Você está na página 1de 8

Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.8, n.1, p.

17-23, 2006 17
ISSN 1517-8595
ÂNGULO DE REPOUSO, ATRITO INTERNO E EFETIVO DOS GRÃOS
DE CAFÉ COM PERGAMINHO

Fabrício Schwanz da Silva1, Paulo Cesar Corrêa2, Carlito Calil-Júnior3,


Francisco Carlos Gomes4

RESUMO

O ângulo formado pela superfície livre com o plano horizontal é o ângulo de repouso do
produto, definido pelos grãos menos instáveis e não confinados situados próximos ou na
superfície. Este corresponderia, portanto, ao ângulo de atrito interno para o caso de pressões de
confinamento praticamente nulas, ou ainda, ao ângulo de atrito interno do produto depositado
em um estado completamente solto. O ângulo de repouso do produto difere do ângulo de atrito
interno em função das pressões impostas, referentes às condições internas da massa de grãos,
dependendo do nível de pressões médias aplicadas a todos os grãos. O objetivo deste trabalho
foi de determinar, avaliar e comparar os ângulos de atrito interno e de repouso dos grãos de café
com pergaminho de duas variedades, em função do teor de umidade. Com os resultados obtidos,
pode-se concluir que: os ângulos de atrito interno e de repouso dos grãos de café de ambas as
variedades, aumentam linearmente com o incremento do teor de umidade e o ângulo de atrito
interno é superior estatisticamente ao de repouso em praticamente todos os teores de umidade,
exceto para o menor, para ambas espécies.

Palavras-chave: café, ângulo de atrito e ângulo de repouso

ANGLE OF REST, EFFECTIVE AND INTERNAL ATTRITION OF THE


GRAIN COFFE WITH PARCHMENT

ABSTRACT

The angle formed for the surface free with the horizontal plan is the angle of rest of the product,
defined for the next situated not confined grains less unstable and or in the surface. This would
correspond, therefore, to the angle of internal attrition for the case of practically null pressures
of confinement, or still, to the angle of internal attrition of the product deposited in an untied
state completely. The angle of rest of the product differs from the angle of internal attrition in
function of the imposed pressures, referring to the internal conditions of the mass of grains,
depending on the level of average pressures applied to all the grains. The objective of this work
was to determine, to evaluate and to compare the physical properties angles of internal attrition
and of rest of the grains of coffee with two parchment of variety, in function of the humidity
text. With the gotten results, it can be concluded that: the angles of internal attrition and of rest
of the grains of coffee with parchment, of both the varieties, increase linearly with the increment
of the text of humidity inside of the band of analyzed humidity and the angle of internal attrition
is superior statistically to the one of rest in practically all the humidity texts, for both species.

Keywords: coffee, friction angle e rest angle

_____________________
Protocolo 831 de 17/04/2006
(1)
Eng. Agrícola, D.S., Professor Visitante, Depto. de Engenharia de Produção Agroindustrial, Faculdade de Ciências Exatas.
UNEMAT, Barra do Bugres – MT, (0XX65) 3611413 – R. 218, e-mail: fabricio@unemat.br
(2)
Eng. Agrônomo, D.S., Professor Adjunto no DEA-UFV, Viçosa - MG
(3)
Eng. Civil, PhD, Professor Titular na EESC-USP, São Carlos - SP
(4)
Eng. Agrícola, D.S., Professor Adjunto DEG-UFLA, Lavras - MG
18 Ângulo de repouso, atrito interno e efetivo dos grãos de café com pergaminho Silva et al.

