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Indaial – 2019
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof.a Mariana Correia
Prof. Cristian Hernando Sardo da Cunha
C824e
Correia, Mariana
ISBN 978-85-515-0427-7
CDD 371.903
Impresso por:
Apresentação
III
expressa, possibilitando o registro da escrita a partir da combinação de um
número limitado de símbolos fonéticos, dando origem, assim, ao alfabeto
que utilizamos no Ocidente.
Bons estudos!
NOTA
NOTA
V
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
VI
VII
LEMBRETE
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
VIII
Sumário
UNIDADE 1 – ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING.....................................................................1
IX
3.6 GRAFEMAS DE SUPERFÍCIE........................................................................................................72
4 PRÁTICA DE LEITURA.......................................................................................................................74
4.1 TEXTO................................................................................................................................................75
4.2 GLOSSÁRIO......................................................................................................................................76
4.3 TRADUÇÃO......................................................................................................................................76
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................77
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................80
AUTOATIVIDADE..................................................................................................................................82
X
LEITURA COMPLEMENTAR..............................................................................................................161
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................168
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................170
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................257
XI
XII
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
ESTRUTURA E PERSPECTIVA
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, neste tópico, estudaremos os elementos básicos envolvidos
na escrita da Libras, dessa maneira, serão analisados os pontos importantes de
serem observados quando se dá a transposição da expressão falada (ou seja,
sinalizada) para expressão escrita. Isso porque fala e escrita são intimamente
relacionadas, mas, ao mesmo tempo, apresentam características particulares que
às distinguem.
Entretanto, isso não quer dizer que a fala/sinalização não siga as regras
internas da língua utilizada, nem que a escrita seja rígida a ponto de não se
alterar de forma alguma, porque ambas espelharão tanto as normas implícitas
quanto as mudanças que ocorrem com o uso da língua pelos falantes. Ou seja,
as modificações da língua vão aparecer tanto na fala quanto na escrita, mas esta
última assimilará as mudanças da língua de modo mais lento e gradual do que
a fala/sinalização devido à necessidade de se manter mais estável para que seja
possível de compreensão por um maior número de pessoas.
3
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
NOTA
faca X vaca
FONTE: Os autores
FONTE: Os autores
4
TÓPICO 1 | ESTRUTURA E PERSPECTIVA
DICAS
2 ESPAÇO DE ARTICULAÇÃO/SINALIZAÇÃO
Espaço de sinalização
5
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
Para que uma escrita das línguas de sinais seja eficiente, ela também
precisa ser capaz de colocar as partes que constituem um sinal ou sentença de
forma que o leitor proficiente em ES seja capaz de compreender o que está escrito
sem ter que decompor o sinal em pedaços. Ou seja, a ES necessita ter modos de
demonstrar claramente o uso do espaço de articulação durante o uso de cada um
desses sinais na formação das sentenças.
6
TÓPICO 1 | ESTRUTURA E PERSPECTIVA
NOTA
De acordo com Dubois et al. (1973), os grafemas são as letras no sistema de escrita
alfabético, assim sendo, na ES os grafemas correspondem às unidades gráficas que compõem
o sistema de escrita, tais como as setas, asteriscos, pontos, configurações de mão etc.
Encontrar
Carro
• Corte: serve para indicar o modo como a palma da mão está posicionada no
espaço de sinalização, quando não apresenta corte ela está na vertical e quando
tem uma interrupção na altura dos dedos é porque está na horizontal, por
exemplo, os sinais de CASA e LIVRO. No primeiro, a configuração de mão está
de lado para o falante e na vertical, no segundo, a configuração de mão está de
lado para o falante na horizontal:
7
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
Casa Livro
Surd@ Amig@/amizade
Embora os dois sinais sejam corretos, é perceptível que o sinal escrito por
Capovilla et al. (2017) apresenta mais elementos descritivos de posicionamento do
que aquele escrito por Barreto e Barreto (2015). Isso porque o primeiro coloca as
informações referentes à orelha como ponto inicial através do desenho dela, bem
como dois asteriscos que indicam o início e final do sinal. Já o segundo pressupõe
8
TÓPICO 1 | ESTRUTURA E PERSPECTIVA
que a informação quanto à lateral da cabeça basta por si própria sem a necessidade
de especificar a orelha, tendo em vista que anatomicamente a orelha está nesta
posição, além disso, não coloca a necessidade de toque inicial, apenas de toque
final na parte inferior do rosto e não necessariamente na boca. Ambos os registros
estão corretos, porém o modo como Barreto e Barreto (2015) escrevem o sinal está
de acordo com o princípio de economia que os autores destacam em seu livro.
De acordo com Stumpf (2008a, p. 9): “chegará o momento que uma das
formas será estandardizada por uma determinada língua de sinais, mas no
momento podemos encontrar e ler o sinal em qualquer uma das cinco grafias”.
NOTA
NOTA
Ponto de vista
9
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
FONTE: Barreto e Barreto (2015, p. 121) FONTE: Barreto e Barreto (2015, p. 121)
10
TÓPICO 1 | ESTRUTURA E PERSPECTIVA
4 ESCRITA EM COLUNAS
Escrever em colunas
11
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
Agora, para observar o uso das faixas imaginárias que dividem as colunas
em ES, será feita a análise do Texto 1.
TEXTO 1:
Crianças
Uma porta à
esquerda
12
TÓPICO 1 | ESTRUTURA E PERSPECTIVA
13
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
Palma da mão Dorso da mão Lado da mão Mão direita Mão esquerda
FONTE: Os autores
Assim sendo, a rotação da mão vai seguir a mesma lógica existente entre
dorso e palma em que a parte que representa a palma não é preenchida e a parte
que escreve o dorso é preenchida.
14
TÓPICO 1 | ESTRUTURA E PERSPECTIVA
NOTA
ou escreve-se:
OM: dorso OM: lateral com dorso para fora OM: dorso
OP: horizontal OP: horizontal OP: horizontal
CM: D CM: D CM: mão esticada
16
TÓPICO 1 | ESTRUTURA E PERSPECTIVA
Configuração de mão
17
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
TUROS
ESTUDOS FU
18
TÓPICO 1 | ESTRUTURA E PERSPECTIVA
Refrigerante
19
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
6 ALFABETO MANUAL
Assim como na sinalização, a escrita por soletração via alfabeto manual
será utilizada nas situações em que um sinal específico não possa ser usado, como
nomes de lugares ou pessoas que não têm um sinal, ou que o sinal será antes que
será utilizado a partir daquele momento do texto. A escrita do alfabeto em Libras
está colocada na Figura 16 a seguir:
TEXTO 2:
Olá
eu
Sinal de Sávio
S-Á-V-I-O
{
FONTE: Adaptado de Barreto e Barreto (2015, p. 159)
7 PRÁTICA DE LEITURA
Exercitar a leitura
7.1 TEXTO
TEXTO 3:
DEDICATÓRIA
22
TÓPICO 1 | ESTRUTURA E PERSPECTIVA
7.2 GLOSSÁRIO
7.3 TRADUÇÃO
DEDICATÓRIA
23
RESUMO DO TÓPICO 1
Resumo
24
• Cada grafema que escreve as mãos do falante em ES carrega em si, no mínimo,
três informações descritivas: orientação de mão, orientação de palma e
configuração de mão. Assim, mesmo que sejam analisadas em separado, essas
três informações estão escritas através de um único grafema.
• O aprendizado de uma língua escrita necessita de contato com textos para que
tenhamos cada vez mais agilidade na leitura dos materiais em ES.
25
AUTOATIVIDADE
Exercícios
Coluna I Coluna II
26
III- As linhas na escrita de sinais são divididas em três linhas imaginárias, a
posição média é marcada pela “Posição 0” que marca o centro do corpo; a
“Posição 1” é aquela utilizada quando a cabeça e o corpo ficam no centro e
as mãos se movem para a “Posição 2”.
IV- A visão de registro é pela perspectiva receptiva, ou seja, os sinais são
escritos na visão de quem observa.
V- Quando o sinal é realizado apenas na “Posição 0”, devemos primeiro
observar o fonema que representa a Configuração de Mão, após, a
Localização do Sinal ou Ponto de Articulação e, por fim, o Movimento (M).
27
28
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
No tópico anterior, foram apresentadas as formas básicas da estrutura da
ES: a Orientação de Mão (OM), a Orientação de Palma (OP) e as Configurações
de Mão (CM), e também a forma como o alfabeto de sinais é escrito e utilizado
na produção de textos em ES. Desse modo, foram estudados os grafemas que
são a base para a compreensão da ES, pois a compreensão da estrutura vertical
da E para a D e os modos como o posicionamento e configuração das mãos serão
escritos são imprescindíveis para o entendimento de como se dá a escrita das
Línguas de Sinais, como a Libras, através do sistema SW.
29
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
NOTA
FIGURA 17 – DISTINÇÃO DE OM
FONTE: Os autores
30
TÓPICO 2 | REGISTRO DE LOCAÇÕES, MOVIMENTOS E TIPOS DE CONTATO
2 LOCAÇÕES
As Locações (L) ou Pontos de Articulação (PA) são os lugares específicos
em que os sinais se localizam dentro do espaço de articulação, em ES eles serão
especificados na escrita dos sinais quando forem imprescindíveis para a compreensão
do léxico específico. Ou seja, caso o Ponto de Articulação (PA) possa ser depreendido
pelo leitor, ele não será escrito pois o leitor proficiente será capaz de compreender
qual o PA a partir dos demais grafemas utilizados na escrita dos sinais.
