1. Considerem-se algumas expressões retiradas de "Os
Maias": I. "As titis faziam meias sonolentas". II. "Foi como uma inesperada aparição". III. "duas janelas (…) bebiam à larga todo o ar do campo e do sol de inverno". Os recursos expressivos em destaque nas frases anteriores são, respetivamente:
- Hipálage; Comparação; Personificação
Na primeira expressão, facilmente se depreende que a sensação
de sonolência das "titis" é refletida na elaboração das meias, ou seja, ao ser afirmado que as meias se encontravam "sonolentas", pretende-se, na verdade, evidenciar a sonolência que caracterizava as "titis", possivelmente entediadas do trabalho que estariam a elaborar, daí que o recurso expressivo evidente nesta primeira expressão seja a hipálage.
Na alínea II), estamos perante uma evidente comparação,
empregue ao serviço da caracterização da figura de Maria Eduarda, quando Carlos a viu pela primeira vez e, desde logo, ficou impressionado com a sua invulgar beleza.
De seguida, na expressão "duas janelas (…) bebiam à larga todo
o ar do campo e do sol de inverno" está presente a personificação, na medida em que as janelas ganham características humanas. 2. Eça de Queirós caracteriza-se por um estilo complexo e bastante expressivo. Com a adoção do diminutivo, pretende não só evidenciar o seu caráter afetivo para com algumas personagens, mas essencialmente caracterizá-las de um modo depreciativo. Tal ocorre com as personagens de: - Pedrinho e Eusebiozinho. O estilo que Eça de Queirós adota no romance "Os Maias" é complexo e bastante expressivo, caracterizado por um conjunto de elementos simbólicos que permitem antecipar o desfecho que estará reservado para as personagens.
Nesta linha de pensamento, recorre ao diminutivo com dois
intuitos essenciais. Um deles é evidenciar a clara compaixão que nutre para com algumas das personagens, por exemplo, quando se refere ao protagonista como Carlinhos, revelando compaixão pelo seu destino trágico; o outro objetivo da utilização do diminutivo (e o mais recorrente) é a caracterização pejorativa e satírica das personagens, devido ao seu caráter fraco e frágil, caráter esse que acabaria por ditar o seu futuro, tal como ocorre com Pedrinho ou com Eusebiozinho. 3. Considerem-se as seguintes afirmações relativas à linguagem, estilo e estrutura do romance queirosiano. Selecione a afirmação falsa: - Tempos verbais como o presente do indicativo e o gerúndio são característicos do estilo queirosiano. ´Por outro lado, o texto narrativo oscila entre momentos de narração presente (logo no início da obra), memórias e lembranças do passado, através da técnica de analepse, e futurismos através da prolepse. Também se perspetivam momentos de omissão e reduções (elipses e resumos) assim como anisocronias e isocronias.
São igualmente características da obra queirosiana: a
reprodução do discurso no discurso, através do discurso indireto livre, para aumentar a expressividade da ação, a utilização do adjetivo e do advérbio e o recurso a tempos verbais como o pretérito imperfeito do indicativo e o gerúndio. 4. Associe a seguinte caracterização a uma das personagens do romance "Os Maias":
Inseparável amigo de Carlos; autêntica projeção de Eça de
Queirós; defensor convicto do naturalismo; pragmático; fracassa na medida em que não completa a escrita do livro "Memórias de um Átomo". - João da Ega´
Guimarães: o tio de Dâmaso Salcedo. É ele que revela a Ega que
Carlos e Maria Eduarda são irmãos.
Pedro da Maia: pai de Carlos e filho de Afonso da Maia. O seu
caráter débil e fraco antecipa o seu trágico desfecho: suicida-se na sequência da fuga da mulher com um napolitano.
Afonso da Maia: o grande patriarca da família. Defensor do
liberalismo, opõe-se à ideologia absolutista de seu pai, Caetano da Maia. Acaba por morrer de uma apoplexia no jardim do Ramalhete, desgostoso pelo incesto voluntário praticado pelo neto. João da Ega: o amigo inseparável de Carlos. Ega surge como o "alter-ego" de Eça de Queirós, ou seja, uma autêntica projeção do romancista, essencialmente pela ideologia literária defendida (naturalismo, por oposição ao romantismo). Ega pode ser ainda caracterizado como uma personagem excêntrica e critica, que não consegue completar a escrita do seu livro "Memórias de um Átomo".
Os HOPI também acreditam na emergência e extinção cíclica dos Homens, que se renovam em raças cada vez mais evoluídas rumo a uma purificação espiritual que chegará ao termo ideal na Sétima Raça ou Sétimo Mund