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Universidade Católica de Moçambique

Extensão de Gurué

Curso: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria, 4º Ano

Pós-Laboral

Cadeira: Auditoria Interna

Tema:

Valor Temporal do Dinheiro

Discente: Rabia José Serrote Docente: drª. Crimilde Matos

Gurué, Abril de 2020


Índice Pág.

1. Introdução...........................................................................................................................1

1.1. Objectivos....................................................................................................................1

1.1.1. Geral.....................................................................................................................1

1.1.2. Específicos...........................................................................................................1

2. Fundamentação teórica.......................................................................................................2

2.1. Valor Temporal do dinheiro........................................................................................2

2.1.1. Dinheiro................................................................................................................2

2.1.2. Comparação de valores relativos a diferentes períodos de tempo.......................2

2.1.3. Taxa de actualização e Custo de oportunidade do capital....................................2

2.1.4. Actualização e Capitalização...............................................................................3

2.1.5. O caso de um período: Valor Actual...................................................................3

2.1.6. O caso de um período: Valor Futuro...................................................................3

2.1.7. O caso multiperíodo: Valor Actual......................................................................4

2.1.8. O caso multiperíodo: Valor Futuro......................................................................4

2.1.9. Valor Actual Líquido (VAL) de um investimento...............................................5

2.1.10. Juros.....................................................................................................................7

2.1.11. Taxas proporcionais...........................................................................................10

2.1.12. Taxas equivalentes.............................................................................................10

2.1.13. Descontos simples..............................................................................................11

3. Conclusão..........................................................................................................................14

4. Bibliografia.......................................................................................................................15
VALOR TEMPORAL DO DINHEIRO

1. Introdução

Quando tratamos de dinheiro e temporalidade, alguns elementos básicos devem ser levados
em consideração, tais como: Inflação → Os preços não são os mesmos sempre; Risco →
Investimentos envolvem risco que geram perda ou ganho de dinheiro; Incerteza → Não há
como saber que tipo de investimento é mais rentável sem estudo prévio; Utilidade → Se não
é útil, deve ser adquirido? e Oportunidade → Sem dinheiro não há oportunidades.

Os financiamentos são os mais diversos e criativos. Essa “mania” é muito antiga, remete as
relações de troca entre mercadorias que com o passar das eras e diferentes civilizações
evoluíram naturalmente quando o Homem percebeu existir uma estreita relação entre o
dinheiro e o tempo - “tempo é dinheiro”. Processos de acumulação de capital e a
desvalorização da moeda levariam intuitivamente a ideia de juros, pois se realizavam
basicamente devido ao valor temporal do dinheiro.

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral

o Descrever o valor temporal do dninheiro.

1.1.2. Específicos

o Conhecer o significado e o modo de utilização da taxa de actualização (medida do


custo do dinheiro no tempo) na avaliação de fluxos monetários relativos a diferentes
períodos de tempo;
o Conhecer o critério (e conceito) de Valor Actualizado Líquido (VAL) de um
investimento.

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2. Fundamentação teórica

2.1. Valor Temporal do dinheiro

O valor do dinheiro varia ao longo do tempo, ou seja, não é indiferente dispor hoje ou daqui a
um ano de uma dada quantia em dinheiro.

O valor do dinheiro no tempo (VDT) se refere ao fato que dinheiro (um dólar, um euro, um
yen, um real ou um metical) na mão hoje vale mais do que a esperança dessa mesma quantia
ser recebida no futuro. Existem no mínimo três razões do porquê isto é verdadeiro. Primeiro,
dinheiro na mão hoje pode ser investido, rendendo juros, de modo que você terminará com
mais dinheiro no futuro. Em segundo lugar, o poder de compra do dinheiro pode mudar no
tempo devido a inflação. Finalmente, a receita de dinheiro esperada no futuro é, em geral,
incerta.

A razão é que se admite que é sempre possível obter um rendimento anual a partir da
disponibilidade de uma qualquer quantia em dinheiro que não se queira gastar na compra de
bens de consumo ou de investimento.Esse rendimento poderá ser obtido com a realização da
aplicação financeira dessa quantia disponível em dinheiro, num depósito bancário, por
exemplo. A medida desse rendimento será então a taxa de remuneração que o banco oferecer
para essa aplicação financeira.

