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REGIME JURÍDICO DO MINISTÉRIO

PÚBLICO DO TRABALHO
Por Júlia Baptistuta
SUMÁRIO

1. ANTECEDENTES HISTÓRICOS...............................................................................................................................3
2. MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO X MINISTÉRIO PÚBLICO DOS ESTADOS............................................................6
3. MINISTÉRIO PÚBLICO.........................................................................................................................................7
4. AUTONOMIA INSTITUCIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO...................................................................................10
5. GARANTIAS DOS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO...................................................................................11
6. PRERROGATIVAS DO MINISTÉRIO PÚBLICO....................................................................................................12
7. HONRAS E TRATAMENTOS DOS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO............................................................13
8. VEDAÇÕES AOS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO....................................................................................14
9. MECANISMOS PARA O EXERCÍCIO DAS ATRIBIÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO...............................................15
10. DEVERES DOS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO.......................................................................................19
11. RESPONSABILIDADES DOS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO....................................................................19
12. INTERESSES E DIREITOS METAINDIVIDUAIS TUTELADOS PELO MINISTÉRIO PÚBLICO.....................................23
13. MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO....................................................................................................................24
14. MINISTÉRIO PÚBLICO DOS ESTADOS..............................................................................................................25
15. CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO............................................................................................26
16. MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO.............................................................................................................35
17. ATRIBUIÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO..................................................................................43
18. PRINCIPAIS CAMPOS DE ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO................................................45
19. PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO.....................................55
20. SÚMULAS E OJ´S RELACIONADAS AO MININISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO................................................71
21. DICAS DE ESTUDO E MATERIAIS......................................................................................................................72
22. DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO..................................................................................................73
23. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA...............................................................................................................................73
ATUALIZADO EM 16/05/20181

REGIME JURÍDICO DO MPT NO EDITAL DO XX CONCURSO PÚBLICO PARA PROCURADOR DO TRABALHO

Preparamos, com muito cuidado e dedicação, esse material pra vocês sobre Regime Jurídico do Ministério
Público do Trabalho! Estão prontos para entrar no incrível mundo do MPT? Bora começar!!!!

1. ANTECEDENTES HISTÓRICOS

“Ministério” é uma palavra que advém do latim ministerium, o qual possui o sentido amplo de ofício, cargo
ou função.

Inicialmente, os membros do Ministério Público eram agentes do rei (“mão do rei”), pois defendiam apenas
os interesses privados do rei, não os da sociedade.

A expressão “parquet” tem origem francesa. “Parquet” significa “assoalho”. Tal expressão foi utilizada para
se referir ao Ministério Público pelo fato de que tais agentes ficavam, inicialmente, sobre o assoalho da sala de
audiência, e não sobre o estrado (ao lado do magistrado). Diante disso, consagrou-se a expressão “parquet”.

#FIQUELIGADO! Embora a expressão “parquet” seja relacionada ao fato de que, inicialmente, o membro do MP
ficava, na audiência, sobre o assoalho, atualmente, uma das prerrogativas institucionais do Ministério Público é a de
sentar-se no mesmo plano e imediatamente à direita dos juízes singulares ou presidentes dos órgãos judiciários
perante os quais oficiem (art. 18, I, a, LC 75/93)

Art. 18. São prerrogativas dos membros do Ministério Público da União:

I - institucionais:

a) sentar-se no mesmo plano e imediatamente à direita dos juízes singulares ou presidentes dos órgãos judiciários
perante os quais oficiem;

 Origem do Ministério Público

Quanto à origem do Ministério Público, não há consenso na doutrina. Há quem afirme que está relacionado à
figura do “magiai”, funcionário real do Egito, que existiu há mais de quatro mil anos. Por outro lado, tem-se
sustentado que sua origem ocorreu na Ordenança do rei francês Felipe IV, de 25 de março de 1302. Na Ordenança,
havia a obrigação de que os procuradores prestassem um juramento semelhante ao dos juízes, pelo qual assumiam o
compromisso de patrocinar interesses tão somente do rei.

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As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo
(setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura
identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o
número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do
conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente
citados.
No Brasil, por sua vez, a expressão “Ministério Público” surgiu pela primeira vez no Regimento das Relações
de Império, de 1847.

Nas Constituições Federais, o Ministério Público apareceu ora compondo o Poder Executivo, ora o Poder
Judiciário.

A partir da Constituição Federal de 1988, o Ministério Público passou a ser um órgão permanente, autônomo
e extrapoderes, essencial ao Estado brasileiro, com a função de proteção do regime democrático e do ordenamento
jurídico, ou seja, do interesse público primário.

 Origem do Ministério Público do Trabalho

O Ministério Público do Trabalho (MPT) teve sua origem ligada à Justiça do Trabalho, pois nasceu como órgão
oficiante nesse ramo do Poder Judiciário.

A Justiça do Trabalho foi organizada em três instâncias administrativas pelo Decreto- Lei 1237/39, quais
sejam, Conselho Nacional do Trabalho, Conselhos Regionais e Juntas de Conciliação e Julgamento. No Conselho
Nacional, haviam duas Câmaras: a da Justiça do Trabalho e a da Previdência Social. Em cada Câmara, funcionava um
Procurador Geral e, nos Conselhos Regionais, funcionava um Procurador Regional.

O Decreto-Lei 1237/39 estabeleceu funções básicas da Procuradoria do Trabalho, dentre elas, encaminhar
reclamação trabalhista às Juntas de Conciliação e Julgamento, ajuizar dissídio coletivo em caso de greve, emitir
parecer em sessão, após o relatório e sustentação oral, sobre os dissídios coletivos etc.

#FIQUELIGADO A CLT foi elaborada por uma comissão designada por Getúlio Vargas. A comissão era composta por 5
membros, sendo 4 deles membros do Ministério Público do Trabalho.

Inicialmente, os membros do MPT foram considerados na CLT como agentes do Poder Executivo, tendo
como atribuição precípua a elaboração de pareceres processuais. Ademais, inicialmente o ingresso na carreira não
acontecia por meio de concurso público.

O art. 736 da CLT dispunha o seguinte: O Ministério Público do Trabalho é constituído por agentes diretos do
Poder Executivo, tendo por função zelar pela exata observância da Constituição Federal, das leis e demais atos
emanados dos poderes públicos, na esfera de suas atribuições. “Parágrafo único. Para o exercício de suas funções, o
Ministério Público do Trabalho reger-se-á pelo que estatui esta Consolidação e, na falta de disposição expressa, pelas
normas que regem o Ministério Público Federal.

As Procuradorias possuíam a seguinte composição: a) Procuradoria-Geral: composta por seu Procurador-


Geral e vários procuradores do trabalho (CLT, art. 742); e b) Procuradorias Regionais: cada uma com seu Procurador
Regional e, caso necessário, auxiliado por procuradores adjuntos (CLT, art. 742, parágrafo único).
A CLT regulamentou o MPT (que era denominado de Procuradoria da Justiça do Trabalho. Estabeleceu como
função do órgão zelar pela exata observância da Constituição, das leis e demais atos emanados do Poder Público.

Quanto à composição do quadro das Procuradorias, dava-se da seguinte forma:

a) Procuradoria-Geral: composta por seu Procurador-Geral e vários procuradores do trabalho (CLT, art. 742);
e
b) Procuradorias Regionais: cada uma com seu Procurador Regional e, caso necessário, auxiliado por
procuradores adjuntos (CLT, art. 742, parágrafo único).

O Ministério Público do Trabalho foi previsto na Constituição Federal, pela primeira vez, em 1946, mesmo
momento em que a Justiça do Trabalho foi integrada ao Poder Judiciário (contudo, vale lembrar que o STF, mesmo
antes, já reconhecia à Justiça do Trabalho a condição de Magistratura).

Em 1951, houve a promulgação da Lei Orgânica do Ministério Público da União (Lei n. 1.341/51), que
enquadrou o MPT dentro do MPU. Com a nova lei, a carreira do MPT foi modificada e passou a funcionar do seguinte
modo:

a) Procurador-Geral da Justiça do Trabalho (chefe do órgão e cargo de nomeação sem fazer parte da
carreira);
b) Procuradores do Trabalho de 1ª Categoria (oficiavam perante o TST);
c) Procuradores do Trabalho de 2ª Categoria (oficiavam perante os TRT´s);
d) Procuradores do Trabalho Adjuntos (atuavam nas Procuradores Regionais, especialmente nas Juntas de
Conciliação e Julgamento).

Em 1956 houve a edição de regulamento próprio do Ministério Público do Trabalho (Dec. 40.359/56).

Após, com a Constituição de 1967, Ministério Público do Trabalho e os demais ramos do MPU continuaram
vinculados ao Poder Executivo. Todavia houve inovação devido à exigência de aprovação em concurso público.

Com a Lei 6788/80, foram criados os cargos de Subprocuradores-Gerais da Justiça do Trabalho. Eram 3
membros e o cargo comissionado.

Na década de 1980, iniciaram-se batalhas para a dissociação do Ministério Público do Poder Executivo,
havendo intensa luta pela sua independência e autonomia, o que foi conquistado com a CF/88.

MINISTÉRIO PÚBLICO NAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS:


Constituição 1891: Silente a respeito do MP como um todo. Contudo, fala sobre o Procurador Geral da República
(nomeado pelo Presidente dentre os Ministros do STF). O MP, então, era vinculado ao Poder Judiciário.
Constituição de 1934 (promulgada): Desvincula o MP do Poder Judiciário. É considerado atividade de cooperação. O
Procurador Geral da República passou a ser escolhido dentre cidadãos com requisitos determinados. O ingresso no
MP dava-se apenas por concurso público.
Constituição de 1937 (outorgada): Retira direitos do MP, como sua autonomia. Promove retrocesso no MP.
Constituição de 1946 (promulgada): O MP recupera seu status de importância constitucional. Tratamento autônomo
e desvinculado dos demais poderes. Cria-se a estabilidade e a inamovibilidade relativa do Ministério Público. O PGR
seria indicado pelo Presidente da República, mediante aprovação do Senado Federal.
Constituição de 1967 (outorgada): Há novamente retrocesso da instituição do MP, que passa a integrar o Poder
Judiciário.
EC 01/69 (outorgada): Mantém o MP com as mesmas restrições da Constituição de 1967. Contudo, ele sai do
Judiciário e passa a integrar o Poder Executivo.
LC 40/1981: Prevê avanços, criando uma instituição permanente, como princípios da unidade, indivisibilidade e
autonomia funcional. DESVINCULA O MP DA DEFESA DOS INTERESSES DO ESTADO (proíbe que o MP represente
judicialmente o Estado).
1986 – Encontro em Curitiba – Deu origem à CARTA DE CURITIBA. O MPU e o MPT se unem para fazer um
documento comum com o objetivo de prever normas de proteção à atuação do MP. Tais pontos foram destacados
na CF/88. Deram origem ao que foi previsto na CF/88 sobre o MPU e o MPT.
Constituição de 1988 (promulgada): Prevê diversos direitos ao MP. Torna o MP órgão totalmente autônomo aos
demais poderes. Traz um conceito do MP.

Art. 127. O MINISTÉRIO PÚBLICO É INSTITUIÇÃO PERMANENTE, ESSENCIAL À FUNÇÃO JURISDICIONAL DO ESTADO,
INCUMBINDO-LHE A DEFESA DA ORDEM JURÍDICA, DO REGIME DEMOCRÁTICO E DOS INTERESSES SOCIAIS E
INDIVIDUAIS INDISPONÍVEIS.

Do art. 127 da CF/88, extraem-se as seguintes características do Ministério Público:

INSTITUIÇÃO PERMANENTE: Significa uma instituição perene. Trata-se de cláusula pétrea sobre o Ministério Público.
Não é possível que o poder constituinte derivado reforme a Constituição Federal alterando as prerrogativas do
Ministério Público (tal somente poderia ser feito por meio de um novo poder constituinte).

ESSENCIAL À FUNÇÃO JURISDICIONAL DO ESTADO: A essencialidade deve ser analisada sob dois aspectos:
- Interpretação ampliativa: O MP é essencial não somente à função jurisdicional. Ele possui atuações essenciais fora
do Poder Judiciário também, em aspectos extrajudiciais.
- Interpretação restritiva: O MP é essencial à função jurisdicional do Estado contudo não irá atuar em todos os
processos do Judiciário, mas apenas nos que existe interesse público a ser tutelado ou quando a lei o exigir.
DEFESA DA ORDEM JURÍDICA: Ordem jurídica significa leis e princípios. Antigamente fala-se em Ministério Público
como “fiscal da lei”. Contudo, o correto é falar que o MP é “fiscal da ordem jurídica”, já que não abrange apenas a
lei, mas também os princípios. O CPC adequou tal terminologia, falando em fiscal da ordem jurídica.

DEFESA DO REGIME DEMOCRÁTICO: O Ministério Público é o guardião da Constituição Federal sobre seus aspectos
legítimos. Busca-se não somente a legalidade dos atos, mas sim a legitimidade (legítimos são atos que decorrem da
vontade de toda a população). Exemplo: MPT fiscalizando sindicatos: não fiscaliza apenas a legalidade da atuação,
mas também sua legitimidade. Tudo isso busca resguardar o Estado Democrático de Direito, tutelar a participação da
população.

DEFESA DOS INTERESSES SOCIAIS E INDIVIDUAIS INDISPONÍVEIS: O Ministério Público passou a tutelar os interesses
da sociedade. A instituição defende o interesse público primário, que é o interesse da sociedade. O interesse público
secundário, que se caracteriza por ser o interesse pecuniário do Estado, é tutelado pelas advocacias públicas.

2. MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO X MINISTÉRIO PÚBLICO DOS ESTADOS

De acordo com a Constituição Federal, o Ministério Público divide-se em Ministério Público da União e
Ministério Público dos Estados.

Art. 128 CF/88. O Ministério Público abrange:


I - o Ministério Público da União, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
II - os Ministérios Públicos dos Estados.

Ministério Público do Trabalho


MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO Ministério Público Federal
Ministério Público Militar
Ministério Público do DF e Territórios
MINISTÉRIO PÚBLICO DOS ESTADOS

3. MINISTÉRIO PÚBLICO

 PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS
São princípios institucionais do Ministério Público:
Art. 127, § 1º CF. SÃO PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS DO MINISTÉRIO PÚBLICO A UNIDADE, A INDIVISIBILIDADE E A
INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL.

PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS:
UNIDADE
INDIVISIBILIDADE
INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL
PROMOTOR NATURAL (IMPLÍCITO)

1- UNIDADE
Caracteriza-se pelo fato de que todo o Ministério Público detém a mesma finalidade, que é a defesa dos
interesses da coletividade (interesse público primário).

#ATENÇÃO: O princípio institucional da unidade significa UNIDADE DE FINALIDADE.

Ademais, significa que o Ministério Público constitui um único órgão. Seus membros compõem um
organismo, não sendo considerados individualmente.

#PARAIRALÉM #VAMOSAPROFUNDAR
É pacífico que não há unidade entre Ministérios Públicos de Estados distintos, nem entre Ministério Público
Estadual e o Ministério Público da União.
Contudo, há dúvida em relação à existência de unidade entre os ramos do Ministério Público da União. O
Ministério Público do Trabalho tem defendido que a unidade é aferida em cada ramo.
- COMPETÊNCIA PARA ATUAR PERANTE O STF E STJ
No início, prevalecia a tese que preceituava que apenas o Ministério Público Federal poderia atuar
diretamente no STJ e no STF, por intermédio do Procurador-Geral da República. A justificativa para tal vertente
interpretativa era de que o Ministério Público é uma instituição una, cabendo a seu chefe, o Procurador-Geral da
República, representá-la, atuando, em seu nome, junto às Cortes Superiores.
Contudo, atualmente, o STF tem entendimento pacífico no sentido de que os Ministérios Públicos dos
Estados e do Distrito Federal têm legitimidade para propor e atuar em recursos e meios de impugnação de decisões
judiciais em trâmite no STF e no STJ.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA
RE 985392/RS: Os Ministérios Públicos dos Estados e do Distrito Federal têm legitimidade para propor e
atuar em recursos e meios de impugnação de decisões judiciais em trâmite no STF e no STJ, oriundos de processos de
sua atribuição, sem prejuízo da atuação do Ministério Público Federal. STF. Plenário Virtual. RE 985392/RS, Rel. Min.
Gilmar Mendes, julgado em 26/05/2017 (repercussão geral).
INFO 576 do STF: Os Ministérios Públicos estaduais não estão vinculados, nem subordinados, no plano
processual, administrativo e/ou institucional, à Chefia do Ministério Público da União, o que lhes confere ampla
possibilidade de atuação autônoma nos processos em que forem partes, inclusive perante os Tribunais Superiores.
Assim, por exemplo, o Ministério Público Estadual possui legitimidade para o ajuizamento de ação rescisória perante
o STJ para impugnar acórdão daquela Corte que julgou processo no qual o parquet estadual era parte.
STJ. Corte Especial. EREsp 1.236.822-PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 16/12/2015 (Info 576). STF.
1ª Turma. ACO 2351 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 10/02/2015.
E O MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO? PODE ATUAR DIRETAMENTE NO STF?
Tem prevalecido o entendimento que não. Como o MPT é ramo do Ministério Público da União, deve o
Procurador-Geral da República atuar no STF nas ações constitucionais de natureza trabalhista, conforme o art. 46 da
LC 75/93.
Art. 46. Incumbe ao Procurador-Geral da República exercer as funções do Ministério Público junto ao
Supremo Tribunal Federal, manifestando-se previamente em todos os processos de sua competência.
Contudo, o Ministério Público do Trabalho tem defendido sua competência para atuar perante o STF, por
meio do Procurador-Geral do Trabalho, especialmente pelo fato de ser o ramo que possui melhor concepção acerca
dos valores constitucionais vinculados ao trabalho humano.

2- INDIVISIBILIDADE

Significa que os membros do Ministério Público podem ser substituídos na sua atuação, sem que haja
alteração subjetiva processual.

Tal indivisibilidade ocorre dentro de cada ramo do MP, segundo a doutrina majoritária. Contudo, existe
doutrina minoritária que diz que a substituição pode ocorrer inclusive quando em ramos distintos.

#ATENÇÃO: Contudo, tal princípio não implica a vinculação de pronunciamentos dos agentes do Ministério Público,
no sentido de obrigar um membro da instituição que substitui o outro a observar a mesma linha de pensamento do
seu antecessor.

#JÁCAIUEMPROVA #QUESTÃOFECHADA
2012 – TRT 14 – Juiz do Trabalho: Os membros do Ministério Público do Trabalho pertencem a um só órgão, sob a
direção de uma única chefia. Em razão do princípio da indivisibilidade, seus membros podem ser substituídos uns
pelos outros, segundo a forma estabelecida em lei. RESPOSTA: CORRETO.

3- INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL

De tal mandamento fundamental decorre a ideia de que o membro do Ministério Público do Trabalho possui
independência no exercício de suas funções, não havendo que se falar na existência de hierarquia funcional no
âmbito do MP, mas tão somente uma hierarquia administrativa.
O membro do Ministério Público age sem imposição superior. A independência funcional consubstancia uma
garantia dos órgãos do MP para adotar, com isenção, os juízos a respeito das estratégias para enfrentar as questões
que lhes são submetidas. O membro do MP vincula-se ao ordenamento jurídico.

#FIQUELIGADO. A independência funcional, contudo, deve conciliar com o princípio da unidade, pois é de suma
importância uma atuação institucional voltada à mesma finalidade (conjunta e coordenada), o que fortalece a
instituição e colabora para melhores resultados. Observação: não se trata de imposição, razão pela qual não há
choque de princípios.

#PERGUNTADEPROVAORAL
XIX CONCURSO – PROCURADOR DO TRABALHO O Procurador do Trabalho subordina-se ao Procurador Regional do
Trabalho?

4- PROMOTOR NATURAL

Embora não esteja previsto no art. 127 da Constituição Federal, a doutrina admite sua existência como
princípio implícito, diante da interpretação sistemática dos arts. 5º, XXXVI e LIII, 127 e 129, I, da CF.

O princípio do promotor natural determina que o jurisdicionado tenha a garantia de ser processado e
investigado por autoridades previamente designadas pela legislação.

COLISÃO ENTRE OS PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS DO MP


Quando há colisão entre princípios, deve-se realizar uma concordância prática/harmonização, eis que não há
a exclusão de um pela aplicação de outro. Não há um conflito propriamente dito, mas uma colisão momentânea, em
que será analisado, de acordo com o caso concreto, qual prevalecerá.
É comum a colisão entre os princípios da unidade e da independência funcional.
Devido ao princípio da unidade, é comum que o Ministério Público estabeleça diretrizes de atuação (ex:
orientação para atuação em construções). Contudo, pode ocorrer de o Procurador do Trabalho entender que não há
necessidade de tal atuação (princípio da independência funcional). No caso, o Procurador pode arquivar o
procedimento. A Câmara de Coordenação e Revisão, órgão responsável pela análise dos arquivamentos, pode,
então, enviar para outro Procurador realizar o procedimento, caso entenda necessário.

4. AUTONOMIA INSTITUCIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO

A autonomia institucional do Ministério Público está prevista no §2º e seguintes do art. 127 da CF/88.
Art. 127 CF. § 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o
disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-
os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei
disporá sobre sua organização e funcionamento. 
§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias.
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei
de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária
anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do
§ 3º. 
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os limites estipulados
na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta
orçamentária anual. 
§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de
obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente
autorizadas, mediante a abertura de CRÉDITOS SUPLEMENTARES OU ESPECIAIS.

Autonomia Funcional: É a desvinculação do Ministério Público de qualquer outro poder. A partir da CF/88, o
MP tornou-se órgão independente.

Observação: Um dos princípios institucionais do Ministério Público é a independência funcional. Tal independência
possui aspecto externo e interno. Quanto ao caráter externo, significa que o Ministério Público é um órgão
independente e autônomo em relação aos outros Poderes da República.

Autonomia Administrativa: Poder de auto gerência do Ministério Público. Confere ao MP, por exemplo, a
possibilidade de propor a criação de serviços auxiliares.
Autonomia Financeira: O Ministério Público possui autonomia para implantar toda a infraestrutura
indispensável para seu funcionamento. Ele faz uma proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentária. Uma vez que o MP possui um dinheiro a ele destinado, ele quem administrará as verbas
recebidas.
Autonomia Legislativa: O Ministério Público possui legitimidade para dar início ao processo legislativo para
criação e extinção de seus cargos e para o estatuto de cada ramo.

#ATENÇÃO #FIQUELIGADO: A CF/88 estabelece uma competência concorrente entre o Presidente da República e o
Procurador-Geral da República para iniciativa de leis de organização do Ministério Púbico.
Art. 61, § 1º, CF/88 São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
II - disponham sobre:
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a organização
do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
Art. 128, §5º, CF/88. Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos
Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público,
observadas, relativamente a seus membros: (...)
Contudo, há quem defende que a competência do Presidente da República destina-se tão somente a aspetos gerais.
Ainda, há quem diga ainda que somente cabe ao Presidente da República tal competência quando houver omissão
do Procurador-Geral da República.

5. GARANTIAS DOS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO

A Constituição Federal prevê, no art. 128, garantias aos membros do Ministério Público. São garantias
ligadas às pessoas que ocupam o cargo público do MP, a fim de que haja atuação livre no exercício de suas funções.

Art. 128, §5º, CF/88. Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos
Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público,
observadas, relativamente a seus membros:
I - as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em
julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do
Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa;
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II,
153, III, 153, § 2º, I.

VITALICIEDADE: A vitaliciedade garante que, após 2 anos de efetivo exercício, o membro do Ministério
Público somente perderá seu cargo mediante sentença judicial transitada em julgado. Antes de transcorridos dois
anos, ou seja, dentro do estágio probatório, o membro pode perder o cargo sem sentença judicial, por meio de
decisão em processo administrativo.

INAMOVIBILIDADE: Significa que não podem os membros do Ministério Público ser removidos
compulsoriamente. Garante autonomia ao membro do MP. Contudo, excepcionalmente será possível a remoção
compulsória no caso de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público,
pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa.

