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Instituto Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina

Curso Tecnologia em Mecatrônica

Soldagem com
Eletrodo Revestido
Soldagem com Eletrodo Revestido

Soldagem com
eletrodo revestido é
a união de metais
pelo aquecimento
oriundo de um arco
elétrico entre um
eletrodo revestido e
o metal de base, na
junta a ser soldada.
Soldagem com Eletrodo Revestido

Responsável pela expansão da soldagem

Versatilidade

Baixo custo
História
• 1822 N B Bernados inventou a
soldagem a arco voltáico, que
consistia em um eletrodo de carvão
e o metal de base.

• 1889 Zerener modificou o sistema


Bernados e introduziu mais um
eletrodo de carvão.
• Neste caso o arco voltáico se
produzia entre os extremos dos
eletrodos de carvão.
História
Processo Eslavianoff
desenvolvido em 1890, é uma
simplificação do processo
Bernados, consistia em colocar
um dos polos na própria vareta
de material de adição

Em 1905 Oscar Kjellberg (OK = ESAB),


inaugurou a época da soldagem
moderna com o processo de eletrodo
revestido.
Arco Voltaico
É a passagem de corrente elétrica através de um
condutor de corrente gasoso. Um gás é condutor de
corrente quando está ionizado.

Inicialmente o arco elétrico foi inventado para produzir luz,


hoje em dia utilizamos o arco voltaico para produzir juntas
permanentes em metais

O arco elétrico para soldagem a descarga elétrica tem baixa


tensão e alta intensidade de corrente.
Não se utilizam em soldagem tensões superiores a 70V, para
assegurar comodidade e segurança para o operador.
Arco Voltaico (CC-)
Equipamentos usados na Soldagem
• Fonte de energia
• Alicate para fixação dos eletrodos
• Cabos de interligação
• Pinça para ligação à peça
• Equipamento de proteção individual
• Equipamento para limpeza da solda
1) Fontes de Energia
Conversor (CC): é um conjunto motor de
combustão interna ligado a um gerador elétrico que
fornece corrente contínua. É um aparelho caro e
exige manutenção permanente.

Transformador (CA): São transformadores


monofásicos, é mais barato e mais fácil de se
construir, sua manutenção também é menor, o
rendimento é maior.

Retificador (CC): É um
conjunto de retificadores
em série ligados a um
transformador na saída
deste.
1) Fontes de Energia
Vantagens da corrente alternada

Qualquer material é soldável.


Possibilidade de inverter a polaridade.
Elevado fator de potência
Boa qualidade da solda
Desvantagens da corrente alternada
Manutenção cara do equipamento (conversor)
Maior consumo em vazio
Custo elevado do equipamento
Polaridade Direta ou Normal (CC-)

Aquela onde o eletrodo é o cátodo (negativo), é a peça é


ânodo. Nesse caso o bombardeio de elétrons dá-se na peça,
que será a parte mais quente assim funde-se mais a peça e
menos o eletrodo no caso de eletrodos consumíveis e nus.
Quando se trata de eletrodos revestidos o efeito é ao
contrário.
Polaridade Inversa ou Reversa (CC+)
Aquela em que o eletrodo é o anodo (positivo). Neste caso o
bombardeio de elétrons da-se na alma do eletrodo, a qual será
a parte mais quente, funde-se mais rapidamente o eletrodo, se
ele é consumível e nú, assim tem-se menor penetração e mais
deposição tornando a soldagem mais rápida.
Quando se trata de eletrodos revestidos o efeito é ao contrário.
Corrente contínua e Corrente alternada

Com corrente contínua podemos utilizar


dependendo do tipo de revestimento, polaridade
inversa ou a direta.

O uso da corrente contínua é normalmente


associado à melhor estabilidade do arco e qualidade
de depósitos.

O uso da corrente alternada reduz a suscetibilidade


de sopro magnético, mas a estabilidade e a
facilidade de ignição são inferiores. Outro fator é
que a queda de tensão ao longo do cabo de ligação
é menor.
2) Alicate para fixação dos eletrodos

Existem duas versões da alicates, uma com o


formato de garras e outra no formato de pinças
como um mandril de furadeira.

3) Cabos de interligação

O diâmetro dos cabos depende da potência elétrica,


do seu comprimento e do tipo de corrente utilizado.

