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1.

DO DIREITO

1.1. Segunda fase: Pena intermediária abaixo do mínimo legal;

Quanto à confissão espontânea, pugna-se pelo reconhecimento desta, ante a


confissão do acusado tanto em sede inquisitorial como em juízo, de modo espontânea,
perante autoridade policial e judicial. Válida, portanto, fazendo jus a atenuação de pena do
art. 65, inc. III, alínea ‘d’, do Código Penal.

Em restrito respeito aos Princípios Constitucionais da Proporcionalidade e da


Individualização da Pena, que devem ser levados a sério em um sistema de justiça que se
repute democrático, bem como considerando o rígido cumprimento da determinação legal
de que as referidas circunstâncias “SEMPRE ATENUAM A PENA”, a melhor doutrina
considera que cada circunstância deve reduzir em 1/6 a pena-base, ainda que tal atenuação
de pena implique que a pena intermediária reste abaixo do mínimo legal.

Nas palavras dos doutrinadores Cezar Roberto Bitencourt e Rogério Greco, as


circunstâncias atenuantes sempre devem ser aplicadas, independentemente de conduzir a
pena a patamar abaixo do mínimo legal:

“O equivocado entendimento de que “circunstâncias atenuantes”


não pode levar a pena para aquém do mínimo cominado ao delito
partiu de interpretação analógica desatualizada, baseada na
proibição que constava no texto original do parágrafo único do art.
48 do Código Penal de 1940, não repetido, destaque-se na reforma
de 1984, com a lei nº 7.209/84. [...]. Deixar de aplicar uma
circunstância atenuante para não trazer a pena para aquém do
mínimo cominado nega vigência ao disposto no art. 65 do Código
Penal, que não condiciona a sua incidência a esse limite, violando
direito público subjetivo do condenado à pena justa, legal e
individualizada. Essa ilegalidade, deixando de aplicar norma de
ordem pública, caracteriza uma inconstitucionalidade manifesta”
(BITENCOURT, 2015, p. 625-626).

“O posicionamento do Superior Tribunal de Justiça foi no sentido de


que a incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à
redução da pena abaixo do mínimo. Essa, infelizmente, tem sido a
posição da maioria dos nossos autores, bem como de nossos
tribunais, que, numa interpretação contra legem, não permitem a
redução da pena-base, em virtude da existência de uma
circunstância atenuante, se aquela tiver sido fixada em seu patamar
mínimo [...]. Tal interpretação é contrária a lei porque o artigo 65,
não excepciona sua aplicação aos casos em que a pena-base tenha
sido aplicada acima do mínimo legal. Pelo contrário, o
mencionado artigo afirma, categoricamente, que são
circunstâncias que sempre atenuam a pena” (GRECO, 2010, p.
152).

Assim sendo, na fase intermediária da pena, requer-se sejam reconhecidas as


circunstâncias atenuantes de menoridade relativa e de confissão espontânea, cada uma
reduzindo a pena-base na fração de 1/6, reduzindo a pena na fase intermediária abaixo do
mínimo legal, ainda, se for o caso.

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