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PM/CBM-PR
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO PARANÁ
E CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO PARANÁ
SL-113MR-20
CÓD: 7891122030401
EDITAL Nº 001/2020
ÍNDICE
Língua Portuguesa
As questões de Língua Portuguesa visam a averiguar a capacidade da candidata e do candidato, quanto: à apreensão do significado
global dos textos; ao estabelecimento de relações intratextuais e intertextuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
Ao reconhecimento da função desempenhada por diferentes recursos gramaticais no texto, nos níveis fonológico, morfológico, sintá-
tico, semântico e textual/discursivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
À apreensão dos efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos verbais e não verbais em textos de diferentes gêneros: tiras, qua-
drinhos, charges, gráficos, infográficos etc. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
À identificação das ideias expressas no texto, bem como de sua hierarquia (principal ou secundária) e das relações entre elas (oposi-
ção, restrição, causa/consequência, exemplificação etc.); . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
À análise da organização argumentativa do texto: identificação do ponto de vista (tese) do autor, reconhecimento e avaliação dos
argumentos usados para fundamentá-lo; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Á dedução de ideias e pontos de vista implícitos no texto; ao reconhecimento das diferentes “vozes” dentro de um texto, bem como
dos recursos linguísticos empregados para demarcá-las; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Ao reconhecimento da posição do autor frente às informações apresentadas no texto (fato ou opinião; sério ou ridículo; concordância
ou discordância etc.), bem como dos recursos linguísticos indicadores dessas avaliações; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Á identificação do significado de palavras, expressões ou estruturas frasais em determinados contextos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Á identificação dos recursos coesivos do texto (expressões, formas pronominais, relatores) e das relações de sentido que estabele-
cem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Ao domínio da variedade padrão escrita: normas de concordância, regência, ortografia, pontuação etc. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Ao reconhecimento de relações estruturais e semânticas entre frases ou expressões; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
À identificação, em textos de diferentes gêneros, das marcas linguísticas que singularizam as variedades linguísticas sociais, regionais
ou de registro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
Raciocínio Matemático
1. Resolução de problemas numéricos, porcentagem, conjuntos e contagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Sistemas, equações e regra de três simples. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3. Área, volume e capacidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
4. Cálculo da média, leitura e interpretação de dados representados em tabelas e gráficos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Informática
1. Noções De Informática: Conceitos Básicos De Operação Com Arquivos Nos Sistemas Operacionais Windows 10 E Linux (Ubuntu
Versão 14 Ou Superior) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Noções Consistentes De Uso De Internet Para A Informação (Mozila Firefox E Google Chrome) E Correio Eletrônico Nos Sistemas
Operacionais Windows 10 E Linux (Ubuntu Versão 14 Ou Superior) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3. Noções De Trabalho Com Computadores Em Rede Interna, Nos Sistemas Operacionais Windows 10 E Linux (Ubuntu Versão 14 Ou
Superior) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4. Noções De Escrita E Editoração De Texto Utilizando Libreoffice-Writer (Versão 5.0.6 Ou Superior) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
5. Noções De Cálculo E Organização De Dados Em Planilhas Eletrônicas Utilizando O Libreoffice-Calc (Versão 5.0.6 Ou Superior) . . 55
6. Noções, Como Usuário, Do Funcionamento De Computadores E De Periféricos (Impressoras E Digitalizadoras) . . . . . . . . . . . . . . 62
7. Noções, Como Usuário, Dos Sistemas Operacionais Windows 10 E Linux (Ubuntu Versão 14 Ou Superior) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
ÍNDICE
História
1. Brasil Colônia. 1.1. Sistema Colonial: Sociedade Do Açúcar E Da Mineração. 1.2. Paraná: Movimentos De Ocupação Do Território. 1.3.
A Família Real No Brasil (1808-1822) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Brasil Império. 2.1. Paraná: A Dinâmica Do Tropeirismo. 2.2. Café: Escravidão E Trabalho Livre. 2.3. A Emancipação Política Do Para-
ná. 2.4. O Ciclo Da Erva-Mate. 2.5. A Queda Da Monarquia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
3. Brasil República. 3.1. Implantação Do Regime Republicano E Conflitos Sociais. 3.2. A Guerra Do Contestado. 3.3. Política Oligárquica
E Coronelismo. 3.4. A Era Vargas: Estado, Trabalho E Cultura. 3.5. O Golpe Civil-Militar De 1964. 3.6. Movimentos De Resistência À Di-
tadura. 3.7. A Abertura Política. 3.8. A Nova República E As Características Do Estado Democrático De Direito Estabelecidas Pela Cons-
tituição De 1988. 3.8.1. Cidadania E Movimentos Sociais. 3.8.2. A Questão Da Desigualdade E Da Inclusão Social. 3.8.3. A Democracia
E O Papel Das Instituições De Segurança Pública . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Geografia
1. População e estruturação socioespacial em múltiplas escalas (Paraná, Brasil, Mundo). 1.1. Teorias e conceitos básicos em demogra-
fia e políticas demográficas. 1.2. Estrutura demográfica, distribuição da população e novos arranjos familiares. Movimentos, redes de
migração e impactos econômicos, culturais e sociais dos deslocamentos populacionais. População, meio ambiente e riscos ambientais.
1.3. Transformação das relações de trabalho e economia informal. 1.4. Diversidade étnica e cultural da população. 1.5. Geografias das
diferenças: questões de gênero, sexualidade e étnico-raciais. 1.6. Espacialidades e identidades territoriais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Estrutura produtiva, economia e regionalização do espaço em múltiplas escalas (Paraná, Brasil, Mundo). 2.1. O espaço geográfico
na formação econômica capitalista. 2.2. Exploração e uso de recursos naturais. 2.3. Estrutura e dinâmica agrárias. 2.4. Industrialização,
complexos industriais, concentração e desconcentração das atividades industriais. 2.5. Espacialidade do setor terciário: comércio, sis-
tema financeiro. 2.6. Redes de transporte, energia e telecomunicações. 2.7. Processos de urbanização, produção, planejamento e es-
truturação do espaço urbano e metropolitano. 2.8. As relações rurais-urbanas, novas ruralidades e problemáticas socioambientais no
campo e na cidade. 2.9. Evolução da estrutura fundiária, estrangeirização de terras, reforma agrária e movimentos sociais no campo.
2.10. Agronegócio: dinâmica produtiva, econômica e regional. 2.11. Povos e comunidades tradicionais e conflitos por terra e território
no Brasil. 2.12. Produção e comercialização de alimentos, segurança, soberania alimentar e agroecologia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3. Formação, estrutura e organização política do Brasil e do mundo contemporâneo. 3.1. Produção histórica e contemporânea do terri-
tório no Brasil. 3.2. Federalismo, federação e divisão territorial no Brasil. 3.3. Formação e problemática contemporânea das fronteiras.
3.4. Conflitos geopolíticos emergentes: ambientais, sociais, religiosos e econômicos. 3.5. Ordem mundial e territórios supranacionais:
blocos e fluxos econômicos e políticos, alianças militares e movimentos sociais internacionais. 3.6. Regionalização e a organização do
novo sistema mundial. 3.7. Globalização: características, impactos negativos e positivos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4. A representação do espaço terrestre. 4.1. A evolução das representações cartográficas e a introdução das novas tecnologias para o
mapeamento, através do sensoriamento remoto (fotografias aéreas e imagens de satélite) e dos Sistemas de Posicionamento Terres-
tre (GPS). 4.2. As formas básicas de representação do espaço terrestre e das distribuições dos fenômenos geográficos (mapas, cartas,
plantas e cartogramas). 4.3. Escalas, reconhecimento e cálculo. 4.4. Sistema de coordenadas geográficas e a orientação no espaço
terrestre. 4.5. Projeções cartográficas. 4.6. Identificação dos principais elementos de uma representação cartográfica, leitura e inter-
pretação de tabelas, gráficos, perfis, plantas, cartas, mapas e cartogramas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Legislação
1. Lei nº 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) e suas alterações. 1.1. Parte geral: Título I – Das Disposições Prelimi-
nares. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
Título II – Dos Direitos Fundamentais: Capítulos I (Do Direito à Vida e à Saúde), II (Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade),
III (Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária), IV (Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer) e V (Do Direito à Pro-
fissionalização e à Proteção no Trabalho. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
Título III – Da Prevenção: Capítulo II, Seção I (Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Espetáculos), Seção II (Dos Produtos
e Serviços) e Seção III (Da Autorização para Viajar). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.2. Parte Especial: Título III – Da Prática de Ato Infracional: Capítulos I (Disposições Gerais), II (Dos Direitos Individuais) e III (Das ga-
rantias processuais) e IV (Das Medidas Socioeducativas). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Título IV – Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Título V – Do Conselho Tutelar: Capítulos I (Disposições Gerais) e II (Das Atribuições do Conselho). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
DICA
Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação.
É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa
encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esse artigo com algumas dicas que irá fazer toda diferença na sua preparação.
Então mãos à obra!
- Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo, a aprovação no concurso. Você vai
ter que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho.
- Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção em um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando
você tenta focar em vários certames, devido as matérias das diversas áreas serem diferentes. Desta forma, é importante que você
defina uma área se especializando nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área.
- Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito, de-
terminado um local, os horários e dias específicos para estar estudando cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo
não pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total.
- Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis, preci-
sa de dedicação. É praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter
uma planilha contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo.
- Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o
assunto estudado, é fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, caso o mesmo ainda não esteja publica-
do, busque editais de concursos anteriores. Busque refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
- Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado.
Esses materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo muito exercícios. Quando
mais exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame.
- Cuide de sua preparação: Não é só os estudos que é importante na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.
O concurseiro preparado não é aquele que passa o dia todo estudando, mas está com a cabeça nas nuvens, e sim aquele que se
planeja pesquisando sobre o concurso de interesse, conferindo editais e provas anteriores, participando de grupos com enquetes so-
bre o mesmo, conversando com pessoas que já foram aprovadas absorvendo as dicas e experiências, analisando a banca examinadora
do certame.
O Plano de Estudos é essencial na otimização dos estudos, ele deve ser simples, com fácil compreensão e personalizado com sua
rotina, vai ser seu triunfo para aprovação, sendo responsável pelo seu crescimento contínuo.
Além do plano de estudos, é importante ter um Plano de Revisão, será ele que irá te ajudar na memorização dos conteúdos estu-
dados até o dia da realização da prova, evitando a correria para fazer uma revisão de última hora próximo ao dia da prova.
Está em dúvida por qual matéria começar a estudar?! Uma dica, comece pela Língua Portuguesa, é a matéria com maior requisi-
ção nos concursos, a base para uma boa interpretação, no qual abrange todas as outras matérias.
DICA
Vida Social!
Sabemos que faz parte algumas abdicações na vida de quem estuda para concursos públicos, sempre que possível é importante
conciliar os estudos com os momentos de lazer e bem-estar. A vida de concurseiro é temporária, quem determina o tempo é você,
através da sua dedicação e empenho. Você terá que fazer um esforço para deixar de lado um pouco a vida social intensa, é importante
compreender que quando for aprovado, verá que todo o esforço valeu a pena para realização do seu sonho.
Uma boa dica, é fazer exercícios físicos, uma simples corrida por exemplo é capaz de melhorar o funcionamento do Sistema Ner-
voso Central, um dos fatores que são chaves para produção de neurônios nas regiões associadas à aprendizagem e memória.
Motivação!
A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e as vezes bate aquele
desânimo com vários fatores ao nosso redor. Porém a maior garra será focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
É absolutamente normal caso você não seja aprovado de primeira, é primordial que você PERSISTA, com o tempo você irá adquirir
conhecimento e experiência.
Então é preciso se motivar diariamente para seguir a busca da aprovação, algumas orientações importantes para conseguir mo-
tivação:
- Procure ler frases motivacionais, são ótimas para lembrar dos seus propósitos;
- Leia sempre os depoimentos dos candidatos aprovados nos concursos públicos;
- Procure estar sempre entrando em contato com os aprovados;
- Escreve o porque que você deseja ser aprovado no concurso, quando você sabe seus motivos, isso te da um ânimo maior para
seguir focado, tornando o processo mais prazeroso;
- Saiba o que realmente te impulsiona, o que te motiva. Dessa maneira será mais fácil vencer as adversidades que irá aparecer.
- Procure imaginar você exercendo a função da vaga pleiteada, sentir a emoção da aprovação e ver as pessoas que você gosta,
felizes com seu sucesso.
Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua
dedicação e motivação para estar realizando o seu grande sonho, de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu
potencial.
A Solução tem ajudado há mais de 35 anos quem quer vencer a batalha do concurso público. Se você quer aumentar as suas
chances de passar, conheça os nossos materiais, acessando o nosso site: www.apostilasolucao.com.br
LÍNGUA PORTUGUESA
As questões de Língua Portuguesa visam a averiguar a capacidade da candidata e do candidato, quanto: à apreensão do significado
global dos textos; ao estabelecimento de relações intratextuais e intertextuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
Ao reconhecimento da função desempenhada por diferentes recursos gramaticais no texto, nos níveis fonológico, morfológico, sintá-
tico, semântico e textual/discursivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
À apreensão dos efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos verbais e não verbais em textos de diferentes gêneros: tiras, qua-
drinhos, charges, gráficos, infográficos etc. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
À identificação das ideias expressas no texto, bem como de sua hierarquia (principal ou secundária) e das relações entre elas (oposi-
ção, restrição, causa/consequência, exemplificação etc.); . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
À análise da organização argumentativa do texto: identificação do ponto de vista (tese) do autor, reconhecimento e avaliação dos
argumentos usados para fundamentá-lo; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Á dedução de ideias e pontos de vista implícitos no texto; ao reconhecimento das diferentes “vozes” dentro de um texto, bem como
dos recursos linguísticos empregados para demarcá-las; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Ao reconhecimento da posição do autor frente às informações apresentadas no texto (fato ou opinião; sério ou ridículo; concordância
ou discordância etc.), bem como dos recursos linguísticos indicadores dessas avaliações; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Á identificação do significado de palavras, expressões ou estruturas frasais em determinados contextos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Á identificação dos recursos coesivos do texto (expressões, formas pronominais, relatores) e das relações de sentido que estabele-
cem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Ao domínio da variedade padrão escrita: normas de concordância, regência, ortografia, pontuação etc. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Ao reconhecimento de relações estruturais e semânticas entre frases ou expressões; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
À identificação, em textos de diferentes gêneros, das marcas linguísticas que singularizam as variedades linguísticas sociais, regionais
ou de registro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
Por Jonas Valente*, especial para este blog. O texto é a parte introdutória de uma das maiores peças
trágicas do teatro grego e exemplifica o modo descritivo de or-
A Comissão Parlamentar de Inquérito sobre Crimes Ciber- ganização discursiva. O elemento abaixo que NÃO está presente
néticos da Câmara dos Deputados divulgou seu relatório final. nessa descrição é:
Nele, apresenta proposta de diversos projetos de lei com a A)a localização da cena descrita.
justificativa de combater delitos na rede. Mas o conteúdo des- B) a identificação dos personagens presentes.
sas proposições é explosivo e pode mudar a Internet como a C) a distribuição espacial dos personagens.
conhecemos hoje no Brasil, criando um ambiente de censura D) o processo descritivo das partes para o todo.
na web, ampliando a repressão ao acesso a filmes, séries e ou- E) a descrição de base visual.
tros conteúdos não oficiais, retirando direitos dos internautas e
transformando redes sociais e outros aplicativos em máquinas 04. MPE-RJ – Analista do Ministério Público - Processual –
de vigilância. 2016 - FGV
Não é de hoje que o discurso da segurança na Internet é
usado para tentar atacar o caráter livre, plural e diverso da In- Problemas Sociais Urbanos
ternet. Como há dificuldades de se apurar crimes na rede, as Brasil escola
soluções buscam criminalizar o máximo possível e transformar a
navegação em algo controlado, violando o princípio da presun- Dentre os problemas sociais urbanos, merece destaque a
ção da inocência previsto na Constituição Federal. No caso dos
questão da segregação urbana, fruto da concentração de ren-
crimes contra a honra, a solução adotada pode ter um impacto
da no espaço das cidades e da falta de planejamento público
trágico para o debate democrático nas redes sociais – atualmen-
que vise à promoção de políticas de controle ao crescimento
te tão importante quanto aquele realizado nas ruas e outros lo-
desordenado das cidades. A especulação imobiliária favorece o
cais da vida off line. Além disso, as propostas mutilam o Marco
Civil da Internet, lei aprovada depois de amplo debate na socie- encarecimento dos locais mais próximos dos grandes centros,
dade e que é referência internacional. tornando-os inacessíveis à grande massa populacional.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Além disso, à medida que as cidades crescem, áreas que Está para chegar ao mercado um apetrecho que transforma
antes eram baratas e de fácil acesso tornam-se mais caras, o que o celular num verdadeiro laboratório de análises clínicas, reali-
contribui para que a grande maioria da população pobre busque zando mais de 50 exames a uma fração do custo atual. Também
por moradias em regiões ainda mais distantes. é possível, adquirindo lentes que custam centavos, transformar
Essas pessoas sofrem com as grandes distâncias dos locais o smartphone num supermicroscópio que permite fazer diag-
de residência com os centros comerciais e os locais onde traba- nósticos ainda mais sofisticados.
lham, uma vez que a esmagadora maioria dos habitantes que so- Tudo isso aliado à democratização do conhecimento, diz To-
frem com esse processo são trabalhadores com baixos salários. pol, fará com que as pessoas administrem mais sua própria saú-
Incluem-se a isso as precárias condições de transporte público e de, recorrendo ao médico em menor número de ocasiões e de
a péssima infraestrutura dessas zonas segregadas, que às vezes preferência por via eletrônica. É o momento, assegura o autor,
não contam com saneamento básico ou asfalto e apresentam de ampliar a autonomia do paciente e abandonar o paternalis-
elevados índices de violência. mo que desde Hipócrates assombra a medicina.
A especulação imobiliária também acentua um problema Concordando com as linhas gerais do pensamento de Topol,
cada vez maior no espaço das grandes, médias e até pequenas mas acho que, como todo entusiasta da tecnologia, ele prova-
cidades: a questão dos lotes vagos. Esse problema acontece por velmente exagera. Acho improvável, por exemplo, que os hos-
dois principais motivos: 1) falta de poder aquisitivo da popula- pitais caminhem para uma rápida extinção. Dando algum des-
ção que possui terrenos, mas que não possui condições de cons- conto para as previsões, “The Patient...” é uma excelente leitura
truir neles e 2) a espera pela valorização dos lotes para que es- para os interessados nas transformações da medicina.
ses se tornem mais caros para uma venda posterior. Esses lotes Folha de São Paulo online – Coluna Hélio Schwartsman –
vagos geralmente apresentam problemas como o acúmulo de 17/01/2016.
lixo, mato alto, e acabam tornando-se focos de doenças, como
a dengue. Segundo o autor citado no texto, o futuro da medicina:
PENA, Rodolfo F. Alves. “Problemas socioambientais urba- A) encontra-se ameaçado pela alta tecnologia;
nos”; Brasil Escola. Disponível em http://brasilescola.uol.com. B) deverá contar com o apoio positivo da tecnologia;
br/brasil/problemas-ambientais-sociais-decorrentes-urbaniza- C) levará à extinção da profissão de médico;
ção.htm. Acesso em 14 de abril de 2016. D) independerá completamente dos médicos;
E) estará limitado aos meios eletrônicos.
A estruturação do texto é feita do seguinte modo:
A) uma introdução definidora dos problemas sociais urba- RESPOSTAS
nos e um desenvolvimento com destaque de alguns problemas;
B) uma abordagem direta dos problemas com seleção e ex- 01 C
plicação de um deles, visto como o mais importante;
C) uma apresentação de caráter histórico seguida da explici- 02 C
tação de alguns problemas ligados às grandes cidades; 03 D
D) uma referência imediata a um dos problemas sociais ur-
04 B
banos, sua explicitação, seguida da citação de um segundo pro-
blema; 05 B
E) um destaque de um dos problemas urbanos, seguido de
sua explicação histórica, motivo de crítica às atuais autoridades. Gêneros Textuais
05. MPE-RJ – Técnico do Ministério Público - Administrati- São textos encontrados no nosso dia-a-dia e apresentam
va – 2016 - FGV características sócio comunicativas (carta pessoal ou comercial,
diários, agendas, e-mail, facebook, lista de compras, cardápio
O futuro da medicina entre outros).
É impossível se comunicar verbalmente a não ser por um
O avanço da tecnologia afetou as bases de boa parte das texto e obriga-nos a compreender tanto as características estru-
profissões. As vítimas se contam às dezenas e incluem músicos, turais (como ele é feito) como as condições sociais (como ele
jornalistas, carteiros etc. Um ofício relativamente poupado até funciona na sociedade).
aqui é o de médico. Até aqui. A crer no médico e “geek” Eric To- Os gêneros são tipos relativamente estáveis de enunciados
pol, autor de “The Patient Will See You Now” (o paciente vai vê- elaborados pelas mais diversas esferas da atividade humana.
-lo agora), está no forno uma revolução da qual os médicos não Por essa relatividade a que se refere o autor, pode-se entender
escaparão, mas que terá impactos positivos para os pacientes. que o gênero permite certa flexibilidade quanto à sua composi-
Para Topol, o futuro está nos smartphones. O autor nos ção, favorecendo uma categorização no próprio gênero, isto é, a
coloca a par de incríveis tecnologias, já disponíveis ou muito criação de um subgênero.
próximas disso, que terão grande impacto sobre a medicina. Já Os gêneros textuais são fenômenos históricos, profun-
é possível, por exemplo, fotografar pintas suspeitas e enviar as damente vinculados à vida cultural e social, portanto, são en-
imagens a um algoritmo que as analisa e diz com mais precisão tidades sócio discursivas e formas de ação social em qualquer
do que um dermatologista se a mancha é inofensiva ou se pode situação comunicativa. Caracterizam-se como eventos textuais
ser um câncer, o que exige medidas adicionais. altamente maleáveis e dinâmicos.
3
LÍNGUA PORTUGUESA
Os gêneros textuais caracterizam-se muito mais por suas Tipos de Gêneros Textuais
funções comunicativas; cognitivas e institucionais, do que por
suas peculiaridades linguísticas e estruturais. Existem inúmeros gêneros textuais dentro das categorias
Os textos, tanto orais quanto escritos, que têm o objetivo tipológicas de texto, e cada texto possuiu uma linguagem e
de estabelecer algum tipo de comunicação, possuem algumas estrutura. Em outras palavras, gêneros textuais são estruturas
características básicas que fazem com que possamos saber em textuais peculiares que surgem dos tipos de textos: narrativo,
qual gênero textual o texto se encaixa. Algumas dessas carac- descritivo, dissertativo-argumentativo, expositivo e injuntivo.
terísticas são: o tipo de assunto abordado, quem está falando,
para quem está falando, qual a finalidade do texto, qual o tipo Texto Narrativo: apresentam ações de personagens no
do texto (narrativo, argumentativo, instrucional, etc.). tempo e no espaço. A estrutura da narração é dividida em: apre-
É essencial saber distinguir o que é gênero textual, gênero sentação, desenvolvimento, clímax e desfecho.
literário e tipo textual. Cada uma dessas classificações é referen- Exemplos de gêneros textuais narrativos:
te aos textos, porém é preciso ter atenção, cada uma possui um Romance
significado totalmente diferente da outra. Novela
Gêneros textuais – cada um deles possui o seu próprio estilo Crônica
de escrita e de estrutura. Desta forma fica mais fácil compreen- Contos de Fada
der as diferenças entre cada um deles e poder classifica-los de Fábula
acordo com suas características. Lendas
Gênero Literário –os textos abordados são apenas os literá- Texto Descritivo: se ocupam de relatar e expor determina-
rios, diferente do gênero textual, que abrange todo tipo de tex- da pessoa, objeto, lugar, acontecimento. São textos cheios de
to. O gênero literário é classificado de acordo com a sua forma, adjetivos, que descrevem ou apresentam imagens a partir das
podendo ser do gênero líricos, dramático, épico, narrativo e etc. percepções sensoriais do locutor (emissor).
Exemplos de gêneros textuais descritivos:
Tipo textual –forma como o texto se apresenta, podendo Diário
ser classificado como narrativo, argumentativo, dissertativo, Relatos (viagens, históricos, etc.)
descritivo, informativo ou injuntivo. Cada uma dessas classifica- Biografia e autobiografia
Notícia
ções varia de acordo como o texto se apresenta e com a finalida-
Currículo
de para o qual foi escrito.
Lista de compras
Cardápio
Quando pensamos nos diversos tipos e gêneros textuais,
Anúncios de classificados
devemos pensar também na linguagem adequada a ser adota-
da em cada um deles. Por isso existem a linguagem literária e a Texto Dissertativo-Argumentativo: encarregados de expor
linguagem não literária. Diferentemente do que acontece com um tema ou assunto por meio de argumentações. São marcados
os textos literários, nos quais há uma preocupação com o ob- pela defesa de um ponto de vista, ao mesmo tempo que tentam
jeto linguístico e também com o estilo, os textos não literários persuadir o leitor. Sua estrutura textual é dividida em três par-
apresentam características bem delimitadas para que possam tes: tese (apresentação), antítese (desenvolvimento), nova tese
cumprir sua principal missão, que é, na maioria das vezes, a de (conclusão).
informar. Exemplos de gêneros textuais dissertativos:
Quando pensamos em informação, alguns elementos de- Editorial Jornalístico
vem ser elencados, como a objetividade, a transparência e o Carta de opinião
compromisso com uma linguagem não literária, afastando assim Resenha
possíveis equívocos na interpretação de um texto. Artigo
Os gêneros textuais são fenômenos históricos, profunda- Ensaio
mente vinculados à vida cultural e social, portanto, são entida- Monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado
des sócio discursivas e formas de ação social em qualquer situ-
ação comunicativa. Texto Expositivo: possuem a função de expor determinada
Caracterizam-se como eventos textuais altamente maleá- ideia, por meio de recursos como: definição, conceituação, in-
veis e dinâmicos. formação, descrição e comparação.
Os gêneros textuais caracterizam-se muito mais por suas Exemplos de gêneros textuais expositivos:
funções comunicativas; cognitivas e institucionais, do que por Seminários
suas peculiaridades linguísticas e estruturais. Palestras
Conferências
Entrevistas
Trabalhos acadêmicos
Enciclopédia
Verbetes de dicionários
4
LÍNGUA PORTUGUESA
Texto Injuntivo: também chamado de texto instrucional, O critério que impera na determinação interpretativa do gê-
indica uma ordem, de modo que o locutor (emissor) objetiva nero apresentado é
orientar e persuadir o interlocutor (receptor). Apresentam, na A) o suporte.
maioria dos casos, verbos no imperativo. B) o contexto.
Exemplos de gêneros textuais injuntivos: C) a forma.
Propaganda D) a função.
Receita culinária
Bula de remédio 03. CREMESP - Oficial Administrativo - Área Administrativa
Manual de instruções – 2016 – FCC
Regulamento
Textos prescritivos Outro dia, em busca de determinada informação, caiu-me
QUESTÕES às mãos um calendário de 1866. Por força do hábito, examinei-o
pelo avesso e descobri um panorama encantador. Como todos
01. SEDUC-CE - Professor - Língua Portuguesa – 2018 - UE- antes dele, foi um ano cheio de domingos. Nasceu e morreu
CE-CEV gente. Declararam-se guerras e fizeram-se as pazes, não neces-
Considerando que os gêneros estão agrupados em cinco sariamente nessa ordem. O barco a vapor, o telégrafo e a foto-
modalidades retóricas correspondentes aos tipos textuais, assi- grafia eram as grandes novidades, e já havia no ar um xodó pela
nale a opção em que a correspondência dos exemplos e as res- tecnologia. Mas não adiantava: aquele mundo de 150 anos atrás
pectivas modalidades está correta. continuava predominantemente literário.
A) ARGUMENTAR: novela fantástica, texto de opinião, de- Eram tempos em que, flanando pelas grandes cidades, os
bate regrado. mortais podiam cruzar com os escritores nas ruas — poetas, ro-
B) EXPOR: seminário, conferência, entrevista de especialis- mancistas, pensadores —, segui-los até seus cafés, sentar-se à
ta. mesa do lado, ouvir o que eles diziam e, quem sabe, puxá-los
C) NARRAR: fábula, curriculum vitae, lenda. pela manga e oferecer-lhes fogo. Talvez em nenhuma outra épo-
D) DESCREVER: regulamento, regras de jogo, carta do leitor. ca tantos gênios morassem nas mesmas cidades, quem sabe até
em bairros vizinhos. E todos em idade madura, no auge de suas
02. SEDUC-CE - Professor - Língua Portuguesa – 2018 - UE- vidas ativas e criativas.
CE-CEV Na Paris de 1866, por exemplo, roçavam cotovelos Ale-
xandre Dumas, Victor Hugo, Baudelaire. Em Lisboa, Antero de
Receita do amor Quental, Camilo Castelo Branco, Eça de Queiroz. E, no Rio, basta-
va um pulinho à rua do Ouvidor para se estar diante de Machado
Ingredientes: de Assis e José de Alencar.
• 4 xícaras de carinho Que viagem, a 1866.
• 2 xícaras de atenção (Adaptado de: CASTRO, Ruy. Viagem a 1866. Disponível
• 2 colheres de suspiros em: www.folha.uol.com.br)
• 8 pedaços de saudades
• 3 colheres de respeito
Uma característica do gênero crônica que pode ser observa-
• Amor, sorrisos bobos, pimenta e ciúmes a gosto
da no texto é a presença de uma linguagem
A) imparcial, que se evidencia em: Talvez em nenhuma ou-
Modo de preparo:
tra época tantos gênios morassem nas mesmas cidades...
– Misture 8 pedaços de saudade com 2 xícaras de atenção
B) formal, que se evidencia em: ... já havia no ar um xodó
em uma panela até virar uma mistura onde qualquer momento
pela tecnologia.
seja especial. Acrescente sorrisos bobos até ficar homogêneo;
C) arcaica, que se evidencia em: Que viagem, a 1866.
– Junte todo o carinho na forma e caramelize com suspiros
D) coloquial, que se evidencia em: ... foi um ano cheio de
de paixão, ao sentir o cheiro de sonhos se espalhando no am-
domingos
biente retire do fogo e acrescente uma pitada de pimenta para
sentirmos a intensidade dentro de nós sempre que provarmos; E) argumentativa, que se evidencia em: Nasceu e morreu
– Misture bem todos os ingredientes anteriores; gente.
– Para não virar rotina, acrescente muito amor e uma colher
de ciúmes. Para dar um pequeno sabor de dedicação, adicione 04. CREMESP - Oficial Administrativo - Área Administrati-
3 colheres de respeito. (Caso erre na medida de ciúmes coloque va- 2016 – FCC
respeito a gosto). O Dia do Médico, celebrado em 18 de outubro, foi a data
(...) Rendimento: Duas porções escolhida pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de
Dica de acompanhamento: Aprecie com abraços e músicas. São Paulo (Cremesp) para o lançamento de uma campanha pela
Diêgo Cabó humanização da Medicina. Com o mote “O calor humano tam-
Fonte:https://www.pensador.com/frase/MTgyMjExMg/. bém cura”, a ação pretende enaltecer a vocação humanitária do
Acesso em 08/09/2018. médico e fortalecer a relação entre esses profissionais e seus
pacientes, um dos pilares da Medicina.
5
LÍNGUA PORTUGUESA
Consumir dentro do limite das próprias economias é um Não verbal: usa outros meios de comunicação, que não
bom exemplo para as crianças. “Endividar-se para consumir sejam as palavras. Por exemplo: linguagem de sinais, placas e
não está certo”, afirma a advogada Noemi Friske Momberger, sinais de trânsito, linguagem corporal, figura, expressão facial,
autora do livro A publicidade dirigida a crianças e adolescentes, etc.
regulamentos e restrições. Isso vale tanto para as crianças como
para os pais. É preciso dar exemplo. Não adianta inventar regras
apenas para quem tem menos de 1 metro e meio. É preciso aju- Linguagem verbal Linguagem não verbal
dar as crianças a entender o que cabe no orçamento familiar. apítos;
bilhetes;
“Explico para meus filhos que não podemos ter algumas coisas, bandeiras;
cartas;
mesmo que muitos na escola tenham três vezes mais”, diz a pro- cores;
decretos;
fessora de Inglês Lucia Razeira, de 30 anos, mãe de Vitor, de 7, desenhos;
diálogo
e Clara, de 10. expressões faciais;
e-mails;
[...] figuras;
entrevistas;
Disponível em:http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epo- gestos;
filmes;
ca/0,,EMI58402-15228,00- EU+QUERO+EU+QUERO+EU+QUE- imagens;
jornais
RO.html>.Acesso em: 07 fev. 2017. logotipos;
literatura;
luzes;
livros;
Considerando as características predominantes, o gênero pinturas;
ofícos;
textual placas;
poesias;
A) é seguramente uma reportagem em que se observam ar- posturas corporais;
prosas;
gumentos do autor. semáforos;
reportagens;
B) se enquadra no tipo narrativo, uma vez que há predomí- sinais de trânsito;
sites;
nio de sequências descritivas. sinais
telefonemas;
C) foi totalmente explicitado no recorte apresentado, já que sirenes;
diz respeito a um artigo de opinião.
...
D) é uma notícia, já que narra um fato verídico, com infor- ...
mações sobre a necessidade de se ensinar os limites do consu-
mo. Existe também a Linguagem mista, que é o uso simultâneo
E) é delimitado pela esfera do campo opinativo, uma vez dos dois tipos de linguagem para estabelecer a comunicação. Ela
que defende o ponto de vista de que é preciso haver limites para ocorre quando por exemplo dizemos que sim e ao mesmo tem-
o consumo, por meio de três argumentos básicos. po balançamos a cabeça. Está também presente em histórias em
quadrinhos, em charges, em vídeo, etc.
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LÍNGUA PORTUGUESA
https://www.todamateria.com.br/linguagem-verbal-e-nao-
-verbal/
A) Linguagem verbal
B) Linguagem não verbal
C) Linguagem mista
D) Linguagem conotativa
Linguagem intencional: Toda vez que nos depararmos com 03. Quando assistimos um jogo de futebol, as linguagens
um texto despretensioso ou seja sem nenhum objetivo pode- verbal e não verbal estão envolvidas. Qual delas abaixo repre-
mos julgar que há algum tipo de pretensão. Para cada tipo de senta a linguagem verbal usadas nas partidas de futebol:
intenção existe uma forma distinta de linguagem. Por isso, uma
declaração de amor é feita de jeito e uma entrevista de emprego A) Bandeiras de impedimento
de outra. B) Cartões vermelho e amarelo
Não é difícil distinguir os tipos de linguagens, pois falada ou C) Locutor do Futebol
escrita, só pode ser verbal. Sempre que a comunicação precisar D) O apito do juiz
de uma estrutura gramatical adequada para ser entendida, ela
será uma linguagem verbal.
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LÍNGUA PORTUGUESA
RESPOSTAS
01 C
02 C
03 C
04 A
Mineiro de Araguari, o cartunista Caulos já publicou seus
trabalhos em diversos jornais, entre eles o Jornal do Brasil e o 05 C
The New York Times
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
No cartum apresentado, o significado da palavra escrita é
reforçado pelos elementos visuais, próprios da linguagem não Variações linguísticas reúnem as variantes da língua que fo-
verbal. A separação das letras da palavra em balões distintos ram criadas pelos homens e são reinventadas a cada dia.
contribui para expressar principalmente a seguinte ideia: Dessas reinvenções surgem as variações que envolvem di-
A) dificuldade de conexão entre as pessoas versos aspectos históricos, sociais, culturais e geográficos.
B) aceleração da vida na contemporaneidade No Brasil, é possível encontrar muitas variações linguísticas,
C) desconhecimento das possibilidades de diálogo por exemplo, na linguagem regional. Todas as pessoas que falam
D) desencontro de pensamentos sobre um assunto uma determinada língua conhecem as estruturas gerais, básicas,
de funcionamento podem sofrer variações devido à influência
05. Gráficos são exemplos de utilização simultânea das lin- de inúmeros fatores.
guagens verbal e não verbal. É preciso analisar as duas ocorrên- Nenhuma língua é usada de maneira uniforme por todos os
cias para a compreensão do texto. seus falantes em todos os lugares e em qualquer situação. Sabe-
-se que, numa mesma língua, há formas distintas para traduzir o
mesmo significado dentro de um mesmo contexto.
As variações que distinguem uma variante de outra se mani-
festam em quatro planos distintos, a saber: fônico, morfológico,
sintático e lexical.
Variações Fônicas
Ocorrem no modo de pronunciar os sons constituintes da
palavra. Os exemplos de variação fônica são abundantes e, ao
lado do vocabulário, constituem os domínios em que se percebe
com mais nitidez a diferença entre uma variante e outra.
Variações Morfológicas
São as que ocorrem nas formas constituintes da palavra.
Nesse domínio, as diferenças entre as variantes não são tão nu-
merosas quanto as de natureza fônica, mas não são desprezíveis.
Variações Sintáticas
Nos gráficos, os elementos visuais e os elementos textu- Dizem respeito às correlações entre as palavras da frase. No
ais são fundamentais para o entendimento total da mensagem domínio da sintaxe, como no da morfologia, não são tantas as
transmitida. No gráfico em questão, a linguagem verbal e a lin- diferenças entre uma variante e outra.
guagem não verbal têm como intenção mostrar ao leitor que:
A) O número de casamentos entre pessoas acima de 60 Variações Léxicas
anos diminuiu em um período de cinco anos. É o conjunto de palavras de uma língua. As variantes do
B) O número de pessoas acima de 60 anos que estão in- plano do léxico, como as do plano fônico, são muito numero-
seridas no mercado de trabalho é proporcionalmente inverso à sas e caracterizam com nitidez uma variante em confronto com
quantidade de pessoas que se casam nessa faixa etária. outra.
8
LÍNGUA PORTUGUESA
Tipos de Variação É importante ressaltar que todas variações são aceitas e ne-
Não tem sido fácil para os estudiosos encontrar para as va- nhuma delas é superior, ou considerada a mais correta.
riantes linguísticas um sistema de classificação que seja simples
e, ao mesmo tempo, capaz de dar conta de todas as diferenças QUESTÕES
que caracterizam os múltiplos modos de falar dentro de uma
comunidade linguística. O principal problema é que os critérios 01. UNIFAL-MG - Engenheiro Civil – 2018 - UNIFAL-MG
adotados, muitas vezes, se superpõem, em vez de atuarem iso-
ladamente.
As variações mais importantes, para o interesse do concur-
so público, são os seguintes:
Variação Situacional: ocorre de acordo com o contexto o 02. SEDUC/PI – PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA –
qual está inserido, por exemplo, as situações formais e infor- 2015 - NUCEPE
mais.
SOTAQUE MINEIRO: É ILEGAL, IMORAL OU ENGORDA?
Preconceito Linguístico
Gente, simplificar é um pecado. Se a vida não fosse tão cor-
Está intimamente relacionado com as variações linguísticas, rida, se não tivesse tanta conta para pagar, tantos processos —
uma vez que ele surge para julgar as manifestações linguísticas oh sina — para analisar, eu fundaria um partido cuja luta seria
ditas “superiores”. descobrir as falas de cada região do Brasil.
Para pensarmos nele não precisamos ir muito longe, pois Cadê os linguistas deste país? Sinto falta de um tratado ge-
em nosso país, embora o mesmo idioma seja falado em todas ral das sotaques brasileiros. Não há nada que me fascine mais.
as regiões, cada uma possui suas peculiaridades que envolvem Como é que as montanhas, matas ou mares influem tanto, e de-
diversos aspectos históricos e culturais. terminam a cadência e a sonoridade das palavras? (...)
A maneira de falar do norte é muito diferente da falada no Os mineiros têm um ódio mortal das palavras completas.
sul do país. Isso ocorre porque nos atos comunicativos, os falan- Preferem, sabe-se lá por que, abandoná-las no meio do caminho
tes da língua vão determinando expressões, sotaques e entona- (não dizem: pode parar, dizem: pó parar. Não dizem: onde eu
ções de acordo com as necessidades linguísticas. estou?, dizem: ôndôtô?). Parece que as palavras, para os minei-
O preconceito linguístico surge no tom de deboche, sendo a ros, são como aqueles chatos que pedem carona. Quando você
variação apontada de maneira pejorativa e estigmatizada. percebe a roubada, prefere deixá-los no caminho.(...)
9
LÍNGUA PORTUGUESA
Mineiro não fala que o sujeito é competente em tal ou qual C) Está adequadamente usada e traduz informalidade e
atividade. Fala que ele é bom de serviço. Pouco importa que seja aproximação com o leitor, além de sinalizar para a leveza com a
um juiz, um jogador de futebol ou um ator de filme pornô. Se qual o tema será abordado.
der no couro — metaforicamente falando, claro — ele é bom de D) Está adequadamente utilizada por se tratar de um estilo
serviço. Faz sentido... de escrita originariamente revelado no padrão culto da língua.
Mineiras não usam o famosíssimo tudo bem. Sempre que E)Não é usada adequadamente porque seu autor confessa-
duas mineiras se encontram, uma delas há de perguntar pra ou- -se pouco conhecedor do tema abordado no texto.
tra: cê tá boa? Para mim, isso é pleonasmo. Perguntar para uma
mineira se ela tá boa, é como perguntar a um peixe se ele sabe 04. SEDUC-CE - Professor - Língua Portuguesa – 2018 - UE-
nadar. Desnecessário. CE-CEV
Há outras. Vamos supor que você esteja tendo um caso com
uma mulher casada. Um amigo seu, se for mineiro, vai chegar e Leia a historinha O limoeiro de Maurício de Sousa.
dizer: — Mexe com isso não, sô (leia-se: sai dessa, é fria, etc).
(...). Legenda:
Os mineiros também não gostam do verbo conseguir. Aqui CB – Chico Bento (falando com um limoeiro que ele plantou)
ninguém consegue nada. Você não dá conta. Sôcê (se você) acha P – Pai do Chico Bento
que não vai chegar a tempo, você liga e diz: — Aqui, não vou dar M – Mãe do Chico Bento
conta de chegar na hora, não, sô. (...)
Mineiras não dizem apaixonado por. Dizem, sabe-se lá por CB: – Vixi! Como você cresceu! Inté parece qui foi onte qui
que, apaixonado com. Soa engraçado aos ouvidos forasteiros. prantei esse limoero! Agora, já ta cheio di gaio! Quase da mi-
Ouve-se a toda hora: Ah, eu apaixonei com ele.... Ou: sou doida nha artura! Como o tempo passa, né? Uns tempo atrais, ocê era
com ele (ele, no caso, pode ser você, um carro, um cachorro). deste tamanhico! Fiz um buraquinho i ponhei ocê inda mudinha
Elas vivem apaixonadas com alguma coisa. dentro! Protegi dos ventos, do sor, das geada... i nunca dexei
(Texto de Felipe Peixoto Braga Netto - Crônica extraída do fartá água! Imagina si eu ia dexá ocê passá sede! Hoje você ta
livro “As coisas simpáticas da vida”, Landy Editora, São Paulo desse tamanhão! Quero vê o dia im qui ocê tivé mais grande qui
(SP) - 2005, pág. 82. Publicação retirada do site: http://goo.gl/ eu! Imagina só! Cum uns gaio cumprido cheio di limão i umas fia
ajNZpc. - Acesso em 14.6.2015). bem larga, pra dá sombra pra quem tivé dibaxo! Aí, num vô per-
cisá mais mi precupá c’ocê, né limoero? Pruque aí ocê vai tá bem
forte! Vai sabê si protegê do vento do sor i da geada, sozinho! I
Teoricamente, a noção de sotaque aplica-se apenas às va-
suas raiz vão tá tão cumprida qui ocê vai podê buscá água por
riações linguísticas relativas à pronúncia das palavras. No título
sua conta! Ocê vai sê dono doce mesmo! Sabe, limoero...Tava
do texto, Sotaque mineiro: é ilegal, imoral ou engorda?, há uma
pensando...Acho que dispois, vai sê eu qui vô percisá docê! Isso
sinalização de que o tema variação linguística será tratado levan-
é... Quando eu ficá mais véio! Craro! Cum uns limão tão bão qui
do-se em conta essa dimensão, mas verificam-se referências a
ocê tem... i a sombra qui ocê dá, pode mi protegê inté dos pongo
outras dimensões de variação. A opção em que a ideia de sota-
di chuva! Ocê vai fazê isso, limoeiro? Cuidá de mim também?
que é evidenciada mais pontualmente é:
Num importa! O importante é qui eu prantei ocê! I é ansim qui
A) “ Mineiro não fala que o sujeito é competente em tal ou
eu gosto! Do jeito qui ocê é.
qual atividade. Fala que ele é bom de serviço” P (para M): – Muié... tem reparado como nosso fio cres-
B) ” Um amigo seu, se for mineiro, vai chegar e dizer: — ceu? Fonte: Chico Bento, nº 354.
Mexe com isso não, sô (leia-se: sai dessa, é fria, etc).” Considerando a variação linguística utilizada, assinale a
C) “ Os mineiros também não gostam do verbo conseguir... opção que apresenta uma visão preconceituosa a respeito do
Sôcê (se você) acha que não vai chegar a tempo, você liga e diz: texto.
— Aqui, não vou dar conta de chegar na hora, não, sô.” A) A criação do personagem Chico Bento permite que as
D) “... Não dizem: onde eu estou?, dizem: ôndôtô?” crianças com antecedentes urbanos se familiarizem com a cul-
E) “ Mineiras não dizem apaixonado por. Dizem, sabe-se lá tura rural.
por que, apaixonado com.... Ouve-se a toda hora: Ah, eu apaixo- B) O Conselho Nacional de Cultura deveria proibir a publica-
nei com ele.... Ou: sou doida com ele (...) ção da revista, pois o modo de falar do Chico pode influenciar a
fala das crianças brasileiras.
03. SEDUC/PI – PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA – C) Em sala de aula, Chico Bento pode se transformar em um
2015 - NUCEPE símbolo do multiculturalismo que ali deve ser cultivado.
Ainda em relação ao texto da questão 02: D) As historinhas do Chico Bento funcionam como um re-
Em: “Se a vida não fosse tão corrida, se não tivesse tanta curso para despertar nos alunos a consciência da diversidade
conta para pagar, tantos processos — oh sina — para analisar, sociolinguística.
eu fundaria um partido...”, é CORRETO afirmar sobre a expressão
destacada. 05. MPE-BA - Analista Técnico - Letras Vernáculas – 2017
A) Está empregada de maneira inadequada por tratar-se de – FGV
uma expressão usada na oralidade, em um texto escrito. Numa negociação de umas quintas em Portugal, poderia
B) Não poderia ser usada em um texto que trata teorica- ocorrer a seguinte frase na língua falada portuguesa: - Tu queres
mente de variação linguística, por ser tão informal. que eu tas venda?
10
LÍNGUA PORTUGUESA
Em linguagem falada contemporânea brasileira não regio- Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumenta-
nal, essa mesma frase deveria ser expressa do seguinte modo: ção. O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pre-
A) Tu queres que eu te venda as quintas? tende demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente
B) Tu queres que eu venda-as a você? das premissas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos
C) Você quer que eu venda elas a você? postulados admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não
D) Tu queres que eu venda as quintas a ti? dependem de crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas
E) Você quer que eu as venda a ti? apenas do encadeamento de premissas e conclusões.
Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadea-
RESPOSTAS mento:
A é igual a B.
01 B A é igual a C.
Então: C é igual a A.
02 D
03 C Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoria-
mente, que C é igual a A.
04 B
05 C Outro exemplo:
Todo ruminante é um mamífero.
ARGUMENTAÇÃO A vaca é um ruminante.
Logo, a vaca é um mamífero.
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma infor-
mação a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
positiva de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, também será verdadeira.
ou inteligente, ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz No domínio da argumentação, as coisas são diferentes.
seja admitido como verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de Nele, a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso,
convencer, ou seja, tem o desejo de que o ouvinte creia no que deve-se mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a
o texto diz e faça o que ele propõe. mais plausível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda di-
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, zendo-se mais confiável do que os concorrentes porque existe
todo texto contém um componente argumentativo. A argumen- desde a chegada da família real portuguesa ao Brasil, ele estará
tação é o conjunto de recursos de natureza linguística destina- dizendo-nos que um banco com quase dois séculos de existência
dos a persuadir a pessoa a quem a comunicação se destina. Está é sólido e, por isso, confiável. Embora não haja relação necessá-
presente em todo tipo de texto e visa a promover adesão às te- ria entre a solidez de uma instituição bancária e sua antiguidade,
ses e aos pontos de vista defendidos. esta tem peso argumentativo na afirmação da confiabilidade de
As pessoas costumam pensar que o argumento seja ape- um banco. Portanto é provável que se creia que um banco mais
nas uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para com- antigo seja mais confiável do que outro fundado há dois ou três
provar a veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: anos.
como se disse acima, é um recurso de linguagem utilizado para Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
levar o interlocutor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer
como verdadeiro o que está sendo transmitido. A argumentação as pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante
pertence ao domínio da retórica, arte de persuadir as pessoas entender bem como eles funcionam.
mediante o uso de recursos de linguagem. Já vimos diversas características dos argumentos. É preci-
Para compreender claramente o que é um argumento, é so acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o
bom voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV auditório, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais
a.C., numa obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis fácil quanto mais os argumentos estiverem de acordo com suas
quando se tem de escolher entre duas ou mais coisas”. crenças, suas expectativas, seus valores. Não se pode convencer
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma um auditório pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas
desvantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argu- que ele abomina. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas
mentar. Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher que ele considera positivas. No Brasil, a publicidade da cerve-
entre duas coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. ja vem com frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão
Nesse caso, precisamos argumentar sobre qual das duas é mais nacional. Nos Estados Unidos, essa associação certamente não
desejável. O argumento pode então ser definido como qualquer surtiria efeito, porque lá o futebol não é valorizado da mesma
recurso que torna uma coisa mais desejável que outra. Isso sig- forma que no Brasil. O poder persuasivo de um argumento está
nifica que ele atua no domínio do preferível. Ele é utilizado para vinculado ao que é valorizado ou desvalorizado numa dada cul-
fazer o interlocutor crer que, entre duas teses, uma é mais pro- tura.
vável que a outra, mais possível que a outra, mais desejável que
a outra, é preferível à outra. Tipos de Argumento
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado a
de um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que fazer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um
o enunciador está propondo. argumento. Exemplo:
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O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão vá-
dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos epi- lida, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia ou
sódios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e proposição, e o interlocutor pode questionar cada passo do ra-
não outras, etc. Veja: ciocínio empregado na argumentação. A persuasão não válida
“O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras apoia-se em argumentos subjetivos, apelos subliminares, chan-
trocavam abraços afetuosos.” tagens sentimentais, com o emprego de “apelações”, como a
O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que no- inflexão de voz, a mímica e até o choro.
ras e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhi- Alguns autores classificam a dissertação em duas modalida-
do esse fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o des, expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, ra-
termo até, que serve para incluir no argumento alguma coisa zões a favor e contra uma ideia, ao passo que a outra é informa-
inesperada. tiva, apresenta dados sem a intenção de convencer. Na verdade,
Além dos defeitos de argumentação mencionados quando a escolha dos dados levantados, a maneira de expô-los no texto
tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros: já revelam uma “tomada de posição”, a adoção de um ponto de
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão vista na dissertação, ainda que sem a apresentação explícita de
amplo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu argumentos. Desse ponto de vista, a dissertação pode ser defi-
contrário. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmen- nida como discussão, debate, questionamento, o que implica a
te, pode ser usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras liberdade de pensamento, a possibilidade de discordar ou con-
cordar parcialmente. A liberdade de questionar é fundamental,
podem ter valor positivo (paz, justiça, honestidade, democracia)
mas não é suficiente para organizar um texto dissertativo. É ne-
ou vir carregadas de valor negativo (autoritarismo, degradação
cessária também a exposição dos fundamentos, os motivos, os
do meio ambiente, injustiça, corrupção).
porquês da defesa de um ponto de vista.
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas
Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude
por um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos argumentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo
são ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para de discurso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se
destruir o argumento. evidencia.
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do Para discutir um tema, para confrontar argumentos e po-
contexto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando- sições, é necessária a capacidade de conhecer outros pontos
-as e atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o de vista e seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe,
caso, por exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias muitas vezes, a análise de argumentos opostos, antagônicos.
não permite que outras crescam”, em que o termo imperialismo Como sempre, essa capacidade aprende-se com a prática. Um
é descabido, uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado bom exercício para aprender a argumentar e contra-argumentar
visando a reduzir outros à sua dependência política e econômi- consiste em desenvolver as seguintes habilidades:
ca”. - argumentação: anotar todos os argumentos a favor de
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a uma ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição
situação concreta do texto, que leva em conta os componentes totalmente contrária;
envolvidos na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e
comunicação, o assunto, etc). quais os argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com apresentaria contra a argumentação proposta;
manifestações de sinceridade do autor (como eu, que não cos- - refutação: argumentos e razões contra a argumentação
tumo mentir...) ou com declarações de certeza expressas em oposta.
fórmulas feitas (como estou certo, creio firmemente, é claro, é A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto,
óbvio, é evidente, afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de argumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclu-
prometer, em seu texto, sinceridade e certeza, autenticidade e sões válidas, como se procede no método dialético. O método
verdade, o enunciador deve construir um texto que revele isso. dialético não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de
Em outros termos, essas qualidades não se prometem, manifes- polêmicas. Trata-se de um método de investigação da realidade
tam-se na ação. pelo estudo de sua ação recíproca, da contradição inerente ao
fenômeno em questão e da mudança dialética que ocorre na
A argumentação é a exploração de recursos para fazer pa-
natureza e na sociedade.
recer verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar
Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou o
a pessoa a que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz.
método de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que par-
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa
te do simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência
um ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que são a mesma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a
inclui a argumentação, questionamento, com o objetivo de per- conclusões verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado
suadir. Argumentar é o processo pelo qual se estabelecem rela- em partes, começando-se pelas proposições mais simples até
ções para chegar à conclusão, com base em premissas. Persuadir alcançar, por meio de deduções, a conclusão final. Para a linha
é um processo de convencimento, por meio da argumentação, de raciocínio cartesiana, é fundamental determinar o problema,
no qual procura-se convencer os outros, de modo a influenciar dividi-lo em partes, ordenar os conceitos, simplificando-os, enu-
seu pensamento e seu comportamento. merar todos os seus elementos e determinar o lugar de cada um
no conjunto da dedução.
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A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para - Claro que não!
a argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs - Então você possui um brilhante de 40 quilates...
quatro regras básicas que constituem um conjunto de reflexos Exemplos de sofismas:
vitais, uma série de movimentos sucessivos e contínuos do espí- Dedução
rito em busca da verdade: Todo professor tem um diploma (geral, universal)
- evidência; Fulano tem um diploma (particular)
- divisão ou análise; Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa)
- ordem ou dedução;
- enumeração. Indução
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. (par-
A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omis- ticular)
são e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode
quebrar o encadeamento das ideias, indispensável para o pro- Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (parti-
cesso dedutivo. cular)
A forma de argumentação mais empregada na redação aca-
dêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas, Rio de Janeiro e Taubaté são cidades.
que contém três proposições: duas premissas, maior e menor, e Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor.
a conclusão. As três proposições são encadeadas de tal forma, (geral – conclusão falsa)
que a conclusão é deduzida da maior por intermédio da menor.
A premissa maior deve ser universal, emprega todo, nenhum,
Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclu-
pois alguns não caracteriza a universalidade.
são pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são
Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução (si-
professores; nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo
logística), que parte do geral para o particular, e a indução, que
Redentor. Comete-se erro quando se faz generalizações apres-
vai do particular para o geral. A expressão formal do método de-
dutivo é o silogismo. A dedução é o caminho das consequências, sadas ou infundadas. A “simples inspeção” é a ausência de aná-
baseia-se em uma conexão descendente (do geral para o parti- lise ou análise superficial dos fatos, que leva a pronunciamentos
cular) que leva à conclusão. Segundo esse método, partindo-se subjetivos, baseados nos sentimentos não ditados pela razão.
de teorias gerais, de verdades universais, pode-se chegar à pre- Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não funda-
visão ou determinação de fenômenos particulares. O percurso mentais, que contribuem para a descoberta ou comprovação da
do raciocínio vai da causa para o efeito. Exemplo: verdade: análise, síntese, classificação e definição. Além desses,
Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal) existem outros métodos particulares de algumas ciências, que
Fulano é homem (premissa menor = particular) adaptam os processos de dedução e indução à natureza de uma
Logo, Fulano é mortal (conclusão) realidade particular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, ba- método próprio demonstrativo, comparativo, histórico etc. A
seiase em uma conexão ascendente, do particular para o geral. análise, a síntese, a classificação a definição são chamadas mé-
Nesse caso, as constatações particulares levam às leis gerais, ou todos sistemáticos, porque pela organização e ordenação das
seja, parte de fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, ideias visam sistematizar a pesquisa.
desconhecidos. O percurso do raciocínio se faz do efeito para a
causa. Exemplo: Análise e síntese são dois processos opostos, mas interliga-
O calor dilata o ferro (particular) dos; a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes
O calor dilata o bronze (particular) para o todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo,
O calor dilata o cobre (particular) uma depende da outra. A análise decompõe o todo em partes,
O ferro, o bronze, o cobre são metais enquanto a síntese recompõe o todo pela reunião das partes.
Logo, o calor dilata metais (geral, universal) Sabe-se, porém, que o todo não é uma simples justaposição das
partes. Se alguém reunisse todas as peças de um relógio, não
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido significa que reconstruiu o relógio, pois fez apenas um amon-
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas toado de partes. Só reconstruiria todo se as partes estivessem
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos fa- organizadas, devidamente combinadas, seguida uma ordem de
tos, pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma
relações necessárias, funcionais, então, o relógio estaria recons-
conclusão falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição
truído.
inexata, uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa
analogia são algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo
má fé, intenção deliberada de enganar ou levar ao erro; quando
o sofisma não tem essas intenções propositais, costuma-se cha- por meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num
mar esse processo de argumentação de paralogismo. Encontra- conjunto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a
-se um exemplo simples de sofisma no seguinte diálogo: análise, que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? decomposição organizada, é preciso saber como dividir o todo
- Lógico, concordo. em partes. As operações que se realizam na análise e na síntese
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates? podem ser assim relacionadas:
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Análise: penetrar, decompor, separar, dividir. A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da lin-
Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir. guagem e consiste na enumeração das qualidades próprias de
A análise tem importância vital no processo de coleta de uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento
ideias a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da conforme a espécie a que pertence, demonstra: a característica
criação de abordagens possíveis. A síntese também é importan- que o diferencia dos outros elementos dessa mesma espécie.
te na escolha dos elementos que farão parte do texto. Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências.
Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou A definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui
informal. A análise formal pode ser científica ou experimental; às palavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a cono-
é característica das ciências matemáticas, físico-naturais e ex- tativa ou metafórica emprega palavras de sentido figurado. Se-
perimentais. A análise informal é racional ou total, consiste em gundo a lógica tradicional aristotélica, a definição consta de três
“discernir” por vários atos distintos da atenção os elementos elementos:
constitutivos de um todo, os diferentes caracteres de um objeto - o termo a ser definido;
ou fenômeno. - o gênero ou espécie;
A análise decompõe o todo em partes, a classificação es- - a diferença específica.
tabelece as necessárias relações de dependência e hierarquia
entre as partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a O que distingue o termo definido de outros elementos da
ponto de se confundir uma com a outra, contudo são procedi- mesma espécie. Exemplo:
mentos diversos: análise é decomposição e classificação é hie-
rarquisação. Na frase: O homem é um animal racional classifica-se:
Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fe-
nômenos por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências
naturais, a classificação pode-se efetuar por meio de um pro-
cesso mais ou menos arbitrário, em que os caracteres comuns e
diferenciadores são empregados de modo mais ou menos con- Elemento especie diferença
vencional. A classificação, no reino animal, em ramos, classes, a ser definido específica
ordens, subordens, gêneros e espécies, é um exemplo de classi- É muito comum formular definições de maneira defeitu-
ficação natural, pelas características comuns e diferenciadoras. osa, por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo
em partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto;
A classificação dos variados itens integrantes de uma lista mais
quando é advérbio de tempo, não representa o gênero, a espé-
ou menos caótica é artificial.
cie, a gente é forma coloquial não adequada à redação acadê-
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, cami-
mica. Tão importante é saber formular uma definição, que se
nhão, canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo,
recorre a Garcia (1973, p.306), para determinar os “requisitos da
relógio, sabiá, torradeira.
definição denotativa”. Para ser exata, a definição deve apresen-
tar os seguintes requisitos:
Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em
Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está
Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira.
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramen-
Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus. ta ou instalação”;
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos
Os elementos desta lista foram classificados por ordem al- os exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente res-
fabética e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer cri- trito para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade;
térios de classificação das ideias e argumentos, pela ordem de - deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verda-
importância, é uma habilidade indispensável para elaborar o de, definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”;
desenvolvimento de uma redação. Tanto faz que a ordem seja - deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não cons-
crescente, do fato mais importante para o menos importante, titui definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um
ou decrescente, primeiro o menos importante e, no final, o im- homem” não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem);
pacto do mais importante; é indispensável que haja uma lógica - deve ser breve (contida num só período).Quando a defi-
na classificação. A elaboração do plano compreende a classifica- nição, ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de
ção das partes e subdivisões, ou seja, os elementos do plano de- períodos ou de parágrafos), chama-se explicação, e também de-
vem obedecer a uma hierarquização. (Garcia, 1973, p. 302304.) finição expandida;d
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na - deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo)
introdução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para ex- + cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjun-
pressar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara tos (as diferenças).
e racionalmente as posições assumidas e os argumentos que as As definições dos dicionários de língua são feitas por meio
justificam. É muito importante deixar claro o campo da discus- de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguís-
são e a posição adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas tica que consiste em estabelecer uma relação de equivalência
também os pontos de vista sobre ele. entre a palavra e seus significados.
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LÍNGUA PORTUGUESA
A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras de
Sempre é fundamental procurar um porquê, uma razão verda- se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar
deira e necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser uma ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões:
demonstrada com argumentos válidos. O ponto de vista mais da mesma forma, tal como, tanto quanto, assim como, igual-
lógico e racional do mundo não tem valor, se não estiver acom- mente. Para estabelecer contraste, empregam-se as expressões:
panhado de uma fundamentação coerente e adequada. mais que, menos que, melhor que, pior que.
Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica Entre outros tipos de argumentos empregados para aumen-
clássica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o julga- tar o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-
mento da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é clara e -se:
pode reconhecer-se facilmente seus elementos e suas relações;
outras vezes, as premissas e as conclusões organizam-se de Argumento de autoridade: O saber notório de uma auto-
modo livre, misturando-se na estrutura do argumento. Por isso, ridade reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a
é preciso aprender a reconhecer os elementos que constituem uma afirmação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enun-
um argumento: premissas/conclusões. Depois de reconhecer, ciado a credibilidade da autoridade citada. Lembre-se que as ci-
verificar se tais elementos são verdadeiros ou falsos; em segui- tações literais no corpo de um texto constituem argumentos de
da, avaliar se o argumento está expresso corretamente; se há autoridade. Ao fazer uma citação, o enunciador situa os enun-
coerência e adequação entre seus elementos, ou se há contra- ciados nela contidos na linha de raciocínio que ele considera
dição. Para isso é que se aprende os processos de raciocínio por mais adequada para explicar ou justificar um fato ou fenôme-
dedução e por indução. Admitindo-se que raciocinar é relacio- no. Esse tipo de argumento tem mais caráter confirmatório que
nar, conclui-se que o argumento é um tipo específico de relação comprobatório.
entre as premissas e a conclusão.
Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedi- Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam
mentos argumentativos mais empregados para comprovar uma explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como
afirmação: exemplificação, explicitação, enumeração, compara- válido por consenso, pelo menos em determinado espaço socio-
ção. cultural.Nesse caso, incluem-se
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por - A declaração que expressa uma verdade universal (o ho-
meio de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões co- mem, mortal, aspira à imortalidade);
muns nesse tipo de procedimento: mais importante que, supe- - A declaração que é evidente por si mesma (caso dos pos-
rior a, de maior relevância que. Empregam-se também dados tulados e axiomas);
estatísticos, acompanhados de expressões: considerando os da- - Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de na-
tureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a pró-
dos; conforme os dados apresentados. Faz-se a exemplificação,
pria razão desconhece); implica apreciação de ordem estética
ainda, pela apresentação de causas e consequências, usando-se
(gosto não se discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas
comumente as expressões: porque, porquanto, pois que, uma
(creio, ainda que parece absurdo).
vez que, visto que, por causa de, em virtude de, em vista de, por
motivo de. Comprovação pela experiência ou observação: A verdade
Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é ex- de um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de da-
plicar ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se dos concretos, estatísticos ou documentais.
alcançar esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela
interpretação. Na explicitação por definição, empregamse ex- Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação
pressões como: quer dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, se realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica:
isto é, haja vista, ou melhor; nos testemunhos são comuns as ex- causa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência.
pressões: conforme, segundo, na opinião de, no parecer de, con- Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declara-
soante as ideias de, no entender de, no pensamento de. A expli- ções, julgamento, pronunciamentos, apreciações que expres-
citação se faz também pela interpretação, em que são comuns sam opiniões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade
as seguintes expressões: parece, assim, desse ponto de vista. comprovada, e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação
Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência ou juízo que expresse uma opinião pessoal só terá validade se
de elementos que comprovam uma opinião, tais como a enu- fundamentada na evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada
meração de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, de provas, validade dos argumentos, porém, pode ser contesta-
em que são frequentes as expressões: primeiro, segundo, por da por meio da contra-argumentação ou refutação. São vários
último, antes, depois, ainda, em seguida, então, presentemente, os processos de contra-argumentação:
antigamente, depois de, antes de, atualmente, hoje, no passado,
sucessivamente, respectivamente. Na enumeração de fatos em Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação demons-
uma sequência de espaço, empregam-se as seguintes expres- trando o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a con-
sões: cá, lá, acolá, ali, aí, além, adiante, perto de, ao redor de, traargumentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o
no Estado tal, na capital, no interior, nas grandes cidades, no sul, cordeiro”;
no leste...
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LÍNGUA PORTUGUESA
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipó- - a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnologi-
teses para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se camente desenvolvida e a dependência tecnológica dos países
julga verdadeira; subdesenvolvidos;
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social;
Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento à - comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do
opinião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a uni- passado; apontar semelhanças e diferenças;
versalidade da afirmação; - analisar as condições atuais de vida nos grandes centros
urbanos;
Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: - como se poderia usar a ciência e a tecnologia para huma-
consiste em refutar um argumento empregando os testemu- nizar mais a sociedade.
nhos de autoridade que contrariam a afirmação apresentada;
Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em Conclusão
desautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador ba- - a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/conse-
seou-se em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou in- quências maléficas;
consequentes. Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, - síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumen-
por meio de dados estatísticos, que “o controle demográfico tos apresentados.
produz o desenvolvimento”, afirma-se que a conclusão é incon-
sequente, pois baseia-se em uma relação de causa-feito difícil de Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de
ser comprovada. Para contraargumentar, propõese uma relação redação: é um dos possíveis.
inversa: “o desenvolvimento é que gera o controle demográfico”.
Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis COESÃO E COERÊNCIA
para desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adapta-
das ao desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, Coerência diz respeito à articulação do texto, compatibilida-
em seguida, sugerem-se os procedimentos que devem ser ado- -de das ideias e à lógica do raciocínio. Coesão referese à expres-
tados para a elaboração de um Plano de Redação. -são linguística, nível gramatical, estruturas frasais e ao emprego
Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evo- do vocabulário.
lução tecnológica Ambas relacionamse com o processo de produção e com-
- Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, res- -preensão do texto, mas nem sempre um texto coerente apre-
ponder a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o por- -senta coesãoe vice-versa. Sendo assim, um texto pode ser gra-
quê da resposta, justificar, criando um argumento básico; -maticalmente bem construído, com frases bem estruturadas,
- Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e vocabulário correto, mas apresentar ideias disparatadas, sem
construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refuta- nexo, sem uma sequência lógica.
ção que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqua- A coerência textual é responsável pela hierarquização dos
lificá-la (rever tipos de argumentação); elementos textuais, ou seja, ela tem origem nas estruturas pro-
- Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de -fundas, no conhecimento do mundo de cada pessoa, aliada à
ideias que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as competência linguística, que permitirá a expressão das ideias
ideias podem ser listadas livremente ou organizadas como causa percebidas e organizadas, no processo de codificação referido
e consequência); na página
- Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com
o argumento básico; Coesão
- Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as
que poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transfor- É o resultado da disposição e da correta utilização das pala-
mam-se em argumentos auxiliares, que explicam e corroboram -vras que propiciam a ligação entre frases, períodos e parágrafos
a ideia do argumento básico; de um texto. A coesão ajuda com sua organização e ocorre por
- Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma meio de palavras chamadas de conectivos.
sequência na apresentação das ideias selecionadas, obedecen- Mecanismos de Coesão
do às partes principais da estrutura do texto, que poderia ser A coesão pode ser obtida através de alguns mecanismos:
mais ou menos a seguinte: anáfora e catáfora. Ambas se referem à informação expressa no
texto e, por esse motivo, são qualificadas como endofóricas.
Introdução Enquanto a anáfora retoma um componente, a catáfora o
- função social da ciência e da tecnologia; antecipa, contribuindo com a ligação e a harmonia textual.
- definições de ciência e tecnologia;
- indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico. Regras para a coesão textual:
Desenvolvimento
- apresentação de aspectos positivos e negativos do desen- Referência
volvimento tecnológico;
- como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou Pessoal: usa pronomes pessoais e possessivos. Exemplo:
as condições de vida no mundo atual; Eles são irmãos de Elisabete. (Referência pessoal anafórica)
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Sample: são trechos “roubados” de outras mmúsicas e usa- Vogais – altura da língua, anterioridade/posterioridade da
do como base para outras produções. língua, arredondamento dos lábios, nasalidade/oralidade.
Semivogais -são as vogais ” i ” e “u” (orais ou nasais) quan-
Vejamos agora um dos mais conhecidos exemplos de Inter- do assilábicas, as quais acompanham a vogal nos encontros vo-
textualidade.É o poema Canto de Regresso à Pátria, de Oswaldo cálicos.
de Andrade, cujo texto fonte é o poema Canção de Exílio, de
Gonçalves Dias. Fonologia
Canção do Exílio (texto fonte) É o campo da Linguística que se ocupa dos estudos sonoros
do idioma, estudando o modo como os sons se organizam den-
Minha terra tem palmeiras, tro da língua é possível classificá-los em unidades significativas,
Onde canta o Sabiá; chamadas de fonemas.
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá. Letra
Nosso céu tem mais estrelas, Letra é a representação gráfica dos sons. Exemplos: man-
Nossas várzeas têm mais flores, dioca (tem 8 letras); amor (tem 4 letras).
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores. Fonema
Em cismar, sozinho, à noite, Trata-se do menor elemento sonoro com habilidade de es-
Mais prazer encontro eu lá; tabelecer uma separação de significado entre palavras. Vejamos
Minha terra tem palmeiras, exemplo de fonemas que marcam a distinção entre os pares de
Onde canta o Sabiá. palavras: sal – mal, sela – sala.
Minha terra tem primores, É muito importante saber a diferença entre os fonemas e
Que tais não encontro eu cá; as letras. Fonema é um elemento acústico e a letra é um sinal
Em cismar - sozinho, à noite - gráfico que representa o fonema. Nem sempre o número de fo-
Mais prazer encontro eu lá; nemas de uma palavra corresponde ao número de letras que
Minha terra tem palmeiras, usamos para escrevê-la.
Onde canta o Sabiá. Exemplos:
coçar = 5 letras
Não permita Deus que eu morra, /k/ /o/ /s/ /a/ /r/ = 5 fonemas
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores máximo = 6 letras
Que não encontro por cá; /m/ /á/ /s/ /i/ /m/ /o/ = 6 fonemas
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá. acesso = 6 letras
(Gonçalves Dias) /a/ /c/ /e/ /s/ /o/ = 5 fonemas
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LÍNGUA PORTUGUESA
Semivogais: temos as letras “e”, “i”, “o”, “u”, representadas - Vocálicos: Encontro de uma vogal seguida das letras m ou
pelos fonemas /e/, /y/, /o/, /w/, quando formam sílaba com n, que resulta num fonema vocálico. Eles são: am, an; em, en;
uma vogal. Exemplo: “memória” a sílaba “ria” apresenta a vogal im, in; om, on e um, un. Vale lembrar que nessa situação, as
“a” e a semivogal “i”. letras m e n não são consoantes; elas servem para nasalizar as
vogais.
Quadro de Vogais e Semivogais Exemplos: amplo, anta, temperatura, semente, empecilho,
tinta.
QUESTÕES
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LÍNGUA PORTUGUESA
04. Pref. de Cruzeiro/SP - Instrutor de Desenho Técnico e B) os fonemas [s] e [z] são intercambiáveis quando se situ-
Mecânico – 2016 -Instituto Excelência am na sílaba tônica.
Assinale a alternativa em que todas as palavras são exem- C) a sibilante sonora [z] se ensurdece quando está entre
plos de dígrafos: duas vogais.
a) Quente; Sequência; Cegueira D) o fonema [s] em posição mediossilábica tende a desso-
b) Aguentar; Carro; Ninho norizar-se.
c) Assar; Banho; Querido.
d) Nenhuma das alternativas 06. CASSEMS/MS - Técnico de enfermagem – 2016 - MS
CONCURSOS
05. Pref. de Fortaleza/CE - Língua Portuguesa – 2016 - Pref. As algas
de Fortaleza-CE As algas
das águas salgadas
Marginalzinho: a socialização de uma elite vazia e covarde são mais amadas,
são mais amargas
Parada em um sinal de trânsito, uma cena capturou minha
atenção e me fez pensar como, ao longo da vida, a segregação As algas marinhas
da sociedade brasileira nos bestializa não andam sozinhas,
de um reino maravilhoso
são as rainhas.
Era a largada de duas escolas que estavam situadas uma
01 do lado da outra, separadas por um muro altíssimo de
As algas muito amigas
uma
inventam cantigas
delas. Da escola pública saíam crianças correndo, brin- pra embalar
02 cando e falando alto. A maioria estava desacompanhada os habitantes do mar.
e dirigia-se
ao ponto de ônibus da grande avenida, que terminaria As algas tão sábias
03 nas periferias. Era uma massa escura, especialmente são cheias de lábias
quando se jogam sem medo
e descobrem
contrastada com a massa mais clara que saía da escola o segredo
04 particular do lado: crianças brancas, de mãos dadas com mais profundo
os que há bem no fundo
pais, babás ou seguranças, caminhando duramente em do mar.
05 direção à fila de caminhonetes. Lado a lado, os dois gru-
pos não As algas em seus verdores
são plantas e são flores.
se misturavam. Cada um sabia exatamente seu lugar.
Um pouco de tudo: de bichos, de gente, de flores, de Elias
06 Desde muito pequenas, aquelas crianças tinham literal-
José. São Paulo: Paulinas, 1982. p. 17.
mente
incorporado a segregação à brasileira, que se caracteriza Considerando as palavras mencionadas em cada alternati-
07 pela mistura única entre o sistema de apartheid racial e va, escolha aquela em que há correspondência entre o número
o de de fonemas e o de letras.
castas de classes. Os corpos domesticados revelavam o A) “há”; “de”.
08 triste processo de socialização ao desprezo, que tende B) “bem”; “mar”.
a só C) “fundo”; “algas”.
D) “que”; “são”.
09 piorar na vida adulta. [...]
PINHEIRO-MACHADO, Rosana. In http://www.cartacapital. RESPOSTAS
com.br/sociedade/marginalzinho-a-socializacao-de-uma-elite-
-vazia-e-covarde- 3514.html (acesso em 07/03/16).
01 C
O sistema fonológico da língua portuguesa falada no Brasil 02 E
apresenta alguns embaraços (sobretudo para os alunos) quando
03 D
se estão estudando as regras de ortografia. Nesse caso, a palavra
”desprezo” (l. 09) pode ser considerado exemplo desse tipo de 04 C
dificuldade para o discente, porque: 05 A
A) o fonema [z] em posição intervocálica pode ser represen-
tado pelos grafemas S ou Z. 06 B
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LÍNGUA PORTUGUESA
Fora da ordem
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LÍNGUA PORTUGUESA
A) dicionários, pois a forma do texto dá liberdade de acesso B) a forma de expressão corporal que ultrapassa os limites
à informação. físicos, possibilitando ao homem a liberação de seu espírito.
B) documentários, pois o autor faz uma seleção dos fatos e C) a manifestação do ser humano, formada por uma sequ-
das imagens. ência de gestos, passos e movimentos desconcertados.
C) relatos pessoais, pois o narrador apresenta sua percep- D) o conjunto organizado de movimentos do corpo, com
ção dos fatos. ritmo determinado por instrumentos musicais, ruídos, cantos,
D) editoriais, pois o editorialista faz uma abordagem deta- emoções etc.
lhada dos fatos. E) o movimento diretamente ligado ao psiquismo do indiví-
E) romances românticos, pois os eventos ocorrem em diver- duo e, por consequência, ao seu desenvolvimento intelectual e
sos cenários. à sua cultura.
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LÍNGUA PORTUGUESA
- falas das personagens constituem oração subordinada As características do discurso indireto livre são:
substantiva objetiva direta do verbo de dizer e, são separadas - Não há verbos de dizer anunciando as falas das persona-
da fala do narrador por uma partícula introdutória normalmente gens;
“que” ou “se”; - Estas não são introduzidas por partículas como “que” e
- pronomes pessoais, tempos verbais e palavras que indi- “se” nem separadas por sinais de pontuação;
cam espaço e tempo (como pronomes demonstrativos e advér- - O discurso indireto livre contém, como o discurso direto,
bios de lugar e de tempo) são usados em relação ao narrador, ao orações interrogativas, imperativas e exclamativas, bem como
momento em que ele fala e ao espaço em que está. interjeições e outros elementos expressivos;
- Os pronomes pessoais e demonstrativos, as palavras indi-
Passagem do Discurso Direto para o Discurso Indireto cadoras de espaço e de tempo são usadas da mesma forma que
no discurso indireto. Por isso, o verbo estar, do exemplo acima,
No que se refere aos tempos, o mais comum é o que o ver- ocorre no pretérito imperfeito, e não no presente (está), como
bo dizer esteja no presente ou no pretérito perfeito. Quando o no discurso direto. Da mesma forma o pronome demonstrativo
verbo dizer estiver no presente e o da fala da personagem es- ocorre na forma aquilo, como no discurso indireto.
tiver no presente, pretérito ou futuro do presente, os tempos
mantêm-se na passagem do discurso direto para o indireto. Se o Exemplos:
verbo dizer estiver no pretérito perfeito, as alterações que ocor- O despertador tocou um pouco mais cedo. Vamos lá, eu sei
rerão na fala da personagem são as seguintes: que consigo!
Amanheceu chovendo. Bem, lá vou eu passar o dia assis-
tindo televisão!
Discurso direto Discurso indireto
QUESTÕES
Tempos e modos Tempos e modos
•Presente •Imperfeito 01. SEDU/ES – Professor – Língua Portuguesa – 2016 - FCC
•Perfeito •Mais-que-perfeito As enchentes de minha infância
•Futuro(Indicativo) •Condicional Rubem Braga
•Futuro(Conjuntivo) •Imperfeito(Conjuntivo)
Sim, nossa casa era muito bonita, verde, com uma tamarei-
•Imperativo •Conjuntivo ra junto à varanda, mas eu invejava os que moravam do outro
lado da rua, onde as casas dão fundos para o rio. Como a casa
Demonstrativos: Demonstrativos: dos Martins, como a casa dos Leão, que depois foi dos Medeiros,
depois de nossa tia, casa com varanda fresquinha dando para o
Este, esta, isto ... Aquele, aquela, aquilo rio.
Esse, essa, isso ... Quando começavam as chuvas a gente ia toda manhã lá no
quintal deles ver até onde chegara a enchente. As águas bar-
rentas subiam primeiro até a altura da cerca dos fundos, depois
Discurso direto Discurso indireto
às bananeiras, vinham subindo o quintal, entravam pelo porão.
Advérbios: Advérbios: Mais de uma vez, no meio da noite, o volume do rio cresceu
• Tempo: agora,já • Tem,po: então, naquele tanto que a família defronte teve medo.
hoje, ontem momento, logo, imediata- Então vinham todos dormir em nossa casa. Isso para nós
amanhã mente naquele dia, no dia era uma festa, aquela faina de arrumar camas nas salas, aquela
logo anterior, na véspera no dia intimidade improvisada e alegre. Parecia que as pessoas ficavam
seguinte depois todas contentes, riam muito; como se fazia café e se tomava
•Lugar: aqui • Lugar: ali, além, acolá, lá café tarde da noite! E às vezes o rio atravessava a rua, entrava
cá pelo nosso porão, e me lembro que nós, os meninos, torcíamos
para ele subir mais e mais. Sim, éramos a favor da enchente,
Vocativo Desaparece ou passa a
ficávamos tristes de manhãzinha quando, mal saltando da cama,
complemento indireto
íamos correndo para ver que o rio baixara um palmo – aquilo
era uma traição, uma fraqueza do Itapemirim. Às vezes chegava
Discurso Indireto Livre
alguém a cavalo, dizia que lá, para cima do Castelo, tinha caído
chuva muita, anunciava águas nas cabeceiras, então dormíamos
Há uma fusão dos tipos de discurso (direto e indireto), ou
sonhando que a enchente ia outra vez crescer, queríamos sem-
seja, há intervenções do narrador bem como da fala dos perso-
pre que aquela fosse a maior de todas as enchentes.
nagens. (BRAGA, Rubem. As enchentes de minha infância. In: Ai de
Não existem marcas que mostrem a mudança do discurso. ti, Copacabana. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1962, p.
Por isso, as falas dos personagens e do narrador - que sabe tudo 157)
o que se passa no pensamento dos personagens - podem ser
confundidas.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Há a presença do discurso indireto em: Ao se transpor a frase: “Nunca me senti tão só, querida,
A) Eu invejava os que moravam do outro lado da rua, onde como na tua companhia” (3o parágrafo) para o discurso indireto,
as casas dão fundos para o rio. o trecho sublinhado assumirá a seguinte forma:
B) Quando começavam as chuvas a gente ia toda manhã lá A) se sentiria
no quintal deles ver até onde chegara a enchente. B) sentiu-se
C) Então vinham todos dormir em nossa casa. C) se sentira
D) Parecia que as pessoas ficavam todas contentes, riam D) estaria sentindo-me
muito; como se fazia café e se tomava café tarde da noite! E) estava se sentindo
E) Às vezes chegava alguém a cavalo, dizia que lá, para cima
do Castelo, tinha caído chuva muita. 03. (Pref. de Natal/RN – Psicólogo – IDECAN/2016)
02. Câmara Legislativa do Distrito Federal - Técnico Legis- Conheça Aris, que se divide entre socorrer e fotografar
lativo – 2018 - FCC náufragos
1. Sinto inveja dos contistas. Para mim, é mais fácil escrever
um romance de 200 páginas que um conto de duas. Profissional da AFP diz que a experiência de documentar o
2. Já se tentou explicar em fórmulas narrativas a diferença sofrimento dos refugiados deixou-o mais rígido com as próprias
entre um conto, uma novela e um romance, mas o leitor, que filhas.
não precisa de teoria, sabe exatamente o que é uma coisa ou O grego Aris Messinis é fotógrafo da agência AFP em Ate-
outra assim que começa a ler; quando termina logo, é um conto. nas. Cobriu guerras e os protestos da Primavera Árabe. Nos úl-
O critério do tamanho prossegue invencível. timos meses, tem se dedicado a registrar a onda de refugiados
3. Para entender o gênero, criei arbitrariamente um pon-
na Europa. Ele conta em um blog da AFP, ilustrado com muitas
to mínimo de partida, que considero o menor conto do mundo,
fotos, como tem sido o trabalho na ilha de Lesbos, na Grécia,
uma síntese mortal de Dalton Trevisan: “Nunca me senti tão só,
onde milhares de refugiados pisam pela primeira vez em territó-
querida, como na tua companhia”.
rio europeu. Mais de 700.000 refugiados e imigrantes clandesti-
4. Temos aí dois personagens, um diálogo implícito e uma
intriga tensa que parece vir de longe e não acabar com o conto. nos já desembarcaram no litoral grego este ano. As autoridades
Bem, por ser um gênero curto, o conto é também, por parecer locais estão sendo acusadas de não dar apoio suficiente aos que
fácil, uma perigosa porta aberta em que cabe tudo de cambu- chegam pelo mar, e há até a ameaça de suspender o país do
lhada. Acordo Schengen, que permite a livre circulação de pessoas en-
5. Desde Machado de Assis, que colocou o gênero entre nós tre os Estados-membros.
num patamar muito alto já no seu primeiro instante, a aparente Messinis diz que o mais chocante do seu trabalho é retratar,
facilidade do conto vem destroçando vocações. em território pacífico, pessoas que trazem no rosto o sofrimento
6. Além disso, há a maldição dos editores, refletindo uma da guerra. “Só de saber que você não está em uma zona de guer-
suposta indiferença dos leitores: “conto não vende”. Essa é uma ra torna isso ainda mais emocional. E muito mais doloroso”, diz
questão comercial, não literária. Porque acabo de ler dois óti- Messinis.Numa guerra, o fotógrafo também corre perigo, então,
mos livros de contos que quebram qualquer preconceito even- de certa forma, está em pé de igualdade com as pessoas que
tual que se tenha contra o gênero. protagonizam as cenas que ele documenta. Em Lesbos, não é
7. Os contos de A Cidade Dorme, de Luiz Ruffato, que já ha- assim. Ele está em absoluta segurança. As pessoas que chegam
via demonstrado ser um mestre da história curta no excelen- estão lutando por suas vidas. Não são poucas as que morrem de
te Flores Artificiais, formam uma espécie de painel do “Brasil hipotermia mesmo depois de pisar em terra firme, por falta de
profundo”, a gigantesca classe média pobre que luta para so- atendimento médico.
breviver, espremida em todo canto do país entre os sonhos e a Exatamente por causa dessa assimetria entre o fotojorna-
violência. lista e os protagonistas de suas fotos, muitas vezes Messinis
8. Em toda frase, sente-se o ouvido afinado da linguagem deixa a câmera de lado e põe-se a ajudá-los. Ele se impressio-
coloquial que transborda nossa cultura pelo arcaísmo de sig- na e se preocupa muito com os bebês que chegam nos botes.
nos singelos: “Mas eu não queria ser torneiro-mecânico, queria Obviamente, são os mais vulneráveis aos perigos da travessia.
mesmo era ser bancário, que nem o marido da minha professo- Messinis fotografou os cadáveres de alguns deles nas pedras à
ra, dona Aurora”. beira-mar.
9. O atávico país rural, com o seu inesgotável atraso, explo-
O fotógrafo grego diz que a experiência de ver o sofrimen-
de em todos os poros da cidade moderna.
to das crianças refugiadas deixou-o mais rígido com as próprias
10. Já nos dez contos de Reserva Natural, de Rodrigo Lacer-
filhas. As maiores têm 9 e sete anos. A menor, 7 meses. Quando
da, que se estruturam classicamente como “intrigas”, na melhor
vê o que acontece com as crianças que chegam nos botes, Mes-
herança machadiana, o mesmo Brasil se desdobra em planos in-
dividuais; e o signo forte de “reserva natural” perde seu limite sinis pensa em como suas filhas têm sorte de estarem vivas, de
geográfico para ganhar a tensão da condição humana. terem onde morar e de viverem num país em paz. Elas não têm
11. Como diz o narrador do conto “Sempre assim”, “é tudo do que reclamar.
uma engrenagem muito maior”. Por: Diogo Schelp 04/12/2015. Disponível em: http://veja.
(Adaptado de: TEZZA, Cristovão Disponível em: www1. abril.com.br/blog/a-boa-e-velha-reportagem/conheca-aris-que-
folha.uol.com.br) -se-divide-entresocorrer-e-fotografar-naufragos/.)
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LÍNGUA PORTUGUESA
Dentre os recursos utilizados pelo autor, é correto afirmar – Continue, disse eu acordando.
acerca do trecho “Só de saber que você não está em uma zona – Já acabei, murmurou ele.
de guerra torna isso ainda mais emocional. E muito mais dolo- – São muito bonitos.
roso” [...] (2º§), em discurso direto, que sua principal função é Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso, mas
A) conferir credibilidade ao texto e ampliar a informação não passou do gesto; estava amuado. No dia seguinte entrou a
apresentada. dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-me Dom Cas-
B) apresentar diferentes pontos de vista, além de um co- murro. Os vizinhos, que não gostam dos meus hábitos reclusos
nhecimento maior do assunto. e calados, deram curso à alcunha, que afinal pegou. Nem por
C) destacar uma informação e caracterizá-la com um alto isso me zanguei. Contei a anedota aos amigos da cidade, e eles,
nível de relevância para o leitor. por graça, chamam-me assim, alguns em bilhetes: “Dom Cas-
D) despertar o interesse do leitor pelo assunto tratado, murro, domingo vou jantar com você.” – “Vou para Petrópolis,
apresentando o fato objetivamente. dom Casmurro; a casa é a mesma da Renânia; vê se deixas essa
caverna do Engenho Novo, e vai lá passar uns quinze dias comi-
04. UEG - Professor de Nível Superior - 2018 - UEG go.” – “Meu caro dom Casmurro, não cuide que o dispenso do
teatro amanhã; venha e dormirá aqui na cidade; dou-lhe cama-
Era uma vez um escorpião que estava na beira de um rio, rote, dou-lhe chá, dou-lhe cama; só não lhe dou moça.
quando a vegetação da margem começou a queimar. Ele ficou Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sen-
desesperado, pois, se pulasse na água, morreria afogado e, se tido que eles lhe dão, mas no que lhe pôs o vulgo de homem
permanecesse onde estava, morreria queimado. Nisso, viu um calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para atribuir-me
sapo que estava preparando-se para saltar no rio e, assim, li- fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! Também não achei
vrar-se do fogo. Pediu-lhe, então, que o transportasse nas cos- melhor título para a minha narração; se não tiver outro daqui
tas para o outro lado. O sapo respondeu-lhe que não faria de até ao fim do livro, vai este mesmo. O meu poeta do trem fica-
jeito nenhum o que ele estava solicitando, porque ele poderia rá sabendo que não lhe guardo rancor. E com pequeno esforço,
dar-lhe uma ferroada, levandoo à morte por envenenamento. sendo o título seu, poderá cuidar que a obra é sua. Há livros que
O escorpião retrucou que o sapo precisaria guiar-se pela lógica; apenas terão isso dos seus autores; alguns nem tanto.
ele não poderia dar-lhe uma ferroada, pois, se o sapo morresse, (ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. São Paulo: Compa-
ele também morreria, porque se afogaria. O sapo disse que o nhia das Letras, 2016, p. 79-80.)
escorpião estava certo e concordou em levá-lo até a outra mar-
gem. No meio do rio, o escorpião pica o sapo. Este, sentindo Ao se transpor o trecho – Já acabei, murmurou ele. (3° pa-
a ação do veneno, vira-se para aquele e diz que só gostaria de rágrafo) para o discurso indireto, o verbo “acabei” assume a se-
entender os motivos que fizeram que ele o picasse, já que o ato guinte forma:
era prejudicial também ao escorpião. Este, então, responde que A) tinha acabado.
simplesmente não podia negar a sua natureza. B) acabou.
Narrativa popular. In: SAVIOLI, Francisco Platão e FIORIN, C) estava acabando.
José Luiz. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, D) acabaria.
2006. p.87 E) estaria acabando.
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
01. IF/PA - Auxiliar em Administração – 2016 - FUNRIO Na palavra cafezinho temos os seguintes elementos mór-
ficos
“Chegou o fim de semana. É tempo de encontrar os amigos a) radical, vogal temática e sufixo.
no boteco e relaxar, mas a crise econômica vem deixando muitos b) radical, consoante de ligação e sufixo.
paraenses de cabeça quente. Para ajudar o bolso dos amantes c) radical e sufixo.
da culinária de raiz, os bares participantes do Comida di Buteco d) radical e vogal temática.
estão comercializando os petiscos preparados exclusivamente e) radical e consoante de ligação.
para o concurso com um preço reduzido. O preço máximo é de
R$ 25,90.” 04. BAHIAGÁS - Analista de Processos Organizacionais -
(O LIBERAL, 23 de abril de 2016) Administração e Psicologia – 2017 – IESES
Assinale a alternativa em que todas as palavras estão IN-
Assinale a alternativa que faz um comentário correto sobre CORRETAS:
o processo de formação das palavras usadas nesse trecho. a) Luminescência; transparência; ascendência; maledicên-
a) As palavras “amigo e amantes” são formadas por prefi- cia; flatulência.
xação. b) Dizêssemos; troucéssemos; portãozinhos; quizéreis; pu-
b) As palavras “paraenses e participantes” são formadas por zesse.
sufixação. c) Assessorássemos; indenidade; dissesses; entre ti e nós;
c) A palavra “boteco” é formada por derivação a partir da fizesse.
palavra “bote”. d) Beleza; sutileza; pobreza; destreza; natureza.
d) As palavras “culinária e petiscos” são formadas por deri- e) Interdisciplinaridade; transitoriedade; notoriedade; titu-
vação regressiva. laridade; liminaridade.
e) A palavra “comercializando” é formada por aglutinação
de “comer+comércio”. 05. Pref. de Aragoiânia/GO - Biólogo – 2017 – Itame
02. Pref. de Chapecó/SC - Engenheiro de Trânsito – 2016 O irreverente cantor não agradou o público local.
– IOBV
Aponte a alternativa em que o prefixo das palavras não
“Infelizmente as cheias de 2011 castigaram de forma severa apresenta o significado existente no prefixo da palavra destaca-
o Vale do Itajaí.” da acima:
Na frase acima (elaborada para fins de concurso) temos o a) desgoverno / ilegal
caso da expressão “Infelizmente”. A palavra pode ser assim de- b) infiel / imoral
composta: in + feliz + mente. Aponte qual a função da partícula c) anormal / destemor
in dentro do processo de estruturação das palavras. d)imigrante / ingerir
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LÍNGUA PORTUGUESA
Observe as possíveis variações de gênero e número, usan- Substantivo Coletivo: É coletivo o substantivo no singular
do o mesmo exemplo anterior: que designa um conjunto de seres da mesma espécie.
- buquê – de flores
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LÍNGUA PORTUGUESA
Simples - formado por um só radical. Exemplo: bonita. Somente seis adjetivos têm o grau comparativo de superio-
Composto - formado por mais de um radical. Exemplo: lati- ridade sintético. Veja-os:
no-americano.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Dez Décimo Mil Milésimo 2ª pessoa do plural vosso, vossa (singular); vossos,
(vós, vocês) vossas (plural)
PRONOME
3ª pessoa do plural seu, sua (singular); seus, suas
Pronome é a palavra que substitui ou acompanha o subs- (eles/elas) (plural)
tantivo, indicando sua posição em relação às pessoas do discur-
so ou mesmo situando-o no espaço e no tempo. Pronomes Demonstrativos
Pronomes Pessoais Os pronomes demostrativos são utilizados para indicar algo.
Reúnem palavras variáveis (esse, este, aquele, essa, esta, aque-
Retos – têm função de sujeito da oração: eu, tu, ele, nós, la) e invariáveis (isso, isto, aquilo).
vós, eles.
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
O futuro subdivide-se em: Por apresentar mais que uma forma, o particípio é classi-
- Futuro do Presente: Refere-se a um fato imediato e certo. ficado como verbo abundante. É importante lembrar que nem
Ex.: Participarei do grupo. todos os verbos apresentam duas formas de particípio: (aberto,
- Futuro do Pretérito: Pode indicar condição, referindo-se coberto, escrever).
a uma ação futura, ligada a um momento já passado. Ex.: Iria
ao show se tivesse dinheiro. (Indica condição); Ele gostaria de Tempos Simples e Tempos Compostos
assumir esse compromisso.
Tempos simples: formados apenas pelo verbo principal.
Modos Verbais
Indicativo:
Indicativo: Mostra o fato de maneira real, certa, positiva. Presente - canto, vendo, parto, etc.
Ex.: Eu falo alemão. Pretérito perfeito - cantei, vendi, parti, etc.
Subjuntivo: Pode exprimir um desejo e apresenta o fato Pretérito imperfeito - cantava, vendia, partia, etc.
como possível ou duvidoso, hipotético. Ex.: Se eu tivesse dinhei- Pretérito mais-que-perfeito - cantara, vendera, partira, etc.
ro, compraria um carro. Futuro do presente - cantarei, venderei, partirei, etc.
Imperativo: Exprime ordem, conselho ou súplica. Ex.: Des- Futuro do pretérito - cantaria, venderia, partiria, etc.
canse bastante nestas férias.
Subjuntivo: apresenta o fato, a ação, mas de maneira incer-
Formas nominais ta, imprecisa, duvidosa ou eventual.
Presente - cante, venda, parta, etc.
Temos três formas nominais: Infinitivo, gerúndio e particí- Pretérito imperfeito - cantasse, vendesse, partisse, etc.
pio, e são assim chamadas por desempenhar um papel parecido Futuro - cantar, vender, partir.
aos dos substantivos, adjetivos ou advérbios e, sozinhas, não se-
rem capazes de expressar os modos e tempos verbais. Imperativo: Ao indicar ordem, conselho, pedido, o fato ver-
bal pode expressar negação ou afirmação. São, portanto, duas
Infinitivo as formas do imperativo:
- Imperativo Negativo (Formado pelo presente do subjunti-
Pessoal: Refere às pessoas do discurso. Não é flexionado vo): Não abram a porta.
nas 1ª e 3ª pessoas do singular e flexionadas nas demais: - Imperativo Afirmativo (Formado do presente do subjunti-
Estudar (eu) – não flexionado vo, com exceção da 2ª pessoas do singular e do plural, que são
Estudares (tu) – flexionado retiradas do presente do indicativo sem o “s”. Ex: Anda – Ande
Estudar(ele) – não flexionado – Andemos – Andai – Andem: Abram a porta.
Estudarmos (nós) – flexionado
Estudardes (voz) – flexionado Obs.: O imperativo não possui a 1ª pessoa do singular, pois
Estudarem (eles) – flexionado não se prevê a ordem, conselho ou pedido a si mesmo.
Impessoal: É o infinitivo impessoal quando não se refere às Tempos compostos: Formados pelos auxiliares ter ou haver.
pessoas do discurso. Exemplos: caminhar é bom. (a caminhada
é boa); É proibido fumar. (é proibido o fumo) Infinitivo:
Pretérito impessoal composto - ter falado, ter vendido, etc.
Gerúndio Pretérito pessoal composto - ter (teres) falado, ter (teres)
vendido.
Caracteriza-se pela terminação -ndo. O verbo não se flexio- Gerúndio pretérito composto – tendo falado, tendo vendi-
na e pode exercer o papel de advérbio e de adjetivo. do.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Pretérito mais-que-perfeito composto - tivesse cantado, ti- Ordem: Depois, primeiramente, ultimamente.
vesse vendido, etc.
Futuro composto - tiver cantado, tiver vendido, etc. Designação: Eis
ADVÉRBIO Flexão
São palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou ou- São consideradas palavras invariáveis por não terem flexão
tro advérbio. de número (singular e plural) e gênero (masculino, feminino);
entretanto, são flexionadas nos graus comparativo e superlativo.
Classificação dos Advérbios
Grau Comparativo: O advérbio pode caracterizar relações
Modo: Bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, de igualdade, inferioridade ou superioridade. Para indicar esse
acinte, debalde, devagar, ás pressas, às claras, às cegas, à toa, grau utilizam as formas tão…quanto, mais…que, menos…que.
à vontade, às escondas, aos poucos, desse jeito, desse modo, Pode ser:
dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de - de igualdade. Ex.: Enxergo tão bem quanto você.
cor, em vão e a maior parte dos que terminam em -mente: - de superioridade. Ex.: Enxergarei melhor que você.
calmamente, tristemente, propositadamente, pacientemente, - de inferioridade. Ex.: Enxergaremos pior que você.
amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosamen-
te, generosamente. Grau Superlativo: A circunstância aparecerá intensificada.
Intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em exces- Pode ser formado tanto pelo processo sintético (acréscimo de
so, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão, sufixo), como pelo analítico (outro advérbio estará indicando o
tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de grau superlativo).
todo, de muito, por completo, bem (quando aplicado a proprie- - superlativo (ou absoluto) sintético: Acréscimo de sufixo.
dades graduáveis). Ex.: Este conteúdo é facílimo.
- superlativo (ou absoluto) analítico: Precisamos de um ad-
Lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, vérbio de intensidade. Ex.: Este conteúdo é muito fácil.
além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aon-
de, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, Ao empregamos dois ou mais advérbios terminados em –
alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a distância, mente, acrescentamos o sufixo apenas no último. Ex.: Muito fez
a distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquer- pelo seu povo; trabalhou duro, árdua e ininterruptamente.
da, ao lado, em volta.
PREPOSIÇÃO
Tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, ama-
nhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravan- Palavra invariável que liga dois termos da oração, numa
te, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, relação de subordinação donde, geralmente, o segundo termo
amiúde, breve, constantemente, entrementes, imediatamente, subordina o primeiro. As preposições estabelecem a coesão tex-
primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tual e possuem valores semânticos indispensáveis para a com-
tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de preensão do texto.
quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tem-
pos, em breve, hoje em dia. Tipos de Preposição
Negação: Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de for- Lugar: O voo veio de São Francisco.
ma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum. Modo: Os alunos eram colocados em carteiras.
Tempo: Ele viajou por três anos.
