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ANÁLISE E PROJETOS DE ESTRUTURAS OFFSHORE I

Professor: Gilberto Bruno Ellwanger, D.Sc.


Aluno: Antonio Roberto de Medeiros
 

ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHORE 

RIO DE JANEIRO – RJ
SETEMBRO/2009
CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE 2 
Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR
 
 

1. OBJETIVO                    06 
2. INTRODUÇÃO A SISTEMAS OFFSHORE              06 
3. PRINCIPAIS TIPOS DE PLATAFORMAS              10 
3.1 PLATAFORMAS FIXAS                  11 
3.1.1 PLATAFORMAS FIXAS TIPO JAQUETA            11 
3.1.2 PLATAFORMA AUTO‐ELEVÁVEL (JACK UP)            14 
3.1.3 PLATAFORMA DE GRAVIDADE (GRAVITY PLATFORM)        15 
3.1.4 TORRE COMPLACENTE                21 
3.2 PLATAFORMAS FLUTUANTES                24 
3.2.1 SEMI‐SUBMERSÍVEL (SS)                25 
3.2.2 TLP – Tension Leg Platform               29 
3.2.3 SPAR BOUY (Bóia Cilíndrica)              35 
3.2.4 FPSO – Floating Production Storage and Offloading System (Sistema Flutuante de 
Produção, Armazenamento e Transferência)          44 
4. ANCORAGEM OFFSHORE                46 
4.1 Fundamentos sobre Tipos de Ancoragem            47 
4.2 Tipos de Ancoragem Offshore                48 
4.2.1 Ancoragem em Catenária                48 
4.2.2 Ancoragem Taut‐Leg(Esticada)              49 
4.2.3 Ancoragem Vertical                51 
4.2.4 Ancoragem Combinada                52 
4.3 SISTEMAS DE ANCORAGEM (Atracação / Posicionamento/ Fixação)      52 
4.3.1 Ancoragem com Ponto Único (SPM)            53 
4.3.2 Amarração com Turret (Torre)              54 
4.3.3 Sistema CALM (Catenary Anchor Leg Moorings)          55 
4.3.4 Sistema SALM (Single Anchor Leg Mooring)          56 
4.3.5 Amarração com Quadro de Ancoragem (SM – Spread Mooring)      57 
4.3.5.1 Sistema DICAS ‐ (Differentiated Compliance Anchoring System)      58 
4.4 COMPOSIÇÃO DAS LINHAS DE ANCORAGEM            59 
4.5 FUNDAÇÃO OFFSHORE                 59 
4.5.1 FUNDAÇÕES PROFUNDAS                62 
4.5.2 FUNDAÇÕES RASAS                64 
4.5.2.1 Estacas de Sucção                  64 
4.5.3 ÂNCORAS                    66 
5. SÚMULA DE ANCORAGEM POR TIPO DE UNIDADE          71 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS               73 

 
 
 
 
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LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1: Tipos de plataformas empregadas em águas profundas [3]. ........................................................7 
Figura 2: Tipos e Evolução quantitativa de Sistemas Flutuantes no mundo [3]...........................................8 
Figura 4: Principais tipos de estruturas em uso com capacidades de produção e perfuração [3]. ............11 
Figura 6 Plataformas fixas de aço em lâmina d’água maior que 310m [2].................................................12 
Figura 7 – Ondas e Plataformas Fixas no Mar do Norte .............................................................................13 
Figura 8 – Ilustração de Plataforma Fixa do tipo Jaqueta...........................................................................13 
Figura 9 Plataformas Auto‐Elevatórias (Jack –up’s) [10]. ...........................................................................14 
Figura 10 – Plataforma auto‐Elevatória / Jack‐Up......................................................................................15 
Figura 11: Plataformas de gravidade em concreto [9]. ..............................................................................16 
Figura 12: Plataforma PUB‐3, Campo de Ubarana, RN, Brasil ....................................................................17 
Figura 13 – Plataforma em concreto protendido Troll A............................................................................17 
Figura 14 – Plataforma de Gravidade em Aço............................................................................................18 
Figura 15 – Tow‐in‐large Maureen Platform [8].........................................................................................18 
Figura 16: Maureen Gravity Platform – 31m Shallow Water [8]................................................................19 
Figura 17 – Plataforma de Hibernia – Atlântico Norte. ..............................................................................20 
Figura 18 – Rebocador laça Iceberg com cabo flutuante para mudar a trajetória de deslocamento da 
montanha de gelo. .....................................................................................................................................20 
Figura 21 – Plataformas Fixas de produção em mar de gelo [9] / [10] / [24].............................................21 
Figura 22  ‐ Plataforma torre complacente [11]. ........................................................................................22 
Figura 23 – Torres Complacentes. ..............................................................................................................23 
Figura 24 – Plataforma Semi‐Submersível P‐52. ........................................................................................25 
Figura 25 – Imagens e Desenho esquemático de uma plataforma Semi‐Submersível...............................26 
Figura 26 ‐ Thunder Horse, da British Petroleum, com 59.500 toneladas sobre o Dockwise Blue Marlim. 27 
Figura 27 ‐ Plataforma Semi‐Submersível Thunder Horse, da British Petroleum,  a maior do mundo. Na 
foto sendo transportada pelo Dockwise Blue Marlim, único no mundo com capacidade para isso..........27 
Figura 28 – Ilustração das unidades de perfuração móveis. ......................................................................28 
Figura 29 ‐ Plataforma TLP [1]. ...................................................................................................................29 
Figura 30 – Docwise Transportando TLP. ...................................................................................................30 
Figura 31 ‐ Morpeth SeaStar TLP ‐ Sobre Balsa de Lançamento (Launching Barge). .................................30 
Figura 32 – Morpeth SeaStar TLP hull‐ Instalação do casco. ......................................................................31 
Figura 33 – Morpeth SeaStar TLP ‐ Instalação do Convés. .........................................................................31 
Figura 34 – Morpeth SeaStar TLP ‐ montada em operação........................................................................32 
Figura 35 – Morpeth SeaStar TLP ‐ Desenho artístico. ...............................................................................32 
Figura 36 – TLPs – Instalações desde 1984 a 2009 – Maior Profundidade 1.425m em 2005 [3]. ..............33 
Figura 37 – TLP Extendida – Concepção da TLP instalada em maior profundidade até o ano de 2009 [13]..34 
Figura 38 ‐  Características típicas de uma Spar Buoy [13].........................................................................35 
Figura 39 – Ilustração de componentes típicos em Plataforma SPAR [3]...................................................36 
Figura 40 ‐ Plataforma spar buoy [5] e [14]................................................................................................37 
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Figura 41 – Freqüência Natural de Resposta induzida por Período de Onda [13]. ....................................37 
Figura 42 – Transporte de Spars Buoys sobre convés de embarcação Docwise. .......................................38 
Figura 43 – Imagem de Içamento de Spar Buoy .........................................................................................38 
Figura 44 – Reboque do casco da Gênesis Spar Buoy para instalação [15]................................................39 
Figura 45 – Casco da Spar Buoy Gênesis na locação de Instalação para verticalização. ............................39 
Figura 46 – Verticalização do Casco da Spar Buoy Gênesis por lastreamento. ..........................................39 
Figura 47 ‐ Casco da Spar Buoy Gênesis Verticalizada na locação..............................................................40 
Figura 48 – Posicionamento do Casco da Spar Buoy Gênesis na locação final...........................................40 
Figura 49 – Seqüêncial de instalação de uma SparBuoy. ...........................................................................41 
Figura 50 Convés da Plataforma Spar Buoy Gênesis instalado sobre o casco............................................41 
Figura 51 – Evolução das Plataformas do tipo SPAR – e recorde mundial em Perdido GoM ‐ USA [3]......42 
Figura 52 – Golfo do México e Malásia – Plataformas do tipo SPAR instaladas [3]. ..................................43 
Figura 53 – Ilustração dos principais Sistemas Flutuantes de produção e armazenamento [17]. .............44 
Figura  54 – Sistemas Flutuantes. ...............................................................................................................45 
Figura 55 ‐ Plataforma FPSO P50 – PETROBRAS [18]..................................................................................46 
Figura 56 – Datas memoráveis da Shell na direção das águas profundas..................................................46 
Figura 57 – Esquemático comparativo: Ancoragem Convencional x Taut‐leg (Girón 2009) ......................49 
Figure 59 – Fundação em TLP.....................................................................................................................51 
Figura 60 – Sistema de Ancoragem Combinada [20]..................................................................................52 
Figura 62 – Turret Interno. .........................................................................................................................54 
Figura 63 – Ancoragem tipo CALM com navio amarrado (com hawser)....................................................55 
Figura 64 – Amarração em catenária com YOKE. .......................................................................................55 
Figura 65 ‐ SALM com riser e Yoke. ............................................................................................................56 
Figura 66 ‐ SALM com riser de corrente e hawser......................................................................................57 
Figura 67 – Semi‐Submersível ancorada. ...................................................................................................57 
Figura 69 – Ilustração de estaca interagindo com o solo. ..........................................................................60 
Figura 70 – Ilustração gráfica de comportamento de estaca submetida à carregamento lateral..............61 
Figura 72 – Desenho esquemático de estaca cravada e estaca perfurada – grauteada. ...........................63 
Figura 73 ‐ Lançamento de Estaca torpedo [22].........................................................................................64 
Figura 74 – Passo à passo da instalação de uma estaca de sucção [23].....................................................65 
Figura 75 Estaca de sucção [2] e [23]. ........................................................................................................66 
Figura 76 ‐ Âncoras convencionais. ............................................................................................................69 
Figura 77 ‐ Exemplos de VLA ‐ Âncora vertical [22]& (Randolph et al., 2005)............................................70 
 
LISTA DE TABELAS 

Tabela 1: Plataformas e tipos de ancoragem.  21

Tabela 2: UEP’s e seus tipos de fundação (depende da lâmina d’água).  21
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ABREVIAÇÕES 

CALM  CATENARY ANCHOR LEG MOORING 
DEA  DRAG EMBEDMENT ANCHORS 
DICAS  DIFFERENTIAL COMPLIANT MOORING SYSTEM 
DGP  DRIVEN AND GROUTED PILES 
FPDSO  FLOATING, PRODUCTION, DRILLING, STORAGE AND OFFLOADING 
FPS  FLOATING PRODUCTION SYSTEM 
FSO  FLOATING, STORAGE AND OFFLOADING 
FSU  FLOATING STORAGE UNIT 
GP  GROUTED PILES  
MODU  MOBILE OFFSHORE DRILLING UNIT 
P  ÂNCORA DE PESO 
PEA  PLATE EMBEDMENT ANCHOR 
SALM  SINGLE ANCHOR LEG MOORING 
SEPLA  SUCTION EMBEDDED PLATE ANCHORS 
SM  SPREAD MOORING 
SP  SUCTION PILES 
SPM  SONGLE POINT MOORING 
SS  SEMI‐SUBMERSÍVEL 
TC  TORRE COMPLACENTE 
TLP  TENSION LEG PLATFORM 
TP  TORPED PILES 
UEP  UNIDADE ESTACIONÁRIA DE PRODUÇÃO 
VIV  VIBRAÇÃO INDUZIDA POR VÓRTEX 
VLA  VERTICAL LOADING ANCHORS 
       
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1. OBJETIVO 

O presente trabalho tem a finalidade de apresentar os variados tipos de


plataformas e sistemas offshore flutuantes da atualidade, e descrever os tipos
de ancoragem em uso e fundação aplicados às unidades de perfuração e
produção petrolífera, tendo como alvo a consolidação de conhecimento obtido
em sala de aula e a obtenção proporcional do grau final da avaliação da
disciplina Análise de Estruturas OFFSHORE I.