Quase todos os textos que lemos ou ouvimos exigem que façamos uma
série de inferências para podermos compreendê-lo integralmente. Se
assim não fosse, nossos textos teriam que ser excessivamente longos
para poderem explicitar tudo o que queremos comunicar. Na verdade
[,] é assim: todo texto assemelha-se a um iceberg – o que fica à tona,
isto é, o que é explicado no texto, é apenas uma parte daquilo que
fica submerso, ou seja, implícito. Compete, portanto, ao receptor ser
capaz de atingir os diversos níveis de implícito, se quiser alcançar
uma compreensão mais profunda do texto que ouve ou lê (KOCH;
TRAVAGLIA, 1990 apud WANDERLEI, 2012, p. 141).
31
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
a b c d e f
FONTE: Adaptado de Capovilla et al. (2017, p. 2643) e Stumpf (2008b, p. 9)
32
TÓPICO 2 | REGISTRO DE LOCAÇÕES, MOVIMENTOS E TIPOS DE CONTATO
NOTA
DICAS
TEXTO 4:
33
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
GRAFEMA DE FACE
Assim como nas línguas orais as letras são combinadas para a escrita das
palavras, na escrita das línguas de sinais os grafemas são combinados para que
os sinais possam ser corretamente escritos. Desse modo, ao serem acrescentados
os grafemas referentes ao Movimentos e à CM ao grafema da face será possível
realizar a escrita dos sinais, por exemplo, para fazer a escrita do sinal de URS@ é
acrescentada ao grafema de face a configuração de mão 45 no local específico em
que a CM é realizada, na lateral superior da cabeça do sinalizante:
Quinta-feira
Falar mal
pelas costas Implante coclear Costas Meningite
35
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
Orelha
Face
Queixo Cabelo
Como pode ser visto na figura anterior, existem muitos elementos que
podem ser utilizados para o uso da ES, lembrando que essas locações específicas
deverão ser usadas apenas quando importantes para a leitura do sinal, ou
seja, sem elas o sinal fica confuso ou incompreensível. Além disso, é preciso
termos em mente que, com o tempo, as LS também terão um vocabulário mais
estabilizado em relação à forma gráfica de seu léxico, como acontece com a
escrita das línguas orais.
36
TÓPICO 2 | REGISTRO DE LOCAÇÕES, MOVIMENTOS E TIPOS DE CONTATO
TUROS
ESTUDOS FU
GRAFEMA PESCOÇO
O uso desse grafema pode ser observado na escrita dos sinais colocados
a seguir:
37
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
Grafema de ombro
Desse modo, esse grafema indica vista de cima, esta forma de visão do sinal
será usado apenas quando estritamente necessário para a correta compreensão
do sinal. Para exemplificar esta utilziação, Barreto e Barreto (2015, p. 283) colocam
os seguintes sinais:
• Quando o sinal for feito no centro do peito o grafema de contato será feito logo
abaixo do grafema que representa a mão do sinalizante:
Ter Meu/minha
38
TÓPICO 2 | REGISTRO DE LOCAÇÕES, MOVIMENTOS E TIPOS DE CONTATO
• Já quando o sinal tiver seu PA na lateral do peito será utilziada uma linha
grossa representando os ombros vistos de frente:
Amig@
• Nas situações em que o ponto de contato se localize nas duas laterias do peito
ao mesmo tempo, não é colocado o grafema indicativo do peito:
Orgulho
NOTA
Você deve ter percebido que não foi adotado neste livro um tamanho padrão
para a ES, isso acontece porque, diferente das letras da escrita das línguas orais, a ES ainda
é feita como uma imagem, ou seja, ela não tem um padrão exato. Por isso, ao utilizar a ES,
devemos cuidar para que os sinais sejam escritos de modo claro e proporcional, quando a
escrita for feita à mão isso é um pouco mais complicado, mas quando é feita via SignPudlle
(um site específico) fica mais fácil deixar os textos mais bem proporcionados.
3 GRAFEMAS DE MOVIMENTO I
Segundo Barreto e Barreto (2015), o grande trunfo da escrita criada por
Valerie Sutton foi exatamente a capacidade do sistema criado por ela de registrar
com eficiência o movimento, um dos aspectos mais complexos e, ao mesmo tempo,
mais importantes das línguas de sinais. Além disso, os autores chamam atenção
para o fato de que, quando foi convidada pelos pesquisadores de Copenhagem
para transcrever vídeos em LS, Sutton não tinha conhecimento algum das
línguas de sinais, mas “isso não a impediu de escrever estas línguas, Sutton
estava escrevendo os movimentos do corpo ao realizar os sinais” (BARRETO;
BARRETO, 2015, p. 72, grifo nosso).
39
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
2001 apud BARRETO; BARRETO, 2015, p. 72). Foi um marco muito importante
dentre as diferentes tentativas de registro das línguas de sinais, porque o
movimento é exatamente o aspecto que tornava mais complexo o registro delas,
porque, os desenhos com setas, as descrições, os vídeos, as anotações em glosas e
os demais sistemas de notação e de escrita não haviam conseguido establecer um
modo claro, prático, rápido e eficiente de registro dos movimentos que faziam
parte dos sinais nas LS.
Para cima
Para baixo
40
TÓPICO 2 | REGISTRO DE LOCAÇÕES, MOVIMENTOS E TIPOS DE CONTATO
41
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
Superfície
Responder
Planejar, preparar Encontrar
42
TÓPICO 2 | REGISTRO DE LOCAÇÕES, MOVIMENTOS E TIPOS DE CONTATO
Por exemplo, o sinal de CANO pode ser grafado das seguintes maneiras:
Domingo
FONTE: Adaptado de Barreto e Barreto (2015, p. 168)
43
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
Plano 2
Movimento circular
Mudar/transformar
FONTE: Barreto e Barreto (2015, p. 169)
Sorvete
FONTE: Adaptado de Barreto e Barreto (2015, p. 169)
Plano 1
Movimento curvo
Arco-íris
FONTE: Adaptado de Barreto e Barreto (2015, p. 182)
44
TÓPICO 2 | REGISTRO DE LOCAÇÕES, MOVIMENTOS E TIPOS DE CONTATO
Plano 2
Movimento curvo
Geladeira
45
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
Chamar Futuro
Incentivar-me Nascer
Calma
Os movimentos para cima ou para baixo que fazem uma curva pra frente
são representados pelas seguintes setas, em que o risco que cruza as linhas
indica que o movimento primeiro se aproxima e depois se afasta no decorrer da
realização do movimento (BARRETO; BARRETO, 2015):
46
TÓPICO 2 | REGISTRO DE LOCAÇÕES, MOVIMENTOS E TIPOS DE CONTATO
Grávida
Auditório Sonhar
Barreto e Barreto (2015) chamam a atenção para o fato de que essas setas
são as mais utilizadas na ES, porém, existem outros tipos de movimentos mais
complicados que podem, também, serem escritos através do sistema SW, como
pode ser observado nos sinais escritos logo a seguir:
Prato-muito-cheio (CL)
48
TÓPICO 2 | REGISTRO DE LOCAÇÕES, MOVIMENTOS E TIPOS DE CONTATO
Correr rápido
Movimento Deve ser escrito junto à mão
tenso que fica parada, também pode
indicar uma parada brusca do
movimento.
Acidente de carro
Movimento Sinal realizado de modo relaxado,
relaxado frouxo e suavizado, podem ser
utilizados dois para dar mais
ênfase.
preguiça
Movimento Pode abranger todo o sinal ou
lento apenas a parte que é feita de
modo lento.
disfarçar
Movimento A mão D se move enquanto a mão
consecutivo E está imóvel; quando a E se move
a E permanece parada.
Sign Puddle
Movimento A mão D move numa direção e a
alterando mão E move em outra. Quando
são usadas setas, este grafema é
dispensado.
Bater
Pressão Serve para indicar a pressão que
a mão faz no contato.
49
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
Brincar
Almoçar
FONTE: Barreto e Barreto (2015, p. 171)
4 PRÁTICA DE LEITURA
Exercitar a leitura
Boa leitura, não esqueça de fazer suas anotações, repetir a escrita dos
sinais e retomar a leitura deles, a seguir serão apresentados o texto, o glossário e
a tradução do texto em LP.
4.1 TEXTO
SÁVIO E O AVÔ
51
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
4.2 GLOSSÁRIO
4.3 TRADUÇÃO
Olá, eu sou o Sávio. Eu vim para Goiás ajudar o meu avô que tem 80
anos de idade. Há dois anos minha mãe comprou um pastor alemão para dar de
presente ao meu avô. O cão é muito esperto.
52
RESUMO DO TÓPICO 2
Resumo
• Assim como nas línguas orais as letras são combinadas para a escrita das
palavras, na escrita das línguas de sinais os grafemas são combinados para que
os sinais possam ser corretamente escritos.
• De acordo com Barreto e Barreto (2015, p.121): “por definição, sinais escritos
sem nenhuma identificação do tronco (regras especiais para o centro do peito),
braços, cabeça ou pescoço ocorrem no espaço neutro, isto é, à frente do tronco”.
53
• Em relação ao ombro, Barreto e Barreto (2015, p. 283) destacam que este
grafema é utilizado quando “[...] é importante indicar a distância entre as mãos
e o corpo, os movimentos em direção ao corpo e ainda os sinais feitos na parte
superior da cabeça ou em frente ao rosto”.
