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Estatuto Do Desarmamento PDF
Estatuto Do Desarmamento PDF
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
ESTATUTO DO DESARMAMENTO
TEMA
DA SEGURANÇA PÚBLICA
Homicídio (vida)
Estado de Segurança (incolumidade
pública)
Furto (patrimônio)
Perigo Lesão
HC 132919 / SP (STJ – 5ª TURMA - DJe 13/10/2009)
HABEAS CORPUS. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO (ART. 14 DA LEI
10.826/03). PACIENTE CONDENADO A 2 ANOS DE RECLUSÃO, EM
REGIME SEMIABERTO. PORTE ILEGAL DE MUNIÇÃO. CRIME DE PERIGO
ABSTRATO. CONDUTA TÍPICA. PRECEDENTES DESTA CORTE. PARECER
DO MPF PELA DENEGAÇÃO DA ORDEM. ORDEM DENEGADA.
1. Na linha de precedentes desta Corte, para configuração do delito
previsto no art. 14 da Lei 10.826/03, basta o porte de munição sem a
devida autorização da autoridade competente. 2. É irrelevante a não-
apreensão de arma de fogo compatível com os projéteis para o
reconhecimento da tipicidade do delito, eis que a conduta de portar
munição coloca em risco a paz social, bem jurídico a ser
protegido pelo artigo art. 14 da Lei 10.826/03. Precedentes. 3.
Parecer do MPF pela denegação da ordem. 4. Ordem denegada.
CC 98787 / RJ (STJ - 3ª SEÇÃO - DJe 23/09/2009)
SUJEITO PASSIVO
COLETIVIDADE
ELEMENTO SUBJETIVO
REGRA EXCEÇÃO
DOLO CULPA
Art. 13 CAPUT ED
NATUREZA DOS DELITOS E OFENSIVIDADE
DISCUSSÕES
2. É raciocínio que se funda em axiomas da moderna teoria geral do Direito Penal; para
o seu acolhimento, convém frisar, não é necessário, de logo, acatar a tese mais radical
que erige a exigência da ofensividade a limitação de raiz constitucional ao legislador, de
forma a proscrever a legitimidade da criação por lei de crimes de perigo abstrato ou
presumido: basta, por ora, aceitá-los como princípios gerais contemporâneos da
interpretação da lei penal, que hão de prevalecer sempre que a regra incriminadora os
comporte. 3. Na figura criminal cogitada, os princípios bastam, de logo, para elidir a
incriminação do porte da arma de fogo inidônea para a produção de disparos: aqui,
falta à incriminação da conduta o objeto material do tipo.
RHC 81057 / SP - (STF - 1ª Turma - DJ 29-04-2005)
EMENTA: Arma de fogo: porte consigo de arma de fogo, no entanto,
desmuniciada e sem que o agente tivesse, nas circunstâncias, a pronta
disponibilidade de munição: inteligência do art. 10 da L. 9437/97:
atipicidade do fato:
...
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou
munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu
local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do
estabelecimento ou empresa: Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Lei 9437/97
Art. 10. Possuir, deter, portar, fabricar, adquirir, vender, alugar, expor à venda ou
fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente,
emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda e ocultar arma de fogo, de uso
permitido, sem a autorização e em desacordo com determinação legal ou
regulamentar. Pena - detenção de um a dois anos e multa. (...)
Art. 30. Os possuidores e proprietários de armas de fogo não registradas
deverão, sob pena de responsabilidade penal, no prazo de 180 (cento e
oitenta) dias após a publicação desta Lei, solicitar o seu registro
apresentando nota fiscal de compra ou a comprovação da origem lícita da
posse, pelos meios de prova em direito admitidos. (Vide Lei nº 10.884, de 2004)
(Vide Lei nº 11.118, de 2005) (Vide Lei nº 11.191, de 2005)
(31/12/2008 e 31/12/2009)
LEI Nº 11.706, DE 19 DE JUNHO DE 2008.