Dúvida: Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, Distância: A vinte quilômetros daqui há um pedágio.
quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe. Causa: Parou de andar, pois estava com sede.
Instrumento: Ela cortou o bolo com uma faca pequena.
Afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto, efetiva- Finalidade: A igreja foi enfeitada para o casamento.
mente, certo, decididamente, realmente, deveras, indubitavel-
mente. Classificação
Exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, As preposições podem ser divididas em dois grupos:
simplesmente, só, unicamente. - Preposições Essenciais –palavras que só funcionam como
Inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também. preposição, a saber: a, ante, após, até, com, contra, de, desde,
em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
Interrogação: porque? (causa), quanto? (preço e intensida- - Preposições Acidentais –palavras de outras classes grama-
de), onde? (lugar), como? (modo), quando? (tempo), para que? ticais que, podem funcionar como preposição, a saber: afora,
(finalidade). como, conforme, consoante, durante, exceto, mediante, menos,
salvo, segundo, visto etc.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Locuções prepositivas: são formadas por duas ou mais pa- Em + aquele(s) = naquele(s)
lavras com o valor de preposição, sempre terminando por uma Em + aquela(s) = naquela(s)
preposição, por exemplo: Abaixo de, acerca de, acima de, ao Em + isto = nisto
lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, Em + isso = nisso
em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por Em + aquilo = naquilo
causa de, por cima de, por trás de. A + aquele(s) = àquele(s)
A + aquela(s) = àquela(s)
A preposição é invariável. Porém, pode unir-se a outras pa- A + aquilo = àquilo
lavras e estabelecer concordância em gênero ou em número.
Ex.: por + o = pelo; por + a = pela. INTERJEIÇÃO
Essa concordância não é característica da preposição e sim
das palavras a que se ela se une. Esse processo de junção de É uma palavra invariável, que representa um recurso da lin-
uma preposição com outra palavra pode se dar a partir de dois guagem afetiva, expressando sentimentos, sensações, estados
processos: de espírito, sempre acompanhadas de um ponto de exclamação
(!).
- Combinação: A preposição não sofre alteração. As interjeições são consideradas “palavras-frases” na me-
preposição a + artigos definidos o, os dida em que representam frases-resumidas, formadas por sons
a + o = ao vocálicos (Ah! Oh! Ai!), por palavras (Droga! Psiu! Puxa!) ou por
preposição a + advérbio onde um grupo de palavras, nesse caso, chamadas de locuções inter-
a + onde = aonde jetivas (Meu Deus! Ora bolas!).
- Contração: Quando a preposição sofre alteração. Tipos de Interjeições
Preposição + Artigos
De + o(s) = do(s) Mesmo não havendo uma classificação rigorosa, já que a
De + a(s) = da(s) mesma interjeição pode expressar sentimentos ou sensações
De + um = dum diferentes, as interjeições ou locuções interjetivas são classifi-
De + uns = duns
cadas em:
De + uma = duma
De + umas = dumas
Advertência: Cuidado!, Olhe!, Atenção!, Fogo!, Calma!, De-
Em + o(s) = no(s)
vagar!, Sentido!, Vê bem!, Volta aqui!
Em + a(s) = na(s)
Afugentamento: Fora!, Toca!, Xô!, Passa!, Sai!, Roda!, Arre-
Em + um = num
da!, Rua!, Cai fora!, Vaza!
Em + uma = numa
Agradecimento: Graças a Deus!, Obrigado!, Agradecido!,
Em + uns = nuns
Muito obrigada!, Valeu!
Em + umas = numas
A + à(s) = à(s) Alegria: Ah!, Eh!, Oh!, Oba!, Eba!, Viva!, Olá!, Eita!, Uhu!,
Por + o = pelo(s) Que bom!
Por + a = pela(s) Alívio: Ufa!, Uf!, Arre!, Ah!, Eh!, Puxa!, Ainda bem!
Ânimo: Coragem!, Força!, Ânimo!, Avante!, Vamos!, Firme!,
- Preposição + Pronomes Bora!
De + ele(s) = dele(s) Apelo: Socorro!, Ei!, Ô!, Oh!, Alô!, Psiu!, Olá!, Eh!
De + ela(s) = dela(s) Aplauso: Muito bem!, Bem!, Bravo!, Bis!, É isso aí!, Isso!,
De + este(s) = deste(s) Parabéns!, Boa!
De + esta(s) = desta(s) Chamamento: Alô!, Olá!, Hei!, Psiu!, ô!, oi!, psiu!
De + esse(s) = desse(s) Concordância: Claro!, Sem dúvida!, Então!, Sim!, Pois não!,
De + essa(s) = dessa(s) Tá!, Hã-hã!
De + aquele(s) = daquele(s) Contrariedade: Droga!, Credo!
De + aquela(s) = daquela(s) Desculpa: Perdão!, Opa!, Desculpa!, Foi mal!
De + isto = disto Desejo: Oxalá!, Tomara!, Queira Deus!, Quem me dera!
De + isso = disso Despedida: Adeus!, Até logo!, Tchau!, Até amanhã!
De + aquilo = daquilo Dor: Ai!, Ui!, Ah!, Oh!, Meu Deus!, Ai de mim!
De + aqui = daqui Dúvida: Hum?, hem?, hã?, Ué!
De + aí = daí Espanto: Oh!, Puxa!, Quê!, Nossa!, Caramba!, Xi!, Meu
De + ali = dali Deus!, Crê em Deus pai!
De + outro = doutro(s) Estímulo: Ânimo!, Coragem!, Vamos!, Firme!, Força!
De + outra = doutra(s) Medo: Oh!, Credo!, Cruzes!, Ui!, Ai!, Uh!, Socorro!, Que
Em + este(s) = neste(s) medo!, Jesus!
Em + esta(s) = nesta(s) Satisfação: Viva!, Oba!, Boa!, Bem!, Bom!
Em + esse(s) = nesse(s) Saudação: Alô!, Oi!, Olá!, Adeus!, Tchau!, Salve!
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LÍNGUA PORTUGUESA
Silêncio: Psiu!, Shh!, Silêncio!, Basta!, Calado!, Quieto!, Bico Exemplo: Meu cachorro é mais inteligente do que o seu.
fechado!
-Conjunções Concessivas: Iniciam orações subordinadas que
CONJUNÇÃO exprimem um fato contrário ao da oração principal: embora,
ainda que, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que,
É um termo que liga duas orações ou duas palavras de mes- por mais que, por melhor que.
mo valor gramatical, estabelecendo uma relação (de coordena-
ção ou subordinação) entre eles. Exemplo: Vou ao mercado, embora esteja sem muito di-
nheiro.
Classificação
-Conjunções Condicionais: Iniciam orações subordinadas
Conjunções Coordenativas: Ligam duas orações indepen- que exprimem hipótese ou condição para que o fato da oração
dentes. principal se realize ou não: caso, contanto que, salvo se, desde
que, a não ser que.
-Conjunções Aditivas: Exprimem soma, adição de pensa-
mentos: e, nem, não só...mas também, não só...como também. Exemplo: Se não chover, irei à festa.
Exemplo: João não lê nem escreve. -Conjunções Conformativas: Iniciam orações subordinadas
que exprimem acordo, concordância de um fato com outro: se-
-Conjunções Adversativas: Exprimem oposição, contraste, gundo, como, conforme.
compensação de pensamentos: mas, porém, contudo, entre-
tanto, no entanto, todavia. Exemplo: Cada um oferece conforme ganha.
Exemplo: Não viajamos, porém, poupamos dinheiro.
-Conjunções Consecutivas: Iniciam orações subordinadas
-Conjunções Alternativas: Exprimem escolha de pensamen- que exprimem a consequência ou o efeito do que se declara na
tos: ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, seja...seja. oração principal: que, de forma que, de modo que, de maneira
que.
Exemplo: Ou você casa, ou compra uma bicicleta.
Exemplo: Estava tão linda, de modo que todos pararam para
Conjunções Conclusivas: Exprimem conclusão de pensa- olhar.
mento: logo, por isso, pois (quando vem depois do verbo), por-
tanto, por conseguinte, assim. -Conjunções Temporais: Iniciam orações subordinadas que
dão ideia de tempo: logo que, antes que, quando, assim que,
sempre que.
Exemplo: Estudou bastante, portanto será aprovado.
Exemplo: Quando as visitas chegarem, comporte-se.
-Conjunções Explicativas: Exprimem razão, motivo: que,
porque, assim, pois (quando vem antes do verbo), porquanto, -Conjunções Finais: Iniciam orações subordinadas que ex-
por conseguinte. primem uma finalidade: a fim de que, para que.
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LÍNGUA PORTUGUESA
QUESTÕES
Acostumados a lidar com tragédias naturais, os japoneses costumam se reerguer em tempo recorde depois de catástrofes. Mi-
nas irá buscar experiência e tecnologias para superar a tragédia em Mariana
A partir de janeiro, Minas Gerais irá se espelhar na experiência de enfrentamento de catástrofes e tragédias do Japão, para tentar
superar Mariana e recuperar os danos ambientais e sociais. Bombeiros mineiros deverão receber treinamento por meio da Agência
de Cooperação Internacional do Japão (Jica), a exemplo da troca de experiências que já acontece no Estado com a polícia comunitária,
espelhada no modelo japonês Koban.
O terremoto seguido de um tsunami que devastou a costa nordeste do Japão em 2011 deixando milhares de mortos e desapareci-
dos, e prejuízos que quase chegaram a US$ 200 bilhões, foi uma das muitas tragédias naturais que o país enfrentou nos últimos anos.
Menos de um ano depois da catástrofe, no entanto, o Japão já voltava à rotina. É esse tipo de experiência que o Brasil vai buscar para
lidar com a tragédia ocorrida em Mariana.
(Juliana Baeta, http://www.otempo.com.br, 10.12.2015. Adaptado)
No trecho – Bombeiros mineiros deverão receber treinamento... – (1o parágrafo), a expressão em destaque é formada por subs-
tantivo + adjetivo, nessa ordem. Essa relação também se verifica na expressão destacada em:
Parte superior do formulário
a) A imprudente atitude do advogado trouxe-me danos.
b) Entrou silenciosamente, com um espanto indisfarçável.
c) Alguma pessoa teve acesso aos documentos da reunião?
d) Trata-se de um lutador bastante forte e preparado.
e) Estiveram presentes à festa meus estimados padrinhos.
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LÍNGUA PORTUGUESA
De acordo com a gramática da língua portuguesa, adjetivo é IV. As ruas são bem estreitas para que um prédio faça som-
a palavra que qualifica um substantivo. Aponte a afirmativa que bra no outro. (3º parágrafo)
contenha somente adjetivos retirados do texto. O termo “que” é pronome e pode ser substituído por “o
a) livres, iguais, equitativas, satisfatórias. qual” APENAS em
b) todos, dever, fraternidade, liberdade. Parte superior do formulário
c) trabalho, ter, direito, desemprego. a) I e II.
d) espírito, seres, nascer, livre. b) II e III.
c) I, II e IV.
04. Prefeitura de Barra de Guabiraba/PE - Nível Funda- d) I e IV.
mental Completo – 2016 - IDHTEC e) III e IV.
Assinale a alternativa em que o numeral está escrito por
extenso corretamente, de acordo com a sua aplicação na frase: 06. Pref. de Itaquitinga/PE - Assistente Administrativo –
a) Os moradores do bairro Matão, em Sumaré (SP), temem 2017 - IDHTEC
que suas casas desabem após uma cratera se abrir na Avenida
Papa Pio X. (DÉCIMA) Morto em 2015, o pai afirma que Jules Bianchi não
b) O acidente ocorreu nessa terça-feira, na BR-401 (QUA- __________culpa pelo acidente. Em entrevista, Philippe Bian-
TROCENTAS E UMA) chi afirma que a verdade nunca vai aparecer, pois os pilotos
c) A 22ª edição do Guia impresso traz uma matéria e teve a __________ medo de falar. “Um piloto não vai dizer nada se
sua página Classitêxtil reformulada. (VIGÉSIMA SEGUNDA) existir uma câmera, mas quando não existem câmeras, todos
d) Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilíci-
__________ até mim e me dizem. Jules Bianchi bateu com seu
ta, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro,
carro em um trator durante um GP, aquaplanou e não conseguiu
mediante artifício, ardil. (CENTÉSIMO SETÉSIMO PRIMEIRO)
__________para evitar o choque.
e) A Semana de Arte Moderna aconteceu no início do sécu-
(http://espn.uol.com.br/noticia/603278_pai-diz-que-pilo-
lo XX. (SÉCULO DUCENTÉSIMO)
tos-da-f-1-temmedo-de-falar-a-verdade-sobre-o-acidente-fatal-
05. ELETROBRAS-ELETROSUL - Técnico de Segurança do -de-bianchi)
Trabalho – 2016 - FCC
Complete com a sequência de verbos que está no tempo,
Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com tudo movido a modo e pessoa corretos:
energia solar a) Tem – tem – vem - freiar
b) Tem – tiveram – vieram - frear
Bem no meio do deserto, há um lugar onde o calor é extre- c) Teve – tinham – vinham – frenar
mo. Sessenta e três graus ou até mais no verão. E foi exatamente d) Teve – tem – veem – freiar
por causa da temperatura que foi construída em Abu Dhabi uma e) Teve – têm – vêm – frear
das maiores usinas de energia solar do mundo.
Os Emirados Árabes estão investindo em fontes energéticas 07. (UNIFESP - Técnico em Segurança do Trabalho – VU-
renováveis. Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra NESP/2016)
por mais 100 anos pelo menos. O que pretendem é diversificar e
poluir menos. Uma aposta no futuro. É permitido sonhar
A preocupação com o planeta levou Abu Dhabi a tirar do pa-
pel a cidade sustentável de Masdar. Dez por cento do planejado Os bastidores do vestibular são cheios de histórias – curio-
está pronto. Um traçado urbanístico ousado, que deixa os car- sas, estranhas, comoventes. O jovem que chega atrasado por
ros de fora. Lá só se anda a pé ou de bicicleta. As ruas são bem alguns segundos, por exemplo, é uma figura clássica, e patética.
estreitas para que um prédio faça sombra no outro. É perfeito Mas existem outras figuras capazes de chamar a atenção.
para o deserto. Os revestimentos das paredes isolam o calor. E a Takeshi Nojima é um caso. Ele fez vestibular para a Faculda-
direção dos ventos foi estudada para criar corredores de brisa. de de Medicina da Universidade do Paraná. Veio do Japão aos
(Adaptado de: “Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com 11 anos, trabalhou em várias coisas, e agora quer começar uma
tudo movido a energia solar”. Disponível em:http://g1.globo. carreira médica.
com/globoreporter/noticia/2016/04/abu-dhabi-constroi-cida-
Nada surpreendente, não fosse a idade do Takeshi: ele tem
de-do-futuro-com-tudo-movido-energia-solar.html)
80 anos. Isto mesmo, 80. Numa fase em que outros já passaram
até da aposentadoria compulsória, ele se prepara para iniciar
Considere as seguintes passagens do texto:
nova vida. E o faz tranquilo: “Cuidei de meus pais, cuidei dos
I. E foi exatamente por causa da temperatura que foi cons-
truída em Abu Dhabi uma das maiores usinas de energia solar meus filhos. Agora posso realizar um sonho que trago da infân-
do mundo. (1º parágrafo) cia”.
II. Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra por Não faltará quem critique Takeshi Nojima: ele está tirando o
mais 100 anos pelo menos. (2º parágrafo) lugar de jovens, dirá algum darwinista social. Eu ponderaria que
III. Um traçado urbanístico ousado, que deixa os carros de nem tudo na vida se regula pelo critério cronológico.
fora. (3º parágrafo)
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LÍNGUA PORTUGUESA
Há pais que passam muito pouco tempo com os filhos e nem 4º Em pouco tempo, o que antes era uma festa de calor e
por isso são maus pais; o que interessa é a qualidade do tempo, luz agora não passava de um negro, frio e morto pedaço de car-
não a quantidade. Talvez a expectativa de vida não permita ao vão recoberto _____ uma espessa camada de fuligem acinzen-
vestibulando Nojima uma longa carreira na profissão médica. tada. Nenhuma palavra tinha sido dita antes desde o protocolar
Mas os anos, ou meses, ou mesmo os dias que dedicar a seus cumprimento inicial entre os dois amigos. O líder, antes de se
pacientes terão em si a carga afetiva de uma existência inteira. preparar para sair, manipulou novamente o carvão frio e inútil,
Não sei se Takeshi Nojima passou no vestibular; a notícia colocando-o de volta ao meio do fogo. Quase que imediatamen-
que li não esclarecia a respeito. Mas ele mesmo disse que isto te ele tornou a incandescer, alimentado pela luz e calor dos car-
não teria importância: se fosse reprovado, começaria tudo de vões ardentes em torno dele. Quando o líder alcançou a porta
novo. E aí de novo ele dá um exemplo. Os resultados do difícil para partir, seu anfitrião disse:
exame trazem desilusão para muitos jovens, e não são poucos 5º – Obrigado. Por sua visita e pelo belíssimo sermão. Estou
os que pensam em desistir por causa de um fracasso. A estes voltando ao convívio do grupo.
eu digo: antes de abandonar a luta, pensem em Takeshi Nojima, RANGEL, Alexandre (org.). As mais belas parábolas de to-
pensem na força de seu sonho. Sonhar não é proibido. É um dos os tempos –Vol. II.Belo Horizonte: Leitura, 2004.
dever. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacu-
(Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não nas do texto:
a) a – ao – por.
chegar, 1996. Adaptado)
b) da – para o – de.
c) à – no – a.
Observe as passagens:
d) a – de – em.
– … e agora quer começar uma carreira médica. (2° pará-
grafo); 09. IF-PE - Técnico em Enfermagem – 2017 - IF-PE
– … ele tem 80 anos. Isto mesmo, 80. (3° parágrafo);
– Talvez a expectativa de vida não permita… (4° parágrafo). Crônica da cidade do Rio de Janeiro
As expressões destacadas expressam, respectivamente, No alto da noite do Rio de Janeiro, luminoso, generoso, o
sentido de Cristo Redentor estende os braços. Debaixo desses braços os ne-
a) lugar, modo e causa. tos dos escravos encontram amparo.
b) tempo, afirmação e dúvida. Uma mulher descalça olha o Cristo, lá de baixo, e apontando
c) afirmação, afirmação e dúvida. seu fulgor, diz, muito tristemente:
d) tempo, modo e afirmação. - Daqui a pouco não estará mais aí. Ouvi dizer que vão tirar
e) modo, dúvida e intensidade. Ele daí.
- Não se preocupe – tranquiliza uma vizinha. – Não se pre-
08. Ceron/RO - Direito – 2016 - EXATUS ocupe: Ele volta.
A polícia mata muitos, e mais ainda mata a economia. Na
A lição do fogo cidade violenta soam tiros e também tambores: os atabaques,
ansiosos de consolo e de vingança, chamam os deuses africanos.
1º Um membro de determinado grupo, ao qual prestava Cristo sozinho não basta.
serviços regularmente, sem nenhum aviso, deixou de participar (GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre:
de suas atividades. L&PM Pocket, 2009.)
2º Após algumas semanas, o líder daquele grupo decidiu
visitá-lo. Era uma noite muito fria. O líder encontrou o homem Na construção “A polícia mata muitos, e mais ainda mata a
em casa sozinho, sentado diante ______ lareira, onde ardia um economia”, a conjunção em destaque estabelece, entre as ora-
fogo brilhante e acolhedor. ções,
3º Adivinhando a razão da visita, o homem deu as boas-vin- Parte superior do formulário
a) uma relação de adição.
das ao líder, conduziu-o a uma cadeira perto da lareira e ficou
b) uma relação de oposição.
quieto, esperando. O líder acomodou-se confortavelmente no
c) uma relação de conclusão.
local indicado, mas não disse nada. No silêncio sério que se for-
d) uma relação de explicação.
mara, apenas contemplava a dança das chamas em torno das
e) uma relação de consequência.
achas da lenha, que ardiam. Ao cabo de alguns minutos, o líder Parte inferior do formulário
examinou as brasas que se formaram. Cuidadosamente, selecio-
nou uma delas, a mais incandescente de todas, empurrando-a
______ lado. Voltou, então, a sentar-se, permanecendo silen-
cioso e imóvel. O anfitrião prestava atenção a tudo, fascinado
e quieto. Aos poucos, a chama da brasa solitária diminuía, até
que houve um brilho momentâneo e seu fogo se apagou de vez.
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Interrogativas diretas: - Expresso: está explícito, enunciado: Ela ligará para você.
Escreveu o discurso? - Oculto (elíptico): está implícito (não está expresso), mas se
O prazo terminou? deduz do contexto: Chegarei amanhã. (sujeito: eu, que se deduz
- Interrogativas indiretas: da desinência do verbo);
Quero saber se o discurso está feito. - Agente: ação expressa pelo verbo da voz ativa: O Everest
Precisava saber se o prazo terminou. é quase invencível.
- Paciente: sofre ou recebe os efeitos da ação marcada pelo
Frases optativas: expressam um desejo e são sinalizadas verbo passivo: O prédio foi construído.
com ponto de exclamação: - Agente e Paciente: o sujeito realiza a ação expressa por um
verbo reflexivo e ele mesmo sofre ou recebe os efeitos dessa
Que Deus te abençoe! ação: João cortou-se com aquela faca.
uita sorte para a nova etapa! - Indeterminado: não se indica o agente da ação verbal: Fe-
riram aquele cachorro com uma pedra.
Oração - Sem Sujeito: enunciação pura de um fato, através do predi-
cado. São formadas com os verbos impessoais, na 3ª pessoa do
É o enunciado que se organiza em torno de um verbo ou singular: Choveu durante a noite.
de uma locução verbal. As orações podem ou não ter sentido
completo. Predicado: segmento linguístico que estabelece concor-
As orações são a base para a construção dos períodos, e são dância com outro termo essencial da oração, o sujeito, sendo
formadas por vários termos. Alguns termos estão presentes em este o termo determinante (ou subordinado) e o predicado o
todas ou na maioria das orações. É o caso do sujeito e predica- termo determinado (ou principal). Têm por características bási-
do. Outros termos não tão frequentes, ou têm um uso situacio- cas: apresentar-se como elemento determinado em relação ao
nal, como os complementos e adjuntos. sujeito; apontar um atributo ou acrescentar nova informação ao
sujeito.
Exemplo:
A mulher trancou toda a casa. Tipos de predicado:
A mulher – sujeito
trancou toda a casa – predicado - predicado nominal: seu núcleo é um nome, substantivo,
adjetivo, pronome, ligado ao sujeito por um verbo de ligação. O
Amanheceu logo em seguida. (toda a oração é predicado) núcleo do predicado nominal chama-se predicativo do sujeito,
pois atribui ao sujeito uma qualidade ou característica.
Sujeito é aquele ou aquilo de que(m) se fala. Já o predicado - predicado verbal:seu núcleo é um verbo, seguido, ou não,
é a informação dada sobre o sujeito. Núcleo de um termo é a pa- de complemento(s) ou termos acessórios).
lavra principal (geralmente um substantivo, pronome ou verbo). - predicado verbo-nominal: tem dois núcleos significativos:
um verbo e um nome
Os termos da oração são divididos em três níveis:
- Termos Essenciais da Oração: Sujeito e Predicado. Predicação verbal é o modo pelo qual o verbo forma o pre-
- Termos Integrantes da Oração: Complemento Nominal e dicado.
Complementos Verbais (Objeto Direto, Objeto indireto e Agente Alguns verbos que, tem sentido completo, sendo apenas
da Passiva). eles o predicado. São denominados intransitivos. Exemplo: As
- Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal, Adjun- folhas caem.
to Adverbial, Vocativo e Aposto. Outros, para fazerem parte do predicado precisam de ou-
tros termos: Chamados transitivos. Exemplos: José comprou o
Termos Essenciais da Oração: sujeito e predicado. carro. (Sem os seus complementos, o verbo comprou, não trans-
mitiria uma informação completa: comprou o quê?)
Sujeito: aquele que estabelece concordância com o núcleo Os verbos de predicação completa denominam-se intran-
do predicado. Quando se trata de predicado verbal, o núcleo sitivos e os de predicação incompleta, transitivos. Os verbos
é sempre um verbo; sendo um predicado nominal, o núcleo é transitivos subdividem-se em: transitivos diretos, transitivos
sempre um nome. Então têm por características básicas: indiretos e transitivos diretos e indiretos (bitransitivos).
- ter concordância com o núcleo do predicado; Além dos verbos transitivos e intransitivos, existem os ver-
- ser elemento determinante em relação ao predicado; bos de ligação que entram na formação do predicado nominal,
- ser formado por um substantivo, ou pronome substantivo relacionando o predicativo com o sujeito.
ou, uma palavra substantivada.
- Transitivos Diretos: pedem um objeto direto, isto é, um
Tipos de sujeito: complemento sem preposição. Exemplo: Comprei um terreno
e construí a loja.
- Simples: um só núcleo: O menino estudou. - Transitivos Indiretos: pedem um complemento regido de
- Composto: mais de um núcleo: “O menino e a menina es- preposição, chamado objeto indireto. Exemplo: Não se perdoa
tudaram.” ao político que rouba aos montes.
42
LÍNGUA PORTUGUESA
- Transitivos Diretos e Indiretos: se usam com dois objetos: Adjunto adnominal: termo que caracteriza ou determina os
direto e indireto, concomitantemente. Exemplo: Maria dava ali- substantivos. Pode ser expresso: Pelos adjetivos: animal feroz;
mento aos pobres. Pelos artigos: o mundo; Pelos pronomes adjetivos: muitos pa-
- de Ligação: ligam ao sujeito uma palavra ou expressão íses.
chamada predicativo. Esses verbos entram na formação do pre-
dicado nominal. Exemplo: A Bahia é quente. Adjunto adverbial:termo que exprime uma circunstância
(de tempo, lugar, modo, etc.) ou, em outras palavras, que mo-
Predicativo: Existe o predicativo do sujeito e o predicativo difica o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. É expresso:
do objeto. Pelos advérbios: Cheguei cedo; Pelas locuções ou expressões
adverbiais: Saí com meu pai.
Predicativo do Sujeito: termo que exprime um atributo, um
estado ou modo de ser do sujeito, ao qual se prende por um Aposto: palavra ou expressão que explica ou esclarece, de-
verbo de ligação, no predicado nominal. Exemplos: A bandeira senvolve ou resume outro termo da oração. Exemplos:David,
é o símbolo da nação. que foi um excelente aluno, passou no vestibular.
Predicativo do Objeto: termo que se refere ao objeto de um
verbo transitivo. Exemplo: O juiz declarou o réu culpado. O núcleo do aposto é um substantivo ou um pronome subs-
tantivo: O aposto não pode ser formado por adjetivos. Os apos-
Termos Integrantes da Oração tos, em geral, destacam-se por pausas, indicadas, na escrita, por
vírgulas, dois pontos ou travessões.
São os termos que completam a significação transitiva dos
verbos e nomes. Integram o sentido da oração, sendo assim in- Vocativo: termo usado para chamar ou interpelar a pessoa,
dispensável à compreensão do enunciado. São eles: o animal ou a coisa personificada a que nos dirigimos. Exemplo:
- Complemento Verbal (Objeto Direto e Objeto Indireto); Vamos à escola, meus filhos!
- Complemento Nominal; O vocativo não pertence à estrutura da oração, por isso não
- Agente da Passiva. se anexa ao sujeito nem ao predicado.
43
LÍNGUA PORTUGUESA
44
LÍNGUA PORTUGUESA
Olhava para a rua e qualquer olhar de homem que se cru- Todas manhãs ele passava nos bairros dos brancos carre-
zasse com o seu, lhe fazia palpitar tumultuosamente o coração. gando suas enormes gaiolas. Ele mesmo fabricava aquelas jau-
Se o telefone tilintava, seu pensamento corria célere: talvez fos- las, de tão leve material que nem pareciam servir de prisão.
se “ele”. Se não conhecesse a causa desse transtorno, por certo Parecia eram gaiolas aladas, voláteis. Dentro delas, os pássaros
Malvina já teria ido consultar um médico de doenças nervosas. esvoavam suas cores repentinas. À volta do vendedeiro, era uma
Mandara examinar por um grafólogo a letra dessa carta. Fora em nuvem de pios, tantos que faziam mexer as janelas:
todas as papelarias à procura desse papel verde-mar e, incons- - Mãe, olha o homem dos passarinheiros!
cientemente, fora até o correio ver se descobria o remetente no E os meninos inundavam as ruas. As alegrias se intercam-
ato de atirar o envelope na caixa. biavam: a gritaria das aves e o chilreio das crianças. O homem
Tudo em vão. Quem escrevia conseguia manter-se incógni- puxava de uma muska e harmonicava sonâmbulas melodias. O
to. Malvina teria feito tudo quanto ele quisesse. Nenhum em- mundo inteiro se fabulava.
pecilho para com o desconhecido. Mas para que ela pudesse Por trás das cortinas, os colonos reprovavam aqueles abu-
realizar o seu sonho, era preciso que ele se tornasse homem de sos. Ensinavam suspeitas aos seus pequenos filhos - aquele pre-
carne e osso. Malvina imaginava-o alto, moreno, com grandes to quem era? Alguém conhecia recomendações dele? Quem
olhos negros, forte e espadaúdo. autorizara aqueles pés descalços a sujarem o bairro? Não, não
O seu cérebro trabalhava: seria ele casado? Não, não o era. e não. O negro que voltasse ao seu devido lugar. Contudo, os
pássaros tão encantantes que são - insistiam os meninos. Os pais
Seria pobre? Não podia ser. Seria um grande industrial? Quem
se agravavam: estava dito.
sabe?
Mas aquela ordem pouco seria desempenhada.[...]
As cartas de amor, verde-mar, haviam surgido na vida de
O homem então se decidia a sair, juntar as suas raivas com
Malvina como o dilúvio, transformando-lhe o cérebro.
os demais colonos. No clube, eles todos se aclamavam: era pre-
Afinal, no décimo dia, chegou a explicação do enigma. Foi ciso acabar com as visitas do passarinheiro. Que a medida não
uma coisa tão dramática, tão original, tão crível, que Malvina podia ser de morte matada, nem coisa que ofendesse a vista
não teve nem um ataque de histerismo, nem uma crise de cóle- das senhoras e seus filhos. ___6___ remédio, enfim, se haveria
ra. Ficou apenas petrificada. de pensar.
“Você será amada... se usar, pela manhã, o creme de beleza No dia seguinte, o vendedor repetiu a sua alegre invasão.
Lua Cheia. O creme Lua Cheia é vendido em todas as farmácias e Afinal, os colonos ainda que hesitaram: aquele negro trazia aves
drogarias. Ninguém resistirá a você, se usar o creme Lua Cheia. de belezas jamais vistas. Ninguém podia resistir às suas cores,
Era o que continha o papel verde-mar, escrito em enérgicos seus chilreios. Nem aquilo parecia coisa deste verídico mundo.
caracteres masculinos. O vendedor se anonimava, em humilde desaparecimento de si:
Ao voltar a si, Malvina arrastou-se até o telefone: - Esses são pássaros muito excelentes, desses com as asas
-Alô! É Jorge quem está falando? Já pensei e resolvi casar- todas de fora.
-me com você. Sim, Jorge, amo-o! Ora, que pergunta! Pode vir. Os portugueses se interrogavam: onde desencantava ele
A voz de Jorge estava rouca de felicidade! tão maravilhosas criaturas? onde, se eles tinham já desbravado
E nunca soube a que devia tanta sorte! os mais extensos matos?
André Sinoldi O vendedor se segredava, respondendo um riso. Os senho-
res receavam as suas próprias suspeições - teria aquele negro
Se a oração escrita na carta estivesse completa, como em direito a ingressar num mundo onde eles careciam de acesso?
“Você será amada POR MIM”, o termo destacado funcionaria Mas logo se aprontavam a diminuir-lhe os méritos: o tipo dor-
como: mia nas árvores, em plena passarada. Eles se igualam aos bichos
a) complemento nominal. silvestres, concluíam.
b) objeto direto. Fosse por desdenho dos grandes ou por glória dos peque-
c) agente da passiva. nos, a verdade é que, aos pouco-poucos, o passarinheiro foi vi-
d) objeto indireto. rando assunto no bairro do cimento. Sua presença foi enchendo
e) adjunto nominal. durações, insuspeitos vazios. Conforme dele se comprava, as
casas mais se repletavam de doces cantos.
04. EMSERH – Enfermeiro – 2017 – FUNCAB
Aquela música se estranhava nos moradores, mostrando
Assinale a alternativa correspondente ao período onde há
que aquele bairro não pertencia àquela terra. Afinal, os pássa-
predicativo do sujeito:
ros desautenticavam os residentes, estrangeirando-lhes? [...] O
comerciante devia saber que seus passos descalços não cabiam
O embondeiro que sonhava pássaros naquelas ruas. Os brancos se inquietavam com aquela desobe-
diência, acusando o tempo. [...]
Esse homem sempre vai ficar de sombra: nenhuma memó- As crianças emigravam de sua condição, desdobrando-se
ria será bastante para lhe salvar do escuro. Em verdade, seu as- em outras felizes existências. E todos se familiavam, parentes
tro não era o Sol. Nem seu país não era a vida. Talvez, por razão aparentes. [...]
disso, ele habitasse com cautela de um estranho. O vendedor de Os pais lhes queriam fechar o sonho, sua pequena e infinita
pássaros não tinha sequer o abrigo de um nome. Chamavam-lhe alma. Surgiu o mando: a rua vos está proibida, vocês não saem
o passarinheiro. mais. Correram-se as cortinas, as casas fecharam suas pálpebras.
45
LÍNGUA PORTUGUESA
COUTO, Mia. Cada homem é uma raça: contos/ Mia Cou- *Ballon d’Or 1990 - prêmio de melhor jogador do ano
to - 1ª ed. - São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p.63 - 71.
(Fragmento). O jogador busca o sucesso pessoal ...
Sobre os elementos destacados do fragmento “Em verdade,
seu astro não era o Sol. Nem seu país não era a vida.”, leia as A mesma relação sintática entre verbo e complemento, su-
afirmativas. blinhados acima, está em:
I. A expressão EM VERDADE pode ser substituída, sem alte- a) É indiscutível que no mundo contemporâneo...
ração de sentido por COM EFEITO. b) ... o futebol tem implicações e significações psicológicas
II. ERA O SOL formam o predicado verbal da primeira ora- coletivas ...
ção. c) ... e funciona como escape para as pressões do cotidiano.
III. NEM, no contexto, é uma conjunção coordenativa. d) A solução para muitos é a reconversão em técnico ...
e) ... que depende das qualidades pessoais de seus mem-
Está correto apenas o que se afirma em: bros.
a) I e III.
b) III. 06. MPE/PB -Técnico ministerial - diligências e apoio admi-
c) I e II.
nistrativo – 2015 - FCC
d) I.
e) II e III.
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha
05.TRE/RR -Técnico Judiciário - Operação de Computado-
res – 2015 - FCC aldeia
É indiscutível que no mundo contemporâneo o ambiente Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
do futebol é dos mais intensos do ponto de vista psicológico.
Nos estádios a concentração é total. Vive-se ali situação de in- O Tejo tem grandes navios
cessante dialética entre o metafórico e o literal, entre o lúdico E navega nele ainda,
e o real. O que varia conforme o indivíduo considerado é a pas- Para aqueles que veem em tudo o que lá não está,
sagem de uma condição a outra. Passagem rápida no caso do A memória das naus.
torcedor, cuja regressão psíquica do lúdico dura algumas horas
e funciona como escape para as pressões do cotidiano. Passa- O Tejo desce de Espanha
gem lenta no caso do futebolista profissional, que vive quinze E o Tejo entra no mar em Portugal
ou vinte anos em ambiente de fantasia, que geralmente torna Toda a gente sabe isso.
difícil a inserção na realidade global quando termina a carreira. Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
A solução para muitos é a reconversão em técnico, que os man- E para onde ele vai
tém sob holofote. Lothar Matthäus, por exemplo, recordista de E donde ele vem
partidas em Copas do Mundo, com a seleção alemã, Ballon d’Or E por isso, porque pertence a menos gente,
de 1990, tornou-se técnico porque “na verdade, para mim, o fu- É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
tebol é mais importante do que a família”. [...]
Sendo esporte coletivo, o futebol tem implicações e signi- Pelo Tejo vai-se para o Mundo
ficações psicológicas coletivas, porém calcadas, pelo menos em Para além do Tejo há a América
parte, nas individualidades que o compõem. O jogo é coletivo, E a fortuna daqueles que a encontram
como a vida social, porém num e noutra a atuação de um só Ninguém nunca pensou no que há para além
indivíduo pode repercutir sobre o todo. Como em qualquer Do rio da minha aldeia.
sociedade, na do futebol vive-se o tempo inteiro em equilíbrio O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
precário entre o indivíduo e o grupo. O jogador busca o sucesso Quem está ao pé dele está só ao pé dele.
pessoal, para o qual depende em grande parte dos companhei-
(Alberto Caeiro)
ros; há um sentimento de equipe, que depende das qualidades
pessoais de seus membros.
E o Tejo entra no mar em Portugal
O torcedor lúcido busca o prazer do jogo preservando sua
individualidade; todavia, a própria condição de torcedor acaba
por diluí-lo na massa. O elemento que exerce a mesma função sintática que o su-
(JÚNIOR, Hilário Franco. A dança dos deuses: futebol, cul- blinhado acima encontra-se em
tura, sociedade.São Paulo: Companhia das letras, 2007, p. 303- a) a fortuna. (4a estrofe)
304, com adaptações) b) A memória das naus. (2a estrofe)
c) grandes navios. (2a estrofe)
d) menos gente. (3a estrofe)
e) a América. (4a estrofe)
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LÍNGUA PORTUGUESA
07. TRF – 3ª Região – Analista Judiciário – Área Administra- e) um advérbio, e pode ser considerada como interrogativa
tiva – 2016 – FCC indireta.
O museu é considerado um instrumento de neutralização
– e talvez o seja de fato. Os objetos que nele se encontram reu- 08.ANAC – Analista Administrativo – 2016 – ESAF
nidos trazem o testemunho de disputas sociais, de conflitos po- Assinale a opção que apresenta explicação correta para a
líticos e religiosos. Muitas obras antigas celebram vitórias milita- inserção de “que é” antes do segmento grifado no texto.
res e conquistas: a maior parte presta homenagem às potências
dominantes, suas financiadoras. As obras modernas são, mais A Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República
genericamente, animadas pelo espírito crítico: elas protestam divulgou recentemente a pesquisa O Brasil que voa – Perfil dos
contra os fatos da realidade, os poderes, o estado das coisas. O Passageiros, Aeroportos e Rotas do Brasil, o mais completo le-
museu reúne todas essas manifestações de sentido oposto. Ex- vantamento sobre transporte aéreo de passageiros do País.
põe tudo junto em nome de um valor que se presume partilhado Mais de 150 mil passageiros, ouvidos durante 2014 nos 65 ae-
por elas: a qualidade artística. Suas diferenças funcionais, suas roportos responsáveis por 98% da movimentação aérea do País,
divergências políticas são apagadas. A violência de que partici- revelaram um perfil inédito do setor.
pavam, ou que combatiam, é esquecida. O museu parece assim <http://www.anac.gov.br/Noticia.aspx?ttCD_CHA-
desempenhar um papel de pacificação social. A guerra das ima- VE=1957&slCD_ ORIGEM=29>. Acesso em: 13/12/2015 (com
gens extingue-se na pacificação dos museus. adaptações).
Todos os objetos reunidos ali têm como princípio o fato de a) Prejudica a correção gramatical do período, pois provoca
terem sido retirados de seu contexto. Desde então, dois pontos truncamento sintático.
de vista concorrentes são possíveis. De acordo com o primeiro, o b) Transforma o aposto em oração subordinada adjetiva ex-
museu é por excelência o lugar de advento da Arte enquanto tal, plicativa.
separada de seus pretextos, libertada de suas sujeições. Para o c) Altera a oração subordinada explicativa para oração res-
segundo, e pela mesma razão, é um “depósito de despojos”. Por tritiva.
um lado, o museu facilita o acesso das obras a um status esté- d) Transforma o segmento grifado em oração principal do
tico que as exalta. Por outro, as reduz a um destino igualmente período.
estético, mas, desta vez, concebido como um estado letárgico. e) Corrige erro de estrutura sintática inserido no período.
A colocação em museu foi descrita e denunciada frequente-
mente como uma desvitalização do simbólico, e a musealização RESPOSTAS
progressiva dos objetos de uso como outros tantos escânda-
los sucessivos. Ainda seria preciso perguntar sobre a razão do
“escândalo”. Para que haja escândalo, é necessário que tenha 01 B
havido atentado ao sagrado. Diante de cada crítica escandali- 02 C
zada dirigida ao museu, seria interessante desvendar que valor
03 C
foi previamente sacralizado. A Religião? A Arte? A singularidade
absoluta da obra? A Revolta? A Vida autêntica? A integridade 04 A
do Contexto original? Estranha inversão de perspectiva. Porque, 05 B
simultaneamente, a crítica mais comum contra o museu apre-
senta-o como sendo, ele próprio, um órgão de sacralização. O 06 B
museu, por retirar as obras de sua origem, é realmente “o lugar 07 C
simbólico onde o trabalho de abstração assume seu caráter mais 08 B
violento e mais ultrajante”. Porém, esse trabalho de abstração
e esse efeito de alienação operam em toda parte. É a ação do COLOCAÇÃO DOS PRONOMINAL
tempo, conjugada com nossa ilusão da presença mantida e da
arte conservada.
A colocação dos pronomes oblíquos átonos é um fator im-
(Adaptado de: GALARD, Jean. Beleza Exorbitante. São Pau-
portante na harmonia da frase. Ela respeita três tipos de posição
lo, Fap.-Unifesp, 2012, p. 68-71)
que os pronomes átonos me, te, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes
podem ocupar na oração:
Na frase Diante de cada crítica escandalizada dirigida ao
museu, seria interessante desvendar que valor foi previamente
Próclise - o pronome é colocado antes do verbo.
sacralizado (3°parágrafo), a oração sublinhada complementa o
Mesóclise - o pronome é colocado no meio do verbo.
sentido de
Ênclise - o pronome é colocado depois do verbo.
a) um substantivo, e pode ser considerada como interroga-
tiva indireta.
b) um verbo, e pode ser considerada como interrogativa di- Próclise
reta.
c) um verbo, e pode ser considerada como interrogativa in- - Orações negativas, que contenham palavras como: não,
direta. ninguém, nunca.
d) um substantivo, e pode ser considerada como interroga- Não o vi ontem.
tiva direta. Nunca o tratei mal.
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
06. TRT – 14ª Região – Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2017 - FCC
No que se refere ao emprego do acento indicativo de crase e à colocação do pronome, a alternativa que completa corretamente
a frase O palestrante deu um conselho... É:
A) à alguns jovens que escutavam-no.
B) à estes jovens que o escutavam.
C) àqueles jovens que o escutavam
D) à juventude que escutava-o.
E) à uma porção de jovens que o escutava.
RESPOSTAS
01 E
02 A
03 B
04 B
05 A
06 C
49
LÍNGUA PORTUGUESA
Homônimos
Prezado Candidato, o tópico acima supracitado foi aborda- rio (curso de água) e rio (verbo rir);
do ao decorrer do material. caminho (itinerário) e caminho (verbo caminhar).
Homófonos
AO RECONHECIMENTO DA POSIÇÃO DO AUTOR cem (número) e sem (indica falta)
FRENTE ÀS INFORMAÇÕES APRESENTADAS NO TEXTO senso (sentido) e censo (levantamento estatístico)
(FATO OU OPINIÃO; SÉRIO OU RIDÍCULO; CONCOR-
DÂNCIA OU DISCORDÂNCIA ETC.), BEM COMO DOS Homógrafos
RECURSOS LINGUÍSTICOS INDICADORES DESSAS colher (talher) e colher (apanhar);
AVALIAÇÕES; acerto (correção) e acerto (verbo acertar);
Parônimos
Prezado Candidato, o tópico acima supracitado foi aborda-
do ao decorrer do material. Se refere a palavras que são escritas e pronunciadas de for-
ma parecida, mas que apresentam significados diferentes.
infligir (aplicar) e infringir (transgredir),
sede (vontade de beber) e cede (verbo ceder),
deferir (conceder, dar deferimento) e diferir (ser diferente,
divergir, adiar),
ratificar (confirmar) e retificar (tornar reto, corrigir),
50
LÍNGUA PORTUGUESA
vultoso (volumoso, muito grande: soma vultosa) e vultuoso Nem um rosto viril, nem um braço capaz de suspender
(congestionado: rosto vultuoso). uma arma, nem um peito resfolegante de campeador domado:
Polissemia mulheres, sem-número de mulheres, velhas espectrais, moças
envelhecidas, velhas e moças indistintas na mesma fealdade,
Polissemia indica a capacidade de uma palavra apresentar escaveiradas e sujas, filhos escanchados nos quadris desnalga-
uma multiplicidade de significados, conforme o contexto em dos, filhos encarapitados às costas, filhos suspensos aos peitos
que ocorre. Uma palavra pode ter mais de uma significação. Ex.: murchos, filhos arrastados pelos braços, passando; crianças,
Mangueira: tubo de borracha ou plástico para regar as plan- sem-número de crianças; velhos, sem-número de velhos; raros
tas ou apagar incêndios; árvore frutífera; grande curral de gado. homens, enfermos opilados, faces túmidas e mortas, de cera,
Pena: pluma; peça de metal para escrever; punição; dó. bustos dobrados, andar cambaleante.
(CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos.
Denotação e conotação Edição Especial. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1980.)
Denotação indica a capacidade de as palavras apresenta- Em qual das alternativas abaixo NÃO há um par de sinôni-
rem um sentido literal (próprio) e objetivo. A conotação indica mos?
a capacidade de as palavras apresentarem um sentido figurado A) Armistício – destruição
e simbólico. B) Claudicante – manco
C) Reveses – infortúnios
Exemplos com sentido denotativo: D) Fealdade – feiura
As águas pingavam da torneira, (sentido próprio). E) Opilados – desnutridos
As horas iam pingando lentamente, (sentido figurado).
02. Pref. de Cruzeiro/SP – Instrutor de Desenho Técnico e
Exemplos com sentido conotativo: Mecânico – 2016 - Instituto Excelência
Comprei uma correntinha de ouro.
Assinale a alternativa em que as palavras podem servir de
Fulano nadava em ouro.
exemplos de parônimos:
A) Cavaleiro (Homem a cavalo) – Cavalheiro (Homem gentil).
Hiperonímia e hiponímia
B) São (sadio) – São (Forma reduzida de Santo).
C) Acento (sinal gráfico) – Assento (superfície onde se sen-
Hiperonímia e a hiponímia indicam a capacidade das pa-
ta).
lavras estabelecerem relações hierárquicas de significado. Um
D) Nenhuma das alternativas.
hiperônimo, palavra superior com um sentido mais abrangente,
engloba um hipônimo, palavra inferior com sentido mais restri-
03. TJ/MT – Analista Judiciário – Ciências Contábeis – 2017
to.
- UFMT
Fruta é hiperônimo de banana. Na língua portuguesa, há muitas palavras parecidas, seja no
Banana é hipônimo de fruta. modo de falar ou no de escrever. A palavra sessão, por exemplo,
assemelha-se às palavras cessão e seção, mas cada uma apre-
QUESTÕES senta sentido diferente. Esse caso, mesmo som, grafias diferen-
tes, denomina-se homônimo homófono. Assinale a alternativa
12. Pref. de Itaquitinga/PE – Psicólogo – 2016 - IDHTEC em que todas as palavras se encontram nesse caso.
A entrada dos prisioneiros foi comovedora (...) Os comba- A) taxa, cesta, assento
tentes contemplavam-nos entristecidos. Surpreendiam-se; co- B) conserto, pleito, ótico
moviam-se. O arraial, in extremis, punhalhes adiante, naquele C) cheque, descrição, manga
armistício transitório, uma legião desarmada, mutilada faminta D) serrar, ratificar, emergir
e claudicante, num assalto mais duro que o das trincheiras em
fogo. Custava-lhes admitir que toda aquela gente inútil e frágil 04. TJ/MT – Analista Judiciário – Direito – 2017 - UFMT
saísse tão numerosa ainda dos casebres bombardeados durante
três meses. A fuga dos rinocerontes
Espécie ameaçada de extinção escapa dos caçadores da
Contemplando-lhes os rostos baços, os arcabouços esmir- maneira mais radical possível – pelo céu.
rados e sujos, cujos molambos em tiras não encobriam lanhos,
escaras e escalavros – a vitória tão longamente apetecida decaía Os rinocerontes-negros estão entre os bichos mais visados
de súbito. Repugnava aquele triunfo. Envergonhava. Era, com da África, pois sua espécie é uma das preferidas pelo turismo de
efeito, contraproducente compensação a tão luxuosos gastos caça. Para tentar salvar alguns dos 4.500 espécimes que ainda
de combates, de reveses e de milhares de vidas, o apresamento restam na natureza, duas ONG ambientais apelaram para uma
daquela caqueirada humana – do mesmo passo angulhenta e solução extrema: transportar os rinocerontes de helicóptero. A
sinistra, entre trágica e imunda, passando-lhes pelos olhos, num ação utilizou helicópteros militares para remover 19 espécimes
longo enxurro de carcaças e molambos... – com 1,4 toneladas cada um – de seu habitat original, na pro-
51
LÍNGUA PORTUGUESA
víncia de Cabo Oriental, no sudeste da África do Sul, e transfe- 06. Pref. de Florianópolis/SC – Auxiliar de Sala – 2017 - FE-
ri-los para a província de Lampopo, no norte do país, a 1.500 PESE
quilômetros de distância, onde viverão longe dos caçadores. O termo (ou expressão) em destaque, que está empregado
Como o trajeto tem áreas inacessíveis de carro, os rinocerontes em seu sentido próprio, denotativo, ocorre em:
tiveram de voar por 24 quilômetros. Sedados e de olhos venda- A) Estou morta de cansada.
dos (para evitar sustos caso acordassem), os rinocerontes foram B) Aquela mulher fala mal de todos na vizinhança! É uma
içados pelos tornozelos e voaram entre 10 e 20 minutos. Parece cobra.
meio brutal? Os responsáveis pela operação dizem que, além C) Todo cuidado é pouco. As paredes têm ouvidos.
de mais eficiente para levar os paquidermes a locais de difícil D) Reclusa desde que seu cachorrinho morreu, Filomena fi-
acesso, o procedimento é mais gentil. nalmente saiu de casa ontem.
(BADÔ, F. A fuga dos rinocerontes. Superinteressante, nº E) Minha amiga é tão agitada! A bateria dela nunca acaba!
229, 2011.)
RESPOSTAS
A palavra radical pode ser empregada com várias acepções,
por isso denomina-se polissêmica. Assinale o sentido dicionari- 01 A
zado que é mais adequado no contexto acima. 02 A
A) Que existe intrinsecamente num indivíduo ou coisa.
03 A
B) Brusco; violento; difícil.
C) Que não é tradicional, comum ou usual. 04 C
D) Que exige destreza, perícia ou coragem. 05 E
06 D
05. UNESP – Assistente Administrativo I – 016 - VU-
NESP/2016
FIGURAS DE LINGUAGEM
O gavião
As figuras de linguagem são recursos especiais usados por
Gente olhando para o céu: não é mais disco voador. Disco quem fala ou escreve, para dar à expressão mais força, intensi-
voador perdeu o cartaz com tanto satélite beirando o sol e a lua. dade e beleza.
Olhamos todos para o céu em busca de algo mais sensacional e São três tipos:
comovente – o gavião malvado, que mata pombas. Figuras de Palavras (tropos);
O centro da cidade do Rio de Janeiro retorna assim à con- Figuras de Construção (de sintaxe);
templação de um drama bem antigo, e há o partido das pombas Figuras de Pensamento.
e o partido do gavião. Os pombistas ou pombeiros (qualquer
palavra é melhor que “columbófilo”) querem matar o gavião. Figuras de Palavra
Os amigos deste dizem que ele não é malvado tal; na verdade
come a sua pombinha com a mesma inocência com que a pom- É a substituição de uma palavra por outra, isto é, no em-
ba come seu grão de milho. prego figurado, simbólico, seja por uma relação muito próxima
(contiguidade), seja por uma associação, uma comparação, uma
Não tomarei partido; admiro a túrgida inocência das pom- similaridade. São as seguintes as figuras de palavras:
bas e também o lance magnífico em que o gavião se despenca
sobre uma delas. Comer pombas é, como diria Saint-Exupéry, “a Metáfora: consiste em utilizar uma palavra ou uma expres-
verdade do gavião”, mas matar um gavião no ar com um belo são em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em
tiro pode também ser a verdade do caçador. virtude da circunstância de que o nosso espírito as associa e de-
preende entre elas certas semelhanças. Observe o exemplo:
Que o gavião mate a pomba e o homem mate alegremente
o gavião; ao homem, se não houver outro bicho que o mate, “Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando Pes-
pode lhe suceder que ele encontre seu gavião em outro homem. soa)
(Rubem Braga. Ai de ti, Copacabana, 1999. Adaptado)
Nesse caso, a metáfora é possível na medida em que o poe-
ta estabelece relações de semelhança entre um rio subterrâneo
O termo gavião, destacado em sua última ocorrência no
e seu pensamento.
texto – … pode lhe suceder que ele encontre seu gavião em ou-
tro homem. –, é empregado com sentido
Comparação: é a comparação entre dois elementos co-
A) próprio, equivalendo a inspiração.
muns; semelhantes. Normalmente se emprega uma conjunção
B) próprio, equivalendo a conquistador. comparativa: como, tal qual, assim como.
C) figurado, equivalendo a ave de rapina.
D) figurado, equivalendo a alimento.
E) figurado, equivalendo a predador.
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LÍNGUA PORTUGUESA
“Sejamos simples e calmos O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções.
Como os regatos e as árvores”
Fernando Pessoa Sinestesia: Consiste em mesclar, numa mesma expres-
são, as sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido.
Metonímia: consiste em empregar um termo no lugar de Exemplo: No silêncio negro do seu quarto, aguardava os aconte-
outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de cimentos. (silêncio = auditivo; negro = visual)
sentido. Observe os exemplos abaixo:
Catacrese: A catacrese costuma ocorrer quando, por falta
-autor ou criador pela obra. Exemplo: Gosto de ler Macha- de um termo específico para designar um conceito, toma-se ou-
do de Assis. (Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis.) tro “emprestado”. Passamos a empregar algumas palavras fora
de seu sentido original. Exemplos: “asa da xícara”, “maçã do ros-
-efeito pela causa e vice-versa. Exemplo: Vivo do meu traba- to”, “braço da cadeira” .
lho. (o trabalho é causa e está no lugar do efeito ou resultado).
Figuras de Construção
- continente pelo conteúdo. Exemplo: Ela comeu uma caixa
de bombons. (a palavra caixa, que designa o continente ou aqui- Ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade
lo que contém, está sendo usada no lugar da palavra bombons). ao significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela maior
expressividade que se dá ao sentido. São as mais importantes
-abstrato pelo concreto e vice-versa. Exemplos: A gravidez figuras de construção:
deve ser tranquila. (o abstrato gravidez está no lugar do concre-
to, ou seja, mulheres grávidas). Elipse: consiste na omissão de um termo da frase, o qual, no
entanto, pode ser facilmente identificado. Exemplo: No fim da
- instrumento pela pessoa que o utiliza. Exemplo: Os micro- comemoração, sobre as mesas, copos e garrafas vazias. (Omis-
fones foram atrás dos jogadores. (Os repórteres foram atrás dos são do verbo haver: No fim da festa comemoração, sobre as me-
jogadores.) sas, copos e garrafas vazias).
- lugar pelo produto. Exemplo: Fumei um saboroso havana.
Pleonasmo: consiste no emprego de palavras redundantes
(Fumei um saboroso charuto.).
para reforçar uma ideia. Exemplo: Ele vive uma vida feliz.
Deve-se evitar os pleonasmos viciosos, que não têm valor
- símbolo ou sinal pela coisa significada. Exemplo: Não te
de reforço, sendo antes fruto do desconhecimento do sentido
afastes da cruz. (Não te afastes da religião.).
das palavras, como por exemplo, as construções “subir para
cima”, “entrar para dentro”, etc.
- a parte pelo todo. Exemplo: Não há teto para os desabriga-
dos. (a parte teto está no lugar do todo, “o lar”).
Polissíndeto: repetição enfática do conectivo, geralmente o
- indivíduo pela classe ou espécie. Exemplo: O homem foi à “e”. Exemplo: Felizes, eles riam, e cantavam, e pulavam, e dan-
Lua. (Alguns astronautas foram à Lua.). çavam.
- singular pelo plural. Exemplo: A mulher foi chamada para Inversão ou Hipérbato: alterar a ordem normal dos termos
ir às ruas. (Todas as mulheres foram chamadas, não apenas uma) ou orações com o fim de lhes dar destaque:
“Justo ela diz que é, mas eu não acho não.” (Carlos Drum-
- gênero ou a qualidade pela espécie. Exemplo: Os mortais mond de Andrade)
sofrem nesse mundo. (Os homens sofrem nesse mundo.) “Por que brigavam no meu interior esses entes de sonho não
sei.” (Graciliano Ramos)
- matéria pelo objeto. Exemplo: Ela não tem um níquel. (a Observação: o termo deseja realçar é colocado, em geral,
matéria níquel é usada no lugar da coisa fabricada, que é “mo- no início da frase.
eda”).
Anacoluto: quebra da estrutura sintática da oração. O tipo
Atenção: Os últimos 5 exemplos podem receber também o mais comum é aquele em que um termo parece que vai ser o
nome de Sinédoque. sujeito da oração, mas a construção se modifica e ele acaba sem
função sintática. Essa figura é usada geralmente para pôr em re-
Perífrase: substituição de um nome por uma expressão levo a ideia que consideramos mais importante, destacando-a
para facilitar a identificação. Exemplo: A Cidade Maravilhosa (= do resto. Exemplo:
Rio de Janeiro) continua atraindo visitantes do mundo todo. O Alexandre, as coisas não lhe estão indo muito bem.
A velha hipocrisia, recordo-me dela com vergonha. (Camilo
Obs.: quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome Castelo Branco)
de antonomásia.
Exemplos: Silepse: concordância de gênero, número ou pessoa é feita
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida praticando com ideias ou termos subentendidos na frase e não claramente
o bem. expressos. A silepse pode ser:
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LÍNGUA PORTUGUESA
Paranomásia: palavras com sons semelhantes, mas de Retificação: consiste em retificar uma afirmação anterior.
significados diferentes, vulgarmente chamada de trocadilho. Exemplos: O médico, aliás, uma médica muito gentil não sabia
Exemplo: Comemos fora todos os dias! A gente até dispensa a qual seria o procedimento.
despensa.
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
abundância, nos proporcionando o luxo de continuar a poluir Como é denominada esta figura de linguagem?
centenas de córregos e milhares de riachos nas nossas cidades. A) Eufemismo.
Para completar, todo esse descaso decorrente da falta de sane- B) Hipérbole.
amento se reverte em contaminação e em graves doenças de C) Sinestesia.
veiculação hídrica. D) Antítese.
Dados do monitoramento da qualidade da água – que rea-
lizamos em rios, córregos e lagos de onze Estados brasileiros e RESPOSTAS
do Distrito Federal – revelaram que 36,3% dos pontos de coleta
analisados apresentam qualidade ruim ou péssima. Apenas 13 01 C
pontos foram avaliados com qualidade de água boa (4,5%) e os
outros 59,2% estão em situação regular, o que significa um esta- 02 D
do de alerta. Nenhum dos pontos analisados foi avaliado como 03 A
ótimo. 04 C
Divulgamos esse grave retrato no Dia Mundial da Água (22
de março), com base nas análises realizadas entre março de 05 B
2015 e fevereiro de 2016, em 289 pontos de coleta distribuídos 06 D
em 76 municípios. 07 C
(MANTOVANI, Mário; RIBEIRO, Malu. UOL Notícias,
abril/2016.)
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Quando o adjetivo vem antes dos substantivos, o adjetivo Nós, vós e eles vamos à igreja.
deve concordar com o substantivo mais próximo.
Casos específicos de concordância verbal
Lindo pai e filho.
- Concordância verbal com verbos impessoais: como não
- Quando o adjetivo vem depois dos substantivos, o adjeti- apresentam sujeito, são conjugados sempre na 3.ª pessoa do
vo deve concordar com o substantivo mais próximo ou também singular:
com todos os substantivos. Faz cinco anos que eu te conheci. (verbo fazer indicando
tempo decorrido)
Comida e bebida perfeita.
Comida e bebida perfeitas. - Concordância verbal com a partícula apassivadora se: o
objeto direto assume a função de sujeito paciente, e o verbo
- Palavras adverbiais x palavras adjetivas: há palavras que estabelece concordância em número com o objeto direto:
têm função de advérbio, mas às vezes de adjetivo.
Quando advérbio, são invariáveis: Há bastante comida. Vende-se ovo.
Quando adjetivo, concordam com o nome a que se referem: Vendem-se ovos.
Há bastantes motivos para não gostar dele.
Fazem parte desta classificação: pouco, muito, bastante, ba- - Concordância verbal com a partícula de indeterminação
rato, caro, meio, longe, etc. do sujeito se: Quando atua como indeterminadora do sujeito, o
verbo fica sempre conjugado na 3.ª pessoa do singular:
- Expressões “anexo” e “obrigado”: tratam-se de palavras Precisa-se de vendedor.
adjetivas, e devem concordar com o nome a que se referem. Precisa-se de vendedores.
Seguem anexas as avaliações. - Concordância verbal com a maioria, a maior parte, a meta-
Seguem anexos os conteúdos. de,...: o verbo fica conjugado na 3.ª pessoa do singular. Porém, já
Muito obrigado, disse ele. se considera aceitável o uso da 3.ª pessoa do plural:
Muito obrigada, disse ela.
A maioria dos meninos vai…
Sob a mesma regra, temos palavras como: incluso, quite, A maior parte dos meninos vai…
leso, mesmo e próprio. A maioria dos meninos vão…
A maior parte dos meninos vão…
Concordância Verbal
- Concordância verbal com pronome relativo que: o verbo
A concordância verbal ocorre quando o verbo de flexiona concorda com o termo antecedente ao pronome relativo que:
para concordar com o sujeito gramatical. Essa flexão verbal é Fui eu que contei o segredo.
feita em número (singular ou plural) e em pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª Foi ele que contou o segredo.
pessoa). Fomos nós que contamos o segredo.
Sujeito composto antes do verbo: O sujeito é composto e - Concordância verbal com pronome relativo quem: o verbo
vem antes do verbo que deve estar sempre no plural. concorda com o termo antecedente ao pronome relativo quem
ou fica conjugado na 3.ª pessoa do singular:
João e Paulo conversaram pelo telefone.
Fui eu quem contei o segredo.
Sujeito composto depois do verbo: O sujeito composto vem Fomos nós quem contamos o segredo
depois do verbo, tanto pode ficar no plural como pode concor- Fui eu quem contou o segredo.
dar com o sujeito mais próximo. Fomos nós quem contou o segredo.
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LÍNGUA PORTUGUESA
06. COPEL – Contador Júnior -2017 - NC-UFPR Acessível [a, para] - acostumado [a, com] - adequado [a] -
Assinale a alternativa em que os verbos sublinhados estão admiração [a, por] - alheio [a, de] - aliado [a, com] - amante [de]
corretamente flexionados quanto à concordância verbal – amigo [de] - amor [a, de, para com, por] –ansioso [de, para,
A) A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou recen- por] - apto [a, para] - assíduo [a, em] - atenção [a] - atento [a,
temente a nova edição do relatório Smoke-free movies (Filmes em] - atencioso [com, para com] - benéfico [a] - benefício [a]
sem cigarro), em que recomenda que os filmes que exibem ima- – bom [para] - capacidade [de, para] - capaz [de, para] – cego
gens de pessoas fumando deveria receber classificação indicati- [a] - certeza [de] - comum [de] - conforme [a, com] - consulta
va para adultos. [a] - contente [com, de, em, por] - cuidadoso [com] – curioso
B) Pesquisas mostram que os filmes produzidos em seis pa- [de, por] descontente [com] - desfavorável [a] –desrespeito [a]
íses europeus, que alcançaram bilheterias elevadas (incluindo - diferente [de] - dificuldade [com, de, em, para] – digno [de]
alemães, ingleses e italianos), continha cenas de pessoas fuman- - dúvida [acerca de, em, sobre] – entendido [em] – essencial
do em filmes classificados para menores de 18 anos. [para] – fácil [a, de, para] - facilidade [de, em, para] - fiel [a] -
C) Para ela, a indústria do tabaco está usando a “telona” feliz [de, com, em, por] - grato [a] -horror [a, de, por] -– idêntico
como uma espécie de última fronteira para anúncios, mensa- [a] - impaciência [com] – incapaz [de, para] –influência [sobre]
gens subliminares e patrocínios, já que uma série de medidas - insensível [a] - intolerante [com] - junto [a, de] - leal [a] - lento
em diversos países passou a restringir a publicidade do tabaco. [em] – liberal [com] - maior [de] – manifestação [contra] - medo
D) E 90% dos filmes argentinos também exibiu imagens de [de, a] – menor [de] –morador [em] - natural [de] - necessário
fumo em filmes para jovens. [a] - obediente [a] - ódio [a, contra] - orgulhoso [de, com] - pai-
E) Os especialistas da organização citam estudos que mos- xão [de, por] – parecido [a, com] - referência [a, por] –propício
[a] - próximo [a, de] - pronto [para, em] - propensão [para] - re-
tram que quatro em cada dez crianças começa a fumar depois
lação [a, com, de, por, para com] - relacionado [com] - rente [a,
de ver atores famosos dando suas “pitadas” nos filmes.
de, com] - responsável [por] - rico [de, em] –satisfeito [com, de,
em, por] - semelhante [a] - suspeito [a, de] - tentativa [contra,
RESPOSTAS
de, para, para com] –único [em] - vazio [de]– visível [a] - vizinho
[a, de, com] – zelo [a, de, por].
01 C
02 D Regência de Advérbios: são importantes os advérbios: lon-
ge [de], perto [de] e proximamente [a, de]. Todos os advérbios
03 A terminados em -mente, tendem a apresentar a mesma preposi-
04 E ção dos adjetivos: Compatível [com]; compativelmente [com].
Relativo [a]; relativamente [a]
05 C
06 C Regência Verbal
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL É a parte da língua que se ocupa da relação entre os verbos
e os termos que se seguem a ele e completam o seu sentido. Os
Regência é a relação de subordinação que ocorre entre um verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e
verbo (ou um nome) e seus complementos. Ocupa-se em esta- indireto) e adjuntos adverbiais são os termos regidos. Os verbos
belecer relações entre as palavras, criando frases não ambíguas, podem ser:
que expressem efetivamente o sentido desejado, que sejam cor- - Verbos Transitivos: Exigem complemento (objetos) para
retas e claras. que tenham sentido completo. Podem ser: Transitivos Diretos;
Transitivos Indiretos; Transitivos Diretos e Indiretos.
Regência Nominal - Verbos Intransitivos: Existem verbos intransitivos que pre-
cisam vir acompanhados de adjuntos adverbiais apenas para da-
Há nomes de sentido incompletos. Substantivos, adjetivos, rem um sentido completo para a frase.
e, certos advérbios, podem, como no caso dos verbos, precisar
Exemplos de regência verbal não preposicionada
de um complemento (complemento nominal) para completar
Leu o jornal.
seu sentido: Sou devoto (nome de sentido incompleto) ao Santo
Comeu o chocolate.
Expedito (compl. Nominal).
Bebeu o vinho.
Ouviu a música.
O substantivo devoto rege um complemento nominal pre- Estudou a matéria.
cedido da preposição (ao). Sendo assim, a relação particular Fez o jantar
entre o nome e complemento, está sempre marcada por uma
preposição. Exemplos de regência verbal preposicionada
Contudo, cabe observar, que certos substantivos e adjetivos Procedeu à leitura do livro.
admitem mais de uma regência (mais de uma preposição). Pagou ao fornecedor.
Vejamos alguns nomes com as preposições que as regem: Desobedeceu aos mandamentos.
Apoiou-se na mesa.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Apaixonou-se por sua melhor amiga. “Relatórios de circulação restrita são dirigidos a leitores de
Meditou sobre a possibilidade. perfil bem específico”.
Quando a regência verbal é feita através de uma prepo- No caso desse segmento do texto, a preposição a é de uso
sição, as mais utilizadas são: a, de, com, em, para, por, sobre. gramatical, pois é exigida pela regência do verbo dirigir.
agradar a;
obedecer a; Assinale a opção que indica a frase em que a preposição “a”
assistir a; introduz um adjunto e não um complemento.
visar a; A) O Brasil dá Deus a quem não tem nozes, dentes etc.
lembrar-se de; B) É preciso passar o Brasil a limpo.
simpatizar com; C) Um memorando serve não para informar a quem o lê,
comparecer em; mas para proteger quem o escreve.
convocar para; D) Quem é burro pede a Deus que o mate e ao diabo que
trocar por; o carregue.
alertar sobre. E) O desenvolvimento é uma receita dos economistas para
promover os miseráveis a pobres – e, às vezes, vice-versa.
QUESTÕES 03. Pref. de Florianópolis/SC – Auxiliar de Sala – 2016 - FE-
PESE
01. MPE-GO - Secretário Auxiliar – Goiás – 2018 – MPE-GO
A linguagem poética
Embora de ocorrência frequente no cotidiano, a gramática
normativa não aceita o uso do mesmo complemento para ver-
Em relação à prosa comum, o poema se define de certas
bos com regências diferentes. Assinale a opção em que esse tipo
de transgressão não ocorre. restrições e de certas liberdades. Frequentemente se confunde
A) “Pode-se concordar ou discordar, até radicalmente, de a poesia com o verso. Na sua origem, o verso tem uma função
toda a política externa brasileira.” (Clóvis Rossi) mneumotécnica (= técnica de memorizar); os textos narrativos,
B) “Educador é todo aquele que confere e convive com es- líricos e mesmo históricos e didáticos eram comunicados oral-
ses conhecimentos.” (J. Carlos de Sousa) mente, e os versos – repetição de um mesmo número de sílabas
C) Vi e gostei muito do filme O jardineiro fiel cujo diretor é ou de um número fixo de acentos tônicos e eventualmente re-
um brasileiro. petição de uma mesma sonoridade (rima) – facilitavam a me-
D) A sociedade brasileira quer a paz, anseia por ela e a ela morização. Mais tarde o verso se tornou um meio de enfeitar o
aspira. discurso, meio que se desvalorizou pouco a pouco: a poesia con-
E) Interessei-me e desinteressei-me pelo assunto quase que temporânea é rimada, mas raramente versificada. Na verdade
simultaneamente. o valor poético do verso decorre de suas relações com o ritmo,
02. CODEBA – Analista Portuário – Administrador – 2016 com a sintaxe, com as sonoridades, com o sentido das palavras.
- FGV O poema é um todo.
(…)
Relatórios Os poetas enfraquecem a sintaxe, fazendo-a ajustar-se às
exigências do verso e da expressão poética. Sem se permitir
Relatórios de circulação restrita são dirigidos a leitores de verdadeiras incorreções gramaticais, eles se permitem “licenças
perfil bem específico. Os relatórios de inquérito, por exemplo, poéticas”.
são lidos pelas pessoas diretamente envolvidas na investigação Além disso, eles trabalham o sentido das palavras em dire-
de que tratam. Um relatório de inquérito criminal terá como lei- ções contrárias: seja dando a certos termos uma extensão ou
tores preferenciais delegados, advogados, juízes e promotores. uma indeterminação inusitadas; seja utilizando sentidos raros,
Autores de relatórios que têm leitores definidos podem em desuso ou novos; seja criando novas palavras.
pressupor que compartilham com seus leitores um conhecimen- Tais liberdades aparecem mais particularmente na utiliza-
to geral sobre a questão abordada. Nesse sentido, podem fazer ção de imagens. Assim, Jean Cohen, ao estudar o processo de
um texto que focalize aspectos específicos sem terem a necessi-
fabricação das comparações poéticas, observa que a linguagem
dade de apresentar informações prévias.
corrente faz espontaneamente apelo a comparações “razoáveis”
Isso não acontece com relatórios de circulação mais ampla.
(pertinentes) do tipo “a terra é redonda como uma laranja” (a
Nesse caso, os autores do relatório devem levar em considera-
redondeza é efetivamente uma qualidade comum à terra e a
ção o fato de terem como interlocutores pessoas que se inte-
ressam pelo assunto abordado, mas não têm qualquer conhe- uma laranja), ao passo que a linguagem poética fabrica compa-
cimento sobre ele. No momento de elaborar o relatório, será rações inusitadas tais como: “Belo como a coisa nova/Na pra-
preciso levar esse fato em consideração e introduzir, no texto, teleira até então vazia” (João Cabral de Melo Neto). Ou, então
todas as informações necessárias para garantir que os leitores estranhas como: “A terra é azul como uma laranja” (Paul Éluard).
possam acompanhar os dados apresentados, a análise feita e a Francis Vanoye
conclusão decorrente dessa análise.
60
LÍNGUA PORTUGUESA
Assinale a alternativa correta quanto à regência verbal. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se de
A) Chamaram Jean de poeta. modo a concordar com o elemento sublinhado na seguinte fra-
B) “Não obedeço a rima das estrofes”, disse o poeta. se:
C) Todos os escritores preferem o elogio do que a crítica A) Entre as várias atrações que (conter) um livro, uma é a de
D) Passou no cinema o filme sobre aquele poeta que gosto tornar-se um obieto do afeto de quem o possui.
muito. B) Se há imagens pelas quais se (deixar) prender um espec-
E) Eu me lembrei os dias da leitura de poesia na escola. tador, há palavras que encantam um leitor.
C) Quando há num livro imagens excessivas, que (contami-
04. TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário - 2016 - VUNESP nar) um texto, as palavras saem desvalorizadas.
D) A despeito de (haver) nele figuras demais, esse livro in-
Assinale a alternativa em que o período, adaptado da re- fantil atrai também um leitor adulto.
vista Pesquisa Fapesp de junho de 2012, está correto quanto à E) Aos frequentadores da internet (atrair) sobretudo o volu-
regência nominal e à pontuação. me de informações que nela circulam.
A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapidamente,
RESPOSTAS
seu espaço na carreira científica ainda que o avanço seja mais
notável em alguns países, o Brasil é um exemplo, do que em
outros. 01 D
B) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapidamente, 02 B
seu espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais
03 A
notável em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em
outros. 04 E
C) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam rapidamen- 05 B
te seu espaço na carreira científica; ainda que o avanço seja mais
notável, em alguns países, o Brasil é um exemplo!, do que em ORTOGRAFIA
outros.
D) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam rapidamen- A Ortografia estuda a forma correta de escrita das palavras
te seu espaço, na carreira científica, ainda que o avanço seja de uma língua. Do grego “ortho”, que quer dizer correto e “gra-
mais notável, em alguns países: o Brasil é um exemplo, do que fo”, por sua vez, que significa escrita.
em outros. É influenciada pela etimologia e fonologia das palavras.
E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapidamente Além disso, são feitas convenções entre os falantes de uma mes-
seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço seja mais ma língua que visam unificar a sua ortografia oficial. Trata-se dos
notável em alguns países – o Brasil é um exemplo – do que em acordos ortográficos.
outros.
Alfabeto
05. MPE-PE - Analista Ministerial - Área Auditoria – 2018 O alfabeto é formado por 26 letras
– FCC Vogais: a, e, i, o, u, y, w.
Consoantes: b,c,d,f,g,h,j,k,l,m,n,p,q,r,s,t,v,w,x,z.
Para onde vão as palavras Alfabeto: a,b,c,d,e,f,g,h,i,j,k,l,m,n,o,p,q,r,s,t,u,v,w,x,y,z.
Como se sabe, a palavra durante algum tempo foi obrigada Regras Ortográficas
a recuar diante da imagem, e o mundo escrito e impresso diante
Uso do x/ch
do falado na tela. Tiras de quadrinhos e livros ilustrados com um
mínimo de texto hoje não se destinam mais somente a inician-
O x é utilizado:
tes que estão aprendendo a soletrar. De muito mais peso, no
- Em geral, depois dos ditongos: caixa, feixe.
entanto, é o recuo da notícia impressa em face da notícia falada
- Depois da sílaba -me: mexer, mexido, mexicano.
e ilustrada. A imprensa, principal veículo da esfera pública no - Palavras com origem indígena ou africana: xavante, xingar.
século X I X assim como em boa parte do século XX, dificilmente - Depois da sílaba inicial -en: enxofre, enxada.
será capaz de manter sua posição no século X X I. - Exceção: O verbo encher (e palavras derivadas) escreve-se
Mas nada disso pode deter a ascensão quantitativa da lite- com ch.
ratura. A rigor, eu quase diría que - apesar dos prognósticos pes-
simistas - o mais importante veículo tradicional da literatura, o Escreve-se com x Escreve-se com ch
livro impresso, sobreviverá sem grande dificuldade, com poucas bexiga bochecha
exceções, como as das enciclopédias, dos dicionários, dos com- bruxa boliche
pêndios de informação etc., os queridinhos da internet.
(Adaptado de: HOBSBAWM, Eric. Tempos fraturados. São caxumba broche
Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 29-30.) elixir cachaça
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
02. ELETTROBRAS – LEITURISTA – 2015 – IADES 04. PBH Ativos S.A. - Analista Jurídico – 2018 – IBGP
Considerando as regras de ortografia, assinale a alternativa Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafa-
em que a palavra está grafada corretamente. das conforme as regras do Novo Acordo Ortográfico relativas à
A) Dimencionar. sistematização do emprego de hífen ou de acentuação.
B) Assosciação. A) Vôo, dêem, paranóico, assembléia, feiúra, vêem, baiúca.
C) Capassitores. B) Interresistente, superrevista, manda-chuva, paraquedas.
D) Xoque. C) Antirreligioso, extraescolar, infrassom, coautor, antiaé-
E) Conversão. reo.
D) Préhistória, autobservação, infraxilar, suprauricular, iná-
bil.
05. MPE-GO - Auxiliar Administrativo – 2018 – MPE-GO
Assinale a opção que completa corretamente as lacunas do
período abaixo.
Agora que há uma câmera de________. isto provavelmente
não _____acontecerá, mas _____vezes em que, no meio de uma
noite __________, o poeta levantava de seu banco [...]
A) investigassâo mas ouve chuvosa
B) investigassâo mais houve chuvoza
C) investigação mais houve chuvosa
D) investigação mas houve chuvosa
E) investigação mais ouve chuvoza
63
LÍNGUA PORTUGUESA
Paroxítonos: quando a sílaba tônica é a penúltima: mesa, - Vogais “i” e “u” dos hiatos se vierem precedidas de vogal
lápis, montanha, imensidade. idêntica, não tem mais acento: (xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba).
- Haverá o acento em palavra proparoxítona, pois a regra
Proparoxítonos: quando a sílaba tônica é a antepenúltima: de acentuação das proparoxítonas prevalece sobre a dos hiatos:
árvore, quilômetro, México. (se-ri-ís-si-mo)
- Não há mais acento nas formas verbais que possuíam o
Acentuação gráfica acento tônico na raiz com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e
seguido de “e” ou “i”.
- Proparoxítonas: todas acentuadas (místico, jurídico, béli-
co). Antes agora
- Palavras oxítonas: oxítonas terminadas em “a”, “e”, “o”,
averigúe (averiguar) averigue
“em”, seguidas ou não do plural (s): (Paraná – fé – jiló (s)).
- Também acentuamos nos casos abaixo: argúi (arguir) argui
- Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, segui-
dos ou não de “s”: (pá – pé – dó) - 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos
- Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos segui- ter e vir e dos seus compostos (conter, reter, advir, convir etc.)
das de lo, la, los, las: (recebê-lo – compô-lo) tem acento.
- Paroxítonas:Acentuam-se as palavras paroxítonas termi- Singular plural
nadas em: i, is (táxi – júri), us, um, uns (vírus, fórum), l, n, r, x, ps
(cadáver – tórax – fórceps), ã, ãs, ão, ãos (ímã – órgãos). ele tem eles têm
- Ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de ele vem eles vêm
“s”: (mágoa – jóquei)
ele obtém eles obtêm
Regras especiais:
→ Palavras homógrafas para diferenciá-las de outras seme-
- Ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi”, perderam o acento
lhantes não se usa mais acento. Apenas em algumas exceções,
com o Novo Acordo.
como:
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LÍNGUA PORTUGUESA
A forma verbal pôde (3ª pessoa do singular - pretérito per- O Mulheres do Taiti, de Paul Gauguin, é um dos quadros
feito do indicativo) ainda é acentuada para diferenciar-se de da última parte da mostra, chamada de A Cor em Liberalidade,
pode (3ª pessoa do singular - presente do indicativo). Também o que tem como marca justamente a inspiração que artistas como
verbo pôr para diferenciá-lo da preposição por. Gauguin e Paul Cézanne buscaram na natureza tropical. A pin-
Alguns homógrafos: tura é um dos primeiros trabalhos de Gauguin desenvolvidos
pera (substantivo) - pera (preposição antiga) na primeira temporada que o artista passou na ilha do Pacífico,
para (verbo) - para (preposição) onde duas mulheres aparecem sentadas a um fundo verde-es-
pelo(s) (substantivo) - pelo (do verbo pelar) meralda, que lembra o oceano.
Atenção, pois palavras derivadas de advérbios ou adjetivos A exposição vai até o dia 7 de julho, com entrada franca.
não são acentuadas http://agenciabrasil.ebc.com.br/cultura/noticia/2016-05/
Exemplos: mostra-otriunfo-da-cor-traz-grandes-nomes-do-pos-impressio-
Facilmente - de fácil nismo-para-sp Acesso em: 29/05/2016.
Habilmente - de hábil
Ingenuamente – de ingênuo “As palavras ‘módulos’ e ‘última’, presentes no texto,
Somente - de só são ____________ acentuadas por serem ____________ e
Unicamente - de único ____________, respectivamente”.
Dinamicamente - de dinâmico As palavras que preenchem correta e respectivamente as
Espontaneamente - de espontâneo lacunas do enunciado acima são:
A) diferentemente / proparoxítona / paroxítona
QUESTÕES B) igualmente / paroxítona / paroxítona
C) igualmente / proparoxítona / proparoxítona
01. Pref. Natal/RN - Agente Administrativo – 2016 - CKM D) diferentemente / paroxítona / oxítona
Serviço
02. Pref. De Caucaia/CE – Agente de Suporte e Fiscalização
Mostra O Triunfo da Cor traz grandes nomes do pósimpres- -2017 - CETREDE
sionismo para SP Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil A Indique a alternativa em que todas as palavras devem re-
exposição O Triunfo da Cor traz grandes nomes da arte moderna ceber acento.
para o Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo. São 75 obras A) virus, torax, ma.
de 32 artistas do final do século 19 e início do 20, entre eles ex- B) caju, paleto, miosotis .
poentes como Van Gogh, Gauguin, Toulouse-Lautrec, Cézanne, C) refem, rainha, orgão.
Seurat e Matisse. Os trabalhos fazem parte dos acervos do Mu- D) papeis, ideia, latex.
sée d’Orsay e do Musée de l’Orangerie, ambos de Paris. E) lotus, juiz, virus.
A mostra foi dividida em quatro módulos que apresentam 03. MPE/SC – Promotor de Justiça-2017 - MPE/SC
os pintores que sucederam o movimento impressionista e rece- “Desde as primeiras viagens ao Atlântico Sul, os navegado-
beram do crítico inglês Roger Fry a designação de pósimpressio- res europeus reconheceram a importância dos portos de São
nistas. Na primeira parte, chamada de A Cor Cientifica, podem Francisco, Ilha de Santa Catarina e Laguna, para as “estações da
ser vistas pinturas que se inspiraram nas pesquisas científicas aguada” de suas embarcações. À época, os navios eram impul-
de Michel Eugene Chevreul sobre a construção de imagens com sionados a vela, com pequeno calado e autonomia de navega-
pontos. ção limitada. Assim, esses portos eram de grande importância,
especialmente para os navegadores que se dirigiam para o Rio
Os estudos desenvolvidos por Paul Gauguin e Émile Bernard da Prata ou para o Pacífico, através do Estreito de Magalhães.”
marcam a segunda parte da exposição, chamada de Núcleo Mis- (Adaptado de SANTOS, Sílvio Coelho dos. Nova História de
terioso do Pensamento. Entre as obras que compõe esse conjun- Santa Catarina. Florianópolis: edição do Autor, 1977, p. 43.)
to está o quadro Marinha com Vaca, em que o animal é visto em
um fundo de uma passagem com penhascos que formam um No texto acima aparecem as palavras Atlântico, época, Pací-
fico, acentuadas graficamente por serem proparoxítonas.
precipício estreito. As formas são simplificadas, em um contorno
() Certo () Errado
grosso e escuro, e as cores refletem a leitura e impressões do
artista sobre a cena.
04. Pref. De Nova Veneza/SC – Psicólogo – 2016 - FAEPESUL
Analise atentamente a presença ou a ausência de acento
O Autorretrato Octogonal, de Édouard Vuillard, é uma das
gráfico nas palavras abaixo e indique a alternativa em que não
pinturas de destaque do terceiro momento da exposição. Intitu-
há erro:
lada Os Nabis, Profetas de Uma Nova Arte, essa parte da mostra
A) ruím - termômetro - táxi – talvez.
também reúne obras de Félix Vallotton e Aristide Maillol. No au-
B) flôres - econômia - biquíni - globo.
torretrato, Vuillard define o rosto a partir apenas da aplicação
C) bambu - através - sozinho - juiz
de camadas de cores sobrepostas, simplificando os traços, mas D) econômico - gíz - juízes - cajú.
criando uma imagem de forte expressão. E) portuguêses - princesa - faísca.
65
LÍNGUA PORTUGUESA
05. INSTITUTO CIDADES – Assistente Administrativo VII – Não se separam por vírgula:
2017 - CONFERE - predicado de sujeito;
Marque a opção em que as duas palavras são acentuadas - objeto de verbo;
por obedecerem à regras distintas: - adjunto adnominal de nome;
A) Catástrofes – climáticas. - complemento nominal de nome;
B) Combustíveis – fósseis. - predicativo do objeto;
C) Está – país. - oração principal da subordinada substantiva (desde que
D) Difícil – nível. esta não seja apositiva nem apareça na ordem inversa).
RESPOSTAS Ponto-e-Vírgula ( ; )
Usamos para:
01 C - separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma peti-
ção, de uma sequência, etc.:
02 A
Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas
03 CERTO formais e não formais, como direito de cada um, observados:
04 C I -a autonomia das entidades desportivas dirigentes e asso-
ciações, quanto a sua organização e funcionamento;
05 C
II -a destinação de recursos públicos para a promoção prio-
06 A ritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a
do desporto de alto rendimento;
PONTUAÇÃO III -o tratamento diferenciado para o desporto profissional
e o não profissional;
Pontuação são sinais gráficos empregados na língua escrita IV -a proteção e o incentivo às manifestações desportivas
para demonstrar recursos específicos da língua falada, como: de criação nacional.
entonação, silêncio, pausas, etc. Tais sinais têm papéis variados - separar orações coordenadas muito extensas ou orações
no texto escrito e, se utilizados corretamente, facilitam a com- coordenadas nas quais já tenham sido utilizado a vírgula.
preensão e entendimento do texto.
Dois-Pontos ( : )
Ponto ( . ) Usamos para:
Usamos para: - iniciar a fala dos personagens: O pai disse: Conte-me a ver-
- indicar o final de uma frase declarativa: não irei ao sho- dade, meu filho.
pping hoje. - antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou
- separar períodos entre si: Fecha a porta. Abre a janela. sequência de palavras que explicam, resumem ideias anteriores:
- abreviaturas: Av.; V. Ex.ª Comprei alguns itens: arroz, feijão e carne.
- antes de citação: Como dizia minha mãe: “Você não é todo
Vírgula ( , ) mundo.”
Usamos para:
- marcar pausa do enunciado a fim de indicar que os ter- Ponto de Interrogação ( ? )
mos separados, apesar de serem da mesma frase ou oração, não Usamos para:
formam uma unidade sintática: Maria, sempre muito simpática, - perguntas diretas: Onde você mora?
acenou para seus amigos.
- em alguns casos, junto com o ponto de exclamação: Quem
você ama? Você. Eu?!
66
LÍNGUA PORTUGUESA
67
LÍNGUA PORTUGUESA
“...e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ain- 04. - IF-MT - Direito – 2018 - IF-MT
da circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida O uso adequado da pontuação é fundamental para o bom
para a primavera que chega” (1º §) entendimento do texto. Nos casos abaixo, a vírgula está usada
No fragmento acima, as vírgulas foram empregadas para: de forma inadequada em:
A) marcar termo adverbial intercalado. A) Todos os cidadãos brasileiros, são iguais perante a lei,
B) isolar oração adjetiva explicativa. conforme a Constituição Federal.
C) enfatizar o termo sujeito em relação ao predicado. B) Além disso, à noite, fazer caminhada até a minha casa é
D) separar termo em função de aposto. inseguro.
C) Agora, em relação à tecnologia, os jovens dispõem de
02. PC – CE - Escrivão da Policia Civil de 1ª classe – 2015 – uma série de comodidades, salientou o pesquisador.
VUNESP D) “Eu sei, mas não devia” (Marina Colasanti).
Assinale a alternativa correta quanto ao uso da vírgula, con- E) Ainda havia muito a se deliberar, todavia, considerando o
siderando-se a norma-padrão da língua portuguesa. horário avançado, a reunião foi encerrada.
A) Os amigos, apesar de terem esquecido de nos avisar, que
demoraria tanto, informaram-nos de que a gravidez, era algo 05. EMATERCE - Agente de ATER - Ciências Contábeis –
demorado. 2018 – CETREDE
B) Os amigos, apesar de terem esquecido de nos avisar que
demoraria tanto, informaram-nos de que a gravidez era algo de- Analise as duas frases a seguir em relação à ambiguidade.
morado I. Karla comeu um doce e sua irmã também.
C) Os amigos, apesar de terem esquecido, de nos avisar que II. Mataram a vaca da sua tia.
demoraria tanto, informaram-nos de que a gravidez era algo de-
morado. Marque a opção CORRETA.
D) Os amigos apesar de terem esquecido de nos avisar que, A) O problema da frase I pode ser corrigido com uma vír-
demoraria tanto, informaram-nos, de que a gravidez era algo gula.
demorado. B) As duas frases podem ser corrigidas com o uso de pro-
E) Os amigos, apesar de, terem esquecido de nos avisar nome.
que demoraria tanto, informaram-nos de que a gravidez, era C) Ao colocarmos apenas um verbo, corrigiremos a frase II.
algo demorado. D) Apenas a frase I apresenta problema de ambiguidade.
E) Uma preposição resolveria o problema da frase II.
03. IPC - ES - Procurador Previdenciário I 2018 - IDECAN
RESPOSTAS
01 D
02 B
03 A
04 A
05 A
CRASE
68
LÍNGUA PORTUGUESA
- Locuções que exprimem hora determinada: Ele chegou às - Quando o “a” estiver no singular e a palavra seguinte
dez horas e vinte minutos. estiver no plural: Contei a pessoas que perguntaram.
- A expressão “à moda de” (ou “à maneira de”) estiver su- - Quando, antes do “a”, houver preposição: Os livros esta-
bentendida: Mesmo que a palavra subsequente for masculina vam sob a mesa. Exceção para até por motivo de clareza: A água
há crase: Ele é um galã à Don Juan. do rio subiu até à Prefeitura da cidade. (= a água chegou perto
da Prefeitura); se não houvesse o sinal da crase, o sentido ficaria
- As expressões “rua”, “loja”, “estação de rádio”, etc. es- ambíguo: a água chegou até a Prefeitura (= inundou inclusive a
tiverem subentendidas: Virou sentido à Higienópolis (= Virou Prefeitura).
sentido à Rua Higienópolis); Fomos à Pernambucanas (fomos à
loja Pernambucanas). - Com expressões repetitivas: Secamos a casa gota a gota.
- É implícita uma palavra feminina: Esta fruta é semelhante
à uva (= à fruta). - Com expressões tomadas de maneira indeterminada:
Prefiro jiló a injeção (no masc. = prefiro jiló a remédio).
- Pronome substantivo possessivo feminino no singular ou
plural: Aquela casa é semelhante à nossa. O acento indicativo de - Antes de pronome interrogativo, não ocorre crase: A qual
crase é obrigatório porque, no masculino, ficaria assim: autoridade irá se dirigir?
Aquele carro é semelhante ao nosso (preposição + artigo
definido).
- Na expressão valer a pena (no sentido de valer o sacrifí-
cio, o esforço), não ocorre crase, pois o “a” é artigo definido:
- Não confundir devido com dado (a, os, as): a expressão
Não sei se este trabalho vale a pena.
pede preposição “a”, tendo crase antes de palavra feminina de-
terminada pelo artigo definido. Devido à chuva de ontem, os
Crase Facultativa:
trabalhos foram cancelados (= devido ao temporal de ontem,
os trabalhos...); Já a outra expressão não aceita preposição “a”
- Antes de nomes próprios femininos: Dei os parabéns à
(o “a” que aparece é artigo definido, não se usa, crase): Dada
Cida; Dei os parabéns a Cida. Antes de um nome de pessoa, po-
a resposta sobre o acidente (= dado o esclarecimento sobre...).
de-se ou não usar o artigo “a” (“A Camila é uma boa amiga”. Ou
Fora os casos anteriores, deve-se substituir a palavra femi- “Camila é uma boa amiga”). Sendo assim, mesmo que a prepo-
nina por outra masculina da mesma função sintática. Caso use sição esteja presente, a crase é facultativa.
“ao” no masculino, haverá crase no “a” do feminino. Se ocorrer
“a” ou “o” no masculino, não haverá crase no “a” do feminino. - Antes de pronome adjetivo possessivo feminino singular:
Pediu permissão à minha esposa; Pediu permissão a minha es-
Não se usa Crase: posa. Mesma explicação é idêntica à do item anterior. Portanto,
mesmo com a presença da preposição, a crase é facultativa.
- Antes de palavra masculina: Chegou a tempo; Vende-se
a prazo. - Nomes de localidades: há as que admitem artigo antes e
as que não o admitem. Para se saber se o nome de uma localida-
- Antes de verbo: Ficamos a admirá-los; Ele começou a ter de aceita artigo, substitua o verbo da frase pelos verbos estar ou
alucinações. vir. Se ocorrer a combinação “na” com o verbo estar ou “da” com
o verbo vir, haverá crase com o “a” da frase original. Se ocorrer
- Antes de artigo indefinido: Nos dirigimos a um caixa. “em” ou “de”, não haverá crase: Quero conhecer à Europa (estou
na Europa; vim da Europa); O avião dirigia-se a São Paulo (estou
- Antes de expressão de tratamento introduzida pelos pro- em São Paulo; vim de São Paulo).
nomes possessivos Vossa ou Sua ou a expressão Você: Envia-
ram convites a Vossa Senhoria; Encontraremos a Sua Majestade;
Ele queria perguntar a você.
69
LÍNGUA PORTUGUESA
03.MPE/SC – Promotor de Justiça – 2016 - MPE/SC Prezado Candidato, o tópico acima supracitado foi aborda-
Em relação ao emprego do sinal de crase, estão corretas as do ao decorrer do material.
frases:
a) Solicito a Vossa Excelência o exame do presente docu-
mento. À IDENTIFICAÇÃO, EM TEXTOS DE DIFERENTES GÊ-
b) A redação do contrato compete à Diretoria de Orçamento NEROS, DAS MARCAS LINGUÍSTICAS QUE SINGULARI-
e Finanças. ZAM AS VARIEDADES LINGUÍSTICAS SOCIAIS, REGIO-
( ) Certo () Errado NAIS OU DE REGISTRO.
70
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Números Inteiros
1. RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NUMÉRICOS, POR- Podemos dizer que este conjunto é composto pelos núme-
CENTAGEM, CONJUNTOS E CONTAGEM. ros naturais, o conjunto dos opostos dos números naturais e o
zero. Este conjunto pode ser representado por:
Números Naturais Z={...-3, -2, -1, 0, 1, 2,...}
Os números naturais são o modelo matemático necessário Subconjuntos do conjunto :
para efetuar uma contagem. 1)Conjunto dos números inteiros excluindo o zero
Começando por zero e acrescentando sempre uma unida- Z*={...-2, -1, 1, 2, ...}
de, obtemos o conjunto infinito dos números naturais
2) Conjuntos dos números inteiros não negativos
Z+={0, 1, 2, ...}
- Todo número natural dado tem um sucessor 3) Conjunto dos números inteiros não positivos
a) O sucessor de 0 é 1. Z-={...-3, -2, -1}
b) O sucessor de 1000 é 1001.
c) O sucessor de 19 é 20. Números Racionais
Chama-se de número racional a todo número que pode ser
Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero. expresso na forma , onde a e b são inteiros quaisquer, com b≠0
São exemplos de números racionais:
-12/51
-3
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um ante- -(-3)
cessor (número que vem antes do número dado). -2,333...
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente de
zero. As dízimas periódicas podem ser representadas por fração,
a) O antecessor do número m é m-1. portanto são consideradas números racionais.
b) O antecessor de 2 é 1. Como representar esses números?
c) O antecessor de 56 é 55.
d) O antecessor de 10 é 9. Representação Decimal das Frações
Exemplo 1
10 + 12 – 6 + 7
22 – 6 + 7 2º) Terá um número infinito de algarismos após a vírgula,
16 + 7 mas lembrando que a dízima deve ser periódica para ser núme-
23 ro racional
OBS: período da dízima são os números que se repetem, se
Exemplo 2 não repetir não é dízima periódica e assim números irracionais,
que trataremos mais a frente.
40 – 9 x 4 + 23
40 – 36 + 23
4 + 23
27
Exemplo 3
25-(50-30)+4x5
25-20+20=25
1
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Representação Fracionária dos Números Decimais - Todas as dízimas não periódicas são números irracionais.
- Todas as raízes inexatas são números irracionais.
1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar com - A soma de um número racional com um número irracional
o denominador seguido de zeros. é sempre um número irracional.
O número de zeros depende da casa decimal. Para uma - A diferença de dois números irracionais, pode ser um nú-
casa, um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim por mero racional.
diante. -Os números irracionais não podem ser expressos na forma
, com a e b inteiros e b≠0.
10x=3,333...
E então subtraímos:
10x-x=3,333...-0,333...
9x=3
X=3/9
X=1/3
Façamos x = 1,1212...
100x = 112,1212... .
Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212...
99x=111
X=111/99 INTERVALOS LIMITADOS
Números Irracionais Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou
Identificação de números irracionais iguais a e menores do que b ou iguais a b.
2
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
2³=2.2.2=8
Intervalo:]a,b[ Casos
Conjunto:{x∈R|a<x<b}
1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.
Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores que
a ou iguais a a e menores do que b.
INTERVALOS IIMITADOS
Intervalo:]-∞,b]
Conjunto:{x∈R|x≤b}
Semirreta esquerda, aberta de origem b – números reais 5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos passar o
menores que b. sinal para positivo e inverter o número que está na base.
Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x∈R|x<b}
Intervalo:[a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x≥a}
Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x>a}
3
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Exemplos:
96 : 92 = 96-2 = 94
Observe:
4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores elevados a 1 1
1
3.5 = (3.5) 2 = 3 2 .5 2 = 3. 5
um expoente, podemos elevar cada um a esse mesmo expoente.
(4.3)²=4².3²
então:
Radiciação
Radiciação é a operação inversa a potenciação
n
a.b = n a .n b
De modo geral,
a ∈ R+ , b ∈ R *+ , n ∈ N * ,
se
então:
a na
n =
b nb
4
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente in- Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo.
dicado é igual ao quociente dos radicais de mesmo índice dos Racionalização de Denominadores
termos do radicando.
Normalmente não se apresentam números irracionais com
Raiz quadrada números decimais radicais no denominador. Ao processo que leva à eliminação dos
radicais do denominador chama-se racionalização do denomi-
nador.
1º Caso:Denominador composto por uma só parcela
Operações
Multiplicação
Devemos multiplicar de forma que obtenha uma diferença
de quadrados no denominador:
Exemplo
Divisão QUESTÕES
(A) 42.
(B) 45.
(C) 48.
Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20. (D) 50.
(E) 52.
5
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
03. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - MSCON- 07. (ITAIPU BINACIONAL -Profissional Nível Técnico I - Téc-
CURSOS/2017) O valor de √0,444... é: nico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Assinale a alternativa que
(A) 0,2222... apresenta o valor da expressão
(B) 0,6666...
(C) 0,1616...
(D) 0,8888...
6
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Saíram no total
04. Resposta: A.
Como o maior resto possível é 10, o divisor é o número 11
que é igua o quociente.
11x11=121+10=131
05. Resposta: E.
A 7ª expressão será: 1234567x9+8=11111111
-Diagrama de Venn
08. Resposta: D.
09. Resposta: C.
2-2(1-2N)=12
2-2+4N=12
4N=12
N=3 Há também um conjunto que não contém elemento e é re-
presentado da seguinte forma: S=c ou S={ }.
Quando todos os elementos de um conjunto A pertencem
também a outro conjunto B, dizemos que:
7
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
A é subconjunto de B
Ou A é parte de B
A está contido em B escrevemos:A⊂B
Símbolos
Igualdade
Dois conjuntos são iguais se, e somente se, possuem exatamente os mesmos elementos. Em símbolo:
Para saber se dois conjuntos A e B são iguais, precisamos saber apenas quais são os elementos.
Não importa ordem:
A={1,2,3} e B={2,1,3}
Não importa se há repetição:
A={1,2,2,3} e B={1,2,3}
Classificação
Definição
Chama-se cardinal de um conjunto, e representa-se por #, ao número de elementos que ele possui.
