


Determinar o Nível de Consciência (NC).
© O doente confuso, combativo ou não cooperativo - está em hipóxia, até que se prove o contrário.
© O rebaixamento do NC pode estar associado a:
1. Oxigenação cerebral diminuída (causada por hipóxia/hipoperfusão)
2. Lesão do Sistema Nervoso Central (SNC)
3. Intoxicação por drogas ou álcool
4. Distúrbio metabólico (diabetes, convulsão)

© A pontuação da Escala de Coma de Glasgow (ECG) é uma ferramenta utilizada para determinar o NC.
© A pontuação ECG está dividida em três componentes:
1. Abertura ocular
2. Melhor resposta verbal
3. Melhor resposta motora

A pontuação é atribuída de acordo com a melhor resposta para cada componente.


© Pontuação:
ü Máxima: 15à sem dano neurológico
ü Mínima: 3
ü Lesão grave: 9-12
ü Lesão mínima: 13-15

Escala de Coma de Glasgow


Abertura Ocular Espontânea 4 pontos
Por estímulo Verbal 3 pontos
Por estimulo à dor 2 pontos
Sem resposta 1 ponto
Resposta Verbal Orientado 5 pontos
Confuso (mas ainda responde) 4 pontos
Repsosta inapropriada 3 pontos
Sons Incompreensíveis 2 pontos
Sem resposta 1 ponto
Resposta Motora Obedece Ordens 6 pontos
Localiza a dor 5 pontos
Reage a dor mas não localiza 4 pontos
Flexão anormal à decorticação 3 pontos
Extensão anormal à Decerebração 2 pontos
Sem resposta 1 ponto

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suporte básico de vida

© Na presença de inconsciência, desorientação e não responsividade, deve-se realizar avaliação das


pupilas
ü Tamanho
ü Simetria
1. Isocóricas
2. Midríase
3. Miose
4. Anisocoria
ü Reflexo motor (luz)

ETAPA E – Exposição/Ambiente
© Remoção das roupas do doente se faz essencial para
identificar todas as lesões... somente o necessário
© Após o exame deve-se cobrir o doente para preservar a temperatura do corpo
© Atenção à Hipotermia

REANIMAÇÃO
© A reanimação descreve as etapas do tratamento aplicadas para corrigir os problemas que colocam a
vida em risco conforme identificados na avaliação primária.
© A avaliação PHTLS é baseada na filosofia “tratar à medida que encontrar” , em que o tratamento é
iniciado assim que cada ameaça à vida é identificada ou mais breve possível.
ü Transporte
• A menos que haja circunstâncias complicadoras, o tempo na cena deve ser limitado a 10
minutos ou menos. Condições agravantes:
1. Via aérea inadequada ou em risco.
2. Ventilação prejudicada.
3. Hemorragia externa significativa ou suspeita de hemorragia interna.
4. Estado neurológico anormal (ECG<3, convulsão, déficit sensorial e motor).
5. Trauma penetrante de cabeça, pescoço, tronco e abdome.
6. Amputação ou quase amputação.
7. Qualquer trauma na presença de DPOC, DAC, distúrbios da coagulação, idade <55 anos,
queimaduras, hipotermia, gestação.

ü Terapia de reposição volêmica


• Consiste na restauração do sistema cardiovascular por meio da infusão de volume
* Soluções Cristalóides (Ringer Lactato)
* SF 0,9%
• Importante: as soluções cristaloides não recuperam a capacidade de transporte de oxigênio
das hemácias, nem as plaquetas necessárias para a coagulação e o controle de hemorragia

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suporte básico de vida

AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
Veja, não olhe apenas
Ouça, não escute apenas
Sinta, não toque aoenas

© Fique atento em relação a hemorragias internas ou externas


ü Sinais de hemorragia interna: Distensão abdominal, tensão exagerada de uma
extremidade ou hematoma em extensão
Veja © Examine toda a pele de cada região
© Observe todas as lesões de tecidos moles
ü Abrasões, queimaduras, contusões, hematomas, lacerações e ferimentos penetrantes
© Observe tudo que não parece certo
© Repare em qualquer ruído respiratório não usual (inspiração ou expiração)
© Repare em sons anormais auscultados no tórax
Ouça © Verifique se o som respiratório está presente e uniforme
ü Se os murmúrios vesiculares são iguais em ambos pulmões
© Ausculte as artérias carotídeos e outros vasos
© Observe quaisquer sons incomuns (sopros) nos vasos, e que pode indicar lesão vascular
© Apalpe todas as regiões do corpo
ü Mova cuidadosamente cada osso na região
© Observe quaislquer achados anormais
ü Crepitação, dor ou movimento icomum
© Palpe firmemente todas as partes do corpo

...Observe se alguma coisa que


Sinta não deveria se mover está
mexendo, algo parece
“esponjoso”... o doente reclama
de dor... ausência de
sensibilidade... todos os pulsos
estão presentes (se são
palpáveis)... são sentidas
pulsações que não deveriam estar
presentes?

HISTÓRICO SAMPLA (SAMPLEà inglês)


© É obtido um histórico rápido sobre o doente.
© As informações devem ser documentadas no relatório de atendimento e
repassadas para a equipe médica no hospital.
© O método mnemônico SAMPLA serve como um lembrete dos principais
componentes.
© Sintomas:
ü Queixas
ü Dor
ü Dificuldade respiratória
ü Torpor
ü Dormência
© Alergias:
ü Alergias conhecidas
ü Medicamentos?
ü Alimentos?
© Medicamentos
ü Prescritos
ü Não prescritos
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suporte básico de vida
ü Uso regular?
© Passado médico e cirúrgico anterior
ü Problemas médicos significativos que exigem tratamento médico contínuo
ü Já passou por alguma cirurgia?
© Líquidos e Alimentos (última refeição):
ü Quanto tempo se passou desde a última refeição

AVALIAÇÃO DE REGIÕES ANATÔMICAS:


Pescoço
© Um exame visual do pescoço em busca de contusões, abrasões, lacerações, hematomas e
deformidades.
© A palpação poderá revelar enfisema subcutâneo de origem laríngea, traqueal ou pulmonar (crepitação
da laringe, rouquidão e enfisema subcutâneo constituem a tríade clássica de fratura laríngea).
© A ausência de sensibilidade dolorosa na coluna cervical poderá ajudar a descartar fraturas na coluna
cervical (realizada com cuidado para garantir que a coluna cervical permaneça em posição neutra e
alinhada).
Tórax:
© Exame visual e palpação em busca de deformidades, fratura de costelas, enfisema subcutâneo, área
de movimentação paradoxal, contusões e abrasões para identificar lesões subjacentes.
© Ausculta pulmonar murmúrios vesiculares normais e diminuídos (pneumotórax, hemotórax), sons
adventícios.
Abdômen:
© Avaliação visual
ü Abrasões e equimoses indicam a possibilidade de lesão subjacente.
© Palpação de cada quadrante para avaliar a sensibilidade, defesa muscular e presença de massas
ü Flácido?
ü Rígido?
ü Posição de defesa?
Pelve
© A pelve é avaliada por meio da observação e palpação (abrasões, contusões, hematomas, lacerações,
fraturas expostas e sinais de distensão).
© Fraturas pélvicas podem produzir hemorragia interna maciça, resultando em rápido agravamento do
doente.
© A palpação da pelve no ambiente pré-hospitalar fornece poucas informações que possam alterar o
tratamento do doente, deve ser palpada uma única vez, quanto à presença de sensibilidade e
instabilidade
ü Pelve instável pode movimentar segmentos fraturados e deslocar coagulo, agravando a
hemorragia

Órgãos Genitais:
© Geralmente não são examinados no ambiente pré-hospitalar.
© Exceto na presença de sangramento na parte externa da genitália, sangue obvio no meato uretral,
presença de priapismo nos homens e identificação de fluido transparente na calcinha de gestantes
(líquido amniótico).

Dorso:
© Deve ser examinada quanto à evidência de lesões.
© Lateralizar o doente em bloco para colocação ou remoção da prancha longa
© Ausculta Pulmonar (murmúrios vesiculares)
© Palpação da coluna em busca de sensibilidade e deformidade.

Extremidades
© Deve iniciar na clavícula e na pelve e prosseguir em direção à região distal de cada membro.
© Cada osso e articulação individuais são avaliados por meio da inspeção visual e palpação, em busca
de deformidade, hemorragia ou equimose, presença de crepitação, dor, sensibilidade ou movimentos
anormais.

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suporte básico de vida
© Avaliar a circulação e a função dos nervos motores e sensitivos na extremidade distal de cada
membro.
© Na suspeita de fratura deve ser imobilizada (após avaliar pulso, movimentação e sensibilidade da
extremidade)

Exame neurológico
© É realizado com muito mais detalhes do que na avaliação primaria:
ü Escala de Coma de Glasgow, avaliação das funções motora e sensorial e avaliação pupilar
(tamanho, simetria e reatividade).

Comunicação
© Deve ser feira assim que possível com o serviço de emergência do hospital.
© Durante o transporte, deve-se fornecer breve histórico do atendimento para o hospital que inclua as
informações a seguir:
ü Sexo e idade do doente
ü Mecanismo do trauma
ü Lesões com risco à vida, condições identificadas e localização anatômica
ü Intervenções realizadas e resposta ao tratamento
ü Tempo estimado de chegada

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suporte básico de vida
Reanimação cardiopulmonar de vida
© Definir Parada Cardiopulmonar:
˜ É a interrupção da circulação sanguínea, decorrente da suspensão súbita e inesperada dos
batimentos cardíacos e dos movimentos ventilatórios = CONDIÇÃO DE EMERGÊNCIA
© Principal ritmo de PCR:

© Definição de Reanimação Cardiopulmonar:


˜ Manobras realizadas para o retorno da circulação com mínimo de dano neurológico
˜ Manobras baseadas nas diretrizes mundiais sobre RCP visando um atendimento organizado e
eficaz
© Definição de Suporte Básico de vida:
˜ É a primeira abordagem à vitima de Parada Cardiopulmonar e abrange a desobstrução das vias
aéreas, circulação e ventilação
˜ Suporte básico de vida na PCP são medidas de primeiros socorros que visam restabelecer a
circulação sanguínea e a oxigenação

Segurança de CENA:

Cadeia de Sobrevivência:

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suporte básico de vida
Reconhecimento da PCP:
a) Leigo à Comprovar a inconsciência, Sinais de GASPING

b) Leigo treinado e Profissional de saúde


© Comprovar inconsciência
© Comprovar ausência de pulso
© Comprovar ausência de respiração
© Chamar resgate

REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR= CAB

àC= compressão torácica


à A= abertura de vias aéreas
à B= ventilação

Etapa C
1. Ênfase nas Compressões Torácicas: (CT)
© Socorristas Leigos:
˜ Não treinados: realizar CT somente com as mãos.
˜ Treinados em RCP somente com as mãos: realizar CT
somente com as mãos

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suporte básico de vida

˜ Treinados em RCP com CT + Ventilação: realizar CT + Ventilações (30/02)

Até a chegada e preparo do DEA ou profissionais do SME assumam o cuidado ou vítma comece a se
mover

© Por quê dar ênfase nas CT?


˜ RCP somente com CT é mais fácil para socorristas leigos e pode ser orientada por telefone.
˜ Sobrevivência às PCRs etiologia cardíaca em adulto é semelhante RCP com CT e RCP com CT +
Ventilação, quando aplicada antes chegada SME.
˜ Socorrista treinado para as 2 manobras: CT + Ventilação

2. Frequência das Compressões Torácicas:


© Adultos: 100-120/min
© Por que?
˜ Número de CT é determinante no retorno da circulação espontânea e sobrevivência com boa
função neurológica.
˜ Aplicação de mais CT está associada a > taxa de sobrevivência.

