Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
São Carlos
2020
DIOGO LIMA BARRETO
Versão Original
São Carlos
2020
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO PARA
FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Agradeço também a meus colegas do IFSC: Ana, Cesar, Luiz Felipe, Milena, Guil-
herme Tomishiyo, Raul, Rodrigo, Pedro, André Cidrim e André Hernandez por todos os
cafés, conversas, discussões, boardgames e sessões de RPG que me ajudaram a manter a
sanidade nos momentos de loucura.
No entanto, encarado de um novo ponto de vista, ainda pode nos tirar o fôlego.
Alan Moore
Resumo
Nas últimas duas décadas houve um aumento no interesse pela teoria de estimação quân-
tica. Entre os vários tópicos sobre o tema um que se destaca é a estimação de parâmetros
para sistemas abertos, que sabidamente possuem precisão menor do que o caso para siste-
mas fechados. Nosso trabalho foi focado justamente nos sistemas quânticos abertos onde
exploramos a termometria fora do equilíbrio. Para isso utilizamos o modelo de um q-bit
em contato com um banho térmico e mudamos sua dinâmica submetendo-o a dois efeitos
distintos: primeiro adicionamos um campo estocástico, capaz de manter o sistema fora
do equilíbrio por mais tempo, com dois tipos de ruído; no segundo caso zemos com que
a frequência do q-bit fosse variável no tempo, gerando um efeito de proteção de estado
quântico, também prolongando o tempo para o sistema se equilibrar com o banho. Em
ambos os casos estudamos como a presença destes efeitos secundários afetam a precisão
das estimativas da temperatura do banho térmico, calculadas através de dados extraídos
do q-bit, que passa a funcionar como um termômetro. No caso do campo estocástico
vericamos que para um regime de baixas temperaturas em que os efeitos do campo pre-
valecem, é possível atingir uma precisão maior que para o caso de temperaturas mais
altas. Já para o caso da frequência variável, vericamos que não é possível obter uma
maior precisão, mas o retardamento da decoerência oferece uma janela de tempo maior
para que as estimativas possam ser realizadas, o que pode oferecer uma vantagem para
possíveis aplicações experimentais.
librium systems. 2020. 79p. Tese (Doutorado em Ciências) - Instituto de Física de São
Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2020.
In the last two decades there has been an increasing interest for the quantum estimation
theory. Among various research topics there's a recent eort to better understand quan-
tum estimation for open quantum systems, which are known to have worse precision than
the closed systems. Our work focused on open quantum systems where we explored out
of equilibrium thermometry. To do this we used a single q-bit model in contact with a
thermal reservoir and changed it's dynamic by adding two distinct eects: rst we added
a stochastic eld, which can maintain the system out of equilibrium for longer periods,
using two types of noises; on the second case we used a time-dependent frequency for the
q-bit which generates a protective eect against decoherence also extending the period in
which the system is out of equilibrium. In both cases we studied how these secondary
eects aected the precision of temperature estimations for the reservoir temperature,
using data extracted from the q-bit which becomes equivalent to a thermometer. For the
stochastic eld we found out that it's possible to achieve higher precision for low tem-
peratures in which the eects of the eld prevail. For the time-dependent frequency we
couldn't nd any evidence for a better precision but the delay on the eects of decoherence
allows for more time to estimate the temperature, which may oer some advantages for
experimental measurements.
4.6 Grácos para a informação de Fisher QT sem ruído (linha preta sólida)
e QT Gauss com ruído gaussiano (linha azul sólida) e as quantidades QL
(tracejado em vermelho) e QLGauss (tracejado em laranja) que determinam
a precisão do procedimento de estimação baseado em medidas diretas de
energia no sistema S . Em todos os grácos o estado ρ(0) de S é puro,
com ângulo azimutal nulo e com ângulo polar dado por (a) θ(0) = 0;
(b) θ(0) = π/4;(c) θ(0) = π/2; e (d) θ(0) = π . Todas as curvas usam:
T = 0, 3ω0 , ∆ω = 1, τc = 8, 5 e γ = 1. Neste caso a evolução do sistema é
dominada pela inuência do ruído externo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
4.7 Grácos para a informação de Fisher QT sem ruído (linha preta sólida)
e QT Gauss com ruído gaussiano (linha azul sólida) e as quantidades QL
(tracejado em vermelho) e QLGauss (tracejado em laranja) que determinam
a precisão do procedimento de estimação baseado em medidas diretas de
energia no sistema S . Em todos os grácos o estado ρ(0) de S é puro,
com ângulo azimutal nulo e com ângulo polar dado por (a) θ(0) = 0; (b)
θ(0) = π/4;(c) θ(0) = π/2; e (d) θ(0) = π . Todas as curvas usam: T = 2ω0 ,
∆ω = 1, τc = 8, 5 e γ = 1. Neste caso a evolução do sistema é dominada
pela inuência do reservatório bosônico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
5.1 Gráco da função de decaimento a(τ ) para alguns valores dos parâmetros de
controle η e χ/ζ . A linha azul representa o caso sem controle de coerência,
ou seja, quando χ = 0. As outras três linhas mostram o efeito do controle
efetivo no processo de relaxamento devido a modulação da frequência. . . . . . . . 71
5.2 Grácos para a informação de Fisher QT para diferentes parâmetros de
oscilação do estado não estacionário e congurações iniciais. Em todos os
grácos o estado ρ(0) de S é puro, com ângulo azimutal nulo e com ângulo
polar dado por (a) θ(0) = 0; (b) θ(0) = π/4;(c) θ(0) = π/2; e (d) θ(0) = π .
Todas as curvas usam T = 2ω0 , ω0 = 103 , γn = 103 , λ = 1, T10 = 1 e
τ0 = 10−3 . Em todos os grácos é notável, principalmente para χ/ζ = 10
e η = 10−3 (linha cinza), um retardamento na decoerência do sistema, de
forma a transladar e alargar as curvas.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
Sumário
1 Introdução 19
2 Metrologia Quântica 21
5.1 O Modelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
5.1.1 Controle de Coerência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
5.2 Efeito do controle de coerência na informação de Fisher. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
6 Conclusões 75
Referências 77
19
Capítulo 1
Introdução
Estimar quantidades é uma atividade humana corriqueira. Toda vez que precisa-
mos saber o valor de algo que não podemos medir diretamente, buscamos uma forma de
tentar estimar este algo a partir dos valores de outras quantidades que podemos medir
diretamente. Podemos estimar o volume de uma caixa de papelão medindo suas arestas.
Já um submarino utiliza um sonar, que estima a distância de objetos, para evitar colisões
no fundo do oceano ou detectar um torpedo vindo em sua direção.
Capítulo 2
Metrologia Quântica
D E D E D E
2 2
EQM[φ̂] = φ̂2 − φ̂ + φ̂ − φ = Var(φ̂) + B 2 (φ̂), (2.2)
D E
onde B(φ̂) = φ̂ − φ é chamado de viés do estimador φ̂. No caso em que um estimador
satisfaz B(φ̂) = 0 nos referimos a ele como um estimador não-enviesado. Tais estimadores
possuem FDP centrada no verdadeiro valor de φ. O fato de um estimador ser não-
enviesado não implica necessariamente que ele seja um bom estimador, apenas garante
que, na média, ele irá nos retornar o verdadeiro valor do parâmetro. Por outro lado um
estimador enviesado é caracterizado por um erro sistemático e tal viés persistente sempre
irá resultar em um estimador ruim.
ϕ 1
ϕ 2
ϕ
Figura 2.1 Funções densidade de probabilidade dos estimadores φ̂1 e φ̂2 .
Fonte: Elaborada pelo autor.
