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Fichamento: STOCKING, George W.

, The Ethnographer’s Magic: Fieldwork in Britsh


Anthropology from Tylor to Malinowski. In: The Ethnographer’s Magic and Other Essays in the
History of Anthropology, Wisconsin, Wisconsin University Press, 1992.

Introdução

- Desde 1960 a questão do “campo” ter se tornado problemática – em especial epistemologicamente


e ideologicamente, fazendo com que auto-reflexões autobiográficas sobre o campo aparecessem
como um gênero etnográfico distinto (p. 13)

- Institucionalmente, as teses que tinham algum porestígio na Antropologia dependiam do “onde”


no campo. Ser antropólogo era fazer campo no “estrangeiro”. Dissertações de biblioteca eram muito
desprestigiadas.

- A sua auto-mitificação (de Malinowski) ajudou a estabelecer a autoridade cognitiva especial pela
tradição etnográfica moderna, ou na visão de Clifford, a questão da “autoridade etnográfica” do
“estar lá” e vivenciar o “Outro”. (p. 17)

Dos Missionários aos Cientistas Naturais Acadêmicos

- Tal tradição, que teve a expedição ao estreito de Torres como um marco feita por Haddon, ainda
estava distante do formato de campo do Malinowski. Foi feito todo em inglês “pidgin”, ainda
mediado através de “informantes” e sem a imersão no campo.

- Experiência de Spencer na observação da “idade da pedra”, feita em primeira mão, já se


aproximava mais de Malinowski, embora tal tradição derive da pesquisa zoológica. Frazer apesar de
ser antropólogo de gabinete, ele encorajava o trabalho de campo, mas defendia uma separação entre
teoria e trabalho de campo. Etnólogo fazia teoria, etnógrafo fazia campo. (p. 26)

O “estudo intensivo de áreas limitadas” antes da Grande Guerra

- Malinowski e Radcliff-Brown eram dessa geração de antropólogos pré-guerra, ainda vivendo sob
a égide do modelo de campo de Haddon no Estreito de Torres. Ainda não se tinha saído da varanda
(p. 28).

- Rivers com sua metodologia de “estudo intensivo” foi muito importante para a mudança
metodológica na Antropologia. O método genealógico desenvolvido na expedição no estreito de
torres foi inovador. Ele foi inovador pois forneceu “as bases da abordagem ‘científica’ para a
reconstrução da história das formas humanas”. Rivers era mais um “inquisidor” do que um
“observador” (p. 33)

- “ o entrelaçamento de Malinowski com o programa de Rivers foi, entretanto, mais do que uma
questão de tomar novas “Notes and Queries” no campo e seguir orientações. Isso envolveu uma
mudança no lócus primário de investigação, da proa do navio ou varanda da expedição para o
centro vivo do vilarejo, e uma mudança correspondente na concepção do papel do etnógrafo – de
um “inquiridor” para um participante da vida da aldeia de alguma forma. Isto também exigiu uma
mudança na orientação teórica, no sentido de que “o objetivo da antropologia [era] nos ensinar a
história da humanidade……. (p. 39-40)

- “a lacuna entre as prescrições metodológicas específicas do trabalho de campo e os vagos


objetivos das definições do conhecimento etnográfico tem que ser preenchido pelo que Malinowski
chamou da ‘mágica do etnógrafo’”. (p. 59) Revisitar criticamente a “mágica do etnógrafo” depois
que essa mesma mágica foi revelada pelos diários de Malonowski.

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