Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Esta obra foi organizada pelo Instituto IDD, tendo como referência a redação dos sites Redação AECweb e e-Construmarket, e conteúdo do
professor Élvio Mosci Piancastelli.
Seu objetivo é levar conteúdo especializado e aprofundado para estudantes e profissionais da área da Engenharia Civil. Buscando ofertar
o aperfeiçoamento técnico também, através do meio digital, o Instituto IDD continua disponibilizando meios para contribuir com o
desenvolvimento educativo, científico e tecnológico não apenas das áreas de sua especialidade, como de toda a sociedade.
Élvio Mosci Piancastelli é engenheiro civil graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais (1977) tem Especialização em Estruturas
(1987) e Mestrado em Engenharia de Estruturas (1997) pela Universidade Federal de Minas Gerais. Atualmente é professor adjunto da
Universidade Federal de Minas Gerais e engenheiro consultor da Fundação Christiano Ottoni e FUNDEP, membro correspondente - Conference
Internationale Des Grands Reseaux Electriques A Haute Tension.
2
PATOLOGIA DO CONCRETO
Sumário
Patologias do Concreto............................................................................................................4
Sinais de Alerta............................................................................................................................6
Origens............................................................................................................................................9
Reparos em Fissuras..................................................................................................................14
Polimento......................................................................................................................................16
3
PATOLOGIA DO CONCRETO
PATOLOGIAS DO CONCRETO
Das manifestações às causas, as patologias do concreto exigem análise cuidadosa antes da escolha do tratamento ideal.
Material não inerte, o concreto armado está sujeito a alterações ao longo do tempo, em função de interações entre os elementos que o
constituem (cimento, areia, brita, água e aço), com os aditivos e com agentes externos, como ácidos, bases, sais, gases, vapores e micro-
organismos.
“Muitas vezes, dessas interações resultam anomalias que podem comprometer o desempenho da estrutura, provocar efeitos estéticos indesejáveis ou
causar desconforto psicológico nos usuários” -- Élvio Piancastelli, professor da Universidade Federal de Minas Gerais.
De acordo com o especialista, só quando o desempenho da estrutura está ameaçado ou comprometido é que ficam caracterizadas as
‘enfermidades’ do concreto ou da estrutura, que podem ser congênitas – nascem com a estrutura – ou são adquiridas ao longo de sua vida,
devido à ação direta de inúmeros agentes externos, incluindo usuários, ou ainda fenômenos físicos como choques, terremotos, incêndios,
enchentes, explosões, recalques e variações de temperatura.
4
PATOLOGIA DO CONCRETO
O ideal, diz, é que as patologias do concreto armado sejam evitadas ou, então, tratadas para
que não ocorra perda da estrutura ou de peças estruturais.
“Nos últimos anos as normas vêm incorporando essas medidas mais intensamente – critérios
de durabilidade – que se fundamentam predominantemente nos mecanismos de deterioração
do concreto - expansão e corrosão - e do aço - corrosão. Lembrando que tais critérios, somados
às demais recomendações para o projeto e execução das estruturas, constituem as principais
medidas da profilaxia”.
A fase mais importante desse processo é a do diagnóstico que, se for equivocado, implicará
intervenções inócuas, dificultando estudos futuros, além do gasto de dinheiro. Nas fases
iniciais do estudo é preciso trabalhar com hipóteses, verificando sua veracidade.
“Na realidade, nunca há certeza, mas sim redução no número de dúvidas. A eficácia do tratamento
ou da solução só poderá ser confirmada pela resposta satisfatória da estrutura ao tratamento”
5
PATOLOGIA DO CONCRETO
SINAIS DE ALERTA
Para identificar as causas das patologias do concreto é preciso observar as manifestações que ocorrem normalmente nas partes externas das
estruturas. No entanto, existem partes externas que não são normalmente visualizadas, como as total ou parcialmente enterradas (fundações,
arrimos e piscinas); as faces internas das juntas de dilatação; e as do interior de galerias e reservatórios.
“Nesses locais, os chamados danos ocultos só são detectados se forem programadas e executadas inspeções específicas” -- Piancastelli
6
PATOLOGIA DO CONCRETO
A checagem pode ser feita com a utilização de ‘selos’ rígidos (gesso ou plaquetas de vidro
coladas) que se rompem caso a fissura apresente variação de abertura, ou por meio da
medição direta (fissurômetro) dessa variação. Para dar tratamento correto à fissura também é
importante identificar o agente causador.
7
PATOLOGIA DO CONCRETO
Assentamento plástico
Vibrações
Retração hidráulica
Variações térmicas
Recalques de fundação
Corrosão de armaduras
Retração hidráulica
8
PATOLOGIA DO CONCRETO
ORIGENS
A origem de uma patologia está relacionada com a etapa da vida da estrutura em que foi
criada a predisposição para que agentes desencadeassem seu processo de formação. Conheça
as origens das enfermidades do concreto:
• Defeitos de projeto
• Defeitos de execução
• Erosão e Desgaste
• Manutenção imprópria
No Brasil, as principais causas das patologias estão relacionadas à execução. A segunda maior
causa são os projetos que pecam por má avaliação de cargas; erros no modelo estrutural;
erros na definição da rigidez dos elementos estruturais; falta de drenagem; ausência de
impermeabilização; e deficiências no detalhamento das armaduras.
