Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CÓD.: 7891182031059
Raciocínio Matemático
Informática
1. Noções de Informática: conceitos básicos de operação com arquivos nos sistemas operacionais Windows 10
e Linux (Ubuntu versão 14 ou superior). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Noções consistentes de uso de Internet para a informação (Mozila Firefox e Google Chrome) e correio
eletrônico nos sistemas operacionais Windows 10 e Linux (Ubuntu versão 14 ou superior). . . . . . . . . . . . . . 05
3. Noções de trabalho com computadores em rede interna, nos sistemas operacionais Windows 10 e Linux
(Ubuntu versão 14 ou superior). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
4. Noções de escrita e editoração de texto utilizando LibreOffice-Writer (versão 5.0.6 ou superior). . . . . . . 16
5. Noções de cálculo e organização de dados em planilhas eletrônicas utilizando o LibreOffice-Calc (versão
5.0.6 ou superior). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
6. Noções, como usuário, do funcionamento de computadores e de periféricos (impressoras e
digitalizadoras). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
7. Noções, como usuário, dos sistemas operacionais Windows 10 e Linux (Ubuntu versão 14 ou superior). . . . . . 65
História
1. Brasil Colônia. 1.1. Sistema colonial: sociedade do açúcar e da mineração. 1.2. Paraná: movimentos de
ocupação do território. 1.3. A Família Real no Brasil (1808-1822). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Brasil Império. 2.1. Paraná: a dinâmica do tropeirismo. 2.2. Café: escravidão e trabalho livre. 2.3. A
emancipação política do Paraná. 2.4. O ciclo da erva-mate. 2.5. A queda da monarquia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
3. Brasil República. 3.1. Implantação do regime republicano e conflitos sociais. 3.2. A Guerra do Contestado.
3.3. Política oligárquica e coronelismo. 3.4. A era Vargas: Estado, Trabalho e Cultura. 3.5. O Golpe Civil-Militar
de 1964. 3.6. Movimentos de resistência à ditadura. 3.7. A abertura política. 3.8. A Nova República e as
características do Estado Democrático de Direito estabelecidas pela Constituição de 1988. 3.8.1. Cidadania e
movimentos sociais. 3.8.2. A questão da desigualdade e da inclusão social. 3.8.3. A Democracia e o papel das
instituições de segurança pública . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Geografia
1. População e estruturação socioespacial em múltiplas escalas (Paraná, Brasil, Mundo). 1.1. Teorias e conceitos
básicos em demografia e políticas demográficas. 1.2. Estrutura demográfica, distribuição da população e
novos arranjos familiares. Movimentos, redes de migração e impactos econômicos, culturais e sociais dos
deslocamentos populacionais. População, meio ambiente e riscos ambientais. 1.3. Transformação das relações
de trabalho e economia informal. 1.4. Diversidade étnica e cultural da população. 1.5. Geografias das diferenças:
questões de gênero, sexualidade e étnico-raciais. 1.6. Espacialidades e identidades territoriais. . . . . . . . . . . 01
2. Estrutura produtiva, economia e regionalização do espaço em múltiplas escalas (Paraná, Brasil, Mundo).
2.1. O espaço geográfico na formação econômica capitalista. 2.2. Exploração e uso de recursos naturais. 2.3.
Estrutura e dinâmica agrárias. 2.4. Industrialização, complexos industriais, concentração e desconcentração
das atividades industriais. 2.5. Espacialidade do setor terciário: comércio, sistema financeiro. 2.6. Redes de
transporte, energia e telecomunicações. 2.7. Processos de urbanização, produção, planejamento e estruturação
do espaço urbano e metropolitano. 2.8. As relações rurais-urbanas, novas ruralidades e problemáticas
socioambientais no campo e na cidade. 2.9. Evolução da estrutura fundiária, estrangeirização de terras, reforma
agrária e movimentos sociais no campo. 2.10. Agronegócio: dinâmica produtiva, econômica e regional. 2.11.
Povos e comunidades tradicionais e conflitos por terra e território no Brasil. 2.12. Produção e comercialização
de alimentos, segurança, soberania alimentar e agroecologia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3. Formação, estrutura e organização política do Brasil e do mundo contemporâneo. 3.1. Produção histórica
e contemporânea do território no Brasil. 3.2. Federalismo, federação e divisão territorial no Brasil. 3.3.
Formação e problemática contemporânea das fronteiras. 3.4. Conflitos geopolíticos emergentes: ambientais,
sociais, religiosos e econômicos. 3.5. Ordem mundial e territórios supranacionais: blocos e fluxos econômicos
e políticos, alianças militares e movimentos sociais internacionais. 3.6. Regionalização e a organização do novo
sistema mundial. 3.7. Globalização: características, impactos negativos e positivos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4. A representação do espaço terrestre. 4.1. A evolução das representações cartográficas e a introdução das
novas tecnologias para o mapeamento, através do sensoriamento remoto (fotografias aéreas e imagens de
satélite) e dos Sistemas de Posicionamento Terrestre (GPS). 4.2. As formas básicas de representação do espaço
terrestre e das distribuições dos fenômenos geográficos (mapas, cartas, plantas e cartogramas). 4.3. Escalas,
reconhecimento e cálculo. 4.4. Sistema de coordenadas geográficas e a orientação no espaço terrestre. 4.5.
Projeções cartográficas. 4.6. Identificação dos principais elementos de uma representação cartográfica, leitura
e interpretação de tabelas, gráficos, perfis, plantas, cartas, mapas e cartogramas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Legislação
1. Lei nº 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) e suas alterações. 1.1. Parte geral: Título I – Das
Disposições Preliminares. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
Título II – Dos Direitos Fundamentais: Capítulos I (Do Direito à Vida e à Saúde), II (Do Direito à Liberdade, ao
Respeito e à Dignidade), III (Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária), IV (Do Direito à Educação, à
Cultura, ao Esporte e ao Lazer) e V (Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho. . . . . . . . . . . . . 01
Título III – Da Prevenção: Capítulo II, Seção I (Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Espetáculos),
Seção II (Dos Produtos e Serviços) e Seção III (Da Autorização para Viajar). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.2. Parte Especial: Título III – Da Prática de Ato Infracional: Capítulos I (Disposições Gerais), II (Dos Direitos
Individuais) e III (Das garantias processuais) e IV (Das Medidas Socioeducativas). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Título IV – Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Título V – Do Conselho Tutelar: Capítulos I (Disposições Gerais) e II (Das Atribuições do Conselho). . . . . . . 16
LÍNGUA PORTUGUESA
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Dicas para interpretar um texto: Peça a um congressista dos Estados Unidos para des-
tinar um milhão de dólares adicional à Fundação Nacional
- Leia lentamente o texto todo. da Ciência de seu país a fim de financiar pesquisas elemen-
No primeiro contato com o texto, o mais importante é tares, e ele, compreensivelmente, perguntará se o dinheiro
tentar compreender o sentido global do texto e identificar o não seria mais bem utilizado para financiar a capacitação
seu objetivo. de professores ou para conceder uma necessária isenção
de impostos a uma fábrica em seu distrito que vem enfren-
- Releia o texto quantas vezes forem necessárias. tando dificuldades.
Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de Para destinar recursos limitados, precisamos responder
cada parágrafo e compreender o desenvolvimento do texto. a perguntas do tipo “O que é mais importante?” e “O que
é bom?”. E essas não são perguntas científicas. A ciência
- Sublinhe as ideias mais importantes. pode explicar o que existe no mundo, como as coisas fun-
Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da cionam e o que poderia haver no futuro. Por definição, não
ideia principal e das ideias secundárias do texto. tem pretensões de saber o que deveria haver no futuro.
Somente religiões e ideologias procuram responder a essas
- Separe fatos de opiniões. perguntas.
O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, (Adaptado de: HARARI, Yuval Noah. Sapiens − Uma
objetivo e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, breve história da humanidade. Trad. Janaína Marcoanto-
tendenciosa e mutável). nio. Porto Alegre: L&PM, 2018, p. 283)
No segundo parágrafo, o autor do texto (“eu, você, ela”), singular ou plural, presente ou passado
A) lembra que os procedimentos científicos não se con- etc. Cada língua tem regras que governam o modo como
fundem com projeções de valor religioso ou ideológico. as palavras devem ser combinadas para formar enunciados
B) admite que a ideologia e a religião podem ser deter- completos.
minantes para a metodologia de projetos científicos. T. JANSON (A história das línguas: uma introdução.
C) postula que os valores subjetivos de determinada Trad. de Marcos Bagno. São Paulo: Parábola, 2015, p. 23)
cultura podem ser parâmetros para a boa pesquisa acadê- 1
Refere-se à família linguística africana cuja caracte-
mica. rística destacada nos estudos de linguagem se vincula à
D) mostra que as perguntas feitas pela ciência, sendo presença de cliques
as mesmas que fazem a religião e a ideologia, têm respos-
tas distintas. Na discussão proposta, o autor adota uma concepção
E) assegura que os achados de uma pesquisa científica de língua fundamentada na abordagem:
não são necessariamente mais limitados que os da religião. A) prescritiva
B) estrutura
02. (Prefeitura de Rio de Janeiro - RJ – Professor - C) histórica
Prefeitura de Rio de Janeiro - RJ – 2019) D) informal
Texto I: As línguas do passado eram como as de 04. (Prefeitura de Campinas - SP – Instrutor Surdo –
hoje? (trecho) VUNESP – 2019)
Texto I: As línguas do passado eram como as de Para além do hábito, as redes sociais se transformaram
hoje? (trecho) em paixão. Toda paixão nos torna cegos, incapazes de ver
o que nos cerca com bom senso, para não dizer lógica e
Quando os linguistas afirmam que as línguas khoi- racionalidade. Nesse momento de nossa experiência com
san1 , ou as línguas indígenas americanas, são tão avan- as redes sociais, convém prestar atenção no seu caráter
çadas quanto as grandes línguas europeias, eles estão se antissocial e psicopatológico. Ele é cada vez mais evidente.
referindo ao sistema linguístico. Todas as características O que estava escondido, aquilo que ficava oculto nas
fundamentais das línguas faladas no mundo afora são as microrrelações, no âmbito das casas e das famílias, diga-
mesmas. Cada língua tem um conjunto de sons distintivos mos que a neurose particular de cada um, tornou-se públi-
que se combinam em palavras significativas. Cada língua co. O termo neurose tem um caráter genérico e serve para
tem modos de denotar noções gramaticais como pessoa apontar algum sofrimento psíquico. Há níveis de sofrimen-
to e suportabilidade por parte das pessoas. Buscar apoio tas sabem com que frequência a ideologia e a política se
psicológico para amenizar neuroses faz parte do histórico fazem passar por fatos. Rios, representados nos mapas por
de todas as linhagens da medicina ao longo do tempo. Ela linhas claras, são transformados não apenas em fronteiras
encontra nas redes sociais o seu lugar, pois toda neurose entre países, mas fronteiras “naturais”. Demarcações lin-
é um distúrbio que envolve algum aspecto relacional. As guísticas justificam fronteiras estatais.
nossas neuroses têm, inevitavelmente, relação com o que A própria escolha dos nomes nos mapas costuma criar
somos em relação a outros. Assim como é o outro que nos para os cartógrafos a necessidade de tomar decisões polí-
perturba na neurose, é também ele que pode nos curar. ticas. Como devem chamar lugares ou características geo-
Contudo, há muita neurose não tratada e ela também pro- gráficas que já têm vários nomes, ou aqueles cujos nomes
cura seu lugar. foram mudados oficialmente? Se for oferecida uma lista
A rede social poderia ter se tornado um lugar terapêutico alternativa, que nomes são indicados como principais? Se
para acolher as neuroses? Nesse sentido, poderia ser um os nomes mudaram, por quanto tempo devem os nomes
lugar de apoio, um lugar que trouxesse alento e desenvolvi- antigos ser lembrados?
mento emocional? Nas redes sociais, trata-se de convívios (HOBSBAWM, Eric. Tempos fraturados. Trad. Berilo
em grupo. Poderíamos pensar nelas no sentido potencial Vargas. São Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 109)
de terapias de grupo que fizessem bem a quem delas par-
ticipa; no entanto, as redes sociais parecem mais favorecer Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamen-
uma espécie de “enlouquecimento coletivo”. Nesse sentido, te o sentido de um segmento do primeiro parágrafo do texto
o caráter antissocial das redes precisa ser analisado. em:
(Cult, junho de 2019) A) um ar de espúria objetividade = um aspecto de pre-
tensa verdade.
Leia a charge. B) reino dos programas = domínio das ciências.
C) se fazem passar por fatos = subestimam a potência
do que é real.
D) sabem com que frequência = conhecem o quanto é
raro.
E) demarcações linguísticas = atribulações da lingua-
gem.
C) espectadores do futuro.
D) diretores hoje renomados.
E) filmes do futuro.
Gabarito
02. (Prefeitura de Cuiabá - MT - Profissional Nível Médio - Oficial Administrativo – IBFC – 2019)
Leia a charge a seguir e assinale a alternativa incorreta.
A) O texto faz uso da prosopopeia, ou seja, da personificação de objetos inanimados para representar as mudanças
tecnológicas.
B) O vocábulo “moleque”, que aparece no balão da direita, é o sujeito da oração.
C) O vocábulo “moleque”, que aparece no balão da direita, é o vocativo da oração.
D) O vocábulo “moleque”, que aparece no balão da direita, alude à novidade tecnológica.
Apesar de distintos, os dois textos pertencem à mesma 05. (Prefeitura de Salvador - BA - Técnico de Enfer-
tipologia. Trata-se, portanto, de textos magem do Trabalho – FGV – 2019)
A) injuntivos.
B) narrativos. Não foi para isso
C) dissertativos.
D) descritivos. “Não sei se é verdade. Dizem que Santos-Dumont sui-
cidou-se quando soube que, durante a Guerra Mundial,
04. (BRB – IADES-2019- Escriturário – IADES – 2019) a primeira, de 1914 a 1918, estavam usando aviões para
bombardear cidades indefesas. Não fora para isso -- pensa-
va ele -- que inventara a navegabilidade no ar, façanha que
ninguém lhe contesta, tampouco inventara o avião, cuja au-
toria lhe é indevidamente negada pelos norte-americanos.
Excetuando o Dr. Guilhotin, que construiu um aparelho
específico para matar mais rapidamente durante os anos
do Terror, na Revolução Francesa, em geral o pessoal que
inventa alguma coisa pensa em beneficiar a humanidade,
dotando-a de recursos que tornam a vida melhor, se possí-
vel para todos”.
Carlos Heitor Cony, in Folha de São Paulo.
27/12/2007.
“Sem equipamentos, previsão de tempo no Rio é falha. Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mos-
tram que o Rio tem apenas sete estações meteorológicas na capital, insuficientes para prever ou monitorar com precisão o
volume de chuvas. Pelo padrão internacional, seriam necessárias 84 no município. Falta de pessoal também é problema”.
Gabarito
GÊNEROS TEXTUAIS
Os gêneros variam de acordo com a intenção comunicativa e com as particularidades em relação à linguagem, à
estrutura e ao conteúdo. Assim, os gêneros textuais exercem uma função social dentro de um processo de comunicação.
O processo de comunicação se dá através dos gêneros textuais, pois eles estão intimamente ligados à história da
comunicação e da linguagem. Cada gênero textual apresenta especificidades que permitem identificar a sua classificação.
Os gêneros possuem estruturas e características próprias, no entanto, vale ressaltar que eles são flexíveis e não possuem
estrutura fixa.
Desse modo, os gêneros textuais estão em permanente evolução. Isso significa que dependendo da necessidade de
comunicação, novos gêneros podem surgir. A linguagem aparece nos textos de forma diversa. Alguns textos podem apre-
sentar mais de um tipo de linguagem, em outros a linguagem pode aparecer de forma mesclada. Portanto, para identificar
o gênero de um texto, é preciso observar qual a linguagem II. Conter sempre um comando, que oriente a popula-
predominante. Para isso, o primeiro passo é conhecer quais ção a adotar um comportamento, e uma promessa de be-
são os tipos de gêneros textuais. nefício, individual ou coletivo, que possa vir a ser cobrado
pelo cidadão;
Propaganda III. Expressar-se com objetividade e clareza;
IV. Utilizar linguagem de fácil entendimento para o ci-
Conjunto das técnicas e atividades de informação e de dadão.
persuasão, destinadas a influenciar as opiniões, os senti-
mentos e as atitudes do público num determinado sentido. Cartum (do inglês cartoon)
Ação planejada e racional, desenvolvida através dos veí-
culos de comunicação, para divulgação das vantagens, “Desenho caricatural que apresenta uma situação hu-
das qualidades e da superioridade de um produto, de um morística, utilizando, ou não, legendas.” (Aurélio). Desenho
serviço, de uma marca, de uma ideia, de uma doutrina, de humorístico ou caricatural, espécie de anedota gráfica, que
uma instituição etc. Processo de disseminar informações satiriza os comportamentos humanos, geralmente destina-
para fins ideológicos (políticos, filosóficos, religiosos) ou da à publicação jornalística.
para fins comerciais. No Brasil e em alguns outros países
de língua latina, as palavras propaganda e publicidade são Charge
geralmente usadas com o mesmo sentido, e esta tendência
para ser definitiva, independente das tentativas de definição Representação pictórica, de caráter burlesco e carica-
que possamos elaborar em dicionários ou em livros acadê- tural, em que se satiriza um fato específico, em geral de
micos. As expressões agência de propaganda e agência de caráter político e que é do conhecimento público.
publicidade são usadas indistintamente.
Qualquer mensagem, texto, anúncio, cartaz etc., com Tira
caráter publicitário.
(Dicionário de Comunicação, Carlos Alberto Rabaça.) Segmento de uma história em quadrinhos, usualmente
constituído de uma única faixa horizontal, contendo três ou
Anúncio publicitário quatro quadros.
Quando um exame vestibular sugere uma carta como proposta, o aspecto formal, bem como a abertura e o fechamen-
to do texto segundo o jargão, é irrelevante, pois o que prevalece é o conteúdo e a linguagem.
É preciso enfatizar que uma obra literária pode apresentar a forma de carta sem, contudo, pertencer ao gênero epis-
tolar, como é, por exemplo, o caso de Lucíola, de José de Alencar: a história é narrada através de cartas dirigidas a uma
senhora, o que não descaracteriza a obra como romance.
Há exemplos famosos de correspondências apreciativas ou críticas, como as de Machado de Assis, Eça de Queirós,
Mário de Andrade e outros escritores.
Entre as cartas doutrinárias, temos as religiosas, como as epístolas de São Paulo, e as políticas, como algumas cartas
de Pe. Antônio Vieira.
Carta persuasiva
A carta tem teor crítico e assemelha-se à dissertação, quando a intenção de quem escreve é envolver o leitor de ma-
neira a persuadi-lo a fazer algo, ou mudar de opinião a respeito de determinado assunto. A diferença entre as duas moda-
lidades (carta e dissertação) é que na carta aparece o vocativo (pessoa a quem se destina); assim, o leitor é determinado
e não impessoal como no caso da dissertação. Na carta persuasiva, o remetente deve apresentar um texto organizado
segundo a estrutura dissertativa (tese, argumentação e conclusão). Os argumentos devem ser bem fundamentados a
partir de exemplos extraídos do cotidiano ou da história e a conclusão deve convencer o destinatário a apoiar o remetente.
Abreviatura
Vossa(s) Alteza(s) V.A., VV.AA. Príncipes, (arqui) duques
Vossa(s) Eminência(s) V.Emª(s) Cardeais
Altas autoridades do governo e das classes ar-
Vossa(s) Excelência(s) V.Exª(s)
madas
Vossa(s) Magnificência(s) V.Magª(s) Reitores de universidades
Vossa Santidade V.S. Papa
Funcionários públicos, oficiais até coronel, pes-
Vossa(s) Senhoria(s) V.Sª(s)
soas de cerimônia
INTERTEXTUALIDADE
Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece entre dois textos, quando um texto já criado exerce in-
fluência na criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualidade como sendo a criação de um texto a partir
de outro texto já existente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções diferentes que dependem muito dos
textos/contextos em que ela é inserida.
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conheci- incontestadas anteriormente, com esse processo há uma
mento, não se restringindo única e exclusivamente a textos indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca
literários. pela verdade real, concebida através do raciocínio e da crí-
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade tica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo dessa
assume a função de não só persuadir o leitor como também arte, frequentemente os discursos de políticos são aborda-
de difundir a cultura, uma vez que se trata de uma relação dos de maneira cômica e contestadora, provocando risos e
com a arte (pintura, escultura, literatura etc). Intertextualida- também reflexão a respeito da demagogia praticada pela
de é a relação entre dois textos caracterizada por um citar classe dominante.
o outro.
A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras,
quando um texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de textos científicos, desde artigos, resenhas, monografias,
alguma maneira, se utiliza de outro na elaboração de sua uma vez que consiste no acréscimo de uma frase ou pará-
mensagem. Os dois textos – a fonte e o que dialoga com grafo que tenha alguma relação com o que será discutido
ela – podem ser do mesmo gênero ou de gêneros distintos, no texto. Do grego, o termo “epígrafhe” é formado pelos vo-
terem a mesma finalidade ou propósitos diferentes. Assim, cábulos “epi” (posição superior) e “graphé” (escrita). Como
como você constatou, uma história em quadrinhos pode exemplo podemos citar um artigo sobre Patrimônio Cultural
utilizar algo de um texto científico, assim como um poema e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.): “A
pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de opi- cultura é o melhor conforto para a velhice”.
nião pode mencionar um provérbio conhecido.
Há várias maneiras de um texto manter intertextua- A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras
lidade com outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao numa produção textual, de forma que dialoga com ele; ge-
reproduzi-lo com outras palavras, ao traduzi-lo para outro ralmente vem expressa entre aspas e itálico, já que se trata
idioma, ao ampliá-lo, ao tomá-lo como ponto de partida, ao da enunciação de outro autor. Esse recurso é importante
defendê-lo, ao criticá-lo, ao ironizá-lo ou ao compará-lo com haja vista que sua apresentação sem relacionar a fonte uti-
outros. lizada é considerado “plágio”. Do Latim, o termo “citação”
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocor- (citare) significa convocar.
re algum grau de intertextualidade, pois quando falamos,
escrevemos, desenhamos, pintamos, moldamos, ou seja, A Alusão faz referência aos elementos presentes em
sempre que nos expressamos, estamos nos valendo de outros textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é
ideias e conceitos que já foram formulados por outros para formado por dois termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
reafirmá-los, ampliá-los ou mesmo contradizê-los. Em ou-
tras palavras, não há textos absolutamente originais, pois Pastiche é uma recorrência a um gênero.
eles sempre – de maneira explícita ou implícita – mantêm
alguma relação com algo que foi visto, ouvido ou lido. A Tradução está no campo da intertextualidade porque
implica a recriação de um texto.
Tipos de Intertextualidade
Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao “co-
A intertextualidade acontece quando há uma referência nhecimento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou
explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode seja, comum ao produtor e ao receptor de textos.
ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, A intertextualidade pressupõe um universo cultural
filme, novela etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à ou- muito amplo e complexo, pois implica a identificação / o re-
tra ocorre a intertextualidade. conhecimento de remissões a obras ou a textos / trechos
Por isso é importante para o leitor o conhecimento mais, ou menos conhecidos, além de exigir do interlocutor
de mundo, um saber prévio, para reconhecer e identificar a capacidade de interpretar a função daquela citação ou
quando há um diálogo entre os textos. A intertextualidade alusão em questão.
pode ocorrer afirmando as mesmas ideias da obra citada
ou contestando-as. Intertextualidade explícita e intertextualidade implí-
cita
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia
do texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita
atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto ou implícita, de acordo com a relação estabelecida com o
citado. É dizer com outras palavras o que já foi dito. texto fonte, ou seja, se mais direta ou se mais subentendida.
Questões
farinha e aveia, temperado com sal, manteiga e cebola frita. O trecho retirado do site da Sanepar faz referência a:
O pão está sempre presente no prato dos russos, que che- A) solicitação de serviço.
gam a comer em média 60 kg de pão por ano. B) deveres do cliente em relação ao hidrômetro.
Não há programa de merenda escolar no México, por C) aplicação de multa ao cliente.
isso as crianças comem o que trazem de casa. Batata chips D) denúncia de violação de hidrômetro.
é um petisco comum entre os alunos, sendo acompanha- E) oferta de venda de hidrômetro.
da – pela maior parte das crianças – por refrigerante. Pou-
cas escolhem algo mais saudável, como frutas, sanduíche Gabarito
natural e suco. Não é à toa que 1/3 das crianças em idade
escolar estão com sobrepeso ou obesas. 01. B / 02. B / 03. E / 04. E / 05. C / 06. B
As cenouras são o segundo legume predileto dos
ingleses, e são cultivadas no próprio país. Rosbife ou carne
assada com molho é a receita do prato tradicional inglês.
O yorkshire pudding é um bolinho assado e depois frito, que
era servido de acompanhamento para reforçar o jantar das AO RECONHECIMENTO DA FUNÇÃO DESEMPE-
famílias mais pobres, e hoje alunos ingleses de baixa renda NHADA POR DIFERENTES RECURSOS GRAMA-
podem comer de graça nas escolas. TICAIS NO TEXTO, NOS NÍVEIS FONOLÓGICO,
(Adaptado de: https://revistacrescer.globo.com/Crian- MORFOLÓGICO, SINTÁTICO, SEMÂNTICO E
cas/Alimentacao/noticia/2015/08/livro-hora-do-lanche-ava- TEXTUAL/DISCURSIVO;
lia-merendas-pelo-mundo.html)
FONÉTICA E FONOLOGIA: LETRA E FONEMA
As palavras dal, borsch e kash estão em itálico com
a finalidade de: A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos
A) destacar que essas palavras podem esclarecer dú- fono (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimento”).
vidas. Significa literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos sons
B) justificar uma nomenclatura científica. da voz”. Fonologia é a parte da gramática que estuda os
C) explicitar as características de cada prato. sons da língua quanto à sua função no sistema de comuni-
D) ressaltar que são nomes próprios. cação linguística, quanto à sua organização e classificação.
E) enfatizar que são palavras estrangeiras. Cuida, também, de aspectos relacionados à divisão silábi-
ca, à ortografia, à acentuação, bem como da forma correta
05. (Prefeitura de Várzea – PB – Professor de Edu- de pronunciar certas palavras. Lembrando que, cada indiví-
cação Básica II – Língua Portuguesa – EDUCA – 2019) duo tem uma maneira própria de realizar estes sons no ato
[...] é uma referência ou uma incorporação de um ele- da fala. Particularidades na pronúncia de cada falante são
mento discursivo a outro, podendo-se reconhecê-lo quan- estudadas pela Fonética.
do um autor constrói a sua obra com referências a textos, Na língua falada, as palavras se constituem de fone-
imagens ou a sons de outras obras e autores e até por si mas; na língua escrita, as palavras são reproduzidas por
mesmo, como uma forma de reverência, de complemento e meio de símbolos gráficos, chamados de letras ou grafe-
de elaboração do nexo e sentido deste texto/imagem. mas. Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro
capaz de estabelecer uma distinção de significado entre as
Esse conceito caracteriza palavras. Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que
A) Parataxe. marcam a distinção entre os pares de palavras:
B) Estilística. amor – ator / morro – corro / vento - cento
C) Intertextualidade.
D) Polissemia. Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua
E) Multimodalidade. portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica
que você - como falante de português - guarda de cada um
06. (Prefeitura de Quatro Barras -PR – Agente de deles. É essa imagem acústica que constitui o fonema. Este
Combate a Endemias – NC-UFPR – 2019) forma os significantes dos signos linguísticos. Geralmente,
aparece representado entre barras: /m/, /b/, /a/, /v/, etc.
Considere o seguinte texto: Cuide de sua ligação
de água! Fonema e Letra
- O fonema não deve ser confundido com a letra. Esta é
A responsabilidade pela integridade do cavalete e do a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, por
hidrômetro é do cliente a partir da adesão ao serviço. Vale exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na
lembrar que o cliente está sujeito a sanções administrativas palavra brasa, a letra “s” representa o fonema /z/ (lê-se zê).
e custos de regularização nos casos de violação, furto, per- - Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado
da, quebra ou adulteração do padrão da ligação. por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/,
(http://site.sanepar.com.br/sites/site.sanepar.com.br/ que pode ser representado pelas letras z, s, x: zebra, casa-
files/clientes2012/guia-do-cliente.pdf) mento, exílio.
- Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais de um fonema. A letra “x”, por exemplo, pode representar:
- o fonema /sê/: texto
- o fonema /zê/: exibir
- o fonema /che/: enxame
- o grupo de sons /ks/: táxi
- As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não representam fonemas. Observe os exemplos: compra, conta.
Nestas palavras, “m” e “n” indicam a nasalização das vogais que as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/ é um fonema;
dança: o “n” não é um fonema; o fonema é /ã/, representado na escrita pelas letras “a” e “n”.
1) Vogais
As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa
língua, desempenham o papel de núcleo das sílabas. Isso significa que em toda sílaba há, necessariamente, uma única
vogal.
Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entreaberta. As vogais podem ser:
- Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/, /o/, /u/.
2) Semivogais
Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela uma só
emissão de voz (uma sílaba). Neste caso, estes fonemas são chamados de semivogais. A diferença fundamental entre
vogais e semivogais está no fato de que estas não desempenham o papel de núcleo silábico.
Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: pa - pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se destaca
é o “a”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico “i” não é tão forte quanto ele. É a semivogal. Outros exemplos: saudade,
história, série.
3) Consoantes
Para a produção das consoantes, a corrente de ar expirada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela cavi-
dade bucal, fazendo com que as consoantes sejam verdadeiros “ruídos”, incapazes de atuar como núcleos silábicos. Seu
nome provém justamente desse fato, pois, em português, sempre consoam (“soam com”) as vogais. Exemplos: /b/, /t/, /d/,
/v/, /l/, /m/, etc.
Encontros Vocálicos
Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante
reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o tritongo e
o hiato.
1) Ditongo
É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-versa) numa mesma sílaba. Pode ser:
- Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal: sé-rie (i = semivogal, e = vogal)
- Decrescente: quando a vogal vem antes da semivogal: pai (a = vogal, i = semivogal)
- Oral: quando o ar sai apenas pela boca: pai
- Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais: mãe
2) Tritongo
É a sequência formada por uma semivogal, uma vogal e uma semivogal, sempre nesta ordem, numa só sílaba. Pode
ser oral ou nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - Tritongo nasal.
3) Hiato
É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais
de uma vogal numa mesma sílaba: saída (sa-í-da), poesia (po-e-si-a).
Encontros Consonantais
O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vogal intermediária, recebe o nome de encontro consonantal. Exis-
tem basicamente dois tipos:
1-) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r” e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-no, a-tle-ta,
cri-se.
2-) os que resultam do contato de duas consoantes pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta.
Há ainda grupos consonantais que surgem no início dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo, psi-
-có-lo-go.
Dígrafos
De maneira geral, cada fonema é representado, na escrita, por apenas uma letra: lixo - Possui quatro fonemas e
quatro letras.
Há, no entanto, fonemas que são representados, na escrita, por duas letras: bicho - Possui quatro fonemas e cinco
letras.
Na palavra acima, para representar o fonema /xe/ foram utilizadas duas letras: o “c” e o “h”.
Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas para representar um único fonema (di = dois + grafo = letra).
Em nossa língua, há um número razoável de dígrafos que convém conhecer. Podemos agrupá-los em dois tipos: conso-
nantais e vocálicos.
Dígrafos Consonantais
Dígrafos Vocálicos
* Observação: “gu” e “qu” são dígrafos somente quando seguidos de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/:
guitarra, aquilo. Nestes casos, a letra “u” não corresponde a nenhum fonema. Em algumas palavras, no entanto, o “u”
representa um fonema - semivogal ou vogal - (aguentar, linguiça, aquífero...). Aqui, “gu” e “qu” não são dígrafos. Também
não há dígrafos quando são seguidos de “a” ou “o” (quase, averiguo) .
** Dica: Conseguimos ouvir o som da letra “u” também, por isso não há dígrafo! Veja outros exemplos: Água = /agua/
nós pronunciamos a letra “u”, ou então teríamos /aga/. Temos, em “água”, 4 letras e 4 fonemas. Já em guitarra = /gitara/ -
não pronunciamos o “u”, então temos dígrafo [aliás, dois dígrafos: “gu” e “rr”]. Portanto: 8 letras e 6 fonemas).
Dífonos
Assim como existem duas letras que representam um só fonema (os dígrafos), existem letras que representam dois
fonemas. Sim! É o caso de “fixo”, por exemplo, em que o “x” representa o fonema /ks/; táxi e crucifixo também são exem-
plos de dífonos. Quando uma letra representa dois fonemas temos um caso de dífono.
Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono1.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
1-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE As palavras são formadas por estruturas menores, com
DE LIBRAS – FAFIPA/2014) Em todas as palavras a seguir significados próprios. Para isso, há vários processos que
há um dígrafo, EXCETO em contribuem para a formação das palavras.
(A) prazo.
(B) cantor. Estrutura das palavras
(C) trabalho. As palavras podem ser subdivididas em estruturas sig-
(D) professor. nificativas menores - os morfemas, também chamados de
elementos mórficos:
1-) - radical e raiz;
(A) prazo – “pr” é encontro consonantal - vogal temática;
(B) cantor – “an” é dígrafo - tema;
(C) trabalho – “tr” encontro consonantal / “lh” é dígrafo - desinências;
(D) professor – “pr” encontro consonantal q “ss” é dí- - afixos;
grafo - vogais e consoantes de ligação.
RESPOSTA: “A”.
Radical : Elemento que contém a base de significação
2-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE do vocábulo.
DE LIBRAS – FAFIPA/2014) Assinale a alternativa em que Exemplos
os itens destacados possuem o mesmo fonema consonan- VENDer, PARTir, ALUNo, MAR.
tal em todas as palavras da sequência.
(A) Externo – precisa – som – usuário. Desinências: Elementos que indicam as flexões dos
(B) Gente – segurança – adjunto – Japão. vocábulos.
(C) Chefe – caixas – deixo – exatamente.
(D) Cozinha – pesada – lesão – exemplo. Dividem-se em:
Justaposição: Formação de palavra composta sem al- Latinos: Prefixos que conservam até hoje a sua forma
teração na estrutura fonética das primitivas. latina original:
Exemplos a, ab, abs – afastamento: aversão, abjurar.
passa + tempo = passatempo a, ad – aproximação, direção: amontoar.
gira + sol = girassol ambi – dualidade: ambidestro.
bis, bin, bi – repetição, dualidade: bisneto, binário.
Aglutinação: Formação de palavra composta com al- centum – cem: centúnviro, centuplicar, centígrado.
teração da estrutura fonética das primitivas. circum, circun, circu – em volta de: circumpolar, circuns-
Exemplos tante.
em + boa + hora = embora cis – aquem de: cisalpino, cisgangético.
vossa + merce = você com, con, co – companhia, concomitância: comba-
ter, contemporâneo.
Derivação contra – oposição, posição inferior: contradizer.
Formação de uma nova palavra a partir de uma primi- de – movimento de cima para baixo, origem, afasta-
tiva. Temos: mento: decrescer, deportar.
des – negação, separação, ação contrária: desleal,
Prefixação: Formação de palavra derivada com acrés- desviar.
cimo de um prefixo ao radical da primitiva. dis, di – movimento para diversas partes, ideia contrá-
Exemplos ria: distrair, dimanar.
CONter, INapto, DESleal. entre – situação intermediaria, reciprocidade: entreli-
nha, entrevista.
Sufixação: Formação de palavra nova com acréscimo ex, es, e – movimento de dentro para fora, intensidade,
de um sufixo ao radical da primitiva. privação, situação cessante: exportar, espalmar, ex-profes-
Exemplos sor.
cafezAL, meninINHa, loucaMENTE. extra – fora de, além de, intensidade: extravasar, extra-
ordinário.
Parassíntese: Formação de palavra derivada com im, in, i – movimento para dentro; ideia contraria: impor-
acréscimo de um prefixo e um sufixo ao radical da primitiva tar, ingrato.
ao mesmo tempo. inter – no meio de: intervocálico, intercalado.
Exemplos intra – movimento para dentro: intravenoso, intrometer.
EMtardECER, DESanimADO, ENgravidAR. justa – perto de: justapor.
multi – pluralidade: multiforme.
Derivação imprópria: Alteração da função de uma pa- ob, o – oposição: obstar, opor, obstáculo.
lavra primitiva. pene – quase: penúltimo, península.
Exemplo per – movimento através de, acabamento de ação;
Todos ficaram encantados com seu andar: verbo usado ideia pejorativa: percorrer.
com valor de substantivo. post, pos – posteridade: postergar, pospor.
pre – anterioridade: predizer, preclaro.
preter – anterioridade, para além: preterir, preternatural. Agentes: -dor, -nte, -ário, -eiro, -ista.
pro – movimento para diante, a favor de, em vez Lugar: -ário, -douro, -eiro, -ório.
de: prosseguir, procurador, pronome. Estado: -eza, -idade, -ice, -ência, -ura, -ado, -ato.
re – movimento para trás, ação reflexiva, intensidade, Pátrios: -ense, -ista, -ano, -eiro, -ino, -io, -eno, -enho,
repetição: regressar, revirar. -aico.
retro – movimento para trás: retroceder. Origem, procedência: -estre, -este, -esco.
satis – bastante: satisdar.
sub, sob, so, sus – inferioridade: subdelegado, sobra- Verbais
çar, sopé. Comuns: -ar, -er, -ir.
subter – por baixo: subterfúgio. Frequentativos: -açar, -ejar, -escer, -tear, -itar.
super, supra – posição superior, excesso: super-ho- Incoativos: -escer, -ejar, -itar.
mem, superpovoado. Diminutivos: -inhar, -itar, -icar, -iscar.
trans, tras, tra, tres – para além de, excesso: transpor.
tris, três, tri – três vezes: trisavô, tresdobro. Adverbial = há apenas um
ultra – para além de, intensidade: ultrapassar, ultrabelo. MENTE: mecanicamente, felizmente etc.
uni – um: unânime, unicelular.
CLASSES DE PALAVRAS
Grego: Os principais prefixos de origem grega são:
a, an – privação, negação: ápode, anarquia. As palavras costumam ser divididas em classes, se-
ana – inversão, parecença: anagrama, analogia. gundo suas funções e formas. Palavras que se apresen-
anfi – duplicidade, de um e de outro lado: anfíbio, an- tam sempre com a mesma forma chamam-se invariáveis;
fiteatro. são variáveis, obviamente, as que apresentam flexão ou
anti – oposição: antipatia, antagonista. variação de forma.
apo – afastamento: apólogo, apogeu.
arqui, arque, arce, arc – superioridade: arcebispo, ar- Artigo
canjo.
caco – mau: cacofonia. É a palavra que antecede os substantivos, de forma de-
cata – de cima para baixo: cataclismo, catalepsia. terminada (o, a, os, as) ou indeterminada (um, uma, uns,
deca – dez: decâmetro. umas).
dia – através de, divisão: diáfano, diálogo. Classificação
dis – dualidade, mau: dissílabo, dispepsia.
en – sobre, dentro: encéfalo, energia. Definidos: Determinam o substantivo de modo parti-
endo – para dentro: endocarpo. cular.
epi – por cima: epiderme, epígrafe.
eu – bom: eufonia, eugênia, eupepsia. Exemplo
hecto – cem: hectômetro. Liguei para o advogado.
hemi – metade: hemistíquio, hemisfério.
hiper – superioridade: hipertensão, hipérbole. Indefinidos: Determinam o substantivo de modo geral.
hipo – inferioridade: hipoglosso, hipótese, hipotermia.
homo – semelhança, identidade: homônimo. Exemplo
meta – união, mudança, além de: metacarpo, metáfase. Liguei para um advogado.
míria – dez mil: miriâmetro.
mono – um: monóculo, monoculista. Substantivo
neo – novo, moderno: neologismo, neolatino.
para – aproximação, oposição: paráfrase, paradoxo. É a palavra que nomeia o que existe, seja ele animado
penta – cinco: pentágono. ou inanimado, real ou imaginário, concreto ou abstrato.
peri – em volta de: perímetro.
poli – muitos: polígono, polimorfo. Classificação
pro – antes de: prótese, prólogo, profeta.
Concreto
Sufixos Dá nome ao ser de natureza independente, real ou ima-
ginário.
Os sufixos podem ser: nominais, verbais e adverbial.
Abstrato
Nominais Nomeia ação, estado, qualidade, sensação ou senti-
Coletivos: -aria, -ada, -edo, -al, -agem, -atro, -alha, mento e todos os seres que não tem existência indepen-
-ama. dente de outros.
Aumentativos e diminutivos: -ão, -rão, -zão, -arrão,
-aço, -astro, -az.
Primitivo Exemplos
É o que deriva uma série de palavras de mesma família homem mau – mulher má
etimológica; não se origina de nenhum
outro nome. Flexão do adjetivo - número
Derivado Exemplos
Origina-se de um primitivo. menino gentil – meninos gentis
Comparativo de Pronome
Superlativo absoluto
Adjetivo superioridade
Palavra que designa os seres ou a eles se refere, indi-
Analítico Sintético Analítico Sintético
cando-os apenas como pessoas do discurso, isto é:
mais – 1ª pessoa, o emissor da mensagem (eu, nós);
Bom melhor muito bom ótimo
bom – 2ª pessoa, o receptor da mensagem (tu, você, vós,
mais vocês);
Mau pior muito mau péssimo
mau – 3ª pessoa, o referente da mensagem, (ele, eles, ela,
mais muito elas).
Grande maior máximo
grande grande
mais muito pe- O pronome pode acompanhar um substantivo, ou subs-
Pequeno menor mínimo titui-lo.
pequeno queno
Alto mais alto superior muito alto supremo
Pessoais
mais muito bai-
Baixo inferior ínfimo
baixo xo
Pronomes Pessoais
Numeral Pronomes do caso Pronomes do caso oblíquo
reto (função de complemento)
Palavra que exprime quantidade, ordem, fração e multi- (função de sujeito)
plicação, em relação ao substantivo. átonos (sem prepo- tônicos (com
sição) preposição)
Classificação mim, comigo
eu me
ti, contigo
Numeral cardinal: indica quantidade. singular tu te
si, ele, ela,
ele/ela o, a, lhe, se
consigo
Exemplos nós, conosco
duas casas nós nos
vós, convosco
dez anos plural vós vos
si, eles, elas,
Numeral ordinal: indica ordem. eles/elas os, as, lhes, se
consigo
Exemplos
segunda rua Tratamento (trato familiar, cortes, cerimonioso)
quadragésimo lugar Você – tratamento familiar
O Senhor, a Senhora – tratamento cerimonioso
Numeral fracionário: indica fração. Vossa Alteza (V. A.) – príncipes, duques
Exemplos Vossa Eminência (V. Ema.) – cardeais
um quinto da população Vossa Excelência (V. Exa.) – altas autoridades
dois terços de água Vossa Magnificência – reitores de universidades
Vossa Majestade (V. M.) – reis
Numeral multiplicativo: indica multiplicação. Vossa Majestade Imperial (V. M. I.) – imperadores
Exemplos Vossa Santidade (V. S.) – papas
o dobro da bebida Vossa Senhoria (V. Sa.) – tratamento geral cerimonioso
o triplo da dose Vossa Reverendíssima (V. Revma.) – sacerdotes
Vossa Excelência Reverendíssima – bispos e arcebis-
Ordinal Cardinal Ordinal Cardinal pos
Um Primeiro Vinte Vigésimo
Esses pronomes, embora usados no tratamento com
Dois Segundo Trinta Trigésimo o interlocutor (2ª pessoa), levam o verbo para a 3ª pessoa.
Três Terceiro Cinquenta Quinquagésimo Quando se referem a 3ª pessoa, apresentam-se com
a forma: Sua Senhoria (S. Sa.), Sua Excelência (S. Exa.),
Quatro Quarto Sessenta Sexagésimo
Sua Santidade (S. S.) etc.
Cinco Quinto Oitenta Octogésimo
Seis Sexto Cem Centésimo Possessivos
Sete Sétimo Quinhentos Quingentésimo Exprimem posse:
Oito Oitavo Setecentos Setingentésimo
Nove Nono Novecentos Noningentésimo 1.ªpessoa: meu(s), minha(s)
Dez Décimo Mil Milésimo Singular 2.ªpessoa: teu(s), tua(s)
3.ª pessoa: seu(s), sua(s)
Relativos Passado
Os pronomes relativos ligam orações, retomam uma Usamos o Passado em referência aos fatos que se pas-
palavra já expressa antes e exercem função sintática na sam antes do momento em que falamos. São eles:
oração que eles introduzem. Perfeito (eu trabalhei), que indica uma ação concluída.
São relativos os pronomes que, o qual (e suas varia- Imperfeito (eu trabalhava), se trata de uma ação an-
ções), quem, cujo (e suas variações), onde (advérbio rela- terior ao momento em que se fala, mas que tem uma certa
tivo com o sentido de em que), quanto. duração no passado.
Mais-que-perfeito simples e composto, (eu trabalha-
Indefinidos ra ou tinha trabalhado) que denota uma ação concluída an-
tes de outra que já era passada, passado anterior a outro.
Vagamente, referem-se a 3ª pessoa:
todo(s), toda(s), tudo Futuro
algum(ns), alguma(s), alguém, algo
nenhum(ns), nenhuma(s), ninguém, nada Futuro do presente (eu trabalharei), refere-se ao mo-
outro(s), outra(s), outrem mento que falamos.
muito(s), muita(s), muito Futuro do pretérito (eu trabalharia) refere-se a um mo-
pouco(s), pouca(s), pouco mento do passado.
mais, menos, bastante(s)
certo(s), certa(s) Modos verbais
cada, qualquer, quaisquer
tanto(s), tanta(s) Indicativo: Exprime o que realmente aconteceu.
os demais, as demais Exemplo
vários, várias Eu estudei bastante.
um, uma, uns, umas, que, quem
Subjuntivo: Exprime algo possível, provável.
Exemplos
Verbo Se eu estudasse bastante.
Interjeição Classificação
Palavra que exprime nossos estados emotivos. Integrantes (iniciam oração subordinada substanti-
va): que, se, como (= que).
Exemplos Temporais (tempo): quando, enquanto, logo que, mal,
ah! (admiração) apenas, sempre que, assim que, desde que, antes que etc.
viva! (exaltação) Finais (finalidade): para que, a fim de que, que (= para
ufa! eh! (alivio) que), porque (= para que).
coragem! (animação) Proporcionais (proporcionalidade): à proporção que, à
bravo! (aplauso) medida que, quanto mais ... mais, quanto menos ... menos.
ai! (dor) Causais (causa): porque, como, porquanto, visto que, já
bis! (repetição) que, uma vez que etc.
psiu! (silencio) Condicionais (condição): se, caso, contanto que, desde
cuidado! atenção! (advertência) que, salvo se, sem que (= se não) etc.
vai! (desapontamento) Comparativas (comparação): como, que, do que, quan-
oxalá! tomara! (desejo) to, que nem etc.
perdão! (desculpa) Conformativas (conformidade): como, conforme, se-
adeus! (saudação) gundo, consoante etc.
arre! (desagrado, alivio) Consecutivas (consequência): que (precedido dos ter-
claro! pudera! ótimo! (assentimento) mos intensivos: tal, tão, tanto, de tal forma etc.), de forma
Locuções interjetivas que etc.
Concessivas (concessão): embora, conquanto, ain-
Expressões formadas por mais de um vocábulo, com da que, mesmo que, posto que, por mais que, se bem
valor e emprego de interjeição. que etc.
Os meus três grandes amigos [amigos: nome subs- As orações independentes de um período são chama-
tantivo] vieram me fazer uma visita [visita: nome substanti- das de orações coordenadas (OC), e o período formado só
vo] agradável ontem à noite. de orações coordenadas é chamado de período composto
São adjuntos adnominais os (artigo definido), meus (pro- por coordenação.
nome possessivo adjetivo), três (numeral), grandes (adjeti- As orações coordenadas podem ser assindéticas e sin-
vo), que estão gravitando em torno do núcleo do sujeito, déticas.
o substantivo amigos; o mesmo acontece com uma (artigo As orações são coordenadas assindéticas (OCA) quan-
indefinido) e agradável (adjetivo), que determinam e qualifi- do não vêm introduzidas por conjunção. Exemplo:
cam o núcleo do objeto direto, o substantivo visita. Os jogadores correram, / chutaram, / driblaram.
OCA OCA OCA
O adjunto adnominal prende-se diretamente ao subs-
tantivo, ao passo que o predicativo se refere ao substantivo - As orações são coordenadas sindéticas (OCS) quan-
por meio de um verbo. do vêm introduzidas por conjunção coordenativa. Exemplo:
A mulher saiu do prédio / e entrou no táxi.
OCA OCS
Complemento nominal
É o termo que completa o sentido de substantivos, ad-
As orações coordenadas sindéticas se classificam de
jetivos e advérbios porque estes não têm sentido completo.
acordo com o sentido expresso pelas conjunções coorde-
- Objeto – recebe a atividade transitiva de um verbo. nativas que as introduzem. Pode ser:
- Complemento nominal – recebe a atividade transitiva
de um nome. - Orações coordenadas sindéticas aditivas: e, nem,
O complemento nominal é sempre ligado ao nome por não só... mas também, não só... mas ainda.
preposição, tal como o objeto indireto. A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que
Exemplo: Tenho necessidade de dinheiro. expressa ideia de acréscimo ou adição com referência à
oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa
Adjunto adverbial aditiva.
É o termo da oração que modifica o verbo ou um adje-
tivo ou o próprio advérbio, expressando uma circunstância: - Orações coordenadas sindéticas adversativas:
lugar, tempo, fim, meio, modo, companhia, exclusão, inclu- mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto.
são, negação, afirmação, duvida, concessão, condição etc. A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que
expressa ideia de oposição à oração anterior, ou seja, por
Período uma conjunção coordenativa adversativa.
Enunciado formado de uma ou mais orações, finalizado - Orações coordenadas sindéticas conclusivas: por-
por: ponto final ( . ), reticencias (...), ponto de exclamação tanto, por isso, pois, logo.
(!) ou ponto de interrogação (?). De acordo com o número A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que ex-
de orações, classifica-se em: pressa ideia de conclusão de um fato enunciado na oração
Apresenta apenas uma oração que é chamada abso- anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa conclu-
luta. siva.
O período é simples quando só traz uma oração, cha- - Orações coordenadas sindéticas alternativas: ou,
mada absoluta; o período é composto quando traz mais de ou... ou, ora... ora, seja... seja, quer... quer.
uma oração. Exemplo: Comeu toda a refeição. (Período A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que
estabelece uma relação de alternância ou escolha com re-
simples, oração absoluta.); Quero que você leia. (Período
ferência à oração anterior, ou seja, por uma conjunção co-
composto.)
ordenativa alternativa.
Uma maneira fácil de saber quantas orações há num
período é contar os verbos ou locuções verbais. Num perí-
- Orações coordenadas sindéticas explicativas:
odo haverá tantas orações quantos forem os verbos ou as que, porque, pois, porquanto.
locuções verbais nele existentes. A 2ª oração é introduzida por uma conjunção que ex-
Há três tipos de período composto: por coordenação, pressa ideia de explicação, de justificativa em relação à
por subordinação e por coordenação e subordinação ao oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa
mesmo tempo (também chamada de misto). explicativa.
As três orações que formam esse período têm sentido Nesse período, a segunda oração exerce uma função
próprio e não mantêm entre si nenhuma dependência sin- sintática em relação à primeira, sendo subordinada a ela.
tática: são independentes. Há entre elas uma relação de Quando um período é formado de pelo menos um conjunto
sentido, mas uma não depende da outra sintaticamente. de duas orações em que uma delas (a subordinada) de-
pende sintaticamente da outra (principal), ele é classificado - Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: É
como período composto por subordinação. As orações su- aquela que exerce a função de sujeito do verbo da oração
bordinadas são classificadas de acordo com a função que principal. Observe: É importante sua ajuda. (sujeito)
exercem. - Oração Subordinada Substantiva Completiva No-
minal: É aquela que exerce a função de complemento no-
Orações Subordinadas Adverbiais minal de um termo da oração principal. Observe: Estamos
certos de sua inocência. (complemento nominal)
Exercem a função de adjunto adverbial da oração prin- - Oração Subordinada Substantiva Predicativa: É
cipal (OP). São classificadas de acordo com a conjunção aquela que exerce a função de predicativo do sujeito da
subordinativa que as introduz: oração principal, vindo sempre depois do verbo ser. Obser-
ve: O principal é sua felicidade. (predicativo)
- Causais: Expressam a causa do fato enunciado na - Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É
oração principal. Conjunções: porque, que, como (= por- aquela que exerce a função de aposto de um termo da ora-
que), pois que, visto que. ção principal. Observe: Ela tinha um objetivo: a felicidade
- Condicionais: Expressam hipóteses ou condição de todos. (aposto)
para a ocorrência do que foi enunciado na principal. Con-
junções: se, contanto que, a menos que, a não ser que, Orações Subordinadas Adjetivas
desde que.
- Concessivas: Expressam ideia ou fato contrário ao Exercem a função de adjunto adnominal de algum ter-
da oração principal, sem, no entanto, impedir sua realiza- mo da oração principal.
ção. Conjunções: embora, ainda que, apesar de, se bem As orações subordinadas adjetivas são sempre introdu-
que, por mais que, mesmo que. zidas por um pronome relativo (que, qual, cujo, quem, etc.)
- Conformativas: Expressam a conformidade de um e são classificadas em:
fato com outro. Conjunções: conforme, como (=conforme),
- Subordinadas Adjetivas Restritivas: São restritivas
segundo.
quando restringem ou especificam o sentido da palavra a
- Temporais: Acrescentam uma circunstância de tem-
que se referem.
po ao que foi expresso na oração principal. Conjunções:
- Subordinadas Adjetivas Explicativas: São explicati-
quando, assim que, logo que, enquanto, sempre que, de-
vas quando apenas acrescentam uma qualidade à palavra
pois que, mal (=assim que).
a que se referem, esclarecendo um pouco mais seu senti-
- Finais: Expressam a finalidade ou o objetivo do que
do, mas sem restringi-lo ou especificá-lo.
foi enunciado na oração principal. Conjunções: para que, a
fim de que, porque (=para que), que.
Orações Reduzidas
- Consecutivas: Expressam a consequência do que foi
enunciado na oração principal. Conjunções: porque, que, São caracterizadas por possuírem o verbo nas formas
como (= porque), pois que, visto que. de gerúndio, particípio ou infinitivo. Ao contrário das demais
- Comparativas: Expressam ideia de comparação orações subordinadas, as orações reduzidas não são liga-
com referência à oração principal. Conjunções: como, as- das através dos conectivos. Há três tipos de orações redu-
sim como, tal como, (tão)... como, tanto como, tal qual, que zidas:
(combinado com menos ou mais).
- Proporcionais: Expressam uma ideia que se rela- - Orações reduzidas de infinitivo:
ciona proporcionalmente ao que foi enunciado na principal. Infinitivo: terminações –ar, -er, -ir.
Conjunções: à medida que, à proporção que, ao passo que,
quanto mais, quanto menos. Reduzida: Meu desejo era ganhar na loteria.
Desenvolvida: Meu desejo era que eu ganhasse na lo-
Orações Subordinadas Substantivas teria. (Oração Subordinada Substantiva Predicativa)
São aquelas que, num período, exercem funções sintá- - Orações Reduzidas de Particípio:
ticas próprias de substantivos, geralmente são introduzidas Particípio: terminações –ado, -ido.
pelas conjunções integrantes que e se.
Reduzida: A mulher sequestrada foi resgatada.
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: Desenvolvida: A mulher que sequestraram foi resgata-
É aquela que exerce a função de objeto direto do verbo da da. (Oração Subordinada Adjetiva Restritiva)
oração principal. Observe: O filho quer a sua ajuda. (objeto
direto) - Orações Reduzidas de Gerúndio:
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indi- Gerúndio: terminação –ndo.
reta: É aquela que exerce a função de objeto indireto do
verbo da oração principal. Observe: Preciso de sua ajuda.
(objeto indireto)
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo. Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá fi-
car antes do auxiliar ou depois do principal.
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade. Exemplos:
Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te es- Não lhe devo dizer a verdade.
pero pacientemente. Não devo dizer-lhe a verdade.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a
ênclise: Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus. Verbo principal no particípio: Se não houver fator de
Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui. próclise, o pronome átono ficará depois do auxiliar.
Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada. Exemplo: Havia-lhe dito a verdade.
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa?
Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará an-
anteposto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor! tes do auxiliar.
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita! Exemplo: Não lhe havia dito a verdade.
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde
que não sejam reduzidas: Percebia que o observavam. Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se ficar depois do infinitivo.
plantando, tudo dá. Exemplos:
Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Hei de dizer-lhe a verdade.
Seus intentos são para nos prejudicarem. Tenho de dizer-lhe a verdade.
Ênclise Observação
Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo. Devo-lhe dizer tudo.
Estava-lhe dizendo tudo.
Verbo no início da oração, desde que não esteja no fu- Havia-lhe dito tudo.
turo do indicativo: Trago-te flores.
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a
verdade!
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido
pela preposição em: Saí, deixando-a aflita.
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a.
Com outras preposições é facultativo o emprego de ênclise
ou próclise: Apressei-me a convidá-los.
Avalie as afirmações sobre o emprego dos pronomes A linha de argumento do ambientalista ingênuo lem-
oblíquos nos trechos a seguir. bra-nos o “salto do tigre” enunciado pelo filósofo da cultura
I – A próclise se justifica pela presença da palavra Walter Benjamin, em uma de suas teses sobre a filosofia da
negativa: “E não se contenta em brindar os mares, rios e história. Qual um tigre mergulhamos no passado, e apenas
lagoas com seus próprios dejetos.” apreendemos o que interessa para nossa argumentação. É
II – A ênclise ocorre por se tratar de oração iniciada o que se faz, a todo tempo.
por verbo: “Intoxica-os também com garrafas plásticas, (Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy. Disponível em:
pneus, computadores, sofás e até carcaças de automó- https://www.conjur.com.br/2011. Acesso em: 10.08.2019.
veis.” Adaptado)
III – A próclise é sempre empregada quando há locu-
ção verbal: “Não quero dizer que os micróbios comedores (*) Referência ao personagem Bambi, filhote de cervo
de lixo podem se tornar as salamandras de Čapek.” conhecido como “Príncipe da Floresta”, em sua saga pela
sobrevivência na natureza.
IV – O sujeito expresso exige o emprego da ênclise:
“O ser humano revelou-se capaz de dividir o átomo, derro-
Assinale a alternativa que reescreve os trechos desta-
tar o câncer e produzir um ‘Dom Quixote’”.
cados empregando pronomes, de acordo com a norma-pa-
drão de regência e colocação.
Está correto apenas o que se afirma em Uma nuvem de problematização supostamente filosó-
A) I e II. fica também rondaria a discussão. / Alguma ingenuidade
B) I e III. conceitual poderia marcar o ambientalismo apologético.
C) II e IV. A) ... lhe rondaria ... o poderia marcar
D) III e IV. B) ... rondá-la-ia ... poderia marcar ele
C) ... rondaria-a ... podê-lo-ia marcar
03. (Prefeitura de Birigui - SP - Educador de Cre- D) ... rondaria-lhe ... poderia o marcar
che - VUNESP - 2019) E) ... a rondaria ... poderia marcá-lo
Certo discurso ambientalista tradicional recorrentemen- 04. (Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE -
te busca indícios de que o problema ambiental seja univer- Técnico em Saneamento - IBFC - 2019)
sal (e de fato é), atemporal (nem tanto) e generalizado (o
que é desejável). Alguma ingenuidade conceitual poderia Vou-me embora pra Pasárgada,
marcar o ambientalismo apologético; haveria dilemas am- lá sou amigo do Rei”.
bientais em todos os lugares, tempos, culturas. É a bambi- (M.Bandeira)
ficação(*) da natureza. Necessária, no entanto, como con-
dição de sobrevivência. Há quem tenha encontrado normas Quanto à regra de colocação pronominal utilizada, assi-
ambientais na Bíblia, no Direito grego, e até no Direito ro- nale a alternativa correta.
mano. São Francisco de Assis, nessa linha, prosaica, seria A) Ênclise: em orações iniciadas com verbos no pre-
o santo padroeiro das causas ambientais; falava com plan- sente ou pretérito afirmativo, o pronome oblíquo deve ser
tas e animais. usado posposto ao verbo.
A proteção do meio ambiente seria, nesse contexto, ins- B) Próclise: em orações iniciadas com verbos no pre-
tintiva, predeterminando objeto e objetivo. Por outro lado, e sente ou pretérito afirmativo, o pronome oblíquo deve ser
usado posposto ao verbo.
este é o meu argumento, quando muito, e agora utilizo uma
C) Mesóclise: em orações iniciadas com verbos no
categoria freudiana, a pretensão de proteção ambiental se-
presente ou pretérito afirmativo, o pronome oblíquo deve
ria pulsional, dado que resiste a uma pressão contínua, va-
ser usado posposto ao verbo.
riável na intensidade. Assim, numa dimensão qualitativa, e
D) Próclise: em orações iniciadas com verbos no im-
não quantitativa, é que se deveria enfrentar a questão, que perativo afirmativo, o pronome oblíquo deve ser usado pos-
também é cultural. E que culturalmente pode ser abordada. posto ao verbo.
O problema, no entanto, é substancialmente econômi-
co. O dilema ambiental só se revela como tal quando o meio 05. (Prefeitura de Peruíbe - SP - Inspetor de Alu-
ambiente passa a ser limite para o avanço da atividade eco- nos - VUNESP - 2019)
nômica. É nesse sentido que a chamada internalização da
externalidade negativa exige justificativa para uma atuação Pelo fim das fronteiras
contra-fática.
Uma nuvem de problematização supostamente filosófi- Imigração é um fenômeno estranho. Do ponto de vista
ca também rondaria a discussão. Antropocêntricos acredi- puramente racional, ela é a solução para vários problemas
tam que a proteção ambiental seria narcisística, centrada e globais. Mas, como o mundo é um lugar menos racional
referenciada no próprio homem. Os geocêntricos piamente do que deveria, pessoas que buscam refúgio em outros
entendem que a natureza deva ser protegida por próprios países costumam ser recebidas com desconfiança quando
e intrínsecos fundamentos e características. Posições se não com violência, o que diminui o valor da imigração como
radicalizam. remédio multiuso.
Gabarito
À APREENSÃO DOS EFEITOS DE SENTIDO DE- Placas de trânsito – “proibido andar de bicicleta”
CORRENTES DO USO DE RECURSOS VERBAIS
E NÃO VERBAIS EM TEXTOS DE DIFERENTES
GÊNEROS: TIRAS, QUADRINHOS, CHARGES,
GRÁFICOS, INFOGRÁFICOS ETC.;
Fonte: http://www.brasilescola.com/redacao/linguagem.
htm
Pré-Leitura
À IDENTIFICAÇÃO DAS IDEIAS EXPRESSAS NO Nome do livro
TEXTO, BEM COMO DE SUA HIERARQUIA (PRIN- Autor
CIPAL OU SECUNDÁRIA) E DAS RELAÇÕES Dados Bibliográficos
ENTRE ELAS (OPOSIÇÃO, RESTRIÇÃO, CAUSA/ Prefácio e Índice
CONSEQUÊNCIA, EXEMPLIFICAÇÃO ETC.); Prólogo e Introdução
O primeiro passo para interpretar um texto consiste em O primeiro passo é memorizar o nome do autor e a edi-
decompô-lo, após uma primeira leitura, em suas “ideias bá- ção do livro, fazer um folheio sistemático: ler o prefácio e
sicas ou ideias núcleo”, ou seja, um trabalho analítico bus- o índice (ou sumário), analisar um pouco da história que
cando os conceitos definidores da opinião explicitada pelo deu origem ao livro, ver o número da edição e o ano de
autor. Esta operação fará com que o significado do texto publicação. Se falarmos em ler um Machado de Assis, um
“salte aos olhos” do leitor. Ler é uma atividade muito mais Júlio Verne, um Jorge Amado, já estaremos sabendo muito
complexa do que a simples interpretação dos símbolos grá- sobre o livro. É muito importante verificar estes dados para
ficos, de códigos, requer que o indivíduo seja capaz de enquadrarmos o livro na cronologia dos fatos e na atuali-
interpretar o material lido, comparando-o e incorporando-o dade das informações que ele contém. Verifique detalhes
à sua bagagem pessoal, ou seja, requer que o indivíduo que possam contribuir para a coleta do maior número de
mantenha um comportamento ativo diante da leitura. informações possível. Tudo isso vai ser útil quando formos
arquivar os dados lidos no nosso arquivo mental. A propó-
Os diferentes níveis de leitura sito, você sabe o que seja um prólogo, um prefácio e uma
introdução? Muita gente pensa que os três são a mesma
Para que isso aconteça, é necessário que haja maturi- coisa, mas não:
dade para a compreensão do material lido, senão tudo cairá Prólogo: é um comentário feito pelo autor a respeito do
no esquecimento ou ficará armazenado em nossa memória tema e de sua experiência pessoal.
sem uso, até que tenhamos condições cognitivas para uti- Prefácio: é escrito por terceiros ou pelo próprio autor,
lizar. referindo-se ao tema abordado no livro e muitas vezes tam-
De uma forma geral, passamos por diferentes níveis bém tecendo comentários sobre o autor.
ou etapas até termos condições de aproveitar totalmente o Introdução: escrita também pelo autor, referindo-se ao
assunto lido. Essas etapas ou níveis são cumulativas e vão
livro e não ao tema.
sendo adquiridas pela vida, estando presente em pratica-
O segundo passo é fazer uma leitura superficial. Po-
mente toda a nossa leitura.
de-se, nesse caso, aplicar as técnicas da leitura dinâmica.
O Primeiro Nível é elementar e diz respeito ao perío-
O Terceiro Nível é conhecido como analítico. Depois
do de alfabetização. Ler é uma capacidade cerebral muito
de vasculharmos bem o livro na pré-leitura, analisamos o
sofisticada e requer experiência: não basta apenas conhe-
livro. Para isso, é imprescindível que saibamos em qual
cermos os códigos, a gramática, a semântica, é preciso que
tenhamos um bom domínio da língua. gênero o livro se enquadra: trata-se de um romance, um
tratado, um livro de pesquisa e, neste caso, existe apenas
O Segundo Nível é a pré-leitura ou leitura inspecio- teoria ou são inseridas práticas e exemplos. No caso de ser
nal. Tem duas funções específicas: primeiro, prevenir para um livro teórico, que requeira memorização, procure criar
que a leitura posterior não nos surpreenda e, sendo, para imagens mentais sobre o assunto, ou seja, veja, realmente,
que tenhamos chance de escolher qual material leremos, o que está lendo, dando vida e muita criatividade ao assun-
efetivamente. Trata-se, na verdade, de nossa primeira im- to. Note bem: a leitura efetiva vai acontecer nesta fase, e a
pressão sobre o livro. É a leitura que comumente desenvol- primeira coisa a fazer é ser capaz de resumir o assunto do
vemos “nas livrarias”. Nela, por meio do salteio de partes, livro em duas frases. Já temos algum conteúdo para isso,
respondem basicamente às seguintes perguntas: pois o encadeamento das ideias já é de nosso conhecimen-
- Por que ler este livro? to. Procure, agora, ler bem o livro, do início ao fim. Esta é a
- Será uma leitura útil? leitura efetiva, aproveite bem este momento. Fique atento!
- Dentro de que contexto ele poderá se enquadrar? Aproveite todas as informações que a pré-leitura ofereceu.
Não pare a leitura para buscar significados de palavras em
Essas perguntas devem ser revistas durante as etapas dicionários ou sublinhar textos, isto será feito em outro mo-
que se seguem, procurando usar de imparcialidade quanto mento.
ao ponto de vista do autor, e o assunto, evitando precon-
ceitos. Se você se propuser a ler um livro sem interesse, O Quarto Nível de leitura é o denominado de contro-
com olhar crítico, rejeitando-o antes de conhecê-lo, prova- le. Trata-se de uma leitura com a qual vamos efetivamente
velmente o aproveitamento será muito baixo. acabar com qualquer dúvida que ainda persista. Normal-
Ler é armazenar informações; desenvolver; ampliar ho- mente, os termos desconhecidos de um texto são explicita-
rizontes; compreender o mundo; comunicar-se melhor; es- dos neste próprio texto, à medida que vamos adiantando a
crever melhor; relacionar-se melhor com o outro. leitura. Um mecanismo psicológico fará com que fiquemos
com aquela dúvida incomodando-nos até que tenhamos a que humana: o inconsciente e subconsciente. Começou
resposta. Caso não haja explicação no texto, será na etapa estudando casos clínicos de comportamentos anômalos ou
do controle que lançaremos mão do dicionário. patológicos, com a ajuda da hipnose e em colaboração com
Veja bem: a esta altura já conhecemos bem o livro e o os colegas Joseph Breuer e Martin Charcot (Estudos sobre
ato de interromper a leitura não vai fragmentar a compreen- a histeria, 1895). Insatisfeito com os resultados obtidos pelo
são do assunto como um todo. Será, também, nessa etapa hipnotismo, inventou o método que até hoje é usado pela
que sublinharemos os tópicos importantes, se necessário. psicanálise: o das ‘livres associações’ de ideias e de sen-
Para ressaltar trechos importantes opte por um sinal discre- timentos, estimuladas pela terapeuta por palavras dirigidas
to próximo a eles, visando principalmente a marcar o local ao paciente com o fim de descobrir a fonte das perturba-
do texto em que se encontra, obrigando-o a fixar a cronolo- ções mentais. Para este caminho de regresso às origens de
gia e a sequência deste fato importante, situando-o no livro. um trauma, Freud se utilizou especialmente da linguagem
Aproveite bem esta etapa de leitura. Para auxiliar no es- onírica dos pacientes, considerando os sonhos como com-
tudo, é interessante que, ao final da leitura de cada capítulo, pensação dos desejos insatisfeitos na fase de vigília.
você faça um breve resumo com suas próprias palavras de Mas a grande novidade de Freud, que escandalizou o
tudo o que foi lido. mundo cultural da época, foi a apresentação da tese de que
toda neurose é de origem sexual.”
Um Quinto Nível pode ser opcional: a etapa da repe- (Salvatore D’Onofrio)
tição aplicada. Quando lemos, assimilamos o conteúdo do
texto, mas aprendizagem efetiva vai requerer que tenhamos Primeiro Conceito do Texto: “Incalculável é a contribui-
prática, ou seja, que tenhamos experiência do que foi lido ção do famoso neurologista austríaco no tocante aos estu-
na vida. Você só pode compreender conceitos que tenha dos sobre a formação da personalidade humana. Sigmund
visto em seu cotidiano. Nada como unir a teoria à prática. Freud (1859-1939) conseguiu acender luzes nas cama-
Na leitura, quando não passamos pela etapa da repetição das mais profundas da psique humana: o inconsciente e
aplicada, ficamos muitas vezes sujeitos àqueles brancos subconsciente.” O autor do texto afirma, inicialmente, que
quando queremos evocar o assunto. Para evitar isso, faça Sigmund Freud ajudou a ciência a compreender os níveis
resumos. mais profundos da personalidade humana, o inconsciente e
Observe agora os trechos sublinhados do livro e os subconsciente.
resumos de cada capítulo, trace um diagrama sobre o li-
vro, esforce-se para traduzi-lo com suas próprias palavras. Segundo Conceito do Texto: “Começou estudando ca-
Procure associar o assunto lido com alguma experiência já sos clínicos de comportamentos anômalos ou patológicos,
vivida ou tente exemplificá-lo com algo concreto, como se com a ajuda da hipnose e em colaboração com os colegas
fosse um professor e o estivesse ensinando para uma tur- Joseph Breuer e Martin Charcot (Estudos sobre a histeria,
ma de alunos interessados. É importante lembrar que es- 1895). Insatisfeito com os resultados obtidos pelo hipnotis-
quecemos mais nas próximas 8 horas do que nos 30 dias mo, inventou o método que até hoje é usado pela psica-
posteriores. Isto quer dizer que devemos fazer pausas du- nálise: o das ‘livres associações’ de ideias e de sentimen-
rante a leitura e ao retornarmos ao livro, consultamos os tos, estimuladas pela terapeuta por palavras dirigidas ao
resumos. Não pense que é um exercício monótono. Nós paciente com o fim de descobrir a fonte das perturbações
somos capazes de realizar diariamente exercícios físicos mentais.” A segunda ideia núcleo mostra que Freud deu iní-
com o propósito de melhorar a aparência e a saúde. Pois cio a sua pesquisa estudando os comportamentos huma-
bem, embora não tenhamos condições de ver com o que se nos anormais ou doentios por meio da hipnose. Insatisfeito
apresenta nossa mente, somos capazes de senti-la quando com esse método, criou o das “livres associações de ideias
melhoramos nossas aptidões como o raciocínio, a pronti- e de sentimentos”.
dão de informações e, obviamente, nossos conhecimentos Terceiro Conceito do Texto: “Para este caminho de re-
intelectuais. Vale a pena se esforçar no início e criar um gresso às origens de um trauma, Freud se utilizou especial-
método de leitura eficiente e rápido. mente da linguagem onírica dos pacientes, considerando
os sonhos como compensação dos desejos insatisfeitos na
Ideias Núcleo fase de vigília.” Aqui, está explicitado que a descoberta das
raízes de um trauma se faz por meio da compreensão dos
O primeiro passo para interpretar um texto consiste em sonhos, que seriam uma linguagem metafórica dos desejos
decompô-lo, após uma primeira leitura, em suas “ideias bá- não realizados ao longo da vida do dia a dia.
sicas ou ideias núcleo”, ou seja, um trabalho analítico bus-
cando os conceitos definidores da opinião explicitada pelo Quarto Conceito do Texto: “Mas a grande novidade de
autor. Esta operação fará com que o significado do texto Freud, que escandalizou o mundo cultural da época, foi a
“salte aos olhos” do leitor. Exemplo: apresentação da tese de que toda neurose é de origem se-
xual.” Por fim, o texto afirma que Freud escandalizou a so-
“Incalculável é a contribuição do famoso neurologis- ciedade de seu tempo, afirmando a novidade de que todo o
ta austríaco no tocante aos estudos sobre a formação da trauma psicológico é de origem sexual.
personalidade humana. Sigmund Freud (1859-1939) con-
seguiu acender luzes nas camadas mais profundas da psi-
Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa - Não se deve preocupar com a arrumação das letras
interpretação de texto. Para isso, devemos observar o se- nas alternativas;
guinte: - As perguntas são fáceis, dependendo de quem lê o
texto ou como o leu;
- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do - Cuidado com as opiniões pessoais, elas não existem;
assunto; - Sentir, perceber a mensagem do autor;
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa - Cuidado com a exatidão das questões em relação ao
a leitura, vá até o fim, ininterruptamente; texto;
- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto - Descobrir o assunto e procurar pensar sobre ele;
pelo menos umas três vezes; - Todos os termos da análise sintática, cada termo tem
- Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas; seu valor, sua importância;
- Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; - Todas as orações subordinadas têm oração principal e
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do
as ideias se completam.
autor;
- Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para
Vícios de Leitura
melhor compreensão;
- Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte)
do texto correspondente; Por acaso você tem o hábito de ler movimentando a ca-
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada beça? Ou quem sabe, acompanhando com o dedo? Talvez
questão; vocalizando baixinho... Você não percebe, mas esses movi-
- Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de...), mentos são alguns dos tantos que prejudicam a leitura. Es-
não, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, ex- ses movimentos são conhecidos como vícios de linguagem.
ceto, e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, Movimentar a cabeça: procure perceber se você não
às vezes, dificultam a entender o que se perguntou e o que está movimentando a cabeça enquanto lê. Este movimento,
se pediu; ao final de pouco tempo, gera muito cansaço além de não
- Quando duas alternativas lhe parecem corretas, pro- causar nenhum efeito positivo. Durante a leitura apenas
curar a mais exata ou a mais completa; movimentamos os olhos.
- Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fun- Regressar no texto, durante a leitura: pessoas que têm
damento de lógica objetiva; dificuldade de memorizar um assunto, que não compreen-
- Cuidado com as questões voltadas para dados super- dem algumas expressões ou palavras tendem a voltar na
ficiais; sua leitura. Este movimento apenas incrementa a falta de
- Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela memória, pois secciona a linha de raciocínio e raramente
resposta, mas a opção que melhor se enquadre no sentido explica o desconhecido, o que normalmente é elucidado no
do texto; decorrer da leitura. Procure sempre manter uma sequência
- Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras e não fique “indo e vindo” no livro. O assunto pode se tornar
denuncia a resposta; um bicho de sete cabeças!
- Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas Ler palavra por palavra: para escrever usamos muitas
pelo autor, definindo o tema e a mensagem; palavras que apenas servem como adereços. Procure ler o
- O autor defende ideias e você deve percebê-las; conjunto e perceber o seu significado.
- Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito Sub-vocalização: é o ato de repetir mentalmente a pala-
são importantíssimos na interpretação do texto. Exemplos:
vra. Isto só será corrigido quando conseguirmos ultrapassar
a marca de 250 palavras por minuto.
Ele morreu de fome.
Usar apoios: algumas pessoas têm o hábito de acom-
de fome: adjunto adverbial de causa, determina a cau-
panhar a leitura com réguas, apontando ou utilizando um
sa na realização do fato (= morte de “ele”).
Ele morreu faminto. objeto que salta “linha a linha”. O movimento dos olhos é
faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que “ele” muito mais rápido quando é livre do que quando o fazemos
se encontrava quando morreu. guiado por qualquer objeto.
- Assimilamos o conteúdo lido integrando-o ao nosso - Ambiente: o ambiente de leitura deve ser prepara-
“arquivo mental” e aplicando o conhecimento ao nosso co- do para ela. Nada de ambientes com muitos estímulos que
tidiano. forcem a dispersão. Deve ser um local tranquilo, agradá-
vel, ventilado, com uma cadeira confortável para o leitor e
A leitura é um processo muito mais amplo do que pode- mesa para apoiar o livro a uma altura que possibilite pos-
mos imaginar. Ler não é unicamente interpretar os símbolos tura corporal adequada. Quanto a iluminação, deve vir do
gráficos, mas interpretar o mundo em que vivemos. Na ver- lado posterior esquerdo, pois o movimento de virar a página
dade, passamos todo o nosso tempo lendo! acontecerá antes de ter sido lida a última linha da página di-
O psicanalista francês Lacan disse que o olhar da mãe reita e, de outra forma, haveria a formação de sombra nesta
configura a estrutura psíquica da criança, ou seja, esta se página, o que atrapalharia a leitura.
vê a partir de como vê seu reflexo nos olhos da mãe! O - Objetos necessários: para evitar que, durante a lei-
bebê, então, segundo esta citação, lê nos olhos da mãe tura, levantarmos para pegar algum objeto que julguemos
o sentimento com que é recebido e interpreta suas emo- importante, devemos colocar lápis, marca-texto e dicionário
ções: se o que encontra é rejeição, sua experiência básica sempre à mão. Quanto sublinhar os pontos importantes do
será de terror; se encontra alegria, sua experiência será de texto, é preciso aprender a técnica adequada. Não o fazer
tranquilidade, etc. Ler está tão relacionado com o fato de na primeira leitura, evitando que os aspectos sublinhados
existirmos que nem nos preocupamos em aprimorar este parecem-se mais com um mosaico de informações alea-
processo. É lendo que vamos construindo nossos valores e tórias.
estes são os responsáveis pela transformação dos fatos em Os concursos apresentam questões interpretativas que
objetos de nosso sentimento. têm por finalidade a identificação de um leitor autônomo.
Leitura é um dos grandes, senão o maior, ingrediente Portanto, o candidato deve compreender os níveis estrutu-
da civilização. Ela é uma atividade ampla e livre, fato com- rais da língua por meio da lógica, além de necessitar de um
provado pela frustração de algumas pessoas ao assistirem bom léxico internalizado.
a um filme, cuja história já foi lida em um livro. Quando le- As frases produzem significados diferentes de acordo
mos, associamos as informações lidas à imensa bagagem
com o contexto em que estão inseridas. Torna-se, assim,
de conhecimentos que temos armazenados em nosso cé-
necessário sempre fazer um confronto entre todas as par-
rebro e então somos capazes de criar, imaginar e sonhar.
tes que compõem o texto. Além disso, é fundamental apre-
É por meio da leitura que podemos entrar em contato
ender as informações apresentadas por trás do texto e as
com pessoas distantes ou do passado, observando suas
inferências a que ele remete. Este procedimento justifica-se
crenças, convicções e descobertas que foram imortaliza-
por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica
das por meio da escrita. Esta possibilita o avanço tecnoló-
do autor diante de uma temática qualquer.
gico e científico, registrando os conhecimentos, levando-os
a qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo, desde que
saibam decodificar a mensagem, interpretando os símbolos Como ler e interpretar uma charge
usados como registro da informação. A leitura é o verdadeiro
elo integrador do ser humano e a sociedade em que ele vive! Interpretar cartuns, charges ou quadrinhos exigem três
O mundo de hoje é marcado pelo enorme fluxo de infor- habilidades: observação, conhecimento do assunto e vo-
mações oferecidas a todo instante. É preciso também tor- cabulário adequado. A primeira permite que o leitor “veja”
narmo-nos mais receptivos e atentos, para nos mantermos todos os ícones presentes - e dono da situação - dê início
atualizados e competitivos. Para isso, é imprescindível leitu- à descrição minuciosa, mas que prioriza as relevâncias. A
ra que nos estimule cada vez mais em vista dos resultados segunda requer um leitor “antenado” com o noticiário mais
que ela oferece. Se você pretende acompanhar a evolução recente, caso contrário não será possível estabelecer senti-
do mundo, manter-se em dia, atualizado e bem informado, dos para o que vê. A terceira encerra o ciclo, pois, sem dar
precisa preocupar-se com a qualidade da sua leitura. nome ao que vê, o leitor não faz a tradução da imagem.
Observe: você pode gostar de ler sobre esoterismo e Desse modo, interpretar charges - ou qualquer outra
uma pessoa próxima não se interessar por este assunto. forma de expressão visual – exige procedimentos lógicos,
Por outro lado, será que esta mesma pessoa se interessa atenção aos detalhes e uma preocupação rigorosa em as-
por um livro que fale sobre História ou esportes? No caso sociar imagens aos fatos.
da leitura, não existe livro interessante, mas leitores inte-
ressados.
A pessoa que se preocupa com a qualidade de sua lei-
tura e com o resultado que poderá obter, deve pensar no
ato de ler como um comportamento que requer alguns cui-
dados, para ser realmente eficaz.
da imagem já demonstraram, nos processos inconscientes (D) o significado de uma imagem muda com o passar
que podem influenciar as decisões e escolhas que julgamos do tempo.
serem estritamente voluntárias. Compreender a mensagem (E) Mas é difícil imaginar alguém que seja insensível à
ideológica da qual é composta uma charge acaba tendo a magia de uma foto.
função de tornar conscientes estes processos, fazendo com
que nossa decisão seja fundamentada numa decisão mais 2. No contexto do último parágrafo, a referência aos vá-
racional e posicionada, e ao mesmo tempo menos ingênua rios níveis de percepção de uma fotografia remete
e caricata da situação. Aí, sim, a charge poderá auxiliar na (A) à diversidade das qualidades intrínsecas de uma
formulação clara e cônscia de um posicionamento perante foto.
os fatos e notícias apresentados por esses meios de comu- (B) às diferenças de qualificação do olhar dos obser-
nicação! vadores.
(C) aos graus de insensibilidade de alguns diante de
EXERCÍCIOS uma foto.
(D) às relações que a fotografia mantém com as outras
Atenção: As questões de números 1 a 5 referem-se ao artes.
texto seguinte. (E) aos vários tempos que cada fotografia representa
em si mesma.
Fotografias
3. Atente para as seguintes afirmações:
Toda fotografia é um portal aberto para outra dimensão: I. Ao dizer, no primeiro parágrafo, que a fotografia con-
o passado. A câmara fotográfica é uma verdadeira máquina gela o tempo, o autor defende a ideia de que a realidade
do tempo, transformando o que é naquilo que já não é mais, apreendida numa foto já não pertence a tempo algum.
porque o que temos diante dos olhos é transmudado ime- II. No segundo parágrafo, a menção ao ditado sobre o
diatamente em passado no momento do clique. Costuma- albergue espanhol tem por finalidade sugerir que o olhar do
observador não interfere no sentido próprio e particular de
mos dizer que a fotografia congela o tempo, preservando
uma foto.
um momento passageiro para toda a eternidade, e isso não
III. Um fotógrafo profissional, conforme sugere o tercei-
deixa de ser verdade. Todavia, existe algo que descongela
ro parágrafo, vê não apenas uma foto, mas os recursos de
essa imagem: nosso olhar. Em francês, imagem e magia
uma linguagem específica nela fixados.
contêm as mesmas cinco letras: image e magie. Toda ima-
Em relação ao texto, está correto o que se afirma SO-
gem é magia, e nosso olhar é a varinha de condão que
MENTE em
descongela o instante aprisionado nas geleiras eternas do
(A) I e II.
tempo fotográfico.
(B) II e III.
Toda fotografia é uma espécie de espelho da Alice do (C) I.
País das Maravilhas, e cada pessoa que mergulha nesse (D) II.
espelho de papel sai numa dimensão diferente e vivencia (E) III.
experiências diversas, pois o lado de lá é como o albergue
espanhol do ditado: cada um só encontra nele o que trouxe 4. No contexto do primeiro parágrafo, o segmento To-
consigo. Além disso, o significado de uma imagem muda davia, existe algo que descongela essa imagem pode ser
com o passar do tempo, até para o mesmo observador. substituído, sem prejuízo para a correção e a coerência do
Variam, também, os níveis de percepção de uma fo- texto, por:
tografia. Isso ocorre, na verdade, com todas as artes: um (A) Tendo isso em vista, há que se descongelar essa
músico, por exemplo, é capaz de perceber dimensões so- imagem.
noras inteiramente insuspeitas para os leigos. Da mesma (B) Ainda assim, há mais que uma imagem desconge-
forma, um fotógrafo profissional lê as imagens fotográficas lada.
de modo diferente daqueles que desconhecem a sintaxe da (C) Apesar de tudo, essa imagem descongela algo.
fotografia, a “escrita da luz”. Mas é difícil imaginar alguém (D) Há, não obstante, o que faz essa imagem descon-
que seja insensível à magia de uma foto. gelar.
(Adaptado de Pedro Vasquez, em Por trás daquela (E) Há algo, outrossim, que essa imagem descongela-
foto. rá.
São Paulo: Companhia das Letras, 2010)
5. Está clara e correta a redação deste livre comentário
1. O segmento do texto que ressalta a ação mesma da sobre o texto:
percepção de uma foto é: (A) Apesar de se ombrearem com outras artes plásti-
(A) A câmara fotográfica é uma verdadeira máquina do cas, a fotografia nos faz desfrutar e viver experiências de
tempo. natureza igualmente temporal.
(B) a fotografia congela o tempo. (B) Na superfície espacial de uma fotografia, nem se
(C) nosso olhar é a varinha de condão que descongela imagine os tempos a que suscitarão essa imagem aparen-
o instante aprisionado. temente congelada...
(C) Conquanto seja o registro de um determinado es- (D) faz pensar nas dificuldades que existem quando se
paço, uma foto leva-nos a viver profundas experiências de trata de determinar a origem de um vocábulo.
caráter temporal. (E) desdobra-se em acepções contraditórias que cor-
(D) Tal como ocorrem nos espelhos da Alice, as experi- respondem a convicções incompatíveis.