A aplicação de CT adequada exige ênfase não somente na frequência das CT mas também em minimizar
as interrupções

3. Profundidade das Compressões torácicas: (Socorrista Leigo)


© Pelo menos 2 polegadas (5cm)
© Evitar excesso superior a 6cm nas CT
© Por quê?
˜ CT gera fluxo sanguíneo, por aumento de compressão do
coração

Etapa A (Abertura das Vias Aéreas)


© Treinados em RCP com CT + ventilação
˜ Uso de máscara de fluxo unidirecional

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suporte básico de vida
© Profissional de Saúde
˜ Abertura de Vias aéreas em vítima sem trauma + vedação da máscara de fluxo unidirecional:
adequadas

USO DO DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO-DEA


1. Colocar DEA, próximo da vítima, na altura dos ombros deste
2. Ligar o equipamento
3. Posicionar 1 eletrodo região infraclavicular D, paraesternal e o outro
lado E, ápice do coração, evitando o mamilo
4. Manter RCP enquanto são colocados os eletrodos, só interrompa
para iniciar a análise
5. Ativar o botão para análise do ritmo
6. O equipamento indica que o choque deve ser liberado e ordena:
“afastam-se”
7. O choque é liberado e após deve ser iniciada imediatamente a RCP
por 2 minutos (5 ciclos de 30/2)
8. Na mensagem “choque não indicado”, o socorrista verifica o pulso:
se presente, mantém os eletrodos no tórax e monitora, se ausente
indica AESP ou assitolia- continua RCP

REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR NA CRIANÇA


© Como agir quando a criança está grave?
o Avaliação cardiopulmonar rápida
o Estabelecimento imediato
o Oxigenação e perfusão adequada
© Imprescindíveis para tratamento da criança
com risco de vida:
o Lesão grave após trauma

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o Eminência de PCR por distúrbios hemodinâmicos

AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA RÁPIDA:

A: Permeabilidade das Vias aéreas:


© Mantém?
© Necessita de ajuda?

B: Qualidade da Respiração:
© FR?
© Gemência?
© Musculatura acessória?
© Batimento de asa do nariz?
© Expansão torácica?
© Movimento paradoxal?
© Coloração (Cianose?)

C: Qualidade de Circulação:
© FC? PA?
© Pulso central e periférico?
© Enchimento capilar?
© Temperatura?
© Coloração (rendilhamento?)
© Tônus muscular?
© Pupilas?
© Postura?
© Reconhece familiares?

SBV- PEDIATRIA E QUALIDADE DA RCP:

Resumo dos principais pontos de discussão e alterações:


© Confirmada a sequencia C-A-B na Pediatria
© Estabelecimento do limite máximo de 6 cm profundidade para as CT em adolescentes
© CT = 100 a 120qminuto
© Necessidade de CT e Ventilação no SBV pediátrico

© Sequencia C-A-B
© Manter a sequencia C-A-B ao invés da A-B-C
© Existem lacunas no conhecimento e são necessárias pesquisas para examinar a melhor sequencia
RCP na pediatria
© Porque?
˜ Na ausência de dados a sequencia não foi alterada
˜ A consistência na ordem de CT, Vias Aéreas e Respiração, para todas as faixas etárias, é de mais
fácil memorização e execução pelos socorristas

ETAPA C

© Profundidade das CT:


˜ Bebês (<1 ano): cerca de 1,5 polegada (4cm)
˜ Crianças (1 ano até o início da puberdade): até 2 polegadas (5cm)
˜ Adolescentes CT= adultos (2 polegadas- 5cm)
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Por quê? : CT superior a 2,4 polegadas podem ser prejudiciais

© Posicionamento das mãos CT

© Frequência das CT:


˜ Na ausência de evidência a recomendação é usar em
bebês (< 1 ano) e crianças (1 ano até o início da
puberdade) a mesma frequência dos adultos= 100-
120minuto
© RCP somente com CT?
˜ Na pediatria fazer RCP convencional: ventilações de
resgate + CT
˜ A Asfixia comum na maioria das RCP pediátricas
exigem ventilação também
o Por que?: registros apontam piores desfechos em RCP somente com CT
˜ Na relutância ou incapacidade para fazer ventilações é recomendado somente CT
o Por que?: Em suposta etiologia cardíaca os desfechos foram semelhantes independente de
CT ou CT associada à ventilação

ETAPA A- Abertura de Vias aéreas

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SINAL DE OBSTRUÇÃO POR CORPOS ESTRANHOSà OVACE

Manobra de Heimlich- na OVACE adulto e na criança

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O que fazer para uma RCP de alta qualidade?


Os socorristas devem
Realizar compressões torácicas a uma frequência de 100-120/min
Comprimir a uma profundidade de pelo menos 2 polegadas (5cm)
Permitir o retorno total do tórax após cada compressão
Minimizar as interrupções nas compressões
Ventilas adequadamente (2 respirações após 30 compressões, cada respiração administrada em 1
segundo, provocando a elevação do tórax)

O que não fazer para RCP de alta qualidade?


Os socorristas NÃO devem
Comprimir a uma frequência inferir a 100/min ou superior a 120/min
Comprimir a uma profundidade inferior a 2 polegadas (5cm) ou superior a 2,4 polegadas (6cm)
Apoiar-se sobre o tórax entre compressões
Interromper as compressões por mais de 10 segundos
Aplicar ventilação excessiva (uma quantidade excessiva de respirações ou respirações com força
excessiva)

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Nome do arquivo: RCP-SBV.docx
Pasta:
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Título:
Assunto:
Autor: dudavalgass@hotmail.com
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suporte básico de vida
Menejo respiratório:

Definição
© IRA: incapacidade do sistema respiratório em atender as demandas
metabólicas do oxigênio do organismo, de instalação aguda.
© Objetivo inicial: corrigir rapidamente alterações agudas das trocas
gasosas.
© A reversão da IRA depende do reconhecimento e correção da causa de
base à SAV.

Quando suspeitar ou critérios de inclusão:


© Paciente com dificuldade respiratória ou alteração de ritmo e/ou
frequência ventilatória de início súbito e de gravidade variável.

Sinais e sintomas de gravidade:


© Alteração do nível de consciência (agitação, confusão, sonolência,
inconsciência).
© Cianose.
© Uso de musculatura acessória, retrações subcostais e/ou de
fúrcula.
© Dificuldade na fala (frases curtas e monossilábicas).
© Alteração na FC (bradicardia ou taquicardia >140 bpm).
© Hipoxemia (SatO2 < 90%).

Conduta:
1. Realizar avaliação primária com ênfase para:
© Nível de consciência.
© Manter decúbito elevado, em graus variáveis, de acordo com a
intensidade do desconforto respiratório.
© Considerar possibilidade de OVACE.

2. Realizar Avaliação secundária com ênfase para:


© Padrão respiratório (frequência, amplitude, assimetria) e ruídos
respiratórios
© Oximetria
© Entrevista SAMPLA:
˜ S: verificação dos sinais vitais: respiração (frequência, ritmo
e amplitude); pulso (frequência, ritmo e amplitude); pressão
arterial; pele (temperatura, cor, turgor e umidade).
˜ A: história de alergias;
˜ M: medicamentos em uso e/ou tratamentos em curso;
˜ P: passado médico – problemas saúde/doença prévia;
˜ L: horário da última ingestão de líquidos ou alimentos; e
˜ A: ambiente do evento.

3. Oferecer O: suplementar por máscara reinalante 10-15/min. Se SatO2


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suporte básico de vida
4. Estar atento à possibilidade de parada respiratória ou PCR.
5. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada.
6. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte para unidade de saúde

EPISTAXE:
Quando Suspeitar:
© Sangramento nasal ativo, associado ou não a:
© História de trauma de face.
© Introdução corpos estranhos cavidade nasal.
© Conduta:
˜ Fazer Avaliação primária para:
ü Garantir permeabilidade vias aéreas.
ü Manter cabeceira elevada.
ü Controlar sangramento: pressão digital 5 a 10 min.
ü Aplicar compressa gelada no dorso nasal.
˜ Realizar avaliação secundária.

HEMOPTISE:
Quando Suspeitar:
© Expectoração sanguinolenta proveniente das vias aéreas, filamentos hemáticos associados ao escarro
+ ou maciço
© Conduta:
˜ Fazer Avaliação Primária para:
ü Garantir permeabilidade de vias aéreas.
ü Realizar aspiração da cavidade oral sn.
ü Oferecer O2: máscara não reinalante 10 a 15 l/min.
˜ Realizar avaliação secundária:
ü Monitorar padrão respiratório + SAMPLA.
˜ Fazer contato com a Regulação.

TÉCNICA BÁSICA PARA O MANEJO DA VIA AÉREA:


(1) ASPIRAÇÃO:

Indicação:
© Paciente incapaz de eliminar de maneira eficiente o acúmulo de secreções, sangue ou corpos
estranhos das vias aéreas superiores.

Material e equipamentos:
© EPIs obrigatórios
© Gazes estéreis
© Luva estéril
© Soro fisiológico 0,9%
© Fonte de vácuo ou aspirador portátil
© Cateter de aspiração de tamanho
apropriado ou cânula de ponta rígida
para uso no caso de suspeita de
trauma.
© Oxímetro de pulso.

Procedimento:
1. Utilizar EPIs.
2. Comunicar ao paciente sobre o procedimento.
3. Abrir o pacote da sonda de aspiração e conectá-la ao intermediário do aspirador, mantendo-a dentro
4. do invólucro.
5. Calçar as luvas (procedimentos ou estéreis) de acordo tipo de procedimento. 5. Retirar a sonda do
pacote.
6. Segurar a extremidade da sonda com gaze.

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7. Ligar o aspirador.
8. Pinçar o látex de aspiração.
9. Considerar a técnica de introdução da sonda de acordo com o tipo de agravo do paciente (oral ou
nasotraqueal).

Aspiração Oral
© Introduzir sonda flexível na cavidade ORAL com o látex pinçado e, quando posicionada, liberar o fluxo
para aspiração, retirando lentamente com movimentos circulares.
© Introduzir sonda de ponta rígida com o látex pinçado, posicionando-a lateralmente na cavidade ORAL,
liberar o fluxo para aspiração, retirando-a lentamente em movimento único, sem movimentos
circulares.

(2) CÂNULA OROFARINGEA


Definição:
© COF é um dispositivo plástico em forma de J que, posicionado
corretamente, se estende dos lábios do paciente até a faringe.
© O bocal do dispositivo descansa sobre os lábios ou dentes; a parte
distal corre entre a base da língua e a região posterior da garganta,
prevenindo a queda da língua e o bloqueio da via aérea.
© O ar passa ao redor e através do dispositivo.

Indicação
© Paciente inconsciente sem reflexo de vômito ou tosse, incapaz de manter a via aérea permeável.
© Para prevenir a mordedura do tubo traqueal em pacientes
intubados.

Materiais e Equipamentos
© EPIs obrigatórios

Procedimento
1. Utilizar EPI.
© Posicionar a COF próxima à face do paciente e realizar a
medida da distância entre a comissura labial e o lóbulo inferior
da orelha do mesmo lado.
© É ideal o tamanho que alcançar tais extremidades.
2. Selecionar o tamanho adequado da COF.
3. Aspirar secreções/sangue da boca/faringe.
4. Inserir a COF conforme técnica.
© No adulto, inserir a COF com a concavidade voltada para
baixo fazer uma rotação de 180° e acomodar.
5. Registrar o procedimento na ficha/boletim de atendimento.

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Observações:
© Equívocos na indicação, medição e posicionamento podem ativar o reflexo de tosse, causar obstrução
das vias aéreas, laringoespasmo e vômitos.
© No reflexo de tosse ou vômito, suspender procedimento.
© Observar possível resposta vagal como: espasmo laríngeo, apneia e bradicardia.
© Avaliar a resposta do paciente ao procedimento, dentre outras formas, por meio da oximetria.

(3) CÂNULA NASOFARÍNGEA:


© Manejo vias aéreas pode ser feito com a Cânula Nasofaríngea

Definição:
© É uma cânula, sem balonete, feita de borracha ou plástico e desenhada para manter a língua longe da
parte posterior da garganta; é colocada em uma das narinas e introduzida até que a ponta distal
chegue na parte posterior da garganta, logo abaixo da base da língua, enquanto a extremidade
proximal repousa sobre as narinas externas.

Nasofaríngea:
© Tamanho apropriado: cânula que se estenda da ponta do nariz até o ângulo da mandíbula ou ponta da
orelha.

