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FACULDADE DE JUAZEIRO DO NORTE

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

HOSPITAL DE PORTE MÉDIO COM ESPECIALIDADES CARDIOLÓGICAS NO


MUNICÍPIO DE JUAZEIRO DO NORTE - CE

LUÍS EDUARDO SAMPAIO GONÇALVES

JUAZEIRO DO NORTE – CE
2020
LUÍS EDUARDO SAMPAIO GONÇALVES

HOSPITAL DE PORTE MÉDIO COM ESPECIALIDADES CARDIOLÓGICAS NO


MUNICÍPIO DE JUAZEIRO DO NORTE - CE

Trabalho de conclusão de curso apresentado


ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da
Faculdade de Juazeiro do Norte, como
requisito parcial para obtenção do título de
Bacharel em Arquiteto e Urbanista.

Orientador: Francisco Huerley Braga


Fernandes

JUAZEIRO DO NORTE – CE
2020
FOLHA DE APROVAÇÃO
AGRADECIMENTOS
“De um traço nasce a arquitetura. E quando
ele é bonito e cria surpresa, ela pode atingir,
sendo bem conduzida, o nível superior de
uma obra de arte.”
(Oscar Niemeyer)
RESUMO

Em teoria, a cardiologia é a especialidade médica que se ocupa do diagnóstico e


tratamento das doenças que acometem o coração, bem como os outros
componentes do sistema circulatório. Na Região Metropolitana do Cariri (RMC),
encontra-se apenas um hospital de pequeno porte que trata da especialidade, o
Hospital do Coração do Cariri (HCC), localizado em Barbalha-CE. Tendo como
premissa principal a melhoria na qualidade de vida da população, sendo assim
necessário a implantação de outros centros cardiológicos, considerando-se que as
doenças cardíacas são responsáveis por mais de 32% das mortes no mundo inteiro.
Nesse processo, o espaço de recuperação dos pacientes é de suma importância,
sendo assim, a arquitetura hospitalar deve introduzir a promoção de qualidade de
vida nos indivíduos necessitados. O estudo em questão tem como propósito projetar
um Hospital de Especialidades Cardiológicas na cidade de Juazeiro do Norte-CE, de
modo que exaure o HCC e ofereça diagnósticos e tratamentos para os pacientes de
toda região do Cariri, assim como disponibilizar conforto aos pacientes com
problemas cardíacos no âmbito da arquitetura.

Palavras-chave: cardiologia; arquitetura; qualidade de vida.


ABSTRACT

In theory, cardiology is the medical specialty that deals with the diagnosis and
treatment of diseases that affect the heart, as well as other components of the
circulatory system. With the main premise of improving the quality of life of the
population, it is therefore necessary to implement other cardiological centers,
considering that heart disease is responsible for more than 32% of deaths worldwide.
In this process, the space for the recovery of patients is of paramount importance,
therefore, the hospital architecture must introduce the promotion of quality of life in
needy individuals. The study in question aims to design a Hospital of Cardiology
Specialties in the city of Juazeiro do Norte-CE, so that it exhaustes the HCC and
offers diagnostics and treatments to patients from all Cariri region, as well as
providing comfort to patients with problems in the field of architecture.

Keywords: cardiology; architecture; quality of life.


SÍMBOLOS, ABREVIATURAS, SIGLAS E CONVENÇÕES
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Vista aérea - Centro Internacional de Neurociências - Brasília-DF..........21


Figura 2 - Cortes esquemático - Centro Internacional de Neurociências - Brasília-DF
.....................................................................................................................................21
Figura 3 - Corte esquemático - Centro Internacional de Neurociências - Brasília-DF
.....................................................................................................................................22
Figura 4 - Fachada principal - Centro de Saúde e Bem Estar - Brantford, Canadá. .23
Figura 5 - Planta do primeiro piso - Centro de Saúde e Bem Estar - Brantford,
Canadá........................................................................................................................23
Figura 6 - Área da piscina - Centro de Saúde e Bem Estar - Brantford, Canadá......24
Figura 7 - Fachada principal - Hospital Cardiológico Hisham A. Alsager - Kwuait....25
Figura 8 - Fachada posterior - Hospital Cardiológico Hisham A. Alsager - Kwait.....25
Figura 9 - Átrio central - Hospital Cardiológico Hisham A. Alsager - Kwuait.............26
Figura 10 - Localização do terreno.............................................................................27
Figura 11 - Implantação do lote e vias principais.......................................................28
Figura 12 - Estudo de movimentação solar...............................................................28
Figura 13 - Estudo de movimentação dos ventos predominantes.............................29
Figura 14 - Topografia do terreno..............................................................................30
Figura 15 - Mapa de visadas do terreno....................................................................31
Figura 16 - Tipo de alarme de emergência utilizado nos banheiros..........................36
Figura 17 - Forma de aplicação do alarme de emergência dos banheiros...............37
Figura 18 - Tipos de Usos do Solo.............................................................................41
Figura 19 - Gabarito das Edificações.........................................................................42
Figura 20 - Hierarquia Viária......................................................................................43
Figura 21 - Rotas de Transporte Público...................................................................44
Figura 22 - Mapa de Equipamentos Urbanos............................................................45
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Notificações de Óbito ao SIM, Brasil 2005-2011......................................16


Tabela 2 - Mortes oriundas de doenças cardiovasculares, Brasil 2004-2017...........16
Tabela 3 - Consulta Estabelecimento - Módulo Conjunto-Inf. Gerais, 2020..............18
Tabela 4 - Dimensionamento da lotação e saída das edificações.............................32

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Mortes oriundas de doenças cardiovasculares, Brasil 2004-2017..........17


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................10

2. OBJETIVOS............................................................................................................11

2.1 OBJETIVO GERAL.....................................................................................11

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS......................................................................11

3. REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................11

3.1. A SAÚDE NO CARIRI...............................................................................11

3.2. A CARDIOLOGIA NO BRASIL E NO MUNDO.........................................12

3.3. A INSUFICIÊNCIA DO HOSPITAL DO CORAÇÃO DO CARIRI..............13

4.0. ESTUDOS DE CASO...........................................................................................14

4.1. CENTRO INTERNACIONAL DE NEUROCIÊNCIAS - BRASÍLIA - DF....14

4.2 CENTRO DE SAÚDE E BEM ESTAR - BRANTFORD, CANADÁ............17

4.3 HOSPITAL CARDIOLÓGICO HISHAM A. ALSAGER - KWUAIT..............19

5.0 ANÁLISE DO TERRENO.....................................................................................20

5.1 LOCALIZAÇÃO..........................................................................................20

5.2 ESTUDO DE MOVIMENTAÇÃO SOLAR..................................................22

5.3 ESTUDO DO VENTOS..............................................................................23

5.4 TOPOGRAFIA............................................................................................24

6.0 DIRETRIZES PROJETUAIS.................................................................................25

6.1 LEI DE PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO.....................25

6.2 CÓDIGO DE OBRAS E POSTURAS.........................................................26

6.2.1 DO CANTEIRO DE OBRAS.............................................................26

6.2.2 DA LOCALIZAÇÃO DO COMÉRCIO E DA INDÚSTRIA.................26

6.2.3 DA FISCALIZAÇÃO SANITÁRIA E DA LIMPEZA PÚBLICA..........26


6.2.4 DA TRANQUILIDADE PÚBLICA......................................................26

6.2.5 DAS DISPOSIÇÕES GERAIS.........................................................27

6.2.6 DO DIMENSIONAMENTO DA LOTAÇÃO E SAÍDA DAS


EDIFICAÇÕES.....................................................................................................27

6.3 ACESSIBILIDADE HOSPITALAR..............................................................27

6.3.1 ELEVADORES.................................................................................28

6.3.2 PISOS E RAMPAS DE ACESSO.....................................................28

6.3.3 CORREDORES................................................................................29

6.3.4 ESTACIONAMENTO.......................................................................29

6.3.5 ALARMES........................................................................................30

6.4 LEI DO SISTEMA VIÁRIO BÁSICO...........................................................31

6.5 NORMAS TÉCNICAS DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO


ESTADO DO CEARÁ..................................................................................................32

7.0 ANÁLISE DOS IMPACTOS..................................................................................32

7.1 IMPACTOS AMBIENTAIS..........................................................................32

7.2 IMPACTO SOCIAL.....................................................................................33

7.3 IMPACTOS ECONÔMICOS.......................................................................34

8.0 ANÁLISE DO ENTORNO.....................................................................................35

8.1 PREDOMINÂNCIA DO USO DO SOLO....................................................35

8.2 GABARITO DAS EDIFICAÇÕES...............................................................36

8.3 HIERARQUIA VIÁRIA................................................................................37

8.4 ROTAS DE TRANPORTE PÚBLICO.........................................................39


1. INTRODUÇÃO
2.0 JUSTIFICATIVA

3.0 OBJETIVO
3.1 - OBJETIVO GERAL

Realizar uma proposta de um projeto arquitetônico de um Hospital de


Especialidades Cardiológicas no município de Juazeiro do Norte - CE que tem como
objetivo a melhoria da qualidade de vida da população.

3.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICO

 Desenvolver espaços que promovam a execução das atividades de


prestação de serviços médico-assistenciais.
 Prover recursos diagnósticos e terapêuticos para atendimento ao SUS,
quanto pacientes particulares.
 Criar ambientes eficientes, reforçando a integração entre as áreas
internas e externas.
 Integrar elementos técnicos da arquitetura para implantação de um
espaço mais confortável, agradável e humanizado.
4. PERCURSO METODOLÓGICO

4.1. A SAÚDE NO CARIRI

Atualmente, a Região Metropolitana do Cariri (RMC), formada pelas cidades


de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha, sendo essas as principais. Farias Brito,
Santana do Cariri, Nova Olinda, Caririaçu, Jardim e Missão Velha, essas, as
"secundárias". A região possui aproximadamente 600 mil habitantes e densidade
aproximada a 110hab/km² (IBGE, 2017), com isso pode-se inferir que a região do
Cariri dispõe apenas de uma importância estadual e, inclusive, nacional.
Como toda grande região, a RMC sofre com uma série de problemas, entre
eles pode-se citar a problemática de saúde cardíaca da população que depende
apenas de um centro especializado na área, o Hospital do Coração do Cariri. Este
sofre com superlotações, atendendo mais de 1 milhão de pacientes tanto da RMC
como também oriundos de outros estados, padece de atrasos dos repasses de
recursos por parte do Ministério da Saúde, que impossibilitam a realização dos
procedimentos cirúrgicos, resultando em atrasos por parte do atendimento dos
pacientes.
Todavia, pode-se afirmar, mesmo que com poucos prestadores de serviços
de saúde, como: o Hospital Regional do Cariri (HRC), as Unidades de Pronto
Atendimento (UPAS) e as Unidades Básicas de Saúde (UBS), a problemática
cardiológica segue precária na região do Cariri.

4.2. A CARDIOLOGIA NO BRASIL E NO MUNDO

No Brasil morrem por ano mais de 320 mil pessoas com problemas no
coração ou no aparelho circulatório, esse fato está diretamente ligado ao atual estilo
de vida que a sociedade segue, por esse motivo, esses números tendem a crescer
ao passar dos anos. Fatores como a má alimentação, má qualidade de vida e
excesso de trabalho, são os principais responsáveis para uma população tão
afetada pelas doenças cardiovasculares.
Outro fator que participa dessas estatísticas é o uso exagerado de
medicamentos farmacêuticos, em que as pessoas se tornam dependentes dessas
drogas lícitas acreditando no alívio das dores, e resultam na necessidade do
tratamento de outras doenças que surgem.

Tabela 1 - Notificações de Óbito ao SIM, Brasil 2005-2011

Fonte: SIM-CGIAE/SVS/MS
Tabela 2 - Mortes oriundas de doenças cardiovasculares, Brasil 2004-2017

Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia


Gráfico 1 - Mortes oriundas de doenças cardiovasculares, Brasil 2004-2017

Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia

O gráfico apresentado na tabela 1 indica a evolução de mortalidade por


determinada causa, grifado está explícito a evolução das doenças do aparelho
circulatório, incluindo doenças cardíacas dentre os anos de 2005 a 2011. Já na
tabela 2, que é um complemento da tabela 01, mostra a evolução dos números de
mortalidade oriundas de doenças cardiovasculares entre os anos de 2004 a 2017.