ências físicas de uma fotografia podem se inocular em pla-
nos temporais. 7. Diz-se que tratar igualmente os desiguais é perpetuar
(E) Nenhuma imagem fotográfica é congelada suficien- a desigualdade.
temente para abrir mão de implicâncias semânticas no pla- Da afirmação acima é coerente deduzir esta outra:
no temporal. (A) Os homens são desiguais porque foram tratados
com o mesmo critério de igualdade.
Atenção: As questões de números 6 a 9 referem-se ao (B) A igualdade só é alcançável se abolida a fixação de
texto seguinte. um mesmo critério para casos muito diferentes.
(C) Quando todos os desiguais são tratados desigual-
Discriminar ou discriminar? mente, a desigualdade definitiva torna-se aceitável.
(D) Uma forma de perpetuar a igualdade está em sem-
Os dicionários não são úteis apenas para esclarecer pre tratar os iguais como se fossem desiguais.
o sentido de um vocábulo; ajudam, com frequência, a ilu- (E) Critérios diferentes implicam desigualdades tais que
minar teses controvertidas e mesmo a incendiar debates. os injustiçados são sempre os mesmos.
Vamos ao Dicionário Houaiss, ao verbete discriminar, e lá
encontramos, entre outras, estas duas acepções: a) perce- 8. Considerando-se o contexto, traduz-se adequada-
ber diferenças; distinguir, discernir; b) tratar mal ou de modo mente o sentido de um segmento em:
injusto, desigual, um indivíduo ou grupo de indivíduos, em (A) iluminar teses controvertidas (1º parágrafo) = amai-
razão de alguma característica pessoal, cor da pele, classe nar posições dubitativas.
social, convicções etc. (B) um preciso discernimento (2º parágrafo) = uma ar-
raigada dissuasão.
Na primeira acepção, discriminar é dar atenção às dife-
(C) disseminar o juízo preconcebido (2º parágrafo) =
renças, supõe um preciso discernimento; o termo transpira
dissuadir o julgamento predestinado.
o sentido positivo de quem reconhece e considera o estatu-
(D) a forma mais censurável (3º parágrafo) = o modo
to do que é diferente. Discriminar o certo do errado é o pri-
mais repreensível.
meiro passo no caminho da ética. Já na segunda acepção,
(E) As acepções são inconciliáveis (3º parágrafo) = as
discriminar é deixar agir o preconceito, é disseminar o juízo
versões são inatacáveis.
preconcebido. Discriminar alguém: fazê-lo objeto de nossa
intolerância.
9. É preciso reelaborar, para sanar falha estrutural, a
Diz-se que tratar igualmente os desiguais é perpetu- redação da seguinte frase:
ar a desigualdade. Nesse caso, deixar de discriminar (no (A) O autor do texto chama a atenção para o fato de que
sentido de discernir) é permitir que uma discriminação con- o desejo de promover a igualdade corre o risco de obter um
tinue (no sentido de preconceito). Estamos vivendo uma efeito contrário.
época em que a bandeira da discriminação se apresenta (B) Embora haja quem aposte no critério único de julga-
em seu sentido mais positivo: trata-se de aplicar políticas mento, para se promover a igualdade, visto que desconsi-
afirmativas para promover aqueles que vêm sofrendo dis- deram o risco do contrário.
criminações históricas. Mas há, por outro lado, quem veja (C) Quem vê como justa a aplicação de um mesmo cri-
nessas propostas afirmativas a forma mais censurável de tério para julgar casos diferentes não crê que isso reafirme
discriminação... É o caso das cotas especiais para vagas uma situação de injustiça.
numa universidade ou numa empresa: é uma discrimina- (D) Muitas vezes é preciso corrigir certas distorções
ção, cujo sentido positivo ou negativo depende da convic- aplicando-se medidas que, à primeira vista, parecem em si
ção de quem a avalia. As acepções são inconciliáveis, mas mesmas distorcidas.
estão no mesmo verbete do dicionário e se mostram vivas (E) Em nossa época, há desequilíbrios sociais tão gra-
na mesma sociedade. ves que tornam necessários os desequilíbrios compensató-
(Aníbal Lucchesi, inédito) rios de uma ação corretiva.
na areia da praia e na tela da televisão, o filhote de jubarte Em relação ao texto, está correto o que se afirma em
conseguiu ser devolvido ao mar. Até a União Soviética aca- (A) I, II e III.
bou, como foi dito por locutores especializados em necroló- (B) I e III, apenas.
gio eufórico. Mas o drama da baleia não acabava. Centenas (C) II e III, apenas.
de curiosos foram lá apreciar aquela montanha de força a (D) I e II, apenas.
se esfalfar em vão na luta pela sobrevivência. Um belo es- (E) III, apenas.
petáculo.
À noite, cessava o trabalho, ou a diversão. Mas já ao 12. Foram irrelevantes para a salvação da baleia estes
raiar do dia, sem recursos, com simples cordas e as pró- dois fatores:
prias mãos, todos se empenhavam no lúcido objetivo co- (A) o necrológio da União Soviética e os serviços da
mum. Comum, vírgula. O sorveteiro vendeu centenas de traineira da Petrobrás.
picolés. Por ele a baleia ficava encalhada por mais duas ou (B) o prestígio dos valores ecológicos e o empenho no
três semanas. Uma santa senhora teve a feliz ideia de levar lúcido objetivo comum.
pastéis e empadinhas para vender com ágio. Um malvado (C) o fato de a jubarte ser um animal de sangue frio e o
sugeriu que se desse por perdida a batalha e se começasse prestígio dos valores ecológicos.
logo a repartir os bifes. (D) o fato de a Petrobrás ser uma empresa estatal e as
Em 1966, uma baleia adulta foi parar ali mesmo e em iniciativas que couberam a uma traineira.
quinze minutos estava toda retalhada. Muitos se lembra- (E) o aproveitamento comercial da situação e a força
vam da alegria voraz com que foram disputadas as tone- descomunal empregada pela jubarte.
ladas da vítima. Essa de agora teve mais sorte. Foi salva
graças à religião ecológica que anda na moda e que por um 13. Considerando-se o contexto, traduz-se adequada-
momento estabeleceu uma trégua entre todos nós, animais mente o sentido de um segmento em:
de sangue quente ou de sangue frio. (A) em necrológio eufórico (1º parágrafo) = em façanha
Até que enfim chegou uma traineira da Petrobrás. Logo mortal.
uma estatal, ó céus, num momento em que é preciso dar (B) Comum, vírgula (2º parágrafo) = Geral, mas nem
provas da eficácia da empresa privada. De qualquer forma, tanto.
eu já podia recolher a minha aflição. Metáfora fácil, lá se foi, (C) que se desse por perdida a batalha (2º parágrafo) =
espero que salva, a baleia de Saquarema. O maior animal que se imaginasse o efeito de uma derrota.
do mundo, assim frágil, à mercê de curiosos. À noite, so- (D) estabeleceu uma trégua entre todos nós (3º pará-
nhei com o Brasil encalhado na areia diabólica da inflação. grafo) = derrogou uma imunidade para nós todos.
A bordo, uma tripulação de camelôs anunciava umas bugi- (E) é preciso dar provas da eficácia (4º parágrafo) =
gangas. Tudo fala. Tudo é símbolo. convém explicitar os bons propósitos.
(Otto Lara Resende, Folha de S. Paulo) 14. Está clara e correta a redação deste livre comentá-
rio sobre o último parágrafo do texto.
10. O cronista ressalta aspectos contrastantes do (A) Apesar de tratar do drama ocorrido com uma baleia,
caso de Saquarema, tal como se observa na relação entre o cronista não deixa de aludir a circunstâncias nacionais,
estas duas expressões: como o impulso para as privatizações e os custos da alta
(A) drama da baleia encalhada e três dias se debatendo inflação.
na areia. (B) Mormente tratando de uma jubarte encalhado, o
(B) em quinze minutos estava toda retalhada e foram cronista não obsta em tratar de assuntos da pauta nacional,
disputadas as toneladas da vítima. como a inflação ou o processo empresarial das privatiza-
(C) se esfalfar em vão na luta pela sobrevivência e levar ções.
pastéis e empadinhas para vender com ágio. (C) Vê-se que um cronista pode assumir, como aqui
(D) o filhote de jubarte conseguiu ser devolvido ao mar ocorreu, o papel tanto de um repórter curioso como anali-
e lá se foi, espero que salva, a baleia de Saquarema. sar fatos oportunos, qual seja a escalada inflacionária ou a
(E) Até que enfim chegou uma traineira da Petrobrás e privatização.
Logo uma estatal, ó céus. (D) O incidente da jubarte encalhado não impediu de
que o cronista se valesse de tal episódio para opinar diante
11. Atente para as seguintes afirmações sobre o texto: de outros fatos, haja vista a inflação nacional ou a escalada
I. A analogia entre a baleia e a União Soviética insinua, das privatizações.
entre outros termos de aproximação, o encalhe dos gigantes. (E) Ao bom cronista ocorre associar um episódio como
II. As reações dos envolvidos no episódio da baleia en- o da jubarte com a natureza de outros, bem distintos, sejam
calhada revelam que, acima das diferentes providências, os da economia inflacionada, sejam o crescente prestígio
atinham-se todos a um mesmo propósito. das privatizações.
III. A expressão Tudo é símbolo prende-se ao fato de
que o autor aproveitou o episódio da baleia encalhada para
também figurar o encalhe de um país imobilizado pela alta
inflação.
- Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e le- Convém ainda alertar que não se convence ninguém
vando em conta o caráter invasivo de alguns exames, a com manifestações de sinceridade do autor (como eu,
equipe médica houve por bem determinar o internamento que não costumo mentir...) ou com declarações de certe-
do governador pelo período de três dias, a partir de hoje, 4 za expressas em fórmulas feitas (como estou certo, creio
de fevereiro de 2001. firmemente, é claro, é óbvio, é evidente, afirmo com toda a
- Para conseguir fazer exames com mais cuidado e por- certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto, sincerida-
que alguns deles são barrapesada, a gente botou o gover- de e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve
nador no hospital por três dias. construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas
qualidades não se prometem, manifestam-se na ação.
Como dissemos antes, todo texto tem uma função ar- A argumentação é a exploração de recursos para fazer
gumentativa, porque ninguém fala para não ser levado a parecer verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso,
sério, para ser ridicularizado, para ser desmentido: em todo levar a pessoa a que texto é endereçado a crer naquilo que
ato de comunicação deseja-se influenciar alguém. Por mais ele diz.
neutro que pretenda ser, um texto tem sempre uma orienta- Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e ex-
ção argumentativa. pressa um ponto de vista, acompanhado de certa funda-
A orientação argumentativa é uma certa direção que o mentação, que inclui a argumentação, questionamento,
falante traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao com o objetivo de persuadir. Argumentar é o processo pelo
falar de um homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, qual se estabelecem relações para chegar à conclusão,
de ridicularizá-lo ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza. com base em premissas. Persuadir é um processo de con-
O enunciador cria a orientação argumentativa de seu vencimento, por meio da argumentação, no qual procura-se
texto dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo convencer os outros, de modo a influenciar seu pensamen-
certos episódios e revelando outros, escolhendo determina- to e seu comportamento.
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persu-
das palavras e não outras, etc. Veja:
asão válida, expõem-se com clareza os fundamentos de
uma ideia ou proposição, e o interlocutor pode questionar
“O clima da festa era tão pacífico que até sogras e no-
cada passo do raciocínio empregado na argumentação. A
ras trocavam abraços afetuosos.”
persuasão não válida apoia-se em argumentos subjetivos,
O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que
apelos subliminares, chantagens sentimentais, com o em-
noras e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria
prego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mímica e
escolhido esse fato para ilustrar o clima da festa nem teria
até o choro.
utilizado o termo até, que serve para incluir no argumento Alguns autores classificam a dissertação em duas mo-
alguma coisa inesperada. dalidades, expositiva e argumentativa. Esta, exige argu-
Além dos defeitos de argumentação mencionados mentação, razões a favor e contra uma ideia, ao passo que
quando tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos a outra é informativa, apresenta dados sem a intenção de
citar outros: convencer. Na verdade, a escolha dos dados levantados, a
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido maneira de expô-los no texto já revelam uma “tomada de
tão amplo, que serve de argumento para um ponto de vista posição”, a adoção de um ponto de vista na dissertação,
e seu contrário. São noções confusas, como paz, que, pa- ainda que sem a apresentação explícita de argumentos.
radoxalmente, pode ser usada pelo agressor e pelo agre- Desse ponto de vista, a dissertação pode ser definida como
dido. Essas palavras podem ter valor positivo (paz, justiça, discussão, debate, questionamento, o que implica a liberda-
honestidade, democracia) ou vir carregadas de valor nega- de de pensamento, a possibilidade de discordar ou concor-
tivo (autoritarismo, degradação do meio ambiente, injustiça, dar parcialmente. A liberdade de questionar é fundamental,
corrupção). mas não é suficiente para organizar um texto dissertativo. É
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derru- necessária também a exposição dos fundamentos, os moti-
badas por um único contra exemplo. Quando se diz “Todos vos, os porquês da defesa de um ponto de vista.
os políticos são ladrões”, basta um único exemplo de políti- Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitu-
co honesto para destruir o argumento. de argumentativa. A argumentação está presente em qual-
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora quer tipo de discurso, porém, é no texto dissertativo que ela
do contexto adequado, sem o significado apropriado, vul- melhor se evidencia.
garizando-as e atribuindo-lhes uma significação subjetiva e Para discutir um tema, para confrontar argumentos e
grosseira. É o caso, por exemplo, da frase “O imperialismo posições, é necessária a capacidade de conhecer outros
de certas indústrias não permite que outras crescam”, em pontos de vista e seus respectivos argumentos. Uma dis-
que o termo imperialismo é descabido, uma vez que, a rigor, cussão impõe, muitas vezes, a análise de argumentos
significa “ação de um Estado visando a reduzir outros à sua opostos, antagônicos. Como sempre, essa capacidade
dependência política e econômica”. aprende-se com a prática. Um bom exercício para aprender
a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvolver
A boa argumentação é aquela que está de acordo com as seguintes habilidades:
a situação concreta do texto, que leva em conta os compo- - argumentação: anotar todos os argumentos a favor
nentes envolvidos na discussão (o tipo de pessoa a quem de uma ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a
se dirige a comunicação, o assunto, etc). posição totalmente contrária;
- contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e Todo homem é mortal (premissa maior = geral, univer-
quais os argumentos que essa pessoa imaginária possivel- sal)
mente apresentaria contra a argumentação proposta; Fulano é homem (premissa menor = particular)
- refutação: argumentos e razões contra a argumenta- Logo, Fulano é mortal (conclusão)
ção oposta.
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução,
A argumentação tem a finalidade de persuadir, portan- baseiase em uma conexão ascendente, do particular para
to, argumentar consiste em estabelecer relações para tirar o geral. Nesse caso, as constatações particulares levam às
conclusões válidas, como se procede no método dialético. leis gerais, ou seja, parte de fatos particulares conhecidos
O método dialético não envolve apenas questões ideológi- para os fatos gerais, desconhecidos. O percurso do raciocí-
cas, geradoras de polêmicas. Trata-se de um método de nio se faz do efeito para a causa. Exemplo:
investigação da realidade pelo estudo de sua ação recípro-
ca, da contradição inerente ao fenômeno em questão e da O calor dilata o ferro (particular)
mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade. O calor dilata o bronze (particular)
Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, O calor dilata o cobre (particular)
criou o método de raciocínio silogístico, baseado na de- O ferro, o bronze, o cobre são metais
dução, que parte do simples para o complexo. Para ele, Logo, o calor dilata metais (geral, universal)
verdade e evidência são a mesma coisa, e pelo raciocínio
torna-se possível chegar a conclusões verdadeiras, desde Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser
que o assunto seja pesquisado em partes, começando-se válido e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas
pelas proposições mais simples até alcançar, por meio de premissas também o forem. Se há erro ou equívoco na apre-
deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio car- ciação dos fatos, pode-se partir de premissas verdadeiras
tesiana, é fundamental determinar o problema, dividi-lo em para chegar a uma conclusão falsa. Tem-se, desse modo, o
partes, ordenar os conceitos, simplificando-os, enumerar sofisma. Uma definição inexata, uma divisão incompleta, a
todos os seus elementos e determinar o lugar de cada um
ignorância da causa, a falsa analogia são algumas causas
no conjunto da dedução.
do sofisma. O sofisma pressupõe má fé, intenção delibera-
A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental
da de enganar ou levar ao erro; quando o sofisma não tem
para a argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes
essas intenções propositais, costuma-se chamar esse pro-
propôs quatro regras básicas que constituem um conjunto
cesso de argumentação de paralogismo. Encontra-se um
de reflexos vitais, uma série de movimentos sucessivos e
exemplo simples de sofisma no seguinte diálogo:
contínuos do espírito em busca da verdade:
- evidência;
- Você concorda que possui uma coisa que não per-
- divisão ou análise;
- ordem ou dedução; deu?
- enumeração. - Lógico, concordo.
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates?
A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a - Claro que não!
omissão e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração - Então você possui um brilhante de 40 quilates...
pode quebrar o encadeamento das ideias, indispensável
para o processo dedutivo. Exemplos de sofismas:
A forma de argumentação mais empregada na redação
acadêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras Dedução
cartesianas, que contém três proposições: duas premis- Todo professor tem um diploma (geral, universal)
sas, maior e menor, e a conclusão. As três proposições são Fulano tem um diploma (particular)
encadeadas de tal forma, que a conclusão é deduzida da Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa)
maior por intermédio da menor. A premissa maior deve ser
universal, emprega todo, nenhum, pois alguns não caracte- Indução
riza a universalidade. O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor.
Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedu- (particular)
ção (silogística), que parte do geral para o particular, e a Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor.
indução, que vai do particular para o geral. A expressão (particular)
formal do método dedutivo é o silogismo. A dedução é o Rio de Janeiro e Taubaté são cidades.
caminho das consequências, baseia-se em uma conexão Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Reden-
descendente (do geral para o particular) que leva à conclu- tor. (geral – conclusão falsa)
são. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a
de verdades universais, pode-se chegar à previsão ou de- conclusão pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm
terminação de fenômenos particulares. O percurso do ra- diploma são professores; nem todas as cidades têm uma
ciocínio vai da causa para o efeito. Exemplo: estátua do Cristo Redentor. Comete-se erro quando se faz
generalizações apressadas ou infundadas. A “simples ins-
peção” é a ausência de análise ou análise superficial dos fa- de um processo mais ou menos arbitrário, em que os ca-
tos, que leva a pronunciamentos subjetivos, baseados nos racteres comuns e diferenciadores são empregados de
sentimentos não ditados pela razão. modo mais ou menos convencional. A classificação, no rei-
Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não no animal, em ramos, classes, ordens, subordens, gêneros
fundamentais, que contribuem para a descoberta ou com- e espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas
provação da verdade: análise, síntese, classificação e defi- características comuns e diferenciadoras. A classificação
nição. Além desses, existem outros métodos particulares de dos variados itens integrantes de uma lista mais ou menos
algumas ciências, que adaptam os processos de dedução caótica é artificial.
e indução à natureza de uma realidade particular. Pode-se Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, ca-
afirmar que cada ciência tem seu método próprio demons- minhão, canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo,
trativo, comparativo, histórico etc. A análise, a síntese, a queijo, relógio, sabiá, torradeira.
classificação a definição são chamadas métodos sistemáti-
cos, porque pela organização e ordenação das ideias visam Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
sistematizar a pesquisa. Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
Análise e síntese são dois processos opostos, mas in- Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torra-
terligados; a análise parte do todo para as partes, a síntese, deira.
das partes para o todo. A análise precede a síntese, porém, Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
de certo modo, uma depende da outra. A análise decom-
põe o todo em partes, enquanto a síntese recompõe o todo Os elementos desta lista foram classificados por ordem
pela reunião das partes. Sabe-se, porém, que o todo não é alfabética e pelas afinidades comuns entre eles. Estabele-
uma simples justaposição das partes. Se alguém reunisse cer critérios de classificação das ideias e argumentos, pela
todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu ordem de importância, é uma habilidade indispensável para
o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só re- elaborar o desenvolvimento de uma redação. Tanto faz que
construiria todo se as partes estivessem organizadas, devi- a ordem seja crescente, do fato mais importante para o me-
damente combinadas, seguida uma ordem de relações ne- nos importante, ou decrescente, primeiro o menos impor-
cessárias, funcionais, então, o relógio estaria reconstruído. tante e, no final, o impacto do mais importante; é indispen-
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do sável que haja uma lógica na classificação. A elaboração do
todo por meio da integração das partes, reunidas e relacio- plano compreende a classificação das partes e subdivisões,
nadas num conjunto. Toda síntese, por ser uma reconstru- ou seja, os elementos do plano devem obedecer a uma hie-
ção, pressupõe a análise, que é a decomposição. A análise, rarquização. (Garcia, 1973, p. 302304.)
no entanto, exige uma decomposição organizada, é preciso Para a clareza da dissertação, é indispensável que,
saber como dividir o todo em partes. As operações que se logo na introdução, os termos e conceitos sejam definidos,
realizam na análise e na síntese podem ser assim relacio- pois, para expressar um questionamento, deve-se, de ante-
nadas: mão, expor clara e racionalmente as posições assumidas e
os argumentos que as justificam. É muito importante deixar
Análise: penetrar, decompor, separar, dividir. claro o campo da discussão e a posição adotada, isto é,
Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir. esclarecer não só o assunto, mas também os pontos de
vista sobre ele.
A análise tem importância vital no processo de coleta de A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da
ideias a respeito do tema proposto, de seu desdobramento linguagem e consiste na enumeração das qualidades pró-
e da criação de abordagens possíveis. A síntese também prias de uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o
é importante na escolha dos elementos que farão parte do elemento conforme a espécie a que pertence, demonstra: a
texto. característica que o diferencia dos outros elementos dessa
Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser for- mesma espécie.
mal ou informal. A análise formal pode ser científica ou ex- Entre os vários processos de exposição de ideias, a de-
perimental; é característica das ciências matemáticas, físi- finição é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das
co-naturais e experimentais. A análise informal é racional ciências. A definição científica ou didática é denotativa, ou
ou total, consiste em “discernir” por vários atos distintos da seja, atribui às palavras seu sentido usual ou consensual,
atenção os elementos constitutivos de um todo, os diferen- enquanto a conotativa ou metafórica emprega palavras de
tes caracteres de um objeto ou fenômeno. sentido figurado. Segundo a lógica tradicional aristotélica, a
A análise decompõe o todo em partes, a classificação definição consta de três elementos:
estabelece as necessárias relações de dependência e hie- - o termo a ser definido;
rarquia entre as partes. Análise e classificação ligam-se inti- - o gênero ou espécie;
mamente, a ponto de se confundir uma com a outra, contu- - a diferença específica.
do são procedimentos diversos: análise é decomposição e
classificação é hierarquisação. O que distingue o termo definido de outros elementos
Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e da mesma espécie. Exemplo:
fenômenos por suas diferenças e semelhanças; fora das
ciências naturais, a classificação pode-se efetuar por meio
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: se o argumento está expresso corretamente; se há coerên-
cia e adequação entre seus elementos, ou se há contradi-
ção. Para isso é que se aprende os processos de raciocínio
Elemento especie diferença por dedução e por indução. Admitindo-se que raciocinar é
a ser definido específica relacionar, conclui-se que o argumento é um tipo específico
de relação entre as premissas e a conclusão.
É muito comum formular definições de maneira defei-
tuosa, por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o Procedimentos Argumentativos: Constituem os pro-
todo em partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente cedimentos argumentativos mais empregados para com-
incorreto; quando é advérbio de tempo, não representa o provar uma afirmação: exemplificação, explicitação, enu-
gênero, a espécie, a gente é forma coloquial não adequa- meração, comparação.
da à redação acadêmica. Tão importante é saber formular
uma definição, que se recorre a Garcia (1973, p.306), para Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista
determinar os “requisitos da definição denotativa”. Para ser por meio de exemplos, hierarquizar afirmações. São expres-
exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: sões comuns nesse tipo de procedimento: mais importan-
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe te que, superior a, de maior relevância que. Empregam-se
em que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que também dados estatísticos, acompanhados de expressões:
‘mesa’ está realmente incluída) e não “mesa é um instru- considerando os dados; conforme os dados apresentados.
mento ou ferramenta ou instalação”; Faz-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de cau-
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir sas e consequências, usando-se comumente as expres-
todos os exemplos específicos da coisa definida, e suficien- sões: porque, porquanto, pois que, uma vez que, visto que,
temente restrito para que a diferença possa ser percebida por causa de, em virtude de, em vista de, por motivo de.
sem dificuldade; Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em ver- é explicar ou esclarecer os pontos de vista apresentados.
dade, definição, quando se diz que o “triângulo não é um Pode-se alcançar esse objetivo pela definição, pelo teste-
prisma”; munho e pela interpretação. Na explicitação por definição,
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não empregamse expressões como: quer dizer, denomina-se,
constitui definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo chama-se, na verdade, isto é, haja vista, ou melhor; nos tes-
é um homem” não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é temunhos são comuns as expressões: conforme, segundo,
homem); na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no
- deve ser breve (contida num só período). Quando a entender de, no pensamento de. A explicitação se faz tam-
definição, ou o que se pretenda como tal, é muito longa (sé- bém pela interpretação, em que são comuns as seguintes
ries de períodos ou de parágrafos), chama-se explicação, e expressões: parece, assim, desse ponto de vista.
também definição expandida;d Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequ-
- deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o ter- ência de elementos que comprovam uma opinião, tais como
mo) + cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) a enumeração de pormenores, de fatos, em uma sequência
+ adjuntos (as diferenças). de tempo, em que são frequentes as expressões: primei-
ro, segundo, por último, antes, depois, ainda, em seguida,
As definições dos dicionários de língua são feitas por então, presentemente, antigamente, depois de, antes de,
meio de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação me- atualmente, hoje, no passado, sucessivamente, respectiva-
talinguística que consiste em estabelecer uma relação de mente. Na enumeração de fatos em uma sequência de es-
equivalência entre a palavra e seus significados. paço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá,
A força do texto dissertativo está em sua fundamenta- ali, aí, além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na
ção. Sempre é fundamental procurar um porquê, uma razão capital, no interior, nas grandes cidades, no sul, no leste...
verdadeira e necessária. A verdade de um ponto de vista Comparação: Analogia e contraste são as duas manei-
deve ser demonstrada com argumentos válidos. O ponto ras de se estabelecer a comparação, com a finalidade de
de vista mais lógico e racional do mundo não tem valor, se comprovar uma ideia ou opinião. Na analogia, são comuns
não estiver acompanhado de uma fundamentação coerente as expressões: da mesma forma, tal como, tanto quanto,
e adequada. assim como, igualmente. Para estabelecer contraste, em-
Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a ló- pregam-se as expressões: mais que, menos que, melhor
gica clássica, que foram abordados anteriormente, auxiliam que, pior que.
o julgamento da validade dos fatos. Às vezes, a argumen-
tação é clara e pode reconhecer-se facilmente seus ele- Entre outros tipos de argumentos empregados para
mentos e suas relações; outras vezes, as premissas e as aumentar o poder de persuasão de um texto dissertativo
conclusões organizam-se de modo livre, misturando-se na encontram-se:
estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender a re-
conhecer os elementos que constituem um argumento: pre- Argumento de autoridade: O saber notório de uma
missas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar se tais autoridade reconhecida em certa área do conhecimento dá
elementos são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar apoio a uma afirmação. Dessa maneira, procura-se trazer
para o enunciado a credibilidade da autoridade citada. Lem- Desqualificar dados concretos apresentados: con-
bre-se que as citações literais no corpo de um texto cons- siste em desautorizar dados reais, demonstrando que o
tituem argumentos de autoridade. Ao fazer uma citação, o enunciador baseou-se em dados corretos, mas tirou con-
enunciador situa os enunciados nela contidos na linha de clusões falsas ou inconsequentes. Por exemplo, se na ar-
raciocínio que ele considera mais adequada para explicar gumentação afirmou-se, por meio de dados estatísticos,
ou justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento que “o controle demográfico produz o desenvolvimento”,
tem mais caráter confirmatório que comprobatório. afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois baseia-se
em uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada.
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dis- Para contraargumentar, propõese uma relação inversa: “o
pensam explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é desenvolvimento é que gera o controle demográfico”.
aceito como válido por consenso, pelo menos em determi-
nado espaço sociocultural. Nesse caso, incluem-se Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possí-
- A declaração que expressa uma verdade universal (o veis para desenvolver um tema, que podem ser analisadas
homem, mortal, aspira à imortalidade); e adaptadas ao desenvolvimento de outros temas. Elege-
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos -se um tema, e, em seguida, sugerem-se os procedimentos
postulados e axiomas); que devem ser adotados para a elaboração de um Plano
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de de Redação.
natureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que
a própria razão desconhece); implica apreciação de ordem Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da
estética (gosto não se discute); diz respeito a fé religiosa, evolução tecnológica
aos dogmas (creio, ainda que parece absurdo).
- Questionar o tema, transformá-lo em interrogação,
Comprovação pela experiência ou observação: A responder a interrogação (assumir um ponto de vista); dar
verdade de um fato ou afirmação pode ser comprovada por o porquê da resposta, justificar, criando um argumento bá-
meio de dados concretos, estatísticos ou documentais. sico;
- Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento bá-
Comprovação pela fundamentação lógica: A com- sico e construir uma contra-argumentação; pensar a forma
provação se realiza por meio de argumentos racionais, ba- de refutação que poderia ser feita ao argumento básico e
seados na lógica: causa/efeito; consequência/causa; condi- tentar desqualificá-la (rever tipos de argumentação);
ção/ocorrência. - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de
ideias que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As de- (as ideias podem ser listadas livremente ou organizadas
clarações, julgamento, pronunciamentos, apreciações que como causa e consequência);
expressam opiniões pessoais (não subjetivas) devem ter - Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e
sua validade comprovada, e só os fatos provam. Em re- com o argumento básico;
sumo toda afirmação ou juízo que expresse uma opinião - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhen-
pessoal só terá validade se fundamentada na evidência dos do as que poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias
fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade dos transformam-se em argumentos auxiliares, que explicam e
argumentos, porém, pode ser contestada por meio da con- corroboram a ideia do argumento básico;
tra-argumentação ou refutação. São vários os processos de - Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando
contra-argumentação: uma sequência na apresentação das ideias selecionadas,
obedecendo às partes principais da estrutura do texto, que
Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação de- poderia ser mais ou menos a seguinte:
monstrando o absurdo da consequência. Exemplo clássico
é a contraargumentação do cordeiro, na conhecida fábula Introdução
“O lobo e o cordeiro”;
- função social da ciência e da tecnologia;
Refutação por exclusão: consiste em propor várias - definições de ciência e tecnologia;
hipóteses para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
que se julga verdadeira;
Desenvolvimento
Desqualificação do argumento: atribui-se o argumen-
to à opinião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo- - apresentação de aspectos positivos e negativos do
-se a universalidade da afirmação; desenvolvimento tecnológico;
- como o desenvolvimento científico-tecnológico modifi-
Ataque ao argumento pelo testemunho de autori- cou as condições de vida no mundo atual;
dade: consiste em refutar um argumento empregando os - a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnolo-
testemunhos de autoridade que contrariam a afirmação gicamente desenvolvida e a dependência tecnológica dos
apresentada; países subdesenvolvidos;
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento so- tipo de significado quanto o outro, o que, em outras pala-
cial; vras, significa ler nas entrelinhas. Sem essa habilidade, o
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida leitor passará por cima de significados importantes ou, o
do passado; apontar semelhanças e diferenças; que é bem pior, concordará com ideias e pontos de vista
- analisar as condições atuais de vida nos grandes cen- que rejeitaria se os percebesse.
tros urbanos; Os significados implícitos costumam ser classificados
- como se poderia usar a ciência e a tecnologia para em duas categorias: os pressupostos e os subentendidos.
humanizar mais a sociedade.
Pressupostos: são ideias implícitas que estão implica-
Conclusão das logicamente no sentido de certas palavras ou expres-
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/ sões explicitadas na superfície da frase. Exemplo:
consequências maléficas;
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argu- “André tornouse um antitabagista convicto.”
mentos apresentados.
A informação explícita é que hoje André é um antitaba-
Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano gista convicto. Do sentido do verbo tornarse, que significa
de redação: é um dos possíveis. “vir a ser”, decorre logicamente que antes André não era
antitabagista convicto. Essa informação está pressuposta.
Ninguém se torna algo que já era antes. Seria muito estra-
nho dizer que a palmeira tornouse um vegetal.
Você conferiu o resultado da loteria? Ora, o funcionário preterido, tendo recorrido a um su-
Hoje não. bentendido, poderia responder:
A negação precedida de um advérbio de tempo de âm-
bito limitado estabelece o pressuposto de que apenas nes- “Absolutamente! Estou falando em termos gerais.”
se intervalo (hoje) é que o interrogado não praticou o ato de
conferir o resultado da loteria.
Discurso Indireto
AO RECONHECIMENTO DAS DIFERENTES
“VOZES” DENTRO DE UM TEXTO, BEM COMO Observemos um fragmento do mesmo conto de Macha-
DOS RECURSOS LINGUÍSTICOS EMPREGADOS do de Assis:
PARA DEMARCÁ-LAS; “Um dia, Serafina recebeu uma carta de Tavares dizen-
do-lhe que não voltaria mais à casa de seu pai, por este
DISCURSO DIRETO, INDIRETO E INDIRETO LIVRE lhe haver mostrado má cara nas últimas vezes que ele lá
estivera.”
Num texto, as personagens falam, conversam entre si, Idem. Ibidem, p. 48.
expõem ideias. Quando o narrador conta o que elas disse-
ram, insere na narrativa uma fala que não é de sua autoria, Nesse caso o narrador para citar que Tavares disse a
cita o discurso alheio. Há três maneiras principais de repro- Serafina, usa o outro procedimento: não reproduz literal-
duzir a fala das personagens: o discurso direto, o discurso mente as palavras de Tavares, mas comunica, com suas
indireto e o discurso indireto livre. palavras, o que a personagem diz. A fala de Tavares não
chega ao leitor diretamente, mas por via indireta, isto é, por
Discurso Direto meio das palavras do narrador. Por essa razão, esse expe-
diente é chamado discurso indireto.
“Longe do olhos...” As principais marcas do discurso indireto são:
- Meu pai! Disse João Aguiar com um tom de ressenti- - As falas das personagens também vem introduzidas
mento que fez pasmar o comendador. por um verbo de dizer;
- Que é? Perguntou este. - As falas das personagens constituem oração subor-
João Aguiar não respondeu. O comendador arrugou a dinada substantiva objetiva direta do verbo de dizer e, por-
testa e interrogou o rosto mudo do filho. Não leu, mais adi- tanto, são separadas da fala do narrador por uma partícula
vinhou alguma coisa desastrosa; desastrosa, entenda-se, introdutória normalmente “que” ou “se”;
para os cálculos conjunto-políticos ou políticos-conjugais, - Os pronomes pessoais, os tempos verbais e as pa-
como melhor nome haja. lavras que indicam espaço e tempo (como pronomes de-
- Dar-se-á caso que... começou a dizer comendador. monstrativos e advérbios de lugar e de tempo) são usados
- Que eu namore? Interrompeu galhofeiramente o filho. e relação a narrador, ao momento em que ele fala e ao es-
Machado de Assis. Contos. 26ª Ed. São Paulo, Áti- paço em que está.
ca, 2002, p. 43.
Passagem do Discurso Direto para o Discurso In-
O narrador introduz a fala das personagens, um pai e direto
um filho, e, em seguida, como quem passa a palavra a elas
e as deixa falar. Vemos que as partes introdutórias perten- Pedro disse:
cem ao narrador (por exemplo, disse João Aguiar com um - Eu estarei aqui amanhã.
tom de ressentimento que faz pasmar o comendador) e as
falas, às personagens, (por exemplo, Meu pai!). No discurso direto, o personagem Pedro diz “eu”; o
O discurso direto é o expediente de citação do discurso “aqui” é o lugar em que a personagem está; “amanhã” é o
alheio pela qual o narrador introduz o discurso do outro e, dia seguinte ao que ele fala. Se passarmos essa frase para
depois, reproduz literalmente a fala dele. o discurso indireto ficará assim:
As marcas do discurso são:
Pedro disse que estaria lá no dia seguinte.
- A fala das personagens é, de princípio, anunciada por
um verbo (disse e interrompeu no caso do filho e perguntou No discurso indireto, o “eu” passa a ele porque á al-
e começou a dizer no caso do pai) denominado “verbo de guém de quem o narrador fala; estaria é futuro do pretérito:
dizer” (como recrutar, retorquir, afirmar, obtem-perar decla- é um tempo relacionado ao pretérito da fala do narrador
rar e outros do mesmo tipo), que pode vir antes, no meio (disse), e não ao presente da fala do personagem, como
ou depois da fala das personagens (no nosso caso, veio estarei; lá é o espaço em que a personagem (e não o narra-
depois); dor) havia de estar; no dia seguinte é o dia que vem após o
- A fala das personagens aparece nitidamente separada momento da fala da personagem designada por ele.
da fala do narrador, por aspas, dois pontos, travessão ou Na passagem do discurso direto para o indireto, deve-
vírgula; -se observar as frases que no discurso direto tem as formas
- Os pronomes pessoais, os tempos verbais e as pala- interrogativas, exclamativa ou imperativa convertem-se, no
vras que indicam espaço e tempo (por exemplo, pronomes discurso indireto, em orações declarativas.
demonstrativos e advérbios de lugar e de tempo) são usa-
dos em relação à pessoa da personagem, ao momento em Ela me perguntou: quem está ai?
que ela fala diz “eu”, o espaço em que ela se encontra é o Ela me perguntou quem estava lá.
aqui e o tempo em que fala é o agora.
Joaquim disse: - Comprei tudo isso. Essa forma de citação do discurso alheio tem carac-
- Joaquim disse que comprara tudo isso. terísticas próprias que são tanto do discurso direto quanto
do indireto. As características do discurso indireto livre são:
Joaquim disse: - Comprarei tudo isso.
- Joaquim disse que compraria tudo isso. - Não há verbos de dizer anunciando as falas das per-
sonagens;
- Estas não são introduzidas por partículas como “que” de objetividade analítica. Com efeito, nele o narrador reve-
e “se” nem separadas por sinais de pontuação; la somente o conteúdo do discurso da personagem, e não
- O discurso indireto livre contém, como o discurso dire- o modo como ela diz. Com isso estabelece uma distância
to, orações interrogativas, imperativas e exclamativas, bem entre sua posição e a da personagem, abrindo caminho
como interjeições e outros elementos expressivos; para a réplica e o comentário. Esse tipo de discurso indireto
- Os pronomes pessoais e demonstrativos, as palavras despersonaliza discurso citado em nome de uma objetivi-
indicadoras de espaço e de tempo são usados da mesma dade analítica. Cria, assim, a impressão de que o narrador
forma que no discurso indireto. Por isso, o verbo estar, do analisa o discurso citado de maneira racional e isenta de
exemplo acima, ocorre no pretérito imperfeito, e não no pre- envolvimento emocional. O discurso indireto, nesse caso,
sente (está), como no discurso direto. Da mesma forma o não se interessa pela individualidade do falante no modo
pronome demonstrativo ocorre na forma aquilo, como no como ele diz as coisas. Por isso é a forma preferida nos tex-
discurso indireto. tos de natureza filosófica, científica, política, etc., quando se
expõe as opiniões dos outros com finalidade de criticá-las,
Funções dos diferentes modos de citar o discurso rejeitá-las ou acolhê-las.
do outro - Discurso Indireto que analisa a expressão: serve
para destacar mais o modo de dizer do que o que se diz; por
O discurso direto cria um efeito de sentido de verda- exemplo, as palavras típicas do vocabulário da personagem
de. Isso porque o leitor ou ouvinte tem a impressão de que citada, a sua maneira de pronunciá-las, etc. Nesse caso, as
quem cita preservou a integridade do discurso citado, ou palavras ou expressões ressaltadas aparecem entre aspas.
seja, o que ele reproduziu é autêntico. É como se ouvisse a Veja-se este exemplo. De Eça de Queirós:
pessoa citada com suas próprias palavras e, portanto, com
a mesma carga de subjetividade. ...descobrira de repente, uma manhã, eu não devia trair
Essa modalidade de citação permite, por exemplo, que Amaro, “porque era papá do seu Carlinhos”. E disse-o ao
se use variante linguística da personagem como forma de abade; fez corar os sessenta e quatro anos do bom velho
fornecer pistas para caracterizá-la. Sirva de exemplo o tre- (...).
O crime do Padre Amaro.
cho que segue, um diálogo entre personagens do meio ru-
Porto, Lello e Irmão, s.d., vol. I, p. 314.
ral, um farmacêutico e um agricultor, cuja fala é transcrita
em discurso direto pelo narrador:
Imagine-se ainda que uma pessoa, querendo denunciar
a forma deselegante com que fora atendida por um repre-
Um velho brônzeo apontou, em farrapos, à janela aber-
sentante de uma empresa, tenha dito o seguinte:
ta o azul.
- Como vai, Elesbão?
A certa altura, ele me respondeu que, se eu não esti-
- Sua bênção... vesse satisfeito, que fosse reclamar “para o bispo” e que ele
- Cheio de doenças? já não estava “nem aí” com “tipinhos” como eu.
- Sim sinhô.
- De dores, de dificuldades? Em ambos os casos, as aspas são utilizadas para dar
- Sim sinhô. destaque a certas formas de dizer típicas das personagens
- De desgraças... citadas e para mostrar o modo como o narrador as inter-
O farmacêutico riu com um tímpano desmesurado. preta. No exemplo de Eça de Queirós, “porque era o papá
Você é o Brasil. Depois Indagou: de seu Carlinhos” contem uma expressão da personagem
- O que você eu Elesbão? Amélia e mostra certa dose de ironia e malícia do narrador.
- To precisando de uns dinheirinho e duns gênor. Meu No segundo exemplo, as aspas destacam a insatisfação do
arroizinho tá bão, tá encanando bem. Preciso de uns manti- narrador com a deselegância e o desprezo do funcionário
mento pra coiêta. O sinhô pode me arranjá com Nhô Salim. para com os clientes.
Depois eu vendo o arroiz pra ele mermo. O discurso indireto livre fica a meio caminho da subje-
- Você é sério, Elesbão? tividade e da objetividade. Tem muitas funções. Por exem-
- Sô sim sinhô! plo, dá verossimilhança a um texto que pretende manifestar
- Quanto é que você deve pro Nhô Salim? pensamentos, desejos, enfim, a vida interior de uma perso-
- Um tiquinho. nagem.
Oswaldo de Andrade. Marco Zero. Em síntese, demonstra um envolvimento tal do narra-
2ª Ed. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1974, dor com a personagem, que as vozes de ambos se mistu-
p. 7-8. ram como se eles fossem um só ou, falando de outro modo,
como se o narrador tivesse vestido completamente a más-
Quanto ao discurso indireto, pode ser de dois tipos, e cara da personagem, aproximando-a do leitor sem a marca
cada um deles cria um efeito de sentido diverso. da sua intermediação.
- Discurso Indireto que analisa o conteúdo: elimina Veja-se como, neste trecho: “O tímido José”, de Antônio
os elementos emocionais ou afetivos presentes no discur- de Alcântara Machado, o narrador, valendo-se do discurso
so direto, assim como as interrogações, exclamações ou indireto livre, leva o leitor a partilhar do constrangimento da
formas imperativas, por isso produz um efeito de sentido personagem, simulando estar contaminado por ele:
(...) Mais depressa não podia andar. Garoar, garoava Alguns buscadores disseram:
sempre. Mas ali o nevoeiro já não era tanto felizmente. De- – Que ofensivo, esta não é a forma de se comportar,
cidiu. Iria indo no caminho da Lapa. Se encontrasse a mu- qualquer que seja o pretexto.
lher bem. Se não encontrasse paciência. Não iria procurar. Outros disseram:
Iria é para casa. Afinal de contas era mesmo um trouxa. – Isto nos parece excelente, gostamos desta sessão de
Quando podia não quis. Agora que era difícil queria. ensinamento e desejamos participar dela.
Laranja-da-china. In: Novelas Paulistanas. E outros disseram:
1ª Ed. Belo Horizonte, Itatiaia/ São Paulo, Edusp, – Estamos meio perplexos e queremos saber mais so-
1998, p. 184. bre este enigma.
Os demais buscadores comentaram entre si:
– Pode haver alguma sabedoria nisto, mas não sabe-
mos se devemos perguntar ou não.
O mestre afastou todos.
AO RECONHECIMENTO DA POSIÇÃO DO AUTOR Todas estas pessoas, em conversas ou por escrito, di-
FRENTE ÀS INFORMAÇÕES APRESENTADAS fundiram suas opiniões sobre o ocorrido. Mesmo aqueles
NO TEXTO (FATO OU OPINIÃO; SÉRIO OU RI- que não falaram por experiência direta foram afetados por
DÍCULO; CONCORDÂNCIA OU DISCORDÂNCIA ele, e suas palavras e obras refletiram sua opinião a res-
ETC.), BEM COMO DOS RECURSOS LINGUÍSTI- peito.
COS INDICADORES DESSAS AVALIAÇÕES; Algum tempo depois, determinados membros do grupo
de buscadores passaram novamente por ali e foram ver o
Qual é a diferença entre um fato e uma opinião? O fato mestre.
é aquilo que aconteceu, enquanto que a opinião é o que Parados à sua porta, observaram que, no pátio, ele e
alguém pensa que ocorreu, uma interpretação dos fatos. seus discípulos estavam agora sentados com decoro, em
Digamos: houve um roubo na portaria da empresa e alguém profunda contemplação.
vai investigá-lo. – Assim está melhor — disseram alguns dos visitantes.
Se essa pessoa for absolutamente honesta, faz um re- — É evidente que alguma coisa aprenderam com os nossos
latório claro relatando os fatos com absoluta fidelidade e protestos.
após esse relato objetivo, apresenta sua opinião sobre os – Isto é excelente — falaram outros — porque, na últi-
acontecimentos. ma vez, sem sombra de dúvida ele só nos estava colocando
É usualmente desejável que ela dê sua opinião porque, à prova.
se foi escalada para investigar o crime é porque tem qualifi- – Isto é demasiado sombrio — outros disseram. — Po-
cação para isso; além disso, o próprio fato de ela ter inves- díamos ter encontrado caras sérias em qualquer lugar.
tigado já lhe dá autoridade para opinar. E houve outras opiniões, faladas e pensadas. O sábio,
É importante considerar: quando terminou o tempo de reflexão, dispensou todos es-
- Vivemos num mundo em que tomamos decisões a tes visitantes.
partir de informações; Muito tempo depois, um pequeno número deles voltou
- Estas nos chegam por meio de relatos de fatos e ex- para pedir sua interpretação do que haviam experimentado.
pressões de opiniões; Apresentaram-se diante da porta e olharam para dentro do
- Fatos usualmente podem ser submetidos à prova: por pátio. O mestre estava sentado, sozinho, nem em diverti-
números, documentos, registros; mento, nem em meditação. Em parte alguma se via qual-
- Opiniões, por outro lado, refletem juízos, valores, in- quer dos seus anteriores discípulos.
terpretações; – Agora podem escutar a história completa — disse-
- Muitas pessoas confundem fatos e opiniões, e quando -lhes.
isso ocorre temos de ter cuidado com as informações que — Pude despedir meus discípulos, já que a tarefa foi
vêm delas; realizada.
- Igualmente temos de estar atentos às nossas próprias Quando vieram pela primeira vez, a aula tinha estado
opiniões, pois elas podem ser tomadas como fatos por ou- demasiadamente séria. Eu estava aplicando o corretivo.
tros; Na segunda vez em que vieram, haviam estado demasiado
- Nossas decisões devem ser baseadas em fatos, mas alegres. Eu estava aplicando o corretivo. Quando um ho-
podem levar em conta as opiniões de gente qualificada so- mem está trabalhando, nem sempre se explica diante de
bre tais fatos. visitantes eventuais, por muito interessado que eles acre-
Exemplo: ditem estar. Quando uma ação está em andamento, o que
Trecho do livro “Sufismo no Ocidente” conta é a correta realização dessa ação.
Um mestre que conhecia o caminho para a sabedoria Nestas circunstâncias, a avaliação externa torna-se um
foi visitado por um grupo de buscadores. Encontraram-no assunto secundário.
num pátio, cercado de discípulos, em meio ao que parecia
ser uma festa.
7 - Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (= Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito = au-
Bebeu todo o líquido que estava no cálice). ditivo; áspero = tátil)
8 - Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfo- No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os aconte-
nes foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres foram atrás cimentos. (silêncio = auditivo; escuro = visual)
dos jogadores). Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil)
9 - Parte pelo todo: Várias pernas passavam apressa-
damente. (= Várias pessoas passavam apressadamente). Fontes de pesquisa:
10 - Gênero pela espécie: Os mortais pensam e so- http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil2.php
frem nesse mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
mundo). Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
11 - Singular pelo plural: A mulher foi chamada para Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
chamadas, não apenas uma mulher). Paulo: Saraiva, 2010.
12 - Marca pelo produto: Minha filha adora danone. (=
Minha filha adora o iogurte que é da marca Danone). Antítese
13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (=
Alguns astronautas foram à Lua). Consiste no emprego de palavras que se opõem quanto
14 - Símbolo pela coisa simbolizada: A balança pen- ao sentido. O contraste que se estabelece serve, essencial-
derá para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado). mente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos que
não se conseguiria com a exposição isolada dos mesmos.
Saiba que: Sinédoque se relaciona com o conceito de Observe os exemplos:
extensão (como nos exemplos 9, 10 e 11, acima), enquanto “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)
que a metonímia abrange apenas os casos de analogia ou O corpo é grande e a alma é pequena.
de relação. Não há necessidade, atualmente, de se fazer “Quando um muro separa, uma ponte une.”
distinção entre ambas as figuras.
Não há gosto sem desgosto.
Catacrese
Paradoxo ou oximoro
Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo,
É a associação de ideias, além de contrastantes, con-
cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por fal-
traditórias. Seria a antítese ao extremo.
ta de um termo específico para designar um conceito, to-
Era dor, sim, mas uma dor deliciosa.
ma-se outro “emprestado”. Assim, passamos a empregar
algumas palavras fora de seu sentido original. Exemplos: Ouvimos as vozes do silêncio.
“asa da xícara”, “batata da perna”, “maçã do rosto”, “pé da
mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”. Eufemismo
Observação: quando a perífrase indica uma pessoa, É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do que
recebe o nome de antonomásia. Exemplos: as palavras ou frases expressam, geralmente apresentan-
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida prati- do intenção sarcástica. A ironia deve ser muito bem cons-
cando o bem. truída para que cumpra a sua finalidade; mal construída,
O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito pode passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo
jovem. emissor.
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções. Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota mí-
nima.
Sinestesia Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que
estão por perto.
Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sen- O governador foi sutil como um elefante.
sações percebidas por diferentes órgãos do sentido. É o
cruzamento de sensações distintas.
povo, respectivamente), mas com a ideia que neles está Neste caso, há um pleonasmo do objeto indireto, e o
contida. Procissão e povo dão a ideia de muita gente, por pronome “lhes” exerce a função de objeto indireto pleonás-
isso que os verbos estão no plural. tico.
Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramaticais: Observação: o pleonasmo só tem razão de ser quan-
eu, tu e ele (as três pessoas do singular); nós, vós, eles (as do confere mais vigor à frase; caso contrário, torna-se um
três do plural). A silepse de pessoa ocorre quando há um pleonasmo vicioso:
desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não con- Vi aquela cena com meus próprios olhos.
corda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa que Vamos subir para cima.
está inscrita no sujeito. Exemplos: Ele desceu pra baixo.
O que não compreendo é como os brasileiros persista-
mos em aceitar essa situação. Anáfora
Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho.
“Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jar- É a repetição de uma ou mais palavras no início de vá-
dins públicos.” (Machado de Assis) rias frases, criando, assim, um efeito de reforço e de coe-
rência. Pela repetição, a palavra ou expressão em causa
Observe que os verbos persistamos, temos e somos é posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar de-
não concordam gramaticalmente com os seus sujeitos terminado elemento textual. Os termos anafóricos podem
(brasileiros, agricultores e cariocas, que estão na terceira muitas vezes ser substituídos por pronomes.
pessoa), mas com a ideia que neles está contida (nós, os Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te conhecia.
brasileiros, os agricultores e os cariocas). “Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo aca-
ba.” (Padre Vieira)
Polissíndeto / Assíndeto
Anacoluto
Para estudarmos as duas figuras de construção é ne-
cessário recordar um conceito estudado em sintaxe sobre Consiste na mudança da construção sintática no meio
período composto. No período composto por coordenação, da frase, ficando alguns termos desligados do resto do pe-
podemos ter orações sindéticas ou assindéticas. A oração ríodo. É a quebra da estrutura normal da frase para a intro-
coordenada ligada por uma conjunção (conectivo) é sindé- dução de uma palavra ou expressão sem nenhuma ligação
tica; a oração que não apresenta conectivo é assindética. sintática com as demais.
Recordado esse conceito, podemos definir as duas figuras Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles.
de construção: Morrer, todo haveremos de morrer.
Aquele garoto, você não disse que ele chegaria logo?
1) Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela repe-
tição enfática dos conectivos. Observe o exemplo: O meni- A expressão “esses alunos da escola”, por exemplo,
no resmunga, e chora, e grita, e ninguém faz nada. deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma
interrupção da frase e esta expressão fica à parte, não
2) Assíndeto - É uma figura caracterizada pela ausên- exercendo nenhuma função sintática. O anacoluto também
cia, pela omissão das conjunções coordenativas, resultan- é chamado de “frase quebrada”, pois corresponde a uma
do no uso de orações coordenadas assindéticas. Exemplos: interrupção na sequência lógica do pensamento.
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família.
“Vim, vi, venci.” (Júlio César) Observação: o anacoluto deve ser usado com finalida-
de expressiva em casos muito especiais. Em geral, evite-o.
Pleonasmo
Hipérbato / Inversão
Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as
mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é real- É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da
çar a ideia, torná-la mais expressiva. ordem direta dos termos da oração, fazendo com que o su-
O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo. jeito venha depois do predicado:
Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O amor
Nesta oração, os termos “o problema da violência” e “lo” venceu ao ódio)
exercem a mesma função sintática: objeto direto. Assim, te- Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria:
mos um pleonasmo do objeto direto, sendo o pronome “lo” Eu cuido dos meus problemas)
classificado como objeto direto pleonástico. Outro exemplo:
Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas. * Observação da Zê!
Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto O nosso Hino Nacional é um exemplo de hipérbato, já
que, na ordem direta, teríamos:
“As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado re-
tumbante de um povo heroico”.
Figuras de Som
Aliteração - Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como efeito sonoro
significativo.
Três pratos de trigo para três tigres tristes.
Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa)
Quem com ferro fere com ferro será ferido.
Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil8.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
QUESTÕES
1-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM BI-
BLIOTECONOMIA – FGV/2014 - adaptada) Ao dizer que os shoppings são “cidades”, o autor do texto faz uso de um tipo
de linguagem figurada denominada
(A) metonímia.
(B) eufemismo.
(C) hipérbole.
(D) metáfora.
(E) catacrese.
1-) A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto convencional (denotativo) e transportá-la para um novo
campo de significação (conotativa), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade existente entre as duas.
(Fonte:http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/metafora-figura-de-palavra-variacoes-e-exemplos.htm)
RESPOSTA: “D”.
A) metonímia
B) prosopopeia
C) hipérbole
D) eufemismo
E) onomatopeia
2-) “Eufemismo = é o emprego de uma expressão mais ferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substi-
suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar al- tuição, associação), sejam gramaticais (emprego de prono-
guma coisa áspera, desagradável ou chocante”. No caso da mes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases,
tirinha, é utilizada a expressão “deram suas vidas por nós” orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decorre
no lugar de “que morreram por nós”. daí a coerência textual.
RESPOSTA: “D”. Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o
apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa inco-
3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPE- erência é resultado do mau uso dos elementos de coesão
VE/UFAL/2014) textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um
Está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto. erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais
O dito popular é, na maioria das vezes, uma figura de prejudica o entendimento do texto. Construído com os ele-
linguagem. Entre as 14h30min e às 15h desta terça-feira, mentos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.
horário do dia em que o calor é mais intenso, a temperatura Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enun-
do asfalto, medida com um termômetro de contato, chegou ciado não se constrói com um amontoado de palavras e
a 65ºC. Para fritar um ovo, seria preciso que o local alcan- orações. Elas se organizam segundo princípios gerais de
çasse aproximadamente 90ºC. dependência e independência sintática e semântica, reco-
Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br. Acesso bertos por unidades melódicas e rítmicas que sedimentam
em: 22 jan. 2014. estes princípios”.
Não se deve escrever frases ou textos desconexos –
O texto cita que o dito popular “está tão quente que dá é imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que as
para fritar um ovo no asfalto” expressa uma figura de lingua- frases estejam coesas e coerentes formando o texto. Re-
gem. O autor do texto refere-se a qual figura de linguagem? lembre-se de que, por coesão, entende-se ligação, relação,
A) Eufemismo. nexo entre os elementos que compõem a estrutura textual.
B) Hipérbole.
C) Paradoxo. Formas de se garantir a coesão entre os elementos
D) Metonímia. de uma frase ou de um texto:
E) Hipérbato.
1. Substituição de palavras com o emprego de sinôni-
3-) A expressão é um exagero! Ela serve apenas para mos - palavras ou expressões do mesmo campo associa-
representar o calor excessivo que está fazendo. A figura tivo.
que é utilizada “mil vezes” (!) para atingir tal objetivo é a 2. Nominalização – emprego alternativo entre um ver-
hipérbole. bo, o substantivo ou o adjetivo correspondente (desgastar /
RESPOSTA: “B”. desgaste / desgastante).
3. Emprego adequado de tempos e modos verbais:
Embora não gostassem de estudar, participaram da aula.
4. Emprego adequado de pronomes, conjunções, pre-
posições, artigos:
À IDENTIFICAÇÃO DOS RECURSOS COESIVOS O papa Francisco visitou o Brasil. Na capital brasileira,
DO TEXTO (EXPRESSÕES, FORMAS PRONOMI- Sua Santidade participou de uma reunião com a Presiden-
NAIS, RELATORES) E DAS RELAÇÕES DE SEN- te Dilma. Ao passar pelas ruas, o papa cumprimentava as
TIDO QUE ESTABELECEM; pessoas. Estas tiveram a certeza de que ele guarda respei-
to por elas.
COESÃO E COERÊNCIA 5. Uso de hipônimos – relação que se estabelece com
base na maior especificidade do significado de um deles.
Na construção de um texto, assim como na fala, usa- Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais gené-
mos mecanismos para garantir ao interlocutor a compreen- rico).
são do que é dito, ou lido. Estes mecanismos linguísticos 6. Emprego de hiperônimos - relações de um termo de
que estabelecem a coesão e retomada do que foi escrito - sentido mais amplo com outros de sentido mais específico.
ou falado - são os referentes textuais, que buscam garan- Por exemplo, felino está numa relação de hiperonímia com
tir a coesão textual para que haja coerência, não só entre gato.
os elementos que compõem a oração, como também entre 7. Substitutos universais, como os verbos vicários.
a sequência de orações dentro do texto. Essa coesão tam-
bém pode muitas vezes se dar de modo implícito, baseado * Ajuda da Zê: verbo vicário é aquele que substitui ou-
em conhecimentos anteriores que os participantes do pro- tro já utilizado no período, evitando repetições. Geralmente
cesso têm com o tema. é o verbo fazer e ser. Exemplo: Não gosto de estudar. Faço
Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha ima- porque preciso. O “faço” foi empregado no lugar de “estu-
ginária - composta de termos e expressões - que une os do”, evitando repetição desnecessária.
diversos elementos do texto e busca estabelecer relações
de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego de di-
A coesão apoiada na gramática se dá no uso de conec- (C) “A hipótese de ruptura com o passado se fortalece
tivos, como pronomes, advérbios e expressões adverbiais, quando avaliamos a extensão dos mecanismos de distri-
conjunções, elipses, entre outros. A elipse justifica-se quan- buição de oportunidades e de mitigação de desigualdades
do, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida de hoje”.
é facilmente identificável (Exemplo.: O jovem recolheu-se (D) “A democracia brasileira contemporânea, e apenas
cedo. Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O ela na história nacional, inventou o que mais perto se pode
termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a chegar de um Estado de Bem-Estar num país de renda mé-
relação entre as duas orações). dia”.
(E) “A baixa qualidade dos serviços governamentais
Dêiticos são elementos linguísticos que têm a pro- está ligada sobretudo à limitação do PIB, e não à falta de
priedade de fazer referência ao contexto situacional ou ao políticas públicas social-democratas”.
próprio discurso. Exercem, por excelência, essa função de
progressão textual, dada sua característica: são elementos 1-)
que não significam, apenas indicam, remetem aos compo- (A) “Em termos de escala, assiduidade e participação
nentes da situação comunicativa. = adição
Já os componentes concentram em si a significação. (B) “... o Brasil de 1985 a 2014 parece outro país, mo-
Elisa Guimarães ensina-nos a esse respeito: derno e dinâmico”. = adição
“Os pronomes pessoais e as desinências verbais in- (C) “A hipótese de ruptura com o passado se fortalece
dicam os participantes do ato do discurso. Os pronomes quando avaliamos a extensão dos mecanismos de distribui-
demonstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, ção de oportunidades e de mitigação de desigualdades de
bem como os advérbios de tempo, referenciam o momento hoje”. = adição
da enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterio- (D) “A democracia brasileira contemporânea, e apenas
ridade ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste ela na história nacional”. = adição
momento (presente); ultimamente, recentemente, ontem, (E) “A baixa qualidade dos serviços governamentais
há alguns dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no está ligada sobretudo à limitação do PIB, e não à falta =
próximo ano, depois de (futuro).” adversativa (dá para substituirmos por “mas”)
RESPOSTA: “E”.
A coerência de um texto está ligada:
- à sua organização como um todo, em que devem es- 2-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL/
tar assegurados o início, o meio e o fim; DF – ANALISTA DE APOIO À ASSISTÊNCIA JURÍDICA –
- à adequação da linguagem ao tipo de texto. Um texto FGV/2014) A alternativa em que os elementos unidos pela
técnico, por exemplo, tem a sua coerência fundamentada conjunção E não estão em adição, mas sim em oposição, é:
em comprovações, apresentação de estatísticas, relato de (A) “...a disposição do povo de agir por conta própria e
experiências; um texto informativo apresenta coerência se fazer justiça com as próprias mãos...”
trabalhar com linguagem objetiva, denotativa; textos poéti- (B) “...como sintoma de descrença nos políticos e nas
cos, por outro lado, trabalham com a linguagem figurada, instituições:...”
livre associação de ideias, palavras conotativas. (C) “...os nossos mascarados se inspiram menos nos
anarquistas e mais nos fascistas italianos...”
Fontes de pesquisa: (D) “...desprezando o passado e a tradição...”
http://www.mundovestibular.com.br/articles/2586/1/CO- (E) “...capaz de exprimir a experiência da violência, da
ESAO-E-COERENCIA-TEXTUAL/Paacutegina1.html velocidade e do progresso...”
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramá-
tica – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus 2-)
Barbosa Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. (A) “...a disposição do povo de agir por conta própria e
fazer justiça com as próprias mãos”. = adição
QUESTÕES (B) “...como sintoma de descrença nos políticos e nas
instituições”. = adição
* As questões abaixo também envolvem o conteúdo (C) “...os nossos mascarados se inspiram menos nos
“Conjunção”. Eu as coloquei neste tópico porque abordam - anarquistas e mais nos fascistas italianos”. = ideia de opo-
inclusive - coesão e coerência. sição
(D) “...desprezando o passado e a tradição”. = adição
1-) (SEDUC/AM – ASSISTENTE SOCIAL – FGV/2014) (E) “...capaz de exprimir a experiência da violência, da
Assinale a opção que indica o segmento em que a conjun- velocidade e do progresso”. = adição
ção e tem valor adversativo e não aditivo. RESPOSTA: “C”.
(A) “Em termos de escala, assiduidade e participação
da população na escolha dos governantes,...”.
(B) “... o Brasil de 1985 a 2014 parece outro país, mo-
derno e dinâmico, no cotejo com a restrita experiência elei-
toral anterior”.
No primeiro exemplo, o verbo estar encontra-se na ter- 3) Quando se trata de nomes que só existem no plu-
ceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, os ral, a concordância deve ser feita levando-se em conta a
concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo “apreensi- ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve
vos” está concordando em gênero (masculino) e número ficar no singular; com artigo no plural, o verbo deve ficar o
(plural) com o substantivo a que se refere: concurseiros. plural.
Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gê- Os Estados Unidos possuem grandes universidades.
nero correspondem-se. Estados Unidos possui grandes universidades.
A correspondência de flexão entre dois termos é a con- Alagoas impressiona pela beleza das praias.
cordância, que pode ser verbal ou nominal. As Minas Gerais são inesquecíveis.
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.
Concordância Verbal
4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou
É a flexão que se faz para que o verbo concorde com indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos,
seu sujeito. quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou “de vós”, o verbo
pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pes-
a) Sujeito Simples - Regra Geral soa do plural) ou com o pronome pessoal.
O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo Quais de nós são / somos capazes?
em número e pessoa. Veja os exemplos: Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso?
A prova para ambos os cargos será aplicada Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino-
às 13h. vadoras.
3.ª p. Singular 3.ª p. Singular
Observação: veja que a opção por uma ou outra forma
Os candidatos à vaga chegarão às 12h. indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém
3.ª p. Plural 3.ª p. Plural diz ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada
fizemos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso
Casos Particulares não ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de
tudo e nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia.
1) Quando o sujeito é formado por uma expressão par- Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver
titiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a no singular, o verbo ficará no singular.
maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de Qual de nós é capaz?
um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar Algum de vós fez isso.
no singular ou no plural.
A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia. 5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que
Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve
proposta. concordar com o substantivo.
25% do orçamento do país será destinado à Educação.
Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos 85% dos entrevistados não aprovam a administração
dos coletivos, quando especificados: Um bando de vânda- do prefeito.
los destruiu / destruíram o monumento. 1% do eleitorado aceita a mudança.
1% dos alunos faltaram à prova.
Observação: nesses casos, o uso do verbo no singular
enfatiza a unidade do conjunto; já a forma plural confere Quando a expressão que indica porcentagem não é
destaque aos elementos que formam esse conjunto. seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o nú-
mero.
2) Quando o sujeito é formado por expressão que indi- 25% querem a mudança.
ca quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de, 1% conhece o assunto.
perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo con-
corda com o substantivo. Se o número percentual estiver determinado por artigo
Cerca de mil pessoas participaram do concurso. ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á com eles:
Drummond ou Bandeira representam a essência da po- 7) Quando os elementos de um sujeito composto são
esia brasileira. resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta. feita com esse termo resumidor.
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apa-
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de “adi- tia.
ção”. Já em: Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
Juca ou Pedro será contratado. na vida das pessoas.
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olim-
píada. Outros Casos
* Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam no 1) O Verbo e a Palavra “SE”
singular. Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há duas
de particular interesse para a concordância verbal:
4) Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem a) quando é índice de indeterminação do sujeito;
outro”, a concordância costuma ser feita no singular. b) quando é partícula apassivadora.
Um ou outro compareceu à festa. Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”
Nem um nem outro saiu do colégio. acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e
de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na tercei-
Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou no ra pessoa do singular:
singular: Um e outro farão/fará a prova. Precisa-se de funcionários.
Confia-se em teses absurdas.
5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”, Quando pronome apassivador, o “se” acompanha ver-
o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos recebem um bos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e indiretos
mesmo grau de importância e a palavra “com” tem sentido (VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o
muito próximo ao de “e”. verbo deve concordar com o sujeito da oração. Exemplos:
O pai com o filho montaram o brinquedo. Construiu-se um posto de saúde.
O governador com o secretariado traçaram os planos Construíram-se novos postos de saúde.
para o próximo semestre. Aqui não se cometem equívocos
O professor com o aluno questionaram as regras. Alugam-se casas.
Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se ** Dica: Para saber se o “se” é partícula apassivadora
a ideia é enfatizar o primeiro elemento. ou índice de indeterminação do sujeito, tente transformar a
O pai com o filho montou o brinquedo. frase para a voz passiva. Se a frase construída for “compre-
O governador com o secretariado traçou os planos para ensível”, estaremos diante de uma partícula apassivadora;
o próximo semestre. se não, o “se” será índice de indeterminação. Veja:
O professor com o aluno questionou as regras. Precisa-se de funcionários qualificados.
Tentemos a voz passiva:
Observação: com o verbo no singular, não se pode fa- Funcionários qualificados são precisados (ou preci-
lar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez que sos)? Não há lógica. Portanto, o “se” destacado é índice de
as expressões “com o filho” e “com o secretariado” são ad- indeterminação do sujeito.
juntos adverbiais de companhia. Na verdade, é como se Agora:
houvesse uma inversão da ordem. Veja: Vendem-se casas.
“O pai montou o brinquedo com o filho.” Voz passiva: Casas são vendidas. Construção correta!
“O governador traçou os planos para o próximo semes- Então, aqui, o “se” é partícula apassivadora. (Dá para eu
tre com o secretariado.” passar para a voz passiva. Repare em meu destaque. Per-
“O professor questionou as regras com o aluno.” cebeu semelhança? Agora é só memorizar!).
Fernando Pessoa era vários poetas. Atenção: Com orações desenvolvidas, o verbo PARE-
A esperança dos pais são eles, os filhos. CER fica no singular. Por Exemplo: As paredes parece que
têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos = oração
b)nome de coisa e um estiver no singular e o outro no subordinada substantiva subjetiva).
plural, o verbo SER concordará, preferencialmente, com o
que estiver no plural: Concordância Nominal
Os livros são minha paixão!
Minha paixão são os livros! A concordância nominal se baseia na relação entre no-
mes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se
Quando o verbo SER indicar ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se:
a) horas e distâncias, concordará com a expressão normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um
numérica: termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.
É uma hora. A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as
São quatro horas. seguintes regras gerais:
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilôme- 1) O adjetivo concorda em gênero e número quando se
tros. refere a um único substantivo: As mãos trêmulas denuncia-
vam o que sentia.
b) datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
estar expressa ou subentendida: 2) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a
Hoje é dia 26 de agosto. concordância pode variar. Podemos sistematizar essa fle-
Hoje são 26 de agosto. xão nos seguintes casos:
c) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e a) Adjetivo anteposto aos substantivos:
for seguido de palavras ou expressões como pouco, muito, - O adjetivo concorda em gênero e número com o subs-
menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no singular: tantivo mais próximo.
Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso. Encontramos caídas as roupas e os prendedores.
Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido. Encontramos caída a roupa e os prendedores.
Duas semanas de férias é muito para mim. Encontramos caído o prendedor e a roupa.
d) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo) - Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de pa-
for pronome pessoal do caso reto, com este concordará o rentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural.
verbo. As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.
No meu setor, eu sou a única mulher. Encontrei os divertidos primos e primas na festa.
Aqui os adultos somos nós.
b) Adjetivo posposto aos substantivos:
Observação: sendo ambos os termos (sujeito e predi- - O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo
cativo) representados por pronomes pessoais, o verbo con- ou com todos eles (assumindo a forma masculina plural se
corda com o pronome sujeito. houver substantivo feminino e masculino).
Eu não sou ela. A indústria oferece localização e atendimento perfeito.
Ela não é eu. A indústria oferece atendimento e localização perfeita.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
e) Quando o sujeito for uma expressão de sentido par- A indústria oferece atendimento e localização perfeitos.
titivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o verbo
SER concordará com o predicativo. Observação: os dois últimos exemplos apresentam
A grande maioria no protesto eram jovens. maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se
O resto foram atitudes imaturas. refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi
flexionado no plural masculino, que é o gênero predominan-
3) O Verbo “Parecer” te quando há substantivos de gêneros diferentes.
O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução
verbal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias: - Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o ad-
a) Ocorre variação do verbo PARECER e não se fle- jetivo fica no singular ou plural.
xiona o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho. A beleza e a inteligência feminina(s).
O carro e o iate novo(s).
b) A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo
sofre flexão: 3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:
As crianças parece gostarem do desenho. a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substan-
(essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho tivo não for acompanhado de nenhum modificador: Água é
as crianças) bom para saúde.
b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for b) Quando o sujeito destas expressões estiver deter-
modificado por um artigo ou qualquer outro determinativo: minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo
Esta água é boa para saúde. como o adjetivo concordam com ele.
É proibida a entrada de crianças.
4) O adjetivo concorda em gênero e número com os Esta salada é ótima.
pronomes pessoais a que se refere: Juliana encontrou-as A educação é necessária.
muito felizes. São precisas várias medidas na educação.
5) Nas expressões formadas por pronome indefinido Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Quite
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE +
adjetivo, este último geralmente é usado no masculino sin- Estas palavras adjetivas concordam em gênero e nú-
gular: Os jovens tinham algo de misterioso. mero com o substantivo ou pronome a que se referem.
Seguem anexas as documentações requeridas.
6) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem fun- A menina agradeceu: - Muito obrigada.
ção adjetiva e concorda normalmente com o nome a que Muito obrigadas, disseram as senhoras.
se refere: Seguem inclusos os papéis solicitados.
Cristina saiu só. Estamos quites com nossos credores.
Cristina e Débora saíram sós.
Bastante - Caro - Barato - Longe
Observação: quando a palavra “só” equivale a “somen-
te” ou “apenas”, tem função adverbial, ficando, portanto, in- Estas palavras são invariáveis quando funcionam como
variável: Eles só desejam ganhar presentes. advérbios. Concordam com o nome a que se referem quan-
** Dica: Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. Se do funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou nu-
a frase ficar coerente com o primeiro, trata-se de advérbio, merais.
portanto, invariável; se houver coerência com o segundo, As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio)
função de adjetivo, então varia: Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho.
Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo (pronome adjetivo)
Ele está só descansando. (apenas descansando) - ad- Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio)
vérbio As casas estão caras. (adjetivo)
Achei barato este casaco. (advérbio)
** Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois de Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo)
“só”, haverá, novamente, um adjetivo:
Ele está só, descansando. (ele está sozinho e descan- Meio - Meia
sando)
7) Quando um único substantivo é modificado por dois a) A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo,
ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as cons- concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi
truções: meia porção de polentas.
a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o
artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura espanhola b) Quando empregada como advérbio permanece inva-
e a portuguesa. riável: A candidata está meio nervosa.
b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo an- ** Dica! Dá para eu substituir por “um pouco”, assim
tes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e portuguesa. saberei que se trata de um advérbio, não de adjetivo: “A
candidata está um pouco nervosa”.
Casos Particulares
Alerta - Menos
É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É
permitido Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem
sempre invariáveis.
a) Estas expressões, formadas por um verbo mais um Os concurseiros estão sempre alerta.
adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se referem Não queira menos matéria!
possuir sentido genérico (não vier precedido de artigo).
É proibido entrada de crianças. * Tome nota!
Em certos momentos, é necessário atenção. Não variam os substantivos que funcionam como ad-
No verão, melancia é bom. jetivos:
É preciso cidadania. Bomba – notícias bomba
Não é permitido saída pelas portas laterais. Chave – elementos chave
Monstro – construções monstro
Padrão – escola padrão
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos 3-) Verbos Transitivos Indiretos
de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é um
fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes Os verbos transitivos indiretos são complementados
formas em frases distintas. por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
1-) Verbos Intransitivos gem uma preposição para o estabelecimento da relação de
regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter-
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são
importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam
aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los. os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos
- Chegar, Ir transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re-
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver- presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos
biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos
indicar destino ou direção são: a, para. lhe, lhes.
Fui ao teatro.
Adjunto Adverbial de Lugar Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:
- Consistir - Tem complemento introduzido pela prepo-
Ricardo foi para a Espanha. sição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos
Adjunto Adverbial de Lugar iguais para todos.
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
com particular cuidado: Prefiro trem a ônibus.
Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. Observação: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. usado sem termos intensificadores, tais como: muito, antes,
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada
Paguei minhas contas. / Paguei-as. pelo prefixo existente no próprio verbo (pre).
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.
Informar Mudança de Transitividade - Mudança de Significa-
- Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto do
indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
Informe os novos preços aos clientes. Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi-
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os no- dade, apresentam mudança de significado. O conhecimen-
vos preços) to das diferentes regências desses verbos é um recurso
linguístico muito importante, pois além de permitir a correta
- Na utilização de pronomes como complementos, veja interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades
as construções: expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais,
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos pre- estão:
ços.
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou AGRADAR
sobre eles) - Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari-
nhos, acariciar, fazer as vontades de.
Observação: a mesma regência do verbo informar é Sempre agrada o filho quando.
usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cienti- Aquele comerciante agrada os clientes.
ficar, prevenir.
- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar
Comparar agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as introduzido pela preposição “a”.
preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento in- O cantor não agradou aos presentes.
direto: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma O cantor não lhes agradou.
criança.
*O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indireto:
Pedir O cantor desagradou à plateia.
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente
na forma de oração subordinada substantiva) e indireto de ASPIRAR
pessoa. - Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar
(o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
Pedi-lhe favores.
Objeto Indireto Objeto Direto - Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter
como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (Aspi-
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio. rávamos a ele)
Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
tantiva Objetiva Direta * Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa,
as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são utiliza-
Saiba que: das, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. Veja o
- A construção “pedir para”, muito comum na linguagem exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam
cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. a ela)
No entanto, é considerada correta quando a palavra licença
estiver subentendida. ASSISTIR
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em - Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar
casa. assistência a, auxiliar.
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
uma oração subordinada adverbial final reduzida de infiniti-
vo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa). - Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen-
ciar, estar presente, caber, pertencer.
Preferir Assistimos ao documentário.
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indi- Não assisti às últimas sessões.
reto introduzido pela preposição “a”: Essa lei assiste ao inquilino.
SIMPATIZAR - ANTIPATIZAR
- São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
Não simpatizei com os jurados.
Simpatizei com os alunos.
Importante: A norma culta exige que os verbos e expressões que dão ideia de movimento sejam usados com a pre-
posição “a”:
Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
Cláudia desceu ao segundo andar.
Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.
Regência Nominal
É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome.
Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que
vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo
significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes corres-
pondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
Se uma oração completar o sentido de um nome, ou seja, exercer a função de complemento nominal, ela será com-
pletiva nominal (subordinada substantiva).
Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Advérbios
Longe de Perto de
Observação: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: pa-
ralela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.
Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
QUESTÕES
1-) (PRODAM – AUXILIAR - MOTORISTA – FUNCAB/2014) Assinale a alternativa em que a frase segue a norma culta
da língua quanto à regência verbal.
A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir.
B) Eu esqueci do seu nome.
C) Você assistiu à cena toda?
D) Ele chegou na oficina pela manhã.
E) Sempre obedeço as leis de trânsito.
1-)
A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir. = prefiro viajar de ônibus a dirigir
B) Eu esqueci do seu nome. = Eu me esqueci do seu nome
C) Você assistiu à cena toda? = correta
D) Ele chegou na oficina pela manhã. = Ele chegou à oficina pela manhã
E) Sempre obedeço as leis de trânsito. = Sempre obedeço às leis de trânsito
RESPOSTA: “C”.
2-) (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO/SP – MÉDICO LEGISTA – VUNESP/2014 - adaptada) Leia o se-
guinte trecho para responder à questão.
A pesquisa encontrou um dado curioso: homens com baixos níveis de testosterona tiveram uma resposta imunológica
melhor a essa medida, similar _______________ .
A alternativa que completa, corretamente, o texto é:
(A) das mulheres
(B) às mulheres
(C) com das mulheres
(D) à das mulheres
(E) ao das mulheres
2-) Similar significa igual; sua regência equivale à da palavra “igual”: igual a quê? Similar a quem? Similar à (suben-
tendido: resposta imunológica) das mulheres.
RESPOSTA: “D”.
ORTOGRAFIA O fonema z
nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem Exceção: lápis + inho – lapisinho.
em gred, ced, prim ou com verbos terminados por tir ou
-meter: agredir - agressivo / imprimir - impressão / admitir O fonema j
- admissão / ceder - cessão / exceder - excesso / percutir
- percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão / com- G e não J
prometer - compromisso / submeter – submissão.
palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, ges-
*quando o prefixo termina com vogal que se junta com so.
a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimé- estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim.
trico / re + surgir – ressurgir. terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com pou-
*no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem- cas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge.
plos: ficasse, falasse.
Exceção: pajem.
C ou Ç e não S e SS
terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, li-
vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar. tígio, relógio, refúgio.
vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, Ju- verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir,
çara, caçula, cachaça, cacique. mugir.
sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu, depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, sur-
uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço, gir.
esperança, carapuça, dentuço. depois da letra “a”, desde que não seja radical termina-
nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / de- do com j: ágil, agente.
ter - detenção / ater - atenção / reter – retenção.
após ditongos: foice, coice, traição. J e não G
palavras derivadas de outras terminadas em -te, to(r):
marte - marciano / infrator - infração / absorto – absorção. palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje.
palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia,
manjerona.
palavras terminadas com aje: ultraje.
Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com Uso do hífen que continua depois da Reforma Or-
“i”, só o ditongo interno cãibra. tográfica:
verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são es-
critos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Escrevemos com 1. Em palavras compostas por justaposição que formam
“i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem
possui, contribui. para formarem um novo significado: tio-avô, porto-alegren-
se, luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda- -fei-
* Atenção para as palavras que mudam de sentido ra, conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris, primeiro-ministro,
quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (super- azul-escuro.
fície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) /
emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estância, 2. Em palavras compostas por espécies botânicas e
que anda a pé), pião (brinquedo). zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora-
-menina, erva-doce, feijão-verde.
* Dica:
- Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à ortografia 3. Nos compostos com elementos além, aquém, recém
de uma palavra, há a possibilidade de consultar o Vocabu- e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém-
lário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), elaborado -casado.
pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra de referên-
cia até mesmo para a criação de dicionários, pois traz a gra- 4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algu-
fia atualizada das palavras (sem o significado). Na Internet, mas exceções continuam por já estarem consagradas pelo
o endereço é www.academia.org.br. uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de-
-meia, água-de-colônia, queima-roupa, deus-dará.
Informações importantes
- Formas variantes são formas duplas ou múltiplas, 5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte
equivalentes: aluguel/aluguer, relampejar/relampear/relam- Rio-Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combina-
par/relampadar. ções históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Bra-
- Os símbolos das unidades de medida são escritos sil, etc.
sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar plu-
ral, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, 20km, 6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su-
120km/h. per- quando associados com outro termo que é iniciado por
Exceção para litro (L): 2 L, 150 L. “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc.
- Na indicação de horas, minutos e segundos, não deve
haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h, 22h30min, 7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor,
14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três minutos e trinta e ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito.
quatro segundos).
- O símbolo do real antecede o número sem espaço: 8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-:
R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma barra pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc.
vertical ($).
9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, - Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma,
abraça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc. antisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante,
ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus,
10. Nas formações em que o prefixo tem como segundo autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi.
termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, geo--his-
tória, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar, super- Fontes de pesquisa:
-homem. http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/orto-
grafia
11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
termina com a mesma vogal do segundo elemento: micro- Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc.
Questões
** O hífen é suprimido quando para formar outros ter-
mos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar. 1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS –
2014) De acordo com a nova ortografia, assinale o item em
Lembrete da Zê! que todas as palavras estão corretas:
Ao separar palavras na translineação (mudança de li- A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial.
nha), caso a última palavra a ser escrita seja formada por B) supracitado – semi-novo – telesserviço.
hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo: escreverei anti- C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som.
-inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”. Na próxima D) contrarregra – autopista – semi-aberto.
linha escreverei: “-inflamatório” (hífen em ambas as linhas). E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor.
Ponto (.)
3-) Questão que envolve ortografia. 2- Separa partes de frases que já estão separadas por
I. O cidadão se dirigia para sua SEÇÃO eleitoral. (setor) vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, mon-
II. A zona eleitoral ficava A CERCA DE 200 metros de tanhas, frio e cobertor.
um posto policial. (= aproximadamente)
III. O condutor do automóvel INFRINGIU a lei seca. (re- 3- Separa itens de uma enumeração, exposição de mo-
lacione com infrator) tivos, decreto de lei, etc.
IV. Foi encontrada uma VULTOSA soma de dinheiro no Ir ao supermercado;
carro. (de grande vulto, volumoso) Pegar as crianças na escola;
V. O policial anunciou o FLAGRANTE delito. (relacione Caminhada na praia;
com “pego no flagra”) Reunião com amigos.
Seção / a cerca de / infringiu / vultosa / flagrante
RESPOSTA: “D”. Dois pontos (:)
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce- 2-) (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São TRABALHO – CESPE/2014 - adaptada)
Paulo: Saraiva, 2010. A correção gramatical do trecho “Entre as bebidas al-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa coólicas, cervejas e vinhos são as mais comuns em todo
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. o mundo” seria prejudicada, caso se inserisse uma vírgula
logo após a palavra “vinhos”.
Questões ( ) CERTO ( ) ERRADO
1-) (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014) 2-) Não se deve colocar vírgula entre sujeito e predi-
cado, a não ser que se trate de um aposto (1), predicativo
do sujeito (2), ou algum termo que requeira estar separado
entre pontuações. Exemplos:
O Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa!
Os meninos, ansiosos (2), chegaram!
RESPOSTA: “CERTO”.
3-)
(SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014) A) No dia seguinte, estavam todos cansados. = correta
Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pontua- B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas = não se
ção está correta em: separa sujeito do predicado (o sujeito está no final).
A) Hagar disse, que não iria. C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas
B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir, bi- perplexas = não se separa sujeito do predicado.
fes e lagostas, aos vizinhos. D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e
C) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas: fundamental = não se separa sujeito do predicado.
para Hagar e Helga E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em peque-
D) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse, na parte do território. = não se separa sujeito do predicado
Hagar à Helga. RESPOSTA: “A”.
E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pe-
los Stevensens, para jantar bifes e lagostas. ACENTUAÇÃO
b) No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se *também é facultativa diante de pronomes possessivos
o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na expres- femininos: O diretor fez referência a (à) sua empresa.
são “voltar da”, há a confirmação da crase.
Faremos uma visita à Bahia. *facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja ficará
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirma- aberta até as (às) dezoito horas.
da)
* Constata-se o uso da crase se as locuções preposi-
Não me esqueço da viagem a Roma. tivas à moda de, à maneira de apresentarem-se implícitas,
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja- mesmo diante de nomes masculinos: Tenho compulsão por
mais vividos. comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV)
Atenção: Nas situações em que o nome geográfico se * Não se efetiva o uso da crase diante da locução ad-
apresentar modificado por um adjunto adnominal, a crase verbial “a distância”: Na praia de Copacabana, observamos
está confirmada. a queima de fogos a distância.
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas
praias. Entretanto, se o termo vier determinado, teremos uma
locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedestre foi
** Dica: Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou arremessado à distância de cem metros.
A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a Campinas.
= Volto de Campinas. (crase pra quê?)
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!)
- De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade -, *não ocorre crase antes de nome feminino utilizado em
faz-se necessário o emprego da crase. sentido genérico ou indeterminado:
Ensino à distância. Estamos sujeitos a críticas.
Ensino a distância. Refiro-me a conversas paralelas.
