Você está na página 1de 11

Colégio Yolanda Rocha

A REVOLUÇÃO VERDE
O desenvolvimento agrícola

Salvador - Bahia
1 ano EM
Alunas: Júlia Alves e Melani.
Júlia Alves.

A revolução verde

A pesquisa, apresentada ao Colégio Yolanda Rocha como parte dos requisitos


necessários para a obtenção da nota.

Bahia
- 2019 –
Sumário

Introdução...........................................................................4.
Precedentes Históricos......................................................5.
A revolução verde...............................................................6.
Consequências da revolução no mundo..........................7.
Consequências da revolução no Brasil............................8.
Nova revolução verde........................................................10.
Referências.........................................................................11.
Introdução

Revolução Verde é o conjunto de estratégias e inovações tecnológicas com o


objetivo de se alcançar maior produtividade através do desenvolvimento de
pesquisas em sementes, fertilização de solos, utilização de agrotóxicos e
mecanização no campo.

A implantação das novas técnicas agrícolas começou no fim da década de 1940,


mas só obteve resultados significativos entre 1960 e 1970, quando países em
desenvolvimento tiveram uma expressiva melhora em sua produtividade agrícola.
Esse programa foi financiado pelo grupo Rockefeller, sediado em Nova Iorque que
utilizando um discurso ideológico de aumentar a produção de alimentos para acabar
com a fome no mundo, expandiu seu mercado consumidor, fortalecendo a
corporação com vendas de pacotes de insumos agrícolas, principalmente para
países em desenvolvimento como Índia, Brasil e México. O impacto social da
revolução verde, na medida em que ajudou a erradicar a fome no mundo, fez com
que Norman Ernest Borlaug, considerado o pai do movimento, ganhasse o Prêmio
Nobel da Paz em 1970 Porém a Revolução Verde, apesar da proposta inicial de
aumentar a produção de alimentos para combater a fome no mundo não obteve
apenas bons resultados com a introdução das novas técnicas e modernização dos
meios de produção. Alguns estudos e fatos comprovam que a Revolução Verde, em
longo prazo, pode ter se tornado insustentável.

Portanto, discutir os pontos negativos e positivos da Revolução Verde e ressaltar os


impactos sociais sobre o homem do campo serão os objetivos centrais do presente
Revolução Verde – Precedentes Históricos.

Para se entender melhor a Revolução Verde e se estudar seus pontos negativos e


positivos e preciso antes conhecer o contexto histórico em que ela surgiu.

A Revolução Verde é um fato corrente no campo que está presente na vida de


muitos produtores em diversas áreas do mundo, porém, para se chegar ao atual
estágio, exigiu-se toda uma gama de fatores que marcaram a sociedade no instante
de seu surgimento (ANDRADES e GANIMI, 2007).

Nesse sentido, será imprescindível remeter ao contexto do final da Segunda Guerra


Mundial, em cujo momento pode observar a formação de um conjunto de variáveis
técnicas sociais, econômicas e políticas para a formação da Revolução Verde.

Antes de terminar a Segunda Grande Guerra, instituições privadas como a


Rockfeller e a Ford, vendo na agricultura uma boa chance para reprodução de
capital, começaram a investir em técnicas para o melhoramento de sementes,
denominadas Variedade Alta de Produtividade (VAP), no México e nas filipinas
(ROSA, 1998, citado por ANDRADES e GANIMI)

Ao fim da Segunda Guerra Mundial empresas de produtos químicos que abasteciam


a indústria bélica norte-americana começaram a incentivar a produção e o uso de
agrotóxicos como herbicidas, fungicidas, inseticidas e fertilizantes químicos.
Paralelamente a este fato, começou também a ser adotado e incentivado o uso de
maquinário pesado como tratores e colheitadeiras. Assim surgiram as inovações
tecnológicas que deram início à base técnica da Revolução Verde.