Exemplo
Por exemplo, se A ={45,65,85,95} então #A = 4.
8
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Definições
Dois conjuntos dizem-se equipotentes se têm o mesmo car-
dinal.
Um conjunto diz-se
a) infinito quando não é possível enumerar todos os seus
elementos
b) finito quando é possível enumerar todos os seus elemen-
tos
c) singular quando é formado por um único elemento
d) vazio quando não tem elementos
Exemplo:
Exemplos A={a,b,c,d,e} e B={d,e,f,g}
N é um conjunto infinito (O cardinal do conjunto N (#N) é A∩B={d,e}
infinito (∞)); Diferença
A = {½, 1} é um conjunto finito (#A = 2); Uma outra operação entre conjuntos é a diferença, que a
B = {Lua} é um conjunto singular (#B = 1) cada par A, B de conjuntos faz corresponder o conjunto definido
{ } ou ∅ é o conjunto vazio (#∅ = 0) por:
A – B ou A\B que se diz a diferença entre A e B ou o comple-
Pertinência mentar de B em relação a A.
A este conjunto pertencem os elementos de A que não per-
O conceito básico da teoria dos conjuntos é a relação de tencem a B.
pertinência representada pelo símbolo ∈. As letras minúsculas A\B = {x : x∈A e x∉B}.
designam os elementos de um conjunto e as maiúsculas, os con-
juntos. Assim, o conjunto das vogais (V) é:
V={a,e,i,o,u}
A relação de pertinência é expressa por: a∈V
A relação de não-pertinência é expressa por:b∉V, pois o ele-
mento b não pertence ao conjunto V.
Inclusão
A Relação de inclusão possui 3 propriedades:
Propriedade reflexiva: A⊂A, isto é, um conjunto sempre é
subconjunto dele mesmo.
Propriedade antissimétrica: se A⊂B e B⊂A, então A=B
Propriedade transitiva: se A⊂B e B⊂C, então, A⊂C. Exemplo:
A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7}
Operações Então os elementos de A – B serão os elementos do conjun-
to A menos os elementos que pertencerem ao conjunto B.
União Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.
9
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Igualdade Interseção
A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto formado pe-
Dois conjuntos são iguais se, e somente se, possuem exata- los elementos que são ao mesmo tempo de A e de B, e é repre-
mente os mesmos elementos. Em símbolo: sentada por : A∩B.
Relação de Pertinência
Subconjunto
10
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Exemplo:
A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7}
Então os elementos de A – B serão os elementos do conjun-
to A menos os elementos que pertencerem ao conjunto B.
Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.
Complementar
O complementar do conjunto A( ) é o conjunto formado
pelos elementos do conjunto universo que não pertencem a A.
Fórmulas da união
n(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
n(A ∪B∪C)=n(A)+n(B)+n(C)+n(A∩B∩C)-n(A∩B)-n(A∩C)-
-n(B C)
(MANAUSPREV – Analista Previdenciário – FCC/2015) Em Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e não são
um grupo de 32 homens, 18 são altos, 22 são barbados e 16 são altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens que são care-
carecas. Homens altos e barbados que não são carecas são seis. cas e não são altos e nem barbados
Todos homens altos que são carecas, são também barbados. Sa-
be-se que existem 5 homens que são altos e não são barbados
nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens que são barbados
e não são altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens que
são carecas e não são altos e nem barbados. Dentre todos esses
homens, o número de barbados que não são altos, mas são ca-
recas é igual a
(A) 4.
(B) 7.
(C) 13.
(D) 5.
(E) 8.
11
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Sabemos que 18 são altos (C) Menos de 20 dos candidatos selecionados são formados
apenas em Física e em Biologia.
(D) Mais de 30 dos candidatos selecionados são formados
apenas em Química.
(E) Escolhendo-se ao acaso um dos candidatos seleciona-
dos, a probabilidade de ele ter apenas as duas formações, Física
e Química, é inferior a 0,05.
Resolução
12
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
04. (DESENBAHIA – Técnico Escriturário – INSTITUTO Considerando essas informações, a probabilidade de en-
AOCP/2017) Para realização de uma pesquisa sobre a prefe- contrar nesse grupo uma criança que não tenha alimentação
rência de algumas pessoas entre dois canais de TV, canal A e adequada nem pratique atividade física de forma regular é de:
Canal B, os entrevistadores colheram as seguintes informações: (A) 30%.
17 pessoas preferem o canal A, 13 pessoas assistem o canal B e (B) 40%.
10 pessoas gostam dos canais A e B. Assinale a alternativa que (C) 50%.
apresenta o total de pessoas entrevistadas. (D) 60%.
(A) 20 (E) 70%.
(B) 23
(C) 27 08. (TRF 2ª REGIÃO – Analista Judiciário – CONSUL-
(D) 30 PLAN/2017) Uma papelaria fez uma pesquisa de mercado entre
(E) 40 500 de seus clientes. Nessa pesquisa encontrou os seguintes re-
sultados:
05. (SAP/SP – Agente de Segurança Penitenciária – MS-
CONCURSOS/2017) Numa sala de 45 alunos, foi feita uma vota- • 160 clientes compraram materiais para seus filhos que
ção para escolher a cor da camiseta de formatura. Dentre eles, cursam o Ensino Médio;
30 votaram na cor preta, 21 votaram na cor cinza e 8 não vota- • 180 clientes compraram materiais para seus filhos que
ram em nenhuma delas, uma vez que não farão as camisetas. cursam o Ensino Fundamental II;
Quantos alunos votaram nas duas cores? • 190 clientes compraram materiais para seus filhos que
(A) 6 cursam o Ensino Fundamental I;
(B) 10 • 20 clientes compraram materiais para seus filhos que cur-
(C) 14 sam o Ensino Médio e Fundamental I;
• 40 clientes compraram materiais para seus filhos que cur-
(D) 18
sam o Ensino Médio e Fundamental II;
• 30 clientes compraram materiais para seus filhos que cur-
06. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervisor –
sam o Ensino Fundamental I e II; e,
FGV/2017) Na assembleia de um condomínio, duas questões in-
• 10 clientes compraram materiais para seus filhos que cur-
dependentes foram colocadas em votação para aprovação. Dos sam o Ensino Médio, Fundamental I e II.
200 condôminos presentes, 125 votaram a favor da primeira Quantos clientes da papelaria compraram materiais, mas os
questão, 110 votaram a favor da segunda questão e 45 votaram filhos NÃO cursam nem o Ensino Médio e nem o Ensino Funda-
contra as duas questões. mental I e II?
(A) 50.
Não houve votos em branco ou anulados. (B) 55.
(C) 60.
O número de condôminos que votaram a favor das duas (D) 65.
questões foi:
(A) 80; 09. (ANS - Técnico em Regulação de Saúde Suplementar –
(B) 75; FUNCAB/2016) Foram visitadas algumas residências de uma rua
(C) 70; e em todas foram encontrados pelo menos um criadouro com
(D) 65; larvas do mosquito Aedes aegypti. Os criadouros encontrados
(E) 60. foram listados na tabela a seguir:
P. pratinhos com água embaixo de vasos de planta.
07. (IFBAIANO – Assistente em Administração – FCM/2017) R. ralos entupidos com água acumulada.
Em meio a uma crescente evolução da taxa de obesidade infan- K. caixas de água destampadas
til, um estudioso fez uma pesquisa com um grupo de 1000 crian-
ças para entender o comportamento das mesmas em relação à Número de criadouros
prática de atividades físicas e aos hábitos alimentares. P 103
Ao final desse estudo, concluiu-se que apenas 200 crianças
praticavam alguma atividade física de forma regular, como nata- R 124
ção, futebol, entre outras, e apenas 400 crianças tinham uma ali- K 98
mentação adequada. Além disso, apenas 100 delas praticavam PeR 47
atividade física e tinham uma alimentação adequada ao mesmo PeK 43
tempo.
ReK 60
P, R e K 25
13
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
06. Resposta: A.
N(A ∪B)==200-45=155
N(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
155=125+110- n(A∩B)
n(A∩B)=80
07. Resposta: C.
Sendo x o número de crianças que não praticam atividade
física e tem uma alimentação adequada
N(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
1000-x=200+400-100
X=500
32+10+12+18+16+28+12+x=150 P=500/1000=0,5=50%
X=22 que não gostam de nenhuma dessas atividades
P=22/150=11/75 08. Resposta:A.
Sendo A=ensino médio
02. Resposta: B. B fundamental I
C=fundamental II
X=quem comprou material e os filhos não cursam ensino
médio e nem ensino fundamental
n(A∪B∪C) =n(A)+n(B)+n(C)+n(A∩B∩C)-n(A∩B)-n(A∩C)-
-n(B∩C)
500-x=160+190+180+10-20-40-30
X=50
09. Resposta: A.
9+8+14+x=100
X=100-31
X=69%
14
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Exemplo
Arranjo Simples
Denomina-se arranjo simples dos n elementos de E, p a p,
toda sequência de p elementos distintos de E.
Exemplo
Usando somente algarismos 5, 6 e 7. Quantos números de 2
algarismos distintos podemos formar?
ANÁLISE COMBINATÓRIA
15
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Permutação Simples
Chama-se permutação simples dos n elementos, qualquer
agrupamento(sequência) de n elementos distintos de E. Relação de Stifel
O número de permutações simples de n elementos é indi-
cado por Pn.
Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra PARALELEPÍPEDO?
Solução
Se todos as letras fossem distintas, teríamos 14! Permuta-
ções. Como temos uma letra repetida, esse número será menor.
Temos 3P, 2A, 2L e 3 E
Combinação Simples
Dado o conjunto {a1, a2, ..., an} com n objetos distintos, po-
demos formar subconjuntos com p elementos. Cada subconjun- Binômio de Newton
to com i elementos é chamado combinação simples. Denomina-se binômio de Newton todo binômio da forma
, com n∈N. Vamos desenvolver alguns binômios:
Exemplo
Calcule o número de comissões compostas de 3 alunos que
podemos formar a partir de um grupo de 5 alunos.
Solução
16
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
17
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
02. Resposta: C.
__ ___ __ __ Experimento Aleatório
6▲ 5▲4▲ 3=360 Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é imprevi-
sível, por depender exclusivamente do acaso, por exemplo, o
03. Resposta: E. lançamento de um dado.
P6=6!=6▲5▲4▲3▲2▲1=720
Espaço Amostral
04. Resposta: E. Num experimento aleatório, o conjunto de todos os resul-
P4=4!= 4▲3▲2▲1=24 tados possíveis é chamado espaço amostral, que se indica por E.
No lançamento de um dado, observando a face voltada para
05. Resposta: B. cima, tem-se:
Vogais: a, e, i, o, u E={1,2,3,4,5,6}
Números ímpares: 1,3,5,7,9 No lançamento de uma moeda, observando a face voltada
para cima:
E={Ca,Co}
Evento
É qualquer subconjunto de um espaço amostral.
No lançamento de um dado, vimos que
E={1,2,3,4,5,6}
5▲5▲4▲4▲3=1200 Esperando ocorrer o número 5, tem-se o evento {5}: Ocor-
rer um número par, tem-se {2,4,6}.
06. Resposta: D. Exemplo
Considere o seguinte experimento: registrar as faces volta-
das para cima em três lançamentos de uma moeda.
18
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
2x2x2=8 Solução
b) E={(C,C,C), (C,C,R),(C,R,C),(R,C,C),(R,R,C),(R,C,R),(- E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6
C,R,R),(R,R,R)} Sejam os eventos
A={2,4,6} n(A)=3
Probabilidade B={1,2,3,4} n(B)=4
Considere um experimento aleatório de espaço amostral E
com n(E) amostras equiprováveis. Seja A um evento com n(A)
amostras.
Eventos complementares
Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A um Probabilidade Condicional
evento de E. Chama-se complementar de A, e indica-se por É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que ocorreu o
evento B, definido por:
, o evento formado por todos os elementos de E que não per-
tencem a A.
E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6
B={2,4,6} n(B)=3
A={2}
Eventos Simultâneos
Note que Considerando dois eventos, A e B, de um mesmo espaço
amostral, a probabilidade de ocorrer A e B é dada por:
Exemplo
Uma bola é retirada de uma urna que contém bolas colori- Questões
das. Sabe-se que a probabilidade de ter sido retirada uma bola
vermelha é Calcular a probabilidade de ter sido retirada uma 01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Em cada um
bola que não seja vermelha. de dois dados cúbicos idênticos, as faces são numeradas de 1 a
6. Lançando os dois dados simultaneamente, cuja ocorrência de
Solução cada face é igualmente provável, a probabilidade de que o pro-
duto dos números obtidos seja um número ímpar é de:
(A) 1/4.
são complementares. (B) 1/3.
(C) 1/2.
(D) 2/3.
(E) 3/4.
19
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
20
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
05. Resposta: A.
M5={5,10,15,20,25,30,35,40}
P=8/40=1/5=0.2
Coroa, cara, cara
06. Resposta:A.
A probabilidade de uma soletrar errado: 0,3
__ __ __
0,3▲0,3▲0,3=0,027=2,7%
Coroa, coroa, cara
07. Resposta: D.
Para dar 9, temos 4 possibilidades
3+6
6+3
4+5
Coroa, cara, coroa
5+4
P=4/36
08. Resposta: C.
A probabilidade é de 1/4, pois o carro tem 4 pneus e o di-
nheiro está em 1.
1/4=0,25
Acréscimo
Ímpar/par: Se, por exemplo, há umacréscimode 10% a um determinado
valor, podemos calcular o novo valor apenas multiplicando esse
Os númerosímpares são: 1, 3, 5, 7, 9, 11 ,13, 15 valor por1,10, que é o fator de multiplicação. Se o acréscimo for
de 20%, multiplicamos por1,20, e assim por diante. Veja a tabela
abaixo:
21
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Desconto QUESTÕES
No caso de haver um decréscimo, o fator de multiplicação
será: 01. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - MSCON-
Fator de Multiplicação =1 - taxa de desconto (na forma de- CURSOS/2017) Um aparelho de televisão que custa R$1600,00
cimal) estava sendo vendido, numa liquidação, com um desconto de
Veja a tabela abaixo: 40%. Marta queria comprar essa televisão, porém não tinha con-
dições de pagar à vista, e o vendedor propôs que ela desse um
Desconto Fator de Multiplicação cheque para 15 dias, pagando 10% de juros sobre o valor da ven-
da na liquidação. Ela aceitou e pagou pela televisão o valor de:
10% 0,90 (A) R$1120,00
25% 0,75 (B)R$1056,00
(C)R$960,00
34% 0,66 (D) R$864,00
60% 0,40
02. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) A equipe de se-
90% 0,10
gurança de um Tribunal conseguia resolver mensalmente cerca
de 35% das ocorrências de dano ao patrimônio nas cercanias
Exemplo:Descontando 10% no valor de R$10,00 temos:
desse prédio, identificando os criminosos e os encaminhando às
autoridades competentes. Após uma reestruturação dos proce-
dimentos de segurança, a mesma equipe conseguiu aumentar
o percentual de resolução mensal de ocorrências desse tipo de
Chamamos de lucro em uma transação comercial de com-
crime para cerca de 63%. De acordo com esses dados, com tal
pra e venda a diferença entre o preço de venda e o preço de
reestruturação, a equipe de segurança aumentou sua eficácia no
custo.
combate ao dano ao patrimônio em
Lucro=preço de venda -preço de custo
(A) 35%.
(B) 28%.
Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem de
(C) 63%.
duas formas:
(D) 41%.
(E) 80%.
03. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Três irmãos, An-
dré, Beatriz e Clarice, receberam de uma tia herança constituída
pelas seguintes joias: um bracelete de ouro, um colar de pérolas
e um par de brincos de diamante. A tia especificou em testa-
mento que as joias não deveriam ser vendidas antes da partilha
e que cada um deveria ficar com uma delas, mas não especificou
(DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala de
qual deveria ser dada a quem. O justo, pensaram os irmãos, se-
aula com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está com gripe.
ria que cada um recebesse cerca de 33,3% da herança, mas eles
Se x% das meninas dessa sala estão com gripe, o menor valor
achavam que as joias tinham valores diferentes entre si e, além
possível para x é igual a
disso, tinham diferentes opiniões sobre seus valores. Então, de-
(A) 8.
cidiram fazer a partilha do seguinte modo:
(B) 15.
− Inicialmente, sem que os demais vissem, cada um deve-
(C) 10.
ria escrever em um papel três porcentagens, indicando sua ava-
(D) 6.
liação sobre o valor de cada joia com relação ao valor total da
(E) 12.
herança.
− A seguir, todos deveriam mostrar aos demais suas avalia-
Resolução
ções.
45------100%
− Uma partilha seria considerada boa se cada um deles re-
X-------60%
cebesse uma joia que avaliou como valendo 33,3% da herança
X=27
toda ou mais.
O menor número de meninas possíveis para ter gripe é se
As avaliações de cada um dos irmãos a respeito das joias foi
todos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2 meninas
a seguinte:
estão.
Resposta: C.
22
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Assim, uma partilha boa seria se André, Beatriz e Clarice re- 08. (CRM/MG – Técnico em Informática- FUNDEP/2017)
cebessem, respectivamente, Veja, a seguir, a oferta da loja Magazine Bom Preço:
(A) o bracelete, os brincos e o colar.
(B) os brincos, o colar e o bracelete. Aproveite a Promoção!
(C) o colar, o bracelete e os brincos. Forno Micro-ondas
(D) o bracelete, o colar e os brincos. De R$ 720,00
(E) o colar, os brincos e o bracelete. Por apenas R$ 504,00
23
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
04. Resposta: B.
A=b⋅h 2. SISTEMAS, EQUAÇÕES E REGRA DE TRÊS SIMPLES.
Equação 1º grau
Equação é toda sentença matemática aberta representada
por uma igualdade, em que exista uma ou mais letras que repre-
Portanto foi reduzida em 50% sentam números desconhecidos.
Equação do 1º grau, na incógnita x, é toda equação redutí-
05. Resposta: D. vel à forma ax+b=0, em que a e b são números reais, chamados
Como ele obteve um desconto de 30%, pagou 70% do valor: coeficientes, com a≠0.
60⋅0,7=42 Uma raiz da equação ax+b =0(a≠0) é um valor numérico de
Ele revendeu por: x que, substituindo no 1º membro da equação, torna-se igual ao
42⋅1,3=54,60 2º membro.
Teve um lucro de: 54,60-42=12,60
Nada mais é que pensarmos em uma balança.
06. Resposta: D.
Como teve um desconto de 35%. Pagou 65%do vestido
150⋅0,65=97,50
07. Resposta: C.
Como a previsão para o primeiro trimestre é de 180 milhões
e é 10% inferior, no segundo trimestre temos uma previsão de
180-----90%
x---------100
x=200
200+180=380 milhões para o primeiro semestre A balança deixa os dois lados iguais para equilibrar, a equa-
380----95 ção também.
x----100 No exemplo temos:
x=400 milhões 3x+300
Outro lado: x+1000+500
Somando os dois semestres: 380+400=780 milhões E o equilíbrio?
780/4trimestres=195 milhões 3x+300=x+1500
24
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da soma , portanto não há solução real.
das idades de seus dois filhos,
Pe=2(Pi+Pa)
Pe=2Pi+2Pa
Lembrando que:
Pi=Pa+3
Substituindo em Pe
Pe=2(Pa+3)+2Pa
Pe=2Pa+6+2Pa
Pe=4Pa+6
Pa+3+10=2Pa+3
Pa=10
Pi=Pa+3
Pi=10+3=13
Pe=40+6=46
Soma das idades: 10+13+46=69 Se não há solução, pois não existe raiz quadrada real
de um número negativo.
Resposta: B.
Equação 2º grau Se , há duas soluções iguais:
Exemplo
25
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Podemos escrever a equação da seguinte maneira: O princípio resolutivo de uma inequação é o mesmo da
equação, onde temos que organizar os termos semelhantes em
x²-Sx+P=0 cada membro, realizando as operações indicadas. No caso das
inequações, ao realizarmos uma multiplicação de seus elemen-
Exemplo tos por–1com o intuito de deixar a parte da incógnita positiva,
Dada as raízes -2 e 7. Componha a equação do 2º grau. invertemos o sinal representativo da desigualdade.
Solução Exemplo 1
S=x1+x2=-2+7=5 4x + 12 > 2x – 2
P=x1.x2=-2.7=-14 4x – 2x > – 2 – 12
Então a equação é: x²-5x-14=0 2x > – 14
Exemplo x > –14/2
(IMA – Analista Administrativo Jr – SHDIAS/2015) A soma x>–7
das idades de Ana e Júlia é igual a 44 anos, e, quando somamos Inequação-Produto
os quadrados dessas idades, obtemos 1000. A mais velha das
duas tem: Quando se trata de inequações-produto, teremos uma desi-
(A) 24 anos gualdade que envolve o produto de duas ou mais funções. Por-
(B) 26 anos tanto, surge a necessidade de realizar o estudo da desigualdade
(C) 31 anos em cada função e obter a resposta final realizando a intersecção
(D) 33 anos do conjunto resposta das funções.
Resolução Exemplo
A+J=44
A²+J²=1000
A=44-J
(44-J)²+J²=1000
1936-88J+J²+J²=1000
2J²-88J+936=0
Inequação -Quociente
Na inequação- quociente, tem-se uma desigualdade de fun-
ções fracionárias, ou ainda, de duas funções na qual uma está
dividindo a outra. Diante disso, deveremos nos atentar ao domí-
nio da função que se encontra no denominador, pois não existe
divisão por zero. Com isso, a função que estiver no denominador
da inequação deverá ser diferente de zero.
O método de resolução se assemelha muito à resolução de
Substituindo em A uma inequação-produto, de modo que devemos analisar o sinal
A=44-26=18 das funções e realizar a intersecção do sinal dessas funções.
Ou A=44-18=26
Exemplo
Resposta: B. Resolva a inequação a seguir:
Inequação
Uma inequação é uma sentença matemática expressa por
uma ou mais incógnitas, que ao contrário da equação que utiliza
um sinal de igualdade, apresenta sinais de desigualdade. Veja os x-2≠0
sinais de desigualdade:
>: maior
<: menor
26
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Temos:
S = S1 ∩ S2
x≠2
4x + 4 ≤ 0 Resolvendo Inequações
4x ≤ - 4 Resolver uma inequação significa determinar os valores re-
x≤-4:4 ais de x que satisfazem a inequação dada.
Assim, no exemplo, devemos obter os valores reais de x que
tornem a expressão 3x² + 10x +7negativa.
x≤-1
S1 = {x R | x ≤ - 1}
S2 = { x R | x ≤ - 1}
Calculando agora o CONJUTO SOLUÇÃO da inequação
27
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
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RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
10x+6x+40500=25x
9x=40500
X=4500
Mmc(3,4)=12
4x+3x=336
7x=336
X=48 08. Resposta: D.
A distância entre A e B é 48km Idade atual: x
Como já percorreu 28km X+24=3x
48-28=20 km entre P e Q. 2x=24
X=12
03. Resposta:B. Ele tem agora 12 anos, daqui a 5 anos: 17.
Sendo x o valor do material P
10x=7x+600 09. Resposta: C.
3x=600 ∆=(-28)²-4.8.12
X=200 ∆=784-384
∆=400
04. Resposta: E.
2x²+12x+10=0
∆=12²-4⋅2⋅10
∆=144-80=64
06. Resposta: B
∆=-(-6)²-4⋅(2m-1) ⋅3=0
36-24m+12=0
-24m=-48
M=2
07. Resposta: B.
Salário liquido: x
29
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Gráfico Cartesiano
Muitas vezes nos deparamos com situações que envolvem Injetora: Quando para ela elementos distintos do domínio
uma relação entre grandezas. Assim, o valor a ser pago na conta apresentam imagens também distintas no contradomínio.
de luz depende do consumo medido no período; o tempo de
uma viagem de automóvel depende da velocidade no trajeto.
Como, em geral, trabalhamos com funções numéricas, o do-
mínio e a imagem são conjuntos numéricos, e podemos definir
com mais rigor o que é uma função matemática utilizando a lin-
guagem da teoria dos conjuntos.
Função 1 grau
A função do 1° grau relacionará os valores numéricos obti-
dos de expressões algébricas do tipo (ax + b), constituindo, as-
sim, a funçãof(x) = ax + b.
30
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Exemplo:
Dado que f(x)=ax+b e f(1)=3 e f(3)=5, ache a função.
F(1)=1a+b
3=a+b
F(3)=3a+b
5=3a+b
Isolando a em I
Função Decrescente: a < 0 a=3-b
Nesse caso, os valores de y, caem. Substituindo em II
3(3-b)+b=5
9-3b+b=5
-2b=-4
b=2
Portanto,
a=3-b
a=3-2=1
Assim, f(x)=x+2
Concavidade
A concavidade da parábola é para cima se a>0 e para baixo
se a<0
31
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Veja os gráficos:
Discriminante(∆)
∆=b²-4ac
∆>0
A parábola y=ax²+bx+c intercepta o eixo x em dois pon-
tos distintos, (x1,0) e (x2,0), onde x1 e x2 são raízes da equação
ax²+bx+c=0
∆=0
Quando , a parábola y=ax²+bx+c é tangente ao
eixo x, no ponto
∆<0
Raízes
Equação Exponencial
É toda equação cuja incógnita se apresenta no expoente de
uma ou mais potências de bases positivas e diferentes de 1.
Exemplo
Resolva a equação no universo dos números reais.
32
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Logaritmo
Considerando-se dois números N e a reais e positivos, com
a ≠1, existe um número c tal que:
Consequências da Definição
A Constante de Euler
É definida por :
e = exp(1)
O número e é um número irracional e positivo e em função
da definição da função exponencial, temos que:
Ln(e) = 1
33
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
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RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
05. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) No sistema 09. (IF/ES – Administrador – IFES/2017) O gráfico que me-
de coordenadas cartesianas da figura abaixo, encontram-se re- lhor representa a função y = 2x , para o domínio em R+ é:
presentados o gráfico da função de segundo grau f, definida por
f(x), e o gráfico da função de primeiro grau g, definida por g(x).
(A)
(B)
(C)
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RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
11. (ITAIPU BINACIONAL -Profissional Nível Técnico I - Téc- Igualando a função do primeiro grau e a função do segundo
nico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Considerando que log105 = grau:
0,7, assinale a alternativa que apresenta o valor de log5100. X²-4=2x-1
(A) 0,35. X²-2x-3=0
(B) 0,50. ∆=4+12=16
(C)2,85.
(D) 7,00.
(E) 70,00.
RESPOSTAS
01. Resposta: D.
06. Resposta:C.
90+0,4x=120
0,4x=30
X=75km
02. Resposta: A.
6%=0,06
Como valor total é x, então 0,06x A soma das coordenadas é igual a 8
E mais a parte fixa de 1300 07. Resposta: D.
0,06x+1300
03. Resposta: A.
2x=36
X=18
04.Resposta: B.
F(x)=12+25x -2x=-12
X=hora de trabalho X=6
Substituindo em g(x)
168,25=12+25x G(6)=6²-4(6)+5=36-24+5=17
25x=156,25
X=6,25 horas 08. Resposta: D.
1hora---60 minutos Para assumir valor 1, o expoente deve ser igual a zero.
0,25-----x X²+4x-60=0
X=15 minutos ∆=4²-4.1.(-60)
∆=16+240
Então ele trabalhou 6 horas e 15 minutos ∆=256
05. Resposta: E.
Como a função do segundo grau, tem raízes -2 e 2:
(x-2)(x+2)=x²-4
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RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Horas --------caminhões-----------volume
8↑----------------20↓----------------------160↑
5↑------------------x↓----------------------125↑
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RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o nú- 04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VUNESP/2017
mero de caminhões. Portanto a relação é diretamente propor- ) Um restaurante “por quilo” apresenta seus preços de acordo
cional (seta para baixo na 3ª coluna). Devemos igualar a razão com a tabela:
que contém o termo x com o produto das outras razões de acor-
do com o sentido das setas.
Montando a proporção e resolvendo a equação temos:
Horas --------caminhões-----------volume
8↑----------------20↓----------------------160↓
5↑------------------x↓----------------------125↓ Rodolfo almoçou nesse restaurante na última sexta-feira. Se
a quantidade de alimentos que consumiu nesse almoço custou
Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna ficando: R$ 21,00, então está correto afirmar que essa quantidade é, em
gramas, igual a
Horas --------caminhões-----------volume (A) 375.
5----------------20----------------------160 (B) 380.
8------------------x----------------------125 (C) 420.
(D) 425.
(E) 450.
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RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
07. Resposta: B.
900x=7200
Operários dias
X=8 12-----------90
x--------------60
02. Resposta: D. Quanto mais operários, menos dias (inversamente propor-
Como a máquina A faz 20% a mais: cional)
Em 1 hora a máquina A faz 120 cópias.
120------60 minutos
10-------x
X=50 minutos
60x=1080
03. Resposta: C. X=18
↑Operário↓horas dias↑
12--------------8------------14 08. Resposta: B.
18----------------x------------8 V=1,5⋅1,2⋅0,7=1,26m³=1260litros
Quanto mais horas, menos operários 50litros-----3 min
Quanto mais horas, menos dias 1260--------x
X=3780/50=75,6min
0,6min=36s
75min=60+15=1h15min
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RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
30x=33600
X=1120
10. Resposta: D.
Como o exercício pede em minutos, vamos transformar 3
horas em minutos
3x60=180 minutos Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do que 90º.
↑Funcionários minutos↓
6------------180
20-------------x
Ângulos
Triângulo
Elementos
Mediana
Mediana de um triângulo é um segmento de reta que liga
um vértice ao ponto médio do lado oposto.
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RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Bissetriz interna de um triângulo é o segmento da bissetriz Mediatriz de um triângulo é uma reta do plano do triângulo
de um ângulo do triângulo que liga um vértice a um ponto do que é mediatriz de um dos lados desse triângulo.
lado oposto.
Na figura, a reta m é a mediatriz do lado do .
Na figura, é uma bissetriz interna do .
Um triângulo tem três mediatrizes.
Um triângulo tem três bissetrizes internas.
Classificação
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RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
- Observações:
Triângulo retângulo:tem um ângulo reto
- No retângulo e no quadrado as diagonais são congruentes
(iguais)
- No losango e no quadrado as diagonais são perpendicula-
res entre si (formam ângulo de 90°) e são bissetrizes dos ângulos
internos (dividem os ângulos ao meio).
Áreas
Polígono
Chama-se polígono a união de segmentos que são chama-
dos lados do polígono, enquanto os pontos são chamados vér-
Desigualdade entre Lados e ângulos dos triângulos tices do polígono.
Num triângulo o comprimento de qualquer lado é menor
que a soma dos outros dois.Em qualquer triângulo, ao maior ân-
gulo opõe-se o maior lado, e vice-versa.
QUADRILÁTEROS
Quadrilátero é todo polígono com as seguintes proprieda-
des:
- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais.
- A soma dos ângulos internos Si = 360º
- A soma dos ângulos externos Se = 360º
Trapézio: É todo quadrilátero tem dois paralelos.
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RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Teorema de Tales
Número de Diagonais Se um feixe de retas paralelas tem duas transversais, então
a razão de dois segmentos quaisquer de uma transversal é igual
à razão dos segmentos correspondentes da outra.
Dada a figura anterior, O Teorema de Tales afirma que são
válidas as seguintes proporções:
Exemplo
Ângulos Internos
A soma das medidas dos ângulos internos de um polígono
convexo de n lados é (n-2).180
Unindo um dos vértices aos outros n-3, convenientemente
escolhidos, obteremos n-2 triângulos. A soma das medidas dos
ângulos internos do polígono é igual à soma das medidas dos
ângulos internos dos n-2 triângulos.
Semelhança de Triângulos
Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, os seus
ângulos internos tiverem, respectivamente, as mesmas medi-
das, e os lados correspondentes forem proporcionais.
Casos de Semelhança
1º Caso:A A(ângulo-ângulo)
Se dois triângulos têm dois ângulos congruentes de vértices
correspondentes, então esses triângulos são congruentes.
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RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Temos:
2º Caso: LAL(lado-ângulo-lado)
Se dois triângulos têm dois lados correspondentes propor-
cionais e os ângulos compreendidos entre eles congruentes, en-
tão esses dois triângulos são semelhantes.
Fórmulas Trigonométricas
Como
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RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Todo triângulo que tem um ângulo reto é denominado -Duas retas concorrentes podem ser:
triangulo retângulo.
O triângulo ABC é retângulo em A e seus elementos são: 1. Perpendiculares: r e s formam ângulo reto.
Retas Coplanares
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RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Sabendo-se que EF = 36 m e que a área do lote 1 é 864 m², A área da região sombreada, da figura acima apresentada, é
o perímetro do lote 2 é (A)100 - 5π .
(A) 100 m. (B) 100 - 10π .
(B) 108 m. (C) 100 - 15π .
(C) 112 m. (D)100 - 20π .
(D) 116 m. (E)100 - 25π .
(E) 120 m.
05. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)No cubo de
02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Considere aresta 10, da figura abaixo, encontra-se representado um pla-
um triângulo retângulo de catetos medindo 3m e 5m. Um se- no passando pelos vértices B e C e pelos pontos P e Q, pontos
gundo triângulo retângulo, semelhante ao primeiro, cuja área médios, respectivamente, das arestas EF e HG, gerando o qua-
é o dobro da área do primeiro, terá como medidas dos catetos, drilátero BCQP.
em metros:
(A) 3 e 10.
(B) 3√2 e 5√2 .
(C) 3√2 e 10√2 .
(D)5 e 6.
(E) 6 e 10.
(A) 25√5.
(B) 50√2.
(C) 50√5.
(D)100√2 .
(E) 100√5.
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RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
07. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VUNESP/2017) 10. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário- VUNESP/2017)
A figura, com dimensões indicadas em centímetros, mostra um A figura seguinte, cujas dimensões estão indicadas em metros,
painel informativo ABCD, de formato retangular, no qual se des- mostra as regiões R1 e R2 , ambas com formato de triângulos
taca a região retangular R, onde x > y. retângulos, situadas em uma praça e destinadas a atividades de
recreação infantil para faixas etárias distintas.
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RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
04. Resposta: E.
Como o quadrado tem lado 10,a área é 100.
96h=1728
H=18
O ladao AF e AE medem 5, cada um, pois F e E é o ponto
Como I é um triângulo: Médio
60-36=24 X²=5²+5²
X²=24²+18² X²=25+25
X²=576+324 X²=50
X²=900 X=5√2
X=30 X é o diâmetro do círculo, como temos 4 semi círculos, te-
Como h=18 e AD é 40, EG=22 mos 2 círculos inteiros.
02. Resposta: B.
A sombreada=100-25π
05. Resposta: C.
CQ é hipotenusa do triângulo GQC.
01. CQ²=10²+5²
CQ²=100+25
CQ²=125
CQ=5√5
A área do quadrilátero seria CQ▲BC
A=5√5▲10=50√5
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RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
5x=400
X=80 1-cos²x=sen²x
08. Resposta: B.
108/4=27m² 12. Resposta: D.
6x=27
X=27/6
O perímetro seria
09. Resposta: C.
Número de estacas: x
X+x+2x+2x-4=26 obs: -4 é porque estamos contando duas
vezes o canto
6x=30
X=5 X=6
Temos 5 estacas no lado menor, como são espaçadas a
cada 3m
4 espaços de 3m=12m
Lado maior 10 estacas
9 espaços de 3 metros=27m
A=12▲27=324 m²
Cilindros
Considere dois planos, α e β, paralelos, um círculo de centro
O contido num deles, e uma reta s concorrente com os dois.
Chamamos cilindro o sólido determinado pela reunião de
9x=108 todos os segmentos paralelos a s, com extremidades no círculo
X=12 e no outro plano.
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RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Classificação
Reto: Um cilindro se diz reto ou de revolução quando as ge-
ratrizes são perpendiculares às bases.
Quando a altura é igual a 2R(raio da base) o cilindro é equi-
látero.
Oblíquo: faces laterais oblíquas ao plano da base.
Área
Área da base: Sb=πr²
Área
Área lateral:
Área da base:
Volume
Área total:
Volume
Cones
Na figura, temos um plano α, um círculo contido em α, um
ponto V que não pertence ao plano.
A figura geométrica formada pela reunião de todos os seg-
mentos de reta que tem uma extremidade no ponto V e a outra Pirâmides
num ponto do círculo denomina-se cone circular. As pirâmides são também classificadas quanto ao número
de lados da base.
Área e Volume
Classificação
-Reto:eixo VO perpendicular à base; Área lateral:
Pode ser obtido pela rotação de um triângulo retângulo em
torno de um de seus catetos. Por isso o cone reto é também Onde n= quantidade de lados
chamado de cone de revolução.
Quando a geratriz de um cone reto é 2R, esse cone é deno-
minado cone equilátero.
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RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Prismas
Considere dois planos α e β paralelos, um polígono R conti-
do em α e uma reta r concorrente aos dois.
-Triangular
-Quadrangular
Classificação Paralelepípedos
Os prismas cujas bases são paralelogramos denominam-se
Reto: Quando as arestas laterais são perpendiculares às ba- paralelepípedos.
ses
Oblíquo: quando as faces laterais são oblíquas à base.
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RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Prisma Regular
Se o prisma for reto e as bases forem polígonos regulares, o
prisma é dito regular.
As faces laterais são retângulos congruentes e as bases são
congruentes (triângulo equilátero, hexágono regular,...)
Em uma revisão do projeto, foi necessário aumentar em 1 m
Área a medida da largura, indicada por x na figura, mantendo-se inal-
teradas as demais medidas. Desse modo, o volume inicialmente
Área cubo: previsto para esse reservatório foi aumentado em
(A) 1 m³ .
Área paralelepípedo: (B) 3 m³ .
(C) 4 m³ .
A área de um prisma: (D) 5 m³ .
Onde: St=área total (E) 6 m³ .
Sb=área da base
Sl=área lateral, soma-se todas as áreas das faces laterais. 04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário -VUNESP/2017) A
figura mostra cubinhos de madeira, todos de mesmo volume,
Volume posicionados em uma caixa com a forma de paralelepípedo reto
Paralelepípedo:V=a.b.c retângulo.
Cubo:V=a³
Demais:
QUESTÕES
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RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPEGO/2017) Fre- Para completar o volume total desse recipiente, serão des-
derico comprou um aquário em formato de paralelepípedo, con- pejados dentro dele vários copos de água, com 200 mL cada um.
tendo as seguintes dimensões: O número de copos totalmente cheios necessários para comple-
tar o volume total do prisma será:
(A) 8 copos
(B) 9 copos
(C)10 copos
(D) 12 copos
(E)15 copos
07. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – MPEGO/2017) Um re- Desse modo, é correto afirmar que a medida da altura total
cipiente na forma de um prisma reto de base quadrada, com
do reservatório, indicada por h na figura, é, em metros, igual a
dimensões internas de 10 cm de aresta da base e 25 cm de al-
(A) 1,8.
tura, está com 20% de seu volume total preenchido com água,
(B) 1,75.
conforme mostra a figura. (Figura fora de escala)
(C) 1,7.
(D) 1,65.
(E) 1,6.
53
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
10. (PREF. DE ITAPEMA/SC – Técnico Contábil – MSCON- Para terminar de completar o volume:
CURSOS/2016) O volume de um cone circular reto, cuja altura 2500-500=2000 cm³
é 39 cm, é 30% maior do que o volume de um cilindro circular 2000/200=10 copos
reto. Sabendo que o raio da base do cone é o triplo do raio da
base do cilindro, a altura do cilindro é: 08. Resposta: A.
(A) 9 cm A base é um triângulo de base a e altura a
(B) 30 cm
(C) 60 cm
(D) 90 cm
RESPOSTAS
01. Resposta:
Volume cilindro=πr²h
09. Resposta: E.
V=2,5▲2▲1=5m³
Como foi retirado 3m³
Para que seja igual a V, a altura tem que ser igual a 3h 5+3=2,5▲2▲h
8=5h
H=1,6m
10. Resposta: D.
02. Resposta: D Cone
V= πr²h
V=3▲4²▲20=960 cm³=960 ml
03. Resposta:E.
V=2▲3▲x=6x
Aumentando 1 na largura
V=2▲3▲(x+1)=6x+6 Cilindro
Portanto, o volume aumentou em 6. V=Ab▲h
04. Resposta:E. V=πr²h
São 6 cubos no comprimento: 6▲5=30 Como o volume do cone é 30% maior:
São 4 cubos na largura: 4▲5=20 117πr²=1,3 πr²h
3 cubos na altura: 3▲5=15 H=117/1,3=90
V=30▲20▲15=9000
06. Resposta:C.
VA=125cm³ A estatística é, hoje em dia, um instrumento útil e, em al-
guns casos, indispensável para tomadas de decisão em diversos
campos: científico, econômico, social, político… Todavia, antes
VB=1000cm³ de chegarmos à parte de interpretação para tomadas de deci-
são, há que proceder a um indispensável trabalho de recolha e
organização de dados, sendo a recolha feita através de recen-
seamentos (ou censos ou levantamentos estatísticos) ou son-
dagens. Existem indícios que há 300 mil anos a.C. já se faziam
censos na China, Babilônia e no Egito. Censos estes que se desti-
navam à taxação de impostos.
180h=2250 Estatística pode ser pensada como a ciência de aprendiza-
H=12,5 gem a partir de dados. No nosso quotidiano, precisamos tomar
decisões, muitas vezes decisões rápidas.
07. Resposta: C.
V=10▲10▲25=2500 cm³
2500▲0,2=500cm³ preenchidos.
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RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Em linhas gerais a Estatística fornece métodos que auxiliam o processo de tomada de decisão através da análise dos dados que
possuímos.
Em Estatística, um resultado é significante, portanto, tem significância estatística, se for improvável que tenha ocorrido por acaso
(que em estatística e probabilidade é tratado pelo conceito de chance), caso uma determinada hipótese nula seja verdadeira, mas não
sendo improvável caso a hipótese base seja falsa. A expressão teste de significância foi cunhada por Ronald Fisher.
Mais concretamente, no teste de hipóteses com base em frequência estatística, a significância de um teste é a probabilidade má-
xima de rejeitar acidentalmente uma hipótese nula verdadeira (uma decisão conhecida como erro de tipo I). O nível de significância
de um resultado é também chamado de α e não deve ser confundido com o valor p (p-value).
Por exemplo, podemos escolher um nível de significância de, digamos, 5%, e calcular um valor crítico de um parâmetro (por exem-
plo a média) de modo que a probabilidade de ela exceder esse valor, dada a verdade da hipótese nulo, ser 5%. Se o valor estatístico
calculado (ou seja, o nível de 5% de significância anteriormente escolhido) exceder o valor crítico, então é significante “ao nível de 5%”.
Se o nível de significância (ex: 5% anteriormente dado) é menor, o valor é menos provavelmente um extremo em relação ao valor
crítico. Deste modo, um resultado que é “significante ao nível de 1%” é mais significante do que um resultado que é significante “ao
nível de 5%”. No entanto, um teste ao nível de 1% é mais susceptível de padecer do erro de tipo II do que um teste de 5% e por isso
terá menos poder estatístico.
Ao divisar um teste de hipóteses, o técnico deverá tentar maximizar o poder de uma dada significância, mas ultimamente tem
de reconhecer que o melhor resultado que se pode obter é um compromisso entre significância e poder, em outras palavras, entre os
erros de tipo I e tipo II.
É importante ressaltar que os valores p Fisherianos são filosoficamente diferentes dos erros de tipo I de Neyman-Pearson. Esta
confusão é infelizmente propagada por muitos livros de estatística.
Divisão da Estatística:
- Estatística Descritiva: Média (Aritmética, Geométrica, Harmônica, Ponderada) - Mediana - Moda - Variância - Desvio padrão -
Coeficiente de variação.
- Inferência Estatística: Testes de hipóteses - Significância - Potência - Hipótese nula/Hipótese alternativa - Erro de tipo I - Erro de
tipo II - Teste T - Teste Z - Distribuição t de Student - Normalização - Valor p - Análise de variância.
- Estatística Não-Paramétrica: Teste Binomial - Teste Qui-quadrado (uma amostra, duas amostras independentes, k amostras in-
dependentes) - Teste Kolmogorov-Smirnov (uma amostra, duas amostras independentes) - Teste de McNemar - Teste dos Sinais - Teste
de Wilcoxon - Teste de Walsh - Teste Exata de Fisher - Teste Q de Cochran - Teste de Kruskal-Wallis - Teste de Friedman.
- Análise da Sobrevivência: Função de sobrevivência - Kaplan-Meier - Teste log-rank - Taxa de falha - Proportional hazards models.
- Amostragem: Amostragem aleatória simples (com reposição, sem reposição) - Amostragem estratificada - Amostragem por
conglomerados - Amostragem sistemática - estimador razão - estimador regressão.
- Distribuição de Probabilidade: Normal - De Pareto - De Poisson - De Bernoulli - Hipergeométrica - Binomial - Binomial negativa
- Gama - Beta - t de Student - F-Snedecor.
- Correlação: Variável de confusão - Coeficiente de correlação de Pearson - Coeficiente de correlação de postos de Spearman -
Coeficiente de correlação tau de Kendall).
Regressão: Regressão linear - Regressão não-linear - Regressão logística - Método dos mínimos quadrados - Modelos Lineares
Generalizados - Modelos para Dados Longitudinais.
- Análise Multivariada: Distribuição normal multivariada - Componentes principais - Análise fatorial - Análise discriminante - Aná-
lise de “Cluster” (Análise de agrupamento) - Análise de Correspondência.
- Séries Temporais: Modelos para séries temporais - Tendência e sazonalidade - Modelos de suavização exponencial - ARIMA -
Modelos sazonais.
Panorama Geral:
Variáveis: São características que são medidas, controladas ou manipuladas em uma pesquisa. Diferem em muitos aspectos,
principalmente no papel que a elas é dado em uma pesquisa e na forma como podem ser medidas.
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RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Pesquisa “Correlacional” X Pesquisa “Experimental”: A pode-se dizer que 2 indivíduos são diferentes em termos da va-
maioria das pesquisas empíricas pertencem claramente a uma riável A (sexo, por exemplo), mas não se pode dizer qual deles
dessas duas categorias gerais: em uma pesquisa correlacional “tem mais” da qualidade representada pela variável. Exemplos
(Levantamento) o pesquisador não influencia (ou tenta não típicos de variáveis nominais são sexo, raça, cidade, etc.
influenciar) nenhuma variável, mas apenas as mede e procura - Variáveis ordinais permitem ordenar os itens medidos em
por relações (correlações) entre elas, como pressão sangüínea e termos de qual tem menos e qual tem mais da qualidade repre-
nível de colesterol. Em uma pesquisa experimental (Experimen- sentada pela variável, mas ainda não permitem que se diga “o
to) o pesquisador manipula algumas variáveis e então mede os quanto mais”. Um exemplo típico de uma variável ordinal é o
efeitos desta manipulação em outras variáveis; por exemplo, au- status sócio-econômico das famílias residentes em uma locali-
mentar artificialmente a pressão sangüínea e registrar o nível de dade: sabe-se que média-alta é mais “alta” do que média, mas
colesterol. A análise dos dados em uma pesquisa experimental não se pode dizer, por exemplo, que é 18% mais alta. A própria
também calcula “correlações” entre variáveis, especificamente distinção entre mensuração nominal, ordinal e intervalar repre-
entre aquelas manipuladas e as que foram afetadas pela ma- senta um bom exemplo de uma variável ordinal: pode-se dizer
nipulação. Entretanto, os dados experimentais podem demons- que uma medida nominal provê menos informação do que uma
trar conclusivamente relações causais (causa e efeito) entre medida ordinal, mas não se pode dizer “quanto menos” ou
variáveis. Por exemplo, se o pesquisador descobrir que sempre como esta diferença se compara à diferença entre mensuração
que muda a variável A então a variável B também muda, então ordinal e intervalar.
ele poderá concluir que A “influencia” B. Dados de uma pesqui- - Variáveis intervalares permitem não apenas ordenar em
sa correlacional podem ser apenas “interpretados” em termos postos os itens que estão sendo medidos, mas também quantifi-
causais com base em outras teorias (não estatísticas) que o pes- car e comparar o tamanho das diferenças entre eles. Por exem-
quisador conheça, mas não podem ser conclusivamente provar plo, temperatura, medida em graus Celsius constitui uma variá-
causalidade. vel intervalar. Pode-se dizer que a temperatura de 40C é maior
do que 30C e que um aumento de 20C para 40C é duas vezes
Variáveis dependentes e variáveis independentes: Variá- maior do que um aumento de 30C para 40C.
veis independentes são aquelas que são manipuladas enquanto
que variáveis dependentes são apenas medidas ou registradas. Relações entre variáveis: Duas ou mais variáveis quaisquer
Esta distinção confunde muitas pessoas que dizem que “todas estão relacionadas se em uma amostra de observações os valo-
variáveis dependem de alguma coisa”. Entretanto, uma vez que res dessas variáveis são distribuídos de forma consistente. Em
se esteja acostumado a esta distinção ela se torna indispensável. outras palavras, as variáveis estão relacionadas se seus valores
Os termos variável dependente e independente aplicam-se prin- correspondem sistematicamente uns aos outros para aquela
cipalmente à pesquisa experimental, onde algumas variáveis amostra de observações. Por exemplo, sexo e WCC seriam rela-
cionados se a maioria dos homens tivesse alta WCC e a maioria
são manipuladas, e, neste sentido, são “independentes” dos
das mulheres baixa WCC, ou vice-versa; altura é relacionada ao
padrões de reação inicial, intenções e características dos sujei-
peso porque tipicamente indivíduos altos são mais pesados do
tos da pesquisa (unidades experimentais).Espera-se que outras
que indivíduos baixos; Q.I. está relacionado ao número de erros
variáveis sejam “dependentes” da manipulação ou das condi-
em um teste se pessoas com Q.I.’s mais altos cometem menos
ções experimentais. Ou seja, elas dependem “do que os sujei-
erros.
tos farão” em resposta. Contrariando um pouco a natureza da
Importância das relações entre variáveis: Geralmente o
distinção, esses termos também são usados em estudos em que
objetivo principal de toda pesquisa ou análise científica é en-
não se manipulam variáveis independentes, literalmente falan-
contrar relações entre variáveis. A filosofia da ciência ensina que
do, mas apenas se designam sujeitos a “grupos experimentais” não há outro meio de representar “significado” exceto em ter-
baseados em propriedades pré-existentes dos próprios sujeitos. mos de relações entre quantidades ou qualidades, e ambos os
Por exemplo, se em uma pesquisa compara-se a contagem de casos envolvem relações entre variáveis. Assim, o avanço da ci-
células brancas (White Cell Count em inglês, WCC) de homens ência sempre tem que envolver a descoberta de novas relações
e mulheres, sexo pode ser chamada de variável independente e entre variáveis. Em pesquisas correlacionais a medida destas re-
WCC de variável dependente. lações é feita de forma bastante direta, bem como nas pesquisas
experimentais. Por exemplo, o experimento já mencionado de
Níveis de Mensuração: As variáveis diferem em “quão bem” comparar WCC em homens e mulheres pode ser descrito como
elas podem ser medidas, isto é, em quanta informação seu ní- procura de uma correlação entre 2 variáveis: sexo e WCC. A Es-
vel de mensuração pode prover. Há obviamente algum erro em tatística nada mais faz do que auxiliar na avaliação de relações
cada medida, o que determina o “montante de informação” que entre variáveis.
se pode obter, mas basicamente o fator que determina a quan- Aspectos básicos da relação entre variáveis: As duas pro-
tidade de informação que uma variável pode prover é o seu tipo priedades formais mais elementares de qualquer relação entre
de nível de mensuração. Sob este prisma as variáveis são classi- variáveis são a magnitude (“tamanho”) e a confiabilidade da re-
ficadas como nominais, ordinais e intervalares. lação.
- Variáveis nominais permitem apenas classificação quali- - Magnitude é muito mais fácil de entender e medir do
tativa. Ou seja, elas podem ser medidas apenas em termos de que a confiabilidade. Por exemplo, se cada homem em nossa
quais itens pertencem a diferentes categorias, mas não se pode amostra tem um WCC maior do que o de qualquer mulher da
quantificar nem mesmo ordenar tais categorias. Por exemplo, amostra, poderia-se dizer que a magnitude da relação entre as
56
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
duas variáveis (sexo e WCC) é muito alta em nossa amostra. Em informalmente baseadas em experiência geral de pesquisa. Uma
outras palavras, poderia-se prever uma baseada na outra (ao conseqüência óbvia é que um resultado considerado significan-
menos na amostra em questão). te a 0,05, por exemplo, pode não sê-lo a 0,01.
- Confiabilidade é um conceito muito menos intuitivo, mas
extremamente importante. Relaciona-se à “representatividade” Significância estatística e o número de análises realizadas:
do resultado encontrado em uma amostra específica de toda a Desnecessário dizer quanto mais análises sejam realizadas em
população. Em outras palavras, diz quão provável será encon- um conjunto de dados, mais os resultados atingirão “por acaso”
trar uma relação similar se o experimento fosse feito com ou- o nível de significância convencionado. Por exemplo, ao calcu-
tras amostras retiradas da mesma população, lembrando que lar correlações entre dez variáveis (45 diferentes coeficientes
o maior interesse está na população. O interesse na amostra de correlação), seria razoável esperar encontrar por acaso que
reside na informação que ela pode prover sobre a população. cerca de dois (um em cada 20) coeficientes de correlação são
Se o estudo atender certos critérios específicos (que serão men- significantes ao nível-p 0,05, mesmo que os valores das variáveis
cionados posteriormente) então a confiabilidade de uma rela- sejam totalmente aleatórios, e aquelas variáveis não se correla-
ção observada entre variáveis na amostra pode ser estimada cionem na população. Alguns métodos estatísticos que envol-
quantitativamente e representada usando uma medida padrão vem muitas comparações, e portanto uma boa chance para tais
(chamada tecnicamente de nível-p ou nível de significância es- erros, incluem alguma “correção” ou ajuste para o número total
tatística). de comparações. Entretanto, muitos métodos estatísticos (espe-
Significância Estatística (nível-p): A significância estatística cialmente análises exploratórias simples de dados) não ofere-
de um resultado é uma medida estimada do grau em que este cem nenhum remédio direto para este problema. Cabe então ao
resultado é “verdadeiro” (no sentido de que seja realmente o pesquisador avaliar cuidadosamente a confiabilidade de desco-
que ocorre na população, ou seja no sentido de “representativi- bertas não esperadas.
dade da população”). Mais tecnicamente, o valor do nível-p re-
presenta um índice decrescente da confiabilidade de um resul- Força X Confiabilidade de uma relação entre variáveis: Foi
tado. Quanto mais alto o nível-p, menos se pode acreditar que a dito anteriormente que força (magnitude) e confiabilidade são
relação observada entre as variáveis na amostra é um indicador dois aspectos diferentes dos relacionamentos entre variáveis.
confiável da relação entre as respectivas variáveis na população. Contudo, eles não são totalmente independentes. Em geral, em
Especificamente, o nível-p representa a probabilidade de erro uma amostra de um certo tamanho quanto maior a magnitude
envolvida em aceitar o resultado observado como válido, isto é, da relação entre variáveis, mais confiável a relação.
como “representativo da população”. Por exemplo, um nível-p Assumindo que não há relação entre as variáveis na popula-
de 0,05 (1/20) indica que há 5% de probabilidade de que a re- ção, o resultado mais provável deveria ser também não encon-
lação entre as variáveis, encontrada na amostra, seja um “acaso trar relação entre as mesmas variáveis na amostra da pesquisa.
feliz”. Em outras palavras, assumindo que não haja relação entre Assim, quanto mais forte a relação encontrada na amostra me-
aquelas variáveis na população, e o experimento de interesse nos provável é a não existência da relação correspondente na
seja repetido várias vezes, poderia-se esperar que em aproxima- população. Então a magnitude e a significância de uma relação
damente 20 realizações do experimento haveria apenas uma em aparentam estar fortemente relacionadas, e seria possível cal-
que a relação entre as variáveis em questão seria igual ou mais cular a significância a partir da magnitude e vice-versa. Entre-
forte do que a que foi observada naquela amostra anterior. Em tanto, isso é válido apenas se o tamanho da amostra é mantido
muitas áreas de pesquisa, o nível-p de 0,05 é costumeiramente constante, porque uma relação de certa força poderia ser tanto
tratado como um “limite aceitável” de erro. altamente significante ou não significante de todo dependendo
do tamanho da amostra.
Como determinar que um resultado é “realmente” signi- Por que a significância de uma relação entre variáveis de-
ficante: Não há meio de evitar arbitrariedade na decisão final pende do tamanho da amostra: Se há muito poucas observa-
de qual nível de significância será tratado como realmente “sig- ções então há também poucas possibilidades de combinação
nificante”. Ou seja, a seleção de um nível de significância acima dos valores das variáveis, e então a probabilidade de obter por
do qual os resultados serão rejeitados como inválidos é arbi- acaso uma combinação desses valores que indique uma forte
trária. Na prática, a decisão final depende usualmente de: se o relação é relativamente alta. Considere-se o seguinte exemplo:
resultado foi previsto a priori ou apenas a posteriori no curso Há interesse em duas variáveis (sexo: homem, mulher;
de muitas análises e comparações efetuadas no conjunto de da- WCC: alta, baixa) e há apenas quatro sujeitos na amostra (2 ho-
dos; no total de evidências consistentes do conjunto de dados; mens e 2 mulheres). A probabilidade de se encontrar, puramen-
e nas “tradições” existentes na área particular de pesquisa. Ti- te por acaso, uma relação de 100% entre as duas variáveis pode
picamente, em muitas ciências resultados que atingem nível-p ser tão alta quanto 1/8. Explicando, há uma chance em oito de
0,05 são considerados estatisticamente significantes, mas este que os dois homens tenham alta WCC e que as duas mulheres
nível ainda envolve uma probabilidade de erro razoável (5%). tenham baixa WCC, ou vice-versa, mesmo que tal relação não
Resultados com um nível-p 0,01 são comumente considerados exista na população. Agora considere-se a probabilidade de ob-
estatisticamente significantes, e com nível-p 0,005 ou nível-p ter tal resultado por acaso se a amostra consistisse de 100 sujei-
0,001 são freqüentemente chamados “altamente” significantes. tos: a probabilidade de obter aquele resultado por acaso seria
Estas classificações, porém, são convenções arbitrárias e apenas praticamente zero.
57
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Observando um exemplo mais geral. Imagine-se uma popu- Pode uma “relação inexistente” ser um resultado signifi-
lação teórica em que a média de WCC em homens e mulheres cante: Quanto menor a relação entre as variáveis maior o tama-
é exatamente a mesma. Supondo um experimento em que se nho de amostra necessário para prová-la significante. Por exem-
retiram pares de amostras (homens e mulheres) de um certo plo, imagine-se quantos lançamentos seriam necessários para
tamanho da população e calcula-se a diferença entre a média de provar que uma moeda é viciada se seu viesamento for de ape-
WCC em cada par de amostras (supor ainda que o experimen- nas 0,000001 %! Então, o tamanho mínimo de amostra necessá-
to será repetido várias vezes). Na maioria dos experimento os rio cresce na mesma proporção em que a magnitude do efeito a
resultados das diferenças serão próximos de zero. Contudo, de ser demonstrado decresce. Quando a magnitude do efeito apro-
vez em quando, um par de amostra apresentará uma diferença xima-se de zero, o tamanho de amostra necessário para prová-
entre homens e mulheres consideravelmente diferente de zero. -lo aproxima-se do infinito. Isso quer dizer que, se quase não
Com que freqüência isso acontece? Quanto menor a amostra há relação entre duas variáveis o tamanho da amostra precisa
em cada experimento maior a probabilidade de obter esses re- quase ser igual ao tamanho da população, que teoricamente é
sultados errôneos, que, neste caso, indicariam a existência de considerado infinitamente grande. A significância estatística re-
uma relação entre sexo e WCC obtida de uma população em que presenta a probabilidade de que um resultado similar seja ob-
tal relação não existe. Observe-se mais um exemplo (“razão me- tido se toda a população fosse testada. Assim, qualquer coisa
ninos para meninas”, Nisbett et al., 1987): que fosse encontrada após testar toda a população seria, por
Há dois hospitais: no primeiro nascem 120 bebês a cada dia definição, significante ao mais alto nível possível, e isso também
e no outro apenas 12. Em média a razão de meninos para meni-
inclui todos os resultados de “relação inexistente”.
nas nascidos a cada dia em cada hospital é de 50/50. Contudo,
Como medir a magnitude (força) das relações entre variá-
certo dia, em um dos hospitais nasceram duas vezes mais meni-
veis: Há muitas medidas da magnitude do relacionamento entre
nas do que meninos. Em que hospital isso provavelmente acon-
variáveis que foram desenvolvidas por estatísticos: a escolha de
teceu? A resposta é óbvia para um estatístico, mas não tão óbvia
uma medida específica em dadas circunstâncias depende do nú-
para os leigos: é muito mais provável que tal fato tenha ocorrido
mero de variáveis envolvidas, níveis de mensuração usados, na-
no hospital menor. A razão para isso é que a probabilidade de
tureza das relações, etc. Quase todas, porém, seguem um prin-
um desvio aleatório da média da população aumenta com a di-
cípio geral: elas procuram avaliar a relação comparando-a de al-
minuição do tamanho da amostra (e diminui com o aumento do
guma forma com a “máxima relação imaginável” entre aquelas
tamanho da amostra).
Por que pequenas relações podem ser provadas como variáveis específicas. Tecnicamente, um modo comum de reali-
significantes apenas por grandes amostras: Os exemplos dos zar tais avaliações é observar quão diferenciados são os valores
parágrafos anteriores indicam que se um relacionamento en- das variáveis, e então calcular qual parte desta “diferença global
tre as variáveis em questão (na população) é pequeno, então disponível” seria detectada na ocasião se aquela diferença fosse
não há meio de identificar tal relação em um estudo a não ser “comum” (fosse apenas devida à relação entre as variáveis) nas
que a amostra seja correspondentemente grande. Mesmo que a duas (ou mais) variáveis em questão. Falando menos tecnica-
amostra seja de fato “perfeitamente representativa” da popula- mente, compara-se “o que é comum naquelas variáveis” com
ção o efeito não será estatisticamente significante se a amostra “o que potencialmente poderia haver em comum se as variáveis
for pequena. Analogamente, se a relação em questão é muito fossem perfeitamente relacionadas”. Outro exemplo:
grande na população então poderá ser constatada como alta- Em uma amostra o índice médio de WCC é igual a 100 em
mente significante mesmo em um estudo baseado em uma pe- homens e 102 em mulheres. Assim, poderia-se dizer que, em
quena amostra. Mais um exemplo: média, o desvio de cada valor da média de ambos (101) contém
Se uma moeda é ligeiramente viciada, de tal forma que uma componente devida ao sexo do sujeito, e o tamanho desta
quando lançada é ligeiramente mais provável que ocorram ca- componente é 1. Este valor, em certo sentido, representa uma
ras do que coroas (por exemplo uma proporção 60% para 40%). medida da relação entre sexo e WCC. Contudo, este valor é uma
Então dez lançamentos não seriam suficientes para convencer medida muito pobre, porque não diz quão relativamente grande
alguém de que a moeda é viciada, mesmo que o resultado ob- é aquela componente em relação à “diferença global” dos valo-
tido (6 caras e 4 coroas) seja perfeitamente representativo do res de WCC. Há duas possibilidades extremas: S
viesamento da moeda. Entretanto, dez lançamentos não são su- - Se todos os valore de WCC de homens são exatamente
ficientes para provar nada? Não, se o efeito em questão for gran- iguais a 100 e os das mulheres iguais a 102 então todos os des-
de o bastante, os dez lançamentos serão suficientes. Por exem- vios da média conjunta na amostra seriam inteiramente causa-
plo, imagine-se que a moeda seja tão viciada que não importe dos pelo sexo. Poderia-se dizer que nesta amostra sexo é per-
como venha a ser lançada o resultado será cara. Se tal moeda feitamente correlacionado a WCC, ou seja, 100% das diferenças
fosse lançada dez vezes, e cada lançamento produzisse caras, observadas entre os sujeitos relativas a suas WCC’s devem-se a
muitas pessoas considerariam isso prova suficiente de que há seu sexo.
“algo errado” com a moeda. Em outras palavras, seria considera- - Se todos os valores de WCC estão em um intervalo de 0 a
da prova convincente de que a população teórica de um número 1000, a mesma diferença (de 2) entre a WCC média de homens
infinito de lançamentos desta moeda teria mais caras do que co- e mulheres encontrada no estudo seria uma parte tão pequena
roas. Assim, se a relação é grande, então poderá ser considerada na diferença global dos valores que muito provavelmente seria
significante mesmo em uma pequena amostra. considerada desprezível. Por exemplo, um sujeito a mais que
fosse considerado poderia mudar, ou mesmo reverter, a direção
58
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
da diferença. Portanto, toda boa medida das relações entre vari- filosoficamente, a distribuição normal representa uma das ele-
áveis tem que levar em conta a diferenciação global dos valores mentares “verdades acerca da natureza geral da realidade”, ve-
individuais na amostra e avaliar a relação em termos (relativos) rificada empiricamente, e seu status pode ser comparado a uma
de quanto desta diferenciação se deve à relação em questão. das leis fundamentais das ciências naturais. A forma exata da
distribuição normal (a característica “curva do sino”) é definida
“Formato geral” de muitos testes estatísticos: Como o ob- por uma função que tem apenas dois parâmetros: média e des-
jetivo principal de muitos testes estatísticos é avaliar relações vio padrão.
entre variáveis, muitos desses testes seguem o princípio exposto Uma propriedade característica da distribuição normal é
no item anterior. Tecnicamente, eles representam uma razão de que 68% de todas as suas observações caem dentro de um in-
alguma medida da diferenciação comum nas variáveis em análi- tervalo de 1 desvio padrão da média, um intervalo de 2 desvios
se (devido à sua relação) pela diferenciação global daquelas vari- padrões inclui 95% dos valores, e 99% das observações caem
áveis. Por exemplo, teria-se uma razão da parte da diferenciação dentro de um intervalo de 3 desvios padrões da média. Em ou-
global dos valores de WCC que podem se dever ao sexo pela di- tras palavras, em uma distribuição normal as observações que
ferenciação global dos valores de WCC. Esta razão é usualmente tem um valor padronizado de menos do que -2 ou mais do que
chamada de razão da variação explicada pela variação total. Em +2 tem uma freqüência relativa de 5% ou menos (valor padro-
estatística o termo variação explicada não implica necessaria- nizado significa que um valor é expresso em termos de sua dife-
mente que tal variação é “compreendida conceitualmente”. O rença em relação à média, dividida pelo desvio padrão).
termo é usado apenas para denotar a variação comum às vari-
áveis em questão, ou seja, a parte da variação de uma variável Ilustração de como a distribuição normal é usada em racio-
que é “explicada” pelos valores específicos da outra variável e cínio estatístico (indução): Retomando o exemplo já discutido,
vice-versa.
onde pares de amostras de homens e mulheres foram retirados
Como é calculado o nível de significância estatístico: As-
de uma população em que o valor médio de WCC em homens
suma-se que já tenha sido calculada uma medida da relação
e mulheres era exatamente o mesmo. Embora o resultado mais
entre duas variáveis (como explicado acima). A próxima ques-
provável para tais experimentos (um par de amostras por ex-
tão é “quão significante é esta relação”? Por exemplo, 40% da
variação global ser explicada pela relação entre duas variáveis é perimento) é que a diferença entre a WCC média em homens
suficiente para considerar a relação significante? “Depende”. Es- e mulheres em cada par seja próxima de zero, de vez em quan-
pecificamente, a significância depende principalmente do tama- do um par de amostras apresentará uma diferença substancial-
nho da amostra. Como já foi explicado, em amostras muito gran- mente diferente de zero. Quão freqüentemente isso ocorre? Se
des mesmo relações muito pequenas entre variáveis serão sig- o tamanho da amostra é grande o bastante, os resultados de
nificantes, enquanto que em amostras muito pequenas mesmo tais repetições são “normalmente distribuídos”, e assim, conhe-
relações muito grandes não poderão ser consideradas confiáveis cendo a forma da curva normal pode-se calcular precisamente
(significantes). Assim, para determinar o nível de significância a probabilidade de obter “por acaso” resultados representan-
estatística torna-se necessária uma função que represente o re- do vários níveis de desvio da hipotética média populacional 0
lacionamento entre “magnitude” e “significância” das relações (zero). Se tal probabilidade calculada é tão pequena que satisfaz
entre duas variáveis, dependendo do tamanho da amostra. Tal ao critério previamente aceito de significância estatística, então
função diria exatamente “quão provável é obter uma relação pode-se concluir que o resultado obtido produz uma melhor
de dada magnitude (ou maior) de uma amostra de dado tama- aproximação do que está acontecendo na população do que a
nho, assumindo que não há tal relação entre aquelas variáveis “hipótese nula”. Lembrando ainda que a hipótese nula foi consi-
na população”. Em outras palavras, aquela função forneceria o derada apenas por “razões técnicas” como uma referência con-
nível de significância (nível-p), e isso permitiria conhecer a pro- tra a qual o resultado empírico (dos experimentos) foi avaliado.
babilidade de erro envolvida em rejeitar a idéia de que a relação Todos os testes estatísticos são normalmente distribuídos:
em questão não existe na população. Esta hipótese “alternativa” Não todos, mas muitos são ou baseados na distribuição normal
(de que não há relação na população) é usualmente chamada diretamente ou em distribuições a ela relacionadas, e que po-
de hipótese nula. Seria ideal se a função de probabilidade fosse dem ser derivadas da normal, como as distribuições t, F ou Chi-
linear, e por exemplo, apenas tivesse diferentes inclinações para -quadrado (Qui-quadrado). Tipicamente, estes testes requerem
diferentes tamanhos de amostra. Infelizmente, a função é mais que as variáveis analisadas sejam normalmente distribuídas na
complexa, e não é sempre exatamente a mesma. Entretanto, em população, ou seja, que elas atendam à “suposição de normali-
muitos casos, sua forma é conhecida e isso pode ser usado para dade”. Muitas variáveis observadas realmente são normalmente
determinar os níveis de significância para os resultados obtidos
distribuídas, o que é outra razão por que a distribuição normal
em amostras de certo tamanho. Muitas daquelas funções são
representa uma “característica geral” da realidade empírica. O
relacionadas a um tipo geral de função que é chamada de nor-
problema pode surgir quando se tenta usar um teste baseado
mal (ou gaussiana).
na distribuição normal para analisar dados de variáveis que não
Por que a distribuição normal é importante: A “distribuição são normalmente distribuídas. Em tais casos há duas opções.
normal” é importante porque em muitos casos ela se aproxima Primeiramente, pode-se usar algum teste “não paramétrico” al-
bem da função introduzida no item anterior. A distribuição de ternativo (ou teste “livre de distribuição”); mas isso é freqüente-
muitas estatísticas de teste é normal ou segue alguma forma mente inconveniente porque tais testes são tipicamente menos
que pode ser derivada da distribuição normal. Neste sentido, poderosos e menos flexíveis em termos dos tipos de conclusões
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RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
que eles podem proporcionar. Alternativamente, em muitos ca- Exemplo: Ao chegarmos a uma churrascaria, não precisa-
sos ainda se pode usar um teste baseado na distribuição normal mos comer todos os tipos de saladas, de sobremesas e de car-
se apenas houver certeza de que o tamanho das amostras é su- nes disponíveis, para conseguirmos chegar a conclusão de que a
ficientemente grande. Esta última opção é baseada em um prin- comida é de boa qualidade. Basta que seja provado um tipo de
cípio extremamente importante que é largamente responsável cada opção para concluirmos que estamos sendo bem servidos
pela popularidade dos testes baseados na distribuição normal. e que a comida está dentro dos padrões.
Nominalmente, quanto mais o tamanho da amostra aumente,
mais a forma da distribuição amostral (a distribuição de uma Técnicas de Amostragem.
estatística da amostra) da média aproxima-se da forma da nor-
mal, mesmo que a distribuição da variável em questão não seja Qualquer estudo científico enfrenta o dilema de estudo da
normal. Este princípio é chamado de Teorema Central do Limite. população ou da amostra. Obviamente teria-se uma precisão
muito superior se fosse analisado o grupo inteiro, a popula-
Como se conhece as consequências de violar a suposição ção, do que uma pequena parcela representativa, denominada
de normalidade: Embora muitas das declarações feitas ante- amostra. Observa-se que é impraticável na grande maioria dos
riormente possam ser provadas matematicamente, algumas casos, estudar-se a população em virtude de distâncias, custo,
não têm provas teóricas e podem demonstradas apenas empi- tempo, logística, entre outros motivos. A alternativa pratica-
ricamente via experimentos Monte Carlo (simulações usando da nestes casos é o trabalho com uma amostra confiável. Se a
geração aleatória de números). Nestes experimentos grandes amostra é confiável e proporciona inferir sobre a população,
números de amostras são geradas por um computador seguindo chamamos de inferência estatística. Para que a inferência seja
especificações pré-designadas e os resultados de tais amostras válida, é necessária uma boa amostragem, livre de erros, tais
são analisados usando uma grande variedade de testes. Este é o como falta de determinação correta da população, falta de alea-
modo empírico de avaliar o tipo e magnitude dos erros ou vie- toriedade e erro no dimensionamento da amostra.
samentos a que se expõe o pesquisador quando certas suposi- Quando não é possível estudar, exaustivamente, todos os
ções teóricas dos testes usados não são verificadas nos dados elementos da população, estudam-se só alguns elementos, a
sob análise. Especificamente, os estudos de Monte Carlo foram que damos o nome de Amostra.
usados extensivamente com testes baseados na distribuição
normal para determinar quão sensíveis eles eram à violações Exemplo: Se o objetivo for estudar o desempenho escolar
da suposição de que as variáveis analisadas tinham distribuição de um colégio, é indicado estudar as notas dos alunos ao final
normal na população. A conclusão geral destes estudos é que do ano letivo. A partir daí poderemos facilmente obter a percen-
as conseqüências de tais violações são menos severas do que
tagem de aprovações e reprovações. Agora, se entretanto o in-
se tinha pensado a princípio. Embora estas conclusões não de-
teresse for aprofundar o estudo, saber se por exemplo o sucesso
vam desencorajar ninguém de se preocupar com a suposição de
no estudo pode ser atribuído para as alunas ou alunos, devere-
normalidade, elas aumentaram a popularidade geral dos testes
mos recolher não somente a informação relativa a nota do aluno
estatísticos dependentes da distribuição normal em todas as
áreas de pesquisa. que aprovou ou não, mas também para cada um, o sexo.
Objeto da Estatística: Estatística é uma ciência exata que
visa fornecer subsídios ao analista para coletar, organizar, resu- Aprovados
mir, analisar e apresentar dados. Trata de parâmetros extraídos
Masculino 28%
da população, tais como média ou desvio padrão. A estatística
fornece-nos as técnicas para extrair informação de dados, os Feminino 13%
quais são muitas vezes incompletos, na medida em que nos Total 41%
dão informação útil sobre o problema em estudo, sendo assim,
é objetivo da Estatística extrair informação dos dados para ob-
Quando a amostra não representa corretamente a popula-
ter uma melhor compreensão das situações que representam.
ção diz-se enviesada e a sua utilização pode dar origem a inter-
Quando se aborda uma problemática envolvendo métodos es-
pretações erradas.
tatísticos, estes devem ser utilizados mesmo antes de se reco-
lher a amostra, isto é, deve-se planejar a experiência que nos Estatística Descritiva e Estatística Indutiva
vai permitir recolher os dados, de modo que, posteriormente,
se possa extrair o máximo de informação relevante para o pro- Sondagem: por vezes não é viável nem desejável, principal-
blema em estudo, ou seja, para a população de onde os dados mente quando o número de elementos da população é muito
provêm. Quando de posse dos dados, procura-se agrupá-los e elevado, inquirir todos os seus elementos sempre que se quer
reduzi-los, sob forma de amostra, deixando de lado a aleatorie- estudar uma ou mais características particulares dessa popula-
dade presente. Seguidamente o objetivo do estudo estatístico ção. Assim surge o conceito de sondagem, que se pode tentar
pode ser o de estimar uma quantidade ou testar uma hipótese, definir como: Estudo científico de uma parte de uma população
utilizando-se técnicas estatísticas convenientes, as quais real- com o objetivo de estudar atitudes, hábitos e preferências da
çam toda a potencialidade da Estatística, na medida em que vão população relativamente a acontecimentos, circunstâncias e as-
permitir tirar conclusões acerca de uma população, baseando-se suntos de interesse comum.
numa pequena amostra, dando-nos ainda uma medida do erro
cometido.
60
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
61
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
- Impossibilidade de observar todas as unidades amostrais. Parâmetros populacionais: São medidas que sintetizam a
informação dos elementos populacionais em relação às carac-
Dessa forma, consultar uma parte dos moradores (uma terísticas populacionais de interesse. Ex.: grau de satisfação das
amostra) é uma alternativa bem razoável. Por que fazer amos- pessoas que usaram o 190.
tragem? População grande, diminuir custo, resultados mais rápi- Estimador: É qualquer função das observações amostrais e
dos, aumentar a representatividade, melhorar a precisão (mais que é utilizada para inferir sobre o parâmetro populacional de
cuidado na obtenção dos dados), minimizar perdas por medidas interesse. Ex.: proporção das pessoas que estão satisfeitas com
destrutivas. Por que fazer censo? População pequena, precisão o 190.
completa (não se permite erros), a observação já é completa.
Notação: Estimativa: É o valor numérico observado do estimador. Ex.:
N: tamanho da população 68% das pessoas que acionaram o 190 estão satisfeitas.
n: tamanho da amostra Variação amostral: É a variação que acontece quando
X1,..., XN : elementos da população amostras com unidades amostrais diferentes produz estimativas
x1,..., xn: elementos da amostra diferentes.
Erro de estimação (erro de amostragem): É a quantidade:
Características Populacionais: São aspectos (variáveis) da
população que nós estamos interessados em analisar. Ex.: o grau
de satisfação com o serviço 190 da polícia.
62
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Planejamento de Pesquisa
Para que se possa fazer uma pesquisa por amostragem com qualidade é necessário definir-se claramente:
- Os objetivos gerais da pesquisa;
- As populações alvo e de estudo, além de subpopulações de interesse;
- As características populacionais e os parâmetros de interesse;
- A unidade amostral e o sistema de referência de cada estágio de seleção da amostra;
- O método de amostragem a ser empregado na seleção da amostra; os estimadores e seus erros de estimação; tamanho de
amostras;
- O método de coleta de informações a ser empregado em campo, ou seja, entrevistas pessoais, por telefone, pelo correio, inter-
net, etc.
- O instrumento de medida a ser utilizado na coleta de informações, ou seja, um medidor físico. Exemplo: questionário;
Se o instrumento for um questionário, as questões precisam ser cuidadosamente formuladas e testadas de modo a evitar-se du-
pla interpretação, constrangimentos, respostas incorretas, etc.
- Procedimentos a serem adotados pelos responsáveis pela coleta de informações em campo para diminuir a taxa de não respos-
ta, ou os erros não amostrais;
- A população amostrada;
- Além disso é necessário ter uma equipe de trabalho muito bem escolhida, treinada e organizada;
- É essencial que se tenha manuais de instrução para o pessoal encarregado da coleta de dados e supervisores preparados para
resolver situações inesperadas;
- Processamento de dados: escolher bem a forma de entrar com os dados no sistema para não dificultar a análise estatística
posterior dos dados;
- Deve-se ter bons digitadores bem treinados, manual de digitação com dicionários de variáveis e códigos de digitação;
- Os erros de digitação e a consistência dos dados precisam ser verificados;
- Inacessibilidade a toda população: quando o pesquisador não tem acesso a toda população de estudo, somente uma parte dela
está disponível. Exemplo: população de usuários de drogas de Belo Horizonte (não existe cadastro).
- Material contínuo: devido a característica da continuidade é impossível realizar sorteio. Exemplo: Retirar amostras de água em
diferentes pontos de um rio para avaliar a poluição.
- Amostragem por quotas: Inclui unidades amostrais na amostra segundo diversas características da população e nas mesmas
proporções que figuram na população. Exemplo: idade, sexo, nível sócio-econômico, etc.
- Amostragem por julgamento (ou conveniência): Inclui na amostra as unidades estatísticas que poderão proporcionar uma repre-
sentatividade da população, de acordo com a lógica, senso comum ou um julgamento equilibrado.
- Amostragem por voluntário: Quando o indivíduo se apresenta para fazer parte da amostra. É um método muito aplicado em
pesquisas médicas.
- A esmo (ou sem norma): O pesquisador procura ser aleatório sem, no entanto, realizar propriamente o sorteio. Exemplo: Mis-
turar 10000 parafusos e retirar 100.
O mecanismo aleatório de seleção dos números poderia ser, por exemplo, um gerador computacional ou uma tabela de números
aleatórios.
- Os elementos correspondentes aos números sorteados formarão a amostra.
Exemplo: Os dados a seguir referem-se aos diâmetros (mm) de 30 eixos produzidos por uma indústria automobilística.
26 32 26 19 20 22 30 31 17 20 16 17 28 15 26 19 14 16 16 26 27 31 13 26 18 29 18 16 21 24
Extrair, sem reposição, uma amostra aleatória de tamanho n = 5.
63
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Solução:
Eixo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Diâmetro 26 32 26 19 20 22 30 31 17 20 16 17 28 15 26
Eixo 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Diâmetro 19 14 16 16 26 27 31 13 26 18 29 18 16 21 24
Sorteio: 26 15 03 07 06
Diâmetro: 29 26 26 30 22
Amostragem Estratificada (AAE): Este tipo de amostragem deve ser utilizado quando os elementos da população podem ser di-
vididos em grupos não-superpostos e homogêneos em relação à característica que se quer medir (em relação à variável de interesse).
O objetivo da amostragem aleatória estratificada é formar estratos homogêneos e então realizar amostragem aleatória simples
dentro de cada estrato.
Essa forma de amostragem é uma das mais utilizadas, já que a maioria das populações tem estratos bem definidos: os homens e
as mulheres; os alunos das escolas X, Y, Z; os operários pertencentes às classes salariais 1, 2, 3, 4 etc. Os estratos devem ser heterogê-
neos entre si e, homogêneos internamente.
Procedimento:
- Primeiro divide a população alvo em L estratos (ou grupos)
Seja: Ni= número de unidades amostrais no estrato i;
N=N1+N2+...+NL N é o nº de unidades amostrais na população
- Selecionamos uma AAS dentro de cada estrato
O mais comum é utilizar-se amostragem estratificada proporcional, que consiste em selecionar os elementos da amostra entre os
vários estratos em número proporcional ao tamanho de cada um dos estratos.
Procedimento:
- Calcula-se a fração de amostragem: f = n/N
- O número de elementos a serem sorteados em cada estrato será:
n1 = N1f , n2 = N2f , ...., nL = NLf
Cargo N Salário
Chefe de seção 5000 Alto
Operário especializado 15000 Médio
Operário não especializado 30000 Baixo
Total 50000
Podemos formar estratos de acordo com o cargo. Assim teremos estratos homogêneos com relação ao salário e teremos hete-
rogeneidade entre os estratos. Selecionar os elementos da amostra entre os vários estratos em número proporcional ao tamanho de
cada um deles fração de amostragem: f = n/N = 2500/50000 = 0,05
O número de elementos a serem sorteados em cada estrato será: n1 = fN1 = 0,05.5000 = 250; n2 = 0,05.15000 = 750; n3 = 0,05.30000
= 15000
Usando o frame, sortear 250 chefes de seção, 750 operários especializados e 15000 operários não especializados.
Exemplo: Na execução de uma rede elétrica, uma firma especializada utiliza eletrodutos de dois tipos: E e F. Em uma análise do
custo do material, foram consideradas 30 faturas, representadas a seguir pelo preço de 10 m de eletroduto:
E: 710 710 715 715 755 760
F: 750 750 750 750 755 760 760 765 765 765 765 765 770 770 770 785 785 790 790 795 795 800 810 820
Extrair, sem reposição, uma amostra estratificada proporcional de tamanho n = 8.
Solução:
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RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Eletroduto 1 2 3 4 5 6
Fatura 710 710 715 715 755 760
Tipo E:
Eletroduto 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Fatura 750 750 750 750 755 760 760 765 765 765 765 765
Eletroduto 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Fatura 770 770 770 785 785 790 790 795 795 800 810 820
Sorteio no frame 03 01 01 10 02 04 24 07
Tipo E E F F F F F F
Fatura - Amostra 715 710 750 765 750 750 820 760
Amostragem Sistemática (AS): Utilizada quando temos os elementos de uma população ordenada, e a retirada dos elementos
da amostra é feita periodicamente.
Ex.: os prédios de uma rua, as linhas de produção, listas telefônicas, etc.
Procedimento:
- Define-se o intervalo de amostragem r = N/n
- Sorteia-se o primeiro elemento K, 1£ K £ r, e os demais serão definidos pela soma de r.
A amostra sistemática de tamanho n será constituída dos elementos de ordem K, K + r, K + 2r, ..., K + (n – 1)r.
Amostragem por Conglomerado (ou Clusters) (AC): É uma amostra probabilística em que cada unidade amostral é uma coleção,
ou grupo de elementos.
Exemplo: Um quarteirão de uma cidade, que consiste de uma coleção (ou conglomerado) de domicílios.
O primeiro passo para se usar esse processo é especificar conglomerados apropriados, que idealmente são heterogêneos inter-
namente e semelhantes entre si.
Nesse caso, a seleção de um pequeno número de conglomerados com um grande número de elementos é suficiente para repre-
sentar a população.
A amostra por conglomerado é muito útil quando:
- Não se dispõe de um bom frame, ou sua obtenção é muito complicada;
- Quando a distância geográfica entre os elementos eleva demais o custo de obter uma observação.
Na AAE seleciona-se uma AAS (de indivíduos) dentro de cada estrato;
Na AC selecionam-se AAS de grupos, e todos os indivíduos dentro dos grupos selecionados farão parte da amostra.
65
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Exemplo: Um estatístico contratado pela prefeitura deseja estimar a renda média por domicílio em uma determinada cidade do
estado Paraná. Como ele deve escolher a amostra?
Solução: Se ele utilizar a AAS, precisará ter uma lista com todos os domicílios desta cidade (solução muitas vezes impossível ou
muito cara). Se utilizar então a AAE, ele também precisará desta lista contendo todos os domicílios em cada estrato. Porém, ele uti-
lizando esta amostragem por conglomerados, poderia dividir a cidade em regiões tais como quarteirões, bairros (conglomerados de
elementos) e selecionar uma AAS de bairros da população. Depois poderia observar a renda de todos os domicílios dentro de cada
bairro. Vemos que desta forma o custo de se realizar esta entrevista seria menor, pois os elementos dentro de um conglomerado es-
tariam geograficamente mais próximos uns dos outros, diminuindo assim as despesas com transporte.
Exemplo: Pretende-se fazer uma pesquisa de opinião, envolvendo famílias de uma determinada cidade.
Solução: Como é muito difícil obter um cadastro de todas as famílias, pode-se planejar uma amostra da seguinte forma: com um
mapa da cidade delimita-se os bairros e as quadras; toma-se como unidade amostral, primeiramente os bairros e dentre eles sor-
teia-se uma amostra casual simples. Em seguida, tomando-se como unidade amostral, as quadras dos bairros selecionadas fazem-se,
novamente, um sorteio. Ao conjunto de famílias que habitam as quadras sorteadas dá-se o nome de conglomerado, sendo elas que
serão investigadas na pesquisa.
A frequência absoluta, ou apenas frequência, de um valor é o número de vezes que uma determinada variável assume esse valor.
Ao conjunto das frequências dos diferentes valores da variável dá-se o nome de distribuição da frequência (ou apenas distribuição).
A frequência acumulada de um valor, é o numero de vezes que uma variável assume um valor inferior ou igual a esse valor.
A tabela de frequências é uma forma de representação da frequência de cada valor distinto da variável. Juntamente com as fre-
quências, esta poderá incluir frequências relativas, frequências acumuladas e frequências relativas acumuladas.
De uma forma geral, a tabela de frequências é usada para variáveis categóricas, uma vez que no caso de uma variável contínua a
maior parte dos valores terá frequência 1, o que não resolve o problema inicial de se resumir a informação.
Neste caso, pode-se agrupar os valores da variável contínua em intervalos, transformado-a numa variável categórica e assim ter
mais sentido a tabela de frequências respectiva.
66
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
67
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Embora todos os dados, menos um, estejam no intervalo O enviesamento para a esquerda provoca uma deslocação
[10.6, 15.1], o valor obtido para a média está “bem afastado” da média para a esquerda.
daquele intervalo! O que aconteceu é que a média é muito sen-
sível a valores muito grandes ou muito pequenos. No caso do Exemplo: Considerando os valores 2, 3, 3 e 4 fomos cons-
exemplo foi o valor 113.5 que inflacionou a média. Além disso, truir um diagrama de barras e posicionar a média e posterior-
temos razões para pensar que pode ter havido um erro ao digi- mente alteramos um desses valores para estudar o comporta-
tar o valor 113.5, digitando um 1 a mais. mento da média.
E se em vez de 113.5 o valor correto fosse 13.5, qual o va-
lor da média? Ao determinar a média dos seguintes dados: 12.4
13.5 13.6 11.2 15.1 10.6 12.4 14.3 13.5, obteve-se o valor da
média = 13.0, significativamente diferente do obtido no caso
anterior.
68
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Particularidade: A média goza de uma particularidade inte- O resultado anterior verifica-se porque a soma dos desvios
ressante e que consiste no seguinte: se calcularmos os desvios positivos é igual à soma dos desvios negativos. A média tem uma
de todas as observações relativamente à média e somarmos es- outra característica, que torna a sua utilização vantajosa em cer-
ses desvios o resultado obtido é igual a zero. tas aplicações:
Quando o que se pretende representar é a quantidade total
expressa pelos dados, utiliza-se a média. Na realidade, ao mul-
tiplicar a média pelo nº total de elementos, obtemos a quanti-
dade pretendida.
Exemplo: Suponhamos que numa festa foram distribuídos
berlindes pelos meninos presentes. Os berlindes eram lançados Vejamos de outra forma: ...Tenho algumas quantias em
ao ar e quem mais corria mais apanhava. No fim fez-se a conta- quatro Bancos, que pretendo distribuir pelos meus quatro filhos
gem e verificou-se a seguinte distribuição sobre os números de ...Qual o melhor processo? Para que fiquem todos satisfeitos
berlindes que cada menino conseguiu apanhar: darei a cada um a média dessas quantias. Mas cuidado com as
medidas de localização.
João 8 Suponha que numa região começaram a aparecer pessoas
com uma virose desconhecida. Os médicos do Centro de Saúde
Filipa 7 dessa região procuraram recolher alguma informação sobre as
Ana 3 pessoas atacadas por essa doença. Foi recolhida uma amostra
de 34 desses doentes a quem se perguntou, entre outras carac-
Maria 5 terísticas, a idade. Depois de analisados os dados os médicos fo-
Teresa 4 ram informados que a idade média dos doentes era de 32 anos.
David 6 Um dos médicos, mais curioso que os outros pediu que lhe mos-
trassem a distribuição dos dados, tendo-lhe sido apresentada a
seguinte distribuição.
A cada menino coube em média 5.5 berlindes. Houve meni-
Perante a representação anterior (bimodal) o médico não
nos que apanharam menos berlindes do que a média, enquanto
teve dúvidas em pôr de parte a média, assim como qualquer
que outros apanharam mais. Os meninos que apanharam mais
outra medida de localização do centro da amostra.
berlindes resolveram dividir com os que apanharam menos de
Efetivamente para dados deste tipo é enganador qualquer
forma a ficarem todos com a mesma quantidade. Terão conse-
medida de localização do centro da distribuição. O que o médico
guido? Exemplo (resposta):
concluiu imediatamente foi, que a doença ataca crianças e pes-
soas da 3ª idade.
Calculando os desvios relativamente à média, temos:
Desvio
João 8 8 - 5.5 = 2.5
Filipa 7 7 - 5.5 = 1.5
Ana 3 3 - 5.5 = -2.5
Maria 5 5 - 5.5 = -0.5
Teresa 4 4 - 5.5 = -1.5
David 6 6 - 5.5 = 0.5
-0.5 -1.5 + 0.5 + 2.5 + 1.5 -2.5 = 0
Graficamente temos:
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RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Para a sua determinação utiliza-se a seguinte regra, depois A média ao contrário da mediana, é uma medida muito in-
de ordenada a amostra de n elementos: Se n é ímpar, a mediana fluenciada por valores “muito grandes” ou “muito pequenos”,
é o elemento médio. Se n é par, a mediana é a semi-soma dos mesmo que estes valores surjam em pequeno número na amos-
dois elementos médios. tra. Estes valores são os responsáveis pela má utilização da mé-
A mediana, m, é uma medida de localização do centro da dia em muitas situações em que teria mais significado utilizar a
distribuição dos dados, definida do seguinte modo: mediana.
Ordenados os elementos da amostra, a mediana é o valor A partir do exposto, deduzimos que se a distribuição dos
(pertencente ou não à amostra) que a divide ao meio, isto é, 50% dados:
dos elementos da amostra são menores ou iguais à mediana e os - for aproximadamente simétrica, a média aproxima-se da
outros 50% são maiores ou iguais à mediana. mediana.
Para a sua determinação utiliza-se a seguinte regra, depois - for enviesada para a direita (alguns valores grandes como
de ordenada a amostra de n elementos: “outliers”), a média tende a ser maior que a mediana.
- Se n é ímpar, a mediana é o elemento médio. - for enviesada para a esquerda (alguns valores pequenos
- Se n é par, a mediana é a semi-soma dos dois elementos como “outliers”), a média tende a ser inferior à mediana.
médios.
Se se representarem os elementos da amostra ordenada
com a seguinte notação: X1:n, X2:n, ..., Xn:n; então uma expressão
para o cálculo da mediana será:
=10.75 e =11
70
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Frequência
23 81 131 151 158 160
acumulada
Representando as distribuições dos dados (esta observação é válida para as representações gráficas na forma de diagramas de
barras ou de histograma) na forma de uma mancha, temos, de um modo geral:
Moda: é o valor que ocorre mais vezes numa distribuição, ou seja, é o de maior efetivo e, portanto, de maior frequência. Define-se
moda como sendo: o valor que surge com mais frequência se os dados são discretos, ou, o intervalo de classe com maior frequência
se os dados são contínuos. Assim, da representação gráfica dos dados, obtém-se imediatamente o valor que representa a moda ou a
classe modal. Esta medida é especialmente útil para reduzir a informação de um conjunto de dados qualitativos, apresentados sob a
forma de nomes ou categorias, para os quais não se pode calcular a média e por vezes a mediana.
Para um conjunto de dados, define-se moda como sendo: o valor que surge com mais frequência se os dados são discretos, ou, o
intervalo de classe com maior frequência se os dados são contínuos. Assim, da representação gráfica dos dados, obtém-se imediata-
mente o valor que representa a moda ou a classe modal.
Esta medida é especialmente útil para reduzir a informação de um conjunto de dados qualitativos, apresentados sob a forma de
nomes ou categorias, para os quais não se pode calcular a média e por vezes a mediana (se não forem susceptíveis de ordenação).
71
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Quartis: Generalizando a noção de mediana m, que como vimos anteriormente é a medida de localização, tal que 50% dos ele-
mentos da amostra são menores ou iguais a m, e os outros 50% são maiores ou iguais a m, temos a noção de quartil de ordem p, com
0<p<1, como sendo o valor Qp tal que 100p% dos elementos da amostra são menores ou iguais a Qp e os restantes 100 (1-p)% dos
elementos da amostra são maiores ou iguais a Qp.
Tal como a mediana, é uma medida que se calcula a partir da amostra ordenada.
Um processo de obter os quartis é utilizando a Função Distribuição Empírica.
Generalizando ainda a expressão para o cálculo da mediana, temos uma expressão análoga para o cálculo dos quartis:
Qp =
Aos quartis de ordem 1/4 e 3/4 , damos respectivamente o nome de 1º quartil e 3º quartil. Exemplo: Tendo-se decidido registrar
os pesos dos alunos de uma determinada turma prática do 10º ano, obtiveram-se os seguintes valores (em kg):
52 56 62 54 52 51 60 61 56 55 56 54 57 67 61 49
49 51 52 52 54 54 55 56 56 56 57 60 61 61 62 67
No estudo da Estatística, dispomos de algumas estratégias para verificar se os valores apresentados em um conjunto de dados
estão dispersos ou não e o quão distantes um do outro eles podem estar. As ferramentas empregadas para que isso seja possível são
classificadas como medidas de dispersão e denominadas de variância e desvio padrão. Vejamos o que representa cada uma delas:
Variância:
• Dado um conjunto de dados, a variância é uma medida de dispersão que mostra o quão distante cada valor desse conjunto está
do valor central (médio).
• Quanto menor é a variância, mais próximos os valores estão da média; mas quanto maior ela é, mais os valores estão distantes
da média.
• Considere que x1, x2, …, xn são os n elementos de uma amostra e que x é a média aritmética desses elementos. O cálculo da
variância amostral é dado por:
Var. amostral = (x1 – x)² + (x2 – x)² + (x3 – x)² + ... + (xn – x)² n – 1
• Se, em contrapartida, quisermos calcular a variância populacional, consideraremos todos os elementos da população, e não
apenas de uma amostra. Nesse caso, o cálculo possui uma pequena diferença. Observe:
Var. populacional = (x1 – x)² + (x2 – x)² + (x3 – x)² + ... + (xn – x)² n
Desvio Padrão:
• O desvio padrão é capaz de identificar o “erro” em um conjunto de dados, caso quiséssemos substituir um dos valores coletados
pela média aritmética.
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RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
6° ano → Var = (5 – 7,50)² + (8 – 7,50)² + (10 – 7,50)² + (7 Conhecida a variância de cada turma, vamos calcular agora
– 7,50)² o desvio padrão:
4–1
6° ano 7° ano 8° ano 9° ano
Var = (– 2,50)² + (0,50)² + (2,50)² + (– 0,50)² dp = √var dp = √var dp = √var dp = √var
3 dp = √4,33 dp = √8,00 dp = √6,91 dp = √13,66
dp ≈ 2,08 dp ≈ 2,83 dp ≈ 2,63 dp ≈ 3,70
Var = 6,25 + 0,25 + 6,25 + 0,25
3
Para concluir sua análise, a diretora pode apresentar os se-
guintes valores que indicam a quantidade média de alunos aci-
Var = 13,00
ma da média por turma pesquisada:
3
73
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
6° ano: 7,50 ± 2,08 alunos acima da média por bimestre; Comparando o coeficiente de variação do tempo de reação
7° ano: 8,00 ± 2,83 alunos acima da média por bimestre; do analgésico e o do peso das pessoas, podemos concluir que
8° ano: 8,75 ± 2,63 alunos acima da média por bimestre; os dados referentes ao peso são mais consistentes que os dados
9° ano: 8,50 ± 3,70 alunos acima da média por bimestre; referentes ao tempo de reação do analgésico, ou ainda, que os
dados referentes ao peso são mais homogêneos que os do tem-
COEFICIENTE DE VARIAÇÃO po de reação do analgésico.
Analgésico A: X ̅=3 min e s = 0,7 Barras- utilizam retângulos para mostrar a quantidade.
Peso das pessoas: X ̅=58,25 kg e s = 5,17
Barra vertical
Solução: Vamos calcular o coeficiente de variação para cada
item observado.
Cálculo para o tempo de reação do analgésico: Fonte: tecnologia.umcomo.com.br
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RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
Barra horizontal
Fonte: educador.brasilescola.uol.com.br
Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br
Histogramas
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xi fi
30-35 4
35-40 12
40-45 10
45-50 8 Ministério da Justiça — Departamento Penitenciário Na-
cional — Sistema Integrado de Informações Penitenciárias
50-55 6 – InfoPen, Relatório Estatístico Sintético do Sistema Prisional
TOTAL 40 Brasileiro, dez./2013 Internet:<www.justica.gov.br>(com adap-
tações)
Assinale a alternativa em que o histograma é o que melhor
representa a distribuição de frequência da tabela. A tabela mostrada apresenta a quantidade de detentos no
sistema penitenciário brasileiro por região em 2013. Nesse ano,
o déficit relativo de vagas — que se define pela razão entre o
déficit de vagas no sistema penitenciário e a quantidade de de-
tentos no sistema penitenciário — registrado em todo o Brasil
foi superior a 38,7%, e, na média nacional, havia 277,5 detentos
(A) por 100 mil habitantes.
Com base nessas informações e na tabela apresentada, jul-
gue o item a seguir.
Em 2013, mais de 55% da população carcerária no Brasil se
encontrava na região Sudeste.
(B) ( )CERTO ( ) ERRADO
(C)
78
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
X+0,5x+4x+3x+1,5x=360
10x=360
X=36
Como o conceito bom corresponde a 4x: 4x36=144°
05. Resposta: B.
Analisando o primeiro quadrimestre, observamos que os
dois primeiros meses de receita diminuem e os dois meses se-
guintes aumentam, o mesmo acontece com a despesa.
06. Resposta: C.
Como foi visto na teoria, gráfico de barras, de setores ou
pizza e de linha
07. Resposta: D.
(A) 1,8x10+2,5x8+3,0x5+5,0x4+8,0x2+15,0x1=104 salários
(B) 60% de 30=18 funcionários e se juntarmos quem ganha
mais de 3 salários (5+4+2+1=12)
(C)10% de 30=0,1x30=3 funcionários
E apenas 1 pessoa ganha
(D) 40% de 104=0,4x104= 41,6
20% de 30=0,2x30=6
5x3+8x2+15x1=46, que já é maior.
