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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”


PROJETO A VEZ DO MESTRE

O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Por: Maria Isabel de Matos Ferraz Loureiro

Orientador
Prof. Ms. Marco Larosa

Rio de Janeiro
2004
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES


PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE

O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Apresentação de monografia à Universidade


Cândido Mendes como condição prévia para
a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato
Sensu” em Psicopedagogia.
Por: Maria Isabel de Matos Ferraz Loureiro
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AGRADECIMENTOS

... à Amora Educação Infantil pela


oportunidade de atuação e convívio
com crianças de 3 meses a 6 anos e
aos professores do curso de
Psicopedagogia, em especial à
Professora Carli.
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DEDICATÓRIA

... dedico a meus filhos e marido, que


tanto me ajudaram com amor e
compreensão. Também a todas as
crianças com as quais convivo
diariamente e que me enchem de alegria.
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RESUMO

Neste trabalho é feita uma reflexão sobre o papel do brincar na


educação infantil.

No decorrer dos anos em que trabalho com crianças de 3 meses a


6 anos, aproximadamente, pude perceber que o brincar é a atividade principal
da criança. O brincar é uma fonte inesgotável de prazer para a criança,
podendo-se dizer que é a sua forma de estar no mundo.

O primeiro capítulo trata da pergunta “por que a criança brinca?”, o


segundo fala um pouco sobre o significado do brincar e o terceiro capítulo
aborda a questão do brincar e aprendizagem.

Para a criança, brincar é viver. O brincar está presente em todas as


dimensões da existência do ser humano e, principalmente, na vida das
crianças. É fundamental perceber o sentido do brincar para a criança. Através
da brincadeira, a criança se apropria de conhecimentos que permitirão sua
ação sobre o meio em que vive. É com a brincadeira que a criança reproduz
a realidade.

A maior aprendizagem está na oportunidade oferecida à criança de


aplicar algo da atividade lúdica dirigida a outra situação. O brincar é o
principal meio de aprendizagem da criança... É imprescindível a participação
do professor nas brincadeiras com a criança pois, aumenta o nível de
interesse pelo enriquecimento que acarreta e reforça os laços afetivos.

O brincar precisa ocupar um lugar de destaque na prática


pedagógica, pois promove a potencialidade e a capacidade da criança.
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METODOLOGIA

A escolha deste tema para o trabalho de conclusão do curso de


pós-graduação baseou-se na observação do desenvolvimento infantil que
faço há bastante tempo.

A metodologia utilizada para desenvolver o tema “O Brincar na


Educação Infantil” foi a pesquisa bibliográfica.

A minha experiência em educação infantil, o convívio diário com


crianças de 0 a 6 anos, a troca de experiências com outros profissionais, a
participação em palestras e as aulas do curso de Psicopedagogia
contribuíram para que o presente trabalho pudesse ser elaborado.

Neste trabalho é feita uma reflexão sobre o papel do brincar na


educação infantil. Através dessa pesquisa bibliográfica e das minhas
reflexões foi possível conformar que “o brincar facilita a aprendizagem e
propicia o desenvolvimento infantil”.
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Por que a criança brinca? 10

CAPÍTULO II - O brincar e seu significado 15

CAPÍTULO III - O brincar e a aprendizagem 25

CONCLUSÃO 35

ANEXOS 37

BIBLIOGRAFIA 41

ÍNDICE 43

FOLHA DE AVALIAÇÃO 44
8

INTRODUÇÃO

Eu trabalho com Educação Infantil há mais ou menos 18 anos.


Durante esse tempo pude perceber que o brincar é a atividade central da
criança. Mesmo assim, muitas instituições não dão a devida importância a
essa atividade.

O fato de achar que no mundo infantil, o espaço para o lúdico é


essencial, fez-me desenvolver este trabalho com o intuito de refletir sobre o
papel do brincar na Educação Infantil.

É o brincar que possibilita a criança a se desenvolver socialmente,


emocionalmente e fisicamente. O brincar é uma fonte incessante de prazer
para a criança, podemos dizer que é a sua maneira de estar no mundo.

O brincar é uma necessidade básica que aparece muito cedo na


criança. A brincadeira é considerada a primeira conduta inteligente do ser
humano, ela aparece logo que a criança nasce e é de natureza sensório-
motora.

A criança é um ser social e a apropriação do conhecimento se dá


desde que ela nasce, isto é, o seu desenvolvimento se dá num espaço e
tempo compartilhado com outras pessoas, sendo a sua atividade mais
completa o brincar, o jogo deve ser enfatizado como uma alternativa que
pode contribuir de forma favorável para o desenvolvimento infantil.

Neste trabalho faço uma pesquisa bibliográfica sobre o tema que


dividi em três capítulos. O primeiro capítulo trata da pergunta “por que a
criança brinca?”, o segundo fala um pouco sobre o significado do brincar e no
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terceiro capítulo será abordado o brincar e a aprendizagem. Neste trabalho,
pretendo mostrar que o brincar facilita a aprendizagem, pois a criança
aprende naturalmente e com prazer.
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CAPÍTULO I
POR QUE A CRIANÇA BRINCA?

“O brincar é a principal atividade da criança na


vida; através do brincar ela aprende as habilidades
para sobreviver e descobre algum padrão no mundo
confuso em que nasceu.”
Lee
11

POR QUE A CRIANÇA BRINCA?

