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A arquitetura

do acordo
Um dos maiores “arquitetos” de negociação do momento,
James K. Sebenius ensina, em entrevista exclusiva, como
desenhar o processo e a negociação em si

Os executivos interessados na experiência de quem já se sentou à mesa governo chileno para um emprésti-
centenas ou talvez milhares de vezes para negociar têm muito para mo do Eximbank, dos Estados
aprender com James K. Sebenius. Em entrevista exclusiva a HSM Unidos, destinado a expandir ainda
Management, o especialista relata diversos casos reais de negociação, mais o negócio. Depois, fechou um
contrato de fornecimento de longo
mostrando o que pode dar certo e o que certamente não funcionará.
prazo com clientes industriais norte-
Ele enfatiza que a arquitetura do processo e da negociação propriamente americanos e europeus e ainda
dita é mais importante do que as relações interpessoais e afirma haver vendeu os direitos de cobrança
um novo enfoque nas negociações, que prega a não-reação, não-discussão, desses contratos para um conjunto
não-rejeição e o não-uso do poder para endurecer. de instituições financeiras asiáticas,
Sebenius descreve ainda os principais erros de uma negociação, como norte-americanas e européias. Em
não envolver as pessoas e reconhecer as diferenças. Ele comenta quais são outras palavras, a empresa envolveu
as diferenças culturais mais significativas – a comunicação e o processo um número considerável de partici-
pantes na negociação, todos do seu
de tomada de decisão – e desce a detalhes como o modelo de arquitetura
lado, tornando sua expulsão pelo
de negociação “laranja”, segundo a qual se entrega a “casca da governo chileno quase impossível –
laranja” (o acordo) a uma parte e a “polpa” à outra. isso, antes mesmo de se sentar à
A entrevista é de Andrea Cajaraville. mesa de negociações.
O outro erro comum, como já
disse, é o não-reconhecimento de
Com sua vasta experiência no El Teniente, que estava prestes a que há diferenças entre as partes.
assunto, o que o sr. identifica como perder o direito de exploração da Muitas vezes, as pessoas simplesmen-
os erros mais comuns de uma jazida e ser expulsa do país. De te supõem que a forma de negocia-
negociação? forma absolutamente inesperada, a ção do outro lado é exatamente
Talvez sejam dois: não saber como empresa ofereceu ao governo igual à delas, e surgem grandes mal-
envolver a outra parte e não reco- chileno uma participação majoritá- entendidos daí.
nhecer as diferenças entre as partes. ria no capital acionário da mina,
O envolvimento da outra parte é sugerindo que o dinheiro que o Isso é mais frequente quando as
DOSSIÊ

uma etapa fundamental do processo governo investisse na compra das pessoas que estão negociando per-
de negociação. Há um caso interes- ações fosse empregado para expan- tencem a países diferentes, não é?
sante que aconteceu anos atrás com dir consideravelmente a mina, a fim Sim, porém é enganoso supor
uma empresa multinacional proprie- de aumentar seu valor. que pessoas de um mesmo país não
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tária de uma grande mina no Chile, Conseguiu, então, a garantia do tenham diferenças. Na verdade, os

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Ramón Puga Lareo
James K. Sebenius

mal-entendidos acontecem entre


indivíduos de culturas diferentes, “As diferenças culturais podem
mas culturas podem estar ligadas à
nacionalidade, à vivência etc. Quem
acabar com um processo de negociação.
vive no norte da Alemanha é dife-
rente de quem mora no sul; e os
O mexicano ficou indignado quando
norte-americanos que trabalham no
setor financeiro têm pouco em
o norte-americano quis colocar tudo
comum com aqueles das indústrias
de Minneapolis. A formação profis-
por escrito. Para ele, significava falta
sional diferente também pode
representar uma cultura diferente.
de confiança”
E como as diferenças culturais dos ser apenas fruto de diferenças quando os norte-americanos fazem
países influem na negociação? culturais, pois o processo de tomada uma concessão na negociação e os
Elas podem causar grandes mal- de decisão na China envolve muitas japoneses ficam calados, por bastan-
entendidos e acabar com um proces- pessoas de fora da organização e, te tempo. Os norte-americanos
so. Por exemplo, um empresário frequentemente, uma série de interpretam isso como “eles não
norte-americano vai à China achan- órgãos governamentais, conselhos estão satisfeitos e esperam por mais
do que finalizará a negociação de de trabalhadores e outros. Para um passo”. Mas, para os japoneses, a
uma joint venture e se vê, repentina- poder dizer “sim”, uma empresa explicação é bem outra: seria extre-
mente, obrigado a enfrentar um chinesa precisa criar um consenso mamente grosseiro e descortês,
longo período de espera. Logo entre vários participantes. segundo sua cultura, reagir a uma
imaginará que a demora é uma
forma de pressão e pensará em
As reuniões entre norte-america-
nos e japoneses costumam ter mal-
proposta rápido demais, porque isso
significaria não dar a ela toda a ➙
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reagir. No entanto, a demora pode entendidos também. Por exemplo, consideração que merece.