4) Pinça para ligação à peça


As disponíveis no mercado, possuem o formato de
garra ou grampos.
5) Equipamento de proteção individual

É o equipamento destinado a proteção do


operador constituindo nos casos mais simples de:
Máscara ou capacete equipado com filtros. A
seleção dos filtros de proteção depende dos
parâmetros de soldagem.
Roupas para a proteção do corpo contra radiação.
Sapatos industriais.
Eletrodos
Conceito:
É um arame metálico revestido que poderá
fornecer o metal de adição e por onde vai
passar a corrente elétrica proveniente da fonte.
Podem ser revestidos ou nús, consumíveis ou não.
Eletrodos consumíveis não revestidos:
Usados em processos semi-automáticos e automáticos, é
fornecido em carretéis e cobreado para resistir a oxidação.

Eletrodos não consumíveis:


São utilizados para emitir arco elétrico sem adicionar
material, geralmente tem o ponto de fusão muito alto.
Eletrodos Revestidos
Usado no processo manual é constituído por:
Uma alma metálica de forma cilíndrica.
Um revestimento de composição química muito
variada.

O eletrodo no processo de soldagem com elétrodo


revestido tem várias funções:
• alma: estabelecer o arco e fornecer metal de adição
para a solda.
• revestimento: elétricas, físicas e metalúrgicas.
Funções elétricas do revestimento

Isolamento: O revestimento é um mau


condutor de eletricidade, assim isola a alma do
eletrodo evitando aberturas de arco laterais,
orientando abertura de arco para locais de
interesse.

Ionização: O revestimento contem silicatos de Na


e K que ionizam a atmosfera do arco. A atmosfera
ionizada facilita a passagem de corrente elétrica,
dando origem a um arco estável.
Funções físicas ou mecânicas do
revestimento
• Fornecer gases para a formação da atmosfera
protetora das gotículas do metal contra a ação do
hidrogênio e o oxigênio da atmosfera.

• Fundir o revestimento que depois solidifica sobre o


cordão de solda, formando uma escória de material
não metálico que protege o cordão de solda da
oxidação.

• Proporcionar Controle da taxa de resfriamento.

• Contribuir no acabamento do cordão.


Funções metalúrgicas

Proteção do MS (gases e escória)

Desoxidação da poça de fusão

Transferência dos elementos de liga


Constituição do revestimento.

Os revestimentos são constituídos de três grupos.

Revestimento a base mineral.

Revestimento a base de matéria orgânica.

Revestimento básico, ou a base de carboneto


de cálcio.
Revestimento a base mineral
(rutílicos)

Fácil soldagem.

Todas as posições.

Escória viscosa.

Média penetração.

Propriedades mecânicas médias.


Revestimento a base de matéria orgânica
(celulósicos).

Concentra menor calor em menor espaço.


Intensa salpicagem.

Arco instável.

Péssimo acabamento.

Faixa muito estreita de regulagem de corrente.


Baixa velocidade de fusão.
Proteção da solda por meio de gases.
Revestimento a base de carboneto de cálcio
(básico)

Ótimas propriedades mecânicas.

Difícil soldagem, porem mais fácil que o


celulósico.

Muito mais caros

É indicado para aços de difícil soldabilidade.

São ávidos de umidade.


Classificação de acordo com a AWS
(American Welding Society)
De acordo com a AWS os
eletrodos revestidos
agrupam-se em três
classes para:
aços de baixo carbono
para aços de baixa liga
para aços de alta liga.
Para aços carbono
Os eletrodos são classificados com uma letra e
quatro ou cinco algarismos, Exxxyz ou Exxyz. A letra
E indicativa de eletrodos para soldagem com arco
voltaico. Os primeiros dois ou três algarismos,
indicam a carga de ruptura mínima em mil libras por
polegada quadrada (100 PSI). O Y indica as posições
em que o eletrodo pode soldar, sendo que:
1 Representa soldagem em todas posições.
2 Representa soldagem na posição plana e horizontal.
3 Representa soldagem na posição plana.
O último algarismo representa o tipo de revestimento
e a natureza da corrente com que o eletrodo pode
ser utilizado e o grau de penetração.
Para aços ao carbono
Para aços de baixa liga

Quando se trata de especificação de eletrodos para


aços de baixa liga, adicionalmente à letra e aos
algarismos citados, existe ainda um sufixo (letra e
número) que indica a composição química do
metal depositado.