Para a criança, brincar é viver. Esta é uma afirmativa bastante


usada e, certamente, aceita. A história da humanidade nos mostra que todas
as crianças do mundo sempre brincaram, brincam hoje e, com certeza,
continuarão brincando. A questão mais intrigante é: Por que as crianças
brincam? Que características envolvem o brincar, que contagia todas as
crianças, independente de idade, sexo, classe social, etnia, época ou cultura?

Muitos estudiosos defendem a idéia de que a criança brinca porque


gosta de brincar, e quando isso não acontece, algo não vai bem com ela.
Enquanto uns dizem que a criança brinca por prazer, outros acham que ela
brinca para dominar angústias ou dar vazão à agressividade.

Buscando responder a esta questão, outras formas de enfocar o


brincar foram encontradas. O brincar é enfocado tanto como fenômeno
filosófico como sociológico, psicológico, criativo, psicoterapêutico e
pedagógico. A seguir, serão expostos, resumidamente, os principais pontos
de cada enfoque.

Do ponto de vista filosófico, o brincar é abordado como um


mecanismo para contrapor à racionalidade. Sabe-se que a característica que
define o ser humano é a RAZÃO e a EMOÇÃO, mas foi a racionalidade que
perdurou durante séculos como o instrumento de autodeterminação da
pessoa, em detrimento da emoção.

Em relação à criança, é preciso que ela dê vazão à sua fantasia, a


seus sonhos, pois sem isso estará limitada ao mundo da razão,
desempenhando rotinas, resolvendo problemas, tendo sua expressão e
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criatividade limitadas. A criança sem a fantasia do brincar jamais terá o
encanto, o mistério e a ousadia dos sonhadores, que só a emoção,
conhecimento e sonho, formando um ser humano mais completo e pleno.

Do ponto de vista sociológico, o brincar tem sido visto como a


forma mais pura de inserção da criança na sociedade. Se o conhecimento
social é a base sobre a qual os grupos sociais chegam a um acordo a
respeito das convenções estabelecidas pelo próprio grupo, os valores,
hábitos, costumes, sistema de linguagem são conhecimentos assimilados
pela criança através da brincadeira e do uso do brinquedo, que é produzido
pelo homem e colocado à disposição da criança. Nessa linha, a apropriação
da cultura é resultado das interações lúdicas, que se dá entre a criança, o
brinquedo e as outras pessoas.

Do ponto de vista psicológico, o brincar está presente em todo o


desenvolvimento da criança nas diferentes formas de modificação de seu
comportamento; pois na formação da personalidade, nas motivações,
necessidades, emoções, valores, as interações criança/família e
criança/sociedade estão associadas aos efeitos do brincar.

Segundo psicólogos, não existe nenhum mecanismo que tenha se


revelado como mais importante do que os brinquedos para facilitar o
desenvolvimento da criança. Isso não significa que os brinquedos possam
acelerar o desenvolvimento, mas se nada for oferecido na área lúdica, a
criança terá sérios problemas.

Do ponto de vista da criatividade, tanto o ato de brincar como o ato


criativo estão centrados na busca do “eu”. É uma busca constante para
descobrir algo novo. É no brincar que se pode ser criativo, e é no criar que se
brinca com imagens, símbolos e signos, fazendo uso do próprio potencial.
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As condições favoráveis ao ato de brincar assemelham-se às
condições do ato de criar. Para ambos é necessário ter a coragem de errar e
lançar-se numa atividade de forma descompromissada.

A criança que é estimulada com liberdade terá grandes chances de


se tornar um adulto criativo. O fato da criança criar suas brincadeiras fará
com que ela desenvolva a sua criatividade, experimentando e, com isso,
tornar-se-á um adulto com maior potencial de criação.

Do ponto de vista psicoterapêutico, o brincar tem a função de


entender a criança nos seus processos de crescimento e de remoção dos
bloqueios do desenvolvimento, que se tornam evidentes. Nessa linha de
trabalho o brincar representa a atividade principal da criança. A psicoterapia
busca resgatar no brinquedo o lado sadio e positivo da criança. O brincar
assume uma função terapêutica porque nessa atividade a criança pode
exteriorizar seus medos, angústias, resgatando a alegria, a afetividade e o
entusiasmo.

Do ponto de vista pedagógico, o brincar tem-se revelado como uma


estratégia poderosa para a criança aprender. Froebel foi quem pela primeira
vez viu o brincar como a atividade responsável pelo desenvolvimento físico,
moral e cognitivo das crianças e pelo estabelecimento das relações entre os
objetos culturais e a natureza. De Froebel a nossos dias o brincar foi sendo
cada vez mais utilizado na educação, constituindo-se em peça fundamental
na formação da personalidade, nos domínios da inteligência, na evolução do
pensamento, transformando-se num meio viável para a construção do
conhecimento.

Baseado no que foi apresentado nos diferentes enfoques, pode-se


perceber que o brincar está presente em todas as dimensões da existência
do ser humano e, especialmente, na vida das crianças. O brincar para a
14
criança é “viver” e elas brincam porque esta é uma atividade básica, assim
como alimentação, saúde, etc.
15

CAPÍTULO II
O BRINCAR E SEU SIGNIFICADO

“O brincar tem um lugar e um tempo...


