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MUSEU DE ARTE DE SANTA CATARINA – MASC

Núcleo de Ação Educativa – NAE


masc.sc.gov.br

E XPO S I ÇÃO
Thesaurus – Asp, 70 anos
Curadoria: Ylmar Corrêa

Proposições de Mediação NAE-MASC • Módulo II

MASC -
Famílias
em CasA

cultura.sc.gov.br
MASC – Famílias em CasA
EXPOSIÇÃO Thesaurus – Asp, 70 anos • Curadoria: Ylmar Corrêa
Proposições de Mediação NAE-MASC • Módulo II

Proposições de Mediação
O Núcleo de Ação Educativa (NAE) do Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), com o
propósito de continuar a interação com seus diferentes públicos – mesmo que de forma
virtual – apresenta o projeto MASC – Famílias em CasA.

O projeto contempla uma série de proposições de mediação com conteúdos produzidos


em módulos, especialmente relacionados a obras e artistas representados na coleção do
MASC, ou que participaram de exposições, bem como de outros assuntos interligados
com a história, a memória do Museu e a produção de artes visuais.

Esperamos que os conteúdos apresentados nas proposições de mediação possam


contribuir para momentos singulares de encontros virtuais com a arte e de diálogos,
experimentações artísticas entre as pessoas que constituem os diferente grupos de
famílias e que se encontram unidas em suas casas neste momento de isolamento social
ou separadas por motivos de força maior, bem como possam gerar outras possibilidades
de trocas, compartilhamentos com outros familiares, amigos e colegas nesta nossa
imensa família planetária.
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EXPOSIÇÃO Thesaurus – Asp, 70 anos • Curadoria: Ylmar Corrêa
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Thesaurus | Asp, 70 anos

Nos anos 1970, Carlos Roberto Carneiro Asp [Porto Alegre, 1949, [1] Note o ritmo do traço. O lápis ou a caneta hidrográfica formam
colorado], participou da vanguarda pop gaúcha, chegando a cursar as letras, círculos e outras figuras com movimentos cuidadosos
um ano de Artes Plásticas na UFRGS [1969]. Foi premiado na 5o. e ritmados, com variações de tamanho e orientação. Os diversos
Jovem Arte Contemporânea no MAC-USP [1971] e integrou o campos pintados se relacionam entre si e com o fundo, também
Grupo Nervo Óptico. organizadamente, gerando novos macro ritmos.

Em 1970 foi para a Bahia seguindo Janis Joplin, vivendo um [2] Note o uso das palavras. A incorporação de trocadilhos, letras
interlúdio místico na época do Tropicalismo, estudando Astrologia. musicais e neologismos, sejam em português, inglês ou ioruba,
Também residiu no Maranhão e em São Paulo. traz um componente literário, usualmente irônico, às obras. Os
títulos e os textos, isolados ou complementares aos desenhos, são
Nos anos 1980 cursou Educação Artística na UDESC [1986- parte essencial do sentido de cada obra. Micro poemas. “Jeux de
1992] e passou a morar em Florianópolis, praticando o desenho mots” duchampianos.
e ocasionalmente a gravura. Em 1987-88 recebeu o premio
Aquisição do 10o. Salão Nacional de Artes Plásticas da FUNARTE. [3] Note os suportes. O uso de embalagens em papel de produtos
Foi convidado para Salões Victor Meirelles e para a Bienal do industrializados ou bulas de medicamentos transforma o lixo
Mercosul. Seus Campos Relacionais foram expostos no Mariantonia contemporâneo, o convertendo em luxo. As formas trapezoidais
em São Paulo [2006]. dos suportes interferem na composição, limitando o espaço e
delineando os limites. O texto das bulas [“bulímico”] contribui
No período catarinense aprimorou o desenho, desenvolvendo três com ritmos impressos horizontais ou verticais. Reciclagem e
itens notáveis: sustentabilidade.

O amálgama [1]+[2]+[3] forma o Asp contemporâneo. Divide seu


tempo entre Florianópolis, São José e Porto Alegre.

Texto e curadoria: Y. Corrêa Neto

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Os dois desenhos do artista


Carlos Asp (imagens 01 e 02)
também foram selecionados para
a exposição “Thesaurus – Asp 70
anos” pelo curador Ylmar Corrêa,
no MASC.

Quais as semelhanças e as
diferenças entre esses desenhos
de Asp?

O que podemos pensar com os


títulos que Asp deu para cada
desenho?
01 – “Propriedade da matéria”, 2004 02 - Table x Chair, 1991

Pensem em outros títulos que vocês dariam para esses desenhos de Carlos Asp.

