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Azdoc - Tips Sistemas de Ancoragem e Fundaao Offshore
Azdoc - Tips Sistemas de Ancoragem e Fundaao Offshore
ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHORE
RIO DE JANEIRO – RJ
SETEMBRO/2009
CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE 2
Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR
1. OBJETIVO 06
2. INTRODUÇÃO A SISTEMAS OFFSHORE 06
3. PRINCIPAIS TIPOS DE PLATAFORMAS 10
3.1 PLATAFORMAS FIXAS 11
3.1.1 PLATAFORMAS FIXAS TIPO JAQUETA 11
3.1.2 PLATAFORMA AUTO‐ELEVÁVEL (JACK UP) 14
3.1.3 PLATAFORMA DE GRAVIDADE (GRAVITY PLATFORM) 15
3.1.4 TORRE COMPLACENTE 21
3.2 PLATAFORMAS FLUTUANTES 24
3.2.1 SEMI‐SUBMERSÍVEL (SS) 25
3.2.2 TLP – Tension Leg Platform 29
3.2.3 SPAR BOUY (Bóia Cilíndrica) 35
3.2.4 FPSO – Floating Production Storage and Offloading System (Sistema Flutuante de
Produção, Armazenamento e Transferência) 44
4. ANCORAGEM OFFSHORE 46
4.1 Fundamentos sobre Tipos de Ancoragem 47
4.2 Tipos de Ancoragem Offshore 48
4.2.1 Ancoragem em Catenária 48
4.2.2 Ancoragem Taut‐Leg(Esticada) 49
4.2.3 Ancoragem Vertical 51
4.2.4 Ancoragem Combinada 52
4.3 SISTEMAS DE ANCORAGEM (Atracação / Posicionamento/ Fixação) 52
4.3.1 Ancoragem com Ponto Único (SPM) 53
4.3.2 Amarração com Turret (Torre) 54
4.3.3 Sistema CALM (Catenary Anchor Leg Moorings) 55
4.3.4 Sistema SALM (Single Anchor Leg Mooring) 56
4.3.5 Amarração com Quadro de Ancoragem (SM – Spread Mooring) 57
4.3.5.1 Sistema DICAS ‐ (Differentiated Compliance Anchoring System) 58
4.4 COMPOSIÇÃO DAS LINHAS DE ANCORAGEM 59
4.5 FUNDAÇÃO OFFSHORE 59
4.5.1 FUNDAÇÕES PROFUNDAS 62
4.5.2 FUNDAÇÕES RASAS 64
4.5.2.1 Estacas de Sucção 64
4.5.3 ÂNCORAS 66
5. SÚMULA DE ANCORAGEM POR TIPO DE UNIDADE 71
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 73
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Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Tipos de plataformas empregadas em águas profundas [3]. ........................................................7
Figura 2: Tipos e Evolução quantitativa de Sistemas Flutuantes no mundo [3]...........................................8
Figura 4: Principais tipos de estruturas em uso com capacidades de produção e perfuração [3]. ............11
Figura 6 Plataformas fixas de aço em lâmina d’água maior que 310m [2].................................................12
Figura 7 – Ondas e Plataformas Fixas no Mar do Norte .............................................................................13
Figura 8 – Ilustração de Plataforma Fixa do tipo Jaqueta...........................................................................13
Figura 9 Plataformas Auto‐Elevatórias (Jack –up’s) [10]. ...........................................................................14
Figura 10 – Plataforma auto‐Elevatória / Jack‐Up......................................................................................15
Figura 11: Plataformas de gravidade em concreto [9]. ..............................................................................16
Figura 12: Plataforma PUB‐3, Campo de Ubarana, RN, Brasil ....................................................................17
Figura 13 – Plataforma em concreto protendido Troll A............................................................................17
Figura 14 – Plataforma de Gravidade em Aço............................................................................................18
Figura 15 – Tow‐in‐large Maureen Platform [8].........................................................................................18
Figura 16: Maureen Gravity Platform – 31m Shallow Water [8]................................................................19
Figura 17 – Plataforma de Hibernia – Atlântico Norte. ..............................................................................20
Figura 18 – Rebocador laça Iceberg com cabo flutuante para mudar a trajetória de deslocamento da
montanha de gelo. .....................................................................................................................................20
Figura 21 – Plataformas Fixas de produção em mar de gelo [9] / [10] / [24].............................................21
Figura 22 ‐ Plataforma torre complacente [11]. ........................................................................................22
Figura 23 – Torres Complacentes. ..............................................................................................................23
Figura 24 – Plataforma Semi‐Submersível P‐52. ........................................................................................25
Figura 25 – Imagens e Desenho esquemático de uma plataforma Semi‐Submersível...............................26
Figura 26 ‐ Thunder Horse, da British Petroleum, com 59.500 toneladas sobre o Dockwise Blue Marlim. 27
Figura 27 ‐ Plataforma Semi‐Submersível Thunder Horse, da British Petroleum, a maior do mundo. Na
foto sendo transportada pelo Dockwise Blue Marlim, único no mundo com capacidade para isso..........27
