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Políticas públicas e direito administrativo

MARIA PAULA DALLARI BUCCI

SUMÁRIO

1. Introdução. 2. Considerações sobre o funda-


mento das políticas públicas. 3. Por que estudar as
políticas públicas em direito administrativo? 4.
Políticas públicas, plano e planejamento. 5. A
organização estrutural do poder e as políticas
públicas.

1. Introdução
As políticas públicas tornaram-se uma
categoria de interesse para o direito há menos
de vinte anos, havendo pouco acúmulo teórico
sobre sua conceituação, sua situação entre os
diversos ramos do direito e o regime jurídico a
que estão submetidas a sua criação e imple-
mentação. Este trabalho registra uma reflexão
sobre o assunto, sem pretender alcançar
conclusões acabadas.
O tema é, por natureza, muito complexo.
Em primeiro lugar, porque não é um tema
ontologicamente jurídico, mas é originário do
universo de preocupações da teoria política. O
instrumental jurídico de análise centrado na
norma e no ordenamento jurídico não é o
mais adequado para captar o caráter eminen-
temente dinâmico e funcional das políticas
públicas.
Isso porque o modo como se estruturou o
Estado liberal é mais voltado à limitação do
poder para a garantia das liberdades individuais,
em sentido omissivo, do que à ação do Estado,
em sentido comissivo e construtivo. As insti-
tuições do poder e a repartição tradicional de
atribuições entre os Poderes Legislativo e Exe-
Maria Paula Dallari Bucci é Mestre em Direito cutivo foram concebidas em torno da autoridade
pela USP e assistente jurídica da USP. do Estado e não conformadas ao caráter
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prestacional e de gestão que a administração a própria existência dos direitos sociais –
assume hoje1. aqueles, dentre o rol de direitos fundamentais
O direito administrativo é uma subdivisão do do homem, que se concretizam por meio de
conhecimento jurídico relativamente nova, cujo prestações positivas do Estado. Enquanto os
desenvolvimento mais significativo data da direitos individuais, ditos direitos fundamentais
segunda metade do século XIX, quando a de primeira geração, consistem em liberdades,
doutrina jurídica passou a enfocar as funções do os direitos sociais, ditos de segunda geração,
Estado como transcendentes do exercício do consistem em poderes, que “só podem ser
poder de polícia no plano interno de cada país. realizados se for imposto a outros (incluídos
O instrumento dessa passagem foi a criação de aqui os órgãos públicos) um certo número de
serviços públicos (inicialmente os correios, depois obrigações positivas”3.
as ferrovias e outros), por meio dos quais se pre- A função estatal de coordenar as ações
nunciava a intensificação da atividade estatal do públicas (serviços públicos) e privadas para a
século XX, que depois da década de 30 se alteraria realização de direitos dos cidadãos – à saúde, à
qualitativamente com o aumento da intervenção
direta do Estado sobre o domínio econômico. habitação, à previdência, à educação – legiti-
ma-se pelo convencimento da sociedade quanto
Com o fim da Segunda Guerra Mundial e o à necessidade de realização desses direitos
advento de políticas sociais de saúde, seguri- sociais.
dade social e habitação, muito expressivo nos
países da Europa e nos Estados Unidos, há um Mas esse raciocínio não basta para explicar
aprofundamento dessa alteração qualitativa das as demais políticas públicas, como a política
funções do Estado, que do plano da economia industrial, a política de energia, a política de
se irradia sobre o conteúdo social da noção de transportes e outras, que não se fundam na
cidadania. O dado novo a caracterizar o Estado realização imediata de direitos sociais. Vistas
social, no qual passam a ter expressão os como políticas setoriais inseridas numa política
direitos dos grupos sociais e os direitos econô- de desenvolvimento, essas têm, como funda-
micos2, é a existência de um modo de agir dos mento, o próprio conceito de desenvolvimento,
governos ordenado sob a forma de políticas “processo de elevação constante e harmônica
públicas, um conceito mais amplo que o de do nível de vida e da qualidade de vida de toda
serviço público, que abrange também as funções uma população”4.
de coordenação e de fiscalização dos agentes
públicos e privados. Além disso, as políticas hoje são instrumentos
de ação dos governos – o government by
policies que desenvolve e aprimora o govern-
2. Considerações sobre o fundamento ment by law5 –, fenômeno que se explica
das políticas públicas também pela maior importância da fixação de
metas temporais para a ação dos governos
O fundamento mediato das políticas
3
públicas, o que justifica o seu aparecimento, é BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Rio de
Janeiro : Campus, 1992. p. 21: Sobre os fundamentos
1
GIANNINI, Massimo Severo. El poder publico : dos direitos do homem.
