Você está na página 1de 16

A CONTRIBUIÇÃO DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL DE 0 A 6 ANOS.

¹
BELINO, Diocléia Aparecida de Oliveira
RU 440918
²
Lopez, Fernando Luiz

RESUMO
Este artigo tem por tema “a contribuição do lúdico para o desenvolvimento na
educação infantil”, pois o brincar é um instrumento que supera dificuldades de
interação e de aprendizagem cognitiva, emocional, social e motora da criança. O
artigo busca apresentar sobre a história, a origem, a influência portuguesa, africana
e indígena nos jogos infantis. É citado também o referencial teórico destacando a
importância do brinquedo no desenvolvimento infantil. A definição de jogo e a
brincadeira no processo ensino aprendizagem e sua contribuição na socialização,
bem como os jogos tradicionais dentro do contexto lúdico. O enfoque dessa
pesquisa visa a ressaltar a importância do lúdico no desenvolvimento na educação
infantil. A ludicidade auxilia no trabalho do professor de maneira atraente,
proporcionando às crianças uma melhor compreensão das áreas do conhecimento
em questão. O problema que gerou essa pesquisa foi que as atividades lúdicas no
processo de desenvolvimento da aprendizagem devem ser entendidas como
estratégias cognitivas no processo de ensino aprendizagem.

Palavras chaves: Brincar. Ensino. Aprendizagem. Lúdico.

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho é importante porque o brincar faz parte inerente do processo de


desenvolvimento infantil, cognitivo e afetivo emocional, não podendo ser visto como
uma atividade complementar, supérflua ou até mesmo dispensável. Dados os
aspectos, muitas vezes estimulantes, adaptativos e criativos do jogo, pode-se
deduzir que ele seja um veículo altamente incentivador do pensamento. É um
1 Aluna do curso de Pedagogia do centro Universitário Internacional UNINTER. Artigo Apresentado
como trabalho de conclusão de curso. 7º período de 2014.
2 Professor orientador no Centro Universitário Internacional Uninter Licenciado em Filosofia, Mestrado
em Educação, Doutorando em Educação.
2

auxiliar importante para que a criança vivencie a disciplina, aprenda a superar


frustrações das perdas, como também desenvolva a iniciativa e o gosto pela disputa,
sem deixar de respeitar seus semelhantes.
Dentro desse trabalho investigou-se o histórico do jogo na Educação Infantil
trazendo-se parte da história de jogos brinquedos e brincadeiras que contribuem
com o desenvolvimento na Educação Infantil.
Entre os jogos demonstraram-se influências de diversos povos sendo que boa
parte deles foram pelos Índios, negros e portugueses.
Foram identificados durante o trabalho importâncias indispensáveis das
brincadeiras no desenvolvimento infantil e de acordo com os autores e teóricos
Importantes e respeitados como Piaget e Vigotski etc.
Priorizou-se a identificação e classificação e categorias dos jogos segundo
origem, classificação, categorias, simbolismo, e demais contribuições do jogo e
brincadeiras.
Fundamentou-se de acordo com autores e teóricos conhecidos e respeitados
pelas suas ideias e contribuição na Educação infantil são eles (Almeida, 2003.)
(Kishimoto, 1993) (Lakatos, 1992) (Piaget, 1990) e ( Vigotski, 1998).
A educação infantil tem uma função primordial para o crescimento e
desenvolvimento das crianças através do lúdico, pois brincando a criança vai
construindo os alicerces da compreensão e utilização de sistemas simbólicos como
a escrita, assim como a capacidade e habilidade em perceber, criar, manter e
desenvolver laços de afeto e confiança no outro. Verifica-se o quanto é importante a
utilização do jogo nas classes de alfabetização, para estimular e favorecer o
desenvolvimento cognitivo e sócio afetivo das crianças.
É necessário que as escolas incluam o jogo em suas práticas pedagógicas,
resgatando assim os sentidos e as emoções das salas para o lúdico, a fantasia e o
brincar, descobrindo o prazer, o gostar de ensinar/aprender. O jogo é a mais
importante das atividades da infância, pois a criança necessita brincar, jogar, criar e
inventar para manter seu equilíbrio com o mundo.
Esta pesquisa tem por objetivo geral ressaltar a importância do lúdico no
desenvolvimento na educação infantil. Para atingir este objetivo foram utilizadas
algumas estratégias como: conhecer o histórico do jogo na educação, analisar
através de pesquisa bibliográfica como acontece a aprendizagem pela ludicidade e
compreender a definição de jogo, brincadeira e jogo pedagógico.
3

Serviram de hipóteses para o trabalho, a probabilidade da pré-escola,


organizar-se em torno de alguns jogos, pode ampliar o repertório vivencial e de
conhecimento das crianças, a possibilidade de poder observar através dos jogos
uma prática cotidiana a partir da realidade, e a utilização dos jogos como um
instrumento importante para atingir seus objetivos mais rapidamente, visando
melhorar o desenvolvimento cognitivo, emocional, social e motor da criança.