2.1.1. Dinheiro

Valor de uso ou valor de troca, bens e mercadorias pelo valor que representa.

2.1.2. Comparação de valores relativos a diferentes períodos de tempo

Porque o valor do dinheiro varia ao longo do tempo, para poder comparar fluxos em dinheiro
relativos a diferentes períodos de tempo, por exemplo para somar os valores dos benefícios
anuais obtidos com a realização de um programa de apoio social ao longo de um dado
período de tempo, torna-se necessário entrar em consideração com factores de actualização
que corrigem os valores anuais das diferenças temporais de valor verificadas.

2.1.3. Taxa de actualização e Custo de oportunidade do capital

Os factores anuais de actualização que corrigem as diferenças temporais de valor do dinheiro


são calculados com base na taxa de remuneração anual que seria obtida a partir da melhor

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aplicação alternativa da quantia inicial disponível em dinheiro. É o conceito de custo de


oportunidade do capital.

2.1.4. Actualização e Capitalização

Actualização é a operação que calcula o valor hoje (no período 0) de um ou mais fluxos
monetários a ocorrer no futuro. Este valor diz-se Valor Actual.

Capitalização é a operação inversa: calcula o valor futuro (no período futuro n) de um ou


mais fluxos monetários a ocorrer em períodos de tempo anteriores a n. Este valor diz-se Valor
Futuro.

2.1.5. O caso de um período: Valor Actual

Se eu tiver a promessa de que receberei 1000 euros daqui a um ano, e sendo as taxas de juro
ou de actualização de 5%, o meu investimento valerá hoje.

952,38 = 1000/1,05

Note-se que 1000 = 952,38 x 1,05

No caso de um período, a fórmula de cálculo do Valor Actual (VA) é então:

C1
VA = n
(1+r )

onde C1 é o valor do fluxo monetário no período 1 e r a taxa de actualização adequada.

VA é, assim, o valor hoje (no período 0) do fluxo monetário do período 1.

2.1.6. O caso de um período: Valor Futuro

Se eu investir hoje 1000 euros por um ano, com taxas de capitalização de 5%, o valor do meu
investimento aumentará de valor para 1050.

50 será o juro (1000 x .05) 1000 é o reembolso do capital investido 1050 é o valor total
devido. Pode ser calculado como:

1050 = 1000 x (1,05)

O montante total devido no fim do investimento designa-se por Valor Futuro.

No caso de um período, a fórmula do Valor Futuro (VF) é então:

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VF =C0 ×(1+r )T,

onde C0 é o valor hoje (no período 0) do fluxo monetário e r a taxa de capitalização


adequada.

VA é, assim, o valor do fluxo monetário no próximo ano.

2.1.7. O caso multiperíodo: Valor Actual

O Valor Actual total de uma série de fluxos monetários anuais é igual à soma dos fluxos
monetários actualizados.

Fluxos monetários: C1, C2, ..., CT

C1 C2 CT
Valor Actual = + 2 + ...+ T
(1+r ) (1+ r) (1+r )

onde Ci é o fluxo monetário do período i, com i = 1, 2, ..., T-1,

r a taxa de actualização adequada

e T o número de períodos anuais.

2.1.8. O caso multiperíodo: Valor Futuro

A fórmula geral para o cálculo do valor futuro de uma série de fluxos monetários anuais pode
escrever-se como:

VF = C1 x (1 + r)T-1 + C2 x (1 + r)T-2 + ... + CT-1 x (1 + r)

onde Ci é o fluxo monetário do período i, com i = 1, 2, ..., T-1

r a taxa de capitalização adequada

e T o número de períodos anuais.

Exemplo

A implementação de um programa social tem custos anuais de 15 000 mts. Estimam-se os


seguintes benefícios sociais crescentes ao longo dos 3 anos de vida do Programa:

1 – 15 000 mts; 2 – 20 000 mts; 3 – 25 000 mts

Considera-se uma taxa de rendibilidade anual mínima requerida para o Programa de 5% (taxa
de actualização), com base em outros programas e rendibilidades.