4
estados y administraciones publicas. Madrid : Processo de causação circular e cumulativa,
Civitas, 1991. O Professor Giannini rejeita como Professor Fábio Konder Comparato, conceito exposto
premissa para a análise do poder público atual o em aula no curso de Direito do Desenvolvimento no
conceito de Estado intervencionista, expressão para programa de pós-graduação da Faculdade de Direito
ele inócua, uma vez que para ele todo ordenamento da USP, no 2º semestre de 1995.
5
jurídico seria intervencionista. “(...) la valoración COMPARATO, Fábio Konder. Para viver a
del ‘intervencionismo’ como una actuación mas allá democracia. São Paulo : Brasiliense, 1989. p. 102:
de la esfera de ‘competencia natural’ no tiene ya Planejar o desenvolvimento : a perspectiva institu-
sentido. El término de referencia de hoy día es el de cional. O professor fala em “substituição” do governo
regímen, dentro del cual se modulan las potestades da lei pelo governo das políticas. Evidentemente,
de los distintos poderes públicos y las garantías para isso não significa que a realização das políticas não
los sujetos que no son poderes públicos”. E reitera, se dê dentro dos parâmetros da legalidade (veja-se,
em nota, a idéia de que “las administraciones pú- por exemplo, o artigo 165 da Constituição Federal).
blicas no se inmiscuyen en asuntos ajenos, sino que Assim, as políticas são uma evolução em relação ao
desarrollan funciones, gestionan servicios y produ- simples governo da lei em sentido formal (assim
cen bienes”, (p. 22). como essas o são em relação ao “governo de homens”
2
Ibidem, p. 118. anterior ao constitucionalismo).
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republicanos. A função de governar – o uso do (1873)8, seguiu-se importante teorização sobre
poder coativo do Estado a serviço da coesão o papel do Estado, diante dessa nova forma de
social6 – seria, portanto, o fundamento imedia- relacionamento entre o poder público e a
to das políticas públicas. sociedade. Leon Duguit deu grande atenção a
esse problema – “Los Gobiernos no son más
que los representantes de un poder social que
manda: son los gerentes de los servicios
3. Por que estudar as políticas públicas públicos”9 –, ocupando-se do ordenamento
no direito administrativo? jurídico dos serviços públicos para explicar e
As políticas públicas são uma categoria fundamentar teoricamente a crescente depen-
dência da vida comum em relação aos serviços
jurídica útil para a análise das funções do criados e mantidos pelo Estado10.
Estado? Como o direito racionaliza o tema?
Qual a expressão jurídica das políticas públicas? Contudo, se é verdade que o Estado-serviço
Pode-se falar em um “regime jurídico das público foi sucedido pelo Estado-políticas pú-
políticas públicas”? blicas, a essa evolução não correspondeu ama-
durecimento teórico do direito administrativo
As políticas públicas, isto é, a coordenação que explicasse sistematicamente as tarefas de
dos meios à disposição do Estado, harmoni- coordenação que o Estado cada vez mais pas-
zando as atividades estatais e privadas para a sava a assumir, isto é, a função administrativa
realização de objetivos socialmente relevantes das políticas públicas11.
e politicamente determinados, são um problema 8
de direito público, em sentido lato. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Da
aplicação do Direito Privado no Direito Adminis-
Haveria razão para estudá-las sob a ótica trativo. São Paulo : Faculdade de Direito da USP,
do direito administrativo? 1988. p. 54-55.
O que é o direito administrativo? É a área 9
DUGUIT, Leon. La transformación del Estado.
do direito que se ocupa do estudo da instituição 2. ed. espanhola. Madrid : Francisco Beltrán,
estatal, em sua vertente executiva. O direito Librería Española y Estranjera. Três conferências
constitucional trata da organização do poder e proferidas em 1908. Duguit deu origem à chamada
“Escola do Serviço Público”, p. 8.
dos direitos dos cidadãos, que devem servir 10
de balizas para o exercício do poder estatal MELLO, Oswaldo Aranha Bandeira de.