IRREDUTIBILIDADE DE SUBSÍDIOS: O subsídio não pode ser reduzido. O entendimento do STF é de que a
irredutibilidade é puramente formal (do valor nominal).
6. PRERROGATIVAS DO MINISTÉRIO PÚBLICO

As prerrogativas estão ligadas ao cargo ocupado pelo membro do Ministério Público, razão pela qual são
irrenunciáveis. Prerrogativa não se confunde com privilégio. Elas buscam resguardar a autonomia e independência
do Ministério Público.

Dividem-se em INSTITUCIONAIS e PROCESSUAIS e estão previstas na LC 75/93. Vale mencionar que se trata
de um rol exemplificativo.

   Art. 18. São prerrogativas dos membros do Ministério Público da União:


        I - institucionais:
         a) sentar-se no mesmo plano e imediatamente à direita dos juízes singulares ou presidentes dos órgãos
judiciários perante os quais oficiem;
         b) usar vestes talares;
         c) ter ingresso e trânsito livres, em razão de serviço, em qualquer recinto público ou privado, respeitada a
garantia constitucional da inviolabilidade do domicílio;
         d) a prioridade em qualquer serviço de transporte ou comunicação, público ou privado, no território
nacional, quando em serviço de caráter urgente;
       e) o porte de arma, independentemente de autorização;
         f) carteira de identidade especial, de acordo com modelo aprovado pelo Procurador-Geral da República e por
ele expedida, nela se consignando as prerrogativas constantes do inciso I, alíneas c, d e e do inciso II, alíneas d, e e f,
deste artigo;
         II - processuais:
         a) do Procurador-Geral da República, ser processado e julgado, nos crimes comuns, pelo Supremo Tribunal
Federal e pelo Senado Federal, nos crimes de responsabilidade;
         b) do membro do Ministério Público da União que oficie perante tribunais, ser processado e julgado, nos
crimes comuns e de responsabilidade, pelo Superior Tribunal de Justiça;
         c) do membro do Ministério Público da União que oficie perante juízos de primeira instância, ser processado
e julgado, nos crimes comuns e de responsabilidade, pelos Tribunais Regionais Federais, ressalvada a competência da
Justiça Eleitoral;
         d) ser preso ou detido somente por ordem escrita do tribunal competente ou em razão de flagrante de crime
inafiançável, caso em que a autoridade fará imediata comunicação àquele tribunal e ao Procurador-Geral da
República, sob pena de responsabilidade;
         e) ser recolhido à prisão especial ou à sala especial de Estado-Maior, com direito a privacidade e à disposição
do tribunal competente para o julgamento, quando sujeito a prisão antes da decisão final; e a dependência separada
no estabelecimento em que tiver de ser cumprida a pena;
         f) não ser indiciado em inquérito policial, observado o disposto no parágrafo único deste artigo;
         g) ser ouvido, como testemunhas, em dia, hora e local previamente ajustados com o magistrado ou a
autoridade competente;
         h) receber intimação pessoalmente nos autos em qualquer processo e grau de jurisdição nos feitos em que
tiver que oficiar.
         Parágrafo único. Quando, no curso de investigação, houver indício da prática de infração penal por membro
do Ministério Público da União, a autoridade policial, civil ou militar, remeterá imediatamente os autos ao
Procurador-Geral da República, que designará membro do Ministério Público para prosseguimento da apuração do
fato.

OBSERVAÇÕES: A prerrogativa de sentar-se no mesmo plano e imediatamente à direita dos juízes singulares ou
presidentes dos órgãos judiciários perante os quais oficiem existe ainda que o Ministério Público seja parte (órgão
agente) e não apenas fiscal da ordem jurídica, já que, em todo caso, ele estará atuando em prol do interesse público
primário.

#JÁCAIUEMPROVA #PROVAORAL
É comum os Examinadores no Concurso do MPT fazerem a seguinte pergunta na prova oral: O juiz do
trabalho nega ao senhor assento à sua direita em audiência. Nessa situação, como o senhor agiria?

Quanto à prerrogativa de recebimento de intimação pessoalmente nos autos em qualquer processo de grau
de jurisdição, destaca-se que impera o entendimento de que o prazo começa a contar do momento em que o
processo dá entrada na instituição (e não com a “ciência” do membro).

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA. Todavia, no caso de não haver a formalização da data da chegada no processo na


instituição, segundo o STJ, a contagem ocorrerá a partir da “ciência”, conforme o seguinte julgado: Resp.
1538688/SP: Em regra, a fluência do prazo recursal para o Ministério Público e a Defensoria Pública, ambos
beneficiados com intimação pessoal, tem início com a entrada destes na instituição (e não com oposição de ciência
pelo seu representante). No entanto, se a certidão proferida pela Serventia do Poder Judiciário registra tão somente
o dia da remessa do feito para o Ministério Público (isto é, da saída do feito do Judiciário), mas não a efetiva data de
seu ingresso no setor de apoio administrativo da referida Instituição, então, neste caso, deverá ser considerado que
o prazo recursal iniciou-se somente no dia em que houve a aposição do "ciente" pelo membro do MP.
STJ. 5a Turma. Resp. 1538688/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 03/03/2016

7. HONRAS E TRATAMENTOS DOS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO

As honras e os tratamentos estão previstos no art. 19 da LC 75/93.

O Procurador-Geral da República terá as mesmas honras e tratamento dos Ministros do STF.


Os demais membros do MP, por seu turno, terão as honras e tratamentos que forem reservadas aos
magistrados perante os quais oficiem.
 
Art. 19. O Procurador-Geral da República terá as mesmas honras e tratamento dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal; e os demais membros da instituição, as que forem reservadas aos magistrados perante os quais oficiem.

8. VEDAÇÕES AOS MEMEBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO

A Constituição Federal estabelece algumas vedações aos membros do Ministério Público. Trata-se de assunto
extremamente recorrente nas provas! Vamos aprender, então?

Art. 128. O Ministério Público abrange:


II - as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério;
e) exercer atividade político-partidária;
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. 
§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único, V. 

OBSERVAÇÕES:
Quanto à vedação do exercício da advocacia: Antes da CF/88 era permitido advogar. Art. 29, §3º, ADCT previu
que os membros admitidos antes da CF/88 poderiam continuar advogando.

Em relação à vedação do exercício de qualquer outra função pública, salvo uma de magistério, há
regulamentação no âmbito do Ministério Público, na Resolução 73 do Conselho Nacional do Ministério Público.

#PARAIRALÉM
Destacam-se os seguintes artigos da Resolução 73 do CNMP:
Art. 1º. Ao membro do Ministério Público da União e dos Estados, ainda que em disponibilidade, é defeso o exercício
de outro cargo ou função pública, ressalvado o magistério, público ou particular. (Reda
§ 1º. A coordenação de ensino ou de curso é considerada compreendida no magistério e poderá ser exercida pelo
membro do Ministério Público se houver compatibilidade de horário com as funções ministeriais.
§ 2º Haverá compatibilidade de horário quando do exercício da atividade docente não conflitar com o período em
que o membro deverá estar disponível para o exercício de suas funções institucionais, especialmente perante o
público e o Poder Judiciário.
§ 3º Consideram-se atividades de coordenação de ensino ou de curso, para os efeitos do parágrafo anterior, as de
natureza formadora e transformadora, como o acompanhamento e a promoção do projeto pedagógico da instituição
de ensino, a formação e orientação de professores, a articulação entre corpo docente e discente para a formação do
ambiente acadêmico participativo, a iniciação científica, a orientação de acadêmicos, a promoção e a orientação da
pesquisa e outras ações relacionadas diretamente com o processo de ensino e aprendizagem.
§ 4º. Não estão compreendidas nas atividades previstas no parágrafo anterior as de natureza administrativo-
institucional e outras atribuições relacionadas à gestão da instituição de ensino.
Art. 2º. Somente será permitido o exercício da docência ao membro, em qualquer hipótese, se houver
compatibilidade de horário com o do exercício das funções ministeriais, e desde que o faça em sua comarca ou
circunscrição de lotação, ou na mesma região metropolitana.
§ 1º Fora das hipóteses previstas no caput deste artigo, a unidade do Ministério Público, através do órgão
competente, poderá autorizar o exercício da docência por membro do Ministério Público, quando se tratar de
instituição de ensino sediada em comarca ou circunscrição próxima, nos termos de ato normativo e em hipóteses
excepcionais, devidamente fundamentadas.
§ 2º. O cargo ou função de direção nas entidades de ensino não é considerado exercício de magistério, sendo vedado
aos membros do Ministério Público.

#DEOLHONAJUSRIPRUDÊNCIA: INFO 817 do MPT: Membros do Ministério Público não podem ocupar cargos
públicos fora do âmbito da Instituição, salvo cargo de professor e funções de magistério. A Resolução 72/2011 do
CNMP, ao permitir que membro do Parquet exerça cargos fora do MP, é flagrantemente contrária ao art. 128, § 5º,
II, "d", da CF/88. Consequentemente, a nomeação de membro do MP para o cargo de Ministro da Justiça viola o
texto constitucional. STF. Plenário. ADPF 388, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 09/03/2016 (Info 817).

9. MECANISMOS PARA O EXERCÍCIO DAS ATRIBUIÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

A LC 75/93 elenca uma série de mecanismos/instrumentos que são disponibilizados aos membros do
Ministério Público da União para possibilitar o exercício de suas atribuições (art. 8º) #TEMQUEDECORAR.

Art. 8º Para o exercício de suas atribuições, o Ministério Público da União poderá, nos procedimentos de sua
competência:
        I - notificar testemunhas e requisitar sua condução coercitiva, no caso de ausência injustificada;
        II - requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades da Administração Pública direta ou
indireta;
        III - requisitar da Administração Pública serviços temporários de seus servidores e meios materiais
necessários para a realização de atividades específicas;
        IV - requisitar informações e documentos a entidades privadas;
        V - realizar inspeções e diligências investigatórias;
        VI - ter livre acesso a qualquer local público ou privado, respeitadas as normas constitucionais pertinentes à
inviolabilidade do domicílio;
        VII - expedir notificações e intimações necessárias aos procedimentos e inquéritos que instaurar;
        VIII - ter acesso incondicional a qualquer banco de dados de caráter público ou relativo a serviço de
relevância pública;
        IX - requisitar o auxílio de força policial.
  § 1º O membro do Ministério Público será civil e criminalmente responsável pelo uso indevido das
informações e documentos que requisitar; a ação penal, na hipótese, poderá ser proposta também pelo ofendido,
subsidiariamente, na forma da lei processual penal.
         § 2º Nenhuma autoridade poderá opor ao Ministério Público, sob qualquer pretexto, a exceção de sigilo, sem
prejuízo da subsistência do caráter sigiloso da informação, do registro, do dado ou do documento que lhe seja
fornecido.

#ATENÇÃO #FIQUELIGADO Trata-se da regra da inoponibilidade de sigilo ao Ministério Público.

§ 3º A falta injustificada e o retardamento indevido do cumprimento das requisições do Ministério Público implicarão
a responsabilidade de quem lhe der causa.
§ 4º As correspondências, notificações, requisições e intimações do Ministério Público quando tiverem como
destinatário o Presidente da República, o Vice-Presidente da República, membro do Congresso Nacional, Ministro do
Supremo Tribunal Federal, Ministro de Estado, Ministro de Tribunal Superior, Ministro do Tribunal de Contas da
União ou chefe de missão diplomática de caráter permanente serão ENCAMINHADAS E LEVADAS A EFEITO PELO
PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA OU OUTRO ÓRGÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO A QUEM ESSA ATRIBUIÇÃO SEJA
DELEGADA, cabendo às autoridades mencionadas fixar data, hora e local em que puderem ser ouvidas, se for o caso.

 OBSERVAÇÕES SOBRE QUEBRA DE SIGILO:

A inviolabilidade do sigilo da correspondência, das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações


telefônicas é garantida pela Constituição Federal de 1988 devido ao direito fundamental à intimidade e à vida
privada.

Art. 5º, X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;   
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal;  

Diante da vedação constante na CF/88, pergunta-se: É POSSÍVEL A QUEBRA DE SIGILO FISCAL OU BANCÁRIO
PELO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO?

 SIGILO FISCAL
O sigilo fiscal é a proteção às informações fiscais prestadas pelos contribuintes.
Há duas correntes sobre a possibilidade de o MPT requerer diretamente à Receita Federal as informações
relativas ao sigilo fiscal.

Primeira corrente: IMPOSSIBILIDADE. Tal corrente possui os seguintes argumentos: - Direito fundamental à
proteção dos dados fiscais das empresas (desdobramento do direito à intimidade e ao sigilo de dados). Há, no caso,
reserva se jurisdição.

Segunda corrente: POSSIBILIDADE. Tal corrente possui os seguintes argumentos: - Os direitos fundamentais são
relativos, por isso deve haver ponderação no caso de conflito com outros direitos fundamentais; - Teoria dos poderes
implícitos: Os arts. 127 e 129, III e IX da CF/88 preveem atribuições ao Ministério Público e, para que ele alcance seu
escopo institucional, devem ser garantidos os instrumentos/poderes necessários para tanto; - Art. 8º, §2º, LC 75/93 e
art. 26, I, “b”, preveem a inoponibilidade de sigilo ao Ministério Público; - Há transferência do sigilo, e não a sua
“quebra”; - Nota Técnica 179/DENOR/CGU/AGU: Reconhecer a impossibilidade de se opor reserva de sigilo fiscal ao
Ministério Público.

 SIGILO BANCÁRIO

Primeira corrente: IMPOSSIBILIDADE. Tal corrente possui os seguintes argumentos: - Direito fundamental à
proteção dos dados bancários das empresas (desdobramento do direito à intimidade e ao sigilo de dados). Há, no
caso, reserva se jurisdição.

Segunda corrente: POSSIBILIDADE. Tal corrente possui os seguintes argumentos: - Os direitos fundamentais são
relativos, por isso deve haver ponderação no caso de conflito com outros direitos fundamentais; - Teoria dos poderes
implícitos: Os arts. 127 e 129, III e IX da CF/88 preveem atribuições ao Ministério Público e, para que ele alcance seu
escopo institucional, devem ser garantidos os instrumentos/poderes necessários para tanto; - Art. 8º, §2º, LC 75/93 e
art. 26, I, “b”, preveem a inoponibilidade de sigilo ao Ministério Público; - Há transferência do sigilo, e não a sua
“quebra”;
#ATENÇÃO. A jurisprudência do STF não tem admitido o acesso direto do MP a documentos e informações
protegidos pelo sigilo bancário. Contudo, há julgados relacionados à matéria penal do STF e do STJ que preveem a
seguinte exceção: possibilidade de acesso à contas pelas quais transitem recursos públicos.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #AJUDAMARCINHO
Não são nulas as provas obtidas por meio de requisição do Ministério Público de informações bancárias de
titularidade de Prefeitura para fins de apurar supostos crimes praticados por agentes públicos contra a
Administração Pública. É lícita a requisição pelo Ministério Público de informações bancárias de contas de
titularidade da Prefeitura Municipal, com o fim de proteger o patrimônio público, não se podendo falar em quebra
ilegal de sigilo bancário. O sigilo de informações necessário à preservação da intimidade é relativizado quando há
interesse da sociedade em conhecer o destino dos recursos públicos. Diante da existência de indícios da prática de
ilícitos penais envolvendo verbas públicas, cabe ao MP, no exercício de seus poderes investigatórios (art. 129, VIII, da
CF/88), requisitar os registros de operações financeiras relativos aos recursos movimentados a partir de
contracorrente de titularidade da Prefeitura. Essa requisição compreende, por extensão, o acesso aos registros das
operações bancárias sucessivas, ainda que realizadas por particulares, e objetiva garantir o acesso ao real destino
desses recursos públicos.
STJ. 5ª Turma. HC 308.493-CE, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 20/10/2015 (Info 572).
STF. 2ª Turma. RHC 133118/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 26/9/2017 (Info 879).
Comentários: 
Sigilo bancário não se aplica para contas públicas
O sigilo bancário constitui espécie do direito à intimidade/privacidade, consagrado no art. 5º, X e XII, da
CF/88, devendo, portanto, ser protegido. No entanto, as contas bancárias dos entes públicos, em regra, não são
albergadas pelo direito à intimidade/privacidade e, em consequência, não são protegidas pelo sigilo bancário. Isso
porque, no que tange às contas públicas, vigoram os princípios da publicidade e da moralidade (art. 37 da CF/88).
Quando a Constituição fala em intimidade e vida privada, ela está se referindo à pessoa humana, aos
indivíduos que compõem a sociedade e às pessoas jurídicas de direito privado. Tais conceitos (intimidade e vida
privada) são inaplicáveis aos entes públicos.
Dessa forma, o Ministério Público, na investigação de crimes, possui o poder de requisitar os registros de
operações financeiras relacionadas com recursos públicos movimentados a partir de conta corrente de titularidade
do Município.
  MP pode requisitar os registros de operações financeiras feitas com recursos públicos, ainda que isso
acabe atingindo indiretamente terceiros beneficiários dos valores
O poder do Ministério Público de requisitar informações bancárias de conta corrente de titularidade do
Município abrange, por extensão, o direito de acesso aos registros das operações bancárias realizadas por
particulares, a partir das verbas públicas creditadas naquela conta. Em outras palavras, o Ministério Público pode,
por exemplo, requisitar, sem autorização judicial, os valores que o Município transferiu para contas de particulares.
Ora, de nada adiantaria permitir ao Ministério Público requisitar diretamente os registros das operações
feitas na conta bancária da Municipalidade e negar-lhe o principal: o acesso ao real destino dos recursos públicos, a
partir do exame de operações bancárias sucessivas (v.g., desconto de cheque emitido pela Municipalidade na boca
do caixa, seguido de transferência a particular do valor sacado).
Decidir em sentido contrário implicaria o esvaziamento da própria finalidade do princípio da publicidade, que é
permitir o controle da atuação do administrador público e do emprego de verbas públicas.
 
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Requisição pelo MP de informações bancárias de ente da administração pública.
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/29daf9442f3c0b60642b14c081b4a556>.
Acesso em: 26/04/2018

10.DEVERES DOS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO

A LC 75/93 elenca uma série de deveres aos membros do Ministério Público, como o cumprimento dos
prazos processuais, a adoção de providências cabíveis diante de irregularidades de que tiver conhecimento (a
atuação do MP é inquisitorial), a guarda do segredo sobre assuntos de caráter sigiloso que tenha conhecimento em
razão do cargo, dentro outros. Vale a leitura reiterada do art. 236:

Art. 236. O membro do Ministério Público da União, em respeito à dignidade de suas funções e à da Justiça, deve
observar as normas que regem o seu exercício e especialmente:
         I - cumprir os prazos processuais;
         II - guardar segredo sobre assunto de caráter sigiloso que conheça em razão do cargo ou função;
         III - velar por suas prerrogativas institucionais e processuais;
     IV - prestar informações aos órgãos da administração superior do Ministério Público, quando requisitadas;
         V - atender ao expediente forense e participar dos atos judiciais, quando for obrigatória a sua presença; ou
assistir a outros, quando conveniente ao interesse do serviço;
         VI - declarar-se suspeito ou impedido, nos termos da lei;
         VII - adotar as providências cabíveis em face das irregularidades de que tiver conhecimento ou que
ocorrerem nos serviços a seu cargo;
         VIII - tratar com urbanidade as pessoas com as quais se relacione em razão do serviço;
         IX - desempenhar com zelo e probidade as suas funções;
         X - guardar decoro pessoal.

A violação aos deveres elencados enseja a aplicação de penalidades disciplinares, conforme consta na LC
75/93.

11. RESPONSABILIDADES DOS MEMEBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO


A responsabilização dos membros do Ministério Público, no exercício da função, pode ocorrer em todas as
instâncias: civil, penal e administrativa.

Responsabilidade Civil: Só haverá quando atuar com dolo ou fraude. O membro do MP, desse modo, não
responde por culpa.
Responsabilidade Penal: Só haverá quando atuar com dolo ou fraude. O membro do MP, desse modo, não
responde por culpa.
Responsabilidade Administrativa: Responsabilidade funcional. Aqui, pode responder por dolo, fraude e
CULPA.

- Responsabilidade Administrativa: Tomando ciência de eventual irregularidade, é instaurado


inquérito pelo Corregedor. Com isso, é nomeada comissão com 3 membros: membros de mesma hierarquia ou
hierarquia superior. A comissão apresenta conclusão. Depois, dá-se vista para manifestação do investigado
(contraditório postergado). Após, submete-se ao Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho para decisão.

O CSMPT pode:
- pedir mais diligências;
- decidir pelo arquivamento do procedimento;
- instaurar um processo administrativo;
- encaminhar ao Corregedor para acusação (quando a comissão entende pelo arquivamento e o Conselho
entende que não é caso de arquivamento; nesse caso, o Conselho encaminha ao Corregedor para fazer a acusação).

Processo Administrativo: É instaurado pelo Conselho Superior do MP. Nomeia-se uma Comissão com 3
membros. Há contraditório prévio: cita-se o denunciado para defesa no prazo de 15 dias. Após, há instrução. Razões
finais de 15 dias. Em seguida, a Comissão realiza um relatório no prazo de 90 dias, podendo ser prorrogado por mais
30 dias. Após, o CSMP propõe ao pgt arquivamento ou aplicação de sanção (advertência, censura ou suspensão, que
são de competência do PGT). Contudo, se as sanções forem de demissão ou cassação de aposentadoria, deverá
propor ao Procurador-Geral da República o ajuizamento de ação para promover a demissão ou a cassação da
aposentadoria. Lembrar: Vitaliciedade: Só perde o cargo por decisão judicial transitada em julgado.

Observação: Penalidades em ordem de gravidade: advertência, censura, suspensão, demissão ou cassação de


aposentadoria.

