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ACOM

Assistência Técnica de Apoio Institucional

ESTUDO DE MERCADO SOBRE AS FRUTAS TROPICAIS


EM ANGOLA E O SEU POTENCIAL DE EXPORTAÇÃO

Elaborado por Manuel Alberto


Consultor permanente do Projecto ACOM

Implementado pela IBF


Projecto Financiado pela
International Consulting
União Europeia
Projecto: AO FED 022/-990
EuropeAid 136709 /IH/SER/AO

Responsabilidade
Este documento foi elaborado com apoio da União Europeia no âmbito do Fundo Europeu
de Desenvolvimento (FED). Entretanto os pontos de vista expressos neste documento são
da exclusiva responsabilidade do seu autor e não reflectem necessariamente a visão da
Comissão Europeia.

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SUMÁRIO

1- RESUMO EXECUTIVO ............................................................................................................................ 4


2- DEFINIÇAO E ENQUADRAMENTO GLOBAL DO SECTOR .......................................................... 5
2.1- Produção de frutas e actividades conexas ..................................................................... 5
2.2- Variedades de frutas....................................................................................................................... 5
3- PANORAMA GLOBAL DO SECTOR DA FRUTICULTURA: PRODUÇÃO MUNDIAL,
COMÉRCIO INTERNACIONAL, PAÍSES PRODUCTORES E PAÍSES IMPORTADORES. .................. 7
3.1- Produção mundial ........................................................................................................................... 7
3.2- Principais Países Produtores de Frutas ........................................................................................ 7
3.3- Principais Frutas Produzidas No Mundo ....................................................................................... 8
3.4- Comércio Internacional .................................................................................................................. 9
4- A FILEIRA DA FRUTICULTURA EM EM ANGOLA ........................................................................ 13
4.1- Visão geral da fruticultura em Angola. Produção, exportações e importações. .................... 13
Produção ............................................................................................................................................... 13
4.2- Distribuição regional da produção .............................................................................................. 14
4.3- Exportações e Importações de Angola ....................................................................................... 15
4.4- Principais empresas productoras e/ou exportadoras. Dados e localização. .......................... 19
4.5- Desafios da fruticultura em Angola ............................................................................................. 22
4.5.1- Constrangimentos na exportação de frutas tropicais ........................................................ 23
4.5.2- Alguns factores objectivos que limitam a exportação de frutas ........................................ 24
4.5.3- Incentivos, estratégias e políticas ........................................................................................ 25
5- Considerações finais ........................................................................................................................ 26

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1- RESUMO EXECUTIVO

Os objectivos da agricultura no quadro das políticas económicas visam garantir a


segurança alimentar dos países num primeiro momento, e quando o país atingir a
autosuficiência os execedente podem servir para abastecer os mercados internacionais
que permitem a obtenção de reservas cambiais necessárias que para a aquisição de
serviços, bens de capitas e a manutenção de um necessário equilíbrio da balança de
pagamentos. Angola é um país rico em terras aráveis, recursos hídricos e óptimas
condições edafo climáticas para o desenvolvimento da agricultura em geral e da
fruticultura em particular.

Não obstante possuir um enorme potencial, o país gasta mais de 58 milhões anual para a
importação de diversas variedades de frutas. As exportações são muito residuais (cerca
de 426 mil dólares em 2017) isto é 137 vezes inferiores se comparado com as
importações. As estatísticas do Ministério da Agricultura estimam a produção nacional de
frutas em aproximadamente 5 milhões de toneladas, e segundo a campanha agrícola
2016/2017 o país possuia uma superfície cultivada de fruticultura de mais de 246,6 mil
hectares. A fruta com maior peso na produção nacional é a banana, com cerca de 150 mil
toneladas ano, equivalente a 61% da produção total de frutas. O principal fornecedor
(exportador) de frutas para Angola é a África do Sul com cerca de 61%, seguida de
Portugal com um peso de 29% das importações totais. As principais frutas importadas são
as maçãs, peras e marmelos com 49% e os citrinos (laranjas, tangerinas e limão) com
23% das importações totais.

As exportações de Angola para o exterior são cosntituido maioritáriamente por Banana


com mais de 94% e o principal mercado de destino é Portugal que adquire cerca de 91%
das exportações totais de frutas de Angola. Ao nível de políticas não há informações da
existência de um programa dirigido de fomento da fruticultura, existindo apenas alguns
programas pilotos de pequena dimensão geograficamente dispersos.

A maior parte da produção de fruticultura é praticada por agricultores familiares sem um


acompanhamento técnico necessário para assegurar a qualidade dos produtos dentro dos
padrões internacionais. A agricultura empresarial pratica multicultura, havendo muito
poucas empresas agrícolas que se dedicam exclusivamente na exploração de fruticultura.
Existem poucas empresas exportadoras e a única que o faz com alguma regularidade
apesar das dificuldades é a Novagrolider. Tendo em conta o potencial e o valor comercial
que a fileira da fruticultura apresenta, perspectiva-se um aumento da produção nos
próximos anos, o que poderá ter impacto no aumento do volume de exportações.

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2- DEFINIÇAO E ENQUADRAMENTO GLOBAL DO SECTOR

2.1- Produção de frutas e actividades conexas

A
fruticultura constitui a fileira que apresenta o maior volume de trocais comerciais
do sector agrícola mundial em termos de transações internacional e fazem parte de
um grupo de produtos relativamente novo no comércio mundial. Só a partir de
1970, com os avanços no transporte e a emergencia dos acordos comerciais, os
consumidores dos países com défice na exploração de fruticulura começaram a ter acesso
a diferentes tipos de frutas.

Com uma ampla gama de espécies e variedades cultivadas, a procura mundial de frutas
tem registado uma tendência crescente resultante das transformações na estrutura de
consumo, cujo a preferência pelo consumo de frutas tropicais está intrinsecamente
associado a educação nutricional e a adopção de uma dieta alimentar saudável.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo de no mínimo 400


gramas de frutas diárias para manter um equilíbrio no funcionamento metabólico do
organismo. Não obstante observar-se a nível mundial um crescimento contínuo na
produção de frutas, porém os principais produtores têm uma participação pequena no
comércio internacional, o que se justifica pelo facto de possuirem mercados internos
capaz de absorver a maior parte da produção interna.

A FAO estima uma produção em torno de oito milhões de toneladas de frutas diversas,
que poderá gerar um volume de negócio em termos de comércio internacional de cerca de
18.000 milhões de dólares. Mais de 90% das frutas tropicais são produzidas em países
em desenvolvimento por agricultores com menos de cinco hectares de terra cultiválve.

Em termos de estratificação geográfica, cerca de 58% da produção é praticada na Ásia,


25% na América Latina, e 16% na África. Do total da produção apenas 40% é destinada a
exportação, sendo que a maior parte das frutas tropicais é produzida para autoconsumo
na agricultura de subsistência.

2.2- Variedades de frutas

Existem mais de cinquenta variedades de frutas, cuja as características variam em função


da área geográfica, do clima e das especificidades topográficas da região. O presente
estudo tem como objectivo inventariar o potencial de produção para efeitos comerciais
das frutas tropicais em Angola.

As frutas tropicais são uma espécie de produtos agrícola produzidas por plantas de todos
os tipos de habitat e que partilham uma característica comum que é a sua intolerância às
geadas. Quanto ao sistema de produção, realça-se o facto de algumas se desenvolverem
melhor em ambientes secos enquanto que outras apenas crescem em matas ciliares ou
de galeria, ou ainda em áreas inundadas. Há aquelas que se desenvolvem através de

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solos arenosos do litoral, como o caju, e as que precisam de solos argilosos e estação fria,
como as das matas de maior altitude. Outra classificação de frutas tropicais pode ser
agrupada em frutas tropicais vermelhos, frutas tropicais amarelos, verdes e frutas tropicais
exóticos.

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3- PANORAMA GLOBAL DO SECTOR DA FRUTICULTURA: PRODUÇÃO
MUNDIAL, COMÉRCIO INTERNACIONAL, PAÍSES PRODUCTORES E
PAÍSES IMPORTADORES.

