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ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA
INTRODUÇÃO
“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para
evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos
santos, para a obra do ministério, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos
cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à
medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos
inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens
que, com astúcia, enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em
caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo,
bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de
cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor” Efésios 4.11-16.
Cuidar do rebanho de Deus é uma das mais nobres tarefas dadas por Deus
ao homem. Representa também enormes e pesadas responsabilidades, pois quem
administra uma igreja está lidando não só com as questões administrativas do dia-a-
dia, mas, sobretudo com o preparo de almas para a vida eterna.
Daí há quem pense que basta atender as necessidades espirituais do
rebanho para cumprir o propósito divino, deixando as questões administrativas em
plano secundário. Embora as necessidades espirituais sejam mais importantes, há o
lado humano, a organização, o modo de fazer as coisas, que também não podem
ser desprezados. Esses dois aspectos da igreja aparecem em linhas paralelas e têm
necessidade mútua. Um rebanho bem assistido depende de uma boa administração.
Ou, ao contrário, uma igreja bem administrada permite uma boa assistência ao
rebanho.
Administração: Ato de ministrar. Presidir. (1Tm 3.4,5). A palavra
administração possui um significado simples, porém está envolvido por
diversificados fatores que corroboram para o sucesso de sua aplicação nas diversas
áreas da sociedade. O termo “administração” vem do latim ad (direção, tendência
para) e minister (subordinação ou obediência), designa o desempenho de tarefas de
direção dos assuntos de um grupo.
O conceito de Administração é bastante amplo, mas em todas as definições
existem duas palavras-chave: gerenciamento e organização. Podemos definir a
administração como processo de planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho
dos membros da organização, e de usar todos os recursos disponíveis da
organização para alcançar os objetivos definidos.
O administrador - A palavra despenseiro (Gr. oikonomos) é encontrada dez
vezes no Novo Testamento. Por vezes é também traduzida por “mordomo” (Lc
12.42) ou “administrador” (Lc 16.1), e eventualmente, como “tesoureiro” (Rm 16.23)
ou “curador” (Gl 4.2). A responsabilidade do despenseiro (Gr. oikonomia) é
mencionada nove vezes, sendo traduzida por “administração” (Lc 16.2),
“dispensação” (Cl 1.25) ou “serviço” (1Tm 1.4).
O conjunto de palavras tem como radicais os vocábulos “casa” (Gr. oikos) e
“lei” (Gr. nomos). No grego clássico, oikonomia significava, originalmente, a gerência
de um lar, e oikonomos denotava o mordomo da casa. No latim, o termo é
oeconomia, de onde se deriva o nosso vocábulo economia. Despenseiro equivale a
ecônomo, originalmente um indivíduo encarregado da administração de uma casa
grande (Isaias 22.19, 21; Lc 16.1-17).
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1 A ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA
Administração Eclesiástica é o estudo dos diversos assuntos ligados ao
trabalho do pastor no que tange a sua função de líder ou administrador principal da
igreja á que serve.
Desde o início dos primeiros grupos sociais, a fim de conduzir bem os
trabalhos, criou-se a necessidade de estabelecer uma escala de comando cuja
função seria dirigir e gerir esses trabalhos coletivos. Diga-se de passagem, que a
Igreja é um agrupamento humano com um objetivo a ser alcançado, um propósito a
ser atingido, um alvo para cumprir.
Embora possamos adotar alguns princípios da administração secular, não
obstante, a Igreja precisa ser norteada por outros princípios. Em virtude de sua
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natureza, a Igreja não se confunde com nenhuma sociedade ou grupos éticos. A sua
corporalidade, organicidade, fraternidade, unicidade e consensualidade nascem,
estruturam-se e se perpetuam na regeneração em Cristo Jesus, o criador da
comunhão dos santos.
A missão da igreja é ser serva de Jesus Cristo pelo culto permanente e
exclusivo à Trindade; pelo amor interno, que confraterniza seus membros; pela
fidelidade às Escrituras; pela igualdade de seus componentes; pela missão
evangelizadora entre todos os povos; pelo incansável testemunho cristão.
