Você está na página 1de 26

CASOS CONCRETOS 1 - 16 RESOLVIDOS

DIREITO PENAL II - 2015

CASO CONCRETO 1
Leia o caso concreto abaixo e responda às questões formuladas com base nas leituras
indicadas no plano de aula e pelo seu professor.
1) Ricardo, menor inimputável, com 14 anos de idade, disse para Lúcio, maior de
idade, que pretendia subtrair aparelhos de som (CD player) do interior de um veículo.
Para tanto, Lúcio emprestou-lhe uma chave falsa, plenamente apta a abrir a porta de
qualquer automóvel. Utilizando a chave, Ricardo conseguiu seu intento. Na situação
acima narrada, quem é partícipe de furto executado por menor de idade responde
normalmente por esse crime? Fundamente sua resposta de acordo com teoria
adotada pelo Código Penal quanto à natureza jurídica da participação (135° Exame de
Ordem/SP – 2ª Fase Cespe/UnB).
Sim. De acordo com Luis Flávio Gomes, a participação é acessória. Sem a conduta
principal, não há que se falar em punição do partícipe. Quem é participe de furto
executado por menor responde normalmente pelo crime, porque a conduta principal
não precisa ser levada a cabo por agente culpável, bastando ser típica e ilícita,
segundo a teoria da acessoriedade limitada, que é a adotada pelo Código Penal.
2) Caio, com a intenção de matar, coloca na xícara de chá servida a Tício certa dose
de veneno. Mévio, igualmente interessado na morte de Tício, desconhecendo a ação
de Caio, também coloca certa dose de veneno na mesma xícara. Tício vem a falecer
por efeito combinado das duas doses ingeridas, já que cada uma delas, isoladamente,
seria insuficiente para produzir a morte, segundo conclusão da perícia. Caio e Mévio
agiram individualmente, cada um desconhecendo o plano, a intenção e a conduta do
outro (MPF- Procurador da República. 1ª Fase. XII Concurso)
a) Caio e Mévio respondem, como co-autores, por homicídio doloso, qualificado,
consumado.
b) Caio e Mévio respondem por lesão corporal dolosa, seguida de morte.
c) Caio e Mévio respondem, cada um, por homicídio culposo.
d) Caio e Mévio respondem por tentativa de homicídio dolosos, qualificado.
Justificativa: Código Penal – Art 121 Matar Alguém | Parag. 2º Homicídio qualificado
– Inc. III – com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio
insidioso ou cruel, ou que possa resultar em perigo comum. Tentativa, porque sem
que houvesse as duas dose de veneno não alcançaria o resultado, portanto seria
imprudente pre dizer qual dose matou Ticio.
3) Bruno, previamente ajustado com Eduardo, subtrai dinheiro de entidade paraestatal,
valendo-se da facilidade que lhe proporciona o cargo que nela exerce, circunstancia
entretanto desconhecida de Eduardo. Mais tarde, em local seguro, dividem o produto
do crime, quando são surpreendidos pela Polícia e presos em flagrante, sendo
apreendido todo o dinheiro subtraído, enfim devolvido à vítima. Entende-se que:
(Promotor de Justiça/SP)
a) Bruno e Eduardo cometeram peculato consumado.
b) Bruno cometeu peculato e Eduardo cometeu furto, consumados.
Justificativa: Art. 312, CP Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou
qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do
cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio, no caso do funcionário público e
no caso do Eduardo Furto (Art. 155 do CP), até que o sujeito ativo (criminoso) não
tenha a posse mansa e pacífica da coisa furtada (ou seja, esteja tranquilo na posse,

CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO UNIRADIAL DE SÃO PAULO


AV. MORUMBI, 8.724 – BROOKLIN. CEP: 04703002 DIREITO PENAL 2015
jonasfs.juridico@gmail.com
Página 1 de 26
CASOS CONCRETOS 1 - 16 RESOLVIDOS

DIREITO PENAL II - 2015

com ninguém perseguindo, por exemplo), o crime não se consumou. Se alguém o


prender, por exemplo, antes de ter a posse mansa e pacífica da res furtiva, será
furto tentado.
c) Bruno e Eduardo cometeram furto tentado.
d) Bruno e Eduardo cometeram furto consumado.
e) Bruno cometeu apropriação indébita e Eduardo cometeu furto.
CASO CONCRETO 2
Questão n.1 - Hercílio e Arnaldo, em unidade de desígnios e fortemente armados, no
dia 15 de março de 2011, por volta das 23h, invadiram a residência de Hélio e Maria
Rosa, na zona rural de Nova Iguaçu de Goiás, amarraram o casal e seus dois filhos,
Vitória e Lélio, de 12 e 8 anos, cerceando sua liberdade pelo período de duas horas,
causando-lhes extremo temor e traumas indeléveis. Durante o referido lapso temporal,
os agentes vasculharam toda a casa e separaram alguns bens que a guarneciam
(televisão, aparelho de som e alguns eletrodomésticos) para posterior subtração.
Findo este prazo, levaram o casal à área externa da residência, com mãos e pés
amarrados, os obrigaram a se ajoelhar no gramado e lhes desferiram dois tiros pelas
costas, tendo as vítimas morrido instantaneamente.
Do feito, Hercílio e Arnaldo restaram denunciados e condenados pelos delitos de
latrocínio consumado (roubo seguido de morte) em concurso formal de crimes.
Inconformados com a decisão proferida interpuseram apelação criminal com vistas à
reforma do julgado e consequente descaracterização da incidência do art.70, do
Código Penal, sob o argumento de que apenas ocorrera uma subtração patrimonial e
a morte de duas vítimas, o que configuraria crime único de latrocínio e não concurso
formal impróprio. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre o tema
concurso de crimes responda de forma objetiva e fundamentada: a pretensão dos
agentes é procedente?
Apesar de o latrocínio ser um crime patrimonial (roubo seguido de morte) a súmula
610 do STF dá uma valoração maior a morte, e assim concluímos que teremos tantos
latrocínios quanto forem as mortes. Assim, no caso em questão por terem agido
mediante uma só conduta de roubo ao patrimônio do casal concorreram em duas
mortes dolosas, caracterizando um concurso formal imperfeito. Art. 70 segunda parte
CP. A jurisprudência orienta que, no caso de haver duas mortes e uma subtração há
concurso formal impróprio, já que há dois homicídios praticados. Uma subtração
patrimonial e duas mortes implica na qualificação de latrocínio em concurso formal
impróprio. Esta é a orientação recentemente reafirmada pela Quinta Turma do STJ.
O crime de latrocínio é complexo, pois em sua figura típica abrange dois bens
jurídicos: patrimônio e vida. Mas, repise-se, trata-se de crime contra o patrimônio, visto
que previsto dentro do Código Penal no título que cuida deste bem jurídico: Roubo
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça
ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. (...) §
3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze
anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo
da multa. (Destacamos) Para a jurisprudência sumulada do STF, há crime de
latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a
subtração de bens da vítima (Súm. 610, STF). Portanto, note-se que embora se trata
de crime contra o patrimônio, o bem jurídico vida tem maior relevância, se nas

CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO UNIRADIAL DE SÃO PAULO


AV. MORUMBI, 8.724 – BROOKLIN. CEP: 04703002 DIREITO PENAL 2015
jonasfs.juridico@gmail.com
Página 2 de 26
CASOS CONCRETOS 1 - 16 RESOLVIDOS

DIREITO PENAL II - 2015

circunstâncias fáticas apenas o homicídio se consuma e a subtração não. Condizente


com este posicionamento, a jurisprudência também orienta que, no caso de
haver duas mortes e uma subtração há concurso formal impróprio, já que dois
homicídios praticados.
- Concurso formal é aquele em que o agente, mediante uma só ação ou omissão,
pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, quando então, aplica-se-lhe a mais
grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em
qualquer caso, de um sexto até metade.
- Concurso formal impróprio aplicam-se as regras do concurso material, no qual
somam-se as penas porque aqui a ação ou omissão é dolosa e os crimes
concorrentes resultam de desígnios autônomos (art. 70, caput, parte final, do Código
Penal).
Questão n.2 - Simplício ingressou em um ônibus linha Centro - Jardim Violeta, no
centro da cidade do Rio de Janeiro com o dolo de subtrair pertences dos passageiros.
Meia hora após o ingresso no ônibus sentou ao lado de um passageiro que cochilava
e subtraiu-lhe a carteira dentro da mochila sem que ele percebesse. Em seguida, com
emprego de grave ameaça, atemorizou Abrilina e Lindolfo, obrigando-os a entregar
seus celulares. Ante o exposto, sendo certo que, no caso do primeiro passageiro
Simplício praticou o delito de furto e, no caso de Abrilina e Lindolfo, os delitos de
roubo, diferencie de forma objetiva e fundamentada concurso material e concurso
formal de crimes a partir dos sistemas de aplicação de pena adotados em cada
instituto e apresente o sistema aplicável ao caso concreto.
Art. 69 – C.P. apenas uma ação ou omissão o sujeito pratica / realiza dois ou mais
crimes; e Art. 70 – C.P. mais de uma ação ou omissão o sujeito pratica / realiza mais
de um crime
Aplicação da pena: responderá pela soma das penas, isto é, pela cumulação de
penas.
Classificação do concurso material:
- Homogêneo o sujeito pratica crimes da mesma espécie
- Heterogêneo o sujeito pratica crimes de espécie diferentes
Aplicação da pena feita em dois tipos:
- Concurso formal perfeito ou próprio: O sujeito não tem mais de um desígnio (dolo
direto) usa-se o critério da exasperação => aplica-se a pena mais grave acrescida de
1/6 à metade – quanto maior o nº de crimes, maior o aumento da fração.
- Concurso formal imperfeito ou impróprio: O sujeito tem mais de um desígnio (mais de
1 dolo direto) aplica-se o critério da cumulação => soma das penas (igual a do
concurso material).
Ao caso concreto, aplica-se o sistema do concurso material de crimes, na
classificação heterogêneo, pois Simplício furtou a carteira de um passageiro –
sem uso de violência - e roubou outros dois passageiros – com emprego de
violência. Portanto, o réu responderá pela soma das penas – cumulação.
Questão n.3 - (VI EXAME DE ORDEM UNIFICADO. TIPO 1. BRANCO. QUESTÃO
61)
Otelo objetiva matar Desdêmona para ficar com o seguro de vida que esta havia feito
em seu favor. Para tanto, desfere projétil de arma de fogo contra a vítima, causando-
lhe a morte. Todavia, a bala atravessa o corpo de Desdêmona e ainda atinge Iago,
que passava pelo local, causando-lhe lesões corporais. Considerando-se que Otelo

CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO UNIRADIAL DE SÃO PAULO


AV. MORUMBI, 8.724 – BROOKLIN. CEP: 04703002 DIREITO PENAL 2015
jonasfs.juridico@gmail.com
Página 3 de 26
CASOS CONCRETOS 1 - 16 RESOLVIDOS