3.1- Produção mundial

A
produção mundial de frutas tem apresentado um crescimento contínuo. De 2005 a
2014 a área colhida teve um crescimento de 10,1% e a produção registou um
aumento de 26,3%. Quando comparada a colheita de 2014, verificou-se um
aumento de 2,3% em relação a 2013, enquanto que a área diminuiu 1,3%, em contraste à
evolução contínua de pomares observada desde 2008.

A produção de frutas caracteriza-se pela existência de uma grande diversidade de


espécies cultivadas, e constitui-se em grande parte por frutas de clima temperado,
produzidas e consumidas, principalmente no Hemisfério Norte. As frutas tropicais e
subtropicais possuem um elevado potencial de consumo, no entanto, apenas a Banana e
a manga têm presença significativa no comércio internacional.

3.2- Principais Países Produtores de Frutas

Os três maiores produtores de frutas são: a China, a Índia e o Brasil que, juntos,
respondem por 45,9% do total mundial e têm suas produções destinadas principalmente
aos respectivos mercados internos.
Se contabilizadas, as produções do quarto ao décimo produtor, quais sejam: Estados
Unidos, Turquia, Espanha, México, Indonésia, Irã e Itália representam 16,8% do total.
Assim, os dez países maiores produtores respondem por 62,7% de toda a fruticultura
mundial, enquanto os demais 196 países compreendem 37,3% das safras.

Quadro 1- PRINCIPAIS PAÍSES PRODUTORES DE FRUTAS – 2014


Ord. PAÍS ÁREA (ha) PRODUÇÃO (ton) % PRODUÇÃO

1 CHINA 15 644 245 250 878 739 30%


2 INDIA 7 224 098 89 920 609 11%
3 BRASIL 2 367 904 40 171 283 5%
4 ESTADOS UNIDOS 1 216 601 28 248 236 3%
5 TURQUIA 1 456 354 19 870 281 2%
6 ESPANHA 1 560 252 19 337 080 2%
7 MÉXICO 1 355 679 19 324 424 2%
8 INDONÉSIA 778 090 18 169 387 2%
9 IRÃ 1 194 283 17 819 079 2%
10 ITALIA 1 175 701 16 626 601 2%
11 DEMAIS 196 PAÍSES 29 166 733 310 006 057 37%
TOTAL 63 139 940 830 371 776 100%
Fonte: FAOSTA

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A China é claramente o maior produtor de frutas, que em 2014 colheu cerca de 250,9
milhões de toneladas, o que representava 30,2% da produção mundial. Destacam-se as
produções de Melancia, Maçã, Pera, Tangerina, Melão, Uva, Pêssego e Nectarina. O
segundo produtor é a Índia, cujas colheitas - que se situou em torno de 89,9 milhões de
toneladas, - conferem-lhe uma participação de 10,8% do total mundial, com destaque nas
colheitas de Banana, Manga, Mangostim e Goiaba, Laranja, Mamão, Limão, Limas além
de outras diversas frutas frescas tropicais.

O Brasil ocupa a terceira posição no ranking dos dez maiores produtores mundial de frutas
e é responsável por uma quota de 4,8% em termos dd volume, com uma produção de
40,2 milhões de toneladas. As colheitas com maiores quantidades são a Laranja, Banana,
Abacaxi, Melancia, Castanha-de-Cajú e Mamão.

3.3- Principais Frutas Produzidas No Mundo

Em relação às principais frutas produzidas em 2014, destacam-se a Banana, Melancia,


Maçã, Uva e a Laranja. Juntas estas espécies coresponderam 58,5% do volume total da
fruticultura mundial, que foi de 830,4 milhões de toneladas. A Banana foi a fruta mais
produzida no mundo, com 144,8 milhões de toneladas; seguindo-se a Melancia, com 111
milhões de toneladas colhidas. Em terceiro lugar, com 84,6 milhões toneladas vem a
Maçã; a Uva foi a quarta fruta em volume produzido com 74,5 milhões de toneladas. A
Laranja com 70,8 milhões de toneladas produzidas é a quinta fruta em destaque.

Quadro 2- PRINCIPAIS FRUTAS PRODUZIDAS NO MUNDO, 2014


FRUTAS ÁREA (ha) PRODUÇÃO (ton) %
Banana 9 888 866 144 797 816 17%
Melancia 3 477 438 111 009 149 13%
Maçã 5 051 853 84 630 275 10%
Uva 7 124 510 74 499 858 9%
Laranja 3 885 968 70 856 362 9%
Demais 37 frutas 33 711 305 344 578 316 41%
TOTAL 63 139 940 830 371 776 100%
Fonte: FAOSTAT

Gráfico 1- Principais frutas produzidas no Mundo, 2014

BANANA
17%
MELANCIA
42%
MAÇÃ
13%
UVA

10% LARANJA

9% 9% DEMAIS 37 FRUTAS

8
3.4- Comércio Internacional

Exportações mundiais

O comércio de frutas rendeu em 2017 cerca de 120 mil milhões de dólares americános,
tendo registado um crescimento médio anual de 4% nos últimos cinco anos, isto é de
2013 à 2017.

Gráfico 2- Evolução das Exportações Mundiais - (Mil Milhões de U$D)

Série1

120 000 000,00


115 804 682,00
115 000 000,00 111 761 686,00
110 000 000,00
105 970 498,00
105 000 000,00 102 327 359,00
100 233 294,00
100 000 000,00

95 000 000,00

90 000 000,00
2013 2014 2015 2016 2017

Quadro 3- EXPORTAÇÕES MUNDIAIS DE FRUTAS - Mil Milhões de U$D


Ord. Exporters 2013 2014 2015 2016 2017
Mundo 100 233 294,00 105 970 498,00 102 327 359,00 111 761 686,00 115 804 682,00
1 Estados Unidos da America 14 533 192,00 14 858 265,00 14 459 437,00 14 065 306,00 14 872 782,00
2 Espanha 9 259 817,00 9 266 517,00 9 032 635,00 9 058 300,00 9 353 638,00
3 Países Baixos 6 017 581,00 6 182 426,00 6 017 616,00 6 760 992,00 7 460 592,00
4 México 3 401 029,00 4 082 560,00 4 613 284,00 5 549 487,00 6 652 995,00
5 Chile 5 349 628,00 5 568 258,00 5 273 539,00 5 952 878,00 5 547 759,00
6 China 4 171 873,00 4 318 152,00 5 161 489,00 5 484 752,00 5 343 137,00
7 Itália 4 069 340,00 4 107 799,00 3 796 335,00 3 924 167,00 4 162 832,00
8 Peru 3 969 004,00 4 327 138,00 4 355 366,00 3 872 709,00 3 940 925,00
9 Vietnã 2 042 339,00 2 569 169,00 3 272 227,00 4 611 877,00 3 888 659,00
10 África do Sul 2 640 470,00 2 823 252,00 2 828 024,00 2 887 638,00 3 388 967,00
11 Equador 2 471 700,00 2 691 631,00 2 935 493,00 2 874 089,00 3 187 037,00
12 Bélgica 3 456 879,00 3 161 522,00 2 698 822,00 2 697 248,00 2 898 946,00
13 Peru 1 102 331,00 1 533 134,00 1 817 072,00 2 036 777,00 2 402 216,00
14 Tailândia 1 087 342,00 1 302 790,00 1 337 551,00 1 617 172,00 2 327 565,00
15 Hong Kong, China 1 716 439,00 1 851 792,00 1 895 280,00 2 414 623,00 2 290 428,00
16 Costa Rica 1 741 627,00 1 960 791,00 1 822 628,00 2 066 779,00 2 202 864,00
17 Alemanha 1 860 203,00 2 006 447,00 2 051 835,00 2 138 510,00 2 182 873,00
18 França 2 077 533,00 2 176 338,00 1 904 706,00 1 864 218,00 1 934 149,00
19 Nova Zelândia 1 217 940,00 1 474 139,00 1 617 816,00 1 909 655,00 1 891 597,00
20 Índia 1 676 457,00 1 632 898,00 1 484 470,00 1 596 319,00 1 837 087,00
21 Outros 207 países 26 370 570,00 28 075 480,00 23 951 734,00 28 378 190,00 28 037 634,00
Total dos 20 Países 73 862 724,00 77 895 018,00 78 375 625,00 83 383 496,00 87 767 048,00
Fonte: International Trad Center

Os Estados Unidos da America lideram a lista de maior exportador de frutas – com mais de
13% do total mundial, - cujo maior cliente é o Canada, seguida de Hong Cong, México e
India. Um dado curioso a sublinhar é facto de cerca de 9% das exportações Americánas

9
de frutas são reexportações, ou seja são exportações de frutas não produzidas no
território americano.
Entre os dez maiores exportadores de frutas os Estados Unidos da América têm uma
quota de 23% seguida da Espanha com 15% e os países baixos com uma quota de 12% e
em quarto lugar está a África do Sul com 10%. Outros maiores exportadores entre os dez
são: México, Chile, China, Itália, Peru e Vitnami.