54
AUTOATIVIDADE
Exercícios
55
Coluna I Coluna II
(1) Movimento rápido ( )
(2) Movimento tenso ( )
(3) Movimento relaxado ( )
(4) Movimento lento ( )
(5) Movimento simultâneo ( )
(6) Movimento consecutivo ( )
(7) Movimento alterado ( )
(8) Pressão ( )
a) ( ) 4, 5, 7, 3, 6, 8, 2 e 1.
b) ( ) 3, 5, 1, 6, 8, 2, 4 e 7.
c) ( ) 3, 7, 1, 6, 4, 8, 2 e 5.
d) ( ) 3, 4, 8, 1, 6, 5, 2 e 7.
e) ( ) 7, 4, 8, 5, 6, 3, 1 e 2.
56
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
No tópico anterior, foram estudados os grafemas que são utilizados para
a escrita das locações relacionadas à face, à cabeça, ao pescoço, aos ombros e ao
peito. Além disso, foram discutidos os grafemas de movimento representados por
setas, bem como as grafias relacionadas à dinâmica e à duração dos movimentos.
Desse modo, você já foi apresentado aos grafemas básicos que indicam as locações
mais utilizadas e à grafia dos movimentos básicos para e escrita dos sinais em ES
através do sistema SW.
Caro acadêmico, como aquilo que foi estudado aqui, você já tem uma
base interessante para a escrita de vários sinais em Libras utilizando a ES, porém,
existem sinais em que os dedos, antebraços e pulsos também realizam movimentos
específicos que fazem parte dos fonemas envolvidos para a realização dos sinais.
2 GRAFEMAS DE MOVIMENTO II
As movimentações do corpo humano podem ser, praticamente, infinitas,
pois as articulações permitem uma grande quantidade de formas que podem ser
utilizadas para a realização dos sinais em LS. A Escrita de Sinais pelo Sistema SW
permite o registro completo das maneiras como cada um dos sinais é realizado,
porém, o número de grafemas também será bastante amplo.
Por isso, neste subtópico, será feito o estudo de mais alguns grupos de
grafemas utilizado para a escrita completa das Línguas de Sinais pelo sistema SW.
Desta feita, esta parte será iniciada com a compreensão dos grafemas que indicam
a movimentação dos dedos de modo a serem observadas as possibilidades de
movimentação mais utilizadas em ES e seu modo de grafia específico. Após, será
feito o estudo das movimentações realizadas com o antebraço nos diferentes
planos e possibilidades. Por fim, as formas utilizadas para grafar o movimento
dos pulsos serão objeto de estudo.
57
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
Dedo é estendido na
articulação média.
Medo
Dedos se estendem na
articulação proximal (a que
junta os dedos com a mão).
Inaugurar
Dedos se flexionam na
articulação proximal.
Saber
58
TÓPICO 3 | GRAFEMAS DE MOVIMENTO II E TIPOS DE CONTATO
Cortar Diferente
com tesoura
59
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
Saber Saber
60
TÓPICO 3 | GRAFEMAS DE MOVIMENTO II E TIPOS DE CONTATO
61
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
O grafema sofrerá alterações caso seja feito com o giro partindo da posição
do polegar ou do dedo mínimo, nos sinais de ACADEMIA e ENTENDER, a
“guia” é do polegar por isso a seta é grafada pela frente das linhas verticais;
no caso de PORTAS-SE-FECHARAM e OLHAR-PARA-MIM, a “guia” parte do
dedo mínimo, por isso, a diferença de escrita do grafema com a seta escrita por
trás das linhas verticais e não pela frente como no caso anterior (BARRETO;
BARRETO, 2015):
Portas-se-
Academia Entender Olhar-para-mim
fecharam
62
TÓPICO 3 | GRAFEMAS DE MOVIMENTO II E TIPOS DE CONTATO
63
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
64
TÓPICO 3 | GRAFEMAS DE MOVIMENTO II E TIPOS DE CONTATO
65
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
Sinal
Advogado (a)
Dar sinal a algo ou
alguém/ denominar
66
TÓPICO 3 | GRAFEMAS DE MOVIMENTO II E TIPOS DE CONTATO
Fisgar um peixe
3 TIPOS DE CONTATO
Contato
67
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
Casa
68
TÓPICO 3 | GRAFEMAS DE MOVIMENTO II E TIPOS DE CONTATO
Quando o toque for realizado com mais intensidade, ou seja, sem a mesma
suavidade do grafema de toque, será utilizado o grafema de bater indicando o
aumento da força empregada pelo sinalizante (BARRETO; BARRETO, 2015):
Duro Duríssimo
NOTA
3.2 ESCOVAR
Este grafema é utilizado quando acontece um toque que se arrasta
levemente entre dois pontos de contato e depois se separa (BARRETO; BARRETO,
2015). Dessa forma, é uma conexão que dura por certo espaço e tempo ao longo
do sinal e traz junto de si a ideia do movimento, mesmo assim é preciso inserir a
escrita de setas utilizada para demonstrar qual a direção inicial de deslocamento
do movimento de escovar. Também é necessário destacar que esse grafema indica
um caminho percorrido pela configuração de mão, logo, não será utilizado mais
de uma vez no mesmo sinal, quando necessária repetição, essa será demonstrada
pela quantidade de setas escritas.
69
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
Bravo (a)
70
TÓPICO 3 | GRAFEMAS DE MOVIMENTO II E TIPOS DE CONTATO
3.4 PEGAR
Este grafema indica quando a mão pega e segura uma parte do corpo ou da
roupa do sinalizante, seu grafema é representado por um sinal de adição e pode ser
escrito mais de uma vez quando necessário (BARRETO; BARRETO, 2015):
FONTE: Os autores
71
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
Apontador
FONTE: Os autores
Acidente de carro
Aconselhar/orientar
Levar/Guiar
72
TÓPICO 3 | GRAFEMAS DE MOVIMENTO II E TIPOS DE CONTATO
Exemplos:
73
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
Exemplos:
4 PRÁTICA DE LEITURA
Exercitar a leitura
No final do Tópico 2, o texto lido falava sobre a ida de Sávio à Goiás para
cuidar de seu avô idoso. Além disso, ele também nos contou sobre o pastor alemão
que foi dado ao avô pela mãe destacando a esperteza e Inteligência do bichinho.
Na leitura deste Tópico 3, Sávio nos conta uma das aventuras que o cão e seu avô
viveram ao salvar duas crianças, acompanhe a seguir a história desta dupla.
Boa leitura! Não esqueça de fazer suas anotações, repetir a escrita dos
sinais e retomar a escrita deles, a seguir serão apresentados o texto, o glossário e
a tradução do texto para LP. Porém, não esqueça de que uma tradução é sempre
uma versão, pois não existe correspondência completa entre duas ou mais línguas.
74
TÓPICO 3 | GRAFEMAS DE MOVIMENTO II E TIPOS DE CONTATO
4.1 TEXTO
TEXTO 5:
75
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
4.2 GLOSSÁRIO
Freada brusca
da bicicleta Cão latindo
Duas pessoas
descer da bicicleta
Polícia
4.3 TRADUÇÃO
Meu avô passeava com o pastor alemão e segurava ele pela corrente, de
repente duas crianças vinham andando em suas bicicletas pela faixa sem ver um
carro que vinha andando pelo mesmo lugar e iria as atropelar. O cão começou a
latir muito forte, até chamar a atenção do policial que olhou a situação e apitou. As
crianças deram uma freada brusca com as bicicletas e desceram delas já pedindo
desculpas por estarem fazendo errado, o policial respondeu que estava tudo bem
e falou que o cachorro era muito inteligente.
TUROS
ESTUDOS FU
76
TÓPICO 3 | GRAFEMAS DE MOVIMENTO II E TIPOS DE CONTATO
LEITURA COMPLEMENTAR
Número do grupo
Quantidade de CMs da
Libras no grupo
Símbolo internacional
do grupo
77
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
78
TÓPICO 3 | GRAFEMAS DE MOVIMENTO II E TIPOS DE CONTATO
79
RESUMO DO TÓPICO 3
Resumo
• Os movimentos feitos pelo antebraço são expressos por cinco tipos de grafemas
que correspondem às utilizações feitas em LS.
• Os grafemas que servem para a grafia dos movimentos de pulso são divididos
em dois grupos: circulares e retos.
• As formas gráficas que indicam o tipo de toque que acontece entre as mãos ou
entre as mãos e partes do corpo na ES, são chamados de grafemas de contato.
• O grafema de tocar indica um contato suave entre duas mãos ou duas partes
do corpo do sinalizante.
80
• O grafema de esfregar em círculo serve para a escrita de contatos de movimentos
circulares em que se mantém o contato em todo o momento, permanecendo na
superfície.
• O grafema pegar indica quando a mão pega e segura uma parte do corpo ou da
roupa do sinalizante.
CHAMADA
81
AUTOATIVIDADE
Exercícios
a)
2)
1)
3)
enviar mensagem de celular
b)
2)
1)
3)
tartaruga
Coluna I Coluna II
(1) Tocar ( )
(2) Bater ( )
(3) Escovar ( )
(4) Esfregar ( )
(5) Pegar ( )
82
3 De acordo com o estudo sobre os grafemas do tópico três, analise as
sentenças, classificando V para as verdadeiras e F para as falsas.
83
84
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
85
86
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Introdução
87
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
NOTA
Esse assunto foi abordado com maiores detalhes no Livro Didático de Sintaxe
da Libras.
TEXTO 1:
Segurar-cachorro-pela-corrente
88
TÓPICO 1 | GRAFEMAS PARA EXPRESSÕES NÃO MANUAIS
No sinal do Prof. Cristian Sardo, o grafema da boca não foi utilizado, pois
não é necessário para a escrita correta o sinal desse professor; já no sinal da Profa.
