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do Sistema
Cardiorrespiratório
e Nervoso
Prof.ª Sara Cristiane Barauna
Indaial – 2019
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof.ª Sara Cristiane Barauna
B227a
CDD 612
Impresso por:
Apresentação
Prezado acadêmico, iniciaremos o estudo dos sistemas
cardiorrespiratório e nervoso, associando conceitos teóricos ao dia a dia.
Você estará preparado para ingressar nessa proposta e, ao final deste livro
didático, terá um amplo conhecimento, o qual é fundamental para a sua vida
como profissional da saúde.
Bom estudo!
III
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO..................................................................... 1
VII
TÓPICO 4 – SISTEMA RESPIRATÓRIO............................................................................................ 51
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 51
2 PORÇÃO DE CONDUÇÃO E PORÇÃO DE RESPIRAÇÃO....................................................... 51
3 NARIZ...................................................................................................................................................... 53
4 FARINGE................................................................................................................................................. 54
5 LARINGE................................................................................................................................................ 55
6 TRAQUEIA............................................................................................................................................. 55
7 BRÔNQUIOS E BRONQUÍOLOS..................................................................................................... 56
8 PULMÕES............................................................................................................................................... 56
9 ALVÉOLOS E SEPTO INTERALVEOLAR....................................................................................... 59
10 MECÂNICA DA VENTILAÇÃO PULMONAR............................................................................ 61
11 TRANSPORTE DE GASES ............................................................................................................... 63
12 DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO........................... 63
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 66
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 67
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 68
VIII
5 TELENCÉFALO.................................................................................................................................... 116
5.1 SUBSTÂNCIA BRANCA CENTRAL........................................................................................... 119
5.2 NÚCLEOS DA BASE...................................................................................................................... 120
5.3 SISTEMA LÍMBICO........................................................................................................................ 122
5.4 VENTRÍCULOS............................................................................................................................... 123
LEITURA COMPLEMENTAR.............................................................................................................. 125
RESUMO DO TÓPICO 3...................................................................................................................... 126
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 128
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................ 185
IX
X
UNIDADE 1
SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
O sistema cardiovascular é formado por vasos sanguíneos, sangue e
coração. Funcionalmente, esses órgãos devem levar material nutritivo e oxigênio
às células; transportar os produtos residuais do metabolismo celular, desde os
locais onde foram produzidos até os órgãos encarregados de eliminá-los.
Sistema Fechado
Sangue
Vasos Sanguíneos
FONTE: A autora
3
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
FONTE: A autora
4
TÓPICO 1 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: SANGUE
DICAS
FIQUE LIGADO!!!
2 ERITRÓCITOS
Os eritrócitos – ou hemácias – caracterizam-se como sendo a maior
população de células do sangue, correspondendo a um total de 4,8 – 5,4 milhões/
µl, contém uma proteína que transporta gases denominada de hemoglobina, está
constituída por uma cadeia polipeptídica, a porção globina e um grupamento
ligado ao ferro, denominado porção heme. Estas células têm origem dos
eritroblastos na medula óssea, os quais perdem suas organelas e passam a ser
constituídos apenas por uma membrana plasmática, citosol e hemoglobina.
Quando chegam ao sangue, originam os eritrócitos, que sobrevivem cerca de
120 dias e depois são fagocitados por macrófagos do fígado, baço e medula
óssea. Durante a fagocitose, ocorre a separação das porções heme e globina da
hemoglobina. O ferro é dissociado da porção heme e liga-se à transferrina, uma
proteína transportadora de ferro que circula no sangue. O ferro ligado à transferrina
5
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
chega até a medula óssea onde é utilizado para síntese de hemoglobina. A região
heme sem o ferro ligado é convertida em biliverdina, um pigmento esverdeado,
e depois em bilirrubina, um pigmento amarelo-alaranjado, que é transportado
até o fígado, onde é lançado na bile. A bile é secretada no intestino delgado,
chega ao intestino grosso, onde a bilirrubina é convertida em urobilinogênio,
que em parte é reabsorvido pelo intestino grosso, volta ao sangue, onde origina
um pigmento amarelo denominado urobilina, que é excretado pela urina. O
restante do urobilinogênio origina um pigmento marrom, a estercobilina, que é
eliminada pelas fezes e dá a elas a sua coloração característica. O referido evento
metabólico está disposto a seguir, em forma de fluxo, para que você possa melhor
compreender o seu processo (TORTORA; DERRICKSON, 2017).
HEME
MACRÓFAGOS
(fígado,baço e HEMOGLOBINA FERRO+
medula óssea) TRANSFERRINA
GLOBINA
BILIRRUBINA BILE
FONTE: A autora
6
TÓPICO 1 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: SANGUE
NOTA
VOCÊ SABIA? Que seu tipo sanguíneo precisa ser verificado ao receber uma
transfusão sanguínea?
7
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
3 LEUCÓCITOS
Os leucócitos ou glóbulos brancos são as células responsáveis pela
defesa do organismo. Essas células não desempenham sua função no sangue,
sendo este apenas um meio pelo qual elas podem se locomover. Por um processo
denominado diapedese, essas células migram por entre as células endoteliais que
revestem a parede dos vasos sanguíneos e chegam ao tecido alvo (JUNQUEIRA;
CARNEIRO, 2018).
FONTE: <http://www.vidrariadelaboratorio.com.br/wp-content/uploads/2014/10/tecnica-de-
esfrega%C3%A7o-03-1024x1024.jpg>. Acesso em: 21 ago. 2019.
4 PLAQUETAS
As plaquetas ou trombócitos ajudam a parar o sangramento proveniente
de vasos sanguíneos danificados, unindo-se para formar um tampão de plaquetas
que preenche o espaço na parede do vaso sanguíneo, onde sobrevivem cerca de
cinco a nove dias. São pequenos fragmentos de células anucleadas em forma de
disco que se originam dos megacariócitos presentes na medula óssea (Figura
4 – número 2). Possuem funções na hemostasia, envolvendo a coagulação
sanguínea e manutenção do endotélio vascular. Possuem sistemas de túbulos
e vesículas, bem como grânulos de glicogênio no seu interior (JUNQUEIRA;
CARNEIRO, 2018).
Tampão Agregação
Plaquetário Plaquetária
FONTE: A autora
10
TÓPICO 1 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: SANGUE
FONTE: A autora
FONTE: A autora
11
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
5 HEMOCITOPOESE
Hemocitopoese é o nome dado ao processo de formação das células
sanguíneas, as quais devem ser renovadas constantemente, pois possuem um
curto tempo de vida. A formação de células sanguíneas se inicia durante o período
embrionário por volta do 19° dia de gestação, em uma estrutura denominada saco
vitelino. Após, o fígado assume a função de formação das células sanguíneas,
bem como o baço, timo e linfonodos. Nos últimos três meses antes do nascimento
e por toda a vida pós-natal, essa função é realizada pela medula óssea vermelha.
12
TÓPICO 1 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: SANGUE
5.1 ERITROPOESE
Os eritrócitos se originam a partir de um processo de maturação de
células eritrocíticas. Conforme amadurecem, essas células são chamadas de
proeritroblastos, eritroblastos basófilos, eritroblastos policromáticos, eritroblastos
ortocromáticos, reticulócitos e eritrócitos. As mudanças são a diminuição do
volume e do núcleo da célula, sua cromatina torna-se altamente condensada até
que o núcleo é expulso da célula. Os polirribossomos, as mitocôndrias e outras
organelas diminuem e aumenta a quantidade de hemoglobina no citoplasma
(Figura 9) (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018).
FIGURA 9 – ERITROPOESE
13
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
5.2 GRANULOCITOPOESE
Os granulócitos, neutrófilos, eosinófilos e basófilos se formam a partir
de um processo chamado granulocitopoese. Durante a maturação dessas
células ocorre a produção de grânulos que se acumulam no citoplasma. Esses
grânulos armazenam proteínas, que são sintetizadas no retículo endoplasmático
rugoso e empacotadas no complexo de Golgi. Os três tipos de granulócito
tem sua origem proveniente de uma célula comum, o mieloblasto. Conforme
amadurece, o mieloblasto se diferencia em promielócito neutrófilo, eosinófilo ou
basófilo, mielócito, metamielócito, granulócito com núcleo em bastão e, por fim,
granulócito maduro (neutrófilo, eosinófilo e basófilo) (Figura 10) (JUNQUEIRA;
CARNEIRO, 2018).
Alguns
se
Leucócitos agranulares tornam
Leucócitos granulares Alguns se tornam
Macrófagos (teciduais) Plasmócitos
5.3 LINFOCITOPOESE
A célula precursora dos linfócitos é o linfoblasto que, conforme vai
amadurecendo, origina o prolinfócito, que dará origem aos linfócitos (Figura
10). Os linfócitos B já saem maduros da medula óssea, enquanto os linfócitos T
adquirem sua imunocompetência no timo, onde se tornam maduros e então
chegam à circulação sistêmica. Ao atingir os tecidos, os linfócitos B se diferenciam
em plasmócitos.
5.4 MONOCITOPOESE
O promonócito, originário do mieloblasto, é a célula mais jovem que dará
origem aos monócitos. Os monócitos, ao atingirem os tecidos, amadurem em
macrófagos (Figura 10).
5.5 MEGACARIOCITOPOESE
As plaquetas são fragmentos de grandes células da medula óssea vermelha
denominadas megacariócitos, os quais amadurecem de uma célula precursora,
o megacarioblasto (Figura 11). Os megacariócitos são células grandes, com
citoplasma repleto de granulações (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018).
FIGURA 11 – MEGACARIOCITOPOESE
15
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
16
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Eosinófilos.
b) ( ) Basófilos.
c) ( ) Neutrófilos.
d) ( ) Linfócitos.
e) ( ) Fibrócitos.
a) ( ) Água.
b) ( ) Hormônios.
c) ( ) Proteínas.
d) ( ) Bicarbonato.
e) ( ) Todas as alternativas estão corretas.
a) ( ) Linfócitos e monócitos.
b) ( ) Eosinófilos e basófilos.
c) ( ) Neutrófilos e eosinófilos.
d) ( ) Basófilos e linfócitos.
e) ( ) Monócitos e neutrófilos.