Sobre a responsabilização administrativa, vale a pena a leitura dos artigos da LC 75/93 que regulamentam a
matéria:
SEÇÃO V
Da Sindicância
        Art. 246. A sindicância é o procedimento que tem por objeto a coleta sumária de dados para instauração, se
necessário, de inquérito administrativo.
SEÇÃO VI
Do Inquérito Administrativo
         Art. 247. O inquérito administrativo, de caráter sigiloso, será instaurado pelo Corregedor-Geral, mediante
portaria, em que designará comissão de três membros para realizá-lo, sempre que tomar conhecimento de infração
disciplinar.
         § 1º A comissão, que poderá ser presidida pelo Corregedor-Geral, será composta de integrantes da carreira,
vitalícios e de classe igual ou superior à do indicado.
         § 2º As publicações relativas a inquérito administrativo conterão o respectivo número, omitido o nome do
indiciado, que será cientificado pessoalmente.
         Art. 248. O prazo para a conclusão do inquérito e apresentação do relatório final é de trinta dias, prorrogável,
no máximo, por igual período.
         Art. 249. A comissão procederá à instrução do inquérito, podendo ouvir o indiciado e testemunhas, requisitar
perícias e documentos e promover diligências, sendo-lhe facultado o exercício das prerrogativas outorgadas ao
Ministério Público da União, por esta lei complementar, para instruir procedimentos administrativos.
         Art. 250. Concluída a instrução do inquérito, abrir-se-á vista dos autos ao indiciado, para se manifestar, no
prazo de quinze dias.
         Art. 251. A comissão encaminhará o inquérito ao Conselho Superior, acompanhado de seu parecer
conclusivo, pelo arquivamento ou pela instauração de processo administrativo.
         § 1º O parecer que concluir pela instauração do processo administrativo formulará a súmula de acusação,
que conterá a exposição do fato imputado, com todas as suas circunstâncias e a capitulação legal da infração.
         § 2º O inquérito será submetido à deliberação do Conselho Superior, que poderá:
         I - determinar novas diligências, se o considerar insuficientemente instruído;
         II - determinar o seu arquivamento;
         III - instaurar processo administrativo, caso acolha a súmula de acusação;
         IV - encaminhá-lo ao Corregedor-Geral, para formular a súmula da acusação, caso não acolha a proposta de
arquivamento.
SEÇÃO VII
Do Processo Administrativo
         Art. 252. O processo administrativo, instaurado por decisão do Conselho Superior, será contraditório,
assegurada ampla defesa ao acusado.
         § 1º A decisão que instaurar processo administrativo designará comissão composta de três membros
escolhidos dentre os integrantes da carreira, vitalícios, e de classe igual ou superior à do acusado, indicará o
presidente e mencionará os motivos de sua constituição.
         § 2º Da comissão de processo administrativo não poderá participar quem haja integrado a precedente
comissão de inquérito.
         § 3º As publicações relativas a processo administrativo conterão o respectivo número, omitido o nome do
acusado, que será cientificado pessoalmente.
         Art. 253. O prazo para a conclusão do processo administrativo e apresentação do relatório final é de noventa
dias, prorrogável, no máximo, por trinta dias, contados da publicação da decisão que o instaurar.
         Art. 254. A citação será pessoal, com entrega de cópia da portaria, do relatório final do inquérito e da súmula
da acusação, cientificado o acusado do dia, da hora e do local do interrogatório.
         § 1º Não sendo encontrado o acusado em seu domicílio, proceder-se-á à citação por edital, publicado no
Diário Oficial, com o prazo de quinze dias.
         § 2º O acusado, por si ou através de defensor que nomear, poderá oferecer defesa prévia, no prazo de
quinze dias, contado do interrogatório, assegurando-se-lhe vista dos autos no local em que funcione a comissão.
         § 3º Se o acusado não tiver apresentado defesa, a comissão nomeará defensor, dentre os integrantes da
carreira e de classe igual ou superior à sua, reabrindo-se-lhe o prazo fixado no parágrafo anterior.
         § 4º Em defesa prévia, poderá o acusado requerer a produção de provas orais, documentais e periciais,
inclusive pedir a repetição daquelas já produzidas no inquérito.
         § 5º A comissão poderá indeferir, fundamentadamente, as provas desnecessárias ou requeridas com intuito
manifestamente protelatório.
         Art. 255. Encerrada a produção de provas, a comissão abrirá vista dos autos ao acusado, para oferecer razões
finais, no prazo de quinze dias.
         Art. 256. Havendo mais de um acusado, os prazos para defesa serão comuns e em dobro.
         Art. 257. Em qualquer fase do processo, será assegurada à defesa a extração de cópia das peças dos autos.
         Art. 258. Decorrido o prazo para razões finais, a comissão remeterá o processo, dentro de quinze dias, ao
Conselho Superior, instruído com relatório dos seus trabalhos.
         Art. 259. O Conselho do Ministério Público, apreciando o processo administrativo, poderá:
         I - determinar novas diligências, se o considerar insuficientemente instruído, caso em que, efetivadas estas,
proceder-se-á de acordo com os arts. 264 e 265;
         II - propor o seu arquivamento ao Procurador-Geral;
         III - propor ao Procurador-Geral a aplicação de sanções que sejam de sua competência;
         IV - propor ao Procurador-Geral da República o ajuizamento de ação civil para:
         a) demissão de membro do Ministério Público da União com garantia de vitaliciedade;
         b) cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
         Parágrafo único. Não poderá participar da deliberação do Conselho Superior quem haja oficiado na
sindicância, ou integrado as comissões do inquérito ou do processo administrativo.
         Art. 260. Havendo prova da infração e indícios suficientes de sua autoria, o Conselho Superior poderá
determinar, fundamentadamente, o afastamento preventivo do indiciado, enquanto sua permanência for
inconveniente ao serviço ou prejudicial à apuração dos fatos.
         § 1º O afastamento do indiciado não poderá ocorrer quando ao fato imputado corresponderem somente as
penas de advertência ou de censura.
         § 2º O afastamento não ultrapassará o prazo de cento e vinte dias, salvo em caso de alcance.
         § 3º O período de afastamento será considerado como de serviço efetivo, para todos os efeitos.
         Art. 261. Aplicam-se, subsidiariamente, ao processo disciplinar, as normas do Código de Processo Penal.
SEÇÃO VIII
Da Revisão do Processo Administrativo
         Art. 262. Cabe, em qualquer tempo, a revisão do processo de que houver resultado a imposição de
penalidade administrativa:
         I - quando se aduzam fatos ou circunstâncias suscetíveis de provar inocência ou de justificar a imposição de
sanção mais branda; ou
         II - quando a sanção se tenha fundado em prova falsa.
         Art. 263. A instauração do processo de revisão poderá ser determinada de ofício, a requerimento do próprio
interessado, ou, se falecido, do seu cônjuge ou companheiro, ascendente, descendente ou irmão.
         Art. 264. O processo de revisão terá o rito do processo administrativo.
         Parágrafo único. Não poderá integrar a comissão revisora quem haja atuado em qualquer fase do processo
revisando.
         Art. 265. Julgada procedente a revisão, será tornada sem efeito a sanção aplicada, com o restabelecimento,
em sua plenitude, dos direitos por ela atingidos, exceto se for o caso de aplicar-se penalidade menor.

12.INTERESSES E DIREITOS METAINDIVIDUAIS TUTELADOS PELO MINISTÉRIO PÚBLICO

O Ministério Público tem como finalidade precípua a defesa dos direitos e interesses coletivos em sentido
amplo.

A legislação divide esses direitos e interesses em DIFUSOS, COLETIVOS E INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS (art. 81,
parágrafo único, CDC):

   Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo
individualmente, ou a título coletivo.
         Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
         I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de
natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
         II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de
natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária
por uma relação jurídica base;
         III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum.

 DIREITOS E INTERESSES DIFUSOS:


TRANSINDIVIDUAIS + INDIVISÍVEIS + PESSOAS INDETERMINADAS + PESSOAS LIGADAS POR
CIRCUNSTÂNCIA DE FATO. Exemplo: MPT ajuíza ação civil pública para que determinada empresa pública contrate
os trabalhadores somente por meio de concurso público.

Nesse caso, o MPT tutela o interesse de todas as pessoas que poderão prestar o concurso público. O direito é
transindividual, por ultrapassar a esfera particular de uma pessoa. Além disso, é indeterminado, pois não se pode
delimitar quantos candidatos farão o concurso ou estão sendo prejudicados pela contratação sem concurso público.
É indivisível, pois a determinação judicial irá atingir, de modo uniforme a todos os futuros candidatos.

 DIREITOS E INTERESSES COLETIVOS:


TRANSINDIVIDUAIS + INDIVISÍVEIS + CLASSE, CATEGORIA OU GRUPO + LIGADOS ENTRE SI OU COM A
PARTE CONTRÁRIA POR UMA RELAÇÃO JURÍDICA-BASE. Exemplo: MPT ajuíza ação civil pública para impor
obrigação de fazer a determinada empresa para que instale equipamento de proteção coletivo na empresa.

Nesse caso, a instalação do exaustor é um único ato que extrapola a esfera privada de um empregado,
atingindo a todos os empregados da empresa ou pelo menos um determinado setor. Atinge, portanto, um grupo. É
indivisível, porque beneficia, igualmente, diversos trabalhadores. No entanto, nesse caso, existe uma relação
jurídica-base entre os empregados e a empresa: o contrato de trabalho.

 DIREITOS E INTERESSES INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS


INDIVIDUAIS + DIVISÍVEIS + ORIGEM COMUM + DESNECESSÁRIA LIGAÇÃO. Exemplo: MPT ajuíza ação civil
coletiva/pública requerendo a condenação da empresa ao pagamento do adicional de insalubridade a todos os
trabalhadores do setor x.

Aqui, o próprio trabalhador poderia entrar com sua reclamação trabalhista postulando o pagamento do
adicional de insalubridade. Contudo, como a empresa não paga o adicional para todos os trabalhadores do setor x
(origem comum), o ordenamento permite que ele possa ser tutelado em um único processo, dando maior celeridade
e efetividade na prestação jurisdicional.

Percebam, porém, que aqui o direito é individual e divisível (cada trabalhador vai receber um valor), mas o
processo é coletivo. Nos interesses difusos e coletivos, ao contrário, o próprio direito é coletivo, assim como o
processo.

#PARAREVISAR #NÃOESQUEÇA
DIFUSOS COLETIVOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS
Transindividuais Transindividuais Individuais
Indivisíveis Indivisíveis Divisíveis
Pessoas indeterminadas Classe, categoria ou grupo Origem comum
Ligadas por circunstância de fato Ligadas entre si ou com a parte Desnecessária Ligação
contrária por uma relação jurídica
base.

13.MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO

Chefe do Ministério Público da União: Procurador-Geral da República.

Pode ser qualquer integrante da carreira, desde que tenha mais de 35 anos.

O Procurador-Geral da República também é o chefe do Ministério Público Federal.

Art. 128, §1º, CF. O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado pelo
Presidente da República DENTRE INTEGRANTES DA CARREIRA, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de
seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, PERMITIDA A
RECONDUÇÃO.

ATENÇÃO: O PGR pode ser reconduzido ilimitadamente.

§ 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida
de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.

#PARAIRALÉM
CONSELHO DE ASSESSORAMENTO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO
Lei Complementar 75/93:       
Art. 28. O Conselho de Assessoramento Superior do Ministério Público da União, sob a presidência do Procurador-
Geral da República será integrado pelo Vice-Procurador-Geral da República, pelo Procurador-Geral do Trabalho, pelo
Procurador-Geral da Justiça Militar e pelo Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios.
Art. 29. As reuniões do Conselho de Assessoramento Superior do Ministério Público da União serão convocadas pelo
Procurador-Geral da República, podendo solicitá-las qualquer de seus membros.
Art. 30. O Conselho de Assessoramento Superior do Ministério Público da União deverá OPINAR SOBRE AS MATÉRIAS
DE INTERESSE GERAL DA INSTITUIÇÃO, e em especial sobre:
I - PROJETOS DE LEI DE INTERESSE COMUM DO MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO, neles incluídos:
a) os que visem a alterar normas gerais da Lei Orgânica do Ministério Público da União;
b) a proposta de orçamento do Ministério Público da União;
c) os que proponham a fixação dos vencimentos nas carreiras e nos serviços auxiliares;
II - a organização e o funcionamento da Diretoria-Geral e dos Serviços da Secretaria do Ministério Público da União.
Art. 31. O Conselho de Assessoramento Superior poderá propor aos Conselhos Superiores dos diferentes ramos do
Ministério Público da União medidas para uniformizar os atos decorrentes de seu poder normativo.
14.MINISTÉRIO PÚBLICO DOS ESTADOS

A Lei 8625/93 trata da organização do Ministério Público dos Estados (diretrizes gerais).

Chefe do Ministério Público dos Estados: São os Procuradores-Gerais de Justiça de cada Estado e DF:
Qualquer integrante da carreira. Decorre de lista tríplice feita pelo próprio órgão e a escolha e nomeação é feita pelo
Governador do Estado (salvo no DF, que e feita pelo Presidente da República).

O mandato é de 2 anos, permitida UMA recondução.

Destituição: deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo.

Art. 128, §3º, CF. Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice
dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado
pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.
§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser destituídos por deliberação
da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva.

15. CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO2

O Conselho Nacional do Ministério Público foi introduzido no ordenamento jurídico por meio da Emenda
Constitucional 45/2004. Está previsto no art. 130-A da Constituição Federal e foi regulamentado pela Lei
11.372/2006.

Com a CF/88, o Ministério Público passou a ser regido pelos seguintes princípios institucionais: unidade;
indivisibilidade; independência funcional. Diante disso, passaram a surgir questionamentos acerca da necessidade
de um controle externo, sob o ideário de que o controle interno pelas corregedorias seria insuficiente. Nesse
contexto, passou-se a defender a criação de um órgão externo de controle do MP. Portanto, o CNMP foi introduzido
em um momento de maior consolidação democrática no Brasil, buscando-se, assim, um fortalecimento do controle
das instituições constitucionais. Um dos maiores desafios do Conselho Nacional do Ministério Público é equilibrar o
controle eficiente e respeitar a unidade e a independência funcional do Ministério Público.

Inicialmente, pergunta-se: O CNMP É UM ÓRGÃO AUTÔNOMO OU INTEGRA O MINISTÉRIO PÚBLICO?

2
Informações retiradas do “Fica a dica” da Turma de Reta Final do concurso para Promotor de Justiça do MPMG de
2018, elaborado por Júlia Baptistuta.
O CNMP possui natureza jurídica de órgão administrativo constitucional autônomo e colegiado. Sua missão
institucional é o controle externo do Ministério Público. Trata-se de um tribunal administrativo, mas sem poder
jurisdicional. Realiza, portanto, um CONTROLE EXTERNO, enquanto as Corregedorias realizam um controle interno.
O CNMP É UM ÓRGÃO DE CONTROLE CONSTITUCIONAL.

#NÃOCONFUDA O CNMP não é uma Corte de Contes. A CF/88 preceituou, expressamente, que o controle exercido
pelo CNMP é realizado em concomitância com o controle dos Tribunais de Contas, conforme art. 130-A, §2º, II. Obs.:
Sobre tal temática, vale a pena a leitura da seguinte notícia constante no sítio eletrônico do CNMP:
http://www.cnmp.mp.br/portal/todas-as-noticias/9438-plenario-delibera-que-o-cnmp-possui-natureza-des-orgao-
de-controle-constitucional

CNMP NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL:


Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze membros nomeados pelo
Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato
de dois anos, admitida uma recondução, sendo: 
I o Procurador-Geral da República, que o preside;
II quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma de suas
carreiras;
III três membros do Ministério Público dos Estados;
IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça;
V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e
outro pelo Senado Federal.
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indicados pelos respectivos Ministérios
Públicos, na forma da lei.
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação administrativa e financeira do
Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo lhe:
I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos regulamentares,
no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos
administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da
lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;
III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos
Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da
instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou a
aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções
administrativas, assegurada ampla defesa;
IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Ministério Público da
União ou dos Estados julgados há menos de um ano;
V elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação do Ministério
Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI.
§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional, dentre os membros do Ministério
Público que o integram, vedada a recondução, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pela
lei, as seguintes:
I receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do Ministério Público e dos
seus serviços auxiliares;
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral;
III requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de
órgãos do Ministério Público.
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho.
§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes para receber
reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Ministério Público, inclusive contra
seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público.
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e
do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos
crimes de responsabilidade; 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público;
Obs.: Exceção ao art. 102, I, r, da CF/88: Se for proposta Ação Popular contra ato do CNJ ou do CNMP, a
competência não é do STF, mas sim do juízo de 1ª instância.

 PRINCÍPIOS QUE REGEM O CNMP


Existem princípios gerais e especiais que regem a atuação do Conselho Nacional do Ministério Público:
PRINCÍPIOS GERAIS:
- Dignidade da pessoa humana;
- Legalidade;
- Moralidade;
- Impessoalidade;
- Proporcionalidade;
- Segurança jurídica.
PRINCÍPIOS ESPECIAIS:
- Motivação: É fundamental a motivação na instauração do processo e,
principalmente, na decisão.
- Publicidade;
- Processualidade: Engloba a ampla defesa e o contraditório.
- Celeridade;
- Competência Limitada: A competência atribuída ao CNMP limita-se aos preceitos
constitucionais, não podendo haver excesso no exercício de suas atribuições. Assim, a competência do CNMP não se
presume, devendo limitar-se ao que está expressamente previsto, sob pena de violação à autonomia e
independência do Ministério Público.
- Autoexecutoriedade: A atuação controladora do CNMP possui autoexecutoriedade,
pois não é necessário que outro órgão conceda o exequatur para sua produção de efeitos concretos, diretos e
imediatos.
- Colegialidade: O CNMP é um órgão colegiado, ou seja, as decisões são tomadas por
maioria de membros. Contudo, a legislação possibilita, excepcionalmente, a decisão monocrática, baseada em
critérios de celeridade e racionalização.

 COMPOSIÇÃO DO CNMP
#ATENÇÃO Não vá para a prova sem decorar a COMPOSIÇÃO DO CNMP! SÃO 14 MEMBROS. Lembre-se: São
3 membros do Ministério Público dos Estados e 4 membros do Ministério Público da União. Ademais, releia a
composição do CNJ e não confunda os dois Conselhos! #DICACICLOS
PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
QUATRO MEMBROS DO MPU
TRÊS MEMBROS DO MPE
DOIS JUÍZES
DOIS ADVOGADOS
DOIS CIDADÃOS

Além disso, você deve se atentar para QUEM INDICA o membro do CNMP:
Procurador-Geral da República: Membro Nato
Membro do MPU oriundo do MPF: Indicado pelo Procurador-Geral da República
Membro do MPU oriundo do MPT: Indicado pelo Procurador-Geral do MPT
Membro do MPU oriundo do MPM: Indicado pelo Procurador-Geral do MPM
Membro do MPU oriundo do MPDFT: Indicado pelo Procurador-Geral de Justiça do MPDFT
Membros do MPE: Indicados pelo Procurador-Geral de Justiça
Juízes: Indicados pelo STF e STJ
Advogados: Indicados pelo Conselho Federal da OAB
Cidadãos: Indicados pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal
#PARAIRALÉM #ATENÇÃO Como é feita a indicação dos membros do Ministério Público para integrar o CNMP? A
resposta você encontra na Lei 11.372/2006. Dê especial atenção para o art. 2º, o qual trata sobre a indicação no
Ministério Público Estadual!
Art. 1o Os membros do Conselho Nacional do Ministério Público oriundos do Ministério Público da União serão
escolhidos pelo Procurador-Geral de cada um dos ramos, a partir de lista tríplice composta por membros com mais
de 35 (trinta e cinco) anos de idade, que já tenham completado mais de 10 (dez) anos na respectiva Carreira.
§ 1o As listas tríplices serão elaboradas pelos respectivos Colégios de Procuradores do Ministério Público
Federal, do Ministério Público do Trabalho e do Ministério Público Militar, e pelo Colégio de Procuradores e
Promotores de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.
§ 2o O nome escolhido pelo Procurador-Geral de cada um dos ramos será encaminhado ao Procurador-Geral da
República, que o submeterá à aprovação do Senado Federal.
Art. 2o Os membros do Conselho Nacional do Ministério Público oriundos dos Ministérios Públicos dos
Estados serão indicados pelos respectivos Procuradores-Gerais de Justiça, a partir de lista tríplice elaborada pelos
integrantes da Carreira de cada instituição, composta por membros com mais de 35 (trinta e cinco) anos de idade,
que já tenham completado mais de 10 (dez) anos na respectiva Carreira.
Parágrafo único.  Os Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados, em reunião conjunta especialmente
convocada e realizada para esse fim, formarão lista com os 3 (três) nomes indicados para as vagas destinadas a
membros do Ministério Público dos Estados, a ser submetida à aprovação do Senado Federal.

 CORREGEDOR NACIONAL DO CNMP


A CF/88 preceitua que o CNMP escolherá, em votação secreta, um Corregedor Nacional. #ATENÇÃO O
CORREGEDOR NACIONAL SERÁ ESCOLHIDO ENTRE MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO QUE INTEGRAM O CNMP.
Além disso, atente-se para o fato de que é VEDADA A RECONDUÇÃO.

§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional, dentre os membros do Ministério Público
que o integram, vedada a recondução, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pela lei, as
seguintes:
I receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do Ministério Público e dos seus
serviços auxiliares;
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral;
III requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de órgãos
do Ministério Público.

A principal função do Corregedor Nacional é o recebimento de reclamações e denúncias relativas aos


membros do MP e dos seus serviços auxiliares. Qualquer interessado pode reclamar perante o CNMP.
#NÃOCONFUNDA #FIQUEATENTO O Corregedor do Conselho Nacional de Justiça é o Ministro do Superior Tribunal
de Justiça que atua perante o CNJ.

 ATRIBUIÇÕES DO CNMP

Conforme a Constituição Cidadã de 1988, são competências do Conselho Nacional do Ministério Público:
- Zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos
regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
A competência normativa do CNMP limita-se à expedição de atos regulamentares, não podendo criar regras
distintas das previstas em lei. Assim, seu poder é de mera regulamentação de lei formal (devido ao Estado de Direito
e ao princípio da separação dos poderes).
#OLHAOGANCHO Na Resolução
Devido à competência normativa do CNMP, existem diversas 179 do CNMP, o art. 1º
resoluções expedidas pelo órgão, a fim de regulamentar a atuação dos preceitua que o Termo de Ajuste
de Conduta possui natureza
membros do Ministério Público. Exemplos: Resolução 23 do CNMP, a qual
jurídica de “negócio jurídico”.
regulamentou o inquérito civil em todos os ramos do Ministério Público;
Resolução 179 do CNMP, que regulamenta o Termo de Ajuste de Conduta.
- Zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos
administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da
lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA
Sobre a atribuição do CNMP para controlar atos administrativos praticados por membros ou órgão do
Ministério Público, destaca-se o seguinte julgado do STF, previsto no Informativo 842:
INFO 842 do STF: O ato de vitaliciamento tem natureza de ato administrativo, e, assim, se sujeita ao controle
de legalidade do CNMP, por força do art. 130-A, § 2º, II, da CF/88, cuja previsão se harmoniza perfeitamente com o
art. 128, § 5º, I, "a", do texto constitucional. Determinado Promotor de Justiça foi considerado aprovado no estágio
probatório pelo Colégio de Procuradores do MP. O CNMP, de ofício, reformou esta decisão e negou o
vitaliciamento do Promotor, determinando a sua exoneração. O STF considerou legítima a atuação do CNMP. Vale
ressaltar que, quando o CNMP tomou esta decisão, o referido Promotor já estava suspenso do exercício de suas
funções e não chegou a completar 2 anos de efetivo exercício. Logo, como o Promotor ainda não havia acabado seu
estágio probatório, poderia perder o cargo por decisão administrativa, não sendo necessária sentença judicial
transitada em julgado (art. 128, § 5º, I, "a", da CF/88). STF. 2ª Turma. MS 27542/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
04/10/2016 (Info 842).

- Receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos
Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da
instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou a
aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções
administrativas, assegurada ampla defesa;

- Rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Ministério Público da


União ou dos Estados julgados há menos de um ano;

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA. O CONTROLE REALIZADO EM RELAÇÃO AOS PROCESSOS DISCIPLINARES


JULGADOS HÁ MENOS DE UM ANO DÁ-SE TÃO SOMENTE EM RELAÇÃO AOS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO
#FIQUEATENTO. Nesse sentido, o julgado do STF previsto no Informativo 677:
INFO 677 do STF: O CNMP não possui competência para rever processos disciplinares instaurados e julgados
contra servidores do Ministério Público pela Corregedoria local. A competência revisora conferida ao CNMP limita-
se aos processos disciplinares instaurados contra os membros do Ministério Público da União ou dos Estados
(inciso IV do § 2o do art. 130-A da CF), não sendo possível a revisão de processo disciplinar contra servidores. STF. 1ª
Turma. MS 28827/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 28/08/2012 (Info 677).
#ATENÇÃO Contudo no caso de processo administrativo ORIGINÁRIO contra servidores do Ministério Público,
há competência do CNMP, conforme inciso III do § 2º e no inciso I do § 3º, ambos do art. 130-A da CF.
Segundo a Min. Cármen Lúcia, foi opção do Poder Constituinte Derivado Reformador o estabelecimento da
competência originária e a vedação à competência revisora, com a finalidade de fazer com que o CNMP não se
transformasse em uma mera instância revisora dos processos administrativos disciplinares instaurados nos órgãos
correicionais.
Desse modo, havendo qualquer ilegalidade no processo administrativo disciplinar instaurado pela corregedoria
local contra o servidor do Ministério Público, ela deverá ser questionada perante o Poder Judiciário (Princípio da
Inafastabilidade da Jurisdição – art. 5º, XXXV, CF/88).
#AJUDAMARCINHO #BLOCODOMARCINHO

#PARAIRALÉM
Diante da competência correicional do CNMP, pergunta-se: A COMPETÊNCIA DO CNMP É CONCORRENTE COM
A COMPETÊNCIA DA CORREGEDORIA?
A doutrina majoritária caminhava no sentido de que o CNMP possuía competência subsidiária, não podendo
agir caso a corregedoria local estivesse fazendo. Contudo, em julgado do STF acerca do CNJ, a Corte Superior decidiu
que a COMPETÊNCIA É CONCORRENTE PARA INVESTIGAR juízes, o que se aplica também para o CNMP. Desse modo,
um Promotor pode ser processado ao mesmo tempo na corregedoria local, como no CNMP, podendo haver
resultados distintos.
Sobre tal temática, destaca-se o seguinte julgado do STF:
INFO 875 do STF: Se o CNMP decidir avocar um PAD que está tramitando na Corregedoria local por suspeita
de parcialidade do Corregedor, ele poderá aproveitar os atos instrutórios praticados regularmente na origem pela
Comissão Processante. Não há motivo para se anular os atos instrutórios já realizados pela Comissão Processante,
sem participação do Corregedor, especialmente se o interessado não demonstra a ocorrência de prejuízo. O princípio
do pas de nullité sans grief é plenamente aplicável no âmbito do Direito Administrativo, inclusive em processos
disciplinares. STF. 2ª Turma. MS 34666 AgR/DF, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 29/8/2017 (Info 875).