Mariana Correia, a boca é um fonema imprescindível para a correta realização
do sinal, por isso, o grafema referente à boca foi utilizado na configuração
específica de sorriso. Ou seja, caso o sinal seja escrito sem esse grafema ele não
corresponderá mais ao mesmo léxico e, em relação a essa pessoa específica, estaria
errada a grafia. Ainda na comparação entre esses dois sinais, o grafema referente
à sobrancelha foi utilizado no sinal do Prof. Cristian Sardo pelo mesmo motivo, é
necessário para a escrita correta do sinal.
Desse modo, a Escrita de Sinais, como toda e qualquer escrita, não registra
todos os elementos presentes no momento da enunciação, mas apenas aqueles
realmente necessários para a compreensão daquilo que está sendo registrado
a partir da escrita. Desse modo, a ES não se presta à reprodução do rosto (ou
outra parte do corpo) do sinalizante em detalhes, pois não é um desenho que
visa copiar a realidade. Da mesma forma, o sistema alfabético utilizado pelos
ouvintes também não registra todos os elementos presentes numa enunciação,
por exemplo, altura da voz ou sotaque, mas apenas aqueles que permitem ao
leitor a compreensão do que é escrito.
89
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
Olhos Ver
Ainda com relação aos possíveis grafemas para escrita dos olhos, Barreto
e Barreto (2015) apresentam as seguintes variações na escrita deste grafema:
90
TÓPICO 1 | GRAFEMAS PARA EXPRESSÕES NÃO MANUAIS
TEXTO 2:
92
TÓPICO 1 | GRAFEMAS PARA EXPRESSÕES NÃO MANUAIS
Restaurante Silêncio
Os grafemas que são utilizados para a escrita das expressões da boca são
bastante numerosos, por isso, Barreto e Barreto (2015) colocam apenas alguns dos
mais utilizados:
Sorriso Grande sorriso Boca fechada (ou "triste") Boca aberta (ou "lamento")
93
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
• Dentes e lábios: com relação aos dentes e aos lábios, os grafemas utilizados são
os seguintes, lembrando que a perspectiva de escrita é aquela do sinalizador
(BARRETO; BARRETO, 2015):
94
TÓPICO 1 | GRAFEMAS PARA EXPRESSÕES NÃO MANUAIS
Ser pego
Banguela Ficar nervoso(a) Índio
de surpresa
95
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
Por fim, Barreto e Barreto (2015, p. 284) chamam a atenção para a grafia
peculiar do grafema que serve para grafar de movimento em que a língua escova
a parte interna da bochecha:
96
TÓPICO 1 | GRAFEMAS PARA EXPRESSÕES NÃO MANUAIS
97
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
2.4 SOBRANCELHAS
As sobrancelhas, quando utilizadas como Ponto de Articulação/Locação,
são representadas com dois pares de linhas retas paralelas, caso necessário grafar
apenas o par correspondente à sobrancelha necessária para a escrita correta do
sinal (BARRETO; BARRETO, 2015, p. 155):
98
TÓPICO 1 | GRAFEMAS PARA EXPRESSÕES NÃO MANUAIS
99
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
100
TÓPICO 1 | GRAFEMAS PARA EXPRESSÕES NÃO MANUAIS
Nos casos em que o tronco for inclinado, poderão ser utilizadas duas
formas de grafia, de acordo com Stumpf (2005), Barreto e Barreto (2015): o grafema
de um ponto sobre uma linha ao lado do grafema de ombro (Figura 13) ou esse
mesmo ponto grafado sobre o grafema da cabeça (Figura 14):
Tronco inclinado
Para frente
para frente
Esse grafema pode ser utilizado em qualquer uma das direções, conforme
colocado na figura anterior, além disso, é possível a utilização de mais de um
grafema para indicar mais de um movimento de inclinação do corpo no mesmo
sinal, observe o sinal de PINGUIM mais adiante.
101
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
3.2 CINTURA
Para representar a cintura são utilizadas duas linhas grossas paralelas
horizontais, uma para representar os ombros e outra para delimitar a cintura.
“Usamos este grafema quando as mãos se movem perto da cintura, tocam nela ou
próximo a ela” (BARRETO; BARRETO, 2015, p. 209):
Abade l'Épée
102
TÓPICO 1 | GRAFEMAS PARA EXPRESSÕES NÃO MANUAIS
4 PRÁTICA DE LEITURA
Exercitar a leitura
Boa leitura! Não esqueça de fazer suas anotações, repetir a escrita dos
sinais e retomar a escrita deles, a seguir serão apresentados o texto, o glossário e
a tradução do texto para LP. Porém, tenha em mente que uma tradução é sempre
uma versão, pois não existe correspondência completa entre duas ou mais línguas.
4.1 TEXTO
Texto
103
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
TEXTO 3:
104
TÓPICO 1 | GRAFEMAS PARA EXPRESSÕES NÃO MANUAIS
4.2 GLOSSÁRIO
Glossário
4.3 TRADUÇÃO
Tradução
105
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A Escrita de Sinais, como toda e qualquer escrita, não registra todos os elementos
presentes no momento da enunciação, mas apenas aqueles realmente necessários
para a compreensão daquilo que está sendo registrado a partir da escrita.
106
AUTOATIVIDADE
Exercícios
107
2 De acordo com o estudo sobre grafemas para expressões não manuais do
tópico um, analise as sentenças, classificando V para as verdadeiras e F para
as falsas.
108
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Introdução
DICAS
110
TÓPICO 2 | ESCRITA, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
111
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
NOTA
112
TÓPICO 2 | ESCRITA, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
113
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
114
TÓPICO 2 | ESCRITA, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
Língua Materna (L1) é a Libras também está pautado na legislação elaborada nos
últimos anos, por exemplo, o Decreto nº 5.626/2005 que regulamenta o uso da
Libras menciona que:
Esse tipo de relação não igualitária causava uma série de dificuldades para
a aquisição da língua escrita por parte dos estudantes surdos, acarretando uma
série de dificuldades e complicações para o desenvolvimento da escrita da língua
majoritária, porque esta tem uma estrutura morfológica, semântica e sintática
completamente diversa da Libras. Dessa forma, o surdo pensava em Libras, mas
tinha que fazer a troca para a LP, uma língua sobre a qual nem sempre tinha o
domínio das estruturas, qual era necessário se expressar por escrito.
115
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
116
TÓPICO 2 | ESCRITA, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
117
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
118
TÓPICO 2 | ESCRITA, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
Há muitas línguas orais que não possuem uma escrita. Seus usuários
talvez não sentiram necessidade dessa representação, ou não
conseguiram um sistema que representasse adequadamente suas
línguas. As comunidades surdas, não são comunidades isoladas, com
uma cultura de língua ágrafa, mas participam da vida urbana e do
mundo contemporâneo que é cada vez mais dependente da escrita.
As comunidades surdas urbanas precisam de um nível adequado de
leitura e escrita compatível com a sociedade em que vivem (STUMPF,
2005, p. 47, grifo nosso).
Esperar que uma criança surda consiga ler e escrever no código alfabético
com a mesma naturalidade que a ouvinte é tão absurdo quanto esperar
que um ouvinte consiga escrever os sons da fala fazendo uso de notas
musicais. Cada tipo de fenômeno a ser registrado requer um sistema de
representação escrita apropriado: Notas musicais para música, alfabeto
para língua falada, SignWriting para Língua de Sinais (CAPOVILLA;
SUTTON, 2001 apud WANDERLEY, 2012, p. 59, grifo nosso)
119
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
5 PRÁTICA DE LEITURA
Exercitar a leitura
Boa leitura, não esqueça de fazer suas anotações, repetir a escrita dos
sinais e retomar a escrita deles, a seguir serão apresentados o texto, o glossário e
a tradução do texto para LP. Porém, tenha em mente que uma tradução é sempre
uma versão, pois não existe correspondência completa entre duas ou mais línguas.
120
TÓPICO 2 | ESCRITA, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
5.1 TEXTO
Texto
TEXTO 4:
121
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
5.2 GLOSSÁRIO
Glossário
122
TÓPICO 2 | ESCRITA, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
DICAS
Este livro didático procura apresentar a maioria dos sinais necessários para
compreensão dos textos, caso você tenha necessidade de encontrar algum dos sinais
colocados anteriormente, você pode fazer vários tipos de pesquisa no SignPuddle, neste
momento, será mostrado um deles, depois, ao longo do livro serão apresentadas outras
formas de busca no site. Por exemplo, para achar o seguinte sinal:
FONTE: <https://www.signbank.org/signpuddle2.0/index.php?ui=12&sgn=46>.
Acesso em: 11 nov. 2019.
• Entre no grupo referente à Configuração de mão, no caso, o grupo dos cinco dedos.
• Clique na CM referente aos dedos todos juntos.
FONTE: <https://www.signbank.org/signpuddle2.0/index.php?ui=12&sgn=46>.
Acesso em: 11 nov. 2019.
123
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
• Note que apareceram muitas combinações possíveis, então, vamos selecionar mais um
dos grafemas que compõem o sinal, no sinal que estamos procurando, vamos utilizar
os dois sinais de contato:
FONTE: <https://www.signbank.org/signpuddle2.0/index.php?ui=12&sgn=46>.
Acesso em: 11 nov. 2019.