17
18
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
O coração é o órgão central do sistema cardiovascular responsável pelo
bombeamento de todo o sangue pelo corpo. Pesa em média 250 g nas mulheres e
300 g nos homens.
19
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
20
TÓPICO 2 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: CORAÇÃO
Pericárdio fibroso
Pericárdio Lâmina pariental do
pericárdio seroso
Miocárdio
Cavidade
pericárdica
Lâmina visceral
do pericárdio
seroso
(epicárdio) Parede
cardíaca
Miocárdio
Endocárdio
Câmara cardíaca
E
IMPORTANT
FIQUE LIGADO!!!
Quando ocorre a inflamação da membrana do pericárdio temos uma pericardite, que pode
levar a uma diminuição da quantidade de líquido pericárdico, gerando atrito entre as lâminas
do pericárdio e dor. Algumas vezes pode ocorrer um acúmulo de líquido na cavidade
pericárdica, comprimindo o coração. Esta condição é conhecida como tamponamento
cardíaco e pode ser uma ameaça à vida, uma vez que reduz a quantidade de sangue do
ventrículo e diminui o débito cardíaco (TORTORA, 2007).
3 CAVIDADES DO CORAÇÃO
O coração contém quatro câmaras e está dividido da seguinte forma: em
duas câmaras superiores – átrio direito e esquerdo, e em duas câmaras inferiores
– ventrículo direito e esquerdo. Separando os dois átrios, existe uma parede
denominada septo interatrial, onde encontramos o forame oval, resquício da
fossa oval, uma estrutura embrionária que desvia o sangue do átrio direito para
o átrio esquerdo, uma vez que os pulmões fetais ainda não são funcionais. Entre
os ventrículos encontramos o septo interventricular. Estruturas denominadas
aurículas, estando localizadas na parede anterior de cada átrio, com a finalidade
de aumentar a capacidade de armazenamento sanguíneo dos átrios.
21
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
Formando a margem direita do coração, temos o átrio direito que recebe o sangue
proveniente do corpo e da parede do coração pelas Veia Cava Superior (VCS) e
Veia Cava Inferior (VCI) e pelo seio coronário, respectivamente. O sangue contido
no átrio direito é lançado ao ventrículo direito através da valva atrioventricular
direita (valva tricúspide), sendo esta melhor descrita adiante. O átrio esquerdo
forma a maior parte da base do coração e recebe o sangue dos pulmões através das
quatro veias pulmonares. O sangue contido no átrio esquerdo passa através da
valva atrioventricular esquerda (valva mitral) e segue até o ventrículo esquerdo.
Os ventrículos possuem uma parede rugosa, formada pelas trabéculas cárneas.
Algumas trabéculas cárneas emitem projeções denominadas músculos pectíneos,
que fixam as valvas através das cordas tendíneas (explicado adiante). O ventrículo
direito recebe o sangue do átrio direito e envia para os pulmões através do tronco
pulmonar. Já o sangue contido no ventrículo esquerdo é lançado para todo o
corpo através da artéria aorta.
NOTA
VOCÊ SABIA?
22
TÓPICO 2 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: CORAÇÃO
23
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
5 VALVAS CARDÍACAS
Para direcionar a circulação sanguínea no coração existem dois pares de
valvas ou válvulas situadas na entrada e saída dos ventrículos. Cada uma dessas
estruturas ajuda assegurar o fluxo unidirecional do sangue, abrindo-se para
deixar passar o sangue e fechando-se para evitar seu refluxo. As valvas cardíacas
são lâminas de tecido conjuntivo recobertas em ambas as faces pelo endocárdio
que apresentam subdivisões, as quais recebem o nome de válvulas ou cúspides
(Figura 16) (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
24
TÓPICO 2 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: CORAÇÃO
25
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
NOTA
VOCÊ SABIA?
26
TÓPICO 2 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: CORAÇÃO
6 CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA
A circulação sanguínea é a passagem do sangue através do coração
e dos vasos e está dividida em dois grandes sistemas: circulação sistêmica e
circulação pulmonar.
27
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
ATENCAO
FIQUE LIGADO!
Nem todas as veias transportam sangue venoso e nem todas as artérias contêm sangue
arterial. As artérias pulmonares saem do coração levando o sangue venoso para os pulmões,
onde, após ser oxigenado, o sangue, agora arterial, retorna para o coração através das
veias pulmonares. Além destes vasos, no cordão umbilical, as artérias umbilicais também
transportam o sangue venoso do feto para a mãe, enquanto a veia umbilical retorna para o
feto trazendo sangue arterial.
28
TÓPICO 2 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: CORAÇÃO
29
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
ATENCAO
1. Nó Sinoatrial (NSA):
30
TÓPICO 2 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: CORAÇÃO
2. Nó Atrioventricular (NAV):
3. Fascículo Atrioventricular:
5. Fibras de Purkinje:
1 Nó sinoatrial
(SA)
Átrio esquerdo
Feixe
internodal
2 Nó
atrioventricular
Ramos
3 Fascículo subendo-
atrioventricular cárdicos
(AV) (feixe de His)
4 Ramos do
fascículo AV
Septo
interventricular
5 Ramos
subendocárdicos
(fibras de Purkinje)
(a)
31
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
FIGURA 20 – ELETROCARDIOGRAMA
32
TÓPICO 2 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: CORAÇÃO
Onda T
O ventrículo retorna
ao estado de repouso
Complexo QRS
Onda P
O impulso dissemina-se
O impulso dissemina-se pelos ventrículos,
pelos átrios, deflagrando deflagrando as
as contrações atriais contrações ventriculares
33
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
9 CICLO CARDÍACO
É o período compreendido entre o início de dois batimentos cardíacos
consecutivos. Este ciclo, que envolve períodos de contração alternados por
períodos de relaxamento do coração, ocorre, em média, 70 vezes por minuto
(Figura 21). O ciclo cardíaco compreende três fases, de acordo com Tortora (2007):
34
TÓPICO 2 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: CORAÇÃO
10 BULHAS CARDÍACAS
Bulhas cardíacas se referem aos sons provocados pelo coração, que
podem ser ouvidos através de uma auscultação realizada com o auxílio de um
estetoscópio. Em um coração saudável existem quatro bulhas durante um ciclo
cardíaco, porém, podemos auscultar apenas duas bulhas cardíacas. A primeira
bulha (B1) lembra o som de “tum”, ela é mais alta e longa do que a segunda bulha
(B2). A B1 é decorrente do fechamento das valvas atrioventriculares, que ocorre
logo após o início da sístole ventricular. Já a segunda bulha (B2) é mais baixa e
curta que a B1, lembra um som de “tac” e é produzida devido ao fechamento das
valvas da aorta e do tronco pulmonar, no início da diástole ventricular.
35
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Bulhas cardíacas se referem aos sons provocados pelo coração, que podem ser
ouvidos através de uma auscultação realizada com o auxílio de um estetoscópio.
36
AUTOATIVIDADE
1- Como se chama(m) a(s) estrutura(s) que traz(em) sangue para o átrio direito
do coração?
2- Como se chama(m) a(s) estrutura(s) que faz(em) a comunicação entre o
átrio direito e o ventrículo direito?
3- Por qual(s) vaso(s) o sangue proveniente dos pulmões retorna ao coração?
37
cardíaco tem início no ___________, com um potencial de ação gerado de
maneira espontânea. Em seguida, essa onda de ativação converge para
uma conexão elétrica existente entre o miocárdio atrial e o miocárdio
ventricular:___________, diminuindo a frequência do potencial de ação
entre ambos. Após, essa onda de ativação atinge o___________ e passa por
ele até chegar às fibras de Purkinje, que são responsáveis por conduzir
rapidamente o potencial de ação até o ápice do miocárdio ventricular.
Deste modo, a onda de despolarização – o impulso cardíaco – é distribuída
a todo o miocárdio dos ventrículos direito e esquerdo, determinando a
contração___________.
38
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Os vasos sanguíneos constituem uma rede fechada de tubos ou canais,
pelos quais circula o sangue graças à contração rítmica do coração. Incluem:
artérias, capilares e veias.
1. Túnica íntima: é a mais interna e está em contato direto com o sague. Duas
camadas de tecido formam a túnica íntima, o endotélio e o subendotélio.
O endotélio é o tecido epitelial pavimentoso simples e suas células são
denominadas células endoteliais. Inferiormente ao endotélio, uma faixa delgada
de tecido conjuntivo frouxo constitui o subendotélio. Nas artérias encontramos
uma faixa de fibras elásticas logo após o subendotélio denominada limitante
elástica interna.
2. Túnica média: é formada por uma faixa de tecido muscular liso no qual as
células estão dispostas concentricamente circundando a luz do vaso. Nas
artérias, externamente ao músculo liso, encontramos a limitante elástica
externa, uma faixa de fibras elásticas. A musculatura lisa da túnica média pode
contrair, fazendo uma vasoconstrição (diminuição do diâmetro da luz do vaso)
ou relaxar, neste caso, fazendo uma vasodilatação (aumento do diâmetro da
luz do vaso) em resposta a diversos fatores, regulando assim o fluxo sanguíneo
e a pressão arterial.
3. Túnica adventícia: está localizada externamente à túnica média e é constituída
por tecido conjuntivo frouxo. Esta camada tende a ser mais desenvolvida nas
veias do que nas artérias.