- Diante de numerais ordinais femininos a crase está 1-) Quando HÁ (sentido de tempo) três meses disse-me
confirmada, visto que estes não podem ser empregados que iria À (“vou a, volto da, crase há!”) Grécia para visitar
sem o artigo: As saudações foram direcionadas à primeira A (artigo) sua tia, vi-me na obrigação de ajudá-la A (ajudar
aluna da classe. “ela” a fazer algo) resgatar as milhas ÀS quais tinha direito
(tinha direito a quê? às milhas – regência nominal). Tere-
- Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quando mos: há, à, a, a, às.
essa não se apresentar determinada: Chegamos todos RESPOSTA: “B”.
exaustos a casa.
Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto adno- 2-) (EMPLASA/SP – ANALISTA JURÍDICO – DIREITO
minal, a crase estará confirmada: Chegamos todos exaus- – VUNESP/2014)
tos à casa de Marcela. A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de traba-
lho para proceder _____ medidas necessárias _____ exu-
- não há crase antes da palavra “terra”, quando essa mação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart,
indicar chão firme: Quando os navegantes regressaram a sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exumação
terra, já era noite. de Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presidente
Contudo, se o termo estiver precedido por um determi- morreu de causas naturais, ou seja, devido ____ uma para-
nante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase. da cardíaca – que tem sido a versão considerada oficial até
Paulo viajou rumo à sua terra natal. hoje –, ou se sua morte se deve ______ envenenamento.
O astronauta voltou à Terra. (http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,governo-
-cria-grupo-exumar--restos-mortais-de- jango,1094178,0.
- não ocorre crase antes de pronomes que requerem o htm 07. 11.2013. Adaptado)
uso do artigo.
Os livros foram entregues a mim. Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, as la-
Dei a ela a merecida recompensa. cunas da frase devem ser completadas, correta e respecti-
vamente, por
Observação: Pelo fato de os pronomes de tratamento (A) a ... à ... a ... a
relativos à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, (B) as ... à ... a ... à
o uso da crase está confirmado no “a” que os antecede, no (C) às ... a ... à ... a
caso de o termo regente exigir a preposição. (D) à ... à ... à ... a
Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia. (E) a ... a ... a ... à
Sua proporção em relação à totalidade do texto deve Dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os
ser equivalente ao da introdução: de 1/5. Essa é uma das níveis da fala, que são basicamente dois: o nível de forma-
características de textos bem redigidos. lidade e o de informalidade.
Os seguintes erros aparecem quando as conclusões O padrão formal está diretamente ligado à linguagem
ficam muito longas: escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo
geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma ma-
- O problema aparece quando não ocorre uma explo- neira que falamos. Este fator foi determinante para a que a
ração devida do desenvolvimento, o que gera uma invasão mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais.
das ideias de desenvolvimento na conclusão. Quanto ao nível informal, por sua vez, representa o esti-
- Outro fator consequente da insuficiência de funda- lo considerado “de menor prestígio”, e isto tem gerado con-
mentação do desenvolvimento está na conclusão precisar trovérsias entre os estudos da língua, uma vez que, para a
de maiores explicações, ficando bastante vazia. sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve de maneira
- Enrolar e “encher linguiça” são muito comuns no texto errônea é considerada “inculta”, tornando-se desta forma
em que o autor fica girando em torno de ideias redundantes um estigma.
ou paralelas. Compondo o quadro do padrão informal da linguagem,
- Uso de frases vazias que, por vezes, são perfeitamen- estão as chamadas variedades linguísticas, as quais re-
te dispensáveis. presentam as variações de acordo com as condições so-
- Quando não tem clareza de qual é a melhor conclu- ciais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.
são, o autor acaba se perdendo na argumentação final. Dentre elas destacam-se:
Em relação à abertura para novas discussões, a con- Variações históricas: Dado o dinamismo que a língua
clusão não pode ter esse formato, exceto pelos seguintes apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do tem-
fatores: po. Um exemplo bastante representativo é a questão da or-
- Para não influenciar a conclusão do leitor sobre temas tografia, se levarmos em consideração a palavra farmácia,
uma vez que a mesma era grafada com “ph”, contrapon-
polêmicos, o autor deixa a conclusão em aberto.
do-se à linguagem dos internautas, a qual se fundamenta
- Para estimular o leitor a ler uma possível continuidade
pela supressão do vocábulos. Analisemos, pois, o fragmen-
do texto, o autor não fecha a discussão de propósito.
to exposto:
- Por apenas apresentar dados e informações sobre o
tema a ser desenvolvido, o autor não deseja concluir o as-
Antigamente
sunto.
- Para que o leitor tire suas próprias conclusões, o autor
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoisel-
enumera algumas perguntas no final do texto. les e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam
anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os ja-
A maioria dessas falhas pode ser evitada se antes o notas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes,
autor fizer um esboço de todas as suas ideias. Essa técnica arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do
é um roteiro, em que estão presentes os planejamentos. balaio.”
Naquele devem estar indicadas as melhores sequências a Carlos Drummond de Andrade
serem utilizadas na redação; ele deve ser o mais enxuto
possível. Comparando-o à modernidade, percebemos um voca-
bulário antiquado.
Fonte de pesquisa:
http://producao-de-textos.info/mos/view/Caracter%- Variações regionais: São os chamados dialetos, que
C3%ADsticas_e_Estruturas_do_Texto/ são as marcas determinantes referentes a diferentes regi-
ões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que, em
certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como:
macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade
estão os sotaques, ligados às características orais da lin-
À IDENTIFICAÇÃO, EM TEXTOS DE DIFERENTES
guagem.
GÊNEROS, DAS MARCAS LINGUÍSTICAS QUE
SINGULARIZAM AS VARIEDADES LINGUÍSTICAS
Variações sociais ou culturais: Estão diretamente li-
SOCIAIS, REGIONAIS OU DE REGISTRO.
gadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também
ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.
As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos
A linguagem é a característica que nos difere dos de- grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores, en-
mais seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar tre outros. Os jargões estão relacionados ao profissionalis-
sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião mo, caracterizando um linguajar técnico. Representando a
frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano e, so- classe, podemos citar os médicos, advogados, profissionais
bretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social. da área de informática, dentre outros.
Vejamos um poema sobre o assunto: momento íntimo do discurso, diz: “Ninguém deixou ele fa-
lar”, não comete propriamente erro; na verdade, transgride
Vício na fala a norma culta.
Para dizerem milho dizem mio Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua fala,
Para melhor dizem mió transgride tanto quanto um indivíduo que comparece a um
Para pior pió banquete trajando xortes ou quanto um banhista, numa
Para telha dizem teia praia, vestido de fraque e cartola.
Para telhado dizem teiado Releva considerar, assim, o momento do discurso, que
E vão fazendo telhados. pode ser íntimo, neutro ou solene. O momento íntimo é o
Oswald de Andrade das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre ami-
gos, parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas
Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/variaco- perfeitamente normais construções do tipo:
es-linguisticas.htm Eu não vi ela hoje.
Ninguém deixou ele falar.
Níveis de linguagem Deixe eu ver isso!
Eu te amo, sim, mas não abuse!
A língua é um código de que se serve o homem para Não assisti o filme nem vou assisti-lo.
elaborar mensagens, para se comunicar. Existem basica- Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.
mente duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas
funcionais: Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a
1) a língua funcional de modalidade culta, língua culta norma culta, deixando mais livres os interlocutores.
ou língua-padrão, que compreende a língua literária, tem O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que
por base a norma culta, forma linguística utilizada pelo seg- é a língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se
mento mais culto e influente de uma sociedade. Constitui, por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou
seja, a norma culta. Assim, aquelas mesmas construções
em suma, a língua utilizada pelos veículos de comunicação
se alteram:
de massa (emissoras de rádio e televisão, jornais, revistas,
Eu não a vi hoje.
painéis, anúncios, etc.), cuja função é a de serem aliados
Ninguém o deixou falar.
da escola, prestando serviço à sociedade, colaborando na
Deixe-me ver isso!
educação;
Eu te amo, sim, mas não abuses!
2) a língua funcional de modalidade popular; língua po-
Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.
pular ou língua cotidiana, que apresenta gradações as mais
Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.
diversas, tem o seu limite na gíria e no calão.
Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos
Norma culta: de comunicação de massa (rádio, televisão, jornal, revis-
ta, etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou trans-
A norma culta, forma linguística que todo povo civiliza- gressões da norma culta na pena ou na boca de jornalistas,
do possui, é a que assegura a unidade da língua nacional. quando no exercício do trabalho, que deve refletir serviço à
E justamente em nome dessa unidade, tão importante do causa do ensino.
ponto de vista político--cultural, que é ensinada nas escolas O momento solene, acessível a poucos, é o da arte po-
e difundida nas gramáticas. Sendo mais espontânea e cria- ética, caracterizado por construções de rara beleza.
tiva, a língua popular afigura-se mais expressiva e dinâmi- Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume.
ca. Temos, assim, à guisa de exemplificação: Como tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa
Estou preocupado. (norma culta) de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o co-
Tô preocupado. (língua popular) mete, passando, assim, a constituir fato linguístico registro
Tô grilado. (gíria, limite da língua popular) de linguagem definitivamente consagrado pelo uso, ainda
que não tenha amparo gramatical. Exemplos:
Não basta conhecer apenas uma modalidade de língua; Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!)
urge conhecer a língua popular, captando-lhe a esponta- Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir.)
neidade, expressividade e enorme criatividade, para viver; Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos
urge conhecer a língua culta para conviver. dispersar e Não vamos dispersar-nos.)
Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das nor- Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho
mas da língua culta. de sair daqui bem depressa.)
O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no
O conceito de erro em língua: seu posto.)
Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos As formas impeço, despeço e desimpeço, dos ver-
casos de ortografia. O que normalmente se comete são bos impedir, despedir e desimpedir, respectivamente, são
transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num exemplos também de transgressões ou “erros” que se tor-
naram fatos linguísticos, já que só correm hoje porque a nível de fala, para colegas e para pedreiros, assim como
maioria viu tais verbos como derivados de pedir, que tem nenhum professor utiliza o mesmo nível de fala no recesso
início, na sua conjugação, com peço. Tanto bastou para se do lar e na sala de aula.
arcaizarem as formas então legítimas impido, despido e de- Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre
simpido, que hoje nenhuma pessoa bem-escolarizada tem esses níveis, destacam-se em importância o culto e o coti-
coragem de usar. diano, a que já fizemos referência.
Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário
escolar palavras como corrigir e correto, quando nos refe-
rimos a frases. “Corrija estas frases” é uma expressão que _____________________________
deve dar lugar a esta, por exemplo: “Converta estas frases
da língua popular para a língua culta”. _____________________________
Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a
_____________________________
uma frase “errada”; é, na verdade, uma frase elaborada
conforme as normas gramaticais; em suma, conforme a _______________________________________________
norma culta.
_______________________________________________
Língua escrita e língua falada. Nível de linguagem:
_______________________________________________
A língua escrita, estática, mais elaborada e menos eco-
nômica, não dispõe dos recursos próprios da língua falada. _______________________________________________
A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação
(melodia da frase), as pausas (intervalos significativos no _______________________________________________
decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos,
olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a modalida- _______________________________________________
de mais expressiva, mais criativa, mais espontânea e natu-
ral, estando, por isso mesmo, mais sujeita a transformações _______________________________________________
e a evoluções.
_______________________________________________
Nenhuma, porém, sobrepõe-se a outra em importância.
Nas escolas, principalmente, costuma se ensinar a língua _______________________________________________
falada com base na língua escrita, considerada superior.
Decorrem daí as correções, as retificações, as emendas, a _______________________________________________
que os professores sempre estão atentos.
Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mos- _______________________________________________
trando as características e as vantagens de uma e outra,
sem deixar transparecer nenhum caráter de superioridade _______________________________________________
ou inferioridade, que em verdade inexiste.
Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na lín- _______________________________________________
gua falada. A nenhum povo interessa a multiplicação de lín-
guas. A nenhuma nação convém o surgimento de dialetos, _______________________________________________
consequência natural do enorme distanciamento entre uma
modalidade e outra. _______________________________________________
A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-elabora-
_______________________________________________
da que a língua falada, porque é a modalidade que mantém
a unidade linguística de um povo, além de ser a que faz _______________________________________________
o pensamento atravessar o espaço e o tempo. Nenhuma
reflexão, nenhuma análise mais detida será possível sem _______________________________________________
a língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo,
processam-se lentamente e em número consideravelmente _______________________________________________
menor, quando cotejada com a modalidade falada.
Importante é fazer o educando perceber que o nível da _______________________________________________
linguagem, a norma linguística, deve variar de acordo com
a situação em que se desenvolve o discurso. _______________________________________________
O ambiente sociocultural determina o nível da lingua-
gem a ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a pronún- _______________________________________________
cia e até a entoação variam segundo esse nível. Um padre
não fala com uma criança como se estivesse em uma mis- _______________________________________________
sa, assim como uma criança não fala como um adulto. Um
_______________________________________________
engenheiro não usará um mesmo discurso, ou um mesmo
NÚMEROS ORDINAIS
1. RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NUMÉRICOS,
PORCENTAGEM, CONJUNTOS E CONTAGEM. Os números ordinais são tipos de numerais utiliza-
dos para indicar uma ordem ou hierarquia numa dada se-
Números Naturais quência. Ou seja, eles indicam a posição ou lugar que algo
ou alguém ocupa numa série ou conjunto.
Os números naturais são o modelo matemático neces- São muito utilizados em competições esportivas, para
sário para efetuar uma contagem. indicar andares de edifícios, tópicos de uma lista, as partes
Começando por zero e acrescentando sempre uma de algo, artigos de lei, decretos, capítulos de obra, indica-
unidade, obtemos os elementos dos números naturais: ção de séculos, dentre outros.
Raciocínio Matemático
1 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Fonte: https://www.todamateria.com.br/rumeros-ordi-
nais/
Raciocínio Matemático
2 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Raciocínio Matemático
3 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A) 52 pedaços de coco.
B) 55 pedaços de coco.
C) 59 pedaços de coco.
D) 98 pedaços de coco.
E) 101 pedaços de coco.
Raciocínio Matemático
4 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A) 27. A) R$ 0,45
B) 27,5. B) R$ 0,90
C) 28. C) R$ 1,10
D) 28,5. D) R$ 1,15
E) 29. E) R$ 1,35
Raciocínio Matemático
5 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
10 - RESPOSTA: “E”.
Supondo que as quatro primeiras moedas sejam as 3
de R$ 0,50 e 1 de R$ 0,25(maiores valores).
5 - RESPOSTA: “B”. Um filho receberia : 1,50+0,25=R$1,75
E as ouras quatro moedas sejam de menor valor: 4 de
Aluguel: R$ 0,10=R$ 0,40.
A maior diferença seria de 1,75-0,40=1,35
Outras despesas: Dica: sempre que fala a maior diferença tem que o
maior valor possível – o menor valor.
Raciocínio Matemático
6 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
- Igualamos o número de casas decimais, acrescen- Vamos, por exemplo, efetuar a seguinte divisão: 24 :
tando zeros. 0,5.
- Colocamos os números um abaixo do outro, deixan-
do vírgula embaixo de vírgula. Inicialmente, multiplicaremos o dividendo e o divisor
- Somamos ou subtraímos os números decimais como da divisão dada por 10.
se eles fossem números naturais.
- Na resposta colocamos a vírgula alinhada com a vír- 24 : 0,5 = (24 . 10) : (0,5 . 10) = 240 : 5
gula dos números dados.
Exemplo A vantagem de tal procedimento foi a de transformar-
mos em número natural o número decimal que aparecia
2,35 + 14,3 + 0, 0075 + 5 na divisão. Com isso, a divisão entre números decimais se
Disposição prática: transforma numa equivalente com números naturais.
2,3500
14,3000 Portanto: 24 : 0,5 = 240 : 5 = 48
0,0075 Na prática, a divisão entre números decimais é obtida
5,0000 de acordo com as seguintes regras:
21,6575 - Igualamos o número de casas decimais do dividendo
e do divisor.
Multiplicação - Cortamos as vírgulas e efetuamos a divisão como se
os números fossem naturais.
Vamos calcular o valor do seguinte produto: 2,58 x 3,4.
Transformaremos, inicialmente, os números decimais Exemplo 1
em frações decimais:
24 : 0,5
258 34 8772
2,58 x 3,4 = . = = 8,772
100 10 1000 Disposição prática: 24,0 0,5
40 48
Portanto 2,58 x 3,4 = 8,772 0
Na prática, a multiplicação de números decimais é ob- Nesse caso, o resto da divisão é igual à zero. Assim
tida de acordo com as seguintes regras: sendo, a divisão é chamada de divisão exata e o quociente
é exato.
- Multiplicamos os números decimais como se eles
fossem números naturais. Exemplo 2
- No resultado, colocamos tantas casas decimais
quantas forem as do primeiro fator somadas às do segun- 9,775 : 4,25
do fator.
Disposição prática: 9,775 4,250
Exemplo: 652,2 x 2,03 1 275 2
Raciocínio Matemático
7 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Exemplo 4
2 : 16
20 16
40 0,125
80
0
PORCENTAGEM
São chamadas de razões centesimais ou taxas per- Exemplo: (Câmara de São Paulo/SP – Técnico Ad-
centuais ou simplesmente de porcentagem, as razões ministrativo – FCC) O preço de venda de um produto,
de denominador 100, ou seja, que representam a cen- descontado um imposto de 16% que incide sobre esse
tésima parte de uma grandeza. Costumam ser indica- mesmo preço, supera o preço de compra em 40%, os
das pelo numerador seguido do símbolo %. (Lê-se: “por quais constituem o lucro líquido do vendedor. Em quantos
cento”). por cento, aproximadamente, o preço de venda é supe-
rior ao de compra?
(A) 67%.
(B) 61%.
(C) 65%.
Exemplo: (Câmara Municipal de São José dos (D) 63%.
Campos/SP – Analista Técnico Legislativo – Desig- (E) 69%.
ner Gráfico – VUNESP) O departamento de Contabili-
dade de uma empresa tem 20 funcionários, sendo que Resolução:
15% deles são estagiários. O departamento de Recur- Preço de venda: V
sos Humanos tem 10 funcionários, sendo 20% estagi- Preço de compra: C
ários. Em relação ao total de funcionários desses dois V – 0,16V = 1,4C
departamentos, a fração de estagiários é igual a 0,84V = 1,4C
(A) 1/5.
(B) 1/6. O preço de venda é 67% superior ao preço de com-
(C) 2/5. pra.
(D) 2/9. Resposta: A.
(E) 3/5.
Aumento e Desconto em porcentagem
Resolução: - Aumentar um valor V em p%, equivale a multiplicá-
-lo por ().V .
15 30
* Dep. Contabilidade: 100 . 20 = 10 = 3 3 (estagiários) Logo:
VA =().V
20 200
* Dep. R.H.: 100
. 10 = 100 = 2 2 (estagiários) - Diminuir um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo
por ().V.
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑔𝑖á𝑟𝑖𝑜𝑠 5 1 Logo:
∗ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = = = V D =().V
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛á𝑟𝑖𝑜𝑠 30 6
Fator de multiplicação
Resposta: B. É o valor final de () ou (), é o que chamamos de fator
de multiplicação, muito útil para resolução de cálculos de
porcentagem. O mesmo pode ser um acréscimo ou de-
créscimo no valor do produto.
Raciocínio Matemático
8 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O conjunto dos números inteiros é a reunião do conjunto dos números naturais N = {0, 1, 2, 3, 4,..., n,...},(N C Z); o
conjunto dos opostos dos números naturais e o zero. Representamos pela letra Z.
N C Z (N está contido em Z)
Subconjuntos:
Módulo: distância ou afastamento desse número até o zero, na reta numérica inteira. Representa-se o módulo por | |.
O módulo de qualquer número inteiro, diferente de zero, é sempre positivo.
Raciocínio Matemático
9 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Números Opostos: dois números são opostos quan- - Multiplicação: é uma adição de números/ fatores
do sua soma é zero. Isto significa que eles estão a mesma repetidos. Na multiplicação o produto dos números a e b,
distância da origem (zero). pode ser indicado por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum
sinal entre as letras.
Raciocínio Matemático
10 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Propriedades da Potenciação
1) Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se a base e somam-se os expoentes. (–a)3 . (–a)6 = (–a)3+6
= (–a)9
2) Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva-se a base e subtraem-se os expoentes. (-a)8 : (-a)6 = (-a)8
–6
= (-a)2
3) Potência de Potência: Conserva-se a base e multiplicam-se os expoentes. [(-a)5]2 = (-a)5 . 2 = (-a)10
4) Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (-a)1 = -a e (+a)1 = +a
5) Potência de expoente zero e base diferente de zero: É igual a 1. (+a)0 = 1 e (–b)0 = 1
Subconjuntos:
Representação decimal
Podemos representar um número racional, escrito na forma de fração, em número decimal. Para isso temos duas
maneiras possíveis:
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um número finito de algarismos. Decimais Exatos:
2
= 0,4
5
2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se periodi-
camente Decimais Periódicos ou Dízimas Periódicas:
1
= 0,333...
3
Raciocínio Matemático
11 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Representação Fracionária
2) Através da fração geratriz. Aí temos o caso das dízimas periódicas que podem ser simples ou compostas.
Simples: o seu período é composto por um mesmo número ou conjunto de números que se repeti infinitamente.
Exemplos:
Procedimento: para transformarmos uma dízima periódica simples em fração basta utilizarmos o dígito 9 no deno-
minador para cada quantos dígitos tiver o período da dízima.
Procedimento: para cada algarismo do período ainda se coloca um algarismo 9 no denominador. Mas, agora, para
cada algarismo do antiperíodo se coloca um algarismo zero, também no denominador.
b)
Procedimento: é o mesmo aplicado ao item “a”, acrescido na frente da parte inteira (fração mista), ao qual transfor-
mamos e obtemos a fração geratriz.
Raciocínio Matemático
12 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Exemplo: (Pref. Niterói) Simplificando a expressão Exemplo: (PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SER-
abaixo VIÇOS OPERACIONAIS – MAKIYAMA) Na escola onde
Obtém-se: estudo, ¼ dos alunos tem a língua portuguesa como dis-
ciplina favorita, 9/20 têm a matemática como favorita e os
(A) ½ demais têm ciências como favorita. Sendo assim, qual fra-
(B) 1 ção representa os alunos que têm ciências como disciplina
(C) 3/2 favorita?
(D) 2
(E) 3 (A) 1/4
(B) 3/10
Resolução: (C) 2/9
1,3333...= 12/9 = 4/3 (D) 4/5
(E) 3/2
1,5 = 15/10 = 3/2
Resolução:
Resposta: B.
Somando português e matemática:
Caraterísticas dos números racionais O que resta gosta de ciências:
O módulo e o número oposto são as mesmas dos Resposta: B.
números inteiros.
- Multiplicação: como todo número racional é uma
Inverso: dado um número racional a/b o inverso des- fração ou pode ser escrito na forma de uma fração, defini
se número (a/b)–n, é a fração onde o numerador vira de-
a c
nominador e o denominador numerador (b/a)n. mos o produto de dois números racionais e , da mes
b d
a c a
c
x =
b d b
d
a c ad + b
c (A) 145
+ =
(B) 185
b d bd
(C) 220
- Subtração: a subtração de dois números racionais (D) 260
p e q é a própria operação de adição do número p com o (E) 120
oposto de q, isto é: p – q = p + (–q)
Resolução:
a c ad − b
c
- = Como 3/4 eram homens, 1/4 eram mulheres
b d bd ou 800-600=200 mulheres
Raciocínio Matemático
13 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1 − 1 − 1
2
1
− = . =
5 5 5 2 5
Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra CHUVEIRO?
Solução
A palavra tem 8 letras, portanto:
O número de maneiras diferentes de se vestir é:2(cal-
ças). 3(blusas)=6 maneiras
Raciocínio Matemático
14 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra PARALELEPÍPEDO?
Solução
Se todos as letras fossem distintas, teríamos 14! Permu-
tações. Como temos uma letra repetida, esse número será
menor.
Temos 3P, 2A, 2L e 3 E
Binômio de Newton
Combinação Simples
Denomina-se binômio de Newton todo binômio da for-
Dado o conjunto {a1, a2, ..., an} com n objetos distintos,
ma , com n∈N. Vamos desenvolver alguns binô-
podemos formar subconjuntos com p elementos. Cada sub-
mios:
conjunto com i elementos é chamado combinação simples.
Exemplo
Calcule o número de comissões compostas de 3 alunos
que podemos formar a partir de um grupo de 5 alunos.
Solução
Observe que os coeficientes dos termos formam o tri-
ângulo de Pascal.
Números Binomiais
O número de combinações de n elementos, tomados p a
p, também é representado pelo número binomial .
QUESTÕES
Binomiais Complementares
01. (UFES - Assistente em Administração –
Dois binomiais de mesmo numerador em que a soma
UFES/2017) Uma determinada família é composta por pai,
dos denominadores é igual ao numerador são iguais:
por mãe e por seis filhos. Eles possuem um automóvel de
oito lugares, sendo que dois lugares estão em dois ban-
cos dianteiros, um do motorista e o outro do carona, e os
demais lugares em dois bancos traseiros. Eles viajarão no
automóvel, e o pai e a mãe necessariamente ocuparão um
Relação de Stifel
dos dois bancos dianteiros. O número de maneiras de dis-
por os membros da família nos lugares do automóvel é
igual a:
(A) 1440
Triângulo de Pascal
(B) 1480
(C) 1520
(D) 1560
(E) 1600
(A) 120.
(B) 210.
(C) 360.
(D) 630.
(E) 840.
Raciocínio Matemático
15 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
03. (IF/ES – Administrador – IFES/2017) Seis livros 06. (CELG/GT/GO – Analista de Gestão – CSUF-
diferentes estão distribuídos em uma estante de vidro, GO/2017) Uma empresa de limpeza conta com dez faxi-
conforme a figura abaixo: neiras em seu quadro. Para atender três eventos em dias
diferentes, a empresa deve formar três equipes distintas,
com seis faxineiras em cada uma delas. De quantas ma-
neiras a empresa pode montar essas equipes?
(A) 210
(B) 630
(C) 15.120
(D) 9.129.120
Considerando-se essa mesma forma de distribui-
07. (UPE – Técnico em Administração – UPENET/
ção, de quantas maneiras distintas esses livros podem
IAUPE – 2017) No carro de João, tem vaga apenas para
ser organizados na estante?
3 dos seus 8 colegas. De quantas formas diferentes, João
pode escolher os colegas aos quais dá carona?
(A) 30 maneiras
(B) 60 maneiras (A) 56
(C) 120 maneiras (B) 84
(D) 360 maneiras (C) 126
(E) 720 maneiras (D) 210
(E) 120
04. (UTFPR - Técnico de Tecnologia da Informa-
ção – UTFPR/2017) Em um carro que possui 5 assen- 08. (UPE – Técnico em Administração – UPENET/
tos, irão viajar 4 passageiros e 1 motorista. Assinale a IAUPE – 2017) Num grupo de 15 homens e 9 mulheres,
alternativa que indica de quantas maneiras distintas os quantos são os modos diferentes de formar uma comissão
4 passageiros podem ocupar os assentos do carro. composta por 2 homens e 3 mulheres?
Raciocínio Matemático
16 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2x2x2=8
b) E={(C,C,C), (C,C,R),(C,R,C),(R,C,C),(R,R,C),(R,-
C,R),(C,R,R),(R,R,R)}
08. Resposta: E.
2. EQUAÇÕES E SISTEMAS DO 1º E 2º GRAUS
E REGRA DE TRÊS SIMPLES
EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES
09. Resposta: D. Equação é toda sentença matemática aberta que ex-
prime uma relação de igualdade e uma incógnita ou va-
riável (x, y, z,...).
Roberto Tatiana __ ___ ___ As equações do primeiro grau são aquelas que po-
dem ser representadas sob a forma ax + b = 0, em que
São 30 alunos, mas vamos tirar Roberto e Tatiana que a e b são constantes reais, com a diferente de 0, e x é a
terão que fazer parte da comissão. variável. A resolução desse tipo de equação é fundamen-
30-2=28 tada nas propriedades da igualdade descritas a seguir.
Adicionando um mesmo número a ambos os mem-
bros de uma equação, ou subtraindo um mesmo número
de ambos os membros, a igualdade se mantém.
Raciocínio Matemático
17 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Resposta: E.
EQUAÇÃO DO 2º GRAU
Resolução de uma equação As equações do segundo grau são aquelas que po-
dem ser representadas sob a forma ax² + bx +c = 0, em
Colocamos no primeiro membro os termos que apre- que a, b e c são constantes reais, com a diferente de 0, e
sentam variável, e no segundo membro os termos que x é a variável.
não apresentam variável. Os termos que mudam de
membro têm os sinais trocados. Equação completa e incompleta
5x – 8 = 12 + x
5x – x = 12 + 8 1) Quando b ≠ 0 e c ≠ 0, a equação do 2º grau se diz
4x = 20 completa.
Ex.: x2 - 7x + 11 = 0= 0 é uma equação completa (a =
X = 20/4
1, b = – 7, c = 11).
X=5
2) Quando b = 0 ou c = 0 ou b = c = 0, a equação do 2º
Ao substituirmos o valor encontrado de x na equa-
grau se diz incompleta.
ção obtemos o seguinte:
Exs.:
5x – 8 = 12 + x
x² - 81 = 0 é uma equação incompleta (b=0).
5.5 – 8 = 12 + 5
x² +6x = 0 é uma equação incompleta (c = 0).
25 – 8 = 17
2x² = 0 é uma equação incompleta (b = c = 0).
17 = 17 ( V)
Resolução da equação
Quando se passa de um membro para o outro se
usa a operação inversa, ou seja, o que está multiplican- 1º) A equação é da forma ax2 + bx = 0 (incompleta)
do passa dividindo e o que está dividindo passa multi- x2 – 16x = 0 - colocamos x em evidência
plicando. O que está adicionando passa subtraindo e o x . (x – 16) = 0,
que está subtraindo passa adicionando. x=0
x – 16 = 0
Exemplo: (PRODAM/AM – Auxiliar de Motorista x = 16
– FUNCAB) Um grupo formado por 16 motoristas orga- Logo, S = {0, 16} e os números 0 e 16 são as raízes
nizou um churrasco para suas famílias. Na semana do da equação.
evento, seis deles desistiram de participar. Para manter
o churrasco, cada um dos motoristas restantes pagou 2º) A equação é da forma ax2 + c = 0 (incompleta)
R$ 57,00 a mais. x2 – 49= 0 - Fatoramos o primeiro membro, que é uma
O valor total pago por eles, pelo churrasco, foi: diferença de dois quadrados.
(A) R$ 570,00 (x + 7) . (x – 7) = 0,
(B) R$ 980,50 x+7=0x–7=0
(C) R$ 1.350,00 x=–7x=7
(D) R$ 1.480,00 ou
(E) R$ 1.520,00 x2 – 49 = 0
x2 = 49
Resolução: x2 = 49
Vamos chamar de ( x ) o valor para cada motorista. x = 7, (aplicando a segunda propriedade).
Logo, S = {–7, 7}.
Raciocínio Matemático
18 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Resolução:
Como as raízes foram dadas, para saber qual a equa-
ção:
Exemplo: (SEE/AC – Professor de Ciências da
x² - Sx +P=0, usando o método da soma e produto; S=
Natureza Matemática e suas Tecnologias – FUNCAB)
duas raízes somadas resultam no valor numérico de b; e
Determine os valores de que satisfazem a seguinte ine-
P= duas raízes multiplicadas resultam no valor de c.
Resposta: D. quação:
INEQUAÇÃO DO 1º GRAU 3𝑥 𝑥
+2 ≤ −3
2 2
Uma inequação do 1° grau na incógnita x é qualquer
expressão do 1° grau que pode ser escrita numa das se-
guintes formas: (A) x > 2
ax + b > 0; (B) x - 5
ax + b < 0; (C) x > - 5
ax + b ≥ 0; (D) x < 2
ax + b ≤ 0. (E) x 2
Raciocínio Matemático
19 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Resolução: Resolução:
3𝑥 3𝑥 𝑥 𝑥𝑥 Resolvendo por Bháskara:
+3𝑥2++
≤22≤≤
−3
2 22 2 22−−33
∆= 𝑏 2 − 4𝑎𝑐
3𝑥 3𝑥𝑥 𝑥𝑥 ∆= −6 2 − 4.9.1
−3𝑥−−
≤ −3 −
−32−−22
2 222 22≤≤−3 ∆= 36 − 36 = 0
−𝑏± ∆
𝑥=
2𝑥 2𝑥
2𝑥−5 2𝑎
≤ − −6 ± 0
2 22 ≤≤−5−5 𝑥= 2.9
𝑥 ≤𝑥𝑥−5
≤≤−5
−5 6±0 6 1
𝑥= 18
= 18 = 3 (delta igual a zero, duas raízes
Resposta: B.
(delta igual a zero, duas raízes iguais)
INEQUAÇÃO DO 2º GRAU
Fazendo o gráfico, a > 0 parábola voltada para cima:
Chamamos de inequação da 2º toda desigualdade
pode ser representada da seguinte forma:
ax2 + bx + c > 0 ,
ax2 + bx + c < 0 ,
ax2 + bx + c ≥ 0
ax2 + bx + c ≤ 0
Onde a, b e c são números reais com a ≠ 0.
Resolução da inequação
Raciocínio Matemático
20 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Exemplos:
01. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO AD-
MINISTRATIVO – FCC) O trabalho de varrição de 6.000
m² de calçada é feita em um dia de trabalho por 18 var-
redores trabalhando 5 horas por dia. Mantendo-se as
mesmas proporções, 15 varredores varrerão 7.500 m² de
calçadas, em um dia, trabalhando por dia, o tempo de
Raciocínio Matemático
21 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Resposta: D.
Retas paralelas
Retas perpendiculares Os ângulos ABC e DÊF têm mesma medida, logo são
congruentes.
Duas retas são perpendiculares se o ângulo formado .
entre elas for de 90 graus (ângulo reto). Bissetriz de um ângulo
Ângulo
Bissetriz de um ângulo é a semirreta que divide o ângulo
Um ângulo é uma figura formada por duas semirretas
em dois ângulos de mesma medida, isto é, em dois ângulos
de mesma origem.
congruentes.
→
Os lados são as semirretas OA e OB , ambas de origem
→
Raciocínio Matemático
22 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Dois ângulos são complementares quando a soma de 1. As medidas dos ângulos de um triângulo são,
suas medidas é 90 º. respectivamente, x, 3x e 5x. Calcule o valor de x.
Sabendo que y é a medida de um ângulo, em graus, 4. Os ângulos α e β são opostos pelo vértice. O pri-
então a medida do suplemento desse ângulo é dada por meiro é expresso em graus por 9x – 2 e o segundo por
( 180 – y). 4x +8. Determine esses ângulos.
Raciocínio Matemático
23 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Respostas Caso tenha um ângulo com medida maior que 180º ele
será classificado como não convexo ou côncavo.
1. x = 20
2. a) 25
b) 30
3. a) 60
b) 120
c) 120 Ângulos de um polígono
8. 60º
9. 72º
10. 30º
Polígonos
Classificação dos polígonos Icoságono (20 lados): note a semelhança com a cir-
cunferência.
Lados/Nomes
3: Triângulo Polígono regular e irregular
4: Quadrilátero
5: Pentágono Todo polígono regular possui os lados e os ângulos
6: Hexágono com medidas iguais. Alguns exemplos de polígonos regu-
7: Heptágono lares.
8: Octógono
9: Eneágono
10: Decágono
11: Undecágono
12: Dodecágono
Raciocínio Matemático
24 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Resolução
Problemas
Resolução:
Si = (n - 2) . 180º
Se = 360º n = 11
Si + Se = 1080º Si = (n – 2) · 180º
(n - 2) . 180º + 360º = 1080º Si = (11 – 2) · 180º
(n - 2) . 180º = 720º Si = 9 · 180º
n-2=4 Si = 1 620º
n=6
Resposta
A soma das medidas dos ângulos internos vale 1 620º
2. Quantos lados tem o polígono regular cujo o angulo
externo mede 24° ?
Triângulos
Resolução: Trângulo é um polígono de três lados.
Ae = 360º / n
24º = 360º / n
n = 360º / 24º
n = 15
Raciocínio Matemático
25 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Quadriláteros
Problemas
Raciocínio Matemático
26 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Respostas:
1. 9y + 16° = 7y + 40°
9y = 7y + 40° - 16°
9y = 7y + 24°
9y - 7y = 24°
2y = 24°
y = 24º /2
y = 12° b.h
Então: 2
x + (7 . 12° + 40°) = 180° 3. a) Triângulo : A = (b é a medida da base e h é
x = 180º - 124° a altura)
x = 56°
= =
Raciocínio Matemático
27 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a+b+c
p= 2
Respostas
2
1. a) 48 cm
a) 2
b) 38,5 cm
2. A = 4 3 cm
2
P = 12 cm
b.h
b)
Área do triângulo maior: A = 2= = 1,25 m²
Se em cada m² cabem 200 lâmpadas, então em 1,25
m² cabem 1,25 . 200 = 250 lâmpadas. Resposta Alternativa
B
Raciocínio Matemático
28 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Estatística pode ser pensada como a ciência de aprendizagem a partir de dados. No nosso quotidiano, precisamos
tomar decisões, muitas vezes decisões rápidas.
Em linhas gerais a Estatística fornece métodos que auxiliam o processo de tomada de decisão através da análise dos
dados que possuímos.
Em Estatística, um resultado é significante, portanto, tem significância estatística, se for improvável que tenha ocorrido
por acaso (que em estatística e probabilidade é tratado pelo conceito de chance), caso uma determinada hipótese nula
seja verdadeira, mas não sendo improvável caso a hipótese base seja falsa. A expressão teste de significância foi cunhada
por Ronald Fisher.
Mais concretamente, no teste de hipóteses com base em frequência estatística, a significância de um teste é a pro-
babilidade máxima de rejeitar acidentalmente uma hipótese nula verdadeira (uma decisão conhecida como erro de tipo
I). O nível de significância de um resultado é também chamado de α e não deve ser confundido com o valor p (p-value).
Por exemplo, podemos escolher um nível de significância de, digamos, 5%, e calcular um valor crítico de um parâ-
metro (por exemplo a média) de modo que a probabilidade de ela exceder esse valor, dada a verdade da hipótese nulo,
ser 5%. Se o valor estatístico calculado (ou seja, o nível de 5% de significância anteriormente escolhido) exceder o valor
crítico, então é significante “ao nível de 5%”.
Se o nível de significância (ex: 5% anteriormente dado) é menor, o valor é menos provavelmente um extremo em rela-
ção ao valor crítico. Deste modo, um resultado que é “significante ao nível de 1%” é mais significante do que um resultado
que é significante “ao nível de 5%”. No entanto, um teste ao nível de 1% é mais susceptível de padecer do erro de tipo II
do que um teste de 5% e por isso terá menos poder estatístico.
Ao divisar um teste de hipóteses, o técnico deverá tentar maximizar o poder de uma dada significância, mas ultima-
mente tem de reconhecer que o melhor resultado que se pode obter é um compromisso entre significância e poder, em
outras palavras, entre os erros de tipo I e tipo II.
É importante ressaltar que os valores p Fisherianos são filosoficamente diferentes dos erros de tipo I de Neyman-Pe-
arson. Esta confusão é infelizmente propagada por muitos livros de estatística.
Divisão da Estatística:
- Estatística Descritiva: Média (Aritmética, Geométrica, Harmônica, Ponderada) - Mediana - Moda - Variância - Des-
vio padrão - Coeficiente de variação.
- Inferência Estatística: Testes de hipóteses - Significância - Potência - Hipótese nula/Hipótese alternativa - Erro de
tipo I - Erro de tipo II - Teste T - Teste Z - Distribuição t de Student - Normalização - Valor p - Análise de variância.
- Estatística Não-Paramétrica: Teste Binomial - Teste Qui-quadrado (uma amostra, duas amostras independentes, k
amostras independentes) - Teste Kolmogorov-Smirnov (uma amostra, duas amostras independentes) - Teste de McNemar
- Teste dos Sinais - Teste de Wilcoxon - Teste de Walsh - Teste Exata de Fisher - Teste Q de Cochran - Teste de Kruskal-
-Wallis - Teste de Friedman.
- Análise da Sobrevivência: Função de sobrevivência - Kaplan-Meier - Teste log-rank - Taxa de falha - Proportional
hazards models.
- Amostragem: Amostragem aleatória simples (com reposição, sem reposição) - Amostragem estratificada - Amostra-
gem por conglomerados - Amostragem sistemática - estimador razão - estimador regressão.
- Distribuição de Probabilidade: Normal - De Pareto - De Poisson - De Bernoulli - Hipergeométrica - Binomial - Bino-
mial negativa - Gama - Beta - t de Student - F-Snedecor.
- Correlação: Variável de confusão - Coeficiente de correlação de Pearson - Coeficiente de correlação de postos de
Spearman - Coeficiente de correlação tau de Kendall).
Regressão: Regressão linear - Regressão não-linear - Regressão logística - Método dos mínimos quadrados - Mode-
los Lineares Generalizados - Modelos para Dados Longitudinais.
- Análise Multivariada: Distribuição normal multivariada - Componentes principais - Análise fatorial - Análise discrimi-
nante - Análise de “Cluster” (Análise de agrupamento) - Análise de Correspondência.
- Séries Temporais: Modelos para séries temporais - Tendência e sazonalidade - Modelos de suavização exponencial
- ARIMA - Modelos sazonais.
Raciocínio Matemático
29 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Raciocínio Matemático
30 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Importância das relações entre variáveis: Geral- amostra, seja um “acaso feliz”. Em outras palavras, assu-
mente o objetivo principal de toda pesquisa ou análise mindo que não haja relação entre aquelas variáveis na po-
científica é encontrar relações entre variáveis. A filosofia pulação, e o experimento de interesse seja repetido várias
da ciência ensina que não há outro meio de representar vezes, poderia-se esperar que em aproximadamente 20
“significado” exceto em termos de relações entre quanti- realizações do experimento haveria apenas uma em que a
dades ou qualidades, e ambos os casos envolvem rela- relação entre as variáveis em questão seria igual ou mais
ções entre variáveis. Assim, o avanço da ciência sempre forte do que a que foi observada naquela amostra anterior.
tem que envolver a descoberta de novas relações entre Em muitas áreas de pesquisa, o nível-p de 0,05 é costu-
variáveis. Em pesquisas correlacionais a medida destas meiramente tratado como um “limite aceitável” de erro.
relações é feita de forma bastante direta, bem como nas
pesquisas experimentais. Por exemplo, o experimento já Como determinar que um resultado é “realmente”
mencionado de comparar WCC em homens e mulheres significante: Não há meio de evitar arbitrariedade na de-
pode ser descrito como procura de uma correlação entre 2 cisão final de qual nível de significância será tratado como
variáveis: sexo e WCC. A Estatística nada mais faz do que realmente “significante”. Ou seja, a seleção de um nível
auxiliar na avaliação de relações entre variáveis. de significância acima do qual os resultados serão rejei-
tados como inválidos é arbitrária. Na prática, a decisão fi-
Aspectos básicos da relação entre variáveis: As nal depende usualmente de: se o resultado foi previsto a
duas propriedades formais mais elementares de qualquer priori ou apenas a posteriori no curso de muitas análises e
relação entre variáveis são a magnitude (“tamanho”) e a comparações efetuadas no conjunto de dados; no total de
confiabilidade da relação. evidências consistentes do conjunto de dados; e nas “tra-
- Magnitude é muito mais fácil de entender e medir do dições” existentes na área particular de pesquisa. Tipica-
que a confiabilidade. Por exemplo, se cada homem em mente, em muitas ciências resultados que atingem nível-p
nossa amostra tem um WCC maior do que o de qualquer 0,05 são considerados estatisticamente significantes, mas
mulher da amostra, poderia-se dizer que a magnitude da este nível ainda envolve uma probabilidade de erro razoá-
relação entre as duas variáveis (sexo e WCC) é muito alta vel (5%). Resultados com um nível-p 0,01 são comumente
em nossa amostra. Em outras palavras, poderia-se prever considerados estatisticamente significantes, e com nível-
uma baseada na outra (ao menos na amostra em ques- -p 0,005 ou nível-p 0,001 são freqüentemente chamados
tão). “altamente” significantes. Estas classificações, porém, são
- Confiabilidade é um conceito muito menos intuitivo, convenções arbitrárias e apenas informalmente baseadas
mas extremamente importante. Relaciona-se à “repre- em experiência geral de pesquisa. Uma conseqüência ób-
sentatividade” do resultado encontrado em uma amostra via é que um resultado considerado significante a 0,05, por
específica de toda a população. Em outras palavras, diz exemplo, pode não sê-lo a 0,01.
quão provável será encontrar uma relação similar se o
experimento fosse feito com outras amostras retiradas da Significância estatística e o número de análises re-
mesma população, lembrando que o maior interesse está alizadas: Desnecessário dizer quanto mais análises sejam
na população. O interesse na amostra reside na informa- realizadas em um conjunto de dados, mais os resultados
ção que ela pode prover sobre a população. Se o estudo atingirão “por acaso” o nível de significância convenciona-
atender certos critérios específicos (que serão menciona- do. Por exemplo, ao calcular correlações entre dez variá-
dos posteriormente) então a confiabilidade de uma relação veis (45 diferentes coeficientes de correlação), seria razo-
observada entre variáveis na amostra pode ser estimada ável esperar encontrar por acaso que cerca de dois (um
quantitativamente e representada usando uma medida pa- em cada 20) coeficientes de correlação são significantes
drão (chamada tecnicamente de nível-p ou nível de signi- ao nível-p 0,05, mesmo que os valores das variáveis sejam
ficância estatística). totalmente aleatórios, e aquelas variáveis não se correla-
cionem na população. Alguns métodos estatísticos que en-
Significância Estatística (nível-p): A significância es- volvem muitas comparações, e portanto uma boa chance
tatística de um resultado é uma medida estimada do grau para tais erros, incluem alguma “correção” ou ajuste para o
em que este resultado é “verdadeiro” (no sentido de que número total de comparações. Entretanto, muitos métodos
seja realmente o que ocorre na população, ou seja no sen- estatísticos (especialmente análises exploratórias simples
tido de “representatividade da população”). Mais tecnica- de dados) não oferecem nenhum remédio direto para este
mente, o valor do nível-p representa um índice decrescen- problema. Cabe então ao pesquisador avaliar cuidadosa-
te da confiabilidade de um resultado. Quanto mais alto o mente a confiabilidade de descobertas não esperadas.
nível-p, menos se pode acreditar que a relação observada
entre as variáveis na amostra é um indicador confiável da Força X Confiabilidade de uma relação entre va-
relação entre as respectivas variáveis na população. Espe- riáveis: Foi dito anteriormente que força (magnitude) e
cificamente, o nível-p representa a probabilidade de erro confiabilidade são dois aspectos diferentes dos relaciona-
envolvida em aceitar o resultado observado como válido, mentos entre variáveis. Contudo, eles não são totalmente
isto é, como “representativo da população”. Por exemplo, independentes. Em geral, em uma amostra de um certo
um nível-p de 0,05 (1/20) indica que há 5% de probabili- tamanho quanto maior a magnitude da relação entre variá-
dade de que a relação entre as variáveis, encontrada na veis, mais confiável a relação.
Raciocínio Matemático
31 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Assumindo que não há relação entre as variáveis na hospital menor. A razão para isso é que a probabilidade
população, o resultado mais provável deveria ser tam- de um desvio aleatório da média da população aumenta
bém não encontrar relação entre as mesmas variáveis na com a diminuição do tamanho da amostra (e diminui com
amostra da pesquisa. Assim, quanto mais forte a relação o aumento do tamanho da amostra).
encontrada na amostra menos provável é a não existência
da relação correspondente na população. Então a mag- Por que pequenas relações podem ser provadas
nitude e a significância de uma relação aparentam estar como significantes apenas por grandes amostras: Os
fortemente relacionadas, e seria possível calcular a sig- exemplos dos parágrafos anteriores indicam que se um
nificância a partir da magnitude e vice-versa. Entretanto, relacionamento entre as variáveis em questão (na po-
isso é válido apenas se o tamanho da amostra é mantido pulação) é pequeno, então não há meio de identificar tal
constante, porque uma relação de certa força poderia ser relação em um estudo a não ser que a amostra seja cor-
tanto altamente significante ou não significante de todo de- respondentemente grande. Mesmo que a amostra seja de
pendendo do tamanho da amostra. fato “perfeitamente representativa” da população o efeito
não será estatisticamente significante se a amostra for pe-
Por que a significância de uma relação entre va- quena. Analogamente, se a relação em questão é muito
riáveis depende do tamanho da amostra: Se há muito grande na população então poderá ser constatada como
poucas observações então há também poucas possibili- altamente significante mesmo em um estudo baseado em
dades de combinação dos valores das variáveis, e então a uma pequena amostra. Mais um exemplo:
probabilidade de obter por acaso uma combinação desses Se uma moeda é ligeiramente viciada, de tal forma que
valores que indique uma forte relação é relativamente alta. quando lançada é ligeiramente mais provável que ocorram
Considere-se o seguinte exemplo: caras do que coroas (por exemplo uma proporção 60%
Há interesse em duas variáveis (sexo: homem, mulher; para 40%). Então dez lançamentos não seriam suficientes
WCC: alta, baixa) e há apenas quatro sujeitos na amostra para convencer alguém de que a moeda é viciada, mesmo
(2 homens e 2 mulheres). A probabilidade de se encon- que o resultado obtido (6 caras e 4 coroas) seja perfeita-
trar, puramente por acaso, uma relação de 100% entre as mente representativo do viesamento da moeda. Entretan-
duas variáveis pode ser tão alta quanto 1/8. Explicando, to, dez lançamentos não são suficientes para provar nada?
há uma chance em oito de que os dois homens tenham Não, se o efeito em questão for grande o bastante, os dez
alta WCC e que as duas mulheres tenham baixa WCC, ou lançamentos serão suficientes. Por exemplo, imagine-se
vice-versa, mesmo que tal relação não exista na popula- que a moeda seja tão viciada que não importe como venha
ção. Agora considere-se a probabilidade de obter tal resul- a ser lançada o resultado será cara. Se tal moeda fosse
tado por acaso se a amostra consistisse de 100 sujeitos: lançada dez vezes, e cada lançamento produzisse caras,
a probabilidade de obter aquele resultado por acaso seria muitas pessoas considerariam isso prova suficiente de que
praticamente zero. há “algo errado” com a moeda. Em outras palavras, seria
Observando um exemplo mais geral. Imagine-se uma considerada prova convincente de que a população teórica
população teórica em que a média de WCC em homens de um número infinito de lançamentos desta moeda teria
e mulheres é exatamente a mesma. Supondo um expe- mais caras do que coroas. Assim, se a relação é grande,
rimento em que se retiram pares de amostras (homens e então poderá ser considerada significante mesmo em uma
mulheres) de um certo tamanho da população e calcula- pequena amostra.
-se a diferença entre a média de WCC em cada par de
amostras (supor ainda que o experimento será repetido Pode uma “relação inexistente” ser um resultado
várias vezes). Na maioria dos experimento os resultados significante: Quanto menor a relação entre as variáveis
das diferenças serão próximos de zero. Contudo, de vez maior o tamanho de amostra necessário para prová-la sig-
em quando, um par de amostra apresentará uma diferença nificante. Por exemplo, imagine-se quantos lançamentos
entre homens e mulheres consideravelmente diferente de seriam necessários para provar que uma moeda é viciada
zero. Com que freqüência isso acontece? Quanto menor se seu viesamento for de apenas 0,000001 %! Então, o
a amostra em cada experimento maior a probabilidade de tamanho mínimo de amostra necessário cresce na mesma
obter esses resultados errôneos, que, neste caso, indica- proporção em que a magnitude do efeito a ser demonstra-
riam a existência de uma relação entre sexo e WCC obtida do decresce. Quando a magnitude do efeito aproxima-se
de uma população em que tal relação não existe. Obser- de zero, o tamanho de amostra necessário para prová-lo
ve-se mais um exemplo (“razão meninos para meninas”, aproxima-se do infinito. Isso quer dizer que, se quase não
Nisbett et al., 1987): há relação entre duas variáveis o tamanho da amostra
Há dois hospitais: no primeiro nascem 120 bebês a precisa quase ser igual ao tamanho da população, que
cada dia e no outro apenas 12. Em média a razão de me- teoricamente é considerado infinitamente grande. A signi-
ninos para meninas nascidos a cada dia em cada hospi- ficância estatística representa a probabilidade de que um
tal é de 50/50. Contudo, certo dia, em um dos hospitais resultado similar seja obtido se toda a população fosse
nasceram duas vezes mais meninas do que meninos. Em testada. Assim, qualquer coisa que fosse encontrada após
que hospital isso provavelmente aconteceu? A resposta é testar toda a população seria, por definição, significante
óbvia para um estatístico, mas não tão óbvia para os lei- ao mais alto nível possível, e isso também inclui todos os
gos: é muito mais provável que tal fato tenha ocorrido no resultados de “relação inexistente”.
Raciocínio Matemático
32 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Como medir a magnitude (força) das relações en- variação total. Em estatística o termo variação explicada
tre variáveis: Há muitas medidas da magnitude do rela- não implica necessariamente que tal variação é “compre-
cionamento entre variáveis que foram desenvolvidas por endida conceitualmente”. O termo é usado apenas para
estatísticos: a escolha de uma medida específica em da- denotar a variação comum às variáveis em questão, ou
das circunstâncias depende do número de variáveis envol- seja, a parte da variação de uma variável que é “expli-
vidas, níveis de mensuração usados, natureza das rela- cada” pelos valores específicos da outra variável e vice-
ções, etc. Quase todas, porém, seguem um princípio geral: -versa.
elas procuram avaliar a relação comparando-a de alguma
forma com a “máxima relação imaginável” entre aquelas Como é calculado o nível de significância estatís-
variáveis específicas. Tecnicamente, um modo comum de tico: Assuma-se que já tenha sido calculada uma medida
realizar tais avaliações é observar quão diferenciados são da relação entre duas variáveis (como explicado acima).
os valores das variáveis, e então calcular qual parte desta A próxima questão é “quão significante é esta relação”?
“diferença global disponível” seria detectada na ocasião se Por exemplo, 40% da variação global ser explicada pela
aquela diferença fosse “comum” (fosse apenas devida à relação entre duas variáveis é suficiente para considerar a
relação entre as variáveis) nas duas (ou mais) variáveis relação significante? “Depende”. Especificamente, a sig-
em questão. Falando menos tecnicamente, compara-se “o nificância depende principalmente do tamanho da amos-
que é comum naquelas variáveis” com “o que potencial- tra. Como já foi explicado, em amostras muito grandes
mente poderia haver em comum se as variáveis fossem mesmo relações muito pequenas entre variáveis serão
perfeitamente relacionadas”. Outro exemplo: significantes, enquanto que em amostras muito pequenas
Em uma amostra o índice médio de WCC é igual a mesmo relações muito grandes não poderão ser conside-
100 em homens e 102 em mulheres. Assim, poderia-se radas confiáveis (significantes). Assim, para determinar o
dizer que, em média, o desvio de cada valor da média de nível de significância estatística torna-se necessária uma
ambos (101) contém uma componente devida ao sexo do função que represente o relacionamento entre “magnitu-
sujeito, e o tamanho desta componente é 1. Este valor, de” e “significância” das relações entre duas variáveis,
em certo sentido, representa uma medida da relação en-
dependendo do tamanho da amostra. Tal função diria
tre sexo e WCC. Contudo, este valor é uma medida muito
exatamente “quão provável é obter uma relação de dada
pobre, porque não diz quão relativamente grande é aquela
magnitude (ou maior) de uma amostra de dado tamanho,
componente em relação à “diferença global” dos valores
assumindo que não há tal relação entre aquelas variáveis
de WCC. Há duas possibilidades extremas: S
na população”. Em outras palavras, aquela função forne-
- Se todos os valore de WCC de homens são exata-
ceria o nível de significância (nível-p), e isso permitiria
mente iguais a 100 e os das mulheres iguais a 102 então
conhecer a probabilidade de erro envolvida em rejeitar a
todos os desvios da média conjunta na amostra seriam in-
idéia de que a relação em questão não existe na popu-
teiramente causados pelo sexo. Poderia-se dizer que nes-
ta amostra sexo é perfeitamente correlacionado a WCC, lação. Esta hipótese “alternativa” (de que não há relação
ou seja, 100% das diferenças observadas entre os sujeitos na população) é usualmente chamada de hipótese nula.
relativas a suas WCC’s devem-se a seu sexo. Seria ideal se a função de probabilidade fosse linear, e
- Se todos os valores de WCC estão em um intervalo por exemplo, apenas tivesse diferentes inclinações para
de 0 a 1000, a mesma diferença (de 2) entre a WCC média diferentes tamanhos de amostra. Infelizmente, a função
de homens e mulheres encontrada no estudo seria uma é mais complexa, e não é sempre exatamente a mesma.
parte tão pequena na diferença global dos valores que Entretanto, em muitos casos, sua forma é conhecida e
muito provavelmente seria considerada desprezível. Por isso pode ser usado para determinar os níveis de signifi-
exemplo, um sujeito a mais que fosse considerado poderia cância para os resultados obtidos em amostras de certo
mudar, ou mesmo reverter, a direção da diferença. Portan- tamanho. Muitas daquelas funções são relacionadas a
to, toda boa medida das relações entre variáveis tem que um tipo geral de função que é chamada de normal (ou
levar em conta a diferenciação global dos valores individu- gaussiana).
ais na amostra e avaliar a relação em termos (relativos) de
quanto desta diferenciação se deve à relação em questão. Por que a distribuição normal é importante: A
“distribuição normal” é importante porque em muitos ca-
“Formato geral” de muitos testes estatísticos: sos ela se aproxima bem da função introduzida no item
Como o objetivo principal de muitos testes estatísticos é anterior. A distribuição de muitas estatísticas de teste é
avaliar relações entre variáveis, muitos desses testes se- normal ou segue alguma forma que pode ser derivada
guem o princípio exposto no item anterior. Tecnicamente, da distribuição normal. Neste sentido, filosoficamente,
eles representam uma razão de alguma medida da dife- a distribuição normal representa uma das elementares
renciação comum nas variáveis em análise (devido à sua “verdades acerca da natureza geral da realidade”, verifi-
relação) pela diferenciação global daquelas variáveis. Por cada empiricamente, e seu status pode ser comparado a
exemplo, teria-se uma razão da parte da diferenciação glo- uma das leis fundamentais das ciências naturais. A forma
bal dos valores de WCC que podem se dever ao sexo pela exata da distribuição normal (a característica “curva do
diferenciação global dos valores de WCC. Esta razão é sino”) é definida por uma função que tem apenas dois
usualmente chamada de razão da variação explicada pela parâmetros: média e desvio padrão.
Raciocínio Matemático
33 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Uma propriedade característica da distribuição normal Esta última opção é baseada em um princípio extremamente
é que 68% de todas as suas observações caem dentro de importante que é largamente responsável pela popularidade
um intervalo de 1 desvio padrão da média, um intervalo de dos testes baseados na distribuição normal. Nominalmente,
2 desvios padrões inclui 95% dos valores, e 99% das obser- quanto mais o tamanho da amostra aumente, mais a forma
vações caem dentro de um intervalo de 3 desvios padrões da distribuição amostral (a distribuição de uma estatística da
da média. Em outras palavras, em uma distribuição normal amostra) da média aproxima-se da forma da normal, mesmo
as observações que tem um valor padronizado de menos que a distribuição da variável em questão não seja normal.
do que -2 ou mais do que +2 tem uma freqüência relativa de Este princípio é chamado de Teorema Central do Limite.
5% ou menos (valor padronizado significa que um valor é
expresso em termos de sua diferença em relação à média, Como se conhece as consequências de violar a su-
dividida pelo desvio padrão). posição de normalidade: Embora muitas das declarações
feitas anteriormente possam ser provadas matematicamen-
Ilustração de como a distribuição normal é usada te, algumas não têm provas teóricas e podem demonstradas
em raciocínio estatístico (indução): Retomando o exem- apenas empiricamente via experimentos Monte Carlo (simu-
plo já discutido, onde pares de amostras de homens e mu- lações usando geração aleatória de números). Nestes ex-
lheres foram retirados de uma população em que o valor perimentos grandes números de amostras são geradas por
médio de WCC em homens e mulheres era exatamente o um computador seguindo especificações pré-designadas e
mesmo. Embora o resultado mais provável para tais expe- os resultados de tais amostras são analisados usando uma
rimentos (um par de amostras por experimento) é que a grande variedade de testes. Este é o modo empírico de ava-
diferença entre a WCC média em homens e mulheres em liar o tipo e magnitude dos erros ou viesamentos a que se
cada par seja próxima de zero, de vez em quando um par expõe o pesquisador quando certas suposições teóricas dos
de amostras apresentará uma diferença substancialmente testes usados não são verificadas nos dados sob análise.
diferente de zero. Quão freqüentemente isso ocorre? Se Especificamente, os estudos de Monte Carlo foram usados
o tamanho da amostra é grande o bastante, os resultados extensivamente com testes baseados na distribuição normal
de tais repetições são “normalmente distribuídos”, e assim, para determinar quão sensíveis eles eram à violações da su-
conhecendo a forma da curva normal pode-se calcular pre- posição de que as variáveis analisadas tinham distribuição
cisamente a probabilidade de obter “por acaso” resultados normal na população. A conclusão geral destes estudos é
representando vários níveis de desvio da hipotética média que as conseqüências de tais violações são menos severas
populacional 0 (zero). Se tal probabilidade calculada é tão do que se tinha pensado a princípio. Embora estas conclu-
pequena que satisfaz ao critério previamente aceito de sig- sões não devam desencorajar ninguém de se preocupar com
nificância estatística, então pode-se concluir que o resul- a suposição de normalidade, elas aumentaram a popularida-
tado obtido produz uma melhor aproximação do que está de geral dos testes estatísticos dependentes da distribuição
acontecendo na população do que a “hipótese nula”. Lem- normal em todas as áreas de pesquisa.
brando ainda que a hipótese nula foi considerada apenas
por “razões técnicas” como uma referência contra a qual o Objeto da Estatística: Estatística é uma ciência exata
resultado empírico (dos experimentos) foi avaliado. que visa fornecer subsídios ao analista para coletar, orga-
nizar, resumir, analisar e apresentar dados. Trata de parâ-
Todos os testes estatísticos são normalmente dis- metros extraídos da população, tais como média ou desvio
tribuídos: Não todos, mas muitos são ou baseados na dis- padrão. A estatística fornece-nos as técnicas para extrair in-
tribuição normal diretamente ou em distribuições a ela rela- formação de dados, os quais são muitas vezes incompletos,
cionadas, e que podem ser derivadas da normal, como as na medida em que nos dão informação útil sobre o problema
distribuições t, F ou Chi-quadrado (Qui-quadrado). Tipica- em estudo, sendo assim, é objetivo da Estatística extrair in-
mente, estes testes requerem que as variáveis analisadas formação dos dados para obter uma melhor compreensão
sejam normalmente distribuídas na população, ou seja, que das situações que representam. Quando se aborda uma pro-
elas atendam à “suposição de normalidade”. Muitas variá- blemática envolvendo métodos estatísticos, estes devem ser
veis observadas realmente são normalmente distribuídas, o utilizados mesmo antes de se recolher a amostra, isto é, de-
que é outra razão por que a distribuição normal representa ve-se planejar a experiência que nos vai permitir recolher os
uma “característica geral” da realidade empírica. O proble- dados, de modo que, posteriormente, se possa extrair o má-
ma pode surgir quando se tenta usar um teste baseado na ximo de informação relevante para o problema em estudo, ou
distribuição normal para analisar dados de variáveis que seja, para a população de onde os dados provêm. Quando
não são normalmente distribuídas. Em tais casos há duas de posse dos dados, procura-se agrupá-los e reduzi-los, sob
opções. Primeiramente, pode-se usar algum teste “não pa- forma de amostra, deixando de lado a aleatoriedade presen-
ramétrico” alternativo (ou teste “livre de distribuição”); mas te. Seguidamente o objetivo do estudo estatístico pode ser o
isso é freqüentemente inconveniente porque tais testes são de estimar uma quantidade ou testar uma hipótese, utilizan-
tipicamente menos poderosos e menos flexíveis em termos do-se técnicas estatísticas convenientes, as quais realçam
dos tipos de conclusões que eles podem proporcionar. Alter- toda a potencialidade da Estatística, na medida em que vão
nativamente, em muitos casos ainda se pode usar um teste permitir tirar conclusões acerca de uma população, basean-
baseado na distribuição normal se apenas houver certeza do-se numa pequena amostra, dando-nos ainda uma medida
de que o tamanho das amostras é suficientemente grande. do erro cometido.
Raciocínio Matemático
34 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Exemplo: Ao chegarmos a uma churrascaria, não pre- Amostragem: é o processo que procura extrair da po-
cisamos comer todos os tipos de saladas, de sobremesas pulação elementos que através de cálculos probabilísticos ou
e de carnes disponíveis, para conseguirmos chegar a con- não, consigam prover dados inferenciais da população-alvo.
clusão de que a comida é de boa qualidade. Basta que seja Não Probabilística
provado um tipo de cada opção para concluirmos que es-
tamos sendo bem servidos e que a comida está dentro dos Acidental ou conveniência
padrões. Intencional
Raciocínio Matemático
35 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Obs.: A proporção (p) será a estimativa da verdadeira Sistema de referência (ou frame): É uma lista de
proporção de um dos níveis escolhidos para a variável ado- todas as unidades amostrais. Ex.: cadastro de todas as
tada. Por exemplo, 60% dos telefones da amostra é Nokia, pessoas que acionaram a polícia pelo 190.
então p será 0,60. A proporção (q) será sempre 1 - p.
Neste exemplo q, será 0,4. O erro é representado por d. Amostra: É uma coleção de unidades amostrais sele-
Para casos em que não se tenha como identificar as propor- cionadas do sistema de referência da pesquisa.
ções confere-se 0,5 para p e q.
Motivação: Muitas vezes estamos interessados em Amostra representativa: É uma amostra na qual
algumas características de uma população, por exemplo, qualquer elemento da população pode fazer parte dela.
qual a característica de uma região em Belo Horizonte?
Qual o perfil dos moradores dessa região? A consulta a População amostrada: É a população que dá origem
todos os moradores dessa região tornaria o levantamento à amostra final da pesquisa, conhecida somente após o
muito inviável por diversas razões (limitações):
trabalho de campo. Ex.: suponha que indo a campo não se
- Custo
consiga informações sobre algumas pessoas que usaram
- Tempo
o 190 selecionadas para entrevista, por recusa, ausência,
- Pessoal
- Comodidade morte, etc ou ainda que não estavam no frame, nesse
- Impossibilidade de observar todas as unidades amos- caso, a amostra final refletirá informações sobre uma nova
trais. população, que é a população amostrada.
Raciocínio Matemático
36 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Parâmetros populacionais: São medidas que sinteti- Seleção probabilística: São procedimentos de seleção
zam a informação dos elementos populacionais em relação de amostras nas quais cada unidade amostral tem associada
às características populacionais de interesse. Ex.: grau de uma probabilidade de seleção diferente de zero.
satisfação das pessoas que usaram o 190.
Seleção não-probabilística: São procedimentos de se-
Estimador: É qualquer função das observações amos- leção nos quais as unidades amostrais são escolhidas inten-
trais e que é utilizada para inferir sobre o parâmetro popula- cionalmente, ou até atingir-se uma cota, ou de algum outro
cional de interesse. Ex.: proporção das pessoas que estão modo, com isso algumas unidades amostrais tem probabili-
satisfeitas com o 190. dade zero de seleção.
Raciocínio Matemático
37 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
- Material contínuo: devido a característica da continuidade é impossível realizar sorteio. Exemplo: Retirar amostras de
água em diferentes pontos de um rio para avaliar a poluição.
- Amostragem por quotas: Inclui unidades amostrais na amostra segundo diversas características da população e nas
mesmas proporções que figuram na população. Exemplo: idade, sexo, nível sócio-econômico, etc.
- Amostragem por julgamento (ou conveniência): Inclui na amostra as unidades estatísticas que poderão proporcionar
uma representatividade da população, de acordo com a lógica, senso comum ou um julgamento equilibrado.
- Amostragem por voluntário: Quando o indivíduo se apresenta para fazer parte da amostra. É um método muito apli-
cado em pesquisas médicas.
- A esmo (ou sem norma): O pesquisador procura ser aleatório sem, no entanto, realizar propriamente o sorteio. Exem-
plo: Misturar 10000 parafusos e retirar 100.
O mecanismo aleatório de seleção dos números poderia ser, por exemplo, um gerador computacional ou uma tabela
de números aleatórios.
- Os elementos correspondentes aos números sorteados formarão a amostra.
Exemplo: Os dados a seguir referem-se aos diâmetros (mm) de 30 eixos produzidos por uma indústria automobilística.
26 32 26 19 20 22 30 31 17 20 16 17 28 15 26 19 14 16 16 26 27 31 13 26 18 29 18 16 21 24
Extrair, sem reposição, uma amostra aleatória de tamanho n = 5.
Solução:
Eixo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Diâmetro 26 32 26 19 20 22 30 31 17 20 16 17 28 15 26
Eixo 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Diâmetro 19 14 16 16 26 27 31 13 26 18 29 18 16 21 24
Sorteio: 26 15 03 07 06
Diâmetro: 29 26 26 30 22
Amostragem Estratificada (AAE): Este tipo de amostragem deve ser utilizado quando os elementos da população
podem ser divididos em grupos não-superpostos e homogêneos em relação à característica que se quer medir (em relação
à variável de interesse).
O objetivo da amostragem aleatória estratificada é formar estratos homogêneos e então realizar amostragem aleatória
simples dentro de cada estrato.
Essa forma de amostragem é uma das mais utilizadas, já que a maioria das populações tem estratos bem definidos:
os homens e as mulheres; os alunos das escolas X, Y, Z; os operários pertencentes às classes salariais 1, 2, 3, 4 etc. Os
estratos devem ser heterogêneos entre si e, homogêneos internamente.
Procedimento:
- Primeiro divide a população alvo em L estratos (ou grupos)
Seja: Ni= número de unidades amostrais no estrato i;
N=N1+N2+...+NL N é o nº de unidades amostrais na população
- Selecionamos uma AAS dentro de cada estrato
O mais comum é utilizar-se amostragem estratificada proporcional, que consiste em selecionar os elementos da amos-
tra entre os vários estratos em número proporcional ao tamanho de cada um dos estratos.
Raciocínio Matemático
38 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Procedimento:
- Calcula-se a fração de amostragem: f = n/N
- O número de elementos a serem sorteados em cada estrato será:
n1 = N1f , n2 = N2f , ...., nL = NLf
Cargo N Salário
Chefe de seção 5000 Alto
Operário especializado 15000 Médio
Operário não especializado 30000 Baixo
Total 50000
Podemos formar estratos de acordo com o cargo. Assim teremos estratos homogêneos com relação ao salário e
teremos heterogeneidade entre os estratos. Selecionar os elementos da amostra entre os vários estratos em número
proporcional ao tamanho de cada um deles fração de amostragem: f = n/N = 2500/50000 = 0,05
O número de elementos a serem sorteados em cada estrato será: n1 = fN1 = 0,05.5000 = 250; n2 = 0,05.15000 = 750;
n3 = 0,05.30000 = 15000
Usando o frame, sortear 250 chefes de seção, 750 operários especializados e 15000 operários não especializados.
Exemplo: Na execução de uma rede elétrica, uma firma especializada utiliza eletrodutos de dois tipos: E e F. Em uma
análise do custo do material, foram consideradas 30 faturas, representadas a seguir pelo preço de 10 m de eletroduto:
E: 710 710 715 715 755 760
F: 750 750 750 750 755 760 760 765 765 765 765 765 770 770 770 785 785 790 790 795 795 800 810 820
Extrair, sem reposição, uma amostra estratificada proporcional de tamanho n = 8.
Solução:
Eletroduto 1 2 3 4 5 6
Fatura 710 710 715 715 755 760
Tipo E:
Eletroduto 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Fatura 750 750 750 750 755 760 760 765 765 765 765 765
Eletroduto 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Fatura 770 770 770 785 785 790 790 795 795 800 810 820
Sorteio no frame 03 01 01 10 02 04 24 07
Tipo E E F F F F F F
Fatura - Amostra 715 710 750 765 750 750 820 760
Raciocínio Matemático
39 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Amostragem Sistemática (AS): Utilizada quando temos os elementos de uma população ordenada, e a retirada dos
elementos da amostra é feita periodicamente.
Ex.: os prédios de uma rua, as linhas de produção, listas telefônicas, etc.
Procedimento:
- Define-se o intervalo de amostragem r = N/r
- Sorteia-se o primeiro elemento K, 1£ K £ r, e os demais serão definidos pela soma de r.
A amostra sistemática de tamanho n será constituída dos elementos de ordem K, K + r, K + 2r, ..., K + (n – 1)r.
Amostragem por Conglomerado (ou Clusters) (AC): É uma amostra probabilística em que cada unidade amostral
é uma coleção, ou grupo de elementos.
Exemplo: Um quarteirão de uma cidade, que consiste de uma coleção (ou conglomerado) de domicílios.
O primeiro passo para se usar esse processo é especificar conglomerados apropriados, que idealmente são hetero-
gêneos internamente e semelhantes entre si.
Nesse caso, a seleção de um pequeno número de conglomerados com um grande número de elementos é suficiente
para representar a população.
A amostra por conglomerado é muito útil quando:
- Não se dispõe de um bom frame, ou sua obtenção é muito complicada;
- Quando a distância geográfica entre os elementos eleva demais o custo de obter uma observação.
Na AAE seleciona-se uma AAS (de indivíduos) dentro de cada estrato;
Na AC selecionam-se AAS de grupos, e todos os indivíduos dentro dos grupos selecionados farão parte da amostra.
Exemplo: Estamos interessados no salário médio dos operários da indústria automobilística.
Solução:
- Amostragem aleatória simples é inviável, pois pressupõe uma listagem de todos os operários de todas as montado-
ras, o que é difícil de se obter.
- Amostragem estratificada é também inviável, já que aqui também é necessária uma listagem dos elementos por
estrato.
- A melhor escolha é amostragem por conglomerado. Cada montadora é um conglomerado. Assim temos heterogenei-
dade dentro dos conglomerados com relação ao salário e entre os conglomerados existe homogeneidade. Extrai-se uma
amostra aleatória simples de montadoras e nelas pesquisa-se o salário de todos os funcionários.
Exemplo: Um estatístico contratado pela prefeitura deseja estimar a renda média por domicílio em uma determinada
cidade do estado Paraná. Como ele deve escolher a amostra?
Raciocínio Matemático
40 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Raciocínio Matemático
41 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
- Média Aritmética:
- Média Aritmética Ponderada: A média será sempre uma medida representativa dos
dados? Ao determinar a média dos seguintes dados obte-
- Mediana: Se n é impar, o valor é central; Se n é par, o ve-se o valor = 24.1
valor é a média dos dois valores centrais.
12.4 13.5 13.6 11.2 15.1 10.6 12.4 14.3 113.5
- Moda: Valor que ocorre com mais frequência.
Embora todos os dados, menos um, estejam no interva-
- Média Geométrica:
lo [10.6, 15.1], o valor obtido para a média está “bem afas-
tado” daquele intervalo! O que aconteceu é que a média é
muito sensível a valores muito grandes ou muito pequenos.
No caso do exemplo foi o valor 113.5 que inflacionou a mé-
- Média Harmônica:
dia. Além disso, temos razões para pensar que pode ter ha-
vido um erro ao digitar o valor 113.5, digitando um 1 a mais.
- Quartil:
E se em vez de 113.5 o valor correto fosse 13.5, qual o
valor da média? Ao determinar a média dos seguintes da-
dos: 12.4 13.5 13.6 11.2 15.1 10.6 12.4 14.3 13.5, obteve-se
o valor da média = 13.0, significativamente diferente do
obtido no caso anterior.
Sendo a média uma medida tão sensível aos dados,
é preciso ter cuidado com a sua utilização, pois pode dar
Sendo a média uma medida tão sensível aos dados,
uma imagem distorcida dos dados. Pode-se mostrar, que
é preciso ter cuidado com a sua utilização, pois pode dar
quando a distribuição dos dados é “normal”, então a melhor
uma imagem distorcida dos dados, que pretende represen-
medida de localização do centro, é a média.
tar. Para além do fato de ser uma medida muito simples
Sendo a Distribuição Normal uma das distribuições
de calcular, existirá alguma outra razão, que a torne uma
mais importantes e que surge com mais frequência nas apli-
medida tão “popular”?
cações, (esse fato justifica a grande utilização da média).
Pode-se mostrar (e essa demonstração faz parte da
A média possui uma particularidade bastante interes-
Estatística Indutiva), que quando a distribuição dos dados é
sante, que consiste no seguinte: se calcularmos os desvios
“normal”, então a melhor medida de localização do centro,
de todas as observações relativamente à média e somar-
é a média.
mos esses desvios o resultado obtido é igual a zero.
Ora sendo a Distribuição Normal uma das distribuições
A média tem uma outra característica, que torna a sua
mais importantes e que surge com mais frequência nas apli-
utilização vantajosa em certas aplicações: Quando o que se
cações, esse fato justifica a grande utilização da média.
pretende representar é a quantidade total expressa pelos
Esquematicamente podemos posicionar a média da for-
dados, utiliza-se a média. Na realidade, ao multiplicar a mé-
ma seguinte, tendo em conta a representação gráfica na
dia pelo número total de elementos, obtemos a quantidade
forma de histograma.
pretendida.
Raciocínio Matemático
42 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Graficamente temos:
Raciocínio Matemático
43 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Quando o que se pretende representar é a quantidade A mediana, m, é uma medida de localização do centro
total expressa pelos dados, utiliza-se a média. Na realida- da distribuição dos dados, definida do seguinte modo:
de, ao multiplicar a média pelo nº total de elementos, obte- Ordenados os elementos da amostra, a mediana é o
mos a quantidade pretendida. valor (pertencente ou não à amostra) que a divide ao meio,
isto é, 50% dos elementos da amostra são menores ou
Vejamos de outra forma: ...Tenho algumas quantias em iguais à mediana e os outros 50% são maiores ou iguais à
quatro Bancos, que pretendo distribuir pelos meus quatro mediana.
filhos ...Qual o melhor processo? Para que fiquem todos Para a sua determinação utiliza-se a seguinte regra,
satisfeitos darei a cada um a média dessas quantias. Mas depois de ordenada a amostra de n elementos:
cuidado com as medidas de localização. - Se n é ímpar, a mediana é o elemento médio.
Suponha que numa região começaram a aparecer pes- - Se n é par, a mediana é a semi-soma dos dois ele-
soas com uma virose desconhecida. Os médicos do Centro mentos médios.
de Saúde dessa região procuraram recolher alguma infor- Se se representarem os elementos da amostra orde-
mação sobre as pessoas atacadas por essa doença. Foi nada com a seguinte notação: X1:n, X2:n, ..., Xn:n; então uma
recolhida uma amostra de 34 desses doentes a quem se expressão para o cálculo da mediana será:
perguntou, entre outras características, a idade. Depois de
analisados os dados os médicos foram informados que a
idade média dos doentes era de 32 anos. Um dos médicos,
mais curioso que os outros pediu que lhe mostrassem a dis-
tribuição dos dados, tendo-lhe sido apresentada a seguinte
distribuição.
Perante a representação anterior (bimodal) o médico
não teve dúvidas em pôr de parte a média, assim como
qualquer outra medida de localização do centro da amostra.
Efetivamente para dados deste tipo é enganador qual- Como medida de localização, a mediana é mais robusta
quer medida de localização do centro da distribuição. O que do que a média, pois não é tão sensível aos dados. Consi-
o médico concluiu imediatamente foi, que a doença ataca deremos o seguinte exemplo: um aluno do 10º ano obteve
crianças e pessoas da 3ª idade. as seguintes notas: 10, 10, 10, 11, 11, 11, 11, 12. A média e
a mediana da amostra anterior são respectivamente.
=10.75 e =11
Raciocínio Matemático
44 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Raciocínio Matemático
45 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Quartis: Generalizando a noção de mediana m, que como vimos anteriormente é a medida de localização, tal que
50% dos elementos da amostra são menores ou iguais a m, e os outros 50% são maiores ou iguais a m, temos a noção de
quartil de ordem p, com 0<p<1, como sendo o valor Qp tal que 100p% dos elementos da amostra são menores ou iguais
a Qp e os restantes 100 (1-p)% dos elementos da amostra são maiores ou iguais a Qp.
Tal como a mediana, é uma medida que se calcula a partir da amostra ordenada.
Um processo de obter os quartis é utilizando a Função Distribuição Empírica.
Generalizando ainda a expressão para o cálculo da mediana, temos uma expressão análoga para o cálculo dos quar-
tis:
Qp =
Aos quartis de ordem 1/4 e 3/4 , damos respectivamente o nome de 1º quartil e 3º quartil. Exemplo: Tendo-se decidido
registrar os pesos dos alunos de uma determinada turma prática do 10º ano, obtiveram-se os seguintes valores (em kg):
52 56 62 54 52 51 60 61 56 55 56 54 57 67 61 49
49 51 52 52 54 54 55 56 56 56 57 60 61 61 62 67
b) Um aluno com 61 kg pode ser considerado um pouco “forte”, pois naquela turma só 25% dos alunos é que têm peso
maior ou igual a 60.5 kg.
No estudo da Estatística, dispomos de algumas estratégias para verificar se os valores apresentados em um conjunto
de dados estão dispersos ou não e o quão distantes um do outro eles podem estar. As ferramentas empregadas para que
isso seja possível são classificadas como medidas de dispersão e denominadas de variância e desvio padrão. Vejamos
o que representa cada uma delas:
Raciocínio Matemático
46 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Variância: 4
• Dado um conjunto de dados, a variância é uma me- 8° ano → x = 11 + 9 + 5 + 10 = 35 = 8,75.
dida de dispersão que mostra o quão distante cada valor 44
desse conjunto está do valor central (médio). 9° ano → x = 8 + 13 + 9 + 4 = 34 = 8,50.
• Quanto menor é a variância, mais próximos os va- 4
lores estão da média; mas quanto maior ela é, mais os Para calcular a variância da quantidade de alunos aci-
valores estão distantes da média. ma da média em cada turma, utilizamos uma amostra, por
• Considere que x1, x2, …, xn são os n elementos de isso empregamos a fórmula da variância amostral:
uma amostra e que x é a média aritmética desses elemen-
tos. O cálculo da variância amostral é dado por: Var. amostral = (x1 – x)² + (x2 – x)² + (x3 – x)² + ... +
(xn – x)²
Var. amostral = (x1 – x)² + (x2 – x)² + (x3 – x)² + ... + n–1
(xn – x)² n – 1
6° ano → Var = (5 – 7,50)² + (8 – 7,50)² + (10 – 7,50)²
• Se, em contrapartida, quisermos calcular a variân- + (7 – 7,50)²
cia populacional, consideraremos todos os elementos da 4–1
população, e não apenas de uma amostra. Nesse caso, o
cálculo possui uma pequena diferença. Observe: Var = (– 2,50)² + (0,50)² + (2,50)² + (– 0,50)²
3
Var. populacional = (x1 – x)² + (x2 – x)² + (x3 – x)² + ... Var = 6,25 + 0,25 + 6,25 + 0,25
+ (xn – x)² n 3
Desvio Padrão:
• O desvio padrão é capaz de identificar o “erro” em um Var = 13,00
conjunto de dados, caso quiséssemos substituir um dos 3
valores coletados pela média aritmética.
• O desvio padrão aparece junto à média aritmética, Var = 4,33
informando o quão “confiável” é esse valor. Ele é apresen-
tado da seguinte forma: 7° ano → Var = (8 – 8,00)² + (6 – 8,00)² + (6 – 8,00)²
+ (12 – 8,00)²
Média aritmética (x) ± desvio padrão (dp) 4–1
• O cálculo do desvio padrão é feito a partir da raiz
quadrada positiva da variância. Portanto: Var = (0,00)² + (– 2,00)² + (– 2,00)² + (4,00)²
dp = √var 3
Vamos agora aplicar o calculo da variância e do desvio
padrão em um exemplo: Var = 0,00 + 4,00 + 4,00 + 16,00
Em uma escola, a direção decidiu observar a quan- 3
tidade de alunos que apresentam todas as notas acima
da média em todas as disciplinas. Para analisar melhor, a Var = 24,00
diretora Ana resolveu montar uma tabela com a quantida- 3
de de notas “azuis” em uma amostra de quatro turmas ao
longo de um ano. Observe a seguir a tabela organizada Var = 8,00
pela diretora:
8° ano → Var = (11 – 8,75)² + (9 – 8,75)² + (5 – 8,75)²
+ (10 – 8,75)²
4–1
Raciocínio Matemático
47 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Raciocínio Matemático
48 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Tipos de gráficos
Barra vertical
Fonte: tecnologia.umcomo.com.br
Barra horizontal
Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br
Histogramas
Fonte: educador.brasilescola.uol.com.br
São gráfico de barra que mostram a frequência de
uma variável específica e um detalhe importante que Linhas- É um gráfico de grande utilidade e muito co-
são faixas de valores em x. mum na representação de tendências e relacionamentos
de variáveis
Raciocínio Matemático
49 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
QUESTÕES
(A) 15%.
(B) 25%.
Da mesma forma, as tabelas ajudam na melhor visua- (C) 50%.
lização de dados e muitas vezes é através dela que vamos (D) 75%.
fazer os tipos de gráficos vistos anteriormente. (E) 90%.
(A) 270.
(B) 250.
(C) 220
(D) 180.
(E) 120.
Raciocínio Matemático
50 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário -VU- 05. (TCE/PR – Conhecimentos Básicos – CES-
NESP/2017) O gráfico mostra o número de carros vendi- PE/2016)
dos por uma concessionária nos cinco dias subsequentes
à veiculação de um anúncio promocional.
(A) 144º.
(B) 135º.
(C) 126º
(D) 117º
(E) 108º.
Raciocínio Matemático
51 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
06. (BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA- 07. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015) A
TEC/2015) Assinale a alternativa que representa a nomen- distribuição de salários de uma empresa com 30 funcioná-
clatura dos três gráficos abaixo, respectivamente. rios é dada na tabela seguinte.
xi fi
30-35 4
35-40 12
40-45 10
45-50 8
50-55 6
TOTAL 40
(B)
Raciocínio Matemático
52 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(C)
(D)
( )CERTO ( ) ERRADO
Raciocínio Matemático
53 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
04. Resposta: A.
X+0,5x+4x+3x+1,5x=360 5. RELAÇÕES MÉTRICAS NO TRIÂNGULO
10x=360 RETÂNGULO
X=36
Como o conceito bom corresponde a 4x: 4x36=144°
TRIGONOMETRIA NO TRIÂNGULO RETÂNGULO
05. Resposta: B.
Analisando o primeiro quadrimestre, observamos que Em todo triângulo retângulo os lados recebem nomes
os dois primeiros meses de receita diminuem e os dois me- especiais. O maior lado (oposto do ângulo de 90°) é chama-
ses seguintes aumentam, o mesmo acontece com a des- do de Hipotenusa e os outros dois lados menores (opostos
pesa. aos dois ângulos agudos) são chamados de Catetos.
