Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CAJAZEIRAS – PB
JANEIRO – 2014
RESUMO: O QUE É CIÊNCIA AFINAL?
CHALMERS, Alan F. O que é Ciência Afinal?. Tradução: Raul Filker. Editora Brasiliense. 1993.
Para dar vida à ideia de Indutivismo como uma ciência, o Autor subdivide esse primeiro
capítulo de sua aclamada obra em cinco partes. A primeira enuncia uma concepção de senso comum
da ciência plausivelmente aceita. Plausivelmente porque a ciência em si é citada como não-
especulativa e não-subjetiva. Se tomarmos o conhecimento científico como um conhecimento
provado objetivamente, encontraremos neste certeza e consistência.
O raciocínio indutivo se caracteriza como principal tema desse capítulo, e sendo esse o
principal, seu antagonista seria o indutivismo ingênuo, a segunda subdivisão do capítulo. Em termos
gerais, a definição de indutivista ingênuo criada pelo autor remete ao raciocínio indutivo, que o
mesmo cita ser em sua maioria, enquanto ciência, “completamente equivocada e mesmo
perigosamente enganadora” (CHALMERS, 1993, p. 25). Para ele, o indutivista ingênuo tende a iniciar
sua prática científica pela observação, sendo os dados a fonte essencial para constituir-se uma teoria.
A última parte deste capítulo trata da objetividade da ciência indutivista, que é advinda
principalmente das observações e do raciocínio indutivo. O reforço dos ideais indutivistas parte da
afirmação dos defensores dessa modalidade no que concerne as suas teorias, que afirmam sempre
“estarem apoiadas indutivamente em alguma base mais ou menos segura fornecida pela
experiência.” (CHALMERS, 1993, p. 36).
O criador da obra começa, neste capítulo, a ilustrar uma justificativa para porque
proceder com a indução e até onde ela leva o indutivista ingênuo. Como já foi mencionado
anteriormente, o apelo à lógica é o principal fator, mas se você se questionar como a dedução lógica
pode justificar a indução, podemos ainda recorremos a outro recurso que é a base das abordagens
científicas, a experiência.
Ministrando alguns exemplos de uso da lógica atentando para o fato de que não seria
esse recurso suficiente para se colocar em prática, por não se poder “usar a indução para justificar a
indução” (CHALMERS, 1993, p. 40), o autor se depara mais uma vez com o mesmo problema.
Já percebendo que as generalizações não são a base para uma afirmação segura, o
mesmo ressalva a opção da probabilidade: o conhecimento científico representa o conhecimento
provavelmente verdadeiro. Apesar desse recuo à provável resposta ao problema da indução, pode-se
enxergar de longe que a probabilidade não se transfigura em conhecimento sólido. O fato de haver
várias possíveis respostas para a justificativa da indução poderia prolongar o estudo para outras
ramificações. Por exemplo, há a explicação cética – onde se assume que a ciência se baseia na
indução e ponto final – ou o enfraquecimento da exigência indutivista de que todo conhecimento
não lógico derive da experiência, ou até mesmo a negação de que a ciência se baseie em indução.
Cap. III – A depende ncia que a Observaça o tem da Teoria
Para refutar tal premissa, Chalmers (1993, p. 49) cita “N. R. Hanson, ‘Há mais coisas no
ato de enxergar que o que chega aos olhos’”, e anda utiliza uma figura de caráter geométrico, dentre
outros exemplos, para demonstrar ao leitor que mais de um observador normal não tem
necessariamente a mesma experiência visual.
Segue-se que experimentos e observações servem para lançar luz sobre alguma teoria e
apenas as consideradas de caráter relevante devem ser registradas, contanto que à medida que estas
teorias sejam falíveis e/ou incompletas, devemos nos resguardar com a relevância destas, para nossa
investigação não se inferida como enganosa.
Como podemos observar na obra, “Uma hipótese é falsificável se existe uma proposição
de observação ou um conjunto delas logicamente possíveis que são inconsistentes com ela, isto é,
que, se estabelecidas como verdadeiras, falsificariam a hipótese.” (CHALMERS, 1993, p. 67). De um
modo geral ele explica a necessidade da hipótese ser falsificável para que seja sólida e aceita.
1
Falsificabilidade, falseabilidade ou refutabilidade é um conceito importante na filosofia da ciência (epistemologia),
proposto por Karl Popper nos anos 1930, como solução para o chamado problema da indução. Para uma asserção ser
refutável ou falseável, em princípio será possível fazer uma observação ou fazer uma experiência física que tente mostrar
que essa asserção é falsa. (Fonte: Cyclopaedia.net. Disponível em: <http://pt.cyclopaedia.net/wiki/Falsificabilidade>).