Tendo escolhido este tema, utilizou-se como metodologia, a pesquisa


bibliográfica, Totalmente Qualitativa, percorrendo o assunto detalhadamente do
geral para o particular, objetivando chegar a uma conclusão crítica.

2 O LUDICO NA EDUCAÇÂO INFANTIL

O histórico das brincadeiras segundo as pesquisas realizadas são tão velhas


quanto à civilização. Foram encontrados brinquedos nas ruinas do antigo Egito da
Babilônia, da China e da civilização asteca. Entre os povos egípcios, romanos e
maias, os jogos eram utilizados de geração a Geração, para transmitir valores e
conhecimentos, bem como normas de jogo de argolas, cabra- cega e o cabo guerra.

Que desde os tempos primitivos, os jogos faz parte do cotidiano do ser


humano, mesmo quando as atividades de caça, pesca, dança e lutas não
representavam o caráter de divertimento, mas sim de sobrevivência. A
verdadeira educação é aquela que cria na criança a melhor maneira de
satisfazer suas necessidades orgânicas e culturais (saber, trabalhar, jogar,
viver), faz-se necessário que a educação organiza seus conhecimentos
partindo da necessidade e conhecimento da criança.( Almeida 2013, p.19)

Com certeza em épocas passadas antes mesmo dos nossos bisavós já


existiam brincadeiras, jogos e brinquedos não tão modernos como os atuais mas o
brincar já era inerente mesmo que com brinquedos feitos em casa ou inventados
pelas crianças como por exemplo bonecas de pano ou feitas com espigas de milho e
também jogos feitos com as bolinhas de mamonas entre outras.
4

Todas essas histórias são histórias contadas de pais para filhos até chegarem
nos dias de hoje.
(Almeida 2013, P.19) “diz que Platão afirmava que os primeiros anos de vida
da criança deveriam ser ocupados com jogos educativos, independente do sexo,
sempre observados e conduzidos por um adulto”. Platão afirmava que a prática de
jogos se igualava com a importância da cultura intelectual e formação do caráter e
da personalidade, sendo assim, investida contra o espirito competitivo dos mesmos.
A partir do século XVI, os humanistas perceberam o valor dos jogos e os
colégios dos jesuítas foram os primeiros a colocá-los em prática.
Pesquisador da vida social e familiar, afirma em relação aos jogos:

Os padres compreenderam desde o inicio que não era possível, nem


desejável suprimi-los ou mesmo fazê-los depender de permissões precárias,
e vergonhosas. Ao contrário, preocuparam-se a assimilá-los e a introduzi-los
oficialmente, em seus programas e regulamentos e controlá-los. Assim,
disciplinados os jogos, reconhecidos como bons, foram admitidos,
recomendados tão estimáveis quanto aos estudos.(Almeida, 2013, p.21).

Uma nova visão dos jogos aparece e a educação passa a adotá-los. Os


jesuítas escreveram tratados de ginásticas e passaram a aplicar em seus colégios a
dança, a comédia, os jogos de azar, transformados então em práticas educativas
para aprendizagem da ortografia e da gramática.
As crianças têm suas maneiras próprias de ver, pensar e agir, pois para as
crianças o aprendizado acontece através de suas conquistas no momento ativo.
Resumindo, considerando a evolução do jogo, pode-se dizer que o jogo é uma forma
de educar e propiciar a criança para o seu desenvolvimento infantil.
A origem dos jogos e suas Influências são consideradas como integrantes da
cultura popular em determinado momento histórico, que está em constante
movimento, transformando-se e incorporando criações que muitas vezes são
anônimas e também sofrem mudanças com o passar dos tempos.
A origem dos jogos não é conhecida. Como afirma( Kishimoto 1993) sabe-se
apenas que muitos deles são práticas abandonadas por adultos, poesias, contos,
rituais e fragmentos de romance.
Na antiga Grécia e oriente estes povos já brincavam de amarelinha, de
empinar pipa, jogar pedrinhas e até nossos dias as crianças brincam quase da
mesma forma.
De acordo com o teórico.
5