( ) Certo( ) Errado (E) 60% de 30=0,6x30=18
30% de 104=0,3x104=31,20da renda: 31,20
RESPOSTAS
08. Resposta: A.
01. Resposta: E. Colocando em ordem crescente: 30-35, 50-55, 45-50, 40-
13,7/7,2=1,90 45, 35-40,
Houve um aumento de 90%.
09. Resposta: CERTA.
02. Resposta: D 555----100%
81+27=108 x----55%
108 ônibus somam 60%(100-35-5) x=305,25
108-----60 Está correta, pois a região sudeste tem 306 pessoas.
x--------100
x=10800/60=180 10. Resposta: ERRADO.
Como foi visto na teoria, há uma faixa de valores no eixo x e
03. Resposta: C. não simplesmente um dado.
Referências
http://www.galileu.esalq.usp.br
79
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
ANOTAÇÃO ————————————————————————
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INFORMÁTICA
1. Noções De Informática: Conceitos Básicos De Operação Com Arquivos Nos Sistemas Operacionais Windows 10 E Linux (Ubuntu
Versão 14 Ou Superior) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Noções Consistentes De Uso De Internet Para A Informação (Mozila Firefox E Google Chrome) E Correio Eletrônico Nos Sistemas
Operacionais Windows 10 E Linux (Ubuntu Versão 14 Ou Superior) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3. Noções De Trabalho Com Computadores Em Rede Interna, Nos Sistemas Operacionais Windows 10 E Linux (Ubuntu Versão 14 Ou
Superior) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4. Noções De Escrita E Editoração De Texto Utilizando Libreoffice-Writer (Versão 5.0.6 Ou Superior) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
5. Noções De Cálculo E Organização De Dados Em Planilhas Eletrônicas Utilizando O Libreoffice-Calc (Versão 5.0.6 Ou Superior) . . . . . 55
6. Noções, Como Usuário, Do Funcionamento De Computadores E De Periféricos (Impressoras E Digitalizadoras) . . . . . . . . . . . . . . 62
7. Noções, Como Usuário, Dos Sistemas Operacionais Windows 10 E Linux (Ubuntu Versão 14 Ou Superior) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
INFORMÁTICA
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Visão de tarefas
Esse é mais um dos recursos que parece ter vindo de inspi-
ração de terceiros. Trata-se de uma função onde você pode criar
N desktops, e manter, em cada um deles uma estação de tra-
balho diferente. Cada estação tem suas próprias janelas, abas
e programas rodando. Por exemplo: no meu desktop 1 estava
com o Skype e o iTunes abertos, ao mudar para o desktop 2 o
iTunes continuou reproduzindo a música e o Skype continuou
rodando, mas eu não os podia acessar, nem pelo alt + tab, muito
menos pela barra de tarefas.
O recurso, como disse, penso ter sido inspirado nos siste-
mas Linux que já apresentam a possibilidade de diversas esta-
Device Guard ções de trabalho há anos. Criação própria ou não, ponto a favor
Funcionalidade específica para computadores empresa- pro Windows 10. Para acessá-lo vá clique na barra de tarefas
riais. O novo recurso vem para permitir que técnicos de TI te- mostrada abaixo.
nham mais controle sobre o que pode ou não ser instalado nas DirectX 12
máquinas. Tudo isto remotamente, sem precisar de demais sof- Finalmente o DirectX foi atualizado. O software trata-se
twares de terceiros. Mas o Device Guard não irá servir só para de uma coleção de API’s que tratam de renderizar gráficos, por
isso, ele também protege contra malwares e ataques à rede. exemplo, e são vitais para um bom gráfico nos games, progra-
Diversas marcas já garantiram que produzirão hardware com- mas gráficos, editores de vídeo, etc. O DirectX não recebia uma
patível, como Acer, Lenovo e HP. atualização significativa há cerca de 4 anos.
A Microsoft prometeu um ganho real de no mínimo 50%
Windows Hello com a nova coleção de API.
Visando a tornar mais agradável e fácil o login, foi imple-
mentado o Windows Hello, um serviço exclusivo que permite Navegação mobile
a você logar sem senha. Isso acontece devido a um sistema de Ainda não recebemos o Windows 10 nos smatphones da
biometria e reconhecimento facial. Você poderá, inclusive, usar redação, mas procurando pela web já encontramos coisas bem
o sistema que lê a sua impressão digital já presente em diversas legais. A mais legal de todas é uma em que você coloca seu dedo
máquinas. na tela, segura por alguns instantes e então flechinhas de nave-
Se você quiser usar a câmera para reconhecer sua face pre- gação serão exibidas. O recurso é usado para navegar entre os
cisará de um software destinado a isso, além de uma câmera textos digitados. Nunca mais sofra com aquele problema de ten-
dotada de tecnologia 3D infrevermelha. No entanto, a Microsoft tar selecionar uma letra e selecionar a palavra inteira, for apagar
já informou que todos os notebooks e pc’s que saírem de fábrica algo e apagar tudo, etc.
com o sistema Para digitar no Word mobile, que está mais forte do que
nunca, a ferramenta é indispensável. Resta torcer para todos os
SO mobile implantem o recurso.
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INFORMÁTICA
Referências
http://www.altabooks.com.br/index.php?dispatch=attach-
ments.getfile&attachment_id=2471
https://www.oficinadanet.com.br/post/14926-novos-re-
Navegador Microsoft Edge cursos-do-windows-10
Navegando pelo Edge você poderá fazer diretamente “ano- www.qconcursos.com
tações web”, com recursos que incluem recortes, anotações,
borracha, escrever na tela, etc. QUESTÕES
Outra coisa legal é que ao abrir uma janela do navegador
você será inundado – no bom sentido – com um feed de notí- 01. Ano: 2017 Banca: IADES Órgão: CRF - DF Provas: IADES -
cias. Bem melhor e mais moderno que a página inicial do Inter- 2017 - CRF - DF - Assistente l - Administrativo
net Explorer que abre/abria a home do Msn. O recurso Windows Hello do Windows 10 é
A) um assistente digital que permite realizar tarefas e defi-
nir lembretes.
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a sua licença original sempre venha acompanhada e não mo- Hardware: as distribuições visam atender diferentes pla-
dificada. Isso evita que outra pessoa ou empresa reclame pelo taformas de hardware, obtendo o melhor desempenho e com-
direito autoral (copyright) do software depois de tê-lo modifica- binação de software para cada uma. Há distros voltadas tanto
do e insira termos legais à sua licença original, revogando suas para palmtops até mainframes, de arquiteturas AMD até RISC
liberdades originais e tornando-o proprietário. Dessa forma, se (Sparc, PowerPC, etc), etc.
uma pessoa torna um software criado por ela livre, ela nunca Regionalidade: cada país pode possuir hardware próprio
perderá a autoria do software. E, adicionalmente, ninguém po- desenvolvido exclusivamente, além de possuir gostos por sof-
derá tornar parte ou o código como um todo proprietário. twares diferentes dos demais, além de línguas e dialetos dife-
A Licença Pública Gnu ou seu acrónimo GPL é a licença renciados. Assim, cada distribuição pode ter uma atuação volta-
para software livre criada pela FSF, disponível publicamente em da para atender os interesses de uma região específica.
http://www.gnu.org/licenses/gpl.txt. Para ser aplicada, você Tipo de mídia: além das tradicionais distros instaladas em
deve fornecer o software juntamente com o texto integral, sem disco rígido, há também distros em disquetes, CD e DVDs.
modificações (inclusive com a introdução e as instruções finais) Uso específico: existem distros voltadas para finalidades
e geralmente em um arquivo de formato texto puro com nome bem específicas, como: firewall, acesso internet, multimídia,
LICENSE, TXT, LICENSING, COPYING, etc. etc.
Essa licença também possui uma versão traduzida, não-o- Caso você queira encontrar uma lista com distribuições,
ficial em http://www.magnux.org/doc/GPL-pt_BR.txt. A FSF de- com critérios de classificações e informações detalhadas, acesse
clara que essa versão não é reconhecida como legalmente oficial um dos endereços:
uma vez que a tradução não foi realizada por advogado bilíngue Linux Weely News - http://old.lwn.net/Distributions/index.
- um custo com o qual a FSF não pode arcar por enquanto. No php3 [8]: é uma lista mantida por uma das mais populares re-
entanto, essa versão em português pode ser utilizada para fins vistas on-line sobre GNU/Linux. Na contagem de fevereiro de
didáticos, com o intuito de melhorar a compreensão da GPL. 2010, existiam 572 distros em seu banco de dados.
A GPL estabeleceu que o software seria fornecido sem ne- DistroWatch - http://www.distrowatch.com [9] : é uma lista
nhuma garantia porque seus desenvolvedores não poderiam so- de distros mantida pessoalmente por Ladislav Bovnar, com vá-
frer punições por uma falha do programa. No entanto, terceiros rias partes traduzidas em português. Na contagem de janeiro de
poderiam oferecer serviços agregados de garantia de suporte e 2010, existiam 310 distros em seu banco de dados.
correções no código-fonte caso fossem encontradas falhas. O GNU/Linux é tão flexível que permite criar sua própria
Além da GPL e das licenças do Creative Commons existem distribuição “na unha”. Este é o objetivo do projeto “Linux from
diversas outras licenças que garantem a flexibilidade dos direi- Scratch”, disponível no endereço http://linuxfromscratch.org. O
tos do autor sobre a obra e que de certa forma possuem uma mesmo documento está disponível em português no endereço
filosofia parecida. Podemos citar por exemplo a Mozilla Public http://lfs-br.codigolivre.org.br/.
License[5] cujo principal uso é na suíte de software Mozilla, a
MIT Public License[6] ou mesmo a MIT License[7]. As licenças Diferenciação e padronização
citadas, por exemplo, são licenças que permitem que trechos de Se por um lado, a flexibilidade de criar distribuições con-
programas possam ser usados em softwares livres e softwares tribui com a facilidade de customização, por outro, leva à uma
proprietários, o que não acontece com a GPL. diferenciação que pode causar dois principais problemas:
- incompatibilidade de software: um binário que é compi-
O que é uma distribuição GNU/Linux lado em uma distro pode não funcionar em outra quando uma
Uma distribuição GNU/Linux (também chamada de distro) biblioteca necessária não existe ou seu caminho é diferente.
é um Sistema Operacional GNU/Linux funcional, ou seja, que - aculturação de técnicos: quando um especialista em uma
utiliza não somente o Kernel Linux, mas também uma coleção distro utiliza outra que ele não conhece, pode perder produti-
de softwares livres com a Licença GNU (mas também podem vidade, se perdendo em características particulares, que geral-
ser encontrados softwares com outras licenças), testados para mente são: inicialização, caminho de arquivos, arquivos de con-
funcionar em conjunto. figuração, gerenciamento de pacotes de software, aplicativos
O Kernel Linux por si só não torna um sistema funcional, básicos, etc.
pois ele é responsável pelas funções mais básicas de interação Com a necessidade de se definir padrões que evitem preju-
com o hardware, necessitando de dezenas de outros aplicativos ízos sem perder a flexibilidade, foi criado o projeto Linux Stan-
complementares que interagem com o usuário, eleitos e forne- dard Base, ou simplesmente LSB, disponível em http://www.
cidos pela distro, como: interpretador de comando, interface linuxbase.org, mantido pelo Free Standards Group (http://
gráfica, editores de texto, etc. www.freestandards.org), uma instituição sem fins lucrativos, e
Toda distribuição é definida, criada e mantida por indivídu- patrocinado principalmente por empresas. Assim quando uma
os, comunidades ou empresas que visam atender os diferentes distribuição é considerada compatível com a LSB, significa que
interesses de nicho de mercado: a distribuição segue os padrões especificados pelo projeto. Um
Perfil técnico de usuário: há usuários de todo nível técnico, projeto que tem alcançado avanços significantes é o FreeDesk-
desde usuários leigos de informática até hackers com altíssimo top.org (http://www.freedesktop.org), que tem servido como
nível técnico. Assim, algumas distribuições visam alcançar ex- ponto de discussão, sugestão e desenvolvimento de padrões e
celência na facilidade de uso, adequando-se aos interesses dos programas para desktop.
mais leigos, e outras visam maior configurabilidade, adequan-
do-se aos interesses dos mais especializados.
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Informações do ambiente X
xdpyinfo: recursos do servidor X.
showrgbq: retorna a database de cores rgb.
xlsfonts: lista as fontes reconhecidas pelo X.
xset m 5/2 1: ajusta a velocidade e aceleração do mouse.
Rede
lsof -n -i:80 (-i4: ipv4 e -n: sem resolver hostnames)
fuser -v 80/tcp (lista processos que escutam na porta tcp 80
em modo ps-like)
Pipes e Redirecionamentos
Através de ‘pipes’, a saída de um comando (stdout [file des-
criptor 1]) é passada como a entrada (stdin) do outro. Em geral,
a saída é o terminal e a entrada o teclado. Exemplos:
$ dmesg | less ; ls -l | more
$ echo “mensagem” | wall Unity
Todos os sistemas operacionais baseados em GUI utilizam
Através de ‘<’ e ‘>’ é possível definir qual será o stdin e o um ambiente de desktop. Ambientes desktop abrangem muitas
stdout. Exemplos: coisas, incluindo (mas não limitado):
$ dmesg > dmesg.txt ; more < dmesg.txt A aparência do sistema;
ls -l /tmp >> list.txt (concatena) A forma como a área de trabalho é definida;
O sinal de maior é equivalente ao comando tee. A forma como o ambiente de trabalho é navegado pelo usu-
E para alterar o stderr (mensagens de erro [file descriptor ário.
2]): Em distribuições Linux (como o Ubuntu), uma série de áreas
$ ls /admin > list.txt 2> erros.txt (se o diretório não existir, o de trabalho estão disponíveis. O Ubuntu usa Unity como área
stderr será o erros.txt e o stdout o list.txt) de trabalho padrão. Depois de instalar e fazer login no Ubuntu,
$ ls /admin > list.txt 2>&1 listagem_e_erros.txt (se houver, você vai ver a área de trabalho do Unity. Este ponto de vista
erros serão repassados para o mesmo local que o stdout) inicial é composta pelo fundo de tela e duas barras, uma hori-
zontal localizada na parte superior da área de trabalho, chama-
Operadores Lógicos da de barra de menu e uma barra orientada verticalmente na
&&: ‘e’ (retorna true se todas as expressões forem verda- extremidade esquerda chamada de Launcher ou Lançador em
deiras) português.
||: ‘ou’ (retorna true se uma das expressões forem verda-
deiras) Fundo de Tela ou Papel de Parede
O sinal ‘;’ executará ambas as expressões independente do No topo da tela, abaixo da barra de menu, existe uma ima-
retorno. Por exemplo: gem que cobre todo desktop. Este é o fundo de tela ou papel
$ make ; make install (os comandos serão executados em de parede padrão, pertencente aos temas do Ubuntu, conheci-
sequência) do como Ambiance. Para saber mais sobre como personalizar a
$ make && make install (o segundo comando somente será área de trabalho (incluindo em como mudar seu fundo).
executado se o primeiro não retornar erro)
A barra de menus
Vamos conhecer um pouco a interface gráfica de uma dis- A barra de menu incorpora funções comuns usados no
tribuição Linux das mais utilizadas: o Ubuntu. Ubuntu. Os ícones na extrema direita da barra de menus estão
localizados em uma área da barra de menu chamada área do
Compreendendo o desktop indicador, ou na área de notificação. Cada instalação do Ubuntu
Inicialmente, você pode notar muitas semelhanças entre pode conter um pouco diferentes tipos e quantidades de ícones
Ubuntu e outras sistemas operacionais, como o Microsoft Win- baseado em uma série de fatores, incluindo o tipo de hardware
dows ou Mac OS X. Isso ocorre porque todos eles são baseados e disponíveis a bordo periféricos em que a instalação do Ubuntu
no conceito de uma interface gráfica do usuário (GUI[1]), ou é baseado. Alguns programas de adicionar um ícone para a área
seja, você usa o mouse para navegar no desktop, os aplicativos de indicador automaticamente durante a instalação (por exem-
abertos, os arquivos de movimento, e executar a maioria das plo, o Ubuntu One). Os mais comuns são os indicadores:
outras tarefas. Em suma, as coisas são visualmente orientadas. Indicador de Teclado ( ) permite que você selecione um
Este capítulo é projetado para ajudá-lo a se familiarizar com layout de teclado, se mais de um layout de teclado estiver dis-
várias aplicações e menus no Ubuntu para que você se tornar ponível. O menu indicador de teclado contém os seguintes itens
confiante na utilização do interface do Ubuntu. de menu: mapa de caracteres, de layout de teclado gráfico e
configurações de entrada de texto.
Indicador de rede ( ) gerencia conexões de rede, per-
mitindo que você conecte de forma rápida e facilmente a uma
rede com ou sem fio.
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INFORMÁTICA
Indicador Ubuntu One ( ) permite fazer backup de ar- Se você abrir mais aplicativos que podem ser mostrados no
quivos on-line e compartilhe arquivos com os seus amigos, fa- lançador, o Lançador vai “dobrar” os ícones de aplicativos na
miliares e colegas de trabalho. parte inferior do Launcher. Basta mover o mouse para a parte
Indicador de Mensagens ( ) incorpora suas aplicações inferior do Lançador, e você verá os ícones movendo com efeito
sociais. A partir daqui, entre outros, você pode acessar clientes de “slide”, e os ícones de aplicativos dobradas irão se desdobrar
de mensagens instantâneas e e-mail. para melhor acesso.
Indicador de som ( ) fornece uma maneira fácil de ajus-
tar o volume do som como bem como o acesso a sua música e
configurações de som.
Relógio ( ) exibe a hora atual e fornece um link para
o seu calendário com hora e data.
Indicador de Sessão ( ) é um link para as configurações
de sistema, com Ubuntu Ajuda e opções de sessão (como o blo-
queio de seu computador, sessão de usuário/convidado, regis-
tro de uma sessão, reiniciar o computador, ou desligar comple-
tamente).
Cada aplicação tem um sistema de menus onde as ações di-
ferentes podem ser executadas em um aplicativo (como Arqui-
vo, Editar, Exibir, etc); o sistema de menus para uma aplicação
é apropriadamente chamado de menu do aplicativo. No Unity,
o menu do aplicativo não possui barra de título da aplicação
como é comumente o caso em outros ambientes de GUI. Em vez
disso, ele está localizado na área esquerda da barra de menu.
Para mostrar o menu de um aplicativo, basta passar o mouse
a barra de menus do ambiente de trabalho (na parte superior
da tela). Enquanto o mouse é posicionado, as opções do menu
do aplicativo ativo será exibido no barra de menu do desktop,
permitindo que você use as opções menu do aplicativo. Ao clicar
na área de trabalho, a barra de menu da área de trabalho rea-
parece. Esta capacidade do Unity de exibir o menu do aplicativo
somente quando necessário é especialmente benéfico para os
usuários de netbooks e laptops com espaço de tela limitada. A Executando aplicativos
Apple usa uma abordagem semelhante no OS X, onde todos os Para executar um aplicativo a partir do Lançador (ou caso
aplicativos menus aparecem em uma barra na parte superior da um aplicativo já se encontra em execução), basta clicar no ícone
tela. Difere, contudo, na medida em que os menus no Ubuntu do aplicativo.
só aparecem quando o mouse está sobre a área de trabalho do Os aplicativos que estão sendo executados terá um ou mais
barra de menus. triângulos no lado esquerdo do ícone indicando o número de ja-
O Lançador nelas de aplicativos abertas para esta aplicação. Aplicativos em
A barra vertical de ícones no lado esquerdo da área de tra- execução também tem um ícone de luz de volta no Launcher.
balho é chamado de Lançador ou Launcher em inglês. O Lan- A aplicação em primeiro plano (ou seja, a aplicação que está
çador fornece acesso fácil a aplicações, dispositivos montados no topo de todas as outras janelas do aplicativo aberto é indica-
e o Lixo. Todos os aplicativos em execução no seu sistema irão do por um único triângulo branco no lado direito de seu ícone.
colocar um ícone no Lançador enquanto o aplicativo está sendo Você também pode executar um aplicativo por meio do Pai-
executado. nel Inicial que será explorado na seção Painel Inicial.
Para alterar o tamanho do ícone Lançador, vá para o Indica-
dor de sessão ‣ Configurações do Sistema ‣ Aspecto, Tamanho Adicionando e removendo aplicações do Lançador
do Ícone do lançador. Existem duas maneiras de adicionar um aplicativo para no
O primeiro ícone no topo do lançador é o Painel Inicial, um Lançador:
componente do Unity. Vamos explorar o Painel Inicial em uma Abra o Painel Inicial, pesquise e encontre o aplicativo que
seção posterior deste capítulo. Por padrão, outras aplicações apa- você deseja adicionar ao Lançador, e arraste seu ícone para o
recem no Lançador, incluindo o gerenciador de arquivos, LibreOf- Lançador.
fice, Firefox, todos os dispositivos montados, e o lixo que contém Execute o aplicativo que você deseja adicionar ao Lançador,
pastas e arquivos apagados na parte inferior do Lançador. clique com o botão direito do mouse no ícone do aplicativo no
Segurando a tecla Super, também conhecida como a tecla Lançador, e selecione Bloquear no Lançador.
do Windows (Tecla Win), localizado entre a tecla Ctrl esquerda Para remover um aplicativo do Lançador, clique com o bo-
e tecla Alt, fará com que o Ubuntu imponha uma série sobre os tão direito do mouse no ícone do aplicativo no Lançador, em
dez primeiros aplicativos na tela do menu e também exibir uma seguida, selecione Desbloquear do Lançador.
tela cheia de atalhos úteis. Você pode iniciar uma aplicação com
um número n de lo digitando Super + n.
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INFORMÁTICA
Painel Inicial Inicial. A lente arquivos e pastas também vai ajudar a encon-
O Painel Inicial ajuda você a encontrar rapidamente aplicati- trar arquivos ou pastas, mostrando também os arquivos recen-
vos e arquivos em seu computador. Se você já usou o Windows temente acessados e os downloads de arquivos mais recentes.
no passado, você vai achar o Painel Inicial semelhante a ao menu Você pode usar o botão de resultados do filtro, no canto supe-
Iniciar do Windows ou a tela Iniciar do Windows 8. Usuários de rior direito do Painel Inicial e filtrar resultados por atributos do
Mac vai achar o Painel Inicial semelhante ao Launchpad do Dock. arquivo ou pasta como horas de modificação, tipo de arquivo (.
Se você já usou uma versão anterior do Ubuntu ou outra distri- odt,. pdf,. doc,. txt, etc), ou tamanho.
buição Linux Gnome, o Painel Inicial serve como um substituto
para os vários menus Gnome 2. O Painel Inicial permite que você Procurando aplicações
busque informações, tanto em sua máquina/computador (aplica- A instalação padrão do Ubuntu vem com muitas aplicações.
tivos instalados, arquivos recentes, bookmarks, etc.), bem como Os usuários podem também baixar milhares de aplicações na
remotamente/internet (Twitter, Google Docs, etc.). Central de programas do Ubuntu. Você pode coletar um arse-
nal de aplicações fantásticas, pode se tornar difícil de lembrar
o nome de uma aplicação em particular; a lente Aplicações no
Painel Inicial pode ajudar nesta pesquisa. Esta lente irá classi-
ficar automaticamente os aplicativos instalados em “Recente-
mente Usados”, “Instalados”, “Mais Sugestões” e “Plugins do
Painel”. Você também pode digitar o nome de um aplicativo
(ou parte dele) na barra de pesquisa no Painel Inicial, os nomes
dos aplicativos correspondentes aos seus critérios de busca irá
aparecer. Mesmo se você não se lembra do nome do aplicativo
em tudo, pode ser uma palavra-chave que é relevante para esse
aplicativo, o Painel Inicial vai encontrá-lo. Por exemplo, o tipo de
música, o Painel Inicial irá mostrar o leitor de música padrão e
qualquer leitor de música que você usou.
Lançador do Ubuntu
Para explorar o Painel Inicial, selecione sobre o primeiro íco-
ne do lançador (o ícone contém o logotipo do Ubuntu nele). De-
pois de selecionar no ícone Painel Inicial, a área de trabalho será
sobreposta por uma janela translúcida com uma barra de pesqui-
sa no topo, com um agrupamento de aplicações recentemente
acessados, arquivos e downloads. O Ubuntu também inclui os re-
sultados de serviços web populares. A barra de pesquisa fornece
resultados dinâmicos ao inserir seus termos de busca.
Lentes
A pesquisa é conseguida pela utilização de uma ou mais
lentes (também conhecidos como escopos), cada lente é res- Referências:
ponsável por fornecer uma categoria de resultados de pesquisa https://pt.wikibooks.org/wiki/Linux_Essencial/Li%-
no Painel Inicial. As sete lentes instalados por padrão na parte C3%A7%C3%A3o_Conceitos_e_Caracter%C3%ADsticas_do_
inferior estão os links para sua lente Home ( ), Aplicações ( Linux
), Arquivos e Pastas ( ), Músicas ( ), Fotos ( ), Videos ( ) e https://www.impacta.com.br/blog/2016/08/03/5-princi-
mensagens de rede social ( ). Muitos sites existem na Internet pais-diferencas-entre-windows-e-linux/
dedicada à criação e liberação de lentes para o Unity do Ubuntu. https://pt.wikibooks.org/wiki/Manual_do_Ubuntu/Com-
Alguns sites ainda ensinam a fazer suas próprias lentes, a fim de preendendo_o_desktop
maximizar a eficiência operacional de a interface do Unity do
Ubuntu.
Procurando arquivos/pastas
O Painel Inicial pode ajudá-lo a encontrar Arquivos ou Pas-
tas pelo nome. Basta digitar uma parte do nome do arquivo ou
pasta. Conforme você digita, os resultados aparecerão no Painel
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INFORMÁTICA
QUESTÕES 5. Ano: 2017 Banca: IF-CE Órgão: IF-CE Prova: IF-CE - 2017 -
IF-CE - Técnico de Tecnologia da Informação
1. Ano: 2017 Banca: IBADE Órgão: PC-AC Prova: IBADE - São utilizados na manutenção de contas de usuários em sis-
2017 - PC-AC - Delegado de Polícia Civil temas operacionais Linux os comandos
O principal propósito de um sistema operacional consiste A) addgroup, passwd e chmod.
em promover um uso mais eficiente do hardware. Assinale a B) adduser, addgroup e grep.
alternativa que traz a principal diferença entre os sistemas ope- C) addgroup, passwd e lastlog.
racionais Linux e Windows. D) adduser, chown e chmod.
A) Enquanto o Linux possui diferentes versões, existe ape- E) lastlog, gpasswd e chown.
nas uma versão do Windows.
B) Windows pode rodar com um processador Intel, ao con- GABARITO OFICIAL: LETRA C
trário do Linux.
C) Linux é um sistema proprietário, ao contrário do Win-
dows. 2. NOÇÕES CONSISTENTES DE USO DE INTERNET
D) Qualquer programador pode reprogramar o código do PARA A INFORMAÇÃO (MOZILA FIREFOX E GOOGLE
Linux, o que não é permitido no Windows. CHROME) E CORREIO ELETRÔNICO NOS SISTEMAS
E) O Windows pode rodar em computadores e smartpho- OPERACIONAIS WINDOWS 10 E LINUX (UBUNTU VER-
nes, ao passo que o Linux roda apenas em smartphones. SÃO 14 OU SUPERIOR).
GABARITO OFICIAL: LETRA D
O que é a internet e como ela funciona?
2. Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de Salvador - BA A internet é uma rede global de computadores interligados
Prova: FGV - 2017 - Prefeitura de Salvador - BA - Técnico de Nível que utilizam uma série de regras de comunicação para trocarem
Médio II – Operacional informações entre si. Ela surgiu em 1974, quando alguns pes-
O Linux é um quisadores criarem o Internet Protocol Suite ou TCP/IP, que um
A) malware. protocolo de comunicação entre computadores.
B) sistema operacional. Com esse protocolo, cada computador possui um endereço
C) programa aplicativo. único que servirá para que outros computadores o localizem.
D) firmware. Esse endereço, chamado de IP, é o ponto fundamental para co-
E) hardware. nectar um dispositivo à internet. O IP também é utilizado em
redes locais, como por exemplo quando você tem um roteador
GABARITO OFICIAL: LETRA B em casa: esse dispositivo tem um IP próprio com o qual ele se
conecta à internet e o seu computador tem um outro IP com o
3. Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: EBSERH Prova: CESPE - qual ele se conecta ao roteador.
2018 - EBSERH - Técnico em Informática Para trocar informações, todos esses dispositivos utilizam
Acerca dos ambientes Linux e Windows, julgue o item que uma série de protocolos que nada mais são do que regras de
se segue. comunicação. Um dos protocolos mais comuns é o TCP, consi-
O Linux Kernel forma a estrutura do sistema operacional derado uma das bases da internet sendo que várias regras de
Linux. comunicação dentro desse contexto baseiam-se nele.
( ) Certo Qual a diferença entre internet e web?
( )Errado A internet é a rede de computadores, a Web que é um sis-
tema de documentos interligados que acessamos na internet
GABARITO OFICIAL: CERTO através de um navegador, é o famoso www (World Wide Web).
Ao utilizar um navegador, você está, na prática, fazendo uma sé-
4. Ano: 2018 Banca: IBADE Órgão: Prefeitura de João Pes- rie de pedidos de informação para servidores na internet. Esses
soa - PB Prova: IBADE - 2018 - Prefeitura de João Pessoa - PB pedidos são feitos utilizando regras específicas que permitem
- Agente de Controle Urbano que os servidores e seu navegador troquem informações. Logo,
Um sistema de arquivos próprio do sistema operacional quando colocamos um endereço na barra do navegador, como
Linux atual é o: por exemplo http://gitbook.io, ele gera um pequeno pacote
A) FAT16. com informações e envia para a internet. Este arquivo é utili-
B) SOD. zado para encontrar o servidor (dependendo do porte do site,
C) OS/2. podem ser vários servidores!) onde se encontram os arquivos
D) MAC/OS. do gitbook que então envia para seu computador, de usuário,
E) EXT3. as informações pedidas e que são exibidas pelo seu navegador.
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INFORMÁTICA
seu provedor de internet, que em seguida envia para servidores Assim, a Internet foi projetada, desde o início, como uma
que contêm um sistema chamado DNS (Sistema de Nomes de teia de aranha.
Domínios), que, por sua vez, descobrem o servidor que contém
as informações e arquivos do site que você está buscando. Estes
tais servidores DNS são computadores que possuem o endere-
çamento de vários outros servidores e ajudam a mapear as in-
formações da rede.
Ao receber todas as informações do servidor, seu navega-
dor realiza sua leitura e as exibe em formato de página web. Es-
sas informações vêm em vários formatos, como texto, imagem e
vídeos. A informação textual divide-se em duas partes: uma que Se um ponto da rede é destruído, as outras partes da rede
descreve como a página web deve se apresentar e se comportar podem continuar a se comunicar entre elas, pois as informações
e outra que contém o conteúdo a ser exibido. utilizam, automaticamente, outro caminho.
Arquitetura cliente/servidor
A arquitetura Cliente/Servidor é aquela em que o usuário
utiliza um terminal para acessar sistemas ou dados que estão
armazenados em um computador conectado à internet, chama-
do de servidor.
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INFORMÁTICA
A Universidade da Califórnia de Berkley implantou os pro- System (Sistema de Nomes de Domínio) e trata da associação de
tocolos TCP/IP ao Sistema Operacional UNIX, possibilitando a nomes de referência a endereços IP World Wide Web Consor-
integração de várias universidades à ARPANET. tium (W3 Consortium, Consórcio da Teia Mundial) desenvolve
Nesta época, início da década de 80, redes de computado- padrões para a evolução da parte de crescimento mais rápido
res de outros centros de pesquisa foram integrados à rede da da Internet, a Teia Mundial (World Wide Web). Um consórcio
ARPA. Em 1985, a entidade americana National Science Foun- da indústria, controlado pelo Laboratory for Computer Science
dation (NSF) interligou os supercomputadores do seu centro de no Massachusetts Institute of Technology, colabora com orga-
pesquisa, a NSFNET, que no ano seguinte entrou para a ARPA- nizações por todo o mundo, como o CERN, os originadores da
NET. A ARPANET e a NSFNET passaram a ser as duas espinhas Teia. Ele serve como um depósito de informações sobre a Teia
dorsais (backbone) de uma nova rede que junto com os demais para desenvolvedores e usuários; implementa padrões da Teia
computadores ligados a elas, era a INTERNET. e realiza protótipos, e usa aplicações exemplo para demonstrar
Dois anos depois, em 1988, a NSFNET passou a ser man- nova tecnologia.
tida com apoio das organizações IBM, MCI (empresa de tele- Enquanto essas organizações são importantes como um
comunicações) e MERIT (instituição responsável pela rede de tipo de “cola” para manter a Internet unida, no coração da
computadores de instituições educacionais de Michigan), que Internet estão redes locais individuais. Essas redes podem ser
formaram uma associação conhecida como Advanced Network encontradas em empresas privadas, universidades, agências
and Services (ANS). governamentais e serviços comerciais. São fundadas separada-
Em 1990 o backbone ARPANET foi desativado, criando-se mente uma das outras através de várias formas, como taxas de
em seu lugar o backbone Defense Research Internet (DRI); em usuários, suporte de associados, impostos e doações.
1991/1992 a ANSNET, que passou a ser o backbone principal da As redes são conectadas de vários modos. Para fins de efici-
Internet; nessa mesma época iniciou-se o desenvolvimento de ência, as redes locais unem-se em consórcios conhecidos como
um backbone europeu (EBONE), interligando alguns países da redes regionais. Uma variedade de linhas arrendadas conecta
Europa à Internet. redes regionais e locais.
A partir de 1993 a Internet deixou de ser uma instituição de As linhas arrendadas que conectam redes podem ser tão
natureza apenas acadêmica e passou a ser explorada comercial- simples como uma única linha telefônica ou tão complexas com
mente, tanto para a construção de novos backbones por empre- um cabo de fibra ótica com enlaces de microondas e transmis-
sas privadas (PSI, UUnet, Sprint,...) como para fornecimento de sões de satélite.
serviços diversos, abertura essa a nível mundial. Backbones (alicerces) - linhas de capacidade extremamente
alta - transportam grandes quantidades tráfego da Internet. Es-
Como Funciona a Internet ses backbones são sustentados por agências governamentais e
Uma das dúvidas mais freqüentes sobre a Internet é: quem por corporações privadas. Alguns backbones são mantidos pela
controla seu funcionamento? É inconcebível para a maioria das National Science Foundation.
pessoas que nenhum grupo ou organização controle essa ampla Como a Internet é uma organização livre, nenhum grupo a
rede mundial. A verdade é que não há nenhum gerenciamento controla ou a mantém economicamente. Pelo contrário, muitas
centralizado para a Internet. Pelo contrário, é uma reunião de organizações privadas, universidades e agências governamen-
milhares de redes e organizações individuais, cada uma delas é tais sustentam ou controlam parte dela. Todos trabalham jun-
administrada e sustentada por seu próprio usuário. Cada rede tos, numa aliança organizada, livre e democrática. Organizações
colabora com outras redes para dirigir o tráfego da Internet, de privadas, variando desde redes domésticas até serviços comer-
modo que as informações possam percorrê-las. Juntas, todas ciais e provedores privados da Internet que vendem acesso à
essas redes e organizações formam o mundo conectado da In- Internet.
ternet. Para que redes e computadores cooperem desse modo, O governo federal sustenta alguns backbones de alta velo-
entretanto, é necessário que haja um acordo geral sobre alguns cidade que transportam o tráfego da Internet pelo país e pelo
itens como procedimentos na Internet e padrões para proto- mundo, através de agências como o National Science Founda-
colos. Esses procedimentos e padrões encontram-se em RFCs tion. O vBNS extremamente rápido (very high-speed Backbone
(requests for comment ou solicitações para comentários) sobre Network Services), por exemplo, fornece uma infra-estrutura
os quais os usuários e organizações estão de acordo. de alta velocidade para a comunidade da pesquisa e educação
Diversos grupos orientam o crescimento da Internet aju- unindo centros de supercomputadores e que possivelmente,
dando a estabelecer padrões e orientando as pessoas sobre a também fornecerá um backbone para aplicações comerciais.
maneira adequada de usar a Internet. Talvez o mais importante Redes regionais fornecem e mantêm acesso dentro de uma
seja a Internet Society, um grupo privado sem fins lucrativos. A área geográfica. Redes regionais podem consistir de pequenas
Internet Society suporta o trabalho da Internet Activities Board redes e organizações dentro da área que se uniram para ofere-
(IAB), a qual controla muitas das emissões por trás das cenas e cer um serviço melhor.
arquitetura da Internet. A Internet Engineering Task Force da Os Centros de Informações em Rede (Network Information
IAB é responsável pela supervisão do envolvimento dos proto- Centers), ou NICs, ajudam as organizações a utilizar a Internet. O
colos TCP/IP da Internet. A Internet Research Task Force da IAB InterNIC, uma organização mantida pela National Science Foun-
trabalha na tecnologia da rede. A IAB também é responsável dation, auxilia os NICs em seu trabalho.
pela designação de endereços IP da rede através de Internet As- O Internet Registry registra os endereços e conexões entre
signed Numbers Authority. Além disso, dirige a Internet Registry endereços e nomes de referências. Os nomes de referências são
(Central de Registros da Internet), que controla o Domain Name nomes fornecidos às redes conectadas à Internet.
12
INFORMÁTICA
A Internet Society é uma organização privada, sem fins lu- Os códigos podem criar páginas estáticas – como a que ve-
crativos, que elabora recomendações tecnológicas e de arqui- mos quando digitamos www.programaria.org, por exemplo –,
tetura pertinentes à Internet, como sobre como os protocolos ou ainda criar páginas dinâmicas, que são diferentes para cada
TCP/IP e outros protocolos da Internet devem funcionar. Esse usuário. Um exemplo disso são os álbuns de fotografia do Face-
órgão orienta a direção da Internet e seu crescimento. book – único para cada usuário.
Os provedores de serviços da Internet vendem conexões Em outras palavras, programar significa criar linguagens
mensais à Internet para as pessoas. Eles controlam seus pró- justamente para traduzir e personalizar as requisições de cada
prios segmentos da Internet e também podem fornecer cone- usuário. Quanto mais dominamos essa linguagem, aumentamos
xões de longa distância chamadas backbones. As companhias nosso leque para criar opções de sites, cada vez com mais re-
telefônicas também podem fornecer conexões de longa distân- cursos.
cia à Internet. Como a internet é fornecida
Basicamente, o funcionamento da Internet nada mais é do Antigamente, o meio mais utilizado para fornecer internet
que uma sucessão de pedidos e entregas de informação, que era o cabo de cobre. Porém, esse recurso não oferece para o
precisa de uma pequena tradução no meio do caminho. sinal de internet a proteção necessária contra as interferências
O cliente, a partir do navegador, faz suas requisições. Por de outras redes. Isso faz com que a conexão de internet sofra
exemplo, ele digita na barra de navegação que quer entrar num bastante oscilações de sinal e velocidade de conexão.
site de notícias ou no Google. Por mais que não percebamos, De lá pra cá, com o avanço da tecnologia, as empresas que
quando digitamos o endereço do site o navegador traduz esse fornecem internet descobriram um novo meio para oferecer
pedido numa linguagem específica para que o site entenda o seus serviços, a fibra óptica. Esse recurso é composto por um
pedido do usuário. Nesse caso, a requisição é feita utilizando o material dielétrico, ou seja, imune a ondas eletromagnéticas de
protocolo HTTP. outras redes que podem causar interferências no seu sinal de
“HTTP” é a sigla para para “HyperText Transfer Protocol”, internet. Dessa forma, a fibra óptica oferece estabilidade e mais
ou “Protocolo de Transferência de Hipertexto”, em português. qualidade de conexão e velocidade para a sua internet.
Esse é o tal sistema de pedidos que a Internet utiliza, e ele nada
mais é do que o estabelecimento de algumas “regrinhas” para TCP/IP
essa troca de dados. Em outras palavras, é como se fossem as re- O TCP/IP é um conjunto de protocolos de comunicação que
gras para envio de uma correspondência comum, nos correios. tem por função identificar os computadores de uma forma úni-
Todo o conteúdo dos sites é armazenado em servidores, ca. Desta forma, quando você conecta seu computador à inter-
que são, basicamente, computadores capazes de servir infor- net, ele recebe um número de IP, esse número é único e desta
mações, por isso o nome, servidores. Quando digitamos o en- forma os sistemas de comunicação podem identificar seu com-
dereço de um site no navegador, estamos fazendo uma requisi- putador permitindo enviar e receber informações sem correr o
ção: o navegador busca nos servidores de domínios (chamados risco de enviar uma coisa e receber outra.
DNS) o endereço correspondente ao nome(URL) que digitamos O número do IP é formado por quatro grupos, sendo que
(esse endereço se chama IP). Se o servidor DNS não conhecer cada grupo identifica uma rede, sendo que o primeiro grupo
aquele endereço, ele pergunta para o próximo, até encontrar identifica a rede maior e os demais as redes menores ou subor-
o servidor que tem a informação. Com o endereço IP identifi- dinadas. Um exemplo de IP seria: 186.250.215.5
cado, o navegador consegue fazer a requisição para um outro Se por algum motivo precisar saber qual é o número do IP
tipo de servidor que armazena o conteúdo do site. Em resposta que foi atribuído à sua conexão, você poderá usar o site www.
a essa requisição, recebemos o código que corresponde ao con- meuip.com.br. Basta acessá-lo para ele mostrar qual IP você
teúdo do site que estamos procurando. E como não navegamos está usando.
por código, o trabalho do navegador é justamente organizar e
traduzir esse código recebido na forma de textos, animações, Sistemas de Comunicação
imagens, vídeos… Enfim, nos mostrar o site com “cara de site”. Os sistemas de telecomunicação são os transmissores de
toda a informação que circula na internet. No Brasil sistemas da
Assim, o código HTML é a linguagem “virtual” que tanto o Embratel, Telefônica, Brasil Telecom, entre outras são os princi-
servidor quanto o navegador entendem. O que vemos, portan- pais responsáveis pelo transporte das informações.
to, é o código “traduzido”. Uma das funções da programação, O modelo é parecido com o telefone, diferenciando que na
portanto, é construir os códigos que vão ser lidos pelos navega- internet são trafegados dados, enquanto que para os telefones
dores e serão vistos, finalmente, como sites. o tráfego é de voz.
Programas de Computadores
E onde entra a programação? Alguns programas foram desenvolvidos justamente para
Os mais diversos tipos de sites e páginas para os usuários serem usados na internet. Esses programas não são a internet,
também são criados por meio da programação. É a programa- como alguns usuários novatos imaginam, mas usam a internet
ção do “visual” do site, chamada de front-end. Existe também para desempenharem o fim para que foram programados. Os
códigos que interferem em outras etapas desse processo de co- principais programas são:
municação, que não são visíveis ao usuário, a chamada progra- Navegadores: Internet Explorer, Firefox, Chrome, Safari,
mação back-end. Opera, entre outros.
Programas de e-mail: Outlook Express, Windows Mail, Win-
dows Live, etc.
13
INFORMÁTICA
Comunicadores instantâneos: MSN Messenger, Google ninguém sabe quanto vai demorar para a transição completa
Talk, Skype, etc. entre os sistemas. De qualquer maneira, não há motivo para
Outros: Programa do Imposto de Renda, Sistemas de Em- entrar em pânico.
presas para envio de cobranças para o banco ou informações
para a Receita Federal, entre outros. INTRANET
A intranet é um espaço restrito a um determinado público
Protocolos que é utilizado para o compartilhamento de informações espe-
A Internet funciona através de protocolos como o IPv4 e o cíficas de uma empresa. As intranets geralmente são utilizadas
IPv6, que são combinações numéricas que estabelecem cone- por meio de servidores locais instalados na própria empresa.
xões entre computadores. Quando você abre a janela do seu As empresas utilizam as redes de computadores para usu-
provedor de banda larga para entrar no modo online, milhares fruírem dos inúmeros benefícios. A intranet funciona em um
de números e valores mantêm você na rede. servidor local de uma empresa que tenha o serviço web ativado.
Assunto do momento, os protocolos IPv4 e IPv6 ainda cau- O serviço web se resume na utilização dos mesmos serviços
sam dúvidas para quem utiliza a Internet. Antes de tudo, é pre- disponíveis na internet, porém utilizados especificamente pela
ciso saber que o padrão IPv4 está desde a criação da rede e logo empresa, como por exemplo: páginas web, correio eletrônico,
será excluído para o uso do IPv6. Confira, abaixo, no que consis- agenda corporativa, etc.
te cada um deles. Não há dúvida de que as empresas reduzem muitos gastos
com a utilização de uma intranet, tudo fica muito mais fácil de
O que é o IPv4? encontrar e a informação é imediata.
IPv4 significa Protocol version 4, ou versão 4 de protoco- Quem lida com a internet diariamente é fácil entender o
los. É a tecnologia que permite que nossos aparelhos conectem funcionamento de uma intranet, observe o modelo proposto:
na Internet, seja qual for o tipo de gadget – pode ser PC, Mac, Baseada no protocolo TCP/IP que é um protocolo de uso
smartphones ou outros aparelhos. Cada um que estiver online padrão na internet, a intranet é composta por um computador
terá um código único, como 99.48.227.227 por exemplo, para servidor, no qual realiza o provimento de páginas web ou apli-
enviar e receber dados de outros que estiverem conectados. cações da mesma maneira como é feito na internet, ou seja,
utilização de softwares gerenciadores de serviços de rede.
O que é o IPv6? Caberá ao servidor a maior parte do trabalho, pois é ele o
O IPv6 é a sexta revisão dos protocolos na Internet e é o responsável pelo processamento das informações arquivadas,
sucessor natural do IPv4. Essencialmente, ele faz a mesma coisa esse atenderá todas as solicitações de páginas realizadas pelos
que outras tecnologias desse tipo, mas em 128 bits. diversos departamentos da empresa.
O servidor tem o papel mais importante em uma intranet,
Por que estamos usando IPv4? sendo capaz de gerenciar todos os demais recursos de rede e da
O IPv4 transfere endereços de protocolos de 32 bits. Sus- intranet, é claro que depende muito do profissional que fará a
tenta aproximadamente 4,29 bilhões de IPs pelo mundo todo, o administração desse servidor.
que nos fez chegar na crise atual: O sistema não suportará mais
endereços do que isso. O uso da Internet
A Internet possui várias formas de uso, como o e-mail (cor-
Como o IPv6 resolveria esse problema? reio eletrônico), as salas de bate-papo pelo teclado ou viva-voz,
O novo sistema suportaria algo como 340.282.366.920.93 as vídeo conferências e várias outras. Cada uma dessas formas
8.000.000.000.000.000.000.000.000 endereços. Você consegue possui seu atrativo e suas limitações.
calcular isso? Pois é, nem eu. Mas é muito mais do que 4 bilhões
atuais e conseguiria suportar a demanda do crescimento da in- World Wide Web
ternet por mais muitos anos. E isso acontece apenas porque os Dentre todas as maneiras de utilização da Internet, a que
IPs trabalham em 128 bits. mais atrai e possui maior abrangência junto aos internautas é
sem dúvida a World Wide Web (Rede de Alcance Mundial) ou
Por que não substituímos os sistemas, simplesmente? www, ou apenas web. Porque a web apresenta uma interfa-
Os protocolos já começaram a ser substituídos na última ce gráfica amigável ao usuário, de fácil utilização e que suporta
década. Essencialmente, os dois sistemas funcionam paralela- simultaneamente quase todos os serviços que a Internet pode
mente. No entanto, o teste de verdade com o IPv6 será em 8 oferecer atualmente.
de junho desse ano, batizado de “World IPv6 Day“. Google, Fa- As informações na Web são organizadas na forma de pá-
cebook e outros grandes companhias farão a substituição para ginas de Hipertexto (no padrão HTML), cada uma com seu en-
testar se os novos IPs vão funcionar. dereço próprio, conhecido como URL (Universal Resource Lo-
cator). O URL do servidor TERRA por exemplo é http://www.
Como isso vai me afetar? terra.com.br .
Aparentemente, isso não vai te afetar. Sistemas operacio- Para começar a navegar, é preciso digitar um endereço vir-
nais contam com IPv6. O problema está nos aparelhos rote- tual no campo chamado Endereço do Browser (navegador).
adores. Neste caso, você terá, que fazer a substituição des- Quando você digita no browser http://www.meuamigo.
sa peça por outra mais atual para se manter online. Alguns com.br, ele faz a seguinte operação:
bugs também precisam ser ajustados para a grande massa. E
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INFORMÁTICA
SIGLAS DESCRIÇÃO Obs.: por padrão, esta barra pode estar oculta em alguns
navegadores, normalmente podendo ser acessado pressionado
agr.Br Empresas agrícolas, fazendas o botão Alt do teclado ou alterar sua visualização ou não nas
am.br Empresas de radiodifusão, sonora configurações do mesmo.
art.br Artes: músicas, pintura, folclore
BOTÕES
edu.br Entidades de ensino superior
com.br Comércio em geral
Botão Voltar ou Retornar: Leva ao último docu-
esp.br Esportes em geral
mento visitado.
far.br Farmácias, drograrias Botão Avançar: da mesma forma, o botão avançar conduz
fm.br Empresas de radiodifusão sonora ao site seguinte (caso de se ter voltado de páginas anteriores
com o botão Voltar).
g12.br Entidades de ensino de primeiro e Segundo grau
gov.br Entidades do governo federal
imb.br Imobiliária Botão Parar: identificado por um sinal de um “X” ou
pelo desenho de um semáforo, é utilizado para interromper o
ind.br Indústrias carregamento de uma página. É muito utilizado quando ocor-
nif.br Meios de Informação (rádios, jornais, bibliotecas, rem problemas de carregamento da página, demorando a pro-
etc.) cessar.
mil.br Forças armadas brasileiras
Botão Página Inicial ou Inicial: identificado pelo dese-
net.br Provedor de meios físicos de comunicação nho de uma casa, carrega a página inicial que está definida na
org.br Entidades não governamentais sem fins lucrativos configuração do Browser.
No Internet Explorer, essa configuração pode ser alterada
Quando carrega uma página da Web o usuário descobre escolhendo-se o item Exibir/Opções da Internet/ e depois a guia
que, clicando em determinadas palavras, novas páginas são Geral onde o usuário deve escrever o endereço da sua home
mostradas no navegador. Essas palavras especiais são destaca- page preferida no campo Endereço da Página Inicial.
das com uma cor diferente ou sublinhadas e são chamadas de
“links” ou vínculos. Botão Imprimir: Serve para imprimir o conteúdo que está
Algumas imagens também contêm estas ligações para ou- sendo mostrado pelo browser.
tras páginas. Quando o cursor é posicionado sobre o vínculo,
ele transforma-se em uma “mãozinha”. É de alcance mundial. Botão Favoritos: Serve para incluir um site (endereço)
É possível passear por servidores de muitos países diferentes na lista de marcadores, basta clicar no botão Adicionar que o
apenas clicando em sucessivos links. site acionado passa constar desse menu e pode ser rapidamente
acessado com um clique do mouse.
Manipulação dos Navegadores
Correio Eletrônico
A manipulação dos navegadores (browsers) é bem simples, O Correio Eletrônico é o meio mais prático de comunica-
existindo alguns comandos e botões básicos. ção pessoal da Internet. O remetente escreve o texto em seu
A barra fica na parte essencial do navegador com a Barra de computador, faz uma conexão e, em pouco tempo, a mensagem
Menu, os Botões e a Barra de Endereços. é entregue. O destinatário não precisa estar ligado à Internet
no momento em que a correspondência é enviada. O texto fica
guardado numa caixa postal eletrônica até que ele se conecte a
rede e o leia. Para enviar e receber mensagens pode-se utilizar
várias formas: Entrar em um Site que promova e-mails ou con-
BARRAS figurar software de e-mail em seu computador como o Outlook,
Barra de Endereços: é identificada por uma caixa onde se o Eudora ou outros.
insere o endereço do site que queremos acessar (URL).
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INFORMÁTICA
Para enviar uma mensagem, deve-se fornecer o e-mail com- Não importa o que você esteja procurando, comece com
pleto do destinatário. O endereço do CETEP-VR, por exemplo, é uma pesquisa simples, por exemplo, onde fica o aeroporto mais
cetep-vr@faetec.gov.br, onde cetep-vr é o nome do usuário e próximo?. Adicione algumas palavras descritivas, se necessário.
faetec.gov.br é o nome do servidor onde fica sua caixa postal. Se você estiver procurando um lugar ou produto em um lo-
O símbolo @ separa essas duas partes e indica que o nome está cal específico, adicione o local. Por exemplo, padaria Campinas.
contido no servidor de e-mail. Dica 2: pesquise usando sua voz
Grupos de discussão Cansado de digitar? Para pesquisar por voz, diga “Ok Goo-
Grupo ou Fórum de discussão é uma ferramenta usada em gle” ou selecione o microfone .
páginas da Internet destinada a promover o debate entre utili-
zadores, através da publicação de mensagens sobre o mesmo Dica 3: escolha as palavras com cuidado
tema. Quando estiver decidindo quais palavras colocar na caixa de
O fórum é um espaço utilizado como local para interação pesquisa, tente escolher palavras que tenham mais probabilida-
entre pessoas que desejam discutir um problema específico ou de de aparecer no site que você está procurando. Por exemplo,
um tema em particular e, apesar desta expressão estar muito em vez de dizer minha cabeça dói, diga dor de cabeça, porque
ligada ao mundo virtual, a verdade é que um fórum de discussão essa é a palavra que um site com informações médicas usaria.
pode ser um espaço físico em que os indivíduos se reúnem pre-
sencialmente. Aliás, tradicionalmente, na sociedade romana, Dica 4: não se preocupe com as pequenas coisas
um fórum era um lugar onde se estabelecia o mercado localiza- Ortografia. O corretor ortográfico do Google usa automati-
do numa das quatro entradas da cidade e onde eram discutidos camente a grafia mais comum de uma palavra, mesmo que você
temas de índole política, religiosa, judicial, social, administrativa não tenha digitado corretamente.
e económica. Letras maiúsculas. Uma pesquisa por New York Times é o
mesmo que uma pesquisa por new york times.
Sites de Busca
A Internet é uma rede com inúmeros serviços e arquivos; Dica 5: encontre respostas rápidas
é um grande banco de dados de informação sem um padrão de Em muitas pesquisas, o Google mostra uma resposta à sua
catalogação. Por isso, foram criados sites que oferecem servi- pergunta nos resultados da pesquisa. Alguns recursos, como in-
ços de procura, para ajudar a encontrar o que você necessita formações sobre equipes esportivas, não estão disponíveis em
na rede. todas as regiões.
80% dos usuários Internet encontram a informação que Tempo: pesquise clima para ver a previsão do tempo do seu
procuram através de sites de busca (a maior parte consegue fa- local ou adicione um nome de cidade, como clima Campinas,
zê-lo de 10 a 15 minutos). para encontrar a previsão do tempo de um lugar específico.
A aprendizagem de técnicas, e familiarização dos Mecanis- Dicionário: coloque definição de na frente de qualquer pa-
mos de Busca, são itens essenciais para a economia de horas em lavra para ver sua definição.
uma pesquisa. Cálculos: digite uma equação matemática como 3*9123 ou
A localização, com precisão, de documentos (páginas ou resolva equações gráficas complexas.
arquivos) que contenham o termo que você deseja depende, Conversões de unidades: digite qualquer conversão, como
basicamente, de 2 fatores: 3 dólares em euros.
Assunto disponível e indexado ou selecionado por algum Esportes: procure o nome do seu time para ver a programa-
mecanismo de busca. ção, os resultados de jogos e muito mais.
As palavras chaves (argumento da pesquisa) são suficiente- Fatos rápidos: pesquise o nome de celebridades, locais, fil-
mente específicas para obtenção de um resultado satisfatório. mes ou músicas para encontrar informações relacionadas.
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INFORMÁTICA
Hoje em dia, esperamos realizar diversas tarefas, como em uma plataforma de construção aberta e amigável para
jogar on-line ou analisar um mapa de nossa região sem ter que desenvolvedores, que deram à luz vários aplicativos úteis e
esperar que a página seja carregada a cada movimento de peças divertidos que usamos diariamente.
ou mudança de mapa.
A ideia dessas páginas dinâmicas teve início com a invenção HTML5
da linguagem de script JavaScript. O suporte a JavaScript pelos A evolução da última versão do HTML, conhecido como
melhores navegadores significava que as páginas poderiam HTML5, é um conjunto de recursos que permite aos WEB De-
incorporar mais interações importantes em tempo real. Por signers e aos desenvolvedores a capacidade de criar a próxima
exemplo, se você preencheu um formulário on-line e pressionou geração de incríveis aplicativos on-line.
o botão “enviar”, a página poderá usar JavaScript para verificar No começo, os vídeos não faziam parte da web. Os usuários
suas inserções em tempo real e alertá-lo quase que instantanea- da Internet precisavam instalar softwares adicionais, chamados
mente, caso você tenha preenchido algum campo do formulário plug-ins, para assistir a vídeos em seus navegadores. Em pouco
incorretamente. O JavaScript pode verificar se seu CPF está tempo, ficou claro que o fácil acesso a vídeos era um recurso
preenchido corretamente, se o CEP da sua rua confere e seu muito desejado na WEB. A introdução da tag de <vídeo> em
número de telefone não está faltando algum número. HTML5 permite que vídeos sejam facilmente incorporados e
Entretanto, a web dinâmica, na forma como a conhecemos reproduzidos em páginas da web sem a utilização de softwares
hoje, ganhou vida quando XHR (XMLHttpRequest) foi introduzido adicionais.
em JavaScript e usado pela primeira vez em aplicativos da web, Outros excelentes recursos de HTML5 incluem opções off-li-
como o Microsoft Outlook para a web, Gmail e Google Maps. ne que permitem aos usuários interagir com aplicativos da web
O XHR permitiu que partes distintas de uma página, como um mesmo quando não tiverem conexão com a Internet, além de
jogo, um mapa, um vídeo ou uma pesquisa, fossem alteradas recursos do tipo “arrastar e soltar”. No Gmail, por exemplo, os
sem a necessidade de carregar novamente toda a página. Como recursos de arrastar e soltar permitem que os usuários anexem
resultado, os aplicativos da web são mais rápidos e mais ágeis. com facilidade e rapidez um arquivo a uma mensagem de e-mail.
As páginas da web também se tornaram mais interessantes Basta arrastar o arquivo da área de trabalho do computador do
usuário para a janela do navegador esta foi uma melhoria que
e eficazes com a introdução de CSS (CascadingStyleSheets). A
por muitas vezes não observamos.
tecnologia CSS garante aos Web Designers uma maneira fácil e
Como toda a Internet, a tecnologia HTML5, está em cons-
eficiente de elaborar um layout e embelezar uma página com
tante evolução, com base nas necessidades e imaginação dos
elementos gráficos. A principal função do CSS é a possibilidade
desenvolvedores. Sendo um padrão aberto, o HTML5 incorpora
de replicar o layout da página para outras páginas do seu site
alguns dos melhores aspectos da web: funciona em qualquer
sem ter que reprogramar toda a página. Toda página contém
lugar e em qualquer dispositivo com um navegador moderno.
seu código que “chama” e carrega os modelos de títulos, textos,
Mas assim como você só pode assistir a transmissões em alta
formulários e página de fundo. Quando for necessário criar uma
definição usando televisões compatíveis com alta definição,
nova página é só chamar novamente o layout de título, texto, você precisará usar um navegador atualizado e compatível com
formulário e página de fundo. HTML5 para poder desfrutar de sites e aplicativos que utilizam
Os navegadores realizam a comunicação entre seu compu- os recursos do HTML5. Ainda bem que, como usuário da In-
tador e os servidores onde o site que você procura está hospe- ternet, você dispõe de diversas opções de navegadores e, ao
dado. Eles são capazes de interpretar as linguagens HTML, CSS, contrário das TVs, os navegadores da web podem ser baixados
Javascript, entre outros, estas linguagens e recursos permitem gratuitamente.
a estes programas interpretar corretamente os elementos que Atualize seu navegador
formam uma página WEB. Navegadores antigos e novos NÃO DEVEM continuar ins-
A funcionalidade principal de um navegador é apresentar o talados: os navegadores modernos são mais rápidos, repletos
recurso da web escolhido por você por meio de uma solicitação de recursos e mais seguros, os navegadores antigos são lentos
ao servidor e exibição na janela do navegador. O recurso geral- e, em último caso, um temido perigo pois em caso de ataques
mente é um documento HTML, mas também pode ser um PDF, maliciosos eles não conseguem eliminar. Eis um perigo para
uma imagem ou outro tipo de arquivo como Download. O local quem continua usando o Windows XP, ele suporta até o Internet
desses recursos é especificado pelo usuário por meio de um URI Explorer 8. Se você usa o XP deve utilizar um outro navegador
(Identificador Uniforme de Recursos – Barra de Endereço). atualizado e nunca usar o IE.
Os programadores da web utilizam com frequência essa A maioria das pessoas não percebe o quanto um navegador
potente combinação de JavaScript, XHR, CSS e outras tecnolo- antigo e desatualizado pode influenciar negativamente nossas
gias da web, como AJAX (AssynchronousJavaScript e XML). O vidas on-line, em especial nossa segurança on-line. Você não di-
HTML também continuou evoluindo, conforme mais recursos e rigiria um carro antigo com pneus carecas, freios desgastados e
aperfeiçoamentos eram incorporados a novas versões do HTML motor corroído por muitos anos. É uma péssima ideia arriscar-se
padrão. da mesma forma com o navegador que você usa para navegar
A evolução da web se dá graças aos esforços contínuos de por todas as páginas e todos os aplicativos na WEB.
todos os profissionais de tecnologia, empresas que evoluíram e A atualização de um navegador moderno, como a versão
desenvolveram essas tecnologias e garantiram que elas fossem mais recente do Mozilla Firefox, do Apple Safari, do Microsoft
reconhecidas pelos principais navegadores do mercado. Essa Internet Explorer, do Opera ou do Google Chrome, é importante
interação entre tecnologias e navegadores transformou a web por três motivos:
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O Safari e o Opera também tem extensões disponíveis, mas Basicamente, um Cookie é um arquivo de texto muito
seus recursos são bem menores que os do Firefox e do Chrome. simples, cuja composição depende diretamente do conteúdo do
As extensões, ou add-ons, não são a mesma coisa que os endereço Web visitado. Por exemplo, a maioria dos sites arma-
plug-ins para navegador. “Plug-ins” são complementos como o zenam informações básica, como endereços IP e preferências
Adobe Flash, Oracle Java ou Microsoft Silverlight. Elas permitem sobre idiomas, cores, etc. Contudo, em portais como o Gmail e
que as páginas incorporem e transmitam conteúdos como o Hotmail, nomes de usuários e senhas de e-mail também fazem
filmes em Flash, PDFs, ou aplicativos em Java, por exemplo, que parte dos Cookies.
sem o plug-in não seriam mostrados no navegador. Os plug-ins Se você visitar um site de filmes e indicar que você gosta de
são alvo comum de ataques porque páginas podem carregá-los comédias, por exemplo, os cookies enviados pelo site poderão
e explorar seus erros, enquanto extensões são diferentes. As lembrar isso. Dessa forma, você poderá visualizar comédias no
páginas que você visita não podem fazer nada com as suas começo de seu próximo acesso ao site.
extensões. Essencialmente, as extensões adicionam recursos a Carrinhos de compras on-line também usam cookies. En-
mais para você, enquanto os plug-ins adicionam recursos para quanto navega por DVDs nesse site de compras de filmes, você
serem utilizadas pelas páginas que você visita. observará que poderá adicioná-los ao carrinho sem precisar fa-
Sincronizando o navegador zer login toda vez que adicionar um novo produto. Seu carrinho
Você utiliza aplicativos da web para acessar e-mails, músi- de compras não “se esquece” dos DVDs, mesmo que você visite
cas e outras atividades. Você salva documentos importantes, outras páginas do site, porque eles estarão preservados pelos
fotos e arquivos on-line e os acessa de qualquer computador cookies do navegador. Os cookies também podem ser usados
conectado à Internet, de qualquer lugar no mundo. Se houver em publicidade on-line, lembrando seus interesses e mostrando
algum acidente com seu computador ou se ele for roubado, a você anúncios relacionados enquanto você navega pela web.
nem tudo estará perdido. Basta encontrar outro dispositivo Algumas pessoas preferem não permitir cookies. Por isso,
conectado à Internet e voltar a trabalhar com todas as infor- os navegadores mais modernos possibilitam o gerenciamento
mações vitais que você inteligentemente salvou on-line. Mas, de cookies para se enquadrar às suas preferências. É possível
e o que acontece com as marcações de favoritos, as extensões configurar regras de gerenciamento de cookies para cada site,
e preferências de navegadores que você usa diariamente? Eles permitindo um maior controle de sua própria privacidade. O que
foram perdidos junto com seu computador? isso significa é que você pode escolher em quais sites confia e
A resposta costumava ser “sim”. Você precisaria procurar permitir cookies somente para esses sites, bloqueando cookies
novamente por suas extensões favoritas e reunir todos os sites de outras fontes. Como existem muitos tipos de cookies, incluin-
que havia marcado como favoritos com tanto esforço. Mas do “cookies de sessão única”, que funcionam apenas durante
agora não! Muitos dos navegadores atuais, como o Firefox e o a sessão de navegação, ou cookies permanentes, que existem
Chrome, começaram a construir um recurso conhecido como durante diversas sessões, os navegadores modernos normal-
sincronização. A sincronização permite salvar suas configura- mente oferecem controles de sintonia fina, para que você possa
ções do navegador on-line, na nuvem, para que elas não sejam especificar suas preferências com relação a diferentes tipos de
perdidas mesmo que seu computador se perca definitivamente. cookies, como aceitar cookies permanentes como sendo de
A funcionalidade da sincronização também simplifica sua sessão.
vida se você usar diversos computadores, como um laptop no No navegador Google Chrome, é possível observar algo
trabalho e um computador desktop em casa. Não será neces- extra nos menus de opções: um link direto para o gerenciador
sário recriar manualmente a marcação de sites favoritos ou re- de configurações de armazenamento do Adobe Flash Player.
configurar as configurações do navegador em cada computador Esse link facilita o controle de dados locais armazenados pelo
que você possuir. As mudanças que você fizer ao seu navegador Adobe Flash Player (também conhecidos como “cookies Flash”),
sincronizado em um computador aparecerão automaticamente que poderão conter informações sobre sites e aplicativos ba-
em todos os outros computadores sincronizados em questão de seados em Flash que você acessa. Junto com o gerenciamento
segundos. de cookies dos navegadores, você também pode controlar
No Chrome, por exemplo, a sincronização salva todos facilmente as configurações de cookies Flash.
os favoritos, as extensões, as preferências e os temas em sua Cookies devem ser usados com cautela em computadores
Conta do Google. Utilize outro computador conectado à Inter- de uso compartilhado, como Lan House, principalmente caso
net, abra o Chrome e faça o login em sua Conta do Google por contas de e-mails sejam acessadas. Uma pessoa que usar o PC
meio do recurso de sincronização do navegador e todas as suas depois que você, poderá ter acesso aos seus e-mails simples-
configurações favoritas do navegador estão prontas para serem mente por entrar no mesmo site que você entrou. Logo, nesse
usadas no novo computador. Independentemente de quantos tipo de máquina, é fortemente recomendado que os cookies
computadores você precisa usar, desde que haja conexão à sejam apagados após o uso.
Internet e um navegador moderno que esteja sincronizado com Navegadores e privacidade
a nuvem, você está pronto. Segurança e privacidade estão intimamente ligadas, mas
Cookies do navegador não são idênticas.
Cookie em inglês significa “biscoito”, mas os cookies Considere a segurança e a privacidade de sua casa: trancas
desempenham uma função importante no fornecimento da e alarmes ajudam a protegê-lo de ladrões, mas janelas e cor-
funcionalidade que os usuários de Internet desejam de sites da tinas mantêm sua intimidade privada de pessoas que passam
web: uma memória de visitas, já ocorridas ou em andamento. perto de sua janela.
20
INFORMÁTICA
Enquanto navega pela web, você gera um diário onde são segurança que devem ser observados: malware e phishing.
armazenados localmente em seu computador: um histórico de Esses ataques são realizados por indivíduos ou organizações
sites visitados, os cookies enviados ao navegador e os arquivos que buscam roubar suas informações pessoais ou invadir seu
de download. Se você solicitou ao seu navegador para lembrar computador. Estes indivíduos são rotineiramente chamados de
suas senhas ou dados de formulários, essas informações tam- Hacker, porém, a classificação correta de pessoas que possuem
bém estarão armazenadas em seu computador. um farto conhecimento de informática e telefonia e utilizam
Algumas pessoas podem não saber que é possível limpar estes conhecimentos na tentativa de roubar seus dados im-
de nossos computadores todos esses dados dos navegadores portantes implantando arquivos em seu computador ou ainda
a qualquer momento. É fácil de realizar essa tarefa acessando desenvolvendo formas de ataque para este fim o chamamos
o menu “Opções” ou “Preferências” do navegador. Os nomes de “cracker”. Hacker é uma pessoa que possui grandes conhe-
variam de navegador para navegador. De fato, as versões mais cimentos mas não utiliza estes conhecimentos para efetuar
recentes de quase todos os navegadores modernos oferecem crimes, eles trabalham com o desenvolvimento de vacinas para
um modo “privado” ou “anônimo” para navegar. Por exemplo, antivírus, desenvolvem defesas contra ataques e testam a pro-
no modo de navegação anônima do Chrome, as páginas visua- teção de empresas para que não sejam alvo de cracker.
lizadas não aparecerão no histórico de navegação. Além disso, Phishing ocorre quando alguém finge ser outra pessoa,
todos os novos cookies são excluídos depois que você fecha as normalmente por meio de um site falso, para enganá-lo e fazer
janelas abertas no modo de navegação anônima. Esse modo é você compartilhar informações pessoais. Chama-se “phishing”
especialmente útil se você compartilhar seu computador com (semelhante à “pescaria”, em inglês) porque essas pessoas lan-
outras pessoas, ou se utilizar um computador público em uma çam iscas eletrônicas e esperam até que alguém morda. Em um
biblioteca ou Lan House. golpe de phishing típico, a pessoa envia um e-mail que parece
Todos esses recursos de privacidade do navegador permi- ser de um banco ou de um serviço da web que você conhece e
tem o controle sobre os dados de navegação localmente em seu usa. A linha de assunto poderá dizer “Atualize suas informações
computador ou sobre dados específicos que são enviados pelo bancárias”. O e-mail contém links de phishing que parecem dire-
seu computador a sites. As configurações de privacidade de seu cioná-lo ao site de seu banco, mas na verdade o apontará a um
navegador não controlam outros dados que esses sites possam site impostor. Uma vez no site, você será solicitado a fazer login,
ter sobre você, como informações enviadas anteriormente no revelando assim números de contas e de cartões de crédito,
site. senhas ou outras informações confidenciais aos bandidos.
Existem maneiras de limitar algumas das informações que Malware, por outro lado, é um software malicioso instalado
os sites recebem quando você os visita. Muitos navegadores em seu computador, geralmente sem seu conhecimento. Você
permitem que você controle suas preferências de privacidade pode ser solicitado a fazer download de um antivírus que, na
para cada site e faça suas próprias escolhas sobre dados verdade, é o próprio vírus. Ou você pode visitar uma página que
específicos, como cookies, JavaScript e plug-ins. Por exemplo, instala o software em seu computador sem nem mesmo solici-
é possível configurar regras para permitir cookies somente de tar, ou ainda, faz o download de um programa que instala outros
uma lista específica de sites confiáveis e instruir o navegador a softwares, alguns vêm listados nas janelas onde clicamos “Next”
bloquear cookies de outros sites. ou “Próximo” sem ler e instalamos quatro ou cinco softwares de
Sempre há um pouco de tensão entre privacidade e efici- uma única vez, cuidado. O software é desenvolvido para roubar
ência. A coleta de dados agregados e de feedback de usuários números de cartões de crédito ou senhas de seu computador.
do mundo real pode ajudar a melhorar produtos e a experiência Em alguns casos, ele poderá danificar sua máquina. Assim que o
dos usuários. O segredo é encontrar um bom equilíbrio entre os malware estiver em seu computador, não só é difícil removê-lo,
dois e manter fortes padrões de privacidade. como ele também terá liberdade para acessar todos os dados
Veja um exemplo do mundo real: cookies de navegadores. e arquivos que encontrar, enviar essas informações a qualquer
Por um lado, com cookies, um site visitado frequentemente lugar e causar estragos ao seu computador.
pode lembrar os conteúdos de seu carrinho de compras, manter Um navegador moderno e atualizado é a primeira linha de
você conectado e fornecer uma experiência mais útil e persona- defesa contra ataques de phishing e malware. A maioria dos
lizada com base em visitas anteriores. Por outro lado, permitir navegadores modernos, por exemplo, pode ajudar a analisar
cookies de navegadores significa que o site poderá coletar e páginas da web para buscar por sinais de malware oculto, aler-
lembrar informações sobre essas visitas anteriores. Se desejar, tando-o quando encontrarem algo.
você pode bloquear cookies a qualquer momento. Assim, na Ao mesmo tempo, os ataques nem sempre usam técnicas
próxima vez em que estiver curioso sobre a sintonia fina das sofisticadas para invadir seu computador. Em vez disso, eles
configurações de privacidade de seu navegador, verifique as poderão encontrar maneiras inteligentes de enganá-lo e fazer
configurações de privacidade no menu “Opções” ou “Preferên- você tomar decisões equivocadas.
cias” de seu navegador. O uso dos endereços da web
Malware, phishing e riscos de segurança Um URL (UniformResourceLocator) trata-se de uma sequ-
Quando você utiliza um caixa 24 h, deve olhar por cima ência de caracteres utilizado para obter um recurso na Internet.
do ombro para certificar-se de que ninguém esteja em volta Este recurso está armazenado em algum servidor e o que digi-
para roubar sua senha ou seu dinheiro, verifica se tem alguém tamos na barra de endereço dos navegadores é a localização
estranho por perto. Na verdade, é provável que você verifique exata deste armazenamento, ou seja, sua localização. É desta
primeiramente se não se trata de um caixa falso. Quando você forma que acessamos um download, uma página WEB, uma
navega pela web e realiza transações on-line, dois riscos de foto, um formulário, etc...
21
INFORMÁTICA
Ao digitar um endereço no URL, o site é buscado no servi- Por causa de seu efeito prático, muitos ainda continuam
dor que o hospeda em algum ponto do mundo, transportado chamando os endereços de internet de URL, causando muita
por milhares de quilômetros de cabos de fibra ótica até sua confusão na cabeça das pessoas. Contudo, como os endereços
conexão de Internet local e finalmente exibido pelo navegador de internet possuem tanto os nomes dos recursos (URN) quanto
em seu computador, agora nem parece que sua Internet é tão a sua localização no mundo virtual (URL), o termo mais correto
lenta assim. para eles é URI.
Antes de prosseguirmos, vamos definir e compreender o Para navegar para qualquer local (site em inglês) é neces-
que significa dos termos URI, URL e URN e seus objetivos ao sário inserir o endereço deste local para que o navegador possa
serem criados. entrar em contato com o servidor e “pedir” o recurso que você
URI – UniformResourceIdentifier deseja. Esta é a função da barra de endereço, permitir que você
Também conhecido como Identificador de Recursos Uni- insira o local para onde quer ir, porém, uma URI é mais que um
versal, foi criado para identificar os recursos disponíveis na simples endereço, ela permite que você execute algumas tare-
Internet, através de um endereço ou um nome. fas relacionadas com a troca de informações. Para cada tarefa
Um recurso de Internet pode ser uma página WEB, um site, é necessário utilizar um protocolo diferente. Eis os protocolos
um e-mail, uma imagem, arquivos, um programa de computador que podem ser utilizados em uma URI: http, ftp, telnet, mailto,
ou um vídeo. Cada objeto disponível na Internet precisa de um wais e gopher.
identificador único para não ser confundido com outros recur- Através da URI também é possível o envio de parâmetros,
sos e sabermos exatamente em que lugar eles estão. Exemplos: dados de um formulário ou senhas para os servidores. As senhas
http://www.solucao.com.br/localizacao/URI/com/o/no- não devem ser enviadas através da URI pois podem ser captura-
me-do-recurso.html das e lidas por quem receber ou sequestrar esta informação. As
ftp://solucao.com.br/de/URI/com/localizacao/e/nome-do- senhas devem ser transmitidas criptograficamente.
-recurso.txt Uma URI pode ser formada por cinco partes (NEM TODAS
Dessa forma, uma URI é composta pelo nome do recurso e SÃO OBRIGATÓRIAS):
pela localização do mesmo na grande rede de computadores. Protocolo: é o tipo de linguagem usada para se comunicar
URN – UniformResourceName na rede. Para cada serviço da Internet utilizamos um protocolo
Também conhecido como Nomes de Recursos Universal, diferente, desta forma, o protocolo é indicado em primeiro lugar
ele serve para identificar recursos de Internet usando apenas na URL. O protocolo mais utilizado é o protocolo HTTP (Hyper-
um nome. É comum associar a URN com os nomes de arquivos, TextTransferProtocol), este protocolo permite trocar páginas
páginas e vídeos. Cada um desses recursos possui um nome que Web em formato HTML. Contudo, outros protocolos podem ser
é considerado uma URN. utilizados como já mencionamos (FTP, Mailto, Gopher,...)
URL – UniformResourceLocator Identificador e senha: permite especificar os parâmetros
Conhecido como Localizador de Recursos Universal, e foi de acesso a um servidor protegido. Esta opção é desaconse-
criado com objetivo associar um endereço com qualquer nome lhada numa rede não segura porque a senha é visível quando
de recurso na internet. transmitida via URI.
A URL geralmente está relacionada com o endereço de Nome do servidor: Trata-se do nome de domínio do com-
Internet, seja o endereço de um site, um endereço de e-mail, o putador que armazena o recurso solicitado. É possível utilizar o
endereço de um vídeo ou imagem. Desta forma, conseguimos endereço IP do servidor ao invés do nome, porém, torna a URI
navegar na internet, fazer downloads e muito mais. menos legível.
Através das URLs conseguimos saber exatamente onde Número da porta: trata-se de um número associado a um
estão todos os recursos disponíveis na internet, de forma sim- serviço que permite ao servidor saber que tipo de recurso é pe-
plificada e sem confusão. Exemplo dido. A porta é associada por padrão ao protocolo, por exemplo,
http://www.solucao.com.br/apostila/ ao utilizar o protocolo http a porta padrão é a 80. Assim, quando
ftp://solucao.com.br/apostila/cursos/nacional/ o serviço Web do servidor é associado ao número de porta 80, o
Por ser um identificador generalista um URI pode conter o número de porta é facultativo, não é necessário digitá-lo. Pelas
endereço da localização de um recurso na Internet e um nome portas de comunicação é que entram e saem todas as infor-
para distingui-lo de todos os outros recursos. Sendo assim, toda mações do nosso computador. Por curiosidade existem 65.536
URI pode conter uma URN e/ou uma URL. portas, nem todas são utilizadas, e podem ser abertas por algum
aplicativo durante sua instalação e utilizada por ele para se
comunicar com seu servidor. Caso você instale um aplicativo de
fontes não seguras, este programa abre portas que podem ser
utilizadas por um cracker para invadir seu computador, ou este
aplicativo pode coletar informações pessoais como número da
sua conta corrente, senhas, etc. e enviada a um site utilizando
estas portas. As portas são monitoradas pelo Firewall.
O caminho de acesso ao recurso: Esta última parte permite
ao servidor conhecer o lugar onde o recurso está armazenado e
Toda URN e URL são uma URI, uma vez que ambos servem o nome do arquivo pedido.
para identificar um recurso na internet, seja por um nome (URN)
ou por um endereço (URL), ou pelas duas coisas juntas.
22
INFORMÁTICA
Endereços seguros
Olhando uma URI com atenção é possível identificar uma
possível fraude (phishing) digitando:
www.bancodobrasil.com.br é um modelo de endereçamen-
to que parece te direcionar para o site do Banco do Brasil. Este
endereço está correto ficando desta forma http://www.bb.com.
br/portalbb/home29,116,116,1,1,1,1.bbapós pressionarmos o
ENTER ou clicar no botão de IR.
Podem ocorrer variações: http://www.bb.com.br/portal-
bb/home24,116,2067,1,1,1,1.bb?codigoMenu=9087
Este último endereço te leva à página de cartões dentro do
domínio Banco do Brasil (bb).
Desconfie de algo como: http://www.xyz.bb.com.br – neste
endereço o bb.com.br é uma página dentro do endereço www.
xyz.com.br – ou ainda, www.xyz.com.br/bancodobrasil – tam-
bém não é um endereço seguro, pois o “bancodobrasil” também
é uma página dentro do site www.xyz.com.br. Tome bastante
cuidado com estes endereços, principalmente se você os recebe
por e-mail, é grandemente aconselhável digitar o endereço na
barra do navegador, depois deixa-lo como FAVORITO, e não
clicar em links para diminuir qualquer trabalho de digitação.
Outra dica de segurança é observar o protocolo, quando
for digitar dados cadastrais ou sigilosos, seja em instituições
financeiras ou lojas online, qualquer página destinada a inserir
login, número de conta, número de cartão e senha o protocolo
http:// deverá ser substituído pelo https:// – isto indica que
toda comunicação entre seu computador e o servidor será feito
através de uma conexão segura. A forma de exibir o certificado varia de acordo com o
navegador. Esteja atento, as figuras cima são dos navegadores
OPERA e Firefox.
Para receber a certificação de validação estendida, o pro-
prietário de um site precisa passar por uma série de verificações
confirmando sua identidade e autoridade legais. Nas figuras aci-
ma, a validação estendida da instituição confirma que sim, o site
pertence a instituição e é verdadeiro. Pense nessa certificação
como algo que associa o nome do domínio do endereço da web
a algum tipo de identidade no mundo real.
Verificar identificação É importante compartilhar informações delicadas com um
Outra funcionalidade de seu navegador é validar a identi- site somente se você confiar na empresa responsável pelo site.
dade na Internet. Quando estamos conversando com alguém é Portanto, na próxima vez em que você for realizar uma transação
mais fácil fazermos a identificação desta pessoa. Já na Internet delicada envolvendo dados como números de cartão ou conta e
isto é mais difícil, saber exatamente com quem estamos em senhas, observe por um momento e analise as informações de
contato é muito mais complicado. segurança do site.
Nesta função o seu navegador exerce um papel fundamen- O mecanismo de renderização
tal, existem ferramentas que nos ajudam a determinar se um A responsabilidade do mecanismo de renderização, que
site é genuíno ou não. Alguns sites possuem um certificado de significa, exibir os conteúdos solicitados é do navegador.
validação estendida que nos permite determinar o nome da Por padrão, o mecanismo de renderização pode exibir
organização responsável pelo site. documentos e imagens HTML e XML. Ele pode exibir outros
O certificado de validação estendida oferece as informações formatos por meio de plug-ins (ou extensões do navegador). Por
necessárias para ajudar você a certificar-se de que não esteja exemplo, é possível exibir um PDF por meio de um plug-in do
confiando suas informações a um site falso. Veja um exemplo navegador para visualização de PDF.
da validação estendida em ação no navegador. No site de um Protocolos de Internet que os navegadores utilizam para se
banco que foi verificado por meio da validação estendida, o comunicar:
nome do banco é exibido em uma caixa verde entre o ícone de IP/DNS
cadeado e o endereço da web na barra de endereços: Estas cinco letras são a alma do mapeamento da Internet,
sem elas, seria impossível trocar informações entre dispositivos
e formam, juntamente com o protocolo TCP/IP, os mais impor-
tantes protocolos da Internet.
23
INFORMÁTICA
Em uma rede de computadores cada dispositivo necessita O pacote é roteado com base no endereço de destino que
ser identificado para que as comunicações possam ser realiza- ele carrega no cabeçalho e pode atravessar várias redes distin-
das. A identificação é feita por um número virtual atribuído ao tas antes de atingir o destino final.
dispositivo pelo administrador da rede ou aleatoriamente por Como já vimos, em redes TCP/IP cada computador tem um
um protocolo chamado DHCP. Não somente os dispositivos mas endereço virtual único, chamado endereço IP. No entanto, para
também os sites são identificados pelo endereço IP. Não existe nós, humanos, nomes são mais fáceis de serem memorizados
nada em uma rede de computadores que não seja identificado do que números.
por um endereço, pois sem o endereço IP, este dispositivo ou O DNS (Domain Name System, Sistema de Nome de Domí-
local ficaria inacessível. nio) permite o uso de nomes para os endereços IP. Por exemplo,
Um endereço IP é formado por quatro conjuntos de núme- é mais fácil memorizar o nome de um site do que o endereço
ros, separados por pontos, que vão de 0 a 255 cada conjunto, IP dele: é muito mais fácil memorizar www.google.com.br do
ficando algo parecido com 192.168.10.158 – esta sintaxe é a que 173.194.42.175, tanto faz digitar o nome ou o endereço IP.
versão 4 do protocolo IP, por isso o chamamos de IPV4, e possui Lembrando que o número IP pode ser alterado conforme neces-
capacidade de endereçamento de 32bits. Este tamanho possi- sidades, mas o nome somente será alterado se houver alguma
bilita um máximo de 4.294.967.296 (232) endereços distintos. A mudança no nome da empresa ou do site.
época de seu desenvolvimento, esta quantidade era considera- Quando você digita em seu navegador www.umsitequal-
da suficiente para identificar todos os computadores na rede e quer.com.br, o protocolo DNS entra em ação, procura um
suportar o surgimento de novas sub-redes. No entanto, com o servidor DNS, que existe em todas as conexões com a Internet, e
rápido crescimento da Internet, surgiu o problema da escassez pergunta qual endereço IP está associado ao nome www.umsi-
dos endereços IPv4, motivando a criação de uma nova geração tequalquer.com.br. O servidor DNS responderá 173.194.42.175,
do protocolo IP. no caso do Google, e então o seu navegador saberá qual ende-
A versão 6, IPV6, tem uma representação dividindo o endere- reço IP usar nesta conexão. Esta lista usada pelo servidor DNS
ço, que possui 128 bits, em oito grupos de 16 bits, separando-os é atualizada constantemente e é a mesma no mundo inteiro,
por dois pontos “:”, escritos com dígitos hexadecimais (0-F). por isso é possível acessar o site do Museu do Louvre em Paris
Ficando com algo parecido com este exemplo: 2001:0DB8:A- (www.louvre.fr) daqui do Brasil. Então quando cair DNS na
D1F:25E2:CADE:CAFE:F0CA:84C1 – com este tipo de endere- prova de qualquer concurso você já sabe que é o protocolo que
çamento é possível obter 340.282.366.920.938.463.463.374. converte o nome digitado na barra de endereço do navegador
607.431.768.211.456 endereços (2128). Este valor representa pelo endereço IP. Como se fosse uma lista telefônica da WEB.
aproximadamente 79 octilhões (7,9×1028) de vezes a quantidade Isto é extremamente necessário pois todas as formas de rote-
de endereços IPv4 e representa, também, mais de 56 octilhões amento de informações na Internet utilizam o endereço IP e
(5,6×1028) de endereços por ser humano na Terra, considerando- NUNCA o nome do site.
-se a população estimada em 6 bilhões de habitantes. A propósito, o DNS permite que mais de um nome seja
O protocolo IP foi desenvolvido para prover duas funções associado a um mesmo endereço IP. Isto permite que você
básicas: a fragmentação, que permite o envio de pacotes hospede mais de um site em um único servidor, por exemplo.
maiores que o limite de tráfego estabelecido num enlace, divi- Quando você acessa um servidor que tem mais de um site hos-
dindo-os em partes menores; e o endereçamento, que permite pedado, seu navegador acessará ele através do seu endereço IP
identificar o destino e a origem dos pacotes a partir dos endere- (descoberto através de uma requisição DNS, como explicamos),
ços armazenados no cabeçalho do protocolo. enquanto que o servidor verificará o nome que você está usan-
Resumindo ao que é interessante para os concursos do em seu navegador para saber qual site fornecer para você.
IPV4 – quatro números divididos em quatro blocos DHCP (Dinamic Host Configuration Protocol)
(192.168.5.240). Cada número, ou bloco, é representado por 8 Este protocolo é uma das funções de um servidor de rede.
bits totalizando 32 bits. Um servidor é um computador especial com alto poder de
IPV6 – oito blocos com representação hexadecimal processamento e armazenamento médio, se comparado a uma
(2001:0DB8:AD1F:25E2:CADE:CAFE:F0CA:84C1). Cada bloco rede de computadores.
contém 16 bits totalizando 128 bits de endereçamento. Em qualquer rede de computadores, grande ou pequena,
É um dos protocolos mais importantes da Internet, porque todos os equipamentos, dispositivos, hosts e computadores são
permite a elaboração e o transporte dos datagramas IP (os localizados nesta rede através do endereço IP.
pacotes de dados), sem contudo assegurar a “entrega”. Na Este endereço é atribuído à sua placa de rede, que o har-
realidade, o protocolo IP trata os datagramas IP independen- dware responsável pela comunicação do seu computador com
temente uns dos outros, definindo a sua representação, o seu outros dispositivos via rede, de duas formas: fixo ou dinâmico.
encaminhamento e a sua entrega. IP Fixo, como o nome já diz, é o que não se altera. Em
Os dados circulam na Internet sob a forma de datagramas pequenas redes é atribuído manualmente nas configurações de
(fala-se também de pacotes). Os datagramas são dados encap- conexão da placa de rede, pois não é uma tarefa difícil e não há
sulados, isto é, são dados aos quais se acrescentaram cabeçalhos a necessidade de um servidor para controlar estes endereços.
que correspondem a informações sobre o seu transporte (como IP Dinâmico, este tipo de conexão é quando o endereço
o endereço IP de destino). IP é atribuído ao nosso computador por outro computador, ou
Os dados contidos nos datagramas são analisados (e seja, em uma rede média ou grande, existe APENAS UM equi-
eventualmente alterados) pelos Switches que permitem o seu pamento na rede capaz de fornecer um endereço IP. Quando
trânsito dentro de uma rede. seu computador é ligado sua placa de rede, que também possui
24
INFORMÁTICA
uma identificação única no mundo (endereço MAC) manda uma Para obter sugestões. Não sabe para onde deseja ir? Digite
mensagem na rede para as máquinas (Broadcast) perguntando uma palavra na barra de endereços para ver sugestões de sites,
quem fornece endereço IP. Nesta hora o nosso servidor DHCP é aplicativos e pesquisa enquanto digita. Basta tocar ou clicar em
este computador que responde a esta mensagem informando uma das sugestões acima da barra de endereços.
seu endereço IP (do servidor), sua máquina manda uma mensa- Multitarefas com guias e janelas
gem se identificando, endereço MAC, para o IP do servidor. De Com as guias, você pode ter muitos sites abertos em uma
posse do endereço MAC o servidor DHCP confirma se a máquina só janela do navegador, para que seja mais fácil abrir, fechar
faz parte daquela rede, caso afirmativo, o servidor DHCP envia e alternar os sites. A barra de guias mostra todas as guias ou
para sua máquina um pacote de configurações juntamente com janelas que estão abertas no Internet Explorer. Para ver a barra
o endereço IP que ela utilizará por um tempo determinado pelo de guias, passe o dedo de baixo para cima (ou clique) na tela.
servidor. Abrindo e alternando as guias
O protocolo DHCP faz exatamente isto, por meio dele um Abra uma nova guia tocando ou clicando no botão Nova
servidor é capaz de distribuir automaticamente endereços de guia Botão Nova guia . Em seguida, insira uma URL ou um
IP diferentes a todos os computadores à medida que eles fazem termo de pesquisa ou selecione um de seus sites favoritos ou
a solicitação de conexão com a rede. Essa distribuição dos IPs mais visitados.
é feita em um intervalo pré-definido configurado no servidor. Alterne várias guias abertas tocando ou clicando nelas na
Sempre que uma das máquinas for desconectada o IP ficará livre barra de guias. Você pode ter até 100 guias abertas em uma
para o uso por outra máquina da rede. só janela. Feche as guias tocando ou clicando em Fechar no
Pesquisas canto de cada guia.
• Utilize palavras simples como concurso publico Usando várias janelas de navegação
• Para pesquisar uma palavra exata utilize “ “ aspas na Também é possível abrir várias janelas no Internet Explorer
frase que procura: “seja belo enquanto dure” 11 e exibir duas delas lado a lado. Para abrir uma nova janela,
• Para realizar pesquisas em um site específico digite a pressione e segure o bloco Internet Explorer (ou clique nele com
palavra site: , o endereço do site e a palavra ou frase da pesqui- o botão direito do mouse) na tela Inicial e, em seguida, toque ou
sa. Fica assim site: folha.com.br formula 1 clique em Abrir nova janela.
Estou pesquisando fórmula 1 no site folha.com.br Duas janelas podem ser exibidas lado a lado na tela. Abra
• Quer um resultado com um tipo de arquivo específico uma janela e arraste-a de cima para baixo, para o lado direito
.PDF ou .PPTX? Após a palavra ou frase coloque filetype:pdf ou esquerdo da tela. Em seguida, arraste a outra janela a partir
Fica assim fotossíntese filetype:pptx – e os resultados do lado esquerdo da tela.
serão arquivos do Power Point sobre fotossíntese. Você pode manter a barra de endereços e as guias encai-
Como funcionam os principais navegadores da WEB xadas na parte inferior da tela para abrir sites e fazer pesquisas
Internet Explorer: rapidamente. Abra o botão Configurações, toque ou clique em
O Internet Explorer 11 é fornecido junto com a sua atualiza- Opções e, em Aparência, altere Sempre mostrar a barra de
ção do Windows 8.1 ou do Windows RT 8.1. O Internet Explorer endereços e as guias para Ativado.
facilita o acesso a sites e ajuda a ver com o máximo de qualidade Personalizando sua navegação
todo o conteúdo incrível que você pode encontrar. Depois de Depois de ter aprendido as noções básicas sobre o uso do
aprender alguns gestos e truques comuns, você poderá usar seu navegador, você poderá alterar suas home pages, adicionar
novo navegador com todo o conforto e aproveitar ao máximo sites favoritos e fixar sites à tela Inicial.
seus sites favoritos. Para escolher suas home pages: As home pages são os
Lembre-se que os programas no Windows 8 aparecem de sites que se abrem sempre que você inicia uma nova sessão
duas formas a versão Metro e versão Desktop. de navegação no Internet Explorer. Você pode escolher vários
Utilizando a barra de endereços sites, como seus sites de notícias ou blogs favoritos, a serem
A barra de endereços é o seu ponto de partida para navegar carregados na abertura do navegador. Dessa maneira, os sites
pela Internet. Ela combina barra de endereços e caixa de pesqui- que você visita com mais frequência estarão prontos e esperan-
sa para que você possa navegar, pesquisar ou receber sugestões do por você.
em um só local. Ela permanece fora do caminho quando não Passe o dedo da borda direita da tela e toque em Configu-
está em uso para dar mais espaço para os sites. Para que a barra rações. (Se você estiver usando um mouse, aponte para o canto
de endereços apareça, passe o dedo de baixo para cima na tela inferior direito da tela, mova o ponteiro do mouse para cima
ou clique na barra na parte inferior da tela se estiver usando um e clique em Configurações). Toque ou clique em Opções e, em
mouse. Há três maneiras de utilizá-la: Home pages, toque ou clique em Gerenciar.
Para navegar. Insira uma URL na barra de endereços para Insira a URL de um site que gostaria de definir como home
ir diretamente para um site. Ou toque, ou clique, na barra de page ou toque ou clique em Adicionar site atual se estiver em
endereços para ver os sites que mais visita (os sites mais fre- um site que gostaria de transformar em home page.
quentes). Para salvar seus sites favoritos
Para pesquisar. Insira um termo na barra de endereços e Salvar um site como favorito é uma forma simples de me-
toque ou clique em IrBotãoIr → para pesquisar a Internet com o morizar os sites de que você gosta e que deseja visitar sempre.
mecanismo de pesquisa padrão. (Se você tiver feito a atualização para o Windows 8.1 a partir do
Windows 8 e entrado usando sua conta da Microsoft, todos os
favoritos já existentes terão sido importados automaticamente.)
25
INFORMÁTICA
Vá até um site que deseja adicionar. controle sobre sua privacidade. Estas são algumas das manei-
Passe o dedo de baixo para cima (ou clique) para exibir os ras pelas quais você pode proteger melhor a sua privacidade
comandos de aplicativos. Em seguida, toque ou clique no botão durante a navegação:
Favoritos para mostrar a barra de favoritos. Use a Navegação InPrivate. Os navegadores armazenam
Toque ou clique em Adicionar a favoritos e, em seguida, informações como o seu histórico de pesquisa para ajudar a
toque ou clique em Adicionar. melhorar sua experiência. Quando você usa uma guia InPrivate,
Para fixar um site na tela Inicial pode navegar normalmente, mas os dados como senhas, o
A fixação de um site cria um bloco na tela Inicial, o que histórico de pesquisa e o histórico de páginas da Internet são
fornece acesso com touch ao site em questão. Alguns sites excluídos quando o navegador é fechado. Para abrir uma nova
fixados mostrarão notificações quando houver novo conteúdo guia InPrivate, passe o dedo de baixo para cima na tela (ou clique
disponível. Você pode fixar quantos sites quiser e organizá-los nela com o botão direito do mouse) para mostrar os comandos
em grupos na tela Inicial. de aplicativos ou toque ou clique no botão Ferramentas de guia
Para exibir os comandos de aplicativos, passe o dedo de Botão Ferramentas de guia e em Nova guia InPrivate.
baixo para cima (ou clique). Use a Proteção contra Rastreamento e o recurso Do Not-
Toque ou clique no botão Favoritos , toque ou clique no Track para ajudar a proteger sua privacidade. O rastreamento
botão Fixar site e, em seguida, toque ou clique em Fixar na refere-se à maneira como os sites, os provedores de conteúdo
Tela Inicial. terceiros, os anunciantes, etc. aprendem a forma como você
Você pode alternar rapidamente os favoritos e as guias interage com eles. Isso pode incluir o rastreamento das páginas
tocando ou clicando no botão Favoritos ou no botão Guias que você visita, os links em que você clica e os produtos que
nos comandos de aplicativos. você adquire ou analisa. No Internet Explorer, você pode usar
Lendo, salvando e compartilhando conteúdo da Internet a Proteção contra Rastreamento e o recurso Do NotTrack para
Ao percorrer seus conteúdos online favoritos, procure pelo ajudar a limitar as informações que podem ser coletadas por
ícone Modo de exibição de leitura na barra de endereços. O terceiros sobre a sua navegação e para expressar suas preferên-
Modo de exibição de leitura retira quaisquer itens desne- cias de privacidade para os sites que visita.
cessários, como anúncios, para que as matérias sejam destaca- O que são cookies?
das. Toque ou clique no ícone para abrir a página no modo de Cookies são pequenos arquivos que os sites colocam no
exibição de leitura. Quando quiser retornar à navegação, basta seu computador para armazenar informações sobre você e suas
tocar ou clicar no ícone novamente. preferências. Os cookies podem melhorar a sua experiência de
Para personalizar as configurações do modo de exibição de navegação, permitindo que os sites se lembrem das suas prefe-
leitura rências ou evitando que você tenha de se conectar sempre que
Passe o dedo da borda direita da tela e toque em Configu- visitar determinados sites. No entanto, alguns cookies podem
rações. colocar a sua privacidade em risco ao rastrear os sites que você
(Se você estiver usando um mouse, aponte para o canto visita.
inferior direito da tela, mova o ponteiro do mouse para cima e Para excluir cookies
clique em Configurações.) Na tela inicial, toque ou clique em Internet Explorer para
Toque ou clique em Opções e, em Modo de exibição de abrir o Internet Explorer.
leitura, escolha um estilo de fonte e um tamanho de texto. Passe o dedo da borda direita da tela e toque em Configu-
Para salvar páginas na Lista de Leitura rações.
Quando você tiver um artigo ou outro conteúdo que deseje (Se você estiver usando um mouse, aponte para o canto
ler mais tarde, basta compartilhá-lo com sua Lista de Leitura em inferior direito da tela, mova o ponteiro do mouse para cima e
vez de enviá-lo por e-mail para você mesmo ou de deixar mais clique em Configurações.)
guias de navegação abertas. A Lista de Leitura é a sua biblioteca Toque ou clique em Opções e, na seção Histórico, toque ou
pessoal de conteúdo. Você pode adicionar artigos, vídeos ou ou- clique em Selecionar.
tros tipos de conteúdo a ela diretamente do Internet Explorer, Marque a caixa de seleção Cookies e toque ou clique em
sem sair da página em que você está. Excluir.
Passe o dedo desde a borda direita da tela e toque em Para excluir cookies na área de trabalho
Compartilhar. Bloquear cookies e personalizar configurações de cookies
(Se usar um mouse, aponte para o canto superior direito Se não quiser que os sites armazenem cookies em seu com-
da tela, mova o ponteiro do mouse para baixo e clique em putador, você pode bloquear os cookies. Também é possível
Compartilhar.) personalizar para quais sites os cookies devem ser bloqueados.
Toque ou clique em Lista de Leitura e, em seguida, em Para bloquear cookies
Adicionar. O link para o conteúdo será armazenado na Lista de Abra a área de trabalho e toque ou clique no ícone do
Leitura. Internet Explorer na barra de tarefas.
