Você está na página 1de 24

AUDITORIA

f. Normas Comentadas

NBC TA 200

Auditoria de demonstrações contábeis

3. O objetivo da auditoria é aumentar o grau de confiança nas


demonstrações contábeis por parte dos usuários. Isso é alcançado mediante a
expressão de uma opinião pelo auditor sobre se as demonstrações contábeis
foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com uma
estrutura de relatório financeiro aplicável. No caso da maioria das estruturas
conceituais para fins gerais, essa opinião expressa se as demonstrações contábeis
estão apresentadas adequadamente, em todos os aspectos relevantes, em
conformidade com a estrutura de relatório financeiro. A auditoria conduzida em
conformidade com as normas de auditoria e exigências éticas relevantes capacita
o auditor a formar essa opinião (ver item A1).
O relatório emitido pelo Auditor aumenta o grau de confiança dos usuários em
relação ao conjunto das DCs.

4. As demonstrações contábeis sujeitas à auditoria são as da entidade,


elaboradas pela sua administração, com supervisão geral dos responsáveis
pela governança. As NBCs TA não impõem responsabilidades à administração
ou aos responsáveis pela governança e não se sobrepõe às leis e regulamentos
que governam as suas responsabilidades. Contudo, a auditoria em conformidade
com as normas de auditoria é conduzida com base na premissa de que a
administração e, quando apropriado, os responsáveis pela governança têm
conhecimento de certas responsabilidades que são fundamentais para a condução
da auditoria. A auditoria das demonstrações contábeis não exime dessas
responsabilidades a administração ou os responsáveis pela governança
A responsabilidade pela elaboração das DCs, bem como pela prevenção de erros
e de fraudes, são da governança e da administração da entidade.

5. Como base para a opinião do auditor, as NBCs TA exigem que ele obtenha
segurança razoável de que as demonstrações contábeis como um todo
estão livres de distorção relevante, independentemente se causadas por
fraude ou erro. Asseguração razoável é um nível elevado de segurança. Esse
nível é conseguido quando o auditor obtém evidência de auditoria apropriada e

24
AUDITORIA

suficiente para reduzir a um nível aceitavelmente baixo o risco de auditoria (isto


é, o risco de que o auditor expresse uma opinião inadequada quando as
demonstrações contábeis contiverem distorção relevante). Contudo, asseguração
razoável não é um nível absoluto de segurança porque há limitações inerentes
em uma auditoria, as quais resultam do fato de que a maioria das evidências de
auditoria em que o auditor baseia suas conclusões e sua opinião, é persuasiva e
não conclusiva (ver itens A28 a A52).
O auditor nunca dá garantia de 100%.O que ele faz é atestar a segurança
razoável sobre a inexistência de distorções relevantes.

6. O conceito de materialidade é aplicado pelo auditor no planejamento e na


execução da auditoria, e na avaliação do efeito de distorções identificadas sobre
a auditoria e de distorções não corrigidas, se houver, sobre as demonstrações
contábeis (NBC TA 320 – Materialidade no Planejamento e na Execução da
Auditoria, e NBC TA 450 – Avaliação das Distorções Identificadas durante a
Auditoria). Em geral, as distorções, inclusive as omissões, são consideradas
relevantes se for razoável esperar que, individual ou conjuntamente, elas
influenciem as decisões econômicas dos usuários tomadas com base nas
demonstrações contábeis. Julgamentos sobre a materialidade são estabelecidos
levando-se em consideração as circunstâncias envolvidas e são afetadas pela
percepção que o auditor tem das necessidades dos usuários das demonstrações
contábeis e pelo tamanho ou natureza de uma distorção, ou por uma combinação
de ambos. A opinião do auditor considera as demonstrações contábeis como um
todo e, portanto, o auditor não é responsável pela detecção de distorções que
não sejam relevantes para as demonstrações contábeis como um todo.
Materialidade é um conceito muito importante em auditoria. É determinada pelo
auditor e nunca é um cálculo mecânico, simplesmente matemático. Além disso,
pode ser revista ao longo do trabalho.

7. As NBCs TA exigem que o auditor exerça o julgamento profissional e


mantenha o ceticismo profissional ao longo de todo o planejamento e na
execução da auditoria e, entre outras coisas:
• Identifique e avalie os riscos de distorção relevante,
independentemente se causados por fraude ou erro, com base no
entendimento da entidade e de seu ambiente, inclusive o controle interno da
entidade.
• Obtenha evidência de auditoria apropriada e suficiente para concluir

25
AUDITORIA

se existem distorções relevantes por meio do planejamento e aplicação de


respostas (procedimentos de auditoria) apropriadas aos riscos avaliados.
• Forme uma opinião a respeito das demonstrações contábeis com base
em conclusões obtidas das evidências de auditoria obtidas.

8. A forma da opinião expressa pelo auditor depende da estrutura de relatório


financeiro aplicável e de lei ou regulamento aplicáveis (ver itens A12 e A13).

9. O auditor também pode ter outras responsabilidades de comunicação e de


relatório, perante os usuários, a administração, os responsáveis pela governança
ou partes fora da entidade, a respeito dos assuntos decorrentes da auditoria.
Essas outras responsabilidades podem ser estabelecidas pelas NBCs TA, por lei
ou regulamento aplicável, como, por exemplo, NBC TA 260 – Comunicação com
os Responsáveis pela Governança, e item 43 da NBC TA 240 que trata da
responsabilidade do auditor em relação a fraude, no contexto da auditoria de
demonstrações contábeis.

Data de vigência

10. Esta Norma é aplicável para auditorias de demonstrações contábeis para


períodos iniciados em ou após 1º de janeiro de 2010.