(4) CATETER DE OXIGÊNIO:

Definição
© Cateter de oxigênio é um tubo plástico com 2 pequenos prolongamentos que se projetam a partir do
tubo; os prolongamentos são inseridos dentro das narinas do paciente; com o tubo fixado a face do
paciente.
© O oxigênio flui da cânula para dentro da nasofaringe do paciente, que age como um reservatório
anatômico.

Indicação
© Pacientes conscientes, com respiração espontânea e leve desconforto respiratório, que necessitam de
baixo fluxo de oxigênio.

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Material e equipamentos
© EPIs
© Cateter nasal tipo óculo
© Fluxômetro
© Umidificador + Água Destilada
© Fonte de oxigênio
© Extensão/látex

Procedimento
1. Utilizar EPIs.
2. Comunicar o paciente sobre o procedimento prescrito.
3. Adaptar o extensor ao fluxômetro.
4. Introduzir as extremidades do cateter nas narinas.
5. Passar os ramos dos óculos por trás dos pavilhões auriculares à D e à E, ajustando-os sem apertar.
6. Conectar o cateter nasal ao extensor/látex, abrir e regular o fluxômetro, conforme prescrição.
7. Registrar o procedimento e seus resultados na ficha/boletim de atendimento.

Observação
© Considerar a velocidade do fluxo de acordo com a concentração de O2 desejada (FiO2):

(5) MÁSCARA FACIAL NÃO-REINALANTE COM RESERVATÓRIO:


Definição
© Máscara facial é um reservatório de plástico desenhado para repousar
sobre o nariz e a boca do paciente com uma bolsa (reservatório); a
máscara é fixada ao redor da cabeça do paciente por meio de uma tira
elástica, que não permite a mistura do ar exalado pelo paciente com o
oxigênio a 100%.
© Abas de borracha cobrem as saídas laterais da máscara, evitando a
inalação do ar ambiente.
© Quando o paciente inspira o oxigênio é extraído do reservatório para
dentro da máscara, através de uma válvula unidirecional que separa a
bolsa da máscara; quando o paciente expira, o ar exalado sai através dos
orifícios laterais da máscara.
Indicação
© Pacientes com importante desconforto respiratório, que
necessitam de altas concentrações de O2, mas que se
mantêm responsivos e com ventilação espontânea.
© Inclui a presença de:
˜ Sinais de hipoxemia: agitação, confusão mental,
taquicardia, taquipneia, cianose.
˜ Sinais de desc
˜ onforto respiratório.
˜ SatO2 < 94%.

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Material e equipamentos
© EPIs
© Máscara facial não-reinalante, com reservatório de oxigênio tamanho adulto
© Fluxômetro
© Fonte de oxigênio
© Extensor
© Opção para: umidificador e água destilada 50 ml

Procedimento
1. Utilizar EPIs.
2. Comunicar o paciente sobre o procedimento.
3. Adaptar o extensor da máscara ao fluxômetro.
4. Selecionar e regular a velocidade do fluxo de O2, no mínimo 6 l/min. e o máximo 10 l/min.
5. Colocar máscara sobre nariz/boca do paciente e adaptar elástico região occipital, ajustando
extremidades.
6. Registrar o procedimento e seus resultados na ficha/boletim de atendimento.

Observações
© Só utilizar umidificação com água destilada quando o transporte do paciente for superior a 2 horas.
© Nesses casos, deve ser considerado o nível mínimo de água para evitar a presença de água no látex.
© No transporte prolongado, proteger pavilhão auricular, posicionando uma compressa de gaze sob o
elástico de fixação.
© Considerar a velocidade do fluxo de acordo com a concentração de O2 desejada (FiO2).

(6) MÁSCARA DE VENTURI:

Definição
© A Máscara de Venturi cobre o nariz e a boca do paciente e contém um
tubo ondulado e curto, com um orifício em jato conectado a outro tubo
fornecedor de oxigênio, que sob pressão é forçado a entrar na máscara
através de um pequeno orifício em jato.
© À medida que o oxigênio passa través do orifício, ele joga ar ambiente na
máscara; a mistura resultante é oferecida ao paciente através da máscara
facial.

Indicação
© Pacientes com hipoxemia moderada a grave, sugestiva de DPOC, que
necessitam de controle rigoroso da oferta de O2.
© Inclui:
˜ Sinais de desconforto respiratório
˜ SatO2 < 94%

Material e equipamentos
© EPIs
© Máscara de Venturi e conectores diversos (concentração)
© Látex

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suporte básico de vida
© Fluxômetro
© Fonte de oxigênio
© Opção para: umidificador e água destilada

Procedimento
1. Utilizar EPIs.
2. Comunicar o paciente sobre o
procedimento prescrito.
3. Adaptar o extensor/látex ao fluxômetro.
4. Selecionar máscara e diluidor codificado de concentração de oxigênio.
5. Colocar a máscara sobre o nariz/boca do paciente e ajustar o elástico.
6. Regular o fluxo de O2 de acordo com o “diluidor codificado de concentração” indicado e adaptar o
extensor/látex à máscara.
7. Registrar o procedimento e seus resultados na ficha/boletim de atendimento.

Observações
© Só utilizar umidificação com água destilada quando o transporte do paciente for >2 horas.
© Nesses casos, deve ser considerado o nível mínimo de água para evitar a presença de água no látex.
© No transporte prolongado proteger pavilhão auricular, com compressa de gaze sob o elástico de
fixação.
© Considerar a tabela abaixo para relacionar os diluídores codificados, sua concentração permitida e o
fluxo necessário para promovê-la.

à O2 90-100% à O2 21%- ar ambiente

à O2 40% paciente

OXIMETRIA:
© Oxímetro de pulso funciona emitindo raios infravermelhos que brilham
através dos tecidos do seu organismo para um fotossensor do outro lado.
© A luz infravermelha é capaz de detectar a quantidade de hemoglobina (Hb)
que está saturada com (ou que transporta) O2.
© Oxímetro mostrará um número que indica a porcentagem de HB saturada
com O2.

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Situações comuns que resultam numa leitura imprecisa incluem:
© Esmalte, se o oxímetro de pulso for colocado no dedo.
© Movimentos excessivos do paciente.
© Hipotermia ou extremidade prejudicada pelo frio
© Anemia.
© Intoxicação por monóxido de carbono (CO).
© Choque (hipoperfusão) associado à perda de sangue ou má perfusão.

Indicação
© Pacientes que necessitem de avaliação do funcionamento e comprometimento ventilatório
e/ou cardiovascular.

Material e equipamentos
© EPI
© Oxímetro portátil com sensor adequado.

Procedimento
1. Utilizar EPIs.
2. Comunicar e orientar o paciente sobre o procedimento.
3. Escolher e preparar a região em que será colocado o sensor (em adultos, preferir MMSS,
dedo indicador).
4. Ligar o dispositivo.
5. Aguardar o medidor fornecer a leitura digital do valor (cerca de 30 segundos).
6. Registrar dados na ficha do paciente.

Observações
© É importante que a fonte de luz e o detector estejam alinhados, secos e limpos.
© Se a leitura dos resultados for suspeita por incompatibilidade com o quadro, verifique a
condição clínica e os sinais vitais do paciente e, em seguida, inspecione o oxímetro para
verificar seu funcionamento.
© Fatores de interferência na medida da saturação
˜ Baixa saturação de oxigênio - inferior a 70%
˜ Movimentação excessiva do paciente
˜ Iuminosidade excessiva
˜ Baixa perfusão periférica (hipotensão, hipotermia, etc.)
˜ Hipoxia local
˜ Suspeita de anemia
˜ Hiperpigmentação da pele
˜ Edema local
˜ Convulsão
˜ Interferência (esmalte de unhas)
˜ Utilização incorreta do sensor
˜ Oclusão arterial próxima ao sensor (oclusão patológica, mecânica e/ou traumática)
˜ Pacientes em PCR ou choque
© Nos casos em que há dificuldade de detecção nas extremidades (má perfusão) optar pelo
lóbulo da orelha.
© Informar ao médico regulador a evolução/comportamento dos valores da oximetria.
© Nos casos em que não há detecção de leitura, checar o cabo de energia elétrica e o cabo
intermediário. No caso de oxímetro portátil, checar as pilhas/baterias.

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DOR: CONCEITOS E MANEJO
1. CONCEITO:
© International Association for the Study of Pain (IASP), 2009:
˜ Experiência sensitiva e emocional desagradável associada ou relacionada à lesão real ou
potencial dos tecidos, ou relatada como se uma lesão existisse, e cada indivíduo aprende a
utilizar esse termo através das suas experiências anteriores.

2. PRESENÇA DA DOR
© Está presente em diferentes distúrbios do organismo, sendo que nas emergências/urgências é um
dos sintomas mais relatado pelos pacientes, variando conforme intensidade e periodicidade:
˜ Tipo de injúria
˜ Órgão afetado (localização)
˜ Idade e sexo
˜ Doenças prévias
˜ Estado de consciência
˜ Qualidade e padrão da dor (quantificar a dor)

3. SINAIS E SINTOMAS RELACIONADOS À EXPRESSÃO DA DOR:


© Alterações dos Sinais Vitais (aumento da FC, PA e da FR)
© Dilatação das pupilas
© Palidez e sudorese
© Náuseas e vômitos Dor física
© Agitação ou apatia

4. CLASSIFICAÇÃO DA DOR
4.1 AGUDA:
© Resulta de algum acontecimento focal (trauma), e se caracteriza por ser súbita, e de duração
igual ao tempo para que os danos causados aos tecidos sejam reparados.
© O paciente normalmente está assustado, ansioso e espera um alívio imediato, portanto deve
ser uma prioridade no atendimento.
© Interpretada como um Sinal de alerta

4.2 CRÔNICA:
© É decorrente de doenças crônicas (diabetes, câncer e infecções crônicas, artrose), ferimentos
graves com consequente amputação (DOR FANTASMA), secções de nervos, envelhecimento e
problemas da coluna).
© Se caracteriza por ter duração extremamente longa, mais de 3/6 meses.
© Os sintomas de dor crônica são: fadiga, insônia, anorexia, perda de peso, depressão,
desesperança e raiva.
© Geralmente ocorrem períodos de remissão e exacerbação, frustrando o paciente, podendo
levar a depressão psicológica, tornando-se a principal causa de incapacidade psicológica e
física com o afastamento social da família e amigos.
© Não tem mais a função de sinal de alerta. Uma dor pode tornar-se crônica pelos mais variados
motivos, mas ela certamente não tem mais uma função de alerta ou defesa.

5. AVALIAÇÃO DA DOR:
© A obtenção da História Clínica é de extrema importância para detecção dos possíveis mecanismos
fisiológicos e o estado emocional do paciente.
© Uma história de dor completa deve conter as informações relacionadas a:
˜ Ínício da dor (quando)
˜ Período de duração e episódios
˜ Qualidade da dor (queimação, choque)
˜ Intensidade da dor
˜ Local da dor (onde)
˜ Sinais e sintomas associados (alteração dos sinais vitais, sudorese, inquietação, apatia)
˜ Fatores de piora ou melhora da dor

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Suporte básico de vida
˜ Tratamento prévio e outras associações (uso de álcool e cigarro, doença crônica,
antecedentes familiares).

6. MANEJO DA DOR:
© Contribui para dimensionar as condições vividas pelo paciente, orientando o exame clínico, e
definindo prioridades na abordagem - 5º sinal vital
© A dor pode ser aliviada através de procedimentos simples, como imobilização de um membro até a
analgesia com o uso de medicamentos de menor ou maior potência analgésica.
© Conduta:
a) Realizar avaliação primária com suspeita de trauma ou em situação ignorada (segurança local,
avaliar responsividade, vias aéreas, respiração , presença de hemorragia, estado neurológico,
controle de hipotermia).
b) Realizar avaliação secundária com ênfase para:
˜ Caracterizar a dor
• Obter dados sobre fatores associados a dor
• Avaliar a intensidade da dor usando uma escala numérica e classificar em
• Leve (1-4) Moderada (5-7) e Intensa (8-10)
• Remover o agente causal da dor, se possível.

c) Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada.


d) Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte para a unidade
de saúde.