4.3. A INSUFICIÊNCIA DO HOSPITAL DO CORAÇÃO DO CARIRI

A RMC tem aproximadamente 601.817 de habitantes, dados do IBGE (Índice


Brasileiro de Geografia e Estatística) no ano de 2017. Com esse dado, pode-se
inferir que se trata de uma região bastante populosa, podendo até ser comparada
com algumas capitais do Brasil, tais como Aracaju (657.013), Cuiabá (612.547) e
Florianópolis (500.973).
Pode-se afirmar que com tamanha importância, a RMC deveria ter hospitais
de referência para diversos tipos de especialidades médicas, principalmente a
cardiologia, pois dentre as causas naturais, é a que mais mata no Brasil e por ter um
centro específico nessa área que não é compatível com a quantidade de pessoas
que fazem uso do mesmo. Isso pode ser observado na tabela abaixo, que mostra a
quantidade de ambientes que o Hospital do Coração do Cariri.
Tabela 3 - Consulta Estabelecimento - Módulo Conjunto-Inf. Gerais, 2020

Os números exibidos na tabela 2 retratam que o hospital especializado da


região do cariri, o Hospital do Coração do Cariri, localizado no município de
Barbalha-CE, não possui estrutura suficiente para suportar tantos atendimentos, pois
segundo o atual prefeito, Argemiro Sampaio:
Essa luta começou em 2017, não é? Onde a gente conseguiu uma
parte desse incremento, eu consegui o todo do Hospital do Câncer
da Oncologia do São Vicente e consegui uma parte do incremento do
Santo Antônio, no caso do Hospital do Coração do Cariri, agora com
o passar do tempo nós esperamos que o Ministério da Saúde
repasse o total incremento, porque o que se implementou, ainda que
o município fez um incremento próprio e talvez outros municípios
tenha feito esse incremento o próprio também, não chegou a ser
suficiente para toda a demanda, já que o hospital atende mais de um
milhão de habitantes que nós temos aqui na região do Cariri
passando de Icó, Iguatu e outras cidades distantes, até paciente de
fora do Estado que também circulam aqui (2019, TV Verdes Mares).

É com esse pensamento que fica reforçado a insuficiência do HCC de


atender essa quantidade de pessoas, com isso fica explícito a necessidade de ser
feito outro hospital com especialidades na cardiologia.

5.0. REFERÊNCIAS PROJETUAIS

Alguns hospitais serão analisados nos aspectos projetuais e conceituais,


contribuindo assim para a elaboração do projeto do Hospital de Especialidade
Cardiológicas em Juazeiro do Norte.
Para o desenvolvimento deste, utilizou-se como referências os seguintes
projetos: O hospital da rede Sarah Kubitschek (Fortaleza), Hospital Cardiológico
Hisham A. Alsager (Kuwait) e o Hospital Laurier Brantford (Brentford, Canadá).
Estes, de extrema importância na concretização da relevância para o projeto.
Visto que são edificações ricas no tocante a humanização arquitetônica e, que a
partir da sua arquitetura, provocam bem-estar, conforto e qualidade de vida aos
pacientes debilitados.
Sendo assim, é fato que essas referências tornam a possibilidade da
idealização de criação de um hospital agradável, pois dão embasamentos técnicos e
projetuais para a implantação do Hospital de Especialidades Cardiológicas de
Juazeiro do Norte.

5.1. CENTRO INTERNACIONAL DE NEUROCIÊNCIAS - BRASÍLIA - DF


Uma indicação de peso em hospitais e em humanização é algum dos
hospitais da rede Sarah Kubitschek, projetado pelo louvado e grande arquiteto João
Filgueiras, conhecido como Lelé. Por esse motivo foi escolhido como referência
projetual o Centro Internacional de Neurociências de Brasília - DF, 2003, o qual faz
parte da rede citada acima. De acordo com o prefeito municipal de Barbalha
Argemiro Sampaio:

Não foi adotado nesse centro o mesmo sistema de ventilação


adotado nos hospitais do Nordeste porque o centro é muito pouco
compartimentado devido às próprias características da maioria de
suas áreas de tratamento – sempre ligadas ao exterior e constituídas
de grandes ginásios com espaços amplos e pés-direitos altos. Além
disso, não há nesse centro a mesma concentração de instalações
presentes nos hospitais, o que determinaria a necessidade de uma
rede de galerias no subsolo, e que, nesse caso, seria criada
exclusivamente para o sistema de ventilação. Por esse motivo, nesse
projeto adotou-se um sistema bem mais simples de ventilação
natural, em que o ar penetra nos ambientes pelas portas de correr –
que dão para o exterior sempre protegidas por varandas – e é
extraído pelas aberturas dos sheds, cujo arcabouço metálico é
semelhante ao adotado no hospital de Salvador. (Vitruvius, 2013).
Os projetos da rede Sarah, desenvolvidos por Lelé, tem como partido a
racionalização e industrialização dos elementos construtivos, o conforto ambiental e
térmico. Estes que serão peças-chave para a concepção do Hospital de
Especialidades Cardiológicas de Juazeiro do Norte.
Figura 1 - Vista aérea - Centro Internacional de Neurociências - Brasília-DF

Fonte: Sarah, 2018

Figura 2 - Cortes esquemático - Centro Internacional de Neurociências - Brasília-DF

Fonte: Vitruvius, 2013


Figura 3 - Corte esquemático - Centro Internacional de Neurociências - Brasília-DF

Fonte: Vitruvius, 2013

Esta setorização (figura 03) demonstra claramente a riqueza de detalhes do


projeto e a preocupação em utilizar toda topografia para o bem-estar arquitetônico e,
em especial para seu uso. Onde o 1(um) é o galpão de esportes náuticos, 2(dois)
internações e outros, 3(três) Centro de Apoio à Paralisia Cerebral e 4 Auditório
(Vitruvius, 2013).
Sendo assim, o que se pode aproveitar desse incrível projeto é ousar no
quesito da iluminação natural e ventilação natural, utilização de métodos
construtivos diferentes, materiais que casem com a região de uma maneira que se
adapte a ela. Se tratando da ventilação natural, é de suma importância que seja bem
pensada, pois a região do cariri é uma área muito quente e seca, o que torna esse
projeto ainda mais desafiador.
Outro fator inspirador desse projeto, é a questão da setorização bem definida,
separar perfeitamente por cada área, para que haja melhora dos fluxos dentro do
edifício hospitalar, evitando assim conflitos de suas áreas totalmente distintas.