As outras variáveis sociais, econômicas e políticas que impulsionaram a Revolução


Verde surgiram ao findar da Segunda Guerra Mundial, durante a Guerra Fria,
quando os EUA (bloco capitalista) e extinta União Soviética (bloco socialista)
disputavam ideológica e economicamente a hegemonia do mundo. A partir desse
cenário os demais países deveriam se aliar a uma dessas superpotências, que por
sua vez, para manter ou conquistar novas áreas de influência faziam investimentos
econômicos em países que pretendiam fazer com que se aliassem a elas. Os EUA e
os grandes capitalistas temiam que a fome, um problema que se tornava cada vez
mais sério em várias partes do mundo, se tornasse um elemento decisivo para os
países aliados ou que pretendiam se aliar. Nesse contexto ocorreram grandes
investimentos dos EUA na agricultura de diversos países em desenvolvimento como
Índia, Brasil e México.
A Revolução Verde

As inovações tecnológicas na agricultura para a obtenção de maior produtividade


através do desenvolvimento de pesquisas em sementes, fertilização do solo,
utilização de agrotóxicos e mecanização no campo que aumentassem a
produtividade, ficou denominada de Revolução Verde. Esse processo ocorreu
através do desenvolvimento de sementes adequadas para tipos específicos de solos
e climas, adaptação do solo para o plantio e desenvolvimento de máquinas.

A expressão Revolução Verde foi criada em 1966, em uma conferência em


Washington, por William Gown, que disse a um pequeno grupo de pessoas
interessadas no desenvolvimento dos países com déficit de alimentos “é a
Revolução Verde, feita à base de tecnologia, e não do sofrimento do povo”.

A implantação de novas técnicas agrícolas iniciou-se no fim da década de 1940,


porém os resultados expressivos foram obtidos durante as décadas de 1960 e 1970,
onde países em desenvolvimento aumentaram significativamente sua produção
agrícola.

Esse programa foi financiado pelo grupo Rockefeller, sediado em Nova Iorque.
Utilizando um discurso ideológico de aumentar a produção de alimentos para acabar
com a fome no mundo, o grupo Rockefeller expandiu seu mercado consumidor,
fortalecendo a corporação com vendas de pacotes de insumos agrícolas,
principalmente para países em desenvolvimento como Índia, Brasil e México.
O grupo patrocinou projetos em determinados países criteriosamente selecionados,
as nações escolhidas foram: México, Filipinas, Estados Unidos, e, em menores
proporções, o Brasil.

As sementes modificadas e desenvolvidas nos laboratórios possuem alta resistência


a diferentes tipos de pragas e doenças, seu plantio, aliado à utilização de
agrotóxicos, fertilizantes, implementos agrícolas e máquinas, aumenta
significativamente a produção agrícola.

A Revolução Verde proporcionou tecnologias que atingem maior eficiência na


produção agrícola, aumentando significativamente a produção de alimentos,
entretanto, a fome mundial não foi solucionada, desbancando o discurso humanitário
de aumentar a produção de alimentos para acabar com a fome nos países em
desenvolvimento.
Consequências da Revolução Verde
(Mundo)

Com a adoção das novas praticas agrícolas propostas pela Revolução Verde,
constatou-se um aumento significativo na produção de alimentos. No México, as
experiências iniciais e mais significativas foram realizadas com o trigo, que em sete
anos quadruplicou sua produção. Nas Filipinas, as pesquisas foram realizadas com
arroz, o resultado foi satisfatório havendo um grande aumento na produção e
colheita. Porém a fome no mundo não reduziu, pois a produção de alimentos nos
países em desenvolvimento é destinada principalmente, a países ricos e
industrializados.

A modernização no campo alterou a estrutura agrária. Pequenos produtores que não


conseguiram se adaptar as novas técnicas de produção, não atingiram a
produtividade suficiente para competir com grandes empresas agrícolas e se
endividaram com empréstimos bancários feitos com o objetivo de investir na
mecanização das atividades, tendo como única alternativa, a venda de suas terras a
outros produtores.

Outro motivo para o fracasso da Revolução Verde pode ser explicado pelo fato de
que paralelamente ao aumento da produção de alimentos, deveria ter sido proposto
um programa que visasse combater as desigualdades sociais, pois, elas são
responsáveis pela pobreza que é o real causador da fome nos países em
desenvolvimento que é causada não pela falta de alimentos, mas sim pela falta de
recursos para adquirir os alimentos disponíveis.