Art. 1o Os arts. 4o, 5o, 6o, 11, 23, 25, 28, 30 e 32 da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, passam
a vigorar com a seguinte redação:
(...)
“Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso permitido ainda não registrada
deverão solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante apresentação de documento
de identificação pessoal e comprovante de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de compra ou
comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou declaração firmada
na qual constem as características da arma e a sua condição de proprietário, ficando este dispensado do
pagamento de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III do caput do
art. 4o desta Lei. (...)
“Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la, espontaneamente,
mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na forma do regulamento, ficando extinta
a punibilidade de eventual posse irregular da referida arma.
Parágrafo único. (Revogado).” (NR) (...)
Art. 4o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 19 de junho de 2008; 187o da Independência e 120o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Tarso Genro
POSSE DE ARMA DE FOGO
LEI TEMPORÁRIA
LEI DE ANISTIA (Art. 48 VIII C.R.)
ABOLITIO CRIMINS
HC 124454 / PR (STJ – 5ª TURMA - DJe 03/08/2009)
n.º 11.706/2008, prorrogou até o dia 31 de dezembro de 2008 apenas o prazo para a
“A Lei 10.826/03, em seu artigo 30, deu prazo de cento e oitenta dias, para que as pessoas
regularizem as armas que possuem. Deste modo, adiou a criminalização da posse ou
guarda de arma, prevista no artigo 12 da mesma legislação. Isto ainda implica na
abolitio criminis, ou seja, não existe delito os fatos praticados anteriormente à lei
e que ainda encontram na vigência do prazo mencionado anteriormente. Destaca-
se que o prazo para a regularização da arma tem sido prorrogado através de decretos e a última
data fatal para os efeitos do artigo 30 foi a do mês de outubro passado...” (Apelação
70013793922, Rel. Sylvio Baptista Neto).
HC 57275 / SP (STJ – 6ª TURMA - DJe 08/09/2009)
“ (...) Na linha da jurisprudência pacificada nesta Corte, a abolitio criminis temporária, trazida pelos arts. 30 e
32 da Lei nº 10.826/03, alcança também os crimes de posse ilegal de arma cometidos na vigência da Lei nº
9.437/97. 3. No caso, o paciente detinha em sua residência uma arma de fogo sem que possuísse autorização legal.
(...)”
HABEAS CORPUS. Posse ilegal de arma de fogo. Abolitio criminis. Não-ocorrência. Pretensão
puni-tiva. Prescrição. Não-demonstração. Pena restritiva de direitos. Descumprimento.
Justificativa. Neces-sidade. Não há que se cogitar da abolitio criminis, eis que a posse de
arma de fogo, sem o competente registro, continua incriminada pelo Estatuto do
Desarmamento, tal como ocorria no regime da Lei nº 9.437/97. Por outro lado, a inicial da
impetração não veio devidamente instruída, de modo a autorizar, de plano, o reconhecimento da
prescrição. De outro lado, não há nos autos informação acerca da efetiva intimação do paciente
para apresentação de sua justificativa para o descumprimento da prestação de serviços
comunitários, que, pelo que os autos revelam já foi, em parte, satisfeita, devendo o agente
aguardar em liberdade o esclarecimento de sua real situação pelo Juízo da VEP. Ordem
parcialmente concedida.