39
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
2 ARTÉRIAS
As artérias são vasos sanguíneos que transportam o sangue do coração
em direção à periferia do corpo. Conforme saem do coração e se aproximam dos
tecidos, sua parede vai se tornando mais fina até terminarem nos capilares. De
acordo com o seu tamanho, as artérias são classificadas em:
• Artérias elásticas: são as maiores artérias do corpo, com diâmetro de até 2,5
cm. Os grandes vasos que saem do coração, como a aorta e o tronco pulmonar
são as maiores artérias elásticas. Além destas, as artérias pulmonares, ilíacas
comum, subclávias e carótidas comuns, também são exemplos de artérias
elásticas. A túnica média desses vasos possui grande quantidade de fibras
elásticas formando membranas fenestradas para suportar a pressão do sangue
que sai do coração.
40
TÓPICO 3 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: VASOS SANGUÍNEOS
DICAS
VOCÊ SABIA?
A arteriosclerose ocorre quando a parede das artérias se torna mais espessa e rígida. Já a
aterosclerose é uma forma de arteriosclerose que ocorre devido a uma lesão do endotélio e
acúmulo de lipídio na túnica média das artérias. Para saber mais sobre o assunto, leia o artigo
disponível no seguinte link: http://repositorio-racs.famerp.br/racs_ol/vol-14-1/ID205.pdf.
3 CAPILARES
Os capilares são vasos sanguíneos responsáveis pelas trocas entre o
sangue e os tecidos, formados por uma única camada de células endoteliais que
se apoiam em uma lâmina basal e se prendem por zônulas de oclusão, as quais
regulam a permeabilidade do capilar. Podem ser divididos em três tipos:
41
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
Eritrócito
no lúmen
Fenda
intercelular
Célula
endotelial
Membrana
basal
Junção oclusiva Vesículas
Núcleo pinocíticas
endotelial
(a)
Pericito
Vesícula
pinocítica
Eritrócito
no lúmen
Fenestrações
(poros)
Núcleo Fenda
endotelial intercelular
Membrana basal
Célula
Junção oclusiva endotelial
(b)
Pericito
Célula
endotelial
Eritrócito
no lúmen
Fenda
intercelular
grande
Junção oclusiva
Membrana Núcleo
basal da célula
incompleta endotelial
(c)
42
TÓPICO 3 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: VASOS SANGUÍNEOS
4 VEIAS
As veias recebem o sangue dos capilares e chegam até os átrios do coração.
A maioria das veias é de pequeno e médio calibre, sendo a túnica adventícia a
camada mais desenvolvida e composta por colágeno. A túnica íntima é constituída
pelo endotélio e por uma camada subendotelial fina que por vezes pode estar
ausente. A túnica média é composta por células musculares lisas e escassas fibras
elásticas. As médias e as grandes veias possuem válvulas que são dobras da túnica
íntima em formato de meia-lua que permitem o retorno do sangue ao coração. As
veias são classificadas, de acordo com o seu tamanho, em:
• Vênulas: são as menores veias que recebem o sangue proveniente dos capilares
sanguíneos. Sua estrutura é semelhante à dos capilares.
• Veias de médio calibre: essas veias possuem um diâmetro que varia entre 2 e
9 mm. Possuem uma túnica média fina com poucas fibras musculares. A túnica
adventícia é a mais espessa nesses vasos.
• Veias de grande calibre: são as maiores veias do corpo, sendo os principais
exemplos as veias cavas superior e inferior. Possuem todas as três túnicas mais
espessas quando comparadas com as veias de médio calibre.
ATENCAO
FIQUE LIGADO!
As varizes são veias dilatadas ou deformadas que se formam devido ao mau funcionamento das
válvulas venosas. Essas válvulas são localizadas no interior de algumas veias, principalmente
nos membros inferiores e auxiliam no retorno do sangue para o coração. Quando as válvulas
não funcionam adequadamente, ocorre um refluxo e acúmulo do sangue no interior das
veias, o que causa a sua dilatação e inflamação, gerando dor (TORTORA, 2007).
44
TÓPICO 3 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: VASOS SANGUÍNEOS
45
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
46
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
47
AUTOATIVIDADE
HISTOLOGIA FUNÇÃO
ARTÉRIA
VEIA
CAPILAR
FONTE: A autora
48
c) ( ) A pressão em seu interior, normalmente, é maior que nas artérias.
d) ( ) Distribuem-se por todo o corpo, entrando e saindo do coração.
e) ( ) Levam o sangue para dentro do coração e suas paredes são mais finas
que as paredes das artérias.
49
50
UNIDADE 1
TÓPICO 4
SISTEMA RESPIRATÓRIO
1 INTRODUÇÃO
O sistema respiratório é formado por um conjunto de órgãos responsáveis
pela absorção de oxigênio e a eliminação do gás carbônico ou dióxido de carbono,
resultante de oxidações celulares. O sistema respiratório pode ser dividido em
duas partes, que serão apresentadas a seguir.
51
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
Cavidade nasal
Narinas
Faringe
Cavidade oral
Traqueia
Laringe
Carina da
Traqueia
Brônquio
principal
(primário)
direito
Brônquio
Pulmão principal
direito (primário)
esquerdo
Pulmão esquerdo
Diafragma
52
TÓPICO 4 | SISTEMA RESPIRATÓRIO
DICAS
VOCÊ SABIA?
3 NARIZ
No estudo do nariz incluem-se: nariz externo, cavidade nasal e seios
paranasais. Essas estruturas permitem a passagem do ar e trabalham em conjunto
com o objetivo de aquecer, umidificar e filtrar o ar inspirado, além de receber as
lágrimas, secreções da mucosa nasal e paranasal. O nariz também é um órgão
importante, pois apresenta células especializadas que participam do sentido da
olfação.
A cavidade nasal inicia nas narinas e vai até as coánas, local em que inicia a
parte nasal da faringe. Essa cavidade está dividida em direita e esquerda por uma
peça formada de cartilagem e osso (vômer e lâmina perpendicular do etmoide),
o septo nasal.
53
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
4 FARINGE
É um tubo localizado posteriormente à cavidade nasal e cavidade oral, que
inicia nas coanas e continua inferiormente com o esôfago. A faringe, conhecida
popularmente como garganta, permite a passagem de ar até a laringe e alimentos
sólidos e líquidos até o esôfago. Está dividida, anatomicamente, em três partes:
• Parte Nasal da Faringe: esta porção se inicia nas coánas e segue até o palato
mole. Nesta região encontramos as tonsilas faríngeas e duas aberturas, os ostios
faríngeos da tuba auditiva, que permitem uma comunicação da tuba auditiva
com a faringe a fim de igualar as pressões interna e externa.
• Parte Oral da Faringe: segue do palato mole até o nível do osso hioide e se
comunica com a cavidade oral pelas fauces (local de comunicação entre a boca
e a garganta). Nesta região observamos a tonsila palatina, na fossa tonsilar,
localizada entre os arcos palatoglosso e palatofaríngeo.
• Parte Laríngea da Faringe: é a região que se comunica com a laringe e está
situada desde o osso hioide até a porção inicial do esôfago (TORTORA, 2007).
54
TÓPICO 4 | SISTEMA RESPIRATÓRIO
5 LARINGE
É um cilindro formado por nove anéis cartilaginosos que conduzem
a passagem do ar inalado até a traqueia. Tem início em nível de C IV (quarta
vértebra cervical) e se estende até C VII (sétima vértebra cervical), sendo uma
estrutura pequena localizada entre a boca e a traqueia (MARTINI; TIMMONS;
TALLITSCH, 2009). Suas cartilagens se apresentam em três pares (aritenoidea,
corniculada e cuneiforme) e três ímpares (epligótica, cricoidea e tireoidea).
6 TRAQUEIA
Localizada anteriormente ao esôfago, desde a laringe até a quinta vértebra
torácica, onde se divide para originar os dois brônquios principais direito e
esquerdo (Figura 32). É formada por 16 a 20 anéis de cartilagem hialina em forma
de “C” e é responsável pela condução do ar.
55
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
7 BRÔNQUIOS E BRONQUÍOLOS
Originam-se a partir da ramificação da traqueia em brônquio principal
direito e esquerdo, que segue em direção ao pulmão direito e esquerdo. Ao
penetrar no pulmão, o brônquio principal direito se ramifica em três brônquios
lobares, um para cada lobo pulmonar e o brônquio principal esquerdo origina dois
brônquios lobares, uma vez que o pulmão esquerdo apresenta apenas dois lobos.
Os brônquios lobares se ramificam conforme penetram nos pulmões, originando
os brônquios segmentares, que originam os bronquíolos terminais (Figura 33).
Estes, ao se ramificarem, dão origem aos bronquíolos respiratórios que, enfim,
chegam até os alvéolos pulmonares (unidades funcionais dos pulmões) através
dos ductos alveolares. Os alvéolos são pequenas bolsas de células epiteliais
achatadas que possuem capilares sanguíneos. É o local onde ocorre o encontro
entre o ar atmosférico e o sangue circulante.
8 PULMÕES
Os pulmões são órgãos esponjosos, localizados na cavidade torácica,
lateralmente ao coração (Figura 34). Eles se estendem desde a região superior das
clavículas até o diafragma. Cada pulmão se encontra envolvido por uma dupla
membrana, a pleura. O folheto externo, aderido à parede da cavidade torácica, é
denominado pleura parietal e o outro folheto aderido ao pulmão chama-se pleura
visceral. Entre a pleura parietal e a visceral existe uma cavidade, a cavidade pleural,
que está preenchida pelo líquido pleural. Este líquido permite os movimentos
dos pulmões durante a inspiração e a expiração e impede que as duas pleuras
entrem em contato (colapso).
56
TÓPICO 4 | SISTEMA RESPIRATÓRIO
Em cada pulmão identificamos uma face costal que está em contato com
as costelas na sua região anterior e com os corpos vertebrais posteriormente. Uma
face mediastinal (região medial) esta voltada para o mediastino, contendo o hilo
(local onde chegam e saem os vasos sanguíneos e os brônquios) e, por fim, uma
face diafragmática côncava, que forma a base do pulmão.