5.2 CENTRO DE SAÚDE E BEM ESTAR - BRANTFORD, CANADÁ

O centro de saúde e bem estar de Brantford no Canadá, entrou nessa lista,


pelo seu estilo volumétrico e partido arquitetônico semelhante ao que será proposto
no Hospital de Especialidades Cardiológicas de Juazeiro do Norte, onde tem um
bloco com aberturas em baixo dele e com arestas bem definidas.
Esse projeto destaca-se pela quantidade de ambientes presentes nesse
bloco, que está inserido em um terreno extremamente compacto. Na edificação
contém 3 quadras, centro aquático, academias e um centro de bem-estar fitness.
O centro de saúde e bem estar de Brantford não se trata especificamente de
um hospital, mas nos tratamentos cardiológicos há a necessidade da prática de
exercícios físicos, e esse é um ótimo partido para se inspirar.

Figura 4 - Fachada principal - Centro de Saúde e Bem Estar - Brantford, Canadá

Fonte: Archdaily, 2019

Figura 5 - Planta do primeiro piso - Centro de Saúde e Bem Estar - Brantford, Canadá

Fonte: Archdaily, 2019


Na figura 05, é possível observar a distribuição perfeita dos ambientes,
considerada uma peculiaridade que poderá ser aproveitada no projeto do Hospital
de Especialidades Cardiológicas de Juazeiro do Norte é a utilização do pé direito
duplo para os ambientes de prática de esportes, no caso as quadras, as piscinas e
as academias, diminuindo a sensação de confinamento.

Figura 6 - Área da piscina - Centro de Saúde e Bem Estar - Brantford, Canadá

Fonte: Archdaily,2019
Um centro aquático para natação em raias, aulas de natação,
condicionamento, terapia aquática e lazer; uma área dedicada a
cuidar de crianças; cinco vestiários inclusivos para famílias e todos
os sexos. Além disso, existem quatro vestiários adicionais para os
eventos de atletismo de Wilfrid Laurier; área juvenil para programas
focados em desenvolvimento recreativo, social e de liderança; uma
academia dupla projetada para esportes e competições, com
capacidade para 860 pessoas no estádio retrátil e um espaço de
apoio para primeiros socorros e terapia atlética; áreas abrangentes
de cardio e musculação com recursos de WiFi para programas de
condicionamento físico e acesso a aplicativos; um único espaço de
academia para outras oportunidades e programas de recreação;
salas de consulta de admissão de saúde para programas de
assistência médica especializados baseados na comunidade.
(Archdaily, 2019)

5.3 HOSPITAL CARDIOLÓGICO HISHAM A. ALSAGER - KWUAIT


Esse projeto entra para a lista de referências projetuais, não apenas pela
especialidade, mais pela disposição de elementos que outros hospitais não detêm, a
começar pelo seu exterior, que pelo seu formato incomum nas fachadas, instiga a
curiosidade por parte de quem o observa para saber o que há em seu interior. Outro
tópico que irá ser aproveitado no projeto, são os materiais utilizados na fachada, no
Hisham A. Alsager os arquitetos indicaram o uso de pedra, para assim amenizar o
calor da região, sendo ainda mais resistente à intempéries como chuvas e
tempestades de areia, além de ganhar economias em manutenções, em razão da
rocha resistir de forma superior aos demais materiais.

Figura 7 - Fachada principal - Hospital Cardiológico Hisham A. Alsager - Kwuait

Fonte: Archdaily, 2016

Na figura 07, nota-se a fachada em pedra, sem nenhuma indicação que a


estrutura é um hospital, tendo também outra proteção contra a insolação, observa-se
nas janelas brizes horizontais, que servem de light shelf, levando mais luz natural
para dentro da edificação.
Figura 8 - Fachada posterior - Hospital Cardiológico Hisham A. Alsager - Kwait

Fonte: Archdaily, 2016


Figura 9 - Átrio central - Hospital Cardiológico Hisham A. Alsager - Kwuait

Fonte: Archdaily, 2016

Quanto a figura 09, é possível visualizar o que os projetistas chamaram de O


Átrio Central, dele partem as principais circulações do edifício, por esse motivo os
arquitetos relacionaram essa parte com o coração, saindo dele os corredores que
são as artérias. Sendo assim será utilizada a ideia do átrio, que alimentam a
edificação de ventilação e de luz natural.

6.0 ANÁLISE - IMPLANTAÇÃO

6.1 LOCALIZAÇÃO
O terreno do projeto localiza-se na esquina da Avenida Ailton Gomes com a
Avenida Maria Letícia Pereira, onde situa-se sua principal fachada. A escolha do
terreno se deu pelo fato de sua localização, visto que está fixado entre duas grandes
avenidas da cidade de Juazeiro do Norte, e instalado a aproximadamente 100m da
Avenida Leão Sampaio, uma das principais avenidas tanto do município quanto do
Cariri.
A área do terreno torna-se interessante pelo potencial crescimento que essa
região dispõe, tanto pelas faculdades compreendidas próximo ao lote escolhido,
quanto pelos sistemas de transportes públicos que ali circulam. Um dos critérios
utilizados é o afastamento dos grandes centros de fluxos de transportes da cidade,
afetando diretamente os acessos a esse local.
Segundo a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (Lei nº 2.570 de 08
de setembro de 2000), a gleba será implantada em uma ZCSE (Zona Comercial de
Serviços Especiais), e deverá seguir os critérios de seu zoneamento. O PDDU de
Juazeiro do Norte não especifica qual os índices que um hospital deverá seguir, com
base nisso serão utilizados os mais baixos índices de taxa de permeabilidade, taxa
de ocupação (50%), índice de aproveitamento (1,5) e recuos mínimos: frontal 5m,
lateral 1,5m e 3m de fundo.

