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APOSTILA DE ACORDO COM EDITAL DE

Nº 001/2020, DE 17 DEFEVEREIRO DE 2020.

ITAPURANGA
PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPURANGA - GOIÁS

COMUM AOS CARGOS


DE NÍVEL SUPERIOR

CONTEÚDO
- Língua Portuguesa
GRÁTIS
CONTEÚDO ONLINE
- Informática
- Raciocínio Lógico
Redação
- Dissertação e Análise
de Textos
Segurança da Informação

Raciocínio Lógico
- Lei de Morgan
e Tabelas Verdades
Backup
Prefeitura Municipal de Itapuranga do Estado de Goiás

ITAPURANGA - GO
Comum Aos Cargos de Nível Superior: Assistente Social,
Educador Musical, Engenheiro Agrônomo, Engenheiro
Ambiental, Fiscal de Meio Ambiente, Fiscal de Saúde Vigilância
Sanitária, Médico Auditor e Psicólogo

FV051-N0
Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998.
Proibida a reprodução, total ou parcialmente, sem autorização prévia expressa por escrito da editora e do autor. Se você
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OBRA

Prefeitura Municipal de Itapuranga do Estado de Goiás

Comum Aos Cargos de Nível Superior

Edital nº 001/2020, de 17 de fevereiro de 2020

AUTORES
Língua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco
Informática - Profo Ovidio Lopes da Cruz Netto
Raciocínio Lógico - Profo Bruno Chieregatti e João de Sá Brasil

PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO
Aline Carvalho
Roberth Kairo

DIAGRAMAÇÃO
Thais Regis
Willian Lopes

CAPA
Joel Ferreira dos Santos

www.novaconcursos.com.br

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SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA

Compreensão e interpretação de textos. Características dos diversos gêneros textuais. Tipologia textual. Sequências
narrativa, descritiva, argumentativa, expositiva, injuntiva e dialogal................................................................................................. 01
Elementos de coesão e coerência textual..................................................................................................................................................... 10
Funções da linguagem.......................................................................................................................................................................................... 16
Ortografia oficial..................................................................................................................................................................................................... 22
Acentuação gráfica................................................................................................................................................................................................. 26
Pontuação.................................................................................................................................................................................................................. 30
Crase............................................................................................................................................................................................................................ 33
Emprego e descrição das classes de palavras............................................................................................................................................. 37
Sintaxe da oração e do período........................................................................................................................................................................ 76
Ênfase em concordância e regência................................................................................................................................................................ 87
Significação das palavras e inferência lexical através do contexto..................................................................................................... 101
Paráfrase..................................................................................................................................................................................................................... 105

INFORMÁTICA

Dispositivos de armazenamento........................................................................................................................................................................ 01
Periféricos de um computador........................................................................................................................................................................... 04
Configurações básicas do Windows 10........................................................................................................................................................... 05
Aplicativos do Pacote Microsoft Office 2013 (Word, Excel e Power Point)....................................................................................... 08
Configuração de impressoras............................................................................................................................................................................. 04
Noções básicas de internet e uso de navegadores.................................................................................................................................... 31
Noções básicas de correio eletrônico e envio de e-mails....................................................................................................................... 31

RACIOCÍNIO LÓGICO

Princípio da Regressão ou Reversão. Lógica dedutiva, argumentativa e quantitativa. Lógica matemática qualitativa,
sequências lógicas envolvendo números, letras e figuras...................................................................................................................... 01
Geometria básica.................................................................................................................................................................................................... 45
Álgebra básica e sistemas lineares................................................................................................................................................................... 68
Calendários................................................................................................................................................................................................................ 73
Numeração................................................................................................................................................................................................................ 76
Razões especiais...................................................................................................................................................................................................... 95
Análise combinatória e probabilidade............................................................................................................................................................ 100
Progressões Aritmética e Geométrica............................................................................................................................................................ 106
Conjuntos: As relações de pertinência; Inclusão e igualdade; Operações entre conjuntos, união, interseção e
diferença. Comparações....................................................................................................................................................................................... 109
ÍNDICE

LÍNGUA PORTUGUESA

Compreensão e interpretação de textos. Características dos diversos gêneros textuais. Tipologia textual. Sequências
narrativa, descritiva, argumentativa, expositiva, injuntiva e dialogal................................................................................................. 01
Elementos de coesão e coerência textual..................................................................................................................................................... 10
Funções da linguagem.......................................................................................................................................................................................... 15
Ortografia oficial..................................................................................................................................................................................................... 17
Acentuação gráfica................................................................................................................................................................................................. 21
Pontuação.................................................................................................................................................................................................................. 25
Crase............................................................................................................................................................................................................................ 28
Emprego e descrição das classes de palavras............................................................................................................................................. 32
Sintaxe da oração e do período........................................................................................................................................................................ 72
Ênfase em concordância e regência................................................................................................................................................................ 83
Significação das palavras e inferência lexical através do contexto..................................................................................................... 97
Paráfrase..................................................................................................................................................................................................................... 101
Através do texto, infere-se que...
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE
É possível deduzir que...
TEXTOS. CARACTERÍSTICAS DOS DIVERSOS
O autor permite concluir que...
GÊNEROS TEXTUAIS. TIPOLOGIA TEXTUAL.
Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
SEQUÊNCIAS NARRATIVA, DESCRITIVA,
ARGUMENTATIVA, EXPOSITIVA, INJUNTIVA
E DIALOGAL Compreender significa
Entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
O texto diz que...
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL É sugerido pelo autor que...
De acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e rela- ção...
cionadas entre si, formando um todo significativo capaz O narrador afirma...
de produzir interação comunicativa (capacidade de codi-
ficar e decodificar). Erros de interpretação

Contexto – um texto é constituído por diversas frases. • Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com do contexto, acrescentando ideias que não estão
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para no texto, quer por conhecimento prévio do tema
a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa in- quer pela imaginação.
terligação dá-se o nome de contexto. O relacionamento • Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se
entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada atenção apenas a um aspecto (esquecendo que
de seu contexto original e analisada separadamente, po- um texto é um conjunto de ideias), o que pode ser
derá ter um significado diferente daquele inicial. insuficiente para o entendimento do tema desen-
volvido.
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe- • Contradição = às vezes o texto apresenta ideias
rências diretas ou indiretas a outros autores através de contrárias às do candidato, fazendo-o tirar con-
citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. clusões equivocadas e, consequentemente, errar a
questão.
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação
de um texto é a identificação de sua ideia principal. A Observação: Muitos pensam que existem a ótica do
partir daí, localizam-se as ideias secundárias (ou fun- escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas em
damentações), as argumentações (ou explicações), que uma prova de concurso, o que deve ser levado em consi-
levam ao esclarecimento das questões apresentadas na deração é o que o autor diz e nada mais.
prova.
Os pronomes relativos são muito importantes na in-
Normalmente, em uma prova, o candidato deve: terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de
• Identificar os elementos fundamentais de uma ar- coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que
gumentação, de um processo, de uma época (nes- existe um pronome relativo adequado a cada circunstân-
te caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os cia, a saber:
quais definem o tempo). que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden-
• Comparar as relações de semelhança ou de dife- te, mas depende das condições da frase.
renças entre as situações do texto. qual (neutro) idem ao anterior.
• Comentar/relacionar o conteúdo apresentado quem (pessoa)
com uma realidade. cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
• Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. o objeto possuído.
• Parafrasear = reescrever o texto com outras pala- como (modo)
vras. onde (lugar)
quando (tempo)
Condições básicas para interpretar quanto (montante)
Exemplo:
Fazem-se necessários: conhecimento histórico-literá- Falou tudo QUANTO queria (correto)
rio (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), lei- Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria
tura e prática; conhecimento gramatical, estilístico (qua- aparecer o demonstrativo O).
LÍNGUA PORTUGUESA

lidades do texto) e semântico; capacidade de observação


e de síntese; capacidade de raciocínio. Dicas para melhorar a interpretação de textos
• Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral
Interpretar/Compreender do assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos
candidatos na disputa, portanto, quanto mais infor-
Interpretar significa: mação você absorver com a leitura, mais chances
Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. terá de resolver as questões.

1
• Se encontrar palavras desconhecidas, não inter- gosto especial.
rompa a leitura. Quando aprendi a guiar, aos 34 anos, tudo se transfor-
• Leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas mou. De repente, ganhei mobilidade e autonomia. A ci-
forem necessárias. dade, minha cidade, mudou de tamanho e de fisionomia.
• Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma Descer a Avenida Rebouças num táxi, de madrugada, era
conclusão). diferente – e pior – do que descer a mesma avenida com
• Volte ao texto quantas vezes precisar. as mãos ao volante, ouvindo rock and roll no rádio. Pegar
• Não permita que prevaleçam suas ideias sobre a estrada com os filhos pequenos revelou-se uma delícia
as do autor. insuspeitada.
• Fragmente o texto (parágrafos, partes) para me- Talvez porque eu tenha começado tarde, guiar me pare-
lhor compreensão. ce, ainda hoje, uma experiência incomum. É um ato que,
• Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado mesmo repetido de forma diária, nunca se banalizou in-
de cada questão. teiramente.
• O autor defende ideias e você deve percebê-las. Na véspera do Ano Novo, em Ubatuba, eu fiz outra des-
• Observe as relações interparágrafos. Um parágra- coberta temporã.
fo geralmente mantém com outro uma relação de Depois de décadas de tentativas inúteis e frustrantes,
continuação, conclusão ou falsa oposição. Identifi- num final de tarde ensolarado eu conquistei o dom da
que muito bem essas relações. flutuação. Nas águas cálidas e translúcidas da praia Bra-
• Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou va, sob o olhar risonho da minha mulher, finalmente con-
seja, a ideia mais importante. segui boiar.
• Nos enunciados, grife palavras como “correto” Não riam, por favor. Vocês que fazem isso desde os oito
ou “incorreto”, evitando, assim, uma confusão anos, vocês que já enjoaram da ausência de peso e esfor-
na hora da resposta – o que vale não somente ço, vocês que não mais se surpreendem com a sensação
para Interpretação de Texto, mas para todas as de- de balançar ao ritmo da água – sinto dizer, mas vocês se
mais questões! esqueceram de como tudo isso é bom.
• Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia princi- Nadar é uma forma de sobrepujar a água e impor-se a
pal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão. ela. Boiar é fazer parte dela – assim como do sol e das
• Olhe com especial atenção os pronomes relativos, montanhas ao redor, dos sons que chegam filtrados ao
pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, ouvido submerso, do vento que ergue a onda e lança
etc., chamados vocábulos relatores, porque reme- água em nosso rosto. Boiar é ser feliz sem fazer força, e
tem a outros vocábulos do texto. isso, curiosamente, não é fácil.
Essa experiência me sugeriu algumas considerações so-
SITES bre a vida em geral.
Uma delas, óbvia, é que a gente nunca para de aprender
Disponível em: <http://www.tudosobreconcursos. ou de avançar. Intelectualmente e emocionalmente, de
com/materiais/portugues/como-interpretar-textos> um jeito prático ou subjetivo, estamos sempre incorpo-
Disponível em: <http://portuguesemfoco.com/ rando novidades que nos transformam. Somos geneti-
pf/09-dicas-para-melhorar-a-interpretacao-de-textos- camente elaborados para lidar com o novo, mas não só.
-em-provas> Também somos profundamente modificados por ele. A
Disponível em: <http://www.portuguesnarede. cada momento da vida, quando achamos que tudo já
com/2014/03/dicas-para-voce-interpretar-melhor-um. aconteceu, novas capacidades irrompem e fazem de nós
html> uma pessoa diferente do que éramos. Uma pessoa capaz
Disponível em: <http://vestibular.uol.com.br/cur- de boiar é diferente daquelas que afundam como pedras.
sinho/questoes/questao-117-portugues.htm> Suspeito que isso tenha importância também para os re-
lacionamentos.
Se a gente não congela ou enferruja – e tem gente que já
EXERCÍCIOS COMENTADOS está assim aos 30 anos – nosso repertório íntimo tende a
se ampliar, a cada ano que passa e a cada nova relação.
Penso em aprender a escutar e a falar, em olhar o outro,
1. (EBSERH – Analista Administrativo – Estatística – em tocar o corpo do outro com propriedade e deixar-se
AOCP-2015) tocar sem susto. Penso em conter a nossa própria frustra-
ção e a nossa fúria, em permitir que o parceiro floresça,
O verão em que aprendi a boiar em dar atenção aos detalhes dele. Penso, sobretudo, em
LÍNGUA PORTUGUESA

Quando achamos que tudo já aconteceu, novas ca- conquistar, aos poucos, a ansiedade e insegurança que
pacidades fazem de nós pessoas diferentes do que nos bloqueiam o caminho do prazer, não apenas no sen-
éramos tido sexual. Penso em estar mais tranquilo na companhia
IVAN MARTINS do outro e de si mesmo, no mundo.
Assim como boiar, essas coisas são simples, mas preci-
Sei que a palavra da moda é precocidade, mas eu acre- sam ser aprendidas.
dito em conquistas tardias. Elas têm na minha vida um

2
Estar no interior de uma relação verdadeira é como estar Em “b”: ser necessário agir com mais cautela nos rela-
na água do mar. Às vezes você nada, outras vezes você cionamentos amorosos para que eles não se desfaçam
boia, de vez em quando, morto de medo, sente que pode = incorreta – o autor propõe viver intensamente.
afundar. É uma experiência que exige, ao mesmo tem- Em “c”: haver sempre tempo para aprender a ser mais
po, relaxamento e atenção, e nem sempre essas coisas criterioso com seus relacionamentos, a fim de que eles
se combinam. Se a gente se põe muito tenso e cerebral, sejam vividos intensamente = incorreta – ser menos
a relação perde a espontaneidade. Afunda. Mas, largada objetivo nos relacionamentos.
apenas ao sabor das ondas, sem atenção ao equilíbrio, a Em “d”: haver sempre tempo para aprender coisas no-
relação também naufraga. Há uma ciência sem cálculos vas, inclusive agir com o raciocínio nas relações amo-
que tem de ser assimilada a cada novo amor, por cada rosas = incorreta – ser mais emoção.
um de nós. Ela fornece a combinação exata de atenção e Em “e”: ser necessário aprender nos relacionamentos,
relaxamento que permite boiar. Quer dizer, viver de for- porém sempre estando alerta para aquilo de ruim que
ma relaxada e consciente um grande amor. pode acontecer = incorreta – estar sempre cuidando,
Na minha experiência, esse aprendizado não se fez ra- não pensando em algo ruim.
pidamente. Demorou anos e ainda se faz. Talvez porque
eu seja homem, talvez porque seja obtuso para as coi- 2. (TJ-SC – ANALISTA ADMINISTRATIVO – FGV-2018)
sas do afeto. Provavelmente, porque sofro das limitações Observe a charge a seguir:
emocionais que muitos sofrem e que tornam as relações
afetivas mais tensas e trabalhosas do que deveriam ser.
Sabemos nadar, mas nos custa relaxar e ser felizes nas
águas do amor e do sexo. Nos custa boiar.
A boa notícia, que eu redescobri na praia, é que tudo se
aprende, mesmo as coisas simples que pareciam impos-
síveis.
Enquanto se está vivo e relação existe, há chance de me-
lhorar. Mesmo se ela acabou, é certo que haverá outra
no futuro, no qual faremos melhor: com mais calma, com
mais prazer, com mais intensidade e menos medo.
O verão, afinal, está apenas começando. Todos os dias se
pode tentar boiar.
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/
noticia/2014/01/overao-em-que-aprendi-boiar.html
A charge acima é uma homenagem a Stephen Hawking,
De acordo com o texto, quando o autor afirma que “To- destacando o fato de o cientista:
dos os dias se pode tentar boiar.”, ele refere-se ao fato de
a) ter alcançado o céu após sua morte;
a) haver sempre tempo para aprender, para tentar relaxar b) mostrar determinação no combate à doença;
e ser feliz nas águas do amor, agindo com mais cal- c) ser comparado a cientistas famosos;
ma, com mais prazer, com mais intensidade e menos d) ser reconhecido como uma mente brilhante;
medo. e) localizar seus interesses nos estudos de Física.
b) ser necessário agir com mais cautela nos relaciona-
mentos amorosos para que eles não se desfaçam. Resposta: Letra D
c) haver sempre tempo para aprender a ser mais criterio- Em “a”: ter alcançado o céu após sua morte; = incor-
so com seus relacionamentos, a fim de que eles sejam reto
vividos intensamente. Em “b”: mostrar determinação no combate à doença;
d) haver sempre tempo para aprender coisas novas, in- = incorreto
clusive agir com o raciocínio nas relações amorosas. Em “c”: ser comparado a cientistas famosos; = incor-
e) ser necessário aprender nos relacionamentos, porém reto
sempre estando alerta para aquilo de ruim que pode Em “d”: ser reconhecido como uma mente brilhante;
acontecer. Em “e”: localizar seus interesses nos estudos de Física.
= incorreto
Resposta: Letra A Usemos a fala de Einstein: “a mente brilhante que es-
Ao texto: (...) tudo se aprende, mesmo as coisas simples távamos esperando”.
LÍNGUA PORTUGUESA

que pareciam impossíveis. / Enquanto se está vivo e


relação existe, há chance de melhorar = sempre há
tempo para boiar (aprender).
Em “a”: haver sempre tempo para aprender, para ten-
tar relaxar e ser feliz nas águas do amor, agindo com
mais calma, com mais prazer, com mais intensidade e
menos medo = correta.

3
3. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018) Resposta: Letra D
Ao texto: (...) Com o tempo, os banqueiros se deram
Lastro e o Sistema Bancário conta de que ninguém estava interessado em trocar
[...] dinheiro por ouro e criaram manobras, como a reserva
Até os anos 60, o papel-moeda e o dinheiro deposita- fracional, para emprestar muito mais dinheiro do que
do nos bancos deviam estar ligados a uma quantidade realmente tinham em ouro nos cofres.
de ouro num sistema chamado lastro-ouro. Como esse Em “a”, tornar ilimitada a produção de dinheiro = in-
metal é limitado, isso garantia que a produção de dinhei- correta
ro fosse também limitada. Com o tempo, os banqueiros
Em “b”, proteger os bens dos clientes de bancos = in-
se deram conta de que ninguém estava interessado em
correta
trocar dinheiro por ouro e criaram manobras, como a re-
Em “c”, impedir que os bancos fossem à falência =
serva fracional, para emprestar muito mais dinheiro do
que realmente tinham em ouro nos cofres. Nas crises, incorreta
como em 1929, todos queriam sacar dinheiro para pagar Em “d”, permitir o empréstimo de mais dinheiro =
suas contas e os bancos quebravam por falta de fundos, correta
deixando sem nada as pessoas que acreditavam ter suas Em “e”, preservar as economias das pessoas = incor-
economias seguramente guardadas. reta
Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o padrão-
-ouro. Desde então, o dinheiro, na forma de cédulas e 4. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018)
principalmente de valores em contas bancárias, já não A leitura do texto permite a compreensão de que
tendo nenhuma riqueza material para representar, é cria-
do a partir de empréstimos. Quando alguém vai até o a) as dívidas dos clientes são o que sustenta os bancos.
banco e recebe um empréstimo, o valor colocado em sua b) todo o dinheiro que os bancos emprestam é imagi-
conta é gerado naquele instante, criado a partir de uma nário.
decisão administrativa, e assim entra na economia. Essa c) quem pede um empréstimo deve a outros clientes.
explicação permaneceu controversa e escondida por d) o pagamento de dívidas depende do “livre-mercado”.
muito tempo, mas hoje está clara em um relatório do e) os bancos confiscam os bens dos clientes endividados.
Bank of England de 2014.
Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo é Resposta: Letra A
criado assim, inventado em canetaços a partir da conces- Em “a”, as dívidas dos clientes são o que sustenta os
são de empréstimos. O que torna tudo mais estranho e bancos = correta
perverso é que, sobre esse empréstimo, é cobrada uma
Em “b”, todo o dinheiro que os bancos emprestam é
dívida. Então, se eu peço dinheiro ao banco, ele inventa
imaginário = nem todo
números em uma tabela com meu nome e pede que eu
Em “c”, quem pede um empréstimo deve a outros
devolva uma quantidade maior do que essa. Para pagar
a dívida, preciso ir até o dito “livre-mercado” e trabalhar, clientes = deve ao banco, este paga/empresta a ou-
lutar, talvez trapacear, para conseguir o dinheiro que o tros clientes
banco inventou na conta de outras pessoas. Esse é o di- Em “d”, o pagamento de dívidas depende do “livre-
nheiro que vai ser usado para pagar a dívida, já que a -mercado” = não só: (...) preciso ir até o dito “livre-
única fonte de moeda é o empréstimo bancário. No fim, -mercado” e trabalhar, lutar, talvez trapacear.
os bancos acabam com todo o dinheiro que foi inventa- Em “e”, os bancos confiscam os bens dos clientes endi-
do e ainda confiscam os bens da pessoa endividada cujo vidados = desde que não paguem a dívida
dinheiro tomei.
Assim, o sistema monetário atual funciona com uma 5. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEI-
moeda que é ao mesmo tempo escassa e abundante. Es- RO GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018) Observe a charge
cassa porque só banqueiros podem criá-la, e abundante abaixo, publicada no momento da intervenção nas ati-
porque é gerada pela simples manipulação de bancos de vidades de segurança do Rio de Janeiro, em março de
dados. O resultado é uma acumulação de riqueza e po- 2018.
der sem precedentes: um mundo onde o patrimônio de
80 pessoas é maior do que o de 3,6 bilhões, e onde o 1%
mais rico tem mais do que os outros 99% juntos.
[...]
Disponível em https://fagulha.org/artigos/inventando-
-dinheiro/. Acessado em 20/03/2018

De acordo com o autor do texto Lastro e o sistema bancá-


LÍNGUA PORTUGUESA

rio, a reserva fracional foi criada com o objetivo de

a) tornar ilimitada a produção de dinheiro.


b) proteger os bens dos clientes de bancos.
c) impedir que os bancos fossem à falência.
d) permitir o empréstimo de mais dinheiro
e) preservar as economias das pessoas.

4
Há uma série de informações implícitas na charge; NÃO Resposta: Letra A
pode, no entanto, ser inferida da imagem e das frases a Em “a”: a criação de uma dependência tecnológica
seguinte informação: excessiva;
Em “b”: a falta de exercícios físicos nas crianças; = in-
a) a classe social mais alta está envolvida nos crimes co- correto
metidos no Rio; Em “c”: o risco de contatos perigosos; = incorreto
Em “d”: o abandono dos estudos regulares; = incorreto
b) a tarefa da investigação criminal não está sendo bem-
Em “e”: a falta de contato entre membros da família. =
-feita;
incorreto
c) a linguagem do personagem mostra intimidade com Através da fala do garoto chegamos à resposta: de-
o interlocutor; pendência tecnológica - expressa em sua fala.
d) a presença do orelhão indica o atraso do local da charge;
e) as imagens dos tanques de guerra denunciam a pre- 7. (Câmara de Salvador-BA – Assistente Legislativo
sença do Exército. Municipal – FGV-2018-adaptada) “Hoje, esse termo
denota, além da agressão física, diversos tipos de impo-
Resposta: Letra D sição sobre a vida civil, como a repressão política, familiar
ou de gênero, ou a censura da fala e do pensamento de
determinados indivíduos e, ainda, o desgaste causado
pelas condições de trabalho e condições econômicas”. A
manchete jornalística abaixo que NÃO se enquadra em
nenhum tipo de violência citado nesse segmento é:

a) Presa por mensagem racista na internet;


b) Vinte pessoas são vítimas da ditadura venezuelana;
c) Apanhou de policiais por destruir caixa eletrônico;
NÃO pode ser inferida da imagem e das frases a se- d) Homossexuais são perseguidos e presos na Rússia;
e) Quatro funcionários ficaram livres do trabalho escravo.
guinte informação:
Em “a”, a classe social mais alta está envolvida nos cri- Resposta: Letra C
mes cometidos no Rio = inferência correta Em “a”: Presa por mensagem racista na internet =
Em “b”, a tarefa da investigação criminal não está sen- como a repressão política, familiar ou de gênero
do bem-feita = inferência correta Em “b”: Vinte pessoas são vítimas da ditadura venezue-
Em “c”, a linguagem do personagem mostra intimida- lana = como a repressão política, familiar ou de gênero
de com o interlocutor = inferência correta Em “c”: Apanhou de policiais por destruir caixa eletrô-
Em “d”, a presença do orelhão indica o atraso do local nico = não consta na Manchete acima
da charge = incorreta Em “d”: Homossexuais são perseguidos e presos na
Em “e”, as imagens dos tanques de guerra denunciam Rússia = como a repressão política, familiar ou de gênero
a presença do Exército = inferência correta Em “e”: Quatro funcionários ficaram livres do trabalho
escravo = o desgaste causado pelas condições de trabalho
6. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018) Observe
8. (MPE-AL – ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO –
a charge abaixo.
ÁREA JURÍDICA – FGV-2018)

Oportunismo à Direita e à Esquerda


Numa democracia, é livre a expressão, estão garantidos
o direito de reunião e de greve, entre outros, obedecidas
leis e regras, lastreadas na Constituição. Em um regime
de liberdades, há sempre o risco de excessos, a serem
devidamente contidos e seus responsáveis, punidos,
conforme estabelecido na legislação.
É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos cami-
nhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo, da
ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados em
se beneficiar do barateamento do combustível.
Sempre há, também, o oportunismo político-ideológico
para se aproveitar da crise. Inclusive, neste ano de elei-
ção, com o objetivo de obter apoio a candidatos. Não
LÍNGUA PORTUGUESA

No caso da charge, a crítica feita à internet é: faltam, também, os arautos do quanto pior, melhor, para
desgastar governantes e reforçar seus projetos de po-
a) a criação de uma dependência tecnológica excessiva; der, por mais delirantes que sejam. Também aqui vale o
b) a falta de exercícios físicos nas crianças; que está delimitado pelo estado democrático de direito,
c) o risco de contatos perigosos; defendido pelos diversos instrumentos institucionais de
d) o abandono dos estudos regulares; que conta o Estado – Polícia, Justiça, Ministério Público,
e) a falta de contato entre membros da família. Forças Armadas etc.

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A greve atravessou vários sinais ao estrangular as vias de Uma cultura de paz exige esforço para modificar o pen-
suprimento que mantêm o sistema produtivo funcionan- samento e a ação das pessoas para que se promova a
do, do qual depende a sobrevivência física da população. paz. Falar de violência e de como ela nos assola deixa
Isso não pode ser esquecido e serve de alerta para que as de ser, então, a temática principal. Não que ela vá ser
autoridades desenvolvam planos de contingência. esquecida ou abafada; ela pertence ao nosso dia a dia e
O Globo, 31/05/2018. temos consciência disso. Porém, o sentido do discurso, a
ideologia que o alimenta, precisa impregná-lo de pala-
“É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos ca- vras e conceitos que anunciem os valores humanos que
minhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo, da decantam a paz, que lhe proclamam e promovem. A vio-
ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados em lência já é bastante denunciada, e quanto mais falamos
se beneficiar do barateamento do combustível.” Segundo dela, mais lembramos de sua existência em nosso meio
esse parágrafo do texto, o que “precisa acontecer” é social. É hora de começarmos a convocar a presença da
paz em nós, entre nós, entre nações, entre povos.
a) manter-se o direito de livre expressão do pensamento.
Um dos primeiros passos nesse sentido refere-se à ges-
b) garantir-se o direito de reunião e de greve.
tão de conflitos. Ou seja, prevenir os conflitos potencial-
c) lastrear leis e regras na Constituição.
mente violentos e reconstruir a paz e a confiança en-
d) punirem-se os responsáveis por excessos.
e) concluírem-se as investigações sobre a greve. tre pessoas originárias de situação de guerra é um dos
exemplos mais comuns a serem considerados. Tal missão
Resposta: Letra D estende-se às escolas, instituições públicas e outros lo-
Em “a”: manter-se o direito de livre expressão do pensa- cais de trabalho por todo o mundo, bem como aos par-
mento. = incorreto lamentos e centros de comunicação e associações.
Em “b”: garantir-se o direito de reunião e de greve. = Outro passo é tentar erradicar a pobreza e reduzir as de-
incorreto sigualdades, lutando para atingir um desenvolvimento
Em “c”: lastrear leis e regras na Constituição. = incorreto sustentado e o respeito pelos direitos humanos, refor-
Em “d”: punirem-se os responsáveis por excessos. çando as instituições democráticas, promovendo a liber-
Em “e”: concluírem-se as investigações sobre a greve. dade de expressão, preservando a diversidade cultural e
= incorreto o ambiente.
Ao texto: (...) há sempre o risco de excessos, a serem É, então, no entrelaçamento “paz — desenvolvimento —
devidamente contidos e seus responsáveis, punidos, direitos humanos — democracia” que podemos vislum-
conforme estabelecido na legislação. / É o que precisa brar a educação para a paz.
acontecer... = precisa acontecer a punição dos excessos. Leila Dupret. Cultura de paz e ações sócio-educativas: desafios
para a escola contemporânea. In: Psicol. Esc. Educ. (Impr.) v. 6, n.º
9. (PC-MA – DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – CES- 1. Campinas, jun./2002 (com adaptações).
PE-2018)
De acordo com o texto CG1A1AAA, os elementos “gestão
Texto CG1A1AAA de conflitos” e “erradicar a pobreza” devem ser concebi-
A paz não pode ser garantida apenas pelos acordos dos como
políticos, econômicos ou militares. Cada um de nós, in-
dependentemente de idade, sexo, estrato social, crença a) obstáculos para a construção da cultura da paz.
religiosa etc. é chamado à criação de um mundo pacifica- b) dispensáveis para a construção da cultura da paz.
do, um mundo sob a égide de uma cultura da paz. c) irrelevantes na construção da cultura da paz.
Mas, o que significa “cultura da paz”? d) etapas para a construção da cultura da paz.
Construir uma cultura da paz envolve dotar as crianças e e) consequências da construção da cultura da paz.
os adultos da compreensão de princípios como liberdade,
justiça, democracia, direitos humanos, tolerância, igualda- Resposta: Letra D
de e solidariedade. Implica uma rejeição, individual e co- Em “a”: obstáculos para a construção da cultura da paz.
letiva, da violência que tem sido percebida na sociedade, = incorreto
em seus mais variados contextos. A cultura da paz tem de Em “b”: dispensáveis para a construção da cultura da
procurar soluções que advenham de dentro da(s) socieda- paz. = incorreto
de(s), que não sejam impostas do exterior. Em “c”: irrelevantes na construção da cultura da paz.
Cabe ressaltar que o conceito de paz pode ser aborda- = incorreto
do em sentido negativo, quando se traduz em um estado Em “d”: etapas para a construção da cultura da paz.
de não guerra, em ausência de conflito, em passividade e Em “e”: consequências da construção da cultura da paz.
permissividade, sem dinamismo próprio; em síntese, con-
LÍNGUA PORTUGUESA

= incorreto
denada a um vazio, a uma não existência palpável, difícil
Ao texto: Um dos primeiros passos nesse sentido refe-
de se concretizar e de se precisar. Em sua concepção po-
re-se à gestão de conflitos. (...) Outro passo é tentar er-
sitiva, a paz não é o contrário da guerra, mas a prática da
radicar a pobreza e reduzir as desigualdades = etapas
não violência para resolver conflitos, a prática do diálogo
na relação entre pessoas, a postura democrática frente à para construção da paz.
vida, que pressupõe a dinâmica da cooperação planejada
e o movimento constante da instalação de justiça.

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10. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUS- Com sua fala, a personagem revela que
TIÇA AVALIADOR – FGV-2018)
a) a violência era comum no passado.
b) as pessoas lutam contra a violência.
c) a violência está banalizada.
d) o preço que pagou pela violência foi alto.

Resposta: Letra C
Em “a”: a violência era comum no passado. = incorreto
Em “b”: as pessoas lutam contra a violência. = incor-
reto
Em “c”: a violência está banalizada.
Em “d”: o preço que pagou pela violência foi alto. =
incorreto
Infelizmente, a personagem revela que a violência está
banalizada, nem há mais “punições” para os agressi-
vos.

12. (PM-SP - ASPIRANTE DA POLÍCIA MILITAR [INTE-


RIOR] – VUNESP-2017) Leia a charge.

O humor da tira é conseguido através de uma quebra de


expectativa, que é:

a) o fato de um adulto colecionar figurinhas;


b) as figurinhas serem de temas sociais e não esportivos;
c) a falta de muitas figurinhas no álbum;
É correto associar o humor da charge ao fato de que
d) a reclamação ser apresentada pelo pai e não pelo filho;
e) uma criança ajudar a um adulto e não o contrário.
a) os personagens têm uma autoestima elevada e são
otimistas, mesmo vivendo em uma situação de com-
Resposta: Letra B
pleto confinamento.
Em “a”: o fato de um adulto colecionar figurinhas; =
b) os dois personagens estão muito bem informados so-
incorreto
bre a economia, o que não condiz com a imagem de
Em “b”: as figurinhas serem de temas sociais e não
criminosos.
esportivos;
c) o valor dos cosméticos afetará diretamente a vida dos
Em “c”: a falta de muitas figurinhas no álbum; = incor-
personagens, pois eles demonstram preocupação
reto
com a aparência.
Em “d”: a reclamação ser apresentada pelo pai e não
d) o aumento dos preços de cosméticos não surpreende
pelo filho; = incorreto
os personagens, que estão acostumados a pagar caro
Em “e”: uma criança ajudar a um adulto e não o con-
por eles nos presídios.
trário. = incorreto
e) os preços de cosméticos não deveriam ser relevantes
O humor está no fato de o álbum ser sobre um tema
para os personagens, dada a condição em que se en-
incomum: assuntos sociais.
contram.
11. (PM-SP - SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR – VU-
Resposta: Letra E
NESP-2015) Leia a tira.
Em “a”: os personagens têm uma autoestima elevada
e são otimistas, mesmo vivendo em uma situação de
completo confinamento. = incorreto
Em “b”: os dois personagens estão muito bem infor-
LÍNGUA PORTUGUESA

mados sobre a economia, o que não condiz com a


imagem de criminosos. = incorreto
Em “c”: o valor dos cosméticos afetará diretamente a
vida dos personagens, pois eles demonstram preocu-
(Folha de S.Paulo, 02.10.2015. Adaptado) pação com a aparência. = incorreto

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Em “d”: o aumento dos preços de cosméticos não sur- res. Estes interlocutores são as peças principais em um
preende os personagens, que estão acostumados a diálogo ou em um texto escrito.
pagar caro por eles nos presídios. = incorreto É de fundamental importância sabermos classificar os
Em “e”: os preços de cosméticos não deveriam ser textos com os quais travamos convivência no nosso dia
relevantes para os personagens, dada a condição em a dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos tex-
que se encontram. tuais e gêneros textuais.
Pela condição em que as personagens se encontram, o Comumente relatamos sobre um acontecimento, um
aumento no preço dos cosméticos não os afeta. fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa
opinião sobre determinado assunto, descrevemos algum
13. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUS- lugar que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre al-
TIÇA AVALIADOR – FGV-2018) guém que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente
nessas situações corriqueiras que classificamos os nossos
textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descri-
Texto 1 – Além do celular e da carteira, cuidado com
ção e Dissertação.
as figurinhas da Copa
Gilberto Porcidônio – O Globo, 12/04/2018
As tipologias textuais se caracterizam pelos aspec-
tos de ordem linguística
A febre do troca-troca de figurinhas pode estar atingindo Os tipos textuais designam uma sequência definida
uma temperatura muito alta. Preocupados que os mais pela natureza linguística de sua composição. São obser-
afoitos pelos cromos possam até roubá-los, muitos jor- vados aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, rela-
naleiros estão levando seus estoques para casa quando ções logicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo,
termina o expediente. Pode parecer piada, mas há até argumentativo/dissertativo, injuntivo e expositivo.
boatos sobre quadrilhas de roubo de figurinha espalha- A) Textos narrativos – constituem-se de verbos de
dos por mensagens de celular. ação demarcados no tempo do universo narrado,
como também de advérbios, como é o caso de an-
Sobre a estrutura do título dado ao texto 1, a afirmativa tes, agora, depois, entre outros: Ela entrava em seu
adequada é: carro quando ele apareceu. Depois de muita conver-
sa, resolveram...
a) as figurinhas da Copa passaram a ocupar o lugar do B) Textos descritivos – como o próprio nome indica,
celular e da carteira nos roubos urbanos; descrevem características tanto físicas quanto psi-
b) as figurinhas da Copa se somaram ao celular e à cartei- cológicas acerca de um determinado indivíduo ou
ra como alvo de desejo dos assaltantes; objeto. Os tempos verbais aparecem demarcados
c) o alerta dado no título se dirige aos jornaleiros que no presente ou no pretérito imperfeito: “Tinha os
vendem as figurinhas da Copa; cabelos mais negros como a asa da graúna...”
d) os ladrões passaram a roubar as figurinhas da Copa C) Textos expositivos – Têm por finalidade explicar
nas bancas de jornais; um assunto ou uma determinada situação que se
e) as figurinhas da Copa se transformaram no alvo prin- almeje desenvolvê-la, enfatizando acerca das ra-
cipal dos ladrões. zões de ela acontecer, como em: O cadastramento
irá se prorrogar até o dia 02 de dezembro, portan-
Resposta: Letra B to, não se esqueça de fazê-lo, sob pena de perder o
Em “a”: as figurinhas da Copa passaram a ocupar o benefício.
D) Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de
lugar do celular e da carteira nos roubos urbanos; =
uma modalidade na qual as ações são prescritas de
incorreto
forma sequencial, utilizando-se de verbos expres-
Em “b”: as figurinhas da Copa se somaram ao celular e
sos no imperativo, infinitivo ou futuro do presente:
à carteira como alvo de desejo dos assaltantes;
Misture todos os ingrediente e bata no liquidificador
Em “c”: o alerta dado no título se dirige aos jornaleiros até criar uma massa homogênea.
que vendem as figurinhas da Copa; = incorreto E) Textos argumentativos (dissertativo) – Demar-
Em “d”: os ladrões passaram a roubar as figurinhas da cam-se pelo predomínio de operadores argumen-
Copa nas bancas de jornais; = incorreto tativos, revelados por uma carga ideológica cons-
Em “e”: as figurinhas da Copa se transformaram no tituída de argumentos e contra-argumentos que
alvo principal dos ladrões. = incorreto justificam a posição assumida acerca de um deter-
O título do texto já nos dá a resposta: além do celular minado assunto: A mulher do mundo contemporâ-
e da carteira, ou seja, as figurinhas da Copa também neo luta cada vez mais para conquistar seu espaço
passaram a ser alvo dos assaltantes. no mercado de trabalho, o que significa que os gê-
LÍNGUA PORTUGUESA

neros estão em complementação, não em disputa.


TIPOLOGIA E GÊNERO TEXTUAL Gêneros Textuais

A todo o momento nos deparamos com vários tex- São os textos materializados que encontramos em
tos, sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a nosso cotidiano; tais textos apresentam características
presença do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência sócio-comunicativas definidas por seu estilo, função,
daquilo que está sendo transmitido entre os interlocuto- composição, conteúdo e canal. Como exemplos, temos:

8
receita culinária, e-mail, reportagem, monografia, poema, aquele que passa instruções ao leitor. O texto acima
editorial, piada, debate, agenda, inquérito policial, fórum, apresenta tal característica.
blog, etc.
A escolha de um determinado gênero discursivo de- ESTRUTURA TEXTUAL
pende, em grande parte, da situação de produção, ou
seja, a finalidade do texto a ser produzido, quem são os Primeiramente, o que nos faz produzir um texto é a
locutores e os interlocutores, o meio disponível para vei- capacidade que temos de pensar. Por meio do pensa-
cular o texto, etc. mento, elaboramos todas as informações que recebemos
Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a e orientamos as ações que interferem na realidade e or-
esferas de circulação. Assim, na esfera jornalística, por ganização de nossos escritos. O que lemos é produto de
exemplo, são comuns gêneros como notícias, reporta- um pensamento transformado em texto.
gens, editoriais, entrevistas e outros; na esfera de divul- Logo, como cada um de nós tem seu modo de pen-
gação científica são comuns gêneros como verbete de sar, quando escrevemos sempre procuramos uma ma-
dicionário ou de enciclopédia, artigo ou ensaio científico, neira organizada do leitor compreender as nossas ideias.
seminário, conferência. A finalidade da escrita é direcionar totalmente o que
você quer dizer, por meio da comunicação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Para isso, os elementos que compõem o texto se sub-
dividem em: introdução, desenvolvimento e conclusão.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- Todos eles devem ser organizados de maneira equilibrada.
char. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010. Introdução
CAMPEDELLI, Samira Yousseff, SOUZA, Jésus Barbosa.
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática – Caracterizada pela entrada no assunto e a argumen-
volume único – 3.ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. tação inicial. A ideia central do texto é apresentada nessa
etapa. Essa apresentação deve ser direta, sem rodeios.
SITE O seu tamanho raramente excede a 1/5 de todo o tex-
to. Porém, em textos mais curtos, essa proporção não é
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/reda- equivalente. Neles, a introdução pode ser o próprio tí-
cao/tipologia-textual.htm> tulo. Já nos textos mais longos, em que o assunto é ex-
posto em várias páginas, ela pode ter o tamanho de um
capítulo ou de uma parte precedida por subtítulo. Nessa
EXERCÍCIOS COMENTADOS situação, pode ter vários parágrafos. Em redações mais
comuns, que em média têm de 25 a 80 linhas, a introdu-
1. (TJ-DFT – CONHECIMENTOS BÁSICOS – TÉCNICO ção será o primeiro parágrafo.
JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – CESPE –
2015) Desenvolvimento

Ouro em Fios A maior parte do texto está inserida no desenvolvi-


mento, que é responsável por estabelecer uma ligação
A natureza é capaz de produzir materiais preciosos, entre a introdução e a conclusão. É nessa etapa que são
como o ouro e o cobre - condutor de ENERGIA ELÉTRICA. elaboradas as ideias, os dados e os argumentos que sus-
O ouro já é escasso. A energia elétrica caminha para isso. tentam e dão base às explicações e posições do autor.
Enquanto cientistas e governos buscam novas fontes de É caracterizado por uma “ponte” formada pela organi-
energia sustentáveis, faça sua parte aqui no TJDFT: zação das ideias em uma sequência que permite formar
- Desligue as luzes nos ambientes onde é possível usar a uma relação equilibrada entre os dois lados.
iluminação natural. O autor do texto revela sua capacidade de discutir um
- Feche as janelas ao ligar o ar-condicionado. determinado tema no desenvolvimento, e é através desse
- Sempre desligue os aparelhos elétricos ao sair do am- que o autor mostra sua capacidade de defender seus pon-
biente. tos de vista, além de dirigir a atenção do leitor para a con-
- Utilize o computador no modo espera. clusão. As conclusões são fundamentadas a partir daqui.
Fique ligado! Evite desperdícios. Para que o desenvolvimento cumpra seu objetivo, o
Energia elétrica. escritor já deve ter uma ideia clara de como será a con-
clusão. Daí a importância em planejar o texto.
LÍNGUA PORTUGUESA

A natureza cobra o preço do desperdício.


Internet: <www.tjdft.jus.br> (com adaptações) Em média, o desenvolvimento ocupa 3/5 do texto, no
Há no texto elementos característicos das tipologias ex- mínimo. Já nos textos mais longos, pode estar inserido
positiva e injuntiva. em capítulos ou trechos destacados por subtítulos. Apre-
sentar-se-á no formato de parágrafos medianos e curtos.
(  ) CERTO   (  ) ERRADO Os principais erros cometidos no desenvolvimento
são o desvio e a desconexão da argumentação. O primei-
Resposta: Certo. Texto injuntivo – ou instrucional – é ro está relacionado ao autor tomar um argumento se-

9
cundário que se distancia da discussão inicial, ou quando cias a serem utilizadas na redação; ele deve ser o mais
se concentra em apenas um aspecto do tema e esquece enxuto possível.
o seu todo. O segundo caso acontece quando quem re-
dige tem muitas ideias ou informações sobre o que está SITE
sendo discutido, não conseguindo estruturá-las. Surge
também a dificuldade de organizar seus pensamentos e Disponível em: <http://producao-de-textos.info/mos/
definir uma linha lógica de raciocínio. view/Caracter%C3%ADsticas_e_Estruturas_do_Texto/>

Conclusão
ELEMENTOS DE COESÃO E COERÊNCIA
TEXTUAL
Considerada como a parte mais importante do texto,
é o ponto de chegada de todas as argumentações ela-
boradas. As ideias e os dados utilizados convergem para COESÃO E COERÊNCIA
essa parte, em que a exposição ou discussão se fecha.
Em uma estrutura normal, ela não deve deixar uma Na construção de um texto, assim como na fala, usa-
brecha para uma possível continuidade do assunto; ou mos mecanismos para garantir ao interlocutor a com-
seja, possui atributos de síntese. A discussão não deve preensão do que é dito, ou lido. Estes mecanismos lin-
ser encerrada com argumentos repetitivos, como por guísticos que estabelecem a coesão e retomada do que
exemplo: “Portanto, como já dissemos antes...”, “Con- foi escrito - ou falado - são os referentes textuais, que
cluindo...”, “Em conclusão...”. buscam garantir a coesão textual para que haja coerên-
Sua proporção em relação à totalidade do texto deve cia, não só entre os elementos que compõem a oração,
ser equivalente ao da introdução: de 1/5. Essa é uma das como também entre a sequência de orações dentro do
características de textos bem redigidos. texto. Essa coesão também pode muitas vezes se dar de
Os seguintes erros aparecem quando as conclusões modo implícito, baseado em conhecimentos anteriores
ficam muito longas: que os participantes do processo têm com o tema.
Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha ima-
• O problema aparece quando não ocorre uma ex- ginária - composta de termos e expressões - que une
ploração devida do desenvolvimento, o que gera os diversos elementos do texto e busca estabelecer rela-
uma invasão das ideias de desenvolvimento na ções de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego
conclusão. de diferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição,
• Outro fator consequente da insuficiência de funda- substituição, associação), sejam gramaticais (emprego de
mentação do desenvolvimento está na conclusão pronomes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se
precisar de maiores explicações, ficando bastante frases, orações, períodos, que irão apresentar o contexto
vazia. – decorre daí a coerência textual.
• Enrolar e “encher linguiça” são muito comuns no Um texto incoerente é o que carece de sentido ou
texto em que o autor fica girando em torno de o apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa
ideias redundantes ou paralelas. incoerência é resultado do mau uso dos elementos de
• Uso de frases vazias que, por vezes, são perfeita- coesão textual. Na organização de períodos e de pará-
mente dispensáveis. grafos, um erro no emprego dos mecanismos gramati-
• Quando não tem clareza de qual é a melhor conclusão, cais e lexicais prejudica o entendimento do texto. Cons-
o autor acaba se perdendo na argumentação final. truído com os elementos corretos, confere-se a ele uma
unidade formal.
Em relação à abertura para novas discussões, a con- Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enun-
clusão não pode ter esse formato, exceto pelos seguin- ciado não se constrói com um amontoado de palavras e
tes fatores: orações. Elas se organizam segundo princípios gerais de
• Para não influenciar a conclusão do leitor sobre te- dependência e independência sintática e semântica, reco-
mas polêmicos, o autor deixa a conclusão em aberto. bertos por unidades melódicas e rítmicas que sedimentam
• Para estimular o leitor a ler uma possível continuida- estes princípios”.
de do texto, o autor não fecha a discussão de pro-
pósito. Não se deve escrever frases ou textos desconexos –
• Por apenas apresentar dados e informações sobre o é imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que as
tema a ser desenvolvido, o autor não deseja concluir frases estejam coesas e coerentes formando o texto. Re-
o assunto. lembre-se de que, por coesão, entende-se ligação, rela-
LÍNGUA PORTUGUESA

• Para que o leitor tire suas próprias conclusões, o au- ção, nexo entre os elementos que compõem a estrutura
tor enumera algumas perguntas no final do texto. textual.

A maioria dessas falhas pode ser evitada se antes o Formas de se garantir a coesão entre os elementos
autor fizer um esboço de todas as suas ideias. Essa técni- de uma frase ou de um texto:
ca é um roteiro, em que estão presentes os planejamen-
tos. Naquele devem estar indicadas as melhores sequên- • Substituição de palavras com o emprego de sinô-

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nimos - palavras ou expressões do mesmo campo 1. à sua organização como um todo, em que devem
associativo. estar assegurados o início, o meio e o fim;
• Nominalização – emprego alternativo entre um 2. à adequação da linguagem ao tipo de texto. Um
verbo, o substantivo ou o adjetivo correspondente texto técnico, por exemplo, tem a sua coerência
(desgastar / desgaste / desgastante). fundamentada em comprovações, apresentação
• Emprego adequado de tempos e modos verbais: de estatísticas, relato de experiências; um texto
Embora não gostassem de estudar, participaram da informativo apresenta coerência se trabalhar com
aula. linguagem objetiva, denotativa; textos poéticos,
• Emprego adequado de pronomes, conjunções, por outro lado, trabalham com a linguagem figura-
preposições, artigos: da, livre associação de ideias, palavras conotativas.

O papa Francisco visitou o Brasil. Na capital brasileira, REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA


Sua Santidade participou de uma reunião com a Presiden-
te Dilma. Ao passar pelas ruas, o papa cumprimentava as CAMPEDELLI, Samira Yousseff, SOUZA, Jésus Barbosa.
pessoas. Estas tiveram a certeza de que ele guarda respeito Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática –
por elas. volume único – 3.ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
• Uso de hipônimos – relação que se estabelece com
base na maior especificidade do significado de um SITE
deles. Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel
(mais genérico). Disponível em: <http://www.mundovestibular.com.
• Emprego de hiperônimos - relações de um termo br/articles/2586/1/COESAO-E-COERENCIA-TEXTUAL/
de sentido mais amplo com outros de sentido mais Paacutegina1.html>
específico. Por exemplo, felino está numa relação
de hiperonímia com gato.
• Substitutos universais, como os verbos vicários. EXERCÍCIOS COMENTADOS

Verbo vicário é aquele que substitui outro já utilizado 1. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEIRO
no período, evitando repetições. Geralmente é o verbo GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018)
fazer e ser. Exemplo: Não gosto de estudar. Faço porque
preciso. O “faço” foi empregado no lugar de “estudo”, Texto 2
evitando repetição desnecessária.
A coesão apoiada na gramática se dá no uso de co- “A prefeitura da capital italiana anunciou que vai banir a
nectivos, como pronomes, advérbios e expressões ad- circulação de carros a diesel no centro a partir de 2024. O
verbiais, conjunções, elipses, entre outros. A elipse jus- objetivo é reduzir a poluição, que contribui para a erosão
tifica-se quando, ao remeter a um enunciado anterior, dos monumentos”. (Veja, 7/3/2018)
a palavra elidida é facilmente identificável (Exemplo.: O
jovem recolheu-se cedo. Sabia que ia necessitar de todas A ordem cronológica dos fatos citados no texto 2 é:
as suas forças. O termo o jovem deixa de ser repetido e,
assim, estabelece a relação entre as duas orações). a) redução da poluição / banimento da circulação de car-
ros / erosão dos monumentos;
Dêiticos são elementos linguísticos que têm a pro- b) banimento da circulação de carros / erosão dos monu-
priedade de fazer referência ao contexto situacional ou mentos / redução da poluição;
ao próprio discurso. Exercem, por excelência, essa fun- c) erosão dos monumentos / redução da poluição / bani-
ção de progressão textual, dada sua característica: são mento da circulação de carros;
elementos que não significam, apenas indicam, remetem d) redução da poluição / erosão dos monumentos / ba-
aos componentes da situação comunicativa. nimento da circulação de carros;
Já os componentes concentram em si a significação. e) erosão dos monumentos / banimento da circulação de
Elisa Guimarães ensina-nos a esse respeito: carros / redução da poluição.

“Os pronomes pessoais e as desinências verbais in- Resposta: Letra E


dicam os participantes do ato do discurso. Os pronomes “A prefeitura da capital italiana anunciou que vai banir
demonstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, a circulação de carros a diesel no centro a partir de
bem como os advérbios de tempo, referenciam o momento 2024. O objetivo é reduzir a poluição, que contribui
LÍNGUA PORTUGUESA

da enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterio- para a erosão dos monumentos”.


ridade ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste Primeiro ocorreu a erosão dos monumentos (=1) de-
momento (presente); ultimamente, recentemente, ontem, vido à poluição; optou-se pelo banimento da circula-
há alguns dias, antes de (pretérito); de agora em diante, ção dos carros (=2) para que a poluição diminua (=3),
no próximo ano, depois de (futuro).” o que preservará os monumentos.

A coerência de um texto está ligada: 2. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO BANCÁRIO –

11
CESGRANRIO-2018) A ideia a que o pronome destaca- por novos gadgets. De modo geral, em nosso processo
do se refere está adequadamente explicitada entre col- evolutivo como seres humanos, nosso cérebro aprendeu
chetes em: a suprir necessidades básicas para a sobrevivência e a
perpetuação da espécie, tais como sexo, segurança e sta-
a) “Ela é produzida de forma descentralizada por mi- tus social.
lhares de computadores, mantidos por pessoas que Nesse sentido, a compra de uma novidade tecnológica
‘emprestam’ a capacidade de suas máquinas para criar atende a essa última necessidade citada: nós nos senti-
bitcoins” [computadores] mos melhores e superiores, ainda que momentaneamen-
b) “No processo de nascimento de uma bitcoin, que é te, quando surgimos em nossos círculos sociais com um
chamado de ´mineração´, os computadores conecta- produto que quase ninguém ainda possui.
dos à rede competem entre si” [bitcoin] Foi realizado um estudo de mapeamento cerebral que
c) “O nível de dificuldade dos desafios é ajustado pela mostrou que imagens de produtos tecnológicos ativa-
rede, para que a moeda cresça dentro de uma faixa
vam partes do nosso cérebro idênticas às que são ativa-
limitada, que é de até 21 milhões de unidades” [rede]
das quando uma pessoa muito religiosa se depara com
d) “Elas são guardadas em uma espécie de carteira, que
um objeto sagrado. Ou seja, não seria exagero dizer que
é criada quando o usuário se cadastra no software.”
o vício em novidades tecnológicas é quase uma religião
[espécie ]
e) “Críticos afirmam que a moeda vive uma bolha que em para os mais entusiastas.
algum momento deve estourar.” [bolha] O ato de seguir esse impulso cerebral e comprar o mais
novo lançamento tecnológico dispara em nosso cére-
Resposta: Letra E bro a liberação de um hormônio chamado dopamina,
Em “a”: “Ela é produzida de forma descentralizada por responsável por nos causar sensações de prazer. Ele é
milhares de computadores, mantidos por pessoas que liberado quando nosso cérebro identifica algo que repre-
(= as quais – retoma o termo “pessoas”) sente uma recompensa.
Em “b”: “No processo de nascimento de uma bitcoin, O grande problema é que a busca excessiva por recom-
que é chamado de ‘mineração’ (= o qual - retoma o pensas pode resultar em comportamentos impulsivos,
termo “processo de nascimento”) que incluem vícios em jogos, apego excessivo a redes
Em “c”: “O nível de dificuldade dos desafios é ajustado sociais e até mesmo alcoolismo. No caso do consumo,
pela rede, para que a moeda cresça dentro de uma podemos observar a situação problematizada aqui: gasto
faixa limitada, que é de até 21 milhões de unidades” = excessivo de dinheiro em aparelhos eletrônicos que nem
retoma o termo “faixa limitada” sempre trazem novidade –– as atualizações de modelos
Em “d”: “Elas são guardadas em uma espécie de cartei- de smartphones, por exemplo, na maior parte das vezes
ra, que é criada (= a qual – retoma “carteira”) apresentam poucas mudanças em relação ao modelo
Em “e”: “Críticos afirmam que a moeda vive uma bolha anterior, considerando-se seu preço elevado. Em outros
que (= a qual) em algum momento deve estourar.” casos, gasta-se uma quantia absurda em algum aparelho
[bolha] = correta novo que não se sabe se terá tanta utilidade prática ou
inovadora no cotidiano.
3. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES- No fim das contas, vale um lembrete que pode ajudar a
GRANRIO-2018-ADAPTADA) conter os impulsos na hora de comprar um novo smart-
phone ou alguma novidade de mercado: compare o efei-
O vício da tecnologia to momentâneo da dopamina com o impacto de imagi-
nar como ficarão as faturas do seu cartão de crédito com
Entusiastas de tecnologia passaram a semana com os
a nova compra.
olhos voltados para uma exposição de novidades eletrô-
O choque ao constatar o rombo em seu orçamento pode
nicas realizada recentemente nos Estados Unidos. Entre
ser suficiente para que você decida pensar duas vezes a
as inovações, estavam produtos relacionados a experiên-
cias de realidade virtual e à utilização de inteligência ar- respeito da aquisição.
tificial — que hoje é um dos temas que mais desperta DANA, S. O Globo. Economia. Rio de Janeiro, 16 jan.
interesse em profissionais da área, tendo em vista a am- 2018. Adaptado.
pliação do uso desse tipo de tecnologia nos mais diver-
sos segmentos.
Mais do que prestar atenção às novidades lançadas no A ideia a que a expressão destacada se refere está expli-
evento, vale refletir sobre o motivo que nos leva a uma citada adequadamente entre colchetes em:
ansiedade tão grande para consumir produtos que pro-
a) “relacionados a experiências de realidade virtual e à
LÍNGUA PORTUGUESA

metem inovação tecnológica. Por que tanta gente se dis-


põe a dormir em filas gigantescas só para ser um dos utilização de inteligência artificial — que hoje é um
primeiros a comprar um novo modelo de smartphone? dos temas que mais desperta interesse em profissio-
Por que nos dispomos a pagar cifras astronômicas para nais da área” [experiências de realidade virtual]
comprar aparelhos que não temos sequer certeza de que b) “tendo em vista a ampliação do uso desse tipo de tec-
serão realmente úteis em nossas rotinas? nologia nos mais diversos segmentos” [inteligência
A teoria de um neurocientista da Universidade de Oxford artificial]
(Inglaterra) ajuda a explicar essa “corrida desenfreada” c) “a compra de uma novidade tecnológica atende a essa

12
última necessidade citada” [segurança] de sua população urbana. Ali, os portugueses dedicam-
d) “O ato de seguir esse impulso cerebral e comprar o -se ao comércio, sobretudo na área dos comestíveis,
mais novo lançamento tecnológico dispara em nosso como os cafés, as panificações, as leitarias, os talhos,
cérebro a liberação de um hormônio chamado dopa- além de outros ramos, como os das papelarias e lojas
mina” [mapeamento cerebral] de vestuários. Fora do comércio, podem exercer as mais
e) “Ele é liberado quando nosso cérebro identifica algo variadas profissões, como atividades domésticas ou as de
que represente uma recompensa.” [impulso cerebral] barbeiros e alfaiates. Há, de igual forma, entre os mais
afortunados, aqueles ligados à indústria, voltados para
Resposta: Letra B construção civil, o mobiliário, a ourivesaria e o fabrico de
Ao texto: bebidas.
Em “a”: “relacionados a experiências de realidade vir- A sua distribuição pela cidade, apesar da não formação
tual e à utilização de inteligência artificial — que hoje de guetos, denota uma tendência para a sua concentra-
é um dos temas que mais desperta interesse em pro- ção em determinados bairros, escolhidos, muitas das ve-
fissionais da área” [experiências de realidade virtual] zes, pela proximidade da zona de trabalho. No Centro da
Nesse caso, a resposta se encontra na alternativa: in- cidade, próximo ao grande comércio, temos um grupo
teligência artificial significativo de patrícios e algumas associações de por-
te, como o Real Gabinete Português de Leitura e o Liceu
Em “b”: “tendo em vista a ampliação do uso desse tipo Literário Português. Nos bairros da Cidade Nova, Estácio
de tecnologia nos mais diversos segmentos” [inteli- de Sá, Catumbi e Tijuca, outro ponto de concentração
gência artificial] da colônia, se localizam outras associações portuguesas,
Texto: Entre as inovações, estavam produtos relaciona- como a Casa de Portugal e um grande número de casas
dos a experiências de realidade virtual e à utilização de regionais. Há, ainda, pequenas concentrações nos bairros
inteligência artificial — que hoje é um dos temas que periféricos da cidade, como Jacarepaguá, originalmente
mais desperta interesse em profissionais da área, tendo formado por quintas de pequenos lavradores; nos subúr-
em vista a ampliação do uso desse tipo de tecnologia bios, como Méier e Engenho Novo; e nas zonas mais pri-
nos mais diversos segmentos.= correta vilegiadas, como Botafogo e restante da zona sul carioca,
área nobre da cidade a partir da década de cinquenta,
Em “c”: “a compra de uma novidade tecnológica aten- preferida pelos mais abastados.
de a essa última necessidade citada” [segurança] PAULO, Heloísa. Portugueses no Rio de Janeiro: sala-
Texto: (...) suprir necessidades básicas para a sobrevi- zaristas e opositores em manifestação na cidade. In:
vência e a perpetuação da espécie, tais como sexo, se- ALVES, Ida et alii. 450 Anos de Portugueses no Rio de
gurança e status social. / Nesse sentido, a compra de Janeiro. Rio de Janeiro: Ofi cina Raquel, 2017, pp. 260-1.
uma novidade tecnológica atende a essa última neces- Adaptado.
sidade citada... = status social
“No Centro da cidade, próximo ao grande comércio, temos
Em “d”: “O ato de seguir esse impulso cerebral e com- um grupo significativo de patrícios e algumas associações
prar o mais novo lançamento tecnológico dispara em de porte”. No trecho acima, a autora usou em itálico a
nosso cérebro a liberação de um hormônio chamado palavra destacada para fazer referência aos
dopamina” [mapeamento cerebral]
(...) vício em novidades tecnológicas é quase uma re- a) luso-brasileiros
ligião para os mais entusiastas. / O ato de seguir esse b) patriotas da cidade
impulso cerebral e comprar c) habitantes da cidade
d) imigrantes portugueses
Em “e”: “Ele é liberado quando nosso cérebro identi- e) compatriotas brasileiros
fica algo que represente uma recompensa.” [impulso
cerebral] Resposta: Letra D
(...) a liberação de um hormônio chamado dopamina, Ainda hoje é o utilizado o termo “patrício” para se re-
responsável por nos causar sensações de prazer. Ele é ferir aos portugueses. “Patrício” significa “da mesma
liberado = dopamina pátria”.
4. (PETROBRAS – ENGENHEIRO(A) DE MEIO AMBIEN- 5. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018) To-
TE JÚNIOR – CESGRANRIO-2018) das as frases abaixo apresentam elementos sublinhados
que estabelecem coesão com elementos anteriores (aná-
Texto I fora); a frase em que o elemento sublinhado se refere a
LÍNGUA PORTUGUESA

um elemento futuro do texto (catáfora) é:


Portugueses no Rio de Janeiro
a) “A civilização converteu a solidão num dos bens mais
O Rio de Janeiro é o grande centro da imigração portu- preciosos que a alma humana pode desejar”;
guesa até meados dos anos cinquenta do século passa- b) “Todo o problema da vida é este: como romper a pró-
do, quando chega a ser a “terceira cidade portuguesa do pria solidão”;
mundo”, possuindo 196 mil portugueses — um décimo c) “É sobretudo na solidão que se sente a vantagem de

13
viver com alguém que saiba pensar”; Resposta: Letra C
d) “O homem ama a companhia, mesmo que seja apenas 1.º período: A crise não trouxe apenas danos sociais e
a de uma vela que queima”; econômicos.
e) “As pessoas que nunca têm tempo são aquelas que 2.º período: Mostrou também danos morais.
produzem menos”. A expressão que nos dá a ideia de que haverá mais
informações que complementarão a primeira “tese”
Resposta: Letra B apresentada é “apenas”.
Em “a”: “A civilização converteu a solidão num dos
bens mais preciosos que a alma humana pode dese- 7. (IBGE – RECENSEADOR – FGV-2017)
jar” = retoma “bens preciosos”
Em “b”: “Todo o problema da vida é este: como romper Texto 3 – “Silva, Oliveira, Faria, Ferreira... Todo mundo
a própria solidão” = o pronome se refere ao período tem um sobrenome e temos de agradecer aos romanos
que virá (= catáfora) por isso. Foi esse povo, que há mais de dois mil anos
Em “c”: “É sobretudo na solidão que se sente a vanta- ergueu um império com a conquista de boa parte das
gem de viver com alguém que saiba pensar” = retoma terras banhadas pelo Mediterrâneo, o inventor da moda.
“solidão” Eles tiveram a ideia de juntar ao nome comum, ou pre-
Em “d”: “O homem ama a companhia, mesmo que seja nome, um nome.
apenas a de uma vela que queima” = retoma “com- Por quê? Porque o império romano crescia e eles preci-
panhia” savam indicar o clã a que a pessoa pertencia ou o lugar
Em “e”: “As pessoas que nunca têm tempo são aque- onde tinha nascido”.
las que produzem menos” = retoma “pessoas” (Ciência Hoje, março de 2014)

6. (MPE-AL - TÉCNICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO – “Todo mundo tem um sobrenome e temos de agradecer
FGV-2018) aos romanos por isso”. (texto 3) O pronome “isso”, nesse
segmento do texto, se refere a(à):
NÃO FALTOU SÓ ESPINAFRE
a) todo mundo ter um sobrenome;
A crise não trouxe apenas danos sociais e econômicos. b) sobrenomes citados no início do texto;
Mostrou também danos morais. c) todos os sobrenomes hoje conhecidos;
Aconteceu num mercadinho de bairro em São Paulo. A d) forma latina dos sobrenomes atuais;
dona, diligente, havia conseguido algumas verduras e e) existência de sobrenomes nos documentos.
avisou à clientela. Formaram-se uma pequena fila e uma
grande discussão. Uma senhora havia arrematado todos Resposta: Letra A
os dez maços de espinafre. No caixa, outras freguesas Todo mundo tem um sobrenome e temos de agrade-
perguntaram se ela tinha restaurante. Não tinha. Obser- cer aos romanos por isso = ter um sobrenome.
varam que a verdura acabaria estragada. Ela explicou que
ia cozinhar e congelar. Então, foram ao ponto: caramba, 8. (MPU – ANALISTA – ANTROPOLOGIA – CESPE-2010)
havia outras pessoas na fila, ela não poderia levar só o Inovar é recriar de modo a agregar valor e incrementar a
que consumiria de imediato? eficiência, a produtividade e a competitividade nos pro-
“Não, estou pagando e cheguei primeiro”, foi a resposta. cessos gerenciais e nos produtos e serviços das organi-
Compras exageradas nos supermercados, estoques do- zações. Ou seja, é o fermento do crescimento econômico
mésticos, filas nervosas nos postos de combustível – teve e social de um país. Para isso, é preciso criatividade, ca-
muito comportamento na base de cada um por si. pacidade de inventar e coragem para sair dos esquemas
Cabem nessa categoria as greves e manifestações opor- tradicionais. Inovador é o indivíduo que procura respostas
tunistas. Governo, cedendo, também vou buscar o meu originais e pertinentes em situações com as quais ele se
– tal foi o comportamento de muita gente. defronta. É preciso uma atitude de abertura para as coisas
Carlos A. Sardenberg, in O Globo, 31/05/2018. novas, pois a novidade é catastrófica para os mais céticos.
Pode-se dizer que o caminho da inovação é um percurso
de difícil travessia para a maioria das instituições.
“A crise não trouxe apenas danos sociais e econômicos. Inovar significa transformar os pontos frágeis de um em-
Mostrou também danos morais”. A palavra ou expressão preendimento em uma realidade duradoura e lucrativa.
do primeiro período que leva à produção do segundo A inovação estimula a comercialização de produtos ou
período é serviços e também permite avanços importantes para
LÍNGUA PORTUGUESA

toda a sociedade. Porém, a inovação é verdadeira so-


a) a crise. mente quando está fundamentada no conhecimento. A
b) não trouxe. capacidade de inovação depende da pesquisa, da gera-
c) apenas. ção de conhecimento. É necessário investir em pesquisa
d) danos sociais. para devolver resultados satisfatórios à sociedade. No
e) (danos) econômicos. entanto, os resultados desse tipo de investimento não
são necessariamente recursos financeiros ou valores eco-

14
nômicos, podem ser também a qualidade de vida com
justiça social. (  ) CERTO   (  ) ERRADO
Luís Afonso Bermúdez. O fermento tecnológico. In: Darcy. Revista
de jornalismo científico e cultural da Universidade de Brasília, Resposta: Certo
novembro e dezembro de 2009, p. 37 (com adaptações).
Ao período: (...) reclama a distribuição do poder em
ramos diversos, com a disposição de meios que asse-
Subentende-se da argumentação do texto que o pro-
gurem o controle recíproco entre eles para o advento
nome demonstrativo, no trecho “desse tipo de investi-
de um cenário de equilíbrio e harmonia.
mento”, refere-se à ideia de “fermento do crescimento
econômico e social de um país”.
10. (PC-PI – AGENTE DE POLÍCIA CIVIL – 3.ª CLAS-
SE – NUCEPE-2018 - ADAPTADA) Alguém apaixonado
(  ) CERTO   (  ) ERRADO
sempre atrai novas oportunidades, se destaca do grupo, é
promovido primeiro, é celebrado quando volta de férias,
Resposta: Errado
é convidado para ser padrinho ou madrinha e para ser
Ao trecho: (...) É necessário investir em pesquisa para
companhia em momentos prazerosos. Quanto melhor vi-
devolver resultados satisfatórios à sociedade. No entan-
vemos, mais motivos surgem para vivermos bem. A pros-
to, os resultados desse tipo de investimento = inves-
peridade é um ciclo que se retroalimenta. O importante é
tir em pesquisa / desse tipo de investimento.
decidir fazer parte dele.
Em: O importante é decidir fazer parte dele, a palavra
9. (MPU – ANALISTA DO MPU – CESPE-2015)
Dele retoma, textualmente,
Texto I
a) ciclo.
b) Alguém.
Na organização do poder político no Estado moderno,
c) padrinho.
à luz da tradição iluminista, o direito tem por função a
d) grupo.
preservação da liberdade humana, de maneira a coibir
e) apaixonado.
a desordem do estado de natureza, que, em virtude do
risco da dominação dos mais fracos pelos mais fortes,
Resposta: Letra A
exige a existência de um poder institucional. Mas a con-
Voltemos ao período:
quista da liberdade humana também reclama a distri-
A prosperidade é um ciclo que se retroalimenta. O im-
buição do poder em ramos diversos, com a disposição
portante é decidir fazer parte dele.
de meios que assegurem o controle recíproco entre eles
para o advento de um cenário de equilíbrio e harmonia
nas sociedades estatais. A concentração do poder em um FUNÇÕES DA LINGUAGEM
só órgão ou pessoa viria sempre em detrimento do exer-
cício da liberdade. É que, como observou Montesquieu,
“todo homem que tem poder tende a abusar dele; ele vai
até onde encontra limites. Para que não se possa abusar As funções da linguagem são formas de utilização da
do poder, é preciso que, pela disposição das coisas, o linguagem segundo a intenção do falante.
poder limite o poder”. Elas são classificadas em seis tipos: função referencial,
Até Montesquieu, não eram identificadas com clareza função emotiva, função poética, função fática, função co-
as esferas de abrangência dos poderes políticos: “só se nativa e função metalinguística.
concebia sua união nas mãos de um só ou, então, sua Cada uma desempenha um papel relacionado com os
separação; ninguém se arriscava a apresentar, sob a for- elementos presentes na comunicação: emissor, receptor,
ma de sistema coerente, as consequências de conceitos mensagem, código, canal e contexto. Assim, elas deter-
diversos”. Pensador francês do século XVIII, Montesquieu minam o objetivo dos atos comunicativos.
situa-se entre o racionalismo cartesiano e o empirismo Embora haja uma função que predomine, vários tipos
de origem baconiana, não abandonando o rigor das cer- de linguagem podem estar presentes num mesmo texto.
tezas matemáticas em suas certezas morais. Função Referencial ou Denotativa
Porém, refugindo às especulações metafísicas que, no Também chamada de função informativa, a função
plano da idealidade, serviram aos filósofos do pacto so- referencial tem como objetivo principal informar, refer-
cial para a explicação dos fundamentos do Estado ou da enciar algo.
sociedade civil, ele procurou ingressar no terreno dos Voltada para o contexto da comunicação, esse tipo
LÍNGUA PORTUGUESA

fatos. de texto é escrito na terceira pessoa (singular ou plural)


Fernanda Leão de Almeida. A garantia institucional do Ministério enfatizando seu caráter impessoal.
Público em função da proteção dos direitos humanos. Tese de Como exemplos de linguagem referencial podemos
doutorado. São Paulo: USP, 2010, p. 18-9. citar os materiais didáticos, textos jornalísticos e científi-
Internet: <www.teses.usp.br> (com adaptações).
cos. Todos eles, por meio de uma linguagem denotativa,
informam a respeito de algo, sem envolver aspectos sub-
No trecho “controle recíproco entre”, o pronome “eles” faz jetivos ou emotivos à linguagem.
referência a “ramos diversos”.

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Exemplo de uma notícia — Bom dia! Precisava marcar uma con-
sulta para o próximo mês, se possível.
Na passada terça-feira, dia 22 de setembro de 2015, — Hum, o Dr. tem vagas apenas para a segunda se-
o real teve a maior desvalorização da sua história. Nesse mana. Entre os dias 7 e 11, qual a sua preferência?
dia foi preciso desembolsar R$ 4,0538 para comprar um — Dia 8 está ótimo.
dólar. Recorde-se que o Real foi lançado há mais de 20
anos, mais precisamente em julho de 1994. Função Conativa ou Apelativa
Veja também: Função Referencial Também chamada de apelativa, a função conativa é
caracterizada por uma linguagem persuasiva que tem
Função Emotiva ou Expressiva o intuito de convencer o leitor. Por isso, o grande foco é
no receptor da mensagem.
Também chamada de função expressiva, na função Essa função é muito utilizada nas propagandas, publi-
emotiva o emissor tem como objetivo principal transmitir cidades e discursos políticos, a fim de influenciar o recep-
suas emoções, sentimentos e subjetividades por meio da tor por meio da mensagem transmitida.
própria opinião. Esse tipo de texto costuma se apresentar na segunda
Esse tipo de texto, escrito em primeira pessoa, está ou na terceira pessoa com a presença de verbos no im-
voltado para o emissor, uma vez que possui um caráter perativo e o uso do vocativo.
pessoal. Exemplos
Como exemplos podemos destacar: os textos poéti- Vote em mim!
cos, as cartas, os diários. Todos eles são marcados pelo Entre. Não vai se arrepender!
uso de sinais de pontuação, por exemplo, reticências, É só até amanhã. Não perca!
ponto de exclamação, etc. Veja também: Função Conativa

Exemplo de e-mail da mãe para os filhos A função metalinguística é caracterizada pelo uso
Meus amores, tenho tantas saudades de vocês … Mas da metalinguagem, ou seja, a linguagem que refere-se
não se preocupem, em breve a mamãe chega e vamos à ela mesma. Dessa forma, o emissor explica um código
aproveitar o tempo perdido bem juntinhos. Sim, conse- utilizando o próprio código.
gui adiantar a viagem em uma semana!!! Isso quer dizer Um texto que descreva sobre a linguagem textual ou
que tenho muito trabalho hoje e amanhã.... Quando che- um documentário cinematográfico que fala sobre a lin-
gar, quero encontrar essa casa em ordem, combinado?!? guagem do cinema são alguns exemplos.
Nessa categoria, os textos metalinguísticos que mere-
Função Poética cem destaque são as gramáticas e os dicionários.
A função poética é característica das obras literárias Exemplo
que possui como marca a utilização do sentido conota- Escrever é uma forma de expressão gráfica. Isto de-
tivo das palavras. fine o que é escrita, bem como exemplifica a função met-
Nessa função, o emissor preocupa-se de que maneira alinguística.
a mensagem será transmitida por meio da escolha das
palavras, das expressões, das figuras de linguagem. Por Funções da Linguagem e Comunicação
isso, aqui o principal elemento comunicativo é a men- Abaixo, você encontra um diagrama com as funções
sagem. da linguagem e sua relação com os elementos da comu-
Note que esse tipo de função não pertence somente nicação:
aos textos literários. Também encontramos a função
poética na publicidade ou nas expressões cotidianas
em que há o uso frequente de metáforas  (provérbios,
anedotas, trocadilhos, músicas).
Exemplo de uma história sobre a avó
Apesar de não ter frequentado a escola, dizia que a
avó era um poço de sabedoria. Falava de tudo e sobre
tudo e tinha sempre um provérbio debaixo da manga.

Função Fática
A função fática tem como objetivo estabelecer ou in-
terromper a comunicação de modo que o mais impor-
LÍNGUA PORTUGUESA

tante é a relação entre o emissor e o receptor da men-


sagem. Aqui, o foco reside no canal de comunicação.
Esse tipo de função é muito utilizada nos diálogos, por Fonte: Funções da Linguagem , disponível em :ht-
exemplo, nas expressões de cumprimento, saudações, tps://www.todamateria.com.br/funcoes-da-linguagem/
discursos ao telefone, etc. Acessado 20 de fevereiro de 2020.
Exemplo de uma conversa telefônica
— Consultório do Dr. João, bom dia!

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B) O fonema z
ORTOGRAFIA OFICIAL
São escritos com S e não Z

ORTOGRAFIA • Sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é


substantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárqui-
A ortografia é a parte da Fonologia que trata da cor- cos: freguês, freguesa, freguesia, poetisa, baronesa,
reta grafia das palavras. É ela quem ordena qual som princesa.
devem ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma • Sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, me-
língua são grafados segundo acordos ortográficos. tamorfose.
A maneira mais simples, prática e objetiva de apren- • Formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis,
der ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras, quiseste.
familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras • Nomes derivados de verbos com radicais termi-
é necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções nados em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão /
e, em alguns casos, há necessidade de conhecimento de empreender - empresa / difundir – difusão.
etimologia (origem da palavra). • Diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís
- Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho.
Regras ortográficas • Após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa.
• Verbos derivados de nomes cujo radical termina
A) O fonema S com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar –
pesquisar.
São escritas com S e não C/Ç
São escritos com Z e não S
• Palavras substantivadas derivadas de verbos com
radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender • Sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de ad-
- pretensão / expandir - expansão / ascender - as-
jetivo: macio - maciez / rico – riqueza / belo – bele-
censão / inverter - inversão / aspergir - aspersão /
za.
submergir - submersão / divertir - diversão / im-
• Sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de
pelir - impulsivo / compelir - compulsório / repelir
origem não termine com s): final - finalizar / con-
- repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso /
creto – concretizar.
sentir - sensível / consentir – consensual.
• Consoante de ligação se o radical não terminar
com “s”: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal
São escritos com SS e não C e Ç
Exceção: lápis + inho – lapisinho.
• Nomes derivados dos verbos cujos radicais ter-
minem em gred, ced, prim ou com verbos ter-
minados por tir ou -meter: agredir - agressivo / C) O fonema j
imprimir - impressão / admitir - admissão / ceder
- cessão / exceder - excesso / percutir - percussão / São escritas com G e não J
regredir - regressão / oprimir - opressão / compro- • Palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa,
meter - compromisso / submeter – submissão. gesso.
• Quando o prefixo termina com vogal que se junta • Estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento,
com a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simé- gim.
trico - assimétrico / re + surgir – ressurgir. • Terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com
• No pretérito imperfeito simples do subjuntivo. poucas exceções): imagem, vertigem, penugem,
Exemplos: ficasse, falasse. bege, foge.

São escritos com C ou Ç e não S e SS Exceção: pajem.

• Vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar. • Terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio,
• Vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, litígio, relógio, refúgio.
Juçara, caçula, cachaça, cacique. • Verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fu-
• Sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, gir, mugir.
uçu, uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, car- • Depois da letra “r” com poucas exceções: emergir,
LÍNGUA PORTUGUESA

niça, caniço, esperança, carapuça, dentuço. surgir.


• Nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / • Depois da letra “a”, desde que não seja radical ter-
deter - detenção / ater - atenção / reter – retenção. minado com j: ágil, agente.
• Após ditongos: foice, coice, traição.
• Palavras derivadas de outras terminadas em -te, São escritas com J e não G
to(r): marte - marciano / infrator - infração / absor-
to – absorção. • Palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje.

17
• Palavras de origem árabe, africana ou exótica: ji- Na indicação de horas, minutos e segundos, não
boia, manjerona. deve haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h,
• Palavras terminadas com aje: ultraje. 22h30min, 14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três mi-
nutos e trinta e quatro segundos).
D) O fonema ch O símbolo do real antecede o número sem espaço:
R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma bar-
São escritas com X e não CH ra vertical ($).

• Palavras de origem tupi, africana ou exótica: aba- Alguns Usos Ortográficos Especiais
caxi, xucro.
• Palavras de origem inglesa e espanhola: xampu, la- POR QUE / POR QUÊ / PORQUÊ / PORQUE
gartixa.
• Depois de ditongo: frouxo, feixe. POR QUE (separado e sem acento)
• Depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval.
É usado em:
Exceção: quando a palavra de origem não derive de 1. interrogações diretas (longe do ponto de interro-
outra iniciada com ch - Cheio - (enchente) gação) = Por que você não veio ontem?
2. interrogações indiretas, nas quais o “que” equivale
São escritas com CH e não X a “qual razão” ou “qual motivo” = Perguntei-lhe por
que faltara à aula ontem.
 Palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, 3. equivalências a “pelo(a) qual” / “pelos(as) quais” =
chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, sal- Ignoro o motivo por que ele se demitiu.
sicha.
POR QUÊ (separado e com acento)
E) As letras “e” e “i”
Usos:
• Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. 1. como pronome interrogativo, quando colocado
Com “i”, só o ditongo interno cãibra. no fim da frase (perto do ponto de interrogação) =
• Verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são Você faltou. Por quê?
escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Escreve- 2. quando isolado, em uma frase interrogativa = Por
mos com “i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer quê?
e -uir: trai, dói, possui, contribui.
PORQUE (uma só palavra, sem acento gráfico)
Há palavras que mudam de sentido quando substituí-
mos a grafia “e” pela grafia “i”: área (superfície), ária (me- Usos:
lodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) / emergir 1. como conjunção coordenativa explicativa (equiva-
(vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estância, que le a “pois”, “porquanto”), precedida de pausa na es-
anda a pé), pião (brinquedo). crita (pode ser vírgula, ponto-e-vírgula e até ponto
Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à orto- final) = Compre agora, porque há poucas peças.
grafia de uma palavra, há a possibilidade de consultar 2. como conjunção subordinativa causal, substituível
o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), por “pela causa”, “razão de que” = Você perdeu por-
elaborado pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra que se antecipou.
de referência até mesmo para a criação de dicionários,
pois traz a grafia atualizada das palavras (sem o signifi- PORQUÊ (uma só palavra, com acento gráfico)
cado). Na Internet, o endereço é www.academia.org.br.
Informações importantes Usos:
1. como substantivo, com o sentido de “causa”, “ra-
Formas variantes são as que admitem grafias ou pro- zão” ou “motivo”, admitindo pluralização (porquês). Ge-
núncias diferentes para palavras com a mesma significa- ralmente é precedido por artigo = Não sei o porquê da
ção: aluguel/aluguer, assobiar/assoviar, catorze/quatorze, discussão. É uma pessoa cheia de porquês.
dependurar/pendurar, flecha/frecha, germe/gérmen, in-
farto/enfarte, louro/loiro, percentagem/porcentagem, re- ONDE / AONDE
lampejar/relampear/relampar/relampadar.
LÍNGUA PORTUGUESA

Os símbolos das unidades de medida são escritos Onde = empregado com verbos que não expressam
sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar a ideia de movimento = Onde você está?
plural, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg,
20km, 120km/h. Aonde = equivale a “para onde”. É usado com verbos
Exceção para litro (L): 2 L, 150 L. que expressam movimento = Aonde você vai?

18
MAU / MAL 4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas al-
gumas exceções continuam por já estarem con-
Mau = é um adjetivo, antônimo de “bom”. Usa-se sagradas pelo uso: cor-de-rosa, arco-da-velha,
como qualificação = O mau tempo passou. / Ele é um mais-que-perfeito, pé-de-meia, água-de-colônia,
mau elemento. queima-roupa, deus-dará.
5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte
Mal = pode ser usado como Rio-Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas
1. conjunção temporal, equivalente a “assim que”, combinações históricas ou ocasionais: Áustria-
“logo que”, “quando” = Mal se levantou, já saiu. -Hungria, Angola-Brasil, etc.
2. advérbio de modo (antônimo de “bem”) = Você foi 6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su-
mal na prova? per- quando associados com outro termo que é
3. substantivo, podendo estar precedido de artigo ou iniciado por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-
pronome = Há males que vêm pra bem! / O mal -racional, etc.
não compensa. 7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-dire-
tor, ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-:
pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação,
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacco- etc.
ni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. 9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se,
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar - abraça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc.
Português linguagens: volume 1. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo: 10. Nas formações em que o prefixo tem como se-
Saraiva, 2010. gundo termo uma palavra iniciada por “h”: sub-he-
AMARAL, Emília... [et al.] Português: novas palavras: literatu- pático, geo-história, neo-helênico, extra-humano,
ra, gramática, redação. – São Paulo: FTD, 2000. semi-hospitalar, super-homem.
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, Pro- 11. Nas formações em que o prefixo ou pseudo-
dução de Textos & Gramática. Volume único / Samira Yousseff, prefixo termina com a mesma vogal do segundo
Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – São Paulo: Saraiva, 2002. elemento: micro-ondas, eletro-ótica, semi-interno,
auto-observação, etc.
SITE
O hífen é suprimido quando para formar outros ter-
Disponível em: <http://www.pciconcursos.com.br/au- mos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
las/portugues/ortografia>

Hífen #FicaDica
Ao separar palavras na translineação
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado (mudança de linha), caso a última palavra a
para ligar os elementos de palavras compostas (como ser escrita seja formada por hífen, repita-o
ex-presidente, por exemplo) e para unir pronomes áto- na próxima linha. Exemplo: escreverei anti-
nos a verbos (ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”.
para fazer a translineação de palavras, isto é, no fim de Na próxima linha escreverei: “-inflamatório”
uma linha, separar uma palavra em duas partes (ca-/sa; (hífen em ambas as linhas). Devido à
compa-/nheiro). diagramação, pode ser que a repetição do
hífen na translineação não ocorra em meus
A) Uso do hífen que continua depois da Reforma conteúdos, mas saiba que a regra é esta!
Ortográfica:

1. Em palavras compostas por justaposição que for- B) Não se emprega o hífen:


mam uma unidade semântica, ou seja, nos termos 1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo
que se unem para formam um novo significado: termina em vogal e o segundo termo inicia-se em
tio-avô, porto-alegrense, luso-brasileiro, tenente- “r” ou “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas
-coronel, segunda-feira, conta-gotas, guarda-chuva, consoantes: antirreligioso, contrarregra, infrassom,
arco-íris, primeiro-ministro, azul-escuro. microssistema, minissaia, microrradiografia, etc.
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e
LÍNGUA PORTUGUESA

2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudopre-


zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, fixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se
abóbora-menina, erva-doce, feijão-verde. com vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coedu-
3. Nos compostos com elementos além, aquém, re- cação, autoestrada, autoaprendizagem, hidroelétri-
cém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-núme- co, plurianual, autoescola, infraestrutura, etc.
ro, recém-casado. 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos
“dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h”
inicial: desumano, inábil, desabilitar, etc.

19
4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando b) O time não jogou mau no último campeonato, apesar
o segundo elemento começar com “o”: coopera- de enfrentar alguns problemas com jogadores des-
ção, coobrigação, coordenar, coocupante, coautor, controlados.
coedição, coexistir, etc. c) O menino não era mal aluno, somente tinha dificul-
5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram no- dade em assimilar conceitos mais complexos sobre os
ção de composição: pontapé, girassol, paraquedas, temas expostos.
paraquedista, etc. d) Os funcionários perceberam que o chefe estava de
6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: ben- mal humor porque tinha sofrido um acidente de carro
feito, benquerer, benquerido, etc. na véspera.
e) Os participantes compreendiam mau o que estava
Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas correspon- sendo discutido, por isso não conseguiam formular
dentes átonas, aglutinam-se com o elemento seguinte, perguntas.
não havendo hífen: pospor, predeterminar, predetermina-
do, pressuposto, propor.
Resposta: Letra A
Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccio-
Mal = advérbio (antônimo de “bem”) / mau = adjetivo
so, auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre-
(antônimo de “bom”). Para saber quando utilizar um
-humano, super-realista, alto-mar.
Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma, ou outro, a dica é substituir por seu antônimo. Se a
antisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante, frase ficar coerente, saberemos qual dos dois deve ser
ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus, utilizado. Por exemplo: Cigarro faz mal/mau à saúde
autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi. = Cigarro faz bem à saúde. A frase ficou coerente –
embora errada em termos de saúde! Então, a maneira
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA correta é “Cigarro faz mal à saúde”.

SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Vamos aos itens:


Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Em “a”: O estagiário foi mal (bem) treinado = correta
Em “b”: O time não jogou mau (bem)no último cam-
SITE peonato = mal
Em “c”: O menino não era mal (bom) aluno = mau
Disponível em: <http://www.pciconcursos.com.br/au- Em “d”: Os funcionários perceberam que o chefe esta-
las/portugues/ortografia> va de mal (bom) humor = mau
Em “e”: Os participantes compreendiam mau (bem) o
que estava sendo discutido = mal
EXERCÍCIOS COMENTADOS 3. (TRANSPETRO – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR –
CESGRANRIO-2018) Obedecem às regras ortográficas
1. (EBSERH – TÉCNICO EM FARMÁCIA- AOCP-2015) da língua portuguesa as palavras
Assinale a alternativa em que as palavras estão grafadas
corretamente. a) admissão, paralisação, impasse
b) bambusal, autorização, inspiração
a) Extrovertido – extroverção. c) consessão, extresse, enxaqueca
b) Disponível – disponibilisar. d) banalisação, reexame, desenlace
c) Determinado – determinassão. e) desorganisação, abstração, cassação
d) Existir – existência.
e) Característica – caracterizasão. Resposta: Letra A
Em “a”: admissão / paralisação / impasse = corretas
Resposta: Letra D Em “b”: bambusal = bambuzal / autorização / inspiração
Em “a”: Extrovertido / extroverção = extroversão Em “c”: consessão = concessão / extresse = estresse /
Em “b”: Disponível / disponibilisar = disponibilizar enxaqueca
Em “c”: Determinado / determinassão = determinação Em “d”: banalisação = banalização / reexame / desen-
Em “d”: Existir / existência = corretas lace
Em “e”: Característica / caracterizasão = caracterização Em “e”: desorganisação = desorganização / abstração
/ cassação
2. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
LÍNGUA PORTUGUESA

I – CESGRANRIO-2018) O termo destacado está grafado


de acordo com as exigências da norma-padrão da língua
portuguesa em:

a) O estagiário foi mal treinado, por isso não desempe-


nhava satisfatoriamente as tarefas solicitadas pelos
seus superiores.

20
4. (MPU – ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – Resposta: Letra C
ESAF-2004-ADAPTADA) Na questão abaixo, baseada Faltei porque você estava doente. = conjunção causal
em Manuel Bandeira, escolha o segmento do texto que Todos sabem por que não poderei estar presente. = dá
não está isento de erros gramaticais e de ortografia, con- para substituir por “a causa pela qual”
siderando-se a ortodoxia gramatical. Não se sabe por que realizou tal procedimento. =
substituir por “a causa”
a) Descoberta a conspiração, enquanto os outros não Este ponto de vista é porque não há manifestação de
procuravam outra coisa se não salvar-se, ele revelou outro pensamento. = conjunção causal
a mais heróica força de ânimo, chamando a si toda a Teremos: 2, 1, 1, 2
culpa.
b) Antes de alistar-se na tropa paga, vivera da profissão 6. (TJ-SC – TÉCNICO JUDICIÁRIO AUXILIAR – FGV-
que lhe valera o apelido. 2018) “Um dia, o cercaram e lhe perguntaram porque ele
c) Não obstante, foi ele talvez o único a demonstrar fé, só usava meias vermelhas”. Nesse segmento do texto 1
entusiasmo e coragem na aventura de 89. há um erro gramatical, que é:
d) A verdade é que Gonzaga, Cláudio Manuel da Cos-
ta, Alvarenga eram homens requintados, letrados, a a) empregar-se “o cercaram” em lugar de “lhe cercaram”;
quem a vida corria fácil, ao passo que o alferes sempre b) haver vírgula após a expressão “Um dia”;
lutara pela subsistência. c) usar-se “lhe perguntaram” em lugar de “o pergunta-
e) Com coragem, serenidade e lucidez, até o fim, enfren- ram”;
tou a pena última. d) grafar-se “porque” em vez de “por que”;
e) escrever-se “só usava” em lugar de “usava só”.
Resposta: Letra A
Em “a”: Descoberta a conspiração, enquanto os outros Resposta: Letra D
não procuravam outra coisa se não salvar-se (senão se “Um dia, o cercaram e lhe perguntaram porque ele só
salvar) , ele revelou a mais heróica (heroica) força de usava meias vermelhas”
ânimo, chamando a si toda a culpa. Em “a”: empregar-se “o cercaram” em lugar de “lhe
Em “b”: Antes de alistar-se na tropa paga, vivera da cercaram”; = está correto, pois o “o” funciona como
profissão que lhe valera o apelido = correta objeto direto (sem preposição)
Em “c”: Não obstante, foi ele talvez o único a demons- Em “b”: haver vírgula após a expressão “Um dia”; =
trar fé, entusiasmo e coragem na aventura de 89 = está correto, pois separa o advérbio no início do pe-
correta ríodo
Em “d”: A verdade é que Gonzaga, Cláudio Manuel da Em “c”: usar-se “lhe perguntaram” em lugar de “o per-
Costa, Alvarenga eram homens requintados, letrados, guntaram”; = está correto (o “lhe” é objeto indireto
a quem a vida corria fácil, ao passo que o alferes sem- – perguntaram o que a quem)
pre lutara pela subsistência = correta Em “d”: grafar-se “porque” em vez de “por que”;
Em “e”: Com coragem, serenidade e lucidez, até o fim, Em “e”: escrever-se “só usava” em lugar de “usava só”.
enfrentou a pena última = correta = correto, pois se invertermos haverá mudança de
sentido (ele usava só meias, nenhuma outra peça de
5. (TJ-MG – OFICIAL JUDICIÁRIO – COMISSÁRIO DA roupa).
INFÂNCIA E DA JUVENTUDE – CONSULPLAN-2017) A incorreção está no uso de “porque” no lugar de “por
Estabeleça a associação correta entre a 1.ª coluna e a 2.ª que”, já que se trata de uma pergunta indireta.
considerando o emprego do por que / porque.

(1) “Muitas pessoas se perguntam por que há tão poucas


mulheres [...].” ACENTUAÇÃO GRÁFICA
(2) “Misoginia é o ódio contra as mulheres apenas porque
são mulheres.”
( ) Faltei _____________ você estava doente. ACENTUAÇÃO
( ) Todos sabem _____________ não poderei estar presente.
( ) Não se sabe ____________realizou tal procedimento. Quanto à acentuação, observamos que algumas pa-
( ) Este ponto de vista é _________não há manifestação de lavras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ora
outro pensamento. se dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra.
Por isso, vamos às regras!
A sequência está correta em:
LÍNGUA PORTUGUESA

a) 1, 1, 1, 2 Regras básicas
b) 1, 2, 1, 2
c) 2, 1, 1, 2 A acentuação tônica está relacionada à intensida-
d) 2, 2, 2, 1 de com que são pronunciadas as sílabas das palavras.
Aquela que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se
como sílaba tônica. As demais, como são pronunciadas
com menos intensidade, são denominadas de átonas.

21
De acordo com a tonicidade, as palavras são classifi-
cadas como: #FicaDica
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a
Memorize a palavra LINURXÃO. Repare que
última sílaba: café – coração – Belém – atum – caju – papel
esta palavra apresenta as terminações das
Paroxítonas – a sílaba tônica recai na penúltima sílaba:
paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U
útil – tórax – táxi – leque – sapato – passível
(aqui inclua UM = fórum), R, X, Ã, ÃO.
Proparoxítonas - a sílaba tônica está na antepenúlti-
Assim ficará mais fácil a memorização!
ma sílaba: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus

Há vocábulos que possuem uma sílaba somente: são C) Proparoxítona: a palavra é proparoxítona quando
os chamados monossílabos. Estes são acentuados quando a sua antepenúltima sílaba é tônica (mais forte). Quanto à
tônicos e terminados em “a”, “e” ou “o”: vá – fé – pó - ré. regra de acentuação: todas as proparoxítonas são acen-
tuadas, independentemente de sua terminação: árvore,
Os acentos paralelepípedo, cárcere.
A) acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a” e Regras especiais
“i”, “u” e “e” do grupo “em” - indica que estas letras repre-
sentam as vogais tônicas de palavras como pá, caí, público. Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
aberto: herói – céu (ditongos abertos). de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
B) acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras palavras paroxítonas.
“a”, “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado:
tâmara – Atlântico – pêsames – supôs .
C) acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” FIQUE ATENTO!
com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles Se os ditongos abertos estiverem em uma
D) trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi total- palavra oxítona (herói) ou monossílaba
mente abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado (céu) ainda são acentuados: dói, escarcéu.
em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros:
mülleriano (de Müller)
E) til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam
Antes Agora
vogais nasais: oração – melão – órgão – ímã
assembléia assembleia
Regras fundamentais idéia ideia
geléia geleia
A) Palavras oxítonas:acentuam-se todas as oxítonas
terminadas em: “a”, “e”, “o”, “em”, seguidas ou não do plu- jibóia jiboia
ral(s): Pará – café(s) – cipó(s) – Belém. apóia (verbo apoiar) apoia
Esta regra também é aplicada aos seguintes casos: paranóico paranoico
Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se-
guidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há Acento Diferencial
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo Representam os acentos gráficos que, pelas regras de
acentuação, não se justificariam, mas são utilizados para
B) Paroxítonas: acentuam-se as palavras paroxítonas diferenciar classes gramaticais entre determinadas pala-
terminadas em: vras e/ou tempos verbais. Por exemplo: Pôr (verbo) X por
i, is: táxi – lápis – júri (preposição) / pôde (pretérito perfeito do Indicativo do
us, um, uns: vírus – álbuns – fórum verbo “poder”) X pode (presente do Indicativo do mesmo
l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax – verbo).
fórceps Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas:
ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada,
ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se,
de “s”: água – pônei – mágoa – memória para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição.
LÍNGUA PORTUGUESA

Os demais casos de acento diferencial não são mais


utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substanti-
vo), pelo (preposição). Seus significados e classes grama-
ticais são definidos pelo contexto.
Polícia para o trânsito para que se realize a operação
planejada. = o primeiro “para” é verbo; o segundo, con-
junção (com relação de finalidade).

22
Antes Agora
#FicaDica
apazigúe (apaziguar) apazigue
Quando, na frase, der para substituir o “por”
averigúe (averiguar) averigue
por “colocar”, estaremos trabalhando com
um verbo, portanto: “pôr”; nos demais casos, argúi (arguir) argui
“por” é preposição: Faço isso por você. /
Posso pôr (colocar) meus livros aqui? Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pes-
soa do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm
Regra do Hiato (verbo vir). A regra prevalece também para os verbos
conter, obter, reter, deter, abster: ele contém – eles contêm,
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, segun- ele obtém – eles obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém
da vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, haverá – eles convêm.
acento: saída – faísca – baú – país – Luís
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quan- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z:
Ra-ul, Lu-iz, sa-ir, ju-iz SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estive- Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
rem seguidas do dígrafo nh: ra-i-nha, ven-to-i-nha. CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co-
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem char - Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform.
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba – São Paulo: Saraiva, 2010.
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando
hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxítonas): SITE

Disponível em: <http://www.brasilescola.com/grama-


Antes Agora
tica/acentuacao.htm>
bocaiúva bocaiuva
feiúra feiura
Sauípe Sauipe EXERCÍCIOS COMENTADOS
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi 1. (BANPARÁ – TÉCNICO BANCÁRIO – EXATUS-2015)
abolido: Assinale a alternativa em que a palavra é acentuada pela
mesma razão que “Bíblia”:
Antes Agora
a) íris.
crêem creem
b) estórias.
lêem leem c) queríamos.
vôo voo d) aí.
e) páginas.
enjôo enjoo
Resposta: Letra B
#FicaDica “Bíblia” = esta é acentuada por ser uma paroxítona
terminada em ditongo.
Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os Em “a”, íris = paroxítona terminada em i(s)
verbos que, no plural, dobram o “e”, mas Em “b”, estórias = paroxítona terminada em ditongo
que não recebem mais acento como antes: Em “c”, queríamos = proparoxítona
CRER, DAR, LER e VER. Em “d”, aí = regra do hiato
Repare: Em “e”, páginas = proparoxítona
O menino crê em você. / Os meninos creem
em você. 2. (BANPARÁ – TÉCNICO BANCÁRIO – FADESP-2018)
Elza lê bem! / Todas leem bem! A sequência de palavras cujos acentos são empregados
Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos pelo mesmo motivo é
que os garotos deem o recado!
LÍNGUA PORTUGUESA

Rubens vê tudo! / Eles veem tudo! a) público, função, dói.


Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / b) burocráticos, próximo, século.
Eles vêm à tarde! c) será, aí, é, está.
d) glória, exercício, publicação.
e) hábito, bancário, poética.
As formas verbais que possuíam o acento tônico na
raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de
“e” ou “i” não serão mais acentuadas:

23
Resposta: Letra B 5. (TJ-SP - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCES-
Em “a”, público = proparoxítona / função = o til tem SAMENTO DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012)
função de nasalizar (indicar som fechado) / dói = mo- Seguem a mesma regra de acentuação gráfica relativa às
nossílabo formado por ditongo aberto palavras paroxítonas:
Em “b”, burocráticos = proparoxítona / próximo = pro-
paroxítona / século = proparoxítona a) probatório; condenatório; crédito.
Em “c”, será = oxítona terminada em ‘a” / aí = regra do b) máquina; denúncia; ilícita.
hiato / é = (verbo) monossílabo tônico terminado em c) denúncia; funcionário; improcedência.
“e” / está = (verbo) oxítona terminada em “a” d) máquina; improcedência; probatório.
Em “d”, glória = paroxítona terminada em ditongo / e) condenatório; funcionário; frágil.
exercício = paroxítona terminada em ditongo / publi-
cação = o til indica nasalização (som fechado) Resposta: Letra C
Em “e”, hábito = (substantivo) proparoxítona / ban- Vamos a elas:
cário = paroxítona terminada em ditongo / poética = Em “a”: probatório = paroxítona terminada em ditongo
proparoxítona / condenatório = paroxítona terminada em ditongo /
crédito = proparoxítona.
3. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – NÍVEL SUPERIOR Em “b”: máquina = proparoxítona / denúncia = paro-
– CONHECIMENTOS BÁSICOS – CESPE-2014) O em- xítona terminada em ditongo / ilícita = proparoxítona.
prego do acento gráfico nas palavras “metálica”, “acú- Em “c”: Denúncia = paroxítona terminada em diton-
mulo” e “imóveis” justifica-se com base na mesma regra go / funcionário = paroxítona terminada em ditongo
de acentuação. / improcedência = paroxítona terminada em ditongo
Em “d”: máquina = proparoxítona / improcedência =
(  ) CERTO   (  ) ERRADO paroxítona terminada em ditongo / probatório = pa-
roxítona terminada em ditongo
Resposta: Errado Em “e”: condenatório = paroxítona terminada em di-
O emprego do acento gráfico nas palavras “metálica”, tongo / funcionário = = paroxítona terminada em di-
“acúmulo” e “imóveis” justifica-se com base na mesma tongo / Frágil = paroxítona terminada em “l”
regra de acentuação.
metálica = proparoxítona / acúmulo = proparoxítona / 6. (TJ-AC – TÉCNICO EM MICROINFORMÁTICA - CES-
imóveis = paroxítona terminada em ditongo PE/2012) As palavras “conteúdo”, “calúnia” e “injúria”
são acentuadas de acordo com a mesma regra de acen-
4. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – CES- tuação gráfica.
GRANRIO-2018) A palavra que precisa ser acentuada
graficamente para estar correta quanto às normas em vi- (  ) CERTO   (  ) ERRADO
gor está destacada na seguinte frase:
Resposta: Errado
a) Todo escritor de novela tem o desejo de criar um per- “Conteúdo” = regra do hiato / calúnia = paroxítona
sonagem inesquecível. terminada em ditongo / injúria = paroxítona termina-
b) Os telespectadores veem as novelas como um espelho da em ditongo.
da realidade.
c) Alguns novelistas gostam de superpor temas sociais 7. (TRE-AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011) Entre
com temas políticos. as frases que seguem, a única correta é:
d) Para decorar o texto antes de gravar, cada ator rele
sua fala várias vezes. a) Ele se esqueceu de que?
e) Alguns atores de novela constroem seus personagens b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para distribui-
fazendo pesquisa. -lo entre os presentes.
c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas críticas.
Resposta: Letra D d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindicações dos
Em “a”: Todo escritor de novela tem = singular (não funcionários.
acentuado) e) Não sei por que ele mereceria minha consideração.
Em “b”: Os telespectadores veem = correta - plural do-
bra o “e” (perdeu o acento com o Acordo) Resposta: Letra E
Em “c”: Alguns novelistas gostam de superpor = cor- Em “a”: Ele se esqueceu de que? = quê?
reta Em “b”: Era tão ruím (ruim) aquele texto, que não deu
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “d”: Para decorar o texto antes de gravar, cada ator para distribui-lo (distribuí-lo) entre os presentes.
rele = relê (oxítona) Em “c”: Embora devêssemos (devêssemos), não fomos
Em “e”: Alguns atores de novela constroem = correta excessivos nas críticas.
Em “d”: O juíz (juiz) nunca (se) negou a atender às rei-
vindicações dos funcionários.
Em “e”: Não sei por que ele mereceria minha consi-
deração.

24
C) Dois pontos (:)
PONTUAÇÃO
• Antes de uma citação = Vejamos como Afrânio
Coutinho trata este assunto:
PONTUAÇÃO • Antes de um aposto = Três coisas não me agradam:
chuva pela manhã, frio à tarde e calor à noite.
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que • Antes de uma explicação ou esclarecimento: Lá es-
servem para compor a coesão e a coerência textual, além tava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. a rotina de sempre.
Um texto escrito adquire diferentes significados quando
pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação • Em frases de estilo direto
depende, em certos momentos, da intenção do autor do Maria perguntou:
discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamen- - Por que você não toma uma decisão?
te relacionados ao contexto e ao interlocutor.
D) Ponto de Exclamação (!)
Principais funções dos sinais de pontuação
• Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,
A) Ponto (.) susto, súplica, etc.: Sim! Claro que eu quero me ca-
sar com você!
• Indica o término do discurso ou de parte dele, en-
cerrando o período. • Depois de interjeições ou vocativos
Ai! Que susto!
• Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com- João! Há quanto tempo!
panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final
de período, este não receberá outro ponto; neste E) Ponto de Interrogação (?)
caso, o ponto de abreviatura marca, também, o fim
de período. Exemplo: Estudei português, matemári- • Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
ca, constitucional, etc. (e não “etc..”) “- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze-
vedo)
• Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do
ponto, assim como após o nome do autor de uma F) Reticências (...)
citação:
Haverá eleições em outubro • Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lá-
O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napo- pis, canetas, cadernos...
leão Mendes de Almeida) (ou: Almeida.) • Indica interrupção violenta da frase: “- Não... quero
dizer... é verdad... Ah!”
• Os números que identificam o ano não utilizam • Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este
ponto nem devem ter espaço a separá-los, bem mal... pega doutor?
como os números de CEP: 1975, 2014, 2006, • Indica que o sentido vai além do que foi dito: Dei-
17600-250. xa, depois, o coração falar...

B) Ponto e Vírgula (;) G) Vírgula (,)

• Separa várias partes do discurso, que têm a mesma Não se usa vírgula
importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os Separando termos que, do ponto de vista sintático,
ricos dão pelo pão a fazenda; os de espíritos genero- ligam-se diretamente entre si:
sos dão pelo pão a vida; os de nenhum espírito dão
pelo pão a alma...” (VIEIRA) 1. Entre sujeito e predicado:
Todos os alunos da sala foram advertidos.
• Separa partes de frases que já estão separadas por Sujeito predicado
vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; ou-
tros, montanhas, frio e cobertor. 2. Entre o verbo e seus objetos:
O trabalho custou sacrifício aos realizadores.
LÍNGUA PORTUGUESA

• Separa itens de uma enumeração, exposição de V.T.D.I. O.D. O.I.


motivos, decreto de lei, etc.
Ir ao supermercado; Usa-se a vírgula:
Pegar as crianças na escola;
Caminhada na praia; 1. Para marcar intercalação:
Reunião com amigos. A) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua
abundância, vem caindo de preço.

25
B) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão SITE
produzindo, todavia, altas quantidades de alimen-
tos. Disponível em: <http://www.infoescola.com/portu-
C) das expressões explicativas ou corretivas: As indús- gues/pontuacao/>
trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto Disponível em: <http://www.brasilescola.com/grama-
é, não querem abrir mão dos lucros altos. tica/uso-da-virgula.htm>

2. Para marcar inversão:


A) do adjunto adverbial (colocado no início da ora- EXERCÍCIOS COMENTADOS
ção): Depois das sete horas, todo o comércio está de
portas fechadas. 1. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018)
B) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos O enunciado em que a vírgula foi empregada em desa-
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma. cordo com as regras de pontuação é
C) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
maio de 1982. a) Como esse metal é limitado, isso garantia que a pro-
dução de dinheiro fosse também limitada.
3. Para separar entre si elementos coordenados b) Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o padrão-
(dispostos em enumeração): -ouro.
Era um garoto de 15 anos, alto, magro. c) Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo é
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e ani- criado assim, inventado em canetaços a partir da con-
mais. cessão de empréstimos.
d) Assim, o sistema monetário atual funciona com uma
4. Para marcar elipse (omissão) do verbo: Nós que- moeda que é ao mesmo tempo escassa e abundante.
remos comer pizza; e vocês, churrasco. e) Escassa porque só banqueiros podem criá-la, e abun-
dante porque é gerada pela simples manipulação de
5. Para isolar: bancos de dados.
A) o aposto: São Paulo, considerada a metrópole bra-
sileira, possui um trânsito caótico. Resposta: Letra E
B) o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem. O enunciado pede a alternativa em desacordo:
Em “a”, Como esse metal é limitado, isso garantia que
Observações: a produção de dinheiro fosse também limitada = cor-
Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expres- reta
são latina et coetera, que significa “e outras coisas”, seria Em “b”, Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o
dispensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o padrão-ouro = correta
acordo ortográfico em vigor no Brasil exige que empre- Em “c”, Praticamente todo o dinheiro que existe no
guemos etc. predecido de vírgula: Falamos de política, mundo é criado assim, inventado em canetaços a par-
futebol, lazer, etc. tir da concessão de empréstimos = correta
As perguntas que denotam surpresa podem ter com- Em “d”, Assim, o sistema monetário atual funciona
binados o ponto de interrogação e o de exclamação: com uma moeda que é ao mesmo tempo escassa e
Você falou isso para ela?! abundante = correta
Em “e”, Escassa porque só banqueiros podem criá-la,
Temos, ainda, sinais distintivos: (X) e abundante porque é gerada pela simples mani-
• a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), sepa- pulação de bancos de dados = incorreta - a vírgula
ração de siglas (IOF/UPC); pode ser utilizada antes da conjunção “e”, desde que
• os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas haja mudança de sujeito, por exemplo (o que não
pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira acontece na questão)
opção aos parênteses, principalmente na matemá-
tica; 2. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEIRO
• o asterisco (*) = usado para remeter o leitor a uma GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018)
nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir
um nome que não se quer mencionar. Texto 1

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LÍNGUA PORTUGUESA

Em artigo publicado no jornal carioca O Globo, 19/3/2018,


com o nome Erros do passado, o articulista Paulo Gue-
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- des escreve o seguinte: “Os regimes trabalhista e pre-
char - Português linguagens: volume 3. – 7.ª ed. Reform. videnciário brasileiros são politicamente anacrônicos,
– São Paulo: Saraiva, 2010. economicamente desastrosos e socialmente perversos.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Arquitetados de início em sistemas políticos fechados
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. (na Alemanha imperial de Bismarck e na Itália fascista de
Mussolini), e desde então cultivados por obsoletos pro-

26
gramas socialdemocratas, são hoje armas de destruição nário , embora competente, nem sempre conseguia
em massa de empregos locais em meio à competição resolvê-los.
global. Reduzem a competitividade das empresas, fabri- Em “c”, Ainda que os níveis de educação estivessem
cam desigualdades sociais, dissipam em consumo cor- avançando, o sentimento geral, às vezes, era de frus-
rente a poupança compulsória dos encargos recolhidos, tração.= correta
derrubam o crescimento da economia e solapam o valor Em “d”, É claro , (X) que se fôssemos levar a lei ao pé da
futuro das aposentadorias”. (adaptado) letra, muitos sofreriam sanções diariamente.
Em “e”, O tempo não para , as transformações sociais
No texto 1, os termos inseridos nos parênteses – na Ale- são urgentes , mas há quem não perceba esse fato,
manha imperial de Bismarck e na Itália fascista de Musso- que é evidente.
lini – têm a finalidade textual de:
4. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CESGRAN-
RIO-2018) De acordo com a norma-padrão da língua
a) enumerar os sistemas políticos fechados do passado;
portuguesa, a pontuação está corretamente empregada
b) destacar os sistemas onde se originaram os regimes
em:
trabalhista e previdenciário;
c) criticar o atraso político de alguns sistemas da História;
a) O conjunto de preocupações e ações efetivas, quan-
d) condenar nossos regimes trabalhista e previdenciário do atendem, de forma voluntária, aos funcionários e
por serem muito antigos; à comunidade em geral, pode ser definido como res-
e) exemplificar alguns dos nossos erros do passado. ponsabilidade social.
b) As empresas que optam por encampar a prática da
Resposta: Letra B responsabilidade social, beneficiam-se de conseguir
Arquitetados de início em sistemas políticos fechados uma melhor imagem no mercado.
(na Alemanha imperial de Bismarck e na Itália fascis- c) A noção de responsabilidade social foi muito utiliza-
ta de Mussolini) = os termos entre parênteses servem da em campanhas publicitárias: por isso, as empresas
para se referir aos sistemas políticos fechados, exem- precisam relacionar-se melhor, com a sociedade.
plificando-os. d) A responsabilidade social explora um leque abrangen-
Em “a”, enumerar os sistemas políticos fechados do te de beneficiários, envolvendo assim: a qualidade de
passado = incorreta vida o bem-estar dos trabalhadores, a redução de im-
Em “b”, destacar os sistemas onde se originaram os pactos negativos, no meio ambiente.
regimes trabalhista e previdenciário = correta e) Alguns críticos da responsabilidade social defendem
Em “c”, criticar o atraso político de alguns sistemas da a ideia de que: o objetivo das empresas é o lucro e a
História = incorreta geração de empregos não a preocupação com a so-
Em “d”, condenar nossos regimes trabalhista e previ- ciedade como um todo.
denciário por serem muito antigos = incorreta
Em “e”, exemplificar alguns dos nossos erros do pas- Resposta: Letra A
sado = incorreta Assinalei com (X) as inadequações e destaquei as in-
clusões:
3. (BADESC – ANALISTA DE SISTEMA – BANCO DE DA- Em “a”: O conjunto de preocupações e ações efetivas,
DOS – FGV-2010) Assinale a alternativa em que a vírgula quando atendem, de forma voluntária, aos funcioná-
está corretamente empregada. rios e à comunidade em geral, pode ser definido como
responsabilidade social = correta
Em “b”: As empresas que optam por encampar a prá-
a) O jeitinho, essa instituição tipicamente brasileira pode
tica da responsabilidade social, (X) beneficiam-se de
ser considerado, sem dúvida, um desvio de caráter.
conseguir uma melhor imagem no mercado.
b) Apareciam novos problemas, e o funcionário embora
Em “c”: A noção de responsabilidade social foi mui-
competente, nem sempre conseguia resolvê-los. to utilizada em campanhas publicitárias: (X) ; por isso,
c) Ainda que os níveis de educação estivessem avançan- as empresas precisam relacionar-se melhor, (X) com a
do, o sentimento geral, às vezes, era de frustração. sociedade.
d) É claro, que se fôssemos levar a lei ao pé da letra, mui- Em “d”: A responsabilidade social explora um leque
tos sofreriam sanções diariamente. abrangente de beneficiários, envolvendo , assim: (X) ,
e) O tempo não para as transformações sociais são ur-
a qualidade de vida , o bem-estar dos trabalhadores,
gentes mas há quem não perceba esse fato, que é
(X) e a redução de impactos negativos, (X) no meio
evidente.
ambiente.
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “e”: Alguns críticos da responsabilidade social de-


Resposta: Letra C
Indiquei com (X) os lugares inadequados e acrescentei fendem a ideia de que: (X) o objetivo das empresas é
a pontuação que faltou: o lucro e a geração de empregos , não a preocupação
Em “a”, O jeitinho, essa instituição tipicamente brasi- com a sociedade como um todo.
leira , pode ser considerado, sem dúvida, um desvio
de caráter. 5. (PC-SP - Investigador de Polícia – Vunesp-2014)
Em “b”, Apareciam novos problemas , (X) e o funcio-

27
CRASE

CRASE

A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais


(Folha de S.Paulo, 03.01.2014. Adaptado) idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a”
com o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos
De acordo com a norma-padrão, no primeiro quadrinho, pronomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo
na fala de Hagar, deve ser utilizada uma vírgula, obriga- e com o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as
toriamente, quais). Casos estes em que tal fusão encontra-se demar-
cada pelo acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo,
a) antes da palavra “olho”. à qual, às quais.
b) antes da palavra “e”. O uso do acento indicativo de crase está condiciona-
c) depois da palavra “evitar”. do aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal
d) antes da palavra “evitar”. e nominal, mais precisamente ao termo regente e termo
e) depois da palavra “e”. regido. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome -
que exige complemento regido pela preposição “a”, e o
Resposta: Letra C termo regido é aquele que completa o sentido do termo
“Não posso evitar doutor” = no diálogo, Hagar fala regente, admitindo a anteposição do artigo a(s).
com o doutor (vocativo); portanto, presença obriga- Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela
tória de vírgula após o verbo “evitar”. contratada recentemente.
Após a junção da preposição com o artigo (destaca-
6. (TJ-RS – JUIZ DE DIREITO – SUBSTITUTO – VU- dos entre parênteses), temos:
NESP-2018) No trecho do primeiro parágrafo do texto Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contrata-
– Nas escolas da Catalunha, a separação da Espanha tem da recentemente.
apoio maciço. É uma situação que contrasta com outros
lugares de Barcelona, uma cidade que vive hoje em O verbo referir, de acordo com sua transitividade,
duas dimensões. De um lado, há a Barcelona dos turistas, classifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos
que se cotovelam nos pontos turísticos da cidade, … referimos a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposi-
–, empregam-se as vírgulas para separar as expressões ção a + o artigo feminino (à) e com o artigo feminino a +
destacadas porque elas o pronome demonstrativo aquela (àquela).

a) acrescem às informações precedentes comentários Observações importantes:


que lhes ampliam o sentido. Alguns recursos servem de ajuda para que possamos
b) sintetizam as ideias centrais das informações prece- confirmar a ocorrência ou não da crase. Eis alguns:
dentes.
c) apresentam informações que se opõem às informa- • Substitui-se a palavra feminina por uma masculina
ções precedentes. equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a
d) retificam as informações precedentes, dando-lhes o crase está confirmada.
correto matiz semântico. Os dados foram solicitados à diretora.
e) estabelecem certas restrições de sentido às informa- Os dados foram solicitados ao diretor.
ções precedentes.
• No caso de nomes próprios geográficos, substitui-
Resposta: Letra A -se o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte
É uma situação que contrasta com outros lugares de na expressão “voltar da”, há a confirmação da crase.
Barcelona, uma cidade que vive hoje em duas di- Faremos uma visita à Bahia.
mensões. De um lado, há a Barcelona dos turistas, que Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada)
se cotovelam nos pontos turísticos da cidade
Os períodos destacados acrescentam informações aos Não me esqueço da viagem a Roma.
termos citados anteriormente. Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja-
mais vividos.
LÍNGUA PORTUGUESA

28
sitivas à moda de, à maneira de apresentarem-se
FIQUE ATENTO! implícitas, mesmo diante de nomes masculinos:
Nas situações em que o nome geográfico Tenho compulsão por comprar sapatos à Luis XV. (à
se apresentar modificado por um adjunto moda de Luís XV)
adnominal, a crase está confirmada. • Não se efetiva o uso da crase diante da locução
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades adverbial “a distância”: Na praia de Copacabana,
de suas praias. observamos a queima de fogos a distância.
Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; Entretanto, se o termo vier determinado, teremos
vou A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: uma locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedes-
Vou a Campinas. = Volto de Campinas. tre foi arremessado à distância de cem metros.
(crase pra quê?)
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!) • De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade
-, faz-se necessário o emprego da crase.
Ensino à distância.
Quando o nome de lugar estiver especificado, ocor- Ensino a distância.
rerá crase. Veja:
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo • Em locuções adverbiais formadas por palavras re-
que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” petidas, não há ocorrência da crase.
Irei à Salvador de Jorge Amado. Ela ficou frente a frente com o agressor.
Eu o seguirei passo a passo.
A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s),
aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo Casos em que não se admite o emprego da crase:
regente exigir complemento regido da preposição “a”.
Entregamos a encomenda àquela menina. Antes de vocábulos masculinos.
(preposição + pronome demonstrativo) As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
Esta caneta pertence a Pedro.
Iremos àquela reunião.
(preposição + pronome demonstrativo) Antes de verbos no infinitivo.
Ele estava a cantar.
Sua história é semelhante às que eu ouvia quando Começou a chover.
criança. (àquelas que eu ouvia quando criança)
(preposição + pronome demonstrativo) Antes de numeral.
O número de aprovados chegou a cem.
A letra “a” que acompanha locuções femininas (ad- Faremos uma visita a dez países.
verbiais, prepositivas e conjuntivas) recebem o acento
grave: Observações:
• locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às • Nos casos em que o numeral indicar horas – fun-
pressas, à vontade... cionando como uma locução adverbial feminina –
• locuções prepositivas: à frente, à espera de, à pro- ocorrerá crase: Os passageiros partirão às dezenove
cura de... horas.
• locuções conjuntivas: à proporção que, à medida • Diante de numerais ordinais femininos a crase está
que. confirmada, visto que estes não podem ser empre-
gados sem o artigo: As saudações foram direciona-
Cuidado: quando as expressões acima não exercerem das à primeira aluna da classe.
a função de locuções não ocorrerá crase. Repare: • Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quando
Eu adoro a noite! essa não se apresentar determinada: Chegamos to-
Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer dos exaustos a casa.
objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto
preposição. adnominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos
exaustos à casa de Marcela.
Casos passíveis de nota:
• Não há crase antes da palavra “terra”, quando essa
• A crase é facultativa diante de nomes próprios fe- indicar chão firme: Quando os navegantes regressa-
LÍNGUA PORTUGUESA

mininos: Entreguei o caderno a (à) Eliza. ram a terra, já era noite.