Gráfico 3 -Os dez maiores exportadores

Estados Unidos da America


6% 5%
23% Espanha
6%
6% Países Baixos
México
8%
15% Chile
China
9%
Itália
10% 12%
Peru
Vietnã
África do Sul

Em termos de quantidades o volume médio total exportado nos últimos cinco anos
correspnde a mais 88.2 milhões de toneladas. O crescimento médio do volume de
exportções em quantidades de 2013 à 2017 equivale igualmente a 4%.

Gráfico 4- Evolução de Exportações de frutas - Quantidades (ton)


96 000 000
94 029 240
94 000 000
91 765 630
92 000 000
90 000 000
87 833 017
88 000 000
86 000 000
84 217 725
83 432 759
84 000 000
82 000 000
80 000 000
78 000 000
2013 2014 2015 2016 2017

10
Das mais de 70 variedades de frutas, a mais comercializada é a banana, com um peso de
cerca de 25% do total mundial. Entre as cinco frutas mais vendidas a banana tem uma
participação de mais de 49%.

Quadro 4- As 20 variedades de frutas mais exportadas (toneladas)


Código Tipo de Fruta 2013 2014 2015 2016 2017
Ord. do
Produto Total Mundial 84 217 725 87 833 017 83 432 759 91 765 630 94 029 240
1 80390 Bananas frescas ou secas 16 238 299 17 690 937 17 972 628 19 259 654 23 334 198
2 80810 Maçãs frescas 8 867 451 8 815 634 9 283 894 9 024 609 8 779 079
3 80510 Laranjas frescas ou secas 7 423 639 6 892 225 6 756 048 6 857 504 6 729 461
4 080610 Uvas frescas 4 234 515 4 176 734 4 321 256 4 501 285 4 790 963
5 80430 Abacaxis frescos ou secos 3 373 792 3 533 793 3 151 647 3 664 036 3 787 865
6 80711 Melancias frescas 3 254 791 3 606 482 3 244 811 4 237 796 3 514 498
7 80550 Limões frescos ou secos 2 745 903 2 748 186 2 981 890 3 134 856 3 338 622
Tamarindos frescos, maçãs de caju, jacas,
8 81090 1 535 111 1 687 500 1 869 917 2 129 754 2 945 994
lechias, sapotilhas, maracujá,
9 80830 Peras frescas 2 509 729 2 706 558 2 767 203 2 691 871 2 775 596
10 80719 Melões frescos (excluindo melancias) 2 207 960 2 338 351 2 226 287 2 442 549 2 334 054
11 80930 Pêssegos frescos, incl. nectarinas 1 861 081 2 074 641 2 236 606 2 134 987 2 215 178
12 80440 Abacates frescos ou secos 1 235 064 1 440 474 - 1 922 754 2 053 091
13 80521 Tangerinas frescas ou secas 0,00 0,00 0,00 739 2 029 981
Goiabas, mangas e mangostões frescas ou
14 80450 1 839 159 1 774 802 1 737 572 1 950 299 2 027 146
secas
15 80522 Clementinas frescas ou secas, incl. monreales 1 654 802
16 81050 Kiwis frescos 1 354 460 1 277 397 1 487 306 1 708 064 1 431 643
17 80310 Bananas frescas ou secas 960 779 889 050 1 112 271 1 164 629 1 277 641
Frutas congeladas, não cozidas ou cozidas em
18 81190 1 022 330 1 081 613 1 192 690 1 194 502 1 271 914
água ou vapor, mesmo adoçadas
19 80540 Toranja fresca ou seca 1 195 061 1 137 622 1 044 059 1 123 658 1 120 979
20 80410 Datas frescas ou secas 1 270 628 1 068 433 1 278 727 1 419 670 1 005 128
Total das 20 frutas + exportadas 63 129 752 64 940 432 64 664 812 70 563 216 78 417 833
Fonte: Intracen

Gráfico 5- As frutas mais exportadas Gráfico 6- Peso das cinco frutas mais comercializadas

Série1
Bananas frescas ou secas
30% 25% (excluindo plátanos)
25% 8%
10% Maçãs frescas
20%
49%
15% 9% 14%
10% 7% 5% Laranjas frescas ou secas
4%
5% 19%
0% Uvas frescas
Bananas Maçãs Laranjas Uvas Abacaxis
frescas ou frescas frescas ou frescas frescos ou
Abacaxis frescos ou
secas secas secos
secos
(excluindo
plátanos)

11
Importações mundiais

O maior comprador de frutas são os Estados Unidos da América, que por sinal aparece igualmente
nas estatísticas internacionais como o maior exportador de frutas.Em segundo lugar está a
Alemanha com 9%, os países baixos aparecem em terceiro lugar com 6% e a China em quarto
com 5% do total mundial. A participação dos Estados Unidos no total de importações de frutas é
equivalente a 14% e entre os dez maiores importadores os EUA têm um peso de 25%

Gráfico 7- Evolução das Importações mundiais de frutas (Milhões Gráfico 8- Os 10 maiores compradores de frutas
de U$D)
Série1
Série1
16% 14%
14%
125 296 510 12% 9%
10%
8% 6%
117 235 183 5% 5% 5%
114 375 506 6% 4% 4% 3% 3%
113 077 684 4%
108 238 166 2%
0%

2013 2014 2015 2016 2017

Quadro 5- Os 10 paíse maiores compradores de frutas – Valores em milhões de U$D


Ord. Importadores 2013 2014 2015 2016 2017
Mundo 108 238 166 113 077 684 114 375 506 117 235 183 125 296 510
1 Estados Unidos da America 12472835 13969901 15428069 15785164 18103261
2 Alemanha 10119399 10142641 10046663 10221714 11071097
3 Países Baixos 6622019 6820777 6650063 7213955 7851980
4 China 4100716 5144604 6017137 5864967 6376662
5 Reino Unido 5787561 6163969 6156978 6289869 6347047
6 França 5397405 5253076 5102016 5394652 5809533
7 Federação Russa 6401898 5479577 3944184 3830586 4677746
8 Canadá 4498020 4608291 4504473 4516318 4671779
9 Hong Kong, China 3675317 3901211 3760567 4278650 4194230
10 Bélgica 4041819 3849061 3370022 3587710 3872468
Total dos 10 maiores
63 116 989,00 65 333 108,00 64 980 172,00 66 983 585,00 72 975 803,00
exportadores
Variação 4% 1% 3% 7%

A quota dos dez maiores compradores de frutas equivalia até 2017 cerca de 58% das
importações mundiais.

12
4- A FILEIRA DA FRUTICULTURA EM EM ANGOLA

4.1- Visão geral da fruticultura em Angola. Produção, exportações e importações.


Produção

Os dados do Gabinete de Estudos Planeamento e Estatística (GEPE) do Ministério da


Agricultura e Desenvolvimento Rural (MINADER, representados nas tabelas seguintes, dão
uma visão global das principais espécies frutíferas plantadas em Angola. A consulta a base
de dados do GEPE/MINADER da campanha agrícola 2016/2017, permitiu verificar que são
prcessados oficialmente estatísticas de apenas cinco variedades de frutas,
nomeadamente: Banana (76%); Citrinos(8%), Manga (4%); Ananás (11%) e Abacate
(1%).