Protegendo sua privacidade Toque ou clique no botão Ferramentas Botão Ferramentas
Interagir em redes sociais, fazer compras, estudar, com- e depois em Opções da Internet.
partilhar e trabalhar: você provavelmente faz tudo isso diaria- Toque ou clique na guia Privacidade; em seguida, em
mente na Internet, o que pode disponibilizar suas informações Configurações, mova o controle deslizante até em cima para
pessoais para outras pessoas. O Internet Explorer ajuda você bloquear todos os cookies e toque ou clique em OK.
a se proteger melhor com uma segurança reforçada e mais Para personalizar configurações de cookies
26
INFORMÁTICA
Abra a área de trabalho e toque ou clique no ícone do Excluir regularmente o histórico de navegação ajuda a
Internet Explorer na barra de tarefas. proteger sua privacidade, especialmente se você estiver usando
Toque ou clique no botão Ferramentas Ferramentas e um computador compartilhado ou público.
depois em Opções da Internet. Mostrar tudo
Na guia Privacidade, siga um ou mais destes procedimentos: Para excluir seu histórico de navegação no aplicativo Inter-
Para definir os tipos de cookies que serão bloqueados ou net Explorer
permitidos, mova o controle deslizante. Para excluir seu histórico de navegação na área de trabalho
Para bloquear ou permitir sites específicos, toque ou clique Navegação por abas
em Sites. Os navegadores, em sua versão atual, utilizam a navegação
Para importar um arquivo de preferências de privacidade, através de abas.
toque ou clique em Importar. Estas abas funcionam como janelas que são exibidas na
Para substituir as configurações de privacidade para deter- mesma página do navegar.
minados tipos de cookies, toque ou clique em Avançado. Basta clicar com o Scroll do mouse (rodinha) para que qual-
Para restaurar as configurações de privacidade originais, quer link seja aberto em uma nova aba na janela ativa.
toque ou clique em Padrão. Basta arrastar sua aba para o menu “favoritos” ou para a
Quando terminar de fazer as alterações, toque ou clique em “Barra dos favoritos” para armazena-la como página favorita e
OK. estará disponível para retornar à ela quando quiser.
Permitir cookies Abrir links em nova aba
O bloqueio de cookies pode impedir que algumas páginas Clique no link com o botão direito do mouse e escolha a
sejam exibidas corretamente. Também pode aparecer uma opção “Abrir em nova aba”.
mensagem em um site avisando que é preciso permitir os Clicar no link com o Scroll do mouse (*)
cookies para poder ver esse site. Clicar no link com o CTRL pressionado(*)
Para permitir cookies (*) Funciona em links, favoritos, histórico, no menu dos
Abra a área de trabalho e toque ou clique no ícone do botões Voltar/Avançar e nas sugestões do campo de endereço.
Internet Explorer na barra de tarefas. Para abrir uma nova aba ao digitar no campo de endereço
Toque ou clique no botão Ferramentas Botão Ferramentas ou no campo de pesquisa: pressione Alt ao teclar Enter.
e depois em Opções da Internet. Comande as abas com o teclado
Toque ou clique na guia Privacidade; em seguida, em Confi- Abrindo/Fechando
gurações, mova o controle deslizante até embaixo para permitir Abrir uma aba: Ctrl+T
os cookies e toque ou clique em OK. Fechar a aba atual: Ctrl+W ou Ctrl+F4
Exibir e excluir seu histórico de navegação Reabrir a aba que foi fechada: Ctrl+Shift+T
Seu histórico de navegação é composto pelas informações Navegando
que o Internet Explorer lembra e armazena em um computador Ir para a aba da esquerda: Ctrl+Shift+Tab ou Ctrl+PgUp.
conforme você navega pela Web. Isso inclui dados digitados Ir para a aba da direita: Ctrl+Tab ou Ctrl+PgDn.
em formulários, senhas e sites visitados, e contribui para uma Exibir da primeira a oitava aba: Ctrl+1 até Ctrl+8.
melhor experiência de navegação. Se você estiver usando um Exibir a última aba: Ctrl+9.
computador compartilhado ou público, não é recomendável No Windows7 e 8 é possível fixar qualquer aba do Internet
que o Internet Explorer lembre seus dados de navegação. Explorer na barra de tarefas, basta clicar e arrastar sua aba até
Exibir seu histórico de navegação e excluir sites específicos barra. Seu site ficará disponível até que você queira removê-lo.
Ao exibir seu histórico de navegação, você pode optar por Pesquisa
excluir sites específicos ou pode retornar a uma página da Web No IE a pesquisa é realizada diretamente na barra de ende-
que já visitou. reços (URL).
No Internet Explorer para a área de trabalho, toque ou A escolha do site de busca é feita na janela “Opções da In-
clique no botão Favoritos Botão Favoritos. ternet” clicando no botão “configurações” no campo Pesquisa.
Clique na guia Histórico e escolha como deseja exibir o Gerenciador de Download
histórico selecionando um filtro no menu suspenso: O Gerenciador de Download mantém uma lista dos arqui-
Exibir por Data mostra as últimas três semanas do histórico vos baixados por você e o notifica quando um arquivo pode ser
em ordem cronológica. um malware (software mal-intencionado). Ele também permite
Exibir por Site mostra uma lista com os sites que você que você pause e reinicie um download, além de lhe mostrar
visitou nas últimas três semanas, mas não as datas das visitas. onde encontrar os arquivos baixados em seu computador.
Exibir por Mais Visitados mostra os sites mais visitados nas Vulnerabilidades
últimas três semanas. O Internet Explorer foi sendo ao longo dos anos apontado
Exibir pela Ordem de Visita Hoje mostra apenas os sites que como um software com numerosas falhas de segurança. Pro-
você visitou hoje. gramas maliciosos ou oportunistas exploravam brechas para
Para excluir sites específicos, pressione e segure (ou clique roubar informações pessoais. Softwares maliciosos – vírus
com o botão direito) um site de qualquer uma dessas listas e – worms – trojans –, exploravam falhas do navegador para
toque ou clique em Excluir. Ou retorne a uma página tocando controlar e/ou direcionar os usuários a determinadas páginas.
ou clicando em qualquer site da lista. Alguns especialistas apontam estes problemas como uma das
Excluir o histórico de navegação causas para a perda de mercado (número de usuários utilizando
27
INFORMÁTICA
o navegador). A Microsoft argumenta que a quantidade de vul- Usar a Filtragem ActiveX para bloquear controles ActiveX
nerabilidades encontradas está relacionada ao contingente de Controles ActiveX e complementos do navegador da Web
usuários. Sendo este fator predominante para que pessoas mal- são pequenos programas que permitem que os sites forneçam
-intencionadas explorassem erros com fins ilícitos. Entretanto, conteúdos como vídeos. Eles também podem ser usados para
problemas relacionados a vulnerabilidade de navegadores não coletar informações, danificar informações e instalar software
restringem-se ao Internet Explorer. Outros navegadores popu- em seu computador sem o seu consentimento ou permitir que
lares também já foram vítimas de pessoas mal-intencionadas, outra pessoa controle o computador remotamente.
como exemplo: Firefox 14 15 – Google Chrome 16 17 – Opera. 18 Navegação InPrivate
Assim sendo, torna-se óbvio que pessoas que projetam pragas A Navegação InPrivate impede que o Windows Internet
digitais enfatizem software/navegadores/sistemas operacionais Explorer armazene dados de sua sessão de navegação, além de
populares. Depois que o Internet Explorer passou a perder mer- ajudar a impedir que qualquer pessoa que utilize o seu compu-
cado, falhas de segurança em outros navegadores começaram a tador veja as páginas da Web que você visitou e o conteúdo que
ser divulgadas. Talvez o fato que leve o Internet Explorer a ser visualizou.
alvo de tantas críticas está relacionado com o fato de o mesmo
ser de código fechado. Desta forma, torna-se difícil identificar
problemas antes que algum software mal-intencionado seja
descoberto.
O Internet Explorer já foi o navegador mais utilizado chegan-
do a 99% dos usuários, mas teve uma grande queda nos últimos
anos, chegando a ficar em segundo lugar. De acordo com a Start
Counter o Internet Explorer ficou com (32,07%) ficando atrás
do Chrome (32,44%) no mês de maio de 2012 e desde então
não recuperou mais o primeiro lugar. Apesar disso outras pes-
quisas como a Marketshare 20 aponta que a queda não chegou
a ser tão expressiva, apesar de ter chegado em 54% e tem se
mostrado em queda nos últimos anos. Até Setembro de 2014
se mantém como o segundo navegador mais usado do mundo, Como funciona...
com 22,62% dos usuários mundiais, segundo o StatCounter. Quando você inicia a Navegação InPrivate, o Internet Explo-
Privacidade de navegação rer abre uma nova janela do navegador. A proteção oferecida
Você pode impedir que outras pessoas acessem suas infor- pela Navegação InPrivate tem efeito apenas durante o tempo
mações de navegação usando dois recursos de privacidade no que você usar essa janela. Você pode abrir quantas guias dese-
Windows Internet Explorer: jar nessa janela e todas elas estarão protegidas pela Navegação
• Proteção contra Rastreamento e InPrivate. Entretanto, se você abrir uma segunda janela do
• Navegação InPrivate. navegador, ela não estará protegida pela Navegação InPrivate.
Proteção contra rastreamento Para finalizar a sessão de Navegação InPrivate, feche a janela do
Quando você visita um site, alguns conteúdos podem ser navegador. Atalho de teclado CTR+SHIFT+P
fornecidos por um site diferente. Esse conteúdo pode ser usado
para coletar informações sobre as páginas que você visita na
Internet.
A Proteção contra Rastreamento bloqueia esse conteúdo
de sites que estão em Listas de Proteção contra Rastreamento.
Existe uma Lista de Proteção contra Rastreamento Personaliza-
da incluída no Internet Explorer que é gerada automaticamente
com base nos sites visitados por você. Também é possível baixar
Listas de Proteção contra Rastreamento e, dessa maneira, o
Internet Explorer verificará periodicamente se há atualizações
para as listas.
Você pode ativar a Proteção contra Rastreamento no Win-
dows Internet Explorer 9 para ajudar a evitar que sites coletem
informações sobre sua navegação na Web. Você também pode
ativar a Filtragem ActiveX para ajudar a evitar que programas
acessem o seu computador sem o seu consentimento.
Depois de ativar qualquer um desses recursos, você pode
desativá-lo apenas para sites específicos.
Clique no botão Ferramentas, aponte para Segurança e
clique em Proteção contra Rastreamento.
Na caixa de diálogo Gerenciar Complemento, clique em uma Firefox: O Firefox é um Browser, programa navegador,
Lista de Proteção contra Rastreamento e clique em Habilitar. desenvolvido pela Mozilla Fundation (Fundação Mozilla). Este
navegador é de código aberto, por isso é alguns programadores
28
INFORMÁTICA
desenvolvem versões não oficiais que “rodam” em Sistemas • Habilitar a remoção do Firefox como qualquer outro
Operacionais não listados pela Mozilla e multiplataforma, ou aplicativo.
seja, possível de ser instalado em vários Sistemas Operacionais O gerenciador de aplicativos também possui alguns pontos
como Windows, Linux, Android, Mac OS X, etc. negativos:
O navegador promete manter seus dados pessoais em sigilo • Pode não obter a última versão do Firefox.
e possui boas ferramentas para diminuir o rastreamento feito • Pode obter uma versão sem a marca Firefox.
pelos sites enquanto navega pela Internet. Instalando o Firefox no Mac
O Firefox é dividido em três fases de desenvolvimento até Visite http://mozilla.org/firefox usando qualquer nave-
chegar na sua versão final: gador (por exemplo, o Safari, Chrome, IE). Será detectado
Nightly: É aqui que as novidades aparecem. O Nightly nor- automaticamente a plataforma e o idioma do seu computador e
malmente é usado apenas por quem precisa (ou gosta de) acom- recomendado a versão do Firefox adequada para você.
panhar o desenvolvimento. É atualizado no mínimo diariamente Clique no botão verde para realizar o download do Firefox
e reflete o estado atual do código-fonte. Não são testados, ao Uma vez que o download for concluído, o arquivo (Firefox.
usar o Nightly você é quem estará fazendo os testes. dmg) deve abrir automaticamente. Após aberto, arraste o ícone
Aurora: Após 6 semanas de desenvolvimento ativo, a do Firefox para a pasta de Aplicativos, a fim de copiá-lo.
versão Nightly vira Aurora. Somente são feitos ajustes de Não Me Rastreie
compatibilidade e estabilidade. Em casos especiais pode haver O Não Me Rastreie é um recurso do Firefox que te ajuda
a adição ou remoção de recursos. As traduções são atualizadas a controlar a maneira como seus dados online são coletados
durante este ciclo. e utilizados. Quanto ativado, o Não Me Rastreie comunica aos
Firefox Beta: Depois de 6 semanas como Aurora, uma nova sites que estão te rastreando que você não quer mais ter suas
versão do Firefox está quase pronta. Poucas modificações serão informações utilizadas para fins de propaganda.
efetuadas nesta fase. Lightbeam
Versão final: Após as 6 semanas de teste como beta, o de- O Lightbeam, complemento para Firefox, permite que você
senvolvimento de um novo Firefox está concluído. A atualização saiba quem são os sites que estão te rastreando enquanto você
automática é liberada para todos os usuários. navega pela Web. Criado com uma interface dinâmica e de sim-
Possui uma versão portátil onde é possível carrega-lo em ples compreensão, feito para te colocar no controle da situação.
um pendrive e executá-lo através deste dispositivo sem a neces-
Restauração da sessão
sidade de insta-lo no sistema.
Agora quando a energia elétrica for interrompida ou mes-
O programa é bastante personalizável tendo à disposição
mo se o Firefox travar, todas as janelas são reabertas assim que
uma lista de complementos, addons, que são acessados dire-
você reiniciar. Para acelerar o início do Firefox, algumas abas só
tamente no menu de configuração do programa. Estes comple-
serão carregadas ao serem selecionadas. Esse comportamento
mentos agregam novas funcionalidades ao programa.
pode ser modificado pelas opções. Você também pode restau-
O Firefox tem um corretor ortográfico embutido, ao digitar
rar abas já fechadas através do comando Ctrl+Shift+T ou pelo
um e-mail ou post em um blog ou rede social o corretor infor-
mará quando encontrar alguma palavra que ele não reconheça menu Histórico.
como correta, semelhante ao que acontece em um editor de Senhas
texto Office como o MS-Word ou LibreOffice Writer. O Firefox pode memorizar suas senhas. Mas para deixá-las
Instalação no Windows longe de curiosos você pode definir uma senha mestra para
Visite a página de download do Firefox de qualquer nave- criptografá-las. Só quem souber a senha mestra terá acesso a
gador (ex: Microsoft Internet Explorer). Automaticamente será todas senhas memorizadas.
detectado a melhor versão do Firefox para seu PC. Salvando uma página web
Clique no link verde para baixar o instalador do Firefox. Clique no menu e depois em Salvar página para abrir
Dependendo da velocidade de sua conexão, poderá demorar a janela “Salvar como”. Altere o nome da página se desejar,
alguns minutos. Inicie o processo clicando no botão Rodar ou selecione um local e o “Tipo” do arquivo.
executar. • Página da web, completa: Salva a página juntamente
Depois basta seguir os passos. com as imagens, permitindo que a página seja visualizada como
Instalando o Firefox no Linux é originalmente, mas pode não manter a estrutura HTML. Será
Instalar o Firefox em seu computador é o primeiro passo criada uma pasta para armazenar as imagens e outros arquivos
para poder usá-lo. necessários para exibição completa da página.
Muitas distribuições do Linux incluem o Firefox como nave- • Página da web, somente HTML: Salva a página original
gador padrão, e muitas têm um gerenciador de aplicativos que sem imagens, preservando a estrutura HTML.
pode facilmente auxiliá-lo a instalar o Firefox. O gerenciador de • Arquivos de texto: Salva a página como um arquivo de
aplicativos irá: texto sem preservar a estrutura HTML, mas poderá ser visuali-
• Certificar que você possui todas as bibliotecas neces- zada em qualquer editor de texto.
sárias para rodar o Firefox. • Todos os arquivos: É equivalente à “Página da web,
• Instalar o Firefox de um modo que funciona melhor somente HTML” mas permite que especifique uma extensão
com sua distribuição do Linux. para o arquivo (como .htm ou .shtml).
• Criar atalhos para iniciar o Firefox. • Clique em Salvar.
• Disponibilizar o Firefox para todos os usuários do seu
computador.
29
INFORMÁTICA
Histórico
Você também pode segurar e soltar itens do seus favoritos
e histórico para sua área de trabalho para criar os atalhos. Comando Atalho
Se você abrir o atalho que você criou, seu Navegador Pa- Painel Histórico Ctrl + H
drão será aberto exibindo a página do atalho. Além disso, pode
Janela Biblioteca (Histórico) Ctrl + Shift + H
haver extensões do Firefox de terceiros que podem ajudá-lo.
Apagar histórico recente Ctrl + Shift + Del
30
INFORMÁTICA
Página anterior P ou K ou ← Como buscar por textos e links no conteúdo de uma página
Mais zoom Ctrl + + Enquanto você navega em um site usando o Firefox, você
pode procurar palavras ou textos na página. O Firefox vai lhe
Menos Zoom Ctrl + – direcionar para onde o texto aparece pela primeira vez, e vai
Zoom normal Ctrl + 0 destacar todas as demais combinações da pesquisa.
Utilizando a Barra de Pesquisa
Girar o documento no sentido horário R Para fazer uma pesquisa por texto em uma página:
Girar o documento no sentido anti-ho- 1. Abra a Barra de Pesquisa utilizando um dos seguintes
Shift + R métodos:
rário
• Use o atalho de teclado Ctrl+F.
Alternar para o modo de apresentação Ctrl + Alt + P • Clique no botão menu e depois clique em Localizar.
Alternar Hand Tool H 2. Digite o texto a ser pesquisado no campo “Localizar” da
barra de pesquisa. O Firefox irá marcar ocorrências da frase à
Foca o número de página na caixa de medida que você digitar.
Ctrl + Alt + G
entrada • Se não forem encontradas ocorrências do texto na
página que você está navegando, o campo “Localizar” ficará
Outros vermelho e a mensagem Texto não encontrado aparecerá ao
Comando Atalho lado dela.
Enquanto a Barra de Pesquisa está sendo exibida, você
Completar o endereço com .com Ctrl + Enter pode usar os seguintes comandos:
Completar o endereço com .net Shift + Enter • X: Fecha a barra de pesquisa
• Setas Próximo e Anterior: Navega pelas ocorrências
Completar o endereço com .org Ctrl + Shift + Enter do texto pesquisado.
Apagar a entrada de autocompletação • Realçar tudo: Realça cada ocorrência do texto pesqui-
Del sado. Clique em Realçar tudo novamente para desativar.
selecionada
• Diferenciar maiúsculas/minúsculas Torna a pesquisa
Tela inteira F11 sensível a letras maiúsculas e minúsculas. Se você pesquisar
Alternar a barra de menus (quando Alt por “texto” ocorrências de “Texto” na página também serão
oculta) encontradas. Se Diferenciar maiúsculas/minúsculas estiver
F10 selecionado, apenas ocorrências do texto exatamente como
Mostrar/Esconder a barra de extensões Ctrl + / digitado serão localizadas.
Pesquisa rápida
Navegação com o cursor F7 A Barra de Pesquisa Rápida é útil para pesquisas rápidas e
F6 normalmente desaparece depois de alguns segundos. Ela não
contém os botões Próxima, Anterior e Realçar tudo.
Selecionar a barra de endereço Alt + D
Pressione a tecla “/” (barra inclinada para a direita) para
Ctrl + L abrir a Barra de Pesquisa Rápida e digite o que deseja localizar.
31
INFORMÁTICA
32
INFORMÁTICA
Importar favoritos do Google Chrome No Windows 7, Vista, ou até mesmo no XP, uma janela do
O Firefox permite que você importe facilmente seus favori- browser se inicia automaticamente depois de realizar a configu-
tos e outros dados do Google Chrome. ração. Já no Windows 8, uma caixa de diálogo de boas-vindas
1. Clique no botão favoritos em seguida clique em Exibir aparece. Basta clicar em “avançar” para escolher o navegador
todos os favoritos para abrir a janela da Biblioteca. padrão. Caso o usuário escolha o Chrome, ele será iniciado
2. Na barra de ferramentas na janela Biblioteca clique no como um aplicativo na tela inicial do Windows 8, por exemplo.
botão Importar e backup e selecione Importar dados de outro Fazer o download e instalar o software no Mac também
navegador.... é muito simples. Depois de baixar o instalador, o usuário deve
3. No Assistente de Importação que surge, selecione Chro- abrir o arquivo “Google Chrome.dmg”. Em seguida, é necessário
me e clique no botão Avançar. arrastar o ícone do navegador para a pasta “Application”, assim,
4. O Firefox listará os tipos de configurações e informações ele será instalado em todos os usuários da máquina.
que poderão ser importados. Selecione os itens que você deseja No Linux, o procedimento de instalação é semelhante. De-
importar para o Firefox e clique em Avançar. pois de baixar o instalador, o usuário precisa clicar em “ok” para
Cookies: Pequenas quantidades de informação armazena- abrir o pacote. O próximo passo é selecionar “instalar pacote”
das em seu computador por algumas páginas da web que os para iniciar a instalação. Depois que tudo estiver devidamente
utilizam para manter você autenticado, armazenar suas confi- configurado, uma janela do browser abrirá automaticamente.
gurações e outras coisas. Velocidade
Histórico: Informações sobre páginas da web que você Equipado com o V8, um poderoso motor de JavaScript que
visitou. permite executar aplicações Web complexas rapidamente, e
Favoritos: Páginas da web que você salvou no Google com o WebKit, o Chrome é um dos navegadores mais rápidos da
Chrome. atualidade. Para cada novo lançamento, ele continua a melho-
5. Clique no botão Concluir. Os itens selecionados serão rar a sua velocidade.
importados pelo Firefox. Há, então, a garantia de uma inicialização rápida, mesmo
Como o padrão do Google Chrome é salvar seus favoritos em máquinas modestas. A velocidade também é sentida no
na barra de favoritos, você deve procurar os seus favoritos im- carregamento de páginas e na execução de apps e extensões.
portados em uma pasta chamada “Do Google Chrome” na Barra O software se destaca, também, pelo sistema de administração
dos favoritos do Firefox. por abas.
Atualização Omnibox: a barra única de endereços e busca
Por Default, ou padrão, o navegador Mozilla Firefox está A versão nova traz novidades na Omnibox, a famosa barra
programado para verificar automaticamente por atualizações de pesquisa que é integrada à barra de URL, que baseia as
e instala-las automaticamente. Caso deseje alterar estas con- respostas pelos últimos sites visitados pelo usuário. O objetivo
figurações, clique no botão , depois em Opções, clique no é tornar os resultados de busca mais satisfatórios. A Omnibox,
menu“Avançado” e finalmente na guia “atualizações”, nesta também chamada de barra de endereço, não tem somente a
guia é possível alterar todas as configurações de como o nave- funcionalidade de caixa de pesquisa.
gador irá procurar por atualizações. O browser do Google foi projetado para aproveitar ao
Chrome: máximo espaço da tela. Nele, só existe um local para digitar
O Chrome é um navegador desenvolvido pela Google endereços e fazer pesquisas. Nesta barra, o usuário pode colo-
lançado em 2008 e compilado com base em código aberto car o endereço do site ou a palavra que quer encontrar, sem se
com poderoso software de renderização WebKit, o mecanismo preocupar com nada. A aplicação analisa e faz a pesquisa que
JavaScript V8.Em menos de dois anos após seu lançamento o deve ser feita.
Google Chrome já era o terceiro navegador mais usado do Com esta função, todos os resultados da sua busca apare-
mundo, atrás apenas do Internet Explorer e Mozilla Firefox. Foi cem enquanto o assunto pesquisado está sendo digitado. Assim,
um software que agradou muito a população mundial devido a o usuário visualiza as sugestões de pesquisa que são atualizadas
sua navegação por abas e área de trabalho bem limpa deixando automaticamente. Se o resultado desejado não for sugerido, no
a visualização das páginas WEB bem maiores e mais definidas, entanto, basta terminar de digitar o termo desejado e pressio-
tornando-se tendência que foi seguida pelos outros softwares nar a tecla “ENTER”.
navegadores. O Browser está disponível em mais de 51 idiomas Por que acessar primeiro o YouTube.com para depois
para as plataformas Windows, Mac OS X, Android, Ubuntu, procurar um vídeo? Basta digitar youtube.com na omnibox e
Debian, Fedora e OpenSuSE. pressionar a tecla TAB para pesquisar diretamente no YouTube.
Possui um leitor de arquivos PDF integrado, é possível Você também pode configurar palavras-chave personalizadas
visualizar, salvar e imprimir estes arquivos. para seus sites favoritos.
A definição de qual provedor de pesquisa utilizar entre
DOWNLOAD E INSTALAÇÃO Google, Bing, Yahoo! Brasil ou o Ask é selecionado na tela de
Após fazer o download do arquivo instalador no Windows, configuração do navegador. Outros provedores de busca pode-
clique em “executar” ou “salvar”. Depois disso, o usuário deve rão ser acrescentados e selecionados como padrão.
clicar duas vezes no arquivo de instalação para que o processo
de instalação comece. Lembrando que você poderá instalar o
Google Chrome mesmo estando off-line.
33
INFORMÁTICA
34
INFORMÁTICA
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INFORMÁTICA
Na loja Chrome Web Store é possível instalar uma extensão privacidade novamente entre as sessões de navegação. Por
chamada WOT. O WOT é um serviço de análise e reputação de exemplo, você pode ter uma sessão normal e uma sessão em
sites que ajuda você a tomar decisões inteligentes sobre se deve modo anônimo em janelas separadas ao mesmo tempo.
confiar em um site ou não, quando você faz pesquisas, compras
ou navega on-line.
O WOT simplesmente exibe a reputação dos sites de acordo
com as luzes do semáforo ao lado dos resultados da pesquisa
quando você usa o Google, Yahoo!, Bing ou qualquer outro
mecanismo de busca. Os ícones também são visíveis ao lado
dos links nos sites de redes sociais como Facebook e Twitter e
serviços de e-mail como Gmail e Yahoo! Mail, bem como em
outros sites conhecidos como a Wikipédia. Ao clicar no ícone
de semáforo, você pode encontrar mais informações sobre a
reputação do site e opiniões de outros usuários. O sinal verde
significa que os usuários avaliaram o site como confiável e Preferências de privacidade
seguro, o vermelho alerta sobre possíveis ameaças e o amarelo Você pode controlar todas as suas preferências de privaci-
indica que você precisa ser cauteloso ao usar o site. dade no menu do Google Chrome. Basta selecionar “Configura-
As avaliações e análises do WOT são fornecidas por uma co- ções”, clicar em “Mostrar configurações avançadas” e ajustar a
munidade global de milhões de usuários que classificam os sites seção “Privacidade”.
com base em suas experiências pessoais. Além disso, fontes de Limpar os dados de navegação
terceiros são usadas para alertá-lo sobre software malicioso e Se o usuário desejar apagar as informações da navegação
outras ameaças técnicas que você pode encontrar. que já fez, há a possibilidade de limpar os dados em qualquer
Você pode compartilhar suas experiências avaliando você momento. Isso inclui históricos de navegação e transferência,
mesmo os sites, ajudando a tornar a Internet um lugar mais cookies, senha e dados de formulários salvos. Estas informações
seguro para todos. são muito importantes para quem invade seu computador.
A tecnologia de validação de autenticidade ajuda a impedir Através destas informações é possível traçar um perfil de sua
que um malware se instale em seu computador ou use aquilo atividade na Internet procurando a principal informação que é
que acontece em uma guia do navegador para afetar o que se você faz compras online ou realiza transações bancárias via
acontece na outra. O processo de validação de autenticidade Internet.
adiciona uma camada complementar de segurança contra
páginas da web maliciosas que tentam instalar programas em Controle de pais
seu computador, monitorar suas atividades na web ou roubar Outra grande novidade é a função de controle dos pais, no
informações confidenciais de seu disco rígido. qual é possível determinar, por exemplo, quais sites um usuário
Com a tecnologia Navegação segura ativada no Google pode ter acesso. Essa ferramenta é bastante útil para pais que
Chrome, caso encontre um site suspeito de conter phishing ou desejam manter os filhos em segurança ou para quem quer
malware durante sua navegação na web você receberá uma limitar o uso do navegador por terceiros.
página de aviso. Para gerenciar os usuários supervisionados, basta acessar
as configurações em “Usuários”, clicar no botão “Adicionar novo
usuário…”. Na criação do usuário, marque o item “Este é um
usuário supervisionado gerenciado por”.
O navegador é grátis e possui versões para Windows, Mac
OS, Linux, Android e iOS. Por isso, se você procura um browser
rápido, multiplataforma e integrado aos principais serviços da
web, faça download do Google Chrome!
36
INFORMÁTICA
Estrela
A topologia em estrela utiliza um periférico concentrador,
normalmente um hub, interligando todas as máquinas da rede,
conforme Figura.
37
INFORMÁTICA
O TCP/IP
O TCP/IP é um conjunto de protocolos de comunicação. O
Anel nome vem de dois protocolos TCP (Transmission Control Proto-
Nesta topologia, cada computador, obedecendo um deter- col) e o IP (Internet Protocol). Ele tem por objetivo padronizar
minado sentido, é conectado ao computador vizinho, que por todas as comunicações de rede, principalmente as comunica-
sua vez, também é conectado ao vizinho e assim por diante, for- ções na web.
mando um anel (AUGUSTO, [s.d.]), como mostra a Figura. Esse modelo foi desenvolvido em 1969 pelo Departamento
de Defesa dos Estados Unidos, como recurso de comunicação
da ARPANET, precursora da Internet. Ele tinha a função de per-
mitir a troca de um grande volume de informações entre um nú-
mero imenso de sistemas computacionais envolvendo empre-
sas, universidades e órgãos do governo, tudo isso com grande
velocidade e confiabilidade.
Ele deveria possuir a capacidade de decidir qual a melhor
rota a seguir dentro da malha de rede formada pelas organiza-
Meios de transmissão ções envolvidas. Em 1983, com a formalização do modelo OSI, o
De acordo com Tanembaum (1997), existem vários meios TCP/IP foi adequado ao modelo e definido como padrão de co-
físicos que podem ser usados para realizar a transmissão de da- municação de redes. Depois, expandindo-se para a interligação
dos. Cada um tem seu próprio nicho em termos de largura de externa dessas redes e constituindo o padrão de comunicação
banda, retardo, custo e facilidade de instalação e manutenção. da Internet.
Os meios físicos são agrupados em meios guiados, como fios de O modelo TCP/IP possui apenas 4 camadas que englobam
cobre e fibras ópticas, e em meios não guiados, como as ondas as 7 camadas do modelo OSI. As camadas mais acima recebem
de rádio e os raios laser transmitidos pelo ar. informações e as distribui para as camadas inferiores, atribuindo
a cada uma delas a função que exercerá durante a comunicação.
TCP-IP
Em uma rede, os equipamentos precisam se comunicar. Comparação com modelo OSI
Para isso, surgiram protocolos de comunicação e modelos para Comparativamente ao modelo OSI, pode-se observar como
eles. Entre eles, existe o modelo TCP/IP. O nome vem de dois de se relacionam as 4 camadas TCP/IP e suas funções:
seus protocolos o TCP e o IP.
De uma maneira simples, pode-se dizer que protocolo é Aplicação (Camada 4)
a “língua” que os equipamentos ligados em uma rede utilizam Aqui encontra-se todos os protocolos de serviço que efetu-
para se comunicarem. Dessa forma se permite que equipamen- am a comunicação direta com o software para identificar o tipo
tos de diferentes tecnologias, fabricantes e finalidades possam de requisição que está sendo realizada.
se entender. Assim, encontramos o HTTP que permite a navegação na
Sem os protocolos de comunicação padronizados, seria web, o DNS que realiza a conversão da url do navegador em
difícil, por exemplo, que existisse um rede de alcance mundial um número único (IP) utilizado para identificar a localização na
como a Internet. rede do meio que quer conectar, o SMTP utilizado no envio de
Para padronizar a criação de protocolos, foi criado em 1971 e-mails, o SSH que permite uma conexão remota de maneira
e formalizado em 1983 o modelo OSI (Open Systems Intercon- segura e muitos outros.
nection). Este modelo define uma arquitetura de protocolos Após a comunicação entre software e a camada de Aplica-
para redes. Com ele, diferentes fabricantes podem produzir ção, a informação é codificada dentro do padrão do protocolo e
seus equipamentos de maneira a se comunicarem, interpretar repassada para as camadas inferiores.
a informação contida na comunicação e executar a tarefa soli-
citada. Transporte (Camada 3)
O modelo OSI prevê que uma rede deve possuir 7 camadas: Responsável pela comunicação entre os pontos (hosts) en-
Aplicação – Funções especializadas no nível de aplicação volvidos. Ela tem como função a manutenção da confiabilidade
Apresentação – Formatação de dados e conversão de ca- e integridade da comunicação, verificando se o pacote alcançou
racteres e códigos seu destino e se os dados nele contidos chegaram de maneira
Sessão – Negociação e estabelecimento de conexão com integra.
outro nó Aqui encontramos o TCP, utilizado na conexão ponto-a-
Transporte – Meios e métodos para a entrega de dados -ponto. Sendo um protocolo de conexão mais confiável, ele é
ponta-a-ponta utilizado em aplicações que não possuem muita tolerância à
perda de pacotes.
38
INFORMÁTICA
Também encontramos o protocolo UDP (User Datagram Durante todo o tráfego do pacote pela rede ele encontra
Protocol), um protocolo com conexão não tão confiável. Ele não diversos equipamentos que o direcionam para a melhor rota
verifica a confiabilidade e a integridade da informação, porém, afim de atingir seu destino. Esses equipamentos são chamados
por não possuir as características de controle que são pertinen- de roteadores e pode-se, em uma analogia, defini-los como nós
tes ao TCP, permite a transmissão mais rápida da informação. de uma rede.
Assim, temos o TCP como principal protocolo para cone- O roteador ao receber o pacote efetua a leitura da camada
xão entre aplicações e o UDP para tráfego de mídias (vídeos e de Internet (ou Rede), verifica o endereço de destino, checa a
áudios), onde a velocidade é mais importante do que a integri- lista interna de rotas que possui, e direciona o pacote para o
dade. caminho adequado, que pode ser o caminho mais longo com
menor tráfego ou o mais curto.
Portas Ao chegar ao destino, o equipamento armazena o endere-
Essa camada utiliza portas lógicas para garantir que a aplica- ço de origem do pacote recebido, aciona a aplicação solicitada
ção (software) que iniciou a conversação encontrará no seu des- na camada de Transporte, realiza a ação pedida na camada de
tino a aplicação desejada. Essas portas lógicas são canais virtuais Aplicação, formula a resposta, encapsula a resposta em outro
aleatórios, geralmente definidos pelo Sistema Operacional, que pacote TCP/IP, coloca como destino o endereço de origem ar-
se abrem conforme o tipo de aplicação executando, como por mazenado e insere seu endereço como o de origem.
exemplo, o HTTP utiliza a porta 80, o FTP a porta 21, etc. Dentro dessa camada podemos encontrar os protocolos
Esse canal virtual garante que uma aplicação que iniciou ICMP e o IGMP. O primeiro é utilizado para transmitir diagnós-
uma chamada pela porta 80, como por exemplo, o uso de um ticos sobre a rede que está trafegando. O segundo é utilizado
navegador para abrir uma página HTTP no computador A, en- para o gerenciamento do multicast de dados.
contre, no destino, o servidor web que fornecerá a página HTTP Outra função dessa camada é transportar protocolos de ro-
solicitada também por uma porta 80. Assim se evita que a in- teamento. Por exemplo, o BGP, o OSPF e o RIP, que entregam
formação seja direcionada erroneamente para outra aplicação, aos roteadores, durante a passagem do protocolo por eles, in-
como por exemplo, um servidor FTP (porta 21). formações capturadas sobre o tráfego na rede. Isso permite que
esses equipamentos aprimorem suas listas de rotas. Além disso,
Ataques direcionem os próximos pacotes de maneira mais adequada.
Alguns tipos de ataque hacker, como o DDoS (negação de
serviço), utilizam a sobrecarga de requisições sobre uma deter- Enlace ou Física (Camada 1)
minada porta, causando a queda do serviço. Por exemplo, mi- Tem por função identificar a conexão física da rede pela
lhões de pedidos de conexão simultâneas sobre a porta 80 de qual o pacote trafega. Por exemplo, Ethernet, Wi-Fi, Modem
um servidor web é capaz de provocar a desconexão do serviço discado, ATM, FDDI, Token Ring, X.2. Além disso, carrega consi-
e, consequentemente, a retirada das páginas que ele hospeda go a identidade do hardware que deu origem ao envio do paco-
para os usuários. te armazenando o seu endereço MAC.
Para evitar isso, a camada Transporte tenta continuamente Responsável por adequar o pacote ao meio físico pelo qual
analisar e mensurar o quanto a rede está carregada e efetua está trafegando. Permite que o pacote trafegue por diferentes
um “balanceamento da carga”, reduzindo a taxa de envio dos meios, por interconexões diversas e interoperações de redes al-
pacotes para evitar a sobrecarga. tamente heterogêneas. Essa é uma das maiores qualidades do
TCP/IP. Protocolos mais antigos permitiam o tráfego apenas em
Pacotes um mesmo meio físico.
Outra função importante é a entrega adequada dos pacotes É por meio desta camada que um notebook ou smartpho-
de informação, verificando a sequência de chegada dos pacotes, ne, conectado à internet através do Wi-Fi, tem uma solicitação
pois, durante o tráfego, algum pode se perder. Para ilustrarmos, enviada pela frequência de rádio, pode ter o sinal convertido
digamos que uma informação produzida no equipamento A, para trafegar na fibra óptica do equipamento de internet cedido
destinada ao equipamento B, dado o seu tamanho, foi particio- pela operadora e chega ao destino.
nada na origem em 10 pacotes e encaminhadas ao ponto B. Outra característica dessa camada é a tradução de nomes
Ao chegar ao ponto B, a camada transporte, através do TCP, e endereços lógicos em endereços físicos, além de gerenciar o
verifica a sequência e, caso um pacote tenha se perdido pelo tráfego e as taxas de velocidade dos canais de comunicação.
caminho, ela requisita à origem o seu reenvio. Por fim, outra função é o particionamento da informação
Assim, se o ponto B recebeu os pacotes 1, 5, 3 e 2, o TCP em pacotes menores, como citamos no exemplo dado na cama-
reordena a sequência, verifica a ausência do pacote 4, solicita da de Transporte.
o reenvio desse pacote e, ao chegar, coloca-o na sequência cor- Enquanto a camada de Transporte é responsável pelo se-
reta de maneira que o destino interprete a informação em sua quenciamento correto dos pacotes da informação subdividida,
plenitude. a camada de Enlace é a responsável pela divisão e dessa infor-
mação.
Internet ou Rede (Camada 2)
Pode-se dizer que aqui está o GPS do pacote TCP/IP, pois Tem ainda as seguintes características:
dentro dessa camada é que encontramos os endereços de ori- Estabelecer e encerrar conexões;
gem e destino de uma conexão. Notificar e corrigir falhas;
Utilizar sinais analógicos ou digitais nas conexões;
39
INFORMÁTICA
Utilizar meios guiados (cabos) ou não guiados (rádio, mi- A ponte é um repetidor inteligente. Ela opera na camada de
cro-ondas); enlace do modelo OSI. Isso significa que ela tem a capacidade de
Emissão de mais de um sinal em um mesmo meio físico; ler e analisar os quadros de dados que estão circulando na rede.
Mapear endereços lógicos em físicos;
Converte endereços físicos em lógicos (endereço IP);
Comutar pacotes dentro de um equipamento;
Permite que o TCP/IP seja implementado em diferentes
hardwares.
40
INFORMÁTICA
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INFORMÁTICA
(.odp), Base (.odb), Math (.odf), Draw (.odg). Lembrando que muito útil no caso de seu mouse falhar e não haver outro para
todos os aplicativos BrOffice ou Libre Office possuem um padrão substituí-lo. Em concurso público já foi mais explorado em
de arquivo odf (Open Document Format). diversas provas.
.odt para Processadores De Texto (text)
.ods para Planilhas Eletrônicas (spreadsheets) Barra de Menu
.odp para Apresentações em Slides (presentations) Por padrão está localizado na parte superior da janela logo
A diferença entre as versões BrOffice e LibreOffice é somen- abaixo da Barra de Título. Fazendo uma analogia com o menu
te o layout, ou seja, somente a aparência da sua parte gráfica, os de um restaurante, é onde encontramos todas as opções de
botões e barras que são exibidos que utilizamos para executar pratos oferecidos naquele restaurante. Na informática, menu
as ações em qualquer programa. As extensões, nomes dos tem o mesmo sentido, local onde encontramos todas as opções
aplicativos, formas de trabalhar são todas semelhantes entre as que o aplicativo pode nos fornecer. Se há alguma tarefa que o
versões BrOffice e LibreOffice. aplicativo pode executar, esta tarefa será encontrada em algum
Os programas desta suíte são interligados, é possível abrir menu.
um arquivo do CALC, planilha eletrônica, através do editor de Ao clicarmos sobre um menu é aberto um submenu com
texto WRITER. comandos pertinentes ao título do menu que acabamos de
Como já vimos a suíte LibreOffice é composta por seis apli- clicar. Por exemplo, ao se clicar sobre o menu “arquivo” encon-
cativos, porém, cobrado em concurso público são apenas três: tramos comandos que estão relacionados a um arquivo que pre-
Writer, Calc e Impress e são estes que vamos detalhar nesta tendemos “abrir” ou fazer alterações no arquivo que estamos
apostila. editando no momento, “salvar” por exemplo. Isto acontecerá
Para fins didáticos vamos detalhar os aplicativos da suíte com todos os menus: Arquivo, Editar, Exibir, Inserir, Formatar,
LibreOffice, que é o mais atual e é o que será cobrado nos pró- Tabela, Ferramentas, Janela e Ajuda.
ximos concursos. Não desanime se você estudou ou conhece Na prova se você não souber em qual menu está o coman-
bastante o BrOffice, somente o layout muda um pouco como do, analise qual é a função do comando solicitado. Corretor
já falamos anteriormente mas o modo de funcionamento não Ortográfico é uma ferramenta do aplicativo que serve para
corrigir possíveis erros ortográficos e gramáticos no seu texto,
muda em nada. Mas vale a pena conferir este trabalho e man-
possivelmente estará no menu “Ferramentas” e não no “Editar”.
ter-se preparado para o concurso.
Dica da Solução: Clique sobre o menu arquivo e repita men-
talmente o nome do menu e o comando desta forma: “Arquivo
LIBREOFFICE - WRITER
-> Novo -> CTRL+N”, “Arquivo -> Abrir -> CTRL+O”... Faça isto
com todos os menus e todos os comandos que aparecerem.
Programa semelhante ao MS-Word utilizado para criar
Desta forma você vai gravando em qual menu encontra-se
arquivos de texto como cartas, memorandos, livros, trabalhos
determinado comando e seu atalho de teclado. No MS-Office
de conclusão de curso, enfim, tudo que tenha texto como seu
os atalhos de teclado são feitos baseado no nosso idioma. Para
principal objetivo. abrir um arquivo é CTRL+A, CTRL+N é negrito e assim por dian-
É uma ferramenta poderosíssima com inúmeras possibili- te. No LibreOffice, o padrão é o inglês independentemente do
dades de formatação do texto e a inclusão de imagens, gráficos, idioma utilizado, então temos o N (new) para Novo, o O (open)
planilhas, etc. para abrir e assim por diante, nem todas as letras do atalho vão
Sem a necessidade de ter qualquer outro programa ins- combinar com a palavra, mas fica a dica é mais fácil se lembrar
talado, o LibreOffice, converte qualquer arquivo de qualquer desta forma. Mas só tem uma forma de você se classificar bem,
aplicativo desta suíte em PDF. Esta ferramenta encontra-se estudando.
presente em qualquer versão destes aplicativos desde o antigo Menu arquivo: possui os comandos utilizados que afetam
BrOffice até o atual LibreOffice. ao arquivo aberto ou o que pretende abrir como: Novo, abrir,
Janela de apresentação documentos recentes, assistentes, fechar, salvar, salvar como,
Ao iniciar qualquer aplicativo da suíte LibreOffice será exi- salvar tudo, recarregar, versões, exportar, exportar como PDF,
bido uma janela com os principais componentes do aplicativo, enviar, propriedades, assinaturas digitais, modelos, visualizar no
alguns objetos são comuns e estão em todos os aplicativos navegador Web, visualizar página, imprimir, configurar impres-
como Barra de Título, Barra de Menu, Barra padrão e Barra de sora e sair.
formatação enquanto outros objetos são particularidades do Novo: comando para criar um novo documento do LibreOf-
aplicativo que está sendo executado. fice podendo ser texto, planilha, etc.
Abrir: carrega um arquivo existente. A escolher este
Barra de Título comando abrirá uma janela, navegue até o local onde está o
Localizada no topo da janela contém o nome do arquivo arquivo desejado.
seguido do nome do programa que estamos utilizando. Do lado Documentos recentes: relação dos documentos abertos
esquerdo temos um ícone que se chama caixa do menu de con- recentemente por qualquer aplicativo LibreOffice.
trole, serve para controlar a janela através de um menu único. Assistentes: Modelos de carta, fax, agenda, etc. Possui um
Pode acessado clicando sobre o ícone ou através do atalho de conversor de arquivos que converte arquivos da plataforma
teclado ALT+BARRA DE ESPAÇO. Contém as seguintes funções: Office Microsoft para a plataforma LibreOffice mantendo a
Restaurar, Mover, Tamanho, Minimizar, Maximizar e Fechar. formatação.
É possível controlar plenamente a janela através do teclado, Fechar: fecha o documento ativo
42
INFORMÁTICA
Salvar: atualiza o arquivo existente com as alterações que ✔ Indique a quantidade de páginas a serem impressa e
você acabou de fazer. Caso o arquivo que está sendo editado inicie a impressão.
ainda não tenha sido salvo o LibreOffice abrirá a janela “Salvar Configurar impressora: abre a janela que permite alterar a
como”. impressora de destino e sua configuração como tipo de papel,
Salvar como: comando usado para criar um documento. tamanho, qualidade de impressão, etc.
Nesta janela você escolhe o nome do arquivo, local onde será Sair: fecha o arquivo e o programa solicitando salvar as
armazenado e o tipo de documento será criado. Caso o docu- alterações caso seja necessário.
mento já exista este comando criará um novo arquivo, como o Menu Editar: possui comandos para editar o documento
mesmo conteúdo, permitindo alterar o nome, local ou tipo do que está aberto. Possui os seguintes comandos: desfazer, refa-
arquivo. zer, repetir, cortar, copiar, colar, colar especial, selecionar texto,
Salvar tudo: atualiza os documentos existentes abertos no modo de seleção, selecionar tudo, alterações, comparar docu-
LibreOffice e abre a janela “Salvar como” para os arquivos que mentos, localizar, localizar e substituir, autotexto, trocar banco
ainda não tenham sido criados. de dados, campos, notas de rodapé / Notas de fim, entrada de
Recarregar: retorna o arquivo à última formatação salva. índice, entrada bibliográfica, hyperlink, vínculos, plug-in, mapa
Descarta todas as alterações feitas após o comando “Salvar”. de imagem, objeto.
Versões: permite ao usuário criar um histórico com vários Desfazer ou Repetir: Clique para desfazer a última modifi-
“momentos” do mesmo documento. É possível arquivar na cação introduzida; para repetir, selecione Repetir.
memória do documento várias versões, por exemplo, o docu- Cortar: Retira do documento em edição uma área, moldura ou
mento com algumas alterações em uma data e hora, com outras texto selecionado. O conteúdo “recortado” é armazenado na área
alterações em outra data e hora, assim é possível resgatar o de transferência do sistema operacional, podendo ser reutilizado.
documento com aquela formatação desejada. Copiar: Semelhante à função “recortar”, porém deixa o
Exportar: permite transformar o arquivo para outros for- original intacto e apenas copia a parte selecionada para a área
matos. O exportar é semelhante ao salvar como. de transferência.
Exportar como PDF: permite transformar o arquivo para o Colar: Aplica, no ponto onde o cursor estiver posicionado,
formato PDF. o conteúdo da área de transferência (texto, figura, tabela, etc.)
Enviar: permite enviar o arquivo como anexo à uma mensa- Pode ser acionado por meio de teclas atalho, ou através de dois
gem de correio eletrônico (e-mail) em vários formatos. outros procedimentos:
✔ Via menu: selecione Editar → Colar.
Propriedades: informações básicas, complementares e
✔ Via barra de funções: selecione o botão colar.
avançadas sobre o documento. Inclui estatísticas de letras,
Colar especial: Possibilita aplicar, no documento aberto, o
palavras e outros objetos do texto.
conteúdo da área de transferência, de acordo com opções de
Assinaturas digitais: após criar sua identidade digital
formatação selecionadas na caixa de diálogo.
através de um “Entidade Certificadora” é possível assinar digi-
Selecionar texto: Permite separar textos de objetos
talmente um documento comprovando sua autoria.
(imagens, desenhos, gráficos, etc), possibilitando a cópia ou
Modelos: São arquivos contendo diversos parâmetros
transferência somente do texto.
relativos ao tipo de documento a ser criado, simplificando a Selecionar tudo: Seleciona todo o conteúdo do documen-
elaboração de memorandos, cartas, etc. Documentos criados to ativo.
através do comando: Arquivo->Modelos baseiam-se no mode- Alterações: Permite analisar as modificações efetuadas no
lo-padrão vigente, e podem ser alterados à vontade (e também documento em uso, sendo ativado (ou desativado).
podem se tornar novos modelos-padrão, desde que sejam ✔ Registrar: Registra as alterações no documento.
gravados através do comando Arquivo→Modelos→Salvar). A ✔ Proteger registros: Permite salvar o documento com
caixa de diálogo dispões de quatro campos: Organizar, Fonte proteção por senha. Quando você usa esta opção, automatica-
do Catálogos de Endereços, Salvar e Editar. O primeiro desses mente ativa recurso Alterações.
campos permite organizar os modelos existentes e o segundo ✔ Mostrar: Caso esta opção esteja marcada, as modifi-
permite definir qual banco de dados será adotado como padrão cações efetuadas aparecem em destaque, sublinhadas e em
para determinado modelo. O terceiro salva um modelo e o vermelho.
último edita um modelo existente. ✔ Aceitar ou rejeitar: Permite aceitar ou não as modifica-
Visualizar no navegador Web: permite visualizar o docu- ções, listando-as por ação e por data.
mento como se fosse uma página Internet. ✔ Esta opção também aciona, automaticamente, o recurso
Visualizar página: exibe o documento exatamente como Mostrar.
ele ficará caso seja impresso. ✔ Comentário: Permite acrescentar comentário às modifi-
Imprimir: abre a janela “Imprimir”. Para determinar o que cações efetuadas.
será impresso, você dispõe das seguintes opções: ✔ Mesclar documento: Caixa de diálogo que permite in-
• Imprimir tudo: Imprime todas as páginas do documento, tegrar as modificações efetuadas em uma cópia ao documento
• Imprimir páginas: Identifique as páginas a serem impressas original.
✔ Use um hífen para definir um intervalo de páginas. Comparar documento: Permite comparar o documento
✔ Use ponto e vírgula para definir páginas independentes, em uso com um documento selecionado na caixa de diálogo
por exemplo, as páginas 1, 5, 9 serão impressas se você introdu- associado, no qual, quando o comando Inserir for selecionado
zir, na lacuna, os seguintes caracteres: 1-5;9 (ou seja, páginas de após a abertura de um segundo documento, as diferenças entre
1 a 5 e a página 9). este e o documento ativo aparecerão em destaque.
43
INFORMÁTICA
Localizar e substituir: Localiza palavras ou trechos no ✔Barra de Menus: Clique sobre o menu Exibir e selecione
texto em edição, possibilitando sua substituição. Para efetuar Caracteres não imprimíveis.
uma busca comande Editar → Localizar e Substituir, ou ative ✔ Barra de Ferramentas: Acione o botão Caracteres não
o botão com a figura de um binóculo na barra de ferramentas imprimíveis.
principal, fazendo abrir a caixa de diálogo. Proceda da seguinte Parágrafos Ocultos: Este botão habilita a exibição de tais
maneira: No campo Localizar, digite uma palavra ou sequência parágrafos.
de palavras. Fonte de Dados (somente para Windows): Permite aces-
✔ No campo Substituir, digite o que vai ser usado, em caso sar, criar ou modificar bases de dados do documento (etiqueta,
de substituição. mala direta, etc).
✔ Uma caixa de diálogo permite adequar a busca ao seu Navegador: Este recurso, acionado também pela tecla F5,
objetivo. facilita o acesso a qualquer parte do documento, memorizando
Autotexto: Complementa a digitação de palavras do texto. as posições de cada objeto no texto em edição.
Use este recurso para organizar ocorrências comuns no docu- Tela Inteira: Permite alternar a forma de visualização entre
mento em uso. Você pode salvar uma coleção de ocorrências Normal (área de edição é circundada pelas barras de ferramen-
(formatação de texto, gráficos, molduras, etc) em uma Coleção tas) e Tela Inteira (área de edição toma toda a tela, fornecendo
Tema personalizada para aquela aplicação. uma pré-visualização). A tela inteira é muito usada no LibreO-
Trocar de banco de dados: Possibilita a substituição da ffice Impress para verificar como um slide se apresenta para
base de dados ativa por outra de sua conveniência. Indique uma exibição. Para retornar ao modo de exibição normal, pressione
base de dados em sua caixa de diálogo e em seguida, selecione a tecla Esc ou selecione o botão que aparece no extremo es-
Definir. querdo superior da tela.
Plugin: Genericamente, plugins de um gráfico em um do- Zoom: Possibilita modificar a escala de visualização da pá-
cumento-texto, ou de um documento-texto em uma apresen- gina. Este comando abre uma caixa de diálogo contendo várias
tação, deixa seus ícones e comandos disponíveis para edição, opções pré-definidas de tamanho da tela e ainda, oferece a
tão logo você clique dentro da moldura correspondente. A este possibilidade do usuário definir uma escola que lhe seja conve-
mecanismo também denominamos “plugin”, já que tem “vida niente. Entretanto, a opção Ideal assegura a melhor visibilidade
própria”, apesar de estar incorporado a outro documento.
possível.
Menu exibir: contém os comandos referentes a visualiza-
Menu Inserir: Utilizado para inserir objetos como figura e
ção do documentos e barras de ferramentas com os seguintes
tabela no seu documento. Contém os comandos: quebra ma-
comandos: Layout de impressão, layout Web, barra de ferra-
nual, campos, caractere especial, marca de formatação, seção,
mentas, barra de status, status do método de entrada, régua,
hyperlink, cabeçalho, rodapé, notas de rodapé, legenda, indi-
limites do texto, sombrear campos, nomes de campos, carac-
cador, referência, anotação, script, índice, envelope, quadro,
teres não imprimíveis, parágrafos ocultos, anotações, fontes de
tabela, régua horizontal, figura, filme e som, objeto, quadro
dados, navegador, tela inteira e zoom.
Layout de Impressão: Modelo de layout (visualização) que flutuante e arquivo.
vem por padrão no LibreOffice. Quebra Manual: Pontos de quebra são locais onde se torna
Layout da Web: Deixa a área de edição do LibreOffice simi- necessária uma modificação no desenvolvimento normal da
lar a de uma página de internet. edição. Por exemplo, quando você não tem mais espaço para
Barra de Ferramentas: Permite definir quais barras estarão continuar em uma página, será obrigado a passar para a página
disponíveis na área de trabalho. Esta configuração proporciona seguinte e aí, se localiza uma Quebra de Página. Uma vez inseri-
um melhor aproveitamento da área de trabalho, desafogando-a da, uma quebra manual só poderá ser removida manualmente.
de comandos que não sejam indispensáveis ao tipo de trabalho Campos: Este comando abre uma caixa de diálogo contendo
que esteja sendo realizado. A opção personalizar, permite que um resumo da coleção de campos que podem ser inseridos na
você possa trocar o posicionamento dos botões. posição corrente do cursor. Caso nenhum dos tipos oferecidos
Barra de Status: Este botão habilita a exibição da barra satisfaça, selecione Outros...
localizada no extremo inferior da área de edição e proporciona O LibreOffice controla a visualização do conteúdo dos cam-
informações sobre: página corrente/total, taxa de zoom, modo pos, atualizando-os automaticamente; caso haja necessidade de
(inserir/sobrescrever) e idioma. atualização manual, selecione o(s) campo (s) a serem atualiza-
Régua: Habilita a exibição da régua horizontal no topo da dos e acione a tecla [F9]. Eis a relação dos tipos de comandos
área de edição. disponíveis:
Limites do texto: Coloca uma moldura em torno do texto ✔ Data: Insere a data atual.
exibido na tela, indicando a área aproveitável. ✔ Hora: Insere a hora atual, no formato hh;mm;ss.
Sombrear campos: Este botão habilita a exibição do ✔ Número de Página: Insere em um local do documento
sombreamento, nos campos onde esse atributo tenha sido a numeração de página, a qual será incrementada automatica-
preestabelecido (por exemplo, para destaque dos marcadores). mente a cada página, caso esse campo esteja incluído em um
Campos/Nomes de campo: Botão que alterna a exibição cabeçalho ou rodapé.
entre o nome e o conteúdo dos campos existentes no documen- ✔ Total de Páginas: Insere número total de páginas que
to. Por exemplo: Campo: Data-Fixo <> 15 Fev 11. o documento contém, valor que será atualizado à medida que
Caracteres não imprimíveis: Este botão habilita/desabilita novas páginas forem adicionadas.
a exibição deste tipo de caracteres (tabulação, final de linha, ✔ Assunto: Insere o assunto constante do item proprieda-
etc.), dispondo das seguintes formas de acionamento; des do arquivo.
44
INFORMÁTICA
✔ Título: Insere o título constante o item propriedades do Para eliminar um cabeçalho, selecione o texto dele e siga
arquivo. os passos já descritos. O programa indicará se o texto se o texto
✔ Autor: Insere o autor constante do item propriedades deve ser realmente apagado. Em caso positivo, clique em OK.
do arquivo. Rodapé: Processo semelhante ao da criação de cabeçalhos,
✔ Outros: Abre caixa de diálogo que apresenta todas as para definição dos rodapés das páginas do documento. Quando
opções disponíveis para inserção de um campo genérico no do- este recurso é acionado Inserir → Rodapé → Padrão, faz surgir
cumento. A caixa de diálogo que dispõe de seis guias: Banco de uma linha para digitação do texto a ser usado como rodapé.
Dados, Documento, Referência cruzada, Funções, Informações Para eliminar um rodapé, selecione o texto dele e proceda de
do documento e Variáveis. forma semelhante à descrita no item anterior.
Caracteres Especiais: Esta caixa de diálogo lista todos os Nota de Rodapé/Nota de Fim: Este recurso possibilita
caracteres existentes para cada fonte disponível. Alguns desses acrescentar notas de rodapé ou de final ao texto que está sendo
caracteres não podem ser digitados diretamente, por não esta- editado. Para acionar este recurso, coloque o cursor adiante da
rem vinculados a teclas próprias. O botão [▼] no campo Fonte, palavra a qual a nota de rodapé ficará associada ou selecione
lista as fontes disponíveis, bastando acionar o mouse sobre a a palavra desejada e comande Inserir → Nota de Rodapé. Na
que lhe interessar. A seguir, navegue pelos caracteres por meio caixa de diálogo associada, você pode optar por uma numera-
das setas do teclado ou usando o mouse, selecione o carácter ção automática, como usar caracteres próprios para a nota. Por
desejado, que será visualizado à direita do quadro. Você pode exemplo: *. A numeração que identifica a nota aparece adiante
escolher outros caracteres: a cada nova seleção, o carácter an- da palavra associada (âncora) ou no lugar dela. O texto da nota
terior fica guardado na área inferior do quadro. Selecionado(s) pode ser digitado livremente, bastando levar o cursor à área da
o(s) caracteres pretendidos, clique em OK para inseri-lo(s) no página onde uma cópia da referida numeração se encontra.
documento. Legenda: Acrescenta um texto numerado ao objeto selecio-
Seção: Esta facilidade permite criar seções no documento nado: Gráfico, Tabela, Figura, Desenho ou Moldura. Existem várias
em edição, as quais podem ser personalizadas e formatadas opções de numeração, de reinício de numeração e de posição
independentemente. Por exemplo, cabeçalhos e rodapés po- relativa. Também podemos atribuir legendas a objetos indexados.
dem se referir ao nome da seção e portanto, identificarem os Marcador: Insere um lembrete vinculado na posição do
capítulos de um livro; as páginas podem ser numeradas a partir cursor. Esta posição será acessível com facilidade através do
do início de uma seção. Pode-se ainda, criar um caminho para recurso Navegador. Esta marcação pode ser identificada da
uma seção vinculado a outro arquivo. A caixa de diálogo possui forma que desejar, através de nomes, numeração, etc. Quando
cinco guias, sendo que as descrições das guias Seção, Colunas, um lembrete é selecionado dentro do navegador, o cursor se
Recuos, Plano de Fundo e Notas de Rodapé/Notas de Fim. desloca para o ponto onde o texto associado se encontra. Lem-
✔ Seção: Nesta guia, você pode atribuir o nome e a seção bretes de texto também podem ser usados como âncoras de
que será criada, criar vínculos com outros arquivos, pode definir hiperlinks. Após selecionar esse recurso, digite a identificação
condições de proteção contra gravação e até mesmo ocultar na caixa de diálogo associada. Caso prefira que o lembrete fique
seção. associado a algo no texto, selecione o que deseja com o mouse.
✔ Notas de Rodapé/Notas de Fim: Esta guia permite Referência: Esta facilidade lhe permite inserir campos
estabelecer condições para numeração e apresentação dessas referenciando a outros, em seu documento. Referências cru-
notas, que tanto podem situar-se no fim das seções como no zadas são campos referenciados no mesmo documento ou em
final da obra que está sendo editada. documentos atrelados a um documento base. A vantagem do
Hyperlink: É um vínculo que associa algo existente no uso referências ou campos referenciados é que você não precisa
texto do documento ativo a outro local, que tanto pode estar na ajustar o documento a cada modificação introduzida.
internet como no próprio sistema local. Obviamente, é possível Um exemplo simples que ilustra o processo. Se você deve
inserir vínculos entre diferentes setores locais de um mesmo apresentar em uma carta, o nome do remetente no cabeçalho
documento. Para utilizar este recurso, inicialmente selecione a e no final (abaixo da assinatura), referencie o nome do final ao
parte do texto que ancorará o vínculo. Preencha os campos de do cabeçalho e não terá que digitá-lo duas vezes. Lista de for-
configurações adicionais. Defina o “alvo” no comando Destino. necedores, clientes, produtos, etc., podem se beneficiar desta
Ao acionar o botão que se encontra a direita do referido cam- facilidade.
po, surge uma caixa de diálogo com diversas opções: Tabelas, Anotação: Insere uma anotação na posição do cursor, a
Molduras de texto, Imagens, Objetos OLE, Categorias, Títulos e qual fica assinalada por um pequeno retângulo amarelo. Para
Marcadores de texto. Os itens assinalados por um sinal positivo inserir uma anotação:
contém alvos, com os quais o vínculo pode ser estabelecido. ✔Posicione o cursor no ponto em que deseja fazer a in-
Basta selecionar um deles, acionar o mouse sobre Aplicar e em serção.
seguida, em Fechar. A palavra do texto inicialmente selecionada ✔ Acione o mouse sobre Inserir → Nota, para abrir a área
aparece sublinhada. Ao passar sobre ela o ponteiro do mouse de edição.
assume o formato de uma pequena mão ou luva, indicando a ✔ Edite a nota e opcionalmente, dê informações sobre o
possibilidade de se estabelecer uma conexão. autor.
Cabeçalho: Torna possível definir o cabeçalho das páginas ✔ Clique em OK.
do documento. Quando este recurso é acionado Inserir → Cabe- Para ler ou editar novamente a nota, dê um clique duplo
çalho → Padrão, surge uma linha para digitação do texto a ser sobre o retângulo e mantenha ali o mouse, a fim de ativar a
usado como cabeçalho. exibição automática da nota. A anotação não será impressa.
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INFORMÁTICA
Script: São instruções programáveis que podem ser execu- Tabela: Possibilita inserir tabelas. Comande Inserir → Ta-
tadas sem interação do usuário. Este comando abre, na posição bela ou acione o botão da barra de ferramentas principal, para
corrente do cursor, uma tela para inserção do script, o qual abrir uma caixa de diálogo. Defina o número de linhas e colunas
fica assinalado por um retângulo verde. Este recurso não será no campo Tamanho.
detalhado, por fugir da alçada desse livro. Régua Horizontal: Permite a inserção/retirada de uma
régua na posição horizontal.
Índices e tabelas: Este comando abre um menu de contexto Figura: Serve para importação de imagens. Oferece duas
com os seguintes itens: opções:
1) Entrada: Para criar uma entrada em um índice, inicial- ✔ De um arquivo: Permite usar material já armazenado.
mente selecione um trecho do documento (pode ser uma pala- ✔ Digitalizar: Captura imagens através de um scanner ou
vra, um parágrafo, etc.). Em seguida, abra o menu de contexto de algum programa específico.
Inserir → Índices e Tabelas e escolha o tipo de índice desejado. Recurso não será explicado nesta obra.
Você pode definir se a formatação daquele parágrafo (ou Objeto: Recurso que controla a inserção de vários tipos de
palavra) será adotada em todos os parágrafos que possuírem objetos:
formatação idêntica, dentro do documento, o que facilita em ✔ Objeto OLE: Insere objetos do tipo OLE, que são dotados
muito a criação do índice. Introduza os dados e clique em OK. de características peculiares (não são aceitos na área de trans-
Podemos criar índices dos seguintes tópicos: ferência). Esse tipo de objeto pode ser editado quando se ativa
➢ Alfabético; a sua fonte por meio de um duplo clique.
➢ Tabela de conteúdos; ✔ Plug-in: Insere esse tipo de objeto.
➢ Definido pelo usuário. ✔ Som e vídeo: Abre caixa de diálogo para seleção de
arquivos deste tipo a serem inseridos.
2) Índices e sumários: Recurso para inserção de índices ✔ Fórmula: Abre o LibreOffice Math.
e tabelas formatadas conforme necessidades específicas, e ✔ Gráfico: Abre caixa de diálogo que permite visualizar os
que é adequado para a criação de índices em um texto longo. dados disponíveis ou criar um gráfico no ponto onde se encon-
A quantidade de opções para tipos de índice é grande. Como tra o cursor.
o procedimento de criação é típico, analisaremos somente a Quadro Flutuante: Permite inserir uma moldura no docu-
opção Índice de Conteúdo. mento. Recurso utilizado para criação de páginas de internet,
➢ Criando um Índice de Conteúdo (Índice): A melhor forma não será explorado neste livro.
de gerar um índice é aplicar estilos pré-definidos a elementos do Arquivo: Este comando possibilita inserir no documento
parágrafo que você deseja incluir no índice, por exemplo: Nível em edição, o conteúdo de outro documento. Note que a caixa
1 para capítulos, Nível 2 para seções e assim sucessivamente. de diálogo associada é idêntica ao comando Abrir do menu
Em seguida: Arquivo.
a) Clique no documento a ser indexado e escolha: Inserir →
Índices →Índice/Sumário. Menu formatar: comandos utilizados para alterar algum
b) Em Tipo, selecione Sumário. conteúdo do texto ou layout, formatar. Comandos deste menu:
c) Selecione a opção que desejar e clique OK. limpar formatação, caractere, parágrafo, marcadores e nume-
➢ Atualizando um Índice de Conteúdo (Índice) Para atuali- ração, página, página de rosto, alterar caixa, colunas, seções,
zar um índice de conteúdo, execute uma das sequências abaixo: estilos e formatação, autocorreção, âncora, quebra automática,
a) Pressione botão direito sobre o índice/sumário e apare- alinhamento, dispor, inverter, agrupar, objeto, quadro / objeto
cerá a opção atualizar. e figura.
b) Depois selecione atualizar todos e pressione OK. Limpar Formatação Direta / Formatação Padrão: Este
recurso restaura os padrões originais de formatação em um
3) Entrada bibliográfica: Criação de índice com os dados parágrafo que tenha sido formatado de outra forma.
existentes em uma base de Dados Caractere: Todos os comandos referentes à formatação
Envelope: Você pode imprimir diretamente sobre um enve- de caracteres estão também disponíveis na barra de objetos
lope com esta facilidade, utilizando informações proveniente de de texto. A caixa de diálogo associada dispõe de cinco guias e
uma base de dados, o que torna desnecessária a confecção de do recurso de pré-visualização, que auxilia na escolha da opção
etiquetas adesivas. A guia Envelope define a posição do texto a mais adequada. Sempre que você realizar alguma modificação,
ser impresso, dos dados fixos e dos campos existentes na fonte selecione OK para ativá-la, Cancelar para abandonar ou Rede-
de dados. A guia Formato serve para determinar o tamanho do finir para revalidar as definições anteriores. É possível definir:
envelope, bem como a posição dos campos Destinatário e Re- ➢ Fonte:
metente, na área de impressão. Na guia impressora é definida a ✔ Fonte: Escolhe a fonte que vai ser utilizada, permitindo
impressora a ser utilizada e a orientação do envelope. definir:
Quadro: Insere uma moldura no texto, com várias opções ✔ Tipo: Afeta a aparência das letras, tais como: negrito,
de plano de fundo, cor, imagem, etc. Além das opções padrão, itálico, etc.
também é possível empregar uma imagem ou motivo escolhido ✔ Tamanho da fonte: Define o tamanho da letra, em
pelo usuário. pontos.
✔ Idioma: Define o idioma padrão.
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INFORMÁTICA
➢ Efeitos de Fonte: Disponibiliza os seguintes efeitos: do conteúdo das linhas que compõem as bordas. Além disto,
✔ Cor da fonte: Define a cor do corpo da letra. admite diversos estilos de sombras com cores variadas. Dentro
✔ Efeitos: Tem as opções maiúsculas, minúsculas, título e de Página encontramos os menus:
caixa alta. Organizador: Permite configurar o estilo das páginas do
✔ Relevo: Nesse item, podemos deixar o texto em alto ou documento. As definições do estilo selecionado constam do
baixo relevo. Contém. Caso deseje, você poderá selecionar um estilo pré-con-
✔ Tachado: Deixa um pequeno efeito com traço no meio figurado e personalizá-lo como desejar.
do texto. ✔ Página: Permite adotar uma configuração pré-definida
✔ Sublinhado: Deixa um traço embaixo do texto. ou personalizada, de acordo com as dimensões do papel a ser
➢ Posição: permite alterar: usado na impressão ou com suas preferências pessoais.
✔ A posição relativa do carácter em relação ao texto, com ✔ Plano de fundo: Possibilita escolher uma cor ou uma
as opções normal, sobrescrito e subscrito. imagem como plano de fundo, que será aplicada em todo o
✔ A rotação do carácter em relação ao texto. texto.
✔ O espaçamento do carácter. ✔ Cabeçalho: Configura um cabeçalho segundo os se-
➢ Hyperlink: Menu de contexto que dispõe de duas opções: guintes parâmetros: espaçamento, autoajuste da altura, ajuste
Hyperlink e estilos de caractere. dinâmico da altura, etc. O botão Mais faz abrir uma caixa de
➢ Plano de fundo: Possibilita definir uma cor de fundo a diálogo para definição de bordas e planos de fundo.
ser aplicada sob o que está sendo digitado, contribuindo para ✔ Rodapé: Definição idêntica à do item anterior.
destacar trechos do texto. ✔ Bordas: Formata um padrão de bordas para todas as
Parágrafo: Caixa de diálogo disposto em oito guias, páginas.
discriminadas abaixo: O parágrafo a ser formatado deve ser ✔ Colunas: Ajusta configurações como a largura e quanti-
previamente selecionado (algumas das opções são dotadas de dade de colunas.
pré-visualização e o estilo de um parágrafo pode ser registrado ✔ Notas de rodapé: Formata as notas de rodapé criadas
como estilo de página): em Notas de Rodapé/Notas de Fim. Este recurso dispõe de
➢ Recuos e espaçamento: Determina a posição do parágra- várias opções de formatação, como separadores, espessura das
fo em relação às margens, bem como de algumas de suas linhas linhas, etc.
em relação às outras. Estabelece as distâncias entre as linhas e Alterar caixa: Altera a formatação de uma frase, como
entre os parágrafos do texto. inicializá-la com letra maiúscula, todas as letras em maiúsculas
➢ Alinhamento: Controla a posição do texto, bem como ou minúsculas.
o alinhamento vertical em relação ao restante do texto. Caso Colunas: Tem caixa de diálogo que é bastante intuitiva e
deseje, você pode registrar um tipo de parágrafo, a fim de apro- completa. Você ainda pode modificar um estilo adotando uma
veitar a mesma formatação em outros parágrafos. formatação de coluna.
➢ Fluxo do Texto: Formata as palavras com a opção de Seções: Você pode modificar as seções anteriormente
divisão silábica automática, que permite definir o número de criadas através deste recurso.
caracteres nas extremidades das linhas e a quantidade de hifens Estilos e formatação: A caixa de diálogo associada a este
consecutivos. Permite, ainda, controlar quebras de páginas ou comando permite aplicar estilos de formatação a objetos ou
colunas através do controle de linhas “órfãs e viúvas”. áreas do texto. É ancorável e pode permanecer oculto, quando
➢ Estrutura de Tópicos e Numeração: Permite definir uma conveniente. A criação de novos estilos pode ser feita pelo
numeração para parágrafos e linhas do texto, separando por processo de arrastar-e-soltar (a área que contém a formatação
seções, se necessário. a ser preservada pode ser transportada para dentro do designer
➢ Tabulação: Define o tipo e a posição das tabulações, bem com o mouse, após ser selecionada). Abre-se uma janela para
como o tipo de carácter empregado no preenchimento opcional digitação do título do estilo recém-criado.
do espaço tabulado. Autocorreção: Permite ao LibreOffice Writer corrigir de
➢ Capitulares: Formata os capítulos do texto, podendo forma automática, palavras que algumas vezes escrevemos de
criar destaques no início de cada capítulo. forma errada. Existem quatro opções de Autocorreção: Ao digi-
➢ Bordas: Atribui bordas ao parágrafo, oferecendo opções tar, Aplicar e editar alterações e Opções de autocorreção. Essa
de disposição (lateral, inteiro, etc), sombreamento, cor da linha última opção, se erramos a palavra “eletrecidade”, é possível
de contorno e cor da sombra projetada. corrigi-la para “eletricidade”. Para isso clique em Opções de
➢ Plano de fundo: Aplica um plano de fundo ao parágrafo autocorreção e digite a palavra que costumeiramente é digitada
que pode ser constituído de uma cor sólida ou por imagens de maneira errada e a palavra correta, depois clique em Novo e
retiradas de arquivos. pressione OK.
Marcadores e numerações: Possibilita escolher o tipo de Âncoras: Permite alternar entre as opções de ancoramento.
marcador ou numeração para destaque no parágrafo. Dispõe O ícone Alterar âncora é visível somente quando um objeto, tal
das guias: Marcadores, Tipo de Numeração, Estrutura de Tópi- como uma figura ou um campo de controle ou um quadro for
cos, Figura, Posição e Opções. selecionado.
Página: Recurso que engloba atributos de formatação Quebra automática: Esse recurso somente funciona, quan-
das páginas, (tamanho, cor, cabeçalhos e rodapés, notas de do estiver um objeto selecionado, principalmente uma figura.
rodapé, etc). Oferece opções de disposição, tipo e afastamento Temos as seguintes opções: Desativar a quebra automática de
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INFORMÁTICA
um texto, Quebra automática de texto, Quebra automática de Numeração da Estrutura de Tópicos: Facilidade idêntica
página ideal, Quebra automática através no plano de fundo, àquela encontrada nas guias Opções e no tópico Marcadores e
Contorno, Editar contorno, Primeiro parágrafo e Editar. Numeração, do menu Formatar. É um método de numeração
Alinhamento: Essa opção também está disponível na Barra aplicável aos títulos do texto, possibilitando a numeração
de Formatação, existem quatro tipos de alinhamentos de textos: hierárquica de capítulos, seções, parágrafos, etc. É possível
À esquerda, Centralizado, À direita e Justificado. determinar a forma como esses vários títulos serão numerados.
Dispor: Coloca o objeto em diversas posições, os nomes são Numeração de Linhas: Formata e habilita a exibição de
bem intuitivos como: Trazer para frente, Avançar um, Voltar um numeração referente às linhas do texto. Este recurso facilita a
e Enviar para trás. referência a qualquer parte do texto, principalmente durante
Inverter: Inverte o objeto horizontalmente e verticalmente. a sua edição.
Agrupar: Reúne dois objetos transformando eles num único Notas de Rodapé/Notas de Fim: Oferece opções de tipo de
objeto. numeração, localização e ainda, o tipo de símbolo adotado para
Objeto: Realiza diversas configurações de objeto como assinalar a nota. Possui duas guias, similar ao Notas de Rodapé/
alteração de posição e tamanho e linha. Notas de Fim do menu Inserir.
Figura/imagem: Configura uma imagem selecionada. Galeria: Selecionando essa opção, abrirá uma caixa de
diálogo. Você poderá selecionar figuras da galeria e incluí-las
Menu tabela: Comandos pertinentes ao gerenciamento de no documento de edição. Selecione o botão Novo Tema a fim
tabelas no texto. Comandos deste menu: inserir, excluir, sele- de abrir uma área de edição específica, na qual será inserido o
cionar, mesclar células, dividir célula, proteger célula, mesclar arquivo (ou os arquivos) que irá integrar o novo tema da Galeria.
tabela, dividir tabela, autoformatar, autoajustar, repetir linhas Clique em OK, para concluir a operação.
de estilo, converter, classificar, fórmula, formato numérico, Player de mídia: Permite inserir pequenos vídeos dentro de
limites da tabela e propriedades da tabela. um documento de texto.
Inserir: Permite a inserção de tabelas. Depois de inserir Banco de dados bibliográficos: Apresenta a base de dados
tabelas, as opções linhas e colunas estarão disponíveis. bibliográfica referente ao texto ou ao autor de vários livros.
Excluir: Faz o processo inverso, ou seja, exclui linhas, colu- Assistente de Mala Direta: Esta facilidade permite-lhe jun-
nas e tabelas. Selecione o que você pretende excluir e selecione tar um documento com dados de uma fonte de dados, criando
esta opção. um documento único.
Selecionar: Permite a seleção de linhas, colunas, células ou Atualizar: Atualiza os dados que variam com o tempo ou
toda a tabela para posterior formatação. com as variáveis contidas no documento, tais como: Campos
Mesclar células: Quando preciso juntar duas ou mais célu- (data, hora, etc.), Índice atual e bem como a formatação da pá-
las, ativo esta opção. gina. O contrário, Atualizar Tudo, efetua a atualização completa.
Autoajustar: Esta função arruma a tabela, quando ela está Macros: Ferramenta de edição e organização de macros,
toda desconfigurada, com vários tipos de linhas e colunas. que emprega o LibreOffice Basic. Macros são recursos de pro-
Converter: Existem 2 opções de conversões, a primeira gramação utilizados para automatizar funcionalidades.
converte o texto selecionado em tabela e a segunda, converte Gerenciador de Extensão: São extensões que podem ser
a tabela, por exemplo, colocamos uma lista de palavras em adicionadas ao LibreOffice, como por exemplo, o CoGrOo, que é
ordem alfabética e depois precisamos remover a tabela, para um um corretor gramatical acoplável ao LibreOffice.
isso, usamos o comando De tabela para texto. Filtros XML: Abre uma caixa de diálogo com o qual você pode
Fórmula: Você pode inserir fórmulas em células da tabela criar, editar, apagar e testar filtros para importação e exportação,
como se estivesse no Calc. de arquivos XML. Este assunto, foge o alcance desse livro.
Opções de autocorreção: Tem a mesma função do item
Menu ferramentas: ortografia e gramática, idioma, Autocorreção do menu Formatar.
contagem de palavra, numeração de estrutura de tópico, nu- Personalizar: Esse recurso permite a personalização de
meração de linhas, notas de rodapé, galeria, banco de dados menus, barras de ferramentas e de status, teclas de atalho e es-
bibliográficos, assistente de mala direta, classificar, calcular, pecificação de tarefas para as macros existentes. Na aba Menu,
atualizar, macros, gerenciador de extensão, filtros XML, opções que também é válido com relação às outras abas (Teclado, Barra
de autocorreção, personalizar e opções. de Ferramentas e Eventos).
Ortografia e Gramática: Também pode ser acionado pela A guia Eventos permite modificar o comportamentos do
tecla de atalho F7. Esta opção, sublinha as palavras em desacor- LibreOffice, ao ser proposto um determinado evento. São recur-
do com os padrões ortográficos registrados. Uma vez atingido o sos utilizáveis por usuários experientes.
final do documento, o programa pergunta se devemos retornar Opções: Este comando abre um uma caixa de diálogo
ao início, para completar a verificação. contendo tópicos de configuração do LibreOffice. Praticamente
Idioma: Além do idioma português, poderemos utilizar todos os recursos disponíveis estão listados, com suas possíveis
outras opções de idiomas, caso elas estejam instaladas. Por opções. É uma poderosa ferramenta para a personalização do
exemplo, se eu trabalho com tradução de documentos, essa op- programa.
ção é excelente para facilitar na correção do idioma estrangeiro. Menu janela: contém os comandos para o gerenciamento
Contagem de Palavras: Essa opção permite contar palavras, das janelas, por exemplo, para mudar de uma janela para outra
espaços e caracteres selecionados ou não. basta utilizar este menu, nele, todas as janelas ficam relaciona-
das e são exibidas.
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INFORMÁTICA
Nova Janela: Este comando abre uma janela adicional para Abrir (Ctrl+O): abre um arquivo existente de qualquer
fornecer uma nova área de trabalho para o documento ativo. aplicativo.
Você pode utilizar esta nova janela para visualizar o documento Salvar (Ctrl+S): Como o próprio nome diz esse botão
em posições diferentes ou pode usá-la para ativar outro docu- permite ao usuário salvar as alterações feitas no documento.
mento. Porém se o documento nunca foi salvo, ao clicar nesse botão
Fechar Janela: Fecha a atual janela, quando temos várias será aberta a janela salvar como, onde é possível definir o local
abertas. onde o arquivo será salvo, o nome e o tipo do arquivo. Se o
Lista de documentos abertos: Cada novo documento que documento já foi salvo e alguma alteração foi realizada, ao clicar
for aberto será acrescentado à lista que aparece na área abaixo nesse botão elas serão simplesmente salvas. Quando não há
do comando Fechar Janela. Um [●], à esquerda do título do alterações esse botão fica desativado.
documento ativo, facilita à sua identificação. E-mail com o documento anexo – Cria uma mensagem de
Correio Eletrônico e adiciona o documento como anexo desta
Menu ajuda: contém comandos para auxiliar na resposta mensagem, utilizando o cliente de e-mail padrão do sistema.
de dúvidas quanto ao aplicativo utilizado. Comandos deste Editar arquivo: Ativa/desativa a possibilidade de editar
menu: ajuda do LibreOffice, o que é isto?, enviar minha opinião, o arquivo, seria uma forma mais simples de travar o arquivo
informações da licença, verificar por atualizações, sobre o contra alterações, porém, sem senha.
LibreOffice. Exportar diretamente como PDF – Com esta opção o Writer
Ajuda do LibreOffice: É a principal opção do menu ajuda, exporta o arquivo em edição para o formato PDF. Este formato
sendo que será consultada para tirar qualquer dúvida sobre o é um tipo de arquivo não alterável por programas comuns,
aplicativo. somente versões pagas permitem alterações em arquivo do
O que é isto: Clicando nessa opção, aparecerá um ponto formato PDF. Não é necessário nenhum outro aplicativo para
de interrogação, que o usuário pode clicar em qualquer parte que este comando funcione.
do aplicativo para saber qual a função de determinado ícone. Imprimir arquivo diretamente – Similar ao Impressão
Informações da licença: Explica detalhadamente como está Rápida de outros editores de texto, imprime o conteúdo do ar-
licenciado o LibreOffice e trás a cópia da licença. quivo diretamente para a impressora que estiver definida como
Créditos do LibreOffice: Trás a lista dos voluntários respon- padrão e suas configurações.
sáveis pelo projeto. Quando houver um texto selecionado no texto, o programa
Sobre o LibreOffice: Informações genéricas sobre a presen- solicitará confirmação se a impressão será do todo o documento
te versão do LibreOffice. ou apenas a parte selecionada do texto.
Visualizar impressão: Permite, verificar como ficará o
O LibreOffice possui diversas barras de ferramentas que fi- documento caso seja impresso. A visualização será feita em
cam ocultas, pois caso todas fossem exibidas ao mesmo tempo, tela inteira para que o usuário possa visualizar a formatação do
não haveria local para digitar o texto, por isso, ficam ocultas e documento e corrigi-lo antes de imprimir.
aparecem conforme a necessidade e são sensíveis ao contexto, Ortografia e Gramática (F7): Exibe a caixa de diálogo “Ve-
por exemplo, quando se clica sobre um gráfico a barra de assis- rificar Ortografia e Gramática” que permite ao usuário iniciar a
tente gráfico é exibida. correção ortográfica do documento, com base no dicionário do
Logo abaixo da barra de menus encontramos a Barra de Fer- Writer.
ramentas Padrão. Esta barra é a mesma em todos os aplicativos DICA: A correção começa a partir de onde o cursor está
da suíte LibreOffice. Ela é do tipo barra de ferramenta Encaixada posicionado, executa a verificação até o final do documento e
e pode ser movimentada e colocada em qualquer local da janela retorna ao início para verificar até o ponto que foi iniciado. O
tornando-se flutuante. Para movimentar uma barra basta clicar fato do Writer Indicar, com o sublinhado vermelho, um erro
sobre cinco pontos na vertical localizados no início da barra e ortográfico, não significa que há um erro, isso acontece quando
arrasta-la para o novo local desejado. a palavra ou expressão não existe no dicionário do Writer. Lem-
bre-se por mais que o nome do botão seja ortografia e gramatica
Barra de Ferramentas Padrão o WRITER possui por padrão apenas o corretor ortográfico.
Nesta barra temos os seguintes botões da esquerda para Auto verificação Ortográfica: Exibe/oculta a indicação de
a direita: erro ortográfico (sublinhado vermelho). Obs.: Mesmo que a
Novo (Ctrl+N): cria um novo arquivo de qualquer aplicativo. indicação esteja desativada o Writer continua executando a veri-
No LibreOffice todos os aplicativos são integrados, desta forma, ficação do erro ortográfico, porém apenas é indicado se o usuário
é possível abrir uma nova planilha através do programa Writer clicar no ícone “Ortografia e Gramática” ou pressionar F7.
aberto e clicando na seta existente ao lado do botão Novo ou Cortar (CTRL+X): Recorta o item selecionado (é movido
utilizando o atalho de teclado mencionado para criar um novo para área de transferência).
arquivo do mesmo aplicativo. O atalho de teclado não exibe Copiar (CTRL+C): Copia o item selecionado (cria uma cópia
opções de criar arquivos de outros aplicativos a não ser do na área de transferência e pode ser colado quantas vezes forem
que já está aberto e sendo executado no momento em que o necessário).
comando do atalho é executado. No Writer digitando o atalho Colar (CTRL+V): Deposita, na posição do cursor, o conteúdo
cria outro arquivo de texto. No Calc utilizando o Ctrl+N cria uma da área de transferência independentemente se foi copiado ou
nova planilha. recortado e não importando o tamanho.
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INFORMÁTICA
Pincel de Estilo: Esse recurso (principalmente o ícone) cai Caixa de formatação com numero: Permite definir o
em vários concursos. Ele permite copiar a formatação de um tamanho da fonte, sendo o tamanho mínimo de 2 e o máximo
item e aplicar em outro. Este recurso não copia o texto somente de 999,9. Quando há um texto selecionado o Writer exibe a
a formatação (Fonte, tamanho, cor, negrito, itálico, etc). formatação de tamanho da fonte deste texto. Caso esta caixa
Desfazer: Desfaz a ultima ação feita (CTRL+Z). apareça em branco significa que há dois ou mais tamanhos de
O limite de vezes que o Writer pode desfazer uma ação, por fontes diferentes no texto selecionado.
padrão, são 999 vezes. Para alterar o número de comandos que Negrito (CTRL+B): Aplica o estilo de formatação negrito ao
podem ser desfeitos, clique no menu Ferramentas -> Opções -> texto selecionado.
LibreOffice -> Memória, e digite um novo valor de 1 a 1000 na Itálico (CTRL+I): Aplica o estilo de formatação itálico ao
caixa “Número de etapas”. texto selecionado.
Refazer: Refaz as ultimas ações que foram desfeitas (CTR- Sublinhado (CTRL+U): Aplica o estilo de formatação subli-
L+Y). nhado ao texto selecionado.
Hiperlink: Exibe a caixa de diálogo “Inserir Hiperlink”, onde Alinhar à esquerda (CTRL+L): Esta formatação aplica-se a
é possível criar um Link (atalho) para outro ponto do mesmo de um parágrafo ao documento todo. Este é o padrão de ali-
documento, para outro arquivo ou ainda para uma página da nhamento do texto quando se inicia o Writer, todo o texto fica
internet. Por padrão o texto que é um link fica na cor azul e encostado na margem esquerda.
sublinhado, isto pode ser alterado. Um link pode ser feito em Centralizado (CTRL+E): Centraliza o texto entre as margens.
uma palavra, frase ou imagem. Este alinhamento aplica-se de um parágrafo ao texto todo.
Tabela (CTRL+F12): Quando clicado abre a janela “Inserir Alinhar à direita (CTRL+R): Este alinhamento encosta o
Tabela”, possibilitando inserir tabelas com qualquer configura- texto na margem da direita. Este alinhamento aplica-se de um
ção de tamanho, quantidade de linhas e colunas e layout. parágrafo ao texto todo.
Mostrar funções de desenho: Exibe/oculta a barra de ferra- Justificado (CTRL+J): Este tipo de alinhamento aumenta o
menta de desenho. Este é um botão bastante cobrado em concur- intervalo entre as palavras até que o texto encoste na margem
sos por causa do layout do botão confundindo o candidato com o da direita. Este texto é o padrão de como deve ficar um texto
comando de inserir linhas ou formas. Este botão somente exibe e oficial como carta, memorando, etc. O texto fica encostado na
culta a barra que contém os comandos de inserir linhas e formas. margem da direita e da esquerda. Este alinhamento aplica-se de
Navegador (F5) – Permite que o usuário navegue pelo do- um parágrafo ao texto todo.
cumento, de acordo com o conteúdo desejado, títulos, tabelas Ativar/Desativar numeração (F12): Permite criar uma
etc, a procura de algo específico. lista numerada. Depois que uma numeração for inserida, toda
Galeria – Permite que imagens, temas e sons sejam vez que for pressionado ENTER será colocado um número no
inseridos ao documento do Writer através de um banco de próximo parágrafo, caso o usuário não deseje mais continuar
imagens. Após clicar no botão aparece uma barra flutuante que a sequência, basta clicar novamente no ícone ou utilizar a tecla
exibe uma lista de imagens e sons que podem ser inseridos ao de função.
documento. O Writer possui a opção de Inserir Figuras e Inserir Ativar/Desativar marcadores (Shift+F12):Cria uma lista
Filmes e Sons, que buscam arquivos no computador do usuário. com marcadores que podem ser alterados conforme desejado.
Já esta opção da Galeria é se baseia em uma lista disponibilizada Diminuir Recuo: Desloca o texto 1,25 cm (padrão) para a
pelo Writer e não inserida a partir do computador do usuário. esquerda.
Caracteres não imprimíveis (CTRL+F10): Exibe/oculta os Aumentar Recuo: Desloca o texto 1,25 cm (padrão) para a
marcadores de formatação ou caracteres não imprimíveis. Mui- direita.
to útil para verificar a formatação do documento com relação a Cor da fonte: Altera a cor da fonte (texto)
espaços em branco, uso das teclas TAB e ENTER. Realçar: Destaca o texto selecionado permitindo alterar
Ajuda do LibreOffice (F1): Exibe a ajuda do Libreoffice. a cor de fundo do texto, semelhante a utilizarmos uma canela
iluminativa “marca texto”. O que fica colorido é a folha, não a
Barra de Ferramentas Formatação fonte, cuidado com isto na prova. Quando clica-se neste botão
Nesta barra temos os seguintes botões da esquerda para a aparência do mouse muda para uma lata de tinta, basta você
a direita: clicar sobre uma palavra ela ficará destacada, caso você arraste
Estilos e Formatação (F11): Exibe a janela Estilos e Forma- o mouse, selecionado o texto, o Writer pintará a folha, nor-
tação que mostra os estilos pré-definidos e também permite malmente branca, com a cor que você escolheu para destacar,
salvar configurações relativas ao tamanho e cor da fonte, espa- realçar, o texto.
çamento entre linhas do parágrafo. É possível alterar os estilos Cor do plano de fundo: Bem parecido com o botão anterior
existentes ou mesmo criar novos. o Writer pintará a folha de papel na cor selecionada. A diferença
Caixa de formatação com o texto “normal”: Exibe o estilo é que quando utilizado este botão TODA A LINHA ficará na cor
que está sendo utilizado e permite abrir a janela estilos e for- selecionada, INDEPENDETEMENTE de haver texto ou não.
matação. Barra de Status
Caixa de formatação com o texto “Arial”: Aqui o usuário Localizada no rodapé do editor fornece informações impor-
pode escolher o tipo da fonte. Quando há um texto selecionado tantes ao usuário como por exemplo:
o Writer exibe a formatação de fonte deste texto. Caso esta • a navegação no documento;
caixa apareça em branco significa que há dois ou mais tipos de • a página em que se encontra o cursor de edição;
fontes diferentes no texto selecionado. • o total de páginas;
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• também informa qual o estilo de formatação no local Para isto basta clicar na Barra de Menus a opção “Arquivo”
em que o cursor está posicionado; -> “Novo” será exibido uma lista com todas as opções de novos
• o idioma padrão definido para o editor; arquivos disponíveis para geração. A cada vez que você clicar
• o status de alteração e salvamento do documento; em uma das opções um novo arquivo será aberto sobre o atual.
• a opção de inserção ou sobrescrita de caracteres; Uma outra forma de se criar um novo documento é através
• o zoom da página entre outras coisas. do ícone “Novo” na barra de tarefas “padrão” e será criado um
novo documento do mesmo módulo que você se encontra,
Zoom ou escala ou seja, se você está no editor de texto será criado um novo
Para alterar o tamanho de exibição, deslize a barra de documento de texto, se você está numa planilha de cálculo será
Zoom, clique nos sinais de + ou – ou clique com o botão direito criada uma nova planilha de cálculo e assim por diante.
no percentual para abrir uma lista de valores de Zoom para Uma terceira forma de se criar um novo documento é através
serem escolhidos. A ferramenta Zoom interage com o layout de das teclas de atalho Ctrl+N que deverão ser pressionadas simulta-
exibição selecionado para determinar quantas páginas estarão neamente, esta ação criará um documento do mesmo módulo que
visíveis na janela de documento. está sendo utilizado, conforme explicado no parágrafo anterior.
Por se tratar de um programa “Editor de Texto” sua função
é elaborar documentos de texto como cartas, relatórios, memo-
rando, anotações, livros, etc. Ao carregar o Writer ele exibe uma
folha de papel em branco pronto pra você digitar seu texto. É só
digitar e depois utilizar os recursos poderosos do Writer para
Regras de um editor de texto deixar o texto exatamente como você quer, personalizar um
Apesar de termos várias suítes de Editores de Textos, certas texto é muito fácil.
regras são universais e aplicadas em todos.
Por padrão os Editores de Texto não fazem separação Formatando a página
silábica, pode executar esta tarefa se você desejar e configurar A régua horizontal mostra a tabulação padrão e qualquer
o programa para fazê-lo, mas por padrão esta função vem desa- outra tabulação que se tenha definido. Para configurar a unidade
bilitada. Esta função chama-se hifenização. de medida e o espaçamento das paradas de tabulação padrão,
Por causa da hifenização encontrar-se desativada os Edi- selecione Ferramentas → Opções → LibreOffice Writer → Geral.
tores de Texto ao se aproximar do final da linha os aplicativos
vão inserindo as letras até que a palavra toda possa ficar nesta
linha. Caso o espaço disponível não seja suficiente para inserir
a palavra o próprio Editor de Texto cria uma nova linha e insere
a palavra completa na nova linha. Não é necessário teclar o
“Enter” no final de cada linha, digite normalmente o texto e,
como dissemos, o próprio programa se encarregará de criar a
nova linha. A tecla “Enter” só deverá ser pressionada no final
do parágrafo.
Para aplicar qualquer tipo de formatação ao texto é neces-
sário que o mesmo esteja selecionado. Para selecionar um texto
é bem simples. Para selecionar uma palavra basta posicionar o
mouse sobre ela e pressionar o botão esquerdo do mouse duas
vezes bem rápido (duplo clique). Para selecionar um período
basta posicionar o mouse na margem da esquerda, área em
branco antes do texto, e clicar três vezes. Com o mouse nesta
mesma posição clicando uma vez o cursor é posicionado no
início da linha. Clicando duas vezes a primeira palavra da linha
é selecionada. Um período é marcado pelo ponto final e com
o texto continuando no mesmo parágrafo, sem pressionar o
“Enter”. Caso o parágrafo seja formado por apenas um período
todo o parágrafo é selecionado clicando três vezes com o mouse
posicionado na margem esquerda.
Não utilizar espaços em branco para aumentar o recuo de
parágrafo para a direita, para deslocar o texto para a direita no Nas duas figuras acima observe que a régua horizontal
início de um parágrafo utilize a tecla TAB. alinha facilmente o texto. Na régua existem dois pequenos
triângulos. Quando não há nenhum marcador ou numeração
Criando um novo documento o triangulo superior controla a primeira linha do parágrafo e
A partir de qualquer aplicativo do LibreOffice você conse- o triangulo inferior controla as demais linhas do parágrafo. Se
gue criar novos documentos de texto, planilhas, apresentações, o parágrafo estiver formatado com marcador ou numeração
bases de dados e etc. o triangulo superior controla o marcador e o triangulo inferior
controla todo o texto do parágrafo.
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e aplicar ao conteúdo recursos elaborados de formatação e entre os estilos atuais e aqueles sendo importados. Na caixa
aparência consistia em decorar e aplicar uma constelação de de diálogo de importação de estilos você pode escolher, claro,
comandos complicados, a tarefa hoje se resume a invocar o se deseja importar estilos a partir de modelos, por aplicação e
menu “Formatar” e dali retirar as ações necessárias ao nosso também a partir de um arquivo, como se mencionou.
trabalho. Quem trabalhou com WordStar, Redator e similares Clique em “Do Arquivo...” para habilitar a importação a
conhece bem esta diferença... partir do seu documento-base dos estilos a serem importados.
No Writer, muita coisa pode e deve ser feita com o uso de Cortando, copiando e colando texto
Estilos. O software dispõe de uma Janela do Estilista, disponível Cortar e copiar texto no Writer é semelhante a cortar e
a partir do menu Formatar ou de seu atalho, F11. Na verdade, copiar texto em outras aplicações. Pode-se usar o mouse ou o
toda a suíte dispõe do seu Estilista, sendo que seu uso muda de teclado para essas operações. Pode-se copiar ou mover texto
acordo com o aplicativo sendo acionado. Trataremos de Estilos dentro de um documento, ou entre documentos, arrastando
e do Estilista oportunamente. o texto ou usando seleções de menu, ícones, ou atalhos de
teclados. Também pode-se copiar texto de outras fontes como
O Importante é ter Estilo(s)! páginas Web e colar em um documento do Writer.
O que são estilos? São conjuntos pré-definidos de forma- Para mover (cortar e colar) o texto selecionado usando o
tação. Estes se aplicam a qualquer contexto, desde uma lista mouse, arraste-o para o novo local e solte. Para copiar o texto
numerada a um modelo de documento oficial. O conceito de selecionado, segure pressionada a tecla CTRL enquanto arrasta.
estilo é, para o LibreOffice.org, algo bem próximo do conceito O texto retém a formatação dada antes de arrastá-lo.
de Seção para outras suítes, tendo o estilo, porém, no LibreOffi- Quando cola-se um texto, o resultado depende da fonte
ce.org, muito mais recursos e flexibilidade. do texto e como o texto foi colado. Se clicar no ícone Colar,
Enquanto em outros processadores de texto o recurso toda formatação que o texto tem (tal como negrito ou itálico) é
“estilo”, genericamente falando, é utilizado para definição de mantida. Texto colado de páginas Web e outras fontes podem
parágrafos e fontes, no Writer, o conceito vai bem além: pode- também ser colocados em quadros ou tabelas. Caso não goste
-se, com o recurso estilo, manipular a orientação da página, o dos resultados, clique no ícone Desfazer ou pressione CTRL+Z.
tipo (espelhada, somente à esquerda, somente à direita , por Para fazer o texto colado assumir o formato do texto em
exemplo). É um recurso muito útil e coerente. As planilhas do volta do ponto onde ele está sendo colado, escolha uma dessas
Calc, por exemplo, se valem do conceito de estilo para a aplica- opções:
ção do recurso “Formatação Condicional”. 1. Editar → Colar especial, ou
Ali se aplica um estilo ao resultado lógico e pronto. Para 2. Clique no triângulo à direita do ícone Colar, ou
invocar, de modo rotativo e rapidamente a “Caixa de Estilos”, 3. Clique no ícone Colar sem soltar o botão esquerdo do
aponta-se para Formatar... Estilos e Formatação ou pressiona-se mouse.