Observe a figura:
06. Resposta: C.
Como foi visto na teoria, gráfico de barras, de setores
ou pizza e de linha -
07. Resposta: D.
(A) 1,8x10+2,5x8+3,0x5+5,0x4+8,0x2+15,0x1=104 sa- -
lários
(B) 60% de 30=18 funcionários e se juntarmos quem
ganha mais de 3 salários (5+4+2+1=12)
(C)10% de 30=0,1x30=3 funcionários
-
E apenas 1 pessoa ganha
(D) 40% de 104=0,4x104= 41,6
20% de 30=0,2x30=6
5x3+8x2+15x1=46, que já é maior.
(E) 60% de 30=0,6x30=18
30% de 104=0,3x104=31,20da renda: 31,20
08. Resposta: A.
Colocando em ordem crescente: 30-35, 50-55, 45-50,
40-45, 35-40,
Referências
http://www.galileu.esalq.usp.br
Raciocínio Matemático
54 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Como podemos notar, e . 02- (UDESC) Sobre um plano inclinado deverá ser
Em todo triângulo a soma dos ângulos internos é igual construída uma escadaria.
a 180°.
No triângulo retângulo um ângulo mede 90°, então:
90° + α + β = 180°
α + β = 180° - 90°
α + β = 90°
Valores Notáveis
Sabendo-se que cada degrau da escada deverá ter um
altura de 20 cm e que a base do plano inclinado medem
280√3 cm, conforme mostra a figura acima, então, a escada
deverá ter:
a) 10 degraus
b) 28 degraus
c) 14 degraus
d) 54 degraus
e) 16 degraus
I)
II)
III)
Sabendo que sen20° = 0,342 e cos20° = 0,940, a altura
VI) da torre, em metros, será aproximadamente:
a) 14,552
V) b) 14,391
c) 12,552
d) 12,391
Nestas relações, além do senx e cosx, temos: tg (tan- e) 16,552
gente), cotg (cotangente), sec (secante) e cossec (cosse-
cante). 04- (U. Estácio de Sá) Simplificando a expressão , en-
contramos:
QUESTÕES
a) – 2
01- Um avião levanta voo formando um ângulo de 30° b) – 1
com a horizontal. Sua altura, em metros, após ter percorri- c) 2
dos 600 m será: d) 1
e) 5
a) 100
b) 200
c) 300
d) 400
e) 500
Raciocínio Matemático
55 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
05- Qual das afirmativas abaixo é falsa: Como podemos ver h e 40 m são catetos, a relação a
ser usada é a tangente. Porém no enunciado foram dados
a) sen3x + cos3x = 1 o sen e o cos. Então, para calcular a tangente, temos que
b) usar a relação fundamental:
c) sen2x + cos2x = 1
d) tg = 0,3638
e) senx + cosx = 1
h = 40.0,363 h = 14,552 m
RESOLUÇÕES
04- Alternativa d
01- Alternativa c Solução: temos que usar as relações fundamentais.
Solução: do enunciado temos a seguinte figura.
600 m é a hipotenusa e h é o cateto oposto ao ângulo Sendo 17° + 73° = 90° (ângulos complementares), lem-
dado, então temos que usar o seno. brando que quando dois ângulos são complementares o
seno de um deles é igual ao cosseno do outro, resulta que
sen73° = cos17°. Então:
_____________________________
_____________________________
3. = 280 3. = 280.3 = 280 cm
_______________________________________________
Número de degraus = 280 : 20 = 14
_______________________________________________
03- Alternativa a
_______________________________________________
Solução: observando a figura, nós temos um triângulo
retângulo, vamos chamar os vértices de A, B e C. _______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
Raciocínio Matemático
56 A Opção Certa Para a Sua Realização
INFORMÁTICA
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
LINUX
Temos também os termos usuário e superusuário. -history – mostra o histórico de comandos dados no ter-
Enquanto ao usuário é dada a permissão de utilização de minal.
comandos simples, ao superusuário é permitido configurar -ifconfig - mostra as interfaces de redes ativas e as in-
quais comandos os usuários po- dem usar, se eles podem for- mações relacionadas a cada uma delas
apenas ver ou também alterar e gravar dire- tórios, ou seja, -iptraf - analisador de tráfego da rede com interface grá-
ele atua como o administrador do sistema. O diretório pa- fica baseada em diálogos
drão que contém os programas utilizados pelo superusuário -kill - manda um sinal para um processo. Os sinais sIG-
para o gerenciamento e a manutenção do sistema é o /sbin. TErm e sIGKILL encerram o processo.
/bin - Comandos utilizados durante o boot e por usuá- -kill -9 xxx – mata o processo de número xxx.
rios comuns. -killall - manda um sinal para todos os processos.
/sbin - Como os comandos do /bin, só que não são uti- -less - mostra o conteúdo de um arquivo de texto com
lizados pelos usuários comuns. controle
Por esse motivo, o diretório sbin é chamado de superu- -ls - listar o conteúdo do diretório
suário, pois existem comandos que só podem ser utilizados -ls -alh - mostra o conteúdo detalhado do diretório
nesse diretório. É como se quem estivesse no diretório sbin -ls –ltr - mostra os arquivos no formado longo (l) em
fosse o administrador do sistema, com permissões espe- ordem inversa (r) de data (t)
ciais de inclusões, exclusões e alterações. -man - mostra informações sobre um comando
-mkdir - cria um diretório. É um comando utilizado na
Comandos básicos raiz do Linux para a criação de novos diretórios.
Iniciaremos agora o estudo sobre vários comandos que
podemos usar no Shell do Linux: Na imagem a seguir, no prompt ftp, foi criado o diretório
-addgroup - adiciona grupos chamado “myfolder”.
-adduser - adiciona usuários
-apropos - realiza pesquisa por palavra ou string
-cat - mostra o conteúdo de um arquivo binário ou texto
-cd - entra num diretório (exemplo: cd docs) ou retorna
para home
cd <pasta> – vai para a pasta especificada. exemplo:
cd /usr/bin/
-chfn - altera informação relativa a um utilizador
-chmod - altera as permissões de arquivos ou diretó-
rios. É um comando para manipulação de arquivos e dire-
tórios que muda as permissões para acesso àqueles. por
exemplo, um diretório que poderia ser de escrita e leitura,
pode passar a ser apenas leitura, impedindo que seu con-
teúdo seja alterado.
-chown - altera a propriedade de arquivos e pastas Figura 22: Prompt “ftp”
(dono)
-clear – limpa a tela do terminal -mount – montar partições em algum lugar do sistema.
-cmd>>txt - adiciona o resultado do comando (cmd) ao -mtr - mostra rota até determinado IP
fim do arquivo (txt) -mv - move ou renomeia arquivos e diretórios
-cp - copia diretórios ‘cp -r’ copia recursivamente -nano – editor de textos básico.
-df - reporta o uso do espaço em disco do sistema de -nfs - sistema de arquivos nativo do sistema operacio-
arquivos nal Linux, para o compartilhamento de recursos pela rede
-dig - testa a configuração do servidor DNs -netstat - exibe as portas e protocolos abertos no sis-
-dmesg - exibe as mensagens da inicialização (log) tema.
-du - exibe estado de ocupação dos discos/partições -nmap - lista as portas de sistemas remotos/locais atrás
-du -msh - mostra o tamanho do diretório em megabytes de portas abertas.
-env - mostra variáveis do sistema -nslookup - consultas a serviços DNs
-exit – sair do terminal ou de uma sessão de root. -ntsysv - exibe e configura os processos de inicialização
-/etc – É o diretório onde ficam os arquivos de configu- -passwd - modifica senha (password) de usuários
ração do sistema -ps - mostra os processos correntes
-/etc/skel – É o diretório onde fica o padrão de arquivos -ps –aux - mostra todos os processos correntes no sis-
para o diretório Home de novos usuários. tema
-fdisk -l – mostra a lista de partições. -ps -e – lista os processos abertos no sistema.
-find - comando de busca ex: find ~/ -cmin -3 -pwd - exibe o local do diretório atual. o prompt padrão
-find – busca arquivos no disco rígido. do Linux exibe apenas o último nome do caminho do diretó-
-halt -p – desligar o computador. rio atual. para exibir o caminho completo do diretório atual
-head - mostra as primeiras 10 linhas de um arquivo digite o comando pwd. Linux@fedora11 – é a versão do
permissões podem ser sobre tipo do arquivo, permissões Como no Painel de controle do Windows, temos o cen-
do proprietário, permissões do grupo e permissões para os tro de controle do KDE, que nos permite personalizar toda a
outros usuários. parte gráfica, fontes, temas, ícones, estilos, área de traba-
Diretórios são designados com a letra ‘d’ e arquivos co- lho e ainda Internet, periféricos, acessibilidade, segurança
muns com o ‘-‘. e privacidade, som e configurações para o administrador
Alguns dos comandos utilizados em permissões são: do sistema.
ls – l Lista diretórios e suas permissões rw- permissões
do proprietário do grupo
r- permissões do grupo ao qual o usuário pertence r- 2. NOÇÕES CONSISTENTES DE USO DE INTER-
-permissão para os outros usuários NET PARA A INFORMAÇÃO (MOZILA FIREFOX E
GOOGLE CHROME) E CORREIO ELETRÔNICO
As permissões do Linux são: leitura, escrita e execução. NOS SISTEMAS OPERACIONAIS WINDOWS 10 E
- Leitura: (r, de Read) permite que o usuário apenas LINUX (UBUNTU VERSÃO 14 OU SUPERIOR).
veja, ou seja, leia o arquivo.
- Gravação, ou escrita: (w, de Write) o usuário pode
criar e alterar arquivos. Conceito de Internet
- Execução: (x, de eXecution) o usuário pode executar
arquivos. O objetivo inicial da Internet era atender necessidades
Quando a permissão é acompanhada com o ‘-‘, signifi- militares, facilitando a comunicação. A agência norte-ame-
ca que ela não é atribuída ao usuário. ricana ARPA – ADVANCED RESEARCH AND PROJECTS
AGENCY e o Departamento de Defesa americano, na dé-
Compactação e descompactação de arquivos cada de 60, criaram um projeto que pudesse conectar os
Comandos básicos para compactação e descompacta- computadores de departamentos de pesquisas e bases mi-
ção de arquivos: litares, para que, caso um desses pontos sofresse algum
gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos tipo de ataque, as informações e comunicação não seriam
compacta- dos com gzip. totalmente perdidas, pois estariam salvas em outros pontos
gzexe [opções] [arquivos] compacta executáveis. estratégicos.
gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos. zcat O projeto inicial, chamado ARPANET, usava uma co-
[opções] [arquivos] descompacta arquivos.
nexão a longa distância e possibilitava que as mensagens
fossem fragmentadas e endereçadas ao seu computador
Backup
de destino. O percurso entre o emissor e o receptor da infor-
mação poderia ser realizado por várias rotas, assim, caso
Comandos básicos para backups
algum ponto no trajeto fosse destruído, os dados poderiam
tar agrupa vários arquivos em somente um.
seguir por outro caminho garantindo a entrega da informa-
compress faz a compressão de arquivos padrão do
ção, é importante mencionar que a maior distância entre
Unix.
uncompress descomprime arquivos compactados pelo um ponto e outro, era de 450 quilômetros. No começo dos
com- press. anos 80, essa tecnologia rompeu as barreiras de distância,
zcat permite visualizar arquivos compactados pelo passando a interligar e favorecer a troca de informações de
compress. computadores de universidades dos EUA e de outros paí-
ses, criando assim uma rede (NET) internacional (INTER),
consequentemente seu nome passa a ser, INTERNET.
A evolução não parava, além de atingir fronteiras con-
tinentais, os computadores pessoais evoluíam em forte es-
cala alcançando forte potencial comercial, a Internet deixou
de conectar apenas computadores de universidades, pas-
sou a conectar empresas e, enfim, usuários domésticos. Na
década de 90, o Ministério das Comunicações e o Ministério
da Ciência e Tecnologia do Brasil trouxeram a Internet para
os centros acadêmicos e comerciais. Essa tecnologia rapi-
damente foi tomando conta de todos os setores sociais até
atingir a amplitude de sua difusão nos tempos atuais.
Um marco que é importante frisar é o surgimento do
WWW que foi a possibilidade da criação da interface gráfi-
ca deixando a internet ainda mais interessante e vantajosa,
pois até então, só era possível a existência de textos.
Para garantir a comunicação entre o remetente e o des-
Figura 25: Centro de controle do KDE imagem obtida tinatário o americano Vinton Gray Cerf, conhecido como o
de http:// pt.wikibooks.org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_in- pai da internet criou os protocolos TCP/IP, que são protoco-
terface_gr%C3%A1fica_KDE los de comunicação. O TCP – TRANSMISSION CONTROL
No Brasil, a maioria dos provedores está conectada Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos
à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros interligados através de vínculos, ou links) e a enorme fa-
computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link, cilidade de se criar, interligar e disponibilizar documentos
que é a conexão física que interliga o provedor de aces- multimídia (texto, gráficos, animações, etc.), democratiza-
so com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida ram o acesso à informação através de redes de computa-
como backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet dores. Em segundo lugar, criou-se uma gigantesca base de
no Brasil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse uma usuários, já familiarizados com conhecimentos básicos de
avenida de três pistas e os links como se fossem as ruas informática e de navegação na Internet. Finalmente, surgi-
que estão interligadas nesta avenida. Tanto o link como o ram muitas ferramentas de software de custo zero ou pe-
backbone possui uma velocidade de transmissão, ou seja, queno, que permitem a qualquer organização ou empresa,
com qual velocidade ele transmite os dados. sem muito esforço, “entrar na rede” e começar a acessar e
Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo). colocar informação. O resultado inevitável foi a impressio-
Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso, que nante explosão na informação disponível na Internet, que
fornecerá um nome de usuário, uma senha de acesso e um segundo consta, está dobrando de tamanho a cada mês.
endereço eletrônico na Internet. Assim, não demorou muito a surgir um novo conceito,
que tem interessado um número cada vez maior de empre-
3. Home Page sas, hospitais, faculdades e outras organizações interes-
Pela definição técnica temos que uma Home Page é sadas em integrar informações e usuários: a intranet. Seu
um arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de compu- advento e disseminação promete operar uma revolução tão
tadores rodando um Navegador (Browser), que permite o profunda para a vida organizacional quanto o aparecimen-
acesso às informações em um ambiente gráfico e multimí- to das primeiras redes locais de computadores, no final da
dia. Todo em hipertexto, facilitando a busca de informações década de 80.
dentro das Home Pages.
1. O que é Intranet?
4. Plug-ins O termo “intranet” começou a ser usado em meados de
Os plug-ins são programas que expandem a capacida- 1995 por fornecedores de produtos de rede para se referi-
de do Browser em recursos específicos - permitindo, por rem ao uso dentro das empresas privadas de tecnologias
exemplo, que você toque arquivos de som ou veja filmes em projetadas para a comunicação por computador entre em-
vídeo dentro de uma Home Page. As empresas de software presas. Em outras palavras, uma intranet consiste em uma
vêm desenvolvendo plug-ins a uma velocidade impressio- rede privativa de computadores que se baseia nos padrões
nante. Maiores informações e endereços sobre plug-ins são de comunicação de dados da Internet pública, baseadas na
encontradas na página: tecnologia usada na Internet (páginas HTML, e-mail, FTP,
etc.) que vêm, atualmente fazendo muito sucesso. Entre as
http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/Softwa-
razões para este sucesso, estão o custo de implantação
re/ Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/Indices/
relativamente baixo e a facilidade de uso propiciada pelos
Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo te-
programas de navegação na Web, os browsers.
mos uma relação de alguns deles:
- 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime,
2. Objetivo de construir uma Intranet
etc.).
Organizações constroem uma intranet porque ela é
- Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.).
uma ferramenta ágil e competitiva. Poderosa o suficiente
-Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP, para economizar tempo, diminuir as desvantagens da dis-
PCX, etc.). tância e alavancar sobre o seu maior patrimônio de capital
-Negócios e Utilitários. com conhecimentos das operações e produtos da empresa.
-Apresentações.
3. Aplicações da Intranet
INTRANET Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de comu-
nicações corporativas em uma intranet dá para simplificar o
A Intranet ou Internet Corporativa é a implantação de trabalho, pois estamos virtualmente todos na mesma sala.
uma Internet restrita apenas a utilização interna de uma De qualquer modo, é cedo para se afirmar onde a intranet
empresa. As intranets ou Webs corporativas, são redes de vai ser mais efetiva para unir (no sentido operacional) os
comunicação internas baseadas na tecnologia usada na In- diversos profissionais de uma empresa. Mas em algumas
ternet. Como um jornal editado internamente, e que pode áreas já se vislumbram benefícios, por exemplo:
ser acessado apenas pelos funcionários da empresa. - Marketing e Vendas - Informações sobre produtos, lis-
A intranet cumpre o papel de conectar entre si filiais e tas de preços, promoções, planejamento de eventos;
departamentos, mesclando (com segurança) as suas infor- - Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação de
mações particulares dentro da estrutura de comunicações Trabalho), planejamentos, listas de responsabilidades de
da empresa. membros das equipes, situações de projetos;
O grande sucesso da Internet, é particularmente da - Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, sis-
World Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na temas de melhoria contínua (Sistema de Sugestões), ma-
evolução da informática nos últimos anos. nuais de qualidade;
É o caso do MPEG, que roda no Windows Media Player, para aplicar efeitos como texturas e alteração de cores em
desde que o codec esteja atualizado - em geral, a insta- sua imagem por meio de apenas um clique.
lação é automática. Além disso sempre é possível a visualização de ima-
Com os três players de multimídia mais populares - gens pelo próprio gerenciador do Windows.
Windows Media Player, Real Player e Quicktime -, você
dificilmente encontrará problemas para rodar vídeos, tanto 7. Transferência de arquivos pela internet
offline como por streaming (neste caso, o download e a exi- FTP (File Transfer Protocol – Protocolo de Transferên-
bição do vídeo são simultâneos, como na TV Terra). cia de Arquivos) é uma das mais antigas formas de intera-
Atualmente, devido à evolução da internet com os mais ção na Internet. Com ele, você pode enviar e receber arqui-
variados tipos de páginas pessoais e redes sociais, há uma vos para, ou de computadores que se caracterizam como
grande demanda por programas para trabalhar com ima- servidores remotos. Voltaremos aqui ao conceito de arquivo
gens. E, como sempre é esperado, em resposta a isso, texto (ASCII – código 7 bits) e arquivos não texto (Binários
também há no mercado uma ampla gama de ferramentas – código 8 bits). Há uma diferença interessante entre en-
existentes que fazem algum tipo de tratamento ou conver- viar uma mensagem de correio eletrônico e realizar trans-
são de imagens. ferência de um arquivo. A mensagem é sempre transferida
Porém, muitos destes programas não são o que se como uma informação textual, enquanto a transferência de
pode chamar de simples e intuitivos, causando confusão um arquivo pode ser caracterizada como textual (ASCII) ou
em seu uso ou na manipulação dos recursos existentes. não-textual (binário).
Caso o que você precise seja apenas um programa para Um servidor FTP é um computador que roda um pro-
visualizar imagens e aplicar tratamentos e efeitos simples grama que chamamos de servidor de FTP e, portanto, é
ou montar apresentações de slides, é sempre bom dar uma capaz de se comunicar com outro computador na Rede que
conferida em alguns aplicativos mais leves e com recursos o esteja acessando através de um cliente FTP.
mais enxutos como os visualizadores de imagens. FTP anônimo versus FTP com autenticação existem
Abaixo, segue uma seleção de visualizadores, muitos dois tipos de conexão FTP, a primeira, e mais utilizada, é a
deles trazendo os recursos mais simples, comuns e fáceis conexão anônima, na qual não é preciso possuir um user-
de se utilizar dos editores, para você que não precisa de name ou password (senha) no servidor de FTP, bastando
tantos recursos, mas ainda assim gosta de dar um trata- apenas identificar-se como anonymous (anônimo). Neste
mento especial para as suas mais variadas imagens. caso, o que acontece é que, em geral, a árvore de diretório
O Picasa está com uma versão cheia de inovações que que se enxerga é uma sub-árvore da árvore do sistema. Isto
faz dele um aplicativo completo para visualização de fotos e é muito importante, porque garante um nível de segurança
imagens. Além disso, ele possui diversas ferramentas úteis adequado, evitando que estranhos tenham acesso a todas
para editar, organizar e gerenciar arquivos de imagem do as informações da empresa. Quando se estabelece uma
computador. conexão de “FTP anônimo”, o que acontece em geral é que
As ferramentas de edição possuem os métodos mais a conexão é posicionada no diretório raiz da árvore de dire-
avançados para automatizar o processo de correção de tórios. Dentre os mais comuns estão: pub, etc, outgoing e
imagens. No caso de olhos vermelhos, por exemplo, o pro- incoming. O segundo tipo de conexão envolve uma autenti-
grama consegue identificar e corrigir todos os olhos verme- cação, e portanto, é indispensável que o usuário possua um
lhos da foto automaticamente sem precisar selecionar um username e uma password que sejam reconhecidas pelo
por um. Além disso, é possível cortar, endireitar, adicionar sistema, quer dizer, ter uma conta nesse servidor. Neste
textos, inserir efeitos, e muito mais. caso, ao estabelecer uma conexão, o posicionamento é no
Um dos grandes destaques do Picasa é sua poderosa diretório criado para a conta do usuário – diretório home, e
biblioteca de imagens. Ele possui um sistema inteligente de dali ele poderá percorrer toda a árvore do sistema, mas só
armazenamento capaz de filtrar imagens que contenham escrever e ler arquivos nos quais ele possua.
apenas rostos. Assim você consegue visualizar apenas as Assim como muitas aplicações largamente utilizadas
fotos que contém pessoas. hoje em dia, o FTP também teve a sua origem no sistema
Depois de tudo organizado em seu computador, você operacional UNIX, que foi o grande percursor e responsável
pode escolher diversas opções para salvar e/ou compar- pelo sucesso e desenvolvimento da Internet.
tilhar suas fotos e imagens com amigos e parentes. Isso
pode ser feito gravando um CD/DVD ou enviando via Web. 8. Algumas dicas
O programa possui integração com o PicasaWeb, o qual 1. Muitos sites que aceitam FTP anônimo limitam o nú-
possibilita enviar um álbum inteiro pela internet em poucos mero de conexões simultâneas para evitar uma sobrecarga
segundos. na máquina. Uma outra limitação possível é a faixa de ho-
O IrfanView é um visualizador de imagem muito leve e rário de acesso, que muitas vezes é considerada nobre em
com uma interface gráfica simples porém otimizada e fácil horário comercial, e portanto, o FTP anônimo é temporaria-
de utilizar, mesmo para quem não tem familiaridade com mente desativado.
este tipo de programa. Ele também dispõe de alguns recur- 2. Uma saída para a situação acima é procurar “sites
sos simples de editor. Com ele é possível fazer operações espelhos” que tenham o mesmo conteúdo do site sendo
como copiar e deletar imagens até o efeito de remoção de acessado.
olhos vermelhos em fotos. O programa oferece alternativas
3. Antes de realizar a transferência de qualquer arquivo • Pinterest: partilha de ideias de temas variados.
verifique se você está usando o modo correto, isto é, no • Skype: telechamada.
caso de arquivos-texto, o modo é ASCII, e no caso de arqui- • LinkedIn: interação e expansão de contatos profissio-
vos binários (.exe, .com, .zip, .wav, etc.), o modo é binário. nais.
Esta prevenção pode evitar perda de tempo. • Badoo: relacionamentos amorosos.
4. Uma coisa interessante pode ser o uso de um ser- • Snapchat: envio de mensagens instantâneas.
vidor de FTP em seu computador. Isto pode permitir que • Messenger: envio de mensagens instantâneas.
um amigo seu consiga acessar o seu computador como um • Flickr: partilha de imagens.
servidor remoto de FTP, bastando que ele tenha acesso ao • Google+: partilha de conteúdos.
número IP, que lhe é atribuído dinamicamente. • Tumbrl: partilha de pequenas publicações, semelhan-
te ao Twitter.
9. Grupos de Discussão e Redes Sociais
São espaços de convivências virtuais em que grupos 10. Vantagens e Desvantagens
de pessoas ou empresas se relacionam por meio do envio Existem várias vantagens em fazer parte de redes so-
de mensagens, do compartilhamento de conteúdo, entre ciais e é principalmente por isso que elas tiveram um cres-
outras ações. cimento tão significativo ao longo dos anos.
As redes sociais tiveram grande avanço devido a evo- Isso porque as redes sociais podem aproximar as pes-
lução da internet, cujo boom aconteceu no início do milênio. soas. Afinal, elas são uma maneira fácil de manter as re-
Vejamos como esse percurso aconteceu: lações e o contato com quem está distante, propiciando,
Em 1994 foi lançado o GeoCities, a primeira comunida- assim, a possibilidade de interagir em tempo real.
de que se assemelha a uma rede social. O GeoCities que, As redes também facilitam a relação com quem está
no entanto, não existe mais, orientava as pessoas para que mais perto. Em decorrência da rotina corrida do dia a dia,
elas próprias criassem suas páginas na internet. nem sempre há tempo para que as pessoas se encontrem
Em 1995 surge o The Globe, que dava aos internautas fisicamente.
a oportunidade de interagir com um grupo de pessoas. Além disso, as redes sociais oferecem uma forma rápi-
No mesmo ano, também surge uma plataforma que da e eficaz de comunicar algo para um grande número de
permite a interação com antigos colegas da escola, o Clas- pessoas ao mesmo tempo.
smates. Podemos citar como exemplo o fato de poder avisar um
Já nos anos 2000, surge o Fotolog, uma plataforma acontecimento, a preparação de uma manifestação ou a
que, desta vez, tinha como foco a publicação de fotografias. mobilização de um grupo para um protesto.
Em 2002 surge o que é considerada a primeira verda- No entanto, em decorrência de alguns perigos, as redes
deira rede social, o Friendster. sociais apresentam as suas desvantagens. Uma delas é a
No ano seguinte, é lançado o LinkedIn, a maior rede falta de privacidade.
social de caráter profissional do mundo. Por esse motivo, o uso das redes sociais tem sido cada
E em 2004, junto com a maior de todas as redes, o Fa- vez mais discutido, inclusive pela polícia, que alerta para
cebook, surgem o Orkut e o Flickr. algumas precauções.
Por ser algo muito atual, tem caído muitas questões de
Há vários tipos de redes sociais. A grande diferença en- redes sociais nos concursos atualmente.
tre elas é o seu objetivo, os quais podem ser:
• Estabelecimento de contatos pessoais (relações de NOÇÕES BÁSICAS DE FERRAMENTAS E APLI-
amizade ou namoro). CATIVOS DE NAVEGAÇÃO E CORREIO ELETRÔNI-
• Networking: partilha e busca de conhecimentos pro- CO
fissionais e procura emprego ou preenchimento de vagas.
• Partilha e busca de imagens e vídeos. Um browser ou navegador é um aplicativo que opera
• Partilha e busca de informações sobre temas varia- através da internet, interpretando arquivos e sites web de-
dos. senvolvidos com frequência em código HTML que contém
• Divulgação para compra e venda de produtos e ser- informação e conteúdo em hipertexto de todas as partes do
viços. mundo.
• Jogos, entre outros. Navegadores: Navegadores de internet ou browsers
são programas de computador especializados em visualizar
Há dezenas de redes sociais. Dentre as mais conheci- e dar acesso às informações disponibilizadas na web, até
das, destacamos: pouco tempo atrás tínhamos apenas o Internet Explorer e o
• Facebook: interação e expansão de contatos. Netscape, hoje temos uma série de navegadores no merca-
• Youtube: partilha de vídeos. do, iremos fazer uma breve descrição de cada um deles, e
• Whatsapp: envio de mensagens instantâneas e cha- depois faremos toda a exemplificação utilizando o Internet
madas de voz. Explorer por ser o mais utilizado em todo o mundo, porém o
• Instagram: partilha de fotos e vídeos. conceito e usabilidade dos outros navegadores seguem os
• Twitter: partilha de pequenas publicações, as quais mesmos princípios lógicos.
são conhecidas como “tweets”.
A internet é uma rede de computadores que liga os Um sistema básico de comunicação de dados é com-
computadores a redor de todo o mundo, mas quando ela posto por cinco elementos:
começou não era assim, tinham apenas 4 computadores e Mensagem: é a informação a ser transmitida. Pode ser
a maior distância entre um e outro era de 450 KM. No fim constituída de texto, números, fi guras, áudio e vídeo – ou
da década de 60, o Departamento de Defesa norte-ameri- qualquer combinação desses elementos;
cano resolveu criar um sistema interligado para trocar infor- Transmissor: é o dispositivo que envia a mensagem de
mações sobre pesquisas e armamentos que não pudesse dados. Pode ser um computador, uma estação de trabalho,
chegar nas mãos dos soviéticos. Sendo assim, foi criado um telefone, uma câmera de vídeo, entre outros;
o projeto Arpanet pela Agência para Projeto de Pesquisa Receptor: é o dispositivo que recebe a mensagem.
Avançados do Departamento de Defesa dos EUA. Pode ser um computador, uma estação de trabalho, um te-
Ao ganhar proporções mundiais, esse tipo de cone- lefone, uma câmera de vídeo, etc.;
xão recebeu o nome de internet e até a década de 80 ficou Meio: é o caminho físico por onde viaja uma mensagem
apenas entre os meios acadêmicos. No Brasil ela chegou dirigida ao receptor;
apenas na década de 90. É na internet que é executada a Protocolo: é um conjunto de regras que governa a co-
World Wide Web (www), sistema que contém milhares de municação de dados. Ele representa um acordo entre os
informações (gráficos, vídeos, textos, sons, etc) que tam- dispositivos que se comunicam.
bém ficou conhecido como rede mundial.
Tim Berners-Lee na década de 80 começou a criar um Transmissão de dados
projeto que pode ser considerado o princípio da World Wide Segundo Torres (2004), existem três tipos de transmis-
Web. No início da década de 90 ele já havia elaborado uma são de dados:
nova proposta para o que ficaria conhecido como WWW. Simplex: nesse tipo de transmissão de dados, um dis-
Tim falava sobre o uso de hipertexto e a partir disso surgiu positivo é o transmissor e o outro é o receptor. A transmis-
o “http” (em português significa protocolo de transferência são de dados simplex é, portanto, unidirecional;
de hipertexto). Vinton Cerf também é um personagem im- Half-duplex: esse tipo de transmissão de dados é bidi-
portante e inclusive é conhecido por muitos como o pai da recional, mas, por compartilharem o mesmo canal de comu-
internet. nicação, os dispositivos não transmitem e recebem dados
URL: Tudo que é disponível na Web tem seu próprio ao mesmo tempo;
endereço, chamado URL, ele facilita a navegação e pos- Full-duplex: é a verdadeira comunicação bidirecional.
sui características específicas como a falta de acentuação A e B podem transmitir e receber dados ao mesmo tempo
gráfica e palavras maiúsculas. Uma url possui o http (pro- (Figura 1.2).
tocolo), www (World Wide Web), o nome da empresa que
representa o site, .com (ex: se for um site governamental o
final será .gov) e a sigla do país de origem daquele site (no
Brasil é usado o BR).
Comunicação de dados
Conforme Forouzan (2006), comunicação de dados é
a troca de informação entre dois dispositivos através de al-
gum meio de comunicação como, por exemplo, um par de
fi os (Figura 1.1).
Sessão – Negociação e estabelecimento de conexão Aqui encontramos o TCP, utilizado na conexão ponto-a-
com outro nó -ponto. Sendo um protocolo de conexão mais confiável, ele
Transporte – Meios e métodos para a entrega de dados é utilizado em aplicações que não possuem muita tolerân-
ponta-a-ponta cia à perda de pacotes.
Rede – Roteamento de pacotes por através de uma ou Também encontramos o protocolo UDP (User Data-
várias redes gram Protocol), um protocolo com conexão não tão con-
Enlace – Detecção e correção de erros introduzidos fiável. Ele não verifica a confiabilidade e a integridade da
pelo meio de transmissão informação, porém, por não possuir as características de
Física – Transmissão dos bits através do meio de trans- controle que são pertinentes ao TCP, permite a transmissão
missão mais rápida da informação.
Assim, temos o TCP como principal protocolo para co-
O TCP/IP nexão entre aplicações e o UDP para tráfego de mídias (ví-
O TCP/IP é um conjunto de protocolos de comunicação. deos e áudios), onde a velocidade é mais importante do que
O nome vem de dois protocolos TCP (Transmission Control a integridade.
Protocol) e o IP (Internet Protocol). Ele tem por objetivo pa-
dronizar todas as comunicações de rede, principalmente as Portas
comunicações na web. Essa camada utiliza portas lógicas para garantir que a
Esse modelo foi desenvolvido em 1969 pelo Departa- aplicação (software) que iniciou a conversação encontra-
mento de Defesa dos Estados Unidos, como recurso de rá no seu destino a aplicação desejada. Essas portas ló-
comunicação da ARPANET, precursora da Internet. Ele ti- gicas são canais virtuais aleatórios, geralmente definidos
nha a função de permitir a troca de um grande volume de pelo Sistema Operacional, que se abrem conforme o tipo de
informações entre um número imenso de sistemas compu- aplicação executando, como por exemplo, o HTTP utiliza a
tacionais envolvendo empresas, universidades e órgãos do porta 80, o FTP a porta 21, etc.
governo, tudo isso com grande velocidade e confiabilidade. Esse canal virtual garante que uma aplicação que ini-
Ele deveria possuir a capacidade de decidir qual a me- ciou uma chamada pela porta 80, como por exemplo, o uso
lhor rota a seguir dentro da malha de rede formada pelas de um navegador para abrir uma página HTTP no compu-
organizações envolvidas. Em 1983, com a formalização do tador A, encontre, no destino, o servidor web que fornecerá
modelo OSI, o TCP/IP foi adequado ao modelo e definido a página HTTP solicitada também por uma porta 80. Assim
como padrão de comunicação de redes. Depois, expandin- se evita que a informação seja direcionada erroneamente
do-se para a interligação externa dessas redes e constituin- para outra aplicação, como por exemplo, um servidor FTP
do o padrão de comunicação da Internet. (porta 21).
O modelo TCP/IP possui apenas 4 camadas que englo-
bam as 7 camadas do modelo OSI. As camadas mais acima Ataques
recebem informações e as distribui para as camadas infe- Alguns tipos de ataque hacker, como o DDoS (nega-
riores, atribuindo a cada uma delas a função que exercerá ção de serviço), utilizam a sobrecarga de requisições so-
durante a comunicação. bre uma determinada porta, causando a queda do serviço.
Por exemplo, milhões de pedidos de conexão simultâneas
Comparação com modelo OSI sobre a porta 80 de um servidor web é capaz de provocar
Comparativamente ao modelo OSI, pode-se observar a desconexão do serviço e, consequentemente, a retirada
como se relacionam as 4 camadas TCP/IP e suas funções: das páginas que ele hospeda para os usuários.
Para evitar isso, a camada Transporte tenta continua-
Aplicação (Camada 4) mente analisar e mensurar o quanto a rede está carregada
Aqui encontra-se todos os protocolos de serviço que e efetua um “balanceamento da carga”, reduzindo a taxa de
efetuam a comunicação direta com o software para identifi- envio dos pacotes para evitar a sobrecarga.
car o tipo de requisição que está sendo realizada.
Assim, encontramos o HTTP que permite a navegação Pacotes
na web, o DNS que realiza a conversão da url do navegador Outra função importante é a entrega adequada dos pa-
em um número único (IP) utilizado para identificar a locali- cotes de informação, verificando a sequência de chegada
zação na rede do meio que quer conectar, o SMTP utilizado dos pacotes, pois, durante o tráfego, algum pode se perder.
no envio de e-mails, o SSH que permite uma conexão re- Para ilustrarmos, digamos que uma informação produzida
mota de maneira segura e muitos outros. no equipamento A, destinada ao equipamento B, dado o
Após a comunicação entre software e a camada de seu tamanho, foi particionada na origem em 10 pacotes e
Aplicação, a informação é codificada dentro do padrão do encaminhadas ao ponto B.
protocolo e repassada para as camadas inferiores. Ao chegar ao ponto B, a camada transporte, através
do TCP, verifica a sequência e, caso um pacote tenha se
Transporte (Camada 3) perdido pelo caminho, ela requisita à origem o seu reenvio.
Responsável pela comunicação entre os pontos (hosts) Assim, se o ponto B recebeu os pacotes 1, 5, 3 e 2, o
envolvidos. Ela tem como função a manutenção da con- TCP reordena a sequência, verifica a ausência do pacote
fiabilidade e integridade da comunicação, verificando se o 4, solicita o reenvio desse pacote e, ao chegar, coloca-o
pacote alcançou seu destino e se os dados nele contidos na sequência correta de maneira que o destino interprete a
chegaram de maneira integra. informação em sua plenitude.
Repetidor
De acordo com Gallo (2003) a função do repetidor é
recuperar um sinal. Os repetidores também são chamados 03. (CS-UFG - Técnico de Laboratório - Área: Infor-
de concentradores e são usados em redes locais, aumen- mática - CS-UFG – 2018)
tando seu alcance. Em redes de computadores, um servidor (sistema de
computador ou uma aplicação) que atua como um inter-
A ponte é um repetidor inteligente. Ela opera na ca- mediário entre os computadores de uma rede e a Internet
mada de enlace do modelo OSI. Isso significa que ela tem é conhecido como
a capacidade de ler e analisar os quadros de dados que A) servidor de aplicação.
estão circulando na rede. B) servidor dhcp.
C) servidor proxy.
D) servidor dns.
GABARITO: LETRA C
Abrir um documento
Alinhamento do texto
Selecione o texto que você deseja alinhar e clique em
uma destas opções: Alinhar texto à esquerda, Centralizar,
Alinhar texto à direita ou Justificar.
Revisão ortográfica
Quando você estiver escrevendo um texto no Word , observe que algumas das palavras que você digita são sublinha-
das de forma automática com a cor vermelha, isso significa que o programa identificou um erro ortográfico.
Coloque o cursor do mouse na palavra que está sublinhada em vermelho ou verde e clique na guia Revisão que se
encontra na parte superior da Faixa de opções entre as guias Correspondências e Exibição.
No primeiro grupo chamado Revisão de Texto, selecione o botão Ortografia e Gramática.
Será apresentado uma caixa de diálogo com várias opções para a correção do erro:
Ignorar uma vez: Quando você clicar nesta opção, a marcação de erro que está na palavra será tirada e ela NÃO será
alterada.
Ignorar todas: Se você escolher esta opção, todas as palavras iguais a essa que estiverem no texto não serão alte-
radas
Adicionar ao dicionário: Com esta opção você incluirá esta palavra ao seu dicionário do Word, porque até então ele
não conhecia essa palavra.
Depois de todas as correções, você verá uma caixa de diálogo confirmando que a revisão foi terminada.
Outra forma de corrigir os erros ortográficos e gramaticais é:
Clique com o mouse direito sobre a palavra sublinhada e vai aparecer um menu com algumas opções.
Selecione a palavra correta se ela estiver na lista apresentada.
Inserir Marcadores
Clique no botão reproduzir e veja este breve tutorial onde você aprenderá a incluir marcadores ou numeração nas
suas listas.
- Selecione com o mouse a lista do documento Word que você quer colocar marcadores ou uma numeração.
- Clique sobre a flechinha que está ao lado dos comando Marcadores ou Numeração conforme a sua escolha.
Selecione o que você mais gosta clicando sobre o marcador ou sobre o estilo de numeração do menu de opções que
aparece. Veja que em seguida ele será aplicado a sua lista.
Caso deseja tirar o marcador ou a numeração, selecione novamente a lista e clique no comando Marcador ou Nume-
ração conforme a sua lista. É muito simples e fácil.
Passo 3:
Caso queira rodar a forma, clique e mova o mouse so-
bre o ponto verde (bolinha) que está em cima da forma con-
forme a figura ao lado.
Passo 4:
Algumas formas contam com pontinhos de cor amarela que são úteis para alterar seu tamanho. Por exemplo, é pos-
sível alterar o tamanho das pontas de uma flecha.
Passo 1: Selecione o texto no qual você quer aplicar um novo estilo. Na guia chamada Página Inicial que está na faixa
de opções você encontrará um grupo chamado Estilo.
Passo 2: Escolha um estilo que você queira aplicar no seu texto. Você pode ter acesso a mais estilos clicando na fle-
chinha que está no canto inferior do lado direito. Veja que o estilo já foi aplicado no texto que você selecionou.
Passo 4: Escreva a informação que você quer que apareça no seu cabeçalho. Neste exemplo vamos escrever o
nome da nossa fundação.
Passo 5: Quando você tiver terminado de digitar os dados do seu cabeçalho, clique na opção Fechar Cabeçalho e
Rodapé para sair e voltar a escrever dentro do documento Word.
Diferentemente do cabeçalho, o rodapé fica na parte inferior da página. Nele também é possível incluir diferentes tipos
de informações, como citações de autores, esclarecimentos de termos ou numeração de página.
Quando você terminar de digitar as informações no seu Rodapé, clique no botão Fechar cabeçalho e rodapé que está
em cima na faixa de opções ou pressione a tecla Esc.
Também é possível editar seu rodapé depois de tê-lo fechado, clicando duas vezes sobre ele.
Passo 1: Posicione o mouse onde você quer inserir a tabela dentro do seu documento do Word e clique na guia Inserir
que está na faixa de opções principal.
Passo 2: Clique no comando Tabela.
Passo 3: Mova o mouse sobre os quadrados do diagrama para selecionar o número de colunas (células verticais) e
linhas (células horizontais) que terá a sua tabela.
Passo 4: Quando você selecionar a última célula que vai ter a sua tabela, dê um clique. Observe que imediatamente
a tabela aparece no seu documento.
Passo 5: Agora você pode colocar o cursor em qualquer lugar da tabela para digitar um texto.
A Faixa de Opções
Para/Pressione
Vá para “Diga-me o que você deseja fazer” / Alt+Q
Abrir / Ctrl+O
Salvar / Ctrl+B
Fechar / Ctrl+W
Recortar / Ctrl+X
Copiar / Ctrl+C
Colar / Ctrl+V
Selecionar tudo / Ctrl+A
Negrito / Ctrl+N
Itálico / Ctrl+I
Interface é a aparência de um determinado software Para ter certeza de qual versão você deve estudar para
para produzir um resultado esperado. São os tipos de sua prova entre no site do LibreOffice, www.libreoffice.org.
botão, menus com seus formatos e cores isto é layout. br, clique em “Baixe Já” e em seguida em “Notas da ver-
Um conjunto de programas para escritório também são” e estará disponível todas as notas sobre a melhorias
podemos chama-lo de pacote office e reúne programas de todas as versões com a suíte LibreOffice.
desenvolvidos originalmente para serem utilizados em A suíte BrOffice pode abrir e editar qualquer arquivo
escritório, mas que na atualidade, são muito úteis em feito nos aplicativos da suíte Microsoft. Por exemplo, se
nossas residências e em nossos equipamentos portáteis tiver um documento de texto feito no MS-Word este pode
nos auxiliando nas mais alternadas tarefas. ser aberto no editor de texto Writer e ser editado e salvo
O pacote office mais conhecido é o fabricado pela Mi- com a extensão Microsoft ou BrOffice.
crosoft onde temos um editor de texto chamado Word, uma O Sistema Operacional Windows identifica um arquivo
planilha eletrônica conhecida como Excel, apresentador de por sua extensão, letra introduzidas no final de um arquivo
slides que é o Power Point e um gerenciador de banco de automaticamente de acordo com o aplicativo que o elabo-
dados chamado Access. Hoje há muitos outros aplicativos rou. Os aplicativos da suíte Office Microsoft possuem suas
no pacote Office Microsoft, mas estes quatro aplicativos extensões da seguinte forma: MS-Word (.doc ou .docx),
citados são os que estão presentes em qualquer versão do MS-Excel (.xls ou .xlsx), MS-Power Point (.ppt ou .pptx).
office Microsoft desde as primeiras versões. Já os aplicativos da suíte BrOffice possui um padrão de
Na suíte BrOffice temos um editor de texto chamado de extensão chamado de Open Document Format (.odf).
Writer, planilha eletrônica Calc, Impress que é o apresen- Neste padrão cada aplicativo possui sua extensão própria
tador de slides, o Base que gerencia um banco de dados, como segue: Writer (.odt), Calc (.ods), Impress (.odp),
Math que é o editor de fórmulas matemáticas e científicas Base (.odb), Math (.odf), Draw (.odg). Lembrando que
e um editor de desenhos vetoriais chamado Draw. todos os aplicativos BrOffice ou Libre Office possuem um
O BrOffice segue uma filosofia de Software Livre, SL padrão de arquivo odf (Open Document Format).
ou Open Source, que significa código aberto. Os software .odt para Processadores De Texto (text)
de código aberto permitem ao usuário a possiblidade .ods para Planilhas Eletrônicas (spreadsheets)
de alterar a forma como os estes programas trabalham, .odp para Apresentações em Slides (presentations)
podendo melhorá-los e adapta-los às suas necessidades.
O suíte BrOffice é gratuita, pode ser baixada da Internet A diferença entre as versões BrOffice e LibreOffice é
sem nenhum custo nem a necessidade de cadastro para somente o layout, ou seja, somente a aparência da sua
sua utilização. parte gráfica, os botões e barras que são exibidos que uti-
O nome BrOffice foi dado à versão brasileira do lizamos para executar as ações em qualquer programa. As
OpenOffice.org, que era mantida pela Apache Software extensões, nomes dos aplicativos, formas de trabalhar são
Fundation que foi adquirida pela Sun Microsystems, todas semelhantes entre as versões BrOffice e LibreOffice.
desenvolvedora do famoso Java, e que recentemente foi Os programas desta suíte são interligados, é possível
adquirida pela Oracle. Esta última transação trouxe vários abrir um arquivo do CALC, planilha eletrônica, através do
conflitos de pensamento e promessas, feitas pela Sun e editor de texto WRITER.
que não foram cumpridas pela atual proprietária da marca Como já vimos a suíte LibreOffice é composta por
BrOffice. seis aplicativos, porém, cobrado em concurso público são
Com isto, os desenvolvedores do BrOffice criaram apenas três: Writer, Calc e Impress e são estes que vamos
uma fundação que mantivesse o mesmo pensamento detalhar nesta apostila.
sobre software livre a The Document Fundation e cria- Para fins didáticos vamos detalhar os aplicativos
ram assim seu próprio projeto de suíte de aplicativos para da suíte LibreOffice, que é o mais atual e é o que será
escritório chamada de Libre Office. cobrado nos próximos concursos. Não desanime se você
Resumindo, a suíte de escritório que hoje conhecemos estudou ou conhece bastante o BrOffice, somente o layout
como LibreOffice começou como StarOffice depois mu- muda um pouco como já falamos anteriormente mas o
dou para OpenOffice.org, que no Brasil foi batizado de modo de funcionamento não muda em nada. Mas vale a
BrOffice, e acabou se chamando LibreOffice, tudo devido pena conferir este trabalho e manter-se preparado para o
a compras de uma empresa desenvolvedora por outra concurso.
empresa e no final a criação de uma fundação como já
vimos, mas tenha em mente que para concurso público LIBREOFFICE - WRITER
em todas as suítes as aplicações terão o mesmo nome,
editores de texto é o Writer, planilhas é o Calc, etc, como Programa semelhante ao MS-Word utilizado para
já falamos anteriormente. criar arquivos de texto como cartas, memorandos, livros,
O BrOffice, ou LibreOffice, é uma suíte multiplatafor- trabalhos de conclusão de curso, enfim, tudo que tenha
ma, isto significa que podemos instalar estes programas texto como seu principal objetivo.
nas plataformas operacionais Windows, Linux e Mac. É uma ferramenta poderosíssima com inúmeras possi-
A primeira versão desta suíte com o nome LibreOffice bilidades de formatação do texto e a inclusão de imagens,
foi 3.3. Mas é comum em alguns editais saírem a publica- gráficos, planilhas, etc.
ção de BrOffice versão 3.3, 3.4, etc.
Sem a necessidade de ter qualquer outro programa nosso idioma. Para abrir um arquivo é CTRL+A, CTRL+N
instalado, o LibreOffice, converte qualquer arquivo de é negrito e assim por diante. No LibreOffice, o padrão é
qualquer aplicativo desta suíte em PDF. Esta ferramenta o inglês independentemente do idioma utilizado, então
encontra-se presente em qualquer versão destes aplicati- temos o N (new) para Novo, o O (open) para abrir e assim
vos desde o antigo BrOffice até o atual LibreOffice. por diante, nem todas as letras do atalho vão combinar
com a palavra, mas fica a dica é mais fácil se lembrar
Janela de apresentação desta forma. Mas só tem uma forma de você se classificar
Ao iniciar qualquer aplicativo da suíte LibreOffice será bem, estudando.
exibido uma janela com os principais componentes do Menu arquivo: possui os comandos utilizados que
aplicativo, alguns objetos são comuns e estão em todos afetam ao arquivo aberto ou o que pretende abrir como:
os aplicativos como Barra de Título, Barra de Menu, Barra Novo, abrir, documentos recentes, assistentes, fechar, sal-
padrão e Barra de formatação enquanto outros objetos são var, salvar como, salvar tudo, recarregar, versões, expor-
particularidades do aplicativo que está sendo executado. tar, exportar como PDF, enviar, propriedades, assinaturas
digitais, modelos, visualizar no navegador Web, visualizar
Barra de Título página, imprimir, configurar impressora e sair.
Localizada no topo da janela contém o nome do arqui- Novo: comando para criar um novo documento do
vo seguido do nome do programa que estamos utilizando. LibreOffice podendo ser texto, planilha, etc.
Do lado esquerdo temos um ícone que se chama caixa do Abrir: carrega um arquivo existente. A escolher este
menu de controle, serve para controlar a janela através de comando abrirá uma janela, navegue até o local onde está
um menu único. Pode acessado clicando sobre o ícone ou o arquivo desejado.
através do atalho de teclado ALT+BARRA DE ESPAÇO. Documentos recentes: relação dos documentos
Contém as seguintes funções: Restaurar, Mover, Tama- abertos recentemente por qualquer aplicativo LibreOffice.
nho, Minimizar, Maximizar e Fechar. É possível controlar Assistentes: Modelos de carta, fax, agenda, etc. Pos-
plenamente a janela através do teclado, muito útil no caso sui um conversor de arquivos que converte arquivos da
de seu mouse falhar e não haver outro para substituí-lo. plataforma Office Microsoft para a plataforma LibreOffice
Em concurso público já foi mais explorado em diversas mantendo a formatação.
provas. Fechar: fecha o documento ativo
Salvar: atualiza o arquivo existente com as alterações
Barra de Menu que você acabou de fazer. Caso o arquivo que está sendo
Por padrão está localizado na parte superior da janela editado ainda não tenha sido salvo o LibreOffice abrirá a
logo abaixo da Barra de Título. Fazendo uma analogia com janela “Salvar como”.
o menu de um restaurante, é onde encontramos todas as Salvar como: comando usado para criar um docu-
opções de pratos oferecidos naquele restaurante. Na infor- mento. Nesta janela você escolhe o nome do arquivo, local
mática, menu tem o mesmo sentido, local onde encontra- onde será armazenado e o tipo de documento será criado.
mos todas as opções que o aplicativo pode nos fornecer. Caso o documento já exista este comando criará um novo
Se há alguma tarefa que o aplicativo pode executar, esta arquivo, como o mesmo conteúdo, permitindo alterar o
tarefa será encontrada em algum menu. nome, local ou tipo do arquivo.
Ao clicarmos sobre um menu é aberto um submenu Salvar tudo: atualiza os documentos existentes aber-
com comandos pertinentes ao título do menu que aca- tos no LibreOffice e abre a janela “Salvar como” para os
bamos de clicar. Por exemplo, ao se clicar sobre o menu arquivos que ainda não tenham sido criados.
“arquivo” encontramos comandos que estão relacionados Recarregar: retorna o arquivo à última formatação
a um arquivo que pretendemos “abrir” ou fazer alterações salva. Descarta todas as alterações feitas após o comando
no arquivo que estamos editando no momento, “salvar” por “Salvar”.
exemplo. Isto acontecerá com todos os menus: Arquivo, Versões: permite ao usuário criar um histórico com
Editar, Exibir, Inserir, Formatar, Tabela, Ferramentas, vários “momentos” do mesmo documento. É possível
Janela e Ajuda. arquivar na memória do documento várias versões, por
Na prova se você não souber em qual menu está o exemplo, o documento com algumas alterações em uma
comando, analise qual é a função do comando solicitado. data e hora, com outras alterações em outra data e hora,
Corretor Ortográfico é uma ferramenta do aplicativo que assim é possível resgatar o documento com aquela forma-
serve para corrigir possíveis erros ortográficos e gramá- tação desejada.
ticos no seu texto, possivelmente estará no menu “Ferra- Exportar: permite transformar o arquivo para outros
mentas” e não no “Editar”. formatos. O exportar é semelhante ao salvar como.
Dica da Solução: Clique sobre o menu arquivo e Exportar como PDF: permite transformar o arquivo
repita mentalmente o nome do menu e o comando desta para o formato PDF.
forma: “Arquivo -> Novo -> CTRL+N”, “Arquivo -> Abrir Enviar: permite enviar o arquivo como anexo à uma
-> CTRL+O”... Faça isto com todos os menus e todos os mensagem de correio eletrônico (e-mail) em vários forma-
comandos que aparecerem. tos.
Desta forma você vai gravando em qual menu encon- Propriedades: informações básicas, complementares
tra-se determinado comando e seu atalho de teclado. No e avançadas sobre o documento. Inclui estatísticas de
MS-Office os atalhos de teclado são feitos baseado no letras, palavras e outros objetos do texto.
Assinaturas digitais: após criar sua identidade digital Colar: Aplica, no ponto onde o cursor estiver posicio-
através de um “Entidade Certificadora” é possível assinar nado, o conteúdo da área de transferência (texto, figura,
digitalmente um documento comprovando sua autoria. tabela, etc.) Pode ser acionado por meio de teclas atalho,
Modelos: São arquivos contendo diversos parâmetros ou através de dois outros procedimentos:
relativos ao tipo de documento a ser criado, simplificando - Via menu: selecione Editar → Colar.
a elaboração de memorandos, cartas, etc. Documentos - Via barra de funções: selecione o botão colar.
criados através do comando: Arquivo->Modelos baseiam-
-se no modelo-padrão vigente, e podem ser alterados à Colar especial: Possibilita aplicar, no documento
vontade (e também podem se tornar novos modelos-pa- aberto, o conteúdo da área de transferência, de acordo
drão, desde que sejam gravados através do comando com opções de formatação selecionadas na caixa de
Arquivo→Modelos→Salvar). A caixa de diálogo dispões diálogo.
de quatro campos: Organizar, Fonte do Catálogos de En- Selecionar texto: Permite separar textos de objetos
dereços, Salvar e Editar. O primeiro desses campos per- (imagens, desenhos, gráficos, etc), possibilitando a cópia
mite organizar os modelos existentes e o segundo permite ou transferência somente do texto.
definir qual banco de dados será adotado como padrão Selecionar tudo: Seleciona todo o conteúdo do docu-
para determinado modelo. O terceiro salva um modelo e o mento ativo.
último edita um modelo existente. Alterações: Permite analisar as modificações efetua-
Visualizar no navegador Web: permite visualizar o das no documento em uso, sendo ativado (ou desativado).
documento como se fosse uma página Internet. - Registrar: Registra as alterações no documento.
Visualizar página: exibe o documento exatamente - Proteger registros: Permite salvar o documento com
como ele ficará caso seja impresso. proteção por senha. Quando você usa esta opção, auto-
Imprimir: abre a janela “Imprimir”. Para determinar o maticamente ativa recurso Alterações.
que será impresso, você dispõe das seguintes opções: - Mostrar: Caso esta opção esteja marcada, as modi-
• Imprimir tudo: Imprime todas as páginas do docu- ficações efetuadas aparecem em destaque, sublinhadas e
mento, em vermelho.
• Imprimir páginas: Identifique as páginas a serem - Aceitar ou rejeitar: Permite aceitar ou não as modifi-
impressas cações, listando-as por ação e por data.
- Use um hífen para definir um intervalo de páginas. - Esta opção também aciona, automaticamente, o
- Use ponto e vírgula para definir páginas independen- recurso Mostrar.
tes, por exemplo, as páginas 1, 5, 9 serão impressas se - Comentário: Permite acrescentar comentário às
você introduzir, na lacuna, os seguintes caracteres: 1-5;9 modificações efetuadas.
(ou seja, páginas de 1 a 5 e a página 9). - Mesclar documento: Caixa de diálogo que permite
- Indique a quantidade de páginas a serem impressa e integrar as modificações efetuadas em uma cópia ao
inicie a impressão. documento original.
Configurar impressora: abre a janela que permite Comparar documento: Permite comparar o docu-
alterar a impressora de destino e sua configuração como mento em uso com um documento selecionado na caixa de
tipo de papel, tamanho, qualidade de impressão, etc. diálogo associado, no qual, quando o comando Inserir for
Sair: fecha o arquivo e o programa solicitando salvar selecionado após a abertura de um segundo documento,
as alterações caso seja necessário. as diferenças entre este e o documento ativo aparecerão
Menu Editar: possui comandos para editar o docu- em destaque.
mento que está aberto. Possui os seguintes comandos: Localizar e substituir: Localiza palavras ou trechos
desfazer, refazer, repetir, cortar, copiar, colar, colar espe- no texto em edição, possibilitando sua substituição. Para
cial, selecionar texto, modo de seleção, selecionar tudo, efetuar uma busca comande Editar → Localizar e Substi-
alterações, comparar documentos, localizar, localizar e tuir, ou ative o botão com a figura de um binóculo na barra
substituir, autotexto, trocar banco de dados, campos, de ferramentas principal, fazendo abrir a caixa de diálogo.
notas de rodapé / Notas de fim, entrada de índice, entrada Proceda da seguinte maneira: No campo Localizar, digite
bibliográfica, hyperlink, vínculos, plug-in, mapa de imagem, uma palavra ou sequência de palavras.
objeto. - No campo Substituir, digite o que vai ser usado, em
Desfazer ou Repetir: Clique para desfazer a última caso de substituição.
modificação introduzida; para repetir, selecione Repetir. - Uma caixa de diálogo permite adequar a busca ao
Cortar: Retira do documento em edição uma área, seu objetivo.
moldura ou texto selecionado. O conteúdo “recortado” é
armazenado na área de transferência do sistema opera- Autotexto: Complementa a digitação de palavras do
cional, podendo ser reutilizado. texto. Use este recurso para organizar ocorrências comuns
Copiar: Semelhante à função “recortar”, porém deixa no documento em uso. Você pode salvar uma coleção
o original intacto e apenas copia a parte selecionada para de ocorrências (formatação de texto, gráficos, molduras,
a área de transferência. etc) em uma Coleção Tema personalizada para aquela
aplicação.
Trocar de banco de dados: Possibilita a substituição Navegador: Este recurso, acionado também pela
da base de dados ativa por outra de sua conveniência. tecla F5, facilita o acesso a qualquer parte do documento,
Indique uma base de dados em sua caixa de diálogo e em memorizando as posições de cada objeto no texto em
seguida, selecione Definir. edição.
Plugin: Genericamente, plugins de um gráfico em Tela Inteira: Permite alternar a forma de visualização
um documento-texto, ou de um documento-texto em uma entre Normal (área de edição é circundada pelas barras
apresentação, deixa seus ícones e comandos disponíveis de ferramentas) e Tela Inteira (área de edição toma toda
para edição, tão logo você clique dentro da moldura cor- a tela, fornecendo uma pré-visualização). A tela inteira é
respondente. A este mecanismo também denominamos muito usada no LibreOffice Impress para verificar como um
“plugin”, já que tem “vida própria”, apesar de estar incorpo- slide se apresenta para exibição. Para retornar ao modo
rado a outro documento. de exibição normal, pressione a tecla Esc ou selecione o
Menu exibir: contém os comandos referentes a visua- botão que aparece no extremo esquerdo superior da tela.
lização do documentos e barras de ferramentas com os Zoom: Possibilita modificar a escala de visualização
seguintes comandos: Layout de impressão, layout Web, da página. Este comando abre uma caixa de diálogo
barra de ferramentas, barra de status, status do método de contendo várias opções pré-definidas de tamanho da tela
entrada, régua, limites do texto, sombrear campos, nomes e ainda, oferece a possibilidade do usuário definir uma
de campos, caracteres não imprimíveis, parágrafos ocul- escola que lhe seja conveniente. Entretanto, a opção Ideal
tos, anotações, fontes de dados, navegador, tela inteira e assegura a melhor visibilidade possível.
zoom. Menu Inserir: Utilizado para inserir objetos como
Layout de Impressão: Modelo de layout (visualiza- figura e tabela no seu documento. Contém os comandos:
ção) que vem por padrão no LibreOffice. quebra manual, campos, caractere especial, marca de
Layout da Web: Deixa a área de edição do LibreOffice formatação, seção, hyperlink, cabeçalho, rodapé, notas de
similar a de uma página de internet. rodapé, legenda, indicador, referência, anotação, script,
Barra de Ferramentas: Permite definir quais barras índice, envelope, quadro, tabela, régua horizontal, figura,
estarão disponíveis na área de trabalho. Esta configura- filme e som, objeto, quadro flutuante e arquivo.
ção proporciona um melhor aproveitamento da área de Quebra Manual: Pontos de quebra são locais onde
trabalho, desafogando-a de comandos que não sejam se torna necessária uma modificação no desenvolvimento
indispensáveis ao tipo de trabalho que esteja sendo reali- normal da edição. Por exemplo, quando você não tem
zado. A opção personalizar, permite que você possa trocar mais espaço para continuar em uma página, será obrigado
o posicionamento dos botões. a passar para a página seguinte e aí, se localiza uma
Barra de Status: Este botão habilita a exibição da Quebra de Página. Uma vez inserida, uma quebra manual
barra localizada no extremo inferior da área de edição e só poderá ser removida manualmente.
proporciona informações sobre: página corrente/total, taxa Campos: Este comando abre uma caixa de diálogo
de zoom, modo (inserir/sobrescrever) e idioma. contendo um resumo da coleção de campos que podem
Régua: Habilita a exibição da régua horizontal no topo ser inseridos na posição corrente do cursor. Caso nenhum
da área de edição. dos tipos oferecidos satisfaça, selecione Outros...
Limites do texto: Coloca uma moldura em torno do O LibreOffice controla a visualização do conteúdo
texto exibido na tela, indicando a área aproveitável. dos campos, atualizando-os automaticamente; caso haja
Sombrear campos: Este botão habilita a exibição necessidade de atualização manual, selecione o(s) campo
do sombreamento, nos campos onde esse atributo tenha (s) a serem atualizados e acione a tecla [F9]. Eis a relação
sido preestabelecido (por exemplo, para destaque dos dos tipos de comandos disponíveis:
marcadores).
Campos/Nomes de campo: Botão que alterna a exibi- - Data: Insere a data atual.
ção entre o nome e o conteúdo dos campos existentes no - Hora: Insere a hora atual, no formato hh;mm;ss.
documento. Por exemplo: Campo: Data-Fixo <> 15 Fev 11. - Número de Página: Insere em um local do docu-
Caracteres não imprimíveis: Este botão habilita/ mento a numeração de página, a qual será incrementada
desabilita a exibição deste tipo de caracteres (tabulação, automaticamente a cada página, caso esse campo esteja
final de linha, etc.), dispondo das seguintes formas de incluído em um cabeçalho ou rodapé.
acionamento; - Total de Páginas: Insere número total de páginas que
- Barra de Menus: Clique sobre o menu Exibir e sele- o documento contém, valor que será atualizado à medida
cione Caracteres não imprimíveis. que novas páginas forem adicionadas.
- Barra de Ferramentas: Acione o botão Caracteres - Assunto: Insere o assunto constante do item proprie-
não imprimíveis. dades do arquivo.
- Título: Insere o título constante o item propriedades
Parágrafos Ocultos: Este botão habilita a exibição de do arquivo.
tais parágrafos. - Autor: Insere o autor constante do item propriedades
Fonte de Dados (somente para Windows): Permite do arquivo.
acessar, criar ou modificar bases de dados do documento
(etiqueta, mala direta, etc).
- Outros: Abre caixa de diálogo que apresenta todas as Cabeçalho: Torna possível definir o cabeçalho das
opções disponíveis para inserção de um campo genérico páginas do documento. Quando este recurso é acionado
no documento. A caixa de diálogo que dispõe de seis Inserir → Cabeçalho → Padrão, surge uma linha para
guias: Banco de Dados, Documento, Referência cruzada, digitação do texto a ser usado como cabeçalho.
Funções, Informações do documento e Variáveis. Para eliminar um cabeçalho, selecione o texto dele e
siga os passos já descritos. O programa indicará se o texto
Caracteres Especiais: Esta caixa de diálogo lista se o texto deve ser realmente apagado. Em caso positivo,
todos os caracteres existentes para cada fonte disponível. clique em OK.
Alguns desses caracteres não podem ser digitados dire- Rodapé: Processo semelhante ao da criação de
tamente, por não estarem vinculados a teclas próprias. cabeçalhos, para definição dos rodapés das páginas do
O botão [▼] no campo Fonte, lista as fontes disponíveis, documento. Quando este recurso é acionado Inserir →
bastando acionar o mouse sobre a que lhe interessar. Rodapé → Padrão, faz surgir uma linha para digitação do
A seguir, navegue pelos caracteres por meio das setas texto a ser usado como rodapé. Para eliminar um rodapé,
do teclado ou usando o mouse, selecione o carácter selecione o texto dele e proceda de forma semelhante à
desejado, que será visualizado à direita do quadro. Você descrita no item anterior.
pode escolher outros caracteres: a cada nova seleção, o Nota de Rodapé/Nota de Fim: Este recurso possibi-
carácter anterior fica guardado na área inferior do quadro. lita acrescentar notas de rodapé ou de final ao texto que
Selecionado(s) o(s) caracteres pretendidos, clique em OK está sendo editado. Para acionar este recurso, coloque o
para inseri-lo(s) no documento. cursor adiante da palavra a qual a nota de rodapé ficará
Seção: Esta facilidade permite criar seções no docu- associada ou selecione a palavra desejada e comande
mento em edição, as quais podem ser personalizadas e Inserir → Nota de Rodapé. Na caixa de diálogo associada,
formatadas independentemente. Por exemplo, cabeçalhos você pode optar por uma numeração automática, como
e rodapés podem se referir ao nome da seção e portanto, usar caracteres próprios para a nota. Por exemplo: *. A
identificarem os capítulos de um livro; as páginas podem numeração que identifica a nota aparece adiante da
ser numeradas a partir do início de uma seção. Pode-se palavra associada (âncora) ou no lugar dela. O texto da
ainda, criar um caminho para uma seção vinculado a outro nota pode ser digitado livremente, bastando levar o cursor
arquivo. A caixa de diálogo possui cinco guias, sendo que à área da página onde uma cópia da referida numeração
as descrições das guias Seção, Colunas, Recuos, Plano se encontra.
de Fundo e Notas de Rodapé/Notas de Fim. Legenda: Acrescenta um texto numerado ao objeto
- Seção: Nesta guia, você pode atribuir o nome e a selecionado: Gráfico, Tabela, Figura, Desenho ou Mol-
seção que será criada, criar vínculos com outros arquivos, dura. Existem várias opções de numeração, de reinício
pode definir condições de proteção contra gravação e até de numeração e de posição relativa. Também podemos
mesmo ocultar seção. atribuir legendas a objetos indexados.
- Notas de Rodapé/Notas de Fim: Esta guia permite Marcador: Insere um lembrete vinculado na posição
estabelecer condições para numeração e apresentação do cursor. Esta posição será acessível com facilidade
dessas notas, que tanto podem situar-se no fim das seções através do recurso Navegador. Esta marcação pode ser
como no final da obra que está sendo editada. identificada da forma que desejar, através de nomes, nu-
meração, etc. Quando um lembrete é selecionado dentro
Hyperlink: É um vínculo que associa algo existente no do navegador, o cursor se desloca para o ponto onde o
texto do documento ativo a outro local, que tanto pode estar texto associado se encontra. Lembretes de texto também
na internet como no próprio sistema local. Obviamente, é podem ser usados como âncoras de hiperlinks. Após
possível inserir vínculos entre diferentes setores locais de selecionar esse recurso, digite a identificação na caixa
um mesmo documento. Para utilizar este recurso, inicial- de diálogo associada. Caso prefira que o lembrete fique
mente selecione a parte do texto que ancorará o vínculo. associado a algo no texto, selecione o que deseja com o
Preencha os campos de configurações adicionais. Defina mouse.
o “alvo” no comando Destino. Ao acionar o botão que se Referência: Esta facilidade lhe permite inserir campos
encontra a direita do referido campo, surge uma caixa de referenciando a outros, em seu documento. Referências
diálogo com diversas opções: Tabelas, Molduras de texto, cruzadas são campos referenciados no mesmo documen-
Imagens, Objetos OLE, Categorias, Títulos e Marcadores to ou em documentos atrelados a um documento base. A
de texto. Os itens assinalados por um sinal positivo con- vantagem do uso referências ou campos referenciados é
tém alvos, com os quais o vínculo pode ser estabelecido. que você não precisa ajustar o documento a cada modifi-
Basta selecionar um deles, acionar o mouse sobre Aplicar cação introduzida.
e em seguida, em Fechar. A palavra do texto inicialmente Um exemplo simples que ilustra o processo. Se você
selecionada aparece sublinhada. Ao passar sobre ela o deve apresentar em uma carta, o nome do remetente no
ponteiro do mouse assume o formato de uma pequena cabeçalho e no final (abaixo da assinatura), referencie o
mão ou luva, indicando a possibilidade de se estabelecer nome do final ao do cabeçalho e não terá que digitá-lo
uma conexão. duas vezes. Lista de fornecedores, clientes, produtos, etc.,
podem se beneficiar desta facilidade.
Anotação: Insere uma anotação na posição do cursor, 3) Entrada bibliográfica: Criação de índice com os
a qual fica assinalada por um pequeno retângulo amarelo. dados existentes em uma base de Dados
Para inserir uma anotação: Envelope: Você pode imprimir diretamente sobre
- Posicione o cursor no ponto em que deseja fazer a um envelope com esta facilidade, utilizando informações
inserção. proveniente de uma base de dados, o que torna desneces-
- Acione o mouse sobre Inserir → Nota, para abrir a sária a confecção de etiquetas adesivas. A guia Envelope
área de edição. define a posição do texto a ser impresso, dos dados fixos e
- Edite a nota e opcionalmente, dê informações sobre dos campos existentes na fonte de dados. A guia Formato
o autor. serve para determinar o tamanho do envelope, bem como
- Clique em OK. a posição dos campos Destinatário e Remetente, na área
de impressão. Na guia impressora é definida a impressora
Para ler ou editar novamente a nota, dê um clique a ser utilizada e a orientação do envelope.
duplo sobre o retângulo e mantenha ali o mouse, a fim de Quadro: Insere uma moldura no texto, com várias
ativar a exibição automática da nota. A anotação não será opções de plano de fundo, cor, imagem, etc. Além das
impressa. opções padrão, também é possível empregar uma imagem
Script: São instruções programáveis que podem ser ou motivo escolhido pelo usuário.
executadas sem interação do usuário. Este comando abre, Tabela: Possibilita inserir tabelas. Comande Inserir →
na posição corrente do cursor, uma tela para inserção do Tabela ou acione o botão da barra de ferramentas princi-
script, o qual fica assinalado por um retângulo verde. Este pal, para abrir uma caixa de diálogo. Defina o número de
recurso não será detalhado, por fugir da alçada desse livro. linhas e colunas no campo Tamanho.
Régua Horizontal: Permite a inserção/retirada de
Índices e tabelas: Este comando abre um menu de uma régua na posição horizontal.
contexto com os seguintes itens: Figura: Serve para importação de imagens. Oferece
1) Entrada: Para criar uma entrada em um índice, duas opções:
inicialmente selecione um trecho do documento (pode - De um arquivo: Permite usar material já armazenado.
ser uma palavra, um parágrafo, etc.). Em seguida, abra o - Digitalizar: Captura imagens através de um scanner
menu de contexto Inserir → Índices e Tabelas e escolha o ou de algum programa específico.
tipo de índice desejado.
Você pode definir se a formatação daquele parágrafo Recurso não será explicado nesta obra.
(ou palavra) será adotada em todos os parágrafos que Objeto: Recurso que controla a inserção de vários
possuírem formatação idêntica, dentro do documento, o tipos de objetos:
que facilita em muito a criação do índice. Introduza os da- - Objeto OLE: Insere objetos do tipo OLE, que são
dos e clique em OK. Podemos criar índices dos seguintes dotados de características peculiares (não são aceitos
tópicos: na área de transferência). Esse tipo de objeto pode ser
- Alfabético; editado quando se ativa a sua fonte por meio de um duplo
- Tabela de conteúdos; clique.
- Definido pelo usuário. - Plug-in: Insere esse tipo de objeto.
- Som e vídeo: Abre caixa de diálogo para seleção de
2) Índices e sumários: Recurso para inserção de arquivos deste tipo a serem inseridos.
índices e tabelas formatadas conforme necessidades - Fórmula: Abre o LibreOffice Math.
específicas, e que é adequado para a criação de índices - Gráfico: Abre caixa de diálogo que permite visualizar
em um texto longo. A quantidade de opções para tipos de os dados disponíveis ou criar um gráfico no ponto onde se
índice é grande. Como o procedimento de criação é típico, encontra o cursor.
analisaremos somente a opção Índice de Conteúdo. Quadro Flutuante: Permite inserir uma moldura no
- Criando um Índice de Conteúdo (Índice): A melhor documento. Recurso utilizado para criação de páginas de
forma de gerar um índice é aplicar estilos pré-definidos a internet, não será explorado neste livro.
elementos do parágrafo que você deseja incluir no índice, Arquivo: Este comando possibilita inserir no docu-
por exemplo: Nível 1 para capítulos, Nível 2 para seções e mento em edição, o conteúdo de outro documento. Note
assim sucessivamente. Em seguida: que a caixa de diálogo associada é idêntica ao comando
a) Clique no documento a ser indexado e escolha: Abrir do menu Arquivo.
Inserir → Índices →Índice/Sumário.
b) Em Tipo, selecione Sumário.
c) Selecione a opção que desejar e clique OK. Menu formatar: comandos utilizados para alterar
- Atualizando um Índice de Conteúdo (Índice) Para algum conteúdo do texto ou layout, formatar. Comandos
atualizar um índice de conteúdo, execute uma das sequên- deste menu: limpar formatação, caractere, parágrafo,
cias abaixo: marcadores e numeração, página, página de rosto, alterar
a) Pressione botão direito sobre o índice/sumário e caixa, colunas, seções, estilos e formatação, autocorreção,
aparecerá a opção atualizar. âncora, quebra automática, alinhamento, dispor, inverter,
b) Depois selecione atualizar todos e pressione OK. agrupar, objeto, quadro / objeto e figura.
Limpar Formatação Direta / Formatação Padrão: - Estrutura de Tópicos e Numeração: Permite definir
Este recurso restaura os padrões originais de formatação uma numeração para parágrafos e linhas do texto, sepa-
em um parágrafo que tenha sido formatado de outra forma. rando por seções, se necessário.
Caractere: Todos os comandos referentes à formata- - Tabulação: Define o tipo e a posição das tabulações,
ção de caracteres estão também disponíveis na barra de bem como o tipo de carácter empregado no preenchimento
objetos de texto. A caixa de diálogo associada dispõe de opcional do espaço tabulado.
cinco guias e do recurso de pré-visualização, que auxilia - Capitulares: Formata os capítulos do texto, podendo
na escolha da opção mais adequada. Sempre que você criar destaques no início de cada capítulo.
realizar alguma modificação, selecione OK para ativá-la, - Bordas: Atribui bordas ao parágrafo, oferecendo
Cancelar para abandonar ou Redefinir para revalidar as opções de disposição (lateral, inteiro, etc), sombreamento,
definições anteriores. É possível definir: cor da linha de contorno e cor da sombra projetada.
- Fonte: - Plano de fundo: Aplica um plano de fundo ao pará-
- Fonte: Escolhe a fonte que vai ser utilizada, permi- grafo que pode ser constituído de uma cor sólida ou por
tindo definir: imagens retiradas de arquivos.
- Tipo: Afeta a aparência das letras, tais como: negrito,
itálico, etc. Marcadores e numerações: Possibilita escolher o
- Tamanho da fonte: Define o tamanho da letra, em tipo de marcador ou numeração para destaque no pará-
pontos. grafo. Dispõe das guias: Marcadores, Tipo de Numeração,
- Idioma: Define o idioma padrão. Estrutura de Tópicos, Figura, Posição e Opções.
- Efeitos de Fonte: Disponibiliza os seguintes efeitos: Página: Recurso que engloba atributos de formatação
- Cor da fonte: Define a cor do corpo da letra. das páginas, (tamanho, cor, cabeçalhos e rodapés, notas
- Efeitos: Tem as opções maiúsculas, minúsculas, de rodapé, etc). Oferece opções de disposição, tipo e afas-
título e caixa alta. tamento do conteúdo das linhas que compõem as bordas.
- Relevo: Nesse item, podemos deixar o texto em alto Além disto, admite diversos estilos de sombras com cores
ou baixo relevo. variadas. Dentro de Página encontramos os menus:
- Tachado: Deixa um pequeno efeito com traço no Organizador: Permite configurar o estilo das páginas
meio do texto. do documento. As definições do estilo selecionado cons-
- Sublinhado: Deixa um traço embaixo do texto. tam do Contém. Caso deseje, você poderá selecionar um
- Posição: permite alterar: estilo pré-configurado e personalizá-lo como desejar.
- A posição relativa do carácter em relação ao texto, - Página: Permite adotar uma configuração pré-defi-
com as opções normal, sobrescrito e subscrito. nida ou personalizada, de acordo com as dimensões do
- A rotação do carácter em relação ao texto. papel a ser usado na impressão ou com suas preferências
- O espaçamento do carácter. pessoais.
- Hyperlink: Menu de contexto que dispõe de duas - Plano de fundo: Possibilita escolher uma cor ou uma
opções: Hyperlink e estilos de caractere. imagem como plano de fundo, que será aplicada em todo
- Plano de fundo: Possibilita definir uma cor de fundo o texto.
a ser aplicada sob o que está sendo digitado, contribuindo - Cabeçalho: Configura um cabeçalho segundo os
para destacar trechos do texto. seguintes parâmetros: espaçamento, autoajuste da altura,
ajuste dinâmico da altura, etc. O botão Mais faz abrir uma
Parágrafo: Caixa de diálogo disposto em oito guias, caixa de diálogo para definição de bordas e planos de
discriminadas abaixo: O parágrafo a ser formatado deve fundo.
ser previamente selecionado (algumas das opções são - Rodapé: Definição idêntica à do item anterior.
dotadas de pré-visualização e o estilo de um parágrafo - Bordas: Formata um padrão de bordas para todas as
pode ser registrado como estilo de página): páginas.
- Recuos e espaçamento: Determina a posição do pa- - Colunas: Ajusta configurações como a largura e
rágrafo em relação às margens, bem como de algumas de quantidade de colunas.
suas linhas em relação às outras. Estabelece as distâncias - Notas de rodapé: Formata as notas de rodapé criadas
entre as linhas e entre os parágrafos do texto. em Notas de Rodapé/Notas de Fim. Este recurso dispõe
- Alinhamento: Controla a posição do texto, bem de várias opções de formatação, como separadores, es-
como o alinhamento vertical em relação ao restante do pessura das linhas, etc.
texto. Caso deseje, você pode registrar um tipo de pará-
grafo, a fim de aproveitar a mesma formatação em outros Alterar caixa: Altera a formatação de uma frase, como
parágrafos. inicializá-la com letra maiúscula, todas as letras em maiús-
- Fluxo do Texto: Formata as palavras com a opção de culas ou minúsculas.
divisão silábica automática, que permite definir o número Colunas: Tem caixa de diálogo que é bastante intuitiva
de caracteres nas extremidades das linhas e a quantidade e completa. Você ainda pode modificar um estilo adotando
de hifens consecutivos. Permite, ainda, controlar quebras uma formatação de coluna.
de páginas ou colunas através do controle de linhas “órfãs Seções: Você pode modificar as seções anteriormente
e viúvas”. criadas através deste recurso.
Estilos e formatação: A caixa de diálogo associada Autoajustar: Esta função arruma a tabela, quando
a este comando permite aplicar estilos de formatação a ela está toda desconfigurada, com vários tipos de linhas
objetos ou áreas do texto. É ancorável e pode permanecer e colunas.
oculto, quando conveniente. A criação de novos estilos Converter: Existem 2 opções de conversões, a primei-
pode ser feita pelo processo de arrastar-e-soltar (a área ra converte o texto selecionado em tabela e a segunda,
que contém a formatação a ser preservada pode ser trans- converte a tabela, por exemplo, colocamos uma lista de
portada para dentro do designer com o mouse, após ser palavras em ordem alfabética e depois precisamos remo-
selecionada). Abre-se uma janela para digitação do título ver a tabela, para isso, usamos o comando De tabela para
do estilo recém-criado. texto.
Autocorreção: Permite ao LibreOffice Writer corrigir Fórmula: Você pode inserir fórmulas em células da
de forma automática, palavras que algumas vezes escre- tabela como se estivesse no Calc.
vemos de forma errada. Existem quatro opções de Auto-
correção: Ao digitar, Aplicar e editar alterações e Opções Menu ferramentas: ortografia e gramática, idioma,
de autocorreção. Essa última opção, se erramos a palavra contagem de palavra, numeração de estrutura de tópico,
“eletrecidade”, é possível corrigi-la para “eletricidade”. numeração de linhas, notas de rodapé, galeria, banco de
Para isso clique em Opções de autocorreção e digite a pa- dados bibliográficos, assistente de mala direta, classificar,
lavra que costumeiramente é digitada de maneira errada e calcular, atualizar, macros, gerenciador de extensão, filtros
a palavra correta, depois clique em Novo e pressione OK. XML, opções de autocorreção, personalizar e opções.
Âncoras: Permite alternar entre as opções de anco- Ortografia e Gramática: Também pode ser acionado
ramento. O ícone Alterar âncora é visível somente quando pela tecla de atalho F7. Esta opção, sublinha as palavras
um objeto, tal como uma figura ou um campo de controle em desacordo com os padrões ortográficos registrados.
ou um quadro for selecionado. Uma vez atingido o final do documento, o programa
Quebra automática: Esse recurso somente funciona, pergunta se devemos retornar ao início, para completar a
quando estiver um objeto selecionado, principalmente uma verificação.
figura. Temos as seguintes opções: Desativar a quebra au- Idioma: Além do idioma português, poderemos utilizar
tomática de um texto, Quebra automática de texto, Quebra outras opções de idiomas, caso elas estejam instaladas.
automática de página ideal, Quebra automática através
Por exemplo, se eu trabalho com tradução de documen-
no plano de fundo, Contorno, Editar contorno, Primeiro
tos, essa opção é excelente para facilitar na correção do
parágrafo e Editar.
idioma estrangeiro.
Alinhamento: Essa opção também está disponível
Contagem de Palavras: Essa opção permite contar
na Barra de Formatação, existem quatro tipos de alinha-
palavras, espaços e caracteres selecionados ou não.
mentos de textos: À esquerda, Centralizado, À direita e
Numeração da Estrutura de Tópicos: Facilidade
Justificado.
idêntica àquela encontrada nas guias Opções e no tópi-
Dispor: Coloca o objeto em diversas posições, os no-
mes são bem intuitivos como: Trazer para frente, Avançar co Marcadores e Numeração, do menu Formatar. É um
um, Voltar um e Enviar para trás. método de numeração aplicável aos títulos do texto, pos-
Inverter: Inverte o objeto horizontalmente e vertical- sibilitando a numeração hierárquica de capítulos, seções,
mente. parágrafos, etc. É possível determinar a forma como esses
Agrupar: Reúne dois objetos transformando eles num vários títulos serão numerados.
único objeto. Numeração de Linhas: Formata e habilita a exibição
Objeto: Realiza diversas configurações de objeto de numeração referente às linhas do texto. Este recurso
como alteração de posição e tamanho e linha. facilita a referência a qualquer parte do texto, principal-
Figura/imagem: Configura uma imagem selecionada. mente durante a sua edição.
Notas de Rodapé/Notas de Fim: Oferece opções de
Menu tabela: Comandos pertinentes ao gerencia- tipo de numeração, localização e ainda, o tipo de símbolo
mento de tabelas no texto. Comandos deste menu: inserir, adotado para assinalar a nota. Possui duas guias, similar
excluir, selecionar, mesclar células, dividir célula, proteger ao Notas de Rodapé/Notas de Fim do menu Inserir.
célula, mesclar tabela, dividir tabela, autoformatar, autoa- Galeria: Selecionando essa opção, abrirá uma caixa
justar, repetir linhas de estilo, converter, classificar, fórmu- de diálogo. Você poderá selecionar figuras da galeria e in-
la, formato numérico, limites da tabela e propriedades da cluí-las no documento de edição. Selecione o botão Novo
tabela. Tema a fim de abrir uma área de edição específica, na qual
Inserir: Permite a inserção de tabelas. Depois de inse- será inserido o arquivo (ou os arquivos) que irá integrar
rir tabelas, as opções linhas e colunas estarão disponíveis. o novo tema da Galeria. Clique em OK, para concluir a
Excluir: Faz o processo inverso, ou seja, exclui linhas, operação.
colunas e tabelas. Selecione o que você pretende excluir e Player de mídia: Permite inserir pequenos vídeos
selecione esta opção. dentro de um documento de texto.
Selecionar: Permite a seleção de linhas, colunas, Banco de dados bibliográficos: Apresenta a base de
células ou toda a tabela para posterior formatação. dados bibliográfica referente ao texto ou ao autor de vários
Mesclar células: Quando preciso juntar duas ou mais livros.
células, ativo esta opção.
Assistente de Mala Direta: Esta facilidade permite-lhe O que é isto: Clicando nessa opção, aparecerá um
juntar um documento com dados de uma fonte de dados, ponto de interrogação, que o usuário pode clicar em
criando um documento único. qualquer parte do aplicativo para saber qual a função
Atualizar: Atualiza os dados que variam com o tempo de determinado ícone. Informações da licença: Explica
ou com as variáveis contidas no documento, tais como: detalhadamente como está licenciado o LibreOffice e trás
Campos (data, hora, etc.), Índice atual e bem como a a cópia da licença.
formatação da página. O contrário, Atualizar Tudo, efetua Créditos do LibreOffice: Trás a lista dos voluntários
a atualização completa. responsáveis pelo projeto.