Figura 28 – Ilustração das unidades de perfuração móveis. ......................................................................28
Figura 29 ‐ Plataforma TLP [1]. ...................................................................................................................29
Figura 30 – Docwise Transportando TLP. ...................................................................................................30
Figura 31 ‐ Morpeth SeaStar TLP ‐ Sobre Balsa de Lançamento (Launching Barge). .................................30
Figura 32 – Morpeth SeaStar TLP hull‐ Instalação do casco. ......................................................................31
Figura 33 – Morpeth SeaStar TLP ‐ Instalação do Convés. .........................................................................31
Figura 34 – Morpeth SeaStar TLP ‐ montada em operação........................................................................32
Figura 35 – Morpeth SeaStar TLP ‐ Desenho artístico. ...............................................................................32
Figura 36 – TLPs – Instalações desde 1984 a 2009 – Maior Profundidade 1.425m em 2005 [3]. ..............33
Figura 37 – TLP Extendida – Concepção da TLP instalada em maior profundidade até o ano de 2009 [13]..34
Figura 38 ‐ Características típicas de uma Spar Buoy [13].........................................................................35
Figura 39 – Ilustração de componentes típicos em Plataforma SPAR [3]...................................................36
Figura 40 ‐ Plataforma spar buoy [5] e [14]................................................................................................37
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Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR
Figura 41 – Freqüência Natural de Resposta induzida por Período de Onda [13]. ....................................37
Figura 42 – Transporte de Spars Buoys sobre convés de embarcação Docwise. .......................................38
Figura 43 – Imagem de Içamento de Spar Buoy .........................................................................................38
Figura 44 – Reboque do casco da Gênesis Spar Buoy para instalação [15]................................................39
Figura 45 – Casco da Spar Buoy Gênesis na locação de Instalação para verticalização. ............................39
Figura 46 – Verticalização do Casco da Spar Buoy Gênesis por lastreamento. ..........................................39
Figura 47 ‐ Casco da Spar Buoy Gênesis Verticalizada na locação..............................................................40
Figura 48 – Posicionamento do Casco da Spar Buoy Gênesis na locação final...........................................40
Figura 49 – Seqüêncial de instalação de uma SparBuoy. ...........................................................................41
Figura 50 Convés da Plataforma Spar Buoy Gênesis instalado sobre o casco............................................41
Figura 51 – Evolução das Plataformas do tipo SPAR – e recorde mundial em Perdido GoM ‐ USA [3]......42
Figura 52 – Golfo do México e Malásia – Plataformas do tipo SPAR instaladas [3]. ..................................43
Figura 53 – Ilustração dos principais Sistemas Flutuantes de produção e armazenamento [17]. .............44
Figura 54 – Sistemas Flutuantes. ...............................................................................................................45
Figura 55 ‐ Plataforma FPSO P50 – PETROBRAS [18]..................................................................................46
Figura 56 – Datas memoráveis da Shell na direção das águas profundas..................................................46
Figura 57 – Esquemático comparativo: Ancoragem Convencional x Taut‐leg (Girón 2009) ......................49
Figure 59 – Fundação em TLP.....................................................................................................................51
Figura 60 – Sistema de Ancoragem Combinada [20]..................................................................................52
Figura 62 – Turret Interno. .........................................................................................................................54
Figura 63 – Ancoragem tipo CALM com navio amarrado (com hawser)....................................................55
Figura 64 – Amarração em catenária com YOKE. .......................................................................................55
Figura 65 ‐ SALM com riser e Yoke. ............................................................................................................56
Figura 66 ‐ SALM com riser de corrente e hawser......................................................................................57
Figura 67 – Semi‐Submersível ancorada. ...................................................................................................57