• Note que apareceram muitas combinações possíveis, então, vamos selecionar mais um
dos grafemas que compõem o sinal, no sinal que estamos procurando, vamos utilizar
os dois sinais de contato:
FONTE: <https://www.signbank.org/signpuddle2.0/index.php?ui=12&sgn=46>.
Acesso em: 11 nov. 2019.
• Ao clicar no sinal do grupo de contatos, abre a lista em que aparecem dois contatos:
124
TÓPICO 2 | ESCRITA, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
FONTE: <https://www.signbank.org/signpuddle2.0/index.php?ui=12&sgn=46>.
Acesso em: 11 nov. 2019.
• Agora, você pode continuar colocando o outro grafema ou ver os sinais encontrados,
neste caso: 406.
FONTE: <https://www.signbank.org/signpuddle2.0/index.php?ui=12&sgn=46>.
Acesso em: 11 nov. 2019.
• Ao clicar em “ver os sinais”, aparecerá uma lista em colunas em que você deverá
procurar o sinal desejado e clicar sobre ele.
FONTE: <https://www.signbank.org/signpuddle2.0/index.php?ui=12&sgn=46>.
Acesso em: 11 nov. 2019.
125
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
ONTE: <https://www.signbank.org/signpuddle2.0/index.php?ui=12&sgn=46>.
Acesso em: 11 nov. 2019.
5.3 TRADUÇÃO
Tradução
126
RESUMO DO TÓPICO 2
Resumo
127
• A educação bilíngue pressupõe o entendimento de participação social e cultural
dos sujeitos surdos em todas as instâncias e esferas vinculadas a ela.
128
AUTOATIVIDADE
Exercícios
129
( ) A escrita é a tecnologia que permite o registro, a continuidade e a
permanência das informações e descobertas.
( ) A alfabetização é o processo final de apropriação da aquisição da
linguagem e de decodificação da tecnologia da escrita.
( ) O letramento é o uso social que os diferentes usos da escrita têm dentro da
sociedade letrada.
130
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Introdução
131
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
E
IMPORTANT
2 PROCESSO SEMIÓTICO
Há muito tempo, vários pesquisadores têm se debruçado sobre as
questões que envolvem o modo como os seres humanos desenvolvem o processo
de significação, ou seja, o processo semiótico que permite ao sujeito atribuir
significados mesmo a objetos e situações que não estão representadas visualmente
naquele momento específico. Isso porque é através da função semiótica
que os seres humanos se tornam capazes de desenvolver todo um sistema de
representação que permitirá a ele a existência do pensamento organizado e,
consequentemente, “[...] a capacidade de representar um objeto ausente por meio
de símbolos ou signos, o que implica diferenciar e coordenar os significantes
[imagem acústica da palavra ou visual do sinal] e os significados [conceito ou
conteúdo do significante]” (PIAGET, 1990 apud STUMPF, 2009, p. 3).
132
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS PARA ALFABETIZAÇÃO EM ESCRITA DE SINAIS
Dessa forma, “as línguas são representações simbólicas, quer seja uma
língua oral ou uma língua de sinais, assim como suas escritas. Elas se constituem
historicamente ao longo da evolução dos povos como construções coletivas
que resultam em sistemas de representação” (STUMPF, 2009, p. 8). Logo, esses
sistemas de representação são as formas como nosso pensamento linguístico
se desenvolve durante o desenrolar do processo de psicogênese (construção
psicológica da aprendizagem, segundo Piaget citado por Stumpf (2009)), para
ser capaz de compreender as representações simbólicas, ou seja, as interrelações
semânticas das palavras durante seu uso tanto na construção do pensamento
quanto na interação através do diálogo ou da escrita.
NOTA
134
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS PARA ALFABETIZAÇÃO EM ESCRITA DE SINAIS
135
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
136
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS PARA ALFABETIZAÇÃO EM ESCRITA DE SINAIS
• Terceira fase: de acordo com Stumpf (2009), nesta fase, as crianças ouvintes
começam o processo em que percebem como as letras e sílabas se estruturam
para formar palavras ou partes das palavras da língua oral-auditiva. Ao
transpor para o ensino de ES, a autora menciona que:
137
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
138
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS PARA ALFABETIZAÇÃO EM ESCRITA DE SINAIS
A aquisição com atraso pode ocorrer por diferentes motivos: não haver
a detecção precoce da perda auditiva; a maioria das crinaças ser filhas
de pais ouvintes que desconhecem a língua de sinais; desconhecimento
dos pais sobre a imprtânica de o filho surdo adquirir a linguagem na
língua de sinais; não existir local de atendimento com profissionias
surdos nativos e/ou ouvintes fluentes na língua de sinais e ensinar aos
pais a língua materna dos filhos (QUADROS; CRUZ, 2011, p. 43).
Obviamente, sabe-se que nem sempre é uma tarefa fácil conseguir todos
esses profissionais e um auxílio tão amplo nas escolas ou locais em que serão
oferecidos cursos de ES, contudo, é importante ter a sensibilidade de entender
os diferentes contextos de desenvolvimento linguístico existentes em sala de
aula, bem como a necessidade de auxílio ou, pelo menos, a interação com os
responsáveis pelo aluno ou pelo apoio escolar, caso a turma esteja inserida em
um contexto de ensino institucional. Mas, normalmente, nos contextos escolares
139
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
E
IMPORTANT
• ALFABETIZAÇÃO: Stumpf (2009, p. 18, grifo nosso) propõe que sejam feitas
atividades de sensibilização para a introdução gradual do sinais a partir de
contextos reais de uso adequados à faixa etária, pois:
140
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS PARA ALFABETIZAÇÃO EM ESCRITA DE SINAIS
TUROS
ESTUDOS FU
141
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
142
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS PARA ALFABETIZAÇÃO EM ESCRITA DE SINAIS
143
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
Observe que a sentença foi escrita de modo simples e sem o uso de sinais
complexos ou classificadores, mesmo sendo possível utilizar a forma escrita LER-
LIVRO, optou-se por escrever a frase de modo mais simples possível, tendo em
vista ser a primeira fase do desenvolvimento linguístico:
TEXTO 6:
Sentença: eu vim para Goiás cuidar do meu avô que tem 88 anos de idade
144
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS PARA ALFABETIZAÇÃO EM ESCRITA DE SINAIS
TEXTO 7:
Agora, nós três vínhamos para cá, eu estava dirigindo e meu celular
vibrou, quando atendi, era a mãe do meu amigo avisando para mim que ele
bebeu muito e bateu o carro.
145
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
DICAS
146
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS PARA ALFABETIZAÇÃO EM ESCRITA DE SINAIS
FONTE: <https://www.signbank.org/signpuddle2.0/index.php?ui=12&sgn=46>.
Acesso em: 11 nov. 2019.
147
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
148
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS PARA ALFABETIZAÇÃO EM ESCRITA DE SINAIS
• Programa on-line para escrita de sinais: SignPuddle 2.0, criador de sinais, esta
é outra funcionalidade do site que permite a escrita de sinais e textos em ES
para inserção no dicionário on-line ou para cópia como imagem.
• SingWriting.org: neste site existe uma infinidade de materiais em ES para
consulta, download, conferência e muitas outras coisas referentes ao SW.
Existem muitos materiais, além desses, que você encontrará a partir de uma
pesquisa na internet, por isso, é importante ter uma noção de como reconhecer se
a fonte é confiável ou não, algumas dicas para saber se a referência é válida são as
seguintes: vínculo com instituições acadêmicas reconhecidas; ligação com nomes
de pesquisador@s da área (Quadros, Stumpf, Karnopp ou outros dos citados ao
longo dos seus estudos em LS e ES); autoria evidenciada ou menção feita em outro
material confiável como referência. Mas, antes de tudo, estude, revise, repense
e reorganize seus estudos, pois é através de suas reflexões que a sua escrita se
desenvolverá de modo mais efetivo, não tenha receio de cometer alguma gafe
ortográfica, pois a ES da Libras ainda está em um momento de estruturação,
logo, muitos sinais escritos estão passando por momentos de transformação e
adaptação, inclusive, você ainda encontrará muitos materiais com a ES em linha
e não em colunas, pois a estruturação em colunas é algo recente.
Com as análises percebeu-se que, na primeira aula, após apresentar toda configuração
básica de mão, os alunos surdos compreenderam com facilidade que na escrita de sinais
Aula 1 a orientação da palma da mão é bastante significativa. Ao solicitar para que cada aluno
surdo escrevesse em escrita de LIBRAS o sinal CASA, foi possível verificar que a maioria
utilizou a configuração e orientação da palma da mão corretamente.
Em outra aula pedimos para que cada um tentasse escrever o alfabeto manual da LIBRAS
em escrita de sinais, como a LIBRAS é uma língua de modalidade visuoespacial tornou-
se fácil essa atividade. O resultado foi surpreendente. Contudo, já podemos observar
Aula 2
que o aluno surdo tem mais facilidade de escrever e de compreender a escrita da sua
própria língua (L1) e que ainda serve de apoio para a aquisição da sua segunda língua
(L2) com naturalidade.
149
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
150
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS PARA ALFABETIZAÇÃO EM ESCRITA DE SINAIS
151
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
Diante de tudo que foi exposto, vimos a necessidade de incluir as setas de movimentos
antes de avançarmos para os conteúdos do GRUPO 3. A curiosidade dos alunos em saber
o significado de cada seta de movimento que acompanham os sinais era notória. Então,
essa aula foi sobre as setas de movimentos (para frente e para trás / para cima e para
baixo / diagonais / setas neutras) tudo isso observando mão direita e mão esquerda. Após
a explanação da aula, sugerimos um treino de alguns sinais que tivessem movimentos
simples (para cima e para baixo / para frente e para trás). O resultado foi bastante
Aula 15 interessante, pois os alunos identificaram o real significado de cada seta de movimento.
