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1. A coerência textual resulta da interação entre a informação apresentada nos textos e o nosso
conhecimento do mundo.
Relações de
intertextualidade
Relações • semelhança (estabelece-se uma relação de proximidade, igualdade
intratextuais ou de identidade/equivalência entre duas partes do texto;
• oposição – estabelece-se uma relação de oposição ou de contraste
entre duas ou mais partes do texto;
• causa-consequência – numa parte do texto apresenta-se a
causa/origem de algo e noutra parte apresenta-se o efeito / a
consequência;
• parte-todo – numa parte do texto apresenta-se algo na sua totalidade
e noutra parte apresenta-se as partes que compõem essa totalidade;
• genérico-específico – numa parte do texto apresenta-se informação
genérica/ geral e noutra parte do texto apresenta-se informação
específica/particular, relacionada com essa informação genérica.
Campos lexicais e
semânticos
Mecanismos
sintáticos (coesão
textual)
4. Para que os textos tenham coerência, é necessário ter em conta alguns mecanismos. Por exemplo:
Calçada portuguesa
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que, apesar de a autarquia não revelar valores, se sabe que é elevada. Só a cidade de Ponta
0
Delgada gasta, anualmente, cerca de 300 mil euros. “Corremos o risco de ter mais calçada
portuguesa no estrangeiro do que cá”, diz Ernesto Matos, que já a encontrou em Malaca, na
Malásia, em Pequim, na China, na Califórnia, nos EUA, ou em Praga, na República Checa.
Mecanismos Exemplos
Na coordenação, os factos A calçada portuguesa nasceu em Seria incoerente dizer: A calçada
descritos são apresentados Lisboa, espalhou-se pelo país, portuguesa nasceu em Lisboa,
segundo a ordem por que alastrou pelo mundo. alastrou pelo mundo, espalhou-
acontecem. se pelo país.
Na subordinação, é possível Faltam calceteiros profissionais Relação de causa-efeito
reconhecer uma relação de porque a Escola de Calceteiros
causa-efeito, de condição ou formou poucos.
consequência entre os Os calceteiros são tão poucos, Relação de consequência.
acontecimentos descritos. que não chegam para fazer a
manutenção da calçada.
Se houvesse mais calceteiros, as Relação de condição.
calçadas estariam em melhor
estado.
A ordenação é feita de acordo Faltam calceteiros profissionais Primeiro apresenta-se o todo
com relações lógicas (ex. classe- que façam a calçada como (“calçada”), depois as partes –
elemento, todo-parte) ou segundo manda a tradição: pedras bem “pedras” (parte que
a forma como percecionamos a cortadas, com o máximo de dois percecionamos em primeiro
realidade. milímetros de separação, coladas lugar) e “areia” (parte que
com areia lavada pelo rio. percecionamos em segundo
lugar).
Fonte: Encontros – 11.º Ano, pp. 320-321.
Aplicação
1. Lê o texto.
A calçada portuguesa no mundo
Numa viagem à volta do mundo, Ernesto Matos registou fotograficamente a presença da calçada
portuguesa nos mais variados locais: Açores, Madeira, Moçambique, Macau, Hong Kong, Xangai,
Pequim, S. Francisco (EUA), Honululu (EUA), Rio de Janeiro, Praga, Alicante, Bruxelas, Gibraltar,
Timor, e tantos outros.
5 Abordando o tema em todos os seus aspetos: a história, o desenho, a geologia, a colorimetria,
etc., Ernesto Matos refere que a calçada portuguesa é mais do que uma simples aplicação de pedra
natural e deve ser vista como uma expressão cultural de matriz portuguesa cujos alicerces remon-
tam a uma herança histórica de um misto de cultura e tecnologia de construção dos romanos e dos
árabes que acabou por se impor em Portugal no século XIV durante o reinado de D. João II.
“A calçada portuguesa no mundo” [Em linha]. Câmara Municipal de Cascais [Consult. em 21-01-2017].
1.1. Transcreve do texto exemplos que demonstrem que a informação é apresentada de acordo com a
forma como percecionamos a realidade:
a. do mais geral para o mais específico;_________________________________________________
b. de acordo com uma relação de efeito-causa.___________________________________________
SOLUÇÕES
1.1. a. “a história, o desenho, a geologia, a colorimetria” (l. 5). b. “deve ser vista como uma expressão cultural
de matriz portuguesa cujos alicerces remontam a uma herança histórica de um misto de cultura e tecnologia de
construção dos romanos e dos árabes” (ll. 7-8).