57
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
FIGURA 34 – PULMÕES
Limite entre as
cavidades pleurais
direita e esquerda
Lobo
superior PULMÃO
PULMÃO ESQUERDO
DIREITO
Lobo superior
FACES COSTAIS
Ápice do pulmão
Lobo
superior
Lobo superior
Fissura
horizontal
Lobo
médio Incisura
Lobo cardíaca
inferior
Fissura oblíqua Lobo
inferior
Base do pulmão
PULMÃO DIREITO PULMÃO ESQUERDO
FACES MEDIASTINAIS
Ápice do pulmão
Brônquio lobar superior
Lobo Lobo
superior Artéria pulmonar
superior
Brônquio lobar Impressão
médio aórtica
Brônquio lobar
Veias superior Veias
pulmonares pulmonares
Brônquio lobar
Fissura inferior
horizontal Impressão
Lobo Hilo do cardíaca
médio pulmão Lobo
Fissura Lobo Fissura
oblíqua inferior inferior oblíqua
Impressão Face
esofágica Base do pulmão diafragmática
58
TÓPICO 4 | SISTEMA RESPIRATÓRIO
59
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
Bronquíolo respiratório
Dúctulo alveolar
Músculo liso Alvéolos
Alvéolo
Sáculo alveolar
Fibras elásticas Sáculo alveolar
Dúctulo alveolar
Vasos
capilares
(b) MEV dos alvéolos pulmonares
(a) Organização alveolar
Pneumócito Pneumócito
tipo II tipo I
Macrófago alveolar
Lâminas Epitélio Surfactante
basais alveolar
Vaso fundidas
capilar
Espaço aéreo alveolar
Célula (cavidade do alvéolo)
endotelial (d) Membrana respiratória (alveolocapilar)
de capilar
Entre o sangue e a luz dos alvéolos, existe uma membrana que mede cerca
de 0,5 µm de espessura, a membrana respiratória (Figura 34). Esta membrana é
formada por quatro camadas:
60
TÓPICO 4 | SISTEMA RESPIRATÓRIO
61
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
62
TÓPICO 4 | SISTEMA RESPIRATÓRIO
11 TRANSPORTE DE GASES
O oxigênio é transportado no sangue ligado à hemoglobina das hemácias.
A hemoglobina é uma proteína tetramérica que apresenta quatro grupos HEME,
cada um contém um átomo de ferro, que se liga a uma molécula de oxigênio.
63
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
64
TÓPICO 4 | SISTEMA RESPIRATÓRIO
DICAS
FIQUE LIGADO!
Bebês que nascem antes da 28ª semana de desenvolvimento podem apresentar a Síndrome
do Desconforto Respiratório (SDR). Nesta síndrome ocorre um colabamento (fechamento)
dos alvéolos na expiração devido à falta de surfactante, que começa a ser produzido na 20a
semana, mas atinge seu pico por volta da 35ª semana. Para saber mais sobre o assunto, leia
o artigo disponível neste link:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_saude_recem_nascido_profissionais_v3.pdf>.
65
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
LEITURA COMPLEMENTAR
Na maioria dos casos, a mãe apresenta Rh- e o pai Rh+ e o bebê herda o
caráter do pai, sendo Rh+ e gerando uma incompatibilidade com o Rh materno. Na
primeira gestação em que o feto é Rh+, a mãe é sensibilizada e produz anticorpos
contra o antígeno D, não acarretando problemas para o feto. Em uma segunda
gestação na qual a criança seja Rh+, os anticorpos atravessam a membrana
placentária e se ligam aos eritrócitos fetais, iniciando o processo hemolítico. O
grau de hemólise vai depender da quantidade de anticorpos produzidos pela
mãe. Essa hemólise fetal gera patologias como edema generalizado, paralisia
cerebral, alterações hepáticas, anemias, icterícia, podendo levar à morte durante
ou após o nascimento (DA SILVA et al., 2016).
66
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• O nariz está constituído pelo nariz externo, cavidade nasal e seios paranasais.
• A faringe é dividida em três regiões: parte nasal da faringe, parte oral da faringe
e parte laríngea da faringe.
67
AUTOATIVIDADE
68
III- O oxigênio, ligado à hemoglobina, fica indisponível para as células e desse
modo o sangue materno chega à placenta com taxas reduzidas de oxigênio.
IV- A constrição dos vasos sanguíneos maternos diminui o aporte de sangue à
placenta, e desse modo se reduz a quantidade de oxigênio e nutrientes que
chegam ao feto.
V- Com menos oxigênio e menos nutrientes, o desenvolvimento do feto é mais
lento e a criança chegará ao final da gestação com peso abaixo do normal.
a) ( ) A afirmação II também está correta, mas esta não tem por consequência
o contido na afirmação III.
b) ( ) As afirmações II e III também estão corretas, e ambas têm por
consequência o contido na afirmação V.
c) ( ) A afirmação III também está correta, mas esta não tem por consequência
o contido na afirmação V.
d) ( ) A afirmação IV também está correta e tem por consequência o contido
na afirmação V.
e) ( ) As afirmações II, III e IV estão corretas e têm por consequência o contido
na afirmação V.
a) ( ) Brônquio.
b) ( ) Bronquíolo.
c) ( ) Traqueia.
d) ( ) Alvéolos.
e) ( ) Laringe.
69
70
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 3 – ENCÉFALO
71
72
UNIDADE 2
TÓPICO 1
TECIDO NERVOSO
1 INTRODUÇÃO
O sistema nervoso é constituído por bilhões de neurônios e possui
inúmeras atribuições, dentre elas: capacitar o organismo a perceber as variações
entre o meio (interno e externo); difundir as modificações que essas variações
produzem e executar as respostas adequadas para que seja mantido o equilíbrio
interno do corpo (homeostase). Está envolvido na coordenação e regulação das
funções corporais. O sistema nervoso está organizado em Sistema Nervoso
Central e Sistema Nervoso Periférico. O Sistema Nervoso Central (SNC) é aquele
que se localiza dentro da cavidade craniana (que contém o encéfalo) e do canal
vertebral (que contém a medula espinal). Essa estrutura recebe, analisa, integra
informações e, além disso, é responsável pela tomada de decisões e o envio de
comandos (ordens). Já o Sistema Nervoso Periférico (SNP) envolve todo o tecido
nervoso localizado fora do SNC. Está constituído por nervos, gânglios e raízes
nervosas. Os nervos são estruturas constituídas por axônios de neurônios e
envoltórios de tecido conjuntivo, podendo ser cranianos ou espinhais. Os nervos
cranianos são compostos de 12 pares conectados no tronco encefálico, enquanto 31
pares de nervos espinhais estão conectados na medula espinal e são responsáveis
por fazer a conexão da periferia do corpo com o SNC. Os gânglios, por sua vez,
são aglomerados de neurônios envoltos por uma cápsula de tecido conjuntivo,
localizados fora do SNC. As terminações nervosas monitoram alterações no
ambiente externo ou interno (TORTORA; DERRICKSON, 2017).
73
UNIDADE 2 | SISTEMA NERVOSO CENTRAL
FONTE: A autora
FONTE: A autora
74
TÓPICO 1 | TECIDO NERVOSO
2.1 NEURÔNIOS
Como as células musculares, os neurônios (células nervosas) possuem
excitabilidade elétrica, a capacidade de responder a estímulos e
convertê-los em um potencial de ação. Um estímulo é qualquer mudança
no ambiente forte o suficiente para iniciar um potencial de ação. Um
potencial de ação ou impulso nervoso é um sinal elétrico que se propaga
(viaja) ao longo da superfície da membrana de um neurônio ou de uma
fibra muscular (TORTORA; DERRICKSON, 2017, p. 238).
Núcleo
(a) Espinho
Axônio (região dendrítico
Nucléolo geradora e condutora Direção do
de impulsos) impulso
Corpúsculos Nó de Ranvier
de Nissl
Terminais axonais
Cone axônico Célula de (componente de secretor)
Schwann
Neurilema (um internodo)
(bainha de
(b) Schwann) Ramificações
terminais (telodendro)
75
UNIDADE 2 | SISTEMA NERVOSO CENTRAL
76
TÓPICO 1 | TECIDO NERVOSO
2.2 NEURÓGLIA
A neuróglia constitui o conjunto de células do tecido nervoso, exceto os
neurônios, representando aproximadamente metade do volume celular do SNC.
Os primeiros histologistas acreditavam que a neuróglia funcionava como uma
cola que mantinha o tecido nervoso coeso, daí o seu nome glia = cola (grego).
Atualmente, sabe-se que a neuróglia é um conjunto de células que desempenha
funções importantíssimas para o tecido nervoso, sendo menores, porém muito
mais numerosas do que os neurônios. A neuróglia não conduz estímulos nervosos
e possui capacidade de se dividir após o nascimento. Em situações de dano ao
tecido nervoso, o local antes ocupado por neurônios passa a ser substituído por
células da glia, que se proliferam na região em que houve a lesão, uma maneira
de “cicatrizar” o tecido. Além disso, dá suporte físico, nutricional aos neurônios e
realiza a sua proteção (TORTORA; DERRICKSON, 2017).
FIGURA 5 – NEURÓGLIA
77
UNIDADE 2 | SISTEMA NERVOSO CENTRAL
NOTA
VOCÊ SABIA?
78
TÓPICO 1 | TECIDO NERVOSO
FONTE: A autora
3 POTENCIAL DE AÇÃO
Os potenciais de ação são o meio de comunicação e transmissão da
informação entre os neurônios. A membrana plasmática dos neurônios é
polarizada, ou seja, ela apresenta uma diferença de carga do meio externo e
interno. Em repouso, o lado interno da membrana apresenta um potencial de
-70 mV, esse potencial é denominado potencial de membrana de repouso e surge
porque a concentração de íons sódio, que tem carga positiva, é maior no meio
extracelular. A concentração de potássio (carga positiva), íons fosfato (carga
negativa) e aminoácidos (carga negativa) é maior no meio intracelular (MARTINI;
TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
79
UNIDADE 2 | SISTEMA NERVOSO CENTRAL
80
TÓPICO 1 | TECIDO NERVOSO
81
UNIDADE 2 | SISTEMA NERVOSO CENTRAL
O influxo de sódio faz com que a membrana à frente sofra uma modificação
na sua voltagem, ocasionando a abertura de outros canais de sódio e, assim,
sucessivamente, permitindo que o estímulo se propague por todo o axônio
até chegar ao terminal axonal. Nos axônios amielínicos, o estímulo se propaga
de forma contínua, como descrito anteriormente. Já nos axônios mielínicos, a
propagação dos estímulos é saltatória. A despolarização da membrana ocorre nos
nodos de Ranvier, regiões do axônio em que não há bainha de mielina, tornando a
propagação do estímulo mais rápida (TORTORA; DERRICKSON, 2017).