Quadro 6- Principais variedades de frutas - Toneladas por Campanha Agrícola


Fileira de Frutas 2015/2016 2016/2017 Variaçã(%) %
Banana 3 718 579 3 927 163 5,6% 76%
Citrinos 418 432 416 359 -0,5% 8%
Manga 218 136 216 119 -0,9% 4%
Ananás 612 064 544 303 -11,1% 11%
Abacate 73 006 48 996 -32,9% 1%
Total 5 040 217 5 152 940 - 0 100%

Gráfico 9- Repartição da produção de frutas por Gráfico 10- Quota de participação


variedade

2015/2016 2016/2017
11%1% Banana
4%
3 718 579 3 927 163 Citrinos
8%
Manga
Ananás
612 064 544 303 76%
418 432 416 359 218 136 216 119 73 006 48 996
Abacate

Banana Citrinos Manga Ananás Abacate

A área cultivada com fruticultura é igual a 246.630 hectares, correspondente a 4% da área


total cultivada na campnha agrícola 2016/2017. A área cultivada com a banana é igual a
149.554 hectares, equivalente a 61% do total da área semeada com fruticultura.

Quadro 7- PRODUÇÃO NACIONAL DE PRODUTOS AGRÍCOLAS


ÁREA CULTIVADA (Superfície por hectares) - EAF&EAE
Grupo de Produtos
2015/2016 2016/2017 (%) Variação(%)
Banana 135 371 149 554 61% 10%
Citrinos 48 588 38 561 16% -21%
Manga 19 959 19 014 8% -5%
Ananás 36 958 36 039 15% -2%
Abacate 6 013 3 462 1% -42%
Total 246 889 246 630 100% -59,81%
Fonte: GEPE/MINADER

13
Em 2016/2017, comparativamente a 2015/2016, é possível observar que houve uma
diminuição significativa nas áreas plantadas e nas produções para a maioria das culturas
frutíferas. Com excesão a banana que registou um acréscimo de 10%, as de- demais
culturas de frutas registaram uma diminuição acentuada de -70%, sendo que a cultura de
abacate foi a que registou a maior diminuição da área cultivada com cerca de menos 42%.
Conforme descrito no quadro acima, a bana tem o maior peso na produção total de frutas
com uma participação de 76%. Tal volume de produção de banana pode justificar-se pelo
facto desta fruta possuir a maior área cultivada.

4.2- Distribuição regional da produção

Em termos de distribuição geográfica, a região Centro regista o maior volume de produção


de frutas com 48% seguida da região Norte com 40% e a região Sul com 12% da
produção total. No global a província de Benguela regista o maior volume de produção de
frutas com uma quota de 20%, seguida do Cuanza Sul (16%), e Uige com 11%.

Quadro 8- PRODUÇÃO DE FRUTAS POR PROVÍNCIA


PRODUÇÃO (Toneladas) - EAF&EAE
PROVINCIA
2015/2016 2016/2017 Variação(%) (%)
NACIONAL 4 875 378 4 994 768 2,4% 100%
Norte 1 990 390 1 979 246 -0,6% 40%
Cabinda 469 031 342 997 -26,9% 7%
Zaire 290 783 267 367 -8,1% 5%
Uige 490 415 548 830 11,9% 11%
Malanje 9 178 8 383 -8,7% 0%
Cuanza Norte 115 657 143 791 24,3% 3%
Bengo 379 658 403 006 6,1% 8%
Luanda 33 671 32 887 -2,3% 1%
Lunda Norte 134 076 160 901 20,0% 3%
Lunda Sul 67 921 71 084 4,7% 1%
Centro 2 346 068 2 419 389 3,1% 48%
Cuanza Sul 795 772 810 854 1,9% 16%
Benguela 987 637 1 007 613 2,0% 20%
Huambo 271 635 278 607 2,6% 6%
Bié 194 582 210 844 8,4% 4%
Moxico 96 442 111 471 15,6% 2%
Sul 538 920 596 133 10,6% 12%
Huila 294 040 323 764 10,1% 6%
Namibe 116 739 128 184 9,8% 3%
Cunene 41 234 53 884 30,7% 1%
Cuando Cubango 86 907 90 301 3,9% 2%
Fonte: GEPE/ MINAGR

14
4.3- Exportações e Importações de Angola

Exportações

Os dados disponíveis nas plataformas internacionais do comércio externo sobre


exportações de frutas, mostram que Angola exportou em 2017 cerca de U$D 323 mil
equivalente a 483 toneladas de frutas, dos quais 99,1% são exportações de banana.

Quadro 9- Evolução de Exportações de frutas em Dólares Americános


Code Produtos/Frutas 2016 2017 (%)
803 Bananas, incl. plátanos, frescos ou secos 8 000,00 320 000,00 99,1%
Cocos, castanha do Brasil e castanha de
801 caju, frescos ou secos, mesmo sem casca 2 000,00 0,6%
ou pelados
805 Citrinos, frescos ou secos 1 000,00 0,3%
808 Maçãs, peras e marmelos, frescos 0,0%
Tâmaras, figos, abacaxis, abacates,
804 goiabas, mangas e mangostões, frescos ou 18 000,00 0,0%
secos
Total 26 000,00 323 000,00 100%
Fonte: Intracen. Dados espelhos

Quadro 10- Evolução de Exportações em Quantidades(ton)


Quantidades em
Code Produtos/Frutas toneladas (%)
2016 2017
803 Bananas, incl. plátanos, frescos ou secos 11 458 94,8%
Cocos, castanha do Brasil e castanha de
801 caju, frescos ou secos, mesmo sem casca
ou pelados 24 5,0%
805 Citrinos, frescos ou secos 1 0,2%
808 Maçãs, peras e marmelos, frescos 0,0%
Tâmaras, figos, abacaxis, abacates,
804 goiabas, mangas e mangostões, frescos
ou secos 78 0,0%
Total 89 483 100%
Fonte: Intracen

Entretanto os dados da Balança Comercial elaborado pela Administração Geral Tributária


(AGT) declaram um valor ligeiramente superior. Para a AGT Angola exportou U$D 90.661
em 2016 e U$D 426.479 em 2017, um incremento exponencial de 370%..! O valor
declarado pela AGT é 24% superior em relação ao valor declrado ao Centro Internacional
do Comércio. É importante porém sublinhar que a balança comercial elaborado pela AGT
não desagrega os tipos de frutas exportados ou importado.

Quadro 11- Angola - Exportações e Importações de Frutas

Descrição/Ano 2016 2017 %


Exportações 90 661 426 479 370%
Importações 24 734 382 58 506 248 137%
Saldo - 24 643 721 - 58 079 769
Fonte: Balança Comercial/AGT

15
Países de Destino de exportações de frutas de Angola

Os dados mostram que mais de 90% das exportações de frutas vão para Portugal e 8%
para a Espanha. Um dado importante a sublinhar é a forma como as exportações
aumentaram de forma brutal de 2016 para 2017, com um incremento de quase 400%, e a
não existência de operações de exportações de frutas de 2014 à 2015.

Quadro 12- Países de Destino – Valores em U$D


Importadores 2014 2015 2016 2017
Portugal 0,00 0,00 8 000,00 292 000,00
Espanha 0,00 0,00 0,00 27 000,00
Canadá 0,00 0,00 0,00 2 000,00
Países Baixos 0,00 0,00 0,00 2 000,00
Itália 0,00 0,00 0,00 1 000,00
África do Sul 11 000,00 0,00 0,00 0,00
Namíbia 2 000,00 11 000,00 18 000,00
Catar 0,00 0,00 0,00
Total 13 000,00 11 000,00 26 000,00 324 000,00
Fonte: Intrancen. Dados espelhos

Gráfico 11- Destino de exportaçõe de Frutas - 2017

1%
1% 0%

8%
Portugal
Espanha
Canadá
90% Países Baixos
Itália

Importações

A AGT declara que Angola importou em 2017 mais de 58 milhões de dólares americános
de frutas diversas, correspondente a aproximadamente 23 mil toneladas. A maior
variedade de frutas importadas são as maçãs, peras e citrinos, representando cerca de
71% do total. O gráfico abaixo mostra a evolução das importações de frutas segundo os
dados do Intracen. Sublinha-se mais uma vez a discrepância dos valores em relação os
dados da AGT. Neste caso os valores do mapa de importações do Intracen são inferiores
aos apresentados pela AGT.