152
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS PARA ALFABETIZAÇÃO EM ESCRITA DE SINAIS
• Atividade 1:
• Atividade 2:
FONTE: <https://escolaeducacao.com.br/wp-content/uploads/2018/06/atividades-de-
alfabetizacao-ligue-corretamente.jpg>. Acesso em: 12 nov. 2019.
153
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
• Atividade 3:
154
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS PARA ALFABETIZAÇÃO EM ESCRITA DE SINAIS
Boneca Boca
155
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
• Atividade 4:
156
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS PARA ALFABETIZAÇÃO EM ESCRITA DE SINAIS
• Atividade 6:
A marcação deve ser feita com um xis sobre a CM e nos PAs utilizados
para a realização desses sinais. Assim, a marcação de MOCHILA é feita nos dois
ombros, tendo em vista que o sinal é realizado com as duas mãos fazendo o
movimento ao mesmo tempo e, para MENINA, na bochecha esquerda. Observe
que o Movimento e a Orientação de Palma não são, ainda, exigidos do aprendiz.
157
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
5 PRÁTICA DE LEITURA
Exercitar a leitura
Boa leitura, não esqueça de fazer suas anotações, repetir a escrita dos
sinais e retomar a escrita deles, a seguir serão apresentados o texto, o glossário e
a tradução do texto para LP. Porém, tenha em mente que uma tradução é sempre
uma versão, pois não existe correspondência direta e completa entre duas ou
mais línguas.
5.1 TEXTO
Texto
158
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS PARA ALFABETIZAÇÃO EM ESCRITA DE SINAIS
TEXTO 8:
Acidente de carro
159
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
5.2 GLOSSÁRIO
Glossário
5.3 TRADUÇÃO
Tradução
Eu falei para ele que era perigoso dirigir o carro [por causa da bebedeira],
por isso, era melhor eu dirigir. [Naquele dia, ele aceitou, mas] agora, nós três
vínhamos para cá, eu estava dirigindo e meu celular vibrou, quando atendi, era
mãe do meu amigo avisando para mim que ele bebeu muito e bateu o carro.
160
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS PARA ALFABETIZAÇÃO EM ESCRITA DE SINAIS
LEITURA COMPLEMENTAR
RESUMO
A língua de sinais não é ágrafa, pois todas as línguas possuem suas respectivas
escritas. Mesmo assim, apesar de mais de quarenta países já utilizarem a escrita
de sinais no ensino bilíngue, no Brasil este conhecimento ainda é muito novo,
mesmo já tendo havido pesquisas realizadas no Rio Grande de Sul. Sendo bilíngue,
o aluno surdo precisa aprender a língua portuguesa escrita, mas no processo de
alfabetização a grande maioria das escolas não faz diferenciação da metodologia
utilizada para ensinar a escrita de português e o letramento ao surdo. Isto tem
dificultado muito a aprendizagem do surdo. Que influência a aprendizagem
da escrita de sinais provoca na aprendizagem do português escrito? Ajuda ou é
indiferente? Por quê? Partindo de uma pesquisa bibliográfica de obras de autores
como KLIMSA FARIAS, SAMPAIO e KLIMSA, In: FARIA e ASSIS (2012); PONTIN
e SILVA (2010); PORTO e PEIXOTO, In: FARIA e CAVALCANTE (2011); RIBEIRO
(S/D); STUMPF, In: LODI, HARRISON, CAMPOS e TESKE (2002); QUADROS, In:
FARIA e ASSIS (2012), foi realizado um trabalho sob o objetivo de explicar como a
aprendizagem da escrita de sinais atua sobre a aprendizagem da escrita da língua
portuguesa. A pesquisa esclareceu que os alunos surdos que dominam a LIBRAS
(L1) têm maior facilidade para a aprendizagem da escrita de sinais. Por outro lado,
ao aprender a LIBRAS junto à escrita de sinais (Sign Writing) esses alunos estarão
mais bem embasados para a aprendizagem da língua portuguesa escrita (L2).
161
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
162
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS PARA ALFABETIZAÇÃO EM ESCRITA DE SINAIS
Neste caso, se o ensino da LIBRAS não é intenso aos surdos nem oferecido
aos ouvintes como segunda língua (como requer um ensino bilíngue), a situação é
pior em relação ao trato da escrita de sinais, pois a existência deste conhecimento
ainda é quase desconhecida pela grande maioria das escolas brasileiras, mesmo
que no mundo já existam mais de quarenta países que o utilizam normalmente.
163
UNIDADE 2 | GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS
Qual é o resultado dessa situação? Pontin e Silva (2010) lembram que nas
escolas inclusivas que têm surdos é muito comum a emissão de comentários do
tipo: os alunos surdos esquecem as palavras da língua portuguesa; os alunos
ouvintes conseguem ler e entender o significado de muitas palavras, mas os
alunos surdos não conseguem.
164
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS PARA ALFABETIZAÇÃO EM ESCRITA DE SINAIS
a escrita de sinais está para nós, surdos, como uma habilidade que
pode nos dar muito poder de construção e desenvolvimento de nossa
cultura. Pode nos permitir, também, muitas escolhas e participação
no mundo civilizado do qual também somos herdeiros, mas do qual
até agora temos ficado à margem, sem poder nos apropriar dessa
representação. Durante todos os séculos da civilização ocidental, uma
escrita própria fez falta para os surdos, sempre dependentes de escrever
e ler em outra língua, que não podem compreender bem, vivendo com
isso uma grande limitação (STUMPF, 2002 apud RIBEIRO, S/D).
CONCLUSÃO
166
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS PARA ALFABETIZAÇÃO EM ESCRITA DE SINAIS
FONTE: ALVES, K. de A.; MEDEIROS, M. G. de. A escrita de sinais como meio de facilitar ao aluno
surdo à aprendizagem da língua portuguesa escrita. 2014. Disponível em: http://editorarealize.
com.br/revistas/cintedi/trabalhos/Modalidade_1datahora_02_11_2014_17_46_12_idinscrito_2035_
cd79f15e26f53e602e8c3d2cef3bdfaa.pdf. Acesso em: 12 nov. 2019.
167
RESUMO DO TÓPICO 3
Resumo
• As línguas são representações simbólicas, quer seja uma língua oral ou uma
língua de sinais, assim como suas escritas.
168
• A adaptação de atividades de alfabetização em LP para atividades em ES
dependerá da avaliação dos diferentes aspectos linguísticos envolvidos para
a correta solução da atividade pretendida e nem sempre isso será mais prático
do que elaborar atividades próprias.
CHAMADA
169
AUTOATIVIDADE
Exercícios
COLUNA I COLUNA II
170
( ) É através da função semiótica que os seres humanos se tornam capazes de
desenvolver todo um sistema de representação que permitirá a existência
do pensamento organizado.
( ) É irrelevante fazer um reconhecimento do público-alvo para o qual as suas
atividades serão feitas.
( ) O entendimento proficiente da língua oral/sinalizada jamais será necessário
para o desenvolvimento da escrita alfabética/de sinais.
( ) A organização da formalização dos estudos em ES (o que equivaleria ao
ensino do alfabeto para as crianças ouvintes) é iniciada pelo estudo dos
dez grupos de Configurações de Mãos.
( ) A adaptação de atividades de alfabetização em LP para atividades em ES
dependerá da avaliação dos diferentes aspectos linguísticos envolvidos
para a correta solução da atividade pretendida e nem sempre isso será
mais prático do que elaborar atividades próprias.
QUEBRA CABEÇA
171
172
UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir dos estudos desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
173
174
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Introdução
Mesmo que esta seja a última unidade deste livro didático, lembre-se: é
improvável esgotar os estudos possíveis em qualquer assunto, ainda mais em uma
escrita que ainda está em sua fase incipiente de organização e estruturação do uso
dos grafemas. Assim, diferentemente da escrita da LP, a ES ainda apresenta certa
instabilidade e maleabilidade nos usos dos grafemas e nas formas de registro.
175
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
Escrita de Sinais
A escrita das línguas orais permite vários tipos de registros diferentes que
refletem as situações de uso dela. Isso acontece porque as possibilidades que o
sistema alfabético permite não são apenas vinculadas a uma ou outra situação de
uso. Por exemplo, para escrever este livro didático, a escrita é utilizada de modo
formal, mas, ao mesmo tempo, precisa ser clara e de fácil acesso, pois o objetivo
aqui é didático, ou seja, a escrita em si é apenas um meio de conectar aquilo que os
autores ensinam ao que os estudantes precisam aprender, ou seja, o uso é mais formal
e pragmático, devendo deixar o mínimo possível de abertura para interpretações
diferentes das compreensões pretendidas; já num poema como o exemplificado a
seguir, a ideia é que o sentido permaneça aberto, permitindo diferentes sentidos,
pois o objetivo da escrita é do que existir por si mesma para, de modo esteticamente
interessante, demonstrar um sentimento do poeta:
Devaneios
À noite
Sonho devaneios
De dia
Devaneio sonhos
(CORREIA, 2017, p. 113)
Nesse exemplo, cada uma das palavras utilizadas por ser compreendida
de modo diferente de acordo não apenas com o contexto de uso, mas com a visão
colocada pelo leitor, por exemplo, “noite” pode fazer referência a um período do
dia, a uma fase de tristeza, a um período de descanso, a um luto amoroso ou ao
próprio fazer poético. Dessa maneira, entre a escrita técnica de Livro Didático e a
escrita lírica de um poema, existe uma infinidade de usos para a escrita, tendo em
vista que um sistema de registro escrito verdadeiramente útil, completo e prático
deve permitir o uso dela nos mais diferentes momentos, para as mais diversas
situações e ser adaptável àquilo que o usuário da língua necessita.