Objetivos gerais do auditor

11. Ao conduzir a auditoria de demonstrações contábeis, os objetivos gerais do


auditor são:
(a) obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis como um
todo estão livres de distorção relevante, independentemente se causadas por
fraude ou erro, possibilitando assim que o auditor expresse sua opinião sobre se
as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes,
em conformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável; e
(b) apresentar relatório sobre as demonstrações contábeis e comunicar-se
como exigido pelas NBCs TA, em conformidade com as constatações do auditor.

26
AUDITORIA

12. Em todos os casos em que não for possível obter segurança razoável e a
opinião com ressalva no relatório do auditor for insuficiente nas circunstâncias
para atender aos usuários previstos das demonstrações contábeis, as NBCs TA
requerem que o auditor se abstenha de emitir sua opinião ou renuncie ao
trabalho, quando a renúncia for possível de acordo com lei ou regulamentação
aplicável.

Requisitos

Requisitos éticos relacionados à auditoria de demonstrações contábeis

14. O auditor deve cumprir as exigências éticas relevantes, inclusive as


pertinentes à independência, no que se refere aos trabalhos de auditoria de
demonstrações contábeis (ver itens A14 a A17).

Ceticismo profissional

15. O auditor deve planejar e executar a auditoria com ceticismo


profissional, reconhecendo que podem existir circunstâncias que causam
distorção relevante nas demonstrações contábeis (ver itens A18 a A22).
Ceticismo é o estado de alerta permanente do auditor, que nunca deve confiar
de pronto, sem restrições, nas informações que chegam até ele.

Julgamento profissional

16. O auditor deve exercer julgamento profissional ao planejar e executar a


auditoria de demonstrações contábeis (ver itens A23 a A27).

Evidência de auditoria apropriada e suficiente e risco de auditoria

17. Para obter segurança razoável, o auditor deve obter evidência de auditoria
apropriada e suficiente para reduzir o risco de auditoria a um nível baixo aceitável
e, com isso, possibilitar a ele obter conclusões razoáveis e nelas basear a sua
opinião (ver itens A28 a A52).

27
AUDITORIA

f. Normas Comentadas

NBC TA 200

Julgamento profissional

A25. O julgamento profissional é essencial para a condução apropriada da


auditoria. Isso porque a interpretação das exigências éticas e profissionais
relevantes, das normas de auditoria e as decisões informadas requeridas ao longo
de toda a auditoria não podem ser feitas sem a aplicação do conhecimento e
experiência relevantes para os fatos e circunstâncias. O julgamento profissional
é necessário, em particular, nas decisões sobre:
• materialidade e risco de auditoria;
• a natureza, a época e a extensão dos procedimentos de auditoria
aplicados para o cumprimento das exigências das normas de auditoria e a coleta
de evidências de auditoria;
• avaliar se foi obtida evidência de auditoria suficiente e apropriada e
se algo mais precisa ser feito para que sejam cumpridos os objetivos das NBCs
TA e, com isso, os objetivos gerais do auditor;
• avaliação das opiniões da administração na aplicação da estrutura de
relatório financeiro aplicável da entidade;
• extração de conclusões baseadas nas evidências de auditoria obtidas,
por exemplo, pela avaliação da razoabilidade das estimativas feitas pela
administração na elaboração das demonstrações contábeis.

Julgamento profissional é requisito do auditor e será utilizado durante todo o


processo de auditoria. A essência do julgamento profissional reside na
experiência e nos conhecimentos do auditor.

A26. A característica que distingue o julgamento profissional esperado do auditor


é que esse julgamento seja exercido por auditor, cujo treinamento, conhecimento
e experiência tenham ajudado no desenvolvimento das competências necessárias
para estabelecer julgamentos razoáveis.

A27. O exercício do julgamento profissional em qualquer caso específico baseia-


se nos fatos e circunstâncias que são conhecidos pelo auditor. A consulta a
respeito de assuntos difíceis ou contenciosos durante o curso da auditoria, dentro

38
AUDITORIA

da equipe do trabalho e entre a equipe do trabalho e outros no nível apropriado,


dentro ou fora da firma de auditoria, tal como exigido pela NBC TA 220, item 18,
ajudam o auditor no exercício de julgamentos suportados e razoáveis.

A28. O julgamento profissional pode ser avaliado com base no fato de que o
julgamento exercido reflete uma aplicação competente ou não competente dos
princípios de auditoria e contábeis e se ele é apropriado considerando os fatos e
circunstâncias conhecidos pelo auditor até a data do seu relatório de auditoria e
compatível com estes.

A capacidade de julgamento profissional do auditor pode ser avaliada


observando-se a qualidade de seu trabalho.

A29. O julgamento profissional precisa ser exercido ao longo de toda a auditoria.


Ele também precisa ser adequadamente documentado. Neste aspecto, exige-se
que o auditor elabore documentação de auditoria suficiente para possibilitar que
outro auditor experiente, sem nenhuma ligação prévia com a auditoria, entenda
os julgamentos profissionais significativos exercidos para se atingir as conclusões
sobre assuntos significativos surgidos durante a auditoria (NBC TA 230, item 8).
O julgamento profissional não deve ser usado como justificativa para
decisões que, de outra forma, não são sustentados pelos fatos e
circunstâncias do trabalho nem por evidência de auditoria apropriada e
suficiente.

O julgamento profissional é importante, mas não pode se sobrepor às evidências


encontradas.

NBC TA Estrutura Conceitual

Abrangência da estrutura conceitual


12. Nem todos os trabalhos executados por auditores independentes são
trabalhos de asseguração.
Outros trabalhos frequentemente executados que não satisfazem a definição
acima (e por isso não são previstos nesta Estrutura Conceitual) incluem:
(a) trabalhos cobertos pelas Normas Técnicas para Serviços Correlatos (NBC
TSC), tais como trabalhos de procedimentos previamente acordados e
compilações de informações financeiras ou de outras informações.

