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laminar turbulento
Experimento de Reynolds (1883)
Engenheiro inglês
1842-1912
Histórico:
• 1800: Navier-Stokes era conhecida mas não podia ser resolvida, com exceção de
escoamentos muito simples (geometria simples)
• Matemáticos conseguem resolver a equação de Euler para geometrias complexas,
mas a maioria sem significado físico por conta de não se poder usar a condição de
não escorregamento numa superfície sólida.
• única opção: estudar o escoamento de forma empírica.
• 1904: Prandtl introduz o conceito de camada limite
• a idéia era dividir o escoamento em duas partes: uma região de escoamento
invíscido e/ou irrotacional, e uma região fina, próxima a uma superfície sólida
denominada camada limite, onde as forças viscosas e a rotacionalidade devem
ser consideradas.
Na região invíscida o campo de velocidade é obtido pela resolução das
equações da continuidade e de Euler. Se o escoamento for irrotacional pode-se
utilizar as técnicas de solução de escoamento potencial (por exemplo,
superposição)
na camada limite, resolvem-se as equações correspondentes à camada limite
(apresentadas na sequência) que se baseiam nas equações de Navier-Stokes.
Durante grande parte do século XX: conceito de camada limite foi o carro chefe
da mecânica dos fluidos, pois corrigiu a principal limitação da equação de Euler,
impondo a condição de não escorregamento.
Região onde
predominan os
efeitos viscosos
CAMADA LIMITE PARA ESCOAMENTOS
EM PAREDES PLANAS E TUBOS
= v = vcl
Camada limite: se forma como numa placa, mas agora o escoamento está envolvido
em paredes a camada limite aumenta de espessura até tomar todo o tubo.
Região de entrada:
comprimento de entrada: distância entre o início do tubo e o encontro das
camadas limites.
Após o encontro das camadas limites, o escoamento é considerado
completamente desenvolvido.
vx vy 2
x y y x 2 y
E a equação da continuidade: v x v y
0
x y
As condições de contorno são: em y = 0 vx = 0
em y vx = v (vcl ou u0 ou U etc.)
Apesar de bem especificado, esse problema ainda não foi resolvido de forma
exata. Uso de soluções numéricas.
Prandtl: usou os conceitos de camada limite e simplificou as equações que
descrevem os escoamentos
Blasius: aluno de Prandtl, resolveu essas equações simplificadas para o caso da
camada limite sobre uma placa plana paralela ao escoamento (1908):
1883-1970
Admite-se escoamento incompressível e forças de campo desprezíveis.
Simplificações adotadas: v x v y
0
vx >> vy o escoamento é paralelo à x y
placa
v x v x 1 P 2vx 2vx
vy 2
a camada limite é fina vx
x y x x y 2
x y as variações em y são muito
v y v y 1 P v y v y
2 2
mais significativas do que em
x (camada limite fina: y é v x x v y y y x 2 y 2
muito pequeno em relação a x)
A solução das equações diferenciais parciais não lineares é alcançada usando uma
adequada mudança de variáveis. Adimensionalização: vx /v
A espessura da camada limite foi escolhida para adimensionalizar y. Assim, y /
Assim, Blasius imaginou que o perfil de velocidade (vx /v) deveria ser similar para todos
os “x”, quando traçado como função da distância da parede adimensional (), ou seja,
v x / v g()
Mas δ varia ao longo de x. Assim, com base na solução de Stokes (On the effect of the
internal friction of fluids on the motion of Pendulums), Blasius interpretou que x / v
y v
2 x
Introduzindo a função corrente: vx e vy
y x
a equação da continuidade (eq. 3) é satisfeita. Substituindo essas expressões na eq. 4:
y x y x y y y y y
2 2 3
3
y xy x 2 y y
Em seguida, ele transformou essas equações num conjunto de equações diferenciais ordinárias
usando mudança de variáveis: x e y em e as variáveis dependentes de (x,y) para f(), onde:
( x , y) y v
f () e
v x 2 x
Fazendo a mudança de variáveis proposta, para cada termo das equações que descrevem o
escoamento, ficamos com:
vx vx v
1 v v f ''
vx v x f ' ( ) f ' ( ) x x 4x
y y 2 x 2
vx v y v v
1/ 2
f () 0,16603 2 4,5943 .10 4 5 2,4972 .10 6 8 1,4277 .10 8 11 ....