Princípios gerais de Direito Administrativo. Rio de
(ainda assim, registre-se que as Consti- Janeiro : Forense, v. 1, p. 140.
tuições recentes, e a brasileira de 1988 não 11
Essa “paralisia” do direito administrativo foi
é exceção, descem a detalhes sobre a reali- lucidamente criticada por Carlos Ari Sundfeld:
zação das políticas públicas, como, por “Quando se observa o surgimento de novos ramos,
exemplo, os Títulos VII, VIII e IX e as como os direitos econômico, urbanístico, ambiental,
Disposições Transitórias da CF). agrário, sanitário, todos ligados, embora não exclu-
sivamente, ao estudo da ação governamental sobre
O direito administrativo, por sua vez, a vida privada, nota-se que a ciência do direito
incumbe-se da racionalização formal do administrativo não tem sabido oferecer uma teoria
exercício do poder pelo Estado. Na expressão geral apta a ser aplicada a cada um deles. Vem, por
de García de Enterría, isso, perdendo importância. De pouco ou de nada
adiantará o estudioso buscar na teoria do direito
“o direito administrativo é o direito cons- administrativo as categorias de que necessita para
titucional concretizado, levado à sua apli- compreender os limites e exigências das novas
cação última”7. funções do Estado. Encontrará uma doutrina que
ainda se debate com dificuldades originárias em
No início do século XX, poucos anos depois torno do poder de polícia! O resultado disso, todos
da aceitação, pelo Conselho de Estado francês, conhecemos: o surgimento de teorias ad hoc voltadas
do serviço público como critério para definição apenas aos problemas específicos que enfrentam e
da competência da jurisdição administrativa descompromissadas, muitas vezes, com os próprios
padrões que o direito administrativo já fixou. A
6
BOBBIO, Norberto, MATTEUCCI, Nicola, dificuldade de encontrar alguma harmonia entre
PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política. liberdade de iniciativa econômica, princípio da
Brasília : Universidade de Brasília : Linha Gráfica, legalidade e controle estatal de preços, por exemplo,
1991. ou entre proteção do patrimônio cultural e ambiental
e direito de propriedade é indicativo claro e sério
7
La Constitución como norma y el Tribunal dessa insuficiência.” (Direito Administrativo
Constitucional. 3. ed. Madrid : Civitas, 1985. p. 20. ordenador. São Paulo : Malheiros, 1993. p. 15).
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Há um paralelo entre a dificuldade de situar iniciativas dos particulares – o Estado erige uma
as políticas públicas no direito administrativo atividade em serviço público quando entende
e o que se sucedeu com a conceituação de que o interesse geral não poderia ser satisfeito,
serviço público, noção que está muito distante ou o seria de maneira insuficiente, se não assu-
da unanimidade. misse tal encargo14.
Hely Lopes Meirelles relata a controvérsia Norberto Bobbio anota o fenômeno da
da doutrina administrativista nacional para a “tecnicização do direito público” – relativamente
fixação do conceito de serviço público: recente, se comparado ao direito privado, e
“O conceito de serviço público não é marcadamente desenvolvido no último século
uniforme na doutrina, que ora nos –, decorrente da concepção do Estado de direi-
oferece uma noção orgânica, só conside- to, “como órgão de produção jurídica e, no seu
rando como tal o que é prestado por ór- conjunto, como ordenamento jurídico”15. Essa
gãos públicos; ora nos apresenta uma concepção daria origem à doutrina jurídica do
conceituação formal, tendente a identi- Estado, complementar à doutrina sociológica,
ficá-lo por características extrínsecas; ora que examina o Estado como forma de organi-
nos põe um conceito material visando de- zação social.
fini-lo por seu objeto. Realmente, o Com a evolução do Estado de direito para o
conceito de serviço público é variável e Estado social16, volta a ter prestígio a visão do
flutua ao sabor das necessidades e Estado “como forma complexa de organização
contingências políticas, econômicas, social, da qual o direito é apenas um dos
sociais e culturais de cada comunidade, elementos constitutivos”17.
em cada momento histórico, como
acentuam os modernos publicistas. Eis Pode-se levantar o argumento de que o
o nosso conceito: estudo das políticas públicas não pertenceria à
esfera do direito administrativo, mas ao direito
Serviço público é todo aquele prestado constitucional, uma vez que elas consistem na
pela administração ou por seus delegados, atuação do Estado para implementar escolhas
sob normas e controles estatais, para políticas, que são feitas, em sua maioria, pelo
satisfazer necessidades essenciais ou Poder Legislativo. Isso é o que se afirma,
secundárias da coletividade, ou simples textualmente, no direito anglo-americano, onde
conveniências do Estado.”12 as políticas públicas são institutos perfeitamente
Celso Antônio Bandeira de Mello conjuga incorporados ao direito público, o que não
os sentidos formal e material, dando relevo ocorre no direito público de influência euro-
especial ao regime administrativo, na seguinte péia, no que Massimo Giannini classifica como
conceituação: “países de direito administrativo”.