39
AUDITORIA

(b) a elaboração de declarações de impostos em que não há uma conclusão que


expresse qualquer forma de asseguração.
(c) trabalhos de consultoria (ou de assessoria), tais como consultoria gerencial e
de impostos.(*)

13. Um trabalho de asseguração pode ser parte de um trabalho mais amplo, por
exemplo, quando um trabalho de consultoria para aquisição de empresa inclui a
exigência de expressar asseguração quanto às informações contábeis históricas
ou prospectivas. Nessas circunstâncias, esta Estrutura Conceitual aplica-se
somente à parte de asseguração do trabalho.
14. Os trabalhos a seguir, que podem satisfazer a definição apresentada, não
necessitam ser executados de acordo com esta Estrutura Conceitual:
(a) trabalhos para testemunhar em processos legais com respeito a
contabilidade, auditoria, aspectos fiscais e tributários ou outros assuntos; e
(b) trabalhos que incluam opiniões profissionais, pontos de vista ou relatos, a
partir dos quais o usuário possa inferir alguma asseguração, se tudo o que se
segue for aplicável:
(i) essas opiniões, esses pontos de vista ou essa redação são meramente
acessórios face ao trabalho como um todo;
(ii) qualquer relatório emitido é expressamente restrito aos usuários previstos
nele especificados;
(iii) segundo entendimento por escrito com os usuários previstos, o trabalho não
se destina a ser trabalho de asseguração; e
(iv) o trabalho não foi apresentado como sendo de asseguração no relatório
emitido.
Relatório sobre trabalho de não asseguração
15. O auditor independente que relate sobre um trabalho que não seja de
asseguração, no âmbito desta Estrutura Conceitual, distingue claramente esse
relatório de relatório de asseguração.
16. O auditor independente e a parte responsável podem concordar em aplicar
os princípios desta Estrutura Conceitual a um trabalho quando não houver outros
usuários previstos além da parte responsável.

40
AUDITORIA

f. Normas Comentadas

NBC TA 240 – Responsabilidade do Auditor em relação a fraudes

Administração e outros responsáveis na entidade


18. O auditor deve fazer indagações à administração e outros responsáveis da
entidade, conforme apropriado, para determinar se eles têm conhecimento de
quaisquer casos reais, suspeitas ou indícios de fraude, que afetem a entidade
(ver itens A15 a A17).
19. Em relação às entidades que têm uma função de auditoria interna, o auditor
independente deve fazer indagações aos seus responsáveis para determinar se
eles têm conhecimento de quaisquer casos reais, suspeitas ou indícios de fraude,
que afetem a entidade, e obter o ponto de vista deles (auditores internos) sobre
os riscos de fraude (ver item A18).

O auditor deve conversar com administração e com a auditoria interna, com


vistas a conhecer o ambiente e indagar aos integrantes daqueles grupos sobre
riscos de fraude.

Responsáveis pela governança


20. A não ser que os responsáveis pela governança estejam envolvidos na
administração da entidade (NBC TA 260 – Comunicação com os Responsáveis
pela Governança, item 13), o auditor deve obter entendimento de como esses
responsáveis fazem a supervisão geral dos processos da administração para
identificar e responder aos riscos de fraudes na entidade e do controle interno
que a administração implantou para mitigar esses riscos (ver itens A19 a A21).
21. Exceto nos casos em que os responsáveis pela governança estão envolvidos
com a administração da entidade, o auditor deve fazer indagações junto aos
responsáveis pela governança para determinar se eles têm conhecimento de
quaisquer casos reais, suspeitas ou indícios de fraude, que afetem a entidade.
Essas indagações servem, em parte, para corroborar as respostas às indagações
da administração.

O mesmo procedimento aplicado à administração e à auditoria interna, deve ser


realizado com os integrantes da governança.

31
AUDITORIA

Procedimentos de auditoria em resposta aos riscos relacionados com controles


burlados pela administração

31. A administração está em posição privilegiada para perpetrar fraudes em


função de sua capacidade para manipular registros contábeis e elaborar
demonstrações contábeis fraudulentas, burlando controles que sob outros
aspectos parecem funcionar de forma efetiva. Embora o nível do risco de burlar
controles pela administração varie de entidade para entidade, o risco, não
obstante, está presente em todas as entidades. Como tal burla pode ocorrer de
maneira imprevisível, ela é um risco de distorção relevante decorrente de fraude
e, portanto, um risco significativo.

Cuidado especial deve ser dispensado aos problemas relacionados à falta de


integridade da administração, pois ela detém meios para burlar o controle
interno.

Avaliação da evidência de auditoria (ver item A49)

34. O auditor deve avaliar se os procedimentos analíticos aplicados perto do


final do período, na formação da conclusão global de que as demonstrações
contábeis, como um todo, estão consistentes com o entendimento sobre a
entidade e do seu ambiente obtido pelo auditor indicam um risco anteriormente
não reconhecido de distorção relevante decorrente de fraude (ver item A50).

35. Se o auditor identifica uma distorção, ele deve avaliar se a distorção é


indicadora de fraude. Caso exista tal indicador, o auditor deve avaliar as
implicações da distorção relativamente a outros aspectos da auditoria, em
especial a confiabilidade das representações da administração, reconhecendo que
dificilmente um caso de fraude será uma ocorrência isolada (ver item A51).