Lei 10.826/2003: Atipicidade Temporária e Posse de Arma de Fogo
Decreto 2222/97
(08/11/97)
RHC 6726 / SP (STJ – 5ª TURMA - DJ 24/11/1997 p. 61252)
Porte Porte
HC 42153 / SP (STJ – 6ª TURMA - Relator(a) Ministro HAMILTON CARVALHIDO
- DJe 22/09/2008)
CRIMES EM ESPÉCIE
LEI 10826/03
FUNCIONAL Art. 6º ED
DE SUBSISTÊNCIA Art. 6º § 5º ED
ART. 12 ED
Posse irregular de arma de fogo de uso permitido
Posse irregular de arma de fogo de uso permitido
... II - Não se pode confundir posse de arma de fogo com o porte de arma de fogo. Com o
advento do Estatuto do Desarmamento, tais condutas restaram bem delineadas. A posse
consiste em manter no interior de residência (ou dependência desta) ou no local de trabalho
a arma de fogo. O porte, por sua vez, pressupõe que a arma de fogo esteja fora da
residência ou local de trabalho (Precedentes). III - Os prazos a que se referem os artigos
30, 31 e 32, da Lei nº 10.826/2003, só beneficiam os possuidores de arma de fogo, i.e.,
quem a possui em sua residência ou local de trabalho. Ademais, cumpre asseverar que,
no tocante a tais prazos, deve se atentar para o seguinte: o interstício se iniciou em
23/12/2003 e teve seu termo final prorrogado até 23/10/2005 (cf. medida provisória nº
253/2005 convertida na lei 11.191/2005), no tocante à posse irregular de arma de fogo ou
munição de uso permitido e restrito ou proibido. Esse termo final acabou novamente
estendido até 31 de dezembro de 2008, alcançando, na hipótese, todavia, somente os
possuidores de arma de fogo de uso permitido (nos exatos termos do art. 1º da Medida
Provisória nº 417, de 31 de janeiro de 2008, convertida na Lei 11.706, de 19 de junho de
2008, que conferiu nova redação aos arts. 30 e 32 da Lei 10.826/03).
ART. 13 ED
Omissão de Cautela
Omissão de cautela
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18
(dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de
fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:
Qualidade especial
DISCUSSÃO
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar,
ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob
guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem
autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Art. 26. O titular de porte de arma de fogo para defesa pessoal concedido nos termos
§ 2o Aplica-se o disposto no §1o deste artigo, quando o titular do Porte de Arma de Fogo
esteja portando o armamento em estado de embriaguez ou sob o efeito de drogas ou
medicamentos que provoquem alteração do desempenho intelectual ou motor.
QUESTÕES RELATIVAS AO PORTE FUNCIONAL
DISCUSSÕES
“... Os autos informam ter sido o Paciente denunciado como incurso nas sanções
do art. 3º, alínea “j”, da Lei nº 4.898/65, por 2 (duas) vezes, na forma do art. 70 do
CP, em concurso material com o art. 339, do Código Penal, pelo fato de ter, na
qualidade de Delegado de Polícia Civil, impedido o acesso armado de policiais
federais na Boate 021, localizada na Barra da Tijuca, bem como dado causa à
instauração de procedimentos juntos à Corregedoria Regional da Polícia Federal
e à 16ª Delegacia de Polícia do Estado do Rio de Janeiro, ao imputar aos
referidos policiais a conduta criminosa de porte de arma em estado de
embriaguez. ... Acrescentam que, mesmo considerando que o Paciente tenha,
dolosa e falsamente, atribuído aos referidos agentes federais a conduta de porte
de arma em estado de embriaguez, ainda assim, não restaria configurado o crime
do art. 339, do CP, pois tal conduta não configura qualquer crime previsto no
ordenamento jurídico pátrio, tratando-se de conduta irrelevante sob o ponto de
vista penal ...”
INTEIRO TEOR – DECISÃO
“... Ou seja, portar armas embriagado não é, em si, um fato criminoso, e sim terá
uma consequência administrativa.
Mesmo que, ao invés do Estatuto das Armas, consideremos os termos do
decreto 5123/2004, citado pelo MPF na denúncia, continua a ser atípica a
conduta do paciente. Isso porque o decreto (praticamente repetindo os termos do
Estatuto), limita-se a dizer (art. 26, § 1o) que o portador encontrado em
embriaguez terá seu porte de arma cassado e a arma apreendida.
Assim, conclui-se que RÔMULO não afirmou a embriaguez dos agentes;
mas, ainda que o tivesse feito, não cometeu fato típico, porque não existe
no Direito Brasileiro o crime de “portar arma embriagado”. ...”