O falsificacionismo segue uma progressão hierárquica e que pode ser bastante
demorada: como a ciência começa com problemas, depois temos as hipóteses e conjecturas, logo
após essas hipóteses são testadas, sendo que algumas podem ser eliminadas imediatamente, outras
perduram, e devem ser submetidas a críticas e testes ainda mais rigorosos. Depois da hipótese ter
sido altamente falsificada, surge então como resultado, um novo problema. Este será tratado com
críticas e testes de novo aspecto, e assim o processo continua. Só abrindo o parêntese que nenhuma
teoria pode-se afirmar como absolutamente verdadeira, mesmo ela tendo passado por esse processo
incontáveis vezes.
Conforme a ciência progride, as teorias vão ficando cada vez mais falsificáveis e mais
informativas. Uma modificação em uma teoria qualquer, como o acréscimo de um postulado ou
modificação de um que já é utilizado, e que não traga consequências é chamada de modificação ad
hoc2. Após testes, se a hipótese modificada resistir à falsificação, então se conclui que algo novo foi
aprendido e que haverá progresso nesta teoria. Para dar credibilidade:
2
Expressão latina que significa “para esta finalidade” ou “com este objetivo”. Porém, nesse caso assume o sentido que uma
modificação do tipo ad hoc não valida uma teoria falsificada.
simplesmente porque assinalam a descoberta de algo que era previamente
desconhecido ou considerado improvável. (3)
O que podemos extrair no que tange a essas conjecturas audaciosas, se suas afirmações
forem improváveis à luz dos conhecimentos prévios da época em que se pesquisa esse conhecimento
prévio é relevante, quando admitimos suas referências e previsões de algum fenômeno a serem
julgadas na forma de considerar as novas proposições audaciosas ou não, e o conhecimento
científico, juntamente com a falsificação das conjecturas cautelosas, se torna crescente.
Uma vez dado toda essa ênfase ao falsificacionista, o estudioso tende a comparar as
visões deste com o indutivista, pois para o falsificacionista, o crescimento da ciência se dá de forma
mais significativa, o que tende a dar uma melhor explicação ao processo de confirmação de teorias.
Essa significância é avaliada de acordo com a confirmação de improbabilidade à luz do conhecimento
prévio da época.
Teorias podem ser falsificadas com provas disponíveis, enquanto não podem ser ditas
como verdade, a aceitação da teoria sempre é uma tentativa e sua rejeição, decisiva. Porém,
segundo Chalmers (1993, p. 91) “Se são dadas proposições de observação verdadeiras, então é
possível deduzir logicamente a falsidade de certas proposições de observação, enquanto não é
possível deduzir a verdade de qualquer proposição de observação”. O que o estudioso tenta nos
transmitir é essa questão falível do falsificacionismo, essa limitação, herdada da lógica, onde o
mesmo apoia-se no colega Karl Popper para realçar a elucidação desse problema.
O que pode resumir bem essa etapa da obra é o aparato histórico levantado pelo autor.
Teorias citadas como a de Newton e a lei da gravidade quase refutada pelo mau comportamento da
órbita do planeta Urano, de Maxwell e a teoria cinética dos gazes, de Nicolau Copérnico (e em
3
CHALMERS, 1993, p. 84. Citação e grifos de K. M. Popper, “The Aim of Science”, In Objective Knowledge (Oxford: Oxford
University Press, 1972) p. 70.
seguida Galileu) e sua conjectura sobre a órbita do Sol, tudo serve para esboçar que nem os
falsificacionista nem os indutivistas dão um relato compatível com o que a ciência realmente é. Essas
teorias, principalmente a de Copérnico, foram mantidas, perseveradas e desenvolvidas apesar de
aparentes falsificações, só com os séculos e o trabalho intelectual de muitos cientistas, para obter
resultados satisfatórios de observação e experimentos. Nenhuma explicação da ciência pode ser
admitida como satisfatória.
Para ver as teorias como estruturas organizadas, além do fator histórico que demonstra
isso e o fato que, apenas com uma teoria relativamente estruturada, é que os conceitos assumem
um sentido conciso, há ainda um terceiro fator, que tem origem na necessidade do crescimento da
ciência, é que essas estruturas devem ser constituídas abertamente a oferecer programas de
pesquisa.
Nosso autor se embasa em Imre Lakatos4 para exibir que a estrutura organizada na
ciência é uma tentativa de superar o falsificacionismo popperiano. A ideia de Lakatos é fornecer
orientação para a pesquisa em duas vertentes, que ele chama de heurística5 negativa: o núcleo
primário (ou suposições primarias), não deve ser rejeitado ou modificado, tendo que estar protegido
da falsificação por um cinturão de hipóteses auxiliares, condições e pré-requisitos, etc. E a heurística
positiva: que é uma visão geral de como o programa de pesquisa deve ser desenvolvido,
4
Artigo de I. Lakatos, “Falsificação e a Metodologia dos Programas de Pesquisa Científica”. In A Crítica e o Crescimento do
Conhecimento (nossa tradução) de Lakatos e Musgrave (Cambridge: Cambridge University Press, 1974).