E XXXYZ-L+NÚMERO
Ex: E7010-A1
Para aços de baixa liga
Para aços de baixa liga
Para aços de alta liga

Os eletrodos para aço de alta liga são


especificados, também com a letra E, um
conjunto de três dígitos e eventualmente
mais um grupo de dois dígitos. Os três
primeiros indicam a designação do aço de
alta liga e os outros dois indicam o tipo de
corrente, o revestimento e as posições de
soldagem.
Para aços de alta liga
15 - -CC+.
Revestimento: TiO² e silicato de sódio.
Soldagem em todas posições
16 - -CC+ e CA.
Revestimento: TiO² e silicato de sódio.
Soldagem em todas posições.
25 - -CC+.
Revestimento Básico(calcáreo).
Soldagem nas posições planas e horizontal.
26 - -CC+ CA.
Revestimento: TiO² e silicatos.
Soldagens nas posições planas e horizontais.
Tabela comparativa Norma Fabricantes
Características operacionais
1 - Posição de soldagem
Plana
Horizontal
Vertical ascendente
Vertical descendente
Sobre cabeça.
2 - Inclinação do Eletrodo
A inclinação é feita em relação ao eixo do
cordão, é muito importante pois se utilizado uma
inclinação incorreta, poderá aparecer inclusão de
escória, mordeduras, desigualdades na perna do
filete, recobrimento, etc.
3 - Oscilações com Eletrodo
Oscilando o eletrodo da esquerda para a direita, ou
vice versa em relação a direção do eixo da solda,
obtém-se um cordão largo e de pouca espessura,
comparado a um cordão continuo e uniforme, a
oscilação mal conduzida, pode acarretar
mordeduras e inclusão de escória.
4 - Comprimento do Arco. A condição básica para
se obter uma boa solda devido ao seu efeito na
velocidade de soldagem e na eficiência do metal
depositado, o comprimento máximo é dado pelo
diâmetro da alma do eletrodo.
5 - Velocidade de Avanço
Na soldagem a velocidade de avanço é
proporcional a velocidade de fusão. A velocidade
de soldagem será fixada pela habilidade do
soldador, nos limites de uma boa aparência.

6 - Diâmetro do Eletrodo. Para um dado serviço,


o diâmetro do eletrodo dependerá: da espessura da
chapa, do tipo e posição da junta e do tipo de
penetração. Quanto maior o diâmetro da alma do
eletrodo maior a corrente.
7 - Secagem do eletrodo.
PARÂMETROS DE SOLDAGEM

Parâmetros de soldagem para o processo


de soldagem manual com eletrodo
revestido:
• V=velocidade de soldagem;
• d=diâmetro do eletrodo;
• a= comprimento do arco voltaico;
• T=temperatura de preaquecimento;
• U=tensão de soldagem;
• I= corrente de soldagem
Os parâmetros de soldagem, portanto, devem ser
regulados antes da soldagem e , durante a soldagem,
devem ser permanentemente monitorados.
PARÂMETROS DE SOLDAGEM
• T=temp de preaquecimento;
• V=velocidade de soldagem; • U=tensão de soldagem;
• d=diâmetro do eletrodo; • I= corrente de soldagem
• a= comprimento do arco voltaico
Fatores a considerar na escolha de
um eletrodo revestido
1 - O metal de base: é necessário conhecer de
forma mais completa possível as propriedades do
metal de base.
2 - A espessura do metal de base: é
importante pois é a partir desta que se regula os
parâmetros de soldagem

3 - Junta a soldar: eletrodos com penetração


baixa utilizam chanfro para assegurar a penetração
completa. Eletrodos de penetração grande
aceitam chanfros retos e frestas mínimas.
4 - Posição de soldagem: havendo condições
todas soldas devem ser feitas em posição plana, é a
mais rápida, fácil e econômica, permitindo eletrodos
para esta posição de altíssimo rendimento.

5 - Tipo de corrente de soldagem: A


corrente de soldagem deve merecer a devida
consideração, sendo decorrente do tipo de fonte
disponível. Existem eletrodos que soldam somente
corrente contínua positiva, outros CA e CC positiva.
Os eletrodos que soldam CA soldam com CC e nem
todos que soldam CC soldam com CA.

6 - Soldador: Deve-se exigir deste profissional


apenas habilidade executiva??????
7 - Condições circunstanciais:

7.1 - Condições de umidade relativa do local de


trabalho, diretamente ligado a questões de
armazenagem e cuidados com os eletrodos.
7.2 - Proteção contra os ventos que por ventura
existam no local de trabalho, os celulósicos são
mais aconselhados em condições adversas de
tempo devido ao volume de gases que emanam do
seu revestimento.
7.3 - O estado superficial do metal de base, se existir
pinturas, ferrugem, óleo, o eletrodo do tipo básico
será o mais prejudicado apresentando acentuada
tendência a porosidade no cordão de solda.
Preparação e limpeza das juntas

As peças a serem soldadas, devem ser


isentas de óleo, graxa, ferrugem, tinta,
resíduos de exame por liquido penetrante,
areia e fuligem do pré-aquecimento a gás,
numa faixa de no mínimo 20mm de cada
lado das bordas.
Aplicações
Aplicações

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