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A COSMOGONIA CHINESA – PARTE I – P’AN KU

Cosmogonia é o nome que se dá às narrativas mitológicas que buscam


explicar a origem do universo. Historicamente, diversos povos e culturas
produziram narrativas próprias sobre a criação do mundo, o surgimento dos
deuses e dos seres humanos e as relações entre ambos. No caso da China,
existem vários mitos diferentes a respeito da criação do universo; porém, o
mais importante é o mito de P’an Ku. De acordo com a lenda, P’an Ku foi o
primeiro homem a existir e, após laborar por dezoito mil anos, deu forma ao
universo. A partir de sua respiração, surgiram o vento e as nuvens; sua voz deu
origem ao trovão; suas veias se tornaram os rios; sua carne, a terra; seus
cabelos, a grama e as árvores; seus ossos, os metais; e seu suor, a chuva. Por
sua vez, os insetos agarrados ao seu corpo se tornaram a raça humana. Tudo
isso teria ocorrido aproximadamente em 2.229.000 a.C.

A COSMOGONIA CHINESA – PARTE II – OS PRIMEIROS IMPERADORES

Ainda de acordo com a lenda, os primeiros imperadores da China ocuparam o


trono por dezoito mil anos cada, e trabalharam duramente para civilizar os
“piolhos” de P’an Ku, os quais àquela altura ainda viviam em condições
animalescas, vestindo peles, alimentando-se de carne crua e sem saber quem
eram seus pais. Os cinco monarcas lendários foram, em ordem dos seus
reinados: Fu Hsi, Shen Nung, Huang-ti, Yao e Shun. Foram eles que ensinaram
ao povo a música, a escrita, a poesia, a pesca, a domesticação dos animais e a
criação do bicho-da-seda, assim como a agricultura, o comércio e a medicina.

A PRIMEIRA DINASTIA – DINASTIA HSIA

A primeira dinastia a ocupar o trono chinês após o reinado de Shun foi a


Dinastia Hsia (Hsia quer dizer “civilizada”). Conta a lenda que essa dinastia
surgiu após o imperador Shun, em sua velhice, conceder um lugar ao seu lado
no trono ao seu ministro mais habilidoso, o grande engenheiro Yü, o qual teria
salvo os chineses de uma grande enchente ao controlar as cheias de nove rios,
cortando através de nove montanhas e formando nove lagos. Rejeitando o
princípio sucessório então vigente, segundo o qual o próximo monarca era
indicado pelo anterior, Yü tornou o trono chinês hereditário dentro de sua
família, estabelecendo, assim, a Dinastia Hsia, a qual terminou com o
Imperador Chieh, um monarca extravagante que matou três mil de seus súditos
ao força-los a se jogar em um lago de vinho.

DINASTIA SHANG

À Dinastia Hsia, sucedeu-se a Dinastia Shang. Pouco se sabe a respeito dessa


Dinastia e os relatos que chegam até nós a respeito desse período não são
inteiramente confiáveis. Segundo a tradição, o Imperador Chou Hsin, inventor
dos famosos “pauzinhos” (Hashi) utilizados como talheres pelos chineses e
japoneses, levou a Dinastia ao fim devido à sua extrema crueldade. Chou Hsin
foi deposto por uma conspiração formada por súditos rebeldes e invasores
estrangeiros, os quais estabeleceram a Dinastia Chou, a mais longeva das
Dinastias reais chinesas. Os conspiradores vitoriosos recompensaram seus
aliados, tornando-os senhores dos estados praticamente independentes nos
quais o novo reino foi dividido. A partir daí, começa o feudalismo na China.

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