Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. Introdução
1
Entre os museus fundados no século XVIII, que mais se destacaram, con-
tam-se: o British Museum (1753), na Grã-Bretanha, o primeiro museu público, aberto
nos Estados Unidos da América do Norte, em Charlston ( 1 7 7 3 ) e o Museu do Louvre
( 1 7 9 3 ) , em Paris ( H A N S L . Z E T T E R B E R G , Museums and adult education, Nova Iorque,
Augustus M. Kelley, Publishers/International Council of Museums, 1969, p. 64).
2
MARIA DA CONCEIÇÃO P I R E S C O E L H O , «Da origem dos museus, do seu con-
teúdo, arquitectura e livre acesso», Brotéria, vol. 142, 3, 1996, p. 369.
3
Atente-se, por exemplo, nos seguintes números: ANTÓNIO J O S É C . MAIA
NABAIS menciona a existência de 2 1 6 museus, em 1 9 8 8 , e 2 6 0 , em 1 9 9 3 («Museus na
actualidade», Iniciação à Museologia, coord. de MARIA BEATRIZ ROCHA-TRINDADE,
Lisboa, Universidade Aberta, 1993, p. 66). No entanto, pouco tempo depois admitia-se
— embora provavelmente com algum exagero — que o número de museus pudesse
atingir os 7 5 0 ( P E R U N O A G R E N , «Museus, educação e política cultural», I Encontro
sobre museologia e educação. Novembro 1995, Câmara Municipal de Setúbal/Museus
Municipais, 1995, p. 23, mimeog.).
4
G E O R G E E. H E I N , Learning in the Museum, Londres-Nova York, Routledge,
1998, p. 3.
5
H . L . Z E T T E R B E R G , op. cit., p. 64.
O PAPEL EDUCATIVO DOS MUSEUS 669
6
ANGELA GARCIA BLANCO, Didáctica dei museo. El descubrimiento do los objectos,
Madrid, Ediciones de la Torre, 1988, p. 35 (Nesta como nas restantes transcrições,
a partir de textos em língua estrangeira, a tradução é da minha responsabilidade).
A definição transcrita foi adoptada pelo ICOM na sua 11 , a Assembleia Geral, reali-
zada em Copenhaga, em 1974 ( A H M E T AYKAÇ, «Éléments d'une analyse économique
des musées», Mueum, n.° 126 (1989, n.° 2), p. 84. Acerca do conceito de museu,
das respectivas funções e das mudanças que têm vindo a operar-se, ver K E N N E T H
H U D S O N , Museums for the 1980s. A survey of world trends, Paris, UNESCO/Macmillan
Press, 1977, pp. 1-18.
7
Ver RICHARD BUCAILLE e J E A N - M A R I E P E R E Z , «Cultura material», Enciclo-
pédia Einaudi, vol. 16: Homo - Domesticação. Cultura material, Lisboa, Imprensa
Nacional-Casa da Moeda, 1989, pp. 11-47.
670 DIDASKALIA
8
Luis A L O N S O F E R N A N D E Z , Museologia. Introduccion a la teoria y práctica dei
museo, Madrid, Ed. Istmo, 1993, p. 47.
9
K . H U D S O N , op. cit., p. 8.
10
G . H . H E I N , op. cit., pp. 3-4.
O PAPEL EDUCATIVO DOS MUSEUS 671
11
H E N R I Q U E C O U T I N H O GOUVEIA, «A evolução dos museus nacionais portu-
gueses. Tentativa de caracterização», Homenagem a J. R. dos Santos Júnior, vol. II
(coord. de MARIA DA CONCEIÇÃO R O D R I G U E S ) , Lisboa, Instituto de Investigação Cientí-
fica Tropical, 1993, p. 178. Ver também PAULO OLIVEIRA RAMOS, «Breve história do
Museu em Portugal», BEATRIZ ROCHA-TRINDADE (coord.), Introdução à Museologia,
Lisboa Universidade Aberta, 1993, pp. 21-28; MADALENA B R A Z TEIXEIRA, «Os primei-
ros museus criados em Portugal», Biblioteca, Arquivos e Museus, vol. 1, n.° 1, 1985,
pp. 185-239.