• Também é facultativa diante de pronomes posses- Contudo, se o termo estiver precedido por um de-
sivos femininos: O diretor fez referência a (à) sua terminante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase.
empresa. Paulo viajou rumo à sua terra natal.
• Facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja O astronauta voltou à Terra.
ficará aberta até as (às) dezoito horas.
• Constata-se o uso da crase se as locuções prepo- • Não ocorre crase antes de pronomes que reque-

29
rem o uso do artigo. conversava que jogava o tempo fora = revelou o quê?
Os livros foram entregues a mim. que jogava o tempo fora; revelou a quem? à pessoa
Dei a ela a merecida recompensa. (objeto indireto, com preposição) = correta.

• Pelo fato de os pronomes de tratamento relativos 2. (PM-SP - SOLDADO DE 2.ª CLASSE – VUNESP-2017)
à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, o Assinale a alternativa que preenche, correta e respectiva-
uso da crase está confirmado no “a” que os antece- mente, as lacunas do texto a seguir.
de, no caso de o termo regente exigir a preposição. Quase 30 anos depois de iniciar um trabalho de atendi-
Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia. mento _____ presos da Casa de Detenção, em São Paulo,
o médico oncologista Drauzio Varella chega ao fim de
• Não ocorre crase antes de nome feminino utilizado uma trilogia com o livro “Prisioneiras”. Depois de “Es-
em sentido genérico ou indeterminado: tação Carandiru” (1999), que mostra ________ entranhas
Estamos sujeitos a críticas. daquela que foi ________maior prisão da América Latina,
Refiro-me a conversas paralelas. e de “Carcereiros” (2012), sobre os funcionários que tra-
balham no sistema prisional, Varella agora faz um retrato
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS das detentas da Penitenciária Feminina da Capital, tam-
bém na capital paulista, onde cumprem pena mais de
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa duas mil mulheres.
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. (https://oglobo.globo.com. Adaptado)
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co-
char. Português linguagens: volume 3 – 7.ª ed. Reform. a) à … às … a
– São Paulo: Saraiva, 2010. b) a … as … a
c) a … às … a
SITE d) à … às … à
e) a … as … à
Disponível em: <http://www.portugues.com.br/gra-
Resposta: Letra B
matica/o-uso-crase-.html>
Quase 30 anos depois de iniciar um trabalho de aten-
dimento a (preposição – regência nominal de “atendi-
mento”, mas sem acento grave por estar diante de pa-
EXERCÍCIOS COMENTADOS lavra masculina) presos da Casa de Detenção, em São
Paulo, o médico oncologista Drauzio Varella chega ao
1. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO - fim de uma trilogia com o livro “Prisioneiras”. Depois
SOLDADO PM 2.ª CLASSE – VUNESP/2017) O acento de “Estação Carandiru” (1999), que mostra as (objeto
indicativo de crase está empregado corretamente em: direto do verbo “mostrar”) entranhas daquela que foi a
(artigo definido) maior prisão da América Latina, e de
a) O personagem evita considerar à internet responsável “Carcereiros” (2012), sobre os funcionários que traba-
por suas atitudes. lham no sistema prisional, Varella agora faz um retra-
b) O personagem reconheceu que já tinha uma propen- to das detentas da Penitenciária Feminina da Capital,
são à jogar o tempo fora. também na capital paulista, onde cumprem pena mais
c) O personagem tinha um comportamento indiferente à de duas mil mulheres.
qualquer influência da internet. Teremos: a / as / a.
d) O personagem refere-se à uma maneira de se portar
com relação ao tempo. 3. (CÂMARA MUNICIPAL DE DOIS CÓRREGOS-SP -
e) O personagem revelou à pessoa com quem conversa- OFICIAL DE ATENDIMENTO E ADMINISTRAÇÃO – VU-
NESP-2018) Assinale a alternativa em que o acento indi-
va que jogava o tempo fora.
cativo de crase está empregado corretamente.
Resposta: Letra E
a) Algumas pessoas com supermemória chegam à sofrer
Aos itens:
com dores de cabeça.
Em “a”, evita considerar à internet = a internet (objeto
b) Há lembranças tão vivas que nos fazem voltar à episó-
direto)
dios de nosso passado.
Em “b”, tinha uma propensão à jogar = a jogar (sem
c) Lembrar-se do passado pode ser uma tarefa muito di-
acento grave indicativo de crase antes de verbo no in-
fícil à determinadas pessoas.
LÍNGUA PORTUGUESA

finitivo)
d) Ela referiu-se à vontade de esquecer completamente
Em “c”, tinha um comportamento indiferente à qual- os momentos dolorosos.
quer influência = a qualquer (antes de pronome in- e) Ao nos atermos à uma experiência ruim, desconsidera-
definido) mos o que ela traz de bom.
Em “d”, refere-se à uma maneira = a uma (antes de Resposta: Letra D
artigo indefinido) Aos itens:
Em “e”, O personagem revelou à pessoa com quem Em “a”, chegam à sofrer = a sofrer (antes de verbo no

30
infinitivo não se usa acento grave) a) a … a … a
Em “b”, que nos fazem voltar à episódios = a episó- b) à … à … à
dios (palavra masculina e no plural) c) a … à … à
Em “c”, pode ser uma tarefa muito difícil à determina- d) à … à … a
das = a determinadas (palavra no plural e presença e) a … a … à
só da preposição)
Em “d”, Ela referiu-se à vontade = correta (quem se Resposta: Letra E
refere, refere-se a algo ou a alguém) Vamos aos trechos:
Em “e”, Ao nos atermos à uma experiência = a uma a rápida industrialização nos Estados Unidos deu ori-
(antes de artigo indefinido) gem a algumas das maiores fortunas = antes de pro-
nome indefinido
4. (IPSM-SP - ASSISTENTE DE GESTÃO MUNICIPAL - VU- e passaram a ostentar sua riqueza = antes de verbo
NESP-2018) De acordo com a norma- -padrão, o acento
no infinitivo
indicativo da crase está corretamente empregado em:
e de negócios ligados à tecnologia = regência nominal
de “ligados” pede preposição
a) O leitor aludiu à escrita como se ela fosse questão de
talento: quem não tem, não vai nunca aprender.
b) A escrita deve levar o texto à uma riqueza, marcada 6. (CÂMARA MUNICIPAL DE COTIA-SP – CONTADOR -
pela clareza e precisão, afastando o leitor da confusão VUNESP-2017) Assinale a alternativa correta quanto ao
ou tédio. emprego do acento indicativo da crase.
c) De parte à parte, o texto precisa organizar-se como um
tecido coeso e claro, instigando, assim, o leitor. a) A circulação instantânea das notícias falsas, as quais
d) Existem aquelas pessoas que chegam à conclusões se- chegam à um grande público devido à rapidez da in-
melhantes, no entanto elas seguem pelo lado oposto. ternet, é favorável à formação de ondas de credulida-
e) Também não estamos falando só de correção gramati- de.
cal e ortográfica. Estamos nos referindo à pensamento. b) A circulação instantânea das notícias falsas, às quais
chegam à muitas pessoas devido a rapidez da internet,
Resposta: Letra A favorece que se formem ondas de credulidade.
Em “a”, O leitor aludiu à escrita = correta (regência do c) A circulação instantânea das notícias falsas, as quais
verbo “aludir” pede preposição) chegam a muitas pessoas devido à rapidez da internet,
Em “b”, A escrita deve levar o texto à uma riqueza = a é favorável à formação de ondas de credulidade.
uma (antes de artigo indefinido) d) A circulação instantânea das notícias falsas, às quais
Em “c”, De parte à parte = parte a parte (entre pala- chegam a um grande número de pessoas devido à ra-
vras repetidas) pidez da internet, é favorável as ondas de credulidade
Em “d”, Existem aquelas pessoas que chegam à con- que se formam.
clusões = a conclusões (antes de palavra no plural e e) A circulação instantânea das notícias falsas, às quais
o “a” está “sozinho” = somente preposição) chegam a muitas pessoas devido a rapidez da internet,
Em “e”, Estamos nos referindo à pensamento = a pen- favorece à formação de ondas de credulidade.
samento (palavra masculina)
Resposta: Letra C
5. (PREFEITURA MUNICIPAL DE MOGI DAS CRUZES- Acertos entre parênteses:
-SP - AUXILIAR DE APOIO ADMINISTRATIVO - VU-
Em “a”, as quais chegam à um (a um) grande público
NESP-2018)
devido à rapidez (ok) da internet, é favorável à for-
No começo do século 20, a rápida industrialização nos
mação (ok)
Estados Unidos deu origem _______ algumas das maiores
Em “b”, às quais (as quais) chegam à muitas (a muitas)
fortunas que o mundo já viu. Famílias como os Vander-
bilt e os Rockefeller investiram em ferrovias, petróleo e pessoas devido a rapidez (à rapidez) da internet
aço, obtendo um grande retorno, e passaram _________ Em “c”, as quais chegam a muitas pessoas devido à
ostentar sua riqueza. O período ficou conhecido como rapidez da internet, é favorável à formação = correta
Era Dourada. A desigualdade nunca foi tão grande – até Em “d”, às quais (as quais) chegam a um (ok) grande
agora. É o que mostra um relatório da UBS, companhia número de pessoas devido à rapidez (ok) da internet,
de serviços financeiros, feito em parceria com a consul- é favorável as ondas (às ondas)
tora PwC. Em “e”, às quais (as quais) chegam a muitas (ok) pes-
Para os autores do documento, a primeira Era Dourada soas devido a rapidez (à rapidez) da internet, favorece
à formação (a formação)
LÍNGUA PORTUGUESA

aconteceu entre 1870 e 1910. Segundo eles, a atual co-


meçou em 1980 e deve se estender pelos próximos 10 Observação: quanto à regência verbal de “favorecer”
a 20 anos, prolongada pelo desempenho econômico da = pede complemento verbal direto (favorece o quê?
Ásia e de negócios ligados ________ tecnologia. favorece quem?); já a regência nominal de “favorá-
(Isto É, 15.11.2017. Adaptado) vel” pede preposição (favorável a quem? a quê?).
Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas do
texto devem ser preenchidas, respectivamente, com:

31
EMPREGO E DESCRIÇÃO DAS CLASSES DE de leão leonino
PALAVRAS de lebre leporino
de lua lunar ou selênico
CLASSES DE PALAVRAS de madeira lígneo
1. ADJETIVO de mestre magistral
de ouro áureo
É a palavra que expressa uma qualidade ou caracte- de paixão passional
rística do ser e se relaciona com o substantivo, concor-
de pâncreas pancreático
dando com este em gênero e número.
As praias brasileiras estão poluídas. de porco suíno ou porcino
Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos dos quadris ciático
(plural e feminino, pois concordam com “praias”).
de rio fluvial
Locução adjetiva de sonho onírico
de velho senil
Locução = reunião de palavras. Sempre que são ne-
de vento eólico
cessárias duas ou mais palavras para falar sobre a mes-
ma coisa, tem-se locução. Às vezes, uma preposição + de vidro vítreo ou hialino
substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Lo- de virilha inguinal
cução Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo). de visão óptico ou ótico
Por exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem
freio (paixão desenfreada). Observação:
Nem toda locução adjetiva possui um adjetivo corres-
Observe outros exemplos: pondente, com o mesmo significado: Vi as alunas da 5ª
série. / O muro de tijolos caiu.
de águia aquilino
de aluno discente Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):
de anjo angelical
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função
de ano anual dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuan-
de aranha aracnídeo do como adjunto adnominal ou como predicativo (do
sujeito ou do objeto).
de boi bovino
de cabelo capilar Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
de cabra caprino
Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser.
de campo campestre ou rural
Observe alguns deles:
de chuva pluvial
de criança pueril Estados e cidades brasileiras:
de dedo digital
de estômago estomacal ou gástrico Alagoas alagoano
de falcão falconídeo Amapá amapaense
de farinha farináceo Aracaju aracajuano ou aracajuense
de fera ferino Amazonas amazonense ou baré
de ferro férreo Belo Horizonte belo-horizontino
de fogo ígneo Brasília brasiliense
de garganta gutural Cabo Frio cabo-friense
Campinas campineiro ou campinense
LÍNGUA PORTUGUESA

de gelo glacial
de guerra bélico Adjetivo Pátrio Composto
de homem viril ou humano
de ilha insular Na formação do adjetivo pátrio composto, o primei-
ro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente,
de inverno hibernal ou invernal
erudita. Observe alguns exemplos:
de lago lacustre

32
África afro- / Cultura afro-americana Motos vinho (mas: motos verdes)
Paredes musgo (mas: paredes brancas).
germano- ou teuto-/Competições Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).
Alemanha
teuto-inglesas
américo- / Companhia américo- B) Adjetivo Composto
América
africana É aquele formado por dois ou mais elementos. Nor-
belgo- / Acampamentos belgo- malmente, esses elementos são ligados por hífen. Ape-
Bélgica nas o último elemento concorda com o substantivo a que
franceses
se refere; os demais ficam na forma masculina, singular.
China sino- / Acordos sino-japoneses
Caso um dos elementos que formam o adjetivo com-
Espanha hispano- / Mercado hispano-português posto seja um substantivo adjetivado, todo o adjetivo
Europa euro- / Negociações euro-americanas composto ficará invariável. Por exemplo: a palavra “rosa”
é, originalmente, um substantivo, porém, se estiver qua-
franco- ou galo- / Reuniões franco-
França lificando um elemento, funcionará como adjetivo. Caso
italianas
se ligue a outra palavra por hífen, formará um adjetivo
Grécia greco- / Filmes greco-romanos composto; como é um substantivo adjetivado, o adjetivo
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas composto inteiro ficará invariável. Veja:
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa Camisas rosa-claro.
Ternos rosa-claro.
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras Olhos verde-claros.
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
Flexão dos adjetivos
Observação:
O adjetivo varia em gênero, número e grau. Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer
adjetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre
Gênero dos Adjetivos invariáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste,
vestidos cor-de-rosa.
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois ele-
referem (masculino e feminino). De forma semelhante mentos flexionados: crianças surdas-mudas.
aos substantivos, classificam-se em:
Grau do Adjetivo
A) Biformes - têm duas formas, sendo uma para o mas-
culino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má.
Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a in-
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no
tensidade da qualidade do ser. São dois os graus do ad-
feminino somente o último elemento: o moço norte-a-
jetivo: o comparativo e o superlativo.
mericano, a moça norte-americana.
Exceção: surdo-mudo e surda-muda.
A) Comparativo
B) Uniformes - têm uma só forma tanto para o mas- Nesse grau, comparam-se a mesma característica
culino como para o feminino: homem feliz e mulher atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais caracte-
feliz. rísticas atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável de igualdade, de superioridade ou de inferioridade.
no feminino: conflito político-social e desavença político-
-social. Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade
No comparativo de igualdade, o segundo termo da
Número dos Adjetivos comparação é introduzido pelas palavras como, quanto
ou quão.
A) Plural dos adjetivos simples
Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos rioridade
substantivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e
ruins, boa e boas. Sílvia é menos alta que Tiago. = Comparativo de In-
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça ferioridade
LÍNGUA PORTUGUESA

função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a pa-


lavra que estiver qualificando um elemento for, original- Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de
mente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São
Exemplo: a palavra cinza é, originalmente, um substanti- eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/supe-
vo; porém, se estiver qualificando um elemento, funcio- rior, grande/maior, baixo/inferior.
nará como adjetivo. Ficará, então, invariável. Logo: cami-
sas cinza, ternos cinza.

33
Observe que: Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo
• As formas menor e pior são comparativos de supe- com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os termi-
rioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais nados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio
mau, respectivamente. – cheíssimo.
• Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
(melhor, pior, maior e menor), porém, em compa-
rações feitas entre duas qualidades de um mesmo CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co-
elemento, deve-se usar as formas analíticas mais char - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform.
bom, mais mau,mais grande e mais pequeno. Por – São Paulo: Saraiva, 2010.
exemplo: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
elementos. Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
duas qualidades de um mesmo elemento.
Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de In-
SITE
ferioridade
Sou menos passivo (do) que tolerante.
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/se-
B) Superlativo coes/morf/morf32.php>
O superlativo expressa qualidades num grau muito
elevado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou rela- 2. ADVÉRBIO
tivo e apresenta as seguintes modalidades:
B.1 Superlativo Absoluto: ocorre quando a quali- Compare estes exemplos:
dade de um ser é intensificada, sem relação com outros O ônibus chegou.
seres. Apresenta-se nas formas: O ônibus chegou ontem.
• Analítica: a intensificação é feita com o auxílio de
palavras que dão ideia de intensidade (advérbios). Advérbio é uma palavra invariável que modifica o
Por exemplo: O concurseiro é muito esforçado. sentido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de
• Sintética: nessa, há o acréscimo de sufixos. Por tempo, de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e
exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo. do próprio advérbio.
Estudei bastante. = modificando o verbo estudei
Observe alguns superlativos sintéticos: Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio
(bem)
benéfico beneficentíssimo Ela tem os olhos muito claros. = relação com um ad-
jetivo (claros)
bom boníssimo ou ótimo
comum comuníssimo Quando modifica um verbo, o advérbio pode acres-
cruel crudelíssimo centar ideia de:
difícil dificílimo Tempo: Ela chegou tarde.
Lugar: Ele mora aqui.
doce dulcíssimo
Modo: Eles agiram mal.
fácil facílimo Negação: Ela não saiu de casa.
fiel fidelíssimo Dúvida: Talvez ele volte.

B.2 Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade Flexão do Advérbio


de um ser é intensificada em relação a um conjunto de
seres. Essa relação pode ser: Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apre-
• De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de sentam variação em gênero e número. Alguns advérbios,
todas. porém, admitem a variação em grau. Observe:
• De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de
todas. A) Grau Comparativo
O superlativo absoluto analítico é expresso por meio Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo
dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, modo que o comparativo do adjetivo:
antepostos ao adjetivo. • de igualdade: tão + advérbio + quanto (como):
LÍNGUA PORTUGUESA

O superlativo absoluto sintético se apresenta sob Renato fala tão alto quanto João.
duas formas: uma erudita - de origem latina – e outra • de inferioridade: menos + advérbio + que (do
popular - de origem vernácula. A forma erudita é cons- que): Renato fala menos alto do que João.
tituída pelo radical do adjetivo latino + um dos sufixos • de superioridade:
-íssimo, -imo ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo;
a popular é constituída do radical do adjetivo português
A.1 Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato
+ o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo.
fala mais alto do que João.

34
A.2 Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato (quando aplicado a propriedades graduáveis).
fala melhor que João. H) Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, so-
B) Grau Superlativo mente, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo:
O superlativo pode ser analítico ou sintético: Brando, o vento apenas move a copa das árvores.
B.1 Analítico: acompanhado de outro advérbio: Re- I) Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, tam-
nato fala muito alto. bém. Por exemplo: O indivíduo também amadurece
muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio durante a adolescência.
de modo J) Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por
B.2 Sintético: formado com sufixos: Renato fala al- exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer
tíssimo. aos meus amigos por comparecerem à festa.

Observação: Saiba que:


As formas diminutivas (cedinho, pertinho, etc.) são Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se
comuns na língua popular. ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Ficarei
Maria mora pertinho daqui. (muito perto) o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos
A criança levantou cedinho. (muito cedo) tarde possível.
Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente,
Classificação dos Advérbios em geral sufixamos apenas o último: O aluno respondeu
calma e respeitosamente.
De acordo com a circunstância que exprime, o advér-
bio pode ser de: Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido
A) Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, aco-
lá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, Há palavras como muito, bastante, que podem apare-
perto, aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, de- cer como advérbio e como pronome indefinido.
fronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures, Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro
aquém, embaixo, externamente, a distância, à dis- advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito.
tância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo
esquerda, ao lado, em volta. e sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros.
B) Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora,
amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente,
antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, #FicaDica
sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constan- Como saber se a palavra bastante é
temente, entrementes, imediatamente, primeira- advérbio (não varia, não se flexiona) ou
mente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, pronome indefinido (varia, sofre flexão)? Se
à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em der, na frase, para substituir o “bastante” por
quando, de quando em quando, a qualquer mo- “muito”, estamos diante de um advérbio; se
mento, de tempos em tempos, em breve, hoje em der para substituir por “muitos” (ou muitas),
dia. é um pronome. Veja:
C) Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, de- 1. Estudei bastante para o concurso. (estudei
pressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, às cla- muito, pois “muitos” não dá!) = advérbio
ras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos 2. Estudei bastantes capítulos para o concurso.
poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em (estudei muitos capítulos) = pronome
geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em indefinido
vão e a maior parte dos que terminam em “-men-
te”: calmamente, tristemente, propositadamente,
pacientemente, amorosamente, docemente, escan- Advérbios Interrogativos
dalosamente, bondosamente, generosamente.
D) Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como?
efetivamente, certo, decididamente, deveras, indu- por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referen-
bitavelmente. tes às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja:
E) Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum,
de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum. Interrogação Direta Interrogação Indireta
F) Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, pro-
LÍNGUA PORTUGUESA

vavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, Como aprendeu? Perguntei como aprendeu
quem sabe. Onde mora? Indaguei onde morava
G) Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em ex- Por que choras? Não sei por que choras
cesso, bastante, mais, menos, demasiado, quanto,
quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo, Aonde vai? Perguntei aonde ia
nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo, Donde vens? Pergunto donde vens
extremamente, intensamente, grandemente, bem

35
Quando voltas? Pergunto quando voltas “uma”[s] e “uns]).

Locução Adverbial A) Artigos definidos – São usados para indicar seres


determinados, expressos de forma individual: O
Quando há duas ou mais palavras que exercem fun- concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam
ção de advérbio, temos a locução adverbial, que pode muito.
expressar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordi- B) Artigos indefinidos – usados para indicar seres de
nariamente por uma preposição. Veja: modo vago, impreciso: Uma candidata foi aprova-
A) lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, da! Umas candidatas foram aprovadas!
para dentro, por aqui, etc.
B) afirmação: por certo, sem dúvida, etc. Circunstâncias em que os artigos se manifestam:
C) modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão,
em geral, frente a frente, etc. Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do
D) tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde, numeral “ambos”: Ambos os concursos cobrarão tal con-
hoje em dia, nunca mais, etc. teúdo.
Nomes próprios indicativos de lugar (ou topônimos)
A locução adverbial e o advérbio modificam o verbo, admitem o uso do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de
o adjetivo e outro advérbio: Janeiro, Veneza, A Bahia...
Chegou muito cedo. (advérbio) Quando indicado no singular, o artigo definido pode
Joana é muito bela. (adjetivo) indicar toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem.
De repente correram para a rua. (verbo) No caso de nomes próprios personativos, denotando
a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso
Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais do artigo: Marcela é a mais extrovertida das irmãs. / O
mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio: Pedro é o xodó da família.
Essa matéria é mais bem interessante que aquela.
No caso de os nomes próprios personativos estarem
Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
no plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias,
O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advér-
os Incas, Os Astecas...
bio: Cheguei primeiro.

Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a)
adverbial desempenham na oração a função de adjunto para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (do
adverbial, classificando-se de acordo com as circunstân- artigo), o pronome assume a noção de “qualquer”.
cias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advér- Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
bio. Exemplo: Toda classe possui alunos interessados e desinteressa-
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad- dos. (qualquer classe)
verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi- Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é fa-
dade e de tempo, respectivamente. cultativo: Preparei o meu curso. Preparei meu curso.
A utilização do artigo indefinido pode indicar uma
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ideia de aproximação numérica: O máximo que ele deve
ter é uns vinte anos.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- O artigo também é usado para substantivar palavras
char - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. pertencentes a outras classes gramaticais: Não sei o por-
– São Paulo: Saraiva, 2010. quê de tudo isso. / O bem vence o mal.
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. Há casos em que o artigo definido não pode ser
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa usado:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Antes de nomes de cidade (topônimo) e de pessoas
SITE conhecidas: O professor visitará Roma.
Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a pre-
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/se- sença do artigo será obrigatória: O professor visitará a
coes/morf/morf75.php> bela Roma.
3. ARTIGO Antes de pronomes de tratamento: Vossa Senhoria
LÍNGUA PORTUGUESA

sairá agora?
O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo- Exceção: O senhor vai à festa?
-se como o termo variável que serve para individualizar
ou generalizar o substantivo, indicando, também, o gê- Após o pronome relativo “cujo” e suas variações: Esse
nero (masculino/feminino) e o número (singular/plural). é o concurso cujas provas foram anuladas?/ Este é o can-
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va- didato cuja nota foi a mais alta.
riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações

36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
São aquelas que ligam orações de sentido completo
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- e independente ou termos da oração que têm a mesma
char - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. função gramatical. Subdividem-se em:
– São Paulo: Saraiva, 2010.
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: A) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa não), não só... mas também, não só... como também,
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. bem como, não só... mas ainda.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- A sua pesquisa é clara e objetiva.
char - Português linguagens: volume 1– 7.ª ed. Reform. Não só dança, mas também canta.
– São Paulo: Saraiva, 2010.
B) Adversativas: ligam duas orações ou palavras,
SITE expressando ideia de contraste ou compensação.
São elas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto,
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/grama- no entanto, não obstante.
tica/artigo.htm> Tentei chegar mais cedo, porém não consegui.

4. CONJUNÇÃO C) Alternativas: ligam orações ou palavras, expres-


sando ideia de alternância ou escolha, indicando
Além da preposição, há outra palavra também inva- fatos que se realizam separadamente. São elas: ou,
riável que, na frase, é usada como elemento de ligação: ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja, tal-
a conjunção. Ela serve para ligar duas orações ou duas vez... talvez.
palavras de mesma função em uma oração: Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.
O concurso será realizado nas cidades de Campinas e
São Paulo. D) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração
A prova não será fácil, por isso estou estudando muito. que expressa ideia de conclusão ou consequência.
São elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por
Morfossintaxe da Conjunção conseguinte, por isso, assim.
Marta estava bem preparada para o teste, portanto
As conjunções, a exemplo das preposições, não exer- não ficou nervosa.
cem propriamente uma função sintática: são conectivos. Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão.

Classificação da Conjunção E) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração


que a explica, que justifica a ideia nela contida. São
De acordo com o tipo de relação que estabelecem, elas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto.
as conjunções podem ser classificadas em coordenati- Não demore, que o filme já vai começar.
vas e subordinativas. No primeiro caso, os elementos Falei muito, pois não gosto do silêncio!
ligados pela conjunção podem ser isolados um do outro.
Esse isolamento, no entanto, não acarreta perda da uni- Conjunções Subordinativas
dade de sentido que cada um dos elementos possui. Já
no segundo caso, cada um dos elementos ligados pela São aquelas que ligam duas orações, sendo uma de-
conjunção depende da existência do outro. Veja: las dependente da outra. A oração dependente, intro-
Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo. duzida pelas conjunções subordinativas, recebe o nome
Podemos separá-las por ponto: de oração subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha
Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo. começado quando ela chegou.
O baile já tinha começado: oração principal
Temos acima um exemplo de conjunção (e, conse- quando: conjunção subordinativa (adverbial tempo-
quentemente, orações coordenadas) coordenativa – ral)
“mas”. Já em: ela chegou: oração subordinada
Espero que eu seja aprovada no concurso!
As conjunções subordinativas subdividem-se em in-
Não conseguimos separar uma oração da outra, pois tegrantes e adverbiais:
LÍNGUA PORTUGUESA

a segunda “completa” o sentido da primeira (da oração


principal): Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período te- Integrantes - Indicam que a oração subordinada por
mos uma oração subordinada substantiva objetiva direta elas introduzida completa ou integra o sentido da prin-
(ela exerce a função de objeto direto do verbo da oração cipal. Introduzem orações que equivalem a substantivos,
principal). ou seja, as orações subordinadas substantivas. São elas:
que, se.
Conjunções Coordenativas Quero que você volte. (Quero sua volta)

37
medida que, à proporção que, ao passo que e as
Adverbiais - Indicam que a oração subordinada exer- combinações quanto mais... (mais), quanto menos...
ce a função de adjunto adverbial da principal. De acordo (menos), quanto menos... (mais), quanto menos...
com a circunstância que expressam, classificam-se em: (menos), etc.
O preço fica mais caro à medida que os produtos es-
A) Causais: introduzem uma oração que é causa da casseiam.
ocorrência da oração principal. São elas: porque,
que, como (= porque, no início da frase), pois que, Observação:
visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde São incorretas as locuções proporcionais à medida
que, etc. em que, na medida que e na medida em que.
Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
G) Temporais: introduzem uma oração que acrescen-
ta uma circunstância de tempo ao fato expresso na
B) Concessivas: introduzem uma oração que expres-
oração principal. São elas: quando, enquanto, antes
sa ideia contrária à da principal, sem, no entanto,
que, depois que, logo que, todas as vezes que, desde
impedir sua realização. São elas: embora, ainda
que, sempre que, assim que, agora que, mal (= as-
que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por
sim que), etc.
mais que, posto que, conquanto, etc. A briga começou assim que saímos da festa.
Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
H) Comparativas: introduzem uma oração que ex-
C) Condicionais: introduzem uma oração que indica pressa ideia de comparação com referência à ora-
a hipótese ou a condição para ocorrência da prin- ção principal. São elas: como, assim como, tal como,
cipal. São elas: se, caso, contanto que, salvo se, a como se, (tão)... como, tanto como, tanto quanto, do
não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc. que, quanto, tal, qual, tal qual, que nem, que (com-
Se precisar de minha ajuda, telefone-me. binado com menos ou mais), etc.
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem.
#FicaDica I) Consecutivas: introduzem uma oração que expres-
Você deve ter percebido que a conjunção sa a consequência da principal. São elas: de sorte
condicional “se” também é conjunção que, de modo que, sem que (= que não), de forma
integrante. A diferença é clara ao ler as que, de jeito que, que (tendo como antecedente na
orações que são introduzidas por ela. Acima, oração principal uma palavra como tal, tão, cada,
ela nos dá a ideia da condição para que tanto, tamanho), etc.
recebamos um telefonema (se for preciso Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do
ajuda). Já na oração: Não sei se farei o exame.
concurso. = Não há ideia de condição
alguma, há? Outra coisa: o verbo da oração FIQUE ATENTO!
principal (sei) pede complemento (objeto
direto, já que “quem não sabe, não sabe Muitas conjunções não têm classificação
algo”). Portanto, a oração em destaque única, imutável, devendo, portanto, ser
exerce a função de objeto direto da oração classificadas de acordo com o sentido que
principal, sendo classificada como oração apresentam no contexto (destaque da Zê!).
subordinada substantiva objetiva direta.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
D) Conformativas: introduzem uma oração que ex-
prime a conformidade de um fato com outro. São SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
elas: conforme, como (= conforme), segundo, con- Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
soante, etc. CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co-
O passeio ocorreu como havíamos planejado. char - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010.
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
E) Finais: introduzem uma oração que expressa a fi- literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
nalidade ou o objetivo com que se realiza a oração SITE
LÍNGUA PORTUGUESA

principal. São elas: para que, a fim de que, que, por-


que (= para que), que, etc. Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/se-
Toque o sinal para que todos entrem no salão. coes/morf/morf84.php>

F) Proporcionais: introduzem uma oração que ex- 5. INTERJEIÇÃO


pressa um fato relacionado proporcionalmente à
ocorrência do expresso na principal. São elas: à Interjeição é a palavra invariável que exprime emo-

38
ções, sensações, estados de espírito. É um recurso da lin- I) Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Quei-
guagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de ra Deus!
maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas J) Desculpa: Perdão!
sim a manifestação de um suspiro, um estado da alma K) Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena!
decorrente de uma situação particular, um momento ou L) Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê!
um contexto específico. Exemplos: M) Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus!
Ah, como eu queria voltar a ser criança! Quê! Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição N) Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios!
Hum! Esse pudim estava maravilhoso! Puxa! Pô! Ora!
hum: expressão de um pensamento súbito = inter- O) Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade!
jeição P) Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!
Viva! Olá! Alô! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me,
O significado das interjeições está vinculado à ma- Deus!
neira como elas são proferidas. O tom da fala é que dita Q) Silêncio: Psiu! Silêncio!
o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto R) Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa!
em que for utilizada. Exemplos:
Saiba que:
Psiu! As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não so-
contexto: alguém pronunciando esta expressão na frem variação em gênero, número e grau como os no-
rua ; significado da interjeição (sugestão): “Estou te cha- mes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e
mando! Ei, espere!” voz como os verbos. No entanto, em uso específico, al-
gumas interjeições sofrem variação em grau. Não se trata
Psiu! de um processo natural desta classe de palavra, mas tão
contexto: alguém pronunciando em um hospital; sig- só uma variação que a linguagem afetiva permite. Exem-
nificado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silên- plos: oizinho, bravíssimo, até loguinho.
cio!”
Locução Interjetiva
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
puxa: interjeição; tom da fala: euforia Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte! Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus!
puxa: interjeição; tom da fala: decepção Toda frase mais ou menos breve dita em tom excla-
mativo torna-se uma locução interjetiva, dispensando
As interjeições cumprem, normalmente, duas funções: análise dos termos que a compõem: Macacos me mor-
A) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo ale- dam!, Valha-me Deus!, Quem me dera!
gria, tristeza, dor, etc.: Ah, deve ser muito interes- 1. As interjeições são como frases resumidas, sinté-
sante! ticas. Por exemplo: Ué! (= Eu não esperava por
B) Sintetizar uma frase apelativa: Cuidado! Saia da essa!) / Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe)
minha frente. 2. Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é
o seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras
As interjeições podem ser formadas por: classes gramaticais podem aparecer como inter-
• simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô jeições. Por exemplo: Viva! Basta! (Verbos) / Fora!
• palavras: Oba! Olá! Claro! Francamente! (Advérbios)
• grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu 3. A interjeição pode ser considerada uma “palavra-
Deus! Ora bolas! -frase” porque sozinha pode constituir uma men-
sagem. Por exemplo: Socorro! Ajudem-me! Silêncio!
Classificação das Interjeições Fique quieto!
4. Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi-
Comumente, as interjeições expressam sentido de: tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo:
A) Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido! Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-ta-
Atenção! Olha! Alerta! que! Quá-quá-quá!, etc.
B) Afugentamento: Fora! Passa! Rua!
C) Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva! 5. Não se deve confundir a interjeição de apelo «ó»
LÍNGUA PORTUGUESA

D) Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah! com a sua homônima «oh!», que exprime admira-
E) Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem! ção, alegria, tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois
Ânimo! Adiante! do «oh!» exclamativo e não a fazemos depois do
F) Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva! «ó» vocativo. Por exemplo: “Ó natureza! ó mãe pie-
G) Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá! dosa e pura!” (Olavo Bilac)
H) Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamen-
te! Essa não! Chega! Basta! REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Flexão dos numerais
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
CAMPEDELLI, Samira Yousseff, SOUZA, Jésus Barbosa uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/
- Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática duzentas em diante: trezentos/trezentas, quatrocentos/
– volume único – 3.ª Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. quatrocentas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão,
variam em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais
SITE cardinais são invariáveis.

Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/se- Os numerais ordinais variam em gênero e número:


coes/morf/morf89.php>
primeiro segundo milésimo
6. NUMERAL
primeira segunda milésima
Numeral é a palavra variável que indica quantidade primeiros segundos milésimos
numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de pes- primeiras segundas milésimas
soas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa deter-
minada sequência. Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
Os numerais traduzem, em palavras, o que os núme- atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do es-
ros indicam em relação aos seres. Assim, quando a ex- forço e conseguiram o triplo de produção.
pressão é colocada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
trata de numerais, mas sim de algarismos. flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem triplas do medicamento.
a ideia expressa pelos números, existem mais algumas Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e
palavras consideradas numerais porque denotam quan- número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/
tidade, proporção ou ordenação. São alguns exemplos: duas terças partes.
década, dúzia, par, ambos(as), novena. Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
Classificação dos Numerais É comum na linguagem coloquial a indicação de grau
nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização
A) Cardinais: indicam quantidade exata ou determi- de sentido. É o que ocorre em frases como:
nada de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns car- “Me empresta duzentinho...”
dinais têm sentido coletivo, como por exemplo: É artigo de primeiríssima qualidade!
século, par, dúzia, década, bimestre. O time está arriscado por ter caído na segundona. (=
B) Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém segunda divisão de futebol)
ou alguma coisa ocupa numa determinada se-
quência: primeiro, segundo, centésimo, etc. Emprego e Leitura dos Numerais

As palavras anterior, posterior, último, antepenúltimo, Os numerais são escritos em conjunto de três algaris-
final e penúltimo também indicam posição dos seres, mos, contados da direita para a esquerda, em forma de
mas são classificadas como adjetivos, não ordinais. centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma
separação através de ponto ou espaço correspondente a
C) Fracionários: indicam parte de uma quantidade, um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456.
ou seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar
quintos, etc. exagero intencional, constituindo a figura de linguagem
D) Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação conhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
dos seres, indicando quantas vezes a quantidade No português contemporâneo, não se usa a conjun-
foi aumentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc. ção “e” após “mil”, seguido de centena: Nasci em mil no-
vecentos e noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.

Mas, se a centena começa por “zero” ou termina por


LÍNGUA PORTUGUESA

dois zeros, usa-se o “e”: Seu salário será de mil e quinhen-


tos reais. (R$1.500,00)
Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)

Para designar papas, reis, imperadores, séculos e par-


tes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais
até décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o nume-
ral venha depois do substantivo;

40
Ordinais Cardinais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)

Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)

#FicaDica
Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por associação. Ficará mais fácil!

Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)

Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma
e outra”, “as duas”) e são largamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência. Sua uti-
lização exige a presença do artigo posposto: Ambos os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O artigo só é
dispensado caso haja um pronome demonstrativo: Ambos esses ministros falarão à imprensa.

Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


Um Primeiro -
Dois Segundo Dobro, Duplo Meio
Três Terceiro Triplo, Tríplice Terço
Quatro Quarto Quádruplo Quarto
Cinco Quinto Quíntuplo Quinto
Seis Sexto Sêxtuplo Sexto
Sete Sétimo Sétuplo Sétimo
Oito Oitavo Óctuplo Oitavo
Nove Nono Nônuplo Nono
Dez Décimo Décuplo Décimo
Onze Décimo Primeiro - Onze Avos
Doze Décimo Segundo - Doze Avos
Treze Décimo Terceiro - Treze Avos
Catorze Décimo Quarto - Catorze Avos
Quinze Décimo Quinto - Quinze Avos
Dezesseis Décimo Sexto - Dezesseis Avos
Dezessete Décimo Sétimo - Dezessete Avos
Dezoito Décimo Oitavo - Dezoito Avos
LÍNGUA PORTUGUESA

Dezenove Décimo Nono - Dezenove Avos


Vinte Vigésimo - Vinte Avos
Trinta Trigésimo - Trinta Avos
Quarenta Quadragésimo - Quarenta Avos
Cinqüenta Quinquagésimo - Cinquenta Avos
Sessenta Sexagésimo - Sessenta Avos

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Setenta Septuagésimo - Setenta Avos
Oitenta Octogésimo - Oitenta Avos
Noventa Nonagésimo - Noventa Avos
Cem Centésimo Cêntuplo Centésimo
Duzentos Ducentésimo - Ducentésimo
Trezentos Trecentésimo - Trecentésimo
Quatrocentos Quadringentésimo - Quadringentésimo
Quinhentos Quingentésimo - Quingentésimo
Seiscentos Sexcentésimo - Sexcentésimo
Setecentos Septingentésimo Septingentésimo
Oitocentos Octingentésimo Octingentésimo
Nongentésimo ou
Novecentos Nongentésimo
Noningentésimo
Mil Milésimo Milésimo
Milhão Milionésimo Milionésimo
Milhão Bilionésimo Bilionésimo

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.

SITE

Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.php>

7. PREPOSIÇÃO

Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, nor-
malmente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na
estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreen-
são do texto.

Tipos de Preposição

A) Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com,
contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
B) Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições, ou seja,
formadas por uma derivação imprópria: como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
C) Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma
(preposição): abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em
frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.

A preposição é invariável, no entanto pode unir-se a outras palavras e, assim, estabelecer concordância em gênero
ou em número. Exemplo: por + o = pelo / por + a = pela.
Essa concordância não é característica da preposição, mas das palavras às quais ela se une.
LÍNGUA PORTUGUESA

Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir dos processos de:
• Combinação: união da preposição “a” com o artigo “o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos. Os vocábu-
los não sofrem alteração.
• Contração: união de uma preposição com outra palavra, ocorrendo perda ou transformação de fonema: de + o
= do, em + a = na, per + os = pelos, de + aquele = daquele, em + isso = nisso.
• Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” preposição + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal do prono-
me “aquilo”).

42
O “a” pode funcionar como preposição, pronome O homem julga que é superior à natureza, por isso o
pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a” homem destrói a natureza...
seja um artigo, virá precedendo um substantivo, servindo Utilizando pronomes, teremos: O homem julga que é
para determiná-lo como um substantivo singular e femi- superior à natureza, por isso ele a destrói...
nino: A matéria que estudei é fácil! Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de ter-
mos (homem e natureza).
Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
termos e estabelece relação de subordinação entre eles. Grande parte dos pronomes não possuem significa-
Irei à festa sozinha. dos fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação
Entregamos a flor à professora! = o primeiro “a” é arti- dentro de um contexto, o qual nos permite recuperar a
go; o segundo, preposição. referência exata daquilo que está sendo colocado por
meio dos pronomes no ato da comunicação. Com ex-
Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o ceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os de-
lugar e/ou a função de um substantivo: Nós trouxemos a mais pronomes têm por função principal apontar para as
apostila. = Nós a trouxemos. pessoas do discurso ou a elas se relacionar, indicando-
-lhes sua situação no tempo ou no espaço. Em virtude
Relações semânticas (= de sentido) estabelecidas dessa característica, os pronomes apresentam uma for-
por meio das preposições: ma específica para cada pessoa do discurso.
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
Destino = Irei a Salvador. [minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala]
Modo = Saiu aos prantos. Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada?
Lugar = Sempre a seu lado. [tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se
Assunto = Falemos sobre futebol. fala]
Tempo = Chegarei em instantes. A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.
Causa = Chorei de saudade. [dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem
Fim ou finalidade = Vim para ficar. se fala]
Instrumento = Escreveu a lápis.
Posse = Vi as roupas da mamãe. Em termos morfológicos, os pronomes são palavras
Autoria = livro de Machado de Assis variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em nú-
Companhia = Estarei com ele amanhã. mero (singular ou plural). Assim, espera-se que a refe-
Matéria = copo de cristal. rência através do pronome seja coerente em termos de
Meio = passeio de barco. gênero e número (fenômeno da concordância) com o
Origem = Nós somos do Nordeste. seu objeto, mesmo quando este se apresenta ausente no
Conteúdo = frascos de perfume. enunciado.
Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso. Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da
Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais. nossa escola neste ano.
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordân-
Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas cia adequada]
locuções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução [neste: pronome que determina “ano” = concordân-
prepositiva por trás de. cia adequada]
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = con-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS cordância inadequada]
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
char - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010. Pronomes Pessoais
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. São aqueles que substituem os substantivos, indican-
do diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou
SITE escreve assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os
Disponível em: <http://www.infoescola.com/portu- pronomes “tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a
gues/preposicao/> quem se dirige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer
LÍNGUA PORTUGUESA

referência à pessoa ou às pessoas de quem se fala.


8. PRONOME Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun-
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto
Pronome é a palavra variável que substitui ou acom- ou do caso oblíquo.
panha um substantivo (nome), qualificando-o de alguma
forma.

43
A) Pronome Reto
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sen- FIQUE ATENTO!
tença, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos Os pronomes o, os, a, as assumem formas
flores. especiais depois de certas terminações
Os pronomes retos apresentam flexão de número, verbais:
gênero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa úl-
tima a principal flexão, uma vez que marca a pessoa do 1. Quando o verbo termina em -z, -s ou
discurso. Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é -r, o pronome assume a forma lo, los, la
assim configurado: ou las, ao mesmo tempo que a terminação
1.ª pessoa do singular: eu verbal é suprimida. Por exemplo:
2.ª pessoa do singular: tu fiz + o = fi-lo
3.ª pessoa do singular: ele, ela fazeis + o = fazei-lo
1.ª pessoa do plural: nós dizer + a = dizê-la
2.ª pessoa do plural: vós
3.ª pessoa do plural: eles, elas 2. Quando o verbo termina em som nasal,
o pronome assume as formas no, nos, na,
Esses pronomes não costumam ser usados como nas. Por exemplo:
viram + o: viram-no
complementos verbais na língua-padrão. Frases como
repõe + os = repõe-nos
“Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu
retém + a: retém-na
até aqui”- comuns na língua oral cotidiana - devem ser
tem + as = tem-nas
evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for-
mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon-
dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-
B.2 Pronome Oblíquo Tônico
-me até aqui”.
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedi-
dos por preposições, em geral as preposições a, para, de
Frequentemente observamos a omissão do pronome
e com. Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a
reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias
função de objeto indireto da oração. Possuem acentua-
formas verbais marcam, através de suas desinências, as
ção tônica forte.
pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fizemos
Lista dos pronomes oblíquos tônicos:
boa viagem. (Nós)
1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo
2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
B) Pronome Oblíquo
3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na
1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
sentença, exerce a função de complemento verbal
2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
(objeto direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (ob-
3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas
jeto indireto)
Observe que as únicas formas próprias do pronome
Observação:
tônico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa
O pronome oblíquo é uma forma variante do prono-
(ti). As demais repetem a forma do pronome pessoal do
me pessoal do caso reto. Essa variação indica a função
caso reto.
diversa que eles desempenham na oração: pronome reto
As preposições essenciais introduzem sempre prono-
marca o sujeito da oração; pronome oblíquo marca o
mes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso
complemento da oração. Os pronomes oblíquos sofrem
reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da
variação de acordo com a acentuação tônica que pos-
língua formal, os pronomes costumam ser usados desta
suem, podendo ser átonos ou tônicos.
forma:
Não há mais nada entre mim e ti.
B.1 Pronome Oblíquo Átono
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não
Não há nenhuma acusação contra mim.
são precedidos de preposição. Possuem acentuação tô-
Não vá sem mim.
nica fraca: Ele me deu um presente.
Lista dos pronomes oblíquos átonos
Há construções em que a preposição, apesar de sur-
1.ª pessoa do singular (eu): me
gir anteposta a um pronome, serve para introduzir uma
2.ª pessoa do singular (tu): te
LÍNGUA PORTUGUESA

oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o ver-


3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
bo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um pro-
1.ª pessoa do plural (nós): nos
nome, deverá ser do caso reto.
2.ª pessoa do plural (vós): vos
Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
Não vá sem eu mandar.

44
A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!” C) Pronomes de Tratamento
está correta, já que “para mim” é complemento de “fá- São pronomes utilizados no tratamento formal, ceri-
cil”. A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil monioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (por-
para mim! tanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira
pessoa. Alguns exemplos:
A combinação da preposição “com” e alguns prono- Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques
mes originou as formas especiais comigo, contigo, consi- Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais
go, conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e reli-
frequentemente exercem a função de adjunto adverbial giosos em geral
de companhia: Ele carregava o documento consigo. Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente supe-
rior à de coronel, senadores, deputados, embaixadores,
A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas: professores de curso superior, ministros de Estado e de
Ela veio até mim, mas nada falou. Tribunais, governadores, secretários de Estado, presiden-
Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido de te da República (sempre por extenso)
inclusão), usaremos as formas retas: Todos foram bem na Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de univer-
prova, até eu! (= inclusive eu) sidades
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores
As formas “conosco” e “convosco” são substituídas Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, ofi-
por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pes- ciais até a patente de coronel, chefes de seção e funcio-
soais são reforçados por palavras como outros, mesmos, nários de igual categoria
próprios, todos, ambos ou algum numeral. Vossa Meretíssima (sempre por extenso) = para juízes
Você terá de viajar com nós todos. de direito
Estávamos com vós outros quando chegaram as más Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento
notícias. cerimonioso
Ele disse que iria com nós três. Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus

B.3 Pronome Reflexivo Também são pronomes de tratamento o senhor, a se-


São pronomes pessoais oblíquos que, embora fun- nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são em-
cionem como objetos direto ou indireto, referem-se ao pregados no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”,
sujeito da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe no tratamento familiar. Você e vocês são largamente em-
a ação expressa pelo verbo. pregados no português do Brasil; em algumas regiões, a
forma tu é de uso frequente; em outras, pouco emprega-
Lista dos pronomes reflexivos: da. Já a forma vós tem uso restrito à linguagem litúrgica,
1.ª pessoa do singular (eu): me, mim = Eu não me ultraformal ou literária.
lembro disso.
2.ª pessoa do singular (tu): te, ti = Conhece a ti mesmo. Observações:
3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo = Gui- 1. Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de
lherme já se preparou. tratamento que possuem “Vossa(s)” são emprega-
Ela deu a si um presente. dos em relação à pessoa com quem falamos: Es-
Antônio conversou consigo mesmo. pero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este
1.ª pessoa do plural (nós): nos = Lavamo-nos no rio. encontro.
2.ª pessoa do plural (vós): vos = Vós vos beneficiastes 2. Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito
com esta conquista. da pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram
3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo = Eles se que Sua Excelência, o Senhor Presidente da Repúbli-
conheceram. / Elas deram a si um dia de folga. ca, agiu com propriedade.
3. Os pronomes de tratamento representam uma for-
ma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlo-
#FicaDica cutores. Ao tratarmos um deputado por Vossa Ex-
O pronome é reflexivo quando se refere celência, por exemplo, estamos nos endereçando à
à mesma pessoa do pronome subjetivo excelência que esse deputado supostamente tem
(sujeito): Eu me arrumei e saí. para poder ocupar o cargo que ocupa.
É pronome recíproco quando indica
4. Embora os pronomes de tratamento dirijam-se à
LÍNGUA PORTUGUESA

reciprocidade de ação: Nós nos amamos. /


Olhamo-nos calados. 2.ª pessoa, toda a concordância deve ser feita
O “se” pode ser usado como palavra com a 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes
expletiva ou partícula de realce, sem ser possessivos e os pronomes oblíquos empregados
rigorosamente necessária e sem função em relação a eles devem ficar na 3.ª pessoa.
sintática: Os exploradores riam-se de suas Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas pro-
tentativas. / Será que eles se foram? messas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.

45
5. Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo
do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém
de “você”, não poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.

Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (errado)

Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular

ou

Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular

Pronomes Possessivos

São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa
possuída).
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1.ª pessoa do singular)

Número Pessoa Pronome


Singular Primeira Meu(s), minha(s)
Singular Segunda Teu(s), tua(s)
Singular Terceira Seu(s), sua(s)
Plural Primeira Nosso(s), nossa(s)
Plural Segunda Vosso(s), vossa(s)
Plural Terceira Seu(s), sua(s)

Note que:
A forma do possessivo depende da pessoa gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam com o objeto
possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribuição naquele momento difícil.

Observações:

1. A forma “seu” não é um possessivo quando resultar da alteração fonética da palavra senhor: Muito obrigado, seu
José.

2. Os pronomes possessivos nem sempre indicam posse. Podem ter outros empregos, como:
A) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha.
B) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 anos.
C) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela.

3. Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa Excelência
trouxe sua mensagem?

4. Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e
anotações.

5. Em algumas construções, os pronomes pessoais oblíquos átonos assumem valor de possessivo: Vou seguir-lhe os
passos. (= Vou seguir seus passos)

6. O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, próprio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-lo, para que
LÍNGUA PORTUGUESA

não ocorra redundância: Coloque tudo nos respectivos lugares.

Pronomes Demonstrativos

São utilizados para explicitar a posição de certa palavra em relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode ser
de espaço, de tempo ou em relação ao discurso.

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A) Em relação ao espaço:
Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da pessoa que fala:
Este material é meu.

Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da pessoa com quem se fala:
Esse material em sua carteira é seu?

Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está distante tanto da pessoa que fala como da pessoa com quem se
fala:
Aquele material não é nosso.
Vejam aquele prédio!

B) Em relação ao tempo:
Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em relação à pessoa que fala:
Esta manhã farei a prova do concurso!

Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado, porém relativamente próximo à época em que se situa a pessoa
que fala:
Essa noite dormi mal; só pensava no concurso!

Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um afastamento no tempo, referido de modo vago ou como tempo remoto:
Naquele tempo, os professores eram valorizados.

C) Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se falará ou escreverá):


Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se falará:
Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática, ortografia, concordância.

Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou:
Sua aprovação no concurso, isso é o que mais desejamos!

Este e aquele são empregados quando se quer fazer referência a termos já mencionados; aquele se refere ao termo
referido em primeiro lugar e este para o referido por último:

Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo; este está mais bem colocado que aquele. (= este [São Paulo],
aquele [Palmeiras])
ou

Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo; aquele está mais bem colocado que este. (= este [São Paulo],
aquele [Palmeiras])

Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou invariáveis, observe:


Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s).
Invariáveis: isto, isso, aquilo.

Também aparecem como pronomes demonstrativos:

• o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te indiquei.)

• mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): variam em gênero quando têm caráter reforçativo:
Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
Eu mesma refiz os exercícios.
LÍNGUA PORTUGUESA

Elas mesmas fizeram isso.


Eles próprios cozinharam.
Os próprios alunos resolveram o problema.

• semelhante(s): Não tenha semelhante atitude.

• tal, tais: Tal absurdo eu não cometeria.

47
1. Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides • Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo,
eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. nada, algo, cada.
(ou então: este solteiro, aquele casado) - este se re-
fere à pessoa mencionada em último lugar; aquele, *Qualquer é composto de qual + quer (do verbo que-
à mencionada em primeiro lugar. rer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra cujo
2. O pronome demonstrativo tal pode ter conotação plural é feito em seu interior).
irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
3. Pode ocorrer a contração das preposições a, de, Todo e toda no singular e junto de artigo significa in-
em com pronome demonstrativo: àquele, àquela, teiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as:
deste, desta, disso, nisso, no, etc: Não acreditei no Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira)
que estava vendo. (no = naquilo) Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades)
Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro)
Pronomes Indefinidos
Trabalho todo dia. (= todos os dias)
São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discur-
São locuções pronominais indefinidas: cada qual,
so, dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando
cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer
quantidade indeterminada.
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém- (que), seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal
-plantadas. qual (= certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma
ou outra, etc.
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pes- Cada um escolheu o vinho desejado.
soa de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de
forma imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar Pronomes Relativos
um ser humano que seguramente existe, mas cuja iden- São aqueles que representam nomes já mencionados
tidade é desconhecida ou não se quer revelar. Classifi- anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem
cam-se em: as orações subordinadas adjetivas.
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de
A) Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o um grupo racial sobre outros.
lugar do ser ou da quantidade aproximada de se- (afirma a superioridade de um grupo racial sobre ou-
res na frase. São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, tros = oração subordinada adjetiva).
beltrano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo.
Algo o incomoda? O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sis-
Quem avisa amigo é. tema” e introduz uma oração subordinada. Diz-se que
a palavra “sistema” é antecedente do pronome relativo
B) Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um que.
ser expresso na frase, conferindo-lhe a noção de O antecedente do pronome relativo pode ser o pro-
quantidade aproximada. São eles: cada, certo(s), nome demonstrativo o, a, os, as.
certa(s). Não sei o que você está querendo dizer.
Cada povo tem seus costumes. Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem
Certas pessoas exercem várias profissões. expresso.
Quem casa, quer casa.
Note que:
Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora pro-
Observe:
nomes indefinidos adjetivos:
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, mui-
quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas,
tos), demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, ne-
nhuns, nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), quantas.
qualquer, quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.
tais, tanto(s), tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s),
vários, várias. Note que:
Menos palavras e mais ações. O pronome “que” é o relativo de mais largo empre-
Alguns se contentam pouco. go, sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser
substituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando
Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va- seu antecedente for um substantivo.
riáveis e invariáveis. Observe: O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
LÍNGUA PORTUGUESA

• Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (=
vário, tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, a qual)
muita, pouca, vária, tanta, outra, quanta, qualquer, Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os
quaisquer*, alguns, nenhuns, todos, muitos, poucos, quais)
vários, tantos, outros, quantos, algumas, nenhumas, As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (=
todas, muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas. as quais)

48
O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente na passada.
pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamen-
te para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” • quando (= em que) – desde que tenha como ante-
(que podem ter várias classificações) são pronomes rela- cedente um nome que dê ideia de tempo:
tivos. Todos eles são usados com referência à pessoa ou Bons eram os tempos quando podíamos jogar video-
coisa por motivo de clareza ou depois de determinadas game.
preposições: Regressando de São Paulo, visitei o sítio de
minha tia, o qual me deixou encantado. O uso de “que”, Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
neste caso, geraria ambiguidade. Veja: Regressando de numa só frase.
São Paulo, visitei o sítio de minha tia, que me deixou en- O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste
cantado (quem me deixou encantado: o sítio ou minha esporte.
tia?). = O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas
dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas utili- Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode
za-se o qual / a qual) ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de
O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, gente que conversava, (que) ria, observava.
e se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas
deixou de ser poeta, que era a sua vocação natural. Pronomes Interrogativos
O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda com São usados na formulação de perguntas, sejam elas
o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o conse- diretas ou indiretas. Assim como os pronomes indefini-
quente (o ser possuído, com o qual concorda em gêne- dos, referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo im-
ro e número); não se usa artigo depois deste pronome; preciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e
“cujo” equivale a do qual, da qual, dos quais, das quais. variações), quanto (e variações).
Com quem andas?
Qual seu nome?
Existem pessoas cujas ações são nobres.
Diz-me com quem andas, que te direi quem és.
(antecedente) (consequente)
O pronome pessoal é do caso reto quando tem fun-
Se o verbo exigir preposição, esta virá antes do pro-
ção de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso
nome: O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! (re-
oblíquo quando desempenha função de complemento.
feriu-se a)
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
“Quanto” é pronome relativo quando tem por ante-
lhe ajudar.
cedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e
tudo: Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele”
exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao
Emprestei tantos quantos foram necessários. caso reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce
(antecedente) função de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo.
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discur-
Ele fez tudo quanto havia falado. so. O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta
(antecedente) para a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não
sabia se devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe).
O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre
precedido de preposição. Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou
É um professor a quem muito devemos. tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição,
(preposição) diferentemente dos segundos, que são sempre precedi-
dos de preposição.
“Onde”, como pronome relativo, sempre possui ante- A) Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o
cedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A que eu estava fazendo.
casa onde morava foi assaltada. B) Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para
mim o que eu estava fazendo.
Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou
em que: Sinto saudades da época em que (quando) morá- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
vamos no exterior.
LÍNGUA PORTUGUESA

SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa


Podem ser utilizadas como pronomes relativos as pa- Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
lavras: CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co-
char - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform.
• como (= pelo qual) – desde que precedida das pa- – São Paulo: Saraiva, 2010.
lavras modo, maneira ou forma: AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
Não me parece correto o modo como você agiu sema- literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.

49
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, prol da paz no mundo.
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira Repare que o pronome está “no meio” do verbo “rea-
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – lizará”: realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma
São Paulo: Saraiva, 2002. palavra que justificasse o uso da próclise, esta prevalece-
ria. Veja: Não se realizará...
SITE Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/se- nessa viagem.
coes/morf/morf42.php> (com presença de palavra que justifique o uso de pró-
clise: Não fossem os meus compromissos, EU te acompa-
Colocação Pronominal nharia nessa viagem).

Colocação Pronominal trata da correta colocação dos Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo.
pronomes oblíquos átonos na frase. A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não
forem possíveis:
• Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
#FicaDica Quando eu avisar, silenciem-se todos.
Pronome Oblíquo é aquele que exerce a • Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal:
função de complemento verbal (objeto). Por Não era minha intenção machucá-la.
isso, memorize: • Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não
OBlíquo = OBjeto! se inicia período com pronome oblíquo).
Vou-me embora agora mesmo.
Levanto-me às 6h.
Embora na linguagem falada a colocação dos prono-
mes não seja rigorosamente seguida, algumas normas • Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo
devem ser observadas na linguagem escrita. no concurso, mudo-me hoje mesmo!
• Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a
Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo. proposta fazendo-se de desentendida.
A próclise é usada:
Colocação pronominal nas locuções verbais
• Quando o verbo estiver precedido de palavras que
atraem o pronome para antes do verbo. São elas: • Após verbo no particípio = pronome depois do
A) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, verbo auxiliar (e não depois do particípio):
jamais, etc.: Não se desespere! Tenho me deliciado com a leitura!
B) Advérbios: Agora se negam a depor. Eu tenho me deliciado com a leitura!
C) Conjunções subordinativas: Espero que me expli- Eu me tenho deliciado com a leitura!
quem tudo!
D) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se • Não convém usar hífen nos tempos compostos e
esforçou. nas locuções verbais:
E) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportu- Vamos nos unir!
nidade. Iremos nos manifestar.
F) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito.
• Quando há um fator para próclise nos tempos
• Orações iniciadas por palavras interrogativas: compostos ou locuções verbais: opção pelo uso
Quem lhe disse isso? do pronome oblíquo “solto” entre os verbos = Não
• Orações iniciadas por palavras exclamativas: Quan- vamos nos preocupar (e não: “não nos vamos preo-
to se ofendem! cupar”).
• Orações que exprimem desejo (orações optativas):
Que Deus o ajude. Emprego de o, a, os, as
• A próclise é obrigatória quando se utiliza o pro-
nome reto ou sujeito expresso: Eu lhe entregarei o • Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral,
material amanhã. / Tu sabes cantar? os pronomes: o, a, os, as não se alteram.
Chame-o agora.
Deixei-a mais tranquila.
LÍNGUA PORTUGUESA

Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do


verbo. A mesóclise é usada:
• Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoan-
Quando o verbo estiver no futuro do presente ou fu- tes finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos:
turo do pretérito, contanto que esses verbos não estejam (Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho.
precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos: (Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa.
Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento em • Em verbos terminados em ditongos nasais (am,
em, ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se

50
para no, na, nos, nas. cidade (em oposição aos bairros).
Chamem-no agora.
Põe-na sobre a mesa. Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas
e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada
cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substan-
#FicaDica tivo comum.
Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que
significa “antes”! Pronome antes do verbo! Substantivo Comum é aquele que designa os seres
Ênclise – “en” lembra, pelo “som”, /Ənd/ de uma mesma espécie de forma genérica: cidade, meni-
(end, em Inglês – que significa “fim, final!). no, homem, mulher, país, cachorro.
Pronome depois do verbo! Estamos voando para Barcelona.
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do
verbo O substantivo Barcelona designa apenas um ser da
espécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio –
aquele que designa os seres de uma mesma espécie de
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS forma particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. B) Substantivos Concretos e Abstratos
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- B.1 Substantivo Concreto: é aquele que designa o
char - Português linguagens: volume 3 – 7.ª ed. Reform. ser que existe, independentemente de outros se-
– São Paulo: Saraiva, 2010. res.

SITE Observação:
Disponível em: <http://www.portugues.com.br/gra- Os substantivos concretos designam seres do mundo
matica/colocacao-pronominal-.html> real e do mundo imaginário.
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra,
9. SUBSTANTIVO Brasília.
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantas-
Substantivo é a classe gramatical de palavras variá- ma.
veis, as quais denominam todos os seres que existem,
sejam reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e B.2 Substantivo Abstrato: é aquele que designa se-
fenômenos, os substantivos também nomeiam: res que dependem de outros para se manifestarem
• lugares: Alemanha, Portugal ou existirem. Por exemplo: a beleza não existe por
• sentimentos: amor, saudade si só, não pode ser observada. Só podemos obser-
• estados: alegria, tristeza var a beleza numa pessoa ou coisa que seja bela.
• qualidades: honestidade, sinceridade A beleza depende de outro ser para se manifestar.
• ações: corrida, pescaria Portanto, a palavra beleza é um substantivo abs-
trato.
Morfossintaxe do substantivo Os substantivos abstratos designam estados, quali-
dades, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem
Nas orações, geralmente o substantivo exerce fun- ser abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida
ções diretamente relacionadas com o verbo: atua como (estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade
núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto di- (sentimento).
reto ou indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda,
funcionar como núcleo do complemento nominal ou do • Substantivos Coletivos
aposto, como núcleo do predicativo do sujeito, do obje- Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha,
to ou como núcleo do vocativo. Também encontramos outra abelha, mais outra abelha.
substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e de Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
adjuntos adverbiais - quando essas funções são desem- Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
penhadas por grupos de palavras.
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne-
Classificação dos Substantivos cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha,
mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas
LÍNGUA PORTUGUESA

A) Substantivos Comuns e Próprios palavras no plural. No terceiro, empregou-se um subs-


tantivo no singular (enxame) para designar um conjunto
Observe a definição: de seres da mesma espécie (abelhas).
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
Cidade: s.f. 1. Povoação maior que vila, com muitas Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que,
casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, mesmo estando no singular, designa um conjunto de se-
toda a sede de município é cidade). 2. O centro de uma res da mesma espécie.

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Substantivo coletivo Conjunto de: ramalhete flores
assembleia pessoas reunidas rebanho ovelhas
alcateia lobos peças teatrais, obras
repertório
acervo livros musicais
trechos literários réstia alhos ou cebolas
antologia
selecionados romanceiro poesias narrativas
arquipélago ilhas revoada pássaros
banda músicos sínodo párocos
desordeiros ou talha lenha
bando
malfeitores tropa muares, soldados
banca examinadores turma estudantes, trabalhadores
batalhão soldados vara porcos
cardume peixes
caravana viajantes peregrinos Formação dos Substantivos
cacho frutas
A) Substantivos Simples e Compostos
cancioneiro canções, poesias líricas Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a
colmeia abelhas terra.
O substantivo chuva é formado por um único ele-
concílio bispos
mento ou radical. É um substantivo simples.
congresso parlamentares, cientistas
atores de uma peça ou A.1 Substantivo Simples: é aquele formado por um
elenco único elemento.
filme
esquadra navios de guerra Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja
agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois
enxoval roupas elementos (guarda + chuva). Esse substantivo é compos-
falange soldados, anjos to.
fauna animais de uma região
A.2 Substantivo Composto: é aquele formado por
feixe lenha, capim dois ou mais elementos. Outros exemplos: beija-
flora vegetais de uma região -flor, passatempo.
frota navios mercantes, ônibus
B) Substantivos Primitivos e Derivados
girândola fogos de artifício
B.1 Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva
horda bandidos, invasores de nenhuma outra palavra da própria língua por-
médicos, bois, credores, tuguesa. O substantivo limoeiro, por exemplo, é
junta derivado, pois se originou a partir da palavra limão.
examinadores
B.2 Substantivo Derivado: é aquele que se origina
júri jurados
de outra palavra.
soldados, anjos,
legião
demônios Flexão dos substantivos
leva presos, recrutas
malfeitores ou O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá-
malta vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por
desordeiros
exemplo, pode sofrer variações para indicar:
manada búfalos, bois, elefantes, Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo:
matilha cães de raça meninão / Diminutivo: menininho
molho chaves, verduras
A) Flexão de Gênero
multidão pessoas em geral
LÍNGUA PORTUGUESA

Gênero é um princípio puramente linguístico, não de-


insetos (gafanhotos, vendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz respeito
nuvem
mosquitos, etc.) a todos os substantivos de nossa língua, quer se refiram
penca bananas, chaves a seres animais providos de sexo, quer designem apenas
pinacoteca pinturas, quadros “coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa.
Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e
quadrilha ladrões, bandidos feminino. Pertencem ao gênero masculino os substanti-

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vos que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. sultana
Veja estes títulos de filmes:
O velho e o mar • Substantivos terminados em -or:
Um Natal inesquecível acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
Os reis da praia troca-se -or por -triz: = imperador – imperatriz

Pertencem ao gênero feminino os substantivos que • Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa:
podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas: cônsul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poe-
A história sem fim tisa / duque - duquesa / conde - condessa / profeta
Uma cidade sem passado - profetisa
As tartarugas ninjas • Substantivos que formam o feminino trocando o
-e final por -a: elefante - elefanta
Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes • Substantivos que têm radicais diferentes no mas-
culino e no feminino: bode – cabra / boi - vaca
1. Substantivos Biformes (= duas formas): apresen- • Substantivos que formam o feminino de maneira
tam uma forma para cada gênero: gato – gata, ho- especial, isto é, não seguem nenhuma das regras
mem – mulher, poeta – poetisa, prefeito - prefeita anteriores: czar – czarina, réu - ré
2. Substantivos Uniformes: apresentam uma única
forma, que serve tanto para o masculino quanto Formação do Feminino dos Substantivos Unifor-
para o feminino. Classificam-se em: mes

A) Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo Epicenos:


se faz mediante a utilização das palavras “macho” Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
e “fêmea”: a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré
macho e o jacaré fêmea. Não é possível saber o sexo do jacaré em questão.
B) Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes Isso ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma
a pessoas de ambos os sexos: a criança, a teste- forma para indicar o masculino e o feminino.
munha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o in- Alguns nomes de animais apresentam uma só for-
divíduo. ma para designar os dois sexos. Esses substantivos são
C) Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros: chamados de epicenos. No caso dos epicenos, quando
indicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o houver a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se
colega e a colega, o doente e a doente, o artista e palavras macho e fêmea.
a artista. A cobra macho picou o marinheiro.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
Substantivos de origem grega terminados em ema
ou oma são masculinos: o fonema, o poema, o sistema, o Sobrecomuns:
sintoma, o teorema. Entregue as crianças à natureza.

• Existem certos substantivos que, variando de gêne- A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo
ro, variam em seu significado: masculino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso,
o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz); o cabeça nem o artigo nem um possível adjetivo permitem identi-
(líder) e a cabeça (parte do corpo); o capital (dinheiro) e ficar o sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja:
a capital (cidade); o coma (sono mórbido) e a coma (ca- A criança chorona chamava-se João.
beleira, juba); o lente (professor) e a lente (vidro de au- A criança chorona chamava-se Maria.
mento); o moral (estado de espírito) e a moral (ética; con-
clusão); o praça (soldado raso) e a praça (área pública); Outros substantivos sobrecomuns:
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora). a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma
boa criatura.
Formação do Feminino dos Substantivos Biformes o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
Marcela faleceu
Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno
- aluna. Comuns de Dois Gêneros:
• Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
LÍNGUA PORTUGUESA

ao masculino: freguês - freguesa


• Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
de três formas: É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma
1. troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme.
2. troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã A distinção de gênero pode ser feita através da análi-
3. troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona se do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o subs-
Exceções: barão – baronesa, ladrão - ladra, sultão - tantivo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante;

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um jovem - uma jovem; artista famoso - artista famosa; ral (ânimo), a moral (honestidade, bons costumes, ética),
repórter francês - repórter francesa o nascente (lado onde nasce o Sol), a nascente (a fonte),
o maria-fumaça (trem como locomotiva a vapor), maria-
A palavra personagem é usada indistintamente nos -fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala (poncho), a
dois gêneros. Entre os escritores modernos nota-se pala (parte anterior do boné ou quepe, anteparo), o rádio
acentuada preferência pelo masculino: O menino desco- (aparelho receptor), a rádio (emissora), o voga (remador),
briu nas nuvens os personagens dos contos de carochinha. a voga (moda).
Com referência à mulher, deve-se preferir o feminino:
O problema está nas mulheres de mais idade, que não B) Flexão de Número do Substantivo
aceitam a personagem. Em português, há dois números gramaticais: o singu-
lar, que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural,
Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo que indica mais de um ser ou grupo de seres. A caracte-
fotográfico Ana Belmonte. rística do plural é o “s” final.

Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó Plural dos Substantivos Simples


(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o
maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e
proclama, o pernoite, o púbis. “n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã –
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural).
Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, Exceção: cânon - cânones.
a cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a
libido, a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa). Os substantivos terminados em “m” fazem o plural
em “ns”: homem - homens.
São geralmente masculinos os substantivos de ori- Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural
gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo- pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes.
grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, Atenção:
o eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o tra- O plural de caráter é caracteres.
coma, o hematoma.
Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc. Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-
-se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais;
Gênero dos Nomes de Cidades - Com raras exce- caracol – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males,
ções, nomes de cidades são femininos: A histórica Ouro cônsul e cônsules.
Preto. / A dinâmica São Paulo. / A acolhedora Porto Ale- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de
gre. / Uma Londres imensa e triste. duas maneiras:
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre. 1. Quando oxítonos, em “is”: canil - canis
2. Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.
Gênero e Significação
Observação:
Muitos substantivos têm uma significação no mascu- A palavra réptil pode formar seu plural de duas ma-
lino e outra no feminino. Observe: neiras: répteis ou reptis (pouco usada).
o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os
movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de
à frente de um bloco carnavalesco, manejando um bas- duas maneiras:
tão), a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou 1. Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o
proibição de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses
corpo), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma 2. Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam in-
(ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a variáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.
cinza (resíduos de combustão), o capital (dinheiro), a ca- Os substantivos terminados em “ão” fazem o plural
pital (cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma (ca- de três maneiras.
beleira), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), 1. substituindo o -ão por -ões: ação - ações
a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado 2. substituindo o -ão por -ães: cão - cães
na administração da crisma e de outros sacramentos), a 3. substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
LÍNGUA PORTUGUESA

crisma (sacramento da confirmação), o cura (pároco), a


cura (ato de curar), o estepe (pneu sobressalente), a estepe Observação:
(vasta planície de vegetação), o guia (pessoa que guia ou- Muitos substantivos terminados em “ão” apresentam
tras), a guia (documento, pena grande das asas das aves), dois – e até três – plurais:
o grama (unidade de peso), a grama (relva), o caixa (fun- aldeão – aldeões/aldeães/aldeãos ancião – an-
cionário da caixa), a caixa (recipiente, setor de pagamen- ciões/anciães/anciãos
tos), o lente (professor), a lente (vidro de aumento), o mo- charlatão – charlatões/charlatães corrimão –

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corrimãos/corrimões o joão-ninguém e os joões-ninguém.
guardião – guardiões/guardiães vilão – vilãos/
vilões/vilães Plural das Palavras Substantivadas
Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
o látex - os látex. classes gramaticais usadas como substantivo, apresen-
tam, no plural, as flexões próprias dos substantivos.
Plural dos Substantivos Compostos Pese bem os prós e os contras.
O aluno errou na prova dos noves.
A formação do plural dos substantivos compostos Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
depende da forma como são grafados, do tipo de pa-
lavras que formam o composto e da relação que esta- Observação:
belecem entre si. Aqueles que são grafados sem hífen Numerais substantivados terminados em “s” ou “z”
comportam-se como os substantivos simples: aguar- não variam no plural: Nas provas mensais consegui muitos
dente/aguardentes, girassol/girassóis, pontapé/pontapés, seis e alguns dez.
malmequer/malmequeres.
O plural dos substantivos compostos cujos elementos Plural dos Diminutivos
são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas
e discussões. Algumas orientações são dadas a seguir: Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” fi-
nal e acrescenta-se o sufixo diminutivo.
A) Flexionam-se os dois elementos, quando forma-
dos de:
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores pãe(s) + zinhos = pãezinhos
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per- animai(s) + zinhos = animaizinhos
feitos botõe(s) + zinhos = botõezinhos
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho-
mens chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras farói(s) + zinhos = faroizinhos
tren(s) + zinhos = trenzinhos
B) Flexiona-se somente o segundo elemento,
colhere(s) + zinhas = colherezinhas
quando formados de:
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas flore(s) + zinhas = florezinhas
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e mão(s) + zinhas = mãozinhas
alto-falantes
papéi(s) + zinhos = papeizinhos
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-
-recos nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
funi(s) + zinhos = funizinhos
C) Flexiona-se somente o primeiro elemento,
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
quando formados de:
substantivo + preposição clara + substantivo = água- pai(s) + zinhos = paizinhos
-de-colônia e águas-de-colônia pé(s) + zinhos = pezinhos
substantivo + preposição oculta + substantivo = ca- pé(s) + zitos = pezitos
valo-vapor e cavalos-vapor
substantivo + substantivo que funciona como deter- Plural dos Nomes Próprios Personativos
minante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o
tipo do termo anterior: palavra-chave - palavras-chave, Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas
bomba-relógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-rã, sempre que a terminação preste-se à flexão.
peixe-espada - peixes-espada. Os Napoleões também são derrotados.
D) Permanecem invariáveis, quando formados de: As Raquéis e Esteres.
verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora Plural dos Substantivos Estrangeiros
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os
saca-rolhas Substantivos ainda não aportuguesados devem ser
LÍNGUA PORTUGUESA

escritos como na língua original, acrescentando-se “s”


Casos Especiais (exceto quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os
shorts, os jazz.
o louva-a-deus e os louva-a-deus Substantivos já aportuguesados flexionam-se de
o bem-te-vi e os bem-te-vis acordo com as regras de nossa língua: os clubes, os cho-
pes, os jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons,
o bem-me-quer e os bem-me-queres
os réquiens.

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Observe o exemplo: Este jogador faz gols toda vez que jetivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
joga. Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo in-
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa. dicador de aumento. Por exemplo: casarão.

Plural com Mudança de Timbre 3. Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tama-


nho do ser. Pode ser:
Certos substantivos formam o plural com mudança Analítico = substantivo acompanhado de um adjeti-
de timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um vo que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
fato fonético chamado metafonia (plural metafônico). Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo in-
dicador de diminuição. Por exemplo: casinha.
Singular Plural
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Corpo (ô) Corpos (ó)
Esforço Esforços SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Fogo Fogos Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co-
Forno Fornos
char. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform.
Fosso Fossos – São Paulo: Saraiva, 2010.
Imposto Impostos CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira
Olho Olhos
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição –
Osso (ô) Ossos (ó) São Paulo: Saraiva, 2002.
Ovo Ovos
Poço Poços SITE

Porto Portos Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/se-


Posto Postos coes/morf/morf12.php>
Tijolo Tijolos
10. VERBO
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol-
sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, número,
etc. tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o
nome de conjugação (por isso também se diz que verbo
Observação: é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre
Distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenôme-
molho (ó) = feixe (molho de lenha). no (choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer).

Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o Estrutura das Formas Verbais


norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames, Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar
as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes. os seguintes elementos:
Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do
singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probida- A) Radical: é a parte invariável, que expressa o signi-
de, bom nome) e honras (homenagem, títulos). ficado essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-
Usamos, às vezes, os substantivos no singular, mas -ava; fal-am. (radical fal-)
com sentido de plural: Aqui morreu muito negro.
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas B) Tema: é o radical seguido da vogal temática que
improvisadas. indica a conjugação a que pertence o verbo. Por
exemplo: fala-r. São três as conjugações:
C) Flexão de Grau do Substantivo 1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática
Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir - E - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir).
as variações de tamanho dos seres.
C) Desinência modo-temporal: é o elemento que
LÍNGUA PORTUGUESA

Classifica-se em: designa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:


1. Grau Normal - Indica um ser de tamanho conside- falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicati-
rado normal. Por exemplo: casa vo) / falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjun-
2. Grau Aumentativo - Indica o aumento do tama- tivo)
nho do ser. Classifica-se em:
Analítico = o substantivo é acompanhado de um ad- D) Desinência número-pessoal: é o elemento que
designa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o

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número (singular ou plural): Observação:
falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam Alguns verbos sofrem alteração no radical apenas
(indica a 3.ª pessoa do plural.) para que seja mantida a sonoridade. É o caso de: corrigir/
corrijo, fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo. Tais altera-
ções não caracterizam irregularidade, porque o fonema
FIQUE ATENTO! permanece inalterado.
O verbo pôr, assim como seus derivados
(compor, repor, depor), pertencem à 2.ª C) Defectivos: são aqueles que não apresentam con-
conjugação, pois a forma arcaica do verbo jugação completa. Os principais são adequar, pre-
pôr era poer. A vogal “e”, apesar de haver caver, computar, reaver, abolir, falir.
desaparecido do infinitivo, revela-se em D) Impessoais: são os verbos que não têm sujeito
algumas formas do verbo: põe, pões, e, normalmente, são usados na terceira pessoa do
põem, etc. singular. Os principais verbos impessoais são:

1. Haver, quando sinônimo de existir, acontecer, reali-


Formas Rizotônicas e Arrizotônicas zar-se ou fazer (em orações temporais).
Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia =
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura Existiam)
dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce- Houve duas guerras mundiais. (Houve = Acontece-
bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acen- ram)
to tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, amo, Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão)
por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz)
não cai no radical, mas sim na terminação verbal (fora do
radical): opinei, aprenderão, amaríamos. 2. Fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
Faz invernos rigorosos na Europa.
Classificação dos Verbos Era primavera quando o conheci.
Estava frio naquele dia.
Classificam-se em:
3. Todos os verbos que indicam fenômenos da natu-
A) Regulares: são aqueles que apresentam o radi- reza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, tro-
cal inalterado durante a conjugação e desinências vejar, amanhecer, escurecer, etc. Quando, porém,
idênticas às de todos os verbos regulares da mes- se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo
ma conjugação. Por exemplo: comparemos os ver- “amanhecer” em sentido figurado. Qualquer verbo
bos “cantar” e “falar”, conjugados no presente do impessoal, empregado em sentido figurado, dei-
Modo Indicativo: xa de ser impessoal para ser pessoal, ou seja, terá
conjugação completa.
Canto Falo Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
Cantas Falas Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
Canta Falas
Cantamos Falamos 4. O verbo passar (seguido de preposição), indicando
Cantais Falais tempo: Já passa das seis.
5. Os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição
“de”, indicando suficiência:
#FicaDica Basta de tolices.
Chega de promessas.
Observe que, retirando os radicais, as
desinências modo-temporal e número- 6. Os verbos estar e ficar em orações como “Está bem,
pessoal mantiveram-se idênticas. Tente fazer
Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem
com outro verbo e perceberá que se repetirá
referência a sujeito expresso anteriormente (por
o fato (desde que o verbo seja da primeira
exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso,
conjugação e regular!). Faça com o verbo
classificar o sujeito como hipotético, tornando-se,
“andar”, por exemplo. Substitua o radical
tais verbos, pessoais.
LÍNGUA PORTUGUESA

“cant” e coloque o “and” (radical do verbo


andar). Viu? Fácil!
7. O verbo dar + para da língua popular, equivalente
de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
B) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alte- Dá para me arrumar uma apostila?
rações no radical ou nas desinências: faço, fiz, farei,
fizesse. E) Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, con-

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jugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singu- Pegar Pegado Pego
lar e do plural. São unipessoais os verbos constar,
convir, ser (= preciso, necessário) e todos os que Romper Rompido Roto
indicam vozes de animais (cacarejar, cricrilar, miar, Soltar Soltado Solto
latir, piar). Suspender Suspendido Suspenso

Os verbos unipessoais podem ser usados como ver- Tingir Tingido Tinto
bos pessoais na linguagem figurada: Vagar Vagado Vago
Teu irmão amadureceu bastante.
O que é que aquela garota está cacarejando? Estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o
particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/
Principais verbos unipessoais: dito, escrever/escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.

• Cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, G) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um
ser (preciso, necessário): radical em sua conjugação. Existem apenas dois:
Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos ser (sou, sois, fui) e ir (fui, ia, vades).
bastante)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover) H) Auxiliares: São aqueles que entram na formação
É preciso que chova. (Sujeito: que chova) dos tempos compostos e das locuções verbais. O
verbo principal (aquele que exprime a ideia fun-
• Fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, se- damental, mais importante), quando acompanha-
guidos da conjunção que. do de verbo auxiliar, é expresso numa das formas
Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
à Europa)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a Vou espantar t o -
vejo. (Sujeito: que não a vejo) dos!
(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)
F) Abundantes: são aqueles que possuem duas ou
mais formas equivalentes, geralmente no particí- Está chegando
pio, em que, além das formas regulares terminadas a hora!
em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas cur- (verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)
tas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado Observação:
na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregu- Os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e
lar é empregado na voz passiva, ou seja, com os verbos haver.
ser, ficar e estar. Observe:

Particípio Particípio
Infinitivo
Regular Irregular
Aceitar Aceitado Aceito
Acender Acendido Aceso
Anexar Anexado Anexo
Benzer Benzido Bento
Corrigir Corrigido Correto
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
LÍNGUA PORTUGUESA

Limpar Limpado Limpo


Matar Matado Morto
Misturar Misturado Misto
Morrer Morrido Morto
Murchar Murchado Murcho

58
Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perfeito Pret. Imp. Pret. mais-que-perf. Fut.do Pres. Fut. do Pretérito
Sou Fui Era Fora Serei Seria
És Foste Eras Foras Serás Serias
É Foi Era Fora Será Seria
Somos Fomos Éramos Fôramos Seremos Seríamos
Sois Fostes Éreis Fôreis Sereis Seríeis
São Foram Eram Foram Serão Seriam

SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo

Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres Fut.do Preté


estou estive estava estivera estarei estaria
LÍNGUA PORTUGUESA

estás estiveste estavas estiveras estarás estarias


está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

59
ESTAR Modo Subjuntivo – Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


ja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
LÍNGUA PORTUGUESA

haveres
haver
havermos
haverdes
haverem

60
TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

I) Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já
implícita no próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:

• Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a refle-
xibilidade já está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela
mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula
integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço
da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo. Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respec-
tivos pronomes):
Eu me arrependo, Tu te arrependes, Ele se arrepende, Nós nos arrependemos, Vós vos arrependeis, Eles se arrependem

• Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto re-
presentado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele
mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os
pronomes mencionados, formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa: A garota penteou-
-me.

Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.
Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente prono-
minais - são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à
do sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo:
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me (objeto direto) – 1.ª pessoa do singular
LÍNGUA PORTUGUESA

Modos Verbais

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro.
Existem três modos:
A) Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu estudo para o concurso.
B) Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu estude amanhã.
C) Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estude, colega!

61
Formas Nominais Quando o particípio exprime somente estado, sem
nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda for- função de adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida
mas que podem exercer funções de nomes (substantivo, pela turma.
adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas
nominais. Observe:

A) Infinitivo
A.1 Impessoal: exprime a significação do verbo de
modo vago e indefinido, podendo ter valor e fun-
ção de substantivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta) (Ziraldo)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
Tempos Verbais
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presen-
te (forma simples) ou no passado (forma composta). Por Tomando-se como referência o momento em que se
exemplo: fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diver-
É preciso ler este livro. sos tempos.
Era preciso ter lido este livro.
A) Tempos do Modo Indicativo
A.2 Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste
três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do colégio.
singular, não apresenta desinências, assumindo a Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido
mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona- num momento anterior ao atual, mas que não foi com-
-se da seguinte maneira: pletamente terminado: Ele estudava as lições quando foi
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu) interrompido.
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós) Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num
2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós) momento anterior ao atual e que foi totalmente termina-
3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles) do: Ele estudou as lições ontem à noite.
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação. Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato
ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara
B) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adje- as lições quando os amigos chegaram. (forma simples).
tivo ou advérbio. Por exemplo: Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento
advérbio) atual: Ele estudará as lições amanhã.
Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo) Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode
ocorrer posteriormente a um determinado fato passado:
Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação Se ele pudesse, estudaria um pouco mais.
em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro. B) Tempos do Modo Subjuntivo
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro. Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no mo-
mento atual: É conveniente que estudes para o exame.
Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundis- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado,
mo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio: mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele
1. Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando vencesse o jogo.
futebol. Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode
2. – Sim, senhora! Vou estar verificando! ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quan-
do ele vier à loja, levará as encomendas.
Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequa-
da, pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no
momento da outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que
a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um
futuro em andamento, exigindo, no caso, a construção
LÍNGUA PORTUGUESA

“verificarei” ou “vou verificar”.

C) Particípio: quando não é empregado na formação


dos tempos compostos, o particípio indica, geral-
mente, o resultado de uma ação terminada, flexio-
nando-se em gênero, número e grau. Por exemplo:
Terminados os exames, os candidatos saíram.

62
FIQUE ATENTO!
Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)
No próximo final de semana, faço a prova!
faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)

Tabelas das Conjugações Verbais

Modo Indicativo

Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

Pretérito mais-que-perfeito

3.ª conjugação
1.ª conjugação 2.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
LÍNGUA PORTUGUESA

cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS


cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

63
Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

Desinên. Pessoal Des. tem


1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.poral
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
LÍNGUA PORTUGUESA

cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS


cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

64
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de
número e pessoa correspondente.

Des.temporal
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de
número e pessoa correspondente.

Des.temporal
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM

C) Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Imperativo Presente do


Indicativo Afirmativo Subjuntivo
Eu canto - Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
LÍNGUA PORTUGUESA

Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

65
Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo


Que eu cante -
Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles

• No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem,
pedido ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
• O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

• O verbo parecer admite duas construções:


Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).

• O verbo pegar possui dois particípios (regular e irregular):


Elvis tinha pegado minhas apostilas.
Minhas apostilas foram pegas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar - Português linguagens: volume 2. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
AMARAL, Emília... [et al.] - Português: novas palavras: literatura, gramática, redação. – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
Disponível em: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.php

Vozes do Verbo

Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando
se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três as
LÍNGUA PORTUGUESA

vozes verbais:

A) Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa pelo verbo:
Ele fez o trabalho.
sujeito agente ação objeto (paciente)

B) Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a ação expressa pelo verbo:

66
O trabalho foi feito por ele. ou pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª
sujeito paciente ação agente da passiva pessoa, seguido do pronome apassivador “se”. Por
exemplo:
C) Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo, Abriram-se as inscrições para o concurso.
agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação: Destruiu-se o velho prédio da escola.
O menino feriu-se.
Observação:
O agente não costuma vir expresso na voz passiva
#FicaDica sintética.
Não confundir o emprego reflexivo do verbo
com a noção de reciprocidade: Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Nós nos amamos. (um ama o outro) Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar
substancialmente o sentido da frase.

Formação da Voz Passiva O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa)


Sujeito da Ativa objeto Direto
A voz passiva pode ser formada por dois processos:
analítico e sintético. A apostila foi comprada pelo concurseiro.
(Voz Passiva)
A) Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte Sujeito da Passiva Agente da Passiva
maneira:
Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exem- Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva;
plo: o sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo
A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos: ativo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo
os alunos pintarão a escola) tempo.
O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho) Os mestres têm constantemente aconselhado os alu-
nos.
Observações: Os alunos têm sido constantemente aconselhados pe-
los mestres.
• O agente da passiva geralmente é acompanhado Eu o acompanharei.
da preposição por, mas pode ocorrer a construção Ele será acompanhado por mim.
com a preposição de. Por exemplo: A casa ficou cer-
cada de soldados. Quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não
• Pode acontecer de o agente da passiva não estar haverá complemento agente na passiva. Por exemplo:
explícito na frase: A exposição será aberta amanhã. Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
• A variação temporal é indicada pelo verbo auxi- Com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir,
liar (SER), pois o particípio é invariável. Observe a acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou refle-
transformação das frases seguintes: xiva, porque o sujeito não pode ser visto como agente,
paciente ou agente paciente.
Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo)
O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito per- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
feito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz
ativa) SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)
O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indica- CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co-
tivo) char - Português linguagens: volume 2. – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010.
Ele fará o trabalho. (futuro do presente) AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
LÍNGUA PORTUGUESA

• Nas frases com locuções verbais, o verbo SER as-


Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/se-
sume o mesmo tempo e modo do verbo principal
coes/morf/morf54.php>
da voz ativa. Observe a transformação da frase se-
guinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)

B) Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética -

67
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – CESGRANRIO-2018)

O ano da esperança

O ano de 2017 foi difícil. Avalio pelo número de amigos desempregados. E pedidos de empréstimos. Um atrás do outro.
Nunca fui de botar dinheiro nas relações de amizade. Como afirmou Shakespeare, perde-se o dinheiro e o amigo. Nos
primeiros pedidos, eu ajudava, com a consciência de que era uma doação. A situação foi piorando. Os argumentos
também. No início era para pagar a escola do filho. Depois vieram as mães e avós doentes. Lamentavelmente, apren-
di a não ser generoso. Ajudava um rapaz, que não conheço pessoalmente. Mas que sofreu um acidente e não tinha
como pagar a fisioterapia. Comecei pagando a físio. Vieram sucessivas internações, remédios. A situação piorando, eu
já estava encomendando missa de sétimo dia. Falei com um amigo médico, no Rio de Janeiro. Ele aceitou tratar o caso
gratuitamente. Surpresa! O doente não aparecia para a consulta. Até que o coloquei contra a parede. Ou se consultava
ou eu não ajudava mais.
Cheio de saúde, ele foi ao consultório. Pediu uma receita de suplementos para ficar com o corpo atlético. Nunca conhe-
ci o sujeito, repito. Eu me senti um idiota por ter caído na história. Só que esse rapaz havia perdido o emprego após o
suposto acidente. Foi por isso que me deixei enganar. Mas, ao perder salário, muita gente perde também a vergonha.
Pior ainda. A violência aumenta. As pessoas buscam vagas nos mercados em expansão. Se a indústria automobilística
vai bem, é lá que vão trabalhar.
Podemos esperar por um futuro melhor ou o que nos aguarda é mais descrédito? Novos candidatos vão surgir. Serão
novos? Ou os antigos? Ou novos com cabeça de velhos? Todos pedem que a gente tenha uma nova consciência para
votar. Como? Num mundo em que as notícias são plantadas pela internet, em que muitos sites servem a qualquer
mentira. Digo por mim. Já contaram cada história a meu respeito que nem sei o que dizer. Já inventaram casos de
amor, tramas nas novelas que escrevo. Pior. Depois todo mundo me pergunta por que isso ou aquilo não aconteceu na
novela. Se mudei a trama. Respondo: — Nunca foi para acontecer. Era mentira da internet.
Duvidam. Acham que estou mentindo.
CARRASCO, W. O ano da esperança. Época, 25 dez. 2017, p.97. Adaptado.
No trecho “perde-se o dinheiro e o amigo”, a colocação do pronome átono em destaque está de acordo com a norma-pa-
drão da língua portuguesa. O mesmo ocorre em:

a) Não se perde nem o dinheiro nem o amigo.


b) Perderia-se o dinheiro e o amigo.
c) O dinheiro e o amigo tinham perdido-se.
d) Se perdeu o dinheiro, mas não o amigo.
e) Se o amigo que perdeu-se voltasse, ficaria feliz.

Resposta: Letra A
Em “a”: Não se perde = correta (advérbio atrai o pronome = próclise)
Em “b”: Perderia-se = verbo no futuro do pretérito: perder-se-ia (mesóclise)
Em “c”: O dinheiro e o amigo tinham perdido-se = tinham se perdido
Em “d”: Se perdeu = não se inicia período com pronome oblíquo/partícula apassivadora (Perdeu-se)
Em “e”: Se o amigo que perdeu-se = o “que” atrai o pronome (próclise): que se perdeu

2. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CESGRANRIO-2018) Segundo as exigências da norma-padrão da


língua portuguesa, o pronome destacado foi utilizado na posição correta em:

a) Os jornais noticiaram que alguns países mobilizam-se para combater a disseminação de notícias falsas nas redes
sociais.
b) Para criar leis eficientes no combate aos boatos, sempre deve-se ter em mente que o problema de divulgação de
notícias falsas é grave e muito atual.
c) Entre os numerosos usuários da internet, constata-se um sentimento generalizado de reprovação à prática de divul-
LÍNGUA PORTUGUESA

gação de inverdades.
d) Uma nova lei contra as fake news promulgada na Alemanha não aplica-se aos sites e redes sociais com menos de 2
milhões de membros.
e) Uma vultosa multa é, muitas vezes, o estímulo mais eficaz para que adote-se a conduta correta em relação à repu-
tação das celebridades.

Resposta: Letra C

68
Em “a”: Os jornais noticiaram que alguns países mobilizam-se = se mobilizam
Em “b”: Para criar leis eficientes no combate aos boatos, sempre deve-se = sempre se deve
Em “c”: Entre os numerosos usuários da internet, constata-se um sentimento = correta
Em “d”: Uma nova lei contra as fake news promulgada na Alemanha não aplica-se = não se aplica
Em “e”: Uma vultosa multa é, muitas vezes, o estímulo mais eficaz para que adote-se = que se adote

3. (ALERJ-RJ – ESPECIALISTA LEGISLATIVO – ARQUITETURA – FGV-2017-ADAPTADA) Se substituíssemos os com-


plementos dos verbos abaixo por pronomes pessoais oblíquos enclíticos, a única forma INADEQUADA seria:
a) impregna a vida cotidiana / impregna-a;
b) entender os debates / entendê-los;
c) ganha destaque / ganha-o;
d) supõe um conhecimento / supõe-lo;
e) marcaram sua história / marcaram-na.

Resposta: Letra D
Em “a”: impregna a vida cotidiana / impregna-a = correta
Em “b”: entender os debates / entendê-los = correta
Em “c”: ganha destaque / ganha-o = correta
Em “d”: supõe um conhecimento / supõe-lo = supõe-no
Em “e”: marcaram sua história / marcaram-na = correta

4. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL – VUNESP-2014) Considerando-se o uso do pronome e a co-


locação pronominal, a expressão em destaque no trecho – ... que cercam o sentido da existência humana... – está
corretamente substituída pelo pronome, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, na alternativa:

a) ... que cercam-lo...


b) ... que cercam-no...
c)... que o cercam...
d) ... que lhe cercam...
e) ... que cercam-lhe...

Resposta: Letra C
Correções à frente:
Em “a”: que cercam-lo = o “que” atrai o pronome (que o cercam)
Em “b”: que cercam-no = que o cercam (“no” está correta – caso não tivéssemos o “que”, pois, devido a sua presença,
teremos próclise, não ênclise)
Em “c”: que o cercam = correta
Em “d”: que lhe cercam = a posição está correta, mas o pronome está errado (“lhe” é para objeto indireto = a ele/ela)
Em “e”: que cercam-lhe = que o cercam

5. (PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP-2014) Considerando apenas as regras de regência e de colocação


pronominal da norma-padrão da língua portuguesa, a expressão destacada em – Ainda assim, 60% afirmam que rara-
mente ou nunca têm informações sobre o impacto ambiental do produto ou do comportamento da empresa. – pode
ser corretamente substituída por

a) ... nunca informam-se sob o impacto...


b)... nunca se informam o impacto...
c) ... nunca informam-se ao impacto...
d) ... nunca se informam do impacto...
e)... nunca informam-se no impacto...

Resposta: Letra D
Por eliminação: o advérbio “nunca” atrai o pronome, teremos próclise (nunca se). Ficamos com B e D. Agora vamos
LÍNGUA PORTUGUESA

ao verbo: quem se informa, informa-se sobre algo = precisa de preposição. A alternativa que tem preposição presen-
te é a D (do = de+o). Teremos: nunca se informam do impacto.

6. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL – VUNESP-2013) Considerando a substituição da expressão em


destaque por um pronome e as normas da colocação pronominal, a oração – … que abrem a cabeça … – equivale, na
norma-padrão da língua, a:

a) que abrem-a.

69
b) que abrem-na.
c) que a abrem.
d) que lhe abrem.
e) que abrem-lhe.

Resposta: Letra C
Primeiramente: o “que” atrai o pronome oblíquo, então teremos que + pronome. Resta-nos identificar se o pronome
é objeto direto (a) ou indireto (lhe). Voltemos ao verbo: abrir. Quem abre, abre algo... abre o quê? Sem preposição!
Portanto: objeto direto = que a abrem.

7. (TST - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA APOIO ESPECIALIZADO - ESPECIALIDADE MEDICINA DO TRABALHO –


FCC/2012) Aos poucos, contudo, fui chegando à constatação de que todo perfil de rede social é um retrato ideal
de nós mesmos.
Mantendo-se a correção e a lógica, sem que outra alteração seja feita na frase, o elemento grifado pode ser substituído
por:

a) ademais.
b) conquanto.
c) porquanto.
d) entretanto.
e) apesar.

Resposta: Letra D
Contudo é uma conjunção adversativa (expressa oposição). A substituição deve utilizar outra de mesma classificação,
para que se mantenha a ideia do período. A correta é entretanto.

8. (TRT 23.ª REGIÃO-MT - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA- FCC-2016) ... para quem Manoel de
Barros era comparável a São Francisco de Assis...

O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o da frase acima está em:

a) Dizia-se um “vedor de cinema”...


b) Porque não seria certo ficar pregando moscas no espaço...
c) Na juventude, apaixonou-se por Arthur Rimbaud e Charles Baudelaire.
d) Quase meio século separa a estreia de Manoel de Barros na literatura...
e) ... para depois casá-las...
Resposta: Letra A
“Era” = verbo “ser” no pretérito imperfeito do Indicativo. Procuremos nos itens:
Em “a”, Dizia-se = pretérito imperfeito do Indicativo
Em “b”, Porque não seria = futuro do pretérito do Indicativo
Em “c”, Na juventude, apaixonou-se = pretérito perfeito do Indicativo
Em “d”, Quase meio século separa = presente do Indicativo
Em “e”, para depois casá-las = Infinitivo pessoal (casar elas)

9. (TRT 20.ª REGIÃO-SE - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC-2016)


Precisamos de um treinador que nos ajude a comer...
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o sublinhado acima está também sublinhado em:

a) ... assim que conseguissem se virar sem as mães ou as amas...


b) Não é por acaso que proliferaram os coaches.
c) ... país que transformou a infância numa bilionária indústria de consumo...
d) E, mesmo que se esforcem muito...
e) Hoje há algo novo nesse cenário.

Resposta: Letra D
LÍNGUA PORTUGUESA

que nos ajude = presente do Subjuntivo


Em “a”, que conseguissem = pretérito do Subjuntivo
Em “b”, que proliferaram = pretérito perfeito (e também mais-que-perfeito) do Indicativo
Em “c”, que transformou = pretérito perfeito do Indicativo
Em “d”, que se esforcem = presente do Subjuntivo
Em “e”, há algo novo nesse cenário = presente do Indicativo

70
10. (TRT 23.ª REGIÃO-MT - Técnico Judiciário – FCC- Indicativo
2016) Empregam-se todas as formas verbais de acordo Em “c”, ... após discar e fazer a ligação, não precisamos
com a norma culta na seguinte frase: = presente do Indicativo
Em “d”, Pense rápido: = Imperativo
a) Para que se mantesse sua autenticidade, o documento Em “e”, É o que mostra também uma pesquisa = pre-
não poderia receber qualquer tipo de retificação. sente do Indicativo
b) Os documentos com assinatura digital disporam de
algoritmos de criptografia que os protegeram. 12. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL
c) Arquivados eletronicamente, os documentos poderam – VUNESP-2014) Assinale a alternativa em que a pala-
contar com a proteção de uma assinatura digital. vra em destaque na frase pertence à classe dos adjetivos
d) Quem se propor a alterar um documento criptogra- (palavra que qualifica um substantivo).
fado deve saber que comprometerá sua integridade.
e) Não é possível fazer as alterações que convierem sem a) Existe grande confusão entre os diversos tipos de eu-
comprometer a integridade dos documentos. tanásia...
b)... o médico ou alguém causa ativamente a morte...
Resposta: Letra E c) prolonga o processo de morrer procurando distanciar
Em “a”, Para que se mantesse (mantivesse) sua auten- a morte.
ticidade, o documento não poderia receber qualquer d) Ela é proibida por lei no Brasil,...
tipo de retificação. e) E como seria a verdadeira boa morte?
Em “b”, Os documentos com assinatura digital dispo-
ram (dispuseram) de algoritmos de criptografia que os Resposta: Letra E
protegeram. Em “a”, Existe grande confusão = substantivo
Em “c”, Arquivados eletronicamente, os documentos Em “b”, o médico ou alguém causa ativamente a mor-
poderam (puderam) contar com a proteção de uma te = pronome
assinatura digital. Em “c”, prolonga o processo de morrer procurando
Em “d”, Quem se propor (propuser) a alterar um docu- distanciar a morte = substantivo
mento criptografado deve saber que comprometerá Em “d”, Ela é proibida por lei no Brasil = substantivo
sua integridade. Em “e”, E como seria a verdadeira boa morte? = ad-
Em “e”, Não é possível fazer as alterações que convie- jetivo
rem sem comprometer a integridade dos documentos
= correta 13. (PROCESSO SELETIVO INTERNO DA SECRETARIA
DE DEFESA SOCIAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO-PE
11. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO - – SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR - FM-2010)
SOLDADO PM 2.ª CLASSE – VUNESP/2017) Considere
as seguintes frases:
Primeiro, associe suas memórias com objetos físicos.
Segundo, não memorize apenas por repetição.
Terceiro, rabisque!

Um verbo flexionado no mesmo modo que o dos verbos


empregados nessas frases está em destaque em:

a) ... o acesso rápido e a quantidade de textos fazem


com que o cérebro humano não considere útil gravar
esses dados...
b) Na internet, basta um clique para vasculhar um sem-
-número de informações.
c) ... após discar e fazer a ligação, não precisamos mais
dele...
d) Pense rápido: qual o número de telefone da casa em
que morou quando era criança? Disponível em: http://www.acharge.com.br/index.htm
e) É o que mostra também uma pesquisa recente con- (acesso: 03/03/2010)
duzida pela empresa de segurança digital Kaspersky...
LÍNGUA PORTUGUESA

A palavra “oposição”, da charge, é classificada morfolo-


Resposta: Letra D gicamente como:
Os verbos das frases citadas estão no Modo Imperati-
vo (expressam ordem). Vamos aos itens: a) Substantivo concreto.
Em “a”, ... o acesso rápido e a quantidade de textos b) Substantivo abstrato.
fazem = presente do Indicativo c) Substantivo coletivo.
Em “b”, Na internet, basta um clique = presente do d) Substantivo próprio.

71
e) Adjetivo.
Período simples é aquele constituído por apenas
Resposta: Letra B uma oração, que recebe o nome de oração absoluta.
O termo “oposição” é classificado – morfologicamente Chove.
– como substantivo abstrato, pois não existe por si só A existência é frágil.
– depende de outro ser para “se concretizar”. Amanhã, à tarde, faremos a prova do concurso.

Período composto é aquele constituído por duas ou


SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO mais orações:
Cantei, dancei e depois dormi.
Quero que você estude mais.
FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO Termos da Oração
TERMOS DA ORAÇÃO
COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO Termos essenciais

Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para O sujeito e o predicado são considerados termos
estabelecer comunicação. Normalmente é composta por essenciais da oração, ou seja, são termos indispensáveis
dois termos – o sujeito e o predicado – mas não obriga- para a formação das orações. No entanto, existem ora-
toriamente, pois há orações ou frases sem sujeito: Trove- ções formadas exclusivamente pelo predicado. O que
jou muito ontem à noite. define a oração é a presença do verbo. O sujeito é o ter-
mo que estabelece concordância com o verbo.
Quanto aos tipos de frases, além da classificação em O candidato está preparado.
verbais (possuem verbos, ou seja, são orações) e nomi- Os candidatos estão preparados.
nais (sem a presença de verbos), feita a partir de seus
elementos constituintes, elas podem ser classificadas a Na primeira frase, o sujeito é “o candidato”. “Candida-
partir de seu sentido global: to” é a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, deno-
A) frases interrogativas = o emissor da mensagem minada núcleo do sujeito. Este se relaciona com o verbo,
formula uma pergunta: Que dia é hoje? estabelecendo a concordância (núcleo no singular, verbo
B) frases imperativas = o emissor dá uma ordem ou no singular: candidato = está).
faz um pedido: Dê-me uma luz! A função do sujeito é basicamente desempenhada
C) frases exclamativas = o emissor exterioriza um es- por substantivos, o que a torna uma função substantiva
tado afetivo: Que dia abençoado! da oração. Pronomes, substantivos, numerais e quais-
D) frases declarativas = o emissor constata um fato: A quer outras palavras substantivadas (derivação impró-
prova será amanhã. pria) também podem exercer a função de sujeito.
Os dois sumiram. (dois é numeral; no exemplo, subs-
Quanto à estrutura da frase, as que possuem verbo tantivo)
(oração) são estruturadas por dois elementos essenciais: Um sim é suave e sugestivo. (sim é advérbio; no exem-
sujeito e predicado. plo: substantivo)
O sujeito é o termo da frase que concorda com o ver-
bo em número e pessoa. É o “ser de quem se declara Os sujeitos são classificados a partir de dois elemen-
algo”, “o tema do que se vai comunicar”; o predicado é a tos: o de determinação ou indeterminação e o de núcleo
parte da frase que contém “a informação nova para o ou- do sujeito.
vinte”, é o que “se fala do sujeito”. Ele se refere ao tema,
constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito. Um sujeito é determinado quando é facilmente
Quando o núcleo da declaração está no verbo (que identificado pela concordância verbal. O sujeito determi-
indique ação ou fenômeno da natureza, seja um verbo nado pode ser simples ou composto.
significativo), temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo A indeterminação do sujeito ocorre quando não é
estiver em um nome (geralmente um adjetivo), teremos possível identificar claramente a que se refere a concor-
um predicado nominal (os verbos deste tipo de predica- dância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não
do são os que indicam estado, conhecidos como verbos interessa indicar precisamente o sujeito de uma oração.
de ligação): Estão gritando seu nome lá fora.
O menino limpou a sala. = “limpou” é verbo de ação Trabalha-se demais neste lugar.
LÍNGUA PORTUGUESA

(predicado verbal)
A prova foi fácil. – “foi” é verbo de ligação (ser); o nú- O sujeito simples é o sujeito determinado que apre-
cleo é “fácil” (predicado nominal) senta um único núcleo, que pode estar no singular ou no
plural; pode também ser um pronome indefinido. Abai-
Quanto ao período, ele denomina a frase constituída xo, sublinhei os núcleos dos sujeitos:
por uma ou mais orações, formando um todo, com sen- Nós estudaremso juntos.
tido completo. O período pode ser simples ou composto. A humanidade é frágil.