2. INTRODUÇÃO A SISTEMAS OFFSHORE 

A exploração offshore de petróleo no mundo vai cada vez mais fundo. E, no


Brasil , isso é fato consolidado com os desafios e recordes mundiais sendo
superados a todo momento pela PETROBRAS. A indústria do petróleo, no
Brasil, é motor de desenvolvimento para outras áreas do conhecimento. É fator
fundamental na busca por tecnologias ainda desconhecidas. É que mais se
desenvolve. Além da PETROBRAS, há muitas outras empresas que já se
instalaram no país. No desenvolvimento de suas atividades, a produção de
petróleo no mar é a que mais carece de novas tecnologias, métodos científicos,
serviços e mão-de-obra especializada. As estruturas empregadas no mar, para
essa finalidade, são essencialmente ligadas à área da engenharia civil. Ao
longo das buscas por soluções as engenharias civil, naval, oceânica e
mecânica vem se destacando na fundamentação e comprovação de teorias
ligadas com a solução dos problemas apresentados e no desenvolvimento de
softwares que promovem a confiabilidade dos projetos a um nível de segurança
nunca visto antes. A crescente quantidade de poços produtores em ambientes
com lâminas d’água cada vez mais profundas vem ocasionando inúmeros
desafios, e nas sua soluções, vêem-se grandes saltos tecnológicos gerando
mais conhecimento e especializações técnicas de alta confiabilidade.

Os sistemas offshore, como poderão ser vistos adiante, e nas imagens que se
sucedem ao longo deste trabalho, compreendem unidades marítimas de
exploração, produção e/ou armazenamento de petróleo. Eles podem ser fixos
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(não flutuante), tais como: Jaquetas; Torres Complacentes (torre estaiada; torre
Gamma; torre Roseau; torre Delta), Plataformas de Gravidade, e Plataformas
Auto-elevatórias; Ou flutuantes, tais como: Plataformas Semi-submersíveis;
Plataformas de Pernas Tensionadas (TLP), Plataformas Spar; e Navios
Ancorados [1] e [2].

É importante ressaltar que o incremento da produção offshore, deu-se, em sua


maioria, a partir de plataformas fixas, com desenvolvimento quase que
incipiente na Venezuela e depois com técnicas já avançadas no Golfo do
México, daí expandindo-se para o Mar do Norte, onde tecnicamente foi
ampliado seu desenvolvimento, seguindo depois para África, Brasil e Ásia. A
descrição de cada tipo de plataforma pode ser encontrada em Chakrabarti
[1987, 2005]. Ver na Error! Reference source not found. Figura 1 abaixo,
uma ilustração com os principais tipos de sistemas usados em águas profundas
[3].

 
Figura 1: Tipos de plataformas empregadas em águas profundas [3]. 

No princípio da exploração offshore, principalmente nas prospecções em águas


rasas, plataformas Auto-Elevatórias e Fixas foram bastante utilizadas. No
Brasil, até mesmo na Bacia de Campos, elas foram muito empregadas. Com a
continuidade do avanço da busca pelo petróleo em alto-mar, as severas
dificuldades impostas pela crescente ampliação da lâmina d’água e condições
ambientais cada vez mais rigorosas e afastadas da costa, inviabilizaram a
utilização desses tipos de estrutura. Iniciou-se então a busca por alternativas
para viabilizar a continuidade exploratória e de produção, e muito embora, em
outras regiões do planeta, já se conhecesse a utilização de outros sistemas,
eles não eram adequados às condições brasileiras. Havia muitas adaptações a
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se fazer para contemplar soluções nos desafios de custos. Cabe observar que
a busca por novos conceitos de estruturas surgiu apenas quando tornou-se
imperativo valorizar reservas que encontravam-se a grandes profundidades.
Muitos estudos e pesquisas no Brasil e no exterior, em busca de outros tipos
de sistemas foram desenvolvidos desde então. Sistemas complacentes,
flutuantes, com outros tipos de fundação e formas de ancoragem que fossem
seguros, foram projetados. À partir de 1978, diversas soluções têm sido
empregadas em águas profundas. Globalmente, estão sendo  utilizadas
plataformas do tipo Spar (1997), TLP (1984), SS (1980)e FPSO (1978), entre
outras (vide Figura 2) [3]. Esses sistemas (alguns deles só empregados no
exterior), tornaram-se eficientes, economicamente viáveis e aplicados na
continuidade exploratória e de prospecção de petróleo. 

 
Figura 2: Tipos e Evolução quantitativa de Sistemas Flutuantes no mundo [3]. 

No Brasil, a Petrobras, desenvolveu sistemas flutuantes próprios1, como citado


em “A NAVEGAÇÃO DE APOIO MARÍTIMO NO BRASIL, HISTÓRIA E
EVOLUÇÃO”, encontrado em ABEAM, 1989 [4].

                                                            
1
  Sistema  flutuante  de  produção  –  S.F.P  –  foi  projetado  por  técnicos  da  PETROBRÁS,  através  de  um 
processo  de  desenvolvimento  de  tecnologia  própria,  para  colocar  em  produção,  a  curto  prazo,  poços 
recém perfurados ou os que têm reservas com poucas potencialidades. O S.F.P consiste basicamente em 
uma plataforma semi‐submersível interligada a um navio‐tanque “cisterna” por intermédio de sistema 
de tubulações flexíveis, que serve para o armazenamento do petróleo extraído do poço, ficando o navio 
amarrado  a  um  sistema  de  bóias  múltiplas  ou  monobóias.  Periodicamente,  outro  navio‐tanque,  o 
“aliviador”, é amarrado com o auxilio dos rebocadores a outro quadro de bóias próximo do primeiro e o 
petróleo  é  transferido  também  por  tubulações  flexíveis  para,  em  seguida,  ser  transportado  até  as 
refinarias para processamento. 
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O desenvolvimento da técnica de produção offshore originou-se a partir de
plataformas fixas, enquanto a perfuração seguia uma evolução diferenciada,
buscava facilidade para os necessários deslocamentos após a descoberta do
petróleo. Por isso seu desafio principal era a construção de sondas marítimas
móveis. Após os primeiros navios-sonda, foram instaladas sondas sobre as
plataformas semi-submersíveis, e a partir daí desenvolveu-se velozmente a
tecnologia de perfuração com posicionamento dinâmico, para perfurar a
grandes profundidades.

Naturalmente, com o avanço da exploração e produção em águas profundas (a


partir de 400m / 500m) o uso de estruturas flutuantes estacionárias tornou-se
cada vez mais freqüente, e seu posicionamento num determinado campo
durante algum tipo de operação passou a ser garantida através do sistema de
ancoragem e da confiabilidade de projeto, atendendo obrigatoriamente às
certificações de praxe e à reconhecidos órgãos regulamentadores internacionais.
Em termos de condição estacionária de unidades flutuantes, há, em larga
escala sendo usados os chamados sistemas de posicionamento dinâmico (D.P.
- Dynamical Positioning) atuando principalmente nas fases de perfuração e/ou
completação [5]. São descartados2 para sistemas definitivos de produção. Eles
se mostram viáveis economicamente apenas em certas condições – ocasiões
muito particulares – como por exemplo, quando seu uso é transitório, por
tempo determinado, ou enquanto se concretiza a construção e a instalação de
sistemas ancorados com pontos fixos no fundo do mar. Devido o sistema D.P.
usar propulsão própria e motores robustos, de capacidade gigantesca, para
manter-se sobre uma posição pré-definida (em coordenadas geográficas pré-
estabelecidas), eles apresentam um alto grau de consumo de combustível, pois
usam a propulsão como reação às cargas de onda, vento e correnteza para
manter-se posicionado dentro das tolerâncias de projeto, contrabalançando o
carregamento dinâmico imposto à embarcação. Além disso, necessitam do auxílio
de sistemas referenciais de posicionamento por satélite. Assim, o meio mais

                                                            
2
 Esses sistemas ocasionam um grande consumo de energia e portanto apresentam um custo muito alto, 
o que torna sua economicidade inigualável aos sistemas de amarração que usam âncoras e estacas na 
sua fixação e são interligados às unidades flutuantes através de elementos lineares presos aos pontos 
fixos no solo oceânico, o que lhes permite contrapor as forças ambientais que atuam sobre as mesmas. 
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utilizado e economicamente viável dos arranjos de posicionamento estacionário
de unidades flutuantes tem sido o sistema de fixação por ancoragem.

O sistema de ancoragem usado em unidades flutuantes pode ser formado por


um conjunto homogêneo ou heterogêneo (este mais usado em águas
profundas visando minimizar o peso suspenso). O seu arranjo se faz com
aproveitamento de materiais de alta resistência, normalmente formada por
amarras, cabos de aço, cabos sintéticos (poliéster) ou uma combinação dos
três. Os sistemas combinados utilizam-se das propriedades dos materiais
sintéticos (compostos por polímeros de alta resistência e empuxo adequado).
Na extremidade das linhas de ancoragem são utilizadas âncoras ou estacas, e
nos trechos intermediários podem ser encontrados alguns acessórios para a
conexão de segmentos de materiais diferentes. Existem vários modelos de
configuração de linhas aceitáveis para a utilização em ancoragem de estruturas
offshore. De acordo com a geometria da linha, podem ser encontradas
ancoragens em catenária (convencional), ancoragem tipo taut-leg e ancoragem
vertical (utilizando tendões), cada uma delas se aplica a diferentes sistemas de
ancoragem. O critério de escolha do tipo de ancoragem dependerá
principalmente do tipo da embarcação (ou plataforma), sua geometria (design e
dimensional), condições ambientais do local de instalação, lâmina d’água,
número de risers, tipo de operação e custo.