“Serviço público é toda atividade de Na Inglaterra, onde o direito administrativo
oferecimento de utilidade ou comodidade é uma subdivisão do direito constitucional, não
material fruível diretamente pelos admi- desligada do tronco original, afirma-se que o
nistrados, prestado pelo Estado ou por direito administrativo é definido em função das
quem lhe faça as vezes, sob um regime
de direito público –, portanto, consagrador 14
Ibidem, op. cit., p. 141.
de prerrogativas de supremacia e de 15
restrições especiais – instituído pelo BOBBIO, Norberto, Estado, governo e socie-
dade : para uma teoria geral da política. 2. ed. Rio
Estado em favor de interesses que houver de Janeiro : Paz e Terra, 1987. p.56 e 22.
definido como próprios no sistema 16
Numa visão de direito administrativo, segundo
normativo.”13 Giannini, o Estado social desenvolve predominan-
Outros autores acentuam a importância de temente atividades constituídas por serviços
elementos como o processo, o regime adminis- públicos. “Dado que los servicios públicos, desde
trativo e a suplementariedade em relação às la vieja instrucción pública a la joven informática,
se extienden predominantemente, en el campo de
12
MEIRELLES, Hely Lopes, Direito Adminis- lo social, con la locución que nos ocupa, se quiere
trativo brasileiro. 11. ed. São Paulo : Revista dos dar a entender que los poderes públicos han variado
Tribunais, 1985. p. 271-272. su dirección: son ahora organizaciones que auxilian
13
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. a los ciudadanos de todas las formas posibles.”, ob.
Prestação de serviços públicos e administração cit., p. 118.
17
indireta. p. 20. BOBBIO, op. cit. p. 57.
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políticas públicas, começando a atuar depois Em 1955, Bernard Schwartz resumia as
da formulação delas: questões do direito administrativo a duas: de
“Administrative law is the branch of um lado, aquelas envolvendo a autoridade
public law dealing with the actual administrativa para editar regras e regulamentos
operation of government, the adminis- de aplicabilidade geral, e de outro, os efeitos
trative process. When the constitutional desse poder sobre as pessoas ou a propriedade
process has resulted in a duly elected dos cidadãos20. Num contexto em que direito
administrativo é parte do problema central da
Government which has determined its teoria política, isto é, da conciliação entre
policies and enacted any necessary autoridade e liberdade, o tratamento jurídico
primary legislation, the administrative da administração pública volta-se à instituição
process begins.”18 de autoridades administrativas com poderes
Nos Estados Unidos, Bernard Schwartz para realizar políticas públicas – por defini-
também qualifica a execução das políticas ção, de interesse público – e à salvaguarda dos
públicas como um dos problemas fundamentais interesses privados contra a arbitrariedade
do direito administrativo, acentuando a maior administrativa ou o excesso de poder21.
importância desse ramo jurídico nos Estados
Unidos em relação ao direito britânico. Num Num trabalho específico sobre o direito
estudo de 1955, dirigido a explicar o direito administrativo, de 1991, a essas duas vertentes
constitucional americano ao público britânico, Schwartz acrescenta uma terceira, relativa às
o autor inicia o capítulo do direito administra- condições legais para o exercício desses
tivo comentando que conhece o desinteresse dos poderes, isso é, ao processo administrativo, em
britânicos pelo tema, pois não haveria motivo sentido amplo22.
para curiosidade sobre uma área do direito Deve-se notar, contudo, que o direito
estrangeiro cuja existência os ingleses se habi- administrativo anglo-americano é muito menos
tuaram a negar em sua própria casa. Entretanto, abrangente que o direito francês, do qual o
destaca o crescimento da importância teórica direito brasileiro sofreu influência direta. Os
do direito administrativo, devido ao extraordi- temas que a nossa tradição jurídica situa no
nário desenvolvimento legal, no século XX, campo do direito administrativo – contratos
desse campo que “reflete no direito a hegemonia administrativos, servidores públicos, bens
do braço executivo do governo”, a qual, por públicos etc.–, no sistema anglo-americano são
sua vez, decorre diretamente da expansão do objeto de estudo da administração pública, mais
papel do Estado19. ampla que o direito administrativo.
A própria estruturação do campo de estudo Essa discussão preliminar deve ser consi-
traduz o sentido dos novos problemas da relação derada para que não se trabalhe sobre um falso
entre a administração do Estado e os cidadãos. problema. Se as políticas públicas forem um
tema tratado pelo direito constitucional, não há
18
SMITH, Stanley de, and BRAZIER, Rodney, razão científica relevante para que este estudo
Constitutional and Administrative Law. 7. ed. se prenda ao campo de análise do direito
London, 1994. p. 577, o texto prossegue com a defi- administrativo. É possível, mesmo, que o
nição do escopo do direito administrativo, no qual instrumental teórico do direito administrativo
sobressai o papel do processo administrativo: “It – o feixe de princípios que o regem e o postulado
concerns the day-to-day administration of the country da supremacia do interesse público sobre o
at central and local level and putting into practice particular – não seja suficiente para explicar
constitutional decided policies. Administrative law as questões que envolvem as políticas públicas.