F11. O último ícone no Estlista, como mostrado na imagem Então selecione Texto sem formatação do menu que apa-
acima, tem três funções: a primeira permite que nominemos rece.
uma região selecionada do texto e lhe atribuamos um nome, A variedade de escolhas no menu Colar especial muda
criando-se assim um novo estilo a partir da seleção; a vanta- dependendo da origem e formatação do texto (ou outro objeto)
gem não óbvia disto é que, quando quisermos aplicar aqueles a ser colado.
atributos ali contidos, que podem ser vários, não precisaremos Localizando, substituindo e formatando texto
fazê-lo passo a passo e nem tampouco conhecer a sequência O Writer possui duas maneiras de localizar texto dentro de
extata da sua formatação; a segunda nos permite atualizar um um documento: a barra de ferramentas Localizar para busca
estilo a partir de uma seleção. rápida e o menu Localizar e substituir. No menu, pode-se:
Digamos que você criou um estilo de parágrafos chamado • Localizar e substituir palavras ou frases.
“EstParaDestaque”. No decorrer do seu trabalho, você formata • Usar coringas e expressões regulares para ajustar a
um parágrafo convenientemente e resolve que esta formatação busca
é aquela a que se deveria chamar “EstParaDestaque”, bem • Localizar e substituir uma formatação específica
como deveria ser aplicada em determinados trechos do seu • Localizar e substituir estilos de parágrafos
trabalho. Clique em qualquer lugar em “EstParaDestaque”; abra
o Estilista e selecione, com um (1) clique, o estilo “EstParaDes- Se a barra de ferramentas Localizar não estiver visível,
taque”. Clique no botão trifunção e acione “Atualizar estilo”. pode-se mostrá-la usando Exibir → Barras de ferramentas →
Pronto. Estilo atualizado. O raciocínio para estilos de caracteres, Pesquisar.
de quadros, de listas, etc., é o mesmo. A terceira função deste Para mostrar o menu Localizar e substituir, use a tecla de
versátil ícone é a de carregar estilos a partir de modelos ou do- atalho CTRL+F ou selecione Editar → Localizar e substituir a
cumentos existentes. Aquele documento que você acaba de re- partir da barra de menu.
ceber via internet, por exemplo, rico em formatação, e que você 1. Digite o texto que se deseja localizar na caixa Localizar.
encontrou muitas coisas a serem copiadas, como os estilos das 2. Para substituir um texto por outro texto, digite o novo
páginas, de alguns parágrafos, de quadros, por exemplo, você texto na caixa Substituir por.
pode carregá-los para um outro documento sem se preocupar 3. Pode-se selecionar várias opções tais como diferenciar
com a sequência da criação destes estilos. Você pode, inclusive, maiúsculas de minúsculas, somente palavras inteiras, ou fazer
selecionar os estilos a serem importados e sobrescrever ou não uma busca por palavras similares.
estilos com o mesmo nome, casa haja coincidência de nomes
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Pode-se alterar a ação do ícone Imprimir arquivo diretamen- Uma planilha é uma tabela onde se faz cálculos simples
te para enviar o documento para ser impresso na impressora ou complexos como uma folha de pagamento, um controle de
definida no documento e não na impressora padrão do compu- estoque, enfim, onde se coloca texto organizado com cálculos
tador. Selecione o menu Ferramentas → Opções → Carregar/ isto é uma planilha.
Salvar → Geral e selecione a opção Carregar as configurações da O LibreOffice é uma suíte que interliga seus aplicativos,
impressora com o documento. isto nós já falamos, sendo assim, os programas possuem muita
semelhança entre si, bom pra você que está estudando para
Controlando a impressão concurso, não desanime siga em frente com a Solução e alcance
Para um controle mais eficiente da impressão do docu- seus objetivos.
mento, use o menu Arquivo → Imprimir. Esse comando abrirá Graças a esta integração a barra de menu do Calc é muito
o menu de impressão. parecido com o que você já estudou no Writer.
Na guia Geral do menu de Impressão, poderá definir: A barra de ferramentas Padrão do Calc possui todos os
• A impressora (entre as impressoras disponíveis). botões da mesma barra no Writer, exceto, o que exibe os carac-
• Quais as páginas a serem impressas, o número de teres não-imprimíveis e o de inserir tabela e ganha dois botões
cópias e como agrupá-las (seção Intervalos e cópias). de classificação, um no sentido crescente e outro no sentido de-
• Se as anotações serão impressas ou não e, se forem crescente e um botão de assistente gráfico que auxilia o usuário
impressas, onde serão posicionadas. Na aba Opções do menu a inserir facilmente um gráfico.
de impressão, podem-se encontrar várias outras. Já na barra de ferramentas Formatação do Calc não aparece
os comandos para aplicar estilo, ativar/desativar numeração,
Visualizando a impressão antes de imprimir ativar/desativar marcadores e realçar. Já os novos comandos
A visualização de página normal no Writer permite visualizar que fazem parte desta barra de ferramentas no Calc são: mes-
cada página da mesma forma como será impressa, no entanto, clar e centralizar células, Formato numérico: Moeda, Formato
mostra apenas uma página por vez. numérico: Porcentagem, Formato numérico: Adicionar casas
Se desejar imprimir um documento frente e verso, é possí- decimais, Formato numérico: Excluir casas decimais, Bordas e
vel ver o resultado da impressão através de dois modos:
Alternar as linhas da grade para a planilha atual.
• Layout de visualização (modo editável): use as folhas
O Calc possui uma nova barra de ferramentas chamada
do modo Livro no canto inferior direito da barra de status.
Barra de Fórmulas com a Caixa de Nome e uma barra ou guia de
• Layout de visualização (modo não-editável): onde
exibição das planilhas.
também se poderá imprimir mais de uma página por folha.
A Barra de Status possui informações úteis como a quanti-
dade de linhas e colunas quando selecionamos um intervalo na
Para utilizar a visualização de página clique em Arquivo →
planilha e ainda a possibilidade de verificar a soma quando hou-
Visualizar página ou clique no botão Visualizar página na barra
padrão: O Writer passará a exibir a página atual e a página ver mais de dois números selecionados na planilha e por final a
seguinte e, também, a barra de Visualização no lugar da barra barra de zoom através de um comando deslizante horizontal.
de formatação.
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INFORMÁTICA
Recortar: semelhante ao LibreOffice Writer. As duas formas de visualização acima são alternadas entre
Copiar: semelhante ao LibreOffice Writer. si, o seja, ou você exibe a planilha Normal ou em Quebra de
Colar: Obedece o mesmo conceito de copiar utilizado no Página.
LibreOffice Writer e qualquer outro aplicativo existente. Exa- Barra de Ferramentas: semelhante ao LibreOffice Writer.
tamente como no Writer é possível copiar/recortar parte do Barra de Fórmulas: Exibe ou oculta a barra de fórmulas.
conteúdo de uma célula, a célula por completo, ou ainda, um Barra de Status: semelhante ao LibreOffice Writer.
conjunto de células e colar em outro local da mesma planilha Status do Método de Entrada: semelhante ao LibreOffice
ou outra planilha qualquer uma vez que o conteúdo copiado/ Writer.
recortado é transferido para a área de transferência. Cabeçalhos de linhas e colunas: Exibe/oculta as letras
Colar Especial: Este comando é muito útil pela diversidade indicadoras das colunas e os números indicadores das linhas.
de opções que o programa lhe oferece na janela que é exibida Realce de Valor: Exibe o conteúdo da célula em cores dife-
quando clicamos neste comando. O item Colar Tudo da opção rentes, a depender de seu tipo. Texto em preto, número de azul
Seleção faz a colagem de todo o conteúdo da área de transfe- e verde para resultado de fórmulas ou funções.
rência exatamente como o comando colar. Os outros itens da Fonte de Dados: semelhante ao LibreOffice Writer.
Seleção são intuitivos e realizam exatamente o que está escrito. Navegador: parecido com o LibreOffice Writer somente
Selecionar Tudo: semelhante ao LibreOffice Writer. acrescentando a possibilidade de navegar na planilha utilizando
Modificações: semelhante ao LibreOffice Writer. o endereço da célula desejada inserindo a letra da coluna e o
Comparar Documentos: semelhante ao LibreOffice Writer. número da linha.
Localizar: semelhante ao LibreOffice Writer. Tela Inteira: semelhante ao LibreOffice Writer.
Localizar e Substituir: semelhante ao LibreOffice Writer. Zoom: semelhante ao LibreOffice Writer.
Cabeçalho e Rodapé: semelhante ao LibreOffice Writer.
Preencher: Exibe uma janela com opções para preencher as Menu Inserir
células abaixo, direita, superior, esquerda da célula ativa. A opção Quebra de Página: Insere quebras de linhas ou colunas.
Series é utilizada quando houver células selecionadas e necessi- Células: Insere célula deslocando o conteúdo existente
ta-se preenche-las com uma condição especial de incremento. para baixo ou direita. Insere uma linha toda em branco ou ainda
Incremento é o cálculo de preenchimento utilizado pelo Calc. O uma coluna toda em branco.
programa pode preencher de 1 em 1, de 5 em 5, de 10 em 10, Linha: Insere uma linha em branco acima da célula ativa.
então, é necessário informar ao programa este incremento. Caso haja células selecionadas em linhas diferentes este co-
Excluir Conteúdo: Apaga, deleta, todo o conteúdo da célula mando insere uma a mesma quantidade de linha das células
ou do intervalo selecionado. Pode usar a tecla DEL para executar selecionadas.
o mesmo comando. Colunas: Comando semelhante ao anterior só que aplicado
Excluir Células: Diferentemente do comando anterior este a colunas.
comando retirar da planilha tudo que estiver selecionado. É ne- Planilha: abre uma janela onde é possível adicionar quantas
cessário escolher se as células de baixo ou da direita assumirão planilhas forem necessárias. É possível ainda nomear as novas
seu lugar na planilha, uma vez que você está retirando as células planilhas ou ainda inserir uma planilha já existente no arquivo
selecionadas, ou ainda se você quer excluir a linha toda ou a que está sendo editado.
coluna por completo. Cuidado para não confundir os comandos. Planilha do Arquivo: Insere uma planilha já existente na
O Excluir conteúdo apaga (DEL). O comando Excluir células atual.
retira as células selecionadas criando um “buraco” na planilha, Vincular a Dados Externos: Insere a fonte de dados original.
por isso, você deve escolher se as células da direita ou de baixo Caractere Especial: semelhante ao LibreOffice Writer.
tomarão seu lugar. Marcas de Formatação: Insere condições especiais de
Planilha: através deste comando é possível copiar ou mover formatação com relação a hífen.
a planilha toda para qualquer outra planilha existente no arqui- Hiperlink: semelhante ao LibreOffice Writer.
vo aberto nomeando esta planilha. É possível selecionar toda a Função: Insere uma das muitas funções existente no Libre-
planilha atual, outras planilhas ou todas as planilhas do arquivo Office Calc
aberto. Excluir a planilha atual. Criar eventos, comandos, na Lista de Funções: abre uma janela fixa na lateral direita com
planilha atual quando alguma condição que você escolher for as Funções Recém Utilizadas, mas é possível visualizar e inserir
executada. Estas são opções deste comando. qualquer função do Calc.
Excluir Quebra Manual: Elimina uma quebra manual inse- Nomes: Com esta função é possível renomear ou nomear
rida na planilha. qualquer intervalo de célula que facilita na hora da criação de
Vínculos: semelhante ao LibreOffice Writer. uma função.
Plug-in: semelhante ao LibreOffice Writer. Anotação: Conhecido como “Comentário” no MS-Excel.
Mapa de Imagem: semelhante ao LibreOffice Writer. Cria uma caixa de texto amarela ligada a uma célula. Quando há
Objeto: semelhante ao LibreOffice Writer. uma anotação na célula a mesma exibe uma minúscula marca
vermelha no seu interior, basta posicionar o mouse sobre esta
Menu Exibir célula e aguardar um instante que será exibida a caixa de texto
Normal: Exibe o layout normal na planilha com a explicação sobre o conteúdo da célula.
Visualizar Quebra de Página: Exibe a planilha mostrando as Figuras: semelhante ao LibreOffice Writer.
quebras de páginas. Filme e Som: semelhante ao LibreOffice Writer.
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INFORMÁTICA
Objeto: semelhante ao LibreOffice Writer. Rastrear precedentes: Esta função mostra o relacionamen-
Gráfico: Permite configurar e inserir vários tipos de gráficos to entre a célula atual que contém a fórmula e as células usadas
em sua planilha. São quatro passos que permite escolher o tipo na fórmula.
do gráfico, definir a base de dados, série de dados e nomear os Remover precedentes: Exclui um nível de setas de rastrea-
eixos e definir as legendas. mento que foram inseridas com o comando Rastrear preceden-
tes.
Menu formatar Rastrear dependentes: Desenha setas rastreadoras que
Limpar Formatação: semelhante ao LibreOffice Writer. unem a célula ativa às fórmulas que utilizam os valores da célula
Células: Neste comando estão centralizadas todas as op- ativa.
ções possíveis de formatação da célula, desde de seu conteúdo Remover dependentes: Exclui um nível de setas rastreado-
até as cores das linhas de grade e preenchimento. Defina o ras criadas com Rastrear dependentes.
tipo de número que está na célula, alinhamentos, mesclagem, Remover todos os rastros: Remove todas as setas rastrea-
quebra de texto, etc. doras da planilha.
Linha: Permite formatar uma ou mais linhas da planilha, Rastrear erro: Desenha setas rastreadoras que unem a
quanto à altura e à visibilidade. célula ativa a todas as células precedentes, causando um valor
Colunas: Permite uma ou mais colunas da planilha, quanto de erro em uma célula selecionada.
à altura e à visibilidade. Marcar dados inválidos: Marca todas as células na planilha
Planilha: Permite renomear, ocultar ou exibir a planilha que contém valores fora das regras de validação.
ativa. Atualizar rastros: Redesenha todos os rastros na planilha.
Mesclar células: Abre um submenu que possibilita a esco- Quando os rastros são redesenhados, as fórmulas modificadas
lha de Mesclar e Centralizar Células, Mesclar Células e Dividir são levadas em consideração.
Célula. O Mesclar Célula é o comando que transforma em uma Atualizar automaticamente: Atualiza automaticamente
única célula várias células sequenciais. todos os traços na planilha toda vez que você modifica uma
Página: Este comando engloba todos os comandos possíveis fórmula.
para se formatar a planilha em relação a sua estrutura. Defina Modo de preenchimento: Ativa o modo de preenchimento
o tamanho da página (A4, carta), margens, as linhas de grade do Detetive. O ponteiro do mouse se transformará em um
(espessura e cor), cabeçalho e rodapé e cores de preenchimento símbolo especial e, quando você clicar em qualquer célula, será
das células. exibido um rastreamento que mostra as suas células preceden-
Intervalo de impressão: É possível definir exatamente o tes. Para sair desse modo, pressione a tecla Esc ou clique no
que você quer que seja impresso quando pressionar o botão comando Sair do modo de preenchimento no menu de contexto.
da impressora na Barra Padrão. Escolha uma coluna, uma linha, Atingir meta: Abre uma janela onde se pode especificar
uma parte da planilha, etc. um valor alvo pela célula selecionada. Uma vez concluída a
Caractere: semelhante ao LibreOffice Writer. pesquisa, será exibido um resultado que pode ser aplicado di-
Parágrafo: semelhante ao LibreOffice Writer. retamente àquela célula. A caixa apresenta as seguintes caixas
Alterar Caixa: semelhante ao LibreOffice Writer. de texto: Célula de fórmula: Exibe a fórmula contida na célula,
Estilos e formatação: Utiliza os Estilos de Formatação se- Valor desejado: Espaço para digitação do valor a ser atingido
melhante ao utilizado no LibreOffice Writer. e Célula variável: Permite introduzir a referência da célula que
Autoformatar: semelhante ao LibreOffice Writer. contém o valor a ser ajustado, para atingir o valor alvo.
Formatação Condicional: Define condições quando um Solver: É uma ferramenta que permite resolver problemas
parâmetro for atendido. Por exemplo, definir que quando o de pequena e média complexidade. Para chegar a um “resulta-
resultado de uma função for negativo este valor aparecerá em do ótimo”.
vermelho. Cenários: São possibilidades de interpretar dados e criar
Âncora: semelhante ao LibreOffice Writer. um cenário com resultados. Alterando os valores dos dados é
Alinhamento: semelhante ao LibreOffice Writer. criado outro cenário, permitindo uma análise gerencial sobre os
Dispor: semelhante ao LibreOffice Writer. dados obtidos.
Inverter: semelhante ao LibreOffice Writer. Compartilhar documento: Esta opção permite que vários
Agrupar: semelhante ao LibreOffice Writer. usuários possam editar o mesmo documento.
Figura: semelhante ao LibreOffice Writer. Mesclar documentos: Quando um documento/planilha é
Controles: Você pode utilizar a barra de ferramentas editado por mais de uma pessoa, utilizando o recurso anterior.
Controles para adicionar caixas de seleção, botões, tabelas mos- Depois, para juntar as partes, utilize este recurso.
trando registros de dados e outros controles a um documento. Proteger documento: Este comando permite proteger/
Formulários: Elabora formulários para uma planilha. liberar os dados da planilha ativa ou de todo o documento,
conforme as opções Proteger Planilha ou Documento.
Menu Ferramentas Conteúdo da Célula: Este recurso altera a forma pela qual
Ortografia: semelhante ao LibreOffice Writer. os dados são inseridos nas células. As duas primeiras opções
Idioma: semelhante ao LibreOffice Writer. referem-se ao preenchimento (atualização), de células que
Detetive: Este comando permite a realização automática contém fórmulas; elas poderão ser recalculadas e preenchidas
de auditoria entre dados e fórmulas contidos na planilha. manual ou automaticamente. A última opção oferece sugestões
de complemento para o conteúdo da célula.
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INFORMÁTICA
Galeria: semelhante ao LibreOffice Writer. >> Texto para colunas … , depois clique em Vírgula e pressione
Player de mídia: semelhante ao LibreOffice Writer. OK. Como pode observar, cada número ou letra, fica em células
Macros: o Macro é a gravação de um procedimento que separadas.
pode ser executado quando você quiser. Basta seguir a caixa de Consolidar: Este comando também executa operações
diálogo que é bastante intuitiva e completar seu comando. múltiplas, porém, pode combinar dados de diversas áreas
Gerenciador de extensão: semelhante ao LibreOffice independentes, inclusive de diferentes planilhas. A partir desses
Writer. dados, será calculada uma nova área.
Filtro XML: semelhante ao LibreOffice Writer. Esquema: Você pode criar uma estrutura de tópicos para
Opções de autocorreção: semelhante ao LibreOffice Wri- os dados e agrupar linhas e colunas de modo a poder recolher e
ter. expandir os grupos com um único clique do mouse.
Personalizar: semelhante ao LibreOffice Writer. Tabela dinâmica: A tabela dinâmica (anteriormente cha-
Opções: semelhante ao LibreOffice Writer. mada de Assistente de dados) permite combinar, comparar e
analisar grandes volumes de dados. Você pode ver diferentes
Menu dados resumos dos dados de origem, exibir detalhes das áreas de inte-
Definir Intervalo: nomeia um intervalo facilitando a inser- resse e criar relatórios. Uma tabela criada como tabela dinâmica
ção em funções. é uma tabela interativa. Os dados podem ser arrumados, rear-
Selecionar Intervalos: Seleciona um intervalo daqueles que rumados ou resumidos de acordo com vários pontos de vista.
foram criados com o comando anterior. Atualizar Intervalo: Atualiza um intervalo que havia sido
Classificar: Coloca em ordem crescente ou decrescente os inserido na planilha proveniente de um banco de dados externo.
dados da coluna escolhida. Lembrando que os dados das outras
colunas seguirão a referência da sua linha. É possível escolher vá- Menu janela
rios níveis de classificação. Por exemplo, em uma planilha com o Além dos recursos de abrir e fechar uma janela aqui é pos-
cadastro dos funcionários de uma empresa é possível classificar sível dividir a janela em quatro visualizações e movimenta-las da
esta planilha desta forma: primeiro em ordem crescente o sexo forma que achar necessário e ainda congelar, onde a linha acima
dos funcionários (M-F), depois classificar em ordem crescente e a coluna da esquerda da célula ativa ficarão congeladas, onde
o cargo dos funcionários. A planilha ficará assim primeiro serão serão sempre exibidas ficando somente o restante da planilha
exibidas as mulheres (F) e dentro desta classificação o cargo das para navegação, isto é útil quando trabalhamos com planilhas
mulheres, Auxiliar, Comprador, Diretor. Depois serão exibidos grandes e precisamos da referência da coluna para sabermos
os homens (M) e os cargos Auxiliar, Comprador, Diretor. exatamente o que preencher em uma determinada célula.
Filtro: Este comando é utilizado para exibir na planilha so- Como já falamos uma planilha é uma tabela e uma tabela
mente os dados necessários, sem excluí-los, somente os oculta. é formada por linhas e colunas. Pois bem, no Calc todas as
Por exemplo utilizando a mesma planilha do exemplo anterior colunas são representadas por letras na parte superior e que
para exibir somente as mulheres da empresa (sexo Feminino) vão da primeira coluna representada pela letra “A” até a última
basta clicar em Filtro -> autofiltro e na coluna SEXO escolher a representada pela combinação das letras “AMJ” que somam
letra F na caixa de seleção ( ) e somente as mulheres da em- 1.024 colunas. Esta contagem é feita desta forma quando uma
presa serão exibidas. Para saber as diretoras da empresa feito o coluna é representada pela letra “Z” a próxima coluna recebe
passo anterior basta clicar na caixa de seleção da coluna CARGO a representação com duas letras “AA, AB, ... ” até chegar em
escolher Diretor e todas mulheres Diretor serão exibidas, é “AZ” daí a próxima coluna é “BA, BB, BC, ...” até chegar “AMJ”
possível fazer outros filtros dentro do resultado dos filtros. somando as 1.024 colunas.
Formulário: Exibe um formulário contendo os campos da Já as linhas são representadas por números do lado esquer-
planilha a serem preenchidos. É uma forma diferente de alimen- do da janela e são representadas do número 1 até a última linha
tar a planilha inserindo os dados através de um formulário. que é 1.048.576, isto mesmo, mais de um milhão de linhas, é
Subtotais: exibe somas intermediárias ao valor total que uma planilha bem grande.
representa a soma de outras somas. Exemplificando, se tiver- Cada quadradinho formado pela junção da coluna com a li-
mos uma planilha de vendas e houver a necessidade de exibir as nha forma a célula, é dentro das células que inserimos os textos
somas das vendas parciais utilizamos este comando. e número que formarão nossa planilha. Cada célula possui um
Validação: restringe a digitação de dados na célula ao tipo endereço que formado pela letra da coluna seguido do número
de informação desejada. É possível que na célula ativa somente da linha, por exemplo, a primeira célula da planilha é formada
texto possa ser digitado, ou número, ou data e assim por diante. pela coluna A linha 1, desta forma o endereço da célula é A1,
Caso tente-se digitar um texto em uma planilha configurada sempre nesta sequência, nunca coloque o número primeiro
para data, uma mensagem de erro e instruções, feita por você, como 1A, isto é errado e constantemente aparece em questões
será exibida ao usuário informando como devem ser preenchi- de concurso público para confundir os que não estudam. O
dos todos os campos da planilha. endereço da célula ativa, aquela que recebe os textos e núme-
Operações Múltiplas: Viabiliza a execução múltiplas na ros que são digitados, é exibido na Caixa de Nome na Barra de
área selecionada. A caixa de diálogo associada permite escolher Fórmulas. Outra dica da referência de endereço é que a letra da
fórmulas e selecionar linhas e colunas. coluna e número da linha, onde a célula ativa está, ficam na cor
Texto Para Colunas: Imagine que você tenha numa célula azul destacado das demais linhas e colunas que permanecem
A1, os números 1,2,3,4,5. Você pode colocá-los em cada célula. em cinza (cor padrão).
Para fazer isso, selecione esse a célula A1 e clique em Dados
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Com texto e número: quando uma célula contém texto e incluir no cálculo e podem vim entre dois pontos, (A1:A10),
número, por exemplo, 1 casa, casa 1, etc. o programa fará o que indica um intervalo, ou seja, todas as células entre a1 e
incremento, ou seja, adiciona uma unidade ao número que está a10 estão envolvidas no cálculo, (a1, a2, a3, a4..., a10). Quando
na célula. Na célula A1 está digitado “casa 10”, se você posicio- o endereço estiver separado por ponto e vírgula (;), (a1;a10),
nar o mouse na alça de preenchimento e arrastar para a direita somente as células a1 e a10. CUIDADO COM ESTE DETALHE NA
ou para baixo o programa completará as células seguintes com PROVA ISTO FAZ TODA A DIFERENÇA NOS CÁLCULOS.
“casa 11”, “casa 12” e assim por diante. Se arrastar a alça para Vamos conhecer algumas funções mais cobradas em con-
cima ou para a esquerda o programa completará com “casa 9”, curso público:
“casa 8” e seguirá para o negativo, “casa -3”, “casa -4”, até que SOMA (=SOMA(A1:A5))
você decida soltar o mouse. ISTO CAI BASTANTE EM PROVA! Executa a soma dos valores numéricos existentes na células
ESTUDE!!! que estão nos endereços descritos entre parênteses (A1:A5).
Com DATA e HORA: Quando se escreve 16:30, O Calc ape- Digitando esta função dentro de qualquer célula e pressionando
nas repetirá o 16:30 (ele entende o valor como sendo um valor o ‘ENTER’ será exibido o valor da somatória solicitada.
de hora, mas não o incrementa, apenas o repete). Quando se CUIDADO: através desta função, SOMA, é possível executar
escreve uma data do tipo Jan/07 O Calc, por sua vez, nem chega qualquer outra operação matemática simples: soma, subtração,
a entender esse valor como uma data, mas apenas como um multiplicação e divisão. Para isto basta colocar o sinal do opera-
texto (seguido de um número) e, como foi visto, o comporta- dor aritmético entre os endereços de célula, por exemplo, para
mento dele para com esse tipo de dado é incrementar o número fazer uma multiplicação digite o seguinte: =SOMA(A1*A5) e o
(ou seja, ele viraria Jan/08, Jan/09, Jan/10 e assim vai...) LibreOffice Calc fará a multiplicação dos valores que estiverem
em A1 e A5, prevalece o sinal dentro do parênteses, mesmo que
o nome da função seja SOMA. MUITO CUIDADO NA PROVA.
MÉDIA =MÉDIA(A1:D1
Executa a média aritmética dos valores que estiverem
dentro das células indicadas entre parênteses.
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INFORMÁTICA
A digitalização poderá ser feita transformando o arquivo em • Qual impressora será enviado o arquivo: Como já
uma foto, PDF ou ainda em um arquivo editável, como no Word, dissemos, existe uma impressora padrão, caso você decida
graças ao uso do sistema OCR. enviar seu arquivo para ser impresso em outra impressora basta
Importante: Todas as configurações descritas aqui depen- defini-la aqui.
dem do software da sua impressora/scanner. Cada modelo e • Quantas cópias será impresso: Escolha quantas cópias
fabricante podem trazer configurações e atributos diferentes. quer imprimir do arquivo.
Impressão: • Quais páginas, ou intervalos, serão impresso: É possí-
Por padrão toda impressora, quando instalada, define auto- vel imprimir uma parte do documento que estiver selecionada,
maticamente a impressão de 01 cópia de “Todo o documento”. imprimir a página atual, um intervalo ou sequência determina-
Isto significa que ao clicar sobre um arquivo e mandar imprimi-lo da, ou ainda, imprimir algumas informações sobre as proprie-
no Windows Explorer, ou em qualquer aplicativo do Microsoft dades do arquivo como: Propriedades, Marcação, Estilos, Auto
Office ou LibreOffice, clicar no botão de atalho da impressora, texto, Atribuição de teclas, somente paginas pares ou somente
será impresso uma cópia do arquivo. páginas impares.
Como tudo em informática, esta configuração pode ser per- • Páginas: Digite números de páginas e/ou intervalos de
sonalizada da melhor forma a atender seus objetivos. Na hora páginas separados por vírgula, contando do início do documen-
da impressão você pode visualizar antes de imprimir, como dito to ou da seção. Por exemplo, digite 1, 3, 5-12 ou p1s1, p1s2,
anteriormente, ou ainda utilizar a tela de impressão, presente p1s3-p8s3.
em qualquer aplicativo, para definir: • Imprimir em Um Lado: Permite imprimir também nos
Dois Lados (Inverter página na borda longa – Os dois lados serão
impressos na mesma orientação), ou nos Dois Lados (Inverter
página na borda curta – a segunda folha ficará de ponta cabeça
da folha 1) ou ainda imprimir manualmente nos Dois Lados.
• Agrupado – Desagrupado:
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Ao clicar em Digitalizar será exibido uma janela para definir onde será criado o arquivo. O nome como será criado, o tipo de foto,
extensão, que define seus atributos como vemos na imagem abaixo:
Pronto! Você transformou uma matéria que se encontrava em uma revista para uma foto em seu computador.
É possível ainda escanear um texto também em uma foto, ou ainda, em um arquivo editável por programas Office.
Para isso, como exemplo vou utilizar um software que utiliza a tecnologia OCR.
Como funciona?
Digamos que você quer digitalizar um artigo de uma revista ou um contrato impresso. Você pode levar horas redigitando e então
corrigindo os erros. Ou pode converter todos os materiais que deseja em formato digital em poucos minutos usando um scanner e
um software de Reconhecimento Óptico de Caracteres (ou abreviado – OCR).
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INFORMÁTICA
Reconhecimento Óptico de Caracteres, ou OCR, é uma tecnologia que permite converter tipos diferentes de documentos, como
papeis escaneados, arquivos em PDF e imagens capturadas com câmera digital em dados pesquisáveis e editáveis.
Imagine que você possui um documento em papel – por exemplo, um artigo de revista, uma brochura, um contrato em PDF que
um amigo lhe enviou por e-mail ou algo que você escreveu no caderno da faculdade. Obviamente, o scanner não é suficiente para
disponibilizar essa informação para edição, digamos, no Microsoft Word. Tudo o que um scanner pode fazer é criar uma imagem ou
um retrato do documento, que não é nada mais do que uma coleção de pontos em preto e branco ou coloridos, conhecidos como
imagem formada por linhas. Para extrair e recolocar os dados em documentos escaneados, imagens de câmera ou PDFs, você precisa
de um software de OCR que separe as letras da imagem, coloque-as em palavras e então em sentenças, permitindo que você acesse
e edite o conteúdo do documento original.
Um OCR obtém a imagem através de um escâner normal. Após obter a imagem ele a converte para um arquivo editável.
Importando um arquivo com a Galeria de Fotos do Windows
Normalmente, a Galeria de Fotos do Windows é um software fornecido na instalação do Windows. É um software de classificação,
organização e pequenos retoques de suas imagens. No entanto, ele pode ser muito útil para digitalizar um documento.
Importar e digitalizar
Em primeiro lugar, abra a Galeria de fotos do Windows. Depois, clique em Importar. Veja na imagem abaixo.
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HISTÓRIA
1. Brasil Colônia. 1.1. Sistema Colonial: Sociedade Do Açúcar E Da Mineração. 1.2. Paraná: Movimentos De Ocupação Do Território.
1.3. A Família Real No Brasil (1808-1822) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Brasil Império. 2.1. Paraná: A Dinâmica Do Tropeirismo. 2.2. Café: Escravidão E Trabalho Livre. 2.3. A Emancipação Política Do Para-
ná. 2.4. O Ciclo Da Erva-Mate. 2.5. A Queda Da Monarquia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
3. Brasil República. 3.1. Implantação Do Regime Republicano E Conflitos Sociais. 3.2. A Guerra Do Contestado. 3.3. Política Oligárquica
E Coronelismo. 3.4. A Era Vargas: Estado, Trabalho E Cultura. 3.5. O Golpe Civil-Militar De 1964. 3.6. Movimentos De Resistência À Di-
tadura. 3.7. A Abertura Política. 3.8. A Nova República E As Características Do Estado Democrático De Direito Estabelecidas Pela Cons-
tituição De 1988. 3.8.1. Cidadania E Movimentos Sociais. 3.8.2. A Questão Da Desigualdade E Da Inclusão Social. 3.8.3. A Democracia
E O Papel Das Instituições De Segurança Pública . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
HISTÓRIA
1. BRASIL COLÔNIA. 1.1. SISTEMA COLONIAL: SO- (Estácio de Sá). Houve a Confederação dos Tamoios, onde os ín-
CIEDADE DO AÇÚCAR E DA MINERAÇÃO. 1.2. PARANÁ: dios aliaram-se até com os Franceses para expulsar os portugue-
MOVIMENTOS DE OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO. 1.3. A ses do Brasil. Não teve resultados, pois a maioria dos indígenas
FAMÍLIA REAL NO BRASIL (1808-1822). estavam influenciados pelos jesuítas. O resultado foi a derrota
dos tamoios e a expulsão dos franceses do Rio de Janeiro.
Os Franceses tinham tentado invadir o Brasil fundando a
França Antártica na Guanabara, mas foram expulsos por Está-
(1530-1822) - Descobrimento: Após a formação do Estado cio de Sá. Portugal acabou ficando sem herdeiro, e o rei Filipe
Nacional Português e a consolidação do absolutismo da Dinastia da Espanha anexa os reinos, formando o domínio Espanhol
de Avis, os portugueses investiram em navegação, construindo a (1580-1640), nessa fase, as terras de São Paulo são invadidas
Escola de Sagres(fundada pelo Infante D. Henrique, que tinha a pelos Bandeirantes, realizando entradas e bandeiras. Geralmen-
influência dos judeus(cartografia) e árabes (astrolábio)), inician- te eram financiados particularmente, sem apoio do rei. Não ti-
do o processo de Expansão Marítima portuguesa que ficou cha- nham normas nem leis, somente uma hierarquia militarizada.
mada de pioneirismo português. Vinha bem a calhar encontrar
outro caminho para as Índias, atrás das especiarias (noz mosca- Grupos indígenas de destaque1
da, canela, cravo e pimenta), pois o Mar Mediterrâneo estava Tupis: habitavam principalmente o litoral brasileiro, desde o
monopolizado pelos Genoveses e Venezianos, impedindo as em- Rio Grande do Sul até o Amazonas. Ocuparam também trechos
barcações estrangeiras de navegar livremente, acontece que até do interior do país. Entre as tribos que formavam esta nação,
1453, nem mesmo os italianos puderam navegar, pois os Turcos destacam-se: os tupinambás, os tupiniquins, os mundurucus e
Invadiram Constantinopla e fecharam a rota dos italianos. Mas os parintintins.
os Portugueses já estavam cada vez mais atingindo o Sul da Áfri- Jês ou tapuias: comparado aos outros grupos, era o que
ca, chegando ao cabo da Boa Esperança (cabo das Tormentas), se encontrava no mais atrasado estágio de desenvolvimento.
Bartolomeu Dias abriu o trajeto para as Índias e consequente- Dominavam todo o planalto central; na região que correspon-
mente veio Vasco da Gama nas índias em 1498. A Expedição de de atualmente ao oeste de Minas Gerais, o Estado de Goiás e
Vasco deu tanto lucro(60x) e o El Rei D. Manoel enviou a expedi- do Mato Grosso. Eram encontradas algumas tribos também no
ção cabralina em 9 de março de 1500, com o dobro de navetas. Maranhão e no Piauí. Entre suas principais tribos destacam-se:
Percebe-se o objetivo econômico da expedição. Os marinheiros timbiras, aimorés, goitacás, cariris, carijós e caiapós.
destacavam-se por serem “cristãos - novos” (judeus convertidos Aruak: O grupo Aruak ocupava uma extensa zona geográfica
ao catolicismo) Pedro Álvares Cabral é o capitão-mor da expedi- compreendida em parte do Amazonas e a ilha de Marajó. Fora
ção, o escrivão Pero Vaz de Caminha descreve, não ter visto nem do território brasileiro localizavam-se desde a Bolívia até a costa
ouro nem prata, e percebe-se o aproveitamento da terra para setentrional da Venezuela, para o Norte chegaram até a Flórida
agricultura “dar-se a nela tudo pelo bem das águas que tem” e para a o Sul atingiram a região do Paraguai. Eram considerados
, além de observar a necessidade de “salvar” os selvagens, re- excelentes navegadores e em estágio bem adiantado de
lacionando a uma preocupação religiosa do escrivão. A Expedi- desenvolvimento possuindo agricultura organizada. As
ção Cabralina não deu lucro. Mas foi sempre relembrada, como principais tribos Aruak em nosso país eram: aruãs, parecis, pau-
mostra as poesias de Fernando Pessoa. maris, cunibos, guanás e terenos.
Período pré-colonial: esses trinta anos destacaram-se pelas Karib: O grupo Karib destacou-se como o grupo mais violen-
expedições de reconhecimento, e comercial (houve um acordo to. Ocupavam a região do baixo Amazonas e parte do território
liderado pelo comerciante Fernão de Noronha para monopolizar do Amapá e Roraima. Em razão da prática da antropofagia, eram
o pau Brasil ) e das Expedições Guarda Costas, comandadas por chamados canibais. Destacam-se: palmelas, pimenteiras, nau-
Cristóvão Jaccques, defendendo a terra dos piratas, corsários e quás, bocairis, cotos, mariquitares e crixamas.
estrangeiros que já exploravam o pau-brasil. Nesse período vi- Organização social dos índios: Os costumes dos tupis ou tu-
viam somente indígenas na Ilha de Santa Catarina, mais tarde, pinambás são os mais conhecidos em razão dos registros feitos
na segunda metade, do século XVI, surgiram alguns cristãos, pelos os jesuítas e os viajantes estrangeiros durante o Período
como Melchior, Ramirez e Enrique Montez. Colonial. O mesmo, entretanto, não ocorreu com os tapuias,
Colonização: Nesse período destacamos a exploração do avaliados pelos colonizadores como o exemplo máximo da bar-
pau Brasil, onde os portugueses e franceses utilizavam a mão bárie e selvageria.
de obra indígena, utilizando o escambo (troca de mercadorias). Os índios vivem em tribos. Organização de um grupo de pes-
Martim Afonso de Souza fundou a Vila de São Vicente e intro- soas ligadas entre si por laços de sangue, com costumes e interes-
duziu a cana-de-açúcar no Brasil. Iniciou o processo conhecido ses comuns. Constroem sua aldeia em uma mesma área, falam a
por Capitanias Hereditárias, dividindo o Brasil em vários lotes de mesma língua, têm os mesmos costumes e união entre si.
terra e distribuídas aos donatários. As únicas que prosperaram Os Tupis moravam em malocas. Cada grupo local ou “tribo”
foram a de São Vicente e Pernambuco. O donatário da Capitania tupinambá era composta de cerca de 6 a 8 malocas. A popula-
de Sant’Ana (onde hoje está o Estado de Santa Catarina) era Pero ção dessas tribos girava em torno de 200 indivíduos, podendo
Lopes de Souza. Houve a criação do Governo-Geral para admi- atingir até 600.
nistrar a Colônia, em destaque Tomé de Sousa e Mem de Sá. 1 “Descobrimento do Brasil - As relações familiares” em Só História.
Vinda dos Jesuítas da Companhia de Jesus, instituição católica Virtuous Tecnologia da Informação, 2009-2020. Consultado em
criada na Contrarreforma, iniciaram as fundações de vilas como 23/03/2020. Disponível na Internet em http://www.sohistoria.com.
São Paulo de Piratininga (Pde.José de Anchieta) e Rio de Janeiro br/ef2/descobrimento/p4.php
1
HISTÓRIA
As formas de organização das aldeias indígenas são distin- derretido. Filipe dos Santos fez diversas denúncias, mobilizou
tas de um povo para outro. Algumas tribos preferem construir o povo de minas, mas acabou sendo condenado brutalmente
suas aldeias em forma de ferradura; já outras optam pela forma pela coroa portuguesa, foi conhecida como Revolta de Filipe dos
circular; outros, ainda, constroem uma única habitação coletiva. Santos. Em Minas Gerais, orgulham-se da história de Chico Rei,
A primeira fase foi o aprisionamento de índios, onde des- um ex-escravo que havia conseguido tornar-se proprietário de
tacamos a figura de Raposo Tavares (era comum, a invasão de uma mina e a partir dela conseguia alforria para os escravos que
Reduções Jesuíticas, para aprisionar índios para escraviza-los. A trabalhavam por lá. Outras revoltas nativistas que ocorreram no
igreja condenava a escravidão indígena, mas aceitava a negra), Brasil foram: Revolta dos Beckman, que ocorreu no Maranhão,
a segunda fase é a busca do ouro, onde podemos lembrar de onde os senhores de Engenho revoltaram-se contra o monopó-
Bartolomeu Bueno (Anhanguera) e Fernão Dias (o caçador de lio de Portugal sobre a colônia, exigiram um maior fornecimento
esmeraldas) e a terceira, o Sertanismo de contrato, onde o mais de escravos, chegaram a invadir uma missão indígena e tenta-
famoso é Domingos Jorge Velho, que foi contratado para ma- ram escravizar alguns índios. A coroa portuguesa reagiu com
tar Zumbi dos Palmares no Nordeste. Geralmente nessa última força contra os revoltosos. Em Pernambuco ocorreu a Guerra
fase, os bandeirantes dedicavam-se principalmente, a pecuária. dos Mascates, quando os mascates de Recife travam uma briga
(Desterro (atual Florianópolis) foi fundada por um Bandeirante com os senhores de engenho de Olinda. Este fato resultou na
chamado Francisco Dias Velho, geralmente partiam de S. Vicen- emancipação de Recife. Em São Paulo, os paulistas expulsaram
te, por isso eram chamados de “Povoamento Vicentistas”). Após os jesuítas e criaram um rei para a vila, foi a Aclamação a Ama-
as descobertas das minas em Minas Gerais, houve uma super dor Bueno. Isso era só o começo, pois o que estava por vir iria
emigração para as minas e o bandeirismo foi chegando ao fim. abalar a coroa portuguesa, com a Inconfidência Mineira 1789 e
No nordeste, houve as Invasões holandesas, primeiro em 1624 a Conjuração Baiana 1798. Essas duas queriam a independência
houve uma invasão na Bahia, que foi frustrada pelos portugue- do Brasil. Também pudera, Portugal havia criado uma cobrança
ses, depois em 1630 os holandeses tomaram Pernambuco e im- de 14 arrobas de ouro por ano, quem não pagava era decretada
plantaram um sistema de exploração do açúcar modernizando a derrama, uma espécie de penhora, que arrancava tudo dos
e estruturando a economia açucareira, destacamos a figura de fazendeiros e mineiros. Então, em Minas Gerais, surgiram ideias
Maurício de Nassau, como um governador tolerante com as dívi- de liberdade, principalmente vinda da elite, reuniam-se secre-
das dos senhores de engenho (o açúcar era plantado em grande tamente e sugeriam a possibilidade de um golpe de separação,
escala no nordeste (solo de massapê), havia grandes latifúndios, o líder era Tiradentes, a conspiração deu errado, pois foram
monocultura e mão de obra escrava, a sociedade era patriar- acusados e condenados, porém apenas Tiradentes foi morto.
cal e não existia mobilidade social. O açúcar era produzido no Na Bahia, o líder da Conjuração Baiana era João de Deus, um
Engenho, e também havia a criação de gados (pecuária) e eco- negro que movimentou uma revolta que resultaria na indepen-
nomia de subsistência dos escravos), após a saída de Nassau, dência do Brasil, a coroa reagiu rapidamente contra o povo. Di-
os holandeses exigiram o pagamento das dívidas dos senhores ferente de Minas Gerais, a Conjuração Baiana havia participação
de engenho, resultou numa revolta conhecida como Insurreição popular, e queriam a abolição dos escravos, já em Minas, havia
Pernambucana, reunindo tropas de índios (Felipe Camarão) ne- somente uma conspiração armada pela elite. Nessa época, os
gros (Henrique Dias), colonos e senhores de engenho, resulta na açorianos vieram para Santa Catarina, eles viviam num estado
expulsão dos holandeses do Brasil. Nessa época, também surgiu de pobreza na ilha dos Açores, no entanto Portugal queria po-
o Quilombo de Palmares, que reuniu grupos de negros que fu- voar mais o Brasil, para isso, a coroa prometeu aos açorianos
giam dos engenhos, onde criaram uma comunidade no nordeste utensílios, como ferramentas e animais. Após esse episódio, a
liderada por Ganga Zumba e Zumbi, este acabou sendo assassi- coroa portuguesa fugiu de Portugal, por causa da ameaça de Na-
nado pelo bandeirante contratado para destruir o quilombo. Os poleão, D. João VI, o Príncipe regente não queria cortar relações
escravos eram considerados propriedades dos senhores, como com a Inglaterra, e planejaram a fuga, vieram ao Brasil, instala-
simples instrumento de trabalho, ele deveria trabalhar para o ram-se no Rio de Janeiro, esse episódio foi conhecido como a
sustento de seu dono. Em Santa Catarina, os portugueses tenta- vinda da Família Real ao Brasil.
vam defender a Ilha de Santa Catarina das invasões dos estran-
geiros, principalmente, os espanhóis. Assim, foram construídas Paraná: movimentos de ocupação do território2
as fortalezas (Santa Cruz de Anhatomirim, São José da Ponta A primeira fase da ocupação do território paranaense ocor-
Grossa e Santo Antônio de Ratones) pelo engenheiro militar reu do litoral em direção ao Terceiro Planalto. Nos primeiros
Brigadeiro José da Silva Paes, primeiro Governador da Capitania anos do século XVI, a região sul ficou relegada a um plano secun-
de Santa Catarina. Com a descobertas das minas de ouro em dário na colonização portuguesa em terras brasileiras, pois os
Minas Gerais, ocorreram muitas revoltas que foram chamadas interesses da corte estavam voltados para as zonas produtoras
de nativistas. pois lutavam por melhorias das colônias, mas não de cana-de-açúcar.
tinham pretensão de separar ou propor a independência do Os primeiros registros cartográficos portugueses que indi-
Brasil. A primeira ocorreu pela disputa e posse das minas entre cam o Paraná foram feitos em torno do ano de 1570 e apontam
os “paulistas” que eram os colonos e os “forasteiros” que eram a região de Paranaguá, Guaraqueçaba e Cananéia, na Capitania
os portugueses, chamados de “Emboabas”, esse conflito ficou de São Vicente. De acordo com o geógrafo e pesquisador Rei-
conhecido por Guerra dos Emboabas. Também ocorreu uma re- nhard Maack, deportados e náufragos das expedições portugue-
volta urbana em Vila Rica, onde Filipe dos Santos, denunciou as sas de 1501 a 1503 se estabeleceram no território paranaense.
casas de fundição que exigiam a transformação das pepitas de “Partindo de Cananéia, os portugueses ocuparam primeiramen-
ouro em barras, e derretiam as pepitas, mas espalhavam o ouro 2 http://www.historia.seed.pr.gov.br
2
HISTÓRIA
te a Ilha da Cotinga, na Baía de Paranaguá, tendo iniciado, com A Família Real no Brasil (1808-1822)3
isto, a conquista do estado do Paraná. Os portugueses também A vinda da família Real para o Brasil contribuiu para a an-
se apoderaram das terras circundantes da Baía como esfera de tecipação da tão esperada Independência do Brasil. Quando
interesse da Coroa de Portugal” (DUARTE, 2009). No final do instalada no país, a família portuguesa implementou avanços
mesmo século, bandeirantes de São Vicente, Santos e São Paulo percebidos até hoje na economia e cultura brasileira.
passaram a organizar expedições para caçar os índios carijós nos Na época, Portugal dependia da Inglaterra. Essa dependên-
territórios hoje paranaense e catarinense. cia era financeira e política. Não respeitando o Bloqueio Conti-
Em 1640 Gabriel de Lara fundou a vila de Paranaguá e, de nental, a família real foi orientada pelo Lord Strangford (embai-
acordo com os registros feitos em São Paulo, de 27 de novembro xador inglês) a mudar seu governo português para o Brasil.
de 1649, foi o primeiro a registrar a existência de ouro na cidade. O objetivo de Napoleão era dominar o Império Português.
A partir dessa notícia, teve início a ocupação dessa região a fim Percebendo que isso poderia acontecer a qualquer momento,
de garantir a posse das minas encontradas e das que poderiam o Príncipe-Regente D. João, resolveu acatar o conselho de Lord
ser descobertas. Além de Paranaguá, os estudos de Romário Strangford. O príncipe queria garantir que, posteriormente, Por-
Martins (1907) apontaram os vales do Ribeira, Iguape e Cubatão tugal conseguisse a Independência.
como principais zonas de penetração de mineradores e pesqui- Foi acordado que os guardas ingleses protegessem a Cor-
sadores no caminho para o planalto. te Portuguesa e garantiriam que chegando ao Brasil o governo
Em 1670, acontece a instalação da Real Casa de Fundição português teria legitimidade. Em troca, a Ilha da Madeira seria
em Paranaguá (FERREIRA, 1954). Por cerca de 200 anos, o ouro da Inglaterra enquanto durasse a guerra com os franceses. Os
foi uma maldição para os portugueses que viviam no Brasil, eles ingleses também teriam direito a utilizar os portos do Brasil.
o buscavam sem parar, às vezes o encontravam e em muitas oca- Com o objetivo de ocupar Portugal, a França aliou-se com a
siões não encontravam nada. Mas foi graças a essa busca inces- Espanha e, juntos, fizeram o Tratado de Fontainebleau. O trata-
sante pelo metal que o Paraná foi fundado. do era para permitir o translado das tropas da França pelos limi-
De Paranaguá, Gabriel de Lara subiu ao planalto, em direção tes das terras espanholas. Em contrapartida, a Espanha poderia
ao chamado Arraial de Cima, em busca de ouro e, por volta de ficar com sua “fatia” de terras portuguesas.
1648, fundou a Vila Nossa Senhora da Luz dos Pinhais. Dessa Em novembro de 1807, ocorreu o embarque para a vinda
forma, Curitiba nasceu das povoações provenientes da expan- da família Real para o Brasil antes da invasão de Portugal pelas
são de Paranaguá e, em 1693, recebeu o predicamento de vila. tropas francesas.
Com a vinda da família Real para o Brasil, Portugal tinha a
Até a descoberta dos garimpos de Vila Rica em Minas Ge-
oportunidade de continuar seu comércio com os países em que
rais, em torno de 1680, a produção de ouro, que nunca chegou
mantinha aliança. Essa manobra era para conservar seu reinado
a ser grande, foi totalmente concentrada na Capitania de São
e seu capital.
Vicente, no território que hoje é o Paraná. No entanto, quando o
Napoleão foi pego de surpresa e ao chegar em Lisboa, afim
ouro deixou de ser um sonho de riquezas, o litoral de Paranaguá
de tomá-la para si, como mencionado anteriormente, encontrou
e os campos de Curitiba passaram a ser uma única base geo-
uma monarquia falida, sem riquezas e desestruturada.
gráfica para uma mesma comunidade paranaense. (BALHANA;
A vinda da família Real para o Brasil ocorreu em condições
MACHADO; WESTPHALEN, 1969, p. 39). insalubres de viagem e durou 54 dias. O príncipe governante
Com o início do ciclo do ouro em Minas Gerais, uma forte chegou a Salvador no dia 22 de janeiro de 1808.
migração ocorreu levando grandes levas da população e rele- Ainda na capital baiana, Dom João disponibilizou os portos
gando a região do Paraná ao esquecimento. Essas mudanças brasileiros às nações amigas, possibilitando que embarcações
trouxeram graves consequências sociais e econômicas, mas estrangeiras comercializassem com liberdade nos portos do Bra-
graças a ela conseguimos traçar a importância da atividade mi- sil. Essa medida impactou positivamente na economia do país.
neradora para a região durante o século XVII. A presença dos De Salvador, a comitiva seguiu para o Rio de Janeiro, desem-
garimpeiros, que se fixaram na região, ajudou no processo de barcando em 08 de março de 1808. Nesse momento, a cidade
povoamento e de domínio territorial. A aprendizagem e a expe- carioca se transformou na capital do cortejo português.
riência adquirida com a mineração por quase um século, fez do
Paraná uma espécie de protótipo para que se desenvolvesse a A História Antes da Vinda da Família Real para o Brasil
tecnologia necessária a essa atividade. E permitiu que depois ela Para contextualizar a vinda da família Real para o Brasil, é
fosse aplicada em outras regiões. importante mencionar que no início do século XIX, a França e a
A atividade de mineração representa um dos mais impor- Inglaterra eram países capitalistas industriais. Já Portugal, ainda
tantes papéis na história do Brasil. A busca por ouro e prata é era um país mercantilista.
justificada por causa das proibições em relação a outros tipos Posto isso, Portugal era dependente da Inglaterra econô-
de mineração, à produção de sal e à metalurgia. Essas atividades mica e politicamente. Essa dependência é caracterizada pelo
eram consideradas crimes, e muitas delas puníveis com a morte. Tratado de Methuen (Panos e Vinhos). O tratado em questão
Das vilas criadas nessa época originadas pela mineração, foi assinado em 1703 e consistia no consumo de têxteis pelos
podemos citar: as localidades de Bateias e Ouro Fino, cujos no- portugueses e no consumo de vinho pelos britânicos.
mes expressam imediatamente a importância desse período Nesse período, a França era governada por Napoleão Bo-
nessa região. naparte, o qual defendia os interesses da burguesia francesa. Ele
almejava arruinar a Inglaterra. Os dois países entram em conflito
e a Inglaterra vence. Com isso, a França reage.
3
HISTÓRIA
Cerca de 14 anos de disputas. A França era detentora de todo Independência: Quando Portugal enviou uma mensagem
território terrestre e os ingleses ficavam com a parte marítima. Isso exigindo que o Brasil deveria depender absolutamente se Por-
foi evidenciado pela Batalha de Trafalgar, em 1805 (disputa naval da tugal, D. Pedro I entendeu que eles não confiavam nele como
França - juntamente com a Espanha - contra o Reino Unido). regente, era um simples bedel, então ele decide tornar o Brasil
Fica evidente que Napoleão possuía hegemonia sobre todo independente logo depois que recebeu a mensagem São Paulo,
o continente, com exceção da Grã-Bretanha. em 1822. Não foi um ato isolado, como podemos ver, foi um
A partir daí, Napoleão Bonaparte estabelece o Bloqueio processo que levou até a independência, surgiu devagar, des-
Continental, em 1806, em Berlim, a fim de “matar” a economia de as revoltas nativistas, até as inconfidências, mas foi marca-
britânica. Com isso, ele proibia o contato comercial com o Reino da pelo espírito liberal da maçonaria, que foi importante nesse
Unido pelos países dominados por ele. processo. No entanto, ocorreram diversas reações contrárias
Caso quisessem arriscar, os países que não acatassem o a Independência do Brasil, algumas províncias não reconhece-
Bloqueio Continental, seriam submetidos a invasão pelas tropas ram a independência, como Bahia, Pará e Cisplatina. Em Santa
francesas. Catarina, as vilas litorâneas comemoraram a independência. O
Primeiro Reinado teve início, um pouco conturbado, pois logo
Benfeitorias da Estadia Portuguesa no Brasil que D. Pedro I percebeu que o congresso queria “ controla-lo”
A vinda da família Real para o Brasil acarretou em mudanças fechou-o, e em seguida criou uma Constituição, a Constituição
extremas. Permanecendo por um mês na Bahia, fez melhorias de 1824 onde somente a população absolutamente melhor
na região. de vida poderia votar (voto censitário), além do quarto poder,
Com a chegada da família, criou-se a Junta do Comércio e o Poder Moderador que lhe dava direitos absolutistas , o pior
a Escola de Cirurgia (que depois virou a Faculdade de Medicina era o unitarismo, que dava plenos poderes ao Rio de Janeiro de
do Estado). Eles também inseriram o Passeio Público e as obras comandar o resto do país, por exemplo, Santa Catarina teria de
do Teatro São João, que após sua conclusão, tornou-se a casa de enviar todo o imposto recolhido aqui para o Rio, e o próprio go-
espetáculos mais respeitada e renomada do país. vernador não seria um catarinense, um carioca provavelmente.
Com a vinda da família Real para o Brasil, também se criou o Essa constituição levou alguns estados a rebelarem-se contra D.
Museu da Biblioteca Nacional, Imprensa régia, o Banco do Brasil, Pedro I, no Nordeste ocorreu a Confederação do Equador, várias
a Academia Militar e da Marinha e a Academia de Belas Artes. províncias uniram-se lideradas por Frei Caneca (mesmo o esta-
Todas essas criações dão frutos até hoje e causaram impacto po- do e a igreja andarem de mãos dadas, existiam padres que não
sitivo na vida dos brasileiros. apoiavam as maluquices do Imperador, estavam descontentes
Além dessas, outras medidas culturais também foram ado- com D. Pedro I, que havia outorgado a Constituição de 1824). D.
tadas pela família portuguesa, como: Pedro I enviou tropas emprestadas dos ingleses (criando a dívi-
• Fundação do Observatório Astronômico; da externa) e mataram os revoltosos inclusive Frei Caneca. O
• Concepção de cursos; Brasil entrou numa guerra contra os argentinos, pois estavam
• Missão Artística Francesa (que estimulou o desenvolvi- perdendo a posse da Cisplatina, a província abaixo do Rio Gran-
mento das artes); de do Sul. Na Guerra da Cisplatina D. Pedro I não perdeu só um
• Biblioteca Real; enorme contingente, como perdeu a província (que se tornou
• Concepção da Escola Real de Artes e do Teatro Real de Uruguai) e sua popularidade. Sua vida pessoal não andava bem,
São João. os escândalos envolvidos com a morte de sua primeira esposa,
a relação com sua amante, a Marquesa de Santos (que levou ao
rompimento com José Bonifácio), e a crescente oposição que
2. BRASIL IMPÉRIO. 2.1. PARANÁ: A DINÂMICA DO acusava seus amigos de corruptos (Francisco Gomes, o Chalaça),
TROPEIRISMO. 2.2. CAFÉ: ESCRAVIDÃO E TRABALHO D. Pedro casou-se de novo , com uma princesa de Munique, a
LIVRE. 2.3. A EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DO PARANÁ. Amélia. Mas depois, envolveu-se num outro escândalo, na mor-
2.4. O CICLO DA ERVA-MATE. 2.5. A QUEDA DA MONAR- te de um jornalista de oposição, Líbero Badaró. A situação ficou
QUIA. muito ruim que ele decidiu Abdicar do trono, voltou a Portugal
e lutou com o próprio irmão D. Miguel, pelo trono que era por
direito de sua filha. Deixou a coroa no Brasil para o seu filho com
(1822-1889) Antecedentes: junto com a família real, veio apenas 4 anos. O Brasil passou a ser governado por regentes.
uma porção de artistas e intelectuais. D. João VI decretou a Regência: Existiu inicialmente uma Regência Trina e depois,
abertura dos portos, liberou as manufaturas, elaborou o projeto uma Regência Uma. Apesar do Brasil ter vivido uma experiência
do Jardim Botânico e fundou o Banco do Brasil. Seu filho prínci- “presidencialista” foi uma fase marcada por revoltas por todo o
pe D. Pedro I estava sendo preparado para assumir o trono por- império, as províncias rebelaram-se contra o governo. Este por
tuguês. Após a morte de Maria Louca e o Congresso de Viena. sua vez criou a Guarda Nacional nessa época, temos como des-
O Brasil tornou-se reino em 1815 Com a Revolução Liberal em taque o líder da Guarda, Luís Alves Lima, o Duque de Caxias. As
Portugal D. João VI voltou à Portugal e deixou como regente no revoltas regenciais foram:
Brasil, seu filho D. Pedro I. Portugal exigiu a volta de D. Pedro I - Cabanagem: no Grão-Pará, o povo revoltou-se contra os
para Portugal, porém, ele estava apoiado pelo povo e enfrentou regentes, teve apoio da elite, mas a revolta tornou-se popular,
as tropas portuguesas e decidiu ficar no Brasil. Era o Dia do Fico. logo foi massacrado pelas tropas do governo.
3 https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/a-vin-
da-da-familia-real-para-o-brasil
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HISTÓRIA
- Balaiada: no Maranhão, os vaqueiros e balaieiros lutaram Com a diminuição dos escravos após a Lei Eusébio de Queiroz,
num conflito contra a regência, o movimento tornou-se uma o Imperador criou planos para a vinda de imigrantes europeus,
guerrilha e não acabou nada bem para a camada popular que foi italianos, alemães, austríacos, poloneses...a grande maioria dos
massacrada por Duque de Caxias. italianos ficaram em São Paulo, e foram trabalhar nas Fazendas
- Sabinada: na Bahia, a elite apoiou as ideias de Francisco de café, alguns instalaram-se no Rio Grande do Sul. Os alemães
Sabino, que sugeriu a separação da Bahia do Brasil. As tropas tornaram-se proprietários nas colônias de povoamento do Sul,
massacraram os revoltosos. muitas vezes tinham de enfrentar os posseiros e indígenas como
A Farroupilha Foi a mais famosa revolta, os farrapos chega- Xokleng e Caingangues típicos do Sul, geralmente formaram as
ram a fundar a República no Rio Grande e a República Juliana primeiras moradias ao longo dos rios, e aproveitavam a força
em Santa Catarina, com o apoio de Giuseppe Garibaldi e Davi das águas para atividades manufatureiras. Os conflitos inter-
Canabarro. O líder dos Farrapos era Bento Gonçalves. Estavam nacionais eram destaque no Segundo Império, como o caso da
descontentes com a má distribuição fiscal e sobre o preço do Questão Christie, Christie era um embaixador inglês que exigiu
charque. Mais tarde entraram num acordo com o Imperador e o um pedido de desculpas do império, após a prisão de dois ma-
Rio Grande e Santa Catarina voltaram a fazer parte do Império. rinheiros ingleses que faziam arruaça, além de exigir uma inde-
Duas influentes tendências políticas Conservadores e liberais, nização de um navio inglês que afundou no Sul. O Imperador
prepararam um golpe e colocaram no poder o D. Pedro II antes chegou a cortar relações diplomáticas com a Inglaterra. A região
do tempo (com14 anos) foi o Golpe de Maioridade, em 1840. Platina também foi palco de diversas disputas e conflitos, o pior
Dando início ao Segundo Reinado. Ocorreram muitas mu- foi a Guerra do Paraguai, antes já havia ocorrido a Guerra da
danças no Brasil neste curto espaço de tempo(1840-1889) , Cisplatina, onde brasileiros e argentinos disputaram a região,
inicialmente houve conflitos Liberais de Diogo Feijó e depois depois a Questão Platina, onde o império apoiou discretamente
a praieira de Pedro Ivo em Pernambuco, a Revolta Praieira re- o Uruguai, essa região sempre foi disputada(na época da colô-
cebia influência das revoltas liberais que ocorriam na Europa, nia, Espanha e Portugal, já disputavam a Colônia do Sacramento)
eram contra os antigos regimes, e nesse caso atacavam o ab- afinal, essa região é importante para o Brasil, pois era o único
solutismo de D. Pedro II (pois este manteve o poder modera- acesso à província do Mato Grosso. E eles queriam ter acesso
dor), para tentar agradar tanto conservadores e liberais, maçons livre na Bacia do Prata. Aí, destacamos o Paraguai, pois Solano
e religiosos, D. Pedro II criou um Parlamentarismo às avessas, Lopez, presidente paraguaio, tinha desejos expansionistas, pois
que tinha como diferença do Inglês, a indicação do próprio D. o Paraguai havia virado uma potência, além de ameaçar a eco-
Pedro II para ser o Primeiro-Ministro (Na Inglaterra o Primeiro- nomia da Inglaterra, essas foram as causas que levaram a Guerra
-ministro é escolhido pelo parlamento), procurou estabelecer do Paraguai. A Inglaterra procurou atear fogo entre o Paraguai
algumas mudanças na economia, como a criação da Tarifa Al- e seus vizinhos (Brasil, Uruguai e Argentina), formaram a Trípli-
ves Branco, que era uma espécie de Protecionismo de nossos ce Aliança e destruíram o Paraguai com apoio da Inglaterra. Até
produtos(criou taxas alfandegárias para produtos importados). hoje, o Paraguai não consegue reerguer-se. 80% da sua popu-
Isso de certa forma, fortaleceu a economia nacional, surgindo lação foram mortas na época. A Queda do Imperador foi liga-
a possibilidade da criação tímida de algumas indústrias. Figuras da a alguns fatores: o Imperador foi perdendo apoio, durante
como Irineu Evangelista de Souza (Barão de Mauá) destaca-se os anos, foi perdendo apoio da aristocracia rural por permitir
no cenário como industrial, cria uma fábrica de fundição de fer- a abolição dos escravos era a questão agrária, a abolição dos
ro, construindo maquinários e estradas de ferros, iluminando a escravos mexeu na economia do império, a questão escravo-
cidade do Rio de Janeiro e controlando o transporte fluvial da crata, os militares começaram apoiar a campanha abolicionista
Amazônia. Mas o descaso de D. Pedro II, associado às sabota- (muitos participaram ao lado dos negros na guerra do Paraguai),
gens da Inglaterra em suas empresas, arruinaram o industrial, além da Campanha republicana, era a questão militar, enfim, o
atrasando mais a indústria brasileira. Na questão agrária, des- D. Pedro II perdeu apoio da Igreja, após prender dois bispos
tacamos o café, como principal produto. No entanto, houve um que resolveram reagir por ordens do Papa, condenando a Ma-
desequilíbrio ecológico que levou a desfertilização do café no çonaria. Como D. Pedro II, era maçom, resolveu punir os bispos.
Vale do Paraíba, levando inúmeros fazendeiros à falência. O Café Perdendo as bases que sustentavam o Império, os militares pre-
foi reintroduzido no Oeste Paulista, utilizando novos recursos e pararam um golpe, e mandaram D. Pedro de volta para a Europa.
investimentos, além da utilização de mão de obra assalariada A Proclamação da República, 15 de novembro de 1889 foi um
(no Vale do Paraíba era utilizada mão de obra escrava), elevou a golpe militar sem a participação do povo. Da noite para o dia,
produção do café e garantiu o preço e o bem estar dos novos ba- iniciava a República no Brasil.
rões do café. Os escravos foram aos poucos conquistando alguns
direitos. A Inglaterra tinha interesse em liberta-los pois torna- O tropeirismo no Paraná
riam consumidores de seus produtos, então faziam de tudo para
que o Brasil fizesse a abolição. A primeira foi a Lei Eusébio Quei- Os Caminhos
roz, proibindo o tráfico de escravos no Brasil, depois a Lei do O território onde hoje é o estado do Paraná foi cortado
Ventre Livre, a Lei do Sexagenário e finalmente a Lei Áurea, foi por várias trilhas chamadas “caminhos”. Os primeiros caminhos
quarenta anos de campanha abolicionista. Em Santa Catarina, terrestres tiveram origem com os índios e com os animais, logo
destacamos o poeta Cruz e Sousa, que era negro e abolicionista, foram utilizados pelos bandeirantes e depois, aproveitados pe-
pregava a igualdade entre as pessoas, participou do movimento los tropeiros e suas tropas.
simbolista, presentes em suas obras (Broqueis, Faróis, Últimos
Sonetos...) Cruz e Sousa vivia no Desterro (atual Florianópolis)
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HISTÓRIA
Caminho de Peabiru (nome de origem tupi), assim era chamado o caminho que saía de São Vicente, litoral paulista, cortava o es-
tado do Paraná, atravessava o rio Paraná, passava pelo território paraguaio e pela Cordilheira dos Andes e terminava no litoral do Peru,
fazendo uma ligação do Peru (Oceano Pacífico) com São Vicente (Oceano Atlântico), esse caminho já existia antes do descobrimento
da América, e dele saía outras ramificações ou picadas de acesso (WACHOWICZ, 1988).
Existiram outros caminhos que cortaram o estado do Paraná, e também a região sul do Brasil, por onde transitaram as tropas,
veja os mapas abaixo:
Caminho das Missões ou de Guarapuava: segundo Moreira (2006, p. 53- 54), “[...] alguns autores citam as Missões no Rio Grande
do Sul e outros mencionam Corrientes, na Argentina, como a origem desse caminho”. Mas o ponto final era Sorocaba.
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HISTÓRIA
O Caminho de Palmas era um ramal do Caminho das Missões, no Paraná, aberto em 1860, com o objetivo de encurtar o tempo
de deslocamento. Tornou-se o preferido dos tropeiros porque era menos acidentado e com abundância de pastagens (Moreira, 2006,
p. 56).
Segundo Wachowicz (1988, p.102), a Estrada da Mata (assim por ele chamada), ou Caminho do Viamão, “[...] era na realidade um
caminho, ou simplesmente uma picada, que comunicava os campos do rio Grande do Sul desde Viamão até a tradicional feira paulista
de Sorocaba”.
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HISTÓRIA
Sorocaba era um lugar de comércio dos animais trazidos do Rio Grande do Sul, para abastecer a região das minas. O estado do
Paraná se beneficiou com esse caminho, pois ficava no percurso que os tropeiros utilizaram para transportar tropas de gados e de
muares, como também outros produtos. Se observarmos, veremos que pequenas vilas e cidades foram surgindo nos locais de pouso
das tropas. A distância entre elas é de um dia de deslocamento da tropa. Para Trindade (1992, p.136), até mais recentemente:
“As cidades eram também grandes compradoras: os serviços de limpeza e obras públicas, a construção civil, o transporte e a distri-
buição de mercadorias nos centros urbanos valiam-se bastante dos muares, para puxar os carroções. Clientes bons, na lembrança dos
ex-tropeiros entrevistados, eram a Brahma e a Antártica, as duas grandes companhias cervejeiras paulistas, que sozinhas compravam
de tempos em tempos dezenas e dezenas de mulas.”
- Caminho da Graciosa: Segundo Wachowicz (1988, p. 98), essa estrada foi uma picada que os índios do planalto utilizaram para
chegar ao litoral. E o tropeiro Tenente Manuel Teixeira de Carvalho, depois de alguns melhoramentos, por ela fez a primeira viagem de
muares para o litoral. A partir de 1872, foi considerada a rodovia mais importante da província.
- Caminho de Itupava: Esse caminho também só era transitável por pedestres. A preferência dos tropeiros por esse caminho se
dava por ser mais curto que o da Graciosa e porque tinham muitos antigos amigos e fregueses no seu trajeto (WACHOWICZ, 1988,
p.101).
- Caminho do Arraial: Ainda segundo Wachowicz (1988, p. 102), dos três caminhos para o litoral do Paraná, esse era o que oferecia
mais perigos como lugares muitos estreitos e perigosos, travessia de rios, chuvas frequentes. Esse caminho era utilizado pelos mora-
dores de São José dos Pinhais e Vila do Príncipe, antigo nome da cidade da Lapa.
O transporte
Quando olhamos para um mapa rodoviário do Paraná, podemos ver as vias ligando todas as partes do estado, porém, na época
dos tropeiros quase não existiam estradas, somente trilhas e caminhos. O transporte era feito por pessoas à pé e depois, pelos mua-
res. Desde antes do tropeirismo até meados do século XX, o Brasil viveu uma grande dificuldade no transporte e na comunicação.
Com a descoberta das minas de ouro no final do século XVII e início do século XVIII, o transporte continuava sendo um problema para
quem trabalhava nas minas. Segundo Goulart (1961, p. 28), “[...] a carência de animais de carga, de tração e mesmo de sela era quase
absoluta”. O transporte era feito pelos índios e negros escravizados, tanto nas viagens curtas, como nas longas. Nas costas, nos ombros
e na cabeça, eles transportavam caixas de mercadorias, fardos e até mesmo pessoas (no cangote ou em redes).
É também a partir do século XVII que surge o tropeirismo na América do Sul, chamado por Moreira de “fenômeno socioeconômi-
co”. Segundo esse autor foram os espanhóis que trouxeram nos porões de seus navios muares (cavalos, burros e mulas) para fazer o
transporte (burros e mulas vêm do cruzamento entre um jumento e uma égua). Depois começaram a criar muares na América do Sul,
na região onde hoje estão a Argentina, o Uruguai e o extremo sul do Brasil. No Brasil, o tropeirismo teve início no começo do século
XVIII. Logo a produção e comércio de mulas se tornaram as atividades mais importantes e as cidades de Santa Fé e Córdoba, na Argen-
tina, se transformaram em base de criação de muares.
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HISTÓRIA
Segundo Trindade (1992, p. 64), o muar é um animal que Curitiba, cooptados pelo Barão de Antonina, não aderiram ao
tem “[...] segurança e equilíbrio admiráveis nas trilhas pedrego- movimento. O Governo Imperial negociou com os liberais curiti-
sas, resistência física a grandes alturas, sujeição às mais diversas banos, através de João da Silva Machado e dos Chefes das forças
variações climáticas, adequação a ritmos de alimentação”. Para legalistas, Duque de Caxias, a emancipação da Comarca. O Go-
Wachowicz (1988, p.104), o burro era o animal utilizado para o verno do Império conseguiu assim o apoio dos liberais da Quinta
transporte por ter mais resistência que o cavalo. Comarca para vencer os revolucionários.
O tropeirismo é visto por muitos estudiosos como de gran- Dessa forma, retomou-se em 1843 ao projeto de emancipa-
de importância para a economia do país, e mais especificamen- ção da Quinta Comarca na Assembleia Geral Legislativa no Rio
te para o Paraná, pois foi com o tropeirismo que aconteceu a de Janeiro. Entre idas e vindas, conseguiu-se aprovação em 2
ocupação e o povoamento do território paranaense, já que a de agosto de 1853, elevando a Quinta Comarca de São Paulo à
frente de ocupação do estado estava inicialmente concentrada categoria de Província do Paraná. A instalação ofi cial foi realiza-
na parte litorânea. da em 19 de dezembro de 1853, onde tomou posse o primeiro
presidente Zacarias de Góes e Vasconcelos, tendo Curitiba como
O tropeiro capital.
O personagem típico do tropeirismo era o tropeiro. Alguns
estudiosos apontam o tropeiro como o patrão, o dono da tropa, A vida política da província paranaense de 1853 a 1889
o empresário do transporte, o correio, o intermediário nos ne- A Província do Paraná teve, ao longo de 1853 a 1889, cin-
gócios. Outros chamam de tropeiros, também aqueles que aju- quenta e três períodos de governos; vinte e sete presidências;
davam a conduzir as tropas nas viagens. “As cargas a eles con- quarenta e um presidentes em exercício e vinte e seis períodos
fiadas eram religiosamente cuidadas; (...). Até cargas de ouro e de vice-presidência e retorno presidencial. Os presidentes eram
de pedras preciosas desciam das minas para a costa entregues a escolhidos entre aqueles que pertenciam ao partido político do-
tropeiros” (GOULART, 1961, p.108). minante e nomeados diretamente pelo imperador D. Pedro II.
Segundo Wachowicz (1988, p.119), “[...] nesta época so- De 1853 a 1870, os governantes vieram de outras províncias. No
bressaía-se como líder da 5ª comarca o tropeiro João da Silva período subsequente (1870 a 1889), o imperador fez algumas
Machado (...) o governo imperial concedeu a João da Silva Ma- nomeações de pessoas procedentes da província para ocupar o
chado o título de Barão de Antonina”. cargo de presidente e vice-presidente da Província. As justifica-
Também Goulart (1961, p.117) afirma que: “Tropeiro foi tivas para a nomeação dos presidentes e dos vice-presidentes
a princípio João da Silva Machado (1782-1875), que posterior- oriundos de outras províncias era que o Paraná tinha uma pe-
mente veio a ser: senador pelo Paraná, Grande do Império e Ba- quena projeção política e econômica no Império e não possuiria
rão de Antonina, (...)”. elementos com ‘boa formação político-administrativa’ para o
cargo majoritário na Província. No entanto, sabemos que a no-
A emancipação da província do Paraná meação para a presidência das províncias no Brasil era utilizada
Entre 1660 a 1770, a região foi elevada a status de capitania, pelo imperador Pedro II para acomodar as forças políticas que o
denominada Capitania de Paranaguá. Em 1770, com a restaura- apoiavam. O imperador geralmente escolhia governantes fiéis
ção da Capitania de São Paulo, ela foi extinta e incorporada por e aliados ao governo imperial. A intenção era criar e estabele-
esta como comarca. Em 1812, a sede da comarca, que era em cer governos provinciais comprometidos com os interesses do
Paranaguá, foi transferida para Curitiba e passou a se chamar governo central e promover alianças com as elites dominantes
Quinta Comarca de Paranaguá e Curitiba. A luta pela emancipa- locais. Eram dois partidos políticos dos quais esses representan-
ção política do Paraná teve seus antecedentes em 1811, quando tes faziam parte: o Conservador e o Liberal. Os partidos na pro-
Pedro Joaquim Correia de Sá, com pretensões de ser Capitão- víncia eram dominados pelas oligarquias locais que escolhiam
-Mor, tentou junto à corte do Rio de janeiro a emancipação da os seus representantes aos cargos políticos. A disputa entre os
Comarca, mas fracassou. A segunda tentativa ocorreu em 1821, conservadores e os liberais não representava uma dificuldade
quando os defensores da emancipação retomaram o movimen- à nomeação dos cargos; na realidade, seus programas políticos
to, organizando a denominada ‘Conjura Separatista’. Essa ten- não diferiam um do outro e não havia uma oposição efetiva en-
tativa também fracassou, pois o Juiz de Fora Antonio Azevedo tre eles. No Paraná, os principais líderes liberais foram Jesuíno
Melo e Carvalho – que visitava o Paraná – não atendeu ao apelo Marcondes de Oliveira e Manuel Alves de Araújo, que formavam
de Bento Viana – capitão da Guarda de Regimento de Milícia de as famílias dos Barões do Tibagi e dos Campos Gerais. Os líderes
Paranaguá – para que nomeasse um governo provisório inde- conservadores foram Manuel Antônio Guimarães (Visconde de
pendente de São Paulo. Mesmo com um desfecho desfavorável, Nacar) e Manoel Francisco Correia, que formavam as famílias
o desejo de autonomia permanecia. Frequentemente, as Câ- do litoral que controlavam o comércio importador e exportador
maras de vereadores de Paranaguá, Morretes, Antonina, Lapa, da erva-mate. O cargo majoritário da província foi ocupado pela
Curitiba e Castro solicitavam a autonomia ao Governo Imperial primeira vez em 19 de dezembro de 1853, quando foi instalada
Brasileiro. Destarte, em 1835 ocorreu um fator favorável e deci- oficialmente a província paranaense, e o primeiro Presidente da
sivo para a autonomia do Paraná. Os liberais do Rio Grande do Província paranaense foi o baiano Zacarias de Góes e Vascon-
Sul entraram em luta contra o Império, organizados na ‘Revo- cellos.
lução Farroupilha’, e os liberais do Rio de Janeiro, São Paulo e
Minas Gerais, revoltados com a política ‘conservadora’ do gover-
no central, se uniram com os farrapos e organizaram uma única
frente revolucionária. Todavia, os liberais da Quinta Comarca em
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HISTÓRIA
As ações de reconhecimento dos territórios do Paraná na O local onde os Kaingang pescavam era no Salto das Bananeiras
segunda metade do século XIX (município de Ivailândia). E se os índios pescavam nessas cor-
Em abril de 1851, quando o Paraná ainda era uma Comarca redeiras é evidente que eles tinham outros pontos de pesca ao
de São Paulo, partiu da Colônia Militar do Jataí uma expedição longo do rio Ivaí e seus afluentes e transitavam e acampavam
com quinze canoas carregadas com cem cargas de sal destina- por toda essa região. Os engenheiros Keller, continuaram sua
das ao Mato Grosso. Essa monção era do Barão de Antonina, viagem pelos rios Ivaí, Paraná, Paranapanema e Tibagi, onde en-
que experimentava esse comércio em associação com os irmãos contraram novas armadilhas de pesca dos Kaingang. Chegaram a
Antônio e Miguel Prestes. Ela tinha como guia Joaquim Francisco Curitiba no dia 14 de outubro de 1865, após nove meses e meio
Lopes; iam também John H. Elliot e 47 índios contratados como de viagem com um conhecimento bastante completo dos rios
canoeiros. Depois de dezesseis meses estavam de volta ao Jatai. Ivaí, Paraná, Paranapanema e Tibagi.
A rota inaugurada pelo Barão de Antonina com cargas de sal para Ainda na década de 1860, uma nova expedição foi planeja-
o Mato Grosso tornou-se em seguida uma rota militar rumo aos da para estudar uma nova rota para o Mato Grosso. Dessa vez, a
postos de fronteira com o Paraguai. Em 1855, com o Paraná já missão foi confiada ao engenheiro paranaense Antonio Pereira
emancipado de São Paulo, o Governo Imperial enviou por ela o Rebouças.
capitão do exército Manoel Joaquim Pinto Pacca com comunica- Para o início dos trabalhos, foram repassados 23:000$000
ções, ao que parece, importantíssimas para nossos postos mili- (vinte e três contos de réis) ao engenheiro Rebouças, e em 3
tares na fronteira do Paraguai. Em 1857, o Ministério da Guer- de maio ele iniciou as explorações do trecho Guarapuava ao
ra enviou uma comissão comandada pelo primeiro tenente de baixo Ivaí, que esperava ser concluída em novembro de 1869.
engenheiros Epiphanio Cândido de Souza Pitanga para verificar Em 26 de novembro de 1869, Rebouças informou que a expe-
as condições de navegabilidade dos rios Tibagi e Paranapane- dição tinha saído de Guarapuava em 2 de maio, composta de
ma. Os trabalhos realizados pelo tenente Epiphanio Cândido de 32 pessoas entre trabalhadores, engenheiros etc., e possuía 25
Souza Pitanga na rota para o Mato Grosso pelo Tibagi, em 1857, animais para o transporte do material, bem como reses para o
já estavam concluídos com os preparativos para a guerra com abate durante os trabalhos. Em 3 de outubro, chegaram às mar-
o Paraguai em 1864. Antonio Rebouças informou que em 1858 gens do Ivaí, tendo a medição atingido 183, 3 km a contar de
mandou ao Matto Grosso por este caminho um batalhão de arti- Guarapuava. Rebouças acreditou que o ponto que chegaram ao
lharia com as competentes peças e muitas munições ao coman- Ivaí foi no ribeirão, anotado por Keller a 28 km acima da Corre-
do do atual visconde de Itaparica4. Além da rota para o Mato deira do Ferro, hoje denominado rio Ligeiro, no município de
Grosso, o Governo se preocupou em explorar as redondezas da Jussara. Rebouças tratou das riquezas da região e da possibilida-
Colônia Militar e das Colônias Indígenas do Paranapanema/Ti- de de se traçar a estrada de Guarapuava ao baixo Ivaí. Os planos
bagi. Em meados de 1862, Joscelim Morocines Borba, prestando de Rebouças relativos à estrada para o Mato Grosso partindo de
serviço no aldeamento de São Pedro de Alcântara, empreendeu Guarapuava tinham sido discutidos por engenheiros na corte,
uma exploração, com nove pessoas, a fi m de verificar os campos e ele previa um tronco central de Antonina até Guarapuava e
e os possíveis aldeamentos dos Kaingang existentes entre os rios daí dois ramais: um para o Mato Grosso, acompanhando o Ivaí,
Tibagi e Pirapó. Ainda em setembro de 1862, outra comissão ex- e outro para Paraguai, margeando o rio Iguaçu, e um terceiro
ploradora, a do engenheiro Hegreville, chegou a São Pedro de de alguma localidade do Iguaçu para Corrientes, na Argentina.
Alcântara com a missão de remover a Colônia Indígena do Pira- Anos mais tarde, a picada aberta pela expedição de Rebouças
pó para um lugar sem doença. Hegreville iniciou uma estrada de em 1865 serviu para que fazendeiros de Guarapuava chegassem
São Pedro de Alcântara em direção ao rio Pirapó. Nesse momen- até aos acampamentos Kaingang nos campos das cabeceiras dos
to, as atenções estavam voltadas para os vastos territórios que rios Mourão e Goio-Erê, hoje município de Campo Mourão e
ficavam a oeste do rio Tibagi, e o primeiro alvo era chegar até municípios vizinhos. Nessa mesma época, o cacique Bandeira,
o rio Pirapó e em seguida prosseguir até as barrancas do Ivaí e dos Kaingang, visitou Guarapuava e convidou os brancos para
do Paraná. Na década de 1860, também foram realizadas várias visitá-los em suas moradias nos campos do Mourão.
expedições no rio Ivaí. Gustavo Rumbelsperger apresentara uma As explorações dos territórios ao longo do rio Ivaí continua-
planta e um roteiro da viagem que tinha realizado de setembro ram na década seguinte. De junho de 1872 a abril de 1874, os
a dezembro de 1864 ao Presidente da Província André de Pa- ingleses comandados pelo engenheiro Thomas Bigg-Wither pes-
dua Fleury, o qual já tinha recebido um relatório do engenheiro quisaram o traçado de estrada de ferro pelo vale do rio Ivaí. Essa
Frederico Hegreville, encarregado de explorar os rios Tibagi e expedição fazia parte dos trabalhos de demarcação da futura
Paranapanema. Em de janeiro de 1865, os irmãos e engenheiros Estrada de Ferro Paraná-Mato Grosso pelo vale do Ivaí, cujo pro-
Francisco e José Keller chegaram à colônia Teresa Cristina, no jeto foi pensado em Londres e contou com o apoio do Barão de
alto rio Ivaí, com a missão de explorar esse rio. Em maio, a ex- Mauá. Após encontro desastroso com os Kaingang na Corredeira
pedição estava a 8,6 léguas (60,2 km) abaixo da antiga Vila Rica, do Ferro, onde foram mortos dois índios Kaingang, os trabalhos
e ali avistou os índios nas margens do Ivaí, um grupo numeroso. no rio Ivaí foram suspensos e Bigg-Wither foi explorar o rio Tiba-
O encontro da expedição Keller com os Kaingang se deu em gi com Telêmaco Borba em 1874.
um dos paris (armadilhas) de pesca que estes últimos possuíam Ainda nessa década, os agentes da conquista estenderam
no rio Ivaí. Em um determinado momento, quando a situação suas explorações até o rio Piquiri. Em 1876, uma expedição de
parecia tensa, um cacique Kaingang chegou trazendo informa- reconhecimento percorreu os rios Tibagi, Paranapanema, Para-
ções do Frei Timóteo e a situação se esclareceu. Frei Timóteo ná até Sete Quedas e entrou pelo rio Piquiri, comandada pelos
enviara uma mensagem para a expedição por meio dos Kain- irmãos Nestor e Telêmaco Borba e financiada pelo governo da
gang que saíam do Jataí para pescar em seus paris do rio Ivaí. província para o reconhecimento do salto das Sete Quedas no
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HISTÓRIA
rio Paraná bem como para reconhecimento do rio Piquiri. Leva- (os termômetros registraram oito graus negativos). Um mês de-
ram nessa expedição índios Kaingang de São Pedro de Alcântara pois, em 20 de agosto, o engenheiro escreveu que entrara pelo
para servir de intérpretes, em uma clara intenção de contatar rio Jarão e acompanhara o Piquiri pela sua margem esquerda,
os Kaingang que viviam no vale do rio Piquiri e nos campos di- mas o rio dava uma volta muito grande para oeste-sudoeste,
visores das águas desse rio com o Ivaí. Em março de 1882, o tirando a picada do rumo das Sete Quedas, aumentando a dis-
presidente Carlos A. de Carvalho recebeu um aviso do Ministério tância sobre um terreno de difícil passagem. O engenheiro evi-
da Agricultura referente aos territórios dos Kaingang do vale do tou essa volta do rio, atravessando-o duas vezes para escapar da
Piquiri. De acordo com as informações do fazendeiro guarapua- volta, retomando a picada na margem esquerda do Piquiri. Em
vense Norberto Mendes Cordeiro, a região tinha uma população maio de 1883, queixando-se da morosidade do engenheiro Gen-
de 5.000 Kaingang dispostos a se relacionarem com os brancos. gembre, o presidente Carvalho solicitou sua exoneração e ele foi
Objetivando incorporar esses territórios, o Ministro da Agricul- dispensado em 13 de dezembro de 1883. A demissão do enge-
tura escreveu que tinha resolvido: ‘[...] mandar que se abra uma nheiro e do seu ajudante, mais a falta de recursos financeiros,
estrada que dos campos de Guarapuava demande o primeiro deixaram as atividades dessa estrada suspensas durante o ano
desses rios na parte navegavel do seu curso, e bem assim que de 1883. Mas Gengembre tinha feito um relatório em fins de
se estabeleça na sua proximidade um aldeamento (CARVALHO, 1882, no qual relatou os trabalhos realizados.
1882, p. 58). Nas décadas seguintes, outras explorações oficiais ou parti-
Pôs à disposição do presidente Carvalho a quantia de culares foram realizadas nos vales do Ivaí e Piquiri. Em 1896, o
10:000$000 (dez contos de réis) na conta Catequese e Civiliza- General José Cândido da Silva Muricy desceu o Ivaí até as ruínas
ção dos Índios, e nomeou o engenheiro Emílio Gengembre para de Vila Rica do Espírito Santo em busca de antigos tesouros su-
executar a obra. Em abril, o presidente Carvalho nomeou o en- postamente deixados pelos jesuítas.
genheiro Pedro Leitão da Cunha como auxiliar de Gengembre Em 1911, Edmundo Mercer, morador da cidade de Tibagi,
e lhe deu como instrução organizar uma comissão de trabalho foi contratado pela firma Cole & Weiss, de Curitiba, para abrir
em Guarapuava com o apoio de Luiz Daniel Cleve e Norberto uma picada do rio Ivaí, entre salto das Ariranhas e Ubá, até Cam-
M. Cordeiro. po Mourão. Ali chegando, encontrou cerca de dez famílias que
De Guarapuava, deveria seguir para os campos do Mourão tinham vindo de Guarapuava provavelmente pela trilha aberta
e escolher um local para a fundação de uma Colônia Indígena. E, por Rebouças. A informação de Luiz Leopoldo Mercer, filho de
depois, deveria seguir com a picada pela margem direita do rio Edmundo, é de que seu pai, no ano de 1910, a serviço da firma
Piquiri até onde o rio propiciasse a navegação, indicando um lo- Colle & Weiss, abriu um picadão desde o Salto Ubá, no Ivaí, até
cal adequado para a fundação de outra Colônia Indígena e ainda as barrancas do Paraná, em uma distância de 220 km. Esse era o
outro local, na foz do Piquiri, para a fundação de uma Colônia traçado da estrada boiadeira destinada a trazer gado magro do
Militar. Também deveria pesquisar o local das ruínas de Ciudad Mato Grosso para engordar nos Campos Gerais. Luiz L. Mercer
Real, explorar o rio Paraná entre o Salto das Sete Quedas e a foz também informou que seu pai fizera outras entradas na região
do rio Iguatemi; explorar o rio Paraná até a foz do rio São Fran- entre os rios Piquiri e Ivaí, e chamava a região de El Dorado pa-
cisco e ver a possibilidade uma Colônia Militar às suas margens. ranaense.