Os papagaios de papel são antiguíssimo no oriente e usado primitivamente,


pelos adultos, com fins práticos e, com o passar dos séculos, transformaram-
se em brinquedos infantis. Ainda hoje, a Ásia, ao contrario da Europa, os
homens de meia idade divertem-se com papagaios como se verifica na
Coréia, China e Japão. KISHIMOTO, 1993,p.19)

Os jogos tradicionais têm como características a liberdade e a


espontaneidade, levando a criança a brincar pelo simples prazer de brincar.
No Brasil destacam-se três etnias: branco, negro e índio, com influência no
surgimento das brincadeiras infantis. Com a miscigenação das raças, o povo
brasileiro foi construindo, e cada uma das raças contribuindo com seus costumes e
culturas formando o nosso folclore que mais tarde recebeu nova roupagem ficando a
contribuição portuguesa mais forte e permanente incluindo contos, lendas, e
superstições, jogos, festas, etc.
Em seus estudos, (Kishimoto 1993) “relata que a universidade de temas e
valores presentes em populações diversas e distantes traz hipótese acerca da
origem comum do folclore em diversos países”. A primeira afirma que as histórias e
brincadeiras que se originaram na humanidade primitiva e com miscigenação os
povos conservaram-nas. A segunda, que o contato direto entre as raças em tempos
passados solidificou-as. A terceira afirma que através de uma mentalidade
semelhante entre as diversas raças no período primitivo do seu desenvolvimento
elas teriam inventado estórias, independentemente umas das outras.
Essas hipóteses acima tentam explicar a semelhança de alguns jogos e
contos em diversos povos.
A influência portuguesa nos jogos infantis, podemos citar como influência
portuguesa versos, advinhas e parlendas, o lobisomem, a moura- encantada,
tesouros enterrados, histórias de bruxas, fadas, assombrações, orações fortes,
medo do escuro, etc.
As avós portuguesas contavam para seus netos muitas histórias e estas
absorvidas pelas negras, amas dos pequenos sinhozinhos e acompanharam a
infância até nossos dias através de brincadeiras. A esse respeito, Kishomoto afirma
que:

As lendas das cucas, bichos-papões e bruxas divulgadas pelas avós


portuguesas aos netinhos e pelas negras, amas de sinhozinhos,
acompanham a infância brasileira e penetram em seus jogos. (Kishimoto,
1993,p.22).
6

Jogos tradicionais presentes no mundo inteiro como a amarelinha, bolinha de


gude, pião e outros chegaram por intermédio da colonização portuguesa.
A criança brasileira desde os primórdios vem sendo ninada com cantigas de
origem portuguesa. A influência trouxe várias cantigas e brincadeiras como a do
Rodriguinho, e ainda entre jogos de bater palmas existe a brincadeira Fiorito que
bate-bate. Em São Paulo a versão substitui Fiorito por pirulito é cantada pela maioria
das crianças de Educação Infantil e Pré-escola.
Sendo os portugueses grandes navegadores nos caminhos da Europa os
jogos trazidos por eles também sofreram influências desses povos, incorporando
também a ludicidade brasileira.
No Brasil, os jogos acabaram recebendo novas influências com outros
elementos folclóricos com o povo negro e índio.
Os colégios Americanos que se instalaram no Brasil nos primeiros tempos da
república, como medida preventiva de cansaço dos alunos introduziram as marchas
e jogos ginásticos, sempre alternados com aulas.
A influência Africana nos jogos infantis, (Kishimoto 1993) “em seus estudos
relata que, em muitos tipos de trabalho dos índios não se adaptavam. Por isso
acabaram sendo substituídos por negros vindos da África. Estes negros trouxeram
influências para diversos setores como na vida econômica, cultural e social”.
Os jogos e brinquedos africanos dificilmente serão detectados devido ao
desconhecimento de como eles brincavam antes do século XIX e também devido ao
contato dos negros com os europeus. Kishimoto afirma que:

A criança africana aceitava depressa a brincadeira que o ambiente lhe


permitia. Servia-se do material mais próximo e brincava, talvez conservando
a técnica ou adotando o local. Mas é na literatura oral que deixaria a sua
marca. A mãe-preta jamais deixava de transmitir ás crianças as estórias de
sua terra, os contos, as lendas, os mitos, os deuses e animais encantados.
(KISHIMOTO, 1993, p. 58)

