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OP-145MR-20

CÓD.: 7891182031059

PM / CBM-PR - Polícia Militar do Estado do Paraná


Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Paraná

Soldado de 2ª Classe Policial Militar


Soldado de 2ª Classe Bombeiro Militar
Língua Portuguesa

As questões de Língua Portuguesa visam a averiguar a capacidade da candidata e do candidato, quanto: à


apreensão do significado global dos textos; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
ao estabelecimento de relações intratextuais e intertextuais; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
ao reconhecimento da função desempenhada por diferentes recursos gramaticais no texto, nos níveis
fonológico, morfológico, sintático, semântico e textual/discursivo; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
à apreensão dos efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos verbais e não verbais em textos de diferentes
gêneros: tiras, quadrinhos, charges, gráficos, infográficos etc.; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
à identificação das ideias expressas no texto, bem como de sua hierarquia (principal ou secundária) e das
relações entre elas (oposição, restrição, causa/consequência, exemplificação etc.); . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
à análise da organização argumentativa do texto: identificação do ponto de vista (tese) do autor, reconhecimento
e avaliação dos argumentos usados para fundamentá-lo; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
à dedução de ideias e pontos de vista implícitos no texto; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
ao reconhecimento das diferentes “vozes” dentro de um texto, bem como dos recursos linguísticos empregados
para demarcá-las; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
ao reconhecimento da posição do autor frente às informações apresentadas no texto (fato ou opinião;
sério ou ridículo; concordância ou discordância etc.), bem como dos recursos linguísticos indicadores
dessas avaliações; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
à identificação do significado de palavras, expressões ou estruturas frasais em determinados contextos; . . . . . . . 57
à identificação dos recursos coesivos do texto (expressões, formas pronominais, relatores) e das relações de
sentido que estabelecem; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
ao domínio da variedade padrão escrita: normas de concordância, regência, ortografia, pontuação etc. . . . 66
ao reconhecimento de relações estruturais e semânticas entre frases ou expressões; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
à identificação, em textos de diferentes gêneros, das marcas linguísticas que singularizam as variedades
linguísticas sociais, regionais ou de registro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88

Raciocínio Matemático

1. Resolução de problemas numéricos, porcentagem, conjuntos e contagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01


2. Equações e sistemas do 1º e 2º graus e regra de três simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3. Área, volume e capacidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4. Cálculo da média, leitura e interpretação de dados representados em tabelas e gráficos. . . . . . . . . . . . . . . . 28
5. Relações métricas no triângulo retângulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

Informática

1. Noções de Informática: conceitos básicos de operação com arquivos nos sistemas operacionais Windows 10
e Linux (Ubuntu versão 14 ou superior). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Noções consistentes de uso de Internet para a informação (Mozila Firefox e Google Chrome) e correio
eletrônico nos sistemas operacionais Windows 10 e Linux (Ubuntu versão 14 ou superior). . . . . . . . . . . . . . 05
3. Noções de trabalho com computadores em rede interna, nos sistemas operacionais Windows 10 e Linux
(Ubuntu versão 14 ou superior). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
4. Noções de escrita e editoração de texto utilizando LibreOffice-Writer (versão 5.0.6 ou superior). . . . . . . 16
5. Noções de cálculo e organização de dados em planilhas eletrônicas utilizando o LibreOffice-Calc (versão
5.0.6 ou superior). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
6. Noções, como usuário, do funcionamento de computadores e de periféricos (impressoras e
digitalizadoras). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
7. Noções, como usuário, dos sistemas operacionais Windows 10 e Linux (Ubuntu versão 14 ou superior). . . . . . 65

História

1. Brasil Colônia. 1.1. Sistema colonial: sociedade do açúcar e da mineração. 1.2. Paraná: movimentos de
ocupação do território. 1.3. A Família Real no Brasil (1808-1822). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Brasil Império. 2.1. Paraná: a dinâmica do tropeirismo. 2.2. Café: escravidão e trabalho livre. 2.3. A
emancipação política do Paraná. 2.4. O ciclo da erva-mate. 2.5. A queda da monarquia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
3. Brasil República. 3.1. Implantação do regime republicano e conflitos sociais. 3.2. A Guerra do Contestado.
3.3. Política oligárquica e coronelismo. 3.4. A era Vargas: Estado, Trabalho e Cultura. 3.5. O Golpe Civil-Militar
de 1964. 3.6. Movimentos de resistência à ditadura. 3.7. A abertura política. 3.8. A Nova República e as
características do Estado Democrático de Direito estabelecidas pela Constituição de 1988. 3.8.1. Cidadania e
movimentos sociais. 3.8.2. A questão da desigualdade e da inclusão social. 3.8.3. A Democracia e o papel das
instituições de segurança pública . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

Geografia

1. População e estruturação socioespacial em múltiplas escalas (Paraná, Brasil, Mundo). 1.1. Teorias e conceitos
básicos em demografia e políticas demográficas. 1.2. Estrutura demográfica, distribuição da população e
novos arranjos familiares. Movimentos, redes de migração e impactos econômicos, culturais e sociais dos
deslocamentos populacionais. População, meio ambiente e riscos ambientais. 1.3. Transformação das relações
de trabalho e economia informal. 1.4. Diversidade étnica e cultural da população. 1.5. Geografias das diferenças:
questões de gênero, sexualidade e étnico-raciais. 1.6. Espacialidades e identidades territoriais. . . . . . . . . . . 01
2. Estrutura produtiva, economia e regionalização do espaço em múltiplas escalas (Paraná, Brasil, Mundo).
2.1. O espaço geográfico na formação econômica capitalista. 2.2. Exploração e uso de recursos naturais. 2.3.
Estrutura e dinâmica agrárias. 2.4. Industrialização, complexos industriais, concentração e desconcentração
das atividades industriais. 2.5. Espacialidade do setor terciário: comércio, sistema financeiro. 2.6. Redes de
transporte, energia e telecomunicações. 2.7. Processos de urbanização, produção, planejamento e estruturação
do espaço urbano e metropolitano. 2.8. As relações rurais-urbanas, novas ruralidades e problemáticas
socioambientais no campo e na cidade. 2.9. Evolução da estrutura fundiária, estrangeirização de terras, reforma
agrária e movimentos sociais no campo. 2.10. Agronegócio: dinâmica produtiva, econômica e regional. 2.11.
Povos e comunidades tradicionais e conflitos por terra e território no Brasil. 2.12. Produção e comercialização
de alimentos, segurança, soberania alimentar e agroecologia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3. Formação, estrutura e organização política do Brasil e do mundo contemporâneo. 3.1. Produção histórica
e contemporânea do território no Brasil. 3.2. Federalismo, federação e divisão territorial no Brasil. 3.3.
Formação e problemática contemporânea das fronteiras. 3.4. Conflitos geopolíticos emergentes: ambientais,
sociais, religiosos e econômicos. 3.5. Ordem mundial e territórios supranacionais: blocos e fluxos econômicos
e políticos, alianças militares e movimentos sociais internacionais. 3.6. Regionalização e a organização do novo
sistema mundial. 3.7. Globalização: características, impactos negativos e positivos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4. A representação do espaço terrestre. 4.1. A evolução das representações cartográficas e a introdução das
novas tecnologias para o mapeamento, através do sensoriamento remoto (fotografias aéreas e imagens de
satélite) e dos Sistemas de Posicionamento Terrestre (GPS). 4.2. As formas básicas de representação do espaço
terrestre e das distribuições dos fenômenos geográficos (mapas, cartas, plantas e cartogramas). 4.3. Escalas,
reconhecimento e cálculo. 4.4. Sistema de coordenadas geográficas e a orientação no espaço terrestre. 4.5.
Projeções cartográficas. 4.6. Identificação dos principais elementos de uma representação cartográfica, leitura
e interpretação de tabelas, gráficos, perfis, plantas, cartas, mapas e cartogramas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

Legislação

1. Lei nº 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) e suas alterações. 1.1. Parte geral: Título I – Das
Disposições Preliminares. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
Título II – Dos Direitos Fundamentais: Capítulos I (Do Direito à Vida e à Saúde), II (Do Direito à Liberdade, ao
Respeito e à Dignidade), III (Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária), IV (Do Direito à Educação, à
Cultura, ao Esporte e ao Lazer) e V (Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho. . . . . . . . . . . . . 01
Título III – Da Prevenção: Capítulo II, Seção I (Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Espetáculos),
Seção II (Dos Produtos e Serviços) e Seção III (Da Autorização para Viajar). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.2. Parte Especial: Título III – Da Prática de Ato Infracional: Capítulos I (Disposições Gerais), II (Dos Direitos
Individuais) e III (Das garantias processuais) e IV (Das Medidas Socioeducativas). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Título IV – Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Título V – Do Conselho Tutelar: Capítulos I (Disposições Gerais) e II (Das Atribuições do Conselho). . . . . . . 16
LÍNGUA PORTUGUESA
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- Retorne ao texto sempre que necessário.


AS QUESTÕES DE LÍNGUA PORTUGUESA VI- Além disso, é importante entender com cuidado e aten-
SAM A AVERIGUAR A CAPACIDADE DA CANDI- ção os enunciados das questões.
DATA E DO CANDIDATO, QUANTO: À APREEN-
SÃO DO SIGNIFICADO GLOBAL DOS TEXTOS; - Reescreva o conteúdo lido.
Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resu-
mos, tópicos ou esquemas.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Além dessas dicas importantes, você também pode
Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, che- grifar palavras novas, e procurar seu significado para au-
gar a uma conclusão do que se lê. A interpretação é muito mentar seu vocabulário, fazer atividades como caça-pala-
ligada ao subentendido. Sendo assim, ela trabalha com o vras, ou cruzadinhas são uma distração, mas também um
que se pode deduzir de um texto. aprendizado.
A interpretação implica a mobilização dos conhecimen- Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar
tos prévios que cada pessoa possui antes da leitura de um a compreensão do texto e ajudar a aprovação, ela também
determinado texto, pressupõe que a aquisição do novo estimula nossa imaginação, distrai, relaxa, informa, educa,
conteúdo lido estabeleça uma relação com a informação já atualiza, melhora nosso foco, cria perspectivas, nos torna
possuída, o que leva ao crescimento do conhecimento do reflexivos, pensantes, além de melhorar nossa habilidade
leitor, e espera que haja uma apreciação pessoal e crítica de fala, de escrita e de memória.
sobre a análise do novo conteúdo lido, afetando de alguma Um texto para ser compreendido deve apresentar
forma o leitor. ideias seletas e organizadas, através dos parágrafos que é
composto pela ideia central, argumentação e/ou desenvol-
Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes ti-
vimento e a conclusão do texto.
pos de leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva, uma
O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é
leitura analítica e, por fim, uma leitura interpretativa.
a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-
-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argu-
É muito importante que você:
mentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento
das questões apresentadas na prova.
- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cida- Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um
de, estado, país e mundo; significado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escondida, e
- Se possível, procure por jornais escritos para saber por isso o candidato só precisa entendê-la – e não a com-
de notícias (e também da estrutura das palavras para dar plementar com algum valor individual. Portanto, apegue-se
opiniões); tão somente ao texto, e nunca extrapole a visão dele.
- Leia livros sobre diversos temas para sugar informa-
ções ortográficas, gramaticais e interpretativas; Questões
- Procure estar sempre informado sobre os assuntos
mais polêmicos; 01. (Prefeitura de São José do Rio Preto - SP -Audi-
- Procure debater ou conversar com diversas pessoas tor Fiscal Tributário Municipal – FCC – 2019)
sobre qualquer tema para presenciar opiniões diversas das
suas. Custos da ciência

Dicas para interpretar um texto: Peça a um congressista dos Estados Unidos para des-
tinar um milhão de dólares adicional à Fundação Nacional
- Leia lentamente o texto todo. da Ciência de seu país a fim de financiar pesquisas elemen-
No primeiro contato com o texto, o mais importante é tares, e ele, compreensivelmente, perguntará se o dinheiro
tentar compreender o sentido global do texto e identificar o não seria mais bem utilizado para financiar a capacitação
seu objetivo. de professores ou para conceder uma necessária isenção
de impostos a uma fábrica em seu distrito que vem enfren-
- Releia o texto quantas vezes forem necessárias. tando dificuldades.
Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de Para destinar recursos limitados, precisamos responder
cada parágrafo e compreender o desenvolvimento do texto. a perguntas do tipo “O que é mais importante?” e “O que
é bom?”. E essas não são perguntas científicas. A ciência
- Sublinhe as ideias mais importantes. pode explicar o que existe no mundo, como as coisas fun-
Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da cionam e o que poderia haver no futuro. Por definição, não
ideia principal e das ideias secundárias do texto. tem pretensões de saber o que  deveria  haver no futuro.
Somente religiões e ideologias procuram responder a essas
- Separe fatos de opiniões. perguntas.
O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, (Adaptado de: HARARI, Yuval Noah. Sapiens − Uma
objetivo e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, breve história da humanidade. Trad. Janaína Marcoanto-
tendenciosa e mutável). nio. Porto Alegre: L&PM, 2018, p. 283)

Língua Portuguesa 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


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No segundo parágrafo, o autor do texto (“eu, você, ela”), singular ou plural, presente ou passado
A) lembra que os procedimentos científicos não se con- etc. Cada língua tem regras que governam o modo como
fundem com projeções de valor religioso ou ideológico. as palavras devem ser combinadas para formar enunciados
B) admite que a ideologia e a religião podem ser deter- completos.
minantes para a metodologia de projetos científicos. T. JANSON (A história das línguas: uma introdução.
C) postula que os valores subjetivos de determinada Trad. de Marcos Bagno. São Paulo: Parábola, 2015, p. 23)
cultura podem ser parâmetros para a boa pesquisa acadê- 1
Refere-se à família linguística africana cuja caracte-
mica. rística destacada nos estudos de linguagem se vincula à
D) mostra que as perguntas feitas pela ciência, sendo presença de cliques
as mesmas que fazem a religião e a ideologia, têm respos-
tas distintas. Na discussão proposta, o autor adota uma concepção
E) assegura que os achados de uma pesquisa científica de língua fundamentada na abordagem:
não são necessariamente mais limitados que os da religião. A) prescritiva
B) estrutura
02. (Prefeitura de Rio de Janeiro - RJ – Professor - C) histórica
Prefeitura de Rio de Janeiro - RJ – 2019) D) informal

Texto I: As línguas do passado eram como as de 04. (Prefeitura de Campinas - SP – Instrutor Surdo –
hoje? (trecho) VUNESP – 2019)

Quando os linguistas afirmam que as línguas khoi-


san1, ou as línguas indígenas americanas, são tão avan-
çadas quanto as grandes línguas europeias, eles estão se
referindo ao sistema linguístico. Todas as características
fundamentais das línguas faladas no mundo afora são as
mesmas. Cada língua tem um conjunto de sons distintivos
que se combinam em palavras significativas. Cada língua
tem modos de denotar noções gramaticais como pessoa
(“eu, você, ela”), singular ou plural, presente ou passado
etc. Cada língua tem regras que governam o modo como
as palavras devem ser combinadas para formar enunciados
completos.
T. JANSON (A história das línguas: uma introdução.
Trad. de Marcos Bagno. São Paulo: Parábola, 2015, p. 23)
1
Refere-se à família linguística africana cuja caracte- A charge apresenta
rística destacada nos estudos de linguagem se vincula à A) a distinção entre duas atitudes saudáveis.
presença de cliques B) a diferença entre duas posturas opostas
C) os resultados positivos de uma ação.
O uso do pronome “cada” no texto pressupõe uma ideia de: D) a comparação entre dois comportamentos seme-
A) conjunto lhantes.
B) tempo E) o impacto de cada ato isolado sobre o ambiente.
C) dúvida
D) localização 05. (Prefeitura de Campinas - SP – Agente Fiscal Tri-
butário – VUNESP – 2019)
03. (Prefeitura de Rio de Janeiro - RJ – Professor -
Prefeitura de Rio de Janeiro - RJ- 2019) Redes antissociais

Texto I: As línguas do passado eram como as de Para além do hábito, as redes sociais se transformaram
hoje? (trecho) em paixão. Toda paixão nos torna cegos, incapazes de ver
o que nos cerca com bom senso, para não dizer lógica e
Quando os linguistas afirmam que as línguas khoi- racionalidade. Nesse momento de nossa experiência com
san1 , ou as línguas indígenas americanas, são tão avan- as redes sociais, convém prestar atenção no seu caráter
çadas quanto as grandes línguas europeias, eles estão se antissocial e psicopatológico. Ele é cada vez mais evidente.
referindo ao sistema linguístico. Todas as características O que estava escondido, aquilo que ficava oculto nas
fundamentais das línguas faladas no mundo afora são as microrrelações, no âmbito das casas e das famílias, diga-
mesmas. Cada língua tem um conjunto de sons distintivos mos que a neurose particular de cada um, tornou-se públi-
que se combinam em palavras significativas. Cada língua co. O termo neurose tem um caráter genérico e serve para
tem modos de denotar noções gramaticais como pessoa apontar algum sofrimento psíquico. Há níveis de sofrimen-

Língua Portuguesa 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


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to e suportabilidade por parte das pessoas. Buscar apoio tas sabem com que frequência a ideologia e a política se
psicológico para amenizar neuroses faz parte do histórico fazem passar por fatos. Rios, representados nos mapas por
de todas as linhagens da medicina ao longo do tempo. Ela linhas claras, são transformados não apenas em fronteiras
encontra nas redes sociais o seu lugar, pois toda neurose entre países, mas fronteiras “naturais”. Demarcações lin-
é um distúrbio que envolve algum aspecto relacional. As guísticas justificam fronteiras estatais.
nossas neuroses têm, inevitavelmente, relação com o que A própria escolha dos nomes nos mapas costuma criar
somos em relação a outros. Assim como é o outro que nos para os cartógrafos a necessidade de tomar decisões polí-
perturba na neurose, é também ele que pode nos curar. ticas. Como devem chamar lugares ou características geo-
Contudo, há muita neurose não tratada e ela também pro- gráficas que já têm vários nomes, ou aqueles cujos nomes
cura seu lugar. foram mudados oficialmente? Se for oferecida uma lista
A rede social poderia ter se tornado um lugar terapêutico alternativa, que nomes são indicados como principais? Se
para acolher as neuroses? Nesse sentido, poderia ser um os nomes mudaram, por quanto tempo devem os nomes
lugar de apoio, um lugar que trouxesse alento e desenvolvi- antigos ser lembrados?
mento emocional? Nas redes sociais, trata-se de convívios (HOBSBAWM, Eric. Tempos fraturados. Trad. Berilo
em grupo. Poderíamos pensar nelas no sentido potencial Vargas. São Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 109)
de terapias de grupo que fizessem bem a quem delas par-
ticipa; no entanto, as redes sociais parecem mais favorecer Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamen-
uma espécie de “enlouquecimento coletivo”. Nesse sentido, te o sentido de um segmento do primeiro parágrafo do texto
o caráter antissocial das redes precisa ser analisado. em:
(Cult, junho de 2019) A) um ar de espúria objetividade = um aspecto de pre-
tensa verdade.
Leia a charge. B) reino dos programas = domínio das ciências.
C) se fazem passar por fatos = subestimam a potência
do que é real.
D) sabem com que frequência = conhecem o quanto é
raro.
E) demarcações linguísticas = atribulações da lingua-
gem.

07. (TJ-MA – Técnico Judiciário – Técnico em Edifi-


cações – FCC -2019)

Como assistiremos a filmes daqui a 20 anos?

Com muitos cineastas trocando câmeras tradicionais


por câmeras 360 (que capturam vistas de todos os ângu-
los), o momento atual do cinema é comparável aos primei-
A partir da leitura do texto e da charge, é correto afirmar ros anos intensamente experimentais dos filmes no final do
que século 19 e início do século 20.
A) as pessoas têm buscado apoio psicológico nas re- Uma série de tecnologias em rápido desenvolvimen-
des sociais. to oferece um potencial incrível para o futuro dos filmes –
B) as relações pessoais e familiares se fortalecem nas como a realidade aumentada, a inteligência artificial e a ca-
redes sociais. pacidade cada vez maior de computadores de criar mundos
C) as redes sociais têm promovido certo enlouqueci- digitais detalhados.
mento coletivo. Como serão os filmes daqui a 20 anos? E como as his-
D) as redes sociais são lugares terapêuticos para aco- tórias cinematográficas do futuro diferem das experiências
lher as neuroses. disponíveis hoje? De acordo com o guru da realidade virtual
E) as pessoas vivem confusas e desagregadas sem as e artista Chris Milk, os filmes do futuro oferecerão experi-
redes sociais. ências imersivas sob medida. Eles serão capazes de “criar
uma história em tempo real que é só para você, que satis-
06. (TJ-MA – Oficial de Justiça – FCC -2019) faça exclusivamente a você e o que você gosta ou não”,
diz ele.
[Os nomes e os lugares] (Adaptado de: BUCKMASTER, Luke.
Disponível em: www.bbc.com)
É sempre perigoso usar termos geográficos no discurso
histórico. É preciso ter muita cautela, pois a cartografia dá O pronome “Eles”, em destaque no 3° parágrafo, faz
um ar de espúria objetividade a termos que, com frequên- referência aos
cia, talvez geralmente, pertencem à política, ao reino dos A) artistas individualistas do futuro.
programas, mais que à realidade. Historiadores e diploma- B) filmes da atualidade.

Língua Portuguesa 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


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C) espectadores do futuro.
D) diretores hoje renomados.
E) filmes do futuro.

08. (Prefeitura de Campinas - SP – Agente Administrativo – VUNESP – 2019)

De acordo com a fala da personagem no último quadrinho, o diálogo


A) contrapõe-se à tolerância.
B) decorre da tolerância.
C) depende da tolerância.
D) aumenta a tolerância.
E) abre espaço para a tolerância.

09. ( Prefeitura de Itapevi - SP – Orientador Social – VUNESP – 2019)

No contexto da tira, emprega-se a frase


A) “O mundo é uma máquina...”, em sentido próprio, para fazer referência ao atual estágio de evolução tecnológica
em que se encontra a humanidade.
B) “... é uma máquina de moer corações.”, em sentido figurado, para expressar a ideia de que, nas relações sociais,
predominam o respeito e o altruísmo.
C) “Como alguém tem coragem de operar...”, em sentido figurado, para condenar a apatia de algumas pessoas em um
contexto de transformações sociais.
D) “Certamente é gente...”, em sentido próprio, para negar que possam existir pessoas indiferentes ao fato de o mundo
ser um ambiente hostil.
E) “... gente que não tem coração.”, em sentido figurado, para se referir à insensibilidade de pessoas cujas ações
tornam o mundo um lugar opressivo.

Gabarito

01. A / 02. A / 03. B / 04. D / 05. C / 06. A / 07. E / 08. A / 09. E

Língua Portuguesa 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

TIPOLOGIA TEXTUAL Narração

Descrever, narrar, dissertar A narração constitui uma sequência temporal de ações


desencadeadas por personagens envoltas numa trama que
Tudo o que se escreve é redação. Elaboramos bilhe- culmina num clímax e que, geralmente, esclarecesse no
tes, cartas, telegramas, respostas de questões discursivas, desfecho.
contos, crônicas, romances, empregando as modalidades
redacionais ou tipos de composição: descrição,  narra- Ouvimos passos no corredor; era D. Fortunata. Capi-
ção ou dissertação. Geralmente as modalidades redacio- tu compôsse depressa, tão depressa que, quando a mãe
nais aparecem combinadas entre si. Seja qual for o tipo de apontou à porta, ela abanava a cabeça e ria. Nenhum laivo
composição, a criação de um texto envolve conteúdo (ní- amarelo, nenhuma contração de acanhamento, um riso es-
vel de ideias, mensagem, assunto), estrutura (organização pontâneo e claro, que ela explicou por estas palavras ale-
das ideias, distribuição adequada em introdução, desenvol- gres:
vimento e conclusão), linguagem (expressividade, seleção — Mamãe, olhe como este senhor cabeleireiro me pen-
de vocabulário) e gramática (norma da língua). teou; pediu-me para acabar o penteado, e fez isto. Veja que
tranças!
Narra-se o que tem história, o que é factual, o que — Que tem? acudiu a mãe, transbordando de benevo-
acontece no tempo; afinal, o narrador só conta o que viu lência. Está muito bem, ninguém dirá que é de pessoa que
acontecer, o que lhe contaram como tendo acontecido ou não sabe pentear.
aquilo que ele próprio criou para acontecer. — O quê, mamãe? Isto? redarguiu Capitu, desfazendo
as tranças. Ora, mamãe!
Descreve-se o que tem sensorialidade e, principal- E com um enfadamento gracioso e voluntário que às
mente, perceptibilidade; afinal, o descrevedor é um discri- vezes tinha, pegou do pente e alisou os cabelos para reno-
minador de sensações. Assim, descreve-se o que se vê ou var o penteado. D. Fortunata chamou-lhe tonta, e disse-lhe
imagina-se ver, o que se ouve ou imagina-se ouvir, o que se que não fizesse caso, não era nada, maluquices da filha.
pega ou imagina-se pegar, o que se prova gustativamente Olhava com ternura para mim e para ela. Depois, parece-
ou imagina-se provar, o que se cheira ou imagina-se chei- -me que desconfiou. Vendo-me calado, enfiado, cosido à
rar. Em outras palavras, descreve-se o que tem linhas, for- parede, achou talvez que houvera entre nós algo mais que
ma, volume, cor, tamanho, espessura, consistência, cheiro, penteado, e sorriu por dissimulação...
gosto etc. Sentimentos e sensações também podem ser ca- (Machado de Assis)
racterizados pela descrição (exemplos: paixão abrasadora,
raiva surda). O narrador conta fatos que ocorrem no tempo, recor-
dando, imaginando ou vendo... O descrevedor caracteriza
Disserta-se sobre o que pode ser discutido; o disser- entes localizados no espaço. Para isso, basta sentir, perce-
tador trabalha com ideias, para montar juízos e raciocínios. ber e, principalmente, ver. O dissertador expõe juízos estru-
turados racionalmente.
Descrição A trama narrativa apreende a ocorrência na sua dinâ-
mica temporal. O processo descritivo suspende o tempo e
A descrição procura apresentar, com palavras, a ima- capta o ente na sua espacialidade atemporal. A estrutura
gem de seres animados ou inanimados — em seus traços dissertativa articula ideias, relaciona juízos, monta raciocí-
mais peculiares e marcantes —, captados através dos cinco nios e engendra teses.
sentidos. A caracterização desses entes obedece a uma de- O texto narrativo é caracterizado pelos verbos nocio-
limitação espacial. nais (ações, fenômenos e movimentos); o descritivo, pelos
verbos relacionais (estados, qualidades e condições) ou
O quarto respirava todo um ar triste de desmazelo e pela ausência de verbos; o dissertativo, indiferentemente,
boemia. Fazia má impressão estar ali: o vômito de Amâncio pelos verbos nocionais e/ou relacionais.
secava-se no chão, azedando o ambiente; a louça, que ser-
via ao último jantar, ainda coberta pela gordura coalhada, Dissertação
aparecia dentro de uma lata abominável, cheia de contu-
sões e roída de ferrugem. Uma banquinha, encostada à pa- A dissertação  consiste na exposição lógica de ideias
rede, dizia com seu frio aspecto desarranjado que alguém discutidas com criticidade por meio de argumentos bem
estivera aí a trabalhar durante a noite, até que se extinguira fundamentados.
a vela, cujas últimas gotas de estearina se derramavam me-
lancolicamente pelas bordas de um frasco vazio de xarope Homens e livros
Larose, que lhe fizera as vezes de castiçal.
(Aluísio Azevedo) Monteiro Lobato dizia que um país se faz com homens
e livros. O Brasil tem homens e livros. O problema é o pre-
ço. A vida humana está valendo muito pouco, já as cifras
cobradas por livros exorbitam.

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A notícia de que uma mãe vendeu o seu filho à enfer- QUESTÕES


meira por R$ 200,00, em duas prestações, mostra como
anda baixa a cotação da vida humana neste país. Se esse 01. ( CRECI - 5º Região (GO) - Profissional de Supor-
é o valor que uma mãe atribui a seu próprio filho, o que dizer te Administrativo – QUADRIX – 2019)
quando não existem vínculos de parentesco. De uma fútil
briga de trânsito aos interesses da indústria do tráfico, no
Brasil, hoje, mata-se por nada.
A falta de instrução, impedindo a maioria dos brasileiros
de conhecer o conceito de cidadania, está entre as causas
das brutais taxas de violência registradas no país.
Os livros são, como é óbvio, a principal fonte de ins-
trução já inventada pelo homem. E, para aprender com os
livros, são necessárias apenas duas condições: saber lê-los
e poder adquiri-los. Pelo menos 23% dos brasileiros já en-
contram um obstáculo intransponível na primeira condição.
Um número incalculável, mas certamente bastante alto, es-
barra na segunda.
Aqui, um exemplar de uma obra de cerca de cem pá-
ginas sai por cerca de R$ 15,00, ou seja, 15% do salário
mínimo. Nos EUA, uma obra com quase mil páginas custa
US$ 7,95, menos da metade da brasileira e com 900 pági-
nas a mais.
O principal fator para explicar o alto preço das edições
nacionais são as pequenas tiragens. Num país onde pouco
se lê, de nada adianta fazer grandes tiragens. Perde-se, as-
sim, a possibilidade de reduzir o custo do produto por meio
dos ganhos de produção de escala.
Numa aparente contradição à famosa lei da oferta e da
procura, o livro no Brasil é caro porque o brasileiro não lê.
Vencer esse suposto paradoxo, alfabetizando a população
e incentivando-a a ler cada vez mais, poderia resultar num
salutar processo de queda do preço do livro e valorização
da vida.
Um país se faz com homens e livros. Mas é preciso que
os homens valham mais, muito mais, do que os livros.
(Folha de S. Paulo)

Na  narração, encontramos traços descritivos que ca-


racterizam cenários, personagens ou outros elementos da
história.
A descrição pode iniciar-se com um pequeno parágra- No texto, há predominância da tipologia:
fo narrativo para precisar a localização espacial. A) narrativa.
A dissertação pode apresentar tese ou breves trechos B) dissertativa.
argumentativos de natureza descritiva ou narrativa, desde C) descritiva.
que sejam exemplificativos para o assunto abordado. D) injuntiva.
E) instrucional.
Resumindo:
A descrição caracteriza seres num determinado espa-
ço → fotografia.
A narração sequencia ações num determinado tem-
po → história.
A dissertação expõe, questiona e avalia juízos → dis-
cussão.

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02. (Prefeitura de Cuiabá - MT - Profissional Nível Médio - Oficial Administrativo – IBFC – 2019)
Leia a charge a seguir e assinale a alternativa incorreta.

A) O texto faz uso da prosopopeia, ou seja, da personificação de objetos inanimados para representar as mudanças
tecnológicas.
B) O vocábulo “moleque”, que aparece no balão da direita, é o sujeito da oração.
C) O vocábulo “moleque”, que aparece no balão da direita, é o vocativo da oração.
D) O vocábulo “moleque”, que aparece no balão da direita, alude à novidade tecnológica.

03. (Prefeitura de Teixeiras - MG - Assistente Administrativo – FUNDEP -Gestão de Concursos – 2019)


Analise os textos a seguir.

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Apesar de distintos, os dois textos pertencem à mesma 05. (Prefeitura de Salvador - BA - Técnico de Enfer-
tipologia. Trata-se, portanto, de textos magem do Trabalho – FGV – 2019)
A) injuntivos.
B) narrativos. Não foi para isso
C) dissertativos.
D) descritivos. “Não sei se é verdade. Dizem que Santos-Dumont sui-
cidou-se quando soube que, durante a Guerra Mundial,
04. (BRB – IADES-2019- Escriturário – IADES – 2019) a primeira, de 1914 a 1918, estavam usando aviões para
bombardear cidades indefesas. Não fora para isso -- pensa-
va ele -- que inventara a navegabilidade no ar, façanha que
ninguém lhe contesta, tampouco inventara o avião, cuja au-
toria lhe é indevidamente negada pelos norte-americanos.
Excetuando o Dr. Guilhotin, que construiu um aparelho
específico para matar mais rapidamente durante os anos
do Terror, na Revolução Francesa, em geral o pessoal que
inventa alguma coisa pensa em beneficiar a humanidade,
dotando-a de recursos que tornam a vida melhor, se possí-
vel para todos”.
Carlos Heitor Cony, in Folha de São Paulo.
27/12/2007.

Esse fragmento de uma crônica de Cony é um exemplo


de texto:
A) didático, pois ensina algo sobre personagens famo-
sos.
B) descritivo, pois fornece dados sobre as invenções
citadas.
C) narrativo, pois relata a história da criação do avião e
da guilhotina.
D) argumentativo, pois apresenta fato que comprova o
título da crônica.
E) histórico, pois traz informações sobre o passado a
fim de registrá-lo.
Com relação à tipologia, assinale a alternativa correta.
A) Os dois primeiros períodos do texto correspondem 06. (DPE-RJ - Técnico Médio de Defensoria Pública
ao tópico-frasal de um parágrafo argumentativo, em que se – FGV – 2019)
apresenta um ponto de vista acerca dos primeiros compu-
tadores. “Em linhas gerais a arquitetura brasileira sempre con-
B) O parágrafo apresenta características de texto injun- servou a boa tradição da arquitetura portuguesa. De Por-
tivo, visto que pretende convencer o leitor da importância do tugal, desde o descobrimento do Brasil, vieram para aqui
uso de computadores em bancos e seguradoras. os fundamentos típicos da arquitetura colonial. Não se ve-
C) O parágrafo corresponde à introdução de um texto rificou, todavia, uma transplantação integral de gosto e de
narrativo, em que se apresenta a história da evolução dos estilo, porque as novas condições de vida em clima e terras
computadores. diferentes impuseram adaptações e mesmo improvisações
D) O texto é predominantemente informativo, já que que acabariam por dar à do Brasil uma feição um tanto dife-
pretende apenas apresentar fatos que compõem uma breve rente da arquitetura genuinamente portuguesa ou de feição
história dos computadores e a importância deles. portuguesa. E como arquitetura portuguesa, nesse caso,
E) O texto é predominantemente descritivo, uma vez cumpre reconhecer a de característica ou de estilo barroco”.
que objetiva pormenorizar o funcionamento dos computa- (Luís Jardim, Arquitetura brasileira. Cultura, SP: 1952)
dores do respectivo surgimento aos dias de hoje.
Pela estrutura geral do texto 2, ele deve ser incluído
entre os textos:
A) descritivos;
B) narrativos;
C) dissertativo-expositivos;
D) dissertativo-argumentativos;
E) injuntivos.

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07. (DPE-RJ - Técnico Médio de Defensoria Pública – FGV – 2019)


O jornal O Globo, de 15/2/2019, publicou o seguinte texto:

“Sem equipamentos, previsão de tempo no Rio é falha. Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mos-
tram que o Rio tem apenas sete estações meteorológicas na capital, insuficientes para prever ou monitorar com precisão o
volume de chuvas. Pelo padrão internacional, seriam necessárias 84 no município. Falta de pessoal também é problema”.

Sendo um texto informativo, o texto apresenta a seguinte falha:


A) mostra dois problemas sem dar detalhes;
B) deixa de indicar o problema mais grave;
C) não indica a razão de a previsão ser falha;
D) anexa uma frase final não previsível no título;
E) confusão semântica entre Rio, capital e município.

08. (UERJ – Técnico em Enfermagem – CEPUERJ – 2019)

A fala do médico pode ser considerada um exemplo do modo de organização textual:


A) argumentativo, uma vez que apresenta argumentos para defender a literatura como método terapêutico.
B) injuntivo, uma vez que apresenta instruções para a obtenção de uma vida saudável por meio da terapia literária.
C) narrativo, uma vez que narra situações em que a literatura pode ser empregada como um recurso terapêutico.
D) descritivo, uma vez que descreve os procedimentos terapêuticos necessários para viver melhor com o auxílio da
literatura.