INTRODUÇÃO Segundo Boumans (1985), dois tipos de


atrito podem ser distinguidos, que são: o
O atrito é a fricção entre dois corpos, externo, que é o atrito do produto armazenado
designação comum aos fenômenos em que o (ex.: grão) contra o material da parede do silo
movimento relativo entre duas superfícies em ou equipamento, e o interno, que é o atrito do
contato é freado pelas forças de adesão produto armazenado contra outro, ou seja, atrito
existentes entre as superfícies (força de atrito), grão contra grão. O atrito interno (ex.:
qualquer força que resiste ao movimento grão/grão) é diferente para cada produto, sendo
relativo de substâncias que estão em contato muito dependente do tipo e da superfície do
mútuo. Este atrito pode ser de escorregamento, produto, da pressão na superfície do produto
que ocorre entre duas superfícies sólidas em (compressão) e da umidade do mesmo. Para o
contato e que deslizam uma sobre a outra; de atrito externo, outro fator deve também ser
rolamento, entre uma superfície sólida e outra considerado, o material da superfície que
superfície que rola sobre ela; e atrito interno de simula a parede do silo.
um fluido, ou seja, viscosidade. De acordo com O ângulo de repouso (φR) pode ser
a citação de Mohsenin (1986), as leis básicas medido pelo amontoado de produto granular ou
que descrevem o fenômeno de atrito foram pulverulento formado pelo seu basculamento
enunciadas primeiramente por Amonstons e sobre uma superfície plana. Este somente estará
posteriormente verificadas por Coulomb, e em equilíbrio se os grãos menos estáveis
estes declaram que a força de atrito é: situados na superfície estiverem em equilíbrio
proporcional a carga normal; independente da estático. Desta forma, o ângulo formado pela
área da superfície de deslizamento; superfície livre com o plano horizontal é o
completamente independente da velocidade de ângulo de repouso do produto, definido pelos
deslizamento; depende da natureza dos grãos menos instáveis e não confinados
materiais em contato. Posteriormente situados próximos ou na superfície. Este
Sherwood, citado pelo mesmo autor, sumarizou corresponderia, portanto, ao ângulo de atrito
os conceitos mais comuns aceitos sobre atrito. interno para o caso de pressões de
Sherwood utilizou métodos e equipamentos confinamento praticamente nulas, ou ainda, ao
considerados mais “modernos” e “precisos” ângulo de atrito interno do produto depositado
determinando que: a força de atrito pode ser em um estado completamente solto.
definida como a força que atua no plano que De acordo com Gomes (2001), o ângulo
contém o ponto ou pontos de contato e pode ser de repouso do produto difere do ângulo de
tal que resista ao movimento relativo das atrito interno em função das pressões impostas,
superfícies em contato; a força de atrito pode referentes às condições internas da massa de
ser considerada como sendo composta por dois grãos, dependendo do nível de pressões médias
componentes principais, uma força necessária aplicadas a todos os grãos. O aumento das
para deformar e cisalhar as “asperezas” das pressões de confinamento irá tornar a massa de
superfícies em contato e uma outra força grãos mais densa com menor índice de vazios,
necessária para superar a adesão ou coesão aumentando assim, o ângulo de atrito interno,
entre as superfícies; a força de atrito é sendo este normalmente maior que o ângulo de
diretamente proporcional a real área de contato; repouso. Já Gaylord & Gaylord (1984), afirmam
a força de atrito depende da velocidade de que para produtos granulares, o ângulo de repouso
deslizamento das superfícies de contato, devido equivale ao ângulo de atrito interno.
ao efeito da velocidade na temperatura dos O objetivo deste trabalho foi de
materiais em contato; a força de atrito depende determinar, avaliar e comparar as propriedades
da natureza dos materiais em contato; e a força físicas ângulos de atrito interno e de repouso
de atrito não depende da aspereza das dos grãos de café com pergaminho de duas
superfícies, exceto para casos extremos de variedades, em função do teor de umidade.
superfícies muito lisas (polidas) ou muito
ásperas (rugosas). Como conclusão final, MATERIAL E MÉTODOS
Sherwood declara que, apesar das novas
descobertas, as de Couloumb’s sobre atrito O presente trabalho foi realizado no
continuavam sendo úteis, embora estas não Laboratório de Pré-Processamento de Produtos
expliquem completamente muitos dos eventos Agrícolas do Departamento de Engenharia
observados, como o mecanismo de atrito e a Agrícola (DEA) e no Laboratório de
influência de vários fatores nos coeficientes de Propriedades Físicas e Avaliação de Qualidade
atrito. de Produtos Agrícolas do Centro Nacional de
Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.8, n.1, p.17-23, 2006
Ângulo de repouso, atrito interno e efetivo dos grãos de café com pergaminho Silva et al. 19