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Qual é o valor social total gerado pelo Programa ?

Para calcular o valor social total gerado pelo Programa é necessário calcular a diferença entre
os valores actuais dos benefícios e dos custos totais do Programa:

1º) Cálculo do Valor Actual dos benefícios

Ano Factor de actualização Benefícios Valor actual


1 1/1.05 = 0.952 15 000 14 280
2 1/(1.05)2 = 0.907 20 000 18 140
3 1/(1.05)3 = 0.864 25 000 21 600
Total 54 020

2º) Cálculo do Valor Actual dos custos

Ano Factor de actualização Custos Valor actual


1 1/1.05 = 0.952 15 000 14 280
2 1/(1.05)2 = 0.907 15 000 13 605
3 1/(1.05)3 = 0.864 15 000 12 960
Total 40 845

3º) Cálculo do valor social total gerado

54 020 - 40 845 = 13 175

2.1.9. Valor Actual Líquido (VAL) de um investimento

Corresponde ao somatório actualizado dos fluxos monetários (cashflows) periódicos gerados


por um investimento deduzido do valor do investimento.

CF 1 CF 2 CFT
VAL = + 2 + ... + T
−¿ I0
(1+r ) (1+ r) (1+r )

onde CFi: “cash flow” ou fluxo monetário do período i, com i = 1, 2, ..., T

r: taxa de actualização

T: o número de períodos anuais

I0 : valor da despesa de investimento (no ano 0)

Para calcular o VAL, é necessário estimar:

o Os “cash flows” futuros;

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o A taxa de actualização;
o O custo do investimento.

Decisão com base no VAL

o VAL > 0: aceitar o projecto de investimento


o VAL < 0: não aceitar o projecto

2.1.9.1. Taxa de actualização dos fluxos monetários

o Deve reflectir o custo de oportunidade dos capitais (é a taxa de rendibilidade


requerida pelos investidores em projectos similares).

No cálculo do VAL dos programas sociais, poderá ser determinado como a taxa mínima de
rendibilidade requerida para os fundos investidos em vários programas sociais.

Exemplo: Seja um projecto de investimento com fluxos monetários anuais de - 270


000 (no ano 0), 130 000 (no ano 1), 160 000 (no ano 2) e 40 000 (no ano 3). Admita uma taxa
de actualização anual de 10%. Calcule o VAL do projecto.

Determinação do VAL do projecto

(valores em milhares de meticais) Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3


Fluxos monetários (CF) -270 000 130 000 160 000 40 000

Facctor actualização (r = 10%) 1.00000 0.90909 0.82645 0.75131


CF Actualizado -270 000 118 182 132 232 30 052
CF Actualizado Acumulado -270 000 -152 818 -19 466 10 466
VAL 10 466

Decisão: Devemos aceitar o projecto, porque o VAL é positivo, o que significa que:

o Permite recuperar o investimento efectuado


o Remunera devidamente os capitais investidos à taxa de 10%; e
o Ainda cria um excedente (cria valor para a organização) de cerca de 10.5 milhares de
meticais.

Vantagens do VAL:

o Aceitar projectos com VAL positivo incrementa os fundos da organização.


o O VAL considera a totalidade dos fluxos monetários do projecto.

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o O VAL actualiza adequadamente os fluxos monetários.

2.1.10. Juros

Remuneração do dinheiro emprestado ou aluguel pago pelo uso do dinheiro ou remuneração


pela falta de liquidez.

Para o investidor o juro é a remuneração do investimento. Para o tomador o juro é o custo do


capital obtido por empréstimo. Chama-se taxa de juros a razão entre os juros J que serão
cobrados no fim do período e o capital VP inicialmente empregado.

2.1.10.1. Definição de juros

“É o dinheiro pago pelo uso do dinheiro emprestado ou como remuneração do capital


empregado em atividades produtivas”.

2.1.10.2. INFLAÇÃO (desgaste da moeda)

Diminuição do poder aquisitivo da moeda exige que o investimento produza retorno maior
que o capital investido.