Gabarito

01. B / 02. B / 03. A / 04. D / 05.D / 06. D / 07.D / 08. B

GÊNEROS TEXTUAIS

Os gêneros variam de acordo com a intenção comunicativa e com as particularidades em relação à linguagem, à
estrutura e ao conteúdo. Assim, os gêneros textuais exercem uma função social dentro de um processo de comunicação.
O processo de comunicação se dá através dos gêneros textuais, pois eles estão intimamente ligados à história da
comunicação e da linguagem. Cada gênero textual apresenta especificidades que permitem identificar a sua classificação.
Os gêneros possuem estruturas e características próprias, no entanto, vale ressaltar que eles são flexíveis e não possuem
estrutura fixa.
Desse modo, os gêneros textuais estão em permanente evolução. Isso significa que dependendo da necessidade de
comunicação, novos gêneros podem surgir. A linguagem aparece nos textos de forma diversa. Alguns textos podem apre-
sentar mais de um tipo de linguagem, em outros a linguagem pode aparecer de forma mesclada. Portanto, para identificar

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o gênero de um texto, é preciso observar qual a linguagem II. Conter sempre um comando, que oriente a popula-
predominante. Para isso, o primeiro passo é conhecer quais ção a adotar um comportamento, e uma promessa de be-
são os tipos de gêneros textuais. nefício, individual ou coletivo, que possa vir a ser cobrado
pelo cidadão;
Propaganda III. Expressar-se com objetividade e clareza;
IV. Utilizar linguagem de fácil entendimento para o ci-
Conjunto das técnicas e atividades de informação e de dadão.
persuasão, destinadas a influenciar as opiniões, os senti-
mentos e as atitudes do público num determinado sentido. Cartum (do inglês cartoon)
Ação planejada e racional, desenvolvida através dos veí-
culos de comunicação, para divulgação das vantagens, “Desenho caricatural que apresenta uma situação hu-
das qualidades e da superioridade de um produto, de um morística, utilizando, ou não, legendas.” (Aurélio). Desenho
serviço, de uma marca, de uma ideia, de uma doutrina, de humorístico ou caricatural, espécie de anedota gráfica, que
uma instituição etc. Processo de disseminar informações satiriza os comportamentos humanos, geralmente destina-
para fins ideológicos (políticos, filosóficos, religiosos) ou da à publicação jornalística.
para fins comerciais. No Brasil e em alguns outros países
de língua latina, as palavras propaganda e publicidade são Charge
geralmente usadas com o mesmo sentido, e esta tendência
para ser definitiva, independente das tentativas de definição Representação pictórica, de caráter burlesco e carica-
que possamos elaborar em dicionários ou em livros acadê- tural, em que se satiriza um fato específico, em geral de
micos. As expressões agência de propaganda e agência de caráter político e que é do conhecimento público.
publicidade são usadas indistintamente.
Qualquer mensagem, texto, anúncio, cartaz etc., com Tira
caráter publicitário.
(Dicionário de Comunicação, Carlos Alberto Rabaça.) Segmento de uma história em quadrinhos, usualmente
constituído de uma única faixa horizontal, contendo três ou
Anúncio publicitário quatro quadros.

O anúncio publicitário (ou simplesmente publicidade) História em quadrinhos


é um gênero textual que promove um produto ou uma ideia
sendo veiculado pelos meios de comunicação de massa:  Arte de narrar uma história através da sequência de de-
jornais, revistas, televisão, rádio e internet. Podemos en- senhos e legendas dispostos em quadros.
contrá-lo também em outdoors, panfletos, faixas ou carta-
zes na rua, no ônibus, no metrô etc. Slogan
A principal característica desse tipo de texto é precisa-
mente o convencimento do consumidor para a compra Palavra ou frase usada com frequência, em geral asso-
de um produto ou serviço. ciada à propaganda comercial. Expressão concisa, fácil de
Os publicitários, ou seja, aqueles que produzem os lembrar, utilizada em campanhas políticas, de publicidade,
anúncios publicitários, utilizam diversas ferramentas dis- de propaganda, para lançar um produto, marca etc.
cursivas, como imagens linguagens simples e humor,
como o intuito de chamar a atenção do consumidor. Para Carta
tanto, apresentam verbos no imperativo, vocativo ou prono-
mes de tratamento como você, senhor, senhora etc. A carta é uma modalidade redacional livre, pois nela
“Você também pode ter um”; “Estudante, faça o curso podem aparecer a narração, a descrição, a reflexão ou o
conosco”, “Compre dois e leve três”. parecer dissertativo. O que determina a abordagem, a lin-
De acordo com as funções de linguagem, os anúncios guagem e os aspectos formais de uma carta é o fim a que
publicitários são textos que apresentam a função conati- ela se destina: um amigo, um negócio, um interesse pesso-
va ou apelativa da linguagem. al, um ente amado, um parente, uma seção de jornal ou re-
vista etc. Assim, as cartas podem ser amorosas, familiares,
Publicidade de utilidade pública didáticas, apreciativas ou críticas, doutrinárias.
A estética da carta varia conforme a finalidade. Se o
Destina-se a divulgar temas de interesse social e apre- destinatário é um órgão do governo, a carta deve conter
senta comando de ação objetivo, claro e de fácil entendi- procedimentos formais como a disposição da data, do vo-
mento, com o intuito de informar, educar, orientar, mobilizar, cativo (nome, cargo ou título do destinatário), do remetente
prevenir ou alertar a população para a adoção de compor- e a assinatura.
tamentos que gerem benefícios individuais e/ou coletivos; No caso das correspondências comercial e oficial —
Publicidade de utilidade pública deve: textos jurídicos, comunicados, ofícios, memorandos emiti-
I. Vincular-se a objetos sociais de inquestionável inte- dos por órgãos públicos —, a linguagem é muitas vezes
resse público, sempre assumindo caráter educativo, infor- feita de jargões e expressões de uso comum ao contexto
mativo ou de orientação social; que lhes é próprio.

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Quando um exame vestibular sugere uma carta como proposta, o aspecto formal, bem como a abertura e o fechamen-
to do texto segundo o jargão, é irrelevante, pois o que prevalece é o conteúdo e a linguagem.

O gênero epistolar na literatura

É preciso enfatizar que uma obra literária pode apresentar a forma de carta sem, contudo, pertencer ao gênero epis-
tolar, como é, por exemplo, o caso de Lucíola, de José de Alencar: a história é narrada através de cartas dirigidas a uma
senhora, o que não descaracteriza a obra como romance.
Há exemplos famosos de correspondências apreciativas ou críticas, como as de Machado de Assis, Eça de Queirós,
Mário de Andrade e outros escritores.
Entre as cartas doutrinárias, temos as religiosas, como as epístolas de São Paulo, e as políticas, como algumas cartas
de Pe. Antônio Vieira.

Carta persuasiva

A carta tem teor crítico e assemelha-se à dissertação, quando a intenção de quem escreve é envolver o leitor de ma-
neira a persuadi-lo a fazer algo, ou mudar de opinião a respeito de determinado assunto. A diferença entre as duas moda-
lidades (carta e dissertação) é que na carta aparece o vocativo (pessoa a quem se destina); assim, o leitor é determinado
e não impessoal como no caso da dissertação. Na carta persuasiva, o remetente deve apresentar um texto organizado
segundo a estrutura dissertativa (tese, argumentação e conclusão). Os argumentos devem ser bem fundamentados a
partir de exemplos extraídos do cotidiano ou da história e a conclusão deve convencer o destinatário a apoiar o remetente.

Dessa forma, tanto na carta quanto na dissertação são indispensáveis:


a) organização: obedecer à sequência lógica do assunto;
b) unidade: o corpo da carta (conteúdo) deve relacionar-se (sem desvios) ao assunto posto em discussão;
c) coerência: ideias devidamente concatenadas entre parágrafos e uso correto dos elementos de ligação (preposi-
ções, conjunções e advérbios);
d) clareza: diversidade e adequação do vocabulário; a linguagem deve refletir o padrão culto da língua;
e) concisão: as palavras em pregadas devem ser fundamentais e informativas;
f) criticidade: exame e discussão crítica do assunto.
A carta persuasiva é uma das opções do vestibular da Unicamp.
No vestibular, se optar pela carta, você deve lembrar-se de que esta modalidade textual tem por finalidade persu-
adir o leitor. Portanto, a argumentação é o forte, tal como no caso do texto dissertativo. Lembre-se, também, de não
assiná-la ao terminar; use apenas as iniciais de seu nome.
-
Os pronomes de tratamento devem ser usados corretamente, bem como suas abreviações.

Abreviatura
Vossa(s) Alteza(s) V.A., VV.AA. Príncipes, (arqui) duques
Vossa(s) Eminência(s) V.Emª(s) Cardeais
Altas autoridades do governo e das classes ar-
Vossa(s) Excelência(s) V.Exª(s)
madas
Vossa(s) Magnificência(s) V.Magª(s) Reitores de universidades
Vossa Santidade V.S. Papa
Funcionários públicos, oficiais até coronel, pes-
Vossa(s) Senhoria(s) V.Sª(s)
soas de cerimônia

AO ESTABELECIMENTO DE RELAÇÕES INTRATEXTUAIS E INTERTEXTUAIS;

INTERTEXTUALIDADE

Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece entre dois textos, quando um texto já criado exerce in-
fluência na criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualidade como sendo a criação de um texto a partir
de outro texto já existente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções diferentes que dependem muito dos
textos/contextos em que ela é inserida.

Língua Portuguesa 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conheci- incontestadas anteriormente, com esse processo há uma
mento, não se restringindo única e exclusivamente a textos indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca
literários. pela verdade real, concebida através do raciocínio e da crí-
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade tica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo dessa
assume a função de não só persuadir o leitor como também arte, frequentemente os discursos de políticos são aborda-
de difundir a cultura, uma vez que se trata de uma relação dos de maneira cômica e contestadora, provocando risos e
com a arte (pintura, escultura, literatura etc). Intertextualida- também reflexão a respeito da demagogia praticada pela
de é a relação entre dois textos caracterizada por um citar classe dominante.
o outro.
A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras,
quando um texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de textos científicos, desde artigos, resenhas, monografias,
alguma maneira, se utiliza de outro na elaboração de sua uma vez que consiste no acréscimo de uma frase ou pará-
mensagem. Os dois textos – a fonte e o que dialoga com grafo que tenha alguma relação com o que será discutido
ela – podem ser do mesmo gênero ou de gêneros distintos, no texto. Do grego, o termo “epígrafhe” é formado pelos vo-
terem a mesma finalidade ou propósitos diferentes. Assim, cábulos “epi” (posição superior) e “graphé” (escrita). Como
como você constatou, uma história em quadrinhos pode exemplo podemos citar um artigo sobre Patrimônio Cultural
utilizar algo de um texto científico, assim como um poema e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.): “A
pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de opi- cultura é o melhor conforto para a velhice”.
nião pode mencionar um provérbio conhecido.
Há várias maneiras de um texto manter intertextua- A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras
lidade com outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao numa produção textual, de forma que dialoga com ele; ge-
reproduzi-lo com outras palavras, ao traduzi-lo para outro ralmente vem expressa entre aspas e itálico, já que se trata
idioma, ao ampliá-lo, ao tomá-lo como ponto de partida, ao da enunciação de outro autor. Esse recurso é importante
defendê-lo, ao criticá-lo, ao ironizá-lo ou ao compará-lo com haja vista que sua apresentação sem relacionar a fonte uti-
outros. lizada é considerado “plágio”. Do Latim, o termo “citação”
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocor- (citare) significa convocar.
re algum grau de intertextualidade, pois quando falamos,
escrevemos, desenhamos, pintamos, moldamos, ou seja, A Alusão faz referência aos elementos presentes em
sempre que nos expressamos, estamos nos valendo de outros textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é
ideias e conceitos que já foram formulados por outros para formado por dois termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
reafirmá-los, ampliá-los ou mesmo contradizê-los. Em ou-
tras palavras, não há textos absolutamente originais, pois Pastiche é uma recorrência a um gênero.
eles sempre – de maneira explícita ou implícita – mantêm
alguma relação com algo que foi visto, ouvido ou lido. A Tradução está no campo da intertextualidade porque
implica a recriação de um texto.
Tipos de Intertextualidade
Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao “co-
A intertextualidade acontece quando há uma referência nhecimento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou
explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode seja, comum ao produtor e ao receptor de textos.
ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, A intertextualidade pressupõe um universo cultural
filme, novela etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à ou- muito amplo e complexo, pois implica a identificação / o re-
tra ocorre a intertextualidade. conhecimento de remissões a obras ou a textos / trechos
Por isso é importante para o leitor o conhecimento mais, ou menos conhecidos, além de exigir do interlocutor
de mundo, um saber prévio, para reconhecer e identificar a capacidade de interpretar a função daquela citação ou
quando há um diálogo entre os textos. A intertextualidade alusão em questão.
pode ocorrer afirmando as mesmas ideias da obra citada
ou contestando-as. Intertextualidade explícita e intertextualidade implí-
cita
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia
do texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita
atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto ou implícita, de acordo com a relação estabelecida com o
citado. É dizer com outras palavras o que já foi dito. texto fonte, ou seja, se mais direta ou se mais subentendida.

A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar ou- A intertextualidade explícita:


tros textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e - é facilmente identificada pelos leitores;
por isso é objeto de interesse para os estudiosos da língua - estabelece uma relação direta com o texto fonte;
e das artes. Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a - apresenta elementos que identificam o texto fonte;
voz do texto original é retomada para transformar seu sen- - não exige que haja dedução por parte do leitor;
tido, leva o leitor a uma reflexão crítica de suas verdades - apenas apela à compreensão do conteúdos.

Língua Portuguesa 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A intertextualidade implícita: 02. (CS-UFG – Técnico de Engenharia – SANEAGO


- não é facilmente identificada pelos leitores; – 2018)
- não estabelece uma relação direta com o texto fonte;
- não apresenta elementos que identificam o texto fonte;
- exige que haja dedução, inferência, atenção e análise
por parte dos leitores;
- exige que os leitores recorram a conhecimentos pré-
vios para a compreensão do conteúdo.

Questões

01. (Prefeitura de Rondonópolis – MT – Procurador


Jurídico – Prefeitura de Rondonópolis – 2019)

Instrução: Leia atentamente os dois primeiros pa-


rágrafos do texto Panta rei?, do filósofo Mario Sergio
Cortella e responda à questão.

Novo ano, vida nova? Esperança não delirante? Então,


mais uma vez, cante -se a primeira estrofe da marcha-ran-
cho “Até quarta-feira” (composta por H. Silva e Paulo Setti), RUCKE. Disponível em: <http://hfgeografia.blogspot.
grande sucesso em 1967 na voz do sambista Noite Ilustra- com.br/2011/10/?m=0>. Acesso em: 20 jan. 2018.
da: “este ano não vai ser igual àquele que passou”. Então,
novamente, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima! Quanto à construção de sentido do texto, o principal re-
curso empregado foi a:
Em meados do século 20, o mesmo Noite Ilustrada gravou
A) ambiguidade.
esse clássico do cientista Paulo Vanzolini e, desde aquela
B) intertextualidade.
época, amiúde recordamos da fundamental – em todos os
C) inferência.
sentidos – “Volta por cima”. Afinal em vários momentos e de
D) pressuposição.
muitas maneiras, cada um do seu jeito, sempre podemos
dizer que “ali onde eu chorei / qualquer um chorava / dar a
03. (TJ-CE – Técnico Judiciário- Área Judiciária –
volta por cima que eu dei / quero ver quem dava”.
FGV – 2019)
Este ano não vai ser igual àquele que passou! Aliás, da- Algumas frases são construídas tendo por base outras
ria para ser de outro modo? Há possibilidade de algum ano, já formuladas e conhecidas (intertextualidade); isso só NÃO
mês ou dia ser idêntico a outro qualquer, como se ficás- ocorre em:
semos aprisionados no “feitiço do tempo”? Eis aí a chave A) Em dentadura dada não se olham os dentes;
para abrir um dos pensamentos mais instigantes quando se B) A justiça pode ser cega, mas não devemos fazê-la
deseja refletir sobre a vida no dia a dia e as intercorrências paralítica;
dela advindas; fala-se com frequência uma frase que pare- C) Água mole em pedra dura tanto bate até que causa
ceria máxima popular: “Nenhum homem toma banho duas um rombo;
vezes no mesmo rio, pois, quando volta a ele, nem o rio é o D) A pressa é inimiga da refeição;
mesmo e nem mais o homem o é”. [...] E) Para mim, o verdadeiro valor é a prudência.
(CORTELLA, M. S. Não espere pelo epitáfio. Provo-
cações filosóficas. Petrópolis: Vozes, 2014.) 04. (Prefeitura de Quatro Barras – PR – Agente de
Combate a Endemias – NC- UFPR-2019)
Entre os recursos linguísticos empregados na constru-
ção de um texto está a intertextualidade. Qual trecho desse Livro “A Hora do Lanche” avalia merendas pelo
texto NÃO é exemplo de intertextualidade explícita? mundo
A) este ano não vai ser igual àquele que passou.
B) um dos pensamentos mais instigantes quando se _______________ seja recomendada a presença de
deseja refletir sobre a vida no dia a dia. verduras nas merendas, as escolas indianas dependem
C) levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima. muito do custo governamental, que é bastante precário, e
D) ali onde eu chorei / qualquer um chorava / dar a logo não dispõem de recursos financeiros para comprá-las.
volta por cima que eu dei / quero ver quem dava. Conhecido como dal, esse prato de lentilha, ervilha ou grão
de bico cozido, é uma das refeições mais comuns na Índia,
rico em proteína, ferro e fibras, e ideal para os indianos que
seguem a religião hinduísta e não comem carnes.
A sopa colorida chama-se borsch e a cor intensa vem
da beterraba, rica em fibras e excelente fonte de nutrientes.
A kasha é um mingau feito de trigo ou outros cereais, como

Língua Portuguesa 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

farinha e aveia, temperado com sal, manteiga e cebola frita. O trecho retirado do site da Sanepar faz referência a:
O pão está sempre presente no prato dos russos, que che- A) solicitação de serviço.
gam a comer em média 60 kg de pão por ano. B) deveres do cliente em relação ao hidrômetro.
    Não há programa de merenda escolar no México, por C) aplicação de multa ao cliente.
isso as crianças comem o que trazem de casa. Batata chips D) denúncia de violação de hidrômetro.
é um petisco comum entre os alunos, sendo acompanha- E) oferta de venda de hidrômetro.
da – pela maior parte das crianças – por refrigerante. Pou-
cas escolhem algo mais saudável, como frutas, sanduíche Gabarito
natural e suco. Não é à toa que 1/3 das crianças em idade
escolar estão com sobrepeso ou obesas. 01. B / 02. B / 03. E / 04. E / 05. C / 06. B
    As cenouras são o segundo legume predileto dos
ingleses, e são cultivadas no próprio país. Rosbife ou carne
assada com molho é a receita do prato tradicional inglês.
O yorkshire pudding é um bolinho assado e depois frito, que
era servido de acompanhamento para reforçar o jantar das AO RECONHECIMENTO DA FUNÇÃO DESEMPE-
famílias mais pobres, e hoje alunos ingleses de baixa renda NHADA POR DIFERENTES RECURSOS GRAMA-
podem comer de graça nas escolas. TICAIS NO TEXTO, NOS NÍVEIS FONOLÓGICO,
(Adaptado de: https://revistacrescer.globo.com/Crian- MORFOLÓGICO, SINTÁTICO, SEMÂNTICO E
cas/Alimentacao/noticia/2015/08/livro-hora-do-lanche-ava- TEXTUAL/DISCURSIVO;
lia-merendas-pelo-mundo.html) 
  FONÉTICA E FONOLOGIA: LETRA E FONEMA
As palavras dal, borsch e kash estão em itálico com
a finalidade de: A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos
A) destacar que essas palavras podem esclarecer dú- fono (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimento”).
vidas. Significa literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos sons
B) justificar uma nomenclatura científica. da voz”. Fonologia é a parte da gramática que estuda os
C) explicitar as características de cada prato. sons da língua quanto à sua função no sistema de comuni-
D) ressaltar que são nomes próprios. cação linguística, quanto à sua organização e classificação.
E) enfatizar que são palavras estrangeiras. Cuida, também, de aspectos relacionados à divisão silábi-
ca, à ortografia, à acentuação, bem como da forma correta
05. (Prefeitura de Várzea – PB – Professor de Edu- de pronunciar certas palavras. Lembrando que, cada indiví-
cação Básica II – Língua Portuguesa – EDUCA – 2019) duo tem uma maneira própria de realizar estes sons no ato
[...] é uma referência ou uma incorporação de um ele- da fala. Particularidades na pronúncia de cada falante são
mento discursivo a outro, podendo-se reconhecê-lo quan- estudadas pela Fonética.
do um autor constrói a sua obra com referências a textos, Na língua falada, as palavras se constituem de fone-
imagens ou a sons de outras obras e autores e até por si mas; na língua escrita, as palavras são reproduzidas por
mesmo, como uma forma de reverência, de complemento e meio de símbolos gráficos, chamados de letras ou grafe-
de elaboração do nexo e sentido deste texto/imagem. mas. Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro
capaz de estabelecer uma distinção de significado entre as
Esse conceito caracteriza palavras. Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que
A) Parataxe. marcam a distinção entre os pares de palavras:
B) Estilística. amor – ator / morro – corro / vento - cento
C) Intertextualidade.
D) Polissemia. Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua
E) Multimodalidade. portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica
que você - como falante de português - guarda de cada um
06. (Prefeitura de Quatro Barras -PR – Agente de deles. É essa imagem acústica que constitui o fonema. Este
Combate a Endemias – NC-UFPR – 2019) forma os significantes dos signos linguísticos. Geralmente,
aparece representado entre barras: /m/, /b/, /a/, /v/, etc.
Considere o seguinte texto: Cuide de sua ligação
de água! Fonema e Letra
- O fonema não deve ser confundido com a letra. Esta é
A responsabilidade pela integridade do cavalete e do a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, por
hidrômetro é do cliente a partir da adesão ao serviço. Vale exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na
lembrar que o cliente está sujeito a sanções administrativas palavra brasa, a letra “s” representa o fonema /z/ (lê-se zê).
e custos de regularização nos casos de violação, furto, per- - Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado
da, quebra ou adulteração do padrão da ligação.  por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/,
(http://site.sanepar.com.br/sites/site.sanepar.com.br/ que pode ser representado pelas letras z, s, x: zebra, casa-
files/clientes2012/guia-do-cliente.pdf) mento, exílio.

Língua Portuguesa 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais de um fonema. A letra “x”, por exemplo, pode representar:
- o fonema /sê/: texto
- o fonema /zê/: exibir
- o fonema /che/: enxame
- o grupo de sons /ks/: táxi

- O número de letras nem sempre coincide com o número de fonemas.


Tóxico = fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ letras: t ó x i c o
1 2 3 4 5 6 7 12 3 45 6

Galho = fonemas: /g/a/lh/o/ letras: ga lho


1 2 3 4 12345

- As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não representam fonemas. Observe os exemplos: compra, conta.
Nestas palavras, “m” e “n” indicam a nasalização das vogais que as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/ é um fonema;
dança: o “n” não é um fonema; o fonema é /ã/, representado na escrita pelas letras “a” e “n”.

- A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema.


Hoje = fonemas: ho / j / e / letras: h o j e
1 2 3 1234

Classificação dos Fonemas


Os fonemas da língua portuguesa são classificados em:

1) Vogais
As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa
língua, desempenham o papel de núcleo das sílabas. Isso significa que em toda sílaba há, necessariamente, uma única
vogal.
Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entreaberta. As vogais podem ser:

- Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/, /o/, /u/.

- Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais.


/ã/: fã, canto, tampa
/ ẽ /: dente, tempero
/ ĩ/: lindo, mim
/õ/: bonde, tombo
/ ũ /: nunca, algum

- Átonas: pronunciadas com menor intensidade: até, bola.

- Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até, bola.

Quanto ao timbre, as vogais podem ser:


- Abertas: pé, lata, pó
- Fechadas: mês, luta, amor
- Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das palavras: dedo (“dedu”), ave (“avi”), gente (“genti”).

2) Semivogais

Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela uma só
emissão de voz (uma sílaba). Neste caso, estes fonemas são chamados de semivogais. A diferença fundamental entre
vogais e semivogais está no fato de que estas não desempenham o papel de núcleo silábico.
Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: pa - pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se destaca
é o “a”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico “i” não é tão forte quanto ele. É a semivogal. Outros exemplos: saudade,
história, série.

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3) Consoantes

Para a produção das consoantes, a corrente de ar expirada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela cavi-
dade bucal, fazendo com que as consoantes sejam verdadeiros “ruídos”, incapazes de atuar como núcleos silábicos. Seu
nome provém justamente desse fato, pois, em português, sempre consoam (“soam com”) as vogais. Exemplos: /b/, /t/, /d/,
/v/, /l/, /m/, etc.

Encontros Vocálicos

Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante
reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o tritongo e
o hiato.

1) Ditongo

É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-versa) numa mesma sílaba. Pode ser:
- Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal: sé-rie (i = semivogal, e = vogal)
- Decrescente: quando a vogal vem antes da semivogal: pai (a = vogal, i = semivogal)
- Oral: quando o ar sai apenas pela boca: pai
- Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais: mãe

2) Tritongo

É a sequência formada por uma semivogal, uma vogal e uma semivogal, sempre nesta ordem, numa só sílaba. Pode
ser oral ou nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - Tritongo nasal.

3) Hiato

É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais
de uma vogal numa mesma sílaba: saída (sa-í-da), poesia (po-e-si-a).

Encontros Consonantais

O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vogal intermediária, recebe o nome de encontro consonantal. Exis-
tem basicamente dois tipos:
1-) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r” e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-no, a-tle-ta,
cri-se.
2-) os que resultam do contato de duas consoantes pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta.
Há ainda grupos consonantais que surgem no início dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo, psi-
-có-lo-go.

Dígrafos

De maneira geral, cada fonema é representado, na escrita, por apenas uma letra: lixo - Possui quatro fonemas e
quatro letras.

Há, no entanto, fonemas que são representados, na escrita, por duas letras: bicho - Possui quatro fonemas e cinco
letras.

Na palavra acima, para representar o fonema /xe/ foram utilizadas duas letras: o “c” e o “h”.
Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas para representar um único fonema (di = dois + grafo = letra).
Em nossa língua, há um número razoável de dígrafos que convém conhecer. Podemos agrupá-los em dois tipos: conso-
nantais e vocálicos.

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Dígrafos Consonantais

Letras Fonemas Exemplos


lh /lhe/ telhado
nh /nhe/ marinheiro
ch /xe/ chave
rr /re/ (no interior da palavra) carro
ss /se/ (no interior da palavra) passo
qu /k/ (qu seguido de e e i) queijo, quiabo
gu /g/ ( gu seguido de e e i) guerra, guia
sc /se/ crescer
sç /se/ desço
xc /se/ exceção

Dígrafos Vocálicos

Registram-se na representação das vogais nasais:

Fonemas Letras Exemplos


/ã/ am tampa
an canto
/ẽ/ em templo
en lenda
/ĩ/ im limpo
in lindo
õ/ om tombo
on tonto
/ũ/ um chumbo
un corcunda

* Observação: “gu” e “qu” são dígrafos somente quando seguidos de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/:
guitarra, aquilo. Nestes casos, a letra “u” não corresponde a nenhum fonema. Em algumas palavras, no entanto, o “u”
representa um fonema - semivogal ou vogal - (aguentar, linguiça, aquífero...). Aqui, “gu” e “qu” não são dígrafos. Também
não há dígrafos quando são seguidos de “a” ou “o” (quase, averiguo) .
** Dica: Conseguimos ouvir o som da letra “u” também, por isso não há dígrafo! Veja outros exemplos: Água = /agua/
nós pronunciamos a letra “u”, ou então teríamos /aga/. Temos, em “água”, 4 letras e 4 fonemas. Já em guitarra = /gitara/ -
não pronunciamos o “u”, então temos dígrafo [aliás, dois dígrafos: “gu” e “rr”]. Portanto: 8 letras e 6 fonemas).

Dífonos

Assim como existem duas letras que representam um só fonema (os dígrafos), existem letras que representam dois
fonemas. Sim! É o caso de “fixo”, por exemplo, em que o “x” representa o fonema /ks/; táxi e crucifixo também são exem-
plos de dífonos. Quando uma letra representa dois fonemas temos um caso de dífono.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono1.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.

Língua Portuguesa 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Questões ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

1-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE As palavras são formadas por estruturas menores, com
DE LIBRAS – FAFIPA/2014) Em todas as palavras a seguir significados próprios. Para isso, há vários processos que
há um dígrafo, EXCETO em contribuem para a formação das palavras.
(A) prazo.
(B) cantor. Estrutura das palavras
(C) trabalho. As palavras podem ser subdivididas em estruturas sig-
(D) professor. nificativas menores - os morfemas, também chamados de
elementos mórficos: 
1-) - radical e raiz;
(A) prazo – “pr” é encontro consonantal - vogal temática;
(B) cantor – “an” é dígrafo - tema;
(C) trabalho – “tr” encontro consonantal / “lh” é dígrafo - desinências;
(D) professor – “pr” encontro consonantal q “ss” é dí- - afixos;
grafo - vogais e consoantes de ligação.
RESPOSTA: “A”.
Radical : Elemento que contém a base de significação
2-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE do vocábulo.
DE LIBRAS – FAFIPA/2014) Assinale a alternativa em que Exemplos
os itens destacados possuem o mesmo fonema consonan- VENDer, PARTir, ALUNo, MAR.
tal em todas as palavras da sequência.
(A) Externo – precisa – som – usuário. Desinências: Elementos que indicam as flexões dos
(B) Gente – segurança – adjunto – Japão. vocábulos.
(C) Chefe – caixas – deixo – exatamente.
(D) Cozinha – pesada – lesão – exemplo. Dividem-se em:

2-) Coloquei entre barras ( / / ) o fonema representado Nominais


pela letra destacada: Indicam flexões de gênero e número nos substantivos.
(A) Externo /s/ – precisa /s/ – som /s/ – usuário /z/ Exemplos
(B) Gente /j/ – segurança /g/ – adjunto /j/ – Japão /j/ pequenO, pequenA, alunO, aluna.
(C) Chefe /x/ – caixas /x/ – deixo /x/ – exatamente pequenoS, pequenaS, alunoS, alunas.
/z/
(D) cozinha /z/ – pesada /z/ – lesão /z/– exemplo /z/ Verbais
RESPOSTA: “D”. Indicam flexões de modo, tempo, pessoa e número nos
verbos
3-) (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR/PI – CURSO Exemplos
DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS – UESPI/2014) “Seja vendêSSEmos, entregáRAmos. (modo e tempo)
Sangue Bom!” Na sílaba final da palavra “sangue”, encon- vendesteS, entregásseIS. (pessoa e número)
tramos duas letras representando um único fonema. Esse Indica, nos verbos, a conjugação a que pertencem.
fenômeno também está presente em: Exemplos
A) cartola. 1ª conjugação: – A – cantAr
B) problema. 2ª conjugação: – E – fazEr
C) guaraná. 3ª conjugação: – I – sumIr
D) água.
E) nascimento. Observação
Nos substantivos ocorre vogal temática quando ela não
3-) Duas letras representando um único fonema = dí- indica oposição masculino/feminino.
grafo Exemplos
A) cartola = não há dígrafo livrO, dentE, paletó.
B) problema = não há dígrafo
C) guaraná = não há dígrafo (você ouve o som do “u”) Tema: União do radical e a vogal temática.
D) água = não há dígrafo (você ouve o som do “u”) Exemplos
E) nascimento = dígrafo: sc CANTAr, CORREr, CONSUMIr.
RESPOSTA: “E”.
Vogal e consoante de ligação: São os elementos que
se interpõem aos vocábulos por necessidade de eufonia.
Exemplos
chaLeira, cafeZal.

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Afixos Derivação regressiva: Ocorre a alteração da estrutura


fonética de uma palavra primitiva para a formação de uma
Os afixos são elementos que se acrescentam antes ou derivada. Em geral de um verbo para substantivo ou vice-
depois do radical de uma palavra para a formação de outra -versa.
palavra. Dividem-se em: Exemplos
combater – o combate
Prefixo: Partícula que se coloca antes do radical. chorar – o choro
Exemplos
DISpor, EMpobrecer, DESorganizar. Prefixos

Sufixo Os prefixos existentes em Língua Portuguesa são divi-


Afixo que se coloca depois do radical. didos em: vernáculos, latinos e gregos.
Exemplos
contentaMENTO, reallDADE, enaltECER. Vernáculos: Prefixos latinos que sofreram modifica-
ções ou foram aportuguesados: a, além, ante, aquém, bem,
Processos de formação das palavras des, em, entre, mal, menos, sem, sob, sobre, soto.
Nota-se o emprego desses prefixos em palavras como: 
Composição abordar, além-mar, bem-aventurado, desleal, engarrafar,
Formação de uma palavra nova por meio da junção de maldição, menosprezar, sem-cerimônia, sopé, sobpor,  so-
dois ou mais vocábulos primitivos. Temos: bre-humano, etc.

Justaposição: Formação de palavra composta sem al- Latinos: Prefixos que conservam até hoje a sua forma
teração na estrutura fonética das primitivas. latina original:
Exemplos a, ab, abs – afastamento: aversão, abjurar.
passa + tempo = passatempo a, ad – aproximação, direção: amontoar.
gira + sol = girassol ambi – dualidade: ambidestro.
bis, bin, bi – repetição, dualidade: bisneto, binário.
Aglutinação: Formação de palavra composta com al- centum – cem: centúnviro, centuplicar, centígrado.
teração da estrutura fonética das primitivas. circum, circun, circu – em volta de: circumpolar, circuns-
Exemplos tante.
em + boa + hora = embora cis – aquem de: cisalpino, cisgangético.
vossa + merce = você com, con, co – companhia, concomitância: comba-
ter, contemporâneo.
Derivação contra – oposição, posição inferior: contradizer.
Formação de uma nova palavra a partir de uma primi- de  – movimento de cima para baixo, origem, afasta-
tiva. Temos: mento: decrescer, deportar.
des  – negação, separação, ação contrária: desleal,
Prefixação: Formação de palavra derivada com acrés- desviar.
cimo de um prefixo ao radical da primitiva. dis, di – movimento para diversas partes, ideia contrá-
Exemplos ria: distrair, dimanar.
CONter, INapto, DESleal. entre  – situação intermediaria, reciprocidade: entreli-
nha, entrevista.
Sufixação: Formação de palavra nova com acréscimo ex, es, e – movimento de dentro para fora, intensidade,
de um sufixo ao radical da primitiva. privação, situação cessante: exportar, espalmar, ex-profes-
Exemplos sor.
cafezAL, meninINHa, loucaMENTE. extra – fora de, além de, intensidade: extravasar, extra-
ordinário.
Parassíntese: Formação de palavra derivada com im, in, i – movimento para dentro; ideia contraria: impor-
acréscimo de um prefixo e um sufixo ao radical da primitiva tar, ingrato.
ao mesmo tempo. inter – no meio de: intervocálico, intercalado.
Exemplos intra – movimento para dentro: intravenoso, intrometer.
EMtardECER, DESanimADO, ENgravidAR. justa – perto de: justapor.
multi – pluralidade: multiforme.
Derivação imprópria: Alteração da função de uma pa- ob, o – oposição: obstar, opor, obstáculo.
lavra primitiva. pene – quase: penúltimo, península.
Exemplo per  – movimento através de, acabamento de ação;
Todos ficaram encantados com seu andar: verbo usado ideia pejorativa: percorrer.
com valor de substantivo. post, pos – posteridade: postergar, pospor.
pre – anterioridade: predizer, preclaro.