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Observem as seguintes obras do artista Carlos Asp em uma das salas da exposição “Thesaurus
– Asp 70 anos”, no MASC: “Propriedade da matéria”, 2004 e Table x Chair, 1991 (no lado direito)
e “Três Escadas Moles para Lugar Nenhum”, 1986 (no lado esquerdo).

Que relações são possíveis de estabelecer entre essas obras de Asp?

O que vocês acham que um curador faz, além de selecionar as obras?

Foto: F. Antonio / MASC, 2020 (detalhe) 5


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“Três Escadas Moles para Lugar Nenhum”


é o título que o artista Carlos Asp criou
para esta obra em destaque, à direita.
Vocês conseguem identificar, nesta
única escada, a diferença das formas
das “três escadas moles”?
Em quais delas vocês identificam, na
construção de sua forma, a presença de mais
linhas curvas e de mais linhas inclinadas?
Foto: M. H. Martins / Ascom-FCC, 2019 (detalhe)

Desenhem, recortem, construam diferentes e coloridas “escadas moles”.


Pensem e conversem sobre essa questão: se essas “escadas moles” levassem
a algum lugar, tempo, situação, o que ou quem desejariam encontrar?

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“Asp joga com matérias. Continuem observando a parte


As escolhas do material de seus superior da obra “Três Escadas
trabalhos acontecem ao acaso. Moles para Lugar Nenhum”.
[...] o acaso rege o jogo. E a obra Olhem os limites de algumas
de Asp é jogo” (Lindote, 2005). partes das formas e desenhem,
visualmente, uma e/ou duas
linhas retas e inclinadas.
Quais formas geométricas vocês
identificam nesta obra do artista Que formas de objetos
Carlos Asp? vocês criaram visualmente?
São formas bidimensionais
Tentem olhar, com muita ou tridimensionais?
atenção, somente para a parte
superior desta obra de Asp.
Escolham focar no lado direito Desenhem essas formas
ou esquerdo para visualizar planas e com volumes em
melhor. qualquer suporte e pintem
criando composições com
O que vocês perceberam? diferentes campos de cor,
Que sensação tiveram? formas e texturas.
Imagem 03

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Analisem as formas, as linhas, as cores,


as texturas para identificar o material de
cada objeto neste desenho de Carlos Asp .

Será que usamos as cadeiras somente para sentar?

Olhem para as cadeiras que estão em sua casa.

Todas são iguais ou há alguma diferente?


Qual é a cor, a forma, a textura e o material delas?

Imagem 01 – “Propriedade da matéria”, 2004

Escolham uma das cadeiras de sua casa, observem os detalhes e tentem desenhá-la.

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Observando as texturas deste


desenho de Carlos Asp, é possível
identificar o suporte que ele usou.

Agora, acompanhem as linhas


horizontais para descobrir o
tipo de material do suporte
em que Asp fez o desenho.

Para vocês, Asp pintou o fundo


antes ou depois de fazer o desenho?

Quais tipos de materiais são utilizados


para construir esses objetos que estão
representados no desenho de Asp?

Imagem 02 - Table x Chair, 1991


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Diariamente, as pessoas sentam-se


em cadeiras, em diferente lugares,
situações e horários.

Quantas são as possibilidades


de uso das cadeiras?

Vocês já se sentaram em alguma


cadeira muito diferente das que têm
em sua casa?

Lembram em qual momento e lugar?


Quem estava junto?
Como foi esse momento?
Como era essa cadeira?
Imagem 01 (detalhe)

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Vamos desenhar e construir cadeiras diferentes com papel!

Separem cola, fita adesiva, papéis brancos e/ou coloridos, caixas de papelão,
embalagens e/ou sacolas de papel, pincel, tinta guache, lápis de cor, canetinha
ou qualquer outro material similar e disponível em sua casa.

Desenhem dois números quatro invertidos, com espessura de um ou mais centímetros,



e recortem com tesoura. Agora, vocês já têm a estrutura da cadeira!

Vocês também podem criar estruturas de cadeiras com três pernas, utilizando folhas de papel ou

embalagens mais finas. Dobrem o pedaço de papel escolhido ao meio, façam o mesmo desenho e
recorte de número quatro invertido. Abram e vejam a estrutura em forma triangular!

