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ABORDAGEM FUNCIONAL EM FISIOTERAPIA

Hospitalar

GUIA DE AÇÃO

TUTORIAL DE PROCESSOS E INTERVENÇÕES

Este guia tem a finalidade e objetivo de atuar como ferramenta de consulta


rápida na solução de situações cotidianas, vivenciadas na prática fisioterápica,
aplicada a assistência hospitalar. Este instrumento considera o papel do
Departamento de Fisioterapia na reestruturação das instituições hospitalares, no
que se refere a garantia de qualidade assistencial e melhoria das competências
mercadológicas em que se integram. Considera o perfil demográfico do
profissional fisioterapeuta na última década, com característico crescimento em
sua base, tendo a atuação hospitalar se comportado como a primeira porta de
acesso ao mercado de trabalho. Fundamenta-se, sobretudo, na dificuldade de
determinação dos critérios que definem a escolha da abordagem terapêutica
baseada em evidências.

Mais do que “rotina”, age como tutorial, que pretende alcançar o raciocínio
fisioterápico através de padronização de estratégias. Um instrumento simples que
responde suas questões de ordem prática. As ações aqui orientadas tiveram sua
eficácia comprovada e seus fundamentos teóricos encontram respaldo em
evidências científicas.

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 1


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
Abordagem Funcional pretende:

• Eficiência;
• Manter o paciente otimizado;
• Estabelecer linha de pensamento exclusiva para o
fisioterapeuta;
• Estabelecer linguagem exclusiva para o fisioterapeuta;
• Solucionar questões básicas da profissão, estabelecendo
diretrizes personalizadas para a escolha da técnica e freqüência
de atendimentos.

É sabido que o diagnóstico médico, não define a intervenção fisioterápica.


Portanto, as metas da abordagem funcional, vêm ao encontro de nossas
necessidades mais fundamentais.

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 2


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
Em caso de dúvida, faça contato. Procure o colega mais experiente.

Sempre é momento para o aprendizado.

Troca de experiências e treinamento em serviço, são oportunidades que não


podemos dispensar.

MISSÃO DO DEPARTAMENTO: RE - INTEGRAÇÃO FUNCIONAL.


Resgatar ou minimizar, com ou sem auxílio de dispositivos, o impacto
funcional das doenças na realização de atividades.

NORMAS GERAIS DE BOA CONDUTA:

 TODO PACIENTE DEVE EXPERIMENTAR


ORTOSTASE, COM OU SEM AUXÍLIO, SE NÃO
HOUVER CONTRA-INDICAÇÃO.

 ATIVIDADE FÍSICA COM EXERCÍCIOS


RESISTIDOS DEVERÁ SER ALVO DE TODO
PLANO TERAPÊUTICO, ONDE A FUNÇÃO
COGNITIVA ESTEJA PRESERVADA.

 TODO PACIENTE DEVE EXPERIMENTAR


DEAMBULAÇÃO, PRECOCEMENTE.

 FAMÍLIA E CUIDADORES SÃO CLIENTES E,


JUNTAMENTE COM O PACIENTE SÃO
INSTRUMENTOS E ALVOS DE NOSSA
INTERVENÇÃO.

 A ADESÃO AO PLANO TERAPÊUTICO


DEPENDE DO ENVOLVIMENTO DO PACIENTE
NO PLANEJAMENTO DE OBJETIVOS.

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 3


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
 TODOS OS PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS NO
BOM DESEMPENHO DO HOSPITAL SÃO
NOSSOS CLIENTES E PARCEIROS.

 MELHORAR O DESEMPENHO EM AVD E AVU,


REDUZINDO A LIMITAÇÃO DE ATIVIDADES É,
OBJETIVO TERAPÊUTICO DO
DEPARTAMENTO.

 POSICIONAMENTO, MOVIMENTO E TOQUE,


SÃO INTERVENÇÕES DE NOSSO DOMÍNIO
ESPECÍFICO QUE SEMPRE TERÃO
PRIORIDADE.

 ESTAR BEM!

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 4


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
CONCEITOS GERAIS EM ABORDAGEM FUNCIONAL

ALTERAÇÃO FUNCIONAL – impacto funcional das doenças

Evidencia o problema.

Tomemos como base o diagnóstico médico. Sabemos que informação


gerada com o diagnóstico médico, não é suficiente para gerar intervenção da
fisioterapia. O fisioterapeuta deve manter o foco nas conseqüências cinésicas e
funcionais das doenças, e não primeiramente no diagnóstico médico ou
disfunções crônicas pré-existentes.

A diferença entre a abordagem médica e do fisioterapeuta deve ser clara.

Frente ao diagnóstico clínico faremos a interpretação do sítio de


localização desta doença, enquadrando este sítio em uma das cargas mecânicas
do sistema respiratório. Exemplos: pneumonia – carga elástica do pulmão. Crise
de asma – carga resistiva. Cifoescoliose – carga elástica da parede do tórax. Isto
feito, elaboramos uma hipótese de diagnóstico funcional e, nosso exame
objetiva confirmar, ou não, esta hipótese.

Pratique este exercício localize a doença descrita em um sítio biomecânico.


Imagine seu impacto sobre a força, o tônus e o desempenho na marcha.

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 5


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
TENTE!

É UM BOM MOMENTO DE SER CRIATIVO. A FISIOPATOLOGIA


SEMPRE NOS AJUDA NA VIAGEM. EXPLORE O SISTEMA MÚSCULO-
ESQUELÉTICO, O SISTEMA RESPIRATÓRIO. EXPERIMENTE! ESTE
EXERCÍCIO, FREQUENTEMENTE, NOS REVELA A NECESSIDADE URGENTE
DE DIAGNÓSTICO ESPECÍFICO DO FISIOTERAPEUTA.

CONTAMOS UNS COM OS OUTROS, SOMOS UMA EQUIPE !

DIAGNÓSTICO FUNCIONAL

Esclarece e justifica a alteração funcional.

Traduz a limitação, Disfunção ou incapacidade funcional

Limitação: reversão completa (INTEREVENÇÃO – ESTE É SEU DOMÍNIO)


Disfunção: reversão parcial (CAUTELA ANTES DA INTERVENÇÃO – SE LIGUE NO TRF)

Incapacidade: evento não reversível (PENSAR MUITO ANTES DA INTERVENÇÃO)

Define como e porque a alteração funcional esta acontecendo, interpreta


seu impacto e estabelece prognóstico.