3. PRINCIPAIS TIPOS DE PLATAFORMAS 
Os principais tipos de plataformas utilizadas na prospecção e/ou produção
offshore e sua pertinente conceituação são resumidamente descritos a seguir.
Basicamente elas se dividem em:
i – Fixas - Apoiadas no Fundo do
Mar (Jaquetas, Auto-Elevatória, de
Gravidade e do tipo Complacente);
ii – Flutuantes (Semi - Submersíveis,
Bóias, Torres e Navios Ancorados).
A Figura 3, ao lado e a Figura 4 a
seguir, ilustra a maioria dos tipos
tradicionais de plataformas fixas,
complacentes e flutuantes em uso
no planeta.
Figura 3 – Tipos de Plataformas em uso no mundo
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Figura 4: Principais tipos de estruturas em uso com capacidades de produção e perfuração [3]. 
 

3.1 PLATAFORMAS FIXAS 

As principais plataformas fixas são classificadas como: Jaquetas de aço (Steel


Jackets), Auto-eleváveis (Jack-ups), de Gravidade (Gravity Platform) e Torres
Complacentes (CT - Compliant Towers). Nesses sistemas3, a árvore de natal
(conjunto de válvulas que controla a produção do poço) e as unidades de
processamento da produção estão posicionados na superfície, sobre a plataforma.
A isso se dá o nome de completação seca. As plataformas do tipo Jaqueta e Auto-
Eleváveis foram as primeiras unidades offshore utilizadas. Observe-se que no
desenvolvimento dos sistemas offshore, as plataformas de produção fixas têm
merecido especial atenção por permanecerem estacionárias durante a vida
produtiva do poço, ficando expostas às condições ambientais e oceanográficas.

3.1.1 PLATAFORMAS FIXAS TIPO JAQUETA 

Esse tipo de plataformas fixa consiste em grandes estruturas metálicas que


repousam sobre o subsolo marinho, feitas de aço, e compostas por estruturas
modulares (jaquetas, conveses, e estacas), instaladas no local de operação e
fixadas com estacas cravadas no fundo do mar. Possuem grande rigidez
estrutural, e têm sido as preferidas para campos localizados em lâminas d’água
de até 300m.

                                                            
3
  A grande vantagem é a capacidade de serem completamente estáveis até  nas piores condições do 
mar (Furtado, 1996). 
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São projetadas para receber todos os equipamentos de perfuração, estocagem
de materiais, alojamento de pessoal, e
todas as instalações necessárias para a
produção de petróleo. Sua freqüência
natural aproxima-se da freqüência de
excitação causada pelas ondas
conforme vai aumentando a
profundidade. Para aumentar sua
resistência ao colapso, havia que se
Figura 5: Plataforma de PXA‐1, ao fundo  investir de forma exponencial em seus
Navio Tanque ancorado em Quadro de  custos de construção4 na tentativa de
Bóias, no Campo de Xaréu‐CE, Brasil.
fazê-las mais robustas. Há quase duas
décadas, o recorde mundial, de plataforma fixa de aço, ainda continua sendo a
plataforma da Shell Oil, instalada em Bullwinkle, no Golfo do México a uma
profundidade de 412 metros sendo até, maio 2008, a plataforma fixa mais
profunda do mundo (Figura 6). Sua instalação, ocorrida em 1991, constitui uma
proeza em termos de engenharia dada a dimensão dos seus módulos [3] e [6].

 
Figura 6 Plataformas fixas de aço em lâmina d’água maior que 310m [2]. 

                                                            
4
  De  fato,  as  plataformas  fixas  sejam  elas  de  aço  ou  cimento  não  podiam  ser  utilizadas  em  águas 
profundas,  por  uma  questão  de  custos  crescentes.  Esses  tendiam  a  aumentar  exponencialmente  de 
acordo com a profundidade., não podiam ser utilizadas em águas profundas, por uma questão de custo 
crescentes [6]. 
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Figura 7 – Ondas e Plataformas Fixas no Mar do Norte

Figura 8 – Ilustração de Plataforma Fixa do tipo Jaqueta.
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3.1.2 PLATAFORMA AUTO‐ELEVÁVEL (JACK UP) 

De fato são plataformas móveis, de casco flutua15nte, rebocadas até seu local
de operação. Tem grandes dificuldades nos deslocamentos e no
posicionamento. Possuem design triangular ou retangular, sendo dotadas de
pernas retráteis capazes de ser abaixadas até o leito marinho para elevar a
estrutura do casco acima do nível mar. São consideradas fixas, quando em
operação, por estarem sem flutuar e diretamente apoiada sobre o solo marinho,
com seu casco acima da linha d’água. Os jacks-ups (vide Figura 9) ou
plataformas auto-elevatórias foram uma verdadeira inovação da década de 50

   

   

Figura 9 Plataformas Auto‐Elevatórias (Jack –up’s) [10]. 

(George, 1994).
Suas pernas são formadas por estrutura treliçada ou tubular. Elas são usadas
fundamentalmente para perfuração, ou para intervenção de manutenção em
poços em etapas necessárias para recuperação da produção tais como troca do
intervalo produtivo da formação, componentes da coluna, acessórios, válvulas.
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Essas unidades são adequadas para águas rasas. Possuem altura de perna
variável, pela justaposição das seções (acopladas mecanicamente), sendo
acionadas através de macacos hidráulicos e sistemas de pinhão-e-cremalheira.

Figura 10 – Plataforma auto‐Elevatória / Jack‐Up. 

Ocasionalmente são aproveitadas na produção de petróleo (em caráter


provisório por tempo determinado), ou para apoio, como flotel5. Tem limite de
profundidade máxima determinada pelas condições ambientais e de
economicidade6. O recorde mundial em profundidade de utilização (150m) é
atualmente da AP Moller Jack-up7 Drilling Rigs – Noruega - construída pela
Hyundai Heavy Industry em 2002 [7].
 

3.1.3 PLATAFORMA DE GRAVIDADE (GRAVITY PLATFORM) 

É um tipo de plataforma basicamente usada em águas rasas, cujo conceito


principal como o próprio nome define é a utilização da força de atração
gravitacional para fixá-la na locação apoiando-se sobre o solo oceânico, e
assegurando sua estabilidade em uma posição permanente (estacionária) sem
fundações especiais. As figuras de 11 a 17 ilustram esse tipo de plataforma.

                                                            
5
  FLOTEL ‐ A vessel built or converted to accommodate people working in the construction phases of 
offshore  development.  The  floating  accommodation  used  as  quarters  for  offshore  personnel.  É  uma 
espécie de Hotel offshore. Uma unidade estruturada para ser utilizada como alojamento e apoio; fica via 
de regra posicionada ao lado de uma jaqueta (plataforma fixa), interligada por rampa, a fim de prover 
serviços de construção, reparos, mudanças estruturais ou manutenção em geral. 
6
 É a palavra que sintetiza os termos racionalidade econômica ou econômico racional. 
7
 As principais dimensões desse Jack‐up são: comprimento de 102m, largura de 88m, calado de 8m, peso 
bruto de 26.000 toneladas, com comprimento das pernas de sustentação de 205m e capacidade de 
operar no Mar do Norte, em lâmina d’água de 150m, com cargas combinadas de correnteza de 2 nós, 
altura de onda de 29m, e ventos de 95 nós, com air‐gap de 25m. 
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Podem ser de concreto armado e/ou protendido (essas alcançam maiores
profundidades chegando aos limites de 400 metros).
Em seu interior encontram-se uma composição de células estanques periféricas

Figura 11: Plataformas de gravidade em concreto [9].
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que servem para equilíbrio de peso (lastro), possuindo um conjunto de células
centrais, intercomunicadas, que são utilizadas para armazenamento de petróleo.

 
Figura 12: Plataforma PUB‐3, Campo de Ubarana, RN, Brasil8 

São submersíveis e também podem ser em aço. São rebocadas flutuando até o
local de instalação, onde são submergidas e posicionadas por meio de lastro.

 
Figura 13 – Plataforma em concreto protendido Troll A 

                                                            
8
    No  Brasil  existem  apenas  três  plataformas  do  tipo  gravidade.  Todas  localizadas  no  estado  do  Rio 
Grande  do  Norte,  sendo  duas  no  Campo  de  Ubarana  e  outra  no  Campo  de  Agulha.  São  feitas  em 
concreto protendido e situam‐se em lâmina d’água rasa, em torno dos 13 a 20 metros de profundidade. 
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Figura 14 – Plataforma de Gravidade em Aço. 

Os principais carregamentos que atuam sobre essas estruturas são


provenientes de cargas ambientais e de seu peso próprio. As dificuldades de
explotação offshore sempre levam a soluções particulares, de caráter
específico e, individualizado, como por exemplo a encontrada para o campo de
Hibernia9, no Canadá, que foi descoberto em 1979, e fica a 315 quilômetros de
St. John's, em Terra Nova, no Atlântico Norte. Levou-se 18 anos para a
primeira produção de petróleo que ocorreu no fim de 1997. Suas instalações de
produção compreendem uma plataforma fixa de produção GBS (Gravity Base
Structure – Estrutura Mantida por Gravidade) e topsides para perfuração e
produção. Espera-se que a vida útil do campo seja de apenas 20 anos, com
produção média de 29 a 35 mil metros cúbicos de petróleo por dia. Está
instalada em lâmina d’água de 80m e pesa 600 mil toneladas (ver Figura 17).
 

Figura 15 – Tow‐in‐large Maureen Platform [8]. 

                                                            
9
 Ver Hibernia: http://www.ic.gc.ca/eic/site/ogt‐ipg.nsf/eng/dk00122.html . 
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Figura 16: Maureen Gravity Platform – 31m Shallow Water [8]. 

A GBS (Gravity Base Structure) é a primeira de seu tipo, com uma parede de
concreto de 15 metros de espessura que a protege contra icebergs e gelo do
mar. A plataforma foi projetada para resistir ao impacto de um iceberg de seis
milhões de toneladas; o que, conforme as estatísticas, ocorre uma vez a cada
10 mil anos.. Perfuração de desenvolvimento realizada nesse campo (poço
Hibernia B-16 36), atingiu a profundidade de 9.356,6 metros, tornando-se um
dos poços de maior afastamento lateral do mundo.
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Figura 17 – Plataforma de Hibernia – Atlântico Norte. 

Figura 18 – Rebocador laça Iceberg com cabo flutuante para mudar a trajetória de deslocamento da 
montanha de gelo. 