Também na escrita das Línguas de Sinais pelo sistema SW, existem formas
adequadas de realizar o registro das mais diferentes situações de uso da língua
de sinais. Barreto e Barreto (2015) destacam a importância das possibilidades da
ES pela SW, também nos contextos informais de uso. Na figura a seguir, está a
reprodução do primeiro cartão de aniversário de casamento escrito pela sogra.
Data
Assinatura
177
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
E
IMPORTANT
Por ser um Registro sem utilização no Brasil, não entraremos em detalhes quanto
ao seu uso, mas é importante ter conhecimento de sua existência e utilização, pois na
escrita de alguns sinais específicos em Libras são utilizadas partes do corpo, porém, apenas
quando imprescindíveis para a compreensão e uso deste sinal.
Escrita Completa
178
TÓPICO 1 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS
Perceba que, embora sejam diferentes grafias, as duas são compostas por
partes relativas aos grafemas possíveis de serem reconhecidas em separado e que
indicam como deve ser feita a articulação numa ordem específica.
A escrita padrão poder ser feita tanto pelo computador quanto à mão,
pois o que determina a diferença entre elas é a quantidade de detalhamento
na escrita do sinal, tendo em vista que na ES padrão serão colocados todos os
grafemas. Segundo Stumpf (2005), na escrita simplificada é feita a exclusão de
alguns símbolos de contato e a simplificação de algumas escritas, de modo a
facilitar a velocidade para a escrita. Apenas para ilustrar esse contexto, observe
a comparação entre o sinal LUGAR em escrita padrão e escrita simplificada
proposta por Stumpf (2005):
Escrita padrão
179
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
Escrita Simplificada
• Escrita da SW padrão.
• Literatura em Escrita de Sinais.
• Escrita de uma história em SW padrão.
• Escrita simplificada.
180
TÓPICO 1 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS
escrita dele. Além disso, não existe uma estrutura específica de simplificação,
por isso, existem autores que apresentam tentativas de sistematização da escrita
simplificada, como Frost (2014 apud MORAIS, 2010), e autores como Barreto e
Barreto (2015) que sugerem simplificações mais vinculadas ao registro prático,
mas mantêm os elementos que compõem os sinais. Observe os exemplos a seguir:
181
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
3 ESCRITA DIGITAL
Escrita Digital
182
TÓPICO 1 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS
183
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
184
TÓPICO 1 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS
185
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
• 6. Você poderá escolher qual o grafema inicial para a escrita, mas é recomendado
começar por aquele que está mais centralizado no sinal, que tem maior extensão
ou pela CM da D, no caso do sinal PESSOA, o mais interessante é começar pelo
grafema de ombros, pois os demais serão organizados a partir dele, por isso,
devemos clicar no grupo referente aos ombros:
186
TÓPICO 1 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS
187
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
• 8. Após, clicar em Lista de Grupos para voltar à tela de seleção dos grupos de
grafemas:
188
TÓPICO 1 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS
189
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
190
TÓPICO 1 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS
FIGURA 13 – SUBGRUPO CM
191
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
192
TÓPICO 1 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS
193
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
194
TÓPICO 1 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS
195
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
• 20. Pronto, a palavra já faz parte do dicionário de Libras e pode ser pesquisada
tanto pela escrita ortográfica quanto pelos grafemas que a compõem:
196
TÓPICO 1 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS
197
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
NOTA
Nem sempre é fácil saber a qual grupo pertencem as CMs quando precisamos
escrever, por isso, é importante que você consulte as tabelas de CM utilizadas na Libras e
que foram colocadas na Unidade 1 deste livro didático.
4 ESCRITA DE CLASSIFICADORES
Escrita de Classificadores
199
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
5 REGRAS ORTOGRÁFICAS
• Stumpf (2005), Barreto e Barreto (2015) destacam que o princípio geral é que os
grafemas de contato sempre devem ser escritos pois, “a posição do contato é o
200
TÓPICO 1 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS
• Ainda sobre a escrita dos grafemas de contato, Barreto e Barreto (2015) declaram
que eles nunca devem ficar entre a CM e a parte tocada, mas próximos ao ponto
de contato, observe os seguintes exemplos:
201
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
• Todos os sinais em que houver toque entre as partes do corpo deverá ter o
grafema indicativo de toque (*), ele poderá ser suprimido apenas quando for
possível escrever as CMs juntas. Contudo, o grafema de toque nunca pode ser
omitido quando estiverem envolvidas outras partes do corpo na sinalização,
porque, no momento em que não forem escritos grafemas de tocar junto a
uma parte do corpo isso indicará proximidade e não toque, o que pode trazer
mudança de significado ou ambiguidade para o sinal (BARRETO; BARRETO,
2015, p. 148):
202
TÓPICO 1 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS
• Quando ocorrem dois contatos, os grafemas de tocar nunca devem ser omitidos
(BARRETO; BARRETO, 2015, p. 148):
p. 142). Isso quer dizer que, tanto na escrita quanto na própria sinalização,
quando as duas mãos se movem em um percurso para produzir um único
sinal é necessário que as CMs e as locações sejam iguais ou semelhantes.
Como exemplo, podemos observar os exemplos de FAMÍLIA, DOIS CARROS
ANDANDO LADO A LADO, SAIR MUITA GENTE CONSTRUIR. Observe os
seguintes exemplos:
Quando apenas uma das mãos se move, essa simetria destacada por
Wanderley (2012) não acontece, percebemos isso em AJUDAR:
Ajudar
Assim como a escrita das línguas orais, é necessário que existam grafemas
de pontuação que indiquem as pausas, as inserções, as trocas entre assuntos
e os demais aspectos que aparecem numa conversação ao vivo e têm impacto
sobre a organização frasal e o sentido do texto. “Os grafemas de pontuação são
204
TÓPICO 1 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS
205
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
206
TÓPICO 1 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS
E
IMPORTANT
7 PRÁTICA DE LEITURA
Exercitar a Leitura
A história de Sávio e seus amigos foi retirada do livro Escrita de sinais sem
mistério, de Madson e Raquel Barreto. Para este livro didático, desde a Unidade
1, foram adaptados o tamanho do texto, a forma de apresentação dos sinais
no glossário e, além disso, foi inserida a tradução para a Língua Portuguesa. É
importante lembrar que toda a tradução é uma versão para a outra língua, não
sendo possível transpor sem serem feitas as alterações necessárias. Também cabe
perceber que os sinais utilizados nos textos ao longo deste livro vão se acumulando
de modo a facilitar a memorização e compreensão da ES usada na prática.
Boa leitura, não esqueça de fazer suas anotações, repetir a escrita dos
sinais e retomar a escrita deles. A seguir serão apresentados o texto, o glossário e
a tradução do texto para LP. Porém, tenha em mente que uma tradução é sempre
uma versão, pois não existe correspondência direta e completa entre duas ou
mais línguas.
207
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
7.1 TEXTO
Texto
208
TÓPICO 1 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS
7.2 GLOSSÁRIO
7.3 TRADUÇÃO
Tradução
209
RESUMO DO TÓPICO 1
Resumo
• Todos os sinais em que houver toque entre as partes do corpo deverá ter o
grafema indicativo de toque (*).
• Quando ocorrem dois contatos, os grafemas de tocar nunca devem ser omitidos.
210
AUTOATIVIDADE
Exercícios
Coluna I Coluna II
(1) ( ) ,
(2) ( ) .
(3) ( ) ( )
(4) ( ) :
(5) ( ) ?
211
3 Observe os sinais de pontuação utilizados no seguinte trecho da Introdução
do livro “SER”, de Kácio de Lima Evangelista:
212
Dentre estas afirmações, quais estão CORRETAS?
a) ( ) I, III e V.
b) ( ) II, IV e V.
c) ( ) III, IV e V.
d) ( ) I, IV e III.
e) ( ) I, III e IV.
213
214
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Introdução
2 A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA
NA CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA
Assim como a escrita é de extrema importância para o registro do
conhecimento acumulado pela humanidade ao longo do tempo, ela também
tem o papel de guardar as histórias, os sonhos, as piadas, as recriações e as
manifestações culturais dos povos. De acordo com Costa e Ribeiro (2018, p. 101)
de geração em geração, mas sem o registro escrito. Ao falar acerca das publicações
sobre/para os surdos, Karnopp (2010, p. 18):
DICAS
217
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
218
TÓPICO 2 | TEORIA E PERIODICIDADE LITERÁRIA
publicados eram sobre a surdez e não para ou feitos pelos surdos. Isso apenas
ficou ainda pior após o Congresso de Milão (11 de setembro de 1880) com a
proibição da sinalização e a ênfase oralista, cada vez menos esta “voz” surda teve
espaço para ser ouvida. Sobre a visão oralista da surdez, Costa e Ribeiro (2018, p.