#PARASABERMAIS
Além disso, é se suma importância que você saiba responder a seguinte indagação: O CNMP PODE
CONTROLAR A ATIVIDADE FINALÍSTICA DO PROMOTOR DE JUSTIÇA?
A resposta é negativa, sob pena de ofensa aos princípios da independência funcional e autonomia
administrativa do Ministério Público.
INFO 686 do STF: O CNMP não tem competência para examinar a decisão do Conselho Superior do Ministério
Público Estadual que homologa ou não Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), considerando que essa discussão
envolve a atividade-fim do órgão, aspecto que não deve ser submetido à fiscalização do CNMP. STF. 2ª Turma. MS
28028/ES, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 30/10/2012 (Info 686).
Destacam-se os comentários do site “Dizer o Direito”: #AJUDAMARCINHO #BLOCODOMARCINHO: “Se o termo
de ajustamento de conduta é celebrado pelo Promotor de Justiça ou Procurador da República no bojo do inquérito
civil, este TAC necessitará ser homologado pelo Conselho Superior do Ministério Público (no caso do MPE) ou pela
Câmara de Coordenação e Revisão (no caso do MPF). Isso porque a celebração deste TAC significará o arquivamento
do inquérito civil que havia sido instaurado. Desse modo, o CSMP ou a CCR irá avaliar se o TAC atende aos requisitos
legais e ao interesse público. Essa decisão do CSMP ou da CCR homologando ou deixando de homologar o TAC
pode ser analisada pelo CNMP? NÃO. Essa decisão do CSMP ou do CCR consiste em atividade-fim do Ministério
Público e, dessa forma, não pode ser objeto de controle pelo CNMP. Essa conduta consistiria em interferência
indevida na autonomia administrativa e funcional do Ministério Público”.
Nesse sentido, o Enunciado do CNMP n° 6, de 28 de abril de 2009: “Os atos relativos à atividade fim do
Ministério Público são insuscetíveis de revisão ou desconstituição pelo Conselho Nacional do Ministério
Público. Os atos praticados em sede de inquérito civil público, procedimento preparatório ou
procedimento administrativo investigatório dizem respeito à atividade finalística, não podendo ser
revisto ou desconstituídos pelo Conselho Nacional do Ministério Público, pois, embora possuam natureza
administrativa, não se confundem com aqueles referidos no art. 130-A, inciso II, CF, os quais se referem à
gestão administrativa e financeira da Instituição”.

- Elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação do Ministério
Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI.

#ATENÇÃO. O relatório anual do CNMP integra a mensagem do Presidente da República remetida ao Congresso
Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa.

 CNMP E CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

#OLHAOGANCHO O Brasil
Destacadas as atribuições do CNMP previstas na Constituição Federal, adota o SISTEMA
JURISDICIONAL, pelo qual o
pergunta-se: O CNMP PODE REALIZAR CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE controle de constitucionalidade
DE LEI? O STF ENTENDE QUE NÃO! é feito preponderantemente
pelo Poder Judiciário.

INFO 781 do STF: O CNMP não possui competência para realizar controle
de constitucionalidade de lei, considerando que se trata de órgão de natureza administrativa, cuja atribuição se
resume a fazer o controle da legitimidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério
Público federal e estadual (art. 130-A, § 2º, da CF/88). Informativo 781-STF (24/04/2015) – Esquematizado por
Márcio André Lopes Cavalcante | 2 Assim, se o CNMP, julgando procedimento de controle administrativo, declara a
inconstitucionalidade de artigo de Lei estadual, ele exorbita de suas funções. STF. 1ª Turma. MS 27744/DF, Rel. Min.
Luiz Fux, julgado em 14/4/2015 (Info 781).

ASSIM, O CNMP NÃO PODE APRECIAR A CONSTITUCIONALIDADE DE ATOS ADMINISTRATIVOS, MAS SOMENTE
SUA LEGALIDADE.

#ATENÇÃO #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA Embora o STF entenda que não é possível que o CNMP realize controle de
constitucionalidade, a Corte Superior possui julgado no sentido de que o CNJ pode deixar de aplicar lei
inconstitucional, anulando ato realizado com base nela. No julgado, o STF preceituou que a decisão estende-se ao
CNMP. No caso concreto, o CNJ afastou a validade de atos adminsitrativos, sob o fundamento de que a lei estudual
que os baseava era contrária ao princípio constitucional do concurso público. Não houve declaração de
inconstitucionalidade da qual resultasse a anulação ou revogação da lei.
INFO 851 do STF: CNJ pode determinar que Tribunal de Justiça exonere servidores nomeados sem concurso público
para cargos em comissão que não se amoldam às atribuições de direção, chefia e assessoramento, contrariando o
art. 37, V, da CF/88. Esta decisão do CNJ não configura controle de constitucionalidade, sendo exercício de controle
da validade dos atos administrativos do Poder Judiciário. STF. Plenário. Pet 4656/PB, Rel. Min. Cármen Lúcia,
julgado em 19/12/2016 (Info 851).
Nesse julgado, o STF aplicou o entendimento de que órgãos autônomos podem deixar de aplicar leis
inconstitucionais, assim como é permitido ao Poder Executivo (#OLHAOGACHO Trata-se de costume
constitucional). Aqui, vale a pena a leitura do comentário do site “Dizer o Direito” sobre tal decisão:
#AJUDAMARCINHO #BLOCODOMARCINHO: “As leis inconstitucionais não são normas atendíveis, porque colidem
com mandamento de uma lei superior, que é a Constituição Federal. Em virtude desse entendimento, a doutrina
defende que é possível que o chefe do Poder Executivo se recuse a cumprir uma lei se ela for claramente
inconstitucional. O STF afirmou que esse mesmo entendimento pode ser aplicado para órgãos administrativos
autônomos, como o TCU, o CNMP e o CNJ. Assim, tais órgãos, ao realizarem controle de validade dos atos
administrativos, podem determinar a não aplicação de leis inconstitucionais”.

Ainda nessa temática, destaca-se que o CNMP editou o ENUNCIADO 12, de 31 de Janeiro de 2017, o qual
dispõe sobre a competência do CNMP para, no exercício de suas atribuições, afastar a indecência de lei que
veicule matéria já declarada inconstitucional pelo plenário do STF.

Enunciado nº 12 CNMP: O CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO DETÉM COMPETÊNCIA PARA, NO


EXERCÍCIO DE SUAS ATRIBUIÇÕES, AFASTAR A INCIDÊNCIA DE LEI QUE VEICULE MATÉRIA JÁ DECLARADA
INCONSTITUCIONAL PELO PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
Exemplo: Um determinado Estado aprova lei autorizando que, no âmbito do MP, é possível a contratação de
parentes para cargos em comissão. Como o STF já reconheceu a inconstitucionalidade desse tipo e previsão, o CNMP
pode afastar a lei estadual, impedindo a contratação de parentes para cargos em comissão no MP.

 AÇÕES EM FACE DE ATOS DO CNMP

A Constituição Federal de 1988 estabelece que a competência para processar e julgar, originariamente, as
ações contra o Conselho Nacional do Ministério Público é do Supremo Tribunal Federal.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público;

CONTUDO, SE A DECISÃO PROFERIDA PELO CNMP OU CNJ FOR NEGATIVA, ou seja, decisão que nada aplica,
ordena ou determina, NÃO HAVERÁ QUE SE FALAR NA POSSIBILIDADE DE AJUIZAMENTO DE AÇÃO PERANTE O STF
contra o CNMP ou CNJ. Nesse sentido, o julgado o STF proferido no Informativo 784:

INFO 784 do STF: A competência para julgar mandados de segurança impetrados contra o CNJ e o CNMP é do STF
(art. 102, I, “r”, da CF/88). Algumas vezes o interessado provoca o CNJ ou o CNMP, mas tais órgãos recusam-se a
tomar alguma providência no caso concreto porque alegam que não tem competência para aquela situação ou
que não é hipótese de intervenção. Nessas hipóteses, dizemos que a decisão do CNJ ou CNMP foi “NEGATIVA”
porque ela nada determina, nada aplica, nada ordena, nada invalida. Nesses casos, a parte interessada poderá
impetrar MS contra o CNJ/CNMP no STF? NÃO. O STF não tem competência para processar e julgar ações
decorrentes de decisões negativas do CNMP e do CNJ. Segundo entende o STF, como o conteúdo da decisão do
CNJ/CNMP foi “negativo”, ele não decidiu nada. Se não decidiu nada, não praticou nenhum ato. Se não praticou
nenhum ato, não existe ato do CNJ/CNMP a ser atacado no STF. STF. 1ª Turma. MS 33163/DF, rel. orig. Min. Marco
Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 5/5/2015 (Info 784).

Diante da incompetência do STF para as decisões negativas, como a parte pode impugnar a decisão proferida
pelo CNMP? #AJUDAMARCINHO #BLOCODOMARCINHO De acordo com o site “Dizer o Direito”, “a parte terá que
impugnar na Justiça o ato originário que gerou seu pedido no CNJ/CNMP. Ex.: a parte ingressou com pedido de
providência no CNMP contra ato administrativo praticado pelo Procurador-Geral de Justiça. O CNMP entendeu que
não cabia sua intervenção no caso, julgando improcedente o pedido. O CNMP proferiu, portanto, uma decisão
“negativa”. Contra este pronunciamento do CNMP não cabe MS. Somente restará à parte propor um MS contra o ato
do Procurador-Geral de Justiça, ação esta que será de competência do TJ”.

16.MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO


Pessoal, agora vamos aprofundar os estudos sobre o Ministério Público do Trabalho?

O MPT é a instituição responsável pela tutela dos direitos difusos, coletivos, individuais homogêneos e
individuais indisponíveis relacionados ao vínculo trabalhista. Seu objetivo principal é a tutela coletiva. Suas
atribuições estão precipuamente ligadas às matérias de competência da Justiça do Trabalho.

Sua atuação dá-se tanto de modo extrajudicial (inquérito civil, TAC, audiências públicas etc.) como judicial
(ação civil pública, dissídio coletivo de greve etc.)

#PARASABERMAIS
Há dois modelos de atuação do Ministério Público: resolutivo e demandista.
RESOLUTIVO: Busca solucionar o conflito sem a necessidade de atuação do Judiciário. Ele é preventivo. Busca
prevenir a ocorrência do conflito ou, se há conflito, busca resolvê-lo de modo extrajudicial. Exemplo: TAC
DEMANDISTA: Utiliza o Poder Judiciário para a solução do problema. Exemplo: Ação Civil Pública.

Os artigos da CLT que tratam sobre o MPT foram revogados pela LC 75/93.

O Ministério Público do Trabalho é órgão do MPU que atua perante a Justiça do Trabalho.

 ORGANIZAÇÃO DA CARREIRA E DA INSTITUIÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO



  Os órgãos do Ministério Público do Trabalho estão elencados no art. 85 da LC 75/93:

Art. 85. São órgãos do Ministério Público do Trabalho:


        I - o Procurador-Geral do Trabalho;
        II - o Colégio de Procuradores do Trabalho;
        III - o Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho;
        IV - a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho;
        V - a Corregedoria do Ministério Público do Trabalho;
        VI - os Subprocuradores-Gerais do Trabalho;
        VII - os Procuradores Regionais do Trabalho;
        VIII - os Procuradores do Trabalho.

#ATENÇÃO:

     Art. 86. A carreira do Ministério Público do Trabalho será constituída pelos cargos de Subprocurador-Geral do
Trabalho, Procurador Regional do Trabalho e Procurador do Trabalho.
         Parágrafo único. O cargo inicial da carreira é o de Procurador do Trabalho e o do último nível o de
Subprocurador-Geral do Trabalho.

Procurador do Trabalho: Primeiro grau da carreira. Não existe Procurador do Trabalho substituto. O
Procurador do Trabalho atua perante as Varas do Trabalho.
Procurador Regional do Trabalho: Segundo grau da carreira. Atua perante os Tribunais Regionais do
Trabalho.
Subprocurador-geral do Trabalho: Último grau. Atua perante o TST.

A LC 75/93 regulamenta cada um dos órgãos da Justiça do Trabalho. O conhecimento exigido nas provas é da
letra pura da lei. Vale mencionar que esse “decoreba” é cobrado nas provas de primeira fase e também na prova
oral! #TEMQUEDECORAR

SEÇÃO II
Do Procurador-Geral do Trabalho
        Art. 87. O Procurador-Geral do Trabalho é o Chefe do Ministério Público do Trabalho.
        Art. 88. O Procurador-Geral do Trabalho será nomeado pelo Procurador-Geral da República, dentre integrantes
da instituição, com mais de trinta e cinco anos de idade e de cinco anos na carreira, integrante de lista tríplice
escolhida mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, pelo Colégio de Procuradores para um mandato de dois
anos, permitida uma recondução, observado o mesmo processo. Caso não haja número suficiente de candidatos com
mais de cinco anos na carreira, poderá concorrer à lista tríplice quem contar mais de dois anos na carreira.
        Parágrafo único. A exoneração do Procurador-Geral do Trabalho, antes do término do mandato, será proposta
ao Procurador-Geral da República pelo Conselho Superior, mediante deliberação obtida com base em voto secreto
de dois terços de seus integrantes.
        Art. 89. O Procurador-Geral do Trabalho designará, dentre os Subprocuradores-Gerais do Trabalho, o Vice-
Procurador-Geral do Trabalho, que o substituirá em seus impedimentos. Em caso de vacância, exercerá o cargo o
Vice-Presidente do Conselho Superior, até o seu provimento definitivo.
        Art. 90. Compete ao Procurador-Geral do Trabalho exercer as funções atribuídas ao Ministério Público do
Trabalho junto ao Plenário do Tribunal Superior do Trabalho, propondo as ações cabíveis e manifestando-se nos
processos de sua competência.
        Art. 91. São atribuições do Procurador-Geral do Trabalho:
        I - representar o Ministério Público do Trabalho;
        II - integrar, como membro nato, e presidir o Colégio de Procuradores do Trabalho, o Conselho Superior do
Ministério Público do Trabalho e a Comissão de Concurso;
        III - nomear o Corregedor-Geral do Ministério Público do Trabalho, segundo lista tríplice formada pelo Conselho
Superior;
        IV - designar um dos membros e o Coordenador da Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do
Trabalho;
        V - designar, observados os critérios da lei e os estabelecidos pelo Conselho Superior, os ofícios em que
exercerão suas funções os membros do Ministério Público do Trabalho;
        VI - designar o Chefe da Procuradoria Regional do Trabalho dentre os Procuradores Regionais do Trabalho
lotados na respectiva Procuradoria Regional;
        VII - decidir, em grau de recurso, os conflitos de atribuição entre os órgãos do Ministério Público do Trabalho;
        VIII - determinar a abertura de correição, sindicância ou inquérito administrativo;
        IX - determinar a instauração de inquérito ou processo administrativo contra servidores dos serviços auxiliares;
        X - decidir processo disciplinar contra membro da carreira ou servidor dos serviços auxiliares, aplicando as
sanções que sejam de sua competência;
        XI - decidir, atendendo a necessidade do serviço, sobre:
        a) remoção a pedido ou por permuta;
        b) alteração parcial da lista bienal de designações;
        XII - autorizar o afastamento de membros do Ministério Público do Trabalho, ouvido o Conselho Superior, nos
casos previstos em lei;
        XIII - dar posse aos membros do Ministério Público do Trabalho;
        XIV - designar membro do Ministério Público do Trabalho para:
        a) funcionar nos órgãos em que a participação da Instituição seja legalmente prevista, ouvido o Conselho
Superior;
        b) integrar comissões técnicas ou científicas, relacionadas às funções da Instituição, ouvido o Conselho Superior;
        c) assegurar a continuidade dos serviços, em caso de vacância, afastamento temporário, ausência, impedimento
ou suspeição do titular, na inexistência ou falta do substituto designado;
        XV - homologar, ouvido o Conselho Superior, o resultado do concurso para ingresso na carreira;
        XVI - fazer publicar aviso de existência de vaga, na lotação e na relação bienal de designações;
        XVII - propor ao Procurador-Geral da República, ouvido o Conselho Superior, a criação e extinção de cargos da
carreira e dos ofícios em que devam ser exercidas suas funções;
        XVIII - elaborar a proposta orçamentária do Ministério Público do Trabalho, submetendo-a, para aprovação, ao
Conselho Superior;
        XIX - encaminhar ao Procurador-Geral da República a proposta orçamentária do Ministério Público do Trabalho,
após sua aprovação pelo Conselho Superior;
        XX - organizar a prestação de contas do exercício anterior, encaminhando-a ao Procurador-Geral da República;
        XXI - praticar atos de gestão administrativa, financeira e de pessoal;
        XXII - elaborar o relatório de atividades do Ministério Público do Trabalho;
        XXIII - coordenar as atividades do Ministério Público do Trabalho;
        XXIV - exercer outras atribuições previstas em lei.
        Art. 92. As atribuições do Procurador-Geral do Trabalho, previstas no artigo anterior, poderão ser delegadas:
        I - ao Coordenador da Câmara de Coordenação e Revisão, as dos incisos XIV, alínea c, e XXIII;
        II - aos Chefes das Procuradorias Regionais do Trabalho nos Estados e no Distrito Federal, as dos incisos I, XIV,
alínea c, XXI e XXIII.
SEÇÃO III
Do Colégio de Procuradores do Trabalho
        Art. 93. O Colégio de Procuradores do Trabalho, presidido pelo Procurador-Geral do Trabalho, é integrado por
todos os membros da carreira em atividade no Ministério Público do Trabalho.
        Art. 94. São atribuições do Colégio de Procuradores do Trabalho:
        I - elaborar, mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, a lista tríplice para a escolha do Procurador-Geral
do Trabalho;
        II - elaborar, mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, a lista sêxtupla para a composição do Tribunal
Superior do Trabalho, sendo elegíveis os membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos na
carreira, tendo mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
        III - elaborar, mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, a lista sêxtupla para os Tribunais Regionais do
Trabalho, dentre os Procuradores com mais de dez anos de carreira;
        IV - eleger, dentre os Subprocuradores-Gerais do Trabalho e mediante voto plurinominal, facultativo e secreto,
quatro membros do Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho.
        § 1º Para os fins previstos nos incisos deste artigo, prescindir-se-á de reunião do Colégio de Procuradores,
procedendo-se segundo dispuser o seu Regimento Interno, exigido o voto da maioria absoluta dos eleitores.
        § 2º Excepcionalmente, em caso de interesse relevante da Instituição, o Colégio de Procuradores reunir-se-á em
local designado pelo Procurador-Geral do Trabalho, desde que convocado por ele ou pela maioria de seus membros.
        § 3º O Regimento Interno do Colégio de Procuradores do Trabalho disporá sobre seu funcionamento.
SEÇÃO IV
Do Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho
        Art. 95. O Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho, presidido pelo Procurador-Geral do Trabalho,
tem a seguinte composição:
        I - o Procurador-Geral do Trabalho e o Vice-Procurador-Geral do Trabalho, que o integram como membros
natos;
        II - quatro Subprocuradores-Gerais do Trabalho, eleitos para um mandato de dois anos, pelo Colégio de
Procuradores do Trabalho, mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, permitida uma reeleição;
        III - quatro Subprocuradores-Gerais do Trabalho, eleitos para um mandato de dois anos, por seus pares,
mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, permitida uma reeleição.
        § 1º Serão suplentes dos membros de que tratam os incisos II e III os demais votados, em ordem decrescente,
observados os critérios gerais de desempate.
        § 2º O Conselho Superior elegerá o seu Vice-Presidente, que substituirá o Presidente em seus impedimentos e
em caso de vacância.
        Art. 96. O Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho reunir-se-á ordinariamente, uma vez por mês,
em dia previamente fixado, e, extraordinariamente, quando convocado pelo Procurador-Geral do Trabalho ou por
proposta da maioria absoluta de seus membros.
        Art. 97. Salvo disposição em contrário, as deliberações do Conselho Superior serão tomadas por maioria de
votos, presente a maioria absoluta de seus membros.
        § 1º Em caso de empate, prevalecerá o voto do Presidente, exceto em matéria de sanções, caso em que
prevalecerá a solução mais favorável ao acusado.
        § 2º As deliberações do Conselho Superior serão publicadas no Diário da Justiça, exceto quando o Regimento
Interno determinar sigilo.
        Art. 98. Compete ao Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho:
        I - exercer o poder normativo no âmbito do Ministério Público do Trabalho, observados os princípios desta lei
complementar, especialmente para elaborar e aprovar:
        a) o seu Regimento Interno, o do Colégio de Procuradores do Trabalho e o da Câmara de Coordenação e Revisão
do Ministério Público do Trabalho;
        b) as normas e as instruções para o concurso de ingresso na carreira;
        c) as normas sobre as designações para os diferentes ofícios do Ministério Público do Trabalho;
        d) os critérios para distribuição de procedimentos administrativos e quaisquer outros feitos, no Ministério
Público do Trabalho;
        e) os critérios de promoção por merecimento na carreira;
        f) o procedimento para avaliar o cumprimento das condições do estágio probatório;
        II - indicar os integrantes da Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho;
        III - propor a exoneração do Procurador-Geral do Trabalho;
        IV - destituir, por iniciativa do Procurador-Geral do Trabalho e pelo voto de dois terços de seus membros, antes
do término do mandato, o Corregedor-Geral;
        V - elaborar a lista tríplice destinada à promoção por merecimento;
        VI - elaborar a lista tríplice para Corregedor-Geral do Ministério Público do Trabalho;
        VII - aprovar a lista de antiguidade do Ministério Público do Trabalho e decidir sobre as reclamações a ela
concernentes;
        VIII - indicar o membro do Ministério Público do Trabalho para promoção por antiguidade, observado o disposto
no art. 93, II, alínea d, da Constituição Federal;
        IX - opinar sobre a designação de membro do Ministério Público do Trabalho para:
        a) funcionar nos órgãos em que a participação da Instituição seja legalmente prevista;
        b) integrar comissões técnicas ou científicas relacionadas às funções da Instituição;
        X - opinar sobre o afastamento temporário de membro do Ministério Público do Trabalho;
        XI - autorizar a designação, em caráter excepcional, de membros do Ministério Público do Trabalho, para
exercício de atribuições processuais perante juízos, tribunais ou ofícios diferentes dos estabelecidos para cada
categoria;
        XII - determinar a realização de correições e sindicâncias e apreciar os relatórios correspondentes;
        XIII - determinar a instauração de processos administrativos em que o acusado seja membro do Ministério
Público do Trabalho, apreciar seus relatórios e propor as medidas cabíveis;
        XIV - determinar o afastamento do exercício de suas funções, de membro do Ministério Público do Trabalho,
indiciado ou acusado em processo disciplinar, e o seu retorno;
        XV - designar a comissão de processo administrativo em que o acusado seja membro do Ministério Público do
Trabalho;
        XVI - decidir sobre o cumprimento do estágio probatório por membro do Ministério Público do Trabalho,
encaminhando cópia da decisão ao Procurador-Geral da República, quando for o caso, para ser efetivada sua
exoneração;
        XVII - decidir sobre remoção e disponibilidade de membro do Ministério Público do Trabalho, por motivo de
interesse público;
        XVIII - autorizar, pela maioria absoluta de seus membros, que o Procurador-Geral da República ajuíze a ação de
perda de cargo contra membro vitalício do Ministério Público do Trabalho, nos casos previstos em lei;
        XIX - opinar sobre os pedidos de reversão de membro da carreira;
        XX - aprovar a proposta de lei para o aumento do número de cargos da carreira e dos ofícios;
        XXI - deliberar sobre a realização de concurso para o ingresso na carreira, designar os membros da Comissão de
Concurso e opinar sobre a homologação dos resultados;
        XXII - aprovar a proposta orçamentária que integrará o projeto de orçamento do Ministério Público da União;
        XXIII - exercer outras funções atribuídas em lei.
        § 1º Aplicam-se ao Procurador-Geral e aos demais membros do Conselho Superior as normas processuais em
geral, pertinentes aos impedimentos e suspeição dos membros do Ministério Público.
        § 2º As deliberações relativas aos incisos I, alíneas a e e, XI, XIII, XIV, XV e XVII somente poderão ser tomadas
com o voto favorável de dois terços dos membros do Conselho Superior.
SEÇÃO V
Da Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho
        Art. 99. A Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho é um órgão de coordenação, de
integração e de revisão do exercício funcional na Instituição.
        Art. 100. A Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho será organizada por ato
normativo, e o Regimento Interno, que disporá sobre seu funcionamento, será elaborado pelo Conselho Superior.
        Art. 101. A Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho será composta por três
membros do Ministério Público do Trabalho, sendo um indicado pelo Procurador-Geral do Trabalho e dois pelo
Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho, juntamente com seus suplentes, para um mandato de dois
anos, sempre que possível, dentre integrantes do último grau da carreira.
        Art. 102. Dentre os integrantes da Câmara de Coordenação e Revisão, um deles será designado pelo Procurador-
Geral para a função executiva de Coordenador.
        Art. 103. Compete à Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho:
        I - promover a integração e a coordenação dos órgãos institucionais do Ministério Público do Trabalho,
observado o princípio da independência funcional;
        II - manter intercâmbio com órgãos ou entidades que atuem em áreas afins;
        III - encaminhar informações técnico-jurídicas aos órgãos institucionais do Ministério Público do Trabalho;
        IV - resolver sobre a distribuição especial de feitos e procedimentos, quando a matéria, por sua natureza ou
relevância, assim o exigir;
        V - resolver sobre a distribuição especial de feitos, que por sua contínua reiteração, devam receber tratamento
uniforme;
        VI - decidir os conflitos de atribuição entre os órgãos do Ministério Público do Trabalho.
        Parágrafo único. A competência fixada nos incisos IV e V será exercida segundo critérios objetivos previamente
estabelecidos pelo Conselho Superior.
SEÇÃO VI
Da Corregedoria do Ministério Público do Trabalho
        Art. 104. A Corregedoria do Ministério Público do Trabalho, dirigida pelo Corregedor-Geral, é o órgão fiscalizador
das atividades funcionais e da conduta dos membros do Ministério Público.
        Art. 105. O Corregedor-Geral será nomeado pelo Procurador-Geral do Trabalho dentre os Subprocuradores-
Gerais do Trabalho, integrantes de lista tríplice elaborada pelo Conselho Superior, para mandato de dois anos,
renovável uma vez.
        § 1º Não poderão integrar a lista tríplice os membros do Conselho Superior.
        § 2º Serão suplentes do Corregedor-Geral os demais integrantes da lista tríplice, na ordem em que os designar o
Procurador-Geral.
        § 3º O Corregedor-Geral poderá ser destituído, por iniciativa do Procurador-Geral, antes do término do
mandato, pelo voto de dois terços dos membros do Conselho Superior.
        Art. 106. Incumbe ao Corregedor-Geral do Ministério Público:
        I - participar, sem direito a voto, das reuniões do Conselho Superior;
        II - realizar, de ofício ou por determinação do Procurador-Geral ou do Conselho Superior, correições e
sindicâncias, apresentando os respectivos relatórios;
        III - instaurar inquérito contra integrante da carreira e propor ao Conselho Superior a instauração do processo
administrativo consequente;
        IV - acompanhar o estágio probatório dos membros do Ministério Público do Trabalho;
        V - propor ao Conselho Superior a exoneração de membro do Ministério Público do Trabalho que não cumprir as
condições do estágio probatório.
SEÇÃO VII
Dos Subprocuradores-Gerais do Trabalho
        Art. 107. Os Subprocuradores-Gerais do Trabalho serão designados para oficiar junto ao Tribunal Superior do
Trabalho e nos ofícios na Câmara de Coordenação e Revisão.
        Parágrafo único. A designação de Subprocurador-Geral do Trabalho para oficiar em órgãos jurisdicionais
diferentes do previsto para a categoria dependerá de autorização do Conselho Superior.
        Art. 108. Cabe aos Subprocuradores-Gerais do Trabalho, privativamente, o exercício das funções de:
        I - Corregedor-Geral do Ministério Público do Trabalho;
        II - Coordenador da Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho.
        Art. 109. Os Subprocuradores-Gerais do Trabalho serão lotados nos ofícios na Procuradoria-Geral do Trabalho.
SEÇÃO VIII
Dos Procuradores Regionais do Trabalho
        Art. 110. Os Procuradores Regionais do Trabalho serão designados para oficiar junto aos Tribunais Regionais do
Trabalho.
        Parágrafo único. Em caso de vaga ou de afastamento de Subprocurador-Geral do Trabalho por prazo superior a
trinta dias, poderá ser convocado pelo Procurador-Geral, mediante aprovação do Conselho Superior, Procurador
Regional do Trabalho para substituição.
        Art. 111. Os Procuradores Regionais do Trabalho serão lotados nos ofícios nas Procuradorias Regionais do
Trabalho nos Estados e no Distrito Federal.
SEÇÃO IX
Dos Procuradores do Trabalho
        Art. 112. Os Procuradores do Trabalho serão designados para funcionar junto aos Tribunais Regionais do
Trabalho e, na forma das leis processuais, nos litígios trabalhistas que envolvam, especialmente, interesses de
menores e incapazes.
        Parágrafo único. A designação de Procurador do Trabalho para oficiar em órgãos jurisdicionais diferentes dos
previstos para a categoria dependerá de autorização do Conselho Superior.
        Art. 113. Os Procuradores do Trabalho serão lotados nos ofícios nas Procuradorias Regionais do Trabalho nos
Estados e no Distrito Federal.
SEÇÃO X
Das Unidades de Lotação e de Administração
        Art. 114. Os ofícios na Procuradoria-Geral do Trabalho e nas Procuradorias Regionais do Trabalho nos Estados e
no Distrito Federal são unidades de lotação e de administração do Ministério Público do Trabalho.
        Art. 115. A estrutura básica das unidades de lotação e de administração será organizada por regulamento, nos
termos da lei.