Figura 69 – Ilustração de estaca interagindo com o solo. ..........................................................................60
Figura 70 – Ilustração gráfica de comportamento de estaca submetida à carregamento lateral..............61
Figura 72 – Desenho esquemático de estaca cravada e estaca perfurada – grauteada. ...........................63
Figura 73 ‐ Lançamento de Estaca torpedo [22].........................................................................................64
Figura 74 – Passo à passo da instalação de uma estaca de sucção [23].....................................................65
Figura 75 Estaca de sucção [2] e [23]. ........................................................................................................66
Figura 76 ‐ Âncoras convencionais. ............................................................................................................69
Figura 77 ‐ Exemplos de VLA ‐ Âncora vertical [22]& (Randolph et al., 2005)............................................70
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Plataformas e tipos de ancoragem. 21
Tabela 2: UEP’s e seus tipos de fundação (depende da lâmina d’água). 21
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Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR
ABREVIAÇÕES
CALM CATENARY ANCHOR LEG MOORING
DEA DRAG EMBEDMENT ANCHORS
DICAS DIFFERENTIAL COMPLIANT MOORING SYSTEM
DGP DRIVEN AND GROUTED PILES
FPDSO FLOATING, PRODUCTION, DRILLING, STORAGE AND OFFLOADING
FPS FLOATING PRODUCTION SYSTEM
FSO FLOATING, STORAGE AND OFFLOADING
FSU FLOATING STORAGE UNIT
GP GROUTED PILES
MODU MOBILE OFFSHORE DRILLING UNIT
P ÂNCORA DE PESO
PEA PLATE EMBEDMENT ANCHOR
SALM SINGLE ANCHOR LEG MOORING
SEPLA SUCTION EMBEDDED PLATE ANCHORS
SM SPREAD MOORING
SP SUCTION PILES
SPM SONGLE POINT MOORING
SS SEMI‐SUBMERSÍVEL
TC TORRE COMPLACENTE
TLP TENSION LEG PLATFORM
TP TORPED PILES
UEP UNIDADE ESTACIONÁRIA DE PRODUÇÃO
VIV VIBRAÇÃO INDUZIDA POR VÓRTEX
VLA VERTICAL LOADING ANCHORS
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Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR
1. OBJETIVO
2. INTRODUÇÃO A SISTEMAS OFFSHORE
Os sistemas offshore, como poderão ser vistos adiante, e nas imagens que se
sucedem ao longo deste trabalho, compreendem unidades marítimas de
exploração, produção e/ou armazenamento de petróleo. Eles podem ser fixos
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Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR
(não flutuante), tais como: Jaquetas; Torres Complacentes (torre estaiada; torre
Gamma; torre Roseau; torre Delta), Plataformas de Gravidade, e Plataformas
Auto-elevatórias; Ou flutuantes, tais como: Plataformas Semi-submersíveis;
Plataformas de Pernas Tensionadas (TLP), Plataformas Spar; e Navios
Ancorados [1] e [2].
Figura 1: Tipos de plataformas empregadas em águas profundas [3].
Figura 2: Tipos e Evolução quantitativa de Sistemas Flutuantes no mundo [3].
1
Sistema flutuante de produção – S.F.P – foi projetado por técnicos da PETROBRÁS, através de um
processo de desenvolvimento de tecnologia própria, para colocar em produção, a curto prazo, poços
recém perfurados ou os que têm reservas com poucas potencialidades. O S.F.P consiste basicamente em
uma plataforma semi‐submersível interligada a um navio‐tanque “cisterna” por intermédio de sistema
de tubulações flexíveis, que serve para o armazenamento do petróleo extraído do poço, ficando o navio
amarrado a um sistema de bóias múltiplas ou monobóias. Periodicamente, outro navio‐tanque, o
“aliviador”, é amarrado com o auxilio dos rebocadores a outro quadro de bóias próximo do primeiro e o
petróleo é transferido também por tubulações flexíveis para, em seguida, ser transportado até as
refinarias para processamento.
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Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR
O desenvolvimento da técnica de produção offshore originou-se a partir de
plataformas fixas, enquanto a perfuração seguia uma evolução diferenciada,
buscava facilidade para os necessários deslocamentos após a descoberta do
petróleo. Por isso seu desafio principal era a construção de sondas marítimas
móveis. Após os primeiros navios-sonda, foram instaladas sondas sobre as
plataformas semi-submersíveis, e a partir daí desenvolveu-se velozmente a
tecnologia de perfuração com posicionamento dinâmico, para perfurar a
grandes profundidades.
2
Esses sistemas ocasionam um grande consumo de energia e portanto apresentam um custo muito alto,
o que torna sua economicidade inigualável aos sistemas de amarração que usam âncoras e estacas na
sua fixação e são interligados às unidades flutuantes através de elementos lineares presos aos pontos
fixos no solo oceânico, o que lhes permite contrapor as forças ambientais que atuam sobre as mesmas.
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utilizado e economicamente viável dos arranjos de posicionamento estacionário
de unidades flutuantes tem sido o sistema de fixação por ancoragem.