A questão é se as crianças negras que chegaram ao Brasil tiveram um


ambiente para repetir suas brincadeiras ou aceitaram e adotaram as brincadeiras
encontradas aqui.
7

Para (Kishimoto, 1993), “as crianças negras aceitaram depressa o lúdico que
o ambiente lhe permitia. Utilizava no brincar o que era mais próximo fundindo-se as
culturas”.
Muitos dos brinquedos confeccionados pelas crianças africanas eram feitos
com materiais naturais e imitavam atividades do mundo adulto e que constam em
nossos acervos até hoje. Apesar das crianças africanas terem sido dominados pelos
meninos de engenho, a sua influência parece manifestar-se muito nos jogos infantis.
A influência indígena nos jogos infantis. Os índios contribuíram bastante para
o folclore brasileiro. Embora conte pouca contribuição no trabalho devido a serem
eles povos nômades, foram os índios que deixaram fortes elementos como dança
imitando animais demoníacos.
As mães indígenas faziam para seus filhos brinquedos de barro cozido,
principalmente figura humana e demais animais. Porém na cultura brasileira, as
bonecas de barro da tradição indígena não são tão aceitas prevalecendo a boneca
de origem africana.
Brinquedos como bodoque, fundam ou estilingue, alçapão, brincadeiras junto
á natureza, em rios, subir em árvores, são tradição indígena que permanecem na
infância brasileira.
Sabe-se que os filhos dos índios brincavam logo cedo com arco e flecha,
tacapes, lanças, e estas brincadeiras não eram passatempo, mas sim, a preparação
para a vida adulta. Para kishimoto:

O predomínio de brincadeiras junto à natureza nos rios, em bandos, é uma


característica de modo de brincar indígena. Da tradição indígena ficou
brasileiro o gosto pelos jogos e brinquedos imitando os animais. (Kishimoto,
1993, p. 61).

As crianças indígenas não eram reprimidas, nem castigadas pelas suas


brincadeiras. Ainda hoje algumas de suas brincadeiras continuam presentes como a
de imitar bichos, caçar passarinhos, modelar barro, esconde-esconde e fazer o seu
próprio brinquedo. Tudo isso faz parte da cultura deste povo que juntamente com a
raça negra europeia fazem a riqueza da nossa cultura.
A brincadeira das crianças era somente uma passagem para preparação da
vida adulta, mas que tinha significado em comunidades primitivas. As crianças
8

ajudavam seus pais nos afazeres produtivos, facilitando a compreensão do


processo.
Hoje fica mais difícil para criança compreender esse processo, pois tudo
chega pronto em suas mãos, fazendo com que a criança use o faz de conta para
desvendar o que aparece ao seu redor.
A importância do brinquedo segundo Piaget e Vigotski: Sabemos da
importância das brincadeiras no desenvolvimento e aprendizagem infantil, segundo
Piaget (1990, p.115) “o jogo é simples assimilação funcional ou reprodutora”, ou
seja, é um pré-exercício para a aquisição da aprendizagem, pois para crescermos
precisamos nos preparar através dos jogos que desenvolvemos, na maioria das
vezes, de forma inconsciente. O jogo precisa ter um significado, e é através da
evolução desses jogos que chegaremos a diferenciar símbolos e signos.
É por essa razão Piaget (1990, p. 136) afirma que:

Quer se trate de inteligência, de imitação ou de condutas lúdicas, todas as


três exclusivamente sensório-motoras, a imitação prolonga a acomodação,
o jogo prolonga a assimilação e a inteligência reúne-as sem interferências
que compliquem essa situação simples.

O jogo tem inicio no estágio sensório-motor, onde a criança está passando


por adaptações altamente reflexivas. Neste período a criança executa atividades
lúdicas, mas não tem consciência de que está brincando, pois seu jogo é com
exercícios de reflexo.
Para a criança nos primeiros meses de vida, tudo é jogo. Afirma Piaget:

Quando a criança olha por olhar, manipula por manipular, balança as mãos
e os braços ela se entrega a ação centradas nelas próprias, ou seja,
executa jogos que não possuem como finalidade os exercícios motores
(.PIAGET, 1990, p.119).