Treinamento em Armazenagem regressão, na magnitude do coeficiente de


(CENTREINAR), ambos localizados no variação, na verificação do ajuste do modelo
Campus da Universidade Federal de Viçosa estatístico aos dados experimentais e no erro
(UFV), Viçosa, Minas Gerais, Brasil. médio relativo.
Foram utilizados grãos de café com Com o objetivo de comparar os
pergaminho, das espécies Coffea arabica L. e resultados obtidos, para cada variedade
Coffea canephora, variedades Catuaí Vermelho (conillon e catuaí vermelho), as análises
e Conillon, respectivamente, provenientes do estatísticas dos resultados dos testes de atrito
município de Viçosa, MG. O produto foi foram feitas em delineamento inteiramente
homogeneizado e colocado para secar em um casualizado, seguindo um esquema fatorial 2 x
secador experimental de camada fina com 5 com três níveis de ângulos (interno e repouso)
ventilação forçada de ar à temperatura de 40 ± e cinco níveis de umidade dos grãos (11, 13, 15,
1ºC. No processo de secagem, foram obtidos os 17 e 20% b.u). Foram feitas nove repetições
seguintes teores de umidade: 13,10; 15,53; para a determinação de cada propriedade. Os
18,09; 20,66 e 25,91 % b.s. e 11,98; 14,82; dados foram interpretados estatisticamente,
17,72; 20,11 e 22,82 % b.s., para as variedades utilizando-se o programa estatístico SANEST,
conillon e catuaí vermelho, respectivamente, os por análise de variância e comparação de
quais foram determinados pelo método da médias pelo teste de Tuckey, ao nível de 5% de
estufa (105 ± 3ºC) em um período de 24 horas probabilidade.
(Brasil, 1992).
A determinação das propriedades físicas RESULTADOS E DISCUSSÃO
ângulo de atrito interno e efetivo ângulo de
atrito interno, foi feita utilizando-se um Na Tabela 1 são apresentados os valores
equipamento de cisalhamento direto com médios com os respectivos desvios padrões
movimento de translação modelo TSG 70-140, (DP) das propriedades físicas: ângulo de atrito
construído com base no aparelho de interno (φi) determinado pelo equipamento de
cisalhamento de Jenike. A metodologia cisalhamento de Jenike, e o ângulo de repouso
empregada para os testes foi a proposta por (θR) dos grãos de café das variedades catuaí
Milani (1993), sendo que, para a execução dos vermelho e conillon para diferentes teores de
ensaios, foram utilizadas as recomendações da umidade.
norma inglesa – BMHB (1985) e Jenike & Pode-se verificar na Tabela 1 que o
Johanson (1979). ângulo de atrito interno foi superior
Para determinar o ângulo de repouso foi estatisticamente ao de repouso em,
utilizada uma plataforma cilíndrica circular de praticamente, todos os teores de umidade
diâmetro conhecido contendo, em seu centro, analisados, não sendo superior somente para a
uma haste graduada onde o produto foi variedade catuaí vermelho, no menor teor e para
depositado, proveniente de um funil de a conillon, nos dois menores teores. Este
recepção de amostra de grãos a uma altura de resultado concorda parcialmente com Gomes
0,60 m. Em seguida, foi medida a altura do (2001), que afirma ser o ângulo de atrito interno
talude formado pelo produto e a plataforma. De normalmente maior que o de repouso.
posse destas informações, foi calculado o Analisando para o menor teor de umidade, ou
ângulo de repouso. seja, umidade de armazenamento, os resultados
As análises de variância e regressão também concordam com Gaylord & Gaylord
foram realizadas empregando-se o programa (1984), que afirmam não haver diferença entre
computacional Sistema de Análise Estatística e estas propriedades. Resultado semelhante foi
Genética (SAEG). Foram estimados os valores encontrado por Chaves et al. (2005), que
dos parâmetros dos modelos em função da trabalhando com grãos de soja, arroz e alpiste
variável independente, ou seja, teor de umidade. encontraram valores equivalentes entre os
O grau de ajuste do modelo aos dados ângulos de atrito interno e de repouso para arroz
experimentais foi baseado na magnitude e e alpiste e diferentes para a soja.
significância do coeficiente de determinação
ajustado, na significância dos coeficientes de

Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.8, n.1, p.17-23, 2006
20 Ângulo de repouso, atrito interno e efetivo dos grãos de café com pergaminho Silva et al.