Macros: Ferramenta de edição e organização de Sobre o LibreOffice: Informações genéricas sobre a
macros, que emprega o LibreOffice Basic. Macros são presente versão do LibreOffice.
recursos de programação utilizados para automatizar
funcionalidades. O LibreOffice possui diversas barras de ferramentas
Gerenciador de Extensão: São extensões que podem que ficam ocultas, pois caso todas fossem exibidas ao
ser adicionadas ao LibreOffice, como por exemplo, o mesmo tempo, não haveria local para digitar o texto, por
CoGrOo, que é um um corretor gramatical acoplável ao isso, ficam ocultas e aparecem conforme a necessidade e
LibreOffice. são sensíveis ao contexto, por exemplo, quando se clica
Filtros XML: Abre uma caixa de diálogo com o qual sobre um gráfico a barra de assistente gráfico é exibida.
você pode criar, editar, apagar e testar filtros para importa- Logo abaixo da barra de menus encontramos a Barra
ção e exportação, de arquivos XML. Este assunto, foge o de Ferramentas Padrão. Esta barra é a mesma em todos
alcance desse livro. os aplicativos da suíte LibreOffice. Ela é do tipo barra de
Opções de autocorreção: Tem a mesma função do ferramenta Encaixada e pode ser movimentada e colocada
item Autocorreção do menu Formatar. em qualquer local da janela tornando-se flutuante. Para
Personalizar: Esse recurso permite a personalização movimentar uma barra basta clicar sobre cinco pontos na
de menus, barras de ferramentas e de status, teclas de vertical localizados no início da barra e arrasta-la para o
atalho e especificação de tarefas para as macros existen- novo local desejado.
tes. Na aba Menu, que também é válido com relação às
outras abas (Teclado, Barra de Ferramentas e Eventos). Barra de Ferramentas Padrão
A guia Eventos permite modificar o comportamentos Nesta barra temos os seguintes botões da esquerda
do LibreOffice, ao ser proposto um determinado evento. para a direita:
São recursos utilizáveis por usuários experientes. Novo (Ctrl+N): cria um novo arquivo de qualquer apli-
Opções: Este comando abre um uma caixa de diálogo cativo. No LibreOffice todos os aplicativos são integrados,
contendo tópicos de configuração do LibreOffice. Pratica- desta forma, é possível abrir uma nova planilha através
mente todos os recursos disponíveis estão listados, com do programa Writer aberto e clicando na seta existente ao
suas possíveis opções. É uma poderosa ferramenta para lado do botão Novo ou utilizando o atalho de teclado men-
a personalização do programa. cionado para criar um novo arquivo do mesmo aplicativo.
Menu janela: contém os comandos para o geren- O atalho de teclado não exibe opções de criar arquivos
ciamento das janelas, por exemplo, para mudar de uma de outros aplicativos a não ser do que já está aberto e
janela para outra basta utilizar este menu, nele, todas as sendo executado no momento em que o comando do
janelas ficam relacionadas e são exibidas. atalho é executado. No Writer digitando o atalho cria outro
Nova Janela: Este comando abre uma janela adicional arquivo de texto. No Calc utilizando o Ctrl+N cria uma nova
para fornecer uma nova área de trabalho para o documen- planilha.
to ativo. Você pode utilizar esta nova janela para visualizar Abrir (Ctrl+O): abre um arquivo existente de qualquer
o documento em posições diferentes ou pode usá-la para aplicativo.
ativar outro documento. Salvar (Ctrl+S): Como o próprio nome diz esse botão
Fechar Janela: Fecha a atual janela, quando temos permite ao usuário salvar as alterações feitas no documen-
várias abertas. to. Porém se o documento nunca foi salvo, ao clicar nesse
Lista de documentos abertos: Cada novo documen- botão será aberta a janela salvar como, onde é possível
to que for aberto será acrescentado à lista que aparece na definir o local onde o arquivo será salvo, o nome e o tipo do
área abaixo do comando Fechar Janela. Um [●], à esquer- arquivo. Se o documento já foi salvo e alguma alteração foi
da do título do documento ativo, facilita à sua identificação. realizada, ao clicar nesse botão elas serão simplesmente
salvas. Quando não há alterações esse botão fica desati-
Menu ajuda: contém comandos para auxiliar na res- vado.
posta de dúvidas quanto ao aplicativo utilizado. Comandos E-mail com o documento anexo – Cria uma mensa-
deste menu: ajuda do LibreOffice, o que é isto?, enviar gem de Correio Eletrônico e adiciona o documento como
minha opinião, informações da licença, verificar por atuali- anexo desta mensagem, utilizando o cliente de e-mail
zações, sobre o LibreOffice. padrão do sistema.
Ajuda do LibreOffice: É a principal opção do menu Editar arquivo: Ativa/desativa a possibilidade de
ajuda, sendo que será consultada para tirar qualquer dúvi- editar o arquivo, seria uma forma mais simples de travar o
da sobre o aplicativo. arquivo contra alterações, porém, sem senha.
Exportar diretamente como PDF – Com esta opção Hiperlink: Exibe a caixa de diálogo “Inserir Hiperlink”,
o Writer exporta o arquivo em edição para o formato onde é possível criar um Link (atalho) para outro ponto do
PDF. Este formato é um tipo de arquivo não alterável por mesmo documento, para outro arquivo ou ainda para uma
programas comuns, somente versões pagas permitem página da internet. Por padrão o texto que é um link fica na
alterações em arquivo do formato PDF. Não é necessário cor azul e sublinhado, isto pode ser alterado. Um link pode
nenhum outro aplicativo para que este comando funcione. ser feito em uma palavra, frase ou imagem.
Imprimir arquivo diretamente – Similar ao Impressão Tabela (CTRL+F12): Quando clicado abre a janela
Rápida de outros editores de texto, imprime o conteúdo do “Inserir Tabela”, possibilitando inserir tabelas com qualquer
arquivo diretamente para a impressora que estiver definida configuração de tamanho, quantidade de linhas e colunas
como padrão e suas configurações. e layout.
Quando houver um texto selecionado no texto, o pro- Mostrar funções de desenho: Exibe/oculta a barra de
grama solicitará confirmação se a impressão será do todo ferramenta de desenho. Este é um botão bastante cobrado
o documento ou apenas a parte selecionada do texto. em concursos por causa do layout do botão confundindo
Visualizar impressão: Permite, verificar como ficará o candidato com o comando de inserir linhas ou formas.
o documento caso seja impresso. A visualização será Este botão somente exibe e culta a barra que contém os
feita em tela inteira para que o usuário possa visualizar a comandos de inserir linhas e formas.
formatação do documento e corrigi-lo antes de imprimir. Navegador (F5) – Permite que o usuário navegue pelo
Ortografia e Gramática (F7): Exibe a caixa de diálogo documento, de acordo com o conteúdo desejado, títulos,
“Verificar Ortografia e Gramática” que permite ao usuário tabelas etc, a procura de algo específico.
iniciar a correção ortográfica do documento, com base no Galeria – Permite que imagens, temas e sons sejam
dicionário do Writer. inseridos ao documento do Writer através de um banco de
DICA: A correção começa a partir de onde o cursor imagens. Após clicar no botão aparece uma barra flutuante
está posicionado, executa a verificação até o final do que exibe uma lista de imagens e sons que podem ser
documento e retorna ao início para verificar até o ponto inseridos ao documento. O Writer possui a opção de Inse-
que foi iniciado. O fato do Writer Indicar, com o sublinhado rir Figuras e Inserir Filmes e Sons, que buscam arquivos
vermelho, um erro ortográfico, não significa que há um no computador do usuário. Já esta opção da Galeria é
erro, isso acontece quando a palavra ou expressão não se baseia em uma lista disponibilizada pelo Writer e não
existe no dicionário do Writer. Lembre-se por mais que inserida a partir do computador do usuário.
o nome do botão seja ortografia e gramatica o WRITER Caracteres não imprimíveis (CTRL+F10): Exibe/
possui por padrão apenas o corretor ortográfico. oculta os marcadores de formatação ou caracteres não
Auto verificação Ortográfica: Exibe/oculta a indi- imprimíveis. Muito útil para verificar a formatação do docu-
cação de erro ortográfico (sublinhado vermelho). Obs.: mento com relação a espaços em branco, uso das teclas
Mesmo que a indicação esteja desativada o Writer con- TAB e ENTER.
tinua executando a verificação do erro ortográfico, porém Ajuda do LibreOffice (F1): Exibe a ajuda do Libreof-
apenas é indicado se o usuário clicar no ícone “Ortografia fice.
e Gramática” ou pressionar F7.
Cortar (CTRL+X): Recorta o item selecionado (é Barra de Ferramentas Formatação
movido para área de transferência). Nesta barra temos os seguintes botões da esquerda
Copiar (CTRL+C): Copia o item selecionado (cria uma para a direita:
cópia na área de transferência e pode ser colado quantas Estilos e Formatação (F11): Exibe a janela Estilos e
vezes forem necessário). Formatação que mostra os estilos pré-definidos e também
Colar (CTRL+V): Deposita, na posição do cursor, o permite salvar configurações relativas ao tamanho e cor da
conteúdo da área de transferência independentemente se fonte, espaçamento entre linhas do parágrafo. É possível
foi copiado ou recortado e não importando o tamanho. alterar os estilos existentes ou mesmo criar novos.
Pincel de Estilo: Esse recurso (principalmente o Caixa de formatação com o texto “normal”: Exibe
ícone) cai em vários concursos. Ele permite copiar a for- o estilo que está sendo utilizado e permite abrir a janela
matação de um item e aplicar em outro. Este recurso não estilos e formatação.
copia o texto somente a formatação (Fonte, tamanho, cor, Caixa de formatação com o texto “Arial”: Aqui
negrito, itálico, etc). o usuário pode escolher o tipo da fonte. Quando há um
Desfazer: Desfaz a ultima ação feita (CTRL+Z). texto selecionado o Writer exibe a formatação de fonte
deste texto. Caso esta caixa apareça em branco significa
O limite de vezes que o Writer pode desfazer uma que há dois ou mais tipos de fontes diferentes no texto
ação, por padrão, são 999 vezes. Para alterar o número selecionado.
de comandos que podem ser desfeitos, clique no menu Caixa de formatação com numero: Permite definir o
Ferramentas -> Opções -> LibreOffice -> Memória, e tamanho da fonte, sendo o tamanho mínimo de 2 e o má-
digite um novo valor de 1 a 1000 na caixa “Número de ximo de 999,9. Quando há um texto selecionado o Writer
etapas”. exibe a formatação de tamanho da fonte deste texto. Caso
Refazer: Refaz as ultimas ações que foram desfeitas esta caixa apareça em branco significa que há dois ou
(CTRL+Y). mais tamanhos de fontes diferentes no texto selecionado.
botão trifunção e acione “Atualizar estilo”. Pronto. Estilo Localizando, substituindo e formatando texto
atualizado. O raciocínio para estilos de caracteres, de O Writer possui duas maneiras de localizar texto dentro
quadros, de listas, etc., é o mesmo. A terceira função deste de um documento: a barra de ferramentas Localizar para
versátil ícone é a de carregar estilos a partir de modelos ou busca rápida e o menu Localizar e substituir. No menu,
documentos existentes. Aquele documento que você acaba pode-se:
de receber via internet, por exemplo, rico em formatação, • Localizar e substituir palavras ou frases.
e que você encontrou muitas coisas a serem copiadas, • Usar coringas e expressões regulares para ajustar
como os estilos das páginas, de alguns parágrafos, de a busca
quadros, por exemplo, você pode carregá-los para um outro • Localizar e substituir uma formatação específica
documento sem se preocupar com a sequência da criação • Localizar e substituir estilos de parágrafos
destes estilos. Você pode, inclusive, selecionar os estilos
a serem importados e sobrescrever ou não estilos com o Se a barra de ferramentas Localizar não estiver visível,
mesmo nome, casa haja coincidência de nomes entre os pode-se mostrá-la usando Exibir → Barras de ferramentas
estilos atuais e aqueles sendo importados. Na caixa de → Pesquisar.
diálogo de importação de estilos você pode escolher, claro, Para mostrar o menu Localizar e substituir, use a tecla
se deseja importar estilos a partir de modelos, por aplicação de atalho CTRL+F ou selecione Editar → Localizar e subs-
e também a partir de um arquivo, como se mencionou. tituir a partir da barra de menu.
Clique em “Do Arquivo...” para habilitar a importação a 1. Digite o texto que se deseja localizar na caixa Loca-
partir do seu documento-base dos estilos a serem importa- lizar.
dos. 2. Para substituir um texto por outro texto, digite o novo
texto na caixa Substituir por.
Cortando, copiando e colando texto 3. Pode-se selecionar várias opções tais como diferen-
Cortar e copiar texto no Writer é semelhante a cortar e ciar maiúsculas de minúsculas, somente palavras inteiras,
copiar texto em outras aplicações. Pode-se usar o mouse ou fazer uma busca por palavras similares.
ou o teclado para essas operações. Pode-se copiar ou mo- 4. Quando já tiver configurado sua busca, clique em
ver texto dentro de um documento, ou entre documentos, Localizar. Para substituir texto, clique em Substituir.
arrastando o texto ou usando seleções de menu, ícones,
ou atalhos de teclados. Também pode-se copiar texto de
Verificando ortografia e gramática
outras fontes como páginas Web e colar em um documento
O Writer fornece um verificador ortográfico, que pode
do Writer.
ser usado de duas maneiras:
Para mover (cortar e colar) o texto selecionado usando
Verificação automática, verifica cada palavra como
o mouse, arraste-o para o novo local e solte. Para copiar
ela foi digitada e mostra uma linha ondulada vermelha sob
o texto selecionado, segure pressionada a tecla CTRL
qualquer palavra com erros ortográficos. Quando a palavra
enquanto arrasta. O texto retém a formatação dada antes
é corrigida, a linha desparece.
de arrastá-lo.
Para efetuar uma verificação ortográfica separada no
Quando cola-se um texto, o resultado depende da fonte
do texto e como o texto foi colado. Se clicar no ícone Colar, documento (ou numa seleção de texto) clique no botão Or-
toda formatação que o texto tem (tal como negrito ou itálico) tografia e gramática. Isto verifica o documento ou seleção
é mantida. Texto colado de páginas Web e outras fontes e abre o menu Ortografia e gramática caso alguma palavra
podem também ser colocados em quadros ou tabelas. com erro de ortografia for encontrada.
Caso não goste dos resultados, clique no ícone Desfazer
ou pressione CTRL+Z. Algumas características adicionais do verificador orto-
Para fazer o texto colado assumir o formato do texto gráfico:
em volta do ponto onde ele está sendo colado, escolha uma • Pode-se clicar com o botão direito em uma palavra
dessas opções: com uma onda sublinhada para abrir o menu de contexto.
1. Editar → Colar especial, ou Selecionando-se palavras sugeridas no menu, a seleção
2. Clique no triângulo à direita do ícone Colar, ou substituirá a palavra com erro de ortografia no texto. Outras
3. Clique no ícone Colar sem soltar o botão esquerdo opções de menu são discutidas abaixo.
do mouse. • Pode-se mudar o idioma do dicionário (por exem-
plo, espanhol, francês, ou alemão) no menu Ortografia e
Então selecione Texto sem formatação do menu que gramática.
aparece. • Pode-se adicionar uma palavra ao dicionário,
A variedade de escolhas no menu Colar especial muda clicando em Adicionar no menu Ortografia e gramática e
dependendo da origem e formatação do texto (ou outro selecione o dicionário para o qual adicionar a palavra.
objeto) a ser colado. • Clique no botão Opções no menu Ortografia e gra-
mática para abrir um menu semelhante àquele em Ferra-
mentas → Opções → Configurações de idioma → Recursos
para redação descrito no capítulo 2. Lá pode-se escolher
verificar palavras com letras maiúsculas e palavras com
números, e pode-se gerenciar dicionários customizados, ou Para inserir um cabeçalho, selecione Inserir → Cabe-
seja, adicionar ou apagar dicionários e adicionar ou apagar çalho → Padrão (ou o estilo de página, se não for Padrão).
palavras em um dicionário. Outras informações como títulos de documento e
• Na aba Fonte no menu Estilos de parágrafo, títulos de capítulo são frequentemente colocados dentro do
pode-se configurar parágrafos para serem verificados em cabeçalho ou rodapé. Estes itens são melhor adicionados
um idioma específico (diferente do idioma do resto do como campos. Dessa forma, se alguma coisa mudar, os
documento). cabeçalhos e rodapés são automaticamente atualizados.
• O Writer não inclui um verificador gramatical, mas
pode-se instalar uma extensão como a Ferramenta de idio- Numerando páginas
ma e acessá-la de Ferramentas → Ortografia e gramática. Para numerar automaticamente páginas:
1. Insira um cabeçalho ou rodapé
A Ferramenta de idioma adiciona um novo item de 2. Posicione o cursor no cabeçalho ou rodapé onde
“menu e submenu” ao menu de Ferramentas, a partir do deseja-se que o número de página apareça e selecione
qual pode-se configurar a ferramenta e verificar/reverificar Inserir → Campos → Número da página.
o documento.
Imprimindo
Formatando parágrafos Writer proporciona várias opções para imprimir.
Pode-se aplicar vários formatos para parágrafos
usando os botões na barra de ferramentas Formatação de Impressão rápida
parágrafos. A barra de Formatação de parágrafos aparece Para imprimir rapidamente seu documento, basta clicar
como uma barra de ferramentas flutuante, customizada para no botão Imprimir arquivo diretamente, disponível no ícone
mostrar apenas os ícones de formatação de parágrafos. A impressora da barra padrão do Writer. Este comando envia
aparência dos ícones pode variar dependendo do sistema o documento atual diretamente para a impressora padrão.
operacional e a seleção do tamanho do ícone e o estilo em Note que a impressora padrão aparece entre parênteses
Ferramentas → Opções → BrOffice → Exibir. caso posicione-se o cursor do mouse sobre o ícone da
impressora por alguns segundos.
Formatando caracteres
Pode-se alterar a ação do ícone Imprimir arquivo
Pode-se aplicar vários formatos de caracteres usando
diretamente para enviar o documento para ser impresso
os botões da barra de ferramentas Formatação. A aparência
na impressora definida no documento e não na impressora
dos ícones pode variar dependendo do sistema operacional
padrão do computador. Selecione o menu Ferramentas →
e a seleção do tamanho dos ícones e estilo em Ferramentas
Opções → Carregar/Salvar → Geral e selecione a opção
→ Opções → BrOffice → Exibir.
Carregar as configurações da impressora com o documen-
Criando listas de marcadores e listas numeradas to.
Há várias maneiras de criar listas de marcadores e
listas numeradas: Controlando a impressão
• Usando autoformatação. Para um controle mais eficiente da impressão do do-
• Usando estilos de lista (numeração) cumento, use o menu Arquivo → Imprimir. Esse comando
• Usando estilos de lista (numerada) e Marcadores abrirá o menu de impressão.
da barra de ferramentas Formatação. Na guia Geral do menu de Impressão, poderá definir:
• Usando ícones de marcadores e numeração na • A impressora (entre as impressoras disponíveis).
barra de ferramentas de formatação de parágrafo: selecione • Quais as páginas a serem impressas, o número de
os parágrafos na lista, e então clique no ícone apropriado cópias e como agrupá-las (seção Intervalos e cópias).
na barra de ferramentas. • Se as anotações serão impressas ou não e, se
forem impressas, onde serão posicionadas. Na aba Opções
Formatando páginas do menu de impressão, podem-se encontrar várias outras.
O Writer fornece várias maneiras de controlar layouts
de página: Visualizando a impressão antes de imprimir
• Estilos de página A visualização de página normal no Writer permite vi-
• Colunas sualizar cada página da mesma forma como será impressa,
• Quadros no entanto, mostra apenas uma página por vez.
• Tabelas Se desejar imprimir um documento frente e verso,
• Seções é possível ver o resultado da impressão através de dois
modos:
Criando cabeçalhos e rodapés • Layout de visualização (modo editável): use as
Um cabeçalho é uma área que aparece no topo de uma folhas do modo Livro no canto inferior direito da barra de
página. Um rodapé aparece no fim da página. Informações status.
como números de página inseridos dentro de um cabeçalho • Layout de visualização (modo não-editável):
ou rodapé são mostradas em todas as páginas do docu- onde também se poderá imprimir mais de uma página por
mento com aquele estilo de página. folha.
L(NúmeroDeLinha)C(NúmeroDeColuna)
Inserir ou excluir uma coluna
Ex: L(3) C(-2) para a célula situada 3 linhas abaixo e 2
colunas à esquerda em relação à célula de referência:
Para inserir uma coluna, selecione a coluna, selecione
Página inicial > Inserir > Inserir Colunas na Planilha.
Para excluir uma coluna, selecione a coluna, selecione
Página inicial > Inserir > Excluir Colunas da Planilha.
Ou clique com o botão direito do mouse no topo da co-
luna e selecione Inserir ou Excluir.
Referência nomeada
Clique na seta no cabeçalho da coluna para exibir uma lista em que você pode fazer escolhas de filtragem.
Para selecionar por valores, na lista, desmarque a caixa de seleção (Selecionar tudo). Isso remove as marcas de
seleção de todas as caixas de seleção. Em seguida, selecione apenas os valores que você deseja ver e clique em Okey
para ver os resultados.
Cada função possui uma estrutura, ou seja, uma ordem específica que você deverá seguir para obter um resultado
correto. A lógica básica para criar uma fórmula com uma função é a seguinte:
Inserir o sinal igual (=).
Selecionar uma função (SOMA, por exemplo, é o nome da função usada para a adição).
Incluir os argumentos da fórmula, ou seja, os dados que serão usados para a realização do cálculo.
Para usar estas funções corretamente, é importante saber quais são as partes de uma função e, como criar argumento
para calcular valores e as referências de células.
Para ver uma fórmula, selecione uma célula e ela aparecerá na barra de fórmulas.
Fórmulas detalhadas
Você pode navegar pelas seções individuais abaixo para saber mais sobre os elementos específicos da fórmula.
Uma fórmula também pode conter qualquer um dos itens a seguir ou todos eles: funções, referências, operadores e
constantes.
Partes de uma fórmula
Uma constante é um valor não calculado, sempre permanece o mesmo. Por exemplo, a data 09/10/2008, o
número 210 e o texto “Receitas trimestrais” são todos constantes. Uma expressão ou um valor resultante de uma
expressão, não é uma constante. Se você usar constantes na fórmula em vez de referências a células (por exemplo,
=30+70+110), o resultado se alterará apenas se você modificar a fórmula. Em geral, é melhor colocar constantes em
uma célula individual, onde ela pode ser alterada facilmente se necessário, e só então referenciá-las nas fórmulas.
Uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa ao Excel onde procurar
pelos valores ou dados a serem usados em uma fórmula. Você pode utilizar referências para usar dados contidos em
partes diferentes de uma planilha em uma fórmula ou usar o valor de uma célula em várias fórmulas. Você também pode
se referir a células de outras planilhas na mesma pasta de trabalho e a outras pastas de trabalho. As referências a células
em outras pastas de trabalho são chamadas de vínculos ou referências externas.
O estilo de referência A1
Por padrão, o Excel usa o estilo de referência A1, que se refere a colunas com letras (A até XFD, para um total de
16.384 colunas) e se refere a linhas com números (1 até 1.048.576). Essas letras e esses números são chamados de
títulos de linha e coluna. Para se referir a uma célula, insira a letra da coluna seguida do número da linha. Por exemplo,
B2 se refere à célula na interseção da coluna B com a linha 2.
=SOMA()
ou em inglês =SUM()
Esta é uma das funções mais básicas e ao alcance de todos os utilizadores Excel. A sua função é soma de células,
por exemplo, a soma dos números contidos na célula B2 e na célula M2 e serem apresentados na célula D3. Para usar
esta função basta clicar na célula onde pretendemos ver o resultado, por exemplo a D3 e escrever =SOMA( e de seguida
=MÉDIA()
ou em inglês =AVERAGE()
=MÍNIMO()
ou em inglês =MIN()
=MÁXIMO()
ou em inglês =MAX()
=ARRED.PARA.CIMA() e =ARRED.PARA.BAIXO()
ou em inglês = ROUNDUP(), =ROUNDDOWN()
Se procuramos um um controlo mais directo sobre arredondamentos para cima ou para baixo existem estas duas fun-
ções também. Por um lado o =ARRED.PARA.CIMA() irá arredondar um número para cima afastando-o de zero, por outro
=ARRED.PARA.BAIXO() que por defeito arredonda um número até zero. Por exemplo =ARRED.PARA.BAIXO(3,2 0) irá
arredondar o valor 3,2 por defeito para nenhuma casa decimal ou seja para o valor de 3.
O exemplo oposto de =ARRED.PARA.CIMA() seria: =ARRED.PARA.CIMA(3,2 0) a função arredondaria o valor de 3,2
para cima até zero de casas decimais ou seja, reflectindo o valor de 4.
Faixa de Opções
Há três componentes básicos na Faixa de Opções e que é bom saber como cada um se chama para compreender
como utilizá-la.
São eles:
- Guias - Há oito guias básicas na parte superior: Arquivo, Página Inicial, Inserir, Layout da Página, Fórmulas, Dados,
Revisão e Exibição. Cada uma representa uma área de atividade e apresenta os comandos reunidos por grupos. Por
exemplo, a guia Página Inicial contém todos os comandos utilizados com mais frequência. E os botões Cor do preenchi-
mento, Cor da fonte e Tamanho da fonte estão no grupo Fonte. Estas opções são provavelmente as mais utilizadas, por
iniciantes no Excel, juntamente com as opções do grupo Área de Transferência.
- Grupos - Cada guia tem vários grupos que mostram os itens de botões de ação. Exemplo: os botões Negrito e Fonte
estão no grupo Fonte, já os botões Mesclar Célula, Centralizar e Alinhar à Direita, estão no grupo Alinhamento.
- Botões de Ação, ou Comandos - Um comando é um botão, ou uma caixa para inserir informações, ou um menu de
determinada ação. Nestes espaços, você começa a aplicar todas as ações de formatação, criação, desenvolvimento de
uma planilha. Exemplo: gravar macros e inserir gráficos, são algumas das ações.
Não precisa memorizar os grupos, pois basta memorizar as guias e os comandos. Abaixo descrevemos as guias e os
respectivos grupos:
- Guia Arquivo - Acessa a área de gerenciamento de arquivos chamada Backstage. Nela temos as opções: Informa-
ções, Novo, Abrir, Salvar, Salvar Como, Imprimir, Compartilhar, Exportar, Publicar, Fechar, Conta, Comentário e Opções.
Algumas opções foram acrescentadas na últimas versões do Excel
- Página Inicial - É mais utilizada, para aplicar formatações de planilha e alterações de linhas colunas, etc. Encontra-
mos os seguintes grupos: Área de transferência, Fonte, Alinhamento, Número, Estilo, Células e Edição.
- Inserir - Esta guia tem várias funções importantes e avançadas, para desenvolvimento e aplicações da planilha. Os
grupos são: Tabelas, Ilustrações, Gráficos, Tours, Manigráficos e Links. Isso pode variar muito entre as versões do Excel.
,- Desenhar - Representa ferramentas para desenhar, Ir para a planilha anterior dentro da pasta de trabalho:
escrever e fazer marcações em uma planilha. Temos os Ctrl + Page Up
grupos: Ferramentas, Canetas, Converter e Repetição. Inserir formato de data (dia, mês e ano): Ctrl + Shift + #
- Layout da Página - Esta guia tem funções relaciona- (sinal numérico)
das a visualização das planilhas, principalmente para im- Inserir formato de hora (hora e minutos): Ctrl + Shift +
pressão. Temas, Configuração de Página, Dimensionar @ (arroba).
para Ajustar, Opções de Planilha e Organizar. Estes são os
grupos encontrados. Barra de fórmulas, dados e funções
- Fórmulas - Funciona especificamente para quem tra- Expandir ou reduzir a barra de fórmulas: Ctrl + Shift + U
balha com fórmulas na planilha. A verificar pelos grupos: Finalizar uma entrada na barra de fórmulas e selecionar
Biblioteca de Funções, Nomes Definidos, Auditoria de Fór- a célula abaixo: Enter
mulas e Cálculo. Cancelar uma entrada na barra de fórmulas ou na cé-
- Dados - Para trabalhar com listas, importação de da- lula: Esc
dos e exportação de dados. Veja os grupos: Obter e Trans- Selecionar o texto da barra de fórmulas do local onde
formar Dados, Consultas e Conexões, Classificar e Filtrar, está o cursor até o final: Ctrl + Shift + End
Ferramentas de Dados e Previsão. Depende de sua versão Calcular a planilha inteira: Shift + F9
do Excel, os grupos podem ser bem diferentes. Calcular todas as planilhas em todas as pastas de tra-
- Revisão - A parte mais utilizada dessa guia é o grupo balho abertas: F9
Proteger. Mas não mais importante que: Revisão de Texto, Ativar o preenchimento relâmpago para identificar pa-
Acessibilidade, Ideias, Idioma e Comentários. drões nas colunas adjacentes e aplicá-los na coluna sele-
- Exibir - Tem fator importante na planilha, veja os cionada automaticamente: Ctrl + E
grupos: Modo de Exibição de Pasta de Trabalho, Mostrar, Inserir uma função: Shift + F3
Zoom, Janela e Macros. Escolher um nome para usar nas referências: Alt + M,
- Desenvolvedor - esta guia é para quem trabalha com depois M, depois D
Excel intermediário, ou avançado. Ela não está disponível Criar um gráfico dos dados no intervalo atual: Alt + F1
por padrão, mas você pode adicionar. Quando adicionar Criar um gráfico dos dados no intervalo atual, mas em
veja os grupos e suas funções. uma folha de gráfico diferente: F11
Criar, editar ou excluir uma macro: Alt + F8
Navegação básica no Excel .
Abrir uma planilha nova: Ctrl + A Fonte:
Salvar uma planilha: Ctrl + B https://support.office.com/pt-br
Fechar uma planilha: Ctrl + W https://edu.gcfglobal.org/pt/microsoft-excel-2010/o-
Ir para a página inicial: Alt + C -que-e-uma-funcao-do-excel/1/
Copiar: Ctrl + C https://www.tudoexcel.com.br/planilhas/o-que-e-a-fai-
Recortar: Ctrl + X xa-de-opcoes-do-excel-3042.html
Colar: Ctrl + V https://pplware.sapo.pt/truques-dicas/conheca-15-fun-
Desfazer última ação: Ctrl + Z coes-essenciais-do-excel/
Ir para a guia de dados: Alt + S https://www.impacta.com.br/blog/2018/08/13/conheca-
Ir para a guia Exibir: Alt + K -principais-atalhos-excel-ajudar-dia-a-dia/
Ir para a guia Inserir: Alt + T www.qconcursos.com
Ir para a guia de layout: Alt + P
Ir para a guia de fórmulas: Alt + N
QUESTÕES
Navegação nas células
Ir para células acima, abaixo ou aos lados: teclas de 01. Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: PC-AP Prova: FCC
direção - 2017 - PC-AP - Delegado de Polícia
Ir para a próxima célula à direita ou alternar entre célu- A planilha a seguir foi digitada no LibreOffice Calc 5.3 e
las desbloqueadas (no caso de planilhas protegidas): Tab no Microsoft Excel, ambos em português, e mostra os ho-
Ir para a célula anterior (ou para a opção anterior em micídios por armas de fogo em algumas regiões do Brasil
caixas de diálogo): Shift + Tab de 2009 a 2014.
Ir para a borda da área de dados atual: Ctrl + teclas de Na célula H3, foi digitada uma fórmula para calcular a
direção média aritmética dos valores do intervalo de células de B3
Ir para a última célula da planilha, no canto inferior di- a G3. A fórmula utilizada foi
reito: Ctrl + End
Expandir a seleção até a última célula: Ctrl + Shift + End A) =MÉDIA(B3:G3)tanto no LibreOffice Calc 5.3 quanto
Ir para o começo da planilha: Ctrl + Home no Microsoft Excel.
Mover a tela para a direita: Alt + Page Down B) =AVG(B3:G3) no LibreOffice Calc 5.3 e =MÉ-
Mover a tela para a esquerda: Alt + Page Up DIA(B3:G3) no Microsoft Excel.
Mover a tela para cima: Page Up
Planilha do Arquivo: Insere uma planilha já existente Caractere: semelhante ao LibreOffice Writer.
na atual. Parágrafo: semelhante ao LibreOffice Writer.
Vincular a Dados Externos: Insere a fonte de dados Alterar Caixa: semelhante ao LibreOffice Writer.
original. Estilos e formatação: Utiliza os Estilos de Formata-
Caractere Especial: semelhante ao LibreOffice ção semelhante ao utilizado no LibreOffice Writer.
Writer. Autoformatar: semelhante ao LibreOffice Writer.
Marcas de Formatação: Insere condições especiais Formatação Condicional: Define condições quando
de formatação com relação a hífen. um parâmetro for atendido. Por exemplo, definir que
Hiperlink: semelhante ao LibreOffice Writer. quando o resultado de uma função for negativo este valor
Função: Insere uma das muitas funções existente no aparecerá em vermelho.
LibreOffice Calc Âncora: semelhante ao LibreOffice Writer.
Lista de Funções: abre uma janela fixa na lateral Alinhamento: semelhante ao LibreOffice Writer.
direita com as Funções Recém Utilizadas, mas é possível Dispor: semelhante ao LibreOffice Writer.
visualizar e inserir qualquer função do Calc. Inverter: semelhante ao LibreOffice Writer.
Nomes: Com esta função é possível renomear ou Agrupar: semelhante ao LibreOffice Writer.
nomear qualquer intervalo de célula que facilita na hora da Figura: semelhante ao LibreOffice Writer.
criação de uma função. Controles: Você pode utilizar a barra de ferramentas
Anotação: Conhecido como “Comentário” no MS-Ex- Controles para adicionar caixas de seleção, botões, tabe-
cel. Cria uma caixa de texto amarela ligada a uma célula. las mostrando registros de dados e outros controles a um
Quando há uma anotação na célula a mesma exibe uma documento.
minúscula marca vermelha no seu interior, basta posicio- Formulários: Elabora formulários para uma planilha.
nar o mouse sobre esta célula e aguardar um instante que
será exibida a caixa de texto com a explicação sobre o Menu Ferramentas
conteúdo da célula. Ortografia: semelhante ao LibreOffice Writer.
Figuras: semelhante ao LibreOffice Writer. Idioma: semelhante ao LibreOffice Writer.
Filme e Som: semelhante ao LibreOffice Writer. Detetive: Este comando permite a realização auto-
Objeto: semelhante ao LibreOffice Writer. mática de auditoria entre dados e fórmulas contidos na
Gráfico: Permite configurar e inserir vários tipos de planilha.
gráficos em sua planilha. São quatro passos que permite Rastrear precedentes: Esta função mostra o relacio-
escolher o tipo do gráfico, definir a base de dados, série de namento entre a célula atual que contém a fórmula e as
dados e nomear os eixos e definir as legendas. células usadas na fórmula.
Remover precedentes: Exclui um nível de setas de
Menu formatar rastreamento que foram inseridas com o comando Ras-
Limpar Formatação: semelhante ao LibreOffice trear precedentes.
Writer. Rastrear dependentes: Desenha setas rastreadoras
Células: Neste comando estão centralizadas todas que unem a célula ativa às fórmulas que utilizam os valo-
as opções possíveis de formatação da célula, desde de res da célula ativa.
seu conteúdo até as cores das linhas de grade e preen- Remover dependentes: Exclui um nível de setas ras-
chimento. Defina o tipo de número que está na célula, treadoras criadas com Rastrear dependentes.
alinhamentos, mesclagem, quebra de texto, etc. Remover todos os rastros: Remove todas as setas
Linha: Permite formatar uma ou mais linhas da plani- rastreadoras da planilha.
lha, quanto à altura e à visibilidade. Rastrear erro: Desenha setas rastreadoras que unem
Colunas: Permite uma ou mais colunas da planilha, a célula ativa a todas as células precedentes, causando
quanto à altura e à visibilidade. um valor de erro em uma célula selecionada.
Planilha: Permite renomear, ocultar ou exibir a plani- Marcar dados inválidos: Marca todas as células na
lha ativa. planilha que contém valores fora das regras de validação.
Mesclar células: Abre um submenu que possibilita a Atualizar rastros: Redesenha todos os rastros na pla-
escolha de Mesclar e Centralizar Células, Mesclar Células nilha. Quando os rastros são redesenhados, as fórmulas
e Dividir Célula. O Mesclar Célula é o comando que trans- modificadas são levadas em consideração.
forma em uma única célula várias células sequenciais. Atualizar automaticamente: Atualiza automaticamente
Página: Este comando engloba todos os comandos todos os traços na planilha toda vez que você modifica
possíveis para se formatar a planilha em relação a sua es- uma fórmula.
trutura. Defina o tamanho da página (A4, carta), margens, Modo de preenchimento: Ativa o modo de preenchi-
as linhas de grade (espessura e cor), cabeçalho e rodapé mento do Detetive. O ponteiro do mouse se transformará
e cores de preenchimento das células. em um símbolo especial e, quando você clicar em qualquer
Intervalo de impressão: É possível definir exatamen- célula, será exibido um rastreamento que mostra as suas
te o que você quer que seja impresso quando pressionar células precedentes. Para sair desse modo, pressione a
o botão da impressora na Barra Padrão. Escolha uma tecla Esc ou clique no comando Sair do modo de preenchi-
coluna, uma linha, uma parte da planilha, etc. mento no menu de contexto.
Atingir meta: Abre uma janela onde se pode espe- serão exibidas as mulheres (F) e dentro desta classifica-
cificar um valor alvo pela célula selecionada. Uma vez ção o cargo das mulheres, Auxiliar, Comprador, Diretor.
concluída a pesquisa, será exibido um resultado que pode Depois serão exibidos os homens (M) e os cargos Auxiliar,
ser aplicado diretamente àquela célula. A caixa apresenta Comprador, Diretor.
as seguintes caixas de texto: Célula de fórmula: Exibe a
fórmula contida na célula, Valor desejado: Espaço para Filtro: Este comando é utilizado para exibir na planilha
digitação do valor a ser atingido e Célula variável: Permite somente os dados necessários, sem excluí-los, somente
introduzir a referência da célula que contém o valor a ser os oculta. Por exemplo utilizando a mesma planilha do
ajustado, para atingir o valor alvo. exemplo anterior para exibir somente as mulheres da em-
Solver: É uma ferramenta que permite resolver proble- presa (sexo Feminino) basta clicar em Filtro -> autofiltro e
mas de pequena e média complexidade. Para chegar a um na coluna SEXO escolher a letra F na caixa de seleção (
“resultado ótimo”. ) e somente as mulheres da empresa serão exibidas. Para
Cenários: São possibilidades de interpretar dados saber as diretoras da empresa feito o passo anterior basta
e criar um cenário com resultados. Alterando os valores clicar na caixa de seleção da coluna CARGO escolher
dos dados é criado outro cenário, permitindo uma análise Diretor e todas mulheres Diretor serão exibidas, é possível
gerencial sobre os dados obtidos. fazer outros filtros dentro do resultado dos filtros.
Compartilhar documento: Esta opção permite que Formulário: Exibe um formulário contendo os campos
vários usuários possam editar o mesmo documento. da planilha a serem preenchidos. É uma forma diferente
Mesclar documentos: Quando um documento/plani- de alimentar a planilha inserindo os dados através de um
lha é editado por mais de uma pessoa, utilizando o recurso formulário.
anterior. Depois, para juntar as partes, utilize este recurso. Subtotais: exibe somas intermediárias ao valor total
Proteger documento: Este comando permite proteger/ que representa a soma de outras somas. Exemplificando,
liberar os dados da planilha ativa ou de todo o documento, se tivermos uma planilha de vendas e houver a necessida-
conforme as opções Proteger Planilha ou Documento. de de exibir as somas das vendas parciais utilizamos este
Conteúdo da Célula: Este recurso altera a forma comando.
pela qual os dados são inseridos nas células. As duas Validação: restringe a digitação de dados na célula
primeiras opções referem-se ao preenchimento (atualiza- ao tipo de informação desejada. É possível que na célula
ção), de células que contém fórmulas; elas poderão ser ativa somente texto possa ser digitado, ou número, ou data
recalculadas e preenchidas manual ou automaticamente. e assim por diante. Caso tente-se digitar um texto em uma
A última opção oferece sugestões de complemento para o planilha configurada para data, uma mensagem de erro e
conteúdo da célula. instruções, feita por você, será exibida ao usuário infor-
Galeria: semelhante ao LibreOffice Writer. mando como devem ser preenchidos todos os campos da
Player de mídia: semelhante ao LibreOffice Writer. planilha.
Macros: o Macro é a gravação de um procedimento Operações Múltiplas: Viabiliza a execução múltiplas
que pode ser executado quando você quiser. Basta seguir na área selecionada. A caixa de diálogo associada permite
a caixa de diálogo que é bastante intuitiva e completar seu escolher fórmulas e selecionar linhas e colunas.
comando. Texto Para Colunas: Imagine que você tenha numa
Gerenciador de extensão: semelhante ao LibreOffi- célula A1, os números 1,2,3,4,5. Você pode colocá-los em
ce Writer. cada célula. Para fazer isso, selecione esse a célula A1 e
Filtro XML: semelhante ao LibreOffice Writer. clique em Dados >> Texto para colunas … , depois clique
Opções de autocorreção: semelhante ao LibreOffi- em Vírgula e pressione OK. Como pode observar, cada
ce Writer. número ou letra, fica em células separadas.
Personalizar: semelhante ao LibreOffice Writer. Consolidar: Este comando também executa opera-
Opções: semelhante ao LibreOffice Writer. ções múltiplas, porém, pode combinar dados de diversas
áreas independentes, inclusive de diferentes planilhas. A
Menu dados partir desses dados, será calculada uma nova área.
Definir Intervalo: nomeia um intervalo facilitando a Esquema: Você pode criar uma estrutura de tópicos
inserção em funções. para os dados e agrupar linhas e colunas de modo a poder
Selecionar Intervalos: Seleciona um intervalo daque- recolher e expandir os grupos com um único clique do
les que foram criados com o comando anterior. mouse.
Classificar: Coloca em ordem crescente ou decres- Tabela dinâmica: A tabela dinâmica (anteriormente
cente os dados da coluna escolhida. Lembrando que os chamada de Assistente de dados) permite combinar, com-
dados das outras colunas seguirão a referência da sua parar e analisar grandes volumes de dados. Você pode ver
linha. É possível escolher vários níveis de classificação. diferentes resumos dos dados de origem, exibir detalhes
Por exemplo, em uma planilha com o cadastro dos funcio- das áreas de interesse e criar relatórios. Uma tabela criada
nários de uma empresa é possível classificar esta planilha como tabela dinâmica é uma tabela interativa. Os dados
desta forma: primeiro em ordem crescente o sexo dos podem ser arrumados, rearrumados ou resumidos de
funcionários (M-F), depois classificar em ordem crescente acordo com vários pontos de vista.
o cargo dos funcionários. A planilha ficará assim primeiro
Atualizar Intervalo: Atualiza um intervalo que havia Assistente de Funções (fx): Abre uma janela que pos-
sido inserido na planilha proveniente de um banco de sibilita a edição de fórmulas complexas.
dados externo. Soma (Σ): Clicando em Soma a célula ativa será
preenchida com o valor da soma dos conteúdos das célu-
Menu janela las imediatamente acima ou à esquerda dela.
Além dos recursos de abrir e fechar uma janela aqui Função (=): Clicando este botão, inicialmente você
é possível dividir a janela em quatro visualizações e movi- colocará um sinal de igual na Linha de entrada da Barra
menta-las da forma que achar necessário e ainda congelar, de Fórmulas e na célula ativa. Verifique que, na caixa de
onde a linha acima e a coluna da esquerda da célula ativa nome, aparece a palavra “Soma”. Ao clicar o botão dessa
ficarão congeladas, onde serão sempre exibidas ficando caixa, as seguintes opções de funções matemáticas são
somente o restante da planilha para navegação, isto é útil exibidas: Soma, Média, SE, Máximo e Mínimo surgem no
quando trabalhamos com planilhas grandes e precisamos menu de contexto deste comando. Selecionando-se uma
da referência da coluna para sabermos exatamente o que dessas funções e seguindo a montagem da função con-
preencher em uma determinada célula. forme sua necessidade, aparecerá o resultado da função
Como já falamos uma planilha é uma tabela e uma tabe- na célula ativa. Note que, quando você no botão função
la é formada por linhas e colunas. Pois bem, no Calc todas (=), os botões Soma (Σ) e Função (=) se transformam em
as colunas são representadas por letras na parte superior e Cancelar (x) e Aceitar (√).
que vão da primeira coluna representada pela letra “A” até a Linha de entrada: Esta é a área onde é exibido tudo
última representada pela combinação das letras “AMJ” que que está dentro da célula. Podemos visualizar textos,
somam 1.024 colunas. Esta contagem é feita desta forma números, fórmulas, funções, etc.
quando uma coluna é representada pela letra “Z” a próxima Existem algumas formas para mover a célula ativa
coluna recebe a representação com duas letras “AA, AB, ... pela planilha. Para pequenos deslocamentos basta utilizar
” até chegar em “AZ” daí a próxima coluna é “BA, BB, BC, as teclas setas ou apenas um clique do mouse sobre o
...” até chegar “AMJ” somando as 1.024 colunas. endereço desejado e a célula clicada será a célula ativa.
Já as linhas são representadas por números do lado
É possível selecionar uma sequência de células cha-
esquerdo da janela e são representadas do número 1 até
madas de “Intervalo” quando as células são adjacentes
a última linha que é 1.048.576, isto mesmo, mais de um
(sequenciais), basta clicar sobre uma célula, manter o
milhão de linhas, é uma planilha bem grande.
botão do mouse pressionado e movimentar o mouse sobre
Cada quadradinho formado pela junção da coluna
a planilha e todas as células por onde o mouse passar
com a linha forma a célula, é dentro das células que in-
serão selecionadas. É possível ainda selecionar células
serimos os textos e número que formarão nossa planilha.
não-adjacentes, separadas, basta clicar sobre a primeira
Cada célula possui um endereço que formado pela letra
da coluna seguido do número da linha, por exemplo, a célula que se deseja selecionar, manter a tecla CTRL (con-
primeira célula da planilha é formada pela coluna A linha trol) pressionada enquanto clica sobre as demais células e
1, desta forma o endereço da célula é A1, sempre nesta todas serão selecionadas. Não solte a tecla CTRL até que
sequência, nunca coloque o número primeiro como 1A, todas as células desejadas estejam selecionadas.
isto é errado e constantemente aparece em questões de A finalidade de um gerenciador de planilhas é fazer
concurso público para confundir os que não estudam. O cálculos. Para isto utilizamos duas formas de fazermos
endereço da célula ativa, aquela que recebe os textos e estes cálculos utilizando fórmulas e funções. As fórmulas
números que são digitados, é exibido na Caixa de Nome são bem simples de montar e são utilizadas para reali-
na Barra de Fórmulas. Outra dica da referência de ende- zarmos cálculos mais simples como somar dois números
reço é que a letra da coluna e número da linha, onde a por exemplo. Já as funções podem ser simples ou bem
célula ativa está, ficam na cor azul destacado das demais complexas capacitando ao usuário utilizar vários conhe-
linhas e colunas que permanecem em cinza (cor padrão). cimentos físicos e matemáticos para resolver problemas
complexos com cálculos bem complexos.
Mas vamos nos atentar ao concurso, os cálculos
exigidos são mais simples e requerem um raciocínio
lógico com bastante atenção e cuidado. As questões de
Calc são sempre bem elaboradas e requerem uma análise
cuidadosa, por isso, realizar a prova com calma e fazer
os exercícios desta apostila e procurar outros na Internet
irão preparar você para se classificar bem em qualquer
concurso.
Preste bastante atenção nos detalhes que iremos ver
agora, eles possivelmente irão desclassificar os outros
Caixa de Nome é o indicativo da área selecionada na candidatos que não prestarão atenção neles.
planilha em uso. Quando uma única célula estiver sele- Primeiro detalhe que você não pode esquecer, qual-
cionada, a caixa de nome indicará o endereço da célula. quer cálculo simples ou complexo, fórmula ou função,
Se mais de uma célula estiver selecionada (um intervalo), sempre começará com um sinal de igual “=”. Este símbolo
exibirá o endereço deste intervalo. dirá ao Calc que tudo o que será digitado naquela célula
é um cálculo e não um texto. Então se você digitar “3+5” Baseando-se na tabela acima fica fácil montar qualquer
em uma célula o Calc entenderá que se trata de um texto cálculo simples com as fórmulas. Basta iniciar com sinal de
e não realizará nenhuma conta. Já se você digitar “=3+5” igual, e colocar o endereço da célula e o operador mate-
o programa entenderá que você quer realizar uma soma mático até que todas as condições tenham sido atingidas.
entre os números 3 e 5, quando você pressionar a tecla Por exemplo “=B1+C5”; “=d5+c8+f7”; “=j33+k88-v45+s90”
“Enter” o RESULTADO deste cálculo será exibido na cé- não é necessário utilizar letras maiúsculas. Em cálculos
lula onde você digitou o cálculo, desta forma o valor “8” simples os endereços podem estar entre parênteses ou
aparecerá exatamente onde você digitou “=3+5”. É pos- não: “=b5+d5” é igual a “=(b5+d5)”. Porém se utilizar
sível iniciar um cálculo inserindo também o sinal de soma parênteses eles devem abrir e fechar, em uma fórmula ou
“+” ou subtração “-”, isto dará um valor positivo ou negativo função o parêntese não pode ficar “aberto”. Cuidado po-
ao número que será inserido na sequência. Neste caso rém com a seguinte situação: vamos supor que o cálculo
não é necessário digitar o sinal de igual “=” basta digitar seja a média de 4 número que estão nas células A1 até
“+A1+B1” ou “-a1+c2”. A4. A média aritmética é obtida pela soma dos valores e
Segundo detalhe importante, não utilizamos os valores divide-se o resultado da soma pela quantidade de núme-
numéricos para digitarmos uma fórmula ou função, sempre ros que foram somados. No nosso exemplo a média de
utilizamos os endereços da célula onde estão os valores quatro números é obtida com a soma dos quatro números
que queremos somar. Por exemplo, temos o valor “2” no e dividido por quatro. A média de oito números é obtida
endereço A1 e o valor “3” no endereço B1 para colocar o somando-se os oito números e dividindo-se o resultado da
resultado da soma dos dois números na célula C1 temos soma por oito. Para que o Calc realize o cálculo da média
que fazer o seguinte: digitar o cálculo no endereço onde vamos digitar a fórmula “=a1+a2+a3+a4/4”. O resultado
queremos que apareça o resultado, então posicione a estaria correto se não fosse uma regra matemática onde
célula ativa em C1 e vamos digitar “=A1+B1”. existe uma hierarquia de sinais que precisa ser respeitada
O sinal de “=” indica ao Calc que tudo nesta célula é pelo programa. Neste caso o Calc dividiria o valor da
um cálculo; célula a4 por 4 e depois faria a soma das células de a1
A1 é onde está o primeiro número; até a3. Para resolver este problema vamos obrigar o Calc
+ é o operador matemático; a realizar primeiramente a soma e após isso dividir o re-
B1 é onde está o segundo número. sultado desta soma para obtermos corretamente a média
Terceiro detalhe é que na informática alguns opera- dos quatro números. A fórmula deverá ser escrita desta
dores matemáticos são representados com símbolos dife- forma: “=(a1+a2+a3+a4)/4”. Desta forma utilizamos de um
rentes da matemática convencional. Veja a tabela abaixo: outro recurso da matemática onde o parêntese indica a
parte que tem precedência em cálculos com mais de um
operador matemático. Para usar bem o Calc é necessário
conhecer algumas regras matemáticas, já que o programa
é especialista em fazer cálculos.
Vamos verificar algumas regras de comportamento
do LibreOffice Calc quando a largura da coluna não é
suficiente para exibir seu conteúdo:
Quando se preenche uma célula com Texto: Se
a próxima célula à direita estiver vazia, o texto ocupará
quantas células forem necessárias para exibir o conteúdo.
Se houver conteúdo nessa(s) célula(s), o texto será escon-
dido dentro da célula onde foi digitado e uma pequena seta
vermelha dentro da célula indicará que o referido texto não
pode ser exibido por inteiro.
Números: Três símbolos (###) aparecerão na célula
em substituição ao número, data ou hora.
Para ajustar o tamanho de uma coluna para correta
exibição do conteúdo é simples, basta posicionar o mouse
entre as letras que representam as colunas e o mesmo se
tornará uma dupla seta preta “”, clicando com o botão di-
reito do mouse a coluna da esquerda será redimensionada
conforme movimentar o mouse aumentando ou diminuindo
a largura da coluna. De forma mais prática quando o mou-
se se tornar a dupla seta preta basta clicar duas vezes com
o botão esquerdo do mouse e o programa fará o chamado
Best Fit, “melhor ajuste”, e automaticamente o programa
se encarregará de deixar a largura correta para que todo
o conteúdo de todas as células daquela coluna seja
exibido.
Hardware são as partes físicas do equipamento e soft- Quais são as partes de um notebook?
ware é o conjunto de programas ou aplicativos, instruções - Touchpad: Também conhecido como trackpad, é um
e regras que permitem ao equipamento funcionar. pad sensível ao tato que permite controlar o cursor fazendo
movimentos com os dedos.
O que é hardware? Muitos touchpads incluem sensibilidade multi-toque que
Hardware são as partes que podemos ver do computa- têm funções específicas para toques com mais de um dedo.
dor, ou seja, todos os componentes da sua estrutura física - Bateria: Quando conectamos a bateria do Notebook
como o monitor, o teclado, o gabinete e o mouse. a uma tomada elétrica, ele é recarregada. Outro benefício
de poder contar com uma bateria é que, se acabar a luz po-
O que é software? demos ter uma reserva de energia. Cada notebook possui
São os programas que nos permitem realizar ativida- uma bateria que nos permite utilizá-lo quando não estamos
des específicas num computador. Por exemplo, os progra- conectados à uma tomada.
mas como Word, Excel, Power Point, os navegadores, os - Adaptador de CA: Um notebook geralmente possui um
jogos, os sistemas operacionais, entre outros. cabo de alimentação especializado.
Esses dois elementos sempre trabalham de mãos da- Ele é feito para ser usado com este tipo de computado-
das. Enquanto o software faz as operações, o hardware é res. Alguns destes cabos possuem conectores magnéticos
a parte física com a qual essas funções podem ser reali- que se desconectam com segurança em caso de acidentes.
zadas. Isto ajuda evitar danos no cabo e no notebook.
Embora não tenhamos ideia de como as coisas vão - Entradas: A maioria dos notebooks tem os mesmos
evoluir, essa combinação continuará funcionando como tipos de entradas que outros computadores como as entra-
base do desenvolvimento tecnológico. das USB, porém, em menor quantidade por conta de seu
tamanho menor. Algumas entradas podem ser diferentes
Tipos de computadores e as vezes é necessário um adaptador para poder usá-las.
A maior vantagem dos telefones inteligentes e tablets Como todos os computadores, ele possui um hardware
é que podemos acessar a internet em qualquer momento. que é composto pela câmera, o touchpad, as lentes, a mol-
Além disso, são baratos, fáceis de usar, e podem ser com- dura e a bateria. Já seu software, é composto por aplicati-
prados em qualquer lugar. vos gratuitos como o Google Maps e o Gmail.
Estes telefones são feitos para executar uma variedade
de aplicativos. E além de proporcionar o serviço telefônico, Nike +
são basicamente pequenos tablets que podem ser usados
para navegar na internet, ver vídeos, ler livros eletrônicos, Trata-se de um dispositivo de rastreio que se adapta
jogar e muitas outras coisas, todas elas funções adicionais ao seu tênis com a finalidade de armazenar dados e dar a
às de um telefone tradicional. informação sobre o seu rendimento durante uma atividade
Os smartphones possuem telas táteis e contam com física.
sistemas operacionais parecidos aos dos tablets. Podem fornecer informações sobre a distância percor-
Lembre-se que você pode encontrar muitos aplicativos rida, o tempo de duração, a quantidade de calorias queima-
gratuitos nas lojas virtuais correspondentes ao sistema ope- das e um mapa detalhado do caminho percorrido.
racional do telefone que você escolheu. Eles podem servir Atualmente, muitos esportistas avaliam e controlam seu
para diversão, aprendizagem, leitura e outras mil coisas rendimento com estes tipos de dispositivos.
mais.
Com os smartphones podemos estar conectados à in- Relógio inteligente
ternet na maior parte do tempo.
Geralmente, é necessário comprar um plano de dados É baseado no conceito de um relógio convencional,
3G ou 4G, além do serviço para fazer ligações. mas aumentando as possibilidades que ele oferece.
Um telefone inteligente também pode conectar-se à re- Alguns fabricantes optaram por adicionar funções ao
des Wi-Fi quando estas estão disponíveis. relógio convencional e ao mesmo tempo sincronizá-lo com
Por que é bom comprar um smartphone ou um tablet? um smartphone para que funcione como uma extensão
Eles são uma grande ajuda porque oferecem conectivi- adaptada ao corpo humano.
dade para que possamos falar com outras pessoas, nave- Outros adaptam um computador independente ao an-
gar pela internet, ver vídeos, enviar e receber e-mails, edi- tebraço tornando-o um assistente para muitas das suas
tar documentos como cartas e planilhas, jogar, entre muitos atividades. São bastante úteis por exemplo, em operações
outros benefícios. Basicamente é ter um dispositivo portátil militares e espaciais.
com as mesmas funções de um computador.
Quais são as partes do um computador?
Computadores vestíveis Um computador Desktop está composto por várias par-
tes, mas existem algumas que são indispensáveis para seu
O termo em inglês wearable computing significa “com- funcionamento como o gabinete (torre), o monitor, o mouse
putação vestível” e são computadores que usamos como e o teclado.
parte do nosso vestuário. Os melhores exemplos deste tipo
de computador, são os óculos inventados pela Google cha- O Gabinete
mados Google Glass que é um dispositivo para a visualiza- É uma estrutura de metal ou plástico onde no seu in-
ção de informações, os sapatos esportivos que tem um chip terior estão os componentes que fazem com que as outras
para armazenar a nossa posição e rendimento, e os reló- partes cumpram suas funções. É considerado o cérebro do
gios inteligentes, que são pequenos computadores usados computador.
no pulso como um relógio. Na parte da frente e de trás estão localizadas as entra-
Este conceito abarca todas as máquinas eletrônicas das, conectores e botões com os quais você pode trabalhar
que se tornaram pequenas e podem ser adaptadas à nos- com algumas funções do computador. É importante conhe-
sa roupa ou aos acessórios que usamos, oferecendo co- cer esses botões, já que suas posições e estilos mudam
nectividade e outros serviços sem a necessidade de usar dependendo do modelo.
o computador.
A grande vantagem dos computadores vestíveis é que
eles nos proporcionam uma interação com a informação do
ambiente que nos rodeia.
Google Glass
- De armazenamento: São aqueles que armazenam in- - Teclado: O teclado de computador é um tipo de perifé-
formações. Ex: pen drive, cartão de memória. rico utilizado pelo usuário para a entrada manual no sistema
Externos: São equipamentos adicionados ao computa- de dados e comandos. Possui teclas representando letras,
dor que enviam e recebem dados, acessórios que se co- números, símbolos e outras funções, baseado no modelo
nectem ao computador. de teclado das antigas máquinas de escrever. São projeta-
dos para a escrita de textos e também para o controle das
- Monitor: É um dispositivo de saída do computador que funções de um computador e seu sistema operacional.
serve de interface visual para o usuário, na medida em que Suas teclas são ligadas a um chip dentro do teclado,
permite a visualização dos dados e sua interação com eles. onde identifica a tecla pressionada e manda para o PC as
São classificados de acordo com a tecnologia de amostra- informações. O meio de transporte dessas informações en-
gem de vídeo utilizada na formação da imagem. São eles tre o teclado e o computador pode ser sem fio (ou Wireless)
o CRT e o LCD. A superfície do monitor sobre a qual se ou a cabo (PS/2 e USB).
projeta a imagem chamamos tela, ecrã ou écran. Cada tecla tem um ou mais caracteres impressos ou
Os monitores surgiram diante da necessidade de ser gravados em baixo relevo em sua face superior, sendo que,
um periférico de saída, pois sem ele não conseguiríamos aproximadamente, cinquenta por cento das teclas produ-
ver o que estaríamos fazendo. zem letras, números ou sinais. Em alguns casos, o ato de
CRT: (Cathodic Ray Tube), em inglês, sigla de (Tubo produzir determinados símbolos requer que duas ou mais
de raios catódicos) é o monitor “tradicional”, em que a tela é teclas sejam pressionadas simultaneamente ou em se-
repetidamente atingida por um feixe de elétrons, que atuam quência.
no material fosforescente que a reveste, assim formando Outras teclas não produzem símbolo algum, todavia,
as imagens. afetam o modo como o microcomputador opera ou agem
LCD: (Liquid Cristal Display, em inglês, sigla de tela de sobre o próprio teclado.
cristal líquido) é um tipo mais moderno de monitor. Nele, a Os arranjos mais comuns em países Ocidentais estão
tela é composta por cristais que são polarizados para gerar baseados no plano QWERTY (incluindo variantes próximo-
as cores. -relacionadas, como o plano de AZERTY francês).
Os teclados mais modernos (incluindo PC e Apple Mac)
- Mouse: O mouse (do inglês ”rato”) é um periférico de são baseados em versões padrão, como teclas de função,
entrada que historicamente se juntou ao teclado para auxiliar um teclado complementar numérico, e assim por diante.
no processo de entrada de dados, especialmente em progra- Há alguns modos diferentes de conectar um teclado a
mas com interface gráfica. Tem como função movimentar o um computador. Estas conexões incluem PS/2, conexões
cursor (apontador) pela tela ou ecrã do computador. USB e até conexões sem fio, por exemplo, o Bluetooth e
O formato mais comum do cursor é uma seta, contu- infravermelhos. Computadores mais antigos (padrão AT)
do, existem opções no sistema operacional e softwares que utilizam conectores DIN.
permitem personalizarmos o cursor do mouse. - Impressoras: São dispositivos que servem para im-
Disponibiliza normalmente quatro tipos de operações: primir arquivos criados no seu computador. Existem muitos
movimento, clique, duplo clique e “arrastar e largar”. tipos de impressoras e com diferentes preços.
Existem modelos com um, dois, três ou mais botões - Scanner: O scanner permite copiar e guardar o con-
cuja funcionalidade depende do ambiente de trabalho e do teúdo de uma folha ou documento dentro do computador
programa que está a ser utilizado. Em todos estes modelos como uma imagem digital. Nas impressoras multifuncionais
o botão esquerdo é o mais utilizado. você encontrará o scanner e a impressora ao mesmo tem-
O mouse é normalmente ligado ao computador através po.
de portas: serial, PS2 ou, mais recentemente, USB (Univer- - Microfones: Microfones são dispositivos de entrada
sal Serial Bus). Também existem conexões sem fio, as mais de áudio. Eles podem ser conectados ao computador para
antigas em infravermelho, as atuais em Bluetooth. gravar sons ou para você se comunicar por internet com
Outros dispositivos de entrada competem com o mou- outros usuários. Muitos computadores possuem microfones
se: touchpads (usados basicamente em notebooks) e incorporados, sobretudo Notebooks.
trackballs. Também é possível ver o joystick como um con-
corrente, mas não são comuns em computadores. - Alto-falantes ou Caixas de som: Alto-falantes como
Os modelos mais modernos de mouse são totalmente periféricos para computadores desktop
ópticos, não tendo peças móveis. De modo muito simplifi- São dispositivos de saída de áudio, ou seja, transmi-
cado, eles tiram fotografias que são comparadas e que per- tem a informação do computador para o usuário. Graças
mitem deduzir o movimento que foi feito. a estes dispositivos podemos escutar o som da música ou
O mouse, por padrão, possui pelo menos dois botões. vídeo que está sendo reproduzido. Dependendo do modelo,
O esquerdo usado para selecionar e clicar (acionar) ícones podem ser conectados à entradas USB ou de áudio. Alguns
e o direito realiza funções secundárias, como por exemplo, computadores já os possuem incorporados.
exibir as propriedades do objeto apontado. Há ainda na
maioria dos mouses um botão Scroll em sua parte central,
que tem como função principal movimentar a barra de rola-
gem das janelas.
- WebCam: Uma WebCam é um tipo de dispositivo de Ao iniciar o PC, a BIOS faz uma varredura para de-
entrada com a qual você pode gravar vídeos ou tirar fotos. tectar e identificar todos os componentes de hardware co-
Você também pode transmitir vídeos através da internet em nectados à máquina. Só depois de todo esse processo de
tempo real fazendo chamadas de vídeo, com qualquer pes- identificação é que a BIOS passa o controle para o sistema
soa e em qualquer parte do mundo. operacional e o boot acontece de verdade.
Para garantir sua integridade, a BIOS fica gravada den-
- Joystick, controladores de jogos: Um joystick é um dis- tro de um chip com memória ROM (memória somente de
positivo utilizado para controlar jogos de computador. Em- leitura), o que quer dizer que não é possível alterar suas
bora existam vários tipos de controladores, você também características centrais. Você não pode, por exemplo, de-
pode usar o mouse e o teclado para controlar a maioria dos sinstalar a BIOS do computador, apenas atualizá-la ou mo-
jogos. dificar as opções permitidas.
- Câmera digital: Permite que você capture uma ima- Componentes Internos
gem ou vídeo em formato digital. Ao conectar a câmera na
entrada USB, você pode transferir as imagens da câmera Placa mãe: Acopla todos os componentes de um com-
para o computador. Posteriormente pode imprimir as ima- putador, ou seja, é onde todos os equipamentos se encai-
gens, enviá-las por e-mail ou publicá-las na web. xam. É uma placa de circuitos composta de caminhos de
dados (barramentos) e lacunas para encaixar os equipa-
- Outros dispositivos: Quando você compra um dispo- mentos (slots).
sitivo eletrônico como um telefone móvel ou mp3 player, Processador: o processador é o item mais importante
deve verificar se ele vem com um cabo USB. Se o cabo vem da máquina. A maioria dos computadores nem sequer liga
como acessório, isto significa que você pode conectá-lo ao sem a presença de uma Unidade Central de Processamen-
seu computador. to (Central Process Unit ou CPU). Uma CPU possui formato
retangular e possui milhões de pequenas peças minúscu-
Driver las.
Em um primeiro instante, você não conseguirá visua-
No sentido mais simples, um driver é um software que lizar o processador dentro do gabinete. Ele fica embaixo
permite que o sistema operacional e um dispositivo se co- do dissipador e do cooler. O dissipador é um componente
muniquem um com o outro. A maioria dos componentes de metálico de tamanho avantajado que, como o próprio nome
hardware que você compra vem com um CD para a instala- diz, serve para dissipar o calor. Já o cooler é a ventoinha
ção dos drivers. No entanto, como já é comum, nem sempre que fica em cima do dissipador e que tem como função re-
o disco do fabricante contém com a versão mais recente do tirar o ar quente da CPU.
driver. Na pior das hipóteses acontece de o programa não A CPU se comunica com os demais componentes de
ser compatível justamente com o seu sistema operacional. hardware através das ligações na placa-mãe. Para poder
A solução então é procurar os drivers manualmen- executar os programas e jogos, o processador deve re-
te, o que geralmente não dá certo, pois entrar no site do ceber dados da memória RAM, trocar informações com o
fabricante só gera mais confusão para o usuário. Para os chipset e enviar ordens para outros componentes.
usuários do Windows 7 nem sempre é preciso buscar por Embaixo do processador há diversos pinos metálicos,
drivers, pois o sistema tem um mecanismo automático que os quais fazem a ligação com a placa-mãe. A quantidade
verifica a existência de novas versões e instala tudo para o de pinos varia conforme o modelo da CPU. Cada fabricante
utilizador. opta por um padrão diferente, até porque a arquitetura in-
Obviamente existem exceções e para essas situações terna dos processadores exige mudanças na parte externa.
é que se pode contar com a ajuda de alguns aplicativos que
mantêm o PC atualizado, como gerenciadores de drivers
como o DriverEasy e o Slimdrivers.
BIOS
A palavra BIOS é um acrônimo para Basic Input/Output Memória: a função da memória é armazenar dados.
System ou Sistema Básico de Entrada e Saída. Trata-se de Existem diversos tipos de memórias: memórias permanen-
um mecanismo responsável por algumas atividades consi- tes e virtuais, cada uma com função definida:
deradas corriqueiras em um computador, mas que são de - Principal (RAM e ROM)
suma importância para o correto funcionamento de uma - Auxiliar (Virtual e Cache)
máquina. Se a BIOS para de funcionar, o PC também para. - Secundária (HD, Floppy, CD/DVD-ROM, etc)
O Sistema Básico de Entrada e Saída é um aplicativo
responsável pela execução das várias tarefas executadas Memória RAM- (Memória de Acesso Aleatório) é a mais
do momento em que você liga o computador até o carrega- importante. Só funciona com o computador ligado, por isso,
mento do sistema operacional instalado na máquina. é chamada de volátil, só armazena dados temporariamen-
te, ao desligarmos o computador as informações se per-
dem. A CPU é que mais utiliza esse tipo de memória. O HD- Disco Rígido: É o local onde se instala o Sistema
processador processa as informações, mas quem executa Operacional (Windows, Linux), e onde armazenamos nos-
é a memória RAM. Ela também é chamada de “ pente de sos arquivos (word, Excel, pastas, fotos, vídeos, etc.). Nele
memória” e pode ter diferentes capacidades: 64MB (Mega- se cria uma memória virtual quando necessário. Pode tam-
byte), 128MB, 256MB, 512MB, 1GB (Gigabyte), 2GB, etc. bém ser chamado de Winchester.
Slots PCI
Outro detalhe que diferencia o padrão PCI-Express é a Apesar de ter sido designado para proteger os seus
trava de segurança. Tal detalhe é fundamental para que as equipamentos contra interferência e variações nos níveis
placas de vídeo sejam devidamente fixadas. Fisicamente, de tensão da rede elétrica, muitos dos modelos mais sim-
os slots PCI-Express são idênticos, todavia existem diferen- ples disponíveis no mercado acabam trazendo mais pre-
tes modelos, os quais podem ser identificados nos manuais juízos do que benefícios aos usuários, principalmente de
das placas-mãe. computadores.
O funcionamento do computador não está ligado ao uso
Placa de vídeo do estabilizador, mas aos seus diversos componentes, sua
arquitetura e a energia que é convertida de alternada para
As placas de vídeo são instaladas nos slots PCI-Ex- contínua através da fonte de alimentação. Para uma maior
press. Contudo, pode ser que seu computador não tenha segurança no equipamento, recomenda-se o uso de Estabi-
uma placa gráfica instalada. Isso não quer dizer que ele lizadores, nobreaks ou filtros de linha de qualidade, que não
não tem capacidade para processar elementos gráficos, interferem no bom funcionamento da fonte.
mas indica que sua máquina não possui um item de har-
dware especializado para o processamento de elementos Fonte:
tridimensionais. https://edu.gcfglobal.org/pt/informatica-basica/transfe-
rir-arquivos-e-configuracoes/1/
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/
informatica/o-que-sao-perifericos-de-um-microcomputa-
dor/66365
https://www.aprendainformaticafacil.com.br/2013/02/
componentes-do-computador.html
https://www.tecmundo.com.br/infografico/9709-o-que-
-tem-dentro-do-seu-computador-infografico-.htm
www.qconcursos.com.br
QUESTÕES
Computadores sem placa de vídeo do tipo “offboard” 01. Ano: 2016 Banca: MOURA MELO Órgão: Prefeitura
(fora da placa) trazem um chip gráfico embutido na placa- de Cajamar - SP Prova: MOURA MELO - 2016 - Prefeitura
-mãe ou no próprio processador. Essas placas de vídeo de Cajamar - SP - Agente Administrativo
discretas são chamadas de placas de vídeo “onboard” (na O hardware do computador pode ser dividido em har-
placa). A diferença entre esses dois tipos está no desem- dware interno e hardware externo. São exemplos de hard-
penho, que nas placas onboard é extremamente limitado. ware interno:
Caso seu PC tenha uma placa de vídeo offboard, você
facilmente irá identificá-la pelo enorme espaço que ela ocu- A) Mouse e Placa de Rede.
pa. Placas de vídeo offboard de desempenho razoável não B) Placa Mãe e Processador.
necessitam de alimentação extra. Já as mais robustas tra- C) Memória USB e Microfone.
zem uma conexão exclusiva para o fornecimento de energia D) Scanner e Fonte de energia.
Os estabilizadores são equipamentos eletrônicos res- 02. Ano: 2018 Banca: MPE-GO Órgão: MPE-GO Prova:
ponsáveis por corrigir a tensão da rede elétrica para forne- MPE-GO - 2018 - MPE-GO - Secretário Auxiliar - Goiás
cer aos equipamentos uma alimentação estável e segura. Preencha as lacunas e assinale a alternativa correta:
Eles protegem os equipamentos contra sobretensão, sub- “__________ são programas específicos que fazem
tensão e transientes. A grande maioria dos estabilizadores a comunicação entre o __________ do computador e o
também possui um filtro de linha interno. _________”.
O Brasil é o maior fabricante de estabilizadores do mun-
do com base instalada de cerca de 47 fabricantes espalha- A) Softwares / Usuário / Hardware
dos do norte ao sul do país. B) Drives / Sistema Operacional / Hardware
Foi originalmente destinado para regular a tensão de C) Drivers / Sistema Operacional / Usuário
aparelhos movidos à válvulas como as antigas geladeiras D) Drives / Usuário / Hardware
e televisores, criados muito antes dos computadores. O E) Drivers / Sistema Operacional / Hardware
estabilizador é composto normalmente por um fusível de
proteção, uma chave seletora da tensão da rede, tomadas GABARITO OFICIAL: LETRA E
de saída para ligar os aparelhos, chave liga/desliga e uma
proteção para linha telefônica em alguns modelos.
_______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
Organização social dos índios: Os costumes dos tupis truir o quilombo. Os escravos eram considerados proprie-
ou tupinambás são os mais conhecidos em razão dos re- dades dos senhores, como simples instrumento de traba-
gistros feitos pelos os jesuítas e os viajantes estrangeiros lho, ele deveria trabalhar para o sustento de seu dono. Em
durante o Período Colonial. O mesmo, entretanto, não ocor- Santa Catarina, os portugueses tentavam defender a Ilha
reu com os tapuias, avaliados pelos colonizadores como o de Santa Catarina das invasões dos estrangeiros, princi-
exemplo máximo da barbárie e selvageria. palmente, os espanhóis. Assim, foram construídas as for-
Os índios vivem em tribos. Organização de um grupo talezas (Santa Cruz de Anhatomirim, São José da Ponta
de pessoas ligadas entre si por laços de sangue, com cos- Grossa e Santo Antônio de Ratones) pelo engenheiro mi-
tumes e interesses comuns. Constroem sua aldeia em uma litar Brigadeiro José da Silva Paes, primeiro Governador
mesma área, falam a mesma língua, têm os mesmos costu- da Capitania de Santa Catarina. Com a descobertas das
mes e união entre si. minas de ouro em Minas Gerais, ocorreram muitas revoltas
Os Tupis moravam em malocas. Cada grupo local ou que foram chamadas de nativistas. pois lutavam por melho-
“tribo” tupinambá era composta de cerca de 6 a 8 malocas. rias das colônias, mas não tinham pretensão de separar ou
A população dessas tribos girava em torno de 200 indiví- propor a independência do Brasil. A primeira ocorreu pela
duos, podendo atingir até 600. disputa e posse das minas entre os “paulistas” que eram
As formas de organização das aldeias indígenas são os colonos e os “forasteiros” que eram os portugueses, cha-
distintas de um povo para outro. Algumas tribos preferem mados de “Emboabas”, esse conflito ficou conhecido por
construir suas aldeias em forma de ferradura; já outras op- Guerra dos Emboabas. Também ocorreu uma revolta ur-
tam pela forma circular; outros, ainda, constroem uma única bana em Vila Rica, onde Filipe dos Santos, denunciou as
habitação coletiva. casas de fundição que exigiam a transformação das pepitas
A primeira fase foi o aprisionamento de índios, onde de ouro em barras, e derretiam as pepitas, mas espalhavam
destacamos a figura de Raposo Tavares (era comum, a in- o ouro derretido. Filipe dos Santos fez diversas denúncias,
vasão de Reduções Jesuíticas, para aprisionar índios para mobilizou o povo de minas, mas acabou sendo condena-
escraviza-los. A igreja condenava a escravidão indígena, do brutalmente pela coroa portuguesa, foi conhecida como
mas aceitava a negra), a segunda fase é a busca do ouro, Revolta de Filipe dos Santos. Em Minas Gerais, orgulham-
onde podemos lembrar de Bartolomeu Bueno (Anhangue- -se da história de Chico Rei, um ex-escravo que havia con-
ra) e Fernão Dias (o caçador de esmeraldas) e a terceira, o seguido tornar-se proprietário de uma mina e a partir dela
Sertanismo de contrato, onde o mais famoso é Domingos conseguia alforria para os escravos que trabalhavam por lá.
Jorge Velho, que foi contratado para matar Zumbi dos Pal- Outras revoltas nativistas que ocorreram no Brasil foram:
mares no Nordeste. Geralmente nessa última fase, os ban- Revolta dos Beckman, que ocorreu no Maranhão, onde os
deirantes dedicavam-se principalmente, a pecuária. (Des- senhores de Engenho revoltaram-se contra o monopólio de
terro (atual Florianópolis) foi fundada por um Bandeirante Portugal sobre a colônia, exigiram um maior fornecimento
chamado Francisco Dias Velho, geralmente partiam de S. de escravos, chegaram a invadir uma missão indígena e
Vicente, por isso eram chamados de “Povoamento Vicen- tentaram escravizar alguns índios. A coroa portuguesa rea-
tistas”). Após as descobertas das minas em Minas Gerais, giu com força contra os revoltosos. Em Pernambuco ocor-
houve uma super emigração para as minas e o bandeirismo reu a Guerra dos Mascates, quando os mascates de Recife
foi chegando ao fim. No nordeste, houve as Invasões ho- travam uma briga com os senhores de engenho de Olin-
landesas, primeiro em 1624 houve uma invasão na Bahia, da. Este fato resultou na emancipação de Recife. Em São
que foi frustrada pelos portugueses, depois em 1630 os ho- Paulo, os paulistas expulsaram os jesuítas e criaram um rei
landeses tomaram Pernambuco e implantaram um sistema para a vila, foi a Aclamação a Amador Bueno. Isso era só
de exploração do açúcar modernizando e estruturando a o começo, pois o que estava por vir iria abalar a coroa por-
economia açucareira, destacamos a figura de Maurício de tuguesa, com a Inconfidência Mineira 1789 e a Conjuração
Nassau, como um governador tolerante com as dívidas dos Baiana 1798. Essas duas queriam a independência do Bra-
senhores de engenho (o açúcar era plantado em grande sil. Também pudera, Portugal havia criado uma cobrança de
escala no nordeste (solo de massapê), havia grandes lati- 14 arrobas de ouro por ano, quem não pagava era decre-
fúndios, monocultura e mão de obra escrava, a sociedade tada a derrama, uma espécie de penhora, que arrancava
era patriarcal e não existia mobilidade social. O açúcar era tudo dos fazendeiros e mineiros. Então, em Minas Gerais,
produzido no Engenho, e também havia a criação de gados surgiram ideias de liberdade, principalmente vinda da elite,
(pecuária) e economia de subsistência dos escravos), após reuniam-se secretamente e sugeriam a possibilidade de um
a saída de Nassau, os holandeses exigiram o pagamen- golpe de separação, o líder era Tiradentes, a conspiração
to das dívidas dos senhores de engenho, resultou numa deu errado, pois foram acusados e condenados, porém
revolta conhecida como Insurreição Pernambucana, reu- apenas Tiradentes foi morto. Na Bahia, o líder da Conjura-
nindo tropas de índios (Felipe Camarão) negros (Henrique ção Baiana era João de Deus, um negro que movimentou
Dias), colonos e senhores de engenho, resulta na expulsão uma revolta que resultaria na independência do Brasil, a
dos holandeses do Brasil. Nessa época, também surgiu o coroa reagiu rapidamente contra o povo. Diferente de Minas
Quilombo de Palmares, que reuniu grupos de negros que Gerais, a Conjuração Baiana havia participação popular, e
fugiam dos engenhos, onde criaram uma comunidade no queriam a abolição dos escravos, já em Minas, havia so-
nordeste liderada por Ganga Zumba e Zumbi, este acabou mente uma conspiração armada pela elite. Nessa época,
sendo assassinado pelo bandeirante contratado para des- os açorianos vieram para Santa Catarina, eles viviam num
estado de pobreza na ilha dos Açores, no entanto Portugal Até a descoberta dos garimpos de Vila Rica em Minas
queria povoar mais o Brasil, para isso, a coroa prometeu Gerais, em torno de 1680, a produção de ouro, que nunca
aos açorianos utensílios, como ferramentas e animais. chegou a ser grande, foi totalmente concentrada na Capita-
Após esse episódio, a coroa portuguesa fugiu de Portugal, nia de São Vicente, no território que hoje é o Paraná. No en-
por causa da ameaça de Napoleão, D. João VI, o Prínci- tanto, quando o ouro deixou de ser um sonho de riquezas,
pe regente não queria cortar relações com a Inglaterra, e o litoral de Paranaguá e os campos de Curitiba passaram a
planejaram a fuga, vieram ao Brasil, instalaram-se no Rio ser uma única base geográfica para uma mesma comunida-
de Janeiro, esse episódio foi conhecido como a vinda da de paranaense. (BALHANA; MACHADO; WESTPHALEN,
Família Real ao Brasil. 1969, p. 39).
Com o início do ciclo do ouro em Minas Gerais, uma
Paraná: movimentos de ocupação do território2 forte migração ocorreu levando grandes levas da população
A primeira fase da ocupação do território paranaense e relegando a região do Paraná ao esquecimento. Essas
ocorreu do litoral em direção ao Terceiro Planalto. Nos pri- mudanças trouxeram graves consequências sociais e eco-
meiros anos do século XVI, a região sul ficou relegada a nômicas, mas graças a ela conseguimos traçar a importân-
um plano secundário na colonização portuguesa em terras cia da atividade mineradora para a região durante o século
brasileiras, pois os interesses da corte estavam voltados XVII. A presença dos garimpeiros, que se fixaram na região,
para as zonas produtoras de cana-de-açúcar. ajudou no processo de povoamento e de domínio territorial.
Os primeiros registros cartográficos portugueses que A aprendizagem e a experiência adquirida com a mineração
indicam o Paraná foram feitos em torno do ano de 1570 por quase um século, fez do Paraná uma espécie de pro-
e apontam a região de Paranaguá, Guaraqueçaba e Ca- tótipo para que se desenvolvesse a tecnologia necessária
nanéia, na Capitania de São Vicente. De acordo com o a essa atividade. E permitiu que depois ela fosse aplicada
geógrafo e pesquisador Reinhard Maack, deportados e em outras regiões.
náufragos das expedições portuguesas de 1501 a 1503 A atividade de mineração representa um dos mais im-
se estabeleceram no território paranaense. “Partindo de portantes papéis na história do Brasil. A busca por ouro e
Cananéia, os portugueses ocuparam primeiramente a Ilha prata é justificada por causa das proibições em relação a
da Cotinga, na Baía de Paranaguá, tendo iniciado, com outros tipos de mineração, à produção de sal e à metalur-
isto, a conquista do estado do Paraná. Os portugueses gia. Essas atividades eram consideradas crimes, e muitas
também se apoderaram das terras circundantes da Baía delas puníveis com a morte.
como esfera de interesse da Coroa de Portugal” (DUAR- Das vilas criadas nessa época originadas pela minera-
TE, 2009). No final do mesmo século, bandeirantes de ção, podemos citar: as localidades de Bateias e Ouro Fino,
São Vicente, Santos e São Paulo passaram a organizar cujos nomes expressam imediatamente a importância des-
expedições para caçar os índios carijós nos territórios hoje se período nessa região.
paranaense e catarinense.
Em 1640 Gabriel de Lara fundou a vila de Parana- A Família Real no Brasil (1808-1822)3
guá e, de acordo com os registros feitos em São Paulo, A vinda da família Real para o Brasil contribuiu para
de 27 de novembro de 1649, foi o primeiro a registrar a a antecipação da tão esperada Independência do Brasil.
existência de ouro na cidade. A partir dessa notícia, teve Quando instalada no país, a família portuguesa implemen-
início a ocupação dessa região a fim de garantir a posse tou avanços percebidos até hoje na economia e cultura bra-
das minas encontradas e das que poderiam ser descober- sileira.
tas. Além de Paranaguá, os estudos de Romário Martins Na época, Portugal dependia da Inglaterra. Essa de-
(1907) apontaram os vales do Ribeira, Iguape e Cubatão pendência era financeira e política. Não respeitando o
como principais zonas de penetração de mineradores e Bloqueio Continental, a família real foi orientada pelo Lord
pesquisadores no caminho para o planalto. Strangford (embaixador inglês) a mudar seu governo portu-
Em 1670, acontece a instalação da Real Casa de Fun- guês para o Brasil.
dição em Paranaguá (FERREIRA, 1954). Por cerca de 200 O objetivo de Napoleão era dominar o Império Portu-
anos, o ouro foi uma maldição para os portugueses que guês. Percebendo que isso poderia acontecer a qualquer
viviam no Brasil, eles o buscavam sem parar, às vezes momento, o Príncipe-Regente D. João, resolveu acatar o
o encontravam e em muitas ocasiões não encontravam conselho de Lord Strangford. O príncipe queria garantir que,
nada. Mas foi graças a essa busca incessante pelo metal posteriormente, Portugal conseguisse a Independência.
que o Paraná foi fundado. Foi acordado que os guardas ingleses protegessem a
De Paranaguá, Gabriel de Lara subiu ao planalto, em Corte Portuguesa e garantiriam que chegando ao Brasil o
direção ao chamado Arraial de Cima, em busca de ouro governo português teria legitimidade. Em troca, a Ilha da
e, por volta de 1648, fundou a Vila Nossa Senhora da Luz Madeira seria da Inglaterra enquanto durasse a guerra com
dos Pinhais. Dessa forma, Curitiba nasceu das povoações os franceses. Os ingleses também teriam direito a utilizar
provenientes da expansão de Paranaguá e, em 1693, re- os portos do Brasil.
cebeu o predicamento de vila. 3 https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/a-vin-
2 http://www.historia.seed.pr.gov.br da-da-familia-real-para-o-brasil
Com o objetivo de ocupar Portugal, a França aliou-se Benfeitorias da Estadia Portuguesa no Brasil
com a Espanha e, juntos, fizeram o Tratado de Fontaine- A vinda da família Real para o Brasil acarretou em mu-
bleau. O tratado era para permitir o translado das tropas danças extremas. Permanecendo por um mês na Bahia, fez
da França pelos limites das terras espanholas. Em contra- melhorias na região.
partida, a Espanha poderia ficar com sua “fatia” de terras Com a chegada da família, criou-se a Junta do Comér-
portuguesas. cio e a Escola de Cirurgia (que depois virou a Faculdade
Em novembro de 1807, ocorreu o embarque para a vin- de Medicina do Estado). Eles também inseriram o Passeio
da da família Real para o Brasil antes da invasão de Portu- Público e as obras do Teatro São João, que após sua con-
gal pelas tropas francesas. clusão, tornou-se a casa de espetáculos mais respeitada e
Com a vinda da família Real para o Brasil, Portugal renomada do país.
tinha a oportunidade de continuar seu comércio com os Com a vinda da família Real para o Brasil, também se
países em que mantinha aliança. Essa manobra era para criou o Museu da Biblioteca Nacional, Imprensa régia, o
conservar seu reinado e seu capital. Banco do Brasil, a Academia Militar e da Marinha e a Aca-
Napoleão foi pego de surpresa e ao chegar em Lisboa, demia de Belas Artes. Todas essas criações dão frutos até
afim de tomá-la para si, como mencionado anteriormente, hoje e causaram impacto positivo na vida dos brasileiros.
encontrou uma monarquia falida, sem riquezas e desestru- Além dessas, outras medidas culturais também foram
turada. adotadas pela família portuguesa, como:
A vinda da família Real para o Brasil ocorreu em condi- • Fundação do Observatório Astronômico;
ções insalubres de viagem e durou 54 dias. O príncipe go- • Concepção de cursos;
vernante chegou a Salvador no dia 22 de janeiro de 1808. • Missão Artística Francesa (que estimulou o desenvol-
Ainda na capital baiana, Dom João disponibilizou os vimento das artes);
portos brasileiros às nações amigas, possibilitando que em- • Biblioteca Real;
barcações estrangeiras comercializassem com liberdade • Concepção da Escola Real de Artes e do Teatro Real
nos portos do Brasil. Essa medida impactou positivamente de São João.
na economia do país.