12
Decreto-Lei de 24 de Dezembro de 1883, Collecção officiai da Legislação
Portugueza. Anno de 1883, Lisboa, Imprensa Nacional, 1884, p. 399. Ver também:
JOAQUIM FERREIRA G O M E S , Dois museus industriais e comerciais criados no século XIX,
Coimbra, Museu Nacional da Ciência e da Técnica, 1979. Sep. das Publicações do
Museu Nacional da Ciência e da Técnica, Coimbra, 1979; FRANCISCO DE ALMEIDA E
a
SOUSA, «O Porto já teve o seu Museu Industrial e Comercial», O Tripeiro, 7. série, ano
XII/n.° 2, Fevereiro 1993, pp. 34-38.
672 DIDASKALIA
13
Ver J O S É M. AMADO M E N D E S , « A industrialização no pensamento económico
em Portugal nos anos 1880», J O S É Luis C A R D O S O e A N T Ó N I O ALMODOVAR (coord.), Actas
do Encontro Ibérico sobre História do Pensamento Económico, Lisboa, C I S E R 1992,
p. 329; «Oliveira Martins e a indústria», Estudos Aveirenses, n.° 4, 1995, pp. 25-40.
14
J O S É M. AMADO M E N D E S , «Exposições industriais em Coimbra na segunda
metade do século XIX», O Instituto, vol. CXXXIX, 1979, pp. 35-55; Relatório da Expo-
sição Industrial de Guimarães em 1884, Porto, 1884 (reed. pela MURALHA, Guima-
rães, 1991). Recorde-se, por exemplo, que na sequência da Exposição de Londres, de
1851, nasceu o Museu de «South Kensington», posteriormente «Victoria and Albert
Museum» ( A N G E L O C E R I Z Z A e M A R I A LUIGIA PAGLIANI, Musei, testi e contesti. Brevi note
sulla comunicazione nel museo, Nardini Editore, 1997, p. 25.
15
H E N R I Q U E C O U T I N H O G O U V E I A , Museus de Coimbra. Pa I Exposição Distrital
ã organização do Museu Machado de Castro, Coimbra, Museu e Laboratório Antro-
pológico da Universidade de Coimbra, 1980.
16
J O S É M . AMADO M E N D E S , « A S Exposições como "Festas da Civilização":
Portugal nas Exposições Internacionais (sécs. XIX-XX)», Gestão e Desenvolvimento, 7,
1998, pp. 249-273; «Exposições Universais na Europa (1851-1900): dinâmica de uma
cultura científica e material», Munda, 25, 1993, pp. 5-15.
O PAPEL EDUCATIVO DOS MUSEUS 673
17
R O C H A PEIXOTO, «Museus regionais», Revista de Portugal, vol. I I I , n.° 1 4 ,
Porto, Novembro de 1 8 9 0 , pp. 1 8 4 - 1 9 4 (também reimpresso em R O C H A PEIXOTO,
Obras, vol. II: Museu Municipal do Porto. Ensino. Política. Ensaios diversos, Câmara
Municipal da Póvoa de Varzim, 1 9 7 2 , pp. 2 4 1 - 2 4 9 ) ; A N T Ó N I O J O S É C. N A B A I S , «Museus
de região», MARIA BEATRIZ R O C H A - T R I N D A D E (coord.), Iniciação à museologia, Lisboa,
Universidade Aberta, 1 9 9 3 , pp. 1 5 7 - 2 6 6 ; J O R G E D I A S , Museu nacional e museus regio-
nais de Etnografia, «Cadernos de Etnografia», 1 9 6 4 ; H E N R I Q U E C O U T I N H O G O U V E I A ,
«Acerca do conceito e evolução dos museus regionais portugueses desde finais do
século XIX ao regime do Estado Novo», Bibliotecas, Arquivos e Museus, vol. 1, n.° 1,
Janeiro/Junho 1 9 9 5 , pp. 1 4 7 - 1 8 4 .