Língua Portuguesa 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

preter – anterioridade, para além: preterir, preternatural. Agentes: -dor, -nte, -ário, -eiro, -ista.
pro  – movimento para diante, a favor de, em vez Lugar: -ário, -douro, -eiro, -ório.
de: prosseguir, procurador, pronome. Estado: -eza, -idade, -ice, -ência, -ura, -ado, -ato.
re – movimento para trás, ação reflexiva, intensidade, Pátrios:  -ense, -ista, -ano, -eiro, -ino, -io, -eno, -enho,
repetição: regressar, revirar. -aico.
retro – movimento para trás: retroceder. Origem, procedência: -estre, -este, -esco.
satis – bastante: satisdar.
sub, sob, so, sus – inferioridade: subdelegado, sobra- Verbais
çar, sopé. Comuns: -ar, -er, -ir.
subter – por baixo: subterfúgio. Frequentativos: -açar, -ejar, -escer, -tear, -itar.
super, supra – posição superior, excesso: super-ho- Incoativos: -escer, -ejar, -itar.
mem, superpovoado. Diminutivos: -inhar, -itar, -icar, -iscar.
trans, tras, tra, tres – para além de, excesso: transpor.
tris, três, tri – três vezes: trisavô, tresdobro. Adverbial = há apenas um
ultra – para além de, intensidade: ultrapassar, ultrabelo. MENTE: mecanicamente, felizmente etc.
uni – um: unânime, unicelular.
CLASSES DE PALAVRAS
Grego: Os principais prefixos de origem grega são:
a, an – privação, negação: ápode, anarquia. As palavras costumam ser divididas em classes, se-
ana – inversão, parecença: anagrama, analogia. gundo suas funções e formas. Palavras que se apresen-
anfi – duplicidade, de um e de outro lado: anfíbio, an- tam sempre com a mesma forma chamam-se invariáveis;
fiteatro. são  variáveis, obviamente, as que apresentam flexão ou
anti – oposição: antipatia, antagonista. variação de forma.
apo – afastamento: apólogo, apogeu.
arqui, arque, arce, arc  – superioridade: arcebispo, ar- Artigo
canjo.
caco – mau: cacofonia. É a palavra que antecede os substantivos, de forma de-
cata – de cima para baixo: cataclismo, catalepsia. terminada (o, a, os, as) ou indeterminada (um, uma, uns,
deca – dez: decâmetro. umas).
dia – através de, divisão: diáfano, diálogo. Classificação
dis – dualidade, mau: dissílabo, dispepsia.
en – sobre, dentro: encéfalo, energia. Definidos: Determinam o substantivo de modo parti-
endo – para dentro: endocarpo. cular.
epi – por cima: epiderme, epígrafe.
eu – bom: eufonia, eugênia, eupepsia. Exemplo
hecto – cem: hectômetro. Liguei para o advogado.
hemi – metade: hemistíquio, hemisfério.
hiper – superioridade: hipertensão, hipérbole. Indefinidos: Determinam o substantivo de modo geral.
hipo – inferioridade: hipoglosso, hipótese, hipotermia.
homo – semelhança, identidade: homônimo. Exemplo
meta – união, mudança, além de: metacarpo, metáfase. Liguei para um advogado.
míria – dez mil: miriâmetro.
mono – um: monóculo, monoculista. Substantivo
neo – novo, moderno: neologismo, neolatino.
para – aproximação, oposição: paráfrase, paradoxo. É a palavra que nomeia o que existe, seja ele animado
penta – cinco: pentágono. ou inanimado, real ou imaginário, concreto ou abstrato.
peri – em volta de: perímetro.
poli – muitos: polígono, polimorfo. Classificação
pro – antes de: prótese, prólogo, profeta.
Concreto
Sufixos Dá nome ao ser de natureza independente, real ou ima-
ginário.
Os sufixos podem ser: nominais, verbais e adverbial.
Abstrato
Nominais Nomeia ação, estado, qualidade, sensação ou senti-
Coletivos:  -aria, -ada, -edo, -al, -agem, -atro, -alha, mento e todos os seres que não tem existência indepen-
-ama. dente de outros.
Aumentativos e diminutivos: -ão, -rão, -zão, -arrão,
-aço, -astro, -az.

Língua Portuguesa 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Comum menina (substantivo)      de sorte (substantivo)


Dá nome ao ser genericamente, como pertencente a     Menina de sorte
uma determinada classe.                  = sortuda (qualifica o substantivo)

Exemplos Flexão do adjetivo - gênero


cavalo, menino, rio, cidade.
Uniformes: Uma forma única para ambos os gêneros.
Próprio
Dá nome ao ser particularmente, dentro de uma espé- Exemplos
cie. O livro comum – a receita comum

Exemplos Biformes: Duas formas, para o masculino e outra para


Pedro, Terra, Pacífico, Belo Horizonte. o feminino.

Primitivo Exemplos
É o que deriva uma série de palavras de mesma família homem mau – mulher má
etimológica; não se origina de nenhum
outro nome. Flexão do adjetivo - número

Exemplos Adjetivos simples: plural seguindo as mesmas regras


pedra, pobre. dos substantivos simples.

Derivado Exemplos
Origina-se de um primitivo. menino gentil – meninos gentis

Exemplos Adjetivos compostos: plural com a flexão do último


pedrada, pobreza. elemento.
Exemplo
Simples líquido doce-amargo – líquidos doce-amargos
Apresenta apenas um radical.
Observações
Exemplos Havendo a ideia de cor no adjetivo composto, far-se-á
pedra, tempo, roupa. o plural mediante a análise morfológica dos elementos do
composto:
Composto
Apresenta mais de um radical. - se o último elemento do adjetivo composto for adjeti-
vo, haverá apenas a flexão desse último elemento.
Exemplos
pedra-sabão, guarda-chuva. Exemplo
tecido verde-claro – tecidos verde-claros
Coletivo
Embora no singular, expressa pluralidade. - se o último elemento do adjetivo composto for subs-
tantivo, o adjetivo fica invariável.
Exemplos
enxame, cardume, frota Exemplo
terno amarelo-canário – ternos amarelo-canário
Adjetivo
Exceção
Palavra que modifica um substantivo, dando-lhe uma – azul-marinho (invariável):
qualidade. carro azul-marinho – carros azul-marinho

Exemplo: Flexão do adjetivo -grau


Cadeira confortável
Há dois graus: comparativo (indica se o ser é superior,
Locução adjetiva inferior ou igual na qualificação) superlativo (uma qualida-
de é levada ao seu mais alto grau de intensidade).
Expressão formada de preposição mais substantivo
com valor e emprego de adjetivo. A preposição faz com que
um substantivo se junte a outro para qualificá-lo:

Língua Portuguesa 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Comparativo de Pronome
Superlativo absoluto
Adjetivo superioridade
Palavra que designa os seres ou a eles se refere, indi-
Analítico Sintético Analítico Sintético
cando-os apenas como pessoas do discurso, isto é:
mais – 1ª pessoa, o emissor da mensagem (eu, nós);
Bom melhor muito bom ótimo
bom – 2ª pessoa, o receptor  da mensagem (tu, você, vós,
mais vocês);
Mau pior muito mau péssimo
mau – 3ª pessoa, o referente da mensagem, (ele, eles, ela,
mais muito elas).
Grande maior máximo
grande grande
mais muito pe- O pronome pode acompanhar um substantivo, ou subs-
Pequeno menor mínimo titui-lo.
pequeno queno
Alto mais alto superior muito alto supremo
Pessoais
mais muito bai-
Baixo inferior ínfimo
baixo xo
Pronomes Pessoais
Numeral Pronomes do caso Pronomes do caso oblíquo
reto (função de complemento)
Palavra que exprime quantidade, ordem, fração e multi- (função de sujeito)
plicação, em relação ao substantivo. átonos (sem prepo- tônicos (com
sição) preposição)
Classificação mim, comigo
eu me
ti, contigo
Numeral cardinal: indica quantidade. singular tu te
si, ele, ela,
ele/ela o, a, lhe, se
consigo
Exemplos nós, conosco
duas casas nós nos
vós, convosco
dez anos plural vós vos
si, eles, elas,
Numeral ordinal: indica ordem. eles/elas os, as, lhes, se
consigo
Exemplos
segunda rua Tratamento (trato familiar, cortes, cerimonioso)
quadragésimo lugar Você – tratamento familiar
O Senhor, a Senhora – tratamento cerimonioso
Numeral fracionário: indica fração. Vossa Alteza (V. A.) – príncipes, duques
Exemplos Vossa Eminência (V. Ema.) – cardeais
um quinto da população Vossa Excelência (V. Exa.) – altas autoridades
dois terços de água Vossa Magnificência – reitores de universidades
Vossa Majestade (V. M.) – reis
Numeral multiplicativo: indica multiplicação. Vossa Majestade Imperial (V. M. I.) – imperadores
Exemplos Vossa Santidade (V. S.) – papas
o dobro da bebida Vossa Senhoria (V. Sa.) – tratamento geral cerimonioso
o triplo da dose Vossa Reverendíssima (V. Revma.) – sacerdotes
Vossa Excelência Reverendíssima – bispos e arcebis-
Ordinal Cardinal Ordinal Cardinal pos
Um Primeiro Vinte Vigésimo
Esses pronomes, embora usados no tratamento com
Dois Segundo Trinta Trigésimo o interlocutor (2ª pessoa), levam o verbo para a 3ª pessoa.
Três Terceiro Cinquenta Quinquagésimo Quando se referem a 3ª pessoa, apresentam-se com
a forma: Sua Senhoria (S. Sa.), Sua Excelência (S. Exa.),
Quatro Quarto Sessenta Sexagésimo
Sua Santidade (S. S.) etc.
Cinco Quinto Oitenta Octogésimo
Seis Sexto Cem Centésimo Possessivos
Sete Sétimo Quinhentos Quingentésimo Exprimem posse:
Oito Oitavo Setecentos Setingentésimo
Nove Nono Novecentos Noningentésimo 1.ªpessoa: meu(s), minha(s)
Dez Décimo Mil Milésimo Singular 2.ªpessoa: teu(s), tua(s)
3.ª pessoa: seu(s), sua(s)

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1.ªpessoa: nosso(s),nossa(s) Observação: O verbo pôr  (bem como seus deriva-


Plural 2.ªpessoa: vosso(s),vossa(s) dos: compor, depor etc.) é considerado verbo da 2.ª conju-
3.ª pessoa: seu(s), sua(s) gação, pois, no português arcaico, era poer.

Observação: Dele, dela, deles, delas são considerados Número e pessoas


possessivos também.
Eu
Demonstrativos Singular tu
ele / ela / você
Indicam posição: nós
1.ª pessoa: este(s), esta(s), isto, estoutro(a)(s). Plural vós
2.ª pessoa: esse(s), essa(s), isso, essoutro(a)(s). eles / elas / vocês
3.ª pessoa: aquele(s), aquela(s), aquilo, aqueloutro(a)
(s). Tempos verbais

Também são considerados demonstrativos os prono- Presente


mes:
- o, a, os, as O Presente pode indicar referência a fatos que se pas-
- mesmo(s), mesma(s) sam no momento em que falamos, uma verdade geral, sen-
- próprio(s), própria(s) do comum em expressões proverbiais, pode também indi-
- tal, tais car um hábito. É comum, empregarmos o presente ao invés
- semelhante(s) do futuro para indicar a realização próxima de uma ação.

Relativos Passado

Os pronomes relativos ligam orações, retomam uma Usamos o Passado em referência aos fatos que se pas-
palavra já expressa antes e exercem função sintática na sam antes do momento em que falamos. São eles:
oração que eles introduzem. Perfeito (eu trabalhei), que indica uma ação concluída.
São relativos os pronomes que, o qual (e suas varia- Imperfeito (eu trabalhava), se trata de uma ação an-
ções), quem, cujo (e suas variações), onde (advérbio rela- terior ao momento em que se fala, mas que tem uma certa
tivo com o sentido de em que), quanto. duração no passado.
Mais-que-perfeito simples e composto, (eu trabalha-
Indefinidos ra ou tinha trabalhado) que denota uma ação concluída an-
tes de outra que já era passada, passado anterior a outro.
Vagamente, referem-se a 3ª pessoa:
todo(s), toda(s), tudo Futuro
algum(ns), alguma(s), alguém, algo
nenhum(ns), nenhuma(s), ninguém, nada Futuro do presente (eu trabalharei), refere-se ao mo-
outro(s), outra(s), outrem mento que falamos.
muito(s), muita(s), muito Futuro do pretérito (eu trabalharia) refere-se a um mo-
pouco(s), pouca(s), pouco mento do passado.
mais, menos, bastante(s)
certo(s), certa(s) Modos verbais
cada, qualquer, quaisquer
tanto(s), tanta(s) Indicativo: Exprime o que realmente aconteceu.
os demais, as demais Exemplo
vários, várias Eu estudei bastante.
um, uma, uns, umas, que, quem
Subjuntivo: Exprime algo possível, provável.
Exemplos
Verbo Se eu estudasse bastante.

Conjugação Imperativo: Exprime ordem, pedido, instrução.


São três: Exemplo
1ª conjugação: AR (cantar) Estude bastante.
2ª conjugação: ER (comer)
3ª conjugação: IR (dormir)

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Formas nominais De superioridade: O homem falava mais alto (do)


que o irmão.
As três formas (gerúndio, particípio e infinitivo), além De inferioridade: O homem falava menos alto (do)
de seu valor verbal, podem desempenhar função de subs- que o irmão.
tantivo.
Superlativo:
Exemplos Absoluto analítico: O homem falava muito alto.
O  andar  do menino trazia alegria aos pais.  (infinitivo Absoluto sintético: O homem falava altíssimo.
com valor de substantivo).
Mulher sabida (particípio com valor de adjetivo, qualifi- Preposição
cando o substantivo mulher.
Recebemos uma proposta contendo o valor. (gerúndio Serve de conectivo de subordinação entre palavras e
com valor de adjetivo). orações. Vem antes da palavra por ela subordinada a outra.
As formas têm duplo estado: são verbos (indicam pro-
cessos: andar, saber, conter; tem voz ativa ou passiva), Exemplos
mas ao mesmo tempo tem características e comportamen- O carro de Ana é novo. (A preposição de subordina o
tos dos nomes (flexão de gênero e número). substantivo Ana ao substantivo carro; carro é
subordinante e Ana, palavra subordinada.)
Advérbio
O antecedente da preposição pode ser:
O advérbio é uma palavra invariável que modifica o ver- - Substantivo: relógio de ouro;
bo, adjetivo, outro advérbio ou toda uma oração. - Adjetivo: contente com a sorte;
- Pronome: quem de nós?;
Exemplos - Verbo: gosto de você.
Ele fala bem. (verbo)
Ele fala muito bem. (advérbio)
Locução prepositiva
Ele é muito inteligente. (adjetivo)
Geralmente formada de advérbio + preposição, com
Realmente ele viajou. (oração)
valor e emprego de preposição: acima de, atrás de, atra-
vés de,  antes de,  depois de,  de acordo com,  devido
Locução adverbial
a, para com, a fim de, etc.
O advérbio também pode ser formado por mais de um
vocábulo (normalmente expressa por preposição + subs-
tantivo), com valor e emprego de advérbio. Exemplo
Exemplos O senhor ficou atrás de mim.
às pressas, por prazer, sem dúvida, de graça, com ca-
rinho etc. Classificação

Classificação Essenciais: guardam, o valor de preposição. São se-


Tempo:  hoje, amanhã, depois, já, ontem, sempre, nun- guidas de pronome obliquo: a, ante, após, até, com, contra,
ca, jamais, antes, cedo, tarde, etc. de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre.
Lugar: acima, além, aquém, atrás, dentro, perto, etc. Acidentais: palavras essencialmente de outras classes
Intensidade: muito, pouco, bastante, mais, menos, tão, gramaticais que, acidentalmente, funcionam como prepo-
meio, completamente, demais etc. sição:  como, conforme, durante, exceto, feito, mediante,
Modo: bem, mal, assim, depressa, como, melhor, pior, segundo, etc.
calmamente, apressadamente, etc.
Afirmação: sim, certamente, deveras, realmente, efeti- Combinação e contração
vamente etc. As preposições a, de, per, em podem juntar-se com ou-
Negação: não. tras palavras. Então, teremos:
Dúvida: talvez, quiçá, provavelmente etc.
Interrogativo: onde (aonde, donde), quando, como, por Combinação: sem alteração fônica.
que (nas interrogativas diretas e indiretas). Exemplos
ao (a + o), aonde (a + onde)
Graus do advérbio
Alguns advérbios de modo, tempo, lugar e intensidade Contração: com alteração fônica.
podem, algumas vezes, assim como os adjetivos e substan- Exemplos
tivos, sofrer a flexão gradual. à (a + a), àquele (a + aquele), do (de + o), donde (de
+ onde), no (em + o), naquele (em + aquele), pelo (per +
Comparativo: o), coa (com + a).
De igualdade: O homem falava tão alto quanto o ir-
mão.

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Interjeição Classificação

Palavra que exprime nossos estados emotivos. Integrantes (iniciam oração subordinada substanti-
va): que, se, como (= que).
Exemplos Temporais (tempo): quando, enquanto, logo que,  mal,
ah! (admiração) apenas, sempre que, assim que, desde que, antes que etc.
viva! (exaltação) Finais (finalidade): para que, a fim de que, que (= para
ufa! eh! (alivio) que), porque (= para que).
coragem! (animação) Proporcionais (proporcionalidade): à proporção  que, à
bravo! (aplauso) medida que, quanto mais ... mais, quanto menos ... menos.
ai! (dor) Causais (causa): porque, como, porquanto, visto que, já
bis! (repetição) que, uma vez que etc.
psiu! (silencio) Condicionais (condição): se, caso, contanto que, desde
cuidado! atenção! (advertência) que, salvo se, sem que (= se não) etc.
vai! (desapontamento) Comparativas (comparação): como, que, do que, quan-
oxalá! tomara! (desejo) to, que nem etc.
perdão! (desculpa) Conformativas (conformidade): como, conforme, se-
adeus! (saudação) gundo, consoante etc.
arre! (desagrado, alivio) Consecutivas (consequência): que (precedido dos ter-
claro! pudera! ótimo! (assentimento) mos intensivos: tal, tão, tanto, de tal forma etc.), de forma
Locuções interjetivas que etc.
Concessivas (concessão): embora, conquanto, ain-
Expressões formadas por mais de um vocábulo, com da  que, mesmo que, posto que, por mais que, se bem
valor e emprego de interjeição. que etc.

Exemplos SINTAXE: ANÁLISE SINTÁTICA, FRASE, ORA-


Ora bolas! ÇÃO E PERÍODO
Valha-me Deus!
Raios te partam! Frase
Nossa Senhora! É todo enunciado capaz de transmitir a outrem tudo
aquilo que pensamos, queremos ou sentimos.
Conjunção
Exemplos
Conectivo de coordenação entre palavras e orações e o Caía uma chuva.
conectivo de subordinação entre orações. Dia lindo.
As locuções com valor e emprego de conjunção (para
que, a fim de que, à proporção que, logo que, depois que) Oração
são chamadas de locuções conjuntivas. É a frase que apresenta estrutura sintática (normalmen-
te, sujeito e predicado, ou só o predicado).
Classificação
Exemplos
Conjunções coordenativas: Ligam termos oracionais Ninguém segura este menino. (Ninguém: sujeito; segu-
ou orações de igual valor ou função no período. ra este menino: predicado)
Havia muitos suspeitos. (Oração sem sujeito; ha-
Aditivas (adição): e, nem, e as correlações entre não via muitos suspeitos: predicado)
só, não somente, não apenas, mas também, mas  ainda,
senão etc.
Adversativas (posição contrária): mas, porém, contudo,
todavia, entretanto, no entanto, não obstante etc.
Alternativas (alternância): ou… ou, ora… ora,  quer…
quer, já… já etc.
Conclusivas (conclusão): logo, portanto, por conseguin-
te, pois (posposto ao verbo).
Explicativas (explicação): que, porque, por quan-
to, pois (anteposto ao verbo).

Conjunções subordinativas: Ligam uma oração prin-


cipal a uma oração subordinada com o verbo flexionado.

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1.4. Termos da oração Sujeito composto: tem mais de um núcleo.


Exemplo: O rapaz e a moça foram encostados ao
muro.
Termos sujeito
1.
essenciais predicado Sujeito elíptico (ou oculto): não expresso e que pode
ser determinado pela desinência verbal ou pelo contexto.
objeto direto Exemplo: Viajarei amanhã. (sujeito oculto: eu)
objeto indi-
complemento reto Sujeito indeterminado: é aquele que existe, mas não
verbal
podemos ou não queremos identificá-lo com precisão.
Termos in- complemento
2. Ocorre:
tegrantes nominal
- quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, sem
agente da pas-
referência a nenhum substantivo anteriormente expresso.
siva
Exemplo: Batem à porta.

- com verbos intransitivo (VI), transitivo indireto (VTI) ou


Adjunto adno-
Termos de ligação (VL) acompanhados da partícula SE, chamada
minal
3. acessó- de índice de indeterminação do sujeito (IIS).
adjunto adverbial
rios Exemplos:
aposto
Vive-se bem. (VI)
4. Vocativo Precisa-se de pedreiros. (VTI)
Falava-se baixo. (VI)
Diz-se que sujeito e predicado são termos “essenciais”, Era-se feliz naquela época. (VL)
mas note que o termo que realmente é o núcleo da oração é
o verbo: Orações sem sujeito
Chove. (Não há referência a sujeito.) São orações cujos verbos são impessoais, com sujeito
Cansei. (O sujeito e eu, implícito na forma verbal.) inexistente.
Os termos “acessórios” são assim chamados por serem
supostamente dispensáveis, o que nem sempre é verdade. Ocorrem nos seguintes casos:
- com verbos que se referem a fenômenos meteoroló-
Sujeito e predicado gicos.
Sujeito é o termo da oração com o qual, normalmente, Exemplo: Chovia. Ventava durante a noite.
o verbo concorda.
- haver no sentido de existir ou quando se refere a tem-
Exemplos po decorrido.
A notícia corria rápida como pólvora. (Corria está no Exemplo: Há duas semanas não o vejo. (= Faz duas
singular concordando com a notícia.) semanas)
As notícias corriam rápidas como pólvora. (Corriam,
no plural, concordando com as notícias.) - fazer referindo-se a fenômenos meteorológicos ou a
tempo decorrido.
O núcleo do sujeito é a palavra principal do sujeito, Exemplo: Fazia 40° à sombra.
que encerra a essência de sua significação. Em torno dela,
como que gravitam as demais. - ser nas indicações de horas, datas e distâncias.
Exemplo: Os teus lírios brancos embelezam os cam- Exempl: São duas horas.
pos. (Lírios é o núcleo do sujeito.)
Predicado nominal
Podem exercer a função de núcleo do sujeito o subs-
tantivo e palavras de natureza substantiva. Veja: O núcleo, em torno do qual as demais palavras do pre-
O medo salvou-lhe a vida. (substantivo) dicado gravitam e que contém o que de mais importante se
Os medrosos fugiram. (Adjetivo exercendo papel de comunica a respeito do sujeito, e um nome (isto é, um subs-
substantivo: adjetivo substantivado.) tantivo ou adjetivo, ou palavra de natureza substantiva). O
verbo e de ligação (liga o núcleo ao sujeito) e indica esta-
A definição mais adequada para sujeito é: sujeito é o do (ser, estar, continuar, ficar, permanecer; também andar,
termo da oração com o qual o verbo normalmente concor- com o sentido de estar; virar, com o sentido de transformar-
da. -se em; e viver, com o sentido de estar sempre).
Sujeito simples: tem um só núcleo. Exemplo:
Exemplo: As flores morreram. Os príncipes viraram sapos muito feios. (verbo de li-
gação mais núcleo substantivo: sapos)

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Verbos de ligação Objeto indireto


É o complemento verbal que se liga ao verbo pela
São aqueles que, sem possuírem significação precisa, preposição por ele exigida. Nesse caso o verbo pode ser
ligam um sujeito a um predicativo. São verbos de ligação: transitivo indireto ou transitivo direto e indireto. Normal-
ser,  estar,  ficar,  parecer,  permanecer,  continuar,  tornar- mente, as preposições que ligam o objeto indireto ao verbo
-se etc. são a, de, em, com, por, contra, para etc.
Exemplo: A rua estava calma. Exemplo: Acredito em você.

Predicativo do sujeito Objeto direto


É o termo da oração que, no predicado, expressa quali- Complemento verbal que se liga ao verbo sem prepo-
ficação ou classificação do sujeito. sição obrigatória. Nesse caso o verbo pode ser transitivo
Exemplo: Você será engenheiro. direto ou transitivo direto e indireto.
Exemplo: Comunicaram o fato aos leitores.
- O predicativo do sujeito, além de vir com verbos de
ligação, pode também ocorrer com verbos intransitivos ou Objeto direto preposicionado
com verbos transitivos. É aquele que, contrariando sua própria definição e ca-
racterística, aparece regido de preposição (geralmente pre-
Predicado verbal posição a).
Ocorre quando o núcleo é um verbo. Logo, não apre- O pai dizia aos filhos que adorava a ambos.
senta predicativo. E formado por verbos transitivos ou in-
transitivos. Objeto pleonástico
Exemplo: A população da vila assistia ao embarque. É a repetição do objeto (direto ou indireto) por meio de
(Núcleo do sujeito: população; núcleo do predicado: assis- um pronome. Essa repetição assume valor enfático (refor-
tia, verbo transitivo indireto) ço) da noção contida no objeto direto ou no objeto indireto.
Exemplos
Verbos intransitivos
Ao colega, já lhe perdoei. (objeto indireto pleonástico)
São verbos que não exigem complemento algum; como
Ao filme, assistimos a ele emocionados. (objeto indireto
a ação verbal não passa, não transita para nenhum comple-
pleonástico)
mento, recebem o nome de verbos intransitivos. Podem
formar predicado sozinhos ou com adjuntos adverbiais.
Predicado verbo-nominal
Exemplo: Os visitantes retornaram ontem à noite.
Esse predicado tem dois núcleos (um verbo e um
nome), é formado por predicativo  com  verbo transiti-
Verbos transitivos
São verbos que, ao declarar alguma coisa a respeito do vo ou intransitivo.
sujeito, exigem um complemento para a perfeita compreen- Exemplos:
são do que se quer dizer. Tais verbos se denominam tran- A multidão assistia ao jogo emocionada. (predicativo
sitivos e a pessoa ou coisa para onde se dirige a atividade do sujeito com verbo transitivo indireto)
transitiva do verbo se denomina objeto. Dividem-se em: A riqueza  tornou-o orgulhoso.  (predicativo do objeto
diretos, indiretos e diretos e indiretos. com verbo transitivo direto)

Verbos transitivos diretos: Exigem um objeto direto. Predicativo do sujeito


Exemplo: Espero-o no aeroporto. O predicativo do sujeito, além de vir com verbos de li-
gação, pode também ocorrer com verbos intransitivos ou
Verbos transitivos indiretos: Exigem um objeto indi- transitivos. Nesse caso, o predicado é verbo-nominal.
reto. Exemplo: A criança brincava alegre no parque.
Exemplo: Gosto de flores.
Predicativo do objeto
Verbos transitivos diretos e indiretos: Exigem um Exprime qualidade, estado ou classificação que se refe-
objeto direto e um objeto indireto. rem ao objeto (direto ou indireto).
Exemplo: Os ministros informaram  a nova política
econômica aos trabalhadores. (VTDI) Exemplo de predicativo do objeto direto:
O juiz declarou o réu culpado.
Complementos verbais Exemplo de predicativo do objeto indireto:
Os complementos verbais são representados pelo obje- Gosto de você alegre.
to direto (OD) e pelo objeto indireto (OI).
Adjunto adnominal
É o termo acessório que vem junto ao nome (substan-
tivo), restringindo-o, qualificando-o, determinando-o (adjun-
to: “que vem junto a”; adnominal: “junto ao nome”). Observe:

Língua Portuguesa 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Os meus três grandes amigos  [amigos: nome subs- As orações independentes de um período são chama-
tantivo] vieram me fazer uma visita [visita: nome substanti- das de orações coordenadas (OC), e o período formado só
vo] agradável ontem à noite. de orações coordenadas é chamado de período composto
São adjuntos adnominais os (artigo definido), meus (pro- por coordenação.
nome possessivo adjetivo), três (numeral), grandes (adjeti- As orações coordenadas podem ser assindéticas e sin-
vo), que estão gravitando em torno do núcleo do sujeito, déticas.
o substantivo amigos; o mesmo acontece com uma (artigo As orações são coordenadas assindéticas (OCA) quan-
indefinido) e agradável (adjetivo), que determinam e qualifi- do não vêm introduzidas por conjunção. Exemplo:
cam o núcleo do objeto direto, o substantivo visita. Os jogadores correram, / chutaram, / driblaram.
OCA OCA OCA
O adjunto adnominal prende-se diretamente ao subs-
tantivo, ao passo que o predicativo se refere ao substantivo - As orações são coordenadas sindéticas (OCS) quan-
por meio de um verbo. do vêm introduzidas por conjunção coordenativa. Exemplo:
A mulher saiu do prédio / e entrou no táxi.
OCA OCS
Complemento nominal
É o termo que completa o sentido de substantivos, ad-
As orações coordenadas sindéticas se classificam de
jetivos e advérbios porque estes não têm sentido completo.
acordo com o sentido expresso pelas conjunções coorde-
- Objeto – recebe a atividade transitiva de um verbo. nativas que as introduzem. Pode ser:
- Complemento nominal – recebe a atividade transitiva
de um nome. - Orações coordenadas sindéticas aditivas: e, nem,
O complemento nominal é sempre ligado ao nome por não só... mas também, não só... mas ainda.
preposição, tal como o objeto indireto. A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que
Exemplo: Tenho necessidade de dinheiro. expressa ideia de acréscimo ou adição com referência à
oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa
Adjunto adverbial aditiva.
É o termo da oração que modifica o verbo ou um adje-
tivo ou o próprio advérbio, expressando uma circunstância: - Orações coordenadas sindéticas adversativas:
lugar, tempo, fim, meio, modo, companhia, exclusão, inclu- mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto.
são, negação, afirmação, duvida, concessão, condição etc. A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que
expressa ideia de oposição à oração anterior, ou seja, por
Período uma conjunção coordenativa adversativa.

Enunciado formado de uma ou mais orações, finalizado - Orações coordenadas sindéticas conclusivas: por-
por: ponto final ( . ), reticencias (...), ponto de exclamação tanto, por isso, pois, logo.
(!) ou ponto de interrogação (?). De acordo com o número A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que ex-
de orações, classifica-se em: pressa ideia de conclusão de um fato enunciado na oração
Apresenta apenas uma oração que é chamada abso- anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa conclu-
luta. siva.
O período é simples quando só traz uma oração, cha- - Orações coordenadas sindéticas alternativas: ou,
mada absoluta; o período é composto quando traz mais de ou... ou, ora... ora, seja... seja, quer... quer.
uma oração. Exemplo: Comeu toda a refeição. (Período A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que
estabelece uma relação de alternância ou escolha com re-
simples, oração absoluta.); Quero que você leia. (Período
ferência à oração anterior, ou seja, por uma conjunção co-
composto.)
ordenativa alternativa.
Uma maneira fácil de saber quantas orações há num
período é contar os verbos ou locuções verbais. Num perí-
- Orações coordenadas sindéticas explicativas:
odo haverá tantas orações quantos forem os verbos ou as que, porque, pois, porquanto.
locuções verbais nele existentes. A 2ª oração é introduzida por uma conjunção que ex-
Há três tipos de período composto: por coordenação, pressa ideia de explicação, de justificativa em relação à
por subordinação e por coordenação e subordinação ao oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa
mesmo tempo (também chamada de misto). explicativa.

Período Composto por Coordenação Período Composto por Subordinação

As três orações que formam esse período têm sentido Nesse período, a segunda oração exerce uma função
próprio e não mantêm entre si nenhuma dependência sin- sintática em relação à primeira, sendo subordinada a ela.
tática: são independentes. Há entre elas uma relação de Quando um período é formado de pelo menos um conjunto
sentido, mas uma não depende da outra sintaticamente. de duas orações em que uma delas (a subordinada) de-

Língua Portuguesa 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


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pende sintaticamente da outra (principal), ele é classificado - Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: É
como período composto por subordinação. As orações su- aquela que exerce a função de sujeito do verbo da oração
bordinadas são classificadas de acordo com a função que principal. Observe: É importante sua ajuda. (sujeito)
exercem. - Oração Subordinada Substantiva Completiva No-
minal: É aquela que exerce a função de complemento no-
Orações Subordinadas Adverbiais minal de um termo da oração principal. Observe: Estamos
certos de sua inocência. (complemento nominal)
Exercem a função de adjunto adverbial da oração prin- - Oração Subordinada Substantiva Predicativa: É
cipal (OP). São classificadas de acordo com a conjunção aquela que exerce a função de predicativo do sujeito da
subordinativa que as introduz: oração principal, vindo sempre depois do verbo ser. Obser-
ve: O principal é sua felicidade. (predicativo)
- Causais: Expressam a causa do fato enunciado na - Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É
oração principal. Conjunções: porque, que, como (= por- aquela que exerce a função de aposto de um termo da ora-
que), pois que, visto que. ção principal. Observe: Ela tinha um objetivo: a felicidade
- Condicionais: Expressam hipóteses ou condição de todos. (aposto)
para a ocorrência do que foi enunciado na principal. Con-
junções: se, contanto que, a menos que, a não ser que, Orações Subordinadas Adjetivas
desde que.
- Concessivas: Expressam ideia ou fato contrário ao Exercem a função de adjunto adnominal de algum ter-
da oração principal, sem, no entanto, impedir sua realiza- mo da oração principal.
ção. Conjunções: embora, ainda que, apesar de, se bem As orações subordinadas adjetivas são sempre introdu-
que, por mais que, mesmo que. zidas por um pronome relativo (que, qual, cujo, quem, etc.)
- Conformativas: Expressam a conformidade de um e são classificadas em:
fato com outro. Conjunções: conforme, como (=conforme),
- Subordinadas Adjetivas Restritivas: São restritivas
segundo.
quando restringem ou especificam o sentido da palavra a
- Temporais: Acrescentam uma circunstância de tem-
que se referem.
po ao que foi expresso na oração principal. Conjunções:
- Subordinadas Adjetivas Explicativas: São explicati-
quando, assim que, logo que, enquanto, sempre que, de-
vas quando apenas acrescentam uma qualidade à palavra
pois que, mal (=assim que).
a que se referem, esclarecendo um pouco mais seu senti-
- Finais: Expressam a finalidade ou o objetivo do que
do, mas sem restringi-lo ou especificá-lo.
foi enunciado na oração principal. Conjunções: para que, a
fim de que, porque (=para que), que.
Orações Reduzidas
- Consecutivas: Expressam a consequência do que foi
enunciado na oração principal. Conjunções: porque, que, São caracterizadas por possuírem o verbo nas formas
como (= porque), pois que, visto que. de gerúndio, particípio ou infinitivo. Ao contrário das demais
- Comparativas: Expressam ideia de comparação orações subordinadas, as orações reduzidas não são liga-
com referência à oração principal. Conjunções: como, as- das através dos conectivos. Há três tipos de orações redu-
sim como, tal como, (tão)... como, tanto como, tal qual, que zidas:
(combinado com menos ou mais).
- Proporcionais: Expressam uma ideia que se rela- - Orações reduzidas de infinitivo:
ciona proporcionalmente ao que foi enunciado na principal. Infinitivo: terminações –ar, -er, -ir.
Conjunções: à medida que, à proporção que, ao passo que,
quanto mais, quanto menos. Reduzida: Meu desejo era ganhar na loteria.
Desenvolvida: Meu desejo era que eu ganhasse na lo-
Orações Subordinadas Substantivas teria. (Oração Subordinada Substantiva Predicativa)

São aquelas que, num período, exercem funções sintá- - Orações Reduzidas de Particípio:
ticas próprias de substantivos, geralmente são introduzidas Particípio: terminações –ado, -ido.
pelas conjunções integrantes que e se.
Reduzida: A mulher sequestrada foi resgatada.
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: Desenvolvida: A mulher que sequestraram foi resgata-
É aquela que exerce a função de objeto direto do verbo da da. (Oração Subordinada Adjetiva Restritiva)
oração principal. Observe: O filho quer a sua ajuda. (objeto
direto) - Orações Reduzidas de Gerúndio:
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indi- Gerúndio: terminação –ndo.
reta: É aquela que exerce a função de objeto indireto do
verbo da oração principal. Observe: Preciso de sua ajuda.
(objeto indireto)

Língua Portuguesa 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Reduzida: Respeitando as regras, não terão proble- Mesóclise


mas.
Desenvolvida: Desde que respeitem as regras, não Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo.
terão problemas. (Oração Subordinada Adverbial Condicio-
nal) É obrigatória somente com verbos no futuro do presen-
te ou no futuro do pretérito que iniciam a oração.
COLOCAÇÃO DOS PRONOMINAL Dir-lhe-ei toda a verdade.
Far-me-ias um favor?
A colocação do pronome átono está relacionada à har-
monia da frase. A tendência do português falado no Brasil Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto
é o uso do pronome antes do verbo – próclise. No entanto, ou de qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise.
há casos em que a norma culta prescreve o emprego do Eu lhe direi toda a verdade.
pronome no meio – mesóclise – ou após o verbo – ênclise. Tu me farias um favor?
De acordo com a norma culta, no português escrito não
se inicia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se Colocação do pronome átono nas locuções verbais
na linguagem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na
linguagem escrita, formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele. Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a lo-
Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se cução verbal não vier precedida de um fator de próclise, o
fixem bem as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, pronome átono deverá ficar depois do auxiliar ou depois do
sempre que estas não forem obrigatórias, deve-se usar a verbo principal.
próclise, a menos que prejudique a eufonia da frase. Exemplos:
Devo-lhe dizer a verdade.
Próclise Devo dizer-lhe a verdade.

Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo. Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá fi-
car antes do auxiliar ou depois do principal.
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade. Exemplos:
Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te es- Não lhe devo dizer a verdade.
pero pacientemente. Não devo dizer-lhe a verdade.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a
ênclise: Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus. Verbo principal no particípio: Se não houver fator de
Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui. próclise, o pronome átono ficará depois do auxiliar.
Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada. Exemplo: Havia-lhe dito a verdade.
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa?
Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará an-
anteposto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor! tes do auxiliar.
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita! Exemplo: Não lhe havia dito a verdade.
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde
que não sejam reduzidas: Percebia que o observavam. Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se ficar depois do infinitivo.
plantando, tudo dá. Exemplos:
Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Hei de dizer-lhe a verdade.
Seus intentos são para nos prejudicarem. Tenho de dizer-lhe a verdade.

Ênclise Observação
Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo. Devo-lhe dizer tudo.
Estava-lhe dizendo tudo.
Verbo no início da oração, desde que não esteja no fu- Havia-lhe dito tudo.
turo do indicativo: Trago-te flores.
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a
verdade!
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido
pela preposição em: Saí, deixando-a aflita.
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a.
Com outras preposições é facultativo o emprego de ênclise
ou próclise: Apressei-me a convidá-los.

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Questões B) ... em educação especial inclusiva, contam-se não


muito mais que 100 mil deles no país. (se contam)
01. (Prefeitura de Piracicaba - SP - Professor - C) Não se concebe que possa haver um especialista
Educação Infantil - VUNESP - 2020) em cada sala de aula. (concebe-se)
D) Aí, ao menos um profissional preparado se encar-
Escola inclusiva rega de receber o aluno... (encarrega-se)
E) ... que não se confunde com incapacidade, como
É alvissareira a constatação de que 86% dos brasileiros felizmente já vamos aprendendo. (confunde-se)
concordam que há melhora nas escolas quando se incluem
alunos com deficiência. 02. (Prefeitura de Caranaíba - MG - Agente Comuni-
Uma década atrás, quando o país aderiu à Convenção tário de Saúde - FCM - 2019)
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e assumiu
o dever de uma educação inclusiva, era comum ouvir pre- Dieta salvadora
visões negativas para tal perspectiva generosa. Apesar das A ciência descobre um micróbio adepto de um
dificuldades óbvias, ela se tornou lei em 2015 e criou raízes alimento abundante: o lixo plástico no mar.
no tecido social.
A rede pública carece de profissionais satisfatoriamente O ser humano revelou-se capaz de dividir o átomo, der-
qualificados até para o mais básico, como o ensino de ci- rotar o câncer e produzir um “Dom Quixote”. Só não conse-
ências; o que dizer então de alunos com gama tão variada gue dar um destino razoável ao lixo que produz. E não se
de dificuldades. contenta em brindar os mares, rios e lagoas com seus pró-
Os empecilhos vão desde o acesso físico à escola, prios dejetos. Intoxica-os também com garrafas plásticas,
como o enfrentado por cadeirantes, a problemas de apren- pneus, computadores, sofás e até carcaças de automóveis.
dizado criados por limitações sensoriais – surdez, por Tudo que perde o uso é atirado num curso d’água, subter-
exemplo – e intelectuais. râneo ou a céu aberto, que se encaminha inevitavelmente
Bastaram alguns anos de convívio em sala, entretan-
para o mar. O resultado está nas ilhas de lixo que se for-
to, para minorar preconceitos. A maioria dos entrevistados
mam, da Guanabara ao Pacífico.
(59%), hoje, discorda de que crianças com deficiência de-
De repente, uma boa notícia. Cientistas da Grécia, Su-
vam aprender só na companhia de colegas na mesma con-
íça, Itália, China e dos Emirados Árabes descobriram em
dição.
duas ilhas gregas um micróbio marinho que se alimenta do
Tal receptividade decerto não elimina o imperativo de
carbono contido no plástico jogado ao mar. Parece que, de-
contar com pessoal capacitado, em cada estabelecimento,
pois de algum tempo ao sol e atacado pelo sal, o plástico,
para lidar com necessidades específicas de cada aluno. O
seja mole, como o das sacolas, ou duro, como o das emba-
censo escolar indica 1,2 milhão de alunos assim categori-
zados. Embora tenha triplicado o número de professores lagens, fica quebradiço – no ponto para que os micróbios,
com alguma formação em educação especial inclusiva, de guardanapo ao pescoço, o decomponham e façam a fes-
contam-se não muito mais que 100 mil deles no país. Não ta. Os cientistas estão agora criando réplicas desses micró-
se concebe que possa haver um especialista em cada sala bios, para que eles ajudem os micróbios nativos a devorar
de aula. o lixo. Haja estômago.
As experiências mais bem-sucedidas criaram na esco- Em “A Guerra das Salamandras”, romance de 1936
la uma estrutura para o atendimento inclusivo, as salas de do tcheco Karel Čapek (pronuncia-se tchá-pek), um explo-
recursos. Aí, ao menos um profissional preparado se encar- rador descobre na costa de Sumatra uma raça de lagar-
rega de receber o aluno e sua família para definir atividades tos gigantes, hábeis em colher pérolas e construir diques
e de auxiliar os docentes do período regular nas técnicas submarinos. Em troca das pérolas que as salamandras lhe
pedagógicas. entregam, ele lhes fornece facas para se defenderem dos
Não faltam casos exemplares na rede oficial de ensino. tubarões. O resto, você adivinhou: as salamandras se re-
Compete ao Estado disseminar essas iniciativas exitosas produzem, tornam-se milhões, ocupam os litorais, apren-
por seus estabelecimentos. Assim se combate a tendência dem a falar e inundam os continentes. São agora bilhões e
ainda existente a segregar em salas especiais os estudan- tomam o mundo.
tes com deficiência – que não se confunde com incapacida- Não quero dizer que os micróbios comedores de lixo
de, como felizmente já vamos aprendendo. podem se tornar as salamandras de Čapek. É que, no livro,
                                                   (Editorial. Folha de as salamandras aprendem a gerir o mundo melhor do que
S.Paulo, 16.10.2019. Adaptado) nós. Com os micróbios no comando, nossos mares, pelo
menos, estarão a salvo.
Assinale a alternativa em que, com a mudança da po- Ruy Castro, jornalista, biógrafo e escritor brasileiro.
sição do pronome em relação ao verbo, conforme indicado Folha de S. Paulo. Caderno Opinião, p. A2, 20 mai. 2019.
nos parênteses, a redação permanece em conformidade
com a norma-padrão de colocação dos pronomes. Os pronomes pessoais oblíquos átonos, em relação ao
A) ... há melhora nas escolas quando se incluem alu- verbo, possuem três posições: próclise (antes do verbo),
nos com deficiência. (incluem-se) mesóclise (no meio do verbo) e ênclise (depois do verbo).

Língua Portuguesa 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Avalie as afirmações sobre o emprego dos pronomes A linha de argumento do ambientalista ingênuo lem-
oblíquos nos trechos a seguir. bra-nos o “salto do tigre” enunciado pelo filósofo da cultura
I – A próclise se justifica pela presença da palavra Walter Benjamin, em uma de suas teses sobre a filosofia da
negativa: “E não se contenta em brindar os mares, rios e história. Qual um tigre mergulhamos no passado, e apenas
lagoas com seus próprios dejetos.” apreendemos o que interessa para nossa argumentação. É
II – A ênclise ocorre por se tratar de oração iniciada o que se faz, a todo tempo.
por verbo: “Intoxica-os também com garrafas plásticas, (Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy. Disponível em:
pneus, computadores, sofás e até carcaças de automó- https://www.conjur.com.br/2011. Acesso em: 10.08.2019.
veis.” Adaptado)
III – A próclise é sempre empregada quando há locu-
ção verbal: “Não quero dizer que os micróbios comedores (*) Referência ao personagem Bambi, filhote de cervo
de lixo podem se tornar as salamandras de Čapek.” conhecido como “Príncipe da Floresta”, em sua saga pela
sobrevivência na natureza. 
IV – O sujeito expresso exige o emprego da ênclise:
“O ser humano revelou-se capaz de dividir o átomo, derro-
Assinale a alternativa que reescreve os trechos desta-
tar o câncer e produzir um ‘Dom Quixote’”.
cados empregando pronomes, de acordo com a norma-pa-
drão de regência e colocação.
Está correto apenas o que se afirma em Uma nuvem de problematização supostamente filosó-
A) I e II. fica também rondaria a discussão. / Alguma ingenuidade
B) I e III. conceitual poderia marcar o ambientalismo apologético.
C) II e IV. A) ... lhe rondaria ... o poderia marcar
D) III e IV. B) ... rondá-la-ia ... poderia marcar ele
C) ... rondaria-a ... podê-lo-ia marcar
03. (Prefeitura de Birigui - SP - Educador de Cre- D) ... rondaria-lhe ... poderia o marcar
che - VUNESP - 2019) E) ... a rondaria ... poderia marcá-lo

Certo discurso ambientalista tradicional recorrentemen- 04. (Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE -
te busca indícios de que o problema ambiental seja univer- Técnico em Saneamento - IBFC - 2019)
sal (e de fato é), atemporal (nem tanto) e generalizado (o
que é desejável). Alguma ingenuidade conceitual poderia Vou-me embora pra Pasárgada,
marcar o ambientalismo apologético; haveria dilemas am- lá sou amigo do Rei”.
bientais em todos os lugares, tempos, culturas. É a bambi- (M.Bandeira)
ficação(*) da natureza. Necessária, no entanto, como con-
dição de sobrevivência. Há quem tenha encontrado normas Quanto à regra de colocação pronominal utilizada, assi-
ambientais na Bíblia, no Direito grego, e até no Direito ro- nale a alternativa correta.
mano. São Francisco de Assis, nessa linha, prosaica, seria A) Ênclise: em orações iniciadas com verbos no pre-
o santo padroeiro das causas ambientais; falava com plan- sente ou pretérito afirmativo, o pronome oblíquo deve ser
tas e animais. usado posposto ao verbo.
A proteção do meio ambiente seria, nesse contexto, ins- B) Próclise: em orações iniciadas com verbos no pre-
tintiva, predeterminando objeto e objetivo. Por outro lado, e sente ou pretérito afirmativo, o pronome oblíquo deve ser
usado posposto ao verbo.
este é o meu argumento, quando muito, e agora utilizo uma
C) Mesóclise: em orações iniciadas com verbos no
categoria freudiana, a pretensão de proteção ambiental se-
presente ou pretérito afirmativo, o pronome oblíquo deve
ria pulsional, dado que resiste a uma pressão contínua, va-
ser usado posposto ao verbo.
riável na intensidade. Assim, numa dimensão qualitativa, e
D) Próclise: em orações iniciadas com verbos no im-
não quantitativa, é que se deveria enfrentar a questão, que perativo afirmativo, o pronome oblíquo deve ser usado pos-
também é cultural. E que culturalmente pode ser abordada. posto ao verbo.
O problema, no entanto, é substancialmente econômi-
co. O dilema ambiental só se revela como tal quando o meio 05. (Prefeitura de Peruíbe - SP - Inspetor de Alu-
ambiente passa a ser limite para o avanço da atividade eco- nos - VUNESP - 2019)
nômica. É nesse sentido que a chamada internalização da
externalidade negativa exige justificativa para uma atuação Pelo fim das fronteiras
contra-fática.
Uma nuvem de problematização supostamente filosófi- Imigração é um fenômeno estranho. Do ponto de vista
ca também rondaria a discussão. Antropocêntricos acredi- puramente racional, ela é a solução para vários problemas
tam que a proteção ambiental seria narcisística, centrada e globais. Mas, como o mundo é um lugar menos racional
referenciada no próprio homem. Os geocêntricos piamente do que deveria, pessoas que buscam refúgio em outros
entendem que a natureza deva ser protegida por próprios países costumam ser recebidas com desconfiança quando
e intrínsecos fundamentos e características. Posições se não com violência, o que diminui o valor da imigração como
radicalizam. remédio multiuso.

Língua Portuguesa 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


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No plano econômico, a plena mobilidade da mão de D) impô-las ... as garantam


obra seria muito bem-vinda. Segundo algumas estimativas, E) impor-lhes ... lhes garantam
ela faria o PIB mundial aumentar em até 50%. Mesmo que
esses cálculos estejam inflados, só uma fração de 10% já 07. (Prefeitura de Blumenau - SC - Professor - Geo-
significaria um incremento da ordem de US$ 10 trilhões grafia – Matutino - FURB – 2019)
(uns cinco Brasis).
Uma das principais razões para o mundo ser mais po- O tradicional desfile do aniversário de Blumenau, que
bre do que poderia é que enormes contingentes de huma- completa 169 anos de fundação nesta segunda-feira, teve
nos vivem sob sistemas que os impedem de ser produtivos. outra data especial para comemorar: os 200 anos de nasci-
Um estudo de 2016 de Clemens, Montenegro e Pritchett es- mento do Doutor Hermann Blumenau. __________ 15 mil
timou que só tirar um trabalhador macho sem qualificação pessoas que estiveram na Rua XV de Novembro nesta ma-
de seu país pobre de origem e transportá-lo para os EUA nhã acompanhando o desfile, de acordo com estimativa da
elevaria sua renda anual em US$ 14 mil. Fundação Cultural, conheceram um pouco mais da vida do
A imigração se torna ainda mais tentadora quando se fundador do município. [...] O desfile também apresentou
considera que é a resposta perfeita para países desenvol- aspectos da colonização alemã no Vale do Itajaí. Dessa for-
vidos que enfrentam o problema do envelhecimento popu- ma, as bandeiras e moradores das 42 cidades do território
lacional. original de Blumenau, que foi fundado por Hermann, tam-
Não obstante tantas virtudes, imigrantes podem ser bém estiveram representadas na Rua XV de Novembro. [...]
maltratados e até perseguidos quando cruzam a frontei- Disponível em: <https://www.nsctotal.com.br/noticias/
ra, especialmente se vêm em grandes números. Isso está desfile-em-blumenau-comemora-o-aniversario-da-cidade-
acontecendo até no Brasil, que não tinha histórico de xeno- -e-os-200-anos-do-fundador>.Acesso em: 02 set. 2019.
fobia. Desconfio de que estão em operação aqui vieses da [adaptado]
Idade da Pedra, tempo em que membros de outras tribos
eram muito mais uma ameaça do que uma solução. No mesmo excerto “Dessa forma, as bandeiras e mo-
De todo modo, caberia às autoridades incentivar a imi- radores das 42 cidades do território original de Blume-
gração, tomando cuidado para evitar que a chegada dos es- nau, que foi fundado por Hermann, também estiveram re-
trangeiros dê pretexto para cenas de barbárie. Isso exigiria presentadas na Rua XV de Novembro.”, a palavra destaca-
recebê-los com inteligência, minimizando choques culturais da pertence à classe gramatical:
e distribuindo as famílias por regiões e cidades em que po- A) conjunção
dem ser mais úteis. É tudo o que não estamos fazendo. B) pronome
(Hélio Schwartsman. Disponível em: https://www1. C) preposição
folha.uol.com.br/colunas/.28.08.2018. Adaptado) D) advérbio
Considere as frases: E) substantivo
• países desenvolvidos que enfrentam o problema do
envelhecimento populacional. (4º parágrafo) 08. (Prefeitura de Blumenau - SC - Professor - Por-
• ... minimizando choques culturais e distribuindo as fa- tuguês – Matutino - FURB – 2019)
mílias por regiões e cidades em que podem ser mais
úteis. (6º parágrafo) Determinado, batalhador, estudioso, dedicado e inquie-
to. Muitos são os adjetivos que encontramos nos livros de
A substituição das expressões em destaque por prono- história para definir Hermann Blumenau. Desde os primei-
mes está de acordo com a norma-padrão de emprego e ros anos da colônia, esteve determinado a construir uma
colocação em: casa melhor para viver com sua família, talvez em um terre-
A) enfrentam-no; distribuindo-lhes. no que lhe pertencia no morro do aipim. Infelizmente, nunca
B) o enfrentam; lhes distribuindo. concretizou este sonho, porém, nunca deixou de zelar por
C) o enfrentam; distribuindo-as. tudo aquilo que lhe dizia respeito.[...]
D) enfrentam-no; lhes distribuindo. Disponível em: <https://www.blumenau.sc.gov.br/
E) lhe enfrentam; distribuindo-as. secretarias/fundacao-cultural/fcblu/memaoria-digital-ao-co-
memoraacaao-200-anos-dr-blumenau85>. Acesso em: 05
06. (Prefeitura de Peruíbe - SP – Secretário de es- set. 2019. [adaptado]
cola - VUNESP - 2019)
Considere a frase a seguir. Como as crianças são natu- Sobre a colocação dos pronomes átonos nos excertos:
ralmente agitadas, cabe aos adultos impor às crianças li- “...talvez em um terreno que lhe pertencia no morro do ai-
mites que garantam às crianças um desenvolvimento sau- pim.” e “...zelar por tudo aquilo que lhe dizia respeito.”, po-
dável. Para eliminar as repetições da frase, as expressões demos afirmar que ambas as próclises estão corretas, pois
destacadas devem ser substituídas, em conformidade com o verbo está precedido de palavras que atraem o pronome
a norma-padrão da língua, respectivamente, por para antes do verbo. Assinale a alternativa que identifica
A) impor-nas ... lhes garantam essas palavras atrativas dos excertos:
B) impor-lhes ... as garantam A) palavras de sentido negativo
C) impô-las ... lhes garantam B) advérbios

Língua Portuguesa 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


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C) conjunções subordinativas Cartão vermelho – denúncia de falta grave no futebol.


D) pronomes demonstrativos
E) pronomes relativos

Gabarito

01. D / 02. A / 03. E / 04. A / 05. C / 06. E / 07. B / 08. E

À APREENSÃO DOS EFEITOS DE SENTIDO DE- Placas de trânsito – “proibido andar de bicicleta”
CORRENTES DO USO DE RECURSOS VERBAIS
E NÃO VERBAIS EM TEXTOS DE DIFERENTES
GÊNEROS: TIRAS, QUADRINHOS, CHARGES,
GRÁFICOS, INFOGRÁFICOS ETC.;

LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL

O que é linguagem? É o uso da língua como forma de


expressão e comunicação entre as pessoas. A linguagem
não é somente um conjunto de palavras faladas ou escritas,
mas também de gestos e imagens. Afinal, não nos comuni- Símbolo que se coloca na porta para indicar “sanitário
camos apenas pela fala ou escrita, não é verdade? masculino”.
Então, a linguagem pode ser verbalizada, e daí vem a
analogia ao verbo. Você já tentou se pronunciar sem utilizar
o verbo? Se não, tente, e verá que é impossível se ter algo
fundamentado e coerente! Assim, a linguagem verbal é a
que utiliza palavras quando se fala ou quando se escreve.
A linguagem pode ser não verbal, ao contrário da ver-
bal, não utiliza vocábulo, palavras para se comunicar. O
objetivo, neste caso, não é de expor verbalmente o que se
quer dizer ou o que se está pensando, mas se utilizar de
outros meios comunicativos, como: placas, figuras, gestos,
objetos, cores, ou seja, dos signos visuais.
Vejamos: Imagem indicativa de “silêncio”.
- um texto narrativo, uma carta, o diálogo, uma entrevis-
ta, uma reportagem no jornal escrito ou televisionado, um
bilhete? = Linguagem verbal!
Agora: o semáforo, o apito do juiz numa partida de fute-
bol, o cartão vermelho, o cartão amarelo, uma dança, o avi-
so de “não fume” ou de “silêncio”, o bocejo, a identificação
de “feminino” e “masculino” através de figuras na porta do
banheiro, as placas de trânsito? = Linguagem não verbal!
A linguagem pode ser ainda verbal e não verbal ao
mesmo tempo, como nos casos das charges, cartoons e
anúncios publicitários.

Observe alguns exemplos: Semáforo com sinal amarelo advertindo “atenção”.

Fonte: http://www.brasilescola.com/redacao/linguagem.
htm

Língua Portuguesa 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Pré-Leitura
À IDENTIFICAÇÃO DAS IDEIAS EXPRESSAS NO Nome do livro
TEXTO, BEM COMO DE SUA HIERARQUIA (PRIN- Autor
CIPAL OU SECUNDÁRIA) E DAS RELAÇÕES Dados Bibliográficos
ENTRE ELAS (OPOSIÇÃO, RESTRIÇÃO, CAUSA/ Prefácio e Índice 
CONSEQUÊNCIA, EXEMPLIFICAÇÃO ETC.); Prólogo e Introdução

O primeiro passo para interpretar um texto consiste em O primeiro passo é memorizar o nome do autor e a edi-
decompô-lo, após uma primeira leitura, em suas “ideias bá- ção do livro, fazer um folheio sistemático: ler o prefácio e
sicas ou ideias núcleo”, ou seja, um trabalho analítico bus- o índice (ou sumário), analisar um pouco da história que
cando os conceitos definidores da opinião explicitada pelo deu origem ao livro, ver o número da edição e o ano de
autor. Esta operação fará com que o significado do texto publicação. Se falarmos em ler um Machado de Assis, um
“salte aos olhos” do leitor. Ler é uma atividade muito mais Júlio Verne, um Jorge Amado, já estaremos sabendo muito
complexa do que a simples interpretação dos símbolos grá- sobre o livro. É muito importante verificar estes dados para
ficos, de códigos,  requer que o indivíduo seja capaz de enquadrarmos o livro na cronologia dos fatos e na atuali-
interpretar o material lido, comparando-o e incorporando-o dade das informações que ele contém.  Verifique detalhes
à sua bagagem pessoal, ou seja, requer que o indivíduo que possam contribuir para a coleta do maior número de
mantenha um comportamento ativo diante da leitura. informações possível. Tudo isso vai ser útil quando formos
arquivar os dados lidos no nosso arquivo mental. A propó-
Os diferentes níveis de leitura sito, você sabe o que seja um prólogo, um prefácio e uma
introdução? Muita gente pensa que os três são a mesma
Para que isso aconteça, é necessário que haja maturi- coisa, mas não:
dade para a compreensão do material lido, senão tudo cairá Prólogo: é um comentário feito pelo autor a respeito do
no esquecimento ou ficará armazenado em nossa memória tema e de sua experiência pessoal.
sem uso, até que tenhamos condições cognitivas para uti- Prefácio: é escrito por terceiros ou pelo próprio autor,
lizar. referindo-se ao tema abordado no livro e muitas vezes tam-
De uma forma geral, passamos por diferentes níveis bém tecendo comentários sobre o autor.
ou etapas até termos condições de aproveitar totalmente o Introdução: escrita também pelo autor, referindo-se ao
assunto lido. Essas etapas ou níveis são cumulativas e vão
livro e não ao tema.
sendo adquiridas pela vida, estando presente em pratica-
O segundo passo é fazer uma leitura superficial. Po-
mente toda a nossa leitura.
de-se, nesse caso, aplicar as técnicas da leitura dinâmica.
O Primeiro Nível é elementar e diz respeito ao perío-
O Terceiro Nível é conhecido como analítico. Depois
do de alfabetização. Ler é uma capacidade cerebral muito
de vasculharmos bem o livro na pré-leitura, analisamos o
sofisticada e requer experiência: não basta apenas conhe-
livro. Para isso, é imprescindível que saibamos em qual
cermos os códigos, a gramática, a semântica, é preciso que
tenhamos um bom domínio da língua. gênero o livro se enquadra: trata-se de um romance, um
tratado, um livro de pesquisa e, neste caso, existe apenas
O Segundo Nível é a pré-leitura ou leitura inspecio- teoria ou são inseridas práticas e exemplos. No caso de ser
nal. Tem duas funções específicas: primeiro, prevenir para um livro teórico, que requeira memorização, procure criar
que a leitura posterior não nos surpreenda e, sendo, para imagens mentais sobre o assunto, ou seja, veja, realmente,
que tenhamos chance de escolher qual material leremos, o que está lendo, dando vida e muita criatividade ao assun-
efetivamente. Trata-se, na verdade, de nossa primeira im- to.  Note bem: a leitura efetiva vai acontecer nesta fase, e a
pressão sobre o livro. É a leitura que comumente desenvol- primeira coisa a fazer é ser capaz de resumir o assunto do
vemos “nas livrarias”. Nela, por meio do salteio de partes, livro em duas frases. Já temos algum conteúdo para isso,
respondem basicamente às seguintes perguntas: pois o encadeamento das ideias já é de nosso conhecimen-
- Por que ler este livro? to. Procure, agora, ler bem o livro, do início ao fim. Esta é a
- Será uma leitura útil? leitura efetiva, aproveite bem este momento. Fique atento!
- Dentro de que contexto ele poderá se enquadrar? Aproveite todas as informações que a pré-leitura ofereceu.
Não pare a leitura para buscar significados de palavras em
Essas perguntas devem ser revistas durante as etapas dicionários ou sublinhar textos, isto será feito em outro mo-
que se seguem, procurando usar de imparcialidade quanto mento.
ao ponto de vista do autor, e o assunto, evitando precon-
ceitos. Se você se propuser a ler um livro sem interesse, O Quarto Nível de leitura é o denominado de contro-
com olhar crítico, rejeitando-o antes de conhecê-lo, prova- le. Trata-se de uma leitura com a qual vamos efetivamente
velmente o aproveitamento será muito baixo. acabar com qualquer dúvida que ainda persista. Normal-
Ler é armazenar informações; desenvolver; ampliar ho- mente, os termos desconhecidos de um texto são explicita-
rizontes; compreender o mundo; comunicar-se melhor; es- dos  neste próprio texto, à medida que vamos adiantando a
crever melhor; relacionar-se melhor com o outro. leitura. Um mecanismo psicológico fará com que fiquemos

Língua Portuguesa 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


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com aquela dúvida incomodando-nos até que tenhamos a que humana: o inconsciente e subconsciente. Começou
resposta. Caso não haja explicação no texto, será na etapa estudando casos clínicos de comportamentos anômalos ou
do controle que lançaremos mão do dicionário. patológicos, com a ajuda da hipnose e em colaboração com
Veja bem: a esta altura já conhecemos bem o livro e o os colegas Joseph Breuer e Martin Charcot (Estudos sobre
ato de interromper a leitura não vai fragmentar a compreen- a histeria, 1895). Insatisfeito com os resultados obtidos pelo
são do assunto como um todo. Será, também, nessa etapa hipnotismo, inventou o método que até hoje é usado pela
que sublinharemos os tópicos importantes, se necessário. psicanálise: o das ‘livres associações’ de ideias e de sen-
Para ressaltar trechos importantes opte por um sinal discre- timentos, estimuladas pela terapeuta por palavras dirigidas
to próximo a eles, visando principalmente a marcar o local ao paciente com o fim de descobrir a fonte das perturba-
do texto em que se encontra, obrigando-o a fixar a cronolo- ções mentais. Para este caminho de regresso às origens de
gia e a sequência deste fato importante, situando-o no livro. um trauma, Freud se utilizou especialmente da linguagem
Aproveite bem esta etapa de leitura. Para auxiliar no es- onírica dos pacientes, considerando os sonhos como com-
tudo, é interessante que, ao final da leitura de cada capítulo, pensação dos desejos insatisfeitos na fase de vigília.
você faça um breve resumo com suas próprias palavras de Mas a grande novidade de Freud, que escandalizou o
tudo o que foi lido. mundo cultural da época, foi a apresentação da tese de que
toda neurose é de origem sexual.”
Um Quinto Nível pode ser opcional: a etapa da repe- (Salvatore D’Onofrio)
tição aplicada. Quando lemos, assimilamos o conteúdo do
texto, mas aprendizagem efetiva vai requerer que tenhamos Primeiro Conceito do Texto: “Incalculável é a contribui-
prática, ou seja, que tenhamos experiência do que foi lido ção do famoso neurologista austríaco no tocante aos estu-
na vida. Você só pode compreender conceitos que tenha dos sobre a formação da personalidade humana. Sigmund
visto em seu cotidiano. Nada como unir a teoria à prática. Freud (1859-1939) conseguiu acender luzes nas cama-
Na leitura, quando não passamos pela etapa da repetição das mais profundas da psique humana: o inconsciente e
aplicada, ficamos muitas vezes sujeitos  àqueles brancos subconsciente.” O autor do texto afirma, inicialmente, que
quando queremos evocar o assunto. Para evitar isso, faça Sigmund Freud ajudou a ciência a compreender os níveis
resumos. mais profundos da personalidade humana, o inconsciente e
Observe agora os trechos sublinhados do livro e os subconsciente.
resumos de cada capítulo, trace um diagrama sobre o li-
vro, esforce-se para traduzi-lo com suas próprias palavras. Segundo Conceito do Texto: “Começou estudando ca-
Procure associar o assunto lido com alguma experiência já sos clínicos de comportamentos anômalos ou patológicos,
vivida ou tente exemplificá-lo com algo concreto, como se com a ajuda da hipnose e em colaboração com os colegas
fosse um professor e o estivesse ensinando para uma tur- Joseph Breuer e Martin Charcot (Estudos sobre a histeria,
ma de alunos interessados. É importante lembrar que es- 1895). Insatisfeito com os resultados obtidos pelo hipnotis-
quecemos mais nas próximas 8 horas do que nos 30 dias mo, inventou o método que até hoje é usado pela psica-
posteriores. Isto quer dizer que devemos fazer pausas du- nálise: o das ‘livres associações’ de ideias e de sentimen-
rante a leitura e ao retornarmos ao livro, consultamos os tos, estimuladas pela terapeuta por palavras dirigidas ao
resumos. Não pense que é um exercício monótono. Nós paciente com o fim de descobrir a fonte das perturbações
somos capazes de realizar diariamente exercícios físicos mentais.” A segunda ideia núcleo mostra que Freud deu iní-
com o propósito de melhorar a aparência e a saúde. Pois cio a sua pesquisa estudando os comportamentos huma-
bem, embora não tenhamos condições de ver com o que se nos anormais ou doentios por meio da hipnose. Insatisfeito
apresenta nossa mente, somos capazes de senti-la quando com esse método, criou o das “livres associações de ideias
melhoramos nossas aptidões como o raciocínio, a pronti- e de sentimentos”.
dão de informações e, obviamente, nossos conhecimentos Terceiro Conceito do Texto: “Para este caminho de re-
intelectuais. Vale a pena se esforçar no início e criar um gresso às origens de um trauma, Freud se utilizou especial-
método de leitura eficiente e rápido. mente da linguagem onírica dos pacientes, considerando
os sonhos como compensação dos desejos insatisfeitos na
Ideias Núcleo fase de vigília.” Aqui, está explicitado que a descoberta das
raízes de um trauma se faz por meio da compreensão dos
O primeiro passo para interpretar um texto consiste em sonhos, que seriam uma linguagem metafórica dos desejos
decompô-lo, após uma primeira leitura, em suas “ideias bá- não realizados ao longo da vida do dia a dia.
sicas ou ideias núcleo”, ou seja, um trabalho analítico bus-
cando os conceitos definidores da opinião explicitada pelo Quarto Conceito do Texto: “Mas a grande novidade de
autor. Esta operação fará com que o significado do texto Freud, que escandalizou o mundo cultural da época, foi a
“salte aos olhos” do leitor. Exemplo: apresentação da tese de que toda neurose é de origem se-
xual.” Por fim, o texto afirma que Freud escandalizou a so-
“Incalculável é a contribuição do famoso neurologis- ciedade de seu tempo, afirmando a novidade de que todo o
ta austríaco no tocante aos estudos sobre a formação da trauma psicológico é de origem sexual.
personalidade humana. Sigmund Freud (1859-1939) con-
seguiu acender luzes nas camadas mais profundas da psi-

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Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa - Não se deve preocupar com a arrumação das letras
interpretação de texto. Para isso, devemos observar o se- nas alternativas;
guinte: - As perguntas são fáceis, dependendo de quem lê o
texto ou como o leu;
- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do - Cuidado com as opiniões pessoais, elas não existem;
assunto; - Sentir, perceber a mensagem do autor;
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa - Cuidado com a exatidão das questões em relação ao
a leitura, vá até o fim, ininterruptamente; texto;
- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto - Descobrir o assunto e procurar pensar sobre ele;
pelo menos umas três vezes; - Todos os termos da análise sintática, cada termo tem
- Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas; seu valor, sua importância;
- Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; - Todas as orações subordinadas têm oração principal e
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do
as ideias se completam.
autor;
- Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para
Vícios de Leitura
melhor compreensão;
- Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte)
do texto correspondente; Por acaso você tem o hábito de ler movimentando a ca-
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada beça? Ou quem sabe, acompanhando com o dedo? Talvez
questão; vocalizando baixinho... Você não percebe, mas esses movi-
- Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de...), mentos são alguns dos tantos que prejudicam a leitura. Es-
não, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, ex- ses movimentos são conhecidos como vícios de linguagem.
ceto, e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, Movimentar a cabeça: procure perceber se você não
às vezes, dificultam a entender o que se perguntou e o que está movimentando a cabeça enquanto lê. Este movimento,
se pediu; ao final de pouco tempo, gera muito cansaço além de não
- Quando duas alternativas lhe parecem corretas, pro- causar nenhum efeito positivo. Durante a leitura apenas
curar a mais exata ou a mais completa; movimentamos os olhos.
- Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fun- Regressar no texto, durante a leitura: pessoas que têm
damento de lógica objetiva; dificuldade de memorizar um assunto, que não compreen-
- Cuidado com as questões voltadas para dados super- dem algumas expressões ou palavras tendem a voltar na
ficiais; sua leitura. Este movimento apenas incrementa a falta de
- Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela memória, pois secciona a linha de raciocínio e raramente
resposta, mas a opção que melhor se enquadre no sentido explica o desconhecido, o que normalmente é elucidado no
do texto; decorrer da leitura. Procure sempre manter uma sequência
- Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras e não fique “indo e vindo” no livro. O assunto pode se tornar
denuncia a resposta; um bicho de sete cabeças!
- Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas Ler palavra por palavra: para escrever usamos muitas
pelo autor, definindo o tema e a mensagem; palavras que apenas servem como adereços. Procure ler o
- O autor defende ideias e você deve percebê-las; conjunto e perceber o seu significado.
- Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito Sub-vocalização: é o ato de repetir mentalmente a pala-
são importantíssimos na interpretação do texto. Exemplos:
vra. Isto só será corrigido quando conseguirmos ultrapassar
a marca de 250 palavras por minuto.
Ele morreu de fome.
Usar apoios: algumas pessoas têm o hábito de acom-
de fome: adjunto adverbial de causa, determina a cau-
panhar a leitura com réguas, apontando ou utilizando um
sa na realização do fato (= morte de “ele”).
Ele morreu faminto. objeto que salta “linha a linha”. O movimento dos olhos é
faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que “ele” muito mais rápido quando é livre do que quando o fazemos
se encontrava quando morreu. guiado por qualquer objeto.

- As orações coordenadas não têm oração principal, Leitura Eficiente


apenas as ideias estão coordenadas entre si;
- Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele Ao ler realizamos as seguintes operações:
maior clareza de expressão, aumentando-lhe ou determi-
nando-lhe o significado; - Captamos o estímulo, ou seja, por meio da visão, en-
- Esclarecer o vocabulário; caminhamos o material a ser lido para nosso cérebro.
- Entender o vocabulário; - Passamos, então, a perceber e a interpretar o dado
- Viver a história; sensorial (palavras, números etc.) e a organizá-lo segundo
- Ative sua leitura; nossa bagagem de conhecimentos anteriores. Para essa
- Ver, perceber, sentir, apalpar o que se pergunta e o etapa, precisamos de motivação, de forma a tornar o pro-
que se pede; cesso mais otimizado possível.