16
Gráfico 12- Evolução das Importações de Frutas Tropicais - Milhões de U$D

Série1

80 000,00 73 956,00
70 000,00 66 047,00
60 000,00 55 991,00
47 246,00
50 000,00
40 000,00 35 775,00
30 000,00
20 000,00
10 000,00
-
2011 2012 2013 2014 2015

Gráfico 13- Os dez maiores exportadores de Os maiores fornecedores de


frutas para Angola (%)
frutas para Angola são: Africa
1% 1%
1% do com 61% seguida de
1%
0% África do Sul Portugal com 29%, e Israel com
1%
3%
2%
Portugal 3%. A Argentina com 2%
Israel posiciona-se em quarto lugar. A
29% Argentina
Espanha, Uruguai,Etiopia,
Espanha
61% China e frança, tem uma
Uruguai
participação de 1%
Etiópia
China
respectivamente.
França
Marrocos

Quadro 13 - IMPORTAÇÕES POR TIPOS DE FRUTAS - Valores em U$D


Code Tipo de Frutas Importadas 2013 2014 2015 2016 2017
808 Maçãs, peras e marmelos, frescos 29528 32238 17983 8482 11253
805 Citrinos, frescos ou secos 11105 15099 8963 4630 5181
Cocos, castanha do Brasil e castanha de
801 caju, frescos ou secos, mesmo sem casca 1571 2744 935 857 1465
ou pelados
806 Uvas frescas ou secas 4975 7044 3198 1486 1401
Morangos frescos, framboesas, amoras, de
810 volta, groselhas brancas ou vermelhas, 1508 1784 932 470 1274
groselhas e ...

17
Outras frutas de casca rija, frescas ou
802 secas, mesmo sem casca ou peladas 2891 2452 1784 1076 739
(exceto cocos, castanha do Brasil ...
Damascos, cerejas, pêssegos incl.
809
nectarinas, ameixas e abrunhos, frescos
1772 1400 759 561 594
Tâmaras, figos, abacaxis, abacates,
804 goiabas, mangas e mangostões, frescos ou 1138 868 342 356 590
secos

813 Damascos secos, ameixas secas, maçãs, 1107 1348 487 335 305
pêssegos, peras, papaias
Frutas, não cozidas ou cozidas em água ou
811
vapor, congeladas, mesmo ou não
197 295 79 145 158
803 Bananas, incl. plátanos, frescos ou secos 3 0 0 33 21
Melões, incl. melancias e papaias (mamão)
807
frescas
149 273 51 28 19
Casca de frutas cítricas ou melões, incl.
814 melancias, frescas, congeladas, secas ou 4 5 1 1 2
conservadas provisoriamente ...
Frutas e nozes, conservadas
812 provisoriamente, e. por dióxido de enxofre, 48 81 254
em salmoura, em enxofre
Total 55 996,00 65 631,00 35 768,00 18 460,00 23 002,00
Fonte: Intracen

18
4.4- Principais empresas productoras e/ou exportadoras. Dados e localização.

Não existe em Angola um segmento de empresas agrícolas que se dedicam


exclusivamente na produção de frutas, sendo que o comum é a prática de multiculturas. A
produção de frutas está distribuida entre produtores familiares e algumas grandes
fazendas dispersas pelo país. Segue a seguir uma breve descrição sobre algumas
fazendas e zonas geográficas que se dedicam na produção de fruticultura.

 Na província da Huíla o município da Humpata é famoso pela imensa variedade das


suas frutas, cuja produção cresce todos os anos. Entretanto, os produtores encontram
dificuldades de escoamento dos seus
produtos, apesar de nos últimos tempos o
mercado da Humpata ser cada vez mais
procurado por compradores provenientes
de várias regiões do país. Porém os
produtos são expostos ao sol, factor que
reduz o tempo de conservação e
compromete a qualidade do produto. As
frutas predominantes naquela região são:
citrinos (laranja, tangerina), pêra, maçã e
ameixa. Os principais mercados são as
províncias de Benguela, Namibe, Huambo e outras zonas do país.

 Ainda na província da Huila, outra zona com grande potencial de produção de frutas é
o município fa Chibia localizado a 42 quilómetros a sul da cidade do Lubango. Em 2017
foi importado a partir da África do Sul e tendo sido
plantados cerca de dez mil pés de plantas de fruta, pela
Sociedade Gestora do Perímetro Irrigado das Ganjelas
(Soganjelas), na perspectiva de aumentar a produção
frutícola naquela região.

 Outro projecto a destacar para a exploração de fruticultura está localizado ao longo da


Estrada Nacional 220, entre os municípios do Chitato (Lunda Norte) e Lôvua. O
projecto é gerido pela ‚Fazenda Mariazinha cujo o responsável é o senhor António
Martins. A Fazenda possui uma área de 500 hectares, 40 dos quais a serem
aproveitados, numa primeira fase, para o cultivo de frutas, em que se destaca uma
grande plantação de ananás, banana, laranja e limão. Até 2017, tinham sido plantadas
3 mil bananeiras, que resultaram numa safra de 12 toneladas, e 150 laranjeiras, 50 das
quais permitiram uma colheita de 800 quilogramas.

 Um outro projecto identificado de produção de laranjas, tangerinas e mangas está


localizado na província do Moxico na comuna do Lucusse. O referido projecto é
propriedade da fazenda agrícola de Sahulombo e implantado numa área de cinco
hectares.

19
Entre as grande fazendas agrícolas com significtaivo volume de produção destacam-se as
seguintes:

 NOVAGROLIDER. A Novagrolider é a única empresa que exporta regularmente


produtos agrícolas e que é de resto o principal player actual no mercado de frutas. A
empresa possui um sistema de distribuição moderna com uma marca
nacional designado ‚da horta‛ e com uma produção anual de mais de
60 mil toneladas ano. Para os produtos de exportação, a
NOVAGROLIDER utiliza a marca ‚Angolanita‛(imagem ao lado) que
lhe permite obter algum nível de diferenciação no mercado
internacional.

A empresa começou a fazer operações de exportação de banana em Junho 2017, com o


envio de 3 à 5 contentores semanal, com uma quantidade total de aproximadamente 300
toneladas por mês.

Desde Fevereiro de 2018 a empresa iniciou também exportações por via aérea de um
contentor semanal com uma selecção de diferentes variedades de frutas tropicais,
específicamente: manga, pitaya, papaia, lima e maracujá.

Outras empresas/fazendas produtoras de frutas com potencial de exportação são os


seguintes:

 FAZENDA CRISTALINA DO GRUPO SODOSA - está Localizada na província de


Malanje. Não há informação sobre o volume de produção e variedade de frutas
cultivadas.
 FAZENDA UTALALA – Benguela/Vale do Cavaco e Cubal. A principal fruta é a banana.
Possui mais de 70 hectares com uma produtividade de cerca de 70 tonelada/hectar.
 FAZENDA CLEOMAS - localizada na província do Cuanza Sul, e dedica-se
essencialmente na produção de citrinos.
 FAZENDA GIRASSOL – espalhada por diversas províncias – Huambo, Luanda, Bengo
e Zaire. Não há informação sobre o volume de produção e variedade de frutas
cultivadas.

 FAZENDA AGROQUIMINHA – Luanda/Icolo e Bengo

Iniciativas governamental para o fomento da fruticultura. Em termos de projectos


governamental realça-se apenas que há dois anos o Ministério da Agricultura desenvolveu
um programa de fomento da fruticultura, no Planalto de Camabatela (Cuanza Norte). O
referido programa terá beneficiado cerca de três mil produtores organizados em
associações e cooperativas de camponeses, cujo projecto foi coordenado pelo senhor
Silvano Cuto.