Neste caso comparar os estimadores através de sua variância faz sentido quando pensamos
em suas FDP. Sejam dois estimadores não-enviesados distintos φ̂1 e φ̂2 . O gráco (2.1)
representa as FDP de cada um deles. Deste gráco é fácil ver que ao escolhermos φ̂2 ao
invés de φ̂1 , utilizaremos um estimador que nos retornará estimativas mais próximas do
valor real de φ. Assim, do fato de que Var(φ̂2 ) < Var(φ̂1 ), concluímos que quanto menor
a variância de um estimador, melhores serão os valores das estimativas geradas por ele.
e obter a relação
1
Var(φ̂) ≥ , (2.7)
F (φ)
onde Z
dxp(x|φ) (∂φ ln p(x|φ))2 = (∂φ ln p(x|φ))2 (2.8)
F (φ) ≡
é chamada de informação de Fisher (IF)1114, 17 e recebe este nome pois nos dá a quantidade
de informação disponível a cerca do parâmetro φ. Caso a variância tendesse a zero, F (φ)
tenderia ao innito, reetindo o fato que temos acesso a toda informação a respeito do
parâmetro e nossa estimativa possuiria precisão absoluta. No caso oposto em que não
possuímos nenhuma informação sobre o parâmetro, teríamos uma variância tendendo a
innito e nossa estimativa seria um valor muito distante do valor real do parâmetro.
1
Var(φ̂) ≥ . (2.9)
N F (φ)
Z 2 Z Z
a dxf ∗ (x)g(x) ≤ dx |f (x)|2 dx |g(x)|2
25
Começando pela FDP, seja {Mx } um conjunto de operadores de medida que atuam
nos estados da sonda. De acordo com a regra de Born, a probabilidade de obtermos um
resultado x dado o valor φ do parâmetro é p(x|φ) = Tr Mx ρφ Mx† que, pela ciclicidade
do traço, pode ser reescrita como p(x|φ) = Tr [Πx ρφ ] onde Πx = Mx† Mx . Do fato de que a
soma das probabilidades de todos os resultados x possíveis deve ser igual a um teremos
" #
X X X
1= p(x|φ) = Tr [Πx ρφ ] = Tr Πx ρφ . (2.10)
x x x
X
Sabendo que esta igualdade deve valer para qualquer ρφ concluimos que Πx = I.
x
Os operadores Πx são chamados de POVMb e são a representação mais geral possível
de medidas na física quântica. Discutiremos mais sobre os POVM no próximo capítulo.
Denimos então um operador auto-adjunto Λφ , conhecido na literatura15, 22 como derivada
logarítmica simétrica (DLS), que satisfaz a equação
Esta equação nos dá um limite clássico de precisão, que pode ser atingido assintotica-
mente por técnicas de processamento de dados como a estimação de máxima verossimi-
lhança.13, 14 Podemos ainda encontrar um limite denitivo de precisão se maximizarmos
a IF com respeito a todas as medidas quânticas. Seguindo as referências,710 do fato que
Re Tr [ρφ Πx Λφ ] ≤ kTr [ρφ Πx Λφ ] k, escrevemos
√ √ √ √
kTr [ρφ Πx Λφ ] k2 kTr ( ρφ Πx )( Πx Λφ ρφ ) k2
Z Z
F (φ) ≤ dx = dx . (2.14)
Tr [ρφ Πx ] Tr [ρφ Πx ]
Podemos então usar a desigualdade de Cauchy-Schwarz para o traçoc para carmos com
h√ p p √ i 2 hp √ p √ i
kTr ( ρφ Πx )( Πx Λφ ρφ ) k ≤ Tr ( Πx ρφ ) ( Πx ρφ ) ×
†
hp √ p √ i
Tr ( Πx Λφ ρφ )† ( Πx Λφ ρφ ) (2.15)
Tr [ρφ Πx ] Tr [Λφ Πx Λφ ρφ ]
Z Z
dxTr [Πx Λφ ρφ Λφ ] = Tr ρφ Λ2φ . (2.16)
F (φ) ≤ dx =
Tr [ρφ Πx ]
1
Var(φ̂) ≥ (2.18)
N Qφ
c
† 2
Tr A B ≤ Tr A† A Tr B † B
27
Pelo teorema central do limite, após N medidas a incerteza da energia será dada
por Var(ET (τ ))/N . Esta incerteza se propaga na variância para T como
2
Var(ET (τ ))
∂T
Var(T ) = . (2.19)
∂ET (τ ) N
CT2 (τ )
QT ≥ , (2.21)
Var(ET (τ ))
(eq)
de Gibbs ρT = e−H/kB T /Z onde kB é a constante de Boltzmann e Z = Tr e−H/kB T é a
(eq)
(eq) Var(ET )
QT = 2 4
(2.22)
kB T
e−H/kB T Var(ET (τ ))
(eq)
CT = ∂T ET (τ ) = ∂T Tr H = . (2.23)
Tr [e−H/kB T ] kB T 2
Da denição (2.11) temos {Λφ , ρ(τ )} = 2∂φ ρ(τ ) que, nesse caso, pode ser reescrita
como
lj (τ ) + nj (τ )l0 (τ ) = ∂φ nj (τ ), j = 1, 2, 3 (2.24a)
X 3
l0 (τ ) + nj (τ )lj (τ ) = 0. (2.24b)
j=1
1 ∂φ n2 (τ )
l0 (τ ) = − (2.25)
2 1 − n2 (τ )
3
X
com n2 (τ ) = n2j (τ ) sendo o comprimento do vetor de Bloch. Substituindo o resultado
j=1
em (2.24a) escrevemos
nj (τ ) ∂φ n2 (τ )
lj (τ ) = ∂φ nj (τ ) + (2.26)
2 1 − n2 (τ )
e a partir da denição (2.17) para a IFQ, podemos nalmente escrever
3 3 2
X X 2 1 ∂φ n2 (τ )
Qφ = Tr [Λφ ∂φ ρ] =
lj (τ )∂φ nj (τ ) = ∂φ nj (τ ) +
j=1 j=1
4 1 − n2 (τ )
3
X 2 n2 (τ ) 2
.(2.27)
= ∂φ nj (τ ) + ∂ φ n(τ )
j=1
1 − n2 (τ )
râmetro φ. A partir desse fato é possível vericar que a Eq. (2.27) depende apenas do
módulo r(τ ) e do ângulo polar θ(τ ) e com isso podemos sempre assumir ϕ(0) = 0 em
nosso estado inicial.
Por outro lado, levando em conta a desigualdade (2.21), a partir da matriz den-
sidade reduzida ρ(τ ) podemos calcular a capacidade térmica e a variância da energia
Var(ET (τ )) da sonda. Para o cálculo da capacidade térmica, lembrando que ET (τ ) =
Tr [ρ(τ )H], teremos
ω ω
CT (τ ) = ∂T ET (τ ) = ∂T Tr [ρ(τ )σ3 ] = ∂T n3 (τ ). (2.28)
2 2
ω2
Var(ET (τ )) = Tr (H − ET (τ )I)2 ρ(τ ) = (1 − n3 (τ )2 ), (2.29)
4
(∂T n3 (τ ))2
QT (τ ) ≥ . (2.30)
1 − n3 (τ )2
30
Usando essa desigualdade e a equação (2.27) vemos que, no caso em que n1 = n2 = 0, isto
é, quando θ(0) for múltiplo inteiro de π e o estado inicial da sonda é diagonal, encontramos
um regime em que a termometria padrão é ótima para qualquer τ 6= 0. Ou seja, podemos
realizar medidas de energia para estimar a temperatura do banho antes mesmo que a
sonda entre em equilíbrio térmico. Além disso, em acordo com a literatura, veremos em
nossos resultados que a termometria fora do equilíbrio se mostra geralmente mais precisa
que o caso em que há equilíbrio térmico.
31
Capítulo 3
Neste capítulo faremos uma revisão da teoria que descreve a evolução da matriz
densidade para o caso de sistemas quânticos abertos, ou seja, sistemas quânticos que inte-
ragem de alguma forma com um sistema externo, como o ambiente ou banho térmico. Em
geral estas interações alteram a dinâmica do sistema, resultando em efeitos de dissipação,
onde a informação contida no sistema é perdida para o ambiente. O interesse em estudar
sistemas quânticos abertos vem do simples fato de que que nenhum sistema quântico em
laboratório é completamente isolado do ambiente.