5
Adj. Conjunto de regras e métodos que visam à descoberta, à invenção ou à resolução de problemas. (Dicionário Mini
Aurélio - Versão eletrônica).
suplementando o núcleo irredutível (a característica teórica que define o programa) com conjecturas
adicionais para explicar fatos com antecipação ou prever novos acontecimentos.
Para angariar um novo ideal Chalmers envereda pela teoria da ciência de Thomas Kuhn
para dar suporte ao entendimento das teorias científicas como estruturas complexas. Apesar de
Kuhn preceder a Lakatos, nosso autor escolhe essa cronologia para o melhor entendimento do leitor.
O modo que Kuhn vê a progressão da ciência se dá essencialmente através de fatores sociológicos.
Para poder conflitar os pontos de vista em relação às questões de avaliação dos méritos
de teorias rivais e diferenciar as ciências das não-ciências, comecemos com o esboço do que são
racionalismo e relativismo. Como um indutivista tem o critério de avaliação baseado no grau de
indução que sua teoria recebe dos fatos e o falsificacionista se baseia no grau de falsificabilidade de
teorias não falsificadas, o racionalista afirma que o critério que se deve seguir é a universalidade e o
caráter não-histórico da teoria.
Os que seguem a corrente racionalista dizem ser fácil distinguir a ciência da não-ciência,
para estes, as teorias científicas devem ser capazes de ser avaliadas em termos do critério universal e
no caso de escolher entre duas teorias rivais, ele escolherá a que melhor corresponder a esse
critério, sendo exaltadas aquelas relacionadas com a verdade e a racionalidade.
6
“a pseudociência é algo que pretende ser ciência, mas que a comunidade científica estabelecida não aceita como tal.”
(definição de T. Kuhn, retirado do artigo de Rigler, F.H & R.H. Peters. 1995. Science and Limnology. Ecology Institute,
Alemanha) Tradução por Adriano S. Melo (Ecologia UFG, abril 2010).
Chalmers aponta Lakatos como possível racionalista, ao fundamentar-se em seus
escritos, apontando que o mesmo tome uma posição adversa ao que ele chamou de relativismo
(versão qual atribuída a Kuhn) e defende posições semelhantes ao que ele chamou de racionalismo,
onde o próprio Lakatos (1974, p. 93)7 afirma que o importante são “os valores intelectuais centrais”.
Para Lakatos, o critério universal para avaliação de teorias científicas parte do preceito que "a
metodologia dos programas de pesquisa científica é mais adequada para a aproximação da verdade
em nosso universo real que qualquer outra metodologia" (8).
No caso de Thomas Kuhn, mesmo ele negando ser um relativista, mensura em sua obra
critérios que podem ser usados para avaliar se uma teoria é melhor que a sua concorrente. São esses
critérios: previsão de ocorrências (principalmente as quantitativas), equilíbrio entre assuntos,
número de problemas solucionados, simplicidade, escopo e compatibilidade com outras
especialidades. Esses critérios, além de agregar valor junto a comunidade científica, ajudam a
especificar se os meios empregados nesses méritos são de caráter psicológico ou sociológico.
7
Citação encontrada em: I. Lakatos e A. Musgrave, eds., Criticism and the Growth of Knowledge (Cambridge: Cambridge
University Press, 1974), In CHALMERS, 1993, p. 141.
8
Idem, ibidem, p. 142.
9
Relato esse, a saber, encontrado no livro de T. S. Kuhn (The Sttructure of Scientific Revolutions. Chicago: University of
Chicago Press, 1970).
Cap. X – Objetivismo
Para apresentar uma noção de objetivismo, o literato primeiramente ressalta o que ele
considera seu oposto, o individualismo. O ponto de vista individualista destacado por ele revela que
o conhecimento deve ser entendido como um conjunto de crenças especiais residentes na mente do
indivíduo, algo que ele possa propor baseado no que guarda em seu cérebro, onde alguma
informação que deva ser validada deva recorrer então a outras justificativas anteriores para dar base
à justificativa seguinte, entrando assim no que o autor chamou de “regresso infinito”.
Um ponto forte do trato objetivista são as consequências que podem ter ao se conflitar
os proponentes originais, como a previsão de algum novo tipo de fenômeno ou alguma discordância
de ideias inesperada com outras áreas. Esses acontecimentos todos podem ocorrer como um leque
de propriedades a serem investigadas como forma de ciência adicional, o que nos leva a uma singela
conclusão de que a posição objetivista defende que as teorias devem ser expressas claramente em
conjecturas verbais ou lógicas.