Figura 10 - Localização do terreno

Fonte: Produzido pelo autor, 2020

O lote escolhido para a implantação do Hospital de Especialidades


Cardiológicas tem área aproximada de 37,545m² (sujeito a alteração). O seu entorno
é predominantemente residencial e comercial, próximo a ele é possível encontrar a
Universidade Leão Sampaio (UNILEÃO). Por ser posicionado com testadas viradas
para grandes avenidas do município, o terreno possui todos os requisitos
necessários para a implantação do hospital.
Figura 11 - Implantação do lote e vias principais

Fonte: Produzido pelo autor, 2020

6.2 ESTUDO DE MOVIMENTAÇÃO SOLAR


Figura 12 - Estudo de movimentação solar

Fonte: Produzido pelo autor, 2020


Em relação a movimentação solar, o terreno se torna uma boa alternativa
para a implantação de um hospital, pois sua fachada principal é voltada para o sul,
onde encontra-se a Avenida Maria Leticia Pereira, a mesma recebe pouca incidência
dos raios solares, nela será implantada a entrada principal da edificação. Na fachada
leste, lado este que está posicionada a Avenida Ailton Gomes, terá outro acesso
para o prédio principal. Na fachada norte, onde está localizada a Rua Padre Antônio
Almeida Agra, se posicionará as entradas de serviços, tais como entrada do carro
funerário, alimentação das docas e afins. Por último, a fachada oeste, será
incorporado o estacionamento tanto dos pacientes como dos funcionários, dado que
é a região que recebe maior índice de insolação.

6.3 ESTUDO DO VENTOS


Figura 13 - Estudo de movimentação dos ventos predominantes

Fonte: Produzido pelo autor, 2020

A ventilação predominante (sudeste) atingirá as fachadas principais do


hospital, tanto a da Avenida Maria Letícia Pereira, quanto a da Avenida Ailton
Gomes, no lado sul do edifício serão utilizados brizes verticais, tanto para direcionar
os ventos vindos da região sudeste, quanto para proteger a fachada da insolação
oriunda da região sudoeste, que é a mais quente da região.
Quanto a fachada leste (da Avenida Ailton Gomes), serão promovidas
aberturas de modo que a ventilação secundária (figura 04) possa adentrar o edifício
e auxiliar no arejamento do mesmo.

6.4 TOPOGRAFIA

O território brasileiro não corre perigo de abalos sísmicos significativos, dado


que a maioria de seu território é assentada sobre um planalto e que, se existir
alguma elevação, ela não passa de 3mil metros de altitude. Na cidade de Juazeiro
do Norte, o trecho da avenida Maria Letícia Pereira está a 400m de altitude. A
localização geográfica do terreno é: 7°15'7.44"S; 39°19'8.48"O.
Sua topografia é irregular, apresentando um desnível ascendente entre o
encontro com o terreno vizinho e a avenida Ailton Gomes.
O lote nunca sofreu de construções, isso se inferiu a partir da falta de
vestígios de algum tipo de obra no local, nele é possível deparar com cerca de 20
árvores, nenhuma de grande porte e de espécies variadas.
A construção ficará paralela a avenida Maria Letícia Pereira, tendo seu lado virado
para a mesma.

Figura 14 - Topografia do terreno

Fonte: Produzido pelo autor, 2020

7.0 DIRETRIZES PROJETUAIS

7.1 LEI DE PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

A prefeitura de Juazeiro do Norte, pela lei Nº 2.570, de 08 de setembro de


2000 "Hospital e Centro de Saúde - Localizados em qualquer zona, com exceção
de ZR4 (zona residencial 4) e ZI (zona industrial), em lote lindeiro ou de fácil acesso
a qualquer via do subsistema troncal ou rodovia."
Tendo isso em mente, foi escolhida a ZCSE (zona comercial de serviços
especiais) para implantar a edificação. Mesmo que o PDDU da cidade não cite
informações como: recuo, taxa de permeabilidade, taxa de ocupação e índices de
aproveitamento para esse tipo de empreendimento, a escolha dessa zona se deu
pelo fato de que construções de porte parecido com o desse projeto são permitidas
nela.
O lote possui área aproximada de 37.545,55m² e perímetro de 740,12m, sendo
279,68m na fachada sul (avenida Maria Letícia Pereira), 129,74m na fachada leste
(avenida Ailton Gomes) e 330,70 na fachada norte (rua Padre Antônio Almeida
Agra).

Figura 15 - Mapa de visadas do terreno

Fonte: Produzido pelo autor, 2020


7.2 CÓDIGO DE OBRAS E POSTURAS

Segundo o Código de Obras e Posturas da cidade de Juazeiro do Norte-CE,


lei Nº2.571/2000, para construção de edifícios hospitalares é necessário seguir
algumas leis e critérios:

7.2.1 DO CANTEIRO DE OBRAS

Art. 33 - Durante a execução das obras, o licenciado e o responsável


técnico deverão preservar a segurança e a tranquilidade dos
operários, das propriedades vizinhas, do público, através,
especialmente, das seguintes providências:
Item III - evitar o ruído excessivo ou desnecessário, principalmente
na vizinhança de hospitais, escolas, asilos e estabelecimentos
semelhantes, bem como nos setores residenciais circunvizinhos.
7.2.2 DA LOCALIZAÇÃO DO COMÉRCIO E DA INDÚSTRIA

Artigo 148 de 08 de setembro de 2000 "A concessão de licenças de


localização e funcionamento para indústrias, hospitais, clínicas,
escolas, supermercados, depósitos, mercearias, açougues, padarias,
confeitarias, cafés, bares, restaurantes, hotéis e outros
estabelecimentos congêneres, dependerá de licença prévia da
autoridade sanitária competente."