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- Assimilamos o conteúdo lido integrando-o ao nosso - Ambiente: o ambiente de leitura deve ser prepara-
“arquivo mental” e aplicando o conhecimento ao nosso co- do para ela. Nada de ambientes com muitos estímulos que
tidiano. forcem a dispersão. Deve ser um local tranquilo, agradá-
vel, ventilado, com uma cadeira confortável para o leitor e
A leitura é um processo muito mais amplo do que pode- mesa para apoiar o livro a uma altura que possibilite pos-
mos imaginar. Ler não é unicamente interpretar os símbolos tura corporal adequada. Quanto a iluminação, deve vir do
gráficos, mas interpretar o mundo em que vivemos. Na ver- lado posterior esquerdo, pois o movimento de virar a página
dade, passamos todo o nosso tempo lendo! acontecerá antes de ter sido lida a última linha da página di-
O psicanalista francês Lacan disse que o olhar da mãe reita e, de outra forma, haveria a formação de sombra nesta
configura a estrutura psíquica da criança, ou seja, esta se página, o que atrapalharia a leitura.
vê a partir de como vê seu reflexo nos olhos da mãe! O - Objetos necessários: para evitar que, durante a lei-
bebê, então, segundo esta citação, lê nos olhos da mãe tura, levantarmos para pegar algum objeto que julguemos
o sentimento com que é recebido e interpreta suas emo- importante, devemos colocar lápis, marca-texto e dicionário
ções: se o que encontra é rejeição, sua experiência básica sempre à mão. Quanto sublinhar os pontos importantes do
será de terror; se encontra alegria, sua experiência será de texto, é preciso aprender a técnica adequada. Não o fazer
tranquilidade, etc. Ler está tão relacionado com o fato de na primeira leitura, evitando que os aspectos sublinhados
existirmos que nem nos preocupamos em aprimorar este parecem-se mais com um mosaico de informações alea-
processo. É lendo que vamos construindo nossos valores e tórias.
estes são os responsáveis pela transformação dos fatos em Os concursos apresentam questões interpretativas que
objetos de nosso sentimento. têm por finalidade a identificação de um  leitor autônomo.
Leitura é um dos grandes, senão o maior, ingrediente Portanto, o candidato deve compreender os níveis estrutu-
da civilização. Ela é uma atividade ampla e livre, fato com- rais da língua por meio da lógica, além de necessitar de um
provado pela frustração de algumas pessoas ao assistirem bom léxico internalizado.
a um filme, cuja história já foi lida em um livro. Quando le- As frases produzem significados diferentes de acordo
mos, associamos as informações lidas à imensa bagagem
com o contexto em que estão inseridas. Torna-se, assim,
de conhecimentos que temos armazenados em nosso cé-
necessário sempre fazer um confronto entre todas as par-
rebro e então somos capazes de criar, imaginar e sonhar.
tes que compõem o texto. Além disso, é fundamental apre-
É por meio da leitura que podemos entrar em contato
ender as informações apresentadas por trás do texto e as
com pessoas distantes ou do passado, observando suas
inferências a que ele remete. Este procedimento justifica-se
crenças, convicções e descobertas que foram imortaliza-
por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica
das por meio da escrita. Esta possibilita o avanço tecnoló-
do autor diante de uma temática qualquer.
gico e científico, registrando os conhecimentos, levando-os
a qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo, desde que
saibam decodificar a mensagem, interpretando os símbolos Como ler e interpretar uma charge
usados como registro da informação. A leitura é o verdadeiro
elo integrador do ser humano e a sociedade em que ele vive! Interpretar cartuns, charges ou quadrinhos exigem três
O mundo de hoje é marcado pelo enorme fluxo de infor- habilidades: observação, conhecimento do assunto e vo-
mações oferecidas a todo instante. É preciso também tor- cabulário adequado. A primeira permite que o leitor “veja”
narmo-nos mais receptivos e atentos, para nos mantermos todos os ícones presentes - e dono da situação - dê início
atualizados e competitivos. Para isso, é imprescindível leitu- à descrição minuciosa, mas que prioriza as relevâncias. A
ra que nos estimule cada vez mais em vista dos resultados segunda requer um leitor “antenado” com o noticiário mais
que ela oferece. Se você pretende acompanhar a evolução recente, caso contrário não será possível estabelecer senti-
do mundo, manter-se em dia, atualizado e bem informado, dos para o que vê. A terceira encerra o ciclo, pois, sem dar
precisa preocupar-se com a qualidade da sua leitura. nome ao que vê, o leitor não faz a tradução da imagem.
Observe: você pode gostar de ler sobre esoterismo e Desse modo, interpretar charges - ou qualquer outra
uma pessoa próxima não se interessar por este assunto. forma de expressão visual – exige procedimentos lógicos,
Por outro lado, será que esta mesma pessoa se interessa atenção aos detalhes e uma preocupação rigorosa em as-
por um livro que fale sobre História ou esportes? No caso sociar imagens aos fatos.
da leitura, não existe livro interessante, mas leitores inte-
ressados.
A pessoa que se preocupa com a qualidade de sua lei-
tura e com o resultado que poderá obter, deve pensar no
ato de ler como um comportamento que requer alguns cui-
dados, para ser realmente eficaz.

- Atitude: pensamento positivo para aquilo que dese-


ja ler. Manter-se descansado é muito importante também.
Não adianta um desgaste físico enorme, pois a retenção da
informação será inversamente proporcional. Uma alimenta-
ção adequada é muito importante.

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Passo 2: Entenda os elementos contidos na charge:


Numa charge de crítica política ou econômica, sempre há
um protagonista e um antagonista da situação – ou seja,
um personagem alvejado pela crítica do chargista e outro
que faz a vez de porta-voz da crítica do chargista. Não ne-
cessariamente o antagonista aparece na cena… O próprio
cenário da charge, uma nota de rodapé ou a própria situa-
ção na qual o protagonista está inserido pode fazer a vez
de antagonista. Já nas charges de caráter social ou cultural,
geralmente não há protagonistas e antagonistas, mas ele-
mentos do fato ou da notícia que são caricaturizados – isto
é, retratados humoristicamente – com vistas a trazer força
à notícia representada na charge. No caso das charges de
crítica econômica e política, a identificação dos papéis de
Benett. Folha de São Paulo, 15/02/2010 protagonista e antagonista da situação é fundamental para
o próximo passo na interpretação desta charge.
Charges são desenhos humorísticos que se utilizam da Passo 3: Identifique a linha editorial do veículo de co-
ironia e do sarcasmo para a constituição de uma crítica a municação: Não é novidade para nenhum de nós que a im-
uma situação social ou política vigente, e contra a qual se parcialidade da informação é uma mera ilusão, da qual nos
pretende – ou ao menos se pretendia, na origem desse fe- convenceram de tanto repetir. Não existe imparcialidade
nômeno artístico, na Inglaterra do século XIX – fazer uma nem nas ciências, quanto mais na imprensa! E por mais que
oposição. Diferente do cartoon, arte também surgida na a manipulação da notícia seja um ato moralmente execrá-
Inglaterra e que pretendia parodiar situações do cotidiano vel, a parcialidade na informação noticiada pelos meios de
da sociedade, constituindo assim uma crítica dos costumes comunicação não apenas é inevitável, como também pode
que ultrapassa os limites do tempo e projeta-se como crítica vir a ser benéfica no que tange ao processo da constituição
de época, a charge é caracterizada especificamente por ser de posicionamentos críticos e ideológicos no debate demo-
uma crônica, ou seja, narra ou satiriza um fato acontecido crático. Reafirmando aquele lugar-comum, mas válido, do
em determinado momento, e que perderá sua carga humo- dramaturgo Nelson Rodrigues (do qual eu nunca encontrei
rística ao ser desvencilhada do contexto temporal no qual a citação, confesso), “toda unanimidade é burra”. Por isso,
está inserida. Todavia, a palavra cartunista acabou desig- é preciso compreender e identificar a linha editorial do ve-
nando, na nossa linguagem cotidiana, a categoria de artis- ículo de comunicação no qual a charge foi publicada, pois
tas que produz esse tipo de desenho humorístico (charges esta revela a ideologia que inspira o foco de parcialidade
ou cartoons) que este dá às suas notícias.
Na verdade, quatro passos básicos para uma boa inter-
pretação político-ideológica de uma charge. Afinal, se a cor-
rida eleitoral para a Presidência da República já começou,
não vai mal dar uma boa olhada nas charges publicadas em
cada jornal, impresso ou eletrônico, para ver o que se passa
na cabeça dos donos da grande mídia sobre esse momento
ímpar no processo democrático nacional…

Thiago Recchia. Gazeta do Povo, 01/04/2010

Amarildo. A Gazeta-ES, 12/04/2010 Passo 4: Compreenda qual o posicionamento ideológi-


co frente ao fato, do qual a charge quer te convencer: Assim
Passo 1: Procure saber do que a charge está tratando: como a notícia vem, como já foi comentado, carregada de
A charge geralmente está relacionada, por meio do uso de parcialidade ideológica, a charge não está longe de ser um
ANALOGIAS, a uma notícia ou fato político, econômico, so- meio propício de comunicação de um ponto de vista. E com
cial ou cultural. Portanto, a primeira tarefa de um “analista um detalhe a mais: a charge convence! Por seu efeito hu-
de charges” será compreender a qual fato ou notícia a char- morístico, a crítica proposta pela charge permanece enrai-
ge em questão está relacionada. zada por tempo indeterminado em nossa imaginação e, por
decorrência, como vários autores da consagrada psicologia

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da imagem já demonstraram, nos processos inconscientes (D) o significado de uma imagem muda com o passar
que podem influenciar as decisões e escolhas que julgamos do tempo.
serem estritamente voluntárias. Compreender a mensagem (E) Mas é difícil imaginar alguém que seja insensível à
ideológica da qual é composta uma charge acaba tendo a magia de uma foto.
função de tornar conscientes estes processos, fazendo com
que nossa decisão seja fundamentada numa decisão mais 2. No contexto do último parágrafo, a referência aos vá-
racional e posicionada, e ao mesmo tempo menos ingênua rios níveis de percepção de uma fotografia remete
e caricata da situação. Aí, sim, a charge poderá auxiliar na (A) à diversidade das qualidades intrínsecas de uma
formulação clara e cônscia de um posicionamento perante foto.
os fatos e notícias apresentados por esses meios de comu- (B) às diferenças de qualificação do olhar dos obser-
nicação! vadores.
(C) aos graus de insensibilidade de alguns diante de
EXERCÍCIOS uma foto.
(D) às relações que a fotografia mantém com as outras
Atenção: As questões de números 1 a 5 referem-se ao artes.
texto seguinte. (E) aos vários tempos que cada fotografia representa
em si mesma.
Fotografias
3. Atente para as seguintes afirmações:
Toda fotografia é um portal aberto para outra dimensão: I. Ao dizer, no primeiro parágrafo, que a fotografia con-
o passado. A câmara fotográfica é uma verdadeira máquina gela o tempo, o autor defende a ideia de que a realidade
do tempo, transformando o que é naquilo que já não é mais, apreendida numa foto já não pertence a tempo algum.
porque o que temos diante dos olhos é transmudado ime- II. No segundo parágrafo, a menção ao ditado sobre o
diatamente em passado no momento do clique. Costuma- albergue espanhol tem por finalidade sugerir que o olhar do
observador não interfere no sentido próprio e particular de
mos dizer que a fotografia congela o tempo, preservando
uma foto.
um momento passageiro para toda a eternidade, e isso não
III. Um fotógrafo profissional, conforme sugere o tercei-
deixa de ser verdade. Todavia, existe algo que descongela
ro parágrafo, vê não apenas uma foto, mas os recursos de
essa imagem: nosso olhar. Em francês, imagem e magia
uma linguagem específica nela fixados.
contêm as mesmas cinco letras: image e magie. Toda ima-
Em relação ao texto, está correto o que se afirma SO-
gem é magia, e nosso olhar é a varinha de condão que
MENTE em
descongela o instante aprisionado nas geleiras eternas do
(A) I e II.
tempo fotográfico.
(B) II e III.
Toda fotografia é uma espécie de espelho da Alice do (C) I.
País das Maravilhas, e cada pessoa que mergulha nesse (D) II.
espelho de papel sai numa dimensão diferente e vivencia (E) III.
experiências diversas, pois o lado de lá é como o albergue
espanhol do ditado: cada um só encontra nele o que trouxe 4. No contexto do primeiro parágrafo, o segmento To-
consigo. Além disso, o significado de uma imagem muda davia, existe algo que descongela essa imagem pode ser
com o passar do tempo, até para o mesmo observador. substituído, sem prejuízo para a correção e a coerência do
Variam, também, os níveis de percepção de uma fo- texto, por:
tografia. Isso ocorre, na verdade, com todas as artes: um (A) Tendo isso em vista, há que se descongelar essa
músico, por exemplo, é capaz de perceber dimensões so- imagem.
noras inteiramente insuspeitas para os leigos. Da mesma (B) Ainda assim, há mais que uma imagem desconge-
forma, um fotógrafo profissional lê as imagens fotográficas lada.
de modo diferente daqueles que desconhecem a sintaxe da (C) Apesar de tudo, essa imagem descongela algo.
fotografia, a “escrita da luz”. Mas é difícil imaginar alguém (D) Há, não obstante, o que faz essa imagem descon-
que seja insensível à magia de uma foto. gelar.
(Adaptado de Pedro Vasquez, em Por trás daquela (E) Há algo, outrossim, que essa imagem descongela-
foto. rá.
São Paulo: Companhia das Letras, 2010)
5. Está clara e correta a redação deste livre comentário
1. O segmento do texto que ressalta a ação mesma da sobre o texto:
percepção de uma foto é: (A) Apesar de se ombrearem com outras artes plásti-
(A) A câmara fotográfica é uma verdadeira máquina do cas, a fotografia nos faz desfrutar e viver experiências de
tempo. natureza igualmente temporal.
(B) a fotografia congela o tempo. (B) Na superfície espacial de uma fotografia, nem se
(C) nosso olhar é a varinha de condão que descongela imagine os tempos a que suscitarão essa imagem aparen-
o instante aprisionado. temente congelada...

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(C) Conquanto seja o registro de um determinado es- (D) faz pensar nas dificuldades que existem quando se
paço, uma foto leva-nos a viver profundas experiências de trata de determinar a origem de um vocábulo.
caráter temporal. (E) desdobra-se em acepções contraditórias que cor-
(D) Tal como ocorrem nos espelhos da Alice, as experi- respondem a convicções incompatíveis.
ências físicas de uma fotografia podem se inocular em pla-
nos temporais. 7. Diz-se que tratar igualmente os desiguais é perpetuar
(E) Nenhuma imagem fotográfica é congelada suficien- a desigualdade.
temente para abrir mão de implicâncias semânticas no pla- Da afirmação acima é coerente deduzir esta outra:
no temporal. (A) Os homens são desiguais porque foram tratados
com o mesmo critério de igualdade.
Atenção: As questões de números 6 a 9 referem-se ao (B) A igualdade só é alcançável se abolida a fixação de
texto seguinte. um mesmo critério para casos muito diferentes.
(C) Quando todos os desiguais são tratados desigual-
Discriminar ou discriminar? mente, a desigualdade definitiva torna-se aceitável.
(D) Uma forma de perpetuar a igualdade está em sem-
Os dicionários não são úteis apenas para esclarecer pre tratar os iguais como se fossem desiguais.
o sentido de um vocábulo; ajudam, com frequência, a ilu- (E) Critérios diferentes implicam desigualdades tais que
minar teses controvertidas e mesmo a incendiar debates. os injustiçados são sempre os mesmos.
Vamos ao Dicionário Houaiss, ao verbete discriminar, e lá
encontramos, entre outras, estas duas acepções: a) perce- 8. Considerando-se o contexto, traduz-se adequada-
ber diferenças; distinguir, discernir; b) tratar mal ou de modo mente o sentido de um segmento em:
injusto, desigual, um indivíduo ou grupo de indivíduos, em (A) iluminar teses controvertidas (1º parágrafo) = amai-
razão de alguma característica pessoal, cor da pele, classe nar posições dubitativas.
social, convicções etc. (B) um preciso discernimento (2º parágrafo) = uma ar-
raigada dissuasão.
Na primeira acepção, discriminar é dar atenção às dife-
(C) disseminar o juízo preconcebido (2º parágrafo) =
renças, supõe um preciso discernimento; o termo transpira
dissuadir o julgamento predestinado.
o sentido positivo de quem reconhece e considera o estatu-
(D) a forma mais censurável (3º parágrafo) = o modo
to do que é diferente. Discriminar o certo do errado é o pri-
mais repreensível.
meiro passo no caminho da ética. Já na segunda acepção,
(E) As acepções são inconciliáveis (3º parágrafo) = as
discriminar é deixar agir o preconceito, é disseminar o juízo
versões são inatacáveis.
preconcebido. Discriminar alguém: fazê-lo objeto de nossa
intolerância.
9. É preciso reelaborar, para sanar falha estrutural, a
Diz-se que tratar igualmente os desiguais é perpetu- redação da seguinte frase:
ar a desigualdade. Nesse caso, deixar de discriminar (no (A) O autor do texto chama a atenção para o fato de que
sentido de discernir) é permitir que uma discriminação con- o desejo de promover a igualdade corre o risco de obter um
tinue (no sentido de preconceito). Estamos vivendo uma efeito contrário.
época em que a bandeira da discriminação se apresenta (B) Embora haja quem aposte no critério único de julga-
em seu sentido mais positivo: trata-se de aplicar políticas mento, para se promover a igualdade, visto que desconsi-
afirmativas para promover aqueles que vêm sofrendo dis- deram o risco do contrário.
criminações históricas. Mas há, por outro lado, quem veja (C) Quem vê como justa a aplicação de um mesmo cri-
nessas propostas afirmativas a forma mais censurável de tério para julgar casos diferentes não crê que isso reafirme
discriminação... É o caso das cotas especiais para vagas uma situação de injustiça.
numa universidade ou numa empresa: é uma discrimina- (D) Muitas vezes é preciso corrigir certas distorções
ção, cujo sentido positivo ou negativo depende da convic- aplicando-se medidas que, à primeira vista, parecem em si
ção de quem a avalia. As acepções são inconciliáveis, mas mesmas distorcidas.
estão no mesmo verbete do dicionário e se mostram vivas (E) Em nossa época, há desequilíbrios sociais tão gra-
na mesma sociedade. ves que tornam necessários os desequilíbrios compensató-
(Aníbal Lucchesi, inédito) rios de uma ação corretiva.

6. A afirmação de que os dicionários podem ajudar a Atenção: As questões de números 10 a 14 referem-se


incendiar debates confirma-se, no texto, pelo fato de que o à crônica abaixo.
verbete discriminar
(A) padece de um sentido vago e impreciso, gerando Bom para o sorveteiro
por isso inúmeras controvérsias entre os usuários.
(B) apresenta um sentido secundário, variante de seu Por alguma razão inconsciente, eu fugia da notícia. Mas
sentido principal, que não é reconhecido por todos. a notícia me perseguia. Até no avião, o único jornal abria
(C) abona tanto o sentido legítimo como o ilegítimo que na minha cara o drama da baleia encalhada na praia de
se costuma atribuir a esse vocábulo. Saquarema. Afinal, depois de quase três dias se debatendo

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na areia da praia e na tela da televisão, o filhote de jubarte Em relação ao texto, está correto o que se afirma em
conseguiu ser devolvido ao mar. Até a União Soviética aca- (A) I, II e III.
bou, como foi dito por locutores especializados em necroló- (B) I e III, apenas.
gio eufórico. Mas o drama da baleia não acabava. Centenas (C) II e III, apenas.
de curiosos foram lá apreciar aquela montanha de força a (D) I e II, apenas.
se esfalfar em vão na luta pela sobrevivência. Um belo es- (E) III, apenas.
petáculo.
À noite, cessava o trabalho, ou a diversão. Mas já ao 12. Foram irrelevantes para a salvação da baleia estes
raiar do dia, sem recursos, com simples cordas e as pró- dois fatores:
prias mãos, todos se empenhavam no lúcido objetivo co- (A) o necrológio da União Soviética e os serviços da
mum. Comum, vírgula. O sorveteiro vendeu centenas de traineira da Petrobrás.
picolés. Por ele a baleia ficava encalhada por mais duas ou (B) o prestígio dos valores ecológicos e o empenho no
três semanas. Uma santa senhora teve a feliz ideia de levar lúcido objetivo comum.
pastéis e empadinhas para vender com ágio. Um malvado (C) o fato de a jubarte ser um animal de sangue frio e o
sugeriu que se desse por perdida a batalha e se começasse prestígio dos valores ecológicos.
logo a repartir os bifes. (D) o fato de a Petrobrás ser uma empresa estatal e as
Em 1966, uma baleia adulta foi parar ali mesmo e em iniciativas que couberam a uma traineira.
quinze minutos estava toda retalhada. Muitos se lembra- (E) o aproveitamento comercial da situação e a força
vam da alegria voraz com que foram disputadas as tone- descomunal empregada pela jubarte.
ladas da vítima. Essa de agora teve mais sorte. Foi salva
graças à religião ecológica que anda na moda e que por um 13. Considerando-se o contexto, traduz-se adequada-
momento estabeleceu uma trégua entre todos nós, animais mente o sentido de um segmento em:
de sangue quente ou de sangue frio. (A) em necrológio eufórico (1º parágrafo) = em façanha
Até que enfim chegou uma traineira da Petrobrás. Logo mortal.
uma estatal, ó céus, num momento em que é preciso dar (B) Comum, vírgula (2º parágrafo) = Geral, mas nem
provas da eficácia da empresa privada. De qualquer forma, tanto.
eu já podia recolher a minha aflição. Metáfora fácil, lá se foi, (C) que se desse por perdida a batalha (2º parágrafo) =
espero que salva, a baleia de Saquarema. O maior animal que se imaginasse o efeito de uma derrota.
do mundo, assim frágil, à mercê de curiosos. À noite, so- (D) estabeleceu uma trégua entre todos nós (3º pará-
nhei com o Brasil encalhado na areia diabólica da inflação. grafo) = derrogou uma imunidade para nós todos.
A bordo, uma tripulação de camelôs anunciava umas bugi- (E) é preciso dar provas da eficácia (4º parágrafo) =
gangas. Tudo fala. Tudo é símbolo. convém explicitar os bons propósitos.

(Otto Lara Resende, Folha de S. Paulo) 14. Está clara e correta a redação deste livre comentá-
rio sobre o último parágrafo do texto.
10. O cronista ressalta aspectos contrastantes do (A) Apesar de tratar do drama ocorrido com uma baleia,
caso de Saquarema, tal como se observa na relação entre o cronista não deixa de aludir a circunstâncias nacionais,
estas duas expressões: como o impulso para as privatizações e os custos da alta
(A) drama da baleia encalhada e três dias se debatendo inflação.
na areia. (B) Mormente tratando de uma jubarte encalhado, o
(B) em quinze minutos estava toda retalhada e foram cronista não obsta em tratar de assuntos da pauta nacional,
disputadas as toneladas da vítima. como a inflação ou o processo empresarial das privatiza-
(C) se esfalfar em vão na luta pela sobrevivência e levar ções.
pastéis e empadinhas para vender com ágio. (C) Vê-se que um cronista pode assumir, como aqui
(D) o filhote de jubarte conseguiu ser devolvido ao mar ocorreu, o papel tanto de um repórter curioso como anali-
e lá se foi, espero que salva, a baleia de Saquarema. sar fatos oportunos, qual seja a escalada inflacionária ou a
(E) Até que enfim chegou uma traineira da Petrobrás e privatização.
Logo uma estatal, ó céus. (D) O incidente da jubarte encalhado não impediu de
que o cronista se valesse de tal episódio para opinar diante
11. Atente para as seguintes afirmações sobre o texto: de outros fatos, haja vista a inflação nacional ou a escalada
I. A analogia entre a baleia e a União Soviética insinua, das privatizações.
entre outros termos de aproximação, o encalhe dos gigantes. (E) Ao bom cronista ocorre associar um episódio como
II. As reações dos envolvidos no episódio da baleia en- o da jubarte com a natureza de outros, bem distintos, sejam
calhada revelam que, acima das diferentes providências, os da economia inflacionada, sejam o crescente prestígio
atinham-se todos a um mesmo propósito. das privatizações.
III. A expressão Tudo é símbolo prende-se ao fato de
que o autor aproveitou o episódio da baleia encalhada para
também figurar o encalhe de um país imobilizado pela alta
inflação.

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Atenção: As questões de números 15 a 18 referem-se 16. Atente para as seguintes afirmações:


ao texto abaixo. I. A argumentação do ministro, referida no primeiro pa-
rágrafo, é rebatida pelo autor do texto por ser falaciosa e
A razão do mérito e a do voto escamotear os reais interesses de quem a formula.
II. O autor do texto manifesta-se francamente favorável
Um ministro, ao tempo do governo militar, irritado com à razão do mérito, a menos que uma situação de real im-
a campanha pelas eleições diretas para presidente da Re- passe imponha a resolução pelo voto.
pública, buscou minimizar a importância do voto com o se- III. A conotação pejorativa que o uso de aspas confe-
guinte argumento: − Será que os passageiros de um avião re ao termo “assembleísmo” expressa o ponto de vista dos
gostariam de fazer uma eleição para escolher um deles que desconsideram a qualificação técnica.
como piloto de seu voo? Ou prefeririam confiar no mérito do Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se
profissional mais abalizado? afirma em
A perfídia desse argumento está na falsa analogia entre (A) I.
uma função eminentemente técnica e uma função eminen- (B) II.
temente política. No fundo, o ministro queria dizer que o (C) III.
governo estava indo muito bem nas mãos dos militares e (D) I e II.
que estes saberiam melhor que ninguém prosseguir no co- (E) II e III.
mando da nação.
Entre a escolha pelo mérito e a escolha pelo voto há 17. Considerando-se o contexto, são expressões bas-
necessidades muito distintas. Num concurso público, por tante próximas quanto ao sentido:
exemplo, a avaliação do mérito pessoal do candidato se (A) fazer uma eleição e confiar no mérito do profissio-
impõe sobre qualquer outra. A seleção e a classificação de nal.
profissionais devem ser processos marcados pela trans- (B) especialidade técnica e vocação política.
parência do método e pela adequação aos objetivos. Já a (C) classificação de profissionais e escolha da lideran-
escolha da liderança de uma associação de classe, de um ça.
sindicato deve ocorrer em conformidade com o desejo da (D) avaliação do mérito e reconhecimento da qualifica-
maioria, que escolhe livremente seu representante. Entre ção.
a especialidade técnica e a vocação política há diferenças (E) transparência do método e desejo da maioria.
profundas de natureza, que pedem distintas formas de re- 18. Atente para a redação do seguinte comunicado:
conhecimento.
Essas questões vêm à tona quando, em certas institui- Viemos por esse intermédio convocar-lhe para a as-
ções, o prestígio do “assembleísmo” surge como absolu- sembleia geral da próxima sexta-feira, aonde se decidi-
to. Há quem pretenda decidir tudo no voto, reconhecendo rá os rumos do nosso movimento reivindicatório.
numa assembleia a “soberania” que a qualifica para a toma-
da de qualquer decisão. Não por acaso, quando alguém se As falhas do texto encontram-se plenamente sanadas
opõe a essa generalização, lembrando a razão do mérito, em:
ouvem-se diatribes contra a “meritocracia”. Eis aí uma tare- (A) Vimos, por este intermédio, convocá-lo para a as-
fa para nós todos: reconhecer, caso a caso, a legitimidade sembleia geral da próxima sexta-feira, quando se decidirão
que tem a decisão pelo voto ou pelo reconhecimento da os rumos do nosso movimento reivindicatório.
qualificação indispensável. Assim, não elegeremos deputa- (B) Viemos por este intermédio convocar-lhe para a as-
do alguém sem espírito público, nem votaremos no passa- sembleia geral da próxima sexta-feira, onde se decidirá os
geiro que deverá pilotar nosso avião. rumos do nosso movimento reivindicatório.
(Júlio Castanho de Almeida, inédito) (C) Vimos, por este intermédio, convocar-lhe para a as-
sembleia geral da próxima sexta-feira, em cuja se decidirão
15. Deve-se presumir, com base no texto, que a razão os rumos do nosso movimento reivindicatório.
do mérito e a razão do voto devem ser consideradas, diante (D) Vimos por esse intermédio convocá-lo para a as-
da tomada de uma decisão, sembleia geral da próxima sexta-feira, em que se decidirá
(A) complementares, pois em separado nenhuma delas os rumos do nosso movimento reivindicatório.
satisfaz o que exige uma situação dada. (E) Viemos, por este intermédio, convocá-lo para a as-
(B) excludentes, já que numa votação não se leva em sembleia geral da próxima sexta-feira, em que se decidirão
conta nenhuma questão de mérito. os rumos do nosso movimento reivindicatório.
(C) excludentes, já que a qualificação por mérito pres-
supõe que toda votação é ilegítima. Respostas: 01-C / 02-B / 03-E / 04-D / 05-C / 06-E /
(D) conciliáveis, desde que as mesmas pessoas que 07-B / 08-D / 09-B / 10-C / 11-B / 12-E / 13-B / 14-A / 15-E /
votam sejam as que decidam pelo mérito. 16-A / 17-D / 18-A
(E) independentes, visto que cada uma atende a neces-
sidades de bem distintas naturezas.

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Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte enca-


À ANÁLISE DA ORGANIZAÇÃO ARGUMENTATI- deamento:
VA DO TEXTO: IDENTIFICAÇÃO DO PONTO DE
VISTA (TESE) DO AUTOR, RECONHECIMENTO E A é igual a B.
AVALIAÇÃO DOS ARGUMENTOS USADOS PARA A é igual a C.
FUNDAMENTÁ-LO; Então: C é igual a A.

ARGUMENTAÇÃO Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigato-


riamente, que C é igual a A.
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma Outro exemplo:
informação a alguém. Quem comunica pretende criar uma
imagem positiva de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito Todo ruminante é um mamífero.
educado, ou inteligente, ou culto), quer ser aceito, deseja A vaca é um ruminante.
que o que diz seja admitido como verdadeiro. Em síntese, Logo, a vaca é um mamífero.
tem a intenção de convencer, ou seja, tem o desejo de que
o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele propõe. Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a con-
Se essa é a finalidade última de todo ato de comuni- clusão também será verdadeira.
cação, todo texto contém um componente argumentativo. No domínio da argumentação, as coisas são diferen-
A argumentação é o conjunto de recursos de natureza lin- tes. Nele, a conclusão não é necessária, não é obrigatória.
guística destinados a persuadir a pessoa a quem a comu- Por isso, deve-se mostrar que ela é a mais desejável, a
nicação se destina. Está presente em todo tipo de texto e mais provável, a mais plausível. Se o Banco do Brasil fizer
visa a promover adesão às teses e aos pontos de vista de- uma propaganda dizendo-se mais confiável do que os con-
fendidos. correntes porque existe desde a chegada da família real
As pessoas costumam pensar que o argumento seja portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um banco
apenas uma prova de verdade ou uma razão indiscutível com quase dois séculos de existência é sólido e, por isso,
para comprovar a veracidade de um fato. O argumento é confiável. Embora não haja relação necessária entre a soli-
mais que isso: como se disse acima, é um recurso de lin- dez de uma instituição bancária e sua antiguidade, esta tem
guagem utilizado para levar o interlocutor a crer naquilo peso argumentativo na afirmação da confiabilidade de um
que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o que está banco. Portanto é provável que se creia que um banco mais
sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio da antigo seja mais confiável do que outro fundado há dois ou
retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de três anos.
recursos de linguagem. Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa
Para compreender claramente o que é um argumento, quase impossível, tantas são as formas de que nos vale-
é bom voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do sécu-
mos para fazer as pessoas preferirem uma coisa a outra.
lo IV a.C., numa obra intitulada “Tópicos: os argumentos
Por isso, é importante entender bem como eles funcionam.
são úteis quando se tem de escolher entre duas ou mais
Já vimos diversas características dos argumentos. É
coisas”.
preciso acrescentar mais uma: o convencimento do inter-
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e
locutor, o auditório, que pode ser individual ou coletivo,
uma desvantajosa, como a saúde e a doença, não preci-
será tanto mais fácil quanto mais os argumentos estiverem
samos argumentar. Suponhamos, no entanto, que tenha-
mos de escolher entre duas coisas igualmente vantajosas, de acordo com suas crenças, suas expectativas, seus va-
a riqueza e a saúde. Nesse caso, precisamos argumentar lores. Não se pode convencer um auditório pertencente a
sobre qual das duas é mais desejável. O argumento pode uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomina. Será
então ser definido como qualquer recurso que torna uma mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele conside-
coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua ra positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com
no domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlo- frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional.
cutor crer que, entre duas teses, uma é mais provável que Nos Estados Unidos, essa associação certamente não sur-
a outra, mais possível que a outra, mais desejável que a tiria efeito, porque lá o futebol não é valorizado da mesma
outra, é preferível à outra. forma que no Brasil. O poder persuasivo de um argumento
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verda- está vinculado ao que é valorizado ou desvalorizado numa
de de um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadei- dada cultura.
ro o que o enunciador está propondo.
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumen- Tipos de Argumento
tação. O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja,
pretende demonstrar que uma conclusão deriva necessa- Já verificamos que qualquer recurso linguístico destina-
riamente das premissas propostas, que se deduz obrigato- do a fazer o interlocutor dar preferência à tese do enuncia-
riamente dos postulados admitidos. No raciocínio lógico, as dor é um argumento. Exemplo:
conclusões não dependem de crenças, de uma maneira de
ver o mundo, mas apenas do encadeamento de premissas
e conclusões.

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Argumento de Autoridade Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas docu-


mentais (fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.)
É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reco- ou provas concretas, que tornam mais aceitável uma afir-
nhecidas pelo auditório como autoridades em certo domínio mação genérica. Durante a invasão do Iraque, por exem-
do saber, para servir de apoio àquilo que o enunciador está plo, os jornais diziam que o exército americano era muito
propondo. Esse recurso produz dois efeitos distintos: revela mais poderoso do que o iraquiano. Essa afirmação, sem ser
o conhecimento do produtor do texto a respeito do assunto acompanhada de provas concretas, poderia ser vista como
de que está tratando; dá ao texto a garantia do autor citado. propagandística. No entanto, quando documentada pela
É preciso, no entanto, não fazer do texto um amontoado comparação do número de canhões, de carros de combate,
de citações. A citação precisa ser pertinente e verdadeira. de navios, etc., ganhava credibilidade.
Exemplo:
Argumento quase lógico
“A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
É aquele que opera com base nas relações lógicas,
Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein.
como causa e efeito, analogia, implicação, identidade, etc.
Para ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação,
Esses raciocínios são chamados quase lógicos porque,
não há conhecimento. Nunca o inverso.
diversamente dos raciocínios lógicos, eles não pretendem
Alex José Periscinoto. estabelecer relações necessárias entre os elementos, mas
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2 sim instituir relações prováveis, possíveis, plausíveis. Por
exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “en-
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é tão A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade
mais importante do que o conhecimento. Para levar o audi- lógica. Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu
tório a aderir a ela, o enunciador cita um dos mais célebres é meu amigo” não se institui uma identidade lógica, mas
cientistas do mundo. Se um físico de renome mundial disse uma identidade provável.
isso, então as pessoas devem acreditar que é verdade. Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais fa-
cilmente aceito do que um texto incoerente. Vários são os
Argumento de Quantidade defeitos que concorrem para desqualificar o texto do ponto
de vista lógico: fugir do tema proposto, cair em contradição,
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo tirar conclusões que não se fundamentam nos dados apre-
maior número de pessoas, o que existe em maior núme- sentados, ilustrar afirmações gerais com fatos inadequa-
ro, o que tem maior duração, o que tem maior número de dos, narrar um fato e dele extrair generalizações indevidas.
adeptos, etc. O fundamento desse tipo de argumento é que
mais = melhor. A publicidade faz largo uso do argumento de Argumento do Atributo
quantidade.
É aquele que considera melhor o que tem proprieda-
Argumento do Consenso des típicas daquilo que é mais valorizado socialmente, por
exemplo, o mais raro é melhor que o comum, o que é mais
É uma variante do argumento de quantidade. Funda- refinado é melhor que o que é mais grosseiro, etc.
menta-se em afirmações que, numa determinada época, Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequên-
são aceitas como verdadeiras e, portanto, dispensam com- cia, celebridades recomendando prédios residenciais, pro-
provações, a menos que o objetivo do texto seja comprovar
dutos de beleza, alimentos estéticos, etc., com base no fato
alguma delas. Parte da ideia de que o consenso, mesmo que
de que o consumidor tende a associar o produto anunciado
equivocado, corresponde ao indiscutível, ao verdadeiro e,
com atributos da celebridade.
portanto, é melhor do que aquilo que não desfruta dele. Em
Uma variante do argumento de atributo é o argumento
nossa época, são consensuais, por exemplo, as afirmações
de que o meio ambiente precisa ser protegido e de que as da competência linguística. A utilização da variante culta e
condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. formal da língua que o produtor do texto conhece a norma
Ao confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar linguística socialmente mais valorizada e, por conseguinte,
dos argumentos válidos para os lugares comuns, os precon- deve produzir um texto em que se pode confiar. Nesse sen-
ceitos e as frases carentes de qualquer base científica. tido é que se diz que o modo de dizer dá confiabilidade ao
que se diz.
Argumento de Existência Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado
de saúde de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil das duas maneiras indicadas abaixo, mas a primeira seria
aceitar aquilo que comprovadamente existe do que aquilo infinitamente mais adequada para a persuasão do que a
que é apenas provável, que é apenas possível. A sabedo- segunda, pois esta produziria certa estranheza e não criaria
ria popular enuncia o argumento de existência no provérbio uma imagem de competência do médico:
“Mais vale um pássaro na mão do que dois voando”.