 OBSERVAÇÕES IMPORTANTES SOBRE A CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO


O objetivo da Câmara de Coordenação e Revisão é garantir o princípio da unidade (unidade de finalidade):
que o órgão atue em um único sentido, de modo coordenado.

Ademais, a Câmara de Coordenação e Revisão analisa os arquivamentos de inquéritos civis por parte dos
membros do MPT.

Além disso, possui importância no caso de conflitos de atribuições entre membros do MPT, pois quem decide
o conflito é a Câmara. Da decisão, cabe recurso ao PGT.

#PARAIRALÉM #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA
No caso de conflito de atribuições entre membros do MPT e outro ramo do MPU, entre MPU e MPE, ou
entre MPE e outro MPT, a autoridade competente para dirimir o conflito é o Procurador-Geral da República.
INFO 826 do STF: Compete ao PGR, na condição de órgão nacional do Ministério Público, dirimir conflitos de
atribuições entre membros do MPF e de Ministérios Públicos estaduais. STF. Plenário. ACO 924/PR, Rel. Min. Luiz
Fux, julgado em 19/5/2016 (Info 826).

17.ATRIBUIÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

As atribuições do Ministério Público do Trabalho estão previstas no art. 83 da LC 75/93.

Preparado para saber quais serão suas atribuições quando for Procurador do Trabalho? Bora aprender !!
#TEM QUEDECORAR

Art. 83. Compete ao Ministério Público do Trabalho o exercício das seguintes atribuições junto aos órgãos da Justiça
do Trabalho:
        I - promover as ações que lhe sejam atribuídas pela Constituição Federal e pelas leis trabalhistas;
        II - manifestar-se em qualquer fase do processo trabalhista, acolhendo solicitação do juiz ou por sua
iniciativa, quando entender existente interesse público que justifique a intervenção;
        III - promover a ação civil pública no âmbito da Justiça do Trabalho, PARA DEFESA DE INTERESSES COLETIVOS,
quando desrespeitados os direitos sociais constitucionalmente garantidos;
Observação: “Interesses coletivos” possui sentido amplo, abrangendo os interesses difusos, coletivos e
individuais homogêneos.
        IV - propor as ações cabíveis para declaração de nulidade de cláusula de contrato, acordo coletivo ou
convenção coletiva que viole as liberdades individuais ou coletivas ou os direitos individuais indisponíveis dos
trabalhadores;

Observação: O MPT pode pleitear a nulidade de tais cláusulas por meio de Ação Civil Pública, como pedido
incidental, ou por Ação Anulatória, como pedido principal.

#ATENÇÃO #REFORMATRABALHISTA Art. 611-A, §5º, CLT. Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de
acordo coletivo de trabalho deverão participar, como litisconsortes necessários, em ação individual ou coletiva, que
tenha como objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos.   

V - propor as ações necessárias à defesa dos direitos e interesses dos menores, incapazes e índios,
decorrentes das relações de trabalho;
        VI - recorrer das decisões da Justiça do Trabalho, quando entender necessário, tanto nos processos em que
for parte, como naqueles em que oficiar como fiscal da lei, bem como pedir revisão dos Enunciados da Súmula de
Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho;
        VII - funcionar nas sessões dos Tribunais Trabalhistas, manifestando-se verbalmente sobre a matéria em
debate, sempre que entender necessário, sendo-lhe assegurado o direito de vista dos processos em julgamento,
podendo solicitar as requisições e diligências que julgar convenientes;
        VIII - instaurar instância em caso de greve, quando a defesa da ordem jurídica ou o interesse público assim o
exigir;

Observação: O Ministério Público do Trabalho não tem legitimidade para instaurar dissídio coletivo econômico ou
jurídico, mas sim o de greve. Ademais, segundo a LC 75/93, a legitimidade só existe quando houver lesão ao
interesse público. Quando a greve tiver discussão privada, de atividade privada, o MPT não tem legitimidade para
instaurar o dissídio coletivo. Contudo, ele pode atuar como fiscal da ordem jurídica (embora não possa instaurar).

#ATENÇÃO A CF/88 estabelece que o MPT poderá ajuizar dissídio coletivo de greve no caso de greve em
atividade essencial, com possibilidade de lesão ao interesse público.

Art, 114, §3º, CF. Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público,
o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o
conflito. 

#DIVERGÊNCIA Devido à previsão constante na CF/88, surgiu celeuma na doutrina acerca da legitimidade do MPT
para ajuíza dissídio coletivo no caso de atividade não enquadrada como essencial. 
        IX - promover ou participar da instrução e conciliação em dissídios decorrentes da paralisação de serviços
de qualquer natureza, oficiando obrigatoriamente nos processos, manifestando sua concordância ou discordância,
em eventuais acordos firmados antes da homologação, resguardado o direito de recorrer em caso de violação à lei e
à Constituição Federal;
        X - promover mandado de injunção, quando a competência for da Justiça do Trabalho;
Observação: O cabimento do mandado de injunção na JT é discutido na doutrina. Tem-se entendido que a
competência será da Justiça do Trabalho quando for o caso de complementação de norma, como uma portaria do
Ministério do Trabalho determinada por lei.
        XI - atuar como árbitro, se assim for solicitado pelas partes, nos dissídios de competência da Justiça do
Trabalho;

#REFORMATRABALHISTA
A arbitragem passou a ser permitida no âmbito de Direito Individual do Trabalho, para empregados que
recebam remuneração superior ao dobro do teto do Regime Geral da Previdência Social.
Art. 507-A, CLT.  Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes o limite
máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula
compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância expressa,
nos termos previstos na Lei no9.307, de 23 de setembro de 1996. 
       
XII - requerer as diligências que julgar convenientes para o correto andamento dos processos e para a melhor
solução das lides trabalhistas;
        XIII - intervir obrigatoriamente em todos os feitos nos segundo e terceiro graus de jurisdição da Justiça do
Trabalho, quando a parte for pessoa jurídica de Direito Público, Estado estrangeiro ou organismo internacional.

Observação: Hoje em dia a parte do inciso que impõe que o MP atue em processo que estejam pessoa jurídica de
Direito Público interno ou externo é questionado, pois remonta à época em que o MP defendia o Estado, ou seja, o
interesse público secundário.
       
Além disso, o art. 84 da LC 75/93 prevê outra atribuições do Ministério Público do Trabalho:

Art. 84. Incumbe ao Ministério Público do Trabalho, no âmbito das suas atribuições, exercer as funções
institucionais previstas nos Capítulos I, II, III e IV do Título I, especialmente:
        I - integrar os órgãos colegiados previstos no § 1º do art. 6º, que lhes sejam pertinentes;
        II - instaurar inquérito civil e outros procedimentos administrativos, sempre que cabíveis, para assegurar a
observância dos direitos sociais dos trabalhadores;
        III - requisitar à autoridade administrativa federal competente, dos órgãos de proteção ao trabalho, a
instauração de procedimentos administrativos, podendo acompanhá-los e produzir provas;
        IV - ser cientificado pessoalmente das decisões proferidas pela Justiça do Trabalho, nas causas em que o
órgão tenha intervido ou emitido parecer escrito;
        V - exercer outras atribuições que lhe forem conferidas por lei, desde que compatíveis com sua finalidade.

18.PRINCIPAIS CAMPOS DE ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

O Ministério Público do Trabalho possui, atualmente, oito coordenadorias nacionais temáticas, que dizem
respeito às principais e mais graves irregularidades que são enfrentadas pelos Procuradores do Trabalho.
Segundo o sitio eletrônico do MPT (http://portal.mpt.mp.br/wps/portal/portal_mpt/mpt/area-atuacao): “O
Ministério Público do Trabalho criou oito coordenadorias nacionais temáticas a partir das irregularidades mais graves
e mais recorrentes enfrentadas no dia a dia dos procuradores. As coordenadorias promovem discussões sobre suas
respectivas áreas, definem estratégias e articulam planos nacionais de ações. Para assegurar ampla
representatividade, são compostas por membros do MPT de todos os Estados”.

As coordenadorias nacionais temáticas do MPT são:

1- CONAP: Coordenadoria Nacional de Combate às Irregularidades Trabalhistas na Administração Pública.


http://portal.mpt.mp.br/wps/portal/portal_mpt/mpt/area-atuacao/administracao+publica
Segundo o sítio eletrônico do MPT: “A Coordenadoria Nacional de Combate às Irregularidades Trabalhistas
na Administração Pública - CONAP, criada por meio da Portaria nº 409, de 14 de outubro de 2003, tem como objetivo
promover ações integradas de combate às irregularidades trabalhistas na administração pública, as contratações
sem concurso público, a terceirização ilícita, o desvirtuamento da contratação temporária e empregos em comissão e
a improbidade administrativa”.

#DICAPRECIOSA. No link acima, vocês encontram diversos materiais excelentes e gratuitos sobre a atuação do MPT
no combate às irregularidades trabalhistas na Administração Pública. Esses materiais possuem excelente conteúdo
jurídico e abordam especificamente a visão do MPT sobre os assuntos. Destaques para: Manual de Atuação da
CONAP – Terceirização sem Calote; Manual de Atuação da CONAP - Saúde na Saúde; Manual de Atuação da CONAP
– Atividade Fim.

Outros manuais: http://portal.mpt.mp.br/wps/portal/portal_mpt/mpt/publicacoes/manuais/

#PARAIRALÉM
PROJETO SAÚDE NA SAÚDE: Busca a atuação em prol da saúde e segurança dos trabalhadores que laboram
na saúde pública do País. (Vigência até 31/10/2018)

ATENÇÃO: Não deixe de ler as orientações da Coordenadoria!


2- COORDINFÂNCIA – Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do
Adolescente
http://portal.mpt.mp.br/wps/portal/portal_mpt/mpt/area-atuacao/crianca-adolescente/

Segundo o sítio eletrônico do MPT: “A Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho da


Criança e do Adolescente - COORDINFÂNCIA, criada por meio da Portaria nº 299, de 10 de novembro de 2000, tem
como objetivo promover, supervisionar e coordenar ações contra as variadas formas de exploração do trabalho de
crianças e adolescentes, dando tratamento uniforme e coordenado ao referido tema no âmbito do Parquet
trabalhista”.

#DICAPRECIOSA. No link acima, vocês encontram diversos materiais excelentes e gratuitos sobre a atuação do MPT
no combate à exploração do trabalho da criança e do adolescente. Esses materiais possuem excelente conteúdo
jurídico e abordam especificamente a visão do MPT sobre os assuntos. Destaques para: Manual de Atuação do
Conselho Tutelar; Livro comemorativo aos 15 anos da Coordinfância; Manual de Implementação do Programa
Adolescente Aprendiz; Manual de Atuação do Ministério Público na Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil;
Manual de Atuação Denúncias Disque 100.

Outros manuais: http://portal.mpt.mp.br/wps/portal/portal_mpt/mpt/publicacoes/manuais/

#PARAIRALÉM
PROJETO RESGATE À INFÂNCIA: O projeto tem por escopo a atuação conjunta em três eixos:
educação, aprendizagem e políticas públicas. Ocorrerá em municípios que apresentem os piores índices de trabalho
infantil e que recebam financiamento do governo federal para a erradicação do trabalho infantil. O projeto deverá
abranger as 27 unidades da federação, considerando-se 28 etapas, devido à PRT15. (Vigência até 31/12/2020)

ATENÇÃO: Não deixe de ler as orientações da Coordenadoria!

3- CONAFRET – Coordenadoria Nacional de Combate às Fraudes nas Relações de Trabalho


http://portal.mpt.mp.br/wps/portal/portal_mpt/mpt/area-atuacao/fraudes+trabalhistas

Segundo o sítio eletrônico do MPT: “A Coordenadoria Nacional de Combate às Fraudes nas Relações de
Trabalho – CONAFRET, criada por meio da Portaria nº 386, de 30 de setembro de 2003, tem como objetivo definir
estratégias coordenadas e integradas de política de atuação institucional, em consonância com o princípio da
unidade, respeitada a independência funcional, no combate às fraudes na relação de trabalho”.
#DICAPRECIOSA. No link acima, vocês encontram diversos materiais excelentes e gratuitos sobre a atuação do MPT
no combate às fraudes nas relações de trabalho. Esses materiais possuem excelente conteúdo jurídico e abordam
especificamente a visão do MPT sobre os assuntos. Destaques para: Terceirização da Atividade-fim na Iniciativa
Privada.

Outros manuais: http://portal.mpt.mp.br/wps/portal/portal_mpt/mpt/publicacoes/manuais/


#PARAIRALÉM
PROJETO ALTA TENSÃO: Visa combater a terceirização ilícita no setor elétrico (Vigência até 08/05/2018)

ATENÇÃO: Não deixe de ler as orientações da Coordenadoria!

4- CONALIS – Coordenadoria Nacional de Promoção da Liberdade Sindical


http://portal.mpt.mp.br/wps/portal/portal_mpt/mpt/area-atuacao/liberdade+sindical

Segundo o sítio eletrônico do MPT: “A Coordenadoria Nacional de Promoção da Liberdade Sindical -


CONALIS, criada por meio da Portaria nº 211, de 28 de maio de 2009, tem como objetivo garantir a liberdade sindical
e a busca da pacificação dos conflitos coletivos trabalhistas”. Ainda, “as principais áreas de atuação da
Coordenadoria são as seguintes: defender a liberdade sindical e a busca da pacificação dos conflitos coletivos de
trabalho, combater os atos antissindicais, assegurar o direito de greve, atuar como mediador ou árbitro nos conflitos
coletivos de trabalho e incentivar a negociação coletiva como forma de melhoria das condições sociais dos
trabalhadores”.
#DICAPRECIOSA. No link acima, vocês encontram diversos materiais excelentes e gratuitos sobre a atuação do MPT
de promoção da liberdade sindical. Esses materiais possuem excelente conteúdo jurídico e abordam especificamente
a visão do MPT sobre os assuntos.

#PARASABERMAIS
No link acima, o MPT disponibiliza diretrizes da CONALIS. São elas:
Foram aprovadas, na 1ª Reunião Nacional da Coordenadoria Nacional de Promoção da Liberdade Sindical de 2016,
realizada por videoconferência, nos dias 7 e 8 de junho, as seguintes diretrizes:
Diretriz n. 1: Constituem condutas antissindicais quaisquer práticas que violem as liberdades sindicais estabelecidas
pela Constituição Federal (arts. 8º, 9º e 37, incs. VI e VII), as consagradas nas Convenções Internacionais ratificadas
pelo Brasil, as orientações do Comitê de Liberdade Sindical da OIT e as que impliquem cerceamento ou retaliação,
direta ou indiretamente, à atividade sindical legítima.
Diretriz n. 2: Constatada a conduta antissindical, são nulos os atos dela decorrentes, observados os arts. 166 e
seguintes do Código Civil, acarretando a invalidade do ato, sua reparação e a responsabilização de quem lhe deu
causa, bem como seu adequado refazimento quando possível e necessário, sem prejuízo de tutelas inibitórias.
Diretriz n. 3: As condutas antissindicais podem gerar danos passíveis de reparação individual e coletiva. No caso de
danos coletivos, a indenização poderá ser destinada a reparar o sindicalismo, mediante destinação a entidades e
projetos que promovam a liberdade sindical, combatam as condutas antissindicais, proporcionem qualificação de
sindicalistas, realizem debates, encontros ou eventos sobre a organização sindical e/ou se destinem a propósitos
similares.
Diretriz n. 4: A CONALIS entende ser princípios do sindicalismo brasileiro a democracia, a liberdade, a legitimidade
das entidades e de suas diretorias, a representatividade, a transparência, a igualdade, a livre filiação e desfiliação, a
negociação coletiva, a eticidade, a defesa da categoria e outros que se reputem essenciais ao exercício e
aperfeiçoamento das liberdades, dos direitos e dos deveres sindicais.
Diretriz n. 5: A criminalização do movimento sindical, mediante tratamento meramente policial, com prisões ou
ameaças de processos ou inquéritos penais pelo exercício da atividade sindical, visando a atemorizar, impedir ou
desestimular o uso das faculdades, direitos e garantias inerentes ao sindicalismo, é prática incompatível com o
regime de liberdades consagrado pela Constituição brasileira e pelas normas da Organização Internacional do
Trabalho.

Outros manuais: http://portal.mpt.mp.br/wps/portal/portal_mpt/mpt/publicacoes/manuais/

#PARAIRALÉM
PROJETO MEDIAÇÃO: Busca implementar e adotar a mediação como instrumento de solução de
autocomposição dos conflitos coletivos de trabalho no âmbito do MPT. (Vigência até 30/04/2018).

ATENÇÃO: Não deixe de ler as orientações da Coordenadoria!

5- CODEMAT – Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho


http://portal.mpt.mp.br/wps/portal/portal_mpt/mpt/area-atuacao/meio+ambiente+do+trabalho

Segundo o sítio eletrônico do MPT: “A Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho –
CODEMAT, criada por meio da Portaria nº 410, de 14 de outubro de 2003, tem como objetivo conjugar esforços para
harmonizar as ações desenvolvidas pelo Ministério Público do Trabalho na defesa do meio ambiente do trabalho,
inclusive no que se refere ao relacionamento com outros órgãos e entidades voltados para o ambiente laboral”.