Uma terceira linha de críticas refere-se aos efeitos ambientais da Revolução Verde:
ocorreram impactos ambientais ocasionados pelo uso do maquinário e fertilizantes
químicos tais como: erosão, compactação do solo, poluição do ar e do solo, redução
dos recursos hídricos, perda de matéria orgânica do solo, inundação e salinização
de terras irrigadas, exploração excessiva dos recursos pesqueiros e poluição dos
mares. A perda da biodiversidade, especialmente, torna esse tipo de agricultura
contrária aos princípios básicos do desenvolvimento sustentável.
Consequências da Revolução Verde
(Brasil)

Para se compreender melhor as consequências que a revolução verde teve no


Brasil, é preciso primeiramente se entender em qual contexto histórico a mesma foi
implantada no país.

Durante a ditadura militar, muito se discutia a respeito de qual caminho o país


deveria seguir para aumentar sua produtividade agrícola. Duas possibilidades
distintas predominavam: a que defendia o aumento da produtividade por meio da
reforma agrária, e a que defendia a adoção de pacotes tecnológicos pelos
agricultores, sem se tocar na questão fundiária.

Sem nenhuma surpresa, o Governo militar adotou a opção de manter a estrutura


agrária que já existia no Brasil e adotou as bases do modelo da Revolução Verde.
Essa postura foi muito questionada por seus críticos que a denominaram
modernização conservadora.

Primeiramente as regiões que sofreram mais intensamente foram as regiões Sul,


Sudeste e um pouco mais tarde, a região Centro Oeste. A grande abertura da nova
fronteira agrícola foi executada pela grande empresa com o apoio do estado. Foi
observada a preferência pelas monoculturas com o objetivo de exportação como
soja, milho, algodão e arroz. Logo depois, a cana-de-açúcar também teve sua
expansão observada devido aos incentivos do programa Proálcool. Observou-se que
as atitudes tomadas aumentaram sim a produtividade do setor, entretanto houve um
grande custo para a sociedade e para o meio ambiente.

Com relação à questão ambiental, pode se destacar a erosão genética, um dos


processos de degradação provocado pela seleção de espécies e pelo
desmatamento. O processo de modernização da agricultura acentuou a extinção de
espécies, tanto animais quanto vegetais por ter se dedicado a produtos
economicamente mais rentáveis. O desmatamento de vastas áreas para o cultivo de
monoculturas acarretou a proliferação de pragas que se alimentam desses cultivos
como a lagarta da soja, o besouro bicudo do algodão. Para se combater essas e
outras diversas pragas que atacavam os cultivares os produtores investiram no uso
intensivo de agrotóxicos, fungicidas, herbicidas e inseticidas sem se levar em conta
o fato de que, quanto mais se usa esses insumos, mais as pragas tendem a se
tornar resistentes, demandando cada vez mais o uso de agrotóxicos. O uso
indiscriminado desses insumos ainda provocou a contaminação de solos, rios,
animais e por consequência, de todo o ecossistema. Ainda pode ser observado outro
problema quanto a irrigação, que se usada de maneira errada, nos moldes da
Revolução Verde, altera todo o ciclo hidrológico natural.
Como se observou, a Revolução verde causou grandes impactos ambientais, mas
não pode se esquecer de que o homem, apesar de causador desses impactos,
também sofre com as consequências de seus atos, tanto como ser biológico quanto
como ser social. Biologicamente a saúde do homem foi afetada pelo uso de
agrotóxicos que se acumulam no organismo e causam doenças e impactos
irreversíveis. Não pode se esquecer também que o contato direto que o homem do
campo teve com tais produtos, sem se usar o equipamento de proteção necessário,
acarretou problemas de saúde como: lesões hepáticas e renais, distúrbios mentais e
doenças respiratórias.