Nas duas opções, vocês podem aproveitar as sobras dos recortes de papel para fazer o assento e

o encosto da cadeira ou criar outras formas para essas partes. Se vocês tiverem outra opção de
como criar cadeiras com papel ou papelão, contem para a equipe do NAE: naemasc@fcc.sc.gov.br.

Soltem a imaginação e construam formas diferentes e criativas de cadeiras



com os materiais disponíveis. Não se esqueçam de dar um título para suas
criações e de conversarem sobre as escolhas.

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Encontramos na história da arte, em Vocês já viram obras de


diferentes épocas e países, obras de outros artistas nas quais a
artistas, nas quais o tema cadeira se representação da cadeira
apresenta como fonte de inspiração aparece em destaque?
em algumas de suas produções, nas Quais artistas?
mais variadas técnicas e processos Eles são de outros países
de produção artística. ou do Brasil?

Vocês sabem que, na Coleção do MASC, existem obras de arte de outros


artistas em que a cadeira está presente como elemento da composição
ou se apropriaram do objeto cadeira para a construção de seu trabalho?

Conheçam as obras de Berenice Gorini, Eliane Prudêncio,


Danúbio Gonçalvez e suas diferentes formas e técnicas utilizadas nas
suas criações com representações de cadeira, acessando
MASC Virtual: http://acervo.site/masc/.
Imagem 02 (detalhe)

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Proposições Poéticas
Asp conta que “desde guri desenhava nas paredes de seu quarto”.
“Asp é um construtor. [...] sua construção não tem fim” (Lindote, 2005).

Observem os objetos do cotidiano e explorem suas formas, cores e texturas.


Desenhem esses objetos com lápis ou outros recursos e/ou utilizem tesoura
ou as mãos para recortá-los e, assim, construir outras possibilidades de formas
imaginárias e poéticas.

Soltem-se! Permitam-se a esses momentos de encontros em família e de


encantamentos com o que seus olhos veem, seus ouvidos ouvem, seu coração
pulsa, sua mente cria, suas mãos tocam, sentem e constroem micro e macro
mundos imaginários e poéticos.

Se desejarem, enviem uma foto para a equipe do NAE: naemasc@fcc.sc.gov.br,


mostrando o resultado de suas criações e nos contem como foram esses momentos
de diálogos e experimentações artísticas em família.

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Imagens das obras de Carlos Asp:

01 - Carlos Asp, “Propriedade da matéria”, 2004 CRÉDITOS


Lápis sobre papel, 95x66cm Fotos:
Coleção Catarina Márcio Henrique Martins /
[Lâmina/Página: 4 e 8] ASCOM FCC
Felipe Antônio da Rosa /
02 - Carlos Asp, Table x Chair, 1991 MASC
Eduardo Marques /
Guache sobre papelão – Coleção Sandra Makowiecky
[Arquivos Tempo Editorial]
[Lâmina/Página: 4 e 9] Sandra Makowiecky
Proposições:
03 - “Três Escadas Moles para Lugar Nenhum”, 1986 Arte-educadores NAE/MASC:
Coleção Kunst in br - Vera Bicca e Wolfgang May Maria Helena Rosa Barbosa
[Lâmina/Página: 7 ] Sérgio da Silva Prosdócimo
Patrícia Peruzzo Lopes
Referências Design gráfico:
Moysés Lavagnoli
ASP, Carlos. “Propriedade da matéria”, 2004. In: Construtores das Artes visuais. Edi-
tado por Tarcísio Matos. Florianópolis: Tempo Editorial, 2014. il. Color – (v.2). p. 85. Florianópolis – SC
Maio de 2020
LINDOTE, Fernando. Instruções para o diário de Asp (notas sobre os desenhos do
sem fim). (Encarte que acompanha o catálogo SESC – Santa Catarina. Desenhos do
sem fim – C.Asp 2005). Florianópolis: SESC/SC, 2005.

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FICHA TÉCNICA

Administradora do
Museu de Arte de Santa Catarina
Susana Bianchini
 
Equipe Técnica do MASC
Conservação e Acervo
Álvaro Henrique Fieri
Marcelino Donizeth de Melo Correia
Giovana Schweizer – Estagiária

Ação Educativa
Eliane Prudêncio da Costa
Maria Helena Rosa Barbosa
Patricia Peruzzo Lopes
Sérgio da Silva Prosdócimo
 
Pesquisa e Documentação
Débora Judite Fernandes

Apoio Administrativo
Felipe Antônio da Rosa
Fred Eric Nunes Torres
 
Montagem e Iluminação
Anézio Antônio Ramos
Sérgio Adolfo Guint

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