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Capitulo 11
Capitulo 11
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(γ,n) de nêutrons. A importância relativa do efeito Compton, do efeito
fotoelétrico, e da produção de pares, depende da energia do fóton e do
numero atômico Z do meio absorvedor. Estes processos levam a uma
transferência de energia total ou parcial para a matéria. Uma diferença entre
fótons e partículas carregadas é que Raios-x e gama são muito mais
penetrantes na matéria do que as últimas. Outra diferença é que o feixe de
fótons não é degradado em energia conforme atravessa a matéria. Somente
atenuado em intensidade. Os fótons ou desaparecem totalmente ou são
espalhados para ângulos significativos. Este comportamento destoa
completamente da interação de partículas carregadas, que são freadas
lentamente através de uma interação contínua com os átomos absorvedores.
A atenuação sofrida por um feixe de fótons segue um decaimento
exponencial com respeito à espessura
I=Ioexp(-µx)
Onde Io é intensidade do feixe incidente; x a espessura do absorvedor; µ o
coeficiente de absorção.
O coeficiente de absorção é a grandeza que característica do material
absorvedor e é diretamente relacionada com a seção de choque de interação.
Efeito fotoelétrico
160
processo é mais significativo para absorvedores com alto número atômico Z.
Não há uma expressão analítica simples para a probabilidade de absorção
por efeito fotoelétrico para toda a faixa de energia Eγ e Z, mas uma
aproximação é dada por
Zn
Pfe ∝
Eγ3,5
161
pode preencher a vacância, resultando na emissão de um fóton com uma
energia igual à diferença de energia entre os dois níveis envolvidos.
5
10 NaI
4 total
10 fotoelétrico
3 Rayleigh
10
Compton
2
10 pares
µ/ρ(cm /g)
1
10
2
0
10
-1
10
-2
10
-3
10
-4
10
-5
10 0 1 2 3 4 5
10 10 10 10 10 10
Energia (keV)
Espalhamento Rayleigh
162
Espalhamento Compton
po = p cosθ + pe cos φ
0 = psenθ − pe senϕ
Como o elétron está inicialmente em repouso, a sua energia total é moc2 .
Após o espalhamento, o elétron adquire momentum e de acordo com a
relatividade especial, sua energia é dada por
E e2 = pe2 + mo2 c 4
Aplicando a conservação da energia
Eo + mo c 2 = E + Ee
Resultando em
Eo
E=
Eo
1+ (1 − cosθ )
mo c 2
onde moc2 é a energia de repouso do elétron (511 keV). Para ângulo
pequenos, a energia transferida também é muito pequena.
163
A energia do elétron de recuo é dada por
Eo
2 (1 − cos θ )
mo c
Ee = Eo
E
1+ o 2 (1 − cos θ )
mo c
Eo
E (θ = π ) = p/ o fóton
E
1+ 2
mo c 2
e
2 Eo
mo c 2
Ee = Eo p/ o elétron
1 + 2 Eo
mo c 2
164
dN/
dN/dEe θ=π
π
θ=0
Eo
EC
Contínuo Compton
Ee
Borda Compton
165
1 + α 2(1 + α ) 1 1 1 + 3α
σ C = 2πro2 2
− ln (1 + 2α ) + ln (1 + 2α ) −
α 1 + 2α α 2α (1 + 2α )2
Produção de Pares
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Como a energia é convertida em duas partículas que possuem massas discretas, deve
haver um limiar para que este processo ocorra. Ou seja, o fóton deve ter, pelo menos,
uma energia equivalente à soma das massas das duas partículas:
Emin ≥ 2moc2
7 183 1
σ par = 4α 2 ro2 Z 2 ln 1 / 3 − cm 2
9 Z 54
A produção de pares também ocorre nas vizinhanças de partículas leves, como elétrons.
Este processo é geralmente conhecido como produção de tripleto.
