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EXMO SR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE

CORONEL FABRICIANO/MG

PROCESSO Nº 0055559-41.2019.8.13.0194

FELIPE RODRIGUES DA SILVA, qualificado nos autos, por meio de seu advogado,
vem perante vossa excelência apresentar A L E G A Ç O E S F I N AI S
aduzindo e requerendo o que se segue:

Trata-se de Ação Penal que imputou ao Acusado crime de roubo previsto no


código Penal.

A materialidade veio comprovada pela própria declaração policial e judicial do


Denunciado, admitindo a prática do delito.

Contudo, há considerações a serem feitas acerca da aplicação da pena.

No caso fático é perfeito o encaixe do artigo art. 71, caput, do Código Penal

Tratando-se de crimes da mesma natureza, praticados com o mesmo comparsa


e idêntico modus operandi (subtração de toca-fitas de interior de automóveis
estacionados na via pública), conforme se verifica das inclusas cópias fotostáticas das
sentenças condenatórias e das correspondentes denúncias, forçoso é reconhecer a
existência de um nexo de continuidade ligando ambas as infrações, para ensejar a
almejada unificação.

Em face do exposto, e considerando que a ficção jurídica da continuidade


delituosa se destina a servir como instrumento de individualização da pena, o
peticionário pede e aguarda o deferimento do presente pedido de unificação, para
considerar a pena de um só delito, conforme estabelecido no art. 71, caput, do Código
Penal.

Cumpre salientar ainda que, por se tratar de direito subjetivo do agente, a


confissão espontânea é causa obrigatória de diminuição de pena, principalmente em
razão da ausência de agravantes.

Segundo o artigo 65, inciso III, alínea d, do Código Penal, são causas de
diminuição da pena:

“Artigo 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a


pena:
Inciso III - ter o agente:
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a
autoria do crime”.
Com efeito, para a Jurisprudência, a espontaneidade é o requisito fundamental
para a concessão da redução, sendo certo que a confissão é considerada atenuante
preponderante sobre as agravantes, ante a sua importância para a convicção do Juiz,
vejamos:

“Reduz-se a pena de quem, espontaneamente, confessa a autoria.” “Aplica-se a


atenuante mesmo que o acusado tenha sido preso em flagrante.”

"É de ser reconhecida a atenuante, mesmo quando a confissão em nada


influenciar o desfecho condenatório."

"É atenuante de primeira grandeza, pois confere ao julgador a certeza moral de


que a condenação é justa[4], devendo ser avaliada como atenuante máxima e no
concurso com as agravantes prevalecer sobre elas."

Em todas as hipóteses relacionadas no inciso III do artigo 65 do Código Penal,


a redução é obrigatória, observando-se, obviamente, o mínimo e o máximo da pena
prevista.

Como já incansavelmente demonstrado, a confissão é considerada


circunstância subjetiva do Denunciado, o que a torna preponderante.

Nesse sentido, é o posicionamento do Supremo Tribunal Federal, segundo o


qual:

"Entre a circunstância subjetiva favorável ao acusado e a


objetiva contrária, deve prevalecer aquela".

Nessas condições, diante de tudo quanto foi exposto, requer se digne Vossa
Excelência em acolher a presente defesa, de modo a reconhecer a aplicação da
circunstância atenuante estabelecida no artigo 65, inciso III, alínea “d”, do Código Penal
(confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime), COMO
tambem no que se elenca O conforme estabelecido no art. 71, caput, do Código Penal
(CRIME CONTINUADO) como medida da mais elementar JUSTIÇA.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Coronel Fabriciano, 07 de MAIO de 2020.

WALTER MAIRON SILVEIRA BARRETO

OAB/MG-154.924

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