Diante da necessidade de crescimento do reino de Deus aqui na terra torna-
se imprescindível a busca por métodos e estratégias que conduzam os cristãos a
trilharem caminhos objetivos e com metas pré-determinadas, afinal, não podemos
perder tempo, pois Cristo vem sem demora (Ap 3.11).
A administração eclesiástica, portanto, se insere na mesma definição. Só que
sua concepção é divina para atuar na esfera humana. De um lado é um organismo
vivo, que atua como agente do Reino de Deus, e de outro é uma organização que
precisa dispor de todas as ferramentas humanas para a realização de seus
objetivos.
Mas há uma diferença: como a Igreja tem propósitos não só para esta vida,
mas também para a eternidade, exige, por isso mesmo, dedicação que muitas vezes
foge aos parâmetros humanos.
A título de exemplo, numa organização secular quem negligencia suas tarefas
e deixa de ser produtivo corre o risco de ser demitido na primeira oportunidade. Na
igreja é diferente: toda a sua estrutura precisa estar voltada para restaurar o
indivíduo e fazer com que ele retorne à mesma fé.
É óbvio que não se excluem medidas disciplinares, quando necessárias, mas
mesmo neste caso o objetivo é sempre restaurar, nunca lançar no inferno. A igreja
jamais pode dar motivo para que alguém, no juízo, alegue ter perdido a salvação por
ter sido abandonado à beira da estrada.
Isto implica em afirmar que a finalidade básica da igreja, qualquer que seja o
modelo administrativo, é aperfeiçoar os santos para a obra do ministério e levá-los à
medida da estatura completa de Cristo.
c)Episcopal ou Prelático
Nesta forma de governo constitui-se uma hierarquia inter-eclesiástica. Neste
sistema, adotado pela Igreja Católica e pela Igreja Ortodoxa, os ministros principais
da Igreja são os bispos. Outros ministros são presbíteros e diáconos. Todos estes
são mencionados no Novo Testamento. O Governo é centralizado na figura de um
dirigente, responsável pelas decisões e destinos da igreja, mas que possui um grupo
de subalternos, o Colégio Episcopal, responsáveis pela administração da gestão do
sistema. Há também o modelo episcopal monárquico onde um só é vitalício e
governa a igreja, eleito pelos cardeais, e é a autoridade máxima.
Em resumo, no sistema episcopal o poder pertence aos bispos diocesanos e
ao clero mais alto, como acontece nas igrejas romana, grega, anglicana e na maior
parte das igrejas orientais. A forma episcopal de governo é considerada a mais
antiga. Os que apóiam esta forma de governo acreditam que Cristo tenha confiado o
controle de sua Igreja na terra a uma ordem de oficiais chamados bispos. Cada
Igreja local é governada pelo seu bispo.
d)Estatal
Nesta forma de governo há o binômio Igreja-Estado onde o Estado tem voz
ativa no governo da Igreja. Na Alemanha, o Estado paga os superintendentes das
igrejas. Em outros países, o governo indica os bispos. A política luterana modifica-se
em países como o Brasil, onde o Estado é Laico (leigo), mas favorece a cooperação
entre Igreja e Estado.
4 CONCEITO DE IGREJA
Quando se fala em igreja, hoje em dia, logo se pensa em numa organização
(Associação ou instituição com objetivos definidos) ou Instituição (Organização de
caráter social, religioso, filantrópico, etc.). Mas no início do Novo Testamento a Igreja
era conhecida como um organismo vivo e dinâmico. O significado do termo que a
origina no grego (ekklesia) nos ajudam a compreender o dinamismo de sua
existência.
a) EKKLESIA - A palavra ekklesia (igreja) vem da expressão grega ek kaléo, que
significa, literalmente, chamado para fora. A idéia é de uma assembléia de pessoas
convocadas para saírem da rotina comum da vida para se dedicarem a sua atividade
específica. Entre os gregos, a expressão era usada para designar a Assembléia
Democrática dos atenienses, convocados para tomarem decisões sobre a
administração da cidade. A idéia fundamental da palavra é a de uma reunião
formada de pessoas convocadas.