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 6


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
Exemplos:

1. Limitação funcional gerada por aumento da carga resistiva, das vias


aéreas periféricas, ocasionado por acúmulo de secreções brônquicas,
com ou sem impacto na troca gasosa, com ou sem limitação de fluxo
expiratório.

LIMITAÇÃO PORQUE SECREÇÃO BRÔNQUICA É EVENTO REVERSÍVEL.

2. Incapacidade gerada por aumento do componente elástico da parede


do tórax produzido por hepatomegalia, com ou sem efeito
compressivo do parênquima pulmonar traduzido por hipoxemia.

INCAPACIDADE PORQUE HEPATOMEGALIA NÃO PODE SER REVERTIDA


ATRAVÉS DA INTERVENÇÃO FISIOTERÁPICA. ENTRETANTO, O EFEITO
COMPRESSIVO DESCRITO PODE SER COMPORTAR COMO DISFUNÇÃO,
OU SEJA, COM REVERSÃO PARCIAL E MELHORA NA HIPOXEMIA

O Diagnóstico funcional deve definir claramente os seguintes tópicos:

 QUE EVENTO ESTA ACONTECENDO,


 ONDE O EVENTO ACONTECE,
 O QUE ESTA PRODUZINDO O EVENTO,
 HÁ COMPROMETIMENTO DA TROCA GASOSA (QUAL O MECANISMO?),
 HÁ LIMITAÇÃO DO FLUXO EXPIRATÓRIO?

Neste momento, definimos o impacto funcional das doenças.

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 7


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
Não esqueça de compreender o paciente de forma globalizada, não só no
contexto físico, como também, social e emocional.

Lembre-se o diagnóstico funcional define a linha de tratamento. Ocorrendo


falha no diagnóstico, haverá falha no tratamento.

SEM DIAGNÓSTICO FUNCIONAL = SEM INTERVENÇÃO

MARCADOR FUNCIONAL

Instrumento de avaliação, capaz de marcar modificações biológicas,


utilizado para definir a alteração funcional.

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 8


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
Exemplo: ausculta respiratória, padrão ventilatório, ventilometria, gasometria,
teste muscular manual, pressões respiratórias, peak flow, oximetria, capacidade
vital, mecânica respiratória e outros.

QUALIFICADOR DA EXTENSÃO OU MAGNITUDE DA


FUNCIONALIDADE OU INCAPACIDADE

O marcador funcional que possuir alarme e possa ser adotado


continuamente, tem maior aplicabilidade. Seu poder de monitorização e
vigilância o colocam em posição de destaque e deve ter escolha preferencial.
Nesta condição pode ser escolhido para acompanhamento da Resposta funcional
e definição do momento da NOVA INVESTIGAÇÃO.

Pacientes em ventilação espontânea terão como marcadores obrigatórios os


seguintes instrumentos:

 Ausculta respiratória
 Freqüência respiratória
 Oximetria

Todos os marcadores deverão sofrer modificação simultaneamente

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 9


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
Variação < 3% SatO22% > 90
Não é confiável se SatO22% < 80
SatO22% >/= 95 seguro

Considerar o Padrão ventilatório, modificações isoladas ou combinadas


de: Volume corrente, Freqüência respiratória, Simetria e Sincronismo toraco-
abdominal.

PARA O SISTEMA MÚSCULO – ESQUELÉTICO:

• Força muscular
• Tônus
• Equilíbrio
• Amplitude de movimento

AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR


GRAU RESULTADO
0 Nenhuma contração visível ou palpável
1 Contração palpável ou visível
2- Movimento parcial com a ação da gravidade abolida
2 Movimento completo com a ação da gravidade abolida
3- Movimento parcial contra a ação da gravidade
3 Movimento completo contra a ação da gravidade
Movimento completo contra a ação da gravidade e moderada
4
resistência adicional
Movimento completo contra a ação da gravidade e máxima
5
resistência adicional

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 10


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
ESCALA DE ASHWORTH MODIFICADA
GRAU COMPORTAMENTO DO MÚSCULO OU GRUPOS MUSCULARES
0 Sem aumento do tônus muscular
Leve aumento do tônus muscular manifestado por mínima resistência no
1
final do arco
Leve aumento do tônus muscular manifestado por leve resistência em
1+
50% do arco
Moderado aumento do tônus muscular na maior parte do arco de
2 movimento, porém os segmentos acometidos são facilmente
movimentados
Considerável aumento do tônus muscular com movimentação passiva
3
dificultada
4 Rigidez em flexão ou extensão

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 11


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 12
INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
RESPOSTA FUNCIONAL

São as modificações sofridas pelos marcadores, em resposta as suas


ações terapêuticas. Deve ser detalhadamente descrita, ou seja, o valor do
marcador funcional era x e foi para y. Ressaltamos que na utilização da Saturação
de oxigênio como marcador funcional, objetivando o correto uso do oximetro, a
FIO 2 será reduzida para que a SpO 2 alcance valor de 95%, só então a técnica
B B B B

é aplicada. Este procedimento deve ter autorização prévia do médico


responsável. Lembre-se, oxigênio é droga e encontra-se fora do nosso arsenal
terapêutico.

Resposta funcional satisfatória para eventos agudos reversíveis é


alcançada quando atingimos valores de normalidade. Este é um objetivo do
método, otimização da função.

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 13


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
Modificações dos valores da oximetria sem modificação
da ausculta respiratória e padrão ventilatório
não devem ser considerados como Resposta Funcional satisfatória.

Em eventos relacionados a planos terapêuticos do sistema músculo-esquelético,


onde a Resposta Funcional não é imediata, cabe ao fisioterapeuta que
determinou o plano, prescrever a data de reavaliação.

TEMPO DE RESPOSTA FUNCIONAL

Determina quanto tempo permanece o efeito da sua ação terapêutica.


Quanto tempo permanece Resposta Funcional alcançada.
Determina a freqüência de atendimentos.
Determina se a conduta deve ser contínua ou intermitente.
Determina cronicidade e perfil evolutivo.