regulates this process. It relates to the organization,
composition, functions and procedures of public Parece-me, então, que o problema da
authorities and special statutory tribunals, their situação topológica das políticas públicas deve
impact on the citizen and the legal restraints and ser deixado em suspenso para que se examine
liabilities to which they are subject. It controls the mais detidamente o que são políticas públicas
making of subordinate legislation by public autho- e como elas se caracterizam juridicamente.
rities. In essence administrative law is that part of
20
constitutional law which reveals what tangible and Ibidem, p. 284-307.
enforceable limits can be placed on administrative 21
ENCYCLOPAEDIA BRITANNICA. Admi-
action.” nistrative law. 15. ed. Chicago, 1986. v. 1, p. 102-
19
SCHWARTZ, Bernard. American Constitu- 103.
22
tional Law. London : Cambridge University Press, SCHWARTZ, Bernard. Administrative Law.
1955. p. 283. Little : Brown and Company, 1991. p. 2.
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4. Políticas públicas, plano e planejamento países socialistas, excluindo de seu relato as
experiências de planejamento realizadas no
Tomando-se por base as diferentes aborda- pós-guerra – algumas com reconhecido sucesso,
gens do tema, constantes da Enciclopédia como a francesa – ao afirmar, categoricamente,
Saraiva do Direito, nota-se a falta de consenso que as teses dos economistas sobre a conve-
da doutrina brasileira sobre a forma metodoló- niência de se adotar a planificação também em
gica de conceituar as políticas públicas. As países de economia de mercado não puderam
definições enfocam ângulos variados, desde as ser verificadas na prática, uma vez que nenhum
noções mais gerais, como “a política é a teoria, dos Estados não-socialistas teria adotado pla-
arte e prática do governo, para a direção dos nificações, salvo a Itália, cujo plano de 1967/
negócios públicos”, até as definições específicas, 70 teria sido um fracasso26.
como “o conjunto de conhecimentos sobre...”;
“conjunto de medidas...”, “ação de caráter Entretanto, a conclusão daqueles que
oficial...”, “ciência e arte de conduzir os examinaram mais de perto a questão do plane-
assuntos...”23. A definição mais rigorosa, sob jamento não coincide com a negativa de
esse aspecto metodológico, é a de política Giannini. Experiências importantes de plane-
agrária, como “planejamento ou programa de jamento ao longo do século XX – que têm por
ação governamental para o setor...”, à qual se objeto tanto as empresas privadas como os
somam as noções de “plano” e “atualização e problemas de desenvolvimento regional e
adaptação da legislação aos planos governa- nacional dos países – apontam para o sentido
mentais”. oposto. A evolução histórica que vai da década
de 30 até os anos da recuperação econômica
Há uma certa proximidade entre as noções pós Segunda Guerra Mundial consolidam o
de política pública e a de plano, embora a planejamento como “pressuposto indispensável
política possa consistir num programa de ação de todo programa de ação política, econômica
governamental que não se exprima, necessa- ou social”, uma vez que praticamente todos os
riamente, no instrumento jurídico do plano. países do mundo capitalista passam a adotar
Massimo Severo Giannini ressalva que os métodos do planejamento27.
considera os termos planificação e programação A divergência do ilustre publicista italiano
equivalentes, salvo na linguagem da norma merece destaque porque toca exatamente na
positiva, ambos entendidos como uma “técnica dificuldade da definição ontológica do plano
de atuação administrativa de longa duração”24. como instrumento jurídico-institucional para a
Segundo historia, embora os planos fossem realização do desenvolvimento. Particularmente,
utilizados desde que existe a atividade
administrativa, os primeiros planos juridi- económico nacional es un conjunto orgánico de
camente relevantes foram os de contabilidade ordenes a las empresas, que se funda, por tanto, en
pública. Em seguida, surgiram os planos urba- relaciones de potestad-sujeción, las cuales, en
nísticos elaborados por ocasião da ampliação sistemas que garantizan la libre iniciativa eco-
nómica, sólo serían posibles si el mismo sistema
das grandes cidades, como Paris, Nápoles e reservase a los poderes públicos potestades de “pro-
Viena no século XIX. No século XX, surgiram gramación” (término usado preferentemente en los
as planificações mais típicas, os planos textos normativos). Pero, de hecho, la mayor parte
econômicos. de los ordenamientos positivos no conocen textos
constitucionales que enuncien los dos extremos de
O ilustre professor italiano, contudo, iden- la materia – libertad y potestad – (...) de manera
tifica as planificações25 econômicas com os que serían necesarias leyes de rango constitucional
para generalizar el extremo “potestad”. La mayor
23
ENCICLOPÉDIA SARAIVA DO DIREITO. dificultad es la institucional en cuanto que para la
São Paulo : Saraiva, 1977. v. 59. As definições se aplicación de un plan económico se necesitan
referem aos verbetes política criminal, política de numerosos órganos centrales y periféricos, pertre-
imigração, política econômica, política peniten- chados de técnicos adecuados, con capacidad para
ciária nacional, política social. dirigir y controlar las empresas; órganos que son,
24
GIANNINI, op. cit. p. 155. por tanto, costosísimos y de una dudosa eficiencia
25
Planejamento e planificação, para muitos en un ordenamiento que no es socialista.”