3. PRINCIPAIS TIPOS DE PLATAFORMAS
Os principais tipos de plataformas utilizadas na prospecção e/ou produção
offshore e sua pertinente conceituação são resumidamente descritos a seguir.
Basicamente elas se dividem em:
i – Fixas - Apoiadas no Fundo do
Mar (Jaquetas, Auto-Elevatória, de
Gravidade e do tipo Complacente);
ii – Flutuantes (Semi - Submersíveis,
Bóias, Torres e Navios Ancorados).
A Figura 3, ao lado e a Figura 4 a
seguir, ilustra a maioria dos tipos
tradicionais de plataformas fixas,
complacentes e flutuantes em uso
no planeta.
Figura 3 – Tipos de Plataformas em uso no mundo
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Figura 4: Principais tipos de estruturas em uso com capacidades de produção e perfuração [3].
3.1 PLATAFORMAS FIXAS
3.1.1 PLATAFORMAS FIXAS TIPO JAQUETA
3
A grande vantagem é a capacidade de serem completamente estáveis até nas piores condições do
mar (Furtado, 1996).
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São projetadas para receber todos os equipamentos de perfuração, estocagem
de materiais, alojamento de pessoal, e
todas as instalações necessárias para a
produção de petróleo. Sua freqüência
natural aproxima-se da freqüência de
excitação causada pelas ondas
conforme vai aumentando a
profundidade. Para aumentar sua
resistência ao colapso, havia que se
Figura 5: Plataforma de PXA‐1, ao fundo investir de forma exponencial em seus
Navio Tanque ancorado em Quadro de custos de construção4 na tentativa de
Bóias, no Campo de Xaréu‐CE, Brasil.
fazê-las mais robustas. Há quase duas
décadas, o recorde mundial, de plataforma fixa de aço, ainda continua sendo a
plataforma da Shell Oil, instalada em Bullwinkle, no Golfo do México a uma
profundidade de 412 metros sendo até, maio 2008, a plataforma fixa mais
profunda do mundo (Figura 6). Sua instalação, ocorrida em 1991, constitui uma
proeza em termos de engenharia dada a dimensão dos seus módulos [3] e [6].
Figura 6 Plataformas fixas de aço em lâmina d’água maior que 310m [2].
4
De fato, as plataformas fixas sejam elas de aço ou cimento não podiam ser utilizadas em águas
profundas, por uma questão de custos crescentes. Esses tendiam a aumentar exponencialmente de
acordo com a profundidade., não podiam ser utilizadas em águas profundas, por uma questão de custo
crescentes [6].
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Figura 7 – Ondas e Plataformas Fixas no Mar do Norte
Figura 8 – Ilustração de Plataforma Fixa do tipo Jaqueta.
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3.1.2 PLATAFORMA AUTO‐ELEVÁVEL (JACK UP)
De fato são plataformas móveis, de casco flutua15nte, rebocadas até seu local
de operação. Tem grandes dificuldades nos deslocamentos e no
posicionamento. Possuem design triangular ou retangular, sendo dotadas de
pernas retráteis capazes de ser abaixadas até o leito marinho para elevar a
estrutura do casco acima do nível mar. São consideradas fixas, quando em
operação, por estarem sem flutuar e diretamente apoiada sobre o solo marinho,
com seu casco acima da linha d’água. Os jacks-ups (vide Figura 9) ou
plataformas auto-elevatórias foram uma verdadeira inovação da década de 50
Figura 9 Plataformas Auto‐Elevatórias (Jack –up’s) [10].
(George, 1994).
Suas pernas são formadas por estrutura treliçada ou tubular. Elas são usadas
fundamentalmente para perfuração, ou para intervenção de manutenção em
poços em etapas necessárias para recuperação da produção tais como troca do
intervalo produtivo da formação, componentes da coluna, acessórios, válvulas.
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Essas unidades são adequadas para águas rasas. Possuem altura de perna
variável, pela justaposição das seções (acopladas mecanicamente), sendo
acionadas através de macacos hidráulicos e sistemas de pinhão-e-cremalheira.
Figura 10 – Plataforma auto‐Elevatória / Jack‐Up.
3.1.3 PLATAFORMA DE GRAVIDADE (GRAVITY PLATFORM)
5
FLOTEL ‐ A vessel built or converted to accommodate people working in the construction phases of
offshore development. The floating accommodation used as quarters for offshore personnel. É uma
espécie de Hotel offshore. Uma unidade estruturada para ser utilizada como alojamento e apoio; fica via
de regra posicionada ao lado de uma jaqueta (plataforma fixa), interligada por rampa, a fim de prover
serviços de construção, reparos, mudanças estruturais ou manutenção em geral.
6
É a palavra que sintetiza os termos racionalidade econômica ou econômico racional.