72
Ninguém se move. O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice
O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve uma de indeterminação do sujeito.
derivação imprópria, tranformando-o em substantivo)
As crianças precisam de alimentos saudáveis. As orações sem sujeito, formadas apenas pelo pre-
dicado, articulam-se a partir de um verbo impessoal. A
O sujeito composto é o sujeito determinado que mensagem está centrada no processo verbal. Os princi-
apresenta mais de um núcleo. pais casos de orações sem sujeito com:
Alimentos e roupas custam caro. • os verbos que indicam fenômenos da natureza:
Ela e eu sabemos o conteúdo. Amanheceu.
O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda. Está trovejando.

Além desses dois sujeitos determinados, é comum a • os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam
referência ao sujeito implícito na desinência verbal (o fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao
“antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo tempo em geral:
do sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido Está tarde.
pela desinência verbal ou pelo contexto. Já são dez horas.
Abolimos todas as regras. = (nós) Faz frio nesta época do ano.
Falaste o recado à sala? = (tu) Há muitos concursos com inscrições abertas.

Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na pri- Predicado é o conjunto de enunciados que contém a
meira pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na se- informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvinte. Nas
gunda do singular (tu) ou do plural (vós), desde que os orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia
pronomes não estejam explícitos. um fato qualquer. Nas orações com sujeito, o predicado
Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implíci- é aquilo que se declara a respeito deste sujeito. Com ex-
to na desinência verbal “-mos” ceção do vocativo - que é um termo à parte - tudo o que
Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na de- difere do sujeito numa oração é o seu predicado.
sinência verbal “-ais” Chove muito nesta época do ano.
Houve problemas na reunião.
Mas:
Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós Em ambas as orações não há sujeito, apenas predi-
cado. Na segunda oração, “problemas” funciona como
Vós cantais bem! = sujeito simples: vós
objeto direto.
O sujeito indeterminado surge quando não se quer -
As questões estavam fáceis!
ou não se pode - identificar a que o predicado da oração
Sujeito simples = as questões
refere-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso
Predicado = estavam fáceis
contrário, teríamos uma oração sem sujeito.
Na língua portuguesa, o sujeito pode ser indetermi-
Passou-me uma ideia estranha pelo pensamento.
nado de duas maneiras:
Sujeito = uma ideia estranha
Predicado = passou-me pelo pensamento
A) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que
o sujeito não tenha sido identificado anteriormen- Para o estudo do predicado, é necessário verificar
te: se seu núcleo é um nome (então teremos um predicado
Bateram à porta; nominal) ou um verbo (predicado verbal). Deve-se con-
Andam espalhando boatos a respeito da queda do mi- siderar também se as palavras que formam o predicado
nistro. referem-se apenas ao verbo ou também ao sujeito da
oração.
Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples
ou composto: Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres
Os meninos bateram à porta. (simples) de opinião.
Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto) Predicado

B) com o verbo na terceira pessoa do singular, acres- O predicado acima apresenta apenas uma palavra
cido do pronome “se”. Esta é uma construção típi-
LÍNGUA PORTUGUESA

que se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras se


ca dos verbos que não apresentam complemento ligam direta ou indiretamente ao verbo.
direto: A cidade está deserta.
Precisa-se de mentes criativas.
Vivia-se bem naqueles tempos. O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere-
Trata-se de casos delicados. -se ao sujeito da oração (cidade). O verbo atua como
Sempre se está sujeito a erros. elemento de ligação (por isso verbo de ligação) entre o
sujeito e a palavra a ele relacionada (no caso: deserta =

73
predicativo do sujeito).
O objeto direto é o complemento que se liga direta-
O predicado verbal é aquele que tem como núcleo mente ao verbo.
significativo um verbo: Houve muita confusão na partida final.
Chove muito nesta época do ano. Queremos sua ajuda.
Estudei muito hoje!
Compraste a apostila?
Os verbos acima são significativos, isto é, não servem O objeto direto preposicionado ocorre principal-
apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam mente:
processos.
A) com nomes próprios de pessoas ou nomes co-
O predicado nominal é aquele que tem como nú- muns referentes a pessoas:
cleo significativo um nome; este atribui uma qualidade Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais.
ou estado ao sujeito, por isso é chamado de predicativo (o objeto é direto, mas como há preposição, denomi-
do sujeito. O predicativo é um nome que se liga a ou- na-se: objeto direto preposicionado)
tro nome da oração por meio de um verbo (o verbo de
ligação). B) com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes
Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, de tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero
isto é, não indica um processo, mas une o sujeito ao pre- cansar a Vossa Senhoria.
dicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado
do sujeito: Os dados parecem corretos. C) para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a cri-
se. (sem preposição, o sentido seria outro: O povo
O verbo parecer poderia ser substituído por estar,
prejudica a crise)
andar, ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como
elemento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele
O objeto indireto é o complemento que se liga indi-
relacionadas.
retamente ao verbo, ou seja, através de uma preposição.
Gosto de música popular brasileira.
A função de predicativo é exercida, normalmente, por Necessito de ajuda.
um adjetivo ou substantivo.
Objeto Pleonástico
O predicado verbo-nominal é aquele que apresen-
ta dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No É a repetição de objetos, tanto diretos como indiretos.
predicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir Normalmente, as frases em que ocorrem objetos
ao sujeito ou ao complemento verbal (objeto). pleonásticos obedecem à estrutura: primeiro aparece o
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre sig- objeto, antecipado para o início da oração; em seguida,
nificativo, indicando processos. É também sempre por ele é repetido através de um pronome oblíquo. É à repe-
intermédio do verbo que o predicativo se relaciona com tição que se dá o nome de objeto pleonástico.
o termo a que se refere.
O dia amanheceu ensolarado; “Aos fracos, não os posso proteger, jamais.” (Gonçal-
As mulheres julgam os homens inconstantes. ves Dias)

No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta


duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de objeto pleonástico
ligação. Este predicado poderia ser desdobrado em dois:
um verbal e outro nominal.
O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado.
Ao traidor, nada lhe devemos.
No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona
o complemento homens com o predicativo “inconstan- O termo que integra o sentido de um nome chama-se
tes”. complemento nominal, que se liga ao nome que com-
pleta por intermédio de preposição:
Termos integrantes da oração A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a pala-
vra “necessária”
Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo”
LÍNGUA PORTUGUESA

complemento nominal são chamados termos integrantes


da oração. Termos acessórios da oração e vocativo
Os complementos verbais integram o sentido dos
verbos transitivos, com eles formando unidades signifi- Os termos acessórios recebem este nome por serem
cativas. Estes verbos podem se relacionar com seus com- explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o ad-
plementos diretamente, sem a presença de preposição, junto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o voca-
ou indiretamente, por intermédio de preposição. tivo – este, sem relação sintática com outros temos da

74
oração. João, venha comigo!
O adjunto adverbial é o termo da oração que indi- Traga-me doces, minha menina!
ca uma circunstância do processo verbal ou intensifica o
sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função Períodos Compostos
adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais
exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã voltarei Período Composto por Coordenação
a pé àquela velha praça.
O adjunto adnominal é o termo acessório que de- O período composto se caracteriza por possuir mais
termina, especifica ou explica um substantivo. É uma fun- de uma oração em sua composição. Sendo assim:
ção adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma
que exercem o papel de adjunto adnominal na oração. oração)
Também atuam como adjuntos adnominais os artigos, os Estou comprando um protetor solar, depois irei à
numerais e os pronomes adjetivos. praia. (Período Composto =locução verbal + verbo, duas
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu orações)
amigo de infância. Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um pro-
tetor solar. (Período Composto = três verbos, três orações).
O adjunto adnominal se liga diretamente ao subs-
tantivo a que se refere, sem participação do verbo. Já o Há dois tipos de relações que podem se estabelecer
predicativo do objeto se liga ao objeto por meio de um entre as orações de um período composto: uma relação
verbo. de coordenação ou uma relação de subordinação.
O poeta português deixou uma obra originalíssima. Duas orações são coordenadas quando estão juntas
O poeta deixou-a. em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: de informações, marcado pela pontuação final), mas têm,
adjunto adnominal) ambas, estruturas individuais, como é o exemplo de:
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
O poeta português deixou uma obra inacabada. (Período Composto)
O poeta deixou-a inacabada. Podemos dizer:
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo 1. Estou comprando um protetor solar.
do objeto) 2. Irei à praia.

Enquanto o complemento nominal se relaciona a um Separando as duas, vemos que elas são independen-
substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto nominal se tes. Tal período é classificado como Período Composto
relaciona apenas ao substantivo. por Coordenação.
Quanto à classificação das orações coordenadas, te-
O aposto é um termo acessório que permite ampliar, mos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas
explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um Sindéticas.
termo que exerça qualquer função sintática: Ontem, se-
gunda-feira, passei o dia mal-humorado. A) Coordenadas Assindéticas
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tem- São orações coordenadas entre si e que não são li-
po “ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente ao gadas através de nenhum conectivo. Estão apenas jus-
termo que se relaciona porque poderia substituí-lo: Se- tapostas.
gunda-feira passei o dia mal-humorado. Entrei na sala, deitei-me no sofá, adormeci.
O aposto pode ser classificado, de acordo com seu
valor na oração, em: B) Coordenadas Sindéticas
A) explicativo: A linguística, ciência das línguas huma- Ao contrário da anterior, são orações coordenadas
nas, permite-nos interpretar melhor nossa relação entre si, mas que são ligadas através de uma conjunção
com o mundo. coordenativa, que dará à oração uma classificação. As
B) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas orações coordenadas sindéticas são classificadas em cin-
coisas: amor, arte, ação. co tipos: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e
C) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e so- explicativas.
nho, tudo forma o carnaval.
D) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fi- Dica: Memorize SINdética = SIM, tem conjunção!
xaram-se por muito tempo na baía anoitecida.
LÍNGUA PORTUGUESA

• Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas


O vocativo é um termo que serve para chamar, in- principais conjunções são: e, nem, não só... mas
vocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético, não também, não só... como, assim... como.
mantendo relação sintática com outro termo da oração. Nem comprei o protetor solar nem fui à praia.
A função de vocativo é substantiva, cabendo a substan- Comprei o protetor solar e fui à praia.
tivos, pronomes substantivos, numerais e palavras subs-
tantivadas esse papel na linguagem. • Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas:

75
suas principais conjunções são: mas, contudo, to- A oração subordinada substantiva tem valor de subs-
davia, entretanto, porém, no entanto, ainda, assim, tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção in-
senão. tegrante (que, se).
Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante. Não sei se sairemos hoje.
Li tudo, porém não entendi! Oração Subordinada Substantiva

• Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: Temos medo de que não sejamos aprovados.
suas principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; Oração Subordinada Substantiva
quer...quer; seja...seja.
Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador. Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) tam-
bém introduzem as orações subordinadas substantivas,
• Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: bem como os advérbios interrogativos (por que, quando,
suas principais conjunções são: logo, portanto, por onde, como).
fim, por conseguinte, consequentemente, pois (pos-
posto ao verbo). O garoto perguntou qual seu nome.
Passei no concurso, portanto comemorarei! Oração Subordinada Substantiva
A situação é delicada; devemos, pois, agir.
Não sabemos quando ele virá.
• Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: Oração Subordinada Substantiva
suas principais conjunções são: isto é, ou seja, a sa-
ber, na verdade, pois (anteposto ao verbo). Classificação das Orações Subordinadas Substan-
Não fui à praia, pois queria descansar durante o Do- tivas
mingo.
Maria chorou porque seus olhos estão vermelhos. Conforme a função que exerce no período, a oração
subordinada substantiva pode ser:
Período Composto Por Subordinação
1. Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do
Quero que você seja aprovado! verbo da oração principal:
Oração principal oração subordinada
É fundamental o seu comparecimento à reunião.
Observe que na oração subordinada temos o verbo Sujeito
“seja”, que está conjugado na terceira pessoa do singu-
lar do presente do subjuntivo, além de ser introduzida É fundamental que você compareça à reunião.
por conjunção. As orações subordinadas que apresentam Oração Principal Oração Subordinada Substan-
verbo em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo tiva Subjetiva
do indicativo, subjuntivo e imperativo) e são iniciadas
por conjunção, chamam-se orações desenvolvidas ou
explícitas. FIQUE ATENTO!
Observe que a oração subordinada
Podemos modificar o período acima. Veja: substantiva pode ser substituída pelo
pronome “isso”. Assim, temos um período
Quero ser aprovado. simples:
Oração Principal Oração Subordinada É fundamental isso ou Isso é
fundamental.
A análise das orações continua sendo a mesma: “Que-
ro” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração Desta forma, a oração correspondente a
subordinada “ser aprovado”. Observe que a oração su- “isso” exercerá a função de sujeito.
bordinada apresenta agora verbo no infinitivo (ser). Além
disso, a conjunção “que”, conectivo que unia as duas ora-
Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na ora-
ções, desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo
ção principal:
surge numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou
particípio) são chamadas de orações reduzidas ou implí-
• Verbos de ligação + predicativo, em construções
citas (como no exemplo acima).
LÍNGUA PORTUGUESA

do tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece


certo - É claro - Está evidente - Está comprovado
Observação:
É bom que você compareça à minha festa.
As orações reduzidas não são introduzidas por con-
junções nem pronomes relativos. Podem ser, eventual-
• Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Sou-
mente, introduzidas por preposição.
be-se, Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi
anunciado, Ficou provado.
A) Orações Subordinadas Substantivas

76
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.

Sentimos orgulho de que você se comportou. (=


• Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar - Sentimos orgulho disso.)
importar - ocorrer - acontecer Oração Subordinada Substan-
Convém que não se atrase na entrevista. tiva Completiva Nominal

Observação: As orações subordinadas substantivas objetivas in-


Quando a oração subordinada substantiva é subjeti- diretas integram o sentido de um verbo, enquanto que
va, o verbo da oração principal está sempre na 3.ª pessoa orações subordinadas substantivas completivas nominais
do singular. integram o sentido de um nome. Para distinguir uma da
outra, é necessário levar em conta o termo complemen-
2. Objetiva Direta = exerce função de objeto direto tado. Esta é a diferença entre o objeto indireto e o com-
do verbo da oração principal: plemento nominal: o primeiro complementa um verbo; o
segundo, um nome.
Todos querem sua aprovação no concurso.
Objeto Direto 5. Predicativa = exerce papel de predicativo do su-
jeito do verbo da oração principal e vem sempre depois
Todos querem que você seja aprovado. (Todos do verbo ser.
querem isso) Nosso desejo era sua desistência.
Oração Principal Oração Subordinada Substan- Predicativo do Sujeito
tiva Objetiva Direta
Nosso desejo era que ele desistisse. (= Nosso de-
As orações subordinadas substantivas objetivas dire- sejo era isso)
tas (desenvolvidas) são iniciadas por: Oração Subordinada Substan-
• Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) tiva Predicativa
e “se”: A professora verificou se os alunos estavam
presentes. 6. Apositiva = exerce função de aposto de algum ter-
• Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às mo da oração principal.
vezes regidos de preposição), nas interrogações Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade!
indiretas: O pessoal queria saber quem era o dono Aposto
do carro importado. Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz!
• Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às Oração subordinada
vezes regidos de preposição), nas interrogações substantiva apositiva reduzida de infinitivo
indiretas: Eu não sei por que ela fez isso.
(Fernanda tinha um grande sonho: isso)
3. Objetiva Indireta = atua como objeto indireto do
verbo da oração principal. Vem precedida de pre- Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! ( : )
posição.
B) Orações Subordinadas Adjetivas
Meu pai insiste em meu estudo. Uma oração subordinada adjetiva é aquela que pos-
Objeto Indireto sui valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equiva-
le. As orações vêm introduzidas por pronome relativo e
Meu pai insiste em que eu estude. (= Meu pai insiste exercem a função de adjunto adnominal do antecedente.
nisso)
Oração Subordinada Substantiva Ob- Esta foi uma redação bem-sucedida.
jetiva Indireta Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal)

Observação: O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adje-


Em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na tivo “bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos
oração. outra construção, a qual exerce exatamente o mesmo
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. papel:
Oração Subordinada Substan-
LÍNGUA PORTUGUESA

tiva Objetiva Indireta Esta foi uma redação que fez sucesso.
Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva
4. Completiva Nominal = completa um nome que
pertence à oração principal e também vem marca-
Perceba que a conexão entre a oração subordinada
da por preposição.
adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é
feita pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou
Sentimos orgulho de seu comportamento.
relacionar) duas orações, o pronome relativo desempe-
Complemento Nominal

77
nha uma função sintática na oração subordinada: ocupa Exemplo 2:
o papel que seria exercido pelo termo que o antecede O homem, que se considera racional, muitas vezes
(no caso, “redação” é sujeito, então o “que” também fun- age animalescamente.
ciona como sujeito). Oração Subordinada Adjetiva Explicativa

Agora, a oração em destaque não tem sentido restri-


FIQUE ATENTO! tivo em relação à palavra “homem”; na verdade, apenas
Vale lembrar um recurso didático para explicita uma ideia que já sabemos estar contida no con-
reconhecer o pronome relativo “que”: ele ceito de “homem”.
sempre pode ser substituído por: o qual - a
qual - os quais - as quais Saiba que:
Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta A oração subordinada adjetiva explicativa é separa-
oração é equivalente a: Refiro-me ao aluno o da da oração principal por uma pausa que, na escrita,
qual estuda. é representada pela vírgula. É comum, por isso, que a
pontuação seja indicada como forma de diferenciar as
orações explicativas das restritivas; de fato, as explicati-
Forma das Orações Subordinadas Adjetivas vas vêm sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não.

Quando são introduzidas por um pronome relativo e C) Orações Subordinadas Adverbiais


apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as Uma oração subordinada adverbial é aquela que
orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvol- exerce a função de adjunto adverbial do verbo da ora-
vidas. Além delas, existem as orações subordinadas ad- ção principal. Assim, pode exprimir circunstância de tem-
jetivas reduzidas, que não são introduzidas por pronome po, modo, fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando
relativo (podem ser introduzidas por preposição) e apre- desenvolvida, vem introduzida por uma das conjunções
sentam o verbo numa das formas nominais (infinitivo, subordinativas (com exclusão das integrantes, que intro-
gerúndio ou particípio). duzem orações subordinadas substantivas). Classifica-se
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou. de acordo com a conjunção ou locução conjuntiva que
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar. a introduz (assim como acontece com as coordenadas
sindéticas).
No primeiro período, há uma oração subordinada ad-
jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome Durante a madrugada, eu olhei você dormindo.
relativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito Oração Subordinada Adverbial
perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração su-
bordinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há prono- A oração em destaque agrega uma circunstância de
me relativo e seu verbo está no infinitivo. tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada
adverbial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos
Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas acessórios que indicam uma circunstância referente, via
de regra, a um verbo. A classificação do adjunto adver-
Na relação que estabelecem com o termo que carac- bial depende da exata compreensão da circunstância que
terizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar exprime.
de duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem Naquele momento, senti uma das maiores emoções de
ou especificam o sentido do termo a que se referem, in- minha vida.
dividualizando-o. Nestas orações não há marcação de Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de
pausa, sendo chamadas subordinadas adjetivas restriti- minha vida.
vas. Existem também orações que realçam um detalhe ou
amplificam dados sobre o antecedente, que já se encon- No primeiro período, “naquele momento” é um ad-
tra suficientemente definido. Estas orações denominam- junto adverbial de tempo, que modifica a forma verbal
-se subordinadas adjetivas explicativas. “senti”. No segundo período, este papel é exercido pela
oração “Quando vi o mar”, que é, portanto, uma oração
Exemplo 1: subordinada adverbial temporal. Esta oração é desenvol-
Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que vida, pois é introduzida por uma conjunção subordina-
passava naquele momento. tiva (quando) e apresenta uma forma verbal do modo
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva indicativo (“vi”, do pretérito perfeito do indicativo). Seria
possível reduzi-la, obtendo-se:
LÍNGUA PORTUGUESA

No período acima, observe que a oração em desta- Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de mi-
que restringe e particulariza o sentido da palavra “ho- nha vida.
mem”: trata-se de um homem específico, único. A oração
A oração em destaque é reduzida, apresentando uma
limita o universo de homens, isto é, não se refere a todos
das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não
os homens, mas sim àquele que estava passando naque-
é introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por
le momento.
uma preposição (“a”, combinada com o artigo “o”).

78
Observação: D) Concessiva = indica concessão às ações do verbo
A classificação das orações subordinadas adverbiais da oração principal, isto é, admitem uma contra-
é feita do mesmo modo que a classificação dos adjun- dição ou um fato inesperado. A ideia de conces-
tos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela são está diretamente ligada ao contraste, à quebra
oração. de expectativa. Principal conjunção subordinativa
concessiva: embora. Utiliza-se também a con-
Classificação das Orações Subordinadas Adver- junção: conquanto e as locuções ainda que, ainda
biais quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar
de que.
Só irei se ele for.
A) Causal = A ideia de causa está diretamente ligada
A oração acima expressa uma condição: o fato de
àquilo que provoca um determinado fato, ao moti-
“eu” ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita.
vo do que se declara na oração principal. Principal Compare agora com:
conjunção subordinativa causal: porque. Outras Irei mesmo que ele não vá.
conjunções e locuções causais: como (sempre in-
troduzido na oração anteposta à oração principal), A distinção fica nítida; temos agora uma concessão:
pois, pois que, já que, uma vez que, visto que. irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida.
As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito A oração destacada é, portanto, subordinada adverbial
forte. concessiva.
Já que você não vai, eu também não vou. Observe outros exemplos:
Embora fizesse calor, levei agasalho.
A diferença entre a subordinada adverbial causal e a Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em-
sindética explicativa é que esta “explica” o fato que acon- bora não estudasse). (reduzida de infinitivo)
teceu na oração com a qual ela se relaciona; aquela apre-
senta a “causa” do acontecimento expresso na oração à E) Comparativa= As orações subordinadas adver-
qual ela se subordina. Repare: biais comparativas estabelecem uma comparação
1. Faltei à aula porque estava doente. com a ação indicada pelo verbo da oração princi-
pal. Principal conjunção subordinativa comparati-
2. Melissa chorou, porque seus olhos estão vermelhos.
va: como.
Ele dorme como um urso. (como um urso dorme)
Em 1, a oração destacada aconteceu primeiro (causa)
Você age como criança. (age como uma criança age)
que o fato expresso na oração anterior, ou seja, o fato de
estar doente impediu-me de ir à aula. No exemplo 2, a • geralmente há omissão do verbo.
oração sublinhada relata um fato que aconteceu depois,
já que primeiro ela chorou, depois seus olhos ficaram F) Conformativa = indica ideia de conformidade, ou
vermelhos. seja, apresenta uma regra, um modelo adotado
para a execução do que se declara na oração prin-
B) Consecutiva = exprime um fato que é consequên- cipal. Principal conjunção subordinativa conforma-
cia, é efeito do que se declara na oração principal. tiva: conforme. Outras conjunções conformativas:
São introduzidas pelas conjunções e locuções: que, como, consoante e segundo (todas com o mesmo
de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas valor de conforme).
estruturas tão...que, tanto...que, tamanho...que. Fiz o bolo conforme ensina a receita.
Principal conjunção subordinativa consecutiva: que Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm
(precedido de tal, tanto, tão, tamanho) direitos iguais.
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou
concretizando-os. G) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que
se declara na oração principal. Principal conjunção
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Redu-
subordinativa final: a fim de. Outras conjunções
zida de Infinitivo)
finais: que, porque (= para que) e a locução con-
juntiva para que.
C) Condicional = Condição é aquilo que se impõe Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas.
como necessário para a realização ou não de um Estudarei muito para que eu me saia bem na prova.
fato. As orações subordinadas adverbiais condicio-
nais exprimem o que deve ou não ocorrer para que H) Proporcional = exprime ideia de proporção, ou
se realize - ou deixe de se realizar - o fato expresso seja, um fato simultâneo ao expresso na oração
na oração principal.
LÍNGUA PORTUGUESA

principal. Principal locução conjuntiva subordinati-


Principal conjunção subordinativa condicional: se. va proporcional: à proporção que. Outras locuções
Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, des- conjuntivas proporcionais: à medida que, ao passo
de que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, que. Há ainda as estruturas: quanto maior...(maior),
sem que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). quanto maior...(menor), quanto menor...(maior),
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, quanto menor...(menor), quanto mais...(mais), quan-
certamente o melhor time será campeão. to mais...(menos), quanto menos...(mais), quanto
Caso você saia, convide-me. menos...(menos).

79
À proporção que estudávamos mais questões acertá-
vamos. EXERCÍCIOS COMENTADOS
À medida que lia mais culto ficava.
1. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018)
I) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao fato
“Talvez um dia seja bom relembrar este dia”. (Virgílio) A
expresso na oração principal, podendo exprimir
forma de oração desenvolvida adequada corresponden-
noções de simultaneidade, anterioridade ou poste-
te à oração sublinhada acima é:
rioridade. Principal conjunção subordinativa tem-
poral: quando. Outras conjunções subordinativas
a) relembrarmos este dia;
temporais: enquanto, mal e locuções conjuntivas:
b) a relembrança deste dia;
assim que, logo que, todas as vezes que, antes que,
c) que relembremos este dia;
depois que, sempre que, desde que, etc.
d) que relembrássemos este dia;
Assim que Paulo chegou, a reunião acabou.
e) uma nova lembrança deste dia.
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando ter-
minou a festa) (Oração Reduzida de Particípio)
Resposta: Letra C
Em “c”: que relembremos este dia;
Orações Reduzidas
Em “d”: que relembrássemos este dia;
Em uma oração desenvolvida há a presença de con-
As orações subordinadas podem vir expressas como
junção. Ambos os itens têm, mas temos que fazer a
reduzidas, ou seja, com o verbo em uma de suas formas
correlação verbal com o período da oração reduzida
nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio) e sem conec-
(o verbo nos dá uma hipótese – talvez seja bom relem-
tivo subordinativo que as introduza.
brar). Portanto, a forma correta é: Talvez um dia seja
É preciso estudar! = reduzida de infinitivo
bom que relembremos este dia.
É preciso que se estude = oração desenvolvida (pre-
sença do conectivo)
2. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE LEGIS-
LATIVO MUNICIPAL – FGV-2018) “Ou seja, foi usada
Para classificá-las, precisamos imaginar como seriam
para criar uma desigualdade social...”; se modificarmos a
“desenvolvidas” – como no exemplo acima.
oração reduzida de infinitivo por uma oração desenvolvi-
É preciso estudar = oração subordinada substantiva
da, a forma adequada seria:
subjetiva reduzida de infinitivo
É preciso que se estude = oração subordinada subs-
a) para a criação de uma desigualdade social;
tantiva subjetiva
b) para que se criasse uma desigualdade social;
c) para que se crie uma desigualdade social;
Orações Intercaladas
d) para a criatividade de uma desigualdade social;
e) para criarem uma desigualdade social.
São orações independentes encaixadas na sequência
do período, utilizadas para um esclarecimento, um apar-
Resposta: Letra B
te, uma citação. Elas vêm separadas por vírgulas ou tra-
Em “b”: para que se criasse uma desigualdade social;
vessões.
Em “c”: para que se crie uma desigualdade social;
Nós – continuava o relator – já abordamos este as-
Desenvolvida = tem conjunção. Ambas têm. A dife-
sunto.
rença é o tempo verbal. A ação aconteceu (foi usada
para criar): Ou seja, foi usada para que se criasse uma
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
desigualdade social.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
3. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
– FGV-2017) Uma manchete do Estado de São Paulo,
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
10/04/2017, dizia o seguinte: “Atentados contra cristãos
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira
matam 44 no Egito e país decreta emergência”. As duas
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição –
orações desse período mantêm entre si a seguinte rela-
São Paulo: Saraiva, 2002.
ção lógica:
SITE
a) causa e consequência;
LÍNGUA PORTUGUESA

b) informação e comprovação;
Disponível em: <http://www.pciconcursos.com.br/au-
c) fato e exemplificação;
las/portugues/frase-periodo-e-oracao>
d) afirmação e explicação;
e) tese e argumentação.

Resposta: Letra A
Atentados contra cristãos matam 44 no Egito e país de-
creta emergência = devido aos atentados (causa), o

80
país decretou emergência (consequência).

4. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO – FGV-2017) “Com as novas medidas para evitar a abstenção, o
governo espera uma economia vultosa no Enem”. A oração reduzida “para evitar a abstenção” pode ser adequadamente
substituída pela seguinte oração desenvolvida:

a) para que se evitasse a abstenção;


b) a fim de que a abstenção fosse evitada;
c) para que se evite a abstenção;
d) a fim de evitar-se a abstenção;
e) evitando-se a abstenção.

Resposta: Letra C
Em “a”: para que se evitasse a abstenção;
Em “b”: a fim de que a abstenção fosse evitada;
Em “c”: para que se evite a abstenção;
Desenvolvida tem conjunção. O período traz “para evitar a abstenção” = hipótese. A forma correta é: “com as novas
medidas para que se evite a abstenção”.

5. (MPE-AL – ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO – ÁREA JURÍDICA – FGV-2018) Assinale a opção em que o termo
sublinhado funciona como sujeito.

a) “Em um regime de liberdades, há sempre o risco de excessos”.


b) “Sempre há, também, o oportunismo político-ideológico para se aproveitar da crise”.
c) “Não faltam, também, os arautos do quanto pior, melhor, ...”.
d) “A greve atravessou vários sinais ao estrangular as vias de suprimento que mantêm o sistema produtivo funcionan-
do”.
e) “Numa democracia, é livre a expressão”.

Resposta: Letra C
Em “a”: há sempre o risco de excessos = objeto direto
Em “b”: “Sempre há, também, o oportunismo político-ideológico = objeto direto
Em “c”: “Não faltam, também, os arautos do quanto pior, melhor = sujeito
Em “d”: que mantêm o sistema produtivo funcionando = objeto direto
Em “e”: é livre a expressão = predicativo do sujeito

6. (TJ-PE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FUNÇÃO JUDICIÁRIA – IBFC-2017 - ADAPTADA) “A resposta que lhe daria se-
ria: ‘Essa estória não aconteceu nunca para que aconteça sempre... ’” O pronome destacado cumpre papel coesivo, mas
também sintático na oração. Assim, sintaticamente, ele deve ser classificado como:

a) adjunto adnominal.
b) objeto direto.
c) complemento nominal.
d) objeto indireto.
e) predicativo.
Resposta: Letra D
O verbo “dar” é bitransitivo (transitivo direto e indireto): Quem dá, dá algo (direto) a alguém (indireto). No caso:
resposta (objeto direto) / lhe (objeto indireto = a ele[a])

7. (TRE-AC – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – AOCP-2015) Em “Ele diz que vota desde os 18, quan-
do ainda era jovem e morava em Minas Gerais, sua terra natal...”, a expressão em destaque

a) exerce função de vocativo e não pode ser excluída da oração por tratar-se de um termo essencial.
b) exerce função de aposto e pode ser excluída da oração por tratar-se de um termo acessório.
LÍNGUA PORTUGUESA

c) exerce função de aposto e não pode ser excluída da oração por tratar-se de um termo essencial.
d) exerce função de adjunto adnominal, portanto é um termo acessório.
e) exerce função de adjunto adverbial, portanto é um termo acessório.

Resposta: Letra B
A expressão destacada exerce a função de aposto – uma informação a mais sobre o termo citado anteriormente (no
caso, Minas Gerais). É um termo acessório, podendo ser retirado do período sem prejudicar a coerência.

81
8. (TRF-1.ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – INFORMÁTICA – FCC-2014)
Em 1980, um gigabyte de dados armazenados ocupava uma sala...
O verbo que exige complemento tal como o sublinhado acima está em:

a) A capacidade de computação duplicou a cada 18 meses nos últimos 20 anos ...


b) ... que deriva da informação.
c) ... que reduz as barreiras ao acesso.
d) ... do que era nos anos 70.
e) ... atualmente, 200 gigabytes cabem no bolso de uma camisa.

Resposta: Letra C
“Ocupava uma sala” = transitivo direto
Em “a”: A capacidade de computação duplicou = verbo intransitivo
Em “b”: que deriva da informação = transitivo indireto
Em “c”: que reduz as barreiras = transitivo direto
Em “d”: do que era nos anos 70 = verbo de ligação
Em “e”: atualmente, 200 gigabytes cabem = verbo intransitivo

9. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018) “Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas, os usos da in-
ternet, que se ressente ainda da falta de uma legislação específica que coíba não somente os usos mas os abusos deste
importante e eficaz veículo de comunicação”. Sobre as ocorrências do vocábulo que, nesse segmento do texto, é correto
afirmar que:

a) são pronomes relativos com o mesmo antecedente;


b) exemplificam classes gramaticais diferentes;
c) mostram diferentes funções sintáticas;
d) são da mesma classe gramatical e da mesma função sintática;
e) iniciam o mesmo tipo de oração subordinada.

Resposta: Letra D
“Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas, os usos da internet, que (= a qual) se ressente ainda da falta de
uma legislação específica que (= a qual) coíba não somente os usos mas os abusos deste importante e eficaz veículo de
comunicação” = ambos podem ser substituídos por “a qual”, portanto são pronomes relativos (pertencem à mesma
classe gramatical); o 1.º inicia uma oração subordinada adjetiva explicativa; o 2.º, adjetiva restritiva.

10. (TRE-RJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – CONSULPLAN-2017) Analise as afirmações apre-
sentadas a seguir.

I. Em “Existe alguma hora que não seja de relógio?”, a oração sublinhada é uma oração subordinada adjetiva
explicativa.
II. Em “[...] tem surgido, cada vez mais frequente, o diminutivo do gerúndio.”, a expressão destacada atua como sujeito
da locução verbal “ter surgido”.
III. “Não pense que para por aí [...]”, a oração sublinhada é uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
IV. Em “[...] se te chamarem de ‘queridinho’, querem é que você exploda.”, a oração destacada é uma oração subor-
dinada adverbial causal.

Estão corretas apenas as afirmativas

a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.

Resposta: Letra B
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “I” - “Existe alguma hora que não seja de relógio?”, a oração sublinhada é uma oração subordinada adjetiva ex-
plicativa = substituindo “que” por “a qual”, continua com sentido, então é pronome relativo – presente nas adjetivas,
mas no período em questão temos uma restritiva = incorreta
Em “II” - tem surgido, cada vez mais frequente, o diminutivo do gerúndio.”, a expressão destacada atua como su-
jeito da locução verbal “ter surgido” = correta
Em “III” - “Não pense que para por aí [...]”, a oração sublinhada é uma oração subordinada substantiva objetiva
direta = correta

82
Em “IV” - se te chamarem de ‘queridinho’, a oração B) Quando o sujeito é formado por expressão que
destacada é uma oração subordinada adverbial causal indica quantidade aproximada (cerca de, mais de,
= adverbial condicional (“se”) = incorreta menos de, perto de...) seguida de numeral e subs-
tantivo, o verbo concorda com o substantivo.
Cerca de mil pessoas participaram do concurso.
ÊNFASE EM CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últi-
mas Olimpíadas.
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
Observação:
Os concurseiros estão apreensivos. Quando a expressão “mais de um” se associar a ver-
Concurseiros apreensivos. bos que exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório:
Mais de um colega se ofenderam na discussão. (ofende-
No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na ram um ao outro)
terceira pessoa do plural, concordando com o seu su-
jeito, os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo C) Quando se trata de nomes que só existem no
“apreensivos” está concordando em gênero (masculino) plural, a concordância deve ser feita levando-se
e número (plural) com o substantivo a que se refere: con- em conta a ausência ou presença de artigo. Sem
curseiros. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, artigo, o verbo deve ficar no singular; com artigo
número e gênero se correspondem. A correspondência no plural, o verbo deve ficar o plural.
de flexão entre dois termos é a concordância, que pode Os Estados Unidos possuem grandes universidades.
ser verbal ou nominal. Estados Unidos possui grandes universidades.
Alagoas impressiona pela beleza das praias.
Concordância Verbal As Minas Gerais são inesquecíveis.
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.
É a flexão que se faz para que o verbo concorde com
seu sujeito. D) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos,
Sujeito Simples - Regra Geral muitos, quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou
“de vós”, o verbo pode concordar com o primeiro
O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo pronome (na terceira pessoa do plural) ou com o
em número e pessoa. Veja os exemplos: pronome pessoal.
Quais de nós são / somos capazes?
A prova para ambos os cargos será aplicada às 13h. Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso?
3.ª p. Singular 3.ª p. Singular Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino-
vadoras.
Os candidatos à vaga chegarão às 12h.
3.ª p. Plural 3.ª p. Plural Observação:
Veja que a opção por uma ou outra forma indica a
Casos Particulares inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém diz
ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fize-
A) Quando o sujeito é formado por uma expressão mos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso
partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de, não ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de
metade de, a maioria de, a maior parte de, grande tudo e nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia.
parte de...) seguida de um substantivo ou pronome Nos casos em que o interrogativo ou indefinido esti-
no plural, o verbo pode ficar no singular ou no ver no singular, o verbo ficará no singular.
plural. Qual de nós é capaz?
A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia. Algum de vós fez isso.
Metade dos candidatos não apresentou / apresenta-
ram proposta. E) Quando o sujeito é formado por uma expressão
que indica porcentagem seguida de substantivo, o
Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos verbo deve concordar com o substantivo.
dos coletivos, quando especificados: Um bando de vân- 25% do orçamento do país será destinado à Educação.
LÍNGUA PORTUGUESA

dalos destruiu / destruíram o monumento. 85% dos entrevistados não aprovam a administração
do prefeito.
Observação: 1% do eleitorado aceita a mudança.
Nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a 1% dos alunos faltaram à prova.
unidade do conjunto; já a forma plural confere destaque
aos elementos que formam esse conjunto. • Quando a expressão que indica porcentagem não
é seguida de substantivo, o verbo deve concordar

83
com o número. gular. São verbos impessoais: Haver no sentido de
25% querem a mudança. existir; Fazer indicando tempo; Aqueles que indi-
1% conhece o assunto. cam fenômenos da natureza. Exemplos:
Havia muitas garotas na festa.
• Se o número percentual estiver determinado por ar- Faz dois meses que não vejo meu pai.
tigo ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á Chovia ontem à tarde.
com eles:
Os 30% da produção de soja serão exportados. Sujeito Composto
Esses 2% da prova serão questionados.
A) Quando o sujeito é composto e anteposto ao ver-
F) O pronome “que” não interfere na concordância; bo, a concordância se faz no plural:
já o “quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa
do singular. Pai e filho conversavam longamente.
Fui eu que paguei a conta. Sujeito
Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida. Pais e filhos devem conversar com frequência.
Sou eu quem faz a prova. Sujeito
Não serão eles quem será aprovado.
B) Nos sujeitos compostos formados por pessoas
G) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve as- gramaticais diferentes, a concordância ocorre da
sumir a forma plural. seguinte maneira: a primeira pessoa do plural (nós)
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encan- prevalece sobre a segunda pessoa (vós) que, por
taram os poetas. sua vez, prevalece sobre a terceira (eles). Veja:
Este candidato é um dos que mais estudaram! Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
Primeira Pessoa do Plural (Nós)
• Se a expressão for de sentido contrário – nenhum
dos que, nem um dos que -, não aceita o verbo no Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
singular: Segunda Pessoa do Plural (Vós)
Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga.
Nem uma das que me escreveram mora aqui. Pais e filhos precisam respeitar-se.
Terceira Pessoa do Plural (Eles)
• Quando “um dos que” vem entremeada de substan-
tivo, o verbo pode: Observação:
1. ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atraves- Quando o sujeito é composto, formado por um ele-
sa o Estado de São Paulo. (já que não há outro rio mento da segunda pessoa (tu) e um da terceira (ele), é
que faça o mesmo). possível empregar o verbo na terceira pessoa do plural
2. ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão po- (eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no lugar
luídos (noção de que existem outros rios na mesma de “tomaríeis”.
condição).
C) No caso do sujeito composto posposto ao verbo,
H) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o passa a existir uma nova possibilidade de concor-
verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural. dância: em vez de concordar no plural com a tota-
Vossa Excelência está cansado? lidade do sujeito, o verbo pode estabelecer con-
Vossas Excelências renunciarão? cordância com o núcleo do sujeito mais próximo.
Faltaram coragem e competência.
I) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se Faltou coragem e competência.
de acordo com o numeral. Compareceram todos os candidatos e o banca.
Deu uma hora no relógio da sala. Compareceu o banca e todos os candidatos.
Deram cinco horas no relógio da sala.
Soam dezenove horas no relógio da praça. D) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concor-
Baterão doze horas daqui a pouco. dância é feita no plural. Observe:
Abraçaram-se vencedor e vencido.
Observação: Ofenderam-se o jogador e o árbitro.
LÍNGUA PORTUGUESA

Caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino,


torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito. Casos Particulares
O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
Soa quinze horas o relógio da matriz. • Quando o sujeito composto é formado por núcleos
sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no sin-
J) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum gular.
sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do sin- Descaso e desprezo marca seu comportamento.

84
A coragem e o destemor fez dele um herói. Café com leite é uma delícia!
O frango com quiabo foi receita da vovó.
• Quando o sujeito composto é formado por núcleos
dispostos em gradação, verbo no singular:
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um se- Quando os núcleos do sujeito são unidos por ex-
gundo me satisfaz. pressões correlativas como: “não só... mas ainda”, “não
somente”..., “não apenas... mas também”, “tanto...quanto”,
• Quando os núcleos do sujeito composto são unidos o verbo ficará no plural.
por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
de acordo com o valor semântico das conjunções: Nordeste.
Drummond ou Bandeira representam a essência da Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a
poesia brasileira. notícia.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.
Quando os elementos de um sujeito composto são
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância
“adição”. Já em: é feita com esse termo resumidor.
Juca ou Pedro será contratado. Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apa-
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olim- tia.
píada. Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
na vida das pessoas.
Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam
no singular. Outros Casos

• Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem O Verbo e a Palavra “SE”


outro”, a concordância costuma ser feita no sin-
gular. Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há
Um ou outro compareceu à festa. duas de particular interesse para a concordância verbal:
Nem um nem outro saiu do colégio. A) quando é índice de indeterminação do sujeito;
B) quando é partícula apassivadora.
• Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou
no singular: Um e outro farão/fará a prova. Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”
acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos
• Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”, e de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na
o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos re- terceira pessoa do singular:
cebem um mesmo grau de importância e a palavra Precisa-se de funcionários.
“com” tem sentido muito próximo ao de “e”. Confia-se em teses absurdas.
O pai com o filho montaram o brinquedo.
O governador com o secretariado traçaram os planos Quando pronome apassivador, o “se” acompanha
para o próximo semestre. verbos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e in-
O professor com o aluno questionaram as regras. diretos (VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nes-
se caso, o verbo deve concordar com o sujeito da oração.
Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se Exemplos:
a ideia é enfatizar o primeiro elemento. Construiu-se um posto de saúde.
O pai com o filho montou o brinquedo. Construíram-se novos postos de saúde.
O governador com o secretariado traçou os planos Aqui não se cometem equívocos
para o próximo semestre. Alugam-se casas.
O professor com o aluno questionou as regras.

Com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito


composto. O sujeito é simples, uma vez que as expres-
sões “com o filho” e “com o secretariado” são adjuntos
adverbiais de companhia. Na verdade, é como se hou-
vesse uma inversão da ordem. Veja:
LÍNGUA PORTUGUESA

“O pai montou o brinquedo com o filho.”


“O governador traçou os planos para o próximo semes-
tre com o secretariado.”
“O professor questionou as regras com o aluno.”

Casos em que se usa o verbo no singular:

85
• Quando o sujeito indicar peso, medida, quantida-
#FicaDica de e for seguido de palavras ou expressões como
pouco, muito, menos de, mais de, etc., o verbo SER
Para saber se o “se” é partícula apassivadora
fica no singular:
ou índice de indeterminação do sujeito, ten-
Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
te transformar a frase para a voz passiva. Se
Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
a frase construída for “compreensível”, esta-
Duas semanas de férias é muito para mim.
remos diante de uma partícula apassivadora;
se não, o “se” será índice de indeterminação.
Veja: • Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo)
Precisa-se de funcionários qualificados. for pronome pessoal do caso reto, com este con-
Tentemos a voz passiva: cordará o verbo.
Funcionários qualificados são precisados (ou No meu setor, eu sou a única mulher.
precisos)? Não há lógica. Portanto, o “se” Aqui os adultos somos nós.
destacado é índice de indeterminação do
sujeito. Observação:
Agora: Sendo ambos os termos (sujeito e predicativo) repre-
Vendem-se casas. sentados por pronomes pessoais, o verbo concorda com
Voz passiva: Casas são vendidas. Constru- o pronome sujeito.
ção correta! Então, aqui, o “se” é partícula Eu não sou ela.
apassivadora. (Dá para eu passar para a voz Ela não é eu.
passiva. Repare em meu destaque. Percebeu
semelhança? Agora é só memorizar!). • Quando o sujeito for uma expressão de sentido par-
titivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o
verbo SER concordará com o predicativo.
O Verbo “Ser” A grande maioria no protesto eram jovens.
O resto foram atitudes imaturas.
A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o
sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordân- O Verbo “Parecer”
cia pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução
do sujeito. verbal (é seguido de infinitivo), admite duas concordân-
cias:
Quando o sujeito ou o predicativo for:
• Ocorre variação do verbo PARECER e não se flexiona
A) Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho.
SER concorda com a pessoa gramatical:
Ele é forte, mas não é dois. • A variação do verbo parecer não ocorre e o infini-
Fernando Pessoa era vários poetas. tivo sofre flexão:
A esperança dos pais são eles, os filhos. As crianças parece gostarem do desenho.
(essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho
B) nome de coisa e um estiver no singular e o outro aas crianças)
no plural, o verbo SER concordará, preferencial-
mente, com o que estiver no plural: Com orações desenvolvidas, o verbo PARECER fica no
Os livros são minha paixão! singular. Por exemplo: As paredes parece que têm ouvidos.
Minha paixão são os livros! (Parece que as paredes têm ouvidos = oração subordina-
da substantiva subjetiva).
Quando o verbo SER indicar
Concordância Nominal
• horas e distâncias, concordará com a expressão nu-
mérica: A concordância nominal se baseia na relação entre
É uma hora. nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se
São quatro horas. ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilô- adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se:
metros. normalmente, o substantivo funciona como núcleo de
LÍNGUA PORTUGUESA

um termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adno-


• datas, concordará com a palavra dia(s), que pode minal.
estar expressa ou subentendida: A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as
Hoje é dia 26 de agosto. seguintes regras gerais:
Hoje são 26 de agosto. A) O adjetivo concorda em gênero e número quando
se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas
denunciavam o que sentia.

86
B) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, Observação:
a concordância pode variar. Podemos sistematizar Quando a palavra “só” equivale a “somente” ou “ape-
essa flexão nos seguintes casos: nas”, tem função adverbial, ficando, portanto, invariável:
Eles só desejam ganhar presentes.
• Adjetivo anteposto aos substantivos:
O adjetivo concorda em gênero e número com o
substantivo mais próximo. #FicaDica
Encontramos caídas as roupas e os prendedores. Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”.
Encontramos caída a roupa e os prendedores. Se a frase ficar coerente com o primeiro,
Encontramos caído o prendedor e a roupa. trata-se de advérbio, portanto, invariável; se
houver coerência com o segundo, função de
Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de adjetivo, então varia:
parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar. Ele está só descansando. (apenas
Encontrei os divertidos primos e primas na festa. descansando) - advérbio

• Adjetivo posposto aos substantivos:


O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois de
ou com todos eles (assumindo a forma masculina plural “só”, haverá, novamente, um adjetivo:
se houver substantivo feminino e masculino). Ele está só, descansando. (ele está sozinho e descan-
A indústria oferece localização e atendimento perfeito. sando)
A indústria oferece atendimento e localização perfeita.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos. G) Quando um único substantivo é modificado por
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos. dois ou mais adjetivos no singular, podem ser usa-
das as construções:
Observação: • O substantivo permanece no singular e coloca-se
Os dois últimos exemplos apresentam maior clareza, o artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura
pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos espanhola e a portuguesa.
dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado • O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo
no plural masculino, que é o gênero predominante quan- antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e
do há substantivos de gêneros diferentes. portuguesa.
Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o ad-
jetivo fica no singular ou plural. Casos Particulares
A beleza e a inteligência feminina(s).
O carro e o iate novo(s). É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É per-
mitido
C) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:
O adjetivo fica no masculino singular, se o substanti- • Estas expressões, formadas por um verbo mais um
vo não for acompanhado de nenhum modificador: Água adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se
é bom para saúde. referem possuir sentido genérico (não vier prece-
O adjetivo concorda com o substantivo, se este for dido de artigo).
modificado por um artigo ou qualquer outro determina- É proibido entrada de crianças.
tivo: Esta água é boa para saúde. Em certos momentos, é necessário atenção.
No verão, melancia é bom.
D) O adjetivo concorda em gênero e número com os É preciso cidadania.
pronomes pessoais a que se refere: Juliana encon- Não é permitido saída pelas portas laterais.
trou-as muito felizes.
• Quando o sujeito destas expressões estiver deter-
E) Nas expressões formadas por pronome indefinido minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição o verbo como o adjetivo concordam com ele.
DE + adjetivo, este último geralmente é usado no É proibida a entrada de crianças.
masculino singular: Os jovens tinham algo de mis- Esta salada é ótima.
terioso.
LÍNGUA PORTUGUESA

A educação é necessária.
São precisas várias medidas na educação.
F) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem
função adjetiva e concorda normalmente com o Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso -
nome a que se refere: Quite
Cristina saiu só. Estas palavras adjetivas concordam em gênero e nú-
Cristina e Débora saíram sós. mero com o substantivo ou pronome a que se referem.
Seguem anexas as documentações requeridas.

87
A menina agradeceu: - Muito obrigada.
Muito obrigadas, disseram as senhoras. EXERCÍCIOS COMENTADOS
Seguem inclusos os papéis solicitados.
Estamos quites com nossos credores.
1. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO BANCÁRIO –
CESGRANRIO-2018) A forma verbal em destaque está
Bastante - Caro - Barato - Longe
empregada de acordo com a norma-padrão em:
Estas palavras são invariáveis quando funcionam
como advérbios. Concordam com o nome a que se refe-
a) Atualmente, comercializa-se diferentes criptomoedas
rem quando funcionam como adjetivos, pronomes adje-
mas a bitcoin é a mais conhecida de todas as moedas
tivos, ou numerais.
virtuais.
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio)
b) A especulação e o comércio ilegal, de acordo com al-
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho.
guns analistas, pode tornar as bitcoins inviáveis.
(pronome adjetivo)
c) As notícias informam que até hoje, em nenhuma par-
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio)
te do mundo, se substituíram totalmente as moedas
As casas estão caras. (adjetivo)
reais pelas virtuais.
Achei barato este casaco. (advérbio)
d) De acordo com as regras do mercado financeiro,
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo)
criou-se apenas 21 milhões de bitcoins nos últimos
anos.
Meio - Meia
e) O valor dos produtos comercializados seriam determi-
A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo,
nados por uma moeda virtual se a real fosse abolida.
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi
meia porção de polentas.
Resposta: Letra C
Quando empregada como advérbio permanece inva-
Em “a”: Atualmente, comercializam-se diferentes
riável: A candidata está meio nervosa.
criptomoedas mas a bitcoin é a mais conhecida de
todas as moedas virtuais.
#FicaDica Em “b”: A especulação e o comércio ilegal, de acordo
com alguns analistas, podem tornar as bitcoins inviá-
Dá para eu substituir por “um pouco”, assim veis.
saberei que se trata de um advérbio, não Em “c”: As notícias informam que até hoje, em nenhu-
de adjetivo: “A candidata está um pouco ma parte do mundo, se substituíram totalmente as
nervosa”. moedas reais pelas virtuais. = correta
Em “d”: De acordo com as regras do mercado finan-
ceiro, criaram-se apenas 21 milhões de bitcoins nos
Alerta - Menos últimos anos.
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem Em “e”: O valor dos produtos comercializados seria
sempre invariáveis. determinado por uma moeda virtual se a real fosse
Os concurseiros estão sempre alerta. abolida.
Não queira menos matéria!
2. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS I – CESGRANRIO-2018) A concordância da palavra des-
tacada atende às exigências da norma-padrão da língua
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- portuguesa em:
char. Português linguagens: volume 3 – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010. a) Alimentos saudáveis e prática constante de exercícios
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa são necessárias para uma vida longa e mais equili-
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. brada.
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: b) Inexistência de esgoto em muitas regiões e falta de
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. tratamento adequado da água são causadores de
doenças.
SITE c) Notícias falsas e boatos perigosos não deveriam ser
reproduzidas nas redes sociais da forma como acon-
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/se- tece hoje.
LÍNGUA PORTUGUESA

coes/sint/sint49.php> d) Plantas da caatinga e frutos pouco conhecidos da Re-


gião Nordeste foram elogiados por suas proprieda-
des alimentares.
e) Profissionais dedicados e pesquisas constantes preci-
sam ser estimuladas para que se avance na cura de
algumas doenças.

88
Resposta: Letra D 4. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO –
Em “a”: Alimentos saudáveis e prática constante de FGV-2017) Observe os seguintes casos de concordância
exercícios são necessárias (necessários) para uma vida nominal retirados do texto 1:
longa e mais equilibrada.
Em “b”: Inexistência de esgoto em muitas regiões e fal- 1. A democracia reclama um jornalismo vigoroso e inde-
ta de tratamento adequado da água são causadores pendente.
(causadoras) de doenças. 2. A agenda pública é determinada pela imprensa tradi-
Em “c”: Notícias falsas e boatos perigosos não deve- cional.
riam ser reproduzidas (reproduzidos) nas redes sociais 3. Mas o pontapé inicial é sempre das empresas de conteú-
da forma como acontece hoje. do independentes.
Em “d”: Plantas da caatinga e frutos pouco conhecidos
da Região Nordeste foram elogiados por suas pro- A afirmação correta sobre essas concordâncias é:
priedades alimentares = correta
Em “e”: Profissionais dedicados e pesquisas constantes a) os dois adjetivos da frase (1) referem-se, respectiva-
precisam ser estimuladas (estimulados) para que se mente a ‘democracia’ e ‘jornalismo’;
avance na cura de algumas doenças. b) os adjetivos da frase (1) deveriam estar no plural por
referirem-se a dois substantivos;
3. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES- c) na frase (2), a forma de particípio ‘determinada’ se re-
GRANRIO-2018) A concordância do verbo destacado foi fere a ‘imprensa’;
realizada de acordo com as exigências da norma-padrão d) na frase (3), o adjetivo ‘independentes’ está correta-
da língua portuguesa em: mente no plural por referir-se a ‘empresas’;
e) na frase (3), o adjetivo ‘independentes’ deveria estar
a) Com a corrida desenfreada pelas versões mais atuais no singular por referir-se ao substantivo ‘conteúdo’.
dos smartphones, evidenciou-se atitudes agressivas e
violentas por parte dos usuários. Resposta: Letra D
b) Devido à utilização de estratégias de marketing, de- 1. A democracia reclama um jornalismo vigoroso e in-
senvolveu-se, entre os jovens, a ideia de que a posse dependente.
de novos aparelhos eletrônicos é garantia de sucesso. 2. A agenda pública é determinada pela imprensa tra-
c) É necessário que se envie a todas as escolas do país ví- dicional.
deos educacionais que permitam esclarecer os jovens 3. Mas o pontapé inicial é sempre das empresas de con-
sobre o vício da tecnologia. teúdo independentes.
d) É preciso educar as novas gerações para que se redu- Em “a”: os dois adjetivos da frase (1) referem-se, res-
za os comportamentos compulsivos relacionados ao pectivamente a ‘democracia’ e ‘jornalismo’;
uso das novas tecnologias. A democracia reclama um jornalismo vigoroso e in-
e) Nos países mais industrializados, comprovou-se os dependente = apenas a “jornalismo”
danos psicológicos e o consumismo exagerado causa- Em “b”: os adjetivos da frase (1) deveriam estar no plu-
dos pelo vício da tecnologia. ral por referirem-se a dois substantivos;
A democracia reclama um jornalismo vigoroso e inde-
Resposta: Letra B pendente = a um substantivo (jornalismo)
Em “a”: Com a corrida desenfreada pelas versões mais Em “c”: na frase (2), a forma de particípio ‘determina-
atuais dos smartphones, evidenciou-se (evidencia- da’ se refere a ‘imprensa’;
ram-se) atitudes agressivas e violentas por parte dos A agenda pública é determinada pela imprensa tra-
usuários. dicional = refere-se ao termo “agenda pública”
Em “b”: Devido à utilização de estratégias de marke- Em “d”: na frase (3), o adjetivo ‘independentes’ está
ting, desenvolveu-se, entre os jovens, a ideia de que corretamente no plural por referir-se a ‘empresas’;
a posse de novos aparelhos eletrônicos é garantia de Mas o pontapé inicial é sempre das empresas de con-
sucesso = correta teúdo independentes = correta
Em “c”: É necessário que se envie (enviem) a todas as Em “e”: na frase (3), o adjetivo ‘independentes’ deveria
escolas do país vídeos educacionais que permitam es- estar no singular por referir-se ao substantivo ‘conteú-
clarecer os jovens sobre o vício da tecnologia. do’ = incorreta (refere-se a “empresas”)
Em “d”: É preciso educar as novas gerações para que
se reduza (reduzam) os comportamentos compulsivos
relacionados ao uso das novas tecnologias.
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “e”: Nos países mais industrializados, comprovou-


-se (comprovaram-se) os danos psicológicos e o con-
sumismo exagerado causados pelo vício da tecnolo-
gia.

89
5. (MPU – ANALISTA DO MPU – CESPE-2015) ( ) Caso os termos ‘Esses alunos’ fosse passado para o
singular, outras quatro palavras deveriam sofrer ajustes
Texto I para fins de concordância.
( ) Mais da metade dos alunos que usam redes sociais
Na organização do poder político no Estado moderno, podem ficar deprimidos.
à luz da tradição iluminista, o direito tem por função a ( ) O risco de alunos usuários de redes sociais desenvol-
preservação da liberdade humana, de maneira a coibir verem depressão constante extrapola o índice dos 27%.
a desordem do estado de natureza, que, em virtude do
risco da dominação dos mais fracos pelos mais fortes, A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de
exige a existência de um poder institucional. Mas a con- cima para baixo, é:
quista da liberdade humana também reclama a distri-
buição do poder em ramos diversos, com a disposição a) V – V – V.
de meios que assegurem o controle recíproco entre eles b) F – V – F.
para o advento de um cenário de equilíbrio e harmonia c) V – F – F.
nas sociedades estatais. A concentração do poder em um d) F – F – V.
só órgão ou pessoa viria sempre em detrimento do exer- e) F – F – F.
cício da liberdade. É que, como observou Montesquieu,
“todo homem que tem poder tende a abusar dele; ele vai Resposta: Letra C
até onde encontra limites. Para que não se possa abusar Esses alunos que são usuários constantes de redes so-
do poder, é preciso que, pela disposição das coisas, o ciais têm um risco 27% maior de desenvolver depressão
poder limite o poder”. Em: ( ) Caso os termos ‘Esses alunos’ fosse passado
Até Montesquieu, não eram identificadas com clareza para o singular, outras quatro palavras deveriam sofrer
as esferas de abrangência dos poderes políticos: “só se ajustes para fins de concordância.
concebia sua união nas mãos de um só ou, então, sua Esse aluno que é usuário constante de redes sociais
separação; ninguém se arriscava a apresentar, sob a for- tem um risco 27% maior de desenvolver depressão
ma de sistema coerente, as consequências de conceitos = (verdadeira = haveria quatro alterações)
diversos”. Pensador francês do século XVIII, Montesquieu Em: ( ) Mais da metade dos alunos que usam redes
situa-se entre o racionalismo cartesiano e o empirismo sociais podem ficar deprimidos.
de origem baconiana, não abandonando o rigor das = falsa (o período em análise não nos transmite tal in-
certezas matemáticas em suas certezas morais. Porém, formação, apenas afirma que usuários constantes têm
refugindo às especulações metafísicas que, no plano da um risco 27% maior que os demais)
idealidade, serviram aos filósofos do pacto social para a Em: ( ) O risco de alunos usuários de redes sociais de-
explicação dos fundamentos do Estado ou da sociedade senvolverem depressão constante extrapola o índice
civil, ele procurou ingressar no terreno dos fatos. dos 27%.
Fernanda Leão de Almeida. A garantia institucional do Ministério = Falsa (“depressão constante” altera o sentido do pe-
Público em função da proteção dos direitos humanos. Tese de ríodo)
doutorado. São Paulo: USP, 2010, p. 18-9. Internet: <www.teses.
usp.br> (com adaptações).
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
A flexão plural em “eram identificadas” decorre da con-
cordância com o sujeito dessa forma verbal: “as esferas Dá-se o nome de regência à relação de subordina-
de abrangência dos poderes políticos”. ção que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um
nome (regência nominal) e seus complementos.
(  ) CERTO   (  ) ERRADO
Regência Verbal = Termo Regente: VERBO
Resposta: Certo
(...) Até Montesquieu, não eram identificadas com cla- A regência verbal estuda a relação que se estabele-
reza as esferas de abrangência dos poderes políticos ce entre os verbos e os termos que os complementam
= passando o período para a ordem direta (sujeito + (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (ad-
verbo), temos: Até Montesquieu, as esferas de abran- juntos adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma
gência dos poderes políticos não eram identificadas regência, o que corresponde à diversidade de significa-
com clareza. dos que estes verbos podem adquirir dependendo do
contexto em que forem empregados.
LÍNGUA PORTUGUESA

6. (PC-RS – ESCRIVÃO e Inspetor de Polícia – Funda-


tec-2018 - adaptada) Sobre a frase “Esses alunos que A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar,
são usuários constantes de redes sociais têm um risco 27% contentar.
maior de desenvolver depressão”, avalie as assertivas que A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar
seguem, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas. agrado ou prazer”, satisfazer.

Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de


“agradar a alguém”.

90
O conhecimento do uso adequado das preposições São verbos transitivos diretos, dentre outros: aban-
é um dos aspectos fundamentais do estudo da regência donar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar,
verbal (e também nominal). As preposições são capazes admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, au-
de modificar completamente o sentido daquilo que está xiliar, castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar,
sendo dito. defender, eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, pre-
judicar, prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver,
Cheguei ao metrô. visitar.
Cheguei no metrô. Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
como o verbo amar:
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no Amo aquele rapaz. / Amo-o.
segundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. Amo aquela moça. / Amo-a.
Amam aquele rapaz. / Amam-no.
A voluntária distribuía leite às crianças. Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
A voluntária distribuía leite com as crianças.
Observação:
Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi emprega- Os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos
do como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos
(objeto indireto: às crianças); na segunda, como transiti- adnominais):
vo direto (objeto direto: crianças; com as crianças: adjun- Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
to adverbial). Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua car-
Para estudar a regência verbal, agruparemos os ver- reira)
bos de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau hu-
um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de dife- mor)
rentes formas em frases distintas.
C) Verbos Transitivos Indiretos
A) Verbos Intransitivos Os verbos transitivos indiretos são complementados
Os verbos intransitivos não possuem complemento. por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
É importante, no entanto, destacar alguns detalhes re- gem uma preposição para o estabelecimento da relação
lativos aos adjuntos adverbiais que costumam acompa- de regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de
nhá-los. terceira pessoa que podem atuar como objetos indire-
tos são o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se
Chegar, Ir utilizam os pronomes o, os, a, as como complementos
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos ad- de verbos transitivos indiretos. Com os objetos indiretos
verbiais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas que não representam pessoas, usam-se pronomes oblí-
para indicar destino ou direção são: a, para. quos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos
pronomes átonos lhe, lhes.
Fui ao teatro.
Adjunto Adverbial de Lugar Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:
Consistir - Tem complemento introduzido pela pre-
Ricardo foi para a Espanha. posição “em”: A modernidade verdadeira consiste em di-
Adjunto Adverbial de Lugar reitos iguais para todos.

Comparecer Obedecer e Desobedecer - Possuem seus comple-


O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido mentos introduzidos pela preposição “a”:
por em ou a. Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o Eles desobedeceram às leis do trânsito.
último jogo.
Responder - Tem complemento introduzido pela
B) Verbos Transitivos Diretos preposição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para in-
Os verbos transitivos diretos são complementados dicar “a quem” ou “ao que” se responde.
por objetos diretos. Isso significa que não exigem prepo- Respondi ao meu patrão.
sição para o estabelecimento da relação de regência. Ao Respondemos às perguntas.
empregar esses verbos, lembre-se de que os pronomes Respondeu-lhe à altura.
LÍNGUA PORTUGUESA

oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses


pronomes podem assumir as formas lo, los, la, las (após Observação:
formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, O verbo responder, apesar de transitivo indireto quan-
nas (após formas verbais terminadas em sons nasais), do exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva
enquanto lhe e lhes são, quando complementos verbais, analítica:
objetos indiretos. O questionário foi respondido corretamente.

91
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoria- Pedi-lhe favores.
mente. Objeto Indireto Objeto Direto

Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus comple- Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.


mentos introduzidos pela preposição “com”. Objeto Indireto Oração Subordinada Substan-
Antipatizo com aquela apresentadora. tiva Objetiva Direta
Simpatizo com os que condenam os políticos que go-
vernam para uma minoria privilegiada. A construção “pedir para”, muito comum na lingua-
gem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na lín-
D) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos gua culta. No entanto, é considerada correta quando a
palavra licença estiver subentendida.
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acom- Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em
panhados de um objeto direto e um indireto. Merecem casa.
destaque, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São
verbos que apresentam objeto direto relacionado a coi- Observe que, nesse caso, a preposição “para” intro-
sas e objeto indireto relacionado a pessoas. duz uma oração subordinada adverbial final reduzida de
infinitivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
Agradeço aos ouvintes a audiência.
Objeto Indireto Objeto Direto Preferir
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto
Paguei o débito ao cobrador. indireto introduzido pela preposição “a”:
Objeto Direto Objeto Indireto Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
Prefiro trem a ônibus.
O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito
com particular cuidado: Observação:
Agradeci o presente. / Agradeci-o. Na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil ve-
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. zes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. prefixo existente no próprio verbo (pre).
Paguei minhas contas. / Paguei-as.
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. Mudança de Transitividade - Mudança de Signifi-
cado
Informar Há verbos que, de acordo com a mudança de transi-
Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto tividade, apresentam mudança de significado. O conhe-
indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. cimento das diferentes regências desses verbos é um re-
Informe os novos preços aos clientes. curso linguístico muito importante, pois além de permitir
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os no- a correta interpretação de passagens escritas, oferece
vos preços) possibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Den-
tre os principais, estão:
Na utilização de pronomes como complementos, veja
as construções: Agradar
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos pre- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari-
ços. nhos, acariciar, fazer as vontades de.
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou Sempre agrada o filho quando.
sobre eles) Aquele comerciante agrada os clientes.

Observação: Agradar é transitivo indireto no sentido de causar


A mesma regência do verbo informar é usada para os agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento
seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir. introduzido pela preposição “a”.
O cantor não agradou aos presentes.
Comparar O cantor não lhes agradou.
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite
as preposições “a” ou “com” para introduzir o comple- O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indire-
LÍNGUA PORTUGUESA

mento indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com to: O cantor desagradou à plateia.
o) de uma criança.
Aspirar
Pedir Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, ins-
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente pirar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
na forma de oração subordinada substantiva) e indireto
de pessoa.

92
Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter Custou-me (a mim) crer nisso.
como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (As- Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
pirávamos a ele) tantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pes- A Gramática Normativa condena as construções que
soa, as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por
utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. pessoa: Custei para entender o problema.
Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= = Forma correta: Custou-me entender o problema.
Aspiravam a ela)
Implicar
Assistir Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres- A) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
tar assistência a, auxiliar. implicavam um firme propósito.
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. B) ter como consequência, trazer como consequência,
As empresas de saúde negam-se a assisti-los. acarretar, provocar: Uma ação implica reação.

Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen- Como transitivo direto e indireto, significa compro-
ciar, estar presente, caber, pertencer. meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
Assistimos ao documentário. econômicas.
Não assisti às últimas sessões.
Essa lei assiste ao inquilino. No sentido de antipatizar, ter implicância, é transiti-
vo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com
No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é in- quem não trabalhasse arduamente.
transitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de
lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa Namorar
conturbada cidade. Sempre tansitivo direto: Luísa namora Carlos há dois
anos.
Chamar
Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, so- Obedecer - Desobedecer
licitar a atenção ou a presença de. Sempre transitivo indireto:
Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá cha- Todos obedeceram às regras.
má-la. Ninguém desobedece às leis.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem
Chamar no sentido de denominar, apelidar pode “lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas.
apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere pre-
dicativo preposicionado ou não. Proceder
A torcida chamou o jogador mercenário. Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter
A torcida chamou ao jogador mercenário. cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa
A torcida chamou o jogador de mercenário. segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto
A torcida chamou ao jogador de mercenário. adverbial de modo.
As afirmações da testemunha procediam, não havia
Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal: como refutá-las.
Como você se chama? Eu me chamo Zenaide. Você procede muito mal.

Custar Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo-


Custar é intransitivo no sentido de ter determinado sição “de”) e fazer, executar (rege complemento introdu-
valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adver- zido pela preposição “a”) é transitivo indireto.
bial: Frutas e verduras não deveriam custar muito. O avião procede de Maceió.
Procedeu-se aos exames.
No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransiti- O delegado procederá ao inquérito.
vo ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração
reduzida de infinitivo. Querer
LÍNGUA PORTUGUESA

Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter


Muito custa viver tão longe da família. vontade de, cobiçar.
Verbo Intransitivo Oração Subordinada Querem melhor atendimento.
Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo Queremos um país melhor.

Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição,


estimar, amar: Quero muito aos meus amigos.

93
Visar
Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo.
O gerente não quis visar o cheque.

No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.

Esquecer – Lembrar
Lembrar algo – esquecer algo
Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)

No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto,
transitivos indiretos:
Ele se esqueceu do caderno.
Eu me esqueci da chave.
Eles se esqueceram da prova.
Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alte-
ração de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos
tanto brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
Não lhe lembram os bons momentos da infância? (= momentos é sujeito)

Simpatizar - Antipatizar
São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
Não simpatizei com os jurados.
Simpatizei com os alunos.

Importante:
A norma culta exige que os verbos e expressões que dão ideia de movimento sejam usados com a preposição “a”:
Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
Cláudia desceu ao segundo andar.
Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.

Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse
nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em
conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de
um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os
nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.

Se uma oração completar o sentido de um nome, ou seja, exercer a função de complemento nominal, ela será com-
pletiva nominal (subordinada substantiva).

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
LÍNGUA PORTUGUESA

Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de


Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

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Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Observação:
Os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; pa-
ralelamente a; relativa a; relativamente a.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar - Português linguagens: volume 3. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.

SITE

Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php>

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – CESGRANRIO-2018)

O ano da esperança

O ano de 2017 foi difícil. Avalio pelo número de amigos desempregados. E pedidos de empréstimos. Um atrás do outro.
Nunca fui de botar dinheiro nas relações de amizade. Como afirmou Shakespeare, perde-se o dinheiro e o amigo. Nos
LÍNGUA PORTUGUESA

primeiros pedidos, eu ajudava, com a consciência de que era uma doação. A situação foi piorando. Os argumentos
também. No início era para pagar a escola do filho. Depois vieram as mães e avós doentes. Lamentavelmente, apren-
di a não ser generoso. Ajudava um rapaz, que não conheço pessoalmente. Mas que sofreu um acidente e não tinha
como pagar a fisioterapia. Comecei pagando a físio. Vieram sucessivas internações, remédios. A situação piorando, eu
já estava encomendando missa de sétimo dia. Falei com um amigo médico, no Rio de Janeiro. Ele aceitou tratar o caso
gratuitamente. Surpresa! O doente não aparecia para a consulta. Até que o coloquei contra a parede. Ou se consultava
ou eu não ajudava mais.

95
Cheio de saúde, ele foi ao consultório. Pediu uma receita se ninguém possui, recém-lançado no mercado, pas-
de suplementos para ficar com o corpo atlético. Nunca sam a ter uma sensação de superioridade.
conheci o sujeito, repito. Eu me senti um idiota por ter b) Muitos aparelhos difundidos no mercado nem sempre
caído na história. Só que esse rapaz havia perdido o em- trazem novidades que justifiquem seu preço elevado
prego após o suposto acidente. Foi por isso que me dei- em relação ao modelo anterior.
xei enganar. Mas, ao perder salário, muita gente perde c) O estudo de mapeamento cerebral que o pesquisador
também a vergonha. Pior ainda. A violência aumenta. As realizou foi importante para mostrar que o vício em
pessoas buscam vagas nos mercados em expansão. Se a novidades tecnológicas cresce cada vez mais.
indústria automobilística vai bem, é lá que vão trabalhar. d) O hormônio chamado dopamina é responsável por
Podemos esperar por um futuro melhor ou o que nos causar sensações de prazer que levam as pessoas a se
aguarda é mais descrédito? Novos candidatos vão sur- sentirem recompensadas.
gir. Serão novos? Ou os antigos? Ou novos com cabeça e) As pessoas, na maioria das vezes, gastam muito mais
de velhos? Todos pedem que a gente tenha uma nova
do que o seu orçamento permite em aparelhos que
consciência para votar. Como? Num mundo em que as
elas não necessitam.
notícias são plantadas pela internet, em que muitos sites
servem a qualquer mentira. Digo por mim. Já contaram
Resposta: Letra E
cada história a meu respeito que nem sei o que dizer. Já
inventaram casos de amor, tramas nas novelas que escre- Em “a”: Os consumidores, ao adquirirem um produto
vo. Pior. Depois todo mundo me pergunta por que isso que (= o qual) quase ninguém possui, recém-lançado
ou aquilo não aconteceu na novela. Se mudei a trama. no mercado, passam a ter uma sensação de superio-
Respondo: — Nunca foi para acontecer. Era mentira da ridade.
internet. Em “b”: Muitos aparelhos difundidos no mercado nem
Duvidam. Acham que estou mentindo. sempre trazem novidades que (= as quais) justifiquem
CARRASCO, W. O ano da esperança. Época, 25 dez. seu preço elevado em relação ao modelo anterior.
2017, p.97. Adaptado. Em “c”: O estudo de mapeamento cerebral que (= o
qual) o pesquisador realizou foi importante para mos-
Considere o trecho “Podemos esperar por um futuro me- trar que o vício em novidades tecnológicas cresce
lhor”. Respeitando-se as regras da norma-padrão e con- cada vez mais.
servando-se o conteúdo informacional, o trecho acima Em “d”: O hormônio chamado dopamina é responsá-
está corretamente reescrito em: vel por causar sensações de prazer que (= as quais)
levam as pessoas a se sentirem recompensadas.
a) Podemos esperar para um futuro melhor Em “e”: As pessoas, na maioria das vezes, gastam mui-
b) Podemos esperar com um futuro melhor to mais do que o seu orçamento permite em apare-
c) Podemos esperar um futuro melhor lhos de que (= das quais) elas não necessitam.
d) Podemos esperar porquanto um futuro melhor
e) Podemos esperar todavia um futuro melhor
Resposta: Letra C 3. (MPU – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE-2010)
Em “a”: Podemos esperar para um futuro melhor = po- A pobreza é um dos fatores mais comumente respon-
demos esperar o quê? sáveis pelo baixo nível de desenvolvimento humano
Em “b”: Podemos esperar com um futuro melhor = po- e pela origem de uma série de mazelas, algumas das
demos esperar o quê? quais proibidas por lei ou consideradas crimes. É o caso
Em “c”: Podemos esperar um futuro melhor = correta do trabalho infantil. A chaga encontra terreno fértil nas
Em “d”: Podemos esperar porquanto um futuro me- sociedades subdesenvolvidas, mas também viceja onde
lhor = sentido de “porque” o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem, obriga
Em “e”: Podemos esperar todavia um futuro melhor = crianças e adolescentes a participarem do processo de
conjunção adversativa (ideia contrária à apresentada produção. Foi assim na Revolução Industrial de ontem
anteriormente) e nas economias ditas avançadas. E ainda é, nos dias de
A única frase correta – e coerente - é podemos esperar hoje, nas manufaturas da Ásia ou em diversas regiões do
um futuro melhor. Brasil. Enquanto, entre as nações ricas, o trabalho infantil
foi minimizado, já que nunca se pode dizer erradicado,
2. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES- ele continua sendo grave problema nos países mais po-
GRANRIO-2018) Considere a seguinte frase: “Os lança- bres.
mentos tecnológicos a que o autor se refere podem re- Jornal do Brasil, Editorial, 1.º/7/2010 (com adaptações).
sultar em comportamentos impulsivos nos consumidores
LÍNGUA PORTUGUESA

desses produtos”. A utilização da preposição destacada O emprego de preposição em “a participarem” é exigido


a é obrigatória para atender às exigências da regência pela regência da forma verbal “obriga”.
do verbo “referir-se”, de acordo com a norma-padrão da
língua portuguesa. É também obrigatório o uso de uma (  ) CERTO   (  ) ERRADO
preposição antecedendo o pronome que destacado em:
Resposta: Certo
a) Os consumidores, ao adquirirem um produto que qua- (...) o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem,

96
obriga crianças e adolescentes a participarem =
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS E
quem obriga, obriga alguém (crianças e adolescentes –
INFERÊNCIA LEXICAL ATRAVÉS DO
objeto direto) a algo (a participarem – objeto indireto:
CONTEXTO
com preposição – no caso, uma oração com a função
de objeto indireto).
SIGNIFICADO DAS PALAVRAS
4. (PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP-2013)
Considerando as regras de regência verbal, assinale a al- Semântica é o estudo da significação das palavras e
ternativa correta. das suas mudanças de significação através do tempo ou
em determinada época. A maior importância está em dis-
a) Ao ver a quantidade excessiva de prateleiras, o amigo tinguir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia) e
comentou de que o livro estava acabando. homônimos e parônimos (homonímia / paronímia).
b) Enquanto seu amigo continua encomendando livros
de papel, o autor aderiu o livro digital. Sinônimos
c) Álvaro convenceu-se de que o melhor a fazer seria sair São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto -
para jantar. abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir.
d) As estantes que o autor aludiu foram projetadas para Duas palavras são totalmente sinônimas quando são
armazenar livros e CDs. substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto (cara
e) O único detalhe do apartamento que o amigo se ateve e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas quan-
foi o número de estantes. do, ocasionalmente, podem ser substituídas, uma pela
outra, em deteminado enunciado (aguadar e esperar).

Resposta: Letra C Observação:


Em “a”: Ao ver a quantidade excessiva de prateleiras, o A contribuição greco-latina é responsável pela exis-
amigo comentou de (X) que = comentou que tência de numerosos pares de sinônimos: adversário e
Em “b”: Enquanto seu amigo continua encomendando antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e hemici-
livros de papel, o autor aderiu o = aderiu ao clo; contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e diá-
Em “c”: Álvaro convenceu-se de que o melhor a fazer logo; transformação e metamorfose; oposição e antítese.
seria sair para jantar = correta
Em “d”: As estantes que o autor aludiu = às quais/a Antônimos
que São palavras que se opõem através de seu significa-
Em “e”: O único detalhe do apartamento que o amigo do: ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - cen-
se ateve = ao qual/ a que surar; mal - bem.

5. (TJ-SP – ADVOGADO - VUNESP/2013 - ADAPTADA) Observação:


Na passagem – ... e ausência de candidatos para preen- A antonímia pode se originar de um prefixo de sen-
chê-las. –, substituindo-se o verbo preencher por concor- tido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; simpático
rer e atendendo-se à norma-padrão, obtém-se: e antipático; progredir e regredir; concórdia e discórdia;
ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista e antico-
a) … e ausência de candidatos para concorrer a elas. munista; simétrico e assimétrico.
b) … e ausência de candidatos para concorrer à elas.
c) … e ausência de candidatos para concorrer-lhes. Homônimos e Parônimos
d) … e ausência de candidatos para concorrê-las. • Homônimos = palavras que possuem a mesma
e) … e ausência de candidatos para lhes concorrer. grafia ou a mesma pronúncia, mas significados di-
ferentes. Podem ser
Resposta: Letra A A) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e dife-
Vamos por exclusão: “à elas” está errada, já que não rentes na pronúncia:
temos acento indicativo de crase antes de pronome rego (subst.) e rego (verbo); colher (verbo) e colher
pessoal; quando temos um verbo no infinitivo, po- (subst.); jogo (subst.) e jogo (verbo); denúncia (subst.) e de-
demos usar a construção: verbo + preposição + pro- nuncia (verbo); providência (subst.) e providencia (verbo).
nome pessoal. Por exemplo: Dar a eles (ao invés de
“dar-lhes”). B) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e
diferentes na escrita:
LÍNGUA PORTUGUESA

acender (atear) e ascender (subir); concertar (harmoni-


zar) e consertar (reparar); cela (compartimento) e sela (ar-
reio); censo (recenseamento) e senso ( juízo); paço (palácio)
e passo (andar).

C) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou


perfeitas): São palavras iguais na escrita e na pronúncia:

97
caminho (subst.) e caminho (verbo); cedo (verbo) e cedo (adv.); livre (adj.) e livre (verbo).

• Parônimos = palavras com sentidos diferentes, porém de formas relativamente próximas. São palavras parecidas
na escrita e na pronúncia: cesta (receptáculo de vime; cesta de basquete/esporte) e sesta (descanso após o almo-
ço), eminente (ilustre) e iminente (que está para ocorrer), osso (substantivo) e ouço (verbo), sede (substantivo e/ou
verbo “ser” no imperativo) e cede (verbo), comprimento (medida) e cumprimento (saudação), autuar (processar)
e atuar (agir), infligir (aplicar pena) e infringir (violar), deferir (atender a) e diferir (divergir), suar (transpirar) e
soar (emitir som), aprender (conhecer) e apreender (assimilar; apropriar-se de), tráfico (comércio ilegal) e tráfego
(relativo a movimento, trânsito), mandato (procuração) e mandado (ordem), emergir (subir à superfície) e imergir
(mergulhar, afundar).

Hiperonímia e Hiponímia
Hipônimos e hiperônimos são palavras que pertencem a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo o hipô-
nimo uma palavra de sentido mais específico; o hiperônimo, mais abrangente.
O hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipônimo, criando, assim, uma relação de dependência semântica.
Por exemplo: Veículos está numa relação de hiperonímia com carros, já que veículos é uma palavra de significado
genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões. Veículos é um hiperônimo de carros.
Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A utilização
correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, evita a repetição desnecessária de termos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar - Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua Portuguesa – 2.ª ed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000.

SITE

Disponível em: <http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-antonimos,-homonimos-e-paronimos>

Polissemia

Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de um
contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra, mas que abarca um grande número de significados dentro de seu
próprio campo semântico.
Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo percebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de algo.
Possibilidades de várias interpretações levando-se em consideração as situações de aplicabilidade. Há uma infinidade
de exemplos em que podemos verificar a ocorrência da polissemia:
O rapaz é um tremendo gato.
O gato do vizinho é peralta.
Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua sobrevivência
O passarinho foi atingido no bico.

Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em comum a
palavra “rede”, que dá às expressões o sentido de “entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”, que pode ser
utilizada representando “tecido”, “prisão” ou “jogo” – o sentido comum entre todas as expressões é o formato quadri-
culado que têm.

Polissemia e homonímia

A confusão entre polissemia e homonímia é bastante comum. Quando a mesma palavra apresenta vários signifi-
LÍNGUA PORTUGUESA

cados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado, quando duas ou mais palavras com origens e significados
distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos uma homonímia.
A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é
polissemia porque os diferentes significados para a palavra “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma palavra po-
lissêmica: pode significar o elemento básico do alfabeto, o texto de uma canção ou a caligrafia de um determinado in-
divíduo. Neste caso, os diferentes significados estão interligados porque remetem para o mesmo conceito, o da escrita.
Polissemia e ambiguidade

98
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode ser
ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma interpretação. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à colocação específica
de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em uma frase. Vejamos a seguinte frase:
Pessoas que têm uma alimentação equilibrada frequentemente são felizes.
Neste caso podem existir duas interpretações diferentes:
As pessoas têm alimentação equilibrada porque são felizes ou são felizes porque têm uma alimentação equilibrada.

De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma interpre-
tação. Para fazer a interpretação correta é muito importante saber qual o contexto em que a frase é proferida.
Muitas vezes, a disposição das palavras na construção do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo, co-
micidade. Repare na figura abaixo:

(http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto-cabelo-e-pinto. Acesso em 15/9/2014).

Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras, mas duas seriam:

Corte e coloração capilar


ou
Faço corte e pintura capilar

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.

SITE

Disponível em: <http://www.brasilescola.com/gramatica/polissemia.htm>

Denotação e Conotação

Exemplos de variação no significado das palavras:


Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido literal)
Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido figurado)
Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado)
As variações nos significados das palavras ocasionam o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo
(conotação) das palavras.
A) Denotação
Uma palavra é usada no sentido denotativo quando apresenta seu significado original, independentemente do
contexto em que aparece. Refere-se ao seu significado mais objetivo e comum, aquele imediatamente reconhecido e
muitas vezes associado ao primeiro significado que aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da palavra.
LÍNGUA PORTUGUESA

A denotação tem como finalidade informar o receptor da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo um
caráter prático. É utilizada em textos informativos, como jornais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de medica-
mentos, textos científicos, entre outros. A palavra “pau”, por exemplo, em seu sentido denotativo é apenas um pedaço
de madeira. Outros exemplos:
O elefante é um mamífero.
As estrelas deixam o céu mais bonito!

99
B) Conotação e) Fisiologia: estudo das forças atuantes na natureza.
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando
apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes Resposta: Letra D
interpretações, dependendo do contexto em que esteja Em “a”: Antropologia: Ciência que se dedica ao estudo
inserida, referindo-se a sentidos, associações e ideias que do homem (espécie humana) em sua totalidade
vão além do sentido original da palavra, ampliando sua Em “b”: Etimologia: Ciência que investiga a origem das
significação mediante a circunstância em que a mesma palavras procurando determinar as causas e circuns-
é utilizada, assumindo um sentido figurado e simbólico. tâncias de seu processo evolutivo
Como no exemplo da palavra “pau”: em seu sentido co- Em “c”: Meteorologia: Estudo dos fenômenos atmosfé-
notativo ela pode significar castigo (dar-lhe um pau), re- ricos e das suas leis, principalmente com a intenção de
provação (tomei pau no concurso). prever as variações do tempo.
A conotação tem como finalidade provocar sentimen- Em “d”: Ginecologia: estudo das doenças privativas das
tos no receptor da mensagem, através da expressividade mulheres = correta
Em “e”: Fisiologia: Ciência que trata das funções orgâ-
e afetividade que transmite. É utilizada principalmente
nicas pelas quais a vida se manifesta
numa linguagem poética e na literatura, mas também
ocorre em conversas cotidianas, em letras de música, em
2. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE LEGIS-
anúncios publicitários, entre outros. Exemplos:
LATIVO MUNICIPAL – FGV-2018) “Na verdade, todos os
Você é o meu sol!
anos a imprensa nacional destaca os inaceitáveis números
Minha vida é um mar de tristezas. da violência no país”. O vocábulo “inaceitáveis” equivale
Você tem um coração de pedra! ao “que não se aceita”. A equivalência correta abaixo in-
dicada é:
#FicaDica
a) tinta indelével / que não se apaga;
Procure associar Denotação com Dicionário: b) ação impossível / que não se possui;
trata-se de definição literal, quando o termo c) trabalho inexequível / que não se exemplifica;
é utilizado com o sentido que consta no d) carro invisível / que não tem vistoria;
dicionário. e) voz inaudível / que não possui audiência.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Resposta: Letra A


Em “a”: tinta indelével / que não se apaga = correta
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Em “b”: ação impossível = que não é possível
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Em “c”: trabalho inexequível = que não se executa
Em “d”: carro invisível = que não se vê
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
Em “e”: voz inaudível = que não se ouve
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
3. (MPU – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE-2010)
A pobreza é um dos fatores mais comumente respon-
SITE sáveis pelo baixo nível de desenvolvimento humano
http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denota- e pela origem de uma série de mazelas, algumas das
cao/ quais proibidas por lei ou consideradas crimes. É o caso
do trabalho infantil. A chaga encontra terreno fértil nas
sociedades subdesenvolvidas, mas também viceja onde
EXERCÍCIOS COMENTADOS o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem, obriga
crianças e adolescentes a participarem do processo de
1. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018) Um produção. Foi assim na Revolução Industrial de ontem
ex-governador do estado do Amazonas disse o seguinte: e nas economias ditas avançadas. E ainda é, nos dias de
“Defenda a ecologia, mas não encha o saco”. (Gilberto hoje, nas manufaturas da Ásia ou em diversas regiões do
Mestrinho) O vocábulo sublinhado, composto do radi- Brasil. Enquanto, entre as nações ricas, o trabalho infantil
cal-logia (“estudo”), se refere aos estudos de defesa do foi minimizado, já que nunca se pode dizer erradicado,
meio ambiente; o vocábulo abaixo, com esse mesmo ra- ele continua sendo grave problema nos países mais po-
dical, que tem seu significado corretamente indicado é: bres.
Jornal do Brasil, Editorial, 1.º/7/2010 (com adaptações).
LÍNGUA PORTUGUESA

a) Antropologia: estudo do homem como representante


do sexo masculino; A palavra “chaga”, empregada com o sentido de ferida
b) Etimologia: estudo das raças humanas; social, refere-se, na estrutura sintática do parágrafo, a
c) Meteorologia: estudo dos impactos de meteoros sobre “pobreza”.
a Terra;
d) Ginecologia: estudo das doenças privativas das mu- (  ) CERTO   (  ) ERRADO
lheres;
Resposta: Errado

100
(...) É o caso do trabalho infantil. A chaga encontra “ainda há relutância”.
terreno = refere-se a “trabalho infantil”.

4. (MPU – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O CAR- PARÁFRASE


GO 33 – TÉCNICO ADMINISTRATIVO - Nível Médio –
CESPE-2013)
Há um dispositivo no Código Civil que condiciona a edi- INTERTEXTUALIDADE
ção de biografias à autorização do biografado ou des-
cendentes. As consequências da norma são negativas. A Intertextualidade pode ser definida como um diá-
Uma delas é a impossibilidade de se registrar e deixar logo entre dois textos. Observe os dois textos abaixo e
para a posteridade a vida de personagens importantes note como Murilo Mendes (século XX) faz referência ao
na formação do país, em qualquer ramo de atividade. texto de Gonçalves Dias (século XIX):
Permite-se a interdição de registros de época, em prejuí-
zo dos historiadores e pesquisadores do futuro. Canção do Exílio  
Dessa forma, tem sido sonegado, por exemplo, o relato
da vida do poeta Manoel Bandeira e dos escritores Má- Minha terra tem palmeiras,
rio de Andrade e Guimarães Rosa. Tanto no jornalismo Onde canta o Sabiá;
quanto na literatura não pode haver censura prévia. Pu- As aves, que aqui gorjeiam,
blicada a reportagem (ou biografia), os que se sentirem Não gorjeiam como lá.
atingidos que recorram à justiça. É preciso seguir o pa- Nosso céu tem mais estrelas,
drão existente em muitos países, em que há biografias Nossas várzeas têm mais flores,
“autorizadas” e “não autorizadas”. Nossos bosques têm mais vida,
Reclamações posteriores, quando existem, são encami- Nossa vida mais amores.
nhadas ao foro devido, os tribunais.
O alegado “direito à privacidade” é argumento frágil para
Em cismar, sozinho, à noite,
justificar o veto a que a historiografia do país seja enri-
Mais prazer encontro eu lá;
quecida, como se não bastasse o fato de o poder de cen-
sura concedido a biografados e herdeiros ser um atenta- Minha terra tem palmeiras,
do à Constituição. Onde canta o Sabiá.
O Globo, 23/9/2013 (com adaptações). Minha terra tem primores,
A palavra “sonegado” está sendo empregada com o sen- Que tais não encontro eu cá;
tido de reduzido, diminuído. Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
(  ) CERTO   (  ) ERRADO Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Resposta: Errado
(...) Permite-se a interdição de registros de época, em Não permita Deus que eu morra,
prejuízo dos historiadores e pesquisadores do futuro. Sem que eu volte para lá;
Dessa forma, tem sido sonegado, por exemplo, o rela- Sem que desfrute os primores
to da vida do poeta Manoel Bandeira e dos escritores Que não encontro por cá;
Mário de Andrade e Guimarães Rosa = o sentido é o Sem qu’inda aviste as palmeiras,
de “impedido”. Onde canta o Sabiá.”
5. (PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP-2014) O (Gonçalves Dias)
termo destacado na passagem do primeiro parágrafo –
Mesmo com tantas opções, ainda há resistência na hora Canção do Exílio
da compra. – tem sentido equivalente a
Minha terra tem macieiras da Califórnia
a) impetuosidade. onde cantam gaturamos de Veneza.
b) empatia. Os poetas da minha terra
c) relutância. são pretos que vivem em torres de ametista,
d) consentimento. os sargentos do exército são monistas, cubistas,
e) segurança. os filósofos são polacos vendendo a prestações.
gente não pode dormir
Resposta: Letra C com os oradores e os pernilongos.
LÍNGUA PORTUGUESA

Mesmo com tantas opções, ainda há resistência na Os sururus em família têm por testemunha a
hora da compra.                                                        [Gioconda
Em “a”: impetuosidade (força) = incorreto Eu morro sufocado
Em “b”: empatia = incorreto em terra estrangeira.
Em “c”: relutância (resistência). Nossas flores são mais bonitas
Em “d”: consentimento (aceitação) = incorreto nossas frutas mais gostosas
Em “e”: segurança = incorreto
mas custam cem mil réis a dúzia.
A substituição que manteria o sentido do período é

101
Evidentemente, o fenômeno da intertextualidade está
Ai quem me dera chupar uma carambola de  ligado ao “conhecimento do mundo”, que deve ser com-
                                        [verdade partilhado, ou seja, comum ao produtor e ao receptor de
e ouvir um sabiá com certidão de idade!  textos. O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do co-
nhecimento, não se restringindo única e exclusivamente a
(Murilo Mendes) textos literários.
Na pintura tem-se, por exemplo, o quadro do pintor
Nota-se que há correspondência entre os dois tex- barroco italiano Caravaggio e a fotografia da americana
tos. A paródia piadista de Murilo Mendes é um exemplo Cindy Sherman, na qual quem posa é ela mesma. O qua-
de intertextualidade, uma vez que seu texto foi criado dro de Caravaggio foi pintado no final do século XVI, já
tomando como ponto de partida o texto de Gonçalves o trabalho fotográfico de Cindy Sherman foi produzido
Dias. quase quatrocentos anos mais tarde. Na foto, Sherman
Na literatura, e até mesmo nas artes, a intertextua- cria o mesmo ambiente e a mesma atmosfera sensual da
lidade é persistente. Sabemos que todo texto, seja ele pintura, reunindo um conjunto de elementos: a coroa de
literário ou não, é oriundo de outro, seja direta ou indire- flores na cabeça, o contraste entre claro e escuro, a sen-
tamente. Qualquer texto que se refere a assuntos abor- sualidade do ombro nu etc. A foto de Sherman é uma re-
dados em outros textos é exemplo de intertextualização. criação do quadro de Caravaggio e, portanto, é um tipo
A intertextualidade está presente também em outras de intertextualidade na pintura.
áreas, como na pintura, veja as várias versões da famosa Na publicidade, por exemplo, a que vimos sobre anún-
pintura de Leonardo da Vinci, Mona Lisa: cios do Bom Bril, o ator se veste e se posiciona como se
Mona Lisa, Leonardo da Vinci. Óleo sobre tela, 1503. fosse a Mona Lisa de Leonardo da Vinci e cujo slogan era
Mona Lisa, Marcel Duchamp, 1919. “Mon Bijou deixa sua roupa uma perfeita obra-prima”.
Mona Lisa, Fernando Botero, 1978. Esse enunciado sugere ao leitor que o produto anuncia-
Mona Lisa, propaganda publicitária. do deixa a roupa bem macia e mais perfumada, ou seja,
uma verdadeira obra-prima (se referindo ao quadro de
Da Vinci). Nesse caso pode-se dizer que a intertextuali-
dade assume a função de não só persuadir o leitor como
também de difundir a cultura, uma vez que se trata de
uma relação com a arte (pintura, escultura, literatura etc).
Intertextualidade é a relação entre dois textos carac-
terizada por um citar o outro.

Tipos de Intertextualidade

Pode-se destacar sete tipos de intertextualidade:


- Epígrafe: constitui uma escrita introdutória.
- Citação: é uma transcrição do texto alheio, marcada
por aspas.
- Paráfrase: é a reprodução do texto do outro com a
palavra do autor. Ela não se confunde com o plá-
gio, pois o autor deixa claro sua intenção e a fonte.
- Paródia: é uma forma de apropriação que, em lu-
gar de endossar o modelo retomado, rompe com
ele, sutil ou abertamente. Ela perverte o texto an-
terior, visando a ironia ou a crítica.
- Pastiche: uma recorrência a um gênero.
- Tradução: está no campo da intertextualidade por-
que implica a recriação de um texto.
- Referência e alusão.

Para ampliar esse conhecimento, vale trazer um


exemplo de intertextualidade na literatura. Às vezes, a su-
perposição de um texto sobre outro pode provocar uma
LÍNGUA PORTUGUESA

certa atualização ou modernização do primeiro texto.


Nota-se isso no livro “Mensagem”, de Fernando Pessoa,
Pode-se definir então a intertextualidade como sen- que retoma, por exemplo, com seu poema “O Monstren-
do a criação de um texto a partir de um outro texto ja go” o episódio do Gigante Adamastor de “Os Lusíadas”
existente. Dependendo da situação, a intertextualidade de Camões. Ocorre como que um diálogo entre os dois
tem funções diferentes que dependem muito dos textos/ textos. Em alguns casos, aproxima-se da paródia (can-
contextos em que ela é inserida. to paralelo), como o poema “Madrigal Melancólico” de

102
Manuel Bandeira, do livro “Ritmo Dissoluto”, que segura- Casimiro de Abreu, de mesmo nome.
mente serviu de inspiração e assim se refletiu no seguinte
poema: Meus oito anos

Assim como Bandeira Oh! Que saudade que tenho


Da aurora da minha vida,
O que amo em ti Da minha infância querida
não são esses olhos doces Que os anos não trazem mais
delicados Que amor, que sonhos, que flores
nem esse riso de anjo adolescente. Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras
O que amo em ti Debaixo dos laranjais!
não é só essa pele acetinada (Casimiro de Abreu)
sempre pronta para a carícia renovada
nem esse seio róseo e atrevido “Meus oito anos”
a desenhar-se sob o tecido.
Oh! Que saudade que tenho
O que amo em ti Da aurora da minha vida,
não é essa pressa louca Da minha infância querida
de viver cada vão momento Que os anos não trazem mais
nem a falta de memória para a dor. Naquele quintal de terra
Da rua São Antonio
O que amo em ti Debaixo da bananeira
não é apenas essa voz leve Sem nenhum laranjais!
que me envolve e me consome A intertextualidade acontece quando há uma referên-
nem o que deseja todo homem cia explícita ou implícita de um texto em outro. Também
flor definida e definitiva pode ocorrer com outras formas além do texto, música,
a abrir-se como boca ou ferida pintura, filme, novela etc. Toda vez que uma obra fizer
nem mesmo essa juventude assim perdida. alusão à outra ocorre a intertextualidade.
Apresenta-se explicitamente quando o autor informa
O que amo em ti o objeto de sua citação. Num texto científico, por exem-
enigmática e solidária: plo, o autor do texto citado é indicado, já na forma im-
É a Vida! plícita, a indicação é oculta. Por isso é importante para o
(Geraldo Chacon, Meu Caderno de Poesia, leitor o conhecimento de mundo, um saber prévio, para
Flâmula, 2004, p. 37) reconhecer e identificar quando há um diálogo entre os
textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando as
mesmas ideias da obra citada ou contestando-as. Veja-
Madrigal Melancólico
mos duas das formas: a Paráfrase e a Paródia.
O que eu adoro em ti
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia
não é a tua beleza. do texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre
A beleza, é em nós que ela existe. para atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos
A beleza é um conceito. do texto citado. É dizer com outras palavras o que já foi
E a beleza é triste. dito. Temos um exemplo citado por Affonso Romano
Não é triste em si, Sant’Anna em seu livro “Paródia, paráfrase & Cia” :
mas pelo que há nela de fragilidade e de incerteza.
(...) Texto Original
Minha terra tem palmeiras
O que eu adoro em tua natureza, Onde canta o sabiá,
não é o profundo instinto maternal As aves que aqui gorjeiam
em teu flanco aberto como uma ferida. Não gorjeiam como lá.
nem a tua pureza. Nem a tua impureza.
O que eu adoro em ti – lastima-me e consola-me! (Gonçalves Dias, “Canção do exílio”)
O que eu adoro em ti, é a vida.
LÍNGUA PORTUGUESA

Paráfrase
(Manuel Bandeira, Estrela da Vida Inteira, Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
José Olympio, 1980, p. 83) Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
A relação intertextual é estabelecida, por exemplo, no Eu tão esquecido de minha terra…
texto de Oswald de Andrade, escrito no século XX, “Meus Ai terra que tem palmeiras
oito anos”, quando este cita o poema , do século XIX, de Onde canta o sabiá!

103
bios, ditos populares, frases bíblicas ou obras / trechos
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França de obras constantemente citados, literalmente ou mo-
e Bahia”) dificados, cujo reconhecimento é facilmente perceptível
pelos interlocutores em geral. Por exemplo, uma revista
Este texto de Gonçalves Dias, “Canção do Exílio”, é mui- brasileira adotou o slogan: “Dize-me o que lês e dir-te-ei
to utilizado como exemplo de paráfrase e de paródia, aqui quem és”. Voltada fundamentalmente para um público
o poeta Carlos Drummond de Andrade retoma o texto de uma determinada classe sociocultural, o produtor do
primitivo conservando suas ideias, não há mudança do mencionado anúncio espera que os leitores reconheçam
sentido principal do texto que é a saudade da terra natal. a frase da Bíblia (“Dize-me com quem andas e dir-te-ei
quem és”). Ao adaptar a sentença, a intenção da propa-
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar ou- ganda é, evidentemente, angariar a confiança do leitor
tros textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e (e, consequentemente, a credibilidade das informações
por isso é objeto de interesse para os estudiosos da língua
contidas naquele periódico), pois a Bíblia costuma ser to-
e das artes. Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz
mada como um livro de pensamentos e ensinamentos
do texto original é retomada para transformar seu sentido,
considerados como “verdades” universalmente assenta-
leva o leitor a uma reflexão crítica de suas verdades incontes-
das e aceitas por diversas comunidades. Outro tipo co-
tadas anteriormente, com esse processo há uma indagação
sobre os dogmas estabelecidos e uma busca pela verdade mum de intertextualidade é a introdução em textos de
real, concebida através do raciocínio e da crítica. Os progra- provérbios ou ditos populares, que também inspiram
mas humorísticos fazem uso contínuo dessa arte, frequente- confiança, pois costumam conter mensagens reconheci-
mente os discursos de políticos são abordados de maneira das como verdadeiras. São aproveitados não só em pro-
cômica e contestadora, provocando risos e também reflexão paganda mas ainda em variados textos orais ou escritos,
a respeito da demagogia praticada pela classe dominante. literários e não-literários. Por exemplo, ao iniciar o poe-
Com o mesmo texto utilizado anteriormente, teremos, ago- ma “Tecendo a manhã”, João Cabral de Melo Neto defen-
ra, uma paródia. de uma ideia: “Um galo sozinho não tece uma manhã”.
Texto Original Não é necessário muito esforço para reconhecer que por
Minha terra tem palmeiras detrás dessas palavras está o ditado “Uma andorinha só
Onde canta o sabiá, não faz verão”. O verso inicial funciona, pois, como uma
As aves que aqui gorjeiam espécie de “tese”, que o texto irá tentar comprovar atra-
Não gorjeiam como lá. vés de argumentação poética.
Há, no entanto, certos tipos de citações (literais ou
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”) construídas) e de alusões muito sutis que só são compar-
Paródia tilhadas por um pequeno número de pessoas. É o caso
Minha terra tem palmares de referências utilizadas em textos científicos ou jorna-
onde gorjeia o mar lísticos (Seções de Economia, de Informática, por exem-
os passarinhos daqui plo) e em obras literárias, prosa ou poesia, que às vezes
não cantam como os de lá. remetem a uma forma e/ou a um conteúdo bastante
específico(s), percebido(s) apenas por um leitor/interlo-
(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”) cutor muito bem informado e/ou altamente letrado. Na
O nome Palmares, escrito com letra minúscula, subs- literatura, podem-se citar, entre muitos outros, autores
titui a palavra palmeiras, há um contexto histórico, social estrangeiros, como James Joyce, T.S. Eliot, Umberto Eco.
e racial neste texto, Palmares é o quilombo liderado por A remissão a textos e para-textos do circuito cultu-
Zumbi, foi dizimado em 1695, há uma inversão do sen- ral (mídia, propaganda, outdoors, nomes de marcas de
tido do texto primitivo que foi substituído pela crítica à produtos etc.) é especialmente recorrente em autores
escravidão existente no Brasil. chamados pós-modernos. Para ilustrar, pode-se mencio-
Na literatura relativa à Linguística Textual, é frequente nar, entre outros escritores brasileiros, Ana Cristina Cesar,
apontar-se como um dos fatores de textualidade a refe- poetisa carioca, que usa e “abusa” da intertextualidade
rência - explícita ou implícita - a outros textos, tomados em seus textos, a tal ponto que, sem a identificação das
estes num sentido bem amplo (orais, escritos, visuais - referências, o poema se torna, constantemente, ininte-
artes plásticas, cinema - , música, propaganda etc.) A esse ligível e chega a ser considerado por algumas pessoas
“diálogo”entre textos dá-se o nome de intertextualidade. como um “amontoado aleatório de enunciados”, sem
Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao coerência e, portanto, desprovido de sentido.
“conhecimento de mundo”, que deve ser compartilhado, Os teóricos costumam identificar tipos de intertex-
tualidade, entre os quais se destacam:
LÍNGUA PORTUGUESA

ou seja, comum ao produtor e ao receptor de textos.