26
autores, não são expressões sinônimas, identifi- Ibidem, p. 157.
27
cando-se a última como o planejamento cogente GRAU, Eros Roberto. Planejamento eco-
realizado nas economias socialistas, acepção que nômico e regra jurídica. São Paulo : Ed. do autor,
adota Massimo Giannini. “Jurídicamente, un plan 1977. p. 12.
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não endosso sua posição, embora acredite que orçamentos públicos como instrumentos de
o professor identifica com bastante clareza o fixação das “diretrizes, objetivos e metas”(§ 1º),
problema ao destacar, além das dificuldades além das “prioridades”(§ 2º) da administração
políticas e técnicas para a elaboração e imple- pública. O mesmo artigo fala também em
mentação do plano, “as dificuldades verdadei- “planos e programas”, confirmando a multi-
ras, de caráter jurídico-institucional”28. plicidade de formas que podem assumir as
Merece registro a conclusão final de políticas públicas.
Giannini, favorável ao planejamento, admitindo Há, no entanto, políticas que se traduzem
que a atividade administrativa se desenvolve em programas de ação, em sentido estrito, como
por meio de planos, tendência que “parece o Programa de Material Escolar, o Programa
encontrar, atualmente, uma correspondência do Álcool, cujo detalhamento se exprime por
com a realidade”29. meio de formas normativas infralegais, como
Essa discussão nos remete ao caráter do decretos, portarias ou resoluções, resultados da
planejamento, que a Constituição brasileira atividade regulamentar do Poder Executivo.
define, de maneira peculiar, como “determinante Lembre-se que no Brasil inexistem os decretos
para o setor público e indicativo para o setor autônomos, de tal forma que a função normativa
privado” (artigo 174). Embora inspirado no da administração se exerce sempre a partir de
artigo 131 da Constituição espanhola, o duplo previsão legal.
caráter da atividade de planejamento é inovação Há, ainda, uma distinção das políticas
brasileira, para a qual já apontava a doutrina públicas quanto ao que poderíamos classificar
do direito econômico30 em época de maior pres- como “nível hierárquico”, em relação aos fins.
tígio do conceito de planejamento, na década Assim, por exemplo, a política nacional de
de 70, quando foram editados o I Plano educação é uma política geral para o setor da
Nacional de Desenvolvimento (I PND) e o II educação, política “de fins”, cuja execução
Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND). supõe a formulação de políticas “de meios”, que
A política é mais ampla que o plano e se digam respeito à contratação de pessoal (polí-
define como o processo de escolha dos meios tica de recursos humanos), à construção de
para a realização dos objetivos do governo com prédios escolares, etc.
a participação dos agentes públicos e privados. O que há de comum entre todas essas polí-
Políticas públicas são os programas de ação do ticas, em suas diferentes acepções, dando
governo para a realização de objetivos deter- sentido ao agrupamento delas sob um mesmo
minados num espaço de tempo certo. conceito jurídico, é o processo político de
A expressão mais freqüente das políticas escolha de prioridades para o governo. Essa
públicas é o plano (embora com ele não se escolha se faz tanto em termos de objetivos
confunda), que pode ter caráter geral, como é o como de procedimentos. Para ilustrar, veja-se
Plano Nacional de Desenvolvimento, ou a política nacional de educação, que externa
regional, ou ainda setorial, quando se trata, por um conjunto de opções de governo em matéria
exemplo, do Plano Nacional de Saúde, do Plano de educação, relativas, por exemplo, à concen-
de Educação etc. Nesses casos, o instrumento tração de recursos no ensino fundamental, ou
normativo do plano é a lei, na qual se à ênfase no ensino profissionalizante e assim
estabelecem os objetivos da política, suas metas por diante. As políticas instrumentais do setor
temporais, os instrumentos institucionais de sua devem estar racionalmente coordenadas com a
realização e outras condições de implementação. política maior e adotar as suas prioridades
A origem normativa da política pública, quanto aos meios, viabilizando a realização das
mesmo que resulte da iniciativa legislativa do finalidades da política principal do setor.