v
v
y v
2 x
L L L
1 1 1
WL 0 L 0 L 0
CfL C Wdx C dx 0,664 dx 1,328
v x v x
fx fx
1,328
ou seja, CfL Escoamento laminar e placa plana
ReL
que se aplica para escoamento laminar em placa plana (Re < 5.105) e para valores de x
(ou L) elevados (não se deve usar para os valores iniciais de x, onde a camada limite é
muito fina).
Quando o escoamento é turbulento, o perfil de velocidade (lei de potência) sendo
usado leva a :
0,0742
CfL Escoamento turbulento e placa plana
Re1L/ 5
A força de arraste pode ser obtida por:
0 FD
C fL u 2 A
1 2
v
1 2
v A FD CfL
2 2 2
OBS.:
Inicialmente, vamos analisar uma das aplicações consistentes da teoria de fluidos ideais:
consideremos um cilindro de comprimento infinito, através do qual escoa um fluido ideal.
Analisaremos o problema sob a ótica bidimensional. O fluido se divide e escoa em volta do
cilindro, deslizando na superfície, uma vez que não existem tensões de cisalhamento em um
fluido ideal.
Atrito de superfície
Atrito de forma
Escoamento na proximidade de superfícies: resistência ao escoamento velocidade
diminuída na região próxima ao objeto e descolamento da camada limite resultados de
escoamento potencial são inadequados.
Observe que na passagem de laminar para turbulento: aumento na vazão diminui o arraste.
Observa-se que a distribuição de
pressão até o ponto de descolamento
da camada limite é aproximadamente
semelhante à obtida considerando-se
fluido ideal.
C.E. Aguiar; G. Rubini, Rev. Bras. Ens. Fis. v.26 n.4, 2004.
Rugosidade na promoção da turbulência
C.E. Aguiar; G. Rubini, Rev. Bras. Ens. Fis. v.26 n.4, 2004.
Descolamento da camada limite e esteira formada para uma bola de boliche de
21,6 cm de diâmetro penetrando na água a 7,6 m/s.
(a) Bola lisa, camada limite laminar
(b) Bola com rugosidade (areia na superfície), escoamento turbulento induzido
pela rugosidade
Brazuca
C.E. Aguiar; G. Rubini, Rev. Bras. Ens. Fis. v.26 n.4, 2004.
ARRASTE E SUSTENTAÇÃO
Forças de pressão
Forças viscosas
Força resultante:
arraste + sustentação
• Define-se arraste (ou arraste de atrito) como a componente da força resultante que
atua na direção do escoamento (FD = drag)
• Define-se sustentação (ou arraste de pressão) como a componente da força
resultante que atua na direção normal ao escoamento (FL = lift)
• O arraste e a sustentação podem ser obtidos pela integração das tensões de
cisalhamento e normais ao corpo que está sendo estudado.
• Considere a situação mais geral: um fluido escoando sobre uma superfície
apresentando uma inclinação qualquer:
O arraste e a sustentação podem
ser obtidos pela integração das
tensões de cisalhamento e normais
ao corpo. Os componentes x e y da
força que atua num pequeno
elemento de área dA são:
dFx (pdA) cos ( p dA)sen
dFy (pdA)sen ( p dA) cos
Portanto, tanto a tensão de cisalhamento quanto a pressão contribuem para ambos, a sustentação
e o arraste, pois o ângulo normalmente não é nulo ou igual a 90 ao longo de todo o corpo.
Ex.:
(a) Sustentação nula (pois = 90º
na parte superior e = 270 na
parte inferior da placa)
Arraste por atrito
Arraste de pressão
(c) Sustentação 0
( 0 ou de múltiplos de /2)
FL FD
CL CD
1 1 (4)
v A v A
2 2
2 2
CD