Para dominar o que está fora, é preciso fazer coisas,
Não só pensar ou desejar, e fazer coisas leva tempo.
Brincar é fazer.”
Winnicott
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O BRINCAR E SEU SIGNIFICADO

É muito importante perceber o significado do brincar para a criança.


É necessário que se conheçam as necessidades do desenvolvimento infantil
para proporcionar as oportunidades de que as crianças precisam.

Veremos a seguir as idéias de Piaget e Vygotsky sobre o


desenvolvimento infantil.

2.1 – Piaget – o brincar e as fases de desenvolvimento

O brincar estimula a realidade. Ao representar a realidade, a


criança vive algo ou alguma situação remota e irreal naquele momento. “Uma
representação é algo presente no lugar de algo.” (Kishimoto, org. 1999, p. 18)

De acordo com Jean Piaget, o desenvolvimento da inteligência está


voltado para o equilíbrio. A inteligência é adaptação. O homem estaria
sempre buscando uma melhor adaptação ao ambiente. Sendo assim,
podemos entender a importância do brincar para o desenvolvimento da
criança.

Através da brincadeira, a criança se apropria de conhecimentos


que possibilitarão sua ação sobre o meio em que vive. Toda atividade do ser
humano visa atingir um equilíbrio, suas ações acontecem por alguma
necessidade que provocará no sujeito um desequilíbrio. Aí ele buscará novas
formas de se relacionar com o meio para melhor adaptar-se a ele. São os
processos de equilibração. A criança vai de um estado de equilíbrio para
outro.
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“Para Piaget (1971), quando brinca, a


criança assimila o mundo à sua maneira, sem
compromisso com a realidade, pois sua
interação com o objeto não depende da
natureza do objeto, mas da função que a
criança lhe atribui.” [Kishimoto, org. (1999, p.
59)]

2.1.1 – Interagindo com o mundo através da brincadeira

Entre 1 e 2 anos, aproximadamente, a criança encontra-se no


estágio sensório-motor. O desenvolvimento cognitivo nesse estágio, baseia-
se, principalmente, em experiências sensoriais e ações motoras. Piaget diz
que os bebês adquirem conhecimento sobre os objetos através de suas
interações com eles. Nesse período a inteligência é manifestada através de
ações.

O bebê relaciona-se com o mundo, através dos reflexos. Durante a


amamentação ele incorpora os mecanismos necessários ao ato de sugar e
forma seus esquemas (conjunto de ações já existentes), incorporando este
ato e estendendo-o para outras ações, como chupar o dedo. As suas mãos
são um brinquedo para ele. O seu corpo é o primeiro brinquedo utilizado pela
criança; desde os primeiros meses ele começa a conhecer os estímulos
externos, provocando assim, a adaptação do seu corpo ao meio.

A partir dos 6 meses, o bebê começa a interessar-se sobre os


efeitos que seus atos provocam no meio que o cerca. O desenvolvimento
cognitivo dos bebês ocorre a partir do desequilíbrio provocado por suas
necessidades, como conhecer e descobrir as conseqüências de alguns atos
seus.
18

Nesta fase é fundamental a presença do adulto, pois o crescimento


do bebê e sua relação com o meio irão depender dele. Piaget apresenta os
jogos de exercícios como sendo essencialmente uma característica da fase
sensório-motora. Assim que a criança começa a falar, esses jogos tendem a
desaparecer.

“Os jogos de exercícios, que à


primeira vista parecem ser apenas a repetição
mecânica de gestos automáticos, caracterizam
para os bebês os efeitos esperados, isto é, a
criança age para ver o que sua ação vai
produzir, sem que por isso se trate de uma ação
exploratória. O efeito é buscado pelo efeito
naquilo que ele tem justamente em comum: a
criança toca e empurra, desloca e amontoa,
justapõe “para ver no que vai dar”. Portanto,
desde o início introduz na atividade lúdica da
criança uma dimensão de risco e de
gratuidade em que o prazer da surpresa
opõe-se à curiosidade satisfeita.” [Almeida
(1998, p. 43)]

2.1.2 – Entendendo o mundo através da brincadeira

Piaget denomina este estágio de pré-operacional, que vai de 2 a 7


anos, aproximadamente. No estágio anterior, a criança assimila as suas
experiências e, a partir delas, passa a entender o mundo e se adaptando a
ele. A visão egocêntrica iniciada no sensório-motor vai continuar até à fase
das operações concretas. É com esse pensamento centrado em si que a
criança entra na fase pré-operacional. No início, sua relação com o mundo
19

permanece a mesma, mas com o início da linguagem, a criança vai


redimensionar seus esquemas, originando novos quadros mentais e
reestruturando os que já existiam.

A criança começa a usar os processos de imitação, e a brincadeira


passa a ter o objetivo de assimilar o que ela percebe do ambiente. Ela
reproduzirá o seu meio. No início, a criança imita o que vê, depois ela já
consegue representar o que já viu. Essa representação é o início do
pensamento.

A brincadeira de faz-de-conta, nesta fase, é muito importante pois


possibilita o entendimento do mundo que a cerca. Ao brincar de casinha, de
comidinha, de carrinho, de mãe e filha, ela representa. Afinal, já tem uma
imagem mental daquilo que está representando.

