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BIOFÍSICA DO SISTEMA CIRCULATÓRIO

O sistema circulatório é um comunicador de matéria e energia entre os


diversos compartimentos biológicos. A matéria é caracterizada pela massa e a
energia é caracterizada pela capacidade dessa massa em realizar trabalho. É um
leva e traz constante de metabólitos diversos, um exercer ininterrupto de energia
potencial e cinética sobre as partes do organismo. A energia potencial é tida como a
energia de repouso ou armazenamento e a energia cinética é a energia que confere
movimento, trabalho.
O sistema circulatório apresenta os seguintes componentes básicos:
- Coração: bomba pouco aspirante, cerca de 83 mL em cada ventrículo, ao
todo o coração humano pode suportar um de aproximadamente, 250 mL de sangue
em todas as suas câmaras. E muito premente, ou seja grande poder contrátil, bate
continuamente cerca de, 40 a 180 vezes por minuto.
- Os vasos sanguíneos: que formam uma rede contínua unida pelo coração.
Está dividido em artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias. O tecido das artérias
apresenta maior elasticidade que o tecido das veias.
- O sangue: é um tecido fluido parte células, parte líquido. O sangue
apresenta características de um fluido real e como tal pode ser compressível, pois,
sob pressão, diminui seu volume; rotacional, fato que faz com o as células do
sangue girem em torno do seu centro de massa; apresenta viscosidade que confere
atrito, causando aderência do fluido ao vaso e transformando a energia de
movimento (cinética) em energia dissipada (devido ao atrito), e a velocidade no
sangue no vaso decresça de valor do centro até as bordas; tem característica de
turbulência, ou quando muda de velocidade no decorrer do tempo ou quando
encontra alguma protuberância em seu percurso (placas de gordura, os ateromas).
- Um sistema de controle: autônomo, mas ligado ao SNC. Este sistema
permite e determina o funcionamento automático e cíclico do marca-passo do
coração, através de suas propriedades eletrofisiológicas.
Esse aparelho funciona conforme uma séria de eventos, dois ocorridos no
campo eletromagnético e dois ocorridos no Campo gravitacional.
O campo eletromagnético possui forças de atração e repulsão e é a junção de
um campo elétrico, caracterizado por apresentar cargas positivas e negativas, que
na física é o movimento de elétrons em um meio condutor e na biologia é dado pelo
movimento de íons dentro e fora da célula; e de um campo magnético representado
na física pelos polos de um imã, polos terrestres (norte e sul), nas células animais
ocorre quando a célula encontra-se em dipolo (figura acima).
O campo gravitacional é inerente a matéria, aparece sempre que houver
massa e sua força é sempre de atração.
Os primeiros eventos ocorrem no campo eletromagnético:
1. Recebimentos de um impulso elétrico vindo do SNC que estimulam as
células do marca-passo atrial, estas, disparam um potencial de ação;
2. O potencial de ação se propaga através dos feixes nervosos do coração.
Eventos ocorridos no campo gravitacional:
3. O coração é induzido a realizar um trabalho, e esse trabalho manifesta-se
na forma de energia mecânica, que é o movimento do músculo cardíaco gerando a
contração e o relaxamento muscular;
4. Através da contração muscular cardíaca o sangue é ejetado na rede de
vasos, e a constância das sístoles e diástoles, fazem com que o sangue ganhe
energia de movimento, a energia cinética.
Basicamente:
Campo EM: Campo G:

- Recebimento do impulso elétrico; - Transformação do PA em energia


- Disparo de um potencial de ação; potencial, contração atrioventricular;
- Onda de despolarização; - Energia cinética: ejeção e
- Propagação da onda de movimentação do sangue na rede de
despolarização. vasos;
- Energia potencial elástica:
movimentação do sangue nas
Quando o sangue ganha o leito vascular, ele acaba forçando sobre as paredes
dos vasos, força esta exercida sobre área, e portanto, Pressão. A estrutura do tecido
das principais artérias é relativamente elástica, o que faz com tais vasos sejam
expandidos devido à pressão impressa pelo sangue, acumulando ENERGIA
POTENCIAL elástica. Portanto podemos afirmar que a energia potencial circulatório
é a medida da pressão lateral nas pares dos vasos, em uma artéria, pressão arterial.
Ao circular nos vasos sanguíneos duas outras energias estão presentes, a
ENERGIA DISSIPADA, de responsabilidade da resistência ao fluxo, o atrito. Também
não podemos desconsiderar a atração da gravidade, que dependendo da orientação
do fluxo sanguíneo pode colaborar, no caso do fluxo descendente, ou dificultar a
circulação, no caso do fluxo ascendente. De forma geral, podemos dizer que das
energias geradas na sístole:
- ENERGIA CINÉTICA (EC) = Velocidade de circulação
- ENERGIA POTENCIAL (EP) = Pressão lateral vascular
Porém, às energias presentes no fluxo ainda se somam mais dois
componentes, assim as energias no fluxo são:
- ENERGIA CINÉTICA (EC) = Velocidade de circulação
- ENERGIA POTENCIAL (EP) = Pressão lateral vascular
- ENERGIA DISSIPADA (ED) = Atrito
- ENERGIA GRAVITACIONAL (EG) = Aceleração da gravidade
Portanto, podemos revelar a energia total do fluxo sanguíneo (E total) na
equação abaixo:

E total = EC + EP + ED + EG

Quando o sangue se distancia do coração em direção aos tecidos, os vasos


passam a ser cada vez menos calibrosos (mais finos), porém em número cada vez
maior, a energia dissipada (atrito) aumenta muito reduzindo a velocidade de
circulação e a pressão lateral. Assim, quando comparamos a velocidade de
circulação de uma artéria veremos que é bem maior do que a velocidade de
circulação em um capilar. Isto se justifica uma vez que as trocas entre o sangue e
os tecidos acontece ao nível de capilar, portanto a velocidade deve realmente
ser baixa para permitir tais trocas. No entanto, devemos ressaltar que o fluxo
sanguíneo permanece aproximadamente o mesmo, quando comparamos o setor
arterial e o setor capilar. Isto se deve ao fato de que, embora o calibre de um capilar
seja infinitamente menor do que o calibre arterial. Devemos ressaltar que o número
de artérias também é significativamente menor do que o número de capilares.
Assim, a área capilar total supera quase mil vezes a área de uma artéria como a
aorta. Ao passar do setor arterial para o setor venoso, ao contrário, ocorre uma
redução da área, porém neste instante há aumento da velocidade de circulação, as
custa da pressão que continua diminuindo. Este aumento da velocidade mais uma
vez garante que o fluxo permaneça sem variação ao longo de todo trajeto. O sistema
circulatório humano é fechado de volume constante, por isto exige um fluxo em
regime estacionário, ou seja, que ao longo de todo o trajeto circulatório não tenha
variação significativa. Na verdade se você se colocar em atividade física, claro que
ocorrerá um aumento do fluxo, mas este se evidenciará igualmente em todo o
trajeto.

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