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As vantagens da “greve virtual”, por James K. Sebenius
“Os jogadores de beisebol dos mantido por uma terceira parte. O greve. Muitos fãs se aborreceram e
Estados Unidos fizeram recentemente montante aumentaria a cada semana migraram para outros esportes.
uma greve. A temporada foi inter- e, em aproximadamente dois meses, Uma ‘greve virtual’ pode ter
rompida, enquanto eles e os donos bateria na casa dos US$ 500 milhões melhores resultados do que uma
dos times travavam uma batalha ou mais. greve de verdade para todas as partes.
campal, prejudicando muita gente: o O objetivo era separar os elemen- Mas ela depende de fatores como o
público, os vários municípios que tos financeiros da greve dos operacio- setor em que ocorre e a crença das
dependem dos jogos e até os vende- nais e evitar que as outras partes, partes. Uma greve virtual de professo-
dores de programas e pipocas. como o público e os vendedores de res do Estado, por exemplo, provavel-
Alguns colegas e eu propusemos pipoca, ficassem prejudicadas. mente não funcionaria, porque não
uma ‘greve virtual’ para solucionar o Ninguém poderia tocar no dinheiro haveria recursos crescendo conti-
problema: os jogadores e os donos até que houvesse um acordo sobre o nuamente. O mesmo aconteceria se
dos times participariam dos jogos novo contrato e a divisão do fundo. A uma das partes estivesse convicta de
sem receber um centavo sequer e a proposta não vingou, no entanto, e o que a greve real faria com que os
receita da bilheteria e da transmissão resultado foi a queda de receita dos prejudicados exercessem pressão
pela televisão iria para um fundo jogos em 20% depois de encerrada a sobre a outra parte.”

O sr. está se referindo ao conflito


entre cultura ocidental e cultura “Posicione-se lado da de decisão. Os norte-americanos,
por exemplo, preferem discutir um
oriental.
Não somente. Com norte-america-
a lado com a outra acordo a partir de detalhes específi-
cos para chegar a princípios gerais. Já
nos e mexicanos, por exemplo, é a
mesma coisa. Sei de um caso interes-
parte e não cara a os franceses partem dos princípios
gerais para chegar aos detalhes espe-
sante envolvendo essas duas culturas.
Em dada negociação, o norte-
cara. A cooperação cíficos. Acredito que haja inúmeros
outros aspectos culturais incluídos
americano acreditou que as partes
tivessem chegado a um acordo e
é maior do mesmo em uma negociação.

disse: “Agora gostaria de anotar tudo


para ter certeza de que não há
lado” Uma das situações mais desconfortá-
veis de uma negociação é quando
nenhuma dúvida entre nós, nenhum você é gentil e a outra pessoa se
mal-entendido”. O mexicano ficou acabam pesando no processo de comporta de forma dura e fria. Fica
simplesmente indignado e retirou-se negociação? difícil saber o que fazer nesses casos.
da sala. O que aconteceu? Para o As diferenças são significativas na É preciso analisar cuidadosamen-
mexicano, um aperto de mão era comunicação. Em alguns países, di- te por que a outra parte está sendo
indicação suficiente de sua posição zem-se as coisas diretamente, como difícil. Pode ser o jeito da pessoa, ou
em relação à negociação. Em sua nos Estados Unidos. Na Coréia, as ela pode acreditar que terá uma
opinião, a insistência em colocar pessoas são até secas, e o mesmo vantagem real na negociação se agir
tudo por escrito significava que o acontece na Alemanha. Em outros assim, ou ainda nós podemos estar
norte-americano não confiava nele e países, como o Brasil e o Japão, a com uma impressão errada dela.
estava pondo sua palavra em dúvida. comunicação é bem indireta e as Tenho um depoimento pessoal
Também é possível que você pessoas jamais dizem “não”. Há um para dar. Os negociadores com que
esteja negociando com um dinamar- artigo famoso sobre o processo de eu trabalhava em Nova York eram,
quês e ele lhe dê a impressão de negociação japonês que explica que em geral, pessoas que falavam alto,
estar em outra galáxia, sem interesse eles têm 17 maneiras de dizer não e insistiam e exerciam muita pressão
nenhum no assunto. Os dinamar- nenhuma delas inclui a palavra “não”. durante as reuniões. Esse era sim-
queses em geral sentem-se pouco à Há várias fórmulas, tais como: “Isso é plesmente seu estilo normal e, se eu
vontade ao lidar com pessoas da muito interessante”, “Vamos estudar também falasse alto, haveria uma
América Latina, porque estas, a seus o assunto”, “Talvez seja melhor discu- coincidência de estilos e tudo
olhos, empregam muito as emoções tir isso mais tarde”, sendo que todas funcionaria às mil maravilhas, sem
e a linguagem corporal. elas significam na verdade: “Esqueça. nenhum mal-entendido. Acontece
De jeito nenhum”. É muito fácil inter- que eu vinha de uma família muito
O sr. pode descrever algumas das pretar essa atitude de modo errado. pacata, com tendência de manter os
principais diferenças culturais entre Também há diferenças relevantes conflitos sob a superfície e, no
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pessoas de países distintos que no que diz respeito ao estilo da toma- início, quando alguém elevava o tom