DIREITO PENAL II - 2015

praticou crime de homicídio doloso qualificado em relação a Desdêmona e, por tal


crime, recebeu pena de 12 anos de reclusão, bem como que praticou crime de lesão
corporal leve em relação a Iago, tendo recebido pena de 2 meses de reclusão, é
correto afirmar que:
a) o juiz deverá aplicar a pena mais grave e aumentá-la de um sexto até a metade.
(trata-se de concurso formal perfeito ou próprio, onde a aplicação da pena se faz pela
exasperação - aplica-se a pena mais grave acrescida de 1/6 à metade)
b) o juiz deverá somar as penas.
c) é caso de concurso formal homogêneo.
d) é caso de concurso formal impróprio.
Questão n.4 - Sobre os institutos do Concurso Material de Crimes, Concurso Formal
de Crimes e Continuidade Delitiva, assinale a alternativa INCORRETA:
a) No caso de crime continuado, o ordenamento jurídico pátrio adotou a teoria da
ficção jurídica, segundo a qual a unidade delitiva caracteriza-se como criação da lei.
b) No caso de incidência de concurso formal de crimes se a pena cominada em
decorrência do sistema de exasperação de penas for mais grave que a pena calculada
pelo sistema do cúmulo material, será aplicada este. Tal situação denomina-se
concurso material benéfico.
c) Os desígnios autônomos, característicos do concurso formal imperfeito de crimes,
aplicam-se a delitos dolosos e culposos.
d) No caso de conflito de leis penais no tempo não se aplica o princípio da
irretroatividade da lei penal mais gravosa para as condutas praticadas em
continuidade.
CASO CONCRETO 3
Questão n. 1 - Adalto Cleto, Linaldo Reis e Ronaldo Mello, comerciantes de
equipamentos de informática, foram denunciados pela suposta prática dos crimes de
descaminho e associação criminosa em concurso material de crimes (art.334, §1º, a,
e, d, art.288, caput, nf. do art.69, todos do Código Penal), por terem sido flagrados
transportando no carro do primeiro corréu peças de informática de procedência
estrangeira vindas do Paraguai desacompanhadas da documentação legal, bem como
por, supostamente, tê-las introduzido clandestinamente no país.
O flagrante delito foi convolado em prisão preventiva sob o fundamento de que os
corréus, caso soltos, incrementariam risco à ordem pública ou econômica e à
conveniência da instrução criminal. Sendo certo que as penas máximas em abstrato
alcançam, respectivamente, 4 (quatro) e 3 (três) anos de reclusão e que, portanto,
poderão vir a ser substituídas por penas restritivas de direitos consoante o disposto no
art.44, do Código Penal caso os corréus sejam definitivamente condenados, na
qualidade de advogado dos corréus, apresente a tese defensiva a ser sustentada em
sede Habeas Corpus para fins da concessão da liberdade provisória ao respectivo
Tribunal Regional Federal. Responda de forma objetiva e fundamentada de acordo
com os princípios norteadores da pena criminal.
Por força do Art.44 CP no final do processo a pena privativa de liberdade por não
excede os 4 anos será revertida em pena restritiva de direitos. Baseado no princípio
da homogeneidade e do princípio da proporcionalidade da pena, deverá exercer
função especificamente ao crime cometido, de acordo com a situação do delito, em
caráter preexistente, contemporâneo e superveniente ao ato. Não sendo razoável

CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO UNIRADIAL DE SÃO PAULO


AV. MORUMBI, 8.724 – BROOKLIN. CEP: 04703002 DIREITO PENAL 2015
jonasfs.juridico@gmail.com
Página 4 de 26
CASOS CONCRETOS 1 - 16 RESOLVIDOS

DIREITO PENAL II - 2015

manter o acusado preso em regime mais rigoroso do que aquele que eventualmente
lhe será imposto com a condenação, conforme art. 5°, XLVI da CF/88.
Questão n. 2 - Com relação à Teoria da Sanção Penal, analise as assertivas abaixo e
assinale a opção correta:
I. O ordenamento penal vigente adotou o sistema progressivo de execução de pena,
segundo o qual no curso cumprimento da pena preenchidos requisitos de natureza
objetiva e subjetiva estabelecidos em lei, o condenado poderá progredir de um regime
mais severo para outro menos severo de cumprimento de pena; todavia, é
inadmissível o contrário a regressão de regimes de cumprimento de pena de um
regime menos severo para outro mais severo de cumprimento de pena.
II. O réu primário e de bons antecedentes, condenado pela prática de crime hediondo
praticado anteriormente à alteração da Lei de Crimes Hediondos (Lei n.8072/1990)
pela Lei n. 11464/2007, cumprirá sua pena em regime integralmente fechado
III. O sistema penal brasileiro, consoante o disposto no art. 59, do Código Penal, em
relação às funções e finalidades da pena, adotou a Teoria Mista ou Unitária, segundo
a qual há a conciliação entre as finalidades de prevenção geral e especial e o caráter
retributivo da pena.
a) As assertivas I e II estão corretas.
b) As assertivas I e III estão corretas.
c) Somente a assertiva III está correta.
d) As assertivas II e III estão corretas.
e) Todas as assertivas estão corretas.
Questão n. 3 - Sentença penal condenatória determinou a aplicação da sanção de
pena privativa de liberdade ao réu e a decretação do perdimento de bens que, nos
termos da lei, acabaram por afetar seus familiares, exatamente no montante do
patrimônio transferido pelo réu. Considerando essa situação hipotética e os princípios
constitucionais que regem o Direito Penal, assinale a alternativa correta. (FUNIVERSA
- 2013 - PM-DF).
a) A imposição da pena privativa de liberdade ao réu e não a seus familiares, que não
praticaram crime, corresponde à aplicação integral do princípio constitucional da
individualização da pena.
b) A imposição do perdimento de bens aos familiares do condenado acabou por não
observar o princípio constitucional da personalidade ou responsabilidade pessoal.
c) A extensão dos efeitos da condenação, com a decretação do perdimento de bens,
afetando os familiares do condenado não poderia ocorrer, em virtude da necessidade
de se observar o princípio constitucional da legalidade estrita.
d) O fato de a pena privativa de liberdade ter atingido apenas a pessoa do condenado
com extensão, aos familiares, da obrigação de reparar o dano, atende integralmente o
que prescreve o princípio constitucional da personalidade ou responsabilidade
pessoal. Art.5°, XLV, CF/88
e) O princípio da personalidade ou da responsabilidade pessoal é um princípio
implícito na Constituição Federal vigente.
CASO CONCRETO 4
Questão n.1 - Leia o caso concreto abaixo apresentado e responda, de forma objetiva
e fundamentada, às questões formuladas com base nos estudos realizados sobre
dosimetria de pena, maus antecedentes e reincidência. (ORDEM DOS ADVOGADOS

CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO UNIRADIAL DE SÃO PAULO


AV. MORUMBI, 8.724 – BROOKLIN. CEP: 04703002 DIREITO PENAL 2015
jonasfs.juridico@gmail.com
Página 5 de 26
CASOS CONCRETOS 1 - 16 RESOLVIDOS

DIREITO PENAL II - 2015

DO BRASIL OAB. XI EXAME DE ORDEM. PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL.


ÁREA: DIREITO PENAL) Ricardo cometeu um delito de roubo no dia 10/11/2007, pelo
qual foi condenado no dia 29/08/2009, sendo certo que o trânsito em julgado definitivo
de referida sentença apenas ocorreu em 15/05/2010. Ricardo também cometeu, no dia
10/09/2009, um delito de extorsão. A sentença condenatória relativa ao delito de
extorsão foi prolatada em 18/10/2010, tendo transitado definitivamente em julgado no
dia 07/04/2011. Ricardo também praticou, no dia 12/03/2010, um delito de estelionato,
tendo sido condenado em 25/05/2011. Tal sentença apenas transitou em julgado no
dia 27/07/2013. Nesse sentido, tendo por base apenas as informações contidas no
enunciado, responda aos itens a seguir.
A) O juiz, na sentença relativa ao crime de roubo, deve considerar Ricardo portador de
bons ou maus antecedentes?
Deve ser considerado portador de bons antecedentes quando da prolação da
sentença de roubo, uma vez que nada havia sequer praticado outro delito.
B) O juiz, na sentença relativa ao crime de extorsão, deve considerar Ricardo portador
de bons ou maus antecedentes? Na hipótese, incide a circunstância agravante da
reincidência ou Ricardo ainda pode ser considerado réu primário?
Ao proferir a sentença pelo crime de extorsão, o juiz não poderá fazer incidir a
agravante da reincidência, devendo (reu) ser considerado, também neste momento,
primário, uma vez que o crime de roubo foi praticado durante a ação penal pelo roubo.
Contudo neste caso, quando da prolação da sentença referente a extorsão, em
18/10/2010, Ricardo já se encontra definitivamente condenado pelo roubo (transito
ocorrido 15/05/2010, o que viabiliza o mesmo considerado, pelo juiz sentenciante,
portador de maus antecedentes.
C) O juiz, na sentença relativa ao crime de estelionato, deve considerar Ricardo
portador de bons ou maus antecedentes? Na hipótese, incide a circunstância
agravante da reincidência ou Ricardo ainda pode ser considerado réu primário?
Neste caso, como a sentença foi prolatada em 25/05/2011, já tendo ocorrido o transito
em julgado das condenações anteriores, seja pelo roubo (em 15/05/2010), seja pela
extorsão em (em 07/04/2011), devera o juiz considerar o réu, portador de maus
antecedentes, mas não poderá incidir a agravantes da reincidência, devendo ser ele
considerado primário.