Um mar de gelo, afora os gélidos ventos,

Figura  20  ‐  Navio  petroleiro  transportando 


petróleo  nas  águas  geladas  do  Campo  de 
Hibernia no Atlântico Norte. 

Figura  19 ‐ Cápsula  de  transferência  dos  trabalhadore


entre  a  plataforma  e  o  convés  da  embarcação  de  apoio 
suprimento no Campo de Hibernia ‐ Canadá. 
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ondas e correntezas marinhas, e a constante neblina ao redor da Plataforma de
Hibernia é um desafio inflexível a se enfrentar na superação genuína das hostis
condições ambientais10. Os desafios nas intervenções offshore encontram
sempre as melhores e mais seguras soluções para os problemas operacionais,
continuamente aportando recursos técnicos e de gestão para a confiabilidade
dos sistemas produtivos e do pessoal envolvido no processo. A Gestão
Estratégica da Confiabilidade e de Segurança nos Projetos de Instalações
Offshore é fundamental para evitar os possíveis danos ambientais e
conseqüentes colapso na explotação.
 

   
Figura 21 – Plataformas Fixas de produção em mar de gelo [9] / [10] / [24]. 

3.1.4 TORRE COMPLACENTE 

A plataforma do tipo de torre complacente (Compliant Piled Tower – CPT),


conforme mostrada, a seguir (Figura 22), consiste, essencialmente, de uma
torre estreita e flexível fixada a uma fundação com pilares capazes de suportar
uma superestrutura convencional para operações de perfuração e produção.
Geralmente, são utilizadas em lâminas d’água entre 300 e 600 metros e possui
capacidade de suportar grandes esforços laterais, graças à possibilidade de
oscilar lateralmente.

                                                            
10
  As Figuras 20 e 21 ilustram as condições hostis do meio ambiente. 
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Baldpate ‐ GoM
Figura 22  ‐ Plataforma torre complacente [11]. 

 
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Figura 23 – Torres Complacentes. 

Elas podem apresentar um sistema auxiliar de ancoragem (estais) permitindo-


lhes que possua pequenos movimentos na superfície. Se mantém na posição
vertical através desses estais, ligados a pesos submersos apoiados no solo
marinho. Sua estrutura dispõe de câmaras de flutuação que associadas ao
sistema de estaqueamento possibilitam reduzir o sobrepeso dos suportes de
apoio fixados no leito oceânico, e possuem uma arquitetura relativamente
flexível e muito esbelta. As estruturas complacentes caracterizam-se por
apresentar grandes deslocamentos no plano horizontal sob a ação das cargas
ambientais e que são absorvidos sem danos. Se houver tormenta no mar, seus
estais11 são elevados visando dar maior flexibilidade a estrutura metálica.  Este
tipo de plataforma comporta-se como pêndulo invertido, sendo conectada em
solo marinho por meio de apoios rotulados, e verticalmente sustentadas por
flutuador. Torres complacentes são estruturas de base metálica com largura de
base próxima à de topo permitindo assim que atinjam profundidades de até 600
m devido a um menor peso de sua estrutura.
                                                            
11
  Linhas que podem ser repetidamente "afrouxadas" durante as oscilações, o que resulta numa 
descontinuidade da rigidez do sistema, promovendo as deflexões dentro dos limites de tolerância. 
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3.2 PLATAFORMAS FLUTUANTES 

Os sistemas flutuantes empregados na indústria do petróleo, tem por definição


conceitual alta estabilidade, elevada envergadura e grande porte, suportando altos
carregamentos promovidos pelas forças ambientais, além de ter grande competência
de carga e de movimentação.

São unidades marítimas muito estáveis, com capacidade suficiente para manter-se na
superfície líquida, em arranjo pré-definido, sem avariar às demais instalações de
fundo. Assim, o seu apoio se dá ao nível do mar e para manter-se em posição
necessita ser preso ao fundo através de ancoragem. As plataformas flutuantes
possuem alto grau de liberdade e sofrem constante movimentações devido à ação das
ondas, correntes e ventos, com possibilidade de comprometer os equipamentos
instalados abaixo do nível do mar, no leito marinho e em sub-superfície. Por isso,
torna-se necessário que ela fique posicionada na superfície do mar, dentro de um
círculo com raio de tolerância ditado pelos equipamentos de sub-superfície. São, em
sua maioria, consideradas meios navais, e diferentemente das plataformas fixas, são
capazes de apresentar grande flexibilidade de movimento entre a superfície do mar e
o leito marinho, além de poder ser, com pequenas alterações, deslocadas para
atender outras áreas de explotação.

As unidades flutuantes são grandiosas estruturas com capacidade para produzir,


processar e/ou armazenar petróleo e gás natural, ficando fundeadas em um local
peremptório. Em seus conveses, são instaladas plantas de processamento para
separar e tratar os fluidos de produção. Depois de separado da água e do gás, o
petróleo produzido pode ser armazenado nos seus tanques e/ou transferido para terra
através de navios aliviadores ou oleodutos. O gás é comprimido e enviado para terra
através de gasodutos e/ou reinjetado no reservatório.

As principais plataformas flutuantes empregadas na atualidade são as Semi –


Submersíveis (SS – Semi Submersible Platforms), Bóias Cilíndricas (SPAR Buoys),
Plataformas de Pernas Atirantadas (TLP - Tension Leg Platform) e Navios (FPS -
Floating Production Systems).
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3.2.1 SEMI‐SUBMERSÍVEL (SS) 

As Plataformas Semi-Submersíveis são compostas por estruturas emersas (conveses)


que por meio de colunas se apóiam em cascos submersos, chamados de flutuadores.
Sendo estes e parte das colunas que dão flutuabilidade ao todo. Tais flutuadores são
também denominados pontoons, oferecendo a possibilidade de lastro e flutuabilidade.
Estas unidades flutuantes tem a superestrutura interligada ao conjunto de flutuadores
que ficam logo abaixo da superfície do mar. A P-52 na Figura 24 abaixo, é do tipo
Plataforma Semi-Submersível. Ela pode realizar operações de produção de
hidrocarbonetos, processamento e offloading (transferência do óleo), mas não de
armazenagem. Não possui limites operacionais de profundidade, pois flutua na
superfície e sua fixação ao fundo do mar se dá por meio de ancoragem em forma de
catenárias que produzem esforços capazes de restaurar a posição do flutuante
quando alterada pela ação dinâmica das cargas ambientais. O que limita sua ação são
as cargas provenientes dos sistemas de escoamento da produção associadas com a sua
estabilidade e condições operacionais relativas às forças de ondas, correntes e ventos.

Uma unidade flutuante sofre movimentações devido à ação das ondas, correntes e
ventos, com possibilidade de danificar os equipamentos que ficam abaixo da
superfície, instalados no fundo do mar. Por isso, torna-se necessário que ela fique
posicionada na superfície do mar, numa área alvo pré-determinada, com raio de
tolerância ditado pelos equipamentos de sub-superfície.

 
Figura 24 – Plataforma Semi‐Submersível P‐52.
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As “semi-sub” são plataformas flutuantes que podem ser utilizadas na produção,
completação ou perfuração.

 
Figura 25 – Imagens e Desenho esquemático de uma plataforma Semi‐Submersível. 
CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE 27 
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Figura 26 ‐ Thunder Horse, da British Petroleum, com 59.500 toneladas sobre o Dockwise Blue Marlim. 

 
Figura 27 ‐ Plataforma Semi‐Submersível Thunder Horse, da British Petroleum,  a maior do mundo. Na 
foto sendo transportada pelo Dockwise Blue Marlim, único no mundo com capacidade para isso. 
CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE 28 
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As plataformas semi-submersíveis empregadas somente na perfuração são
geralmente denominadas de MODUs - Mobile Offshore Drilling Units (Furtado, 1996).
Além de perfurar, podem realizar operações de avaliação da produção,
processamento e transferência do óleo, mas não de armazenagem. São semelhantes
as de produção. Possuem sistema de ancoragem clássico ou usam posicionamento
dinâmico que não tem ligação física com o fundo do mar, exceto pelos equipamentos
de perfuração (Furtado, 1996). Entretanto a plataforma de perfuração fica estacionária
numa localização por um período determinado (Ávila, 2005).

 
Figura 28 – Ilustração das unidades de perfuração móveis. 
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3.2.2 TLP – Tension Leg Platform 

Plataforma de pernas atirantadas (Tension-Leg Plataform - TLP) - são unidades


flutuantes utilizadas para a produção de petróleo, muito semelhante às semi-
submersíveis, sendo que a sua ancoragem ao fundo mar é diferente: as TLPs são
ancoradas por tração dos tirantes, estruturas tubulares e cabos especiais, com os
tendões fixados ao fundo do mar por estacas e mantidos esticados pelo excesso de
flutuação da plataforma, o que reduz drasticamente os movimentos da mesma. Esta
tração deve ser mantida ao longo de todo seu comprimento a fim de evitar a
desconexão no solo marinho e/ou a flambagem dos tendões. As operações de
perfuração, completação e produção das TLPs são semelhantes às executadas em
plataformas fixas, permitindo a completação seca, ou seja, o controle e a intervenção
nos poços são realizados na própria plataforma e não no fundo do mar. O conceito de
TLP tem demonstrado ser incontestável para variadas condições climáticas e têm sido
utilizado em lâminas d’água de até 1500 m (STORHAUG et al, 2002).
 

  

 
Instalação especial sem “içamento” 
desenvolvido pela Atlantia Offshore 
Limited [12]. 
Figura 29 ‐ Plataforma TLP [1]. 
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Figura 30 – Docwise Transportando TLP. 
 

 
Figura 31 ‐ Morpeth SeaStar TLP ‐ Sobre Balsa de Lançamento (Launching Barge). 
CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE 31 
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Figura 32 – Morpeth SeaStar TLP hull‐ Instalação do casco. 
 

 
Figura 33 – Morpeth SeaStar TLP ‐ Instalação do Convés. 
 
CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE 32 
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Figura 34 – Morpeth SeaStar TLP ‐ montada em operação. 
 

 
Figura 35 – Morpeth SeaStar TLP ‐ Desenho artístico. 
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Figura 36 – TLPs – Instalações desde 1984 a 2009 – Maior Profundidade 1.425m em 2005 [3].
CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE 34 
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Figura 37 – TLP Extendida – Concepção da TLP instalada em maior profundidade até o ano de 2009 [13]. 
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3.2.3 SPAR BOUY (Bóia Cilíndrica) 

São plataformas flutuantes que incorporaram o conceito de bóias cilíndricas


operando verticalmente. É apoiada sobre um único cilindro vertical metálico de
grande diâmetro, ancorado e operando com calado de profundidade constante e
aproximadamente 200m, gerando assim principalmente movimentos verticais.
Neste cilindro é instalado supressores de vórtices com o intuito de reduzir o
fenômeno VIV. Suas principais peculiaridades podem ser vistas abaixo (Figura 38 e 39).