A ciência, por si só, implica em experiências, e essa experiência envolve uma influência
planejada na natureza, orientada pelas teorias. Algum experimentador, individualmente de início,
10
CHALMERS, 1993, p. 159. Citação de J. R. Ravetz, Scientific Knowledge and its Social Problems (Oxford: Oxford University
Press, 1971).
utilizará do aparato profissional para realizar experiências. Os resultados devem ser capazes de
resistir a outros procedimentos e testes adicionais administrados por colegas de trabalho, por
exemplo. Se a estrutura social da ciência for aceita pelos periódicos e seus resultados ainda
resistirem e forem publicados, enfim estará aberto à adequação num domínio mais vasto.
Ele ainda procura diferenciar esse relato de mudança de teoria do problema da escolha
da teoria, que acontece de forma primal, mas que pode brotar como uma possível forma de
mudança. Para ele, o caso da suposição sociológica nunca será preenchido de modo completo, por
haver a distinção ao encarar o progresso da física a curto ou a longo prazo. Todavia, o mesmo ainda
afirma a possibilidade de adaptar a escala temporal de acordo com seu relato objetivista para
distinguir o prazo curto do longo.
Feyerabend considera inadmissível esperar que a ciência seja explicada com base em
algumas simples regras metodológicas. Não somente ele, mas diversos estudiosos se opõem a
validação de uma regra universal, apoiando que todas as metodologias possuem limitações e que o
único princípio a ser seguido é o “vale-tudo”11. E Chalmers ressalta esse ideal quando explica que:
11
Expressão utilizada por Paul Feyerabend em seu artigo “Outtine of na Anarchistic Theory of Knowledge” In Against
Method (Londres: New Left Books, 1975)
É essa anarquia contra os métodos que aproxima Feyerabend de Lakatos, pois a
metodologia desse último não fornece padrões para a teoria ou escolha de programas. E como
Feyerabend argumenta contra o método notoriamente, ainda é válido ressalvar que o vale-tudo na
ciência exige conhecimento aprofundado da teoria que se estuda, apenas aceita o valer tudo no que
diz respeito aos métodos para se chegar aos resultados esperados.
Outra perspectiva que podemos realçar sobre Feyerabend tem a ver com seu ponto de
vista de que a ciência (inclusive a física) não é superior a outras áreas de conhecimento, pois este não
aceita que haja predomínio da ciência, partindo da sua tese de incomensurabilidade, sendo que não
há argumento decisivo da ciência sobre outras formas de conhecimento não comensuráveis a ela.
Mesmo assim, Feyerabend é a favor do que ele mesmo chama de “atitude humanitária”,
onde cada indivíduo é livre e possui liberdade de decisão. Essa atitude fortalece ainda mais a posição
deste estudioso como anarquista da ciência, pois ele aumenta a liberdade do pesquisador,
encorajando-o a se sobrepor frente às restrições dos métodos, ao passo que ele encoraja os
indivíduos a terem a liberdade de escolherem entre a ciência e outras formas de conhecimento.
Nesse penúltimo capítulo, nosso autor tenta enxugar suas ideias e levantar premissas
conclusivas a respeito de como as teorias científicas se comportam e como aplica-las em um mundo
inflexível. Para descrever e corroborar uma resposta, ele se firma num termo que chamará de
realismo, para caracterizar posições que adotam a noção de verdade, por exemplo, se alguma “teoria
que descreve corretamente algum aspecto do mundo e seu modo de comportamento é verdadeira,
ao passo que uma teoria que descreve algum aspecto do mundo e seu modo de comportamento de
forma incorreta é falsa.” (CHALMERS, 1993, p. 190).
A noção de verdade que o autor quer transmitir, para corresponder inclusive com as
exigências realistas, depende da correspondência. Em termos gerais, podemos afirmar que uma
sentença é verdadeira se corresponder aos fatos, ou seja, se as coisas forem como a sentença diz.
12
Conceito que é ou parece contrário ao senso comum. (Dicionário Mini Aurélio - Versão eletrônica).
Cap. XIV – O Realismo na o-representativo
Ao afirmar que não podemos criticar as áreas de conhecimento, ressalta que podemos
sim criticar seus objetos e métodos, confrontando-as com meios alternativos e/ou superiores para
atingirmos os mesmos objetivos. O autor beira a conclusão do livro fazendo um retrospecto da cada
cadeia de ideias descritas em sua obra. Todavia, antes de finalizar, enfatiza seu ponto com uma nova
pergunta: “por que se incomodar em executar investigações usando o que foi descrito em seu
livro?”.
O estudioso rebate a própria pergunta quando, ao ressaltar sua investigação, afirma que
o ponto-alto do seu livro é acabar com o uso ilegítimo dos conceitos de ciência e de verdade,
geralmente empregados de forma dúbia. Pelo seu próprio ponto de vista, o mesmo admite a não
existência de um conceito atemporal e universal de ciência ou do método científico.