Questão n.2 - Com relação à aplicação da pena, analise as afirmativas a seguir e


assinale a alternativa correta:

CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO UNIRADIAL DE SÃO PAULO


AV. MORUMBI, 8.724 – BROOKLIN. CEP: 04703002 DIREITO PENAL 2015
jonasfs.juridico@gmail.com
Página 6 de 26
CASOS CONCRETOS 1 - 16 RESOLVIDOS

DIREITO PENAL II - 2015

I. O sistema de aplicação de pena é composto por três fases: fixação da pena-base,


análise das circunstâncias agravantes e atenuantes e, por fim, das causas de aumento
e diminuição de pena.
II. Na fixação da pena-base o magistrado analisará as denominadas circunstâncias
judiciais, previstas no art.59, do Código Penal, sendo possível sua fixação aquém do
mínimo legal previsto na pena abstrata.
III. Na segunda fase o magistrado analisará as circunstâncias legais, previstas tanto na
parte geral, quanto na parte especial do Código Penal.
IV. Através da interpretação do disposto no art.59, do Código Penal depreende-se o
princípio da proporcionalidade das penas.
a) somente as afirmativas I e II estão corretas.
b) somente as afirmativas I e III estão corretas
c) somente as afirmativas II e III estão corretas.
d) somente as afirmativas I, III e IV estão correta
Questão n.3 - Consoante entendimento sumulado pelos Tribunais Superiores sobre o
sistema trifásico de aplicação de penas, analise as afirmativas a seguir e assinale a
alternativa correta:
I. A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena
aquém do mínimo legal.
II. É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a
pena-base.
III. É admissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a majorante do
roubo em benefício dos corréus.
IV. Fixada a pena-base no mínimo legal, é possível o estabelecimento de regime
prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base na
opinião do julgador sobre gravidade abstrata do delito.
a) somente as afirmativas I e II estão corretas.
b) somente as afirmativas I e III estão corretas
c) somente as afirmativas II e III estão corretas.
d) somente as afirmativas I, III e IV estão correta
CASO CONCRETO 5
Questão n.1 - Toni e foram condenados como incursos nas sanções do artigo 121,
caput, (réu Chris) e artigo 121, § 2º, I, (réu Toni), na forma do artigo 29, todos do
Código Penal. Chris foi condenada à pena de 07 (sete) anos de reclusão, a ser
cumprida em regime inicial semiaberto, e Toni, à pena de 13 (treze) anos e 07 (sete)
meses de reclusão, a ser cumprida em regime inicial fechado pela prática de homicídio
qualificado pelo motivo torpe. Inconformados com a pena fixada pelo Conselho de
Sentença interpõem recurso de apelação por intermédio de seus advogados com
vistas à reforma da sentença e a realização de novo julgamento pelo Tribunal do Júri
ou à readequação da pena imposta com base no art. 593, III, alíneas b, c e d, do
Código de Processo Penal (fl. XX). Sustenta a defesa em suas razões em relação ao
réu Toni (fl. XY) que houve equívoco do juízo no que tange à aplicação da pena,
havendo erro e injustiça quando da fixação da reprimenda. Alega que a pena-base foi
fixada acima do devido, sendo as circunstâncias e consequências normais e inerentes
ao tipo penal, não se mostrando fatores a considerar para aumentar a pena-base.
Acrescenta que a vítima contribuiu para a ocorrência do crime, devendo a pena-base
ser fixada no mínimo legal. Aduz, com base no artigo 593, III, d, do CPP, que a

CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO UNIRADIAL DE SÃO PAULO


AV. MORUMBI, 8.724 – BROOKLIN. CEP: 04703002 DIREITO PENAL 2015
jonasfs.juridico@gmail.com
Página 7 de 26
CASOS CONCRETOS 1 - 16 RESOLVIDOS

DIREITO PENAL II - 2015

decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova produzida nos autos, devendo
ser realizado novo júri. Requer o provimento da apelação, para reconhecer que a
decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova dos autos (artigo 593, III, d,
do CPP) ou que seja provido o apelo, com base no artigo 593, III, a, b e c, do CPP.
Ante o exposto, responda às questões apresentadas de forma objetiva e
fundamentada a partir dos estudos realizados sobre individualização de pena:
a) A tese defensiva deve prosperar no que concerne à fixação da pena-base
acima do mínimo legal?
A tese defensiva deve prosperar, tendo em vista que as circunstâncias que já integram
o tipo penal não podem servir, de igual forma, para agravar a reprimenda além do
mínimo legal, sob pena de bis in idem. É que, como se sabe, se determinada
circunstância é inerente a o tipo penal ela já foi considerada pelo legislador quando tal
crime foi criado, não podendo novamente ser considerada na dosimetria.
b) A qualificadora motivo torpe, prevista no §2, inciso I do art.121, do Código
Penal foi utilizada pelo magistrado em qual momento do sistema trifásico de
aplicação de pena?
Como o texto do problema nada menciona a respeito da segunda fase (agravante e
atenuante) e da terceira fase (causas de aumento e de diminuição), a qualificadora do
motivo torpe foi considerada pelo magistrado, de forma errônea, na primeira fase da
do sistema trifásico de aplicação da pena. Isso pode ser verificado na seguinte
passagem: "Alega que a pena-base" - Pena-base é aquela verificada na primeira fase,
quando começa-se a dosimetria
c) Diferencie qualificadora de causa aumento de pena.
Qualificadora é aquela que altera o patamar da pena base. No crime de homicídio, por
exemplo, a pena base é de 6 a 20 anos. Quando o homicídio (art. 121, CP) é
qualificado (por motivo fútil, à traição, com uso de veneno, fogo, asfixia etc.) a pena
base muda e pula para 12 a 30 anos. Isto é uma qualificadora (e normalmente, se não
todas as vezes, está explícito no Código que aquelas disposições são qualificadoras).
A Causa de Aumento é utilizada, após já fixada a pena base, para incrementar a
punição. Os limites da pena base já foram estabelecidos, o que se faz é utilizá-los
para, com um cálculo simples, majorar a pena. Esse é o caso, por exemplo, do roubo
(art. 157, CP) praticado com arma de fogo (art. 157, inciso I). Não se pode chamar
esse roubo de roubo qualificado, uma vez que o uso de arma de fogo é uma causa de
aumento. Normalmente as Causas de Aumento vêm introduzidas por “A pena
aumenta-se de X% até Y%”
Questão n.2 – (OAB. EXAME DE ORDEM UNIFICADO JULHO/2011 TIPO 1
BRANCO QUESTÃO 63) Em relação ao cálculo da pena, é correto afirmar que:
a) a análise da reincidência precede à verificação dos maus antecedentes, e eventual
acréscimo de pena com base na reincidência deve ser posterior à redução pela
participação de menor importância.
b) é defeso ao juiz fixar a pena intermediária em patamar acima do máximo previsto,
ainda que haja circunstância agravante a ser considerada.
c) o acréscimo de pena pela embriaguez preordenada deve se feito posteriormente à
redução pela confissão espontânea
d) é possível que o juiz, analisando as circunstâncias judiciais do art. 59 do Código
Penal, fixe pena-base em patamar acima do máximo previsto.

CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO UNIRADIAL DE SÃO PAULO


AV. MORUMBI, 8.724 – BROOKLIN. CEP: 04703002 DIREITO PENAL 2015
jonasfs.juridico@gmail.com
Página 8 de 26
CASOS CONCRETOS 1 - 16 RESOLVIDOS

DIREITO PENAL II - 2015

CASO CONCRETO 6
Questão n. 1 - Abelardo Rocha foi condenado pela prática de dois delitos de roubo
majorado pelo concurso de pessoas e pelo emprego de arma de fogo em concurso
material de crimes (art.157, §2º, I e II 2x nf art.69, ambos do Código Penal) à pena
unificada de 16 anos, 1 mês e seis dias de reclusão a ser cumprida em regime
inicialmente fechado, tendo iniciado seu cumprimento em 12 de julho de 2007. Em 05
de maio de 2010, progrediu para o regime semi-aberto de cumprimento de pena e, em
14 de dezembro de 2012, preenchidos os requisitos para o progressão de regimes
para o regime aberto teve, entretanto, determinado pelo Juízo das Execuções seu
cumprimento em prisão domiciliar face à ausência de vagas em Casa de Albergado.
Inconformado com a decisão, o membro do Ministério Público interpôs agravo em
execução com vistas à cassação do “benefício”, o que foi provido pelo Tribunal de
Justiça. Com base nos estudos realizados sobre os princípios informadores da Teoria
da Pena, desenvolva de forma objetiva e fundamentada a tese defensiva a ser
apresentada em sede de Habeas Corpus com vistas à manutenção do cumprimento
de pena em prisão domiciliar.
Tendo Abelardo cumprido os requisitos objetivos (quantidade de pena) e subjetivos
(bom comportamento) para progressão no regime cumprimento, em que saiu do
regime fechado para semi-aberto e do semi-aberto para o aberto. É legítimo a
aplicação da prisão domiciliar, em função da ausência de vagas na Casa de
Albergado.
Questão n. 2 - Com relação a penas, assinale a opção correta (CESPE - 2013 - TJ-PB
- Juiz Leigo)
a) São três as modalidades de penas privativas de liberdade: prisão simples, detenção
e reclusão; as de reclusão devem ser cumpridas em regime fechado ou semiaberto, e
as de detenção, em regime aberto.
b) De acordo com o CP, considera-se como regime fechado a execução da pena em
estabelecimento de segurança máxima ou média; regime semiaberto, em casa de
albergado ou estabelecimento adequado; e regime aberto, a execução da pena em
colônia agrícola, industrial ou similar.
c) A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime constitui motivação
idônea para a imposição de regime mais severo que o permitido conforme a pena
aplicada.
d) Consideram-se absolutas as teorias que concebem a pena como um fim em si
mesma, ou seja, como uma retribuição pela prática de um crime; consideram-se
relativas as teorias utilitaristas, que concebem e justificam a pena enquanto meio para
a realização do fim utilitário da prevenção de futuros delitos.
e) Segundo a teoria da prevenção geral negativa, a pena constitui um instrumento de
infusão, na consciência geral, da necessidade de respeito a determinados valores,
como forma de exercício da fidelidade ao direito e promoção da integração social.
Questão n. 3 - Sobre as espécies de regimes prisionais, é correto afirmar que o
condenado:
a) reincidente ou não, condenado à pena de 8 (oito) anos de reclusão deverá,
obrigatoriamente, iniciar o seu cumprimento de pena em regime fechado.
b) não reincidente, cuja pena seja superior a quatro anos e não exceda a oito,
poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto

CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO UNIRADIAL DE SÃO PAULO


AV. MORUMBI, 8.724 – BROOKLIN. CEP: 04703002 DIREITO PENAL 2015
jonasfs.juridico@gmail.com
Página 9 de 26
CASOS CONCRETOS 1 - 16 RESOLVIDOS