Auditor sem condições de continuar o trabalho

38. Se, como resultado de uma distorção decorrente de fraude ou suspeita de


fraude, o auditor encontrar circunstâncias excepcionais que coloquem em dúvida
sua capacidade de continuar a realizar a auditoria, este deve:
(a) determinar as responsabilidades profissionais e legais aplicáveis à situação,
inclusive se é necessário ou não o auditor informar à pessoa ou pessoas que

32
AUDITORIA

aprovaram a contratação da auditoria ou, em alguns casos, às autoridades


reguladoras. No Brasil, existem obrigações determinadas pelas autoridades
reguladoras;
(b) considerar se seria apropriado o auditor retirar-se do trabalho, quando essa
saída for possível conforme a lei ou regulamentação aplicável; e
(c) caso o auditor se retire:
(i) discutir com pessoa no nível apropriado da administração e com os
responsáveis pela governança a saída do auditor do trabalho e as razões para a
interrupção; e
(ii) determinar se existe exigência profissional ou legal de comunicar a retirada
do auditor do trabalho e as razões da saída à pessoa ou pessoas que contrataram
a auditoria ou, em alguns casos, às autoridades reguladoras (ver itens A54 a
A57).

Em determinadas situações, a existência de fraudes em larga escala pode fazer


com que o auditor, se permitido lhe for, abandone o serviço.

Comunicações às autoridades reguladoras e de controle

43. Caso o auditor tenha identificado ou suspeite de fraude, deve determinar


se há responsabilidade de comunicar a ocorrência ou suspeita a um terceiro fora
da entidade. Embora o dever profissional do auditor de manter a
confidencialidade da informação do cliente possa impedir que tais informações
sejam dadas, as responsabilidades legais do auditor podem sobrepor-se ao dever
de confidencialidade em algumas situações (ver itens A65 a A67).

Caso haja obrigação legal, o auditor deve comunicar a existência de fraudes às


autoridades competentes.

Caros, curtam minha página do Facebook para acessar novidades sobre


concursos, resoluções de questões e outras dicas. É um trabalho que estou
iniciando, conto com a ajuda de vocês. Eis o link:

http://www.facebook.com/professormarceloseco

33
AUDITORIA

f. Normas

NBC TA 610 – Utilização de trabalho de auditor interno

Relação entre a função de auditoria interna e o auditor independente


3. Os objetivos da função de auditoria interna são determinados pela
administração e, quando aplicável, pelos responsáveis pela governança. Embora
os objetivos da função de auditoria interna e o do auditor independente sejam
diferentes, os meios utilizados pela auditoria interna e pelo auditor
independente para alcançar seus respectivos objetivos podem ser semelhantes.
Auditoria interna e auditora externa possuem objetivos diferentes dentro do
mesmo campo de atuação. Logo, trabalham com o mesmo material.
4. Independentemente do grau de autonomia e de objetividade da função de
auditoria interna, tal função não é independente da entidade, como é exigido do
auditor independente quando ele expressa uma opinião sobre as demonstrações
contábeis. O auditor independente assume integral responsabilidade pela
opinião de auditoria expressa e essa responsabilidade do auditor independente
não é reduzida pela utilização do trabalho feito pelos auditores internos.
O auditor externo pode optar por utilizar algum trabalho do auditor interno,
mas ela, auditor externo, permanece com a integral responsabilidade também
nessa situação.

NBC TA 620 - Utilização de trabalho de especialistas

Responsabilidade do auditor pela opinião de auditoria


3. O auditor é o único responsável por expressar opinião de auditoria e essa
responsabilidade não é reduzida pela utilização do trabalho de especialista
contratado pelo auditor (doravante especialista do auditor ou especialista). No
entanto, se o auditor, tendo utilizado o trabalho desse especialista e seguido
esta Norma, concluir que o trabalho desse especialista é adequado para fins da
auditoria, o auditor pode aceitar que as constatações ou conclusões desse
especialista em sua área de especialização constituem evidência de auditoria
apropriada.

Especialista do auditor é uma pessoa ou organização com especialização em


área que não contabilidade ou auditoria, contratado pelo auditor, cujo trabalho
nessa área é utilizado pelo auditor para ajudá-lo a obter evidência de auditoria

42
AUDITORIA

suficiente e apropriada. O especialista do auditor pode ser interno (um sócio, ou


equivalente no setor público quando relevante, ou uma pessoa que faz parte da
equipe, incluindo equipe temporária, da firma do auditor ou de firma da rede),
ou externo (ver itens A1 a A3).

Especialização compreende habilidades, conhecimento e experiência em área


específica.

Especialista da administração é uma pessoa ou organização com especialização


em área que não contabilidade ou auditoria, contratado pela administração, em
que o trabalho nessa área é usado pela entidade para ajudá-la na elaboração
das demonstrações contábeis. Um exemplo bastante comum no Brasil é a
utilização de atuário pela administração de uma seguradora ou de um fundo de
pensão para estimar certas provisões.

Valem para a utilização do trabalho de especialista as mesmas recomendações


feitas em relação à utilização dos trabalhos do auditor interno: o auditor
externo pode fazê-lo, mas deve ser criterioso na seleção das informações e
permanece com integral responsabilidade.

NBC TA 230 – Documentação

Não atendimento de exigência relevante

12. Se, em circunstâncias excepcionais, o auditor julgar necessário não


atender um requisito relevante de uma norma, ele deve documentar como os
procedimentos alternativos de auditoria executados cumprem a finalidade desse
requisito, e as razões para o não atendimento.

Assuntos surgidos após a data do relatório do auditor


13. Se, em circunstâncias excepcionais, o auditor executar procedimentos
novos ou adicionais ou chegar a outras conclusões após a data do relatório, o
auditor deve documentar:
(a) as circunstâncias identificadas;
(b) os procedimentos novos ou adicionais executados, a evidência de
auditoria obtida e as novas conclusões alcançadas, e seu efeito sobre o relatório
do auditor;

43
AUDITORIA

(c) quando e por quem as modificações resultantes da documentação de


auditoria foram executadas e revisadas.