20
A iniciativa do Ministério da Agricultura foi desenvolvida nos municípios de Ambaca que
ambrage as províncias do Cuanza Norte, Uíge (Negage) e Malanje (Calandula). Foram
distribuídas 1.800 mudas de plantas frutícolas e 170 bombas manuais para regadio para
aproximadamente três mil produtores organizados em cooperativas. Entre as plantas
distribuídas aos camponeses no quadro do fomento da fruticultura constam mudas de
bananeiras, laranjeiras, pés de maracujá, morangueiros, ananases, tangerineiras e
limoeiros. Para o êxito do projecto, previa sessões de formação para os camponeses
aprenderam técnicas modernas para a prática da fruticultura. Entretanto não foi possível
obter informações sobre o ponto de situação deste projecto em termos de resultados.

Acções colectivas. Criação de sinergias e articulação institucional entre diversos


intervenientes.

Um mecanismo importante para a operacionalização de uma estratégia de exportação é a


criação de consórcios de exportação. A iniciativa da REDE CAMPONESA, liderada pelo
empresário Gentil Viana, é um grande instrumento para a dinamização do sector
exportador. A rede camponesa criou a AIR CARGO, que consiste numa infraestrutura
logística instalada no aeroporto internacional 4 de Fevereiro para o escoamento de
produtos agrícolas via aérea para os diversos países da Europa. O consórsio tem estado a
encetar contactos para a celebração de acordos com diversas companias aéreas que
operam em Angola, e em Maio de 2017 organizou a presença de Angola e da APIEX na
Feira MACFRUIT na Itália. Uma parceria estratégica entre a AIPEX e o consórcio Rede
Camponesa seria uma iniciativa assertiva para a criação de sinergias através de uma
convergência harmoniosa de interesses.

21
As principais feiras internacionais da fruticultura

Uma das Feiras especializadas que seria de maior interesse para os produtores angolanos
é a Feira FRUIT ATTRACTION que se realiza em Madrid. Trata-se da principal feira para o
mercado ibérico (Espanha e Portugal) cuja edição para este ano vai ocorrer no período de
23 à 28 Outubro 2018.

As principais feiras internacionais da fruticultura

SÍMBOLO NOME DA FEIRA SECTOR DESCRIÇÃO CIDADE PAÍS

Fruit Attraction é a feira internacional de


frutas e verduras organizada por Ifema.
Fruit Attraction combina o potencial
oferecido pelas ferramentas do ambiente
Fruit Attraction Agricultura Madrid Espanha
online, com todas as vantagens comerciais
da feira. Fruit Attraction é um inovador e
funcional centro de negócios para o setor
profissional hortifrutícola.

PMA Fruittrade Latin Feira que reune todos os anos os principais


Agricultura Santiago Chile
America produtores de frutas da América Latina

Feira que reune todos os anos os principais


veganfach Agricultura Colónia Alemanha
produtores de frutas da Europa

Fruit Logistica não inclui apenas frutas e


verduras, mas também o know-how
técnico e habilidades para a eficácia em
logística. A venda a retalho e o tratamento
de frutas e verduras é também um assunto
Fruit Logistica Berlín Agricultura Berlim Alemanha
importante da exposição Fruit Logistica.
A variedade em Fruit Logistica, inclui frutas
e verduras não processadas, frutos secos,
nozes, especiarias, produtos orgânicos,
flores e plantas para lojas de auto-serviço.

Feira que reune todos os anos os principais


Fruit Innovation Agricultura Milão Itália
produtores de frutas da Europa

Fonte: Elaborado pelo autor com consulta ao websight das Feiras Internacionais do agronegócio

4.5- Desafios da fruticultura em Angola

Os camponeses angolanos em geral e os operadores do agronegócio em particular têm a


oportunidade de encontrar na produção de frutas uma importante alternativa para a
obtenção de receitas cambiais. Especialmente a manga e o abacate têm elevado valor
comercial e uma grande procura ao nível do comércio internacional. A União Europeia e os
Estados Unidos de América enquanto mercados de destinos para a exportação de frutas,
são muito acessíveis e em muitos casos sem aplicação de direitos aduaneiros por causa

22
dos Sistemas Gerais de Preferências, que são geralmente atribuidos aos países em
desenvolvimento pelos países desenvolvido (o que ainda não acontece com a China e a
India). Os volumes actuais de exportações angolanas de frutas são irrelevantes (U$D
426.479 em 2017) e sobre tudo concentradas na exportação de bananas para Portugal,
feita principalmente pela empresa do grupo AGROLIDER.

4.5.1- Constrangimentos na exportação de frutas tropicais

Os principais problemas que os produtores de frutas em Angola enfrentam –


específicamente os produtores orientados para os mercados externos - tem haver com
três variáveis fundamentais: quantidade, qualidade e a regularidade.

Quantidade X Regularidade. Ao nível do comércio internacional, é muito difícil estabelecer


uma relação comercial sustentável com um cliente importador se não existir uma oferta
razoável em termos de volume capaz de assegurar alguma regularidade no fornecimento
em função da solicitação dos compradores.

O problema da regularidade resulta do facto de a produção de algumas frutas tropicais


estar limitada pelo ciclo temporal visto que a colheita está concentrada em um período de
poucos meses de cada ano.

Nos encontros que tivemos com os responsáveis da empresa NOVAGROLIDER, alegam


que poderiam vender muito mais manga no mercado abastecedor de Lisboa, mas a
produção é limitada em volume e no tempo. No caso dos citrinos (laranja, tangerina e
limão), com a utilização de diversas variedades, as fazendas conseguem garantir uma
produção contínua durante o ano todo.

Para aumentar as quantidades exportadas e de forma a assegurar alguma regularidade e


por causa da dispersão geográfica dos produtores angolanos de frutas tropicais, seria
conveniente, tal como acontece em outros países, a criação de uma entidade na forma de
‘cooperativa de exportação’ encarregada de proceder a recolha e juntar a produção de
diferentes províncias fazer a selecção, calibragem e embalagem de frutas, efectuar os
contactos comerciais e encarregar-se na emissão de documentos necessários para
operações de exportação, do armazenamento e gestão de estoques comercialmente
significativos. Para conferir maior sustentabilidade, a medida poderia ser complementada
por parte dos produtores com a introdução de variedades com diferentes ciclos de
produção. Estariam assim minimamente criadas as condições para alargar o período de
fornecimento de frutas e assugurar a construção de relações de confiança aos
importadores estrangeiros

Qualidade. Os mercados importadores, além das normass fitossanitárias, exigem do


produtor/exportador fornecer determinadas variedades e formas de apresentação. Por
exemplo no caso da Manga, as variedades mais utilizadas na exportação são as
americanas (Florida), indiana (Alfonso) e africanas (Amelie, Julie e Zill).

23
Na Europa a manga é comercializada em caixas de 4 quilogramas, com o nome do
produtor, variedade, origem, categoria e calibragem. Cada unidade deve ter um peso
entre 250 à 600 gramas (6, 8, 10 unidades por caixa). As variedades mais consumidas de
Abacate nos países europeus são a ‘Hass’ e a ‘Fuerte’. A comercialização é feita em
caixas de 4 Kg com 10 e até 24 unidades.

Costa do Marfim é o grande exportador africano de Ananás para Europa. A variedade mais
comercializada é a ‘Cayenne Lisse’. A exportação é feita em caixas com calibre de 6, 8,10
ou 12 unidades.

A papaia (mamão) comercializada na Europa é de tamanho pequeno, das variedades


Golden, Solo e Sunrise. Apresenta-se em caixas de 4 Kg. com calibre de 6,7,8,9 e 10
unidades.

4.5.2- Alguns factores objectivos que limitam a exportação de frutas

 Variedades Inadequadas ao Mercado Externo. Neste aspecto, a inadequação ao


mercado externo envolve algumas características do produto, tais como: tamanho das
frutas, coloração da polpa, presença de sementes, relação açucar/acidez etc. No caso
das frutas cítricas, por exemplo, o mercado externo das tangerinas está a procura
frutas sem sementes e fácil de descascar.