DIREITO PENAL II - 2015

c) reincidente condenado à pena de reclusão de 4 (quatro) anos jamais poderá iniciar


o seu cumprimento de pena em regime semi-aberto.
d) nos casos de aplicação de medida de segurança, a reclusão pode acarretar a
adoção de tratamento ambulatorial, já a detenção, a internação.
CASO CONCRETO 7
Questão n. 1 - (ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL OAB. XI EXAME DE
ORDEM. PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL APLICADA EM 6/10/2013 ÁREA:
DIREITO PENAL. MODIFICADA). O Juiz da Vara de Execuções Penais da Comarca Y
converteu a medida restritiva de direitos (que fora imposta em substituição à pena
privativa de liberdade) em cumprimento de pena privativa de liberdade imposta no
regime inicial aberto, sem fixar quaisquer outras condições.
O Ministério Público, inconformado, interpôs recurso alegando, em síntese, que a
decisão do referido Juiz da Vara de Execuções Penais acarretava o abrandamento da
pena, estimulando o descumprimento das penas alternativas ao cárcere. O recurso,
devidamente contra-arrazoado, foi submetido a julgamento pela Corte Estadual, a
qual, de forma unânime, resolveu lhe dar provimento. A referida Corte fixou como
condição especial ao cumprimento de pena no regime aberto, com base no Art. 115 da
LEP, a prestação de serviços à comunidade, o que deveria perdurar por todo o tempo
da pena a ser cumprida no regime menos gravoso. Atento ao caso narrado e
considerando apenas os dados contidos no enunciado, responda:
Está correta a decisão da Corte Estadual, levando-se em conta entendimento
jurisprudencial sumulado?
Agravo em Execução (Art. 197 da LEP)
Responda de forma objetiva e fundamentada com base nos estudos realizados sobre
as penas substitutivas à pena privativa de liberdade.
Não, pois de acordo com o verbete 493 da Súmula do STJ, é inadmissível a
fixação de pena substitutiva (Art. 44 do CP) como condição especial ao regime
aberto. Ademais, embora ao Juiz seja lícito estabelecer condições especiais para
a concessão do regime aberto, em complementação daquelas previstas na LEP
(Art. 115 da LEP), não poderá adotar a esse título nenhum efeito já classificado
como pena substitutiva (Art. 44 do CPB), porque aí ocorreria o indesejável bis in
idem, importando na aplicação de dúplice sanção. Ademais, o Art. 44 do Código
Penal é claro ao afirmar a natureza autônoma das penas restritivas de direitos
que, por sua vez, visam substituir a sanção corporal imposta àqueles
condenados por infrações penais mais leves. Diante do caráter substitutivo das
sanções restritivas, vedada está sua cumulatividade com a pena privativa de
liberdade, salvo expressa previsão legal, o que não é o caso.
Questão n. 2 - No tocante às penas restritivas de direitos, (FCC - 2014 - TJ-CE Juiz)
a) há conversão em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento
injustificado da restrição imposta, sem dedução do tempo cumprido da sanção
substitutiva.
b) é possível a imposição de interdição temporária de direitos consistente em proibição
de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos.
c) é admissível a fixação de pena substitutiva como condição especial ao regime
aberto, conforme entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça.
d) é obrigatória a conversão, se sobrevier condenação à pena privativa de liberdade.

CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO UNIRADIAL DE SÃO PAULO


AV. MORUMBI, 8.724 – BROOKLIN. CEP: 04703002 DIREITO PENAL 2015
jonasfs.juridico@gmail.com
Página 10 de 26
CASOS CONCRETOS 1 - 16 RESOLVIDOS

DIREITO PENAL II - 2015

e) a perda de bens e valores pertencentes ao condenado dar-se-á, preferencialmente,


em favor da vítima ou de seus sucessores.
Questão n.3 - Com relação às medidas alternativas e substitutivas à pena privativa de
liberdade, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta:
I. As penas substitutivas à pena privativa de liberdade são autônomas e sua aplicação
atende aos requisitos previstos no art.44, do Código Penal.
II. As medidas alternativas à pena privativa de liberdade são autônomas e sua
aplicação atende aos requisitos previstos no art.44, do Código Penal.
III. Caso a pena substitutiva à pena privativa de liberdade imposta seja
injustificadamente descumprida ocorrerá sua conversão em pena privativa de
liberdade
IV. As penas substitutivas à pena privativa de liberdade são aferidas através da pena
abstrata, sendo irrelevante para a sua aplicação o quantum de fixação da pena
concreta, já individualizada.
a) somente as afirmativas I e II estão corretas.
b) somente as afirmativas I e III estão corretas
c) somente as afirmativas II e III estão corretas.
d) somente as afirmativas I, III e IV estão corretas.
CASO CONCRETO 8
1) Sobre o concurso material de crimes, assinale a assertiva correta: (Exame de
Ordem – 1ª Fase. OAB/RS.2007)
a) Trata-se da hipótese em que o agente, por meio de um único golpe, atinge a
integridade física de várias pessoas, querendo os resultados diversos.
b) Trata-se da hipótese em que o agente coloca uma bomba em um avião para matar
apenas um passageiro e, quando a aeronave está ar, detona-a, matando todos os que
estavam a bordo.
c) Trata-se da hipótese em que o agente dispara dois tiros, que atingem pessoas
diferentes, querendo ambos os resultados.
d) Trata-se da hipótese em que o agente pratica diversas ações (e, por conseguinte,
vários tipos) nas mesmas condições de tempo, lugar, modo de execução e outras
semelhantes, perfazendo, pelo seu conjunto, um único crime.
2) Francisco teve seu carro furtado. Soube, por testemunhas, que o autor da
subtração foi Fernando. No dia seguinte, localizou-o numa via pública do bairro,
dirigindo o veículo subtraído, e o abordou. Fernando desferiu-lhe vários golpes
com uma barra de ferro, causando-lhe ferimentos graves, deixando, a seguir, o
local com o automóvel que subtraíra. Diante disso, Fernando cometeu crime de:
(Promotor de Justiça/ PE)
a) furto e crime de lesões corporais graves, em concurso material
b) roubo impróprio.
c) roubo qualificado pelo resultado, em virtude de ter resultado lesões corporais
graves.
d) furto tentado e crime de lesões corporais graves, em continuação.
e) roubo simples e crime de lesões corporais graves, em concurso material.
3) Segundo o Código Penal (CP) brasileiro, quando, por acidente ou erro no uso
dos meios de execução, o agente, em vez de atingir a pessoa que pretendia
ofender, atinge pessoa diversa, ele deve responder como se tivesse praticado o

CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO UNIRADIAL DE SÃO PAULO


AV. MORUMBI, 8.724 – BROOKLIN. CEP: 04703002 DIREITO PENAL 2015
jonasfs.juridico@gmail.com
Página 11 de 26
CASOS CONCRETOS 1 - 16 RESOLVIDOS

DIREITO PENAL II - 2015

crime contra aquela. No caso de ser, também, atingida a pessoa que o agente
pretendia ofender, aplica-se a regra do: (136° Exame OAB/SP, 1ª Fase)
a) concurso material.
b) concurso formal.
c) crime continuado.
d) crime habitual.
4) João ingressou em um Shopping Center, tarde da noite, burlando a vigilância
do local. Invadiu cinco lojas de proprietários diversos, valendo-se, para tanto, de
chaves falsas. De cada uma das lojas, subtraiu inúmeras peças de roupas. Após
a ação, deixou o local e foi preso passada meia hora, abordado por policiais
militares que estranharam o volume de pacotes que carregava. João foi
denunciado e condenado por cinco furtos qualificados. Na fixação da pena, o
Juiz deve considerar as condutas como praticadas:
a) em concurso formal.
b) como crime continuado.
c) como crime único.
d) em concurso material.
5) Assinale a opção correta com base nos princípios de direito penal na CF:
(136° Exame OAB/SP, 1ª Fase).
a) O princípio básico que orienta a construção do direito penal é o da intranscendência
da pena, resumido na fórmula nullum crimen, nulla poena, sine lege.
b) Segundo a CF, é proibida a retroação de leis penais, ainda que estas sejam mais
favoráveis ao acusado.
c) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar
o dano e a decretação de perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas até
os sucessores e contra eles executadas, mesmo que ultrapassem o limite do valor do
patrimônio transferido.
d) O princípio da humanidade veda as penas de morte, salvo em caso de guerra
declarada, bem como as de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de banimento e
as cruéis.
6) Após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, intimado a pagar
a pena de multa que lhe fora fixada, mas não o fazendo, o condenado poderá:
(Exame de Ordem Cespe/UnB. Março 2008):
a) Ter a pena de multa convertida em pena privativa de liberdade.
b) Ter sua dívida inscrita na fazenda pública, com a consequente execução fiscal.
c) Ter sua pena de multa convertida em pena restritiva de direitos.
d) Ter o valor da pena de multa aumentado
7) Sobre a prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas,
assinale a alternativa INCORRETA: (132° Exame OAB/SP– 1ª Fase).
a) Consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado.
b) Deve ser aplicada nas condenações acima de 01 (um) mês e até 02 (dois) anos de
privação de liberdade.
c) Dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros
estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais.

CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO UNIRADIAL DE SÃO PAULO


AV. MORUMBI, 8.724 – BROOKLIN. CEP: 04703002 DIREITO PENAL 2015
jonasfs.juridico@gmail.com
Página 12 de 26
CASOS CONCRETOS 1 - 16 RESOLVIDOS

DIREITO PENAL II - 2015

d) Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a


pena substitutiva em menor tempo, nunca inferior à metade da pena privativa de
liberdade fixada.
8) Sobre a aplicação da pena (CP, art. 59 a 76), assinale a alternativa
INCORRETA: (Juiz de Direito/PR)
a) no concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na Parte Especial do
Código Penal, o juiz deve levar em consideração todos os aumentos e/ou diminuições,
não podendo limitar-se à causa que mais aumente ou diminua a pena.
b) segundo o entendimento majoritário, inclusive sumulado pelo Superior Tribunal de
Justiça, a incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena
abaixo do mínimo legal.
c) verifica-se a circunstância agravante da reincidência quando o agente comete novo
crime, mesmo que a condenação anterior já transitada em julgado seja no estrangeiro.
d) o rol das circunstâncias atenuantes não é taxativo, eis que o Código Penal
expressamente admite outras hipóteses, mesmo que não previstas em lei.
9) Com relação à aplicação da Pena é CORRETO afirmar que: (Juiz de Direito/
MG)
a) se o réu é primário e de bons antecedentes, a pena deve ser fixada no mínimo
legal.
b) as circunstâncias atenuantes e agravantes devem ser levadas em consideração na
fixação da pena-base.
c) a circunstância atenuante pode reduzir a pena aquém do mínimo legal, assim como
a agravante pode aumentá-la além do máximo cominado.
d) é possível considerar as circunstâncias que qualificam o homicídio com as que o
tornam privilegiado, desde que sejam aquelas de natureza objetiva.
10) (JUIZ DE DIREITO. MG/2005) É correto afirmar que é possível a substituição
da pena privativa de liberdade quando:
a) A pena privativa de liberdade não for superior a 4 (quatro) anos. Mesmo se o crime
tiver sido cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a
pena aplicada, se o crime for culposo.
b) O condenado for reincidente, desde que, em face da condenação anterior, a medida
seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da
prática do mesmo crime.
c) A condenação for igual ou inferior a 1 (um) ano substituindo-se a pena privativa de
liberdade por prestação pecuniária ou por uma restritiva de direitos.
d) A condenação for superior a 1 (um) ano, substituindo-se a pena privativa de
liberdade por uma pena restritiva de direitos e prestação pecuniária ou por duas
restritivas de direitos.
11) Assinale a alternativa correta: (UFPR - 2013 - TJ-PR - Juiz)
a) É admissível a fixação de pena substitutiva (art. 44 do CP) como condição especial
ao regime aberto.
b) É vedada a utilização de inquéritos policiais para agravar a penabase, sendo
permitida, entretanto, a utilização das ações penais em curso.
c) É admissível a chamada progressão por salto de regime prisional.

CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO UNIRADIAL DE SÃO PAULO


AV. MORUMBI, 8.724 – BROOKLIN. CEP: 04703002 DIREITO PENAL 2015
jonasfs.juridico@gmail.com
Página 13 de 26
CASOS CONCRETOS 1 - 16 RESOLVIDOS

DIREITO PENAL II - 2015

d) Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da


vigência da Lei n. 11.464/2007, sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n.
7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional.
12) Fulgêncio, com animus necandi, coloca na xícara de chá servida a Arnaldo
certa dose de veneno. Batista, igualmente interessado na morte de Arnaldo,
desconhecendo a ação de Fulgêncio, também coloca uma dose de veneno na
mesma xícara. Arnaldo vem a falecer pelo efeito combinado das duas doses de
veneno ingeridas, pois cada uma delas, isoladamente, seria insuficiente para
produzir a morte, segundo a conclusão da perícia. Fulgêncio e Batista agiram
individualmente, cada um desconhecendo o plano do outro.
Pergunta-se:( Juiz de Direito – MG).
a) Fulgêncio e Batista respondem por tentativa de homicídio doloso qualificado.
b) Fulgêncio e Batista respondem, cada um, por homicídio culposo.
c) Fulgêncio e Batista respondem por lesão corporal seguida de morte.
d) Fulgêncio e Batista respondem, como co-autores, por homicídio doloso, qualificado,
consumado.
13) Cleomar e Ricardo acordaram previamente a prática de um roubo contra um
taxista, tendo simulado o interesse em fazer uma corrida, e já no veículo o
primeiro anunciou o assalto empunhando um estilete, quando a vítima entregou
a carteira com dinheiro e documentos pessoais a Ricardo. Este saiu correndo e
Cleomar permaneceu no veículo por mais alguns instantes, momento em que
com estocadas feriu gravemente a vítima a qual veio a falecer. Os dois foram
denunciados pelo crime de latrocínio. De acordo com a legislação penal vigente,
é correto afirmar que: (Defensor Público – RN).
a) Ricardo será punido pelo crime de latrocínio, pois a morte do taxista era resultado
previsível da ação;
b) comprovado que Ricardo quis participar do roubo na sua forma simples, o juiz
poderá reduzir a pena do latrocínio até a metade;
c) Ricardo, comprovado que desejou participar apenas do crime de roubo, mas sendo
previsível o resultado, será condenado a pena do roubo na forma simples, a qual
poderá ser aumentada até a metade.
d) Ricardo deverá ser punido pelo crime de latrocínio, tendo em vista que,
considerando a relação natural entre o acordo para o roubo e a morte da vítima,
independe se houve ou não prévio acordo sobre este último resultado.
14) Assinale a opção correta acerca da ação penal.(136° Exame OAB/SP –
Cespe/UnB)
a) Se, em qualquer fase do processo, o juiz reconhecer extinta a punibilidade, deverá
aguardar o requerimento do MP, do querelante ou do réu, apontando a causa de
extinção da punibilidade, para poder declará-la.
b) A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime,
não se estende aos demais agentes.
c) A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o
MP velará pela sua indivisibilidade.
d) O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, inclusive ao
querelado que o recusar.

CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO UNIRADIAL DE SÃO PAULO


AV. MORUMBI, 8.724 – BROOKLIN. CEP: 04703002 DIREITO PENAL 2015
jonasfs.juridico@gmail.com
Página 14 de 26
CASOS CONCRETOS 1 - 16 RESOLVIDOS

DIREITO PENAL II - 2015

15) No crime de corrupção ativa, a circunstância de ser um dos agentes


funcionário público Juiz de Direito – AL – 2007)
a) não é elementar, não se comunicando, portanto, ao concorrente particular.
b) é elementar, mas não se comunica ao concorrente particular.
c) é elementar, comunicando-se ao concorrente particular, ainda que este desconheça
a condição daquele.
d) é elementar, comunicando-se ao concorrente particular, se este conhecia a
condição daquele.
e) não é elementar, comunicando-se, em qualquer situação, ao concorrente particular.
CASO CONCRETO 9
Questão n.1 - (OAB EXAME UNIFICADO. DEZ/2011. PROVA PRÁTICO-
PROFISSIONAL – DIREITO PENAL. QUESTÃO N.2. MODIFICADA). Joaquina, ao
chegar à casa de sua filha, Esmeralda, deparou-se com seu genro, Adaílton,
mantendo relações sexuais com sua neta, a menor F.M., de 12 anos de idade, fato
ocorrido no dia 2 de janeiro de 2011. Transtornada com a situação, Joaquina foi à
delegacia de polícia, onde registrou ocorrência do fato criminoso. Ao término do
Inquérito Policial instaurado para apurar os fatos narrados, descobriu-se que Adaílton
vinha mantendo relações sexuais com a referida menor desde novembro de 2010.
Apurou-se, ainda, que Esmeralda, mãe de F.M., sabia de toda a situação e, apesar de
ficar enojada, não comunicava o fato à polícia com receio de perder o marido que
muito amava. A partir da premissa de que Adaílton praticou o delito de estupro de
vulnerável majorado pelo fato dele ser padrasto de F.M (art.217-A c.c. art. 226, II,
ambos do Código Penal), responda de forma objetiva e fundamentada, com base nos
estudados realizados, às questões propostas:
a) Esmeralda praticou crime? Em caso afirmativo, qual?
Sim, pois Esmeralda era agente garantidora do menor, portanto tinha obrigação de
impedir o resultado. Cometeu o crime comissivo por omissão
b) Considerando que o Inquérito Policial já foi finalizado, deve a avó da menor oferecer
queixa-crime?
Não, pois se trata de ação pública incondicional, portanto cabe ao ministério público
oferecer a denúncia.
Questão n.2 - Um professor na aula de Processo Penal esclarece a um aluno que o
Ministério Público, após ingressar com a ação penal, não poderá desistir dela,
conforme expressa previsão do Art. 42 do CPP. O professor estava explicando ao
aluno o princípio da: (X EXAME DE ORDEM UNIFICADO – TIPO 01 – BRANCA)
a) indivisibilidade.
b) obrigatoriedade.
c) indisponibilidade.
d) intranscedência.
Questão n.3 - Fernanda, durante uma discussão com seu marido Renato, levou vários
socos e chutes. Inconformada com a agressão, dirigiu-se à Delegacia de Polícia mais
próxima e narrou todo o ocorrido. Após a realização do exame de corpo de delito, foi
constatada a prática de lesão corporal leve por parte de Renato. O Delegado de
Polícia registrou a ocorrência e requereu as medidas cautelares constantes no Artigo
23 da Lei nº 11.340/2006. Após alguns dias e com objetivo de reconciliação com o
marido, Fernanda foi novamente à Delegacia de Polícia requerendo a cessação das

CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO UNIRADIAL DE SÃO PAULO


AV. MORUMBI, 8.724 – BROOKLIN. CEP: 04703002 DIREITO PENAL 2015
jonasfs.juridico@gmail.com
Página 15 de 26
CASOS CONCRETOS 1 - 16 RESOLVIDOS

DIREITO PENAL II - 2015

investigações para que não fosse ajuizada a ação penal respectiva. Diante do caso
narrado, de acordo com o recente entendimento do Supremo Tribunal Federal,
assinale a afirmativa correta. (XIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO – TIPO 01 –
BRANCA)
a) No âmbito da Lei Maria da Penha, nos crimes de lesão corporal leve, a ação penal é
condicionada à representação. Desta forma, é possível a sua retratação, pois não
houve o oferecimento da denúncia.
b) No âmbito da Lei Maria da Penha, nos crimes de lesão corporal leve, a ação
penal é pública incondicionada, sendo impossível interromper as investigações
e obstar o prosseguimento da ação penal.
c) No âmbito da Lei Maria da Penha, nos crimes de lesão corporal leve, a ação penal é
pública incondicionada, mas é possível a retratação da representação antes do
oferecimento da denúncia.
d) No âmbito da Lei Maria da Penha, nos crimes de lesão corporal leve, a ação penal é
pública condicionada à representação, mas como os fatos já foram levados ao
conhecimento da autoridade policial será impossível impedir o prosseguimento das
investigações e o ajuizamento da ação pena.
CASO CONCRETO 10
Questão n.1 - Cleyton Neves foi condenado à pena de 3 (três) anos e 4 (quatro)
meses de reclusão a ser cumprida em regime inicialmente fechado pelo tráfico de 73 g
de maconha, 23 g de cocaína e 7 g de crack, tendo sua conduta prevista no art.33,
caput, da lei n.11343/2006, crime equiparado a hediondo. Inconformado com a
decisão interpôs recurso de apelação com vistas à substituição da privativa de
liberdade por restritiva de direitos e a fixação de regime menos gravoso, o que foi
negado pelo Tribunal de Justiça Estadual. Cleyton Neves, então, interpôs habeas
corpus ao Superior Tribunal de Justiça com vistas à substituição da privativa de
liberdade por restritiva de direitos e sucessivamente, a concessão da suspensão
condicional da execução da pena imposta. A Corte superior negou a ordem em
relação à substituição de penas, pois entendeu que o paciente não atendia aos
requisitos subjetivos estabelecidos pelo art.44, do Código Penal. Ante o exposto, com
base nos estudos realizados sobre o tema, responda de forma objetiva e
fundamentada sobre a possibilidade da concessão do sursis pela Corte.
Não cabe PRD ou SURSIS (pena de 12 anos) conforme Art 77 do CPB.
** São os seguintes os requisitos para a substituição de PPL em PRD (segundo o
art. 44 do Código Penal):
a) pena privativa de liberdade aplicada não superior a 4 anos (no caso de crime
doloso) e o crime cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa;
b) não há limite de pena se o crime é culposo;
c) não reincidência em crime doloso, salvo o disposto no § 3º (caso o condenado seja
reincidente, poderá haver substituição, desde que, em face de condenação anterior, a
medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em
virtude da prática do mesmo crime);
d) culpabilidade, antecedentes, conduta social e personalidade do condenado, motivos
e circunstâncias indicarem que a substituição é suficiente.
** SURSIS é o mesmo que suspensão condicional da execução da pena é o instituto
que permite ao juiz, em vez de ordenar ao condenado o cumprimento de pena de
pequena duração, suspendê-la por período, chamado período de prova.

CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO UNIRADIAL DE SÃO PAULO


AV. MORUMBI, 8.724 – BROOKLIN. CEP: 04703002 DIREITO PENAL 2015
jonasfs.juridico@gmail.com
Página 16 de 26
CASOS CONCRETOS 1 - 16 RESOLVIDOS

DIREITO PENAL II - 2015

Aplica-se à execução da pena privativa de liberdade, não superior a dois anos,


podendo ser suspensa, por dois a quatro anos, desde que: o condenado não seja
reincidente em crime doloso; a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a
concessão do benefício; não seja indicada ou cabível a substituição por penas
restritivas de direitos. Veja Arts. 77 a 82 do Código Penal e Arts. 156 a 163 da Lei de
Execução Penal.
Questão n.2 - A respeito do benefício da suspensão condicional da execução da
pena, assinale a afirmativa incorreta. (XIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO – TIPO 01
– BRANCA)
a) Não exige que o crime praticado tenha sido cometido sem violência ou grave
ameaça à pessoa.
b) Não pode ser concedido ao reincidente em crime doloso, exceto se a condenação
anterior foi a pena de multa.
c) Somente pode ser concedido se não for indicada ou se for incabível a substituição
da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos.
d) Sobrevindo, durante o período de prova, condenação irrecorrível por crime doloso, o
benefício será revogado, mas tal período será computado para efeitos de detração.
Questão n.3 - Com relação aos institutos da suspensão condicional da execução da
pena (sursis) e livramento condicional, assinale a alternativa INCORRETA:
a) A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão da suspensão
condicional da pena.
b) É admissível a suspensão condicional da pena, mesmo em se tratando de
condenado reincidente em crime culposo.
c) É vedado ao juiz especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão
da pena, além daquelas previstas no Código Penal.
d) Uma das diferenças entre a suspensão condicional da pena e o livramento
condicional refere-se ao período de prova, que para a primeira dura de dois a quatro
ou de quatro a seis anos, enquanto que para o segundo corresponde ao restante da
pena a ser cumprida.
CASO CONCRETO 11
Questão n.1 - Celidônio Alves, denunciado como incurso na prática do delito previsto
no art. 217-A c.c art. 225, parágrafo único, ambos do Código Penal, foi absolvido
impropriamente, tendo sido imposta consectária medida de segurança de internação
com fulcro no art. 386, inc. VI, do Código de Processo Penal. Inconformada com a
decisão, a defesa interpôs recurso de apelação e, nas suas razões, alegou que a
medida de internação aplicada não obedecia à necessária individualização da pena,
bem como ressaltou que o réu ficaria afastado de sua família, o que prejudicaria sua
recuperação, razão pela qual postulou a aplicação de tratamento ambulatorial ao
acusado e fixação de tempo mínimo para a aplicação da medida de segurança. Ante o
exposto, com base nos estudos realizados sobre o tema, responda,
fundamentadamente, se o pedido deverá ser provido.
Não, porque conforme art. 97 do CP em crime punido com Pena de Redução como é o
caso de estupro de vulnerável, a medida de Segurança apropriada é de internação.
Questão n.2 - Marcelo foi condenado à pena privativa de liberdade de 14 anos e 6
meses de reclusão, a ser cumprida em regime inicialmente fechado, como incurso nas

CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO UNIRADIAL DE SÃO PAULO


AV. MORUMBI, 8.724 – BROOKLIN. CEP: 04703002 DIREITO PENAL 2015
jonasfs.juridico@gmail.com
Página 17 de 26
CASOS CONCRETOS 1 - 16 RESOLVIDOS

DIREITO PENAL II - 2015

sanções do art.121§2º incisos II e III, do Código homicídio qualificado pelo motivo fútil
e praticado mediante asfixia. Após o cumprimento de dez meses de pena, o
sentenciado foi acometido de doença mental, razão pela qual a pena privativa de
liberdade foi convertida em medida de segurança, na modalidade de internação. Ante
o exposto, é correto afirmar que a medida de segurança perdurará até a cessação da
periculosidade do agente averiguada:
a) independentemente do tempo de cumprimento da pena privativa de liberdade
imposta na sentença penal.
b) independentemente do tempo de cumprimento da pena privativa de liberdade
imposta na sentença penal, desde que, respeitado o prazo máximo de trinta anos para
o cumprimento de sanção penal reclusiva.
c) de acordo com o tempo de cumprimento da pena privativa de liberdade imposta na
sentença penal e terá como parâmetros para o prazo de cumprimento os
estabelecidos à pena privativa de liberdade, ou seja, o período residual desta.
d) de acordo com o tempo de cumprimento da pena privativa de liberdade imposta na
sentença penal, independentemente do período residual desta.
Questão n.3 - (DEFENSOR PÚBLICO SP/2006) É correto afirmar:
a) nos termos do Código Penal, para o semi-imputável o juiz primeiro deve fixar o
quantum da pena privativa de liberdade diminuída e depois substituí-la por medida de
segurança que, nesse caso, só pode ser de tratamento ambulatorial.
b) nos termos do Código Penal, em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá
o juiz determinar a internação do agente, se essa providência for necessária para fins
curativos.
c) nos termos da Lei de Execução Penal se, no curso ad execução da pena privativa
de liberdade, sobrevier doença mental, o juiz poderá determinar a substituição da pena
por medida de segurança, que deverá ser cumprida no próprio presídio.
d) o Código Penal adotou o sistema do duplo binário e, portanto, em caso de
condenação à pena privativa de liberdade e imposição de medida de segurança o
agente deve primeiro cumprir a pena e, após, ser transferido para hospital de custódia
e tratamento psiquiátrico para cumprir a medida de segurança.
CASO CONCRETO 12
Questão n. 1 - Considere que uma mulher, maior e capaz, chegue a casa, logo após
ter sido demitida, e, nervosa, agrida, injustificada e intencionalmente, seu filho de dois
anos de idade, causando - lhe lesões corporais de natureza leve. Nessa situação
hipotética, caso essa mulher seja condenada pela referida agressão após o devido
processo legal, a decretação de sua incapacidade para o exercício do poder familiar,
nos termos do Código Penal, poderá incidir como efeito da condenação? CESPE -
2013 - Polícia Federal - Delegado de Polícia. MODIFICADA)
O crime em tese praticado pela mãe seria de violência doméstica, nos termos do art.
129 do CP.
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou
companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o
agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
Percebe-se que o crime é punido com pena de detenção.

CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO UNIRADIAL DE SÃO PAULO


AV. MORUMBI, 8.724 – BROOKLIN. CEP: 04703002 DIREITO PENAL 2015
jonasfs.juridico@gmail.com
Página 18 de 26
CASOS CONCRETOS 1 - 16 RESOLVIDOS

DIREITO PENAL II - 2015

Para que seja possível a manifestação do perdimento do pátrio poder, como efeito ou
causa extra penal da sentença condenatória, seria necessário que fosse praticado
crime doloso punido com pena de reclusão, conforme estabelece o art. 92, II do CP.
Art. 92 - São também efeitos da condenação:
II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes
dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado;
Questão n. 2 - No que diz respeito à reabilitação, é correto afirmar que: (FCC - 2010 -
TRE-AM - Analista Judiciário - Área Judiciária)
a) se o condenado for reincidente, somente poderá ser requerida decorridos 5 (cinco)
anos do dia em que for extinta a pena ou encerrar a sua execução.
b) é admissível no caso de ter sido decretada a extinção da punibilidade pela
prescrição da pretensão punitiva.
c) será revogada caso o reabilitado seja condenado, por sentença definitiva, a pena
que não seja restritiva de direitos.
d) faz com que fiquem suspensos condicionalmente alguns efeitos penais da
condenação e, se revogada, ficam eles restabelecidos.
e) um dos requisitos para a sua concessão é não ter o condenado, nos últimos dois
anos, mudado de domicílio sem comunicar o Juízo.
Questão n. 3 - Assinale a opção correta no que se refere a reabilitação. (CESPE -
2007 - TJ-TO - Juiz)
a) Considere que Marcelo tenha sido condenado por crime de furto qualificado e que
tenha sido reabilitado após regular cumprimento da pena e decurso do prazo legal.
Considere, ainda, que, após a reabilitação, ele tenha cometido novo crime, nessa vez,
de estupro. Nessa situação, o juiz, ao proferir sentença condenatória contra Marcelo
pela prática do crime de estupro, não poderá considerá-lo reincidente por causa do
furto qualificado anteriormente praticado.
b) Para fins de reabilitação, é desnecessária, em caso de crime contra o patrimônio, a
análise de ressarcimento do dano causado pelo crime.
c) A prescrição da pretensão punitiva do Estado não impede o pedido de reabilitação.
d) Sendo o reabilitado condenado exclusivamente a pena de multa, a reabilitação não
será revogada.
CASO CONCRETO 13
Questão n.1 - Maria Victória e Carlos Alberto, jovem casal residente no interior de
Minas Gerais, há alguns anos tentava, sem êxito, ter filhos. Determinada noite,
enquanto retornava de sua clínica veterinária, o casal foi abordado por uma jovem
desconhecida, aparentando não mais que vinte anos e que, aos prantos colocou um
bebê recém-nascido no colo de Maria Victória e saiu correndo. Carlos Alberto ainda
tentou alcançá-la, bem como a procurou por diversos dias sem, contudo, encontrá-la.
Passado um mês com o bebê em casa e temendo pela sua saúde, Maria Victória e
Carlos Alberto decidiram por “adotá-lo” e, para tanto, o registraram como seu filho –
Carlos Alberto V. Júnior. Passados 20 anos do fato, o casal é procurado por Alex
Sandro, caminhoneiro, que se apresenta como suposto pai de Júnior. Sustenta Alex
Sandro ter conhecido Lynildes, mãe biológica de Júnior, em uma cidade próxima
durante uma festa na qual se apaixonaram, mas que, infelizmente, Lynildes
desaparecera e nada contara sobre a gravidez, descoberta por ele há pouco mais de

CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO UNIRADIAL DE SÃO PAULO


AV. MORUMBI, 8.724 – BROOKLIN. CEP: 04703002 DIREITO PENAL 2015
jonasfs.juridico@gmail.com
Página 19 de 26
CASOS CONCRETOS 1 - 16 RESOLVIDOS