Figura 38 ‐  Características típicas de uma Spar Buoy [13].

Sua estrutura suporta risers rígidos e sistemas de completação seca, pois sofre
exclusivamente movimentos verticais. Na Figura 40 encontram-se os três
principais tipos de Spar. Este tipo de plataforma flutuante possui estrutura com
casco cilíndrico cuja altura é muito maior que seu diâmetro, sendo as mesmas
fechadas ou treliçadas e ancoradas por sistemas de amarração convencionais.
CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE 36 
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Figura 39 – Ilustração de componentes típicos em Plataforma SPAR [3]. 
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Figura 40 ‐ Plataforma spar buoy [5] e [14]. 
A característica fundamental deste tipo de plataforma é o baixo movimento vertical
de heave. Têm também a capacidade de armazenar grandes volumes de óleo e
pode ser instalada em profundidades de até 1700 m. Uma das principais
diferenças entre uma Spar-Buoy e uma TLP é que na primeira o sistema de risers
rígidos verticais de produção não transmite carga vertical à plataforma, enquanto
que na segunda um sistema de tensionamento transmite totalmente a carga para
o convés de produção [RIBEIRO, 1999]. Como ilustrado na Figura 41 abaixo, as
respostas relativas dos três tipos de casco variam consideravelmente. Em todos
os casos o objetivo é minimizar a resposta das cargas ambientais e reduzir os
movimentos dinâmicos que podem gerar tensões excessivas nas linhas de risers e
de ancoragem, levando-as à ruptura.

Figura 41 – Freqüência Natural de Resposta induzida por Período de Onda [13]. 
CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE 38 
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Figura 42 – Transporte de Spars Buoys sobre convés de embarcação Docwise. 

 
Figura 43 – Imagem de Içamento de Spar Buoy 
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Figura 44 – Reboque do casco da Gênesis Spar Buoy para instalação [15]. 

 
Figura 45 – Casco da Spar Buoy Gênesis na locação de Instalação para verticalização. 

 
Figura 46 – Verticalização do Casco da Spar Buoy Gênesis por lastreamento. 
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Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR
 

 
Figura 47 ‐ Casco da Spar Buoy Gênesis Verticalizada na locação. 

 
Figura 48 – Posicionamento do Casco da Spar Buoy Gênesis na locação final. 
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Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR
 

 
Figura 49 – Seqüêncial de instalação de uma SparBuoy. 
 

 
Figura 50 Convés da Plataforma Spar Buoy Gênesis instalado sobre o casco. 

 
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Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR
 
 

Figura 51 – Evolução das Plataformas do tipo SPAR – e recorde mundial em Perdido GoM ‐ USA [3]. 

 
 
 
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Figura 52 – Golfo do México e Malásia – Plataformas do tipo SPAR instaladas [3]. 
 
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Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR
 
3.2.4 FPSO  –  Floating  Production  Storage  and  Offloading  System  (Sistema 
Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência) 

Os FPSOs são considerados pelas grandes companhias operadoras como os


sistemas que apresentam os melhores custos e opções para o desenvolvimento
de campos produtores em águas profundas (Frazer, 1995). Consistem em uma
unidade estacionária de produção que utiliza um navio ancorado, o qual suporta
no seu convés uma planta de processo, facilidades e módulos especiais de
alojamento e de geração de energia, com tancagem para armazenamento do óleo
produzido, e outras utilidades como potentes bombas de transferência, que
permitem o escoamento da produção para outro navio, chamado aliviador, o qual
periodicamente, vem para receber e transportar o óleo armazenado até os
terminais petrolíferos. São plataformas proveniente da transformação de navios
petroleiros modificados, ou novos, originalmente construídos com a específica
finalidade de produzir, processar, armazenar e transferir petróleo.

 
Figura 53 – Ilustração dos principais Sistemas Flutuantes de produção e armazenamento [17]. 
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Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR
 
Tem-se descoberto nesse conceito de plataforma uma grande versatilidade e
economia, pois é instalada em campos localizados muito distantes da costa e
em águas ultra-profundas. Por serem unidades navais, com características
náuticas próprias de navios de grande porte, têm razoável independência
quanto às necessidades básicas de logística e bem-estar. Apresentam grande
capacidade de armazenamento de combustível, água, e rancho, oferecendo
conforto e proporcionando incondicional autonomia por extenso período.

Figura  54 – Sistemas Flutuantes. 

Variação na nomenclatura – diferentes terminologias classificam-nos de acordo


com a operação que realizam. Sendo as principais:

→ FPSO (sistema de produção flutuante, cuja denominação pode aplicar-se a


uma plataforma semi-submersível).
→ FPDSO - FLOATING, PRODUCTION, DRILLING, STORAGE and
OFFLOADING (plataforma flutuante de produção de petróleo e gás,
perfuração, armazenagem e transbordo da produção). Esta descrição
aplica-se também ao FPSO, exceto quanto à perfuração (drilling).

→ FSU (são unidades flutuantes de armazenamento).

→ FSO - FLOATING, STORAGE and OFFLOADING (armazena e promove o


transbordo da produção) Plataforma flutuante cuja única diferença quando
comparada ao FPSO é não produzir hidrocarbonetos, só os armazena e
promove seu transbordo (transferência para navios aliviadores ou dutos).

→ FPS – Floating Production System (Sistema de produção flutuante) Esta


denominação pode aplicar-se a uma plataforma semi-submersível
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Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR
 

 
Figura 55 ‐ Plataforma FPSO P50 – PETROBRAS [18]. 
 

4. ANCORAGEM OFFSHORE 
Na explotação offshore, os múltiplos sistemas flutuantes apresentam diversas
configurações de amarração variando de acordo com os fundamentos do
projeto, cujo critério para escolha final da ancoragem dependerá principalmente
do tipo da embarcação, da locação (lâmina d’água, características do solo, e
cargas ambientais), do número de risers, tipo de operação e custo. Na Figura
56, abaixo, se vê esquematicamente os marcos de progressão e tipos de
unidades de explotação vinculadas à profundidade em que são empregadas.

Figura 56 – Datas memoráveis da Shell na direção das águas profundas. 
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Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR
 
4.1 Fundamentos sobre Tipos de Ancoragem 

O preceito fundamental de ancoragem usada em sistemas flutuantes origina-se


no princípio complacente. Esse configuração suporta esforços de
carregamentos ambientais oferecendo resistência através da deformação
elástica dos seus componentes que apresentam como conseqüência a
ativação de forças de reação. Esse mecanismo funciona como molas onde o
deslocamento do meio flutuante induzido pelas cargas ambientais, desde uma
posição neutra, em equilíbrio, é restabelecida ao ponto de origem pelas forças
de reação que se opõem ao carregamento aplicado, restaurando o equilíbrio.

As forças restauradoras decorrentes do efeito mola das linhas de ancoragem


resultam de dois mecanismos: o “efeito da catenária suspensa” – devido a
força de gravidade que age verticalmente em cada linha de ancoragem; e o
“efeito elástico” – que deriva do aumento na extensão do comprimento da linha
causado pelo alongamento da mesma, instigado pelo carregamento axial.
Destarte, sistemas de ancoragem são qualificados em função desses
mecanismos: configuração catenária e configuração esticada (taut-leg).
Determina-se a configuração catenária por formulações padrões que
relacionam os seguintes parâmetros: peso submerso da linha suspensa, carga
horizontal de ancoragem, tensão e ângulo de saída da linha no fairlead (guia-
cabo).

A complacência do sistema para permitir movimentos induzidos pelas ondas é


assegurada pela combinação de alterações geométricas e elasticidade axial
das linhas. As grandes mudanças geométricas em configuração catenária
fazem esse sistema sujeitar-se a efeitos dinâmicos significativos devido à
cargas de arraste transversais. O arranjo das linhas de ancoragem nos
sistemas de configuração catenária é geralmente composto por cabos de aço e
segmentos de amarras.

Cabe ressaltar que, para obter-se as configurações desejadas, muitas vezes,


se faz necessário o uso de bóias e pesos concentrados, distribuídos em
pontos predeterminados da configuração. Na conservação das plataformas
flutuantes em suas locações de projeto podem ser utilizados os sistemas de
ancoragem apresentados acima. Cada um destes sistemas pode empregar
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Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR
 
diferentes tipos de elementos de fundação para servir como ponto fixo de
ancoragem.

Quando as linhas de ancoragem apresentam-se sob a configuração de


catenária livre, elas transmitem ao sistema de fundação, basicamente, cargas
horizontais. Isso é um ponto decisivo, pois flexibiliza a escolha do tipo
apropriado de elemento de fundação, o qual deve ser capaz de suportar
esforços laterais. Nesses casos, porém, o raio de ancoragem requerido é, de
aproximadamente, três vezes a profundidade da lâmina d’água local, criando,
em águas profundas, grandes dificuldades na aplicação da configuração
catenária, causadas pelo aumento do peso das linhas de ancoragem, e
também, por problemas de instalação - quando em locais congestionados -
locações com várias plataformas e/ou instalações submersas muito próximas,
que podem interferir no posicionamento das mesmas.

A configuração em taut minimiza as inconveniências mencionadas do sistema


catenária, e foi criada durante o movimento exploratório decorrente da busca
por petróleo em águas profundas e ultra-profundas.

4.2 Tipos de Ancoragem Offshore 

De acordo com a geometria da linha, podem ser encontradas ancoragens em


catenária (convencional), ancoragem tipo taut (esticada), ancoragem vertical
(utilizando tendões), e ancoragem combinada (utiliza variados componentes e
artefatos). Todo os tipos aludem a uma conformação mista de propósitos e
reações diferenciadas. Cada um tipo tem suas vantagens e desvantagens de
aplicação nos diversos sistemas offshore.

4.2.1 Ancoragem em Catenária 

Ancoragem em catenária é um procedimento convencional utilizado para


amarração de unidades flutuantes, com a prerrogativa de permitir maiores
passeios do meio-flutuante sem a necessidade do uso de âncoras com alto
poder de penetração e garra. Isto é uma vantagem econômica, e decorre do
fato deste tipo de fundeio possuir um raio de ancoragem muito grande, além de
elevada fricção do trecho de linha arrastando-se pelo fundo (gerando atrito)
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que já absorve parte dos esforços requeridos pelo carregamento ambiental,
sem chegar a solicitar a reação das âncoras, considerando-se as condições
normais de operação. A principal desvantagem do uso de ancoragem em
catenária é a interferência com equipamentos submarinos existentes na
locação ou mesmo aquelas proporcionadas por congestionamentos quando
nas proximidades de unidades ou instalações vizinhas que poderão sofrer
danos causados pelas linhas de ancoragem, durante as operações de
posicionamento junto à essas instalações.