7. ESCALA DE AVALIAÇÃO DA DOR:




























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Suporte básico de vida
DOR torácica não traumática:
1. CONSIDERAÇÕES:
© A Dor Torácica representa um grande desafio no atendimento de urgência e emergência por:
© Ser uma queixa frequente.
© Compreender uma variedade de causas.
© Poder gerar grandes implicaçoes clínicas, algumas potencialmente fatais se não forem
prontamente reconhecidas.

2. CAUSAS
© Dor na parede do tórax:
˜ Nervos sensitivos, fibromialgia, dores musculares .
© Causas gastroesofágicas:
˜ Refluxo gastroesofágico, úlcera péptica, gastríte, ruptura de esôfago.
© Causas psiquiátricas:
˜ Transtornos pânico, ansiedade e depressão.
© Causas pulmonares:
˜ Pneumotórax, embolia pulmonar, pneumonia, hipertensão pulmonar, pleurite.
© Causas cardíacas:
˜ Isquêmicas (Síndrome Coronariana Aguda (SCA), Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), angina)
˜ Não isquêmicas (pericardite, dissecção de aorta, estenose de válvula aórtica, arritmias)
© Outras causas:
˜ Pancreatite, colecistite, flatulência

2.1 Causas cardíacas: isquêmicas
© Doença arterial coronariana (DAC), Infarto agudo do miocárdio (IAM), angina
© Causa mais comuns de atendimentos e de admissões nas unidade de Emergências, assim como
causas de morbidade e de mortalidade no mundo.
© Dados EUA relatam que mais de 12 milhões de pessoas têm DAC e mais de um milhão
experimenta um IAM a cada ano, resultando em cerca de 466.000 mortes atribuídas à doença
arterial coronariana (American Heart Association, 2013).
© Sendo o Infarto Agudo do Miocárdio a principal causa de óbitos no mundo ( 8,76 milhões) (OMS,
2017).
© No Brasil as Doenças Cardiovasculares levam à morte, cerca de 350.000 pessoas/ano.
© Dados do DATASUS, em 2016 registraram 107.409 internações por IAM.
© Sendo o IAM é a segunda causa de morte no Brasil, com cerca de 85,5 mil casos - quase 236
mortes por dia.
© A maioria das mortes por IAM ocorre nas primeiras horas de manifestação da doença
˜ 40%-65% dos casos na primeira hora e
˜ 80% nas primeiras 24 horas
© A maior parte das mortes por IAM acontece fora do ambiente hospitalar, geralmente
desassistidas pelos médicos.

Condições PRÉ-HOSPITALARES que dificultam o atendimento precoce do IAM


1. Não valorização, pelo paciente, dos sintomas de dor torácica como sendo de infarto
(por considerar que infarto é sempre um quadro de elevada gravidade
2. Atribuição dos sintomas a condições crônicas pré-existentes ou a uma doença comum
(gripe, dor muscular, etc)
3. Ausência de conhecimento dos benefícios que podem ser obtidos com o tratamento
rápido
4. Atendimento extra-hospitalar de urgência, não disponível a todos de forma homogênea

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Suporte básico de vida
3. QUANDO SUSPEITAR:
© Na presença de Dor Prolongada, localizada nas regiões
retroesternal, epigástrica, abdominal alta ou precordial, com
irradiação para dorso, pescoço, ombro, mandíbula e membros
superiores, principalmente o esquerdo.

4. CARACTERÍSTICAS DA DOR:
© Opressiva, “em aperto”, contínua, com duração de vários
minutos, podendo ser acompanhada de náuseas e vômitos,
sudorese fria, dispneia, sensação de morte iminente, ansiedade.
© Pode ser desencadeada por estresse emocional ou esforço
físico, podendo também surgir em repouso, durante o sono ou
durante exercício leve.

5. CONDUTA:
a) Realizar Avaliação Primária do Paciente (responsividade,
expansão torácica, permeabilidade de vias aéreas, ventilação,
estado circulatório e estado neurológico) com ênfase para:
© Manter o paciente com cabeceira elevada em torno de 45° e tranquilizá-lo.
© Reconhecer e tratar as condições que oferecem risco de morte.
b) Realizar avaliação secundária (entrevista SAMPLA, avaliação complementar e exame
cefalopodal) com ênfase para:
© Monitorar sinais vitais e oximetria de pulso
© Entrevista SAMPLA e caracterização da dor
c) Oferecer O2 por máscara não reinalante 10-15l/min se SatO2<94%
d) Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma
e) Aguardar a orientação da Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada
f) Aguardar a orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte para a unidade
de saúde

5.1 AVALIAÇÃO DA DOR:


© Uma história de dor completa deve conter as informações relacionadas a:
˜ Ínício da dor (quando)
˜ Período de duração e episódios
˜ Qualidade da dor (pressão, queimação, choque)
˜ Intensidade da dor
˜ Local da dor (local e irradiação)
˜ Sinais e sintomas associados (alteração dos sinais vitais, diaforese, náuseas, vômitos,
dispnéia)
˜ Fatores desencadeantes (de alívio e de piora da dor)
˜ Tratamento prévio e outras associações (uso de álcool e cigarro, doença crônica,
antecedentes familiares).
Atenção especial a dor de característica anginosa:
© Indica na maioria das vezes Doença Arterial Coronariana (DAC):
˜ Dor torácica intensa
˜ Duração acima de 20 minutos
˜ Acompanhada de: sudorese intensa, palidez cutânea e sintomas gástricos (náuseas e
vômitos)

OBSERVAÇÕES:
© Considerar os 3 “S”: Segurança cena; Biossegurança e a Segurança do paciente.
© Estar preparado para realizar RCP e desfibrilação, se necessário.
© Diminuir o estresse do transporte: velocidade moderada, evitar o uso de sirenes.
© Se possível, orientar o paciente sobre seu quadro.

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Suporte básico de vida
DOR abdominal não traumática
1. CONCEITO: Dor em região abdominal, não associada ao trauma
2. ETIOLOGIA:
© Há três grandes grupos de dor abdominal:
© Dor visceral: inervação de fibras aferentes na parede de órgãos intra-abdominais (apendicite,
pancreatite, cálculo ureteral, hérnia inguinal, obstrução intestinal, endometriose, infecção
urinária…)
© Dor somática: resulta da irritação do peritônio parietal (peritonite, gastroenterite)
© Dor referida: a dor pode ser referida no abdome, entretanto pode ter outra origem (no IAM é
comum a referência da dor abdominal)

3. DIVISÃO TOPOGRÁFICA DO ABDOME:

Quadrante Superior Direito: Quadrante Superior Esquerdo


Lobo direito do fígado, vesícula Lobo esquerdo do fígado,
biliar, piloro, cabeça do estômago, corpo do pâncreas,
pâncreas, parte do cólon baço, parte do colo transverso e
ascendente e transverso descendente

Quadrante Superior Esquerdo Quadrante inferior esquerdo


Ceco, apêndice vermiforme e Colo descendente e colo sigmoide
parte do cólon ascendente

4. EXAME ABDOMINAL: 1- Inspeção 2- ausculta 3- Palpação 4- Percussão

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Suporte básico de vida
a) Inspeção
© Sinal de Grey Turner:
© Refere a equimoses nos flancos.
© Este sinal leva 24-48 horas para aparecer e prediz um
ataque severo de
© Pancreatite aguda, com taxa de mortalidade crescendo
de 8-10% para 40%.
© Pode ser acompanhado pelo sinal de Cullen.
© Está também associado a pancreatites
necrohemorrágicas.
© Sinal de Cullen:
© Equimoses na região periumbilical devido à hemorragia
retroperitoneal, podendo estar associada principalmente à
ruptura de gravidez ectópica e a pancreatite aguda.
© Na pancreatite aguda, este sinal leva 24-48 horas para
aparecer e prediz um ataque severo da inflamação, com
taxa de mortalidade crescendo de 8-10% para 40%. Pode
ser acompanhado pelo Sinal de Grey-Turner (equimoses
nos flancos).

b) Ausculta abdominal:
© Na ausculta abdominal os ruídos auscultados decorrem dos movimentos peristálticos e
deslocamentos de ar e líquidos ao longo do intestino - denominados Ruídos Hidroaéreos (RHA) .
© Importante:
˜ A ausculta deve ser realizada antes da palpação – devido a sensibilidade do abdome ao toque,
podendo modificar os sons peristálticos.

5. CRITÉRIOS DE GRAVIDADE:
© Abdome tenso a palpação, hipotensão associada

6. CONDUTA:
a) Realizar Avaliação Primária do Paciente (responsividade, expansão torácica, permeabilidade de
vias aéreas, ventilação, estado circulatório e estado neurológico) com ênfase para:
© Manter o paciente com cabeceira elevada em torno de 45° e tranquilizá-lo




b) Realizar avaliação secundária (entrevista SAMPLA, avaliação complementar e exame céfalopodal)
com ênfase para:
© Caracterizar a dor:
˜ Localização, intensidade, duração, tipo (cólica, peso, choque, queimação, etc), presença de
irradiação.
© Instalação
˜ Explosiva, em segundos; rápida e progressiva, em 1 a 2 horas, gradual, em várias horas
© Fatores de melhora e piora.
© Periodicidade.
© Identificar critérios de gravidade.
© Obter dados relativos a fatores associados
˜ Febre, vômitos, alteração do ritmo intestinal, alterações urinárias e ginecológicas).

c) Realizar contato com a Regulação Médica e passar dados de forma sistematizada


d) Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transportar para a unidade de
saúde

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Suporte básico de vida
OBSERVAÇÕES:
© Considerar os 3 “S”: Protocolos de Segurança cena; Biossegurança e a Segurança do paciente.
© Atentar para os pacientes com potencial de gravidade e transmitir as informações com precisão à
Regulação Médica: sinais vitais alterados significativamente (pulso > 100 bpm; PAS < 90 ou > 220
mmHg; hipertermia e mau estado geral).
© Transportar o paciente na posição de recuperação/confortável, de acordo com a suspeita diagnóstica
e/ou sintomas prioritários (em decúbito elevado quando tiver dispneia, em decúbito lateral (PLS)
quando estiver vomitando, em decúbito lateral esquerdo quando estiver grávida, etc.).

Cólica nefrética ou renal


1. CONCEITO:
© Conjunto de sinais e sintomas decorrentes da obstrução aguda do trato urinário superior,
geralmente ureteral.
© A causa mais comum de obstrução aguda é a Litíase.
© Estima-se que 5 a 15% da população tenha cálculo renal, com predomínio entre os calcasianos,
sexo masculino (2 a 3 vezes), com idade entre 35 e 45 anos.
© Segundo DATASUS, em 2009 foi a causa de 17.766 internações somente no Estado de São Paulo.

2. CAUSAS:
© Litíase uretral (principal) © Tumor renal
© Litíase piélica © Cisto renal
© Coágulo © Pielonefrite aguda

3. CARACTERÍSTICAS DA CÓLICA RENAL:


© Inicio da Dor:
˜ De início abrupto, geralmente nas costas, região paravertebral lombar, habitualmente unilateral
(dor intensa)
© Irradiação:
˜ Para os flancos, fossa ilíaca, bolsa escrotal, grandes lábios vaginais.
© Alterações urinárias:
˜ Disúria e urina escura ou hematúrica.
© Característica da dor:
˜ Dor em cólica, de piora progressiva, especialmente em sua
intensidade, chegando a níveis muito intensos. Sem
melhora com a mudança de postura ou decúbito.
© Sinais e sintomas que podem estar acompanhados:
˜ Palidez cutânea, sudorese, taquicardia, náuseas, vômitos,
diarreia e inquietude/agitação. A presença da febre faz
suspeitar de associação com infecção urinária e/ou renal
(pielonefrite)
© Importante: ver sempre a história prévia de calculose renal.
© Dor renal situa-se no flanco ou na região lombar, entre a 12
costela e a crista ilíaca, com irradiação anterior,
frequentemente para os testículos e grandes lábios.