Ainda, “a principal área de atuação da Coordenadoria é a seguinte: atuar na defesa de um meio ambiente do
trabalho seguro e saudável e na redução dos riscos do trabalho por intermédio de normas de saúde, higiene e
segurança asseguradas na Constituição Federal”.
#DICAPRECIOSA. No link acima, vocês encontram diversos materiais excelentes e gratuitos sobre a atuação do MPT
na defesa do meio ambiente de trabalho. Esses materiais possuem excelente conteúdo jurídico e abordam
especificamente a visão do MPT sobre os assuntos. Destaques para: Livro Trabalho – Capítulo Frigorífico;

Outros manuais: http://portal.mpt.mp.br/wps/portal/portal_mpt/mpt/publicacoes/manuais/

#PARAIRALÉM
PROJETO BANIMENTO DO AMIANTO NO BRASIL: Possui o objetivo de combater a utilização do amianto no
Brasil com a finalidade de eliminar os efeitos nocivos à saúde causados pela sua manipulação. (Vigência até
31/12/2018)
PROJETO FRIGORÍFICOS: Tem o escopo de proceder à adequação do meio ambiente de trabalho em
frigoríficos dando efetividade aos direitos fundamentais dos trabalhadores no tocante ao trabalho decente e à
saúde. (Vigência até 31/12/2019)

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA
INFO 886 do STF: As leis estaduais que proíbem o uso do amianto são constitucionais. O art. 2º da Lei federal
nº 9.055/95, que autorizava a utilização da crisotila (espécie de amianto), é inconstitucional. Houve a
inconstitucionalidade superveniente (sob a óptica material) da Lei nº 9.055/95, por ofensa ao direito à saúde (art. 6º
e 196, CF/88); ao dever estatal de redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de saúde, higiene e
segurança (art. 7º, inciso XXII, CF/88); e à proteção do meio ambiente (art. 225, CF/88). Com isso, é proibida a
utilização de qualquer forma de amianto. STF. Plenário. ADI 3937/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min.
Dias Toffoli, julgado em 24/8/2017 (Info 874). STF. Plenário. ADI 3406/RJ e ADI 3470/RJ, Rel. Min. Rosa Weber,
julgados em 29/11/2017 (Info 886).

ATENÇÃO: Não deixe de ler as orientações da Coordenadoria!

6- COORDIGUALDADE - Coordenadoria Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidades e


Eliminação da Discriminação no Trabalho
http://portal.mpt.mp.br/wps/portal/portal_mpt/mpt/area-atuacao/promocao+da+igualdade

Segundo o sítio eletrônico do MPT: “A Coordenadoria Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidades


e Eliminação da Discriminação no Trabalho – COORDIGUALDADE, criada por meio da Portaria nº 273, de 28 de
outubro de 2002, tem como objetivo definir estratégias coordenadas e integradas de política de atuação institucional
no combate à exclusão social e à discriminação no trabalho, fomentando a troca de experiências e discussões sobre o
tema”.
Ademais, “as principais áreas de atuação da Coordenadoria são as seguintes: combate à discriminação a
trabalhadores, na inclusão nos ambientes de trabalho da pessoa com deficiência ou reabilitada e na proteção da
intimidade dos trabalhadores”.

#DICAPRECIOSA. No link acima, vocês encontram diversos materiais excelentes e gratuitos sobre a atuação do MPT
na promoção de igualdade de oportunidades e eliminação da discriminação no trabalho. Esses materiais possuem
excelente conteúdo jurídico e abordam especificamente a visão do MPT sobre os assuntos. Destaques para: Assédio
Moral em estabelecimentos bancários; Cartilha – Assédio Sexual no Trabalho – Perguntas e Respostas.

Outros manuais: http://portal.mpt.mp.br/wps/portal/portal_mpt/mpt/publicacoes/manuais/

#FICAADICA
O MPT possui importante atuação, nessa temática, relativa à luta pelo respeito à cota prevista no art. 93 da
Lei 8213/91:
Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a
5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência,
habilitadas, na seguinte proporção:
I - até 200 empregados...........................................................................................2%;
II - de 201 a 500......................................................................................................3%;
III - de 501 a 1.000..................................................................................................4%;
IV - de 1.001 em diante. .........................................................................................5%.
§ 1o A dispensa de pessoa com deficiência ou de beneficiário reabilitado da Previdência Social ao final de
contrato por prazo determinado de mais de 90 (noventa) dias e a dispensa imotivada em contrato por prazo
indeterminado somente poderão ocorrer após a contratação de outro trabalhador com deficiência ou beneficiário
reabilitado da Previdência Social.          
§ 2o Ao Ministério do Trabalho e Emprego incumbe estabelecer a sistemática de fiscalização, bem como
gerar dados e estatísticas sobre o total de empregados e as vagas preenchidas por pessoas com deficiência e por
beneficiários reabilitados da Previdência Social, fornecendo-os, quando solicitados, aos sindicatos, às entidades
representativas dos empregados ou aos cidadãos interessados.          
§ 3o Para a reserva de cargos será considerada somente a contratação direta de pessoa com deficiência,
excluído o aprendiz com deficiência de que trata a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo  Decreto-
Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943.     

#PARAIRALÉM
PROJETO ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DE PCD: Tem como objetivo efetivar a plena participação das pessoas
com deficiência e dos beneficiários reabilitados no mercado de trabalho. (Vigência até 31/12/2019)
ATENÇÃO: Não deixe de ler as orientações da Coordenadoria!

7- CONAETE – Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo


http://portal.mpt.mp.br/wps/portal/portal_mpt/mpt/area-atuacao/trabalho+escravo

Segundo o sítio eletrônico do MPT: “A Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo –


CONAETE, criada por meio da Portaria nº 231, de 12 de setembro de 2002, tem como objetivo integrar as
Procuradorias Regionais do Trabalho em plano nacional, uniforme e coordenado, para o combate ao trabalho
escravo, fomentando a troca de experiências e discussões sobre o tema, bem como a atuação ágil onde necessária se
faça a presença do Ministério Público do Trabalho”.

Ademais, “as principais áreas de atuação da Coordenadoria são: combate ao trabalho em condições análogas
às de escravo; investigações de situações nas quais os obreiros são submetidos a trabalho forçado; servidão por
dívidas; jornadas exaustivas e condições degradantes de trabalho - alojamento precário, água não potável,
alimentação inadequada, desrespeito às normas de segurança e saúde do trabalho, falta de registro, maus tratos e
violência”.

#DICAPRECIOSA. No link acima, vocês encontram diversos materiais excelentes e gratuitos sobre a atuação do MPT
na erradicação do trabalho escravo. Esses materiais possuem excelente conteúdo jurídico e abordam
especificamente a visão do MPT sobre os assuntos. Destaques para: Cartilha do Trabalho Escravo; Trabalho análogo
ao de escravo rural no Brasil do século XXI: novos contornos de um antigo problema.

Outros manuais: http://portal.mpt.mp.br/wps/portal/portal_mpt/mpt/publicacoes/manuais/

#PARAIRALÉM
PROJETO RECAPTARE: O projeto tem por escopo o aprimoramento do modelo de atuação interinstitucional,
MPT/MTE, com vistas a ampliar a participação do MPT nas ações de combate ao trabalho escravo, garantindo a
efetiva documentação do trabalho realizado, dos resultados alcançados e do impacto social produzido por meio da
construção de um repositório de informações. (Vigência foi até 31/12/2017)

#SELIGANANOTÍCIA #LISTASUJA #TRABALHOESCRAVO


http://portal.mpt.mp.br/wps/portal/portal_mpt/mpt/sala-imprensa/mpt-noticias/b264d5bd-eba8-451a-
9e20-e6e00d3d8355
Pessoal, essa notícia é do dia 02/04/2018! Lembrem-se sempre se se atualizar sobre esse polêmico assunto
relacionado ao trabalho escravo.
UNIÃO TEM ATÉ O DIA 27 PARA ATUALIZAR LISTA SUJA DO TRABALHO ESCRAVO
Decisão da Justiça do Trabalho obriga a atualização do cadastro a cada seis meses
Brasília – O Cadastro de Empregadores – Lista Suja do Trabalho Escravo – terá que ser atualizado e
publicado, no máximo, a cada seis meses. O descumprimento implicará em multa diária de R$ 10 mil. A
determinação consta de decisão judicial proferida pela 11ª Vara do Trabalho de Brasília na última quinta-feira (29), a
respeito do cumprimento de sentença transitada em julgado em setembro de 2017, que na época determinou a
atualização da lista.
A ação foi impetrada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) contra o governo federal em dezembro de
2016, após o Ministério do Trabalho ficar mais de dois anos sem atualizar a lista.
A decisão da semana passada deixa claro que a lista tem que ser atualizada e publicada periodicamente, no
máximo a cada seis meses. O governo federal alegava que a decisão tinha sido cumprida com uma única publicação
da lista, em outubro do ano passado.
A coordenadora nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (CONAETE) e procuradora do MPT, Catarina
von Zuben, esclarece o que significa essa nova decisão. “A importância agora desta decisão, proferida em execução,
é que o juiz deixou claro que a obrigação não era só de uma publicação da lista, e sim de que periodicamente ela seja
atualizada. Tendo em vista que foi em outubro a última publicação, foi determinado que agora até final de abril seja
publicada nova lista”, explica.
“Aguardamos que essa decisão seja definitivamente cumprida, em favor da segurança para a sociedade a
respeito de tão importante tema”, completou a procuradora.
Entenda o caso – O Cadastro de Empregadores ficou sem atualização entre o período de dezembro de 2014
e março de 2017. A suspensão ocorreu porque um dos empregadores questionou a legalidade da lista no Supremo
Tribunal Federal (STF) e o ministro Ricardo Lewandowski suspendeu a divulgação em dezembro de 2014.
Para manter a sua publicação, a União publicou nova portaria interministerial (número 4, de 11 de maio de
2016), reformulando os critérios para inclusão e saída dos empregadores do cadastro. Com essa mudança, a ministra
Cármen Lúcia, relatora da liminar em 2015, suspendeu a proibição e autorizou a publicação. No entanto, o Ministério
do Trabalho (MTb) continuou sem publicar o documento.
Diante da omissão, o MPT no Distrito Federal entrou com ação com pedido de liminar, em dezembro de
2016, para a União publicar a lista. O juiz do Trabalho Rubens Curado Silveira, da 11ª Vara do Trabalho de Brasília,
atendeu o pedido e ressaltou que deixar de divulgar o documento “esvazia a política de Estado de combate ao
trabalho análogo ao de escravo no Brasil”.
O processo correu na Justiça do Trabalho com a União usou vários artifícios jurídicos para evitar a publicação
da lista. Somente em 27 de outubro, após a decisão final, a lista foi atualizada e publicada pelo Ministério do
Trabalho.   
Agora, após a decisão esclarecendo e ratificando a necessidade de atualização periódica, o governo será
obrigado a dar publicidade ao cadastro a cada seis meses, sem a necessidade de provocação por parte do MPT. Com
isso, a próxima lista atualizada terá que ser publicada pelo governo até o dia 27 de abril.

ATENÇÃO: Não deixe de ler as orientações da Coordenadoria!


8- CONATPA – Coordenadoria Nacional de Trabalho Portuário e Aquaviário
http://portal.mpt.mp.br/wps/portal/portal_mpt/mpt/area-atuacao/trabalho+portuario+e+aquaviario

Segundo o sítio eletrônico do MPT: “A Coordenadoria Nacional de Trabalho Portuário e Aquaviário -


CONATPA, criada por meio da Portaria nº 385, de 30 de setembro de 2003, tem como objetivo definir estratégias
coordenadas e integradas de política de atuação institucional, visando a uma atuação uniforme do Ministério Público
do Trabalho para a implementação da legislação trabalhista relativamente ao trabalho portuário e aquaviário”.

Além disso, “as principais áreas de atuação da Coordenadoria são as seguintes: Garantir um meio ambiente
do trabalho adequado e a democratização do acesso às oportunidades do trabalho avulso nos portos, a inclusão dos
trabalhadores no mercado formal de trabalho nos portos públicos e privados, na pesca, nas navegações marítimas e
fluviais, na indústria naval, nas plataformas marítimas de exploração de petróleo e nas atividades de mergulho
profissional”.

#DICAPRECIOSA. No link acima, vocês encontram diversos materiais excelentes e gratuitos sobre a atuação do MPT
perante o trabalho portuário e aquaviário. Esses materiais possuem excelente conteúdo jurídico e abordam
especificamente a visão do MPT sobre os assuntos. Destaques para: ABC do Trabalho em Embarcações.

Outros manuais: http://portal.mpt.mp.br/wps/portal/portal_mpt/mpt/publicacoes/manuais/

#PARAIRALÉM
PROJETO PESCA LEGAL: Tem como objetivo estabelecer estratégias de atuação conjunta do Ministério
Público do Trabalho em âmbito nacional, no combate às fraudes à legislação social, à pesca predatória, ao trabalho
escravo em embarcações pesqueiras, acompanhamento e fiscalização de políticas públicas e a modelação de um
meio ambiente de trabalho seguro e saudável. (Vigência até 10/02/2019)
PROJETO OURO NEGRO: Tem como objetivo estabelecer estratégias conjuntas de atuação do Ministério
Público do Trabalho, além da manutenção e renovação de parcerias sólidas com órgãos reguladores do setor de
produção e exploração do petróleo com vista à modelação de um ambiente de trabalho seguro e saudável e de
relações de trabalho protegidas. (Vigência até 10/02/2019)
PROJETO PORTOS SEGUROS: Tem como objetivo estabelecer estratégias de atuação do MPT, em âmbito
nacional, no combate à falta de segurança nas operações portuárias, seja nos terminais privativos ou nos terminais
públicos, buscando-se, desta forma, proteger à saúde e à própria vida dos trabalhadores avulsos ou vinculados que
se ativam nas operações portuárias. (Vigência até 31/01/2019)

ATENÇÃO: Não deixe de ler as orientações da Coordenadoria!


19.PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

INSTRUMENTOS EXTRAJUDICIAIS

1- AUDIÊNCIA PÚBLICA

Trata-se de um mecanismo efetivo e democrático, que aproxima o Ministério Público dos atores sociais
envolvidos. A audiência pública faz com que o MP seja um interlocutor com a sociedade. Por meio dela, o MP busca
informações das situações perante a sociedade, dá satisfação à sociedade, identifica demandas sociais etc.

São objetivos das Audiências Públicas:


- Auxiliar nos procedimentos sob sua responsabilidade;
- Identificação de demandas sociais que exijam a instauração de procedimento;
- Elaboração e execução de Planos de Ação e Projetos Estratégicos Institucionais;
- Prestação de contas de atividades desenvolvidas.

#PARASABERMAIS
As audiências públicas estão regulamentadas na Resolução 82 do Conselho Nacional do Ministério Público.
RESOLUÇÃO Nº 82, DE 29 DE FEVEREIRO DE 2012.
Dispõe sobre as audiências públicas no âmbito do Ministério Público da União e dos Estados.
O CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, no exercício da competência fixada no artigo 130-A, parágrafo 2º,
inciso II, da Constituição Federal, e com arrimo no artigo 19 do Regimento Interno;
Considerando o disposto no artigo 27, parágrafo único, inciso IV, da Lei nº 8.625/93 (Lei Orgânica do Ministério
Público), que estabelece como atribuição do Ministério Público promover audiências públicas e emitir relatórios,
anual ou especiais;
Considerando o disposto no art. 6º, inciso XIV, da Lei Complementar nº 75/93 (Lei Orgânica do MPU), que estabelece
como atribuição do Ministério Público da União a promoção de outras ações necessárias ao exercício de suas
funções institucionais, em defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais
indisponíveis;
Considerando que as audiências cometidas ao Ministério Público são um mecanismo pelo qual o cidadão e a
sociedade organizada podem colaborar com o Ministério Público no exercício de suas finalidades institucionais
ligadas ao zelo do interesse público e à defesa dos direitos e interesses difusos e coletivos de modo geral;
Considerando ainda que o referido ato normativo não exclui, a cada unidade do Ministério Público, na esfera de sua
autonomia, a possibilidade de editar atos regulamentares sobre a matéria, RESOLVE:
Art. 1º Compete aos Órgãos do Ministério Público, nos limites de suas respectivas atribuições, promover audiências
públicas para auxiliar nos procedimentos sob sua responsabilidade, na identificação de demandas sociais que exijam
a instauração de procedimento, para elaboração e execução de Planos de Ação e Projetos Estratégicos Institucionais
ou para prestação de contas de atividades desenvolvidas. (Redação dada pela Resolução n° 159, de 14 de fevereiro
de 2017)
§ 1º As audiências públicas serão realizadas na forma de reuniões organizadas, abertas a qualquer cidadão,
representantes dos setores público, privado, da sociedade civil organizada e da comunidade, para discussão de
situações das quais decorra ou possa decorrer lesão a interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos, e terão
por finalidade coletar, junto à sociedade e ao Poder Público, elementos que embasem a decisão do órgão do
Ministério Público quanto à matéria objeto da convocação ou para prestar contas de atividades desenvolvidas.
(Redação dada pela Resolução n° 159, de 14 de fevereiro de 2017)
§ 2° O Ministério Público poderá receber auxílio de entidades públicas para custear a realização das audiências
referidas no caput deste artigo, mediante termo de cooperação ou procedimento específico, com a devida prestação
de contas.
§ 3º As audiências públicas poderão ser realizadas também no âmbito das Câmaras de Coordenação e Revisão e dos
Centros de Apoio Operacional, no âmbito de suas atribuições, sem prejuízo da observância das demais disposições
desta Resolução. (Incluído pela Resolução n° 159, de 14 de fevereiro de 2017)
§ 4º A audiência pública será autuada e registrada segundo o sistema adotado por cada ramo ou unidade do
Ministério Público. (Incluído pela Resolução n° 159, de 14 de fevereiro de 2017)
Art. 2º As audiências públicas serão precedidas da expedição de edital de convocação do qual constará, no mínimo, a
data, o horário e o local da reunião, bem como o objetivo e a forma de cadastramento dos expositores, além da
forma de participação dos presentes.
Art. 3º Ao edital de convocação será dada a publicidade possível, sendo facultada sua publicação no Diário Oficial do
Estado e obrigatória a publicação no sítio eletrônico, bem como a afixação na sede da unidade do Ministério Público,
com antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis.
Art. 3º Ao edital de convocação será dada a publicidade possível, sendo facultada a sua publicação no Diário Oficial
do Estado e nos perfis institucionais do Órgão Ministerial nas redes sociais e obrigatória a publicação no sítio
eletrônico, bem como a afixação na sede da unidade do Ministério Público, com antecedência mínima de 10 (dez)
dias úteis, salvo em situações urgentes, devidamente motivadas no ato convocatório. (Redação dada pela Resolução
n° 159, de 14 de fevereiro de 2017)
Art. 4º Da audiência será lavrada ata circunstanciada, no prazo de 30 (trinta) dias, a contar de sua realização,
devendo constar o encaminhamento que será dado ao tema, se for o caso. (Redação dada pela Resolução n° 159, de
14 de fevereiro de 2017)
§ 1º A ata e seu extrato serão encaminhadas ao Procurador-Geral de cada unidade, ou a quem estes indicarem, no
prazo de 30 (trinta) dias após sua lavratura para fins de conhecimento. (Redação dada pela Resolução n° 159, de 14
de fevereiro de 2017)
§ 2° A ata, por extrato, será afixada na sede da unidade e será publicada no sítio eletrônico do respectivo Ministério
Público, assegurando-se aos inscritos e participantes a comunicação por meio eletrônico, no respectivo endereço
cadastrado.
§ 3º A ata poderá ser elaborada de forma sintética nos casos em que a audiência pública for gravada em imagem e
em áudio, em meio digital ou analógico. (Incluído pela Resolução n° 159, de 14 de fevereiro de 2017)
Art. 5º Se o objeto da audiência pública consistir em fato que possa ensejar providências por parte de mais de um
membro do Ministério Público, aquele que teve a iniciativa do ato participará sua realização aos demais membros,
com antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis, podendo a audiência pública ser realizada em conjunto.
Art. 6º Ao final dos trabalhos que motivaram a audiência pública, o representante do Ministério Público deverá
produzir um relatório, no qual poderá constar, dentre outras, alguma das seguintes providências: (Redação dada pela
Resolução n° 159, de 14 de fevereiro de 2017)
I - arquivamento das investigações;
II - celebração de termo de ajustamento de conduta;
III - expedição de recomendações;
IV – instauração de procedimento, inquérito civil ou policial; (Redação dada pela Resolução n° 159, de 14 de
fevereiro de 2017)
V - ajuizamento de ação civil pública;
VI - divulgação das conclusões de propostas de soluções ou providências alternativas, em prazo razoável, diante da
complexidade da matéria.
VII – prestação de contas das atividades desenvolvidas em determinado período. (Incluído pela Resolução n° 159, de
14 de fevereiro de 2017)
VIII - elaboração e revisão de Plano de Ação ou de Projeto Estratégico Institucional. (Incluído pela Resolução n° 159,
de 14 de fevereiro de 2017)
Art. 7º As deliberações, opiniões, sugestões, críticas ou informações emitidas na audiência pública ou em decorrência
desta terão caráter consultivo e não-vinculante, destinando-se a subsidiar a atuação do Ministério Público, zelar pelo
princípio da eficiência e assegurar a participação popular na condução dos interesses públicos.
Art. 8º Cada unidade do Ministério Público debaterá, no âmbito de seu planejamento estratégico, a necessidade de
realização de audiências públicas, podendo definir metas correlatas.
Art. 9° Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Brasília (DF), 29 de fevereiro de 2012.

2- RECOMENDAÇÃO

As recomendações são instrumentos extraprocessuais emitidos pelo Ministério Público. São um ato
administrativo sem caráter vinculante, por meio do qual o “parquet” requisita ao destinatário sua adequação aos
comandos legais, com objetivo de estimulá-lo a adotar um comportamento comissivo ou omissivo, dentro de um
prazo razoável, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância pública.

É uma pura recomendação, não possuindo caráter vinculativo. Vale destacar que a recomendação não
substitui o TAC ou Ação Civil Pública.

#PARASABERMAIS
A recomendação possui previsão na Resolução 69 do Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho.
Art. 15. O Ministério Público do Trabalho, nos autos do inquérito civil ou do procedimento preparatório,
poderá expedir recomendações devidamente fundamentadas, visando à melhoria dos serviços públicos e de
relevância pública, bem como aos demais interesses, direitos e bens cuja defesa lhe caiba promover.
Parágrafo único. É vedada a expedição de recomendação como medida substitutiva ao termo de ajuste de
conduta ou à ação civil pública.

3- PROCEDIMENTO PROMOCIONAL

Por meio da atuação promocional, o Ministério Público do Trabalho exerce seu papel de articulador social e
promotor de políticas públicas. Busca atingir e solucionar a raiz dos problemas.

No procedimento promocional, faz-se audiências públicas, por exemplo.

É utilizado para a prática de políticas públicas ou em atuações estratégicas do MPT. Aqui, não há limite de
prazo.

Exemplo: Definição de atuação na eliminação de trabalho infantil na área de confecção. Então, é realizado
um procedimento promocional de investigação, por meio da coleta de informações com empresas, empregados etc.
Após realizado o procedimento promocional, o MPT atua por meio de ajuizamento de ações, oferecimento de TACs
etc.

4- INQUÉRITO CIVIL

Trata-se do principal instrumento de atuação extrajudicial do Ministério Público. É um mecanismo


extrajudicial de investigação concedido exclusivamente ao MP, para verificar se existem lesões ou não ao
ordenamento jurídico, a fim de que ele possa adotar as medidas adequadas. Trata-se, assim, de mecanismo de
convencimento do membro do MP sobre determinada lesão.

Sua base legal é o art. 129, III, CF/88. Também há previsão na lei de Ação Civil Pública e na Lei Complementar
75/93.

A resolução 23 do Conselho Nacional do Ministério Público regulamentou o inquérito civil em todos os ramos
do MP.

No âmbito do MPT, há a resolução 69 do Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho.

Art. 1º, Resolução 69 do CSMPT. O inquérito civil, de natureza unilateral e facultativa, será instaurado para apurar
fato que possa autorizar a tutela dos interesses ou direitos a cargo do Ministério Público do Trabalho nos termos da
legislação aplicável, servindo como preparação para o exercício das atribuições inerentes às suas funções
institucionais.
Parágrafo único. O inquérito civil não é condição de procedibilidade para o ajuizamento das ações a cargo do
Ministério Público do Trabalho, nem para a realização das demais medidas de sua atribuição própria.

Assim, o inquérito civil possui NATUREZA UNILATERAL E FACULTATIVA. Vale destacar que ele possui um
prazo é de um ano, podendo ser prorrogado pelo mesmo prazo e quantas vezes forem necessárias.