A imitação que dá origem à imagem mental, através de cenas já


interiorizadas, é chamada de jogo simbólico. Através dos jogos simbólicos, a
criança irá adquirir a linguagem convencional, ou seja, por meio das
brincadeiras e dos jogos simbólicos a linguagem vai se estruturando. A
criança começará a trabalhar com suas imagens mentais e estas, segundo
Piaget, são os primeiros elementos de articulação entre ação e pensamento.

Nesta fase de desenvolvimento, a brincadeira assume grande


importância para aquisição do código de linguagem e para organização do
pensamento. É preciso oferecer vários estímulos para que a criança possa
fazer a relação entre os objetos que a cercam e seus nomes e criar suas
imagens mentais. Por exemplo, é preciso que ela conheça a bicicleta,
reconheça e relacione o nome atribuído a este objeto, para mais tarde poder
atribuir este nome à figura da bicicleta, e ao ouvir a palavra bicicleta fazer
uma imagem mental dela.
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Neste período, aparece a função semiótica que é a capacidade de


trabalhar com símbolos. Através de brincadeiras e jogos a criança
desenvolverá esta função. Ao brincar de pentear o cabelo da mamãe ou da
boneca sem estar com o pente nas mãos, a criança estará criando símbolos
de ação. O sistema de símbolos mais importante, que é adquirido nesta fase,
é a linguagem.

O brincar tem outra função no desenvolvimento mental da criança,


relacionada com a reversibilidade. É difícil para a criança pensar do final para
o começo, ou seja, retornar ao início de uma tarefa simplesmente desfazendo
seus passos. Outro conceito difícil é o da conservação, ou seja, a criança
entender que a quantidade de uma coisa vai permanecer a mesma, mesmo
que a aparência seja alterada. Nesse momento, é muito importante que a
criança possa brincar com quebra-cabeças, jogo em que a figura está inteira
e é dividida em várias partes para que ela a monte. Nessa brincadeira, a
criança vivenciará os dois conceitos: o da reversibilidade e da conservação.
Entender a forma de pensamento da criança é fundamental para que
possamos proporcionar-lhe os momentos lúdicos necessários e as
brincadeiras que a ajudarão a crescer.

No início desta fase, as crianças gostam de estar com outras


crianças, mas não conseguem abrir mão das suas coisas e acham que tudo
gira em torno delas, pis permanecem com o pensamento egocêntrico
(entendem o mundo por meio do seu ponto de vista).

No período dos quatro aos sete anos, aproximadamente, os jogos


assumem papel importante, passam a ter mais seriedade. Elas passam a
gostar de brincadeiras com o próprio corpo, movimentando-se e, dessa
forma, desenvolvem cada vez mais os músculos, correndo, pulando,
brincando. Os músculos responsáveis pela motricidade fina, responsável
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pelos movimentos da escrita, serão desenvolvidos através de brincadeiras


onde a criança precise rasgar, picar papel, costurar, amassar, etc.

2.2 – Vygotsky – brincar também é social

Vygotsky admite que, no início da vida de uma criança, os fatores


biológicos superam os sociais. Aos poucos, a integração social será o fator
decisivo para o desenvolvimento do seu pensamento.

Desde que a criança nasce, está em contato com os adultos que


medirão sua relação com o mundo. Os adultos abrirão as portas da cultura e
do mundo para a criança. Vygotsky entende a brincadeira como uma
atividade social da criança e através da qual, ela adquire elementos
imprescindíveis para a construção de sua personalidade e para compreender
a realidade da qual faz parte.

2.2.1 – Brincadeira, a porta para o mundo adulto

Vygotsky estudou as etapas do desenvolvimento infantil porque


este seria o meio teórico de entender os processos humanos superiores. Ele
acreditava que o pesquisador precisava observar a criança brincando,
aprendendo.

Vygotsky situa o início do processo imaginativo da criança por volta


dos três anos de idade. Ele acredita que a imaginação não está presente na
criança desde o nascimento. Ela também vai surgir da ação. Ele atribui
grande importância ao ato de brincar, pois acredita que a criança vai
desenvolver-se socialmente, conhecerá as atitudes e as habilidades
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necessárias para viver no seu grupo social. A imaginação vai ajudá-la a
expandir suas habilidades conceituais. Na sua função imitativa, ela aprende a
conviver com as atividades culturais; usando a brincadeira ela estará
aprendendo as regras dos mais velhos.

A fala introduz mudanças significativas na forma com que a criança


se relacionará com as outras funções sensoriais. A criança começa a
perceber o mundo à sua volta, também, através da voz. Antes, o seu único
instrumento eram os olhos. Por meio da palavra a criança pode se expressar
e, é importante perceber que, mesmo usando a linguagem verbal, às vezes,
não consegue exprimir o que deseja, aí ela utiliza a linguagem gestual,
facilitando sua comunicação. A linguagem, segundo Vygotsky, “é parte
essencial do desenvolvimento cognitivo da criança.” [Vygotsky (1991, p. 37)]

2.2.2 – As regras na brincadeira

Vygotsky diz que a brincadeira, no desenvolvimento da criança,


nem sempre é algo prazeroso. O ato de ganhar ou perder no final podem ser
extremamente desagradáveis para elas. Segundo ele, há outras coisas que
dão mais satisfação à criança.