Assim como estados clássicso são descritos por um vetor de probabilidades, nós
descreveremos estados quânticos através dos operadores densidade. Estes estados quânti-
32
ρ0 = E(ρ) (3.1)
onde o mapa E desta equação é um operador quântico. Operações de medida são exem-
plos simples de operações quânticas. Desta forma, descrever a dinâmica de um sistema
aberto, isto é, um sistema quântico que interage de alguma forma com o resto do mundo,
usando uma operação quântica como uma espécie de extensão do caso fechado se torna
interessante.
onde, caso U não interaja com o ambiente, teremos simplesmente E(ρS ) = Û ρs Û † onde Û
é a parte de U que atua apenas em S .
puricar o ambiente. Apesar deste sistema extra ser "ctício", ele não altera em nada a
dinâmica do sistema principal S e pode então ser utilizado como um passo intermediário
nos cálculos. A equação (3.2) pode ser reescrita como
X X
E(ρS ) = hei | U [ρS ⊗ |e0 i he0 |] U † |ei i = Ki ρS Ki† (3.3)
i i
onde Ki = hei | U |e0 i é um operador que atua apenas em S . A equação (3.3) é conhe-
cida como a representação de operador-soma de E . Assumindo então que tais operações
preservam o traço do operador densidade, devemos impor
" # " #
X X
1 = Tr [E(ρS )] = Tr Ki ρS Ki = Tr Ki† Ki ρS . (3.4)
i i
X
Ki† Ki = I. (3.5)
i
Existem operações que não preservam traço, mas discuti-las está fora do escopo desta
tese pois em todos os nossos trabalhos utilizamos operadores que preservam traço.(20 )
Antes de prosseguirmos para aplicações das operações quânticas iremos formalizar tais
operações de forma axiomática.
Apenas estres três axiomas são sucientes para denir uma operação quântica. Entre-
tanto, o teorema a seguir mostra que eles são equivalentes ao modelo sistema-ambiente
anterior e a denição em termos do operador-soma:
X
E(ρS ) = Ki ρS Ki† (3.7)
i
Prova :
X
Vamos supor E(ρ) = Ki ρKi† . E é linear, então para vericar que E é uma
i
operação quântica devemos provar que ela é completamente positiva. Seja A um operador
positivo agindo no espaço de estados de um sistema expandido RQ e seja |ψi um estado
†
qualquer de RQ. Denindo |ϕi i ≡ IR ⊗ Ki |ψi, temos
hψ| IR ⊗ Ki† A IR ⊗ Ki† |ψi = hϕi | A |ϕi i ≥ 0 (3.8)
X
hψ| (I ⊗ E) (A) |ψi = hϕi | A |ϕi i ≥ 0 (3.9)
i
e assim para qualquer operador positivo A, o operador (I ⊗ E) (A) também será positivo.
X †
A restrição Ki Ki ≤ I garante que as probabilidades sejam menores ou iguais a 1. Isto
i
completa a primeira parte da prova.
Vamos supor agora que E satisfaça os três axiomas. Devemos encontrar uma
representação de operador-soma para E . Introduzindo um sistema R, com a mesma
dimensão do o sistema quântico original, Q. Seja |iR i e |iQ i bases ortonormais para R e
Q. Denimos um estado conjunto |αi de RQ como
X
|αi ≡ |iR i |iQ i . (3.10)
i
como
σ ≡ (IR ⊗ E) (|αi hα|) . (3.11)
Iremos demonstrar agora que σ especica totalmente a operação quântica E , isto é, para
saber como E age num estado arbitrário de Q é suciente saber como ele age em um
estado maximamente emaranhado de Q com outro sistema.
X
Para recuperarmos E a partir de σ vamos utilizar um estado |ψi = ψj |jQ i
E j
E X
ψ̃ ≡ ψ ∗ |jR i . (3.12)
j
Note que
!
D E D X E
ψ̃ σ ψ̃ = ψ̃ |iR i hjR | ⊗ E (|iQ i hjQ |) ψ̃
ij
X
= ψi ψj∗ E (|iQ i hjQ |)
ij
= E (|ψi hψ|) . (3.13)
X
Seja σ = |si i hsi | uma decomposição de σ , onde os vetores |si i não precisam ser
i
normalizados. Denimos um mapa
D E
Ki (|ψi) ≡ ψ̃ si . (3.14)
X X D E D E
Ki |ψi hψ| Ki† = ψ̃ si si ψ̃
i
Di E
= ψ̃ σ ψ̃
E assim
X
E(|ψi hψ|) = Ki |ψi hψ| Ki† , (3.16)
i
para todos os estados puros |ψi de Q. Pela linearidade convexa segue que
X
E(ρ) = Ki ρKi† (3.17)
i
36
X
em geral. A condição Ki† Ki ≤ I segue imediatamente do axioma A1 identicando o
i
traço de E(ρ) com uma probabilidade.
X
Mi† Mi = I. (3.18)
i
Mi ρMi†
ρ→ (3.20)
pi
que descreve o efeito da medida sobre o sistema. As chamadas medidas projetivas corres-
pondem ao caso em que escrevemos Mi como um operador de projeção Pi , que apresen-
tamos em ??, e são as medidas mais simples que podemos realizar em um estado.
Caso realizassemos uma medida mas não checassemos seu resultado, nosso melhor
palpite sobre o estado nal do sistema passaria a ser uma mistura estatística dos possíveis
resultados
X Mi ρMi† X
0
ρ = pi = Mi ρMi† (3.21)
i
pi i
POVM
Olhando para a equação (3.19), vemos que não precisamos saber quais são os
operadores de medida Mi , basta que conheçamos
Πi = Mi† Mi (3.22)
onde o conjunto de operadores {Πi } são chamados de POVMa . Por construção estes
operadores são positivos semi-denidos. Além disso a normalização (3.18) cará
X
Πi = I. (3.24)
i
Qualquer conjunto de operadores {Πi } que for positivo semi-denido e satiszer a condição
de normalização representa um POVM válido.
sistema de interesse.
Vamos primeiro encontrar uma forma geral para a evolução temporal de ρ(t), ou
seja, a matriz densidade de todos os sistemas envolvidos, partindo do Hamiltoniano total
dos banho B e do sistema S . Para fazermos isso utilizaremos a representação de interação
para descrever os operadores. Ao longo desta tese assumiremos ~ = 1 e kB = 1 por
simplicidade. Vamos primeiro considerar que, para o caso sistema-banho (SB ) podemos
escrever seu Hamiltoniano total como
d
ρ(t) = −i [HS (t) + HB + HSB (t), ρ(t)] . (3.26)
dt
d
ρI (t) = −i [VI (t), ρI (t)] , (3.29)
dt
Vamos assumir então que o sistema e o ambiente estão num regime de acoplamento
fraco, de forma que sua matriz densidade possa ser escrita na forma do produto ρ(t) =
ρS (t) ⊗ ρB (t). Na representação de interação este estado também será um produto. Além
disso assumiremos que o tempo de correlação τB do banho é tão pequeno que ρB (t) ≈ ρB (0)
para t >> τB . Como estamos interessados somente no estado do sistema S , obtemos
o operador densidade reduzido utilizando o traço parcial sobre os estados de B . Para
simplicar a notação vamos ocultar o índice I referente a representação de interação.