Quando os judeus foram dispersos pelo mundo, e por estarem longe de
Jerusalém, onde estava o templo, criaram as sinagogas, onde se reuniam para
cultuar a Deus, para se dedicarem ao ensino das Escrituras e para julgarem as
pendências que surgiam entre os membros de suas comunidades. A comparação
com o povo de Israel que foi chamado para fora do Egito é linda e extraordinária.
Deus chamou-nos para fora do mundo, do poder do pecado.
Se analisarmos o uso de Ekklesia na Septuaginta, observaremos que significa
"congregação", "ajuntamento de pessoas", "multidão”. O salmo 22.25 declara: "De ti
será meu louvor na grande Ekklesia, meus votos pagarei diante dos que o temem".
Pode se entender que a palavra assinala a Congregação do Senhor, composta
somente dos israelitas feitos idôneos por cumprir os deveres do povo do Senhor, a
participar no culto do Santuário. Excluindo-se os incircuncisos, os imundos, e a
multidão mesclada.
Dentro do mundo cristão no Novo Testamento o uso de Ekklesia é assinalado
115 vezes e pode ser classificado como: 2 vezes se refere à congregação hebraica
do Senhor; 3 vezes a assembléia grega; e 110 vezes à igreja cristã. Basicamente no
Novo Testamento seu uso é para designar uma assembléia específica e local de
cristãos organizados para a manutenção do culto, doutrinas, ordenanças e
disciplinas do Evangelho. Unidos sob uma aliança especial com Cristo e entre si
mesmos. Porém surge também uma conotação do corpo inteiro dos escolhidos nos
céus e na terra. Ekklesia nesse segundo aspecto designa uma igreja invisível
“universal” chamada assim porque não tem organização mundana ou visível.
Embasada nas seguintes características: unidade, santidade, universalidade e
perpetuidade.
As duas palavras, assembléia e igreja, são equivalentes. Porém, Assembléia
tem a vantagem de nos recordar constantemente o verdadeiro significado que a
palavra Igreja perdeu através dos tempos que é de “Reunião de numerosas
pessoas para determinado fim”. Além de que este último corre o risco de se
prestar a equívocos, pois que ele é atribuído particularmente a denominações
religiosas.
A Igreja do Senhor pode ser vista sob duas perspectivas: Universal e Local.
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b)Diretoria
Compõe-se normalmente de:
a) Presidente;
b) Dois vice-presidentes;
c) Dois secretários e;
d) Dois tesoureiros.
Estes têm a responsabilidade de conduzir a administração. O mandato
costuma ser bienal (o mesmo para os coordenadores de departamentos), a exceção
do presidente, que, por ser simultaneamente o pastor, na tradição assembleiana,
permanece à frente da igreja enquanto bem servir ou até quando deixar o pastorado
por transferência, jubilação ou em virtude de alguma decisão disciplinar. O "bem
servir", aqui, às vezes é letra morta, mas levado em conta o seu verdadeiro sentido
significa o direito de a Igreja decidir pela exoneração de seu pastor nos casos
exaustivamente comprovados em que ele não mais esteja "bem servindo" à Igreja.
Ao presidente cabe:
a) Convocar e dirigir todas as Assembléias, bem como as reuniões da
Diretoria e do Corpo Ministerial;
b) Representar a igreja judicial e extrajudicialmente;
c) Assinar, com o 1º secretário e o 1º tesoureiro, escrituras de compra e
venda, de hipoteca e de alienação de bens imóveis, sempre mediante autorização
prévia e nos termos do Estatuto;
d) Assinar as atas das Assembléias da igreja, depois de aprovadas;
e) Assinar, com o 1º tesoureiro, cheques e outros documentos de crédito em
conta conjunta;
f) Autorizar, com o 1º tesoureiro, todas as contas e gastos, assinando os
recibos e demais documentos da tesouraria, de acordo com as decisões
administrativas;
g) Velar pelo bom desempenho da igreja, observar e fazer cumprir o Estatuto,
o Regimento Interno e as resoluções da Assembléia;
h) Representar, de fato, a igreja perante suas coirmãs e convenções.