Língua Portuguesa 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


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- Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e le- Convém ainda alertar que não se convence ninguém
vando em conta o caráter invasivo de alguns exames, a com manifestações de sinceridade do autor (como eu,
equipe médica houve por bem determinar o internamento que não costumo mentir...) ou com declarações de certe-
do governador pelo período de três dias, a partir de hoje, 4 za expressas em fórmulas feitas (como estou certo, creio
de fevereiro de 2001. firmemente, é claro, é óbvio, é evidente, afirmo com toda a
- Para conseguir fazer exames com mais cuidado e por- certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto, sincerida-
que alguns deles são barrapesada, a gente botou o gover- de e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve
nador no hospital por três dias. construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas
qualidades não se prometem, manifestam-se na ação.
Como dissemos antes, todo texto tem uma função ar- A argumentação é a exploração de recursos para fazer
gumentativa, porque ninguém fala para não ser levado a parecer verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso,
sério, para ser ridicularizado, para ser desmentido: em todo levar a pessoa a que texto é endereçado a crer naquilo que
ato de comunicação deseja-se influenciar alguém. Por mais ele diz.
neutro que pretenda ser, um texto tem sempre uma orienta- Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e ex-
ção argumentativa. pressa um ponto de vista, acompanhado de certa funda-
A orientação argumentativa é uma certa direção que o mentação, que inclui a argumentação, questionamento,
falante traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao com o objetivo de persuadir. Argumentar é o processo pelo
falar de um homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, qual se estabelecem relações para chegar à conclusão,
de ridicularizá-lo ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza. com base em premissas. Persuadir é um processo de con-
O enunciador cria a orientação argumentativa de seu vencimento, por meio da argumentação, no qual procura-se
texto dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo convencer os outros, de modo a influenciar seu pensamen-
certos episódios e revelando outros, escolhendo determina- to e seu comportamento.
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persu-
das palavras e não outras, etc. Veja:
asão válida, expõem-se com clareza os fundamentos de
uma ideia ou proposição, e o interlocutor pode questionar
“O clima da festa era tão pacífico que até sogras e no-
cada passo do raciocínio empregado na argumentação. A
ras trocavam abraços afetuosos.”
persuasão não válida apoia-se em argumentos subjetivos,
O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que
apelos subliminares, chantagens sentimentais, com o em-
noras e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria
prego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mímica e
escolhido esse fato para ilustrar o clima da festa nem teria
até o choro.
utilizado o termo até, que serve para incluir no argumento Alguns autores classificam a dissertação em duas mo-
alguma coisa inesperada. dalidades, expositiva e argumentativa. Esta, exige argu-
Além dos defeitos de argumentação mencionados mentação, razões a favor e contra uma ideia, ao passo que
quando tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos a outra é informativa, apresenta dados sem a intenção de
citar outros: convencer. Na verdade, a escolha dos dados levantados, a
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido maneira de expô-los no texto já revelam uma “tomada de
tão amplo, que serve de argumento para um ponto de vista posição”, a adoção de um ponto de vista na dissertação,
e seu contrário. São noções confusas, como paz, que, pa- ainda que sem a apresentação explícita de argumentos.
radoxalmente, pode ser usada pelo agressor e pelo agre- Desse ponto de vista, a dissertação pode ser definida como
dido. Essas palavras podem ter valor positivo (paz, justiça, discussão, debate, questionamento, o que implica a liberda-
honestidade, democracia) ou vir carregadas de valor nega- de de pensamento, a possibilidade de discordar ou concor-
tivo (autoritarismo, degradação do meio ambiente, injustiça, dar parcialmente. A liberdade de questionar é fundamental,
corrupção). mas não é suficiente para organizar um texto dissertativo. É
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derru- necessária também a exposição dos fundamentos, os moti-
badas por um único contra exemplo. Quando se diz “Todos vos, os porquês da defesa de um ponto de vista.
os políticos são ladrões”, basta um único exemplo de políti- Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitu-
co honesto para destruir o argumento. de argumentativa. A argumentação está presente em qual-
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora quer tipo de discurso, porém, é no texto dissertativo que ela
do contexto adequado, sem o significado apropriado, vul- melhor se evidencia.
garizando-as e atribuindo-lhes uma significação subjetiva e Para discutir um tema, para confrontar argumentos e
grosseira. É o caso, por exemplo, da frase “O imperialismo posições, é necessária a capacidade de conhecer outros
de certas indústrias não permite que outras crescam”, em pontos de vista e seus respectivos argumentos. Uma dis-
que o termo imperialismo é descabido, uma vez que, a rigor, cussão impõe, muitas vezes, a análise de argumentos
significa “ação de um Estado visando a reduzir outros à sua opostos, antagônicos. Como sempre, essa capacidade
dependência política e econômica”. aprende-se com a prática. Um bom exercício para aprender
a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvolver
A boa argumentação é aquela que está de acordo com as seguintes habilidades:
a situação concreta do texto, que leva em conta os compo- - argumentação: anotar todos os argumentos a favor
nentes envolvidos na discussão (o tipo de pessoa a quem de uma ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a
se dirige a comunicação, o assunto, etc). posição totalmente contrária;

Língua Portuguesa 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


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- contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e Todo homem é mortal (premissa maior = geral, univer-
quais os argumentos que essa pessoa imaginária possivel- sal)
mente apresentaria contra a argumentação proposta; Fulano é homem (premissa menor = particular)
- refutação: argumentos e razões contra a argumenta- Logo, Fulano é mortal (conclusão)
ção oposta.
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução,
A argumentação tem a finalidade de persuadir, portan- baseiase em uma conexão ascendente, do particular para
to, argumentar consiste em estabelecer relações para tirar o geral. Nesse caso, as constatações particulares levam às
conclusões válidas, como se procede no método dialético. leis gerais, ou seja, parte de fatos particulares conhecidos
O método dialético não envolve apenas questões ideológi- para os fatos gerais, desconhecidos. O percurso do raciocí-
cas, geradoras de polêmicas. Trata-se de um método de nio se faz do efeito para a causa. Exemplo:
investigação da realidade pelo estudo de sua ação recípro-
ca, da contradição inerente ao fenômeno em questão e da O calor dilata o ferro (particular)
mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade. O calor dilata o bronze (particular)
Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, O calor dilata o cobre (particular)
criou o método de raciocínio silogístico, baseado na de- O ferro, o bronze, o cobre são metais
dução, que parte do simples para o complexo. Para ele, Logo, o calor dilata metais (geral, universal)
verdade e evidência são a mesma coisa, e pelo raciocínio
torna-se possível chegar a conclusões verdadeiras, desde Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser
que o assunto seja pesquisado em partes, começando-se válido e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas
pelas proposições mais simples até alcançar, por meio de premissas também o forem. Se há erro ou equívoco na apre-
deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio car- ciação dos fatos, pode-se partir de premissas verdadeiras
tesiana, é fundamental determinar o problema, dividi-lo em para chegar a uma conclusão falsa. Tem-se, desse modo, o
partes, ordenar os conceitos, simplificando-os, enumerar sofisma. Uma definição inexata, uma divisão incompleta, a
todos os seus elementos e determinar o lugar de cada um
ignorância da causa, a falsa analogia são algumas causas
no conjunto da dedução.
do sofisma. O sofisma pressupõe má fé, intenção delibera-
A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental
da de enganar ou levar ao erro; quando o sofisma não tem
para a argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes
essas intenções propositais, costuma-se chamar esse pro-
propôs quatro regras básicas que constituem um conjunto
cesso de argumentação de paralogismo. Encontra-se um
de reflexos vitais, uma série de movimentos sucessivos e
exemplo simples de sofisma no seguinte diálogo:
contínuos do espírito em busca da verdade:
- evidência;
- Você concorda que possui uma coisa que não per-
- divisão ou análise;
- ordem ou dedução; deu?
- enumeração. - Lógico, concordo.
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates?
A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a - Claro que não!
omissão e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração - Então você possui um brilhante de 40 quilates...
pode quebrar o encadeamento das ideias, indispensável
para o processo dedutivo. Exemplos de sofismas:
A forma de argumentação mais empregada na redação
acadêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras Dedução
cartesianas, que contém três proposições: duas premis- Todo professor tem um diploma (geral, universal)
sas, maior e menor, e a conclusão. As três proposições são Fulano tem um diploma (particular)
encadeadas de tal forma, que a conclusão é deduzida da Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa)
maior por intermédio da menor. A premissa maior deve ser
universal, emprega todo, nenhum, pois alguns não caracte- Indução
riza a universalidade. O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor.
Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedu- (particular)
ção (silogística), que parte do geral para o particular, e a Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor.
indução, que vai do particular para o geral. A expressão (particular)
formal do método dedutivo é o silogismo. A dedução é o Rio de Janeiro e Taubaté são cidades.
caminho das consequências, baseia-se em uma conexão Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Reden-
descendente (do geral para o particular) que leva à conclu- tor. (geral – conclusão falsa)
são. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a
de verdades universais, pode-se chegar à previsão ou de- conclusão pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm
terminação de fenômenos particulares. O percurso do ra- diploma são professores; nem todas as cidades têm uma
ciocínio vai da causa para o efeito. Exemplo: estátua do Cristo Redentor. Comete-se erro quando se faz
generalizações apressadas ou infundadas. A “simples ins-

Língua Portuguesa 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


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peção” é a ausência de análise ou análise superficial dos fa- de um processo mais ou menos arbitrário, em que os ca-
tos, que leva a pronunciamentos subjetivos, baseados nos racteres comuns e diferenciadores são empregados de
sentimentos não ditados pela razão. modo mais ou menos convencional. A classificação, no rei-
Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não no animal, em ramos, classes, ordens, subordens, gêneros
fundamentais, que contribuem para a descoberta ou com- e espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas
provação da verdade: análise, síntese, classificação e defi- características comuns e diferenciadoras. A classificação
nição. Além desses, existem outros métodos particulares de dos variados itens integrantes de uma lista mais ou menos
algumas ciências, que adaptam os processos de dedução caótica é artificial.
e indução à natureza de uma realidade particular. Pode-se Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, ca-
afirmar que cada ciência tem seu método próprio demons- minhão, canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo,
trativo, comparativo, histórico etc. A análise, a síntese, a queijo, relógio, sabiá, torradeira.
classificação a definição são chamadas métodos sistemáti-
cos, porque pela organização e ordenação das ideias visam Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
sistematizar a pesquisa. Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
Análise e síntese são dois processos opostos, mas in- Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torra-
terligados; a análise parte do todo para as partes, a síntese, deira.
das partes para o todo. A análise precede a síntese, porém, Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
de certo modo, uma depende da outra. A análise decom-
põe o todo em partes, enquanto a síntese recompõe o todo Os elementos desta lista foram classificados por ordem
pela reunião das partes. Sabe-se, porém, que o todo não é alfabética e pelas afinidades comuns entre eles. Estabele-
uma simples justaposição das partes. Se alguém reunisse cer critérios de classificação das ideias e argumentos, pela
todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu ordem de importância, é uma habilidade indispensável para
o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só re- elaborar o desenvolvimento de uma redação. Tanto faz que
construiria todo se as partes estivessem organizadas, devi- a ordem seja crescente, do fato mais importante para o me-
damente combinadas, seguida uma ordem de relações ne- nos importante, ou decrescente, primeiro o menos impor-
cessárias, funcionais, então, o relógio estaria reconstruído. tante e, no final, o impacto do mais importante; é indispen-
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do sável que haja uma lógica na classificação. A elaboração do
todo por meio da integração das partes, reunidas e relacio- plano compreende a classificação das partes e subdivisões,
nadas num conjunto. Toda síntese, por ser uma reconstru- ou seja, os elementos do plano devem obedecer a uma hie-
ção, pressupõe a análise, que é a decomposição. A análise, rarquização. (Garcia, 1973, p. 302304.)
no entanto, exige uma decomposição organizada, é preciso Para a clareza da dissertação, é indispensável que,
saber como dividir o todo em partes. As operações que se logo na introdução, os termos e conceitos sejam definidos,
realizam na análise e na síntese podem ser assim relacio- pois, para expressar um questionamento, deve-se, de ante-
nadas: mão, expor clara e racionalmente as posições assumidas e
os argumentos que as justificam. É muito importante deixar
Análise: penetrar, decompor, separar, dividir. claro o campo da discussão e a posição adotada, isto é,
Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir. esclarecer não só o assunto, mas também os pontos de
vista sobre ele.
A análise tem importância vital no processo de coleta de A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da
ideias a respeito do tema proposto, de seu desdobramento linguagem e consiste na enumeração das qualidades pró-
e da criação de abordagens possíveis. A síntese também prias de uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o
é importante na escolha dos elementos que farão parte do elemento conforme a espécie a que pertence, demonstra: a
texto. característica que o diferencia dos outros elementos dessa
Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser for- mesma espécie.
mal ou informal. A análise formal pode ser científica ou ex- Entre os vários processos de exposição de ideias, a de-
perimental; é característica das ciências matemáticas, físi- finição é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das
co-naturais e experimentais. A análise informal é racional ciências. A definição científica ou didática é denotativa, ou
ou total, consiste em “discernir” por vários atos distintos da seja, atribui às palavras seu sentido usual ou consensual,
atenção os elementos constitutivos de um todo, os diferen- enquanto a conotativa ou metafórica emprega palavras de
tes caracteres de um objeto ou fenômeno. sentido figurado. Segundo a lógica tradicional aristotélica, a
A análise decompõe o todo em partes, a classificação definição consta de três elementos:
estabelece as necessárias relações de dependência e hie- - o termo a ser definido;
rarquia entre as partes. Análise e classificação ligam-se inti- - o gênero ou espécie;
mamente, a ponto de se confundir uma com a outra, contu- - a diferença específica.
do são procedimentos diversos: análise é decomposição e
classificação é hierarquisação. O que distingue o termo definido de outros elementos
Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e da mesma espécie. Exemplo:
fenômenos por suas diferenças e semelhanças; fora das
ciências naturais, a classificação pode-se efetuar por meio

Língua Portuguesa 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: se o argumento está expresso corretamente; se há coerên-
cia e adequação entre seus elementos, ou se há contradi-
ção. Para isso é que se aprende os processos de raciocínio
Elemento especie diferença por dedução e por indução. Admitindo-se que raciocinar é
a ser definido específica relacionar, conclui-se que o argumento é um tipo específico
de relação entre as premissas e a conclusão.
É muito comum formular definições de maneira defei-
tuosa, por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o Procedimentos Argumentativos: Constituem os pro-
todo em partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente cedimentos argumentativos mais empregados para com-
incorreto; quando é advérbio de tempo, não representa o provar uma afirmação: exemplificação, explicitação, enu-
gênero, a espécie, a gente é forma coloquial não adequa- meração, comparação.
da à redação acadêmica. Tão importante é saber formular
uma definição, que se recorre a Garcia (1973, p.306), para Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista
determinar os “requisitos da definição denotativa”. Para ser por meio de exemplos, hierarquizar afirmações. São expres-
exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: sões comuns nesse tipo de procedimento: mais importan-
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe te que, superior a, de maior relevância que. Empregam-se
em que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que também dados estatísticos, acompanhados de expressões:
‘mesa’ está realmente incluída) e não “mesa é um instru- considerando os dados; conforme os dados apresentados.
mento ou ferramenta ou instalação”; Faz-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de cau-
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir sas e consequências, usando-se comumente as expres-
todos os exemplos específicos da coisa definida, e suficien- sões: porque, porquanto, pois que, uma vez que, visto que,
temente restrito para que a diferença possa ser percebida por causa de, em virtude de, em vista de, por motivo de.
sem dificuldade; Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em ver- é explicar ou esclarecer os pontos de vista apresentados.
dade, definição, quando se diz que o “triângulo não é um Pode-se alcançar esse objetivo pela definição, pelo teste-
prisma”; munho e pela interpretação. Na explicitação por definição,
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não empregamse expressões como: quer dizer, denomina-se,
constitui definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo chama-se, na verdade, isto é, haja vista, ou melhor; nos tes-
é um homem” não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é temunhos são comuns as expressões: conforme, segundo,
homem); na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no
- deve ser breve (contida num só período). Quando a entender de, no pensamento de. A explicitação se faz tam-
definição, ou o que se pretenda como tal, é muito longa (sé- bém pela interpretação, em que são comuns as seguintes
ries de períodos ou de parágrafos), chama-se explicação, e expressões: parece, assim, desse ponto de vista.
também definição expandida;d Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequ-
- deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o ter- ência de elementos que comprovam uma opinião, tais como
mo) + cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) a enumeração de pormenores, de fatos, em uma sequência
+ adjuntos (as diferenças). de tempo, em que são frequentes as expressões: primei-
ro, segundo, por último, antes, depois, ainda, em seguida,
As definições dos dicionários de língua são feitas por então, presentemente, antigamente, depois de, antes de,
meio de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação me- atualmente, hoje, no passado, sucessivamente, respectiva-
talinguística que consiste em estabelecer uma relação de mente. Na enumeração de fatos em uma sequência de es-
equivalência entre a palavra e seus significados. paço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá,
A força do texto dissertativo está em sua fundamenta- ali, aí, além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na
ção. Sempre é fundamental procurar um porquê, uma razão capital, no interior, nas grandes cidades, no sul, no leste...
verdadeira e necessária. A verdade de um ponto de vista Comparação: Analogia e contraste são as duas manei-
deve ser demonstrada com argumentos válidos. O ponto ras de se estabelecer a comparação, com a finalidade de
de vista mais lógico e racional do mundo não tem valor, se comprovar uma ideia ou opinião. Na analogia, são comuns
não estiver acompanhado de uma fundamentação coerente as expressões: da mesma forma, tal como, tanto quanto,
e adequada. assim como, igualmente. Para estabelecer contraste, em-
Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a ló- pregam-se as expressões: mais que, menos que, melhor
gica clássica, que foram abordados anteriormente, auxiliam que, pior que.
o julgamento da validade dos fatos. Às vezes, a argumen-
tação é clara e pode reconhecer-se facilmente seus ele- Entre outros tipos de argumentos empregados para
mentos e suas relações; outras vezes, as premissas e as aumentar o poder de persuasão de um texto dissertativo
conclusões organizam-se de modo livre, misturando-se na encontram-se:
estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender a re-
conhecer os elementos que constituem um argumento: pre- Argumento de autoridade: O saber notório de uma
missas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar se tais autoridade reconhecida em certa área do conhecimento dá
elementos são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar apoio a uma afirmação. Dessa maneira, procura-se trazer

Língua Portuguesa 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


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para o enunciado a credibilidade da autoridade citada. Lem- Desqualificar dados concretos apresentados: con-
bre-se que as citações literais no corpo de um texto cons- siste em desautorizar dados reais, demonstrando que o
tituem argumentos de autoridade. Ao fazer uma citação, o enunciador baseou-se em dados corretos, mas tirou con-
enunciador situa os enunciados nela contidos na linha de clusões falsas ou inconsequentes. Por exemplo, se na ar-
raciocínio que ele considera mais adequada para explicar gumentação afirmou-se, por meio de dados estatísticos,
ou justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento que “o controle demográfico produz o desenvolvimento”,
tem mais caráter confirmatório que comprobatório. afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois baseia-se
em uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada.
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dis- Para contraargumentar, propõese uma relação inversa: “o
pensam explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é desenvolvimento é que gera o controle demográfico”.
aceito como válido por consenso, pelo menos em determi-
nado espaço sociocultural. Nesse caso, incluem-se Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possí-
- A declaração que expressa uma verdade universal (o veis para desenvolver um tema, que podem ser analisadas
homem, mortal, aspira à imortalidade); e adaptadas ao desenvolvimento de outros temas. Elege-
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos -se um tema, e, em seguida, sugerem-se os procedimentos
postulados e axiomas); que devem ser adotados para a elaboração de um Plano
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de de Redação.
natureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que
a própria razão desconhece); implica apreciação de ordem Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da
estética (gosto não se discute); diz respeito a fé religiosa, evolução tecnológica
aos dogmas (creio, ainda que parece absurdo).
- Questionar o tema, transformá-lo em interrogação,
Comprovação pela experiência ou observação: A responder a interrogação (assumir um ponto de vista); dar
verdade de um fato ou afirmação pode ser comprovada por o porquê da resposta, justificar, criando um argumento bá-
meio de dados concretos, estatísticos ou documentais. sico;
- Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento bá-
Comprovação pela fundamentação lógica: A com- sico e construir uma contra-argumentação; pensar a forma
provação se realiza por meio de argumentos racionais, ba- de refutação que poderia ser feita ao argumento básico e
seados na lógica: causa/efeito; consequência/causa; condi- tentar desqualificá-la (rever tipos de argumentação);
ção/ocorrência. - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de
ideias que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As de- (as ideias podem ser listadas livremente ou organizadas
clarações, julgamento, pronunciamentos, apreciações que como causa e consequência);
expressam opiniões pessoais (não subjetivas) devem ter - Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e
sua validade comprovada, e só os fatos provam. Em re- com o argumento básico;
sumo toda afirmação ou juízo que expresse uma opinião - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhen-
pessoal só terá validade se fundamentada na evidência dos do as que poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias
fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade dos transformam-se em argumentos auxiliares, que explicam e
argumentos, porém, pode ser contestada por meio da con- corroboram a ideia do argumento básico;
tra-argumentação ou refutação. São vários os processos de - Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando
contra-argumentação: uma sequência na apresentação das ideias selecionadas,
obedecendo às partes principais da estrutura do texto, que
Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação de- poderia ser mais ou menos a seguinte:
monstrando o absurdo da consequência. Exemplo clássico
é a contraargumentação do cordeiro, na conhecida fábula Introdução
“O lobo e o cordeiro”;
- função social da ciência e da tecnologia;
Refutação por exclusão: consiste em propor várias - definições de ciência e tecnologia;
hipóteses para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
que se julga verdadeira;
Desenvolvimento
Desqualificação do argumento: atribui-se o argumen-
to à opinião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo- - apresentação de aspectos positivos e negativos do
-se a universalidade da afirmação; desenvolvimento tecnológico;
- como o desenvolvimento científico-tecnológico modifi-
Ataque ao argumento pelo testemunho de autori- cou as condições de vida no mundo atual;
dade: consiste em refutar um argumento empregando os - a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnolo-
testemunhos de autoridade que contrariam a afirmação gicamente desenvolvida e a dependência tecnológica dos
apresentada; países subdesenvolvidos;

Língua Portuguesa 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


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- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento so- tipo de significado quanto o outro, o que, em outras pala-
cial; vras, significa ler nas entrelinhas. Sem essa habilidade, o
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida leitor passará por cima de significados importantes ou, o
do passado; apontar semelhanças e diferenças; que é bem pior, concordará com ideias e pontos de vista
- analisar as condições atuais de vida nos grandes cen- que rejeitaria se os percebesse.
tros urbanos; Os significados implícitos costumam ser classificados
- como se poderia usar a ciência e a tecnologia para em duas categorias: os pressupostos e os subentendidos.
humanizar mais a sociedade.
Pressupostos: são ideias implícitas que estão implica-
Conclusão das logicamente no sentido de certas palavras ou expres-
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/ sões explicitadas na superfície da frase. Exemplo:
consequências maléficas;
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argu- “André tornouse um antitabagista convicto.”
mentos apresentados.
A informação explícita é que hoje André é um antitaba-
Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano gista convicto. Do sentido do verbo tornarse, que significa
de redação: é um dos possíveis. “vir a ser”, decorre logicamente que antes André não era
antitabagista convicto. Essa informação está pressuposta.
Ninguém se torna algo que já era antes. Seria muito estra-
nho dizer que a palmeira tornouse um vegetal.

À DEDUÇÃO DE IDEIAS E PONTOS DE VISTA “Eu ainda não conheço a Europa.”


IMPLÍCITOS NO TEXTO;
A informação explícita é que o enunciador não tem co-
INFORMAÇÕES EXPLÍCITAS E IMPLÍCITAS nhecimento do continente europeu. O advérbio ainda deixa
pressuposta a possibilidade de ele um dia conhecêla.
As informações explícitas podem ser questionadas pelo
Texto:
receptor, que pode ou não concordar com elas. Os pres-
supostos, porém, devem ser verdadeiros ou, pelo menos,
“Neto ainda está longe de se igualar a qualquer um
admitidos como tais, porque esta é uma condição para ga-
desses craques (Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha e
rantir a continuidade do diálogo e também para fornecer
Pelé), mas ainda tem um longo caminho a trilhar (...).”
fundamento às afirmações explícitas. Isso significa que, se
Veja São Paulo, 26/12/1990, p. 15.
o pressuposto é falso, a informação explícita não tem ca-
bimento. Assim, por exemplo, se Maria não falta nunca a
Esse texto diz explicitamente que: aula nenhuma, não tem o menor sentido dizer “Até Maria
- Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha e Pelé são compareceu à aula de hoje”. Até estabelece o pressuposto
craques; da inclusão de um elemento inesperado.
- Neto não tem o mesmo nível desses craques; Na leitura, é muito importante detectar os pressupostos,
- Neto tem muito tempo de carreira pela frente. pois eles são um recurso argumentativo que visa a levar
o receptor a aceitar a orientação argumentativa do emis-
O texto deixa implícito que: sor. Ao introduzir uma ideia sob a forma de pressuposto, o
- Existe a possibilidade de Neto um dia aproximar-se enunciador pretende transformar seu interlocutor em cúm-
dos craques citados; plice, pois a ideia implícita não é posta em discussão, e
- Esses craques são referência de alto nível em sua todos os argumentos explícitos só contribuem para confir-
especialidade esportiva; mála. O pressusposto aprisiona o receptor no sistema de
- Há uma oposição entre Neto e esses craques no que pensamento montado pelo enunciador.
diz respeito ao tempo disponível para evoluir. A demonstração disso pode ser feita com as “verdades
incontestáveis” que estão na base de muitos discursos po-
Todos os textos transmitem explicitamente certas infor- líticos, como o que segue:
mações, enquanto deixam outras implícitas. Por exemplo,
o texto acima não explicita que existe a possibilidade de “Quando o curso do rio São Francisco for mudado, será
Neto se equiparar aos quatro futebolistas, mas a inclusão resolvido o problema da seca no Nordeste.”
do advérbio ainda estabelece esse implícito. Não diz tam-
bém com explicitude que há oposição entre Neto e os ou- O enunciador estabelece o pressuposto de que é certa
tros jogadores, sob o ponto de vista de contar com tempo a mudança do curso do São Francisco e, por consequência,
para evoluir. A escolha do conector “mas” entre a segunda a solução do problema da seca no Nordeste. O diálogo não
e a primeira oração só é possível levando em conta esse teria continuidade se um interlocutor não admitisse ou colo-
dado implícito. Como se vê, há mais significados num texto casse sob suspeita essa certeza. Em outros termos, have-
do que aqueles que aparecem explícitos na sua superfície. ria quebra da continuidade do diálogo se alguém interviesse
Leitura proficiente é aquela capaz de depreender tanto um com uma pergunta deste tipo:

Língua Portuguesa 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

“Mas quem disse que é certa a mudança do curso do - Orações adjetivas


rio?”
Os brasileiros, que não se importam com a coletividade,
A aceitação do pressuposto estabelecido pelo emissor só se preocupam com seu bemestar e, por isso, jogam lixo
permite levar adiante o debate; sua negação compromete o na rua, fecham os cruzamentos, etc.
diálogo, uma vez que destrói a base sobre a qual se cons- O pressuposto é que “todos” os brasileiros não se im-
trói a argumentação, e daí nenhum argumento tem mais portam com a coletividade.
importância ou razão de ser. Com pressupostos distintos, o
diálogo não é possível ou não tem sentido. Os brasileiros que não se importam com a coletividade
A mesma pergunta, feita para pessoas diferentes, pode só se preocupam com seu bemestar e, por isso, jogam lixo
ser embaraçosa ou não, dependendo do que está pressu- na rua, fecham os cruzamentos, etc.
posto em cada situação. Para alguém que não faz segredo Nesse caso, o pressuposto é outro: “alguns” brasileiros
sobre a mudança de emprego, não causa o menor embara- não se importam com a coletividade.
ço uma pergunta como esta:
No primeiro caso, a oração é explicativa; no segundo,
“Como vai você no seu novo emprego?” é restritiva. As explicativas pressupõem que o que elas ex-
pressam se refere à totalidade dos elementos de um con-
O efeito da mesma pergunta seria catastrófico se ela se junto; as restritivas, que o que elas dizem concerne apenas
dirigisse a uma pessoa que conseguiu um segundo empre- a parte dos elementos de um conjunto. O produtor do tex-
go e quer manter sigilo até decidir se abandona o anterior. to escreverá uma restritiva ou uma explicativa segundo o
O adjetivo novo estabelece o pressuposto de que o interro- pressuposto que quiser comunicar.
gado tem um emprego diferente do anterior.
Subentendidos: são insinuações contidas em uma fra-
Marcadores de Pressupostos se ou um grupo de frases. Suponhamos que uma pessoa
estivesse em visita à casa de outra num dia de frio glacial
- Adjetivos ou palavras similares modificadoras do e que uma janela, por onde entravam rajadas de vento, es-
substantivo tivesse aberta. Se o visitante dissesse “Que frio terrível”,
poderia estar insinuando que a janela deveria ser fechada.
Julinha foi minha primeira filha. Há uma diferença capital entre o pressuposto e o su-
“Primeira” pressupõe que tenho outras filhas e que as bentendido. O primeiro é uma informação estabelecida
outras nasceram depois de Julinha. como indiscutível tanto para o emissor quanto para o re-
ceptor, uma vez que decorre necessariamente do sentido
Destruíram a outra igreja do povoado. de algum elemento linguístico colocado na frase. Ele pode
“Outra” pressupõe a existência de pelo menos uma ser negado, mas o emissor colocao implicitamente para que
igreja além da usada como referência. não o seja. Já o subentendido é de responsabilidade do re-
ceptor. O emissor pode esconder-se atrás do sentido literal
- Certos verbos das palavras e negar que tenha dito o que o receptor depre-
endeu de suas palavras. Assim, no exemplo dado acima, se
Renato continua doente. o dono da casa disser que é muito pouco higiênico fechar
O verbo “continua” indica que Renato já estava doente todas as janelas, o visitante pode dizer que também acha e
no momento anterior ao presente. que apenas constatou a intensidade do frio.
O subentendido serve, muitas vezes, para o emissor
Nossos dicionários já aportuguesaram a palavrea co- protegerse, para transmitir a informação que deseja dar a
pydesk. conhecer sem se comprometer. Imaginemos, por exemplo,
O verbo “aportuguesar” estabelece o pressuposto de que um funcionário recémpromovido numa empresa ouvis-
que copidesque não existia em português. se de um colega o seguinte:
- Certos advérbios
“Competência e mérito continuam não valendo nada
A produção automobilística brasileira está totalmente como critério de promoção nesta empresa...”
nas mãos das multinacionais. Esse comentário talvez suscitasse esta suspeita:
O advérbio totalmente pressupõe que não há no Brasil “Você está querendo dizer que eu não merecia a pro-
indústria automobilística nacional. moção?”

Você conferiu o resultado da loteria? Ora, o funcionário preterido, tendo recorrido a um su-
Hoje não. bentendido, poderia responder:
A negação precedida de um advérbio de tempo de âm-
bito limitado estabelece o pressuposto de que apenas nes- “Absolutamente! Estou falando em termos gerais.”
se intervalo (hoje) é que o interrogado não praticou o ato de
conferir o resultado da loteria.

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Discurso Indireto
AO RECONHECIMENTO DAS DIFERENTES
“VOZES” DENTRO DE UM TEXTO, BEM COMO Observemos um fragmento do mesmo conto de Macha-
DOS RECURSOS LINGUÍSTICOS EMPREGADOS do de Assis:
PARA DEMARCÁ-LAS; “Um dia, Serafina recebeu uma carta de Tavares dizen-
do-lhe que não voltaria mais à casa de seu pai, por este
DISCURSO DIRETO, INDIRETO E INDIRETO LIVRE lhe haver mostrado má cara nas últimas vezes que ele lá
estivera.”
Num texto, as personagens falam, conversam entre si, Idem. Ibidem, p. 48.
expõem ideias. Quando o narrador conta o que elas disse-
ram, insere na narrativa uma fala que não é de sua autoria, Nesse caso o narrador para citar que Tavares disse a
cita o discurso alheio. Há três maneiras principais de repro- Serafina, usa o outro procedimento: não reproduz literal-
duzir a fala das personagens: o discurso direto, o discurso mente as palavras de Tavares, mas comunica, com suas
indireto e o discurso indireto livre. palavras, o que a personagem diz. A fala de Tavares não
chega ao leitor diretamente, mas por via indireta, isto é, por
Discurso Direto meio das palavras do narrador. Por essa razão, esse expe-
diente é chamado discurso indireto.
“Longe do olhos...” As principais marcas do discurso indireto são:

- Meu pai! Disse João Aguiar com um tom de ressenti- - As falas das personagens também vem introduzidas
mento que fez pasmar o comendador. por um verbo de dizer;
- Que é? Perguntou este. - As falas das personagens constituem oração subor-
João Aguiar não respondeu. O comendador arrugou a dinada substantiva objetiva direta do verbo de dizer e, por-
testa e interrogou o rosto mudo do filho. Não leu, mais adi- tanto, são separadas da fala do narrador por uma partícula
vinhou alguma coisa desastrosa; desastrosa, entenda-se, introdutória normalmente “que” ou “se”;
para os cálculos conjunto-políticos ou políticos-conjugais, - Os pronomes pessoais, os tempos verbais e as pa-
como melhor nome haja. lavras que indicam espaço e tempo (como pronomes de-
- Dar-se-á caso que... começou a dizer comendador. monstrativos e advérbios de lugar e de tempo) são usados
- Que eu namore? Interrompeu galhofeiramente o filho. e relação a narrador, ao momento em que ele fala e ao es-
Machado de Assis. Contos. 26ª Ed. São Paulo, Áti- paço em que está.
ca, 2002, p. 43.
Passagem do Discurso Direto para o Discurso In-
O narrador introduz a fala das personagens, um pai e direto
um filho, e, em seguida, como quem passa a palavra a elas
e as deixa falar. Vemos que as partes introdutórias perten- Pedro disse:
cem ao narrador (por exemplo, disse João Aguiar com um - Eu estarei aqui amanhã.
tom de ressentimento que faz pasmar o comendador) e as
falas, às personagens, (por exemplo, Meu pai!). No discurso direto, o personagem Pedro diz “eu”; o
O discurso direto é o expediente de citação do discurso “aqui” é o lugar em que a personagem está; “amanhã” é o
alheio pela qual o narrador introduz o discurso do outro e, dia seguinte ao que ele fala. Se passarmos essa frase para
depois, reproduz literalmente a fala dele. o discurso indireto ficará assim:
As marcas do discurso são:
Pedro disse que estaria lá no dia seguinte.
- A fala das personagens é, de princípio, anunciada por
um verbo (disse e interrompeu no caso do filho e perguntou No discurso indireto, o “eu” passa a ele porque á al-
e começou a dizer no caso do pai) denominado “verbo de guém de quem o narrador fala; estaria é futuro do pretérito:
dizer” (como recrutar, retorquir, afirmar, obtem-perar decla- é um tempo relacionado ao pretérito da fala do narrador
rar e outros do mesmo tipo), que pode vir antes, no meio (disse), e não ao presente da fala do personagem, como
ou depois da fala das personagens (no nosso caso, veio estarei; lá é o espaço em que a personagem (e não o narra-
depois); dor) havia de estar; no dia seguinte é o dia que vem após o
- A fala das personagens aparece nitidamente separada momento da fala da personagem designada por ele.
da fala do narrador, por aspas, dois pontos, travessão ou Na passagem do discurso direto para o indireto, deve-
vírgula; -se observar as frases que no discurso direto tem as formas
- Os pronomes pessoais, os tempos verbais e as pala- interrogativas, exclamativa ou imperativa convertem-se, no
vras que indicam espaço e tempo (por exemplo, pronomes discurso indireto, em orações declarativas.
demonstrativos e advérbios de lugar e de tempo) são usa-
dos em relação à pessoa da personagem, ao momento em Ela me perguntou: quem está ai?
que ela fala diz “eu”, o espaço em que ela se encontra é o Ela me perguntou quem estava lá.
aqui e o tempo em que fala é o agora.