Segundo Vygotsky,

“o brinquedo não é o aspecto mais


predominante da infância, mas é um fator muito
importante do desenvolvimento... No brinquedo a
ação está subordinada ao significado. Portanto, é
absolutamente incorreto considerar o brinquedo
como um protótipo e forma predominante da
atividade do dia-a-dia da criança.” (1991, p. 116)
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É com a brincadeira que a criança reproduz a realidade. Ao brincar


de papai e mamãe, por exemplo, imita o seu cotidiano. Pode-se dizer que o
brinquedo é uma recordação concreta das situações já vividas, mais do que a
imaginação. De acordo com a maneira de brincar ela percebe qual é a forma
para conseguir alcançar seus objetivos; daí, brincar pode não ser mais tão
prazeroso. Isso se pode perceber quando a criança entra numa disputa e não
consegue vencer: a derrota é um processo doloroso.

Através do brinquedo, a criança estabelece suas relações com a


vida real. Ela vai experimentar sensações que já conhece e vai
desenvolvendo regras de comportamento que imagina corretas. Um exemplo
disso é quando a criança brinca de mãe e filha e se comporta como ela
acha que a filha deve se comportar. O brincar com regras é mais
utilizado por volta dos quatro anos em diante.

Vygotsky diz:

“Pode-se propor que não existe brinquedo


sem regras. A situação imaginária de qualquer forma
de brinquedo já contém regras de comportamento,
embora possa não ser um jogo com regras formais
estabelecidas a priori. A criança imagina-se como
mãe e a boneca como criança e, dessa forma, deve
obedecer às regras do comportamento maternal... o
que na vida real passa despercebido pela criança
torna-se uma regra de comportamento no brinquedo.”
(1991, p. 108)

Pelo uso do brinquedo, a criança aprende a agir de forma cognitiva.


Os objetos têm um aspecto motivador para as ações da criança, desde bem
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pequena. A percepção é um motivo para a criança agir. Posteriormente, a


ação começa a desvincular-se da percepção: o pensamento começa a
separar-se do que a criança imagina ser o objeto e do que o objeto é,
realmente; a criança vai fantasiando o que ela gostaria de que determinado
objeto fosse. Essa transição é gradual no desenvolvimento de cada criança.
É importante observar que, no brinquedo, a criança transforma as regras em
desejos seus.
25

CAPÍTULO III
O BRINCAR E A APRENDIZAGEM

“É no brincar, e talvez apenas no brincar,


que a criança ou o adulto fruem de sua liberdade
de criação.
As brincadeiras servem de elo entre, por
um lado, a relação do indivíduo com a realidade
interior, e por outro lado, a relação do indivíduo
com a realidade externa ou compartilhada.”
D. W. Winnicott
26

O BRINCAR E A APRENDIZAGEM

O brincar embasa o processo de ensino-aprendizagem


favorecendo a construção da reflexão, da autonomia e da criatividade. Para a
criança, a brincadeira tem uma importância fundamental na construção de
sua inteligência e de seu equilíbrio emocional, contribuindo para sua
afirmação pessoal e integração social.

Em muitas instituições de educação infantil o “brincar” é


freqüentemente relegado a atividades que as crianças podem escolher após
terminarem se “trabalho”. Muitas vezes ouvimos esta pergunta de nossas
crianças...

- “Tia, já acabei; agora posso brincar?” Como se o aprender, o


construir conhecimento, fosse algo desvinculado do prazer, da alegria de
viver. O que é a vida senão um eterno aprender? Mas, infelizmente, não é
isso que está se ensinando às nossas crianças...

A criança precisa descobrir o prazer de aprender e nós, enquanto


educadores, precisamos descobrir o prazer de ensinar. A criança não pode
deixar de criar, de brincar, de ser natural em suas brincadeiras.

“Por ser uma ação iniciada e mantida pela criança, a brincadeira


possibilita a busca de meios, pela exploração, ainda que desordenada, e
exerce papel fundamental na construção do saber-fazer.” (Kishimoto, 2002, p.
146)

O brincar oportuniza atividades em que as habilidades podem se


praticadas, tanto as físicas quanto as mentais, e repetidas tantas vezes
quanto for necessário para a confiança e o domínio.
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Dentro da noção do professor como mediador e iniciador da


aprendizagem, o brincar livre e dirigido são aspectos essenciais da interação
professor/criança, porque o professor tanto permite quanto proporciona os
recursos necessários e apropriados.

“O brincar é potencialmente um excelente meio de aprendizagem.”


(Moyles, 2002, p. 29)

A maior aprendizagem está na oportunidade oferecida à criança de


aplicar algo da atividade lúdica dirigida a alguma outra situação. Por meio do
brincar livre, exploratório, as crianças aprendem alguma coisa sobre
situações, pessoas, atitudes e respostas, materiais, propriedades, texturas,
estruturas, atributos visuais auditivos e cinestésicos. Por meio do brincar
dirigido, elas têm uma outra dimensão e uma nova variedade de
possibilidades estendendo-se a um relativo domínio dentro daquela área ou
atividade. Por meio do brincar livre subseqüente e ampliado, as crianças
provavelmente serão capazes de aumentar, enriquecer e manifestar sua
aprendizagem.