governo, Poder Executivo, é o Poder Legislati- Assim, por exemplo, a política de recursos
vo. No sistema constitucional brasileiro, as humanos na educação, supondo que a tônica
políticas públicas mais comumente se expressam do plano principal fosse o ensino básico,
por meio de leis. Veja-se, a propósito, o artigo poderia privilegiar os professores mais qualifi-
165 da Constituição de 1988, que define os cados, canalizando recursos para a formação
de professores. Ou, de maneira oposta, poderia
28
GIANNINI, op. cit., p. 157. privilegiar a quantidade de professores,
29
Ibidem, p. 160. estimulando a contratação de grande número
30
GRAU, op. cit. de normalistas.
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Todos esses exemplos evidenciam a varie- 5. A organização estrutural do poder
dade de formas que assumem as políticas e as políticas públicas
públicas, diversidade que encontra correspon-
dente no campo jurídico. Esse problema envolve outro, extremamente
mais complexo, sobre a iniciativa das políticas
A política pública transcende os instrumentos públicas: a quem compete formulá-las, ao Poder
normativos do plano ou do programa. Há, no Legislativo ou ao Executivo?
entanto, um paralelo evidente entre o processo Parece relativamente tranqüila a idéia de
de formulação da política e a atividade de que as grandes linhas das políticas públicas, as
planejamento. Note-se a correlação de ambos, diretrizes, os objetivos são opções políticas que
no sentido de que, ao contrário do que muitos cabem aos representantes do povo e, portanto,
sustentaram nos anos 60, o planejamento não ao Poder Legislativo, que as organiza em forma
é uma atividade vazia de conteúdo político. de leis de caráter geral e abstrato, para execução
Trata-se de função eminentemente técnica, pelo Poder Executivo, segundo a clássica sepa-
voltada à realização de valores sociais, como ração de poderes de Montesquieu. Entretanto,
afirmou Celso Furtado em texto autobio- a realização concreta das políticas públicas
gráfico: demonstra que o próprio caráter diretivo do
“(...) o planejamento foi para mim uma plano ou do programa implica a permanência
técnica social de importância muito de uma parcela da atividade “formadora” do
maior, a qual permitiria elevar o nível direito nas mãos do governo, Poder Executivo,
de racionalidade das decisões que perdendo-se a nitidez da separação entre os dois
comandam complexos processos sociais, centros de atribuições.33
evitando-se surjam processos cumulativos Ter-se-ia alterado, segundo Fábio Konder
e não-reversíveis em direções indese- Comparato, o sentido material do governo:
jáveis.”31 “Acontece que não foi apenas pela
A escolha das diretrizes da política, os forma de governar que o Estado contem-
objetivos de determinado programa não são porâneo reforçou os poderes do ramo
simples princípios de ação, mas são os vetores executivo. Foi também pelo conteúdo da
para a implementação concreta de certas formas própria ação governamental. Doravante
de agir do poder público, que levarão a certos e sempre mais, em todos os países,
resultados. governar não significa tão-só a adminis-
A formulação da política consistiria, tração do presente, isto é, a gestão de
fatos conjunturais, mas também e sobre-
portanto, num procedimento, e poder-se-ia
tudo o planejamento do futuro, pelo
conceituar, genericamente, os programas de estabelecimento de políticas a médio e
ação do governo como atos complexos. O longo prazo.”34
incremento das atividades concernentes à ela- A teoria política cunhada no liberalismo
boração das políticas e à sua execução insere- atribui a função formadora do direito à compe-
se num movimento de “procedimentalização
das relações entre os poderes públicos”, a que 33
“Si bien la formulación de políticas es una
se refere, mais uma vez, Massimo Giannini.32 función que generalmente no figura entre las tareas
Esse fenômeno de procedimentalização, no qual habituales de la mayoría de los burócratas, las
sobressai o poder de iniciativa do governo – e responsabilidades que les conciernen surgen porque
que diz respeito aos meios, ao pessoal, às lo que se genere en esta primera etapa puede afectar
informações, aos métodos e ao processo de la concreción de las políticas. Por lo general, las
autoridades políticas superiores definen el alcance
formação e implementação das políticas –, é o y el contenido de las políticas públicas. De este
ângulo sob o qual se justifica e se faz neces- modo, los procedimientos en los que se produce esta
sário o estudo das políticas públicas dentro do definición evidentemente afectan, y de hecho deter-
direito administrativo. minan, qué políticas deben aplicar los burócratas.
Estas dos etapas principales del proceso de formu-
lación de políticas están estrechamente relacionadas
31
FURTADO, Celso. Auto-retrato intelectual. entre sí de diversas maneras.” BURKE, John.