Nó de Ranvier
ATENCAO
82
TÓPICO 1 | TECIDO NERVOSO
4 SINAPSE
É uma junção especializada, em que um terminal axonal faz contato com
outro neurônio ou tipo celular. As sinapses podem ser elétricas ou químicas,
sendo que grande parte das sinapses são químicas, nas quais ocorre a liberação
de moléculas denominadas neurotransmissores.
83
UNIDADE 2 | SISTEMA NERVOSO CENTRAL
5 NEUROTRANSMISSORES
Os neurotransmissores são substâncias químicas que atuam como
mensageiros da comunicação entre os neurônios. A maioria dos neurotransmissores
é produzido pelos neurônios no corpo celular e então são empacotados em
vesículas e encaminhados até o terminal axonal, no qual ficam armazenados até
chegar um estímulo nervoso.
84
TÓPICO 1 | TECIDO NERVOSO
ATENCAO
FIQUE LIGADO!!!
85
UNIDADE 2 | SISTEMA NERVOSO CENTRAL
6 MENINGES
As meninges são três envoltórios de tecido conjuntivo que envolvem o
encéfalo e a medula espinal, sendo denominadas pia-máter, aracnoide e dura-
máter. Essas membranas são extremamente importantes, uma vez que conferem
proteção, estabilidade e absorção de impactos aos órgãos do sistema nervoso
central (TORTORA, 2007).
86
TÓPICO 1 | TECIDO NERVOSO
Ligamento Dura-máter
denticulado
Aracnoide-máter
(rebatida)
Dura-máter
(rebatida) (c) Vista posterior
Vasos sanguíneos
espinais Dura-máter
ANTERIOR Aracnoide-máter
Raiz posterior Espaço
do sexto nervo Corpo
vertebral subaracnoideo
cervical
Pia-máter Gânglio visceral
Raiz anterior (simpático)
do sexto Raiz
nervo cervical anterior
Ramos de nervo
comunicantes espinal
(a) Vista anterior
Ramo
anterior
Medula Ramo
espinal posterior
Medula espinal
Tecido adiposo Gânglio
no espaço epidural Ligamento sensitivo de
denticulado nervo espinal
POSTERIOR
Parte pial do
filamento terminal (d) Vista seccional
Espaço subaracnoideo
contendo líquido cerebrospinal
Vértebra L V e raízes de nervos espinais
Parte dural do
filamento terminal
Vértebra S II
(b) RM, vista seccional
87
UNIDADE 2 | SISTEMA NERVOSO CENTRAL
88
TÓPICO 1 | TECIDO NERVOSO
89
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Toda parte do sistema nervoso que está localizada fora do sistema nervoso
central, constitui o sistema nervoso periférico.
90
• Acetilcolina, noradrenalina, serotonina, glutamato, óxido nítrico, ácido gama-
aminobutírico e glicina são alguns exemplos de neurotransmissores.
91
AUTOATIVIDADE
92
Os cientistas descobriram que em muitas doenças do sistema nervoso
a quantidade desses neurotransmissores pode estar alterada. Dadas as
afirmações sobre o assunto, analise as seguintes sentenças.
Está(ão) correta(s):
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) II, apenas.
c) ( ) III, apenas.
d) ( ) I e III.
e) ( ) I, II e III.
93
94
UNIDADE 2 TÓPICO 2
MEDULA ESPINAL
1 INTRODUÇÃO
Localizada no interior do canal vertebral, a medula espinal é responsável
por receber os estímulos provenientes da periferia do corpo e encaminhar às
regiões superiores (encéfalo). Da mesma forma, a medula espinal envia as
respostas elaboradas no encéfalo para as regiões periféricas do corpo.
95
UNIDADE 2 | SISTEMA NERVOSO CENTRAL
96
TÓPICO 2 | MEDULA ESPINAL
NOTA
VOCÊ SABIA???
FO N T E : < h t t p s : / / w w w. m s d m a n u a l s .c o m / p t- b r / p ro f i s s i o n a l / d i s t % C 3 % B A rb i o s -
neurol%C3%B3gicos/exames-e-procedimentos-neurol%C3%B3gicos/pun%C3%A7%C3%A3o-
lombar-pun%C3%A7%C3%A3o-espinhal>. Acesso em: 28 ago. 2019.
97
UNIDADE 2 | SISTEMA NERVOSO CENTRAL
98
TÓPICO 2 | MEDULA ESPINAL
99
UNIDADE 2 | SISTEMA NERVOSO CENTRAL
100
TÓPICO 2 | MEDULA ESPINAL
101
UNIDADE 2 | SISTEMA NERVOSO CENTRAL
102
TÓPICO 2 | MEDULA ESPINAL
NOTA
VOCÊ SABIA?
Que os reflexos podem ser utilizados para o diagnóstico de problemas do sistema nervoso?
FONTE:<http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1189/propedeutica_neurologica.
htm>. Acesso em: 28 ago. 2019.
103
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
a) ( ) A medula espinal.
b) ( ) O encéfalo.
c) ( ) Os músculos flexores do braço.
d) ( ) As terminações sensoriais de calor na ponta dos dedos.
e) ( ) As terminações sensoriais de dor na ponta dos dedos.
FONTE: A autora
I II III
A Sinapse Neurônio motor Neurônio sensitivo
B Sinapse Neurônio motor Neurônio misto
C Sinapse Neurônio misto Neurônio sensitivo
D Sinapse Neurônio sensitivo Neurônio motor
E Sinapse Neurônio sensitivo Neurônio misto
105
4 Macroscopicamente, a medula espinal apresenta diversos sulcos, sendo que
um deles é mais profundo, denominado de:
106
UNIDADE 2 TÓPICO 3
ENCÉFALO
1 INTRODUÇÃO
O encéfalo, órgão central do sistema nervoso, está localizado na cavidade
craniana, envolto e protegido pelas meninges e pelos ossos do crânio. É no
encéfalo que tomamos consciência dos estímulos provenientes do meio externo,
elaboramos as respostas adequadas para cada estímulo, e é nele, também, que
enxergamos, ouvimos, pensamos, sentimos fome.
FIGURA 17 – ENCÉFALO
107
UNIDADE 2 | SISTEMA NERVOSO CENTRAL
2 TRONCO ENCEFÁLICO
O tronco encefálico é a região do encéfalo localizada entre a medula espinal
e o diencéfalo. Situa-se anteriormente ao cerebelo e é responsável pela conexão
entre a medula espinal e as regiões encefálicas superiores. Na substância branca
do tronco encefálico, encontramos os tratos provenientes da medula espinal e
de outras regiões do encéfalo. Além disso, aglomerados de corpos celulares de
neurônios, denominados núcleos, são encontrados no interior da substância
branca e constituem a substância cinzenta do tronco encefálico. Vários núcleos
do tronco encefálico são responsáveis por receber e/ou enviar fibras dos nervos
cranianos, uma vez que dos 12 pares de nervos cranianos, 10 estão conectados aos
núcleos do tronco encefálico (discutido adiante, na próxima unidade).
108
TÓPICO 3 | ENCÉFALO
2.1 BULBO
Também denominado medula oblonga devido a sua continuidade com a
medula espinal, essa região forma a parte inferior do tronco encefálico, medindo
cerca de 3 cm. Na face anterior do bulbo, encontramos saliências denominadas
pirâmides, as quais são formadas pelas fibras motoras provenientes do encéfalo
que cursam em direção à medula espinal. Um pouco acima da junção entre o
bulbo e a medula espinal, 90% das fibras da pirâmide direita cruzam para a
esquerda e vice-versa, em uma região denominada decussação das pirâmides.
Assim, o lado direito do cérebro controla os movimentos do lado esquerdo do
corpo e os movimentos do lado esquerdo são controlados pelo lado direito do
cérebro (TORTORA, 2007).
109
UNIDADE 2 | SISTEMA NERVOSO CENTRAL
FIGURA 19 – BULBO
2.2 PONTE
Localizada entre o bulbo e o mesencéfalo, medindo cerca de 2,5 cm, a
ponte possui um importante papel no controle da respiração. Possui uma série de
estrias transversas, as quais são formadas por fibras nervosas. Sua região anterior
apresenta um sulco, o sulco basilar, o qual aloja a artéria basilar. Outro sulco, o
sulco bulbopontino, marca o limite entre a ponte e o bulbo (TORTORA, 2007).
FIGURA 20 – PONTE
110
TÓPICO 3 | ENCÉFALO
2.3 MESENCÉFALO
O mesencéfalo (encéfalo médio) mede cerca de 2,5 cm e é a porção
superior do tronco encefálico. Todos os estímulos que chegam e saem do cérebro
passam pelo mesencéfalo. No seu interior passa um estreito canal, o aqueduto do
mesencéfalo, o qual une o terceiro ao quarto ventrículo.
FIGURA 21 – MESENCÉFALO
111
UNIDADE 2 | SISTEMA NERVOSO CENTRAL
E
IMPORTANT
FIQUE LIGADO!
FONTE:<http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2014/abril/02/pcdt-doenca-
parkinson-republicado-livro-2010.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2019.