 Embalagens Inadequadas (Condições Tropicais). As embalagens devem adequar-se


ao meio de transporte e capaz de resistir ao ambiente adverso como a umidade. As
embalagens devem igualmente atender ao factor da biodegradabilidade, possuir
propriedades térmicas que ajudam na conservação e manutenção da qualidade visual
das frutas, evitando degradação.

 Falta de cultura empresarial em relação à gestão da qualidade. A deficiente


qualificação da mão-de-obra envolvida na colheita, seleção, manuseio e
comercialização dos produtos contribui negativamente na obtenção de um produto
com qualidade que os mercados internacionais exigem. O fato de as exportações
angolanas basearem-se historicamente em produtos de baixo grau de elaboração e
baixo valor agregado limitou a formação de uma cultura empresarial voltada para as
questões da qualidade. Esse comportamento concorre decisivamente para dificultar o
estabelecimento de uma marca própria capaz penetrar e competir nos mercados
internacionais.

 Marketing. Não existe um programa sectorial integrado de promoção de exportações


de frutas tropicais angolanas. É necessário selecionar um determinado número e
variedades de frutas, elaborar uma estratégia promocional dos mesmos cuja acções
serão direcionados para mercados criteriosamente escolhidos.

 Regularidade no Mercado. A falta de regularidade em termos de presença no mercado


externo tem dificultado o estabelecimento de uma marca própria para a maioria dos
produtos angolanos. A baixa frequência de navios para o carregamento e transporte
24
adequado de frutas, concorre para o agravamento dessa situação. Essa baixa
frequência é ocasionado, sobretudo pela falta de quantidades suficientes para encher
os navios e permitir alcançar as ecomias de escalas para os grandes armadores.

4.5.3- Incentivos, estratégias e políticas

A substituição de importações e promoção de exportações são dois instrumentos macro


programáticos essenciais para estabilidade económica do país. A sua concretização
afigura-se como uma questão estratégica e não apenas de eficiência económica, sendo
que a sua aplicação exige a adopção de políticas macroeconómicas soberanas e de
salvaguarda.

As economias no seu conjunto especializam-se com base nas vantagens comparativas ou


competitivas, e o sector agrícola tem estado a adaptar-se em função de paradigmas
económicas em constante mutação. Para os países alcançarem elevados níveis de
competitividade que lhe possibilitam melhorar os seus termos de troca, precisam adoptar
um conjunto de políticas operacionalizadas através de uma diversidade de instrumentos,
que podem ser mais ou menos intervencionistas.

Assim no caso particular de Angola tendo em conta as especificidades históricas, o


desenvolvimento do sector agrícola a médio prazo passará pela adoção por parte do
executivo de mecanismos de incetivos para aumento de produção que poderá ser
concretizado através dos seguintes instrumentos: subsídios à produção, tarifas
protecionistas, garantia de preços mínimos, taxas de juros bonificados para a
modernização produtiva, apoio ao investimentos com subsídios sem retorno etc.

25
5- Considerações finais
O presente documento não esgota a análise sobre o sector da fruticultura. O estudo
pretende apenas servir como um instrumento de tomada de decisão para a elaboração do
plano de ação para promoção de exportações por parte da AIPEX. Os dados contidos no
relatório foram obtidas de fontes fidedignas, mas podem ser objecto de actualização.

O estudo mostra a tendência mundial da produção, procura e oferta de frutas sob diferentes
aspectos fazendo-se uma reflexão a respeito das estratégias competitivas delineadas pelas
empresas e países participantes no agronegócio frutícola. Pelo que se pode concluir que a
capacidade para competir na fileira de frutas nos mercados externos passa necessariamente
pelos seguintes factores:

 Melhoria da qualidade (consistência, sabor, aroma etc.) dos produtos;


 garantia da segurança alimentar (ausência de resíduos de agrotóxicos);
 Uso de práticas agrícolas não prejudiciais ao meio ambiente (ISO 140008 - ‚selo verde‛); e
 preços competitivos (redução dos custos de produção e/ou aumento de produtividade).

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ANEXO

Catálogo das principais frutas tropicais

Nº Fruta/Variedade Ilustração Descrição / Características científicas


O "caju" é formado por duas partes: a fruta propriamente dita, que é a castanha; e
seu pedúnculo floral, pseudofruto geralmente confundido com o fruto. Este constitui-
se em um pedúnculo piriforme, amarelo, rosado ou vermelho, geralmente carnoso,
O Caju
1 suculento e rico em vitamina C, Ferro e é comestível.

O maboque, Strychnos spinosa, Lam, da família das Strychnaceae, é um


fruto do sul de África.

Tem a casca dura e tem de ser quebrada para se chegar ao interior


comestível. O seu aroma é intenso tão agradável como o seu sabor. Uma
particularidade não muito conhecida deste fruto é que se apanhado e
comido depois de uma queimada ou incêndio actua como que um
estupefaciente deixando "pedrados" pessoas e animais que o comam.
2 O MABOQUE
Além de fruto, de alguma forma não muito conhecido, serve frequentemente
para a construção de Maracas.

Depois de seco, adiciona-se um pequeno "cabo", fazem-se uns pequenos


orifícios e no seu interior colocam-se sementes secas ou, mais
recentemente, missangas

O Maracujá é um fruto produzido por uma trepadeira do género Passiflora.

É espontâneo nas zonas tropicais e subtropicais da da linha do equador. A casca


exterior varia do verde, amarelo, a um roxo acastanhado. Com uma polpa doce e
ácida, carregada de pequenas sementes, o maracujá é rico em potássio e vitaminas
O Maracujá A e C. Óptimo para comer simples, mas também em saladas de fruta, gelados ou
iogurtes.
3
O maracujá tem uma grande quantidade de sementes no seu interior. O fruto é
utilizado especialmente para produzir sumo ou polpa de maracujá.

Acredita-se que o fruto possua propriedades calmantes. O seu sumo é altamente


refrescante e muito pouco calórico.

A Múcua é o fruto do Imbondeiro que é uma árvore africana de grande porte e uma
das mais grossas do mundo. Esta árvore tambem conhecida por Baobá chega a
alcançar alturas de 5 a 25 m de altura (excepcionalmente 30 m), e até 7 m no
diâmetro do tronco (excepcionalmente 11 m). Destacam-se pela capacidade de
armazenamento de água dentro do tronco, que pode alcançar até 120.000 litros.
A Múcua
4 A Múcua é um fruto que a parte comestível é seca, ou seja, não tem sumo. Desfaz-se
na boca quase como se estivesse a comer suspiros de pastelaria e o sabor é
adocicado com uma ligeira acidez. Esta fruta é rica em vitaminas e minerais.

Se dissolvermos a Múcua em água a ferver obtemos um sumo de múcua que depois


de arrefecido e tomado como uma bebida fresca tem um suberbo sabor inigualável.

Este é um fruto bastante saboroso da árvore da família das Anonáceas. A árvore


pode atingir 15 m de altura. As folhas, alternas, são perenes e de cor verde-escura.

5 O Sape-Sape O fruto, cordiforme e coberto de saliências espinhosas, é segmentado, com um


diâmetro de 10-12cm, coloração exterior variando do amarelo-esverdeado ao
vermelho quando o fruto está amadurecido e polpa branca de sabor adocicado. As
folhas são utilizadas na medicina tradicional.

27
A Fruta Pinha é um fruto da família das anonácias de casca rugosa e sabor intenso.

O fruto é redondo e coberto de saliências arredondadas. É uma boa fonte de vitamina


6 A Fruta-Pinha C e de Complexo B. Os gomos são sementes compridas, pretas e recobertas por
uma massa branca/creme, doce e sem acidez. É muito saborosa e pode ser utilizada
para sumos, embora a maioria dos angolanos prefira come-la ao natural.