4.2.2 Ancoragem Taut‐Leg (Esticada) 

É um tipo de fundeio que tem o propósito de contornar as desvantagens da


ancoragem em catenária. Neste tipo de ancoragem, a linha se encontra mais
retesada, com um ângulo de topo em torno de 40º a 45º com a vertical, tendo
assim uma projeção horizontal bem menor, configurando um menor
comprimento da linha de ancoragem, proporcionando uma maior rigidez ao
sistema, diminuindo o passeio da embarcação e limitando os offsets (desvios
de posição prefixada). Neste caso, as âncoras a serem utilizadas precisam
resistir a altas cargas verticais.

Figura 57 – Esquemático comparativo: Ancoragem Convencional x Taut‐leg (Girón 2009) 

Na configuração Taut-leg, as linhas de ancoragem são conectadas à pontos de


fixação no solo oceânico, de forma que o raio de ancoragem torna-se
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Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR
 
praticamente igual ao da lâmina d’água, e portanto, muito menor que o das
configurações em catenária. Assumem inclinações de cerca de 40º a 45º
(Ehlers et al., 2004), podendo, ainda, ter implementado o uso de materiais
sintéticos avançados - como fibras de poliéster (Huang et al., 1998) – o que
reduz consideravelmente o peso do sistema de ancoragem. A Figura 58
abaixo, compara um sistema de amarração convencional em catenária com o
sistema em taut (esticado).

Como conseqüência desses grandes ângulos de inclinação, as ancoragens


feitas através do sistema taut transmitem grandes carregamentos verticais à

 
Figura 58 ‐ Ilustração comparativa Catenária x Taut [19].

fundação, de tal forma que o projeto é governado pela capacidade de


resistência à carga de arrancamento na direção axial, diferentemente do caso
da catenária, em que a capacidade de carga lateral prevalece. Portanto, deve
ser bastante acurada a seleção nos tipos de elementos de fundação
capacitando-os a resistirem às componentes verticais das cargas transmitidas
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Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR
 
pelas linhas de ancoragem. Ambos os sistemas acima descritos, tem
comportamento diferenciado em relação ao sistema de ancoragem vertical.
 

4.2.3 Ancoragem Vertical 

Este tipo de ancoragem baseia-se na utilização de tendões verticais, que


precisam estar sempre tracionados pelo empuxo proveniente da parte
submersa da embarcação. Nesse sistema a força do empuxo na unidade
flutuante é muito maior que o seu peso. Seu fundamento é a constante tração
promovida pelo excesso de empuxo fornecido pelo casco. É usado
principalmente em plataformas tipo TLP (Tension Leg Plataform), sendo
também adotado para bóias e monobóias, entre outras aplicações. Os tendões
podem ser tubulares, de cabo de aço ou de material sintético, proporcionando
alta rigidez no plano vertical e baixa rigidez no plano horizontal. A força de
restauração no plano horizontal é fornecida pela componente horizontal da
força de tração nos tendões. Para tendões de pequenos diâmetros (cerca de
25 cm), os efeitos de flexão podem ser desprezados enquanto para grandes
diâmetros (cerca de 1.00 m) os efeitos de flexão devem ser considerados.

 
Figure 59 – Fundação em TLP. 
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Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR
 
4.2.4 Ancoragem Combinada 

Trata-se de uma proposta de ancoragem que fundamenta-se na utilização de


um sistema complacente de amarração formado por uma unidade flutuante
com coluna d’água oscilatória, bóias auxiliares cilíndricas com sistema de
ancoragem vertical, linha de ancoragem composta por amarras e poliéster, e
âncoras de reação vertical como mostrado na Figura 60 abaixo.

Figura 60 – Sistema de Ancoragem Combinada [20].

4.3 SISTEMAS DE ANCORAGEM (Atracação / Posicionamento/ Fixação) 

Conceitualmente os sistemas de ancoragem offshore utilizados em estruturas


flutuantes compõe-se de três tipos principais: amarração em ponto único SPM
(Single Point Mooring), amarração com quadro de ancoragem SM (Spread
Mooring) e o posicionamento dinâmico (DP - Dynamical Positioning) - este não
apresenta interesse particular para esse trabalho pois não possue fundação,
isto é não tem ligação com o solo oceânico. É caracterizado como sistema
ancoragem ativa porque pressupõe que a unidade flutuante está equipada com
um sistema de posicionamento diligente que atua instantaneamente por meio
dos propulsores principais, impelidores de vante, de ré, azimutais ou qualquer
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Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR
 
outro tipo de aparato que desenvolva empuxo no plano horizontal, e assim a
embarcação pode ser mantida em posição fixa numa determinada locação.

Exceto nos sistemas Spread Mooring (SM), Multi Buoy Mooring (MBM), Jetty
Mooring, em todos os outros, a
amarração do navio se dá em um único
ponto. Importante registrar que as
estruturas flutuantes desenvolvem
movimentos nos seis graus de liberdade
com relação ao referencial fixo ao corpo:
três rotações, tipos rolo ou balanço (roll),
Figura 61 – Graus de liberdade de uma 
embarcação.  nutação ou caturro (pitch) e os desvios de
rumo, guinada, precessão, giro ou cabeceio (yaw), e três translações, tipos
avanço ou descaimento (surge), afastamento, deriva ou abatimento (sway) e
afundamento ou arfagem (heave), conforme mostra o desenho acima. Destes
seis movimentos apenas o heave, o roll e o pitch possuem restauração ao
estado inicial ante perturbação externa, devido características próprias do
casco. Os outros três depende de elementos externos.

Nas últimas três décadas, vários tipos e configurações de sistemas de


ancoragem passivos vêm sendo usados. Alguns deles são usados em águas
rasas; enquanto outros são mais indicados para águas profundas. Todos
possuem nomenclatura12 específica.

4.3.1 Ancoragem com Ponto Único (SPM) 

A ancoragem SPM é mais freqüentemente utilizada por navios petroleiros


convertidos em FSO’s (Floating Storage and Offloading Units) ou FPSO’s
(Floating Production, Storage and Offloading Units). Estes sistemas permitem
que a embarcação se alinhe com os carregamentos de ordem ambiental,
minimizando esforços sobre o casco da unidade flutuante. Com essa

                                                            
12
 Single Buoy Storage (SBS); Single Anchor Leg Storage (SALS); Single Anchor Leg Mooring Rigid Arm (SALMRA);
Soft Yoke System; Catenary Anchor Rigid Arm Mooring (CALRAM); Turret Mooring; Differential Complacent Anchor
System (DICAS); Riser Turret Mooring (RTM); Buoy Turret Mooring (BTM); Catenary Anchor Leg Mooring (CALM);
Single Anchor Leg Moorin (SALM:); Articulated Loading Platform (ALP); Spread Mooring (SM); Multi Buoy Mooring
(MBM); Jetty Mooring; 
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concepção a estrutura flutuante é capaz de adequar-se à condição ambiental,
girando em relação ao ponto de ancoragem.

A principal característica de sistemas deste tipo é que quando exposto à onda,


vento e correnteza, a unidade assume uma posição de equilíbrio com uma
carga mínima sobre o sistema de ancoragem (weathervane). Existem vários
tipos de ancoragem em um único ponto, sendo subdivididos basicamente em
três classes: ancoragem com Turret, CALM (Catenary Anchor Leg Mooring) e
SALM (Single Anchor Leg Mooring).

4.3.2 Amarração com Turret (Torre) 

No sistema de ancoragem com turret todas as linhas de ancoragem e risers


são presas no turret que necessariamente faz parte da estrutura a ser
ancorada. O turret consente que a embarcação gire livremente, por meio de um
complexo suível, permitindo volta completa de 360º em torno dos risers e das
linhas. Pode ser montado interno ou externamente à embarcação.

Figura 62 – Turret Interno. 
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4.3.3 Sistema CALM (Catenary Anchor Leg Moorings) 

O sistema CALM consiste numa bóia de grandes dimensões que suporta um


número de linhas de ancoragem em catenária. Os risers são presos na parte
de baixo da bóia CALM e utilizam cabos sintéticos (polímeros) para fazer a
amarração entre a bóia e o navio. Este sistema é limitado em sua capacidade
de resistir às condições ambientais, pois quando a reação da bóia, sob
influência da onda e cargas ambientais, for totalmente diferente da resposta do
navio (e as condições do mar alcançarem certa magnitude), tornar-se-á
imperativo suspender as operações em curso e desconectar o navio da bóia.

 
Figura 63 – Ancoragem tipo CALM com navio amarrado (com hawser). 

Para evitar essa limitação, podem ser empregadas forquilhas (yoke), um


acoplamento estrutural rígido com articulações, para ligar o navio na parte
superior da bóia. Esse dispositivo elimina deslocamentos horizontais entre a
bóia e o navio.

 
Figura 64 – Amarração em catenária com YOKE. 
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4.3.4 Sistema SALM (Single Anchor Leg Mooring) 

O sistema SALM emprega um sistema de riser vertical que possui alta


capacidade de flutuação próximo do nível do mar, e, em algumas vezes, na
superfície, sendo mantido por um riser pré-tensionado. O sistema é composto
basicamente por um riser articulado, tanques de flutuação, e forquilha de
acoplamento rígida. Suas partes estruturais são ligadas ao fundo do mar por
meio de conexões articuladas, sendo os tanques de flutuação que fornecem a
força de restauração ao sistema, caso a unidade saia da sua condição de
equilíbrio. Ver Figura 65 abaixo.

 
Figura 65 ‐ SALM com riser e Yoke. 

Também é possível utilizar o arranjo da Figura 66, a seguir, onde o dispositivo


inferior de articulação contém amarras, o empuxo dos flutuadores atua no topo do
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riser, e este funciona como um pêndulo invertido. Quando o sistema se desloca
para a lateral, a ação pendular tende a restaurar a posição vertical do riser. O
navio cisterna pode ainda ser amarrado à bóia SALM através de um cabo ou
de uma forquilha de acoplamento rígido, tal como mostrado no sistema CALM.

 
Figura 66 ‐ SALM com riser de corrente e hawser. 

4.3.5 Amarração com Quadro de Ancoragem (SM – Spread Mooring) 

A ancoragem SM é mais freqüentemente utilizada por plataformas semi-


submersíveis em operações de perfuração e produção. Neste sistema, as
linhas de ancoragem se encontram distribuídas em torno da embarcação, de
modo a resistir a carregamentos ambientais vindos de quaisquer direções.
Assim, os efeitos de restauração para cargas ambientais independem da
direção de incidência sobre a plataforma semi-submersível.