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As interjeições e os vocativos do discurso direto desa- Discurso Indireto Livre


parecem no discurso indireto ou tem seu valor semântico
explicitado, isto é, traduz-se o significado que elas expres- “(...) No dia seguinte Fabiano voltou à cidade, mas ao
sam. fechar o negócio notou que as operações de Sinhá Vitória,
como de costume, diferiam das do patrão. Reclamou e ob-
O papagaio disse: Oh! Lá vem a raposa. teve a explicação habitual: a diferença era proveniente de
O papagaio disse admirado (explicitação do valor se- juros.
mântico da interjeição oh!) que ao longe vinha a raposa. Não se conformou: devia haver engano. Ele era bruto,
sim senhor, via-se perfeitamente que era bruto, mas a mu-
Se o discurso citado (fala da personagem) comporta um lher tinha miolo. Com certeza havia um erro no papel do
“eu” ou um “tu” que não se encontram entre as pessoas branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estri-
do discurso citante (fala do narrador), eles são convertidos bos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que
num “ele”, se o discurso citado contém um “aqui” não cor- era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar
responde ao lugar em que foi proferido o discurso citante, como negro e nunca arranjar carta de alforria!
ele é convertido num “lá”. Graciliano Ramos. Vidas secas.
28ª Ed. São Paulo, Martins, 1971, p. 136.
Pedro disse lá em Paris: - Aqui eu me sinto bem.
Nesse texto, duas vozes estão misturadas: a do narra-
Eu (pessoa do discurso citado que não se encontra no dor e a de Fabiano. Não há indicadores que delimitem muito
discurso citante) converte-se em ele; aqui (espaço do dis- bem onde começa a fala do narrador e onde se inicia a da
curso citado que é diferente do lugar em que foi proferido o personagem. Não se tem dúvida de que o período inicial
discurso citante) transforma-se em lá: está traduzido a fala do narrador. A bem verdade, até não
se conformou (início do segundo parágrafo), é a voz do nar-
- Pedro disse que lá ele se sentia bem. rador que está comandando a narrativa. Na oração devia
haver engano, já começa haver uma mistura de vozes: sob
o ponto de vista das marcas gramaticais, não há nenhuma
Se a pessoa do discurso citado, isto é, da fala da per-
pista para se concluir, que a voz de Fabiano é que esteja
sonagem (eu, tu, ele) tem um correspondente no discurso
sendo citada; sob o ponto de vista do significado, porém,
citante, ela ocupa o estatuto que tem nesse último.
pode-se pensar numa reclamação atribuída a ele.
Tomemos agora esse trecho: “Ele era bruto, sim senhor,
Maria declarou-me: - Eu te amo.
via-se perfeitamente que era bruto, mas a mulher tinha mio-
lo. Com certeza havia um erro no papel do branco.” Pelo
O “te” do discurso citado corresponde ao “me” do citan- conteúdo de verdade é pelo modo de dizer, tudo nos induz
te. Por isso, “te” passa a “me”: a vislumbrar aí a voz de Fabiano ecoando por meio do dis-
curso do narrador. É como se o narrador, sem abandonar as
- Maria declarou-me que me amava. marcas linguísticas próprias de sua fala, estivesse incorpo-
rando as reclamações e suspeitas da personagem, a cuja
No que se refere aos tempos, o mais comum é o que o linguagem pertencem expressões do tipo bruto, sim senhor
verbo de dizer esteja no presente ou no pretérito perfeito. e a mulher tinha miolo. Até a repetição de palavras e uma
Quando o verbo de dizer estiver no presente e o da fala certa entonação presumivelmente exclamativa confirmam
da personagem estiver no presente, pretérito ou futuro do essa inferência.
presente, os tempos mantêm-se na passagem do discurso Para perceber melhor o que é o discurso indireto livre,
direto para o indireto. Se o verbo de dizer estiver no pretéri- confrontemos uma frase do texto com a correspondente em
to perfeito, as alterações que ocorrerão na fala da persona- discurso direito e indireto:
gem são as seguintes:
- Discurso Indireto Livre
Discurso Direto – Discurso Indireto Estava direito aquilo?
Presente – Pretérito Imperfeito
Pretérito Perfeito – Pretérito mais-que-perfeito - Discurso Direto
Futuro do Presente – Futuro do Pretérito Fabiano perguntou: - Esta direito isto?

Joaquim disse: - Compro tudo isso. - Discurso Indireto


- Joaquim disse que comprava tudo isso. Fabiano perguntou se aquilo estava direito

Joaquim disse: - Comprei tudo isso. Essa forma de citação do discurso alheio tem carac-
- Joaquim disse que comprara tudo isso. terísticas próprias que são tanto do discurso direto quanto
do indireto. As características do discurso indireto livre são:
Joaquim disse: - Comprarei tudo isso.
- Joaquim disse que compraria tudo isso. - Não há verbos de dizer anunciando as falas das per-
sonagens;

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- Estas não são introduzidas por partículas como “que” de objetividade analítica. Com efeito, nele o narrador reve-
e “se” nem separadas por sinais de pontuação; la somente o conteúdo do discurso da personagem, e não
- O discurso indireto livre contém, como o discurso dire- o modo como ela diz. Com isso estabelece uma distância
to, orações interrogativas, imperativas e exclamativas, bem entre sua posição e a da personagem, abrindo caminho
como interjeições e outros elementos expressivos; para a réplica e o comentário. Esse tipo de discurso indireto
- Os pronomes pessoais e demonstrativos, as palavras despersonaliza discurso citado em nome de uma objetivi-
indicadoras de espaço e de tempo são usados da mesma dade analítica. Cria, assim, a impressão de que o narrador
forma que no discurso indireto. Por isso, o verbo estar, do analisa o discurso citado de maneira racional e isenta de
exemplo acima, ocorre no pretérito imperfeito, e não no pre- envolvimento emocional. O discurso indireto, nesse caso,
sente (está), como no discurso direto. Da mesma forma o não se interessa pela individualidade do falante no modo
pronome demonstrativo ocorre na forma aquilo, como no como ele diz as coisas. Por isso é a forma preferida nos tex-
discurso indireto. tos de natureza filosófica, científica, política, etc., quando se
expõe as opiniões dos outros com finalidade de criticá-las,
Funções dos diferentes modos de citar o discurso rejeitá-las ou acolhê-las.
do outro - Discurso Indireto que analisa a expressão: serve
para destacar mais o modo de dizer do que o que se diz; por
O discurso direto cria um efeito de sentido de verda- exemplo, as palavras típicas do vocabulário da personagem
de. Isso porque o leitor ou ouvinte tem a impressão de que citada, a sua maneira de pronunciá-las, etc. Nesse caso, as
quem cita preservou a integridade do discurso citado, ou palavras ou expressões ressaltadas aparecem entre aspas.
seja, o que ele reproduziu é autêntico. É como se ouvisse a Veja-se este exemplo. De Eça de Queirós:
pessoa citada com suas próprias palavras e, portanto, com
a mesma carga de subjetividade. ...descobrira de repente, uma manhã, eu não devia trair
Essa modalidade de citação permite, por exemplo, que Amaro, “porque era papá do seu Carlinhos”. E disse-o ao
se use variante linguística da personagem como forma de abade; fez corar os sessenta e quatro anos do bom velho
fornecer pistas para caracterizá-la. Sirva de exemplo o tre- (...).
O crime do Padre Amaro.
cho que segue, um diálogo entre personagens do meio ru-
Porto, Lello e Irmão, s.d., vol. I, p. 314.
ral, um farmacêutico e um agricultor, cuja fala é transcrita
em discurso direto pelo narrador:
Imagine-se ainda que uma pessoa, querendo denunciar
a forma deselegante com que fora atendida por um repre-
Um velho brônzeo apontou, em farrapos, à janela aber-
sentante de uma empresa, tenha dito o seguinte:
ta o azul.
- Como vai, Elesbão?
A certa altura, ele me respondeu que, se eu não esti-
- Sua bênção... vesse satisfeito, que fosse reclamar “para o bispo” e que ele
- Cheio de doenças? já não estava “nem aí” com “tipinhos” como eu.
- Sim sinhô.
- De dores, de dificuldades? Em ambos os casos, as aspas são utilizadas para dar
- Sim sinhô. destaque a certas formas de dizer típicas das personagens
- De desgraças... citadas e para mostrar o modo como o narrador as inter-
O farmacêutico riu com um tímpano desmesurado. preta. No exemplo de Eça de Queirós, “porque era o papá
Você é o Brasil. Depois Indagou: de seu Carlinhos” contem uma expressão da personagem
- O que você eu Elesbão? Amélia e mostra certa dose de ironia e malícia do narrador.
- To precisando de uns dinheirinho e duns gênor. Meu No segundo exemplo, as aspas destacam a insatisfação do
arroizinho tá bão, tá encanando bem. Preciso de uns manti- narrador com a deselegância e o desprezo do funcionário
mento pra coiêta. O sinhô pode me arranjá com Nhô Salim. para com os clientes.
Depois eu vendo o arroiz pra ele mermo. O discurso indireto livre fica a meio caminho da subje-
- Você é sério, Elesbão? tividade e da objetividade. Tem muitas funções. Por exem-
- Sô sim sinhô! plo, dá verossimilhança a um texto que pretende manifestar
- Quanto é que você deve pro Nhô Salim? pensamentos, desejos, enfim, a vida interior de uma perso-
- Um tiquinho. nagem.
Oswaldo de Andrade. Marco Zero. Em síntese, demonstra um envolvimento tal do narra-
2ª Ed. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1974, dor com a personagem, que as vozes de ambos se mistu-
p. 7-8. ram como se eles fossem um só ou, falando de outro modo,
como se o narrador tivesse vestido completamente a más-
Quanto ao discurso indireto, pode ser de dois tipos, e cara da personagem, aproximando-a do leitor sem a marca
cada um deles cria um efeito de sentido diverso. da sua intermediação.
- Discurso Indireto que analisa o conteúdo: elimina Veja-se como, neste trecho: “O tímido José”, de Antônio
os elementos emocionais ou afetivos presentes no discur- de Alcântara Machado, o narrador, valendo-se do discurso
so direto, assim como as interrogações, exclamações ou indireto livre, leva o leitor a partilhar do constrangimento da
formas imperativas, por isso produz um efeito de sentido personagem, simulando estar contaminado por ele:

Língua Portuguesa 55 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

(...) Mais depressa não podia andar. Garoar, garoava Alguns buscadores disseram:
sempre. Mas ali o nevoeiro já não era tanto felizmente. De- – Que ofensivo, esta não é a forma de se comportar,
cidiu. Iria indo no caminho da Lapa. Se encontrasse a mu- qualquer que seja o pretexto.
lher bem. Se não encontrasse paciência. Não iria procurar. Outros disseram:
Iria é para casa. Afinal de contas era mesmo um trouxa. – Isto nos parece excelente, gostamos desta sessão de
Quando podia não quis. Agora que era difícil queria. ensinamento e desejamos participar dela.
Laranja-da-china. In: Novelas Paulistanas. E outros disseram:
1ª Ed. Belo Horizonte, Itatiaia/ São Paulo, Edusp, – Estamos meio perplexos e queremos saber mais so-
1998, p. 184. bre este enigma.
Os demais buscadores comentaram entre si:
– Pode haver alguma sabedoria nisto, mas não sabe-
mos se devemos perguntar ou não.
O mestre afastou todos.
AO RECONHECIMENTO DA POSIÇÃO DO AUTOR Todas estas pessoas, em conversas ou por escrito, di-
FRENTE ÀS INFORMAÇÕES APRESENTADAS fundiram suas opiniões sobre o ocorrido. Mesmo aqueles
NO TEXTO (FATO OU OPINIÃO; SÉRIO OU RI- que não falaram por experiência direta foram afetados por
DÍCULO; CONCORDÂNCIA OU DISCORDÂNCIA ele, e suas palavras e obras refletiram sua opinião a res-
ETC.), BEM COMO DOS RECURSOS LINGUÍSTI- peito.
COS INDICADORES DESSAS AVALIAÇÕES; Algum tempo depois, determinados membros do grupo
de buscadores passaram novamente por ali e foram ver o
Qual é a diferença entre um fato e uma opinião? O fato mestre.
é aquilo que aconteceu, enquanto que a opinião é o que Parados à sua porta, observaram que, no pátio, ele e
alguém pensa que ocorreu, uma interpretação dos fatos. seus discípulos estavam agora sentados com decoro, em
Digamos: houve um roubo na portaria da empresa e alguém profunda contemplação.
vai investigá-lo. – Assim está melhor — disseram alguns dos visitantes.
Se essa pessoa for absolutamente honesta, faz um re- — É evidente que alguma coisa aprenderam com os nossos
latório claro relatando os fatos com absoluta fidelidade e protestos.
após esse relato objetivo, apresenta sua opinião sobre os – Isto é excelente — falaram outros — porque, na últi-
acontecimentos. ma vez, sem sombra de dúvida ele só nos estava colocando
É usualmente desejável que ela dê sua opinião porque, à prova.
se foi escalada para investigar o crime é porque tem qualifi- – Isto é demasiado sombrio — outros disseram. — Po-
cação para isso; além disso, o próprio fato de ela ter inves- díamos ter encontrado caras sérias em qualquer lugar.
tigado já lhe dá autoridade para opinar. E houve outras opiniões, faladas e pensadas. O sábio,
É importante considerar: quando terminou o tempo de reflexão, dispensou todos es-
- Vivemos num mundo em que tomamos decisões a tes visitantes.
partir de informações; Muito tempo depois, um pequeno número deles voltou
- Estas nos chegam por meio de relatos de fatos e ex- para pedir sua interpretação do que haviam experimentado.
pressões de opiniões; Apresentaram-se diante da porta e olharam para dentro do
- Fatos usualmente podem ser submetidos à prova: por pátio. O mestre estava sentado, sozinho, nem em diverti-
números, documentos, registros; mento, nem em meditação. Em parte alguma se via qual-
- Opiniões, por outro lado, refletem juízos, valores, in- quer dos seus anteriores discípulos.
terpretações; – Agora podem escutar a história completa — disse-
- Muitas pessoas confundem fatos e opiniões, e quando -lhes.
isso ocorre temos de ter cuidado com as informações que — Pude despedir meus discípulos, já que a tarefa foi
vêm delas; realizada.
- Igualmente temos de estar atentos às nossas próprias Quando vieram pela primeira vez, a aula tinha estado
opiniões, pois elas podem ser tomadas como fatos por ou- demasiadamente séria. Eu estava aplicando o corretivo.
tros; Na segunda vez em que vieram, haviam estado demasiado
- Nossas decisões devem ser baseadas em fatos, mas alegres. Eu estava aplicando o corretivo. Quando um ho-
podem levar em conta as opiniões de gente qualificada so- mem está trabalhando, nem sempre se explica diante de
bre tais fatos. visitantes eventuais, por muito interessado que eles acre-
Exemplo: ditem estar. Quando uma ação está em andamento, o que
Trecho do livro “Sufismo no Ocidente” conta é a correta realização dessa ação.
Um mestre que conhecia o caminho para a sabedoria Nestas circunstâncias, a avaliação externa torna-se um
foi visitado por um grupo de buscadores. Encontraram-no assunto secundário.
num pátio, cercado de discípulos, em meio ao que parecia
ser uma festa.

Língua Portuguesa 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


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c) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou


À IDENTIFICAÇÃO DO SIGNIFICADO DE PALA- perfeitas): São palavras iguais na escrita e na pronúncia:
VRAS, EXPRESSÕES OU ESTRUTURAS FRA- caminho (subst.) e caminho (verbo);
SAIS EM DETERMINADOS CONTEXTOS; cedo (verbo) e cedo (adv.);
livre (adj.) e livre (verbo).
Semântica é o estudo da significação das palavras e
das suas mudanças de significação através do tempo ou - Parônimos = palavras com sentidos diferentes, po-
em determinada época. A maior importância está em distin- rém de formas relativamente próximas. São palavras pa-
guir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia) e homô- recidas na escrita e na pronúncia: cesta (receptáculo de
nimos e parônimos (homonímia / paronímia). vime; cesta de basquete/esporte) e sesta (descanso após o
almoço), eminente (ilustre) e iminente (que está para ocor-
Sinônimos rer), osso (substantivo) e ouço (verbo), sede (substantivo e/
ou verbo “ser” no imperativo) e cede (verbo), comprimento
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto - (medida) e cumprimento (saudação), autuar (processar) e
abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir. atuar (agir), infligir (aplicar pena) e infringir (violar), defe-
Duas palavras são totalmente sinônimas quando são rir (atender a) e diferir (divergir), suar (transpirar) e soar
substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto (cara (emitir som), aprender (conhecer) e apreender (assimilar;
e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas quando, apropriar-se de), tráfico (comércio ilegal) e tráfego (relativo
ocasionalmente, podem ser substituídas, uma pela outra, a movimento, trânsito), mandato (procuração) e mandado
em determinado enunciado (aguardar e esperar). (ordem), emergir (subir à superfície) e imergir (mergulhar,
afundar).
Observação: A contribuição greco-latina é responsável
pela existência de numerosos pares de sinônimos: adversá- Hiperonímia e Hiponímia
rio e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e hemi-
ciclo; contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e di- Hipônimos e hiperônimos são palavras que pertencem
álogo; transformação e metamorfose; oposição e antítese. a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo o hipô-
nimo uma palavra de sentido mais específico; o hiperônimo,
Antônimos mais abrangente.
O hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipônimo,
São palavras que se opõem através de seu significado: criando, assim, uma relação de dependência semântica.
ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - censurar; Por exemplo: Veículos está numa relação de hiperonímia
mal - bem. com carros, já que veículos é uma palavra de significado
genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões. Veículos é
Observação: A antonímia pode se originar de um pre- um hiperônimo de carros.
fixo de sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em
simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e dis- quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A utili-
córdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista e zação correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, evita a
anticomunista; simétrico e assimétrico. repetição desnecessária de termos.

Homônimos e Parônimos Fontes de pesquisa:


http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-anto-
- Homônimos = palavras que possuem a mesma grafia nimos,-homonimos-e-paronimos
ou a mesma pronúncia, mas significados diferentes. Podem ser SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
a) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e dife- Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
rentes na pronúncia: reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
rego (subst.) e rego (verbo); Paulo: Saraiva, 2010.
colher (verbo) e colher (subst.); Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
jogo (subst.) e jogo (verbo); ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
denúncia (subst.) e denuncia (verbo); XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua
providência (subst.) e providencia (verbo). Portuguesa – 2ªed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000.

b) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e di-


ferentes na escrita:
acender (atear) e ascender (subir);
concertar (harmonizar) e consertar (reparar);
cela (compartimento) e sela (arreio);
censo (recenseamento) e senso (juízo);
paço (palácio) e passo (andar).

Língua Portuguesa 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Denotação e Conotação Fontes de pesquisa:


http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denotacao/
Exemplos de variação no significado das palavras: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
literal) reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido Paulo: Saraiva, 2010.
figurado)
Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado) Polissemia
As variações nos significados das palavras ocasionam
o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo (co- Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir
notação) das palavras. multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de
um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra,
Denotação mas que abarca um grande número de significados dentro
de seu próprio campo semântico.
Uma palavra é usada no sentido denotativo quando Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo perce-
apresenta seu significado original, independentemente do bemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de algo.
contexto em que aparece. Refere-se ao seu significado Possibilidades de várias interpretações levando-se em con-
mais objetivo e comum, aquele imediatamente reconheci- sideração as situações de aplicabilidade. Há uma infinida-
do e muitas vezes associado ao primeiro significado que de de exemplos em que podemos verificar a ocorrência da
aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da polissemia:
palavra. O rapaz é um tremendo gato.
A denotação tem como finalidade informar o receptor da O gato do vizinho é peralta.
mensagem de forma clara e objetiva, assumindo um cará- Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
ter prático. É utilizada em textos informativos, como jornais, Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
regulamentos, manuais de instrução, bulas de medicamen- sobrevivência
tos, textos científicos, entre outros. A palavra “pau”, por O passarinho foi atingido no bico.
exemplo, em seu sentido denotativo é apenas um pedaço
de madeira. Outros exemplos: Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de
O elefante é um mamífero. computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em co-
As estrelas deixam o céu mais bonito! mum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido de
“entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”, que
Conotação pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão” ou “jogo”
– o sentido comum entre todas as expressões é o formato
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando quadriculado que têm.
apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes in-
terpretações, dependendo do contexto em que esteja inse- Polissemia e homonímia
rida, referindo-se a sentidos, associações e ideias que vão
além do sentido original da palavra, ampliando sua signifi- A confusão entre polissemia e homonímia é bastante
cação mediante a circunstância em que a mesma é utiliza- comum. Quando a mesma palavra apresenta vários signifi-
da, assumindo um sentido figurado e simbólico. Como no cados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado,
exemplo da palavra “pau”: em seu sentido conotativo ela quando duas ou mais palavras com origens e significados
pode significar castigo (dar-lhe um pau), reprovação (tomei distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos uma ho-
pau no concurso). monímia.
A conotação tem como finalidade provocar sentimen- A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode
tos no receptor da mensagem, através da expressividade e significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é
afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa polissemia porque os diferentes significados para a pala-
linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em vra “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma palavra
conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios polissêmica: pode significar o elemento básico do alfabeto,
publicitários, entre outros. Exemplos: o texto de uma canção ou a caligrafia de um determinado
Você é o meu sol! indivíduo. Neste caso, os diferentes significados estão in-
Minha vida é um mar de tristezas. terligados porque remetem para o mesmo conceito, o da
Você tem um coração de pedra! escrita.

* Dica: Procure associar Denotação com Dicionário: Polissemia e ambiguidade


trata-se de definição literal, quando o termo é utilizado com
o sentido que consta no dicionário. Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na
interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode
ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma interpreta-

Língua Portuguesa 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


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ção. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à colocação Metáfora


específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em
uma frase. Vejamos a seguinte frase: Consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em
Pessoas que têm uma alimentação equilibrada frequen- lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em vir-
temente são felizes. tude da circunstância de que o nosso espírito as associa e
Neste caso podem existir duas interpretações diferen- percebe entre elas certas semelhanças. É o emprego da
tes: palavra fora de seu sentido normal.
As pessoas têm alimentação equilibrada porque são Observação: toda metáfora é uma espécie de compa-
felizes ou são felizes porque têm uma alimentação equili- ração implícita, em que o elemento comparativo não apa-
brada. rece.
Seus olhos são como luzes brilhantes.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela O exemplo acima mostra uma comparação evidente,
pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma interpre- através do emprego da palavra como.
tação. Para fazer a interpretação correta é muito importante Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes.
saber qual o contexto em que a frase é proferida. Neste exemplo não há mais uma comparação (note a
Muitas vezes, a disposição das palavras na construção ausência da partícula comparativa), e sim símile, ou seja,
do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo, co- qualidade do que é semelhante.
micidade. Repare na figura abaixo: Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me.
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Esta
é a verdadeira metáfora.

Observe outros exemplos:


1) “Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando
Pessoa)
Neste caso, a metáfora é possível na medida em que
o poeta estabelece relações de semelhança entre um rio
subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando a
fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.).

2) Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar


algum.
Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na frase
(http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto-ca- acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa expressão que
belo-e-pinto. Acesso em 15/9/2014). indica uma alma rústica e abandonada (e angustiadamente
Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras, inútil), há uma comparação subentendida: Minha alma é tão
mas duas seriam: rústica, abandonada (e inútil) quanto uma estrada de terra
Corte e coloração capilar que leva a lugar algum.
ou
Faço corte e pintura capilar A Amazônia é o pulmão do mundo.
Em sua mente povoa só inveja.
Fontes de pesquisa:
http://www.brasilescola.com/gramatica/polissemia.htm Metonímia
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São É a substituição de um nome por outro, em virtude de
Paulo: Saraiva, 2010. existir entre eles algum relacionamento. Tal substituição
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa pode acontecer dos seguintes modos:
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
1 - Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (=
FIGURA DE LINGUAGEM, PENSAMENTO Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis).
E CONSTRUÇÃO 2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (=
As lâmpadas iluminam o mundo).
Figura de Palavra 3 - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes
da cruz. (= Não te afastes da religião).
A figura de palavra consiste na substituição de uma 4 - Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso
palavra por outra, isto é, no emprego figurado, simbólico, Havana. (= Fumei um saboroso charuto).
seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja 5 - Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Só-
por uma associação, uma comparação, uma similaridade. crates tomou veneno).
Estes dois conceitos básicos - contiguidade e similaridade - 6 - Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu
permitem-nos reconhecer dois tipos de figuras de palavras: trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que produ-
a metáfora e a metonímia. zo).

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7 - Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (= Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito = au-
Bebeu todo o líquido que estava no cálice). ditivo; áspero = tátil)
8 - Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfo- No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os aconte-
nes foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres foram atrás cimentos. (silêncio = auditivo; escuro = visual)
dos jogadores). Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil)
9 - Parte pelo todo: Várias pernas passavam apressa-
damente. (= Várias pessoas passavam apressadamente). Fontes de pesquisa:
10 - Gênero pela espécie: Os mortais pensam e so- http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil2.php
frem nesse mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
mundo). Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
11 - Singular pelo plural: A mulher foi chamada para Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
chamadas, não apenas uma mulher). Paulo: Saraiva, 2010.
12 - Marca pelo produto: Minha filha adora danone. (=
Minha filha adora o iogurte que é da marca Danone). Antítese
13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (=
Alguns astronautas foram à Lua). Consiste no emprego de palavras que se opõem quanto
14 - Símbolo pela coisa simbolizada: A balança pen- ao sentido. O contraste que se estabelece serve, essencial-
derá para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado). mente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos que
não se conseguiria com a exposição isolada dos mesmos.
Saiba que: Sinédoque se relaciona com o conceito de Observe os exemplos:
extensão (como nos exemplos 9, 10 e 11, acima), enquanto “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)
que a metonímia abrange apenas os casos de analogia ou O corpo é grande e a alma é pequena.
de relação. Não há necessidade, atualmente, de se fazer “Quando um muro separa, uma ponte une.”
distinção entre ambas as figuras.
Não há gosto sem desgosto.
Catacrese
Paradoxo ou oximoro
Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo,
É a associação de ideias, além de contrastantes, con-
cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por fal-
traditórias. Seria a antítese ao extremo.
ta de um termo específico para designar um conceito, to-
Era dor, sim, mas uma dor deliciosa.
ma-se outro “emprestado”. Assim, passamos a empregar
algumas palavras fora de seu sentido original. Exemplos: Ouvimos as vozes do silêncio.
“asa da xícara”, “batata da perna”, “maçã do rosto”, “pé da
mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”. Eufemismo

Perífrase ou Antonomásia É o emprego de uma expressão mais suave, mais no-


bre ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa ás-
Trata-se de uma expressão que designa um ser atra- pera, desagradável ou chocante.
vés de alguma de suas características ou atributos, ou de Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Se-
um fato que o celebrizou. É a substituição de um nome por nhor. (= morreu)
outro ou por uma expressão que facilmente o identifique: O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou)
A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua Fernando faltou com a verdade. (= mentiu)
atraindo visitantes do mundo todo. Faltar à verdade. (= mentir)
A Cidade-Luz (=Paris)
O rei das selvas (=o leão) Ironia

Observação: quando a perífrase indica uma pessoa, É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do que
recebe o nome de antonomásia. Exemplos: as palavras ou frases expressam, geralmente apresentan-
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida prati- do intenção sarcástica. A ironia deve ser muito bem cons-
cando o bem. truída para que cumpra a sua finalidade; mal construída,
O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito pode passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo
jovem. emissor.
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções. Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota mí-
nima.
Sinestesia Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que
estão por perto.
Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sen- O governador foi sutil como um elefante.
sações percebidas por diferentes órgãos do sentido. É o
cruzamento de sensações distintas.

Língua Portuguesa 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Hipérbole As figuras de construção (ou sintática, de sintaxe) ocor-


rem quando desejamos atribuir maior expressividade ao
É a expressão intencionalmente exagerada com o intui- significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela maior
to de realçar uma ideia. expressividade que se dá ao sentido.
Faria isso milhões de vezes se fosse preciso.
“Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac) Elipse
O concurseiro quase morre de tanto estudar!
Prosopopeia ou Personificação Consiste na omissão de um ou mais termos numa ora-
ção e que podem ser facilmente identificados, tanto por
É a atribuição de ações ou qualidades de seres ani- elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto
mados a seres inanimados, ou características humanas a pelo contexto.
seres não humanos. Observe os exemplos: A catedral da Sé. (a igreja catedral)
As pedras andam vagarosamente. Domingo irei ao estádio. (no domingo eu irei ao estádio)
O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um
cego que guia. Zeugma
A floresta gesticulava nervosamente diante da serra.
Chora, violão. Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita a
omissão de um termo já mencionado anteriormente.
Apóstrofe Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de
português)
Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma coisa Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só
personificada, de acordo com o objetivo do discurso, que modernos. (só havia móveis)
pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de)
chamamento do receptor da mensagem, seja ele imaginá-
rio ou não. A introdução da apóstrofe interrompe a linha de Silepse
pensamento do discurso, destacando-se assim a entidade
a que se dirige e a ideia que se pretende pôr em evidência A silepse é a concordância que se faz com o termo que
com tal invocação. Realiza-se por meio do vocativo. Exem- não está expresso no texto, mas, sim, subentendido. É uma
plos: concordância anormal, psicológica, porque se faz com um
Moça, que fazes aí parada? termo oculto, facilmente identificado. Há três tipos de si-
“Pai Nosso, que estais no céu” lepse: de gênero, número e pessoa.
Deus, ó Deus! Onde estás?
Silepse de Gênero - Os gêneros são masculino e femi-
Gradação nino. Ocorre a silepse de gênero quando a concordância se
faz com a ideia que o termo comporta. Exemplos:
Apresentação de ideias por meio de palavras, sinôni-
mas ou não, em ordem ascendente (clímax) ou descenden- 1) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o ca-
te (anticlímax). Observe este exemplo: lor intenso.
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana Neste caso, o adjetivo bonita não está concordando
com seus olhos claros e brincalhões... com o termo Porto Velho, que gramaticalmente pertence
ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo (a
O objetivo do narrador é mostrar a expressividade dos cidade de Porto Velho).
olhos de Joana. Para chegar a este detalhe, ele se refere
ao céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e seus 2) Vossa Excelência está preocupado.
olhos. Nota-se que o pensamento foi expresso em ordem O adjetivo preocupado concorda com o sexo da pes-
decrescente de intensidade. Outros exemplos: soa, que nesse caso é masculino, e não com o termo Vossa
“Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu Excelência.
amor”. (Olavo Bilac)
“O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, co- Silepse de Número - Os números são singular e plural.
lheu-se.” (Padre Antônio Vieira) A silepse de número ocorre quando o verbo da oração não
concorda gramaticalmente com o sujeito da oração, mas
Fontes de pesquisa: com a ideia que nele está contida. Exemplos:
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil5.php A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa de Salvador.
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Note que nos exemplos acima, os verbos andaram e
Paulo: Saraiva, 2010. gritavam não concordam gramaticalmente com os sujeitos
das orações (que se encontram no singular, procissão e

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povo, respectivamente), mas com a ideia que neles está Neste caso, há um pleonasmo do objeto indireto, e o
contida. Procissão e povo dão a ideia de muita gente, por pronome “lhes” exerce a função de objeto indireto pleonás-
isso que os verbos estão no plural. tico.

Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramaticais: Observação: o pleonasmo só tem razão de ser quan-
eu, tu e ele (as três pessoas do singular); nós, vós, eles (as do confere mais vigor à frase; caso contrário, torna-se um
três do plural). A silepse de pessoa ocorre quando há um pleonasmo vicioso:
desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não con- Vi aquela cena com meus próprios olhos.
corda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa que Vamos subir para cima.
está inscrita no sujeito. Exemplos: Ele desceu pra baixo.
O que não compreendo é como os brasileiros persista-
mos em aceitar essa situação. Anáfora
Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho.
“Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jar- É a repetição de uma ou mais palavras no início de vá-
dins públicos.” (Machado de Assis) rias frases, criando, assim, um efeito de reforço e de coe-
rência. Pela repetição, a palavra ou expressão em causa
Observe que os verbos persistamos, temos e somos é posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar de-
não concordam gramaticalmente com os seus sujeitos terminado elemento textual. Os termos anafóricos podem
(brasileiros, agricultores e cariocas, que estão na terceira muitas vezes ser substituídos por pronomes.
pessoa), mas com a ideia que neles está contida (nós, os Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te conhecia.
brasileiros, os agricultores e os cariocas). “Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo aca-
ba.” (Padre Vieira)
Polissíndeto / Assíndeto
Anacoluto
Para estudarmos as duas figuras de construção é ne-
cessário recordar um conceito estudado em sintaxe sobre Consiste na mudança da construção sintática no meio
período composto. No período composto por coordenação, da frase, ficando alguns termos desligados do resto do pe-
podemos ter orações sindéticas ou assindéticas. A oração ríodo. É a quebra da estrutura normal da frase para a intro-
coordenada ligada por uma conjunção (conectivo) é sindé- dução de uma palavra ou expressão sem nenhuma ligação
tica; a oração que não apresenta conectivo é assindética. sintática com as demais.
Recordado esse conceito, podemos definir as duas figuras Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles.
de construção: Morrer, todo haveremos de morrer.
Aquele garoto, você não disse que ele chegaria logo?
1) Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela repe-
tição enfática dos conectivos. Observe o exemplo: O meni- A expressão “esses alunos da escola”, por exemplo,
no resmunga, e chora, e grita, e ninguém faz nada. deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma
interrupção da frase e esta expressão fica à parte, não
2) Assíndeto - É uma figura caracterizada pela ausên- exercendo nenhuma função sintática. O anacoluto também
cia, pela omissão das conjunções coordenativas, resultan- é chamado de “frase quebrada”, pois corresponde a uma
do no uso de orações coordenadas assindéticas. Exemplos: interrupção na sequência lógica do pensamento.
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família.
“Vim, vi, venci.” (Júlio César) Observação: o anacoluto deve ser usado com finalida-
de expressiva em casos muito especiais. Em geral, evite-o.
Pleonasmo
Hipérbato / Inversão
Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as
mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é real- É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da
çar a ideia, torná-la mais expressiva. ordem direta dos termos da oração, fazendo com que o su-
O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo. jeito venha depois do predicado:
Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O amor
Nesta oração, os termos “o problema da violência” e “lo” venceu ao ódio)
exercem a mesma função sintática: objeto direto. Assim, te- Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria:
mos um pleonasmo do objeto direto, sendo o pronome “lo” Eu cuido dos meus problemas)
classificado como objeto direto pleonástico. Outro exemplo:
Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas. * Observação da Zê!
Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto O nosso Hino Nacional é um exemplo de hipérbato, já
que, na ordem direta, teríamos:
“As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado re-
tumbante de um povo heroico”.

Língua Portuguesa 62 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Figuras de Som

Aliteração - Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como efeito sonoro
significativo.
Três pratos de trigo para três tigres tristes.
Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa)
Quem com ferro fere com ferro será ferido.

Assonância - Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos:


“Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral.”

Onomatopéia - Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da realidade:


Os sinos faziam blem, blem, blem, blem.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil8.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.

QUESTÕES

1-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM BI-
BLIOTECONOMIA – FGV/2014 - adaptada) Ao dizer que os shoppings são “cidades”, o autor do texto faz uso de um tipo
de linguagem figurada denominada
(A) metonímia.
(B) eufemismo.
(C) hipérbole.
(D) metáfora.
(E) catacrese.

1-) A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto convencional (denotativo) e transportá-la para um novo
campo de significação (conotativa), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade existente entre as duas.
(Fonte:http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/metafora-figura-de-palavra-variacoes-e-exemplos.htm)
RESPOSTA: “D”.