Em um segundo momento a criança está assimilando algo, uma atitude para


poder transformá-la em atividade futuramente. Após executar estas atividades a
criança começa a reproduzir condutas executadas por adultos ou por crianças mais
velhas. Ela começa a imitar, reproduzir condutas mimicas e estas são reações
instrutivas, apenas um modo da criança adaptar-se ao mundo que a cerca, ela
assimila o que está ao seu redor.
9

O terceiro momento é aquele em que a criança atribui ao seu objeto


manipulado um prazer, pois tudo nela possui uma intenção. Manipula os objetos
para ver seus movimentos e sons reproduzidos.
Quarto momento o brinquedo tem por finalidade atingir em fim e também
permitindo a criança combinar algumas explorações lúdicas, pois é através desse
desfecho que a criança passa pelo seu momento de adaptação, pois ela ensaia seus
momentos sucessivos.
No quinto momento segundo Piaget (1990, p. 124) “as condutas são curiosas
pelo seu caráter de combinações inadaptado às circunstâncias exteriores”, ou seja,
a criança começa a dificultar seu jogo, ela torna-se minuciosa ao realizar uma
mimica para depois poder repeti-la.
Para os jogos tornam-se mais significativos à medida que a criança se
desenvolve, pois a partir da livre manipulação de materiais variados, ela passa a
objetos, reinventar coisas, o que já exige uma adaptação mais completa, numa
síntese progressiva da assimilação.
A importância do brinquedo segundo (Vygotsky 1990) Na concepção
Vigotskiana “o brinquedo não deve ser definido apenas como fonte de prazer,
porque muitas dão experiência de prazer maior que o brinquedo, por exemplo, a
sucção. Em segundo, alguns jogos na idade pré-escolar só dão prazer se a criança
considerar o resultado interessante a ela”.
A criança desde muito pequena, procura satisfazer seus desejos em curto
intervalo de tempo. Já a criança em idade escolar consegue deixar que suas
vontades e desejos sejam realizados no futuro e, nesse momento, “ela envolve-se
num mundo ilusório e imaginário onde seus desejos não realizáveis podem ser
realizados”, (Vigotski, 1998, p.122).
A imaginação entra em ação e as crianças podem realizar seus desejos
brincando, criando uma situação imaginária e, essas situações imaginárias fazem
com que a criança supra a necessidade daquele momento.
Portanto,

Se todo é, realmente, a realização nas brincadeiras das tendências que não


podem ser imediatamente satisfeitas, então os elementos das situações
imaginárias constituirão automaticamente uma parte de atmosfera
emocional do brinquedo. (VIGOTSKI, p. 124, 1998).
10

Muitos pensadores estudaram o brinquedo, primeiramente baseados em


regras e puderam notar que uma situação imaginária também é um jogo baseado
em regras.
Não existe brinquedo sem regras. A criança quando imagina uma situação,
também obedece a regras que permitem que a situação aconteça e coincida com a
realidade imaginada. “o que na vida real passa despercebida pela criança torna-se
regra de comportamento no brinquedo”. (VIGOTSKI, 1998, p. 125).
Classificação dos jogos pode-se constatar a origem dos jogos na infância.
Acompanhando esta evolução nota-se que o mesmo passa por três fases
sucessivas: classificação das estruturas lúdicas, o exercício, o símbolo e a regra e a
classificação e evolução dos jogos de exercício simples.
Quanto a classificação das estruturas lúdicas Piaget (1990, p. 138) “procurou
observar o comportamento de crianças em jogos que eram praticados na escola ou
na rua e, através das observações realizadas procurou classifica-los segundo seu
conteúdo”.
Segundo Piaget:

O Nascimento do jogo, que quase todos os esquemas sensórios adquiridos


pela criança, durante os dezoito primeiros meses, davam lugar a uma
assimilação funcional à margem das situações de adaptações propriamente
ditas, ou seja, uma espécie de simples funcionamento por prazer.( PIAGET,
1990 p.149).

Numa primeira categoria, chamada de jogos de experiência ou funções


gerais, está agrupada os jogos sensoriais, os jogos motores, intelectuais, os jogos
afetivos e os exercícios de vontade. Uma segunda categoria, a dos jogos sociais e
de imitação. (Piaget, p. 138).
É quase impossível conseguir classificar os jogos numa só classe porque
muitos jogos, dependendo da fase em que a criança se encontra, recebe uma
classificação.
O jogo de bolas de gude é considerado complexo porque no principio ele é
um jogo sensório-motor, depois é um jogo de competição e futuramente será um
jogo de regras. A partir do momento que aparece as regras e a imaginação
simbólica, os jogos se tornam mais complexos.
Quanto ao jogo simbólico podemos enquadrar o jogo de brincar de bonecas.
Primeiramente, um jogo de tendências familiares, instintos maternal, o que é apenas
11