Perda da Resposta Funcional, com modificação do Marcador em:


10 a 20% para indicadores mecânicos e freqüência respiratória;
3 pontos percentuais para a SpO 2 eB B

modificações da ausculta respiratória


sugerem re-avaliação da necessidade de intervenção.
U MANTER PACIENTE OTIMIZADO

Tempo de resposta funcional inferior a


PLANO TERAPÊUTICO
duas horas = intervenção contínua.
FAÇA UMA RE-LEITURA DO SEU DIAGNÓSTICO

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 14


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
PLANO TERAPÊUTICO

A conduta a ser aplicada.

Determinada pela cooperação e capacidade de gerar volume pulmonar


(capacidade vital). Capacidade Vital define a escolha da técnica, no
momento, e não, a necessidade de intervenção.

Obrigatoriamente deve produzir Resposta Funcional.

Não ocorrendo Resposta Funcional satisfatória, a conduta adotada deve


ser imediatamente modificada (reflita sobre o diagnóstico). PLANO
TERAPÊUTICO MODIFICADO – É justificada modificações no plano terapêutico
estabelecido, frente a novas alterações funcionais ou, modificação na resposta
funcional. Em qualquer que seja a situação, deverá ser detalhadamente descrita.

TESTE TERAPÊUTICO:
Objetiva esclarecer o diagnóstico funcional. Há elementos sugestivos.
não conclusivos - Realizar - TESTE TERAPÊUTICO
A RESPOSTA FUNCIONAL OBTIDA
DEFINE O DIAGNÓSTICO

Cinesioterapia global, sedestação e deambulação são intervenções preferenciais.

Intervenções de domínio especifico da fisioterapia são prioritárias.

U TOMADA DE DECISÃO NA ESCOLHA DA TÉCNICA

LIMITAÇÕES FUNCIONAIS
DO COMPONENTE ELÁSTICO = TERAPIA PRESSÓRICA

LIMITAÇÕES FUNCIONAIS
ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 15
DO COMPONENTE
INSTRUMENTO RESISTIVO = TERAPIA
DE APRIMORAMENTO DE HIGIENE
E EDUCAÇÃO BRÔNQUICA
CONTINUADA
TRATAMENTO Com ou sem dispositivos de auxílio ou assistência
pessoal, remover ou minimizar, o impacto funcional das doenças na
realização de atividades.

DIRETRIZES OPERACIONAIS GERAIS

Ferramenta de direcionamento para a garantia de uniformidade e adequado


funcionamento do método.

Somos uma equipe e existe interdependência em nossas ações.

Em unidades fechadas o Fisioterapeuta deverá seguir a seguinte rotina para


assumir o plantão: (este é o momento mais importante do plantão. Agora você vai

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 16


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
estabelecer a estratégia do seu dia, não permita interrupções. Desta forma, temos
certeza que o plantão será um sucesso):

1. Observar e seriar por maior freqüência o mapa de alarmes.


(acionamentos de alarme indicam instabilidade na função. Qual dos
nossos pacientes é o mais instável sob a nossa ótica ? os alarmes é que
vão determinar).

2. Observar a última Resposta Funcional obtida em cada caso. (Será


que a instabilidade esta comprometendo nossos resultados? Vamos a
folha de monitorização encontrar a Resposta funcional da última
intervenção.)

3. O mapa de alarmes indica o paciente que apresenta maior variação de


comportamento, permitindo definir o primeiro paciente a ser avaliado
e qual o evento (modificação da impedância ou interação) de maior
ocorrência. (Aquele paciente onde há o maior acionamento de alarmes
(vamos a folha de alarmes, é fácil), este, será o primeiro da minha lista)

4. Observar se a Resposta Funcional encontra-se mantida.

5. Observar se os alarmes encontram-se ajustados adequadamente em


relação a última resposta ou registro de vigilância;

6. Uma vez resposta funcional mantida, o fisioterapeuta deverá priorizar


a fisioterapia músculo-esquelética e terapia de posicionamento (este
não vai me dar trabalho....)

7. Caso as informações não se confirmem, o fisioterapeuta deverá


controlar, no momento, o evento que estiver acontecendo, seja falha
interação / oxigenação e / ou impedância, até que todos os pacientes
tenham sido checados. Posteriormente, os pacientes que foram

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 17


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
observados a não manutenção da Resposta Funcional deverão ser
reavaliados, identificando novo Diagnóstico Funcional, assim como,
novo Plano Terapêutico. (Encontrei os alarmes com uma programação
que não esta batendo...???? O que será que aconteceu no último plantão?
Se for o caso, estabilizo meu paciente adequando a ventilação mecânica.
Posso mudar de modo, aumentar a FIO 2 . O importante é retirar os sinais
B B

de desconforto substituindo o músculo pelo ventilador. Quando terminar


minha seqüência de admissão no plantão, vou priorizar a avaliação deste
paciente).

8. Após análise de todos os casos, programo, de acordo com a


necessidade de diagnóstico e intervenção a abordagem seqüencial
dos pacientes.

 O Plano terapêutico deve constar em todo cabeçalho na folha de evolução,


bem como, as evoluções relacionadas as prescrições de quantidade de
intervenções deverão ser iniciadas com a expressão, REALIZADO PLANO
TERAPÊUTICO, grafado em linha exclusiva. Estando completamente
preenchida a folha de evolução, deve ser arquivada no prontuário do
paciente.

 ADMISSÃO / AVALIAÇÃO INICIAL


Deverá constar detalhamento do quadro clínico, bem como, avaliação
completa da mecânica, VE40, PaO 2 /FIO 2 , descrição da resposta funcional
B B B B

(O registro deste índices são muito importantes – não vamos dar mole).
Um breve resumo clínico acrescido dos marcadores e resposta funcional
deverá ser transcrito para a contra capa da ficha de avaliação. A ausculta
deverá ser realizada em volume corrente basal e com aumento do volume
corrente (20-30 ml/kg), ou aumentado por ambu , ou inspiração profunda
(somente quando a Capacidade vital for ≥ 20ml/kg do peso corporal),

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 18


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
devendo o fisioterapeuta descrever em que momento ocorreu o fenômeno
sonoro e possíveis modificações entre os dois volumes analisados,
apresentando uma conclusão sobre o porque desta modificação. (Vamos
experimentar variações de fluxo? Quanto maior o fluxo maior o som do
brônquio (se a carga que modificou foi a resistiva, esta indicado), ta
lembrado, fluxo se relaciona com a resistência. Se reduzimos o fluxo,
vamos ouvir melhor o parênquima)

 EVOLUÇÃO
Deverá constar o Plano terapêutico em todo o início de página.
Modificações clínicas conseqüentes a aplicação do plano terapêutico e
intercorrências clínicas serão registradas. A relação PaO 2 /FIO 2 deverá ser
B B B B

calculada toda vez que houver gasometria.