7.2.3 DA FISCALIZAÇÃO SANITÁRIA E DA LIMPEZA PÚBLICA

Art. 181 - Os resíduos provenientes de hospitais, casa de


saúde e sanatórios, ambulatórios e similares, que não forem
incinerados, deverão obrigatoriamente ser acondicionados em
sacos plásticos apropriados, visando sua adequada destinação
final, observada a legislação pertinente.

Parágrafo único - A coleta dos resíduos citados neste artigo deverá


ser feita em veículos com carrocerias fechadas, nas quais, de forma
clara e visível, a indicação de "LIXO HOSPITALAR", devendo o
destino final dos mesmos ser determinado pela Prefeitura, a partir da
implantação e operação de aterros sanitários.

7.2.4 DA TRANQUILIDADE PÚBLICA

Art. 216 - Nas proximidades de hospitais, casas de saúde,


sanatórios, asilos, escolas e residências, é proibido executar
qualquer serviço ou trabalho que produza ruídos, antes das 7:00h
(sete horas) e depois da 19:00h (dezenove horas).

7.2.5 DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 232 - Fica proibida a instalação e o funcionamento de


incineradores de qualquer tipo em prédios residenciais, comerciais
ou de serviços, exceto os estabelecimentos hospitalares e
congêneres, desde que atendidas as exigências legais pertinentes.

7.2.6 DO DIMENSIONAMENTO DA LOTAÇÃO E SAÍDA DAS


EDIFICAÇÕES
Tabela 4 - Dimensionamento da lotação e saída das edificações

Fonte: PDDU de Juazeiro do Norte - CE, 2000

7.3 ACESSIBILIDADE HOSPITALAR

O Brasil dispõe de cerca de 13 milhões, cerca de 6,1% da população


constituída por algum tipo de deficiência. Ainda assim, mesmo com esses números,
isso ainda é uma necessidade a ser suprida em praticamente todo o território
nacional.
Uma das principais dificuldades enfrentadas pela falta de acessibilidade nas
edificações é diretamente proporcional ao custo final da obra, resultando em um
gasto a mais no final do orçamento, e é optado na maioria das vezes por cortarem
essas despesas. Em razão disso ao projetar algum edifício hospitalar, é necessário
considerar a acessibilidade do mesmo, com o intuito de aperfeiçoar tanto a
locomoção dos pacientes, quando da própria equipe médica.
Tendo esse fato em mente, a maior parte dos proprietários de hospitais, até
mesmo os arquitetos que os projetam, pensam que a solução encontra-se apenas
em rampas, mas não se dão conta da indispensabilidade da sinalização em braile
para pessoas com deficiência visual, da primordialidade de corrimão baixos para
pessoas de baixa estatura, fazendo com que influencie diretamente na competência
e reputação do hospital.
Para que o Hospital de Especialidades Cardiológicas de Juazeiro do Norte
esteja preparado para receber pacientes portadores de alguma deficiência, é
fundamental o uso de alguns instrumentos e instalações que o mesmo deve
oferecer, de acordo com a Resolução - RDC Nº 50, de 21 de fevereiro de 2002,
para construção de edifícios hospitalares deverão seguir algumas leis e critérios:
7.3.1 ELEVADORES

É crucial elevadores que detenham de um bom espaço interno (2,10x1,30m)


no mínimo, dispondo de alarmes e alertas sonoros, além de inscrições em braile,
itens essenciais para atender as necessidades das pessoas com deficiência física,
auditivas e visuais respectivamente.
Edifícios assistenciais de saúde (EAS) com até dois pacientes e sem
atividades de internação, cirurgias não ambulatoriais, parto-cirúrgico ou
procedimentos de anestesia geral - fica dispensado de elevador ou rampa. Neste
caso a movimentação do enfermo é realizada pela escada, e caso o mesmo precise
ser carregado, a escada deve dispor de plataforma mecânica de plano inclinado.
Caso o EAS disponha desses tipos de procedimentos, deve possuir elevadores ou
rampas para transporte de macas.
EAS com mais de dois pavimentos deve portar rampas ou elevadores, caso o
EAS esteja localizado em uma edificação multiuso com mais de dois andares e que
exerça suas atividades em um único pavimento diferente do de acesso exterior, o
elevador poderá ser ou não para transporte de pacientes em macas.

7.3.2 PISOS E RAMPAS DE ACESSO

Deverão ser implantados pisos antiderrapantes e superfícies estáveis e de


inclinação correta, para os pacientes que transitam com cadeira de rodas ou até
mesmo carrinhos de bebê. Além disso, devem incluir corrimãos e bordas de
proteção caso seja necessário.
Em EAS com mais de três pavimentos as rampas podem substituir os
elevadores, tendo largura mínima de 1,50m, com exceção das rampas de serviços e
funcionários, que estas, podem apresentar 1,20m e dever possuir patamares de
tamanho mínimo 1,20m. Contudo, carecem de piso não escorregadio, corrimão e
guarda corpo, não é permitida a abertura de portas e em nenhum ponto deve haver
pé direito inferior a 2,0m.

7.3.3 CORREDORES
Normas indicam a obrigatoriedade de corredores largos em hospitais, de
forma a ser evitado o bloqueio da locomoção de qualquer modo, mesmo com alto
fluxo de pessoas transitando.

 Os corredores destinados à circulação de pacientes devem


possuir corrimãos em ao menos uma parede lateral a uma altura de
80 cm a 92 cm do piso, e com finalização curva. Os bate-macas
podem ter também a função de corrimão.
 Os corredores de circulação de pacientes ambulantes ou em
cadeiras de rodas, macas ou camas, devem ter a largura mínima de
2,00 m para os maiores de 11,0m e 1,20m para os demais, não
podendo ser utilizados como áreas de espera.
 Os corredores de circulação de tráfego intenso de material e
pessoal devem ter largura mínima de 2,00 m, não podendo ser
utilizados como área de estacionamento de carrinhos.
 Nas áreas de circulação só podem ser instalados telefones de
uso público, bebedouros, extintores de incêndio, carrinhos e
lavatórios, de tal forma que não reduzam a largura mínima
estabelecida e não obstruam o tráfego, a não ser que a largura
exceda a 2,00 m;
 Os corredores destinados apenas à circulação de pessoal e de
cargas não volumosas devem ter largura mínima de 1,20 m.
 No caso de desníveis de piso superiores a 1,5 cm, deve ser
adotada solução de rampa unindo os dois níveis.
 Circulações das unidades de emergência e urgência, centro
cirúrgico e obstétrico, devem sempre possuir largura mínima de
2,00m.