7
As principais dimensões desse Jack‐up são: comprimento de 102m, largura de 88m, calado de 8m, peso
bruto de 26.000 toneladas, com comprimento das pernas de sustentação de 205m e capacidade de
operar no Mar do Norte, em lâmina d’água de 150m, com cargas combinadas de correnteza de 2 nós,
altura de onda de 29m, e ventos de 95 nós, com air‐gap de 25m.
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Podem ser de concreto armado e/ou protendido (essas alcançam maiores
profundidades chegando aos limites de 400 metros).
Em seu interior encontram-se uma composição de células estanques periféricas
Figura 11: Plataformas de gravidade em concreto [9].
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Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR
que servem para equilíbrio de peso (lastro), possuindo um conjunto de células
centrais, intercomunicadas, que são utilizadas para armazenamento de petróleo.
Figura 12: Plataforma PUB‐3, Campo de Ubarana, RN, Brasil8
São submersíveis e também podem ser em aço. São rebocadas flutuando até o
local de instalação, onde são submergidas e posicionadas por meio de lastro.
Figura 13 – Plataforma em concreto protendido Troll A
8
No Brasil existem apenas três plataformas do tipo gravidade. Todas localizadas no estado do Rio
Grande do Norte, sendo duas no Campo de Ubarana e outra no Campo de Agulha. São feitas em
concreto protendido e situam‐se em lâmina d’água rasa, em torno dos 13 a 20 metros de profundidade.
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Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR
Figura 14 – Plataforma de Gravidade em Aço.
Figura 15 – Tow‐in‐large Maureen Platform [8].
9
Ver Hibernia: http://www.ic.gc.ca/eic/site/ogt‐ipg.nsf/eng/dk00122.html .
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Figura 16: Maureen Gravity Platform – 31m Shallow Water [8].
A GBS (Gravity Base Structure) é a primeira de seu tipo, com uma parede de
concreto de 15 metros de espessura que a protege contra icebergs e gelo do
mar. A plataforma foi projetada para resistir ao impacto de um iceberg de seis
milhões de toneladas; o que, conforme as estatísticas, ocorre uma vez a cada
10 mil anos.. Perfuração de desenvolvimento realizada nesse campo (poço
Hibernia B-16 36), atingiu a profundidade de 9.356,6 metros, tornando-se um
dos poços de maior afastamento lateral do mundo.
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Figura 17 – Plataforma de Hibernia – Atlântico Norte.
Figura 18 – Rebocador laça Iceberg com cabo flutuante para mudar a trajetória de deslocamento da
montanha de gelo.
Figura 21 – Plataformas Fixas de produção em mar de gelo [9] / [10] / [24].
3.1.4 TORRE COMPLACENTE
10
As Figuras 20 e 21 ilustram as condições hostis do meio ambiente.
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Baldpate ‐ GoM
Figura 22 ‐ Plataforma torre complacente [11].
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Figura 23 – Torres Complacentes.
3.2 PLATAFORMAS FLUTUANTES
São unidades marítimas muito estáveis, com capacidade suficiente para manter-se na
superfície líquida, em arranjo pré-definido, sem avariar às demais instalações de
fundo. Assim, o seu apoio se dá ao nível do mar e para manter-se em posição
necessita ser preso ao fundo através de ancoragem. As plataformas flutuantes
possuem alto grau de liberdade e sofrem constante movimentações devido à ação das
ondas, correntes e ventos, com possibilidade de comprometer os equipamentos
instalados abaixo do nível do mar, no leito marinho e em sub-superfície. Por isso,
torna-se necessário que ela fique posicionada na superfície do mar, dentro de um
círculo com raio de tolerância ditado pelos equipamentos de sub-superfície. São, em
sua maioria, consideradas meios navais, e diferentemente das plataformas fixas, são
capazes de apresentar grande flexibilidade de movimento entre a superfície do mar e
o leito marinho, além de poder ser, com pequenas alterações, deslocadas para
atender outras áreas de explotação.
Uma unidade flutuante sofre movimentações devido à ação das ondas, correntes e
ventos, com possibilidade de danificar os equipamentos que ficam abaixo da
superfície, instalados no fundo do mar. Por isso, torna-se necessário que ela fique
posicionada na superfície do mar, numa área alvo pré-determinada, com raio de
tolerância ditado pelos equipamentos de sub-superfície.
Figura 24 – Plataforma Semi‐Submersível P‐52.
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As “semi-sub” são plataformas flutuantes que podem ser utilizadas na produção,
completação ou perfuração.
Figura 25 – Imagens e Desenho esquemático de uma plataforma Semi‐Submersível.