4. CONDUTA:
a) Realizar Avaliação Primária do Paciente (responsividade, expansão torácica, permeabilidade de
vias aéreas, ventilação, estado circulatório e estado neurológico) com ênfase para:
© Oferecer O2 sob máscara não reinalante 10 a 15 l/min se SatO2 < 94%.
b) Realizar Avaliação Secundária (entrevista SAMPLA, avaliação complementar e exame
céfalopodal) com ênfase para:
© Monitorar oximetria de pulso e sinais vitais
© Posicionar o paciente de forma que se sinta confortável
© Ver fatores associados (febre, vômitos, alterações urinárias e ginecológicas etc.).
© Posicioná-lo em decúbito lateral, se vômitos
© Entrevista SAMPLA com ênfase na caracterização da dor (localização, tipo, irradiação)
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Suporte básico de vida
© Avaliar a intensidade da dor, usando uma escala numérica
© Leve (1-4) Moderada (5-7) e Intensa (8-10)
c) Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada
d) Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte para a unidade de
saúde.

Crise hipertensiva
© A Pressão Arterial é o produto do débito cardíaco multiplicado pela resistência vascular periférica.
Valor normal abaixo de 120 x 80 mmHg

1. CONCEITO:
© Consiste no aumento da PA com risco de morte ou de lesão de órgãos-alvo (cérebro, rins,
coração)
© HAS essencial ou primária (causa desconhecida)à 85% dos casos
© HAS secundária (doença renal, induzida por fármacos ou drogas, distúrbios da tireóide,
feocromocitoma, outros) à 15% dos casos
© Divide-se em: urgência e emergência hipertensiva

2. TIPOS:
2.1 Urgência Hipertensiva: elevação da PA (PA diastólica superior a 120mmHg)
© Sem sintomas graves e sem risco imediato à vida.
© Pode ser acompanhada de cefaléia, tontura e zumbidos e em casos mais graves de dispneia, dor
precordial e ansiedade.
© Sem dano agudo a órgãos-alvo (cérebro, coração, pulmões e rins) ou comprometimento vascular
imediato.
© Pode evoluir para complicações graves.

2.2 Emergência Hipertensiva:


© Elevação súbita e perpetuada da PA, levando a um dano agudo e/ou progressivo vascular e de
órgãos-alvo, com rápida descompensação da função de órgãos vitais e com risco iminente de
morte ou de lesão orgânica. à (PA sistólica superior a 180mmHg)
© Irreversível sem ação de medicamentos, demanda início imediato da redução dos níveis
pressóricos, deve ser controlada nas primeiras horas.
© Inclui os quadros de: encefalopatia hipertensiva, AVC com hemorragia subaracnóidea, AVC
isquêmico, complicações cardiovasculares (IAM, angina instável, falência de ventrículo esquerdo,
dissecção de aorta, edema agudo de pulmão), falência renal.

3. CONDUTA:
a) Realizar Avaliação Primária do Paciente (responsividade, expansão torácica, permeabilidade de
vias aéreas, ventilação, estado circulatório e estado neurológico) com ênfase para:
© Colocar o paciente em repouso (cabeceira elevada) e procurar tranquilizá-lo.
© Repetir a mensuração dos níveis pressóricos em intervalos regulares.
b) Realizar Avaliação Secundária (entrevista SAMPLA, avaliação complementar e exame cefalopodal)
com ênfase para:
© Monitorizar oximetria de pulso e sinais vitais
© Coletar história SAMPLA, com atenção para: existência de crises hipertensivas e sua
frequência, HF de doença cardíaca, HAS, DM e uso de medicamentos e/ou tratamentos
específicos.
c) Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados e forma sistematizada
d) Aguardar orientação da Regulação médica para procedimentos e/ou transporte para unidade de
saúde

OBSERVAÇÕES: Considerar os 3S: Segurança de cena, Biossegurança, Segurança do paciente

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Suporte básico de vida
Trauma pediátrico: atendimento pré-hospitalar
INTRODUÇÃO
© Trauma: causa mais comum de morte crianças EEUU;
© 8,5 milhões/ano de crianças são feridas;
© 01 morte/30 minutos;
© Brasil: para cada uma das 20 mil crianças que morrem todo ano por trauma, ocorrem entre 20 e 50
hospitalizações e até mil atendimentos ambulatoriais.
© 80% mortes evitadas: estratégias afetivas de prevenção, cuidados adequados na fase aguda da lesão;
© “Crianças não são adultos pequenos”, possuem padrões de lesões distintos, respostas fisiológicas
diferentes, necessidades especiais de tratamento.
© A criança como doente de trauma: dados demográficos do trauma pediátrico
˜ Incidência de trauma contuso (comparado ao penetrante mais elevada)
• Trauma penetrante resulta normalmente em ferimentos em um sistema corporal;
• Trauma contuso tem maior propensão a lesões multissistêmicas.
˜ Causas mais comuns de trauma:
• Quedas
• Atropelamento
• Vítimas de colisões automobilísticas

CINEMÁTICA DO TRAUMA PEDIÁTRICO


© Amortecimento mínimo: pequena quantidade gordura corporal
© Aumento da elasticidade do tecido conjuntivo
© Proximidade das vísceras:
© Limitam capacidade de dissipar forças: energia é mais rapidamente transmitida aos órgãos
subjacentes.
© Além disso, o esqueleto das crianças é incompletamente calcificado, é mais flexível.

Padrões comuns de lesões associadas ao trauma pediátrico


Tipo de trauma ® Padrões da lesão

Acidentes com veículos ® Sem cinto segurança: trauma multissistêmico (incluindo tórax e
abdômen), lesões na cabeça e pescoço, lacerações no couro
motorizados cabeludo e face.
(criança é o passageiro) ® Com cinto segurança: lesões no tórax e abdômen, fraturas na coluna
lombar.
® Baixa: fraturas nas extremidades superiores
® Média: lesões na cabeça/pescoço, fraturas nas extremidades
Queda de altura superiores e inferiores
® Alta: trauma multissistêmico (tórax e abdômen), lesões na cabeça e
pescoço e fratura extremidades inferiores
® Sem capacete: lacerações na cabeça/pescoço, lacerações couro
cabeludo e face, fraturas nas extremidades superiores.
Queda de bicicleta ® Com capacete: fraturas nas extremidades superiores
® Colisão com o guidão: Lesões abdominais internas

FISIOPATOLOGIA:
© As 3 maiores causas da morte imediata na criança são: Hipóxia, Hemorragias maciças e os Traumas
significativos SNC.
© Hipóxia
˜ Prioridade APH: manter a permeabilidade da via aérea.
˜ Confirmação via aérea aberta + funcionando não exclui necessidade oxigênio.
˜ Frequência + profundidade ventilação devem ser cuidadosamente avaliadas: confirmar ventilação
adequada.
˜ Pacientes pediátricos que exigem tratamento agressivo da via aérea devem ser pré-oxigenados
antes da tentativa de colocação dispositivos avançados via aérea;

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˜ Período de hipóxia durante tentativas múltiplas ou prolongadas de colocação dispositivos
avançados via aérea pode ser mais prejudicial do que a simples ventilação com dispositivo de
balão e máscara + transporte rápido.
© Hemorragia:
˜ Maior parte das lesões pediátricas não causa exsanguinação imediata;
˜ Fatalidades resultam de múltiplos ferimentos de órgãos internos, com pelo menos um ferimento
significativo causando a perda aguda de sangue.
© Lesão SNC:
˜ Alterações fisiopatológicas após trauma SNC iniciam dentro de minutos;
˜ Reanimação precoce e adequada é fundamental para o aumento da sobrevida crianças trauma
SNC;
˜ Esforços coordenados podem evitar lesão secundária;
˜ Ventilação + oxigenação adequadas são tão essenciais no tratamento das LTC quanto a
prevenção hipotensão.
˜ Alteração no nível de consciência (período inconsciência não testemunhada);
˜ Amnésia do evento é comumente utilizada como substituta para a perda de consciência;
˜ Documentar estado neurológico basal, que deve incluir:
• Pontuação da Escala de Coma de Glasgow (modificada para pediatria)
• Reação pupilar
• Resposta ao estímulo sensitivo
• Função motora

AVALIAÇÃO:
1. Avaliação Primária:
a) Via aérea:
© Prioridade imediata + foco principal: manejo via aérea;
© Crianças tem occipício e língua relativamente maiores e a via
aérea anteriorizada:
© Maior risco de obstrução anatômica da via aérea em
comparação com os adultos.
© Estabilização manual coluna cervical é feita durante o
tratamento via aérea e mantida até imobilização cervical
adequada (dispositivo adequado ou toalhas enroladas).
© Colocação almofada/cobertor sobre o tronco da criança pode
diminuir a flexão aguda do pescoço e ajudar a manter a via
aérea pérvia.
b) Respiração:
© Ventilação com máscara e bolsa com alto fluxo (15
litros/minuto) de oxigênio a 100% provavelmente representa a
melhor escolha quando a criança traumatizada
necessita de ventilação assistida.
© Avaliação ventilação + reconhecimento precoce sinais
desconforto + assistência ventilatória são
fundamentais no tratamento:
˜ Taquipneia + aumento esforço/dificuldade pode
ser a primeira manifestação da IRA e choque;
˜ Respiração superficial ou movimento mínimo do tórax;
˜ Murmúrio vesicular diminuído ou irregular;
˜ Passagem ar pelo nariz/boca pode estar reduzida.
© O esforço ventilatório aumenta e pode incluir:
˜ Tiragem supraesternal, supraclavicular, subcostal ou intercostal;
˜ Uso de musculatura acessória;
˜ Distensão do abdômen com retração torácica.
© Avaliar efetividade ventilação a partir dos seguintes indicadores:
˜ Frequência e profundidade;
˜ Pele rosada = ventilação adequada;
˜ Pele escura, cinzenta, cianótica = oxigenação/perfusão inadequada;

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˜ Ansiedade, inquietação ou combatividade: sinais precoces de hipóxia;
˜ Letargia, rebaixamento NC ou inconsciência = sinais avançados hipóxia;
˜ Murmúrios vesiculares = profundidade das trocas;
˜ Chiados, estertores ou roncos = oxigenação ineficiente ;
˜ Oximetria decrescente e/ou capnografia decrescente= falência respiratória.
c) Circulação:
© Hemorragia externa deve ser rapidamente identificada e controlada pela compressão manual
direta durante a avaliação primária;
© Medida única da frequência cardíaca ou pressão arterial não reflete a estabilidade fisiológica;
© Medições em série + observações tendências de variação dos SV são essenciais para avaliar
a evolução do estado hemodinâmico da criança na fase aguda do trauma.
© Criança com lesão hemorrágica pode manter o volume circulante adequado ao aumentar a
resistência vascular periférica para manter a PA média.
© Evidencias clinicas desse mecanismo compensatório incluem:
˜ Aumento do tempo de enchimento capilar;
˜ Palidez ou manchas periféricas;
˜ Temperatura cutânea periférica fria;
˜ Diminuição da intensidade das pulsações periféricas.
d) Incapacidade:
© Após avaliação via aérea,
respiração e circulação, a avaliação
primaria realizar avaliação estado
neurológico.
˜ AVDI (Alerta, responde ao
estimulo verbal, responde ao
estímulo de Dor,
Inconsciência).
˜ Escala de Coma de Glasgow +
exame cuidadoso pupilas.

e) Exposição/ambiente:
© Crianças devem ser examinadas em busca de outras lesões potencialmente fatais; entretanto,
elas podem ficar assustadas durante as tentativas para retirar suas roupas.
© Uma vez que o exame para identificar outras lesões esteja completo, o doente pediátrico deve
ser coberto para preservar a temperatura corporal e evitar maiores perdas de calor, e
hipotermia.