18
E I L E A N H O O P E R - G R E E N H I L L , Museum and Gallery Education, reimp., Londres-
-Washington, Leicester University Press, 1998, p. 187.
674 DIDASKALIA
19
G . H . H E I N , op. cit., pp. 4-5.
20
Y., «Museus», O Século, de 25 de Novembro de 1897, apud O Archeologo
Português, vol. III, 1897, p. 280 (como em casos análogos, actualizou-se a ortografia).
O PAPEL EDUCATIVO DOS MUSEUS 675
21
«Reorganização dos serviços artísticos e archeologicos», Decreto-Lei de
26 de Maio de 191], Diário do Governo, n.° 124, de 29 de Maio de 1911, p. 2246
(itálico meu).
22
E . H O O P E R - G R E E N H I L L , op. cit., p. 188.
23
Cf. supra, nota 21 (sublinhado meu). Ver também H. COUTINHO GOUVEIA,
Museus de Coimbra..., pp. 26-27.
6 7 6 DIDASKALIA
24
JOÃO COUTO, «Extensão escolar dos museus», Museu, 2." série, n.° 2, Maio
de 1961, pp. 47-52.
25
MARIA MADALENA GAGEAN FORMIGAL CARDOSO DA COSTA, Museus e Educação
- Contributo para a história e para a reflexão sobre a função educativa dos museus em
Portugal, Coimbra, 1996, pp. 67-122 tDiss. de Mestrado, apresentada à Faculdade de
Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, mimeog.).
26
ALMA S . W I T T L I N , The Museum. Its history and its tasks in education, Londres,
Routledge e Kegan Paul, 1949, pp. 212-213.
27
E . H O O P E R - G R E E N H I L L , op. cit., p. 188.
O PAPEL EDUCATIVO DOS MUSEUS 677
28
Vários dos aspectos referidos foram focados pelo Eng.° Luís E L I A S CASA-
NOVAS, no âmbito do Mestrado em Museologia e Património Cultural, na Faculdade
de Letras da Universidade de Coimbra (2 de Fevereiro e 23 de Março de 1999).
Ver também, entre outros trabalhos, o de F E R N A N D O M. A . H E N R I Q U E S , «Conservação
do património histórico edificado», Ingenium, Fevereiro de 1991, pp. 39-54.
29
Sobre o assunto ver a interessante obra de FRANCISCA H E R N Á N D E Z H E R N Á N D E Z ,
El museo como espacio de comunicación, Gijón (Astúrias), Ed. Trea, 1998.
30
Preâmbulo do Decreto-Lei n.° 46 758, de 18 de Dezembro de 1965 (Colecção
oficial de legislação portuguesa. 1965 (2." semestre), Lisboa, Imprensa Nacional,
1970, p. 694.
678 DIDASKALIA
31
Decreto n.° 45 351, de 13 de Novembro de 1963 (Diário do Governo, I série,
n.° 266, de 13 de Novembro de 1963, p. 1727).
32
MARIA A L I C E BEAUMONT, «Conservador de museu: profissão-vocação», Museu,
IV série, n.° 4, 1995, p. 25.
33
M A R I A A L I C E B E A U M O N T , idem, p. 27.
34
Entre outras, chamamos a atenção para os seguintes trabalhos, sobre museus
e educação: T. K . B I W A S , Museu and education, 1 9 9 6 ; C . D U F R E S N E - T A S S É (ed.),
Évaluation et éducation muséal, 1998; La investigation dei educador de museos,
Barcelona, 1 9 8 8 ; MADALENA C A R D O S O DA COSTA, Museus e educação, 1996; MOLLY
H A R R I S O N , L'éducation et les musées, 1 9 4 8 - 4 9 ; M A R I A IMMACULADA PASTOR H O U R S ,
O PAPEL EDUCATIVO DOS MUSEUS 679
36
M A D A L E N A CABRAL, Serviços de extensão escolar e a formação de monitores.
Comunicação apresentada à 3." Reunião dos Conservadores dos Museus, Palácios e
Monumentos Nacionais, Porto - Setembro de 1962, Porto, 1963.