Deveria ainda verificar a possibilidade de construir uma estrada Ainda em 1917, Edmundo Mercer conduziu ao Paraguai,
de ferro acima e abaixo do Salto das Sete Quedas. Também de- através dos territórios acima mencionados, uma comissão ingle-
veria, desde o ponto onde não é mais possível navegar no rio sa interessada na instalação de frigoríficos. Em 1918, Edmundo
Piquiri, estudar a possibilidade de uma estrada de rodagem ou Mercer viajou novamente pelos territórios indígenas do vale do
de ferro ligando os Aldeamentos do Piquiri, Campo Mourão e a Piquiri e foi até o rio Ivinheima, no Mato Grosso. No início da dé-
cidade de Guarapuava. Nessa cidade, deveria explorar o vale do cada de 1920, Edmundo Mercer e Coelho Jr. voltaram a explorar
rio Jordão ou do rio Cavernoso até o rio Iguaçu, em Porto União. e a abrir picadas nas matas do noroeste do Estado. Mercer abriu
As determinações foram as seguintes em relação aos índios: a picada de Campo Mourão para o norte em direção à Corre-
deveriam buscar informações sobre as tribos, famílias, costu- deira do Ferro no rio Ivaí, onde ele encontraria com a picada de
mes, extensão dos territórios de cada grupo ou tribo e se a lín- Coelho Jr. que vinha descendo do norte para sul desde a foz do
gua era comum a todos da região, para que o Governo pudesse rio Paranapanema, no Paraná.
organizar um corpo de intérpretes. Distribuiriam brindes para A migração europeia para o Paraná no século XIX Ao discutir
os índios, evitando qualquer incidente que pudesse atrapalhar a questão da imigração moderna no Paraná, alguns historiado-
os planos do Governo Imperial para ocupar a região. As praças res utilizam a expressão ‘imigração para povoar vazios demo-
do 2º Corpo de Cavalaria, aquartelados na região, só poderiam gráficos’ para explicar o surgimento dos primeiros núcleos co-
agir em caso de extrema urgência. Estava planejada, portanto, a loniais no Paraná distantes dos centros mais povoados, como a
última etapa para a conquista dos territórios indígenas do oeste, região de Paranaguá, Curitiba e adjacências, e Campos Gerais.
e com essas determinações desvendavam-se os territórios do Esse seria o caso da instalação dos alemães em Rio Negro, em
Paiquerê, as terras do rio Piquiri e se chegava à última fronteira 1828, que estava dentro de uma política mais ampla desenvolvi-
no rio Paraná. Em seguida, o presidente Carvalho começou a re- da pelo Governo Imperial; o caso dos franceses instalados na Co-
ceber os relatórios da comissão Gengembre. O primeiro foi em lônia Teresa Cristina isolada no vale do Ivaí, em 1847; e dos ale-
11 de junho, quando o engenheiro lhe comunicou que fizera o mães franceses e suíços, no litoral em Guaraquessaba, em 1852.
reconhecimento da região desde o rio Butiazinho, Bahu e Jarão Nesse período da Quinta Comarca, 1829 – 1853, entraram no
para poder entrar no vale do rio Piquiri. No dia 20 de julho, outro Paraná 460 migrantes europeus, os quais foram instalados em
ofício comunicou que os trabalhos seguiam bem, apesar do frio lugares distantes dos campos e dos centros urbanos, em uma
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
Sapiranga RS, em 1874 no final do século XIX, teve uma grande pelo interior para que a população apoiasse os tenentes. Todo
repercussão em toda zona de colonização alemã do RS. Na épo- esse conflito pode ser resumido na frase do último presidente
ca da revolta os mucker foram combatidos pelo que eram e pelo da República da Oligarquia, Washington Luís: “a questão social é
que a população de São Leopoldo RS, julgava se fossem. Houve um caso de polícia”. Esse mesmo Washington Luís resolveu rom-
um confronto entre colonos e adeptos da seita. Isso acabou com per com as tradições políticas do Café com Leite, e ao invés de
violência, as tropas imperiais exterminaram os religiosos. Na re- nomear um mineiro, resolveu nomear um paulista (Júlio Pres-
pública, ocorreram dois movimentos messiânicos, os canudos e tes), Minas, resolveu juntar as forças com a oposição, Rio Gran-
o contestado. de do Sul e Paraíba, formaram a Aliança Liberal. Washington Luís
A Guerra de Canudos ocorreu no sertão da Bahia, teve suas tentou aproximar de João Pessoa (Paraíba), tentou pedir apoio,
origens com o empobrecimento da região, pois ali predominava, mas João Pessoa negou, coincidentemente João Pessoa havia
desde a colônia, o minifúndio e a produção para atender o mer- sido assassinado por problemas internos, mas foi o estopim que
cado interno. No entanto, fanáticos religiosos liderados por An- resultou na Revolução de 30. Movimento que a Aliança Liberal
tônio Conselheiro fundaram uma comunidade, onde negavam o derruba a Política da Oligarquia, e colocam o gaúcho Getúlio
pagamento de impostos exigidos pelo governo, iniciando aí um Vargas no poder. Iniciando a Era Vargas.
problema sério contra o governo. As tropas federais tentaram Vargas precisava resolver o problema emergencial herdado
quatro vezes destruir canudos. Foi uma batalha desigual e horrí- da crise de 1929, e destruiu 80mil sacas de café, para elevar o
vel, Conselheiro teve a cabeça degolada. preço do produto, e depois criou o Ministério do Trabalho. No
A Guerra do Contestado ocorreu na região contestada entre entanto sofreu uma terrível oposição vinda dos paulistas, des-
Paraná e Santa Catarina, ao noroeste de santa Catarina, possei- contentes com a recente perca de autonomia, alguns estudantes
ros que foram expulsos de suas terras encontraram esperança de Direito, saíam nas ruas e faziam discursos contra Getúlio e
nas palavras de um curandeiro chamado João Maria. Anos mais exigiam uma constituição. Martins, Miragaia, Dráusio e Camar-
tarde essa região tornava-se mais miserável, pois havia acaba- go, foram assassinados quando atacavam os jornais que defen-
do a construção da estrada de ferro, e os trabalhadores ficaram diam Getúlio. As iniciais de seus nomes viraram bandeira de luta
por ali. Reencontraram esperança com outro, que dizia ser des- MMDC.
cendente de João Maria, chamava-se José Maria, este fundou Os Paulistas pegaram em armas e fizeram a Revolução Cons-
a monarquia celestial e propôs a mesma coisa que havia feito titucionalista de 1932, tal revolução acabou em dois meses, po-
o Conselheiro. As tropas federais e paranaenses tentaram por rém, Getúlio Vargas acabou fazendo a Constituição de 1934. As
diversas vezes acabar com a comunidade, mas os crentes for- leis trabalhistas, o voto feminino, justiça eleitoral e voto secreto,
mavam outras e nomeavam outros líderes, até que conseguiram foram as principais características da Constituição. Duas tendên-
isolar os últimos revoltosos. O governo venceu, pra variar. cias surgiram nessa época, a ANL Aliança Nacional Libertadora,
O Governo de Rodrigues Alves resolveu reurbanizar o Rio composta pelos comunistas e a AIB Ação Integralista Brasileira,
de Janeiro, para isso desmontou diversos barracos e cortiços, composta pelos simpatizantes do Fascismo.
deixando as pessoas desabrigadas, isso gerou um descontenta- Os comunistas tentaram fazer uma ação, combinaram para
mento, para piorar o sanitarista Oswaldo Cruz, tentando isolar a que os quartéis rebelassem contra o governo e tentassem fazer
população da febre amarela e varíola, cria a vacina, o governo uma revolução aos moldes da Revolução Russa. Era a Intento-
obriga a população a vacinar através da Lei da Vacina Obriga- na Comunista, liderada por Luís Carlos Prestes. A esposa de Luís
tória, os agentes invadiam as casas e vacinavam as pessoas à Carlos Prestes Olga Benário Prestes, foi presa e enviada Gestapo
força, a população que já estava descontente, rebelou, tomaram (polícia alemã nazista) morreu num campo de concentração Var-
as ruas do Rio e exigiam o fim da Lei da Vacina e de melhor qua- gas dizia saber de um plano em que os comunistas tomariam o
lidade de vida. Era a Revolta da Vacina. Foram todos presos, mas poder do Brasil e convenceu os militares a apoiarem num golpe.
a lei foi revogada. Ele dizia que era um tal Plano Cohen, que dizia que os comu-
A Marinha Brasileira costumava açoitar os marinheiros re- nistas tomariam as instituições, e aquele terror todo. Getúlio
beldes, certa ocasião, o Almirante Negro, João Cândido flagrou o garantiu que somente ele poderia enfrentar os comunistas e os
capitão açoitando um dos marinheiros, dominou o capitão e to- militares resolveram apoia-lo no Golpe do Estado Novo, Getúlio
mou a força o navio de guerra, esse motim ficou conhecido por agora, era um ditador. Todos os estados tiveram interventores,
Revolta da Chibata, pois João Cândido ameaçou bombardear o Getúlio proibiu a autonomia dos Estados, até mesmo as bandei-
Rio de Janeiro se o presidente não atendesse suas exigências ras eram proibidas, criou o Departamento de Imprensa e Propa-
(fim da chibatadas, aumento de salário, etc...) o governo prome- ganda, DIP e a Hora do Brasil na rádio, só para falar bem dele.
teu atender, mas João Cândido acabou sendo condenado e leva- A Segunda Guerra estava prestes a começar e Getúlio ainda
do a um buraco na Amazônia. Não só a Marinha, como o Exérci- estava em dúvida se ficava ao lado de Hitler. Porém recebendo
to já estava descontente com a política, Os Tenentes levantaram a visita do Presidente norte americano, logo fez uma proposta,
uma bandeira de moralismo e denunciaram as perseguições a verbas para a criação da Companhia Siderúrgica Nacional em
chefes militares, além de declararem-se contra a posse de Artur Volta Redonda, em troca, além de apoiar aos aliados, Getúlio
Bernardes. Era o Tenentismo. eles tomaram o forte de Copaca- tinha que ceder um espaço no território brasileiro para cons-
bana e só saíram de lá lutando, o governo enviou outras tropas trução de uma base aérea, e assim foi criado o “trampolim da
e teve que enfrentar os últimos 18 tenentes. Os 18 do Forte de Vitória” a base americana no Maranhão. Assim, quando os EUA
Copacabana morreram lutando. Alguns tenentes dessa revolta entraram na guerra, a Alemanha havia bombardeado seis navios
juntaram a Luís Carlos Prestes e Miguel Costa e participaram da brasileiros, comovendo a população e exigindo que Getúlio en-
Coluna Prestes, estes eram opositores ao governo e viajavam viasse as tropas. o Brasil enviou a FEB (Força Expedicionária Bra-
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HISTÓRIA
sileira) na Tomada da Itália. Getúlio ficou conhecido como popu- Goulart. O Brasil tentou uma experiência parlamentarista, nessa
lista, por aproximar a população dele, através das leis trabalhis- época, mas um plebiscito levou o povo a querer a continuação
tas a CLT. Mas ao mesmo tempo que “ajudava” os trabalhadores, do presidencialismo.
favorecia os empresários. Assim era fácil controlar a economia. O governo de João Goulart (Jango) foi marcado pelas Refor-
Quando acabou a Guerra, Getúlio convocou novas eleições. Ele mas de base, entre elas, destacamos, a reforma agrária, e admi-
mesmo conduziu a redemocratização no Brasil. Mas veio cheio nistrativa (aumentar os impostos dos mais ricos) e nacionalista
de conversa populista, e logo uma porção de pessoas saíram às (exigindo que o capital das Multinacionais, ficassem no Brasil.
ruas com as placas “queremos Getúlio” era o queremismo. No Isso caiu muito mal para a elite conservadora, chegaram a criar
entanto o exército pressionou, e Getúlio foi deposto. uma “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, exigiam que
O governo de Eurico Gaspar Dutra destacou-se pela influên- João Goulart fosse destituído (acusavam de comunista). A Dou-
cia norte americana e a Guerra Fria, pois ele cortou as relações trina de Segurança Nacional, decide realizar um golpe e implan-
diplomáticas com a URSS, portanto os deputados comunistas tar uma ditadura militar no Brasil. O Golpe de 1964, foi realizado
(PCB) foram cassados. Dutra diminuiu as taxas alfandegárias, e pelos militares, exilaram Jango e milhares de brasileiros, o Gene-
houve uma enorme importação, mesmo o Brasil tendo a eco- ral Castelo Branco assume a presidência. As ditaduras ocorreram
nomia fortalecida durante a Segunda Guerra (produto interno), na América Latina, com o apoio dos americanos, para conter a
com as importações, a economia caiu rapidamente, e teve uma ameaça socialista. Castelo Branco procurou ajustar a economia,
terrível inflação, deixando o salário mínimo absolutamente des- os empresários só poderiam aumentar os preços, se aumentas-
valorizado. Em meio a todo esse furacão, nas novas eleições, sem os salários dos trabalhadores.
venceu novamente Getúlio Vargas, ainda era muito prestigiado. Na constituição de 1967, foi organizada o que seria a ditadu-
Essa última fase de Getúlio Vargas, é marcada pela demo- ra, os poderes do legislativo foram muito diminuídos, além das
cracia, mas o Populismo (que já havia sido Implantado no Estado emendas (medidas autoritárias) que seriam colocadas diante de
Novo) não daria muito certo, pois os empresários, não aceita- novas situações, ficaram conhecidas como Atos Institucionais.
riam as “ajudas” para os trabalhadores. No entanto, o salário mí- No Governo do General Costa e Silva, aumentam os protestos
nimo é aumentado 100%, os empresários protestaram. Getúlio dos estudantes, a polícia mata alguns jovens, e inicia uma fase
dizia ser “nacionalista”, defenderia a indústria brasileira, porém, sangrenta da ditadura, é decretado o Ato Institucional nº 5,
a oposição dizia que ele deveria favorecer mais as liberdades do que era “um golpe dentro do golpe”, entre o direito de fechar
capital estrangeiro (“entreguismo” ao Império americano). Com o Congresso, pelo presidente, dava direito a polícia, invadir as
esse espírito, decretou a nacionalização do petróleo, com o lema casas sem nenhum mandato judicial, atrás de subversivos. Mui-
tas pessoas foram perseguidas, desapareceram milhares de jo-
o “Petróleo é nosso”, Getúlio criou a Petrobrás, e determinou
vens (foram torturados e assassinados pelos militares). Existia
que somente o Estado, poderia explorar o petróleo do País. Cla-
a SNI, Serviço Nacional de Informação, que era uma central de
ro, os EUA reagiram, negaram empréstimos, e Getúlio comprava
espionagem, que denunciavam as pessoas que agissem como
uma briga contra os poderosos. Getúlio teve uma crise política
“comunistas”. Alguns intelectuais foram perseguidos, a exemplo
(corrupção dos seus auxiliares), a imprensa não perdoou. Depois
do compositor Chico Buarque, que foi exilado, juntamente com
disso, houve um atentado contra o jornalista Carlos Lacerda,
vários intelectuais e artistas. Uma de suas músicas que repre-
mas o tiro acertou um oficial da Aeronáutica, as evidências do
sentam essa censura é “Apesar de você”. Os movimentos popu-
atentado caíram sob Getúlio, e em uma reunião extraordinária,
lares foram estrangulados, porém secretamente, surgiram mo-
os militares decidiram que ou Getúlio renunciava ou seria der- vimentos de luta armada. Um oficial do exército tornou-se um
rubado. Diante dessa situação, Getúlio suicidou-se com um tiro dos principais combatentes, era Carlos Lamarca, essa época foi
no coração. marcada pelo Governo Do General Médici. Os movimentos que-
Dois anos mais tarde venceu as eleições um candidato da riam derrubar o militarismo e implantar o socialismo no Brasil.
base de Getúlio, era Juscelino Kubitscheck, seu governo foi mar- Os militares exilavam alguns presos políticos, para atende-
cado pelo crescimento econômico, e a industrialização. Para isso rem exigências de alguns grupos de guerrilheiros que sequestra-
criou o Plano de Metas, para crescer “cinquenta anos em cinco”. vam embaixadores. Alguns militantes do Partido Comunista do
consiste na criação de estradas, indústrias automobilísticas e de Brasil, montaram no Araguaia uma operação guerrilheira. No
energia(hidrelétricas), além do fortalecimento das indústrias Governo de Médici, era comum ver as campanhas nacionalistas,
de base, petróleo e aço. Juscelino construiu uma nova capital, como “Brasil ame, ou deixe-o”, motivados pela campanha da se-
a cidade de Brasília, em 1960, favorecendo a ocupação territo- leção do Brasil na copa de 70, o sentimento nacionalista tomava
rial do Centro Oeste. Para isso teve que ter apoio de capitais es- conta do país. A economia foi marcada pelo Milagre Econômico,
trangeiros (aumentando a dívida externa) Brasília foi construída grandes empresas surgiram, e grandes investimentos levaram o
por nordestinos, foram chamados de “candangos”. A vitória da Brasil crescer muito, houve uma expansão do produto interno
eleição de 1960, foi da oposição (UDN), era Jânio Quadros, que bruto e das exportações, as construções da ponte Rio Niterói e
logo, demonstrou-se um governo estranho, pois cortou verbas a Transamazônica foi um marco do Milagre Econômico. Porém
da saúde e educação, houve aumento dos produtos básicos, o milagre acabou, quando ocorreu a crise do petróleo, aumen-
apesar de ser de Direita, reatou as relações diplomáticas com tando muito o combustível, levando o país a enfrentar uma
a URSS e a China socialista (chegou a condecorar Che Guevara). nova crise. No entanto isso ficou claro, que o Brasil, concentrou
Jânio Queria mostrar ao mundo que ele não submetia a nenhum grande produção de renda, mas ficou com dependências econô-
bloco de poder. Jânio, tentando uma estratégia, para um gol- micas, deixando a economia vulnerável às crises internacionais.
pe, não teve apoio e acabou renunciando. Assumiu o vice João No Governo Geisel, destacamos o investimento no Proálcool, o
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HISTÓRIA
governo incentivou a maior produção de cana de açúcar para Anos mais tarde Collor foi absolvido. Entrou seu vice na Pre-
ter um combustível alternativo. Também investiu em Usinas nu- sidência Itamar Franco. Este continuou o neoliberalismo, vendeu
cleares, mas nenhum investimento social, aumentando a dívida uma empresa estatal (Siderúrgica de Volta Redonda) para parti-
externa. Geisel iniciou lentamente o processo de anistia, e no culares, mas destacou-se pelo Plano Real, de seu Ministro Fer-
Governo Figueiredo houve a Abertura Política. Nessa época o nando Henrique Cardoso, que levou a inflação a cair a quase zero
Partido MDB começava a criar força, a ARENA (que apoiava os por mês. Com o sucesso do plano, FHC, foi facilmente eleito, em
militares) enfraquecia lentamente. 1994, seu partido, o PSDB continuou o processo de privatizações,
Os movimentos populares começaram a tomar fôlego. Fi- dizia que assim, teria verbas para investir na saúde e na Educa-
gueiredo assinou a Lei da Anistia em 1979. Os movimentos ope- ção. Conseguiu em meio a denúncias de corrupção (compra de
rários começaram a surgir, destacamos o papel de Luís Inácio votos) apoio para a Reeleição, desse modo, continuou presidente
Lula da Silva (nesse contexto, fundariam o PT Partido dos Traba- mais 4 anos, no Brasil, vencendo as eleições de 1998, Lula perdeu
lhadores), que liderou a greve do ABC(São Bernardo do Campo) pela terceira vez. Na segunda gestão de FHC, o Plano real entrou
iniciando diversas greves no país, o Governador de São Paulo em crise, foi desvalorizado, apesar de aumentar as exportações,
(Paulo Maluf), interviu enviando a polícia e prendendo os grevis- aumentou muito a dívida externa, e o desemprego bateu recor-
tas. Mas, mesmo assim as greves continuaram, os militares não des alarmantes. Uma crise de energia, levou ao país ter que ra-
podiam mais conter o povo. Nessa época, surgiram partidos, a cionar energia elétrica, era época do “apagão” em pleno século
ARENA transformou-se em PDS (Partido Democrático Social) e XXI. Houve pouco investimento nas Universidades Públicas, surgiu
o MDB Tornou-se PMDB (Partido da Mobilização Democrática movimentos em favor da privatização delas. FHC ainda teve que
Brasileira) liderada por Ulisses Guimarães, onde foi um dos prin- enfrentar os problemas dos grupos do MST (Movimento dos Tra-
cipais articuladores em favor das eleições Diretas. Era a Diretas balhadores Rurais Sem-Terra), pois não conseguiu arrumar a Re-
já! Era uma campanha que promovia o fim da ditadura e exigia a forma Agrária, fazendo poucos assentamentos. José Rainha, que
convocação para eleições Diretas. Apesar do movimento, a elei- era o líder do Movimento. Outra característica neoliberal de FHC,
ção acabou sendo indireta, mas o candidato do PMDB, Tancredo foi dar autonomia às agências, como a ANATEL, por exemplo. Sem
Neves venceu a eleição de Maluf (PDS), em 1985. intervenção estatal, para cuidarem livremente da economia (na
Tancredo Neves não chegou a assumir a presidência, viria prática, aumentavam as taxas de telefones, mesmo sem autoriza-
ção do Estado). No ano de 2002 Luís Inácio Lula da Silva, vence as
a falecer, e tomou posse o vice José Sarney. O Governo de Sar-
eleições no segundo Turno, é a Primeira vez que um governo de
ney destacou-se inicialmente pelo Plano Cruzado, mudando o
“esquerda” comanda o Brasil, pois historicamente, o PT (Partido
papel moeda, e no congelamento de preços e salários. Em pou-
dos Trabalhadores) está historicamente ligado a movimentos so-
co tempo, as mercadorias sumiram das prateleiras, e a inflação
ciais. O Governo Lula, foi marcado pela continuidade do sistema
chegou a ser insuportável, um refrigerante, por exemplo, que
econômico de Fernando Henrique, o Ministro da Fazenda, Antô-
custava CZn$ 2,00, até o final do ano custaria CZN$28,00. Era
nio Palocci, mantém a taxa de juros muito alta, para controlar a
a pior inflação que o país viveu. Em termos políticos, chegou a
inflação e conter o consumo. Uma das bandeiras do governo Lula
usar exército contra grevistas, mas acabou com a censura, e vol- foi o Fome Zero, onde seria o planejamento assistencialista para
tou a legalidade dos partidos como PCB e PC do B. Foi criada em comunidades carentes. Foi um fracasso. Lula buscou intermediar
1988 a constituição mais democrática da História. Assim marcou entre os diversos grupos sociais. Mas não conseguiu atender as
efetivamente o fim da ditadura. A Constituição de 1988 marcou exigências do MST, então não conseguiu evitar que o movimento
uma nova fase na história do Brasil. Logo, em 1989, ocorreu a invadisse novas terras no país. Lula também promoveu a Refor-
primeira eleição para presidente depois da ditadura. No segun- ma da Previdência, e o funcionalismo público manifestaram seu
do turno Fernando Collor de Mello, apoiado pela Direita e a Elite descontentamento. Além de tudo isso, a Administração do go-
(Rede Globo), venceu Lula, que defendia na época, uma verda- verno, foi acusada, por uma corrupção, vinda do tesoureiro do
deira social democracia. Collor governou apoiado pelas oligar- Partido, Delúbio Soares, que estava num esquema de um publi-
quias tradicionais, foi conhecido como o “caçador de Marajás”, citário mineiro Marcos Valério. Onde eles conseguiram criar um
porém, logo que assumiu, adoto o plano de sua Ministra Zélia caixa-dois para campanha de Lula, e assim, conseguir dinheiro
Cardoso, e confiscou o dinheiro da poupança bancária de todo para pagar apoio aos deputados, chamados de “Mensalão” pelo
cidadão brasileiro, era como um empréstimo. autor da denúncia, o Deputado do PTB, Roberto Jefferson, que
O plano pretendia diminuir o consumo e valorizar o dinhei- também estava envolvido na corrupção dos correios. A denúncia
ro, combatendo assim a inflação, mas ela continuou e como o derrubou o Ministro mais próximo de Lula, José Dirceu. e do Pre-
dinheiro havia sido confiscado pelo governo, levou muitos em- sidente do Partido dos Trabalhadores, José Genoíno. O Presidente
presários a falência. Houve uma grande recessão econômica. Foi da Câmara, Severino Cavalcanti, também é suspeito por ganhar
implantado o Neoliberalismo, privatizando empresas estatais, propina (para não cassar os deputados culpados). A imprensa que
diminuindo o salário dos aposentados e gastos sociais. Collor está aliada à oposição, tenta ajudar a CPMI encontrar provas que
diminuiu tarifas alfandegárias e houve muitos produtos impor- incriminem Lula. Por outro lado, a possibilidade de um impeach-
tados. As denúncias contra o tesoureiro do Governo Collor, PC ment do Lula, é remota, pois a oposição não tem um nome forte
Farias, tomaram as páginas da Imprensa, se alguém quisesse um para assumir a presidência, Lula, apesar de perder cada vez mais
benefício do governo, teria que dar uma grana para o PC Farias. apoio, tem um forte carisma popular, dificilmente ocorrerá mani-
A Imprensa conseguiu provar a ligação de Collor com PC, a essa festações populares em favor ao impeachment, como o caso de
altura, os estudantes formavam passeatas (caras -pintadas) em Collor. A oposição deve correr atrás de um nome para concorrer
favor do Impeachment de Collor. Este acabou renunciando, mas às eleições de 2006, enquanto o Congresso, tenta elaborar uma
teve seus direitos políticos cassados. Reforma Política.
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
C) definiu juridicamente a condição de cidadão, asseguran- B) No Uruguai, bem como no interior Argentino, a guerra
do a inviolabilidade dos direitos civis e políticos a todos os ho- foi popular, visto que os blancos não simpatizavam com a causa
mens maiores de 21 anos nascidos no Brasil, além de a todos paraguaia.
os nascidos em Portugal que residissem no país por ocasião da C) No Sul, o Rio Grande não só se incorporou ao esforço
Independência. nacional com sua cavalaria, como foi, talvez, a província mais
D) estabeleceu um sistema eleitoral baseado em uma acep- beneficiada financeiramente, graças ao fornecimento de supri-
ção de cidadania que não distinguia os detentores dos direitos mentos para a guerra.
civis dos que usufruíam direitos políticos, qualificando os eleito- D) O Paraguai deixou de representar uma ameaça em re-
res unicamente com base no critério censitário. lação ao Mato Grosso e, ao ser derrotado, teve que aceitar os
E) influenciada pela matriz teórica iluminista e apoiada no limites que o Império pleiteava, bem como garantir a livre nave-
pensamento político de Benjamin Constant, resultou da tenta- gação de seus rios internacionais pelas embarcações brasileiras.
tiva de conciliar os princípios do liberalismo à manutenção da E) Apesar do expressivo número de baixas militares, no
estrutura socioeconômica e da organização política do Estado plano econômico, a Guerra do Paraguai foi benéfica à ativida-
monárquico e escravocrata que emergira da Independência. de pecuária argentina, enriquecendo alguns criadores, que se
tornaram fornecedores de carne, couro e cavalos para as tropas
7. (Prefeitura de Campos Novos - SC - Professor – Histó- aliadas.
ria - FEPESE – 2019) No Período Regencial ocorreram no Brasil
inúmeros movimentos políticos que têm, entre as suas causas, 10. (SEE -PB - Professor – História - INSTITUTO AOCP –
a crise econômica e o conflito entre as ideias Unitaristas e Fe- 2019) Sobre a história política e social da república dos coronéis,
deralistas. assinale a alternativa correta.
A) A Constituição republicana de 1891 aboliu o sufrágio cen-
Assinale a alternativa em que os movimentos listados po- sitário que, até então, vigorava no Brasil, permitindo o voto a
dem ser relacionados a esse período. todos os homens e mulheres alfabetizados.
A) Sabinada e Guerra do Paraguai B) Constam entre os elementos que caracterizam esse pe-
B) Balaiada e Guerra dos Mascates ríodo o voto do cabresto, a política do café-com-leite e a chama-
C) Cabanagem e Revolução Farroupilha da política dos governadores ou governantes.
D) Guerra dos Canudos e Revolta dos Malês C) Nesse contexto, os coronéis, embora fossem ricos, evita-
E) Cabanagem e Revolta de Felipe dos Santos vam usar sua influência econômica no cenário político.
D) Os coronéis tinham grande preocupação com as camadas
8. (SEE -PB - Professor – História - INSTITUTO AOCP – 2019) mais pobres e, por esse motivo, escolhiam candidatos e aliados
Em virtude da menoridade do príncipe herdeiro Pedro de Alcân- políticos que lutavam pelos direitos dos populares.
tara, a Constituição de 1824 previa, para situações dessa natu-
reza, o estabelecimento de um governo provisório que, no caso, 11. (Prefeitura de Cuiabá - MT - Professor de Ensino Fun-
ficou conhecido como período regencial (1831 a 1840). Essa foi damental – História - SELECON – 2019) O fragmento de texto a
uma fase bastante conturbada da história do Brasil, devido a di- seguir faz uma breve análise acerca da crise da República Oli-
versos levantes e rebeliões. Assinale a alternativa que apresenta gárquica no Brasil. “ O fato de Washington Luís (1869-1957),
somente as revoltas ocorridas nesse período. presidente da República de 1926 a 1930, não abrir mão de um
A) Contestado, Praieira, Revolta de Filipe dos Santos. candidato paulista para a sua sucessão, ajudou a organizar a
B) Guerra dos Tamoios, Guerra de Canudos, Revolta de Jua- oposição à oligarquia cafeicultora paulista. Como era a vez de
zeiro. um presidente mineiro no rodízio, a insistência de Washington
C) Cabanagem, Sabinada, Levante Malê. Luís no nome do paulista Júlio Prestes (1882-1946), levou ao lan-
D) Revolta da Chibata, Revolta da Vacina, Revolução Farrou- çamento de um candidato de oposição. O rompimento de Minas
pilha. Gerais com São Paulo foi decisivo para os acontecimentos políti-
cos que se seguiram (...).
9. (Prefeitura de Santa Rosa - RS - Professor de História - ” VIANNA, Marly de Almeida Gomes. IN. Revista de História
FUNDATEC – 2019) Ainda hoje, transcorridos mais de 150 anos da Biblioteca Nacional. 26/10/2010.
da Guerra do Paraguai (1864-1870), ainda se problematiza sobre O fato histórico descrito acima, conhecido como o fim da
seu custo humano e suas consequências. Sobre o contexto e as Política do Café com Leite, prática política que chegou a predo-
consequências desse conflito, assinale a alternativa INCORRETA. minar durante boa parte da Primeira República no Brasil (1889
- 1930), promoveu vários impactos na vida política, econômica e
A) Embora traumática, a guerra representou a conjugação social brasileira. Um desses impactos vem a ser:
de energias de todo o país (Brasil) para vencê-la, visto que, no
início do conflito, voluntários se apresentaram em diversas re- A) o “Vazio de Poder” instalado no país no imediato pós-30,
giões do país, o imperador teve a sua imagem fortalecida, e o que abriu a possibilidade, não apenas para a “conciliação de in-
hino nacional e a bandeira foram incorporados ao cotidiano dos teresses entre as classes dominantes”, mas para a instalação de
grandes centros urbanos. um tipo de Estado pouco intervencionista em todas as esferas
da sociedade
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HISTÓRIA
B) a organização da Aliança Liberal, que, além das oligarquias cionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A
mineiras, também contava com a presença das oligarquias do Rio lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a
Grande do Sul e da Paraíba, com o Partido Democrata Paulista e justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios.
com parte dos membros que participaram do Tenentismo Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas ri-
C) o “Estado de Conciliação” instalado no país no imediato quezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a
pós-30, centralizador, autoritário e sob o domínio da alta burocra- onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculizada até
cia civil-militar e dos grupos oligárquicos e burgueses, que acabou o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. […]
permitindo que o operariado participasse da “transação política” O texto, conhecido como “carta testamento”, marca o dra-
D) a implantação do Estado como “árbitro”, fruto da ausência mático fim de um governante que chegou ao poder com a Re-
de um único setor de classe dominante e com hegemonia política, volução de 1930 e que, deposto em 1945, venceu com grande
levando-o a assumir o importante papel como “agente regulador” margem de votos a eleição presidencial em 1950.
da acumulação de capital, mas não como “produtor direto”
Assinale a alternativa que o identifica.
12. (Prefeitura de São José do Cedro - SC - Professor – His- A) Café Filho
tória - AMEOSC – 2019) Após a proclamação da república, o pri- B) Getúlio Vargas
meiro governo presidencialista do Marechal Deodoro da Fonse- C) Eurico Gaspar Dutra
ca tomou algumas medidas importantes: D) Jânio da Silva Quadros
(__) - Manteve a Igreja Católica como oficial do Estado, mas E) João Belchior Marques Goulart
criou o registro civil para nascimento, casamento e óbito; (__) -
Secularizou os cemitérios, que passaram a ser controlados pelas 15. (Prefeitura de Aracruz - ES - Professor de História - IBA-
autoridades municipais; (__) - Criou novos símbolos nacionais, DE – 2019) O golpe de outubro de 1930 resultou no desloca-
como a bandeira e a composição do atual hino nacional; (__) - mento da tradicional oligarquia paulista do epicentro do po-
Tinha inspiração positivista, o que aparece no lema da bandeira, der, enquanto que os demais setores sociais a ele articulados
ordem e progresso. e vitoriosos não tiveram condições, individualmente, nem de
Considerando-se que (V) significa verdadeiro e (F) significa legitimar o novo regime, nem, tampouco, de solucionar a crise
falso, a sequência correta das proposições acima é: econômica. O período de 1930-1937 pode, por isso mesmo, ser
A) V – F – V – V. definido como de crise política aberta, sem que nenhuma das
B) F – V – F – V. frações de classe envolvidas lograsse tornar-se hegemônica em
C) F – F – V – V. sucessão à burguesia cafeeira (…).
D) V – F – F – V. MENDONÇA, S. R. Estado e sociedade: a consolidação da
república oligárquica. In LINHARES, M. Y. História Geral do Brasil.
13. (Prefeitura de Fraiburgo - SC - Professor – História - FE- Rio de Janeiro: Campus, 1990.
PESE – 2019) Em 1911 teve início em Santa Catarina um conflito Na História do Brasil, a fase inicial da Era Vargas (1930 –
de trágicas consequências. Saques, assassinatos, destruição de 1937) se caracterizou pela:
fazendas e povoados foi o saldo do enfrentamento entre as tro- A) preocupação de institucionalizar as relações entre o Es-
pas do governo e homens do povo mal armados, mas fanatiza- tado e o operariado.
dos por personagens como o Monge João Maria. B) supressão de conotações nacionalistas, garantindo o ali-
Assinale a alternativa que indica o conflito a que se refere nhamento com os EUA.
o texto. C) coesão entre as oligarquias agrárias, impedindo a ascen-
A) Guerra dos Bôeres são da burguesia industrial.
B) Guerra dos Farrapos D) estabilidade política necessária à plena implementação
C) Guerra do Contestado da modernização conservadora.
D) Revolução Federalista E) descentralização dos instrumentos de controle e de deci-
E) Revolta da Armada são, sobretudo os econômico-financeiros.
14. (Prefeitura de Campos Novos - SC - Professor – História 16. (SEE -PB - Professor – História - INSTITUTO AOCP –
- FEPESE – 2019) Leia o texto 2019) Getúlio Vargas governou o Brasil entre 1930 e 1945. Esse
Mais uma vez as forças e os interesses contra o povo coor- período ficou conhecido como Era Vargas e apresentou momen-
denaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me tos de contrastes ao longo da sua dinâmica. Sobre esse momen-
acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão to da história do Brasil, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o
o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência
minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre correta.
defendi, o povo e principalmente os humildes. ( ) A Era Vargas é comumente dividida em três fases: Gover-
Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de no Provisório (1930-1934); Governo Constitucional (1934-1937)
domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros in- e Estado Novo (1937-1945).
ternacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o tra- ( ) Getúlio Vargas enfrentou a oposição dos paulistas, em
balho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive 1932, que exigiam a elaboração de uma Constituição e questio-
de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha navam a presença dos interventores nos estados. Esse conflito
subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos na- armado ficou conhecido como Revolução Constitucionalista.
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HISTÓRIA
( ) Em 1934, uma Nova Constituição entrou em vigor no Bra- 18. (Câmara de Fortaleza - CE – Redator - FCC – 2019) As
sil. Entre as novidades dessa Carta, constam o estabelecimento políticas desenvolvimentistas dos anos 1950, levadas a cabo
do voto aberto (não secreto), a revogação do voto feminino e o sobretudo nos governos de Getúlio Vargas e de Juscelino Kubi-
fechamento da Justiça Eleitoral. tschek, acabaram por gerar dois efeitos colaterais em termos
( ) Em 1943, o governo de Getúlio Vargas estabeleceu a CLT socioeconômicos, perceptíveis entre o fim dos anos 1950 e a
(Consolidação das Leis Trabalhistas). Dentre os pontos aborda- década de 1960, tais como:
dos nesse documento, estavam o salário mínimo, as limitações A) o aumento dos índices de pobreza causado pela superex-
de horas de trabalho, as férias e a carteira de trabalho. ploração dos trabalhadores, e a diminuição da classe operária,
uma vez que foram efetivados projetos de empreendedorismo
A) V – V – F – V. rural.
B) F – F – V – V. B) o incremento de impostos e tributos, devido aos custos
C) F – V – F – V. demandados para se construir Brasília, e a devastação da Ama-
D) V – F – V – F. zônia setentrional com vistas à ocupação demográfica e à explo-
ração agrícola.
17. (Prefeitura de Peruíbe - SP - Professor de Educação C) a intensificação da desigualdade inter-regional, causada
Básica II – História - VUNESP – 2019) Além do histrionismo, o pela concentração de investimentos no centro-sul, e o aumento
governo de Jânio Quadros seria marcado pela mal calculada ten- da migração interna, principalmente do Nordeste para o Sudes-
tativa de golpe através da renúncia, menos de sete meses depois te do país.
da posse, que, embora não resultasse na conquista de poderes D) a crise do agronegócio monopolista, por causa da polí-
excepcionais para o Executivo, era como tudo indica o que pa- tica de financiamento ao pequeno produtor, e a favelização da
recia pretender o político excêntrico. [...] Jânio não possuía um periferia das grandes cidades, acompanhando a instalação de
plano de governo, como sói acontecer com todos os governan- grandes parques industriais.
tes eleitos pelo discurso ético-moral mobilizador da noção de E) a erradicação do analfabetismo, resultante de políticas
“crise moral” e pelo “programa” de combate à corrupção. Po- nacionais de alfabetização, e a urbanização do Centro-Oeste, em
rém, dois aspectos de seu “governo” devem ser destacados. virtude da abertura de estradas e núcleos de povoamento.
[Carlos Fico, O Brasil no contexto da Guerra Fria: democra-
cia, subdesenvolvimento e ideologia do planejamento (1946- 19. (IF-SP – História - IF-SP – 2019) Para controlar a situa-
1964). Em Carlos Guilherme Mota (org). Viagem incompleta. A ção político-financeira dos últimos meses do governo Goulart, o
experiência brasileira (1500-2000): a grande transação] Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG) foi instituído
Segundo o artigo, no governo Jânio Quadros, merecem des- em novembro de 1964 com duração prevista até março de 1967.
taque: Sobre essa política de estabilização de curto prazo, podemos
A) o acordo econômico com os EUA, pelo qual o Brasil re- afirmar que:
ceberia investimentos diretos para a modernização da indústria A) combinou o intervencionismo governamental aos inte-
nacional; a criação da Superintendência de Desenvolvimento do resses do empresariado nacional, impedindo a remessa de lu-
Nordeste, com o objetivo de diminuir acentuadamente as dispa- cros de empresas estrangeiras no exterior.
ridades regionais brasileiras. B) resolveu o problema crítico da dívida externa com ajuda
B) criou a Universidade de Brasília, um novo modelo de uni- do governo estadunidense, por meio de assistência econômica
versidade, voltada ao desenvolvimento nacional; propôs refor- do Banco Interamericano de Desenvolvimento.
mas de base como a agrária, a bancária, a fiscal, a urbana e a C) o controle da inflação e a criação do Fundo de Garantia
administrativa. por Tempo de Serviço (FGTS) geraram estabilidade e aumento
C) a fundação do Banco Nacional de Desenvolvimento do poder aquisitivo dos trabalhadores brasileiros.
Econômico, com o intuito de financiar os grandes projetos de D) o corte de despesas e o aumento da arrecadação redu-
infraestrutura; a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da ziram o déficit público, porém isso não refletiu em melhorias na
Educação Nacional, que preconiza o direito à escola básica para qualidade de vida da população brasileira em geral.
todos os brasileiros.
D) propôs o Plano Trienal, que visava combater a inflação e
fazer o país crescer a uma taxa de 7% ao ano, com distribuição
de renda; promulgou a chamada “Lei do Produto Similar Nacio-
nal”, para garantir a reserva de mercado para produtos de em-
presas estrangeiras que viessem para o Brasil.
E) a proposta de uma política externa independente, que
buscava ultrapassar a esfera do restrito subsistema interame-
ricano; o saneamento das finanças por meio da desvalorização
cambial, da contenção dos gastos públicos e do controle da ex-
pansão monetária.
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HISTÓRIA
20. (Prefeitura de Aracruz - ES - Professor de História - IBADE – 2019) O milagre (econômico) começa, entretanto, a mostrar sua
fraqueza ao longo do governo do quarto general-presidente, Ernesto Geisel, quando os dois pilares do desenvolvimento brasileiro (en-
dividamento externo e arrocho salarial) parecem chegar ao seu limite. Em particular, o endividamento, com juros flutuantes, parece
engolir, cada vez mais, fatias enormes do Produto Interno Bruto.
SILVA, F. C. T. da. A Modernização Autoritária: do golpe militar à redemocratização. In LINHARES, M. Y. História Geral do Brasil. Rio
de Janeiro: Campus, 1990.
A crise do Milagre Econômico, cujos sintomas se apresentaram durante o governo Geisel (Brasil, 1974-1979), acentuou:
A) o descontentamento com o regime, que passou a ser alvo de críticas.
B) as transformações institucionais, com a intensificação de atos discricionários.
C) a diminuição das injustiças sociais, acelerando a tendência a distribuição de renda.
D) a influência ARENA (Aliança Renovadora Nacional), que ampliou suas vitórias eleitorais.
E) a abertura política, cuja implementação rápida provocou insegurança e instabilidade no governo.
GABARITO
1. B
2. E
3. C
4. D
5. E
6. E
7. C
8. C
9. B
10. B
11. B
12. B
13. C
14. B
15. A
16. A
17. E
18. C
19. D
20. A
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SANTOS, Lenalda Andrade - História do Brasil II -- São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, CESAD, 2011 MOTA, Lúcio Tadeu
Mota- História do Paraná: relações sócio-culturais da pré-história a economia cafeeira -- Maringá: Eduem, 2012 Historia/apostiladehis-
t-riadobrasilcursinho-150813144016-lva
20
GEOGRAFIA
1. População e estruturação socioespacial em múltiplas escalas (Paraná, Brasil, Mundo). 1.1. Teorias e conceitos básicos em demogra-
fia e políticas demográficas. 1.2. Estrutura demográfica, distribuição da população e novos arranjos familiares. Movimentos, redes de
migração e impactos econômicos, culturais e sociais dos deslocamentos populacionais. População, meio ambiente e riscos ambientais.
1.3. Transformação das relações de trabalho e economia informal. 1.4. Diversidade étnica e cultural da população. 1.5. Geografias das
diferenças: questões de gênero, sexualidade e étnico-raciais. 1.6. Espacialidades e identidades territoriais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Estrutura produtiva, economia e regionalização do espaço em múltiplas escalas (Paraná, Brasil, Mundo). 2.1. O espaço geográfico
na formação econômica capitalista. 2.2. Exploração e uso de recursos naturais. 2.3. Estrutura e dinâmica agrárias. 2.4. Industrialização,
complexos industriais, concentração e desconcentração das atividades industriais. 2.5. Espacialidade do setor terciário: comércio, sis-
tema financeiro. 2.6. Redes de transporte, energia e telecomunicações. 2.7. Processos de urbanização, produção, planejamento e es-
truturação do espaço urbano e metropolitano. 2.8. As relações rurais-urbanas, novas ruralidades e problemáticas socioambientais no
campo e na cidade. 2.9. Evolução da estrutura fundiária, estrangeirização de terras, reforma agrária e movimentos sociais no campo.
2.10. Agronegócio: dinâmica produtiva, econômica e regional. 2.11. Povos e comunidades tradicionais e conflitos por terra e território
no Brasil. 2.12. Produção e comercialização de alimentos, segurança, soberania alimentar e agroecologia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3. Formação, estrutura e organização política do Brasil e do mundo contemporâneo. 3.1. Produção histórica e contemporânea do terri-
tório no Brasil. 3.2. Federalismo, federação e divisão territorial no Brasil. 3.3. Formação e problemática contemporânea das fronteiras.
3.4. Conflitos geopolíticos emergentes: ambientais, sociais, religiosos e econômicos. 3.5. Ordem mundial e territórios supranacionais:
blocos e fluxos econômicos e políticos, alianças militares e movimentos sociais internacionais. 3.6. Regionalização e a organização do
novo sistema mundial. 3.7. Globalização: características, impactos negativos e positivos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4. A representação do espaço terrestre. 4.1. A evolução das representações cartográficas e a introdução das novas tecnologias para o
mapeamento, através do sensoriamento remoto (fotografias aéreas e imagens de satélite) e dos Sistemas de Posicionamento Terres-
tre (GPS). 4.2. As formas básicas de representação do espaço terrestre e das distribuições dos fenômenos geográficos (mapas, cartas,
plantas e cartogramas). 4.3. Escalas, reconhecimento e cálculo. 4.4. Sistema de coordenadas geográficas e a orientação no espaço
terrestre. 4.5. Projeções cartográficas. 4.6. Identificação dos principais elementos de uma representação cartográfica, leitura e inter-
pretação de tabelas, gráficos, perfis, plantas, cartas, mapas e cartogramas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
GEOGRAFIA
1
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os compõem. Entretanto, outras causas são responsáveis pelo agravamento do acesso aos alimentos, como desastres naturais (secas,
chuvas intensas, furacões etc.); práticas agrícolas inadequadas que esgotam a fertilidade do solo; o elevado preço das sementes e de
outros insumos agrícolas, que dificultam a agricultura familiar e de subsistência; a concentração de terras; a expansão da agroenergia
nas terras antes destinadas ao cultivo de alimentos; e a péssima infraestrutura agrícola nos países em desenvolvimento, que contribui
para encarecer o preço dos alimentos. Somam-se ainda as situações de guerras e os conflitos persistentes em algumas regiões do
mundo, onde há dificuldades para a produção agrícola, o inimigo é privado de fontes de alimentação, plantações são destruídas e
a chegada de ajuda humanitária de outros países muitas vezes é impedida. A África Subsaariana, por exemplo, além de apresentar
deficiências socioeconômicas, tem sido palco de conflitos permanentes e de desastres naturais.
2
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GEOGRAFIA
As oportunidades econômicas e a capacitação das mulheres permanecem profundamente limitadas, e o acesso a cuidados de
saúde reprodutiva, em questões relativas à gravidez na adolescência, e à assistência pré-natal permanecem precários em boa parte
do mundo. As mulheres ainda desfrutam de menos oportunidades econômicas, recebem rendimentos inferiores aos dos homens e
ainda é inexpressiva a participação feminina na política e em cargos de gestão pública e privada.
A violência contra as mulheres, que persiste em diversos países do mundo, é a mais grave constatação da desigualdade entre os
gêneros e da situação de submissão feminina. A maioria dos casos de violência ocorre em âmbito doméstico; no contexto social, a
mulher está sujeita às mais variadas formas de agressões, como o assédio sexual no trabalho e em outras situações.
Em alguns países – como na Índia e na China – a violência começa antes do nascimento. Nesses países a preferência cultural pelo
filho homem impele muitas famílias a interromperem o nascimento de meninas por meio do aborto seletivo. A população masculina
atualmente supera em grande volume a população feminina, em contraste com o que acontece na maior parte do mundo.
Globalização E migrações
A partir do século XVI até pelo menos as primeiras décadas do século XX os principais movimentos migratórios em escala trans-
continental ocorriam da Europa para outras regiões do globo, sobretudo para a América, mas também para a África e a Ásia.
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Hoje, os fluxos migratórios internacionais mais importantes ocorrem sobretudo na direção inversa: dos países em desenvolvi-
mento para os países desenvolvidos. O sentido desses fluxos é, em muitos casos, resultado do distanciamento (cada vez maior) entre
a riqueza acumulada nos países desenvolvidos e a situação de pobreza enfrentada por parcela significativa da população dos demais
países. Leia o Entre aspas.
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6
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No entanto, parcela significativa dos rendimentos adquiridos com a atividade informal é gasta com o consumo de produtos fabri-
cados legalmente e serviços da economia formal. o setor informal também constitui uma válvula de escape para a fragilidade econô-
mica de vários países incapazes de gerar renda ou empregos suficientes para o conjunto da população. Sem a economia informal, o
número de pessoas sem renda seria maior e agravaria os problemas sociais em boa parte do mundo.
A flexibilização das leis trabalhistas incentiva o surgimento de contratos temporários de trabalho, de tempo parcial, ou, ainda,
por conta própria. Essa flexibilização ou desregulamentação vem sendo acompanhada por um intenso processo de terceirização –
transferência de atividades de uma empresa para outras, com vistas à redução de custos. Antes, a terceirização estava mais restrita às
atividades-meio de uma empresa, como serviços de alimentação, limpeza, segurança, contabilidade e consultoria. Hoje, porém, ela
atinge suas atividades-fim, como a própria atividade produtiva de fabricantes de celulares, televisores, produtos de higiene e limpeza,
alimentos, entre outros. Nesses casos, como os salários nas empresas terceirizadas são menores, os custos para a empresa que tercei-
riza diminuem, maximizando seus lucros.
Trabalho no Brasil
o desemprego e outros problemas relacionados ao trabalho, como a baixa remuneração, os trabalhos escravo e infantil, cons-
tituem nos dias atuais grandes desafios ao Brasil. Essas questões tornam-se ainda mais complexas se considerarmos as dimensões
do país, as desigualdades entre as regiões e a instabilidade econômica provocada pela crise econômica e política desencadeada em
2014/2015.
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Diversidade cultural
Nos primórdios da história da sociedade humana, o indiví-
duo se identificava basicamente com o clã e a aldeia em que
vivia. As chances de conhecer valores e características diferentes
eram reduzidas, dado o pouco contato entre os grupos. Esse re-
lativo isolamento levou cada grupo a criar mecanismos próprios
de sobrevivência, formas específicas de transformação da natu-
reza e de vivência em comunidade.
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Afrodescendentes
Os africanos trazidos como escravos para o Brasil eram prin-
cipalmente sudaneses (Iorubás, Jejes, Malês, Ibos, entre outros)
e bantos (como Cabindas, Bengalas, Banquistas, Tongas) de An-
gola e Moçambique. Calcula-se que, durante o período de escra-
vidão (da primeira metade de 1500 até 1888), foram capturados
e trazidos para o Brasil cerca de 5 milhões de africanos, que en-
travam no país principalmente pelos portos de Salvador, Recife
e Rio de Janeiro. Aqui, trabalharam na lavoura de cana-de-açú-
car, de algodão, de café e na mineração, além de realizar outras
atividades, como trabalhos domésticos e de ofício (carpinteiros,
pintores, pedreiros, ourives etc.).
O Brasil foi o último país ocidental a abolir a escravidão, o
que ocorreu há pouco mais de um século, em 1888. Apesar de
libertos, os ex-escravizados, deixados à própria sorte, continu-
aram em situação desfavorável. Nessa época, estimulava-se a
imigração e os postos de trabalho eram ocupados principalmen-
te por europeus, que em geral já desenvolviam em seus países
de origem atividades na lavoura, no comércio e na indústria. O
Brasil é o país que abriga a maior população negra fora da África:
dados do IBGE de 2014 indicam que a população que se declara
preta e parda (53,6%) supera a população que se declara branca
(45,5%). No entanto, os afrodescendentes enfrentam inúmeras
dificuldades, consequência das desigualdades sociais e do pre-
Povos indígenas conceito.
Dos indígenas que escaparam da escravidão – milhares Além da raiz histórica – marcada por quase quatro séculos
resistiram ao trabalho imposto pelos portugueses –, muitos fo- de escravidão –, a situação de desigualdade social entre brancos
ram exterminados durante o processo de colonização e, poste- e afrodescendentes se mantém em função da educação pública
riormente, em conflitos com fazendeiros, garimpeiros e outros deficiente, do difícil acesso às informações que estão associadas
grupos que invadiam suas terras. Além das mortes em conflitos, às novas tecnologias (computador, serviços de banda larga, in-
comunidades inteiras de indígenas foram aniquiladas ao contra- ternet etc.), da necessidade de jovens terem que ajudar na com-
írem as doenças trazidas pelo colonizador, como gripe, catapora plementação da renda familiar e do preconceito. Dessa forma,
e sarampo. Outras tiveram sua cultura descaracterizada pelos é negado aos afrodescendentes – e também aos indígenas – o
processos de aculturação. Cálculos aproximados indicam que, princípio básico das sociedades democráticas, que é a igualdade
quando da chegada dos portugueses, mais de 4 milhões de ame- de oportunidades. Segundo a atual Constituição brasileira, o ra-
ríndios viviam no que constituiu o atual território brasileiro. Eles cismo é considerado crime. Para a punição às atitudes racistas,
formavam diferentes nações com costumes, crenças e forma de é necessário o testemunho de uma terceira pessoa e de registro
organização social e de sobrevivência próprias. Leia o Entre as- de ocorrência policial. Muitas vezes, no entanto, o racismo não
pas. O último censo registrou a presença de 896,9 mil indígenas é manifestado abertamente. É difícil, por exemplo, comprovar
que um emprego foi negado a determinada pessoa em função
vivendo no Brasil, distribuídos em 305 etnias e que usam 274
da cor de sua pele.
línguas diferentes. Apesar dessa drástica redução, a população
indígena voltou a aumentar nas últimas décadas, o que muitos
atribuem a uma maior atenção à causa indígena e à demarcação
de algumas Terras Indígenas. O direito a um território próprio e
ao seu modo de vida é o que garante a sobrevivência e reprodu-
ção dos povos indígenas.
O universo indígena brasileiro é bastante diverso. Algumas
nações indígenas mantêm a sua identidade e as suas tradições,
apesar de terem algum grau de contato com o restante da so-
ciedade. Há também nações que só falam o português e adqui-
riram hábitos da civilização ocidental, como o consumo de pro-
dutos industrializados. Existem, ainda, alguns grupos indígenas
que se mantêm isolados em áreas próximas às fronteiras ou de
difícil acesso, sem nenhum contato com outras comunidades.
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Embora instituições de pesquisa de todo o mundo ainda utilizem essa classificação para organizar os dados estatísticos e estabe-
lecer comparações entre os países, ela tem suas nuances. Isso se deve ao fato de que a mecanização do setor primário transformou
algumas atividades agropecuárias em verdadeiras atividades industriais ou semi-industriais, assim como a burocratização do setor
secundário passou a englobar uma variada gama de departamentos, como marketing, atendimento ao consumidor, aplicações finan-
ceiras, auditoria, pesquisa para novas tecnologias, entre outros. Esses departamentos, na classificação tradicional, estariam mais bem
encaixados no setor terciário.
Nos países desenvolvidos, o setor terciário também absorve a maior parte da População Economicamente Ativa (PEA) – entre 70%
e 80%. Em seguida, vem o setor secundário e, muito depois, o setor primário. A importância dos serviços nos países desenvolvidos
pode ser exemplificada pelos Estados Unidos, pelo Reino Unido e pelo Japão, onde o setor terciário é responsável por mais de 70% do
volume de riquezas geradas em suas economias – participação no PIB (veja tabela a seguir). Esse processo significativo de crescimento
do setor terciário é denominado terciarização da economia.
População e renda
Os recursos econômicos, a capacidade tecnológica e a produção de alimentos nunca foram tão grandes em qualquer outra época
histórica como são atualmente. Se fossem igualmente distribuídos, não faltariam recursos para suprir toda a população da terra. No
entanto, para parcela expressiva da população mundial falta o mínimo necessário para sobreviver com dignidade. Em 2015, a oNU
estimava que cerca de 836 milhões de pessoas vivessem abaixo da linha de pobreza no mundo, ou seja, tinham renda individual diária
inferior a US$ 1,258. Apesar de o número ser preocupante, a pobreza extrema diminuiu significativamente ao longo das últimas duas
décadas. Em 1990, atingia quase metade (47%) da população do mundo em países em desenvolvimento e caiu para 14% em 2015.
O contraste econômico e social entre os países que se colocam nos polos extremos de desenvolvimento deverá se acentuar ainda
mais – e rapidamente. Isso porque os países desenvolvidos viveram um período de progresso e intensas transformações, enquanto
os países bem mais pobres permaneceram estagnados em uma economia de subsistência, sem condições de competir no comércio
internacional. É importante salientar, porém, que os países desenvolvidos começaram a passar por dificuldades quando a crise de
2007/2008 abalou a estrutura econômica e financeira mundial. o rápido progresso de décadas passadas sofreu uma desaceleração
nesses países, com reflexos no nível de emprego. Isso afetou o poder de compra dos cidadãos, levando ao aumento da pobreza tam-
bém no mundo desenvolvido
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polo calçadista que vinha enfrentando dificuldades, em razão da No Brasil, a indústria deu seus primeiros passos ainda no
concorrência com os produtos chineses. Igualmente em Sobral, século XIX. A economia cafeeira, dominante nesse período, di-
no Ceará, há um importante polo calçadista, em que se destaca namizou as atividades urbanas, estimulou a imigração europeia
também a cidade de Crato, além de indústrias têxteis, presentes e gerou um empresariado nacional com capacidade de investir
também na região de Juazeiro do Norte, no mesmo estado. em alguns setores industriais. Os imigrantes trouxeram novos
hábitos de consumo, que incluíam produtos industrializados e
Importância da atividade industrial alguma experiência em relação ao processo de produção indus-
A indústria moderna surgiu com a produção fabril inau- trial e ao trabalho como operários. Aos poucos, formou-se um
gurada pela Revolução Industrial, que trouxe como principais mercado interno, que se ampliou, no final do século XIX, com
inovações o uso de máquinas e a divisão do trabalho. No longo a abolição da escravidão e a intensificação do processo de imi-
processo que se seguiu até os dias atuais, a atividade industrial gração. Indústrias de alimentos, calçados, tecidos, confecções,
passou a utilizar tecnologias cada vez mais sofisticadas, como velas, móveis, fundições e bebidas espalharam-se rapidamente,
robôs e equipamentos de alta precisão. A industrialização não sobretudo no estado de São Paulo, centro da atividade cafeei-
provocou mudanças apenas na forma de produção; ela também
ra e principal porta de entrada dos imigrantes. Apesar de todos
proporcionou:
os avanços da industrialização, a economia continuou sendo
• a urbanização, atraindo mão de obra e ampliando as cida-
comandada pela produção agrícola, especialmente de café.
des física e demograficamente, tendo muitas se tornado centros
No início do século XX, a indústria ampliou sua participação na
econômicos importantes;
• grandes transformações urbanas, com a multiplicidade de economia brasileira. Algumas indústrias eram estrangeiras, mas
serviços que caracterizam a cidade atualmente e o desenvolvi- predominavam as nacionais, na maioria desenvolvidas por imi-
mento dos meios de transporte e de comunicação, que interli- grantes, muitas delas inicialmente a partir de pequenas oficinas
gam todo o espaço mundial; artesanais. Para se ter uma ideia, o número de indústrias no Bra-
• o aumento da produção agrícola, graças à mecanização sil aumentou de 3.258 em 1907 para 13.336 em 1920.
das atividades de criação, plantio e colheita, e ao uso da tecno- A partir da década de 1990, intensificou-se a inserção do
logia e de insumos de origem industrial; Brasil no mundo globalizado, com a adoção de políticas neoli-
• novos modos de vida, hábitos de consumo e profissões e berais. Essas políticas, iniciadas no governo de Fernando Collor
outra organização da sociedade. (1990-1992), ganharam força principalmente nos governos de
As atividades industriais que ocorrem no interior das fábri- Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), quando o país se abriu
cas desdobram-se em outras atividades, como a produção e a às importações e aos investimentos estrangeiros em detrimen-
extração de matérias-primas, o transporte, a propaganda, a co- to de ações de fortalecimento da indústria nacional. Produtos
mercialização dos produtos e o descarte de resíduos. importados, como automóveis, alimentos, roupas, eletrodomés-
ticos, computadores, softwares, celulares, brinquedos e outros
Classificação da atividade industrial bens de consumo, inundaram o mercado brasileiro. A abertura
As indústrias podem ser classificadas em extrativa (extra- levou à falência várias indústrias nacionais, acostumadas a polí-
ção de recursos naturais de origens diversas, principalmente ticas de proteção ao mercado, que mantinham elevados impos-
de minerais) e de transformação (produção de bens a partir da tos de importação (tarifas aduaneiras). Outras indústrias, para
transformação de matérias-primas). De acordo com a finalidade não fechar as portas, foram vendidas para grandes grupos na-
dos bens produzidos, as indústrias de transformação podem ser cionais e multinacionais ou então incorporadas a eles, e diversas
divididas em: fusões ocorreram entre empresas nacionais e estrangeiras. Os
• indústrias de bens intermediários ou bens de produção anos 1990 foram marcados, ainda, pelo incremento do processo
– produzem matérias-primas, como alumínio (metalúrgica), aço de privatização das indústrias de base, dos setores extrativista
(siderúrgica), derivados de petróleo (petroquímica) e cimento, mineral, de distribuição de energia e de telefonia, entre outros,
que serão utilizadas por outras indústrias na fabricação de pro-
que contou com expressiva participação de grupos estrangeiros.
dutos;
Em junho de 1994, a moeda brasileira passou a ser o real. Essa
• indústrias de bens de capital – produzem máquinas, peças
mudança era parte de um plano econômico mais amplo, cujo
e equipamentos para outras indústrias;
objetivo era combater a inflação e estabilizar a economia bra-
• indústrias de bens de consumo – produzem mercadorias
para consumo direto. Podem ser duráveis (móveis, aparelhos sileira.
eletrônicos, eletrodomésticos, automóveis, computadores) e Por um lado, o Plano Real valorizou a moeda brasileira em
não duráveis (alimentos, bebidas, medicamentos, cosméticos, relação ao dólar, facilitando as importações, aumentando a ofer-
vestuário, calçados). ta de produtos no mercado, reduzindo os preços e a inflação. Os
As atividades industriais podem ainda ser classificadas de juros altos também contribuíam para isso, na medida em que
acordo com o setor de atuação. Exemplos: encareciam o crédito. Por outro lado, essa política econômica
• indústria da construção civil (construção de edifícios, usi- dificultou as exportações e provocou déficit crescente na balan-
nas para produção de energia, pontes etc.); ça comercial e no balanço de pagamentos. Com isso, a indústria
• indústria da construção naval (produção de navios); brasileira ficou ainda mais dependente da importação de bens
• indústria aeronáutica (construção de aviões); (insumos) para a produção de mercadorias, máquinas e equipa-
• indústria bélica (produção de armamentos, tanques, na- mentos utilizados na produção industrial.
vios e aviões de guerra).
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No Sudeste Asiático, as novas tecnologias só tiveram efeito positivo quando aplicadas à produção de arroz, alimento essencial aos
povos da região. Nos países classificados pelas instituições internacionais como emergentes (entre eles, o Brasil), a agricultura gerou e
tem gerado as divisas necessárias à importação de equipamentos e tecnologia e à obtenção de saldos favoráveis na balança comercial.
O fato é que as políticas agrícolas não estimulam a produção de gêneros para o mercado interno e, ao mesmo tempo, mantêm
elevado o preço dos produtos básicos de subsistência. Atualmente, a produção agropecuária tem potencial para alimentar toda a
população do planeta. Ainda assim, em 2015, cerca de 800 milhões de pessoas não tinham acesso a alimentação adequada. Milhares
de crianças ainda morrem diariamente em consequência direta ou indireta da má alimentação, de acordo com as estimativas da FAO.
Esses são indicadores de que o aumento da produção da agricultura mundial não atingiu igualmente todas as regiões do planeta. Nos
países africanos, por exemplo, desde a década de 1970, o crescimento médio da produção agrícola girou em torno de 1% ao ano,
enquanto o crescimento populacional ultrapassou a média de 2,5% ao ano.
O agronegócio articula os três setores da economia: primário, secundário e terciário. Sua ideia central é a construção de cadeias
produtivas, formadas por agentes econômicos integrados por mecanismos como: cooperativismo, parcerias, contratos, integração
vertical e alianças estratégicas.
Questão da terra
O Brasil está entre os países da América com a maior concentração da propriedade rural e é um dos mais desiguais do mundo
nesse quesito, apesar de seu imenso território e das extensas superfícies de terras não cultivadas. A situação fundiária é uma questão
ainda não resolvida, apesar das pressões sociais, da maior organização dos trabalhadores em luta pela terra e da repercussão interna-
cional negativa dessa realidade social.
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Para assegurar que os imigrantes recém-chegados traba- O movimento também fornece apoio às famílias, com criação
lhassem nas lavouras dos barões do café, criou-se uma nova de escolas, formação de cooperativas de produção, serviços e
lei (Lei de Terras), que proibia a ocupação de terras devolutas. comercialização.
Essa lei consolidou o domínio do latifúndio no Brasil. De acordo O órgão responsável pela implementação dos assentamen-
com ela, as terras só poderiam ser vendidas pelo governo, que tos rurais é o Incra. Esses assentamentos contam com diversas
estabelecia preços elevados (muito acima do mercado), comer- pequenas propriedades ou unidades agrícolas, denominadas
cializava apenas grandes áreas e exigia dos compradores paga- parcelas, lotes ou glebas, entregues às famílias de trabalhadores
mento à vista. Assim, só tinham condições de comprar terras os rurais. Cabe ao trabalhador rural beneficiado com uma gleba es-
grandes fazendeiros, que ampliaram ainda mais seus domínios. truturar sua atividade utilizando somente mão de obra familiar.
Na década de 1930, foi fundado o Instituto Nacional de Co-
lonização e Reforma Agrária (Incra), cuja principal realização foi Centro econômico-Financeiro e de serviços
levantar informações sobre a situação das propriedades rurais e O Centro-Sul concentra os dois principais polos econômi-
das terras devolutas. Em 1964, no governo de Castelo Branco, foi co-financeiros do Brasil: São Paulo e Rio de Janeiro. São os cen-
criado o Estatuto da Terra, reconhecendo-se a necessidade da tros gestores da economia nacional, onde importantes decisões
reforma agrária no Brasil. À época, foram feitos novo cadastra- econômicas são tomadas. As sedes das empresas, bem como os
mento e uma radiografia da situação fundiária do país, mas a re- escritórios das diversas multinacionais presentes nessas cidades
forma agrária, objetivo principal do Estatuto, não saiu do papel. globais (sobre esse tema, consulte o Capítulo 4 deste volume),
Na década de 1970, foram distribuídos lotes de terras na acabam direcionando parcela expressiva dos investimentos pri-
Amazônia, para atrair agricultores de outras regiões do país, vados em diversas áreas do país. São Paulo, especificamente,
sobretudo do Sul e do Nordeste, como parte de um plano do concentra cerca de 60% das filiais das empresas multinacionais
governo militar para garantir a colonização e a ocupação da que atuam no Brasil, a maioria das sedes dos bancos privados
Amazônia. Mas as terras ficavam em áreas inadequadas para brasileiros e a maior parte das filiais dos bancos estrangeiros
o cultivo ou a criação pastoril, e não havia infraestrutura para que atuam no país. É o principal elo com o espaço mundial. de
garantir o escoamento da produção. Assim, muitos agricultores acordo com o estudo do IBgE “Regiões de influência das cida-
logo abandonaram seus lotes. Outros planos de reforma agrária des”, publicado em 2008, a capital paulista exercia influência em
seguiram o mesmo caminho: o Plano Nacional de Reforma Agrá- 1.028 municípios brasileiros. A macrometrópole São Paulo-Cam-
ria (1986), no governo Sarney, teve custos burocráticos, como os pinas-Sorocaba-Baixada Santista, que abriga aproximadamen-
da criação de um Ministério específico, mais elevados que o va- te 15% da população brasileira, responde por mais de 20% do
lor gasto com o pequeno número de assentamentos realizados. PIB nacional. Além disso, essas cidades, sobretudo São Paulo,
Nas décadas de 1990 e de 2000, multiplicaram-se as pres-
sediam os principais centros médico-hospitalares e universitá-
sões pela reforma agrária. No entanto, o país ainda conta com
rios do Brasil. Para elas se dirigem muitas pessoas de diversos
um grande número de trabalhadores sem-terra e mesmo muitos
estados brasileiros em busca de serviços de saúde e educacio-
assentados carecendo de infraestrutura básica, além de amparo
nais. Centros culturais, de lazer e de eventos expressivos do país
tecnológico e financeiro.
também estão instalados nelas. Nas cidades de São Paulo e do
Rio de Janeiro é realizada a maior parte dos eventos de porte
Terra e movimentos sociais
internacional, como espetáculos musicais e feiras de negócios,
A luta pela terra ganhou impulso no século XIX, por causa
nas quais são apresentadas, sobretudo, novidades tecnológicas
das ideias liberais europeias e dos ideais socialistas, que influen-
ciaram vários movimentos populares ao redor do mundo. No de diversos setores industriais. As cidades acolhem também
Brasil, envolveu indígenas, posseiros, grileiros, pequenos pro- eventos dos quais participam profissionais e cientistas de reno-
prietários, grandes fazendeiros e até empresas dos mais variados me internacional. disso decorre a estruturação de uma ampla e
ramos de negócio. No século XX, dois movimentos de trabalha- sofisticada rede hoteleira.
dores rurais ganharam destaque no país: as Ligas Camponesas,
nas décadas de 1950 e 1960, e o Movimento dos Trabalhadores Energia
Rurais Sem Terra (MST), fundado oficialmente em 1984, após o Os recursos energéticos são o foco dos interesses estatais,
fim da ditadura militar. As Ligas Camponesas surgiram em Per- gerando disputas geopolíticas desde a primeira Revolução In-
nambuco, espalharam-se em pouco tempo por vários estados dustrial. Na segunda metade do século XX, com a expansão do
da Região Nordeste e transformaram-se num movimento contra meio urbano-industrial, principalmente, na América Latina e
a exploração do trabalhador e pela reforma agrária. Foram extin- Sudeste Asiático e, consequentemente, o crescimento popula-
tas em 1964, e vários de seus líderes e participantes foram pre- cional, houve o aumento exponencial da demanda energética.
sos e mortos pelo aparato repressivo da ditadura. A estratégia Nos últimos anos, a questão energética traz novas discussões:
do movimento baseia-se em fazer pressão permanente sobre os agências internacionais, estados e a sociedade, geram debate
órgãos do governo responsáveis pela questão da terra, valen- sobre consumo, recursos naturais, mudanças climáticas e, prin-
do-se de ocupação de latifúndios improdutivos, manifestações cipalmente, a segurança energética dos países mais ricos.
públicas e passeatas. Podemos classificá-las em renováveis e não renováveis; pri-
A conquista da terra é um dos objetivos do MST, mas as márias e secundárias; convencionais e alternativas.
ações do movimento continuam após os assentamentos, na Renováveis → Têm capacidade de se regenerar em um tem-
forma de reivindicações por créditos agrícolas, assistência téc- po curto, tornando-a inesgotável. Ex.: Biomassa (óleos/ biodie-
nica e criação de infraestrutura para os novos assentamentos. sel a partir de cana-de-açúcar, mamona, girassol, entre outros).
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Não Renováveis → Oriundas de matéria orgânica decom- No que se refere às possibilidades de geração de energia,
posta por milhões de anos, não havendo tempo hábil para serem o Brasil apresenta grande vantagem em relação à maioria dos
formados para uso humano. Ex.: Petróleo, gás natural e carvão. países, pois as condições naturais – clima, relevo e hidrografia –
Primárias → Quando utilizamos diretamente para geração e a extensão territorial brasileira permitem que o país disponha
de calor/energia. Ex.: Lenha queimada para uso doméstico. de várias opções energéticas, muitas delas renováveis e menos
Secundárias → Utiliza-se um meio de energia para obter ou- poluentes que os combustíveis fósseis. Entre 1970 e 2014 houve
tro. Ex.: Usina Nuclear enriquece o Urânio para aquecer a água e uma profunda transformação na estrutura da matriz energética
mover as turbinas, gerando energia elétrica. brasileira, com redução acentuada na participação da lenha e do
Convencionais → São as energias base da sociedade con- carvão vegetal, uma vez que houve uma expansão significativa
temporânea. Ex.: Petróleo, gás natural, carvão e hidroelétricas. no uso do fogão movido a GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) e gás
Alternativas → Constituem uma alternativa ao modelo natural, ampliação na capacidade de geração de energia hidráu-
energético decorrente dos últimos dois séculos, sua introdução lica, com a construção de grandes hidrelétricas, e na produção
diversifica a matriz de energia dos países, aumentando sua segu- de biocombustíveis, inclusive com programas específicos, como
rança e seu desenvolvimento econômico e ambiental. Ex.: Solar, o Proálcool (Programa Nacional do Álcool).
Eólica, Geotérmica e Maremotriz. No Brasil, o uso de energia renovável é de quase 40%,
bem acima da média mundial, que está por volta de 13% , e há
Consumo de energia grande variedade de opções energéticas. Contudo, sua condi-
O grau de desenvolvimento econômico de um país tem re- ção não anula a grande dependência de fontes de energia não
lação direta com o consumo de energia. Os países desenvolvi- renováveis e altamente poluidoras, especialmente no setor de
dos são grandes consumidores por causa do dinamismo da sua transportes. Para a geração de eletricidade, há no país grande
economia e do elevado padrão de consumo de sua população. aproveitamento da força das águas dos rios, o que é bastante
Até a primeira metade do século XX, existia muita energia dis- positivo, pois se trata de fonte de energia não poluente – com
ponível, o petróleo era uma fonte barata e não havia a consci- baixa emissão de gases na atmosfera – e renovável, apesar de
ência coletiva sobre os impactos ambientais decorrentes da sua provocar impactos socioambientais.
utilização em grande escala. A difusão dos meios eletrônicos e
as transformações verificadas no decorrer da Revolução Técni-
co-científica-informacional exigiram uma demanda crescente Agropecuária
de energia. Acrescente-se a isso o crescimento econômico em Na década de 1970, intensificou-se o processo de moder-
algumas regiões do globo, sobretudo na Ásia, nas duas últimas nização da agricultura brasileira, que promoveu uma série de
décadas. O aumento populacional verificado nesse continente, transformações econômicas, ambientais, sociais e, portanto,
assim como na América do Sul, também ampliou a necessidade espaciais para o país. Essa modernização ocorreu de forma
de fontes energéticas. mais significativa no Centro-Sul, trazendo, portanto, maiores
Elevação do número de automóveis em circulação, aspec- impactos nas transformações socioeconômicas (desemprego
to marcante das sociedades industrializadas, levou à queima de provocado pela substituição da mão de obra por maquinário e
maior volume de combustíveis fósseis. Assim, nas últimas déca- concentração de terras nas mãos de empresas multinacionais) e
das, a produção de energia no planeta elevou-se consideravel- ambientais (desmatamento provocado pelo avanço da fronteira
mente, e a questão ambiental passou a ser um tema relevante. agrícola e poluição causada pelo uso intenso de agrotóxicos e
A ampliação dos recursos energéticos é um dos principais de- fertilizantes químicos) para a região. Muitos agricultores tiveram
safios das sociedades contemporâneas. Essa expansão deveria de vender suas terras, principalmente os pequenos e médios
levar em conta a conservação do ambiente, utilizando-se fontes proprietários, cuja renda é obtida graças ao trabalho dos mem-
renováveis e menos poluidoras. Trata-se de uma tarefa difícil, bros da família (agricultura familiar). Essas famílias geralmente
considerando que a principal fonte energética no mundo ainda não possuem recursos para manter sua atividade, pois dificil-
é o petróleo e essa fonte de energia envolve interesses de em- mente conseguem empréstimos nos bancos para modernizar e
presas, entre as maiores do mundo, e disputas entre países pelo aumentar a produção o suficiente para competir com as grandes
controle ou influência nas grandes áreas de produção mundial, empresas, algumas delas corporações multinacionais. Os princi-
como o Oriente Médio, Ásia Central e outras. pais produtos da agricultura comercial do Centro-Sul são: soja,
cana-de-açúcar, laranja, arroz e milho. No Rio Grande do Sul, em
Estrutura energética no Brasil Santa Catarina e no Paraná, considerados os grandes celeiros
A atual matriz energética brasileira é resultante de políticas do Brasil em razão da elevada produtividade (graças também às
nacionais de desenvolvimento adotadas no decorrer do proces- estações do ano mais bem definidas e à regularidade das chu-
so de industrialização do Brasil, especialmente a partir de 1960. vas), merecem destaque os cultivos de arroz, uva, cebola, feijão,
Tais políticas foram baseadas na indústria automobilística e nas trigo, maçã, fumo, centeio e cevada, além da soja e do milho. A
obras de infraestrutura. A abertura de rodovias e a construção atividade, no entanto, perdeu importância na década de 1920,
de grandes usinas hidrelétricas eram destaques dos projetos go- diminuindo o fluxo de pessoas para a região.
vernamentais de desenvolvimento.
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tro-Sul, dos custos de produção maiores – entre outros fatores mente na paisagem das grandes cidades. A velocidade com que
–, que não estimulariam investimentos privados na região ama- se processou a urbanização no país criou dificuldades para o
zônica. Até 2014, a zona Franca de Manaus empregava cerca de poder público suprir o espaço das cidades, especialmente das
126 mil trabalhadores. Com a retração forte na economia no ano maiores, com infraestrutura e serviços sociais necessários ao
seguinte, esse número havia caído para 88 mil no final de 2015. bem-estar da população. Isso, evidentemente, foi agravado em
As 600 empresas instaladas no polo fazem parte, principalmen- razão das políticas de planejamento urbano estarem voltadas,
te, dos segmentos de eletroeletrônicos, bens de informática, prioritariamente, para as classes média e alta, resultando em
duas rodas, termoplástico, químico, metalúrgico, mecânico, des- uma estrutura social fragmentada e segregada espacialmente,
cartáveis (isqueiros, canetas, barbeadores), entre outros. com a expansão das periferias urbanas, sobretudo, nos grandes
centros urbanos.
Ocupação recente e exploração econômica Percebe-se também que a urbanização brasileira aconteceu
Na Amazônia vivem diferentes povos indígenas desde épo- de modo desigual no território. Certos estados apresentam al-
cas pré-históricas. No entanto, a exploração da região teve início tas taxas de urbanização, como Rio de Janeiro (97%), São Paulo
com a chegada do europeu, ao final do século XV. Seguindo o (96,5%), Goiás (91,6%) e Amapá3 (90%), enquanto outros, como
curso dos rios, missões jesuítas buscavam as drogas do sertão Piauí (68,4%), Pará (68,9%) e Acre (71,2%), apresentam os índi-
(baunilha, cacau, urucum, castanha, guaraná, entre outras), en- ces por volta de 70%, chegando a 58,3% no Maranhão.
tão valiosas no continente europeu. Mas foi somente entre os
séculos XIX e XX que a Amazônia teve de fato uma ocupação um
Tendências recentes
pouco mais expressiva, com a exploração da borracha.
Principalmente a partir dos anos 1990, vêm se delineando
novas tendências no processo de urbanização brasileiro:
Processo de urbanização no Brasil
De modo geral, o processo de urbanização no Brasil apre- • diminuição do ritmo das migrações inter-regionais;
senta características próprias do padrão de urbanização dos pa- • expansão das áreas de ocupação irregular e de condomí-
íses em desenvolvimento. Veja algumas delas: nios fechados nas zonas próximas aos grandes centros urbanos;
• foi marcado pela formação de algumas grandes cidades, • ritmo de crescimento menos acelerado das grandes cida-
que concentram parcela significativa das riquezas e também da des, entre elas as metrópoles;
população, responsável por um processo de metropolização; • intensificação no ritmo de crescimento das cidades mé-
• ocorreu com expressivo crescimento de atividades terci- dias;
árias, incluindo as do setor formal e do setor informal da eco- • valorização extrema dos imóveis urbanos;
nomia; • custo de vida mais alto nas metrópoles (incluindo aluguel
• se deu em ritmo acelerado, principalmente entre as déca- de imóveis);
das de 1950 a 1990, e sem planejamento adequado; • expansão e adensamento populacional das periferias das
• apresenta padrão periférico de crescimento, com a forma- metrópoles em contraste com a redução da densidade demo-
ção de amplas manchas urbanas e a população de baixa renda gráfica em áreas centrais.
sendo empurrada para áreas distantes do centro. As cidades médias passaram a oferecer certas vantagens
em relação às grandes, como aumento da oferta de empregos,
A urbanização brasileira intensificou-se a partir dos anos em virtude da transferência de muitas indústrias para essas lo-
1940/1950. Decorreu do êxodo rural e do desenvolvimento in- calidades, menor custo de vida, menor índice de criminalidade e
dustrial que impulsionou grandes deslocamentos populacionais ampliação da oferta de estabelecimentos comerciais e de servi-
para as cidades e dinamizou as atividades comerciais e de servi- ços destinados a atender à população. São cidades que apresen-
ços nesses espaços. No entanto, a urbanização foi mais intensa tam qualidade de vida melhor do que as grandes.
que a industrialização: não gerou os empregos necessários para
receber o grande número de migrantes que deixaram o espaço Hierarquia e rede urbana no Brasil
rural rumo às cidades. O crescimento das cidades médias próximas às regiões me-
No caso do êxodo rural, é preciso considerar que, além dos tropolitanas tem ampliado a formação de áreas conurbadas ou
fatores de atração nas cidades (perspectiva de maior acesso a
em processo de conurbação.
serviços e mercadorias, por exemplo), existem os fatores de re-
As cidades conurbadas são interligadas por importantes
pulsão no campo – associados à concentração da propriedade
vias de circulação e por meios de transporte e infraestrutura co-
rural, aos baixos salários, à falta de políticas que beneficiem o
muns. A Grande São Paulo e a Grande Rio são as maiores áreas
pequeno proprietário e à mecanização das atividades. Entre
o final dos anos 1960 e o final da década de 2000, mais de 40 conurbadas do país (figura 6, na página seguinte). Anualmen-
milhões de brasileiros deixaram o campo e se dirigiram para as te, milhões de pessoas e de toneladas de mercadorias circulam
cidades. entre as cidades brasileiras. Muitos dos fluxos de pessoas são
O setor terciário da economia foi responsável por grande diários, realizando-se por motivo de trabalho, estudo, compras,
parte dos empregos gerados nas cidades e pelo expressivo au- assistência médico-hospitalar, negócios, participação em even-
mento do trabalho informal, responsável pela absorção de par- tos (feiras, exposições, palestras, shows), lazer, turismo etc. O
cela significativa da população. A urbanização brasileira teve um número de pessoas que residem numa cidade e trabalham num
caráter concentrador e excludente, com boa parte da sociedade grande centro metropolitano intensifica os deslocamentos entre
ficando à parte de seus benefícios, o que se observa principal- municípios de uma mesma região metropolitana.
19
GEOGRAFIA
A hierarquização dos centros urbanos, refere-se aos papéis ocupados pelas cidades na organização socioeconômica e espacial
do Brasil. Segundo a classificação do IBGE, estabelecida no estudo “Regiões de influência das cidades”, fazem parte da rede urbana
brasileira: 12 principais centros urbanos, que são as metrópoles, e 70 capitais regionais; além de 169 centros sub-regionais e centros
de zona e os centros locais.
O estudo está fundamentado na estruturação das zonas de influência dos principais centros urbanos no território brasileiro, mos-
trando as redes que eles formam e os diversos aspectos considerados na estruturação dessas redes. A determinação dos principais
centros baseou-se na existência de órgãos públicos (Executivo, Judiciário, Legislativo, entre outros), de grandes empresas e na oferta
de ensino superior, serviços de saúde e domínios de internet.
Metrópoles brasileiras
As doze metrópoles brasileiras são divididas em três grupos, de acordo com a sua importância, a complexidade dos equipamentos
urbanos disponíveis, a funcionalidade que exercem na rede urbana e a extensão de sua área de influência:
• Grande metrópole nacional: São Paulo;
• Metrópoles nacionais: Rio de Janeiro e Brasília;
• Metrópoles: Belém, Manaus, Goiânia, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre.
Entre as metrópoles de São Paulo e Rio de Janeiro estende-se uma longa mancha urbana caracterizando a configuração da única
megalópole no território brasileiro. Num trecho do estado de São Paulo, que engloba as regiões metropolitanas de São Paulo, Baixada
Santista, Campinas, além dos espaços densamente urbanizados de São José dos Campos e Sorocaba, há a metrópole expandida ou
macrometrópole, que tem São Paulo como centro.
20
GEOGRAFIA
21
GEOGRAFIA
nadores e deputados estaduais para a Assembleia Legislativa. Formação e organização do território brasileiro1
Os estados se reúnem em uma União, o governo federal. No fe- O território do Brasil ocupa uma área de 8 514 876 km². Em
deralismo brasileiro há forte centralização do poder político em virtude de sua extensão territorial, o Brasil é considerado um
torno do governo federal, com enfraquecimento da autonomia país continental por ocupar grande parte da América do Sul. O
dos estados. Assim, podemos afirmar que, no caso do Brasil, a país se encontra em quinto lugar em tamanho de território.
federação apresenta algumas características que a diferem, por A população brasileira está irregularmente distribuída, pois
exemplo, da Federação dos Estados Unidos da América, onde os grande parte da população habita na região litorânea, onde se
estados de fato têm autonomia política. encontram as maiores cidades do país. Isso nada mais é do que
O Brasil já possuiu uma federação nos moldes da existen- uma herança histórica, resultado da forma como o Brasil foi po-
te nos Estados Unidos. Isso ocorreu durante a República Velha voado, os primeiros núcleos urbanos surgiram no litoral.
(1889-1930), quando as antigas províncias do império se trans- Até o século XVI, o Brasil possuía apenas a área estabelecida
formaram em estados federados, com direito a milícias estadu- pelo Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494 por Portugal e
ais (exércitos locais), algumas com maiores efetivos e melhores Espanha. Esse tratado dividia as terras da América do Sul entre
armamentos que o exército nacional, e total controle sobre seu Portugal e Espanha.
comércio externo e legislação interna. A partir da década de Os principais acontecimentos históricos que contribuíram
1930, com a implantação de governos federais autoritários, a para o povoamento do país foram:
descentralização política começou a dar lugar à centralização do No século XVI: a ocupação limitava-se ao litoral, a principal
poder. A Constituição de 1988 voltou a ampliar a autonomia dos atividade econômica desse período foi o cultivo de cana para
estados, mas, como dissemos, ainda há forte centralização do produzir o açúcar, produto muito apreciado na Europa, a pro-
poder no Brasil. dução era destinada à exportação. As propriedades rurais eram
O governo federal, ou a União, é constituído pelos pode- grandes extensões de terra, cultivadas com força de trabalho es-
res Executivo (exercido pelo presidente), Legislativo (constituído crava. O crescimento da exportação levou aos primeiros centros
pelo Senado Federal e pela Câmara dos Deputados Federais) e urbanos no litoral, as cidades portuárias.
Judiciário (Supremo Tribunal Federal). São atribuições do go- Século XVII e XVIII: foram marcados pela produção pastoril
verno Federal, entre outras: garantir a soberania e a segurança que adentrou a oeste do país e também pela descoberta de ja-
nacional, emitir moeda, representar o país em organizações in- zidas de ouro e diamante nos estados de Goiás, Minas Gerais e
ternacionais e elaborar planos nacionais, regionais e setoriais de Mato Grosso. Esse período foi chamado de aurífero e fez surgir
desenvolvimento econômico e social. várias cidades.
Século XIX: a atividade que contribuiu para o processo de
Divisão regional
urbanização foi a produção de café, principalmente nos estados
A divisão regional do Brasil mais conhecida e divulgada foi
de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Essa
criada a partir de um conjunto de critérios, tais como: localização
atividade também contribuiu para o surgimento de várias cida-
das Unidades da Federação no território, elementos naturais (ti-
des.
pos de clima e de vegetação predominantes, por exemplo), além
de aspectos sociais e econômicos. Essas regiões, chamadas de
Fronteiras do Brasil
macrorregiões ou grandes regiões, foram criadas pelo IBGE (Ins-
A partir da criação dos Estados como nação, todos eles
tituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que é o órgão do go-
verno brasileiro responsável em coletar, organizar e apresentar sentiram a necessidade de estabelecer fronteiras, promovendo
diversas informações sobre nosso país. As macrorregiões são: a separação entre os países para que não houvesse uma inter-
Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste. venção da soberania, ou seja, para que um país não tentasse
ingressar no território vizinho.
A Industrialização é um processo de modernização pelo Os limites entre os territórios têm como objetivo identifi-
qual passam os meios de produção de uma determinada socie- car onde começa um território e termina outro. Todos os limites
dade. É pautada pela ampliação de tecnologias e pelo desenvol- territoriais existentes na face da Terra foram firmados por meio
vimento da economia de modo geral. O processo de evolução de acordos e tratados entre os países envolvidos. Após esse pro-
da indústria, como ela é conhecida atualmente, demandou um cesso foram implantadas linhas imaginárias que são, em grandes
longo período. Os primórdios de uma industrialização efetiva casos, marcadas por meio de elementos naturais como rios, la-
ocorreram na Inglaterra. Isso porque a indústria altera não só gos, serras e montanhas ou uma construção de um marco artifi-
os modos de se produzir, mas são impactantes também nas re- cial sobre o terreno.
lações sociais. Diversas vezes a expressão limite é confundida com frontei-
No século XVIII ocorre a chamada Primeira Revolução In- ra, no entanto, essa corresponde à toda extensão da linha limite
dustrial, quando a Inglaterra baseia seu desenvolvimento eco- de um país (exemplo fronteira entre Argentina e Brasil). Todo
nômico nas indústrias, promovendo o cercamento dos campos país que possui litoral detém parte do território em áreas ma-
(enclosures) e empurrando os trabalhadores para as áreas que rinhas até um certo ponto do oceano, denominada de fronteira
se urbanizavam através da produção industrial. marítima.
Ao mesmo tempo, esse processo libera mão-de-obra em 1 FREITAS, Eduardo de. “Formação e organização do ter-
abundância, amplia o mercado consumidor e disponibiliza ter- ritório brasileiro”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasiles-
ras à produção capitalista. A Industrialização promove mudan- cola.uol.com.br/brasil/formacao-organizacao-territorio-brasilei-
ças que vão muito além da utilização de máquinas. ro.htm. Acesso em 24 de março de 2020.
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GEOGRAFIA
As zonas próximas às fronteiras entre duas nações normal- Conflitos na fronteira e representações sobre o “outro”
mente são urbanizadas e produzem um grande fluxo comercial e A maioria dos conflitos que ocorreu, nas duas últimas déca-
cultural entre habitantes das nacionalidades envolvidas. das, na fronteira leste do Paraguai foi ocasionada por disputas
Um grande número de países possui um esquema de defesa de terra entre os movimentos camponeses paraguaios e imi-
nas faixas de fronteiras no continente e no mar, com intuito de grantes brasileiros que são proprietários de fazendas naquele
proteger o território e conservar a soberania, além de evitar a país. A respeito disso, algumas observações preliminares são
entrada de contrabando, drogas, armas, imigrantes ilegais, entre importantes:
outros. 1) os movimentos camponeses, embora “invadam” predo-
minantemente as propriedades dos imigrantes brasileiros, tam-
O deslocamento de brasileiros para a fronteira leste do Pa- bém ocupam grande número de outros estrangeiros que vivem
raguai2 no Paraguai (alemães, menonitas, árabes, coreanos, chineses
A presença de brasileiros no Paraguai principia no final dos e norte-americanos) e dos próprios latifundiários paraguaios,
anos 1950, intensifica-se nas décadas de 1960 e 1970 no contex- principalmente de militares que conseguiram grandes faixas de
to de construção da hidrelétrica de Itaipu e continua em novos terra durante a ditadura de Stroessner;
fluxos nos últimos anos.1 O número de brasileiros no país vizi- 2) os conflitos envolvendo “brasiguaios” e campesinos não
nho é impreciso. As estimativas indicam que se trata da maior se resumem à disputa pela terra; estão relacionados à destruição
migração de brasileiros para uma nação fronteiriça e a segun- florestal e uso de agrotóxicos nas lavouras de soja, bem como ao
da maior “comunidade de brasileiros” no exterior. Segundo confronto político entre camponeses e prefeitos “brasiguaios”.
os dados do Ministério das Relações Exteriores, em 2002, dos
545.886 brasileiros que se encontravam nos países da Améri- As Configurações do Mundo Contemporâneo3
ca do Sul, 459.147 estavam no Paraguai. Esse país concentra A geopolítica mundial tem sofrido grandes modificações
de longe a maior quantidade, ou seja, mais de 4/5 de todos os nos últimos 30 anos. A partir da década de 1980, as sucessivas
imigrantes brasileiros que vivem nos países vizinhos (Diretoria dissoluções dos regimes socialistas na Europa, marcadas pela
Geral de Assuntos Consulares, Jurídicos e de Assistência a Bra- queda do Muro de Berlim em 1989 e o enfraquecimento do im-
sileiros no Exterior, do Ministério das Relações Exteriores apud pério soviético, demonstraram que a configuração das relações
Sprandel, 2002). políticas internacionais pós-Segunda Guerra estava prestes a se
Os imigrantes brasileiros no Paraguai fazem parte de dois reestruturar. Em 1991, a União Soviética, país que idealizou um
amplos processos migratórios no interior do Brasil: um movi- projeto político-econômico de oposição ao domínio ocidental
mento vindo do Rio Grande Sul em direção a Santa Catarina, capitalista, não conseguiu resistir às pressões internas relacio-
Oeste do Paraná e Mato Grosso do Sul; um outro fluxo vindo nadas ao multiculturalismo e à fragilidade de sua economia. Sua
do Nordeste e Minas Gerais em direção ao Estado de São Paulo, decadência decretou o fim da Ordem da Guerra Fria e o início da
Norte e Oeste do Paraná. Essas migrações eram fundamental- Nova Ordem Mundial, liderada pelos Estados Unidos e com uma
mente compostas por famílias de camponeses. As famílias dos estrutura baseada no conflito Norte-Sul: a interdependência en-
dois fluxos migratórios ocuparam geralmente posições sociais tre os países desenvolvidos e os países subdesenvolvidos.
diferentes tanto no Oeste do Paraná, Mato Grosso do Sul como A Nova Ordem está vinculada aos interesses dos Estados
no Leste do Paraguai nos ciclos do café, da menta e da soja. Os Unidos. Detentor da maior economia mundial, o país desen-
nordestinos e mineiros se tornaram principalmente peões, ar- volveu durante a Guerra Fria todo um arcabouço técnico para
rendatários e posseiros nessas frentes de expansão nacionais, aumentar a sua influência econômica, cultural e militar ao redor
enquanto que os sulistas se constituíram majoritariamente do globo. Por outro lado, a Europa apostou na formação de um
como colonos, pequenos e médios proprietários, especialmente bloco econômico bastante ambicioso, a União Europeia, que en-
em território paraguaio. volve relações econômicas e políticas em torno do ideal de so-
O outro fluxo migratório tem como pontos intermediários lidariedade e crescimento em conjunto. Com a adoção do Euro,
São Paulo e o Norte do Paraná, isto é, quase todos os nordes- no ano de 2002, o bloco atingiu o maior dos seus objetivos de
tinos e mineiros que vivem atualmente no Paraguai moraram integração regional, criando instituições para gerenciar esse mo-
alguns anos em São Paulo e em mais de uma região do estado do delo de organização política. Na composição do eixo dos países
Paraná. Muitos dos nordestinos ou “nortistas” vieram no perío- desenvolvidos está o Japão, país que conta com alto grau de de-
do inicial dessa imigração – décadas de 1950, 1960 e 1970 – para senvolvimento tecnológico, mas que está atravessando muitas
trabalhar no desmatamento das fazendas e no plantio e colheita dificuldades econômicas desde o início da Nova Ordem Mundial,
de menta e café. Muitos deles já voltaram para o Brasil, pois não principalmente pelo baixo crescimento econômico acumulado e
conseguiram comprar ou ampliar a propriedade rural. Contudo, o envelhecimento de sua população.
alguns prosperaram economicamente, como este nordestino
que hoje tem uma grande fazenda e é exportador de soja no
departamento de Alto Paraná.
3 SILVA, Júlio César Lázaro da. “As Configurações do
2 ALBUQUERQUE, José Lindomar C. - A dinâmica das Mundo Contemporâneo”; Brasil Escola. Disponível em: https://
fronteiras: deslocamento e circulação dos “brasiguaios” entre os brasilescola.uol.com.br/geografia/configuracoes-do-mundo-
limites nacionais -contemporaneo.htm. Acesso em 24 de março de 2020.
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GEOGRAFIA
Esse cenário começou a sofrer algumas alterações ao final As problemáticas globais tais como meio ambiente, escas-
da década de 1990, quando o termo ‘países emergentes’ come- sez de água, terrorismo, violência, energias alternativas, entre
çou a ganhar espaço nas análises da conjuntura econômica mun- tantos outros, requerem o abandono dessas práticas políticas
dial. O crescimento expressivo e contínuo de países como China obsoletas e a introdução de uma nova racionalidade pautada
e Índia, a recuperação econômica da Rússia, a maior estabilida- em valores universais. Até porque uma pitada de utopia nunca
de econômica do Brasil e o desenvolvimento social e tecnológico é demais.
da Coreia do Sul ofereceram uma nova característica para as re-
lações internacionais: países que apenas detinham uma posição Nova Ordem Mundial4
secundária no sistema capitalista mundial passaram a influen- A Nova Ordem Mundial ou Nova Ordem Geopolítica Mun-
ciar mais ativamente o comércio internacional, conquistando dial, significa o plano geopolítico internacional das correlações
maior poder nas decisões de blocos e organizações mundiais. de poder e força entre os Estados Nacionais após o final da
Em 2001, o economista Jim O’Nill do banco de investimen- Guerra Fria.
Com a queda do Muro de Berlim, em 1989, e o esfacela-
tos Goldman Sachs criou o termo BRIC’s, formado por Brasil,
mento da União Soviética, em 1991, o mundo se viu diante de
Rússia, Índia e China e que atualmente conta também com
uma nova configuração política. A soberania dos Estados Unidos
a presença da África do Sul. Para O’nill, esse grupo de países
e do capitalismo se estendeu por praticamente todo o mundo e
apresentaria o maior potencial de crescimento entre as nações
a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) se consoli-
emergentes, algo que foi consolidado na década de 2000 e que dou como o maior e mais poderoso tratado militar internacio-
foi absorvido pelos países em questão, que promovem reuniões nal. O planeta, que antes se encontrava na denominada “Ordem
anuais com o estabelecimento de acordos comerciais e projetos Bipolar” da Guerra Fria, passou a buscar um novo termo para
para a transferência de tecnologia. designar o novo plano político.
Todas essas transformações recentes nos direcionam para a A primeira expressão que pode ser designada para definir
seguinte reflexão: após duas grandes guerras, a Pax Americana a Nova Ordem Mundial é a unipolaridade, uma vez que, sob o
estruturada ao final da 2a Guerra Mundial pode estar passando ponto de vista militar, os EUA se tornaram soberanos diante da
por um processo de desconstrução? impossibilidade de qualquer outro país rivalizar com os norte-a-
A crise econômica mundial expõe a fragilidade momentâ- mericanos nesse quesito.
nea da economia norte-americana. Além do caráter conjuntural, A segunda expressão utilizada é a multipolaridade, pois,
as dificuldades econômicas dos EUA não representam uma deca- após o término da Guerra Fria, o poderio militar não era mais o
dência de sua ideologia, que continua fortalecida, muito menos critério principal a ser estabelecido para determinar a potencia-
do seu poder e eficiência militar. Nenhum outro Estado-Nação lidade global de um Estado Nacional, mas sim o poderio econô-
emerge como redefinidor de valores e nem sequer existem can- mico. Nesse plano, novas frentes emergiram para rivalizar com
didatos para esse posto (desconsiderando as bravatas expressas os EUA, a saber: o Japão e a União Europeia, em um primeiro
por líderes como o presidente venezuelano Hugo Chávez ou o momento, e a China em um segundo momento, sobretudo a
iraniano Mahmoud Ahmadinejad). partir do final da década de 2000.
Os EUA devem reformular seus sistemas de vigilância, se- Por fim, temos uma terceira proposta, mais consensual: a
gurança nacional e planejamento estratégico, a fim de confir- unimultipolaridade. Tal expressão é utilizada para designar o
mar o status quo geopolítico que foi determinado após a sua duplo caráter da ordem de poder global: “uni” para designar a
consolidação como potência hegemônica. Mesmo a China pos- supremacia militar e política dos EUA e “multi” para designar os
sui limites quanto ao seu crescimento econômico e dificuldades múltiplos centros de poder econômico.
para construir, em curto prazo, um mercado consumidor capaz
de absorver tamanho crescimento. No caso da Europa, que foi Mudanças na hierarquia internacional
Outra mudança acarretada pela emergência da Nova Or-
atingida mais gravemente pela crise econômica mundial, deve
dem Mundial foi a necessidade da reclassificação da hierarquia
ocorrer uma mudança no planejamento de suas instituições que
entre os Estados nacionais. Antigamente, costumava-se classifi-
ainda precisam ser fortalecidas antes de apostarem na integra-
car os países em 1º mundo (países capitalistas desenvolvidos),
ção de países que possuem economias mais frágeis e limitadas a
2º mundo (países socialistas desenvolvidos) e 3º mundo (países
setores menos modernos ou até mesmo pouco produtivos. subdesenvolvidos e emergentes). Com o fim do segundo mun-
Mais do que a transformação na Pax Americana, merece do, uma nova divisão foi elaborada.
destaque a reformulação da ONU. A atual configuração da or- A partir de então, divide-se o mundo em países do Norte
ganização supranacional parece estar mais condizente com o (desenvolvidos) e países do Sul (subdesenvolvidos), estabele-
momento histórico que a Europa viveu entre o final do século cendo uma linha imaginária que não obedece inteiramente à
XIX e a 2a Guerra Mundial (redefinição de fronteiras) e com a divisão norte-sul cartográfica.
bipolaridade imposta pelo período da Guerra Fria. Os debates
acerca das novas funcionalidades da organização devem ser
fundamentados na adaptação a esses novos tempos, em que
os atos extremos, individuais ou planejados a partir de células
terroristas, tornam-se difíceis de serem conduzidos por uma es- 4 PENA, Rodolfo F. Alves. “Nova Ordem Mundial”; Brasil
trutura geopolítica como a atual, ainda muito preocupada com Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geogra-
os interesses particulares nacionais e regionais. fia/nova-ordem-mundial.htm. Acesso em 24 de março de 2020.
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GEOGRAFIA
É possível perceber, no mapa acima, que a divisão entre norte e sul não corresponde à divisão estabelecida usualmente pela Linha
do Equador, uma vez que os critérios utilizados para essa divisão são econômicos, e não cartográficos. Percebe-se que alguns países
do hemisfério norte (como os Estados do Oriente Médio, a Índia, o México e a China) encontram-se nos países do Sul, enquanto os
países do hemisfério sul (como Austrália e Nova Zelândia), por se tratarem de economias mais desenvolvidas, encontram-se nos países
do Norte.
No mapa anterior também podemos visualizar as áreas de influência política dos principais atores econômicos mundiais. Vale
lembrar, porém, que a área de influência dos EUA pode se estender para além da divisão estabelecida, uma vez que sua política exter-
na, muitas vezes, atua nas mais diversas áreas do mundo, com destaque para algumas regiões do Oriente Médio.
A “Guerra ao terror”
Como vimos, após o final da Guerra Fria, os Estados Unidos se viram isolados na supremacia bélica do mundo. Apesar de a Rússia
ter herdado a maior parte do arsenal nuclear da União Soviética, o país mergulhou em uma profunda crise ao longo dos anos 1990 e
início dos anos 2000, o que não permitiu que o país mantivesse a conservação de seu arsenal, pois isso custa muito dinheiro.
Em face disso, os Estados Unidos precisavam de um novo inimigo para justificar os seus estrondosos investimentos em armamen-
tos e tecnologia bélica. Em 2001, entretanto, um novo inimigo surgiu com os atentados de 11 de Setembro, atribuídos à organização
terrorista Al-Qaeda.
Com isso, sob o comando do então presidente George W. Bush, os Estados Unidos iniciaram uma frenética Guerra ao Terror, em
que foram gastos centenas de bilhões de dólares. Primeiramente os gastos se direcionaram à invasão do Afeganistão, em 2001, sob
a alegação de que o regime Talibã que governava o país daria suporte para a Al-Qaeda. Em segundo, com a perseguição dos líderes
dessa organização terrorista, com destaque para Osama Bin Laden, que foi encontrado e morto em maio de 2011, no Paquistão.
O que se pode observar é que não existe, ao menos por enquanto, nenhuma nação que se atreva a estabelecer uma guerra con-
tra o poderio norte-americano. O “inimigo” agora é muito mais difícil de combater, uma vez que armas de destruição em massa não
podem ser utilizadas, pois são grupos que atacam e se escondem em meio à população civil de inúmeros países.
5 PENA, Rodolfo F. Alves. “Regionalização socioeconômica do espaço mundial”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasiles-
cola.uol.com.br/geografia/regionalizacao-socioeconomica-espaco-mundial.htm. Acesso em 23 de março de 2020.
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GEOGRAFIA
Essa regionalização classifica os países em dois principais grupos: de um lado, os países do norte desenvolvido; de outro, os países
do sul subdesenvolvido. Por isso, muitos chamam essa divisão de regionalização norte-sul.
Posto isso, considera-se que a maior parte dos países ricos encontra-se situada nas terras emersas posicionadas mais ao norte do
globo, enquanto os países pobres estão majoritariamente no sul. No entanto, essa divisão não segue à risca a delimitação cartográfica
do planeta, havendo aqueles países centrais no hemisfério sul, como é o caso da Austrália, e países periféricos no hemisfério norte, a
exemplo da China.
É importante observar que, além de ser muito abrangente, essa forma de regionalização do espaço geográfico mundial possui
uma série de limitações. A principal delas é a de não evidenciar a heterogeneidade existente entre os países de um mesmo grupo
na classificação. Os países do norte desenvolvido, por exemplo, apresentam-se com as mais diversas perspectivas, havendo aqueles
considerados como “potências”, a exemplo dos Estados Unidos, da Alemanha e outros, e aqueles considerados limitados economica-
mente ou que sofrem crises recentes, tais como Portugal, Grécia, Rússia e Itália.
Já entre os países do sul subdesenvolvido, também existem evidentes distinções. Por um lado, há aqueles países pouco ou não
industrializados, como economias centradas no setor primário basicamente, e, por outro lado, aqueles países ditos “emergentes” ou
“subdesenvolvidos industrializados”, tais como o BRICS (exceto a Rússia), os Tigres Asiáticos e outros. Alguns deles, como a China,
possuem economias muito avançadas em termos de produção e geração de riquezas, porém sofrem com condições sociais limitadas,
má distribuição de renda, analfabetismo, pobreza e problemas diversos.
Entender a dinâmica do espaço mundial, mesmo que em uma perspectiva específica, é uma tarefa bastante complicada, de forma
que as generalizações tendem ao erro. No entanto, a regionalização norte-sul é importante no sentido de nos dar uma orientação
geral sobre o nível de desenvolvimento social e econômico dos países e das populações nas diferentes partes do planeta. Assim,
constrói-se uma base sobre a qual é possível nos aprofundarmos em termos de estudos e conhecimentos para melhor caracterizar as
relações socioespaciais no plano político e econômico internacional.
Globalização6
A globalização é um dos termos mais frequentemente empregados para descrever a atual conjuntura do sistema capitalista e sua
consolidação no mundo. Na prática, ela é vista como a total ou parcial integração entre as diferentes localidades do planeta e a maior
instrumentalização proporcionada pelos sistemas de comunicação e transporte.
O conceito de globalização é dado por diferentes maneiras conforme os mais diversos autores em Geografia, Ciências Sociais,
Economia, Filosofia e História que se pautaram em seu estudo. Em uma tentativa de síntese, podemos dizer que a globalização é
entendida como a integração com maior intensidade das relações socioespaciais em escala mundial, instrumentalizada pela conexão
entre as diferentes partes do globo terrestre.
Vale lembrar, no entanto, que esse conceito não se refere simplesmente a uma ocasião ou acontecimento, mas a um processo.
Isso significa dizer que a principal característica da globalização é o fato de ela estar em constante evolução e transformação, de modo
que a integração mundial por ela gerada é cada vez maior ao longo do tempo.
6 https://brasilescola.uol.com.br/geografia/globalizacao.htm Acessado em 23.03.2020
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GEOGRAFIA
Há um século, por exemplo, a velocidade da comunicação Além disso, acusa-se a globalização de proporcionar uma
entre diferentes partes do planeta até existia, porém ela era desigual forma de comunicação entre os diferentes territórios,
muito menos rápida e eficiente que a dos dias atuais, que, por em que culturas, valores morais, princípios educacionais e ou-
sua vez, poderá ser considerada menos eficiente em compara- tros são reproduzidos obedecendo a uma ideologia dominante.
ção com as prováveis evoluções técnicas que ocorrerão nas pró- Nesse sentido, forma-se, segundo essas opiniões, uma hegemo-
ximas décadas. Podemos dizer, então, que o mundo se encontra nia em que os principais centros de poder exercem um controle
cada dia mais globalizado. ou uma maior influência sobre as regiões economicamente me-
O avanço realizado nos sistemas de comunicação e trans- nos favorecidas, obliterando, assim, suas matrizes tradicionais.
porte, responsável pelo avanço e consolidação da globalização
atual, propiciou uma integração que aconteceu de tal forma que Entre os aspectos positivos da globalização, é comum citar
tornou comum a expressão “aldeia global”. O termo “aldeia” faz os avanços proporcionados pela evolução dos meios tecnológi-
referência a algo pequeno, onde todas as coisas estão próximas cos, bem como a maior difusão de conhecimento. Assim, por
umas das outras, o que remete à ideia de que a integração mun- exemplo, se a cura para uma doença grave é descoberta no Ja-
dial no meio técnico-informacional tornou o planeta metafori- pão, ela é rapidamente difundida (a depender do contexto social
camente menor. e econômico) para as diferentes partes do planeta. Outros pon-
tos considerados vantajosos da globalização é a maior difusão
A origem da Globalização comercial e também de investimentos, entre diversos outros
Não existe um total consenso sobre qual é a origem do pro- fatores.
cesso de globalização. O termo em si só veio a ser elaborado É claro que o que pode ser considerado como vantagem ou
a partir da década de 1980, tendo uma maior difusão após a desvantagem da globalização depende da abordagem realizada
queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria. No entanto, e também, de certa forma, da ideologia empregada em sua aná-
são muitos os autores que defendem que a globalização tenha lise. Não é objetivo, portanto, deste texto entrar no mérito da
se iniciado a partir da expansão marítimo-comercial europeia, discussão em dizer se esse processo é benéfico ou prejudicial
no final do século XV e início do século XVI, momento no qual o para a sociedade e para o planeta.
sistema capitalista iniciou sua expansão pelo mundo.