2.1.10.3. Utilidade

Investir significa deixar de consumir hoje para consumir amanhã, o que só é atraente quando
o capital recebe remuneração adequada, isto é, havendo preferência temporal para consumir,
as pessoas querem uma recompensa pela abstinência do consumo. O prêmio para que não
haja consumo é o juro.

2.1.10.4. Risco

Existe sempre a possibilidade do investimento não corresponder às expectativas. Isso se deve


ao fato de o devedor não poder pagar o débito, o tempo de empréstimo (as operações de curto
prazo são menos arriscadas) e o volume do capital emprestado. Pode-se associar ao acréscimo
na taxa pelo maior risco, como sendo um seguro que aquele que oferta os fundos cobra por
assumi-los.

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2.1.10.5. Oportunidade

Os recursos disponíveis para investir são limitados, motivo pelo qual ao se aceitar
determinado projeto perde-se oportunidades de ganhos em outros; e é preciso que o primeiro
ofereça retorno satisfatório. Para o investidor o juro é a remuneração do investimento. Para o
tomador o juro é o custo do capital obtido por empréstimo. Chama-se taxa de juros a razão
entre os juros J que serão cobrados no fim do período e o capital VP inicialmente empregado.
Assim:

J
i=
VP

As taxas podem ser mensais, anuais, trimestrais, semestrais, etc.Do ponto de vista do
administrador financeiro o que interessa é definir o menor custo do crédito (financiamento)
ou o maior custo do débito (investimento).

Entretanto deve-se partir do conceito do juros simples e seus componentes.

J = C ×i ×n

Onde:

J= Juros a serem obtidos ou remuneração do dinheiro no tempo.

C= Capital inicial ou valor inicial a ser remunerado

i = Taxa percentual de remuneração periódica do dinheiro.

n = Tempo ou período de remuneração.

Mas, os juros somados ao capital inicial consolidam ao final a capitalização do valor original
uma vez que a remuneração passa a ser parte integrante do capital.

M = Montante ou valor capitalizado ao final de um período e a uma taxa de juros.

Assim: M =J + C ou; M= C x i x n + C

Colocando em evidencia C = 1, obtém-se: MONTANTE = M = C (1+ i x n)

Neste caso podem-se obter os seguintes resultados:

M
Capital = C =
(1+i× n)

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J
Taxa =i =
C ×n

J
Tempo = n =
C ×i

Taxa nominal
Taxa Proporcional =
Nº de períodos

Deve-se advertir porém que os juros simples tem pouca aplicação prática.

2.1.10.6. Juros compostos


Assim são denominados os juros incidentes sobre o saldo acumulado e ocorre de forma
acumulativa de juros sobre juros periódicos considerando o principal como base de cálculo.
Exemplo: C = 100; i= 10%; n= 5

M1 = 100+10 = 110
M2 = 110+11 = 121
M3 = 121+12,10 = 133,10
M4 = 133,10+13,31 = 146,41
M5 = 146,41+14,64 = 161,05

i nominal=((1+ n)n ) -1×100 = i%

( Zi ) -1 x 100 = if%:. Onde Z é o período de capitalização.


i efectiva= 1+ Z

i efectiva para nominal=( 1+i )1/Z -1 x 100 = in%:. Onde Z é o período de capitalização.

iq=equivalente=√n (1+i)−1× 100=iq %

log VF – logVP
n=
log (1+i)

A nomenclatura utilizada muda para dar uniformidade, no tocante aos instrumentos, ou


máquinas utilizadas com fatores financeiros.

C = VP = Valor Principal ou Valor Inicial ou Capital inicial.

M= VF = Valor Final ou montante

i = Taxa de juros (Nominal/ equivalente/efetiva)

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n = Tempo ou períodos

PMT= Parcelas de pagamento periódicas e iguais.