Observações importantes: É possível que o membro do MP tome conhecimento da possível irregularidade por meio
de NOTÍCIA DE FATO, a qual deve ser apreciada no prazo de 30 dias, prorrogável, uma vez, fundamentadamente, por
até 90 dias (Resolução 174 do CNMP).

Existe a possibilidade, ainda, de se instaurar um procedimento preparatório de 90 dias, prorrogável por mais
90 dias, para descobrir o investigado ou o objeto a ser investigado. Ele antecede o inquérito civil.

 CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO CIVIL:

- PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO
É um procedimento extrajudicial. Ocorre fora do Judiciário. É procedimento, não processo. Por isso não é
necessário garantir contraditório e ampla defesa.

- INQUISITORIAL
É unilateral. Não possui contraditório. Trata-se de procedimento, e não processo. Não tem condenação ou
aplicação de sanção, razão pela qual não é necessário o contraditório.

#JÁCAIU #PEÇAPRÁTICA #MPT


No XX Concurso Público do MPT, a peça prática exigida dos candidatos foi uma impugnação à contestação
(réplica). Nela, um dos argumentos da contestação da ACP que o MPT, em réplica, deveria rebater era o da
desnecessidade de contraditório em inquérito civil.
Segue o espelho da prova nesse tópico: 13. Nulidade do inquérito civil por falta de contraditório. 13.1.
Natureza inquisitorial do inquérito. Diferenças entre processo e procedimento. Razões da ausência da
obrigatoriedade de contraditório e ampla defesa. Momento de realizar contraditório e ampla defesa. 13.2.
Desnecessidade de participação do investigado. 13.3. Efeitos das nulidades no inquérito.

- FACULTATIVO
Não é condição de procedibilidade de ação.
- EXCLUSIVO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Só o Ministério Público pode utilizar o inquérito civil.

- INFORMAL
Não há um procedimento estanque para que seja feito o inquérito civil. Cada Procurador pode agir e tomar
as providências que entender cabíveis e efetivas no caso concreto.

- PÚBLICO
Como se trata de procedimento feito por órgão público, é público. Entretanto, em alguns casos, é possível
resguardar o sigilo do procedimento ou do próprio denunciante, como uma garantia ao própria denunciante e tutela
aos trabalhadores.

Art. 7º, §5º, Resolução 69 do CSMPT. A restrição à publicidade deverá ser decretada em decisão motivada, para fins
do interesse público, e poderá ser, conforme o caso, limitada a determinadas pessoas, provas, informações, dados,
períodos ou fases, cessando quando extinta a causa que a motivou.
Art. 8º Em cumprimento ao princípio da publicidade das investigações, o membro do Ministério Público do Trabalho
poderá prestar informações, inclusive aos meios de comunicação social, a respeito das providências adotadas para
apuração de fatos em tese ilícitos, abstendo-se, contudo, de externar ou antecipar juízos de valor a respeito de
apurações ainda não concluídas.

 OBJETO DO INQUÉRITO CIVIL:


Serve para INVESTIGAR os direitos e interesses difusos, coletivos, individuais homogêneos e até mesmo os
direitos individuais indisponíveis ligados à legislação do trabalho.

 LEGITIMIDADE ATIVA:
O Ministério Público é legitimado exclusivo.

#FIQUEATENTO. Pode ocorrer de haver conflito de competência (positivo ou negativo). Se o conflito for entre
membros do MPT, quem decide é a Câmara de Coordenação e Revisão. Se o conflito for, contudo, entre o MPT e
qualquer outro ramo do MP, será o Procurador-Geral da República.

Observação: A iniciativa de denúncia pode ser de ofício pelo próprio MP ou a requerimento (particulares, MP, PGT,
Conselho Superior do MPT, Câmara de Coordenação e Revisão do MPT, etc). O servidor tem dever de fazer a
denúncia.

Sobre a instauração, destacam-se os seguintes dispositivos legais da Resolução 69:


Art. 2º O inquérito civil poderá ser instaurado:
I – de ofício;
II – mediante requerimento ou representação formulada por qualquer pessoa ou comunicação de outro órgão do
Ministério Público, ou qualquer autoridade, desde que forneça, por qualquer meio legalmente permitido,
informações sobre o fato e seu provável autor, bem como a qualificação mínima que permita sua identificação e
localização;
III – por designação do Procurador-Geral do Trabalho, do Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho,
Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho e demais órgãos superiores da Instituição, nos
casos cabíveis.
§ 1º O Ministério Público do Trabalho atuará, independentemente de provocação, em caso de conhecimento, por
qualquer forma, de fatos que, em tese, constituam lesão aos interesses ou direitos mencionados no artigo 1º desta
Resolução, devendo cientificar o membro do Ministério Público que possua atribuição para tomar as providências
respectivas, no caso de não a possuir.
§ 2º Em havendo mais de um Procurador com atribuição para atuar no caso, a representação deverá ser submetida a
distribuição por sorteio.

 INSTRUÇÃO DO INQUÉRITO

Feita a denúncia, entendendo o Procurador pela possibilidade de existência do ilícito, optando pela utilização
do inquérito, haverá a sua instrução, podendo, nela, o Ministério Público valer-se de diversos mecanismos, como
requisição, diligências etc.

Pode o Ministério Público valer-se de todos os meios de prova admitidos. Exemplo: depoimento de preposto,
testemunhal, documental etc.

Observação: O MP tem poder de requisição, não sendo mero pedido.

#PARAIRALÉM
- Qual o valor das provas feitas em inquérito civil?
Parte da doutrina diz que, como não estão submetidas ao contraditório, não possuem a mesma validade das
provas realizadas em processo judicial. Contudo, existe uma segunda corrente que defende que AS PROVAS
POSSUEM PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE, POIS REALIZADAS POR ÓRGÃO PÚBLICO, QUAL SEJA, O Ministério Público.
Assim, cabe à parte contrária desconstituir as provas do inquérito civil, não sendo suficiente a mera alegação.
#FICAADICA A segunda corrente é a que possui maior prestígio no MPT!
- Condução coercitiva da parte para depoimento pessoal no inquérito civil: é possível?
Parte da doutrina diz que não pode, eis que a parte não está obrigada a produzir provas contra si mesma.
Além disso, argumenta no sentido de que o art. 8º, I, LC 75/93 prevê a condução coercitiva tão somente das
testemunhas.
Outra corrente, por seu turno, sustenta que é possível que o MP obrigue o investigado a comparecer e prestar
depoimento, pois não há incriminação ou restrição de liberdade. Não há aplicação de sanção no âmbito do inquérito
civil. Ainda, sustenta que o art. 26, I, da Lei 8625/93 não faz distinção entre testemunha e investigado (se é possível
para o Ministério Público Estadual, também o deve ser para o Ministério Público da União).
Há, ainda, aqueles que entendam que é possível a condução coercitiva, mas é imperioso que seja ressalvado ao
investigado seu direito de se manter calado
Observação: Quanto à condução coercitiva da testemunha não há dúvida, podendo ser feita - art. 8º, I, LC 75/93.
- É possível negar a participação de advogado em oitiva de testemunha?
O MPT defende que sim, eis que o inquérito civil é um procedimento (não processo), tendo, por isso, natureza
inquisitorial (desnecessário o contraditório e a ampla defesa). Trata-se de instrumento de convencimento do
membro do MP, caracterizado pela unilateralidade. Ainda, não há qualquer aplicação de sanções no âmbito do
inquérito civil.
Ademais, é possível decretar o sigilo no inquérito civil quando a publicidade puder causar prejuízo às investigações. É
imperioso destacar que a presença do advogado da investigada pode fazer com que as testemunhas não se sintam à
vontade na realização de seu depoimento, o que pode prejudicar a veracidade do resultado das investigações.
Destaca-se, sobre tal temática, o item 1 do enunciado nº 20 da Câmara de Coordenação e Revisão:
ENUNCIADO nº 20
ASSÉDIO MORAL. ASSÉDIO SEXUAL. SIGILO DOS DADOS DE DENUNCIANTE E TESTEMUNHAS. SALVAGUARDA DA
UTILIDADE DA INVESTIGAÇÃO, DO INTERESSE COLETIVO E DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE DOS TRABALHADORES.
1) O sigilo de dados de denunciante, testemunhas e diligências pendentes e medida a ser utilizada pelo Membro
oficiante sempre que entender necessária à salvaguarda da investigação, do interesse coletivo ou direitos da
personalidade dos trabalhadores envolvidos, especialmente nos casos de assédio moral ou de assédio sexual, nos
quais a prova é de difícil constituição.
2) Sempre que possível, nos casos que envolve assédio moral ou assédio sexual, há de se privilegiar a oitiva de ex-
empregador da parte investigada como forma de diminuir o receio da parte hipossuficiente vulnerável na relação de
trabalho.

PROCEDIMENTO DO INQUÉRITO CIVIL:

NOTÍCIA DE FATO

APRECIAÇÃO PRÉVIA:
- INDEFERIMENTO LIMINAR
- PROCEDIMENTO PREPARATÓRIO (90 dias + 90 dias)
- INSTAURAR INQUÉRIO CIVIL

INQUÉRITO CIVIL
INSTRUÇÃO DO INQUÉRITO CIVIL

CONCLUSÃO:
-TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA
- AÇÃO CIVIL PÚBLICA
- ARQUIVAMENTO: Faz RELATÓRIO DE ARQUIVAMENTO e, em 3 dias, envia para a Câmara de
Coordenação e Revisão. Na Câmara, pode ser homologado o arquivamento ou pode ela não
concordar com o arquivamento e entender pela necessidade de outras diligências. Quando a
Câmara não homologa o arquivamento, envia para outro Procurador do Trabalho atuar na
investigação. Esse Procurador atua sob delegação.

#PARASABERMAIS. Enunciado nº 19 da Câmara de Coordenação e Revisão: O membro do Ministério Público que for
designado para prosseguir nas diligências investigatórias não age por atribuições próprias, mas por delegação da
Câmara, não podendo, desta forma, furtar-se ao prosseguimento da investigação ou à adoção das providências
cabíveis.

Observação: “Arquivamento implícito”: Não é admitido. Ocorre quando há vários objetos em uma investigação
(exemplo: terceirização, meio ambiente etc.), mas o Procurador entende que não tem lesão a um dos objetos. No
caso, deve o Procurador arquivar a parte que ele entende que não configurou lesão ao ordenamento jurídico. Nesse
caso, a parte que não foi feita deve ser encaminhada à Câmara de Coordenação e Revisão para que seja homologado
o arquivamento. Assim, o arquivamento deve ser expresso.

#VOCÊPRECISASABER #PARAIRALÉM
NOTÍCIA DE FATO
Durante a explicação sobre inquérito civil citamos, algumas vezes, a “notícia de fato”.
Mas o que é “notícia de fato”? Encontramos a resposta na Resolução 174 do CNMP!
Art. 1º A Notícia de Fato é qualquer demanda dirigida aos órgãos da atividade-fim do Ministério Público, submetida à
apreciação das Procuradorias e Promotorias de Justiça, conforme as atribuições das respectivas áreas de atuação,
podendo ser formulada presencialmente ou não, entendendo-se como tal a realização de atendimentos, bem como
a entrada de notícias, documentos, requerimentos ou representações.
Art. 2º A Notícia de Fato deverá ser registrada em sistema informatizado de controle e distribuída livre e
aleatoriamente entre os órgãos ministeriais com atribuição para apreciá-la.
§ 1º Quando o fato noticiado for objeto de procedimento em curso, a Notícia de Fato será distribuída por prevenção.
§ 2º Se aquele a quem for encaminhada a Notícia de Fato entender que a atribuição para apreciá-la é de outro órgão
do Ministério Público promoverá a sua remessa a este.
§ 3º Na hipótese do parágrafo anterior, a remessa se dará independentemente de homologação pelo Conselho
Superior ou pela Câmara de Coordenação e Revisão se a ausência de atribuição for manifesta ou, ainda, se estiver
fundada em jurisprudência consolidada ou orientação desses órgãos.
Art. 3º A Notícia de Fato será apreciada no prazo de 30 (trinta) dias, a contar do seu recebimento, prorrogável uma
vez, fundamentadamente, por até 90 (noventa) dias.
Parágrafo único. No prazo do caput, o membro do Ministério Público poderá colher informações preliminares
imprescindíveis para deliberar sobre a instauração do procedimento próprio, sendo vedada a expedição de
requisições.
Art. 4º A Notícia de Fato será arquivada quando:
I – o fato narrado não configurar lesão ou ameaça de lesão aos interesses ou direitos tutelados pelo Ministério
Público;
II – o fato narrado já tiver sido objeto de investigação ou de ação judicial ou já se encontrar solucionado;
III – a lesão ao bem jurídico tutelado for manifestamente insignificante, nos termos de jurisprudência consolidada ou
orientação do Conselho Superior ou de Câmara de Coordenação e Revisão;
IV – for desprovida de elementos de prova ou de informação mínimos para o início de uma apuração, e o noticiante
não atender à intimação para complementá-la;
V – for incompreensível.
§ 1º O noticiante será cientificado da decisão de arquivamento preferencialmente por correio eletrônico, cabendo
recurso no prazo de 10 (dez) dias.
§ 2º A cientificação é facultativa no caso de a Notícia de Fato ter sido encaminhada ao Ministério Público em face de
dever de ofício.
§ 3º O recurso será protocolado na secretaria do órgão que a arquivou e juntado à Notícia de Fato, que deverá ser
remetida, no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do Ministério Público ou à Câmara de Coordenação e
Revisão respectiva para apreciação, caso não haja reconsideração.
Art. 5º Não havendo recurso, a Notícia de Fato será arquivada no órgão que a apreciou, registrando-se no sistema
respectivo, em ordem cronológica, ficando a documentação à disposição dos órgãos correcionais.
Art. 6º Na hipótese de notícia de natureza criminal, além da providência prevista no parágrafo único do art. 3°, o
membro do Ministério Público deverá observar as normas pertinentes do Conselho Nacional do Ministério Público e
da legislação vigente.
Art. 7º O membro do Ministério Público, verificando que o fato requer apuração ou acompanhamento ou vencido o
prazo do caput do art. 3º, instaurará o procedimento próprio.

#JÁCAIUEMPROVA #DISCURSIVA #MPT


No XVIII Concurso do MPT, caiu a seguinte questão que exigia conhecimentos acerca do inquérito civil:
“No curso de um inquérito civil, o Procurador do Trabalho praticou os seguintes atos: (a) requereu à Receita
Federal cópia da declaração do imposto de renda dos sócios da empresa investigada, que foi encaminhada por
aquele órgão com glosa de sigilo; (b) em audiência administrativa, durante oitiva dos empregados da empresa como
testemunhas, proibiu a presença do advogado da empresa, ao argumento de que ele poderia constranger os
trabalhadores; (c) intimou o sócio-diretor da empresa para prestar depoimento e, diante de sua recusa em
comparecer, determinou sua condução coercitiva. Ajuizada ação civil pública com todos os elementos coligidos no
inquérito, o réu alegou, em defesa, a nulidade de todas as provas produzidas na investigação, pelos seguintes
motivos: (a) quebra ilegal de sigilo fiscal; (b) abuso de poder e ilegalidade por violação das prerrogativas da advocacia
e do seu cliente em ser assistido por advogado; (c) abuso de autoridade na condução coercitiva, com violação da
liberdade de locomoção e do direito do réu de não produzir prova contra si. Analise as alegações do réu à luz do
direito constitucional e infraconstitucional”.
O espelho da questão foi o seguinte:
ITEM A
- Definição do conceito de sigilo fiscal e sua distinção do conceito de sigilo bancário, seu enquadramento
jurisprudencial como direito fundamental a partir de uma interpretação da abrangência do art. 5o., inc. X da CR.
Possibilidade de mitigação do sigilo fiscal em face de outros bens jurídicos de igual status constitucional. Teoria dos
poderes implícitos do Ministério Público.
- Possibilidade de requisição direta de dados fiscais por órgãos da administração pública, como órgãos fazendários
(art. 198, § 1º, II, do CTN, LC 105/01) e legislação autorizadora, incluindo Ministério Público (art. 129, III e VI, da CR,
LC 75/93, arts. 8o., par 2o., art. 26, I, alínea "b" da Lei nº 8.625/93) e CPIs. Cabimento ou não do princípio da reserva
de jurisdição ao caso apresentado. Posição da AGU e Receita Federal sobre o tema, com base no princípio da
presunção de constitucionalidade das leis.
- Análise crítica da jurisprudência (por exemplo, STJ - ROMS 200502012458; ROMS 200900420624), em especial das
ADINs pendentes de julgamento sobre a LC 105/01. Inexistência de decisão do STF com efeitos vinculantes ou
repercussão geral. 4- Eventual invalidação das provas decorrentes da quebra de sigilo fiscal não anulam outras
provas que não tenham relação com as informações (STJ, HC 160.646/SP). Princípio da incolumidade do separável.
Possibilidade de se usar, de forma sigilosa, inclusive em juízo, dados obtidos diretamente da Receita Federal.
Responsabilidade do membro do Ministério Público pelas informações sigilosas obtidas no inquérito.
ITEM B
- Natureza jurídica do Inquérito Civil. Desnecessidade de se assegurar ao investigado a ampla defesa, uma vez
que do inquérito não lhe resultam sanções. Possibilidade de constrangimento da testemunha em razão do temor
reverencial inerente à natureza de subordinação do contrato de trabalho.
- Possibilidade de se determinar que atos do inquérito sejam processados sob sigilo, para preservar o sucesso da
investigação ou sigilo dos dados do investigado. Aplicação analógica do art. 20 do CPP. Resolução 23 do CNMP.
Resolução 69 do CSMPT. Possibilidade de que o advogado tenha ciência a posteriori dos atos praticados no inquérito
para garantir seu direito de acesso aos autos. Prerrogativas do advogado na Constituição e Estatuto da OAB. Súmula
vinculante 14 do STF e sua aplicabilidade ao Inquérito Civil.
- Consequências processuais: possibilidade, ou não, de cerceamento de defesa. Inexistência de prejuízo processual
ao requerido, uma vez que as provas serão submetidas ao contraditório durante o processo jud icial. Valor probante
dos elementos do inquérito civil.
ITEM C
- Fundamento normativo. Constituição Republicana, LC 75/93 e Lei 8625/93 sobre os poderes requisitórios
do Ministério Público, destacando -se a possibilidade de aplicação subsidiária da Lei 8625/93 à LC 75/93 no
particular. Situações em que, mesmo não sendo possível o depoimento do representante legal do investigado, sua
presença é relevante para o prosseguimento da investigação.
- Jurisprudência do STF. Poderes da CPI. Convocação de investigados. Aplicação analógica ao Ministério Público.
- Distinção entre obrigatoriedade de comparecimento e de prestar declarações. Direito do investigado de
permanecer calado e não produzir prova contra si. Pacto de São José da Costa Rica: Aplicabilidade ao ordenamento
jurídico brasileiro, para fins civis e criminais, da cláusula de vedação de autoincriminação, conforme entendimento
do STF.

1- TERMO DE AJUSTE DE CONDUTA

O Termo de Ajuste de Conduta (TAC) é um compromisso firmado perante o Ministério Público do Trabalho,
no qual o empregador se compromete a cumprir alguma obrigação inadimplida ou a deixar de realizar conduta
ilícita ou considerada prejudicial à coletividade dos trabalhadores.

Possui previsão no art. 5º, §6º da Lei da ACP e é regulamentado pela Resolução 179 do Conselho Nacional
do Ministério Público e Resolução 69 do Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho.

Resolução 69 do CSMPT:
Do Ajuste de Conduta
Art. 14. O Ministério Público do Trabalho poderá firmar termo de ajuste de conduta, nos casos previstos em lei, com
o responsável pela ameaça ou lesão aos interesses ou direitos mencionados no artigo 1º desta Resolução, visando à
reparação do dano, à adequação da conduta às exigências legais ou normativas e, ainda, à compensação e/ou à
indenização pelos danos que não possam ser reparados.
§ 1º A aferição do cumprimento do termo de ajuste de conduta ocorrerá nos próprios autos do procedimento
preparatório ou do inquérito civil.
§ 2º O Ministério Público do Trabalho, se for o caso, poderá deprecar a realização de diligências necessárias para a
verificação do cumprimento do TAC, enviando as cópias necessárias à realização do ato requerido, as quais serão
autuadas no destino como “carta precatória de acompanhamento de TAC”.
Trata-se, assim, de uma forma de resolução extrajudicial e negociada de conflitos que envolvam interesses difusos
ou coletivos dos trabalhadores. Todo o teor do TAC assinado, inclusive as multas previstas para o caso de
descumprimento das obrigações assumidas, podem ser executados diretamente na Justiça do Trabalho. Possui
eficácia de título executivo extrajudicial.
Art. 876 CLT. As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso com efeito suspensivo; os
acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de conduta firmados perante o ministério público do trabalho
e os termos de conciliação firmados perante as comissões de conciliação prévia serão executada pela forma
estabelecida neste capítulo.     
 CARACTERÍSTICAS DO TAC

a) Bilateral na pactuação
Exige a convergência de vontade das partes.
b) Unilateral nas obrigações
Apenas o ofensor da ordem jurídica assume obrigações pelo TAC, não havendo obrigações destinadas ao
Ministério Público.
c) Não é possível a transação material
Não é possível transacionar aspectos materiais, eis que o Ministério Público não é o titular do direito
material. Admite-se tão somente a transação relativa a aspectos formais, como prazo, modo e local do cumprimento.

 NATUREZA JURÍDICA DO TAC


Não se trata se tema pacífico na doutrina. Há diversas correntes.

- 1ª Corrente: Negócio Jurídico “sui generis”:


É necessária a existência de vontade de ambas as partes para que o TAC seja firmando. Ademais, embora não
haja transação sobre os aspectos materiais, acontece em relação aos aspectos formais (prazo, modo e local do
cumprimento).

Foi a corrente adotada na Resolução 179 do Conselho Nacional do Ministério Público.

Art. 1º O compromisso de ajustamento de conduta é instrumento de garantia dos direitos e interesses difusos e
coletivos, individuais homogêneos e outros direitos de cuja defesa está incumbido o Ministério Público, com
natureza de negócio jurídico que tem por finalidade a adequação da conduta às exigências legais e constitucionais,
com eficácia de título executivo extrajudicial a partir da celebração.

- 2º Corrente: Título Executivo Extrajudicial


Conforme art. 876 da CLT, o TAC é um título executivo extrajudicial. Todavia, parte da doutrina critica tal
corrente pelo fato de que a eficácia do documento não se confunde com sua natureza.

- 3ª Corrente: Ato Administrativo Negocial


A corrente que adota tal posicionamento justifica no fato de que o TAC consubstancia uma declaração de
vontade do Poder Público coincidente com a do particular.

 LEGITIMIDADE

A legitimidade para propor TAC foi estabelecida pela Lei da Ação Civil Pública.
Art. 5º, §6°, Lei da ACP. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de
ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia de título executivo
extrajudicial

Segundo o dispositivo legal, os “órgãos públicos legitimas” poderão tomar TAC.

São legitimados para ajuizamento de ACP:

Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: 


I - o Ministério Público;
II - a Defensoria Pública;   
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;    
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;  
V - a associação que, concomitantemente:
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;  
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao
consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao
patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.  

Como a lei estabelece a possibilidade de oferecimento de TAC pelos “órgãos públicos legitimados”, surgiram
as seguintes correntes acerca dos órgãos legítimos:

- Ministério Público, Defensoria Pública, União, Estados, DF e Municípios.


- Ministério Público, Defensoria Pública, União, Estados, DF, Municípios, autarquias e fundações
públicas.
- Todos os legitimados para ajuizamento de Ação Civil Pública, sob a fundamentação de que “quem
pode o mais, pode o menos”.

 COMPETÊNCIA PARA EXECUÇÃO DE TAC

A competência para execução de TAC é do mesmo juízo que teria competência para eventual Ação Civil
Pública.