101) destacam que:
219
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
internet. Atualmente, a ES pelo Sistema SW tem sido cada vez mais utilizada
para comunicação e desenvolvimento de uma Literatura Surda, contudo, ainda
existem barreiras quanto ao acesso amplo à escrita, à alfabetização e aos materiais
em SW. Mesmo assim, Karnopp (2010, p. 8) destaca que:
TUROS
ESTUDOS FU
DICAS
220
TÓPICO 2 | TEORIA E PERIODICIDADE LITERÁRIA
Teoria Literária
Assim, a literatura é pensada como uma manifestação vívida que vai sendo
modificada ao longo de sua caminhada como obra de arte literária, inclusive
discutindo o que faz das obras literárias ou não. O objeto de estudo da Teoria
Literária é o texto literário e as entidades que se manifestam e se relacionam
através dele, ou seja, a obra, o autor e o leitor. Dessa maneira, a Teoria Literária é
o campo de estudos que aborda as discussões sobre as obras literárias e o conceito
de literatura; o conceito e o papel do autor em relação à obra e o leitor; bem como
conceitua, discute e repensa o leitor.
221
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
DICAS
5 PRÁTICA DE LEITURA
Exercitar a Leitura
222
TÓPICO 2 | TEORIA E PERIODICIDADE LITERÁRIA
Boa leitura! Não esqueça de fazer suas anotações, repetir a escrita dos
sinais e retomar a escrita deles. A seguir, serão apresentados o texto, o glossário e
a tradução do texto para LP. Porém, tenha em mente que uma tradução é sempre
uma versão, pois não existe correspondência direta e completa entre duas ou mais
línguas. Vale relembrar que esta história foi adaptada do livro Escrita de sinais sem
mistério, de Madson e Raquel Barreto.
5.1 TEXTO
Texto
223
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
224
TÓPICO 2 | TEORIA E PERIODICIDADE LITERÁRIA
225
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
5.2 GLOSSÁRIO
5.3 TRADUÇÃO
Tradução
Lígia veio em direção a Sávio para conversar com ele e perguntou o nome
de seus amigos. Sávio respondeu apontando:
226
TÓPICO 2 | TEORIA E PERIODICIDADE LITERÁRIA
Lígia respondeu:
Alan disse:
Sávio disse:
— Eu quero de cupuaçu.
Ivan disse:
227
RESUMO DO TÓPICO 2
Resumo
• Mesmo após a diminuição da visão oralista, já no século XX, ainda muita das
representações dos surdos na literatura eram sobre eles e com uma visão que
tinha a personagem surda como alguém que precisava ser curada.
• Atualmente, a ES pelo Sistema SW tem sido cada vez mais utilizada para
comunicação e desenvolvimento de uma Literatura Surda.
• A literatura é pensada como uma manifestação vívida que vai sendo modificada
ao longo de sua caminhada como obra de arte literária, inclusive discutindo o
que faz das obras literárias ou não.
228
• Para os estudos de Literatura Surda, a Teoria Literária como campo de estudos
é muito interessante para as discussões sobre o que são obras literárias na
perspectiva da surdez.
• Interessante saber que os estudos literários sobre a surdez aos quais tivemos
acesso ainda estão na fase inicial de levantamento e análise de obras sem uma
intepretação teórica vinculada aos estudos literários.
229
AUTOATIVIDADE
Exercícios
231
232
UNIDADE 3
TÓPICO 3
LITERATURA SURDA
Literatura Surda
1 INTRODUÇÃO
Introdução
233
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
Literatura em ES
E
IMPORTANT
• LITERATURA INFANTIL:
Literatura Infantil
235
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
236
TÓPICO 3 | LITERATURA SURDA
TUROS
ESTUDOS FU
• POESIA
Poesia
237
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
Com relação ao título, pode ser percebido que a ES para o sinal de SER foi
escrita do mesmo tamanho que a palavra em LP colocada ao seu lado, além disso,
observe que a palavra SER é escrita a partir da ES referente ao sinal de surdo
em ES. Assim, de um lado a ES de SER deixa claro que essa é uma obra literária
vinculada à comunidade surda, pois apenas as Línguas de Sinais utilizam a
Escrita de Sinais, então o título poderia ser traduzido como “Ser surdo”; no outro
lado temos uma escrita da palavra SER pelo sistema alfabético, mas a imagem
das letras é construída a partir da escrita de sinais da palavra SURDO, mantendo
a ideia de que o título é “Ser surdo”, apresentada graficamente pela junção da
escrita alfabética e a escrita de sinais.
238
TÓPICO 3 | LITERATURA SURDA
FONTE: <https://joserosafilho.files.wordpress.com/2016/04/luxoxlixo_thumb.
jpg?w=539&h=353>. Acesso em: 12 dez. 2019.
Nesse caso, a palavra luxo está escrita de forma a escrever a palavra lixo,
trazendo um sentido oposto e transformando completamente o sentido inicial
das palavras utilizadas.
DICAS
• PROSA: com relação aos livros e contos para adultos, foram encontrados
apenas traduções de textos clássicos da Literatura Brasileira para a Libras
disponibilizados em DVD bilíngue com a escrita em LP e a sinalização em
Libras, uma demonstração do conto A cartomante, de Machado de Assis, está
disponível no endereço: https://editora-arara-azul.com.br/site/produtos/
detalhes/51.
239
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
Pesquisa
240
TÓPICO 3 | LITERATURA SURDA
241
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
5 PRÁTICA DE LEITURA
Exercitar a Leitura
242
TÓPICO 3 | LITERATURA SURDA
Boa leitura, não esqueça de fazer suas anotações, repetir a escrita dos
sinais e retomar a escrita deles. A seguir, serão apresentados o texto, o glossário e
a tradução do texto para LP. Porém, tenha em mente que uma tradução é sempre
uma versão, pois não existe correspondência direta e completa entre duas ou
mais línguas.
5.1 TEXTO
Texto
243
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
244
TÓPICO 3 | LITERATURA SURDA
245
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
246
TÓPICO 3 | LITERATURA SURDA
5.2 GLOSSÁRIO
247
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
248
TÓPICO 3 | LITERATURA SURDA
5.3 TRADUÇÃO
Tradução
Sávio quer muito ser inteiramente responsável pelo seu avô. Lígia estava
preocupada com a saúde do avô do amigo, por isso, foi visitar a casa de Sávio. Ele
ficou surpreso com a visita e disse:
Lígia respondeu:
— Obrigada.
Sávio convidou Lígia para ver o seu avô, ela o abraçou e perguntou:
— Tudo bem?
O avô de Sávio respondeu:
— Tudo bem.
Lígia falou:
— Ivan falou para mim que seu avô estava no hospital e eu fiquei muito
preocupada porque o seu avô já é idoso.
249
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
que estava com sede e Sávio teve a ideia de fazer um suco de laranja, Lígia gostou
da ideia.
Lígia ficou surpresa quando viu que já era seis horas da tarde:
O avô respondeu:
— Obrigado e adeus.
TUROS
ESTUDOS FU
250
TÓPICO 3 | LITERATURA SURDA
LEITURA COMPLEMENTAR
Karin Strobel
251
UNIDADE 3 | REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E LITERATURA SURDA
252
TÓPICO 3 | LITERATURA SURDA
FONTE: STROBEL, K. L. Uma menina chamada Kauana. Belo Horizonte: FENEIS, 1995. Traduzido
da Língua Portuguesa para a Escrita de Sinais de Libras por STUMPF, M. R.; COSTA, A. C. R. 1997.
Disponível em: https://signwriting.org/library/children/uma/uma.html. Acesso em: 18 nov. 2019.
253
RESUMO DO TÓPICO 3
Resumo
• A Literatura Surda tem relação com a cultura surda e é composta por diferentes
manifestações que carregam as histórias de uma comunidade linguística surda
inserida num contexto ouvinte.
254
AUTOATIVIDADE
Exercícios
3 A partir dos temas que foram abordados nesta unidade, podemos concluir
que os estudos, as pesquisas e os esforços para delimitar, compreender e
valorizar a Literatura Surda a partir da perspectiva dela como campo de
estudos poderão se desenvolver a partir dos seguintes objetivos:
255
III- Comparar os materiais disponíveis para elencar as características das
diferentes produções literárias surdas.
IV- Não reconhecer o papel da Literatura Surda como manifestação cultural de
uma parcela importante dos brasileiros.
V- Realizar um paralelo entre os estudos literários feitos em relação à LP e os
estudos literários para a Literatura Surda, como foi feito em relação aos
estudos linguísticos das línguas orais e das línguas de sinais.
256
REFERÊNCIAS
Referências Bibliográficas
BRITO, L. F. de. Por uma gramática da Libras. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro:
UFRJ, Departamento de Linguística e Filologia, 1995.
257
COSTA, B. S. L.; RIBEIRO, S. S. A representação da surdez na literatura:
vivências e experiências de surdos e familiares de surdos. In: Estudos de
Literatura Brasileira contemporânea, n. 54, p. 101-121, maio/ago. 2018.
Disponível http://www.scielo.br/pdf/elbc/n54/2316-4018-elbc-54-101.pdf. Acesso
em: 20 nov. 2019.
258
MORAIS, C. D. de. Escritas de Sinais: supressão de componentes Quirêmicos
da escrita da Libras em Signwriting. 2016. Tese (Doutorado em Linguística) –
Centro de Comunicação e Expressão. Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/
handle/123456789/171463/342980.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 14
nov. 2019.
259
STUMPF, M. R. Escrita de Sinais II. Florianópolis: UFSC, 2009. Disponível
em: http://www.libras.ufsc.br/colecaoLetrasLibras/eixoFormacaoEspecifica/
escritaDeSinaisII/assets/492/TEXTO-BASE_EscritaSinais2.pdf. Acesso em: 29 jul.
2019.
260