9
PATOLOGIA DO CONCRETO
INCIDÊNCIA NO BRASIL
EXECUÇÃO 51%
PROJETO 18%
UTILIZAÇÃO 13%
MATERIAIS 7%
FORTUITAS 6%
MANUTENÇÃO 3%
OUTROS 2%
10
PATOLOGIA DO CONCRETO
PROCEDIMENTOS A SE APLICAR:
• Escarificação manual (talhadeira, ponteiro ou marreta) • Jateamento de ar comprimido (equipamento específico)
• Escarificação mecânica (martelete, rompedor ou fresa) • Jateamento de água fria ou quente (equipamento específico)
• Escovamento manual (escova de aço) • Jateamento de vapor (equipamento específico)
• Lixamento manual ou elétrico • Lavagem com soluções ácidas
(lixas para concreto e aço ou lixadeira elétrica) • Lavagem com soluções alcalinas (solução de “soda cáustica”)
• Hidrodemolição (equipamento específico) • Aplicação de removedores de óleos e graxas
• Jateamento de areia (equipamento específico) • Aplicação de removedores de gordura e ácido úrico – suor
• Jateamento de água e areia (equipamento específico) (álcool isopropílico ou acetona)
• Queima controlada com chama (maçarico) • Umedecimento ou saturação da superfície do concreto com água
• Corte de concreto (disco de corte) (aspersão, pano ou areia molhados)
“Na retirada do concreto deteriorado ou contaminado, deve-se cuidar para que o contorno das aberturas seja bem definido e suas faces laterais
apresentem ângulos que favoreçam a aderência, facilitem a aplicação e garantam a espessura mínima do material de reparo” -- Piancastelli
Em qualquer caso, a superfície do concreto velho que entrará em contato com o material de reparo, deverá ser apicoada para a retirada da
nata de cimento superficial. Essa superfície deverá estar seca ou úmida (saturada com superfície seca) em função do material a ser utilizado.
11
PATOLOGIA DO CONCRETO
12
PATOLOGIA DO CONCRETO
As intervenções indicadas por Piancastelli são muito eficazes, entretanto, por serem bastante
invasivas, exigem cuidadosa avaliação do seu impacto sobre o comportamento estrutural do
elemento tratado. O escoramento da estrutura é, praticamente, inevitável.
diz, acrescentando que isso pode ser feito com a aplicação de polímeros inibidores de
corrosão ou com inibidores de corrosão adicionados ao concreto ou argamassa.
O professor lembra que a proteção catódica é teoricamente a maneira mais eficiente que se
tem para prevenir ou interromper um processo corrosivo.
13
PATOLOGIA DO CONCRETO
REPAROS EM FISSURAS
Nos reparos de fissuras, deve ser determinado se elas são ativas ou inativas. As fissuras causadas por retração hidráulica, recalques
estabilizados e juntas de concretagem mal executadas podem ser tratadas como inativas.
“Em muitos casos, devido a esforços excessivos, principalmente se forem efetuadas intervenções de reforço, podem ser entendidas como inativas. Já
as fissuras ativas funcionam como ‘juntas naturais’ da estrutura, devendo, portanto, ser tratadas como tal. As causadas por variação de temperatura
são o exemplo típico”,
“Se o agente causador da fissura não mais atua, ela pode ser tratada como inativa, caso contrário, como ativa”.
Por outro lado, considerado apenas o aspecto de comportamento do reparo, qualquer fissura pode ser tratada como ativa.
REPAROS NAS INATIVAS | implicam na restauração da monoliticidade do concreto. Consistem, portanto, na aplicação de produtos (adesivos)
capazes de promover a aderência entre os concretos de suas duas faces. Isto pode ser feito por gravidade ou por injeção sob pressão (ar
comprimido), de acordo com cada caso.
REPAROS NAS ATIVAS (ou inativas com monoliticidade não exigida) | feitos por juntas de dilatação. “Para impedir a penetração de materiais
que impeçam sua livre movimentação (pó, areia, brita etc.) ou que sejam deletérios ao concreto (água, óleos, fuligens etc.) as ‘novas juntas’
devem ser vedadas com mastiques ou outros materiais elásticos”, sugere Piancastelli
REPAROS ESPECIAIS | são aqueles nos quais é inviável a execução de técnicas padronizadas. Nesses casos, são empregadas combinações de
técnicas, algumas delas com adaptações, e mesmo procedimentos alternativos.
14
PATOLOGIA DO CONCRETO
PINTURA
“Com o objetivo de uniformizar a cor da estrutura, após o reparo, pode ser feita a pintura estética à
base de tinta pva, acrílica, epoxídica ou cimentícia, utilizando ou não argamassa de estucamento.
No caso de intervenções devidas à corrosão de armaduras, é recomendável a aplicação de pinturas
que visem proteger o concreto contra penetração de água e gases. É importante salientar que
elementos estruturais, que possam receber umidade por uma ou mais de suas faces, só devem
receber pinturas ou revestimentos nas demais faces, se forem permeáveis ao vapor d’água. Caso tal
regra não seja observada, estará criada situação favorável para acelerado processo de oxidação de
armaduras”. -- Piancastelli
15
PATOLOGIA DO CONCRETO
POLIMENTO
O polimento do concreto, recurso protetor e estético, raramente é adotado por engenheiros e
arquitetos. No entanto, é um bom mecanismo de proteção, pois reduz a área de absorção pela
diminuição da área desenvolvida da superfície exposta do concreto, além de reduzir o tempo de
absorção, pelo aumento da velocidade de escorrimento da água. O tratamento é extremamente
otimizado, quando, antes do polimento do concreto, são aplicados em sua superfície produtos
impermeabilizantes que atuam obturando os capilares do concreto, através de formações
cristalinas insolúveis.
“Com um simples, mas adequado tratamento, o concreto convencional pode se tornar um ‘granito
raro e impermeável’”. -- Piancastelli
16
CONTATOS
www.idd.com.br