Do ponto de vista social, o processo de modernização da agricultura é


extremamente desigual e excludente, visto que privilegia os poucos grandes
produtores em detrimento de outros pequenos produtores familiares. Primeiramente
os investimentos não atingem de forma democrática os estabelecimentos já que as
maiores parcelas de financiamentos se destinaram a grandes e médios produtores,
deixando de fora, os pequenos produtores que representavam mais de 87% em
1985.

A mecanização também acentuou o desemprego no campo conforme a


intensificação do processo. Isso ocorreu porque as máquinas agrícolas implantadas
e advindas dos pacotes tecnológicos da Revolução verde eram poupadores de mão-
de-obra.

Os produtores que não receberam investimentos, ou seja, os pequenos produtores,


não conseguiram acompanhar essa modernização, muitas vezes sendo obrigados a
vender suas terras aos grandes produtores o que acarretou uma grande
expropriação de terras. Esses produtores expropriados de suas terras migraram
para cidades grandes, principalmente Rio de Janeiro e São Paulo para trabalhar em
empregos de remuneração baixa, em empregos informais ou ainda colaborar com o
aumento da criminalidade, na pior das hipóteses. Populações advindas do meio rural
se veem obrigadas, pela falta de oportunidades, a morar em favelas, muitas vezes
em condições precárias, ou em periferias das grandes cidades.

A perda das terras pelos pequenos produtores ocasionou ainda a concentração


fundiária e de renda nas mãos de grandes produtores. Essa concentração é
evidenciada ao se observar os conflitos pela Terra, acentuados devido as tensões
geradas pelo desenvolvimento de mobilizações de trabalhadores rurais pela reforma
agrária como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra).
Poucas revoluções do século XX foram tão boas para a humanidade como a que
transformou a agricultura e retirou milhões de pessoas do pesadelo da fome. Hoje,
porém, a revolução verde está em crise. Vítima do seu próprio sucesso, a
transformação baseada na ciência, na escala e na produtividade tornou-se uma
ameaça para a sustentabilidade, para a biodiversidade. Tornou-se ainda um factor
de desperdício e um foco de uma das mais terríveis epidemias do nosso tempo: a
obesidade. Com a fome confinada a cenários de conflito ou a países dominados pela
cleptocracia ou pela má governação, discute-se tanto a alimentação humana pelos
seus limites como pelos seus excessos.

MAIS POPULARES:

SAÚDE

Estado comparticipa primeiro medicamento à base de cannabis


i-álbum

METEOROLOGIA

Temperaturas mais altas de sempre registadas na Alemanha, Bélgica, Holanda e


Paris
i-álbum

BÉLGICA

De barco afundado a escritório flutuante: aqui embarca-se todos os dias para


trabalhar
É impossível ficar ao lado dos problemas. Entre a realidade existente, com o abuso
de proteínas no hemisfério Norte e a subnutrição em várias zonas do planeta, e o
mundo ideal, há um fosso difícil de transpor. A eficiência na produção que hoje leva
ao desperdício de um terço dos alimentos implica uma lógica económica baseada na
competição e numa ordem geopolítica. Mudar essa lógica exige uma quase utopia:
obriga a acertos na globalização, na concorrência, no próprio capitalismo.

Pretender o regresso da produção ao modelo da agricultura familiar é uma aspiração


que, como sublinha o diretor-geral da FAO numa entrevista ao P2, deve reforçar o
seu papel na agenda do nosso tempo. Mas acreditar que é possível com uma
deliberação política reduzir o poder das multinacionais que dominam o negócio da
alimentação é também uma utopia. Porque quem poderia alterar a lógica das coisas
é quem domina esse ciclo de negócio — a Europa, os Estados Unidos ou o Brasil.
Referências

https://www.publico.pt/2018/02/11/sociedade/editorial/a-nova-revolucao-verde-
1802663

https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/a-revolucao-verde.htm

http://www.mundoeducacao.com.br/geografia/revolucao-verde-fome.htm

http://www.oeco.com.br/carlos-gabaglia-penna/21480-a-revolucao-verde-e-
insustentavel

http://planetasustentavel.abril.com.br/ noticia/atitude/ conteudo_244070.shtml

Você também pode gostar