Na qualidade de pastor é também de sua responsabilidade a direção dos atos
de cultos e das reuniões solenes, bem como a orientação espiritual e doutrinária dos
membros.
Pastor e Presbítero. Isto se deve pelo fato do termo presbítero geralmente ser uma
aplicação dada ao pastor com função de supervisão e/ou superintendência. Eles
trabalham juntamente com outros obreiros que ainda não tiveram uma ordenação
formal, na orientação dos destinos espirituais dos cristãos e na administração do
patrimônio da Igreja.
Os ministérios expressos na bíblia corroboram diretamente para o
crescimento e administração da igreja. Eis as funções ministeriais divididas em duas
partes:
a) Ministros – ministérios superiores (Apóstolos, Profetas, Evangelista, Pastores,
Doutores ou Mestres). Existem ainda hoje Apóstolos? Esta pergunta é constante no
seio da cristandade. Com a morte dos Apóstolos, esse título, pelo que parece, foi
imediatamente transferido para os pastores (At 20.28-29; Hb 13.7-8, 17, 24). A
história da Igreja nos mostra que através dos tempos Deus tem levantado
determinados homens que foram verdadeiros apóstolos.
i)Apostolo significa: (Ef 4.11) “embaixador da parte de Deus” e no contexto
da Igreja, “um enviado”.
ii)Profeta significa: (Ef 4.11) “vidente” (1Sm 9.9) “este nome foi usado pela
primeira vez pelo próprio Deus com relação a Abraão e o rei dos filisteus
Abimeleque e Sara (Gn 20.6,7).
iii)Evangelista significa: (Ef 4.11) “Missionário evangelizador”. Sua missão
evangelizar, levar as boas novas de salvação (Mt 10.7,16; 2Tm 4.5). É uma pessoa
dotada de capacidade especial para pregar o evangelho. Alguns usam esse título
apenas em relação aos escritores dos quatro evangelhos. A Bíblia, no entanto, cita
ainda Filipe e Timóteo como evangelistas (At 21:8; 2Tm 4:5). Todos os cristãos
podem e devem anunciar o evangelho. Todavia, a maioria não é capaz de fazer uma
pregação propriamente dita. O evangelista é um pregador, e faz isso com maestria,
habilidade, e poder que lhe são conferidos pelo Espírito Santo especialmente para
esse fim. Evidentemente, nem todo pregador é evangelista. É bom frisarmos
também que o trabalho do evangelista não se restringe à pregação, mas abrange
também o evangelismo pessoal.
iv)Pastores (O Anjo da Igreja) significado: É um termo bastante vasto no
Antigo Testamento (Gn 49.24; Sl 23.1; 8.1; Is 40.11; Jr 31.10, etc.). No Novo
Testamento (Jo 10. 11; Hb 13. 20; 1Pe 2.25; Jo 9.34). Voltando à origem do termo,
um pastor é a pessoa que cuida de um rebanho de ovelhas. O ministério do pastor
na igreja possui as atribuições de: alimentar, cuidar, proteger, defender, conduzir.
Esse é um ministério lindo. Dos cinco ministérios de Efésios 4.11, o pastor é o que
está mais próximo da ovelha, mais comprometido e mais atencioso para com ela.
Vejamos algumas qualidades que um pastor temente a Deus precisa ter:
▪ A força de um boi; ▪ A tenacidade de um cão; ▪ A paciência de um asno; ▪ A
versatilidade de um camaleão; ▪ A visão de uma águia; ▪ A mansidão de um cordeiro;
▪ A lealdade de um Apóstolo; ▪ A fé de um profeta; ▪ O fervor de um evangelista; ▪ A
ternura de um pastor de ovelhas; ▪ A dedicação de um mestre; ▪ A moderação de um
ancião; ▪ O dever de um diácono fiel.
v)Doutores ou Mestres: São aqueles chamados por Deus para o Ministério
do ensino. Mestre significa: (Ef 4.11) “aquele que ensina”. Na igreja todos são
discípulos, mas nem todos são Mestres.