Observação: Competência para ajuizamento de ACP:

Art. 2º, Lei da ACP. As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo
juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa.
Parágrafo único A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas
que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.  
OJ-SDI2-130
I – A competência para a Ação Civil Pública fixa-se pela extensão do dano.
II – Em caso de dano de abrangência regional, que atinja cidades sujeitas à jurisdição de mais de uma Vara do
Trabalho, a competência será de qualquer das varas das localidades atingidas, ainda que vinculadas a Tribunais
Regionais do Trabalho distintos.
III – Em caso de dano de abrangência suprarregional ou nacional, há competência concorrente para a Ação Civil
Pública das Varas do Trabalho das sedes dos Tribunais Regionais do Trabalho.
IV – Estará prevento o juízo a que a primeira ação houver sido distribuída.

 TAC E RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Caso o MPT celebre TAC com determinada empresa que, posteriormente, passa por recuperação judicial, o
que acontecerá?

Quanto às obrigações de fazer e não fazer, não haverá a suspensão da exigibilidade, permanecendo a
possibilidade de exigência de seu cumprimento perante a Justiça do Trabalho.

Todavia, quanto às obrigações de pagar decorrentes do TAC, haverá a modificação da competência, que
passará para o Juízo Universal.

 PRAZO DE VIGÊNCIA DO TAC

Trata-se de assunto que gera divergência.

Há uma corrente que sustenta a ausência de prazo de validade para o TAC, eis que a obrigatoriedade de
cumprimento do ordenamento jurídico não acaba ao longo do tempo, razão pela qual o prazo deve ser indefinido.
Obrigações de natureza continuativa devem projetar efeitos por prazo indeterminado.

Contudo, há corrente em sentido contrário que preceitua que deve ser fixado um prazo razoável de validade,
pois deve-se considerar a boa-fé objetiva, vedação a penas perpétuas na CF/88 e a existência da legislação para, por
si só, determinar seu cumprimento.

 MULTA DO TAC E NATUREZA JURÍDICA


É essencial a estipulação de multa para o inadimplemento da obrigação prevista no TAC, a fim de coagir o
infrator a cumprir o compromisso assumido. Assim, tem prevalecido que a natureza jurídica da multa estipulada é de
“astreinte”, e não de cláusula penal, eis que seu escopo fundamental é a coercitividade para satisfação da obrigação.

Devido à natureza jurídica de astreinte da multa, não há a incidência do art. 412 do Código Civil, segundo o
qual “o valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal”. Assim, o valor da
multa do TAC pode exceder o valor da obrigação principal.

 TAC E NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL

O art. 190 do CPC positivou o denominado “negócio jurídico processual”, pelo qual as partes plenamente
capazes podem estipular mudanças no procedimento, quanto aos direitos que admitem autocomposição, a fim de
ajustá-lo às especificidades da causa.

Segundo o art. 2º da IN 39 do TST, não é possível a aplicação subsidiária do art. 190 do CPC ao Processo do
Trabalho. A justificativa para tal entendimento do TST é a existente de desigualdade entre as partes na relação de
emprego.

Contudo, sendo a parte o Ministério Público, é possível celebrar negócio jurídico processual na Justiça do
Trabalho, por meio de um Termo de Ajuste de Conduta, conforme preceitua a Resolução 118 do Conselho Nacional
do Ministério Público. Isso se dá pelo fato de que o Ministério Público não tem a mesma posição de assimetria e
hipossuficiência dos empregados.

Resolução 118 do CNMP


Seção V – Das convenções processuais
Art. 15. As convenções processuais são recomendadas toda vez que o procedimento deva ser adaptado ou
flexibilizado para permitir a adequada e efetiva tutela jurisdicional aos interesses materiais subjacentes, bem assim
para resguardar âmbito de proteção dos direitos fundamentais processuais.
Art. 16. Segundo a lei processual, poderá o membro do Ministério Público, em qualquer fase da investigação ou
durante o processo, celebrar acordos visando constituir, modificar ou extinguir situações jurídicas processuais.
Art. 17. As convenções processuais devem ser celebradas de maneira dialogal e colaborativa, com o objetivo de
restaurar o convívio social e a efetiva pacificação dos relacionamentos por intermédio da harmonização entre os
envolvidos, podendo ser documentadas como cláusulas de termo de ajustamento de conduta.

 ALTERAÇÃO DO TAC
É possível que, após celebrado TAC, advenha nova legislação, instrumento normativo ou evolução
jurisprudencial contendo entendimento contrário ao que fundamentou o termo. Além disso, também existe a
possibilidade de alterações fáticas.
Nesse caso, é possível a REVISÃO do Termo de Ajuste de Conduta.

Mas como pode ser feita a revisão?

Em primeiro lugar, há a possibilidade de revisão na esfera administrativa, nos termos do art. 14-A da
Resolução 69 do CNMP.

Art. 14-A. Quando o Órgão oficiante reputar ineficaz para restaurar a ordem jurídica o Termo de Compromisso de
Ajustamento de Conduta por ele celebrado ou por membro diverso, ou quando surgirem fatos novos modificando
significativamente as situações fática ou jurídica, deverá indicar em despacho fundamentado os defeitos imputados
ao instrumento, as medidas que considera necessárias para saná-los, bem como a proposta retificadora do TAC, ou
para sua anulação, remetendo os autos à Câmara de Coordenação e Revisão que decidirá a matéria, homologando a
retificação ou ratificando o instrumento primevo.
§ 1º - Ao Órgão signatário do Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta, quando celebrado por membro
diverso, será dada ciência do despacho do Órgão Oficiante, remetendo-lhe os autos para manifestação, facultativa,
no prazo de 5 (cinco) dias úteis, findo os quais serão remetidos à Câmara de Coordenação e Revisão para o efeito do
disposto no caput deste artigo.
§ 2º - Se o Órgão signatário do Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta não mais integrar a Instituição,
ou dela estiver afastado, ainda que temporariamente, será ouvido o Coordenador da CODIN da PRT respectiva ou, na
sua falta, o Procurador-Chefe.
§ 3º - A proposta retificadora do TAC, pressuposto de conhecimento pela Câmara de Coordenação e Revisão do seu
rafazimento, deverá contar com a anuência expressa do Compromitente.
§ 4º - No prazo máximo de 30 (trinta) dias, contado da distribuição do feito ao Relator, a Câmara de Coordenação e
Revisão do MPT decidirá sobre o mérito da revisão.
§ 5º - O aditamento das disposições do TAC já celebrado que não implique anulação, supressão ou modificação
substancial na(s) cláusula(s) constante(s) do ajuste, ou ainda que promova a inserção de novas disposições
relacionadas ao objeto principal, deverá ser promovido sem maiores formalidades, desde que contem com a
anuência do Compromitente.

Além disso, outra alternativa é a revisão na esfera judicial, pelo ajuizamento de Ação Revisional, com base no
art. 505, I, CPC. Ainda, é possível a anulação no âmbito judicial, por meio de Ação Anulatória (de alguma(s)
cláusula(s) ou de todo o Termo).

Finalmente, a parte também pode invocar a alteração como matéria de defesa em eventual execução do TAC
(objeção de preexecutividade ou embargos à execução).

 TAC CELEBRADO COM O MPT E FISCALIZAÇÃO PELO MINISTÉRIO DO TRABALHO


O fato de o infrator celebrar TAC perante o MPT faz com que o Ministério do Trabalho tenha a obrigação de
aguardar eventual prazo de regularização e, assim, deixe de exercer sua função fiscalizatória e sancionatória?

Há duas correntes quanto a tal temática.

Existe uma primeira corrente que defende que o prazo acertado perante o MPT não suspende a vigência de
disposições legais ou a exigibilidade das obrigações previstas na legislação. A atuação do Ministério do Trabalho é
vinculada à lei Ademais, não existe qualquer subordinação hierárquica entre Ministério do Trabalho e Ministério
Público do Trabalho. Desse modo, é possível que, durante o período concedido em TAC para regularização, haja a
lavratura de auto de infração pelo Ministério do Trabalho.

Contudo, há outra vertente interpretativa que defende a impossibilidade de lavratura de auto de infração
pelo Ministério do Trabalho, eis que o contrário configurar-se-ia ofensa aos princípios da segurança jurídica e da
razoabilidade.

RESOLUÇÃO 179 DO CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO


É de suma importância a leitura dessa Resolução! Por isso, já colocamos ela aqui pra vocês! #TEMQUESABER
Art. 1º O compromisso de ajustamento de conduta é instrumento de garantia dos direitos e interesses difusos e
coletivos, individuais homogêneos e outros direitos de cuja defesa está incumbido o Ministério Público, com
natureza de negócio jurídico que tem por finalidade a adequação da conduta às exigências legais e constitucionais,
com eficácia de título executivo extrajudicial a partir da celebração.
§ 1º Não sendo o titular dos direitos concretizados no compromisso de ajustamento de conduta, não pode o órgão
do Ministério Público fazer concessões que impliquem renúncia aos direitos ou interesses difusos, coletivos e
individuais homogêneos, cingindo-se a negociação à interpretação do direito para o caso concreto, à especificação
das obrigações adequadas e necessárias, em especial o modo, tempo e lugar de cumprimento, bem como à
mitigação, à compensação e à indenização dos danos que não possam ser recuperados.
§ 2º É cabível o compromisso de ajustamento de conduta nas hipóteses configuradoras de improbidade
administrativa, sem prejuízo do ressarcimento ao erário e da aplicação de uma ou algumas das sanções previstas em
lei, de acordo com a conduta ou o ato praticado.
§ 3º A celebração do compromisso de ajustamento de conduta com o Ministério Público não afasta,
necessariamente, a eventual responsabilidade administrativa ou penal pelo mesmo fato, nem importa,
automaticamente, no reconhecimento de responsabilidade para outros fins que não os estabelecidos expressamente
no compromisso.
§ 4º Caberá ao órgão do Ministério Público com atribuição para a celebração do compromisso de ajustamento de
conduta decidir quanto à necessidade, conveniência e oportunidade de reuniões ou audiências públicas com a
participação dos titulares dos direitos, entidades que os representem ou demais interessados.
Art. 2º No exercício de suas atribuições, poderá o órgão do Ministério Público tomar compromisso de ajustamento
de conduta para a adoção de medidas provisórias ou definitivas, parciais ou totais. Parágrafo único. Na hipótese de
adoção de medida provisória ou parcial, a investigação deverá continuar em relação aos demais aspectos da questão,
ressalvada situação excepcional que enseje arquivamento fundamentado.
Art. 3º O compromisso de ajustamento de conduta será tomado em qualquer fase da investigação, nos autos de
inquérito civil ou procedimento correlato, ou no curso da ação judicial, devendo conter obrigações certas, líquidas e
exigíveis, salvo peculiaridades do caso concreto, e ser assinado pelo órgão do Ministério Público e pelo
compromissário.
§ 1º Quando o compromissário for pessoa física, o compromisso de ajustamento de conduta poderá ser firmado por
procurador com poderes especiais outorgados por instrumento de mandato, público ou particular, sendo que neste
último caso com reconhecimento de firma.
§ 2º Quando o compromissário for pessoa jurídica, o compromisso de ajustamento de conduta deverá ser firmado
por quem tiver por lei, regulamento, disposição estatutária ou contratual, poderes de representação extrajudicial
daquela, ou por procurador com poderes especiais outorgados pelo representante.
§ 3º Tratando-se de empresa pertencente a grupo econômico, deverá assinar o representante legal da pessoa
jurídica controladora à qual esteja vinculada, sendo admissível a representação por procurador com poderes
especiais outorgados pelo representante.
§ 4º Na fase de negociação e assinatura do compromisso de ajustamento de conduta, poderão os compromissários
ser acompanhados ou representados por seus advogados, devendo-se juntar aos autos instrumento de mandato.
§ 5º É facultado ao órgão do Ministério Público colher assinatura, como testemunhas, das pessoas que tenham
acompanhado a negociação ou de terceiros interessados.
§ 6º Poderá o compromisso de ajustamento de conduta ser firmado em conjunto por órgãos de ramos diversos do
Ministério Público ou por este e outros órgãos públicos legitimados, bem como contar com a participação de
associação civil, entes ou grupos representativos ou terceiros interessados.
Art. 4º O compromisso de ajustamento de conduta deverá prever multa diária ou outras espécies de cominação para
o caso de descumprimento das obrigações nos prazos assumidos, admitindo-se, em casos excepcionais e
devidamente fundamentados, a previsão de que esta cominação seja fixada judicialmente, se necessária à execução
do compromisso.
Art. 5º As indenizações pecuniárias referentes a danos a direitos ou interesses difusos e coletivos, quando não for
possível a reconstituição específica do bem lesado, e as liquidações de multas deverão ser destinadas a fundos
federais, estaduais e municipais que tenham o mesmo escopo do fundo previsto no art. 13 da Lei nº 7.347/1985.
§ 1º Nas hipóteses do caput, também é admissível a destinação dos referidos recursos a projetos de prevenção ou
reparação de danos de bens jurídicos da mesma natureza, ao apoio a entidades cuja finalidade institucional inclua a
proteção aos direitos ou interesses difusos, a depósito em contas judiciais ou, ainda, poderão receber destinação
específica que tenha a mesma finalidade dos fundos previstos em lei ou esteja em conformidade com a natureza e a
dimensão do dano.
§ 2º Os valores referentes às medidas compensatórias decorrentes de danos irreversíveis aos direitos ou interesses
difusos deverão ser, preferencialmente, revertidos em proveito da região ou pessoas impactadas.
Art. 6º Atentando às peculiaridades do respectivo ramo do Ministério Público, cada Conselho Superior disciplinará os
mecanismos de fiscalização do cumprimento do compromisso de ajustamento de conduta tomado pelos órgãos de
execução e a revisão pelo Órgão Superior do arquivamento do inquérito civil ou do procedimento no qual foi tomado
o compromisso, observadas as regras gerais desta resolução.
§ 1º Os mecanismos de fiscalização referidos no caput não se aplicam ao compromisso de ajustamento de conduta
levado à homologação do Poder Judiciário.
§ 2º A regulamentação do Conselho Superior deve compreender, no mínimo, a exigência de ciência formal do
conteúdo integral do compromisso de ajustamento de conduta ao Órgão Superior em prazo não superior a três dias
da promoção de arquivamento do inquérito civil ou procedimento correlato em que foi celebrado.
Art. 7º O Órgão Superior de que trata o art. 6º dará publicidade ao extrato do compromisso de ajustamento de
conduta em Diário Oficial próprio ou não, no site da instituição, ou por qualquer outro meio eficiente e acessível,
conforme as peculiaridades de cada ramo do Ministério Público, no prazo máximo de quinze dias, a qual deverá
conter:
I – a indicação do inquérito civil ou procedimento em que tomado o compromisso;
II – a indicação do órgão de execução;
III – a área de tutela dos direitos ou interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos em que foi firmado o
compromisso de ajustamento de conduta e sua abrangência territorial, quando for o caso;
IV – a indicação das partes compromissárias, seus CPF ou CNPJ, e o endereço de domicílio ou sede;
V – o objeto específico do compromisso de ajustamento de conduta;
VI – indicação do endereço eletrônico em que se possa acessar o inteiro teor do compromisso de ajustamento de
conduta ou local em que seja possível obter cópia impressa integral.
§ 1º Ressalvadas situações excepcionais devidamente justificadas, a publicação no site da Instituição disponibilizará
acesso ao inteiro teor do compromisso de ajustamento de conduta ou indicará o banco de dados público em que
pode ser acessado.
§ 2º A disciplina deste artigo não impede a divulgação imediata do compromisso de ajustamento de conduta
celebrado nem o fornecimento de cópias aos interessados, consoante os critérios de oportunidade, conveniência e
efetividade formulados pelo membro do Ministério Público.
Art. 8º No mesmo prazo mencionado no artigo anterior, o Órgão Superior providenciará o encaminhamento ao
Conselho Nacional do Ministério Público de cópia eletrônica do inteiro teor do compromisso de ajustamento de
conduta para alimentação do Portal de Direitos Coletivos, conforme disposto na Resolução Conjunta CNJ/CNMP nº 2,
de 21 de junho de 2011, que institui os cadastros nacionais de informações de ações coletivas, inquéritos e termos
de ajustamento de conduta.
Art. 9º O órgão do Ministério Público que tomou o compromisso de ajustamento de conduta deverá diligenciar para
fiscalizar o seu efetivo cumprimento, valendo-se, sempre que necessário e possível, de técnicos especializados.
Parágrafo único. Poderão ser previstas no próprio compromisso de ajustamento de conduta obrigações
consubstanciadas na periódica prestação de informações sobre a execução do acordo pelo compromissário.
Art. 10. As diligências de fiscalização mencionadas no artigo anterior serão providenciadas nos próprios autos em
que celebrado o compromisso de ajustamento de conduta, quando realizadas antes do respectivo arquivamento, ou
em procedimento administrativo de acompanhamento especificamente instaurado para tal fim.
Art. 11. Descumprido o compromisso de ajustamento de conduta, integral ou parcialmente, deverá o órgão de
execução do Ministério Público com atribuição para fiscalizar o seu cumprimento promover, no prazo máximo de
sessenta dias, ou assim que possível, nos casos de urgência, a execução judicial do respectivo título executivo
extrajudicial com relação às cláusulas em que se constatar a mora ou inadimplência.
Parágrafo único. O prazo de que trata este artigo poderá ser excedido se o compromissário, instado pelo órgão do
Ministério Público, justificar satisfatoriamente o descumprimento ou reafirmar sua disposição para o cumprimento,
casos em que ficará a critério do órgão ministerial decidir pelo imediato ajuizamento da execução, por sua
repactuação ou pelo acompanhamento das providências adotadas pelo compromissário até o efetivo cumprimento
do compromisso de ajustamento de conduta, sem prejuízo da possibilidade de execução da multa, quando cabível e
necessário.
Art. 12. O Ministério Público tem legitimidade para executar compromisso de ajustamento de conduta firmado por
outro órgão público, no caso de sua omissão frente ao descumprimento das obrigações assumidas, sem prejuízo da
adoção de outras providências de natureza civil ou criminal que se mostrarem pertinentes, inclusive em face da
inércia do órgão público compromitente.
Art. 13. Cada ramo do Ministério Público adequará seus atos normativos que tratem sobre o compromisso de
ajustamento de conduta aos termos da presente Resolução no prazo de cento e oitenta dias, a contar de sua entrada
em vigor.
Art. 14. As Escolas do Ministério Público ou seus Centros de Estudos promoverão cursos de aperfeiçoamento sobre
técnicas de negociação e mediação voltados para a qualificação de Membros e servidores com vistas ao
aperfeiçoamento da teoria e prática do compromisso de ajustamento de conduta.

20.SÚMULAS E OJ´S RELACIONADAS AO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

 Súmula nº 407 do TST. AÇÃO RESCISÓRIA. MINISTÉRIO PÚBLICO. LEGITIMIDADE "AD CAUSAM" PREVISTA
NO ART. 967, III, “A”, “B” E “C” DO CPC DE 2015. ART. 487, III, "A" E "B", DO CPC DE 1973. HIPÓTESES MERAMENTE
EXEMPLIFICATIVAS (nova redação em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e
26.04.2016. A legitimidade "ad causam" do Ministério Público para propor ação rescisória, ainda que não tenha sido
parte no processo que deu origem à decisão rescindenda, não está limitada às alíneas "a", "b" e “c” do inciso III do
art. 967 do CPC de 2015 (art. 487, III, “a” e “b”, do CPC de 1973), uma vez que traduzem hipóteses meramente
exemplificativas (ex-OJ nº 83 da SBDI-2 - inserida em 13.03.2002)
 
Observação: Art. 967 CPC.  Têm legitimidade para propor a ação rescisória: III - o Ministério Público: a) se não foi
ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção; b) quando a decisão rescindenda é o efeito de
simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei; c) em outros casos em que se imponha sua atuação;
 OJ 130 SDI-1. PRESCRIÇÃO. MINISTÉRIO PÚBLICO. ARGUIÇÃO. "CUSTOS LEGIS". ILEGITIMIDADE  (atualizada
em decorrência do CPC de 2015) - Res. 209/2016, DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016. Ao exarar o parecer na
remessa de ofício, na qualidade de “custos legis”, o Ministério Público NÃO TEM LEGITIMIDADE para arguir a
prescrição em favor de entidade de direito público, EM MATÉRIA DE DIREITO PATRIMONIAL.

 OJ 237 SDI-1. MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO. LEGITIMIDADE PARA RECORRER. SOCIEDADE DE


ECONOMIA MISTA. EMPRESA PÚBLICA (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 338 da SBDI-I) - Res. 210/2016,
DEJT divulgado em 30.06.2016 e 01 e 04.07.2016. I - O Ministério Público do Trabalho não tem legitimidade para
recorrer na defesa de interesse patrimonial privado, ainda que de empresas públicas e sociedades de economia
mista. II – Há legitimidade do Ministério Público do Trabalho para recorrer de decisão que declara a existência de
vínculo empregatício com sociedade de economia mista ou empresa pública, após a Constituição Federal de 1988,
sem a prévia aprovação em concurso público, pois é matéria de ordem pública.

 OJ 350 SDI-1. MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO. NULIDADE DO CONTRATO DE TRABALHO NÃO


SUSCITADA PELO ENTE PÚBLICO NO MOMENTO DA DEFESA. ARGUIÇÃO EM PARECER. POSSIBILIDADE (alterada em
decorrência do julgamento do processo TST IUJERR 526538/1999.2) - Res. 162/2009, DEJT divulgado em 23, 24 e
25.11.2009. O Ministério Público do Trabalho pode arguir, em parecer, na primeira vez que tenha de se manifestar
no processo, a nulidade do contrato de trabalho em favor de ente público, ainda que a parte não a tenha suscitado, a
qual será apreciada, sendo vedada, no entanto, qualquer dilação probatória.

 OJ 130 SDI-II. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. COMPETÊNCIA. LOCAL DO DANO. LEI Nº 7.347/1985, ART. 2º. CÓDIGO
DE DEFESA DO CONSUMIDOR, ART. 93 (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) –
Res. 186/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012. I – A competência para a Ação Civil Pública fixa-se pela
extensão do dano. II – Em caso de dano de abrangência regional, que atinja cidades sujeitas à jurisdição de mais de
uma Vara do Trabalho, a competência será de qualquer das varas das localidades atingidas, ainda que vinculadas a
Tribunais Regionais do Trabalho distintos. III – Em caso de dano de abrangência suprarregional ou nacional, há
competência concorrente para a Ação Civil Pública das varas do trabalho das sedes dos Tribunais Regionais do
Trabalho. IV – Estará prevento o juízo a que a primeira ação houver sido distribuída.

21.DICAS DE ESTUDO E MATERIAIS

Sítio Eletrônico do MPT: Acompanhar notícias.


http://portal.mpt.mp.br/wps/portal/portal_mpt/mpt/ompt

Manuais MPT:
http://portal.mpt.mp.br/wps/portal/portal_mpt/mpt/publicacoes/manuais/
Revista Labor do MPT:
http://portal.mpt.mp.br/wps/portal/portal_mpt/mpt/publicacoes/revista-labor/

Canal do YouTube MPTPGT:


https://www.youtube.com/user/mptpgt/

22.DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO

DIPLOMA DISPOSITIVO
CRFB/88 Artigo 127 a 130-A
Lei LC 75/93 Preferência para os arts. 83 a 115. Contudo, o edital
prevê toda a LC 75/93.
Resoluções CNMP 23, 69, 73, 82, 118, 174 e 179
Resoluções CSMPT 69

23.BIBLIOGRAFIA UTILIZADA

1. CARNEIRO, Ricardo José das Mercês. Manual do Procurador do Trabalho – Teoria e Prática. Salvador:
JusPodivm, 2017.

2. MIESSA, Élisson. Processo do Trabalho. Salvador: JusPodivm, 2018.

3. PEREIRA, Ricardo José Macedo de Britto. Ação Civil Pública no Processo do Trabalho. Salvador: JusPodivm,
2016.

4. Curso “Regime Jurídico do Ministério Público do Trabalho” do Complexo de Ensino Renato Saraiva,
ministrado pelo Procurador do Trabalho Élisson Miessa, de 2017.

5. Sítio Eletrônico “Dizer o Direito”:


http://www.dizerodireito.com.br/

6. Sítio Eletrônico do Ministério Público do Trabalho:


http://portal.mpt.mp.br/wps/portal/portal_mpt/mpt/ompt

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