3 CEREBELO
O cerebelo, localizado posteriormente à ponte e ao bulbo, é formado por
dois hemisférios cerebelares. Participa na regulação do tônus muscular e postura,
planejamento de movimentos voluntários e aprendizagem motora. O cerebelo
está separado do cérebro pelo tentório do cerebelo (uma prega da dura-máter)
e pela fissura transversa do cérebro (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
112
TÓPICO 3 | ENCÉFALO
FIGURA 22 – CEREBELO
Uma vez que o cerebelo está envolvido com o controle dos movimentos,
uma disfunção cerebelar leva à realização de movimentos incoordenados,
denominados ataxia cerebelar. Várias condições podem levar a uma ataxia, como
um traumatismo craniano, um acidente vascular cerebral e até mesmo o consumo
de álcool. Em alguns casos, também é comum os pacientes apresentarem dismetria,
que é a incapacidade de calcular a distância de determinado objeto, passando ou
não alcançando este, sendo que a mão oscila para os lados até que o paciente
consiga encostar o objeto em questão (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
113
UNIDADE 2 | SISTEMA NERVOSO CENTRAL
4 DIENCÉFALO
Em continuidade com o mesencéfalo temos o diencéfalo, parte do
cérebro que se estende do tronco encefálico até o telencéfalo e circunda o terceiro
ventrículo. Está constituído pelo tálamo, hipotálamo e epitálamo.
FIGURA 23 – DIENCÉFALO
4.1 TÁLAMO
O tálamo ocupa a maior parte do diencéfalo e está constituído por duas
massas de substância cinzenta formadas por vários núcleos, que funcionam como
uma estação retransmissora que processa os estímulos sensoriais que se projetam
para o córtex cerebral e estímulos motores provenientes do córtex cerebral para o
tronco encefálico e a medula espinal. Dessa maneira, o tálamo filtra a informação
sensitiva e apenas uma pequena parte dessa informação é enviada aos centros
superiores (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
114
TÓPICO 3 | ENCÉFALO
4.2 HIPOTÁLAMO
O hipotálamo é uma pequena porção do diencéfalo, localizado
inferiormente ao tálamo e acima da glândula hipófise. Este participa na regulação
do sistema nervoso autônomo, da hipófise (ligação entre o sistema nervoso e
o sistema endócrino), da temperatura corporal, da ingestão de alimentos, do
equilíbrio hídrico e do sono. Região envolvida na emoção e no comportamento
sexual, sendo o principal centro integrador das atividades dos órgãos viscerais.
Vários núcleos estão organizados em quatro regiões, conforme destaca Tortora
(2007), os quais formam o hipotálamo, sendo estes:
115
UNIDADE 2 | SISTEMA NERVOSO CENTRAL
4.3 EPITÁLAMO
A glândula pineal forma grande parte do epitálamo, localizado na região
posterior do terceiro ventrículo. Essa glândula secreta um hormônio, a melatonina,
que participa na regulação do ritmo circadiano (o nosso relógio biológico).
5 TELENCÉFALO
O telencéfalo é a maior região do encéfalo e é formado pelo córtex cerebral,
substância branca subjacente e núcleos da base. Contém estruturas associadas às
funções sensoriais e motoras superiores e à consciência. Apresenta uma massa
com cerca de 1,4 kg e 35 bilhões de neurônios. Possui sulcos (depressões rasas)
e giros (pequenas saliências) para permitir que o cérebro esteja suficientemente
compacto para ser acondicionado na calota craniana, que não acompanha o seu
crescimento. O córtex cerebral é responsável por realizar diversas funções, para
tanto necessita de uma grande quantidade de neurônios (TORTORA, 2007).
116
TÓPICO 3 | ENCÉFALO
FIGURA 24 – CÉREBRO
117
UNIDADE 2 | SISTEMA NERVOSO CENTRAL
NOTA
VOCÊ SABIA?
118
TÓPICO 3 | ENCÉFALO
119
UNIDADE 2 | SISTEMA NERVOSO CENTRAL
• Núcleo caudado: formado por uma cabeça e uma cauda que se curva ao longo
da borda do ventrículo lateral.
• Putame: junto ao núcleo caudado realiza o controle dos movimentos dos
membros superiores e inferiores entre o início e o término do movimento.
• Globo pálido: realiza o controle do tônus muscular dos músculos dos
membros superiores e inferiores, com o objetivo de “posicionar” o membro
para a realização de determinada tarefa.
120
TÓPICO 3 | ENCÉFALO
Corpo caloso
Ventrículo lateral
(corno frontal)
Cabeça do
núcleo caudado Septo
pelúcido
Cápsula interna Fórnice
(margem
Putame seccionada)
Tálamo Terceiro
Plexo corióideo ventrículo
Cabeça do Glândula pineal Fórnice
núcleo caudado
Núcleo
lentiforme Ventrículo lateral
(corno occipital)
Cauda do
núcleo caudado
Tálamo
Ventrículo
lateral Corpo caloso
Cabeça do
núcleo caudado Septo pelúcido
Cápsula interna
Claustro
Sulco lateral
Lobo insular
Comissura anterior
Putame
Núcleo
lentiforme Globo
pálido Extremidade do corno
temporal do ventrículo
Corpo amigdalóide lateral
(d) Secção coronal
121
UNIDADE 2 | SISTEMA NERVOSO CENTRAL
122
TÓPICO 3 | ENCÉFALO
5.4 VENTRÍCULOS
Os ventrículos são quatro cavidades localizadas no interior do encéfalo.
Dois ventrículos laterais ocupam a região central de cada hemisfério cerebral.
No diencéfalo estão localizados o terceiro e o quarto ventrículos, os quais
ficam no tronco encefálico, passando pela ponte e pelo bulbo. Um pequeno
canal denominado forame interventricular comunica os ventrículos laterais
com o terceiro ventrículo, o qual, através de um estreito canal que passa pelo
mesencéfalo, o aqueduto do mesencéfalo, se comunica com o quarto ventrículo.
O quarto ventrículo está em continuidade com o canal central da medula espinal.
FIGURA 29 – VENTRÍCULOS
123
UNIDADE 2 | SISTEMA NERVOSO CENTRAL
NOTA
Quanto antes o paciente for atendido, menor será a gravidade e as chances de apresentar
sequelas. O tempo de recuperação de cada paciente é variável e depende de diversos fatores
como: extensão da lesão, idade do paciente, tempo entre a realização do diagnóstico e início
das intervenções, presença de outros problemas de saúde ou comorbidades e tipo de AVC.
Os AVCs podem ser classificados em dois tipos, quando ocorre a obstrução do vaso
sanguíneo, o AVC é denominado isquêmico. Nos casos em que há ruptura do vaso, o AVC é
hemorrágico, sendo que estes representam apenas 10% a 20% do total de AVCs.
Alguns fatores de risco como hipertensão arterial, tabagismo, colesterol elevado, doença
cardíaca, ataques isquêmicos transitórios, obesidade, diabetes e consumo elevado de álcool
podem contribuir para o desencadeamento de um AVC.
124
TÓPICO 3 | ENCÉFALO
LEITURA COMPLEMENTAR
MENINGITE
125
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• O tálamo ocupa a maior parte do diencéfalo e está constituído por duas massas
de substância cinzenta formadas por vários núcleos que funcionam como uma
estação retransmissora de estímulos.
126
• A maior parte do epitálamo é formado pela glândula pineal, a qual secreta um
hormônio, a melatonina, que participa na regulação do ritmo circadiano.
• Cinco lobos formam o telencéfalo: lobo frontal, lobo parietal, lobo occipital,
lobo temporal e lobo da ínsula.
127
AUTOATIVIDADE
a) ( ) 2, 1, 3,4.
b) ( ) 4, 3, 2, 4.
c) ( ) 2, 3, 1, 4.
d) ( ) 2, 4, 1, 3.
e) ( ) 3, 1, 4, 2.
a) ( ) Memória e inteligência.
b) ( ) Mastigação, deglutição, fonação.
c) ( ) Coordenação motora, postura e equilíbrio.
d) ( ) Visão, audição e olfato.
e) ( ) Temperatura corporal, sono e apetite.
128
d) ( ) Apenas as alternativas III, IV e V estão corretas.
e) ( ) Todas as alternativas estão corretas.
a) ( ) Tálamo.
b) ( ) Hipotálamo.
c) ( ) Epitálamo.
d) ( ) Bulbo.
e) ( ) Cerebelo.
129
clareamento da pele destes animais. A melatonina é sintetizada a partir da
serotonina na seguinte sequência de reações: conversão do triptofano em
serotonina; conversão da serotonina em N-acetilserotonina; conversão da
N-acetilserotonina em melatonina. Sua secreção ocorre exclusivamente à
noite, iniciando-se cerca de duas horas antes do horário habitual de dormir e
atingindo níveis plasmáticos máximos entre 3 e 4 horas, variando de acordo
com o cronótipo do indivíduo. Depois de secretada, se distribui por vários
tecidos corporais, não é estocada e possui alta solubilidade em lipídios. A
melatonina é produzida naturalmente pela glândula:
a) ( ) Pineal.
b) ( ) Tireoide.
c) ( ) Hipotálamo.
d) ( ) Tálamo.
e) ( ) Hipófise.
130
UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
131
132
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
O sistema nervoso somático é responsável pela inervação dos músculos
estriados esqueléticos, sendo que temos controle sobre ele. Por exemplo, quando
queremos pegar um objeto com as mãos, nosso comando para o cérebro faz com
que os neurônios motores do sistema nervoso somático enviem sinais para a
contração dos músculos do membro superior responsável por realizar a ação.
Nesse caso, dizemos que o controle é voluntário, pois depende da nossa vontade.
2 NERVOS
Os nervos são aglomerados de fibras nervosas (axônios de neurônios)
envolvidos por vários revestimentos de tecido conjuntivo. Cada fibra nervosa
é formada por um conjunto de axônios de neurônios envolvidos pelas células
de Schwann (visto anteriormente na Unidade 2). No SNC, as fibras nervosas
(nesse caso envolvidas pelos oligodendrócitos) formam os feixes ou tratos da
substância branca. No SNP, as fibras dão origem aos nervos. Lembrando que
os nervos podem ser mielínicos, quando apresentam bainha de mielina, ou
amielínicos, quando a bainha de mielina está ausente. Devido à bainha de mielina
ter uma constituição lipídica, ela garante o aspecto esbranquiçado dos nervos
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018).