Montagem do arquivo final de auditoria

14. O auditor deve montar a documentação em arquivo de auditoria e


completar o processo administrativo de montagem do arquivo final de auditoria
tempestivamente após a data do relatório do auditor.

15. Após a montagem do arquivo final de auditoria ter sido completada, o


auditor não apaga nem descarta documentação de auditoria de qualquer
natureza antes do fim do seu período de guarda dessa documentação.

16. Em outras circunstâncias, que não as contempladas no item 13, nas quais
o auditor julgar necessário modificar a documentação de auditoria existente ou
acrescentar nova documentação de auditoria após a montagem do arquivo
final de auditoria, o auditor, independentemente da natureza das modificações
ou acréscimos, deve documentar:
(a) as razões específicas para fazê-los; e
(b) quando e por quem foram executados e revisados.

44
AUDITORIA

f. Normas Comentadas

NBC TA 315 R1 – Riscos

Procedimentos de avaliação de risco e atividades relacionadas


5. O auditor deve aplicar procedimentos de avaliação de riscos para fornecer
uma base para a identificação e avaliação de riscos de distorção relevante nos
níveis das demonstrações contábeis e das afirmações. Os procedimentos de
avaliação de riscos por si só, porém, não fornecem evidências de auditoria
apropriada e suficiente para suportar a opinião da auditoria.
Fica claro aqui que os procedimentos de avaliação de riscos são indispensáveis
ao planejamento dos trabalhos de auditoria. Contudo, não se destinam à
obtenção de evidências de auditoria. Destinam, isso sim, a direcionar os trabalhos
de obtenção de evidências.
6. Os procedimentos de avaliação de riscos incluem:
(a) indagações à administração, às pessoas apropriadas da auditoria interna
(se houver essa função) e a outros na entidade que, no julgamento do auditor,
possam ter informações com possibilidade de auxiliar na identificação de riscos
de distorção relevante causados por fraude ou erro;
(b) procedimentos analíticos;
(c) observação e inspeção.

Entidade e o seu ambiente


11. O auditor deve obter entendimento do seguinte:
(a) fatores do setor de atividade, regulamentares e outros fatores externos
relevantes, incluindo a estrutura de relatório financeiro aplicável (ver itens A25 a
A30);
(b) a natureza da entidade, incluindo:
(i) suas operações;
(ii) suas estruturas societária e de governança;
(iii) os tipos de investimento que a entidade está fazendo e planeja fazer,
incluindo investimentos em entidades de propósito específico; e
(iv) a maneira como a entidade é estruturada e como é financiada;
(c) a seleção e a aplicação pela entidade de políticas contábeis, inclusive as
razões para mudanças nessas políticas. O auditor deve avaliar se as políticas
contábeis da entidade são apropriadas para o negócio e compatíveis com a
estrutura de relatório financeiro aplicável e com as políticas contábeis usadas no

38
AUDITORIA

setor de atividade da entidade (ver item A36);


(d) os objetivos e estratégias da entidade e os riscos de negócio relacionados
que possam resultar em risco de distorção relevante (ver itens A37 a A43);
(e) a mensuração e a revisão do desempenho das operações da entidade (ver
itens A44 a A49).
O estudo das atividades da entidade e do ambiente em que ele opera também é
requisito para o início do trabalho de auditoria.
Controle interno da entidade
12. O auditor deve obter entendimento do controle interno relevante para a
auditoria. Embora seja mais provável que a maioria dos controles relevantes para
a auditoria esteja relacionada com as demonstrações contábeis, nem todos os
controles que se relacionam com as demonstrações contábeis são relevantes para
a auditoria. É uma questão de julgamento profissional de o auditor determinar se
um controle, individualmente ou em combinação com outros, é relevante para a
auditoria (ver itens A50 a A73).

Processo de avaliação de risco da entidade


15. O auditor deve buscar entender se a entidade tem processo para:
(a) identificar riscos de negócio relevantes que afetam as demonstrações
contábeis;
(b) estimar a significância dos riscos;
(c) avaliar a probabilidade de sua ocorrência; e
(d) decidir sobre ações em resposta a esses riscos (ver item A88).

Identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante


25. O auditor deve identificar e avaliar os riscos de distorção relevante:
(a) no nível das demonstrações contábeis (ver itens A122 a A125); e
(b) no nível de afirmação para classes de transações, saldos de conta e
divulgações (ver itens A126 a A131);

26. Para este propósito, o auditor deve:


(a) identificar riscos ao longo de todo o processo de obtenção do entendimento
da entidade e do seu ambiente, inclusive controles relevantes relacionados com
os riscos, e considerando as classes de transações, saldos de contas e divulgações
(incluindo os aspectos quantitativos ou qualitativos dessas divulgações) nas
demonstrações contábeis (ver itens A132 a A136);
(b) avaliar os riscos identificados e avaliar se eles se relacionam de forma

39
AUDITORIA

generalizada às demonstrações contábeis como um todo e afetam


potencialmente muitas afirmações;
(c) relacionar os riscos identificados àquilo que pode dar errado no nível da
afirmação, levando em conta os controles relevantes que o auditor pretende
testar (ver itens A137 a A139); e
(d) considerar a probabilidade de distorção, inclusive a possibilidade de
múltiplas distorções, e se a distorção potencial possa resultar em distorção
relevante (ver item A140). (Alterado pela NBC TA 315 (R1))

Risco que exige consideração especial da auditoria


27. Como parte da avaliação de riscos descrita no item 25, o auditor deve
determinar se qualquer um dos riscos identificados é, no seu julgamento, um
risco significativo. Ao exercer esse julgamento, o auditor deve excluir os efeitos
dos controles identificados relacionados ao risco.