Tabela 1 - Comparação dos valores médios das propriedades físicas de atrito interno e ângulo de
repouso dos grãos de café das espécies arábica e robusta, em função do teor de umidade.
Teor de Ângulo de Ângulo de
Umidade Atrito Interno Repouso
(% b.s.) (º) DP (º) DP
Catuaí Vermelho
11,98 35,45 A 1,44 34,14 A 0,51
14,82 37,55 A 2,15 34,84 B 0,40
17,72 37,59 A 1,97 35,16 B 0,33
20,11 38,91 A 1,73 35,32 B 0,31
22,82 39,08 A 1,65 35,45 B 0,54
Conillon
13,10 32,32 A 0,65 31,36 A 0,67
15,53 32,71 A 0,81 31,59 A 0,16
18,09 33,68 A 0,84 31,65 B 0,49
20,66 34,25 A 0,77 32,39 B 0,31
25,91 34,46 A 0,72 32,86 B 0,24
Médias seguidas pela mesma letra maiúsculas nas linhas, não diferem estatisticamente entre si, a nível de 5% de
probabilidade, pelo teste de Tukey.

De acordo com Mohsenin (1986), as apresentam uma maior força de coesão entre as
propriedades físicas dos produtos agrícolas partículas ou componentes individuais que
variam de acordo com a mudança do seu teor de compõem a massa, tendendo a agregar estas
umidade, e isto pode ser verificado na tabela partículas e, conseqüentemente, aumentando o
acima para as propriedades físicas dos grãos de atrito interno. Outro fator sugerido por diversos
café das duas variedades, pois observa-se, com autores é o de que, com um maior teor de
os resultados obtidos e apresentados, que existe umidade, certos produtos aumentam a
uma tendência de acréscimo dos valores dos rugosidade de sua superfície, impondo, assim,
ângulos de atrito interno e de repouso com o uma maior resistência ao deslizamento de uma
aumento do teor de umidade, em ambas partícula da massa de produto contra a outra,
variedades avaliadas nas análises. Este conseqüentemente, aumentando o ângulo de
resultado concorda com Silva & Corrêa (2000) repouso do material (Baryeh 2001; Jha 1999;
que afirmam ser o ângulo de repouso altamente Gupta & Das 1997; Singh & Goswami 1996;
influenciado pelo teor de umidade do produto, Joshi 1993; Kaleemullah 1992).
confirmado tal afirmação através da Para o ângulo de atrito interno dos grãos
apresentação de resultados de pesquisas com de café de ambas variedades, observa-se na
vários produtos, entre eles, trigo, cevada e Tabela 1 a mesma tendência verificada para o
milho. ângulo de repouso, ou seja, o aumento dos
Concordando com os resultados obtidos ângulos com o incremento do teor de umidade,
neste experimento, vários autores, trabalhando fato este comprovado para outros produtos em
com os mais diversos tipos de produtos, pesquisas anteriores. Kamath et al. (1994),
observaram esta tendência de aumento do trabalhando com farinha de trigo, Lima et al.
ângulo de repouso com a elevação do teor de (1997) trabalhando com grãos de milho, Duffy
umidade da massa de grãos, dentre eles: Jha & Puri (1999), para sementes de soja, algodão e
(1999); Dalbello et al. (1994); Kaleemullah milho. A tendência verificada acima concorda
(1992); Shepherd & Bhardwaj (1986), os quais parcialmente com os resultados deste
trabalharam com os seguintes produtos, experimento, ou seja, o aumento do ângulo de
respectivamente: amêndoas; amendoim e aveia atrito interno de atrito interno com o aumento
preta; amendoim; castanha de caju. Este do teor de umidade deve-se, possivelmente, às
aumento do ângulo de repouso de ambas mesmas razões já mencionadas para o ângulo
variedades com o incremento do teor de de repouso.
umidade deve-se, possivelmente, ao fato de que Os coeficientes das equações lineares
produtos com maior teor de umidade ajustadas, acompanhados dos respectivos
Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.8, n.1, p.17-23, 2006
Ângulo de repouso, atrito interno e efetivo dos grãos de café com pergaminho Silva et al. 21