uma parte do jogo. Em outras ocasiões a boneca serve para a criança reviver sua
própria existência, o que é ``uma construção simbólica com múltiplas funções``,
(PIAGET, 1990, p. 140). Todo o jogo simbólico é uma coisa ou outra, depende da
ocasião em que ele se encontra.
Os jogos de exercícios ou funcionais são simples, não precisam de técnica,
colocam em ações um conjunto de variadas condutas, mas sem modificar as
respostas, respectivas estruturadas, tal como se apresentam no estado de
adaptação atual, são exercícios que não precisam de regras, nem da interação ou
intervenção de símbolos. É o primeiro jogo que aparece na criança, pois, caracteriza
as fases do desenvolvimento pré-verbal, onde inicia o jogo simbólico. No jogo de
exercício As crianças fazem perguntas pelo prazer de perguntar, não tem interesse
na resposta, nem pelo problema.
Quanto à categoria dos jogos e exercícios Piaget diz “que podemos dividir os
jogos de exercícios em duas categorias: a de exercício sensório-motores e o da que
envolve o pensamento”. ( PIAGET, 1990, p. 150)
Os jogos de exercícios motores podem ser classificados em: jogo de simples
exercícios que são os que produzem uma conduta adaptada a um fim, retira-a do
contexto e repete pelo prazer. São experiências para ver. Ex: balançar a cabeça
ritmicamente, passar objetos uma mão para outra.
Jogos de combinação sem finalidade, onde a criança inventa, constroem
novas combinações que são lúdicas desde o principio, mas essa combinação não
apresenta uma finalidade, é apenas a ampliação do exercício. É nessa fase que a
criança destrói objetos, pois ela manifesta curiosidade, é uma experiência inteligente
ex: encher e esvaziar um balde de areia ou manipular massinha e nomear os objetos
que ela produziu sem querer.
Jogos de combinação com finalidade, nos quais a criança inventa pelo prazer
de inventar, de construir. Exercita maneiras de agir pelo prazer de se tornar
consciente de seus poderes. Isso só tem importância á medida que a criança realiza,
quando possui um significado para ela. Ex: a criança transforma objetos em
símbolos, uma caixa de sapatos é o carro é o avião, e o utiliza para desempenhar
papéis (Mãe, pai, professor).

Quanto aos jogos exercícios do pensamento, podemos assinalar as


mesmas três categorias do exercício simples e das combinações com ou
sem finalidade. Ou, melhor, poderemos encontrar no seio de cada uma
12

dessas três classes todas as transições entre o exercício sensório motor, o


da inteligência prática e o da inteligência verbal. (PIAGET, 1990 p. 154).

A contribuição do lúdico na Educação Infantil vem norteando e ensinando as


crianças através das brincadeiras, pois o lúdico é considerado uma ferramenta que
contribui para o desenvolvimento facilitando o processo de ensino e aprendizagem
da criança na Educação Infantil. Para tanto, tem-se como marco teórico os seguintes
estudiosos: (Piaget, 1990) e (Vygotsky, 1998). “Abordando de forma peculiar, o
desenvolvimento da criança, o sei significado e conhecimento das características
entre 0 a 6 anos”.
A importância e contribuição do jogo e brincadeiras correspondem a seu valor
operatório nessa estrutura de jogo, fazer, no sentido de conseguir, e compreender,
por isso a importância da assimilação são inevitáveis à coordenação de diferentes
pontos de vista a antecipação, a recorrência, o raciocínio operatório. Por isso, a fim
de ganhar dentro das regras tem a ser coordenado com os meios para que com isso
venha-se a obter uma contribuição melhor e maior dentro da Educação Infantil.
O brinquedo exerce uma influencia enorme no desenvolvimento da criança e
com isso contribui para que elas determinem comportamentos pelas condições
vivenciadas dentro da infância e que levam para vida toda.
A ludicidade vem contribuir e proporcionar para todo o processo de
alfabetização na educação infantil, bem como também nas séries iniciais, pois nessa
fase as crianças encontram-se no período operacional concreto e necessitam
manusear objetos e a partir dai construir o seu saber. O lúdico contribui com uma
função importantíssima no desenvolvimento da personalidade integral e das funções
psicológicas, intelectuais e morais da criança. Ele representa ainda o desafio, e
sendo assim ele constrói a solução para estes desafios, desenvolvendo seu lado
criador individualmente ou em grupo e, se realizado em sala de aula, pode tornar-se
uma ótima proposta pedagógica.
É importante ressaltar que o educador deve se conscientizar de que o
trabalho coletivo é primordial na socialização entre os alunos. Sendo dessa forma a
ludicidade passa a ter uma excelente contribuição, pois, poderá ser um instrumento
poderoso no processo de ensino- aprendizagem, bem como o desenvolvimento
infantil, pois o brinquedo e o jogo são fontes de interação e afetividade, além de
serem estimulo no ensino dentro da Educação Infantil.
13