DISCUSSÕES
O PORTE DE MUNIÇÃO
ISOLADAMENTE CONSIDERADA É
CRIME?
Porte Ilegal de Munição
A Turma iniciou julgamento de habeas corpus em que se pretende, por
ausência de potencialidade lesiva ao bem juridicamente protegido, o
trancamento de ação penal instaurada contra denunciado pela suposta
prática do crime de porte de munição sem autorização legal (Lei
10.826/2003, art. 14), sob o argumento de que o princípio da intervenção
mínima no Direito Penal limita a atuação estatal nessa matéria. O Min. Eros
Grau, relator, não obstante seu voto proferido no RHC 81057/SP
(DJU de 29.4.2005), no sentido da atipicidade do porte de arma
desmuniciada, indeferiu o writ por entender que a interpretação a
ser dada, na espécie, seria diferente, uma vez que se trata de objeto
material diverso: porte de munição, o qual é crime abstrato e não
reclama, para a sua configuração, lesão imediata ao bem jurídico
tutelado. Após, o Min. Joaquim Barbosa pediu vista.
HC 90075/SC, rel. Min. Eros Grau, 27.2.2007. (HC-90075)
AgRg no REsp 917040 / SC (STJ – 6ª TURMA - DJe
03/08/2009)
conduta (caso). 1. A arma, para ser arma, há de ser eficaz; caso contrário,
de arma não se cuida. Do mesmo modo, a munição necessita da
presença da arma. 2. Assim, não comete o crime de porte ilegal de munição, previsto
na Lei nº 10.826/03, aquele que, sem a presença da arma de fogo, carrega munição. Isto é,
não há potencialidade lesiva. 3. Recurso especial improvido.
ART. 15 ED
Disparo de arma de fogo
Disparo de arma de fogo
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. (Vide Adin 3.112-1)
DISCUSSÕES
LEI 9437/97
Art. 10. ...
§ 1° Nas mesmas penas incorre quem:
...
III - disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito,
transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter
sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido
ou restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:
D. 3665/2000 - Art. 3º
XVIII - arma de uso restrito: arma que só pode ser utilizada pelas Forças Armadas, por
algumas instituições de segurança, e por pessoas físicas e jurídicas habilitadas, devidamente
autorizadas pelo Exército, de acordo com legislação específica;
DISCUSSÕES
(...)
VII - armas de fogo de alma lisa de calibre superior ao doze e suas munições;
VIII - armas de pressão por ação de gás comprimido ou por ação de mola, com calibre superior a seis
milímetros, que disparem projéteis de qualquer natureza;
IX - armas de fogo dissimuladas, conceituadas como tais os dispositivos com aparência de objetos
inofensivos, mas que escondem uma arma, tais como bengalas-pistola, canetas-revólver e semelhantes;
X - arma a ar comprimido, simulacro do Fz 7,62mm, M964, FAL;
XI - armas e dispositivos que lancem agentes de guerra química ou gás agressivo e suas munições;
XII - dispositivos que constituam acessórios de armas e que tenham por objetivo dificultar a localização
da arma, como os silenciadores de tiro, os quebra-chamas e outros, que servem para amortecer o
estampido ou a chama do tiro e também os que modificam as condições de emprego, tais como os
bocais lança-granadas e outros;
XIII - munições ou dispositivos com efeitos pirotécnicos, ou dispositivos similares capazes de provocar
incêndios ou explosões;
HC 96532 / RS (STF – 1ª TURMA - Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI -
DJe-223 DIVULG 26-11-2009 PUBLIC 27-11-2009)
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito,
desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer
forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade
comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Qualidade especial
ART. 18 ED
Tráfico internacional de arma de fogo
Tráfico internacional de arma de fogo
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada
da metade se forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas
nos arts. 6o, 7o e 8o desta Lei.