Ficamos então com
Z t
ρS (t) = ρS (0) − i dt1 TrB [V (t1 ), ρS (0) ⊗ ρB (0)]
0
Z t Z t1
− dt1 dt2 TrB [V (t1 ), [V (t2 ), ρS (t2 ) ⊗ ρB (0)]] . (3.32)
0 0
Esta equação pode ser simplicada se assumirmos se escrevermos sem perda de genera-
X
lidade o termo de interação como V (t) = Ak (t) ⊗ BK (t). Olhando para o segundo
k X
termo da equação (3.32) teremos TrB [V (t), ρS (0) ⊗ ρB (0)] = [Ak , ρS (0)] hBk (t0 )iρB e
k
escolhemos Bk tal que hBk iρB = 0. Finalmente, tomando então a derivada temporal de
(3.32) obtemos
Z t
d
ρS (t) = − dt1 TrB [V (t), [V (t1 ), ρS (t1 ) ⊗ ρB (0)]] . (3.33)
dt 0
Esta equação é importante pois será nosso ponto de partida para a análise da dinâmica
do sistema quântico S em contato com o banho B para três casos diferentes: no primeiro
consideraremos ambos os sistemas como sendo quânticos, o que resultará na conhecida
equação mestra de Lindblad. No segundo consideraremos um tratamento semiclássico do
sistema onde acoplamos um spin a uma rede de spins descrita como um banho clássico,
procediment conhecido como formalismo de Redeld. Por último consideraremos um caso
particular em que o banho é substituído por um campo estocástico externo, como um
laser por exemplo, atuando no sistema de interesse.
Primeiro encontraremos uma equação de evolução para um q-bit usando uma abor-
dagem puramente quântica, ou seja, assumindo que o banho B pode ser descrito através
formalismo quântico. Para fazermos isso, modelaremos o banho como um conjunto innito
40
X X 2
X
V (t) = e −iω0 t
σ− ⊗ gr e−iωr t b†r +eiω0 t
σ+ ⊗ gr e iωr t
br = Ãk ⊗ B̃k , (3.36)
r r k=1
onde σ± = (σ1 ± iσ2 )/2. Assumindo que a aproximação de acoplamento fraco é válida,
podemos substituir V (t) na equação (3.33)
Z t
d X
ρS (t) = dt1 Ãβ (t)ρS (t1 )Æα (t1 ) − Æα (t1 )Ãβ (t)ρS (t1 ) Gαβ (t, t1 ) + h.c (3.37)
dt α,β 0
D E
onde Gαβ (t, t1 ) = B̃α† (t)B̃β (t1 ) é a função de correlação do ambiente e h.c representa
ρB
o termo Hermitiano conjugado da equação. Devido a dependência com os operadores de
criação e aniquilação, podemos vericar facilmente que a função de correlação se anula
quando α = β . Além disso, temos
h i
Gαβ (t, t1 ) = TrB B̃α† (t)B̃β (t1 ) = TrB eiωr t Bα† (0)e−iωr t eiωr t1 Bβ (0)e−iωr t1
h i
= TrB B̃α† (t − t1 )Bβ (0) = Gαβ (t − t1 ). (3.38)
(3.39)
onde podemos utilizar a aproximação de Markov, que assume que o tempo de decaimento
das funções de correlação τB é muito menor que o tempo de relaxação característico do
sistema τS , e que t é da ordem de τB . Assim podemos substituir ρS (t − τ ) por ρS (t), o
que implica que o estado atual ρS (t) independe dos estados passados do sistema. Além
41
disso podemos fazer t → ∞ no limite de integração, visto que o tempo de decaimento das
funções de correlação é tão rápido que, para um tempo da ordem τB , o integrando em
(3.39) é praticamente zero. Desta forma, teremos
d XZ ∞
dτ eiω0 τ Gαβ (τ ) Aβ ρS (t)A†α − A†α Aβ ρS (t)
ρS (t) =
dt α6=β 0
X Z ∞ †
+ iω0 τ
dτ e Gβα (τ ) Aα ρS (t)A†β − ρS (t)A†β Aα , (3.40)
α6=β 0
onde usamos o fato que Ãk (t) = e−iω0 t Ak , onde A1 = σ− e A2 = σ+ pela equação (3.36).
Além disso, partindo da mesma equação e usando a denição dos operadores de criação
D E
e aniquilação, temos que Gαα (τ ) ∝ hbr br0 i = b†r b†r0 = 0 de forma que apenas os termos
em
Z ∞que α 6= β são não nulos. Podemos simplicar ainda mais esta equação escrevendo
dτ eiω0 τ Gαβ (τ ) = Γαβ (ω0 ) = γαβ (ω0 ) + iΥαβ (ω0 ) e cando com
0
" #
d X
ρS (t) = −i Υαβ (ω0 )A†α Aβ , ρS (t)
dt α6=β
X 1 †
†
(3.41)
+ γαβ (ω0 ) Aβ ρS (t)Aα − Aα Aβ , ρS (t) .
α6=β
2
O primeiro termo desta equação é similar a equação de Von Neumann para ρS (t), o que
nos permite denir o Hamiltoniano de deslocamento Lamb (Lamb shift) como HLS =
X
Υαβ (ω0 )A†α Aβ . Podemos calcular o segundo termo explicitamente se lembrarmos que
Dα,β E
br b†r0 = δrr0 (1 + N (ωr )) e b†r br = δrr0 N (ωr ). Ficaremos então com
h i X X
G11 (τ ) = TrB B̃(τ )† B(0) = gr∗ gr0 eiωr τ b†r br0 = |gr |2 eiωr τ N (ωr ), (3.42a)
r,r0 r
X
G22 (τ ) = |gr |2 e−iωr τ (1 + N (ωr )). (3.42b)
r
Estas funções podem ser reescritas se considerarmos um limite do contínuo dado por
Z ∞
X J(ω)
f (ωr ) → dω f (ω), (3.42c)
r 0 |g(ω)|2
onde f (ωr ) é uma função qualquer das frequências do banho e J(ω) é a densidade espectral
do banho,34 que nos diz como a força de acoplamento varia com a frequência. Escrever
as funções de correlação do banho em termos de frequências contínuas faz sentido se
42
Podemos agora calcular as taxas de decaimento γαβ (ω). Se assumirmos que a frequência
natural ω0 é positiva
Z ∞ Z ∞ Z ∞
iω0 τ iω0 τ
γ11 (ω0 ) = dτ e
G11 (τ ) = dτ e dωeiωτ J(ω)N (ω)
−∞ −∞ 0
Z ∞ Z ∞
= dωJ(ω)N (ω) dτ ei(ω+ω0 )τ
0 −∞
Z ∞
= 2π dωJ(ω)N (ω)δ(ω + ω0 ), (3.44)
0
uma aproximação de altas temperaturas, em que a energia ω entre os níveis de energia dos
spins da rede é muito menor que sua energia térmica, o que implica em ω/T << 1. Desta
forma o estado da rede B pode ser escrita como ρB = e−HB /T /Tr e−HB /T ≈ 1 − HB /T.
Reescrevemos o termo de interação como V (t) ∝ λ(t)O onde λ(t) modela a utuação
estocástica e O representa um operador que atua em S . Assim o primeiro termo a
direita da equação(3.51) se anula, em acordo com o fato que hλ(t)i = 0. Além disso
HSB (t) = HSB (t), de forma que V (t) = eiHS (t) HSB e−iHS (t) . Usando integração por partes
no terceiro termo do lado direito da equação e considerando que as oscilações temporais do
operador U † (t1 )(O)U (t1 ) são muito mais rápidas que as de V (t), aplicamos a aproximação
de onda rotatória para concluir que este termo também é nulo. Com isso obtemos uma
44
HS (0)
que, de acordo com a aproximação para altas temperaturas, onde ρeq
S (0) ≈ 1 − e
T
HS (t1 )
≈ 1 − ρeq
S (0), cará
T
Z t
dΣ(t)
=− dt1 [V (t), [V (t1 ), Σ(t)]], (3.53)
dt 0
de liberdade da rede pela média sobre realizações estocásticas, representada pela barra
horizontal. Esta é a equação de Redeld para um sistema de spin dependente do tempo.