Para que aja uma contribuição eficaz dentro da educação infantil é preciso
que educadores e professores repensem o conteúdo e a sua prática pedagógica,
substituindo a rigidez, e reconstruir o conhecimento através dos recursos
importantes como ver a ludicidade como parte passiva da vida das crianças.
Diante do embasamento teórico utilizado coloca-se o seguinte pensamento,
que o lúdico é uma ferramenta imprescindível para o educado, pois através dele o
professor pode fazer a criança vivenciar papéis sociais, culturais e entender a
necessidade de regras e alterá-las quando necessário e utiliza-lo como estratégia de
conhecimento do mundo.

3 METODOLOGIA

Assim como foi colocado à problemática dentro desse trabalho, optou-se por
coletar os dados por meio de pesquisas em obras de autores conhecidos e
respeitados como, Almeida, Piaget, Vygotsky, Kishimoto, e Lakatos.
A pesquisa é totalmente bibliográfica e trata-se de uma pesquisa qualitativa
de contribuições históricas, influências, importâncias, e classificações. O propósito
foi de compreender os conhecimentos apontados pelos autores das obras com o
tema escolhido livremente pela importância da contribuição indagada pelos autores
dentro da Educação Infantil.
Afirma em seu Método histórico LAKATOS Dentro do contexto Histórico de
como se originou o brinquedo, de onde veio, qual sua História:

Promovido boas, partindo do principio de que as atuais Formas de vida


social, as instituições e os costumes Têm origem no passado, é importante
pesquisar suas raízes, para compreender sua natureza e função. Assim o
método histórico consiste em investigar acontecimentos processos e
instituições do passado para verificar a sua influência na sociedade de hoje.
(Lakatos,1992 p.106,107).

A pesquisa foi totalmente qualitativa, pois respondeu a algumas questões de


maneira particular, pois sua grande preocupação foi analisar dentro dos materiais
escolhidos o alcance para descoberta de resultados de um fim para maior
conhecimento da temática dos autores escolhidos e referenciados no trabalho.
14

Pesquisar as obras trouxe suporte teórico, metodológico além do


desenvolvimento e contribuição apontadas com respostas para as interrogações:
como pesquisar, para que pesquisar, de que forma conduzir a pesquisa até obter os
resultados necessários.
O trabalho valorizou os pontos mais importantes coletados durante a pesquisa
e também levaram em consideração todas as colocações dos autores referenciados,
porém o elo do presente e histórico do passado foram colaboradores indispensáveis
para que obtivesse um resultado satisfatório dentro da pesquisa.

CONSIDERAÇÔES FINAIS

As considerações finais foram visadas em colocar-se os resultados obtidos


dentro desse Artigo de ludicidade, utilizando-se de bibliografias totalmente
qualitativas.
Boa parte das duvidas foram sanadas, outras permaneceram, mas nunca
será tarde para buscar-se um resultado diferenciado em uma próxima tentativa. .
Dentro desse trabalho mostrou-se que o brincar faz parte inerente na vida de
cada criança. Pois, tanto o jogo como brincadeiras e brinquedos, tende a contribuir
com o desenvolvimento da criança, pois tem um papel primordial em sua
aprendizagem.
Adotar essa concepção do lúdico dentro da educação infantil trouxe
resultados precisos como descobertas dentro do histórico do jogo, entre elas
influências importantes como as africanas, indígenas e portuguesas que tiveram
uma grande contribuição dentro da Educação Infantil.
Com a identificação de classificações e categorias de jogos foram observados
estruturas lúdicas, exercícios, símbolos, regras e o comportamento das crianças
dentro desse âmbito teórico.
O lúdico vem se tornando um rico e aliado recurso dentro da didática, e de
grande valia dentro do ensino aprendizagem. Tudo que a criança aprende dentro
das brincadeiras e jogos fazem parte do amadurecimento para o futuro. É impossível
dizer que a criança não aprende brincando, pois o brincar sempre irá fazer parte
15