São Paulo : Ática, 1983. p. 35. (Grandes Cientistas Responsabilidad burocrática. Buenos Aires :
Sociais, v. 33) Editorial Heliasta, 1994.
32 34
GIANNINI, op. cit., p. 154. COMPARATO, op. cit., p. 102.
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tência exclusiva do Poder Legislativo, sede da tarefa de fazer leis”36, tendência de que não se
representação popular. Em matéria de políticas exclui o Brasil, adepto dos decretos-leis no
públicas, o acerto dessa visão se confirma em regime constitucional de 1967/69 e das medidas
relação aos programas de longo prazo, cuja provisórias, que se converteram no principal
realização ultrapasse a duração de um governo. instrumento legislativo do governo sob a égide
Os objetivos de interesse público não podem da Constituição de 1988.
ser sacrificados pela alternância no poder, Quanto à estruturação do poder, a proposta
essencial à democracia. As leis de plano, de Comparato é no sentido da instituição de
portanto, conciliam princípio republicano e um órgão de planejamento desvinculado do
democrático com as demandas da estabilidade Poder Executivo, cujas decisões seriam tomadas
e da governabilidade. por um Conselho corporativo com atribuições
Todavia, como programas de ação, ou como distintas das do Congresso Nacional.
programas de governo, não parece lógico que Sem entrar no mérito da proposta, parece-
as políticas possam ser impostas pelo Legisla- me que o aspecto funcional inovador de
tivo ao Executivo. O mais correto seria que qualquer modelo de estruturação do poder
pudessem ser realizadas pelo Executivo, por político caberá justamente às políticas públicas.
iniciativa sua, segundo as diretrizes e dentro Em relação a elas, mais importantes que os
dos limites aprovados pelo Legislativo. objetivos ou as metas temporais fixadas será o
Na verdade, o exercício de funções norma- processo de sua realização, a partir dos
tivas pelo Poder Executivo é noção que se parâmetros fixados em lei.
encontra numa zona cinzenta, devido à neces- Em parte, esse é o processo político, cuja
sidade crescente de instrumentos para uma ação legitimidade e cuja “qualidade decisória”, no
ágil do governo. Dessa necessidade surgiu o sentido da clareza das prioridades e dos meios
instrumento da medida provisória, previsto no para realizá-las, estão na razão direta do
artigo 62 da Constituição Federal, cuja amadurecimento da participação democrática
aplicação é fonte de muita controvérsia, dos cidadãos.
principalmente devido ao transplante do insti- Em grande parte, porém, o sucesso da
tuto do modelo parlamentarista italiano para o política pública, qualquer que seja ela, está
presidencialimo brasileiro, sem as necessárias relacionado com a qualidade do processo
adaptações. administrativo que precede a sua realização e
Esse tipo de instrumento normativo permite que a implementa. As informações sobre a
que se realize o que Eros Roberto Grau chamou realidade a transformar, a capacitação técnica
de “capacidade normativa de conjuntura”35, e a vinculação profissional dos servidores
visando ao desempenho de uma atividade de públicos, a disciplina dos serviços públicos,
ordenação pelo Estado sobre os agentes econô- enfim, a solução dos problemas inseridos no
micos. O fenômeno, segundo Grau, corresponde processo administrativo, com o sentido lato
ao aumento da quantidade e da importância das emprestado à expressão pelo direito americano,
normas editadas pelo Poder Executivo, por meio determinarão, no plano concreto, os resultados
da administração centralizada ou dos entes da política pública como instrumento de
estatais autônomos, mediante o exercício de desenvolvimento. Essa é a razão pela qual
competência delegada pelo Poder Legislativo. entendo que os administrativistas podem e
Observe-se que a delegação é a forma mais devem voltar seus olhos para a temática das
intensamente utilizada pelo Poder Executivo políticas públicas.
americano para regulamentar e fiscalizar
setores inteiros da atividade econômica sem a
atuação direta do Poder Legislativo, que apenas
fixa as diretrizes para a ação administrativa das Bibliografia
agências. BOBBIO, Norberto. Estado, governo e sociedade :
Esse fenômeno foi analisado também por para uma teoria geral da política. 2. ed. Rio de
Fábio Konder Comparato, que constata a Janeiro : Terra, 1987.
generalização, nos países do Ocidente, da BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Rio de
“parcial transferência ao Executivo da própria Janeiro : Campus, 1992. Sobre os fundamentos
dos direitos do homem.
35 36
GRAU, op. cit., p. 69. COMPARATO, op. cit., p. 101.
Brasília a. 34 n. 133 jan./mar. 1997 97
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