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Figura 26 ‐ Thunder Horse, da British Petroleum, com 59.500 toneladas sobre o Dockwise Blue Marlim.
Figura 27 ‐ Plataforma Semi‐Submersível Thunder Horse, da British Petroleum, a maior do mundo. Na
foto sendo transportada pelo Dockwise Blue Marlim, único no mundo com capacidade para isso.
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As plataformas semi-submersíveis empregadas somente na perfuração são
geralmente denominadas de MODUs - Mobile Offshore Drilling Units (Furtado, 1996).
Além de perfurar, podem realizar operações de avaliação da produção,
processamento e transferência do óleo, mas não de armazenagem. São semelhantes
as de produção. Possuem sistema de ancoragem clássico ou usam posicionamento
dinâmico que não tem ligação física com o fundo do mar, exceto pelos equipamentos
de perfuração (Furtado, 1996). Entretanto a plataforma de perfuração fica estacionária
numa localização por um período determinado (Ávila, 2005).
Figura 28 – Ilustração das unidades de perfuração móveis.
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3.2.2 TLP – Tension Leg Platform
Instalação especial sem “içamento”
desenvolvido pela Atlantia Offshore
Limited [12].
Figura 29 ‐ Plataforma TLP [1].
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Figura 30 – Docwise Transportando TLP.
Figura 31 ‐ Morpeth SeaStar TLP ‐ Sobre Balsa de Lançamento (Launching Barge).
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Figura 32 – Morpeth SeaStar TLP hull‐ Instalação do casco.
Figura 33 – Morpeth SeaStar TLP ‐ Instalação do Convés.
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Figura 34 – Morpeth SeaStar TLP ‐ montada em operação.
Figura 35 – Morpeth SeaStar TLP ‐ Desenho artístico.
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Figura 36 – TLPs – Instalações desde 1984 a 2009 – Maior Profundidade 1.425m em 2005 [3].
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Figura 37 – TLP Extendida – Concepção da TLP instalada em maior profundidade até o ano de 2009 [13].
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3.2.3 SPAR BOUY (Bóia Cilíndrica)
Figura 38 ‐ Características típicas de uma Spar Buoy [13].
Sua estrutura suporta risers rígidos e sistemas de completação seca, pois sofre
exclusivamente movimentos verticais. Na Figura 40 encontram-se os três
principais tipos de Spar. Este tipo de plataforma flutuante possui estrutura com
casco cilíndrico cuja altura é muito maior que seu diâmetro, sendo as mesmas
fechadas ou treliçadas e ancoradas por sistemas de amarração convencionais.
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Figura 39 – Ilustração de componentes típicos em Plataforma SPAR [3].
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Figura 40 ‐ Plataforma spar buoy [5] e [14].
A característica fundamental deste tipo de plataforma é o baixo movimento vertical
de heave. Têm também a capacidade de armazenar grandes volumes de óleo e
pode ser instalada em profundidades de até 1700 m. Uma das principais
diferenças entre uma Spar-Buoy e uma TLP é que na primeira o sistema de risers
rígidos verticais de produção não transmite carga vertical à plataforma, enquanto
que na segunda um sistema de tensionamento transmite totalmente a carga para
o convés de produção [RIBEIRO, 1999]. Como ilustrado na Figura 41 abaixo, as
respostas relativas dos três tipos de casco variam consideravelmente. Em todos
os casos o objetivo é minimizar a resposta das cargas ambientais e reduzir os
movimentos dinâmicos que podem gerar tensões excessivas nas linhas de risers e
de ancoragem, levando-as à ruptura.
Figura 41 – Freqüência Natural de Resposta induzida por Período de Onda [13].
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Figura 42 – Transporte de Spars Buoys sobre convés de embarcação Docwise.
Figura 43 – Imagem de Içamento de Spar Buoy
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Figura 44 – Reboque do casco da Gênesis Spar Buoy para instalação [15].
Figura 45 – Casco da Spar Buoy Gênesis na locação de Instalação para verticalização.
Figura 46 – Verticalização do Casco da Spar Buoy Gênesis por lastreamento.
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Figura 47 ‐ Casco da Spar Buoy Gênesis Verticalizada na locação.
Figura 48 – Posicionamento do Casco da Spar Buoy Gênesis na locação final.
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Figura 49 – Seqüêncial de instalação de uma SparBuoy.
Figura 50 Convés da Plataforma Spar Buoy Gênesis instalado sobre o casco.
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Figura 51 – Evolução das Plataformas do tipo SPAR – e recorde mundial em Perdido GoM ‐ USA [3].
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Figura 52 – Golfo do México e Malásia – Plataformas do tipo SPAR instaladas [3].