Devemos notar que a aproximação para altas temperaturas, que nos permite denir Σ(t),
indica uma relaxação do sistema para o estado de Gibbs, algo característico em sistemas
de Ressonância Magnética Nuclear (RMN) por exemplo.
dΣsch
kk0 (t)
X −i(Ω 0 +Ω 0 )
= −i k HS , Σsch k 0 + (3.54)
sch
e kk nn R
kn,n0 k0 Σnn0 ,
dt n,n0
Z t
onde usamos a notação Ωkn (t) = Ek (t) − En (t), Ek (t) = dt1 k (t1 ) e Σsch
nn0 (t) =
0
n Σ (t) n e denimos os elementos da matriz de relaxação
sch 0
Rkn,n0 k0 = Jkn,n0 k0 (t, Ωn0 k0 )eiΩkn (t) + Jn0 k0 ,kn (t, Ωkn )eiΩn0 k0 (t)
X X
−δk0 n0 Jkj,jn (t, Ωjn )eiΩkj (t) − δkn Jjk0 ,n0 j (t, Ωn0 j )eiΩjk0 (t) , (3.55)
j j
Apesar dos cálculos aqui apresentados terem focado em um sistema de spin, as equações
encontradas são bem gerais, sendo válidas para qualquer Hamiltoniano Hs (t) que satisfaça
[Hs (t), Hs (t0 )] = 0 e que sejam válidos o acoplamento fraco e a aproximação para altas
temperaturas.
X σq
HSB (t) = −γn λq (t) , (3.57)
q
2
Para este sistema a densidade espectral dada pelas equações (3.56) ca
0 0
X
Jkn,n0 k0 (t, Ωn0 k0 ) = Iqkn Iqn k Θq (t, Ωn0 k0 ), (3.58)
q
com λ2q sendo um valor médio dependente da natureza especíca do spin e τ0 o tempo de
correlação do ambiente, que mede a taxa de alteração dos spins do banho devido a uma
46
0 0
X
Θq (t, Ωn0 k0 )eiΩkn (t) + Θq (t, Ωkn )eiΩn0 k0 (t) Iqkn Iqn k
Rkn,n0 k0 (t) =
q
X
− δk0 n0 Iqkj Iqjn Θq (t, Ωjn )eiΩkj (t)
j
0 0
+δkn Iqjk Iqn j Θq (t, Ωn0 j )eiΩjk0 (t) (3.61)
,
que nos permite calcular a evolução do valor médio da magnetização hId i numa direção d
arbitrária:
d hId i d dΣ(t)
= Tr [Id Σ(t)] = Tr Id . (3.62)
dt dt dt
Substituindo (3.54) e (3.61) na equação acima encontraremos
d hId i X XX
= −i Idlm hm| [HS (t), Σ] |li + Θq (t, Ωml )e−iΩml Idml hl| [[Id , Iq ] , Σ] |mi .
dt l,m q l,m
(3.63)
Para spin 1/2 temos |Ωml (t)| = Ω(t)(1 − δml ), de forma que a equação acima pode ser
separada em componentes horizontais e longitudinais do campo
d hId i XX
= κ(t, Ωml )Idml hl| [[Id , Iq ] , Σ] |mi + κz Tr [Iz [[Id , Iz ] , Σ]] (3.64)
dt q=x,y l,m
onde κq (t, Ωml ) = Θq (t, Ωml )e−iΩml (t) . Aqui nós desprezamos o termo de evolução livre do
sistema pois estamos interessados apenas na dinâmica induzida pela interação com o am-
biente. Reescrevendo esta equação em termos das magnetizações tranversal e longitudinal,
denidas como Mz = hIz i e M⊥ = (hIx i , hIy i , 0), obtemos
dMz (t)
= −Re [κx (t, Ω) + κy (t, Ω)] {Mz (t) − M0 } (3.65a)
dt
dM ⊥ 1
= − Re [κx (t, Ω) + κy (t, Ω) + 2κz ] M⊥ (3.65b)
dt 2
dMz (t) 1
= {Mz (t) − M0 } (3.66a)
dt T1
dM⊥ (t) M⊥ (t)
= − (3.66b)
dt T2
1
= Re [κx (t, Ω) + κy (t, Ω)] (3.67a)
T1
1 1 1
= Re [κx (t, Ω) + κy (t, Ω)] + κz = + κz . (3.67b)
T2 2 2T1
Por outro lado, olhando para a equação mestra de Lindblad, vemos que podemos reescreve-
la em termos dos operadores Iq , de forma que a equação (3.48) cará
ρ̇S (t) = γN (ω0 ) [I− ρS (t), I+ ] + γ(N (ω0 ) + 1) [I+ ρS (t), I− ] + h.c. (3.68)
Calculando a partir disso o valor médio da magnetização hId i numa direção d arbitrária
obtemos, como no caso anterir, uma magnetização transversal e longitudinal dadas por
dMz (t)
= −2Re(γ)(2N (ω0 ) + 1)Mz (3.69a)
dt
dM⊥ (t)
= −Re(γ)(2N (ω0 ) + 1)M⊥ (t) (3.69b)
dt
1
= 2Re(γ)(2N (ω0 ) + 1) = Re [κx (t, Ω) + κy (t, Ω)] (3.70a)
T1
1 1 1
= = Re(γ)(2N (ω0 ) + 1) = Re [κx (t, Ω) + κy (t, Ω)] + κz , (3.70b)
T2 2T1 2
onde vemos que, para o caso de atenuação de amplitude puro, a segunda equação só
vale quando κz = 0b . Assim, estas equações deixam clara a conexão entre o tratamento
semiclássico e o tratamento quântico na dinâmica de sistemas quãnticos abertos.
Iremos agora deduzir uma outra equação mestra para a atenuação de amplitude
através de uma abordagem semiclássica, entretanto, neste caso consideraremos que o
sistema está sob efeito de um campo clássico estocástico.37, 38 Usaremos para isso o for-
malismo de função de onda estocástica,39 onde o estado de um sistema quântico aberto é
descrito por um ensemble de estados puros
A evolução do sistema é recuperada após realizarmos uma média sobre todas as realizações
estocásticas
ρS (t) = ρ(t), (3.72)
ou seja, a média do operador estocástico r(t) coincide com o operador densidade do sistema
ρS (t).