O PAPEL EDUCATIVO DOS MUSEUS 681
37
Decreto-Lei n.° 46 758, de 1 8 de Dezembro de 1965.
38
Decreto-Lei n.° 45/80, de 20 de Março, Diário da República, I série, n.° 67,
de 20 de Março de 1980.
682 DIDASKALIA
39
M A D A L E N A C A R D O S O DA COSTA, op. cit., pp. 291-340.
40
M . H A R R I S S O N , op. cit., p. 2.
41
R O S A E S T I V I L L et ai., «La investigación dei educador de museos», La investi-
gation del educador de museos, p. 65 (sublinhado meu).
O PAPEL EDUCATIVO DOS MUSEUS 683
42
K. H U D S O N , op. cit., p. 94.
43
op. cit., pp. 9 5 - 9 8 . Ver também J O H N
K. HUDSON, DEWEY, Experience and
Education, Nova York, The MacMillan Company, 1939.
44
H . L . Z E T T E R B E G , op. cit., pp. 18-21.
684 DIDASKALIA
45
M . YAMAGUCHI, op. cit., p. 153.
46
G E R VAN W E N G E N , op. cit., p. 149.
47
E . H O O P E R - G R E E H I L L , op. cit., p. 60.
48
Museus, porquê? Lisboa, Museu Nacional de Arte Antiga, 1972, p. inum.
O PAPEL EDUCATIVO DOS MUSEUS 685
49
Adaptámos a tradução à realidade portuguesa pois a autora fala de «pri-
mary, secondary, tertiary and community education» (op. cit., p. 81).
50
E . H O O P E R - G R E E H I L L , op. cit., p. 8 1 . Por sua vez, F R A N S S C H O U T E N sublinha
que um educador de museu deve dispor de conhecimentos desenvolvidos no que con-
cerne: a) ao desenvolvimento humano; b) à teoria da comunicação; c) ao tratamento
da informação; d) à natureza da aprendizagem não verbal; e) à dinâmica de grupo;
g) e às relações h u m a n a s ( F R A N S S C H O U T E N , «L'éducation dans les musées: un défit
permanent», Museum, 156, 1987, p. 241.
686 DIDASKALIA
Conclusão
51
G A I L D U R B I N (ed.), Developing museum exhibitio for lifelong learning, 2." imp.,
Londres, Museums & Galleries Commission/The Stationery Office, 1999, p. 10.
52
Na Faculdade de Letras do Porto é assegurado um curso de pós-graduação
em Museologia, enquanto na Faculdade de Letras de Ciências Sociais e Humanas, da
Universidade Nova de Lisboa e na Faculdade de Letras, da Universidade de Coimbra,
são ministrados cursos de Mestrado, na área da museologia e do património. Mais
recentemente, foi também criado um curso de Mestrado em Museologia, a ministrar
pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias.
O P A P E L EDUCATIVO D O S M U S E U S 687
J O S É AMADO MENDES
BIBLIOGRAFIA
Luis ( 1 9 9 3 ) , Museologia.
ALONSO F E R N Á N D E Z , Introducción a la teoria y
práctica del museo, Madrid, Ed. Istmo.
GABUS, Jean (1969), «Le musée dans l'entreprise», v. XXII, n.° 2, pp. 109-116.
HAHN, Till (1991), «L'amour du verre», Museum, n.° 172 (n.° 4), pp. 202-205.
HANSEN, Tage H. (1984), «Le rôle éducatif du musée», 144, pp. 176-183.
HUDSON, Kenneth (1977), Museums for the 1980s. A survey of world trends,
Paris, UNESCO.
Inmaculada
PASTOR H O M S , (1992), El museo y la educación, Barcelona,
Ed. CECA.
ROBERT, Adèle ( 1 9 8 9 ) , « Les enfants n'aiment pas les musées? Venez donc
visiter l'Inventorium da la Cité des Sciences et da l'Industrie de
Paris!», Museum, n.° 162 (n.° 2), pp. 72-77.
WITTLIN, Alma S. (1994), The Museum. Its history and its tasks in education,
Londres, Routledge e Kegan Paul.
LEGISLAÇÃO