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3.2.4 FPSO – Floating Production Storage and Offloading System (Sistema
Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência)
Figura 53 – Ilustração dos principais Sistemas Flutuantes de produção e armazenamento [17].
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Tem-se descoberto nesse conceito de plataforma uma grande versatilidade e
economia, pois é instalada em campos localizados muito distantes da costa e
em águas ultra-profundas. Por serem unidades navais, com características
náuticas próprias de navios de grande porte, têm razoável independência
quanto às necessidades básicas de logística e bem-estar. Apresentam grande
capacidade de armazenamento de combustível, água, e rancho, oferecendo
conforto e proporcionando incondicional autonomia por extenso período.
Figura 54 – Sistemas Flutuantes.
Figura 55 ‐ Plataforma FPSO P50 – PETROBRAS [18].
4. ANCORAGEM OFFSHORE
Na explotação offshore, os múltiplos sistemas flutuantes apresentam diversas
configurações de amarração variando de acordo com os fundamentos do
projeto, cujo critério para escolha final da ancoragem dependerá principalmente
do tipo da embarcação, da locação (lâmina d’água, características do solo, e
cargas ambientais), do número de risers, tipo de operação e custo. Na Figura
56, abaixo, se vê esquematicamente os marcos de progressão e tipos de
unidades de explotação vinculadas à profundidade em que são empregadas.
Figura 56 – Datas memoráveis da Shell na direção das águas profundas.
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4.1 Fundamentos sobre Tipos de Ancoragem
4.2 Tipos de Ancoragem Offshore
4.2.1 Ancoragem em Catenária
4.2.2 Ancoragem Taut‐Leg (Esticada)
Figura 57 – Esquemático comparativo: Ancoragem Convencional x Taut‐leg (Girón 2009)
Figura 58 ‐ Ilustração comparativa Catenária x Taut [19].
4.2.3 Ancoragem Vertical
Figure 59 – Fundação em TLP.
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4.2.4 Ancoragem Combinada
Figura 60 – Sistema de Ancoragem Combinada [20].
4.3 SISTEMAS DE ANCORAGEM (Atracação / Posicionamento/ Fixação)
Exceto nos sistemas Spread Mooring (SM), Multi Buoy Mooring (MBM), Jetty
Mooring, em todos os outros, a
amarração do navio se dá em um único
ponto. Importante registrar que as
estruturas flutuantes desenvolvem
movimentos nos seis graus de liberdade
com relação ao referencial fixo ao corpo:
três rotações, tipos rolo ou balanço (roll),
Figura 61 – Graus de liberdade de uma
embarcação. nutação ou caturro (pitch) e os desvios de
rumo, guinada, precessão, giro ou cabeceio (yaw), e três translações, tipos
avanço ou descaimento (surge), afastamento, deriva ou abatimento (sway) e
afundamento ou arfagem (heave), conforme mostra o desenho acima. Destes
seis movimentos apenas o heave, o roll e o pitch possuem restauração ao
estado inicial ante perturbação externa, devido características próprias do
casco. Os outros três depende de elementos externos.
4.3.1 Ancoragem com Ponto Único (SPM)
12
Single Buoy Storage (SBS); Single Anchor Leg Storage (SALS); Single Anchor Leg Mooring Rigid Arm (SALMRA);
Soft Yoke System; Catenary Anchor Rigid Arm Mooring (CALRAM); Turret Mooring; Differential Complacent Anchor
System (DICAS); Riser Turret Mooring (RTM); Buoy Turret Mooring (BTM); Catenary Anchor Leg Mooring (CALM);
Single Anchor Leg Moorin (SALM:); Articulated Loading Platform (ALP); Spread Mooring (SM); Multi Buoy Mooring
(MBM); Jetty Mooring;
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concepção a estrutura flutuante é capaz de adequar-se à condição ambiental,
girando em relação ao ponto de ancoragem.
4.3.2 Amarração com Turret (Torre)
Figura 62 – Turret Interno.
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4.3.3 Sistema CALM (Catenary Anchor Leg Moorings)
Figura 63 – Ancoragem tipo CALM com navio amarrado (com hawser).
Figura 64 – Amarração em catenária com YOKE.
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4.3.4 Sistema SALM (Single Anchor Leg Mooring)
Figura 65 ‐ SALM com riser e Yoke.
Figura 66 ‐ SALM com riser de corrente e hawser.
4.3.5 Amarração com Quadro de Ancoragem (SM – Spread Mooring)
Figura 67 – Semi‐Submersível ancorada.