sendo V (t) o termo que representa o campo estocástico, cuja forma é dada por
X
V (t) = ξα (t)Vα , (3.74)
α
onde Vα são operadores que atuam no espaço do sistema e ξα são processos estocásticos
complexos. Assumimos que tais processos são Gaussianos com valor médio nulo, ou seja
ξα (t) = 0, (3.75a)
ξα (t)ξβ (t1 ) = ξα∗ (t)ξβ∗ (t1 ) = 0, (3.75b)
ξα∗ (t)ξβ (t1 ) ≡ χαβ (t, t1 ), (3.75c)
d
ρ(t) = −i [H(t), ρ(t)] , (3.77)
dt
d h i
ρ̃(t) = −i Ṽ (t), ρ̃(t) , (3.79)
dt
X
onde Õ é a o operador O escrito na representação de interação e Ṽ (t) = ξα (t)Ṽα . A
α
solução da equação acima é dada por
com Ũ (t, t0 ) = eiHS t U (t, t0 )e−iHS t0 . Tomando então a média sobre todas as realizações
estocásticas teremos
d d h i
ρS (t) = ρ̃(t) = −i Ṽ (t)ρ̃(t) − ρ̃(t)Ṽ (t) . (3.81)
dt dt
Para calcular os termos dentro dos colchetes usaremos o Teorema de Novikov. A média
de um ruído ξ(t)) e um funcional M[ξ] é dada por
∞
1 t
Z t
δ n M[ξ]
X Z
ξ(t)M[ξ] = dt1 · · · dtn Cn+1 (t, t1 , . . . , tn ) , (3.82)
n=0
n! t0 t0 dξ(t1 ) . . . dξ(tn )
XZ t
δM[{ξγ (t)}]
ξα (t)M[{ξγ (t)}] = dt0 ξα (t)ξβ∗ (t0 ) , (3.83)
β t0 δξβ∗ (t0 )
onde M é um funcional do conjunto de ruídos {ξγ (t)} do qual ξα faz parte e a soma
do lado direito da equação é realizada sobre este conjunto. Usando as equações (3.76) e
50
XZ t
δ ρ̃(t)
Ṽ (t)ρ̃(t) = dt0 χαβ (t, t0 )Ṽα† (t) , (3.84a)
α,β t0 δξβ (t0 )
XZ t
δ ρ̃(t) †
ρ̃(t)Ṽ (t) = dt0 χαβ (t, t0 ) Ṽ (t), (3.84b)
α,β t0 δξβ (t0 ) α
Agora, tomando a derivada funcional com respeito a ξβ (t0 ) com t0 < t0 < t,
(" # )
Z t
δ ρ̃(t) δ ρ̃(t0 ) δ Ṽ (τ ) δ ρ̃(τ )
= −i dτ , ρ̃(τ ) + Ṽ (τ ), , (3.87)
δξβ (t0 ) δξβ (t0 ) t0 δξβ (t0 ) δξβ (t0 )
onde utilizamos a regra da cadeia para derivadas funcionais. Se assumirmos que o estado
inicial ρ(t0 ) é descorrelacionado com o ruído o primeiro termo do lado direito desta equação
se anula. Analogamente ρ̃(τ ) não pode ser afetado pelo ruído ξβ (τ 0 ) quando τ < t0 e, dessa
forma, o limite de integração inferior para o terceiro termo do lado direito é t0 . Para o
segundo termo, usando o fato que
δξα (τ )
= δαβ δ(τ − t0 ), (3.88)
δξβ (t0 )
teremos
δ Ṽ (τ ) X δξα (τ )
= Ṽα (τ ) = Ṽβ (τ )δ(τ − t0 ). (3.89)
δξβ (t0 ) α
δξβ (t0 )
δ ρ̃(t0 ) h i
= −i Ṽβ (t0
), ρ̃(t 0
) , (3.91)
δξβ (t0 )
onde usamos a condição (3.91). Do fato que os operadores Ũ (t, t0 ) são unitários, podemos
reescrever ρ̃(t0 ) em termos de ρ̃(t) com
δ ρ̃(t) h i
= −i Ũ (t, t0
)Ṽ β (t0
)Ũ †
(t, t0
), ρ̃(t) . (3.95)
δξβ (t0 )
Com uma fórmula para a derivada funcional a equação mestra (3.85) pode nal-
mente ser escrita como
Z t i
d X h
ρ̃S (t) = − 0
dt χαβ (t, t ) 0
Ṽα† (t), Ũ (t, t0 )Ṽβ (t0 )Ũ † (t, t0 ), ρ̃(t) . (3.96)
dt α,β t0
XZ t h h ii
= − 0 0 0
dt χαβ (t, t ) Ṽα (t) Ṽβ (t ), ρ̃S (t) . (3.97)
α,β t0
52
1X t 0
Z
d 0
hh
† 0
i i
ρ̃S (t) = − dt χαβ (t, t ) Ṽα (t), Ṽβ (t ) , ρ̃S (t)
dt 2 α,β t0
XZ t
1n † o
0 0 0 † 0
+ dt χαβ (t, t ) Ṽβ (t )ρ̃S (t)Ṽα (t) − Ṽα (t)Ṽβ (t ), ρ̃S (t)
α,β t0
2
XZ t
1n o
+ 0 0 † 0
dt χαβ (t, t ) Ṽα (t)ρ̃S (t)Ṽβ (t ) − Ṽβ (t )Ṽα (t), ρ̃S (t) (. 3.98)
0 †
α,β t0
2
O primeiro termo do lado direito da equação ainda pode ser reescrito como
onde Z t
iX h i
Hef (t) = − dt0 χαβ Ṽα† (t), Ṽβ (t0 ) , (3.100)
2 α,β t0
XZ t
i h i
= − χαβ (t, t0 ) Ṽα† (t), Ṽβ (t0 ) = Hef (t), (3.101)
2 α,β t0
onde usamos o fato de que para cada α existe um β tal que Vα† = Vβ e ξα∗ = ξβ , e
ξβ (t)ξα∗ (t0 ) = ξα∗ (t0 )ξβ (t) = χαβ (t0 , t). (3.102)
Podemos usar esta última relação no terceiro termo da equação mestra, cando com
d
ρ̃S (t) = −i [Hef (t), ρ̃S (t)]
dt
XZ t
1n † o
0 0 0 † 0
= dt χαβ (t, t ) Ṽβ (t )ρ̃S (t)Ṽα (t) − Ṽα (t)Ṽβ (t ), ρ̃S (t)
α,β t0
2
XZ t
1n † 0 o
= 0 0 † 0
dt χαβ (t, t ) Ṽβ (t)ρ̃S (t)Ṽα (t ) − Ṽα (t )Ṽβ (t), ρ̃S (t) (. 3.103)
α,β t0
2
De forma similar ao que zemos para o caso do banho bosônico, podemos consi-
53
X
Ṽβ (t) = e−iωt Vβ (ω), (3.104a)
ω
0
X
Ṽα† (t) = eiω t Vα† (ω 0 ). (3.104b)
ω0
d
ρ̃S (t) = −i [Hef (t), ρ̃S (t)]
dt
X 1 †
†
(3.105)
+ ηαβω (t) Vβ (ω)ρ̃S (t)Vα (ω) − V (ω)Vβ (ω), ρ̃S (t)
α,β,ω
2 α
Atenuação de Amplitude
0
χ11 (t, t0 ) = ξ1∗ (t)ξ1 (t0 ) = eiω(t−t ) u∗ (t)u(t0 ) (3.110a)
0
χ22 (t, t0 ) = ξ2∗ (t)ξ2 (t0 ) = e−iω(t−t ) u(t)u∗ (t0 ). (3.110b)
Assumindo que as correlações são homogêneas no tempo temos u∗ (t)u(t0 ) = u(t)u∗ (t0 )
≡ S(τ ) onde τ = t − t0 . Assim, as taxas de decaimento carão
Z t
dτ χ11 (τ )e−iω0 τ + χ11 (−τ )eiω0 τ
η1,1,−ω0 (t) =
Z0 t
dτ S(τ ) eiωτ e−iω0 τ + e−iωτ eiω0 τ
=
0
Z t
= 2 dτ S(τ ) cos(∆ωτ ) ≡ η(t) (3.111)
0
Capítulo 4
Considerando que o q-bit evolui sob efeito de uma atenuação de amplitude advinda
tanto do reservatório bosônico quanto do bombeamento externo, a evolução temporal do
estado ρ(t) de S é uma combinação das equações (3.48) e (3.113)
d 1 1
(4.1)
ρ(t) = γ1 σ+ ρ(t)σ− − σ− σ+ , ρ(t) + γ2 σ− ρ(t)σ+ − σ+ σ− , ρ(t)
dt 2 2
1
ṅ1 = − (γ1 (t) + γ2 (t))n1 (t) (4.2a)
2
56
1
ṅ2 = − (γ1 (t) + γ2 (t))n2 (t) (4.2b)
2
ṅ3 = −(γ1 (t) + γ2 (t))n3 (t) + (γ1 (t) − γ2 (t)). (4.2c)
Para que possamos saber quão precisas são nossas estimativas, precisamos calcular
a informação de Fisher QT referente a temperatura para S . Conforme já foi discutido no
Capítulo 2, quando utilizamos a representação de Bloch para descrever ρ(t), a informação
de Fisher pode ser reescrita como
3
X 2 n2 (t) 2
(4.3)
QT = ∂T nj (t) + 2
∂T n(t) .
j=1
1 − n (t)
(∂T n3 (t))2
QT ≥ QL ≡ (4.4)
1 − n3 (t)2
cuja saturação indica que as medidas de energia passam a ser as medidas ótimas para se
fazer estimativas da temperatura. Devemos notar que em todos os casos explorados nesta
tese a informação de Fisher QT será dependente da própria temperatura que desejamos
estimar, o que está de acordo com o esperado pela teoria que expusemos anteriormente
referente a estimação de parâmetros em sistemas abertos.