 ALARMES

Marcadores Funcionais preferenciais.

Ventiladores: 10 - 20% acima e abaixo do valor alvo


Oximetro: 3 pontos abaixo do valor alvo. Não devendo ser inferior a 95%
exceto frente a condição clínica de hipoxemia crônica, onde poderá ser
aceito 90 - 85%.
Freqüência respiratória: 10 – 20% acima e abaixo do valor alvo.
O VALOR ALVO É DETERMINADO PELO FISIOTERAPEUTA, COM
BASE NA RESPOSTA E TEMPO DE RESPOSTA FUNCIONAL. Quando o
alarme for acionado, sugere ao fisioterapeuta a necessidade de avaliação.
Neste momento o alarme deve ser liberado para que toda a alteração
possa ocorrer, permitindo a adequada avaliação do evento.
DESDE QUE JUSTIFICADOS OS LIMITES PODEM SER AMPLIADOS E
REDUZIDOS A CRITÉRIO DO FISIOTERAPEUTA.

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 19


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
 TERAPIA DE HIGIENE BRÔNQUICA

Quando constar do plano terapêutico o item THB, sem detalhamento, fica


compreendido que o paciente tem indicação de aspiração traqueal
exclusivamente. ASPIRAÇÃO TRAQUEAL, só será realizada quando a
presença de secreções em vias aéreas proximais produza: PADRÃO
VENTILATÓRIO DESCONFORTÁVEL (falha na interação se ventilado
mecanicamente), QUEDA NA SATURAÇÃO (falha na troca gasosa),
PRESSÕES TRAQUEAIS IGUAIS OU SUPERIORES A 40 cmH 2 0 (falha B B

de impedância).

ASPIRAÇÃO DEVE SER CONDUTA DE EXCEÇÃO


NÃO REGRA.

. TOSSE É O MAIS EFICAZ MECANISMO DE


HIGIENE BRÔNQUICA

TOSSE INEFICAZ: esforço de tosse incapaz de produzir expectoração. Nesta


situação considerar:

1. Necessidade de incremento do volume de repouso (aumento da


Capacidade Residual Funcional - CRF).
2. Observar se há sinais de aumento do componente elástico
(prioridade na diminuição da oxigenação).
3. Observar se o pico de fluxo expiratório é eficaz (Peak Flow >
160L/min).

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 20


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
4. Localizar a região (sítio) onde ocorre acúmulo de secreções, a
saber: Vias aéreas superiores (extra-torácicas), tipicamente
U U

sinalizado por roncos expiratórios e de transmissão. Vias aéreas


U

de grande e médio calibre , identificados por rom Vias aéreas de


U

pequeno calibre , identificados por crepitações precoces.


U

5. RECURSOS TERAPÊUTICOS:
5.1. Havendo necessidade de elevação da Capacidade
residual funcional: Posicionamento, EPAP, CPAP e
BIPAP.
5.2. Tosse técnica – conduta de primeira escolha
5.3. Tosse Manualmente Assistida (TMA) – frente a falha da
tosse técnica, deverá ser associado a recurso de aumento
da CRF.
5.4. Paciente cooperativo com CV ≥ 15ml/kg do peso corporal,
avaliar uso de PEP + TEF (secreção de localização
periférica ou de maior calibre onde não houve sucesso
(Resposta Funcional) com uso de Tosse Técnica.)

DPOC realiza PEP+TEF de rotina

5.5. EPAP pode ser útil no deslocamento de secreções


acumuladas, principalmente em pacientes não
cooperativos. A possibilidade de sucesso aumenta
quando após a aplicação do EPAP, ocorre ativação da
expiração. Havendo ativação da musculatura expiratória
antes da aplicação do EPAP, este recurso não deve ser
aplicado.
5.6. MI-E indicado em pacientes com CV < 15ml/kg do peso
corporal, onde não se deseja esforço e/ou paciente pouco
cooperativo e/ou falha no uso da TMA.

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 21


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
5.7. FLASH DE CPAP só deve ser cogitado frente a situações
de risco elevado e intolerância a máscara.

Em pacientes em ventilação mecânica, frente a presença de secreções em


vias aéreas distais, o volume corrente deve ser aumentado (20 – 30 ml/kg), até
que as crepitações do início da inspiração desapareçam. Caso isso não ocorra, o
volume deve ser reduzido, avaliar a possibilidade de PEEP-ZEEP ou, instituído
elevação da PEEP (10 / 15 cmH 2 O) e uso de TMA.
B B

Observar se há ocorrência de limitação de fluxo expiratório.

Em qualquer situação de presença de secreção em vias aéreas distais o


marcador funcional exclusivo é a ausculta respiratória. (observar possibilidade de
correlação com SpO 2 e Cst, sr).
B B

Quando a expressão “se necessário” for descrita, quando a técnica for


utilizada deverá constar em registro de evolução.

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 22


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
Indicação de terapia pressórica ciclica:

1. Presença de secreções na periferia dos brônquios. Marcador


funcional: crepitações precoces. Objetivo desta utilização: deslocar as
secreções para áreas mais proximais. O que se deve observar:
aparecimento de roncos e aumento na Pressão Resistiva. Obs: a
presença de secreção periférica pode produzir instabilidade da via
aérea, este evento produzirá redução na Cst. Em nosso estudo a
crepitação precoce este mais relacionada a eventos elásticos do que
resistivos.

2. Aumento da Pressão Resistiva relacionada à presença de secreções


nas vias aéreas. Marcador funcional: mecânica respiratória (> PR),
padrão denteado de curva fluxo X volume e/ou roncos. Objetivo desta
utilização: deslocamento das secreções até que os critérios de
aspiração traqueal sejam atingidos. O AUMENTO DA PRESSÃO
RESSISTIVA É IGUAL A 3 cmH 2 O em relação a última Resposta
B B

funcional para THB.