O brincar é o principal meio de aprendizagem da criança... a


criança, gradualmente, desenvolve conceitos de relacionamentos causais, o
poder de discriminar, de fazer julgamentos, de analisar e sintetizar, de
imaginar e formular. O brincar, acima de tudo, motiva. É por isso que ele
proporciona um clima especial para a aprendizagem. As escolas de educação
infantil que oferecem um brincar cognitivamente desafiador, promovem um
maior potencial para futuras aprendizagens.

A seguir, veremos algumas atividades lúdicas que podem ser


desenvolvidas com as crianças:
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3.1 – Jogos e brincadeiras

- Andar, procurando seguir determinado ritmo, que poderá variar


do mais lento ao mais rápido (utilizar recursos como palmas, batidas de pé,
pandeiro, etc para marcar o ritmo). Nesta atividade, são trabalhados os
seguintes objetivos: coordenação motora ampla, orientação espacial e
discriminação auditiva.

- Estátua (dançar no ritmo da música e parar ao sinal). Nesta


atividade, são trabalhados os seguintes objetivos: discriminação auditiva,
coordenação motora, atenção e orientação temporal.

- Ginástica dos Bichos (imitar determinado bicho, fazendo seus


movimentos). Nesta atividade, trabalha-se a coordenação motora, orientação
espacial e equilíbrio. Ex: Sapo (ficar de cócoras, esticar os braços e apoiar no
chão com as palmas das mãos, dar pulos, mantendo a posição de braços e
pernas).

- Elefante Colorido (é um tipo de pegador no qual o pique será nos


objetos de uma determinada cor. Essa cor é determinada pelo pegador).
Nesta brincadeira, desenvolvemos noções de espaço, a comunicação verbal,
através da associação da palavra com o objeto, a discriminação visual, a
percepção figura-fundo e a coordenação motora.

- ABC (pular corda cantando o alfabeto; perde a vez aquele que


erra o pulo ou o alfabeto, passando a vez ao próximo jogador). Nesta
brincadeira, desenvolvemos as habilidades físicas, o conhecimento do
alfabeto, ritmo e integração do grupo.
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- Seu Mestre (o mestre é quem determina o que o grupo tem de


executar, segundo a regra que exige o comando completo; Ex: Seu Mestre
manda pular no lugar, etc.). São trabalhadas as seguintes áreas:
coordenação motora, esquema corporal, afetividade, cumprimento de ordens,
respeito às regras, etc.

- Coelhinho na Toca (a partir de 7 crianças; forma-se um círculo,


divide-se o grupo em trios; dois dão as mãos e o terceiro fica no maio, este
será o coelhinho; no centro do círculo deverá ficar uma criança, que deverá
dar o sinal: coelhinho na toca 1, 2, 3! Vai tentar ocupar o lugar de um dos
coelhinhos que estão em suas tocas e neste momento, deverão trocar de
toca). Esta brincadeira desenvolve a coordenação motora, a atenção, a
integração e, também pode ser aproveitada para trabalhar a matemática
(número par, ímpar, duplas, trios, noção de conjunto).

- Batata Quente (a partir de três crianças; sentadas em círculo, um


participante deverá ficar no meio do círculo, segurando uma bola que
representa a batata quente; quem estiver no centro joga a batata para uma
criança e diz “batata quente”; aquela criança que recebe a bola deve jogá-la a
seguir, para outro participante escolhido por ela, assim sucessivamente até
que todos tenham pego a batata quente ou alguém deixe a batata cair; se
isso acontecer, a criança sairá da brincadeira e esperará a próxima rodada.
Esta atividade desenvolve a coordenação visomotora, o cumprimento de
regras, a atenção e a linguagem.

- Travessia da floresta
Traçar no chão um retângulo bem grande (a floresta). Dentro ficam
três crianças, que serão os “pegadores”; fora ficam as demais crianças,
dispostos à vontade. Dado o sinal de início, as crianças que estão fora tentam
cruzar o retângulo, isto é, a “floresta”, sem serem pegos. Os três pegadores
tentam pegar os “forasteiros” que cruzam a floresta de um lado para outro.
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Quem for preso, passa a ajudar os pegadores. Esta brincadeira trabalha a


coordenação motora, a orientação espacial e a atenção.

- Telefone sem fio


Dispor o grupo em círculo. Uma criança é escolhida para transmitir
uma pequena mensagem ao colega do lado e este, deverá passá-la adiante.
A mensagem é transmitida de um para o outro, no ouvido, bem baixinho, sem
ser repetida, até a última criança. Essa última criança deverá dizer a
mensagem que ouviu, em voz alta; a criança que escolheu a mensagem dirá
se foi essa a mensagem que ela passou, ou não. Nesta brincadeira,
desenvolve-se a linguagem oral, atenção, percepção e discriminação auditiva
e o cumprimento de regras.

3.2 – Brinquedos cantados

- A canoa virou
A canoa virou
Vou deixá-la virar
Foi por causa da (o) …………
Que não soube remar

Se eu fosse um peixinho
E soubesse nadar
Eu tirava a (o) ………………..
Lá do fundo do mar.