A intertextualidade pressupõe um universo cultural - a que se liga ao conteúdo (por exemplo, matérias
muito amplo e complexo, pois implica a identificação / o jornalísticas que se reportam a notícias veiculadas ante-
reconhecimento de remissões a obras ou a textos / tre- riormente na imprensa falada e/ou escrita: textos literá-
chos mais, ou menos conhecidos, além de exigir do in- rios ou não-literários que se referem a temas ou assuntos
terlocutor a capacidade de interpretar a função daquela contidos em outros textos etc.). Podem ser explícitas (ci-
citação ou alusão em questão. tações entre aspas, com ou sem indicação da fonte) ou
Entre os variadíssimos tipos de referências, há provér- implícitas (paráfrases, paródias etc.);

104
- a que se associa ao caráter formal, que pode ou não verso de Manuel Bandeira: “Assim eu quereria a minha
estar ligado à tipologia textual como, por exemplo, tex- última crônica: que fosse pura como esse sorriso”. O verso
tos que “imitam” a linguagem bíblica, jurídica, linguagem de Bandeira não pode ser considerado, nessa crônica, um
de relatório etc. ou que procuram imitar o estilo de um mero pretexto. A intertextualidade desempenha o papel
autor, em que comenta o seriado da TV Globo, baseado de conferir uma certa “literariedade” à crônica, além de
no livro de Guimarães Rosa, procurando manter a lingua- explicar o título e servir de “fecho de ouro” para um texto
gem e o estilo do escritor); que se inicia sem um conteúdo previamente escolhido.
- a que remete a tipos textuais (ou “fatores tipológi- Não é, contudo, imprescindível à compreensão do texto.
cos”), ligados a modelos cognitivos globais, às estruturas O que parece importante é que não se encare a in-
e superestruturas ou a aspectos formais de caráter lin- tertextualidade apenas como a “identificação” da fonte e,
guístico próprios de cada tipo de discurso e/ou a cada sim, que se procure estudá-la como um enriquecimento
tipo de texto: tipologias ligadas a estilos de época. Por da leitura e da produção de textos e, sobretudo, que se
superestrutura entendem-se, entre outras, estruturas tente mostrar a função da sua presença na construção e
argumentativas (Tese anterior), premissas - argumentos no(s) sentido(s) dos textos.
(contra-argumentos - síntese), conclusão (nova tese), Como afirmam Koch & Travaglia, “todas as questões
estruturas narrativas (situação - complicação - ação ou ligadas à intertextualidade influenciam tanto o processo
avaliação – resolução), moral ou estado final etc.; de produção como o de compreensão de textos”.
Um outro aspecto que é mencionado muito superfi- Considerada por alguns autores como uma das con-
cialmente é o da intertextualidade linguística. Ela está li- dições para a existência de um texto, a intertextualidade
gada ao que o linguista romeno, Eugenio Coseriu, chama se destaca por relacionar um texto concreto com a me-
de formas do “discurso repetido”: mória textual coletiva, a memória de um grupo ou de um
- “textemas” ou “unidades de textos”: provérbios, dita- indivíduo específico.
dos populares; citações de vários tipos, consagradas pela Trata-se da possibilidade de os textos serem criados a
tradição cultural de uma comunidade etc.; partir de outros textos. As obras de caráter científico re-
- “sintagmas estereotipados”: equivalentes a expres- metem explicitamente a autores reconhecidos, garantin-
sões idiomáticas; do, assim, a veracidade das afirmações. Nossas conversas
- “perífrases léxicas”: unidades multivocabulares, em- são entrelaçadas de alusões a inúmeras considerações
pregadas frequentemente mas ainda não lexicalizadas armazenadas em nossas mentes. O jornal está repleto
(ex. “gravemente doente”, “dia útil”, “fazer misérias” etc.) de referências já supostamente conhecidas pelo leitor.
A intertextualidade tem funções diferentes, depen- A leitura de um romance, de um conto, novela, enfim,
dendo dos textos/contextos em que as referências (lin- de qualquer obra literária, nos aponta para outras obras,
guísticas ou culturais) estão inseridas. Chamo a isso muitas vezes de forma implícita.
“graus das funções da intertextualidade”. A nossa compreensão de textos (considerados aqui
da forma mais abrangente) muito dependerá da nossa
Didaticamente pode-se dizer que a referência cultural
experiência de vida, das nossas vivências, das nossas lei-
e/ou linguística pode servir apenas de pretexto, é o caso
turas. Determinadas obras só se revelam através do co-
de “epígrafes” longinquamente vinculadas a um trabalho
nhecimento de outras. Ao visitar um museu, por exem-
e/ou a um texto. Sem dizer com isso que todas as epígra-
plo, o nosso conhecimento prévio muito nos auxilia ao
fes funcionem apenas como pretextos. Em geral, o pro- nos depararmos com certas obras.
dutor do texto elege algo pertinente e condizente com A noção de intertextualidade, da presença contínua
a temática de que trata. Existam algumas, todavia, que de outros textos em determinado texto, nos leva a refletir
estão ali apenas para mostrar “conhecimento” de frases a respeito da individualidade e da coletividade em ter-
famosas e/ou para servir de “decoração” no texto. Neste mos de criação. Já vimos anteriormente que a citação de
caso, o “intertexto” não tem um papel específico nem na outros textos se faz de forma implícita ou explícita. Mas,
construção nem na camada semântica do texto. com que objetivo?
Outras vezes, o autor parte de uma frase ou de um Um texto remete a outro para defender as ideias nele
verso que ocorreu a ele repentinamente (texto “A última contidas ou para contestar tais ideias. Assim, para se de-
crônica”, em que o autor confessa estar sem assunto e finir diante de determinado assunto, o autor do texto
tem de escrever). Afirma então: leva em consideração as ideias de outros “autores” e com
eles dialoga no seu texto.
“Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo Ainda ressaltando a importância da intertextualidade,
meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lem- remetemos às considerações de Vigner: “Afirma-se aqui
brança: assim eu quereria meu último poema.” a importância do fenômeno da intertextualidade como
fator essencial à legibilidade do texto literário, e, a nosso
LÍNGUA PORTUGUESA

Descreve então uma cena passada em um botequim, ver, de todos os outros textos. O texto não é mais consi-
em que um casal comemora modestamente o aniversário derado só nas suas relações com um referente extra-tex-
da filha, com um pedaço de bolo, uma coca cola e três tual, mas primeiro na relação estabelecida com outros
velinhas brancas. O pai parecia satisfeito com o sucesso textos”.
da celebração, até que fica perturbado por ter sido ob- Como exemplo, temos um texto “Questão da Obje-
servado, mas acaba por sustentar a satisfação e se abre tividade” e uma crônica de Zuenir Ventura, “Em vez das
num sorriso. O autor termina a crônica, parafraseando o células, as cédulas” para concretizar um pouco mais o

105
conceito de intertextualidade. inventos, inclusive com a fissão nuclear, espantando-se
quando “o átomo para a paz” tornou-se uma mortífera
Questão da Objetividade arma de guerra. E estão fazendo o mesmo agora.
(...) Desde muito tempo se discute o quanto a ciência,
As Ciências Humanas invadem hoje todo o nosso espa- ao procurar o bem, pode provocar involuntariamente o
ço mental. Até parece que nossa cultura assinou um con- mal. O que a Arquitetura da destruição mostra é como
trato com tais disciplinas, estipulando que lhes compete a arte e a estética são capazes de fazer o mesmo, isto
resolver tecnicamente boa parte dos conflitos gerados pela é, como a beleza pode servir à morte, à crueldade e à
aceleração das atuais mudanças sociais. É em nome do destruição.
conhecimento objetivo que elas se julgam no direito de Hitler julgava-se “o maior ator da Europa” e acredi-
explicar os fenômenos humanos e de propor soluções de tava ser alguma coisa como um “tirano-artista” nietzs-
ordem ética, política, ideológica ou simplesmente huma- chiano ou um “ditador de gênio” wagneriano. Para ele, “a
nitária, sem se darem conta de que, fazendo isso, podem vida era arte,” e o mundo, uma grandiosa ópera da qual
facilmente converter-se em “comodidades teóricas” para era diretor e protagonista.
seus autores e em “comodidades práticas” para sua clien- O documentário mostra como os rituais coletivos, os
tela. Também é em nome do rigor científico que tentam grandes espetáculos de massa, as tochas acesas (...) tudo
construir todo o seu campo teórico do fenômeno humano, isso constituía um culto estético - ainda que redundante
mas através da ideia que gostariam de ter dele, visto te- (...) E o pior - todo esse aparato era posto a serviço da
rem renunciado aos seus apelos e às suas significações. O perversa utopia de Hitler: a manipulação genética, a pos-
equívoco olhar de Narciso, fascinado por sua própria be- sibilidade de purificação racial e de eliminação das im-
leza, estaria substituído por um olhar frio, objetivo, escru- perfeições, principalmente as físicas. Não importava que
puloso, calculista e calculador: e as disciplinas humanas os mais ilustres exemplares nazistas, eles próprios, des-
seriam científicas! moralizassem o que pregavam em termos de eugenia.
(Introdução às Ciências Humanas. Hilton Japiassu. O que importava é que as pessoas queriam acredi-
São Paulo, Letras e Letras, 1994, pp.89/90) tar na insensatez apesar dos insensatos, como ainda há
quem continue acreditando. No Brasil, felizmente, Dolly
Comentário: Neste texto, temos um bom exemplo do provoca mais piada do que ameaça. Já se atribui isso ao
que se define como intertextualidade. As relações entre fato de que a nossa arquitetura da destruição é a corrup-
textos, a citação de um texto por outro, enfim, o diálogo ção. Somos craques mesmo é em clonagem financeira.
entre textos. Muitas vezes, para entender um texto na O que seriam nossos laranjas e fantasmas senão clones
sua totalidade, é preciso conhecer o(s) texto(s) que nele e replicantes virtuais? Aqui, em vez de células, estamos
fora(m) citado(s). interessados é em manipular cédulas.
No trecho, por exemplo, em que se discute o papel (Zuenir Ventura, JB, 1997)
das Ciências Humanas nos tempos atuais e o espaço que
estão ocupando, é trazido à tona o mito de Narciso. É Comentário: Tendo como ponto de partida a alusão
preciso, então, dispor do conhecimento de que Narciso, ao documentário Arquitetura da destruição, o texto man-
jovem dotado de grande beleza, apaixonou-se por sua tém sua unidade de sentido na relação que estabelece
própria imagem quando a viu refletida na água de uma com outros textos, com dados da História.
fonte onde foi matar a sede. Suas tentativas de alcançar a Nesta crônica, duas propriedades do texto são facil-
bela imagem acabaram em desespero e morte. mente perceptíveis: a intertextualidade e a inserção his-
O último parágrafo, em que o mito de Narciso é ci- tórica.
tado, demonstra que, dado o modo como as Ciências O texto se constrói, à medida que retoma fatos já
Humanas são vistas hoje, até o olhar de Narciso, antes conhecidos. Nesse sentido, quanto mais amplo for o re-
“fascinado por sua própria beleza”, seria substituído por pertório do leitor, o seu acervo de conhecimentos, maior
um “olhar frio, objetivo, escrupuloso, calculista e calcu- será a sua competência para perceber como os textos
lador”, ou seja, o olhar de Narciso perderia o seu tom “dialogam uns com os outros” por meio de referências,
de encantamento para se transformar em algo material, alusões e citações.
sem sentimentos. A comparação se estende às Ciências Para perceber as intenções do autor desta crônica, ou
Humanas, que, de humanas, nada mais teriam, transfor- seja, a sua intencionalidade, é preciso que o leitor tenha
mando-se em disciplinas científicas. conhecimento de fatos atuais, como as referências ao
documentário recém lançado no circuito cinematográfi-
Em vez das células, as cédulas co, à ovelha clonada Dolly, aos “laranjas” e “fantasmas”,
Nesses tempos de clonagem, recomenda-se assistir termos que dizem respeito aos envolvidos em transações
ao documentário Arquitetura da destruição, de Peter econômicas duvidosas. É preciso que conheça também o
Cohen. A fantástica história de Dolly, a ovelha, parece saí- que foi o nazismo, a figura de Hitler e sua obsessão pela
LÍNGUA PORTUGUESA

da do filme, que conta a aventura demente do nazismo, raça pura, e ainda tenha conhecimento da existência do
com seus sonhos de beleza e suas fantasias genéticas, filósofo Nietzsche e do compositor Wagner.
seus experimentos de eugenia e purificação da raça. O vocabulário utilizado aponta para campos semân-
Os cientistas são engraçados: bons para inventar e ticos relacionados à clonagem, à raça pura, aos binômios
péssimos para prever. Primeiro, descobrem; depois se arte/beleza, arte/destruição, corrupção.
assustam com o risco da descoberta e aí então passam a - Clonagem: experimentos, avanços genéticos, ove-
gritar “cuidado, perigo”. Fizeram isso com quase todos os lhas, cientistas, inventos, células, clones replicantes, ma-

106
nipulação genética, descoberta. mal ao piano alguns estudos de Litz”.
- Raça Pura: aventura, demente do nazismo, fantasias
genéticas, experimentos de eugenia, utopia perversa, Observe que a expressão “admiravelmente” é exata-
manipulação genética, imperfeições físicas, eugenia. mente o oposto do adjetivo posterior “mal”, deixando
- Arte/Beleza - Arte/Destruição: estética, sonhos de bastante clara a presença da ironia ou antífrase, figura de
beleza, crueldade, tirano artista ditador de gênio, nietzs- linguagem que expressa um sentido contrário ao signifi-
chiano, wagneriano, grandiosa ópera, diretor, protago- cado habitual.
nista, espetáculos de massa e tochas acesas.
- Corrupção: laranjas, clonagem financeira, cédulas, Segundo Pires, existem três tipos de ironia:
fantasmas. - asteísmo: quando louva;
- sarcasmo: quando zomba;
Esses campos semânticos se entrecruzam, porque en- - antífrase: quando engrandece ideias funestas, erra-
globam referências múltiplas dentro do texto.
das, fora de propósito e quando se faz uso carinhoso de
termos ofensivos.
Efeitos de ironia de texto
Veja exemplos na literatura:
A ironia é um instrumento de literatura ou de retórica
que consiste em dizer o contrário daquilo que se pensa, “Moça linda bem tratada, três séculos de família, burra
deixando entender uma distância intencional entre aqui- como uma porta: um amor! (Mário de Andrade)
lo que dizemos e aquilo que realmente pensamos. Na
Literatura, a ironia é a arte de gozar com alguém ou de “A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar
alguma coisa, com vista a obter uma reação do leitor, crianças”. (Monteiro Lobato)
ouvinte ou interlocutor. Exemplo em textos falados:
Ela pode ser utilizada, entre outras formas, com o ob- “Quem foi o inteligente que usou o computador e apa-
jetivo de denunciar, de criticar ou de censurar algo. Para gou tudo o que estava gravado?”
tal, o locutor descreve a realidade com termos aparente-
mente valorizantes, mas com a finalidade de desvalorizar. “Essa cômoda está tão limpinha que dá para escrever
A ironia convida o leitor ou o ouvinte, a ser ativo durante com o dedo.”
a leitura, para refletir sobre o tema e escolher uma deter-
minada posição. “João é tão experto que travou o carro com a chave
A maior parte das teorias de retórica distingue três dentro.”
tipos de ironia: oral, dramática e de situação. O contexto é de fundamental importância para a
- A ironia oral é a disparidade entre a expressão e compreensão da ironia, pois, inserindo a situação onde
a intenção: quando um locutor diz uma coisa mas pre- a fala foi produzida e a entonação do falante, determina-
tende expressar outra, ou então quando um significado mos em que sentido as palavras estão empregadas. Veja
literal é contrário para atingir o efeito desejado. estes exemplos:
- A ironia dramática (ou sátira) é a disparidade entre “Olá, Carlos. Como você está em forma!”
a expressão e a compreensão/cognição: quando uma pa-
lavra ou uma ação põe uma questão em jogo e a plateia “Meus parabéns pelo seu belo serviço!”
entende o significado da situação, mas a personagem
não. As duas frases só podem ser compreendidas ironica-
- A ironia de situação é a disparidade existente en- mente se a entonação da voz se der nas palavras “forma”
tre a intenção e o resultado: quando o resultado de uma e “belo”. Entretanto, isso não seria necessário se inserís-
ação é contrário ao desejo ou efeito esperado. Da mesma semos essas afirmações nos seguintes contextos:
maneira, a ironia infinita é a disparidade entre o desejo
humano e as duras realidades do mundo externo. Frase 1 – Carlos está pesando atualmente 140 kilos.
Frase 2 – O funcionário elogiado é um segurança que
Exemplo: dormiu em serviço e, por isso, não viu o meliante que
__Você está intolerante hoje. roubou todo o dinheiro da empresa.
__Não diga, meu amor!
Não seria necessário inserir o contexto na frase 1, se a
É também um estilo de linguagem caracterizado por reformularmos da seguinte maneira:
subverter o símbolo que, a princípio, representa. A ironia
“Olá, Carlos! Como você está em forma… de baleia!”
LÍNGUA PORTUGUESA

utiliza-se como uma forma de linguagem pré-estabeleci-


da para, a partir e de dentro dela, contestá-la.
Foi utilizada por Sócrates, na Grécia Antiga, como fer- Portanto, definimos como ironia a figura de lingua-
ramenta para fazer os seus interlocutures entrarem em gem que afirma o contrário do que se quer dizer.
contradição, no seu método socrático. São avaliadas diversas situações onde a ironia se apre-
Leia este trecho escrito por Murilo Mendes: senta nas suas mais variadas formas, buscando apontar
as melhores direções para o uso da mesma e quando se
“Uma moça nossa vizinha dedilhava admiravelmente deve evitar a utilização dela. Os resultados obtidos nessa

107
avaliação não são de caráter totalmente conclusivo, sua vezes visa mesmo fazer uso dessas provocações geradas
função real é apresentar um panorama sobre a adequa- por essa figura linguística. Por isso mesmo é necessário
ção do uso desta figura semântica. É necessário também muito cuidado ao ser irônico, pois a compreensão por
ressaltar que como base para essa análise foi utilizado parte de todos depende primeiramente da forma com
apenas material teórico, ou seja, sem nenhuma experiên- que a ironia é passada. A observação bem feita do con-
cia prática. Por fim busca-se mostrar que a ironia é uma texto/situação onde está ocorrendo a atividade é mais
“arma” que se utilizada de uma maneira inteligente pos- do que importante, é fundamental, caso contrário o tiro
sui um grande valor. pode sair pela culatra, a arma poderosa pode ter efeito
Jornalismo, Literatura, Política e até mesmo em cenas contrário e colocar por água abaixo uma série de ques-
cotidianas como conversas entre amigos ou no trabalho tões relevantes. Então, ter um domínio mesmo que míni-
a ironia se faz presente muitas vezes. mo desses fatos, pode ser suficiente para uma utilização
Definir essa figura semântica nos leva a percorrer di- “correta” e sem maiores perigos. Bom senso também é
versos caminhos, pois se trata de algo com múltiplas fa- algo totalmente relevante dentro dessas questões.
ces e consequentemente com várias teorias e linhas de Provocante, ousada, pra muitos até irritante. Esses são
pensamentos. alguns dos muitos adjetivos que são dados a ironia, sen-
Além da velha definição de ironia que é dizer uma do que essa é realmente algo muito complicado de se
coisa e dar a entender o contrário pode-se também a obter uma definição final, não só pela sua amplitude mas
definir de outras maneiras como, por exemplo, a busca também pela sua versatilidade.
por dizer algo que venha a instigar uma série de interpre-
tações subversivas sobre o que foi dito.
HORA DE PRATICAR
Ter domínio do bom senso e alguma noção sobre éti-
ca é importante para ser irônico sem ser ofensivo, para 1. (CAMAR - CURSO DE ADAPTAÇÃO DE MÉDICOS DA
ser “escrachado” e mesmo assim ser inteligente, para usar AERONÁUTICA PARA O ANO DE 2016) “Os astrônomos
essa ferramenta como algo enriquecedor no contexto eram formidáveis. Eu, pobre de mim, não desvendaria os
determinado. segredos do céu. Preso à terra, sensibilizar-me-ia com his-
O fato de ser irônico gera muitas controvérsias, certo tórias tristes [...]”. Nas alternativas a seguir, os vocábulos
descontentamento, normalmente ligado a dificuldade de acentuados do trecho anterior foram colocados em pares
entendimento dessa figura linguística, o que nos remete com palavras também acentuadas graficamente. Dentre
a outras questões como raciocínio lógico, senso de hu- os pares formados, indique o que apresenta igual justifi-
mor e mente aberta. cativa para tal evento.
A ironia realmente está quase que totalmente interli-
gada com o humor, dentre as várias formas do mesmo, a) céu / avô
até pode se dizer que é preciso um certo refinamento de b) astrônomos / álibi
humor para entender grande parte das questões onde se c) histórias / balaústre
emprega elementos irônicos. d) formidáveis / ínterim
Outra questão importante a ser ressaltada é o fato
do domínio de contexto/situação para que possa haver 2. (MINISTÉRIO DA DEFESA COMANDO DA AERO-
uma melhor compreensão da ideia que está se tentando NÁUTICA ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁU-
passar ao se expressar ironicamente, havendo isso ocor- TICA EXAME DE ADMISSÃO AO CFS-B 1-2/2014) Rela-
re uma facilitação maior que vai possibilitar uma melhor cione as colunas quanto às regras de acentuação gráfica,
interação entre todas as partes. sabendo que haverá repetição de números. Em seguida,
A ironia é definida por muitos teóricos como a fi- assinale a alternativa com a sequência correta.
gura de linguagem mais interessante que existe, tanto
pelo seu caráter ousado e desafiador, mas também pela (1) Põe-se acento agudo no i e no u tônicos que formam
grande possibilidade de enriquecimento da fala e escrita. hiato com a vogal anterior.
Seu uso feito de forma adequada possui uma tendência (2) Acentua-se paroxítona terminada em i ou u seguidos
muito forte de ser o diferencial do trabalho ou situação, ou não de s.
sempre tendo em vista todas essas questões contextuais (3) Todas as proparoxítonas devem ser acentuadas.
e as consequências de empregar corretamente esse ele- (4) Oxítona terminada em e ou o, seguidos ou não de s,
mento linguístico. Por se tratar de um elemento linguís- é acentuada.
tico com uma enorme possibilidade de uso nas mais va-
riadas formas, compreender um pouco das questões do (  ) íris
LÍNGUA PORTUGUESA

surgimento da ironia e das relações desta com as situa- (  ) saída


ções onde é empregada, se torna fundamental, não só (  ) compraríamos
para uma melhor compreensão, mas também para uma (  ) vendê-lo
melhor utilização,que assim terá uma maior tendência de (  ) bônus
ser melhor absorvida pela outra(s) parte(s) do diálogo. (  ) viúvo
A ironia pode ser considerada o elemento de lingua- (  ) bisavôs
gem mais provocador que existe. Seu uso na maioria das

108
a) 2 – 1 – 3 – 4 – 2 – 1 – 4 d) “... espécie de carinho consigo mesmo.”.
b) 1 – 2 – 3 – 4 – 1 – 1 – 4 e) “O bom humor está disponível a todos...”.
c) 4 – 1 – 1 – 2 – 2 – 3 – 2
d) 2 – 2 – 3 – 4 – 2 – 1 – 3 7. (EBSERH – TÉCNICO EM FARMÁCIA- AOCP-2015)
Em “Mas o bom humor de ambos os tornava parecidos.”,
3. (TRANSPETRO – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR – os termos destacados são, respectivamente,
CESGRANRIO-2018) Em conformidade com o Acordo
Ortográfico da Língua Portuguesa vigente, atendem às a) artigo e pronome.
regras de acentuação todas as palavras em: b) artigo e preposição.
c) preposição e artigo.
a) andróide, odisseia, residência d) pronome e artigo.
b) arguição, refém, mausoléu e) preposição e pronome.
c) desbloqueio, pêlo, escarcéu
d) feiúra, enjoo, maniqueísmo 8. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO
e) sutil, assembléia, arremesso – FGV-2017)

4. (ALERJ-RJ – ESPECIALISTA LEGISLATIVO – ARQUI- Texto 1 - “A democracia reclama um jornalismo vigo-


TETURA – FGV-2017-ADAPTADA) Entre as palavras roso e independente. A agenda pública é determinada
abaixo, retiradas dos textos 1 e 2, aquela que só existe pela imprensa tradicional. Não há um único assunto rele-
com acento gráfico é: vante que não tenha nascido numa pauta do jornalismo
de qualidade. Alguns formadores de opinião utilizam as
a) história; redes sociais para reverberar, multiplicar e cumprem as-
b) evidência; sim relevante papel mobilizador. Mas o pontapé inicial é
c) até; sempre das empresas de conteúdo independentes”.
d) país; (O Estado de São Paulo, 10/04/2017)
e) humanitárias.
O texto 1, do Estado de São Paulo, mostra um conjunto
5. (CAMAR - CURSO DE ADAPTAÇÃO DE MÉDICOS DA de adjetivos sublinhados que poderiam ser substituídos
AERONÁUTICA PARA O ANO DE 2016) De acordo com por locuções; a substituição abaixo que está adequada é:
seu significado, o conjunto de características formais e sua
posição estrutural no interior da oração, as palavras podem a) independente = com dependência;
pertencer à mesma classe de palavras ou não. Estabeleça a b) pública = de publicidade;
relação correta entre as colunas a seguir considerando tais c) relevante = de relevância;
aspectos (considere as palavras em destaque). d) sociais = de associados;
e) mobilizador = de motivação.
(1) advérbio
(2) pronome 9. (PC-SP - AUXILIAR DE NECROPSIA – VUNESP-2014)
(3) conjunção Considerando que o adjetivo é uma palavra que modifica
(4) substantivo o substantivo, com ele concordando em gênero e núme-
ro, assinale a alternativa em que a palavra destacada é
(  ) “Não há prisão pior [...]” um adjetivo.
(  ) “O lugar de estudo era isso.”
(  ) “E o olho sem se mexer [...]” a) ... um câncer de boca horroroso, ...
(  ) “Ora, se eles enxergavam coisas tão distantes, [...]” b) Ele tem dezesseis anos...
(  ) “Emília respondeu com uma pergunta que me espan- c) Eu queria que ele morresse logo, ...
tou.” d) ... com a crueldade adicional de dar esperança às fa-
mílias.
A sequência está correta em e) E o inferno não atinge só os terminais.

a) 1 – 4 – 2 – 3 – 2 10. (TRE-AC – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-


b) 2 – 1 – 3 – 3 – 4 TRATIVA – AOCP-2015) Assinale a alternativa cujo “que” em
c) 3 – 4 – 1 – 3 – 2 destaque funciona como pronome relativo.
d) 4 – 2 – 4 – 1 – 3
a) «É uma maneira de expressar a vontade que a gente
LÍNGUA PORTUGUESA

6. (EBSERH – TÉCNICO EM FARMÁCIA- AOCP-2015) tem. Acho que um voto pode fazer a diferença”.
Assinale a alternativa em que o termo destacado é um b) “Ele diz que vota desde os 18...”.
pronome indefinido. c) “Acho que um voto pode fazer a diferença”.
d) “... e acreditam que um voto consciente agora pode
a) “Ele não exige fatos...”. influenciar futuramente na vida de seus filhos e netos”.
b) “Era um ídolo para mim.”. e) “O idoso afirma que sempre incentivou sua família a
c) “Discordo dele.”. votar”.

109
acreditam alguns teóricos, a sociedade não se desenvol-
11. (TRF-1.ª Região – ANALISTA JUDICIÁRIO – INFOR- veria nem se complexificaria”. A utilização do termo “ou
MÁTICA – FCC- 2014-ADAPTADA) No período O livro ex- seja” introduz:
plica os espíritos chamados ‘xapiris’, que os ianomâmis creem
serem os únicos capazes de cuidar das pessoas e das coisas, a a) uma informação sobre o significado de um termo an-
palavra grifada tem a função de pronome relativo, retoman- teriormente empregado;
do um termo anterior. Do mesmo modo como ocorre em: b) a explicação de uma expressão de difícil entendimen-
to;
a) Os ianomâmis acreditam que os xamãs recebem dos c) uma outra maneira de dizer-se rigorosamente a mes-
espíritos chamados “xapiris” a capacidade de cura. ma coisa;
b) Eu queria escrever para os não indígenas não acharem d) acréscimo de um esclarecimento sobre o que foi dito
que índio não sabe nada. antes;
e) a ênfase de algo que parece importante para o texto.
c) O branco está preocupado que não chove mais em
alguns lugares. 14. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CES-
d) Gravou 15 fitas em que narrou também sua própria GRANRIO-2018) De acordo com as exigências da nor-
trajetória. ma-padrão da língua portuguesa, o verbo destacado
e) Não sabia o que me atrapalhava o sono. está corretamente empregado em:

12. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – NÍVEL SUPERIOR a) No mundo moderno, conferem-se às grandes me-
– CONHECIMENTOS BÁSICOS – CESPE-2014-ADAP- trópoles importante papel no desenvolvimento da
economia e da geopolítica mundiais, por estarem no
TADA)
topo da hierarquia urbana.
b) Conforme o grau de influência e importância internacio-
A busca de uma convenção para medir riquezas e trocar
nal, classificou-se as 50 maiores cidades em três diferen-
mercadorias é quase tão antiga quanto a vida em so-
tes classes, a maior parte delas na Europa.
ciedade. Ao longo da história, os mais diversos artigos c) Há quase duzentos anos, atribuem-se às cidades a res-
foram usados com essa finalidade, como o chocolate, ponsabilidade de motor propulsor do desenvolvimento
entre os astecas, e o bacalhau seco, entre os noruegue- e a condição de lugar privilegiado para os negócios e a
ses, tendo cabido aos gregos do século VII a.C. a criação cultura.
de uma moeda metálica com um valor padronizado pelo d) Em centros com grandes aglomerações populacionais,
Estado. “Foi uma invenção revolucionária. Ela facilitou o realiza-se negócios nacionais e internacionais, além
acesso das camadas mais pobres às riquezas, o acúmulo de um atendimento bastante diversificado, como jor-
de dinheiro e a coleta de impostos – coisas muito difíceis nais, teatros, cinemas, entre outros.
de fazer quando os valores eram contados em bois ou e) Em todos os estudos geopolíticos, considera-se as ci-
imóveis”, afirma a arqueóloga Maria Beatriz Florenzano, dades globais como verdadeiros polos de influência
da Universidade de São Paulo. A segunda grande revo- internacional, devido à presença de sedes de grandes
lução na história do dinheiro, o papel-moeda, teve uma empresas transnacionais e importantes centros de pes-
origem mais confusa. Existiam cédulas na China do ano quisas.
960, mas elas não se espalharam para outros lugares e 15. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
caíram em desuso no fim do século XIV. I – CESGRANRIO-2018) A palavra destacada atende às
As notas só apareceram na Europa – e daí para o mundo exigências de concordância da norma-padrão da língua
– em 1661, na Suécia. Há quem acredite que cartões de portuguesa em:
crédito e caixas eletrônicos em rede já representam uma
terceira revolução monetária. “Com a informática, o di- a) Atualmente, causa impacto nas eleições de vários pa-
nheiro se transformou em impulsos eletrônicos invisíveis, íses as notícias falsas.
livres do espaço, do tempo e do controle de governos e b) A recomendação de testar a veracidade das notícias
corporações”, afirma o antropólogo Jack Weatherford, da precisam ser seguidas, para não prejudicar as pesso-
Faculdade Macalester, nos Estados Unidos da América. as.
Internet: <http://super.abril.com.br> (com adaptações). c) O propósito de conferir grandes volumes de dados re-
sultaram na criação de serviços especializados.
A expressão “essa finalidade” refere-se ao trecho “para d) Os boatos causam efeito mais forte do que as notícias
medir riquezas e trocar mercadorias”. reais porque vem acompanhados de títulos chamativos.
e) Os resultados de pesquisas recentes mostram que
(  ) CERTO   (  ) ERRADO 67% das pessoas consultam os jornais diariamente.
LÍNGUA PORTUGUESA

13. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE LE- 16. (PETROBRAS – ENGENHEIRO(A) DE MEIO AM-
GISLATIVO MUNICIPAL – FGV-2018) “Por outro lado, BIENTE JÚNIOR – CESGRANRIO-2018)
nas sociedades complexas, a violência deixou de ser uma
Texto I
ferramenta de sobrevivência e passou a ser um instru-
mento da organização da vida comunitária. Ou seja, foi
Portugueses no Rio de Janeiro
usada para criar uma desigualdade social sem a qual,

110
O Rio de Janeiro é o grande centro da imigração portu- preciso que se destinem à pesquisa tecnológica mui-
guesa até meados dos anos cinquenta do século passa- tos milhões de dólares.
do, quando chega a ser a “terceira cidade portuguesa do d) Para detectar as consequências mais prejudiciais da
mundo”, possuindo 196 mil portugueses — um décimo guerra virtual pela informação, necessitam-se de es-
de sua população urbana. Ali, os portugueses dedicam-se tudos mais aprofundados.
ao comércio, sobretudo na área dos comestíveis, como os e) Se o crescimento das redes sociais assumir uma pro-
cafés, as panificações, as leitarias, os talhos, além de ou- porção incontrolável, é aconselhável que se estabele-
tros ramos, como os das papelarias e lojas de vestuários. ça novas restrições de utilização pelos jovens.
Fora do comércio, podem exercer as mais variadas pro-
fissões, como atividades domésticas ou as de barbeiros 18. (PC-AP – DELEGADO DE POLÍCIA – FCC-2017) As nor-
e alfaiates. Há, de igual forma, entre os mais afortunados, mas de concordância e a adequada articulação entre tempos
aqueles ligados à indústria, voltados para construção civil, e modos verbais estão plenamente observadas na frase:
o mobiliário, a ourivesaria e o fabrico de bebidas.
A sua distribuição pela cidade, apesar da não formação a) É comum que se assinale numa crônica os aspectos do
de guetos, denota uma tendência para a sua concentra- cotidiano que o escritor resolvesse analisar e interpretar,
ção em determinados bairros, escolhidos, muitas das ve- apesar das dificuldades que encerram tal desafio.
zes, pela proximidade da zona de trabalho. No Centro da b) Se às crônicas de Rubem Braga viessem a faltar sua marca
cidade, próximo ao grande comércio, temos um grupo signi- autoral inconfundível, elas terão deixado de constituir tex-
ficativo de patrícios e algumas associações de porte, como o tos clássicos desse gênero.
Real Gabinete Português de Leitura e o Liceu Literário Portu- c) Caso um dia venham a surgir, simultaneamente, talen-
guês. Nos bairros da Cidade Nova, Estácio de Sá, Catumbi e tos à altura de um Rubem Braga, esse gênero terá al-
Tijuca, outro ponto de concentração da colônia, se localizam cançado uma relevância jamais vista.
outras associações portuguesas, como a Casa de Portugal e d) Não seria fácil, de fato, que venha a se equilibrar, na
um grande número de casas regionais. Há, ainda, pequenas cabeça de um jovem cronista de hoje, os valores de sua
concentrações nos bairros periféricos da cidade, como Jaca- experiência pessoal com os de sua comunidade.
repaguá, originalmente formado por quintas de pequenos e) Tanto uma padaria como um banheiro poderiam ofere-
lavradores; nos subúrbios, como Méier e Engenho Novo; e cer matéria para uma boa crônica, desde que não falte
nas zonas mais privilegiadas, como Botafogo e restante da ao cronista recursos de grande imaginação.
zona sul carioca, área nobre da cidade a partir da década de
cinquenta, preferida pelos mais abastados.
PAULO, Heloísa. Portugueses no Rio de Janeiro: salazaristas e
19. (PC-BA – DELEGADO DE POLÍCIA – VUNESP-2018)
opositores em manifestação na cidade. In: ALVES, Ida et alii. 450 A concordância está em conformidade com a norma-pa-
Anos de Portugueses no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Ofi cina drão na seguinte frase:
Raquel, 2017, pp. 260-1. Adaptado.
a) São comuns que a adaptação de livros para o cinema
O texto emprega duas vezes o verbo “haver”. Ambos es- suscitem reações negativas nos fãs do texto escrito.
tão na 3.ª pessoa do singular, pois são impessoais. Esse b) Cabem aos leitores completar, com a imaginação, as
papel gramatical está repetido corretamente em: lacunas que fazem parte da estrutura significativa do
texto literário.
a) Ninguém disse que os portugueses havia de saírem c) Aos esforços envolvidos na leitura soma-se a imagina-
da cidade. ção, a que a linguagem literária apela constantemente.
b) Se houvessem mais oportunidades, os imigrantes fi- d) Algumas pessoas mantém o hábito de só assistirem à
cariam ricos. adaptação de uma obra depois de as terem lido, para
c) Haveriam de haver imigrantes de outras procedências não ser influenciadas.
na cidade. e) Há livros que dispõe de uma infinidade de adaptações
d) Os imigrantes vieram de Lisboa porque lá não haviam para o cinema, as quais tende a compor seu repertório
empregos. de leituras.
e) Os portugueses gostariam de que houvesse mais ofer-
tas de trabalho. 20. (FUNDASUS-MG – ANALISTA EM SERVIÇO PÚBLI-
CO DE SAÚDE - ANALISTA DE SISTEMA – AOCP-2015)
17. (TRANSPETRO – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR – Observe o excerto: “Entre os fatores ligados à relação do
CESGRANRIO-2018) A concordância da forma verbal des- aluno com a instituição e com os colegas, gostar de ir à
tacada foi realizada de acordo com as exigências da norma- escola (...)” e assinale a alternativa correta com relação ao
-padrão da língua portuguesa em: emprego do acento utilizado nos termos destacados.
LÍNGUA PORTUGUESA

a) Com o crescimento da espionagem virtual, é necessá- a) Trata-se do acento grave, empregado para indicar a
rio que se promova novos estudos sobre mecanismos supressão do advérbio “a” com o pronome feminino
de proteção mais eficazes. “a” que acompanha os substantivos “relação” e “es-
b) O rastreamento permanente das invasões cibernéticas cola”.
de grande porte permite que se suspeitem dos ha- b) Trata-se do acento agudo, empregado para indicar a
ckers responsáveis. nasalidade da vogal “a” que acompanha os substanti-
c) Para atender às demandas dos usuários de celulares, é vos “relação” e “escola”.

111
c) Trata-se do acento circunflexo, empregado para assi- ro foram convidados a comparar as importações e as
nalar a vogal aberta “a” que acompanha os substanti- exportações em 2017.
vos “relação” e “escola”.
d) Trata-se do acento agudo, empregado para indicar a 24. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
supressão da preposição “a” com o artigo feminino “a” CESGRANRIO-2018) O emprego do acento indicativo
que acompanha os substantivos “relação” e “escola”. de crase está de acordo com a norma-padrão em:
e) Trata-se do acento grave, empregado para indicar a
junção da preposição “a” com o artigo feminino “a” a) O escritor de novelas não escolhe seus personagens
que acompanha os substantivos “relação” e “escola”. à esmo.
b) A audiência de uma novela se constrói no dia à dia.
21. (BADESC – ANALISTA DE SISTEMA – BANCO DE c) Uma boa história pode ser escrita imediatamente ou
DADOS – FGV-2010) Na frase “é ingênuo creditar a pos- à prazo.
d) Devido à interferências do público, pode haver mu-
tura brasileira apenas à ausência de educação adequada”
danças na trama.
foi corretamente empregado o acento indicativo de crase. e) O novelista ficou aliviado quando entregou a sinopse
à emissora.
Assinale a alternativa em que o acento indicativo de crase
está corretamente empregado. 25. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES-
GRANRIO-2018) De acordo com a norma- -padrão da
a) O memorando refere-se à documentos enviados na se- língua portuguesa, o acento grave indicativo da crase
mana passada. deve ser empregado na palavra destacada em:
b) Dirijo-me à Vossa Senhoria para solicitar uma audiência
urgente. a) Os novos lançamentos de smartphones apresentam, em
c) Prefiro montar uma equipe de novatos à trabalhar com geral, pequena variação de funções quando comparados
pessoas já desestimuladas. a versões anteriores.
d) O antropólogo falará apenas àquele aluno cujo nome b) Estudantes do ensino médio fizeram uma pesquisa junto
consta na lista. a crianças do ensino fundamental para ver como elas se
e) Quanto à meus funcionários, afirmo que têm horário fle- comportam no ambiente virtual.
xível e são responsáveis. c) O acesso dos jovens a redes sociais tem causado enor-
mes prejuízos ao seu desempenho escolar, conforme o
22. (BADESC – TÉCNICO DE FOMENTO A – FGV-2010) De depoimento de professores.
d) Os consumidores compulsivos sujeitam-se a ficar horas
acordo com as regras gramaticais, no trecho “a exorbitante
na fila para serem os primeiros que comprarão os novos
carga tributária a que estão submetidas as empresas”, não se
lançamentos.
deve empregar acento indicativo de crase, devendo ocorrer e) As pessoas precisam ficar atentas a fatura do cartão de
o mesmo na frase: crédito para não serem surpreendidas com valores mui-
to altos.
a) Entregue o currículo as assistentes do diretor.
b) Recorra a esta empresa sempre que precisar. 26. (PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA – VU-
c) Avise aquela colega que chegou sua correspondência. NESP-2014)
d) Refira-se positivamente a proposta filosófica da com- A cada ano, ocorrem cerca de 40 mil mortes; segundo
panhia. especialistas, quase metade delas está associada _____
e) Transmita confiança aqueles que observam seu de- bebidas alcoólicas. Isso revela a necessidade de um com-
sempenho. bate efetivo _____ embriaguez ao volante.
As lacunas do trecho devem ser preenchidas, correta e
23. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO BANCÁRIO – respectivamente, com:
CESGRANRIO-2018) De acordo com a norma-padrão da
língua portuguesa, o sinal grave indicativo da crase deve ser a) às … a
empregado na palavra destacada em: b) as … à
c) à … à
d) às … à
a) A intenção da entrevista com o diretor estava relacio-
e) à … a
nada a programação que a empresa pretende desen-
volver. 27. (PC-SP - AGENTE DE POLÍCIA – VUNESP-2013) De
b) As ações destinadas a atrair um número maior de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o acen-
clientes são importantes para garantir a saúde finan- to indicativo de crase está corretamente empregado em:
ceira das instituições.
LÍNGUA PORTUGUESA

c) As instituições financeiras deveriam oferecer condi- a) A população, de um modo geral, está à espera de que,
ções mais favoráveis de empréstimo a quem está fora com o novo texto, a lei seca possa coibir os acidentes.
do mercado formal de trabalho. b) A nova lei chega para obrigar os motoristas à repensa-
d) As pessoas interessadas em ampliar suas reservas fi- rem a sua postura.
nanceiras consideram que vale a pena investir na nova c) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à puni-
moeda virtual. ções muito mais severas.
e) Os participantes do seminário sobre mercado financei- d) À ninguém é dado o direito de colocar em risco a vida

112
dos demais motoristas e de pedestres. c) para sua sobrevida.
e) Cabe à todos na sociedade zelar pelo cumprimento da d) no intuito de sobreviverem.
nova lei para que ela possa funcionar. e) para sua sobrevivência.
28. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE LE-
GISLATIVO MUNICIPAL – FGV-2018) 31. (MPU – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O CAR-
GO 33 – TÉCNICO ÁREA ADMINISTRATIVA - NÍVEL
Texto 1 – Guerra civil MÉDIO – CESPE-2013)
Renato Casagrande, O Globo, 23/11/2017
O Ministério Público é fruto do desenvolvimento do es-
O 11.º Relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pú-
tado brasileiro e da democracia. A sua história é marcada
blica, mostrando o crescimento das mortes violentas no
por processos que culminaram na sua formalização insti-
Brasil em 2016, mais uma vez assustou a todos. Foram
tucional e na ampliação de sua área de atuação.
61.619 pessoas que perderam a vida devido à violência.
Outro dado relevante é o crescimento da violência em No período colonial, o Brasil foi orientado pelo direito
alguns estados do Sul e do Sudeste. lusitano. Não havia o Ministério Público como instituição.
Na verdade, todos os anos a imprensa nacional destaca Mas as Ordenações Manuelinas de 1521 e as Ordena-
os inaceitáveis números da violência no país. Todos se ções Filipinas de 1603 já faziam menção aos promotores
assustam, o tempo passa, e pouca ação ocorre de fato. de justiça, atribuindo a eles o papel de fiscalizar a lei e
Tem sido assim com o governo federal e boa parte das de promover a acusação criminal. Existiam os cargos de
demais unidades da Federação. Agora, com a crise, o ar- procurador dos feitos da Coroa (defensor da Coroa) e de
gumento é a incapacidade de investimento, mas, mesmo procurador da Fazenda (defensor do fisco).
em períodos de economia mais forte, pouco se viu da im- A Constituição de 1988 faz referência expressa ao Mi-
plementação de programas estruturantes com o objetivo nistério Público no capítulo Das Funções Essenciais à
de enfrentar o crime. Contratação de policiais, aquisição Justiça. Define as funções institucionais, as garantias e as
de equipamentos, viaturas e novas tecnologias são medi- vedações de seus membros. Isso deu evidência à institui-
das essenciais, mas é preciso ir muito além. Definir metas ção, tornando-a uma espécie de ouvidoria da sociedade
e alcançá-las, utilizando um bom método de trabalho, brasileira.
deve ser parte de um programa bem articulado, que per- Internet: <www.mpu.mp.br> (com adaptações).
mita o acompanhamento das ações e que incentive o
trabalho integrado entre as forças policiais do estado, da No período “A sua história é marcada por processos que
União e das guardas municipais. culminaram”, o termo “que” introduz oração de natureza
restritiva.
O segmento do texto 1 em que a conjunção E tem valor
adversativo (oposição) e NÃO aditivo (adição) é:
(  ) Certo   (  ) Errado
a) “...crescimento da violência em alguns estados do Sul
e do Sudeste”; (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉDIO
b) “Todos se assustam, o tempo passa, e pouca ação de- - VUNESP – 2017 - ADAPTADA) Leia o texto, para res-
corre de fato”;c) “Tem sido assim com o governo fe- ponder às questões a seguir:
deral e boa parte das demais unidades da Federação”;
d) “...viaturas e novas tecnologias”; Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos execu-
e) “Definir metas e alcançá-las...”. tivos no setor de tecnologia já tinham feito – ele transfe-
riu sua equipe para um chamado escritório aberto, sem
29. (ALERJ-RJ – ESPECIALISTA LEGISLATIVO – AR- paredes e divisórias.
QUITETURA – FGV-2017) “... implica poder decifrar as Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas
referências cristãs...”; a forma reduzida sublinhada fica ele queria que todos estivessem juntos, para se conec-
convenientemente substituída por uma oração em forma tarem e colaborarem mais facilmente. Mas em pouco
desenvolvida na seguinte opção:
tempo ficou claro que Nagele tinha cometido um grande
erro. Todos estavam distraídos, a produtividade caiu, e
a) a possibilidade de decifrar as referências cristãs;
b) a possibilidade de decifração das referências cristãs; os nove empregados estavam insatisfeitos, sem falar do
c) que se pudessem decifrar as referências cristãs; próprio chefe.
d) que possamos decifrar as referências cristãs; Em abril de 2015, quase três anos após a mudança
e) a possibilidade de que decifrássemos as referências para o escritório aberto, Nagele transferiu a empresa
cristãs. para um espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu pró-
prio espaço, com portas e tudo.
30. (COMPESA-PE – ANALISTA DE GESTÃO – ADMINIS-
LÍNGUA PORTUGUESA

Inúmeras empresas adotaram o conceito de escritório


TRADOR – FGV-2018) “... mas já conhecem a brutal reali- aberto – cerca de 70% dos escritórios nos Estados Unidos
dade dos desaventurados cuja sina é cruzar fronteiras para são assim – e até onde se sabe poucos retornaram ao
sobreviver.” A forma reduzida de “para sobreviver” pode ser modelo de espaços tradicionais com salas e portas.
nominalizada de forma conveniente na seguinte alternativa: Pesquisas, contudo, mostram que podemos perder
até 15% da produtividade, desenvolver problemas graves
a) para que sobrevivam.
de concentração e até ter o dobro de chances de ficar
b) a fim de que sobrevivessem.
doentes em espaços de trabalho abertos – fatores que

113
estão contribuindo para uma reação contra esse tipo de – até então –, em destaque no início do segundo pará-
organização. grafo, expressa um limite, com referência
Desde que se mudou para o formato tradicional, Na-
gele já ouviu colegas do setor de tecnologia dizerem a) temporal ao momento em que se deu a transferência
sentir falta do estilo de trabalho do escritório fechado. da equipe de Nagele para o escritório aberto.
“Muita gente concorda – simplesmente não aguentam o b) espacial aos escritórios fechados onde trabalhava a
escritório aberto. Nunca se consegue terminar as coisas e equipe de Nagele antes da mudança para locais aber-
é preciso levar mais trabalho para casa”, diz ele. tos.
É improvável que o conceito de escritório aberto caia c) temporal ao dia em que Nagele decidiu seguir o exem-
em desuso, mas algumas firmas estão seguindo o exem- plo de outros executivos, e espacial ao tipo de escri-
plo de Nagele e voltando aos espaços privados. tório que adotou.
Há uma boa razão que explica por que todos ado- d) espacial ao caso de sucesso de outros executivos do
ram um espaço com quatro paredes e uma porta: foco. setor de tecnologia que aboliram paredes e divisórias.
A verdade é que não conseguimos cumprir várias tarefas e) espacial ao novo tipo de ambiente de trabalho, e tem-
poral às mudanças favoráveis à integração.
ao mesmo tempo, e pequenas distrações podem desviar
nosso foco por até 20 minutos.
35. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
Retemos mais informações quando nos sentamos em
DIO - VUNESP – 2017) É correto afirmar que a expressão
um local fixo, afirma Sally Augustin, psicóloga ambiental e
– contudo –, destacada no quinto parágrafo, estabelece
design de interiores.
uma relação de sentido com o parágrafo
(Bryan Borzykowski, “Por que escritórios abertos po-
dem ser ruins para funcionários.” Disponível em:<www1.
a) anterior, confirmando com estatísticas o sucesso das em-
folha.uol.com.br>. Acesso em: 04.04.2017. Adaptado)
presas que adotaram o modelo de escritórios abertos.
b) posterior, expondo argumentos favoráveis à adoção
32. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
do modelo de escritórios abertos.
DIO - VUNESP – 2017) Segundo o texto, são aspectos des- c) anterior, atestando a eficiência do modelo aberto com
favoráveis ao trabalho em espaços abertos compartilhados base em resultados de pesquisas.
d) anterior, introduzindo informações que se contra-
a) a impossibilidade de cumprir várias tarefas e a restri- põem à visão positiva acerca dos escritórios abertos.
ção à criatividade. e) posterior, contestando com dados estatísticos o for-
b) a dificuldade de propor soluções tecnológicas e a mato tradicional de escritório fechado.
transferência de atividades para o lar.
c) a dispersão e a menor capacidade de conservar con- 36. (EBSERH – ANALISTA ADMINISTRATIVO – ESTA-
teúdos.
TÍSTICA – AOCP-2015) Assinale a alternativa correta em
d) a distração e a possibilidade de haver colaboração de
relação à ortografia dos pares.
colegas e chefes.
e) o isolamento na realização das tarefas e a vigilância
a) Atenção – atenciozo.
constante dos chefes.
b) Aprender – aprendizajem.
c) Simples – simplissidade.
33. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉDIO
d) Fúria – furiozo.
- VUNESP – 2017) Assinale a alternativa em que a nova e) Sensação – sensacional.
redação dada ao seguinte trecho do primeiro parágrafo
apresenta concordância de acordo com a norma-padrão: 37. (BADESC – TÉCNICO DE FOMENTO A – FGV-2010)
Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executivos no As palavras jeitinho, pesquisa e intrínseco apresentam
setor de tecnologia já tinham feito. diferentes graus de dificuldade ortográfica e estão corre-
tamente grafadas. Assinale a alternativa em que a grafia
a) Muitos executivos já havia transferido suas equipes para o da palavra sublinhada está igualmente correta.
chamado escritório aberto, como feito por Chris Nagele.
b) Mais de um executivo já tinham transferido suas equi- a) Talvez ele seje um caso de sucesso empresarial.
pes para escritórios abertos, o que só aconteceu com b) A paralização da equipe técnica demorou bastante.
Chris Nagele fazem mais de quatro anos. c) O funcionário reinvindicou suas horas extras.
c) O que muitos executivos fizeram, transferindo suas d) Deve-se expor com clareza a pretenção salarial.
equipes para escritórios abertos, também foi feito por e) O assessor de imprensa recebeu o jornalista.
Chris Nagele, faz cerca de quatro anos.
LÍNGUA PORTUGUESA

d) Devem fazer uns quatro anos que Chris Nagele trans- 38. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
feriu sua equipe para escritórios abertos, tais como foi I – CESGRANRIO-2018) O grupo em que todas as pala-
transferido por muitos executivos. vras estão grafadas de acordo com a norma-padrão da
e) Faz exatamente quatro anos que Chris Nagele fez o que
língua portuguesa é:
já tinham sido feitos por outros executivos do setor.
a) admissão, infração, renovação
34. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- b) diversão, excessão, sucessão
DIO - VUNESP – 2017) É correto afirmar que a expressão

114
c) extenção, eleição, informação positivos móveis dos passageiros.
d) introdução, repreção, intenção b) O mercado brasileiro de automóveis, ainda é muito
e) transmissão, conceção, omissão grande, porém não é capaz de absorver uma presença
maior de produtos vindos do exterior.
39. (MPE-AL - TÉCNICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO – c) Depois de chegarem às telas dos computadores e ce-
FGV-2018) “A crise não trouxe apenas danos sociais e lulares, as notícias estarão disponíveis em voos inter-
econômicos”; se juntarmos os adjetivos sublinhados em nacionais.
um só vocábulo, a forma adequada será d) Os últimos dados mostram que, muitas economias
apresentam crescimento e inflação baixa, fazendo
a) sociais-econômicos. com que os juros cresçam pouco.
b) social-econômicos. e) Pode ser que haja uma grande procura de carros im-
c) sociais-econômico. portados, mas as montadoras vão fazer os cálculos e
d) socioeconômicos. ver, se a importação vale a pena.
e) socioseconômicos.
43. (MPU – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE-2010)
40. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e tra-
I – CESGRANRIO-2018) O sinal de dois-pontos (:) está ficantes que possam ser encontrados em uma rua escura
empregado de acordo com a norma-padrão da língua da cidade são o cerne do problema criminal. Mas os danos
portuguesa em: que tais criminosos causam são minúsculos quando com-
parados com os de criminosos respeitáveis, que vestem
a) A diferença entre notícias falsas e verdadeiras é maior colarinho branco e trabalham para as organizações mais
no campo da política: é menor nas publicações rela- poderosas. Estima-se que as perdas provocadas por vio-
cionadas às catástrofes naturais. lações das leis antitrust — apenas um item de uma longa
b) A explicação para a difusão de notícias falsas é que lista dos principais crimes do colarinho branco — sejam
os usuários compartilham informações com as quais maiores que todas as perdas causadas pelos crimes no-
concordam: pois não verificam as fontes antes. tificados à polícia em mais de uma década, e as relativas
c) As informações enganosas são mais difundidas do que a danos e mortes provocadas por esse crime apresentam
as verdadeiras: de acordo com estudo recente feito índices ainda maiores. A ocultação, pela indústria do as-
por um instituto de pesquisa. besto (amianto), dos perigos representados por seus pro-
d) As notícias falsas podem ser desmascaradas com o dutos provavelmente custou tantas vidas quanto as des-
uso do bom senso: mas esperar isso de todo mundo é truídas por todos os assassinatos ocorridos nos Estados
quase impossível. Unidos da América durante uma década inteira; e outros
e) As revistas especializadas dão alguns conselhos: não produtos perigosos, como o cigarro, também provocam, a
entre em sites desconhecidos e não compartilhe notí- cada ano, mais mortes do que essas.
cias sem fonte confiável. James William Coleman. A elite do crime. 5.ª ed., São
Paulo: Manole, 2005, p. 1 (com adaptações).
41. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
I – CESGRANRIO-2018) A vírgula está empregada cor- Não haveria prejuízo para o sentido original do texto
nem para a correção gramatical caso a expressão “a cada
retamente em:
ano” fosse deslocada, com as vírgulas que a isolam, para
imediatamente depois de “e”.
a) A divulgação de histórias falsas pode ter consequên-
cias reais desastrosas: prejuízos, financeiros e cons-
(  ) CERTO   (  ) ERRADO
trangimentos às empresas.
b) As novas tecnologias, criaram um abismo ao separar
quem está conectado de quem não faz parte do mun- 44. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
do digital. DIO - VUNESP – 2017) Assinale a alternativa em que a
c) As pessoas tendem a aceitar apenas as declarações que substituição dos trechos destacados na passagem – O
confirmam aquilo que corresponde, às suas crenças. paulistano, contudo, não é de jogar a toalha – prefere es-
d) Os jornalistas devem verificar as fontes citadas, cruzar da- tendê-la e se deitar em cima, caso lhe concedam dois
dos e checar se as informações refletem a realidade. metros quadrados de chão. – está de acordo com a norma-
e) Os consumidores de notícias não agem como cientistas -padrão de crase, regência e conjugação verbal.
porque não estão preocupados em conferir, pontos de
vista alternativos. a) prefere mais estendê-la do que desistir – põe à dis-
posição.
LÍNGUA PORTUGUESA

42. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES- b) prefere estendê-la à desistir – ponham a disposição.
GRANRIO-2018) A vírgula foi plenamente empregada de c) prefere estendê-la a desistir – põe a disposição.
acordo com as exigências da norma-padrão da língua por- d) prefere estendê-la do que desistir – põem a disposição.
tuguesa em: e) prefere estendê-la a desistir – ponham à disposição.

a) A conexão é feita por meio de uma plataforma especí- 45. (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO - SP – FARMACÊU-
fica, e os conteúdos, podem ser acessados pelos dis- TICO - SUPERIOR - VUNESP – 2017 - adaptada) Leia as

115
frases. ordem de frequência: lendas urbanas; negócios; terrorismo
As previsões alusivas ............. aumento da depressão são e guerras; ciência e tecnologia; entretenimento; e desastres
alarmantes. naturais.
Os sentimentos de tédio ou de tristeza são inadequada- Uma surpresa provocada pelo estudo revelou o perfil de
mente convertidos .......... estados depressivos. quem mais compartilha rumores falsos: usuários com pou-
Qualquer situação que possa ser um obstáculo ............ feli- cos seguidores e novatos nas redes.
cidade é considerada doença. — Vivemos inundados por notícias e muitas vezes as pes-
soas não têm tempo nem condições para verificar se elas
Para que haja coerência com a regência nominal estabe- são verdadeiras — afirma um dos pesquisadores. Isso não
lecida pela norma-padrão, as lacunas das frases devem quer dizer que as pessoas são estúpidas. As redes sociais
ser preenchidas, respectivamente, por: colocam todas as informações no mesmo nível, o que torna
difícil diferenciar o verdadeiro do falso, uma fonte confiável
a) ao … com … na de uma não confiável.
b) ao … em … à BAIMA, Cesar. Na internet, mentiras têm pernas longas. O
c) do … com … na Globo. Sociedade. 09 mar. 2018. Adaptado.
d) com o … em … para
e) com o … para … à No trecho “independentemente do tema geral que os ru-
mores abordassem”, a palavra que pode substituir rumo-
46. (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – res, por ter sentido equivalente, é:
2014) Assinale a assertiva cuja regência verbal está correta:
a) assuntos
a) Ela queria namorar com ele. b) boatos
b) Já assisti a esse filme. c) debates
c) O caminhoneiro dormiu no volante. d) diálogos
d) Quando eles chegam em Campo Grande? e) temas
e) A moça que ele gosta é aquela ali.
49. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018) O
47. (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – período abaixo em que os dois termos sublinhados NÃO
2014) A regência nominal está correta em: podem trocar de posição é:

a) É preferível um inimigo declarado do que um amigo a) A arte é a mais bela das mentiras;
falso. b) O importante na obra de arte é o espanto;
b) As meninas têm aversão de verduras. c) A forma segue a emoção;
c) Aquele cachorro é hostil para com desconhecidos. d) A obra de arte: uma interrupção do tempo;
d) O sentimento de liberdade é inerente do ser humano. e) Na arte não existe passado nem futuro.
e) Construiremos portos acessíveis de qualquer navio
. 50. (MPU – TÉCNICO – SEGURANÇA INSTITUCIONAL E
48. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL TRANSPORTE – CESPE-2015)
I – CESGRANRIO-2018) TEXTO II

Na internet, mentiras têm pernas longas A partir de uma ação do Ministério Público Federal
(MPF), o Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF2)
Diz o velho ditado que “a mentira tem pernas curtas”, mas determinou que a Google Brasil retirasse, em até 72 ho-
nestes tempos de internet parece que a situação se inver- ras, 15 vídeos do YouTube que disseminam o preconcei-
teu, pelo menos no mundo digital. Pesquisadores mostram to, a intolerância e a discriminação a religiões de matriz
que rumores falsos “viajam” mais rápido e mais “longe”, com africana, e fixou multa diária de R$ 50.000,00 em caso de
mais compartilhamentos e alcançando um maior número de descumprimento da ordem judicial. Na ação civil pública,
pessoas, nas redes sociais, do que informações verdadeiras. a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC/
Foram reunidos todos os rumores nas redes sociais - falsos, RJ) alegou que a Constituição garante aos cidadãos não
verdadeiros ou “mistos”. Esses rumores foram acompanha- apenas a obrigação do Estado em respeitar as liberdades,
dos, chegando a um total de mais de 4,5 milhões de pos- mas também a obrigação de zelar para que elas sejam
tagens feitas por cerca de 3 milhões de pessoas, formando respeitadas pelas pessoas em suas relações recíprocas.
“cascatas” de compartilhamento. Para a PRDC/RJ, somente a imediata exclusão dos vídeos
Ao compararem os padrões de compartilhamento dessas da Internet restauraria a dignidade de tratamento, que,
LÍNGUA PORTUGUESA

milhares de “cascatas”, os pesquisadores observaram que nesse caso, foi negada às religiões de matrizes africanas.
os rumores “falsos” se espalharam com mais rapidez, au- Corroborando a visão do MPF, o TRF2 entendeu que a
mentando o número de “degraus” da cascata - e com maior veiculação de vídeos potencialmente ofensivos e fomen-
abrangência do que os considerados verdadeiros. tadores do ódio, da discriminação e da intolerância con-
A tendência também se manteve, independentemente do tra religiões de matrizes africanas não corresponde ao
tema geral que os rumores abordassem, mas foi mais for- legítimo exercício do direito à liberdade de expressão.
te quando versavam sobre política do que os demais, na O tribunal considerou que a liberdade de expressão não
se pode traduzir em desrespeito às diferentes manifesta-

116
ções dessa mesma liberdade, pois ela encontra limites no 18 C
próprio exercício de outros direitos fundamentais.
19 C
Internet: <http://ibde.org.br> (com adaptações).
20 E
No trecho “adulterar ou destruir dados”, a palavra “adul- 21 D
terar” está sendo empregada com o sentido de alterar 22 B
prejudicando. 23 A
24 E
(  ) CERTO   (  ) ERRADO 25 E
26 D
51. (ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO BARRO BRAN- 27 A
CO-SP – TECNÓLOGO DE ADMINISTRAÇÃO POLICIAL
28 B
MILITAR – VUNESP-2010) Analise a charge.
29 D
30 E
31 CERTO
32 C
33 C
34 A
35 D
36 E
37 E
38 A
39 D
40 E
41 D
(www.arionaurocartuns.com.br) 42 C
43 CERTO
A palavra só, presente na fala do personagem, tem o 44 E
mesmo sentido em: 45 B
46 B
a) Só vence quem concorre.
b) Mariana veio só, infelizmente. 47 C
c) Pedro estava só, quando cheguei. 48 B
d) A mulher, por estar só, sentiu-se amedrontada. 49 C
e) O marujo, só, resolveu passear pela praia. 50 CERTO
51 A

GABARITO

1 B
2 A
3 B
4 E
5 A
6 E
7 A
8 C
9 A
10 A
LÍNGUA PORTUGUESA

11 D
12 CERTO
13 D
14 C
15 E
16 E
17 C

117
ANOTAÇÕES

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LÍNGUA PORTUGUESA

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118
ÍNDICE

INFORMÁTICA

Dispositivos de armazenamento........................................................................................................................................................................ 01
Periféricos de um computador........................................................................................................................................................................... 04
Configurações básicas do Windows 10........................................................................................................................................................... 05
Aplicativos do Pacote Microsoft Office 2013 (Word, Excel e Power Point)....................................................................................... 08
Configuração de impressoras............................................................................................................................................................................. 04
Noções básicas de internet e uso de navegadores.................................................................................................................................... 31
Noções básicas de correio eletrônico e envio de e-mails....................................................................................................................... 31
DISPOSITIVOS DE ARMAZENAMENTO.

CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE GERENCIAMENTO


DE INFORMAÇÕES; ARQUIVOS, PASTAS E PROGRAMAS.

Pastas – são estruturas digitais criadas para organizar


arquivos, ícones ou outras pastas.
Arquivos – são registros digitais criados e salvos por
meio de programas aplicativos. Por exemplo, quando
abrimos o Microsoft Word, digitamos uma carta e a sal-
vamos no computador, estamos criando um arquivo.
Ícones – são imagens representativas associadas a
programas, arquivos, pastas ou atalhos. Tela da pasta criada
Atalhos – são ícones que indicam um caminho mais
curto para abrir um programa ou até mesmo um arquivo. Clicamos duas vezes na pasta “Trabalho” para abrí-la
e agora criaremos mais duas pastas dentro dela:
1. Criação de pastas (diretórios) Para criarmos as outras duas pastas, basta repetir o
procedimento: botão direito, Novo, Pasta.

2. Área de trabalho:

Área de Trabalho

A figura acima mostra a primeira tela que vemos


Criação de pastas quando o Windows 7 é iniciado. A ela damos o nome
de área de trabalho, pois a ideia original é que ela sir-
va como uma prancheta, onde abriremos nossos livros e
#FicaDica documentos para dar início ou continuidade ao trabalho.
Clicando com o botão direito do mouse Em especial, na área de trabalho, encontramos a barra
em um espaço vazio da área de trabalho de tarefas, que traz uma série de particularidades, como:
ou outro apropriado, podemos encontrar a
opção pasta. Clicando nesta opção com o
botão esquerdo do mouse, temos então uma Barra de tarefas
forma prática de criar uma pasta.
1) Botão Iniciar: é por ele que entramos em contato
com todos os outros programas instalados,
programas que fazem parte do sistema operacional
e ambientes de configuração e trabalho. Com um
clique nesse botão, abrimos uma lista, chamada
Menu Iniciar, que contém opções que nos permitem
ver os programas mais acessados, todos os outros
Criamos aqui uma pasta
programas instalados e os recursos do próprio
chamada “Trabalho”.
Windows. Ele funciona como uma via de acesso
para todas as opções disponíveis no computador.
INFORMÁTICA

Por meio do botão Iniciar, também podemos:


- desligar o computador, procedimento que encerra o
Sistema Operacional corretamente, e desliga efetivamente
a máquina;

1
- colocar o computador em modo de espera, que
reduz o consumo de energia enquanto a máquina estiver
ociosa, ou seja, sem uso. Muito usado nos casos em que
vamos nos ausentar por um breve período de tempo da
frente do computador;
- reiniciar o computador, que desliga e liga automa-
ticamente o sistema. Usado após a instalação de alguns
programas que precisam da reinicialização do sistema
para efetivarem sua instalação, durante congelamento
de telas ou travamentos da máquina.
- realizar o logoff, acessando o mesmo sistema com
nome e senha de outro usuário, tendo assim um am-
biente com características diferentes para cada usuário
do mesmo computador.
Propriedades de data e hora

Nessa janela, é possível configurarmos a data e a hora,


determinarmos qual é o fuso horário da nossa região e
especificar se o relógio do computador está sincronizado
automaticamente com um servidor de horário na Inter-
net. Este relógio é atualizado pela bateria da placa mãe,
que vimos na figura 26. Quando ele começa a mostrar
um horário diferente do que realmente deveria mostrar,
na maioria das vezes, indica que a bateria da placa mãe
deve precisar ser trocada. Esse horário também é sincro-
nizado com o mesmo horário do SETUP.
Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo
usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas, po-
demos clicar com o botão direito do mouse sobre eles e
depois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar uma
vez sobre o objeto desejado e depois pressionar o botão
delete, no teclado. Esses dois procedimentos enviarão
para lixeira o que foi excluído, sendo possível a restaura-
ção, caso haja necessidade. Para restaurar, por exemplo,
um arquivo enviado para a lixeira, podemos, após abri-la,
restaurar o que desejarmos.

Menu Iniciar – Windows 7

Na figura acima temos o menu Iniciar, acessado com


um clique no botão Iniciar.

2) Ícones de inicialização rápida: São ícones coloca-


dos como atalhos na barra de tarefas para serem
acessados com facilidade. Restauração de arquivos
3) Barra de idiomas: Mostra qual a configuração de enviados para a lixeira
idioma que está sendo usada pelo teclado.
4) Ícones de inicialização/execução: Esses ícones são A restauração de objetos enviados para a lixeira pode
configurados para entrar em ação quando o com- ser feita com um clique com o botão direito do mouse
sobre o item desejado e depois, outro clique com o es-
putador é iniciado. Muitos deles ficam em exe- querdo em “Restaurar”. Isso devolverá, automaticamente
cução o tempo todo no sistema, como é o caso o arquivo para seu local de origem.
de ícones de programas antivírus que monitoram
constantemente o sistema para verificar se não há
invasões ou vírus tentando ser executados. #FicaDica
INFORMÁTICA

5) Propriedades de data e hora: Além de mostrar o


relógio constantemente na sua tela, clicando duas Outra forma de restaurar é usar a opção “Res-
vezes, com o botão esquerdo do mouse nesse íco- taurar este item”, após selecionar o objeto.
ne, acessamos as Propriedades de data e hora.

2
Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho mui- Na guia “Barra de Tarefas”, temos, entre outros:
to grande, são excluídos sem irem antes para a Lixeira. - Bloquear a barra de tarefas – que impede que ela
Sempre que algo for ser excluído, aparecerá uma mensa- seja posicionada em outros cantos da tela que não seja o
gem, ou perguntando se realmente deseja enviar aquele
item para a Lixeira, ou avisando que o que foi selecionado inferior, ou seja, impede que seja arrastada com o botão
será permanentemente excluído. Outra forma de excluir esquerdo do mouse pressionado.
documentos ou pastas sem que eles fiquem armazenados - Ocultar automaticamente a barra de tarefas – ocul-
na Lixeira é usar as teclas de atalho Shift+Delete. ta (esconde) a barra de tarefas para proporcionar maior
A barra de tarefas pode ser posicionada nos quatro aproveitamento da área da tela pelos programas abertos,
cantos da tela para proporcionar melhor visualização de e a exibe quando o mouse é posicionado no canto infe-
outras janelas abertas. Para isso, basta pressionar o botão
esquerdo do mouse em um espaço vazio dessa barra e rior do monitor.
com ele pressionado, arrastar a barra até o local desejado
(canto direito, superior, esquerdo ou inferior da tela).
Para alterar o local da Barra de Tarefas na tela, temos
que verificar se a opção “Bloquear a barra de tarefas” não
está marcada.

Guia Menu Iniciar e Personalizar Menu Iniciar

Pela figura acima podemos notar que é possível a apa-


rência e comportamento de links e menus do menu Iniciar.

Bloqueio da Barra de Tarefas

Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar:


Por meio do clique com o botão direito do mouse na bar- Barra de Ferramentas
ra de tarefas e do esquerdo em “Propriedades”, podemos
acessar a janela “Propriedades da barra de tarefas e do 3. Painel de controle
menu iniciar”.
O Painel de Controle é o local onde podemos alterar
configurações do Windows, como aparência, idioma, confi-
gurações de mouse e teclado, entre outras. Com ele é possí-
vel personalizar o computador às necessidades do usuário.

Para acessar o Painel de Controle, basta clicar no Bo-


tão Iniciar e depois em Painel de Controle. Nele encon-
tramos as seguintes opções:

- Sistema e Segurança: “Exibe e altera o status do sis-


tema e da segurança”, permite a realização de backups e
restauração das configurações do sistema e de arquivos.
Possui ferramentas que permitem a atualização do Siste-
ma Operacional, que exibem a quantidade de memória
RAM instalada no computador e a velocidade do proces-
sador. Oferece ainda, possibilidades de configuração de
INFORMÁTICA

Firewall para tornar o computador mais protegido.

Propriedades da barra de
tarefas e do menu iniciar

3
- Rede e Internet: mostra o status da rede e possibi-
lita configurações de rede e Internet. É possível também PERIFÉRICOS DE UM COMPUTADOR.
definir preferências para compartilhamento de arquivos E CONFIGURAÇÕES DE IMPRESSORAS.
e computadores.
- Hardware e Sons: é possível adicionar ou remover
hardwares como impressoras, por exemplo. Também PERIFÉRICOS DE COMPUTADORES
permite alterar sons do sistema, reproduzir CDs automa-
ticamente, configurar modo de economia de energia e Para entender o suficiente sobre periféricos para con-
atualizar drives de dispositivos instalados. curso público é importante entender que os periféricos
- Programas: através desta opção, podemos realizar são os componentes (hardwares) que estão sempre liga-
a desinstalação de programas ou recursos do Windows. dos ao centro dos computadores.
- Contas de Usuários e Segurança Familiar: aqui al- Os periféricos são classificados como:
teramos senhas, criamos contas de usuários, determina- Dispositivo de Entrada: É responsável em transmitir a
informação ao computador. Exemplos: mouse, scanner,
mos configurações de acesso.
microfone, teclado, Web Cam, Trackball, Identificador
- Aparência: permite a configuração da aparência da
Biométrico, Touchpad e outros.
área de trabalho, plano de fundo, proteção de tela, menu
Dispositivos de Saída: É responsável em receber a in-
iniciar e barra de tarefas.
formação do computador. Exemplos: Monitor, Impresso-
- Relógio, Idioma e Região: usamos esta opção para
ras, Caixa de Som, Ploter, Projector de Vídeo e outros.
alterar data, hora, fuso horário, idioma, formatação de
Dispositivo de Entrada e Saída:  É responsável em
números e moedas.
transmitir e receber informação ao computador. Exem-
- Facilidade de Acesso: permite adaptarmos o computa-
plos: Drive de Disquete, HD, CD-R/RW, DVD, Blu-ray, mod
dor às necessidades visuais, auditivas e motoras do usuário.-
em, Pen-Drive, Placa de Rede, Monitor Táctil, Disposi-
3.1. Computador tivo de Som e outros.

#FicaDica #FicaDica
Através do “Computador” podemos con-
sultar e acessar unidades de disco e outros Periféricos sempre podem ser classificados
dispositivos conectados ao nosso compu- em três tipos: entrada, saída e entrada e
tador. saída.

Para acessá-lo, basta clicar no Botão Iniciar e em


Computador. A janela a seguir será aberta: IMPRESSORA

Uma impressora transfere dados de um computador


para o papel. Você não precisa de impressora para usar o
computador, mas, se tiver uma, poderá imprimir emails,
cartões, convites, anúncios e outros materiais. Muitas
pessoas também preferem imprimir suas fotos em casa.
Os dois principais tipos de impressora são a jato de
tinta e a laser. As impressoras a jato de tinta são as mais
populares para uso doméstico. Elas podem imprimir em
preto e branco ou em cores e produzem fotos de alta
qualidade quando usadas com papel especial. As impres-
soras a laser são mais rápidas e mais adequadas para uso
intenso.

Computador

Observe que é possível visualizarmos as unidades de


disco, sua capacidade de armazenamento livre e usada.
Vemos também informações como o nome do computa-
INFORMÁTICA

dor, a quantidade de memória e o processador instalado


na máquina.
Impressora a jato de tinta (à esquerda);
impressora a laser (à direita)

4
Impressora Matricial
CONFIGURAÇÕES BÁSICAS DO WINDOWS 10
A impressora matricial faz parte da categoria impres-
soras de impacto, ou seja, a impressão é feita por impac-
to, contra uma fita tintada que vai realizar a impressão
no papel. Ela utiliza dois tipos de tecnologia. Uma de- O Windows 10 é uma atualização do Windows 8 que
las, chamada de margarida, “busca” a letra que se quer veio para tentar manter o monopólio da Microsoft no
imprimir, lembrando uma máquina de escrever. O outro mundo dos Sistemas Operacionais, uma das suas mis-
padrão liga pontos por meio de agulhas e, desta forma, é sões é ficar com um visual mais de smart e touch.
até possível obter pequenos gráficos e imagens.
Vantagens da impressora matricial, ainda nos dias de hoje:
- É possível imprimir vários papéis de uma vez só uti-
lizando papel carbono. Esta função pode parecer ultra-
passada para as novas gerações, mas tem utilidade em
estabelecimentos comerciais, por exemplo.
- Para quem vai imprimir grande quantidade, terá
ainda uma redução no custo final, já que a essa impres-
sora tem a seu favor a resistência e o baixo preço dos
suprimentos, se você levar em consideração que é uma
impressora para uso empresarial.
- A impressora matricial é bem resistente, ideal para
fazer parte de indústrias. Tela do Windows 10

Impressora a jato de tinta O Windows 10 é disponibilizado nas seguintes ver-


sões (com destaque para as duas primeiras):
Trabalha com o gotejamento de tinta conforme a ne-
cessidade da imagem a ser impressa. 1. Windows 10
Possui apenas algumas cores, as mesmas são mistu-
radas automaticamente pela impressora para obter uma É a versão de “entrada” do Windows 10, que possui a
cor desejada. maioria dos recursos do sistema. É voltada para Desktops
O preço dos cartuchos é consideravelmente baixo, o e Laptops, incluindo o tablete Microsoft Surface 3.
que facilita o seu uso doméstico, além do que o preço de
um aparelho do tipo sai mais em conta. 2. Windows 10 Pro

Impressora a laser Além dos recursos da versão de entrada, fornece pro-


teção de dados avançada e criptografada com o BitLoc-
A impressora a laser utiliza um método que usa um ker, permite a hospedagem de uma Conexão de Área de
laser, criando uma carga eletrostática no papel. Trabalho Remota em um computador, trabalhar com má-
Essa carga eletrostática atrai a tinta para a área carre- quinas virtuais, e permite o ingresso em um domínio para
gada, criando as imagens e palavras que são impressas. realizar conexões a uma rede corporativa.
Isso permite a impressão com maior velocidade e
quantidade, causando economia no tempo e na impres- 3. Windows 10 Enterprise
são de muitas unidades.
Possui como carga o toner, uma peça que armazena a tinta Baseada na versão 10 Pro, é disponibilizada por meio
que é usada e, por ser cara, muitas empresas utilizam apenas a do Licenciamento por Volume, voltado a empresas.
impressão em preto e branco nas referidas impressoras.
Pode imprimir com muita qualidade, dependendo da 4. Windows 10 Education
impressora, porém impressoras do tipo custam mais se
comparadas com as a jato de tinta. Baseada na versão Enterprise, é destinada a atender
as necessidades do meio educacional. Também tem seu
método de distribuição baseado através da versão aca-
dêmica de licenciamento de volume.

5. Windows 10 Mobile
INFORMÁTICA

Embora o Windows 10 tente vender seu nome fanta-


sia como um sistema operacional único, os smartphones
com o Windows 10 possuem uma versão específica do
sistema operacional compatível com tais dispositivos.

5
6. Windows 10 Mobile Enterprise casos, é indispensável o uso do comando sudo, ou equiva-
lente, se o usuário não for administrador do sistema.
Projetado para smartphones e tablets do setor cor-
porativo. Também estará disponível através do Licencia- ( ) CERTO ( ) ERRADO
mento por Volume, oferecendo as mesmas vantagens do
Windows 10 Mobile com funcionalidades direcionadas Resposta: Errado. O comando para a atualização é
para o mercado corporativo. “sudo apt-get upgrade”. O comando para instalar pa-
cotes é “sudo apt-get install nome_do_pacote”. O co-
7. Windows 10 IoT Core mando é “apt-get” e não “aptget”. O comando sudo
realmente permite a usuários comuns obter privilégios
IoT vem da expressão “Internet das Coisas” (Internet of de outro usuário como o administrador
Things). A Microsoft anunciou que haverá edições do Win-
dows 10 baseadas no Enterprise e Mobile Enterprise desti- 3. (Perito Criminal – CESPE – 2013) Em computadores
nados a dispositivos como caixas eletrônicos, terminais de com sistema operacional Linux ou Windows, o aumento
autoatendimento, máquinas de atendimento para o varejo da memória virtual possibilita a redução do consumo de
e robôs industriais. Essa versão IoT Core será destinada memória RAM em uso, o que permite executar, de forma
para dispositivos pequenos e de baixo custo. paralela e distribuída, no computador, uma quantidade
Para as versões mais populares (10 e 10 Pro), a Micro- maior de programas.
soft indica como requisitos básicos dos computadores:
• Processador de 1 Ghz ou superior; ( ) CERTO ( ) ERRADO
• 1 GB de RAM (para 32bits); 2GB de RAM (para
64bits); Resposta: Errado. O que torna esta alternativa mais efi-
• Até 20GB de espaço disponível em disco rígido; caz é o uso da memória em um dispositivo alternativo
• Placa de vídeo com resolução de tela de 800×600 (para o PC não “travar”), e não uma redução de consumo
ou maior. de memória RAM em uso, visto que esta opção foi pro-
jetada para ajudar quando a memória RAM do PC for
insuficiente para a execução de demasiados programas.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
4. (Papiloscopista – CESPE – 2012) Tanto no sistema
operacional Windows quanto no Linux, cada arquivo, di-
1. (Escrivão de Polícia – CESPE – 2013) Considere que retório ou pasta encontra-se em um caminho, podendo
o usuário de um computador com sistema operacional cada pasta ou diretório conter diversos arquivos que são
Windows 7 tenha permissão de administrador e deseje gravados nas unidades de disco nas quais permanecem
fazer o controle mais preciso da segurança das cone- até serem apagados. Em uma mesma rede é possível ha-
xões de rede estabelecidas no e com o seu computador. ver comunicação e escrita de pastas, diretórios e arquivos
Nessa situação, ele poderá usar o modo de segurança entre máquinas com Windows e máquinas com Linux.
avançado do firewall do Windows para especificar pre-
cisamente quais aplicativos podem e não podem fazer ( ) CERTO ( ) ERRADO
acesso à rede, bem como quais serviços residentes po-
dem, ou não, ser externamente acessados. Resposta: Certo. O sistema Linux e o sistema Windo-
ws conseguem compartilhar diretórios/pastas entre si
( ) CERTO ( ) ERRADO pois utilizam se do protocolo, o SMB.CIFS.

Resposta: Certo. Um firewall (em português: Parede 5. (Agente Administrativo – CESPE – 2014) No Windo-
de fogo) é um dispositivo de uma rede de compu- ws, não há possibilidade de o usuário interagir com o sis-
tadores que tem por objetivo aplicar uma política de tema operacional por meio de uma tela de computador
segurança a um determinado ponto da rede. O firewall sensível ao toque.
pode ser do tipo filtros de pacotes, proxy de aplica-
ções, etc. Os firewalls são geralmente associados a re- ( ) CERTO ( ) ERRADO
des TCP/IP.
Resposta: Errado. As versões mais recentes do Win-
Este dispositivo de segurança existe na forma de soft- dows existe este recurso. Para usá-lo há a necessidade
ware e de hardware, a combinação de ambos é chamada de que a tela seja sensível ao toque.
tecnicamente de “appliance”. A complexidade de instalação
depende do tamanho da rede, da política de segurança, da
6. (AGENTE – CESPE – 2014) Comparativamente a
quantidade de regras que controlam o fluxo de entrada e
computadores com outros sistemas operacionais, com-
saída de informações e do grau de segurança desejado.
putadores com o sistema Linux apresentam a vantagem
INFORMÁTICA

2. (Perito Criminal – CESPE – 2013) A instalação e a atuali- de não perderem dados caso as máquinas sejam desliga-
zação de programas na plataforma Linux a serem efetuadas das por meio de interrupção do fornecimento de energia
com o comando aptget, podem ser acionadas por meio das elétrica.
opções install e upgrade, respectivamente. Em ambos os ( ) CERTO ( ) ERRADO

6
Resposta: Errado. Nenhum sistema operacional possui a vantagem de não perder dados caso a máquina seja des-
ligada por meio de interrupção do fornecimento de energia elétrica.

7. (Agente – CESPE – 2014) As rotinas de inicialização GRUB e LILO, utilizadas em diversas distribuições Linux, podem ser
acessadas por uma interface de linha de comando.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. É possível acessar as rotinas de inicialização GRUB e LILO para realizar a sua configuração, assim
como é possível alterar as opções de inicialização do Windows (em Win+Pause, Configurações Avançadas do Siste-
ma, Propriedades do Sistema, Inicialização e Recuperação).

8. (Escrivão de Polícia – CESPE – 2013) Considere que um usuário de login joao_jose esteja usando o Windows Explo-
rer para navegar no sistema de arquivos de um computador com ambiente Windows 7. Considere ainda que, enquanto
um conjunto de arquivos e pastas é apresentado, o usuário observe, na barra de ferramentas do Windows Explorer, as
seguintes informações: Bibliotecas > Documentos > Projetos. Nessa situação, é mais provável que tais arquivos e pas-
tas estejam contidos no diretório C:\Bibliotecas\Documentos\Projetos que no diretório C:\Users\joao_jose\Documents\
Projetos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. O correto é “C:\Users\joao_jose\Documents\Projetos”. Há possibilidade das pastas estarem em


outro diretório, se forem feitas configurações customizadas pelo usuário. Mesmo na configuração em português o
diretório dos documentos do usuário continua sendo nomeado em inglês: “documents”. Portanto, a afirmação de
que o diretório seria “C:\biblioteca\documentos\projetos” não está correta. O item considera o comportamento
padrão do sistema operacional Windows 7, e, portanto, a afirmação não pode ser absoluta, devido à flexibilidade
inerente a este sistema software. A premissa de que a informação fosse apresentada na barra de ferramentas não
compromete o entendimento da questão.”

9. (Agente Administrativo – CESPE – 2014) No ambiente Linux, é possível utilizar comandos para copiar arquivos de
um diretório para um pen drive.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. No ambiente Linux, é permitida a execução de vários comandos por meio de um console. O co-
mando “cp” é utilizado para copiar arquivos entre diretórios e arquivos para dispositivos.

10. (Delegado de Polícia – CESPE – 2004) Ao se clicar a opção , será exibida uma janela por meio da qual
se pode verificar diversas propriedades do arquivo, como o seu tamanho e os seus atributos.
Em computadores do tipo PC, a comunicação com periféricos pode ser realizada por meio de diferentes interfaces.
Acerca desse assunto, julgue os seguintes itens.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. Dentre as diversas opções que podem ser consultadas ao se ativar as propriedades de um arquivo estão
as opções: tamanho e os seus atributos.
INFORMÁTICA

7
APLICATIVOS DO PACOTE MICROSOFT OFFICE 2013 (WORD, EXCEL E POWER POINT)

WORD 2010, 2013 E DETALHES GERAIS

Tela do Microsoft Word 2010

As guias foram criadas para serem orientadas por tarefas, já os grupos dentro de cada guia criam subtarefas para as
tarefas, e os botões de comando em cada grupo possui um comando.
As extensões são fundamentais, desde a versão 2007 passou a ser DOCX, mas vamos analisar outras extensões que
podem ser abordadas em questões de concursos na Figura 7.

Extensões de Arquivos ligados ao Word

#FicaDica
INFORMÁTICA

As guias envolvem grupos e botões de comando, e são organizadas por tarefa. Os Grupos dentro
de cada guia quebram uma tarefa em subtarefas. Os Botões de comando em cada grupo possuem
um comando ou exibem um menu de comandos.

8
Existem guias que vão aparecer apenas quando um determinado objeto aparecer para ser formatado. No exemplo da
imagem, foi selecionada uma figura que pode ser editada com as opções que estiverem nessa guia.

Indicadores de caixa de diálogo

Indicadores de caixa de diálogo – aparecem em alguns grupos para oferecer a abertura rápida da caixa de diálogo
do grupo, contendo mais opções de formatação.
As réguas orientam na criação de tabulações e no ajuste de parágrafos, por exemplo.
Determinam o recuo da primeira linha, o recuo de deslocamento, recuo à esquerda e permitem tabulações esquer-
da, direita, centralizada, decimal e barra.
Para ajustar o recuo da primeira linha, após posicionar o cursor do mouse no parágrafo desejado, basta pressionar
o botão esquerdo do mouse sobre o “Recuo da primeira linha” e arrastá-lo pela régua.
Para ajustar o recuo à direita do documento, basta selecionar o parágrafo ou posicionar o cursor após a linha dese-
jada, pressionar o botão esquerdo do mouse no “Recuo à direita” e arrastá-lo na régua.
Para ajustar o recuo, deslocando o parágrafo da esquerda para a direita, basta selecioná-lo e mover, na régua, como
explicado anteriormente, o “Recuo deslocado”.
Podemos também usar o recurso “Recuo à esquerda”, que move para a esquerda, tanto a primeira linha quanto o
restante do parágrafo selecionado.
Com a régua, podemos criar tabulações, ou seja, determinar onde o cursor do mouse vai parar quando pressionar-
mos a tecla Tab.

Réguas
4. Grupo edição

Permite localizar palavras em um documento, substituir palavras localizadas por outras ou aplicar formatações e
selecionar textos e objetos no documento.
Para localizar uma palavra no texto, basta clicar no ícone Localizar , digitar a palavra na linha do localizar e clicar no
botão Localizar Próxima.
A cada clique será localizada a próxima palavra digitada no texto. Temos também como realçar a palavra que dese-
jamos localizar para facilitar a visualizar da palavra localizada.
Na janela também temos o botão “Mais”. Neste botão, temos, entre outras, as opções:
- Diferenciar maiúscula e minúscula: procura a palavra digitada na forma que foi digitada, ou seja, se foi digitada em mi-
núscula, será localizada apenas a palavra minúscula e, se foi digitada em maiúscula, será localizada apenas e palavra maiúscula.
- Localizar palavras inteiras: localiza apenas a palavra exatamente como foi digitada. Por exemplo, se tentarmos
localizar a palavra casa e no texto tiver a palavra casaco, a parte “casa” da palavra casaco será localizada, se essa opção
não estiver marcada. Marcando essa opção, apenas a palavra casa, completa, será localizada.
- Usar caracteres curinga: com esta opção marcada, usamos caracteres especiais. Por exemplo, é possível usar o carac-
tere curinga asterisco (*) para procurar uma sequência de caracteres (por exemplo, “t*o” localiza “tristonho” e “término”).
Veja a lista de caracteres que são considerados curinga, retirada do site do Microsoft Office:

Para localizar digite exemplo


Qualquer caractere único ? s?o localiza salvo e sonho.
Qualquer sequência de caracteres * t*o localiza tristonho e término.
<(org) localiza
INFORMÁTICA

O início de uma palavra < organizar e organização,


mas não localiza desorganizado.
(do)> localiza medo e cedo, mas não localiza
O final de uma palavra >
domínio.

9
Um dos caracteres especificados [] v[ie]r localiza vir e ver
[r-t]ã localiza rã e sã.
Qualquer caractere único neste intervalo [-]
Os intervalos devem estar em ordem crescente.
Qualquer caractere único, exceto os caracteres no intervalo
[!x-z] F[!a-m]rro localiza forro, mas não localiza ferro.
entre colchetes
Exatamente n ocorrências do caractere ou expressão anterior {n} ca{2}tinga localiza caatinga, mas não catinga.
Pelo menos n ocorrências do caractere ou expressão anterior {n,} ca{1,}tinga localiza catinga e caatinga.
De n a m ocorrências do 10{1,3} localiza 10,
{n,m}
caractere ou expressão anterior 100 e 1000.
ca@tinga localiza
Uma ou mais ocorrências do caractere ou expressão anterior @
catinga e caatinga.

O grupo tabela é muito utilizado em editores de texto, como por exemplo a definição de estilos da tabela.

Estilos de Tabela

Fornece estilos predefinidos de tabela, com formatações de cores de células, linhas, colunas, bordas, fontes e de-
mais itens presentes na mesma. Além de escolher um estilo predefinido, podemos alterar a formatação do sombrea-
mento e das bordas da tabela.
Com essa opção, podemos alterar o estilo da borda, a sua espessura, desenhar uma tabela ou apagar partes de
uma tabela criada e alterar a cor da caneta e ainda, clicando no “Escolher entre várias opções de borda”, para exibir a
seguinte tela:

Bordas e sombreamento

Na janela Bordas e sombreamento, no campo “Definição”, escolhemos como será a borda da nossa tabela:

- Nenhuma: retira a borda;


- Caixa: contorna a tabela com uma borda tipo caixa;
- Todas: aplica bordas externas e internas na tabela iguais, conforme a seleção que fizermos nos demais campos de opção;
- Grade: aplica a borda escolhida nas demais opções da janela (como estilo, por exemplo) ao redor da tabela e as
bordas internas permanecem iguais.
- Estilo: permite escolher um estilo para as bordas da tabela, uma cor e uma largura.
- Visualização: através desse recurso, podemos definir bordas diferentes para uma mesma tabela. Por exemplo,
podemos escolher um estilo e, em visualização, clicar na borda superior; escolher outro estilo e clicar na borda inferior;
e assim colocar em cada borda um tipo diferente de estilo, com cores e espessuras diferentes, se assim desejarmos.
A guia “Borda da Página”, desta janela, nos traz recursos semelhantes aos que vimos na Guia Bordas. A diferença é
que se trata de criar bordas na página de um documento e não em uma tabela.
INFORMÁTICA

Outra opção diferente nesta guia, é o item Arte. Com ele, podemos decorar nossa página com uma borda que en-
volve vários tipos de desenhos.
Alguns desses desenhos podem ser formatados com cores de linhas diferentes, outros, porém não permitem
outras formatações a não ser o ajuste da largura.

10
Podemos aplicar as formatações de bordas da página
no documento todo ou apenas nas sessões que desejar- 2 – Partes rápidas: insere trechos de conteúdos reutilizá-
mos, tendo assim um mesmo documento com bordas veis, incluindo campos, propriedades de documentos como
em uma página, sem bordas em outras ou até mesmo autor ou quaisquer fragmentos de texto pré-formado.
bordas de página diferentes em um mesmo documento. 3 – Linha de assinatura: insere uma linha que serve
como base para a assinatura de um documento.
5. Grupo Ilustrações: 4 – Data e hora: insere a data e a hora atuais no documento.
5 – Insere objeto: insere um objeto incorporado.
6 – Capitular: insere uma letra maiúscula grande no iní-
cio de cada parágrafo. É uma opção de formatação decora-
tiva, muito usada principalmente, em livros e revistas. Para
inserir a letra capitular, basta clicar no parágrafo desejado e
depois na opção “Letra Capitular”. Veja o exemplo:

Neste parágrafo foi inserida a letra capitular

7. Guia revisão
Grupo Ilustrações
7.1. Grupo revisão de texto
1 – Inserir imagem do arquivo: permite inserir no teto
uma imagem que esteja salva no computador ou
em outra mídia, como pendrive ou CD.
2 – Clip-art: insere no arquivo imagens e figuras
que se encontram na galeria de imagens do Word.
3 – Formas: insere formas básicas como setas, cubos,
elipses e outras.
4 – SmartArt: insere elementos gráficos para co-
municar informações visualmente.
5 – Gráfico: insere gráficos para ilustrar e comparar dados.

6. Grupo Links:
Grupo revisão de texto
Inserir hyperlink: cria um link para uma página da Web,
uma imagem, um e – mail. Indicador: cria um indicador 1 – Pesquisar: abre o painel de tarefas viabilizando
para atribuir um nome a um ponto do texto. Esse indica- pesquisas em materiais de referência como jornais, enci-
dor pode se tornar um link dentro do próprio documento. clopédias e serviços de tradução.
2 – Dica de tela de tradução: pausando o cursor sobre
Referência cruzada: referência tabelas. algumas palavras é possível realizar sua tradução para
Grupo cabeçalho e rodapé: outro idioma.
Insere cabeçal 3 – Definir idioma: define o idioma usado para realizar
hos, rodapés e números de páginas. a correção de ortografia e gramática.
4 – Contar palavras: possibilita contar as palavras, os
Grupo texto: caracteres, parágrafos e linhas de um documento.
5 – Dicionário de sinônimos: oferece a opção de alte-
rar a palavra selecionada por outra de significado igual
ou semelhante.
6 – Traduzir: faz a tradução do texto selecionado para
outro idioma.
7 – Ortografia e gramática: faz a correção ortográfica e
gramatical do documento. Assim que clicamos na opção
“Ortografia e gramática”, a seguinte tela será aberta

Grupo Texto

1 – Caixa de texto: insere caixas de texto pré-formata-


das. As caixas de texto são espaços próprios para inserção
INFORMÁTICA

de textos que podem ser direcionados exatamente onde


precisamos. Por exemplo, na figura “Grupo Texto”, os nú-
meros ao redor da figura, do 1 até o 7, foram adicionados
através de caixas de texto.

11
9. Grupo controle:

Grupo controle

1 – Controlar alterações: controla todas as alterações


feitas no documento como formatações, inclusões, ex-
clusões e alterações.
2 – Balões: permite escolher a forma de visualizar as
alterações feitas no documento com balões no próprio
documento ou na margem.
3 – Exibir para revisão: permite escolher a forma de
exibir as alterações aplicadas no documento.
4 – Mostrar marcações: permite escolher o tipo de
marcação a ser exibido ou ocultado no documento.
5 – Painel de revisão: mostra as revisões em uma tela
separada.
Verificar ortografia e gramática

A verificação ortográfica e gramatical do Word,


já busca trechos do texto ou palavras que não se
enquadrem no perfil de seus dicionários ou regras
gramaticais e ortográficas. Na parte de cima da janela
“Verificar ortografia e gramática”, aparecerá o trecho
do texto ou palavra considerada inadequada. Em baixo,
aparecerão as sugestões. Caso esteja correto e a sugestão
do Word não se aplique, podemos clicar em “Ignorar
uma vez”; caso a regra apresentada esteja incorreta ou
não se aplique ao trecho do texto selecionado, podemos
clicar em “Ignorar regra”; caso a sugestão do Word seja
adequada, clicamos em “Alterar” e podemos continuar a
verificação de ortografia e gramática clicando no botão Grupo alterações
“Próxima sentença”.
Se tivermos uma palavra sublinhada em vermelho, 1 – Rejeitar: rejeita a alteração atual e passa para a
indicando que o Word a considera incorreta, podemos próxima alteração proposta.
apenas clicar com o botão direito do mouse sobre ela e
verificar se uma das sugestões propostas se enquadra. 2 – Anterior: navega até a revisão anterior para que
seja aceita ou rejeitada.
3 – Próximo: navega até a próxima revisão para que
#FicaDica possa ser rejeitada ou aceita.
4 – Aceitar: aceita a alteração atual e continua a nave-
Por exemplo, a palavra informática. Se
gação para aceitação ou rejeição.
clicarmos com o botão direito do mouse
sobre ela, um menu suspenso nos será Para imprimir nosso documento, basta clicar no bo-
mostrado, nos dando a opção de escolher tão do Office e posicionar o mouse sobre o ícone “Im-
a palavra informática. Clicando sobre ela, a primir”. Este procedimento nos dará as seguintes opções:
palavra do texto será substituída e o texto - Imprimir – onde podemos selecionar uma impresso-
ficará correto. ra, o número de cópias e outras opções de configuração
antes de imprimir.
- Impressão Rápida – envia o documento diretamente
para a impressora configurada como padrão e não abre
8. Grupo comentário: opções de configuração.
Novo comentário: adiciona um pequeno texto que serve - Visualização da Impressão – promove a exibição do
INFORMÁTICA

como comentário do texto selecionado, onde é possível documento na forma como ficará impresso, para que
realizar exclusão e navegação entre os comentários. possamos realizar alterações, caso necessário.

12
e rolagem da página durante a leitura, basta o usuário
dar um duplo clique sobre uma imagem, tabela ou gráfi-
co e o mesmo será ampliado, facilitando sua visualização.
Como se não bastasse, clicando com o botão direito do
mouse sobre uma palavra desconhecida, é possível ver
sua definição através do dicionário integrado do Word.
Documentos em PDF: agora é possível editar um do-
cumento PDF no Word, sem necessitar recorrer ao Adobe
Acrobat. Em seu novo formato, o Word é capaz de con-
verter o arquivo em uma extensão padrão e, depois de
editado, salvá-lo novamente no formato original. Esta fa-
çanha, contudo, passou a ser de extensa utilização, pois o
uso de arquivos PDF está sendo cada vez mais corriquei-
ro no ambiente virtual.
Interação de maneira simplificada: o Word trata nor-
malmente a colaboração de outras pessoas na criação de
um documento, ou seja, os comentários realizados neste,
como se cada um fosse um novo tópico. Com o Word
2013 é possível responder diretamente o comentário de
outra pessoa clicando no ícone de uma folha, presente
no campo de leitura do mesmo. Esta interação de usuá-
rios, realizada através dos comentários, aparece em for-
ma de pequenos balões à margem documento.
Compartilhamento Online: compartilhar seus docu-
Imprimir mentos com diversos usuários e até mesmo enviá-lo por
e-mail tornou-se um grande diferencial da nova plata-
As opções que temos antes de imprimir um arqui- forma Office 2013. O responsável por esta apresentação
vo estão exibidas na imagem acima. Podemos escolher online é o Office Presentation Service, porém, para isso,
a impressora, caso haja mais de uma instalada no com- você precisa estar logado em uma Conta Microsoft para
putador ou na rede, configurar as propriedades da im- acessá-lo. Ao terminar o arquivo, basta clicar em Arquivo
pressora, podendo estipular se a impressão será em alta / Compartilhar / Apresentar Online / Apresentar Online e
qualidade, econômica, tom de cinza, preto e branca, en- o mesmo será enviado para a nuvem e, com isso, você
tre outras opções. irá receber um link onde poderá compartilhá-lo também
Escolhemos também o intervalo de páginas, ou seja, por e-mail, permitindo aos demais usuários baixá-lo em
se desejamos imprimir todo o documento, apenas a pá- formato PDF.
gina atual (página em que está o ponto de inserção), ou Ocultar títulos em um documento: apontado como
um intervalo de páginas. Podemos determinar o número uma dificuldade por grande parte dos usuários, a rola-
de cópias e a forma como as páginas sairão na impres- gem e edição de determinadas partes de um arquivo
são. Por exemplo, se forem duas cópias, determinamos muito extenso, com vários títulos, acabou de se tornar
se sairão primeiro todas as páginas de número 1, depois uma tarefa mais fácil e menos desconfortável. O Word
as de número 2, assim por diante, ou se desejamos que 2013 permite ocultar as seções e/ou títulos do docu-
a segunda cópia só saia depois que todas as páginas da mento, bastando os mesmos estarem formatados no es-
primeira forem impressas. tilo  Títulos  (pré-definidos pelo Office). Ao posicionar o
mouse sobre o título, é exibida uma espécie de triângulo
a sua esquerda, onde, ao ser clicado, o conteúdo refe-
#FicaDica
rente a ele será ocultado, bastando repetir a ação para o
Perguntas de intervalos de impressão são mesmo reaparecer.
constantes em questões de concurso! Enfim, além destas novidades apresentadas existem
outras tantas, como um layout totalmente modificado,
focado para a utilização do software em tablets e apare-
WORD 2013 lhos com telas sensíveis ao toque. Esta nova plataforma,
também, abre um amplo leque para a adição de vídeos
Vejamos abaixo alguns novos itens implementados online e imagens ao documento. Contudo, como forma
na plataforma Word 2013: de assegurar toda esta relação online de compartilha-
Modo de leitura: o usuário que utiliza o software para mento e boas novidades, a Microsoft adotou novos me-
a leitura de documentos perceberá rapidamente a dife- canismos de segurança para seus aplicativos, retornando
INFORMÁTICA

rença, pois seu novo Modo de Leitura conta com um mé- mais tranquilidade para seus usuários.
todo que abre o arquivo automaticamente no formato O grande trunfo do Office 2013 é sua integração com a
de tela cheia, ocultando as barras de ferramentas, edição nuvem. Do armazenamento de arquivos a redes sociais, os
e formatação. Além de utilizar a setas do teclado (ou o softwares dessa versão são todos conectados. O ponto de
toque do dedo nas telas sensíveis ao toque) para a troca encontro deles é o SkyDrive, o HD na internet da Microsoft. 

13
A tela de apresentação dos principais programas é ligada ao serviço, oferecendo opções de login, upload e down-
load de arquivos. Isso permite que um arquivo do Word, por exemplo, seja acessado em vários dispositivos com seu
conteúdo sincronizado. Até a página em que o documento foi fechado pode ser registrada. 
Da mesma maneira, é possível realizar trabalhos em conjunto entre vários usuários. Quem não tem o Office instala-
do pode fazer edições na versão online do sistema. Esses e outros contatos podem ser reunidos no Outlook.
As redes sociais também estão disponíveis nos outros programas. É possível fazer buscas de imagens no Bing ou
baixar fotografias do Flickr, por exemplo. Outro serviço de conectividade é o SharePoint, que indica arquivos a serem
acessados e contatos a seguir baseado na atividade do usuário no Office.
O Office 365 é um novo jeito de usar os tão conhecidos softwares do pacote Office da Microsoft. Em vez de comprar
programas como Word, Excel ou PowerPoint, você agora pode fazer uma assinatura e desfrutar desses aplicativos e de
muitos outros no seu computador ou smartphone.
A assinatura ainda traz diversas outras vantagens, como 1 TB de armazenamento na nuvem com o OneDrive, mi-
nutos Skype para fazer ligações para telefones fixos e acesso ao suporte técnico especialista da Microsoft. Tudo isso
pagando uma taxa mensal, o que você já faz para serviços essenciais para o seu dia a dia, como Netflix e Spotify. Porém,
aqui estamos falando da suíte de escritório indispensável para qualquer computador.
Veja abaixo as versões do Office 365

Versões Office 365

EXCEL 2010, 2013 E DETALHES GERAIS


INFORMÁTICA

Tela Principal do Excel 2013

14
Barra de Títulos:

A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da pasta de trabalho na janela. Ao iniciar o programa
aparece Pasta 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

Faixa de Opções:

Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de Opções. Os co-
mandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade e,
para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido:

A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela e pode ser configurada com os botões
de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Adicionando e Removendo Componentes:

Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de acesso rápido podemos clicar com o botão
direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibida uma janela com a opção de Adicionar
à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido. Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta bar-
ra, clicando na seta lateral. Na janela apresentada temos várias opções para personalizar a barra, além da opção Mais
Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do Excel.

Adicionando componentes à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Para remoção do componente, selecione-o, clique com o botão direito do mouse e escolha Remover da Barra de
INFORMÁTICA

Ferramentas de Acesso Rápido.

15
Barra de Status:

Localizada na parte inferior da tela, a barra de status exibe mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas
teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom e os botões de “Modos de Exibição”.

Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela pode-
mos ativar ou desativar vários componentes de visualização.

Personalizar Barra de Status

Barras de Rolagem: Nos lados direito e inferior da região de texto estão as barras de rolagem. Clique nas setas para
cima ou para baixo para mover a tela verticalmente, ou para a direita e para a esquerda para mover a tela horizontal-
mente, e assim poder visualizar toda a sua planilha.

Planilha de Cálculo: A área quadriculada representa uma planilha de cálculos, na qual você fará a inserção de dados
e fórmulas para colher os resultados desejados.
Uma planilha é formada por linhas, colunas e células. As linhas são numeradas (1, 2, 3, etc.) e as colunas nomeadas
com letras (A, B, C, etc.).
INFORMÁTICA

lanilha de Cálculo

16
Cabeçalho de Coluna: Cada coluna tem um cabeçalho, que contém a letra que a identifica. Ao clicar na letra, toda
a coluna é selecionada.

Seleção de Coluna

Ao dar um clique com o botão direito do mouse sobre o cabeçalho de uma coluna, aparecerá o menu pop-up, onde
as opções deste menu são as seguintes:
-Formatação rápida: a caixa de formatação rápida permite escolher a formatação de fonte e formato de dados, bem
como mesclagem das células (será abordado mais detalhadamente adiante).
-Recortar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado
e, após colada, essa coluna é excluída do local de origem.
-Copiar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado.
-Opções de Colagem: mostra as diversas opções de itens que estão na área de transferência e que tenham sido
recortadas ou copiadas.
-Colar especial: permite definir formatos específicos na colagem de dados, sobretudo copiados de outros aplicativos.
-Inserir: insere uma coluna em branco, exatamente antes da coluna selecionada.
-Excluir: exclui toda a coluna selecionada, inclusive os dados nela contidos e sua formatação.
-Limpar conteúdo: apenas limpa os dados de toda a coluna, mantendo a formatação das células.
-Formatar células: permite escolher entre diversas opções para fazer a formatação das células (tal procedimento
será visto detalhadamente adiante).
-Largura da coluna: permite definir o tamanho da coluna selecionada.
-Ocultar: oculta a coluna selecionada. Muitas vezes uma coluna é utilizada para fazer determinados cálculos, neces-
sários para a totalização geral, mas desnecessários na visualização. Neste caso, utiliza-se esse recurso.
-Re-exibir: reexibe colunas ocultas.

Cabeçalho de Linha: Cada linha tem também um cabeçalho, que contém o número que a identifica. Clicando no
cabeçalho de uma linha, esta ficará selecionada.

Cabeçalho de linha
INFORMÁTICA

#FicaDica
Célula: As células, são as combinações entre linha e colunas. Por exemplo, na coluna A, linha 1, temos a
célula A1. Na Caixa de Nome, aparecerá a célula onde se encontra o cursor.

17
Sendo assim, as células são representadas como mos- outra posição, ou mesmo criar uma cópia da planilha
tra a tabela: com todos os dados nela contidos.
-Proteger Planilha: para impedir que, por acidente ou
deliberadamente, um usuário altere, mova ou exclua da-
dos importantes de planilhas ou pastas de trabalho, você
pode proteger determinados elementos da planilha (pla-
nilha: o principal documento usado no Excel para armaze-
nar e trabalhar com dados, também chamado planilha ele-
trônica. Uma planilha consiste em células organizadas em
colunas e linhas; ela é sempre armazenada em uma pasta
de trabalho.) ou da pasta de trabalho, com ou sem senha
(senha: uma forma de restringir o acesso a uma pasta de
Representação das Células
trabalho, planilha ou parte de uma planilha. As senhas do
Excel podem ter até 255 letras, números, espaços e símbo-
Caixa de Nome: Você pode visualizar a célula na qual
los. É necessário digitar as letras maiúsculas e minúsculas
o cursor está posicionado através da Caixa de Nome, ou, corretamente ao definir e digitar senhas.). É possível remo-
ao contrário, pode clicar com o mouse nesta caixa e digi- ver a proteção da planilha, quando necessário.
tar o endereço da célula em que deseja posicionar o cur- -Exibir código: pode-se criar códigos de programação
sor. Após dar um “Enter”, o cursor será automaticamente em VBA (Visual Basic for Aplications) e vincular às guias de
posicionado na célula desejada. planilhas (trata-se de tópico de programação avançada, que
não é o objetivo desta lição, portanto, não será abordado).
Guias de Planilhas: Em versões anteriores do Excel, -Cor da guia: muda a cor das guias de planilhas.
ao abrir uma nova pasta de trabalho no Excel, três pla- -Ocultar/Re-exibir: oculta/reexibe uma planilha.
nilhas já eram criadas: Plan1, Plan2 e Plan3. Nesta ver- -Selecionar todas as planilhas: cria uma seleção em
são, somente uma planilha é criada, e você poderá criar todas as planilhas para que possam ser configuradas e
outras, se necessitar. Para criar nova planilha dentro da impressas juntamente.
pasta de trabalho, clique no sinal + ( ). Para
alternar entre as planilhas, basta clicar sobre a guia, na Selecionar Tudo: Clicando-se na caixa Selecionar
planilha que deseja trabalhar. tudo, todas as células da planilha ativa serão selecionadas.
Você verá, no decorrer desta lição, como podemos
cruzar dados entre planilhas e até mesmo entre pastas
de trabalho diferentes, utilizando as guias de planilhas.
Ao posicionar o mouse sobre qualquer uma das pla-
nilhas existentes e clicar com o botão direito aparecerá
um menu pop up.

Caixa Selecionar Tudo

Barra de Fórmulas: Na barra de fórmulas são digita-


das as fórmulas que efetuarão os cálculos.
A principal função do Excel é facilitar os cálculos com
o uso de suas fórmulas. A partir de agora, estudaremos
várias de suas fórmulas. Para iniciar, vamos ter em mente
que, para qualquer fórmula que será inserida em uma
célula, temos que ter sinal de “=” no seu início. Esse sinal,
oferece uma entrada no Excel que o faz diferenciar textos
ou números comuns de uma fórmula.

Somar: Se tivermos uma sequência de dados numéri-


cos e quisermos realizar a sua soma, temos as seguintes
formas de fazê-lo:
Menu Planilhas

As funções deste menu são as seguintes:


-Inserir: insere uma nova planilha exatamente antes
INFORMÁTICA

da planilha selecionada.
-Excluir: exclui a planilha selecionada e os dados que
ela contém.
-Renomear: renomeia a planilha selecionada. Soma simples
-Mover ou copiar: você pode mover a planilha para

18
Usamos, nesse exemplo, a fórmula =B2+B3+B4. Onde: “= mínimo” – é o início da função; (A2:A5) –
Após o sinal de “=” (igual), clicar em uma das células, refere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver
digitar o sinal de “+” (mais) e continuar essa sequência qual é o maior valor. No caso a resposta seria R$ 622,00.
até o último valor.
Após a sequência de células a serem somadas, clicar Média: A função da média soma os valores de uma
no ícone soma, ou usar as teclas de atalho Alt+=. sequência selecionada e divide pela quantidade de valo-
A última forma que veremos é a função soma digitada. res dessa sequência.
Vale ressaltar que, para toda função, um início é fundamental: Na figura a seguir, foi calculada a média das alturas
= nome da função ( de quatro pessoas, usando a função = média (A2:A4)
Foi digitado “= média )”, depois, foram selecionados
os valores das células de A2 até A5. Quando a tecla Enter
for pressionada, o resultado será automaticamente colo-
cado na célula A6.
Todas as funções, quando um de seus itens for altera-
1 - Sinal de igual.
do, recalculam o valor final.
2 – Nome da função.
3 – Abrir parênteses.
Data: Esta fórmula insere a data automática em uma
planilha.
Após essa sequência, o Excel mostrará um pequeno
lembrete sobre a função que iremos usar, e nele é possí-
vel clicar e obter ajuda, também. Usaremos, no exemplo
a seguir, a função = soma(B2:B4).
Lembre-se, basta colocar a célula que contém o pri-
meiro valor, em seguida os dois pontos (:) e por último a
célula que contém o último valor. Exemplo função hoje
Subtrair: A subtração será feita sempre entre dois va- Na célula C1 está sendo mostrado o resultado da fun-
lores, por isso não precisamos de uma função específica. ção =hoje(), que aparece na barra de fórmulas.
Tendo dois valores em células diferentes, podemos
Inteiro: Com essa função podemos obter o valor in-
apenas clicar na primeira, digitar o sinal de “-” (menos)
teiro de uma fração. A função a ser digitada é =int(A2).
e depois clicar na segunda célula. Usamos na figura a
Lembramos que A2 é a célula escolhida e varia de acordo
seguir a fórmula = B2-B3.
com a célula a ser selecionada na planilha trabalhada.
Multiplicar: Para realizarmos a multiplicação, proce-
demos de forma semelhante à subtração. Clicamos no Arredondar para cima: Com essa função, é possível
primeiro número, digitamos o sinal de multiplicação que, arredondar um número com casas decimais para o nú-
para o Excel é o “*” asterisco, e depois, clicamos no último mero mais distante de zero.
valor. No próximo exemplo, usaremos a fórmula =B2*B3. Sua sintaxe é: = ARREDONDAR.PARA.CIMA(núm;núm_
Outra forma de realizar a multiplicação é através da dígitos)
seguinte função: Onde:
=mult(B2;c2) multiplica o valor da célula B2 pelo va- Núm: é qualquer número real que se deseja arredondar.
lor da célula C2. Núm_dígitos: é o número de dígitos para o qual se
deseja arredondar núm.
Dividir: Para realizarmos a divisão, procedemos de
forma semelhante à subtração e multiplicação. Clicamos
no primeiro número, digitamos o sinal de divisão que,
para o Excel é a “/” barra, e depois, clicamos no último
valor. No próximo exemplo, usaremos a fórmula =B3/B2.

Máximo: Mostra o maior valor em um intervalo de Início da função arredondar para cima
células selecionadas. Na figura a seguir, iremos calcular
a maior idade digitada no intervalo de células de A2 até Veja na figura, que quando digitamos a parte inicial
A5. A função digitada será = máximo(A2:A5). da função, o Excel nos mostra que temos que selecio-
Onde: “= máximo” – é o início da função; (A2:A5) – nar o num, ou seja, a célula que desejamos arredondar
refere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver e, depois do “;” (ponto e vírgula), digitar a quantidade de
qual é o maior valor. No caso a resposta seria 10. dígitos para a qual queremos arredondar.
Na próxima figura, para efeito de entendimento, dei-
INFORMÁTICA

Mínimo: Mostra o menor valor existente em um in- xaremos as funções aparentes, e os resultados dispostos
tervalo de células selecionadas. na coluna C:
Na figura a seguir, calcularemos o menor salário digi-
tado no intervalo de A2 até A5. A função digitada será = A função Arredondar.para.Baixo segue exatamente o
mínimo (A2:A5). mesmo conceito.

19
Resto: Com essa função podemos obter o resto de uma divisão. Sua sintaxe é a seguinte:
= mod (núm;divisor)
Onde:
Núm: é o número para o qual desejamos encontrar o resto.
divisor: é o número pelo qual desejamos dividir o número.

Exemplo de digitação da função MOD

Os valores do exemplo a cima serão, respectivamente: 1,5 e 1.


Valor Absoluto: Com essa função podemos obter o valor absoluto de um número. O valor absoluto, é o número
sem o sinal. A sintaxe da função é a seguinte:
=abs(núm)
Onde: aBs(núm)
Núm: é o número real cujo valor absoluto você deseja obter.

Exemplo função abs

Dias 360: Retorna o número de dias entre duas datas com base em um ano de 360 dias (doze meses de 30 dias).
Sua sintaxe é:
= DIAS360(data_inicial;data_final)
Onde:
data_inicial = a data de início de contagem.
Data_final = a data a qual quer se chegar.

No exemplo a seguir, vamos ver quantos dias faltam para chegar até a data de 14/06/2018, tendo como data inicial o dia
05/03/2018. A função utilizada será =dias360(A2;B2)

Exemplo função dias360

Vamos usar a Figura abaixo para explicar as próximas funções (Se, SomaSe, Cont.Se)
INFORMÁTICA

Exemplo (Se, SomaSe, Cont.se)

20
Função SE: O SE é uma função condicional, ou seja, TERVALO D3 ATÉ D10
verifica SE uma condição é verdadeira ou falsa. MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D16
A sintaxe dessa função é a seguinte:
=SE(teste_lógico;“valor_se_verdadeiro”;“valor_se_falso”) Traduzindo a condição em variáveis teremos:
=: Significa a chamada para uma fórmula/função Resultado: será mostrado na célula D16, portanto é
SE: função SE onde devemos digitar a fórmula
teste_lógico: a pergunta a qual se deseja ter resposta Intervalo para análise: C3:C10
“valor_se_verdadeiro”: se a resposta da pergunta for Critério: “MASCULINO”
verdadeira, define o resultado “valor_se_falso” se a res- Intervalo para soma: D3:D10
posta da pergunta for falsa, define o resultado. Assim, com o cursor na célula D16, digitamos:
Usando a planilha acima como exemplo, na coluna ‘E’ =SOMASE(D3:D10;”masculino”;C3:C10)
queremos colocar uma mensagem se o funcionário rece- MULHERES:
be um salário igual ou acima do valor mínimo R$ 724,00 SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR FEMININO,
ou abaixo do valor mínimo determinado em R$ 724,00. ENTÃO
Assim, temos a condição: SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO IN-
SE VALOR DE C3 FOR MAIOR OU IGUAL a 724, então TERVALO D3 ATÉ D10
ESCREVA “ACIMA”, senão ESCREVA “ABAIXO” MOSTRA O MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D17
RESULTADO NA CÉLULA E3 Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Traduzindo a condição em variáveis teremos: Resultado: será mostrado na célula D17, portanto é
Resultado: será mostrado na célula C3, portanto é onde devemos digitar a fórmula
onde devemos digitar a fórmula Intervalo para análise: C3:C10
Teste lógico: C3>=724 Critério: “FEMININO”
Valor_se_verdadeiro: “Acima” Intervalo para soma: D3:D10
Valor_se_falso: “Abaixo” Assim, com o cursor na célula D17, digitamos:
Assim, com o cursor na célula E3, digitamos: =SomaSE(D3:D10;”feminino”;C3:C10)
=SE(C3>=724;”Acima”;”Abaixo”)
Função CONT.SE: O CONT.SE é uma função de con-
Para cada uma das linhas, podemos copiar e colar as tagem condicionada, ou seja, CONTA a quantidade de
fórmulas, e o Excel, inteligentemente, acertará as linhas e registros, SE determinada condição for verdadeira. A sin-
colunas nas células. Nossas fórmulas ficarão assim: taxe desta função é a seguinte:
E4 ↑ =SE(C4>=724;”Acima”;”Abaixo”) =CONT.SE(intervalo;“critérios”)
E5 ↑ =SE(C5>=724;”Acima”;”Abaixo”) = : significa a chamada para uma fórmula/função
E6 ↑ =SE(C6>=724;”Acima”;”Abaixo”) CONT.SE: chamada para a função CONT.SE
E7 ↑ =SE(C7>=724;”Acima”;”Abaixo”) intervalo: intervalo de células onde será feita a análise
E8 ↑ =SE(C8>=724;”Acima”;”Abaixo”) dos dados
E9 ↑ =SE(C9>=724;”Acima”;”Abaixo”) “critérios”: critérios a serem avaliados nas células do
E10 ↑ =SE(C10>=724;”Acima”;”Abaixo”) “intervalo”
Usando a planilha acima como exemplo, queremos
Função SomaSE: A SomaSE é uma função de soma saber quantas pessoas ganham R$ 1.200,00 ou mais, e
condicionada, ou seja, SOMA os valores, SE determina- mostrar o resultado na célula D14, e quantas ganham
da condição for verdadeira. A sintaxe desta função é a abaixo de R$1.200,00 e mostrar o resultado na célula
seguinte: D15. Para isso precisamos criar a seguinte condição:
=SomaSe(intervalo;“critérios”;intervalo_soma)
=Significa a chamada para uma fórmula/função R$ 1.200,00 ou MAIS:
SomaSe: função SOMASE SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MAIOR
intervalo: Intervalo de células onde será feita a análise OU IGUAL A 1.200,00, ENTÃO
dos dados CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
“critérios”: critérios (sempre entre aspas) a serem ava- MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D14
liados a fim de chegar à condição verdadeira
intervalo_soma: Intervalo de células onde será verifi- Traduzindo a condição em variáveis teremos:
cada a condição para soma dos valores Resultado: será mostrado na célula D14, portanto é
Exemplo: usando a planilha acima, queremos somar os onde devemos digitar a fórmula
salários de todos os funcionários HOMENS e mostrar o Intervalo para análise: C3:C10
resultado na célula D16. E também queremos somar os sa- Critério: >=1200
lários das funcionárias mulheres e mostrar o resultado na Assim, com o cursor na célula D14, digitamos:
INFORMÁTICA

célula D17. Para isso precisamos criar a seguinte condição: =CONT.SE(C3:C10;”>=1200”)


HOMENS: MENOS DE R$ 1.200,00:
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MASCULI- SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MENOR
NO, ENTÃO QUE 1200, ENTÃO
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO IN- CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10

21
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D15

Traduzindo a condição em variáveis teremos:


Resultado: será mostrado na célula D15, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: <1200
Assim, com o cursor na célula D15, digitamos:
=CONT.SE(C3:C10;”<1200”)

Observações: fique atento com o > (maior) e < (menor), >= (maior ou igual) e <=(menor ou igual). Se tivéssemos
determinado a contagem de valores >1200 (maior que 1200) e <1200 (menor que 1200), o valor =1200 (igual a 1200)
não entraria na contagem.

Formatação de Células: Ao observar a planilha abaixo, fica claro que não é uma planilha bem formatada, vamos
deixar ela de uma maneira mais agradável.

Planilha sem Formatação

Vamos utilizar os 3(três) passos apontados na Figura abaixo:

Formatando a planilha

O primeiro passo é mesclar e centralizar o título, para isso utilizamos o botão Mesclar e Centralizar, entre outras
opções de alinhamento, como centralizar, direção do texto, entre outras.
INFORMÁTICA

Formatando a planilha (Passo 1)

22
Em seguida, vamos colocar uma borda no texto digi- dos dados que desejamos visualizar. Assim, podemos fil-
tado, vamos escolher a opção “Todas as bordas”, pode- trar e visualizar somente os dados do mês de Janeiro ou
mos mudar o título para negrito, mudar a cor do fundo e/ então somente os gastos com contas de consumo, por
ou de uma fonte, basta selecionar a(s) célula(s) e escolher exemplo.
as formatações.
GRUPO FERRAMENTAS DE DADOS:

- Texto para colunas: separa o conteúdo de uma célu-


la do Excel em colunas separadas.
- Remover duplicatas: exclui linhas duplicadas de uma
planilha - Validação de dados: permite especificar valo-
Formatando a planilha (Passo 2) res inválidos para uma planilha. Por exemplo, podemos
especificar que a planilha não aceitará receber valores
Para finalizar essa etapa vamos formatar a coluna C menores que 10.
para moeda, que é o caso desse exemplo, porém pode - Consolidar: combina valores de vários intervalos em
ser realizado vários outros tipos de formatação, como, um novo intervalo.
porcentagem, data, hora, científico, basta clicar no dro- - Teste de hipóteses: testa diversos valores para a fór-
pbox onde está escrito geral e escolher. mula na planilha.