 
Figura 67 – Semi‐Submersível ancorada. 
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4.3.5.1 Sistema DICAS ‐ (Differentiated Compliance Anchoring System) 

Trata-se de uma concepção concebida para ancoragem de navios que vem


sendo adotada ultimamente com linhas distribuídas semelhante ao das
plataformas semi-submersíveis, apesar dos navios sofrerem maior influência
em relação à direção do carregamento. Este sistema chamado DICAS
(Differentiated Compliance Anchoring System), fornece um parcial alinhamento
com a direção do carregamento ambiental de maior incidência. Esse sistema
de amarração, que apresenta complacência diferenciada, vem sendo usado
pela Petrobras na ancoragem de unidades de produção e armazenamento.
Basicamente, o método consiste num sistema de linhas de ancoragem
conectadas à proa e à popa do navio (Masetti, 2002), que permite a existência
de diferentes rigidezes à vante e a ré do mesmo. Esta diferença de rigidezes é
imposta através do pré-tensionamento das suas linhas de ancoragem,
passando o navio a admitir um aproamento forçado, alinhando-se com a
incidência das forças ambientais. Os diferentes níveis de pré-tensões -
aplicadas nas linhas - lhe conferem diferentes ângulos críticos de incidência,
resultando em melhor posicionamento do navio com relação as mais
freqüentes direções de incidência ambiental e de tempestades na locação.
 
O sistema DICAS é uma
variação no sistema
Spread Mooring, que se
caracteriza por adotar
tensões diferenciadas nas
linhas e daí permitir que a
unidade possa girar se
adequando à posição de
equilíbrio e reduzindo as
Figura 68 – Vista esquemática em 3D de um sistema  forças de tração
Dicas em FPSO. (Fabrício, 2003). 
resultantes em suas linhas,
mas não permite o seu completo alinhamento. Distribui a ancoragem no
costado, possibilitando complacência e rigidez combinadas. Está sujeito a
receber cargas de través., pois não permite o completo alinhamento da
plataforma com as incidências ambientais.
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4.4 COMPOSIÇÃO DAS LINHAS DE ANCORAGEM 

Quanto à sua constituição, o sistema de ancoragem pode ser composto pela


combinação de:

1 - Amarras: são classificadas de acordo com sua resistência, sendo


classificadas em graus. A adoção de um determinado grau depende da
necessidade e dos custos envolvidos.

A amarra pode romper por ultrapassar a carga de ruptura nominal ou por fadiga
devido aos movimentos impostos pela UEP. Recomenda-se a utilização das
amarras com apenas 1/3 de sua tração de ruptura.

2 - Cabos de aço: são classificados de acordo com a quantidade de pernas


torcidas e de fios em cada perna. As falhas por fadiga do cabo de aço são mais
comuns nas proximidades às terminações e aos componentes adjacentes à
âncora ou outras conexões

3 - Cabos sintéticos: Podem ser de poliéster ou aramida. Os cabos compostos


por poliéster apresentam grande flexibilidade axial e peso submerso bem
menor. Esse tipo de cabo permitiu a realização do sistema de completação
molhada em águas profundas devido ao seu peso e a sua elasticidade. Já os
de aramida, mesmo sendo auto-flutuante, possuem flexibilidade axial similar ao
do cabo de aço, apresentando assim, uma resistência maior que a do cabo de
poliéster.

A combinação desses componentes e sua utilização nos sistemas de


ancoragem, varia diretamente com o tipo de modelo e configuração adotado.

4.5 FUNDAÇÃO OFFSHORE 

Fundação offshore pode ser compreendida como sendo o embasamento dado


por elementos estruturais que tem a função de transmitir as cargas da estrutura
ao terreno onde ela se apóia (AZEREDO, 1988), ou é fixada. Ela confere à
unidade flutuante a capacidade de conservar sua posição no mar, sendo de
fundamental importância nas características operacionais e de segurança da
unidade. O conceito de fundação offshore foi estendido para também
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comportar os chamados pontos de fixação ou pontos fixos da ancoragem. As
linhas de ancoragem são fixas na sua extremidade inferior por meio de estacas
de sucção, âncoras com resistência vertical, ou estacas de fundeio. Assim, as
fundações submarinas, podem conter sapatas, âncoras e / ou estacas
responsáveis pela fixação das estruturas offshore em solo oceânico, e devem
ser projetadas para suportar carregamentos estáticos, cíclicos, periódicos e
transientes de forma que a unidade flutuante ou fixa não sofra vibrações e /ou
deformações excessivas. Portanto, as fundações devem ter resistência
adequada para suportar às tensões causadas pelos esforços solicitantes. Além
disso, o solo deve ter resistência e rigidez apropriadas para não sofrer ruptura
e não apresentar deformações exageradas ou diferenciais.

Figura 69 – Ilustração de estaca interagindo com o solo. 

Para se escolher a fundação mais adequada, deve-se conhecer os esforços


atuantes sobre a edificação, as características do solo e dos elementos
estruturais que formam as fundações. Assim, analisa-se a possibilidade de
utilizar os vários tipos de fundação, em ordem crescente de complexidade e
custos (WOLLE, 1993). Ao se projetar uma fundação, a engenharia leva em
consideração a capacidade de suportar carregamentos laterais e axiais
compatível com as cargas aplicadas e que o fator carga-deslocamento deve
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relacionar-se diretamente com as condições de trabalho da plataforma, e as
tensões deformações do solo, além de certificar-se da viabilização de sua
instalação. Abaixo se vê uma ilustração (Figura 70) de comportamento global
de uma estaca longa submetida a um carregamento lateral [21], considerando-
a cravada no solo firmando uma plataforma do tipo do tipo jaqueta.

Figura 70 – Ilustração gráfica de comportamento de estaca submetida à carregamento lateral. 

A classificação da fundação é realizada de acordo com a profundidade de


cravação e sua forma de transmissão de carga. Quanto ao tipo pode-se
classificá-las em Fundações Rasas e Fundações Profundas.
 
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4.5.1 FUNDAÇÕES PROFUNDAS  
 
Este tipo de fundação é geralmente composta por estacas. São peças
tubulares de seção transversal reduzida quando comparadas com o
comprimento. São amplamente utilizadas para transmitir esforços provenientes
das estruturas para as camadas mais profundas do maciço. As fundações
profundas representam a solução mais comumente empregada como meio de
transferência de carga para o solo no caso de plataformas offshore. As
fundações de plataformas fixas como as jaquetas são executas com estacas
regulares, cilíndricas cravadas por impacto (percursão), através de martelos
hidráulicos ou bate-estacas, ou ainda perfuradas e grauteadas.

As estacas de estruturas offshore são comumente de aço e apresentam


relação diâmetro-espessura em torno de 30. São muito usadas em plataformas,
devido à sua forma de transferência de cargas, sua resistência e
funcionalidade. A interface solo-estaca depende diretamente do método de
instalação adotado.

- ESTACAS CRAVADAS POR PERCURSSÃO (DP): são estacas metálicas de


ponta aberta ou fechada (ponteira em
aço forjado) cravadas à percussão com
auxílio de martelos a vapor, a diesel ou
hidráulicos. Possuem grande
comprimento e pequeno diâmetro.

- ESTACAS CRAVADAS E
GRAUTEADAS (DGP): dependendo do
tipo de solo, este tipo de estaca pode
até dobrar a sua resistência devido ao
atrito lateral. É executada em duas
etapas, primeiramente ocorre a
cravação em si e em seguida é injetada
calda de cimento na interface lateral
Figura 71 – Martelo à vapor cravando estaca.
solo-aço.
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- ESTACAS PERFURADAS E GRAUTEADAS (DGP): Estaca que simula a
primeira fase de perfuração de um poço, tendo um trecho de amarras ligado ao
meio da seção do revestimento. Tem uma tecnologia bem consolidada e
confiável, mas geralmente não é tão amplamente utilizada pelo alto custo da
unidade de perfuração (sonda). São adotadas quando estacas cravadas
possuem baixa resistência, ou seja, possuem baixíssimo atrito lateral. Podem
ser construídas em um (abertura de pré-furo) ou dois estágios, dependendo do
método construtivo adotado.


Figura 72 – Desenho esquemático de estaca cravada e estaca perfurada – grauteada. 

ESTACAS INJETADAS (IP): é uma solução alternativa para o uso de estacas


cravadas, caso esta apresente penetração inferior à mínima requerida em
projeto. Possuem trecho inicial cravado e um final, perfurado.

- ESTACAS TORPEDO (TP): Tipo de estaca que apresenta penetração


dinâmica. Formato cilíndrico metálico de ponta fechada, dotada ou não de
aletas (aumenta a resistência devido à maior área estaca-solo), e preenchidas
internamente com sucata de aço e/ou concreto.

É cravada no solo por gravidade após lançamento de uma altura calculada.


Admite cargas verticais, reduzindo significativamente o raio de ancoragem da
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UEP. Possuem olhal (interno ou externo) em seu topo, permitindo assim a
aplicação de cargas horizontais também.

A razão comprimento-diâmetro é aproximadamente dez, funcionando assim


como um corpo rígido. Alternativa altamente competitiva, pois tem as mesmas
vantagens da estaca de sucção e menor custo de instalação. Tem sido usada
para ancoragem de linhas flexíveis e sondas MODU, apesar de serem
utilizadas como ponto de apoio de linhas flexíveis.

   
Figura 73 ‐ Lançamento de Estaca torpedo [22]. 

4.5.2 FUNDAÇÕES RASAS 
 
Tais fundações geralmente são adotadas para transferir cargas oriundas da
plataforma de gravidade ao solo marinho. Basicamente existem duas técnicas
que aperfeiçoam o nível de segurança deste tipo de fundação: a técnica de pré-
carga e a de sucção. Estas técnicas tornam-se usuais para fundações rasas,
pois além de ser crítico projetar em condições ambientais severas, também é
imprescindível elevar a capacidade de carga do solo e aumentar a estabilidade
contra o tombamento e o deslizamento da estrutura.
 

4.5.2.1 Estacas de Sucção 
- ESTACAS CRAVADAS POR SUCÇÃO (SP): são estacas, com forma de um
cilindro oco, apresentando dimensões de 12 a 15 m de altura por cerca de 5 m
de diâmetro, com uma extremidade fechada e outra aberta. São cravadas no
solo marinho através do vácuo realizado por uma bomba centrífuga de sucção,
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utilizando assim o conceito de diferencial de pressão hidrostática,
constantemente monitorada durante a instalação, juntamente com a
verticalidade e a taxa de penetração. Abaixo, se vê passo à passo, na Figura
74 a instalação de uma dessas estacas de sucção.