133
UNIDADE 3 | SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
FIGURA 1 – NERVO
FONTE: A autora
NOTA
VOCÊ SABIA?
134
TÓPICO 1 | SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO
135
UNIDADE 3 | SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
136
TÓPICO 1 | SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO
137
UNIDADE 3 | SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
E
IMPORTANT
138
TÓPICO 1 | SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO
• Nervo trigêmeo (V): é o maior nervo craniano. É um nervo misto, ou seja, possui
tanto fibras sensitivas (aferentes) quanto motoras (eferentes). Como o próprio
nome diz, o nervo trigêmeo possui três ramos principais: o ramo oftálmico
(puramente sensitivo) inerva as regiões superiores da cabeça (estruturas
da órbita, cavidade nasal, seios paranasais, a pele da testa, sobrancelhas,
pálpebras e nariz); o ramo maxilar (exclusivamente sensitivo) inerva a região
média da cabeça (pálpebra inferior, lábio superior, bochecha e nariz); e o ramo
mandibular (misto) possui fibras motoras responsáveis por inervar os músculos
da mastigação e fibras sensitivas que suprem estruturas da região inferior da
cabeça (pele da região temporal, região lateral da mandíbula, dentes, gengiva,
algumas glândulas salivares e a região anterior da língua).
139
UNIDADE 3 | SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
• Nervo glossofaríngeo (IX): o nono par de nervos cranianos é misto. Sua porção
sensitiva é responsável por transmitir informações da faringe e do palato mole,
além da percepção gustativa. Já a porção motora controla os músculos da
deglutição localizados na faringe.
• Nervo vago (X): é um nervo misto, sendo que a parte sensitiva inerva parte
da orelha, o músculo diafragma e fornece informação gustativa da faringe.
Porém, grande parte das fibras aferentes do nervo vago fornecem informações
sensoriais de vísceras das vias respiratórias e abdominais. Suas fibras motoras
suprem o músculo do coração, a musculatura lisa e glândulas das vias
respiratórias, do estômago, intestinos e vesícula biliar.
• Nervo acessório (XI): sua função é exclusivamente motora, sendo responsável
por inervar os músculos da deglutição (palato mole e faringe) e a musculatura
intrínseca das cordas vocais (laringe). Além de suprir os músculos
esternocleidomastoideo e trapézio.
• Nervo hipoglosso (XII): é um nervo puramente motor. Suas fibras são
responsáveis por realizar a inervação da musculatura estriada da língua,
realizando o controle voluntário dos movimentos da língua.
Nervo trigêmeo (N V)
Nervo abducente (N VI)
Nervo facial (N VII)
Nervo
vestibulococlear (N VIII)
Nervo
glossofaríngeo (N IX)
Ponte Nervo vago (N X)
Artéria
vertebral Nervo hipoglosso (N XII)
Cerebelo
Bulbo
Nervo acessório (N XI)
Medula (a) Vista inferior
espinal
(b) Vista inferior
140
TÓPICO 1 | SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO
NOTA
VOCÊ SABIA?
Que a poliomielite destrói os corpos celulares dos neurônios motores da medula espinal e
dos núcleos dos nervos cranianos?
141
UNIDADE 3 | SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
FONTE: A autora
142
TÓPICO 1 | SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO
3 GÂNGLIOS
Os gânglios são pequenos aglomerados de corpos celulares de neurônios
localizados fora do sistema nervoso central. Envolvendo os corpos celulares
encontram-se células de sustentação, as células satélites. Uma cápsula constituída
de tecido conjuntivo denso reveste os gânglios externamente.
143
UNIDADE 3 | SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
4 TERMINAÇÕES NERVOSAS
As terminações nervosas estão localizadas na extremidade distal dos
nervos (região distante da medula espinal). Essas estruturas têm por função
receber diferentes tipos de estímulos de órgãos internos e da superfície do corpo.
144
RESUMO DO TÓPICO 1
• Os nervos espinhais são formados por uma raiz sensitiva (aferente) e uma raiz
motora (eferente).
• As raízes motoras saem da medula espinal pela região anterior, no sulco lateral
anterior.
• Plexos são redes formadas pelos ramos anteriores dos nervos espinais, sendo
eles: plexo cervical, plexo braquial, plexo lombar e plexo sacral.
145
• Dermátomo é a área da pele que fornece influxo sensitivo para o sistema
nervoso central por meio de um par de nervos espinhais ou do nervo trigêmeo
(V).
146
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Audição.
b) ( ) Equilíbrio.
c) ( ) Olfato.
d) ( ) Paladar.
e) ( ) Visão.
a) ( ) Da medula espinhal.
b) ( ) Do encéfalo.
c) ( ) Dos músculos flexores do braço
d) ( ) Das terminações sensoriais de frio na ponta dos dedos.
e) ( ) Das terminações sensoriais de calor na ponta dos dedos.
147
148
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
O sistema nervoso autônomo faz parte do sistema nervoso periférico e,
como o nome sugere, seu controle é “autônomo”, ou seja, ele se autocontrola
de maneira independente da nossa vontade. É responsável pela inervação da
musculatura lisa visceral, músculo estriado cardíaco e glândulas, realizando
o controle das vísceras. Na maioria das vezes não percebemos as informações
sensitivas provenientes do sistema nervoso autônomo. Em algumas situações,
como no caso de uma lesão a determinado órgão interno, temos a percepção
de dor, que atua como um mecanismo de defesa, informando que algo não
está correto.
149
UNIDADE 3 | SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
Sistema Nervoso
Características Sistema Nervoso Somático
Autônomo
Conduz a informação das Conduz a informação
Inervação sensitiva terminações nervosas dos das terminações nervosas
sentidos somáticos e especiais. internas (interoceptores).
Regula as atividades
Realiza a contração
viscerais através da
Resposta motora dos músculos estriados
contração dos músculos liso
esqueléticos.
e cardíaco e das glândulas.
Não pode ser controlado de
Controle Seu controle é voluntário.
maneira voluntária.
Um neurônio sensitivo e
Um neurônio sensitivo e um dois neurônios motores,
Constituição
neurônio motor. organizados em série, um
após o outro.
Possui duas partes:
Partes Apenas uma.
simpática e parassimpática.
Acetilcolina (ACh) e
Neurotransmissores Acetilcolina (ACh).
Noradrenalina (NA).
150
TÓPICO 2 | SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
FONTE: <https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2012/04/120419_galeria_bufalosleoes_is>.
Acesso em: 2 set. 2019.
151
UNIDADE 3 | SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
152
TÓPICO 2 | SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
E
IMPORTANT
FIQUE LIGADO!
Uma resposta exagerada do sistema nervoso simpático pode ocasionar uma manifestação
clínica chamada de Disreflexia autônoma. Os pacientes com essa condição apresentam
hipertensão arterial, pele ruborizada (vermelha) e quente, ansiedade e hipertensão arterial.
Essa condição pode provocar convulsões, acidente vascular cerebral ou infarto, caso não seja
tratada rapidamente (TORTORA; DERRICKSON, 2017).
153
UNIDADE 3 | SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
154
TÓPICO 2 | SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
155
UNIDADE 3 | SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
156
TÓPICO 2 | SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
E
IMPORTANT
FIQUE LIGADO!
157
UNIDADE 3 | SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
SISTEMA
EFETOR SISTEMA SIMPÁTICO
PARASSIMPÁTICO
Glândula lacrimal Ligeira secreção lacrimal Secreção lacrimal
Olhos Dilatação da pupila Contração da pupila
Secreção de uma saliva espessa Secreção de uma saliva
Glândulas salivares
e pobre em enzimas fluida e rica em enzimas
Aumento da frequência Redução da frequência
Coração
cardíaca cardíaca
Pulmões Dilatação das vias aéreas Contração das vias aéreas
Medula da glândula
Secreção de AD e NA Nenhum efeito conhecido
adrenal
Diminuição da função Aumento da atividade
Sistema digestório
digestória digestória
Bexiga Inibe a micção Estímulo para a micção
Pênis Ejaculação Ereção
Estimula a contração em
Útero Mínimo efeito
mulheres grávidas
FONTE: A autora
NOTA
Não se sabe ao certo qual a causa da neuropatia diabética autônoma, mas acredita-se que
a persistência da hiperglicemia inicia um quadro multifatorial com a presença de distúrbios
do metabolismo, insuficiência neurovascular, alteração autoimune e deficiência do fator de
crescimento neuro-hormonal (FOSS-FREITAS; JUNIOR; FOSS, 2008).
Os pacientes com neuropatia diabética autônoma apresentam acometimento de vários
órgãos inervados pelos sistemas simpático e parassimpático. Complicações cardiovasculares,
como aumento da frequência cardíaca em repouso, intolerância à prática de exercícios,
hipotensão postural (queda da pressão arterial ao levantar-se) podem estar presentes. Além
do sistema cardiovascular, os sistemas digestório, genital e urinário também costumam ser
acometidos. Esses pacientes podem ter outras manifestações como pele seca, anidrose
(redução ou ausência de suor) levando à intolerância ao calor e anormalidades pupilares
ocasionando dificuldade de se adaptar à visão noturna (FOSS-FREITAS; JUNIOR; FOSS, 2008).
158
RESUMO DO TÓPICO 2
159
• Geralmente a ativação do sistema nervoso parassimpático promove reações
antagônicas àquelas do simpático, levando à diminuição da frequência
cardíaca e respiratória, constrição das pupilas, ativação do sistema digestório
através da estimulação da secreção das glândulas digestivas, estimulação de
uma secreção fluida rica em enzimas pelas glândulas salivares, estimulação
da absorção de nutrientes pelas células dos tecidos, inervação da musculatura
lisa visceral aumentando sua atividade, contração da bexiga urinária para
promover a micção, estímulo para a defecação e ereção.