Gráficos: Outra forma interessante de analisar os


dados é utilizando gráficos. O Excel monta os gráficos
rapidamente e é muito fácil. Na Guia Inserir da Faixa de
Opções, temos diversas opções de gráficos que podem
Formatando a planilha (Passo 3) ser utilizados.

O resultado final nos traz uma planilha muito mais


agradável e de fácil entendimento:

Figura 48: Gráficos

Utilizando a planilha da Concessionária Grupo Nova,


teremos o seguinte gráfico escolhido.

Figura 47: Planilha Formatada

Ordenando os dados: Você pode digitar os dados em


qualquer ordem, pois o Excel possui uma ferramenta muito
útil para ordenar os dados.
Ao clicar neste botão, você tem as opções para classificar
de A a Z (ordem crescente), de Z a A (ordem decrescente) ou
classificação personalizada.
Para ordenar seus dados, basta clicar em uma célula da
coluna que deseja ordenar, e selecionar a classificação cres-
cente ou decrescente. Mas cuidado! Se você selecionar uma
coluna inteira, nas versões mais antigas do Excel, você irá
classificar os dados dessa coluna, mas vai manter os dados
das outras colunas onde estão. Ou seja, seus dados ficarão
alterados. Nas versões mais novas, ele fará a pergunta, se
deseja expandir a seleção e dessa forma, fazer a classifica-
ção dos dados junto com a coluna de origem, ou se deseja
manter a seleção e classificar somente a coluna selecionada.
INFORMÁTICA

Filtrando os dados: Ainda no botão temos a opção


FILTRO. Ao selecionar esse botão, cada uma das colunas Gráfico de Colunas – 3D
da nossa planilha irá abrir uma seta para fazer a seleção

23
Redimensione o gráfico clicando com o mouse nas bordas para aumentar de tamanho. Reposicione o gráfico na
página, clicando nas linhas e arrastando até o local desejado.

#FicaDica
Importante mencionar que o conceito do Excel 365 é o mesmo apontado no Word, ou seja, fazem parte
do Office 365, que podem ser comprados conforme figura 39.

POWERPOINT 2010, 2013 E DETALHES GERAIS

Na tela inicial do PowerPoint, são listadas as últimas apresentações editadas (à esquerda), opção para criar nova
apresentação em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novas apresentações (ao centro).
Ao selecionar a opção de Apresentação em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos
elementos básicos apontados na figura abaixo, e descritos nos tópicos a seguir.

Tela Principal do PowerPoint 2013

Barra de Títulos: A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da apresentação na janela. Ao
iniciar o programa aparece Apresentação 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

Faixa de Opções: Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de
Opções. Os comandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo
de atividade e, para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

Faixa de Opções
INFORMÁTICA

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido: A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da
tela e pode ser configurada com os botões de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

Adicionando e Removendo Componentes: Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas

24
de acesso rápido podemos clicar com o botão direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será
exibida uma janela com a opção de Adicionar à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Adicionando itens à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. É aberto o
menu Personalizar Barra de Ferramentas de Acesso Rápido, que apresenta várias opções para personalizar a barra, além
da opção Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do PowerPoint.
Para remoção do componente, no mesmo menu selecione-o. Se preferir, clique com o botão direito do mouse sobre
o ícone que deseja remover e escolha Remover da Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.
Barra de Status: Localizada na parte inferior da tela, a barra de status permite incluir anotações e comentários na
sua apresentação, mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom
e os botões de ‘Modos de Exibição’.

Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela pode-
mos ativar ou desativar vários componentes de visualização.
Durante uma apresentação, os slides do PowerPoint vão sendo projetados no monitor do computador, lembrando
os antigos slides fotográficos.
O apresentador pode inserir anotações, observações importantes, que deverão ser abordadas durante a apresentação.
Estas anotações serão visualizadas somente pelo apresentador quando, durante a apresentação, for selecionado o Modo
de Exibição do Apresentador (basta clicar com o botão direito do mouse e selecionar esta opção durante a apresentação).

Modelos e Temas Online: Algumas vezes parece impossível iniciar uma apresentação. Você nem mesmo sabe
como começar. Nestas situações pode-se usar os modelos prontos, que fornecem sugestões para que você possa
iniciar a criação de sua apresentação. A versão PowerPoint 2013 traz vários modelos disponíveis online divididos por
temas (é necessário estar conectado à internet).
INFORMÁTICA

Modelos e temas online

Para utilizar um modelo pronto, selecione um tema. Em nosso exemplo, vamos selecionar ‘Negócios’. Aparecerão
vários modelos prontos que podem ser utilizados para a criação de sua apresentação, conforme mostra a figura abaixo.

25
Apresentações Modelo ‘Negócios’

Procure conhecer os modelos, clicando sobre eles. Utilize as barras de rolagem para rolar a tela, visualizar as possibilida-
des, e possivelmente escolher um modelo, dentre as inúmeras possibilidades fornecidas, para criar apresentações profissio-
nais com muita agilidade.
Ao escolher um modelo, clique no botão ‘Criar’ e aguarde o download do arquivo. Será criado um novo arquivo em seu computador,
que você poderá salvar onde quiser. A partir daí, basta customizar os dados e utilizá-lo como SUA APRESENTAÇÃO.
Tanto o layout como o padrão de formatação de fontes, poderão ser alterados em qualquer momento, para atender às
suas necessidades.

Apresentação de Slides:

Antes de começarmos a trabalhar em um novo slide, ou nova apresentação, vamos entender um pouco melhor como funcio-
na uma apresentação. Escolha um modelo pronto qualquer, faça o download, e inicie a apresentação, assim:
Na barra ‘Modos de exibição de slides’, localizada na barra de status, clique no botão ‘Modo de Apresentação de Slides’.
Dê cliques com o mouse para seguir ao próximo slide. Ao clicar na apresentação, são exibidos botões de navegação, que
permitem que você siga para o próximo slide ou volte ao anterior, conforme mostrado abaixo. Além dos botões de navegação
você também conta com outras ferramentas durante sua apresentação.

Botões de Navegação e Outras Ferramentas

Exibição de Slides: Vamos agora começar a personalizar nossa apresentação, tendo como base o modelo criado. Se ainda
estiver com uma apresentação aberta, termine a apresentação, retornando à estrutura. Clique, na faixa de opções, no menu
‘EXIBIÇÃO’.

Alternando entre os Modos de Exibição

Modo Normal: No modo de exibição ‘Normal’, você trabalha em um slide de cada vez e pode organizar a estrutura de
todos os slides da apresentação.
INFORMÁTICA

Modo de Exibição ‘Normal’.

26
#FicaDica
Para mover de um slide para outro clique sobre o slide (do lado esquerdo) que deseja visualizar na tela,
ou utilize as teclas ‘PageUp’ e ‘PageDown’.

Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: Este modo de visualização é interessante principalmente durante a
construção do texto da apresentação. Você pode ir digitando o texto do lado esquerdo e o PowerPoint monta os slides
pra você.

Classificação de Slides: Este modo permite ver seus slides em miniatura, para auxiliar na organização e estrutura-
ção de sua apresentação. No modo de classificação de slides, você pode reordenar slides, adicionar transições e efeitos
de animação e definir intervalos de tempo para apresentações eletrônicas de slides.

Classificação de Slides

Para alterar a sequência de exibição de slides, clique no slide e arraste até a posição desejada. Você também pode
ocultar um slide dando um clique com o botão direito do mouse sobre ele e selecionando ‘Ocultar Slide’.
Alterando o Design:
O design de um slide é a apresentação visual do mesmo, ou seja, as cores nele utilizadas, tipos de fontes, etc. O
PowerPoint disponibiliza vários temas prontos para aplicar ao design de sua apresentação.
Para inserir um Tema de design pronto nos slides acesse a guia ‘Design’ na Faixa de Opções. Clique na seta lateral
para visualizar todos os temas existentes.
Clique no tema desejado, para aplicar ao slide selecionado. O tema será aplicado em todos os slides.
Variantes -> Cores e Variantes -> Fontes: ainda na guia ‘Design’ podemos aplicar variações dos temas, alterando
cores e fontes, criando novos temas de cores. Clique na seta da caixa ‘Variantes’ para abrir as opções. Passe o mouse
sobre cada tema para visualizar o efeito na apresentação. Após encontrar a variação desejada, dê um clique com o
mouse para aplicá-la à apresentação.
INFORMÁTICA

Variantes de Temas de Design

Variantes -> Efeitos: os efeitos de tema especificam como os efeitos são aplicados a gráficos SmartArt, formas e
imagens. Clique na seta do botão ‘Efeitos’ para acessar a galeria de Efeitos. Aplicando o efeito alteramos rapidamente
a aparência dos objetos.

27
Layout de Texto:

O primeiro slide criado em nossa apresentação é um ‘Slide de título’. Nele não deve ser inserido o conteúdo da palestra
ou reunião, mas apenas o título e um subtítulo pois trata-se do slide inicial.
Clique no quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adicionar um título’, e escreva o título de sua apresentação. A apre-
sentação que criaremos será sobre ‘Grupo Nova”.
No quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adicionar um subtítulo’ coloque seu nome ou o nome da empresa em que
trabalha, ou mesmo um subtítulo ligado ao tema da apresentação.
Formate o texto da forma como desejar, selecionando o tipo da fonte, tamanho, alinhamento, etc., clicando sobre a ‘Caixa
de Texto’ para fazer as formatações.
Clique no botão novo slide da guia ‘PÁGINA INICIAL’. Será criado um novo slide com layout diferente do anterior. Isso acon-
tece porque o programa entende que o próximo slide não é mais de título, e sim de conteúdo, e assim sucessivamente para a
criação da sua apresentação.

Layouts de Conteúdo:

Utilizando os layouts de conteúdo é possível inserir figura ou cliparts, tabelas, gráficos, diagramas ou clipe de mídia (que
podem ser animações, imagens, sons, etc.).
A utilização destes recursos é muito simples, bastando clicar, no próprio slide, sobre o recurso que deseja utilizar.
Salve a apresentação atual como ‘Ensino a Distância’ e, sem fechá-la, abra uma nova apresentação. Vamos ver a utilização
dos recursos de Conteúdo.
Na guia ‘Início’ da Faixa de Opções, clique na seta lateral da caixa Layout. Será exibida uma janela com várias opções.
Selecione o layout ‘Título e conteúdo’.
Aparecerá a caixa de conteúdo no slide como mostrado na figura a seguir. A caixa de conteúdos ao centro do slide possui
diversas opções de tipo de conteúdo que se pode utilizar.
As demais ferramentas da ‘Caixa de Conteúdo’ são:

• Escolher Elemento Gráfico SmartArt


• Inserir Imagem
• Inserir Imagens Online
• Inserir Vídeo

Explore as opções, utilize os recursos oferecidos para enriquecer seus conhecimentos e, em consequência, criar apresen-
tações muito mais interessantes. O funcionamento de cada item é semelhante aos já abordados.

Agora é com você!


Exercite: crie diversos slides de conteúdo, procurando utilizar todas as opções oferecidas para cada tipo de conteúdo.
Desta forma, você estará aprendendo ainda mais utilizar os recursos do PowerPoint e do Office.

Animação dos Slides: A animação dos slides é um dos últimos passos da criação de uma apresentação. Essa é uma etapa
importante, pois, apesar dos inúmeros recursos oferecidos pelo programa, não é aconselhável exagerar na utilização dos
mesmos, pois além de tornar a apresentação cansativa, tira a atenção das pessoas que estão assistindo, ao invés de dar foco
ao conteúdo da apresentação, passam a dar foco para as animações.

Transições: A transição dos slides nada mais é que a mudança entre um slide e outro. Você pode escolher entre diversas
transições prontas, através da faixa de opções ‘TRANSIÇÕES’. Selecione o primeiro slide da nossa apresentação e clique nesta
opção.
Escolha uma das transições prontas e veja o que acontece. Explore os diversos tipos de transições, apenas clicando sobre
elas e assistindo os efeitos que elas produzem. Isso pode ser bastante divertido, mas dependendo do intuito da apresentação,
o exagero pode tornar sua apresentação pouco profissional.
Ainda em ‘TRANSIÇÕES’ escolha como será feito o avanço do slide, se após um tempo pré-definido ou ‘Ao Clicar com o
Mouse’, dentro da faixa ‘INTERVALO’. Você também pode aplicar som durante a transição.

Animações: As animações podem ser definidas para cada caixa de texto dos slides. Ou seja, durante sua apresentação
você pode optar em ir abrindo o texto conforme trabalha os assuntos.
Neste exemplo, selecionaremos o Slide 3 de nossa apresentação para enriquecer as explicações. Clique um uma das caixas
de texto do slide, e na opção ‘ANIMAÇÕES’ abra o ‘PAINEL DE ANIMAÇÃO’.
INFORMÁTICA

Animações

28
Escolheremos a opção ‘Flutuar para Dentro’, mas você o conteúdo dos slides, tais como Modelos de slides, Layout
pode explorar as diversas opções e escolher a que mais de slide, Estilos e Formatação, Parágrafo e Caractere;
te agradar. Clique na opção escolhida. No Painel de Ani- Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia,
mação, abra todas as animações clicando na seta para Compactar apresentação e Player de mídia;
baixo. Apresentação de Slides - contém comandos para con-
trolar a apresentação de slides e adicionar efeitos em obje-
tos e na transição de slides.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (Escrivão – de Polícia – CESPE 2013) Título, assunto, pala-


Abrindo a lista do Painel de Animações vras-chave e comentários de um documento são metadados
típicos presentes em um documento produzido por proces-
Cada parágrafo de texto pode ser configurado, bastan- sadores de texto como o BrOffice e o Microsoft Office.
do que você clique no parágrafo desejado e faça a opção
de animação desejada. O parágrafo pode aparecer somente ( ) CERTO ( ) ERRADO
quando você clicar com o mouse, ou juntamente com o an-
terior. Pode mantê-lo aberto na tela enquanto outros estão Resposta: CERTO. Quando um determinado documen-
fechados, etc. to de texto produzido tanto pelo BrOffice quanto pelo
Em nosso exemplo, vamos animar da seguinte forma: Microsoft Office ele fica armazenado em forma de ar-
os textos da caixa de texto do lado esquerdo vão aparecer quivo em uma memória especificada no momento da
juntos após clicar. Os textos da caixa do lado direito perma- gravação deste. Ao clicar como botão direito do mouse
necem fechados. Ao clicar novamente, os dois parágrafos no arquivo de texto armazenado e clicar em proprieda-
aparecerão ao mesmo tempo na tela. des é possível por meio da guia Detalhes perceber os
Passo a passo:
metadados “Título, assunto, palavras-chave e comen-
Com a caixa de texto do lado esquerdo selecionada, cli-
tários”.
que em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo, mostrado no Pai-
nel de Animações;
2. (Perito Criminal – CESPE – 2013) Considere que um
selecione o 2º parágrafo e selecione ‘Iniciar com anterior’;
usuário disponha de um computador apenas com Linux
selecione a caixa de texto do lado direito e aplique uma
animação; e BrOffice instalados. Nessa situação, para que esse com-
no Painel de Animações clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º putador realize a leitura de um arquivo em formato de
parágrafo da caixa de texto planilha do Microsoft Office Excel, armazenado em um
selecione o 2º parágrafo da caixa de texto e selecione pendrive formatado com a opção NTFS, será necessária
‘Iniciar com anterior’. a conversão batch do arquivo, antes de sua leitura com
o aplicativo instalado, dispensando-se a montagem do
Impress sistema de arquivos presente no pendrive.

É o editor de apresentações do LibreOffice e o seu for- ( ) CERTO ( ) ERRADO


mato de arquivo padrão é o .odp (Open Document Presen-
tations). Resposta: ERRADO. Um pendrive formatado com o
- O usuário pode iniciar uma apresentação no Impress sistema de arquivos NTFS será lido normalmente pelo
de duas formas: Linux, sem necessidade de conversão de qualquer na-
• do primeiro slide (F5) - Menu Apresentação de Sli- tureza. E o fato do suposto arquivo estar em formato
des -> Iniciar do primeiro slide. Excel (xls ou xlsx) é indiferente também, já que o BrO-
• do slide atual (Shift + F5) - Menu Apresentação de ffice é capaz de abrir ambos os formatos.
Slides -> Iniciar do slide atual.
3. (Papiloscopista – CESPE – 2012) O BrOffice 3, que
- Menu do Impress:
reúne, entre outros softwares livres de escritório, o editor
Arquivo - contém comandos que se aplicam ao docu-
mento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF; de texto Writer, a planilha eletrônica Calc e o editor de
Editar - contém comandos para editar o conteúdo do- apresentação Impress, é compatível com as plataformas
cumento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substi- computacionais Microsoft Windows, Linux e MacOS-X
tuir, Cortar, Copiar e Colar;
Exibir - contém comandos para controlar a exibição de ( ) CERTO ( ) ERRADO
um documento tais como Zoom, Apresentação de Slides,
INFORMÁTICA

Estrutura de tópicos e Navegador; Resposta: CERTO. O BrOffice 3 faz parte de um con-


Inserir - contém comandos para inserção de novos sli- junto de aplicativos para escritório livre multiplatafor-
des e elementos no documento como figuras, tabelas e hi- ma chamado OpenOffice.org. Distribuída para Micro-
perlinks; soft Windows, Unix, Solaris, Linux e Mac OS X, mantida
Formatar - contém comandos para formatar o layout e pela Apache Software Foundation.

29
4. (Agente – CESPE – 2014) No Word 2013, a partir de Considerando a figura acima, que ilustra uma janela do
opção disponível no menu Inserir, é possível inserir em um Word 2000 contendo parte de um texto extraído e adaptado
documento uma imagem localizada no próprio computador do sítio http://www.funai.gov.br, julgue os itens subsequen-
ou em outros computadores a que o usuário esteja conecta- tes.
do, seja em rede local, seja na Web.
7. (Delegado de Polícia – CESPE – 2004) Considere o se-
( ) CERTO ( ) ERRADO guinte procedimento: selecionar o trecho “Funai, (...) Fede-
ral”; clicar a opção
Resposta: CERTO. A opção Inserir, Ilustrações, Imagem Estilo no menu ; na janela decorrente dessa ação,
possibilita a inserção de imagens no documento, sejam marcar o campo todas em maiúsculas; clicar OK. Esse proce-
elas armazenadas no computador, na rede ou na Internet dimento fará que todas as letras do referido trecho fiquem
(no 2013 é possível na opção Imagens on-line, no 2010 com a fonte maiúscula.
não).
( ) CERTO ( ) ERRADO
5. (Agente – CESPE – 2014) Para criar um documento no
Word 2013 e enviá-lo para outras pessoas, o usuário deve Resposta: ERRADO. O procedimento correto é: selecio-
clicar o menu Inserir e, na lista disponibilizada, selecionar a nar o trecho “Funai, (...) Federal”; clicar a opção FONTE no
opção Iniciar Mala Direta. menu FORMATAR na janela decorrente dessa ação, mar-
car o campo Todas em maiúsculas; clicar OK.
( ) CERTO ( ) ERRADO
8. (Delegado de Polícia – CESPE – 2004) As informações
Resposta: ERRADO. A mala direta é usada para criar cor- contidas na figura mostrada permitem concluir que o docu-
respondências em massa que podem ser personalizadas mento em edição contém duas páginas e, caso se disponha
para cada destinatário. É possível adicionar elementos de uma impressora devidamente instalada e se deseje im-
individuais a qualquer parte de uma etiqueta, carta, en- primir apenas a primeira página do documento, é suficiente
velope, ou e-mail, desde a saudação até o conteúdo do realizar as seguintes ações: clicar a opção Imprimir no menu
documento, inclusive imagens. O Word preenche auto- ; na janela aberta em decorrência dessa ação, assina-
maticamente os campos com as informações do desti- lar, no campo apropriado, que se deseja imprimir a página
natário e gera todos os documentos individuais. Contu- atual; clicar OK.
do, não envia um arquivo a outros usuários como diz a
questão. ( ) CERTO ( ) ERRADO

6. (Agente – CESPE – 2014) No Word 2013, ao se selecionar Resposta: CERTO. A opção para imprimir documentos
uma palavra, clicar sobre ela com o botão direito do mouse assim como para efetuar as devidas configurações da
e, na lista disponibilizada, selecionar a opção definir, será impressão podem ser feitas através do Menu Arquivo /
mostrado, desde que estejam satisfeitas todas as configura- Imprimir ou utilizando-se do atalho CTRL+P.
ções exigidas, um dicionário contendo significados da pala-
vra selecionada. 9. (Delegado de Polícia – CESPE – 2004) Para encontrar
todas as ocorrências do termo “Ibama” no documento em
( ) CERTO ( ) ERRADO edição, é suficiente realizar o seguinte procedimento: apli-
car um clique duplo sobre o referido termo; clicar sucessiva-
Resposta: CERTO. A inclusão do dicionário no botão di- mente o botão .
reito na versão Word 2013 é novidade, mas já é antiga no
Word pelo comando Shift + F7(dicionário de sinônimos). ( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: ERRADO. O botão mostrado na questão não


deve ser utilizado para encontrar ocorrências de um de-
terminado termo no documento que se está editando, tal
recurso pode ser conseguido através do botão Localizar
ou do atalho CTRL+L.
INFORMÁTICA

30
A figura acima mostra uma janela do Excel 2002 com fossem fragmentadas e endereçadas ao seu computador
uma planilha em processo de edição. Com relação a essa de destino. O percurso entre o emissor e o receptor da
figura e ao Excel 2002, e considerando que apenas a célu- informação poderia ser realizado por várias rotas, assim,
la C2 está formatada como negrito, julgue o item abaixo. caso algum ponto no trajeto fosse destruído, os dados po-
deriam seguir por outro caminho garantindo a entrega da
10. (Delegado de Polícia – CESPE – 2004) É possível informação, é importante mencionar que a maior distân-
aplicar negrito às células B2, B3 e B4 por meio da seguin- cia entre um ponto e outro, era de 450 quilômetros. No
te sequência de ações, realizada com o mouse: clicar a começo dos anos 80, essa tecnologia rompeu as barreiras
célula C2; clicar ; posicionar o ponteiro sobre o centro de distância, passando a interligar e favorecer a troca de
da célula B2; pressionar e manter pressionado o botão informações de computadores de universidades dos EUA
esquerdo; posicionar o ponteiro no centro da célula B4; e de outros países, criando assim uma rede (NET) interna-
liberar o botão esquerdo. cional (INTER), consequentemente seu nome passa a ser,
Em um computador cujo sistema operacional é o INTERNET.
A evolução não parava, além de atingir fronteiras con-
Windows XP, ao se clicar, com o botão direito do mouse,
tinentais, os computadores pessoais evoluíam em forte
o ícone , contido na área de trabalho e referente a
escala alcançando forte potencial comercial, a Internet dei-
determinado arquivo, foi exibido o menu mostrado na
xou de conectar apenas computadores de universidades,
figura ao lado. A respeito dessa figura e do Windows XP,
passou a conectar empresas e, enfim, usuários domésticos.
julgue os itens a seguir. Na década de 90, o Ministério das Comunicações e o Minis-
tério da Ciência e Tecnologia do Brasil trouxeram a Internet
para os centros acadêmicos e comerciais. Essa tecnologia
rapidamente foi tomando conta de todos os setores sociais
até atingir a amplitude de sua difusão nos tempos atuais.
Um marco que é importante frisar é o surgimento do
WWW que foi a possibilidade da criação da interface gráfi-
ca deixando a internet ainda mais interessante e vantajosa,
pois até então, só era possível a existência de textos.
Para garantir a comunicação entre o remetente e o des-
tinatário o americano Vinton Gray Cerf, conhecido como o
pai da internet criou os protocolos TCP/IP, que são proto-
colos de comunicação. O TCP – TRANSMISSION CONTROL
( ) CERTO ( ) ERRADO PROTOCOL (Protocolo de Controle de Transmissão) e o IP –
INTERNET PROTOCOL (Protocolo de Internet) são conjun-
tos de regras que tornam possível tanto a conexão entre
Resposta: CERTO. Com o botão “Pincel” é possível co-
os computadores, quanto ao entendimento da informação
piar toda a formatação de uma célula para outra célu-
trocada entre eles.
la, e o procedimento correto foi descrito na questão.
A internet funciona o tempo todo enviando e receben-
do informações, por isso o periférico que permite a cone-
NOÇÕES BÁSICAS DE INTERNET E USO DE NAVE- xão com a internet chama MODEM, porque que ele MO-
GADORES. dula e DEModula sinais, e essas informações só podem ser
NOÇÕES BÁSICAS DE CORREIO ELETRÔNICO E EN- trocadas graças aos protocolos TCP/IP.
VIO DE E-MAILS.
Protocolos Web
INTERNET
Já que estamos falando em protocolos, citaremos ou-
tros que são largamente usados na Internet:
CONCEITOS DE TECNOLOGIAS RELACIONADAS
- HTTP (Hypertext Transfer Protocol): Protocolo de
À INTERNET E INTRANET, BUSCA E PESQUISA
transferência de Hipertexto, desde 1999 é utilizado para
NA WEB, MECANISMOS DE BUSCA NA WEB.
trocar informações na Internet. Quando digitamos um site,
automaticamente é colocado à frente dele o http://
O objetivo inicial da Internet era atender necessida- Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br
des militares, facilitando a comunicação. A agência nor-
te-americana ARPA – ADVANCED RESEARCH AND PRO- Onde:
JECTS AGENCY e o Departamento de Defesa americano, http:// → Faz a solicitação de um arquivo de hipermídia
na década de 60, criaram um projeto que pudesse conec- para a Internet, ou seja, um arquivo que pode conter texto,
tar os computadores de departamentos de pesquisas e som, imagem, filmes e links.
bases militares, para que, caso um desses pontos sofres- - URL (Uniform Resource Locator): Localizador Padrão
INFORMÁTICA

se algum tipo de ataque, as informações e comunicação de recursos, serve para endereçar um recurso na web, é
não seriam totalmente perdidas, pois estariam salvas em como se fosse um apelido, uma maneira mais fácil de aces-
outros pontos estratégicos. sar um determinado site.
O projeto inicial, chamado ARPANET, usava uma co- Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br, onde:
nexão a longa distância e possibilitava que as mensagens

31
Faz a solicitação de um arquivo de - IMAP (Internet Message Access Protocol): É um
http:// protocolo alternativo ao protocolo POP3, que oferece
hiper mídia para a Internet.
Estipula que esse recurso está na rede muitas mais possibilidades, como, gerir vários acessos
www mundial de computadores (veremos mais simultâneos e várias caixas de correio, além de poder
sobre www em um próximo tópico). criar mais critérios de triagem.
É o endereço de domínio. Um endereço de - SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): É o protocolo
novaconcursos domínio representará sua empresa ou seu padrão para envio de e-mails através da Internet. Faz
espaço na Internet. a validação de destinatários de mensagens. Ele que
Indica que o servidor onde esse site está verifica se o endereço de e-mail do destinatário está
.com
hospedado é de finalidades comerciais. corretamente digitado, se é um endereço existente,
.br Indica queo servidor está no Brasil. se a caixa de mensagens do destinatário está cheia ou
se recebeu sua mensagem, na troca de e-mails ele é o
Encontramos, ainda, variações na URL de um site, protocolo de saída.
que demonstram a finalidade e organização que o criou, - UDP (User Datagram Protocol): Protocolo que
como: atua na camada de transporte dos protocolos (TCP/
IP). Permite que a aplicação escreva um datagrama
.gov - Organização governamental encapsulado num pacote IP e transportado ao destino.
.edu - Organização educacional É muito comum lermos que se trata de um protocolo
.org - Organização não confiável, isso porque ele não é implementado com
.ind - Organização Industrial regras que garantam tratamento de erros ou entrega.
.net - Organização telecomunicações
.mil - Organização militar Provedor
.pro - Organização de profissões O provedor é uma empresa prestadora de serviços
.eng – Organização de engenheiros que oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é
necessário conectar-se com um computador que já esteja
E também, do país de origem: na Internet (no caso, o provedor) e esse computador
.it – Itália deve permitir que seus usuários também tenham acesso
.pt – Portugal a Internet.
No Brasil, a maioria dos provedores está conectada
.ar – Argentina à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros
.cl – Chile computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link,
.gr – Grécia que é a conexão física que interliga o provedor de acesso
com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida como
Quando vemos apenas a terminação .com, sabemos backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet no
Brasil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse uma
que se trata de um site hospedado em um servidor dos avenida de três pistas e os links como se fossem as ruas
Estados Unidos. que estão interligadas nesta avenida. Tanto o link como
o backbone possui uma velocidade de transmissão, ou
- HTTPS (Hypertext transfer protocol secure): seja, com qual velocidade ele transmite os dados.
Semelhante ao HTTP, porém permite que os dados sejam Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo).
Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso,
transmitidos através de uma conexão criptografada e que fornecerá um nome de usuário, uma senha de acesso
que se verifique a autenticidade do servidor e do cliente e um endereço eletrônico na Internet.
através de certificados digitais.
- FTP (File Transfer Protocol): Protocolo de transferência Home Page
de arquivo, é o protocolo utilizado para poder subir os
arquivos para um servidor de internet, seus programas Pela definição técnica temos que uma Home Page
mais conhecidos são, o Cute FTP, FileZilla e LeechFTP, ao é um arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de
computadores rodando um Navegador (Browser), que
criar um site, o profissional utiliza um desses programas permite o acesso às informações em um ambiente gráfico
FTP ou similares e executa a transferência dos arquivos e multimídia. Todo em hipertexto, facilitando a busca de
criados, o manuseio é semelhante à utilização de informações dentro das Home Pages.
gerenciadores de arquivo, como o Windows Explorer,
por exemplo.
- POP (Post Office Protocol): Protocolo de Posto dos #FicaDica
Correios permite, como o seu nome o indica, recuperar O endereço de Home Pages tem o seguinte
o seu correio num servidor distante (o servidor POP). É formato:
necessário para as pessoas não ligadas permanentemente http://www.endereço.com/página.html
à Internet, para poderem consultar os mails recebidos Por exemplo, a página principal do meu pro-
INFORMÁTICA

offline. Existem duas versões principais deste protocolo, o jeto de mestrado:


POP2 e o POP3, aos quais são atribuídas respectivamente http://www.youtube.com/canaldoovidio
as portas 109 e 110, funcionando com o auxílio de
comandos textuais radicalmente diferentes, na troca de
e-mails ele é o protocolo de entrada.

32
Plug-ins Mozila Firefox: O Mozila Firefox é outro excelente
navegador ele é gratuito e fácil de utilizar apesar de
Os plug-ins são programas que expandem a não ter uma interface tão amigável, porém é um dos
capacidade do Browser em recursos específicos - navegadores mais rápidas e com maior segurança contra
permitindo, por exemplo, que você toque arquivos de hackers.
som ou veja filmes em vídeo dentro de uma Home Page.
As empresas de software vêm desenvolvendo plug-ins
a uma velocidade impressionante. Maiores informações
e endereços sobre plug-ins são encontradas na página:
http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/Software/
Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/Indices/
ímbolo do Mozilla Firefox
Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo
temos uma relação de alguns deles: Opera: Usabilidade muito agradável, possui grande
- 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime, etc.). desempenho, porém especialistas em segurança o
- Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.). considera o navegador com menos segurança.
- Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP,
PCX, etc.).
- Negócios e Utilitários.
- Apresentações.

NOÇÕES BÁSICAS DE FERRAMENTAS E APLICA-


TIVOS DE NAVEGAÇÃO E CORREIO ELETRÔNICO.
Símbolo do Opera
Um browser ou navegador é um aplicativo que opera
através da internet, interpretando arquivos e sites web Safari: O Safari é o navegador da Apple, é um ótimo
desenvolvidos com frequência em código HTML que navegador considerado pelos especialistas e possui uma
contém informação e conteúdo em hipertexto de todas interface bem bonita, apesar de ser um navegador da
as partes do mundo. Apple existem versões para Windows.
Navegadores: Navegadores de internet ou browsers
são programas de computador especializados em
visualizar e dar acesso às informações disponibilizadas
na web, até pouco tempo atrás tínhamos apenas o
Internet Explorer e o Netscape, hoje temos uma série
de navegadores no mercado, iremos fazer uma breve
descrição de cada um deles, e depois faremos toda a
exemplificação utilizando o Internet Explorer por ser o
mais utilizado em todo o mundo, porém o conceito e
usabilidade dos outros navegadores seguem os mesmos Símbolo do Safari
princípios lógicos.
Chrome: O Chrome é o navegador do Google e Internet Explorer: O Internet Explorer ou IE é o
consequentemente um dos melhores navegadores navegador padrão do Windows. Como o próprio nome
existentes. Outra vantagem devido ser o navegador da diz, é um programa preparado para explorar a Internet
Google é o mais utilizado no meio, tem uma interface dando acesso a suas informações. Representado pelo
simples muito fácil de utilizar. símbolo do “e” azul, é possível acessá-lo apenas com um
duplo clique em seu símbolo.

Símbolo do Google Chrome

#FicaDica
INFORMÁTICA

Ultimamente tem caído perguntas relacio- Símbolo do Internet Explorer


nadas a guia anônima que não deixa rastro
(senhas, auto completar, entre outros), e é
acessado com o atalho CTRL+SHIFT+N

33
de informações (gráficos, vídeos, textos, sons, etc) que
#FicaDica também ficou conhecido como rede mundial.
Glossário interessante que abordam internet Tim Berners-Lee na década de 80 começou a criar um
projeto que pode ser considerado o princípio da World
e correio eletrônico Wide Web. No início da década de 90 ele já havia elaborado
Anti-spam: Ferramenta utilizada para filtro de uma nova proposta para o que ficaria conhecido como
mensagens indesejadas. WWW. Tim falava sobre o uso de hipertexto e a partir
Browser: Programa utilizado para navegar disso surgiu o “http” (em português significa protocolo
na Web, também chamado de navegador. de transferência de hipertexto). Vinton Cerf também é
um personagem importante e inclusive é conhecido por
Exemplo: Mozilla Firefox. muitos como o pai da internet.
Cliente de e-mail: Software destinado a ge-
renciar contas de correio eletrônico, possi-
bilitando a composição, envio, recebimen- #FicaDica
to, leitura e arquivamento de mensagens. A URL: Tudo que é disponível na Web tem seu
seguir, uma lista de gerenciadores de e-mail próprio endereço, chamado URL, ele facilita
(em negrito os mais conhecidos e utilizados a navegação e possui características especí-
atualmente): ficas como a falta de  acentuação gráfica  e
Microsoft Office Outlook, Microsoft Outlook palavras maiúsculas. Uma url possui o http
Express, Mozilla Thunderbird, Eudora, (protocolo), www (World Wide Web), o nome
Pegasus Mail, Apple Mail (Apple), Kmail (Li- da empresa que representa o site, .com (ex:
nux) e Windows Mail. se for um site governamental o final será
.gov) e a sigla do país de origem daquele site
(no Brasil é usado o BR).
Outros pontos importantes de conceitos que podem
ser abordado no seu concurso são:
MIME (Multipurpose Internet Mail Extensions – Mecanismos de Buscas
Extensões multiuso do correio da Internet): Provê
mecanismos para o envio de outros tipo sde informações Pesquisar por algo no Google e não ter como retorno
por e-mail, como imagens, sons, filmes, entre outros. exatamente o que você queria pode trazer algumas
MTA (Mail Transfer Agent – Agente de Transferência horas de trabalho a mais, não é mesmo? Por mais que os
de Correio): Termo utilizado para designar os servidores algoritmos de busca sejam sempre revisados e busquem
de Correio Eletrônico. de certa forma “adivinhar” o que se passa em sua cabeça,
MUA (Mail User Agent – Agente Usuário de lançar mão de alguns artifícios para que sua busca seja
Correio): Programas clientes de e-mail, como o Mozilla otimizada poupará seu tempo e fará com que você tenha
Thunderbird, Microsoft Outlook Express etc. acesso a resultados mais relevantes.
POP3 (Post Office Protocol Version 3 - Protocolo de Os mecanismos de buscas contam com operadores
Agência de Correio “Versão 3”): Protocolo padrão para para filtro de conteúdo. A maior parte desse filtros, no
receber e-mails. Através do POP, um usuário transfere entanto, pode não interessar e você, caso não seja um
para o computador as mensagens armazenada sem sua praticante de SEO. Contudo alguns são realmente úteis e
caixa postal no servidor. estão listados abaixo. Realize uma busca simples e depois
SMTP (Simple Mail Transfer Protocol - Protocolo de aplique os filtros para poder ver o quanto os resultados
Transferência Simples de Correio): É um protocolo de podem sem mais especializados em relação ao que você
envio de e-mail apenas. Com ele, não é possível que um procura.
usuário descarregue suas mensagens de umservidor.
Esse protocolo utiliza a porta 25 do protocolo TCP. -palavra_chave
Spam: Mensagens de correio eletrônico não Retorna um busca excluindo aquelas em que a
autorizadas ou não solicitadas pelo destinatário, palavra chave aparece. Por exemplo, se eu fizer uma
geralmente de conotação publicitária ou obscena, busca por computação, provavelmente encontrarei
enviadas em larga escala para uma lista de e-mails, na relação dos resultados informaçõe sobre “Ciência
fóruns ou grupos de discussão. da  computação“. Contudo, se eu fizer uma busca
por computação -ciência , os resultados que tem a
Um pouco de história palavra chave ciência serão omitidos.
A internet é uma rede de computadores que liga os +palavra_chave
computadores a redor de todo o mundo, mas quando ela Retorna uma busca fazendo uma inclusão forçada
começou não era assim, tinham apenas 4 computadores de uma palavra chave nos resultados. De maneira
e a maior distância entre um e outro era de 450 KM. No análoga ao exemplo anterior, se eu fizer uma busca do
fim da década de 60, o Departamento de Defesa norte- tipo computação, terei como retorna uma gama mista de
americano resolveu criar um sistema interligado para resultados. Caso eu queira filtrar somente os casos em
trocar informações sobre pesquisas e armamentos que que ciências aparece, e também no estado de SP, realizo
não pudesse chegar nas mãos dos soviéticos. Sendo uma busca do tipo computação + ciência SP.
assim, foi criado o projeto Arpanet pela Agência para
Projeto de Pesquisa Avançados do Departamento de “frase_chave”
INFORMÁTICA

Defesa dos EUA. Retorna uma busca em que existam as ocorrências


Ao ganhar proporções mundiais, esse tipo de conexão dos termos que estão entre aspas, na ordem e grafia
recebeu o nome de internet e até a década de 80 ficou exatas ao que foi inserido. Assim, se você realizar uma
apenas entre os meios acadêmicos. No Brasil ela chegou busca do tipo “como faser” – sim, com a escrita incorreta
apenas na década de 90. É na internet que é executada da palavra FAZER, verá resultados em que a frase idêntica
a World Wide Web (www), sistema que contém milhares foi empregada.

34
palavras_chave_01 OR palavra_chave_02 Um conhecimento básico que pode tornar o dia a dia
Mostra resultado para pelo menos uma das palavras com o Outlook muito mais simples é sobre os atalhos
chave citadas. Faça uma busca por facebook OR msn, por de teclado para a realização de diversas funções dentro
exemplo, e terá como resultado de sua busca, páginas
relevantes sobre pelo menos um dos dois temas- nesse do Outlook. Para você começar os seus estudos, anote
caso, como as duas palavras chaves são populares, os dois alguns atalhos simples. Para criar um novo e-mail, basta
resultados são apresentados em posição de destaque. apertar Ctrl + Shift + M e para excluir uma determinada
mensagem aposte no atalho Ctrl + D. Levando tudo isso
filetype:tipo em consideração inclua os atalhos de teclado na sua
Retorna as buscas em que o resultado tem o tipo de
extensão especificada. Por exemplo, em uma busca filetype:pdf rotina de estudos e vá preparado para o concurso com
jquery serão exibidos os conteúdos da palavra chave jquery que os principais na cabeça.
tiverem como extensão .pdf. Os tipos de extensão podem ser: Uma das funcionalidades mais úteis do Outlook para
PDF, HTML ou HTM, XLS, PPT, DOC profissionais que compartilham uma mesma área é o
compartilhamento de calendário entre membros de uma
palavra_chave_01 * palavra_chave_02
Retorna uma “busca combinada”, ou seja, sendo o * mesma equipe.
um indicador de “qualquer conteúdo”, retorna resultados Por isso mesmo é importante que você tenha o
em que os termos inicial e final aparecem, independente conhecimento da técnica na hora de fazer uma prova
do que “esteja entre eles”. Realize uma busca do de concurso que exige os conhecimentos básicos de
tipo facebook * msn e veja o resultado na prática. informática, pois por ser uma função bastante utilizada tem
maiores chances de aparecer em uma ou mais questões.
CORREIOS ELETRÔNICOS O calendário é uma ferramenta bastante interessante
do Outlook que permite que o usuário organize de forma
Os correios eletrônicos se dividem em duas formas:
os agentes de usuários e os agentes de transferência de completa a sua rotina, conseguindo encaixar tarefas,
mensagens. Os agentes usuários são exemplificados pelo compromissos e reuniões de maneira organizada por
Mozilla Thunderbird e pelo Outlook. Já os agentes de dia, de forma a ter um maior controle das atividades que
transferência realizam um processo de envio dos agentes devem ser realizadas durante o seu dia a dia.
usuários e servidores de e-mail. Dessa forma, uma funcionalidade do Outlook permite
Os agentes de transferência usam três
protocolos: SMTP (Simple Transfer Protocol), POP (Post que você compartilhe em detalhes o seu calendário ou
Office Protocol) e IMAP (Internet Message Protocol). parte dele com quem você desejar, de forma a permitir
O SMTP é usado para transferir mensagens eletrônicas que outra pessoa também tenha acesso a sua rotina,
entre os computadores. O POP é muito usado para o que pode ser uma ótima pedida para profissionais
verificar mensagens de servidores de e-mail quando ele dentro de uma mesma equipe, principalmente quando
se conecta ao servidor suas mensagens são levadas do
servidor para o computador local. Pode ser usado por um determinado membro entra de férias.
quem usa conexão discada. Para conseguir utilizar essa função basta que você
Já o IMAP também é um protocolo padrão que entre em Calendário na aba indicada como Página Inicial.
permite acesso a mensagens nos servidores de e-mail. Feito isso, basta que você clique em Enviar Calendário
Ele possibilita a leitura de arquivos dos e-mails, mas não por E-mail, que vai fazer com que uma janela seja aberta
permite que eles sejam baixados. O IMAP é ideal para no seu Outlook.
quem acessa o e-mail de vários locais diferentes.
Nessa janela é que você vai poder escolher todas as
informações que vão ser compartilhadas com quem você
#FicaDica deseja, de forma que o Outlook vai formular um calendário
Um e-mail hoje é um dos principais meios de de forma simples e detalhada de fácil visualização para
comunicação, por exemplo: quem você deseja enviar uma mensagem.
canaldoovidio@gmail.com Nos dias de hoje, praticamente todo mundo que
Onde, canaldoovidio é o usuário o arroba trabalha dentro de uma empresa tem uma assinatura
quer dizer na, o gmail é o servidor e o .com própria para deixar os comunicados enviados por e-mail
é a tipagem. com uma aparência mais profissional.
Dessa forma, é considerado um conhecimento básico
saber como criar assinaturas no Outlook, de forma que
Para editarmos e lermos nossas mensagens eletrônicas este conteúdo pode ser cobrado em alguma questão
em um único computador, sem necessariamente dentro de um concurso público.
estarmos conectados à Internet no momento da criação Por isso mesmo vale a pena inserir o tema dentro de
ou leitura do e-mail, podemos usar um programa de seus estudos do conteúdo básico de informática para
correio eletrônico. Existem vários deles. Alguns gratuitos, a sua preparação para concurso. Ao contrário do que
como o Mozilla Thunderbird, outros proprietários como muita gente pensa, a verdade é que todo o processo de
o Outlook Express. Os dois programas, assim como vários criar uma assinatura é bastante simples, de forma que
INFORMÁTICA

outros que servem à mesma finalidade, têm recursos perder pontos por conta dessa questão em específico é
similares. Apresentaremos os recursos dos programas perder pontos à toa.
de correio eletrônico através do Outlook Express que Para conseguir criar uma assinatura no Outlook basta
também estão presentes no Mozilla Thunderbird. que você entre no menu Arquivo e busque pelo botão
de Opções. Lá você vai encontrar o botão para E-mail

35
e logo em seguida o botão de Assinaturas, que é onde
você deve clicar. Feito isso, você vai conseguir adicionar #FicaDica
as suas assinaturas de maneira rápida e prática sem
Segmentos do Outlook Express
maiores problemas.
Painel de Pastas: permite que o usuário sal-
No Outlook Express podemos preparar uma mensagem
ve seus e-mails em pastas específicas e dá a
através do ícone Criar e-mail, demonstrado na figura
possibilidade de criar novas pastas;
acima, ao clicar nessa imagem aparecerá a tela a seguir:
Painel das Mensagens: onde se concentra a
lista de mensagens de determinada pasta e
quando se clica em um dos e-mails o con-
teúdo é disponibilizado no painel de conte-
údo.
Painel de Conteúdo: esse painel é onde irá
aparecer o conteúdo das mensagens envia-
das.
Painel de Contatos: nesse local se concen-
tram as pessoas que foram cadastradas em
sua lista de endereço.

Tela de Envio de E-mail HORA DE PRATICAR!

1. (LIQUIGÁS 2012 - CESGRANRIO - ASSISTENTE ADMI-


#FicaDica NISTRATIVO) Um computador é um equipamento capaz
Para: deve ser digitado o endereço eletrôni- de processar com rapidez e segurança grande quantidade
co ou o contato registrado no Outlook do de informações.
destinatário da mensagem. Campo obriga- Assim, além dos componentes de hardware, os com-
tório. putadores necessitam de um conjunto de softwares deno-
Cc: deve ser digitado o endereço eletrônico minado:
ou o contato registrado no Outlook do des-
a) arquivo de dados.
tinatário que servirá para ter ciência desse
b) blocos de disco.
e-mail.
c) navegador de internet.
Cco: Igual ao Cc, porém os destinatários fi-
d) processador de dados.
cam ocultos.
e) Sistema operacional.
Assunto: campo onde será inserida uma breve
2. (Prefeitura de Salvador - BA - Guarda Civil unicipal
descrição, podendo reservar-se a uma palavra ou uma
- FGV /2019) No Windows 10 BR, é possível criar uma
frase sobre o conteúdo da mensagem. É um campo imagem do sistema para restaurar o computador se, por
opcional, mas aconselhável, visto que a falta de seu exemplo, o disco rígido parar de funcionar.
preenchimento pode levar o destinatário a não dar Usando essa imagem, é possível recuperar
a devida importância à mensagem ou até mesmo
desconsiderá-la. I. contas de usuários.
Corpo da mensagem: logo abaixo da linha assunto, II. aplicativos instalados.
é equivalente à folha onde será digitada a mensagem. III. configurações do Windows.
A mensagem, após digitada, pode passar pelas Está correto o que se afirma em
formatações existentes na barra de formatação do
Outlook: a) II, somente.
Mozilla Thunderbird é um cliente de email e notícias b) I e II, somente.
open-source e gratuito criado pela Mozilla Foundation c) I e III, somente.
(mesma criadora do Mozilla Firefox). d) II e III, somente.
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que e) I, II e III.
não necessita de instalação no computador do
usuário, já que funciona como uma página de internet, 3. (Prefeitura de Salvador - BA - Guarda Civil Municipal
- FGV /2019) Um usuário tem rodando em sua máquina
bastando o usuário acessar a página do seu provedor
INFORMÁTICA

o Windows 10 BR com somente o pacote de idioma Por-


de e-mail com seu login e senha. Desta forma, o usuário
tuguês (Brasil) instalado. Em viagem aos Estados Unidos,
ganha mobilidade já que não necessita estar na máquina este usuário adquiriu um novo teclado para o computador,
em que um cliente de e-mail está instalado para acessar mas, ao retornar e instalar o novo teclado, ao pressionar a
seu e-mail. tecla ponto e vírgula surge na tela uma cedilha.

36
Para solucionar esse problema o usuário deve I. Arquivos históricos são aqueles que têm sob sua
custódia os documentos resultantes da experiência hu-
a) adicionar o teclado apropriado nas Opções de Idio- mana num campo específico, como, por exemplo, os ar-
ma do Português (Brasil). quivos médicos e os de radiologia.
b) alterar o idioma de exibição do Windows. II. Consideram-se arquivos privados os conjuntos de
c) instalar um adaptador de teclado na porta USB. documentos produzidos ou recebidos por pessoas físicas
d) baixar um novo driver para o teclado da página do ou jurídicas, em decorrência de suas atividades.
fabricante. III. Os arquivos públicos são os conjuntos de docu-
e) instalar um novo pacote de idiomas e, em seguida, mentos produzidos e recebidos, no exercício de suas ati-
alterar o idioma de exibição do Windows. vidades, por órgãos públicos de âmbito federal, estadual,
do Distrito Federal e municipal em decorrência de suas
4. (Prefeitura de Salvador - BA - Técnico de Enferma- funções administrativas, legislativas e judiciárias.
gem do Trabalho - FGV /2019) Relacione as teclas de IV. Segundo a natureza da entidade a que estão vincu-
atalho do Windows 10 BR, listadas a seguir, às suas res- lados, os arquivos podem ser ativos e inativos.
pectivas funções associadas.
Pode-se afirmar que:
1. Tecla do Windows + E
2. Tecla do Windows + Ctrl + D a) todas estão corretas.
3. Tecla do Windows + D b) somente uma está correta.
4. Tecla do Windows + R c) somente duas estão corretas. X
d) somente três estão corretas.
( ) Abre o Explorador de Arquivos e) todas estão incorretas.
( ) Cria uma nova área de trabalho virtual
( ) Executa um comando 6. (Universidade Federal Fluminense/UFF – Técnico em
( ) Mostra a área de trabalho arquivo – Médio – COSEC/2017) O acesso aos documen-
tos de arquivos privados identificados como de interesse
Assinale a opção que mostra a relação correta, na público e social poderá ser franqueado mediante autori-
ordem apresentada. zação de seu proprietário ou possuidor. Consideram-se
arquivos privados aqueles conjuntos de documentos pro-
a) 1, 2, 4 e 3 duzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas:
b) 2, 1, 4 e 3
c) 4, 1, 3 e 2 a) como herança de ascendente brasileiro.
d) 3, 1, 2 e 4 b) que conviveram com os fatos que cercam a história.
e) 2, 4, 1 e 3 c) em decorrência de suas atividades. X
d) reconhecidas pela dedicação histórica.
4. (CÂMARA MUNICIPAL DE SALVADOR – ASSISTEN- e) no campo das artes ou produção científica.
TE LEGISLATIVO MUNICIPAL – MÉDIO – FGV – 2018)
Um jornal publicou recentemente o seguinte anúncio de 7. (SEGEP/MA – Auxiliar de fiscalização agropecuária -
emprego: “Auxiliar administrativo – responsável por dar Médio – FCC/2018) O arquivo corrente distingue-se dos
demais arquivos (intermediário e permanente) pela pre-
suporte administrativo e técnico na área de materiais,
sença de documentos:
patrimônio e logística. Atividades: monitorar material
de expediente; levantar necessidade de material; requi-
a) vigentes e de uso frequente. X
sitar materiais; conferir material solicitado; providenciar
b) gerados pelos órgãos superiores da administração.
devolução de material fora de especificação; distribuir
c) destinados a fundamentar pareceres jurídicos.
material de expediente; conferir expedição de malotes
d) confidenciais e de acesso restrito.
e recebimentos; monitorar execução de serviços gerais
e) que não serão descartados no processo de avalia-
limpeza, transporte, vigilância. Aceita-se primeiro empre-
ção.
go”. As atividades do cargo estão relacionadas, majorita-
riamente, à seguinte função administrativa:
8. (CFM – Assistente operacional - Médio – IA-
DES/2018) Considere um tipo de arquivo que guarda a
a) operações;
documentação mais atual e mais frequentemente consul-
b) planejamento;
tada pelos funcionários de uma organização.
c) controle;
Essa informação se refere ao arquivo:
d) organização;
e) patrimônio. a) intermediário.
INFORMÁTICA

b) permanente.
5. (CONTER – Auxiliar administrativo - Médio – Qua- c) vivo.
drix/2017) A Quanto à classificação dos arquivos, leia as d) morto.
seguintes afirmativas. e) corrente. X

37
9. (Universidade Federal Fluminense/UFF – Técnico
em arquivo – Médio – COSEC/2017) A microfilmagem
é um processo realizado mediante captação da imagem
GABARITO
por meio fotográfico ou eletrônico, tendo como objeti-
vos principais reduzir o tamanho do acervo e preservar os 1 E
documentos originais. Para que possua valor legal, entre- 2 E
tanto, a microfilmagem só pode ser realizada por empre-
3 A
sas devidamente registradas e autorizadas pelo Ministério
4 A
responsável, ou por:
5 E
a) concursados. 6 A
b) cartórios habilitados. X 7 E
c) agentes juramentados de conduta ilibada. 8 E
d) advogados credenciados. 9 E
e) doutores em microfilmagem.
10 B
10. (IF/GO – Assistente em administração - Médio – CS/ 11 B
UFG/2017) A Teoria das 3 Idades é uma estratégia de or- 12 D
ganização documental para solucionar os problemas de-
correntes do aumento dos documentos produzidos pela
organização. Na 2ª idade, a natureza dos documentos, a
frequência de uso, o local de acesso e o valor para a or-
ganização são:

a) Documentos Permanentes, objeto de rara consulta,


localizados e afastados dos setores que os produzi-
ram e possuem valor histórico-cultural para a em-
presa.
b) Documentos Correntes, objeto de consultas fre-
quentes, geralmente localizados próximos aos seto-
res que os produziram e possuem valor administra-
tivo para a empresa.
c) Documentos Intermediários, objeto de consultas
esporádicas, que estão em uma localização aguar-
dando serem transferidos para um arquivo geral e
possuem valor administrativo para a empresa. X
d) Documentos Inativos, objeto de rara consulta, loca-
lizados e afastados dos setores que os produziram e
possuem valor administrativo para a empresa.

11. (Itaipu Binacional – Profissional nível suporte I/Ati-


vidade administrativa - Médio – NC/UFPR/2017) Quan-
to ao ciclo de vida, os arquivos são classificados como:

a) Disponíveis, Semidisponíveis e Indisponíveis.


b) Atuais, Inertes e Definitivos.
c) Ativos, Reservados e Concluídos.
d) Correntes, Intermediários e Permanentes. X
e) Em uso, Em espera e Terminais.

12. (Câmara de Maringá/PR – Assistente legislativo –


Médio – Instituto AOCP/2017) O arquivista de uma ins-
tituição considera um documento em sua mesa como sem
uso imediato, porém podendo ser consultado eventual-
mente. A qual idade esse documento se refere?
INFORMÁTICA

a) Secundária.
b) Histórica.
c) Permanente.
d) Intermediária. X
e) Corrente.

38
a) V, F, F
b) V, V, F
HORA DE PRATICAR! c) F, V, V
d) F, F, V
1. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: SESACRE Pro-
va: IBFC - 2019 - SESACRE - Agente Administrativo 16. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: IDAM Pro-
João, diretor da área de Recursos Humanos, solicitou va: IBFC - 2019 - IDAM - Assistente Técnico
ao seu funcionário Roberto que lhe entregasse um rela- Quanto ao pacote Microsoft Office, analise as afirma-
tório com a média de salários do departamento de Infor- tivas abaixo, dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).
mática. Assinale a alternativa correta sobre qual função
do MS Excel 2016 (versão em português, configuração ( ) o MS-POWERPOINT é um gerenciador de contas de
padrão) retorna a média dos salários. email, muito usado em cargos que dependem da comu-
nicação por email no dia a dia profissional.
a) MÉDIA ( ) o MS-EXCEL é ideal, por exemplo, para o controle
b) SOMA de fluxo de caixa, contabilidade, análise de dados estatís-
c) METADE ticos, planejamento de despesas e cálculo de preços.
d) MÁXIMO ( ) o MS-WORD além de suportar textos, permite a
integração de outros formatos no mesmo documento,
2. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: SESACRE Pro- como tabelas, desenhos, gráficos, imagens e links da in-
va: IBFC - 2019 - SESACRE - Agente Administrativo. A ternet.
Segurança da Informação (SI) está relacionada com pro-
teção de um conjunto de informações a fim de preservar Assinale a alternativa que apresenta a sequência cor-
o valor que possuem para um indivíduo ou uma orga- reta de cima para baixo.
nização. Sobre as propriedades básicas da segurança da
informação, assinale a alternativa correta. a) V, F, F
b) V, V, F
a) Rastreabilidade, usabilidade, notoriedade c) F, V, V
b) Confidencialidade, integridade, disponibilidade d) F, F, V
c) Integridade, usabilidade, simplicidade
17. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: IDAM Prova: IBFC -
d) Disponibilidade, rastreabilidade, simplicidade
2019 - IDAM - Assistente Técnico
Relacione a coluna da esquerda com o respectivo
6. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: IDAM Provas: IBFC
componente da coluna da direita:
- 2019 - IDAM - Técnico de Nível Superior - Analista
de Redes.
(1) Hardware
Nas últimas edições do editor de texto WORD, da
(2) Software
Microsoft, a grande maioria das ferramentas de formata-
(A) banco de dados.
ção de texto encontra-se na guia denominada: (B) memórias RAM e ROM.
(C) placa-mãe
a) Inserir (D) editor de texto.
b) Exibição
c) Layout da Página a) 1AD - 2BC
d) Página Inicial b) 1AC - 2BD
7. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: IDAM Provas: IBFC c) 1BD - 2AC
- 2019 - IDAM - Técnico de Nível Superior - Analista d) 1BC - 2AD
de Redes.
Quanto ao editor de apresentações da Microsoft MS- 18. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: IDAM Prova: IBFC -
-POWERPOINT, analise as afirmativas abaixo, dê valores 2019 - IDAM - Assistente Técnico
Verdadeiro (V) ou Falso (F). Este tipo de dispositivo de armazenamento de dados
é o mais recente. Utiliza de uma tecnologia conhecida
( ) WordArt é uma forma rápida de destacar texto como memórias de estado sólido, por não possuir partes
com efeitos especiais. móveis, apenas circuitos eletrônicos que não precisam se
( ) ClipWord é a ferramenta do PowerPoint que per- movimentar para ler ou gravar informações:
mite destacar palavras em um slide.
( ) ClipArt é uma estratégia de anexar arquivos de a) DVD
texto à sua apresentação. b) SSD
INFORMÁTICA

c) HDD
Assinale a alternativa que apresenta a sequência cor- d) DVR
reta de cima para baixo.

39
23. Ano: 2017 Banca: IBFC Órgão: SEDUC-MT Pro-
va: IBFC - 2017 - SEDUC-MT - Técnico Administrativo
Educacional
GABARITO
No aplicativo de edição de texto do pacote da Micro-
soft Office temos como principais recursos: 1 A

(1) inserção de tabela. 2 B


(2) possibilidade de autocorreção. 3 D
(3) inserção de cabeçalho e rodapé. 4 D
(4) ferramenta de ortografa.
5 C
a) da relação apresentada somente são aplicados o 1, 6 D
2 e 3 7 A
b) da relação apresentada somente são aplicados o 1,
2 e 4 8 B
c) da relação apresentada somente são aplicados o 2, 9 A
3 e 4 10 C
d) da relação apresentada somente são aplicados o 1,
3 e 4 11 B
e) da relação apresentada todos podem ser aplicados 12 D
13 C
14 D
15 D
16 C
17 D
18 B
19 B
20 C
21 A
22 C
23 E
INFORMÁTICA

40
ÍNDICE

RACIOCÍNIO LÓGICO

Princípio da Regressão ou Reversão. Lógica dedutiva, argumentativa e quantitativa. Lógica matemática qualitativa,
sequências lógicas envolvendo números, letras e figuras...................................................................................................................... 01
Geometria básica.................................................................................................................................................................................................... 45
Álgebra básica e sistemas lineares................................................................................................................................................................... 68
Calendários................................................................................................................................................................................................................ 73
Numeração................................................................................................................................................................................................................ 76
Razões especiais...................................................................................................................................................................................................... 95
Análise combinatória e probabilidade............................................................................................................................................................ 100
Progressões Aritmética e Geométrica............................................................................................................................................................ 106
Conjuntos: As relações de pertinência; Inclusão e igualdade; Operações entre conjuntos, união, interseção e
diferença. Comparações....................................................................................................................................................................................... 109
Sabendo disso, uma questão importante tem que ser
PRINCÍPIO DA REGRESSÃO OU REVERSÃO. respondida: como realmente podemos identificar uma
LÓGICA DEDUTIVA, ARGUMENTATIVA E proposição? A única técnica direta que temos é verificar
QUANTITATIVA. LÓGICA MATEMÁTICA se podemos atribuir o valor de verdadeiro ou falso a elas.
QUALITATIVA, SEQUÊNCIAS LÓGICAS Entretanto, existe uma técnica indireta que facilita muito
ENVOLVENDO NÚMEROS, LETRAS E o trabalho de identificação de uma proposição e é fre-
FIGURAS quentemente cobrada em concursos públicos.

A técnica consiste em sabermos o que não é propo-


Conceito Fundamental: A Preposição sição e por eliminação, achar a proposição. A seguir, se-
guem exemplos do que não é proposição e a recomen-
No ensino fundamental, nos ensinam que os seres dação é que se memorizem esses tipos para facilitar na
humanos são diferentes dos outros animais e a justifica- hora da prova:
tiva é que os humanos pensam e os animais não pensam. i.) Sentenças Imperativas: Todas as declarações que
Porém, temos animais com inteligência suficiente para remeterem a uma ordem não são proposições.
serem treinados a executar tarefas, como os chimpanzés Ex: “Apague a luz.”, “Observe aquele painel”, “Não
e os golfinhos. Assim, qual é o real motivo que nos dife- faça isso”.
renciam de todos os outros seres vivos?
A resposta envolve não somente o ato se pensar ii.) Sentenças Interrogativas: Perguntas não são defi-
como também o de se comunicar. Primeiro, aprendemos nidas como proposições:
a falar, depois, a escrita dividiu nossa existência em Pré- Ex: “Olá, tudo bem?”, “Qual a raiz quadrada de 5?”,
-História e História. Os registros por escrito guardaram “Onde está minha carteira?”
os pensamentos de nossos antepassados, proporcionan-
do as gerações futuras, dados importantíssimos para se iii.) Sentenças Exclamativas:
ir além daquilo que já foi feito. Ex: “Como o dia está lindo!”, “Isto é um absurdo!”,
Porém, acabou surgindo o grande desafio que nor- “Não concordo com isto!”
teou a disciplina de lógica: Como interpretar esses re-
gistros? iv.) Sentenças que não tem verbo: 
A grande diferença do ser humano em relação aos Ex: “A bicicleta de Bruno”, “O cartão de João”.
outros seres vivos está nesse ponto, pois tão importante
é o ato se interpretar uma informação quanto é elaborar v.) Sentenças abertas: Este tipo de sentença possui
a mesma. Assim, nossa mente é capaz de receber dados uma grande quantidade de exemplos e os exem-
e deles extrair uma conclusão. Essa habilidade está dire- plos são importantes para sabermos identifica-las:
tamente ligada ao raciocínio lógico. Ex: “x é menor que 7 ou x < 7” – Essa expressão por
Muitos pensam que essa disciplina está voltada ape- si só é genérica pois não temos informações de x
nas para as pessoas de “exatas”, mas ela é voltada para para saber se ele é ou não menor que 7.Entretanto,
o público em geral e aqui seguem alguns exemplos que caso seja atribuído um valor a x, essa sentença se
provam nosso conceito: tornará uma proposição, pois será possível atribuir
- Um advogado reúne todas as informações dos au- VERDADEIRO ou FALSO a sentença original. Assim,
tos do processo e através do Raciocínio Lógico, a expressão “Para x=5, tem-se que: 5 é menor que
elabora sua tese de acusação ou defesa; 7” é uma proposição e é VERDADEIRA. Por outro
- Um médico ao estudar todos os exames consegue a lado, “Para x=9, tem-se que: 9 é menor que 7” é
partir de raciocínio lógico, elaborar um diagnostico
uma proposição mas é FALSA.
e propor um tratamento;
Ex: “z é a capital da França” – As sentenças abertas
- Um CEO de uma empresa, através dos relatórios
não necessariamente são números, como mostra
mensais consegue definir o plano de ação para es-
o exemplo. Se substituirmos “z” por “Toulouse”, a
timular o crescimento da companhia.
sentença virará proposição e será FALSA. Se z = Pa-
ris, a proposição será VERDADEIRA.
Todos os exemplos acima mostram como será o estu-
do da disciplina, onde receberemos informações e delas
Valores Lógicos das proposições – Leis de Pensamento
extrairemos respostas ou em outras palavras, conclusões.
No Raciocínio Lógico, essas informações terão uma
particularidade: Elas sempre serão declarações onde po- Definido o que é preposição, podemos aprofundar
deremos classificá-las de duas maneiras, VERDADEIRA ou o conceito apresentando as leis fundamentais (axiomas)
FALSA. Essas declarações serão chamadas de PROPOSI- que norteiam a lógica:
RACIOCÍNIO LÓGICO

ÇÕES. 1) Princípio do Terceiro Excluído: “Toda proposição


As proposições são a base do pensamento lógico. ou é verdadeira ou é falsa, isto é, verifica-se sem-
Este pensamento pode ser composto por uma ou mais pre um destes casos e nunca um terceiro”.
sentenças lógicas, formando uma idéia mais complexa.
É importante ressaltar que objetivo fundamental de uma Pode parecer óbvio, mas às vezes as pessoas se con-
proposição é transmitir uma tese, que afirmam fatos ou fundem em questões de concursos públicos quan-
juízos que formamos a respeito das coisas. do aparecem as alternativas “VERDADEIRO”, “FAL-

1
SO” ou “NENHUMA DAS ANTERIORES”. Qualquer As sentenças compostas dos exemplos acima não são
proposição lógica será verdadeira ou falsa, não ligadas apenas pela conjunção “e”, podem ser ligadas
existe uma terceira opção. por outros CONECTORES LÓGICOS (Capítulo 2). Seguem
alguns exemplos para iniciar sua curiosidade pelo próxi-
2) Principio da identidade: “Se uma proposição é mo capítulo:
verdadeira, então todo objeto idêntico a ela tam- T – Osmar tem uma moto OU Tainá tem um carro.
bém será verdadeiro”. U – SE Kléber é asiático ENTÃO eu sou brasileiro.
Esse principio coloca que se duas proposições que
apresentam a mesma informação mas são escritas
de maneiras distintas, devem possuir o mesmo va- FIQUE ATENTO!
lor lógico. Por exemplo, “Bruno é 5 anos mais velho
que João” e “João é 5 anos mais novo que Bruno”. As proposições compostas irão nortear
As duas proposições dizem a mesma coisa mas de seus estudos nos próximos capítulos, então
maneira diferente. Portanto se uma delas é verda- atente-se a saber como dividir as proposi-
deira, a outra deve ser. ções compostas em duas ou mais proposi-
3) Princípio da não contradição: “Uma proposição ções simples!
não pode ser verdadeira ou falsa ao mesmo tem-
po”
Esse axioma é importante, pois a partir do momen- CONECTIVOS LÓGICOS
to em uma proposição recebe um valor lógico, ele
deve ser carregado em toda a análise para evitar Como visto rapidamente no capítulo anterior, os co-
contradições. nectivos lógicos são estruturas usadas para formar pro-
posições compostas a partir da junção de proposições
Tipos de proposições simples. As proposições compostas são linhas de raciocí-
nio mais complexas e permitem se formular teses lógicas
Existem dois tipos de proposições: Simples e Com- com vários níveis de pensamento. Observe o exemplo a
postas seguir:
As proposições simples são aquelas que não con- “Otávio gosta de jogar futebol e seu irmão não gosta
têm nenhuma outra proposição como parte de si mes- de jogar futebol”
ma. São, geralmente, designadas por letras minúsculas Facilmente conseguimos separar essa sentença em
do alfabeto (p,q,r,s,...). Uma definição equivalente é de duas: “Otávio gosta de jogar futebol” e “O irmão de Otá-
uma proposição que não se consegue dividi-la em partes vio não gosta de jogar futebol”. Entretanto, ao invés de
menores, de tal maneira que as partes divididas gerem tratarmos as duas proposições simples separadamente,
novas proposições. ligamos as mesmas com a palavrinha “e”, que é um dos
Exemplos: conectores lógicos que iremos estudar a seguir.
p – O rato comeu o queijo; Logo, com esse vínculo, poderemos estudar se a pro-
q – Astolfo é advogado; posição composta é inteiramente verdadeira ou inteira-
r – Hermenegildo gosta de pizza; mente falsa, dependendo do valor lógico de cada propo-
s – Raimunda adora samba. sição simples, ou seja, cada proposição simples interfere
no valor a ser atribuído na proposição composta.
Já as proposições compostas são formadas por uma As seções a seguir irão estudar os cinco conectivos
ou mais proposições que podem ser divididas, formando lógicos, apresentando suas características principais e as
proposições simples. São, geralmente, designadas por combinações possíveis entre duas proposições simples.
letras maiúsculas do alfabeto (P,Q,R,S,...).Exemplos:
P – O rato é branco e comeu o queijo; A Negação – Conectivo “Não”
Q – Astolfo é advogado e gosta de jogar futebol;
R – Hermenegildo gosta de pizza e de suco de uva; O primeiro conectivo a ser estudado é o mais sim-
S – Raimunda adora samba e seu tênis é vermelho. ples de todos e remete a negação de uma proposição.
A importância deste conectivo se dá na ligação entre o
Veja que as proposições acima podem ser divididas valor lógico VERDADEIRO e o valor lógico FALSO pois a
em duas partes. Observe: negação de um valor lógico será exatamente o outro va-
lor lógico, ou seja:
i) Se uma proposição for VERDADEIRA, sua negação
será FALSA.
ii) Se uma proposição for FALSA, sua negação será
RACIOCÍNIO LÓGICO

VERDADEIRA.

Aqui conseguimos observar a importância do “Prin-


cípio do terceiro excluído”, explicado no capítulo 1. Se
tivéssemos mais do que dois valores lógicos, a negação
se tornaria impossível pois não conseguiríamos criar um
vínculo de “ida e volta” entre os valores lógicos.

2
O conectivo NÃO possui dois símbolos e recomenda- 𝑺 = 𝒒 ∧ 𝒑 : Pablo tomou suco de maçã e Carlos gosta
-se que o leitor conheça ambos pois as bancas de con- de jogar badminton.
cursos não possuem um padrão em qual símbolo usar.
Observe o exemplo a seguir: No caso da conjunção, o valor lógico da proposição
p : A secretária foi ao banco esta tarde. composta não se altera com a inversão das proposições
simples, mas outros conectivos que veremos a seguir po-
O exemplo acima já usa os conceitos vistos no capí- dem ter alterações dependendo da ordem das proposi-
tulo 1, onde temos uma proposição simples e chamare- ções simples.
mos essa proposição com uma letra minúscula “p” (Lê- Vamos agora analisar quais os valores lógicos possí-
-se “proposição p”). Vamos agora negar essa proposição veis para uma proposição composta formada pelo co-
usando os dois símbolos possíveis: nectivo “e”. No capítulo 3 aprenderemos sobre as tabe-
~ p : A secretária não foi ao banco esta tarde. las-verdade e elas ajudarão (e muito!) na memorização
¬ p : A secretária não foi ao banco esta tarde. das combinações possíveis dos conectivos lógicos. Por
enquanto, vamos enumerar todos os casos para familia-
Os símbolos “~” e “¬” são os símbolos que indicam rização:
negação. É Importante frisar que os símbolos de negação i) Uma proposição composta formada por uma con-
não indicam a presença da palavra “não” na frase. Obser- junção será VERDADEIRA se todas as proposições
ve este outro exemplo: simples forem VERDADEIRAS.
q : Bráulio não comprou detergente ii) Uma proposição composta formada por uma con-
Observe que a proposição q possui a palavra “não” e junção será FALSA se uma ou mais proposições
quando negarmos a mesma, ficaremos com a frase afir- simples forem FALSAS.
mativa: Recuperando o exemplo anterior:
~ q : Bráulio comprou detergente. 𝑹 = 𝒑 ∧ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton e Pablo
¬ q : Bráulio comprou detergente. tomou suco de maçã.

FIQUE ATENTO! Termos que R será VERDADEIRO somente se p e q


forem VERDADEIROS. Se uma (ou as duas) proposições
No Raciocínio Lógico, pode-se existir a
simples for (forem) falsa(s), R será FALSO.
“negação da negação” que chamaremos
de Dupla Negação e veremos isso mais
A DISJUNÇÃO – Conectivo “OU”
adiante no capítulo 4. O que você precisa
saber neste momento é que negando uma
O conectivo “ou”, também conhecido como disjun-
negação, voltaremos a uma frase afirmati-
ção, segue a mesma linha de pensamento que o conec-
va, ou na linguagem coloquial: “O não do
tivo “e”, relacionando duas proposições simples, forman-
não é o sim”.
do uma proposição composta. Vamos manter o exemplo
da seção anterior:
A CONJUNÇÃO – Conectivo “e” p : Carlos gosta de jogar badminton.
q : Pablo tomou suco de maçã
O próximo conectivo lógico certamente é um dos
mais usados dentro do raciocínio lógico e é também um Temos acima duas proposições simples e vamos for-
dos mais conhecidos. O “e” também é chamado de con- mar agora uma proposição composta usando o conecti-
junção e segue a mesma classificação da própria língua vo “ou”:
portuguesa. 𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton ou Pablo
Diferentemente do conectivo “não”, a conjunção irá tomou suco de maçã.
relacionar duas proposições simples, formando uma pro-
posição composta. Vamos ao exemplo: O símbolo
𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒indica a disjunção, ou seja, quando ele
p : Carlos gosta de jogar badminton. aparecer, estaremos usando o conectivo “ou”. Observe
q : Pablo tomou suco de maçã que ele é o símbolo do conectivo “e” invertido, então,
muita atenção na hora de identificar um ou o outro.
Temos acima duas proposições simples e podemos Se invertermos a ordem das proposições simples, for-
formar uma proposição composta usando o conectivo maremos outra proposição composta:
“e”:
𝑺 = 𝒒 ∨ 𝒑 : Pablo tomou suco de maçã ou Carlos gos-
𝑹 = 𝒑 ∧ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton e Pablo ta de jogar badminton.
tomou suco de maçã.
RACIOCÍNIO LÓGICO

No caso da disjunção, o valor lógico da proposição


Seguindo as definições do capítulo 1, a proposição composta também não se altera com a inversão das pro-
composta será indicada com uma letra maiúscula, neste posições simples (igual a conjunção).
caso, R. O símbolo
𝑹 = 𝒑 ∧ 𝒒indica a conjunção, ou seja, quando Vamos agora analisar quais os valores lógicos possí-
ele aparecer, estaremos usando o conectivo “e”. veis para uma proposição composta formada pelo co-
Se invertermos a ordem das proposições simples, for- nectivo “ou”. Novamente vale lembrar que no capítulo 3
maremos outra proposição composta: aprenderemos sobre as tabelas-verdade e elas ajudarão

3
(e muito!) na memorização das combinações possíveis ii) Uma proposição composta formada por uma dis-
dos conectivos lógicos. Por enquanto, vamos enumerar junção exclusiva será FALSA se todas as proposi-
todos os casos para familiarização: ções simples forem FALSAS ou se as duas proposi-
i) Uma proposição composta formada por uma dis- ções forem VERDADEIRAS.
junção será VERDADEIRA se uma ou mais proposi-
ções forem VERDADEIRAS. Perceba que a diferença é sutil entre os casos inclusi-
ii) Uma proposição composta formada por uma dis- vo e exclusivo e ela se dá no caso das duas proposições
junção será FALSA se todas as proposições simples simples serem VERDADEIRAS. No caso exclusivo, isso é
forem FALSAS. uma contradição e assim a proposição composta deve
ser FALSA. Usando o exemplo:
Comparando com a conjunção, observa-se que hou- 𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒 : Ou Diego nasceu no Brasil ou na Argen-
ve uma certa “inversão” em relação as combinações das tina
proposições simples. Enquanto na conjunção precisáva-
mos de todas as proposições simples VERDADEIRAS para
Temos que R é VERDADEIRO se p for VERDADEIRO e
que a proposição composta ser VERDADEIRA, no ope-
q FALSO ou p FALSO e q VERDADEIRO. R é FALSO se p e
rador “ou” precisamos de apenas 1 delas para tornar a
q forem ambas VERDADEIRAS ou ambas FALSAS.
proposição composta VERDADEIRA.
No caso do valor lógico FALSO também há inversão,
onde no conectivo “e” basta 1 proposição simples ser A CONDICIONAL – Conectivo “SE...ENTÃO”
FALSA e na disjunção, precisamos de todas FALSAS.
O conectivo “Se...então”, conhecido como condicio-
Assim: nal não é tão conhecido quanto o “e” e o “ou”, porém é
𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton ou Pablo o que normalmente gera mais dúvidas e o que contém
tomou suco de maçã. as famosas “pegadinhas” que confundem o candidato
durante a prova. A principal característica dele é que se
Termos que R será VERDADEIRO se uma (ou as duas) você inverter a ordem das proposições simples, o valor
proposição (ões) sejam VERDADEIRAS e R será FALSO se lógico da proposição composta muda, o que não acon-
p e q forem FALSOS. tecia na conjunção e na disjunção. Vamos recuperar o
mesmo exemplo das seções 2.2.3 e 2.2.4:
A DISJUNÇÃO exclusiva – Conectivo “OU exclusivo” p : Carlos gosta de jogar badminton.
q : Pablo tomou suco de maçã
O conectivo “ou” possui um caso particular que nor-
malmente é cobrado em concursos públicos de maior Temos acima duas proposições simples e vamos for-
complexidade, porém é importante que o leitor tenha mar agora uma proposição composta usando o conecti-
conhecimento do mesmo pois pode se tornar um dife- vo “Se...então”:
rencial importante em concursos públicos de maior dis- 𝑹 = 𝒑 → 𝒒 : Se Carlos gosta de jogar badminton en-
puta. tão Pablo tomou suco de maçã.
Este caso particular é chamado de “ou exclusivo” pois
implica que as proposições simples são eliminatórias, ou Observe que agora temos uma condição para que
seja, quando uma delas for VERDADEIRA, a outra será Pablo tome o suco de maçã. A frase em si pode parecer
necessariamente FALSA. Veja o exemplo: sem nexo, mas no Raciocínio Lógico nem sempre fará
p: Diego nasceu no Brasil
sentido a conexão de duas proposições e até por isso
q: Diego nasceu na Argentina
nós montamos esses exemplos para o leitor ficar mais
familiarizado com essa situação!
Temos duas proposições referentes a nacionalidade
O símbolo
𝑹 = 𝒑“ → ”𝒒 indica a condicional, mostrando que
de Diego. Fica claro que ele não pode ter nascido em
dois locais diferentes, ou seja, se p for VERDADEIRO, q a proposição da esquerda condiciona o acontecimento
é necessariamente FALSO e vice-versa. Assim, quando da proposição da direita. As combinações possíveis para
montarmos a disjunção, temos que indicar essa questão esse conector são:
e será feito da seguinte forma: i) Uma proposição composta formada por uma condi-
𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒 : Ou Diego nasceu no Brasil ou na Argen- cional será VERDADEIRA se ambas as proposições
tina forem VERDADEIRAS ou a proposição a esquerda
A leitura da proposição lógica acrescente mais um do conector for FALSA.
“ou” no início e o restante é como se fosse um operador ii) Uma proposição composta formada por uma con-
“ou” convencional (que para diferenciar, é chamado de dicional será FALSA se a proposição a esquerda
RACIOCÍNIO LÓGICO

inclusivo), porém, o símbolo é sublinhado para indicar (antecedente) do conector for VERDADEIRA e a
exclusividade:
𝑹=𝒑∨𝒒 . Os casos possíveis para o “ou exclusi- proposição a direita (consequente) do conector for
vo” são: FALSA.
i) Uma proposição composta formada por uma dis-
junção exclusiva será VERDADEIRA se apenas uma Observe agora que a posição da proposição em rela-
das proposições for VERDADEIRA. ção ao conector lógico importa no resultado da proposi-
ção composta. Considerando os casos observados, certa-

4
mente deve haver dúvidas do leitor em relação a situação
onde a proposição a esquerda do conector ser falsa e
isso implicar que a proposição composta seja verdadeira.
A explicação é a seguinte: Na condicional, limitamos
apenas ao caso da proposição da esquerda do conector
em si e não em relação a sua negação, ou seja, quan- Exemplo:
do montamos 𝑹 = 𝒑 → 𝒒 , estamos condicionando apenas ao
caso de p ocorrer, ou em outras palavras, p ser VERDA-
DEIRO. Se p for FALSO, não há nenhuma condição para
q, ou seja, não importa o que acontecer com q, já que
p não é VERDADEIRO. Assim, define-se 𝑹 = 𝒑 → 𝒒 sempre
VERDADEIRO quando p for FALSO. Logo: iv) Falácia de negar o antecedente: Novamente um
𝑹 = 𝒑 → 𝒒 : Se Carlos gosta de jogar badminton en- erro de pensamento referente aos casos possíveis da
tão Pablo tomou suco de maçã. condicional. Se você nega o antecedente (p) não é ga-
Temos R VERDADEIRO se p for FALSO ou se p for rantia que o consequente (q) não irá ocorrer pois a partir
VERDADEIRO e q VERDADEIRO e R é FALSO apenas se p do momento que temos ~p, o valor lógico de q pode ser
for VERDADEIRO e q FALSO. qualquer um e a condicional se manterá VERDADEIRA:

Pegadinhas da condicional

Este tópico é uma análise complementar da condi-


cional. Em concursos mais apurados, sobretudo de en-
sino superior, existem certas “pegadinhas” que testam a Exemplo:
atenção do candidato em relação ao seu conhecimento.
Existem quatro formas de raciocínio que envolvem a con-
dicional que merecem destaque.
i) Modus Ponens: Essa linha de raciocínio é o básico
da condicional onde considera a mesma VERDADEIRA e
no caso da ocorrência de p, podemos afirmar com certe-
za que q ocorreu: FIQUE ATENTO!
As pegadinhas da condicional nem sempre
são cobradas em concursos mas se você
observar os exercícios resolvidos deste ca-
pítulo, verá o quanto é importante este co-
nector lógico e o conhecimento de todos
Exemplo: os casos possíveis.

2.7 A BI-CONDICIONAL – Conectivo “SE E SOMENTE


SE”

ii) Falácia de afirmar o consequente: Pode-se dizer que O conectivo “Se e somente se”, conhecido como bi
é a pegadinha mais clássica da condicional pois induz a condicional elimina justamente o limitante da condicio-
pessoa a considerar que se o consequente ocorreu (q), nal de não ser possível inverter a ordem das proposições
pode-se afirmar que o antecedente (p) também ocorreu: sem perder o valor lógico da proposição composta. Ago-
ra, os dois valores lógicos serão limitantes, tanto se a
Esse raciocínio está INCORRETO. Para justificar, lem- proposição a esquerda do conector for VERDADEIRA ou
bre-se dos casos em que a condicional é VERDADEIRA. FALSA. Novamente vamos ao mesmo exemplo:
Em um desses casos, se o antecedente (p) for FALSO, não p : Carlos gosta de jogar badminton.
importa o valor lógico de q, a proposição com condicio- q : Pablo tomou suco de maçã
nal será VERDADEIRA. Assim, se q ocorrer não é garantia
que p também ocorreu: Temos acima duas proposições simples e vamos for-
mar agora uma proposição composta usando o conecti-
vo “Se e somente se”:
𝑹 = 𝒑 ↔ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton se e
RACIOCÍNIO LÓGICO

somente se Pablo tomou suco de maçã.

O símbolo
𝑹=𝒑↔𝒒 indica a bi condicional, ou seja, os dois
iii) Modus Tollens: Nessa linha de raciocínio, estamos sentidos devem ser satisfeitos. Em outras palavras, a bi
negando que o consequente (q) ocorreu e se olharmos condicional será VERDADEIRA apenas se os valores lógi-
os casos possíveis da condicional, isso só será possível se cos das duas proposições forem iguais:
o antecedente (p) também não ocorrer:

5
i) Uma proposição composta formada por uma bi TABELA-VERDADE DE PROPOSIÇÃO SIMPLES: NEGA-
condicional será VERDADEIRA se ambas as propo- ÇÃO
sições forem VERDADEIRAS ou se ambas as propo-
sições forem FALSAS. Nós iremos seguir a ordem do capítulo anterior e
ii) Uma proposição composta formada por uma bi apresentar a montagem das tabelas-verdade para os
condicional será FALSA se uma proposição for operadores lógicos descritos. Inicia-se pele negação, que
VERDADEIRA e outra for FALSA e vice-versa. é uma proposição simples e terá apenas duas linhas na
tabela-verdade:
Assim:
𝑹 = 𝒑 ↔ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton se e p ~p
somente se Pablo tomou suco de maçã.
A proposição R será VERDADEIRA se p e q forem VER- V F
DADEIROS ou p e q forem FALSOS e R será FALSO se p for F V
VERDADEIRO e q FALSO ou p FALSO e q VERDADEIRO.
TABELAS VERDADE Observe que a tabela possui duas colunas. A primeira
contém os valores possíveis para a proposição simples,
A tabela-verdade é um dispositivo prático muito usa- que pela fundamentação da lógica, é o VERDADEIRO (V)
do para a organizar os valores lógicos de proposições e o FALSO (F).
compostas pois ela ilustra todos os possíveis valores ló- Já a segunda coluna possui o operador lógico ne-
gicos da estrutura composta, correspondentes a todas as gação. O operador foi aplicado em casa linha da tabela,
possíveis atribuições de valores lógicos às proposições gerando o resultado correspondente. Ou seja, se a pro-
simples. posição p é V, sua negação será F e vice-versa.
Para se construir uma tabela verdade, são necessárias É importante frisar que as operações da tabela-ver-
três informações iniciais: O número de proposições que dade ocorrem de linha em linha, ou seja, se na primeira
compõem a proposição composta, o número de linhas linha temos que a proposição p é V, esse valor perma-
que a tabela-verdade irá ter e a variação dos valores ló- necerá assim até que todas as operações daquela linha
gicos. correspondente tenham terminado.
A primeira informação é puramente visual, basta
olhar a proposição composta e verificar quantas propo- TABELA-VERDADE PARA 2 PROPOSIÇÕES SIMPLES
sições simples a compõem, contando a quantidade de
letras distintas que existem nela, vejam os exemplos: Chegamos as seções onde a tabela-verdade fará mais
𝒑 ∧ 𝒒 : Temos as proposições simples p e q, ou seja, a sentido, pois ela é aplicada em proposições compostas.
proposição composta possui duas proposições; Iniciando com uma estrutura de duas proposições sim-
(𝒑 ∧ 𝒒) → (~𝒒 ↔ 𝒑) : Esta estrutura possui duas pro- ples, vamos primeiramente explicar a organização destas
posições simples também, p e q. Não se deve considerar proposições.
a repetição das proposições que no caso de p e q, repe- Como já sabemos que são duas proposições simples,
tiram duas vezes; que chamaremos de p e q, temos que a tabela-verdade
𝒓 ↔ (𝒑 ∨ 𝒒) : Neste caso, com a presença da propo- terá quatro linhas:
sição r, temos três proposições simples distintas, p,q e r.
A segunda informação, que é o número de linhas da p q
tabela verdade, deriva do número de proposições sim-
ples que a estrutura composta possui. Usando essa conta
simples:
𝐿 = 2𝑛

Onde L é o número de linhas da tabela-verdade e n


é o número de proposições simples que ela possui. Ou
seja, para duas proposições simples, temos 4 linhas na
tabela-verdade, para 3 proposições simples, 8 linhas na FIQUE ATENTO!
tabela e para 4 proposições simples, a tabela possui 16 Observe que além das linhas correspon-
linhas. Além disso, para o caso de uma proposição sim- dentes da tabela-verdade, nós inserimos
ples, pode-se aplicar a fórmula também, e teremos duas uma linha inicial indicando qual a proposi-
linhas na tabela-verdade. ção que estamos atribuindo o valor lógico.
Isso é de suma importância para se domi-
RACIOCÍNIO LÓGICO

Esses valores são derivados da organização da tabela, nar esse conteúdo.


para que tenhamos todos os casos possíveis avaliados.
Com essa informação, podemos organizar a tabela e isso Agora temos que combinar os dois valores lógicos
será apresentado caso a caso nas seções seguintes. possíveis entre as proposições, formando as quatro li-
nhas. Para isso, recomenda-se que sigam os seguintes
passos:

6
i) Na coluna da primeira proposição, atribua o valor p q
de V para a primeira metade das linhas e F para a
segunda metade. Ou seja, as duas primeiras linhas V V V
são V e as duas últimas são F: V F
F V
p q
F F
V
V A segunda linha possui p = V e q = F. Para a conjun-
ção é necessário que as duas proposições sejam V para
F
ela ser V, logo, ela será FALSA:
F
p q
ii) Para a segunda coluna, repita o mesmo procedi-
mento dentro de cada valor lógico atribuído para V V V
a coluna anterior. Ou seja, como temos V nas duas V F F
primeiras linhas de p, vamos colocar V na primeira
linha e F na segunda. Da mesma forma, vamos fa- F V
zer o mesmo procedimento para as duas linhas de F F
p que contém F:
Seguindo o mesmo raciocínio, a terceira linha possui
p q p = F e q = V, o que faz a conjunção ser FALSA:

V V
p q
V F
V V V
F V
V F F
F F
F V F
Pronto, a tabela-verdade para duas proposições foi F F
organizada e agora podemos passar para as proposições
compostas. Finalmente, a quarta linha possui as duas proposições
simples com valor lógico FALSO, o que faz a conjunção
Tabela Verdade da Conjunção (“e”) ser FALSA também:

Seguindo a ordem do capítulo anterior, temos o ope-


p q
rador lógico “e”, ou a conjunção. Para atribuir valores ló-
gicos a essa expressão, cria-se uma terceira coluna na V V V
tabela-verdade e insere no título qual proposição lógica V F F
iremos tratar, desta maneira:
F V F

p q F F F

V V Esta é a tabela-verdade para conjunção é deve ser


V F memorizada ou resolvida de forma rápida no caso de ta-
belas maiores.
F V
F F Tabela Verdade da Disjunção (“ou”)

No caso da conjunção, temos que ela é VERDADEIRA Passando agora para o próximo conectivo, que é a
apenas se as duas proposições compostas, p e q, forem disjunção (“ou”). Esse operador possui a definição con-
VERDADEIRAS, caso contrário, ela será FALSA. Usando trária a conjunção, onde ele só será FALSO no caso de as
essa informação, vamos preencher a tabela: duas proposições simples serem FALSAS, caso contrário,
Na primeira linha, temos que p é VERDADEIRO e q é será sempre VERDADEIRO.
VERDADEIRO, logo, a conjunção nesse caso será VERDA-
RACIOCÍNIO LÓGICO

DEIRA por definição:

7
Montando a tabela: p q
V V V
p q
V F F
V V
F V V
V F
F F V
F V
F F Tabela Verdade da Condicional (“Se...então”)

A primeira, segunda e terceira linhas possuem ao me- O último operador é o Bicondicional (“Se e somente
nos 1 valor lógico VERDADEIRO, ou seja, condição sufi- se”) e a tabela será montada da mesma forma:
ciente para o operador lógico ser VERDADEIRO:
p q
p q V V
V V V V F
V F V F V
F V V F F
F F
Montaremos a tabela usando sua lógica simples: Ele
Já a última linha, possui ambas proposições simples será VERDADEIRO se as duas proposições simples tive-
com o valor lógico FALSO, o que faz a disjunção ser FAL- rem o mesmo valor lógico e FALSO se tiverem valores
SA também: diferentes:

p q p q
V V V V V V
V F V V F F
F V V F V F
F F F F F V

Esta é a tabela da disjunção é também deve ser me- Com essas informações memorizadas é possível
morizada. montar QUALQUER tabela-verdade.

Tabela Verdade da Condicional (“Se...então”) Montagem de tabelas usando mais de um operador


lógico
O próximo conector lógico é a condicional (“Se...en-
tão”) e montaremos a tabela-verdade do mesmo jeito Obviamente que as seções acima introduziram as ta-
que os anteriores: belas-verdade fundamentais, que vão auxiliar na monta-
gem de tabelas mais complexas. Vamos apresentar um
exemplo onde isso será aplicado. Considere a seguinte
p q proposição composta:
V V (𝒑 ∧ 𝒒) ↔ ~𝒑 ∨ 𝒒

V F Observe que a proposição possui duas proposições


F V simples mas possui três operações lógicas. Para mon-
tar a tabela-verdade desta proposição, deveremos fazer
F F
combinações dos resultados fundamentais vistos ante-
riormente.
O princípio deste operador lógico está na relação en- Iniciando, vamos montar a estrutura inicial, com as
tre o antecedente (p) e o consequente (q). Ele será FAL- colunas de p e q:
SO apenas se 𝑝 = 𝑉 e 𝑞 = 𝐹 , o que ocorre na segunda
linha. Nos outros casos, ele será VERDADEIRO. Em caso
RACIOCÍNIO LÓGICO

de dúvidas deste operador, recomenda-se a releitura do p q


capítulo 2. V V
V F
F V
F F

8
Agora, vamos analisar a expressão: temos dois pa- Na segunda linha, temos a quarta e a segunda coluna
rênteses separados por uma bicondicional, portanto, te- com valores lógicos FALSO, o que faz a disjunção FALSA:
remos que saber os valores lógicos de cada parêntese
antes de resolver o “se e somente se”. Para isso, vamos
p q ~p
criar colunas específicas na tabela para cada informação
e depois agrupá-las. V V V F V
Começando com a conjunção no primeiro parêntese V F F F F
e atribuindo os valores lógico de cada linha, cria-se uma
terceira coluna a partir da primeira e da segunda: F V F V
F F F V
p q
Na terceira linha, temos ambos VERDADEIROS, o que
V V V faz a disjunção VERDADEIRA:
V F F
F V F p q ~p
F F F V V V F V
V F F F F
Agora, vamos resolver o segundo parêntese. Para
isso, precisaremos da negação de p para fazer uma dis- F V F V V
junção com q. Logo, vamos criar primeiro uma coluna da F F F V
negação e depois faremos a disjunção:

E na quarta linha, temos a quarta coluna VERDADEI-


p q ~p RA e a segunda coluna FALSA, o que faz a disjunção ser
VERDADEIRA:
V V V F
V F F F p q ~p
F V F V V V V F V
F F F V V F F F F
Observe que esta quarta coluna é a negação da pri- F V F V V
meira, como deve ser, já que estamos negando a pro- F F F V V
posição p. Criaremos agora uma quinta coluna, onde
faremos a disjunção de ~p (quarta coluna) e q (segunda
coluna): FIQUE ATENTO!
Fizemos uma disjunção entre a quarta e a
p q ~p segunda coluna, NESTA ORDEM. No caso
da disjunção, se fizéssemos invertido, não
V V V F
haveria problemas, mas nem sempre isso
V F F F acontece. A recomendação é que se man-
F V F V tenha a ordem da operação lógica.
F F F V
Finalmente, vamos criar a sexta coluna que será a bi-
Nós temos que utilizar os valores lógicos da quarta e condicional da terceira e quinta colunas:
segunda colunas em cada linha correspondente da tabe-
la. É aqui que muitos candidatos se confundem e acabam
p q ~p
usando colunas diferentes. Na primeira linha, temos que
a quarta coluna tem valor F e a segunda coluna tem valor V V V F V
V, assim a disjunção entre elas será V: V F F F F
F V F V V
p q ~p
RACIOCÍNIO LÓGICO

F F F V V
V V V F V
V F F F Na primeira linha, temos a terceira coluna VERDADEI-
F V F V RA e a quinta também, que pela bicondicional, gera um
valor VERDADEIRO:
F F F V

9
p q ~p p q r
V V V F V V V
V F F F F V
F V F V V V
F F F V V V
F
Na segunda linha, temos ambas as colunas FALSAS,
que pela bicondicional, gera um valor VERDADEIRO: F
F
p q ~p F
V V V F V V
Na segunda coluna, vamos subdividir cada bloco da
V F F F F V primeira coluna em dois novamente, colocando VERDA-
F V F V V DEIRO na primeira parte e FALSO na segunda, desta ma-
F F F V V neira:

Na terceira e quarta linhas temos o mesmo caso, com p q r


a terceira coluna FALSA e a quinta VERDADEIRA, o que V V
gera um valor FALSO na bicondicional:
V V
p q ~p V F
V V V F V V V F
V F F F F V F
F V F V V F F
F F F V V F F
F
Pronto, esses são os resultados possíveis da proposi-
ção composta, variando os valores lógicos das proposi- Veja que o primeiro bloco da primeira coluna, que é
ções simples p e q que a compõem. VERDADEIRO foi dividido em dois blocos de duas linhas
cada, em um, colocamos duas linhas VERDADEIRO e nas
outras duas linhas, FALSO. Fazendo o mesmo para o blo-
TABELA VERDADE PARA 3 PROPOSIÇÕES SIMPLES co seguinte:

Vamos agora aumentar a complexidade do problema


p q r
inserindo uma terceira proposição, que chamaremos de
r. Pela relação de número de linhas da tabela, teremos V V
então L=23=8 linhas. A tabela fica na seguinte forma: V V
V F
p q r
V F
F V
F V
F F
F F

A terceira coluna é mais simples, basta subdividir


cada bloco de duas linhas em uma linha cada, colocando
V e F intercalado, montando assim todas as combinações
RACIOCÍNIO LÓGICO

possíveis:
Para organizar todas as combinações possíveis dos
valores lógicos, vamos usar o mesmo artifício visto na
tabela com duas proposições simples. Primeiro, vamos
dividir a primeira coluna em dois blocos de 4 linhas, onde
o primeiro bloco será VERDADEIRO e o segundo, FALSO:

10
p q r
V V V
V V F
V F V
V F F
F V V
F V F
F F V
F F F

Como exemplo, vamos montar a tabela-verdade da seguinte proposição composta: ~𝑝 → 𝑞 ∧ 𝑟 ↔ 𝑝 ∨ 𝑟 . Com a


tabela acima, vamos organizar quais informações precisamos para montar a expressão final. Observando o primeiro
parênteses, precisaremos da negação de p, ou seja, ~p. Criando uma quarta coluna e preenchendo em função da pri-
meira:

p q r ~p
V V V F
V V F F
V F V F
V F F F
F V V V
F V F V
F F V V
F F F V

Agora precisaremos fazer a conjunção entre q e r no primeiro parênteses para poder combinar com a negação de
p. Montando a quinta coluna com , que é a combinação entre a segunda e a terceira coluna, temos que:

p q r ~p 𝒒∧𝒓

V V V F V
V V F F F
V F V F F
V F F F F
F V V V V
F V F V F
F F V V F
F F F V F

Interessante observar que ficamos apenas com duas linhas com o valor lógico VERDADEIRO e isso não é nenhum
problema, pois quando se realiza operações lógicas não teremos sempre a divisão de 50% VERDADEIRO e 50% FALSO.
Combinando a quarta e quinta colunas, podemos formar o primeiro parênteses, que é ~𝑝 → 𝑞 ∧ 𝑟 :
RACIOCÍNIO LÓGICO

11
p q r ~p 𝒒∧𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓

V V V F V V
V V F F F V
V F V F F V
V F F F F V
F V V V V V
F V F V F F
F F V V F F
F F F V F F

Antes de montarmos a bicondicional entre os dois parênteses, precisamos montar a coluna relativa ao segundo
parênteses da expressão. Colocando a conjunção a partir da primeira e terceira colunas:

p q r ~p 𝒒∧𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓 𝒑∨𝒓

V V V F V V V
V V F F F V V
V F V F F V V
V F F F F V V
F V V V V V V
F V F V F F F
F F V V F F V
F F F V F F F

Finalmente, a oitava coluna é montada a partir da combinação entre a sexta e a sétima colunas:

p q r ~p 𝒒∧𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓 𝒑∨𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓 ↔ 𝒑∨𝒓

V V V F V V V V
V V F F F V V V
V F V F F V V V
V F F F F V V V
F V V V V V V V
F V F V F F F V
F F V V F F V F
F F F V F F F V

O resultado é interessante pois apenas a sétima linha da proposição completa possui valor lógico FALSO. Isso pode
ser facilmente uma questão de concurso, onde pergunta-se quais são os valores lógicos para que a proposição acima
seja FALSA. A resposta correta é p e q FALSOS e r VERDADEIRO.

TABELA VERDADE PARA 4 PROPOSIÇÕES SIMPLES

Os problemas envolvendo 4 proposições simples são mais trabalhosos pois envolvem 16 linhas de análise. Entre-
RACIOCÍNIO LÓGICO

tanto, a resolução é a mesma dos problemas de duas ou três proposições simples. Considerando as proposições p, q,
r e s, a tabela fica da seguinte maneira:

12
p q r s p q r s
V V
V V
V V
V V
V F
V F
V F
V F
F V
F V
F V
F V
F F
F F
F F
F F

A primeira coluna é dividida em dois blocos de oito A terceira coluna subdivide a segunda em blocos de
linhas, atribuindo V ao primeiro bloco e F ao segundo. duas linhas, intercalando V e F:

p q r s p q r s
V V V V
V V V V
V V V F
V V V F
V V F V
V V F V
V V F F
V V F F
F F V V
F F V V
F F V F
F F V F
F F F V
F F F V
F F F F
F F F F

A segunda coluna subdivide a primeira novamente


em dois, formando blocos de quatro linhas, intercalando
RACIOCÍNIO LÓGICO

os valores V e F:

13
A quarta coluna basta intercalar V e F: Inserindo os dois parênteses na terceira e quarta co-
lunas:
p q r s
V V V V p q 𝑝∧𝑞 → 𝑝∨𝑞

V V V F V V V V
V V F V V F F V
V V F F F V F V
V F V V F F F F
V F V F
Aplicando a condicional entre a terceira e quarta co-
V F F V
lunas:
V F F F
F V V V p q 𝑝𝑝∧∧𝑞𝑞 →→ 𝑝𝑝∨∨𝑞𝑞 𝑝∧𝑞 → 𝑝∨𝑞
F V V F
V V V V V
F V F V
V F F V V
F V F F
F V F V V
F F V V
F F F F V
F F V F
F F F V O resultado da proposição composta mostra que
F F F F todas as linhas geraram um valor lógico VERDADEIRO.
Assim, podemos classificar essa proposição composta
CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES SEGUNDO A como Tautologia.
TABELA-VERDADE
FIQUE ATENTO!
Após a montagem de qualquer proposição composta
na tabela-verdade, podemos classificar seu resultado de O exemplo de tautologia foi com duas
três maneiras: proposições simples mas considere que a
classificação é válida também para três ou
Tautologia mais proposições simples.

A tautologia ocorre quando todas as linhas da coluna


correspondente a proposição composta seja VERDADEI- Contradição
RA. Ou seja, não importa os valores lógicos das proposi-
ções simples, a proposição composta terá sempre o valor A contradição é exatamente o contrário da tauto-
lógico V. Observe o exemplo: logia, onde todos os resultados lógicos da operação da
Tabela-verdade para a proposição 𝑝 ∧ 𝑞 → 𝑝 ∨ 𝑞 . proposição composta devem ser FALSOS. Observe o
São duas proposições simples, o que formará quatro exemplo:
linhas na tabela: Tabela verdade para 𝑝 ↔ ~𝑞 ∧ (𝑝 ∧ 𝑞)..
Antes de montarmos a proposição composta, preci-
saremos montar a negação de q, a bicondicional do pri-
p q meiro parênteses e a disjunção do segundo, assim:
V V
V F p q ~q 𝑝𝑝↔
↔~𝑞
~𝑞 ∧∧(𝑝
(𝑝∧∧𝑞).
𝑞).
F V V V F F V
F F V F V V F
F V F V F
F F V F F
RACIOCÍNIO LÓGICO

14
Combinando a quarta e quinta colunas para montar a Nenhum A é B
disjunção entre os dois parênteses:
A segunda proposição categórica é a mais simples de
p q ~q 𝑝𝑝 ↔
↔ ~𝑞
~𝑞 ∧∧ (𝑝
(𝑝 ∧∧ 𝑞).
𝑞). 𝑝 ↔ ~𝑞 ∧ (𝑝 ∧ 𝑞).
se observar através do diagrama de conjuntos pois quan-
do falamos que “Nenhum A é B”, conclui-se que nenhum
V V F F V F elemento do conjunto A pertence ao conjunto B, ou seja,
são dois conjuntos distintos sem nenhuma intersecção:
V F V V F F
F V F V F F
F F V F F F

Como todas as linhas do resultado final são FALSAS,


temos uma contradição.

Contingência

A contingência é o caso mais simples de todos pois


são as tabelas-verdade que não são tautologia ou con-
tradição, ou seja, possui os dois valores lógicos (V e F) no Diferentemente da proposição “Todo A é B”, dizer que
resultado final. “Nenhum A é B” é logicamente equivalente a dizer que
“Nenhum B é A”, ou seja, permite-se a inversão dos con-
PROPOSIÇÕES LÓGICAS juntos sem prejudicar o raciocínio.

As proposições categóricas são formadas basicamen- Algum A é B


te por três palavras: Todo, Nenhum e o Algum. Desta úl-
tima, deriva-se também o “Algum Não” para completar As próximas duas proposições também são categóri-
as quatro proposições fundamentais. Assim, vamos inter- cas, mas não casos extremos como as anteriores em que
pretar e representar as seguintes expressões: ou temos todos os elementos de A pertencente a B ou
não temos nenhum. A expressão “Algum A é B” estabe-
Todo A é B lece que ao menos um elemento pertence também ao
conjunto B. Ela não fala quantos elementos de A perten-
A primeira proposição categórica é bem conhecida e
cem a B (podem ser todos inclusive), o que ela descarta
facilmente interpretada. Ela afirma que todos os elemen-
é o fato de nenhum elemento de A pertencer a B, e essa
tos que pertencem ao grupo (ou na nossa linguagem,
consideração será importante quando estudarmos a ne-
conjunto) A também pertencem ao conjunto B. Para este
caso, temos duas representações possíveis: gação das proposições categóricas.
Além disso, são quatro diagramas possíveis para in-
terpretar essa proposição:

O primeiro caso talvez seja o que a maioria das pes-


soas pensam quando se diz que “Todo A é B”, ou seja,
o conjunto A sendo subconjunto do conjunto B. Entre-
tanto, quando ambos os conjuntos são coincidentes, ou
sejam, são exatamente iguais, a proposição ainda é váli-
da, com todos os elementos do conjunto A pertencentes
também ao conjunto B.
RACIOCÍNIO LÓGICO

FIQUE ATENTO! Os dois primeiros casos remetem ao conjunto A ser


Observe que quando falamos que “Todo A é subconjunto de B ou vice-versa. Em ambos consegui-
B” não é necessariamente verdade que “Todo mos afirmar que existe ao menos um elemento de A que
B é A” pois o primeiro caso da figura acima pertence a B. O terceiro caso é o mesmo de “Todo A é
justifica que nem todos os elementos de B B” pois, como dissemos, essa proposição afirma que te-
podem pertencer ao conjunto A.”. mos no mínimo um elemento de A que está em B, en-
tão logicamente todos os elementos de A pertencerem

15
a B atendem a “Algum A é B”. E o último caso é aquele Proposição Universal Negativa
onde temos termos exclusivos de A e B, mas uma região
de interseção onde há elementos pertencentes aos dois A proposição universal negativa é equivalente a ex-
conjuntos, satisfazendo a proposição. pressão “Nenhum A é B”, ou seja, todo o universo do
Além disso, é possível inverter os conjuntos de posi- conjunto A não pertence a B.
ção e manter a lógica correta, ou seja, se falarmos que
“Algum A é B”, pode-se afirmar que “Algum B é A” Proposição Particular Afirmativa

Algum A não é B A proposição particular afirmativa é equivalente a ex-


pressão “Algum A é B”, ou seja, algum caso de todo o
Análogo a proposição anterior, a proposição “Algum universo do conjunto A pertence a B.
A não é B” estabelece que há ao menos um elemento
de A que não pertence ao conjunto B. Novamente não Proposição Particular Negativa
se estipula quantos elementos de A não são de B (e po-
dem ser todos eles inclusive), mas sim que não temos A proposição particular negativa é equivalente a ex-
todos os elementos de A pertencendo a B, algum neces- pressão “Algum A não é B”, ou seja, algum caso de todo
sariamente não será. São três diagramas para representar o universo do conjunto A não pertence a B.
essa proposição categórica:
RELAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS

As proposições categóricas possuem relações entre si


para aplicarmos valores lógicos quando necessário. Para
ajudar na memorização, construiu-se um diagrama com
as definições apresentadas abaixo:

No primeiro caso, como temos elementos exclusivos


de A e B, esses elementos exclusivos satisfazem a propo-
sição. No segundo caso, temos B como subconjunto de As proposições que são contraditórias entre si, ou
A sem serem coincidentes, o que também deixam alguns seja, aquelas ligadas pela diagonal do problema serão
elementos de A não pertencendo a B. Finalmente o ter- justamente as negações lógicas da proposição categóri-
ceiro caso, onde A e B não possuem intersecção (coinci- ca considerada, ou seja:
dente com “Nenhum A é B”), temos que os elementos de - A negação de “Todo A é B” é “Algum A não é B”
A não pertencem a B, bastava apenas 1 mas nesse caso - A negação de “Nenhum A é B” é “Algum A é B”
foram todos. - A negação de “Algum A é B” é “Nenhum A é B”
- A negação de “Algum A não é B” é “Todo A é B”
CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS
Ou seja, nas proposições categóricas, negar uma pro-
As quatro proposições categóricas também possuem posição universal é transformá-la em uma proposição
nomes formalizados que são de importante conhecimen- particular de afirmação contrária e vice-versa. Isso refor-
to para se interpretar enunciados de concursos que utili- ça o que foi dito no início do capítulo que a negação
zarem essas definições. Vamos a elas de “Todo A é B” não é “Nenhum A é B” e agora fica fácil
de entender pois para que “Todo A é B” seja falso, basta
RACIOCÍNIO LÓGICO

Proposição Universal Afirmativa


apenas um único elemento de A não pertencer a B, o
caracteriza a proposição “Algum A não é B”.
A proposição universal afirmativa é equivalente a ex-
pressão “Todo A é B”, ou seja, todo o universo do conjun-
to A pertence a B. No caso das relações “subalternas”, quando temos o
valor lógico definido da proposição universal, podemos
expandi-lo para a sua correspondente proposição parti-
cular, ou seja:

16
- O valor lógico da proposição particular afirmativa será - R é subconjunto de A: Nesta primeira situação, po-
o mesmo que o da proposição universal afirmativa. demos ter A intersectando G ou não:
- O valor lógico da proposição particular negativa será
o mesmo que o da proposição universal negativa.

ANÁLISE COM MAIS DE UMA PROPOSIÇÃO CATEGÓ-


RICA ENVOLVIDA

Os problemas envolvendo proposições categóricas


podem ser simples de se revolver como visto no exercí-
cio comentado acima, porém, existem casos mais elabo-
- A e R são coincidentes: Neste caso, A não cruza G
rados, onde pode haver 3 ou mais conjuntos para serem pois nenhum R é G;
analisados. Observe esse exemplo extraído de uma ban-
ca que aborda muito o raciocínio lógico, a ESAF:
Se é verdade que “Alguns A são R” e que “Nenhum G
é R”. então é necessariamente verdadeiro que:
a) Algum A não é G
b) Algum A é G
c) Nenhum A é G
d) Algum G é A
e) Nenhum G é A.

Observem neste caso que temos 3 conjuntos: A,R e


G e eles estão relacionados através de proposições cate- - A e R possuem intersecção com elementos exclusi-
góricas. Para resolver esse tipo de problema, temos que vos: Neste caso, pode-se haver intersecção ou não de A
utilizar dos diagramas de conjuntos para entende-lo. A em G:
ordem de aplicação das proposições determina seu êxi-
to no exercício, onde recomenda-se começar pelas pro-
posições universais e depois partir para as particulares.
Iniciando então por “Nenhum G é R”, o diagrama fica da
seguinte forma:

Nesse caso, G e R não possuem intersecções. Feito


isso, deve-se analisar a proposição “Algum A é R”, que
possui 4 casos distintos. Além disso, não sabemos se A
intersecta ou não o conjunto G, portanto teremos que
considerar ambos os casos: Portanto são 6 casos para se analisar e verificar qual
alternativa atende todos simultaneamente:
- A é subconjunto de R: Nesta primeira situação, A a) Algum A não é G: Se observarmos os 6 casos, sem-
não poderá intersectar G pois está dentro de R e nenhum pre há ao menos um todos os elementos de A que
R é G: não pertencem a G, ou seja, não há nenhum caso
onde todos os elementos de A estão dentro de G.
Logo esta alternativa aparenta ser a correta.
RACIOCÍNIO LÓGICO

b) Algum A é G: No primeiro, terceiro, quarto e sexto


casos, nenhum elemento de A pertence a G, logo
esta alternativa não é a correta.
c) Nenhum A é G: No segundo e quinto casos, há ele-
mentos de A que estão em G, logo esta alternativa
não é a correta.