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de voz ou fazia ameaças, eu o consi- acreditar que ele tinha muito poder – podemos simplesmente conversar?”
derava um doido, o que era péssimo o que também era verdade. Quando Para ele, o processo de negociação
para o processo. Mas logo “captei” o se lida com uma pessoa assim, é envolvia tensão e demandas extre-
estilo e me acostumei. necessário usar o mesmo estilo dela mas e esse conjunto de expectativas
Seria muito fácil para alguém para viabilizar a negociação. e comportamentos quase fixos
vindo de um ambiente parecido com Já às pessoas que vêem a intransi- implicava uma negociação dura.
o meu entrar em uma negociação e gência como a única maneira de Respondi a esse holandês: “Por que
julgar que a outra parte estava sendo negociar, devemos perguntar: por não entramos e conversamos? Não
desnecessariamente intransigente, quê? Certa vez um cliente holandês precisamos negociar da maneira
quando na realidade tratava-se me disse, quando estávamos para como você quis dizer”.
apenas de um modo de ser. entrar em reunião: “É pena que
tenhamos de negociar. Por que não Como a linguagem corporal influi
E como se deve agir nesses casos? em uma negociação?
Se você chegou à conclusão de que Roger Fisher (veja entrevista em
a pessoa é sempre dura, deve respon-
der exatamente no mesmo tom.
“Se você chegou HSM Management número 5, página
24) certa vez me deu um conselho
Havia um comissário de parques e
jardins em Nova York, responsável
à conclusão de que me parece muito útil. Ele disse:
posicione-se lado a lado com a outra
por prédios, como a sede da ONU e
o Lincoln Center, que era extrema-
que a pessoa é parte e não cara a cara. Instintiva-
mente, isso já acontece. As pessoas
mente duro nas negociações. Mas
bastava alguém enfrentá-lo e desafiá-
sempre dura, começam a reunião sentadas em
lados opostos de uma mesa, mas,
lo para que ele baixasse a guarda, deve responder em dado momento – para ver a
tornando possível manter uma apresentação de algo no quadro-
discussão razoável. No entanto, a exatamente no negro, por exemplo –, ficam do
maioria das pessoas cedia rapidamen- mesmo lado. A cooperação é maior
te à intransigência do comissário por mesmo tom” nesse momento. E esse deve ser o
novo enfoque de negociação.

O sr. pode explicar melhor esse


enfoque?
Em primeiro lugar, não reagir,
não discutir, não rejeitar e não se
valer do poder para endurecer. De
acordo com esse método, em vez de
reagir, a pessoa deve procurar
identificar os interesses da outra
parte, apresentar seus argumentos
de forma construtiva e construir
uma ponte entre o ponto onde está
e o ponto aonde quer chegar. Esse
método é especialmente indicado
para situações difíceis.

É um enfoque holístico. O que


acontece depois que se constrói essa
ponte? É melhor tomar a iniciativa ou
esperar que a outra parte faça isso?
Dependerá do contexto, porém
pode ser mais interessante esperar a
iniciativa da outra parte. Você coloca
todas as peças sobre a mesa e deixa
que a outra parte sugira o acordo,
passando a ser dona da idéia. Isso
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aumentará a probabilidade de suces-


so. Por exemplo, você tem uma nova
fábrica que gostaria de utilizar em ➙
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uma aliança estratégica, porque, para