3. Pré-aspiração. A indicação da aspiração traqueal foi definida. Objetivo


desta utilização: deslocar secreções mais proximalmente.

EM QUALQUER DAS OPÇÕES DE USO DEVE CONSTAR NO PT E


SEU OBJETIVO DEVE SER REGISTRADO.
EM VENTILAÇÃO MECÂNICA PODEMOS PROGRAMAR O
VENTILADOR: TERAPIA PRESSÓRICA CICLICA, DEFINIR
PRESSÃO > 40 cmH2O, TEMPO INSPIRATÓRIO ≤ 1seg. E
FREQUENCIA 5/MIN.

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 23


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
 TERAPIA DE POSICIONAMENTO

Alternância de posição, Sedestação e Ortostatismo são recursos


terapêuticos sofisticados e devem ser utilizados.

INTERVENÇÃO DE DOMÍNIO ESPECÍFICO DE USO PRIORITÁRIO


OBRIGATORIAMENTE DEVE CONSTAR DO PLANO TERAPÊUTICO

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 24


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
 TERAPIA DE EXPANSÃO PULMONAR / TERAPIA PRESSÓRICA

Pacientes ventilados: Cst, sr.

≥ 40 CPAP 30 cmH 2 O 3X 40´´


B B

30 – 40 CPAP 40 cmH 2 O 3X 40´´


B B

< 30 35 cmH 2 O PEEP + PPI 15 cmH 2 O (2 minutos)


B B B B

Manobra de CV

Pacientes com VAA AMBU Paw 40 cmH 2 O 30´´


B B

Pacientes com VAFis CPAP gerador Paw 40 cmH 2 O 30´´


B B

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 25


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
 FLASH DE CPAP
Conduta de exceção. Indicado quando ocorre rejeição a máscara. Recurso
que promove TEP e THB – Paw 50 cmH 2 O, uma vez alcançada
B B

despressurização imediata.
 EPAP
Nível de pressão utilizado 20 cmH 2 O. O tempo de aplicação depende da
B B

obtenção da Resposta funcional. O tempo de aplicação deve ser registrado


em evolução e definido no Plano terapêutico.

Havendo atividade expiratória a conduta EPAP, com objetivo de TEP, não


se aplica. Avalie necessidade de CPAP.

INSPIRAÇÃO PROFUNDA, PADRÃO MUSCULAR RESPIRATÓRIO,


POSICIONAMENTO E DEAMBULAÇÃO,
SÃO CONDUTAS PREFERENCIAIS.

CONSIDERAÇÕES EM NEONATOLOGIA

ESTIMULAÇÃO TÁTIL CINESTÉSICA:


RN´s  28 semanas.
Prono: do topo da cabeça ao pescoço, do pescoço aos ombros, nas costas, das coxas
aos pés, dos ombros para as mãos.
Supino: 6 movimentos de flexão e extensão para cada braço, cada perna, e, por final, as
2 pernas juntas.
Prono: do topo da cabeça ao pescoço, do pescoço aos ombros, nas costas, das coxas
aos pés, dos ombros para as mãos.

DOSE A SER ESTABELECIDA (percepção funcional da cri score)

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 26


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
ESTIMULAÇÃO VESTIBULAR:
PREFERENCIALMENTE REALIZADO PELA MÃE
RN´s  28 semanas.

ESTÍMULO À SUCÇÃO NÃO NUTRITIVA:


RN´s  32 semanas;  1200g.
Estimulação peri e intraoral.

Estratégias nas dificuldades Específicas na Pré-alimentação:

Hipotonia facial
Postura com estabilidade
Tapping
Estimulação térmica (frio)
Vibração

Hipertonia  manuseio global para adequação do tônus, da postura,


inibindo padrões patológicos e facilitando a mobilidade

Retração de língua (conseqüência de hipertonia)


Adequar postura da cabeça, diminuindo a hiperextensão

Língua protrusa
Por hipertonia
Estímulos orais na lateral
Manuseio para adequação do tônus global, dessensibilização

Por hipotonia

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 27


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
Dar boa estabilidade cervical, alongando o pescoço e flexionando a
cabeça
“Tapping” favorecendo o sulco medial e o sucking
Trabalhar com estímulos orais na lateral
Melhorar função de lábios

Excursão excessiva da mandíbula (geralmente por hipotonia)


Dar estabilidade
Dar flexão e simetria de cabeça
Apoio no mento

Pouco vedamento labial


Estimular com massagem em orbicular e vestíbulo labial com o dedo,
cotonete, frio

SNN fraca e sem ritmo


Estímulo à sucção com dedo + saber, fazendo pausas rítmicas

Ausência ou incompletude de reflexos


Estimulação tátil, térmica e/ou gustativa de acordo com o reflexo a ser
elicitado

ESTÍMULO À SUCÇÃO NUTRITIVA:


(NÃO NECESSARIAMENTE EXECUTADO POR FISIOTERAPEUTA EM TODAS AS
INTERVENÇÕES)

- RN´s  34 semanas;  1500g.


* Estímulo ao vínculo mãe-bebê e ao aleitamento materno.

ASPIRAÇÃO TRAQUEAL: Conduta de exceção. Intervenção orientada pelo


diagnóstico de aumento da resistência das vias aéreas superiores, ocasionado
por acumulo de secreção traqueal. Que produza falha na interação entre o

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 28


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
paciente e o ventilador, e/ou, modificação do padrão ventilatório, e/ou, falha na
adequada manutenção do modo ventilatório.
Precedida de hiper oxigenação – FIO 2 > 10-20%. Qdo SpO 2 ≥ 92%
B B B B

TERAPIA DE HIGIENE BRÔNQUICA:


Indicada quando do diagnóstico sugestivo de aumento da resistência das
vias aéreas, ocasionado por secreções brônquicas periféricas e ou
intermediárias. Em pacientes em ventilação mecânica as intervenções
relacionadas a variação pressórica cíclica, terão seu espectro alargado para
aplicação pré-aspiração.

 Para aceleração do fluxo manualmente: TOSSE MANUALMENTE


ASSISTIDA (TMA), associada a Peep em pacientes ventilados (impedir
fechamento precoce da via aérea e gerando limitação de fluxo)
VALOR DA PEEP: 10 – 12 cmH 2 O / pressão máxima na via aérea
B B

30cmH 2 O.
B B

Pacientes em ventilação espontânea, associada a CPAP.