17
d) Algum G é A: Os casos onde A e G não se cruzam
p 𝑝∧𝑝=𝑝 𝑝∨𝑝=𝑝
eliminam esta alternativa da mesma forma que na
alternativa b
e) Nenhum G é A: Da mesma forma que as alternativa V V V
b e d, os casos onde A e G possuem intersecção F F F
são suficientes para eliminar esta alternativa.
Tanto na tabela-verdade da disjunção e da conjunção,
Logo, encontramos a alternativa correta. O que é im- quando ambas as proposições são VERDADEIRAS, o re-
portante observar é que problemas envolvendo mais de sultado é VERDADEIRO e quando ambas são FALSAS, o
uma proposição categórica podem ser complicados e re- resultado da proposição composta é FALSO.
quererem uma análise aprofundada de todos os casos. Usando frases nas proposições, essa propriedade nos
permite dizer que se p = “João é professor”, temos que:
EQUIVALÊNCIA LÓGICA João é professor e João é professor = João é profes-
sor
A equivalência lógica é a relação entre duas proposi- João é professor ou João é professor = João é pro-
ções lógicas que serão ditas equivalentes, ou seja, ao se fessor
montar a tabela-verdade de ambas, a distribuição dos
valores lógicos será a mesma. Comutação
O domínio desta teoria passará ao candidato a se-
gurança de se manipular expressões lógicas, buscando A propriedade comutativa da equivalência lógica é
a equivalência correta nas alternativas da questão. Na análoga a propriedade de mesmo nome da matemática.
maioria das vezes, os enunciados das questões de equi- Ela descreve que podemos mudar a ordem das propo-
valência lógica, usando frases simples como: “A negação sições simples sem afetar o resultado final. Existem três
da expressão ... é:” ou também “A expressão logicamente casos:
equivalente a ... é:”.
Para resolver esses exercícios, o candidato deverá re- 𝑝𝑝 ∧∧𝑝𝑞𝑞∧=𝑞 =𝑞∧𝑝
= 𝑞𝑞 ∧∧ 𝑝𝑝
conhecer na expressão original que tipo de equivalência
pode ser usada e é isso que iremos apresentar nas seções 𝑝𝑝 ∨∨𝑝𝑞𝑞∨=
𝑞=𝑞∨𝑝
= 𝑞𝑞 ∨∨ 𝑝𝑝
a seguir. 𝑝↔𝑞𝑞 =𝑞↔ 𝑝
𝑝𝑝 ↔↔ 𝑞𝑞 = = 𝑞↔ ↔ 𝑝𝑝
EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS NOTÁVEIS
Ou seja, para a disjunção, conjunção e bicondicional é
Iniciando pelas equivalências mais simples, apresen-
possível inverter a ordem das proposições simples, man-
taremos os cinco primeiros casos de relações lógicas:
tendo o resultado final da proposição composta. Usando
Dupla Negação novamente frases como exemplo, temos que se p = “An-
dei 5km” e q = “Tomei um suco”:
A dupla negação já foi introduzida quando se definiu
o operador lógico negação, ou o “não” e se apresentou Andei 5km e tomei um suco = Tomei um suco e andei
que “a negação da negação é a própria afirmação”. Em 5 km
outras palavras, a dupla negação anula dois operadores Andei 5km ou tomei um suco = Tomei um suco ou
“não” que estão juntos, como no exemplo a seguir: andei 5 km
Andei 5km se e somente se tomei um suco = Tomei
~ ~𝑝 = 𝑝 um suco se e somente se andei 5 km

Ou seja, os dois operadores lógicos “~” são retirados,


FIQUE ATENTO!
restando apenas a proposição simples.
O leitor mais atento percebeu uma poten-
Idempotência cial “pegadinha” nesta propriedade pois ela
não vale para o operador “Se...então” que
A idempotência trata de duas relações, uma com o é a condicional. Muita atenção quando for
operador “e” (conjunção) e outra com o operador “ou” utilizar essa propriedade!
(disjunção). A idéia básica é mostrar que quando se apli-
ca esses operadores na mesma proposição simples, o re- Associação
sultado é a própria proposição. Vejam os casos:
RACIOCÍNIO LÓGICO

𝑝∧𝑝=𝑝 A propriedade associativa também tem a mesma ca-


racterística encontrada na matemática, onde você pode
𝑝∨𝑝=𝑝 inverter a ordem das operações lógicas. Isso só pode ser
feito caso tenhamos APENAS disjunção e conjunção nas
operações, observe:
Essa equivalência é fácil verificar na tabela-verdade:
𝑝∧ 𝑞∧𝑟 = 𝑝∧𝑞 ∧𝑟
𝑝∨ 𝑞∨𝑟 = 𝑝∨𝑞 ∨𝑟

18
𝑝∧ 𝑞∧𝑟 = 𝑝∧𝑞 ∧𝑟
𝑝∨ 𝑞∨𝑟 = 𝑝∨𝑞 ∨𝑟 p q ∼ 𝑝 ∧ 𝑞 =~~𝑝𝒑∨∼
∧ 𝒒𝑞 ~p
∼ 𝑝 ∧~q
𝑞 = ~𝑝 ∨∼ 𝑞

O que a propriedade nos mostrou é que podemos V V V F F F F


fazer a operação entre p e q antes de realizar a operação V F F V F V V
entre q e r.
F V F V V F V
Distribuição F F F V V V V

A propriedade distributiva também segue a analogia Observando a quarta e a sétima coluna, verifica-se o
da propriedade vista na matemática, sendo conhecida mesmo valor lógico em todas as linhas, o que prova a
também como a propriedade “chuveirinho” onde a partir equivalência.
de um operador lógico externo aos parênteses, faz-se a Usando frases como exemplo, se considerarmos p =
distribuição nos elementos internos, desta forma: “Eu sei nadar” e q = “Eu sei correr”, a negação correta
de “Eu sei nadar e sei correr” será “Eu não sei nadar ou
𝑝 ∧𝑝 ∧𝑞 ∨𝑞𝑟∨ 𝑟= =𝑝 ∧𝑝𝑞∧ 𝑞∨ (𝑝
∨ (𝑝 ∧ 𝑟)
∧ 𝑟) não sei correr”
𝑝 ∨𝑝 ∨𝑞 ∧𝑞𝑟∧ 𝑟= =𝑝 ∨𝑝𝑞∨ 𝑞∧ (𝑝
∧ (𝑝 ∨ 𝑟)
∨ 𝑟)
Negação da disjunção – Regra de De Morgan

Observe novamente que essa propriedade também é A negação da disjunção também é conhecida como
válida APENAS para os operadores disjunção (“e”) e con- Regra de De Morgan:
junção (“ou”), sendo incorreto aplicar na condicional e na
bicondicional. Usando frases como exemplo, considere
∼ 𝑝 ∨ 𝑞 = ~𝑝 ∧∼ 𝑞
que: p = “Almir é biólogo”, q = “Joseval é escritor” e r
= “Arlequina é bandida”, assim: A regra nos diz que ao negar uma disjunção, pode-
mos negar individualmente cada proposição simples
A propriedade 𝑝 ∧ 𝑞 ∨ 𝑟 = 𝑝 ∧ 𝑞 ∨ (𝑝 ∧ 𝑟) nos trocando o operador “ou” por um operador “e”. A prova
permite dizer que a proposição: “Almir é biólogo, e Jo- desta relação se dá na tabela-verdade a seguir:
𝑝 ∨ 𝑞 ∧é 𝑟bandida”
seval é médico ou Arlequina = 𝑝 ∨ 𝑞é ∧equivalente
(𝑝 ∨ 𝑟)
à proposição: “Almir é biólogo e Joseval é escritor, ou p q ∼ 𝑝 ∧ 𝑞 = ~𝑝 ~p
Almir é biólogo e Arlequina ∼ 𝑝 ∧~q
𝑝 ∧ 𝑞 ∨ 𝑟é bandida” ~ 𝒑∨∼
∧𝒒𝑞 𝑞 = ~𝑝 ∨∼ 𝑞
= 𝑝 ∧ 𝑞 ∨ (𝑝 ∧ 𝑟)

Já a propriedade 𝑝 ∨ 𝑞 ∧ 𝑟 = 𝑝 ∨ 𝑞 ∧ (𝑝 ∨ 𝑟) nos V V V F F F F
permite dizer que a proposição: “Almir é biólogo, ou Jo- V F V F F V F
seval é médico e Arlequina é bandida” é equivalente à F V V F V F F
proposição: “Almir é biólogo ou Joseval é escritor, e Al-
mir é biólogo ou Arlequina é bandida” F F F V V V V

NEGAÇÃO DOS OPERADORES LÓGICOS Observando a quarta e a sétima coluna, verifica-se o


mesmo valor lógico em todas as linhas, o que prova a
Este tópico provavelmente é o mais importante deste equivalência.
capítulo pois apresentará as negações das proposições Usando frases como exemplo, se considerarmos p =
lógicas mais utilizadas: “Disjunção”, “Conjunção”, “Condi- “Andei de bicicleta” e q = “joguei futebol”, a negação
cional” e “Bicondicional” correta de “Eu andei de bicicleta ou joguei futebol” será
“Eu não andei de bicicleta e não joguei futebol”.
Negação da conjunção – Regra de De Morgan
Negação da Condicional
As negações da conjunção e da disjunção são conhe-
cidas como Regras de De Morgan e são fáceis de memo- A negação da condicional é uma expressão que vem
rizar pela sua estrutura simples: derivada de outras duas equivalências lógicas: Regra de
De Morgan e Implicação material (apresentada nos tópi-
∼ 𝑝 ∧ 𝑞 = ~𝑝 ∨∼ 𝑞 cos seguintes). Como a ideia não é apresentar deduções,
vamos mostrar a equivalência e prová-la através da ta-
A regra nos diz que ao negar uma conjunção, po- bela-verdade:
demos negar individualmente cada proposição simples
RACIOCÍNIO LÓGICO

∼ 𝑝 → 𝑞 = 𝑝 ∧∼ 𝑞
trocando o operador “e” por um operador “ou”. A prova
desta relação se dá na tabela-verdade a seguir:

19
Montando a tabela-verdade:
p q 𝒑→𝒒 ~ 𝒑→𝒒 ~q 𝒑 ∧∼ 𝒒

V V V F F F
V F F V V V
F V V F F F
F F V F V F

Comparando a quarta e sexta colunas, podemos observar que todas as linhas possuem os mesmos valores lógicos,
comprovando a equivalência desta negação.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Fiz muitos gols” e q = “Sou o artilheiro”, a negação correta
de “Se fiz muitos gols então sou o artilheiro” será “Fiz muitos gols e não sou o artilheiro”.

Negação da Bicondicional

Certamente a negação da bicondicional é a expressão mais difícil dentre as apresentadas na equivalência lógica. Ela
não é simples de deduzir e usaremos a mesma abordagem da negação da condicional, que é apresentar a expressão
e provar com a tabela-verdade:

∼ 𝑝 ↔ 𝑞 = (𝑝 ∧∼ 𝑞) ∨ (𝑞 ∧ ~𝑝)

Montando a tabela-verdade:

p q∼ 𝑝 ↔ 𝑞 =∼(𝑝𝑝∧∼
↔ 𝑞) ~p
𝑞 ∼∨=(𝑞
𝑝
(𝑝↔ 𝑞~q𝑞)
∧∧∼
~𝑝) =∨(𝑝(𝑞∧∼
∧ ~𝑝)
𝑞) ∨∼(𝑞𝑝∧↔
~𝑝)
𝑞 = (𝑝 ∧∼ 𝑞) ∨ (𝑞 ∧ ~𝑝)
V V V F F F F F F
V F F V F V V F V
F V F V V F F V V
F F V F V V F F F

Observando a quarta e nona colunas, verifica-se o mesmo valor lógico em todas as linhas, o que prova a equiva-
lência lógica.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Passei de ano” e q = “Tirei 10 na prova”, a negação correta
de “Passei de ano se e somente se tirei 10 na prova” será “Passei de ano e não tirei 10 na prova ou tirei 10 na prova e
não passei de ano”.

Equivalências lógicas da condicional e bicondicional

Além das negações dos operadores lógicos condicional e bicondicional, existem outras equivalências lógicas impor-
tantes que estatisticamente são cobradas com certa frequência nos concursos públicos e serão apresentadas a seguir:

Implicação Material

A implicação material é uma equivalência lógica aplicada ao operador condicional que transforma esse operador
em uma disjunção (“ou”):
𝑝 → 𝑞 = ~𝑝 ∨ 𝑞

Montando a tabela-verdade:

p q ~p
𝑝 → 𝑞 𝑝 =→~𝑝
𝑞 ∨=𝑞~𝑝 ∨ 𝑞
RACIOCÍNIO LÓGICO

V V V F V
V F F F F
F V V V V
F F V V V

20
A terceira e quinta colunas possuem os mesmos valores lógicos em todas as linhas, podendo afirmar que são, por-
tanto, proposições equivalentes.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Andei distraído” e q = “Tropecei na calçada”, uma expres-
são equivalente a “Se andei distraído então tropecei na calçada” será “Não andei distraído ou tropecei na calçada”

Transposição

A transposição, como o próprio nome diz, é aplicada ao operador condicional, trocando de posição as proposições
simples, algo que não é permitido diretamente pela propriedade comutativa apresentada anteriormente. A equivalên-
cia é a seguinte:
𝑝 → 𝑞 = ~𝑞 → ~𝑝

Ou seja, nega-se e inverte-se as proposições simples para formar a equivalência. Comprovando pela tabela-verdade:

p q ~p →𝑝 ~𝑝
𝑝 → 𝑞 = ~𝑞 →~q𝑞 = ~𝑞 → ~𝑝

V V V F F V
V F F F V F
F V V V F V
F F V V V V

Assim, como a terceira e sexta colunas são idênticas, temos a equivalência lógica comprovada.
Usando as frases da implicação material como exemplo novamente, se considerarmos p = “Andei distraído” e q
= “Tropecei na calçada”, uma expressão equivalente a “Se andei distraído então tropecei na calçada” será “Se não
tropecei na calçada, então não andei distraído”

FIQUE ATENTO!
Sempre que no enunciado de um exercício de equivalência tivermos o operador condicional, desconfie se
não será aplicada as regras de implicação material ou transposição, normalmente elas que serão utilizadas
para resolver a questão!

Equivalência Material

A equivalência material é a última relação que veremos neste capítulo e envolve o operador bicondicional que sem-
pre irá proporcionar expressões maiores para memorização. Além disso, são dois casos para se analisar: O primeiro,
transforma-se a bicondicional em duas operações condicionais:

𝒑↔𝒒 = 𝒑→𝒒 ∧ 𝒒→𝒑

Intuitivamente essa expressão não é difícil pois o próprio nome “bicondicional” já se refere a “duas condicionais”.
O importante é lembrar que as duas condicionais são ligadas por um operador “e” e não por um operador “ou”. A
tabela-verdade fica:

p q 𝒑𝒑 ↔
↔ 𝒒𝒒 =
= 𝒑𝒑 →
→ 𝒒𝒒 ∧∧ 𝒒𝒒
𝒑→→
↔𝒑𝒑𝒒 = 𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒒 → 𝒑
V V V V V V
V F F F V F
F V F V F F
RACIOCÍNIO LÓGICO

F F V V V V

Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “A bolsa é azul” e q = “O estojo é vermelho”, uma expressão
equivalente para “A bolsa é azul se e somente se o estojo é vermelho” será “Se a bolsa é azul então o estojo é vermelho
e se o estojo é vermelho então a bolsa é azul”.

21
O outro caso de equivalência material é a conversão da bicondicional em operadores “ou” e “e”:
𝒑 ↔ 𝒒 = 𝒑 ∧ 𝒒 ∨ ~𝒑 ∧ ~𝒒

Essa expressão não é tão intuitiva como o primeiro caso mas dá para se criar um raciocínio imaginando que a bi-
condicional foi separada em duas conjunções das afirmações e negações ligadas por uma disjunção. A tabela-verdade
fica desta maneira:
p q 𝒑 ↔ 𝒒 = ~p
𝒑𝒑→↔𝒒~q
𝒒∧ =𝒒 𝒑
→∧𝒑𝒒 ∨ ~𝒑
𝒑↔∧ ~𝒒
𝒒 = 𝒑 ∧ 𝒒 ∨ ~𝒑 ∧ ~𝒒

V V V F F V F V
V F F F V F F F
F V F V F F F F
F F V V V F V V

Com a terceira e oitava coluna idênticas, temos a equivalência comprovada. Usando as mesmas frases como exem-
plo, se considerarmos p = “A bolsa é azul” e q = “O estojo é vermelho”, uma outra expressão equivalente para “A
bolsa é azul se e somente se o estojo é vermelho” será “A bolsa é azul e o estojo é vermelho ou a bolsa não é azul e
o estojo não é vermelho”.

LÓGICA DA ARGUMENTAÇÃO

Tanto o argumento, quanto a proposição, formam as bases para o estudo da lógica. Todavia, a proposição ainda
continua sendo o elemento fundamental, pois a partir dela que são construídos os argumentos. Mas afinal de contas, o
que é um Argumento? Essa definição é importante para o seguimento do capítulo e será apresentada a seguir.
Um argumento é feito de uma composição de duas ou mais proposições. Diferentemente de uma proposição
composta, o argumento apresenta as proposições de maneira separada, classificando-as em dois tipos: Premissas e
Conclusão. As premissas são as bases e as informações que irão nortear a Conclusão (que é única, apenas 1 proposição
pode ser a conclusão). Assim, a estrutura básica de um argumento é: Premissas Conclusão.
Normalmente, os argumentos são apresentados na forma vertical, separando as premissas e a conclusão por um
traço, desta maneira:

As três premissas informam que há uma característica genética de olhos azuis na família, onde seu pai e você pos-
suem olhos azuis. Dadas essas informações, concluiu-se que seu filho terá a mesma característica, ou seja, olho azul.
Como este argumento é mais genérico, vamos a um mais direto que vocês irão lidar em seus concursos:

A argumentação apresenta que o grupo denominado “brasileiros” pertence em sua integralidade ao conjunto “de-
vedores”. Assim, se eu pertenço ao grupo dos “brasileiros”, naturalmente estarei no grupo “devedores”.
Um ponto importante a se ressaltar neste exemplo é a estrutura particular dele. Quanto tivermos um argumento
composto por 2 (duas) premissas e a conclusão, ele será considerado um caso particular e terá o nome de silogismo.
Ambos os argumentos foram conclusões verdadeiras das premissas que consideramos. Neste caso, iremos classifi-
ca-los como argumentos válidos, ou seja, as premissas levam a esta conclusão.
A oposição disso é justamente uma ou mais premissas falharem na conclusão, e isso tornará o argumento inválido,
RACIOCÍNIO LÓGICO

pois não atende integralmente todas as premissas.


Outro caso de argumentos que podem ser cobrados são aqueles que envolvem conectivos lógicos, como por exem-
plo, neste exercício que caiu em um concurso:

22
O ponto chave da lógica da argumentação é verificar
se a conclusão é uma consequência lógica das premissas.
Isso será feito neste caso usando os conjuntos. A primei-
ra proposição diz que todas as mulheres são morenas,
assim o conjunto “mulheres” está dentro ou é coinciden-
te ao conjunto “morenas”:
Se considerarmos as proposições:

Ou seja, toda a argumentação é montada sob propo-


sições compostas ligadas pelos conectivos lógicos. Nos
concursos públicos, isso pode aparecer diretamente, ou
em forma de frases onde o leitor deverá convertê-la para
expressões lógicas. Para verificar se o argumento é válido
ou não, usaremos as técnicas apresentadas a seguir.

ANÁLISE DA VALIDADE DOS ARGUMENTOS


A segunda proposição diz que nenhuma morena can-
Normalmente quando os argumentos são analisados, ta, ou seja, não há intersecção entre esses conjuntos:
a primeira estratégia pensada é o uso dos diagramas de
conjuntos, ou conhecidos também como diagramas de
Euler. Essa estratégia será a primeira a ser apresentada
nesta seção, porém, é importante que fique claro que
ela funciona em alguns casos específicos e que em casos
onde o argumento foi construído sob conectivos lógicos
(exemplo anterior), sua praticidade não é encontrada.
Logo, serão apresentadas 4 estratégias definitivas para
se resolver qualquer problema de argumentação.

FIQUE ATENTO!
Vocês encontrarão exercícios onde mais de
uma técnica pode ser usada para sua reso-
lução. Esta apostila será uma referência para Assim, a conclusão torna-se válida pois o conjunto
sugestão de qual técnica utilizar. Caso con- mulheres também não possui intersecção com o conjun-
siga resolver por outra técnica, é um ponto tos “cantoras”, tornando assim o argumento válido. É im-
a mais no seu aprendizado. portante frisar que sabemos que parte das mulheres não
são morenas mas isso não pode interferir na validade do
argumento. A única coisa que devemos ver sob o ponto
Diagramas de Conjuntos (Euler) de vista lógico é que se as premissas forem verdadeiras,
temos que ter a conclusão verdadeira.
A análise de argumentos usando os diagramas de Vamos agora com um exemplo de argumento inváli-
conjuntos só é efetivamente vantajosa se os argumentos do. Observem:
forem montados com proposições categóricas (capítulo
5). Ou seja, as premissas devem conter as expressões que
designam este tipo, como todo, nenhum, algum e al-
gum não. Algumas variações podem existir, como pelo
menos um e cada um, mas sempre serão remetidas as
proposições que aprendemos no capítulo anterior.
Este método prevê que desenharemos as premissas Repetindo a estratégia do exemplo anterior, temos
dentro de cada conjunto correspondente, procurando as
que a primeira premissa nos mostra que o conjunto
interseções entre eles. Após a construção do diagrama,
“convidados” está dentro ou é coincidente ao conjunto
verifica-se a validade do argumento.
RACIOCÍNIO LÓGICO

“parentes”:
Exemplo:

23
A conclusão nos fala que Roberto não é parente, o
ou que é verdade na segunda e na terceira possibilidade.
Na primeira, ambas as premissas são atendidas mas a
conclusão é falsa, já que Roberto está dentro do conjunto
parentes.
Quando uma ou mais das possibilidades falha, não
temos garantia integral do argumento, tornando-o invá-
lido.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (TCE-RS – ENGENHEIRO – CESPE, 2004). A seguinte


afirmação é válida:
A segunda premissa nos mostra que Roberto não é
um convidado. Neste caso, veja que temos três possi- Premissa 1: Toda pessoa honesta paga os impostos de-
bilidades, duas no primeiro caso da premissa e um no vidos
segundo caso. A posição de Roberto está indicada com Premissa 2: Carlos paga os impostos devidos
um “X”: Conclusão: Carlos é uma pessoa honesta

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. Montando as premissas dentro do


diagrama de Euler, se o conjunto “pagam impostos”
e “honestos” não forem coincidentes, não há como
garantir que Carlos está necessariamente dentro do
conjunto “honestos”. Portanto, o argumento torna-se
inválido.

Premissas verdadeiras
ou
A segunda estratégia já envolve premissas que não
tenham as proposições categóricas. Ela é eficiente quan-
do ao menos uma das proposições é simples, ou seja,
não há nenhum conectivo lógico com ela ou se temos
uma das premissas com uma conjunção, pois assim con-
seguimos valorar logicamente as proposições simples
que a compõe.
Para avaliar a validade do argumento, basta adotar
que todas as premissas são verdadeiras e a partir da pro-
posição simples, verificar se a conclusão mantém-se ver-
RACIOCÍNIO LÓGICO

dadeira.
ou Se o resultado da conclusão for verdadeiro, o argu-
mento é válido, caso contrário, se a conclusão for falsa
ou se você não conseguir definir seu valor lógico, ele será
inválido.

24
Vamos a um exemplo: sidente do tribunal, temos que ter que Adriano impõe
penas disciplinares na forma da lei, o que é exatamen-
te a alternativa E. Para completar, a terceira premissa
fica indefinida sob o ponto de vista lógico, uma vez
que não temos informações suficientes para determi-
nar se Adriano é ou não vice-presidente do TCE, mas
isto não afeta a escolha da alternativa correta.

Esse argumento está montado apenas com os valores


lógicos e temos uma proposição simples no terceiro ar- Tabela verdade
gumento. Assim, vamos adotar a estratégia de premissas
verdadeiras, ou seja: O método de resolução do argumento por tabela ver-
dade é utilizado quando não se consegue resolver pe-
los dois métodos anteriores, ou seja, quando não temos
proposições categóricas ou quando não temos premis-
sas sob a forma de proposições simples ou uma delas
sendo uma conjunção. Entretanto, mesmo para o caso
onde o método de premissas verdadeiras é aplicável, a
Na terceira proposição, temos que R é verdadeiro e tabela verdade pode ser utilizada, tornando um método
a partir disso, para a segunda premissa ser verdadeira, mais genérico.
temos que ter ~Q=V, ou seja Q=F. A resolução se baseia na construção da tabela verda-
Esse resultado implica na primeira premissa, pois se de e temos que olhar as linhas correspondentes a todas
Q=F, para a condicional ser verdadeira, precisaremos ter as premissas possuírem o valor VERDADEIRO. Se nessa
que P seja falso, ou seja, P=F . linha, a conclusão também for VERDADEIRA, temos um
Com os três valores lógicos, podemos avaliar a con- argumento válido, caso contrário, ele será inválido.
clusão, onde se P=F, temos ~P=V, tornando a conclusão
verdadeira e o argumento válido.
Se após essas associações tivéssemos encontrado
FIQUE ATENTO!
~P=F, teríamos uma contradição, o que tornaria o argu-
mento inválido. Lembre-se que a quantidade de linhas da
tabela-verdade é calculada em função da
quantidade de proposições simples que
formam as premissas. Quanto maior o pro-
EXERCÍCIO COMENTADO blema, mais trabalhoso será a sua resolu-
ção!
2. (TCE/AC – ANALISTA – CESPE, 2008). Considere que
as seguintes proposições são premissas de um argumen-
Vamos analisar um exemplo passo a passo:
to:
Analise o argumento a seguir e verifique se ele é vá-
1. César é o presidente do tribunal de contas e Tito é um lido
conselheiro Se Pablo é ator e Irene é médica, então João é carpin-
2. César não é o presidente do tribunal de contas ou teiro.
Adriano impõe penas disciplinares na forma da lei João não é carpinteiro ou Irene é médica.
3. Se Adriano é vice-presidente do tribunal de contas, en- Logo, Pablo não é ator ou Irene é médica.
tão Tito não é o corregedor. Passando para a linguagem lógica, temos que:

Com base nas definições apresentadas no texto acima,


assinale a opção em que a proposição apresentada, junto
com essas premissas, forma um argumento válido:

a) Adriano não é o vice-presidente do tribunal de contas Observe que este argumento possui duas premissas
b) Se César é o presidente do tribunal de contas, então e uma conclusão, porém é formado por três proposições
Adriano não é o corregedor. simples. Assim, a tabela-verdade terá 8 linhas e não 4.
c) Se Tito é o corregedor, então Adriano é o vice-presi- Construindo a base da tabela:
dente do tribunal de contas.
d) Tito não é o corregedor
RACIOCÍNIO LÓGICO

e) Adriano impõe penas disciplinares na forma da lei

Resposta: Letra E. Utilizando o método de premissas


verdadeiras, a primeira premissa já nos garante que
César é o presidente do tribunal de contas e Tito é um
conselheiro. Na segunda, como temos uma disjunção
e a primeira proposição é falsa, já que César é o pre-

25
p q r
V V V
V V F
V F V
V F F
F V V
F V F
F F V
F F F

As próximas duas colunas serão correspondentes à primeira premissa:

p q r

V V V V V
V V F V F
V F V F V
V F F F V
F V V F V
F V F F V
F F V F V
F F F F V

As duas colunas seguintes são correspondentes à segunda premissa:

p q r ~𝒓 ∨ 𝒒~𝒓 ∨ 𝒒

V V V V V F V
V V F V F V V
V F V F V F F
V F F F V V V
F V V F V F V
F V F F V V V
F F V F V F F
F F F F V V V

Agora, as próximas três colunas se referem a conclusão:

p q r ~𝒓 ∨ 𝒒
~𝒓 ∨ 𝒒 ~𝒑
~𝒑∨∨~𝒒
~𝒒 ~𝒑 ∨ ~𝒒

V V V V V F V F F F
V V F V F V V F F F
V F V F V F F F V V
RACIOCÍNIO LÓGICO

V F F F V V V F V V
F V V F V F V V F V
F V F F V V V V F V
F F V F V F F V V V
F F F F V V V V V V

26
Com a tabela construída, temos que identificar as linhas que possuem ambas as premissas verdadeiras, ou seja, te-
mos que analisar a quinta e sétima colunas, procurando as linhas em que ambas são V. Se observarmos, encontraremos
a primeira, quarta, quinta, sexta e oitava linhas nesta configuração:

p q r ~𝒓 ∨ 𝒒~𝒓 ∨ 𝒒 ~𝒑
~𝒑∨∨~𝒒
~𝒒 ~𝒑 ∨ ~𝒒

V V V V V F V F F F
V V F V F V V F F F
V F V F V F F F V V
V F F F V V V F V V
F V V F V F V V F V
F V F F V V V V F V
F F V F V F F V V V
F F F F V V V V V V

Observando essas cinco linhas, temos que a conclusão (última coluna) é VERDADEIRA em quatro delas, excetuan-
do-se apenas a primeira linha, onde a conclusão, assim, como nem todos os casos foram atendidos, o argumento é
inválido. Vale lembrar que basta 1 caso FALSO para o argumento não ser válido.

EXERCÍCIO COMENTADO

3. (PF – ESCRIVÃO – CESPE, 2009). A sequência de proposições a seguir constitui uma dedução correta:

Se Carlos não estudou, então ele fracassou na prova de Física.


Se Carlos jogou futebol, então ele não estudou.
Carlos não fracassou na prova de Física
Carlos não jogou futebol

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. Considerando as três primeiras linhas como premissas e a última como conclusão, chamaremos de
a: Carlos estudou, b: Carlos fracassou na prova de Física e c: Carlos jogou futebol. Construindo a tabela-verdade com
a ordem estudada nesta apostila, teremos que apenas a linha 4 terá as 3 premissas VERDADEIRAS simultaneamente
e nesta linha temos também a conclusão VERDADEIRA. Logo, este argumento é válido.

Conclusão Falsa

Para os casos onde temos um número de proposições simples maior (acima de 3), uma alternativa ao invés de se
aplicar uma tabela verdade que terá muitas linhas será o método da conclusão Falsa, ou seja, considera-se o valor ló-
gico FALSO na conclusão além de considerar as premissas VERDADEIRAS. Se este caso existir, teremos um argumento
inválido, caso contrário, ele será válido. Este método funciona bem quando a conclusão é uma condicional ou uma
conjunção, pois conseguiremos atribuir valores lógicos a todas as proposições simples que a compõe.
Observe o exemplo a seguir, extraído do livro Raciocínio Lógico Simplificado, de Sérgio Carvalho e Weber Campos,
um dos livros que usamos como referência para montar esta apostila:
RACIOCÍNIO LÓGICO

Temos 4 proposições simples formando o argumento, o que faria a tabela-verdade ter 16 linhas. Se tentarmos pelo
método de premissas verdadeiras, teríamos muitos casos a analisar, uma vez que as mesmas são condicionais. Para
facilitar, vamos então adotar também a conclusão FALSA, o que para a condicional, tem-se apenas um caso, que é a
proposição da esquerda VERDADEIRA e da direita FALSA, assim temos que 𝑨 = 𝑽 e ~𝑫 = 𝑭 ⟹ 𝑫 = 𝑽.

27
Com esses valores lógicos definidos, podemos ir para IMPLICAÇÃO LÓGICA
a segunda premissa, onde sabemos o valor de ~𝑨 = 𝑭
. Para essa premissa ser verdadeira, teremos que ter Os problemas de implicação lógica são muito seme-
𝑩 = 𝑭. Na primeira premissa, a condicional será verda- lhantes à estrutura apresentada no capítulo de lógica
deira, dado que 𝑨 = 𝑽 se 𝑩 ∨ 𝑪 = 𝐕. Como 𝑩 = 𝑭. da argumentação. Eles são constituídos de proposições,
, temos que ter 𝑪 = 𝑽 para atender a primeira premissa. simples ou compostas, que irão levar a uma conclusão,
Finalmente, como 𝑫 = 𝑽 , temos que ter ~𝑪 = 𝑽 ⟹ 𝑪 = 𝑭 que nesse caso, será válida uma vez que foi deduzida a
, mas isso contradiz a primeira premissa que determinou partir das hipóteses.
que 𝑪 = 𝑽 . A estratégia de resolução, portanto, será a mesma
Como houve falha em provar que a conclusão é FAL- utilizada na lógica da argumentação, com algumas alte-
SA com as premissas VERDADEIRAS, temos que a conclu- rações. São dois tipos de problemas que serão apresen-
são é VERDADEIRA o que faz o argumento VÁLIDO! tados a seguir:

Implicação Lógica tipo I – Premissas Verdadeiras

EXERCÍCIO COMENTADO O primeiro tipo de implicação lógica adota a mes-


ma resolução que o método de premissas verdadeiras
4. (SEGER-ES – TODOS OS CARGOS – CESPE, 2011). da lógica da argumentação. Consideram-se todas as pre-
missas verdadeiras para se conseguir atribuir os valores
- Começo do mês é tempo de receber salário. lógicos das proposições simples. Com esses valores de-
- Se as contas chegam, o dinheiro (salário) sai. finidos, testam-se as alternativas, procurando a resposta
- Se o dinheiro (salário) sai, a conta fica no vermelho mui- correta.
to rapidamente. Vale lembrar que no caso de problemas de premissas
- Se a conta fica no vermelho muito rapidamente, então verdadeiras é necessário que tenhamos nas hipóteses ao
a alegria dura pouco menos 1 proposição simples ou uma conjunção (opera-
- As contas chegam. dor “e”) para iniciarmos o problema. Sem essa condição,
os problemas serão do tipo II que serão apresentados na
sequência.
Pressupondo que as premissas apresentadas acima se-
Vamos iniciar com um exemplo, que foi cobrado em
jam verdadeiras e considerando as propriedades gerais
um concurso de fiscal, pela banca ESAF, em 2013:
dos argumentos, julgue os itens subsequentes:
Ex. André é inocente ou Beto é inocente. Se Beto é
A afirmação: “Começo do mês é tempo de receber salá-
inocente, então Caio é culpado. Caio é inocente, se e so-
rio, porém a alegria dura pouco”, é uma conclusão válida
mente se, Dênis é culpado. Ora, Dênis é culpado, Logo:
a partir das premissas apresentadas acima.
a) Caio e Beto são inocentes
b) André e Caio são inocentes
( ) CERTO ( ) ERRADO c) André e Beto são inocentes
d) Caio e Dênis são culpados
A afirmação: “Se as contas chegam, então a alegria dura e) André e Dênis são culpados
pouco” é uma conclusão válida a partir das premissas
apresentadas acima. Diferente de um exercício comentado, este nós iremos
destrinchar em todos os detalhes, para que o leitor consiga
( ) CERTO ( ) ERRADO fazer os próximos a partir do raciocínio proposto aqui.
Iniciando, temos 4 proposições onde é pedido uma
Resposta: Certo e Certo. Chamando de p: Começo conclusão. Reparem que a última delas, “Dênis é culpa-
do mês é tempo de receber salário, q: As contas che- do”, é uma proposição simples, portanto, podemos ado-
gam; r: O dinheiro (salário) sai, s: A conta fica no ver- tar o método de premissas verdadeiras para obter os va-
melho muito rapidamente e t: A alegria dura pouco, lores lógicos desejados.
vamos resolver a primeira afirmação (𝑝 ∧ 𝑡) utilizan- Considerando as proposições simples A: André é ino-
do apenas premissas verdadeiras: Como q=V na quin- cente, B: Beto é inocente, C: Caio é inocente e D: Dênis é
ta premissa, a segunda premissa só será VERDADEI- inocente, vamos começar a atribuir os valores lógicos em
RA se r=V. Isso vale para a terceira premissa, fazendo cada uma delas.
s=V e na quarta premissa, fazendo t=V. Assim, como Pelo método, iniciamos justamente pela proposição
a primeira premissa é o valor lógico de p=V, temos simples, ou seja, “Dênis é culpado”. Se ela é considera-
que 𝑝 ∧ 𝑡 = 𝑉 . Na segunda afirmação, vamos usar a da VERDADEIRA, então temos que Dênis não é inocente,
conclusão FALSA, ou seja, 𝑞 → 𝑡 = 𝐹 . Como a quinta logo: D=F.
premissa é q=V, temos que ter t=F, mas isso contradiz
RACIOCÍNIO LÓGICO

justamente a quarta premissa, onde t=V, mostrando Com o valor lógico de D, parte-se para a terceira hi-
que há contradição na conclusão FALSA, tornando-a pótese, que é “Caio é inocente, se e somente se, Dênis é
VERDADEIRA ou um argumento válido. culpado”. Como Dênis é culpado e no operador bicon-
dicional temos que ter os dois valores lógicos das pro-
posições simples iguais para ter a proposição composta
VERDADEIRA, temos que Caio é inocente, logo: C=V.

28
Partindo agora para a segunda hipótese, “Se Beto é “Se a professora de Português foi a reunião, todos os
inocente, então Caio é culpado”, temos o valor lógico problemas foram resolvidos” = 𝑃 → 𝑅
de C, que na hipótese entra como FALSO, pois Caio é “Um problema não foi resolvido” = ~𝑅
inocente. Como se trata de um operador condicional, o
único caso onde a proposição é VERDADEIRA com a se- Como todas as premissas são VERDADEIRAS, vamos
gunda proposição simples FALSA é quando a primeira novamente partir da proposição simples, que nos dará
também é FALSA, logo Beto não é inocente: B=F. que 𝑅 = 𝐹 .
Com essa informação, para que a terceira hipótese,
Por fim, a primeira hipótese, “André é inocente ou que é uma condicional, seja VERDADEIRA, temos que ter
Beto é inocente” é uma disjunção e como Beto não é 𝑃 = 𝐹:
inocente, para que a proposição composta seja VERDA- Analogamente, a segunda hipótese segue o mesmo
DEIRA, temos que André é inocente, logo: A=V. raciocínio, com ~𝐹 = 𝐹 ou seja: 𝐹 = 𝑉 .
Já a primeira hipótese, temos que ~𝐹 = 𝐹 , ou seja,
Com os valores lógicos, testam-se as alternativas: a conjunção entre parênteses será FALSA, independente
a) Caio e Beto são inocentes – Errado, Beto é culpado. do valor lógico de I. Para a hipótese ser VERDADEIRA,
b) André e Caio são inocentes – Certo, ambos são ino-
temos que ter: 𝑀 = 𝐹 .
centes.
Este problema é interessante, pois não conseguimos
c) André e Beto são inocentes – Errado, Beto é cul-
atribuir um valor lógico para I e isto não é nenhum con-
pado.
tratempo, basta utilizar essa informação para testar as
d) Caio e Dênis são culpados – Errado, Caio é inocente
e) André e Dênis são culpados – Errado, André é ino- alternativas:
cente. a) a professora de Matemática não foi a reunião e a
professora de Francês não deu aula
Assim a alternativa correta é a B. Errado, a professora de Francês deu aula.

Para o leitor ter um segundo exemplo mais detalha- b) a professora de Matemática e a professora de Por-
do, observe este agora, também da banca Esaf: tuguês não foram à reunião
Ex. Se a professora de Matemática foi a reunião, nem Correto, ambas não foram a reunião.
a professora de Inglês nem a professora de Francês de-
ram aula. Se a professora de Francês não deu aula, a c) a professora de Francês não deu aula e a professora
professora de Português foi a reunião. Se a professora de Português não foi à reunião
de Português foi a reunião, todos os problemas foram Errado, a professora de Francês deu aula.
resolvidos. Ora, pelo menos um problema não foi resol-
vido. Logo: d) a professora de Francês não deu aula ou a profes-
a) a professora de Matemática não foi a reunião e a sora de Português foi à reunião
professora de Francês não deu aula Errado, a professora de Francês deu aula.
b) a professora de Matemática e a professora de Por-
tuguês não foram à reunião e) a professora de Inglês e a professora de Francês
c) a professora de Francês não deu aula e a professora não deram aula.
de Português não foi à reunião Errado, a professora de Francês deu aula e não se
d) a professora de Francês não deu aula ou a profes- pode afirmar sobre a professora de Inglês.
sora de Português foi à reunião
e) a professora de Inglês e a professora de Francês
não deram aula.
EXERCÍCIO COMENTADO
Novamente é um problema de Implicação Lógica
Tipo I, pois temos uma proposição simples envolvida: 1. (CGU – TODOS OS CARGOS – AFC, 2006). Ana é ar-
“Um problema não foi resolvido”. Nomeando as propo- tista ou Carlos é compositor. Se Mauro gosta de música,
sições, temos que:
então Flávia não é fotógrafa. Se Flávia não é fotógrafa,
M : A professora de Matemática foi a reunião.
então Carlos não é compositor. Ana não é artista e Da-
I: A professora de Inglês deu aula.
niela não fuma. Pode-se portanto concluir corretamente
F: A professora de Francês deu aula.
que:
P: A professora de Português foi a reunião.
R: Todos os problemas foram resolvidos.
a) Ana não é artista e Carlos não é compositor.
b) Carlos é compositor e Flávia é fotógrafa.
Com a nomenclatura, podemos transformar as hipó-
RACIOCÍNIO LÓGICO

c) Mauro gosta de música e Daniela não fuma.


teses em operações lógicas, desta maneira:
“Se a professora de Matemática foi a reunião, nem a d) Ana não é artista e Mauro gosta de música
professora de Inglês nem a professora de Francês deram e) Mauro não gosta de música e Flávia não é fotógrafa
aula” = 𝑀 → (~𝐼 ∧ ~𝐹)
“Se a professora de Francês não deu aula, a professo-
ra de Português foi a reunião” = (~𝐹) → 𝑃

29
Resposta: Letra B. Esta questão não possui uma proposição simples, mas tem-se uma conjunção na última hipótese
que nos auxilia a iniciar a resolução. Partindo dela como VERDADEIRA, teremos A=F e D=F. Da primeira hipótese te-
mos C=V, da segunda, F=V e da terceira, M=F. Substituindo os valores lógicos nas alternativas, encontra-se a correta.

Implicação Lógica tipo II

O segundo caso de problemas de implicação lógica é justamente aqueles que não compõem o primeiro tipo, ou
seja, nas hipóteses não há proposições simples e nem conjunções de onde parte-se a resolução.
São duas estratégias possíveis. A primeira será utilizar a contradição como ferramenta, ou seja, provar que uma
determinada proposição simples não pode ser VERDADEIRA ou FALSA ao mesmo tempo. Para isso, mantém-se a ideia
de premissas verdadeiras, adicionando a atribuição de um valor lógico (VERDADEIRO ou FALSO) a uma das proposições
simples. Com este valor definido, analisam-se as proposições e verifica-se se alguma delas atribuirá valores diferentes
a uma mesma proposição. Se isso ocorrer, prova-se que o valor lógico atribuído inicialmente está errado e portanto, o
valor correto é seu oposto. Para o método ficar mais claro, observe o exemplo a seguir:
Ex. Se não durmo, bebo. Se estou furioso, durmo. Se durmo, não estou furioso. Se não estou furioso, não bebo.
Logo:
a) não durmo, estou furioso e não bebo.
b) durmo, estou furioso e não bebo.
c) não durmo, estou furioso e bebo.
d) não durmo, não estou furioso e não bebo.
e) não durmo, não estou furioso e bebo.

Como se pode observar, não há proposições simples ou conjunções. Assim, é um problema de implicação lógica
tipo II. São três proposições simples, “Eu durmo”, “Eu estou furioso” e “Eu bebo”, que chamaremos de P,Q e R. Assim,
traduzindo as hipóteses para a linguagem lógica:
Se não durmo, bebo = (~𝑃) → 𝑅
Se estou furioso, durmo = 𝑄 → 𝑃
Se durmo, não estou furioso = 𝑃 → (~𝑄)
Se não estou furioso, não bebo = (~𝑄) → (~𝑅)

Agora, temos que escolher uma proposição para atribuirmos um valor lógico. Pode ser qualquer uma das três mas
para o método ficar mais eficiente, busca-se aquela que aparece mais vezes nas hipóteses, pois ficará mais fácil para
provar a contradição. Neste caso, tanto P quanto Q aparecem 4 vezes e R aparece 2 vezes. Vamos escolher então P e
atribuiremos a ela o valor VERDADEIRO.
Considerando P=V, observam-se as hipóteses:
A primeira hipótese mostra que se P=V, temos ~𝑃 = 𝐹 . Assim o valor de R fica indefinido neste caso.
Na segunda hipótese, considerando P=V, também teremos indefinição sobre o valor lógico de Q.
Na terceira hipótese, se P=V, necessariamente deveremos ter ~𝑄 = 𝑉 para a condicional ser VERDADEIRA, logo
Q=F.
Já a quarta hipótese, com os valor lógico de Q, chega-se a conclusão que ~𝑅 = 𝑉 , ou seja R=F.

Observe que todos os casos atenderam as premissas verdadeiras, ou seja, são os valores lógicos corretos. Obvia-
mente foi um golpe de sorte já acertarmos o valor lógico de P e para se ter uma ideia como funcionaria a contradição,
vamos agora testar como se tivéssemos atribuído o valor FALSO a P.
Considerando P=F, observam-se as hipóteses:
A primeira hipótese mostra que se P=F, temos ~𝑃 = 𝑉 . Assim o valor de R deverá ser VERDADEIRO para a condi-
cional ser VERDADEIRA.
Na segunda hipótese, considerando P=F, temos que ter o valor lógico de Q também FALSO para a condicional ser
VERDADEIRA.
Na terceira hipótese, se P=F, Q poderia ser qualquer valor, mas como já definimos que Q é FALSO, a premissa está
correta.
Finalmente na quarta hipótese, como Q=F e R=V, temos que ~𝑄 → ~𝑅 = 𝑉 → 𝐹 = 𝐹 , ou seja, com esses valores
lógicos, a quarta hipótese falha e não será VERDADEIRA. Com isso, prova-se a contradição mostrando que o valor ló-
gico de P não pode ser FALSO e sim VERDADEIRO.
RACIOCÍNIO LÓGICO

Mostrada a solução pelo método da contradição, vamos apresentar a segunda estratégia agora, que é a mais clás-
sica e mais popular entre os estudantes de raciocínio lógico: A Tabela-Verdade. Recordando o capítulo de lógica da
argumentação, praticamente todos os problemas deste tipo podem ser solucionados com a Tabela-Verdade e neste
caso não seria diferente. Mantendo a mesma nomenclatura das proposições e usando as expressões lógicas já feitas,
montamos a seguinte tabela:

30
P Q R (~𝑷) → 𝑹 𝑸→𝑷 𝑷 → (~𝑸) ~𝑸) → (~𝑹

V V V
V V F
V F V
V F F
F V V
F V F
F F V
F F F

Agora basta preencher as colunas das hipóteses com os valores lógicos de cada linha, resultando em:

P Q R (~𝑷) → 𝑹 𝑸→𝑷 𝑷 → (~𝑸) ~𝑸) → (~𝑹

V V V V V F V
V V F V V F V
V F V V V V F
V F F V V V V
F V V V F V V
F V F F F V V
F F V V V V F
F F F F V V V

Se você observar, apenas uma linha terá as 4 hipóteses VERDADEIRAS, que neste caso, é a quarta linha. Assim, os
valores lógicos de P,Q e R respectivamente são VERDADEIRO, FALSO e FALSO como encontrado no primeiro método.
Com os valores obtidos, testam-se as alternativas:
a) não durmo, estou furioso e não bebo.
Errado, pois “Eu estou furioso é FALSO” e “Eu não durmo” é FALSO.

b) durmo, estou furioso e não bebo.


Errado, pois “Eu estou furioso é FALSO”.

c) não durmo, estou furioso e bebo.


Errado, pois “Eu estou furioso é FALSO”, “Eu não durmo” é FALSO e “Eu bebo” é FALSO.

d) durmo, não estou furioso e não bebo.


Certo, pois “Eu durmo” é VERDADEIRO, “Eu não estou furioso” é VERDADEIRO e “Eu não bebo” é VERDADEIRO.

e) não durmo, não estou furioso e bebo.


Errado, “Eu não durmo” é FALSO e “Eu bebo” é FALSO.

Assim, a alternativa correta é a D.

EXERCÍCIO COMENTADO

2. (MPOG – TODOS OS CARGOS – ESAF, 2006). Ana, Beatriz e Carla desempenham diferentes papéis em uma peça
de teatro. Uma delas faz o papel de bruxa, a outra o de fada e a outra o de princesa. Sabe-se que: ou Ana é Bruxa, ou
Carla é bruxa; ou Ana é fada, ou Beatriz é princesa; ou Carla é princesa, ou Beatriz é princesa; ou Beatriz é fada, ou Carla
RACIOCÍNIO LÓGICO

é fada. Com essas informações conclui-se que os papéis desempenhados por Ana e Carla são respectivamente

a) bruxa e fada
b) bruxa e princesa
c) fada e bruxa
d) princesa e fada
e) fada e princesa

31
Resposta: Letra B. Este problema é interessante, pois não há condicionais, apenas disjunções, exclusivas ou não.
Testando o método da contradição, vamos atribuir que Ana é Bruxa. Na primeira hipótese, se Ana é Bruxa, Carla não
pode ser, portanto está correta. Já a segunda hipótese, como Ana é Bruxa, Beatriz necessariamente tem que ser a
princesa. Na terceira, como Beatriz é a princesa, Carla não é, portanto está correta e a quarta, como Beatriz não é a
Fada, sobra Carla ser a Fada, o que é consistente com Ana ser a Bruxa e Beatriz a princesa.

ASSOCIAÇÃO LÓGICA

Os problemas de associação lógica, por mais que se tenha uma definição formal deles, são problemas considerados
educativos, ou na melhor das palavras, lúdicos. São os famosos desafios que você recebe pela internet, ou quando
compra uma revistinha de passatempos.
A palavra associação vem justamente da estratégia que será utilizada. Os problemas terão diversas categorias como,
por exemplo, nomes de pessoas, cores, veículos e cidades, e a ideia será associar um membro de cada categoria com
um membro das outras, neste caso, um nome de pessoa, com uma cor, um veículo e uma cidade.
Como no caso de problemas de implicação lógica, não há um desenvolvimento de teoria neste tipo de problema,
pois o aprendizado se dá por exemplos e organização dos dados. O que vocês irão observar é que os enunciados irão
descrever o problema e passar as dicas que serão as informações para se obter a solução. Observe os exemplos a seguir.
Ex. Vamos utilizar outro exemplo da banca ESAF, pois ela é especialista neste tipo de abordagem: “Os carros de
Artur, Bernardo e César são, não necessariamente nesta ordem, uma Brasília, uma Parati e um Santana. Um dos carros
é cinza, um outro é verde e o outro é azul. O carro de Artur é cinza, o carro de César é o Santana; o carro de Bernardo
não é verde e não é a Brasília. As cores da Brasília, da Parati e do Santana são, respectivamente:
a) cinza, verde e azul
b) azul, cinza e verde
c) azul, verde e cinza
d) cinza, azul e verde
e) verde, azul e cinza

Como descrevemos na introdução da seção, os problemas lógicos terão várias categorias que devem ter um mem-
bro de cada uma delas associada a um membro das outras. Neste caso, temos 3 categorias: nome, carro e cor. Ou seja,
uma pessoa tem um carro com uma determinada cor e o objetivo é saber justamente como é cada caso.
Para fazer isso, vamos novamente recorrer ao uso das tabelas, mas neste caso, não é a tabela-verdade, sendo ape-
nas uma tabela de organização. A tabela é montada a partir de uma das categorias e a partir dela vamos associando as
outras. Neste tipo de exemplo, normalmente utilizam-se as pessoas como referências e assim o faremos. Montando a
tabela, ficamos com a seguinte divisão:

Carro Cor do Carro


Nomes Brasília Parati Santana cinza verde azul
Artur
Bernardo
César

Com essa tabela, conseguimos associar uma pessoa a uma categoria, usando as dicas presentes no enunciado.
Começando com a primeira, o enunciado fala que o carro de Artur é cinza, ou seja, podemos marcar um “X”, na linha
correspondente a Artur, a cor cinza:

Carro Cor do Carro


Nomes Brasília Parati Santana cinza verde azul
Artur X
Bernardo
César

RACIOCÍNIO LÓGICO

Com essa informação, conseguimos eliminar algumas possibilidades, como por exemplo, o fato de Bernardo e César
não terem carros cinza e Artur não ter carro nem verde e nem azul, assim:

32
Carro Cor do Carro
Nomes Brasília Parati Santana cinza verde azul
Artur X - -
Bernardo -
César -

A segunda dica nos fala que “O carro de César é o Santana”, preenchendo a tabela, já colocando as eliminações:

Carro Cor do Carro


Nomes Brasília Parati Santana cinza verde azul
Artur - X - -
Bernardo - -
César - - X -

A terceira dica nos diz que “O carro de Bernardo não é verde e não é a Brasília”, assim, temos apenas eliminações
para fazer:

Carro Cor do Carro


Nomes Brasília Parati Santana cinza verde azul
Artur - X - -
Bernardo - - - -
César - - X -

Com as dicas postas, podemos tirar algumas conclusões. A primeira delas é que se a Brasília não é de Bernardo e
não é de César, ela será necessariamente de Artur:

Carro Cor do Carro


Nomes Brasília Parati Santana cinza verde azul
Artur X - X - -
Bernardo - - - -
César - - X -

Como Artur tem a Brasília, não terá a Parati, que sobra para Bernardo:

Carro Cor do Carro


Nomes Brasília Parati Santana cinza verde azul
Artur X - - X - -
Bernardo - X - - -
César - - X -

Analogamente, como o carro de Artur e de Bernardo não é verde, sobra essa cor para César e por eliminação, sobra
a cor azul para Bernardo:

Carro Cor do Carro


RACIOCÍNIO LÓGICO

Nomes Brasília Parati Santana cinza verde azul


Artur X - - X - -
Bernardo - X - - - X
César - - X - X -

33
Assim, Artur tem uma Brasília cinza, Bernardo tem uma Parati azul e César tem um Santana Verde. Logo, a alternativa
correta é a D.
Vamos agora trocar um pouco de banca, e vamos usar um exemplo da FCC, com uma tabela maior.
Ex. Cinco amigos, que estudaram juntos no colégio estão reunidos num jantar. São eles: Almir, Branco, Caio, Danilo
e Edílson. Atualmente eles moram nas cidades de Atibaia, Batatais, Catanduva, Dracena e Embu, onde exercem as se-
guintes profissões: advogado, bibliotecário, contabilista, dentista e engenheiro. Considere que:
I. Nenhum deles vive na cidade que tem a mesma letra inicial de seu nome, nem o nome de sua ocupação tem a
mesma inicial de seu nem da cidade em que vive
II. Almir não reside em Batatais e Edílson, que não é bibliotecário e nem dentista, tampouco ai vive.
III. Branco, que não é contabilista e nem dentista, não mora em Catanduva e nem em Dracena.
IV. Danilo vive em Embu, não é bibliotecário e nem advogado.
V. O bibliotecário não mora em Catanduva.

Nessas condições, é verdade que:


a) Almir é contabilista e reside em Dracena
b) Branco é advogado e reside em Atibaia
c) Caio é dentista e reside em Catanduva
d) Danilo é dentista e reside em Embu
e) Edílson é advogado e reside em Catanduva

Bom, temos muitas dicas e 3 categorias com 5 membros cada. A tabela ficará grande, mas é possível organizá-la
abreviando os nomes:

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir
Branco
Caio
Danilo
Edílson

Iniciando a primeira dica, temos que ninguém vive na cidade que começa com a letra do seu nome, assim faremos
uma eliminação em diagonal:

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir -
Branco -
Caio -
Danilo -
Edílson -

A segunda parte da primeira dica fala que a profissão da pessoa também não se inicia com a letra do nome e tam-
bém com a letra da cidade, logo teremos uma eliminação em diagonal também na parte de profissão:

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - -
RACIOCÍNIO LÓGICO

Branco - -
Caio - -
Danilo - -
Edílson - -

34
Ainda falta a parte que o nome da cidade e da profissão não são os mesmos, mas não temos colocar isso na tabela
agora pois faltam informações. Deve-se lembrar de usar ao longo da resolução.
A segunda dica elimina informações sobre Almir e Edilson:

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - - -
Branco - -
Caio - -
Danilo - -
Edílson - - - - -

Usamos todas as informações da dica. A terceira fala sobre Branco:

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - - -
Branco - - - - - -
Caio - -
Danilo - -
Edílson - - - - -

Também usamos todas as informações da dica. A quarta fala sobre Danilo;

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - - -
Branco - - - - - -
Caio - -
Danilo - X - - -
Edílson - - - - -

Para completar a quarta dica, vamos preencher as eliminações da informação de que Danilo vive em Embu.

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - - - -
Branco - - - - - - -
Caio - - -
Danilo - - - - X - - -
Edílson - - - - -

Além das informações da cidade, há uma outra eliminação que podemos fazer. Como descobrimos a cidade de
RACIOCÍNIO LÓGICO

Danilo, sabemos que sua profissão não pode começar com a inicial do seu nome nem do nome da cidade. Como ele
vive em Embu, ele não pode ser engenheiro:

35
Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - - - -
Branco - - - - - - -
Caio - - -
Danilo - - - - X - - - -
Edílson - - - - -

Com esse dado, resta apenas que Danilo é Contabilista. Fazendo a marcação e preenchendo as eliminações:

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - - - - -
Branco - - - - - - -
Caio - - -
Danilo - - - - X - - X - -
Edílson - - - - - -

Como a quinta dica relaciona uma cidade com uma profissão, não temos como preencher na tabela agora e vamos
usar assim que possível. Dando seguimento, com a definição da profissão de Danilo, definiu-se também a profissão de
Edílson, que é advogado:

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - - - - -
Branco - - - - - - -
Caio - - -
Danilo - - - - X - - X - -
Edílson - - X - - - -

Fazendo as eliminações relativas a profissão e descartando que ele vive em Atibaia, temos que:

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - - - - -
Branco - - - - - - - -
Caio - - - -
Danilo - - - - X - - X - -
Edílson - - - X - - - -

Com essas eliminações, resolvemos a associação relativa a Branco. Sobrou para ele viver em Atibaia e ser Engenheiro:

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
RACIOCÍNIO LÓGICO

Almir - - - - -
Branco X - - - - - - - - X
Caio - - - -
Danilo - - - - X - - X - -
Edílson - - - X - - - -

36
Aplicando as eliminações:

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - - - - - -
Branco X - - - - - - - - X
Caio - - - - - -
Danilo - - - - X - - X - -
Edílson - - - X - - - -

Agora, vamos olhar para Caio que só resta como possibilidade de Batatais:

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - - - - - -
Branco X - - - - - - - - X
Caio - X - - - - -
Danilo - - - - X - - X - -
Edílson - - - X - - - -

Fazendo as eliminações sobre a cidade e descartando que ele seja bibliotecário, tem-se que:

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - - - - - -
Branco X - - - - - - - - X
Caio - X - - - - - - -
Danilo - - - - X - - X - -
Edílson - - - X - - - -

Com essa eliminação, cobra para Caio a profissão de Dentista:

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - - - - - - -
Branco X - - - - - - - - X
Caio - X - - - - - - X -
Danilo - - - - X - - X - -
Edílson - - - X - - - -

Assim, Almir será o Bibliotecário:

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
RACIOCÍNIO LÓGICO

Almir - - - - X - - -
Branco X - - - - - - - - X
Caio - X - - - - - - X -
Danilo - - - - X - - X - -
Edílson - - - X - - - -

37
Com as profissões resolvidas, resta saber onde Almir e Edílson vive. Para isso, usa-se a quinta dica que fala que o
Bibliotecário não vive em Catanduva, ou seja, Almir mora em Dracena e Edílson em Catanduva:

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - - - X - - X - - -
Branco X - - - - - - - - X
Caio - X - - - - - - X -
Danilo - - - - X - - X - -
Edílson - - X - - X - - - -

Observando as alternativas, a correta é a letra E.

QUEM ESTÁ MENTINDO?

O último tipo de problema a ser estudado neste capítulo são as verdades e mentiras. Basicamente são problemas
onde receberemos afirmações de pessoas e uma delas estará mentindo. Os enunciados apresentação as orações e
teremos que determinar quem está faltando com a verdade.
Análogo aos outros dois tipos de problemas, não temos uma teoria envolvida para a resolução, apenas técnicas com
as ferramentas que já aprendemos em raciocínio lógico. Vamos aos exemplos, começando com um da ESAF:
Ex. Cinco colegas foram a um parque de diversões e um deles entrou sem pagar. Apanhados por um funcionário do
parque, que queria saber qual deles entrou pagar, eles informaram:
“Não fui eu, nem o Manuel”, disse Marcos
“Foi o Manuel ou a Maria”, disse Mário
“Foi a Mara”, disse Manuel, disse Manuel
“O Mário está mentindo”, disse Mara
“Foi a Mara ou o Marcos”, disse Maria

Sabendo-se que um e somente um dos cinco colegas mentiu, conclui-se logicamente que quem entrou sem pagar
foi...

Para resolver o problema, temos que achar o mentiroso e por consequência, quem entrou sem pagar, cuidado com
a pegadinha neste caso pois o mentiroso não necessariamente é o que entrou sem pagar.
Casos que envolvem verdades e mentiras geralmente são resolvidos através de testes das hipóteses colocadas,
atribuindo a mentira a uma delas e verificando se as outras se mantém consistentes. Vamos iniciar então considerando
que Marcos mentiu.
Se Marcos mentiu, então ou ele entrou sem pagar, ou Manuel. Vamos comparar portanto com as outras falas. Mário
disse que foi Manuel ou Maria e isso pode verdade uma vez que Manuel ou Marcos são os suspeitos. Entretanto, a fala de
Manuel contradiz a nossa hipótese pois se Marcos ou Manuel são os suspeitos, ao afirmar que foi Mara, Manuel também está
mentindo, mas sabemos que há apenas 1 mentiroso na história. Assim Marcos está falando a VERDADE.
Como Marcos fala a VERDADE, já sabemos que não foi ele e nem Manuel que entraram sem pagar. Vamos testar
agora a hipótese de Mário estar mentindo. Se ele está mentindo, então temos que nem Manuel e nem Maria entraram
em pagar, o que por enquanto pode ser VERDADE. Pegando a fala de Manuel, temos que ele acusa a Mara, e como
admitimos que ele fala a VERDADE, é Mara que entrou sem pagar.
Porém, temos que ver se isso não cai em contradição com as falas de Mara e Maria. Mara diz que o Mário está men-
tindo e isto está correto pois estamos considerando isto também. Já Maria, disse que ou foi a Mara ou foi o Marcos,
mas como Marcos está falando a VERDADE e ele afirma que não foi ele, resta apenas Mara como a pessoa que entrou
sem ingresso.
Como todas as hipóteses foram consistentes, temos que Mário mentiu e Mara entrou sem pagar, assinalando a
alternativa C.
Vale como exercício vocês provarem a contradição considerando os casos onde Manuel, Mara e Maria mentiram
individualmente.
RACIOCÍNIO LÓGICO

Vamos partir para mais um exemplo, onde vocês verão exatamente a mesma estratégia, onde testaremos quem está
mentindo e testando se as outras falas permanecem coerentes:
Ex. Quatro amigos, André, Beto, Caio e Dênis, obtiveram os quatro primeiros lugares em um concurso de oratória
julgado por uma comissão de três juízes. Ao comunicarem a classificação final, cada juiz anunciou duas colocações,
sendo uma delas verdadeira e a outra falsa:
Juiz 1: “André foi o primeiro, Beto foi o segundo”.
Juiz 2: “André foi o segundo, Dênis foi o terceiro”.
Juiz 3: “Caio foi o segundo, Dênis foi o quarto”.

38
Sabendo que não houve empates, o primeiro, o se- Resposta: Letra A. Agora, ao invés de termos um
gundo, o terceiro e o quarto colocados foram respecti- mentindo temos apenas uma pessoa dizendo a ver-
vamente: dade. Vamos aos testes. Considerando que Huguinho
a) André, Caio, Beto e Dênis está falando a verdade, ele afirma que não quebrou o
b) André, Caio, Dênis e Beto vaso, já Zezinho, mentindo, está dizendo que foi Lui-
c) Beto, André, Dênis e Caio zinho o que não é verdade, sendo por eliminação o
d) Beto, André, Caio, Dênis próprio Zezinho quem quebrou. Mas Luizinho diz que
e) Caio, Beto, Dênis, André Zezinho está mentindo, o que é verdade, mas não po-
deria ser já que consideramos que Huguinho falava a
Observe que desta vez não há um juiz que está men- verdade. Com essa contradição, já sabemos que Hu-
tindo integralmente, mas todos estão mentindo parcial- guinho mente, ou seja, ele que quebrou o vaso. Resta
mente. Logo, o teste de verdades e mentiras deve ser saber quem fala a verdade, mas nesse caso é fácil, já
mais cuidadoso, porém com a mesma metodologia. que Luizinho afirma que Zezinho está mentindo. Se ele
Vamos iniciar com o Juiz 1, considerando a primei- está dizendo a verdade, Zézinho realmente mentiu, o
ra afirmação VERDADEIRA e a segunda FALSA, ou seja, que faz sentido pois quem quebrou o vaso foi Hugui-
André foi o primeiro e Beto não foi o segundo. No Juiz nho. Logo, Luizinho fala a verdade.
2, temos que André foi o segundo, mas como considera-
mos ele como primeiro lugar no Juiz 1, essa tem que ser Raciocínio Lógico Matemático
a mentira e logo Dênis será o terceiro. No Juiz 3, afirma-
-se que Caio foi o segundo e Dênis o quarto, mas como Os estudos matemáticos ligados aos fundamentos
Dênis foi o terceiro segundo a verdade do Juiz 2, temos lógicos contribuem no desenvolvimento cognitivo dos
que Caio será o segundo, o que condiz com o que o Juiz estudantes, induzindo a organização do pensamento e
1 falou de Beto não ser o segundo. Logo, tudo permane- das ideias, na formação de conceitos básicos, assimilação
ceu coerente com André em primeiro, Caio em segundo, de regras matemáticas, construção de fórmulas e expres-
Dênis em terceiro e Beto em quarto, o que resulta na sões aritméticas e algébricas. É de extrema importância
alternativa B. que em matemática utilize-se atividades envolvendo ló-
Para caráter didático, vamos inverter a verdade do gica, no intuito de despertar o raciocínio, fazendo com
Juiz 1, considerando que André não foi o primeiro e Beto que se utilize do potencial na busca por soluções dos
foi o segundo. No Juiz 2, ele afirma que André foi o se- problemas matemáticos desenvolvidos e baseados nos
gundo, mas Beto foi o segundo de acordo com o Juiz conceitos lógicos.
1, assim, essa é a mentira e a verdade é que Dênis foi o A lógica está presente em diversos ramos da matemá-
terceiro. O Juiz 3 afirma que Caio foi o segundo, mas não tica, como a probabilidade, os problemas de contagem,
pode ser já que André é o segundo pelo Juiz 1, sobra a as progressões aritméticas e geométricas, as sequências
verdade para Dênis foi o quarto, mas isso contradiz com numéricas, equações, funções, análise de gráficos entre
o Juiz 2 que afirmou que Dênis foi o terceiro. Logo, por outros. Os fundamentos lógicos contribuem na resolução
contradição, a hipótese de Beto ser segundo e André não ordenada de equações, na percepção do valor da razão
ser o primeiro é equivocada, restando apenas o caso in- de uma sequência, na elucidação de problemas aritmé-
verso descrito anteriormente. ticos e algébricos e na fixação de conteúdos complexos.
A utilização das atividades lógicas contribui na for-
mação de indivíduos capazes de criar ferramentas e me-
EXERCÍCIO COMENTADO canismos responsáveis pela obtenção de resultados em
Matemática. O sucesso na Matemática está diretamente
conectado à curiosidade, pesquisa, deduções, experi-
3. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC, 2012). Hugui- mentos, visão detalhada, senso crítico e organizacional
nho, Zezinho e Luizinho, três irmãos gêmeos, estavam e todas essas características estão ligadas ao desenvol-
brincando na casa de seu tio quando um deles quebrou vimento lógico.
seu vaso de estimação. Ao saber do ocorrido, o tio per-
guntou a cada um deles quem havia quebrado o vaso. Raciocínio Lógico Dedutivo
Leia as respostas de cada um:
Huguinho: Eu não quebrei o vaso. A dedução é uma inferência que parte do universal
Zezinho: Foi o Luizinho quem quebrou o vaso. para o mais particular. Assim considera-se que um racio-
Luizinho: O Zezinho está mentindo. cínio lógico é dedutivo quando, de uma ou mais premis-
sas, se conclui uma proposição que é conclusão lógica
Sabendo que somente um dos três falou a verdade, con- da(s) premissa(s). A dedução é um raciocínio de tipo me-
clui-se que o sobrinho que quebrou o vaso e o que disse diato, sendo o silogismo uma das suas formas clássicas.
RACIOCÍNIO LÓGICO

a verdade são, respectivamente, Iniciaremos com a compreensão das sequências lógicas,


onde devemos deduzir, ou até induzir, qual a lei de for-
a) Huguinho e Luizinho mação das figuras, letras, símbolos ou números, a partir
b) Huguinho e Zezinho da observação dos termos dados.
c) Zezinho e Huguinho
d) Luizinho e Zezinho
e) Luizinho e Huguinho

39
Humor Lógico

Orientações Espacial e Temporal

Orientação espacial e temporal verifica a capacidade de abstração no espaço e no tempo. Costuma ser cobrado em
questões sobre a disposições de dominós, dados, baralhos, amontoados de cubos com símbolos especificados em suas
faces, montagem de figuras com subfiguras, figuras fractais, dentre outras. Inclui também as famosas sequências de
figuras nas quais se pede a próxima. Serve para verificar a capacidade do candidato em resolver problemas com base
em estímulos visuais.

Raciocínio Verbal

O raciocínio é o conjunto de atividades mentais que consiste na associação de ideias de acordo com determina-
das regras. No caso do raciocínio verbal, trata-se da capacidade de raciocinar com conteúdos verbais, estabelecendo
entre eles princípios de classificação, ordenação, relação e significados. Ao contrário daquilo que se possa pensar, o
raciocínio verbal é uma capacidade intelectual que tende a ser pouco desenvolvida pela maioria das pessoas. No nível
escolar, por exemplo, disciplinas como as línguas centram-se em objetivos como a ortografia ou a gramática, mas não
estimulam/incentivam à aprendizagem dos métodos de expressão necessários para que os alunos possam fazer um
uso mais completo da linguagem.
Por outro lado, o auge dos computadores e das consolas de jogos de vídeo faz com que as crianças costumem jogar
de forma individual, isto é, sozinhas (ou com outras crianças que não se encontrem fisicamente com elas), pelo que não
é feito um uso intensivo da linguagem. Uma terceira causa que se pode aqui mencionar para explicar o fraco raciocínio
verbal é o fato de jantar em frente à televisão. Desta forma, perde-se o diálogo no seio da família e a arte de conversar.
Entre os exercícios recomendados pelos especialistas para desenvolver o raciocínio verbal, encontram-se as analo-
gias verbais, os exercícios para completar orações, a ordem de frases e os jogos onde se devem excluir certos conceitos
de um grupo. Outras propostas implicam que sigam/respeitem certas instruções, corrijam a palavra inadequada (o
intruso) de uma frase ou procurem/descubram antônimos e sinônimos de uma mesma palavra.

Lógica Sequencial

Lógica Sequencial

O Raciocínio é uma operação lógica, discursiva e mental. Neste, o intelecto humano utiliza uma ou mais proposi-
ções, para concluir através de mecanismos de comparações e abstrações, quais são os dados que levam às respostas
verdadeiras, falsas ou prováveis. Foi pelo processo do raciocínio que ocorreu o desenvolvimento do método matemá-
tico, este considerado instrumento puramente teórico e dedutivo, que prescinde de dados empíricos. Logo, resumi-
damente o raciocínio pode ser considerado também um dos integrantes dos mecanismos dos processos cognitivos
superiores da formação de conceitos e da solução de problemas, sendo parte do pensamento.

Sequências Lógicas

As sequências podem ser formadas por números, letras, pessoas, figuras, etc. Existem várias formas de se estabele-
RACIOCÍNIO LÓGICO

cer uma sequência, o importante é que existam pelo menos três elementos que caracterize a lógica de sua formação,
entretanto algumas séries necessitam de mais elementos para definir sua lógica. Algumas sequências são bastante
conhecidas e todo aluno que estuda lógica deve conhecê-las, tais como as progressões aritméticas e geométricas, a
série de Fibonacci, os números primos e os quadrados perfeitos.

40
Sequência de Números Sequência de Pessoas
Na série a seguir, temos sempre um homem seguido
Progressão Aritmética: Soma-se constantemente um de duas mulheres, ou seja, aqueles que estão em uma po-
mesmo número. sição múltipla de três (3º, 6º, 9º, 12º,...) serão mulheres e a
posição dos braços sempre alterna, ficando para cima em
uma posição múltipla de dois (2º, 4º, 6º, 8º,...). Sendo assim,
a sequência se repete a cada seis termos, tornando possível
determinar quem estará em qualquer posição.

Progressão Geométrica: Multiplica-se constantemen-


te um mesmo número.

Sequência de Figuras

Esse tipo de sequência pode seguir o mesmo padrão


visto na sequência de pessoas ou simplesmente sofrer
Incremento em Progressão: O valor somado é que rotações, como nos exemplos a seguir.
está em progressão.

Série de Fibonacci: Cada termo é igual a soma dos


dois anteriores.

1 1 2 3 5 8 13
Números Primos: Naturais que possuem apenas dois Sequência de Fibonacci
divisores naturais.
O matemático Leonardo Pisa, conhecido como Fibo-
2 3 5 7 11 13 17 nacci, propôs no século XIII, a sequência numérica: (1, 1,
2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, …). Essa sequência tem uma lei
Quadrados Perfeitos: Números naturais cujas raízes de formação simples: cada elemento, a partir do terceiro,
são naturais. é obtido somando-se os dois anteriores. Veja: 1 + 1 = 2, 2
+ 1 = 3, 3 + 2 = 5 e assim por diante. Desde o século XIII,
1 4 9 16 25 36 49 muitos matemáticos, além do próprio Fibonacci, dedica-
ram-se ao estudo da sequência que foi proposta, e foram
Sequência de Letras encontradas inúmeras aplicações para ela no desenvolvi-
mento de modelos explicativos de fenômenos naturais.
As sequências de letras podem estar associadas a Veja alguns exemplos das aplicações da sequência de
uma série de números ou não. Em geral, devemos escre- Fibonacci e entenda porque ela é conhecida como uma
ver todo o alfabeto (observando se deve, ou não, contar das maravilhas da Matemática. A partir de dois quadra-
com k, y e w) e circular as letras dadas para entender a dos de lado 1, podemos obter um retângulo de lados
lógica proposta. 2 e 1. Se adicionarmos a esse retângulo um quadrado
de lado 2, obtemos um novo retângulo 3 x 2. Se adi-
ACFJOU cionarmos agora um quadrado de lado 3, obtemos um
retângulo 5 x 3. Observe a figura a seguir e veja que os
Observe que foram saltadas 1, 2, 3, 4 e 5 letras e esses lados dos quadrados que adicionamos para determinar
números estão em progressão. os retângulos formam a sequência de Fibonacci.

ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTU

B1 2F H4 8L N16 32R T64


RACIOCÍNIO LÓGICO

Nesse caso, associou-se letras e números (potências


de 2), alternando a ordem. As letras saltam 1, 3, 1, 3, 1, 3
e 1 posições.

ABCDEFGHIJKLMNOPQRST

41
Se utilizarmos um compasso e traçarmos o quarto Exemplo 1
de circunferência inscrito em cada quadrado, encontra-
remos uma espiral formada pela concordância de arcos
cujos raios são os elementos da sequência de Fibonacci.

A sequência numérica proposta envolve multiplica-


ções por 4.
6 x 4 = 24
O Partenon que foi construído em Atenas pelo céle- 24 x 4 = 96
bre arquiteto grego Fidias. A fachada principal do edifí- 96 x 4 = 384
cio, hoje em ruínas, era um retângulo que continha um 384 x 4 = 1536
quadrado de lado igual à altura. Essa forma sempre foi
considerada satisfatória do ponto de vista estético por Exemplo 2
suas proporções sendo chamada retângulo áureo ou re-
tângulo de ouro.

A diferença entre os números vai aumentando 1 uni-


Como os dois retângulos indicados na figura são se- dade.
melhantes temos: (1). 13 – 10 = 3
17 – 13 = 4
22 – 17 = 5
Como: b = y – a (2). 28 – 22 = 6
Substituindo (2) em (1) temos: y2 – ay – a2 = 0. 35 – 28 = 7

Resolvendo a equação: Exemplo 3

em que não convém.

Logo:

Esse número é conhecido como número de ouro e


pode ser representado por:
RACIOCÍNIO LÓGICO

Todo retângulo e que a razão entre o maior e o menor


lado for igual a é chamado retângulo áureo como o caso
da fachada do Partenon.
As figuras a seguir possuem números que represen-
tam uma sequência lógica. Veja os exemplos:

42
Multiplicar os números sempre por 3. A carta que está oculta é:
1x3=3
3x3=9 a) b) c)
9 x 3 = 27
27 x 3 = 81
81 x 3 = 243
243 x 3 = 729
729 x 3 = 2187

Exemplo 4 d) e)

Resposta: Letra A.
A diferença entre os números estampados nas cartas 1 e
2, em cada linha, tem como resultado o valor da 3ª carta
e, além disso, o naipe não se repete. Assim, a 3ª carta,
dentro das opções dadas só pode ser a da opção (A).

2. Considere que a sequência de figuras foi construída


segundo um certo critério.
A diferença entre os números vai aumentando 2 uni-
dades.
24 – 22 = 2
28 – 24 = 4
34 – 28 = 6
42 – 34 = 8
52 – 42 = 10
64 – 52 = 12
78 – 64 = 14
Se tal critério for mantido, para obter as figuras subse-
quentes, o total de pontos da figura de número 15 de-
verá ser:
EXERCÍCIOS COMENTADOS
a) 69
1. Observe atentamente a disposição das cartas em cada b) 67
linha do esquema seguinte: c) 65
d) 63
e) 61

Resposta Letra D.
Observe que, tomando o eixo vertical como eixo de
simetria, tem-se:
Na figura 1: 01 ponto de cada lado  02 pontos no
total.
Na figura 2: 02 pontos de cada lado  04 pontos no
total.
Na figura 3: 03 pontos de cada lado  06 pontos no
total.
Na figura 4: 04 pontos de cada lado  08 pontos no
RACIOCÍNIO LÓGICO

total.
Na figura n: n pontos de cada lado  2.n pontos no
total.

Em particular:
Na figura 15: 15 pontos de cada lado  30 pontos no
total.

43
Agora, tomando o eixo horizontal como eixo de sime- 5. Uma criança brincando com uma caixa de palitos de
tria, tem-se: fósforo constrói uma sequência de quadrados conforme
Na figura 1: 02 pontos acima e abaixo  04 pontos indicado abaixo:
no total.
Na figura 2: 03 pontos acima e abaixo  06 pontos
no total.
.............

Na figura 3: 04 pontos acima e abaixo  08 pontos


1° 2° 3°

no total.
Na figura 4: 05 pontos acima e abaixo  10 pontos Quantos palitos ele utilizou para construir a 7ª figura?
no total.
Na figura n: (n+1) pontos acima e abaixo  2.(n+1) a) 20 palitos
pontos no total. b) 25 palitos
c) 28 palitos
Em particular: d) 22 palitos
Na figura 15: 16 pontos acima e abaixo  32 pontos
no total. Incluindo o ponto central, que ainda não foi Resposta Letra D.
considerado, temos para total de pontos da figura 15: Observe a tabela:
Total de pontos = 30 + 32 + 1 = 63 pontos.
Figuras 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª
3. O próximo número dessa sequência lógica é: 1000,
990, 970, 940, 900, 850, ... Nº de Palitos 4 7 10 13 16 19 22

a) 800 Temos de forma direta, pela contagem, a quantidade


b) 790 de palitos das três primeiras figuras. Feito isto, basta
c) 780 perceber que cada figura a partir da segunda tem a
d) 770 quantidade de palitos da figura anterior acrescida de
3 palitos. Desta forma, fica fácil preencher o restante
Resposta Letra B. da tabela e determinar a quantidade de palitos da 7ª
Nessa sequência, observamos que a diferença: entre figura.
1000 e 990 é 10, entre 990 e 970 é 20, entre o 970 e
940 é 30, entre 940 e 900 é 40, entre 900 e 850 é 50, 6. Ana fez diversas planificações de um cubo e escre-
portanto entre 850 e o próximo número é 60, dessa veu em cada um, números de 1 a 6. Ao montar o cubo,
forma concluímos que o próximo número é 790, pois: ela deseja que a soma dos números marcados nas faces
850 – 790 = 60. opostas seja 7. A única alternativa cuja figura representa
a planificação desse cubo tal como deseja Ana é:
4. Na sequência lógica de números representados nos
hexágonos, da figura abaixo, observa-se a ausência de a) b)
um deles que pode ser:

c) d)


e)
a) 76
b) 10
c) 20
d) 78

Resposta Letra D.
RACIOCÍNIO LÓGICO

Nessa sequência lógica, observamos que a diferença: Resposta Letra A.


entre 24 e 22 é 2, entre 28 e 24 é 4, entre 34 e 28 é 6, Na figura apresentada na letra “B”, não é possível ob-
entre 42 e 34 é 8, entre 52 e 42 é 10, entre 64 e 52 é ter a planificação de um lado, pois o 4 estaria do lado
12, portanto entre o próximo número e 64 é 14, dessa oposto ao 6, somando 10 unidades. Na figura apre-
forma concluímos que o próximo número é 78, pois: sentada na letra “C”, da mesma forma, o 5 estaria em
76 – 64 = 14. face oposta ao 3, somando 8, não formando um lado.
Na figura da letra “D”, o 2 estaria em face oposta ao 4,

44
não determinando um lado. Já na figura apresentada 9. Observe a sequência: 2, 10, 12, 16, 17, 18, 19, ... Qual é
na letra “E”, o 1 não estaria em face oposta ao número o próximo número?
6, impossibilitando, portanto, a obtenção de um lado.
Logo, podemos concluir que a planificação apresen- a) 20
tada na letra “A” é a única para representar um lado. b) 21
c) 100
7. As figuras da sequência dada são formadas por partes d) 200
iguais de um círculo.
Resposta Letra D.
A regularidade que obedece a sequência acima não se
dá por padrões numéricos e sim pela letra que inicia
cada número. “Dois, Dez, Doze, Dezesseis, Dezessete,
Dezoito, Dezenove, ... Enfim, o próximo só pode iniciar
Continuando essa sequência, obtém-se exatamente 16 também com “D”: Duzentos.
círculos completos na:
10. Observe a sequência: 3,13, 30, ... Qual é o próximo
a) 36ª figura número?
b) 48ª figura
c) 72ª figura a) 4
d) 80ª figura b) 20
e) 96ª figura c) 31
d) 21
Resposta Letra B.
Como na 3ª figura completou-se um círculo, para Resposta Letra C.
completar 16 círculos é suficiente multiplicar 3 por 16 : Esta sequência é regida pela inicial de cada número.
3 . 16 = 48. Portanto, na 48ª figura existirão 16 círculos. Três, Treze, Trinta,... O próximo só pode ser o número
Trinta e um, pois ele inicia com a letra “T”.
8. Analise a sequência a seguir:

GEOMETRIA BÁSICA.

Introdução a Geometria Plana


Admitindo-se que a regra de formação das figuras se-
guintes permaneça a mesma, pode-se afirmar que a figu- 1. Ponto, Reta e Plano
ra que ocuparia a 277ª posição dessa sequência é:
A definição dos entes primitivos ponto, reta e plano
(A) (B) é quase impossível, o que se sabe muito bem e aqui será
o mais importante é sua representação geométrica e es-
pacial.

1.1. Representação, (notação)


(C) (D) → Pontos serão representados por letras latinas
maiúsculas; ex: A, B, C,…
→ Retas serão representados por letras latinas minús-
culas; ex: a, b, c,…
→ Planos serão representados por letras gregas mi-
(E) núsculas; ex: β,∞,α,...

1.2. Representação gráfica


RACIOCÍNIO LÓGICO

Resposta Letra B.
A sequência das figuras completa-se na 5ª figura. As-
sim, continua-se a sequência de 5 em 5 elementos. A
figura de número 277 ocupa, então, a mesma posição
das figuras que representam número 5n + 2, com n N.
Ou seja, a 277ª figura corresponde à 2ª figura, que é
representada pela letra “B”.

45
Observe que r ∩ s = {H} . Sendo que H está contido
Postulados primitivos da geometria, qualquer postu- na reta r e na reta s.
lado ou axioma é aceito sem que seja necessária a prova,
contanto que não exista a contraprova. Um plano é um subconjunto do espaço R3 de tal
- Numa reta bem como fora dela há infinitos pontos modo que quaisquer dois pontos desse conjunto podem
distintos. ser ligados por um segmento de reta inteiramente con-
- Dois pontos determinam uma única reta (uma e so- tida no conjunto.
mente uma reta). Um plano no espaço pode ser determinado por qual-
quer uma das situações:
- Três pontos não colineares (não pertencentes à
mesma reta);
- Um ponto e uma reta que não contem o ponto;
- Um ponto e um segmento de reta que não contem
o ponto;
- Duas retas paralelas que não se sobrepõe;
- Pontos colineares pertencem à mesma reta. - Dois segmentos de reta paralelos que não se so-
brepõe;
- Duas retas concorrentes;
- Dois segmentos de reta concorrentes.

Duas retas (segmentos de reta) no espaço R3 podem


ser: paralelas, concorrentes ou reversas.
Duas retas são ditas reversas quando uma não tem
interseção com a outra e elas não são paralelas. Pode-se
pensar de uma reta r desenhada no chão de uma casa e
uma reta s desenhada no teto dessa mesma casa.
- Três pontos determinam um único plano.

Uma reta é perpendicular a um plano no espaço R3, se


ela intersecta o plano em um ponto P e todo segmento
de reta contido no plano que tem P como uma de suas
extremidades é perpendicular à reta.
- Se uma reta contém dois pontos de um plano, esta
reta está contida neste plano.

Uma reta r é paralela a um plano no espaço R3, se


existe uma reta s inteiramente contida no plano que é
paralela à reta dada.
RACIOCÍNIO LÓGICO

Seja P um ponto localizado fora de um plano. A dis-


tância do ponto ao plano é a medida do segmento de
- Duas retas são concorrentes se tiverem apenas um reta perpendicular ao plano em que uma extremidade é
ponto em comum. o ponto P e a outra extremidade é o ponto que é a inter-
seção entre o plano e o segmento.
Se o ponto P estiver no plano, a distância é nula.

46
Os segmentos AB e DE são os segmentos extremos e
os segmentos BC e CD e são os segmentos meios.
A proporcionalidade acima é garantida pelo fato que
existe uma proporção entre os números reais que repre-
sentam as medidas dos segmentos:
m (AB) m (CD)
=
Planos concorrentes no espaço são planos cuja inter- m (BC) m (DE)
seção é uma reta.
Planos paralelos no espaço R3 são planos que não Feixe de Retas Paralelas
tem interseção.
Quando dois planos são concorrentes, dizemos que Um conjunto de três ou mais retas paralelas num pla-
tais planos formam um diedro e o ângulo formado en- no é chamado feixe de retas paralelas. A reta que inter-
tre estes dois planos é denominado ângulo diedral. Para cepta as retas do feixe é chamada de reta transversal. As
obter este ângulo diedral, basta tomar o ângulo forma- retas a, b, c e d que aparecem no desenho anexado, for-
do por quaisquer duas retas perpendiculares aos planos mam um feixe de retas paralelas enquanto que as retas s
concorrentes. e t são retas transversais.

Planos normais são aqueles cujo ângulo diedral é um


ângulo reto (90°).

Razão entre Segmentos de Reta

Segmento de reta é o conjunto de todos os pontos Teorema de Tales: Um feixe de retas paralelas de-
de uma reta que estão limitados por dois pontos que são termina sobre duas transversais quaisquer, segmentos
as extremidades do segmento, sendo um deles o ponto proporcionais. A figura abaixo representa uma situação
inicial e o outro o ponto final. Denotamos um segmento onde aparece um feixe de três retas paralelas cortadas
por duas letras como, por exemplo, AB, sendo A o início por duas retas transversais.
e B o final do segmento.
Ex: AB é um segmento de reta que denotamos por AB.

Segmentos Proporcionais

Proporção é a igualdade entre duas razões equiva-


lentes. De forma semelhante aos que já estudamos com
números racionais, é possível estabelecer a proporcio- Identificamos na sequência algumas proporções:
nalidade entre segmentos de reta, através das medidas
desse segmentos. A B⁄B C = DE⁄E F
Vamos considerar primeiramente um caso particular B C⁄ A B = EF ⁄D E
com quatro segmentos de reta com suas medidas apre- A B⁄D E = B C⁄ E F
sentadas na tabela a seguir: D E⁄ A B = E F ⁄B C

m(AB) = 2cm m(PQ) =4 cm Ex: Consideremos a figura ao lado com um feixe de


m(CD) = 3cm m(RS) = 6cm retas paralelas, sendo as medidas dos segmentos indica-
das em centímetros.
A razão entre os segmentos AB e CD e a razão entre
RACIOCÍNIO LÓGICO

os segmentos PQ e RS e , são dadas por frações equivalen-


tes, isto é A B⁄C D = 2⁄3; PQ/RS = 4/6 e como 2/3 = 4/6,
segue a existência de uma proporção entre esses quatro
segmentos de reta. Isto nos conduz à definição de seg-
mentos proporcionais.
Diremos que quatro segmentos de reta, AB, BC, CD e DE
, nesta ordem, são proporcionais se: A B⁄B C = C D⁄D E .

47
b) Do polígono: é o ângulo, cujo vértice é o centro do
polígono regular e cujos lados passam por vértices
consecutivos do polígono.

Assim: Ângulo Circunscrito: É o ângulo, cujo vértice não per-


B C⁄A B = E F⁄D E tence à circunferência e os lados são tangentes à ela.
A B⁄D E = B C⁄E F
D E⁄A B = E F⁄B C

#FicaDica
Uma proporção entre segmentos pode
ser formulada de várias maneiras. Se um
dos segmentos do feixe de paralelas for
desconhecido, a sua dimensão pode
ser determinada com o uso de razões Ângulo Inscrito: É o ângulo cujo vértice pertence a
proporcionais. uma circunferência e seus lados são secantes a ela.

Ângulos

Ângulo: Do latim - angulu (canto, esquina), do grego


- gonas; reunião de duas semi-retas de mesma origem
não colineares.

Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do


que 90º.

Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do


que 90º.

Ângulo Raso:

- É o ângulo cuja medida é 180º;


RACIOCÍNIO LÓGICO

- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.

Ângulo Central

a) Da circunferência: é o ângulo cujo vértice é o cen-


tro da circunferência;

48
Ângulo Reto:

- É o ângulo cuja medida é 90º;


- É aquele cujos lados se apóiam em retas perpendi-
culares.

Grau: (º): Do latim - gradu; dividindo a circunferência


em 360 partes iguais, cada arco unitário que corresponde
a 1/360 da circunferência denominamos de grau.

Ângulos formados por duas retas paralelas com


Ângulos Complementares: Dois ângulos são comple-
uma transversal
mentares se a soma das suas medidas é 900.
Lembre-se: Retas paralelas são retas que estão no
mesmo plano e não possuem ponto em comum.

Vamos observar a figura abaixo:

Ângulos Congruentes: São ângulos que possuem a


mesma medida.

Todos esses ângulos possuem relações entre si, e elas


estão descritas a seguir:

Ângulos colaterais internos: O termo colateral signifi-


ca “mesmo lado” e sua propriedade é que a soma destes
ângulos será sempre 180°

Ângulos Opostos pelo Vértice: Dois ângulos são


opostos pelo vértice se os lados de um são as respectivas
semi-retas opostas aos lados do outro.
RACIOCÍNIO LÓGICO

Ângulos Suplementares: Dois ângulos são ditos su-


plementares se a soma das suas medidas de dois ângulos
é 180º.
Assim a soma dos ângulos 4 e 5 é 180° e a soma dos
ângulos 3 e 6 também será 180°

49
Ângulos colaterais externos: O termo colateral signifi-
ca “mesmo lado” e sua propriedade é que a soma destes
ângulos será sempre 180°

Assim, o ângulo 1 é igual ao ângulo 7 e o ângulo 2 é


igual ao ângulo 8

Ângulos correspondentes: São ângulos que ocupam


Assim a soma dos ângulos 2 e 7 é 180° e a soma dos uma mesma posição na reta transversal, um na região
ângulos 1 e 8 também será 180° interna e o outro na região externa.

Ângulos alternos internos: O termo alterno significa


lados diferentes e sua propriedade é que eles sempre se-
rão congruentes

Assim, o ângulo 1 é igual ao ângulo 5, o ângulo 2 é


igual ao ângulo 6, o ângulo 3 é igual ao ângulo 7 e o
ângulo 4 é igual ao ângulo 8.

FIQUE ATENTO!
Assim, o ângulo 4 é igual ao ângulo 6 e o ângulo 3 é Há cinco classificações distintas para os ân-
RACIOCÍNIO LÓGICO

igual ao ângulo 5 gulos formados por duas retas paralelas que


intersectam uma transversal. Então, procure
Ângulos alternos externos: O termo alterno significa visualizar bem as imagens para associá-las a
lados diferentes e sua propriedade é que eles sempre se- cada classificação existente.
rão congruentes

50
POLÍGONOS
EXERCÍCIOS COMENTADOS Um polígono é uma figura geométrica plana limitada
por uma linha poligonal fechada. A palavra “polígono” ad-
1. (CS-UFG-2016) Considere que a figura abaixo re- vém do grego e quer dizer muitos (poly) e ângulos (gon).
presenta um relógio analógico cujos ponteiros das ho-
ras (menor) e dos minutos (maior) indicam 3 h e 40 min. Linhas poligonais e polígonos
Nestas condições, a medida do menor ângulo, em graus,
formado pelos ponteiros deste relógio, é: Linha poligonal é uma sucessão de segmentos conse-
cutivos e não-colineares, dois a dois. Classificam-se em:

Linha poligonal fechada


simples:

a) 120°
b) 126° Linha poligonal fechada
c) 135° não-simples:
d) 150°

Resposta: Letra B. Considerando que cada hora equi-


vale a um ângulo de 30° (360/12 = 30) e que a cada
15 min o ponteiro da hora percorre 7,5°. Assim, as 3h
Linha poligonal aberta
e 40 min indica um ângulo de aproximadamente 126°.
simples:
2. Na imagem a seguir, as retas u, r e s são paralelas e
cortadas por uma reta transversal. Determine o valor dos
ângulos x e y.
Linha poligonal aberta
não-simples:

FIQUE ATENTO!
Polígono é uma linha fechada simples. Um
polígono divide o plano em que se encontra
em duas regiões (a interior e a exterior), sem
pontos comuns.

Resposta: x = 50° e y = 130°


Elementos de um polígono
Facilmente observamos que os ângu-
los x e 50° são opostos pelo vértice, logo, x = 50°. Po-
demos constatar também que y e 50° são suplemen-
tares, ou seja:

50° + y = 180°
y = 180° – 50°
RACIOCÍNIO LÓGICO

y = 130°
Portanto,os ângulos procurados são y = 130° e x = 50°

Um polígono possui os seguintes elementos:

51
Lados: Cada um dos segmentos de reta que une vértices consecutivos: AB, BC, CD, DE, EA.

Vértices: Ponto de encontro de dois lados consecutivos: A, B, C, D, E


Diagonais: Segmentos que unem dois vértices não consecutivos: AC, AD, BD, BE, CE
Ângulos internos: Ângulos formados por dois lados consecutivos: a� , b� , c� , d
� , e� .
Ângulos externos: Ângulos formados por um lado e pelo prolongamento do lado a ele consecutivo: a�1 , b1 , c1, d1 , e1

Classificação dos polígonos quanto ao número de lados

Nome Número de lados Nome Número de lados


triângulo 3 quadrilátero 4
pentágono 5 hexágono 6
heptágono 7 octógono 8
eneágono 9 decágono 10
hendecágono 11 dodecágono 12
tridecágono 13 tetradecágono 14
pentadecágono 15 hexadecágono 16
heptadecágono 17 octodecágono 18
eneadecágono 19 icoságono 20

A classificação dos polígonos pode ser ilustrada pela seguinte árvore:

Um polígono é denominado simples se ele for descrito por uma fronteira simples e que não se cruza (daí divide o
plano em uma região interna e externa), caso o contrário é denominado complexo.
Um polígono simples é denominado convexo se não tiver nenhum ângulo interno cuja medida é maior que 180°,
caso o contrário é denominado côncavo.
Um polígono convexo é denominado circunscrito a uma circunferência ou polígono circunscrito se todos os vértices
pertencerem a uma mesma circunferência.
Um polígono inscritível é denominado regular se todos os seus lados e todos os seus ângulos forem congruentes.

Alguns polígonos regulares:

a) triângulo equilátero
b) quadrado
c) pentágono regular
d) hexágono regular

Propriedades dos polígonos

De cada vértice de um polígono de n lados, saem dv = n – 3


RACIOCÍNIO LÓGICO

O número de diagonais (d) de um polígono é dado por:


n n−3
d=
2
Onde n é o número de lados do polígono.

52
A soma das medidas dos ângulos internos de um po-
lígono de n lados (Si) é dada por:
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Si = n − 2 � 180°
1. (PREF. DE POÁ-SP – ENGENHEIRO DE SEGURAN-
A soma das medidas dos ângulos externos de um po- ÇA DE TRABALHO – VUNESP/2015) A figura ilustra
lígono de n lados (Se) é igual a: um octógono regular de lado cm.

360°
Se =
n

Em um polígono convexo de n lados, o número de


triângulos formados por diagonais que saem de cada
vértice é dado por n - 2.

A medida do ângulo interno de um polígono regular


de n lados (ai ) é dada por:
n − 2 � 180°
ai =
n Sendo a altura do trapézio ABCD igual a 1 cm, a área do
triângulo retângulo ADE vale, em cm²
A medida do ângulo externo de um polígono regular
de n lados (ae ) é dada por: a) 5
b) 4
360° c) 5
ae =
n d) 2 + 1
e) 2
A soma das medidas dos ângulos centrais de um po-
lígono regular de n lados (Sc ) é igual a 360º. Resposta: Letra D.

A medida do ângulo central de um polígono regular


de n lados () é dada por:
360°
ac =
n

Polígonos regulares
COMENTÁRIO:
Os polígonos regulares são aqueles que possuem to-
dos os lados congruentes e todos os ângulos congruen- Como a altura do trapézio mede 1 cm, temos um trian-
tes. Todas as propriedades anteriores são válidas para os gulo isósceles de hipotenusa AB, assim, o segmento
polígonos regulares, a diferença é que todos os valores AD = 2 + 2 . Assim, a área de ADE é:
são distribuídos uniformemente, ou seja, todos os ân- 2+2 2 2 2 2
gulos terão o mesmo valor e todas as medidas terão o A=
2
=
2
+
2
=1+ 2
mesmo valor.
2. (UNIFESP - 2003) Pentágonos regulares congruentes
#FicaDica podem ser conectados lado a lado, formando uma es-
trela de cinco pontas, conforme destacado na figura a
Polígonos regulares são formas de polígo-
seguir
nos mais estudadas e cobradas em questões
de concursos.
RACIOCÍNIO LÓGICO

53
Nessas condições, o ângulo θ mede: Paralelogramo

a) 108°.
b) 72°.
c) 54°.
d) 36°.
e) 18°.

Resposta: Letra D. Na ponta da estrela onde está des-


tacado o ângulo θ, temos o encontro de três ângu-
los internos de pentágonos regulares. Para descobrir
a medida de cada um desses ângulos, basta calcular
a soma dos ângulos internos do pentágono e dividir
por 5.

Características:

Possuem lados paralelos, dois a dois, ou seja:


AB // DC e AD // BC .
Além de paralelos, os lados paralelos possuem a mes-
ma medida, ou seja: AB = DC e AD = BC
A altura é medida em relação a distância entre os seg-
mentos paralelos, ou seja: B : altura = h
A base é justamente a medida dos lados que se me-
diu a altura: AD: base = b
A área é calculada como o produto da base pela al-
tura: Área= b∙h
O perímetro é calculado como a soma das medidas
de todos os quatro lados: AB + BC + CD + DA

Retângulo
A fórmula para calcular a soma dos ângulos internos
de um polígono é: S = (n – 2) · 180

*n é o número de lados do polígono. No caso desse


exercício:

S = (5 – 2) · 180
S = 3 · 180
S = 540
Dividindo a soma dos ângulos internos por 5, pois um
pentágono possui cinco ângulos internos, encontrare- Características:
mos 108° como medida de cada ângulo interno.
Observe na imagem anterior que a soma de três ângu- Possuem lados paralelos, dois a dois, ou seja:
los internos do pentágono com o ângulo θ tem como AB // DC e AD // BC
resultado 360°. Além de paralelos, os lados paralelos possuem a mes-
ma medida, ou seja: AB = DC e AD = BC
108 + 108 + 108 + θ = 360 Diferentemente do paralelogramo, todos os ângulos
324 + θ = 360 do retângulo medem 90°: A �=B � = C� = D
� = 90°
No retângulo, um par de lados paralelos
θ = 360 – 324 será a base e o outro será a altura, no desenho:
θ = 36° AB: altura = h e AD: base = b
A área é calculada como o produto da base pela al-
tura: Área= b∙h
RACIOCÍNIO LÓGICO

Quadriláteros, Circunferência e Círculo


O perímetro é calculado como a soma das medidas
Quadriláteros de todos os quatro lados:
Perímetro = AB + BC + CD + DA = 2b + 2h
São figuras que possuem quatro lados dentre os
quais temos os seguintes subgrupos:

54
Losango Trapézio

Características:
Possuirá apenas um par de lados paralelos que serão
Características: chamados de bases maior e menor:
Possuem lados paralelos, dois a dois, ou seja: AD// BC, AB: base maior = B e CD: base menor = b
AB // DC e AD // BC A altura será definida como a distância entre as bases:
Possuem os quatro lados com medidas iguais: B : altura = h
AB = DC = AD = BC
No losango, definem-se diagonais como a distância A área é calculada em função das bases e da altura:
entre vértices opostos, assim: Área =
B+b
�h
BD: diagonal maior = D e AC: diagonal menor = d 2
A área é calculada a partir das diagonais e não dos O perímetro é calculado como a soma das medidas
D�d de todos os quatro lados: AB + BC + CD + DA
lados: Área = 2
O perímetro é calculado como a soma das medidas
Circunferência e Círculo
de todos os quatro lados: AB + BC + CD + DA
Uma circunferência é definida como o conjunto de
Quadrado
pontos cuja distância de um ponto, denominado de cen-
tro, O é igual a R, definido como raio.

Características:
Possuem lados paralelos, dois a dois, ou seja:
AB // DC e AD // BC Já um círculo é definido como um conjunto de pontos
Possuem os quatro lados com medidas iguais:
cuja distância de O é menor ou igual a R.
AB = DC = AD = BC
Diferentemente do losango, todos os ângulos do
quadrado medem 90°: A �=B � = C� = D
� = 90°
Seguindo a lógica do retângulo, temos o valor da base
e da altura iguais neste caso: BC: lado = L e AB: lado =
RACIOCÍNIO LÓGICO

A área é calculada de maneira simples: Área = L2


O perímetro é calculado como a soma
das medidas de todos os quatro lados:
Perímetro = AB + BC + CD + DA = 4L

55
Características:
Características: A Área do Setor Circular (para α em radianos):
A medida relevante da circunferência é o raio (R) que R2
é a distância de qualquer ponto da circunferência em re- A= α − sen α
2
lação ao centro C.
A área é calculada em função do raio: Área = πR2 3. Posições Relativas entre Retas e Circunferências
O perímetro, também chamado de comprimento da
circunferência, é calculado em função do raio também: Dado uma circunferência de raio R e uma reta ‘r’ cuja
Perímetro = 2πR distância ao centro da circunferência é ‘d’, temos as se-
guintes posições relativas:
Setor Circular
Reta Tangente: Reta e circunferência possuem apenas
Um Setor Circular é uma região de um círculo com- um ponto em comum (dOP = R)
preendida entre dois segmentos de reta que se iniciam
no centro e vão até a circunferência.

#FicaDica
Em termos práticos, um setor circular é um
“pedaço” de um círculo.

Reta Exterior: Reta e circunferência não possuem pon-


tos em comum (dOP > R)

Características:
O ângulo α é definido como ângulo central απR2
Área do Setor Circular (para α em graus): A =
360
αR2
Área do Setor Circular (para α em radianos): A =
2

Segmento Circular
RACIOCÍNIO LÓGICO

Um Segmento Circular é uma região de um círculo


compreendida entre um segmento que liga os pontos de
cruzamento dos segmentos de reta com a circunferência,
ao qual definimos como corda AB e a circunferência.

56
Reta Secante: Reta e circunferência possuem dois Resposta: Aplicando as relações geométricas referen-
pontos em comum (dOP < R) tes ao losango, tem-se:

x = 15
y = 20
AC = 20 + 20 = 40
BD = 15 + 15 = 30
BMC = 15 + 20 + 25 = 60

TRIÂNGULOS E TEOREMA DE PITÁGORAS

Definição

Triângulo é um polígono de três lados. É o polígono


que possui o menor número de lados. Talvez seja o polí-
gono mais importante que existe. Todo triângulo possui
alguns elementos e os principais são: vértices, lados, ân-
EXERCÍCIOS COMENTADOS gulos, alturas, medianas e bissetrizes.
Apresentaremos agora alguns objetos com detalhes
1.(SEEDUC-RJ – Professor – CEPERJ/2015) O quadrado sobre os mesmos.
MNPQ abaixo tem lado igual a 12cm. Considere que as
curvas MQ e QP representem semicircunferências de diâ-
metros respectivamente iguais aos segmentos MQ e QP.

a) Vértices: A,B,C.
b) Lados: AB,BC e AC.
c) Ângulos internos: a, b e c.

Altura: É um segmento de reta traçada a partir de um


A área sombreada, em cm2, corresponde a: vértice de forma a encontrar o lado oposto ao vértice
formando um ângulo reto. BH é uma altura do triângulo.
a) 30
b) 36
c) 3 46π − 2
d) 6(36π − 1)
e) 2(6π − 1)

Resposta: Letra B. Aplicando a fórmula do segmen-


to circular, encontra-se a área de intersecção dos dois
círculos. Subtraindo esse valor da área do semicírculo,
chega-se ao resultado. Mediana: É o segmento que une um vértice ao ponto
médio do lado oposto. BM é uma mediana.
2. A figura abaixo é um losango. Determine o valor
de x e y, a medida da diagonal   AC , da diagonal   BD e
o perímetro do triângulo BMC.
RACIOCÍNIO LÓGICO

Bissetriz: É a semi-reta que divide um ângulo em duas


partes iguais. O ângulo B está dividido ao meio e neste
caso Ê = Ô.

57
Triângulo Obtusângulo: Um ângulo interno é obtuso,
Ângulo Interno: É formado por dois lados do triângu- isto é, possui um ângulo com medida maior do que 90º.
lo. Todo triângulo possui três ângulos internos.

Ângulo Externo: É formado por um dos lados do triân-


gulo e pelo prolongamento do lado adjacente (ao lado).

Triângulo Retângulo: Possui um ângulo interno reto


(90 graus). Atenção a esse tipo de triângulo pois ele é
muito cobrado!

Classificação dos triângulos quanto ao número de


lados

Triângulo Equilátero: Os três lados têm medidas


iguais. .
m(AB) = m(BC) = m(CA)

Medidas dos Ângulos de um Triângulo

Ângulos Internos: Consideremos o triângulo ABC. Po-


deremos identificar com as letras a, b e c as medidas dos
ângulos internos desse triângulo.

Triângulo Isósceles: Dois lados têm medidas iguais. #FicaDica


m(AB) = m(AC).
Em alguns locais escrevemos as letras mai-
úsculas, acompanhadas de acento () para
representar os ângulos.

Triângulo Escaleno: Todos os três lados têm medidas


diferentes.

Seguindo a regra dos polígonos, a soma dos ângu-


los internos de qualquer triângulo é sempre igual a 180
graus, isto é: a + b + c = 180°

Ex: Considerando
o triângulo abai-
RACIOCÍNIO LÓGICO

xo, podemos achar o


valor de x, escrevendo:
Classificação dos triângulos quanto às medidas 70º + 60º + x = 180º e dessa forma, obtemos
dos ângulos x = 180º − 70º − 60º = 50º

Triângulo Acutângulo: Todos os ângulos internos são


agudos, isto é, as medidas dos ângulos são menores do
que 90º.

58
FIQUE ATENTO!
Dois triângulos são congruentes, se os seus
elementos correspondentes são ordenada-
mente congruentes, isto é, os três lados e
os três ângulos de cada triângulo têm res-
pectivamente as mesmas medidas. Deste
Ângulos Externos: Consideremos o triângulo ABC. modo, para verificar se um triângulo é con-
Como observamos no desenho, as letras minúsculas gruente a outro, não é necessário saber a
representam os ângulos internos e as respectivas letras medida de todos os seis elementos, basta
maiúsculas os ângulos externos. conhecerem três elementos, entre os quais
esteja presente pelo menos um lado. Para
facilitar o estudo, indicaremos os lados cor-
respondentes congruentes marcados com
símbolos gráficos iguais.

Todo ângulo externo de um triângulo é igual à soma Casos de Congruência de Triângulos


dos dois ângulos internos não adjacentes a esse ângulo
externo. Assim: A = b + c, B = a + c, C = a + b LLL (Lado, Lado, Lado): Os três lados são conhecidos.
Dois triângulos são congruentes quando têm, respecti-
Ex: No triângulo desenhado, podemos achar vamente, os três lados congruentes. Observe que os ele-
a medida do ângulo externo x, escrevendo: mentos congruentes têm a mesma marca.
x = 50º + 80º = 130°.

LAL (Lado, Ângulo, Lado): Dados dois lados e um ân-


Congruência de Triângulos gulo. Dois triângulos são congruentes quando têm dois
lados congruentes e os ângulos formados por eles tam-
Duas figuras planas são congruentes quando têm a bém são congruentes.
mesma forma e as mesmas dimensões, isto é, o mesmo
tamanho. Para escrever que dois triângulos ABC e DEF
são congruentes, usaremos a notação: ABC ~ DEF
Para os triângulos das figuras abaixo, existe a congruên-
cia entre os lados, tal que: AB ~ RS, BC ~ ST, CA ~ T e
entre os ângulos:

ALA (Ângulo, Lado, Ângulo): Dados dois ângulos e um


lado. Dois triângulos são congruentes quando têm um
lado e dois ângulos adjacentes a esse lado, respectiva-
mente, congruentes.

Se o triângulo ABC é congruente ao triângulo RST,


escrevemos: A�~R � , B� ~ S� , C� ~ �T
RACIOCÍNIO LÓGICO

LAAo (Lado, Ângulo, Ângulo oposto): Conhecido um


lado, um ângulo e um ângulo oposto ao lado. Dois triân-
gulos são congruentes quando têm um lado, um ângulo,
um ângulo adjacente e um ângulo oposto a esse lado
respectivamente congruente.

59
Ex: Na figura abaixo, observamos que um triângulo
pode ser “rodado” sobre o outro para gerar dois triângu-
los semelhantes e o valor de x será igual a 8.

Semelhança de Triângulos

Duas figuras são semelhantes quando têm a mesma


forma, mas não necessariamente o mesmo tamanho. Se Três lados proporcionais: Se dois triângulos têm os
duas figuras R e S são semelhantes, denotamos: . três lados correspondentes proporcionais, então os
triângulos são semelhantes.
Ex: As ampliações e as reduções fotográficas são figu-
ras semelhantes. Para os triângulos:

Os três ângulos são respectivamente congruentes,


isto é: A~R, B~S, C~T

Casos de Semelhança de Triângulos

Dois ângulos congruentes: Se dois triângulos tem


dois ângulos correspondentes congruentes, então os
triângulos são semelhantes.

Teorema de Pitágoras

Dizem que Pitágoras, filósofo e matemático grego


que viveu na cidade de Samos no século VI a. C., teve a
intuição do seu famoso teorema observando um mosai-
co como o da ilustração a seguir.

Se A~D e C~F então: ABC =


� DEF

Dois lados proporcionais: Se dois triângulos tem dois


lados correspondentes proporcionais e os ângulos for-
mados por esses lados também são congruentes, então
os triângulos são semelhantes.
RACIOCÍNIO LÓGICO

Como m(AB) ⁄ m(EF) = m(BC) ⁄ m(F ) = 2 ,

então ABC =
� EF

60
Observando o quadro, podemos estabelecer a seguinte tabela:

Triângulo Triângulo Triângulo


ABC A`B`C` A``B``C``
Área do quadrado construído 4 8 16
sobre a hipotenusa
Área do quadrado construído 2 4 8
sobre um cateto
Área do quadrado construído 2 4 9
sobre o outro cateto

Como 4 = 2 + 2 � 8 = 4 + 4 � 16 = 8 + 8 , Pitágoras observou que a área do quadrado construído sobre


a hipotenusa é igual à soma das áreas dos quadrados construídos sobre os catetos.

A descoberta feita por Pitágoras estava restrita a um triângulo particular: o triângulo retângulo isósceles. Estudos
realizados posteriormente permitiram provar que a relação métrica descoberta por Pitágoras era válida para todos os
triângulos retângulos. Os lados do triângulo retângulo são identificados a partir a figura a seguir:

Onde os catetos são os segmentos que formam o ângulo de 90° e a hipotenusa é o lado oposto a esse ângulo. Cha-
mando de “a” e “b” as medidas dos catetos e “c” a medida da hipotenusa, define-se um dos teoremas mais conhecidos
da matemática, o Teorema de Pitágoras:
c 2 = a2 + b2

Onde a soma das medidas dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa.

Teorema de Pitágoras no quadrado

Aplicando o teorema de Pitágoras, podemos estabelecer uma relação importante entre a medida d da diagonal e a
medida l do lado de um quadrado.

d= medida da diagonal
l= medida do lado
RACIOCÍNIO LÓGICO

Aplicando o teorema de Pitágoras no triângulo retângulo ABC, temos:

d² = l² + l²
d = √2l²
d=l 2

61
Teorema de Pitágoras no triângulo equilátero

Aplicando o teorema de Pitágoras, podemos estabe-


EXERCÍCIOS COMENTADOS
lecer uma relação importante entre a medida h da altura
e a medida l do lado de um triângulo equilátero. 1.(TJ-SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO – VU-
NESP/2017) A figura seguinte, cujas dimensões estão
indicadas em metros, mostra as regiões   R e R , e ,
ambas com formato de triângulos retângulos, situadas
1 2

em uma praça e destinadas a atividades de recreação in-


fantil para faixas etárias distintas.

l= medida do lado
h= medida da altura

No triângulo equilátero, a altura e a mediana coin-


Se a área de R eé R
54 ,m², então o perímetro
R1de
e R 2 , é, em
cidem. Logo, é ponto médio do lado BC. No triângulo
metros, igual a:
1 2

retângulo AHC, é ângulo reto. De acordo com o teorema


de Pitágoras, podemos escrever: a) 54
b) 48
c) 36
d) 40
e) 42

Resposta: Letra B. Esse problema se resolve tanto por


semelhança de triângulos, quanto pela área de . Em
ambos os casos, encontraremos x = 12 m. Após isso,
pelo teorema de Pitágoras, achamos a hipotenusa do
triângulo
R1 e R 2 , , que será 20 m. Assim, o perímetro será
12+16+20 = 48 m.
3l2
h² =
4 2. (PM SP 2014 – VUNESP).  Duas estacas de madei-
ra, perpendiculares ao solo e de alturas diferentes, estão
distantes uma da outra, 1,5 m. Será colocada entre elas
l 3 uma outra estaca de 1,7 m de comprimento, que ficará
h=
2 apoiada nos pontos A e B, conforme mostra a figura.
RACIOCÍNIO LÓGICO

62
A diferença entre a altura da maior estaca e a altura da
menor estaca, nessa ordem, em cm, é: #FicaDica

a) 95. Vale lembrar que a hipotenusa será sempre


b) 75. o lado oposto ao ângulo reto e, ainda, o
c) 85. lado maior do triângulo. Podemos relacio-
d) 80. ná-los através do Teorema de Pitágoras, o
e) 90. qual enuncia que o quadrado sobre a hipo-
tenusa de um triângulo retângulo é igual à
Resposta: Letra D. Note que x é exatamente a dife- soma dos quadrados sobre os catetos.
rença que queremos, e podemos calculá-lo através do
Teorema de Pitágoras:

1,72 = 1,52 + x 2 2. Seno, Co-seno e Tangente de um Ângulo Agudo


2,89 = 2,25 + x 2
x 2 = 2,89 – 2,25 A figura abaixo ilustra um triângulo retângulo com
x² = 0,64x = 0,8 m ou 80 cm suas medidas de lados:

TRIGONOMETRIA NO TRIÂNGULO RETÂNGULO

1. Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo

Definiremos algumas relações e números obtidos


a partir dos lados de triângulos retângulos. Antes, po-
rém, precisamos revisar seus conceitos básicos. A figura
abaixo apresenta um triângulo onde um de seus ângulos
π De fato, as medidas de seus lados (3, 4 e 5 unidades
internos é reto (de medida 90º ou 2 rad), o que nos per-
de comprimento) satisfazem a sentença do teorema de
mite classificá-lo como um triângulo retângulo.
Pitágoras: 52 = 32 + 42.
Agora, definiremos três importantes relações entre
os lados do triângulo, aos quais chamaremos de seno,
co-seno e tangente. Essas propriedades serão sempre
relativas a um determinado ângulo, assim, precisaremos
especificar de qual ângulo estamos falando. A expressão
geral é apresentada abaixo, com as abreviações as pro-
priedades:

sen Ângulo =
cateto oposto ao ângulo
Lembremo-nos de que, qualquer que seja o triângulo, hipotenusa
a soma dos seus três ângulos internos vale 180º. Logo,
a respeito do triângulo ABC apresentado, dizemos que: cateto adjacente ao ângulo
cos Ângulo =
hipotenusa
α + β + 90° = 180° → α + β = 90°
cateto oposto ao ângulo
tg Ângulo =
Com isso, podemos concluir: cateto adjacente ao ângulo

a) Que os ângulos α e β são complementares, isto é,


são ângulos cujas medidas somam 90º; A partir dessas definições, podemos calcular o seno,
b) Uma vez que são complementares ambos terão co-seno e tangente do ângulo α, do triângulo da figura:
sempre medida inferior a 90º, ou seja, serão ân-
gulos agudos.
RACIOCÍNIO LÓGICO

FIQUE ATENTO!
Dizemos que todo triângulo retângulo tem
um ângulo interno reto e dois agudos, com-
plementares entre si.