Isso quer dizer o seguinte: se o auditor detectou uma área de risco significativo
mas concluiu que esse risco está bem tratado pela entidade e pelo controle
interno, ou seja, se ele concluiu que o controle interno é suficiente para evitar
esse risco, tal risco deixa de ser significativo para o auditor. O controle interno
supriu a necessidade de o auditor se preocupar e ele fica com um risco
significativo a menos.

28. Ao exercer o julgamento quanto a quais riscos são significativos, o auditor


deve considerar pelo menos o seguinte:
(a) se o risco é um risco de fraude;
(b) se o risco está relacionado com recentes e significativos eventos de
natureza econômica, contábil ou de outro tipo, e que, portanto, exijam atenção
específica;
(c) a complexidade das transações;
(d) se o risco envolve transações significativas com partes relacionadas;
(e) o grau de subjetividade na mensuração das informações contábeis
relacionadas ao risco, especialmente as mensurações que envolvam uma vasta
gama de incerteza de mensuração; e
(f) se o risco envolve transações significativas que estejam fora do curso
normal do negócio para a entidade ou que de outra forma pareçam não usual
(ver itens A141 a A145).

40
AUDITORIA

e. Normas Comentadas

NBC TA 530 Amostragem

Apêndice 2

Exemplos de fatores que influenciam o tamanho da amostra para os


testes de controles

FATOR EFEITO NO TAMANHO DA AMOSTRA


1. Aumento na Aumento
extensão na qual a Quanto mais segurança o auditor pretende obter da
avaliação de risco efetividade operacional dos controles, menor será a
do auditor leva em avaliação do auditor quanto ao risco de distorção relevante
consideração os e maior deve ser o tamanho da amostra. Quando a
controles relevantes avaliação do auditor quanto ao risco de distorção relevante
no nível de afirmações inclui uma expectativa da
efetividade operacional dos controles, o auditor tem que
executar os testes de controles. Sendo os outros fatores
iguais, quanto maior for a confiança que o auditor deposita
na efetividade operacional dos controles na avaliação de
risco, maior será a extensão dos testes de controles do
auditor (e, portanto, maior o tamanho da amostra).
2. Aumento na Redução
taxa tolerável de Quanto menor a taxa tolerável de desvio, maior o tamanho
desvio da amostra precisa ser.
3. Aumento na Aumento
taxa esperada de Quanto mais alta a taxa esperada de desvio, maior o
desvio da população tamanho da amostra precisa ser para que o auditor esteja
a ser testada em posição de fazer uma estimativa razoável da taxa real
de desvio. Fatores relevantes para a consideração do
auditor sobre a taxa esperada de desvio incluem o
entendimento do auditor dos negócios da entidade (em
particular, procedimentos de avaliação de risco realizados
para obter entendimento do controle interno), mudanças
no pessoal ou no controle interno, resultados dos
procedimentos de auditoria aplicados em períodos
anteriores e os resultados de outros procedimentos de
auditoria. Altas taxas esperadas de desvio de controle
geralmente garantem, se garantirem, pouca redução do
risco de distorção relevante avaliado.
4. Aumento no Aumento
nível de segurança Quanto maior for o nível de segurança de que o auditor
desejado do auditor espera que os resultados da amostra sejam de fato
de que a taxa

34
AUDITORIA

tolerável de desvio indicativos com relação à incidência real de desvio na


não seja excedida população, maior deve ser o tamanho da amostra.
pela taxa real de
desvio na população
5. Aumento na Efeito negligenciável
quantidade de Para populações grandes, o tamanho real da população
unidades de tem pouco efeito, se houver, no tamanho da amostra. Para
amostragem na pequenas populações, entretanto, a amostragem de
população auditoria pode não ser tão eficiente quanto os meios
alternativos para obter evidência de auditoria apropriada
e suficiente.

Apêndice 3

Exemplos de fatores que influenciam o tamanho da amostra para os


testes de detalhes

A seguir, apresentamos os fatores que o auditor pode levar em consideração ao


determinar o tamanho da amostra para testes de detalhes. Esses fatores, que
precisam ser considerados em conjunto, pressupõem que o auditor não modifica
a abordagem aos testes de controles nem de outra forma modifica a natureza ou
a época dos procedimentos substantivos em resposta aos riscos avaliados.

FATOR EFEITO NO TAMANHO DA AMOSTRA


1. Aumento na Aumento
avaliação do risco Quanto mais alta a avaliação do risco de distorção relevante
de distorção do auditor, maior deve ser o tamanho da amostra. A
relevante do auditor avaliação do risco de distorção relevante do auditor é
afetada pelo risco inerente e pelo risco de controle. Por
exemplo, se o auditor não executar os testes de controles,
a avaliação de risco do auditor não pode ser reduzida pela
operação eficiente dos controles internos com relação à
afirmação em particular. Portanto, para reduzir o risco de
auditoria a um nível baixo aceitável, o auditor precisa de
um risco baixo de detecção e pode confiar mais em
procedimentos substantivos. Quanto mais evidência de
auditoria for obtida com os testes de detalhes (ou seja,
quanto mais baixo for o risco de detecção), maior precisa
ser o tamanho da amostra.