O vetor de Bloch pode ser reescrito em termos das coordenadas esféricas, isto é,
~n(t) = r(t)(sen θ(t) cos φ(t), sen θ(t)sen φ(t), cos θ(t)). Fixamos então r(0) = 1 de forma
que o estado inicial sempre seja puro. Além disso escolhemos φ(0) = 0, pois, como pode
ser vericado analiticamente, a equação (4.3) independe de φ(t), e dessa forma o estado
inicial se modica apenas com variações no ângulo polar θ(0).
0.05
0.03
0.04
0.02 0.03
0.02
0.01
0.01
0.00 0.00
0 1 2 3 4 5 6 7 0 1 2 3 4 5 6 7
t(s) t(s)
Figura 4.1 Grácos para a informação de Fisher QT (linha preta sólida) e a quantidade
QL (tracejado em vermelho) que determina a precisão do procedimento de
estimação baseado em medidas diretas de energia no sistema S . Em todos
os grácos o estado ρ(0) de S é puro, com ângulo azimutal nulo e com
ângulo polar dado por (a) θ(0) = 0; (b) θ(0) = π/4;(c) θ(0) = π/2; e (d)
θ(0) = π . A temperatura T é dada por 2ω0 e γ = 1. Note que quando
o sistema é preparado em um estado diagonal (θ(0) = 0 e θ(0) = π ), a
desigualdade (4.4) é saturada e ambas as curvas coincidem.
Fonte: Elaborada pelo autor.
(correspondendo a uma melhor precisão) para valores nitos de t. Além disso, vemos que
os resultados mais precisos são obtidos quando o estado inicial é o estado fundamental
(θ0 = π ). Os grácos também mostram que para θ0 = 0 e θ0 = π , ambos estados iniciais
diagonais, ocorre a saturação da desigualdade (4.4), enquanto que para outros estados ini-
ciais isto só seria possível para t → ∞ uma vez que o sistema entra em equilíbrio térmico
assintoticamente.
Baseando-nos no trabalho realizado por Costa-Filho et. al,40 aplicamos dois di-
ferentes tipos de bombeamentos estocásticos em nosso sistema S : o ruído de Ornstein-
58
Ω −t/τc
S(t) = e (4.5)
2τc
0.10 0.4
T=0.1ω0
γ1 (unidades de energia)
η (unidades de energia)
0.3 T=0.33ω0
0.05 T=0.5ω0
0.2
0.00 0.1
0.0
-0.05
0 2 4 6 8 10 12 14 0 2 4 6 8 10 12 14
t(s) t(s)
Figura 4.2 Taxas de decaimento η(t) e γ1 (t) como funções do tempo usando o bombe-
amento exponencial para três temperaturas diferentes: T = 0, 10ω0 (linha
preta sólida), T = 0, 33ω0 (curva tracejada vermelha) e T = 0, 50ω0 (linha
laranja sólida). Todas as curvas usam: ∆ω = 1, τc = 8, 5, Ω = 0, 91 e
γ = 1.
Fonte: Elaborada pelo autor.
T=0,3 0 ω
Ainda mais notável é a presença de um ponto de máximo global que emerge para
t ≈ 5, 5s. Este máximo, cuja amplitude é aproximadamente cinco vezes maior que a
informação de Fisher quando Ω = 0, é denido pelos parâmetros do bombeamento e pelo
estado inicial ρ(0). Além disso o instante em que este máximo ocorre coincide com o
período da oscilação da pureza de ρ(t) devido a presença do bombeamento externo. O
gráco (4.4) mostra a evolução da pureza do sistema com e sem o ruído. A pureza do
60
QTExp (Ω=0.91)
15 QT (Ω=0) 15
QLExp (Ω=0.91)
10 QL (Ω=0) 10
5 5
0 0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
t(s) t(s)
(c) θ(0) = π/2 (d) θ(0) = π
25
20
20
15
15
10
10
5
5
0 0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
t(s) t(s)
Figura 4.3 Grácos para a informação de Fisher QT sem ruído (linha preta sólida)
e QT Exp com ruído exponencial (linha azul sólida) e as quantidades QL
(tracejado em vermelho) e QLExp (tracejado em laranja) que determinam
a precisão do procedimento de estimação baseado em medidas diretas de
energia no sistema S . Em todos os grácos o estado ρ(0) de S é puro,
com ângulo azimutal nulo e com ângulo polar dado por (a) θ(0) = 0;
(b) θ(0) = π/4;(c) θ(0) = π/2; e (d) θ(0) = π . Todas as curvas usam:
T = 0, 3ω0 , ∆ω = 1, τc = 8, 5 e γ = 1. Neste caso a evolução do sistema é
dominada pela inuência do ruído externo.
Fonte: Elaborada pelo autor.
61
1.00
ρbomb
ρ
ρ(eq)
0.95
ρbomb (eq)
Tr(ρ2 )
0.90
0.85
0 2 4 6 8 10
t
Figura 4.4 Gráco da evolução da pureza do sistema com (linha azul sólida) e sem
(linha vermelha sólida) bombeamento estocástico exponencial . Os trace-
jados cinza e preto representam o estado de equilíbrio (ρ(t → ∞)) com e
sem o bombeamento, respectivamente. Vemos que na presença do campo
estocástico a pureza retorna a valores muito próximos de 1 em t ≈ 5, 5, que
coincide com o t do máximo global de QT . Os parâmetros utilizados foram:
Ω = 0.91, τ = 8.5, ∆ω = 1, γ = 1, θ0 = π e T = 0.3ω0 .
Fonte: Elaborada pelo autor.
estado ρ(t) completa seu primeiro período em t ≈ 5, 5s, chegando novamente a valores
muito próximos de 1 para T < 0.3ω0 . Devemos ressaltar que estamos lidando também
com um caso limíte do modelo utilizado, pois, para T ≤ 0.28ω0 , a pureza atinge valores
maiores que 1 que não possuem sentido físico e por conta disso não serão explorados.
T=2 0ω
0.05
0.03
0.04
0.02 0.03
0.02
0.01
0.01
0.00 0.00
0 1 2 3 4 5 6 7 0 1 2 3 4 5 6 7
t(s) t(s)
Figura 4.5 Grácos para a informação de Fisher QT sem ruído (linha preta sólida)
e QT Exp com ruído exponencial (linha azul sólida) e as quantidades QL
(tracejado em vermelho) e QLExp (tracejado em laranja) que determinam
a precisão do procedimento de estimação baseado em medidas diretas de
energia no sistema S . Em todos os grácos o estado ρ(0) de S é puro,
com ângulo azimutal nulo e com ângulo polar dado por (a) θ(0) = 0;
(b) θ(0) = π/4;(c) θ(0) = π/2; e (d) θ(0) = π . Todas as curvas usam:
T = 0, 3ω0 , ∆ω = 1, τc = 8, 5 e γ = 1. Neste caso a evolução do sistema é
dominada pela inuência do reservatório bosônico.
Fonte: Elaborada pelo autor.
4.5, pois se aproximam do caso sem bombeamento externo. O comportamento das curvas
para cada estado inicial se mantém com ou sem presença de ruído e o estado fundamental
θ0 = π continua se mantendo aquele com os maiores valores para a informação de Fisher.
Ω −(t/τc )2
S= √ e . (4.7)
τc π
63
T=0,3 0 ω
T=2 0ω
Para temperaturas mais altas, vemos novamente a evolução do q-bit ser dominada
pela interação com o reservatório térmico, resultando nos grácos da gura 4.7 muito
similares ao caso do ruído exponencial.
5 5
0 0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
t(s) t(s)
(c) θ(0) = π/2 (d) θ(0) = π
30 40
25
30
20
15 20
10
10
5
0 0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
t(s) t(s)
Figura 4.6 Grácos para a informação de Fisher QT sem ruído (linha preta sólida)
e QT Gauss com ruído gaussiano (linha azul sólida) e as quantidades QL
(tracejado em vermelho) e QLGauss (tracejado em laranja) que determinam
a precisão do procedimento de estimação baseado em medidas diretas de
energia no sistema S . Em todos os grácos o estado ρ(0) de S é puro,
com ângulo azimutal nulo e com ângulo polar dado por (a) θ(0) = 0;
(b) θ(0) = π/4;(c) θ(0) = π/2; e (d) θ(0) = π . Todas as curvas usam:
T = 0, 3ω0 , ∆ω = 1, τc = 8, 5 e γ = 1. Neste caso a evolução do sistema é
dominada pela inuência do ruído externo.