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4.3.5.1 Sistema DICAS ‐ (Differentiated Compliance Anchoring System)
4.4 COMPOSIÇÃO DAS LINHAS DE ANCORAGEM
A amarra pode romper por ultrapassar a carga de ruptura nominal ou por fadiga
devido aos movimentos impostos pela UEP. Recomenda-se a utilização das
amarras com apenas 1/3 de sua tração de ruptura.
4.5 FUNDAÇÃO OFFSHORE
Figura 69 – Ilustração de estaca interagindo com o solo.
Figura 70 – Ilustração gráfica de comportamento de estaca submetida à carregamento lateral.
- ESTACAS CRAVADAS E
GRAUTEADAS (DGP): dependendo do
tipo de solo, este tipo de estaca pode
até dobrar a sua resistência devido ao
atrito lateral. É executada em duas
etapas, primeiramente ocorre a
cravação em si e em seguida é injetada
calda de cimento na interface lateral
Figura 71 – Martelo à vapor cravando estaca.
solo-aço.
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- ESTACAS PERFURADAS E GRAUTEADAS (DGP): Estaca que simula a
primeira fase de perfuração de um poço, tendo um trecho de amarras ligado ao
meio da seção do revestimento. Tem uma tecnologia bem consolidada e
confiável, mas geralmente não é tão amplamente utilizada pelo alto custo da
unidade de perfuração (sonda). São adotadas quando estacas cravadas
possuem baixa resistência, ou seja, possuem baixíssimo atrito lateral. Podem
ser construídas em um (abertura de pré-furo) ou dois estágios, dependendo do
método construtivo adotado.
-
Figura 72 – Desenho esquemático de estaca cravada e estaca perfurada – grauteada.
Figura 73 ‐ Lançamento de Estaca torpedo [22].
4.5.2 FUNDAÇÕES RASAS
Tais fundações geralmente são adotadas para transferir cargas oriundas da
plataforma de gravidade ao solo marinho. Basicamente existem duas técnicas
que aperfeiçoam o nível de segurança deste tipo de fundação: a técnica de pré-
carga e a de sucção. Estas técnicas tornam-se usuais para fundações rasas,
pois além de ser crítico projetar em condições ambientais severas, também é
imprescindível elevar a capacidade de carga do solo e aumentar a estabilidade
contra o tombamento e o deslizamento da estrutura.
4.5.2.1 Estacas de Sucção
- ESTACAS CRAVADAS POR SUCÇÃO (SP): são estacas, com forma de um
cilindro oco, apresentando dimensões de 12 a 15 m de altura por cerca de 5 m
de diâmetro, com uma extremidade fechada e outra aberta. São cravadas no
solo marinho através do vácuo realizado por uma bomba centrífuga de sucção,
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utilizando assim o conceito de diferencial de pressão hidrostática,
constantemente monitorada durante a instalação, juntamente com a
verticalidade e a taxa de penetração. Abaixo, se vê passo à passo, na Figura
74 a instalação de uma dessas estacas de sucção.
Figura 74 – Passo à passo da instalação de uma estaca de sucção [23].
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Figura 75 Estaca de sucção [2] e [23].
4.5.3 ÂNCORAS
Figura 20: Âncora de peso [5].
Figura 76 ‐ Âncoras convencionais.
Figura 77 ‐ Exemplos de VLA ‐ Âncora vertical [22]& (Randolph et al., 2005).
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Necessitam do auxílio de embarcações para efetuar sua instalação, além de
procedimentos de arraste que podem dificultar e até mesmo impedir seu
posicionamento correto,
principalmente em áreas
congestionadas por
UEPs. Tem sido difícil a
remoção depois de
instalada, o que a
contra-indica para o uso
em MODUs, ou projetos
de curta duração, onde
há previsão de
reutilização.
ANCORAGEM
UEP
Permanente Temporária Catenária Taut‐leg Tendões
Fixa Sim Não Não Não Não
Jack up Sim Não Não Não Não
Gravidade Sim Não Não Não Não
SS Sim Não Sim Sim Não
TLP Sim Não Não Não Sim
Spar Buoy Sim Não Não Sim Não
FPSO Sim Não Sim Sim Não
TC Sim Não Não Não Não
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Tabela 2: UEP’s e seus tipos de fundação (depende da lâmina d’água).
FUNDAÇÃO
UEP
DEA VLA PEA P TP IP DGP SP DP
Fixa N N (*) N N N N N S
Jack up N N (*) N N N N N N
Gravidade N N (*) N N N N N N
SS S S (*) N S S S S S
TLP N N (*) N S S S S S
Spar Buoy S S (*) N S S S S S
FPSO S S (*) N S S S S S
TC N N (*) N N N N N N
(*) Em estudo.
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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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