63
cateto oposto a α d=a 2
sen α =
hipotenusa l 3
h=
2
cateto adjacente a α
cos α =
hipotenusa Sabemos, agora, que o triângulo hachurado no inte-
rior do quadrado tem catetos de medida 𝐚 e2hipotenusa
cateto oposto a α
𝐚 2 . Para o outro triângulo sombreado, teremos cate-
tg α = tos e medidas 1 e l 3 , enquanto sua hipotenusa tem
cateto adjacente a α comprimento 1. 2 2

Passemos, agora, ao cálculo de seno, co-seno e tan-


No caso de α , o cateto oposto a ele será aquele que gente dos ângulos de 30o, 45o e 60o.
não forma o ângulo, ou seja, o segmento AC. Já o cateto
adjacente será o cateto que junto com a hipotenusa, for- 2.2. Seno, Co-seno e Tangente de 30° e 60°.
ma o ângulo, assim, ele será AB. Substituindo os valores:
Tomando por base o triângulo equilátero da figura
acima, e conhecendo as medidas de seus lados, temos:
cateto oposto a α 3 cateto oposto a 30° l/2 1
sen α = = = 0,6 sen 30° = = =
hipotenusa 5
hipotenusa l 2
l 3
cateto adjacente a α 4 cateto adjacente a 30° 3
cos α = = = 0,8 cos 30° = = 2
=
hipotenusa 5 hipotenusa l 2
cateto oposto a 30° l/2 3
cateto oposto a α 3
tg 30° = cateto adjacente a 30° = l 3
= 3
tg α = = = 0,75 2
cateto adjacente a α 4
E
2.1. Seno, Co-seno e Tangente dos Ângulos Notá-
veis

Uma vez definidos os conceitos de seno, co-seno e


tangente de ângulos agudos internos a um triângulo
retângulo, passaremos a determinar seus valores para l
ângulos de grande utilização em diversas atividades pro- cateto adjacente a 60° 1
cos 60° = =2=
fissionais e encontrados facilmente em situações cotidia- hipotenusa l 2
nas. l 3
Observemos, nas figuras abaixo, que a diagonal de tg 60° =
cateto oposto a 60°
= 2
= 3
um quadrado divide ângulos internos opostos, que são cateto adjacente a 60° l

retos, em duas partes de 45 + o+, e que o segmento


2

que define a bissetriz (e altura) de um ângulo interno do


triângulo equilátero permite-nos reconhecer, em qual- Observação Importante: Observe que os ângulos de
quer das metades em que este é dividido, ângulos de 30° e 60° são complementares, e isso provoca a troca dos
medidas 30o e 60o. valores de seno e cosseno. Já a tangente, temos exata-
mente o valor inverso.

2.3. Seno, Co-seno e Tangente de 45°

A partir do quadrado representado na figura acima,


de lado a e diagonal 𝐚 2 , podemos calcular:
RACIOCÍNIO LÓGICO

Primeiramente, vamos calcular os comprimentos da


diagonal do quadrado e a altura h, do triângulo equi-
látero. Como já vimos as fórmulas na seção anterior de
triângulos, vamos apenas indicar os valores:

64
Nele, podemos ver a divisão do círculo em quadran-
tes e em cada quadrante, podemos ver as posições do
seno e cosseno dos ângulos. É importante memorizar os
sinais dos senos e cossenos, pois eles se alteram confor-
me mudamos de quadrante.
Também é importante notar os limites de valores
para o seno e cosseno. Para qualquer ângulo x, os va-
lores de seno e cosseno estarão sempre entre -1 e 1 e
isto está representado nos valores para os ângulos de
π 3π
cateto oposto a 45° a 0, , π, e 2π
tg 45° = = =1 2 2
cateto adjacente a 45° a
4. Outras Razões Trigonométricas – Co-tangente,
Secante e Co-secante
Note que o ângulo de 45° tem valores iguais de seno
e cosseno, o que implica em uma tangente igual a 1. Isso Além das razões com que trabalhamos até aqui, são
se deve pois o complementar deste ângulo é ele mesmo. definidas a co-tangente, secante e co-secante de um ân-
Os resultados que obtivemos nos permitem definir, a gulo agudo de triângulo retângulo através de relações
seguir, uma tabela de valores de seno, co-seno e tangen- entre seus lados, como definimos a seguir, com suas res-
te dos ângulos notáveis, que nos será extremamente útil. pectivas abreviações

30o 45o 60o cateto adjacente ao ângulo


cotg Ângulo =
sen cateto oposto ao ângulo
1 2 3 hipotenusa
sec Ângulo = cateto adjacente ao ângulo
2 2 2
hipotenusa
cos
cossec Ângulo =
cateto oposto ao ângulo
3 2 1
2 2 2
Por exemplo, para um triângulo retângulo de lados 3,
tg 4 e 5 unidades de comprimento que apresentamos ante-
3 1 3 riormente, temos para o ângulo α:
3 2
cateto adjacente a α 4
cotg α = =
cateto oposto a α 3
3. O círculo trigonométrico hipotenusa 5
sec α = =
cateto adjacente a α 4
Definidas principais propriedades e o ângulos notá- hipotenusa 5
veis, podemos expandir essa análise para todos os ân- cossec α = cateto oposto a α = 3
gulos de um círculo, indo de 0 a 360° ou de 0 a 2π rad.
Para isso, usamos o circulo trigonométrico apresentado
5. Identidades Trigonométricas
a seguir:
É comum a necessidade de obtermos uma razão tri-
gonométrica, para um ângulo, a partir de outra razão
cujo valor seja conhecido, ou mesmo simplificar expres-
sões extensas envolvendo várias relações trigonométri-
cas para um mesmo ângulo. Nesses casos, as identidades
trigonométricas que iremos deduzir neste tópico são fer-
ramentas de grande aplicabilidade.
Identidade em uma ou mais variáveis é toda igualda-
de verdadeira para quaisquer valores a elas atribuídos,
desde que verifiquem as condições de existência de ex-
pressão.
Vamos iniciar então, mostrando um triângulo retân-
gulo qualquer:
RACIOCÍNIO LÓGICO

65
Aplicando as medidas de seus lados no teorema de
Pitágoras, obtemos a seguinte igualdade:

b2 + c 2 = a2

Dividindo os seus membros por , não alteraremos a


igualdade. Assim, teremos:
e
2
b2 c 2 a2 b c 2
2
+ 2= 2→ + =1
a a a a a
Se utilizarmos as relações trigonométricas que defi-
nimos (seno, cosseno e tangente), podemos simplificar a
expressão de duas maneiras possíveis, em função de ou :
Teríamos encontrado inversões análogas se utilizás-
2 2 semos o ângulo β. Assim, essas relações também vale-
sen α + cos α = 1 rão para qualquer ângulo x, desde que seja respeitada a
ou condição de os denominadores dos segundos membros
2 2
cos β + sen β = 1 dessas identidades não serem nulos.
Aplicando essas relações no teorema de Pitágoras,
chegamos as outras duas importantes identidades trigo-
Logo, como sempre teremos a soma dos quadrados nométricas:
de seno e co-seno de um ângulo. Essa identidade valerá
para qualquer ângulo x:
2
tg x + 1 = sec 2 x
2
cotg x + 1 = cosec2 x
sen2x + cos 2 x = 1
6. Adição e Subtração de Arcos
Essa relação, é conhecida como relação fundamental
da trigonometria. Outras identidades trigonométricas estão relaciona-
das a operações com ângulos. As fórmulas a seguir foram
Façamos agora outro desenvolvimento. Tomemos deduzidas para facilitar algumas operações matemáticas.
um dos ângulos agudos do triângulo ABC, da figura. Por Sejam α e β ângulos quaisquer. Temos que:
exemplo, α. Dividindo-se sen α por cos α, obtemos:
Seno da Soma: sen α + β = sen α � cos β + sen β � cos α

sen α b⁄a b Seno da Diferença: sen α − β = sen α � cos β − sen β � cos α


= = = tg α
cos α c⁄a c Cosseno da Soma: cos α + β = cos α � cos β − sen α � sen β

Cosseno da Diferença: cos α − β = cos α � cos β + sen α � sen β

De forma análoga, o leitor obterá o mesmo resultado


tg α+tg β
Tangente da Soma: tg α + β = 1−tgα � tgβ

se tomar o ângulo β. Dizemos, portanto, que, para um Tangente da Diferença: tg α − β =


tg α−tg β

ângulo x, cujo cosseno não será nulo: 1+tgα.tg β

sen x Dessas fórmulas, podemos deduzir uma variação im-


tg x = portante, que são as fórmulas dos arcos duplos:
cos x

Podemos observar, também, que a razão b , que re- sen 2θ = 2 � sen θ � cos θ
presenta tg α , se invertida (passando a c ), vemc a consti-
tuir cotg α . Em virtude disso, e aproveitando
b
a identidade cos 2θ = cos2 θ − sen ²θ
enunciada anteriormente, podemos dizer que, para todo
ângulo x de seno não-nulo:
1 cos x
cotg x = =
tg x sen x
RACIOCÍNIO LÓGICO

Tais inversões ocorrem também e se tratando das re-


lações seno, co-seno, secante e co-secante. Vejamos que:

66
Resposta: Letra C. Usando a fórmula de soma de ar-
cos para seno e cosseno e considerando que 75° =
EXERCÍCIOS COMENTADOS 30° + 45°:

1. Dado o triângulo a seguir, obtenha os valores dos ca-


tetos. Utilize 3 = 1,7

LEI DOS SENOS E LEI DOS COSSENOS

Lei dos Senos

A Lei dos senos relaciona os senos dos ângulos de


um triângulo qualquer (não precisa necessariamente ser
retângulo) com os seus respectivos lados opostos. Além
a) 10 e 7,5 disso, há uma relação direta com o raio da circunferência
b) 5 e 8,5 circunscrita neste triângulo:
c) 5 e 5
d) 8,5 e 7,5
e) 7,5 e 7,5

Resposta: Letra B. Basta calcular o seno e o cosseno


de 30° e igualar aos valores de ½ e 3⁄2 . Nem sempre
os exercícios passarão os valores dos ângulos notá-
veis, é importante memorizar.

2. Dado o triângulo a seguir, obtenha o valor da hipote-


nusa. Utilize 2 = 1,4

a b c
= = = 2R
� sen B
sen A � sen C�

Lei dos Cossenos

A lei dos cossenos é considerada uma generalização


a) 4,8 do teorema de Pitágoras, onde para qualquer triângulo,
b) 5,0 conseguimos relacionar seus lados com a subtração de um
c) 5,5 termo que possui o ângulo oposto do lado de referência.
d) 5,7
e) 6,0

Resposta: Letra D. Usando o cosseno de 45°, chega-


-se na resposta.

3. Assinale a alternativa que representa os valores de


sen (75°) e cos (75°)

6− 2 6+ 2
a) e
2 2
RACIOCÍNIO LÓGICO

6− 2 6+ 2
b) e 4
4
6+ 2 6− 2 �
a2 = b2 + c 2 − 2 � b � c � cos A
c) e 4
4 2 2 2
b = a + c − 2 � a � c � cos B �
d)
6− 2
e
6+ 2
c = a + b − 2 � a � b � cos C�
2 2 2
4 4

67
FIQUE ATENTO! x
Há três formas distintas de utilizar a Lei dos = 2R
sen 60°
Cossenos. Quando for utilizá-la, tenha cui-
dado ao expressar os termos conhecidos e
x
a incógnita em uma das três equações pro- =2 3
postas. Note que o termo à esquerda do si- 3/2
nal de igual é o lado oposto ao ângulo que
deve aparecer na equação.
x=3

ÁLGEBRA BÁSICA E SISTEMAS LINEARES.


EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. Calcule a medida de x: EXPRESSÕES ALGÉBRICAS

1. Definições

Expressões Algébricas: São aquelas que contêm nú-


meros e letras.
Ex: 2ax² + bx

Variáveis: São as letras das expressões algébricas


que representam um número real e que de princípio não
possuem um valor definido.
Resposta: Aplicando a lei dos senos, lembrando que
temos que aplicar ao ângulo oposto ao lado que ire- Valor numérico: É o número que obtemos substi-
mos usar. Assim, o lado de medida 100 possui o ângu- tuindo as variáveis por números e efetuamos suas ope-
lo A
� como oposto, e ele mede 30°, dado as medidas rações.
dos outros ângulos, assim: Ex: Sendo x=1 e y=2, calcule o valor numérico (VN)
x 100 da expressão:
= Substituindo os valores: x² + y → 1² + 2 = 3
sen 45° sen 30° . Portanto o valor numérico da expressão é 3.

x 100 Monômio: Os números e letras estão ligados apenas


= por produtos.
2/2 1/2
Ex: 4x

x = 100 2 Polinômio: É a soma ou subtração de dois ou mais


monômios.  
Ex: 4x+2y
2.Calcule a medida de x:
Termos semelhantes: São aqueles que possuem par-
tes literais iguais (variáveis)
Ex: 2x³y²z e 3x³y²z são termos semelhantes pois
possuem a mesma parte literal (x3y2z).

2. Adição e subtração de monômios

FIQUE ATENTO!
Só podemos efetuar a adição e subtração
de monômios entre termos semelhantes. E
Resposta: Aplicando a lei dos senos, lembrando que quando os termos envolvidos na operação
RACIOCÍNIO LÓGICO

ela se relaciona com a circunferência circunscrita ao de adição ou subtração não forem seme-
triângulo: lhantes, deixamos apenas a operação indi-
cada.

68
Ex: Dado os termos 5xy², 20xy², como os dois termos m
I - ab = a b
m m

são semelhantes, é possível efetuar a adição e a subtra-


ção deles:
n m n
II - am = a �
5xy² + 20xy² = 25xy 2 2
Ex: −5x b
6 2

Ex: Já para 5xy² − 20xy 2 = devemos


−15xysubtrair
2
apenas
os coeficientes e conservar a parte literal. Aplicando as propriedades:
5xy² − 20xy 2 = −15xy 2 2
2� x
2 2
−5x b =
6 2 ( 6 2
−5) � b
3. Multiplicação de monômios
2
−5x b = +25x 4b12
6 2

Para multiplicarmos monômios não é necessário que


eles sejam semelhantes, basta multiplicarmos coeficiente 6. Adição e Subtração de expressões algébricas
com coeficiente e parte literal com parte literal. Sendo
que quando multiplicamos as partes literais devemos usar Para determinarmos a soma ou subtração de expres-
m
a propriedade da potência que diz: a � a = a
n m+n sões algébricas, basta somar ou subtrair os termos se-
(bases iguais na multiplicação, repetimos a base e soma- melhantes.
mos os expoentes).
Ex: (3a²b) � (− 5ab³) Ex: 2x³y²z + 3x³y²z = 5x³y²z
Ex: 2a²b − 3a²b = −a²b
Na multiplicação dos dois monômios, devemos mul-
tiplicar os coeficientes 3 e -5 e na parte literal multipli-
camos os termos que contém a mesma base para que 7. Multiplicação e Divisão de expressões algébri-
possamos usar a propriedade de soma dos expoentes: cas

2 3 Na multiplicação e divisão de expressões algébricas,


3a b �2 − 5ab =3 3 � −5 � a2 � a � (b � b3) devemos usar a propriedade distributiva.
3a b � 2− 5ab = −15
3
� a2+1 � (b1+3)
3a b � − 5ab = −15 a3b4 Ex: a (x + y) = ax + ay
Ex: (a + b) � (x + y) = ax + ay + bx + by
Ex: x(x² + y) = x³ + xy
4. Divisão de monômios

Para dividirmos os monômios não é necessário que


eles sejam semelhantes, basta dividirmos coeficiente #FicaDica
com coeficiente e parte literal com parte literal. Sendo
que quando dividirmos as partes literais devemos usar − Para multiplicarmos potências de mesma
a propriedade da potência que diz: a base, conservamos a base e somamos os ex-
m n m n
∶a = a
(bases iguais na divisão repetimos a base e diminuímos poentes. Na divisão de potências devemos
os expoentes), sendo que . conservar a base e subtrair os expoentes
Ex: −20x²y³) ∶ (− 4xy³

Na divisão dos dois monômios, devemos dividir os


4x2
coeficientes -20 e -4 e na parte literal dividirmos os ter- Ex: = 2x
mos que contém a mesma base para que possamos usar 2x
a propriedade 6x3 − 8x
Ex: 2x = 3x² − 4
2 3 3
−20x y : −2 4x y = −20 : −4 � x : x � (y : y )
2 3 3
x4 −5x3 +9x2 −7x+2
Ex:
3 3
−20 x y : − 4x y = +5 x 2−1 � (y 3−3)
2 3 3 x2 −2x+1
−20x y :2 − 3
4xy = 3+5 x 1 � (y 0 )
−20x y : − 4xy = +5x Neste exemplo mais sofisticado, devemos usar a divi-
são por chaves:
RACIOCÍNIO LÓGICO

5. Potenciação de monômios

Na potenciação de monômios devemos novamente


utilizar uma propriedade da potenciação:

69
Impossível: Quando não existem valores de
X = (x1 , x2, x3 … e xn) que satisfaçam todas as n
equações lineares.
Possível e Indeterminado: Quando existem infinitas

possibilidades para X = (x1 , x2, x3 … e xn) que aten-

dem todas as equações;

Possível e determinado: Quando apenas um único


conjunto de X = (x1 , x2, x3 … e xn) satisfaz as equa-
EXERCÍCIOS COMENTADOS
ções lineares.
1. Calcule: 3x² + 2x − 1) + (−2x² + 4x + 2 1.2. Associação de Sistemas Lineares com Matrizes
Resposta:
Podemos escrever qualquer sistema linear da seguin-
te forma, separando as constantes das incógnitas:
3x 2 + 2x − 1 + −2x 2 + 4x + 2
= 3x 2 − 2x 2 + 2x + 4x − 1 + 2 = x 2 + 6x + 1

2. Calcule: 4 10x 3 + 5x 2 + 2x − 2x + 10
Resposta:
Se det A ≠ 0 , a matriz possui inversa e assim po-
4 10x 3 + 5x 2 + 2x − 2x + 10 = 40x 3 + 20x 2 + 6x − 10
= 2(20x 3 + 10x 2 + 3x − 5) demos isolar X da seguinte maneira:

A � X = B ⇒ A−1 � A � X = A−1 � B
SISTEMAS LINEARES
⇒ I � X = A−1 � B
1. Definição ⇒ X = A−1 � B
Sistemas lineares são conjuntos de 2 ou mais equa-
ções lineares, onde procura-se valores das incógnitas, 2.Sistemas Lineares 2x2

chamadas de X = x1 , x2, x3 … e xn que atendam si- Um exemplo de sistema 2 x 2, possui duas equações
multaneamente todas as equações lineares: e duas incógnitas (x e y) é:

3𝑥 − 𝑦 = 6

2𝑥 + 2𝑦 = 20

Há diversos métodos utilizados para resolver um sis-


tema linear 2 x 2. Aqui, destacam-se dois deles: método
da adição e método da substituição.
Onde
2.1. Método da Adição
a11 , a12 , … , ann e b1, b2 , … , bn são números
reais.
O método da adição consiste em multiplicar uma (ou
1.1. Classificação de Sistemas Lineares ambas) das equações por um valor de modo que, ao so-
RACIOCÍNIO LÓGICO

mar-se as duas equações, uma das incógnitas seja elimi-


Considerando um sistema de n equações lineares, nada. Para isso, a incógnita a ser eliminada deve possuir
podemos classificá-lo de 3 formas possíveis: o mesmo número multiplicando-a em ambas as equa-
ções, porém com sinais opostos. Utilizando o exemplo:

70
3𝑥 − 𝑦 = 6 2x + 6x − 12 = 20

2𝑥 + 2𝑦 = 20 2x + 6x = 20 + 12
Uma maneira de resolver o sistema pelo método da 8x = 32
adição consiste em eliminar a variável “y”. Na primeira 32
equação a variável “y” está multiplicada por -1, enquan-
x= =4
8
to que na segunda equação, está multiplicada por 2. Se
a primeira equação for multiplicada por , em ambas as Utiliza-se a expressão encontrada anteriormente para
equações a variável “y” estará multiplicada por 2 porém “y” para encontrar o valor dessa incógnita:
com sinais opostos.
y = 3x − 6
→ y = 3 × 4 − 6 = 12 − 6
→y=6
Assim: S = 4,6

Somando-se ambas as equações após multiplicar a 3. Sistemas Lineares 3x3 ou maiores.


primeira equação por 2, tem-se:
6x − 2y + 2x + 2y = 12 + 20 Todos os sistemas lineares podem ser resolvidos pelo
→ 8x = 32 método da substituição apresentado acima. Porém, com
→x=4 mais equações, ele vai se tornando bem trabalhoso. Des-
ta forma, um método mais rápido é sugerido, chamado
de método de Cramer. Utiliza-se a notação matricial e o
Após encontrar o valor de uma das variáveis, basta conceito de determinantes para resolver:
substituir esse valor em qualquer uma das equações e
encontrar o valor da outra variável. Substituindo na pri-
meira equação: Ex:
3x − y = 6
→ 3×4−y =6
→ 12 − y = 6 Primeiro, calcula-se DA = det A . Também serão cal-
→y=6 culados determinantes auxiliares, substituindo uma colu-
Assim, S = 4,6 na correspondente da matriz A, pela matriz B:

2.2. Método da Substituição


, e
Este método consiste em isolar uma das incógnitas
em uma das equações e substituir na outra equação. Re- , e
tomando o mesmo exemplo:

3𝑥 − 𝑦 = 6

2𝑥 + 2𝑦 = 20
, e
É possível isolar qualquer uma das variáveis em
qualquer uma das equações. Isolando a variável “y”
na primeira equação: Os valores das incógnitas são calculados da seguinte
maneira:
y = 3x − 6
Dx1 Dx2 Dx3
Substitui-se essa expressão para “y” na segunda x1 = DA
, x2 = DA
, x3 = DA
equação:
RACIOCÍNIO LÓGICO

2x + 2 3x − 6 = 20 Exemplo: Resolva pelo método de Cramer o seguinte


Sistema Linear:
Agora, resolve-se essa equação do primeiro grau:

71
Transformando em forma matricial: c) 0.
d) 1.
1 2 −1 x 2 e) 2.
2 −1 1 y = 3
1 1 1 z 6 Resposta: Letra E.
Para esse caso o método da soma é utilizado:

Calculando os determinantes:

1 2 −1
DA = 2 −1 1 = −7
1 1 1

2 2 −1
Dx = 3 −1 1 = −7
6 1 1

1 2 −1
Dy = 2 3 1 = −14
1 6 1

1 2 2
Dz = 2 −1 3 = −21
1 1 6

Logo:
Dx −7 4y + 2z = 4
x= = −7 = 1
DA −4y − 4z = −8
− 2z = − 4
D −14 z = 2
y = Dy = −7
=2
A

Obs: Aqui usamos o método da soma, mas como ex-


Dz −21 posto no texto, podemos usar o método de Cramer.
z= DA
= −7
=3
2. (PM SP 2014 – VUNESP). Em um lote de xícaras de
porcelana, a razão entre o número de xícaras com de-
#FicaDica feitos e o número de xícaras perfeitas, nesta ordem, é
2/3. Se o número total de xícaras do lote é 320, então, a
Sistemas lineares de ordem 3x3 ou maiores diferença entre o número de xícaras perfeitas e o número
não precisam ser necessariamente resolvidos de xícaras com defeitos, nesta ordem, é:
usando o método de Cramer. Fica a cargo do
estudante escolher um forma que pareça ser a) 56.
mais fácil. b) 78.
c) 93.
d) 85.
e) 64.
EXERCÍCIOS COMENTADOS Resposta: Letra E
Vamos denominar:
1. (VUNESP/2010) Considere o seguinte sistema linear: x = número de xícaras com defeitos
y = número de xícaras perfeitas

Sabendo disto, temos as seguintes equações:


RACIOCÍNIO LÓGICO

x 2
= ,
y 3
ou seja,
Pode-se afirmar que o valor de z é
2y
x =
a) –2. 3
x + y = 320
b) –1.

72
Temos um sistema de equações de primeiro grau. Em geral os Calendários se baseiam nos ciclos do Sol
Substituindo a primeira na segunda equação: e/ou da Lua, que sã o os objetos celestes que mais cha-
2y mam a atenção do homem. Existem algumas exceções
+ y = 320 como o Calendário dos Maias (2.000 a 1.500 AC) que
3
(multiplicando ambos os lados por 3) além da Lua e do Sol, baseava-se também no planeta Vê-
2y + 3y = 320 � 3 nus. Imagine-se cidadão de uma sociedade primitiva.
5y = 960 O movimento do Sol no céu, “gerando” o claro/escu-
y = 960/5 = 192 ro, se impõe, sendo impossível não ser percebido. Temos
aí o “dia”.
Calculando x: As fases da Lua e o seu movimento em relação ás
estrelas também seriam percebidos com facilidade, bas-
x = 2 y⁄3 = 2 � 192⁄3 = 128 tando para isso um mínimo de lembrança do passado.
(Lembre-se que fora das grandes cidades atuais você vê
Daí, e veria a Lua com frequência). Temos aí o conceito do
y – x = 192 – 128 = 64 “mês”.
As sombras de árvores, pedras, etc., talvez tenham
sido os primeiros sinalizadores, para um observador mais
atento, indicando que o caminho diário do Sol no céu
também muda em ciclos. Esses ciclos também poderiam
CALENDÁRIOS. ter sido observados, pela primeira vez, através do movi-
mento do Sol em relação ás estrelas. Temos aí o “ano”.
Seria muito simples (e quem sabe, definitivo!) fazer um
História Calendário se os ciclos que determinam o ano (transla-
ção da Terra em torno do Sol) e o mês lunar (translação
Existem indícios que mesmo em eras pré-históricas, al- da Lua em torno da Terra) compreendes em um número
guns homens já se preocupavam em marcar o tempo. Na inteiro de dias (rotação da Terra em torno de seu próprio
Europa, há 20.000 anos, caçadores escavavam pequenos eixo) e fossem perfeitamente comensuráveis entre si. Pra
orifícios e riscavam traços em pedaços de ossos e madeira, complicar mais as coisas, a duração desses ciclos oscila
possivelmente contando os dias entre fases da Lua. constantemente em torno de uma média que também
Há 5.000 anos, os Sumérios tinham um Calendário varia ao longo dos séculos.
bem parecido com o nosso, com um ano dividido em 12
meses de 30 dias, o dia em 12 períodos e cada um desses Períodos
períodos em 30 partes.
Há 4.000 anos, na Babilônia, havia um calendário com O “ano tropical” é definido a partir do posicionamen-
um ano de 12 meses lunares que se alternavam em 29 e to do caminho diário do Sol no céu e equivale ao ciclo
30 dias, num total de 354 dias. das estações.
Os egípcios inicialmente fizeram um calendário ba- Atualmente corresponde a 365,242190 dias, mas ele
seado nos ciclos lunares, mas depois notaram que quan- varia. Em 1900 correspondia a 365,242196 dias e em
do o Sol se aproximava da “Estrela do Cão” (Sírius), estava 2100 corresponderá a 365,242184 dias.
próximo do Nilo inundar. Notaram que isso acontecia em Esses números entretanto são médias. Devido à in-
ciclos de 365 dias. Com base nesse conhecimento eles fluência de forças gravitacionais de outros planetas, a du-
fizeram um Calendário com um ano de 365 dias, possi- ração de um ano tropical, em particular, pode variar por
velmente inaugurado em 4.236 AC. Essa é a primeira data vários minutos em relação a essa média. O tempo de-
registrada na história. corrido entre duas Luas Novas é chamado de “mês sinó-
Quando Cabral chegou por aqui, encontrou os nossos dico” e atualmente corresponde a 29,5305889 dias; mas
índios medindo o tempo pelos ciclos lunares. O Francês ele também varia. Em 1900 correspondia a 29,5305886
Paulmier de Gonneville na sua viagem ao Brasil em 1503- dias e em 2100 corresponderá a 29,5305891 dias.
1504 teria levado no seu retorno à França, o filho do che- Também aqui estamos falando de médias. O tempo
fe dos Carijós, com a promessa de trazê-lo de volta no decorrido entre duas Luas Novas pode variar por várias
prazo de 20 Luas (Livro: Vinte Luas; autor: Leyla Perrone- horas devido a uma série de fatores, tais como a inclina-
-Moisés; editora: Companhia das Letras). ção orbital da Lua. Como o ano tropical não correspon-
de a um múltiplo inteiro do mês sinódico, não podemos
Base ter um Calendário que mantenha uma relação intrínse-
ca entre os seus dias e o posicionamento do Sol no céu
O Sol, a Lua e os seus ciclos sempre chamaram a (Calendário Solar) ao mesmo tempo que mantém essa
RACIOCÍNIO LÓGICO

atenção do homem. Como não perceber o “nascer...por... mesma relação entre os seus dias e o posicionamento da
nascer...” do Sol? Como não perceber a mudança cíclica Lua no céu (Calendário Lunar).
na forma como vemos a Lua no céu? Prestando aten- Entretanto 19 anos tropicais correspondem a 234,997
ção,não é difícil perceber a mudança também cíclica do meses sinódicos (quase um número inteiro). Assim sen-
posicionamento da trajetória diária que o Sol faz no céu; do, em um Calendário Solar como o nosso, a cada 19
ou mesmo a sua aproximação também cíclica às estrelas anos as fases da Luas e repetem nas mesmas datas.
de fundo.

73
Tipos O Calendário Juliano estava 10 dias atrasado em rela-
ção ao ano tropical quando o Calendário Gregoriano foi
Na atualidade existem aproximadamente 40 Calendá- decretado. Por isso, constou da bula papal que 10 dias
rios em uso no mundo, que podem ser classificados em do mês de outubro deveriam ser “pulados”, passando o
três tipos. Calendário do dia 4 de outubro, imediatamente para o
1- Solares: Baseados no movimento da Terra em tor- dia 15. Os dias 5 a 14 de outubro de 1582 não constam
no do Sol; os meses não têm conexão com o movi- da história daqueles países que imediatamente adotaram
mento da Lua. (exemplo: Calendário Cristão) o novo Calendário (Portugual, Espanha, Itália e Polônia).
2- Lunares: Baseados no movimento da Lua; o ano
não tem conexão com o movimento da Terra em Calendário Gregoriano
torno do Sol. (exemplo: Calendário Islâmico)
Note que os meses de um Calendário Lunar, como No Calendário Gregoriano o ano é considerado como
o Islâmico, sistematicamente vão se afastando dos sendo de 365 + 97/400 dias (=365,2425 dias). Assim sen-
meses de um Calendário Solar, como o nosso. do, no Calendário Gregoriano, existem 97 anos de 366
3- Lunisolares: Os anos estão relacionados com o mo- dias (que chamamos de bissextos) em cada período de
vimento da Terra em torno do Sol e os meses com 400 anos.
o movimento da Lua em torno da Terra. (exemplo: Os anos bissextos são determinados pela seguinte re-
Calendário Hebreu) gra:
1- Todo ano divisível por 4 é bissexto.
O Calendário Hebreu possui uma seqüência de meses 2- Todo ano divisível por 100 não é bissexto.
baseada nas fases da Lua mas de tempos em tempos um 3- Todo ano divisível por 400 é bissexto.
mês inteiro é intercalado para o Calendário se manter em O item 3 prevalece ao item 2 que por sua vez preva-
fase com o ano tropical. lece ao item 1.

Calendários Cristãos Os anos são formados por meses constituídos por 30


ou 31 dias; com exceção de fevereiro constituído por 29
Os Calendários Cristãos têm anos de 365 ou 366 dias dias nos anos bissextos e 28 nos demais anos.
divididos em 12 meses que não estão relacionados ao
movimento da Lua. Data Origem
Paralelamente a esse sistema, flui o conceito de “se-
mana”, em que os dias estão agrupados em conjuntos Uma vez estabelecido como será um determinado
de sete. Esses conjuntos vão se sucedendo sem manter Calendário, surge outra questão: Quando cairá o primei-
relação direta com a Lua, o Sol ou qualquer outro astro. ro dia desse Calendário? Essa questão no nosso caso foi:
Possivelmente o conceito de semana surgiu da neces- A que dia da história corresponderá o dia primeiro de
sidade religiosa de se homenagear cada uma das sete janeiro do ano um?
divindades astronômicas então conhecidas (Sol, Lua, O Calendário Cristão surgiu no ano 532 da nossa era.
Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno) comum dia Era o ano 248 da era Diocletiana (os anos eram Julia-
diferente para cada. nos e estavam sendo contados a partir de um decreto de
São dois os Calendário Cristãos ainda em uso no mundo. Diocletiano) quando Dionysius Exiguus, um calculista do
O Calendário Juliano foi proposto por Sosígenes, as- Papa (fazia os “complicados” cálculos para a determina-
trônomo de Alexandria, e introduzido por Julio César em ção da Páscoa), sugeriu que a contagem dos anos tivesse
45 AC. Foi usado pelas igrejas e países cristãos até o sé- início no ano do nascimento de Cristo. Não se sabe dos
culo XVI, quando começou a ser trocado pelo Calendário cálculos, provas, etc. que Dionysius teve para fixar o nas-
Gregoriano. Alguns países, como a Grécia e a Rússia, o cimento de Cristo (erradamente) 532 anos atrás, no dia
usaram até o século passado. Ainda é usado por algumas que passou a ser 25 de dezembro do ano um.
Igrejas Ortodoxas, entre elas a Igreja Russa. O início da era Cristã ficou sendo, desta maneira, 359
O Calendário Gregoriano foi proposto por Aloy- dias antes daquele que Dionysius presumiu ser o dia do
sius Lilius, astrônomo de Nápoles, e adotado pelo Papa nascimento de Cristo.
Gregório XIII, seguindo instruções do Concíliode Trento
(1545-1563). O decreto instituindo esse Calendário foi Calendário Romando
publicado em 24 de fevereiro de 1582.
A diferença entre esses dois Calendários está na Em diversas sociedades, a necessidade da mensu-
duração considerada do ano (365,25 dias no Juliano e ração do tempo motivou a construção de calendários.
365,2425 dias no Gregoriano) e nas regras para recupe- Nesta perspectiva, os calendários assumem o formato
ração do dia perdido, acumulado durante os anos, devi- de “regrador” e orientador da vida, estabelecendo aos
RACIOCÍNIO LÓGICO

do à fração de dias na duração do ano considerada. membros da sociedade uma função para os dias e anos.
Note que atualmente sabemos ser a duração do ano Sendo assim, além de objetos científicos, eles passam a
tropical de 365,242190 dias. Devido às diferenças entre ganhar também um caráter cultural, ligado inclusive a
as durações do ano consideradas nesses dois calendários crenças e religiosidade.
e a duração verificada, o ano tropical se defasa de 1 dia a Os mais primitivos calendários do velho continente
cada 128 anos no Calendário Juliano e a cada 3.300 anos são o hebreu e o egípcio. Ambos tinham um ano civil de
no Calendário Gregoriano. 360 dias. Por volta do ano 5000 a.C. e depois de muitas

74
reformas, os egípcios estabeleceram um ano civil inva- Depois disso, foi adotado o calendário solar, conhe-
riável de 365 dias. O atraso de aproximadas 6 horas por cido por Juliano, que começou a vigorar no ano 45 a.C.,
ano em relação ao ano trópico fez com que as estações mediante um sistema que devia desenrolar-se por ciclos
egípcias fossem atrasando lentamente. de quatro anos, com três comuns de 365 dias e um bis-
sexto de 366 dias, a fim de compensar as quase seis ho-
O Calendário Romano Primitivo ras que havia de diferença para o ano trópico. Suprimiu-
-se o Mercedonius e Februarius passou a ser o segundo
Na tradição Romana, a origem da construção dos mês do ano. Como homenagem, o mês Quintilis passou
calendários civis se confunde com as origens da cidade a se chamar Julius
de Roma (753 a.C.), sendo atribuída a Rômulo, fundador
lendário de Roma, a introdução do primeiro calendário O Calendário de Augusto César
romano.
No Calendário Romano Primitivo, o ano tinha 304 No ano 730 de Roma, o Senado romano decretou
dias distribuídos por 10 meses. Os quatro primeiros ti- que Sextilis, passasse a chamar-se Augustus, pois du-
nham nomes próprios dedicados aos deuses da mitolo- rante este mês o imperador César Augusto pôs fim à
gia romana, sendo os restantes designados por números guerra civil que desolava o povo romano. E para que o
ordinais. Tratava-se de um calendário sem nenhuma base mês dedicado a César Augusto não tivesse menos dias
astronômica, pois os períodos que nele eram definidos que o dedicado a Júlio César, Augustus passou a ter 31
não possuíam quaisquer relações com movimentos do dias. Este dia “saiu” do mês de Februarius, que ficou com
Sol ou da Lua. 28 dias nos anos comuns e 29 nos bissextos. Também
para que não houvesse tantos meses seguidos com 31
O Calendário De Numa Pompílio dias, reduziram-se para 30 dias os meses de September
e November, passando a ter 31 dias os de October e De-
Numa Pompílio, o segundo Rei de Roma (715-673 cember. Assim se chegou a uma distribuição, sem lógica,
a.C.), instituiu um calendário com base astronômica so- dos dias pelos meses, que ainda hoje perdura, e que se
lar, composto de 355 dias distribuídos por 12 meses. Por transcreve com os nomes atuais em língua portuguesa.
considerar meses com dias pares “azarados”, diminuiu
um dia a cada um dos seis meses de 30 dias. A estes 6 Calendário Egípcio
dias juntou mais 50, formando dois novos meses, Janua-
rius e Februarius. Este último, ter 28 dias (número par), Primeiro calendário da história da humanidade e co-
foi dedicado a Februa, deus da purificação dos mortos, a meça com a enchente anual do rio Nilo. Surge por volta
quem os romanos ofereciam sacrifícios para pagar pelas de 3000 a.C. O ano tem 365 dias, divididos em 12 meses
faltas cometidas durante todo o ano. Por este motivo, de 30 dias e mais cinco dias extras, dedicados aos deuses.
passou a ser o último mês Os egípcios são os primeiros a utilizar um calendário
solar , embora os 12 meses de 30 dias sejam de origem
O Calendário Juliano lunar. O ano tem 365 dias - e 6 horas a menos que o
ano solar, o que significa atraso de um dia a cada quatro
Os romanos cada vez mais sentiam a necessidade de anos.
coordenar o seu ano lunar com o ciclo das estações e es- Havia três estações determinadas pelo fluxo do rio
tabeleceram um sistema solar-lunar rudimentar, introdu- Nilo: Cheias (akket); Semeio (pert) e Colheita (shemu).
zindo no seu calendário, de dois em dois anos, um novo A relação entre as estações definidas pelo Nilo e as es-
mês, Mercedonius, cuja duração era de 22 ou 23 dias. tações naturais era feita pelo nascer heliacal da estrela
Dessa forma, existia um ano de 377 dias e outro de 378 Sirius, conhecida dos egípcios pelo nome de Sothis. A
entre dois anos com 355 dias. Ao analisarmos a média a primeira aparição da estrela no céu da manhã, depois da
cada 4 anos, vemos que ela é de 366,25 dias, 1 dia a mais sua conjunção com o sol determinava o início da conta-
que o ano trópico. Entretanto, as intercalações de Mer- gem das estação das Cheias.
cedonius passaram a ser feitas de acordo com interesses O calendário egípcio foi reconhecido pelos astrôno-
políticos – os Pontífices alongavam ou encurtavam o ano mos gregos e tornou-se o calendário de referência da
conforme as suas simpatias com que estava no poder. A astronomia por muito tempo. Copérnico usou-o para
desordem foi tanta que chegou ao ponto de o começo construir suas tábuas da lua e planetas.
do ano estar adiantado cerca de 3 meses em relação ao Já no ano 238 a.C., o Rei Ptolomeu III tentou acres-
ciclo das estações. centar um dia extra ao calendário a cada 4 anos, como
Julio Cesar, ao chegar ao poder em Roma, estava de- no ano bissexto atual. No entanto sua proposta não teve
cidido a acabar com o problema, chamando o astrônomo eco. Somente entre 26 a.C. e 23 a.C., a modificação é rea-
grego Sosígenes para que examinasse a situação. que lizada, sob o império romano na mão de Augusto que
RACIOCÍNIO LÓGICO

concluiu que o Calendário Romano estava 67 dias adian- introduziu tal modificação no calendário.
tado em relação ao ciclo das estações. Júlio César, então, O ano egípcio de 23-22 aC possui o mês correspon-
ordenou que aquele ano (46 a.C.), além do Mercedonius, dente a agosto com 30 dias. A partir de então, este mes-
existiriam mais 2 meses – um de 33 e outro de 34 dias – mo mês voltou a possuir 29 dias salvo nos anos bissextos,
resultando em um ano civil de 445 dias, o maior de todos quando tinha um dia a mais. Esse novo calendário passou
os tempos. Ficou conhecido como o Ano da Confusão. a se chamar Alexandrino.

75
Esta reforma não foi aceita integralmente e os dois Os maias utilizavam os calendários de forma comple-
calendários permaneceram paralelos até pelo menos 238 mentar, indicando os dias em cada um dos calendários, o
dC. Os astrônomos e astrólogos mantiveram a notação que levava eles a localizarem um dia em “anos” diferen-
antiga. Ptolomeu usava-o, salvo no tratado de fenôme- tes, no haab solar e no tzolkin sideral. Os anos de cada
nos anuais em que o novo calendário tinha mais conve- calendário não concordavam e as denominações dos
niência. dias demoravam a se repetir, o que acontecia apenas a
Os persas adotaram o antigo calendário egípcio em cada 52 anos. Por este motivo, os maias não viam neces-
500 aC. Não é bem certo se foi adotado exatamente ou sidade de marcar seus “anos”, tanto nos haabs quanto
com modificações. Os armênios ainda o adotam. Os três nos tzolkin. Era uma forma extremamente complexa para
últimos meses do calendário armênio correspondem exa- se localizar no tempo, mas bem exata, já que se adequa-
tamente aos três primeiros do antigo calendário egípcio. va aos movimentos dos astros celestes.
Em seguida vêm os cinco dias finais, característicos deste.
O calendário alexandrino é ainda usado na Etiópia, Entretanto, eles criaram a “roda do tempo”, um meca-
na igreja Cóptica e para fins de agricultura no moderno nismo que conjugava as indicações dos dois calendários
Egito e vizinhos do norte da África. em dois círculos (engrenagens), o que possibilitava a in-
dicação exata dos dias em ambos os calendários.
Calendário Maia

O calendário maia é um dos mais complexos que se


tem conhecimento e um dos mais precisos. NUMERAÇÃO.
Para exemplo de comparação, nosso calendário, o
gregoriano, tem uma defasagem anual de seis horas en-
tre a contagem dos dias e o movimento de revolução da Números Naturais e suas operações fundamentais
Terra em torno do Sol, necessitando de um dia a mais a
cada quatro anos (bissexto) para corrigir a defasagem, 1. Definição de Números Naturais
correção que não é necessária no calendário maia. Va-
mos ver mais detalhadamente cada um dos ciclos desse Os números naturais como o próprio nome diz, são
fascinante calendário. os números que naturalmente aprendemos, quando es-
A data de 21 de dezembro de 2012 seria o fim do Lon- tamos iniciando nossa alfabetização. Nesta fase da vida,
go Ciclo Maia, um calendário que tinha como contagem não estamos preocupados com o sinal de um número,
os dias corridos; o dia era chamado de kin. Vinte kins mas sim em encontrar um sistema de contagem para
formavam um uinal; 18 uinals, um tun; 20 tuns, um katun; quantificarmos as coisas. Assim, os números naturais são
20 katuns formavam um baktun; e 13 baktuns formavam sempre positivos e começando por zero e acrescentando
o Longo Ciclo, composto de 1.872.000 dias! O atual Lon- sempre uma unidade, obtemos os seguintes elementos:
go Ciclo, pelo qual estaríamos passando, iniciou-se no
ano de 3.114 a.C. e terminará em 21 de dezembro de ℕ = 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, … .
2012, no solstício de inverno, no Hemisfério Norte; ou no
de verão, no Hemisfério Sul. Segundo alguns estudiosos Sabendo como se constrói os números naturais, pode-
dos maias, esta data representaria o fim da civilização e mos agora definir algumas relações importantes entre eles:
a recriação do mundo, iniciando um novo Longo Ciclo.
Mas além deste Longo Ciclo, os maias se orientavam a) Todo número natural dado tem um sucessor (nú-
na contagem da passagem do tempo por mais dois ca- mero que está imediatamente à frente do número
lendários. Um baseado no movimento da Terra ao redor dado na seqüência numérica). Seja m um núme-
do Sol (calendário solar), cujo ano, o haab, continha 365 ro natural qualquer, temos que seu sucessor será
dias, divididos em 18 uinals, meses de 20 dias cada, e sempre definido como m+1. Para ficar claro, se-
com mais cinco dias epagômenos (dias adicionais), con- guem alguns exemplos:
siderados como dias de má sorte. Os uinals eram nomea-
dos, entretanto, não havia uniformidade na nomeação de Ex: O sucessor de 0 é 1.
cada um deles e nem na utilização deste calendário pelas Ex: O sucessor de 1 é 2.
várias comunidades maias, o que poderia fazer com que Ex: O sucessor de 19 é 20.
o início de cada um dos ciclos caísse em dias diferentes
para cada uma delas. b) Se um número natural é sucessor de outro, então
Havia ainda outro calendário, este religioso e que se os dois números que estão imediatamente ao lado
baseava no movimento realizado pelo planeta Vênus, do outro são considerados como consecutivos. Ve-
sendo assim um calendário sideral (que se utiliza de as- jam os exemplos:
RACIOCÍNIO LÓGICO

tros para a contagem do tempo, que não o sol ou a lua).


Neste calendário, chamado de tzolkin, o ano durava 260 Ex: 1 e 2 são números consecutivos.
dias e era dividido em 13 períodos de 20 dias cada. Se Ex: 5 e 6 são números consecutivos.
no calendário anterior os uinals se referiam aos nossos Ex: 50 e 51 são números consecutivos.
meses, no tzolkin, eles estabeleciam relações com nossas
semanas, e cada dia do uinal neste calendário tinha um
nome.

76
c) Vários números formam uma coleção de números Como toda operação matemática, a adição possui al-
naturais consecutivos se o segundo for sucessor gumas propriedades, que serão apresentadas a seguir:
do primeiro, o terceiro for sucessor do segundo, o
quarto for sucessor do terceiro e assim sucessiva- a) Fechamento: A adição no conjunto dos números
mente. Observe os exemplos a seguir: naturais é fechada, pois a soma de dois números
naturais será sempre um número natural.
Ex: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 são consecutivos. b) Associativa: A adição no conjunto dos números na-
Ex: 5, 6 e 7 são consecutivos. turais é associativa, pois na adição de três ou mais
Ex: 50, 51, 52 e 53 são consecutivos. parcelas de números naturais quaisquer é possível
d) Analogamente a definição de sucessor, podemos associar as parcelas de quaisquer modos, ou seja,
definir o número que vem imediatamente antes com três números naturais, somando o primeiro
ao número analisado. Este número será definido com o segundo e ao resultado obtido somarmos
como antecessor. Seja m um número natural qual- um terceiro, obteremos um resultado que é igual à
quer, temos que seu antecessor será sempre de- soma do primeiro com a soma do segundo e o ter-
finido como m-1. Para ficar claro, seguem alguns ceiro. Apresentando isso sob a forma de números,
exemplos: sejam A,B e C, três números naturais, temos que:

Ex: O antecessor de 2 é 1. 𝐴 + 𝐵 + 𝐶 = 𝐴 + (𝐵 + 𝐶)
Ex: O antecessor de 56 é 55.
Ex: O antecessor de 10 é 9. c) Elemento neutro: Esta propriedade caracteriza-se
pela existência de número que ao participar da
operação de adição, não altera o resultado final.
FIQUE ATENTO! Este número será o 0 (zero). Seja A, um número
O único número natural que não possui an- natural qualquer, temos que:
tecessor é o 0 (zero) !
𝐴+0 = 𝐴
1.1. Operações com Números Naturais d) Comutativa: No conjunto dos números naturais,
a adição é comutativa, pois a ordem das parcelas
Agora que conhecemos os números naturais e temos
não altera a soma, ou seja, somando a primeira
um sistema numérico, vamos iniciar o aprendizado das
parcela com a segunda parcela, teremos o mesmo
operações matemáticas que podemos fazer com eles.
resultado que se somando a segunda parcela com
Muito provavelmente, vocês devem ter ouvido falar das
a primeira parcela. Sejam dois números naturais A
quatro operações fundamentais da matemática: Adição,
e B, temos que:
Subtração, Multiplicação e Divisão. Vamos iniciar nossos
estudos com elas: 𝐴+𝐵 =𝐵 +𝐴
Adição: A primeira operação fundamental da Aritmé-
Subtração: É a operação contrária da adição. Ao in-
tica tem por finalidade reunir em um só número, todas
as unidades de dois ou mais números. Antes de surgir vés de reunirmos as unidades de dois números naturais,
os algarismos indo-arábicos, as adições podiam ser rea- vamos retirar uma quantidade de um número. Voltando
lizadas por meio de tábuas de calcular, com o auxílio de novamente ao exemplo das pedras:
pedras ou por meio de ábacos. Esse método é o mais
simples para se aprender o conceito de adição, veja a
figura a seguir:

Observando a historinha, veja que as unidades (pe-


dras) que eu tinha foram separadas. Essa separação das
pedras é definida como subtração. Simbolicamente, a
Observando a historinha, veja que as unidades (pe- subtração é representada pelo símbolo “-” e assim a his-
dras) foram reunidas após o passeio no quintal. Essa reu- torinha fica da seguinte forma:
RACIOCÍNIO LÓGICO

nião das pedras é definida como adição. Simbolicamen-


5 3 2
te, a adição é representada pelo símbolo “+” e assim a − =
𝑇𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑠𝑎 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑜 𝑎𝑚𝑖𝑔𝑜 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜
historinha fica da seguinte forma:
3 2 5
+ = A subtração de números naturais também possui
𝑇𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑠𝑎 𝑃𝑒𝑔𝑢𝑒𝑖 𝑛𝑜 𝑞𝑢𝑖𝑛𝑡𝑎𝑙 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜
suas propriedades, definidas a seguir:

77
a) Não fechada: A subtração de números naturais não 𝑚 𝑥 𝑛 𝑥 𝑝 = 𝑚 𝑥 (𝑛 𝑥 𝑝)
é fechada, pois há um caso onde a subtração de
dois números naturais não resulta em um número
natural. Sejam dois números naturais A,B onde A < c) Elemento Neutro: No conjunto dos números na-
B, temos que: turais também existe um elemento neutro para a
multiplicação mas ele não será o zero, pois se não
A−B< 0 repetirmos a multiplicação nenhuma vez, o resulta-
Como os números naturais são positivos, A-B não é do será 0. Assim, o elemento neutro da multiplica-
um número natural, portanto a subtração não é fechada. ção será o número 1. Qualquer que seja o número
natural n, tem-se que:
b) Não Associativa: A subtração de números naturais 𝑛𝑥1=𝑛
também não é associativa, uma vez que a ordem
de resolução é importante, devemos sempre sub-
trair o maior do menor. Quando isto não ocorrer, o d) Comutativa: Quando multiplicamos dois números
resultado não será um número natural. naturais quaisquer, a ordem dos fatores não altera
o produto, ou seja, multiplicando o primeiro ele-
c) Elemento neutro: No caso do elemento neutro, a mento pelo segundo elemento teremos o mesmo
propriedade irá funcionar se o zero for o termo a resultado que multiplicando o segundo elemento
ser subtraído do número. Se a operação for inver- pelo primeiro elemento. Sejam os números natu-
sa, o elemento neutro não vale para os números rais m e n, temos que:
naturais: 𝑚𝑥𝑛 = 𝑛𝑥𝑚
d) Não comutativa: Vale a mesma explicação para a
subtração de números naturais não ser associativa.
Como a ordem de resolução importa, não pode- e) Prioridade sobre a adição e subtração: Quando se
mos trocar os números de posição depararem com expressões onde temos diferentes
operações matemática, temos que observar a or-
Multiplicação: É a operação que tem por finalidade dem de resolução das mesmas. Observe o exemplo
adicionar o primeiro número denominado multiplicando a seguir:
ou parcela, tantas vezes quantas são as unidades do se-
gundo número denominadas multiplicador. Veja o exem- Ex: 2 + 4 𝑥 3
plo:
Se resolvermos a soma primeiro e depois a multi-
Ex: Se eu economizar toda semana R$ 6,00, ao final de plicação, chegamos em 18.
5 semanas, quanto eu terei guardado? Se resolvermos a multiplicação primeiro e depois a
soma, chegamos em 14. Qual a resposta certa?
Pensando primeiramente em soma, basta eu somar
todas as economias semanais: A multiplicação tem prioridade sobre a adição,
portanto deve ser resolvida primeiro e assim a res-
6 + 6 + 6 + 6 + 6 = 30 posta correta é 14.

Quando um mesmo número é somado por ele mes- FIQUE ATENTO!


mo repetidas vezes, definimos essa operação como mul-
tiplicação. O símbolo que indica a multiplicação é o “x” e Caso haja parênteses na soma, ela tem prio-
assim a operação fica da seguinte forma: ridade sobre a multiplicação. Utilizando o
exemplo, temos que: .
6+6+6+6+6 6𝑥5 (2 + 4)𝐱3 = 6 𝐱 3 = 18 Nesse caso, reali-
= = 30
𝑆𝑜𝑚𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑝𝑒𝑡𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑙𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑝𝑒𝑡𝑖çõ𝑒𝑠
za-se a soma primeiro, pois ela está dentro
A multiplicação também possui propriedades, que dos parênteses
são apresentadas a seguir:
f) Propriedade Distributiva: Uma outra forma de re-
a) Fechamento: A multiplicação é fechada no conjun- solver o exemplo anterior quando se a soma está
to dos números naturais, pois realizando o produ- entre parênteses é com a propriedade distributiva.
to de dois ou mais números naturais, o resultado Multiplicando um número natural pela soma de
será um número natural. dois números naturais, é o mesmo que multiplicar
RACIOCÍNIO LÓGICO

o fator, por cada uma das parcelas e a seguir adi-


b) Associativa: Na multiplicação, podemos associar cionar os resultados obtidos. Veja o exemplo:
três ou mais fatores de modos diferentes, pois se
multiplicarmos o primeiro fator com o segundo e 2 + 4 x 3 = 2x3 + 4x3 = 6 + 12 = 18
depois multiplicarmos por um terceiro número na-
tural, teremos o mesmo resultado que multiplicar
o terceiro pelo produto do primeiro pelo segundo.
Sejam os números naturais m,n e p, temos que:

78
Veja que a multiplicação foi distribuída para os dois
números do parênteses e o resultado foi o mesmo que
do item anterior. EXERCÍCIO COMENTADO

Divisão: Dados dois números naturais, às vezes neces- 1. (Pref. De Bom Retiro – SC) A Loja Berlanda está com
sitamos saber quantas vezes o segundo está contido no promoção de televisores. Então resolvi comprar um tele-
primeiro. O primeiro número é denominado dividendo visor por R$ 1.700,00. Dei R$ 500,00 de entrada e o res-
e o outro número é o divisor. O resultado da divisão é tante vou pagar em 12 prestações de:
chamado de quociente. Nem sempre teremos a quanti-
dade exata de vezes que o divisor caberá no dividendo, a) R$ 170,00
podendo sobrar algum valor. A esse valor, iremos dar o b) R$ 1.200,00
nome de resto. Vamos novamente ao exemplo das pe- c) R$ 200,00
dras: d) R$ 100,00

Resposta: Letra D Dado o preço inicial de R$ 1700,00,


basta subtrair a entrada de R$ 500,00, assim: R$
1700,00-500,00 = R$ 1200,00. Dividindo esse resulta-
do em 12 prestações, chega-se a R$ 1200,00 : 12 = R$
100,00

Números Inteiros e suas operações fundamentais


No caso em particular, conseguimos dividir as 8 1.1 Definição de Números Inteiros
pedras para 4 amigos, ficando cada um deles como 2
unidades e não restando pedras. Quando a divisão não Definimos o conjunto dos números inteiros como a
possui resto, ela é definida como divisão exata. Caso con- união do conjunto dos números naturais (N = {0, 1, 2, 3,
trário, se ocorrer resto na divisão, como por exemplo, se 4,..., n,...}, com o conjunto dos opostos dos números na-
ao invés de 4 fossem 3 amigos:
turais, que são definidos como números negativos. Este
conjunto é denotado pela letra Z e é escrito da seguinte
forma:
ℤ = {… , −4, −3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, 4, … }
Sabendo da definição dos números inteiros, agora é
possível indiciar alguns subconjuntos notáveis:

a) O conjunto dos números inteiros não nulos: São


todos os números inteiros, exceto o zero:
Nessa divisão, cada amigo seguiu com suas duas pe- ℤ∗ = {… , −4, −3, −2, −1, 1, 2, 3, 4, … }
dras, porém restaram duas que não puderam ser distri-
buídas, pois teríamos amigos com quantidades diferen-
tes de pedras. Nesse caso, tivermos a divisão de 8 pedras b) O conjunto dos números inteiros não negativos:
por 3 amigos, resultando em um quociente de 2 e um São todos os inteiros que não são negativos, ou
resto também 2. Assim, definimos que essa divisão não seja, os números naturais:
é exata. ℤ+ = 0, 1, 2, 3, 4, … = ℕ
Devido a esse fato, a divisão de números naturais não
é fechada, uma vez que nem todas as divisões são exa- c) O conjunto dos números inteiros positivos: São to-
tas. Também não será associativa e nem comutativa, já dos os inteiros não negativos, e neste caso, o zero
que a ordem de resolução importa. As únicas proprieda- não pertence ao subconjunto:
des válidas na divisão são o elemento neutro (que segue ℤ∗+ = 1, 2, 3, 4, …
sendo 1, desde que ele seja o divisor) e a propriedade
distributiva. d) O conjunto dos números inteiros não positivos:
São todos os inteiros não positivos:
ℤ_ = {… , −4, −3, −2, −1, 0, }
RACIOCÍNIO LÓGICO

FIQUE ATENTO!
e) O conjunto dos números inteiros negativos: São to-
A divisão tem a mesma ordem de priorida- dos os inteiros não positivos, e neste caso, o zero
de de resolução que a multiplicação, assim não pertence ao subconjunto:
ambas podem ser resolvidas na ordem que
aparecem. ℤ∗ _ = {… , −4, −3, −2, −1}

79
1.2 Definições Importantes dos Números inteiros Neste caso, temos um ganho de 8 e uma perda de 5,
que naturalmente sabemos que resultará em um ganho
Módulo: chama-se módulo de um número inteiro a de 3:
distância ou afastamento desse número até o zero, na
reta numérica inteira. Representa-se o módulo pelo sím- +8 = Ganhar 8
bolo | |. Vejam os exemplos: -5 = Perder 5

Ex: O módulo de 0 é 0 e indica-se |0| = 0 Logo: (Ganhar 8) + (Perder 5) = (Ganhar 3)


Ex: O módulo de +7 é 7 e indica-se |+7| = 7
Ex: O módulo de –9 é 9 e indica-se |–9| = 9 Se observarem essa operação, vocês irão perceber
que ela tem o mesmo resultado que 8 − 5 = 3. Basica-
a) O módulo de qualquer número inteiro, diferente de mente ambas são as mesmas operações, sem a presença
zero, é sempre positivo. dos parênteses e a explicação de como se chegar a essa
simplificação será apresentado nos itens seguintes deste
Números Opostos: Voltando a definição do inicio do capítulo.
capítulo, dois números inteiros são ditos opostos um do Agora, e se a perda for maior que o ganho? Veja o
outro quando apresentam soma zero; assim, os pontos exemplo:
que os representam distam igualmente da origem. Vejam
os exemplos: Ex: −8 + +5 = ?
Ex: O oposto do número 2 é -2, e o oposto de -2 é 2,
pois 2 + (-2) = (-2) + 2 = 0 Usando a regra, temos que:
Ex: No geral, dizemos que o oposto, ou simétrico, de
a é – a, e vice-versa. -8 = Perder 8
Ex: O oposto de zero é o próprio zero. +5 = Ganhar 5
Logo: (Perder 8) + (Ganhar 5) = (Perder 3)
1.3 Operações com Números Inteiros
Após a definição de adição de números inteiros, va-
mos apresentar algumas de suas propriedades:
Adição: Diferentemente da adição de números natu-
rais, a adição de números inteiros pode gerar um pouco
a) Fechamento: O conjunto Z é fechado para a adi-
de confusão ao leito. Para melhor entendimento desta
ção, isto é, a soma de dois números inteiros ainda é um
operação, associaremos aos números inteiros positivos o
número inteiro.
conceito de “ganhar” e aos números inteiros negativos o
conceito de “perder”. Vejam os exemplos:
b) Associativa: Para todos 𝑎, 𝑏, 𝑐 ∈ ℤ :
Ex: (+3) + (+5) = ? 𝑎 + (𝑏 + 𝑐) = (𝑎 + 𝑏) + 𝑐
Obviamente, quem conhece a adição convencional, Ex: 2 + (3 + 7) = (2 + 3) + 7
sabe que este resultado será 8. Vamos ver agora pelo
conceito de “ganhar” e “perder”: Comutativa: Para todos a,b em Z:
a+b=b+a
+3 = Ganhar 3 3+7=7+3
+5 = Ganhar 5
Elemento Neutro: Existe 0 em Z, que adicionado a
Logo: (Ganhar 3) + (Ganhar 5) = (Ganhar 8) cada z em Z, proporciona o próprio z, isto é:
z+0=z
Ex: (−3) + (−5) = ? 7+0=7

Agora é o caso em que temos dois números negati- Elemento Oposto: Para todo z em Z, existe (-z) em Z,
vos, usando o conceito de “ganhar” ou “perder”: tal que
z + (–z) = 0
-3 = Perder 3 9 + (–9) = 0
-5 = Perder 5 Subtração de Números Inteiros
Logo: (Perder 3) + (Perder 5) = (Perder 8)
A subtração é empregada quando:
RACIOCÍNIO LÓGICO

Neste caso, estamos somando duas perdas ou dois - Precisamos tirar uma quantidade de outra quanti-
prejuízos, assim o resultado deverá ser uma perda maior. dade;
- Temos duas quantidades e queremos saber quanto
E se tivermos um número positivo e um negativo? Va- uma delas tem a mais que a outra;
mos ver os exemplos: - Temos duas quantidades e queremos saber quanto
Ex: (+8) + (−5) = ? falta a uma delas para atingir a outra.

80
A subtração é a operação inversa da adição. exemplo, ganhar 1 objeto por 30 vezes consecutivas, sig-
nifica ganhar 30 objetos e esta repetição pode ser indi-
Observe que: 9 – 5 = 4 4+5=9 cada por um x, isto é: 1 + 1 + 1 ... + 1 + 1 = 30 x 1 = 30
Se trocarmos o número 1 pelo número 2, obteremos:
diferença 2 + 2 + 2 + ... + 2 + 2 = 30 x 2 = 60
subtraendo Se trocarmos o número 2 pelo número -2, obteremos:
(–2) + (–2) + ... + (–2) = 30 x (-2) = –60
minuendo Observamos que a multiplicação é um caso particular
da adição onde os valores são repetidos.
Considere as seguintes situações: Na multiplicação o produto dos números a e b, pode
ser indicado por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal
1- Na segunda-feira, a temperatura de Monte Sião entre as letras.
passou de +3 graus para +6 graus. Qual foi a variação da
temperatura? Para realizar a multiplicação de números inteiros, de-
vemos obedecer à seguinte regra de sinais:
Esse fato pode ser representado pela subtração: (+6) (+1) x (+1) = (+1)
– (+3) = +3 (+1) x (-1) = (-1)
(-1) x (+1) = (-1)
2- Na terça-feira, a temperatura de Monte Sião, du- (-1) x (-1) = (+1)
rante o dia, era de +6 graus. À Noite, a temperatura bai-
xou de 3 graus. Qual a temperatura registrada na noite Com o uso das regras acima, podemos concluir que:
de terça-feira?
Esse fato pode ser representado pela adição: (+6) +
(–3) = +3 Sinais dos números Resultado do produto
Iguais Positivo
Se compararmos as duas igualdades, verificamos que
(+6) – (+3) é o mesmo que (+5) + (–3). Diferentes Negativo

Temos: Propriedades da multiplicação de números inteiros: O


(+6) – (+3) = (+6) + (–3) = +3 conjunto Z é fechado para a multiplicação, isto é, a mul-
(+3) – (+6) = (+3) + (–6) = –3 tiplicação de dois números inteiros ainda é um número
(–6) – (–3) = (–6) + (+3) = –3 inteiro.

Daí podemos afirmar: Subtrair dois números inteiros Associativa: Para todos a,b,c em Z:
é o mesmo que adicionar o primeiro com o oposto do a x (b x c) = (a x b) x c
segundo. 2 x (3 x 7) = (2 x 3) x 7
Comutativa: Para todos a,b em Z:
axb=bxa
3x7=7x3
EXERCÍCIO COMENTADO
Elemento neutro: Existe 1 em Z, que multiplicado por
1. Calcule: todo z em Z, proporciona o próprio z, isto é:
zx1=z
a) (+12) + (–40) ; 7x1=7
b) (+12) – (–40)
c) (+5) + (–16) – (+9) – (–20) Elemento inverso: Para todo inteiro z diferente de
d) (–3) – (–6) – (+4) + (–2) + (–15) zero, existe um inverso z–1=1/z em Z, tal que
z x z–1 = z x (1/z) = 1
Resposta: Aplicando as regras de soma e subtração de 9 x 9–1 = 9 x (1/9) = 1
inteiros, tem-se que:
a) (+12) + (–40) = 12 – 40 = -28 Distributiva: Para todos a,b,c em Z:
b) (+12) – (–40) = 12 + 40 = 52 a x (b + c) = (a x b) + (a x c)
c) (+5) + (–16) – (+9) – (–20) = +5 -16 – 9 + 20 = 25 3 x (4+5) = (3 x 4) + (3 x 5)
– 25 = 0
d) (–3) – (–6) – (+4) + (–2) + (–15) = -3 + 6 – 4 – 2 – 15 1.5. Divisão de Números Inteiros
= 6 – 24 = -18
RACIOCÍNIO LÓGICO

1.4. Multiplicação de Números Inteiros

A multiplicação funciona como uma forma simplifica-


da de uma adição quando os números são repetidos. Po-
deríamos analisar tal situação como o fato de estarmos
ganhando repetidamente alguma quantidade, como por

81
Sabemos que na divisão exata dos números naturais: Propriedades da Potenciação:

40 : 5 = 8, pois 5 . 8 = 40 Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se


36 : 9 = 4, pois 9 . 4 = 36 a base e somam-se os expoentes. (–7)3 . (–7)6 = (–7)3+6 =
(–7)9
Vamos aplicar esses conhecimentos para estudar a di-
visão exata de números inteiros. Veja o cálculo: Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva-
-se a base e subtraem-se os expoentes. (+13)8 : (+13)6 =
(–20) : (+5) = q  (+5) . q = (–20)  q = (–4) (+13)8 – 6 = (+13)2
Logo: (–20) : (+5) = +4
Potência de Potência: Conserva-se a base e multipli-
Considerando os exemplos dados, concluímos que, cam-se os expoentes. [(+4)5]2 = (+4)5 . 2 = (+4)10
para efetuar a divisão exata de um número inteiro por
outro número inteiro, diferente de zero, dividimos o mó-
dulo do dividendo pelo módulo do divisor. Daí:
Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (+9)1
- Quando o dividendo e o divisor têm o mesmo si-
= +9 (–13)1 = –13
nal, o quociente é um número inteiro positivo.
- Quando o dividendo e o divisor têm sinais diferen-
tes, o quociente é um número inteiro negativo. Potência de expoente zero e base diferente de zero: É
- A divisão nem sempre pode ser realizada no con- igual a 1. Exemplo: (+14)0 = 1 (–35)0 = 1
junto Z. Por exemplo, (+7) : (–2) ou (–19) : (–5) são
divisões que não podem ser realizadas em Z, pois
o resultado não é um número inteiro. 1.7. Radiciação de Números Inteiros
- No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é
associativa e não tem a propriedade da existência A raiz nésima (de ordem n) de um número inteiro a
do elemento neutro. é a operação que resulta em outro número inteiro não
negativo b que elevado à potência n fornece o número a.
1- Não existe divisão por zero. O número n é o índice da raiz enquanto que o número a
Exemplo: (–15) : 0 não tem significado, pois não é o radicando (que fica sob o sinal do radical).
existe um número inteiro cujo produto por zero A raiz quadrada (de ordem 2) de um número inteiro
seja igual a –15. a é a operação que resulta em outro número inteiro não
2- Zero dividido por qualquer número inteiro, dife- negativo que elevado ao quadrado coincide com o nú-
rente de zero, é zero, pois o produto de qualquer mero a.
número inteiro por zero é igual a zero.
Exemplos: a) 0 : (–10) = 0 /b) 0 : (+6) = 0 /c) 0 : (–1) Observação: Não existe a raiz quadrada de um nú-
=0 mero inteiro negativo no conjunto dos números inteiros.

Potenciação de Números Inteiros Erro comum: Frequentemente lemos em materiais


didáticos e até mesmo ocorre em algumas aulas apare-
A potência an do número inteiro a, é definida como cimento de:
um produto de n fatores iguais. O número a é denomi-
nado a base e o número n é o expoente. 9 = ±3
an = a x a x a x a x ... x a
a é multiplicado por a n vezes mas isto está errado. O certo é:

Exemplos: = +3
33 = (3) x (3) x (3) = 27
9
(-5)5 = (-5) x (-5) x (-5) x (-5) x (-5) = -3125 Observamos que não existe um número inteiro não
(-7)² = (-7) x (-7) = 49 negativo que multiplicado por ele mesmo resulte em um
(+9)² = (+9) x (+9) = 81 número negativo.

- Toda potência de base positiva é um número intei- A raiz cúbica (de ordem 3) de um número inteiro a
ro positivo. é a operação que resulta em outro número inteiro que
Exemplo: (+3)2 = (+3) . (+3) = +9 elevado ao cubo seja igual ao número a. Aqui não res-
tringimos os nossos cálculos somente aos números não
RACIOCÍNIO LÓGICO

- Toda potência de base negativa e expoente par é negativos.


um número inteiro positivo.
Exemplo: (– 8)2 = (–8) . (–8) = +64 Exemplos

- Toda potência de base negativa e expoente ímpar (a)


3
8 = 2, pois 2³ = 8.
é um número inteiro negativo.
Exemplo: (–5)3 = (–5) . (–5) . (–5) = –125 (b)
3
−8 = –2, pois (–2)³ = -8.

82
Observações:
(c)
3
27 = 3, pois 3³ = 27.
- Todo número natural é múltiplo de si mesmo.
(d)
3
− 27 = –3, pois (–3)³ = -27. - Todo número natural é múltiplo de 1.
- Todo número natural, diferente de zero, tem infini-
Observação: Ao obedecer à regra dos sinais para o tos múltiplos.
produto de números inteiros, concluímos que: - O zero é múltiplo de qualquer número natural.
(a) Se o índice da raiz for par, não existe raiz de núme- - Os múltiplos do número 2 são chamados de nú-
ro inteiro negativo. meros pares, e a fórmula geral desses números
é . Os demais são chamados de núme-
(b) Se o índice da raiz for ímpar, é possível extrair a ros ímpares, e a fórmula geral desses números é
raiz de qualquer número inteiro. .

MULTIPLICIDADE E DIVISIBILIDADE 1.2 Critérios de divisibilidade:

Um múltiplo de um número é o produto desse núme- São regras práticas que nos possibilitam dizer se um
ro por um número natural qualquer. Já um divisor de um número é ou não divisível por outro, sem efetuarmos a
número é um número cujo resto da divisão do número divisão.
pelo divisor é zero.
Divisibilidade por 2: Um número é divisível por 2
Ex: Sabe-se que 30 ∶ 6 = 5, porque 5× 6 = 30. quando ele é par, ou seja, quando ele termina em 0, 2,
4, 6 ou 8.
Pode-se dizer então que:
Exs:
a) 9656 é divisível por 2, pois termina em 6.
“30 é divisível por 6 porque existe um numero natural
(5) que multiplicado por 6 dá como resultado 30.”
b) 4321 não é divisível por 2, pois termina em 1.
Um numero natural a é divisível por um numero na-
Divisibilidade por 3: Um número é divisível por 3
tural b, não-nulo, se existir um número natural c, tal que
quando a soma dos valores absolutos de seus algarismos
c.b=a.
é divisível por 3.
Voltando ao exemplo 30 ∶ 6 = 5 , conclui-se que: 30 é
Exs:
múltiplo de 6, e 6 é divisor de 30. a) 65385 é divisível por 3, pois 6 + 5 + 3 + 8 + 5 = 27,
e 27 é divisível por 3.
Analisando outros exemplos:
b) 15443 não é divisível por 3, pois 1+ 5 + 4 + 4 + 3 =
a) 20 : 5 = 4 → 20 é múltiplo de 5 (4×5=20), e 5 é 17, e 17 não é divisível por 3.
divisor de 20
Divisibilidade por 4: Um número é divisível por 4
b) 12 : 2 = 6 → 12 é múltiplo de 2 (6×2=12), e 2 é quando termina em 00 ou quando o número formado
divisor de 12 pelos dois últimos algarismos for divisível por 4.
1.1 Conjunto dos múltiplos de um número natural: Exs:
a) 536400 é divisível por 4, pois termina em 00.
É obtido multiplicando-se o número natural em ques-
tão pela sucessão dos números naturais: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6,... b) 653524 é divisível por 4, pois termina em 24, e 24
é divisível por 4.
Ex: Conjunto dos múltiplos de 7. Para encontrar esse
conjunto basta multiplicar por 7 cada um dos números c) 76315 não é divisível por 4, pois termina em 15, e
da sucessão dos naturais: 15 não é divisível por 4.
7x0=0 Divisibilidade por 5: Um número é divisível por 5
7x1=7 quando termina em 0 ou 5.
7 x 2 = 14
RACIOCÍNIO LÓGICO

7 x 3 = 21 Exs:
7 x 4 = 28 a) 35040 é divisível por 5, pois termina em 0.
7 x 5 = 35
b) 7235 é divisível por 5, pois termina em 5.
O conjunto formado pelos resultados encontrados
forma o conjunto dos múltiplos de 7: M(7) = {0, 7, 14, c) 6324 não é divisível por 5, pois termina em 4.
21, 28,...}.

83
b) 67024 é divisível por 8, pois seus três últimos alga-
rismos formam o número 24, que é divisível por 8.
EXERCÍCIO COMENTADO
c) 34125 não é divisível por 8, pois seus três últimos
1. Escreva os elementos dos conjuntos dos múltiplos de algarismos formam o número 125, que não é divi-
5 positivos menores que 30. sível por 8.

Resposta: Seguindo a tabuada do 5, temos que:


{5,10,15,20,25}.
EXERCÍCIO COMENTADO
Divisibilidade por 6: Um número é divisível por 6
quando é divisível por 2 e por 3. 2. Escreva os elementos dos conjuntos dos múltiplos de
8 compreendidos entre 30 e 50.
Exs:
a) 430254 é divisível por 6, pois é divisível por 2 (ter- Resposta: Seguindo a tabuada do 8, a partir do 30:
mina em 4) e por 3 (4 + 3 + 0 + 2 + 5 + 4 = 18). {32,40,48}.
b) 80530 não é divisível por 6, pois não é divisível por
3 (8 + 0 + 5 + 3 + 0 = 16).
c) 531561 não é divisível por 6, pois não é divisível por Divisibilidade por 9: Um número é divisível por 9
2 (termina em 1). quando a soma dos valores absolutos de seus algarismos
formam um número divisível por 9.
Divisibilidade por 7: Para verificar a divisibilidade
por 7, deve-se fazer o seguinte procedimento. Exs:
a) 6253461 é divisível por 9, pois 6 + 2 + 5 + 3 + 4 +
- Multiplicar o último algarismo por 2 6 + 1 = 27 é divisível por 9.
- Subtrair o resultado do número inicial sem o último
algarismo b) 325103 não é divisível por 9, pois 3 + 2 + 5 + 1 + 0
- Se o resultado for um múltiplo de 7, então o número + 3 = 14 não é divisível por
inicial é divisível por 7.
É importante ressaltar que, em caso de números com Divisibilidade por 10: Um número é divisível por 10
vários algarismos, será necessário fazer o procedimento quando termina em zero.
mais de uma vez.
Exs:
Ex: a) 563040 é divisível por 10, pois termina em zero.
Analisando o número 1764
Procedimento: b) 246321 não é divisível por 10, pois não termina em
- Último algarismo: 4. Multiplica-se por 2: 4×2=8 zero.
- Subtrai-se o resultado do número inicial sem o últi-
mo algarismo: 176-8=168
- O resultado é múltiplo de 7? Para isso precisa verifi- Divisibilidade por 11: Um número é divisível por
car se 168 é divisível por 7. 11 quando a diferença entre a soma dos algarismos de
posição ímpar e a soma dos algarismos de posição par
Aplica-se o procedimento novamente, agora para o resulta em um número divisível por 11.
número 168.
- Último algarismo: 8. Multiplica-se por 2: 8×2=16 Exs:
- Subtrai-se o resultado do número inicial sem o últi-
mo algarismo: 16-16=0 a) 43813 é divisível por 11. Vejamos o porquê
- O resultado é múltiplo de 7? Sim, pois zero (0) é
múltiplo de qualquer número natural. Os algarismos de posição ímpar são os algarismos
nas posições 1, 3 e 5. Ou seja, 4,8 e 3. A soma desses
Portanto, conclui-se que 168 é múltiplo de 7. Se 168 é algarismos é 4 + 8 + 3 = 15
múltiplo de 7, então 1764 é divisível por 7.
Os algarismos de posição par são os algarismos nas
Divisibilidade por 8: Um número é divisível por 8 posições 2 e 4. Ou seja, 3 e 1. A soma desses algarismos
RACIOCÍNIO LÓGICO

quando termina em 000 ou quando o número formado é 3+1 = 4


pelos três últimos algarismos for divisível por 8.
15 – 4 = 11→ A diferença divisível por 11. Logo 43813
Exs: é divisível por 11.

a) 57000 é divisível por 8, pois termina em 000. b) 83415721 não é divisível por 11. Vejamos o porquê

84
Os algarismos de posição ímpar são os algarismos Exemplos:
nas posições 1, 3, 5 e 7. Ou seja, 8, 4, 5 e 2. A soma desses a) 13 = 1×1×1 = 1
algarismos é b) 17 = 1×1×1×1×1×1×1 = 1

Os algarismos de posição ímpar são os algarismos Propriedade 2: potenciação com expoente nulo
nas posições 1, 3, 5 e 7. Ou seja, 8, 4, 5 e 2. A soma desses Se n é um número natural não nulo, então temos que
algarismos é 8+4+5+2 = 19 nº=1.
Exemplos:
Os algarismos de posição par são os algarismos nas a) 5º = 1
posições 2, 4 e 6. Ou seja, 3, 1 e 7. A soma desses algaris- b) 9º = 1
mos é 3+1+7 = 11
Propriedade 3: potenciação com expoente 1
19 – 11 = 8→ A diferença não é divisível por 11. Logo
83415721 não é divisível por 11. Qualquer que seja a potência em que a base é o nú-
mero natural n e o expoente é igual a 1, denotada por n1
Divisibilidade por 12: Um número é divisível por 12 , é igual ao próprio n. Em resumo, n1=n
quando é divisível por 3 e por 4.
Exemplos:
Exs: a) 5¹ = 5
a) 78324 é divisível por 12, pois é divisível por 3 ( 7 + b) 64¹ = 64
8 + 3 + 2 + 4 = 24) e por 4 (termina em 24).
Propriedade 4: potenciação de base 10
b) 652011 não é divisível por 12, pois não é divisível Toda potência 10n é o número formado pelo algaris-
por 4 (termina em 11). mo 1 seguido de n zeros.

c) 863104 não é divisível por 12, pois não é divisível Exemplos:


por 3 (8 + 6 + 3 +1 + 0 + 4 = 22). a) 103 = 1000
b) 108 = 100.000.000
Divisibilidade por 15: Um número é divisível por 15 c) 104 = 10.000
quando é divisível por 3 e por 5.
Propriedade 5: multiplicação de potências de mes-
Exs: ma base
a) 650430 é divisível por 15, pois é divisível por 3 (6 + Em uma multiplicação de duas potências de mesma
5 + 0 + 4 + 3 + 0 =18) e por 5 (termina em 0). base, o resultado é obtido conservando-se a base e so-
mando-se os expoentes.
b) 723042 não é divisível por 15, pois não é divisível
por 5 (termina em 2). Em resumo: xa × xb = x a+b
Exemplos:
c) 673225 não é divisível por 15, pois não é divisível a) 23×24 = 23+4 = 27
por 3 (6 + 7 + 3 + 2 + 2 + 5 = 25). b) 34×36 = 34+6=310
c) 152×154 = 152+4=156
POTENCIAÇÃO
Propriedade 6: divisão de potências de mesma
Define-se potenciação como o resultado da multi- base
plicação de fatores iguais, denominada base, sendo o Em uma divisão de duas potências de mesma base, o
número de fatores igual a outro número, denominado resultado é obtido conservando-se a base e subtraindo-
expoente. Diz-se “b elevado a c”, cuja notação é: -se os expoentes.
Em resumo: xa : xb = xa-b
𝑏𝑐 = 𝑏 × 𝑏 × ⋯ × 𝑏
Exemplos:
𝑐 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠

Por exemplo: 43=4×4×4=64, sendo a base igual a 4 e a) 25 : 23 = 25-3=22


o expoente igual a 3. b) 39 : 36 = 39-6=33
Esta operação não passa de uma multiplicação com c) 1512 : 154 = 1512-4 = 158
fatores iguais, como por exemplo: 23 = 2 × 2 × 2 = 8 →
53 = 5 × 5 × 5 = 125
RACIOCÍNIO LÓGICO

1. Propriedades da Potenciação

Propriedade 1: potenciação com base 1


Uma potência cuja base é igual a 1 e o expoente na-
tural é n, denotada por 1n, será sempre igual a 1. Em re-
sumo, 1n=1

85
440 22 40 280
FIQUE ATENTO! = = = 280−1 = 279
Dada uma potência xa , onde o número real
2 2 2 .
A é negativo, o resultado dessa potência Note que para resolver esse exercício utilizamos as
propriedades 6 e 7.
é igual ao inverso de x elevado a A, isto é,
1
𝑥𝑎 = se a<0. 2. (FAUEL-PR – Agente Administrativo – 2017) Qual é
𝑥𝑎
Por exemplo, 2−3
1 1
= 3 , 5−1 = 1 . o resultado da expressão 2³-3² ?
2 5
a) 0
b) 5
Propriedade 7: potência de potência c) 2
Quando uma potência está elevado a outro expoen- d)-1
te, o expoente resultante é obtido multiplicando-se os e) -2
expoentes
Em resumo: (xa )b=xa×b Resposta: Letra D. Aplicando o conceito de potência,
tem-se:
Exemplos: 23=2 ∙2∙2=8
a) (25 )3 = 25×3=215 32=3 ∙3=9
b) (39 )2 = 39×2=318
c) (612 )4= 612×4=648 Logo:3=9
Logo: 23-32=8-9=-1
Propriedade 8: potência de produto
Quando um produto está elevado a uma potência, o
resultado é um produto com cada um dos fatores eleva- NÚMEROS PRIMOS, MDC E MMC
do ao expoente
Em resumo: (x×y)a=xa×ya O máximo divisor comum e o mínimo múltiplo co-
mum são ferramentas extremamente importantes na
Exemplos: matemática. Através deles, podemos resolver alguns
a) (2×3)3 = 23×33 problemas simples, além de utilizar seus conceitos em
b) (3×4)2 = 32×42 outros temas, como frações, simplicação de fatoriais, etc.
c) (6×5)4= 64×54 Porém, antes de iniciarmos a apresentar esta teoria, é
importante conhecermos primeiramente uma classe de
números muito importante: Os números primos.
#FicaDica
Em alguns casos podemos ter uma multi- 1. Números primos
plicação ou divisão potência que não está
na mesma base (como nas propriedades 5 e Um número natural é definido como primo se ele
6), mas pode ser simplificada. Por exemplo, tem exatamente dois divisores: o número um e ele mes-
43×25 =(22 )3×25= 26×25= 26+5=211 e 33:9 = 33 mo. Já nos inteiros, p ∈ ℤ é um primo se ele tem exata-
: 32 = 31. mente quatro divisores: ±1 e ±𝑝 .

FIQUE ATENTO!
Por definição,  0,  1  e  − 1  não são números
EXERCÍCIOS COMENTADOS primos.

1. (MPE-RS – 2017) A metade de 440 é igual a:


Existem infinitos números primos, como demonstra-
a) 220 do por Euclides por volta de 300 a.C.. A propriedade de
b) 239 ser um primo é chamada “primalidade”, e a palavra “pri-
c) 240 mo” também são utilizadas como substantivo ou adje-
d) 279 tivo. Como “dois” é o único número primo par, o termo
e) 280 “primo ímpar” refere-se a todo primo maior do que dois.
RACIOCÍNIO LÓGICO

O conceito de número primo é muito importante


Resposta: Letra D. Para encontrar a metade de 440, na teoria dos números. Um dos resultados da teoria dos
440
basta dividirmos esse número por 2, isto é, . Uma números é o Teorema Fundamental da Aritmética, que
forma fácil de resolver essa fração é escrever
2 o nu- afirma que qualquer número natural diferente de 1 pode
merador e denominador dessa fração na mesma base ser escrito de forma única (desconsiderando a ordem)
como mostrado a seguir: como um produto de números primos (chamados fato-
res primos): este processo se chama decomposição em

86
fatores primos (fatoração). É exatamente este conceito MDC
que utilizaremos no MDC e MMC. Para caráter de me-
morização, seguem os 100 primeiros números primos Agora que sabemos o que são números primos, múl-
positivos. Recomenda-se que memorizem ao menos os tiplos e divisores, vamos ao MDC. O máximo divisor co-
10 primeiros para MDC e MMC: mum de dois ou mais números é o maior número que é
2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43, 47, 53,  divisor comum de todos os números dados.
59, 61, 67, 71, 73, 79, 83, 89, 97, 101, 103, 107, 109, 113 Ex. Encontrar o MDC entre 18 e 24.
, 127, 131, 137, 139, 149, 151, 157, 163, 167, 173, 179, 181, Divisores naturais de 18: D(18) = {1,2,3,6,9,18}.
191, 193, 197, 199, 211, 223, 227, 229, 233, 239, 241, 251, Divisores naturais de 24: D(24) = {1,2,3,4,6,8,12,24}.
257, 263, 269, 271, 277, 281, 283, 293, 307, 311, 313, 317, Pode-se escrever, agora, os divisores comuns a 18 e
331, 337, 347, 349, 353, 359, 367, 373, 379, 383, 389, 397, 24: D(18)∩ D (24) = {1,2,3,6}.
401, 409, 419, 421, 431, 433, 439, 443, 449, 457, 461, 463, Observando os divisores comuns, podemos identifi-
467, 479, 487, 491, 499, 503, 509, 521, 523, 541 car o maior divisor comum dos números 18 e 24, ou seja:
MDC (18,24) = 6.
2. Múltiplos e Divisores Outra técnica para o cálculo do MDC:

Diz-se que um número natural a é múltiplo de outro Decomposição em fatores primos: Para obter o
natural b, se existe um número natural k tal que: MDC de dois ou mais números por esse processo, proce-
𝑎 = 𝑘. 𝑏 de-se da seguinte maneira:
Decompõe-se cada número dado em fatores primos.
Ex. 15 é múltiplo de 5, pois 15=3 . 5 O MDC é o produto dos fatores comuns obtidos, cada
um deles elevado ao seu menor expoente.
Quando a=k.b, segue que a é múltiplo de b, mas tam-
bém, a é múltiplo de k, como é o caso do número 35 que Exemplo: Achar o MDC entre 300 e 504.
é múltiplo de 5 e de 7, pois: 35 = 7 . 5.
Quando a = k.b, então a é múltiplo de b e se conhe-
cemos b e queremos obter todos os seus múltiplos, basta
fazer k assumir todos os números naturais possíveis.

Como conclusão às assertivas propostas acima, tem-


-se que:
- Um número b é sempre múltiplo dele mesmo  a
= 1 ∙ b ↔ a = b.
- Para obter os múltiplos de dois, isto é, os números
da forma a = k ∙ 2, k seria substituído por todos os
números naturais possíveis. Temos que:
300 = 22.3 .52
A definição de divisor está relacionada com a de múl- 504 = 23.32 .7
tiplo. mdc (300,504)= 22∙ 3 = 4 ∙ 3=12

Um número natural b é divisor do número natural a,


se a é múltiplo de b. MMC

Ex. 3 é divisor de 15, pois 15 = 3 ∙5, logo 15 é múltiplo O mínimo múltiplo comum de dois ou mais números
de 3 e também é múltiplo de 5. é o menor número positivo que é múltiplo comum de
todos os números dados. Consideremos:
Ex. Encontrar o MMC entre 8 e 6
#FicaDica Múltiplos positivos de 6: M(6) =
{6,12,18,24,30,36,42,48,54,...}
Um número natural tem uma quantidade fi- Múltiplos positivos de 8: M(8) =
nita de divisores. Por exemplo, o número 6 {8,16,24,32,40,48,56,64,...}
poderá ter no máximo 6 divisores, pois tra-
balhando no conjunto dos números naturais Podem-se escrever, agora, os múltiplos positivos co-
não podemos dividir 6 por um número maior
muns: M(6)∩M(8) = {24,48,72,...}
RACIOCÍNIO LÓGICO

do que ele. Os divisores naturais de 6 são os


Observando os múltiplos comuns, pode-se identificar
números 1, 2, 3, 6, o que significa que o nú-
o mínimo múltiplo comum dos números 6 e 8, ou seja:
mero 6 tem 4 divisores.
Outra técnica para o cálculo do MMC:

Decomposição isolada em fatores primos: Para ob-


ter o MMC de dois ou mais números por esse processo,
procedemos da seguinte maneira:

87
- Decompomos cada número dado em fatores pri- Números Racionais: Frações, Números Decimais e
mos. suas Operações
- O MMC é o produto dos fatores comuns e não-
-comuns, cada um deles elevado ao seu maior ex- 1. Números Racionais
poente.
Um número racional é o que pode ser escrito na for-
Ex. Achar o MMC entre 18 e 120. m
ma n , onde m e n são números inteiros, sendo que n
deve ser diferente de zero. Frequentemente usamos m
para significar a divisão de m por n . n
Como podemos observar, números racionais podem
ser obtidos através da razão entre dois números inteiros,
razão pela qual, o conjunto de todos os números racio-
nais é denotado por Q. Assim, é comum encontrarmos na
literatura a notação:
18 = 2 .32
120 = 23.3 .5
Q= { m
n
: m e n em Z,n diferente de zero }
mmc (18, 120) = 23 � 32 � 5 = 8 � 9 � 5 = 360 No conjunto Q destacamos os seguintes subconjun-
tos:

• 𝑄 = conjunto dos racionais não nulos;
EXERCÍCIOS COMENTADOS • 𝑄+ = conjunto dos racionais não negativos;
• 𝑄+∗
= conjunto dos racionais positivos;
• 𝑄− = conjunto dos racionais não positivos;
1. (FEPESE-2016) João trabalha 5 dias e folga 1, enquan- • 𝑄−∗ = conjunto dos racionais negativos.
to Maria trabalha 3 dias e folga 1. Se João e Maria fol-
gam no mesmo dia, então quantos dias, no mínimo, pas- Módulo ou valor absoluto: É a distância do ponto
sarão para que eles folguem no mesmo dia novamente? que representa esse número ao ponto de abscissa zero.
3 3
a) 8 3
Exemplo: Módulo de - 2 é 2 . Indica-se − =
3
b) 10 2 2
c) 12 Módulo de+ 3 é 3 . Indica-se 3 3
d) 15
=
2 2 2 2
e) 24
3 3
Números Opostos: Dizemos que− 2 e 2 são núme-
Resposta: Letra C. O período em que João trabalha e ros racionais opostos ou simétricos e cada um deles é
folga corresponde a 6 dias enquanto o mesmo perío- o oposto do outro. As distâncias dos pontos− 3 e 3 ao
do, para Maria, corresponde a 4 dias. Assim, o proble- ponto zero da reta são iguais. 2 2
ma consiste em encontrar o mmc entre 6 e 4. Logo,
eles folgarão no mesmo dia novamente após 12 dias
pois mmc (6,4)=12. 1.1. Soma (Adição) de Números Racionais

2. Quais dos números a seguir são primos? Justifique. Como todo número racional é uma fração ou pode
ser escrito na forma de uma fração, definimos a adição
a) 88
a c
entre os números racionais e , , da mesma forma que
b) 20 b
a soma de frações, através de:
d
c) 101
a c a�d+b�c
Resposta: Letra C. Para ser número primo, um núme- + =
ro deve ser divisível apenas por 1 e por ele mesmo. b d b�d
Em outras palavras, caso um número seja múltiplo de 1.1.1. Propriedades da Adição de Números Racio-
qualquer outro, ele não é primo. nais
a) 88 é divisível por 2, 4, 8, 11, 22, entre outros. Logo,
como existem divisores diferentes de 1 e de 88, dize- O conjunto Q é fechado para a operação de adição,
mos que 88 não é primo. isto é, a soma de dois números racionais resulta em um
RACIOCÍNIO LÓGICO

b) 20 é divisível por 2, 4, 5 e 10. Logo, como existem número racional.


divisores diferentes de 1 e de 20, dizemos que 20 não - Associativa: Para todos em : a + ( b + c ) = ( a + b ) + c
é primo. - Comutativa: Para todos em : a + b = b + a
c) 101 é primo porque não é divisível por nenhum nú- - Elemento neutro: Existe em , que adicionado a
mero primo menor que ele. todo em , proporciona o próprio , isto é: q + 0 = q
- Elemento oposto: Para todo q em Q, existe -q em
Q, tal que q + (–q) = 0

88
1.2. Subtração de Números Racionais Observação: É possível encontrar divisão de frações
a
da seguinte forma: . O procedimento de cálculo é o
A subtração de dois números racionais e é a própria c.
mesmo. b
operação de adição do número com o oposto de q, isto d
é: p – q = p + (–q) 1.5. Potenciação de Números Racionais

1.3. Multiplicação (Produto) de Números Racionais 𝐧


A potência q do número racional é um produto
de fatores iguais. O número é denominado a base e o
Como todo número racional é uma fração ou pode número é o expoente.
ser escrito na forma de umaa fração, definimos o produto
de dois números racionais b e d , da mesma forma que o
c n
q = q � q � q � q � . . .� q, (q aparece n vezes)
produto de frações, através de:
Exs:
a c a�c
� =
a)  2  =  2  .  2  .  2  =
3
8
b d b� d
125
5
  5
     5 5
b)  − 1  =  − 1  .  − 1  .  − 1  = 1
3
O produto dos números racionais a e b também pode   −
ser indicado por a × b, a.b ou ainda ab sem nenhum sinal  2  2  2  2 8
entre as letras. c) (– 5)² = (– 5) � ( – 5) = 25

Para realizar a multiplicação de números racionais, d) (+5)² = (+5) � (+5) = 25


devemos obedecer à mesma regra de sinais que vale em
toda a Matemática:
(+1)�(+1) = (+1) – Positivo Positivo = Positivo 1.5.1. Propriedades da Potenciação aplicadas a nú-
(+1)�(-1) = (-1) - Positivo Negativo = Negativo meros racionais
(-1)�(+1) = (-1) - Negativo Positivo = Negativo
(-1)� (-1) = (+1) – Negativo Negativo = Positivo Toda potência com expoente 0 é igual a 1.
0
#FicaDica  2
+  = 1
O produto de dois números com o mesmo  5
sinal é positivo, mas o produto de dois
- Toda potência com expoente 1 é igual à própria
números com sinais diferentes é negativo.
base.
1
 9 9
1.3.1. Propriedades da Multiplicação de Números −  =−
Racionais  4 4

O conjunto Q é fechado para a multiplicação, isto é, - Toda potência com expoente negativo de um núme-
ro racional diferente de zero é igual a outra potência que
o produto de dois números racionais resultaem um nú-
tem a base igual ao inverso da base anterior e o expoente
mero racional.
igual ao oposto do expoente anterior.
- Associativa: Para todos a,b,c em Q: a ∙ ( b ∙ c ) = ( a
∙b)∙c
- Comutativa: Para todos a,b em Q: a ∙ b = b ∙ a  3  5 25
−2 2

- Elemento neutro: Existe 1 em Q, que multiplicado por


−  = −  =
 5  3 9
todo q em Q, proporciona o próprio
a q, isto é:−1
q ∙ 1b = q
- Elemento inverso: Para todo q = b em Q, a di-
q =
- Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo
ferente de zero, existe em Q: q � q−1 = 1, ou seja, sinal da base.
a b
× =1
b a
- Distributiva: Para todos a,b,c em Q: a ∙ ( b + c ) = ( a
3
2 2 2 2 8
  =   .  .   =
∙ b ) + ( a∙ c )  3   3   3   3  27
1.4. Divisão de Números Racionais - Toda potência com expoente par é um número po-
RACIOCÍNIO LÓGICO

sitivo.
A divisão de dois números racionais p e q é a própria
operação de multiplicação do número p pelo inverso de 2
 1  1  1 1
q, isto é: p ÷ q = p × q-1 −  = −  .−  =
De maneira prática costuma-se dizer que em uma di-  5   5   5  25
visão de duas frações, conserva-se a primeira fração e
multiplica-se pelo inverso da segunda:

89
- Produto de potências de mesma base. Para redu-
zir um produto de potências de mesma base a uma só FIQUE ATENTO!
potência, conservamos a base e somamos os expoentes. Um número racional, quando elevado ao
2 3 2+3 5
quadrado, dá o número zero ou um número
 2  2  2 2 2 2 2  2 2 racional positivo. Logo, os números racio-
  .   =  . . . .  =   =  nais negativos não têm raiz quadrada em Q.
 5  5 5 55 5 5 5 5
- Quociente de potências de mesma base. Para redu- O número −
100
não tem raiz quadrada em Q, pois
zir um quociente de potências de mesma base a uma só 9
potência, conservamos a base e subtraímos os expoentes. tanto −
10 como +
10
, quando elevados ao quadrado, dão
100 . 3 3

3 3 3 3 3 9
5 . . . .
2 5− 2 3
Um número racional positivo só tem raiz quadrada no
3 3 2 2 2 2 2 3 3
  :  = =  =  conjunto dos números racionais se ele for um quadrado
2 2 3 3 2 2 perfeito.
.
2 2
O número 2 não tem raiz quadrada em Q, pois não
- Potência de Potência. Para reduzir uma potência de 3
potência a uma potência de um só expoente, conserva- existe número racional que elevado ao quadrado dê
2.
mos a base e multiplicamos os expoentes.
3

Frações

Frações são representações de partes iguais de um


1.6. Radiciação de Números Racionais todo. São expressas como um quociente de dois núme-
x
ros , sendo x o numerador e y o denominador da
Se um número representa um produto de dois ou y
mais fatores iguais, então cada fator é chamado raiz do fração, com y ≠ 0 .
número. Vejamos alguns exemplos:

Ex: 1. Frações Equivalentes


4 Representa o produto 2. 2 ou 22. Logo, 2 é a raiz
quadrada de 4. Indica-se 4 = 2. São frações que, embora diferentes, representam a
mesma parte do mesmo todo. Uma fração é equivalente
Ex: a outra quando pode ser obtida multiplicando o nume-
2 rador e o denominador da primeira fração pelo mesmo
1 1 1 1 número.
Representa o produto . ou   .
9 3 3 3
Ex: 3 e 6 .
1 1 1 1 5 10
Logo, é a raiz quadrada de .Indica-se =
3 9 9 3 A segunda fração pode ser obtida multiplicando o
numerador e denominador de 3 por 2:
5
Ex: 3�2 6
0,216 Representa o produto 0,6 � 0,6 � 0,6 ou (0,6)3 . =
5 � 2 10
Logo, 0,6 é a raiz cúbica de 0,216. Indica-se 0,216 = 0,6 .
3

6
Assim, diz-se que é uma fração equivalente a 3
Assim, podemos construir o diagrama: 10 5
2. Operações com Frações

2.1. Adição e Subtração

2.1.1. Frações com denominadores iguais:


RACIOCÍNIO LÓGICO

Ex:
Jorge comeu 3 de um tablete de chocolate e Miguel
8
5
desse mesmo tablete. Qual a fração do tablete de cho-
8
colate que Jorge e Miguel comeram juntos?

90
A figura abaixo representa o tablete de chocolate.
Nela também estão representadas as frações do tablete
que Jorge e Miguel comeram:

Representa 4/5 do conteúdo da caixa

3 2 5
Observe que = =
8 8 8

Portanto, Jorge e Miguel comeram juntos 5


do table-
te de chocolate. 8
Representa 2/3 de 4/5 do conteúdo da caixa.
Na adição e subtração de duas ou mais frações que
Repare que o problema proposto consiste em calcular
têm denominadores iguais, conservamos o denominador
2
comum e somamos ou subtraímos os numeradores. o valor de de 4 que, de acordo com a figura, equivale
Outro Exemplo: 3 5
a 8 do total de frutas. De acordo com a tabela acima, 2
15 3
2 4
3 5 7 3+5−7 1 de 4 equivale a � . Assim sendo:
+ − = = 5 3 5
2 2 2 2 2
2 4 8
2.1.2. Frações com denominadores diferentes: � =
3 5 15

Calcular o valor de 3 + 5 Inicialmente, devemos re- Ou seja:


8 6
duzir as frações ao mesmo denominador comum. Para 2 de 4 2 4 2�4 8
isso, encontramos o mínimo múltiplo comum (MMC) en- = � 5 = 3�5 = 15
3 5 3
tre os dois (ou mais, se houver) denominadores e, em se-
O produto de duas ou mais frações é uma fração cujo
guida, encontramos as frações equivalentes com o novo
numerador é o produto dos numeradores e cujo deno-
denominador:
minador é o produto dos denominadores das frações
dadas.
3 5 9 20 Outro exemplo:
2 4 7 2�4�7
� � = =
56
mmc (8,6) = 24 = = = 3 5 9 3 � 5 � 9 135
8 6 24 24

24 ∶ 8 � 3 = 9
#FicaDica
24 ∶ 6 � 5 = 20
Sempre que possível, antes de efetuar
a multiplicação, podemos simplificar as
Devemos proceder, agora, como no primeiro caso,
frações entre si, dividindo os numeradores
simplificando o resultado, quando possível:
e os denominadores por um fator comum.
9 20 29 Esse processo de simplificação recebe o
+ = nome de cancelamento.
24 24 24

3 5 9 20 29
Portanto: + = + =
8 6 24 24 24
2.3. Divisão
Deste modo, é importante lembrar que na adição e
na subtração de duas ou mais frações que têm os deno- Duas frações são inversas ou recíprocas quando o nu-
minadores diferentes, reduzimos inicialmente as frações merador de uma é o denominador da outra e vice-versa.
ao menor denominador comum, após o que procedemos
como no primeiro caso.
Exemplo
RACIOCÍNIO LÓGICO

2.2. Multiplicação 2 é a fração inversa de 3


3 2
Ex:
De uma caixa de frutas, 4 são bananas. Do total de 5 ou 5 é a fração inversa de 1
1 5
2 5
bananas, estão estragadas. Qual é a fração de frutas Considere a seguinte situação:
3
da caixa que estão estragadas?

91
Lúcia recebeu de seu pai os 4 dos chocolates con- 532 125 34 5320 12500
5 5,32 + 12,5 + 0,034 = + + = + +
tidos em uma caixa. Do total de chocolates recebidos, 100 10 1000 1000 1000
Lúcia deu a terça parte para o seu namorado. Que fração
dos chocolates contidos na caixa
5,32 recebeu
+ 12,5 +o0,034
namorado
=
532
+
125
+
34
=
5320
+
12500
+
34
=
17854
= 17,854
de Lúcia? 100 10 1000 1000 1000 1000 1000
A solução do problema consiste em dividir o total de
chocolates que Lúcia recebeu de seu pai por 3, ou seja, Portanto: 5,32 + 12,5 + 0, 034 = 17, 854
4
:3
5 Na prática, a adição e a subtração de números deci-
mais são obtidas de acordo com a seguinte regra:
Por outro lado, dividir algo por 3 significa calcular 1
desse algo. 3
- Igualamos o número de casas decimais, acrescen-
tando zeros.
Portanto: de 4
4 1
:3 = - Colocamos os números um abaixo do outro, deixan-
5 3 5
do vírgula embaixo de vírgula.
1 4 1 4 4 1 - Somamos ou subtraímos os números decimais
Como de 5= 3 � 5 = 5 � 3 , resulta que
3 como se eles fossem números naturais.
4 4 3 4 1
:3 = : = �
- Na resposta colocamos a vírgula alinhada com a vír-
5 5 1 5 3 gula dos números dados.

Exemplo
Observando que as frações e são frações inver-
3 1 2,35 + 14,3 + 0, 0075 + 5
1 3
sas, podemos afirmar que:
Disposição prática:
Para dividir uma fração por outra, multiplicamos a pri- 2,3500
meira pelo inverso da segunda.
14,3000
4 4 3 4 1 4
Portanto 5
:3 = ∶ = � =
5 1 5 3 15
+ 0,0075
5,0000
Ou seja, o namorado de Lúcia recebeu 4
do total de
chocolates contidos na caixa.
15 21,6575
1
4 8 4 5 5
Outro exemplo: : = . 2 = 1.2. Multiplicação
3 5 3 8 6
Observação:
Vamos calcular o valor do seguinte produto:
Note a expressão: . Ela é equivalente à expressão 2,58 � 3,4 .
3 1 Transformaremos, inicialmente, os números decimais
:
2 5 em frações decimais:

258 34 8772
2,58 � 3,4 = � = = 8,772
Portanto 100 10 1000

Portanto 2,58 � 3,4 = 8,772


Números Decimais

De maneira direta, números decimais são números #FicaDica


que possuem vírgula. Alguns exemplos: 1,47; 2,1; 4,9587;
Na prática, a multiplicação de números
0,004; etc.
decimais é obtida de acordo com as
seguintes regras:
1. Operações com Números Decimais
- Multiplicamos os números decimais como
se eles fossem números naturais.
1.1. Adição e Subtração - No resultado, colocamos tantas casas
RACIOCÍNIO LÓGICO

decimais quantas forem as do primeiro fator


Vamos calcular o valor da seguinte soma: somadas às do segundo fator.
5,32 + 12,5 + 0, 034

Transformaremos, inicialmente, os números decimais


em frações decimais:

92
Exemplo: Ex: 9,775 ∶ 4,25

Disposição prática: Disposição prática:

652,2  1 casa decimal

X 2,03  2 casas decimais


19 566
Nesse caso, o resto da divisão é diferente de zero.
Assim sendo, a divisão é chamada de divisão aproximada
1 304 4 e o quociente é aproximado.

1 323,966  1 + 2 = 3 casas decimais Se quisermos continuar uma divisão aproximada, de-


vemos acrescentar zeros aos restos e prosseguir dividin-
1.3. Divisão do cada número obtido pelo divisor. Ao mesmo tempo
em que colocamos o primeiro zero no primeiro resto,
colocamos uma vírgula no quociente.

Vamos, por exemplo, efetuar a seguinte divisão:


24 ∶ 0,5
Inicialmente, multiplicaremos o dividendo e o divisor
da divisão dada por 10. Ex: 0,14 ∶ 28

24 ∶ 0,5 = (24 � 10) ∶ (0,5 � 10) = 240 ∶ 5

A vantagem de tal procedimento foi a de transformar-


mos em número natural o número decimal que aparecia
na divisão. Com isso, a divisão entre números decimais Ex: 2 ∶ 16
se transforma numa equivalente com números naturais.
Portanto: 24 ∶ 0,5 = 240 ∶ 5 = 48

#FicaDica
Na prática, a divisão entre números deci-
mais é obtida de acordo com as seguintes 2. Representação Decimal das Frações
regras:
p
- Igualamos o número de casas decimais do Tomemos um número racional q tal que p não seja
dividendo e do divisor. múltiplo de q. Para escrevê-lo na forma decimal, basta
- Cortamos as vírgulas e efetuamos a divisão efetuar a divisão do numerador pelo denominador.
como se os números fossem naturais. Nessa divisão podem ocorrer dois casos:

1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula,


Ex: 24 ∶ 0,5 = 240 ∶ 5 = 48 um número finito de algarismos. Decimais Exatos:
Disposição prática: 2
= 0,4
5
RACIOCÍNIO LÓGICO

1
= 0,25
4
35
Nesse caso, o resto da divisão é igual à zero. Assim = 8,75
sendo, a divisão é chamada de divisão exata e o quocien- 4
te é exato. 153
= 3,06
50

93
2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, Ex:
infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se pe- Seja a dízima 0,333...
riodicamente. Decimais Periódicos ou Dízimas Periódicas: Façamos e multipliquemos ambos os membros por
10:
1
3
= 0,333 … 10x = 0,333

1 Subtraindo, membro a membro, a primeira igualdade


= 0,04545 … da segunda:
22
3
167 10x – x = 3,333 … – 0,333. . . 9x = 3 x =
= 2,53030 … 9
66
3
Assim, a geratriz de 0,333... é a fração .
Ex: 9
FIQUE ATENTO! Seja a dízima 5,1717...
Se após as vírgulas os algarismos não são pe-
riódicos, então esse número decimal não está Façamos x = 5,1717. . . e 100x = 517,1717. . .
contido no conjunto dos números racionais.
Subtraindo membro a membro, temos:

99x = 512 x = 512⁄99


3.Representação Fracionária dos Números Deci-
mais 512
Assim, a geratriz de 5,1717... é a fração .
99
Trata-se do problema inverso: estando o número ra-
Ex:
cional escrito na forma decimal, procuremos escrevê-lo
Seja a dízima 1,23434...
na forma de fração. Temos dois casos:
Façamos
x = 1,23434 … ;10x = 12,3434 …; 1000x = 1234,34 …
1º) Transformamos o número em uma x = fração cujo… ;10x = 12,3434 …; 1000x = 1234,34 …
1,23434
numerador é o número decimal sem a vírgula e o deno-
minador é composto pelo numeral 1, seguido de tantos Subtraindo membro a membro, temos:
zeros quantas forem as casas decimais do número deci-
mal dado: 990x = 1234,34. . . – 12,34 … 990x = 1222

9 1222
0,9 = 990x = 1234,34. . . – 12,34 … 990x = 1222 x =
10 990
611
Simplificando, obtemos x = , a fração geratriz
57 da dízima 1,23434... 495
5,7 =
10
Analisando todos os exemplos, nota-se que a idéia
76 consiste em deixar após a vírgula somente a parte pe-
0,76 = riódica (que se repete) de cada igualdade para, após a
100 subtração membro a membro, ambas se cancelarem.

348 EXERCÍCIOS COMENTADOS


3,48 =
100
1. (EBSERH – Médico – IBFC/2016) Mara leu 1/5 das
páginas de um livro numa semana. Na segunda semana,
5 1 leu mais 2/3 de páginas. Se ainda faltam ler 60 (sessenta)
RACIOCÍNIO LÓGICO

0,005 = = páginas do livro, então o total de páginas do livro é de:


1000 200
a) 300
2º) Devemos achar a fração geratriz da dízima dada; b) 360
para tanto, vamos apresentar o procedimento através de c) 400
d) 450
alguns exemplos:
e) 480

94
Resposta: Letra D. O número 3 é antecedente

Mara leu 1 2
3+10 13 do livro. b) Na razão
3
+ = = 5
5 315 15
Logo, ainda falta 1 −
13 15−13 2 O número 5 é consequente
15
= 15 = 15 para ser
lido. Essa fração que falta ser lida equivale a 60 pá- Ex. A razão entre 20 e 50 é = já a razão entre 50
20 2
50 5 50 5
ginas e 20 é = . Ou seja, deve-se sempre indicar o antece-
20 2
dente e o consequente para sabermos qual a ordem de
2
Assim:  60 páginas. montarmos a razão.
15
Ex. Numa classe de 36 alunos há 15 rapazes e 21 mo-
Portanto,
1 30 páginas.
 ças. A razão entre o número de rapazes e o número de
15 moças é 15 , se simplificarmos, temos que a fração equi-
Logo o livro todo (15/15) possui: 15∙30=450 páginas 5
21
valente 7 , o que significa que para “cada 5 rapazes há 7
2. Em uma caixa de ferramentas, 4/5 são chaves de fen- moças”. Por outro lado, a razão entre o número de rapa-
da. Do total das chaves, 2/3 estão enferrujadas. Qual é zes e o total de alunos é dada por 15 = 5 , o que equivale
a fração de chaves da caixa de ferramentas que estão
36 12
a dizer que “de cada 12 alunos na classe, 5 são rapazes”.
enferrujadas? Razão entre grandezas de mesma espécie: A razão
entre duas grandezas de mesma espécie é o quociente
Resposta: 8/15 dos números que expressam as medidas dessas grande-
O problema proposto consiste em calcular o valor de
zas numa mesma unidade.
2/3 de 4/5, que equivale a 8/15 do total das chaves.
Ex. Um automóvel necessita percorrer uma estrada de
360 km. Se ele já percorreu 240 km, qual a razão entre a
distância percorrida em relação ao total?
RAZÕES ESPECIAIS. Como os dois números são da mesma espécie (dis-
tância) e estão na mesma unidade (km), basta fazer a ra-
zão:
Razão 240 𝑘𝑚 2
𝑟= =
360 𝑘𝑚 3
Quando se utiliza a matemática na resolução de pro-
No caso de mesma espécie, porém em unidades diferen-
blemas, os números precisam ser relacionados para se
tes, deve-se escolher uma das unidades e converter a outra.
obter uma resposta. Uma das maneiras de se relacionar
os números é através da razão. Sejam dois números reais
Ex. Uma maratona possui aproximadamente 42 km de
a e b, com b ≠ 0,define-se razão entre a e b (nessa or-
𝑎 extensão. Um corredor percorreu 36000 metros. Qual a
dem) o quociente a ÷ b, ou .
𝑏 razão entre o que falta para percorrer em relação à ex-
tensão da prova?
A razão basicamente é uma fração, e como sabem,
Veja que agora estamos tentando relacionar metros
frações são números racionais. Entretanto, a leitura des-
com quilômetros. Para isso, deve-se converter uma das
te número é diferente, justamente para diferenciarmos
unidades, vamos utilizar “km”:
quando estamos falando de fração ou de razão.
3 36000 m=36 km
a) Quando temos o número 5 e estamos tratando de
fração, lê-se: “três quintos”. Como é pedida a razão entre o que falta em relação
3 ao total, temos que:
b) Quando temos o número 5
e estamos tratando 42 𝑘𝑚 − 36 𝑘𝑚 6 𝑘𝑚 1
de razão, lê-se: “3 para 5”. 𝑟=
42 𝑘𝑚
= =
42 𝑘𝑚 7

Além disso, a nomenclatura dos termos também é Ex. Uma sala tem 8 m de comprimento. Esse compri-
diferente: mento é representado num desenho por 20 cm. Qual é a
razão entre o comprimento representado no desenho e
O número 3 é numerador o comprimento real?
RACIOCÍNIO LÓGICO

Convertendo o comprimento real para cm, temos


3
a) Na fração 5
que:
20 𝑐𝑚 1
𝑒= =
800 𝑐𝑚 40
O número 5 é denominador

95
83,76 𝑘𝑚 𝑘𝑚
#FicaDica 𝑐= = 10,47
8𝑙 𝑙
A razão entre um comprimento no desenho
e o correspondente comprimento real, cha- #FicaDica
ma-se escala
A razão entre a distância percorrida em rela-
ção a uma quantidade de combustível é de-
Razão entre grandezas de espécies diferentes: É
finida como “consumo médio”
possível também relacionar espécies diferentes e isto
está normalmente relacionado a unidades utilizadas na
Proporção
física:
A definição de proporção é muito simples, pois se tra-
Ex. Considere um carro que às 9 horas passa pelo qui- ta apenas da igualdade de razões.
lômetro 30 de uma estrada e, às 11 horas, pelo quilô-
metro 170. Qual a razão entre a distância percorrida e o Na proporção
3
=
6
(lê-se: “3 está para 5 assim
tempo gasto no translado? 5 10
Para montarmos a razão, precisamos obter as infor- como 6 está para 10”).
mações: Observemos que o produto 3 ∙ 10=30 é igual ao pro-
duto 5 x 6=30, o que caracteriza a propriedade funda-
Distância percorrida: 170 km – 30 km = 140 km mental das proporções
Tempo gasto: 11h – 9h = 2h
Calculamos a razão entre a distância percorrida e o #FicaDica
tempo gasto para isso:
Se multiplicarmos em cruz (ou em x), tere-
140 𝑘𝑚 70 mos que os produtos entre o numeradores
𝑣= = = 70 𝑘 𝑚 ⁄ℎ
2ℎ 1 e os denominadores da outra razão serão
Como são duas espécies diferentes, a razão entre elas iguais.
será uma espécie totalmente diferente das outras duas.
2 6
Ex. Na igualdade = , temos 2 x 9=3 x 6=18, logo,
3 9
#FicaDica temos uma proporção.