7.3.4 ESTACIONAMENTO

É de suma importância a existência de vagas destinadas especiais para


pessoas com deficiência, contendo as sinalizações adequadas e espaços maiores
para circulação.

As Leis Federais 10.048 e 10.098, ambas do ano de 2000,


regulamentada pelo Decreto Federal no 5.296/2004, coordenam
sobre a reserva de vagas para pessoas com deficiência física ou
visual nos estacionamentos de veículos, definindo inclusive o porte
de identificação. (JUSBRASIL, 2016).
A vaga especial é um direito assegurado por Lei Federal com uso
regulamentado por Resolução do Conselho Nacional de Trânsito
(CONTRAN), que determina que 5% do total de vagas do
estacionamento regulamentado sejam destinadas a idosos e 2% a
portadores de deficiência.
7.3.5 ALARMES

Os alarmes são equipamentos capazes de alertar algum tipo de situação de


emergência, segundo a NBR-9050 de 2015 devem ser aplicados em ambientes com
sensação de confinamento, como sanitários acessíveis, boxes, cabines e vestiários
isolados.
Nos hospitais é obrigatória a instalação nos quartos, nos banheiros de
ambientes de unidade de tratamento intensivo (UTI) e internação, necessitando
também de telefones e alarmes de emergência visuais, sonoros e/ou vibratórios.
Os alarmes exercem a função de alertar alguma emergência em determinado
local, e os telefones de comunicar o tipo da emergência e até mesmo o de solicitar
auxilio de algum profissional, como médicos e enfermeiros.

Figura 16 - Tipo de alarme de emergência utilizado nos banheiros

Fonte: Alibaba, 2016


Figura 17 - Forma de aplicação do alarme de emergência dos banheiros
Fonte: Alibaba, 2016

7.4 LEI DO SISTEMA VIÁRIO BÁSICO E MOBILIDADE URBANA

Com estudos realizados a um raio de 500m da região onde se localizará o


hospital, percebeu-se que apenas a rua Padre Antônio Almeida Agra e as avenidas
Ailton Gomes, Leão Sampaio e Maria Letícia Pereira possuem pavimentação
asfáltica, esta ainda bem problemática, com vários trechos interditados e com
problemas claros de drenagem da água pluvial. Nas ruas coletoras, observa-se que
não há asfalto, e sim, apenas calçamento com pedras poliédricas, estas também
com vários problemas oriundos da falta adequada de drenagem pluvial.
A partir dos problemas citados no parágrafo acima surgem outro tipo de
problemática, a falta de sinalização nas ruas, nota-se a ausência de sinalização
vertical e horizontal, isso se deve ao fato de não possuir calçamento,
passeios/calçadas e até mesmo iluminação pública adequada para essas ruas.
Conclui-se que o bairro ainda está em desenvolvimento, pela existência de
um número razoável de casas, poucos comércios e algumas indústrias ali presentes,
por se tratar de uma região pouco afastada da conurbação urbana da cidade de
Juazeiro do Norte.
Na localidade do terreno não temos altos fluxos de movimentação de
transportes e de pessoas, isso se dá ao fato de ser uma região um pouco afastada
da zona comercial da cidade e também por ter diversos problemas de infraestrutura
viária e de iluminação pública, o que acaba afastando as pessoas daquela região.
Ao se tratar de mobilidade urbana, próximo ao terreno já encontramos faixas
exclusivas para ciclistas e avenidas de faixa de rolagem separadas, encontramos
esses benefícios provavelmente por conta da Universidade Leão Sampaio, que pela
sua importância para o Cariri, beneficia o seu entorno também.

7.6 NORMAS TÉCNICAS DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO


ESTADO DO CEARÁ

8.0 ANÁLISE DOS IMPACTOS

8.1 IMPACTOS AMBIENTAIS

Sabe-se que, economicamente falando, os hospitais estão conquistando uma


importância econômica cada vez maior nos países desenvolvidos e emergentes,
além desses impactos econômicos há altos índices de repercussões ambientais,
pois essas organizações funcionam 24 horas por dia, durante 365 ou 366 dias no
ano, possuem equipamentos que consomem óleo combustível para gerar energia, e
que demandam também de uma variedade de outros materiais em grandes
quantidades, incluso nessa lista temos: a borracha, os plásticos e os papéis.
Assim analisando, um hospital possui semelhanças com indústrias, visto que
detêm de funções como: lavanderia, transporte de materiais, limpeza, alimentação,
entre outras. O que difere o hospital de uma indústria, é a quantidade de materiais
médicos que são descartáveis, gerando uma quantidade enorme de resíduos e
consumindo altos índices de energia elétrica e água. Embora, segundo Velez (2004),
85% dos resíduos de um hospital possam ser reciclados, o restante possui materiais
infectados, por isso demanda de serviços especiais para seu manuseio e
destinação. Esses materiais, sejam seringas, anestésicos, entre outros, tem como
alternativa principal a incineração, resultando em emissões atmosféricas.
Os serviços especiais se tratam das empresas que coletam, transportam e
descartam tais materiais contaminados. A RMC dispõe desse tipo de
empreendimento, o que facilita o descarte dos materiais do Hospital de
Especialidades Cardiológicas de Juazeiro do Norte, a empresa é responsável pela
queima dos materiais contaminados, que resultam nas emissões atmosféricas
citadas anteriormente.
No tocante a energia, ela é de consumo diversificado, pois como os hospitais
funcionam sem interrupções, as cozinhas, caldeiras, iluminações e os ar
condicionados não param, resultando segundo Velez (2004) em um percentual de
15 a 30% do faturamento do empreendimento.
Referindo-se a água, que goza de várias destinações, assim como a energia,
incluem as instalações sanitárias, lavanderias, jardins e cozinha. O consumo de
água é bastante variável, dependendo do desenvolvimento do país. No Brasil o
consumo médio é de 250 L/dia/leito.
No brasil, no início dos anos 2000, não se desfrutava de preocupação alguma
sobre esse tipo de impacto, mesmo sabendo que os danos socioambientais eram
bem maiores que os outros. Atualmente houve aumento dessa preocupação, desde
que os pacientes foram vistos como consumidores e começaram a participar
ativamente de ações que eram realizadas para a recuperação de sua saúde.
Na região onde será implantado o Hospital de Especialidades Cardiológicas
de Juazeiro do Norte, ambientalmente falando, não existirá impactos relevantes e
preocupantes, dado que o terreno detém apenas de vegetações rasteiras e um
número baixo de árvores de pequeno porte. Analisando todo o contexto, é de se
esperar que o impacto será positivo, por conta do paisagismo que será peça chave
para um bom projeto e um impacto positivo para a região onde o mesmo se localiza.