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você, daria maior controle acionário “laranja”, segundo a qual, diante de era uma situação sob medida para
e, para a empresa parceira, uma série interesses distintos, entrega-se a estruturar uma negociação “laranja”:
de vantagens fiscais. Você não deve “casca da laranja” (o acordo) a uma as duas partes concordariam quanto
propor a nova fábrica para a parceira parte e a “polpa” à outra parte. ao preço do gás e teriam uma
de imediato, mas um estudo conjun- Darei um exemplo. Uma firma de cláusula de reajuste para o caso de o
to da situação, incluindo as conse- engenharia estava construindo uma preço do petróleo subir ou baixar. O
quências dos pontos de vista fiscal e usina para queimar lixo e produzir princípio da estruturação da nego-
de controle. A outra parte descobrirá gás que seria destinado a gerar ciação reza que, se as partes tiveram
sozinha que terá uma grande vanta- energia elétrica em uma cidade da projeções diferentes de futuro,
gem fiscal se der a você um controle Flórida. A empresa já havia feito os sempre será possível criar valor com
maior e a proposta partirá dela. Se, estudos ambientais e obtido as acordos de contingência.
ao contrário, a proposta partir de licenças necessárias e então a questão
você, haverá uma boa probabilidade era acertar o preço por cobrar da Mas esses acordos são sustentáveis?
de ser mal-interpretada. prefeitura pelo gás vendido. A É preciso cuidar para que sejam.
empresa queria estabelecer um preço Por exemplo, você e eu estamos ne-
Qual é a influência dos relaciona- elevado, por achar que a cotação do gociando, você acha que o preço do
mentos interpessoais nos resultados? petróleo, o combustível alternativo, petróleo cairá e eu acho que subirá.
As interações interpessoais são ne- subiria. E a prefeitura afirmava que só Descobrimos que você é totalmente
cessárias e relevantes, mas a arquite- aceitaria um preço baixo, porque o avessa a riscos, mas eu estou disposto
tura do processo e da negociação em petróleo, em sua opinião, cairia. a correr alguns. Então, a divisão de
si é o que mais importa. Negociado- No impasse, a prefeitura sugeriu a ganhos e perdas não deve ser meio a
res realmente eficientes tendem a ter contratação de um consultor que meio, como em geral. No caso de o
uma perspectiva estratégica e projetar conhecesse a fundo o mercado petróleo baixar, você recebe uma
o processo de negociação, levando internacional de petróleo para compensação de mais 10 pontos per-
em conta com quem ela será feita, prever o preço. Foi uma má idéia, centuais por aceitar o risco a contra-
quais as partes envolvidas, em que porque o consultor podia estar certo gosto e, no caso de o petróleo subir,
ordem etc. Eles praticamente dese- ou errado e isso não seria de grande eu ganho uma compensação de mais
nham a interação das pessoas com ajuda para nenhuma das partes. Essa 20 pontos percentuais por estar dis-
antecedência e sob medida para au- posto a correr mais risco ainda.
mentar a probabilidade de obtenção Você fica feliz porque isso está de
dos resultados desejados. Funcionam
quase como “arquitetos” do processo
“Acho que quase acordo com seu perfil, e eu também,
porque estarei agindo segundo meu
e, além disso, são arquitetos da pró-
pria negociação.
todo mundo pode próprio perfil. Nesse caso teríamos
impedido que uma diferença de

O que isso significa?


melhorar atitude em relação a riscos nos
dividisse. Ao contrário, ela teria
Esses arquitetos vão desenhando a
negociação à medida que ela corre,
substancialmente ajudado a promover um entendi-
mento melhor.
exercendo influência para que
culmine em um acordo bom para
seu talento para Negociar, enfim, é uma ciência ou
todos. Existem modelos de arquite- negociar estudando uma arte?
turas de negociação muito simples, A negociação é um processo
como, por exemplo, a negociação e praticando” científico quando estabelecemos o
problema conjunto que deve ser
resolvido: criar, reivindicar e susten-
tar um valor ao longo do tempo. Mas
Saiba mais sobre Sebenius a maneira como esse problema
conjunto é resolvido mistura ciência
Embora não apareça na lista dos bilhões, que incluíram a compra da e arte. O processo é muito criativo e
homens mais ricos do mundo, James CBS Records pela Sony Corporation oportunista, visto que se está pedindo
K. Sebenius já viu passar por suas e da Firestone pela Bridgeston. tudo que é possível obter em deter-
mãos mais dinheiro do que em todas O especialista é professor da minada situação. E a comunicação
as contas bancárias de John D. Harvard Business School e diretor interpessoal tem componentes de
Rockefeller juntas. Apenas em 1994, da Kennedy School of Government e arte e de ciência, como nos mostra a
em seu primeiro ano como vice- da Negotiation Roundtable (Mesa- psicologia. De qualquer forma, acho
presidente do banco de investimen- Redonda de Negociação), fórum que quase todo mundo pode melho-
tos Blackstone Group, participou de internacional que analisa a estrutura rar substancialmente seu talento para
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negociações de mais de US$ 11 e os processos de negociação. negociar estudando e praticando. ◆

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