De Salvador, a comitiva seguiu para o Rio de Janeiro,
desembarcando em 08 de março de 1808. Nesse momen- 2. BRASIL IMPÉRIO. 2.1. PARANÁ: A DINÂMICA
to, a cidade carioca se transformou na capital do cortejo DO TROPEIRISMO. 2.2. CAFÉ: ESCRAVIDÃO E
português. TRABALHO LIVRE. 2.3. A EMANCIPAÇÃO POLÍ-
TICA DO PARANÁ. 2.4. O CICLO DA ERVA-MATE.
A História Antes da Vinda da Família Real para o Brasil 2.5. A QUEDA DA MONARQUIA.
Para contextualizar a vinda da família Real para o Bra-
sil, é importante mencionar que no início do século XIX, a
França e a Inglaterra eram países capitalistas industriais. Já (1822-1889) Antecedentes: junto com a família real,
Portugal, ainda era um país mercantilista. veio uma porção de artistas e intelectuais. D. João VI decre-
Posto isso, Portugal era dependente da Inglaterra eco- tou a abertura dos portos, liberou as manufaturas, elaborou
nômica e politicamente. Essa dependência é caracterizada o projeto do Jardim Botânico e fundou o Banco do Brasil.
pelo Tratado de Methuen (Panos e Vinhos). O tratado em Seu filho príncipe D. Pedro I estava sendo preparado para
questão foi assinado em 1703 e consistia no consumo de assumir o trono português. Após a morte de Maria Louca e
têxteis pelos portugueses e no consumo de vinho pelos bri- o Congresso de Viena. O Brasil tornou-se reino em 1815
tânicos. Com a Revolução Liberal em Portugal D. João VI voltou
Nesse período, a França era governada por Napoleão à Portugal e deixou como regente no Brasil, seu filho D.
Bonaparte, o qual defendia os interesses da burguesia fran- Pedro I. Portugal exigiu a volta de D. Pedro I para Portugal,
cesa. Ele almejava arruinar a Inglaterra. Os dois países en- porém, ele estava apoiado pelo povo e enfrentou as tropas
tram em conflito e a Inglaterra vence. Com isso, a França portuguesas e decidiu ficar no Brasil. Era o Dia do Fico.
reage. Independência: Quando Portugal enviou uma mensa-
Cerca de 14 anos de disputas. A França era detentora gem exigindo que o Brasil deveria depender absolutamente
de todo território terrestre e os ingleses ficavam com a parte se Portugal, D. Pedro I entendeu que eles não confiavam
marítima. Isso foi evidenciado pela Batalha de Trafalgar, em nele como regente, era um simples bedel, então ele deci-
1805 (disputa naval da França - juntamente com a Espanha de tornar o Brasil independente logo depois que recebeu
- contra o Reino Unido). a mensagem São Paulo, em 1822. Não foi um ato isolado,
Fica evidente que Napoleão possuía hegemonia sobre como podemos ver, foi um processo que levou até a inde-
todo o continente, com exceção da Grã-Bretanha. pendência, surgiu devagar, desde as revoltas nativistas, até
A partir daí, Napoleão Bonaparte estabelece o Bloqueio as inconfidências, mas foi marcada pelo espírito liberal da
Continental, em 1806, em Berlim, a fim de “matar” a econo- maçonaria, que foi importante nesse processo. No entanto,
mia britânica. Com isso, ele proibia o contato comercial com ocorreram diversas reações contrárias a Independência do
o Reino Unido pelos países dominados por ele. Brasil, algumas províncias não reconheceram a indepen-
Caso quisessem arriscar, os países que não acatassem dência, como Bahia, Pará e Cisplatina. Em Santa Catarina,
o Bloqueio Continental, seriam submetidos a invasão pelas as vilas litorâneas comemoraram a independência. O Pri-
tropas francesas. meiro Reinado teve início, um pouco conturbado, pois logo
que D. Pedro I percebeu que o congresso queria “ con- A Farroupilha Foi a mais famosa revolta, os farrapos
trola-lo” fechou-o, e em seguida criou uma Constituição, chegaram a fundar a República no Rio Grande e a Repú-
a Constituição de 1824 onde somente a população abso- blica Juliana em Santa Catarina, com o apoio de Giuseppe
lutamente melhor de vida poderia votar (voto censitário), Garibaldi e Davi Canabarro. O líder dos Farrapos era Bento
além do quarto poder, o Poder Moderador que lhe dava Gonçalves. Estavam descontentes com a má distribuição
direitos absolutistas , o pior era o unitarismo, que dava fiscal e sobre o preço do charque. Mais tarde entraram num
plenos poderes ao Rio de Janeiro de comandar o resto acordo com o Imperador e o Rio Grande e Santa Catari-
do país, por exemplo, Santa Catarina teria de enviar todo na voltaram a fazer parte do Império. Duas influentes ten-
dências políticas Conservadores e liberais, prepararam um
o imposto recolhido aqui para o Rio, e o próprio governa-
golpe e colocaram no poder o D. Pedro II antes do tempo
dor não seria um catarinense, um carioca provavelmente.
(com14 anos) foi o Golpe de Maioridade, em 1840.
Essa constituição levou alguns estados a rebelarem-se
Dando início ao Segundo Reinado. Ocorreram mui-
contra D. Pedro I, no Nordeste ocorreu a Confedera- tas mudanças no Brasil neste curto espaço de tem-
ção do Equador, várias províncias uniram-se lideradas po(1840-1889) , inicialmente houve conflitos Liberais de
por Frei Caneca (mesmo o estado e a igreja andarem Diogo Feijó e depois a praieira de Pedro Ivo em Pernambu-
de mãos dadas, existiam padres que não apoiavam as co, a Revolta Praieira recebia influência das revoltas liberais
maluquices do Imperador, estavam descontentes com D. que ocorriam na Europa, eram contra os antigos regimes,
Pedro I, que havia outorgado a Constituição de 1824). D. e nesse caso atacavam o absolutismo de D. Pedro II (pois
Pedro I enviou tropas emprestadas dos ingleses (criando este manteve o poder moderador), para tentar agradar tan-
a dívida externa) e mataram os revoltosos inclusive Frei to conservadores e liberais, maçons e religiosos, D. Pedro
Caneca. O Brasil entrou numa guerra contra os argen- II criou um Parlamentarismo às avessas, que tinha como
tinos, pois estavam perdendo a posse da Cisplatina, a diferença do Inglês, a indicação do próprio D. Pedro II para
província abaixo do Rio Grande do Sul. Na Guerra da ser o Primeiro-Ministro (Na Inglaterra o Primeiro-ministro é
Cisplatina D. Pedro I não perdeu só um enorme contin- escolhido pelo parlamento), procurou estabelecer algumas
gente, como perdeu a província (que se tornou Uruguai) mudanças na economia, como a criação da Tarifa Alves
e sua popularidade. Sua vida pessoal não andava bem, Branco, que era uma espécie de Protecionismo de nossos
os escândalos envolvidos com a morte de sua primeira produtos(criou taxas alfandegárias para produtos importa-
esposa, a relação com sua amante, a Marquesa de San- dos). Isso de certa forma, fortaleceu a economia nacional,
surgindo a possibilidade da criação tímida de algumas in-
tos (que levou ao rompimento com José Bonifácio), e a
dústrias. Figuras como Irineu Evangelista de Souza (Barão
crescente oposição que acusava seus amigos de corrup-
de Mauá) destaca-se no cenário como industrial, cria uma
tos (Francisco Gomes, o Chalaça), D. Pedro casou-se fábrica de fundição de ferro, construindo maquinários e es-
de novo , com uma princesa de Munique, a Amélia. Mas tradas de ferros, iluminando a cidade do Rio de Janeiro e
depois, envolveu-se num outro escândalo, na morte de controlando o transporte fluvial da Amazônia. Mas o des-
um jornalista de oposição, Líbero Badaró. A situação fi- caso de D. Pedro II, associado às sabotagens da Inglater-
cou muito ruim que ele decidiu Abdicar do trono, voltou a ra em suas empresas, arruinaram o industrial, atrasando
Portugal e lutou com o próprio irmão D. Miguel, pelo trono mais a indústria brasileira. Na questão agrária, destacamos
que era por direito de sua filha. Deixou a coroa no Brasil o café, como principal produto. No entanto, houve um de-
para o seu filho com apenas 4 anos. O Brasil passou a sequilíbrio ecológico que levou a desfertilização do café no
ser governado por regentes. Vale do Paraíba, levando inúmeros fazendeiros à falência.
Regência: Existiu inicialmente uma Regência Trina e O Café foi reintroduzido no Oeste Paulista, utilizando no-
depois, uma Regência Uma. Apesar do Brasil ter vivido vos recursos e investimentos, além da utilização de mão
uma experiência “presidencialista” foi uma fase marcada de obra assalariada (no Vale do Paraíba era utilizada mão
por revoltas por todo o império, as províncias rebelaram- de obra escrava), elevou a produção do café e garantiu o
-se contra o governo. Este por sua vez criou a Guarda preço e o bem estar dos novos barões do café. Os escravos
Nacional nessa época, temos como destaque o líder da foram aos poucos conquistando alguns direitos. A Inglaterra
Guarda, Luís Alves Lima, o Duque de Caxias. As revoltas tinha interesse em liberta-los pois tornariam consumidores
de seus produtos, então faziam de tudo para que o Bra-
regenciais foram:
sil fizesse a abolição. A primeira foi a Lei Eusébio Queiroz,
- Cabanagem: no Grão-Pará, o povo revoltou-se con-
proibindo o tráfico de escravos no Brasil, depois a Lei do
tra os regentes, teve apoio da elite, mas a revolta tornou-
Ventre Livre, a Lei do Sexagenário e finalmente a Lei Áurea,
-se popular, logo foi massacrado pelas tropas do governo. foi quarenta anos de campanha abolicionista. Em Santa Ca-
- Balaiada: no Maranhão, os vaqueiros e balaieiros tarina, destacamos o poeta Cruz e Sousa, que era negro e
lutaram num conflito contra a regência, o movimento tor- abolicionista, pregava a igualdade entre as pessoas, parti-
nou-se uma guerrilha e não acabou nada bem para a ca- cipou do movimento simbolista, presentes em suas obras
mada popular que foi massacrada por Duque de Caxias. (Broqueis, Faróis, Últimos Sonetos...) Cruz e Sousa vivia
- Sabinada: na Bahia, a elite apoiou as ideias de no Desterro (atual Florianópolis) Com a diminuição dos
Francisco Sabino, que sugeriu a separação da Bahia do escravos após a Lei Eusébio de Queiroz, o Imperador criou
Brasil. As tropas massacraram os revoltosos. planos para a vinda de imigrantes europeus, italianos, ale-
mães, austríacos, poloneses...a grande maioria dos italia- Caminho de Peabiru (nome de origem tupi), assim
nos ficaram em São Paulo, e foram trabalhar nas Fazendas era chamado o caminho que saía de São Vicente, litoral
de café, alguns instalaram-se no Rio Grande do Sul. Os ale- paulista, cortava o estado do Paraná, atravessava o rio
mães tornaram-se proprietários nas colônias de povoamen- Paraná, passava pelo território paraguaio e pela Cordi-
to do Sul, muitas vezes tinham de enfrentar os posseiros lheira dos Andes e terminava no litoral do Peru, fazendo
e indígenas como Xokleng e Caingangues típicos do Sul, uma ligação do Peru (Oceano Pacífico) com São Vicente
geralmente formaram as primeiras moradias ao longo dos (Oceano Atlântico), esse caminho já existia antes do des-
rios, e aproveitavam a força das águas para atividades ma- cobrimento da América, e dele saía outras ramificações
nufatureiras. Os conflitos internacionais eram destaque no ou picadas de acesso (WACHOWICZ, 1988).
Segundo Império, como o caso da Questão Christie, Chris-
tie era um embaixador inglês que exigiu um pedido de des-
culpas do império, após a prisão de dois marinheiros ingle-
ses que faziam arruaça, além de exigir uma indenização de
um navio inglês que afundou no Sul. O Imperador chegou a
cortar relações diplomáticas com a Inglaterra. A região Pla-
tina também foi palco de diversas disputas e conflitos, o pior
foi a Guerra do Paraguai, antes já havia ocorrido a Guerra
da Cisplatina, onde brasileiros e argentinos disputaram a
região, depois a Questão Platina, onde o império apoiou
discretamente o Uruguai, essa região sempre foi disputa-
da(na época da colônia, Espanha e Portugal, já disputavam
a Colônia do Sacramento) afinal, essa região é importante
para o Brasil, pois era o único acesso à província do Mato
Grosso. E eles queriam ter acesso livre na Bacia do Prata.
Aí, destacamos o Paraguai, pois Solano Lopez, presidente
paraguaio, tinha desejos expansionistas, pois o Paraguai
havia virado uma potência, além de ameaçar a economia
da Inglaterra, essas foram as causas que levaram a Guerra
do Paraguai. A Inglaterra procurou atear fogo entre o Para-
guai e seus vizinhos (Brasil, Uruguai e Argentina), formaram
Existiram outros caminhos que cortaram o estado do
a Tríplice Aliança e destruíram o Paraguai com apoio da
Paraná, e também a região sul do Brasil, por onde transi-
Inglaterra. Até hoje, o Paraguai não consegue reerguer-se.
taram as tropas, veja os mapas abaixo:
80% da sua população foram mortas na época. A Queda
do Imperador foi ligada a alguns fatores: o Imperador foi
perdendo apoio, durante os anos, foi perdendo apoio da
aristocracia rural por permitir a abolição dos escravos era
a questão agrária, a abolição dos escravos mexeu na eco-
nomia do império, a questão escravocrata, os militares co-
meçaram apoiar a campanha abolicionista (muitos partici-
param ao lado dos negros na guerra do Paraguai), além da
Campanha republicana, era a questão militar, enfim, o D.
Pedro II perdeu apoio da Igreja, após prender dois bispos
que resolveram reagir por ordens do Papa, condenando a
Maçonaria. Como D. Pedro II, era maçom, resolveu punir
os bispos. Perdendo as bases que sustentavam o Império,
os militares prepararam um golpe, e mandaram D. Pedro
de volta para a Europa. A Proclamação da República, 15 de
novembro de 1889 foi um golpe militar sem a participação
do povo. Da noite para o dia, iniciava a República no Brasil.
O tropeirismo no Paraná
p. 28), “[...] a carência de animais de carga, de tração e guá e Curitiba. A luta pela emancipação política do Paraná
mesmo de sela era quase absoluta”. O transporte era feito teve seus antecedentes em 1811, quando Pedro Joaquim
pelos índios e negros escravizados, tanto nas viagens cur- Correia de Sá, com pretensões de ser Capitão-Mor, tentou
tas, como nas longas. Nas costas, nos ombros e na cabe- junto à corte do Rio de janeiro a emancipação da Comar-
ça, eles transportavam caixas de mercadorias, fardos e até ca, mas fracassou. A segunda tentativa ocorreu em 1821,
mesmo pessoas (no cangote ou em redes). quando os defensores da emancipação retomaram o mo-
É também a partir do século XVII que surge o tropeiris- vimento, organizando a denominada ‘Conjura Separatista’.
mo na América do Sul, chamado por Moreira de “fenômeno Essa tentativa também fracassou, pois o Juiz de Fora Anto-
socioeconômico”. Segundo esse autor foram os espanhóis nio Azevedo Melo e Carvalho – que visitava o Paraná – não
que trouxeram nos porões de seus navios muares (cavalos, atendeu ao apelo de Bento Viana – capitão da Guarda de
burros e mulas) para fazer o transporte (burros e mulas vêm Regimento de Milícia de Paranaguá – para que nomeasse
do cruzamento entre um jumento e uma égua). Depois co- um governo provisório independente de São Paulo. Mes-
meçaram a criar muares na América do Sul, na região onde mo com um desfecho desfavorável, o desejo de autonomia
hoje estão a Argentina, o Uruguai e o extremo sul do Brasil. permanecia. Frequentemente, as Câmaras de vereadores
No Brasil, o tropeirismo teve início no começo do século de Paranaguá, Morretes, Antonina, Lapa, Curitiba e Cas-
XVIII. Logo a produção e comércio de mulas se tornaram tro solicitavam a autonomia ao Governo Imperial Brasileiro.
as atividades mais importantes e as cidades de Santa Fé e Destarte, em 1835 ocorreu um fator favorável e decisivo
Córdoba, na Argentina, se transformaram em base de cria- para a autonomia do Paraná. Os liberais do Rio Grande do
ção de muares. Sul entraram em luta contra o Império, organizados na ‘Re-
Segundo Trindade (1992, p. 64), o muar é um animal volução Farroupilha’, e os liberais do Rio de Janeiro, São
que tem “[...] segurança e equilíbrio admiráveis nas trilhas Paulo e Minas Gerais, revoltados com a política ‘conser-
pedregosas, resistência física a grandes alturas, sujeição vadora’ do governo central, se uniram com os farrapos e
às mais diversas variações climáticas, adequação a ritmos organizaram uma única frente revolucionária. Todavia, os
de alimentação”. Para Wachowicz (1988, p.104), o burro liberais da Quinta Comarca em Curitiba, cooptados pelo Ba-
era o animal utilizado para o transporte por ter mais resis- rão de Antonina, não aderiram ao movimento. O Governo
tência que o cavalo. Imperial negociou com os liberais curitibanos, através de
O tropeirismo é visto por muitos estudiosos como de João da Silva Machado e dos Chefes das forças legalistas,
grande importância para a economia do país, e mais espe- Duque de Caxias, a emancipação da Comarca. O Governo
cificamente para o Paraná, pois foi com o tropeirismo que do Império conseguiu assim o apoio dos liberais da Quinta
aconteceu a ocupação e o povoamento do território para- Comarca para vencer os revolucionários.
naense, já que a frente de ocupação do estado estava ini- Dessa forma, retomou-se em 1843 ao projeto de eman-
cialmente concentrada na parte litorânea. cipação da Quinta Comarca na Assembleia Geral Legisla-
tiva no Rio de Janeiro. Entre idas e vindas, conseguiu-se
O tropeiro aprovação em 2 de agosto de 1853, elevando a Quinta Co-
O personagem típico do tropeirismo era o tropeiro. Al- marca de São Paulo à categoria de Província do Paraná. A
guns estudiosos apontam o tropeiro como o patrão, o dono instalação ofi cial foi realizada em 19 de dezembro de 1853,
da tropa, o empresário do transporte, o correio, o interme- onde tomou posse o primeiro presidente Zacarias de Góes
diário nos negócios. Outros chamam de tropeiros, também e Vasconcelos, tendo Curitiba como capital.
aqueles que ajudavam a conduzir as tropas nas viagens.
“As cargas a eles confiadas eram religiosamente cuidadas; A vida política da província paranaense de 1853 a 1889
(...). Até cargas de ouro e de pedras preciosas desciam A Província do Paraná teve, ao longo de 1853 a 1889,
das minas para a costa entregues a tropeiros” (GOULART, cinquenta e três períodos de governos; vinte e sete presi-
1961, p.108). dências; quarenta e um presidentes em exercício e vinte e
Segundo Wachowicz (1988, p.119), “[...] nesta época seis períodos de vice-presidência e retorno presidencial. Os
sobressaía-se como líder da 5ª comarca o tropeiro João da presidentes eram escolhidos entre aqueles que pertenciam
Silva Machado (...) o governo imperial concedeu a João da ao partido político dominante e nomeados diretamente pelo
Silva Machado o título de Barão de Antonina”. imperador D. Pedro II. De 1853 a 1870, os governantes vie-
Também Goulart (1961, p.117) afirma que: “Tropeiro foi ram de outras províncias. No período subsequente (1870
a princípio João da Silva Machado (1782-1875), que poste- a 1889), o imperador fez algumas nomeações de pessoas
riormente veio a ser: senador pelo Paraná, Grande do Im- procedentes da província para ocupar o cargo de presiden-
pério e Barão de Antonina, (...)”. te e vice-presidente da Província. As justificativas para a
nomeação dos presidentes e dos vice-presidentes oriundos
A emancipação da província do Paraná de outras províncias era que o Paraná tinha uma pequena
Entre 1660 a 1770, a região foi elevada a status de ca- projeção política e econômica no Império e não possuiria
pitania, denominada Capitania de Paranaguá. Em 1770, elementos com ‘boa formação político-administrativa’ para
com a restauração da Capitania de São Paulo, ela foi extin- o cargo majoritário na Província. No entanto, sabemos que
ta e incorporada por esta como comarca. Em 1812, a sede a nomeação para a presidência das províncias no Brasil era
da comarca, que era em Paranaguá, foi transferida para utilizada pelo imperador Pedro II para acomodar as forças
Curitiba e passou a se chamar Quinta Comarca de Parana- políticas que o apoiavam. O imperador geralmente escolhia
governantes fiéis e aliados ao governo imperial. A intenção aldeamentos dos Kaingang existentes entre os rios Tibagi e
era criar e estabelecer governos provinciais comprometidos Pirapó. Ainda em setembro de 1862, outra comissão explo-
com os interesses do governo central e promover alianças radora, a do engenheiro Hegreville, chegou a São Pedro de
com as elites dominantes locais. Eram dois partidos políti- Alcântara com a missão de remover a Colônia Indígena do
cos dos quais esses representantes faziam parte: o Conser- Pirapó para um lugar sem doença. Hegreville iniciou uma
vador e o Liberal. Os partidos na província eram dominados estrada de São Pedro de Alcântara em direção ao rio Pira-
pelas oligarquias locais que escolhiam os seus represen- pó. Nesse momento, as atenções estavam voltadas para
tantes aos cargos políticos. A disputa entre os conserva- os vastos territórios que ficavam a oeste do rio Tibagi, e
dores e os liberais não representava uma dificuldade à no- o primeiro alvo era chegar até o rio Pirapó e em seguida
meação dos cargos; na realidade, seus programas políticos prosseguir até as barrancas do Ivaí e do Paraná. Na década
não diferiam um do outro e não havia uma oposição efetiva de 1860, também foram realizadas várias expedições no rio
entre eles. No Paraná, os principais líderes liberais foram Ivaí. Gustavo Rumbelsperger apresentara uma planta e um
Jesuíno Marcondes de Oliveira e Manuel Alves de Araú- roteiro da viagem que tinha realizado de setembro a dezem-
jo, que formavam as famílias dos Barões do Tibagi e dos bro de 1864 ao Presidente da Província André de Padua
Campos Gerais. Os líderes conservadores foram Manuel Fleury, o qual já tinha recebido um relatório do engenheiro
Antônio Guimarães (Visconde de Nacar) e Manoel Francis- Frederico Hegreville, encarregado de explorar os rios Tiba-
co Correia, que formavam as famílias do litoral que contro- gi e Paranapanema. Em de janeiro de 1865, os irmãos e
lavam o comércio importador e exportador da erva-mate. engenheiros Francisco e José Keller chegaram à colônia
O cargo majoritário da província foi ocupado pela primeira Teresa Cristina, no alto rio Ivaí, com a missão de explorar
vez em 19 de dezembro de 1853, quando foi instalada ofi- esse rio. Em maio, a expedição estava a 8,6 léguas (60,2
cialmente a província paranaense, e o primeiro Presidente km) abaixo da antiga Vila Rica, e ali avistou os índios nas
da Província paranaense foi o baiano Zacarias de Góes e margens do Ivaí, um grupo numeroso.
Vasconcellos. O encontro da expedição Keller com os Kaingang se
deu em um dos paris (armadilhas) de pesca que estes úl-
As ações de reconhecimento dos territórios do Paraná timos possuíam no rio Ivaí. Em um determinado momen-
na segunda metade do século XIX to, quando a situação parecia tensa, um cacique Kaingang
Em abril de 1851, quando o Paraná ainda era uma Co- chegou trazendo informações do Frei Timóteo e a situação
marca de São Paulo, partiu da Colônia Militar do Jataí uma se esclareceu. Frei Timóteo enviara uma mensagem para a
expedição com quinze canoas carregadas com cem cargas expedição por meio dos Kaingang que saíam do Jataí para
de sal destinadas ao Mato Grosso. Essa monção era do Ba- pescar em seus paris do rio Ivaí. O local onde os Kaingang
rão de Antonina, que experimentava esse comércio em as- pescavam era no Salto das Bananeiras (município de Ivai-
sociação com os irmãos Antônio e Miguel Prestes. Ela tinha lândia). E se os índios pescavam nessas corredeiras é evi-
como guia Joaquim Francisco Lopes; iam também John H. dente que eles tinham outros pontos de pesca ao longo do
Elliot e 47 índios contratados como canoeiros. Depois de rio Ivaí e seus afluentes e transitavam e acampavam por
dezesseis meses estavam de volta ao Jatai. A rota inaugu- toda essa região. Os engenheiros Keller, continuaram sua
rada pelo Barão de Antonina com cargas de sal para o Mato viagem pelos rios Ivaí, Paraná, Paranapanema e Tibagi,
Grosso tornou-se em seguida uma rota militar rumo aos onde encontraram novas armadilhas de pesca dos Kain-
postos de fronteira com o Paraguai. Em 1855, com o Para- gang. Chegaram a Curitiba no dia 14 de outubro de 1865,
ná já emancipado de São Paulo, o Governo Imperial enviou após nove meses e meio de viagem com um conhecimento
por ela o capitão do exército Manoel Joaquim Pinto Pacca bastante completo dos rios Ivaí, Paraná, Paranapanema e
com comunicações, ao que parece, importantíssimas para Tibagi.
nossos postos militares na fronteira do Paraguai. Em 1857, Ainda na década de 1860, uma nova expedição foi pla-
o Ministério da Guerra enviou uma comissão comandada nejada para estudar uma nova rota para o Mato Grosso.
pelo primeiro tenente de engenheiros Epiphanio Cândido Dessa vez, a missão foi confiada ao engenheiro paranaen-
de Souza Pitanga para verificar as condições de navegabili- se Antonio Pereira Rebouças.
dade dos rios Tibagi e Paranapanema. Os trabalhos realiza- Para o início dos trabalhos, foram repassados
dos pelo tenente Epiphanio Cândido de Souza Pitanga na 23:000$000 (vinte e três contos de réis) ao engenheiro Re-
rota para o Mato Grosso pelo Tibagi, em 1857, já estavam bouças, e em 3 de maio ele iniciou as explorações do trecho
concluídos com os preparativos para a guerra com o Pa- Guarapuava ao baixo Ivaí, que esperava ser concluída em
raguai em 1864. Antonio Rebouças informou que em 1858 novembro de 1869. Em 26 de novembro de 1869, Rebou-
mandou ao Matto Grosso por este caminho um batalhão ças informou que a expedição tinha saído de Guarapuava
de artilharia com as competentes peças e muitas munições em 2 de maio, composta de 32 pessoas entre trabalhado-
ao comando do atual visconde de Itaparica4. Além da rota res, engenheiros etc., e possuía 25 animais para o trans-
para o Mato Grosso, o Governo se preocupou em explorar porte do material, bem como reses para o abate durante
as redondezas da Colônia Militar e das Colônias Indígenas os trabalhos. Em 3 de outubro, chegaram às margens do
do Paranapanema/Tibagi. Em meados de 1862, Joscelim Ivaí, tendo a medição atingido 183, 3 km a contar de Gua-
Morocines Borba, prestando serviço no aldeamento de São rapuava. Rebouças acreditou que o ponto que chegaram
Pedro de Alcântara, empreendeu uma exploração, com ao Ivaí foi no ribeirão, anotado por Keller a 28 km acima da
nove pessoas, a fi m de verificar os campos e os possíveis Corredeira do Ferro, hoje denominado rio Ligeiro, no muni-
cípio de Jussara. Rebouças tratou das riquezas da região e De Guarapuava, deveria seguir para os campos do
da possibilidade de se traçar a estrada de Guarapuava ao Mourão e escolher um local para a fundação de uma Colô-
baixo Ivaí. Os planos de Rebouças relativos à estrada para nia Indígena. E, depois, deveria seguir com a picada pela
o Mato Grosso partindo de Guarapuava tinham sido discuti- margem direita do rio Piquiri até onde o rio propiciasse a
dos por engenheiros na corte, e ele previa um tronco central navegação, indicando um local adequado para a fundação
de Antonina até Guarapuava e daí dois ramais: um para o de outra Colônia Indígena e ainda outro local, na foz do
Mato Grosso, acompanhando o Ivaí, e outro para Paraguai, Piquiri, para a fundação de uma Colônia Militar. Também
margeando o rio Iguaçu, e um terceiro de alguma localidade deveria pesquisar o local das ruínas de Ciudad Real, ex-
do Iguaçu para Corrientes, na Argentina. Anos mais tarde, plorar o rio Paraná entre o Salto das Sete Quedas e a foz
a picada aberta pela expedição de Rebouças em 1865 ser- do rio Iguatemi; explorar o rio Paraná até a foz do rio São
viu para que fazendeiros de Guarapuava chegassem até Francisco e ver a possibilidade uma Colônia Militar às suas
aos acampamentos Kaingang nos campos das cabeceiras margens. Deveria ainda verificar a possibilidade de cons-
dos rios Mourão e Goio-Erê, hoje município de Campo Mou- truir uma estrada de ferro acima e abaixo do Salto das Sete
rão e municípios vizinhos. Nessa mesma época, o cacique Quedas. Também deveria, desde o ponto onde não é mais
Bandeira, dos Kaingang, visitou Guarapuava e convidou os possível navegar no rio Piquiri, estudar a possibilidade de
brancos para visitá-los em suas moradias nos campos do uma estrada de rodagem ou de ferro ligando os Aldeamen-
Mourão. tos do Piquiri, Campo Mourão e a cidade de Guarapuava.
As explorações dos territórios ao longo do rio Ivaí con- Nessa cidade, deveria explorar o vale do rio Jordão ou do
tinuaram na década seguinte. De junho de 1872 a abril de rio Cavernoso até o rio Iguaçu, em Porto União.
1874, os ingleses comandados pelo engenheiro Thomas As determinações foram as seguintes em relação aos
Bigg-Wither pesquisaram o traçado de estrada de ferro pelo índios: deveriam buscar informações sobre as tribos, famí-
vale do rio Ivaí. Essa expedição fazia parte dos trabalhos de lias, costumes, extensão dos territórios de cada grupo ou
demarcação da futura Estrada de Ferro Paraná-Mato Gros- tribo e se a língua era comum a todos da região, para que o
so pelo vale do Ivaí, cujo projeto foi pensado em Londres Governo pudesse organizar um corpo de intérpretes. Distri-
e contou com o apoio do Barão de Mauá. Após encontro buiriam brindes para os índios, evitando qualquer incidente
desastroso com os Kaingang na Corredeira do Ferro, onde que pudesse atrapalhar os planos do Governo Imperial para
foram mortos dois índios Kaingang, os trabalhos no rio Ivaí ocupar a região. As praças do 2º Corpo de Cavalaria, aquar-
foram suspensos e Bigg-Wither foi explorar o rio Tibagi com telados na região, só poderiam agir em caso de extrema
Telêmaco Borba em 1874. urgência. Estava planejada, portanto, a última etapa para
Ainda nessa década, os agentes da conquista esten- a conquista dos territórios indígenas do oeste, e com essas
deram suas explorações até o rio Piquiri. Em 1876, uma determinações desvendavam-se os territórios do Paiquerê,
expedição de reconhecimento percorreu os rios Tibagi, Pa- as terras do rio Piquiri e se chegava à última fronteira no rio
ranapanema, Paraná até Sete Quedas e entrou pelo rio Pi- Paraná. Em seguida, o presidente Carvalho começou a re-
quiri, comandada pelos irmãos Nestor e Telêmaco Borba e ceber os relatórios da comissão Gengembre. O primeiro foi
financiada pelo governo da província para o reconhecimen- em 11 de junho, quando o engenheiro lhe comunicou que
to do salto das Sete Quedas no rio Paraná bem como para fizera o reconhecimento da região desde o rio Butiazinho,
reconhecimento do rio Piquiri. Levaram nessa expedição Bahu e Jarão para poder entrar no vale do rio Piquiri. No
índios Kaingang de São Pedro de Alcântara para servir de dia 20 de julho, outro ofício comunicou que os trabalhos se-
intérpretes, em uma clara intenção de contatar os Kaingang guiam bem, apesar do frio (os termômetros registraram oito
que viviam no vale do rio Piquiri e nos campos divisores das graus negativos). Um mês depois, em 20 de agosto, o en-
águas desse rio com o Ivaí. Em março de 1882, o presiden- genheiro escreveu que entrara pelo rio Jarão e acompanha-
te Carlos A. de Carvalho recebeu um aviso do Ministério da ra o Piquiri pela sua margem esquerda, mas o rio dava uma
Agricultura referente aos territórios dos Kaingang do vale do volta muito grande para oeste-sudoeste, tirando a picada do
Piquiri. De acordo com as informações do fazendeiro gua- rumo das Sete Quedas, aumentando a distância sobre um
rapuavense Norberto Mendes Cordeiro, a região tinha uma terreno de difícil passagem. O engenheiro evitou essa volta
população de 5.000 Kaingang dispostos a se relacionarem do rio, atravessando-o duas vezes para escapar da volta,
com os brancos. Objetivando incorporar esses territórios, retomando a picada na margem esquerda do Piquiri. Em
o Ministro da Agricultura escreveu que tinha resolvido: ‘[...] maio de 1883, queixando-se da morosidade do engenheiro
mandar que se abra uma estrada que dos campos de Gua- Gengembre, o presidente Carvalho solicitou sua exonera-
rapuava demande o primeiro desses rios na parte navega- ção e ele foi dispensado em 13 de dezembro de 1883. A
vel do seu curso, e bem assim que se estabeleça na sua demissão do engenheiro e do seu ajudante, mais a falta de
proximidade um aldeamento (CARVALHO, 1882, p. 58). recursos financeiros, deixaram as atividades dessa estrada
Pôs à disposição do presidente Carvalho a quantia de suspensas durante o ano de 1883. Mas Gengembre tinha
10:000$000 (dez contos de réis) na conta Catequese e Civi- feito um relatório em fins de 1882, no qual relatou os traba-
lização dos Índios, e nomeou o engenheiro Emílio Gengem- lhos realizados.
bre para executar a obra. Em abril, o presidente Carvalho Nas décadas seguintes, outras explorações oficiais ou
nomeou o engenheiro Pedro Leitão da Cunha como auxiliar particulares foram realizadas nos vales do Ivaí e Piquiri. Em
de Gengembre e lhe deu como instrução organizar uma co- 1896, o General José Cândido da Silva Muricy desceu o
missão de trabalho em Guarapuava com o apoio de Luiz Ivaí até as ruínas de Vila Rica do Espírito Santo em busca
Daniel Cleve e Norberto M. Cordeiro. de antigos tesouros supostamente deixados pelos jesuítas.
Em 1911, Edmundo Mercer, morador da cidade de Ti- e beneficiamento, transporte e exportação tornaram-se lucra-
bagi, foi contratado pela firma Cole & Weiss, de Curitiba, tivos ao ponto de atrair investimento em infraestrutura, meca-
para abrir uma picada do rio Ivaí, entre salto das Ariranhas nização e industrialização da produção. A atividade ervateira
e Ubá, até Campo Mourão. Ali chegando, encontrou cer- proporcionou o desenvolvimento de empresas relacionadas
ca de dez famílias que tinham vindo de Guarapuava pro- ao seu suporte, proporcionando o desenvolvimento de Curi-
vavelmente pela trilha aberta por Rebouças. A informação tiba e região em diversos setores, auxiliando na construção
de Luiz Leopoldo Mercer, filho de Edmundo, é de que seu de suas características urbanas, culturais e produtivas. A in-
pai, no ano de 1910, a serviço da firma Colle & Weiss, abriu dústria surge no Paraná para aproveitar melhor a erva-mate. A
um picadão desde o Salto Ubá, no Ivaí, até as barrancas exportação do mate serviu para inserir o Paraná no cenário do
do Paraná, em uma distância de 220 km. Esse era o tra- comercio internacional marítimo. A análise da dinâmica econô-
çado da estrada boiadeira destinada a trazer gado magro mica ligada ao negócio da erva-mate servirá para estabelecer
do Mato Grosso para engordar nos Campos Gerais. Luiz L. modelos de estudo e de desenvolvimento para outros setores
produtivos.
Mercer também informou que seu pai fizera outras entradas
A tradição do chimarrão é antiga e remete a tradição à
na região entre os rios Piquiri e Ivaí, e chamava a região de
história da colonização espanhola. Soldados espanhóis, que
El Dorado paranaense.
aportaram em Cuba e foram ao México ‘capturar’ os conheci-
Ainda em 1917, Edmundo Mercer conduziu ao Para- mentos das civilizações Maia e Azteca, em 1536 chegaram à
guai, através dos territórios acima mencionados, uma co- foz do Rio Paraguay. Impressionados com a fertilidade da terra
missão inglesa interessada na instalação de frigoríficos. às margens do rio, fundaram a primeira cidade da América
Em 1918, Edmundo Mercer viajou novamente pelos terri- Latina: Assunción del Paraguay.
tórios indígenas do vale do Piquiri e foi até o rio Ivinheima, Acostumados a grandes ‘borracheras’ - porres memorá-
no Mato Grosso. No início da década de 1920, Edmundo veis que muitas vezes duravam a noite toda - os desbravado-
Mercer e Coelho Jr. voltaram a explorar e a abrir picadas res, nômades por natureza, sofriam com a ressaca. Aos pou-
nas matas do noroeste do Estado. Mercer abriu a picada cos, foram tomando o estranho chá de ervas utilizado pelos
de Campo Mourão para o norte em direção à Corredeira índios Guarany e notavam que no dia seguinte ficavam melho-
do Ferro no rio Ivaí, onde ele encontraria com a picada de res. Realmente, o mate amargo é um bom ativante do fígado,
Coelho Jr. que vinha descendo do norte para sul desde a auxiliando a curar o mal-estar causado pela bebida.
foz do rio Paranapanema, no Paraná. O porongo e a bomba do chimarrão eram retirados de flo-
A migração europeia para o Paraná no século XIX Ao resta de taquaras, às margens do rio Paraguay. Por causa da
discutir a questão da imigração moderna no Paraná, alguns tradição, os paraguaios tomam a bebida fria e em qualquer
historiadores utilizam a expressão ‘imigração para povoar tipo de cuia. É o chamado tererê, que pode ser ingerido com
vazios demográficos’ para explicar o surgimento dos primei- gelo e limão ou com suco de laranja e limonada no lugar da
ros núcleos coloniais no Paraná distantes dos centros mais água.
povoados, como a região de Paranaguá, Curitiba e adja-
cências, e Campos Gerais. Esse seria o caso da instalação 3. BRASIL REPÚBLICA. 3.1. IMPLANTAÇÃO DO
dos alemães em Rio Negro, em 1828, que estava dentro REGIME REPUBLICANO E CONFLITOS SOCIAIS.
de uma política mais ampla desenvolvida pelo Governo Im- 3.2. A GUERRA DO CONTESTADO. 3.3. POLÍTICA
perial; o caso dos franceses instalados na Colônia Teresa OLIGÁRQUICA E CORONELISMO. 3.4. A ERA
Cristina isolada no vale do Ivaí, em 1847; e dos alemães VARGAS: ESTADO, TRABALHO E CULTURA.
franceses e suíços, no litoral em Guaraquessaba, em 1852. 3.5. O GOLPE CIVIL-MILITAR DE 1964. 3.6. MOVI-
Nesse período da Quinta Comarca, 1829 – 1853, entraram MENTOS DE RESISTÊNCIA À DITADURA. 3.7. A
no Paraná 460 migrantes europeus, os quais foram instala- ABERTURA POLÍTICA. 3.8. A NOVA REPÚBLICA
dos em lugares distantes dos campos e dos centros urba- E AS CARACTERÍSTICAS DO ESTADO DEMO-
nos, em uma estratégia de ocupar territórios de matas que CRÁTICO DE DIREITO ESTABELECIDAS PELA
não eram ‘vazio demográficos’, mas cujos antigos morado- CONSTITUIÇÃO DE 1988. 3.8.1. CIDADANIA E
res eram ameaçados de ataques indígenas. MOVIMENTOS SOCIAIS. 3.8.2. A QUESTÃO DA
DESIGUALDADE E DA INCLUSÃO SOCIAL. 3.8.3.
O ciclo da erva-mate no Paraná4 A DEMOCRACIA E O PAPEL DAS INSTITUIÇÕES
o Paraná é e já foi o estado maior produtor de erva-ma- DE SEGURANÇA PÚBLICA
te no Brasil. A exploração, beneficiamento e exportação da
erva-mate foi a principal atividade econômica desenvolvida (1889-2005) Marechal Deodoro da Fonseca assume a
no território do atual Estado do Paraná entre a primeira me- presidência, a república é constituída pela elite, regida sob
tade do século XIX e 1929. Encontrada de forma natural em influência positivista (percebe-se no lema Ordem e Progres-
meio as matas da região Centro-Sul do Paraná, a erva-ma- so), porém Marechal Deodoro não consegue trabalhar com
te (Ilex Paraguariensis) teve seu consumo difundido pelos a oposição, além da crise que ocorreu em seu governo, co-
indígenas e seguido pelos padres jesuítas da época da co- nhecida como Crise do Encilhamento, uma estratégia de criar
lonização. A economia do Paraná na época era voltada a subsídios e investimentos para empresários, acabou ocorren-
extração e venda desse produto. Sua extração, preparação do uma especulação que levou a crise, como num jogo de
4 http://ambientegeografia.blogspot.com/p/o-ciclo-da-erva-
apostas. Foi criada também a Constituição de 1891, onde
mate-no-parana.html
as províncias passariam a tornar Estados, e estabeleceria
a oligarquia no país. Com o afastamento de Deodoro, A Guerra do Contestado ocorreu na região contestada
assume outro militar, Floriano Peixoto, este autoritário, entre Paraná e Santa Catarina, ao noroeste de santa Ca-
logo que assumiu, contrariou a constituição, pois deveria tarina, posseiros que foram expulsos de suas terras encon-
convocar novas eleições, não fez isso e arrumou inúme- traram esperança nas palavras de um curandeiro chamado
ros inimigos. Primeiro foi a Marinha que tentou fazer um João Maria. Anos mais tarde essa região tornava-se mais mi-
levante, a Revolta da Armada. Mas o pior foi a Revolução serável, pois havia acabado a construção da estrada de fer-
Federalista que iniciou no Rio Grande do Sul e acabou na ro, e os trabalhadores ficaram por ali. Reencontraram espe-
Ilha de Santa Catarina. Em Santa Catarina, alguns adep- rança com outro, que dizia ser descendente de João Maria,
tos da Revolta da Armada, juntaram-se aos federalistas, chamava-se José Maria, este fundou a monarquia celestial
eles eram contra o autoritarismo de Floriano, este rea- e propôs a mesma coisa que havia feito o Conselheiro. As
giu com força, derrotou os revoltosos de Desterro (que tropas federais e paranaenses tentaram por diversas vezes
haviam concentrado na ilha um governo revolucionário acabar com a comunidade, mas os crentes formavam outras
e nomeavam outros líderes, até que conseguiram isolar os
de oposição a Floriano), muitos foram assassinados na
últimos revoltosos. O governo venceu, pra variar.
fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim. Floriano Pei-
O Governo de Rodrigues Alves resolveu reurbanizar o
xoto ainda mudou o nome da cidade para Florianópolis.
Rio de Janeiro, para isso desmontou diversos barracos e
Esse militarismo e ditadura do início da República, ficou
cortiços, deixando as pessoas desabrigadas, isso gerou um
conhecido como República das Espadas. Logo que as- descontentamento, para piorar o sanitarista Oswaldo Cruz,
sumiu Prudente de Moraes, inicia uma nova estratégia, tentando isolar a população da febre amarela e varíola, cria
onde um pequeno grupo elitista toma conta do país, a a vacina, o governo obriga a população a vacinar através da
República da Oligarquia, que para manter o controle, ti- Lei da Vacina Obrigatória, os agentes invadiam as casas e
nha a tradição política do Café com Leite (variar o gover- vacinavam as pessoas à força, a população que já estava
no entre um paulista e um mineiro), a política dos gover- descontente, rebelou, tomaram as ruas do Rio e exigiam o
nadores, que só conseguiam governar se apoiassem os fim da Lei da Vacina e de melhor qualidade de vida. Era a Re-
presidentes da oligarquia, ainda tinha a figura do fazen- volta da Vacina. Foram todos presos, mas a lei foi revogada.
deiro que controlava a população mais pobre, e garantia A Marinha Brasileira costumava açoitar os marinheiros
os votos necessários, era o coronel, e essa estratégia rebeldes, certa ocasião, o Almirante Negro, João Cândido
foi conhecida como Coronelismo. A economia era basica- flagrou o capitão açoitando um dos marinheiros, dominou o
mente cafeeira, apesar de existir uma época de destaque capitão e tomou a força o navio de guerra, esse motim fi-
do cacau e da borracha, mas além das dificuldades en- cou conhecido por Revolta da Chibata, pois João Cândido
contradas pelos subsídios do governo (o governo criava ameaçou bombardear o Rio de Janeiro se o presidente não
taxas em outros produtos para poder comprar a sobra de atendesse suas exigências (fim da chibatadas, aumento de
café dos barões) esses produtos perderam com a con- salário, etc...) o governo prometeu atender, mas João Cândi-
corrência das colônias britânicas. do acabou sendo condenado e levado a um buraco na Ama-
Os conflitos sociais eram terríveis, ocorreram alguns zônia. Não só a Marinha, como o Exército já estava descon-
de origem religiosa, chamadas de messianismo. O pri- tente com a política, Os Tenentes levantaram uma bandeira
meiro deles que tinha essa característica, ocorreu ainda de moralismo e denunciaram as perseguições a chefes mili-
no Império, na província do Rio Grande do Sul. Foi o Mo- tares, além de declararem-se contra a posse de Artur Bernar-
vimento dos Mucker liderado por Jacobina Mentz Maurer des. Era o Tenentismo. eles tomaram o forte de Copacabana
e o curandeiro João Jorge Maurer em Sapiranga RS, em e só saíram de lá lutando, o governo enviou outras tropas e
1874 no final do século XIX, teve uma grande repercus- teve que enfrentar os últimos 18 tenentes. Os 18 do Forte
de Copacabana morreram lutando. Alguns tenentes dessa
são em toda zona de colonização alemã do RS. Na época
revolta juntaram a Luís Carlos Prestes e Miguel Costa e par-
da revolta os mucker foram combatidos pelo que eram e
ticiparam da Coluna Prestes, estes eram opositores ao go-
pelo que a população de São Leopoldo RS, julgava se
verno e viajavam pelo interior para que a população apoiasse
fossem. Houve um confronto entre colonos e adeptos da
os tenentes. Todo esse conflito pode ser resumido na frase
seita. Isso acabou com violência, as tropas imperiais ex- do último presidente da República da Oligarquia, Washington
terminaram os religiosos. Na república, ocorreram dois Luís: “a questão social é um caso de polícia”. Esse mesmo
movimentos messiânicos, os canudos e o contestado. Washington Luís resolveu romper com as tradições políticas
A Guerra de Canudos ocorreu no sertão da Bahia, do Café com Leite, e ao invés de nomear um mineiro, resol-
teve suas origens com o empobrecimento da região, pois veu nomear um paulista (Júlio Prestes), Minas, resolveu jun-
ali predominava, desde a colônia, o minifúndio e a produ- tar as forças com a oposição, Rio Grande do Sul e Paraíba,
ção para atender o mercado interno. No entanto, fanáti- formaram a Aliança Liberal. Washington Luís tentou aproxi-
cos religiosos liderados por Antônio Conselheiro funda- mar de João Pessoa (Paraíba), tentou pedir apoio, mas João
ram uma comunidade, onde negavam o pagamento de Pessoa negou, coincidentemente João Pessoa havia sido
impostos exigidos pelo governo, iniciando aí um proble- assassinado por problemas internos, mas foi o estopim que
ma sério contra o governo. As tropas federais tentaram resultou na Revolução de 30. Movimento que a Aliança Li-
quatro vezes destruir canudos. Foi uma batalha desigual beral derruba a Política da Oligarquia, e colocam o gaúcho
e horrível, Conselheiro teve a cabeça degolada. Getúlio Vargas no poder. Iniciando a Era Vargas.
Vargas precisava resolver o problema emergencial O governo de Eurico Gaspar Dutra destacou-se pela
herdado da crise de 1929, e destruiu 80mil sacas de café, influência norte americana e a Guerra Fria, pois ele cortou
para elevar o preço do produto, e depois criou o Ministé- as relações diplomáticas com a URSS, portanto os depu-
rio do Trabalho. No entanto sofreu uma terrível oposição tados comunistas (PCB) foram cassados. Dutra diminuiu
vinda dos paulistas, descontentes com a recente perca de as taxas alfandegárias, e houve uma enorme importação,
autonomia, alguns estudantes de Direito, saíam nas ruas e mesmo o Brasil tendo a economia fortalecida durante a
faziam discursos contra Getúlio e exigiam uma constituição. Segunda Guerra (produto interno), com as importações, a
Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, foram assassinados economia caiu rapidamente, e teve uma terrível inflação,
quando atacavam os jornais que defendiam Getúlio. As ini- deixando o salário mínimo absolutamente desvalorizado.
ciais de seus nomes viraram bandeira de luta MMDC. Em meio a todo esse furacão, nas novas eleições, venceu
Os Paulistas pegaram em armas e fizeram a Revolução novamente Getúlio Vargas, ainda era muito prestigiado.
Constitucionalista de 1932, tal revolução acabou em dois Essa última fase de Getúlio Vargas, é marcada pela
meses, porém, Getúlio Vargas acabou fazendo a Constitui-
democracia, mas o Populismo (que já havia sido Implanta-
ção de 1934. As leis trabalhistas, o voto feminino, justiça
do no Estado Novo) não daria muito certo, pois os empre-
eleitoral e voto secreto, foram as principais características
sários, não aceitariam as “ajudas” para os trabalhadores.
da Constituição. Duas tendências surgiram nessa época, a
No entanto, o salário mínimo é aumentado 100%, os em-
ANL Aliança Nacional Libertadora, composta pelos comu-
nistas e a AIB Ação Integralista Brasileira, composta pelos presários protestaram. Getúlio dizia ser “nacionalista”, de-
simpatizantes do Fascismo. fenderia a indústria brasileira, porém, a oposição dizia que
Os comunistas tentaram fazer uma ação, combinaram ele deveria favorecer mais as liberdades do capital estran-
para que os quartéis rebelassem contra o governo e tentas- geiro (“entreguismo” ao Império americano). Com esse es-
sem fazer uma revolução aos moldes da Revolução Russa. pírito, decretou a nacionalização do petróleo, com o lema
Era a Intentona Comunista, liderada por Luís Carlos Pres- o “Petróleo é nosso”, Getúlio criou a Petrobrás, e determi-
tes. A esposa de Luís Carlos Prestes Olga Benário Prestes, nou que somente o Estado, poderia explorar o petróleo do
foi presa e enviada Gestapo (polícia alemã nazista) mor- País. Claro, os EUA reagiram, negaram empréstimos, e
reu num campo de concentração Vargas dizia saber de um Getúlio comprava uma briga contra os poderosos. Getúlio
plano em que os comunistas tomariam o poder do Brasil teve uma crise política (corrupção dos seus auxiliares), a
e convenceu os militares a apoiarem num golpe. Ele dizia imprensa não perdoou. Depois disso, houve um atentado
que era um tal Plano Cohen, que dizia que os comunistas contra o jornalista Carlos Lacerda, mas o tiro acertou um
tomariam as instituições, e aquele terror todo. Getúlio ga- oficial da Aeronáutica, as evidências do atentado caíram
rantiu que somente ele poderia enfrentar os comunistas e sob Getúlio, e em uma reunião extraordinária, os militares
os militares resolveram apoia-lo no Golpe do Estado Novo, decidiram que ou Getúlio renunciava ou seria derrubado.
Getúlio agora, era um ditador. Todos os estados tiveram in- Diante dessa situação, Getúlio suicidou-se com um tiro no
terventores, Getúlio proibiu a autonomia dos Estados, até coração.
mesmo as bandeiras eram proibidas, criou o Departamento Dois anos mais tarde venceu as eleições um candi-
de Imprensa e Propaganda, DIP e a Hora do Brasil na rádio, dato da base de Getúlio, era Juscelino Kubitscheck, seu
só para falar bem dele. governo foi marcado pelo crescimento econômico, e a
A Segunda Guerra estava prestes a começar e Getúlio industrialização. Para isso criou o Plano de Metas, para
ainda estava em dúvida se ficava ao lado de Hitler. Porém crescer “cinquenta anos em cinco”. consiste na criação de
recebendo a visita do Presidente norte americano, logo fez estradas, indústrias automobilísticas e de energia(hidrelé-
uma proposta, verbas para a criação da Companhia Si- tricas), além do fortalecimento das indústrias de base,
derúrgica Nacional em Volta Redonda, em troca, além de
petróleo e aço. Juscelino construiu uma nova capital, a
apoiar aos aliados, Getúlio tinha que ceder um espaço no
cidade de Brasília, em 1960, favorecendo a ocupação ter-
território brasileiro para construção de uma base aérea, e
ritorial do Centro Oeste. Para isso teve que ter apoio de
assim foi criado o “trampolim da Vitória” a base americana
capitais estrangeiros (aumentando a dívida externa) Bra-
no Maranhão. Assim, quando os EUA entraram na guerra,
a Alemanha havia bombardeado seis navios brasileiros, co- sília foi construída por nordestinos, foram chamados de
movendo a população e exigindo que Getúlio enviasse as “candangos”. A vitória da eleição de 1960, foi da oposição
tropas. o Brasil enviou a FEB (Força Expedicionária Bra- (UDN), era Jânio Quadros, que logo, demonstrou-se um
sileira) na Tomada da Itália. Getúlio ficou conhecido como governo estranho, pois cortou verbas da saúde e educa-
populista, por aproximar a população dele, através das leis ção, houve aumento dos produtos básicos, apesar de ser
trabalhistas a CLT. Mas ao mesmo tempo que “ajudava” os de Direita, reatou as relações diplomáticas com a URSS
trabalhadores, favorecia os empresários. Assim era fácil e a China socialista (chegou a condecorar Che Guevara).
controlar a economia. Quando acabou a Guerra, Getúlio Jânio Queria mostrar ao mundo que ele não submetia a
convocou novas eleições. Ele mesmo conduziu a redemo- nenhum bloco de poder. Jânio, tentando uma estratégia,
cratização no Brasil. Mas veio cheio de conversa populista, para um golpe, não teve apoio e acabou renunciando. As-
e logo uma porção de pessoas saíram às ruas com as pla- sumiu o vice João Goulart. O Brasil tentou uma experiên-
cas “queremos Getúlio” era o queremismo. No entanto o cia parlamentarista, nessa época, mas um plebiscito levou
exército pressionou, e Getúlio foi deposto. o povo a querer a continuação do presidencialismo.
O governo de João Goulart (Jango) foi marcado pelas nerável às crises internacionais. No Governo Geisel, desta-
Reformas de base, entre elas, destacamos, a reforma agrá- camos o investimento no Proálcool, o governo incentivou a
ria, e administrativa (aumentar os impostos dos mais ricos) maior produção de cana de açúcar para ter um combustí-
e nacionalista (exigindo que o capital das Multinacionais, fi- vel alternativo. Também investiu em Usinas nucleares, mas
cassem no Brasil. Isso caiu muito mal para a elite conserva- nenhum investimento social, aumentando a dívida externa.
dora, chegaram a criar uma “Marcha da Família com Deus Geisel iniciou lentamente o processo de anistia, e no Go-
pela Liberdade”, exigiam que João Goulart fosse destituído verno Figueiredo houve a Abertura Política. Nessa época o
(acusavam de comunista). A Doutrina de Segurança Nacio- Partido MDB começava a criar força, a ARENA (que apoia-
nal, decide realizar um golpe e implantar uma ditadura mili- va os militares) enfraquecia lentamente.
tar no Brasil. O Golpe de 1964, foi realizado pelos militares, Os movimentos populares começaram a tomar fôlego.
exilaram Jango e milhares de brasileiros, o General Castelo Figueiredo assinou a Lei da Anistia em 1979. Os movimen-
Branco assume a presidência. As ditaduras ocorreram na tos operários começaram a surgir, destacamos o papel de
América Latina, com o apoio dos americanos, para conter a Luís Inácio Lula da Silva (nesse contexto, fundariam o PT
ameaça socialista. Castelo Branco procurou ajustar a eco- Partido dos Trabalhadores), que liderou a greve do AB-
nomia, os empresários só poderiam aumentar os preços, se C(São Bernardo do Campo) iniciando diversas greves no
aumentassem os salários dos trabalhadores. país, o Governador de São Paulo (Paulo Maluf), interviu
Na constituição de 1967, foi organizada o que seria enviando a polícia e prendendo os grevistas. Mas, mesmo
a ditadura, os poderes do legislativo foram muito diminuí- assim as greves continuaram, os militares não podiam mais
dos, além das emendas (medidas autoritárias) que seriam conter o povo. Nessa época, surgiram partidos, a ARENA
colocadas diante de novas situações, ficaram conhecidas transformou-se em PDS (Partido Democrático Social) e o
como Atos Institucionais. No Governo do General Costa MDB Tornou-se PMDB (Partido da Mobilização Democráti-
e Silva, aumentam os protestos dos estudantes, a polícia ca Brasileira) liderada por Ulisses Guimarães, onde foi um
mata alguns jovens, e inicia uma fase sangrenta da dita- dos principais articuladores em favor das eleições Diretas.
dura, é decretado o Ato Institucional nº 5, que era “um gol- Era a Diretas já! Era uma campanha que promovia o fim da
pe dentro do golpe”, entre o direito de fechar o Congres- ditadura e exigia a convocação para eleições Diretas. Ape-
so, pelo presidente, dava direito a polícia, invadir as casas sar do movimento, a eleição acabou sendo indireta, mas o
sem nenhum mandato judicial, atrás de subversivos. Muitas candidato do PMDB, Tancredo Neves venceu a eleição de
pessoas foram perseguidas, desapareceram milhares de Maluf (PDS), em 1985.
jovens (foram torturados e assassinados pelos militares). Tancredo Neves não chegou a assumir a presidên-
Existia a SNI, Serviço Nacional de Informação, que era uma cia, viria a falecer, e tomou posse o vice José Sarney. O
central de espionagem, que denunciavam as pessoas que Governo de Sarney destacou-se inicialmente pelo Plano
agissem como “comunistas”. Alguns intelectuais foram per- Cruzado, mudando o papel moeda, e no congelamento de
seguidos, a exemplo do compositor Chico Buarque, que foi preços e salários. Em pouco tempo, as mercadorias sumi-
exilado, juntamente com vários intelectuais e artistas. Uma ram das prateleiras, e a inflação chegou a ser insuportável,
de suas músicas que representam essa censura é “Apesar um refrigerante, por exemplo, que custava CZn$ 2,00, até
de você”. Os movimentos populares foram estrangulados, o final do ano custaria CZN$28,00. Era a pior inflação que
porém secretamente, surgiram movimentos de luta armada. o país viveu. Em termos políticos, chegou a usar exército
Um oficial do exército tornou-se um dos principais comba- contra grevistas, mas acabou com a censura, e voltou a
tentes, era Carlos Lamarca, essa época foi marcada pelo legalidade dos partidos como PCB e PC do B. Foi criada
Governo Do General Médici. Os movimentos queriam der- em 1988 a constituição mais democrática da História. As-
rubar o militarismo e implantar o socialismo no Brasil. sim marcou efetivamente o fim da ditadura. A Constituição
Os militares exilavam alguns presos políticos, para de 1988 marcou uma nova fase na história do Brasil. Logo,
atenderem exigências de alguns grupos de guerrilheiros em 1989, ocorreu a primeira eleição para presidente depois
que sequestravam embaixadores. Alguns militantes do Par- da ditadura. No segundo turno Fernando Collor de Mello,
tido Comunista do Brasil, montaram no Araguaia uma ope- apoiado pela Direita e a Elite (Rede Globo), venceu Lula,
ração guerrilheira. No Governo de Médici, era comum ver que defendia na época, uma verdadeira social democracia.
as campanhas nacionalistas, como “Brasil ame, ou deixe- Collor governou apoiado pelas oligarquias tradicionais, foi
-o”, motivados pela campanha da seleção do Brasil na copa conhecido como o “caçador de Marajás”, porém, logo que
de 70, o sentimento nacionalista tomava conta do país. A assumiu, adoto o plano de sua Ministra Zélia Cardoso, e
economia foi marcada pelo Milagre Econômico, grandes confiscou o dinheiro da poupança bancária de todo cidadão
empresas surgiram, e grandes investimentos levaram o brasileiro, era como um empréstimo.
Brasil crescer muito, houve uma expansão do produto in- O plano pretendia diminuir o consumo e valorizar o di-
terno bruto e das exportações, as construções da ponte Rio nheiro, combatendo assim a inflação, mas ela continuou e
Niterói e a Transamazônica foi um marco do Milagre Econô- como o dinheiro havia sido confiscado pelo governo, levou
mico. Porém o milagre acabou, quando ocorreu a crise do muitos empresários a falência. Houve uma grande recessão
petróleo, aumentando muito o combustível, levando o país econômica. Foi implantado o Neoliberalismo, privatizando
a enfrentar uma nova crise. No entanto isso ficou claro, que empresas estatais, diminuindo o salário dos aposentados e
o Brasil, concentrou grande produção de renda, mas ficou gastos sociais. Collor diminuiu tarifas alfandegárias e houve
com dependências econômicas, deixando a economia vul- muitos produtos importados. As denúncias contra o tesou-
reiro do Governo Collor, PC Farias, tomaram as páginas da derrubou o Ministro mais próximo de Lula, José Dirceu. e
Imprensa, se alguém quisesse um benefício do governo, do Presidente do Partido dos Trabalhadores, José Genoíno.
teria que dar uma grana para o PC Farias. A Imprensa con- O Presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, também é
seguiu provar a ligação de Collor com PC, a essa altura, os suspeito por ganhar propina (para não cassar os deputa-
estudantes formavam passeatas (caras -pintadas) em favor dos culpados). A imprensa que está aliada à oposição, tenta
do Impeachment de Collor. Este acabou renunciando, mas ajudar a CPMI encontrar provas que incriminem Lula. Por
teve seus direitos políticos cassados. outro lado, a possibilidade de um impeachment do Lula, é
Anos mais tarde Collor foi absolvido. Entrou seu vice na remota, pois a oposição não tem um nome forte para as-
Presidência Itamar Franco. Este continuou o neoliberalis- sumir a presidência, Lula, apesar de perder cada vez mais
mo, vendeu uma empresa estatal (Siderúrgica de Volta Re- apoio, tem um forte carisma popular, dificilmente ocorrerá
donda) para particulares, mas destacou-se pelo Plano Real, manifestações populares em favor ao impeachment, como
de seu Ministro Fernando Henrique Cardoso, que levou a o caso de Collor. A oposição deve correr atrás de um nome
para concorrer às eleições de 2006, enquanto o Congresso,
inflação a cair a quase zero por mês. Com o sucesso do pla-
tenta elaborar uma Reforma Política.
no, FHC, foi facilmente eleito, em 1994, seu partido, o PSDB
continuou o processo de privatizações, dizia que assim, te-
QUESTÕES
ria verbas para investir na saúde e na Educação. Conse-
guiu em meio a denúncias de corrupção (compra de votos) 1. (SEE -PB - Professor – História - INSTITUTO AOCP
apoio para a Reeleição, desse modo, continuou presidente – 2019) Em 1808, o Príncipe Regente Dom João desembar-
mais 4 anos, no Brasil, vencendo as eleições de 1998, Lula ca no Brasil acompanhado de seus familiares e da sua cor-
perdeu pela terceira vez. Na segunda gestão de FHC, o te. Sobre os fatos históricos que marcam esse importante
Plano real entrou em crise, foi desvalorizado, apesar de au- episódio da história do Brasil, assinale a alternativa correta.
mentar as exportações, aumentou muito a dívida externa, A) A chegada da família real ao Brasil data de 22 de
e o desemprego bateu recordes alarmantes. Uma crise de janeiro de 1808. Do ponto de vista mercantil, os desdobra-
energia, levou ao país ter que racionar energia elétrica, era mentos desse fato trouxeram grandes vantagens aos cofres
época do “apagão” em pleno século XXI. Houve pouco in- de Portugal, pois tal fato aperfeiçoou o funcionamento do
vestimento nas Universidades Públicas, surgiu movimentos pacto colonial ao intensificar o monopólio sobre o comércio
em favor da privatização delas. FHC ainda teve que enfren- de produtos coloniais.
tar os problemas dos grupos do MST (Movimento dos Tra- B) A fuga da corte portuguesa para a colônia pode ser
balhadores Rurais Sem-Terra), pois não conseguiu arrumar contextualizada no âmbito das guerras napoleônicas. Com
a Reforma Agrária, fazendo poucos assentamentos. José o Bloqueio Continental decretado em 1806, Napoleão Bo-
Rainha, que era o líder do Movimento. Outra característica naparte gerou para Portugal uma situação delicada na polí-
neoliberal de FHC, foi dar autonomia às agências, como a tica externa: ficar acuado entre duas potências que disputa-
ANATEL, por exemplo. Sem intervenção estatal, para cui- vam a hegemonia na Europa.
darem livremente da economia (na prática, aumentavam C) Durante o período em que esteve no Brasil, Dom
as taxas de telefones, mesmo sem autorização do Estado). João enfrentou, no Rio de Janeiro e em Salvador, uma obs-
No ano de 2002 Luís Inácio Lula da Silva, vence as elei- tinada oposição das elites econômicas, como os Maragatos
ções no segundo Turno, é a Primeira vez que um governo e os Chimangos, que reivindicavam, sem êxito, a abertura
de “esquerda” comanda o Brasil, pois historicamente, o PT dos portos às nações aliadas. Em represália, os comercian-
(Partido dos Trabalhadores) está historicamente ligado a tes brasileiros atuaram para expulsar o Príncipe Regente do
solo brasileiro.
movimentos sociais. O Governo Lula, foi marcado pela con-
D) Em 1821, em meio a uma crise sucessória, o Prín-
tinuidade do sistema econômico de Fernando Henrique, o
cipe Regente retorna a Portugal para ser coroado como
Ministro da Fazenda, Antônio Palocci, mantém a taxa de ju-
Dom João VI (em uma tradicional cerimônia realizada pelos
ros muito alta, para controlar a inflação e conter o consumo. membros da Corte de Lisboa) e expulsar definitivamente os
Uma das bandeiras do governo Lula foi o Fome Zero, onde franceses, que ainda dominavam a cidade do Porto.
seria o planejamento assistencialista para comunidades
carentes. Foi um fracasso. Lula buscou intermediar entre 2. (Prefeitura de Sapucaia do Sul - RS - Professor
os diversos grupos sociais. Mas não conseguiu atender as – Área II – História - FUNDATEC – 2019) Ocorrido no Nor-
exigências do MST, então não conseguiu evitar que o mo- deste no século XVIII, é considerado um dos maiores con-
vimento invadisse novas terras no país. Lula também pro- flitos políticos e militares da colônia, não podendo ser con-
moveu a Reforma da Previdência, e o funcionalismo público siderado apenas um episódio nacional, mas também, um
manifestaram seu descontentamento. Além de tudo isso, a quadro das relações internacionais entres os países euro-
Administração do governo, foi acusada, por uma corrupção, peus. Em outras palavras, uma luta pelo controle do açúcar
vinda do tesoureiro do Partido, Delúbio Soares, que estava e de suprimentos escravocratas. Com base estritamente no
num esquema de um publicitário mineiro Marcos Valério. contexto histórico, essa descrição refere-se à(s):
Onde eles conseguiram criar um caixa-dois para campanha A) Revolução dos alfaiates.
de Lula, e assim, conseguir dinheiro para pagar apoio aos B) Invasões francesas.
deputados, chamados de “Mensalão” pelo autor da denún- C) Invasões inglesas.
cia, o Deputado do PTB, Roberto Jefferson, que também D) Tomada dos portos pelos alemães.
estava envolvido na corrupção dos correios. A denúncia E) Invasões holandesas.
9. (Prefeitura de Santa Rosa - RS - Professor de His- ” VIANNA, Marly de Almeida Gomes. IN. Revista de His-
tória - FUNDATEC – 2019) Ainda hoje, transcorridos mais tória da Biblioteca Nacional. 26/10/2010.
de 150 anos da Guerra do Paraguai (1864-1870), ainda se O fato histórico descrito acima, conhecido como o fim
problematiza sobre seu custo humano e suas consequên- da Política do Café com Leite, prática política que chegou
cias. Sobre o contexto e as consequências desse conflito, a predominar durante boa parte da Primeira República no
assinale a alternativa INCORRETA. Brasil (1889 - 1930), promoveu vários impactos na vida po-
A) Embora traumática, a guerra representou a conjuga- lítica, econômica e social brasileira. Um desses impactos
ção de energias de todo o país (Brasil) para vencê-la, visto vem a ser:
que, no início do conflito, voluntários se apresentaram em A) o “Vazio de Poder” instalado no país no imediato
diversas regiões do país, o imperador teve a sua imagem pós-30, que abriu a possibilidade, não apenas para a “con-
fortalecida, e o hino nacional e a bandeira foram incorpora- ciliação de interesses entre as classes dominantes”, mas
dos ao cotidiano dos grandes centros urbanos. para a instalação de um tipo de Estado pouco intervencio-
nista em todas as esferas da sociedade
B) No Uruguai, bem como no interior Argentino, a guer-
B) a organização da Aliança Liberal, que, além das oli-
ra foi popular, visto que os blancos não simpatizavam com
garquias mineiras, também contava com a presença das
a causa paraguaia.
oligarquias do Rio Grande do Sul e da Paraíba, com o Par-
C) No Sul, o Rio Grande não só se incorporou ao esfor- tido Democrata Paulista e com parte dos membros que par-
ço nacional com sua cavalaria, como foi, talvez, a província ticiparam do Tenentismo
mais beneficiada financeiramente, graças ao fornecimento C) o “Estado de Conciliação” instalado no país no ime-
de suprimentos para a guerra. diato pós-30, centralizador, autoritário e sob o domínio da
D) O Paraguai deixou de representar uma ameaça em alta burocracia civil-militar e dos grupos oligárquicos e bur-
relação ao Mato Grosso e, ao ser derrotado, teve que acei- gueses, que acabou permitindo que o operariado partici-
tar os limites que o Império pleiteava, bem como garantir a passe da “transação política”
livre navegação de seus rios internacionais pelas embarca- D) a implantação do Estado como “árbitro”, fruto da au-
ções brasileiras. sência de um único setor de classe dominante e com he-
E) Apesar do expressivo número de baixas militares, no gemonia política, levando-o a assumir o importante papel
plano econômico, a Guerra do Paraguai foi benéfica à ati- como “agente regulador” da acumulação de capital, mas
vidade pecuária argentina, enriquecendo alguns criadores, não como “produtor direto”
que se tornaram fornecedores de carne, couro e cavalos
para as tropas aliadas. 12. (Prefeitura de São José do Cedro - SC - Profes-
sor – História - AMEOSC – 2019) Após a proclamação da
10. (SEE -PB - Professor – História - INSTITUTO república, o primeiro governo presidencialista do Marechal
AOCP – 2019) Sobre a história política e social da república Deodoro da Fonseca tomou algumas medidas importantes:
dos coronéis, assinale a alternativa correta. (__) - Manteve a Igreja Católica como oficial do Esta-
A) A Constituição republicana de 1891 aboliu o sufrágio do, mas criou o registro civil para nascimento, casamento e
censitário que, até então, vigorava no Brasil, permitindo o óbito; (__) - Secularizou os cemitérios, que passaram a ser
voto a todos os homens e mulheres alfabetizados. controlados pelas autoridades municipais; (__) - Criou no-
B) Constam entre os elementos que caracterizam esse vos símbolos nacionais, como a bandeira e a composição
período o voto do cabresto, a política do café-com-leite e a do atual hino nacional; (__) - Tinha inspiração positivista, o
chamada política dos governadores ou governantes. que aparece no lema da bandeira, ordem e progresso.
Considerando-se que (V) significa verdadeiro e (F) sig-
C) Nesse contexto, os coronéis, embora fossem ricos,
nifica falso, a sequência correta das proposições acima é:
evitavam usar sua influência econômica no cenário político.
A) V – F – V – V.
D) Os coronéis tinham grande preocupação com as
B) F – V – F – V.
camadas mais pobres e, por esse motivo, escolhiam can- C) F – F – V – V.
didatos e aliados políticos que lutavam pelos direitos dos D) V – F – F – V.
populares.
13. (Prefeitura de Fraiburgo - SC - Professor – His-
11. (Prefeitura de Cuiabá - MT - Professor de Ensino tória - FEPESE – 2019) Em 1911 teve início em Santa Ca-
Fundamental – História - SELECON – 2019) O fragmen- tarina um conflito de trágicas consequências. Saques, as-
to de texto a seguir faz uma breve análise acerca da crise sassinatos, destruição de fazendas e povoados foi o saldo
da República Oligárquica no Brasil. “ O fato de Washington do enfrentamento entre as tropas do governo e homens do
Luís (1869-1957), presidente da República de 1926 a 1930, povo mal armados, mas fanatizados por personagens como
não abrir mão de um candidato paulista para a sua suces- o Monge João Maria.
são, ajudou a organizar a oposição à oligarquia cafeicultora Assinale a alternativa que indica o conflito a que se re-
paulista. Como era a vez de um presidente mineiro no rodí- fere o texto.
zio, a insistência de Washington Luís no nome do paulista A) Guerra dos Bôeres
Júlio Prestes (1882-1946), levou ao lançamento de um can- B) Guerra dos Farrapos
didato de oposição. O rompimento de Minas Gerais com C) Guerra do Contestado
São Paulo foi decisivo para os acontecimentos políticos que D) Revolução Federalista
se seguiram (...). E) Revolta da Armada
14. (Prefeitura de Campos Novos - SC - Professor – 16. (SEE -PB - Professor – História - INSTITUTO
História - FEPESE – 2019) Leia o texto AOCP – 2019) Getúlio Vargas governou o Brasil entre 1930
Mais uma vez as forças e os interesses contra o povo e 1945. Esse período ficou conhecido como Era Vargas e
coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. apresentou momentos de contrastes ao longo da sua dinâ-
Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e mica. Sobre esse momento da história do Brasil, informe
não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e
voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a assinale a alternativa com a sequência correta.
defender, como sempre defendi, o povo e principalmente ( ) A Era Vargas é comumente dividida em três fases:
os humildes.
Governo Provisório (1930-1934); Governo Constitucional
Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios
(1934-1937) e Estado Novo (1937-1945).
de domínio e espoliação dos grupos econômicos e finan-
( ) Getúlio Vargas enfrentou a oposição dos paulistas,
ceiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e ven-
ci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de em 1932, que exigiam a elaboração de uma Constituição e
liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos questionavam a presença dos interventores nos estados.
braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos inter- Esse conflito armado ficou conhecido como Revolução
nacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra Constitucionalista.
o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordiná- ( ) Em 1934, uma Nova Constituição entrou em vigor no
rios foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do Brasil. Entre as novidades dessa Carta, constam o estabe-
salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liber- lecimento do voto aberto (não secreto), a revogação do voto
dade nacional na potencialização das nossas riquezas atra- feminino e o fechamento da Justiça Eleitoral.
vés da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda ( ) Em 1943, o governo de Getúlio Vargas estabeleceu
de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculizada até a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). Dentre os pon-
o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. […] tos abordados nesse documento, estavam o salário míni-
O texto, conhecido como “carta testamento”, marca o mo, as limitações de horas de trabalho, as férias e a carteira
dramático fim de um governante que chegou ao poder com de trabalho.
a Revolução de 1930 e que, deposto em 1945, venceu com A) V – V – F – V.
grande margem de votos a eleição presidencial em 1950. B) F – F – V – V.
Assinale a alternativa que o identifica.
C) F – V – F – V.
A) Café Filho
D) V – F – V – F.
B) Getúlio Vargas
C) Eurico Gaspar Dutra
D) Jânio da Silva Quadros 17. (Prefeitura de Peruíbe - SP - Professor de Educa-
E) João Belchior Marques Goulart ção Básica II – História - VUNESP – 2019) Além do histrio-
nismo, o governo de Jânio Quadros seria marcado pela mal
15. (Prefeitura de Aracruz - ES - Professor de Histó- calculada tentativa de golpe através da renúncia, menos de
ria - IBADE – 2019) O golpe de outubro de 1930 resultou no sete meses depois da posse, que, embora não resultasse
deslocamento da tradicional oligarquia paulista do epicen- na conquista de poderes excepcionais para o Executivo,
tro do poder, enquanto que os demais setores sociais a ele era como tudo indica o que parecia pretender o político ex-
articulados e vitoriosos não tiveram condições, individual- cêntrico. [...] Jânio não possuía um plano de governo, como
mente, nem de legitimar o novo regime, nem, tampouco, sói acontecer com todos os governantes eleitos pelo discur-
de solucionar a crise econômica. O período de 1930-1937 so ético-moral mobilizador da noção de “crise moral” e pelo
pode, por isso mesmo, ser definido como de crise política “programa” de combate à corrupção. Porém, dois aspectos
aberta, sem que nenhuma das frações de classe envolvidas de seu “governo” devem ser destacados.
lograsse tornar-se hegemônica em sucessão à burguesia [Carlos Fico, O Brasil no contexto da Guerra Fria: de-
cafeeira (…). mocracia, subdesenvolvimento e ideologia do planejamen-
MENDONÇA, S. R. Estado e sociedade: a consolida- to (1946-1964). Em Carlos Guilherme Mota (org). Viagem
ção da república oligárquica. In LINHARES, M. Y. História
incompleta. A experiência brasileira (1500-2000): a grande
Geral do Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 1990.
transação]
Na História do Brasil, a fase inicial da Era Vargas (1930
Segundo o artigo, no governo Jânio Quadros, merecem
– 1937) se caracterizou pela:
A) preocupação de institucionalizar as relações entre o destaque:
Estado e o operariado. A) o acordo econômico com os EUA, pelo qual o Brasil
B) supressão de conotações nacionalistas, garantindo receberia investimentos diretos para a modernização da in-
o alinhamento com os EUA. dústria nacional; a criação da Superintendência de Desen-
C) coesão entre as oligarquias agrárias, impedindo a volvimento do Nordeste, com o objetivo de diminuir acen-
ascensão da burguesia industrial. tuadamente as disparidades regionais brasileiras.
D) estabilidade política necessária à plena implementa- B) criou a Universidade de Brasília, um novo modelo de
ção da modernização conservadora. universidade, voltada ao desenvolvimento nacional; propôs
E) descentralização dos instrumentos de controle e de reformas de base como a agrária, a bancária, a fiscal, a
decisão, sobretudo os econômico-financeiros. urbana e a administrativa.
_____________________________ _____________________________
_____________________________ _____________________________
_____________________________ _____________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
_______________________________________________ _______________________________________________
Fome e subnutrição
Um dos maiores desafios da humanidade é o combate à fome. Em 2015, a estimativa da ONU era de que 795 milhões de
pessoas no mundo ainda sofriam de subnutrição. Ao longo da última década, houve uma queda de 167 milhões no número de
pessoas subnutridas, mantendo um número ainda elevado, com diferenças acentuadas entre as regiões.
A fome está relacionada à distribuição de riquezas e à desigualdade entre os países e entre os indivíduos da sociedade
que os compõem. Entretanto, outras causas são responsáveis pelo agravamento do acesso aos alimentos, como desastres
naturais (secas, chuvas intensas, furacões etc.); práticas agrícolas inadequadas que esgotam a fertilidade do solo; o elevado
preço das sementes e de outros insumos agrícolas, que dificultam a agricultura familiar e de subsistência; a concentração de
terras; a expansão da agroenergia nas terras antes destinadas ao cultivo de alimentos; e a péssima infraestrutura agrícola nos
países em desenvolvimento, que contribui para encarecer o preço dos alimentos. Somam-se ainda as situações de guerras e
os conflitos persistentes em algumas regiões do mundo, onde há dificuldades para a produção agrícola, o inimigo é privado de
fontes de alimentação, plantações são destruídas e a chegada de ajuda humanitária de outros países muitas vezes é impedida.
A África Subsaariana, por exemplo, além de apresentar deficiências socioeconômicas, tem sido palco de conflitos permanentes
e de desastres naturais.
Dinâmica populacional nos países desenvolvidos
No início do século XXI, outro fenômeno começa a se apresentar no mundo desenvolvido. Trata-se da estabilização de-
mográfica, em que as taxas de crescimento tendem a ficar em torno de 0% ao ano. Essa situação está presente no continente
europeu e, provavelmente, será atingida brevemente por outros países desenvolvidos. Como alguns países também registram
crescimento negativo, alguns demógrafos denominaram este novo fenômeno de implosão demográfica. Segundo previsões e
projeções da ONU, a população mundial, atualmente com mais de 7,3 bilhões de habitantes, iniciará um estágio de declínio de-
pois de atingir um contingente de aproximadamente 9,7 bilhões, por volta de 2050. Caso essa tendência se confirme, ocorrerá
um processo de retração da população mundial. Será a primeira redução significativa na população mundial, desde que a peste
negra assolou a Europa na Idade Média.
Brasil: crescimento da população
Há pouco mais de um século, o Brasil tinha cerca de 17 milhões de habitantes, o equivalente em 2015 a cerca de 40% da
população do estado de São Paulo. De acordo com estimativas do IBGE, a população do país era de 205 milhões de habitantes
no final de 2015; e o Brasil, o quinto país mais populoso do mundo.
A dinâmica demográfica brasileira ilustra o acelerado crescimento ocorrido a partir de 1940, com a queda das taxas de
mortalidade nos países em desenvolvimento em razão das conquistas na medicina e do relativo avanço na área do saneamento
básico. Esse processo foi contínuo até 1960, quando o crescimento populacional brasileiro atingiu o ápice, com taxas médias
de quase 2,9% ao ano (entre 1950 e 1960). No entanto, com o intenso processo de urbanização a partir da década de 1960,
as taxas de crescimento começaram a declinar, ou seja, a natalidade tem diminuído num ritmo superior ao da mortalidade. Em
2015, a taxa de crescimento populacional era de apenas 0,83%.
A urbanização provocou mudanças no modo de vida das mulheres e a consequente queda da natalidade. Nas cidades,
as mulheres conquistaram maior espaço no mercado de trabalho, optando por ter filhos mais tarde e em menor número para
viabilizar a sua vida pessoal e seu desenvolvimento profissional. Além disso, há questões como o maior custo para a criação
dos filhos nas cidades, maior acesso a informações sobre métodos anticonceptivos, a pílulas anticoncepcionais e a preserva-
tivos, oferecidos gratuitamente pelo sistema público de saúde, e a noções de planejamento familiar. No caso das mulheres de
famílias mais pobres, o trabalho extradomiciliar tornou-se imprescindível para a complementação da renda familiar. A taxa de
fecundidade da mulher brasileira caiu de 6,2 filhos, em 1960, para 1,9 filho, em 2010. E de acordo com a estimativa do IBGE,
em 2015 era de 1,7 filho.
Demografia: entendendo os termos tencialmente consideradas fora desse mercado (com me-
Em algum momento você pode ter visto em noticiários nos de 15 anos ou mais de 65 anos, aproximadamente). É
assuntos relacionados à queda das taxas de natalidade e evidente que esse critério não corresponde plenamente à
mortalidade de um país e quanto isso influencia, a longo realidade de diversos países – inclusive o Brasil – em que,
prazo, em questões políticas, econômicas e sociais dos entre as camadas sociais pobres, o trabalho infantil ainda
países. O estudo do crescimento da população humana de- persiste e muitos idosos são obrigados a trabalhar até mor-
pende da análise de importantes variáveis: a natalidade, a rer ou serem incapacitados por motivo de doença.
mortalidade e outros indicadores utilizados pela demogra-
fia. Pirâmides etárias e fases do crescimento demográfico
• Taxa de natalidade: número de nascidos vivos (ex- A pirâmide etária é uma representação gráfica da popu-
cluídos os natimortos) em um ano, calculado a cada mil lação por sexo e idade. Ela deve ser analisada a partir do
habitantes. É a relação entre os nascimentos anuais e a número de homens e mulheres em cada faixa etária com re-
lação à população total. Por meio da análise do formato das
população total, expressa por mil habitantes. No exemplo
pirâmides etárias, é possível conhecer as alterações demo-
abaixo, em um ano, para cada grupo de 1.000 habitantes,
gráficas dos países e suas tendências ao longo do tempo.
nasceram 14 crianças.
Pirâmides etárias que apresentam uma base larga indicam
• Taxa de mortalidade: número de óbitos em um ano a um grande número de jovens, e o estreitamento acentuado
cada mil. É calculada a partir da relação entre óbitos anuais até o topo representa um pequeno número de idosos, ou
e a população total, expressa por mil habitantes. seja, altas taxas de natalidade e baixa expectativa de vida.
• Taxa de mortalidade infantil: número de óbitos de Um país com essa representação é considerado um país
crianças com menos de um ano de vida, a cada mil nas- jovem, como é o caso dos países menos desenvolvidos,
cidas vivas (excluindo os natimortos), considerando-se o como o Quênia, por exemplo, de economia com base agrí-
período de um ano. cola e que permanece em fase de crescimento acelerado,
• Crescimento vegetativo: também denominado taxa de na segunda fase da transição demográfica.
crescimento natural, corresponde à diferença entre a taxa As pirâmides que apresentam um estreitamento na
de natalidade e a taxa de mortalidade. base, mas o restante triangular, indicam redução das ta-
• Crescimento demográfico: também chamado cresci- xas de natalidade e aumento da expectativa de vida, como
mento populacional, considera o crescimento natural ou ve- as de alguns países em desenvolvimento industrializados
getativo mais a migração líquida, calculada pela diferença (Brasil, México, Argentina) ou de nível sociocultural mais
entre a entrada de pessoas em um território e a saída delas elevado (Chile, Uruguai, Costa Rica), e estão na terceira
desse território. fase da transição demográfica.
• Taxa de fecundidade: número médio de filhos por mu-
lher, entre 15 e 49 anos, período considerado de procriação.
• População absoluta: total de habitantes de um lugar
(cidade, estado, país ou mesmo o mundo). Um país com
população absoluta elevada é considerado muito populo-
so; quando a população absoluta é pequena é considerado
pouco populoso.
• População relativa: também chamada densidade de-
mográfica, é a relação entre o total de habitantes (popula-
ção absoluta) e a área territorial que ocupam. É expressa
em habitantes por quilômetro quadrado (hab./km2).
Questão da identidade sexual
Casos de desrespeito, preconceito e violência contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e trans-
gêneros, denominados LGBT, vêm sendo cada vez mais denunciados. Nesse contexto, multiplicam-se pelo mundo
associações e grupos ativistas em defesa do respeito à diversidade e à igualdade LGBT e em repúdio ao preconceito
e à intolerância em relação à identidade sexual. Ampliam-se também as discussões em diferentes esferas da socie-
dade, envolvendo políticos, religiosos, juristas, educadores, sociólogos, entre outros atores sociais. No âmbito legal,
alguns avanços no que diz respeito aos direitos dos LGBT vêm sendo conquistados. No Brasil, a união de pessoas do
mesmo gênero é reconhecida desde 2013. Em 2015, por exemplo, o casamento homoafetivo foi legalizado em todos
os Estados Unidos. Apesar de algumas conquistas, ainda há muita desinformação, preconceito e intolerância. A mídia
e diferentes grupos ativistas vêm denunciando casos de assassinato de homossexuais no Brasil. Nos últimos anos,
centenas de gays, travestis, transgêneros e lésbicas foram mortos no país. Soma-se à discriminação por homofobia
inúmeros casos de intimidação, piadas preconceituosas e exclusão em diferentes grupos sociais, como no trabalho,
na escola e até mesmo na família. Visando rever esse quadro, desde o início deste século, o governo brasileiro vem
buscando implementar ações contra o preconceito à identidade sexual.