As crianças fazem uma roda e cantam a primeira parte da música


escolhendo um dos participantes para colocarem seu nome na música; Essa
criança, no momento que ouve seu nome continua na roda, mas de costas
para o meio. Sucessivamente vão sendo falados outros nomes e as crianças
vão se virando; quando todos da roda estiverem de costas para o centro,
31

canta-se a segunda parte da música e fala-se o 1º nome dito; A criança


quando ouvir seu nome deve virar-se de frente; Assim sucessivamente até
todos estarem virados para o meio da roda. Nesta atividade, trabalha-se a
coordenação motora, a orientação temporal (ritmo), atenção e memória.

- Os dedinhos
Fui morar numa casinha, nhá
Infestada, da
De cupim, pim, pim

Saiu de lá, lá, lá


Uma lagartixa, xá
Olhou pra mim
Olhou pra mim
E fez assim – ham

As crianças sentam numa roda, cantam a música e fazem os


gestos:
Casinha (unir os dedos das duas mãos elevando-os à cabeça,
como se fosse um chapéu);
Infestada de cupim (unir os dedos de cada mão fazendo o gesto de
muito);
Saiu de lá (polegar indica para trás das costas);
Uma lagartixa (movimento ondular com as mãos);
Olhou pra mim (mostrar um olho e outro);
Fez assim (fazer careta)
Nesta brincadeira, trabalha-se a musculatura fina, a mobilidade
facial e o relaxamento.

- Palminhas
Palminhas, palminhas
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Nós vamos bater,


Depois as mãozinhas

Pra trás esconder,


Pra frente, pra trás,
Nós vamos bater,

Depois as mãozinhas,
Pra trás esconder,
Pra cima, pra baixo,
Nós vamos bater,
Depois as mãozinhas,
Pra trás esconder.

As crianças cantam a música e fazem os gestos correspondentes.


Nesta brincadeira, trabalha-se a linguagem oral (som final e inicial igual),
orientação espacial, esquema corporal e coordenação motora.

- Ciranda, cirandinha
Ciranda, cirandinha
Vamos todos cirandar!
Vamos dar a meia volta,
Volta e meia vamos dar!
O anel que tu me deste
Era vidro e se quebrou
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou.
Por isso …………………
Entre logo nessa roda,
Diga um verso bem bonito,
Diga adeus e vá-se embora!
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Nesta última estrofe, a criança vai ao meio da roda, diz um verso e


volta para o seu lugar. A brincadeira se repete enquanto houver interesse.
Nesta atividade, desenvolve-se as áreas afetiva, social e cognitiva,
principalmente a linguagem oral.

3.3 – Jogos de adivinhação

- O que é, o que é?
Preparar a turma para a brincadeira, explicar que será escolhida
uma criança que deverá pensar em um objeto e depois, diante do grupo,
deverá descrever os atributos do objeto; quem conseguir adivinhar qual é o
objeto irá para o centro, substituindo o colega. As crianças poderão criar
regras para estabelecer quantas tentativas cada um poderá ter, no caso de
tentar adivinhar e errar, o que deverá acontecer, etc. Nesta atividade
trabalha-se a linguagem oral, a percepção, a observação, a integração, etc.

- Adivinhe o que mudou de lugar?


As crianças em círculo, devem observar-se umas às outras,
detalhadamente, cada um deverá observar como as outras estão vestidas,
penteadas, que acessórios estão usando, etc. É escolhida uma criança para
sair da sala, enquanto ela está fora, é escolhido alguém ou alguma coisa para
ser modificada. A criança é trazida de volta à sala e deverá descobrir o ou
quem mudou. Esta atividade favorece o desenvolvimento da percepção
visual, atenção memória e linguagem.

- Adivinhe o que tem na caixa?


Uma caixa com vários objetos dentro; os objetos devem ser
selecionados com uma variação na textura, tamanho, dimensão, formas
definidas para sua identificação ser facilitada. A criança, de olhos vendados,
irá retirar um objeto da caixa e apalpá-lo, explorar através do tato suas
formas e tentar adivinhar o que é.
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Variação: Os colegas poderão ir dizendo atributos e finalidades


deste objeto, por exemplo: ele serve para medir, é transparente, usamos na
sala de aula, até que o colega chegue à conclusão de que pode ser uma
régua. Estabelecer quantas tentativas a criança poderá ter e o que
acontecerá se errar. Esta atividade desenvolve a percepção tátil, a atenção, a
linguagem oral, a observação e a cooperação.

- De onde vem o som?


As crianças em círculo, uma é escolhida para ficar de olhos
vendados, outra criança do lugar onde se encontra deverá fazer um som
( palmas, bater os pés, assobiar) e a criança de olhos vendados deverá
apontar para a direção de onde veio o som. Esta brincadeira desenvolve a
discriminação auditiva, a linguagem oral, a atenção e a orientação espacial.
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CONCLUSÃO

Brincar é coisa séria! Após a pesquisa realizada, verificamos que


brincar, com nossas crianças, é muito mais sério do que imaginávamos! É
preciso respeitar e garantir às nossas crianças o direito de brincar, de
vivenciar seu próprio desenvolvimento. O que para os adultos pode ser algo
sem a menor importância, no imaginário de uma criança pode ser a ponte de
que ela necessita para entender o mundo que a cerca.