didaticamente e pedagogicamente do desenvolvimento da criança, no ensino


aprendizagem.
Com base nessa experiência priorizou-se por dar ênfase no ensino
aprendizagem na Educação infantil através do lúdico pela importância de sua
contribuição que ela representa para a criança. Tanto que mostrou-se a importância
do histórico do jogo na educação pelo fato de terem a contribuição de diferentes e
diversos povos antigos e também etnias do nosso país como os brancos, negros e
índios, cada um contribuiu para que se explica-se a semelhança de jogos,
brincadeiras e contos de variados povos, e as influências que fazem parte dessa
História.
Diante do embasamento teórico utilizado compreende-se que o jogo é uma
ferramenta de trabalho imprescindível para o educador, pois através dele o professor
pode fazer a criança vivenciar papéis sociais, culturais e entender a necessidade de
regras e alterá-las quando necessário e utilizá-lo com estratégia de conhecimento do
mundo.
Por isso a Contribuição do lúdico tem uma participação indispensável, dentro
da Educação Infantil, pois o jogo e as brincadeiras fazem parte do cotidiano da
criança des. do seu nascimento e com isso acabam constituindo as possibilidades
de interação e compreensão que elas apresentam dentro de cada estágio.
Dentro dessa pesquisa tudo o que foi encontrado valorizou-se mais ficou
muito a se explorar e a aprender, pois esse é só o começo de uma jornada dentro do
quesito Educacional. Espera-se que haja outra oportunidade para exploração do
tema e enriquecimento e aprofundamento dentro do ramo Educacional.

REFERÊNCIAS:

ALMEIDA, P.N. Educação Lúdica-técnicas e jogos pedagógicos. 11 ed.


São Paulo: Loyola, 2003.

KiSHIMOTO, T.M. jogos infantis. 5 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1993.

LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho


cientifica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1992.
16

PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: LTC, 1990.

VIGOTSKI, L.S. A formação social da mente. 6. Ed. São Paulo: Martins Fontes.
1998.

AVALIAÇÃO
ITEM CRITÉRIOS A SEREM AVALIADOS NOTA
ATRIBUÍDA

Apresenta texto de forma concisa destacando os aspectos de maior relevância,


RESUMO 0,5
ressaltando os objetivos, os métodos, os resultados e as conclusões do trabalho. (0,5)

O texto aponta os objetivos, o problema e as justificativas do trabalho (1,0) 1


INTRODUÇÃO
Apresenta no máximo, 2 (duas) páginas, e esta construído em texto corrido.  (0,5) 0,5
O texto deve apresentar ideias baseadas nas obras estudadas mostrando relação com o
0,5
tema pesquisado. (0,5)
Articulam as ideias, reflexões, discussões de sua própria autoria com as ideias de outros
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 0,5
autores. (1,0)
0,5
As citações utilizadas devem conter ideias relevantes para o estudo em pauta. (0,5)

A fundamentação deve estar baseada na leitura de autores que trabalham com a


0,5
Metodologia Científica (através de citações). (0,5)

Os procedimentos adotados devem ser coerentes com o problema de pesquisa. (0,5) 0,5
METODOLOGIA
Contempla os objetivos específicos nos procedimentos. (0,5) 0,5
Deve haver compatibilidade entre o objetivo de estudo, o tipo de pesquisa e o enfoque
0,5
teórico-metodológico. (0,5)
Apresenta uma retrospectiva dos principais elementos da pesquisa, desde a
problematização (apresentação do problema) até a escolha dos procedimentos 0,5
CONSIDERAÇÕES FINAIS metodológicos. (1,0)
Apresenta discussão sobre os resultados, demonstrando que os objetivos da pesquisa
foram alcançados. (0,5)
0,5
Apresenta todas as obras ou fontes de pesquisa (artigo, livro, página da internet etc.)
REFERÊNCIAS 0,5
citadas no texto. (1,0)

DOMÍNIO DA NORMA CULTA O texto deve seguir uma linha de raciocínio lógico com boa argumentação, coerência,
0,5
DA LÍNGUA ESCRITA clareza, coesão e deve seguir as regras de gramática e ortografia. (0,5)

O texto deve apresentar boa estrutura de apresentação (formatação, margens,


0,25
NORMAS PARA ELABORAÇÃO espaçamento, fonte, citações, etc.) (0,5)
DE TRABALHOS ACADÊMICOS
Traz todas as obras utilizadas na lista de referências de acordo com as normas (0,5) 0,5
Textos ou trechos não referenciados descontar 40 pontos  
Para textos totalmente copiados, atribuir nota zero ao trabalho.  
NOTA FINAL 8,25

Você também pode gostar