Globalização E migrações
A partir do século XVI até pelo menos as primeiras décadas do século XX os principais movimentos migratórios
em escala transcontinental ocorriam da Europa para outras regiões do globo, sobretudo para a América, mas também
para a África e a Ásia.
Hoje, os fluxos migratórios internacionais mais importantes ocorrem sobretudo na direção inversa: dos países em
desenvolvimento para os países desenvolvidos. O sentido desses fluxos é, em muitos casos, resultado do distanciamento
(cada vez maior) entre a riqueza acumulada nos países desenvolvidos e a situação de pobreza enfrentada por parcela
significativa da população dos demais países. Leia o Entre aspas.
a atividade informal é gasta com o consumo de produtos fabricados legalmente e serviços da economia formal. o setor
informal também constitui uma válvula de escape para a fragilidade econômica de vários países incapazes de gerar renda
ou empregos suficientes para o conjunto da população. Sem a economia informal, o número de pessoas sem renda seria
maior e agravaria os problemas sociais em boa parte do mundo.
A flexibilização das leis trabalhistas incentiva o surgimento de contratos temporários de trabalho, de tempo parcial, ou,
ainda, por conta própria. Essa flexibilização ou desregulamentação vem sendo acompanhada por um intenso processo
de terceirização – transferência de atividades de uma empresa para outras, com vistas à redução de custos. Antes, a ter-
ceirização estava mais restrita às atividades-meio de uma empresa, como serviços de alimentação, limpeza, segurança,
contabilidade e consultoria. Hoje, porém, ela atinge suas atividades-fim, como a própria atividade produtiva de fabricantes
de celulares, televisores, produtos de higiene e limpeza, alimentos, entre outros. Nesses casos, como os salários nas em-
presas terceirizadas são menores, os custos para a empresa que terceiriza diminuem, maximizando seus lucros.
Trabalho no Brasil
o desemprego e outros problemas relacionados ao trabalho, como a baixa remuneração, os trabalhos escravo e
infantil, constituem nos dias atuais grandes desafios ao Brasil. Essas questões tornam-se ainda mais complexas se con-
siderarmos as dimensões do país, as desigualdades entre as regiões e a instabilidade econômica provocada pela crise
econômica e política desencadeada em 2014/2015.
Afrodescendentes
Os africanos trazidos como escravos para o Brasil
eram principalmente sudaneses (Iorubás, Jejes, Malês,
Ibos, entre outros) e bantos (como Cabindas, Bengalas,
Banquistas, Tongas) de Angola e Moçambique. Calcula-
-se que, durante o período de escravidão (da primeira
metade de 1500 até 1888), foram capturados e trazidos
para o Brasil cerca de 5 milhões de africanos, que en-
travam no país principalmente pelos portos de Salvador,
Recife e Rio de Janeiro. Aqui, trabalharam na lavoura de
cana-de-açúcar, de algodão, de café e na mineração,
além de realizar outras atividades, como trabalhos do-
mésticos e de ofício (carpinteiros, pintores, pedreiros,
ourives etc.).
O Brasil foi o último país ocidental a abolir a escra-
vidão, o que ocorreu há pouco mais de um século, em
1888. Apesar de libertos, os ex-escravizados, deixados
à própria sorte, continuaram em situação desfavorável.
Nessa época, estimulava-se a imigração e os postos de
trabalho eram ocupados principalmente por europeus,
que em geral já desenvolviam em seus países de origem
atividades na lavoura, no comércio e na indústria. O Bra-
sil é o país que abriga a maior população negra fora da
África: dados do IBGE de 2014 indicam que a população
Povos indígenas que se declara preta e parda (53,6%) supera a população
Dos indígenas que escaparam da escravidão – milhares que se declara branca (45,5%). No entanto, os afrodes-
resistiram ao trabalho imposto pelos portugueses –, muitos cendentes enfrentam inúmeras dificuldades, consequên-
foram exterminados durante o processo de colonização e, cia das desigualdades sociais e do preconceito.
posteriormente, em conflitos com fazendeiros, garimpeiros Além da raiz histórica – marcada por quase quatro sé-
e outros grupos que invadiam suas terras. Além das mor- culos de escravidão –, a situação de desigualdade social
tes em conflitos, comunidades inteiras de indígenas foram entre brancos e afrodescendentes se mantém em função
aniquiladas ao contraírem as doenças trazidas pelo coloni- da educação pública deficiente, do difícil acesso às in-
zador, como gripe, catapora e sarampo. Outras tiveram sua formações que estão associadas às novas tecnologias
cultura descaracterizada pelos processos de aculturação. (computador, serviços de banda larga, internet etc.), da
Cálculos aproximados indicam que, quando da chegada necessidade de jovens terem que ajudar na complemen-
dos portugueses, mais de 4 milhões de ameríndios viviam tação da renda familiar e do preconceito. Dessa forma, é
no que constituiu o atual território brasileiro. Eles formavam negado aos afrodescendentes – e também aos indígenas
diferentes nações com costumes, crenças e forma de or- – o princípio básico das sociedades democráticas, que é
ganização social e de sobrevivência próprias. Leia o Entre a igualdade de oportunidades. Segundo a atual Constitui-
aspas. O último censo registrou a presença de 896,9 mil ção brasileira, o racismo é considerado crime. Para a pu-
indígenas vivendo no Brasil, distribuídos em 305 etnias e nição às atitudes racistas, é necessário o testemunho de
que usam 274 línguas diferentes. Apesar dessa drástica uma terceira pessoa e de registro de ocorrência policial.
redução, a população indígena voltou a aumentar nas úl-
Muitas vezes, no entanto, o racismo não é manifestado
timas décadas, o que muitos atribuem a uma maior aten-
abertamente. É difícil, por exemplo, comprovar que um
ção à causa indígena e à demarcação de algumas Terras
emprego foi negado a determinada pessoa em função da
Indígenas. O direito a um território próprio e ao seu modo
cor de sua pele.
de vida é o que garante a sobrevivência e reprodução dos
povos indígenas.
O universo indígena brasileiro é bastante diverso. Algu-
mas nações indígenas mantêm a sua identidade e as suas
tradições, apesar de terem algum grau de contato com o
restante da sociedade. Há também nações que só falam
o português e adquiriram hábitos da civilização ocidental,
como o consumo de produtos industrializados. Existem,
ainda, alguns grupos indígenas que se mantêm isolados
em áreas próximas às fronteiras ou de difícil acesso, sem
nenhum contato com outras comunidades.
Globalização, tecnologia da informação e serviços
O processo de globalização em particular e as mudanças provocadas pela introdução das tecnologias da informação
criaram novos ambientes e relações de trabalho e novos hábitos de consumo. Além disso, promoveram uma revolução na
maneira de fazer negócios e no modo de vida da sociedade atual. Nesse contexto, em que se configura uma sociedade
da informação, estrutura-se o que alguns economistas chamam de nova economia, ligada às novas tecnologias de infor-
mação e comunicação. É o caso das empresas produtoras de softwares (programas de computadores) e de hardwares
(equipamentos de informática); dos provedores de internet; do e-commerce; e das prestadoras de serviços que utilizam
as tecnologias da informação. Dada a particularidade dessas atividades e o nível de avanço tecnológico que agregam, foi
criado no mercado de ações dos Estados Unidos o Índice Nasdaq , que mede o desempenho dos negócios das empresas
de alta tecnologia, incluindo também as de biotecnologia.
As situações decorrentes da nova economia tiveram forte implicação no espaço geográfico. As relações econômicas,
os contratos e uma série de atividades humanas passaram a ser realizados também virtualmente, sem que as pessoas
precisassem se deslocar de um lugar para o outro. É possível atuar em diversos lugares, em diversos setores, sem es-
tar presente fisicamente, ou seja, o espaço, em certo sentido e em determinadas situações, também se tornou virtual.
o desenvolvimento tecnológico, em razão da automação, reduziu o número de postos de trabalho na agropecuária, na
indústria e nos setores de serviço. No entanto, gerou uma gama de profissões ligadas ao processamento de informações,
caso dos setores de telecomunicações e informática. Nesse sentido, as transformações tecnológicas marginalizaram parte
importante da mão de obra, exigindo cada vez mais formação especializada e dificultando, assim, a empregabilidade dos
trabalhadores menos qualificados. Mesmo os que estão empregados têm necessidade de atualização e requalificação
constantes
População e renda
Os recursos econômicos, a capacidade tecnológica e a produção de alimentos nunca foram tão grandes em qualquer
outra época histórica como são atualmente. Se fossem igualmente distribuídos, não faltariam recursos para suprir toda a
população da terra. No entanto, para parcela expressiva da população mundial falta o mínimo necessário para sobreviver
com dignidade. Em 2015, a oNU estimava que cerca de 836 milhões de pessoas vivessem abaixo da linha de pobreza no
mundo, ou seja, tinham renda individual diária inferior a US$ 1,258. Apesar de o número ser preocupante, a pobreza extre-
ma diminuiu significativamente ao longo das últimas duas décadas. Em 1990, atingia quase metade (47%) da população
do mundo em países em desenvolvimento e caiu para 14% em 2015.
O contraste econômico e social entre os países que se uma maior oferta de energia renovável e de menor impacto
colocam nos polos extremos de desenvolvimento deverá ambiental – eólica, de biomassa e solar, por exemplo. No
se acentuar ainda mais – e rapidamente. Isso porque os caso dos transportes, existem poucas redes ferroviárias e
países desenvolvidos viveram um período de progresso e hidroviárias no Brasil. O predomínio de rodovias na rede
intensas transformações, enquanto os países bem mais de transportes do país encarece o custo da circulação de
pobres permaneceram estagnados em uma economia de pessoas e mercadorias.
subsistência, sem condições de competir no comércio in- No entanto, é preciso lembrar que a expansão das re-
ternacional. É importante salientar, porém, que os países des de infraestrutura (gasodutos, oleodutos, rodovias, ferro-
desenvolvidos começaram a passar por dificuldades quan- vias, redes de transmissão de energia elétrica) para a circu-
do a crise de 2007/2008 abalou a estrutura econômica e fi- lação de mercadorias, informações e pessoas, bem como
nanceira mundial. o rápido progresso de décadas passadas a construção de usinas geradoras de energia (hidrelétricas,
sofreu uma desaceleração nesses países, com reflexos no por exemplo) deve considerar a conservação dos sistemas
nível de emprego. Isso afetou o poder de compra dos cida- naturais, já bastante degradados. Por outro lado, é preciso
dãos, levando ao aumento da pobreza também no mundo avaliar se essas obras favorecerão apenas alguns grupos
desenvolvido ou setores da sociedade, como umas poucas empresas, ou
se contribuirão para o crescimento econômico e a melhoria
Brasil: um país emergente da qualidade de vida da sociedade em geral.
Na primeira década deste século, o Brasil ampliou sua
influência no contexto geopolítico e chegou a ocupar, por Histórico do crescimento econômico e industriali-
um breve momento, a sexta posição entre as economias zação
mundiais. Embora não tenha se tornado um protagonista Dos anos 1990 até meados da década de 2010, prin-
de ponta, o país esteve presente em importantes contextos cipalmente, diversos investimentos no Nordeste, tanto
da política internacional. No plano interno, a economia cres- em projetos governamentais (sobretudo de infraestrutura)
ceu, a inflação manteve-se estabilizada, a oferta de empre- como da iniciativa privada, possibilitaram a ampliação de
go foi ampliada e diversos programas sociais, voltados à empregos e de recursos, os quais melhoraram o quadro de
promoção e à inclusão da população de baixa renda, foram predominância dos baixos salários na região. Por exemplo:
implantados. O cenário modificou-se a partir da crise eco- formação do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, em
nômica de 2014/2015 e da consequente perda de projeção São gonçalo do Amarante (CE); o polo fármaco-químico, em
e confiabilidade no cenário internacional. A crise abalou a goiana (PE); a fábrica da Fiat/Chrysler, também em goiana;
influência brasileira também no cenário regional latino-ame- o Complexo Industrial Portuário de Suape, em Ipojuca (PE).
ricano. Nessa região, o país tem presença marcante, inclu- Entre os investimentos em infraestrutura também estão
sive em diversas obras de infraestrutura financiadas pelo a polêmica obra de transposição do São Francisco, a Ferro-
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social via Transnordestina, que ligará o Porto do Pecém (CE) até
(BNDES) e tocadas por grandes empreiteiras brasileiras o Porto de Suape (PE), passando por regiões agrícolas im-
que se envolveram em um escândalo de corrupção apura- portantes e pelo polo gesseiro do sertão de Pernambuco, e
do pela Justiça. Apesar dos retrocessos, o Brasil é um país a Ferrovia Oeste-Leste, que corta o oeste baiano, na região
importante no cenário internacional. O país é integrante do de Barreiras, passa pelo município de Caetité (BA), princi-
G20, fórum que reúne países desenvolvidos e emergentes, pal área de produção de urânio no Brasil, e onde também
e discute propostas relativas ao sistema financeiro interna- há minério de ferro e manganês, terminando no Complexo
cional e à economia global. Tem também papel relevante Intermodal Porto Sul, que será construído em Ilhéus, no li-
nas discussões sobre questões ambientais em nível mun- toral da Bahia.
dial e ainda é uma potência regional. Além disso, na área de produção energética, o Nor-
deste é o principal polo de geração de energia eólica do
Infraestrutura: necessidades e limites Brasil, respondendo por 85% da energia gerada pelos ven-
Um dos fatores limitantes do crescimento econômico do tos no país, e por isso recebe muitos investimentos nesse
Brasil é a deficiente infraestrutura. setor. Apesar do crescimento econômico recente baseado
No final da primeira década do século XXI, nos meios na industrialização, a pobreza ainda afeta milhões de nor-
governamentais e empresariais, com frequência discutia- destinos. A qualificação da mão de obra é inferior à média
-se a necessidade de ampliar a oferta de energia elétrica nacional e não houve uma participação mais expressiva da
no Brasil, pois um ritmo de crescimento econômico mais economia da região no conjunto da economia nacional. En-
acelerado poderia ser “freado” sem a expansão do forne- quanto o PIB do Nordeste representa cerca de 14% do PIB
cimento de eletricidade. De fato isso não ocorreu em parte brasileiro, o do Centro-Sul atinge aproximadamente 80%.
por causa da crise na economia, em meados da década
de 2010, que reduziu o ritmo de crescimento da atividade Desdobramentos recentes
econômica e, por consequência, a demanda energética. Mais recentemente, no entanto, em decorrência dos
De qualquer forma, é imprescindível que a quantidade de grandes investimentos nas indústrias, em conjunto com
energia disponível à atividade produtiva e à sociedade seja os programas de transferência de renda promovidos pelo
ampliada, para dar suporte à retomada na produção e que Estado brasileiro, como o Bolsa Família, houve um aqueci-
esse processo de ampliação também esteja pautado por mento no mercado de consumo da região, principalmente
indústria nacional. Produtos importados, como automóveis, como Mapitoba ou Matopiba. Nela há uma disputa entre os
alimentos, roupas, eletrodomésticos, computadores, soft- estados para definir os limites territoriais entre eles. As pro-
wares, celulares, brinquedos e outros bens de consumo, priedades rurais na Mapitoba atingiram grande valorização
inundaram o mercado brasileiro. A abertura levou à falên- nos últimos anos. Além de agropecuaristas, investidores,
cia várias indústrias nacionais, acostumadas a políticas de inclusive estrangeiros, haviam comprado terras na região
proteção ao mercado, que mantinham elevados impostos em busca de valorização de seu patrimônio. Pela legislação
de importação (tarifas aduaneiras). Outras indústrias, para nacional, os estrangeiros têm de se associar a brasileiros
não fechar as portas, foram vendidas para grandes grupos para comprar propriedades rurais.
nacionais e multinacionais ou então incorporadas a eles, A sub-região Meio-Norte configura-se como uma zona
e diversas fusões ocorreram entre empresas nacionais e de transição entre o Sertão e a Amazônia. Nela predomina
estrangeiras. Os anos 1990 foram marcados, ainda, pelo o cultivo do arroz e vem crescendo a produção de soja. O
incremento do processo de privatização das indústrias de agroextrativismo também é presente, com a exploração das
base, dos setores extrativista mineral, de distribuição de palmeiras babaçu e carnaúba, espécies principais da Mata
energia e de telefonia, entre outros, que contou com ex- dos Cocais, sendo o babaçu predominante no Maranhão, e
pressiva participação de grupos estrangeiros. Em junho de a carnaúba, no Piauí. Também nesses estados, particular-
1994, a moeda brasileira passou a ser o real. Essa mudança mente na porção sul, como visto, tem se expandido a agro-
era parte de um plano econômico mais amplo, cujo objetivo pecuária moderna da soja, do milho e do algodão.
era combater a inflação e estabilizar a economia brasileira. Graças à Revolução Industrial, evoluíram também as
Por um lado, o Plano Real valorizou a moeda brasileira técnicas agrícolas, o que possibilitou o aumento da pro-
em relação ao dólar, facilitando as importações, aumentan- dutividade, sem necessariamente a ampliação da área de
do a oferta de produtos no mercado, reduzindo os preços e cultivo. Esse desenvolvimento tecnológico aplicado à agri-
a inflação. Os juros altos também contribuíam para isso, na cultura ficou conhecido como Revolução Agrícola. Esse
medida em que encareciam o crédito. Por outro lado, essa aumento de produtividade foi necessário, de um lado, em
política econômica dificultou as exportações e provocou decorrência do crescimento da população em geral, da ele-
déficit crescente na balança comercial e no balanço de pa- vação da população urbana e da consequente diminuição
gamentos. Com isso, a indústria brasileira ficou ainda mais da população rural, responsável pela produção agrícola; de
dependente da importação de bens (insumos) para a produ- outro, ela ocorreu pela imposição do crescimento industrial,
ção de mercadorias, máquinas e equipamentos utilizados que demandava cultivo de matérias-primas para as suas
na produção industrial. atividades. Portanto, as bases técnicas da Revolução Agrí-
cola foram propiciadas, sobretudo, pelas indústrias fornece-
Agropecuária nas sub-regiões doras de insumos para a agricultura (máquinas e fertilizan-
O Nordeste pode ser subdividido em quatro sub-re- tes, por exemplo).
giões, de acordo com critérios naturais, interligados com a A biotecnologia é o conjunto de técnicas aplicadas à
organização do espaço: Zona da Mata, Agreste, Sertão e biologia utilizadas para manipular geneticamente plantas,
Meio-Norte. O cultivo da cana-de-açúcar é, desde o período animais e microrganismos por meio de seleção, cruza-
colonial, uma importante atividade econômica da região. O mentos e transformações no código genético. Teve grande
produto é cultivado praticamente em todos os estados do desenvolvimento nas décadas de 1970 e 1980, mas vem
litoral oriental, com destaque para os estados de Alagoas e sendo estudada e aplicada desde os anos 1950, em vá-
de Pernambuco, na Zona da Mata. No entanto, como você rios países do mundo. A própria Revolução Verde, que criou
estudou, a estrutura agrária da região, que se mantém até sementes híbridas, foi um dos agentes que impulsionaram
hoje, é controlada pelo poder político regional, ocasionando o desenvolvimento da biotecnologia, que passou a ser lar-
grandes desigualdades na distribuição de terras. No Agres- gamente utilizada na agropecuária e em outros setores. A
te, área de transição entre a zona da Mata e o Sertão, es- manipulação genética é uma das aplicações mais recentes
truturaram-se diversas cidades importantes, como Campina da biotecnologia e consiste na alteração da composição ge-
grande, na Paraíba, Caruaru, em Pernambuco, Arapiraca, nética dos seres vivos. Os vegetais derivados da alteração
em Alagoas, e Feira de Santana e Vitória da Conquista, genética são chamados de OGMs (organismos genetica-
na Bahia. É também um centro abastecedor de diversos mentes modificados) e transgênicos.
produtos agropecuários para os grandes centros da zona Ao mesmo tempo em que a engenharia genética e a
da Mata, em razão da existência de pequenas e médias biotecnologia avançam a passos largos, a prática da agri-
propriedades, onde se praticam a policultura e a pecuária cultura orgânica ganha muitos adeptos não só nos países
leiteira. No Sertão praticam-se a pecuária extensiva e, em desenvolvidos, sobretudo os europeus, mas também em
vários trechos, a agricultura, inclusive irrigada, sobretudo vários países em desenvolvimento. Visando alinhar saúde
no Vale do Rio São Francisco e no Vale do Rio Açu, região e melhores condições de vida das populações com susten-
de Mossoró, interior do Rio grande do Norte. tabilidade, na agricultura orgânica utilizam-se métodos na-
No oeste da Bahia, na transição para o Cerrado, a turais para a correção do solo e o controle de pragas. Nela
agropecuária modernizada se expandiu, estruturando um não são utilizados fertilizantes, agrotóxicos e transgênicos,
importante polo de produção de soja, algodão, milho e café. garantindo a manutenção da qualidade do solo, o reapro-
Essa região do oeste baiano e as áreas do Cerrado do Ma- veitamento de resíduos, o uso racional da água e respeitan-
ranhão, Piauí e Tocantins fazem parte da região conhecida do as relações sociais e culturais da população. Problemas
como a carne bovina contaminada pela doença da vaca louca, na Europa, verduras com excesso de agrotóxicos, águas
poluídas por pesticidas e esgotamento do solo por causa do uso intensivo de irrigação têm forçado as pessoas envolvidas
no processo de produção agropecuária a repensar os métodos utilizados.
O agronegócio articula os três setores da economia: Outros planos de reforma agrária seguiram o mesmo cami-
primário, secundário e terciário. Sua ideia central é a cons- nho: o Plano Nacional de Reforma Agrária (1986), no gover-
trução de cadeias produtivas, formadas por agentes econô- no Sarney, teve custos burocráticos, como os da criação de
micos integrados por mecanismos como: cooperativismo, um Ministério específico, mais elevados que o valor gasto
parcerias, contratos, integração vertical e alianças estraté- com o pequeno número de assentamentos realizados.
gicas. Nas décadas de 1990 e de 2000, multiplicaram-se as
pressões pela reforma agrária. No entanto, o país ainda
Questão da terra conta com um grande número de trabalhadores sem-terra e
O Brasil está entre os países da América com a maior mesmo muitos assentados carecendo de infraestrutura bá-
concentração da propriedade rural e é um dos mais desi- sica, além de amparo tecnológico e financeiro.
guais do mundo nesse quesito, apesar de seu imenso terri-
tório e das extensas superfícies de terras não cultivadas. A Terra e movimentos sociais
situação fundiária é uma questão ainda não resolvida, ape- A luta pela terra ganhou impulso no século XIX, por
sar das pressões sociais, da maior organização dos traba- causa das ideias liberais europeias e dos ideais socialistas,
lhadores em luta pela terra e da repercussão internacional que influenciaram vários movimentos populares ao redor do
negativa dessa realidade social. mundo. No Brasil, envolveu indígenas, posseiros, grileiros,
pequenos proprietários, grandes fazendeiros e até empre-
Lei e concentração de terra sas dos mais variados ramos de negócio. No século XX,
A organização do espaço agrário brasileiro teve início dois movimentos de trabalhadores rurais ganharam desta-
com a colonização. Extensas áreas de terra foram doadas que no país: as Ligas Camponesas, nas décadas de 1950 e
pelo rei de Portugal para o cultivo da cana-de-açúcar em 1960, e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
troca do pagamento de parte da produção obtida (sistema (MST), fundado oficialmente em 1984, após o fim da ditadu-
de sesmarias). A distribuição de terras no Brasil teve início, ra militar. As Ligas Camponesas surgiram em Pernambuco,
portanto, com o latifúndio monocultor, voltado para o mer- espalharam-se em pouco tempo por vários estados da Re-
cado externo. Com a independência do Brasil (1822) e o fim gião Nordeste e transformaram-se num movimento contra
da era colonial, as sesmarias deixaram de existir, e as terras a exploração do trabalhador e pela reforma agrária. Foram
passaram a ser registradas em cartório, como propriedades extintas em 1964, e vários de seus líderes e participantes
particulares. Começou, nessa época, um intenso processo foram presos e mortos pelo aparato repressivo da ditadu-
de ocupação por posseiros e grileiros. Em 1850, o tráfico de ra. A estratégia do movimento baseia-se em fazer pressão
escravos foi proibido no Brasil, no momento em que a ex- permanente sobre os órgãos do governo responsáveis pela
pansão da lavoura cafeeira mais exigia mão de obra, sen- questão da terra, valendo-se de ocupação de latifúndios im-
do necessário recorrer à imigração. Para assegurar que os produtivos, manifestações públicas e passeatas.
imigrantes recém-chegados trabalhassem nas lavouras dos A conquista da terra é um dos objetivos do MST, mas as
barões do café, criou-se uma nova lei (Lei de Terras), que ações do movimento continuam após os assentamentos, na
proibia a ocupação de terras devolutas. Essa lei consolidou forma de reivindicações por créditos agrícolas, assistência
o domínio do latifúndio no Brasil. De acordo com ela, as técnica e criação de infraestrutura para os novos assenta-
terras só poderiam ser vendidas pelo governo, que estabe- mentos. O movimento também fornece apoio às famílias,
lecia preços elevados (muito acima do mercado), comer- com criação de escolas, formação de cooperativas de pro-
cializava apenas grandes áreas e exigia dos compradores dução, serviços e comercialização.
pagamento à vista. Assim, só tinham condições de comprar O órgão responsável pela implementação dos assenta-
terras os grandes fazendeiros, que ampliaram ainda mais mentos rurais é o Incra. Esses assentamentos contam com
seus domínios. diversas pequenas propriedades ou unidades agrícolas,
Na década de 1930, foi fundado o Instituto Nacional denominadas parcelas, lotes ou glebas, entregues às famí-
de Colonização e Reforma Agrária (Incra), cuja principal lias de trabalhadores rurais. Cabe ao trabalhador rural be-
realização foi levantar informações sobre a situação das neficiado com uma gleba estruturar sua atividade utilizando
propriedades rurais e das terras devolutas. Em 1964, no somente mão de obra familiar.
governo de Castelo Branco, foi criado o Estatuto da Terra,
reconhecendo-se a necessidade da reforma agrária no Bra- Centro econômico-Financeiro e de serviços
sil. À época, foram feitos novo cadastramento e uma radio- O Centro-Sul concentra os dois principais polos econô-
grafia da situação fundiária do país, mas a reforma agrária, mico-financeiros do Brasil: São Paulo e Rio de Janeiro. São
objetivo principal do Estatuto, não saiu do papel. os centros gestores da economia nacional, onde importan-
Na década de 1970, foram distribuídos lotes de terras tes decisões econômicas são tomadas. As sedes das em-
na Amazônia, para atrair agricultores de outras regiões do presas, bem como os escritórios das diversas multinacio-
país, sobretudo do Sul e do Nordeste, como parte de um nais presentes nessas cidades globais (sobre esse tema,
plano do governo militar para garantir a colonização e a consulte o Capítulo 4 deste volume), acabam direcionando
ocupação da Amazônia. Mas as terras ficavam em áreas parcela expressiva dos investimentos privados em diversas
inadequadas para o cultivo ou a criação pastoril, e não ha- áreas do país. São Paulo, especificamente, concentra cerca
via infraestrutura para garantir o escoamento da produção. de 60% das filiais das empresas multinacionais que atuam
Assim, muitos agricultores logo abandonaram seus lotes. no Brasil, a maioria das sedes dos bancos privados brasilei-
ros e a maior parte das filiais dos bancos estrangeiros que Consumo de energia
atuam no país. É o principal elo com o espaço mundial. de O grau de desenvolvimento econômico de um país
acordo com o estudo do IBgE “Regiões de influência das tem relação direta com o consumo de energia. Os paí-
cidades”, publicado em 2008, a capital paulista exercia in- ses desenvolvidos são grandes consumidores por causa
fluência em 1.028 municípios brasileiros. A macrometrópole do dinamismo da sua economia e do elevado padrão de
São Paulo-Campinas-Sorocaba-Baixada Santista, que abri- consumo de sua população. Até a primeira metade do sé-
ga aproximadamente 15% da população brasileira, respon- culo XX, existia muita energia disponível, o petróleo era
de por mais de 20% do PIB nacional. Além disso, essas uma fonte barata e não havia a consciência coletiva sobre
cidades, sobretudo São Paulo, sediam os principais centros os impactos ambientais decorrentes da sua utilização em
médico-hospitalares e universitários do Brasil. Para elas se grande escala. A difusão dos meios eletrônicos e as trans-
dirigem muitas pessoas de diversos estados brasileiros em formações verificadas no decorrer da Revolução Técnico-
busca de serviços de saúde e educacionais. Centros cultu- -científica-informacional exigiram uma demanda crescente
rais, de lazer e de eventos expressivos do país também es-
de energia. Acrescente-se a isso o crescimento econômi-
tão instalados nelas. Nas cidades de São Paulo e do Rio de
co em algumas regiões do globo, sobretudo na Ásia, nas
Janeiro é realizada a maior parte dos eventos de porte inter-
duas últimas décadas. O aumento populacional verificado
nacional, como espetáculos musicais e feiras de negócios,
nesse continente, assim como na América do Sul, também
nas quais são apresentadas, sobretudo, novidades tecno-
lógicas de diversos setores industriais. As cidades acolhem ampliou a necessidade de fontes energéticas.
também eventos dos quais participam profissionais e cien- Elevação do número de automóveis em circulação, as-
tistas de renome internacional. disso decorre a estruturação pecto marcante das sociedades industrializadas, levou à
de uma ampla e sofisticada rede hoteleira. queima de maior volume de combustíveis fósseis. Assim,
nas últimas décadas, a produção de energia no planeta
Energia elevou-se consideravelmente, e a questão ambiental pas-
Os recursos energéticos são o foco dos interesses es- sou a ser um tema relevante. A ampliação dos recursos
tatais, gerando disputas geopolíticas desde a primeira Re- energéticos é um dos principais desafios das sociedades
volução Industrial. Na segunda metade do século XX, com contemporâneas. Essa expansão deveria levar em conta a
a expansão do meio urbano-industrial, principalmente, na conservação do ambiente, utilizando-se fontes renováveis
América Latina e Sudeste Asiático e, consequentemente, o e menos poluidoras. Trata-se de uma tarefa difícil, consi-
crescimento populacional, houve o aumento exponencial da derando que a principal fonte energética no mundo ainda
demanda energética. Nos últimos anos, a questão energéti- é o petróleo e essa fonte de energia envolve interesses de
ca traz novas discussões: agências internacionais, estados empresas, entre as maiores do mundo, e disputas entre
e a sociedade, geram debate sobre consumo, recursos na- países pelo controle ou influência nas grandes áreas de
turais, mudanças climáticas e, principalmente, a segurança produção mundial, como o Oriente Médio, Ásia Central e
energética dos países mais ricos. outras.
Podemos classificá-las em renováveis e não renová- Estrutura energética no Brasil
veis; primárias e secundárias; convencionais e alternativas. A atual matriz energética brasileira é resultante de
Renováveis → Têm capacidade de se regenerar em um políticas nacionais de desenvolvimento adotadas no de-
tempo curto, tornando-a inesgotável. Ex.: Biomassa (óleos/ correr do processo de industrialização do Brasil, especial-
biodiesel a partir de cana-de-açúcar, mamona, girassol, en- mente a partir de 1960. Tais políticas foram baseadas na
tre outros). indústria automobilística e nas obras de infraestrutura. A
Não Renováveis → Oriundas de matéria orgânica de- abertura de rodovias e a construção de grandes usinas
composta por milhões de anos, não havendo tempo hábil
hidrelétricas eram destaques dos projetos governamentais
para serem formados para uso humano. Ex.: Petróleo, gás
de desenvolvimento. No que se refere às possibilidades
natural e carvão.
de geração de energia, o Brasil apresenta grande vanta-
Primárias → Quando utilizamos diretamente para ge-
gem em relação à maioria dos países, pois as condições
ração de calor/energia. Ex.: Lenha queimada para uso do-
méstico. naturais – clima, relevo e hidrografia – e a extensão ter-
Secundárias → Utiliza-se um meio de energia para ob- ritorial brasileira permitem que o país disponha de várias
ter outro. Ex.: Usina Nuclear enriquece o Urânio para aque- opções energéticas, muitas delas renováveis e menos po-
cer a água e mover as turbinas, gerando energia elétrica. luentes que os combustíveis fósseis. Entre 1970 e 2014
Convencionais → São as energias base da sociedade houve uma profunda transformação na estrutura da matriz
contemporânea. Ex.: Petróleo, gás natural, carvão e hi- energética brasileira, com redução acentuada na partici-
droelétricas. pação da lenha e do carvão vegetal, uma vez que houve
Alternativas → Constituem uma alternativa ao modelo uma expansão significativa no uso do fogão movido a GLP
energético decorrente dos últimos dois séculos, sua intro- (Gás Liquefeito de Petróleo) e gás natural, ampliação na
dução diversifica a matriz de energia dos países, aumen- capacidade de geração de energia hidráulica, com a cons-
tando sua segurança e seu desenvolvimento econômico e trução de grandes hidrelétricas, e na produção de biocom-
ambiental. Ex.: Solar, Eólica, Geotérmica e Maremotriz. bustíveis, inclusive com programas específicos, como o
Proálcool (Programa Nacional do Álcool).
No Brasil, o uso de energia renovável é de quase 40%, margens. O entorno da BR-319, dentro do bioma Amazônia, é
bem acima da média mundial, que está por volta de 13% um dos locais que apresentam mais expressiva biodiversida-
, e há grande variedade de opções energéticas. Contudo, de e um dos mais preservados. Também gerou preocupação
sua condição não anula a grande dependência de fontes de entre os ambientalistas o asfaltamento da BR-163 – Cuiabá-
energia não renováveis e altamente poluidoras, especial- -Santarém –, que servirá, em boa parte, ao escoamento da
mente no setor de transportes. Para a geração de eletricida- produção agrícola de Cuiabá (MT) até Santarém (PA), na con-
de, há no país grande aproveitamento da força das águas fluência dos rios Tapajós e Amazonas, de onde as mercado-
dos rios, o que é bastante positivo, pois se trata de fonte rias poderão seguir para o mercado externo, por via fluvial até
de energia não poluente – com baixa emissão de gases o Oceano Atlântico.
na atmosfera – e renovável, apesar de provocar impactos O transporte rodoviário traçou novas rotas no decorrer do
socioambientais. século XX, possibilitando maior alcance da carga transporta-
da. Esse também foi o século do avião, que se transformou no
principal meio de transporte transcontinental de passageiros e
Agropecuária
de cargas não tão pesadas quanto as carregadas por grandes
Na década de 1970, intensificou-se o processo de mo-
navios. De fato, o desenvolvimento dos transportes a longa
dernização da agricultura brasileira, que promoveu uma sé-
distância está vinculado à evolução do capitalismo, sendo a
rie de transformações econômicas, ambientais, sociais e, base técnica para a expansão desse sistema econômico em
portanto, espaciais para o país. Essa modernização ocor- todo o mundo.
reu de forma mais significativa no Centro-Sul, trazendo, Com o avanço dos transportes e das telecomunicações
portanto, maiores impactos nas transformações socioeco- ampliou-se o volume dos deslocamentos na economia glo-
nômicas (desemprego provocado pela substituição da mão balizada. A distância geográfica deixou de ser impedimento
de obra por maquinário e concentração de terras nas mãos para as trocas comerciais em todo o planeta. O fluxo de pas-
de empresas multinacionais) e ambientais (desmatamento sageiros acentuou-se nos últimos anos, tanto nas viagens de
provocado pelo avanço da fronteira agrícola e poluição cau- negócios como no turismo internacional. O desenvolvimento
sada pelo uso intenso de agrotóxicos e fertilizantes quími- da tecnologia de transportes abriu possibilidades à comercia-
cos) para a região. Muitos agricultores tiveram de vender lização de todo tipo de mercadoria. Produtos perecíveis, por
suas terras, principalmente os pequenos e médios proprie- exemplo, são transportados rapidamente de um continente a
tários, cuja renda é obtida graças ao trabalho dos membros outro, por via aérea ou marítima, em contêineres com refrige-
da família (agricultura familiar). Essas famílias geralmente ração. Para atender toda essa demanda, a infraestrutura de
não possuem recursos para manter sua atividade, pois difi- transporte num território organiza-se na forma de redes. As
cilmente conseguem empréstimos nos bancos para moder- redes estruturam-se nos sistemas de deslocamento de mer-
nizar e aumentar a produção o suficiente para competir com cadorias e passageiros, formados pelas vias de navegação
as grandes empresas, algumas delas corporações multina- marítima e fluvial, ferrovias, rodovias e aerovias, além da rede
cionais. Os principais produtos da agricultura comercial do de dutos Centro-Oeste e Norte do Brasil. Com o objetivo de
Centro-Sul são: soja, cana-de-açúcar, laranja, arroz e mi- ampliar a capacidade de escoamento da produção agrícola e
lho. No Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná, de outros recursos econômicos dirigidos ao mercado asiático
considerados os grandes celeiros do Brasil em razão da (China, Coreia do Sul e Japão), o Brasil construiu junto com
elevada produtividade (graças também às estações do ano o Peru a Estrada do Pacífico, também conhecida como Ro-
mais bem definidas e à regularidade das chuvas), mere- dovia Interoceânica, um eixo viário que se estende do estado
cem destaque os cultivos de arroz, uva, cebola, feijão, trigo, de Rondônia, passando pelo Acre e indo até o litoral do Peru,
desembocando nos portos de Ilo, Maratani e San Juan.
maçã, fumo, centeio e cevada, além da soja e do milho.
A atividade, no entanto, perdeu importância na década de
1920, diminuindo o fluxo de pessoas para a região.
O sistema de transportes é vital para os comércios in- Processo de urbanização no Brasil
terno e externo, pois o custo do frete é um dos elementos – De modo geral, o processo de urbanização no Brasil
muitas vezes o principal – que compõem o preço das merca- apresenta características próprias do padrão de urbaniza-
dorias. De modo geral, o meio de transporte mais barato é o ção dos países em desenvolvimento. Veja algumas delas:
hidroviário, seguido pelo ferroviário e pelo rodoviário. Apesar • foi marcado pela formação de algumas grandes ci-
disso, no Brasil, o planejamento e os investimentos das ver- dades, que concentram parcela significativa das riquezas
bas públicas priorizaram o rodoviário, enquanto as ferrovias e também da população, responsável por um processo de
e as hidrovias (incluída a navegação de cabotagem) foram metropolização;
relegadas a segundo plano. • ocorreu com expressivo crescimento de atividades
O setor de transportes no Brasil acumula problemas, que terciárias, incluindo as do setor formal e do setor informal
podem ser explicados pela grande extensão do território e da economia;
pelas políticas governamentais adotadas no decorrer do sé- • se deu em ritmo acelerado, principalmente entre as
culo XX, que não levaram em consideração a necessidade
décadas de 1950 a 1990, e sem planejamento adequado;
de diversificar as modalidades de transporte no país.
• apresenta padrão periférico de crescimento, com a
formação de amplas manchas urbanas e a população de
Sistema de transportes no Brasil
No Brasil, o circuito que liga as áreas de produção ao baixa renda sendo empurrada para áreas distantes do cen-
mercado externo foi moldado por corredores de exportação: tro.
eixos do território que articulam os meios de transporte e o
sistema de armazenamento. Em geral, a infraestrutura de ar- A urbanização brasileira intensificou-se a partir dos
mazenamento é destinada a produtos cuja estocagem é fei- anos 1940/1950. Decorreu do êxodo rural e do desenvol-
ta em grandes volumes, como os agrominerais. O ponto de vimento industrial que impulsionou grandes deslocamentos
chegada desse sistema de escoamento são principalmente populacionais para as cidades e dinamizou as atividades
os portos espalhados pelo litoral brasileiro, de onde os fluxos comerciais e de serviços nesses espaços. No entanto, a
de mercadorias são direcionados aos mercados interno ou urbanização foi mais intensa que a industrialização: não
externo. Veja o mapa (figura 2). A logística de transporte dos gerou os empregos necessários para receber o grande nú-
corredores de exportação está orientada principalmente para mero de migrantes que deixaram o espaço rural rumo às
os portos das regiões Sul e Sudeste e ainda pouco articulada cidades.
a outras áreas de importância econômica mais recentes e No caso do êxodo rural, é preciso considerar que, além
afastadas do Atlântico, como aquelas situadas nas regiões. dos fatores de atração nas cidades (perspectiva de maior
acesso a serviços e mercadorias, por exemplo), existem os
Indústria fatores de repulsão no campo – associados à concentração
A atividade industrial foi implementada na Amazônia da propriedade rural, aos baixos salários, à falta de políticas
com a criação da Superintendência da Zona Franca de Ma- que beneficiem o pequeno proprietário e à mecanização
naus (Suframa), órgão do governo federal que administra a das atividades. Entre o final dos anos 1960 e o final da dé-
zona Franca. Por meio de parcerias com governos estaduais cada de 2000, mais de 40 milhões de brasileiros deixaram
e municipais, o órgão procura minimizar o chamado “custo o campo e se dirigiram para as cidades.
amazônico”, ou seja, aquele decorrente da dificuldade de cir- O setor terciário da economia foi responsável por gran-
culação de mercadorias, do mercado consumidor reduzido, de parte dos empregos gerados nas cidades e pelo expres-
comparativamente ao Centro-Sul, dos custos de produção sivo aumento do trabalho informal, responsável pela absor-
maiores – entre outros fatores –, que não estimulariam in- ção de parcela significativa da população. A urbanização
vestimentos privados na região amazônica. Até 2014, a zona brasileira teve um caráter concentrador e excludente, com
Franca de Manaus empregava cerca de 126 mil trabalha- boa parte da sociedade ficando à parte de seus benefícios,
dores. Com a retração forte na economia no ano seguinte, o que se observa principalmente na paisagem das grandes
esse número havia caído para 88 mil no final de 2015. As cidades. A velocidade com que se processou a urbaniza-
600 empresas instaladas no polo fazem parte, principalmen- ção no país criou dificuldades para o poder público suprir
te, dos segmentos de eletroeletrônicos, bens de informática, o espaço das cidades, especialmente das maiores, com in-
duas rodas, termoplástico, químico, metalúrgico, mecânico, fraestrutura e serviços sociais necessários ao bem-estar da
descartáveis (isqueiros, canetas, barbeadores), entre outros. população. Isso, evidentemente, foi agravado em razão das
políticas de planejamento urbano estarem voltadas, priorita-
Ocupação recente e exploração econômica riamente, para as classes média e alta, resultando em uma
Na Amazônia vivem diferentes povos indígenas desde estrutura social fragmentada e segregada espacialmente,
épocas pré-históricas. No entanto, a exploração da região com a expansão das periferias urbanas, sobretudo, nos
teve início com a chegada do europeu, ao final do século XV. grandes centros urbanos.
Seguindo o curso dos rios, missões jesuítas buscavam as Percebe-se também que a urbanização brasileira acon-
drogas do sertão (baunilha, cacau, urucum, castanha, guara- teceu de modo desigual no território. Certos estados apre-
ná, entre outras), então valiosas no continente europeu. Mas sentam altas taxas de urbanização, como Rio de Janeiro
foi somente entre os séculos XIX e XX que a Amazônia teve (97%), São Paulo (96,5%), Goiás (91,6%) e Amapá3 (90%),
de fato uma ocupação um pouco mais expressiva, com a ex- enquanto outros, como Piauí (68,4%), Pará (68,9%) e Acre
ploração da borracha. (71,2%), apresentam os índices por volta de 70%, chegan-
do a 58,3% no Maranhão.
Tendências recentes
Principalmente a partir dos anos 1990, vêm se delineando novas tendências no processo de urbanização brasi-
leiro:
• diminuição do ritmo das migrações inter-regionais;
• expansão das áreas de ocupação irregular e de condomínios fechados nas zonas próximas aos grandes centros
urbanos;
• ritmo de crescimento menos acelerado das grandes cidades, entre elas as metrópoles;
• intensificação no ritmo de crescimento das cidades médias;
• valorização extrema dos imóveis urbanos;
• custo de vida mais alto nas metrópoles (incluindo aluguel de imóveis);
• expansão e adensamento populacional das periferias das metrópoles em contraste com a redução da densidade
demográfica em áreas centrais.
As cidades médias passaram a oferecer certas vantagens em relação às grandes, como aumento da oferta de
empregos, em virtude da transferência de muitas indústrias para essas localidades, menor custo de vida, menor
índice de criminalidade e ampliação da oferta de estabelecimentos comerciais e de serviços destinados a atender à
população. São cidades que apresentam qualidade de vida melhor do que as grandes.
Hierarquia e rede urbana no Brasil
O crescimento das cidades médias próximas às regiões metropolitanas tem ampliado a formação de áreas conur-
badas ou em processo de conurbação.
As cidades conurbadas são interligadas por importantes vias de circulação e por meios de transporte e infraes-
trutura comuns. A Grande São Paulo e a Grande Rio são as maiores áreas conurbadas do país (figura 6, na página
seguinte). Anualmente, milhões de pessoas e de toneladas de mercadorias circulam entre as cidades brasileiras.
Muitos dos fluxos de pessoas são diários, realizando-se por motivo de trabalho, estudo, compras, assistência médi-
co-hospitalar, negócios, participação em eventos (feiras, exposições, palestras, shows), lazer, turismo etc. O número
de pessoas que residem numa cidade e trabalham num grande centro metropolitano intensifica os deslocamentos
entre municípios de uma mesma região metropolitana.
A hierarquização dos centros urbanos, refere-se aos papéis ocupados pelas cidades na organização socioeco-
nômica e espacial do Brasil. Segundo a classificação do IBGE, estabelecida no estudo “Regiões de influência das
cidades”, fazem parte da rede urbana brasileira: 12 principais centros urbanos, que são as metrópoles, e 70 capitais
regionais; além de 169 centros sub-regionais e centros de zona e os centros locais.
O estudo está fundamentado na estruturação das zonas de influência dos principais centros urbanos no território
brasileiro, mostrando as redes que eles formam e os diversos aspectos considerados na estruturação dessas redes.
A determinação dos principais centros baseou-se na existência de órgãos públicos (Executivo, Judiciário, Legislativo,
entre outros), de grandes empresas e na oferta de ensino superior, serviços de saúde e domínios de internet.
Metrópoles brasileiras
As doze metrópoles brasileiras são divididas em três grupos, de acordo com a sua importância, a complexidade
dos equipamentos urbanos disponíveis, a funcionalidade que exercem na rede urbana e a extensão de sua área de
influência:
• Grande metrópole nacional: São Paulo;
• Metrópoles nacionais: Rio de Janeiro e Brasília;
• Metrópoles: Belém, Manaus, Goiânia, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre.
Entre as metrópoles de São Paulo e Rio de Janeiro estende-se uma longa mancha urbana caracterizando a configu-
ração da única megalópole no território brasileiro. Num trecho do estado de São Paulo, que engloba as regiões metropoli-
tanas de São Paulo, Baixada Santista, Campinas, além dos espaços densamente urbanizados de São José dos Campos
e Sorocaba, há a metrópole expandida ou macrometrópole, que tem São Paulo como centro.
Favelização
O processo de favelização é a face mais crítica do 3. FORMAÇÃO, ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO
problema habitacional no Brasil. Incapazes de adquirir um POLÍTICA DO BRASIL E DO MUNDO CONTEM-
terreno ou moradia, ou de pagar aluguel, milhares de pes- PORÂNEO. 3.1. PRODUÇÃO HISTÓRICA E CON-
soas não têm outra opção a não ser ocupar áreas públicas TEMPORÂNEA DO TERRITÓRIO NO BRASIL. 3.2.
ou privadas e nelas construírem suas casas. Esses locais FEDERALISMO, FEDERAÇÃO E DIVISÃO TERRI-
dispõem de pouco ou de nenhum serviço público, dificul- TORIAL NO BRASIL. 3.3. FORMAÇÃO E PROBLE-
tando muito a vida dessa parcela da população. Não raro, MÁTICA CONTEMPORÂNEA DAS FRONTEIRAS.
também, os terrenos ocupados estão em áreas de risco, 3.4. CONFLITOS GEOPOLÍTICOS EMERGENTES:
como encostas de morros e áreas de proteção ambiental, AMBIENTAIS, SOCIAIS, RELIGIOSOS E ECONÔ-
inclusive mananciais. MICOS. 3.5. ORDEM MUNDIAL E TERRITÓRIOS
SUPRANACIONAIS: BLOCOS E FLUXOS ECO-
Especulação imobiliária NÔMICOS E POLÍTICOS, ALIANÇAS MILITARES
Historicamente, a ocupação do solo urbano levou gran- E MOVIMENTOS SOCIAIS INTERNACIONAIS.
de parte da população mais pobre para a periferia, resulta- 3.6. REGIONALIZAÇÃO E A ORGANIZAÇÃO DO
do da ação dos responsáveis pelo planejamento urbano, NOVO SISTEMA MUNDIAL. 3.7. GLOBALIZAÇÃO:
que, via de regra, não priorizaram a questão da habitação CARACTERÍSTICAS, IMPACTOS NEGATIVOS E
para a população de baixo poder aquisitivo. As empresas POSITIVOS.
imobiliárias também participaram ativamente desse pro-
cesso, loteando a cidade de acordo com os interesses de
valorização de seus imóveis no mercado. Frequentemen-
te, obtêm informações prévias sobre investimentos do po- Divisão política
der público em determinados trechos do espaço urbano e Segundo a Constituição de 1988, o Brasil é uma federa-
adquirem terrenos, antecipadamente, nesses locais. Esse ção, com o nome oficial de República Federativa do Brasil,
modelo de ocupação urbana tornou-se, assim, amplamente composta de 27 unidades político-administrativas, sendo 26
favorável à especulação imobiliária. estados e 1 distrito federal, onde se localiza a sede do go-
verno federal. A federação caracteriza-se por ser um Esta-
Terras Indígenas do descentralizado, no qual as unidades políticas (estados)
De acordo com o Instituto Socioambiental (ISA), as 703 dispõem de autonomia política expressa em constituições
Terras Indígenas no Brasil cobrem 13,6% do território. Boa próprias e na eleição de governadores e deputados esta-
parte dessas terras, no entanto, ainda não foi demarcada. duais para a Assembleia Legislativa. Os estados se reúnem
De acordo com a lei, as terras demarcadas são de uso ex- em uma União, o governo federal. No federalismo brasileiro
clusivo e posse das populações indígenas, que asseguram há forte centralização do poder político em torno do governo
para si o direito sobre a exploração dos recursos naturais federal, com enfraquecimento da autonomia dos estados.
nelas existentes. Assim, podemos afirmar que, no caso do Brasil, a federa-
De acordo com a Constituição de 1988, as Terras Indí- ção apresenta algumas características que a diferem, por
genas são porções do território habitadas por um ou mais exemplo, da Federação dos Estados Unidos da América,
grupos indígenas e consideradas essenciais à preservação
onde os estados de fato têm autonomia política.
dos recursos necessários à sua sobrevivência, reprodução
O Brasil já possuiu uma federação nos moldes da exis-
física e cultural. Nelas, as comunidades nativas têm o direito
tente nos Estados Unidos. Isso ocorreu durante a República
de utilizar o solo, os rios, os lagos e as demais riquezas na-
Velha (1889-1930), quando as antigas províncias do impé-
turais existentes. A Constituição reconheceu os direitos dos
rio se transformaram em estados federados, com direito a
povos indígenas como primeiros habitantes de suas terras
e estabeleceu que elas fossem demarcadas até 1995. milícias estaduais (exércitos locais), algumas com maiores
No fim da segunda década do século XXI, esse proces- efetivos e melhores armamentos que o exército nacional, e
so encontra-se ainda em andamento, muitas vezes envol- total controle sobre seu comércio externo e legislação in-
vendo grandes conflitos. As Terras Indígenas são frequente- terna. A partir da década de 1930, com a implantação de
mente invadidas pelas grandes empresas madeireiras, por governos federais autoritários, a descentralização política
garimpeiros e agropecuaristas, entre outros grupos. Essas começou a dar lugar à centralização do poder. A Consti-
atividades, mesmo quando praticadas próximo às Terras In- tuição de 1988 voltou a ampliar a autonomia dos estados,
dígenas, comprometem o meio ambiente e constituem uma mas, como dissemos, ainda há forte centralização do poder
ameaça à subsistência desses povos. no Brasil.
A maioria da população indígena vive na Amazônia. O governo federal, ou a União, é constituído pelos
Nessa região, ainda ocupa grandes extensões de terra e poderes Executivo (exercido pelo presidente), Legislativo
preserva seu modo de vida tradicional. Em outras regiões, (constituído pelo Senado Federal e pela Câmara dos De-
especialmente no Centro-Sul do Brasil, as terras são meno- putados Federais) e Judiciário (Supremo Tribunal Federal).
res e algumas vezes abrigam aldeias muito povoadas. Em São atribuições do governo Federal, entre outras: garantir a
áreas insuficientes para prover o sustento e a sobrevivência soberania e a segurança nacional, emitir moeda, represen-
da comunidade, indígenas recorrem às cidades próximas tar o país em organizações internacionais e elaborar planos
em busca de recursos e de trabalho. Essa integração força- nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento econô-
da os coloca em situação de marginalidade no novo meio. mico e social.
Divisão regional Século XVII e XVIII: foram marcados pela produção pas-
A divisão regional do Brasil mais conhecida e divulgada toril que adentrou a oeste do país e também pela descoberta
foi criada a partir de um conjunto de critérios, tais como: loca- de jazidas de ouro e diamante nos estados de Goiás, Minas
lização das Unidades da Federação no território, elementos Gerais e Mato Grosso. Esse período foi chamado de aurífero
naturais (tipos de clima e de vegetação predominantes, por e fez surgir várias cidades.
exemplo), além de aspectos sociais e econômicos. Essas re- Século XIX: a atividade que contribuiu para o processo de
giões, chamadas de macrorregiões ou grandes regiões, foram urbanização foi a produção de café, principalmente nos es-
criadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti- tados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito
ca), que é o órgão do governo brasileiro responsável em cole- Santo. Essa atividade também contribuiu para o surgimento
tar, organizar e apresentar diversas informações sobre nosso de várias cidades.
país. As macrorregiões são: Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e
Centro-Oeste. Fronteiras do Brasil
A partir da criação dos Estados como nação, todos eles
A Industrialização é um processo de modernização pelo sentiram a necessidade de estabelecer fronteiras, promoven-
qual passam os meios de produção de uma determinada do a separação entre os países para que não houvesse uma
sociedade. É pautada pela ampliação de tecnologias e pelo intervenção da soberania, ou seja, para que um país não ten-
desenvolvimento da economia de modo geral. O processo tasse ingressar no território vizinho.
de evolução da indústria, como ela é conhecida atualmente, Os limites entre os territórios têm como objetivo identificar
demandou um longo período. Os primórdios de uma industria- onde começa um território e termina outro. Todos os limites
lização efetiva ocorreram na Inglaterra. Isso porque a indústria territoriais existentes na face da Terra foram firmados por meio
altera não só os modos de se produzir, mas são impactantes de acordos e tratados entre os países envolvidos. Após esse
também nas relações sociais. processo foram implantadas linhas imaginárias que são, em
No século XVIII ocorre a chamada Primeira Revolução grandes casos, marcadas por meio de elementos naturais
Industrial, quando a Inglaterra baseia seu desenvolvimento como rios, lagos, serras e montanhas ou uma construção de
um marco artificial sobre o terreno.
econômico nas indústrias, promovendo o cercamento dos
Diversas vezes a expressão limite é confundida com fron-
campos (enclosures) e empurrando os trabalhadores para as
teira, no entanto, essa corresponde à toda extensão da linha
áreas que se urbanizavam através da produção industrial.
limite de um país (exemplo fronteira entre Argentina e Brasil).
Ao mesmo tempo, esse processo libera mão-de-obra em
Todo país que possui litoral detém parte do território em áreas
abundância, amplia o mercado consumidor e disponibiliza ter-
marinhas até um certo ponto do oceano, denominada de fron-
ras à produção capitalista. A Industrialização promove mudan-
teira marítima.
ças que vão muito além da utilização de máquinas. As zonas próximas às fronteiras entre duas nações nor-
malmente são urbanizadas e produzem um grande fluxo co-
Formação e organização do território brasileiro1 mercial e cultural entre habitantes das nacionalidades envol-
O território do Brasil ocupa uma área de 8 514 876 km². vidas.
Em virtude de sua extensão territorial, o Brasil é considerado Um grande número de países possui um esquema de
um país continental por ocupar grande parte da América do defesa nas faixas de fronteiras no continente e no mar, com
Sul. O país se encontra em quinto lugar em tamanho de ter- intuito de proteger o território e conservar a soberania, além
ritório. de evitar a entrada de contrabando, drogas, armas, imigrantes
A população brasileira está irregularmente distribuída, pois ilegais, entre outros.
grande parte da população habita na região litorânea, onde se
encontram as maiores cidades do país. Isso nada mais é do O deslocamento de brasileiros para a fronteira leste do
que uma herança histórica, resultado da forma como o Brasil Paraguai2
foi povoado, os primeiros núcleos urbanos surgiram no litoral. A presença de brasileiros no Paraguai principia no final
Até o século XVI, o Brasil possuía apenas a área esta- dos anos 1950, intensifica-se nas décadas de 1960 e 1970 no
belecida pelo Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494 por contexto de construção da hidrelétrica de Itaipu e continua em
Portugal e Espanha. Esse tratado dividia as terras da América novos fluxos nos últimos anos.1 O número de brasileiros no
do Sul entre Portugal e Espanha. país vizinho é impreciso. As estimativas indicam que se trata
Os principais acontecimentos históricos que contribuíram da maior migração de brasileiros para uma nação fronteiriça e
para o povoamento do país foram: a segunda maior “comunidade de brasileiros” no exterior. Se-
No século XVI: a ocupação limitava-se ao litoral, a princi- gundo os dados do Ministério das Relações Exteriores, em
pal atividade econômica desse período foi o cultivo de cana 2002, dos 545.886 brasileiros que se encontravam nos países
para produzir o açúcar, produto muito apreciado na Europa, da América do Sul, 459.147 estavam no Paraguai. Esse país
a produção era destinada à exportação. As propriedades ru- concentra de longe a maior quantidade, ou seja, mais de 4/5
rais eram grandes extensões de terra, cultivadas com força de todos os imigrantes brasileiros que vivem nos países vizi-
de trabalho escrava. O crescimento da exportação levou aos nhos (Diretoria Geral de Assuntos Consulares, Jurídicos e
primeiros centros urbanos no litoral, as cidades portuárias. de Assistência a Brasileiros no Exterior, do Ministério das
1 FREITAS, Eduardo de. “Formação e organização do terri- Relações Exteriores apud Sprandel, 2002).
tório brasileiro”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol. 2 ALBUQUERQUE, José Lindomar C. - A dinâmica das fron-
com.br/brasil/formacao-organizacao-territorio-brasileiro.htm. Acesso teiras: deslocamento e circulação dos “brasiguaios” entre os limites
em 24 de março de 2020. nacionais
Os imigrantes brasileiros no Paraguai fazem parte de cadas pela queda do Muro de Berlim em 1989 e o enfraque-
dois amplos processos migratórios no interior do Brasil: um cimento do império soviético, demonstraram que a confi-
movimento vindo do Rio Grande Sul em direção a Santa guração das relações políticas internacionais pós-Segunda
Catarina, Oeste do Paraná e Mato Grosso do Sul; um outro Guerra estava prestes a se reestruturar. Em 1991, a União
fluxo vindo do Nordeste e Minas Gerais em direção ao Es- Soviética, país que idealizou um projeto político-econômico
tado de São Paulo, Norte e Oeste do Paraná. Essas migra- de oposição ao domínio ocidental capitalista, não conse-
ções eram fundamentalmente compostas por famílias de guiu resistir às pressões internas relacionadas ao multicul-
camponeses. As famílias dos dois fluxos migratórios ocupa- turalismo e à fragilidade de sua economia. Sua decadência
ram geralmente posições sociais diferentes tanto no Oeste decretou o fim da Ordem da Guerra Fria e o início da Nova
do Paraná, Mato Grosso do Sul como no Leste do Paraguai Ordem Mundial, liderada pelos Estados Unidos e com uma
nos ciclos do café, da menta e da soja. Os nordestinos e estrutura baseada no conflito Norte-Sul: a interdependência
mineiros se tornaram principalmente peões, arrendatários e entre os países desenvolvidos e os países subdesenvolvi-
posseiros nessas frentes de expansão nacionais, enquanto dos.
que os sulistas se constituíram majoritariamente como co- A Nova Ordem está vinculada aos interesses dos Es-
lonos, pequenos e médios proprietários, especialmente em tados Unidos. Detentor da maior economia mundial, o país
território paraguaio. desenvolveu durante a Guerra Fria todo um arcabouço téc-
O outro fluxo migratório tem como pontos intermediá- nico para aumentar a sua influência econômica, cultural e
rios São Paulo e o Norte do Paraná, isto é, quase todos os militar ao redor do globo. Por outro lado, a Europa apostou
nordestinos e mineiros que vivem atualmente no Paraguai na formação de um bloco econômico bastante ambicioso,
moraram alguns anos em São Paulo e em mais de uma re- a União Europeia, que envolve relações econômicas e po-
gião do estado do Paraná. Muitos dos nordestinos ou “nor- líticas em torno do ideal de solidariedade e crescimento em
tistas” vieram no período inicial dessa imigração – décadas conjunto. Com a adoção do Euro, no ano de 2002, o bloco
de 1950, 1960 e 1970 – para trabalhar no desmatamento atingiu o maior dos seus objetivos de integração regional,
das fazendas e no plantio e colheita de menta e café. Mui- criando instituições para gerenciar esse modelo de orga-
tos deles já voltaram para o Brasil, pois não conseguiram nização política. Na composição do eixo dos países de-
comprar ou ampliar a propriedade rural. Contudo, alguns senvolvidos está o Japão, país que conta com alto grau de
prosperaram economicamente, como este nordestino que desenvolvimento tecnológico, mas que está atravessando
hoje tem uma grande fazenda e é exportador de soja no muitas dificuldades econômicas desde o início da Nova Or-
departamento de Alto Paraná. dem Mundial, principalmente pelo baixo crescimento eco-
nômico acumulado e o envelhecimento de sua população.
Conflitos na fronteira e representações sobre o “outro” Esse cenário começou a sofrer algumas alterações ao
A maioria dos conflitos que ocorreu, nas duas últimas final da década de 1990, quando o termo ‘países emergen-
décadas, na fronteira leste do Paraguai foi ocasionada por tes’ começou a ganhar espaço nas análises da conjuntura
disputas de terra entre os movimentos camponeses pa- econômica mundial. O crescimento expressivo e contínuo
raguaios e imigrantes brasileiros que são proprietários de de países como China e Índia, a recuperação econômica
fazendas naquele país. A respeito disso, algumas observa- da Rússia, a maior estabilidade econômica do Brasil e o de-
ções preliminares são importantes: senvolvimento social e tecnológico da Coreia do Sul ofere-
1) os movimentos camponeses, embora “invadam” pre- ceram uma nova característica para as relações internacio-
dominantemente as propriedades dos imigrantes brasilei- nais: países que apenas detinham uma posição secundária
ros, também ocupam grande número de outros estrangei- no sistema capitalista mundial passaram a influenciar mais
ros que vivem no Paraguai (alemães, menonitas, árabes, ativamente o comércio internacional, conquistando maior
coreanos, chineses e norte-americanos) e dos próprios poder nas decisões de blocos e organizações mundiais.
latifundiários paraguaios, principalmente de militares que Em 2001, o economista Jim O’Nill do banco de investi-
conseguiram grandes faixas de terra durante a ditadura de mentos Goldman Sachs criou o termo BRIC’s, formado por
Stroessner; Brasil, Rússia, Índia e China e que atualmente conta tam-
2) os conflitos envolvendo “brasiguaios” e campesinos bém com a presença da África do Sul. Para O’nill, esse gru-
não se resumem à disputa pela terra; estão relacionados à po de países apresentaria o maior potencial de crescimento
destruição florestal e uso de agrotóxicos nas lavouras de entre as nações emergentes, algo que foi consolidado na
soja, bem como ao confronto político entre camponeses e década de 2000 e que foi absorvido pelos países em ques-
prefeitos “brasiguaios”. tão, que promovem reuniões anuais com o estabelecimento
de acordos comerciais e projetos para a transferência de
As Configurações do Mundo Contemporâneo3 tecnologia.
A geopolítica mundial tem sofrido grandes modificações Todas essas transformações recentes nos direcionam
nos últimos 30 anos. A partir da década de 1980, as suces- para a seguinte reflexão: após duas grandes guerras, a Pax
sivas dissoluções dos regimes socialistas na Europa, mar- Americana estruturada ao final da 2a Guerra Mundial pode
3 SILVA, Júlio César Lázaro da. “As Configurações do Mun-
estar passando por um processo de desconstrução?
do Contemporâneo”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilesco-
A crise econômica mundial expõe a fragilidade mo-
la.uol.com.br/geografia/configuracoes-do-mundo-contemporaneo.htm.
mentânea da economia norte-americana. Além do caráter
Acesso em 24 de março de 2020.
conjuntural, as dificuldades econômicas dos EUA não re-
presentam uma decadência de sua ideologia, que continua A segunda expressão utilizada é a multipolaridade, pois,
fortalecida, muito menos do seu poder e eficiência militar. após o término da Guerra Fria, o poderio militar não era
Nenhum outro Estado-Nação emerge como redefinidor de mais o critério principal a ser estabelecido para determinar
valores e nem sequer existem candidatos para esse posto a potencialidade global de um Estado Nacional, mas sim o
(desconsiderando as bravatas expressas por líderes como poderio econômico. Nesse plano, novas frentes emergiram
o presidente venezuelano Hugo Chávez ou o iraniano Mah- para rivalizar com os EUA, a saber: o Japão e a União Euro-
moud Ahmadinejad). peia, em um primeiro momento, e a China em um segundo
Os EUA devem reformular seus sistemas de vigilância, momento, sobretudo a partir do final da década de 2000.
segurança nacional e planejamento estratégico, a fim de Por fim, temos uma terceira proposta, mais consensual:
confirmar o status quo geopolítico que foi determinado após a unimultipolaridade. Tal expressão é utilizada para desig-
a sua consolidação como potência hegemônica. Mesmo a nar o duplo caráter da ordem de poder global: “uni” para
China possui limites quanto ao seu crescimento econômico e designar a supremacia militar e política dos EUA e “multi”
dificuldades para construir, em curto prazo, um mercado con-
para designar os múltiplos centros de poder econômico.
sumidor capaz de absorver tamanho crescimento. No caso
da Europa, que foi atingida mais gravemente pela crise eco-
Mudanças na hierarquia internacional
nômica mundial, deve ocorrer uma mudança no planejamen-
to de suas instituições que ainda precisam ser fortalecidas Outra mudança acarretada pela emergência da Nova
antes de apostarem na integração de países que possuem Ordem Mundial foi a necessidade da reclassificação da hie-
economias mais frágeis e limitadas a setores menos moder- rarquia entre os Estados nacionais. Antigamente, costuma-
nos ou até mesmo pouco produtivos. va-se classificar os países em 1º mundo (países capitalistas
Mais do que a transformação na Pax Americana, mere- desenvolvidos), 2º mundo (países socialistas desenvolvi-
ce destaque a reformulação da ONU. A atual configuração dos) e 3º mundo (países subdesenvolvidos e emergentes).
da organização supranacional parece estar mais condizente Com o fim do segundo mundo, uma nova divisão foi elabo-
com o momento histórico que a Europa viveu entre o final do rada.
século XIX e a 2a Guerra Mundial (redefinição de fronteiras) e A partir de então, divide-se o mundo em países do Nor-
com a bipolaridade imposta pelo período da Guerra Fria. Os te (desenvolvidos) e países do Sul (subdesenvolvidos), es-
debates acerca das novas funcionalidades da organização tabelecendo uma linha imaginária que não obedece inteira-
devem ser fundamentados na adaptação a esses novos tem- mente à divisão norte-sul cartográfica.
pos, em que os atos extremos, individuais ou planejados a
partir de células terroristas, tornam-se difíceis de serem con-
duzidos por uma estrutura geopolítica como a atual, ainda
muito preocupada com os interesses particulares nacionais e
regionais. As problemáticas globais tais como meio ambien-
te, escassez de água, terrorismo, violência, energias alter-
nativas, entre tantos outros, requerem o abandono dessas
práticas políticas obsoletas e a introdução de uma nova ra-
cionalidade pautada em valores universais. Até porque uma
pitada de utopia nunca é demais.
A “Guerra ao terror”
Como vimos, após o final da Guerra Fria, os Estados Unidos se viram isolados na supremacia bélica do mundo. Ape-
sar de a Rússia ter herdado a maior parte do arsenal nuclear da União Soviética, o país mergulhou em uma profunda crise
ao longo dos anos 1990 e início dos anos 2000, o que não permitiu que o país mantivesse a conservação de seu arsenal,
pois isso custa muito dinheiro.
Em face disso, os Estados Unidos precisavam de um novo inimigo para justificar os seus estrondosos investimentos
em armamentos e tecnologia bélica. Em 2001, entretanto, um novo inimigo surgiu com os atentados de 11 de Setembro,
atribuídos à organização terrorista Al-Qaeda.
Com isso, sob o comando do então presidente George W. Bush, os Estados Unidos iniciaram uma frenética Guerra
ao Terror, em que foram gastos centenas de bilhões de dólares. Primeiramente os gastos se direcionaram à invasão do
Afeganistão, em 2001, sob a alegação de que o regime Talibã que governava o país daria suporte para a Al-Qaeda. Em
segundo, com a perseguição dos líderes dessa organização terrorista, com destaque para Osama Bin Laden, que foi en-
contrado e morto em maio de 2011, no Paquistão.
O que se pode observar é que não existe, ao menos por enquanto, nenhuma nação que se atreva a estabelecer uma
guerra contra o poderio norte-americano. O “inimigo” agora é muito mais difícil de combater, uma vez que armas de des-
truição em massa não podem ser utilizadas, pois são grupos que atacam e se escondem em meio à população civil de
inúmeros países.
5 PENA, Rodolfo F. Alves. “Regionalização socioeconômica do espaço mundial”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.
com.br/geografia/regionalizacao-socioeconomica-espaco-mundial.htm. Acesso em 23 de março de 2020.
É importante observar que, além de ser muito abran- era muito menos rápida e eficiente que a dos dias atuais,
gente, essa forma de regionalização do espaço geográfico que, por sua vez, poderá ser considerada menos eficiente
mundial possui uma série de limitações. A principal delas em comparação com as prováveis evoluções técnicas que
é a de não evidenciar a heterogeneidade existente entre ocorrerão nas próximas décadas. Podemos dizer, então,
os países de um mesmo grupo na classificação. Os países que o mundo se encontra cada dia mais globalizado.
do norte desenvolvido, por exemplo, apresentam-se com O avanço realizado nos sistemas de comunicação e
as mais diversas perspectivas, havendo aqueles conside- transporte, responsável pelo avanço e consolidação da glo-
rados como “potências”, a exemplo dos Estados Unidos, balização atual, propiciou uma integração que aconteceu
da Alemanha e outros, e aqueles considerados limitados de tal forma que tornou comum a expressão “aldeia global”.
economicamente ou que sofrem crises recentes, tais como O termo “aldeia” faz referência a algo pequeno, onde todas
Portugal, Grécia, Rússia e Itália. as coisas estão próximas umas das outras, o que remete à
Já entre os países do sul subdesenvolvido, também ideia de que a integração mundial no meio técnico-informa-
existem evidentes distinções. Por um lado, há aqueles paí- cional tornou o planeta metaforicamente menor.
ses pouco ou não industrializados, como economias cen-
tradas no setor primário basicamente, e, por outro lado, A origem da Globalização
aqueles países ditos “emergentes” ou “subdesenvolvidos Não existe um total consenso sobre qual é a origem
industrializados”, tais como o BRICS (exceto a Rússia), do processo de globalização. O termo em si só veio a ser
os Tigres Asiáticos e outros. Alguns deles, como a China, elaborado a partir da década de 1980, tendo uma maior di-
possuem economias muito avançadas em termos de pro- fusão após a queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra
dução e geração de riquezas, porém sofrem com condições Fria. No entanto, são muitos os autores que defendem que
sociais limitadas, má distribuição de renda, analfabetismo, a globalização tenha se iniciado a partir da expansão maríti-
pobreza e problemas diversos. mo-comercial europeia, no final do século XV e início do sé-
Entender a dinâmica do espaço mundial, mesmo que culo XVI, momento no qual o sistema capitalista iniciou sua
em uma perspectiva específica, é uma tarefa bastante com- expansão pelo mundo.
plicada, de forma que as generalizações tendem ao erro. No De toda forma, como já dissemos, ela foi gradativamente
entanto, a regionalização norte-sul é importante no sentido apresentando evoluções, recebendo incrementos substan-
de nos dar uma orientação geral sobre o nível de desenvol- ciais com as transformações tecnológicas proporcionadas
vimento social e econômico dos países e das populações pelas três revoluções industriais. Nesse caso, cabe um des-
nas diferentes partes do planeta. Assim, constrói-se uma taque especial para a última delas, também chamada de Re-
volução Técnico-Científica-Informacional, iniciada a partir de
base sobre a qual é possível nos aprofundarmos em ter-
meados do século XX e que ainda se encontra em fase de
mos de estudos e conhecimentos para melhor caracterizar
ocorrência. Nesse processo, intensificaram-se os avanços
as relações socioespaciais no plano político e econômico
técnicos no contexto dos sistemas de informação, com des-
internacional. taque para a difusão dos aparelhos eletrônicos e da internet,
além de uma maior evolução nos meios de transporte.
Globalização6 Portanto, a título de síntese, podemos considerar que,
A globalização é um dos termos mais frequentemente se a globalização se iniciou há cerca de cinco séculos apro-
empregados para descrever a atual conjuntura do sistema ximadamente, ela consolidou-se de forma mais elaborada e
capitalista e sua consolidação no mundo. Na prática, ela é desenvolvida ao longo dos últimos 50 anos, a partir da se-
vista como a total ou parcial integração entre as diferentes gunda metade do século XX em diante.
localidades do planeta e a maior instrumentalização propor-
cionada pelos sistemas de comunicação e transporte. Características da globalização / aspectos positivos e
O conceito de globalização é dado por diferentes ma- negativos
neiras conforme os mais diversos autores em Geografia, Uma das características da globalização é o fato de ela
Ciências Sociais, Economia, Filosofia e História que se se manifestar nos mais diversos campos que sustentam e
pautaram em seu estudo. Em uma tentativa de síntese, po- compõem a sociedade: cultura, espaço geográfico, educa-
demos dizer que a globalização é entendida como a inte- ção, política, direitos humanos, saúde e, principalmente, a
gração com maior intensidade das relações socioespaciais economia. Dessa forma, quando uma prática cultural chinesa
em escala mundial, instrumentalizada pela conexão entre é vivenciada nos Estados Unidos ou quando uma manifesta-
as diferentes partes do globo terrestre. ção tradicional africana é revivida no Brasil, temos a evidên-
Vale lembrar, no entanto, que esse conceito não se re- cia de como as sociedades integram suas culturas, influen-
fere simplesmente a uma ocasião ou acontecimento, mas a ciando-se mutuamente.
um processo. Isso significa dizer que a principal caracterís- Existem muitos autores que apontam os problemas e os
tica da globalização é o fato de ela estar em constante evo- aspectos negativos da globalização, embora existam muitas
lução e transformação, de modo que a integração mundial polêmicas e discordâncias no cerne desse debate. De toda
por ela gerada é cada vez maior ao longo do tempo. forma, considera-se que o principal entre os problemas da
Há um século, por exemplo, a velocidade da comunica- globalização é uma eventual desigualdade social por ela
proporcionada, em que o poder e a renda encontram-se em
ção entre diferentes partes do planeta até existia, porém ela
maior parte concentrados nas mãos de uma minoria, o que
6 https://brasilescola.uol.com.br/geografia/globalizacao.htm atrela a questão às contradições do capitalismo.
Acessado em 23.03.2020
Além disso, acusa-se a globalização de proporcionar Por fim, cabe ressaltar que o avanço da globalização
uma desigual forma de comunicação entre os diferentes culminou também na expansão e consolidação do sistema
territórios, em que culturas, valores morais, princípios edu- capitalista, além de permitir sua rápida transformação. As-
cacionais e outros são reproduzidos obedecendo a uma sim, com a maior integração mundial, o sistema liberal – ou
ideologia dominante. Nesse sentido, forma-se, segundo neoliberal – ampliou-se consideravelmente na maior parte
essas opiniões, uma hegemonia em que os principais cen- das políticas econômicas nacionais, difundindo-se a ideia
tros de poder exercem um controle ou uma maior influên- de que o Estado deve apresentar uma mínima intervenção
cia sobre as regiões economicamente menos favorecidas, na economia.
obliterando, assim, suas matrizes tradicionais. A globalização é, portanto, um tema complexo, com in-
contáveis aspectos e características. Sua manifestação não
Entre os aspectos positivos da globalização, é comum pode ser considerada linear, de forma a ser mais ou menos
citar os avanços proporcionados pela evolução dos meios intensa a depender da região onde ela se estabelece, ga-
nhando novos contornos e características. Podemos dizer,
tecnológicos, bem como a maior difusão de conhecimento.
assim, que o mundo vive uma ampla e caótica inter-relação
Assim, por exemplo, se a cura para uma doença grave é
entre o local e o global.
descoberta no Japão, ela é rapidamente difundida (a de-
pender do contexto social e econômico) para as diferentes
PARANÁ
partes do planeta. Outros pontos considerados vantajosos História do Paraná
da globalização é a maior difusão comercial e também de Os territórios hoje denominados Paraná vêm sendo
investimentos, entre diversos outros fatores. continuamente habitados por diferentes populações huma-
É claro que o que pode ser considerado como vanta- nas há cerca de pelo menos nove mil (9.000) anos antes
gem ou desvantagem da globalização depende da abor- do presente (AP). Entretanto, se considerarmos a cronolo-
dagem realizada e também, de certa forma, da ideologia gia dos territórios vizinhos que foram ocupados em épocas
empregada em sua análise. Não é objetivo, portanto, des- anteriores, é provável que ainda possam ser obtidas datas
te texto entrar no mérito da discussão em dizer se esse que poderão atestar a presença humana em períodos mais
processo é benéfico ou prejudicial para a sociedade e para recuados.
o planeta. Por todo o Paraná vamos encontrar vestígios desses
antigos assentamentos humanos. O mais antigo deles, da-
Efeitos da Globalização tado de 9.040 AP, foi encontrado por Claudia Parellada, ar-
Existem vários elementos que podem ser conside- queóloga do Museu Paranaense, no vale do rio Iguaçu.
rados como consequências da globalização no mundo. Os contatos dos europeus com os antigos habitantes
Uma das evidências mais emblemáticas é a configuração da região ocorreram já no início do século XVI, com os pri-
do espaço geográfico internacional em redes, sejam elas meiros navegantes que aportaram ou passaram pelo litoral
de transporte, de comunicação, de cidades, de trocas co- paranaense, e pelas primeiras expedições portuguesas e
merciais ou de capitais especulativos. Elas formam-se por espanholas que percorreram o interior do Paraná rumo ao
pontos fixos – sendo algumas mais preponderantes que império inca.
outras – e pelos fluxos desenvolvidos entre esses diferen- Os primeiros navegantes europeus que aportaram ou
tes pontos. passaram pelo litoral do Paraná nos trinta primeiros anos
Outro aspecto que merece destaque é a expansão das do século XVI fizeram os primeiros contatos com as popula-
empresas multinacionais, também chamadas de transna- ções de índios Guaranis – na época, chamados de Carijós
cionais ou empresas globais. Muitas delas abandonam – e com eles possivelmente estabeleceram relações comer-
ciais e culturais. E foi através desses Guarani do litoral que
seus países de origem ou, simplesmente, expandem suas
as populações indígenas sediadas nos territórios interiora-
atividades em direção aos mais diversos locais em busca
nos souberam da presença de homens brancos vindos de
de um maior mercado consumidor, de isenção de impos-
terras distantes de além-mar.
tos, de evitar tarifas alfandegárias e de angariar um menor
No início da colonização portuguesa, a região onde se
custo com mão de obra e matérias-primas. O processo situa hoje o estado do Paraná fazia parte da Capitania de
de expansão dessas empresas globais e suas indústrias Santo Amaro. Em 1539, o Paraná foi submetido a autorida-
reverberou no avanço da industrialização e da urbaniza- de da Capitania de São Vicente.
ção em diversos países subdesenvolvidos e emergentes, A colonização do litoral paranaense começou na segun-
incluindo o Brasil. da metade do século 16, com um pequeno povoado na ilha
Outra dinâmica propiciada pelo avanço da globaliza- de Cotinga, hoje, no município de Paranaguá.
ção é a formação dos acordos regionais ou dos blocos No século 17, já existiam as vilas de Nossa Senhora da
econômicos. Embora essa ocorrência possa ser inicial- Luz dos Pinhais (Curitiba) e a de Paranaguá. No final da-
mente considerada como um entrave à globalização, pois quele século descobriram-se minas de ouro, que atraíram
acordos regionais poderiam impedir uma global interação muitos exploradores para o interior do atual Paraná.
econômica, ela é fundamental no sentido de permitir uma A partir de 1737, tropeiros passaram a usar o Caminho
maior troca comercial entre os diferentes países e também Real do Viamão, ligando a região serrana do Rio Grande do
propiciar ações conjunturais em grupos. Sul a São Paulo, passando por Curitiba.
Cfa – Clima Subtropical Úmido Mesotérmico: com ve- A Hidrovia Tietê - Paraná é uma via de navegação si-
rões quentes, sem estação seca e com poucas geadas. A tuada entre as regiões sul, sudeste e centro-oeste do Brasil,
média das temperaturas do mês mais quente é superior a que permite a navegação e consequentemente o transpor-
22ºC, e a do mês mais frio é inferior a 18ºC. Encontra-se nas te de cargas e de passageiros ao longo dos rios Paraná e
regiões Norte, Oeste e Sudoeste, no Oeste da Serra do Mar Tietê. Um sistema de eclusas viabiliza a passagem pelos
e do Vale do Ribeira. desníveis das muitas represas existentes nos dois rios.
Cfb – Clima Subtropical Úmido Mesotérmico: sem es- É uma via muito importante para o escoamento da pro-
tação seca, com verão brando e geadas severas. A média dução agrícola dos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso
das temperaturas do mês mais quente é inferior a 22ºC, e do Sul, Goiás e parte de Rondônia, Tocantins e Minas Ge-
a do mês mais frio é inferior a 18ºC. Encontra-se na região rais.
de Curitiba, nos Campos Gerais, Sul e parte do Sudoeste do No passado, as matas do Paraná foram derrubadas
Terceiro Planalto. para dar lugar à agropecuária e estradas. Nas últimas dé-
No verão o Paraná é atingido pela Massa Equatorial
cadas, entretanto, o Estado reverteu essa tendência com
Continental. A Massa Polar Atlântica também exerce ampla
programas de recuperação de rios, áreas em erosão, plan-
influência durante o inverno. A maior concentração de chu-
tio de árvores e preservação dos ecossistemas.
vas decorre da atuação da Massa Tropical Atlântica durante
O estado do Paraná apresenta uma vegetação compa-
o verão. As curvas isobáricas indicam que a umidade relati-
va do ar normalmente apresenta-se elevada no Estado do tível com as variações de seu clima subtropical. Nas regiões
Paraná. Na faixa litorânea, devido à influência oceânica, os mais frias predominam as matas de araucárias (pinhais) e
índices médios superam 85%. Nos planaltos do interior as nas regiões litorâneas encontram-se santuários preserva-
médias situam-se entre 80 e 85%, declinando estes valores dos de Mata Atlântica, como a Ilha do Mel, a Estação Ecoló-
à medida que se avança para o norte e oeste, em exceção do gica de Guaraqueçaba e o Parque Nacional do Superagui,
vale do rio Paraná, abaixo de Guaíra, que apresenta valores onde estão preservadas extensas áreas de manguezal e
superiores a 80%. de animais ameaçados de extinção. Em especial, o Parque
A vegetação natural do Paraná compreende três tipos Nacional do Iguaçu, com uma área de 170 mil ha (além de
de classificação principal: mata fluvial tropical, mata fluvial mais 50 mil ha na Argentina), é um patrimônio natural da
subtropical e campos. Essa classificação representa, em pri- humanidade, na lista da Unesco.
meira linha, a expressão do clima em relação à latitude e a O litoral paranaense tem cerca de 100km de extensão,
longitude. De acordo com Reinhard Maack (1981), a mata com cenários bem diversificados, desde a foz do rio Ara-
conquistou a maior parte das áreas do Estado do Paraná sob rapira (ao norte) até a do Saí-Guaçu (ao sul). É delimitado
os fatores climáticos predominantes no Quaternário recente. por duas baías: ao norte, a de Paranaguá, e, ao sul, a de
Ainda nesse período, havia os campos limpos e cerrados re- Guaratuba.
vestindo grande parte do Paraná, o que se percebia graças Possui belas praias, morros, baías e enseadas. De
ao clima semiárido existente nesse momento. As alternân- paraísos ecológicos, como a Ilha do Mel e Guaraqueçaba,
cias climáticas pelas quais a região foi passando propiciaram a cidades de veraneio agitado como Matinhos, Pontal do
que a mata fosse dominando os campos a partir dos declives Paraná e Guaratuba. Uma planície costeira estende-se por
das escarpas e dos vales dos rios, transformando o Estado cerca de 40 km com praias em mar aberto, terminando com
do Paraná numa das áreas mais ricas em matas do Brasil até as formações rochosas do Morro do Boi, em Caiobá.
poucos decênios. A desvantagem são as águas geladas, sendo seu lito-
Os rios mais importantes são o Paraná, Iguaçu, Ivaí, Ti- ral banhado pela corrente marinha das Falklands. Ainda se
bagi, Paranapanema, Itararé e Piquiri.
situa em uma região privilegiada do ponto de vista turístico,
tendo como destinos principais: Foz do Iguaçu, a Ilha do
Mel e Curitiba.
Principais pontos turísticos e culturais:
- Museu Paranaense (Curitiba)
- Museu David Carneiro
- Museu de Artes de Cascavel
- Museu da Imagem e do Som
- Museu Oscar Niemeyer
- Museu de Arte Contemporânea
- Museu Metropolitano de Arte de Curitiba
- Teatro Guaíra
- Bosque Alemão
- Catedral Basílica
- Memorial da Cidade (Curitiba)
- Memorial Japonês (Curitiba)
- Ilha do Mel
- Cataratas do Iguaçu
Economia
O Paraná tem infraestrutura bem desenvolvida e mão de obra qualificação, o que torna o Estado uma boa opção para novos
negócios. O Estado recebeu muitos imigrantes europeus nos séculos 19 e 20, isso impulsionou a atividade agrícola e moldou
as tradições culturais e econômicas do Paraná. Em 1954, a produção econômica do Paraná já tinha ultrapassado a da Bahia,
tornando-se a quinta maior da Federação, posição confirmada em 2016, pelo IBGE. Atualmente, o Estado vem ampliando sua
atuação na área industrial e na tecnologia de informação.