O brincar introduz a criança, de forma gradativa, prazerosa e


eficiente no universo histórico-social. Através das representações simbólicas
a criança aprende a expressar a forma como ela vê a sua realidade, e
também como imagina que esta é ou poderia ser. A atividade lúdica oferece
oportunidade para a criança experimentar comportamentos que, em
situações normais jamais aconteceriam, devido ao medo do erro e da
punição.

Respeitar o brincar da criança é fundamental pois quem brinca


assume contato social e constrói alicerces para uma adolescência mais
tranqüila, ao criar condições de expressão e comunicação dos próprios
sentimentos e visões de mundo. O brincar do dia-a-dia das crianças é algo
que se destaca como essencial para seu desenvolvimento e aprendizagem.
Assim, para conhecermos bem a criança, devemos conhecer suas
brincadeiras, pois é na brincadeira que a criança expressa suas idéias e visão
de mundo.

Brincar juntos reforça os laços afetivos. A participação do adulto na


brincadeira com a criança eleva o nível de interesse pelo enriquecimento que
proporciona. A criança sente-se ao mesmo tempo prestigiada e desafiada
36

quando o parceiro da brincadeira é um adulto (o professor, na escola). Este,


por sua vez, pode levar a criança a fazer descobertas e a viver experiências
que tornam o brincar mais estimulante e mais rico em aprendizado.

Muito pode ser trabalhado a partir de brincadeiras. Contar, ouvir


histórias, dramatizar, jogar com regras, desenhar, entre outras atividades,
constituem meios prazerosos de aprendizagem, que devem ser utilizados na
educação infantil.

Podemos afirmar que o brincar enquanto promotor da capacidade e


potencialidade da criança, deve ocupar um lugar especial na prática
pedagógica. “A brincadeira precisa vir à Escola.”
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ANEXOS
ANEXO 1 - TEXTO DA INTERNET

DIÁRIO DO GRANDE ABC


Sexta feira, 26 de setembro de 2003
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ANEXO 2 – ATIVIDADES CULTURAIS
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40
41

BIBLIOGRAFIA

BENJAMIN, Walter. Reflexões: a criança, o brinquedo, a educação. São


Paulo: Summus, 1984

BRANDÃO, Heliana, FROESELER, M. G. V. G. O livro dos jogos e das


brincadeiras. Belo Horizonte: Leitura, 1997

CHATEAU, Jean. O jogo e a criança. São Paulo: Summus, 1987

FIEDMANN, Adriana. Brincar: crescer e aprender – o resgate do jogo infantil.


São Paulo: Moderna, 1998

HUIZINGA, J. Homo Ludens, J. P. Monteiro (trad.). São Paulo: Perspectiva,


1971

KISHIMOTO, T. M. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. São Paulo:


Cortez, 1999

MOYLES, Janet, R. Só brincar? O papel do brincar na educação infantil.


Porto Alegre: Artmed, 2002

PEREIRA, Mary, S. A descoberta da criança – introdução à educação infantil.


Rio de Janeiro: Wak, 2002

PIAGET, J. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo, imagem e


representação. Rio de Janeiro: Zahar, 1971

PIAGET, J. Seis estudos de psicologia. Rio de Janeiro: Forense-Universitária,


1986

PIAGET, J., INHELDER, Barbel. A psicologia da criança. São Paulo: Difusão


Européia do Livro, 1973
42

REGO, Teresa C. Vygotsky – uma perspectiva histórico-cultural da educação.


Petrópolis: Vozes, 2002

REVISTA NOVA ESCOLA (nº 132 e 165). São Paulo: Abril

RIZZI, Leonor, HAYDT, Regina C. Atividades lúdicas na educação da criança.


São Paulo: Ática, 1986

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes,


2002

WAJSKOP, Gisela. Brincar na pré-escola. São Paulo: Cortez, 2001

WINNICOTT, Donald. A criança e o seu mundo. Rio de Janeiro: LTC,1982

WINNICOTT, Donald. O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975

WWW.NOVAESCOLA.COM.BR

WWW.PSICOPEDAGOGIA.COM.BR
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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTOS 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
POR QUE A CRIANÇA BRINCA? 10
CAPÍTULO II
O BRINCAR E SEU SIGNIFICADO 15
2.1 – Piaget – o brincar e as fases do desenvolvimento 16
2.1.1 – Interagindo com o mundo através da brincadeira 17
2.1.2 – Entendendo o mundo através da brincadeira 18
2.2 – Vygostky – brincar também é social 21
2.2.1 – Brincadeira, a porta para o mundo adulto 21
2.2.2 – As regras da brincadeira 22
CAPÍTULO III
O BRINCAR E A APRENDIZAGEM 25
3.1 – Jogos e brincadeiras 28
3.2 – Brinquedos cantados 30
3.3 – Jogos de adivinhação 33
CONCLUSÃO 35
ANEXOS 37
BIBLIOGRAFIA 41
ÍNDICE 43
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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM PSICOPEDAGOGIA

Título da Monografia: O Brincar na Educação Infantil

Autor: Maria Isabel de Matos Ferraz Loureiro

Orientador: Prof. Ms. Marco Larosa

Data da Entrega: 27/03/2004

Avaliado por:_____________________________ Grau: _________

___________________,_____ de ____________ de 2004


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