A razão entre uma distância e uma medida Ex. Na bula de um remédio pediátrico recomenda-se
de tempo é chamada de velocidade. a seguinte dosagem: 7 gotas para cada 3 kg do “peso” da
criança. Se uma criança tem 15 kg, qual será a dosagem
correta?
Como temos que seguir a receita, temos que atender
Ex. A Região Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, a proporção, assim, chamaremos de x a quantidade de
Rio de Janeiro e São Paulo) tem uma área aproximada de gotas a serem ministradas:
927 286 km2 e uma população de 66 288 000 habitantes,
aproximadamente, segundo estimativas projetadas pelo 7 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠 𝑥 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o =
ano de 1995. Qual a razão entre o número de habitantes 3 𝑘𝑔 15 𝑘𝑔
e a área total? Logo, para atendermos a proporção, precisaremos
encontrar qual o número que atenderá a proporção.
Dividindo-se o número de habitantes pela área, obte- Multiplicando em cruz, temos que:
remos o número de habitantes por km2 (hab./km2):
66288000 ℎ𝑎𝑏 ℎ𝑎𝑏 3x=105
𝑑= = 71,5
927286 𝑘𝑚² 𝑘𝑚2
105
𝑥=
3
#FicaDica
x=35 gotas
A razão entre o número de habitantes e a
área deste local é denominada densidade Ou seja, para uma criança de 30 kg, deve-se ministrar
demográfica. 35 gotas do remédio, atendendo a proporção.
RACIOCÍNIO LÓGICO

Outro jeito de ver a proporção: Já vimos que uma


Ex. Um carro percorreu, na cidade, 83,76 km com 8 L proporção é verdadeira quando realizamos a multiplica-
de gasolina. Dividindo-se o número de quilômetros per- ção em cruz e encontramos o mesmo valor nos dois pro-
corridos pelo número de litros de combustível consumi- dutos. Outra maneira de verificar a proporção é verificar
dos, teremos o número de quilômetros que esse carro se a duas razões que estão sendo igualadas são frações
percorre com um litro de gasolina:
equivalentes. Lembra deste conceito?

96
12 3 12 − 3 9 12 3
= → = = =
FIQUE ATENTO! 8 2 8−2 6 8 2
Uma fração é equivalente a outra quando
podemos multiplicar (ou dividir) o nume-
rador e o denominador da fração por um
FIQUE ATENTO!
mesmo número, chegando ao numerador e
denominador da outra fração. Usamos razão para fazer comparação entre
duas grandezas. Assim, quando dividimos
uma grandeza pela outra estamos compa-
4 12 rando a primeira com a segunda. Enquanto
Ex. e são frações equivalentes, pois:
3 9 proporção é a igualdade entre duas razões.
4x=12 →x=3
3x=9 →x=3

Ou seja, o numerador e o denominador de


4
quan- EXERCÍCIOS COMENTADOS
3
do multiplicados pelo mesmo número (3), chega ao nu-
merador e denominador da outra fração, logo, elas são 1. O estado de Tocantins ocupa uma área aproximada de
equivalentes e consequentemente, proporcionais. 278.500 km². De acordo com o Censo/2000 o Tocantins
Agora vamos apresentar algumas propriedades da tinha uma população de aproximadamente 1.156.000 ha-
proporção: bitantes. Qual é a densidade demográfica do estado de
Tocantins?
a) Soma dos termos: Quando duas razões são pro-
porcionais, podemos criar outra proporção soman- Resposta : A densidade demográfica é definida como
do os numeradores com os denominadores e divi- a razão entre o número de habitantes e a área ocu-
dindo pelos numeradores (ou denominadores) das pada:
razões originais:
1 156 000 hab.
d= = 4,15 ha b⁄k m²
5 10 5 + 2 10 + 4 7 14 278 500 km²
= → = → =
2 4 5 10 5 10
ou 2. Se a área de um retângulo (A1 ) mede 300  cm²  e a
5 10 5 + 2 10 + 4 7 14 área de um outro retângulo (A2 ) mede 100 cm², qual é o
= → = → = valor da razão entre as áreas (A1 ) e (A2 ) ?
2 4 2 4 2 4
Resposta : Ao fazermos a razão das áreas, temos:
b) Diferença dos termos: Analogamente a soma, te-
mos também que se realizarmos a diferença entre A1 300
= =3
os termos, também chegaremos em outras pro- A2 100
porções:
4 8 4−3 8−6 1 2 Então, isso significa que a área do retângulo 1 é 3 ve-
= → = → = zes maior que a área do retângulo 2.
3 6 4 8 4 8
ou 3.(CELESC – Assistente Administrativo – FEPESE/2016)
4 8 4−3 8−6 1 2 Dois amigos decidem fazer um investimento conjunto
= → = → = por um prazo determinado. Um investe R$ 9.000 e o ou-
3 6 3 6 3 6
tro R$  16.000. Ao final do prazo estipulado obtêm um
lucro de R$ 2.222 e decidem dividir o lucro de maneira
c) Soma dos antecedentes e consequentes: A soma proporcional ao investimento inicial de cada um. Portan-
dos antecedentes está para a soma dos conse- to o amigo que investiu a menor quantia obtém com o
quentes assim como cada antecedente está para o investimento um lucro:
seu consequente:
12 3 12 + 3 15 12 3 a) Maior que R$ 810,00
= → = = = b) Maior que R$ 805,00 e menor que R$ 810,00
8 2 8+2 10 8 2
RACIOCÍNIO LÓGICO

c) Maior que R$ 800,00 e menor que R$ 805,00


d) Maior que R$ 795,00 e menor que R$ 800,00
d) Diferença dos antecedentes e consequentes: A
e) Menor que R$ 795,00
soma dos antecedentes está para a soma dos con-
sequentes assim como cada antecedente está para
Resposta : Letra D. Ambos aplicaram R$ 9000,00+R$
o seu consequente:
16000,00=R$ 25000,00 e o lucro de R$ 2222,00 foi so-
bre este valor. Assim, constrói-se uma proporção en-

97
tre o valor aplicado (neste caso, R$ 9000,00 , pois o A B A − B 60
exercício quer o lucro de quem aplicou menos) e seu = = = = 12
8 3 5 5
respectivo lucro:
9000 25000 Segue que A=96 e B=36
= → 25x = 19998 → x = R$ 799,92
x 2222
Divisão em várias partes diretamente proporcio-
4. Há, em virtude da demanda crescente de economia de nais
água, equipamentos e utensílios como, por exemplo, as
bacias sanitárias ecológicas, que utilizam 6 litros de água Para decompor um número M em partes X1, X2, ... , Xn
por descarga em vez dos 15 litros utilizados por bacias diretamente proporcionais a p1, p2, ... , pn, deve-se montar
sanitárias não ecológicas, conforme dados da Associação um sistema com n equações e n incógnitas, sendo as so-
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). mas X1 + X2 + ... + Xn = M e p1 + p2 + ... + pn = P
Qual será a economia diária de água obtida por meio da
substituição de uma bacia sanitária não ecológica, que x1 x2
= =⋯=
xn
gasta cerca de 60 litros por dia com a descarga, por uma p1 p2 pn
bacia sanitária ecológica?
A solução segue das propriedades das proporções:
Resposta: Se x for o número de litros de água despe-
jadas pela bacia ecológica, tem-se que: x1 x2 xn x1 + x2 + ⋯ + xn M
= =⋯= = = =K
15/60=6/x → 15x=6∙60 → 15x=360 p1 p2 pn p1 + p2 + ⋯ pn P
Logo: x=360/15=24 litros.
Então, a economia de água foi de (60-24) = 36 litros. Ex. Para decompor o número 120 em três partes A, B
e C diretamente proporcionais a 2, 4 e 6, deve-se montar
Divisão proporcional um sistema com 3 equações e 3 incógnitas tal que A + B
+ C = 120 e 2 + 4 + 6 = P. Assim:
Para decompor um número M em duas partes A e B
diretamente proporcionais a p e q, montamos um siste-
ma com duas equações e duas incógnitas, de modo que
A B C A + B + C 120
= = = = = 10
a soma das partes seja A+B=M, mas: 2 4 6 P 12
A B
=
p q Logo: A = 20, B = 40 e C = 60.

Ex. Determinar números A, B e C diretamente propor-


A solução segue das propriedades das proporções: cionais a 2, 4 e 6, de modo que 2A + 3B - 4C = 120.
A B A+B M A solução segue das propriedades das proporções:
= = = =K
p q p+q p+q
A B C 2A + 3B − 4C 120
= = = = = −15
2 4 6 2 � 2 + 3 � 4 − 4 � 6 −8
#FicaDica
Logo A = -30, B = -60 e C = -90.
O valor de K é que proporciona a solução,
pois:   𝐀 = 𝐊 � 𝐩 e 𝐁 = 𝐊 � 𝐪
Divisão em duas partes inversamente proporcio-
nais
Exemplo: Para decompor o número 100 em duas par-
tes A e B diretamente proporcionais a 2 e 3, montaremos Para decompor um número M em duas partes A e
o sistema de modo que A+B=100, cuja solução segue de: B inversamente proporcionais a p e q, deve-se decom-
por este número M em duas partes A e B diretamente
A B A + B 100
= = = = 20 proporcionais a 1/p e 1/q, que são, respectivamente, os
2 3 5 5 inversos de p e q.
Assim basta montar o sistema com duas equações e
Segue que A=40 e B=60. duas incógnitas tal que A+B = M. Desse modo:
RACIOCÍNIO LÓGICO

Ex. Determinar números A e B diretamente propor-


cionais a 8 e 3, sabendo-se que a diferença entre eles é A B A+B M M�p�q
= = = = =K
60. Para resolver este problema basta tomar A-B=60 e 1⁄p 1⁄q 1⁄p + 1⁄q 1⁄p + 1⁄q p+q
escrever:
O valor de K proporciona a solução, pois: A = K/p e
B = K/q.

98
Exemplo: Para decompor o número 120 em duas par- Logo A=60/13, B=30/13 e C=20/13.
tes A e B inversamente proporcionais a 2 e 3, deve-se
montar o sistema tal que A + B= 120, de modo que: FIQUE ATENTO!
Pode haver coeficientes A,B e C como nú-
A B A+B 120 120 � 2 � 3 meros fracionários e/ou negativos.
= = = = = 144
1⁄2 1⁄3 1⁄2 + 1⁄3 5⁄6 5

Assim A=72 e B=48. Divisão em duas partes direta e inversamente pro-


Exemplo: Determinar números A e B inversamente porcionais
proporcionais a 6 e 8, sabendo-se que a diferença entre
eles é 10. Para resolver este problema, tomamos A - B= Para decompor um número M em duas partes A e B
10. Assim: diretamente proporcionais a c e d e inversamente pro-
porcionais a p e q, deve-se decompor este número M
A B A−B 10 em duas partes A e B diretamente proporcionais a c/q e
= = = = 240 d/q, basta montar um sistema com duas equações e duas
1⁄6 1⁄8 1⁄6 − 1⁄8 1⁄24
incógnitas de forma que A+B=M e, além disso:

Assim A=40 e B=30. A B A+B M M� p�q


= = = = =K
⁄ ⁄ ⁄ ⁄ ⁄ ⁄
c p d q c p+d q c p+d q c�q+p�d
Divisão em várias partes inversamente proporcio-
nais
O valor de K proporciona a solução, pois: A=Kc/p e
Para decompor um número M em n partes inversa- B=Kd/q.
mente proporcionais a X1, X2, ... , Xn basta decompor este Exemplo: Para decompor o número 58 em duas partes
número M em n partes diretamente proporcionais a 1/ A e B diretamente proporcionais a 2 e 3, e, inversamente
p1, 1/p2, ... , 1/pn. proporcionais a 5 e 7, deve-se montar as proporções:
A B A+B 58
A montagem do sistema com n equações e n incógni- = = = = 70
2/5 3/7 2/5 + 3/7 29/35
tas, assume que X1+X2+...+ Xn=M e, além disso:

x1 x2 xn Assim A=(2/5)∙70=28 e B=(3/7)∙70=30


= =⋯=
1⁄p1 1⁄p2 1⁄pn
Exemplo: Para obter números A e B diretamente pro-
porcionais a 4 e 3 e inversamente proporcionais a 6 e 8,
Cuja solução segue das propriedades das proporções: sabendo-se que a diferença entre eles é 21. Para resol-
ver este problema basta escrever que A-B=21 resolver as
x1 x2 xn x1 + x2 + ⋯ + xnproporções: M
= =⋯= = =
1⁄p1 1⁄p2 1⁄pn 1⁄p1 + 1⁄p2 + ⋯ 1⁄pn 1⁄p1 + A 1⁄p B+ ⋯ + 1A⁄p
−B 21
=
2 = n = = 72
4⁄6 3⁄8 4⁄6 − 3⁄8 7⁄24

xn x1 + x2 + ⋯ + xn M
=⋯= = =
1⁄pn 1⁄p1 + 1⁄p2 + ⋯ 1⁄pn 1⁄p1 + 1⁄p2 + ⋯ + 1⁄pn Assim A=(4/6)∙72=48 e B=(3/8)∙72=27.
2

Divisão em n partes direta e inversamente propor-


Ex. Para decompor o número 220 em três partes A, B e cionais
C inversamente proporcionais a 2, 4 e 6, deve-se montar
um sistema com 3 equações e 3 incógnitas, de modo que Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., Xn
A+B+C=220. Desse modo: diretamente proporcionais a, p1, p2, ..., pn e inversamente
proporcionais a q1, q2, ... , qn, basta decompor este núme-
A B C A+B+C 220
= = = = = 240 ro M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente proporcionais
1⁄2 1⁄4 1⁄6 1⁄2 + 1⁄4 + 1⁄6 11⁄12
a p1 / q1, p2 / q2, ..., pn / qn.
A montagem do sistema com n equações e n incógni-
A solução é A=120, B=60 e C=40. tas exige que X1 + X2 + ... + Xn = M e além disso:
Ex. Para obter números A, B e C inversamente pro-
RACIOCÍNIO LÓGICO

porcionais a 2, 4 e 6, de modo que 2A + 3B - 4C = 10, x1 x2 xn


devemos montar as proporções: = =⋯=
p1 ⁄q1 p2⁄q 2 pn⁄q n

A B C 2A + 3B − 4C 10 120
= = = = = A solução segue das propriedades das proporções:
1⁄2 1⁄4 1⁄6 2⁄2 + 3⁄4 − 4⁄6 13⁄12 13

99
x1 x2 xn xn + x2 + ⋯ + xn
= =⋯= = ANÁLISE COMBINATÓRIA E
p1 /q1 p2 /q 2 pn/q n p1 /q1 + p2/q 2 + ⋯ + pn/q n
PROBABILIDADE.
x2 xn xn + x2 + ⋯ + xn
= =⋯= =
p2 /q 2 pn/q n p1 /q1 + p2/q 2 + ⋯ + pn/q n PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA CONTAGEM

Ex. Para decompor o número 115 em três partes A, B O princípio fundamental da contagem permite quan-
e C diretamente proporcionais a 1, 2 e 3 e inversamente tificar situações ou casos de uma determinada situação
proporcionais a 4, 5 e 6, deve-se montar um sistema com ou evento. Em outras palavras, é uma maneira sistemáti-
3 equações e 3 incógnitas de forma de e tal que: ca de “contar” a quantidade de “coisas”.
A base deste princípio se dá pela separação de ca-
sos e quantificação dos mesmos. Após isso, uma mul-
A B C A+B+C 115
= = = = = 100 tiplicação de todos estes números é feita para achar a
1/4 2/5 3/6 1/4 + 2/5 + 3/6 23/20 quantidade total de possibilidades. O exemplo a seguir
irá ilustrar isso.
Logo A=(1/4)100=25, B=(2/5)100=40 e Exemplo:“ João foi almoçar em um restaurante no
C=(3/6)100=50. centro da cidade, ao chegar no local, percebeu que ofe-
recem 3 tipos de saladas, 2 tipos de carne, 6 bebidas di-
Ex. Determinar números A, B e C diretamente propor- ferentes e 5 sobremesas diferentes. De quantas maneiras
cionais a 1, 10 e 2 e inversamente proporcionais a 2, 4 e distintas ele pode fazer um pedido, pegando apenas 1
5, de modo que 2A + 3B - 4C -= 10. tipo de cada alimento? ”
A montagem do problema fica na forma:
Resolução: O princípio da contagem depende forte-
mente de uma organização do problema. A sugestão é
A B C 2A + 3B − 4C 10 100 sempre organizar cada caso em traços e preenchendo a
= = = = =
⁄ ⁄ ⁄ ⁄ ⁄ ⁄ ⁄
1 2 10 4 2 5 2 2 + 30 4 − 8 5 69 10 69 quantidade de possibilidades. Como temos 4 casos dis-
tintos (salada, carne, bebida e sobremesa), iremos fazer
A solução é A=50/69, B=250/69 e C=40/69 4 traços:

EXERCÍCIO COMENTADO
Agora, preencheremos a quantidade de possibilida-
1. Os três jogadores mais disciplinados de um campeo- des de cada caso:
nato de futebol amador irão receber o prêmio de R$:
3.340,00 rateados em partes inversamente proporcionais
ao número de faltas cometidas em todo campeonato. Os
Jogadores cometeram 5, 7 e 11 faltas. Qual a premiação
a cada um deles respectivamente?
Finalmente, multiplicamos os números:
Resposta:
Do enunciado tiramos que:
p1 = K . 1/5
p2 = K . 1/7
p3 = K . 1/11
p1 + p2 + p3 = 3340 Assim, João tem 180 possibilidades diferentes de se
Para encontrarmos o valor da constante K devemos montar um prato.
substituir o valor de p1, p2 e p3 na última expressão:
FATORIAL
Portanto:
p1 = 7700 . 1/5 = 1540 Antes de definirmos casos particulares de contagem,
p2 = 7700 . 1/7 = 1100 iremos definir uma operação matemática que será uti-
p3 = 7700 . 1/11 = 700 lizada nas próximas seções: o fatorial. Define-se o sinal
A premiação será respectivamente R$ 1.540,00, de fatorial pelo ponto de exclamação, ou seja, “!“. Assim,
RACIOCÍNIO LÓGICO

R$ 1.100,00 e R$ 700,00. quando encontrarmos 2! Significa que estaremos calcu-


lando o “fatorial de 2” ou “2 fatorial”. A definição de fato-
rial está apresentada a seguir:
n! = n ⋅ n − 1 ⋅ n − 2 ⋅ n − 3 … 3 ⋅ 2 ⋅ 1

100
Ou seja, o fatorial de um número é caracterizado pelo Em problemas onde o número de elementos é igual
produto deste número e seus antecessores, até se chegar ao número de posições, sempre teremos uma permuta-
ao número 1. Vejam os exemplos abaixo: ção. A fórmula da permutação, considerando que não há
repetição de elementos é a seguinte:
3! = 3 ⋅ 2 ⋅ 1 = 6 Pn = n!

5! = 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 = 120
Ou seja, para permutar 5 elementos em 5 posições,
basta eu calcular o fatorial de 5:
Assim, basta ir multiplicando os números até se che- P5 = 5! = 120
gar ao número 1. Observe que os fatoriais aumentam
muito rápido, veja quanto é 10!: Logo, eu posso posicionar as pessoas de 120 manei-
10! = 10 ⋅ 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 = 3628800 ras diferentes na fileira de cadeiras.

Já estamos na casa dos milhões! Para não trabalhar- Observe que a fórmula da permutação é utilizada
mos com valores tão altos, as operações com fatoriais como não há repetição de elementos, mas e quando
são normalmente feitas por último, procurando fazer o ocorre repetição? Neste caso, a fórmula da permutação
maior número de simplificações possíveis. Observe este terá uma complementação, para desconsiderar casos re-
exemplo: petidos que serão contados 2 ou mais vezes se utilizar-
mos a fórmula diretamente.
10! 10 ⋅ 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1
Calcule = O exemplo mais comum destes casos é o que chama-
7! 7 ⋅6 ⋅5 ⋅4 ⋅3 ⋅2 ⋅1
mos de Anagramas. Os anagramas são permutações das
Resolução: Ao invés de calcular os valores de 7! e 10! letras de uma palavra, formando novas palavras, sem a
separadamente e depois fazer a divisão, o que levaria necessidade de terem sentido ou não. Usando primeira-
muito tempo, nós simplificamos os fatoriais primeiro. mente um exemplo sem repetição, veja quantos anagra-
Pela definição de fatorial, temos o seguinte: mas podemos formar com o nome BRUNO:
10! 10 ⋅ 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 Montando a esquematização:
=
7! 7 ⋅6 ⋅5 ⋅4 ⋅3 ⋅2 ⋅1

Observe que o denominador pode ser inteiramente


cancelado, pois 10! Possui todos os termos de 7!. Essa
é uma particularidade interessante e facilitará demais a
simplificação. Se cancelarmos, restará apenas um produ-
to de 3 termos:
Ou seja, temos que posicionar as letras nas 5 casas
10! 10 ⋅ 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1
= = 10 ⋅ 9 ⋅ 8 = 720 correspondentes e neste caso, é um problema de permu-
7! 7 ⋅6⋅5 ⋅4⋅3⋅ 2 ⋅1 tação sem repetição como já foi visto:
P5 = 5! = 120
Essa operação é muito mais fácil que calcular os fato-
riais desde o começo! Logo, podemos formar 120 anagramas com a pala-
vra BRUNO. Agora, vamos olhar o mesmo problema, mas
Agora que sabemos o que é fatorial e como simplifi- com a palavra MARIANA. Ela possui 7 letras, logo tere-
cá-lo, podemos passar para os casos particulares de con- mos 7 posições:
tagem: Permutações, Combinações e Arranjos

PERMUTAÇÃO

Permutação sem repetições de elementos

As permutações são definidas como situações onde o Entretanto, temos a repetição da letra A. Veja o que
número de elementos é igual ao número de posições em acontece quando montarmos um anagrama qualquer da
que podemos posicioná-los. Considere o exemplo onde palavra:
temos 5 pessoas e 5 cadeiras alinhadas. Queremos saber
de quantas maneiras diferentes podemos posicionar es-
sas pessoas. Esquematizando o problema, chamando de
P as pessoas e C as cadeiras:
RACIOCÍNIO LÓGICO

Não conseguimos saber qual letra “A” foi utilizada nas


posições C1,C3 e C5. Se trocarmos as mesmas de posição
entre si, ficaremos com os mesmos anagramas, caracte-
rizando uma repetição. Assim, para saber a quantidade
de anagramas com repetição, corrigiremos a fórmula da
permutação da seguinte forma:

101
As pessoas foram chamadas pelas letras de A até G.
n!
Pna = Vamos supor que escolheremos as pessoas A,D e G mas
a! em ordens diferentes:
Ou seja, calcula-se a permutação de “n” elementos
com “a” repetições. Considerando que MARIANA tem 7
letras (n=7) e a letra “A” se repete 3 vezes, temos que:
7! 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1
P73 = = = 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 = 840
3! 3⋅2⋅1
Assim, a palavra MARIANA tem 840 anagramas pos-
síveis.
Outro exemplo para deixar este conceito bem claro,
é quando temos dois elementos se repetindo. Por exem-
plo, vamos calcular os anagramas da palavra TALITA:

É importante notar que as comissões ADG e GAD não


Observe que a letra “T” repete 2 vezes e a letra “A” possuem diferenças, já que as casas C1,C2 e C3 não pos-
também repete duas vezes. Na fórmula da permutação suem nenhuma particularidade descrita no enunciado.
com repetição, faremos duas divisões: Assim, trata-se de um problema de combinação. A fór-
mula da combinação depende do número de elementos
n!
Pna,b = “n” e o número de posições “p”:
a! b!
Ou seja, se houver 2 ou mais elementos se repetindo,
n!
Cn,p =
a correção é feita dividindo pelas repetições de cada um. p! (n − p)!
Como ambos repetem duas vezes:
6! 6.5.4.3.2.1 6.5.4.3 360 No exemplo, temos 7 elementos e 3 posições, assim:
P62,2 = = = = = 180
2! 2! 2.1 .2.1 2.1 2
n! 7! 7! 7�6�5�4�3�2�1 7�6�5
Cn,p = = 3! 7−3 ! = 3!�4! = 3�2�1 � 4�3�2�1 = 3�2�1 = 7 � 5 = 35
Assim, a palavra TALITA tem 180 anagramas. p!(n−p)!

Combinações Ou seja, podemos formar 35 comissões distintas.

As combinações e os arranjos, que serão apresenta- Arranjos


dos a seguir, possuem uma característica diferente da
permutação. A diferença está no fato do número de po- Os arranjos seguem a mesma linha da combinação,
sições ser MENOR que o número de elementos, ou seja, onde o número de elementos deve ser maior que o nú-
quando os elementos forem agrupados, sobrarão alguns. mero de posições possíveis, mas com a diferença que a
Veja este exemplo: De quantas maneiras podemos for- ordem de escolha dos elementos deve ser considerada.
mar uma comissão de 3 membros, dentro os 7 funcioná- Vamos utilizar o mesmo exemplo descrito na combina-
rios de uma empresa? ção, mas com algumas diferenças:
Resolução: Este exemplo mostrará também como De quantas maneiras podemos formar uma comissão
diferenciar combinação de arranjo. Logo de início, po- de 3 membros, composta por um presidente, um vice-
demos ver que não se trata de um problema de permu- -presidente e um secretário, dentro os 7 funcionários de
tação, pois temos 3 posições para 7 elementos. Para di- uma empresa?
ferenciar combinação e arranjo, temos que verificar se a Observe que agora o enunciado classifica explicita-
ordem de escolha dos elementos importa ou não. Neste mente as posições, e podemos montar o esquema da
caso, a ordem não importa, pois estamos escolhendo 3 seguinte forma:
pessoas e não importa a ordem que escolhemos elas pois
a comissão será a mesma. Observe a esquematização:
RACIOCÍNIO LÓGICO

102
As posições agora foram classificadas de acordo com Resposta: Letra B. Deve-se contar todos os números
a posição que foi pedida no enunciado. Vamos observar anteriores a 78312. Iniciando com 1_ _ _ _, temos 4 es-
agora o que acontece quando selecionando novamente paços, ou seja 4! = 24 números; iniciando com 2 _ _ _ _
as pessoas A,D e G: temos outros 24 números, assim como iniciando com
3_ _ _ _. Depois temos os números iniciados com “71_ _
_” que são 6 (3!), assim como os iniciados em “72_ _ _”
e “73_ _ _”. Depois aparece o iniciado com “781_ _” que
são 2 números, assim como o “782 _ _”. O próximo já
será o 78312. Somando: 24+24+24+6+6+6+2+2=94.
Logo, ele será o 95° número

2. Quantas senhas com 4 algarismos diferentes podemos


escrever com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8,e 9?

Resolução:
Esse exercício pode ser feito tanto com a fórmula,
quanto usando a princípio fundamental da contagem.

1ª maneira: usando o princípio fundamental da con-


tagem.
Como o exercício indica que não ocorrerá repetição
nos algarismos que irão compor a senha, então teremos
Neste caso, as duas comissões são diferentes, pois em a seguinte situação:
uma a pessoa A é presidente e na outra ela é vice-presi- 9 opções para o algarismo das unidades;
dente. Como a ordem importa, temos um problema de 8 opções para o algarismo das dezenas, visto que já
arranjo. A fórmula de arranjo é mais simples que a fór- utilizamos 1 algarismo na unidade e não pode re-
mula de combinação: petir;
7 opções para o algarismo das centenas, pois já utili-
n! zamos 1 algarismo na unidade e outro na dezena;
An,p =
(n − p)! 6 opções para o algarismo do milhar, pois temos que
tirar os que já usamos anteriormente.
Assim, o número de senhas será dado por:
Tomando n=7 e p = 3 novamente: 9∙8∙7∙6 = 3 024 senhas

n! 7! 7! 7 � 6 � 5 � 4 � 3 � 2 � 1 2ª maneira: usando a fórmula


An,p = = = = =Para
7 � 6identificar
� 5 = 210qual fórmula usar, devemos perceber
(n − p)! 7 − 3 ! 4! 4�3�2�1
que a ordem dos algarismos é importante. Por exem-
plo 1234 é diferente de 4321, assim iremos usar a fór-
7! 7! 7 � 6 � 5 � 4 � 3 � 2 � 1 mula de arranjo.
= = = 7 � 6 � 5 = 210 Então, temos 9 elementos para serem agrupados de 4
7 − 3 ! 4! 4�3�2�1
a 4. Desta maneira, o cálculo será:
9! 9! 9 � 8 � 7 � 6 � 5!
Ou seja, é possível formar 210 comissões neste caso. A9,4 = = = = 3024 senhas
Veja que o número é maior que o número da combina- 9 − 4 ! 5! 5!
ção. A razão é que comissões que antes eram repetidas
na combinação, deixaram de ser no arranjo. PROBABILIDADE

1. Ponto Amostral, Espaço Amostral e Evento


EXERCÍCIOS COMENTADOS Em uma tentativa com um número limitado de re-
sultados, todos com chances iguais, devemos considerar
1. (PF – ESCRIVÃO – CESPE, 2009). Na sequência cres- três definições fundamentais:
cente de todos os números obtidos, permutando-se os Ponto Amostral: Corresponde a qualquer um dos re-
algarismos 1, 2, 3, 7, 8, a posição do número 78.312 é a  sultados possíveis.
Espaço Amostral: Corresponde ao conjunto dos re-
RACIOCÍNIO LÓGICO

a) 94ª sultados possíveis; será representado por S e o número


b) 95ª de elementos do espaço amostra por n(S).
c) 96ª Evento: Corresponde a qualquer subconjunto do es-
d) 97ª paço amostral; será representado por A e o número de
e) 98ª elementos do evento por n(A).

103
Os conjuntos S e Ø também são subconjuntos de S, União de Eventos
portanto são eventos.
Ø = evento impossível. Considere A e B como dois eventos de um espaço
S = evento certo. amostral S, finito e não vazio, temos:

Conceito de Probabilidade

As probabilidades têm a função de mostrar a chance


de ocorrência de um evento. A probabilidade de ocorrer
um determinado evento A, que é simbolizada por P(A),
de um espaço amostral S≠ Ø , é dada pelo quociente en-
tre o número de elementos A e o número de elemento S.
Representando: n(A∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)↔
n(A)
P A =
N(S) n(A ∪ B) n(A) n(B) n(A ∩ B)
↔ = + −
n(S) n(S) n(S) n(S)
Ex: Ao lançar um dado de seis lados, numerados de 1
a 6, e observar o lado virado para cima, temos:
Logo: P(A ∪ B) = P(A) + P(B) - P(A ∩ B)
a) um espaço amostral, que seria o conjunto S
{1,2,3,4,5,6}..
Eventos Mutuamente Exclusivos
b) um evento número par, que seria o conjunto A1 =
{2,4,6} C S.
c) o número de elementos do evento número par é
n(A1) = 3.
d) a probabilidade do evento número par é 1/2, pois
n(A1 ) 3 1
P A = = =
N(S) 6 2

Propriedades de um Espaço Amostral Finito e Não


Vazio Considerando que A ∩ B, nesse caso A e B serão de-
nominados mutuamente exclusivos. Observe que A ∩ B
a) Em um evento impossível a probabilidade é igual a = 0, portanto: P(A ∪ B) = P(A) + P(B). Quando os eventos
zero. Em um evento certo S a probabilidade é igual a A1 , A2 , A3 , … , An de S forem, de dois em dois, sempre mu-
1. Simbolicamente: P( Ø ) = 0 e P(S)= 1 tuamente exclusivos, nesse caso temos, analogicamente:
b) Se A for um evento qualquer de S, neste caso: 0 ≤ P(A)
≤ 1. P(A1 ∪ A2 ∪ A3 ∪ … ∪ An ) = P(A1 ) + P(A2 ) + P(A3 ) + . . . + P(An )
c) Se A for o complemento de A em S, neste caso P(A) =
1 - P(A)
Eventos Exaustivos
Demonstração das Propriedades
Quando os eventos A , A , A , … , A de S forem,
de dois em dois, mutuamente exclusivos, estes serão de-
1 2 3 n
Considerando S como um espaço finito e não vazio, te-
mos: nominados exaustivos se:
A1 ∪ A2 ∪ A3 ∪ … ∪ An = S
RACIOCÍNIO LÓGICO


� A ∪ �A = S
A∩A =∅
Então, logo:

𝑃 A1 ∪ A2 ∪ ⋯ ∪ An = 𝑃 A1 + 𝑃 A2 + ⋯ + 𝑃(An )

𝑃 A1 ∪ A2 ∪ ⋯ An = 𝑃 S = 1

104
Portanto: P(A1) + P(A2) + P(A3) + ...+ P(An) = 1
FIQUE ATENTO!
Probabilidade Condicionada Um exercício de probabilidade pode envol-
ver aspectos relativos à análise combinató-
Considere dois eventos A e B de um espaço amostral ria. É importante ter em mente a diferença
S, finito e não vazio. A probabilidade de B condicionada a conceitual que existe entre ambos.
A é dada pela probabilidade de ocorrência de B sabendo
que já ocorreu A. É representada por P (B/A).

Veja:
n(A ∩ B) EXERCÍCIOS COMENTADOS
P(B⁄A) =
n(A)
1. Uma bola será retirada de uma sacola contendo 5 bo-
las verdes e 7 bolas amarelas. Qual a probabilidade desta
bola ser verde?

Resposta: 5/12.
Neste exercício o espaço amostral possui 12 elemen-
tos, que é o número total de bolas, portanto a proba-
bilidade de ser retirada uma bola verde está na razão
de 5 para 12.
Sendo S o espaço amostral e E o evento da retirada de
uma bola verde, matematicamente podemos repre-
sentar a resolução assim:
Eventos Independentes n E
P E =
n S
Considere dois eventos A e B de um espaço amostral
S, finito e não vazio. Estes serão independentes somente 5
quando: P E =
12
Logo, a probabilidade desta bola ser verde é 5/12.
P(A/B) = P(A)
P(B/A) = P(B)
2. (IBGE – Analista Censitário – FGV/2017) Entre os cin-
co números 2, 3, 4, 5 e 6, dois deles são escolhidos ao
Intersecção de Eventos
acaso e o produto deles dois é calculado. A probabilida-
de desse produto ser um número par é:
Considerando A e B como dois eventos de um espaço
amostral S, finito e não vazio, logo:
a) 60%
b) 75%
n(A ∩ B) n A ∩ B + n(S) P(A ∩ B) c) 80%
P(B/A) = = = d) 85%
n(A) n A + n(S) P(A)
e) 90%
n(A ∩ B) n A ∩ B + n(S) P(A ∩ B)
P(A/B) = = = Resposta: Letra E. Para sabermos o tamanho do es-
n(B) n B + n(S) P(B) paço amostral, basta calcularmos a combinação dos 5
elementos tomados 2 a 2 (a ordem não importa, pois
a ordem dos fatores não altera o produto):
Assim sendo:
P(A ∩ B) = P(A) ∙ P(B/A) 5! 5 � 4
C5,2 = = = 10
P(A ∩ B)= P(B) ∙ P(A/B) 2! 3! 2
Para o produto ser par, os dois números escolhidos
Considerando A e B como eventos independentes, deverão ser par ou um deles é par. O único caso onde
logo P(B/A) = P(B), P(A/B) = P(A), sendo assim: P(A ∩ B) o produto não dá par é quando os dois números são
= P(A)∙ P(B). Para saber se os eventos A e B são indepen- ímpares. Assim, apenas o produto 3 5 não pode ser
RACIOCÍNIO LÓGICO

dentes, podemos utilizar a definição ou calcular a proba- escolhido. Logo, se 1/10 = 10% não terá produto par,
bilidade de A ∩ B. Veja a representação: os outros 90% terão.

A e B independentes ↔ P(A/B) = P(A) ou


A e B independentes ↔ P(A ∩ B) = P(A) ∙ P(B)

105
PROGRESSÕES ARITMÉTICA E an = ap + n − p � r
GEOMÉTRICA. a6 = a3 + 6 − 3 � r
−1 = 2 + 3 � r
Definição 3r = −3
r = −1
As progressões aritméticas, conhecidas com “PA”, são
sequências de números, que seguem um determinado
padrão. Este padrão caracteriza-se pelo termo seguinte Ou seja, a razão desta PA é -1.
da sequência ser o termo anterior adicionado de um va-
lor fixo, que chamaremos de constante da PA, represen- Soma dos termos
tado pela letra “r”.
Os exemplos a seguir ilustrarão a definição acima: Outro ponto importante de uma progressão arit-
a) S={1,2,3,4,5…} : Esta sequência é caracterizada por mética é a soma dos termos. Considerando uma PA
sempre somar o valor 1 no termo seguinte, ou seja, que queremos saber a soma dos 5 primeiros termos:
trata-se de uma PA com razão . Se r>0, classificare- S={2,4,6,8,10…}. Como são poucos termos e sabemos to-
mos com PA crescente. dos eles, podemos simplesmente somá-los: 2+4+6+8+10
b) S={13,11,9,7,5…} : Também podemos ter sequên- = 30. Agora, considere que você saiba apenas o primei-
cias onde ao invés de somar, estaremos subtraindo ro e o quinto termo, ou seja: a1 = 2 e a5 = 10 e .
um valor fixo. Neste exemplo, o termo seguinte é o Como você calcularia a soma dos 5 termos?
termo anterior subtraído 2, assim, trata-se de uma O jeito que você aprendeu até agora seria obter os
PA com razão . Se r<0, classificaremos com PA de- outros termos e a razão a partir da expressão do termo
crescente. geral, porém você teria que fazer muitas contas para che-
c) S={4,4,4,4,4…} : Além disso, podemos ter uma se- gar ao resultado, gastando tempo. Como a PA segue um
quência de valores constantes, nesse caso, é como padrão, foi possível deduzir uma expressão que dependa
se estivéssemos somando 0 ao termos. Assim, se apenas do primeiro termo e do último:
r=0, classificaremos com PA constante. a1 + an � n
Sn =
Termo Geral
2
Assim, com , a1 = 2, a5 = 10 e n = 5 , podemos
Dado esta lógica de formação das progressões arit- calcular a soma:
méticas, pode-se definir o que chamamos de “expressão
do termo geral”. Trata-se de uma fórmula matemática 2 + 10 � 5 12 � 5 60
que relaciona dois termos de uma PA com a razão r: Sn = = = = 30
2 2 2
an = ap + n − p � r , com n ∈ ℕ∗ Ou seja, não precisamos saber nem a razão da PA
para acharmos a soma.
Onde an e ap são termos quaisquer da PA. Essa ex- Propriedades
pressão geral pode ser utilizada de 2 formas: As progressões aritméticas possuem algumas pro-
a) Sabemos um termo e a razão e queremos encon- priedades interessantes que podem ser exploradas em
trar outro termo. provas de concursos:
P1: Para três termos consecutivos de uma PA, o termo
Ex: O primeiro termo da PA igual a 7 e a razão é 3, médio é a média aritmética dos outros dois termos. Essa
qual é o quinto termo? propriedade é fácil de verificar com o exemplo: Vamos
Temos então a1 = 7 e r = 3 e queremos achar a5. considerar três termos consecutivos de uma PA sendo
Substituindo na fórmula do termo geral, temos que p = an−1, an e an+1 .Podemos afirmar a partir da fórmula
1 e n = 5. Assim: an = ap + n − p � r do termo geral que:
a5 = a1 + 5 − 1 � r
an = an−1 + r
a5 = 7 + 4 � 3 an = an+1 – r
a5 = 19 Somando as duas expressões:
Ou seja, o quinto termo desta PA é 19.
2an = an−1 + r + an +1 − r
b) Sabemos dois termos quaisquer e queremos obter 2an = an−1 + an + 1
RACIOCÍNIO LÓGICO

a razão da PA.
Ex: O terceiro termo da PA é 2 e o sexto é -1, qual será O que leva a:
a razão da PA? an−1 + an + 1
Temos então a3 = 2 e a6 = −1 e queremos achar r. an =
Substituindo na fórmula do termo geral, temos que p =
2
3 e n = 6. Assim:

106
P2: Termos equidistantes dos Extremos. Numa sequên- Resposta:
cia finita, dizemos que dois termos são equidistantes dos a) Para encontrar o termo geral da progressão aritmé-
extremos se a quantidade de termos que precederem o tica, devemos, primeiramente, determinar a razão r:
primeiro deles for igual à quantidade de termos que su- r = a2 – a1
cederem ao outro termo. Assim, na sucessão: r = 17 – 10
(a1 , a2 , a3, a4 , . . . , ap , . . . , ak , . . . , an 3 , an 2 , an 1 , an ), r=7
A razão é 7, e o primeiro termo da progressão (a1) é 10.
− − −

Temos: Através da fórmula do termo geral da PA, temos:


a2 e an 1 são termos equidistantes dos extremos;
− an = a1 + (n – 1). r
a3 e an 2 são termos equidistantes dos extremos;
− an = 10 + (n – 1). 7
a4 e an 3 são termos equidistantes dos extremos.

Portanto, o termo geral da progressão é dado por an =
Nota-se que sempre que dois termos são equidis- 10 + (n – 1). 7.
tantes dos extremos, a soma dos seus índices é igual ao
valor de n + 1. Assim sendo, podemos generalizar que, b) Como já encontramos a fórmula do termo geral,
se os termos e são equidistantes dos extremos, então: vamos utilizá-la para encontrar o 15° termo. Tendo em
vista que n = 15, temos então:
p + k = n+1 an = 10 + (n – 1). 7
a15 = 10 + (15 – 1). 7
a15 = 10 + 14 . 7
FIQUE ATENTO! a15 = 10 + 98
Com as considerações anteriores, temos que a15 = 108
numa PA com termos, a soma de dois ter-
mos equidistantes dos extremos é constante O 15° termo da progressão é 108.
e igual a soma do primeiro termo com o úl-
timo termo. 2. (CONED-2016) Em uma PA com 12 termos, a soma
dos três primeiros é 12 e a soma dos dois últimos é 65. A
razão dessa PA é um número:
Ex: Sejam, numa PA de termos, ap e ak termos equi-
distantes dos extremos, teremos, então: a) Múltiplo de 5
b) Primo
ap = a1 + (p – 1) � r ⇒ ap = a1 + p � r – r c) Com 3 divisores positivos
ak = a1 + (k – 1) � r ⇒ ak = a1 + k � r – r d) Igual a média geométrica entre 9 e 4
e) Igual a 4!
Somando as expressões:
Resposta: Letra B. Aplicando a fórmula do termo ge-
ap + ak = a1 + p � r – r + a1 + k � r – r ral nas duas considerações do enunciado, chega-se a
razão igual a 3, que é um número primo
ap + ak = a1 + a1 + (p + k – 1 – 1) � r

Considerando que p + k = n + 1 , ficamos com: Progressão Geométrica (PG)

ap + ak = a1 + a1 + (n + 1 – 1) � r Definição
ap + ak = a1 + a1 + (n – 1) � r As progressões geométricas, conhecidas com “PG”,
ap + ak = a1 + an são sequências de números, como as PA, mas seu padrão
está relacionado com a operação de multiplicação e di-
visão. Ou seja, o termo seguinte de uma PG é composto
pelo termo anterior multiplicado por uma razão cons-
EXERCÍCIOS COMENTADOS tante, que será chamada de “q”.
Os exemplos a seguir ilustrarão melhor essas defini-
RACIOCÍNIO LÓGICO

ções:
1. Em relação à progressão aritmética (10, 17, 24, …), de-
termine:
a) S={2,4,8,16,32…}: Esta sequência é caracterizada
a) o termo geral dessa PA; por sempre multiplicar o termo anterior por uma
b) o seu 15° termo; razão constante, q = 2. Como os termos subse-
qüentes são maiores, temos uma PG crescente (ca-
racterizada por q > 0 )

107
b)
1 1 1 b) Sabemos dois termos quaisquer e queremos obter
S = {9,3,1, , , … }: Esta sequência
a razão da PG. Exemplo: O segundo termo da PG é
3 9 27
é caracterizada por sempre multiplicar o ter- 3 e o quarto é 1/3, qual será a razão da PG, saben-
1 do que q < 0 ?
mo anterior por uma razão constante q = 3
, ou seja, estar sendo dividida sempre por 3. As- Resolução: Temos então
1
a2 = 3 e a4 = 3 e que-
sim, como os termos subseqüentes são menores, remos achar q. Substituindo na fórmula do termo geral,
temos uma PG decrescente (caracterizada por temos que p = 2 e n = 4. Assim:
a1 > 0 e 0 < q < 1 ).
c) S={-1,-2,-4,-8 ,-16,…}: Esta sequência é caracteri-
zada por sempre multiplicar o termo anterior por an = ap � qn−p
uma constante q=-2. Assim, como os termos sub- a4 = a2 � q4−2
sequentes são menores, temos outro caso de PG
decrescente (caracterizada por a1 < 0 e q > 1 ). 1
d) S={1,-4,16,-64,256…}: Esta sequência mostra alter- = 3 � q2
nância de sinal entre os termos. A razão neste caso
3
é q=-4 e quando isto ocorre, definimos como PG 1
alternada. (caracterizada por q < 0 ).
q2 =
9
e) S={5,5,5,5,5,5,…}: Esta sequência possui termos
constantes e é caracterizada por ter uma razão
q=1. Neste caso, é definido o que chamamos de
PG constante.

FIQUE ATENTO!
Como q < 0 , temos que a razão dessa PG é -1/3.
Atenção as definições de PG decrescente e
PG alternada, muitos alunos se confundem Soma finita dos termos
e dizem que PG decrescente ocorre quando Seguindo o mesmo princípio da PA, temos na PG a
, em uma analogia a PA. somatória dos “n” primeiros termos também. Uma fór-
mula foi deduzida e está apresentada a seguir:
a1 � qn − 1
Termo Geral Sn =
q−1
Dado esta lógica de formação das progressões geo- O ponto interessante desta fórmula é que ela depen-
métricas, podemos também definir a “expressão do ter- de apenas da razão e do primeiro termo, sem a necessi-
mo geral”. Trata-se de uma fórmula matemática que rela- dade de obter o termo . Caso você tenha qualquer outro
ciona dois termos de uma PG com a razão q: termo e a razão q, você obtém primeiramente o primeiro
an = ap � qn−p , n ∈ ℕ∗ , q ∈ ℝ termo com a fórmula do termo geral e depois obtém a
soma. O exemplo a seguir ilustra isso:
Onde an e ap são termos quaisquer da PG. Essa ex- Exemplo: Calcule a soma dos quatro primeiros temos
pressão geral pode ser utilizada de 2 formas: de uma PG, com q = 3 e a2 = 12
Resolução: Para aplicar a fórmula da soma, é necessá-
a) Sabemos um termo e a razão e queremos encon- rio obter o primeiro termo da PG. Usando o termo geral
trar outro termo. Exemplo: O primeiro termo da PG (com n=2 e p=1):
igual a 5 e a razão é 2, qual é o quarto termo?
an = ap � qn−p
Resolução: Temos então a1 = 5 e q = 2 e quere- a2 = a1 � q2−1
mos achar a4 . Substituindo na fórmula do termo geral,
temos que p = 1 e n = 4. Assim:
12 = a1 � 31
a1 = 4
an = ap � qn−p
Com o primeiro termo obtido, podemos encontrar a
a4 = a1 � q4−1 somatória (com n=4):
a4 = 5 � 23
RACIOCÍNIO LÓGICO

a4 = 5 � 8 = 40

Ou seja, o quarto termo desta PG é 40.

108
Ou seja, a soma dos termos desta PG infinita vale 2.
a1 qn − 1
Sn =
q−1
EXERCÍCIOS COMENTADOS
a1 q4 − 1
S4 = 1.(FUNAI – CONHECIMENTOS GERAIS –
q−1
ESAF/2016) O limite da série infinita S de razão 1/3,
1 1
S = 9 + 3 + 1 + + + ⋯ ) é:
4 34 − 1 3 9
S4 =
3−1
a) 13,444...
4 � 343 − 1 b) 13,5
S4 = = 2 � 342 = 684 c) 13,666...
2 d) 13,6
e) 14
Assim, a soma dos primeiros quatro termos desta PG
é igual a 684. Resposta: Letra B. a1
Aplicando a fórmula da PG infinita S∞ = , che-
Soma da PG infinita ga-se na resposta.
1−q

Além da soma dos “n” primeiros termos, as progres-


sões geométricas possuem uma particularidade. Para PG 2. Determine o valor do sexto termo da seguinte pro-
com , ou seja, para PG decrescentes ou alternadas, pode- gressão geométrica (1, 2, 4, 8, ...).
mos definir a “soma da PG infinita”. Em outras palavras,
se tivermos uma PG com infinitos termos com q < 1 Resposta: a6 = 32
, podemos obter a somar todos eles e obter um valor Nota-se que a razão da progressão geométrica é igual
finito. A fórmula da PG infinita é apresentada a seguir: a 2. Então, tem-se que:
a1
S∞ = an = ap � qn−p
1−q
a6 = a1 � q6−1
a6 = 1 � 25 = 32
#FicaDica
A fórmula é bem simples e como na fórmu-
la da soma dos “n” primeiros termos, temos CONJUNTOS: AS RELAÇÕES DE
dependência apenas do primeiro termo e da PERTINÊNCIA; INCLUSÃO E IGUALDADE;
razão. OPERAÇÕES ENTRE CONJUNTOS, UNIÃO,
INTERSEÇÃO E DIFERENÇA. COMPARAÇÕES
Exemplo: Calcule a soma infinita da seguinte PG:

1 1 1 1 1 Teoria Dos Conjuntos


S = {1, , , , , ,…�
2 4 8 16 32 O conceito de conjunto é um conceito primitivo e,
Resolução: Como se trata de uma PG decrescen- portanto, não existe uma definição clara para tal. Porém,
conjuntos fazem parte do dia a dia de todas as pessoas
te com a1 = 1 e q = , ela atende aos requisitos da
1
2 nas mais diversas situações: conjunto de pessoas, con-
soma infinita: Substituindo na fórmula: junto de objetos, conjunto de arquivos em um computa-
dor, conjunto de fotografias.
a1 Considere, em uma empresa, uma equipe de trabalho
S∞ =
1−q com 4 membros. Essa equipe nada mais é do que um
conjunto de pessoas, onde cada um dos membros é um
elemento desse conjunto.
1
S∞ =
RACIOCÍNIO LÓGICO

1 CLASSIFICAÇÃO DE CONJUNTOS
1−
2
Conjunto Finito
1 Um conjunto finito é um conjunto que possui um
S∞ = =2
1 número limitado (finito) de elementos. Por exemplo, o
2 conjunto dos números naturais, ímpares e inferiores a 10.
Esse conjunto contém apenas os elementos 1, 3, 5, 7 e 9.

109
O conjunto é expresso por: A={1, 3, 5, 7,9}

Note que o conjunto é expresso por uma letra maiús-


cula e os elementos são apresentados entre colchetes

Conjunto Infinito

Um conjunto infinito é um conjunto que possui um


número ilimitado (infinito) de elementos. Por exemplo, o
conjunto dos números naturais e pares maiores do que
1. Não há um número limitado de números naturais e
pares, começa com 2, 4, 6... e assim sucessivamente. O
conjunto é expresso por: B={2, 4, 6,8...} RELAÇÕES ENTRE ELEMENTOS E CONJUNTOS
Conjunto Vazio Aqui são apresentadas as relações: entre elemento e
conjunto e entre conjuntos.
Um conjunto vazio é um conjunto que não possui ele-
mentos. Por exemplo, o conjunto dos números múltiplos RELAÇÃO ENTRE ELEMENTO E CONJUNTO
de 10, maiores do que 1 e menores do que 2. Como é
possível notar, não há nenhum múltiplo de 10 entre 1 e Quando se analisa a relação entre um elemento e um
9, portanto esse conjunto não possui elementos. O con- conjunto há duas possibilidades: ou o elemento pertence
junto é expresso por: 𝐶 = 𝜙 ou 𝐶 = { } ao conjunto ou não pertence ao conjunto. A essa relação,
dá-se o nome de pertinência. Abaixo, um exemplo:
Conjunto Unitário Conjunto X={1, 5, 10, 15, 20}
O elemento 1 pertence ao conjunto X. O símbolo que
Um conjunto unitário é um conjunto que possui um
indica essa relação é: ∈ . Assim, a relação é expressa por
único elemento. Por exemplo, o conjunto dos números
1 ∈ X:
pares maiores do que 3 e menores do que 5. Nota-se que
O elemento 4 não pertence ao conjunto X. O símbolo
o único número par maior do que 3 e menor do que 5 é
que indica essa relação é: ∉ . Assim, a relação é expressa
o número 4 e, portanto, é o único elemento do conjunto.
por: 4 ∉ X.
Assim, o conjunto é unitário e expresso por: D={4}.

REPRESENTAÇÃO RELAÇÃO ENTRE CONJUNTOS

Há três formas principais para representar conjuntos: Quando se analisa a relação entre dois conjuntos, há
compreensão, extensão e diagrama de Venn. Cada uma duas possibilidades: ou um conjunto está contido em
delas possui características específicas. outro ou não está contido. A essa relação dá-se o nome
de continência. Para explicar essa relação, é necessário
definir o conceito de subconjunto. A seguir um exemplo:
Compreensão Sejam dois conjuntos Y={1, 2, 3} e Z={1, 2, 3, 7, 8, 9}.
Nota-se que todos os elementos do conjunto Y per-
Nesse tipo de representação, o conjunto é expresso tencem ao conjunto Z. Assim, diz-se que Y é um subcon-
de modo a apresentar uma característica dos seus ele- junto de Z e, portanto, Y está contido em Z. O símbolo
mentos. Por exemplo, o conjunto dos números pares, que indica essa relação é: ⊂ . Assim a relação é expressa
nessa representação é expresso por: E={y|y é um número por: Y ⊂ Z.
par} onde y representa qualquer elemento do conjunto. Sejam, agora, dois outros conjuntos W={1, 3, 5} e
T={1, 2, 3, 8, 10}.
Extensão Nota-se que nem todos os elementos do conjunto
W pertencem ao conjunto T. Assim, W não está contido
Nesse tipo de representação, o conjunto é apresen- em T (pelo menos um elemento de W não pertence a T).
tado com todos os seus elementos. Os elementos são O símbolo que indica essa relação é: ⊄ . Assim, a relação
apresentados entre chaves e separados por vírgulas. Por é expressa por: W ⊄ T.
exemplo, o conjunto dos números naturais, ímpares e
menores do que 10: F={1, 3, 5, 7, 9}
FIQUE ATENTO!
Diagrama de Venn A relação de um conjunto unitário e outro
RACIOCÍNIO LÓGICO

conjunto é de continência e não de perti-


Esse tipo de representação, nada mais é do que uma nência. Seja: A={2, 4, 6,}, diz-se que {4} ⊂ A
representação gráfica onde os elementos do conjunto e não que {4} ∈ A..
são apresentados dentro de uma forma geométrica. Por
exemplo, o mesmo conjunto apresentado acima (núme-
ros naturais, ímpares e menores do que 10), pode ser ex-
presso em um diagrama de Venn:

110
Subconjuntos

Da definição de subconjunto, decorrem três premis-


sas
a) Todo conjunto é subconjunto de si mesmo, ou seja,
X ⊂ X.
b) Se X ⊂ Y e ,Y ⊂ X então 𝑋 ≡ 𝑌
c) O conjunto vazio é subconjunto de todo e qualquer
conjunto, ou seja: 𝜙 ⊂ 𝑋 Quantidade de elementos no conjunto união

Igualdade de conjuntos A quantidade de elementos, ou número de elemen-


tos, de qualquer conjunto é denotado da seguinte forma:
Diz-se que dois conjuntos são iguais se e somente n (X) representa o número de elementos do conjunto . O
se ambos possuem os mesmos elementos. Se houver ao número de elementos do conjunto união é calculado por:
menos um elemento diferente em um dos conjuntos, não 𝑛 𝑋 ∪ 𝑌 = 𝑛 𝑋 + 𝑛 𝑌 − 𝑛(𝑋 ∩ 𝑌)
se pode dizer que ambos são iguais. A seguir, um exem-
plo:
Sejam os conjuntos: X={1, 2, 3, 4}, Y={1, 2, 3, 4, 5,} e Ou seja, o número de elementos do conjunto união
Z={1, 2, 3, 4} consista na soma do número de elementos de cada um
Os conjuntos X e Z possuem os mesmos elementos dos conjuntos subtraído do número de elementos da
e, portanto, são iguais: 𝑋 ≡ 𝑍 . Já o conjunto Y não é intersecção entre os dois conjuntos. Como os elemen-
igual a nenhum dos outros dois, pois tem um elemento tos em comum a ambos pertencem aos dois conjuntos,
diferente de ambos (elemento 5). é necessário subtrair 𝑛 𝑋 ∩ 𝑌 para não contar esses
elementos duas vezes.

OPERAÇÕES ENTRE CONJUNTOS


DIFERENÇA ENTRE CONJUNTOS
UNIÃO DE CONJUNTOS
Para explicar a diferença entre conjuntos, será dado
Para explicar a união de conjuntos, será utilizado um exemplo. Sejam dois conjuntos X={10, 20, 30, 40} e
um exemplo. Sejam dois conjuntos X={10, 20, 30, 40} e Y={30, 40, 50, 60}. A diferença entre esses dois conjuntos,
Y={30, 40, 50, 60}. A união desses dois conjuntos resulta nessa ordem (ou seja, X-Y), resulta em um terceiro con-
em um terceiro conjunto, Z, que é expresso por: Z={10, junto, Z, que é expresso por: Z={10, 20}. Note que o con-
20, 30, 40, 50, 60} . Note que o conjunto Z contém todos junto Z contém todos os elementos que pertencem tanto
os elementos de X e Y, sem repetir os elementos em co- ao conjunto X excluídos os elementos em comum com
mum. Essa operação é representada por: 𝑋 ∪ 𝑌 . o conjunto Y. Essa operação é representada por: Z=X-Y.
É possível visualizar a operação utilizando o diagrama Se a diferença fosse Z=Y-X, o resultado seria .Z={50,
de Venn: 60}. Em resumo, o conjunto diferença contém todos os
elementos do primeiro conjunto excluindo-se os ele-
mentos em comum com o segundo conjunto.
Se o segundo conjunto (Y) for um subconjunto do
primeiro (X), a diferença é expressa por CXY, onde lê-se
complementar de Y em relação a X.

PROBLEMAS

É comum encontrar em diversas provas problemas


INTERSECÇÃO DE CONJUNTOS que precisam de noções de conjuntos para serem resol-
vidos. São problemas que requerem o uso do diagrama
Para explicar a intersecção de conjuntos, será o exem- de Venn e têm uma mecânica característica de solução. A
plo anterior. Sejam dois conjuntos X={10, 20, 30, 40} e seguir será apresentado um exemplo:
Y={30, 40, 50, 60} . A intersecção desses dois conjun- Uma pesquisa foi feita com os funcionários de uma
tos resulta em um terceiro conjunto, Z, que é expresso empresa, para ver quais eram as preferências alimentícias
por: Z={30, 40}. Note que o conjunto Z contém todos de cada um deles. Para isso, foi perguntado se o funcio-
os elementos que pertencem tanto ao conjunto X quan- nário come carne vermelha, frango, peixe ou não come
RACIOCÍNIO LÓGICO

to ao conjunto Y. Essa operação é representada por: nenhum tipo de carne. Após entrevistar os 200 funcioná-
𝑍 =𝑋∩𝑌 . rios, chegou-se aos seguintes resultados:
É possível visualizar a operação utilizando o diagrama 110 funcionários comem carne vermelha
de Venn: 100 funcionários comem frango
80 funcionários comem peixe
44 funcionários comem carne vermelha e frango
43 funcionários comem frango e peixe

111
41 funcionários comem carne vermelha e peixe
15 funcionários comem carne vermelha, frango e pei-
xe

De acordo com a pesquisa, quantos funcionários não


comem nenhum tipo de carne? Quantos funcionários co-
mem somente carne vermelha?
O primeiro passo é montar o diagrama de Venn do
problema, onde cada circunferência representará um
conjunto. Há três conjuntos: carne vermelha, frango e
peixe.

Os próximos passos consistem em preencher os ou-


tros espaços que há em comum entre os conjuntos.
110 funcionários comem carne vermelha. O número
de funcionários que comem somente carne vermelha
corresponde a: 110-29-15-26=40 funcionários.
100 funcionários comem carne frango. O número de
funcionários que comem somente frango corresponde a:
100-29-15-28=28 funcionários.
80 funcionários comem peixe. O número de funcio-
nários que comem somente peixe corresponde a: 80-28-
15-26=11 funcionários
O próximo passo é preencher os campos do diagra-
Agora, coloca-se todos os valores encontrados no
ma. Quando houver o dado, o primeiro espaço a ser
diagrama:
preenchido é a intersecção dos três conjuntos. Nesse
caso, corresponde à quantidade de funcionários que co-
mem os três tipos de carne.

A quantidade de funcionários que não comem carne,


44 funcionários comem carne vermelha e frango. pode ser encontrada somando-se todos os valores que
Dessas 44 pessoas, 15 comem carne vermelha, frango e constam no diagrama e, em seguida, calcula-se a dife-
peixe. Então, 44-15=29 pessoas comem somente carne rença entre o total de funcionários e a soma encontrada.
vermelha e frango. Assim: 200-(40+29+15+26+28+28+11)=23 funcionários.
43 funcionários comem frango e peixe. Dessas 41 Assim:
pessoas, 15 comem carne vermelha, frango e peixe. En-
tão, 43-15=28 pessoas comem somente frango e peixe.
41 funcionários comem carne vermelha e peixe. Des-
sas 41 pessoas, 15 comem carne vermelha, frango e pei-
xe. Então, 41-15=26 pessoas comem somente carne ver-
RACIOCÍNIO LÓGICO

melha e peixe.

Agora, coloca-se todos os valores encontrados no


diagrama:

112
Assim, analisando o diagrama final é possível respon-
der às duas perguntas do problema:
23 funcionários não comem carne HORA DE PRATICAR!
40 funcionários comem somente carne vermelha
1. (PREFEITURA DE SARZEDO-MG – TÉCNICO ADMI-
NISTRATIVO – IBGP – 2018) Analise o trecho e assina-
FIQUE ATENTO! le a alternativa que completa CORRETAMENTE a lacuna: 
Sempre confira se a soma de todos os nú- “___________ são declarações às quais pode ser atribuído
meros que constam nos espaços dos dia- ou valor verdadeiro ou valor falso.” 
gramas corresponde à quantidade total do
problema. Se não corresponder, há um con- a) Proposições
junto dos que não se encaixa em nenhum b) Conjunções
dos conjuntos do problema (no caso acima, c) Permutações
é o conjunto dos que não comem carne). d) Afirmações

2. (PREFEITURA DE SARZEDO-MG – TÉCNICO ADMI-


NISTRATIVO – IBGP – 2018) Acerca das proposições,
analise. 
EXERCÍCIO COMENTADO
I. A árvore é vermelha. Pode-se dizer que essa afirma-
1. (AFAP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – FCC, ção ou é falsa ou é verdadeira. Portanto, trata-se de uma
2019). Foi feita uma pesquisa entre todos os funcioná- proposição.
rios da empresa X e constatou-se que 50 deles falavam II. Bom dia! Trata-se de uma saudação. Não podemos di-
inglês, 45 espanhol e 15 falavam as duas línguas. Verifi- zer que a frase é falsa, nem mesmo que é verdadeira.
cou-se também que 5 dos funcionários não falavam ne- Portanto, a frase não é uma proposição.
nhuma língua estrangeira. Então, o número de funcioná- III. As informações das proposições possuem valor lógico
rios da empresa X é totalmente verdadeiro ou totalmente falso. Nunca uma
proposição será verdadeira e falsa ao mesmo tempo. 
a) 95
b) 75 Está(ão) CORRETA(S) a(s) afirmativa(s).
c) 85
d) 80 a) I apenas
e) 90 b) III apenas
c) I e II apenas
Resposta: Letra C. O diagrama de Venn do problema d) I, II, III
é o seguinte
3. (EMATER-MG – ASSESSOR JURÍDICO – GESTÃO
CONCURSO – 2018) Avalie as afirmações a seguir a res-
peito das proposições e de seus valores lógicos.

I. A frase “2 + 3 > 7” é uma proposição verdadeira.


II. A frase “Josimar é alto e Cleiton é magro” é uma pro-
posição composta.
III. A frase “Belo Horizonte é a capital do estado de São
Paulo” é uma proposição.
Assim, o total de funcionários da empresa é igual a:
35+15+30+5=85 funcionários. Está correto apenas o que se afirma em:

a) I
b) II
c) I e II
d) II e III

4. (EMATER-MG – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –


GESTÃO CONCURSO – 2018) Das frases abaixo, a única
RACIOCÍNIO LÓGICO

que representa uma proposição é:

a) Que frio!
b) Você foi a aula ontem?
c) Carlos é um menino alto.
d) Ele trabalhou durante todo o evento ontem.

113
5. (PREFEITURA DE SARZEDO-MG – TÉCNICO ADMI- 9. (TRT 6 REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC –
NISTRATIVO – IBGP – 2018) “Se o pássaro cantar, então 2018) Considere a afirmação I como sendo FALSA e as
ele está vivo.”  outras três afirmações como sendo VERDADEIRAS. 
Com base na estrutura lógica, assinale a alternativa COR-
RETA. I. Lucas é médico ou Marina não é enfermeira.
II. Se Arnaldo é advogado, então Lucas não é médico.
a) 𝑝∨𝑞 III. Ou Otávio é engenheiro, ou Marina é enfermeira, mas
b) 𝑝∧𝑞 não ambos.
c) 𝑝↔𝑞 IV. Lucas é médico ou Paulo é arquiteto. 
d) 𝑝⟶𝑞
A partir dessas informações, é correto afirmar que
6. (ARCON-PA – ASSISTENTE TÉCNICO – IADES –
2018) Considere as proposições a seguir.  a) Paulo não é arquiteto ou Marina não é enfermeira
b) Marina é enfermeira e Arnaldo não é advogado
i) Se Amanda vai ao parque, não está calor; c) Se Lucas não é médico, então Otávio é engenheiro
ii) Se está calor, Jorge toma um suco gelado; d) Otávio é engenheiro e Paulo não é arquiteto
iii) Se Jorge vai ao parque, Amanda fica em casa.  e) Arnaldo é advogado ou Paulo é arquiteto

Sabendo que Amanda não fica em casa e que Jorge toma 10. (TCE-SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO – VUNESP –
um suco gelado, infere-se que 2017) Considere verdadeiras as afirmações I, II, III e falsa
a afirmação IV.
a) está calor.
b) Amanda vai ao parque. I. Se como, então não sinto fome.
c) Jorge fica em casa. II. Não sinto fome ou choro.
III. Se choro, então não sorrio.
d) Jorge não vai ao parque
IV. Não sinto fome ou grito.
e) não está calor
A partir dessas afirmações, é verdade que: 
7. (PC-SP – AUXILIAR DE PAPILOSCOPISTA – VUNESP
– 2018) Considere falsidade a proposição I, e verdade a
a) Não grito e não choro
proposição II:
b) Sorrio ou sinto fome
c) Como ou grito
I. Se Ana é auxiliar de papiloscopista, então Caio é inves- d) Não sorrio e não sinto fome
tigador. e) Choro e grito
II. Caio é investigador ou Monica é escrivã.
11. (CRA-SC – CONTADOR – IESES – 2017) Leia as fra-
Com base no que foi apresentado, é verdade que ses abaixo sobre lógica proposicional:
a) Caio não é investigador, e Monica não é escrivã. I. A frase “Amanhã é terça-feira?” é uma proposição.
b) Ana não é auxiliar de papiloscopista, e Monica é es- II. A frase “São Paulo é a capital do Brasil” é uma proposição.
crivã. III. A frase “4 é maior que 1, se e somente se 1 for menor
c) Ana não é auxiliar de papiloscopista, e Caio não é in- que 4” trata-se de uma bi-implicação.
vestigador. IV. A frase “Hoje está muito frio ou é sábado” é uma dis-
d) Ana é auxiliar de papiloscopista, e Monica é escrivã. junção.
e) Caio é investigador, e Mônica é escrivã.
A sequência correta é:
8. (PREFEITURA DE SALVADOR – TÉCNICO EM NÍVEL
SUPERIOR – FGV – 2017) Considere a sentença:  a) Apenas as assertivas II e III estão corretas
“Se Jorge é torcedor do Vitória, então ele é soteropoli- b) Apenas as assertivas II e IV estão corretas
tano”.  c) Apenas as assertivas I,III e IV estão corretas
d) Apenas as assertivas II,III e IV estão corretas
Um cenário no qual a sentença dada é falsa é
12. (IGP-SC – PERITO MÉDICO LEGISTA – IESES – 2017)
a) “Jorge é torcedor do Bahia e é Soteropolitano” Ou Nestor compra uma casa ou sua esposa, Lívia, vai via-
b) “Jorge é torcedor do Vasco e é Carioca” jar. Se Lívia vai viajar então seu filho Henrique compra
c) “Jorge é torcedor do Bahia e é Paulista” um videogame. Se Henrique compra um videogame en-
RACIOCÍNIO LÓGICO

d) “Jorge é torcedor do Vitória e é Paulista” tão seu irmão Celso não trabalha. Ora, sabe-se que Celso
e) “Jorge é torcedor do Flamengo e é Soteropolitano” trabalha. Logo:

a) Nestor compra uma casa e Lívia vai viajar


b) Nestor compra uma casa
c) Nestor não compra uma casa
d) Livia vai viajar

114
13. (MPE-BA – ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRA- 17. (IGP-SC – PERITO CRIMINAL AMBIENTAL – IESES–
TIVO – AOCP – 2014) Laura, Daniela e Luciana possuem 2017) Indique a alternativa que representa uma tauto-
números de filhos diferentes. Uma possui um filho; outra, logia:
dois filhos; e outra, três. Sabendo que
a) Se Rafael é inteligente ou Fabricio é chato então Rafael
• ou Daniela possui um filho, ou Luciana possui um filho; não é inteligente e Fabricio não é chato.
• ou Laura possui dois filhos ou Luciana possui três filhos; b) Se Rafael é inteligente e Fabricio é chato então Rafael
• ou Luciana possui três filhos, ou Daniela possui três fi- é inteligente e Fabricio não é chato.
lhos. c) Se Rafael é inteligente ou Fabricio é chato então Rafael
é inteligente e Fabricio é chato.
Podemos afirmar que Laura, Daniela e Luciana possuem, d) Se Rafael é inteligente e Fabricio é chato então Rafael
respectivamente: é inteligente ou Fabricio é chato.

a) dois filhos, um filho e três filhos. 18. (SERES-PE – AGENTE DE SEGURANÇA PENITEN-
b) dois filhos, três filhos e um filho. CIÁRIA – CESPE– 2017) A partir das proposições simples
c) três filhos, dois filhos e um filho P: “Sandra foi passear no centro comercial Bom Preço”, Q:
d) três filhos, um filho e dois filhos “As lojas do centro comercial Bom Preço estavam reali-
e) um filho, dois filhos e três filhos zando liquidação” e R: “Sandra comprou roupas nas lojas
do Bom Preço” é possível formar a proposição composta
14. (IF BAIANO – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – S: “Se Sandra foi passear no centro comercial Bom Preço
FCM – 2017) Observe as proposições p e q abaixo: e se as lojas desse centro estavam realizando liquidação,
então Sandra comprou roupas nas lojas do Bom Preço
p: O número 9 é primo ou Sandra foi passear no centro comercial Bom Preço”.
q: O número 170 é par Considerando todas as possibilidades de as proposições
Considerando que a proposição p é falsa e a proposi- P, Q e R serem verdadeiras (V) ou falsas (F), é possível
ção q é verdadeira, avalie as afirmativas. construir a tabela-verdade da proposição S, que está ini-
ciada na tabela mostrada a seguir.
I- p ∧ q é falso P Q R S
II- p ∨ q é verdadeiro
III- ~p ∧ q é verdadeiro
IV- ~p ∨ ~q é falso

Está correto apenas o que se afirma em

a) I e II
b) I, II e III
c) II e III
d) II, III e IV
e) III e IV

15. (AL-RS – AGENTE LEGISLATIVO – FUNDATEC – Completando a tabela, se necessário, assinale a opção
2018) A tabela-verdade da fórmula é equivalente à tabe- que mostra, na ordem em que aparecem, os valores ló-
la-verdade da fórmula da alternativa: gicos na coluna correspondente à proposição S, de cima
para baixo.
a) ¬𝑃 → (𝑄 ∨ 𝑅)
b) 𝑃 ∨ (¬𝑄 ∨ ¬𝑅) a) V; V; F; F; F; F; F; F;
c) 𝑃 ∨ (𝑄 ∨ 𝑅) b) V; V; F; V; V; F; F; V;
d) 𝑃 → (¬𝑄 ∧ ¬𝑅) c) V; V; F; V; F; F; F; V;
e) (𝑄 ∨ 𝑅) → 𝑃 d) V; V; V; V ;V; V; V;
e) V; V; V; F; V; V; V; F
16. (AL-RS – TÉCNICO LEGISLATIVO – FUNDATEC–
2018) A tabela-verdade da fórmula : 19. (IFB – PROFESSOR FILOSOFIA – IFB– 2017) Na era
digital um professor de filosofia contribui na formação
a) Só é falsa quando P e Q são falsos dos estudantes quando os ajuda a conhecer alguns prin-
b) É uma tautologia cípios da lógica matemática. Assim sendo a proposição:
RACIOCÍNIO LÓGICO

c) É uma contradição ~𝑝 ∧ (𝑝 ∧ ~𝑞)   é uma:


d) Só é falsa quando P e Q são verdadeiros
e) Só é falsa quando P é verdadeiro e Q é falso a) Contingência
b) Tautologia
c) Contradição
d) Indeterminação
e) Inferência

115
20. (MPE-PR – TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES – ESPP– 2013) d) “Alguma gestão imobiliária precisa da regularização
Se p e q são proposições e ~p e ~q suas respectivas ne- cadastral”.
gações, então podemos dizer que (𝑝 → 𝑞 ) ↔ (~ 𝑞 ∨ 𝑝)
é uma:  26. (PC-SP – AGENTE POLICIAL – VUNESP – 2018) Leia
a frase a seguir: “Qualquer pessoa sabe andar de bicicle-
a) Tautologia ta”. A afirmação que corresponde à negação lógica dessa
b) Contingência frase é:
c) Contradição
d) Equivalência a) Todos que andam de bicicleta também andam de mo-
e) Implicação tocicleta.
b) Apenas uma pessoa sabe andar de bicicleta
21. (IF-CE – ASSISTENTE DE ADMINISTRAÇÃO – IF- c) Pelo menos uma pessoa não sabe andar de bicicleta.
-CE– 2017) Em comparação com o total de valorações d) As crianças não sabem andar de bicicleta
possíveis para as proposições P, Q, R e S, as que fazem e) Ninguém sabe andar de bicicleta
a fórmula 𝑃 → 𝑄) ∨ (𝑅 ∧ ¬𝑆 ser falsa representam 
27. (TJ-SC – TÉCNICO JUDICÁRIO AUXILIAR – FGV –
a) três dezesseis avos 2018) Considere a afirmação: “Nenhum médico é cego”.
b) cinco oitavos A negação dessa afirmação é:
c) três quartos
d) sete dezesseis avos a) Há, pelo menos, um médico cego.
e) três oitavos b) Nenhum cego é médico.
c) Todos os médicos são cegos.
22. (PREFEITURA DE TANGUÁ – FISCAL DE TRIBUTOS d) Todos os cegos são médicos.
– MS CONCURSOS– 2017) A tabela-verdade da propo- e) Todos os médicos não são cegos.
sição (𝑝 → 𝑞) ∧ 𝑟 ↔ (𝑝 ∧ ~𝑟) possui:
28. (BANESTES – ANALISTA – FGV – 2018) A negação
a) 4 linhas lógica da sentença “Todo capixaba é torcedor do Vasco e
b) 8 linhas gosta de moqueca” é
c) 16 linhas
d) 32 linhas a) Todo capixaba não é torcedor do Vasco e não gosta
de moqueca;
23. (EBSERH – MÉDICO – IBFC– 2017) Sabe-se que p, b) Todo capixaba não é torcedor do Vasco ou não gosta
q e r são proposições compostas e o valor lógico das de moqueca;
proposições p e q são falsos. Nessas condições, o va- c) Algum capixaba é torcedor do Vasco e não gosta de
lor lógico da proposição r na proposição composta moqueca;
{[𝑞 ∨ (𝑞 ∧ ~𝑝)] ∨ 𝑟} cujo valor lógico é verdade, é: d) Algum capixaba não é torcedor do Vasco ou gosta de
moqueca;
a) falso e) Algum capixaba não é torcedor do Vasco ou não gosta
b) inconclusivo de moqueca;
c) verdade e falso
d) depende do valor lógico de p 29. (TCU – ANALISTA – ESAF – 1999) Se é verdade que
e) verdade “Alguns escritores são poetas” e que “Nenhum músico é
poeta”, então, também é necessariamente verdade que:
24. (PREFEITURA DE NITERÓI – ANALISTA – FGV –
2018) A negação de “Nenhum analista é magro” é: a) nenhum músico é escritor
b) algum escritor é músico
a) “Há pelo menos um analista magro”. c) algum músico é escritor
b) “Alguns magros são analistas”. d) algum escritor não é músico
c) “Todos os analistas são magros”. e) nenhum escritor é músico
d) “Todos os magros são analistas”.
e) “Todos os analistas não são magros”. 30. (MPE-PE – TÉCNICO MINISTERIAL – FCC – 2006)
Considere verdadeiras todas as três afirmações:
25. (PBH ATIVOS S.A. – ANALISTA JURÍDICO – IBGP
– 2018) A negação da frase “Toda gestão imobiliária pre- I. Todas as pessoas que estão no grupo de Alice são tam-
cisa de regulação cadastral” é equivalente a: bém as que estão no grupo de Benedito.
RACIOCÍNIO LÓGICO

II. Benedito não está no grupo de Celina.


a) “Existe alguma gestão imobiliária que não precisa de III. Dirceu está no grupo de Emília.
regularização cadastral”.
b) “Nenhuma gestão imobiliária precisa da regularização Se Emília está no grupo de Celina, então
cadastral”.
c) “Toda gestão imobiliária independe da regularização a) Alice está no grupo de Celina.
cadastral”. b) Dirceu não está no grupo de Celina.

116
c) Benedito está no grupo de Emília. 36. (PREFEITURA DE CONCHAS. – ASSISTENTE AD-
d) Dirceu não está no grupo de Alice. MINISTRATIVO – METRO CAPITAL SOLUÇÕES – 2018)
e) Alice está no grupo de Emília. Sabe-se que Heloísa dança ballet e fala italiano, a nega-
ção desta proposição então é:
31. (PC-PE – PERITO – IPAD – 2006) Sabe-se que algum
B não é A e que algum C é A. Podemos afirmar com cer- a) Heloísa não dança ballet ou não fala italiano.
teza que: b) Se Heloísa dança ballet, então não fala italiano.
c) Heloísa não dança ballet, e não fala italiano.
a) algum A não é B d) Heloísa fala italiano ou não dança ballet.
b) algum A não é C e) Heloísa não fala italiano ou dança ballet.
c) nenhum B é C
d) algum B é C 37. (PREFEITURA DE NITERÓI. – AUDITOR MUNICI-
e) algum A é C PAL – FGV – 2018) Considere a sentença: “Se Arlindo é
baixo, então Arlindo não é atleta”. Assinale a opção que
32. (PC-BA – INVESTIGADOR DE POLICIA – VUNESP apresenta a sentença logicamente equivalente à senten-
– 2018)Considere a seguinte afirmação:  “Todo homem ça dada.
é bípede e mamífero”. A alternativa que apresenta uma
negação lógica para essa afirmação é: a) “Se Arlindo não é atleta, então Arlindo é baixo”.
b) “Se Arlindo não é baixo, então Arlindo é atleta”.
a) nenhum homem é bípede e mamífero c) “Se Arlindo é atleta, então Arlindo não é baixo”.
b) nenhum homem é bípede ou mamífero d) “Arlindo é baixo e atleta”.
c) Existe homem que não é bípede ou não é mamífero e) “Arlindo não é baixo e não é atleta”.
d) Existe homem que não é bípede e não é mamífero
e) Alguns homens são bípedes e mamíferos 38. (PREFEITURA DE NITERÓI – AUDITOR MUNICIPAL
– FGV – 2018) Considere a afirmação: “Mateus não ga-
33. (UNIPAMPA – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – nha na loteria ou ele compra aquele carrão”. Uma afirma-
FUNDATEC – 2016) A negação da sentença “algum fun- ção equivalente a essa afirmação é:
cionário está com férias vencidas” é equivalente a:
a) Mateus ganha na loteria e não compra aquele carrão.
a) algum funcionário não está com férias vencidas. b) Ou Mateus não compra aquele carrão ou ele não ga-
b) Pelo menos um funcionário está com férias vencidas. nha na loteria.
c) Todos os funcionários não estão com férias vencidas. c) Mateus ganha na loteria ou ele compra aquele carrão.
d) Nem todos os funcionários estão com férias vencidas. d) Se Mateus ganha na loteria, então ele compra aquele
e) Qualquer funcionário está com férias vencidas. carrão.
e) Se Mateus não ganha na loteria, então ele não compra
34. (SEFAZ-RS – TÉCNICO TRIBUTÁRIO – CESPE – 2018) aquele carrão.
A negação da proposição “O IPTU, eu pago parcelado; o
IPVA, eu pago em parcela única” pode ser escrita como 39. (SEGEP-MA – AUXILIAR DE FISCALIZAÇÃO – FCC –
2018) Uma afirmação que seja logicamente equivalente à
a) “Eu não pago o IPTU parcelado e não pago o IPVA em afirmação ‘Se Luciana e Rafael se prepararam muito para o
parcela única” concurso, então eles não precisam ficar nervosos’, é
b) “Eu não pago o IPTU parcelado e pago o IPVA parce-
lado” a) Se Luciana se preparou para o concurso e Rafael não
c) “Eu não pago o IPTU parcelado ou não pago o IPVA em se preparou, então eles precisam ficar nervosos.
parcela única” b) Se Luciana e Rafael precisam ficar nervosos, então eles
d) “Eu pago o IPTU em parcela única e pago o IPVA par- não se prepararam muito para concurso.
celado” c) Se Luciana e Rafael não precisam ficar nervosos, então
e) “Eu pago o IPTU em parcela única ou pago o IPVA eles se preparam muito para o concurso.
parcelado” d) Se Luciana não se preparou muito e Rafael se prepa-
rou muito para o concurso, então Luciana precisa ficar
35. (PREFEITURA DE MARICÁ – ORIENTADOR PEDA- nervosa e Rafael não precisa ficar nervoso.
GÓGICO – COESAC – 2018) A negação lógica da afirma- e) Luciana e Rafael se prepararam muito para o concurso
ção condicional “se Ana adoece, então Pedro fica triste” e mesmo assim ficam nervosos.
é:
40. (ISPM – ASSISTENTE DE GESTÃO MUNICIPAL –
RACIOCÍNIO LÓGICO

a) Se Ana não adoece, Pedro não fica triste. VUNESP – 2018) Uma afirmação equivalente à afirma-
b) Se Ana adoece, então Pedro não fica triste. ção: Se hoje corro, então amanhã descansarei, está con-
c) Ana adoece ou Pedro não fica triste. tida na alternativa:
d) Ana adoece e Pedro não fica triste.
e) Se Pedro fica triste, Ana adoece. a) Se amanhã não descansarei, então hoje não corro.
b) Se hoje não corro, então amanhã não descansarei.
c) Se amanhã descansarei, então hoje corro.

117
d) Hoje corro ou amanhã descansarei. d) o argumento I é inválido e o II é válido, pois a primeira
e) Hoje descanso e amanhã correrei premissa de II é mais plausível que a de I.
e) o argumento I é válido e o II é inválido, mesmo que a
41. (TCE-SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO – FCC – 2017) primeira premissa de II seja mais plausível que a de I.
Assinale a alternativa que apresenta uma afirmação equi-
valente à afirmação “Se comprei e paguei, então levei”.  45. (PC-SP – ESCRIVÃO – VUNESP – 2018) De um argu-
mento válido, sabe-se que suas premissas são:
a) Se comprei e não paguei, então não levei.
b) Se não comprei e paguei, então não levei. I. Se a investigação é feita adequadamente e as provas são
c) Se não levei, então não paguei ou não comprei. consistentes, então é certo que o réu será condenado.
d) Se comprei ou paguei, então não levei. II. O réu não foi condenado.
e) Se levei, então comprei e paguei.
Dessa forma, uma conclusão para esse argumento está
42. (NOVA CONCURSOS – QUESTÃO NOVA –2018) A contida na alternativa:
proposição equivalente para “Maria tem medo do escu-
ro, se e somente se, chover a noite ” é: a) A investigação não foi feita adequadamente e as pro-
vas não foram consistentes.
a) Maria não tem medo do escuro e choveu a noite e Ma- b) A investigação foi feita adequadamente ou as provas
ria tem medo do escuro e não choveu a noite foram consistentes.
b) Maria tem medo do escuro e choveu a noite ou Maria c) A investigação não foi feita adequadamente, mas as
não tem medo do escuro e não choveu a noite provas foram consistentes.
c) Maria tem medo do escuro ou choveu a noite e Maria
não tem medo do escuro ou não choveu a noite d) A investigação não foi feita adequadamente ou as pro-
d) Maria tem medo do escuro e não choveu a noite ou vas não foram consistentes.
Maria não tem medo do escuro e choveu a noite e) A investigação foi feita adequadamente mas as provas
não foram consistentes.
43. (CÂMARA DE ARARAQUARA – AGENTE ADMI-
NISTRATIVO – 2017) Um diretor administrativo veri- 46. (CEMIG – ANALISTA – FUMARC – 2018) Analise os
ficou  que: “Se os funcionários são valorizados, então o seguintes argumentos:
balanço mensal não registra queda”. Essa constatação é
equivalente a:  I. Se estudasse todo o conteúdo, então seria aprovado
em Estatística. Fui reprovado em Estatística. Concluímos
a) O balanço mensal não registra queda se, e somente se, que não estudei todo o conteúdo.II. Todo estudante gos-
os funcionários são valorizados ta de Geometria. Nenhum atleta é estudante. Concluímos
b) Se os funcionários não são valorizados, então o balan- que ninguém que goste de Geometria é atleta.
ço geral registra queda III.Toda estrela possui luz própria. Nenhum planeta do
c) Os funcionários não são valorizados se, e somente se, sistema solar possui luz própria. Concluímos que nenhu-
o balanço geral registra queda. ma estrela é um planeta.
d) Se o balanço mensal registra queda, então os funcio- Considerando os argumentos I,II e III, é CORRETO afir-
nários não são valorizados. mar que:

44. (TRT 15° REGIÃO – ANALISTA – FCC – 2018) Consi- a) apenas I é válido
dere os dois argumentos a seguir:  b) apenas I e III são válidos
c) apenas II e III são válidos
I. Se Ana Maria nunca escreve petições, então ela não d) I, II e III são válidos
sabe escrever petições. Ana Maria nunca escreve peti-
ções. Portanto, Ana Maria não sabe escrever petições.  47. (STJ – TODOS OS CARGOS – CESPE – 2018) Consi-
II. Se Ana Maria não sabe escrever petições, então ela dere as proposições P e Q a seguir.
nunca escreve petições. Ana Maria nunca escreve peti- P: Todo processo que tramita no tribunal A ou é enviado
ções. Portanto, Ana Maria não sabe escrever petições.  para tramitar no tribunal B ou no tribunal C. 
Comparando a validade formal dos dois argumentos e Q: Todo processo que tramita no tribunal C é enviado
a plausibilidade das primeiras premissas de cada um, é para tramitar no tribunal B.
correto concluir que
A partir dessas proposições, julgue o item seguinte.
a) o argumento I é inválido e o argumento II é válido, Se um processo for iniciado no tribunal A, então, com
RACIOCÍNIO LÓGICO

mesmo que a primeira premissa de I seja mais plausí- certeza, ele tramitará no tribunal B.
vel que a de II.
b) ambos os argumentos são válidos, a despeito das pri- ( ) CERTO ( ) ERRADO
meiras premissas de ambos serem ou não plausíveis.
c) ambos os argumentos são inválidos, a despeito das
primeiras premissas de ambos serem ou não plausí-
veis.

118
48. (PETROBRAS – ANALISTA – CESGRANRIO – 2018) 52. (PREFEITURA DE SALVADOR/BA – TÉCNICO NÍVEL
Considere o seguinte argumento, no qual a conclusão SUPERIOR – FGV – 2017) Carlos fez quatro afirmações
foi omitida: verdadeiras sobre algumas de suas atividades diárias:

Premissa 1: 𝑝 → [(~𝑟) ˅ (~𝑠)] ▪ De manhã, ou visto calça, ou visto bermuda.


Premissa 2: 𝑝 ˅ (~𝑞)] ˄ [𝑞 ˅ (~𝑝) ▪ Almoço, ou vou à academia.
Premissa 3: 𝑟 ˄ 𝑠 ▪ Vou ao restaurante, ou não almoço.
Conclusão: XXXXXXXXXX ▪ Visto bermuda, ou não vou à academia.
Certo dia, Carlos vestiu uma calça pela manhã.
Uma conclusão que torna o argumento acima válido é
É correto concluir que Carlos:
a) ~(𝑝 ∨ 𝑞)
b) (~𝑞) ∧ 𝑝 a) almoçou e foi a academia
c) (~𝑝) ∧ 𝑞 b) foi ao restaurante e não foi à academia
d) 𝑝 ∧ 𝑞 c) não foi a academia e não almoçou
e) 𝑝 ∨ 𝑞 d) almoçou e não foi ao restaurante
e) não foi a academia e não almoçou
49. (UPE – ANALISTA – UPENET/IAUPE – 2017) Con-
siderando que a declaração “Todo gato é pardo” seja 53. (PREFEITURA DE SALVADOR/BA – TÉCNICO NÍVEL
verdadeira, assinale a alternativa que corresponde a uma SUPERIOR – FGV – 2017) Sobre a lógica de argumenta-
argumentação CORRETA. ção, analise os três argumentos abaixo:

a) Azrael é pardo, portanto é gato. I - Um número natural é par ou ímpar. O número 10 é


b) Frajola é pardo, portanto não é gato. natural e não é ímpar. Logo, 10 é um número par.
II - Se Maria é irmã de Pedro, então Mônica é tia de Ma-
c) Manda-Chuva não é pardo, portanto não é gato.
ria. Maria não é irmã de Pedro. Logo, Mônica não é tia
d) Garfield não é gato, portanto é pardo.
de Maria.
e) Tom não é gato, portanto não é pardo.
III - Alguns Kox são inteligentes. Alguns inteligentes são
bons em matemática. Logo, alguns Kox são bons em ma-
50. (IGP-SC – PERITO – IESES – 2017) Ou Nestor compra
temática.
uma casa ou sua esposa, Lívia, vai viajar. Se Lívia vai via-
jar então seu filho Henrique compra um videogame. Se
Após a análise dos argumentos acima, é correto afirmar que: 
Henrique compra um videogame então seu irmão Celso
não trabalha. Ora, sabe-se que Celso trabalha. Logo: a) o argumento I não é válido e o II é válido
b) os argumentos I e II são válidos, porém o argumento
a) Nestor compra uma casa III não é válido.
b) Nestor não compra uma casa c) apenas os argumentos II e III não são válidos.
c) Nestor compra uma casa e Lívia vai viajar d) todos os argumentos são válidos
d) Lívia vai viajar e) todos os argumentos não são válidos
51. (UFES – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO – UFES 54. (AFC-STN – TODOS OS CARGOS - ESAF, 2009).
– 2017) Em um determinado grupo de pessoas, Entre os membros de uma família existe o seguinte ar-
ranjo: Se Márcio vai ao shopping, Marta fica em casa. Se
• todas as pessoas que praticam futebol também prati- Marta fica em casa, Martinho vai ao shopping. Se Marti-
cam natação, nho vai ao shopping, Mario fica em casa. Dessa maneira,
• algumas pessoas que praticam tênis também praticam se Mário foi ao shopping, pode-se afirmar que
futebol,
• algumas pessoas que praticam tênis não praticam na- a) Marta ficou em casa
tação. b) Martinho foi ao shopping
c) Márcio não foi ao shopping e Marta não ficou em casa
É CORRETO afirmar que no grupo d) Márcio e Martinho foram ao shopping
e) Márcio não foi ao shopping e Martinho foi ao shop-
a) todas as pessoas que praticam natação também pra- ping
ticam tênis.
b) todas as pessoas que praticam futebol também pra- 55. (CAERN – TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABA-
ticam tênis. LHO - IBADE, 2018).
RACIOCÍNIO LÓGICO

c) algumas pessoas que praticam natação não praticam Neto gosta de samba, então Hermis gosta de forró. Mas
futebol. Neto gosta de samba se e somente se Lame gostar de
d) algumas pessoas que praticam natação não praticam funk. Lame não gosta de funk. Analisando as premissas,
tênis. pode-se afirmar que:
e) algumas pessoas que praticam tênis não praticam fu-
tebol. a) Lame gosta de funk
b) Hermis gosta de samba

119
c) Neto não gosta de samba 59. (CGU – TODOS OS CARGOS - ESAF, 2006).
d) Neto gosta de samba Cinco irmãs nasceram, cada uma, em um Estado diferente
e) Hermis gosta de forró do Brasil. Lúcia é morena como a cearense, é mais moça
do que a gaúcha e mais velha do que Maria. A cearense,
56. (SEASTER-PA – ENFERMEIRO - IBADE, 2019). a paulista e Helena gostam de teatro tanto quanto Nor-
Antônia possui uma calça, uma camisa e um vestido, to- ma. A paulista, a mineira e Lúcia são, todas, psicólogas.
dos de cores diferentes, entre azul, branca ou vermelha. A mineira costuma ir ao cinema com Helena e Paula. A
Sabe-se que: paulista é mais moça do que a goiana, mas é mais velha
do que a mineira, esta, por sua vez, é mais velha do que
1) ou a calça é azul, ou o vestido é azul; Paula. Logo:
2) ou a camisa é azul, ou a calça é branca;
3) ou a calça é branca, ou o vestido é branco.
a) Norma é gaúcha, a goiana é mais velha que a mineira
e Helena é mais moça do que a paulista
Nesse caso, as cores da calça, da camisa e do vestido são,
respectivamente, b) Paula é gaúcham Lúcia é mais velha do que a Helena e
a mineira é mais velha do que Maria
a) branca, vermelha e azul c) Norma é mineira, a goiana é mais velha do que a gaú-
b) vermelha, azul e branca cha, e Maria é mais moça do que a cearense
c) branca, azul e vermelha d) Lúcia é goiana, a gaúcha é mais moça do que a cearen-
d) azul, vermelha e branca se, e Norma é mais velha do que a mineira
e) vermelha, branca e azul e) Paula é a cearense, Lúcia é a mais velha do que a pau-
lista, e Norma é mais moça do que a gaúcha
57. (ATA-MF – TODOS OS CARGOS - ESAF, 2013).
Considere verdadeiras as premissas a seguir: 60. (TRT-PA – ANALISTA JUDICÁRIO - FCC, 2010).
- Se Ana é professora, então Paulo é médico Quatro casais vão jogar uma partida de buraco, forman-
- ou Paulo não é médico, ou Marta é estudante do quatro duplas. As regras para formação de duplas exi-
- Marta não é estudante gem que não sejam de marido e esposa. A respeito das
duplas formadas, sabe-se que:
Sabendo-se que os três itens listados acima são as únicas
premissas do argumento, pode-se concluir que - Tarsila faz dupla com Rafael
- Julia não faz dupla com o marido de Carolina
a) Ana é professora
- Amanda faz dupla com o marido de Julia
b) Ana não é professora e Paulo é médico
c) Ana não é professora ou Paulo é médico - Rafael faz dupla com a esposa de Breno
d) Marta não é estudante e Ana é professora - Lucas faz dupla com Julia
e) Ana é professora ou Paulo é médico - Nem Rafael, nem Lucas fazem dupla com Amanda
- Carolina faz dupla com o marido de Tarsila
58. (TRT-SP – ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC, 2008). - Pedro é um dos participantes
Amaro, Benito, Corifeu e Delúbio são funcionários de
uma mesma unidade do Tribunal Regional do Trabalho Com base nessas informações, é correto afirmar que
e cada um deles participou de apenas um entre quatro
cursos de informática, realizados em janeiro, fevereiro, a) Carolina não é esposa de Breno, nem de Lucas, nem
março e abril de 2008. Sabe-se também que: de Pedro
- tais funcionários trabalham no Tribunal a 1,2,4 e 5 anos; b) Amanda não é esposa de Lucas, nem de Rafael, nem
- os cursos tiveram durações de 20,30, 40 e 50 horas; de Pedro
- Delúbio participou do curso realizado no mês de março; c) Tarsila é esposa de Lucas
- Corifeu, que é funcionário a mais de 1 ano, fez o curso d) Rafael é marido de Julia
no mês de janeiro, com a duração de 30 horas e) Pedro é marido de Carolina
- Benito, funcionário a 2 anos, fez o curso cuja duração
era maior do que a do curso feito por aquele que é fun- 61. (TCE-RJ – TÉCNICO DE NOTIFICAÇÕES - FEMPERJ,
cionário há 5 anos e menor do que a do curso feito pelo 2012).
que é funcionário a 4 anos; Considere as afirmativas abaixo:
- o funcionário que tem 1 ano de serviço, que não é De-
lúbio, fez seu curso antes do mês de abril;
I. Somente uma dessas afirmativas é falsa;
- Amaro fez seu curso após o funcionário que trabalha há
5 anos no tribunal ter feito o dele. II. Somente duas dessas afirmativas são falsas;
RACIOCÍNIO LÓGICO

Com base nessas informações, é correto afirmar que III. Somente três dessas afirmativas são falsas;
IV. Somente quatro dessas afirmativas são falsas;
a) Amaro é funcionário do Tribunal a 2 anos V. As cinco afirmativas são verdadeiras.
b) a duração do curso feito por Benito foi de 40 horas
c) Corifeu é funcionário do Tribunal a 4 anos
d) Benito fez o curso em março
e) a duração do curso feito por Delúbio foi de 40 horas

120
O número de afirmativas verdadeiras é: d) {R,F,L}
e) Conjunto vazio
a) 1
b) 2 65. (PREF. MARICÁ – ORIENTADOR – COSEAC, 2018).
c) 3 Um grupo de 500 estudantes participa de uma pesquisa.
d) 4 Sabe-se que desses estudantes, 200 estudam Física, 240
e) 5 estudam Matemática, 80 estudam Matemática e Física.
Se um desses estudantes for sorteado, a probabilidade
62. (IF-PA – ADMINISTRADOR – IF-PA, 2019). de que ele não estude Matemática e nem Física é:
Ângela, Bruna, Carol e Denise são quatro amigas com di-
ferentes idades. Quando se perguntou qual delas era a a) 14%
mais jovem, elas deram as seguintes respostas: b) 28%
c) 36%
d) 45%
• Ângela: Eu sou a mais velha;
e) 50%
• Bruna: Eu sou nem a mais velha nem a mais jovem
• Carol: Eu não sou a mais jovem
66. (TJSP – CONTADOR JUDICIÁRIO – VUNESP, 2019).
• Denise: Eu sou a mais jovem. Considere que haja elementos em todas as seções e in-
terseções do diagrama.
Sabendo que uma das meninas não estava dizendo a ver-
dade, a mais jovem e a mais velha, respectivamente, são:

a) Bruna é a mais jovem e Ângela é a mais velha


b) Ângela é a mais jovem e Denise é a mais velha
c) Carol é a mais jovem e Bruna é a mais velha
d) Denise é a mais jovem e Carol é a mais velha
e) Carol é a mais jovem e Denise é a mais velha

63. (PREF. JABOATÃO – AUDITOR – FCC, 2006).


Três amigos têm o hábito de almoçar em um certo res-
taurante no período de segunda à sexta-feira e, em cada
um destes dias, pelo menos um deles almoça nesse local.
Consultados sobre tal hábito, eles fizeram as seguintes
afirmações:
A partir dessas informações, é correto afirmar que
- Antônio: “Não é verdade que vou às terças, quartas ou
quintas-feiras.” a) qualquer elemento de C, que não é elemento de B, é
- Bento: “Não é verdade que vou às quartas ou sextas- também elemento de A ou de D.
-feiras.” b) todos os elementos de D, que não são elementos ape-
- Carlos: “Não é verdade que vou às segundas ou terças- nas de D, são também elementos de A e de B e de C.
-feiras.” c) qualquer elemento que pertença a três desses conjun-
tos pertence ao conjunto B.
Se somente um deles está mentindo, então o dia da se-
d) dentre os elementos que pertencem a dois, e apenas
mana em que os três costumam almoçar nesse restau-
dois conjuntos, não há elemento de C que também
rante é
seja elemento de A.
e) todo elemento de A, que não é elemento de B e não
a) sexta-feira é elemento de D, é também elemento de C ou apenas
b) quinta-feira elemento de A.
c) quarta-feira
d) terça-feira 67. (TJSP – ENFERMEIRO JUDICIÁRIO – VUNESP,
e) segunda-feira 2019).
Considere o diagrama de conjuntos.
64. (PREF. IVAPORÃ – AGENTE ADMINISTRATIVO –
FAU, 2017).
Se considerarmos os nomes RAFAELA e MATHEUS como
RACIOCÍNIO LÓGICO

sendo um conjunto de letras cada um dos nomes. A in-


tersecção entre estes conjuntos resulta no conjunto for-
mado pelas letras:

a) {M,T,H,U,S}
b) {R,A,F,E,L,M,T,H,U,S}
c) {A,E}

121
O total de elementos do conjunto A é 37. O total de ele- c) 60
mentos do conjunto C é 37. Sabendo que há elementos d) 40
em todas as seções e interseções e que x é o dobro de w, e) 20
o menor número de elementos possível para o conjunto
B é igual a: 71. (PREFEITURA SÃO JOSÉ DO CERRITO – ASSISTEN-
TE SOCIAL – IESES, 2017).
a) 30 Sabe-se que 20% dos leitores de uma cidade assinam o
b) 26 Jornal A, 39% assinam o Jornal B e 8% assinam ambos
c) 28 os jornais (A e B). Sabe-se que o restante dos leitores
d) 32 assina exclusivamente o Jornal C, ou seja, não assinam os
e) 34 Jornais A ou B. Qual é o percentual de leitores que assina
o Jornal C?
68. (TJSP – CONTADOR JUDICIÁRIO – VUNESP, 2019).
São três os conjuntos. A totalidade de elementos que es- a) 43
tão nesses três conjuntos é 42. A totalidade de elementos b) 61
que estão em dois, e apenas dois desses conjuntos, é 42. c) 33
A totalidade de elementos que estão em um, e apenas d) 49
um desses conjuntos é 42. Sabendo que em todas as se-
ções e interseções desses três conjuntos há pelo menos 72. (MPE/GO – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – MPE/
um elemento, e que não há seção e nem mesmo inter- GO, 2019).
seção com um mesmo número de elementos, então o
Uma pesquisa realizada entre os 80 formandos de uma
maior número possível para o total de elementos de um
turma de Direito, constatou que 20 deles cursaram a
desses três conjuntos é:
matéria optativa de Criminalística; 30 frequentaram a
de Medicina Legal e 15 estudaram tanto Criminalística
a)132
quanto Medicina Legal. Quantos alunos não fizeram ne-
b) 120
nhuma das duas matérias?
c) 110
d) 124
a) 30
e) 118
b) 40
69. (SAEE/BA – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – PLA- c) 45
NEJAR, 2016). d) 50
Em uma pesquisa sobre consumo de bebidas de café e e) 60
de chocolate de uma determinada cidade do interior do
Paraná, foram entrevistados 480 habitantes. Sabendo 73. (UFMS – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO –
que 280 entrevistados consomem café e 240 consumem FAPEC, 2019).
chocolate, e que TODOS os entrevistados consomem al- Dados os conjuntos A = {a, b, c, d, e} e B = {a, e, i, o, u}, o
gum dos dois tipos de bebida, a quantidade de habitan- conjunto C formado pelos elementos de A ou B é
tes que consome os dois produtos é:
a) C={a,e}
a) 80 habitantes b) C={b,c,d}
b) 60 habitantes c) C={i,o,u}
c) 40 habitantes d) C={b,c,d,i,o,u}
d) 20 habitantes e) C={a,b,c,d,e,i,o,u}
e) 100 habitantes
74. (CRF-TO – ANALISTA DE TI - IADES, 2019).
70. (IF/ES – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO – IF/ Suponha que, no Conselho Federal de Farmácia, traba-
ES, 2019). lhem 5 analistas de tecnologia da informação. Uma nova
Um shopping realizou uma pesquisa sobre a preferên- rede de computadores será projetada e implementada
cia do público quanto à premiação para quem realizar para modernização dos processos. Para tanto, será mon-
compras de final de ano nas lojas parceiras. Nessa pes- tada uma equipe com 4 analistas, sendo 2 responsáveis
quisa, foram entrevistadas 250 pessoas, entre homens e unicamente por projetar a rede e outros 2 responsáveis
mulheres, escolhidas aleatoriamente. Desse grupo, 100 unicamente por instalar e configurar a rede. Quantas
eram mulheres e dessas, 40 não preferem carro como equipes distintas podem ser formadas para a execução
RACIOCÍNIO LÓGICO

premiação. Se o total de pessoas pesquisadas que têm da tarefa?


preferência por carro foi de 170 pessoas, o número de
homens que não têm preferência por carro como pre- a) 20
miação de final de ano é igual a: b) 40
c) 35
a) 150 d) 30
e) 25
b) 110

122
75. (CRF-TO – ANALISTA DE TI - IADES, 2019). 79. (CONTER – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO JR. -
Geraldo tem 4 porta-arquivos de mesa de cores diferen- QUADRIX, 2017).
tes (azul, verde, amarelo e vermelho) para organizar os A quantidade de maneiras distintas de se escrever a sigla
processos administrativos da própria repartição. Ele pre- CONTER, sem que as duas vogais fiquem juntas, é 
tende colocar os porta-arquivos lado a lado sobre uma
escrivaninha. De quantas maneiras diferentes ele pode a) Inferior a 100
organizar esses porta-arquivos? b) Superior a 100 e inferior a 200
c) Superior a 200 e inferior a 300
a) 36 d) Superior a 300 e inferior a 400
b) 12 e) Superior a 400
c) 24
d) 48 80. (FUB – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO - CESPE,
e) 8
2018).
Considerando que 4 livros de matemática e 6 livros de
76. (PREF.RECIFE – ASSISTENTE DE GESTÃO - FCC,
física devam ser acomodados em uma estante, de modo
2019).
Uma determinada secretaria municipal conta com dois que um fique ao lado do outro, julgue o item seguinte. A
assessores (A1 e A2) e cinco supervisores (S1, S2, S3, S4 e quantidade de maneiras distintas de se acomodar esses
S5). Deseja-se formar uma comissão formada por quatro livros na estante de forma que os livros de matemática
membros, pelo menos um dos quais deve ser um asses- fiquem todos à esquerda dos livros de física é igual a 720.
sor e os demais, supervisores. Ainda, se A1 for membro
da comissão, S1 não deve ser. Nessas condições, podem ( ) CERTO ( ) ERRADO
ser formadas
81. (PM-SC – SOLDADO - CESIEP, 2011).
a) 15 comissões diferentes Em uma corrida com 10 atletas competindo pergunta-se:
b) 30 comissões diferentes de quantos modos distintos (combinações) podem ser
c) 20 comissões diferentes conquistadas as medalhas de Ouro, Prata e Bronze?
d) 44 comissões diferentes
e) 60 comissões diferentes a) 800
b) 1000
77. (DEINFRA-SC – ENGENHEIRO - FEPESE, 2019). c) 720
Durante a programação diária de um canal de televisão, d) 300
os intervalos são preenchidos com 6 comerciais diferen-
tes. A cada intervalo, os seis comerciais são apresenta- 82. (NOVA CONCURSOS – QUESTÃO INÉDITA - NOVA,
dos, mas sempre em ordem diferente e uma ordem não 2019).
é repetida até que todas as outras possíveis ordens te- Em uma urna de sorteio de prêmios existem nove bolas
nham sido apresentadas. enumeradas de 1 a 9. Determine o número de possibili-
Após quantos intervalos, no mínimo, todas as possíveis dades existentes num sorteio cujo prêmio é formado por
ordens dos comerciais terão sido apresentadas? uma sequência de 5 algarismos.

a) Mais que 800 a) 120


b) Mais que 750 e menos que 800 b) 210
c) Mais que 700 e menos que 750 c) 1680
d) Mais que 700 e menos que 750 d) 15120
e) Menos que 650
83. (USP – VESTIBULAR - FUVEST, 2013).
78. (CRESS-SC – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO JR. - Maria deve criar uma senha de 4 dígitos para sua conta
QUADRIX, 2019). bancária. Nessa senha, somente os algarismos 1,2,3,4,5
Um anagrama (do grego ana = voltar ou repetir + gra- podem ser usados e um mesmo algarismo não pode
phein = escrever) é uma espécie de jogo de palavras que aparecer mais de uma vez. Contudo, supersticiosa, Maria
resulta do rearranjo das letras de uma palavra ou expres- não quer que sua senha contenha o número 13, isto é,
são para produzir outras palavras ou expressões, utili- o algarismo 1 seguido imediatamente pelo algarismo 3.
zando todas as letras originais exatamente uma vez. Um De quantas maneiras distintas Maria pode escolher sua
exemplo conhecido é a personagem Iracema, anagrama senha?
de América, no romance de José de Alencar. Com base
nessas informações, julgue o item a respeito do princípio a) 120
RACIOCÍNIO LÓGICO

da contagem, de permutações, de combinações e do cál- b) 84


culo de probabilidade. c) 64
Há mais de 160.000 anagramas possíveis de serem obti- d) 56
dos a partir da palavra “ASSISTENTE”. 

( ) CERTO ( ) ERRADO

123
84. (POLÍCIA FEDERAL – AGENTE DE POLÍCIA - FU- 88. (CFF – ANALISTA DE SISTEMA – INAZ, 2017).
VEST, 2013). Numa escola, 400 alunos foram classificados segundo
Em um aeroporto, 30 passageiros que desembarcaram gênero e disciplinas preferidas, conforme a tabela abaixo:
de determinado voo e que estiveram nos países A, B ou
C, nos quais ocorre uma epidemia infecciosa, foram sele-
cionados para ser examinados. Constatou-se que exata-
mente 25 dos passageiros selecionados estiveram em A
ou em B, nenhum desses 25 passageiros esteve em C e 6
desses 25 passageiros estiveram em A e em B.
Um aluno é escolhido ao acaso. Qual a probabilidade de
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que este aluno seja um homem que prefere Português?
que segue.
a) 1/4
Se 2 dos 30 passageiros selecionados forem escolhidos b) 1/8
ao acaso, então a probabilidade de esses 2 passageiros c) 1/50
terem estado em 2 desses países é inferior a 1/30. d) 5/15
e) 5/18
( ) CERTO ( ) ERRADO
89. (SEPOG/RO – ANALISTA EM TI – FGV, 2017).
85. (EPE – ANALISTA – CESGRANRIO, 2014). Para uma premiação, dois funcionários de uma empresa
A probabilidade de um indivíduo selecionado aleatoria- serão sorteados aleatoriamente entre quatro candidatos:
mente em uma população apresentar problemas circula-
dois do departamento A e dois do departamento B. A
tórios é de 25%. Sabe-se que indivíduos com problemas
de circulação apresentam o dobro da probabilidade de probabilidade de os dois funcionários sorteados perten-
serem fumantes do que aqueles sem tais problemas. Se cerem ao mesmo departamento é:
um indivíduo fumante é selecionado dessa população,
qual a probabilidade de ele apresentar problemas circu- a) 1/2
latórios? b) 1/3
c) 1/4
a) 2/5 d) 1/6
b) 1/4 e) 3/4
c) 1/3
d) 1/2 90. (TRT 2ª REGIÃO – DIVERSOS CARGOS – CESPE,
e) 2/3 2017).
Se, na presente prova, em que cada questão tem qua-
86. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
tro opções de resposta, um candidato escolher ao acaso
CESGRANRIO, 2018).
Para montar uma fração, deve-se escolher, aleatoriamen- uma única resposta para cada uma das quatro primeiras
te, o numerador no conjunto N = {1, 3, 7, 10} e o denomi- questões, então a probabilidade de ele acertar exata-
nador no conjunto D = {2, 5, 6, 35}. mente duas questões será igual a:

Qual a probabilidade de que essa fração represente um a) 1/2


número menor do que 1(um)? b) 9/16
c) 27/128
a) 50% d) 9/256
b) 56,25%
c) 25% 91. (UPE – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – IAUPE,
d) 75% 2017).
e) 87,5% Uma loja pretende dar um brinde aos dois primeiros
clientes do dia. Qual a probabilidade de esses clientes
87. (IPERON/RO – ANALISTA – IBADE, 2017). serem do mesmo sexo?
Um time de futebol de salão dos analistas do IPERON
joga semanalmente. A probabilidade desse time vencer a) 25%
todas as vezes que joga é de 60%. Se disputar quatro b) 5%
partidas no mês de novembro de 2017, a probabilidade c) 100%
de vencer pelo menos um dos jogos é: d) 20%
RACIOCÍNIO LÓGICO

e) 50%
a) 2,56%
b) 64,80%
c) 48,72%
d) 12,96%
e) 97,44%

124
92. (AL/MA– TÉCNICO DE GESTÃO – FGV, 2013).
Em um escritório de advocacia há cinco advogados re-
centemente contratados e, entre eles há um casal. Três GABARITO
deles serão selecionados por sorteio para trabalhar no
fim de semana seguinte. A probabilidade de que o casal
não esteja trabalhando junto nesse fim de semana é de
1 A
a) 40% 2 D
b) 50% 3 D
c) 60%
d) 70% 4 C
e) 80% 5 D
6 D
93. (UPE – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – IAUPE,
2017). 7 D
Qual a probabilidade de, lançado um dado honesto três 8 D
vezes, obter-se o número 6 em todos os lançamentos? 9 E
a) 1/6 10 B
b) 1/3 11 D
c) 1/216
12 B
d) 1/36
e) 1/108 13 B
14 B
15 D
16 A
17 D
18 D
19 C
20 B
21 A
22 B
23 E
24 A
25 A
26 C
27 A
28 E
29 D
30 D
31 E
32 C
33 C
34 C
35 D
36 A
37 C
RACIOCÍNIO LÓGICO

38 D
39 B
40 A
41 C

125
42 B 87 E
43 D 88 E
44 E 89 B
45 D 90 C
46 B 92 E
47 CERTO 92 D
48 A 93 C
49 C
50 A
51 E
52 B
53 C
54 C
55 C
56 A
57 C
58 B
59 E
60 A
61 D
62 D
63 E
64 C
65 B
66 E
67 A
68 B
69 C
70 D
71 D
72 C
73 E
74 D
75 C
76 C
77 C
78 ERRADO
79 A
80 ERRADO
81 C
RACIOCÍNIO LÓGICO

82 D
83 B
84 ERRADO
85 A
86 B

126

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