4)Departamentos:
Departamento de Administração: Como o próprio nome indica, esse
departamento cuida das questões administrativas e responde pelas seguintes áreas:
Serviços Gerais, Diaconia, Obras, Compras e Almoxarifado, Patrimônio,
Transportes, Segurança e Finanças.
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mal informadas ou mal intencionadas. O estatuto é a primeira coisa que uma igreja
deve elaborar, aprovar e registrar. Só assim, passa existir como pessoa Jurídica.
futuro, a base das jurisprudências, ou seja, das decisões adotadas pela presidência
ou pelo grupo, em grau de recursos, mas somente nos casos em que os Estatutos e
o Regimento Interno sejam lacunosos ou omissos. As Atas nestes casos servem
como suplemento dos Estatutos ou Regimento Interno.
O Livro de Atas deve ser registrado no Cartório de Registro de Pessoas
Jurídicas;
Suas folhas devem ser numeradas e rubricadas;
Deve conter o Termo de Abertura e o Termo de Encerramento;
O livro de atas deve ser do tamanho 22X33cm, sendo os textos
manuscritos (hoje pode ser digitado);
Nos cultos, faz-se somente um rascunho dos acontecimentos para
depois consigná-las no Livro de Atas.
a) Termo de abertura - O livro de Atas deve conter 50 ou 100 fls. (ou mais),
tipograficamente numeradas e constar neste parêntese a rubrica de uso do Primeiro
Secretário, as quais servirão para o registro das atas de sessões ordinárias (ou
extraordinárias) da Igreja Evangélica..., tomando este o número 01 (etc.) - Local e
data - Assinatura e carimbo da igreja.
b) Termo de encerramento - (ultima pagina).
Repetir o mesmo na abertura alterando, somente a expressão “servirão” para
“serviram”.
c) Devem as atas conter o seguinte roteiro:
1) Cabeçalho;
2) Corpo;
3) E o fecho (encerramento).
d) Das Atas constarão necessariamente
A natureza da reunião.
A hora, dia, mês, ano e local da sua realização.
O nome de quem a presidiu.
Os membros presentes e ausentes, com justificativas. (em assembléia
Geral não)
O expediente recebido e remetido.
A síntese das resoluções tomadas.
O resultado das votações.
Se solicitado declaração de votos.
Qualquer outro fato tratado na reunião.
B) Tesouraria
Como componente irrestrito da administração eclesiástica está o
gerenciamento financeiro dos recursos adquiridos pela igreja por intermédio do
depósito de ofertas e devolução de dízimos. Estes recursos precisam de uso
racional para atender às necessidades da igreja local, vislumbrando sempre a
multiforme participação da igreja: ação social, obra missionária, recuperação de
pessoas sob ação de vícios, construção e reforma de templo.
Crie um Plano. Chega a ser assustador, mas poucas Igrejas têm um plano
contábil/financeiro (plano diretor) pelo qual possam acompanhar seu desempenho e
medir seu progresso.
São raros os pastores, tesoureiros e administradores, que tenham elaborado
um plano para a Igreja, com objetivos a serem alcançados no curto, médio e longo
prazos. Com preparo inadequado, obtemos resultados inadequados.
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Jesus tinha um plano e o seguiu fielmente. Essa foi a razão maior de seu
sucesso. Sabia para onde ia e permanecia naquela direção. Mas, como saber
gerenciar sem o relato de dados coletados em relatórios contábeis/financeiros?
Sem isso, você não tem para onde ir, não tem alvo para onde canalizar suas
energias. Sem um plano contábil/financeiro, você agirá apenas em face das
circunstâncias. Se dermos o enfoque celestial ao preparo de Jesus, veremos que
não teve princípio, foi sempre eterno.