Assim o montante o valor final com juros compostos será igual

VF = VP (1+i) n

No caso do exemplo, acima, seria assim: VF= 100 (1+0,10)5 100 (1,6105) = 161,05

Onde;

VF
VP = n
(1+i)

Sendo que para determinar o montante a partir de parcelas iguais se utilizaria a seguinte
formula:

( 1+i ) n−1 i
VF = PMT ( i )Ou inverso PMT = VF (
( 1+i ) n−1 )
Sendo que para determinar o montante o valor das parcelas a partir do valor principal ou
capital inicial se utilizaria a seguinte formula:

i(1+i)n
PMT= VP ( (1+i)n−1 ) Ou inverso VP = PMT ( (1+i)n−1
i(1+i)n )

Sendo que para determinar o montante o valor das parcelas a partir do valor principal ou
capital inicial com uma entrada se utilizaria a seguinte formula:

1 i(1+i)n (1+i)n−1
PMT= VP ( (1+i) )( (1+i)n−1 )
Ou inverso VP = PMT ( 1+i ) (
i(1+i)n )
2.1.11. Taxas proporcionais

Duas taxas são proporcionais quando os seus valores formam uma proporção direta com os
tempos a elas referidos, reduzidos à mesma unidade.

Sendo i a taxa de juro relativa a um período e ik a taxa proporcional que queremos


determinar, relativa à fração 1/k do período, temos:

1
i
ik k 1 logo ik=
= = k
i 1 k

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Exemplo: Calcule a taxa mensal proporcional a 30% ao ano

Solução

Lembrando que 1 ano = 12 meses, temos:i12 = 30/12 = 2,5 isto é 2,5% a . m.

2.1.12. Taxas equivalentes

Duas taxas são equivalentes quando, aplicadas a um mesmo capital, durante o mesmo
período, produzem o mesmo juro.

Exemplo: Calcular o juro produzido pelo capital de 20.000,00 mts

o À taxa de 4% ao mês, durante 6 mese


o À taxa de 12% ao trimestre, durante 2 trimestres

Solução

No primeiro caso, temos J = 20.000,00 x 0,04 x 6 = 4.800,00

No segundo caso, temos J = 20.000,00 x 0,12 x 2 = 4.800,00

Como os juros são iguais, podemos dizer que 4% a . m. e 12% a . t., são taxas equivalentes.

2.1.13. Descontos simples

Se uma pessoa deve uma quantia em dinheiro numa data futura, é normal que entregue ao
credor um título de crédito, que é o comprovante dessa dívida.

Todo título de crédito tem uma data de vencimento; porém, o devedor pode resgatálo
antecipadamente, obtendo com isso um abatimento denominado desconto.

O desconto é uma das mais comuns aplicações da regra de juro. Os títulos de crédito mais
utilizados em operações financeiras são a nota promissória, a duplicata e a letra de câmbio.

A nota promissória é um comprovante da aplicação de um capital com vencimento


predeterminado. É um título muito usado entre pessoas físicas ou entre pessoa física e

instituição financeira.

A duplicata é um título emitido por uma pessoa jurídica contra seu cliente (pessoa física ou
jurídica), para o qual ela vendeu mercadorias a prazo ou prestou serviços a serem pagos no
futuro, segundo um contrato.

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A letra de câmbio, assim como a nota promissória, é um comprovante de uma aplicação de


capital com vencimento predeterminado; porém, é um título ao portador, emitido
exclusivamente por uma instituição financeira.

Com relação aos títulos de crédito, pode ocorrer:

o Que o devedor efetue o pagamento antes do dia predeterminado. Neste caso, ele se
beneficia com um abatimento correspondente ao juro que seria gerado por esse
dinheiro durante o intervalo de tempo que falta para o vencimento;
o Que o credor necessite do seu dinheiro antes da data predeterminada. Neste caso, ele
pode vender o título de crédito a um terceiro e é justo que este último obtenha um
lucro, correspondente ao juro do capital que adianta, no intervalo de tempo que falta
para o devedor liquidar o pagamento; assim, ele paga uma quantia menor que a fixada
no título de crédito.

Em ambos os casos há um benefício, definido pela diferença entre as duas quantidades. Esse
benefício, obtido de comum acordo, recebe o nome de desconto. As operações anteriormente
citadas são denominadas operações de desconto, e o ato de efetuá-las é chamado descontar
um título.