VALOR CPAP: 10 – 12 cmH 2 OB B

Para aceleração do fluxo por variação pressórica cíclica, em


pacientes ventilados que mantenham ventilação espontânea: elevar a
pressão inspiratória a 30 – 40 cmH 2 O, Tempo inspiratório ≤ 1 segundo e
B B

Freqüência mandatória de 2 a 5 / minuto, tempo de aplicação de 2 a 5


minutos. Podendo ser associado a Peep quando houver evidência de
limitação do fluxo expiratório. VALOR DA PEEP: 10 – 12 cmH 2 O / pressão B B

máxima na via aérea 30cmH 2 O. B B

Para aceleração do fluxo por variação pressórica cíclica, em


pacientes ventilados que não mantenham ventilação espontânea: elevar

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 29


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
a pressão da via aérea, CPAP de 30 – 40 cmH 2 O, Tempo de aplicação ≤
B B

1 segundo e Freqüência de 2 a 5 / minuto, tempo de aplicação de 2 a 5


minutos. Retornando a pressão a nível ZEEP ou ao Peep programado para
otimizar a oxigenação.

Para aceleração do fluxo por variação pressórica cíclica, em


pacientes em ventilação espontânea: elevar a pressão da via aérea,
CPAP de 30 – 40 cmH 2 O, Tempo de aplicação ≤ 1 segundo e Freqüência
B B

de 2 a 5 / minuto, tempo de aplicação de 2 a 5 minutos. Retornando a


pressão a nível ZEEP ou ao CPAP programado para otimizar a
oxigenação.

TERAPIA DE EXPANSÃO PULMONAR:

Atelectasias: Pacientes em ventilação espontânea: CPAP 15 cmH 2 O. B B

Tempo de aplicação relacionado a evidência de reversão da limitação


funcional.

Terapia pressórica cíclica, em pacientes ventilados que mantenham


ventilação espontânea: elevar a pressão inspiratória a 30 – 40 cmH 2 O,
B B

Tempo inspiratório 5 - 10 segundos e Freqüência mandatória de 2 a 4 /


minuto, tempo de aplicação de 5 a 10 minutos. Podendo ser associado a
Peep quando houver evidência de limitação do fluxo expiratório. VALOR
DA PEEP: 10 – 12 cmH 2 O / pressão máxima na via aérea 30 cmH 2 O.
B B B B

Terapia pressórica cíclica, em pacientes ventilados que não


mantenham ventilação espontânea: elevar a pressão da via aérea, CPAP
de 30 – 40 cmH 2 O, Tempo de aplicação de 5 a 10 segundos e Freqüência
B B

de 2 / minuto, tempo de aplicação de 5 a 10 minutos. Retornando ao Peep


programado para otimizar a oxigenação.

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 30


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
SUPORTE VENTILATÓRIO E
AVALIAÇÃO FUNCIONAL EM VENTILAÇÃO MECANICA
Tutorial

INICIANDO A VENTILAÇÃO MECANICA

1. Modo: ASSISTO-CONTROLADO (A/C) – pode ser iniciado a


tempo ou pelo paciente.
2. Limitado a VOLUME: 8 ml/kg peso ideal
(altura em cm – 100 – 10% para homens e -15% para mulheres).
3. Ciclado a TEMPO (pausa 0,2 seg)
4. FLUXO: 40 a 60 L/min (sem interação 40 L/min, se necessário
valores maiores).
5. VOLUME MINUTO: 100 ml/kg peso ideal
6. FREQUENCIA RESPIRATÓRIA: VE/VT (12 a 14 resp/min)
7. FIO 2 : 100%
B B

8. PEEP: 5 cmH 2 OB B

9. SENSIBILIDADE: 2 L/min ou 2 cmH 2 O B B

UMA VEZ INSTALADO O VENTILADOR

1. Realizar medida da mecânica:

Como fazer - programar o ventilador:


 Iniciado a tempo (o paciente não participa)
 Fluxo constante (onda quadrada: modificações da pressão refletem
alterações da impedância)
 Limitado a volume (8ml/kg)
 Ciclado a tempo (3seg – 0.2 seg erro padrão)

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 31


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
A MEDIDA DA MECÂNICA
QUANDO O PACIENTE INICIA A VENTILAÇÃO
É PADRÃO DE REFERÊNCIA PARA TODAS AS OUTRAS AVALIAÇÕES.

As inferências mecânicas deveram ser realizadas sempre com os mesmos


parâmetros registrados no ato da admissão: Volume corrente, Fluxo, Tempo
inspiratório, Freqüência respiratória; independente se algum destes receba
ajustes posteriores, devem retornar ao valor inicial (admissional) no momento da
avaliação, EXCETO PEEP e FIO 2 , ambos permanecem inalterados.
B B

Algumas vezes é necessário hiperventilar o paciente.


Lembre-se, observe o fluxo.
(a demanda do paciente tem que ser atendida),
no modo A/C
a freqüência respiratória programada deverá ser
maior que a encontrada.
Não permita a formação de auto-peep

2. Registrar no momento da coleta da gasometria (20 minutos


após o inicio de adequado suporte ventilatório) o valor da
SpO 2 (registrar sua relação com o valor da GAS).
B B

3. Documentar modo inicial

4. Com a chegada da gasometria: Realizar cálculo do VE 40 , B B

calcular a PaO 2 /FIO 2, adequar a FIO 2 e a ventilação. EM TODA


B B B B B B

NOVA GASEMETRIA A PaO 2 /FIO 2 DEVERÁ SER REGISTRADA


B B B B

5. Documentar em folha de monitorização, ajustes e


modificações.

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 32


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
VE 40 = VM encontrado X PaCO 2 / 40
B B B B

O parâmetro a ser modificado é a


Freqüência Respiratória

Quando optar por modos Limitados a Pressão


BIPAP – PCV – PSV

 Havendo falha na Interação paciente X ventilador (paciente brigando)

 Utilização de estratégia de proteção alveolar

Se a interação não esta boa. Como saber?