Fonte: Elaborada pelo autor.
65
0.05
0.03
0.04
0.02 0.03
0.02
0.01
0.01
0.00 0.00
0 1 2 3 4 5 6 7 0 1 2 3 4 5 6 7
t(s) t(s)
Figura 4.7 Grácos para a informação de Fisher QT sem ruído (linha preta sólida)
e QT Gauss com ruído gaussiano (linha azul sólida) e as quantidades QL
(tracejado em vermelho) e QLGauss (tracejado em laranja) que determinam
a precisão do procedimento de estimação baseado em medidas diretas de
energia no sistema S . Em todos os grácos o estado ρ(0) de S é puro,
com ângulo azimutal nulo e com ângulo polar dado por (a) θ(0) = 0; (b)
θ(0) = π/4;(c) θ(0) = π/2; e (d) θ(0) = π . Todas as curvas usam: T = 2ω0 ,
∆ω = 1, τc = 8, 5 e γ = 1. Neste caso a evolução do sistema é dominada
pela inuência do reservatório bosônico.
Fonte: Elaborada pelo autor.
66
67
Capítulo 5
5.1 O Modelo
" #
√ 1 0
E0a
= γT p (5.1a)
0 1 − a(t)
" p #
√ 0 a(t)
E1a = γT (5.1b)
0 0
"p #
1 − a(t) 0
(5.1c)
p
E2a = 1 − γT
0 1
68
" #
0 0
(5.1d)
p
E3a = 1 − γT p
a(t) 0
" # " p #
ρ11 (t) ρ12 (t) γT a(t) + (1 − a(t))(1 − ρ11 (0)) 1 − a(t)ρ12 (0)
= p .
ρ21 (t) ρ22 (t) 1 − a(t)ρ21 (0) (1 − γT )a(t) + (1 − a(t)ρ11 (0)
(5.2)
Derivando a matriz densidade acima no tempo encontraremos um sistema de quatro equa-
ções diferenciais que, por construção, deverão ser equivalentes as equações geradas pela
equação mestra para a atenuação de amplitude. Após alguma manipulação algébrica
encontraremos
Rt
T1 (τ )−1 dτ
a(t) = 1 − e− 0 , (5.3)
No artigo de Céleri et. al. foi proposto um método de proteção de estado para
um modo de cavidade cuja frequência modulada ω(t) foi gerada através de uma interação
átomo-campo.41 Para isso foi utilizado o formalismo da equação mestra assumindo uma
taxa de decaimento proporcional a
ξ2
(5.4)
[ω(t) − ν]2 + ξ
Γ0
η ≡ , (5.6)
ζ
ξ Γ0
ε ≡ ∼ , (5.7)
χ χ
Diogo et. al. aplicaram as mesmas idéias propostas por Celeri para um q-bit, mas
levando em conta o formalismo de Redeld conforme apresentado no Capítulo 3.36 As
mesmas conclusões para o modo de cavidade valem para o q-bit, mas sem a necessidade de
se impor uma forma especíca para o acoplamento sistema-banho, uma vez que uma taxa
de decaimento Lorentziana e dependente do tempo surge automaticamente do formalismo
de Redeld aplicado a sistemas de RMN.43
com T1 (t) denido pela equação (3.67). Assim, para que a decoerência seja evitada é
necessário que façamos T1 (t) assumir valores maiores que o caso estático T10 (equivalente
a Γ−1
0 para o caso do modo de cavidade). Se considerarmos um ambiente isotrópico e
homogêneo, através das equações (3.59), (3.67) e (5.5) encontraremos a seguinte expressão
para D
Z τ Z τ2
τ1 χ 2 τ1
D(τ ) = 2(γn λT10 )2 dτ2 dτ1 exp −T10 cos T1 ωL τ1 + 2 sen 2
0
(5.9)
0 0 τ0 ζ η
70
na qual realizamos a mudança de variável τ = t/T10 e η = (T10 ζ)−1 onde T10 é o valor
estatíco de T1 (t). O fator giromagnético γn e utuação estocástica da rede na direção q ,
λ ≡ λq , são denidos na equação (3.57).
Fisher.
n1 (t) = ρ21 (t) + ρ12 (t) = r(0)e−D(t)/2 cos φ(0)sen θ(0) (5.10a)
n2 (t) = −i (ρ21 (t) − ρ12 (t)) = r(0)e−D(t)/2 sen φ(0)sen θ(0) (5.10b)
n3 (t) = 2ρ11 (t) − 1
h ω i
L
= r(0) cos θ(0) − (1 − e−D(t) ) r cos θ(0) + tanh . (5.10c)
2T
1.0
0.8
0.6
a(τ)
χ=0
0.4 η=10-1 , χζ =1
η=10-3 , χζ =10
0.0
0 2 4 6 8
τ
Figura 5.1 Gráco da função de decaimento a(τ ) para alguns valores dos parâmetros de
controle η e χ/ζ . A linha azul representa o caso sem controle de coerência,
ou seja, quando χ = 0. As outras três linhas mostram o efeito do controle
efetivo no processo de relaxamento devido a modulação da frequência.
Fonte: Elaborada pelo autor.
72
0.025
0.020
0.020
0.015
0.015
QT
QT
χ=0 0.010
0.010
η=10-1 , χζ =1
0.005 0.005
η=10-2 , χζ =10
η=10-3 , χζ =10
0.000 0.000
0 1 2 3 4 5 6 7 0 1 2 3 4 5 6 7
t t
(c) θ(0) = π/2 (d) θ(0) = π
0.06
0.04
0.05
0.03 0.04
0.03
QT
QT
0.02
0.02
0.01
0.01
0.00 0.00
0 1 2 3 4 5 6 7 0 1 2 3 4 5 6 7
t t
Capítulo 6
Conclusões
Dessa forma é necessário cautela com relação a mudanças dos valores dos parâ-
metros, pois no regime de baixas temperaturas estamos trabalhando próximos ao limite
físico do modelo utilizado: para temperaturas inferiores a ∼ 0.28ω0 a pureza da matriz
densidade passou a assumir valores maiores que a unidade, algo que não possui signicado
físico. Por conta disso nos restringimos aos valores apresentados no trabalho de Inácio et.
al. Uma desvantagem clara do sistema estudado é que, em comparação ao regime de altas
76
Apesar de ser um resultado interessante isto gera uma complicação para implemen-
tação experimental pois seria necessário criar um novo estimador ótimo, uma vez que não
poderíamos mais usar a energia como medida para extrair a temperatura. Apesar disso, o
caso em que θ(0) = π , que permite a utilização da energia como estimador, ainda possui
uma janela de tempo atrativa o suciente para ser explorada em um possível experimento.
77
Referências
5 ABBOTT, B.P. et al., Observation of gravitational waves from a binary black hole
merger. Physical Review Letters, v. 116, n. 6, p. 061102, 2016.
9 BRAUNSTEIN, S.L.; CAVES, M.C. Statistical distance and the geometry of quantum
states. Physical Review Letters, v. 72, n. 3, p. 3439, 1994.
11 RAO, C.R. Linear statistical inference and its applications. New York: Wiley,
1973.
27 CORREA, L.A. et al. Individual quantum probes for optimal thermometry. Physical
Review Letters, v. 114, n. 2, p. 220405, 2015.
35 RIVAS, A.; HUELGA, S.F. Open quantum systems. Berlin: Springer, 2012.
37 BUDINI, A.A. Quantum systems subject to the action of classical stochastic elds.
Physical Review A, v. 64, n. 5, p. 052110, 2001.
42 CÉLERI, L.C.et al. Number of particle creation and decoherence in the nonideal
dynamical Casimir eect at nite temperature. Annals of Physics, v. 324 , n. 10, p.
2057-2073, 2009.
44