167
onde Na é o número de Avogrado, ρ a densidade do material, A o peso
molecular. Para misturas compostas, o coeficiente de absorção pode ser
calculado usando a regra de Bragg (regra da aditividade)
µ µ
= ∑ wn n
ρ n ρn
onde wn é o peso relativo de cada elemento no material
Os fótons podem também ser caracterizados pelo seu livre caminho
médio λ
∞
∫ xe
− µx
dx
1
λ= 0
=
∞
µ
∫e
− µx
dx
0
O efeito Auger
168
temos um átomo duplamente ionizado (existe a possibilidade de efeito
Auger resultando em íon multiplamente carregados).
ou
169
1.0
radioativo
0.8
η
0.6
0.4
0.0
0 20 40 60 80
Z
170
Exercícios:
6 – (Provao 2002) Na figura abaixo é mostrado um arranjo experimental para estudar a absorção de
radiação E por diferentes materiais. Sal de KC", que é disponível comercialmente, é colocado numa
pequena caixa cilíndrica, em cima de uma folha fina do material a ser estudado. Abaixo da folha é colocada
uma fotomultiplicadora e todo o sistema é blindado em chumbo.
171
Como em potássio natural há uma abundância relativa de 0,0118% de K 40 , que sofre decaimento E, o sal
de cloreto de potássio é fracamente radiativo. A experiência consiste em medir a taxa de contagens dN/dt
(número de pulsos contados por unidade de tempo), em função da espessura x da folha. Como a absorção
depende da densidade do material, é usual expressar aespessura da folha em kg/m2. No gráfico, em que a
escala vertical é logarítmica e a horizontal é linear, é mostrado o resultado obtido para dN/dt, em função de
x. Sabendo que a absorção de radiação pela matéria leva ao decaimento do número de partículas que
atravessam uma distância x dentro do meio, de acordo com a equação N(x) N0e–Px, o coeficiente de
absorção P para o alumínio, em unidades de m2/kg, é, aproximadamente,
a) 0,10
b) 0,20
c) 0,50
d) 1,0
e) 2,0
172
7 – A tabela abaixo corresponde a um conjunto de medidas da intensidade de
um feixe de fótons de 5 MeV transmitido em folhas de chumbo de
espessuras conhecidas para a determinação do coeficiente de absorção. Cada
medida foi tomada durante um tempo de aquisição igual a 10 min. A área
total corresponde ao número de fótons transmitidos + contagens de fundo.
173
c) Se um feixe de 1020 fótons incide perpendicularmente em uma folha de chumbo de
12,0 mm de espessura (a densidade do chumbo é ρ = 11,3 g/cm2) e se o coeficiente de
absorção total em cm2/g de fótons de 5 MeV em chumbo é total(soma de todos os
processos): 4,24 × 10-2 cm2/g; fotoelétrico: 1,26 × 10-3 cm2/g ; criação de pares: 2,1 ×
10-2 cm2/g ; Compton : 1,98 × 10-2 cm2/g e Rayleigh: 8,72 × 10-5 cm2/g, calcule quantas
interações de cada tipo (fotoelétrico, ; criação de pares, Compton, e Rayleigh) ocorrem
no chumbo.
d) Supondo que cada interação no item anterior resulta em um fóton primário sendo
removido do feixe, quanta energia é removida por cada tipo de interação ?
9) Raios gama com energias de 0,05, 0,3 e 1 MeV, mas com intensidades
iguais, são absorvidos por chumbo. Os coeficientes de absorção do chumbo
para estas energias são 8 × 103, 5 × 102 e 78 m-1.
a) calcule a espessura de chumbo necessária para reduzir a intensidade
de cada feixe a 1/10 de seu valor original.
b) Qual a relação entre a intensidade total (para cada energia do feixe) a
uma profundidade de 5 mm em relação a intensidade incidente total?
Respostas
1-
2- 13.7 b (1b – 1 barn = 10-24 cm2)
6- letra d)
174
Referencias:
1 – W. R. Leo, Techniques for Nuclear and Particle Physics Experiments
2- Knoll
3 –A. Das e Th. Ferbel, Introductionto Nuclear and Particle Physics
Prática 1
Prática 2
175
I(x)
Detetor Si(Li)
241Am
x
x
Io I(x)
chumbo
cobre
Prática 3
Espalhamento Compton
Detetor Si(Li)
alvo θ
chumbo
241Am
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