DIREITO PENAL II - 2015

dois meses e que, portanto, lutaria pelo reconhecimento de Júnior como seu filho e
não de Maria Victória e Carlos Alberto.
A partir da premissa de que o casal foi pronunciado pela suposta prática dos delitos de
parto suposto e registro de filho alheio como próprio, previstos no art. 242, caput, do
Código Penal, com base nos estudos realizados sobre a teoria da pena, poderá o
casal sustentar em tese defensiva a ocorrência de alguma causa extintiva de
punibilidade? Responda de forma objetiva e fundamentada.
A tese defensiva deveria se basear no perdão judicial (ART 107), que tem previsão
para sua aplicação no crime de registrar como seu filho de outrem se reconhecida a
nobreza do casal que se concedido pelo juiz acarretaria a extinção da punibilidade.
TEORIA DA ADOÇÃO A BRASILEIRA (Art 242 CP)
Questão n.2 - Com relação às causas extintivas de punibilidade, assinale a opção
INCORRETA:
a) a renúncia configura a falta de interesse do ofendido em exercer o direito de queixa,
portanto, antes da propositura da ação penal, diferentemente do perdão do ofendido,
que ocorre no curso da ação penal.
b) o perdão judicial configura direito público subjetivo do réu de caráter unilateral, no
qual o Estado-juiz deixa de aplicar a pena em circunstâncias expressamente previstas
em lei.
c) a sentença que conceder perdão judicial será considerada para efeitos de
reincidência.
d) caso sejam reconhecidas antes do trânsito em julgado da sentença condenatória
desaparecerão todos os efeitos do processo ou da sentença condenatória.
Questão n.3 - (UnB/CESPE – TJCE/2012. JUIZ SUBSTITUTO) Antenor e Braz,
ambos com dezenove anos de idade, planejaram, em comum acordo, furtar bens dos
pais de Antenor, quando estes estivessem trabalhando. Na data combinada, os
agentes subtraíram joias e dinheiro, no valor total de R$ 5.000,00, da residência do
casal, local onde reside Antenor. Os pais de Antenor contam, cada um, cinquenta e
cinco anos de idade. Com base nessa situação hipotética e no que dispõe o CP,
assinale a opção correta:
a) Antenor e Braz estariam isentos de pena caso os valores subtraídos não
ultrapassassem o de um salário mínimo.
b) Caso Braz seja primário, o juiz pode diminuir a pena de um a dois terços, ou aplicar-
lhe somente multa.
c) Independentemente da quantia e da utilidade dos bens subtraídos, Antenor está
isento de pena.
d) A ação penal, no caso, será pública condicionada à representação das vítimas da
ação delituosa.
e) Por expressa disposição do CP, não há tipicidade material na ação de Antenor e
Braz.
CASO CONCRETO 14
Questão 1 - (OAB EXAME UNIFICADO. DEZ/2011. PROVA PRÁTICO-
PROFISSIONAL – DIREITO PENAL. QUESTÃO N.3. MODIFICADA).
Jaime, brasileiro, solteiro, nascido em 10/11/1982, praticou, no dia 30/11/2000, delito
de furto qualificado pelo abuso de confiança (art. 155, parágrafo 4º, II, do CP).
Devidamente denunciado e processado, Jaime foi condenado à pena de 4 (quatro)

CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO UNIRADIAL DE SÃO PAULO


AV. MORUMBI, 8.724 – BROOKLIN. CEP: 04703002 DIREITO PENAL 2015
jonasfs.juridico@gmail.com
Página 20 de 26
CASOS CONCRETOS 1 - 16 RESOLVIDOS

DIREITO PENAL II - 2015

anos e 2 (dois) meses de reclusão. A sentença transitou definitivamente em julgado no


dia 15/01/2002, e o término do cumprimento da pena se deu em 20/03/2006. No dia
24/03/2006, Jaime subtraiu um aparelho de telefone celular que havia sido esquecido
por Lara em cima do balcão de uma lanchonete. Todavia, sua conduta fora filmada
pelas câmeras do estabelecimento, o que motivou o oferecimento de denúncia, por
parte do Ministério Público, pela prática de furto simples (art. 155, caput, do CP). A
denúncia foi recebida em 14/04/2006, e, em 18/10/2006, Jaime foi condenado à pena
de 1 (um) ano de reclusão e 10 (dez) dias-multa. Foi fixado o regime inicial aberto para
o cumprimento da pena privativa de liberdade, com sentença publicada no mesmo dia.
Com base nos dados acima descritos, bem como atento às informações a seguir
expostas, responda fundamentadamente:
a) Suponha que a acusação tenha se conformado com a sentença, tendo o trânsito em
julgado para esta ocorrido em 24/10/2006. A defesa, por sua vez, interpôs apelação no
prazo legal. Todavia, em virtude de sucessivas greves, adiamentos e até mesmo
perda dos autos, até a data de 20/10/2010, o recurso da defesa não tinha sido julgado.
Neste caso, qual a tese defensiva a ser apresentada para fins de exclusão da
responsabilidade jurídico-penal da conduta de Jaime?
Ingressar com habeas corpus com fulcro no art. 648, VII, do CPP (extinção de
punibilidade – art.107, IV, do CP), ou com mera petição diretamente dirigida ao relator
do processo, considerando-se que a prescrição é matéria de ordem pública e pode até
ser conhecida de ofício. O argumento a ser utilizado é a ocorrência de prescrição da
pretensão punitiva superveniente/intercorrente/subsequente (causa extintiva de
punibilidade), pois, já ciente do máximo de pena in concreto possível, qual seja, 1 ano
e 10 dias-multa, o Estado teria até o dia 17/10/2010 para julgar definitivamente o
recurso da defesa, o que não ocorreu, nos termos dos arts. 109, V; 110, §1º; e 117, I e
IV, todos do CP. Vale lembrar que a prescrição da pretensão punitiva superveniente
pressupõe o trânsito em julgado para a acusação (tal como ocorreu na espécie) e é
contada a partir da publicação da sentença penal condenatória, último marco
interruptivo da prescrição relacionado na questão. Vale ressaltar que não basta o
candidato mencionar que houve prescrição. Tem que ser específico, dizendo ao
menos que se trata de PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA.
b) A situação seria diferente se ambas as partes tivessem se conformado com o
decreto condenatório, de modo que o trânsito em julgado definitivo teria ocorrido em
24/10/2006, mas Jaime, temeroso de ficar mais uma vez preso, tivesse se evadido tão
logo teve ciência do conteúdo da sentença, somente tendo sido capturado em
25/10/2010?
Sim, a situação seria diferente, pois neste caso não haveria prescrição da pretensão
executória nem outra modalidade qualquer. Como Jaime é reincidente, já que o 2º
furto foi cometido após o trânsito em julgado definitivo de sentença que lhe condenou
pelo 1º furto (art. 63 do CP), a prescrição da pretensão executória tem seu prazo
acrescido de 1/3, de acordo com o artigo 110 do CP. Assim, o Estado teria até
23/02/2012 para capturar Jaime, nos termos dos arts. 110 caput e 112, I, do CP.
Questão n.2 - (OAB. EXAME DE ORDEM UNIFICADO FEV. 2012. TIPO 1. BRANCO.
QUESTÃO 64) No dia 18/10/2005, Eratóstenes praticou um crime de corrupção ativa
em transação comercial internacional (Art. 337-B do CP), cuja pena é de 1 a 8 anos e
multa. Devidamente investigado, Eratóstenes foi denunciado e, em 20/1/2006, a inicial
acusatória foi recebida. O processo teve regular seguimento e, ao final, o magistrado

CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO UNIRADIAL DE SÃO PAULO


AV. MORUMBI, 8.724 – BROOKLIN. CEP: 04703002 DIREITO PENAL 2015
jonasfs.juridico@gmail.com
Página 21 de 26
CASOS CONCRETOS 1 - 16 RESOLVIDOS

DIREITO PENAL II - 2015

sentenciou Eratóstenes, condenando-o à pena de 1 ano de reclusão e ao pagamento


de dez dias-multa. A sentença foi publicada em 7/4/2007. O Ministério Público não
interpôs recurso, tendo, tal sentença, transitado em julgado para a acusação. A defesa
de Eratóstenes, por sua vez, que objetivava sua absolvição, interpôs sucessivos
recursos. Até o dia 15/5/2011, o processo ainda não havia tido seu definitivo
julgamento, ou seja, não houve trânsito em julgado final. Levando-se em conta as
datas descritas e sabendo-se que, de acordo com o art. 109, incisos III e V, do Código
Penal, a prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, verifica-se em 12
(doze) anos se o máximo da pena é superior a quatro e não excede a oito anos e em 4
(quatro) anos se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não exceda a
dois, com base na situação apresentada, é correto afirmar que:
a) não houve prescrição da pretensão punitiva nem prescrição da pretensão
executória, pois desde a publicação da sentença não transcorreu lapso de tempo
superior a doze anos.
b) ocorreu prescrição da pretensão punitiva retroativa, pois, após a data da publicação
da sentença e a última data apresentada no enunciado, transcorreu lapso de tempo
superior a 4 anos.
c) ocorreu prescrição da pretensão punitiva superveniente, que pressupõe o trânsito
em julgado para a acusação e leva em conta a pena concretamente imposta na
sentença
d) não houve prescrição da pretensão punitiva, pois, como ainda não ocorreu o
trânsito em julgado final, deve-se levar em conta a teoria da pior hipótese, de modo
que a prescrição, se houvesse, somente ocorreria doze anos após a data do fato.
Questão n.3 - Com relação prescrição da pretensão punitiva do Estado, assinale a
alternativa INCORRETA:
a) o prazo da prescrição da pretensão punitiva nos crimes contra a dignidade sexual
de crianças e adolescentes terá pôr termo inicial a data em que a vítima completar 18
(dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal.
b) o prazo da prescrição da pretensão punitiva nos crimes permanentes terá por termo
inicial o dia em que cessou a permanência.
c) as circunstâncias judiciais, as circunstâncias agravantes e atenuantes
genéricas são consideradas para fins de cálculo da prescrição da pretensão
punitiva.
d) Consoante entendimento do Superior Tribunal de Justiça, a reincidência não influi
no prazo da prescrição da pretensão punitiva.
CASO CONCRETO 15
Questão 1 - Celso e Paulo Renato foram denunciados e absolvidos pela imputação de
prática de delitos ambientais previstos nos arts. 39, 44 e 64 da Lei n. 9.605/98
praticados, no dia 30/09/2010, consoante o disposto no art. 386, III, do Código de
Processo Penal. Inconformado com a decisão o Ministério Público estadual interpôs
apelação criminal, tendo a câmara criminal (Tribunal Regional Federal da --- Região),
em julgamento unânime, dado provimento ao pedido para condenar ambos os
pacientes como incursos nos art. 39, 44 e 64 da Lei n. 9.605/98 e, de ofício, declarar
extinta a punibilidade em relação às condutas descritas nos arts. 44 e 64 do mesmo
diploma normativo, ficando a sanção definitiva estabelecida em 1 (um) ano de
detenção, substituída por prestação de serviços à comunidade e multa. Celso e Paulo
Renato resignados a com decisão proferida pelo Tribunal Regional Federal da ---

CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO UNIRADIAL DE SÃO PAULO


AV. MORUMBI, 8.724 – BROOKLIN. CEP: 04703002 DIREITO PENAL 2015
jonasfs.juridico@gmail.com
Página 22 de 26
CASOS CONCRETOS 1 - 16 RESOLVIDOS