160
AUTOATIVIDADE
161
162
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Os sentidos gerais e especiais são formados por um conjunto de estruturas
que nos permitem interagir com o meio externo, ou seja, sentir, ver e cheirar o
que nos rodeia. Quando falamos em sentidos, nos referimos às sensações que são
percebidas por determinada região do nosso corpo. As sensações são capturadas
na superfície do corpo por estruturas especializadas denominadas receptores ou
terminações nervosas (visto anteriormente) e, então, são enviadas ao córtex cerebral
que realiza a percepção (quando tomamos consciência).
2 SENTIDOS GERAIS
Os termorreceptores, nociceptores, mecanorreceptores e quimiorreceptores,
estudados na Unidade 1, são as terminações nervosas responsáveis por capturar
os sentidos gerais e encontram-se espalhadas por todo o corpo: na pele; na
mucosa da boca, vagina, ânus; nos tendões, músculos e articulações. Para Tortora
e Derrickson (2017), esses receptores capturam estímulos térmicos, de dor, tato e
proprioceptivos:
• Sensações térmicas: são de dois tipos: de frio e calor, sendo capturadas pelos
termorreceptores (terminações nervosas livres), localizados na epiderme (frio)
e na derme (calor).
• Sensações dolorosas: de extrema importância para a nossa sobrevivência,
funcionam como um alerta de que algo não está correto. Essas sensações são
capturadas pelos nociceptores (terminações nervosas livres) que se encontram
espalhados por todo o corpo.
163
UNIDADE 3 | SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
Corpúsculo de Ruffini
Corpúsculo lamelar
Plexo do folículo piloso
Nervos
Sensitivos
164
TÓPICO 3 | SENTIDOS GERAIS E ESPECIAIS
3 SENTIDOS ESPECIAIS
Os sentidos especiais estão localizados em órgãos complexos e
especializados, sendo responsáveis por capturar os sentidos visuais, olfativos,
gustativos e auditivos.
3.1 VISÃO
A visão nos permite, através dos olhos, enxergar o mundo ao nosso redor.
As pálpebras, os cílios, os supercílios (sobrancelhas), os músculos extrínsecos do
olho (responsáveis por movimentar os olhos) e o aparelho lacrimal (estruturas
responsáveis por produzir, secretar e remover as lágrimas) são consideradas
estruturas oculares acessórias, pois auxiliam a proteção, movimentação e
lubrificação adequada dos olhos, respectivamente. O bulbo do olho é formado
por três túnicas (camadas) (TORTORA; DERRICKSON, 2017):
165
UNIDADE 3 | SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
E
IMPORTANT
FIQUE LIGADO!
166
TÓPICO 3 | SENTIDOS GERAIS E ESPECIAIS
Quiasma óptico
Outros núcleos
Trato óptico hipotalâmicos,
glândula pineal e
formação reticular
Núcleo
supraquiasmático
Corpo
Corpo geniculado
geniculado lateral
lateral Colículo
superior Fibras de
projeção
(radiação
óptica)
167
UNIDADE 3 | SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
3.2 OLFATO
As partículas de odor presentes no ar que inspiramos interagem com os
órgãos olfatórios, duas estruturas localizadas na região superior da cavidade
nasal, lateralmente ao septo nasal. Cada órgão olfatório está constituído por um
neuroepitélio formado por receptores olfatórios, células de sustentação e células
basais. Abaixo desse neuroepitélio encontramos uma camada de tecido conjuntivo,
a lâmina própria, a qual contém as glândulas de Bowmann, produtoras de muco.
168
TÓPICO 3 | SENTIDOS GERAIS E ESPECIAIS
NOTA
VOCÊ SABIA?
Que metade das pessoas acima dos 65 anos de idade possui uma redução na capacidade
olfatória? Essa condição é chamada hiposmia e pode ser causada por diversos fatores além
do envelhecimento, como fumar, lesões cranianas, doença de Alzheimer ou de Parkinson e
alguns fármacos como anti-histamínicos, analgésicos e esteroides (TORTORA, 2007).
3.3 GUSTAÇÃO
O sentido do paladar envolve a percepção de cinco paladares primários:
salgado, ácido, amargo, doce e umami. Recentemente descoberto por cientistas
japoneses, o umami é descrito com um paladar “carnoso”.
• Papilas filiformes: são as papilas mais abundantes, presentes por toda a língua.
Possuem um formato alongado e pontiagudo que auxiliam a deglutição, porém
essas papilas não participam no sentido da gustação, pois não possuem botões
gustativos.
• Papilas fungiforme: menos abundantes do que as filiformes, também se
encontram por toda a superfície da língua. Seu formato estreito na base e
alongado na superfície lembra um cogumelo, daí o nome fungiforme.
• Papilas foleadas: aparecem em pequena quantidade apenas nas regiões laterais
posteriores da língua. Seu formato lembra uma folha.
• Papilas circunvaladas: tem o aspecto de grandes círculos e se localizam apenas
na região posterior da língua.
169
UNIDADE 3 | SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
FONTE: A autora
170
TÓPICO 3 | SENTIDOS GERAIS E ESPECIAIS
171
UNIDADE 3 | SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
FIGURA 20 – ORELHA
NOTA
Com o avançar da idade, nossos sentidos mudam. Não enxergamos mais, nem ouvimos e
sentimos os cheiros e sabores dos alimentos como quando éramos mais jovens. Mas por que
isso acontece?
Após os 50 anos de idade ocorre uma perda gradativa dos receptores olfatórios e receptores
gustativos, sendo que essas células vão sendo substituídas de maneira mais lenta do que o
habitual, diminuindo sua quantidade e aumentando o número de células de sustentação, que
não possuem receptores para capturar os estímulos.
Nos olhos, outros eventos ocorrem com o envelhecimento. A lente perde a elasticidade, o
que dificulta a focalização dos objetos (presbiopia) e vai tornando-se opaca, dificultando a
passagem da luz (catarata). Além disso, a esclera torna-se mais rígida e adquire uma coloração
amarelada, a íris também sofre alterações pigmentares, podendo desbotar ou apresentar
manchas. As pupilas tornam-se menores e demoram mais para ajustar seu tamanho de
acordo com a intensidade da luz devido ao enfraquecimento dos seus músculos. O acúmulo
do humor aquoso no interior do bulbo do olho pode levar ao glaucoma (aumento da pressão
intraocular que pode levar à cegueira) em pessoas idosas. Os olhos podem se tornar mais
secos devido a uma diminuição na produção das lágrimas.
Uma perda de cerca de 25% da audição ocorre em grande parte das pessoas acima após os
60 anos de idade. Prebiacusia é o nome que se dá a essa perda progressiva da audição em
decorrência da idade. Isso ocorre devido à perda dos receptores sensoriais da cóclea.
173
RESUMO DO TÓPICO 3
• O bulbo do olho é formado por três túnicas: túnica fibrosa, túnica vascular e a
retina.
• A túnica fibrosa é a mais externa e está formada pela córnea e pela esclera.
• A retina é a túnica mais interna e está formada por dois estratos: o estrato
nervoso e o estrato pigmentoso.
174
• O sentido do olfato é percebido através da captura de partículas odoríferas que
ocorre em uma estrutura da cavidade nasal denominada órgão olfatório.
175
AUTOATIVIDADE
2 Uma garota de 11 anos está sofrendo de uma intensa dor no ouvido esquerdo
e de surdez. Seu pediatra dá o diagnóstico de otite média aguda, depois de
examinar a superfície lateral da membrana timpânica com o auxílio de um
otoscópio. Na orelha média encontramos:
a) ( ) A cóclea.
b) ( ) Os canais semicirculares.
c) ( ) O meato acústico externo.
d) ( ) Os ossos martelo, bigorna e estribo.
e) ( ) O vestíbulo.
a) ( ) Papilas fungiformes.
b) ( ) Papilas foleadas.
c) ( ) Botões gustativos.
d) ( ) Papilas filiformes.
e) ( ) Papilas circunvaladas.
176
5 A percepção do olfato tem início com a ligação das partículas de odor
em receptores específicos localizados no órgão olfatório, uma estrutura
constituída por diferentes tipos celulares denominadas:
177
178
UNIDADE 3
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
O desenvolvimento do sistema nervoso envolve diversos processos
fundamentais, os quais dominam determinados momentos da embriogênese. O
início do desenvolvimento do sistema nervoso é marcado por um espessamento
na região dorsal do ectoderma embrionário, denominado placa neural. Através
da liberação de substâncias indutoras pela notocorda, o ectoderma é estimulado a
proliferar, dando origem à placa neural.
179
UNIDADE 3 | SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
180
TÓPICO 4 | DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO DO SISTEMA NERVOSO
E
IMPORTANT
Para saber mais sobre espinha bífida, leia o artigo disponível no link a seguir:
http://mielomeningocele.com.br/site/wp-content/uploads/2012/01/MIELO-21-NOV-11.pdf
181
UNIDADE 3 | SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
LEITURA COMPLEMENTAR
FONTE: <http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/53674-saiba-o-que-e-
herpes-zoster>. Acesso em: 2 set. 2019.
182
RESUMO DO TÓPICO 4
183
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Notocorda.
b) ( ) Crista neural.
c) ( ) Tubo neural.
d) ( ) Somitos.
e) ( ) Endoderma.
184
REFERÊNCIAS
BIZZI, J. W. J.; MACHADO, A. Mielomeningocele: avanços básicos e conceitos
recentes. J. Bras. Neurocirur., v. 23, n. 2, p. 138-151, 2012.
185
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Meningite: o que é, causas, sintomas, tratamento,
diagnóstico e prevenção, 2019. Disponível em: http://www.saude.gov.br/saude-
de-a-z/meningites. Acesso em: 10 jul. 2019.
186