coeficientes de determinação (R2) e erro médio sendo esta tendência também verificada por
relativo (P), encontram-se na Tabela 2. Nas diversos autores para vários produtos agrícolas
Figuras 1 e 2 são apresentadas as médias dos (Baryeh 2002; Kaleemullah & Gunasekar 2002;
valores experimentais e estimados dos ângulos Nimkar & Chattopadhyay 2001; Gupta & Das
de atrito interno e de repouso dos grãos de café, 1997; Singh & Goswami 1996; Suthar & Das
em função do teor de umidade do produto. 1996; Visvanathan et al. 1996; Benedetti 1987).
Observa-se na Tabela 2 e na Figura 1, a Para o caso do ângulo de atrito interno, os
existência de uma correlação linear positiva resultados médios apresentam a mesma
entre os valores médios do ângulo de repouso correlação positiva com o teor de umidade para
para ambas variedades estudadas dos grãos de ambas variedades dos grãos de café com
café e o teor de umidade, ou seja, a redução dos pergaminho, ou seja, estas propriedades físicas
valores de umidade está associado à diminuição aumentam linearmente com o aumento do teor
das propriedades físicas do produto. Isto de umidade.
significa que esta característica física aumenta
linearmente com o aumento do teor de umidade,

Tabela 2 - Coeficientes das equações ajustadas para se calcular as propriedades físicas instantâneas
dos grãos de café com pergaminho das variedades catuaí vermelho e conillon, em função
do teor de umidade do produto (U), com os respectivos coeficientes de determinação (R2)
e erro médio relativo (P)
Ângulo de Coeficientes de Regressão R2 P
Atrito β0 β
Catuaí Vermelho
*
Interno 32,1170 32,0356x10-2 0,8806 0,0112
*
Repouso 32,9560 0,1163 0,8942 0,0410
Conillon
*
Interno 30,1812 17,7445x10-2 0,8749 0,0084
*
Repouso 29,6720 0,1235 0,9388 0,0032
* Significativo ao nível de 1% de probabilidade, pelo teste T.

42

40

38 Ângulo Interno CV
Angulos (º)

Ângulo Repouso CV
36 Ângulo Interno CO
Ângulo Repouso CO
34 Valores Estimados

32

30
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28
Teor de Umidade (b.s.)

Figura 1 - Valores experimentais e estimados dos ângulos de atrito interno e de repouso das
variedades catuaí vermelho (CV) e conillon (CO), em função do teor de umidade do
produto (U)
Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.8, n.1, p.17-23, 2006
22 Ângulo de repouso, atrito interno e efetivo dos grãos de café com pergaminho Silva et al.

CONCLUSÕES coeficiente de atrito para amendoim


(Arachis hipogea L.) e aveia preta (Avena
Com os resultados obtidos, pode-se strigosa L.) em diferentes teores de
concluir que: os ângulos de atrito interno e de umidade. In: Congresso Brasileiro de
repouso dos grãos de café com pergaminho de Engenharia Agrícola, XXIII, 1994,
ambas as variedades aumentam linearmente Campinas. Resumos... São Paulo: SBEA.
com o incremento do teor de umidade dentro 15p. 1994.
da faixa de umidade analisada, o ângulo de
atrito interno é superior estatisticamente ao de Duffy, S.P.; Puri, V.M. Measurement and
repouso em praticamente todos os teores de comparison of flowability parameters of
umidade, não diferindo somente no menor teor coated cottonseeds, shelled corn and
de umidade, para ambas espécies. soybeans at three moisture contents.
Transactions of the ASAE, St. Joseph,
AGRADECIMENTOS v.42, n.5, p.1423-1427, 1999.

A equipe executora agradece ao CNPq Gaylord, E. H.; Gaylord, C. N. Design of stell


e ao FINEP/RECOPE o auxilio financeiro para bins for storage of bulk solids . New Jersey:
realização deste trabalho. Prentici–Hall, 1984. 359p.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Gomes, F.C. Estruturas de armazenamento