DIREITO PENAL II - 2015

Região impetraram Habeas Corpus perante o Superior Tribunal e pugnaram, no


mérito, pela concessão da ordem, para o fim de que seja decretada a extinção das
punibilidades de ambos os pacientes, em relação a todos em face ocorrência da
prescrição penal. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre prescrição
penal, responda de forma objetiva e fundamentada às seguintes questões:
a) A partir da premissa de que a decisão do Tribunal a qual tenha transitado em
julgado para a acusação e que entre os marcos interruptivos não transcorreu o lapso
de 4 (quatro) anos, qual a espécie de prescrição de aplicável ao caso?
Por intermédio do reconhecimento da PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO
EXECUTORIA.
b) Qual o termo inicial da contagem do prazo da referida prescrição?
O termo inicial da prescrição da pretensão executória é a data do trânsito em julgado
da sentença condenatória para a acusação, ainda que pendente de apreciação
recurso interposto pela defesa que, em face do princípio da presunção de inocência,
impeça a execução da pena. Isso porque o art. 112, I, do CP (redação dada pela Lei
7.209/1984)
c) Diferencie prescrição da pretensão punitiva de prescrição da pretensão executória.
Prescrição da Pretensão Punitiva: acontecido o fato surge para o estado à
pretensão punitiva, ou seja, a persecução penal, que a faz por meio do poder
judiciário, que aplicara a direito penal objetivo, por meio da ação penal. Verifica-se
desta maneira que o Estado é o titular da pretensão punitiva. Transitando em julgado a
sentença condenatória a direito de punir transforma-se em direito de executar a
sanção imposta pela sentença, seja ela pena ou medida de segurança. Na prescrição
da pretensão punitiva, o Estado perde do direito de punir e ocorre antes da sentença
de 1º instancia transitar em julgado, fazendo com que aconteça a extinção da
punibilidade. Ela é regulada pela in abstrato, ou seja, aquela que o Código Penal
(parte especial) comina, variando de acordo com o MAXIMO da pena imposta in
abstrato, que deverá ser colocada em dos incisos do artigo 109 do Código Penal, para
se verificar o prazo prescricional de cada fato típico e antijurídico.
Prescrição da Pretensão Executória: a prescrição da pretensão executória ocorre
após o transito em julgado da sentença condenatória. O seu prazo é determinado pela
pena imposta na sentença condenatória. O reconhecimento da prescrição da
pretensão executória impede que o estado execute a pena ou medida de segurança
imposta, subsistindo os efeitos da condenação, como custas, reincidência etc. Sendo
que a mesma pode ser executada no juízo cível com o intuito de reparar os danos
causados pelo ato lesivo. Os prazos de prescrição de acordo com o artigo 115 do
código penal são reduzidos de metade, se na data do fato, ou seja, da execução do
crime ou da contravenção, o agente era menor de 21 anos ou maior de 70 anos na
data da sentença.
Questão n.2 - Sobre o instituto da prescrição, assinale a alternativa correta:
a) É cabível a decretação da extinção da punibilidade do agente quando o juiz
verificar, ainda no curso da instrução processual, que a provável pena a ser aplicada
estará fulminada pelo advento da prescrição da pretensão punitiva.
b) A prescrição da pretensão executória é regulada pela pena aplicada na sentença
condenatória transitada em julgado, não influindo, a reincidência do agente, no
cômputo de seu prazo.

CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO UNIRADIAL DE SÃO PAULO


AV. MORUMBI, 8.724 – BROOKLIN. CEP: 04703002 DIREITO PENAL 2015
jonasfs.juridico@gmail.com
Página 23 de 26
CASOS CONCRETOS 1 - 16 RESOLVIDOS

DIREITO PENAL II - 2015

c) Aos crimes eleitorais são aplicáveis os prazos prescricionais previstos no Código


Penal.
d) A agravação da pena pela reincidência não alcança a prescrição da pretensão
punitiva nem o prazo de prescrição da pena de multa.
CASO CONCRETO 16
1) As medidas de segurança diferem das penas nos seguintes pontos:
a) as penas são proporcionais à periculosidade do agente;
b) as medidas de segurança e as penas são aplicáveis tanto aos inimputáveis como
aos semi-imputáveis;
c) as penas têm natureza retributiva-preventiva e as medidas de segurança são
preventivas;
d) as medidas de segurança ligam-se ao sujeito ativo pelo juízo de culpabilidade;
2) Com relação à aplicação das medidas de segurança aos inimputáveis, o
nosso Código Penal adotou o sistema:
a) vicariante, aplicando-se somente medida de segurança;
b) duplo binário, aplicando-se pena e a medida de segurança ao mesmo tempo;
c) duplo binário, aplicando-se primeiro a medida de segurança e, em seguida, a pena;
d) vicariante, aplicando-se a pena ou medida de segurança;
e) duplo binário, primeiro a pena e depois medida de segurança.
3) A suspensão condicional da pena é providência que evita a prisão de
condenados a penas de duração curta, sendo certo que sua concessão depende
do atendimento de certos requisitos. Neste tema, o que se entende por sursis
humanitário?
a) É aquele concedido na execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2
anos, podendo ser suspensa por 2 a 4 anos, independentemente da situação pessoal
do condenado.
b) Entende-se por sursis humanitário aquele que beneficia pessoa com mais de
70 anos de idade, sendo aplicado a penas superiores a 2 anos, não
ultrapassando 4 anos, no qual o período de prova é fixado entre 4 e 6 anos.
c) É aquele disciplinado no Código Penal, aplicável mesmo que a pena definida seja
superior a 2 anos, não superando 4 anos, se razões de saúde do condenado
justificarem o benefício.
d) É aquele em que o agente é beneficiado com a suspensão condicional da pena em
razão de questões humanitárias, tais quais, luto familiar, doenças graves de membros
da família etc.
4) O indivíduo de personalidade e conduta social consideradas boas, condenado
a pena privativa da liberdade não superior a dois anos e ao qual não seja
indicada a mera substituição por qualquer das penas previstas no art. 44, do
Código Penal faz jus a:
a) Livramento condicional;
b) Suspensão condicional do processo;
c) Suspensão condicional da execução da pena.
d) Penas restritivas de direito.
5) José, beneficiado com livramento condicional, comete novo crime doloso,
pelo qual resultou condenado, em razão do que:

CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO UNIRADIAL DE SÃO PAULO


AV. MORUMBI, 8.724 – BROOKLIN. CEP: 04703002 DIREITO PENAL 2015
jonasfs.juridico@gmail.com
Página 24 de 26
CASOS CONCRETOS 1 - 16 RESOLVIDOS

DIREITO PENAL II - 2015

a) deve ter decretada a extinção da punibilidade da primeira condenação;


b) deve cumprir o restante da pena, deduzido o período em que ficou em liberdade;
c) deve cumprir a integralidade da primeira pena;
d) pode obter novo livramento condicional quanto à primeira pena.
6) Assinale a alternativa correta de acordo com o Código Penal brasileiro
(FEPESE - 2013 - DPE-SC):
a) O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de
liberdade inferior dois anos.
b) Não será concedido livramento condicional para o condenado por crime doloso,
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa.
c) Caso o liberado venha a ser condenado durante a vigência do benefício, revoga-se
o livramento condicional.
d) O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a
sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na
vigência do livramento.
e) Revogado o livramento, a qualquer momento poderá o juiz da execução conceder
novamente o benefício.
7) De acordo com entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça (FCC
- 2012 - MPE-AL - Promotor de Justiça):
a) incabível a suspensão condicional do processo na desclassificação do crime e na
procedência parcial da pretensão punitiva.
b) o período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo mínimo da pena
cominada.
c) inadmissível a determinação de exame criminológico pelas peculiaridades do caso.
d) a falta grave interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional.
e) vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para
agravar a pena base.
8) Assinale a alternativa correta relativamente ao tratamento dado pela
legislação penal brasileira à Medida de Segurança (VUNESP - 2013 - TJ-RJ –
Juiz).
a) Enquanto a detentiva é obrigatória para fatos punidos com reclusão, a
restritiva pode ser aplicada em caso de fatos punidos com detenção.
b) Pode ser aplicada tanto a inimputáveis quanto aos semi-imputáveis, sempre por
meio de sentenças absolutórias impróprias.
c) Tem como pressuposto a periculosidade, de forma que pode ser aplicada ao
inimputável ou semi-imputável que tenha praticado fato típico, mesmo que não
antijurídico.
d) A desinternação será sempre condicional, devendo ser restabelecida a situação
anterior se o agente, antes do decurso de dois anos, pratica fato indicativo de
persistência de sua periculosidade.
9) Sobre imputabilidade penal, analise as assertivas abaixo. (CETRO - 2012 - TJ-
RJ - Titular de Serviços de Notas e de Registros).
I. As medidas de segurança de internação ou tratamento ambulatorial serão sempre
por tempo determinado.
II. Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz determinar a internação
do agente, se essa providência for necessária para fins curativos.

CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO UNIRADIAL DE SÃO PAULO


AV. MORUMBI, 8.724 – BROOKLIN. CEP: 04703002 DIREITO PENAL 2015
jonasfs.juridico@gmail.com
Página 25 de 26
CASOS CONCRETOS 1 - 16 RESOLVIDOS

DIREITO PENAL II - 2015

III. Ainda quando extinta a punibilidade, impõe-se medida de segurança, se


necessária. É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
10) Quanto às medidas de segurança, é correto afirmar que (FCC - 2012 - TJ-GO
– Juiz):
a) são sujeitas à prescrição, mas não a outras causas de extinção da punibilidade.
b) podem ser aplicadas independentemente da prática pelo agente de ilícito punível.
c) podem substituir pena imposta ao agente considerado imputável no momento
da condenação, se sobrevier doença mental no curso da execução.
d) a desinternação será sempre incondicional.
e) o juiz, enquanto não superado o prazo mínimo de duração da medida, não poderá
ordenar o exame para que se verifique a cessação da periculosidade.
11) Constituem causas de extinção da punibilidade relacionadas exclusivamente
aos crimes de ação penal privada (FCC - 2013 - TRT - 6ª Região (PE) - Juiz do
Trabalho):
a) o perdão do ofendido e o perdão judicial.
b) a decadência e o perdão do ofendido.
c) a renúncia e a perempção.
d) a perempção e o perdão judicial.
e) a renúncia e a decadência.
12) No tocante às causas de extinção da punibilidade, pode-se dizer que a
anistia (FUNCAB - 2013 - PC-ES):
a) é individual, opera efeitos ex nunc, pode ocorrer antes da sentença final.
b) é geral ou parcial, opera efeitos ex nunc, pode ocorrer depois da sentença final.
c) opera efeitos ex tunc, pode ser condicionada ou incondicionada, geral ou
parcial.
d) pode ser aplicada aos crimes de tortura.
e) atualmente pode ser aplicada aos crimes hediondos.

CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO UNIRADIAL DE SÃO PAULO


AV. MORUMBI, 8.724 – BROOKLIN. CEP: 04703002 DIREITO PENAL 2015
jonasfs.juridico@gmail.com
Página 26 de 26

Você também pode gostar