 Paciente fica brigando com o ventilador


 A pressão de pico se eleva
 Aumenta a freqüência respiratória
 Sinais de trabalho respiratório aumentado
 Fique de olho em: tiragens, movimento paradoxal toraco-abdominal e
expiração ativa.
 Retire o lençol da barriga para examinar o paciente.

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 33


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
Se a interação não esta boa. O que fazer?

 Avalie se o ventilador esta como programado.


 Se não esta ocorrendo vazamentos.
 Se a sensibilidade esta funcionando.
 Se o paciente esta recebendo o volume corrente programado
 Avalie se a algum fator da impedância que possa ser tratado.
 Cuidado com a acidose metabólica, ela é muito comum e nada
podemos fazer. HCO 3 ↑ P
P

 Não ocorrendo correção da falha na interação com aumento de fluxo,


em modo limitado a volume, com conseqüente aumento da Pressão
na via aérea para valores de 40 cmH 2 O. B B

Use um
MODO LIMITADO A PRESSÃO
 PCV – BIPAP - PSV

 Caso seja disponível no ventilador, use onda de fluxo desacelerada


em modo limitado a volume.

Ta piorando!

 PaO 2 /FIO 2 caindo < 200


B B B B

 Cst, B

SR
B caindo < 30ml/cmH 2 O B B

 Pressão alveolar sobe ≥ 30 cmH 2 O


FIQUE TRANQUILO
B B

U Estratégia de proteção alveolar

Converse com o médico de plantão e salve o paciente

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 34


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
Necessidade de Estratégia de Proteção Alveolar

 Diagnóstico clínico de SARA ou Lesão induzida pela ventilação mecânica.


 Manter Pressão alveolar ≤ 30 cmH 2 O.
B B

Como programar o ventilador

 Modo: PCV / BIPAP – (podendo ser a volume se impedância compatível) o


máximo de pressão a ser utilizada nas vias aéreas é de 30 cmH 2 O.
B B

 Volume Corrente: permite-se maior flexibilidade 6 – 8 ml/kg (evitar


hipercapnia).
 Freqüência respiratória: 15 desejável (máximo 30 resp/min) (evitar
hipercapnia).
 TI:TE: 1:1 (aumentar tempo inspiratório melhora a oxigenação e aumenta o
volume corrente).
 PEEP: mecânico (determinado pela curva P x V) desejável. Empírico 15
cmH 2 O. Opcional ARDSNET (tabela)
B B

 Instituir PEEP se FIO 2 60% ou maior. Com a PEEP a FIO 2 deverá ser reduzida.
B B B B

 Avaliar Recrutamento alveolar.


 Avaliar Terapia de posicionamento.
 Evitar hipercapnia.
 Manter pH > 7.2
 Comunicar a supervisão.

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 35


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
Alarmes dos Ventiladores

A programação dos alarmes deverá seguir as seguintes orientações:


Os alarmes de pressão máxima ficam programados 20% acima do valor
alvo, a freqüência respiratória tem seu alarme 20% acima do valor alvo e
o volume minuto tem seu alarme programado com uma vez o volume
corrente abaixo e acima do valor alvo.

O mapa de acionamento de alarmes é uma importante ferramenta para


o fisioterapeuta. Seu preenchimento segue a seqüência:

1. Acionado o alarme: identificar data e hora

2. Avaliação da mecânica: registrar ocorrência de modificação dos


elementos da impedância (Cst, sr e pressão resistiva), em relação a
medida anterior.

3. Interação: observar ocorrência de sinais de queda da pressão da via


aérea no gráfico do ventilador. Se o sinal ocorrer no início, antes da
liberação do fluxo e/ou imediatamente após, avaliar ajuste de
sensibilidade e elevação do fluxo. Observar e registrar falha de
disparo (tentativas de disparo sem sucesso). Aumentar o fluxo se a
modificação da onda de pressão ocorrer na fase inspiratória durante
a liberação do fluxo. Se ocorrer a alteração na pausa pós-inspiratória
(platô), reduzir o tempo inspiratório. Observar sinais de negatividade
no tórax.

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 36


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
4. Definir a ação: Vigilância, Terapia de expansão pulmonar (TEP),
Terapia de higiene brônquica (THB), Ajuste de fluxo ou modificação
do modo ventilatório.

Este mapa indica o paciente que apresenta maior variação de


comportamento, permitindo definir o primeiro paciente a ser avaliado e qual
o evento (modificação da impedância ou interação) de maior ocorrência.

A Resposta funcional obtida no último atendimento é conferida,


bem como, se os alarmes relacionados a esta.
Resposta funcional encontram-se
Adequadamente programados.

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 37


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
O ALARME TOCOU, O QUE FAZER?

1. ACIONADO ALARME: (modificação do marcador funcional –


sugere modificação na resposta anterior – sugere alteração
funcional).
LIBERE O ALARME ACIONADO
(vamos ver o que esta acontecendo)

Lembre-se: utilize os alarmes de freqüência respiratória e saturação


de oxigênio, disponíveis nos monitores.

MODOS: limitados a volume os alarmes alvo são os de pressão.


Limitados a pressão os alarmes alvo são os de volume, nesta
situação, freqüência respiratória e saturação de oxigênio são
indispensáveis

2. AVALIAÇÃO DA MECÂNICA:

Algumas vezes é necessário hiperventilar o paciente.

Lembre-se, observe o fluxo (a demanda do paciente tem que ser


atendida), no modo A/C a freqüência respiratória programada
deverá ser maior que a encontrada.

Não permita a formação de auto-peep.

3. EXAMINAR O PACIENTE
Ausculta respiratória serve com “diagnóstico diferencial” da
interpretação mecânica.

Fique atento a causas não ventilatórias.


(acidose metabólica, central, perfusão)

O exame muscular é fundamental


(desconecte o paciente do ventilador)

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 38


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
Passos críticos da avaliação

3. COMPARAR (2 e 3)
COM A ÚLTIMA AVALIAÇÃO.
Interpreta a alteração do momento

4. COMPARAR (2 e 3)
COM O MELHOR REGISTRO HISTÓRICO DO PACIENTE.
Estabelece prognóstico e alvo (otimização)

Desmame do Ventilador

Teste: PSV 7 cmH 2 0 B B

Iniciar PSV 8ml/kg, se o paciente estiver estável após 15 minutos:

Freqüência respiratória entre 15 e 25


Instituir
TESTE PSV 7 cmH 2 O B B

Monitorizar: freqüência respiratória, padrão respiratório e SpO 2 .