De toda forma, como já dissemos, ela foi gradativamente Efeitos da Globalização
apresentando evoluções, recebendo incrementos substanciais Existem vários elementos que podem ser considerados
com as transformações tecnológicas proporcionadas pelas três como consequências da globalização no mundo. Uma das evi-
revoluções industriais. Nesse caso, cabe um destaque especial dências mais emblemáticas é a configuração do espaço geográ-
para a última delas, também chamada de Revolução Técnico- fico internacional em redes, sejam elas de transporte, de comu-
-Científica-Informacional, iniciada a partir de meados do século nicação, de cidades, de trocas comerciais ou de capitais especu-
XX e que ainda se encontra em fase de ocorrência. Nesse pro- lativos. Elas formam-se por pontos fixos – sendo algumas mais
cesso, intensificaram-se os avanços técnicos no contexto dos preponderantes que outras – e pelos fluxos desenvolvidos entre
sistemas de informação, com destaque para a difusão dos apa- esses diferentes pontos.
relhos eletrônicos e da internet, além de uma maior evolução Outro aspecto que merece destaque é a expansão das em-
nos meios de transporte. Portanto, a título de síntese, podemos presas multinacionais, também chamadas de transnacionais
considerar que, se a globalização se iniciou há cerca de cinco ou empresas globais. Muitas delas abandonam seus países de
séculos aproximadamente, ela consolidou-se de forma mais ela- origem ou, simplesmente, expandem suas atividades em dire-
borada e desenvolvida ao longo dos últimos 50 anos, a partir da ção aos mais diversos locais em busca de um maior mercado
segunda metade do século XX em diante. consumidor, de isenção de impostos, de evitar tarifas alfande-
gárias e de angariar um menor custo com mão de obra e maté-
Características da globalização / aspectos positivos e nega- rias-primas. O processo de expansão dessas empresas globais
tivos e suas indústrias reverberou no avanço da industrialização e da
Uma das características da globalização é o fato de ela se urbanização em diversos países subdesenvolvidos e emergen-
manifestar nos mais diversos campos que sustentam e com- tes, incluindo o Brasil.
põem a sociedade: cultura, espaço geográfico, educação, po- Outra dinâmica propiciada pelo avanço da globalização é a
lítica, direitos humanos, saúde e, principalmente, a economia. formação dos acordos regionais ou dos blocos econômicos. Em-
Dessa forma, quando uma prática cultural chinesa é vivenciada bora essa ocorrência possa ser inicialmente considerada como
nos Estados Unidos ou quando uma manifestação tradicional um entrave à globalização, pois acordos regionais poderiam
africana é revivida no Brasil, temos a evidência de como as so- impedir uma global interação econômica, ela é fundamental no
ciedades integram suas culturas, influenciando-se mutuamente. sentido de permitir uma maior troca comercial entre os diferen-
Existem muitos autores que apontam os problemas e os tes países e também propiciar ações conjunturais em grupos.
aspectos negativos da globalização, embora existam muitas po- Por fim, cabe ressaltar que o avanço da globalização culmi-
lêmicas e discordâncias no cerne desse debate. De toda forma, nou também na expansão e consolidação do sistema capitalista,
considera-se que o principal entre os problemas da globalização além de permitir sua rápida transformação. Assim, com a maior
é uma eventual desigualdade social por ela proporcionada, em integração mundial, o sistema liberal – ou neoliberal – ampliou-
que o poder e a renda encontram-se em maior parte concentra- -se consideravelmente na maior parte das políticas econômicas
dos nas mãos de uma minoria, o que atrela a questão às contra- nacionais, difundindo-se a ideia de que o Estado deve apresen-
dições do capitalismo. tar uma mínima intervenção na economia.
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GEOGRAFIA
A globalização é, portanto, um tema complexo, com incontáveis aspectos e características. Sua manifestação não pode ser con-
siderada linear, de forma a ser mais ou menos intensa a depender da região onde ela se estabelece, ganhando novos contornos e
características. Podemos dizer, assim, que o mundo vive uma ampla e caótica inter-relação entre o local e o global.
PARANÁ
História do Paraná
Os territórios hoje denominados Paraná vêm sendo continuamente habitados por diferentes populações humanas há cerca de
pelo menos nove mil (9.000) anos antes do presente (AP). Entretanto, se considerarmos a cronologia dos territórios vizinhos que
foram ocupados em épocas anteriores, é provável que ainda possam ser obtidas datas que poderão atestar a presença humana em
períodos mais recuados.
Por todo o Paraná vamos encontrar vestígios desses antigos assentamentos humanos. O mais antigo deles, datado de 9.040 AP,
foi encontrado por Claudia Parellada, arqueóloga do Museu Paranaense, no vale do rio Iguaçu.
Os contatos dos europeus com os antigos habitantes da região ocorreram já no início do século XVI, com os primeiros navegan-
tes que aportaram ou passaram pelo litoral paranaense, e pelas primeiras expedições portuguesas e espanholas que percorreram o
interior do Paraná rumo ao império inca.
Os primeiros navegantes europeus que aportaram ou passaram pelo litoral do Paraná nos trinta primeiros anos do século XVI
fizeram os primeiros contatos com as populações de índios Guaranis – na época, chamados de Carijós – e com eles possivelmente
estabeleceram relações comerciais e culturais. E foi através desses Guarani do litoral que as populações indígenas sediadas nos terri-
tórios interioranos souberam da presença de homens brancos vindos de terras distantes de além-mar.
No início da colonização portuguesa, a região onde se situa hoje o estado do Paraná fazia parte da Capitania de Santo Amaro. Em
1539, o Paraná foi submetido a autoridade da Capitania de São Vicente.
A colonização do litoral paranaense começou na segunda metade do século 16, com um pequeno povoado na ilha de Cotinga,
hoje, no município de Paranaguá.
No século 17, já existiam as vilas de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais (Curitiba) e a de Paranaguá. No final daquele século desco-
briram-se minas de ouro, que atraíram muitos exploradores para o interior do atual Paraná.
A partir de 1737, tropeiros passaram a usar o Caminho Real do Viamão, ligando a região serrana do Rio Grande do Sul a São Paulo,
passando por Curitiba.
No final do século 18, após o ciclo do ouro, a atividade econômica do atual território do Paraná passou a ser dominada pela pe-
cuária. Nessa época, a Bahia voltou a ser a capitania mais rica do Brasil.
1808 - A Família Real chegou em Salvador.
1822 a 1823 - Guerra da Independência.
No século 19, começaram a chegar grande número de imigrantes asiáticos e europeus, que se dedicaram principalmente à agri-
cultura.
Até boa parte do século 19, o Caminho do Itupava era a principal ligação do litoral com o alto planalto paranaense. Em 1830, o
baiano José Carlos Pereira de Almeida Torres, então presidente da Província de São Paulo, ordenou seu calçamento e outras melho-
rias. No final do século 19, iniciou-se a construção de ferrovias no Paraná.
O Paraná tornou-se província em 19 de dezembro de 1853, pelo desmembramento da antiga comarca ligada a São Paulo. O pri-
meiro presidente da nova província foi o baiano Zacarias de Góes e Vasconcellos (1815-1877). O Conselheiro Zacarias foi o responsável
pela instalação das instituições que fizeram funcionar o nova Província, incluindo a Assembleia. O baiano convidou Cândido Martins
Lopes, de Niterói, para instalar a Typographia Paranaense, inaugurada em 1854, a primeira do Paraná. Zacarias também mandou
construir a Estrada da Graciosa.
Nos anos seguintes, como Província, o Paraná teve que lidar com a elevada criminalidade. Em seu combate, destacou-se o baiano
Francisco Liberato de Mattos, presidente do Paraná, de 1857 a 1859. Mattos também promoveu a atração e a integração de colonos
estrangeiros no Paraná, principalmente para apoio à lavoura. Ele também criou a linha de navegação entre Antonina e Paranaguá.
Com a República, em 1889, o Paraná passou a ser um estado do Brasil.
Em 1893, eclodiu a Revolução Federalista, no Rio Grande do Sul, que se estendeu até Santa Catarina e Paraná. Os revolucionários
federalistas estabeleceram sua base de operações na Ilha de Santa Catarina. Em 1894, houve o Cerco da Lapa, no Paraná. Em 11 de
fevereiro, após 26 dias de brava resistência, Lapa foi tomada pelos maragatos, que seguiram para Curitiba. O governador havia se re-
tirado da Capital Paranaense, onde os federalistas se estabeleceram até maio de 1894. Depois, foram detidos pelas tropas de Floriano
Peixoto.
A Revolução Federalista foi uma guerra sangrenta, pacificada pelo baiano Galvão de Queiroz, que negociou a paz, em agosto de
1895.
No final do século 19, a erva-mate destacou-se na economia do Paraná.
De 1912 a 1915 houve a Guerra do Contestado, envolvendo a posse de territórios entre o Paraná e Santa Catarina.
Em 1924, foi criada a Companhia de Terras Norte do Paraná, por ingleses, para colonização e exploração econômica da região,
especialmente com a cafeicultura. Surgiram, assim, as cidades de Londrina e Maringá.
Em 1943, foi criado o Território Federal do Iguaçu, com áreas do oeste dos Estados do Paraná e de Santa Catarina, mas foi extinto
em 1946.
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GEOGRAFIA
Dados geográficos
O estado do Paraná ocupa uma área de 199.880 km², estendendo-se do litoral ao interior. Localiza-se a 51º00’00” de longitude
oeste do Meridiano de Greenwich e a 24º00’00” de latitude sul da Linha do Equador e com fuso horário -3 horas em relação a hora
mundial GMT. Três quartos de seu território ficam abaixo do Trópico de Capricórnio. No Brasil, o estado faz parte da região Sul, fazen-
do fronteiras com os estados de São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e dois países: Paraguai e Argentina. É banhado pelo
oceano Atlântico.
O Estado do Paraná possui 399 municípios, onde se misturam as culturas europeia, africana, asiática e indígena, grupos dos quais
descende a maioria dos paranaenses. A paisagem do Estados é rica e bela. Das Cataratas do Iguaçu às montanhas da Serra do Mar, à
Baía de Paranaguá. São vários trechos de Mata Atlântica preservados.
O Paraná foi fundado pelo Baiano Zacarias de Góes e Vasconcellos, em 1853, com o desmembramento de uma comarca de São
Paulo.
Cerca de 52% do território do Paraná encontram-se acima de 600m e 89% acima de 300 metros; somente três por cento ficam
abaixo de 200 metros. O quadro morfológico é dominado por superfícies planas dispostas a grande altitude, compondo planaltos que
formam as serras do Mar e Geral.
Possui clima temperado, na maior parte, e é cortado ao norte pelo Trópico de Capricórnio, na altura de Maringá. Assim, tecni-
camente, o norte do Estado é uma região tropical. De acordo com a classificação de Köppen, no Paraná domina o clima do tipo C
(mesotérmico):
Aft – Clima Tropical Super-Úmido: sem estação seca e isento de geadas. A média das temperaturas do mês mais quente é superior
a 22ºC e a do mês mais frio é superior a 18ºC. Encontra-se no litoral e no leste da Serra do Mar.
Cfa – Clima Subtropical Úmido Mesotérmico: com verões quentes, sem estação seca e com poucas geadas. A média das tempera-
turas do mês mais quente é superior a 22ºC, e a do mês mais frio é inferior a 18ºC. Encontra-se nas regiões Norte, Oeste e Sudoeste,
no Oeste da Serra do Mar e do Vale do Ribeira.
Cfb – Clima Subtropical Úmido Mesotérmico: sem estação seca, com verão brando e geadas severas. A média das temperaturas
do mês mais quente é inferior a 22ºC, e a do mês mais frio é inferior a 18ºC. Encontra-se na região de Curitiba, nos Campos Gerais, Sul
e parte do Sudoeste do Terceiro Planalto.
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GEOGRAFIA
No verão o Paraná é atingido pela Massa Equatorial Continental. A Massa Polar Atlântica também exerce ampla influência duran-
te o inverno. A maior concentração de chuvas decorre da atuação da Massa Tropical Atlântica durante o verão. As curvas isobáricas
indicam que a umidade relativa do ar normalmente apresenta-se elevada no Estado do Paraná. Na faixa litorânea, devido à influência
oceânica, os índices médios superam 85%. Nos planaltos do interior as médias situam-se entre 80 e 85%, declinando estes valores à
medida que se avança para o norte e oeste, em exceção do vale do rio Paraná, abaixo de Guaíra, que apresenta valores superiores a
80%.
A vegetação natural do Paraná compreende três tipos de classificação principal: mata fluvial tropical, mata fluvial subtropical e
campos. Essa classificação representa, em primeira linha, a expressão do clima em relação à latitude e a longitude. De acordo com
Reinhard Maack (1981), a mata conquistou a maior parte das áreas do Estado do Paraná sob os fatores climáticos predominantes no
Quaternário recente. Ainda nesse período, havia os campos limpos e cerrados revestindo grande parte do Paraná, o que se percebia
graças ao clima semiárido existente nesse momento. As alternâncias climáticas pelas quais a região foi passando propiciaram que a
mata fosse dominando os campos a partir dos declives das escarpas e dos vales dos rios, transformando o Estado do Paraná numa das
áreas mais ricas em matas do Brasil até poucos decênios.
Os rios mais importantes são o Paraná, Iguaçu, Ivaí, Tibagi, Paranapanema, Itararé e Piquiri.
A Hidrovia Tietê - Paraná é uma via de navegação situada entre as regiões sul, sudeste e centro-oeste do Brasil, que permite a na-
vegação e consequentemente o transporte de cargas e de passageiros ao longo dos rios Paraná e Tietê. Um sistema de eclusas viabiliza
a passagem pelos desníveis das muitas represas existentes nos dois rios.
É uma via muito importante para o escoamento da produção agrícola dos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e
parte de Rondônia, Tocantins e Minas Gerais.
No passado, as matas do Paraná foram derrubadas para dar lugar à agropecuária e estradas. Nas últimas décadas, entretanto, o
Estado reverteu essa tendência com programas de recuperação de rios, áreas em erosão, plantio de árvores e preservação dos ecos-
sistemas.
O estado do Paraná apresenta uma vegetação compatível com as variações de seu clima subtropical. Nas regiões mais frias predo-
minam as matas de araucárias (pinhais) e nas regiões litorâneas encontram-se santuários preservados de Mata Atlântica, como a Ilha
do Mel, a Estação Ecológica de Guaraqueçaba e o Parque Nacional do Superagui, onde estão preservadas extensas áreas de manguezal
e de animais ameaçados de extinção. Em especial, o Parque Nacional do Iguaçu, com uma área de 170 mil ha (além de mais 50 mil ha
na Argentina), é um patrimônio natural da humanidade, na lista da Unesco.
O litoral paranaense tem cerca de 100km de extensão, com cenários bem diversificados, desde a foz do rio Ararapira (ao norte)
até a do Saí-Guaçu (ao sul). É delimitado por duas baías: ao norte, a de Paranaguá, e, ao sul, a de Guaratuba.
Possui belas praias, morros, baías e enseadas. De paraísos ecológicos, como a Ilha do Mel e Guaraqueçaba, a cidades de veraneio
agitado como Matinhos, Pontal do Paraná e Guaratuba. Uma planície costeira estende-se por cerca de 40 km com praias em mar
aberto, terminando com as formações rochosas do Morro do Boi, em Caiobá.
A desvantagem são as águas geladas, sendo seu litoral banhado pela corrente marinha das Falklands. Ainda se situa em uma re-
gião privilegiada do ponto de vista turístico, tendo como destinos principais: Foz do Iguaçu, a Ilha do Mel e Curitiba.
Principais pontos turísticos e culturais:
- Museu Paranaense (Curitiba)
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GEOGRAFIA
Economia
O Paraná tem infraestrutura bem desenvolvida e mão de obra qualificação, o que torna o Estado uma boa opção para novos ne-
gócios. O Estado recebeu muitos imigrantes europeus nos séculos 19 e 20, isso impulsionou a atividade agrícola e moldou as tradições
culturais e econômicas do Paraná. Em 1954, a produção econômica do Paraná já tinha ultrapassado a da Bahia, tornando-se a quinta
maior da Federação, posição confirmada em 2016, pelo IBGE. Atualmente, o Estado vem ampliando sua atuação na área industrial e
na tecnologia de informação.
Principais características da economia do estado do Paraná:
- O estado apresenta bons índices de desenvolvimento econômico. No ranking econômico do país, levando em consideração o PIB
(Produto Interno Bruto), o Paraná aparece na 4ª colocação.
- Ótimo desenvolvimento em todos os setores da economia (agropecuário, industrial e de serviços).
- A Região Metropolitana de Curitiba é a região mais desenvolvida do estado com grande concentração de industrias e empresas
de serviços (faculdades, hospitais, instituições financeiras, shoppings, etc.).
- O estado é um dos maiores geradores de energia elétrica do país, pois a Usina de Itaipu (segunda maior do mundo) localiza-se
em seu território.
- O estado apresenta também uma ótima infraestrutura com bons aeroportos e rodovias. E o destaque fica por conta do Porto
de Paranaguá.
- O setor de turismo também é muito importante para a economia do estado. O Paraná possui pontos turísticos muito visitados,
principalmente praias, museus, monumentos históricos, parques, entre outros.
O Paraná é o maior produtor nacional de grãos, apresentando uma pauta agrícola diversificada. A utilização de avançadas técnicas
agronômicas coloca o Estado em destaque em termos de produtividade. A soja, o milho, o trigo, o feijão e a cana-de-açúcar sobres-
saem na estrutura produtiva da agricultura local, observando-se, em paralelo, forte avanço de outras atividades, como a produção de
frutas.
Já na pecuária, destaca-se a avicultura, com 26,3% do total de abates do País. Nos segmentos de bovinos e suínos, a participação
do Estado atinge 4,3% e 17%, respectivamente.
Os Arranjos Produtivos Locais (APLs) são concentrações de indústrias de um mesmo segmento ou de atividades complementares
em uma mesma região. O APL propicia ações conjuntas, como compra de matérias-primas, consórcios para exportação, compartilha-
mento de tecnologias e capacitação de mão-de-obra. As indústrias ganham em escala, reduzem custos e conseguem ser mais compe-
titivas. Atualmente o Paraná tem 22 APLs consolidadas, que geram mais de 60 mil empregos.
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GEOGRAFIA
Na culinária se destaca o Barreado, que é um prato típico paranaense que foi criado há mais de 200 anos. Inclui carne (geralmente
patinho ou coxão mole), toucinho e temperos que são cozidos em panela de barro por várias horas. Tradicionalmente usa-se uma folha
de bananeira sapecada no fogo para amolecer, que é amarrada na boca da panela para conter o vapor. A tampa da panela é barreada
com pirão de farinha de mandioca. Acompanha arroz, banana, laranja e farinha de mandioca.
A cachaça de Porto Morretes Premium foi eleita a melhor do Brasil em 2016. Ela “é envelhecida por três anos em carvalho, têm
aromas frutados que rescendem a ameixa, é redonda e tem acidez e percepção alcoólica equilibradas.” Mais outras duas cachaças
paranaenses ganharam o prêmio.
CARTOGRAFIA
A cartografia é a ciência da representação gráfica da superfície terrestre, tendo como produto final o mapa. Ou seja, é a ciência
que trata da concepção, produção, difusão, utilização e estudo dos mapas.
Na cartografia, as representações de área podem ser acompanhadas de diversas informações, como símbolos, cores, entre outros
elementos. A cartografia é essencial para o ensino da Geografia e tornou-se muito importante na educação contemporânea, tanto
para as pessoas atenderem às necessidades do seu cotidiano quanto para estudarem o ambiente em que vivem.
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GEOGRAFIA
O surgimento
Os primeiros mapas foram traçados no século VI a.C. pelos gregos que, em função de suas expedições militares e de navegação,
criaram o principal centro de conhecimento geográfico do mundo ocidental.
O mais antigo mapa já encontrado foi confeccionado na Suméria, em uma pequena tábua de argila, representando um Estado.
A confecção de um mapa normalmente começa a partir da redução da superfície da Terra em seu tamanho. Em mapas que figuram a
Terra por inteiro em pequena escala, o globo se apresenta como a única maneira de representação exata.
A transformação de uma superfície esférica em uma superfície plana recebe a denominação de projeção cartográfica.
Na pré-história, a Cartografia era usada para delimitar territórios de caça e pesca. Na Babilônia, os mapas do mundo eram im-
pressos em madeira, mas foram Eratosthenes de Cirene e Hiparco (século III a.C.) que construíram as bases da cartografia moderna,
usando um globo como forma e um sistema de longitudes e latitudes. Ptolomeu desenhava os mapas em papel com o mundo dentro
de um círculo.
Com a era dos descobrimentos, os dados coletados durante as viagens tornaram os mapas mais exatos. Após a descoberta do
novo mundo, a cartografia começou a trabalhar com projeções de superfícies curvas em impressões planas.
Planisfério de Mercator
Gerard Mercator (1512-1594), importante nome da Cartografia, desenvolveu seu trabalho na época em que a Europa havia con-
quistado os mares e dominado diversas regiões do mundo. do continente europeu partiam navios para a África, a América e a Ásia.
O planisfério de Mercator, de 1569, expressa o contexto histórico da expansão marítima europeia e o domínio de terras até então
desconhecidas. Foi criado para facilitar as navegações e é até hoje utilizado com esse propósito.
Observe, no planisfério de Mercator, que a Europa se situa no centro e na parte superior da representação. É um mapa eurocên-
trico. Nesse planisfério os meridianos estão traçados paralelamente de um polo a outro, e as distâncias entre os paralelos aumentam
conforme se aproximam dos polos. Assim, as áreas mais distantes do Equador aparecem exageradamente grandes.
A Groenlândia, por exemplo, parece ter a mesma área da América do Sul, quando, na verdade, é quatro vezes menor que o Brasil.
Essa distorção de tamanho parece reforçar a ideia da superioridade do continente europeu, pois a maior parte de suas terras está
mais próxima do Polo Norte que da Linha do Equador. Entretanto, não podemos afirmar que essa era a intenção de Mercator. Ao que
parece, ele priorizou a representação da forma e dos contornos das massas continentais, levando em consideração a utilização de
seus mapas pelos navegadores europeus.
O mapa de mercator delineia corretamente as formas e contornos de massas de terra, mas distorce seus tamanhos em favor
das terras situadas nas latitudes elevadas.
Planisfério de Peters
Após a Segunda Guerra mundial (1939-1945) e a independência das colônias europeias na África e na Ásia ao longo do século XX,
ficaram mais evidentes as enormes diferenças socioeconômicas entre os países. diversos pesquisadores de todas as partes do mundo
passaram a desenvolver a tese de que a exploração dos países subdesenvolvidos, situados em sua maioria no hemisfério Sul, pelos
países desenvolvidos, quase todos no hemisfério Norte, levou os primeiros a uma situação de pobreza, dependência e submissão. O
historiador e cartógrafo alemão Arno Peters (1916-2002) considerava que os mapas eram uma das manifestações simbólicas dessa
submissão. Ele partia do princípio de que todos os países do mundo devem ser retratados no mapa-múndi de forma fiel à sua área, o
que colocaria em maior destaque os países subdesenvolvidos, que ocupam a maior área continental do planeta.
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GEOGRAFIA
Em 1974, Peters apresentou ao mundo um novo planisfério, em que o tamanho dos países aparece representado proporcional-
mente à sua superfície real, embora com formas distorcidas. Com isso, ele eliminou a impressão de superioridade dos países do Norte
que o planisfério de Mercator causava.
Atualmente
Hoje, a cartografia é feita por meios modernos, como as fotografias aéreas (realizadas por aviões) e o sensoriamento remoto por
satélite. Além disso, com os recursos dos computadores, os geógrafos podem obter maior precisão nos cálculos, criando mapas que
chegam a ter precisão de até 1 metro. As fotografias aéreas são feitas de maneira que, sobrepondo-se duas imagens do mesmo lugar,
obtém-se a impressão de uma só imagem em relevo. Assim, representam-se os detalhes da superfície do solo.
Depois, o topógrafo completa o trabalho sobre o terreno, revelando os detalhes pouco visíveis nas fotografias.
Sensoriamento remoto
A outra técnica cartográfica, o sensoriamento remoto, consiste na transmissão, a partir de um satélite, de informações sobre a
superfície do planeta ou da atmosfera. Quase toda coleta de dados físicos para os especialistas é feita por meio de sensoriamento
remoto, com satélites especializados que tiram fotos da Terra em intervalos fixos. Para a geração das imagens pelos satélites, escolhe-
-se o espectro de luz que se quer enxergar, sendo que alguns podem enviar sinais para captá-los em seu reflexo com a Terra, gerando
milhares de possibilidades de informação sobre minerais, concentrações e tipos de vegetação, entre outros. Existem satélites que
chegam a enxergar um objeto de até vinte centímetros na superfície da Terra, quando o normal são resoluções de vinte metros.
FLORENZANO, Tereza G. Imagens de satélite para estudos ambientais. São Paulo: Oficina de Textos, 2002. p. 9. Os sensores ins-
talados nos satélites captam imagens por meio da energia eletromagnética emitida pela superfície.
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GEOGRAFIA
Nas imagens do satélite Landsat 5, as cores foram aplicadas de acordo com as áreas conservadas e com as áreas desmatadas: o
verde da floresta original contrasta com o rosa da área derrubada e ocupada pelo espaço urbano, por estradas, por atividades agro-
pastoris ou para a extração (muitas vezes ilegal) de madeira.
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GEOGRAFIA
Geoprocessamento
O geoprocessamento é a etapa do SIG (Sistema de Informação Geográfica) que seleciona as informações de imagens de satélites
e de fotografias aéreas para a representação cartográfica.
Computadores com softwares específicos transformam as imagens em informações sobre características físicas (dimensão, for-
ma, cor), temperatura e composição química dos elementos em estudo. Essas informações são transformadas em banco de dados
sobre os mais diferentes temas, como uso do solo, dados geológicos e topografia, entre outros.
O geoprocessamento permite analisar esses elementos separadamente ou em conjunto para elaborar mapas, planejar interven-
ções em determinada área ou monitorar qualquer modificação na paisagem, como nos casos de devastação de florestas, queimadas,
poluição de rios, determinação da extensão de áreas alagadas por enchentes etc. Permite, ainda, resgatar informações passadas, pois
existem imagens de satélites artificiais arquivadas que podem fornecer dados sobre aspectos estudados.
Mapas
A Cartografia atual conta com todos os recursos do SIG para elaborar mapas digitalizados e mapas convencionais bastante pre-
cisos. Um mapa é considerado de boa qualidade quando apresenta medidas precisas e informações corretas – as posições de seus
elementos devem ser proporcionais à realidade. A seleção de informações que compõe um mapa deve ser relevante e significativa
para o objetivo com que foi elaborado ou para o tema representado. Quanto maior a quantidade de informações em um mapa, maior
a diversidade de símbolos, linhas e cores presentes nele, o que pode dificultar a leitura e a interpretação. Além disso, é imprescindível
que os símbolos utilizados no mapa sejam bem diferenciados e acompanhados de legenda explicativa para facilitar a compreensão
da informação que eles representam. A leitura e a interpretação de mapas são fundamentais para compreender o espaço geográfico.
Após a leitura do título, deve-se verificar o que o mapa está representando e sua posição no espaço geográfico. Observa-se, então, a
legenda e a localização dos símbolos no mapa, etapa que demanda mais tempo e atenção. A escala também deve ser observada para
o cálculo de distâncias entre pontos e para a verificação das dimensões reais dos elementos representados.
Mapas temáticos
Os mapas temáticos são os mais utilizados em Geografia. Eles representam graficamente um determinado tema, como atividades
industriais, atividades agrícolas, jazidas minerais, população, regiões climáticas, relevo etc. Cada tema abordado tem a sua repre-
sentação cartográfica correspondente. A escolha do modo como as informações serão representadas dependerá do tipo de dado a
ser destacado no mapa. dependendo do tipo de informação priorizada num mapa temático, ele pode ser físico, político, econômico,
demográfico ou histórico.
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GEOGRAFIA
Um mapa físico inclui aspectos naturais, como a hipsometria (ou altimetria) – que representa as altitudes de um terreno – e a
hidrografia – que mostra rios e lagos em um terreno. A representação das altitudes (mapa hipsométrico), por exemplo, é feita pela
gradação de cores: verde (para representar as baixas altitudes), tons claros e escuros de amarelo e laranja (médias altitudes), marrom
e vermelho-escuro (maiores altitudes). Assim, são estabelecidos intervalos de altitude para a aplicação das cores. Veja o mapa.
Um mapa político traz como principais informações os limites territoriais das unidades políticas representadas e suas denomina-
ções. Esse tipo de mapa é elaborado para definir os limites governamentais de países, estados e municípios.
Os mapas econômicos apresentam as diferentes atividades produtivas de determinada região, em conjunto ou isoladamente.
Pode-se representar a localização industrial, a agropecuária, os recursos minerais, a produção de energia, a rede de transporte etc.
Os mapas demográficos ilustram a distribuição da população em um território, com a diferenciação das áreas de grande, média e
baixa concentração populacional. Eles podem ser mais específicos e apresentar dados como a localização de comunidades indígenas,
cidades mais populosas, deslocamentos populacionais com indicação de fluxos migratórios etc.
Os mapas históricos retratam eventos históricos, como atividades econômicas, a ocupação humana de determinado território, a
evolução de um processo de devastação de uma floresta em certo período e outros, que podem ser em escala nacional, continental
ou mundial.
Anamorfose
Anamorfose é uma técnica cartográfica utilizada para representar diversos temas (economia, demografia e ambiente) por meio
de recursos gráficos que indicam a grandeza do fenômeno destacado. São mapas estilizados que preservam as posições das unidades
geográficas (municípios, países, continentes), mas alteram a forma, o tamanho e a proporção dessas áreas. Esses elementos variam
conforme os dados que se quer representar, com o objetivo de gerar uma visualização quantitativa dos dados ou das informações.
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GEOGRAFIA
Observe a anamorfose da distribuição da população brasileira, de acordo com o último censo realizado pelo IBGE.
Fonte: La Documentation Française. Anamorphose des états brésiliens selon la population en 2010. Disponível em: ‹www.lado-
cumentationfrancaise.fr›. Acesso em: mai. 2015.
Escala cartográfica
Para reproduzir a superfície da Terra ou parte dela em um mapa, seja em uma folha de papel, seja na tela de um computador, é
preciso representar o espaço de maneira reduzida. É possível manter as proporções dos elementos de um mapa utilizando uma escala,
que é a relação entre as dimensões da área na superfície terrestre e sua representação em uma superfície plana menor. As escalas
podem ser numéricas ou gráficas.
Escala numérica
A escala numérica (ou aritmética) pode ser representada por uma fração ordinária (1/500.000) ou uma razão (1:500.000). Na
escala de 1:500.000 (lê-se “um para quinhentos mil”), a área representada é reduzida 500 mil vezes. Em toda escala numérica, as uni-
dades indicadas no numerador e no denominador devem ser lidas em centímetros (cm). Isso significa que 1 cm no mapa representa
500.000 cm no terreno, ou seja, 1 cm representa 5 quilômetros (km).
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GEOGRAFIA
Assim, com o auxílio de uma régua, pode-se calcular a dis- A projeção mais simples e conhecida é a de Mercator (nome
tância real entre dois pontos num mapa elaborado na escala do holandês que a criou). Outras técnicas foram evoluindo e
1:500.000 (1 cm = 5 km). Se a distância entre duas cidades em muitas outras projeções tentaram desfazer as desigualdades de
linha reta no mapa é de 3 cm, a distância real, em linha reta, área perto dos polos com as de perto do equador, como por
entre elas é de 15 km. exemplo a projeção de Gall. Como não há como evitar as de-
formações, classifica-se cada tipo de projeção de acordo com a
Escala gráfica característica que permanece correta. Temos então:
A escala gráfica é representada por uma linha reta dividida Projeções equidistantes = distâncias corretas
em partes iguais. No exemplo da figura 5, cada centímetro no Projeções conformes = igualdade dos ângulos e das formas
mapa equivale a 10 quilômetros no terreno. Portanto, a escala dos continentes
numérica correspondente a essa escala gráfica é 1:1.000.000. Na Projeções equivalentes = mostram corretamente a distância
escala gráfica, a distância no mapa e a distância correspondente e a proporção entre as áreas
no terreno são estabelecidas diretamente, sem necessidade de A seguir são apresentados os três principais tipos de pro-
cálculo, como ocorre com a escala numérica. jeção.
Cilíndricas
Consistem na projeção dos paralelos e meridianos sobre um
cilindro envolvente, que é posteriormente desenvolvido (planifi-
cado). Uma das projeções cilíndricas mais utilizadas é a de Mer-
cator, com uma visão do planeta centrada na Europa.
Projeções cartográficas
Sabemos que a maneira mais adequada de representar a Cônicas
Terra como um todo é por meio de um globo. É a projeção do globo terrestre sobre um cone, que pos-
Porém, precisamos de mapas planos para estudar a super- teriormente é planificado. São mais usadas para representar
fície do planeta. Transformar uma esfera em uma área plana do as latitudes médias, pois apenas as áreas próximas ao Equador
mapa seria impossível se os cartógrafos não utilizassem uma aparecem retas.
técnica matemática chamada projeção.
No entanto, imagine como seria se abríssemos uma esfera
e a achatássemos para a forma de um plano. Com isso, as partes
da esfera original teriam que ser esticadas, principalmente nas
áreas mais próximas aos os polos, criando grandes deformações
de área. Então, para chegar a uma representação mais fiel possí-
vel, os cartógrafos desenvolveram vários métodos de projeções
cartográficas, ou seja, maneiras de representar um corpo esféri-
co sobre uma superfície plana.
Como toda projeção resulta em deformações e incorre-
ções, às vezes algumas características precisam ser distorcidas
para representarmos corretamente as outras. As deformações
podem acontecer em relação às distâncias, às áreas ou aos ân-
gulos. Conforme o sistema de projeção utilizado, as maiores al-
terações da representação localizam-se em uma ou outra parte
do globo: nas regiões polares, nas equatoriais ou nas latitudes
médias. É o cartógrafo define qual é a projeção que vai atender
aos objetivos do mapa.
39
GEOGRAFIA
Azimutais
É a projeção da superfície terrestre sobre um plano a partir de um determinado ponto (ponto de vista). Também chamadas planas
ou zenitais, essas projeções deformam áreas distantes desse ponto de vista central. São bastante usadas para representar as áreas
polares.
Representação topográfica
Nos mapas ou cartas topográficos são usadas as curvas de nível, linhas que ligam os pontos de igual altitude de uma determinada
superfície representada, considerando o nível médio do mar como marco 0 (zero metro). Os algarismos que acompanham cada linha
indicam as suas cotas de altitude.
Com a representação da topografia por curvas de nível podemos visualizar o terreno cortado por uma série de planos horizon-
tais, delineados por curvas que possuem uma mesma distância vertical (equidistância). duas curvas que se aproximam indicam que
o declive (inclinação) é maior, ou seja, o terreno é mais íngreme; se, ao contrário, as curvas se afastam, o declive é mais suave, ou
seja, o terreno é menos íngreme. Para obter visualização gráfica de um determinado plano do terreno, em um mapa ou uma carta,
pode-se construir um perfil topográfico ou perfil de relevo. Para isso, escolhe-se o trecho a ser representado, traça-se, no mapa, um
segmento de reta e constrói-se um gráfico cartesiano. As cotas de altitude são indicadas no eixo y (ordenada), de acordo com a escala
escolhida. No eixo x (abscissa), a escala adotada pode ser a mesma do segmento a ser projetado. Cada cota de curva de nível que
cortar o segmento deve ser transportada para o gráfico e indicada por um ponto. Ligando-se os pontos, obtém-se o perfil que permite
ao observador visualizar as formas do terreno num plano horizontal, como se estivesse em frente ao trecho (AB) selecionado.
40
GEOGRAFIA
Plantas
As plantas são representações elaboradas em escalas grandes – em geral, maiores que 1:10.000, ou seja, apresentam grande
riqueza de detalhes6. representam, dessa forma, áreas mais restritas da superfície terrestre, como um trecho de cidade, um bairro,
um quarteirão, um imóvel ou uma propriedade rural.
As prefeituras utilizam as plantas para administrar e planejar as cidades ou outros trechos dos municípios. muitas plantas incluem
informações sobre a localização de hotéis, restaurantes, cinemas, museus. Oferecem dados sobre os principais pontos turísticos e os
serviços existentes na cidade.
Outras plantas incluem informações sobre linhas de ônibus, metrô, trens e outros meios de transporte. Além disso, indicam o
melhor percurso para o deslocamento de um ponto a outro da cidade.
há plantas digitais de quase todas as grandes cidades brasileiras e de diversas cidades do mundo. Vários sites e aplicativos dispo-
nibilizam serviços de mapas e pesquisa de localização de endereços. Alguns deles, como Google maps, Bing maps, Apple maps, entre
outros, além de oferecer plantas, imagens de satélite e visão tridimensional, permitem navegar pelas ruas, calcular a distância entre
pontos e encontrar a melhor rota a ser percorrida – a pé, de transporte público ou de carro – de um endereço a outro, entre outras
funções.
Em 2014, foi introduzido um novo recurso chamado máquina ou cápsula do tempo no Google maps Street View. Ele permite visu-
alizar imagens de um lugar em momentos diferentes, disponíveis no banco de imagens captadas pela empresa desde 2007. O recurso
permite observar a transformação dos lugares nesses últimos anos, como demolições, novas construções, locais afetados por guerras
e tragédias naturais.
Referências Bibliográficas:
LUCCI, Elian Alabi , Anselmo Lazaro Branco, Cláudio Mendonça - Território e sociedade no mundo globalizado, 1 : ensino médio
-- 3. ed. -- São Paulo: Saraiva, 2016.
Disponível em: https://www.sogeografia.com.br/Conteudos/GeografiaFisica/Cartografia. Acesso 23.03.2020
LUCCI, Elian Alabi , Anselmo Lazaro Branco, Cláudio Mendonça - Território e sociedade no mundo globalizado, 2 : ensino médio
-- 3. ed. -- São Paulo: Saraiva, 2016.
LUCCI, Elian Alabi , Anselmo Lazaro Branco, Cláudio Mendonça - Território e sociedade no mundo globalizado, 3 : ensino médio
-- 3. ed. -- São Paulo: Saraiva, 2016.
SCHNEEBERGER, Carlos Alberto, Luiz Antonio Farago. - Minimanual compacto de geografia do Brasil: teoria e prática — 1. ed.
— São Paulo: Rideel, 2003.
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GEOGRAFIA
QUESTÕES
1. (Prefeitura de Campinas - SP - Professor - Educação Básica III – Geografia - VUNESP – 2019) Observe a figura.
A figura foi elaborada com uma técnica de representação gráfica e espacial que valoriza os dados independentemente dos limites
territoriais.
Essa técnica é denominada de
A) distorção gráfica.
B) mapa combinado.
C) anamorfose.
D) representação cartográfica.
E) mapa temático.
2. (Prefeitura de Cuiabá - MT - Professor de Ensino Fundamental – Geografia - SELECON – 2019) Observe as projeções cartográ-
ficas a seguir.
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GEOGRAFIA
Diferentes projeções cartográficas foram desenvolvidas para permitir a representação da esfericidade terrestre num plano (ma-
pas e cartas), cada uma priorizando determinado aspecto da representação (dimensão, forma, etc.). (Disponível em: https://bibliote-
ca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv64669_cap2.pdf. Acesso em 27/10/19)
Considerando-se a classificação das projeções cartográficas quanto à figura geométrica empregada em sua construção, as proje-
ções A, B e C correspondem, respectivamente, a:
A) cilíndrica, plana e cônica
B) plana, cônica e cilíndrica
C) cônica, plana e cilíndrica
D) cilíndrica, cônica e plana
3. (MPE-GO - Secretário Auxiliar - MPE-GO – 2019) De acordo com os elementos que representam, os mapas podem ser classifi-
cados em vários tipos de mapas. Observe o mapa abaixo para responder a questão.
4. (Prefeitura de Campinas - SP - Professor - Educação Básica III – Geografia - VUNESP – 2019) Corresponde à distância angular
medida ao norte ou ao sul do equador, em uma esfera ou elipsoide com variação de 0º a 90º nas direções norte e sul.
Trata-se do conceito de
A) meridiano.
B) longitude.
C) paralelo.
D) latitude.
E) fuso horário.
5. (Prefeitura de Campinas - SP - Professor - Educação Básica III – Geografia - VUNESP – 2019) Um mapa foi produzido em uma
escala numérica de 1:50 000. Em metros, no terreno, essa escala representa:
A) 50.
B) 2 500.
C) 5 000.
D) 25 000.
E) 500.
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GEOGRAFIA
6. (Instituto Rio Branco - Diplomata - Prova 1 - IADES – 2019) O agronegócio no Brasil é bastante dependente da comercialização
de commodities em mercados internacionais. A respeito da balança comercial de produtos agropecuários entre Brasil e China, julgue
o item a seguir.
O escândalo da Carne Fraca não foi suficiente para abalar a liderança e o protagonismo do setor na balança comercial de produtos
agropecuários entre Brasil e China. Uma explicação direta do sucesso da exportação de carnes para o país asiático é o aumento contí-
nuo da demanda por proteína animal, bem como o avanço recente do número de casos da peste suína em 2019.
( ) Certo ( ) Errado
7. (Prefeitura de Campinas - SP - Professor - Educação Básica III – Geografia - VUNESP – 2019) Cultura baseada no desmatamento
da floresta e que ajudou a fundar uma série de pequenos centros urbanos (vilarejos). Na Zona da Mata Nordestina e no Recôncavo
Baiano, impulsionou o trabalho escravo nessas terras, constituindo-se em uma manifestação precoce do processo de mecanização.
Trata-se da cultura de
A) café.
B) cana-de-açúcar.
C) cacau.
D) tabaco.
E) especiarias.
Os mapas apresentam a distribuição espacial da participação da mão de obra familiar e assalariada no território brasileiro.
Agora, leia o fragmento a seguir. A mão-de-obra no campo brasileiro é predominantemente _____, o que compreende 78% do
pessoal ocupado (12,8 milhões de trabalhadores). Os mapas mostram também que as relações de _____ são mais importantes nos
estabelecimentos da região que compreende São Paulo, Rio de Janeiro, sudoeste de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso
e Goiás. Esta é a região core da agricultura _____ no Brasil. Assinale a opção cujos termos completam corretamente as lacunas do
fragmento acima.
A) familiar – parentesco – capitalista
B) familiar – assalariamento – familiar
C) familiar – assalariamento – capitalista
D) assalariada – parentesco – familiar
E) assalariada – assalariamento – capitalista
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GEOGRAFIA
9. (Prefeitura de Campos Novos - SC - Professor – Geografia - FEPESE – 2019) Leia o fragmento de texto abaixo:
“É o movimento diário de vaivém da população que se desloca da periferia, ou localidade vizinha, para o centro de uma cidade
e vice-versa”.
O fragmento de texto refere-se:
A) à Migração intrarregional.
B) à Migração pendular.
C) ao Êxodo rural.
D) aos Imigrantes.
E) aos Emigrantes.
10. (Prefeitura de Campinas - SP - Professor - Educação Básica III – Geografia - VUNESP – 2019) Na atualidade, grande parte dos
motivos que forçam os homens a migrar continuam sendo os mesmos do passado. Aquele movimento em que os indivíduos são livres
para escolher sua saída do local de origem, em direção a outros que lhe permitam a realização de uma melhoria no seu padrão de vida,
mesmo sabendo que essa saída está ligada a uma condição de pobreza, ainda assim, considera-se esse movimento populacional como
A) Migrações sazonais.
B) Transumância.
C) Migrações voluntárias.
D) Êxodo urbano.
E) Migração pendular.
11. (Prefeitura de Campinas - SP - Professor - Educação Básica III – Geografia - VUNESP – 2019) Observe o mapa.
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GEOGRAFIA
12. (UFPE – Sanitarista - COVEST-COPSET – 2019) As pirâmides etárias abaixo referem-se a duas cidades brasileiras (A e B), no ano
de 2010. Analise as imagens e assinale a alternativa correta.
A) A proporção entre homens e mulheres em ambas as pirâmides demonstra um expressivo predomínio da população feminina
em todas as faixas etárias.
B) A cidade “A” demonstra uma redução das taxas de natalidade e aumento da mortalidade e da expectativa de vida. A cidade “B”
apresenta características compatíveis com alta natalidade, alta mortalidade, mas com expectativa de vida intermediária.
C) A cidade “A” demonstra uma redução das taxas de natalidade e mortalidade e aumento da expectativa de vida. A cidade “B”
apresenta características compatíveis com alta natalidade, alta mortalidade e menor proporção de idosos.
D) As características da cidade “A” são compatíveis com regiões mais industrializadas e com baixo desenvolvimento socioeconô-
mico. Já a cidade “B” demonstra maior proporção de jovens, cenário compatível com regiões em desenvolvimento.
E) A cidade “B” apresenta pirâmide compatível com a terceira fase da transição demográfica.
13. (Prefeitura de São José do Cedro - SC - Professor – Geografia - AMEOSC – 2019) Apesar de ser um país populoso (população
absoluta), o Brasil é pouco povoado (população relativa), as regiões com maior e menor concentração demográfica, são respectiva-
mente:
A) Sudeste e norte.
B) Centro-oeste e Sul.
C) Nordeste e Centro-oeste.
D) Norte e Sudeste.
14. (Instituto Rio Branco - Diplomata - Prova 1 - IADES – 2019) Texto associado
Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil apresenta, no ano de 2019, uma população total de
aproximadamente 210 milhões de habitantes. Esse número expressivo revela questões importantes a respeito da distribuição da po-
pulação pelo território nacional, bem como das implicações para a configuração intraurbana das cidades brasileiras, já que cerca de
84% da população vive em espaços urbanos.
Com base nessa informação, julgue o item a seguir.
As metrópoles brasileiras, em geral, têm apresentado um quadro de esvaziamento demográfico e desconcentração produtiva,
perdendo população para novos centros dinâmicos: as cidades médias, que têm crescido em ritmo acelerado, recebendo infraestru-
turas produtivas e fluxos migratórios provenientes das regiões metropolitanas.
( ) Certo ( ) Errado
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GEOGRAFIA
15. (MGS – Jardineiro - IBFC – 2019) “Um fato marcante A) É correta apenas a afirmativa 1.
da urbanização brasileira nos últimos anos é o contínuo cresci- B) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
mento das regiões metropolitanas. Com exceção de São Paulo, C) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
todas as demais regiões cresceram mais do que seus respectivos D) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 4.
estados” (SCARLATO, 2011). Assinale a alternativa correta quan- E) São corretas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.
to a uma consequência do processo de crescimento das regiões
metropolitanas no Brasil: 18. (Prefeitura de Sapucaia do Sul - RS - Professor – Área
A) A expansão vertical das cidades em direção às áreas pe- II – Geografia - FUNDATEC – 2019) Analise as assertivas abaixo
riféricas e de risco sobre o Brasil no período da industrialização inicial:
B) A redução da poluição sonora, do ar e visual e melhor I. Os produtos produzidos aqui eram baratos e de alta qua-
distribuição de empregos formais lidade em relação aos dos EUA e da Europa, por isso não valia a
C) A deterioração de muitas áreas do centro antigo e fuga pena produzi-los.
da população de maior renda para condomínios fechados II. Esse primeiro impulso industrial não foi suficiente para
D) A desvalorização do solo urbano e a maior acessibilidade mexer com a estrutura econômica do país.
de moradias à população de baixa renda III. O governo brasileiro buscava assegurar o setor cafeeiro
em vez de incentivar a indústria nacional.
16. (Prefeitura de São João do Oeste - SC - Estagiário - En- Quais estão corretas?
sino médio e Ensino Superior - AMEOSC – 2019) No que diz res- A) Apenas I.
peito à urbanização brasileira, é possível afirmar que o nível da B) Apenas II.
urbanização, o desenho urbano e as manifestações das carên- C) Apenas III.
cias da população são realidades a serem analisadas à luz: D) Apenas I e II.
A) De uma separação categórica do Brasil urbano e do Brasil E) Apenas II e III.
rural, onde, neste último, os nexos essenciais devem-se, sobre-
tudo, a atividades de relações complexas e não improdutivas. 19. (Prefeitura de São João del Rei - MG - Professor de
B) Do conceito de desmetropolização, que traz à discussão Educação Básica – Geografia - FUNDEP (Gestão de Concursos)
a complexidade cada vez maior no perfil urbano, com tendência – 2018) Cada vez mais faz-se necessária uma remodelação da
matriz energética mundial, com aumento de investimentos na
global a onipresença das metrópoles.
geração de energia limpa e renovável e redução da utilização de
C) Dos subprocessos econômicos, políticos e socioculturais,
fontes como o petróleo e o carvão mineral. Sobre as mudanças
assim como das realizações técnicas e das modalidades de uso
e transformações ocorridas na matriz energética mundial, assi-
do território nos diversos momentos históricos.
nale a alternativa incorreta.
D) Do recente perfil industrial dos grandes polos urbanos,
A) A Alemanha, após o desastre nuclear de Fukushima, no
que geram grandes nichos de pobreza e condições de vida sub-
Japão, anunciou propostas de alteração em sua matriz energé-
-humana a uma população caracteristicamente de classe média
tica, com a desativação de suas usinas nucleares até o ano de
empobrecida.
2022.
B) A China, embora seja a maior emissora de gases estufa,
17. (Prefeitura de Fraiburgo - SC - Professor – Geografia - vem reforçando investimentos em energias limpas, despontan-
FEPESE – 2019) A globalização pode ser entendida como o pro- do como líder mundial nesse setor.
cesso de integração entre povos, empresas, governos e merca- C) O Brasil apresenta mais de 50% de sua matriz energética
dorias ao redor do planeta. composta por fontes de energia renováveis,índice fundamenta-
Acerca da globalização, é correto afirmar: do, principalmente, no grande número de hidrelétricas.
1. Um mundo globalizado é aquele em que eventos de or- D) Os Estados Unidos, com a ascensão de Donald Trump ao
dem cultural, econômica, política e social estão interconectados poder, reverteu as suas políticas energéticas que limitavam o
e um acontecimento em um local tem a capacidade de ecoar por uso de combustíveis fósseis em termelétricas do país.
outros cantos do globo.
2. Os primeiros passos que deram rumo a um mercado glo- 20. (Prefeitura de Vila Velha - ES - Professor - Séries Iniciais
bal remontam aos séculos XV e XVI com a expansão ultramarina - IBADE – 2020) Durante o mês de janeiro ocorrem muitas chu-
europeia. A chegada de Cristóvão Colombo à América, em 1492, vas. Enchentes e desabamentos estão relacionados com fatores
deu início ao que alguns historiadores chamam de primeira glo- naturais e também com ações humanas.
balização. Que fatores humanos contribuem para a ocorrência desses
3. A partir dos anos 1990, acentua-se a integração da eco- problemas?
nomia global por meio da revolução tecnológica, especialmente A) Acúmulo de lixo, falta de planejamento urbano e preser-
no setor de telecomunicações. vação da mata ciliar dos rios
4. A globalização é um processo acabado. É um processo B) Falta de planejamento urbano, ocupação desordenada e
finalizado e comandado pelos países ricos e por grandes empre- preservação da mata ciliar dos rios
sas transnacionais. O poder dessas empresas ultrapassa cada C) Falta de planejamento urbano, presença de vegetação
vez mais o poder das economias nacionais. nas encostas e preservação da mata ciliar dos rios
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas cor- D) Ocupação desordenada, acúmulo de lixo e presença de
retas. vegetação nas encostas
47
GEOGRAFIA
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LEGISLAÇÃO
1. Lei nº 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) e suas alterações. 1.1. Parte geral: Título I – Das Disposições Prelimina-
res. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
Título II – Dos Direitos Fundamentais: Capítulos I (Do Direito à Vida e à Saúde), II (Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade),
III (Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária), IV (Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer) e V (Do Direito à Pro-
fissionalização e à Proteção no Trabalho. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
Título III – Da Prevenção: Capítulo II, Seção I (Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Espetáculos), Seção II (Dos Produtos
e Serviços) e Seção III (Da Autorização para Viajar). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.2. Parte Especial: Título III – Da Prática de Ato Infracional: Capítulos I (Disposições Gerais), II (Dos Direitos Individuais) e III (Das ga-
rantias processuais) e IV (Das Medidas Socioeducativas). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Título IV – Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Título V – Do Conselho Tutelar: Capítulos I (Disposições Gerais) e II (Das Atribuições do Conselho). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
LEGISLAÇÃO
1
LEGISLAÇÃO
§ 7 o A gestante deverá receber orientação sobre aleita- V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato
mento materno, alimentação complementar saudável e cresci- a permanência junto à mãe.
mento e desenvolvimento infantil, bem como sobre formas de VI - acompanhar a prática do processo de amamentação,
favorecer a criação de vínculos afetivos e de estimular o desen- prestando orientações quanto à técnica adequada, enquanto a
volvimento integral da criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de mãe permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo técni-
2016) co já existente. (Incluído pela Lei nº 13.436, de 2017) (Vigência)
§ 8 o A gestante tem direito a acompanhamento saudável Art. 11.É assegurado acesso integral às linhas de cuidado
durante toda a gestação e a parto natural cuidadoso, estabele- voltadas à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do
cendo-se a aplicação de cesariana e outras intervenções cirúrgi- Sistema Único de Saúde, observado o princípio da equidade no
cas por motivos médicos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) acesso a ações e serviços para promoção, proteção e recupera-
§ 9 o A atenção primária à saúde fará a busca ativa da ges- ção da saúde. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
tante que não iniciar ou que abandonar as consultas de pré-na- § 1 o A criança e o adolescente com deficiência serão aten-
tal, bem como da puérpera que não comparecer às consultas didos, sem discriminação ou segregação, em suas necessidades
pós-parto. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) gerais de saúde e específicas de habilitação e reabilitação. (Re-
§ 10.Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mu- dação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
lher com filho na primeira infância que se encontrem sob custó- § 2 o Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente,
dia em unidade de privação de liberdade, ambiência que atenda àqueles que necessitarem, medicamentos, órteses, próteses e
às normas sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento, habilitação
para o acolhimento do filho, em articulação com o sistema de ou reabilitação para crianças e adolescentes, de acordo com as
ensino competente, visando ao desenvolvimento integral da linhas de cuidado voltadas às suas necessidades específicas. (Re-
criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) dação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 8º-A.Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da § 3 o Os profissionais que atuam no cuidado diário ou fre-
Gravidez na Adolescência, a ser realizada anualmente na sema- quente de crianças na primeira infância receberão formação es-
na que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de disse- pecífica e permanente para a detecção de sinais de risco para o
minar informações sobre medidas preventivas e educativas que desenvolvimento psíquico, bem como para o acompanhamento
contribuam para a redução da incidência da gravidez na adoles-
que se fizer necessário. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
cência. (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019)
Art. 12.Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclu-
Parágrafo único.As ações destinadas a efetivar o disposto no
sive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados
caput deste artigo ficarão a cargo do poder público, em conjunto
intermediários, deverão proporcionar condições para a perma-
com organizações da sociedade civil, e serão dirigidas priorita-
riamente ao público adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.798, nência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos
de 2019) casos de internação de criança ou adolescente. (Redação dada
Art. 9º O poder público, as instituições e os empregado- pela Lei nº 13.257, de 2016)
res propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno, Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físi-
inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de co, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra
liberdade. criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao
§ 1 o Os profissionais das unidades primárias de saúde de- Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de ou-
senvolverão ações sistemáticas, individuais ou coletivas, visando tras providências legais. (Redação dada pela Lei nº 13.010, de
ao planejamento, à implementação e à avaliação de ações de 2014)
promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e à ali- § 1 o As gestantes ou mães que manifestem interesse em
mentação complementar saudável, de forma contínua. (Incluído entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente enca-
pela Lei nº 13.257, de 2016) minhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância e da Ju-
§ 2 o Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal ventude. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
deverão dispor de banco de leite humano ou unidade de coleta § 2 o Os serviços de saúde em suas diferentes portas de
de leite humano. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) entrada, os serviços de assistência social em seu componente
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção especializado, o Centro de Referência Especializado de Assis-
à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a: tência Social (Creas) e os demais órgãos do Sistema de Garantia
I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de de Direitos da Criança e do Adolescente deverão conferir máxi-
prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos; ma prioridade ao atendimento das crianças na faixa etária da
II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua primeira infância com suspeita ou confirmação de violência de
impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem qualquer natureza, formulando projeto terapêutico singular que
prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade admi- inclua intervenção em rede e, se necessário, acompanhamento
nistrativa competente; domiciliar. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêuti- Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas
ca de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem
de assistência médica e odontológica para a prevenção das en-
como prestar orientação aos pais;
fermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem ne-
campanhas de educação sanitária para pais, educadores e alu-
cessariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimen-
nos.
to do neonato;
2
LEGISLAÇÃO
§ 1 o É obrigatória a vacinação das crianças nos casos reco- I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva
mendados pelas autoridades sanitárias. (Renumerado do pará- aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o adoles-
grafo único pela Lei nº 13.257, de 2016) cente que resulte em: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
§ 2 o O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saú- a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de
de bucal das crianças e das gestantes, de forma transversal, in- 2014)
tegral e intersetorial com as demais linhas de cuidado direciona- b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
das à mulher e à criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel
§ 3 o A atenção odontológica à criança terá função educati- de tratamento em relação à criança ou ao adolescente que: (In-
va protetiva e será prestada, inicialmente, antes de o bebê nas- cluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
cer, por meio de aconselhamento pré-natal, e, posteriormente, a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
no sexto e no décimo segundo anos de vida, com orientações b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de
sobre saúde bucal. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 2014)
§ 4 o A criança com necessidade de cuidados odontológicos c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
especiais será atendida pelo Sistema Único de Saúde. (Incluído Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os
pela Lei nº 13.257, de 2016) responsáveis, os agentes públicos executores de medidas so-
§ 5 º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus cioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de
primeiros dezoito meses de vida, de protocolo ou outro instru- crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los
mento construído com a finalidade de facilitar a detecção, em que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou degradan-
consulta pediátrica de acompanhamento da criança, de ris- te como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer
co para o seu desenvolvimento psíquico. (Incluído pela Lei nº outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções
13.438, de 2017) (Vigência) cabíveis, às seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo
com a gravidade do caso: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
CAPÍTULO II I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE proteção à família; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátri-
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, co; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
e sociais garantidos na Constituição e nas leis. IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento espe-
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes as- cializado; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
pectos: V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comuni- Parágrafo único.As medidas previstas neste artigo serão
tários, ressalvadas as restrições legais; aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras provi-
II - opinião e expressão; dências legais. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
III - crença e culto religioso;
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
CAPÍTULO III
V - participar da vida familiar e comunitária, sem discrimi-
DO DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA
nação;
SEÇÃO I
VI - participar da vida política, na forma da lei;
DISPOSIÇÕES GERAIS
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da
Art. 19.É direito da criança e do adolescente ser criado e
integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente,
educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família
abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da au-
substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em
tonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos
ambiente que garanta seu desenvolvimento integral. (Redação
pessoais.
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desu- § 1 o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em
mano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua situ-
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser edu- ação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses, devendo a
cados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento autoridade judiciária competente, com base em relatório elabo-
cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, edu- rado por equipe interprofissional ou multidisciplinar, decidir de
cação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar
da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos ou pela colocação em família substituta, em quaisquer das mo-
executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa dalidades previstas no art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei
encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. nº 13.509, de 2017)
(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Parágrafo único.Para os fins desta Lei, considera-se: (Incluí-
do pela Lei nº 13.010, de 2014)
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e SEÇÃO III
educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse DA FAMÍLIA SUBSTITUTA
destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações SUBSEÇÃO I
judiciais. DISPOSIÇÕES GERAIS
Parágrafo único.A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm di-
reitos iguais e deveres e responsabilidades compartilhados no Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante
cuidado e na educação da criança, devendo ser resguardado o guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação jurí-
direito de transmissão familiar de suas crenças e culturas, asse- dica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei.
gurados os direitos da criança estabelecidos nesta Lei. (Incluído § 1 o Sempre que possível, a criança ou o adolescente será
pela Lei nº 13.257, de 2016) previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não cons- seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre
titui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do pátrio as implicações da medida, e terá sua opinião devidamente con-
poder poder familiar . (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, siderada. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de 2009) Vigência § 2 o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será
§ 1 o Não existindo outro motivo que por si só autorize a necessário seu consentimento, colhido em audiência. (Redação
decretação da medida, a criança ou o adolescente será mantido dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
em sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser § 3 o Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau
incluída em serviços e programas oficiais de proteção, apoio e de parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim
promoção. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) de evitar ou minorar as consequências decorrentes da medida.
§ 2ºA condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
destituição do poder familiar, exceto na hipótese de condenação § 4 o Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tu-
por crime doloso sujeito à pena de reclusão contra outrem igual- tela ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a com-
mente titular do mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou provada existência de risco de abuso ou outra situação que jus-
outro descendente. (Redação dada pela Lei nº 13.715, de 2018) tifique plenamente a excepcionalidade de solução diversa, pro-
Art. 24. A perda e a suspensão do pátrio poder poder fami- curando-se, em qualquer caso, evitar o rompimento definitivo
liar serão decretadas judicialmente, em procedimento contradi- dos vínculos fraternais. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
tório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipó- Vigência
tese de descumprimento injustificado dos deveres e obrigações § 5 o A colocação da criança ou adolescente em família
a que alude o art. 22. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, substituta será precedida de sua preparação gradativa e acom-
de 2009) Vigência panhamento posterior, realizados pela equipe interprofissional
a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencial-
SEÇÃO II mente com o apoio dos técnicos responsáveis pela execução da
DA FAMÍLIA NATURAL política municipal de garantia do direito à convivência familiar.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade for-
§ 6 o Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou
mada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.
proveniente de comunidade remanescente de quilombo, é ain-
Parágrafo único.Entende-se por família extensa ou amplia-
da obrigatório: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
da aquela que se estende para além da unidade pais e filhos
I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade
ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os
social e cultural, os seus costumes e tradições, bem como suas
quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de
instituições, desde que não sejam incompatíveis com os direitos
afinidade e afetividade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Fe-
Vigência
deral; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser
reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no pró- II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio
prio termo de nascimento, por testamento, mediante escritura de sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia; (Inclu-
ou outro documento público, qualquer que seja a origem da fi- ído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
liação. III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão fe-
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nas- deral responsável pela política indigenista, no caso de crianças
cimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar des- e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe
cendentes. interprofissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso.
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exer- Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a
citado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com
observado o segredo de Justiça. a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequa-
do.
Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá
transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a entida-
des governamentais ou não-governamentais, sem autorização
judicial.
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LEGISLAÇÃO
Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira cons- Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo,
titui medida excepcional, somente admissível na modalidade de mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério Públi-
adoção. co.
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável pres-
tará compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo, SUBSEÇÃO III
mediante termo nos autos. DA TUTELA
SUBSEÇÃO II Art. 36.A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pes-
DA GUARDA soa de até 18 (dezoito) anos incompletos. (Redação dada pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência mate- Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a pré-
rial, moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a via decretação da perda ou suspensão do pátrio poder poder fa-
seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. miliar e implica necessariamente o dever de guarda. (Expressão
(Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, po- Art. 37.O tutor nomeado por testamento ou qualquer docu-
dendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedi- mento autêntico, conforme previsto no parágrafo único do art.
mentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangei- 1.729 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil ,
ros. deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da sucessão,
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos ingressar com pedido destinado ao controle judicial do ato, ob-
de tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir servando o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei.
a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
o direito de representação para a prática de atos determinados.
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição Parágrafo único.Na apreciação do pedido, serão observados
de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, somente sen-
previdenciários. do deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de última
§ 4 o Salvo expressa e fundamentada determinação em vontade, se restar comprovado que a medida é vantajosa ao tu-
contrário, da autoridade judiciária competente, ou quando a telando e que não existe outra pessoa em melhores condições
medida for aplicada em preparação para adoção, o deferimento de assumi-la. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên-
da guarda de criança ou adolescente a terceiros não impede o cia
exercício do direito de visitas pelos pais, assim como o dever de Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art.
prestar alimentos, que serão objeto de regulamentação especí- 24.
fica, a pedido do interessado ou do Ministério Público. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência SUBSEÇÃO IV
Art. 34.O poder público estimulará, por meio de assistência DA ADOÇÃO
jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a for-
ma de guarda, de criança ou adolescente afastado do convívio Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á se-
familiar. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência gundo o disposto nesta Lei.
§ 1 o A inclusão da criança ou adolescente em programas § 1 o A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se
de acolhimento familiar terá preferência a seu acolhimento ins- deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manu-
titucional, observado, em qualquer caso, o caráter temporário e tenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa,
excepcional da medida, nos termos desta Lei. (Incluído pela Lei na forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei. (Incluído pela
nº 12.010, de 2009) Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2 o Na hipótese do § 1 o deste artigo a pessoa ou casal ca- § 2 o É vedada a adoção por procuração. (Incluído pela Lei
dastrado no programa de acolhimento familiar poderá receber a nº 12.010, de 2009) Vigência
criança ou adolescente mediante guarda, observado o disposto § 3 o Em caso de conflito entre direitos e interesses do ado-
nos arts. 28 a 33 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) tando e de outras pessoas, inclusive seus pais biológicos, devem
Vigência prevalecer os direitos e os interesses do adotando. (Incluído
§ 3 o A União apoiará a implementação de serviços de aco- pela Lei nº 13.509, de 2017)
lhimento em família acolhedora como política pública, os quais Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito
deverão dispor de equipe que organize o acolhimento tempo- anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela
rário de crianças e de adolescentes em residências de famílias dos adotantes.
selecionadas, capacitadas e acompanhadas que não estejam no Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado,
cadastro de adoção. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desli-
§ 4 o Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais, gando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impe-
distritais e municipais para a manutenção dos serviços de aco- dimentos matrimoniais.
lhimento em família acolhedora, facultando-se o repasse de re- § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do
cursos para a própria família acolhedora. (Incluído pela Lei nº outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o
13.257, de 2016) cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos parentes.
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LEGISLAÇÃO
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus § 2 o -A.O prazo máximo estabelecido no caput deste arti-
descendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e go pode ser prorrogado por até igual período, mediante decisão
colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação here- fundamentada da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº
ditária. 13.509, de 2017)
Art. 42.Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, in- § 3 o Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou
dependentemente do estado civil. (Redação dada pela Lei nº domiciliado fora do País, o estágio de convivência será de, no mí-
12.010, de 2009) Vigência nimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias,
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do ado- prorrogável por até igual período, uma única vez, mediante deci-
tando. são fundamentada da autoridade judiciária. (Redação dada pela
§ 2 o Para adoção conjunta, é indispensável que os ado- Lei nº 13.509, de 2017)
tantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável, § 3-A.Ao final do prazo previsto no § 3 o deste artigo, deverá
comprovada a estabilidade da família. (Redação dada pela Lei nº ser apresentado laudo fundamentado pela equipe mencionada
12.010, de 2009) Vigência no § 4 o deste artigo, que recomendará ou não o deferimento
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais da adoção à autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509,
velho do que o adotando. de 2017)
§ 4 o Os divorciados, os judicialmente separados e os ex- § 4 o O estágio de convivência será acompanhado pela equi-
-companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que pe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juven-
acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o tude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis
estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do pela execução da política de garantia do direito à convivência
período de convivência e que seja comprovada a existência de familiar, que apresentarão relatório minucioso acerca da conve-
vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da niência do deferimento da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010,
guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão. (Re- de 2009) Vigência
dação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 5 o O estágio de convivência será cumprido no território
§ 5 o Nos casos do § 4 o deste artigo, desde que demons- nacional, preferencialmente na comarca de residência da crian-
trado efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guar- ça ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade limítrofe,
da compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei n o respeitada, em qualquer hipótese, a competência do juízo da
10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil . (Redação dada comarca de residência da criança. (Incluído pela Lei nº 13.509,
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de 2017)
§ 6 o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença ju-
dicial, que será inscrita no registro civil mediante mandado do
inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do
qual não se fornecerá certidão.
procedimento, antes de prolatada a sentença. (Incluído pela Lei
§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como
nº 12.010, de 2009) Vigência
pais, bem como o nome de seus ascendentes.
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais
§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o
vantagens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos.
registro original do adotado.
Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e sal-
§ 3 o A pedido do adotante, o novo registro poderá ser la-
dar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o pupilo
vrado no Cartório do Registro Civil do Município de sua residên-
ou o curatelado.
cia. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou
§ 4 o Nenhuma observação sobre a origem do ato pode-
do representante legal do adotando. rá constar nas certidões do registro. (Redação dada pela Lei nº
§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança 12.010, de 2009) Vigência
ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido § 5 o A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante
destituídos do pátrio poder poder familiar . (Expressão substitu- e, a pedido de qualquer deles, poderá determinar a modifica-
ída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ção do prenome. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de Vigência
idade, será também necessário o seu consentimento. § 6 o Caso a modificação de prenome seja requerida pelo
Art. 46.A adoção será precedida de estágio de convivência adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado o dis-
com a criança ou adolescente, pelo prazo máximo de 90 (noven- posto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Redação dada pela
ta) dias, observadas a idade da criança ou adolescente e as pe- Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
culiaridades do caso. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) § 7 o A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em
§ 1 o O estágio de convivência poderá ser dispensado se julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista no
o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante § 6 o do art. 42 desta Lei, caso em que terá força retroativa à
durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a con- data do óbito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
veniência da constituição do vínculo. (Redação dada pela Lei nº § 8 o O processo relativo à adoção assim como outros a ele
12.010, de 2009) Vigência relacionados serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu ar-
§ 2 o A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dis- mazenamento em microfilme ou por outros meios, garantida a
pensa da realização do estágio de convivência. (Redação dada sua conservação para consulta a qualquer tempo. (Incluído pela
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
I - que a colocação em família adotiva é a solução adequada VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade Cen-
ao caso concreto; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) tral Estadual, a compatibilidade da legislação estrangeira com a
II - que foram esgotadas todas as possibilidades de coloca- nacional, além do preenchimento por parte dos postulantes à
ção da criança ou adolescente em família adotiva brasileira, com medida dos requisitos objetivos e subjetivos necessários ao seu
a comprovação, certificada nos autos, da inexistência de adotan- deferimento, tanto à luz do que dispõe esta Lei como da legis-
tes habilitados residentes no Brasil com perfil compatível com a lação do país de acolhida, será expedido laudo de habilitação à
criança ou adolescente, após consulta aos cadastros menciona- adoção internacional, que terá validade por, no máximo, 1 (um)
dos nesta Lei; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) ano; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será
consultado, por meios adequados ao seu estágio de desenvolvi- autorizado a formalizar pedido de adoção perante o Juízo da
mento, e que se encontra preparado para a medida, mediante Infância e da Juventude do local em que se encontra a criança
parecer elaborado por equipe interprofissional, observado o dis- ou adolescente, conforme indicação efetuada pela Autoridade
posto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Incluída pela Lei nº Central Estadual. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência § 1 o Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar,
§ 2 o Os brasileiros residentes no exterior terão preferência admite-se que os pedidos de habilitação à adoção internacional
aos estrangeiros, nos casos de adoção internacional de criança sejam intermediados por organismos credenciados. (Incluída
ou adolescente brasileiro. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência § 2 o Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o cre-
§ 3 o A adoção internacional pressupõe a intervenção das denciamento de organismos nacionais e estrangeiros encarrega-
dos de intermediar pedidos de habilitação à adoção internacio-
Autoridades Centrais Estaduais e Federal em matéria de adoção
nal, com posterior comunicação às Autoridades Centrais Estadu-
internacional. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
ais e publicação nos órgãos oficiais de imprensa e em sítio pró-
gência
prio da internet. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 4º (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 3 o Somente será admissível o credenciamento de orga-
Art. 52.A adoção internacional observará o procedimento nismos que: (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as seguintes adapta- I - sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção
ções: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de Haia e estejam devidamente credenciados pela Autoridade
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar Central do país onde estiverem sediados e no país de acolhida
criança ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido de do adotando para atuar em adoção internacional no Brasil; (In-
habilitação à adoção perante a Autoridade Central em matéria cluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de adoção internacional no país de acolhida, assim entendido II - satisfizerem as condições de integridade moral, compe-
aquele onde está situada sua residência habitual; (Incluída pela tência profissional, experiência e responsabilidade exigidas pe-
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência los países respectivos e pela Autoridade Central Federal Brasilei-
II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar ra; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
que os solicitantes estão habilitados e aptos para adotar, emiti- III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua forma-
rá um relatório que contenha informações sobre a identidade, ção e experiência para atuar na área de adoção internacional;
a capacidade jurídica e adequação dos solicitantes para adotar, (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
sua situação pessoal, familiar e médica, seu meio social, os mo- IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento ju-
tivos que os animam e sua aptidão para assumir uma adoção rídico brasileiro e pelas normas estabelecidas pela Autoridade
internacional; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Central Federal Brasileira. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)
III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o re- Vigência
latório à Autoridade Central Estadual, com cópia para a Autori- § 4 o Os organismos credenciados deverão ainda: (Incluído
dade Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições
IV - o relatório será instruído com toda a documentação ne- e dentro dos limites fixados pelas autoridades competentes do
cessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por equipe in- país onde estiverem sediados, do país de acolhida e pela Auto-
terprofissional habilitada e cópia autenticada da legislação per- ridade Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
tinente, acompanhada da respectiva prova de vigência; (Incluída 2009) Vigência
II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
e de reconhecida idoneidade moral, com comprovada forma-
V - os documentos em língua estrangeira serão devidamen-
ção ou experiência para atuar na área de adoção internacional,
te autenticados pela autoridade consular, observados os trata-
cadastradas pelo Departamento de Polícia Federal e aprovadas
dos e convenções internacionais, e acompanhados da respectiva
pela Autoridade Central Federal Brasileira, mediante publicação
tradução, por tradutor público juramentado; (Incluída pela Lei de portaria do órgão federal competente; (Incluída pela Lei nº
nº 12.010, de 2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência
VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências III - estar submetidos à supervisão das autoridades compe-
e solicitar complementação sobre o estudo psicossocial do pos- tentes do país onde estiverem sediados e no país de acolhida,
tulante estrangeiro à adoção, já realizado no país de acolhida; inclusive quanto à sua composição, funcionamento e situação
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência financeira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
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LEGISLAÇÃO
IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, § 13.A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado
a cada ano, relatório geral das atividades desenvolvidas, bem fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um) ano, podendo ser
como relatório de acompanhamento das adoções internacionais renovada. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
efetuadas no período, cuja cópia será encaminhada ao Departa- § 14.É vedado o contato direto de representantes de orga-
mento de Polícia Federal; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) nismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com dirigentes de
Vigência programas de acolhimento institucional ou familiar, assim como
V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Autoridade com crianças e adolescentes em condições de serem adotados,
Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central Federal sem a devida autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 12.010,
Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois) anos. O envio do re- de 2009) Vigência
latório será mantido até a juntada de cópia autenticada do regis- § 15.A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar
tro civil, estabelecendo a cidadania do país de acolhida para o ou suspender a concessão de novos credenciamentos sempre
adotado; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência que julgar necessário, mediante ato administrativo fundamen-
VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os tado. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
adotantes encaminhem à Autoridade Central Federal Brasileira Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e des-
cópia da certidão de registro de nascimento estrangeira e do credenciamento, o repasse de recursos provenientes de organis-
certificado de nacionalidade tão logo lhes sejam concedidos. mos estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de ado-
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ção internacional a organismos nacionais ou a pessoas físicas.
§ 5 o A não apresentação dos relatórios referidos no § 4 (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
o deste artigo pelo organismo credenciado poderá acarretar a Parágrafo único.Eventuais repasses somente poderão ser
suspensão de seu credenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, efetuados via Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente
de 2009) Vigência e estarão sujeitos às deliberações do respectivo Conselho de Di-
§ 6 o O credenciamento de organismo nacional ou estran- reitos da Criança e do Adolescente (Incluído pela Lei nº 12.010,
geiro encarregado de intermediar pedidos de adoção internacio- de 2009) Vigência
nal terá validade de 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 12.010, Art. 52-B.A adoção por brasileiro residente no exterior em
de 2009) Vigência país ratificante da Convenção de Haia, cujo processo de adoção
tenha sido processado em conformidade com a legislação vigen-
§ 7 o A renovação do credenciamento poderá ser concedi- te no país de residência e atendido o disposto na Alínea “c” do
da mediante requerimento protocolado na Autoridade Central Artigo 17 da referida Convenção, será automaticamente recep-
Federal Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores ao término cionada com o reingresso no Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010,
do respectivo prazo de validade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de de 2009) Vigência
2009) Vigência § 1 o Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea
§ 8 o Antes de transitada em julgado a decisão que con- “c” do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a sentença ser
cedeu a adoção internacional, não será permitida a saída do homologada pelo Superior Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei
adotando do território nacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência § 2 o O pretendente brasileiro residente no exterior em país
§ 9 o Transitada em julgado a decisão, a autoridade judi- não ratificante da Convenção de Haia, uma vez reingressado no
ciária determinará a expedição de alvará com autorização de Brasil, deverá requerer a homologação da sentença estrangeira
viagem, bem como para obtenção de passaporte, constando, pelo Superior Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010,
obrigatoriamente, as características da criança ou adolescente de 2009) Vigência
adotado, como idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços pecu- Art. 52-C.Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o
liares, assim como foto recente e a aposição da impressão digital país de acolhida, a decisão da autoridade competente do país
do seu polegar direito, instruindo o documento com cópia au- de origem da criança ou do adolescente será conhecida pela
tenticada da decisão e certidão de trânsito em julgado. (Incluído Autoridade Central Estadual que tiver processado o pedido de
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência habilitação dos pais adotivos, que comunicará o fato à Autorida-
§ 10.A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a de Central Federal e determinará as providências necessárias à
qualquer momento, solicitar informações sobre a situação das expedição do Certificado de Naturalização Provisório. (Incluído
crianças e adolescentes adotados (Incluído pela Lei nº 12.010, pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de 2009) Vigência § 1 o A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério
§ 11.A cobrança de valores por parte dos organismos cre- Público, somente deixará de reconhecer os efeitos daquela de-
denciados, que sejam considerados abusivos pela Autoridade cisão se restar demonstrado que a adoção é manifestamente
Central Federal Brasileira e que não estejam devidamente com- contrária à ordem pública ou não atende ao interesse superior
provados, é causa de seu descredenciamento. (Incluído pela Lei da criança ou do adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
nº 12.010, de 2009) Vigência 2009) Vigência
§ 12.Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser re- § 2 o Na hipótese de não reconhecimento da adoção, pre-
presentados por mais de uma entidade credenciada para atuar vista no § 1 o deste artigo, o Ministério Público deverá imedia-
na cooperação em adoção internacional. (Incluído pela Lei nº tamente requerer o que for de direito para resguardar os inte-
12.010, de 2009) Vigência resses da criança ou do adolescente, comunicando-se as provi-
10
LEGISLAÇÃO
dências à Autoridade Central Estadual, que fará a comunicação à § 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder
Autoridade Central Federal Brasileira e à Autoridade Central do público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da au-
país de origem. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência toridade competente.
Art. 52-D.Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o § 3º Compete ao poder público recensear os educandos no
país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida no país de ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais
origem porque a sua legislação a delega ao país de acolhida, ou, ou responsável, pela freqüência à escola.
ainda, na hipótese de, mesmo com decisão, a criança ou o ado- Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricu-
lescente ser oriundo de país que não tenha aderido à Convenção lar seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.
referida, o processo de adoção seguirá as regras da adoção na- Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino funda-
cional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência mental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
CAPÍTULO IV II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar,
DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO esgotados os recursos escolares;
LAZER III - elevados níveis de repetência.
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, e novas propostas relativas a calendário, seriação, currículo, me-
visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para todologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças
o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegu- e adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório.
rando-se-lhes:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores
escola; culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da
II - direito de ser respeitado por seus educadores; criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recor- criação e o acesso às fontes de cultura.
rer às instâncias escolares superiores; Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União,
IV - direito de organização e participação em entidades es- estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços para
tudantis; programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a in-
V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua re- fância e a juventude.
sidência, garantindo-se vagas no mesmo estabelecimento a
CAPÍTULO V
irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da
DO DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO NO
educação básica. (Redação dada pela Lei nº 13.845, de 2019)
TRABALHO
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciên-
cia do processo pedagógico, bem como participar da definição
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quator-
das propostas educacionais.
ze anos de idade, salvo na condição de aprendiz. (Vide Consti-
Art. 53-A.É dever da instituição de ensino, clubes e agremia-
tuição Federal)
ções recreativas e de estabelecimentos congêneres assegurar
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada
medidas de conscientização, prevenção e enfrentamento ao uso
por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei.
ou dependência de drogas ilícitas. (Incluído pela Lei nº 13.840, Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-
de 2019) -profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legisla-
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adoles- ção de educação em vigor.
cente: Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos se-
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para guintes princípios:
os que a ele não tiveram acesso na idade própria; I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino re-
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao gular;
ensino médio; II - atividade compatível com o desenvolvimento do ado-
III - atendimento educacional especializado aos portadores lescente;
de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; III - horário especial para o exercício das atividades.
IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é asse-
zero a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, gurada bolsa de aprendizagem.
de 2016) Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos,
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e são assegurados os direitos trabalhistas eprevidenciários.
da criação artística, segundo a capacidade de cada um; Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegura-
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condi- do trabalho protegido.
ções do adolescente trabalhador; Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime
VII - atendimento no ensino fundamental, através de pro- familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em enti-
gramas suplementares de material didático-escolar, transporte, dade governamental ou não-governamental, é vedado trabalho:
alimentação e assistência à saúde. I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito pú- e as cinco horas do dia seguinte;
blico subjetivo. II - perigoso, insalubre ou penoso;
11
LEGISLAÇÃO
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou
desenvolvimento físico, psíquico, moral e social; anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua transmis-
IV - realizado em horários e locais que não permitam a fre- são, apresentação ou exibição.
qüência à escola. Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários
Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho de empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de pro-
educativo, sob responsabilidade de entidade governamental gramação em vídeo cuidarão para que não haja venda ou lo-
ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao cação em desacordo com a classificação atribuída pelo órgão
adolescente que dele participe condições de capacitação para o competente.
exercício de atividade regular remunerada. Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exi-
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral bir, no invólucro, informação sobre a natureza da obra e a faixa
em que as exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento etária a que se destinam.
pessoal e social do educando prevalecem sobre o aspecto pro- Art. 78. As revistas e publicações contendo material impró-
dutivo. prio ou inadequado a crianças e adolescentes deverão ser co-
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho mercializadas em embalagem lacrada, com a advertência de seu
efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu traba- conteúdo.
lho não desfigura o caráter educativo. Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que
Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à contenham mensagens pornográficas ou obscenas sejam prote-
proteção no trabalho, observados os seguintes aspectos, entre gidas com embalagem opaca.
outros: Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público in-
I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvi- fanto-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias, legen-
mento; das, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas
II - capacitação profissional adequada ao mercado de tra- e munições, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da
balho. pessoa e da família.
Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explo-
rem comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas
TÍTULO III – DA PREVENÇÃO: CAPÍTULO II, SEÇÃO de jogos, assim entendidas as que realizem apostas, ainda que
I (DA INFORMAÇÃO, CULTURA, LAZER, ESPORTES, eventualmente, cuidarão para que não seja permitida a entrada
DIVERSÕES E ESPETÁCULOS), SEÇÃO II (DOS PRODU- e a permanência de crianças e adolescentes no local, afixando
TOS E SERVIÇOS) E SEÇÃO III (DA AUTORIZAÇÃO PARA aviso para orientação do público.
VIAJAR).
SEÇÃO II
DOS PRODUTOS E SERVIÇOS
TÍTULO III
DA PREVENÇÃO Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:
CAPÍTULO II I - armas, munições e explosivos;
DA PREVENÇÃO ESPECIAL II - bebidas alcoólicas;
SEÇÃO I III - produtos cujos componentes possam causar dependên-
DA INFORMAÇÃO, CULTURA, LAZER, ESPORTES, DIVER- cia física ou psíquica ainda que por utilização indevida;
SÕES E ESPETÁCULOS IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que
pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar qual-
Art. 74. O poder público, através do órgão competente, re- quer dano físico em caso de utilização indevida;
gulará as diversões e espetáculos públicos, informando sobre a V - revistas e publicações a que alude o art. 78;
natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, lo- VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.
cais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada. Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente
Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetá- em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere, salvo
culos públicos deverão afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à se autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável.
entrada do local de exibição, informação destacada sobre a na-
tureza do espetáculo e a faixa etária especificada no certificado SEÇÃO III
de classificação. DA AUTORIZAÇÃO PARA VIAJAR
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diver-
sões e espetáculos públicos classificados como adequados à sua Art. 83.Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (de-
faixa etária. zesseis) anos poderá viajar para fora da comarca onde reside
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem expressa
poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou autorização judicial. (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)
exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável. § 1º A autorização não será exigida quando:
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança
no horário recomendado para o público infanto juvenil, progra- ou do adolescente menor de 16 (dezesseis) anos, se na mesma
mas com finalidades educativas, artísticas, culturais e informa- unidade da Federação, ou incluída na mesma região metropoli-
tivas. tana; (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)
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LEGISLAÇÃO
b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determi-
estiver acompanhado: (Redação dada pela Lei nº 13.812, de nada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias.
2019) Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e ba-
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, sear-se em indícios suficientes de autoria e materialidade, de-
comprovado documentalmente o parentesco; monstrada a necessidade imperiosa da medida.
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será
mãe ou responsável. submetido a identificação compulsória pelos órgãos policiais, de
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo
responsável, conceder autorização válida por dois anos. dúvida fundada.
Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autoriza-
ção é dispensável, se a criança ou adolescente: CAPÍTULO III
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável; DAS GARANTIAS PROCESSUAIS
II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expres-
samente pelo outro através de documento com firma reconhe- Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberda-
de sem o devido processo legal.
cida.
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhu-
seguintes garantias:
ma criança ou adolescente nascido em território nacional pode-
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infra-
rá sair do País em companhia de estrangeiro residente ou domi-
cional, mediante citação ou meio equivalente;
ciliado no exterior. II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se
com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas necessá-
1.2. PARTE ESPECIAL: TÍTULO III – DA PRÁTICA rias à sua defesa;
DE ATO INFRACIONAL: CAPÍTULOS I (DISPOSIÇÕES III - defesa técnica por advogado;
GERAIS), II (DOS DIREITOS INDIVIDUAIS) E III (DAS IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessita-
GARANTIAS PROCESSUAIS) E IV (DAS MEDIDAS SOCIO- dos, na forma da lei;
EDUCATIVAS). V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade
competente;
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsá-
PARTE ESPECIAL vel em qualquer fase do procedimento.
TÍTULO III
DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL CAPÍTULO IV
CAPÍTULO I DAS MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS
DISPOSIÇÕES GERAIS SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita
como crime ou contravenção penal. Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de de- competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medi-
zoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei. das:
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser conside- I - advertência;
rada a idade do adolescente à data do fato. II - obrigação de reparar o dano;
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança correspon- III - prestação de serviços à comunidade;
derão as medidas previstas no art. 101. IV - liberdade assistida;
V - inserção em regime de semi-liberdade;
VI - internação em estabelecimento educacional;
CAPÍTULO II
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
DOS DIREITOS INDIVIDUAIS
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a
sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberda-
infração.
de senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e § 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admiti-
fundamentada da autoridade judiciária competente. da a prestação de trabalho forçado.
Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação § 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência
dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado mental receberão tratamento individual e especializado, em lo-
acerca de seus direitos. cal adequado às suas condições.
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99
onde se encontra recolhido serão incontinenti comunicados à e 100.
autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II
pessoa por ele indicada. a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas suficientes da
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de autoria e da materialidade da infração, ressalvada a hipótese de
responsabilidade, a possibilidade de liberação imediata. remissão, nos termos do art. 127.
13
LEGISLAÇÃO
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos pa- SEÇÃO VII
trimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o DA INTERNAÇÃO
adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano,
ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima. Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberda-
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a me- de, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e res-
dida poderá ser substituída por outra adequada. peito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a
SEÇÃO IV critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa determi-
DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE nação judicial em contrário.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamenta-
realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período da, no máximo a cada seis meses.
não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, § 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de interna-
hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem ção excederá a três anos.
como em programas comunitários ou governamentais. § 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as ap- adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de semi-li-
tidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada berdade ou de liberdade assistida.
máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feria- § 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de
dos ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a freqüência à idade.
escola ou à jornada normal de trabalho. § 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida
de autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
SEÇÃO V § 7 o A determinação judicial mencionada no § 1 o poderá
DA LIBERDADE ASSISTIDA ser revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária. (Incluí-
do pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada
afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar, quando:
auxiliar e orientar o adolescente. I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acom- ameaça ou violência a pessoa;
panhar o caso, a qual poderá ser recomendada por entidade ou II - por reiteração no cometimento de outras infrações gra-
programa de atendimento. ves;
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de III - por descumprimento reiterado e injustificável da medi-
seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revo- da anteriormente imposta.
gada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o § 1 o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste
Ministério Público e o defensor. artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser de-
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervi- cretada judicialmente após o devido processo legal. (Redação
são da autoridade competente, a realização dos seguintes en- dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
cargos, entre outros: § 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, ha-
I - promover socialmente o adolescente e sua família, forne- vendo outra medida adequada.
cendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em progra- Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade ex-
ma oficial ou comunitário de auxílio e assistência social; clusiva para adolescentes, em local distinto daquele destinado
II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade,
do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula; compleição física e gravidade da infração.
III - diligenciar no sentido da profissionalização do adoles- Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive
cente e de sua inserção no mercado de trabalho; provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas.
IV - apresentar relatório do caso. Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade,
entre outros, os seguintes:
14
LEGISLAÇÃO
I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Mi- Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos in-
nistério Público; cisos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e
II - peticionar diretamente a qualquer autoridade; 24.
III - avistar-se reservadamente com seu defensor; Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou
IV - ser informado de sua situação processual, sempre que abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a autoridade
solicitada; judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o afasta-
V - ser tratado com respeito e dignidade; mento do agressor da moradia comum.
VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela Parágrafo único.Da medida cautelar constará, ainda, a fi-
mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável; xação provisória dos alimentos de que necessitem a criança ou
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente; o adolescente dependentes do agressor. (Incluído pela Lei nº
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos; 12.415, de 2011)
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio
pessoal;
X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene TÍTULO V – DO CONSELHO TUTELAR: CAPÍTULOS
e salubridade; I (DISPOSIÇÕES GERAIS) E II (DAS ATRIBUIÇÕES DO
XI - receber escolarização e profissionalização; CONSELHO).
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e TÍTULO V
desde que assim o deseje; DO CONSELHO TUTELAR
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de CAPÍTULO I
local seguro para guardá-los, recebendo comprovante daqueles DISPOSIÇÕES GERAIS
porventura depositados em poder da entidade;
XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autôno-
pessoais indispensáveis à vida em sociedade. mo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade. cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, defini-
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender tempora- dos nesta Lei.
riamente a visita, inclusive de pais ou responsável, se existirem Art. 132. Em cada Município e em cada Região Adminis-
motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses trativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho
do adolescente. Tutelar como órgão integrante da administração pública local,
Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população lo-
mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas cal para mandato de 4 (quatro) anos, permitida recondução por
de contenção e segurança. novos processos de escolha. (Redação dada pela Lei nº 13.824,
de 2019)
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar,
TÍTULO IV – DAS MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS
serão exigidos os seguintes requisitos:
OU RESPONSÁVEL.
I - reconhecida idoneidade moral;
II - idade superior a vinte e um anos;
TÍTULO IV III - residir no município.
DAS MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS OU RESPONSÁVEL Art. 134.Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e
horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive quanto
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável: à remuneração dos respectivos membros, aos quais é assegura-
I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou co- do o direito a: (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
munitários de proteção, apoio e promoção da família; (Redação I - cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei nº 12.696, de
dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016) 2012)
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; (um terço) do valor da remuneração mensal; (Incluído pela Lei
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiqui- nº 12.696, de 2012)
átrico; III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de
IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; 2012)
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de
sua freqüência e aproveitamento escolar; 2012)
VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº 12.696, de
tratamento especializado; 2012)
VII - advertência; Parágrafo único.Constará da lei orçamentária municipal e
VIII - perda da guarda; da do Distrito Federal previsão dos recursos necessários ao fun-
IX - destituição da tutela; cionamento do Conselho Tutelar e à remuneração e formação
X - suspensão ou destituição do pátrio poder poder familiar continuada dos conselheiros tutelares. (Redação dada pela Lei
. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência nº 12.696, de 2012)
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3-Tício, de 15 anos, tendo completado o ensino fundamen- B pela autoridade judicial para encaminhamento de crian-
tal e cursando o primeiro ano do ensino médio, trabalha, como ças e adolescentes às instituições que executam programas de
aprendiz, em uma padaria. Ele ingressa no trabalho às 4 da ma- acolhimento institucional.
nhã e lá permanece, por 08 horas. A título de remuneração, Tício C pelo gestor da política de garantia do direito à convivên-
recebe meio salário mínimo, acrescido de uma ajuda de custo cia familiar para controle e monitoramento dos casos de acolhi-
para refeição e condução. Tudo somado, Tício recebe um pouco mento familiar e institucional no município.
mais de um salário mínimo. Tício também é obrigado a frequen- D pela serventia judicial para fins de inclusão da criança ou
tar, duas vezes por semana, após a jornada de 08 horas, curso do adolescente no cadastro nacional de pessoas em condição de
técnico profissionalizante teórico. serem acolhidas por família adotiva.
A respeito da situação hipotética, assinale a alternativa cor- E pelo Conselho Tutelar em favor de famílias que acolhem
reta. crianças e adolescentes provisoriamente afastadas do convívio
A com seus pais ou responsável.
Tício, menor de 16 anos, pode trabalhar como aprendiz,
mas sua carga horária não poderia ultrapassar 4 horas dia. 7-O Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe, expressa-
B Tício, menor de 16 anos, pode trabalhar como aprendiz, mente, que os dirigentes de estabelecimentos de ensino funda-
mas, por ainda estudar, a jornada de trabalho não poderia ultra- mental comunicarão ao Conselho Tutelar, entre outros, os casos
passar 6 horas dia. de
C Tício, menor de 16 anos, pode trabalhar como jovem A violência contra o corpo docente.
aprendiz, sendo vedado, no entanto, iniciar a jornada de traba- B reclamações quanto à qualidade do ensino.
lho em horário noturno. C comportamentos inadequados.
D Tício, menor de 16 anos, pode trabalhar como jovem D fraco desempenho escolar.
aprendiz e, por já ter concluído o ensino fundamental, sua jor- E elevados níveis de repetência.
nada de trabalho pode ser de 8 horas dia, acrescidas das horas
destinadas à aprendizagem teórica 8-O Artigo 54, § 3º do Estatuto da Criança e do Adolescente
.E Tício não pode receber menos de um salário mínimo, a tí- (Lei nº 8.069, de 13/07/1990) atribui ao poder público a compe-
tência de zelar junto aos pais ou responsável pela frequência à
tulo de remuneração, independentemente do número de horas
escola das crianças e adolescentes. A vigência deste artigo im-
trabalhadas por dia.
possibilita que uma modalidade de ensino seja regulamentada
no Brasil. Que modalidade é essa?
4-De acordo com a Lei n° 8069/90, a permanência da crian-
A Educação domiciliar
ça e do adolescente em programa de acolhimento institucional
B Educação especial
não se prolongará por mais de
C Educação religiosa
A 18 (dezoito) meses.
D Educação indígena
B 12 (doze) meses.
E Educação a distância
C 6 (seis) meses.
D 24 (vinte e quatro) meses. 9-Com relação do direito à convivência familiar e comunitá-
ria da criança e do adolescente, é correto afirmar:
5-A Lei nº 8.069/1990, que dispõe sobre o Estatuto daCrian- A Toda criança ou adolescente que estiver inserida em pro-
ça e do Adolescente e dá outras providências, estabelece, entre grama de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação
outras coisas, que: reavaliada, no máximo, a cada 6 (seis) meses, devendo a auto-
A A convivência integral da criança com a mãe adolescente ridade judiciária competente, com base em relatório elaborado
não é garantida. por equipe interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma
B É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou
pedagógico, mas não participar da definição das propostas edu- pela colocação em família substituta, em quaisquer das modali-
cacionais. dades previstas no art. 28 do ECA.
C É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente B Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que
atendimento educacional especializado aos portadores de defi- se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade
ciência, preferencialmente na rede regular de ensino. do casal, formada por pessoas que não possuem vínculo de pa-
D É proibido qualquer trabalho a menor de quinze anos de rentesco com a criança ou o adolescente e com os quais estes
idade, salvo na condição de aprendiz convivam e mantenham vínculos de afinidade e afetividade;
E A colocação da criança e do adolescente em família substi- C A criança e o adolescente em programa de acolhimen-
tuta far-se-á somente mediante adoção, independentemente da to institucional ou familiar poderão participar de programa de
situação jurídica da criança ou adolescente. apadrinhamento, que consiste em estabelecer e proporcionar
à criança e ao adolescente vínculos externos à instituição para
6-A Guia de Acolhimento, conforme prevista no Estatuto da fins de convivência familiar e comunitária e colaboração com o
Criança e do Adolescente (Lei nº8.069/1990), é expedida seu desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, cogniti-
A pelo Conselho Tutelar para inclusão e cadastramento da vo, educacional e financeiro. Pessoa jurídica poderá apadrinhar
criança ou do adolescente em risco junto ao Sistema de Informa- criança ou adolescente, a fim de colaborar para seu desenvolvi-
ção para Infância e Adolescência (SIPIA). mento;
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D A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a B Foi declarada a legalidade dessa medida, contanto que tal
destituição do poder familiar, exceto na hipótese de condenação limitação seja feita por Lei Municipal, uma vez que compete a
por crime doloso sujeito à pena de reclusão contra outrem igual- esse ente federativo legislar sobre a matéria.
mente titular do mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou C Afirmou que os órgãos administrativos têm plena liberda-
outro descendente, sendo que, no caso de filho e filha, a perda de para fixarem, dentro dos critérios das regiões em que atuam,
será automática, independentemente de decisão judicial as faixas etárias que melhor expressarem as necessidades da co-
munidade, tendo em vista que a legislação federal que tutela o
10-Segundo o que prevê o Art. 54 da Lei nº 8.069, de 13 assunto não admite a intervenção judicial nesse sentido, por ser
de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do matéria administrativa.
Adolescente, é dever do Estado assegurar à criança e ao ado- D Determinou que é papel do Poder Judiciário suprir as
lescente: omissões legislativas sobre o tema, e definiu que o acesso ao En-
A Atendimento em creche e pré-escola às crianças de um a sino Infantil se dá aos 4 anos de idade e ao Ensino Fundamental
três anos de idade. aos 6 anos, completados até 31 de março do ano da matrícula.
B Acesso à escola pública e gratuita mesmo que distante de E Declarou a inconstitucionalidade de legislação estadual
sua residência. que trate desse recorte, informando que compete ao legislador
C Oferta de ensino noturno regular especificamente na Edu- municipal e federal legislarem sobre o tema, por se tratar de
cação de Jovens e Adultos. ensino fundamental e não médio ou superior.
D Atendimento no Ensino Fundamental, por meio de pro-
gramas suplementares de material didático-escolar, transporte, 14-Quanto ao direito à saúde e à vida da criança e do ado-
alimentação e assistência à saúde. lescente, à luz dos artigos 7° e seguintes do Estatuto da Criança
e do Adolescente, é correto afirmar que
11-Acerca dos direitos à profissionalização e à proteção no A a assistência odontológica, com o fito de garantir a saúde
trabalho expressos no Estatuto da Criança e do Adolescente, as- bucal de crianças e adolescentes, representa medida de respeito
à integridade física da pessoa em desenvolvimento, e, por isso,
sinale a alternativa correta.
não se aplica à gestante, que será inserida em programa especí-
A A formação técnico‐profissional do adolescente deverá
fico voltado à saúde da mulher.
obedecer aos princípios da garantia de acesso e da frequência
B o descumprimento das obrigações impostas pelo artigo
obrigatória ao ensino regular, da autorização e do acompanha-
10 do Estatuto da Criança e do Adolescente configura ilícito de
mento familiar e do monitoramento do regime de aprendizagem natureza administrativa, nos termos do artigo 228 do mesmo
por órgão fiscalizador. diploma legal.
B Ao adolescente empregado, aprendiz, é vedado o traba- C as gestantes ou mães que manifestem interesse em entre-
lho noturno, realizado entre as 23 horas de um dia e as seis ho- gar seus filhos à adoção serão obrigatoriamente encaminhadas
ras do dia seguinte. à Justiça da Infância e da Juventude.
C Ao adolescente aprendiz maior de doze anos de idade são D a obrigação de manter registro das atividades desenvol-
assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários. vidas, através de prontuários individuais, terá seu prazo de de-
D O trabalho do adolescente deverá reger‐se pelo princípio zoito anos reduzido ou dispensado, se as entidades hospitalares
da isonomia, segundo o qual as exigências pedagógicas relativas fornecerem declaração de nascimento vivo, em que constem
ao desenvolvimento pessoal e social devem ter a mesma impor- necessariamente as intercorrências do parto e do desenvolvi-
tância que o aspecto produtivo. mento do neonato.
E Ao adolescente portador de deficiência é assegurado o E o fornecimento gratuito de medicamentos, próteses e ou-
trabalho protegido. tros recursos necessários ao tratamento, habilitação ou reabili-
tação de crianças e adolescentes constitui obrigação do Poder
12-O Estatuto da Criança e do Adolescente será regido pela Público e a reserva do possível afasta interferência judicial no
doutrina desempenho de políticas públicas na área da saúde, em caso de
A do direito integral. descumprimento.
B da proteção especial.
C da plenitude dos direitos. 15-Quanto às diretrizes sobre a guarda, forma de colocação
D da proteção integral. em família substituta, de acordo com os artigos 28 e seguintes
E dos direitos fundamentais. do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n° 8.069, de 13 de
julho de 1990), é correto afirmar que
13-Assinale a alternativa que revela o atual entendimento A a inclusão de crianças e adolescentes em programas de
do STJ sobre a interpretação do corte etário para ingresso de acolhimento, como forma de guarda, tem caráter temporário e
excepcional, mas não prefere o acolhimento institucional.
crianças na educação básica.
B a guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, median-
A Decidiu que não é dado ao Judiciário substituir-se às au-
te ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério Público, por-
toridades públicas de educação para fixar ou suprimir requisitos
que destinada à regularização da posse de fato.
para o ingresso de crianças no ensino fundamental, quando os
C a guarda obriga a prestação de assistência material, moral
atos normativos de regência não revelem traços de ilegalidade, e educacional à criança ou adolescente, conferindo aos seus pais
abusividade ou ilegitimidade. o direito de opor-se aos seus detentores e terceiros.
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