Figura 16 – 11 Pontuação de trauma pediátrico


Componente +2 +1 -1
Tamanho Criança/adolescente > Criança pequena 11 – Bebê < 10kg
20kg 20 kg
Via aérea Normal Assistido: Máscara, Intubado: ETT,
cânula de O2 Cricotiroidostomia
Nível de Alerta Obtuso, perda de Coma, sem resposta
consciência consciência
Pressão arterial 90 mmHg 51 – 90 mmHg Pulso <50 mmHg Fraco ou sem pulso
sistólica de carótida, femoral
palpável
Fratura Nenhuma vista ou Fratura única fechada Fraturas expostas ou múltiplas
suspensa em qualquer lugar
Cutânea Sem ferimento visível Contusão, abrasão, Perda de tecido, qualquer
laceração <7 cm não ferimento por tiro de arma ou
pela fáscia facada pela fáscia

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Suporte básico de vida
Observações: A Pontuação do traumatismo pediátrico (PTS) é designada principalmente para funcionar
como uma lista de verificação. Cada componente pode ser avaliado pelo exame físico básico. A
avaliação de via aérea é designada para refletir a intervenção necessária para o atendimento eficaz.
Uma fratura exposta é classificada como – 1 para fratura e -1 para ferimento cutâneo. Sendo que a
observação clínica e a avaliação diagnóstica continuam, uma maior definição e reavaliação
estabelecerão uma tendência que prevê a gravidade do ferimento e o resultado potencial.
2. Avaliação Secundária (exame físico detalhado)
© Deve seguir a avaliação primária somente após as
condições de risco à vida terem sido identificadas e
tratadas.

a) Tratamento:
© Pontos chave para a sobrevida da criança
traumatizada:
˜ Avaliação cardiopulmonar rápida, o tratamento
agressivo e o transporte para um hospital pediátricos.
© Via aérea
© Objetivo principal:
˜ Reanimação inicial criança traumatizada é restabelecer oxigenação adequada tecidos o
mais rapidamente possível.
© Permeabilidade da via aérea deve ser garantida e mantida através da aspiração, manobras
manuais e dispositivos auxiliares de via aérea.

b) Respiração:
© Devido ao potencial de rápida deterioração e parada respiratória, a ventilação deve ser
assistida no caso de dispneia e aumento esforço ventilatório;
© Utilizar um dispositivo de bolsa e máscara de tamanho adequado com oxigênio reserva e de
alto fluxo para fornecer uma concentração de oxigênio entre 85% e 100%;
© Oximetria de pulso manter SatO2 níveis superiores a 95%.

c) Circulação:
© Controle da hemorragia externa;
© Sistema vascular pediátrico consegue manter uma PA normal até o colapso grave, quando não
há resposta à reanimação;
© Nos sinais choque hemorrágico os elementos chave para sobrevida são: reanimação volêmica
adequada + início rápido transporte para hospital adequado;
© Transporte não deve ser retardado para obter acesso vascular ou
para se administrar fluido IV.
© Acesso vascular
˜ Locais iniciais mais adequados para o acesso venoso (IV) são:
˜ Fossa antecubital (região anterior do antebraço na altura do
cotovelo);
˜ Veia safena na altura do tornozelo;
˜ Punção intraóssea.

PREVENÇÃO DE LESÕES COM


VEÍCULOS MOTORIZADOS:

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Atendimento pré-hospitalar nos distúrbios de consciência
INCONSCIÊNCIA
1. CONCEITO:
© Inconsciência é a perda da capacidade do indivíduo em reconhecer a sí mesmo, sem noção do
meio que o cerca (sem interação e reação).

1.2 CAUSAS DE INCONCIÊNCIA:


a) Lesões Estruturais: traumas (hematomas, contusão, concussão cerebral), AVC, metástases
cerebrais, crises convulsivas.
b) Causas sistêmicas: hipoglicemia, hiperglicemia, hipotóxicas (ICC, DPOC, hipovolemia), tóxicas
(monóxido de carbono, drogas e álcool).

1.3 QUANDO SUSPEITAR:


© Irresponsividade após estímulos externos * (verbais, táteis e/ou dolorosos)







1.4 CONDUTA:
a) Realizar a avaliação primária com ênfase para:
© Avaliar responsividade/comprovar a inconsciência
© Observar expansibilidade torácica e checar pulso carotídeo ou femoral
© Caso não sejam observados movimentos respiratórios nem pulso, iniciar RCP
© Na ausência de movimentos respiratórios e pulso presente, considerar obstrução de vias
aéreas (OVACE)
b) Na presença de movimentos respiratórios e pulso, prosseguir a avaliação primária com ênfase
para:
© Manter a permeabilidade da via aérea e ventilação adequada
© Oferecer O2 sob máscara não reinalante 10 a 15 l/mim se SatO2 < 94%
© Realizar avaliação através da Escala de Coma de Glasgow e a avaliação pupilar
c) Realizar avaliação secundária, com ênfase para:
© Coletar história SAMPLA
© Monitorar sinais vitais e oximetria
© Mensurar a glicemia capilar*
d) Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada
e) Aguardar a orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte para a unidade
de saúde

1.5 OBSERVAÇÕES:
© Considerar os 3 “S”: Segurança cena; Biossegurança e a Segurança do paciente.
© A inconsciência só poderá ser caracterizada após determinada a ausência de alerta/responsividade
após estímulos externos.
© Importante investigar:
˜ Ferimentos em lábios e/ou língua e presença de liberação de esfíncteres podem sugerir
estado pós-convulsivo.
˜ Obter informações de acompanhantes ou outras testemunhas.

1.6 ESCALA DE COMA DE GLASGOW:


© Determina as alterações do nível de consciência de uma forma global, possibilitando interpretar o
grau de disfunção cerebral.
© Usando os indicadores: abertura ocular, resposta verbal e resposta motora.
© 15 pontos reflete um indivíduo neurofisiologicamente normal.
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© Um escore de 8 ou menor é considerado como ponto crítico das alterações do nível de consciência
(coma)
© Sendo a menor pontuação possível 3, a qual é compatível com, porém, não necessariamente
indicativo de morte cerebral.

1.7 AVALIAÇÃO PUPILAR:


àTamanho
àSimetria
àReflexo motor (Luz)

1) Isocóricas: Pupilas com diâmetros iguais

2) Midríase: Aumento do diâmetro pupilar (déficit de oxigenação


cerebral, provável lesão em ambos hemisférios cerebrais)

3) Miose: Diminuição do diâmetro pupilar. Deve ocorrer normalmente


como reação à luz (provável choque anafilático, overdose, intoxicação
grave)

4) Anisocoria: Pupilas com diâmetro desigual (provável lesão cerebral)

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acidente vascular cerebral:
1. CONCEITO
© Refere-se a qualquer anormalidade funcional do SNC, que ocorra quando se rompe o aporte
sanguíneo normal para o cérebro.
© Pode envolver uma artéria ou uma veia.
© Por oclusão parcial ou completa ou ainda por
laceração da parede de um vaso.

2. EPIDEMIOLOGIA:
© Não-hemorrágico - Isquêmico (85%)
˜ Trombose, embolia, isquemia
© Hemorrágico (15%)
˜ Ruptura de um vaso sanguíneo cerebral
˜ Com sangramento para dentro do tecido
˜ Cerebral ou dos espaços que circundam o cérebro)

3. ETIOLOGIA:
© Pode ser causada por:
˜ Arteriosclerose (AVCI)
˜ Alterações hipertensivas – HAS (70% AVCH)
˜ Malformações arteriovenosas e aneurismas
˜ Embolia

4. RISCOS:
© Riscos não modificáveis:
˜ Idade, raça, sexo, história familiar de AVCI ou AVCH.
© Riscos modificáveis:
˜ Doença coronariana, HAS, DM, arritmia cardíaca (FA), estenose de carótida assintomática, ICC,
tabagismo, dislipidemia, obesidade, sedentarismo.

2.5 QUANDO SUSPEITAR:


© Pode apresentar-se com uma grande variedade de sinais e
sintomas, dependendo do local e da intensidade do sangramento
ou isquemia.
˜ Início súbito de déficits neurológicos focais, especialmente de
um lado do corpo (paresia, paralisia ou perda de expressão
facial e/ou desvio de rima labial; e paresia, plegia e/ou
parestesia).
˜ Distúrbios da fala (afasia, disartria).
˜ Alterações pupilares e ptose palpebral (lado da lesão).
˜ Alterações nível de consciência (de confusão a completa
irresponsividade)
˜ Ocorrência de crise convulsiva (primeiro episódio) sem história
prévia de trauma ou episódio anterior
˜ Cefaleia súbita e intensa sem causa conhecida
˜ Vômito
˜ Alteração visual súbita (parcial ou completa)
˜ Vertigem ou perda do equilíbrio ou da coordenação motora
˜ Dificuldade súbita para deambular

2.6 CONDUTA:
a) Realizar avaliação primária com ênfase para:
© Manter a permeabilidade das vias aéreas e ventilação adequada
© Avaliar estado neurológico: Escala de Cincinnati, Escala de Coma de Glasgow, reação pupilar -
AVALIAR déficit NEUROLÓGICO
© Manter decúbito elevado (35 a 45 graus)

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© Manter decúbito lateral em caso de paciente inconsciente e aspirar orofaringe, se necessário
(PLS)

b) Realizar avaliação secundária com ênfase para:


© Aferir a temperatura corporal
© Monitorar PA e oximetria de pulso
© Mensurar a glicemia capilar
© Realizar entrevista SAMPLA
© Determinar a hora do início dos sintomas e sinais (IMPORTANTE PARA O TRATAMENTO-
trombolítico venoso até 3 horas após início dos sintomas – AVCI)

c) Oferecer O2 sob máscara não reinalante 10 a 15 l/mim se SatO2 < 94%.


d) Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada.
e) Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte para a unidade de
saúde.

2.7 OBSERVAÇÕES:
© Considerar os 3 “S”: Segurança cena; Biossegurança e a Segurança do paciente.
© Escala pré-hospitalar de AVC de Cincinnati: (assimetria facial, debilidade dos braços e fala
anormal)
© A presença de anormalidade em um dos parâmetros avaliados leva a 72% de probabilidade de
ocorrência de um AVC. Na presença de anormalidade nos 3 parâmetros, a probabilidade é superior
a 85%.

ESCALA PRÉ-HOSPITALAR DE AVC DE


CINCINNATI:
Se qualquer 1 desses sinais for anormal a
probabilidade
de AVC é de 72%

crise convulsiva:
1. CONCEITO:
© São movimentos musculares súbitos e incoordenados, involuntários e paroxísticos que ocorrem de
maneira generalizada ou apenas em segmentos do corpo.

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2. TIPOS FUNDAMENTAIS:
a) Convulsões tônicas:
© Caracterizam-se por serem mantidas permanentes,
e imobilizarem as articulações

b) Convulsões clônicas:
© São movimentos rítmicos, alternando-se contrações
e relaxamento musculares em ritmo mais ou menos
rápido

Compreendem condições clínicas diversas, mas têm um denominador em comum: Descargas


bioelétricas originadas em alguma área cerebral com imediata estimulação motora

3. CLASSIFICAÇÃO:
a) Crises convulsivas focais:
© Os movimentos ficam restritos a um segmento ou a um dos lados do corpo
b) Crises convulsivas generalizadas:
© A atividade eletrofisiológica anormal atinge ambos os hemisférios simultânea e
sincronicamente.
© Raramente ultrapassa 5 minutos de duração.
© Sendo a mais comum das manifestações.
© Perda abrupta da consciência + queda ao solo.
© Fase de enrijecimento global (fase tônica).
© Substituída por contrações musculares sucessivas, generalizadas e intensas (fase clônica).
© Após 2 a 5 minutos a crise cessa.
© Fase de relaxamento total e sono profundo (dificilmente é despertado).
© Acorda após algum tempo sem noção do que aconteceu (confuso).
© Início não abrupto = paciente percebe a instalação da crise (AURA*) precedida de:
˜ Parestesias, piloereção e desvio ˜ Desconforto retroesternal
forçado da cabeça ˜ Psíquico (dejà vu; medos)
˜ Dor abdominal e sensação ˜ Alucinações olfativas / gustativas
gástrica crescente

4. SINAIS E SINTOMAS DURANTE O EPISÓDIO CONVULSIVO:


© Cianose © Mordedura da língua
© Sialorréia © Ferimentos diversos
© Incontinência dos esfíncteres

5. QUANDO SUSPEITAR:
© Súbita perda da consciência, acompanhada de contrações musculares involuntárias, cianose,
salivação intensa, lábios e dentes cerrados.
© Eventual liberação esfincteriana caracterizada por incontinência fecal e urinária.
© Na fase pós-convulsiva: sonolência, confusão mental, agitação, flacidez muscular e cefaleia, sinais
de liberação esfincteriana.

6. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
© Síncope © Ataque de pânico
© Tetania © Crise histérica
© Isquemia cerebral focal

7. COMPLICAÇÕES:
© Ferimentos durante a crise (queimaduras, © Afogamento
quedas) © Morte
© Broncoaspiração de vômito (pneumonia e
insuficiência respiratória)
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Suporte básico de vida

8. CONDUTA:
a) Realizara avaliação primária com ênfase para:
© Avaliar responsividade
© Aspirar secreções se necessário
© Manter permeabilidade de vias aéreas
© Manter Posição Lateral de Segurança (PLS) (vômito)
© Oferecer O2 sob máscara não reinalante, 10 a 15 l/min se SatO2 < 94%.

b) Realizar avaliação secundária com ênfase para:


© Monitorar oximetria de pulso e sinais vitais
© Mensurar glicemia capilar
© Coletar história SAMPLA
© Proteger o paciente para evitar traumas adicionais, principalmente na cabeça. Afastar de
lugares perigosos (piscinas, objetos cortantes)
© Retirar objetos pessoais (óculos, colares)
c) Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada.

d) Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte para a


unidade de saúde.

O que não fazer:


© Não jogar água no rosto da vítima
© Não oferecer nada para cheirar durante
a crise
© Evite dar alimentos ou líquidos no
período pós-ictal (sonolência, dor de
cabeça, confusão mental e redução
reflexos de tosse e deglutição)
© Não introduza a mão ou objetos que
possam ser deglutidos na cavidade
oral.

OBSERVAÇÕES:
© Considerar os 3 “S”: Segurança cena,
Biossegurança e a Segurança do
paciente.
© Anotar sempre a frequência, a duração e as características da crise, quando presenciadas ou obter
junto aos circundantes e/ou testemunhas, quando a crise não for presenciada pela equipe.
© Cuidado com medidas intempestivas para evitar a mordedura da língua e lesões dentárias, com
consequente hemorragia potencialmente perigosa.

SÍNCOPE
1. CONCEITO:
© Perda súbita e transitória (segundos a minutos) da consciência
© Manifestações prodrômicas mais evidentes
© Acompanhada de perda do tônus postural
© Causada por insuficiente fluxo sanguíneo cerebral
© Seguida de recuperação sem adoção de medidas de reanimação

2. CLASSIFICAÇÃO:
a) Lipotímia/Vertigem:
© É uma sensação iminente de perda da consciência
b) Desmaio:

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Suporte básico de vida
© Perda parcial ou total da consciência por qualquer causa, seja ela devido a uma síncope ou
crise epiléptica

3. CAUSAS:
© Neurogênica: © Alterações Metabólicas:
˜ Vasovagal, hipotensão postural ˜ Hipo ou hiperglicemia
© Cardiovascular: © Transtornos Psiquiátricos:
˜ Arritmias, obstrução fluxo sanguíneo ˜ Histérica

Síncope vasovagal:
© Mais comum em jovens. Perda de consciência é geralmente precedida por:
˜ Mal-estar
˜ Náuseas
˜ Sudorese e Palidez Manifestações Prodrômicas
˜ Visão embaçada
˜ Desconforto epigástrico
© Precipitada/associada ao:
˜ Medo
˜ Estresse emocional Importante: vítima não se movimenta/musculatura
˜ Ambiente quente relaxada, controle esfincteriano mantido e pupilas
˜ Lugar fechado dilatadas
˜ Visão de sangue
˜ Dor
Síncope da tosse:
© Pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)
˜ Crianças após acesso de tosse paroxística
• Difteria: doença respiratória infectocontagiosa, causada pelo bacilo Corynebacterium
diphtheriae, se instala nas amídalas, faringe, laringe, mucosas e na pele
• Laringite: inflamação da laringe, região das vias aéreas onde ficam localizadas as cordas
vocais
Síncope por hipotensão postural (Síncope ortostática)
© Pode ocorrer em indivíduos normais que permanecem de pé durante muito tempo (posição fixa) ou
Que se levantam rapidamente após longa permanência em decúbito horizontal (pacientes no leito
por muito tempo)

Síncope Cerebrovascular:
© Doenças cerebrovasculares raramente levam à síncope, mas, quando ocorre, geralmente é
decorrente da oclusão de artérias do sistema vertebrobasilar.
Síncope de origem metabólica:
© Hiperventilação - alcalose respiratória - ocorre principalmente em mulheres jovens tensas e
ansiosas (devido a redução do CO2 circulante e consequente vasoconstrição cerebral).
Síndrome cardiovascular:
© Pode ser causada por diminuição da pré-carga, por obstrução do fluxo sanguíneo e por diminuição
do inotropismo (propriedade do coração em se contrair ativamente).
Síncope histérica:
© Em geral ocorre sob circunstâncias dramáticas.
© Não há alterações no P - PA ou na coloração da pele.

4. CONDUTA:
a) Avaliar as circunstâncias relacionadas ao episódio como:
© Fatores precipitantes © Duração da perda de consciência
© Atividade e posição do paciente © Confusão após evento
© Sintomas que precederam a síncope
b) Verificar as circunstâncias relacionadas ao episódio quanto a:
© Ferimentos na boca
© Incontinência esfincteriana
© Identificar medicamentos em uso (fármacos de ação cardiovascular)
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Suporte básico de vida
Informações de testemunhas podem ser úteis

c) Colocar a vítima com a cabeça abaixada entre os joelhos ou deitado com as pernas elevadas
d) Afrouxar as roupas apertadas, principalmente no colarinho

® Na síncope vasovagal, orientar a fim de evitar situações que favoreçam vasodilatação


© Ambientes de banhos muito quentes © Bebidas alcoólicas
© Jejum prolongado © Excitação emocional
© Fadiga











® Na Hipotensão postural: Alertar sobre o risco em levantar-se bruscamente do leito. Ensinar a:
© Exercitar as pernas por alguns segundos, ainda deitado.
© Permanecer sentado na beira do leito durante 2 ou 3 minutos.
© Levantar quando não apresentar nenhum sintoma pré-sincopal.

5. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Importante J
© Crise epiléptica/Convulsiva:
˜ Início é + súbito e, se houver aura, dura segundos antes da perda de consciência
˜ Instalação da síncope é + gradual e as manifestações prodrômicas são + evidentes
˜ Crise convulsiva: movimentos tônico-clônico, incontinência esfincteriana + mordedura de
língua, retorno da consciência é lento.
• Convulsão, cefaleia e sonolência são frequentes na fase pós-convulsão
˜ Síncope: Retorno da consciência é rápido

6. COMPLICAÇÕES:
© Fraturas ou outros traumatismos devido a quedas, em especial nos idosos

Hiperglicemia
1. CONCEITO:
© Consiste na quantidade excessiva de glicose circulante no plasma sanguíneo.
© O jejum é definido como a falta de ingestão calórica por no mínimo 8 horas.
© Glicemia casual é aquela realizada a qualquer hora do dia, sem se observar o intervalo desde a
última refeição.

TOTG: Teste oral de tolerância à glicose

2. SINAIS E SINTOMAS:
© Os sintomas clássicos de hiperglicemia são: poliúria, polidipsia, polifagia e perda involuntária de
peso (os “4 Ps”).

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Suporte básico de vida
© Outros sintomas que levantam a suspeita clínica são:
˜ Fadiga
˜ Fraqueza
˜ Letargia
˜ Prurido cutâneo e vulvar,
balanopostite e infecções de
repetição.
˜ Complicações crônicas como
neuropatia, retinopatia ou doença
cardiovascular aterosclerótica,
Insuficiência renal crônica.
Entretanto o diabetes é assintomático em uma proporção significativa dos casos, ocorrendo a suspeita
clínica a partir de fatores de risco para o diabetes e os sinais e sintomas apresentados pelo paciente

3. QUANDO SUSPEITAR:
© Glicemia capilar > 250 mg/dl;
˜ Acompanhada de sinais e sintomas como: fadiga, náuseas, hálito cetônico, vômitos,
polidipsia, poliúria e rebaixamento da consciência (confusão, inconsciência e até convulsões).
© Glicemia capilar > 600 mg/dl;
˜ Acompanhada de sinais e sintomas como: alteração variável no nível de consciência
(confusão, inconsciência e até convulsões)
˜ Sinais de desidratação importante (olhos encovados, pele seca, diminuição do turgor e
alteração de sinais vitais).

4. CONDUTA:
a) Realizar avaliação primária com ênfase para:
© Avaliar responsividade
© Proteger vias aéreas e avaliar capacidade ventilatória
b) Realizar avaliação secundária com ênfase para:
© Coletar história SAMPLA
© Mensurar glicemia capilar
© Monitorar oximetria de pulso e sinais vitais
© Avaliar hidratação/estado volêmico
c) Oferecer O2 suplementar por máscara não reinalante 10 a 15 l/min se SatO2 < 94%.
d) Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada.
e) Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte para a unidade de
saúde.

Hipoglicemia:
1. CONCEITO:
© Estado metabólico caracterizado por níveis de glicose plasmática inferiores a 60mg/dl.

2. CAUSAS:
© Dose excessiva de insulina © Ingestão abusiva de álcool
© Reduzida ingesta de carboidratos © Insuficiência renal
© Aumento do consumo periférico de
glicose

3. SINAIS E SINTOMAS:
© Turvação visual © Sonolência
© Cefaléia © Dificuldade de concentração
© Tremor © Confusão mental
© Ansiedade © Convulsão
© Parestesia © Coma
© Lentificação do pensamento

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Suporte básico de vida

4. QUANDO SUSPEITAR:
© Glicemia capilar < 60 mg/dL
© Sinais e sintomas de hipoglicemia como: tremores, sudorese, palidez, taquicardia, tonturas,
cefaleia, fraqueza, parestesias, distúrbios visuais e rebaixamento da consciência (de confusão
mental à convulsões e inconsciência).

5. CONDUTA:
a) Realizar avaliação primária com ênfase para:
© Verificar responsividade
© Permeabilizar as vias aérea
b) Realizar avaliação secundária com ênfase para:
© Coletar história SAMPLA
© Mensurar glicemia capilar e oximetria

c) Tratamento da crise hipoglicêmica:


© Na crise hipoglicêmica leve a moderada com consciência preservada:
˜ Ingerir 10 a 15g de hidrato de carbono de absorção rápida (1 copo de suco de laranja ou
de refrigerante, ou 1 colher das de sopa, de mel, ou 4 colheres das de chá de açúcar).
© Na crise grave torpor, inconsciência, convulsões ou coma:
˜ Administrar glicose via endovenosa
d) Oferecer O2 por máscara não reinalante 10 a 15 l/min se SatO2 < 94%.
e) Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada.
f) Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte para a unidade de
saúde.

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Suporte básico de vida
Trauma geriátrico
EPIDEMIOLOGIA:

Mundo/EUA:
© Estimativas da ONU prevê que o número global de pessoas com mais de 60 anos está próximo aos
800 milhões (11% da população mundial)
© Projeta um aumento de mais de 2 bilhões até 2050 (22% da população mundial)
© 13,3% da população possui 65 anos de idade ou mais (41 milhões).
© Representa o grupo etário que cresce mais rapidamente.
© Os idosos consomem mais 1/3 dos recursos de saúde EUA.