2. Aumento no Redução
uso de outros Quanto mais o auditor confia em outros procedimentos
procedimentos substantivos (testes de detalhes ou procedimentos
substantivos analíticos substantivos) para reduzir a um nível aceitável o
risco de detecção relacionado com uma população em

35
AUDITORIA

direcionados à particular, menos segurança o auditor precisa da


mesma afirmação amostragem e, portanto, menor pode ser o tamanho da
amostra.
3. Aumento no Aumento
nível de segurança Quanto maior o nível de segurança de que o auditor precisa
desejado pelo de que os resultados da amostra sejam de fato indicativos
auditor de que uma do valor real de distorção na população, excedido pela
distorção tolerável distorção real na população, maior o tamanho da amostra
não é excedida pela precisa ser.
distorção real na
população
4. Aumento na Redução
distorção tolerável Quanto menor for a distorção tolerável, maior o tamanho
da amostra precisa ser.
5. Aumento no Aumento
valor da distorção Quanto maior for o valor da distorção que o auditor espera
que o auditor espera encontrar na população, maior deve ser o tamanho da
encontrar na amostra para se fazer uma estimativa razoável do valor real
população de distorção na população. Os fatores relevantes para a
consideração do auditor do valor de distorção esperado
incluem a extensão na qual os valores dos itens são
determinados subjetivamente, os resultados dos
procedimentos de avaliação de risco, os resultados dos
testes de controle, os resultados de procedimentos de
auditoria aplicados em períodos anteriores e os resultados
de outros procedimentos substantivos.
6. Estratificação Redução
da população, Quando houver uma faixa ampla (variabilidade) no
quando apropriado tamanho monetário dos itens da população, pode ser útil
estratificar a população. Quando a população pode ser
adequadamente estratificada, o conjunto de tamanhos de
amostra dos estratos geralmente será menor do que o
tamanho da amostra que seria necessário para alcançar
certo nível de risco de amostragem se uma amostra tivesse
sido retirada de toda a população.

7. Quantidade Efeito negligenciável


de unidades de Para populações grandes, o tamanho real da população tem
amostragem na pouco efeito, se houver, no tamanho da amostra. Assim,
população para pequenas populações, a amostragem de auditoria não
é geralmente tão eficiente quanto os meios alternativos
para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente.
(Entretanto, ao usar a amostragem de unidade monetária,
um aumento no valor monetário da população aumenta o
tamanho da amostra, a menos que isso seja compensado
por um aumento proporcional na materialidade para as

36
AUDITORIA

demonstrações contábeis como um todo e, se aplicável,


nível ou níveis de materialidade para classes específicas de
operações, saldos de contas e divulgações).

Apêndice 4 (ver item A13)

Métodos de seleção da amostra


Existem muitos métodos para selecionar amostras. Os principais são os
seguintes:
(a) Seleção aleatória (aplicada por meio de geradores de números aleatórios
como, por exemplo, tabelas de números aleatórios).
(b) Seleção sistemática, em que a quantidade de unidades de amostragem
na população é dividida pelo tamanho da amostra para dar um intervalo de
amostragem como, por exemplo, 50, e após determinar um ponto de início dentro
das primeiras 50, toda 50ª unidade de amostragem seguinte é selecionada.
Embora o ponto de início possa ser determinado ao acaso, é mais provável que
a amostra seja realmente aleatória se ela for determinada pelo uso de um gerador
computadorizado de números aleatórios ou de tabelas de números aleatórios. Ao
usar uma seleção sistemática, o auditor precisaria determinar que as unidades
de amostragem da população não estão estruturadas de modo que o intervalo de
amostragem corresponda a um padrão em particular da população.
(c) Amostragem de unidade monetária é um tipo de seleção com base em
valores (conforme descrito no Apêndice 1), na qual o tamanho, a seleção e a
avaliação da amostra resultam em uma conclusão em valores monetários.
(d) Seleção ao acaso, na qual o auditor seleciona a amostra sem seguir uma
técnica estruturada. Embora nenhuma técnica estruturada seja usada, o auditor,
ainda assim, evitaria qualquer tendenciosidade ou previsibilidade consciente (por
exemplo, evitar itens difíceis de localizar ou escolher ou evitar sempre os
primeiros ou os últimos lançamentos de uma página) e, desse modo, procuraria
se assegurar de que todos os itens da população têm uma mesma chance de
seleção. A seleção ao acaso não é apropriada quando se usar a amostragem
estatística.
(e) Seleção de bloco envolve a seleção de um ou mais blocos de itens
contíguos da população. A seleção de bloco geralmente não pode ser usada em
amostragem de auditoria porque a maioria das populações está estruturada de
modo que esses itens em sequência podem ter características semelhantes entre
si, mas características diferentes de outros itens de outros lugares da população.
Embora, em algumas circunstâncias, possa ser apropriado que um procedimento
de auditoria examine um bloco de itens, ela raramente seria uma técnica de
seleção de amostra apropriada quando o auditor pretende obter inferências
válidas sobre toda a população com base na amostra.

A ideia neste item de normas, nesta rodada, foi apenas trazer alguns conceitos
que podem ser de interesse do examinador.

37
AUDITORIA

f. Normas Comentadas

NBC TA 610

Utilização de trabalho específico dos auditores internos


11. Para que o auditor independente possa utilizar um trabalho específico dos
auditores internos, o auditor independente deve avaliar e executar os procedimentos
de auditoria nesse trabalho para determinar a sua adequação para atender aos
seus objetivos como auditor independente.
12. Para determinar a adequação de trabalhos específicos executados pelos auditores
internos para os seus objetivos como auditor independente, este deve avaliar se:
(a) o trabalho foi executado por auditores internos que tenham competência e
treinamento técnicos adequados;
(b) o trabalho foi adequadamente supervisionado, revisado e documentado;
(c) foi obtida evidência de auditoria apropriada para permitir que os auditores
internos atinjam conclusões razoáveis;
(d) as conclusões são apropriadas nas circunstâncias e quaisquer relatórios
elaborados pelos auditores internos são consistentes com os resultados do trabalho
executado; e
(e) quaisquer exceções ou assuntos não usuais divulgados pelos auditores internos
estão resolvidos adequadamente.