8.2 IMPACTO SOCIAL

Sabe-se que os impactos sociais que o Hospital de Especialidades


Cardiológicas de Juazeiro do Norte irá causar é de uma grandiosidade imensurável,
pois o mesmo irá favorecer milhares de pessoas, outras empresas e até mesmo a
economia da região.
Além disso, impactará no funcionamento dos demais hospitais da região,
principalmente o (HCC) Hospital do Coração do Cariri, que atualmente sofre com a
falta de verba federal e com superlotações. O Hospital Regional do Cariri também
sofrerá impactos, pois com a ausência de leitos emergenciais no HCC os pacientes
que carecem ser atendidos por meio do Sistema Único de Saúde, geralmente
recorrem ao HRC.
Se tratando do entorno da região, os impactos serão positivos tanto para o
bairro da Lagoa Seca, como para a cidade de Juazeiro do Norte, uma vez que
considera-se uma localização privilegiada para a implantação de um centro de
saúde, em uma esquina de duas grandes avenidas da cidade e cerca de 100m de
distância do principal fluxo de pessoas que advém das cidades de Barbalha e
Missão Velha, que por essa situação, irão se beneficiando também.
Por se tratar de uma localidade predominantemente residencial nas suas
imediações e por conter uma universidade próxima de seu terreno, tudo indica que
será uma região com baixo índice sonoro, diferentemente do entorno do Hospital
Regional do Cariri, com uma boa localização, porém com péssimo entorno, que por
sinal é bem turbulento e com alto índice sonoro.
É natural que com a criação de um empreendimento como esse, ocorra a
valorização dos terrenos e edificações que estão implantadas na região. Outro
quesito que deve ser analisado, é o impacto no trânsito. Atualmente o trânsito no
trecho do hospital não é motivo de preocupação, mas o que pode acarretar é em
grande aumento do fluxo de veículos nas localidades próximas a UNILEÃO e
Avenida Ailton Gomes.

8.3 IMPACTOS ECONÔMICOS

Dentre os principais impactos econômicos causados por um hospital, estão o


grande número de empregos que que a atividade hospitalar demanda. Colocando
uma média de 1000 funcionários, serão gerados novos e muitos empregos,
concebendo milhões de reais em salários pagos a seus funcionários e
colaboradores, impactando ainda mais a economia local.
Com isso, os ganhos e lucros serão reaplicados na economia da região em
boa parte, e a contratação de empresas locais para cuidar de setores terceirizados,
como o marketing do hospital, incineração dos materiais, serviços funerários, dentre
outros.
O que podemos comprovar com esses dados, é que a instalação de um
Centro de Saúde como este, vai muito além da importância da oferta assistencial
aos moradores de uma determinada região. O hospital é uma empresa complexa,
que gera mão de obra especializada, trazendo consigo muito mais do que
diagnósticos, tratamentos e curas, traz investimentos para o planejamento e
construção do prédio e utilização dos serviços oferecidos, movimenta a economia e
socialmente todo o ambiente geográfico disposto em torno dele.
9.0 ANÁLISE DO ENTORNO

9.1 PREDOMINÂNCIA DO USO DO SOLO

Figura 18 - Tipos de Usos do Solo

Fonte: Produzido pelo autor, 2020

Na ilustração acima, podemos observar que a região do entorno do terreno do


hospital ainda é uma região em crescimento, tendo assim diversos vazios urbanos,
esse crescimento está bem acelerado devido a estar bem próximo ao bairro Cidade
Universitária, que por comportar a maioria das faculdades da RMC, acaba trazendo
vários interesses de pessoas para investimentos, construção de casas e comércios
a fim de atender as necessidades desses estudantes que saem de suas cidade para
vir morar em Juazeiro do Norte.
9.2 GABARITO DAS EDIFICAÇÕES

Figura 19 - Gabarito das Edificações

Fonte: Produzido pelo autor, 2020

Aproveitando o contexto do item 8.1 (predominância do uso do solo) que fala


um pouco sobre a imigração de estudantes vindos de outras cidade e até mesmo de
estados, podemos ver na figura 19, o gabarito das edificações, que por mais que o
bairro ainda tem diversos vazios urbanos, algumas residências são de dois ou mais
pavimentos. Isso ocorre por conta do investimento citado anteriormente para
construção de apartamentos e casas para alugar para estudantes que vem de outras
cidades.

9.3 HIERARQUIA VIÁRIA

Figura 20 - Hierarquia Viária

Fonte: Produzido pelo autor, 2020


9.4 ROTAS DE TRANPORTE PÚBLICO
Figura 21 - Rotas de Transporte Público

Fonte: Produzido pelo autor, 2020

9.5 EQUIPAMENTOS URBANOS


Figura 22 - Mapa de Equipamentos Urbanos

Fonte: Produzido pelo autor, 2020


10.0 O PROJETO
10.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES
APOIO LOGÍSTICO

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