Figura 74 – Passo à passo da instalação de uma estaca de sucção [23]. 
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Figura 75 Estaca de sucção [2] e [23]. 

As estacas de sucção permitem reações à cargas verticais e horizontais,


podendo assim ser usadas em sistemas convencionais ou taut-leg. São
consideradas economicamente viáveis, pois são largamente utilizadas em
águas profundas e não necessitam de teste de carga de projeto.

4.5.3 ÂNCORAS 

As âncoras resistem, basicamente, a esforços de tração. Podem ser usadas


tanto em unidades flutuantes como fixas (em modo auxiliar durante
posicionamento, caso de Jack-ups). Os esforços suportados pela âncora
podem ser horizontais (catenária) ou verticais (taut-leg), dependendo somente
da trajetória da linha de ancoragem. Devido à grande diversidade de modelos,
podem ser dividida em grupos distintos de acordo com sua geometria,
capacidade de carga e método de instalação.
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- ÂNCORAS DE PESO (P): são âncoras de gravidade, também chamada de
poitas, possui baixa eficiência e é anti-econômica. A sua componente vertical
tem reação dada pelo peso submerso utilizado como âncora e pela sucção que
ocorre entre o solo e a base do corpo. Já a componente horizontal, conhecida
como força de arrasto, é resistida pela adesão na interface solo-superfície (fricção)
e pelo empuxo passivo localizado na área da parte enterrada no solo marinho.

 
Figura 20: Âncora de peso [5]. 

- ÂNCORAS CONVENCIONAIS (DEA): são os modelos tradicionais, evoluídos


a partir das âncoras usadas em navios. São cravadas com o auxílio de uma
embarcação através do arraste no solo marinho logo abaixo da superfície, sem
penetração profunda. Em princípio, as cargas que chegam à âncora devem ser
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horizontais, pois este tipo de âncora não resiste a carregamentos verticais [5].

A força de  arrasto, tem reação


fornecida pela adesão da unha
interagindo na interface solo-
superfície, com o seu corpo
gradativamente enterrando-se e
aprofundando-se no subsolo
marinho pelo aumento dessa
carga. Seu dimensionamento e
tipo está ligado diretamente à
resistência do solo, porém
independentemente do tipo de
solo, depois do seu travamento,
a linha, cabo ou amarra de
ancoragem a ela conectada,
deve alinhar-se ao máximo com
a diretriz do carregamento
horizontal no leito marinho,
inibindo assim seu arrasto.
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Figura 76 ‐ Âncoras convencionais.

- ÂNCORAS VERTICAIS (VLA – Vertical Load Anchor): muito utilizadas em


ancoragens tipo taut-leg, pois suporta bem carregamentos verticais devido a
seu formato. Possuem boa capacidade de carga e confiabilidade no processo
de instalação. Também são cravadas através de arraste no maciço marinho e
apresentam uma forma parecida com a de uma arraia ou de uma enxada.
Depois de instaladas, tais âncoras atingem profundidades de enterramento
elevadas.
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Figura 77 ‐ Exemplos de VLA ‐ Âncora vertical [22]& (Randolph et al., 2005). 
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Necessitam do auxílio de embarcações para efetuar sua instalação, além de
procedimentos de arraste que podem dificultar e até mesmo impedir seu
posicionamento correto,
principalmente em áreas
congestionadas por
UEPs. Tem sido difícil a
remoção depois de
instalada, o que a
contra-indica para o uso
em MODUs, ou projetos
de curta duração, onde
há previsão de
reutilização.

- ÂNCORAS DE PLACA (PEA): são leves e de médio porte. Instaladas por


cravação com auxílio de martelos ou explosivos. Sua utilização em meio
offshore tem sido estudada, mas ainda não empregada apesar de amplamente
usada pela marinha americana.

- ÂNCORAS TORPEDO: É o mesmo que estaca torpedo.


 
5 SÚMULA DE ANCORAGEM POR TIPO DE UNIDADE 
As tabelas a seguir resumem os principais tipos de plataforma versus ancoragem e fundação. 
Tabela 1: Plataformas e tipos de ancoragem. 

ANCORAGEM 
UEP 
Permanente  Temporária  Catenária  Taut‐leg  Tendões 
Fixa  Sim  Não  Não  Não  Não 
Jack up  Sim  Não  Não  Não  Não 
Gravidade  Sim  Não  Não  Não  Não 
SS  Sim  Não  Sim  Sim  Não 
TLP  Sim  Não  Não  Não  Sim 
Spar Buoy  Sim  Não  Não  Sim  Não 
FPSO  Sim  Não  Sim  Sim  Não 
TC  Sim  Não  Não  Não  Não 
 
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Tabela 2: UEP’s e seus tipos de fundação (depende da lâmina d’água). 

FUNDAÇÃO   
UEP 
DEA  VLA  PEA  P  TP  IP  DGP  SP  DP 

Fixa  N  N  (*)  N  N  N  N  N  S 

Jack up  N  N  (*)  N  N  N  N  N  N 

Gravidade  N  N  (*)  N  N  N  N  N  N 

SS  S  S  (*)  N  S  S  S  S  S 

TLP  N  N  (*)  N  S  S  S  S  S 

Spar Buoy  S  S  (*)  N  S  S  S  S  S 

FPSO  S  S  (*)  N  S  S  S  S  S 

TC  N  N  (*)  N  N  N  N  N  N 
(*) Em estudo. 
 

 
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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
[1]  CORRÊA,  F.  N.  ”Aplicação  de  metodologias  híbridas  em  estudos  paramétricos  sobre  o 
comportamento  de  sistemas  offshore”.  Tese  de  Mestrado,  Universidade  Federal  do  Rio  de 
Janeiro – UFRJ, COPPE. [Riode Janeiro] 2003. 

[2] Girón, A. R. C. “Aplicação de metodologias de projeto integrado de sistemas de ancoragem 
e risers na explotação de petróleo offshore”. Tese de Mestrado, Universidade Federal do Rio 
de Janeiro – UFRJ, COPPE. [Rio de Janeiro] 2009. 

[3] http://www.offshore‐mag.com/index/maps‐posters.html em 18/07/2009. 

[4]  http://mundopetroleo.wordpress.com/2009/03/12/a‐navegacao‐de‐apoio‐maritimo/  ,  em 


24/06/2009 

[5]  Costa,  R.G.B.  “Análise  paramétrica  das  condições  de  ancoragem  de  plataformas  offshore 
utilizando  estacas  torpedo  a  partir  de  modelos  em  elementos  finitos”.  Dissertação  de 
Mestrado, Faculdade de Engenharia Civil  – UFRJ, COPPE – Rio de Janeiro, 2008. 

[6] http://www.revistaespacios.com/a96v17n03/32961703.html 

[7].E‐mail : obdb@hhi.co.kr / http://www.hhi.co.kr 

[8] http://www.oilandgas.org.uk/issues/decommissioning/case‐studies.cfm 

[9]. 
http://www.shell.com/home/content/aboutshell/our_strategy/major_projects_2/sakhalin/pla
tforms/ 

[10]  http://www.offshore‐mag.com/index/article‐display/7473978884/s‐articles/s‐offshore/s‐
volume‐69/s‐Issue_8/s‐ARCTIC/s‐Sakhalin_II_nears_full_production.html 

e http://www.alaska‐in‐pictures.com/aerial‐oil‐and‐gas‐platforms‐3224‐pictures.htm 

[11] Clauss, F. G. “The contest of the inner space – Design and analysis of offshore structures” ‐ 
9th  International  conference  on  engineering  systems  design  and  analysis  –  ESDA2088‐59035. 
July 7‐9, 2008. Haifa, Israel. 

[12] http://www.atlantia.com/seastar/installation.asp 

[13] http://www.floatec.com 

[14]  Lacerda,  T.  A.  G.  de  “Análise  de  movimentos  induzidos  por  vórtices  em  plataformas 
flutuantes”.  Dissertação  de  Mestrado,  Faculdade  de  Engenharia  Civil  –  UFRJ,  COPPE  –  Rio  de 
Janeiro, 2007. 

[15] http://sime.us/ 

[16] www.offshore‐technology.com 
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Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR
 
[17] www.engr.mun.ca/~sbruneau/ocean/8751_08.pdf 

[18] http://www.revistafatorbrasil.com.br/ver_noticia.php?not=40219, em 27/04/09 

[19]  
http://www.offshoremoorings.org/moorings/2005/Maas/html_docs/CH%2003%20mooring%2
0concepts.htm 

[20] http://www.isope.org/publications/publications.htm 

[21]  PEREIRA,  P.  S.  D.  Análise  de  Estacas  em  Estruturas  Offshore.  Dissertação  de  Mesttrado. 
COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 1999. 

[22]  Boom,  W  de  et  al.  “Floating  production  systems”  ‐  17th  International  ship  and  offshore 
structures congress, 16‐21 August 2009. Seoul, Korea. 

[23] http://maridalen.webcomputing.no/files/Rotary‐omNGI%5B1%5D.pdf 

[24] http://www.engr.mun.ca/~sbruneau/ocean/lectures.htm  articoestruturas do gelo 

[25] http://www.imastudies.com/id95.htm, em18/09/2009. 

[26] 
http://www2.petrobras.com.br/portal/frame.asp?pagina=/Petrobras/portugues/plataforma/pl
a_plataforma_operacao.htm&lang=pt&area=apetrobras, em 27/08/2009. 

[27] www.lem.ep.usp.br/pef418/tipos.pdf, em 18/07/2009. 

[28] Notas de aula do prof. Gilberto Ellwanger, 19 e 26/07/2009. 

[29] 
http://www.shell.us/home/content/usa/aboutshell/strategy/major_projects/perdido/tracking
/tracking_project_ncb07.html 

[30] Lima, A. L. “Avaliação de metodologias de análise de unidades estacionárias de produção 
de petróleo offshore”. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Engenharia Civil – UFRJ, COPPE 
– Rio de Janeiro, 2006. 

[31]http://www.onacsolutions.com, em 25/04/09. 

[32]www.lem.ep.usp.br/pef418/tipos.pdf, em 13/07/2009. 

[33] http://www.tnpetroleo.com.br/sala_de_aula/tipos_de_plataforma, em 21/07/2009. 

[34]  Lacerda,  T.  A.  G.  de  “Análise  de  movimentos  induzidos  por  vórtices  em  plataformas 
flutuantes”.  Dissertação  de  Mestrado,  Faculdade  de  Engenharia  Civil  –  UFRJ,  COPPE  –  Rio  de 
Janeiro, 2007. 

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