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8 maneiras de prevenir o câncer colorretal

Quando se fala em tipos de câncer, os primeiros que vêm à mente e que mais
preocupam a maior parte da população são o câncer de mama e o câncer de
próstata. Mas há um tipo de câncer que figura entre os mais frequentes, mas é
bastante esquecido: o câncer colorretal, localizado na parte inferior do trato
digestivo. Todo ano, cerca de 1,4 milhão de casos são diagnosticados em todo
o mundo, e aproximadamente 700 mil mortes são associadas a ele.

“O câncer colorretal está aumentando progressivamente. No Brasil, cresce


especialmente nas regiões Sul e Sudeste, pois é mais comum em lugares com
padrão de vida elevado”, afirma o médico endoscopista Giulio Rossini, do
Hospital Alemão Oswaldo Cruz. “Hoje, é o terceiro tipo de câncer mais
frequente em homens e o segundo entre as mulheres”.

Ele conta que a doença está ligada a dietas pobres em fibras, obesidade,
consumo excessivo de carnes processadas e de cigarro, sedentarismo e
genética. Entre os sinais de alerta, o médico cita a alteração no ritmo intestinal,
os sangramentos na região e as distensões abdominais. “É uma doença
silenciosa, que exige uma atenção especial na prevenção”,
diz.Colonoscopia: exame simples que previne e detecta o
câncer colorretal
O método mais eficaz para a prevenção e o diagnóstico do câncer colorretal é
a colonoscopia. Trata-se de um exame simples, feito com o paciente sedado,
por meio de um tubo flexível que é introduzido pelo ânus. Esse tubo é muito
pequeno (1,2 cm) e tem uma microcâmera e duas fontes de luz para a
visualização do intestino.

Em pacientes que não apresentem fatores de risco, a colonoscopia deve ser


feita a cada dez anos, a partir dos 50 anos de idade. Caso o médico que
acompanha os exames de rotina do homem ou da mulher note características
que exijam uma atenção extra, pode pedir a colonoscopia antes dessa idade ou
em um intervalo mais curto.

Infelizmente, ainda há um pouco de resistência por parte da população para se


submeter a uma colonoscopia. Rossini explica que isso se dá devido a mitos do
passado (o exame era feito com um tubo rígido e não havia sedação, o que
causava desconforto e até lesões no intestino), à preocupação com o preparo
do intestino (é preciso tomar laxantes, o que causa uma diarreia inevitável,
para que o intestino esteja limpíssimo e o resultado não seja comprometido por
causa de sujeiras à frente da câmera) e à resistência da cultura latina à
introdução de qualquer coisa pelo ânus.
Quando esses tabus são superados, todos só têm a ganhar com a
colonoscopia de rotina. O médico endoscopista esclarece: “Se um pólipo for
encontrado durante o exame, pode ser retirado na mesma hora, antes que
progrida para um tumor. O equipamento também diagnostica lesões pré-
cancerígenas e detecta o câncer em um estágio muito precoce. Se a doença
for detectada em um estágio avançado, é possível retirar ali mesmo amostras
para biópsia e definição de tratamento.”

Daí a necessidade de conscientização sobre a importância do exame, feita por


iniciativas como a campanha Setembro Verde, do Centro de Oncologia do
Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

“Devemos dar atenção ao Setembro Verde assim como se dá ao Outubro


Rosa, pelo câncer de mama, e ao Novembro Azul, pelo câncer de próstata. O
câncer colorretal tem esse método de prevenção e detecção precoce que
precisa ser mais difundido entre a população. É uma campanha pela vida”,
declara Rossini.

O índice mundial de detecção de pólipos por meio da colonoscopia, segundo


Rossini, gira em torno de 20% a 30%, padrão mantido pelo Hospital Alemão
Oswaldo Cruz. A precisão e a excelência dos exames realizados no hospital
possibilitaram sua aprovação pelo MEC (Ministério da Educação) para ser um
Centro de Treinamento de Endoscopia para médicos.

“Somos mais de 20 profissionais na colonoscopia. Ao juntarmos os


especialistas da endoscopia, somos uma equipe de mais de 40 profissionais,
com expertise reconhecida nacional e internacionalmente no diagnóstico e no
tratamento do câncer colorretal”, relata Rossini.Conheça os fatores
protetores do câncer colorretal
Além da prevenção e da detecção pela colonoscopia, é possível proteger o
corpo contra o câncer colorretal por meio da alimentação e de hábitos
cotidianos. A médica oncologista Renata D’Alpino Peixoto, do Hospital Alemão
Oswaldo Cruz, explica quais são estes fatores protetores e de que forma eles
atuam no organismo.Atividade física regular
De acordo com Renata, a prática de exercícios físicos protege o organismo
contra o câncer colorretal de duas maneiras: diminuindo a resistência à insulina
– que estimula todas as células a crescerem, inclusive as cancerígenas – e
liberando endorfina, hormônio que fortalece o sistema imunológico. A
população que adota atividades físicas no dia a dia tem 25% menos risco de ter
câncer colorretal.

Dieta rica em frutas e vegetais


Quanto mais frutas e vegetais estiverem presentes no prato, menos espaço
haverá para gorduras e carnes processadas, que aumentam o risco do câncer
colorretal. “Também se dá um controle da obesidade e uma diminuição da
resistência à insulina”, diz a médica, que esclarece que não há uma definição
exata de quantas frutas e vegetais devam ser consumidos diariamente, mas
sim uma estimativa de que 800 gramas por dia podem reduzir o risco de câncer
colorretal em 25%.Dieta rica em fibras
As fibras dos cereais e de vegetais, como brócolis, couve e espinafre, aceleram
o trânsito intestinal e agridem menos as células da mucosa do intestino,
diminuindo o risco de desenvolvimento do câncer colorretal. Consumo de
leite e derivados
“É o fator protetor mais controverso”, reconhece a oncologista Renata D’Alpino
Peixoto. Ela continua: “Estudos experimentais mostram que há menos risco de
ter câncer colorretal quando se consome leite e seus derivados com
frequência, mas a razão desta relação ainda é desconhecida”. Níveis
adequados de vitamina D
A médica oncologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz explica que “pacientes
com doenças metastáticas, como o câncer, apresentam quadros melhores com
a vitamina D, provavelmente porque ela diminui as inflamações”.

Os níveis adequados de absorção de vitamina D pelo organismo podem vir da


combinação entre alimentação balanceada e exposição ao sol ou da
suplementação, já que boa parte da população não tem acesso aos banhos de
sol diários necessários. Consulte um médico para determinar a melhor forma
de absorção da substância.Consumo de peixe
Comer peixe regulamente também contribui para diminuir o risco de ter câncer
colorretal. Assim como no caso das frutas e vegetais, não se sabe a
quantidade exata, mas associa-se a entrada do peixe à saída da carne
processada do prato, uma substituição que só traz benefícios para a saúde de
todos.

Uso regular de aspirina ou de anti-inflamatórios não-


esteroidais
“Pacientes com pólipos que consomem aspirina têm menos risco de
desenvolver novos pólipos”, conta a oncologista. Mas atenção: o consumo
deste tipo de remédio nunca deve ser feito sem a orientação de um médico.

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