B B

AO ATINGIR 30 MINUTOS
AVALIAR EXTUBAÇÃO

Caso o paciente não ultrapasse os 15 minutos iniciais e


apresentando falha, retornar a PSV 8ml/kg.

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 39


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
Ultrapassando os 15 minutos iniciais e apresentando falha, instituir
PSV de 7 cmH 2 O, a cada 2 horas, inicialmente, por 15 minutos. Progredir
B B

com 24 horas, ou, em discussão com supervisão.

A falha deve ser claramente documentada e, diagnóstico funcional da


falha é obrigatório. Retornando a ventilação (falha do processo de
desmame) avaliar e documentar a mecânica respiratória. Medidas devem
ser adotadas para a correção da falha.

É necessário otimizar o paciente antes de iniciar o processo.


AVALIAR A NECESSIDADE DE CORREÇÃO DE ALTERAÇÕES DA
IMPEDANCIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO, na vigência do PSV de 7
cmH 2 O. Medidas necessárias adotadas devem ser registradas e traduzidas
B B

em plano terapêutico.

O posicionamento adotado é a posição sentada.

Desmame é prioridade

SUPORTE VENTILATÓRIO NÃO INVASIVO (SVNI)

É necessário caracterizar a insuficiência respiratória. Há necessidade


de diagnóstico e prescrição médica. A aplicação deve ser contínua, não
devendo haver interrupção.

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 40


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
Insuficiência respiratória aguda obedece aos seguintes modelos:
hipoxemica, hipercapnica e mista.

Congestão pulmonar, assim como, outras possibilidades de IRA


hipoxemica, deverão ser abordadas com SVNI.

Indicação: diagnóstico clínico + SpO 2 ≤ 90/92% com oxigenoterapia.


B B

Modo de primeira escolha:

 CPAP
< pressão possível que produza
> SpO 2 % ≥ 92 com redução da FIO 2
B B B B

< FIO 2 possível


B B

ATELECTASIAS:

CPAP 20 cmH2O contínuo.


Suspender com confirmação da reversão da atelectasia

Pacientes hipercapnicos (IRA hipercapnica): pH ≤7,3 PaCO 2 ≥ 50 mmHg.


B B

Modo de escolha:

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 41


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
 BIPAP
S – Se desperto e ‘drive’ mantido
S/T – Se sensório reduzido.
Freqüência respiratória mandatória ≥14 resp/min.
IPAP – 8 ml/kg
(∆Pressão Inspiratória mínimo de 10 cmH 2 O) B B

EPAP – 5 cmH 2 O. B B

Quando a IRA for do tipo mista:

Modo de escolha:

 BIPAP
S – Se desperto e ‘drive’ mantido
S/T – Se sensório reduzido.
Freqüência respiratória mandatória ≥14 resp/min.
IPAP – 8 ml/kg
(∆Pressão Inspiratória mínimo de 10 cmH 2 O).B B

EPAP – usar critérios do CPAP na hipoxemia


< pressão possível que produza
> SpO 2 % ≥ 92 com redução da FIO 2
B B B B

< FIO 2 possível


B B

Dê preferência a máscara nasal. O conforto do paciente é prioritário.

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 42


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
Em, no máximo 30 minutos a decisão de que o SVNI deve ser
interrompido e iniciada a ventilação invasiva, tem de ser tomada.

Correção do estado mental


SpO2 > 92% FIO 2 < 50%
B B

pH > 7,3
 PaCO 2 > 16%
B B

Não ocorrendo melhora, não insistir. Ventilar invasivamente.


Pacientes de elevada gravidade e com grandes aumentos da
impedância, podem ter mais sucesso em ventiladores convencionais do que
em ventiladores não invasivos.

Desmame da SVNI

Quando da instalação do SVNI observaremos uma imediata


Resposta funcional (sucesso), com o passar do tempo os marcadores
adotados (SpO 2 , freqüência respiratória, uso de musculatura acessória, etc)
B B

tendem a variar no sentido positivo, ou seja, há aumento da Resposta


funcional. Este acontecimento sugere que o paciente esta apresentando
melhora do quadro instalado, neste momento, há indicação de avaliar a
redução ou retirada do SVNI

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 43


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
CONSIDERAÇÕES EM NEONATOLOGIA

DESMAME:

1. IMV:
- Fluxo  8L/min.
- PIP < 16cmH2O.
- Tinsp  0.5 seg.
- PEEP 3cmH2O (  1kg) e 2cmH2O (< 1kg).
- FR 6-10 ipm.

2. Assisto-controlado:
- Reduzir PIP mantendo adequado VT  4ml/kg.
- Diminuir freqüência de back up para 25-30.
- Extubar diretamente de assisto-controlado ou modificar p SIMV.
3. SIMV:

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 44


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
- Reduzir FR.
- Diminuir PIP mantendo adequado VT  4ml/kg.
- Extubar quando estável a uma FR baixa (p.ex.15 ipm) ou combinar c PSV.

4. SIMV/PSV:
- Adicionar SIMV quando PSV abaixo de 30 ipm.
- Ajustar o nível de PSV para fornecer adequado VT  4ml/kg reduzindo SIMV
gradativamente.
- Extubar quando estável a uma FR baixa p.ex 15ipm em SIMV.
ALVO SATURAÇÃO 92%

SVNI solicitação médica para o início e modificações


U IRpA – Hipoxemica
Indicação: Diagnóstico clínico SPO 2 ≤ 88 -90% com oxigenoterapia:
B B

Modo de escolha: CPAP


Menor pressão possível que produza maior SpO 2 ≥ 88% com ↓ da FiO 2 para a
B B B B

menor possível.

Atelectasias: CPAP 15 cmH2O contínuo até a reversão.

U IRpA – Hipercapnica:
Indicação: Diagnóstico clínico pH ≤ 7,3 PaCO2 ≥ 50 mmHg
Modo de escolha: NIPPV

Quando a IRpA for mista


Modo de escolha: NIPPV

ANTONIO CARLOS MAGALHÃES DUARTE


FISIOTERAPEUTA

ABORDAGEM FUNCIONAL – IPBA 45


INSTRUMENTO DE APRIMORAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA

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