– Avanços tecnológicos na construção.
Baryeh, E.A. Physical properties of bambara Lavras, UFLA. 70p. 2001. (Apostila).
groundnuts. Journal of Food Engineering.
London, v.47, n.4, p.321-326, 2001.
Gupta, R.K.; Das, S.K. Physical properties of
sunflower seeds. Journal of Agricultural
Baryeh, E.A. Physical properties of millet.
Engineering Research, London, v.66, n.1,
Journal of Food Engineering. London,
p.1-8, 1997.
v.51, n.1, p.39-46, 2002.
Jenike, A.W.; Johanson, J.R. Flow factor
Benedetti, B.C. 1987. Influência do teor de
tester and consolidating bench operating
umidade sobre as propriedades físicas de
instructions. Jenike & Johanson, Inc,
vários grãos. Campinas: USP. 125p. (Tese
North Billerica, Massachusetts – USA, 40p.
de Mestrado).
1979. (Manual Técnico).
BMHB - British Materials Handling Board.
Jha, S.N. Physical and hygroscopic properties
Draft code of pratice for the design of
of makhana. Journal Agricultural
silos, bins, bunkers and hoppers.
Engineering Research, New York, v.72,
Inglaterra. 1985. 101p.
n.2, p.145-150, 1999.
Boumans, G. 1992. Grain handling and
Joshi, D.C.; Das, S.K.; Mukherjee, R.K.
storage. Elsevier Science Publishers B.V.,
Physical properties of pumpkin seeds.
1985. 436p.
Journal of Agricultural Engineering
Research, London, v.54, n.3, p.219-229,
Brasil. Ministério da Agricultura e Reforma
1993.
Agrária. Regras para análise de sementes.
Brasília: DNDV/CLAV. 1992. 365p.
Kaleemullah, S. The effect of moisture content
on the physical properties of groundnut
Chaves, G.E.; Cheung, A.B.; Palma, G.; Calil
kernels. Tropical Science, Lawrence, v.32,
Júnior, C. Iinvestigação do ângulo de
p.129-136, 1992.
atrito interno e do ângulo de repouso de
produtos granulares. In: Congresso Kaleemullah, S.; Gunasekar, J.J. Moisture-
Brasileiro de Engenharia Agrícola, XXXIV, dependent physical properties of arecanut
2005, Canoas. Resumos... São Paulo: kernels. Biosystems Engineering, v.82,
SBEA. 2005. (CD Rom). n.2, 331-338, 2002.
Dalbello, O.; Oliveira, M.J.G.; Benedetti, B.C.
Determinação do ângulo de taluda e
Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.8, n.1, p.17-23, 2006
Ângulo de repouso, atrito interno e efetivo dos grãos de café com pergaminho Silva et al. 23

Kamath, S.; Puri, V.M.; Manbeck, H.B. Flow Shepherd, H.; Bhardwaj, R.K. Moisture
property measurement using the Jenike cell dependent physical properties of pigeon
for wheat flour at various moisture content pea. Journal Agricultural Engineering
and consolidation times. Powder Research, New York, v.35, n.4, p.227-234,
Technology, Lausanne, v.81, n.3, p.293- 1986.
297, 1994.
Silva, J.S.; Corrêa, P.C. Estrutura, composição
Lima, A.L.; Cavalcanti Mata, M.E.R.M.; e propriedades dos grãos. In: SILVA, J.S.
Nascimento, J.W.B.; Braga, M.E.D. Estudo Secagem e armazenamento de produtos
das características físicas do milho para agrícolas. Viçosa: Editora Aprenda Fácil.
dimensionamento de silos de fibra de vidro. 2000, p.21-37.
Engenharia na Agricultura, Viçosa, v.5, n.2,
p.171-184, 1997. Singh K.K.; Goswami, T K. Physical
properties of cumin seed. Journal of
Milani, A.P. Determinação das propriedades Agricultural Engineering Research,
de produtos armazenados para projetos London, v.64, n.2, p.96-98, 1996.
de pressões e fluxo em silos. São Carlos:
Escola de Engenharia de São Carlos, Suthar, S.H.; Das, S.K. Some physical
Universidade de São Paulo. 272p. 1993. properties of karingda [Citrullus lanatus
(Tese de Doutorado) (Thumb) Mansf] seeds. Journal of
Agricultural Engineering Research,
Mohsenin, N.N. Physical properties of plant London, v.65, n.1, p.15-22, 1996.
and animal materials. New York: Gordon
and Breach Publishers. 1986. 841p. Viswanathan, R.; Palanisamy, P.T.;
Gothandapani, L. e Sreenarayanan, V.V.
Nimkar, P.M.; Chattopadhyay, P.K. Some Physical properties of neem nut. Journal of
physical properties of green gram. Journal Agricultural Engineering Research,
of Agricultural Engineering Research, London, v.63, n.1, p.19-26, 1996.
London, v.80, n.2, p.183-189, 2001.

Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.8, n.1, p.17-23, 2006
24 Ângulo de repouso, atrito interno e efetivo dos grãos de café com pergaminho Silva et al.

Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.8, n.1, p.24, 2006

Você também pode gostar