Principais características da economia do estado do Paraná:
- O estado apresenta bons índices de desenvolvimento econômico. No ranking econômico do país, levando em considera-
ção o PIB (Produto Interno Bruto), o Paraná aparece na 4ª colocação.
- Ótimo desenvolvimento em todos os setores da economia (agropecuário, industrial e de serviços).
- A Região Metropolitana de Curitiba é a região mais desenvolvida do estado com grande concentração de industrias e
empresas de serviços (faculdades, hospitais, instituições financeiras, shoppings, etc.).
- O estado é um dos maiores geradores de energia elétrica do país, pois a Usina de Itaipu (segunda maior do mundo) lo-
caliza-se em seu território.
- O estado apresenta também uma ótima infraestrutura com bons aeroportos e rodovias. E o destaque fica por conta do
Porto de Paranaguá.
- O setor de turismo também é muito importante para a economia do estado. O Paraná possui pontos turísticos muito visi-
tados, principalmente praias, museus, monumentos históricos, parques, entre outros.
O Paraná é o maior produtor nacional de grãos, apresentando uma pauta agrícola diversificada. A utilização de avançadas
técnicas agronômicas coloca o Estado em destaque em termos de produtividade. A soja, o milho, o trigo, o feijão e a cana-de-
-açúcar sobressaem na estrutura produtiva da agricultura local, observando-se, em paralelo, forte avanço de outras atividades,
como a produção de frutas.
Já na pecuária, destaca-se a avicultura, com 26,3% do total de abates do País. Nos segmentos de bovinos e suínos, a
participação do Estado atinge 4,3% e 17%, respectivamente.
Os Arranjos Produtivos Locais (APLs) são concentrações de indústrias de um mesmo segmento ou de atividades com-
plementares em uma mesma região. O APL propicia ações conjuntas, como compra de matérias-primas, consórcios para
exportação, compartilhamento de tecnologias e capacitação de mão-de-obra. As indústrias ganham em escala, reduzem custos
e conseguem ser mais competitivas. Atualmente o Paraná tem 22 APLs consolidadas, que geram mais de 60 mil empregos.
Na culinária se destaca o Barreado, que é um prato O mais antigo mapa já encontrado foi confeccionado
típico paranaense que foi criado há mais de 200 anos. Inclui na Suméria, em uma pequena tábua de argila, represen-
carne (geralmente patinho ou coxão mole), toucinho e tem- tando um Estado. A confecção de um mapa normalmente
peros que são cozidos em panela de barro por várias horas. começa a partir da redução da superfície da Terra em
Tradicionalmente usa-se uma folha de bananeira sapecada seu tamanho. Em mapas que figuram a Terra por inteiro
no fogo para amolecer, que é amarrada na boca da panela em pequena escala, o globo se apresenta como a única
para conter o vapor. A tampa da panela é barreada com maneira de representação exata.
pirão de farinha de mandioca. Acompanha arroz, banana, A transformação de uma superfície esférica em uma
laranja e farinha de mandioca. superfície plana recebe a denominação de projeção car-
A cachaça de Porto Morretes Premium foi eleita a me- tográfica.
lhor do Brasil em 2016. Ela “é envelhecida por três anos em Na pré-história, a Cartografia era usada para delimi-
carvalho, têm aromas frutados que rescendem a ameixa, é tar territórios de caça e pesca. Na Babilônia, os mapas
redonda e tem acidez e percepção alcoólica equilibradas.” do mundo eram impressos em madeira, mas foram Era-
Mais outras duas cachaças paranaenses ganharam o prê- tosthenes de Cirene e Hiparco (século III a.C.) que cons-
mio. truíram as bases da cartografia moderna, usando um glo-
bo como forma e um sistema de longitudes e latitudes.
Ptolomeu desenhava os mapas em papel com o mundo
4. A REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO TERRES- dentro de um círculo.
TRE. 4.1. A EVOLUÇÃO DAS REPRESENTAÇÕES Com a era dos descobrimentos, os dados coletados
CARTOGRÁFICAS E A INTRODUÇÃO DAS NO- durante as viagens tornaram os mapas mais exatos.
VAS TECNOLOGIAS PARA O MAPEAMENTO,
Após a descoberta do novo mundo, a cartografia come-
ATRAVÉS DO SENSORIAMENTO REMOTO (FO-
çou a trabalhar com projeções de superfícies curvas em
TOGRAFIAS AÉREAS E IMAGENS DE SATÉLITE)
impressões planas.
E DOS SISTEMAS DE POSICIONAMENTO TER-
RESTRE (GPS). 4.2. AS FORMAS BÁSICAS DE
REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO TERRESTRE E Planisfério de Mercator
DAS DISTRIBUIÇÕES DOS FENÔMENOS GEO- Gerard Mercator (1512-1594), importante nome da
GRÁFICOS (MAPAS, CARTAS, PLANTAS E CAR- Cartografia, desenvolveu seu trabalho na época em que
TOGRAMAS). 4.3. ESCALAS, RECONHECIMENTO a Europa havia conquistado os mares e dominado diver-
E CÁLCULO. 4.4. SISTEMA DE COORDENADAS sas regiões do mundo. do continente europeu partiam
GEOGRÁFICAS E A ORIENTAÇÃO NO ESPAÇO navios para a África, a América e a Ásia. O planisfério
TERRESTRE. 4.5. PROJEÇÕES CARTOGRÁ- de Mercator, de 1569, expressa o contexto histórico da
FICAS. 4.6. IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS expansão marítima europeia e o domínio de terras até
ELEMENTOS DE UMA REPRESENTAÇÃO CAR- então desconhecidas. Foi criado para facilitar as navega-
TOGRÁFICA, LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE ções e é até hoje utilizado com esse propósito.
TABELAS, GRÁFICOS, PERFIS, PLANTAS, CAR- Observe, no planisfério de Mercator, que a Europa
TAS, MAPAS E CARTOGRAMAS. se situa no centro e na parte superior da representação.
É um mapa eurocêntrico. Nesse planisfério os meridia-
nos estão traçados paralelamente de um polo a outro, e
CARTOGRAFIA as distâncias entre os paralelos aumentam conforme se
A cartografia é a ciência da representação gráfica da aproximam dos polos. Assim, as áreas mais distantes do
superfície terrestre, tendo como produto final o mapa. Ou Equador aparecem exageradamente grandes.
seja, é a ciência que trata da concepção, produção, difusão, A Groenlândia, por exemplo, parece ter a mesma
utilização e estudo dos mapas. área da América do Sul, quando, na verdade, é quatro
Na cartografia, as representações de área podem ser vezes menor que o Brasil. Essa distorção de tamanho pa-
acompanhadas de diversas informações, como símbolos, rece reforçar a ideia da superioridade do continente euro-
cores, entre outros elementos. A cartografia é essencial peu, pois a maior parte de suas terras está mais próxima
para o ensino da Geografia e tornou-se muito importante na do Polo Norte que da Linha do Equador. Entretanto, não
educação contemporânea, tanto para as pessoas atende- podemos afirmar que essa era a intenção de Mercator.
rem às necessidades do seu cotidiano quanto para estuda- Ao que parece, ele priorizou a representação da forma e
rem o ambiente em que vivem. dos contornos das massas continentais, levando em con-
sideração a utilização de seus mapas pelos navegadores
O surgimento europeus.
Os primeiros mapas foram traçados no século VI a.C.
pelos gregos que, em função de suas expedições militares
e de navegação, criaram o principal centro de conhecimen-
to geográfico do mundo ocidental.
O mapa de mercator delineia corretamente as formas e contornos de massas de terra, mas distorce seus tamanhos
em favor das terras situadas nas latitudes elevadas.
Planisfério de Peters
Após a Segunda Guerra mundial (1939-1945) e a independência das colônias europeias na África e na Ásia ao longo
do século XX, ficaram mais evidentes as enormes diferenças socioeconômicas entre os países. diversos pesquisadores
de todas as partes do mundo passaram a desenvolver a tese de que a exploração dos países subdesenvolvidos, situados
em sua maioria no hemisfério Sul, pelos países desenvolvidos, quase todos no hemisfério Norte, levou os primeiros a uma
situação de pobreza, dependência e submissão. O historiador e cartógrafo alemão Arno Peters (1916-2002) considerava
que os mapas eram uma das manifestações simbólicas dessa submissão. Ele partia do princípio de que todos os países
do mundo devem ser retratados no mapa-múndi de forma fiel à sua área, o que colocaria em maior destaque os países
subdesenvolvidos, que ocupam a maior área continental do planeta. Em 1974, Peters apresentou ao mundo um novo
planisfério, em que o tamanho dos países aparece representado proporcionalmente à sua superfície real, embora com
formas distorcidas. Com isso, ele eliminou a impressão de superioridade dos países do Norte que o planisfério de Mercator
causava.
Atualmente
Hoje, a cartografia é feita por meios modernos, como as fotografias aéreas (realizadas por aviões) e o sensoriamento
remoto por satélite.
Além disso, com os recursos dos computadores, os geógrafos podem obter maior precisão nos cálculos, criando
mapas que chegam a ter precisão de até 1 metro. As fotografias aéreas são feitas de maneira que, sobrepondo-se duas
imagens do mesmo lugar, obtém-se a impressão de uma só imagem em relevo. Assim, representam-se os detalhes da
superfície do solo.
Depois, o topógrafo completa o trabalho sobre o terreno, revelando os detalhes pouco visíveis nas fotografias.
Sensoriamento remoto
A outra técnica cartográfica, o sensoriamento remoto, consiste na transmissão, a partir de um satélite, de informações sobre
a superfície do planeta ou da atmosfera.
Quase toda coleta de dados físicos para os especialistas é feita por meio de sensoriamento remoto, com satélites especia-
lizados que tiram fotos da Terra em intervalos fixos.
Para a geração das imagens pelos satélites, escolhe-se o espectro de luz que se quer enxergar, sendo que alguns podem
enviar sinais para captá-los em seu reflexo com a Terra, gerando milhares de possibilidades de informação sobre minerais,
concentrações e tipos de vegetação, entre outros.
Existem satélites que chegam a enxergar um objeto de até vinte centímetros na superfície da Terra, quando o normal são
resoluções de vinte metros.
FLORENZANO, Tereza G. Imagens de satélite para estudos ambientais. São Paulo: Oficina de Textos, 2002. p. 9. Os sen-
sores instalados nos satélites captam imagens por meio da energia eletromagnética emitida pela superfície.
Nas imagens do satélite Landsat 5, as cores foram aplicadas de acordo com as áreas conservadas e com as áreas
desmatadas: o verde da floresta original contrasta com o rosa da área derrubada e ocupada pelo espaço urbano, por
estradas, por atividades agropastoris ou para a extração (muitas vezes ilegal) de madeira.
Geoprocessamento
O geoprocessamento é a etapa do SIG (Sistema de Informação Geográfica) que seleciona as informações de ima-
gens de satélites e de fotografias aéreas para a representação cartográfica.
Computadores com softwares específicos transformam as imagens em informações sobre características físicas
(dimensão, forma, cor), temperatura e composição química dos elementos em estudo. Essas informações são trans-
formadas em banco de dados sobre os mais diferentes temas, como uso do solo, dados geológicos e topografia, entre
outros.
O geoprocessamento permite analisar esses elementos separadamente ou em conjunto para elaborar mapas,
planejar intervenções em determinada área ou monitorar qualquer modificação na paisagem, como nos casos de de-
vastação de florestas, queimadas, poluição de rios, determinação da extensão de áreas alagadas por enchentes etc.
Permite, ainda, resgatar informações passadas, pois existem imagens de satélites artificiais arquivadas que podem
fornecer dados sobre aspectos estudados.
Mapas
A Cartografia atual conta com todos os recursos do SIG para elaborar mapas digitalizados e mapas convencionais
bastante precisos. Um mapa é considerado de boa qualidade quando apresenta medidas precisas e informações cor-
retas – as posições de seus elementos devem ser proporcionais à realidade. A seleção de informações que compõe
um mapa deve ser relevante e significativa para o objetivo com que foi elaborado ou para o tema representado. Quanto
maior a quantidade de informações em um mapa, maior a diversidade de símbolos, linhas e cores presentes nele, o que
pode dificultar a leitura e a interpretação. Além disso, é imprescindível que os símbolos utilizados no mapa sejam bem
diferenciados e acompanhados de legenda explicativa para facilitar a compreensão da informação que eles representam.
A leitura e a interpretação de mapas são fundamentais para compreender o espaço geográfico. Após a leitura do título,
deve-se verificar o que o mapa está representando e sua posição no espaço geográfico. Observa-se, então, a legenda e a
localização dos símbolos no mapa, etapa que demanda mais tempo e atenção. A escala também deve ser observada para
o cálculo de distâncias entre pontos e para a verificação das dimensões reais dos elementos representados.
Mapas temáticos
Os mapas temáticos são os mais utilizados em Geografia. Eles representam graficamente um determinado tema,
como atividades industriais, atividades agrícolas, jazidas minerais, população, regiões climáticas, relevo etc. Cada tema
abordado tem a sua representação cartográfica correspondente. A escolha do modo como as informações serão repre-
sentadas dependerá do tipo de dado a ser destacado no mapa. dependendo do tipo de informação priorizada num mapa
temático, ele pode ser físico, político, econômico, demográfico ou histórico.
Um mapa físico inclui aspectos naturais, como a hipsometria (ou altimetria) – que representa as altitudes de um ter-
reno – e a hidrografia – que mostra rios e lagos em um terreno. A representação das altitudes (mapa hipsométrico), por
exemplo, é feita pela gradação de cores: verde (para representar as baixas altitudes), tons claros e escuros de amarelo e
laranja (médias altitudes), marrom e vermelho-escuro (maiores altitudes). Assim, são estabelecidos intervalos de altitude
para a aplicação das cores. Veja o mapa.
Um mapa político traz como principais informações os limites territoriais das unidades políticas representadas e suas
denominações. Esse tipo de mapa é elaborado para definir os limites governamentais de países, estados e municípios.
Os mapas econômicos apresentam as diferentes atividades produtivas de determinada região, em conjunto ou iso-
ladamente. Pode-se representar a localização industrial, a agropecuária, os recursos minerais, a produção de energia, a
rede de transporte etc.
Os mapas demográficos ilustram a distribuição da população em um território, com a diferenciação das áreas de gran-
de, média e baixa concentração populacional. Eles podem ser mais específicos e apresentar dados como a localização de
comunidades indígenas, cidades mais populosas, deslocamentos populacionais com indicação de fluxos migratórios etc.
Os mapas históricos retratam eventos históricos, como atividades econômicas, a ocupação humana de determinado
território, a evolução de um processo de devastação de uma floresta em certo período e outros, que podem ser em escala
nacional, continental ou mundial.
Anamorfose
Anamorfose é uma técnica cartográfica utilizada para representar diversos temas (economia, demografia e ambiente)
por meio de recursos gráficos que indicam a grandeza do fenômeno destacado. São mapas estilizados que preservam as
posições das unidades geográficas (municípios, países, continentes), mas alteram a forma, o tamanho e a proporção des-
sas áreas. Esses elementos variam conforme os dados que se quer representar, com o objetivo de gerar uma visualização
quantitativa dos dados ou das informações.
Observe a anamorfose da distribuição da população brasileira, de acordo com o último censo realizado pelo IBGE.
Fonte: La Documentation Française. Anamorphose des états brésiliens selon la population en 2010. Disponível em:
‹www.ladocumentationfrancaise.fr›. Acesso em: mai. 2015.
Escala cartográfica
Para reproduzir a superfície da Terra ou parte dela em um mapa, seja em uma folha de papel, seja na tela de um
computador, é preciso representar o espaço de maneira reduzida. É possível manter as proporções dos elementos de um
mapa utilizando uma escala, que é a relação entre as dimensões da área na superfície terrestre e sua representação em
uma superfície plana menor. As escalas podem ser numéricas ou gráficas.
Escala numérica
A escala numérica (ou aritmética) pode ser representada por uma fração ordinária (1/500.000) ou uma razão
(1:500.000). Na escala de 1:500.000 (lê-se “um para quinhentos mil”), a área representada é reduzida 500 mil vezes. Em
toda escala numérica, as unidades indicadas no numerador e no denominador devem ser lidas em centímetros (cm). Isso
significa que 1 cm no mapa representa 500.000 cm no terreno, ou seja, 1 cm representa 5 quilômetros (km).
Assim, com o auxílio de uma régua, pode-se calcular a distância real entre dois pontos num mapa elaborado na escala
1:500.000 (1 cm = 5 km). Se a distância entre duas cidades em linha reta no mapa é de 3 cm, a distância real, em linha
reta, entre elas é de 15 km.
Escala gráfica
A escala gráfica é representada por uma linha reta dividida em partes iguais. No exemplo da figura 5, cada centíme-
tro no mapa equivale a 10 quilômetros no terreno. Portanto, a escala numérica correspondente a essa escala gráfica é
1:1.000.000. Na escala gráfica, a distância no mapa e a distância correspondente no terreno são estabelecidas diretamen-
te, sem necessidade de cálculo, como ocorre com a escala numérica.
Projeções cartográficas
Sabemos que a maneira mais adequada de representar a Terra como um todo é por meio de um globo.
Porém, precisamos de mapas planos para estudar a superfície do planeta. Transformar uma esfera em uma área pla-
na do mapa seria impossível se os cartógrafos não utilizassem uma técnica matemática chamada projeção.
No entanto, imagine como seria se abríssemos uma esfera e a achatássemos para a forma de um plano. Com isso, as
partes da esfera original teriam que ser esticadas, principalmente nas áreas mais próximas aos os polos, criando grandes
deformações de área. Então, para chegar a uma representação mais fiel possível, os cartógrafos desenvolveram vários
métodos de projeções cartográficas, ou seja, maneiras de representar um corpo esférico sobre uma superfície plana.
Como toda projeção resulta em deformações e incorreções, às vezes algumas características precisam ser distorcidas
para representarmos corretamente as outras. As deformações podem acontecer em relação às distâncias, às áreas ou aos
ângulos. Conforme o sistema de projeção utilizado, as maiores alterações da representação localizam-se em uma ou outra
parte do globo: nas regiões polares, nas equatoriais ou nas latitudes médias. É o cartógrafo define qual é a projeção que
vai atender aos objetivos do mapa.
A projeção mais simples e conhecida é a de Mercator (nome do holandês que a criou). Outras técnicas foram evoluin-
do e muitas outras projeções tentaram desfazer as desigualdades de área perto dos polos com as de perto do equador,
como por exemplo a projeção de Gall. Como não há como evitar as deformações, classifica-se cada tipo de projeção de
acordo com a característica que permanece correta. Temos então:
Projeções equidistantes = distâncias corretas
Projeções conformes = igualdade dos ângulos e das formas dos continentes
Projeções equivalentes = mostram corretamente a distância e a proporção entre as áreas
A seguir são apresentados os três principais tipos de projeção.
Cilíndricas
Consistem na projeção dos paralelos e meridianos
sobre um cilindro envolvente, que é posteriormente de-
senvolvido (planificado). Uma das projeções cilíndricas
mais utilizadas é a de Mercator, com uma visão do pla-
neta centrada na Europa.
Representação topográfica
Nos mapas ou cartas topográficos são usadas as cur-
vas de nível, linhas que ligam os pontos de igual altitude
de uma determinada superfície representada, consideran-
Cônicas do o nível médio do mar como marco 0 (zero metro). Os
É a projeção do globo terrestre sobre um cone, que algarismos que acompanham cada linha indicam as suas
posteriormente é planificado. São mais usadas para cotas de altitude.
representar as latitudes médias, pois apenas as áreas Com a representação da topografia por curvas de ní-
próximas ao Equador aparecem retas. vel podemos visualizar o terreno cortado por uma série
de planos horizontais, delineados por curvas que possuem
uma mesma distância vertical (equidistância). duas curvas
que se aproximam indicam que o declive (inclinação) é
maior, ou seja, o terreno é mais íngreme; se, ao contrário,
as curvas se afastam, o declive é mais suave, ou seja, o
terreno é menos íngreme.
Para obter visualização gráfica de um determinado
plano do terreno, em um mapa ou uma carta, pode-se
construir um perfil topográfico ou perfil de relevo. Para
isso, escolhe-se o trecho a ser representado, traça-se,
no mapa, um segmento de reta e constrói-se um gráfico
cartesiano. As cotas de altitude são indicadas no eixo y
(ordenada), de acordo com a escala escolhida. No eixo x
(abscissa), a escala adotada pode ser a mesma do seg-
mento a ser projetado. Cada cota de curva de nível que
cortar o segmento deve ser transportada para o gráfico e
indicada por um ponto. Ligando-se os pontos, obtém-se o
perfil que permite ao observador visualizar as formas do
Azimutais terreno num plano horizontal, como se estivesse em frente
É a projeção da superfície terrestre sobre um pla- ao trecho (AB) selecionado.
no a partir de um determinado ponto (ponto de vista).
Também chamadas planas ou zenitais, essas projeções
deformam áreas distantes desse ponto de vista central.
São bastante usadas para representar as áreas polares.
Plantas
As plantas são representações elaboradas em escalas grandes – em geral, maiores que 1:10.000, ou seja, apresen-
tam grande riqueza de detalhes6. representam, dessa forma, áreas mais restritas da superfície terrestre, como um trecho
de cidade, um bairro, um quarteirão, um imóvel ou uma propriedade rural.
As prefeituras utilizam as plantas para administrar e planejar as cidades ou outros trechos dos municípios. muitas
plantas incluem informações sobre a localização de hotéis, restaurantes, cinemas, museus. Oferecem dados sobre os
principais pontos turísticos e os serviços existentes na cidade.
Outras plantas incluem informações sobre linhas de ônibus, metrô, trens e outros meios de transporte. Além disso,
indicam o melhor percurso para o deslocamento de um ponto a outro da cidade.
há plantas digitais de quase todas as grandes cidades brasileiras e de diversas cidades do mundo. Vários sites e apli-
cativos disponibilizam serviços de mapas e pesquisa de localização de endereços. Alguns deles, como Google maps, Bing
maps, Apple maps, entre outros, além de oferecer plantas, imagens de satélite e visão tridimensional, permitem navegar
pelas ruas, calcular a distância entre pontos e encontrar a melhor rota a ser percorrida – a pé, de transporte público ou de
carro – de um endereço a outro, entre outras funções.
Em 2014, foi introduzido um novo recurso chamado máquina ou cápsula do tempo no Google maps Street View. Ele
permite visualizar imagens de um lugar em momentos diferentes, disponíveis no banco de imagens captadas pela empre-
sa desde 2007. O recurso permite observar a transformação dos lugares nesses últimos anos, como demolições, novas
construções, locais afetados por guerras e tragédias naturais.
Referências Bibliográficas:
LUCCI, Elian Alabi , Anselmo Lazaro Branco, Cláudio
Mendonça - Território e sociedade no mundo globalizado, 1
: ensino médio -- 3. ed. -- São Paulo: Saraiva, 2016.
Disponível em: https://www.sogeografia.com.br/Con-
teudos/GeografiaFisica/Cartografia. Acesso 23.03.2020
LUCCI, Elian Alabi , Anselmo Lazaro Branco, Cláudio
Mendonça - Território e sociedade no mundo globalizado, 2
: ensino médio -- 3. ed. -- São Paulo: Saraiva, 2016.
LUCCI, Elian Alabi , Anselmo Lazaro Branco, Cláudio
Mendonça - Território e sociedade no mundo globalizado, 3
: ensino médio -- 3. ed. -- São Paulo: Saraiva, 2016.
SCHNEEBERGER, Carlos Alberto, Luiz Antonio Fara-
go. - Minimanual compacto de geografia do Brasil: teoria e
prática — 1. ed. — São Paulo: Rideel, 2003.
Diferentes projeções cartográficas foram desenvolvidas
QUESTÕES
para permitir a representação da esfericidade terrestre num
plano (mapas e cartas), cada uma priorizando determinado
1. (Prefeitura de Campinas - SP - Professor - Edu- aspecto da representação (dimensão, forma, etc.). (Disponível
cação Básica III – Geografia - VUNESP – 2019) Observe em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv64669_
a figura. cap2.pdf. Acesso em 27/10/19)
Considerando-se a classificação das projeções cartográ-
ficas quanto à figura geométrica empregada em sua constru-
ção, as projeções A, B e C correspondem, respectivamente, a:
A) cilíndrica, plana e cônica
B) plana, cônica e cilíndrica
C) cônica, plana e cilíndrica
D) cilíndrica, cônica e plana
4. (Prefeitura de Campinas - SP - Professor - Educação Básica III – Geografia - VUNESP – 2019) Corresponde à distân-
cia angular medida ao norte ou ao sul do equador, em uma esfera ou elipsoide com variação de 0º a 90º nas direções norte e sul.
Trata-se do conceito de
A) meridiano.
B) longitude.
C) paralelo.
D) latitude.
E) fuso horário.
5. (Prefeitura de Campinas - SP - Professor - Educação Básica III – Geografia - VUNESP – 2019) Um mapa foi produ-
zido em uma escala numérica de 1:50 000. Em metros, no terreno, essa escala representa:
A) 50.
B) 2 500.
C) 5 000.
D) 25 000.
E) 500.
6. (Instituto Rio Branco - Diplomata - Prova 1 - IADES – 2019) O agronegócio no Brasil é bastante dependente da co-
mercialização de commodities em mercados internacionais. A respeito da balança comercial de produtos agropecuários entre
Brasil e China, julgue o item a seguir.
O escândalo da Carne Fraca não foi suficiente para abalar a liderança e o protagonismo do setor na balança comercial de
produtos agropecuários entre Brasil e China. Uma explicação direta do sucesso da exportação de carnes para o país asiático é o
aumento contínuo da demanda por proteína animal, bem como o avanço recente do número de casos da peste suína em 2019.
( ) Certo ( ) Errado
7. (Prefeitura de Campinas - SP - Professor - Educação Básica III – Geografia - VUNESP – 2019) Cultura baseada no
desmatamento da floresta e que ajudou a fundar uma série de pequenos centros urbanos (vilarejos). Na Zona da Mata Nordes-
tina e no Recôncavo Baiano, impulsionou o trabalho escravo nessas terras, constituindo-se em uma manifestação precoce do
processo de mecanização.
Trata-se da cultura de
A) café.
B) cana-de-açúcar.
C) cacau.
D) tabaco.
E) especiarias.
Os mapas apresentam a distribuição espacial da participação da mão de obra familiar e assalariada no território brasileiro.
Agora, leia o fragmento a seguir. A mão-de-obra no campo brasileiro é predominantemente _____, o que compreende 78%
do pessoal ocupado (12,8 milhões de trabalhadores). Os mapas mostram também que as relações de _____ são mais impor-
tantes nos estabelecimentos da região que compreende São Paulo, Rio de Janeiro, sudoeste de Minas Gerais, Mato Grosso
do Sul, Mato Grosso e Goiás. Esta é a região core da agricultura _____ no Brasil. Assinale a opção cujos termos completam
corretamente as lacunas do fragmento acima.
A) familiar – parentesco – capitalista
B) familiar – assalariamento – familiar
C) familiar – assalariamento – capitalista
D) assalariada – parentesco – familiar
E) assalariada – assalariamento – capitalista
9. (Prefeitura de Campos Novos - SC - Professor – Geografia - FEPESE – 2019) Leia o fragmento de texto abaixo:
“É o movimento diário de vaivém da população que se desloca da periferia, ou localidade vizinha, para o centro de uma
cidade e vice-versa”.
O fragmento de texto refere-se:
A) à Migração intrarregional.
B) à Migração pendular.
C) ao Êxodo rural.
D) aos Imigrantes.
E) aos Emigrantes.
10. (Prefeitura de Campinas - SP - Professor - Educação Básica III – Geografia - VUNESP – 2019) Na atualidade,
grande parte dos motivos que forçam os homens a migrar continuam sendo os mesmos do passado. Aquele movimento em
que os indivíduos são livres para escolher sua saída do local de origem, em direção a outros que lhe permitam a realização de
uma melhoria no seu padrão de vida, mesmo sabendo que essa saída está ligada a uma condição de pobreza, ainda assim,
considera-se esse movimento populacional como
A) Migrações sazonais.
B) Transumância.
C) Migrações voluntárias.
D) Êxodo urbano.
E) Migração pendular.
11. (Prefeitura de Campinas - SP - Professor - Educação Básica III – Geografia - VUNESP – 2019) Observe o mapa.
12. (UFPE – Sanitarista - COVEST-COPSET – 2019) As pirâmides etárias abaixo referem-se a duas cidades brasilei-
ras (A e B), no ano de 2010. Analise as imagens e assinale a alternativa correta.
A) A proporção entre homens e mulheres em ambas as pirâmides demonstra um expressivo predomínio da população
feminina em todas as faixas etárias.
B) A cidade “A” demonstra uma redução das taxas de natalidade e aumento da mortalidade e da expectativa de vida.
A cidade “B” apresenta características compatíveis com alta natalidade, alta mortalidade, mas com expectativa de vida
intermediária.
C) A cidade “A” demonstra uma redução das taxas de natalidade e mortalidade e aumento da expectativa de vida. A
cidade “B” apresenta características compatíveis com alta natalidade, alta mortalidade e menor proporção de idosos.
D) As características da cidade “A” são compatíveis com regiões mais industrializadas e com baixo desenvolvimento
socioeconômico. Já a cidade “B” demonstra maior proporção de jovens, cenário compatível com regiões em desenvolvi-
mento.
E) A cidade “B” apresenta pirâmide compatível com a terceira fase da transição demográfica.
13. (Prefeitura de São José do Cedro - SC - Professor – Geografia - AMEOSC – 2019) Apesar de ser um país po-
puloso (população absoluta), o Brasil é pouco povoado (população relativa), as regiões com maior e menor concentração
demográfica, são respectivamente:
A) Sudeste e norte.
B) Centro-oeste e Sul.
C) Nordeste e Centro-oeste.
D) Norte e Sudeste.
14. (Instituto Rio Branco - Diplomata - Prova 1 - IADES – 2019) Texto associado
Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil apresenta, no ano de 2019, uma população
total de aproximadamente 210 milhões de habitantes. Esse número expressivo revela questões importantes a respeito da
distribuição da população pelo território nacional, bem como das implicações para a configuração intraurbana das cidades
brasileiras, já que cerca de 84% da população vive em espaços urbanos.
Com base nessa informação, julgue o item a seguir.
As metrópoles brasileiras, em geral, têm apresentado um quadro de esvaziamento demográfico e desconcentração
produtiva, perdendo população para novos centros dinâmicos: as cidades médias, que têm crescido em ritmo acelerado,
recebendo infraestruturas produtivas e fluxos migratórios provenientes das regiões metropolitanas.
( ) Certo ( ) Errado
15. (MGS – Jardineiro - IBFC – 2019) “Um fato mar- Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas
cante da urbanização brasileira nos últimos anos é o contí- corretas.
nuo crescimento das regiões metropolitanas. Com exceção A) É correta apenas a afirmativa 1.
de São Paulo, todas as demais regiões cresceram mais do B) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
que seus respectivos estados” (SCARLATO, 2011). Assina- C) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
le a alternativa correta quanto a uma consequência do pro- D) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 4.
cesso de crescimento das regiões metropolitanas no Brasil: E) São corretas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.
A) A expansão vertical das cidades em direção às áreas
periféricas e de risco 18. (Prefeitura de Sapucaia do Sul - RS - Professor
B) A redução da poluição sonora, do ar e visual e me- – Área II – Geografia - FUNDATEC – 2019) Analise as as-
lhor distribuição de empregos formais sertivas abaixo sobre o Brasil no período da industrialização
C) A deterioração de muitas áreas do centro antigo e inicial:
fuga da população de maior renda para condomínios fecha- I. Os produtos produzidos aqui eram baratos e de alta
dos qualidade em relação aos dos EUA e da Europa, por isso
D) A desvalorização do solo urbano e a maior acessibi- não valia a pena produzi-los.
lidade de moradias à população de baixa renda
II. Esse primeiro impulso industrial não foi suficiente
para mexer com a estrutura econômica do país.
16. (Prefeitura de São João do Oeste - SC - Estagiá-
III. O governo brasileiro buscava assegurar o setor ca-
rio - Ensino médio e Ensino Superior - AMEOSC – 2019)
No que diz respeito à urbanização brasileira, é possível afir- feeiro em vez de incentivar a indústria nacional.
mar que o nível da urbanização, o desenho urbano e as Quais estão corretas?
manifestações das carências da população são realidades A) Apenas I.
a serem analisadas à luz: B) Apenas II.
A) De uma separação categórica do Brasil urbano e do C) Apenas III.
Brasil rural, onde, neste último, os nexos essenciais devem- D) Apenas I e II.
-se, sobretudo, a atividades de relações complexas e não E) Apenas II e III.
improdutivas.
B) Do conceito de desmetropolização, que traz à dis- 19. (Prefeitura de São João del Rei - MG - Professor
cussão a complexidade cada vez maior no perfil urbano, de Educação Básica – Geografia - FUNDEP (Gestão de
com tendência global a onipresença das metrópoles. Concursos) – 2018) Cada vez mais faz-se necessária uma
C) Dos subprocessos econômicos, políticos e sociocul- remodelação da matriz energética mundial, com aumento
turais, assim como das realizações técnicas e das modali- de investimentos na geração de energia limpa e renovável e
dades de uso do território nos diversos momentos históri- redução da utilização de fontes como o petróleo e o carvão
cos. mineral. Sobre as mudanças e transformações ocorridas na
D) Do recente perfil industrial dos grandes polos urba- matriz energética mundial, assinale a alternativa incorreta.
nos, que geram grandes nichos de pobreza e condições de A) A Alemanha, após o desastre nuclear de Fukushima,
vida sub-humana a uma população caracteristicamente de no Japão, anunciou propostas de alteração em sua matriz
classe média empobrecida. energética, com a desativação de suas usinas nucleares
até o ano de 2022.
17. (Prefeitura de Fraiburgo - SC - Professor – Geo- B) A China, embora seja a maior emissora de gases
grafia - FEPESE – 2019) A globalização pode ser entendida estufa, vem reforçando investimentos em energias limpas,
como o processo de integração entre povos, empresas, go- despontando como líder mundial nesse setor.
vernos e mercadorias ao redor do planeta. C) O Brasil apresenta mais de 50% de sua matriz ener-
Acerca da globalização, é correto afirmar:
gética composta por fontes de energia renováveis,índice
1. Um mundo globalizado é aquele em que eventos de
fundamentado, principalmente, no grande número de hi-
ordem cultural, econômica, política e social estão interco-
drelétricas.
nectados e um acontecimento em um local tem a capacida-
de de ecoar por outros cantos do globo. D) Os Estados Unidos, com a ascensão de Donald
2. Os primeiros passos que deram rumo a um mercado Trump ao poder, reverteu as suas políticas energéticas que
global remontam aos séculos XV e XVI com a expansão limitavam o uso de combustíveis fósseis em termelétricas
ultramarina europeia. A chegada de Cristóvão Colombo à do país.
América, em 1492, deu início ao que alguns historiadores
chamam de primeira globalização. 20. (Prefeitura de Vila Velha - ES - Professor - Séries
3. A partir dos anos 1990, acentua-se a integração da Iniciais - IBADE – 2020) Durante o mês de janeiro ocorrem
economia global por meio da revolução tecnológica, espe- muitas chuvas. Enchentes e desabamentos estão relacio-
cialmente no setor de telecomunicações. nados com fatores naturais e também com ações humanas.
4. A globalização é um processo acabado. É um proces- Que fatores humanos contribuem para a ocorrência
so finalizado e comandado pelos países ricos e por grandes desses problemas?
empresas transnacionais. O poder dessas empresas ultra- A) Acúmulo de lixo, falta de planejamento urbano e pre-
passa cada vez mais o poder das economias nacionais. servação da mata ciliar dos rios
_______________________________________________
GABARITO
_______________________________________________
1. C
_______________________________________________
2. B
3. D _______________________________________________
4. D _______________________________________________
5. E
_______________________________________________
6. Errado
7. B _______________________________________________
8. C _______________________________________________
9. B
_______________________________________________
10. C
11. D _______________________________________________
12. C _______________________________________________
13. A
_______________________________________________
14. Errado
15. C _______________________________________________
16. C _______________________________________________
17. C _______________________________________________
18. E
_______________________________________________
19. C
20 E _______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
§ 2 o Os serviços de saúde em suas diferentes por- VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
tas de entrada, os serviços de assistência social em seu Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilida-
componente especializado, o Centro de Referência Es- de da integridade física, psíquica e moral da criança e do
pecializado de Assistência Social (Creas) e os demais ór- adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da
gãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças,
Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao aten- dos espaços e objetos pessoais.
dimento das crianças na faixa etária da primeira infância Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da crian-
com suspeita ou confirmação de violência de qualquer na- ça e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tra-
tureza, formulando projeto terapêutico singular que inclua tamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou
intervenção em rede e, se necessário, acompanhamento constrangedor.
domiciliar. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá progra- ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou
mas de assistência médica e odontológica para a preven- de tratamento cruel ou degradante, como formas de corre-
ção das enfermidades que ordinariamente afetam a po- ção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pe-
pulação infantil, e campanhas de educação sanitária para los pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos res-
pais, educadores e alunos. ponsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas
§ 1 o É obrigatória a vacinação das crianças nos casos socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de
recomendados pelas autoridades sanitárias. (Renumerado cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. (Incluído
do parágrafo único pela Lei nº 13.257, de 2016) pela Lei nº 13.010, de 2014)
§ 2 o O Sistema Único de Saúde promoverá a aten- Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:
ção à saúde bucal das crianças e das gestantes, de forma (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
transversal, integral e intersetorial com as demais linhas I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou puni-
de cuidado direcionadas à mulher e à criança. (Incluído tiva aplicada com o uso da força física sobre a criança ou
pela Lei nº 13.257, de 2016) o adolescente que resulte em: (Incluído pela Lei nº 13.010,
§ 3 o A atenção odontológica à criança terá função de 2014)
educativa protetiva e será prestada, inicialmente, antes de a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº 13.010,
o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e, de 2014)
posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos de b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
vida, com orientações sobre saúde bucal. (Incluído pela II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma
Lei nº 13.257, de 2016) cruel de tratamento em relação à criança ou ao adolescen-
§ 4 o A criança com necessidade de cuidados odon- te que: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
tológicos especiais será atendida pelo Sistema Único de a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Saúde. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei nº 13.010,
§ 5 º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, de 2014)
nos seus primeiros dezoito meses de vida, de protocolo ou c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
outro instrumento construído com a finalidade de facilitar Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada,
a detecção, em consulta pediátrica de acompanhamento os responsáveis, os agentes públicos executores de medi-
da criança, de risco para o seu desenvolvimento psíquico. das socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de
(Incluído pela Lei nº 13.438, de 2017) (Vigência) cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los
ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento
CAPÍTULO II cruel ou degradante como formas de correção, disciplina,
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIG- educação ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem
NIDADE prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medi-
das, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberda- caso: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
de, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em I - encaminhamento a programa oficial ou comunitá-
processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos rio de proteção à família; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas 2014)
leis. II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psi-
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes quiátrico; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
aspectos: III - encaminhamento a cursos ou programas de orien-
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços tação; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
comunitários, ressalvadas as restrições legais; IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento
II - opinião e expressão; especializado; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
III - crença e culto religioso; V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo
V - participar da vida familiar e comunitária, sem dis- serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de
criminação; outras providências legais. (Incluído pela Lei nº 13.010, de
VI - participar da vida política, na forma da lei; 2014)
§ 6 o Em se tratando de criança ou adolescente indígena Art. 34. O poder público estimulará, por meio de as-
ou proveniente de comunidade remanescente de quilombo, sistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o acolhi-
é ainda obrigatório: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- mento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente
gência afastado do convívio familiar. (Redação dada pela Lei nº
I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade 12.010, de 2009) Vigência
social e cultural, os seus costumes e tradições, bem como § 1 o A inclusão da criança ou adolescente em progra-
suas instituições, desde que não sejam incompatíveis com mas de acolhimento familiar terá preferência a seu acolhi-
os direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela mento institucional, observado, em qualquer caso, o cará-
Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) ter temporário e excepcional da medida, nos termos desta
Vigência Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no § 2 o Na hipótese do § 1 o deste artigo a pessoa ou
seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma et- casal cadastrado no programa de acolhimento familiar po-
nia; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência derá receber a criança ou adolescente mediante guarda,
III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão fe- observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei. (Incluído
deral responsável pela política indigenista, no caso de crian- pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a § 3 o A União apoiará a implementação de serviços de
equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá acompa- acolhimento em família acolhedora como política pública,
nhar o caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência os quais deverão dispor de equipe que organize o acolhi-
Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta mento temporário de crianças e de adolescentes em resi-
a pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade dências de famílias selecionadas, capacitadas e acompa-
com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar nhadas que não estejam no cadastro de adoção. (Incluído
adequado. pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá § 4 o Poderão ser utilizados recursos federais, esta-
transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a en- duais, distritais e municipais para a manutenção dos servi-
tidades governamentais ou não-governamentais, sem autori- ços de acolhimento em família acolhedora, facultando-se
zação judicial. o repasse de recursos para a própria família acolhedora.
Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
constitui medida excepcional, somente admissível na moda- Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tem-
lidade de adoção. po, mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministé-
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável rio Público.
prestará compromisso de bem e fielmente desempenhar o
encargo, mediante termo nos autos. SUBSEÇÃO III
DA TUTELA
SUBSEÇÃO II
DA GUARDA Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil,
a pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos. (Redação
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência ma- dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
terial, moral e educacional à criança ou adolescente, confe- Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a
rindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive prévia decretação da perda ou suspensão do pátrio poder
aos pais. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência poder familiar e implica necessariamente o dever de guar-
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, da. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)
podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos proce- Vigência
dimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por es- Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer
trangeiros. documento autêntico, conforme previsto no parágrafo úni-
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos co do art. 1.729 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002
casos de tutela e adoção, para atender a situações peculia- - Código Civil , deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a
res ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, poden- abertura da sucessão, ingressar com pedido destinado ao
do ser deferido o direito de representação para a prática de controle judicial do ato, observando o procedimento previs-
atos determinados. to nos arts. 165 a 170 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a con- 12.010, de 2009) Vigência
dição de dependente, para todos os fins e efeitos de direito,
inclusive previdenciários. Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão ob-
§ 4 o Salvo expressa e fundamentada determinação em servados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta
contrário, da autoridade judiciária competente, ou quando a Lei, somente sendo deferida a tutela à pessoa indicada na
medida for aplicada em preparação para adoção, o deferi- disposição de última vontade, se restar comprovado que
mento da guarda de criança ou adolescente a terceiros não a medida é vantajosa ao tutelando e que não existe outra
impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim pessoa em melhores condições de assumi-la. (Redação
como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de regu- dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
lamentação específica, a pedido do interessado ou do Minis- Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no
tério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência art. 24.
§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes § 2º Não será deferida a inscrição se o interessado
como pais, bem como o nome de seus ascendentes. não satisfizer os requisitos legais, ou verificada qualquer
§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancela- das hipóteses previstas no art. 29.
rá o registro original do adotado. § 3 o A inscrição de postulantes à adoção será prece-
§ 3 o A pedido do adotante, o novo registro poderá ser dida de um período de preparação psicossocial e jurídica,
lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de sua orientado pela equipe técnica da Justiça da Infância e da
residência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos res-
Vigência ponsáveis pela execução da política municipal de garan-
§ 4 o Nenhuma observação sobre a origem do ato tia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº
poderá constar nas certidões do registro. (Redação dada 12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 4 o Sempre que possível e recomendável, a pre-
§ 5 o A sentença conferirá ao adotado o nome do ado- paração referida no § 3 o deste artigo incluirá o contato
tante e, a pedido de qualquer deles, poderá determinar com crianças e adolescentes em acolhimento familiar ou
a modificação do prenome. (Redação dada pela Lei nº institucional em condições de serem adotados, a ser rea-
12.010, de 2009) Vigência lizado sob a orientação, supervisão e avaliação da equipe
§ 6 o Caso a modificação de prenome seja requerida técnica da Justiça da Infância e da Juventude, com apoio
pelo adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, observa- dos técnicos responsáveis pelo programa de acolhimento
do o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Reda- e pela execução da política municipal de garantia do direi-
ção dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência to à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
§ 7 o A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito 2009) Vigência
em julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese § 5 o Serão criados e implementados cadastros esta-
prevista no § 6 o do art. 42 desta Lei, caso em que terá for- duais e nacional de crianças e adolescentes em condições
ça retroativa à data do óbito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de serem adotados e de pessoas ou casais habilitados à
de 2009) Vigência adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 8 o O processo relativo à adoção assim como ou-
§ 6 o Haverá cadastros distintos para pessoas ou ca-
tros a ele relacionados serão mantidos em arquivo, admi-
sais residentes fora do País, que somente serão consulta-
tindo-se seu armazenamento em microfilme ou por outros
dos na inexistência de postulantes nacionais habilitados
meios, garantida a sua conservação para consulta a qual-
nos cadastros mencionados no § 5 o deste artigo. (Incluído
quer tempo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de
§ 7 o As autoridades estaduais e federais em matéria
adoção em que o adotando for criança ou adolescente
de adoção terão acesso integral aos cadastros, incumbin-
com deficiência ou com doença crônica. (Incluído pela Lei
do-lhes a troca de informações e a cooperação mútua,
nº 12.955, de 2014)
§ 10. O prazo máximo para conclusão da ação de para melhoria do sistema. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável uma 2009) Vigência
única vez por igual período, mediante decisão fundamen- § 8 o A autoridade judiciária providenciará, no prazo
tada da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 48 (quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e
de 2017) adolescentes em condições de serem adotados que não
Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem tiveram colocação familiar na comarca de origem, e das
biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à
no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, adoção nos cadastros estadual e nacional referidos no §
após completar 18 (dezoito) anos. (Redação dada pela Lei 5 o deste artigo, sob pena de responsabilidade. (Incluído
nº 12.010, de 2009) Vigência pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção § 9 o Compete à Autoridade Central Estadual zelar
poderá ser também deferido ao adotado menor de 18 (de- pela manutenção e correta alimentação dos cadastros,
zoito) anos, a seu pedido, assegurada orientação e assis- com posterior comunicação à Autoridade Central Federal
tência jurídica e psicológica. (Incluído pela Lei nº 12.010, Brasileira. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de 2009) Vigência § 10. Consultados os cadastros e verificada a ausên-
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o pátrio cia de pretendentes habilitados residentes no País com
poder poder familiar dos pais naturais. (Expressão substi- perfil compatível e interesse manifesto pela adoção de
tuída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência criança ou adolescente inscrito nos cadastros existentes,
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada co- será realizado o encaminhamento da criança ou adoles-
marca ou foro regional, um registro de crianças e adoles- cente à adoção internacional. (Redação dada pela Lei nº
centes em condições de serem adotados e outro de pesso- 13.509, de 2017)
as interessadas na adoção. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) § 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal in-
Vigência teressado em sua adoção, a criança ou o adolescente,
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia sempre que possível e recomendável, será colocado sob
consulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o Ministé- guarda de família cadastrada em programa de acolhimen-
rio Público. to familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação cri- § 2 o Os brasileiros residentes no exterior terão prefe-
teriosa dos postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo rência aos estrangeiros, nos casos de adoção internacional
Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) de criança ou adolescente brasileiro. (Redação dada pela
Vigência Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor § 3 o A adoção internacional pressupõe a intervenção
de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado previa- das Autoridades Centrais Estaduais e Federal em matéria
mente nos termos desta Lei quando: (Incluído pela Lei nº de adoção internacional. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
12.010, de 2009) Vigência de 2009) Vigência
I - se tratar de pedido de adoção unilateral; (Incluído § 4º (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 52. A adoção internacional observará o procedi-
II - for formulada por parente com o qual a criança ou mento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as se-
adolescente mantenha vínculos de afinidade e afetividade; guintes adaptações: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar
III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guar-
criança ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido
da legal de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente,
de habilitação à adoção perante a Autoridade Central em
desde que o lapso de tempo de convivência comprove a fi-
matéria de adoção internacional no país de acolhida, assim
xação de laços de afinidade e afetividade, e não seja cons- entendido aquele onde está situada sua residência habitual;
tatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei. (Incluído pela Lei II - se a Autoridade Central do país de acolhida con-
nº 12.010, de 2009) Vigência siderar que os solicitantes estão habilitados e aptos para
§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o adotar, emitirá um relatório que contenha informações sobre
candidato deverá comprovar, no curso do procedimento, a identidade, a capacidade jurídica e adequação dos solici-
que preenche os requisitos necessários à adoção, con- tantes para adotar, sua situação pessoal, familiar e médica,
forme previsto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de seu meio social, os motivos que os animam e sua aptidão
2009) Vigência para assumir uma adoção internacional; (Incluída pela Lei
§ 15. Será assegurada prioridade no cadastro a pes- nº 12.010, de 2009) Vigência
soas interessadas em adotar criança ou adolescente com III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o
deficiência, com doença crônica ou com necessidades relatório à Autoridade Central Estadual, com cópia para a
específicas de saúde, além de grupo de irmãos. (Incluído Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº
pela Lei nº 13.509, de 2017) 12.010, de 2009) Vigência
Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na IV - o relatório será instruído com toda a documenta-
qual o pretendente possui residência habitual em país-par- ção necessária, incluindo estudo psicossocial elaborado
te da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa por equipe interprofissional habilitada e cópia autenticada
à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de da legislação pertinente, acompanhada da respectiva prova
Adoção Internacional, promulgada pelo Decreto n o 3.087, de vigência; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de 21 junho de 1999 , e deseja adotar criança em outro pa- V - os documentos em língua estrangeira serão devida-
ís-parte da Convenção. (Redação dada pela Lei nº 13.509, mente autenticados pela autoridade consular, observados
de 2017) os tratados e convenções internacionais, e acompanhados
§ 1 o A adoção internacional de criança ou adolescen- da respectiva tradução, por tradutor público juramentado;
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
te brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar
VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigên-
quando restar comprovado: (Redação dada pela Lei nº
cias e solicitar complementação sobre o estudo psicossocial
12.010, de 2009) Vigência
do postulante estrangeiro à adoção, já realizado no país de
I - que a colocação em família adotiva é a solução
acolhida; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
adequada ao caso concreto; (Redação dada pela Lei nº VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade
13.509, de 2017) Central Estadual, a compatibilidade da legislação estrangei-
II - que foram esgotadas todas as possibilidades de ra com a nacional, além do preenchimento por parte dos
colocação da criança ou adolescente em família adotiva postulantes à medida dos requisitos objetivos e subjetivos
brasileira, com a comprovação, certificada nos autos, da necessários ao seu deferimento, tanto à luz do que dispõe
inexistência de adotantes habilitados residentes no Brasil esta Lei como da legislação do país de acolhida, será expe-
com perfil compatível com a criança ou adolescente, após dido laudo de habilitação à adoção internacional, que terá
consulta aos cadastros mencionados nesta Lei; (Redação validade por, no máximo, 1 (um) ano; (Incluída pela Lei nº
dada pela Lei nº 13.509, de 2017) 12.010, de 2009) Vigência
III - que, em se tratando de adoção de adolescente, VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado
este foi consultado, por meios adequados ao seu estágio será autorizado a formalizar pedido de adoção perante o
de desenvolvimento, e que se encontra preparado para a Juízo da Infância e da Juventude do local em que se encon-
medida, mediante parecer elaborado por equipe interpro- tra a criança ou adolescente, conforme indicação efetua-
fissional, observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 da pela Autoridade Central Estadual. (Incluída pela Lei nº
desta Lei. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência
§ 1 o Se a legislação do país de acolhida assim o au- V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Au-
torizar, admite-se que os pedidos de habilitação à adoção toridade Central Estadual, com cópia para a Autorida-
internacional sejam intermediados por organismos creden- de Central Federal Brasileira, pelo período mínimo de
ciados. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 2 (dois) anos. O envio do relatório será mantido até a
§ 2 o Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira juntada de cópia autenticada do registro civil, estabele-
o credenciamento de organismos nacionais e estrangeiros cendo a cidadania do país de acolhida para o adotado;
encarregados de intermediar pedidos de habilitação à ado- (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ção internacional, com posterior comunicação às Autorida- VI - tomar as medidas necessárias para garantir que
des Centrais Estaduais e publicação nos órgãos oficiais de os adotantes encaminhem à Autoridade Central Federal
imprensa e em sítio próprio da internet. (Incluído pela Lei Brasileira cópia da certidão de registro de nascimento
nº 12.010, de 2009) Vigência estrangeira e do certificado de nacionalidade tão logo
§ 3 o Somente será admissível o credenciamento de lhes sejam concedidos. (Incluída pela Lei nº 12.010, de
organismos que: (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- 2009) Vigência
gência § 5 o A não apresentação dos relatórios referidos no
I - sejam oriundos de países que ratificaram a Con- § 4 o deste artigo pelo organismo credenciado poderá
venção de Haia e estejam devidamente credenciados pela acarretar a suspensão de seu credenciamento. (Incluído
Autoridade Central do país onde estiverem sediados e no pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
país de acolhida do adotando para atuar em adoção inter- § 6 o O credenciamento de organismo nacional ou
nacional no Brasil; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) estrangeiro encarregado de intermediar pedidos de ado-
Vigência ção internacional terá validade de 2 (dois) anos. (Incluí-
II - satisfizerem as condições de integridade moral, do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
competência profissional, experiência e responsabilida- § 7 o A renovação do credenciamento poderá ser
de exigidas pelos países respectivos e pela Autoridade concedida mediante requerimento protocolado na Auto-
Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de ridade Central Federal Brasileira nos 60 (sessenta) dias
2009) Vigência anteriores ao término do respectivo prazo de validade.
III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
formação e experiência para atuar na área de adoção in- § 8 o Antes de transitada em julgado a decisão que
ternacional; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência concedeu a adoção internacional, não será permitida a
IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamen- saída do adotando do território nacional. (Incluído pela
to jurídico brasileiro e pelas normas estabelecidas pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Autoridade Central Federal Brasileira. (Incluída pela Lei nº § 9 o Transitada em julgado a decisão, a autoridade
12.010, de 2009) Vigência judiciária determinará a expedição de alvará com auto-
§ 4 o Os organismos credenciados deverão ainda: (In- rização de viagem, bem como para obtenção de pas-
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência saporte, constando, obrigatoriamente, as características
I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas con- da criança ou adolescente adotado, como idade, cor,
dições e dentro dos limites fixados pelas autoridades com- sexo, eventuais sinais ou traços peculiares, assim como
petentes do país onde estiverem sediados, do país de aco- foto recente e a aposição da impressão digital do seu
lhida e pela Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluída polegar direito, instruindo o documento com cópia au-
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tenticada da decisão e certidão de trânsito em julgado.
II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualifica- (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
das e de reconhecida idoneidade moral, com comprovada § 10. A Autoridade Central Federal Brasileira pode-
formação ou experiência para atuar na área de adoção rá, a qualquer momento, solicitar informações sobre a
internacional, cadastradas pelo Departamento de Polícia situação das crianças e adolescentes adotados (Incluí-
Federal e aprovadas pela Autoridade Central Federal Bra- do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
sileira, mediante publicação de portaria do órgão federal § 11. A cobrança de valores por parte dos organis-
competente; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên- mos credenciados, que sejam considerados abusivos
cia pela Autoridade Central Federal Brasileira e que não es-
III - estar submetidos à supervisão das autoridades tejam devidamente comprovados, é causa de seu des-
competentes do país onde estiverem sediados e no país credenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
de acolhida, inclusive quanto à sua composição, funciona- Vigência
mento e situação financeira; (Incluída pela Lei nº 12.010, § 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não po-
de 2009) Vigência dem ser representados por mais de uma entidade cre-
IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, denciada para atuar na cooperação em adoção interna-
a cada ano, relatório geral das atividades desenvolvidas, cional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
bem como relatório de acompanhamento das adoções § 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou do-
internacionais efetuadas no período, cuja cópia será en- miciliado fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um)
caminhada ao Departamento de Polícia Federal; (Incluída ano, podendo ser renovada. (Incluído pela Lei nº 12.010,
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de 2009) Vigência
§ 14. É vedado o contato direto de representantes de Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Bra-
organismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com sil for o país de acolhida e a adoção não tenha sido deferi-
dirigentes de programas de acolhimento institucional ou da no país de origem porque a sua legislação a delega ao
familiar, assim como com crianças e adolescentes em con- país de acolhida, ou, ainda, na hipótese de, mesmo com
dições de serem adotados, sem a devida autorização judi- decisão, a criança ou o adolescente ser oriundo de país
cial. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência que não tenha aderido à Convenção referida, o processo
§ 15. A Autoridade Central Federal Brasileira pode- de adoção seguirá as regras da adoção nacional. (Incluído
rá limitar ou suspender a concessão de novos credencia- pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
mentos sempre que julgar necessário, mediante ato admi-
nistrativo fundamentado. (Incluído pela Lei nº 12.010, de CAPÍTULO IV
2009) Vigência DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ES-
Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e PORTE E AO LAZER
descredenciamento, o repasse de recursos provenientes
de organismos estrangeiros encarregados de intermediar
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à edu-
pedidos de adoção internacional a organismos nacionais
cação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa,
ou a pessoas físicas. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência preparo para o exercício da cidadania e qualificação para
Parágrafo único. Eventuais repasses somente pode- o trabalho, assegurando-se-lhes:
rão ser efetuados via Fundo dos Direitos da Criança e do I - igualdade de condições para o acesso e permanên-
Adolescente e estarão sujeitos às deliberações do respec- cia na escola;
tivo Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente (In- II - direito de ser respeitado por seus educadores;
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo
Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior recorrer às instâncias escolares superiores;
em país ratificante da Convenção de Haia, cujo processo IV - direito de organização e participação em entidades
de adoção tenha sido processado em conformidade com estudantis;
a legislação vigente no país de residência e atendido o V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua
disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da referida Convenção, residência, garantindo-se vagas no mesmo estabeleci-
será automaticamente recepcionada com o reingresso no mento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo
Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de ensino da educação básica. (Redação dada pela Lei nº
§ 1 o Caso não tenha sido atendido o disposto na Alí- 13.845, de 2019)
nea “c” do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a sen- Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter
tença ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça. ciência do processo pedagógico, bem como participar da
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência definição das propostas educacionais.
§ 2 o O pretendente brasileiro residente no exterior Art. 53-A. É dever da instituição de ensino, clubes e
em país não ratificante da Convenção de Haia, uma vez agremiações recreativas e de estabelecimentos congêne-
reingressado no Brasil, deverá requerer a homologação res assegurar medidas de conscientização, prevenção e
da sentença estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça. enfrentamento ao uso ou dependência de drogas ilícitas.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Bra- Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao
sil for o país de acolhida, a decisão da autoridade com- adolescente:
petente do país de origem da criança ou do adolescente
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive
será conhecida pela Autoridade Central Estadual que tiver
para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
processado o pedido de habilitação dos pais adotivos, que
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratui-
comunicará o fato à Autoridade Central Federal e deter-
minará as providências necessárias à expedição do Cer- dade ao ensino médio;
tificado de Naturalização Provisório. (Incluído pela Lei nº III - atendimento educacional especializado aos por-
12.010, de 2009) Vigência tadores de deficiência, preferencialmente na rede regular
§ 1 o A Autoridade Central Estadual, ouvido o Minis- de ensino;
tério Público, somente deixará de reconhecer os efeitos IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças
daquela decisão se restar demonstrado que a adoção é de zero a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº
manifestamente contrária à ordem pública ou não atende 13.306, de 2016)
ao interesse superior da criança ou do adolescente. (Inclu- V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da
ído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de
§ 2 o Na hipótese de não reconhecimento da adoção, cada um;
prevista no § 1 o deste artigo, o Ministério Público deverá VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às
imediatamente requerer o que for de direito para resguar- condições do adolescente trabalhador;
dar os interesses da criança ou do adolescente, comuni- VII - atendimento no ensino fundamental, através de
cando-se as providências à Autoridade Central Estadual, programas suplementares de material didático-escolar,
que fará a comunicação à Autoridade Central Federal Bra- transporte, alimentação e assistência à saúde.
sileira e à Autoridade Central do país de origem. (Incluído § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência público subjetivo.
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exi- § 1º A autorização não será exigida quando:
birão, no horário recomendado para o público infanto juve- a) tratar-se de comarca contígua à da residência da
nil, programas com finalidades educativas, artísticas, cultu- criança ou do adolescente menor de 16 (dezesseis) anos,
rais e informativas. se na mesma unidade da Federação, ou incluída na
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado mesma região metropolitana; (Redação dada pela Lei nº
ou anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua 13.812, de 2019)
transmissão, apresentação ou exibição. b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezes-
Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcioná- seis) anos estiver acompanhado: (Redação dada pela Lei
rios de empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas nº 13.812, de 2019)
de programação em vídeo cuidarão para que não haja ven- 1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro
da ou locação em desacordo com a classificação atribuída grau, comprovado documentalmente o parentesco;
pelo órgão competente. 2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo de-
pai, mãe ou responsável.
verão exibir, no invólucro, informação sobre a natureza da
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais
obra e a faixa etária a que se destinam.
ou responsável, conceder autorização válida por dois anos.
Art. 78. As revistas e publicações contendo material im-
próprio ou inadequado a crianças e adolescentes deverão Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a auto-
ser comercializadas em embalagem lacrada, com a adver- rização é dispensável, se a criança ou adolescente:
tência de seu conteúdo. I - estiver acompanhado de ambos os pais ou respon-
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as ca- sável;
pas que contenham mensagens pornográficas ou obscenas II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado ex-
sejam protegidas com embalagem opaca. pressamente pelo outro através de documento com firma
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público reconhecida.
infanto-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias, Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial,
legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, taba- nenhuma criança ou adolescente nascido em território na-
co, armas e munições, e deverão respeitar os valores éticos cional poderá sair do País em companhia de estrangeiro
e sociais da pessoa e da família. residente ou domiciliado no exterior.
Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que ex-
plorem comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por
1.2. PARTE ESPECIAL: TÍTULO III – DA PRÁTI-
casas de jogos, assim entendidas as que realizem apostas,
CA DE ATO INFRACIONAL: CAPÍTULOS I (DIS-
ainda que eventualmente, cuidarão para que não seja per-
mitida a entrada e a permanência de crianças e adolescen- POSIÇÕES GERAIS), II (DOS DIREITOS INDIVI-
tes no local, afixando aviso para orientação do público. DUAIS) E III (DAS GARANTIAS PROCESSUAIS)
E IV (DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS).
SEÇÃO II
DOS PRODUTOS E SERVIÇOS PARTE ESPECIAL
TÍTULO III
Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL
de: CAPÍTULO I
I - armas, munições e explosivos; DISPOSIÇÕES GERAIS
II - bebidas alcoólicas;
III - produtos cujos componentes possam causar depen-
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta des-
dência física ou psíquica ainda que por utilização indevida;
crita como crime ou contravenção penal.
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles
que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de pro- Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de
vocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida; dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
V - revistas e publicações a que alude o art. 78; Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser
VI - bilhetes lotéricos e equivalentes. considerada a idade do adolescente à data do fato.
Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou ado- Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança cor-
lescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento con- responderão as medidas previstas no art. 101.
gênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou
responsável. CAPÍTULO II
DOS DIREITOS INDIVIDUAIS
SEÇÃO III
DA AUTORIZAÇÃO PARA VIAJAR Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua li-
berdade senão em flagrante de ato infracional ou por or-
Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 dem escrita e fundamentada da autoridade judiciária com-
(dezesseis) anos poderá viajar para fora da comarca onde petente.
reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem Parágrafo único. O adolescente tem direito à identifi-
expressa autorização judicial. (Redação dada pela Lei nº cação dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser
13.812, de 2019) informado acerca de seus direitos.
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o lo- Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts.
cal onde se encontra recolhido serão incontinenti comu- 99 e 100.
nicados à autoridade judiciária competente e à família do Art. 114. A imposição das medidas previstas nos in-
apreendido ou à pessoa por ele indicada. cisos II a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob suficientes da autoria e da materialidade da infração, res-
pena de responsabilidade, a possibilidade de liberação salvada a hipótese de remissão, nos termos do art. 127.
imediata. Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser sempre que houver prova da materialidade e indícios sufi-
determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias. cientes da autoria.
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada
e basear-se em indícios suficientes de autoria e materiali- SEÇÃO II
dade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida. DA ADVERTÊNCIA
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não
será submetido a identificação compulsória pelos órgãos Art. 115. A advertência consistirá em admoestação
policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de con- verbal, que será reduzida a termo e assinada.
frontação, havendo dúvida fundada.
SEÇÃO III
CAPÍTULO III DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO
DAS GARANTIAS PROCESSUAIS
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com refle-
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua li- xos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o
berdade sem o devido processo legal. caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o res-
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre ou- sarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o pre-
tras, as seguintes garantias: juízo da vítima.
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade,
infracional, mediante citação ou meio equivalente;
a medida poderá ser substituída por outra adequada.
II - igualdade na relação processual, podendo confron-
tar-se com vítimas e testemunhas e produzir todas as pro-
SEÇÃO IV
vas necessárias à sua defesa;
DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE
III - defesa técnica por advogado;
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos neces-
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consis-
sitados, na forma da lei;
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade te na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por
competente; período não excedente a seis meses, junto a entidades
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou res- assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimen-
ponsável em qualquer fase do procedimento. tos congêneres, bem como em programas comunitários ou
governamentais.
CAPÍTULO IV Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme
DAS MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS as aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas du-
SEÇÃO I rante jornada máxima de oito horas semanais, aos sába-
DISPOSIÇÕES GERAIS dos, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não
prejudicar a freqüência à escola ou à jornada normal de
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a au- trabalho.
toridade competente poderá aplicar ao adolescente as se-
guintes medidas: SEÇÃO V
I - advertência; DA LIBERDADE ASSISTIDA
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade; Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre
IV - liberdade assistida; que se afigurar a medida mais adequada para o fim de
V - inserção em regime de semi-liberdade; acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
VI - internação em estabelecimento educacional; § 1º A autoridade designará pessoa capacitada para
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em con- entidade ou programa de atendimento.
ta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a § 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo míni-
gravidade da infração. mo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorro-
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será gada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o
admitida a prestação de trabalho forçado. orientador, o Ministério Público e o defensor.
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou defici- Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a su-
ência mental receberão tratamento individual e especiali- pervisão da autoridade competente, a realização dos se-
zado, em local adequado às suas condições. guintes encargos, entre outros:
I - promover socialmente o adolescente e sua família, § 1 o O prazo de internação na hipótese do inciso III des-
fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, te artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo
em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência ser decretada judicialmente após o devido processo legal.
social; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento es- § 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação,
colar do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícu- havendo outra medida adequada.
la; Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade
III - diligenciar no sentido da profissionalização do ado- exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele desti-
nado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios
lescente e de sua inserção no mercado de trabalho;
de idade, compleição física e gravidade da infração.
IV - apresentar relatório do caso.
Parágrafo único. Durante o período de internação, inclu-
sive provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas.
SEÇÃO VI Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberda-
DO REGIME DE SEMI-LIBERDADE de, entre outros, os seguintes:
I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser deter- Ministério Público;
minado desde o início, ou como forma de transição para o II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
meio aberto, possibilitada a realização de atividades exter- III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
nas, independentemente de autorização judicial. IV - ser informado de sua situação processual, sempre
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissiona- que solicitada;
lização, devendo, sempre que possível, ser utilizados os V - ser tratado com respeito e dignidade;
recursos existentes na comunidade. VI - permanecer internado na mesma localidade ou na-
§ 2º A medida não comporta prazo determinado apli- quela mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável;
cando-se, no que couber, as disposições relativas à inter- VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
nação. VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e as-
SEÇÃO VII seio pessoal;
X - habitar alojamento em condições adequadas de hi-
DA INTERNAÇÃO
giene e salubridade;
XI - receber escolarização e profissionalização;
Art. 121. A internação constitui medida privativa da XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcio- XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
nalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em de- XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua cren-
senvolvimento. ça, e desde que assim o deseje;
§ 1º Será permitida a realização de atividades exter- XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor
nas, a critério da equipe técnica da entidade, salvo expres- de local seguro para guardá-los, recebendo comprovante da-
sa determinação judicial em contrário. queles porventura depositados em poder da entidade;
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, de- XVI - receber, quando de sua desinternação, os docu-
vendo sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão mentos pessoais indispensáveis à vida em sociedade.
fundamentada, no máximo a cada seis meses. § 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de inter- § 2º A autoridade judiciária poderá suspender tempora-
nação excederá a três anos. riamente a visita, inclusive de pais ou responsável, se exis-
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo ante- tirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos
rior, o adolescente deverá ser liberado, colocado em regi- interesses do adolescente.
me de semi-liberdade ou de liberdade assistida. Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequa-
das de contenção e segurança.
de idade.
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será pre-
cedida de autorização judicial, ouvido o Ministério Público. TÍTULO IV – DAS MEDIDAS PERTINENTES
§ 7 o A determinação judicial mencionada no § 1 o po- AOS PAIS OU RESPONSÁVEL.
derá ser revista a qualquer tempo pela autoridade judiciá-
ria. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) TÍTULO IV
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplica- DAS MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS OU RES-
da quando: PONSÁVEL
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave
ameaça ou violência a pessoa; Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsá-
II - por reiteração no cometimento de outras infrações vel:
graves; I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou
III - por descumprimento reiterado e injustificável da comunitários de proteção, apoio e promoção da família;
medida anteriormente imposta. (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de au- I - cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei nº
xílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; 12.696, de 2012)
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psi- II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de
quiátrico; 1/3 (um terço) do valor da remuneração mensal; (Incluído
IV - encaminhamento a cursos ou programas de orien- pela Lei nº 12.696, de 2012)
tação; III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696,
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompa- de 2012)
nhar sua freqüência e aproveitamento escolar; IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696,
VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescen- de 2012)
te a tratamento especializado; V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº 12.696,
VII - advertência; de 2012)
VIII - perda da guarda; Parágrafo único. Constará da lei orçamentária munici-
IX - destituição da tutela; pal e da do Distrito Federal previsão dos recursos neces-
X - suspensão ou destituição do pátrio poder poder fa- sários ao funcionamento do Conselho Tutelar e à remune-
miliar . (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) ração e formação continuada dos conselheiros tutelares.
Vigência (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro
nos incisos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto constituirá serviço público relevante e estabelecerá pre-
nos arts. 23 e 24. sunção de idoneidade moral. (Redação dada pela Lei nº
Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opres- 12.696, de 2012)
são ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsável,
a autoridade judiciária poderá determinar, como medida CAPÍTULO II
cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum. DAS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda,
a fixação provisória dos alimentos de que necessitem a Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
criança ou o adolescente dependentes do agressor. (Inclu- I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses
ído pela Lei nº 12.415, de 2011) previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previs-
tas no art. 101, I a VII;
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, apli-
TÍTULO V – DO CONSELHO TUTELAR: CAPÍ-
cando as medidas previstas no art. 129, I a VII;
TULOS I (DISPOSIÇÕES GERAIS) E II (DAS
III - promover a execução de suas decisões, podendo
ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO).
para tanto:
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde,
TÍTULO V educação, serviço social, previdência, trabalho e seguran-
DO CONSELHO TUTELAR ça;
CAPÍTULO I b) representar junto à autoridade judiciária nos casos
DISPOSIÇÕES GERAIS de descumprimento injustificado de suas deliberações.
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e que constitua infração administrativa ou penal contra os
autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade direitos da criança ou adolescente;
de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua
adolescente, definidos nesta Lei. competência;
Art. 132. Em cada Município e em cada Região Ad- VI - providenciar a medida estabelecida pela autorida-
ministrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um) de judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para
Conselho Tutelar como órgão integrante da administração o adolescente autor de ato infracional;
pública local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos VII - expedir notificações;
pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de
permitida recondução por novos processos de escolha. criança ou adolescente quando necessário;
(Redação dada pela Lei nº 13.824, de 2019) IX - assessorar o Poder Executivo local na elabora-
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho ção da proposta orçamentária para planos e programas
Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos: de atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
I - reconhecida idoneidade moral; X - representar, em nome da pessoa e da família, con-
II - idade superior a vinte e um anos; tra a violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso
III - residir no município. II, da Constituição Federal ;
Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o lo- XI - representar ao Ministério Público para efeito das
cal, dia e horário de funcionamento do Conselho Tutelar, ações de perda ou suspensão do poder familiar, após es-
inclusive quanto à remuneração dos respectivos membros, gotadas as possibilidades de manutenção da criança ou
aos quais é assegurado o direito a: (Redação dada pela do adolescente junto à família natural. (Redação dada pela
Lei nº 12.696, de 2012) Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos 2-Em 2019, o art. 83 da Lei n.º 8.069/1990 (Estatuto
grupos profissionais, ações de divulgação e treinamento da Criança e do Adolescente) foi alterado no sentido de
para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em determinar que, assim como as crianças, adolescentes,
crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, até determinada idade, não podem viajar para fora da co-
de 2014) marca onde residem desacompanhados dos pais ou res-
Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribui- ponsáveis e sem expressa autorização judicial. Conforme
ções, o Conselho Tutelar entender necessário o afas- esse dispositivo legal em vigor, a idade mínima a partir da
tamento do convívio familiar, comunicará incontinenti o qual adolescentes podem realizar viagem interestadual
fato ao Ministério Público, prestando-lhe informações desacompanhados dos pais ou responsáveis e sem auto-
sobre os motivos de tal entendimento e as providências rização judicial é de
tomadas para a orientação, o apoio e a promoção so-
cial da família. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) A doze anos, tendo sido mantido o conceito de ado-
Vigência lescente como pessoa com idade entre doze e dezoito
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente anos.
poderão ser revistas pela autoridade judiciária a pedido B doze anos, tendo sido alterado o conceito de ado-
de quem tenha legítimo interesse. lescente para pessoa com idade entre dez e quatorze
anos.
C quatorze anos, tendo sido alterado o conceito de
QUESTÕES adolescente para pessoa com idade entre quatorze e vin-
te e um anos.
1-O Conselho Tutelar é órgão permanente e autôno- D dezesseis anos, tendo sido alterado o conceito de
mo, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumpri- adolescente para pessoa com idade entre quatorze e vin-
mento dos direitos da criança e do adolescente. Atua o te e um anos.
Conselho diante de situações de ameaça ou de violação E dezesseis anos, tendo sido mantido o conceito de
adolescente como pessoa com idade entre doze e dezoi-
de direitos com o objetivo de proteger a criança e o ado-
to anos.
lescente que estejam em situação de vulnerabilidade.
Consoante dispõe o Estatuto da Criança e do Ado-
3-Tício, de 15 anos, tendo completado o ensino fun-
lescente (Lei nº 8.069/90), o Conselho Tutelar tem ca-
damental e cursando o primeiro ano do ensino médio,
ráter:
trabalha, como aprendiz, em uma padaria. Ele ingressa
no trabalho às 4 da manhã e lá permanece, por 08 ho-
A jurisdicional, e em cada comarca haverá, no mí-
ras. A título de remuneração, Tício recebe meio salário
nimo, um Conselho Tutelar como órgão integrante do
mínimo, acrescido de uma ajuda de custo para refeição e
Poder Judiciário Estadual, composto de 5 (cinco) mem-
condução. Tudo somado, Tício recebe um pouco mais de
bros, escolhidos pelo Presidente do Tribunal para man- um salário mínimo. Tício também é obrigado a frequen-
dato de 4 (quatro) anos, vedada a recondução; tar, duas vezes por semana, após a jornada de 08 horas,
B jurisdicional, e haverá um Conselho Tutelar vincu- curso técnico profissionalizante teórico.
lado a cada Juizado da Infância e da Juventude, com- A respeito da situação hipotética, assinale a alterna-
posto de 3 (três) membros, preferencialmente servidores tiva correta.
públicos, escolhidos pelo Presidente do Tribunal para
mandato de 2 (dois) anos, permitida uma recondução; A Tício, menor de 16 anos, pode trabalhar como
C jurisdicional, e em cada comarca haverá, no míni- aprendiz, mas sua carga horária não poderia ultrapassar
mo, um Conselho Tutelar como órgão integrante do Po- 4 horas dia.
der Judiciário Estadual, composto de 7 (sete) membros, B Tício, menor de 16 anos, pode trabalhar como
escolhidos pelo Juizado da Infância e da Juventude para aprendiz, mas, por ainda estudar, a jornada de trabalho
mandato de 4 (quatro) anos, vedada a recondução; não poderia ultrapassar 6 horas dia.
D não jurisdicional, e em cada Município haverá, no C Tício, menor de 16 anos, pode trabalhar como jo-
mínimo, um Conselho Tutelar como órgão integrante do vem aprendiz, sendo vedado, no entanto, iniciar a jorna-
Poder Executivo Estadual, composto de 7 (sete) mem- da de trabalho em horário noturno.
bros, escolhidos pela população local para mandato de D Tício, menor de 16 anos, pode trabalhar como
2 (dois) anos, permitida uma recondução; jovem aprendiz e, por já ter concluído o ensino funda-
E não jurisdicional, e em cada Município haverá, no mental, sua jornada de trabalho pode ser de 8 horas dia,
mínimo, um Conselho Tutelar como órgão integrante acrescidas das horas destinadas à aprendizagem teórica
da administração pública local, composto de 5 (cinco) .E Tício não pode receber menos de um salário míni-
membros, escolhidos pela população local para manda- mo, a título de remuneração, independentemente do nú-
to de 4 (quatro) anos, permitida recondução por novos mero de horas trabalhadas por dia.
processos de escolha.
4-De acordo com a Lei n° 8069/90, a permanência da 8-O Artigo 54, § 3º do Estatuto da Criança e do Ado-
criança e do adolescente em programa de acolhimento lescente (Lei nº 8.069, de 13/07/1990) atribui ao poder
institucional não se prolongará por mais de público a competência de zelar junto aos pais ou res-
ponsável pela frequência à escola das crianças e ado-
A 18 (dezoito) meses. lescentes. A vigência deste artigo impossibilita que uma
B 12 (doze) meses. modalidade de ensino seja regulamentada no Brasil.
C 6 (seis) meses. Que modalidade é essa?
D 24 (vinte e quatro) meses.
A Educação domiciliar
5-A Lei nº 8.069/1990, que dispõe sobre o Estatuto da B Educação especial
Criança e do Adolescente e dá outras providências, esta- C Educação religiosa
belece, entre outras coisas, que: D Educação indígena
A A convivência integral da criança com a mãe adoles-
E Educação a distância
cente não é garantida.
B É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do
9-Com relação do direito à convivência familiar e co-
processo pedagógico, mas não participar da definição das
munitária da criança e do adolescente, é correto afirmar:
propostas educacionais.
C É dever do Estado assegurar à criança e ao ado-
lescente atendimento educacional especializado aos por- A Toda criança ou adolescente que estiver inserida
tadores de deficiência, preferencialmente na rede regular em programa de acolhimento familiar ou institucional
de ensino. terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 6 (seis)
D É proibido qualquer trabalho a menor de quinze meses, devendo a autoridade judiciária competente,
anos de idade, salvo na condição de aprendiz com base em relatório elaborado por equipe interpro-
E A colocação da criança e do adolescente em família fissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamen-
substituta far-se-á somente mediante adoção, independen- tada pela possibilidade de reintegração familiar ou pela
temente da situação jurídica da criança ou adolescente. colocação em família substituta, em quaisquer das mo-
dalidades previstas no art. 28 do ECA.
6-A Guia de Acolhimento, conforme prevista no Es- B Entende-se por família extensa ou ampliada aque-
tatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº8.069/1990), é la que se estende para além da unidade pais e filhos
expedida ou da unidade do casal, formada por pessoas que não
possuem vínculo de parentesco com a criança ou o ado-
A pelo Conselho Tutelar para inclusão e cadastramen- lescente e com os quais estes convivam e mantenham
to da criança ou do adolescente em risco junto ao Sistema vínculos de afinidade e afetividade;
de Informação para Infância e Adolescência (SIPIA). C A criança e o adolescente em programa de aco-
B pela autoridade judicial para encaminhamento de lhimento institucional ou familiar poderão participar de
crianças e adolescentes às instituições que executam pro- programa de apadrinhamento, que consiste em estabe-
gramas de acolhimento institucional. lecer e proporcionar à criança e ao adolescente vínculos
C pelo gestor da política de garantia do direito à con- externos à instituição para fins de convivência familiar e
vivência familiar para controle e monitoramento dos casos comunitária e colaboração com o seu desenvolvimen-
de acolhimento familiar e institucional no município. to nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, educa-
D pela serventia judicial para fins de inclusão da crian- cional e financeiro. Pessoa jurídica poderá apadrinhar
ça ou do adolescente no cadastro nacional de pessoas em
criança ou adolescente, a fim de colaborar para seu de-
condição de serem acolhidas por família adotiva.
senvolvimento;
E pelo Conselho Tutelar em favor de famílias que aco-
D A condenação criminal do pai ou da mãe não im-
lhem crianças e adolescentes provisoriamente afastadas
plicará a destituição do poder familiar, exceto na hipó-
do convívio com seus pais ou responsável.
tese de condenação por crime doloso sujeito à pena de
7-O Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe, ex- reclusão contra outrem igualmente titular do mesmo po-
pressamente, que os dirigentes de estabelecimentos de der familiar ou contra filho, filha ou outro descendente,
ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar, en- sendo que, no caso de filho e filha, a perda será automá-
tre outros, os casos de tica, independentemente de decisão judicial
A violência contra o corpo docente. 10-Segundo o que prevê o Art. 54 da Lei nº 8.069, de
B reclamações quanto à qualidade do ensino. 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Crian-
C comportamentos inadequados. ça e do Adolescente, é dever do Estado assegurar à crian-
D fraco desempenho escolar. ça e ao adolescente:
E elevados níveis de repetência.
A Atendimento em creche e pré-escola às crianças de
um a três anos de idade.
B Acesso à escola pública e gratuita mesmo que dis- D Determinou que é papel do Poder Judiciário suprir
tante de sua residência. as omissões legislativas sobre o tema, e definiu que o
C Oferta de ensino noturno regular especificamente acesso ao Ensino Infantil se dá aos 4 anos de idade e ao
na Educação de Jovens e Adultos. Ensino Fundamental aos 6 anos, completados até 31 de
D Atendimento no Ensino Fundamental, por meio de março do ano da matrícula.
programas suplementares de material didático-escolar, E Declarou a inconstitucionalidade de legislação es-
transporte, alimentação e assistência à saúde. tadual que trate desse recorte, informando que compete
ao legislador municipal e federal legislarem sobre o tema,
11-Acerca dos direitos à profissionalização e à pro- por se tratar de ensino fundamental e não médio ou su-
teção no trabalho expressos no Estatuto da Criança e do perior.
Adolescente, assinale a alternativa correta.
14-Quanto ao direito à saúde e à vida da criança e do
A A formação técnico-profissional do adolescente de- adolescente, à luz dos artigos 7° e seguintes do Estatuto
verá obedecer aos princípios da garantia de acesso e da da Criança e do Adolescente, é correto afirmar que
frequência obrigatória ao ensino regular, da autorização
e do acompanhamento familiar e do monitoramento do A a assistência odontológica, com o fito de garantir
regime de aprendizagem por órgão fiscalizador. a saúde bucal de crianças e adolescentes, representa
B Ao adolescente empregado, aprendiz, é vedado o medida de respeito à integridade física da pessoa em de-
trabalho noturno, realizado entre as 23 horas de um dia e senvolvimento, e, por isso, não se aplica à gestante, que
as seis horas do dia seguinte. será inserida em programa específico voltado à saúde da
C Ao adolescente aprendiz maior de doze anos de mulher.
idade são assegurados os direitos trabalhistas e previ- B o descumprimento das obrigações impostas pelo
denciários. artigo 10 do Estatuto da Criança e do Adolescente confi-
D O trabalho do adolescente deverá reger-se pelo gura ilícito de natureza administrativa, nos termos do arti-
go 228 do mesmo diploma legal.
princípio da isonomia, segundo o qual as exigências pe-
C as gestantes ou mães que manifestem interesse
dagógicas relativas ao desenvolvimento pessoal e social
em entregar seus filhos à adoção serão obrigatoriamente
devem ter a mesma importância que o aspecto produtivo.
encaminhadas à Justiça da Infância e da Juventude.
E Ao adolescente portador de deficiência é assegura-
D a obrigação de manter registro das atividades de-
do o trabalho protegido.
senvolvidas, através de prontuários individuais, terá seu
prazo de dezoito anos reduzido ou dispensado, se as
12-O Estatuto da Criança e do Adolescente será re-
entidades hospitalares fornecerem declaração de nasci-
gido pela doutrina
mento vivo, em que constem necessariamente as inter-
corrências do parto e do desenvolvimento do neonato.
A do direito integral. E o fornecimento gratuito de medicamentos, próteses
B da proteção especial. e outros recursos necessários ao tratamento, habilitação
C da plenitude dos direitos. ou reabilitação de crianças e adolescentes constitui obri-
D da proteção integral. gação do Poder Público e a reserva do possível afasta
E dos direitos fundamentais. interferência judicial no desempenho de políticas públicas
na área da saúde, em caso de descumprimento.
13-Assinale a alternativa que revela o atual entendi-
mento do STJ sobre a interpretação do corte etário para 15-Quanto às diretrizes sobre a guarda, forma de co-
ingresso de crianças na educação básica. locação em família substituta, de acordo com os artigos
28 e seguintes do Estatuto da Criança e do Adolescente
A Decidiu que não é dado ao Judiciário substituir-se (Lei n° 8.069, de 13 de julho de 1990), é correto afirmar
às autoridades públicas de educação para fixar ou supri- que
mir requisitos para o ingresso de crianças no ensino fun-
damental, quando os atos normativos de regência não re- A a inclusão de crianças e adolescentes em progra-
velem traços de ilegalidade, abusividade ou ilegitimidade. mas de acolhimento, como forma de guarda, tem caráter
B Foi declarada a legalidade dessa medida, contanto temporário e excepcional, mas não prefere o acolhimento
que tal limitação seja feita por Lei Municipal, uma vez que institucional.
compete a esse ente federativo legislar sobre a matéria. B a guarda poderá ser revogada a qualquer tempo,
C Afirmou que os órgãos administrativos têm plena mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério
liberdade para fixarem, dentro dos critérios das regiões Público, porque destinada à regularização da posse de
em que atuam, as faixas etárias que melhor expressa- fato.
rem as necessidades da comunidade, tendo em vista que C a guarda obriga a prestação de assistência mate-
a legislação federal que tutela o assunto não admite a rial, moral e educacional à criança ou adolescente, confe-
intervenção judicial nesse sentido, por ser matéria admi- rindo aos seus pais o direito de opor-se aos seus deten-
nistrativa. tores e terceiros.
______________________________________________
GABARITO
______________________________________________
1 E
______________________________________________
2 E
3 C ______________________________________________
4 A
______________________________________________
5 C
6 B ______________________________________________
7 E ______________________________________________
8 A
______________________________________________
9 C
10 D ______________________________________________
11 E
______________________________________________
12 D
13 A ______________________________________________
14 C ______________________________________________
15 B
______________________________________________
______________________________________________
____________________________
______________________________________________
____________________________
______________________________________________
____________________________
______________________________________________
______________________________________________
_____________________________________________
______________________________________________
_____________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________