Fruto de uma árvore exuberante, de origem africana, chamada tamarineira,


O Tambarino ou tamarineiro ou tamarindo.
7 Tamarindo A sua polpa agridoce começa a fascinar grandes chefs de cozinha ocidentais.
O seu sabor é muito doce com um travo bastante ácido.

A pitanga é o fruto da pitangueira. Drupa globosa, carnosa, vermelha (a mais


comum), amarela ou preta, e bastante saborosa, a pitanga é nativa das restingas.
Também pode ser encontrada na ilha da Madeira, Portugal.

8 A Pitanga
A planta é cultivada tradicionalmente em quintais domésticos. É também usada como
árvore ornamental. Árvore de porte médio - no máximo 12 m - a pitangueira é de
desenvolmento moderado, e medianamente rústica. A copa globosa é dotada de
folhagem perene.
A goiaba fruto da goiabeira, árvore da espécie Psidium guajava, da família Myrtaceae.
O fruto é constituído de uma baga, carnoso, casca verde ou amarelada ou roxa, com
superfície irregular, cerca de 8 centímetros de diâmetro. No seu interior há uma polpa
rosada ou branca ou ouro, contendo dezenas de pequenas sementes duras, mas que
podem ser ingeridas sem problemas.

9 A Goiaba
As goiabas são consumidas principalmente in natura ou em forma de doce, chamado
goiabada. Compotas, geléias e sucos também são comuns. São muito ricas em
vitamina C, com de 180 a 300 miligramas de vitamina por 100 gramas de fruta (mais
do que a laranja ou o limão). A goiaba não é ácida e, assim, pode substituir o tomate
na confecção de molhos salgados e agridoces, mais sobretudo para pessoas com
restrições à acidez deste último.
Mamão, ou papaia é o fruto do mamoeiro ou papaeira, árvores das espécies do
gênero Carica. Em Angola utilizam-se os termos mamão / mamoeiro para identificar o
fruto mais arredondado, identificando papaia / papaeira com o fruto mais alongado.
São frutas ovaladas, com casca macia e amarela ou esverdeada. Sua polpa é de
uma cor laranja forte, doce e macia. Há uma cavidade central preenchida com
sementes negras.
O Mamão e
10
a Papaia Os mamões e papaias são consumidos in natura, em saladas e sucos. Antes da
maturação, sua casca apresenta um látex leitoso que deve ser retirado antes do
consumo. Este látex contém substâncias nocivas às mucosas, sendo usado,
inclusive, culinariamente, como amaciante de carnes. Tem um alto teor de papaína,
uma enzima proteolítica, que é usada em medicamentos para tratamento de
distúrbios gastrointestinais e para reabsorção de hematomas. É actualmente
cultivado na maioria dos países tropicais.
A manga é considerada a rainha das frutas tropicais, pelo sabor e suculência.
Esta fruta tropical, necessita de calor e sol durante todo o ano. A polpa é suculenta e
muito saborosa, em alguns casos fibrosa, doce, encerrando um caroço grande no
centro que é a sua semente. As mangas são usadas na alimentação das mais
variadas formas, mas é mais consumida ao natural. Experimente também na forma
de sumos e sobremesas, em saladas ou como molhos para carnes.

Uma manga fresca contém cerca de 15% de açúcar, até 1% de proteína e


quantidades significativas de vitaminas, minerais e anti-oxidantes, podendo conter
11 A Manga vitamina A, vitamina B e vitamina C. Graças a alta quantidade de ferro que contém e
as altas concentrações de potássio e magnésio existentes, a manga é indicada para
tratamentos de anemia e é benéfica para as mulheres grávidas, pessoas que sofram
de cãimbras, stress e problemas cardíacos. Também suavizam os intestinos,
tornando mais fácil a digestão. Acredita-se que as mangas estancam hemorragias,
fortalecem o coração e trazem benefícios ao cérebro.

É portanto, uma excelente fonte de vitaminas, sais minerais e fibras dietéticas, não é
calórica como muitos pensam, situando-se entre a maçã e a cereja e é uma fruta
doce, polposa, atrativa e apetitosa, que proporciona um prazer sem igual.

28
A Banana é o símbolo dos países tropicais e muito conhecida no mundo todo. A
bananeira é uma planta de caule subterrâneo, que se desenvolve em sentido
horizontal, e do qual surgem as folhas que crescem para fora da terra, formando o
falso tronco.

Apenas uma vez na sua vida, cada caule falso dá um ramo de flores, que, aos poucos
vai, se transformando num cacho de bananas, formado por pencas que, ao todo,
podem chegar a somar até duzentas bananas. Depois de ter produzido o cacho,
outro pé começa a crescer do rizoma subterrâneo e dele nascerá o próximo cacho.
A banana é uma fruta de alto valor nutritivo, muito rica em açúcar e sais minerais,
12 A Banana principalmente cálcio, fósforo e ferro, e vitaminas A, B1, B2 e C.

Fácil de digerir, pode ser dada às crianças a partir dos 6 meses de idade. Como
quase não tem gordura, é indicada nas dietas baixas em colesterol. Pode ser
consumida ao natural, como sobremesa, ou ser usada nos mais variados tipos de
prato: salada de frutas, bolos, tortas, vitaminas, sorvetes, recheios de aves e carnes,
farofas, musses e sanduíches.

Existem vários tipos de banana cultivadas em Angola, desde a Banana Prata, Banana
Pão, Banana Maçã, Banana Ouro, etc..
Abacaxi ou ananás é uma planta monocotiledônea. Os abacaxizeiros compreendem
muitas variedades frutíferas tanto selvagens, como cultivadas.

O abacaxi é um fruto-símbolo de regiões tropicais e subtropicais, de grande


aceitação em todo o mundo, quer ao natural, quer industrializado: agrada aos olhos,
ao paladar e ao olfato. Na linguagem corrente do Brasil tal como em Angola,
costuma-se designar por ananás os frutos de plantas não cultivadas ou de
O "Abacaxi" e ou variedades menos conhecidas ou de qualidade inferior. Por sua vez, a palavra
13 o "Ananás" abacaxi costuma ser empregada não apenas para designar o fruto de melhor
qualidade, mas a própria planta que o produz.

O fruto quando maduro, tem o sabor adocicado e por vezes bastante ácido. Em
culinária pode ser utilizado como um poderoso amaciante de carnes.

O seu miolo e as cascas podem ser fermentados para produção de sucos. A bebida
mais conhecida feita com casca de abacaxi é a "Kissangua de Abacaxi"
Nos trópicos, o coco é muito apreciado, tanto pelos turistas como pelos nativos.
O coqueiro gosta de clima quente e húmido. A sua altura pode chegar aos 30
metros.
A casca do coco é relativamente fina e lisa. Por baixo, há uma espessa capa fibrosa
que envolve uma camada muito dura, dentro da qual fica a semente, uma massa de
cor branca. Quando o coco é verde, essa parte é pouco desenvolvida e mole,
guardando muita água no seu interior. Á medida que o coco vai amadurecendo, a
parte carnosa torna-se mais consistente e a água diminui.

A polpa pode ser consumida crua, no seu estado natural, ralada, ou ainda
transformada em deliciosos pratos culinários. Propriedades: O coco é rico em
proteínas, gorduras, calorias, sais, hidratos de carbono e vitaminas A, B1, B2, B5 e
C. Seus efeitos curativos se devem, principalmente, ao seu conteúdo de magnésio. O
ser humano necessita dele para conservação da tensão muscular.
A água de coco verde é deliciosa, refrescante, nutritiva e terapêutica, além de
exótica. Sua composição físico-química é semelhante à do soro fisiológico. São
14 O Coco muitos os benefícios da água do coco.Por exemplo:

 hidrata e amacia a pele


 reduz o nível de colesterol
 combate a verminose infantil
 previne e auxilia no tratamento da artrite
 controla a pressãp arterial
 combate a desidratação
 repõe imediatamente a energia
 evita vômitos e náuseas durante a gravidez
 depura o sangue
 é calmante natural
 reduz a febre
 trata de ílcera estomacal
 combate a prisão de ventre
 previne o enjôo causado pela maresia

29
PROJECTO ACOM

30

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