Brasil:

Fatores associados a aumento de idosos:


© Aumento da expectativa de vida © Redução da taxa de natalidade
© Melhora da qualidade de vida © Aumento dos custos com a saúde

INTRODUÇÃO
Especificidades no atendimento ao idoso:
© Meia idade:
˜ 50 a 64 anos de idade
© Idade tardia:
˜ 55 a 79 anos de idade
© Idade avançada:
˜ 80 anos de idade ou mais
© As alterações fisiológicas do envelhecimento ocorrem ao longo de todo período e variam entre os
indivíduos.
© O aumento da idade esta associado a múltiplas condições clínicas preexistentes, o que complica a
recuperação decorrente de traumas
© A abordagem ao paciente idoso inclui o reconhecimento dessas comorbidades
© O idoso traumatizado apresenta desafios específicos no atendimento pré-hospitalar e hospitalar.
© Superados apenas pelos desafios encontrados nos atendimentos de bebes.
© A doença súbita e o trauma no paciente idoso representam níveis de cuidados diferentes do
atendimento pré-hospitalar de pacientes mais jovens.
© O atendimento ao idoso representa maior de dificuldades na avaliação e manejo.
© Estudo realizado nos EUA ao comparar 3.800 pacientes com > 65 anos com 43 mil pacientes com
idade <65 anos, demonstrou que a mortalidade aumentou entre 45 e 55 anos e duplicou em torno dos
75 anos.
© O risco de morte ajustado para a idade, sugere que ferimentos que poderiam ser facilmente tolerados
por pacientes mais jovens podem resultar em morte de pacientes com a idade avançada.
© A avaliação no local pode levar muito mas tempo do que a avaliação de um paciente mais jovem,
decorrente da dificuldade de avaliação decorrente das deficiências sensoriais (audição e visão,
senilidade e alterações fisiológicas)

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Suporte básico de vida
Causas da mortalidade no idoso vítima de trauma:
© O trauma é a quarta causa de morte em pessoas com 55 a 64 anos e a nona
entre as pessoas com >65 idade (25% de todas as mortes)
© As quedas são a causa predominante de morte por trauma nos pacientes com
mais de 75 anos de idade.
© As lesões por escaldadura contribuem com grande porcentual de queimaduras
nos pacientes com mais de 65 anos.
© Considerados “alvos fáceis” para crimes.
© Quando vítimas de crimes ou abuso, podem sofrer traumas graves mais
facilmente

ANATOMIA FISIOLÓGICA DO ENVELHECIMENTO:


© Com o envelhecimento, ocorrem alterações:
˜ Na estrutura física
˜ Na composição corporal
˜ No funcionamento orgânico do corpo
© Maior dificuldade de manter a homeostase “Reversão
Biológica”
© Fragilidade
© Pele enrugada
© Mudança na cor e quantia de cabelo
© Declínio da acuidade sensorial
© Diminuição de energia
© Lentidão no tempo de reação e reflexos
© Osteoartrite
© Processos cognitivos mais lentos
© Alterações psicológica
© Surgimento doenças crônicas/degenerativa

1. Influência das doenças crônicas:


© Maior probabilidade de desenvolver uma ou mais doenças
significativas.
© Episódios agudos podem causar alterações crônicas.
© Atendimento médico adequado pode controlar essas doenças.
© Redução da qualidade das funções vitais do organismo.
2. Ouvidos, nariz e garganta:
© Deterioração dos dentes e doenças periodontais:
˜ Corpos estranhos: coroas, pontes fixas/móveis soltas e
dentaduras.
© Fragilidade do tecido nasofaríngeo
© Alteração do contorno da face dificulta:
˜ Vedação da máscara de ventilação
˜ Visualização da via aérea na intubação traqueal
3. Sistema Respiratório:
© Função ventilatória comprometida devido a(o):
˜ ↓ capacidade da expansão e contração da caixa torácica
˜ ↓ capacidade de saturação da hemoglobina pelo O2
˜ ↓ Área de superfície alveolar (4% a cada década)
˜ Modificação na curvatura da coluna vertebral

Como consequência o idoso traumatizado é menos capaz de compensar as perdas


fisiológicas associadas ao trauma.
4. Sistema Cardiovascular:
© Doenças de sistema cardiovascular principal causa de morte
© ↓ elasticidade arterial à ↑ da RVP
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Suporte básico de vida
© ↓ do DC em até 50% à Insuficiência cardíaca
© ↓ do volume circulante total
© ↓ da capacidade de compensar hipovolemia
© Aumento TEC
© Arteriosclerose à Hipertensão arterial
© PA basal > idosos do que em jovens
© Hipertrofia miocárdica

5. Sistema Nervoso:
© Redução:
˜ Peso cerebral (↓10% aos 80 anos)
˜ Número de neurônios
˜ Velocidade de condução dos impulsos nervosos
© Aumento do espaço intracraniano:
˜ Proteção
˜ Aumento do líquido cefalorraquidiano
IMPORTANTE: ao avaliar um idoso traumatizado deve-se levar
em consideração as alterações na atividade mental como
decorrente do 11
6. Audição:
© Cerca de 28% têm diminuição na audição
(Atribuída à perda da condução do som para o ouvido
interno)
© Parcialmente compensada com o uso de aparelhos

7. Visão:
© Cerca de 13% apresentam diminuição na visão
© Diversos fatores:
˜ Opacidade do cristalino
˜ Dificuldade em diferenciar cores e visão noturna
˜ Presbiopia
˜ Diminuição da produção de lágrimas
˜ Catarata

8. Percepção da dor:
© Naturalmente diminuída
© Dores crônicas (como artrite) podem tornar o idoso
tolerante
© Na avaliação:
˜ Identificar a área de aumento da dor.
˜ Estar atento se as características ou fatores de
exacerbação da dor mudaram após o trauma

9. Sistema Renal:
© Redução dos níveis de filtração pelos rins.
© Redução da capacidade de excreção.
© Disfunção renal piora a saúde como um todo.
© Atenção especial na resposta do sistema renal a reposição de volume.
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Suporte básico de vida
10. Sistema Musculoesquelético:
© Perda óssea é mais rápida em mulheres: maior incidência de osteoporose e fratura de quadril.
© Achatamento dos discos vertebrais e cifose: diminuição de estatura.











© Redução: © Resultado:
˜ Níveis absolutos dos hormônios de ˜ Redução na massa muscular magra
crescimento ˜ Maior predisposição a quedas e
˜ Atividade Física fraturas
˜ Responsividade aos hormônios de
crescimento

© Calcificação dos ligamentos de suporte: redução amplitude do
movimento.
© Estreitamento do canal medular: aumento do risco de lesão
vertebromedular

11. Pele:
© Diminuição:
˜ Do número de células
˜ Força tecidual e elasticidade
˜ Resistência a pequenas lesões e microorganismos
˜ Na cura de feridas
˜ Tecido adiposo
˜ Glândulas sudoríparas, sebáceas
˜ Produção de melanina

Imobilização prolongada do idoso sem acolchoamento adequado pode resultar em necrose tecidual,
úlceras e dor.

12. Sistema Imunológico:


© Atrofia dos órgãos de resposta imune (timo, fígado e baço)
© Redução das respostas celulares e humorais
© Aumento na frequência de infecções
© Sepse: causa mais comum de morte tardia após trauma em
idosos

13. Nutrição:
© Diminuição na taxa metabólica
© Redução na demanda de calorias
© Possível aumento nas necessidades proteicas
© Consequência: importante perda de massa muscular magra

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Suporte básico de vida
AVALIAÇÃO:
© Mesmo método utilizado para todos os traumatizados
© A primeira consideração deve ser o mecanismo de trauma

Avaliação Primária:
© Abertura de via aérea (busca por corpo estranho)
© Respiração (redução do volume corrente, FR e expansão torácica)
© Circulação (importante ter o parâmetro basal (PA e FC), medicações utilizadas. O aumento do TEC
comum decorrente de problemas respiratórios crônicos ou doença arterial periférica)
© Neurológico (levar em consideração as alterações nível de consciência podem ser decorrentes do
trauma – importante saber o parâmetro normal). A avalição deve ser realizada com perguntas
cuidadosas e completas.
© Exposição/Ambiente (mais suscetíveis as mudanças ambientais). Produzem menos calor e com
redução do tecido adiposo.

Avaliação Secundária: Histórico e exame físico detalhado


© Considerações:
˜ Avaliação realizada da mesma forma a pacientes jovens.
˜ Diversos fatores associados ao envelhecimento podem dificultar a avaliação.
˜ Levando o socorrista a precisar de mais tempo do que o normal.
© Fatores que dificultam o atendimento:
˜ Comunicação
• Maior paciência em decorrência aos déficits associados à idade
• Alternar questões específicas com gerais
• Pode ser necessário o envolvimento de uma pessoa próxima
• Prestar atenção aos déficits de audição, visão, compreensão e movimentação
˜ Mudanças fisiológicas
• Febre, dor ou sensibilidade podem levar mais tempo para se instalar
• Após o trauma, apresentam diminuição do débito cardíaco e hipóxia
• Dê um aperto de mão no paciente para avaliar: força da mão, turgor da pele e temperatura
corpórea
• Avaliar o estado nutricional
˜ Fatores ambientais
• Examinar: situações que não se encaixem na cena
* Aparência/asseio
* Onde foi encontrado
* Indícios de abuso ou negligência
* Combinação do traje
* Consegue cuidar de si próprio
* O ambiente (se doméstico) está limpo, organizado
˜ Uso de medicamentos e doenças crônicas
• Saber as medicações utilizadas e a doença crônica fornece informações importantes que
direcionam o APH.
• Importante resgatar os medicamentos utilizados como: betabloqueadores, anticoagulantes,
hipoglicemiantes (orais ou insulina).
• Muitas doenças podem predispor idosos a eventos traumáticos:
* Doenças convulsivas
* Choque insulínico em pacientes com diabetes mellitus
* Síncope associada a medicamentos anti-hipertensivos
* Arritmia cardíaca associada a síndrome coronária aguda e AVC

Essas informações devem ser repassadas a unidade de destino



BIOMECÂNICA DO TRAUMA
Agressão e abuso doméstico:
© Responsáveis por mais de 10% das internações de idosos traumatizados

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Suporte básico de vida
© Estima-se que apenas 15% dos casos sejam denunciados às autoridades
© Queixas de abuso e negligência estão aumentando entre idosos
© Fatores que aumentam a probabilidade de sofrer abusos:
˜ Idade >65 anos, principalmente mulheres >75 anos
˜ Fragilidade
˜ Demência
˜ Doenças crônicas
˜ Alterações do ciclo sono/vigília, sonambulismo, terrores noturnos
˜ Incontinência fecal e urinária
˜ Dependência de terceiros para atividades diárias
© O abuso pode ser físico, psicológico, financeiro, sexual ou autoinfligido
© Os sinais: óbvios como marcas de agressão, ou sutis, como má nutrição e higiene
© Muitos doentes que sofrem abuso são coagidos a fazer falsos testemunhos, temendo represálias

Trauma envolvendo veículos:


© Principal causa de morte na faixa etária de 65 aos 74 anos
© Chance de lesão fatal cinco vezes maior do que em jovens
© Representam mais de 20% de todas as vítimas pedestres fatais

Queimaduras:
© Taxa de morte 7 vezes maior do que em vítimas jovens
© Diminuição de acuidade visual e auditiva e percepção da dor: maior vulnerabilidade a incêndios
© Colapso vascular e infecção são causas comuns de morte por queimaduras

Lesão cerebral traumática:


© Combinação de trauma cranioencefálico e choque hipovolêmico aumenta a taxa de mortalidade
© Doenças preexistentes podem ser causa de alteração no NC

Vias Aéreas:
© Dentaduras geralmente devem ser mantidas para
maior fixação da máscara
© Próteses dentárias devem ser removidas para
evitar OVA
© Ventilação mecânica precoce deve ser
considerada devido à limitação de reservas
fisiológicas no paciente idoso

TRATAMENTO:
Vias aéreas
© Administrar O2 precocemente
© Manter a SatO2 acima de 95%
© Pode ser necessário aumentar a força aplicada no ressuscitador manual (ambú)

Circulação:
© Sinais vitais não são um bom indicador de choque no idoso
© Pouca tolerância a perdas sanguíneas: (volume sanguíneo reduzido, doenças do coração
preexistentes, possível anemia crônica)
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Suporte básico de vida
© Controle precoce de hemorragias por compressão direta, estabilização e imobilização de fraturas e
transporte rápido são essenciais

Imobilização:
© Atentar a pontos de pressão na estabilização na prancha
© Providenciar acolchoamento adicional
© Cuidar na colocação do colar cervical para que não comprima via aérea nem carótidas

Controle da temperatura:
© Observar atentamente quanto a hipotermia e hipertermia

TRANSPORTE PROLONGADO:
© Reavaliar sinais vitais
© Controlar temperatura
HIPOTERMIA à METABOLISMO ANAERÓBICO à ACIDOSE à CHOQUE
© Após controle de hemorragias: reposição volêmica deverá ser titulada pela resposta fisiológica à evitar
sobrecarga de volume
© Uso de prancha longa: ­ risco de lesão cutânea de decúbito
© Considerar avaliação e liberação da coluna vertebral ou rolamento
em bloco
© Se a instituição for longe: considerar uso de pranchas de baixa
pressão
© Considerar uso de transporte aeromédico

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