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Universidade Federal da Paraíba – UFPB

Centro de Ciências Sociais Aplicadas - CCSA

Programa de Pós-graduação em Gestão Pública e Coop. Internacional – PGPCI

Disciplina: Gestão Pública e Cooperação Internacional


Professor: James Vieira Batista
Aluna: Mariéli Barbosa Candido

FERLIE, Ewan; LYNN, Laurence; POLLIT, Christopher. The Oxford Handbook of Public Administration.
Oxford: Oxford University Press, 2005.
PETERS,Guy;PIERRE, Jon.The SAGE Handbook of Public Administration.2nd .London:SAGE, 2012
SVARA, James. The Ethics Primer for Public Administrator in Government and Nonprofit Organizations.
Burlington: Jones & Bartlet Learning, 2015.
VIEIRA, JAMES. Introdução à Gestão Pública: Uma Introdução Baseada em Problemas Públicos. Mimeo.
2018.

O ethos na Gestão Pública é um tema de grande relevância uma vez que se


debruça nos valores e princípios imprescindíveis aos administradores públicos no
exercício de sua função e no dever de agir em torno do interesse público. Ao aceitar o
desafio de se tornar um gestor público esse ofício assume o dever de cumprir com
obrigações e responsabilidades perante outras pessoas cuja a tomada de decisões estarão
circundadas de expectativas e outros fatores externos.
Falar sobre ética requer o abandono da neutralidade pois seu conceito não
apenas revela a idealização de mundo mas os valores essenciais que o gestor público
deve cumprir para que fato sua prática seja colocada no alcance dos processos
decisórios. A falta de ética não afeta apenas vida daquele que deixou de pratica-la,
sobretudo acarreta ineficiência Gestão Pública. Os cidadão aos transferirem sua
soberania a representantes públicos, confiam na sua capacidade de resolver os
problemas que a sociedade enfrentam.
Sendo assim a honra e o dever são valores fundamentais de um gestor público,
de acordo com VEIRA (2018) “indivíduos honrados são aqueles que vivem segundo
valores, princípios e, o mais importante, respeitando seus compromissos” já o “dever de
servir a comunidade é orientado por princípios e virtudes individuais do agente que as
associa à capacidade de assumir a responsabilidade pelas suas ações.
Nesse sentindo um dos grandes desafios do gestor público reside na
impessoalidade de suas decisões. Devemos agir conforme nossos valores e princípios?
Ou devemos atender aquilo que nossos superiores e a própria estrutura impõe? Apesar
do debate ser amplo, podemos afirmar que o dever do gestor público reside em cumprir
voluntariamente o princípio maior da gestão pública o de atender de forma mais
objetiva possível ao bem comum e ao interesse público, sendo esta uma perspectiva
utilitarista da ética. SVARA (2015) reflete sobre a necessidade da posição independente
que o gestor público deve assumir, e a observação das leis, normas e códigos de ética
(profissionais) aos quais estão submetidos, bem como o “equilíbrio de responsabilidade
e independência, capacidade de resposta e neutralidade, deferência e assertividade em
seus relacionamentos com os superiores políticos”.
Atributos éticos devem ser estimulados em gestores públicos assim como
mecanismos que viabilizem a integridade e cumprimento de leis e normas nas
organizações. Sendo assim não podemos tratar no ethos na Gestão Pública sem falar
sobre responsabilidade pública que é uma marca da governança democrática que pode
ser entendida mas não se limita a transparência, prestação de contas e capacidade de
resposta a sociedade. Os mecanismo pelos quais a gestão pública pode criar um
ambiente de integridade e confiança das sociedade para com as organizações são através
de mecanismos como o compliance “que tem por objetivo cumprimento integral das leis
e normas que regulamentam as decisões e as operações dentro das organizações do setor
público, social ou privado” (VIEIRA,2018, p .36). E a accountability (prestação de
contas) que funciona não apenas funciona como um controle democrático dos gastos
público, mas também uma salvaguarda da corrupção afim de garantir a integridade
pública. E tem como função garantir o melhor desempenho da gestão pública.
Essa responsabilização exige do agente públicos uma série de obrigações a leis,
normas em contextos e relações diversas e quanto maior a cadeia hierárquica de
responsabilização mais difícil só torna encontrar o agente responsável. Alguns autores
atribuem a esse problema o termo “dilema da responsabilização” ou o “paradoxo da
responsabilização” que pode acarretar excesso de burocracia, rigidez e ineficiência, uma
vez que o agentes públicos tentam evitar ao máximo o erro para não serem penalizados
e acabam muitas vezes deixando de tomar algumas decisões importantes com receio de
punição.
Com a nova gestão pública essa responsabilização horizontalizada ganhou
espaço embora sua “a maior dificuldade com a responsabilidade coletiva reside em sua
adequação moral” (FERLIE; LYNN,2005). Ainda conforme expressam os autores “a
responsabilidade não é apenas sobre o controle, é também sobre prevenção. As normas
são reproduzidas, internalizadas e, quando necessário, ajustadas através da prestação de
contas.

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