Mas, num enfoque temporal, Jesus preparou-se durante 30 anos, antes de
dar início à execução de seu trabalho. Para assegurar a máxima eficácia e a
completa realização de nossos planos, temos de nos preparar primeiramente.
E foi pela compreensão do Antigo Testamento que Jesus baseou muito de
sua abordagem para executar Seu plano. Ele tinha uma base de conhecimento na
qual fundamentava suas ações, e Ele as executou brilhantemente.
E, para sermos bem sucedidos em nossa administração, devemos fazer o
mesmo. Quer você como pastor, tesoureiro ou administrador da Igreja, nada, mas
nada mesmo, substitui o preparo.
Dê-lhe atenção e tempo necessários. Jesus assim o fez. Seu espantoso
sucesso é um testemunho da importância do preparo. Quando da multiplicação dos
pães, Jesus mandou contar a multidão, o que nada mais é que usar aspectos
contábeis para a tomada de decisão.
O que Jesus nos ensina, e nos inspira, vai além das regras de como proceder
na administração contábil/financeira da Igreja, ensina-nos a conduzir nossa vida
desde que aceitemos as palavras encontradas na Bíblia.
A chave da administração contábil/financeira da Igreja está em saber que o
tempo gasto na administração, significa administração de nós mesmos.
C) Departamento de Missões
D) Departamento Musical
6 AS PRERROGATIVAS DA IGREJA
As prerrogativas da Igreja são:
1 – Poder de ligar e desligar. “... e tudo que ligares na terra será ligado nos
céus e tudo que desligares na terra será desligado no céu” (Mt 16.19). Trata – se de
autoridade dada por Cristo a Igreja. Esse poder não é absoluto, somente pode ser
utilizado nos limites da Palavra de Deus.
2 – Autoridade para reconciliar. Há quatro passos importantes para
reconciliação entre irmão que são:
a) O ofendido deve procurar o irmão (Mt 18.15);
b) Leva ainda contigo uns outros dois (Mt 18.16);
c) Se não a escutar, dize-o a Igreja (Mt 18.17);
d) E se também não escutar a igreja, considera-o como gentio e publicano (Mt
18.17).
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3 – Autoridade da concordância.
a) “Se dois de vós concordarem na terra”. (Mt 18.19,29);
b) “a cerca de qualquer coisa” (Jo 15.7) É importante lembrar que Deus nos atende
se pedirmos algo de acordo com sua vontade (1Jo 5.14);
c) “Isto será feito por meu Pai que esta nos céus”. Deus atende o crente que lhe
pede algo em nome de Jesus seu Filho (Jo 14.13). d) “Dois ou três” (Mt 18.20).
resultado será o crescimento quantitativo. Uma coisa chama a outra. Assim, há três
maneiras de se receberem novos membros na igreja:
a) Pelo batismo - Os que se convertem devem ser preparados e levados ao
batismo depois de assinarem a Declaração de Propósitos da igreja, tomando assim
conhecimento de seus deveres e privilégios como membros do Corpo de Cristo.
b) Por carta de transferência - Aqui se refere àqueles que vêm com carta de
transferência de outras igrejas. É conveniente que essas pessoas conheçam
primeiro a Igreja para a qual estão se transferindo, leiam e assinem a Declaração de
Propósitos para então se tornarem membros.
c) Recebimento de desviados - Neste caso, há duas considerações a fazer: se ele
foi membro da mesma igreja e agora está de retorno, precisa renovar seus
compromissos para ser recebido e dar claro testemunho de sua decisão. Mas se sua
origem é diferente, é recomendável informar a sua nova condição à igreja de onde
se desviou para que então possa ser livremente recebido após assinar a Declaração
de Propósitos.
ainda evitar que um gago seja o leitor oficial de um culto de domingo. Por
isso, não se pode planejar sem conhecer primeiro o grupo de está diante de
sua vista.
ii. Distinga as qualidades fortes e fracas – nem todos são iguais. Isto é
notório no cotidiano de qualquer pessoa. Paulo destaca isto muito bem ao
relatar a igreja como um corpo humano que é composto por diversos
membros diferentes com funcionalidades diferentes (1Co 12.27; Ef 5.23).