O auditor externo pode utilizar trabalho de especialistas, desde que tome os cuidados
estabelecidos na norma. A responsabilidade, mesmo utilizando trabalhos da auditoria
interna, permanece sendo do auditor externo.

Objetivo da função de auditoria interna


A3. Os objetivos das funções de auditoria interna variam amplamente e dependem
do tamanho e da estrutura da entidade e dos requerimentos da administração e,
quando aplicável, dos responsáveis pela governança. As atividades da função de
auditoria interna podem incluir um ou mais dos itens a seguir:
- Monitoramento do controle interno. A função de auditoria interna pode receber
responsabilidades específicas de revisão dos controles, monitoramento de sua
operação e recomendação de melhorias nos mesmos.
- Exame das informações contábeis e operacionais. A função de auditoria interna
pode ser responsável por revisar os meios usados para identificar, mensurar,
classificar e reportar informações contábeis e operacionais e fazer indagações

24
AUDITORIA

específicas sobre itens individuais, incluindo o teste detalhado de transações, saldos


e procedimentos.
- Revisão das atividades operacionais. A função de auditoria interna pode ser
responsável por revisar a economia, eficiência e eficácia das atividades operacionais,
incluindo as atividades não financeiras de uma entidade.
- Revisão da conformidade com leis e regulamentos. A função de auditoria interna
pode ser responsável por revisar a conformidade com leis, regulamentos e outros
requerimentos externos e com políticas e normas da administração e outros
requerimentos internos.
- Gestão de risco. A função de auditoria interna pode ajudar a organização mediante
a identificação e avaliação das exposições significativas a riscos e a contribuição para
a melhoria da gestão de risco e dos sistemas de controle.
- Governança. A função de auditoria interna pode avaliar o processo de governança
quanto à realização de seus objetivos de ética e valores, administração de
desempenho e prestação de contas, comunicando informações sobre risco e controle
para as áreas apropriadas da organização, e da eficácia da comunicação entre as
pessoas responsáveis pela governança, os auditores internos e independentes e a
administração.

Como se percebe, a auditoria interna pode ter um rol bastante diverso de atividades.
O principal é a manutenção de um sistema de controle interno eficiente.

A responsabilidade pela prevenção e detecção de fraudes e de erros é sempre da


administração e da governança, as quais acabam por delegar essa função para a
auditoria interna.

25
AUDITORIA

f. Normas Comentadas

IN 01/2001
Seção I – Técnicas de Controle
1. As atividades a cargo do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo
Federal são exercidas mediante a utilização de técnicas próprias de trabalho, as
quais constituem-se no conjunto de processos que viabilizam o alcance dos macro
objetivos do Sistema. As técnicas de controle são as seguintes:
a) auditoria; e
b) fiscalização
No sistema de controle interno, auditoria e fiscalização são consideradas técnicas
de controle. Logo a seguir, veremos que a técnica auditoria é definida como um
conjunto de várias outras técnicas.
Seção II – Auditoria
Conceito
1. A auditoria é o conjunto de técnicas que visa avaliar a gestão pública, pelos
processos e resultados gerenciais, e a aplicação de recursos públicos por
entidades de direito público e privado, mediante a confrontação entre uma
situação encontrada com um determinado critério técnico, operacional ou legal.
Trata-se de uma importante técnica de controle do Estado na busca da melhor
alocação de seus recursos, não só atuando para corrigir os desperdícios, a
improbidade, a negligência e a omissão e, principalmente, antecipando-se a essas
ocorrências, buscando garantir os resultados pretendidos, além de destacar os
impactos e benefícios sociais advindos.
2. A auditoria tem por objetivo primordial o de garantir resultados
operacionais na gerência da coisa pública. Essa auditoria é exercida nos
meandros da máquina pública em todos as unidades e entidades públicas
federais, observando os aspectos relevantes relacionados à avaliação dos
programas de governo e da gestão pública.
3. Cabe ao Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, por
intermédio da técnica de auditoria, dentre outras atividades:
I. realizar auditoria sobre a gestão dos recursos públicos federais sob a
responsabilidade dos órgãos públicos e privados, inclusive nos projetos de
cooperação técnica junto a Organismos Internacionais e multilaterais de crédito;
II. apurar os atos e fatos inquinados de ilegais ou de irregulares, praticados por
agentes públicos ou privados, na utilização de recursos públicos federais e,
quando for o caso, comunicar à unidade responsável pela contabilidade para as

38
AUDITORIA

providências cabíveis;
III. realizar auditorias nos sistemas contábil, financeiro, de pessoal e demais
sistemas administrativos e operacionais;
IV. examinar a regularidade e avaliar a eficiência e eficácia da gestão
administrativa e dos resultados alcançados nas Ações de governo;
V. realizar auditoria nos processos de Tomada de Contas Especial; e
VI. apresentar subsídios para o aperfeiçoamento dos procedimentos
administrativos e gerenciais e dos controles internos administrativos dos órgãos
da Administração Direta e entidades da Administração Indireta Federal.
Finalidade
4. A finalidade básica da auditoria é comprovar a legalidade e legitimidade
dos atos e fatos administrativos e avaliar os resultados alcançados, quanto aos
aspectos de eficiência, eficácia e economicidade da gestão orçamentária,
financeira, patrimonial, operacional, contábil e finalística das unidades e das
entidades da administração pública, em todas as suas esferas de governo e níveis
de poder, bem como a aplicação de recursos públicos por entidades de direito
privado, quando legalmente autorizadas nesse sentido.

Temos que separar, para efeitos do estudo desta norma, os objetivos e as finalidades
da auditoria:
Objetivo - garantir resultados operacionais na gerência da coisa pública;
Finalidade - comprovar a legalidade e legitimidade dos atos e fatos administrativos e
avaliar os resultados alcançados

39

Você também pode gostar