Além disso:

o Dia do vencimento é o dia fixado no título para pagamento (ou recebimento) da


aplicação;
o Valor nominal N (ou valor futuro ou valor de face ou valor de resgate) é o valor
indicado no título (importância a ser paga no dia do vencimento);
o Valor atual A é o líquido pago (ou recebido) antes do vencimento: A = N – d
o Tempo ou prazo é o número de dias compreendido entre o dia em que se negocia o
título e o de seu
o vencimento, incluindo o primeiro e não o último, ou então, incluindo o último e não o
primeiro.
o DESCONTO d é a quantia a ser abatida do valor nominal, isto é, a diferença entre o
valor nominal e
o o valor atual, isto é : d = N - A.

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O desconto pode ser feito considerando-se como capital o valor nominal ou valor atual. No
primeiro caso, é denominado desconto comercial; no segundo, desconto racional.

2.1.13.1. Desconto bancário

Chamamos de desconto comercial, bancário ou por fora o equivalente ao juro simples


produzido pelo valor nominal do título no período de tempo correspondente e à taxa fixada.

Sejam d o valor de desconto comercial, N o valor nominal do título, A o valor atual

comercial, n o tempo que falta para o vencimento e i a taxa de desconto, então:

d=N.i.n

O valor atual bancário é dado por:

A = N - d = N (1 - in)

2.1.13.2. Desconto racional

Chamamos de desconto racional ou por dentro o equivalente ao juro produzido pelo valor

atual do título numa taxa fixada e durante o tempo correspondente.

N
A’= N - d’ =
1+ ¿

Sejam d’ o desconto racional e A’ o valor atual racional, então:

d’ = A . i . n

N Nin d
d’ = in = =
1+ ¿ 1+ ¿ 1+ ¿

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3. Conclusão

O valor temporal do dinheiro é o maior benefício de receber o dinheiro agora ou mais tarde.
Baseia-se preferência temporal . O valor do dinheiro no tempo explica por que o interesse é
pago ou ganhos: Juros, se é em um depósito bancário ou débito , compensa o depositante ou
credor para o valor do dinheiro no tempo.

Ele também está subjacente investimento . Os investidores estão dispostos a abrir mão de
gastar o seu dinheiro agora somente se eles esperam uma favorável retorno do seu
investimento no futuro, de modo que o valor aumentou para estar disponível no final é
suficientemente elevado para compensar a preferência para ter dinheiro agora.

A taxa de retorno nos cálculos pode ser a variável resolvido para, ou uma variável predefinida
que mede a taxa de desconto, juros, inflação, taxa de retorno, custo de capital próprio, o custo
da dívida ou qualquer número de outros conceitos análogos. A escolha da taxa adequada é
fundamental para o exercício, e o uso de uma taxa de desconto incorreto fará com que os
resultados sem sentido.

Para os cálculos envolvendo anuidades, você deve decidir se os pagamentos são feitos no fim
de cada período (conhecido como uma anuidade ordinária), ou no início de cada período
(conhecido como uma anuidade devido). Se você estiver usando uma calculadora financeira
ou uma planilha , normalmente você pode configurá-lo para qualquer cálculo. As seguintes
fórmulas são para uma anuidade ordinária. Se você quer a resposta para o valor presente de

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uma anuidade devida, você pode simplesmente multiplicar o PV de uma anuidade ordinária
por (1 + i ).

4. Bibliografia

Angelino, N. (2011). Cálculo Financeiro: Aplicações no Secundário. Lisboa: Instituto de


Educação da Universidade de Lisboa.

Bertolo, G. (2006). O Valor do Dinheiro no Tempo. Brasil: Universidade de Santa Catarina.

Junior, R. J. (2012). Matemática Financeira. Curitiba-PR: Instituto Federal de Paraná.

Lozano, G. (2013). Gestão Financeira. Brasil: Universidade do Paraná.

Martins, A. (2012). Valor presente, taxas de desconto e reconhecimento de ativos passivos.


Lisboa: Universidade de Lisboa.

Vianna, R. d. (2018). Matemática Financeira. Salvador: Universidade Federal da Bahia.

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