Dessa forma, não há nenhum membro do corpo que segure objetos tão bem
quanto faz a mão, ou que nos possibilite andar com elegância como faz os
pés. Por isso, busque descobrir quais as qualidades mais hábeis para dos
seus liderados e então explore-as, pois terás um avanço significativo do grupo
que está diante de você. Já as habilidades fracas devem ser tratadas para
serem ou transformadas em potencialidade ou substituídas por outras ações
que garantam a eficácia do grupo.
iii. Estabeleça os objetivos – os objetivos permitem-nos orientar nossas ações
dentro de um grupo. Tenha foco, pense com clareza naquilo que quer
alcançar ou realizar; caso esteja trabalhando em equipe, apresente a todas
suas idéias estando sempre aberto para receber comentários, críticas e as
sugestões. Documente a sua idéia, pois você não possui um HD em sua
cabeça. Transfira os seus sonhos e suas idéias da cabeça para o papel.
Escreva-as de forma simples e completa. Transforme suas idéias em
números, estabeleça parâmetros e números de referência ou ainda índices e
percentuais. Não se esqueça de estabelecer prazo para o alcance desses
objetivos. É importante que durante e após o estabelecimento dos objetivos
seja feito os devidos ajustes para alinhar-se continuamente ao seu alvo.
Defina as etapas, e tenha claro todos os passos que você deve dar para, no
final, alcançar a concretização do seu alvo. As etapas nada mais são do que
metas intermediárias sem as quais o alcance dos objetivos será quase
impossível.
iv. Liste as suas estratégias - As estratégias são aplicadas, quando
encontradas situações não ideais ou que indiquem inviabilidades. As
estratégias permitem que o objetivo seja alcançado por meios distintos.
v. Lembre-se de “repartir o pão” – Jesus, sendo Deus e humano aqui na terra,
escolheu doze homens, aos quais chamou apóstolo, para auxiliarem no seu
ministério aqui na terra. Vemos em João 4 quando Jesus e seus discípulos
chegaram ao poço de Jacó, foram os discípulos buscar alimento enquanto o
Mestre repousava um pouco. Na entrada triunfal em Jerusalém os discípulos
buscam o jumentinho para que Jesus entrasse montado nele. Não existe um
líder, sob a ótica humana, capaz de resolver tudo sozinho! É preciso “repartir
o pão” ou se preferir as obrigações. Distribuía ações entre seus líderes para
que todos cooperem com a obra de Deus e não fiques sobrecarregado.
11 A MÁ ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA
11.1 CAUSAS DE UMA MÁ ADMINISTRAÇÃO
Está diretamente relacionada com o seu líder. Dentre muitas causas
existentes, apontaremos apenas duas:
11.1.2 Líder centralizador – "É porque este povo vem a mim para consultar a
Deus". (v 15)
Moisés era o culpado desta grande desordem e ineficiência no atendimento
às pessoas, pois centralizou todas as causas, grandes e pequenas, em torno de si.
"É porque este povo vem a mim." O povo não tinha outra alternativa.
mesmo fracasso, pois nunca poderá contar com nenhum dos seus auxiliares, visto
que não têm capacidade e não querem fazer nada. Esta é, sem dúvida, a explicação
por que as igrejas estão cheias de "obreiros" infrutíferos.
É importante frisar que os cooperadores devem ser procurados "dentre todo o
povo". No seio da Igreja. Quais são as suas características, de acordo com Êxodo
18.21 e At 6.3?
1) – Capazes – Homens qualificados espiritualmente, dotados de capacidade
de liderança e conhecimento das coisas de Deus. (2Tm 2.2) Por vezes imaginamos
que esta capacidade esteja apenas no intelecto, ou seja, na formação teológica do
obreiro, mas as qualidades a seguir nos mostrarão que um leigo pode ser
capacitado pelo Senhor como foram Pedro e Tiago, sendo simples pescadores. No
Antigo Testamento encontramos o exemplo de Amós, um vaqueiro sem formação
intelectual, mas designado para profeta de Deus. (Am 1.1; 7.14,15) A nossa
capacidade vem de Deus (2Co 3.4-6)
2) – Tementes a Deus – É uma grande virtude do líder ou cooperador, fazer
tudo no temor de Deus. No Livro de Jó 28.28; está escrito: "E disse ao homem: Eis
que o temor do Senhor é a sabedoria, e o apartar-se do mal é o entendimento."
Ninguém pode fazer um ministério profícuo sem reconhecer a santidade de Deus e
procurar viver de acordo com ela.
3) – Verazes – Qualidade fundamental para o servo de Deus, especialmente
para aquele que está imbuído na obra. Ser verdadeiro ainda que com prejuízo
próprio e nunca faltar com a verdade é condição preponderante para o sucesso
espiritual, pois a mentira é filha do diabo e não pode fazer parceria com os servos do
Senhor. Haverá momentos em que impasses de grandes proporções só poderão ser
resolvidos por homens capazes de dizer a verdade a qualquer preço. (Sl 15.1-4)
4) – Sem avareza – Em Ex 20.17, temos uma ordem de Deus contra a
avareza, que esta não deve ser praticada pelo seu povo, especialmente por homens
que têm compromisso com o seu serviço, pois o avarento nunca vai buscar o
interesse da obra, ou de outro irmão e sim, o seu próprio. (Sl 15.5) Leia também (At
20.33-36)
5) – De boa reputação – Não sejam "mascarados" e que andem em dia com
os seus negócios. Deve ser irrepreensível, marido de uma só mulher, honesto. (1Tm
3.2,8) Alguém, que seja respeitado no seio da congregação.
6) – Cheios do Espírito Santo – Isto é mais que ser batizado com o Espírito
Santo. É necessário demonstrar na vida prática, nas pregações, nas orações, na
comunicação, no amor, no equilíbrio, resultados convincentes. (Gl 5.22-26)
7) – Cheio de sabedoria – Refere-se a sabedoria de Deus (1Co 1.18-31; 2.1-
16), e não a sabedoria terrena, animal e diabólica (Tg 3.15). Isto não significa que
devemos desprezar o conhecimento secular.
8) Legando autoridade – "Põe-nos sobre eles por maiorais de mil, maiorais
de cem, maiorais de cinqüenta e maiorais de dez". (v 21)
A expressão: "Põe-nos sobre eles", equivale a dizer: "Dê-lhes autoridade sobre o
povo". Qualquer um que tentar desenvolver alguma atividade na igreja, sem que seja
primeiramente autorizado pelo líder, será tachado de presunçoso e atrevido. Será
visto como alguém que quer passar "o carro na frente dos bois". Por isso é
necessário que o líder autorize a tais cooperadores exercer cargos e atividades de
liderança sobre outros.
9) Atribuindo responsabilidades – "Todo negócio grave tragam a ti, mas
todo o negócio pequeno eles o julguem". (v 22). Neste momento é importante
lembrar da parábola dos talentos em Mateus 25.14,15, onde Jesus deixa claro que
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FTL – FACULDADE TEOLÓGICA DE LORENA – Prof. Nilton Cesar Marcelino
CONSIDERAÇÕES FINAIS
LEMBRE-SE:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BENTES, João. O NOVO DICIONÁRIO DA BÍBLIA. 2ª. Ed. 1995, 1º. Vol., Ed. Vida
XXNova.
BUCKLAND, Rev. A.R., M.A. DICIONÁRIO BÍBLICO UNIVERSAL, 14ª. Ed., 1.999,
XXEditora Vida.
HAGGAI, John. SEJA UM LÍDER DE VERDADE. Editora Betânia. 280 pág. 2000.