2-) (PREFEITURA DE ARCOVERDE/PE - ADMINISTRADOR DE RECURSOS HUMANOS – CONPASS/2014) Identi-


fique a figura de linguagem presente na tira seguinte:

A) metonímia
B) prosopopeia
C) hipérbole
D) eufemismo
E) onomatopeia

Língua Portuguesa 63 A Opção Certa Para a Sua Realização


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2-) “Eufemismo = é o emprego de uma expressão mais ferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substi-
suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar al- tuição, associação), sejam gramaticais (emprego de prono-
guma coisa áspera, desagradável ou chocante”. No caso da mes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases,
tirinha, é utilizada a expressão “deram suas vidas por nós” orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decorre
no lugar de “que morreram por nós”. daí a coerência textual.
RESPOSTA: “D”. Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o
apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa inco-
3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPE- erência é resultado do mau uso dos elementos de coesão
VE/UFAL/2014) textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um
Está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto. erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais
O dito popular é, na maioria das vezes, uma figura de prejudica o entendimento do texto. Construído com os ele-
linguagem. Entre as 14h30min e às 15h desta terça-feira, mentos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.
horário do dia em que o calor é mais intenso, a temperatura Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enun-
do asfalto, medida com um termômetro de contato, chegou ciado não se constrói com um amontoado de palavras e
a 65ºC. Para fritar um ovo, seria preciso que o local alcan- orações. Elas se organizam segundo princípios gerais de
çasse aproximadamente 90ºC. dependência e independência sintática e semântica, reco-
Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br. Acesso bertos por unidades melódicas e rítmicas que sedimentam
em: 22 jan. 2014. estes princípios”.
Não se deve escrever frases ou textos desconexos –
O texto cita que o dito popular “está tão quente que dá é imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que as
para fritar um ovo no asfalto” expressa uma figura de lingua- frases estejam coesas e coerentes formando o texto. Re-
gem. O autor do texto refere-se a qual figura de linguagem? lembre-se de que, por coesão, entende-se ligação, relação,
A) Eufemismo. nexo entre os elementos que compõem a estrutura textual.
B) Hipérbole.
C) Paradoxo. Formas de se garantir a coesão entre os elementos
D) Metonímia. de uma frase ou de um texto:
E) Hipérbato.
1. Substituição de palavras com o emprego de sinôni-
3-) A expressão é um exagero! Ela serve apenas para mos - palavras ou expressões do mesmo campo associa-
representar o calor excessivo que está fazendo. A figura tivo.
que é utilizada “mil vezes” (!) para atingir tal objetivo é a 2. Nominalização – emprego alternativo entre um ver-
hipérbole. bo, o substantivo ou o adjetivo correspondente (desgastar /
RESPOSTA: “B”. desgaste / desgastante).
3. Emprego adequado de tempos e modos verbais:
Embora não gostassem de estudar, participaram da aula.
4. Emprego adequado de pronomes, conjunções, pre-
posições, artigos:
À IDENTIFICAÇÃO DOS RECURSOS COESIVOS O papa Francisco visitou o Brasil. Na capital brasileira,
DO TEXTO (EXPRESSÕES, FORMAS PRONOMI- Sua Santidade participou de uma reunião com a Presiden-
NAIS, RELATORES) E DAS RELAÇÕES DE SEN- te Dilma. Ao passar pelas ruas, o papa cumprimentava as
TIDO QUE ESTABELECEM; pessoas. Estas tiveram a certeza de que ele guarda respei-
to por elas.
COESÃO E COERÊNCIA 5. Uso de hipônimos – relação que se estabelece com
base na maior especificidade do significado de um deles.
Na construção de um texto, assim como na fala, usa- Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais gené-
mos mecanismos para garantir ao interlocutor a compreen- rico).
são do que é dito, ou lido. Estes mecanismos linguísticos 6. Emprego de hiperônimos - relações de um termo de
que estabelecem a coesão e retomada do que foi escrito - sentido mais amplo com outros de sentido mais específico.
ou falado - são os referentes textuais, que buscam garan- Por exemplo, felino está numa relação de hiperonímia com
tir a coesão textual para que haja coerência, não só entre gato.
os elementos que compõem a oração, como também entre 7. Substitutos universais, como os verbos vicários.
a sequência de orações dentro do texto. Essa coesão tam-
bém pode muitas vezes se dar de modo implícito, baseado * Ajuda da Zê: verbo vicário é aquele que substitui ou-
em conhecimentos anteriores que os participantes do pro- tro já utilizado no período, evitando repetições. Geralmente
cesso têm com o tema. é o verbo fazer e ser. Exemplo: Não gosto de estudar. Faço
Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha ima- porque preciso. O “faço” foi empregado no lugar de “estu-
ginária - composta de termos e expressões - que une os do”, evitando repetição desnecessária.
diversos elementos do texto e busca estabelecer relações
de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego de di-

Língua Portuguesa 64 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

A coesão apoiada na gramática se dá no uso de conec- (C) “A hipótese de ruptura com o passado se fortalece
tivos, como pronomes, advérbios e expressões adverbiais, quando avaliamos a extensão dos mecanismos de distri-
conjunções, elipses, entre outros. A elipse justifica-se quan- buição de oportunidades e de mitigação de desigualdades
do, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida de hoje”.
é facilmente identificável (Exemplo.: O jovem recolheu-se (D) “A democracia brasileira contemporânea, e apenas
cedo. Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O ela na história nacional, inventou o que mais perto se pode
termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a chegar de um Estado de Bem-Estar num país de renda mé-
relação entre as duas orações). dia”.
(E) “A baixa qualidade dos serviços governamentais
Dêiticos são elementos linguísticos que têm a pro- está ligada sobretudo à limitação do PIB, e não à falta de
priedade de fazer referência ao contexto situacional ou ao políticas públicas social-democratas”.
próprio discurso. Exercem, por excelência, essa função de
progressão textual, dada sua característica: são elementos 1-)
que não significam, apenas indicam, remetem aos compo- (A) “Em termos de escala, assiduidade e participação
nentes da situação comunicativa. = adição
Já os componentes concentram em si a significação. (B) “... o Brasil de 1985 a 2014 parece outro país, mo-
Elisa Guimarães ensina-nos a esse respeito: derno e dinâmico”. = adição
“Os pronomes pessoais e as desinências verbais in- (C) “A hipótese de ruptura com o passado se fortalece
dicam os participantes do ato do discurso. Os pronomes quando avaliamos a extensão dos mecanismos de distribui-
demonstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, ção de oportunidades e de mitigação de desigualdades de
bem como os advérbios de tempo, referenciam o momento hoje”. = adição
da enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterio- (D) “A democracia brasileira contemporânea, e apenas
ridade ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste ela na história nacional”. = adição
momento (presente); ultimamente, recentemente, ontem, (E) “A baixa qualidade dos serviços governamentais
há alguns dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no está ligada sobretudo à limitação do PIB, e não à falta =
próximo ano, depois de (futuro).” adversativa (dá para substituirmos por “mas”)
RESPOSTA: “E”.
A coerência de um texto está ligada:
- à sua organização como um todo, em que devem es- 2-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL/
tar assegurados o início, o meio e o fim; DF – ANALISTA DE APOIO À ASSISTÊNCIA JURÍDICA –
- à adequação da linguagem ao tipo de texto. Um texto FGV/2014) A alternativa em que os elementos unidos pela
técnico, por exemplo, tem a sua coerência fundamentada conjunção E não estão em adição, mas sim em oposição, é:
em comprovações, apresentação de estatísticas, relato de (A) “...a disposição do povo de agir por conta própria e
experiências; um texto informativo apresenta coerência se fazer justiça com as próprias mãos...”
trabalhar com linguagem objetiva, denotativa; textos poéti- (B) “...como sintoma de descrença nos políticos e nas
cos, por outro lado, trabalham com a linguagem figurada, instituições:...”
livre associação de ideias, palavras conotativas. (C) “...os nossos mascarados se inspiram menos nos
anarquistas e mais nos fascistas italianos...”
Fontes de pesquisa: (D) “...desprezando o passado e a tradição...”
http://www.mundovestibular.com.br/articles/2586/1/CO- (E) “...capaz de exprimir a experiência da violência, da
ESAO-E-COERENCIA-TEXTUAL/Paacutegina1.html velocidade e do progresso...”
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramá-
tica – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus 2-)
Barbosa Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. (A) “...a disposição do povo de agir por conta própria e
fazer justiça com as próprias mãos”. = adição
QUESTÕES (B) “...como sintoma de descrença nos políticos e nas
instituições”. = adição
* As questões abaixo também envolvem o conteúdo (C) “...os nossos mascarados se inspiram menos nos
“Conjunção”. Eu as coloquei neste tópico porque abordam - anarquistas e mais nos fascistas italianos”. = ideia de opo-
inclusive - coesão e coerência. sição
(D) “...desprezando o passado e a tradição”. = adição
1-) (SEDUC/AM – ASSISTENTE SOCIAL – FGV/2014) (E) “...capaz de exprimir a experiência da violência, da
Assinale a opção que indica o segmento em que a conjun- velocidade e do progresso”. = adição
ção e tem valor adversativo e não aditivo. RESPOSTA: “C”.
(A) “Em termos de escala, assiduidade e participação
da população na escolha dos governantes,...”.
(B) “... o Brasil de 1985 a 2014 parece outro país, mo-
derno e dinâmico, no cotejo com a restrita experiência elei-
toral anterior”.

Língua Portuguesa 65 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Perto de quinhentos alunos compareceram à solenida-


AO DOMÍNIO DA VARIEDADE PADRÃO ESCRITA: de.
NORMAS DE CONCORDÂNCIA, REGÊNCIA, OR- Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últi-
TOGRAFIA, PONTUAÇÃO ETC. mas Olimpíadas.

CONCORDÂNCIA Observação: quando a expressão “mais de um” as-


sociar-se a verbos que exprimem reciprocidade, o plural é
Os concurseiros estão apreensivos. obrigatório: Mais de um colega se ofenderam na discussão.
Concurseiros apreensivos. (ofenderam um ao outro)

No primeiro exemplo, o verbo estar encontra-se na ter- 3) Quando se trata de nomes que só existem no plu-
ceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, os ral, a concordância deve ser feita levando-se em conta a
concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo “apreensi- ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve
vos” está concordando em gênero (masculino) e número ficar no singular; com artigo no plural, o verbo deve ficar o
(plural) com o substantivo a que se refere: concurseiros. plural.
Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gê- Os Estados Unidos possuem grandes universidades.
nero correspondem-se. Estados Unidos possui grandes universidades.
A correspondência de flexão entre dois termos é a con- Alagoas impressiona pela beleza das praias.
cordância, que pode ser verbal ou nominal. As Minas Gerais são inesquecíveis.
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.
Concordância Verbal
4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou
É a flexão que se faz para que o verbo concorde com indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos,
seu sujeito. quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou “de vós”, o verbo
pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pes-
a) Sujeito Simples - Regra Geral soa do plural) ou com o pronome pessoal.
O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo Quais de nós são / somos capazes?
em número e pessoa. Veja os exemplos: Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso?
A prova para ambos os cargos será aplicada Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino-
às 13h. vadoras.
3.ª p. Singular 3.ª p. Singular
Observação: veja que a opção por uma ou outra forma
Os candidatos à vaga chegarão às 12h. indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém
3.ª p. Plural 3.ª p. Plural diz ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada
fizemos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso
Casos Particulares não ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de
tudo e nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia.
1) Quando o sujeito é formado por uma expressão par- Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver
titiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a no singular, o verbo ficará no singular.
maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de Qual de nós é capaz?
um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar Algum de vós fez isso.
no singular ou no plural.
A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia. 5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que
Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve
proposta. concordar com o substantivo.
25% do orçamento do país será destinado à Educação.
Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos 85% dos entrevistados não aprovam a administração
dos coletivos, quando especificados: Um bando de vânda- do prefeito.
los destruiu / destruíram o monumento. 1% do eleitorado aceita a mudança.
1% dos alunos faltaram à prova.
Observação: nesses casos, o uso do verbo no singular
enfatiza a unidade do conjunto; já a forma plural confere Quando a expressão que indica porcentagem não é
destaque aos elementos que formam esse conjunto. seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o nú-
mero.
2) Quando o sujeito é formado por expressão que indi- 25% querem a mudança.
ca quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de, 1% conhece o assunto.
perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo con-
corda com o substantivo. Se o número percentual estiver determinado por artigo
Cerca de mil pessoas participaram do concurso. ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á com eles:

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Os 30% da produção de soja serão exportados. b) Sujeito Composto


Esses 2% da prova serão questionados.
1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo,
6) O pronome “que” não interfere na concordância; já o a concordância se faz no plural:
“quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do singular. Pai e filho conversavam longamente.
Fui eu que paguei a conta. Sujeito
Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida. Pais e filhos devem conversar com frequência.
Sou eu quem faz a prova. Sujeito
Não serão eles quem será aprovado.
2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gra-
7) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve assu- maticais diferentes, a concordância ocorre da seguinte ma-
mir a forma plural. neira: a primeira pessoa do plural (nós) prevalece sobre a
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encan- segunda pessoa (vós) que, por sua vez, prevalece sobre a
taram os poetas. terceira (eles). Veja:
Este candidato é um dos que mais estudaram! Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
Primeira Pessoa do Plural (Nós)
Se a expressão for de sentido contrário – nenhum dos
que, nem um dos que -, não aceita o verbo no singular: Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga. Segunda Pessoa do Plural (Vós)
Nem uma das que me escreveram mora aqui.
*Quando “um dos que” vem entremeada de substanti- Pais e filhos precisam respeitar-se.
vo, o verbo pode: Terceira Pessoa do Plural (Eles)
a) ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atraves-
Observação: quando o sujeito é composto, formado
sa o Estado de São Paulo. (já que não há outro rio que faça
por um elemento da segunda pessoa (tu) e um da terceira
o mesmo).
(ele), é possível empregar o verbo na terceira pessoa do
b) ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão
plural (eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no
poluídos (noção de que existem outros rios na mesma con-
lugar de “tomaríeis”.
dição).
3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo,
8) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
passa a existir uma nova possibilidade de concordância:
verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural. em vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito,
Vossa Excelência está cansado? o verbo pode estabelecer concordância com o núcleo do
Vossas Excelências renunciarão? sujeito mais próximo.
Faltaram coragem e competência.
9) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se Faltou coragem e competência.
de acordo com o numeral. Compareceram todos os candidatos e o banca.
Deu uma hora no relógio da sala. Compareceu o banca e todos os candidatos.
Deram cinco horas no relógio da sala.
Soam dezenove horas no relógio da praça. 4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concordân-
Baterão doze horas daqui a pouco. cia é feita no plural. Observe:
Abraçaram-se vencedor e vencido.
Observação: caso o sujeito da oração seja a palavra Ofenderam-se o jogador e o árbitro.
relógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com esse su-
jeito. Casos Particulares
O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
Soa quinze horas o relógio da matriz. 1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos
sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no singular.
10) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum Descaso e desprezo marca seu comportamento.
sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do singular. São A coragem e o destemor fez dele um herói.
verbos impessoais: Haver no sentido de existir; Fazer indi-
cando tempo; Aqueles que indicam fenômenos da natureza. 2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos
Exemplos: dispostos em gradação, verbo no singular:
Havia muitas garotas na festa. Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segun-
Faz dois meses que não vejo meu pai. do me satisfaz.
Chovia ontem à tarde.
3) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos
por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de acordo
com o valor semântico das conjunções:

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Drummond ou Bandeira representam a essência da po- 7) Quando os elementos de um sujeito composto são
esia brasileira. resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta. feita com esse termo resumidor.
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apa-
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de “adi- tia.
ção”. Já em: Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
Juca ou Pedro será contratado. na vida das pessoas.
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olim-
píada. Outros Casos

* Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam no 1) O Verbo e a Palavra “SE”
singular. Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há duas
de particular interesse para a concordância verbal:
4) Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem a) quando é índice de indeterminação do sujeito;
outro”, a concordância costuma ser feita no singular. b) quando é partícula apassivadora.
Um ou outro compareceu à festa. Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”
Nem um nem outro saiu do colégio. acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e
de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na tercei-
Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou no ra pessoa do singular:
singular: Um e outro farão/fará a prova. Precisa-se de funcionários.
Confia-se em teses absurdas.
5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”, Quando pronome apassivador, o “se” acompanha ver-
o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos recebem um bos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e indiretos
mesmo grau de importância e a palavra “com” tem sentido (VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o
muito próximo ao de “e”. verbo deve concordar com o sujeito da oração. Exemplos:
O pai com o filho montaram o brinquedo. Construiu-se um posto de saúde.
O governador com o secretariado traçaram os planos Construíram-se novos postos de saúde.
para o próximo semestre. Aqui não se cometem equívocos
O professor com o aluno questionaram as regras. Alugam-se casas.

Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se ** Dica: Para saber se o “se” é partícula apassivadora
a ideia é enfatizar o primeiro elemento. ou índice de indeterminação do sujeito, tente transformar a
O pai com o filho montou o brinquedo. frase para a voz passiva. Se a frase construída for “compre-
O governador com o secretariado traçou os planos para ensível”, estaremos diante de uma partícula apassivadora;
o próximo semestre. se não, o “se” será índice de indeterminação. Veja:
O professor com o aluno questionou as regras. Precisa-se de funcionários qualificados.
Tentemos a voz passiva:
Observação: com o verbo no singular, não se pode fa- Funcionários qualificados são precisados (ou preci-
lar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez que sos)? Não há lógica. Portanto, o “se” destacado é índice de
as expressões “com o filho” e “com o secretariado” são ad- indeterminação do sujeito.
juntos adverbiais de companhia. Na verdade, é como se Agora:
houvesse uma inversão da ordem. Veja: Vendem-se casas.
“O pai montou o brinquedo com o filho.” Voz passiva: Casas são vendidas. Construção correta!
“O governador traçou os planos para o próximo semes- Então, aqui, o “se” é partícula apassivadora. (Dá para eu
tre com o secretariado.” passar para a voz passiva. Repare em meu destaque. Per-
“O professor questionou as regras com o aluno.” cebeu semelhança? Agora é só memorizar!).

*Casos em que se usa o verbo no singular: 2) O Verbo “Ser”


Café com leite é uma delícia!
O frango com quiabo foi receita da vovó. A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o
sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordân-
6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por expres- cia pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do
sões correlativas como: “não só...mas ainda”, “não somen- sujeito.
te”..., “não apenas...mas também”, “tanto...quanto”, o verbo
ficará no plural. Quando o sujeito ou o predicativo for:
Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
Nordeste. a)Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER
Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a concorda com a pessoa gramatical:
notícia. Ele é forte, mas não é dois.

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Fernando Pessoa era vários poetas. Atenção: Com orações desenvolvidas, o verbo PARE-
A esperança dos pais são eles, os filhos. CER fica no singular. Por Exemplo: As paredes parece que
têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos = oração
b)nome de coisa e um estiver no singular e o outro no subordinada substantiva subjetiva).
plural, o verbo SER concordará, preferencialmente, com o
que estiver no plural: Concordância Nominal
Os livros são minha paixão!
Minha paixão são os livros! A concordância nominal se baseia na relação entre no-
mes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se
Quando o verbo SER indicar ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se:
a) horas e distâncias, concordará com a expressão normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um
numérica: termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.
É uma hora. A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as
São quatro horas. seguintes regras gerais:
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilôme- 1) O adjetivo concorda em gênero e número quando se
tros. refere a um único substantivo: As mãos trêmulas denuncia-
vam o que sentia.
b) datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
estar expressa ou subentendida: 2) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a
Hoje é dia 26 de agosto. concordância pode variar. Podemos sistematizar essa fle-
Hoje são 26 de agosto. xão nos seguintes casos:
c) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e a) Adjetivo anteposto aos substantivos:
for seguido de palavras ou expressões como pouco, muito, - O adjetivo concorda em gênero e número com o subs-
menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no singular: tantivo mais próximo.
Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso. Encontramos caídas as roupas e os prendedores.
Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido. Encontramos caída a roupa e os prendedores.
Duas semanas de férias é muito para mim. Encontramos caído o prendedor e a roupa.

d) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo) - Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de pa-
for pronome pessoal do caso reto, com este concordará o rentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural.
verbo. As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.
No meu setor, eu sou a única mulher. Encontrei os divertidos primos e primas na festa.
Aqui os adultos somos nós.
b) Adjetivo posposto aos substantivos:
Observação: sendo ambos os termos (sujeito e predi- - O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo
cativo) representados por pronomes pessoais, o verbo con- ou com todos eles (assumindo a forma masculina plural se
corda com o pronome sujeito. houver substantivo feminino e masculino).
Eu não sou ela. A indústria oferece localização e atendimento perfeito.
Ela não é eu. A indústria oferece atendimento e localização perfeita.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
e) Quando o sujeito for uma expressão de sentido par- A indústria oferece atendimento e localização perfeitos.
titivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o verbo
SER concordará com o predicativo. Observação: os dois últimos exemplos apresentam
A grande maioria no protesto eram jovens. maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se
O resto foram atitudes imaturas. refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi
flexionado no plural masculino, que é o gênero predominan-
3) O Verbo “Parecer” te quando há substantivos de gêneros diferentes.
O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução
verbal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias: - Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o ad-
a) Ocorre variação do verbo PARECER e não se fle- jetivo fica no singular ou plural.
xiona o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho. A beleza e a inteligência feminina(s).
O carro e o iate novo(s).
b) A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo
sofre flexão: 3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:
As crianças parece gostarem do desenho. a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substan-
(essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho tivo não for acompanhado de nenhum modificador: Água é
as crianças) bom para saúde.

Língua Portuguesa 69 A Opção Certa Para a Sua Realização


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b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for b) Quando o sujeito destas expressões estiver deter-
modificado por um artigo ou qualquer outro determinativo: minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo
Esta água é boa para saúde. como o adjetivo concordam com ele.
É proibida a entrada de crianças.
4) O adjetivo concorda em gênero e número com os Esta salada é ótima.
pronomes pessoais a que se refere: Juliana encontrou-as A educação é necessária.
muito felizes. São precisas várias medidas na educação.

5) Nas expressões formadas por pronome indefinido Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Quite
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE +
adjetivo, este último geralmente é usado no masculino sin- Estas palavras adjetivas concordam em gênero e nú-
gular: Os jovens tinham algo de misterioso. mero com o substantivo ou pronome a que se referem.
Seguem anexas as documentações requeridas.
6) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem fun- A menina agradeceu: - Muito obrigada.
ção adjetiva e concorda normalmente com o nome a que Muito obrigadas, disseram as senhoras.
se refere: Seguem inclusos os papéis solicitados.
Cristina saiu só. Estamos quites com nossos credores.
Cristina e Débora saíram sós.
Bastante - Caro - Barato - Longe
Observação: quando a palavra “só” equivale a “somen-
te” ou “apenas”, tem função adverbial, ficando, portanto, in- Estas palavras são invariáveis quando funcionam como
variável: Eles só desejam ganhar presentes. advérbios. Concordam com o nome a que se referem quan-
** Dica: Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. Se do funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou nu-
a frase ficar coerente com o primeiro, trata-se de advérbio, merais.
portanto, invariável; se houver coerência com o segundo, As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio)
função de adjetivo, então varia: Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho.
Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo (pronome adjetivo)
Ele está só descansando. (apenas descansando) - ad- Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio)
vérbio As casas estão caras. (adjetivo)
Achei barato este casaco. (advérbio)
** Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois de Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo)
“só”, haverá, novamente, um adjetivo:
Ele está só, descansando. (ele está sozinho e descan- Meio - Meia
sando)
7) Quando um único substantivo é modificado por dois a) A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo,
ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as cons- concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi
truções: meia porção de polentas.
a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o
artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura espanhola b) Quando empregada como advérbio permanece inva-
e a portuguesa. riável: A candidata está meio nervosa.

b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo an- ** Dica! Dá para eu substituir por “um pouco”, assim
tes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e portuguesa. saberei que se trata de um advérbio, não de adjetivo: “A
candidata está um pouco nervosa”.
Casos Particulares
Alerta - Menos
É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É
permitido Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem
sempre invariáveis.
a) Estas expressões, formadas por um verbo mais um Os concurseiros estão sempre alerta.
adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se referem Não queira menos matéria!
possuir sentido genérico (não vier precedido de artigo).
É proibido entrada de crianças. * Tome nota!
Em certos momentos, é necessário atenção. Não variam os substantivos que funcionam como ad-
No verão, melancia é bom. jetivos:
É preciso cidadania. Bomba – notícias bomba
Não é permitido saída pelas portas laterais. Chave – elementos chave
Monstro – construções monstro
Padrão – escola padrão

Língua Portuguesa 70 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Fontes de pesquisa: (C) No sistema havia também uma estação... (várias


http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint49.php estações)
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce- (D) ... a civilização maia da América Central tinha um
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São método sustentável de gerenciamento da água. (os povos
Paulo: Saraiva, 2010. que habitavam a América Central)
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa (E) Um estudo publicado recentemente mostra que a
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. civilização maia... (Estudos como o que acabou de ser pu-
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- blicado).
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
3-)
QUESTÕES (A) ... disse (disseram) (os pesquisadores)
(B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu (con-
1-) (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚS- tribuíram) (as mudanças do clima)
TRIA E COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉCNICO (C) No sistema havia (várias estações) = permanecerá
ADMINISTRATIVO – CESPE/2014) Em “Vossa Excelência no singular
deve estar satisfeita com os resultados das negociações”, (D) ... a civilização maia da América Central tinha (ti-
o adjetivo estará corretamente empregado se dirigido a mi- nham) (os povos que habitavam a América Central)
nistro de Estado do sexo masculino, pois o termo “satisfeita” (E) Um estudo publicado recentemente mostra (mos-
deve concordar com a locução pronominal de tratamento tram) (Estudos como o que acabou de ser publicado).
“Vossa Excelência”. RESPOSTA: “C”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
REGÊNCIA
1-) Se a pessoa, no caso o ministro, for do sexo femi-
nino (ministra), o adjetivo está correto; mas, se for do sexo Dá-se o nome de regência à relação de subordinação
que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome
masculino, o adjetivo sofrerá flexão de gênero: satisfeito. O
(regência nominal) e seus complementos.
pronome de tratamento é apenas a maneira de como tratar
a autoridade, não concordando com o gênero (o pronome
Regência Verbal = Termo Regente: VERBO
de tratamento, apenas).
RESPOSTA: “ERRADO”.
A regência verbal estuda a relação que se estabelece
entre os verbos e os termos que os complementam (obje-
2-) (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL – CADAS-
tos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos
TRO RESERVA PARA O METRÔ/DF – ADMINISTRADOR adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma regência,
- IADES/2014 - adaptada) Se, no lugar dos verbos desta- o que corresponde à diversidade de significados que estes
cados no verso “Escolho os filmes que eu não vejo no ele- verbos podem adquirir dependendo do contexto em que fo-
vador”, fossem empregados, respectivamente, Esquecer rem empregados.
e gostar, a nova redação, de acordo com as regras sobre A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar, con-
regência verbal e concordância nominal prescritas pela nor- tentar.
ma-padrão, deveria ser A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar agra-
(A) Esqueço dos filmes que eu não gosto no elevador. do ou prazer”, satisfazer.
(B) Esqueço os filmes os quais não gosto no elevador. Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agra-
(C) Esqueço dos filmes aos quais não gosto no eleva- dar a alguém”.
dor.
(D) Esqueço dos filmes dos quais não gosto no eleva- Saiba que:
dor. O conhecimento do uso adequado das preposições é
(E) Esqueço os filmes dos quais não gosto no elevador. um dos aspectos fundamentais do estudo da regência ver-
bal (e também nominal). As preposições são capazes de
2-) O verbo “esquecer” pede objeto direto; “gostar”, in- modificar completamente o sentido daquilo que está sendo
direto (com preposição): Esqueço os filmes dos quais não dito.
gosto. Cheguei ao metrô.
RESPOSTA: “E”. Cheguei no metrô.
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no se-
3-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) Considera- gundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado.
da a substituição do segmento grifado pelo que está entre
parênteses ao final da transcrição, o verbo que deverá per- A voluntária distribuía leite às crianças.
manecer no singular está em: A voluntária distribuía leite com as crianças.
(A) ... disse o pesquisador à Folha de S. Paulo. (os pes- Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado
quisadores) como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto (obje-
(B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a to indireto: às crianças); na segunda, como transitivo direto
ruína dessa sociedade... (as mudanças do clima) (objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto adverbial).

Língua Portuguesa 71 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos 3-) Verbos Transitivos Indiretos
de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é um
fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes Os verbos transitivos indiretos são complementados
formas em frases distintas. por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
1-) Verbos Intransitivos gem uma preposição para o estabelecimento da relação de
regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter-
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são
importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam
aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los. os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos
- Chegar, Ir transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re-
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver- presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos
biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos
indicar destino ou direção são: a, para. lhe, lhes.
Fui ao teatro.
Adjunto Adverbial de Lugar Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:
- Consistir - Tem complemento introduzido pela prepo-
Ricardo foi para a Espanha. sição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos
Adjunto Adverbial de Lugar iguais para todos.

- Comparecer - Obedecer e Desobedecer - Possuem seus comple-


O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por mentos introduzidos pela preposição “a”:
em ou a. Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o Eles desobedeceram às leis do trânsito.
último jogo.
- Responder - Tem complemento introduzido pela pre-
2-) Verbos Transitivos Diretos posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a
quem” ou “ao que” se responde.
Os verbos transitivos diretos são complementados por Respondi ao meu patrão.
objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição Respondemos às perguntas.
para o estabelecimento da relação de regência. Ao empre- Respondeu-lhe à altura.
gar esses verbos, lembre-se de que os pronomes oblíquos
o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes Observação: o verbo responder, apesar de transitivo
podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas ver- indireto quando exprime aquilo a que se responde, admite
bais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após voz passiva analítica:
formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e O questionário foi respondido corretamente.
lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos. Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamen-
São verbos transitivos diretos, dentre outros: aban- te.
donar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar,
admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, - Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen-
castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, defen- tos introduzidos pela preposição “com”.
der, eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, Antipatizo com aquela apresentadora.
prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar. Simpatizo com os que condenam os políticos que go-
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente vernam para uma minoria privilegiada.
como o verbo amar:
Amo aquele rapaz. / Amo-o. 4-) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos
Amo aquela moça. / Amo-a.
Amam aquele rapaz. / Amam-no. Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa-
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la. nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem desta-
que, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São verbos
Observação: os pronomes lhe, lhes só acompanham que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto
esses verbos para indicar posse (caso em que atuam como indireto relacionado a pessoas.
adjuntos adnominais):
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto) Agradeço aos ouvintes a audiência.
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua car- Objeto Indireto Objeto Direto
reira)
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor) Paguei o débito ao cobrador.
Objeto Direto Objeto Indireto

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- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
com particular cuidado: Prefiro trem a ônibus.
Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. Observação: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. usado sem termos intensificadores, tais como: muito, antes,
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada
Paguei minhas contas. / Paguei-as. pelo prefixo existente no próprio verbo (pre).
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.
Informar Mudança de Transitividade - Mudança de Significa-
- Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto do
indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
Informe os novos preços aos clientes. Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi-
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os no- dade, apresentam mudança de significado. O conhecimen-
vos preços) to das diferentes regências desses verbos é um recurso
linguístico muito importante, pois além de permitir a correta
- Na utilização de pronomes como complementos, veja interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades
as construções: expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais,
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos pre- estão:
ços.
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou AGRADAR
sobre eles) - Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari-
nhos, acariciar, fazer as vontades de.
Observação: a mesma regência do verbo informar é Sempre agrada o filho quando.
usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cienti- Aquele comerciante agrada os clientes.
ficar, prevenir.
- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar
Comparar agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as introduzido pela preposição “a”.
preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento in- O cantor não agradou aos presentes.
direto: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma O cantor não lhes agradou.
criança.
*O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indireto:
Pedir O cantor desagradou à plateia.
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente
na forma de oração subordinada substantiva) e indireto de ASPIRAR
pessoa. - Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar
(o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
Pedi-lhe favores.
Objeto Indireto Objeto Direto - Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter
como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (Aspi-
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio. rávamos a ele)
Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
tantiva Objetiva Direta * Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa,
as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são utiliza-
Saiba que: das, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. Veja o
- A construção “pedir para”, muito comum na linguagem exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam
cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. a ela)
No entanto, é considerada correta quando a palavra licença
estiver subentendida. ASSISTIR
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em - Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar
casa. assistência a, auxiliar.
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
uma oração subordinada adverbial final reduzida de infiniti-
vo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa). - Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen-
ciar, estar presente, caber, pertencer.
Preferir Assistimos ao documentário.
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indi- Não assisti às últimas sessões.
reto introduzido pela preposição “a”: Essa lei assiste ao inquilino.

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*No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é intran- NAMORAR


sitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar - Sempre transitivo direto: Luísa namora Carlos há dois
introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa contur- anos.
bada cidade.
OBEDECER - DESOBEDECER
CHAMAR - Sempre transitivo indireto:
- Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, so- Todos obedeceram às regras.
licitar a atenção ou a presença de. Ninguém desobedece às leis.
Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá cha-
má-la. *Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. “lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas.

- Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apre- PROCEDER


sentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo - Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter
preposicionado ou não. cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa
A torcida chamou o jogador mercenário. segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto
A torcida chamou ao jogador mercenário. adverbial de modo.
A torcida chamou o jogador de mercenário. As afirmações da testemunha procediam, não havia
A torcida chamou ao jogador de mercenário. como refutá-las.
Você procede muito mal.
- Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal:
Como você se chama? Eu me chamo Zenaide. - Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo-
sição “de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido
CUSTAR pela preposição “a”) é transitivo indireto.
- Custar é intransitivo no sentido de ter determinado O avião procede de Maceió.
valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial: Procedeu-se aos exames.
Frutas e verduras não deveriam custar muito. O delegado procederá ao inquérito.

- No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo QUERER


ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração redu- - Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter
zida de infinitivo. vontade de, cobiçar.
Querem melhor atendimento.
Muito custa viver tão longe da família. Queremos um país melhor.
Verbo Intransitivo Oração Subordinada
Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo - Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição,
estimar, amar: Quero muito aos meus amigos.
Custou-me (a mim) crer nisso.
Objeto Indireto Oração Subordinada Subs- VISAR
tantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo - Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar,
fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
*A Gramática Normativa condena as construções que O homem visou o alvo.
atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por pes- O gerente não quis visar o cheque.
soa: Custei para entender o problema. = Forma
correta: Custou-me entender o problema. - No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como
objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
IMPLICAR O ensino deve sempre visar ao progresso social.
- Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-es-
a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes tar público.
implicavam um firme propósito.
b) ter como consequência, trazer como consequência, ESQUECER – LEMBRAR
acarretar, provocar: Uma ação implica reação. - Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronomi-
- Como transitivo direto e indireto, significa compro- nal)
meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
econômicas. No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja,
exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
* No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e
indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto,
não trabalhasse arduamente. transitivos indiretos:

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- Ele se esqueceu do caderno.


- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.
Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alte-
ração de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos
tanto brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
Não lhe lembram os bons momentos da infância? (= momentos é sujeito)

SIMPATIZAR - ANTIPATIZAR
- São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
Não simpatizei com os jurados.
Simpatizei com os alunos.

Importante: A norma culta exige que os verbos e expressões que dão ideia de movimento sejam usados com a pre-
posição “a”:
Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
Cláudia desceu ao segundo andar.
Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.

Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome.
Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que
vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo
significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes corres-
pondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:

Obedecer a algo/ a alguém.


Obediente a algo/ a alguém.

Se uma oração completar o sentido de um nome, ou seja, exercer a função de complemento nominal, ela será com-
pletiva nominal (subordinada substantiva).

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a

Língua Portuguesa 75 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Ávido de Generoso com Propício a


Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Observação: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: pa-
ralela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

QUESTÕES

1-) (PRODAM – AUXILIAR - MOTORISTA – FUNCAB/2014) Assinale a alternativa em que a frase segue a norma culta
da língua quanto à regência verbal.
A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir.
B) Eu esqueci do seu nome.
C) Você assistiu à cena toda?
D) Ele chegou na oficina pela manhã.
E) Sempre obedeço as leis de trânsito.

1-)
A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir. = prefiro viajar de ônibus a dirigir
B) Eu esqueci do seu nome. = Eu me esqueci do seu nome
C) Você assistiu à cena toda? = correta
D) Ele chegou na oficina pela manhã. = Ele chegou à oficina pela manhã
E) Sempre obedeço as leis de trânsito. = Sempre obedeço às leis de trânsito
RESPOSTA: “C”.

2-) (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO/SP – MÉDICO LEGISTA – VUNESP/2014 - adaptada) Leia o se-
guinte trecho para responder à questão.
A pesquisa encontrou um dado curioso: homens com baixos níveis de testosterona tiveram uma resposta imunológica
melhor a essa medida, similar _______________ .
A alternativa que completa, corretamente, o texto é:
(A) das mulheres
(B) às mulheres
(C) com das mulheres
(D) à das mulheres
(E) ao das mulheres

2-) Similar significa igual; sua regência equivale à da palavra “igual”: igual a quê? Similar a quem? Similar à (suben-
tendido: resposta imunológica) das mulheres.
RESPOSTA: “D”.

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ORTOGRAFIA O fonema z

A ortografia é a parte da Fonologia que trata da correta S e não Z


grafia das palavras. É ela quem ordena qual som devem
ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs-
grafados segundo acordos ortográficos. tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês,
freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa.
A maneira mais simples, prática e objetiva de apren- sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, meta-
der ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras, morfose.
familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras é formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis,
necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções e, quiseste.
em alguns casos, há necessidade de conhecimento de eti- nomes derivados de verbos com radicais terminados
mologia (origem da palavra). em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender -
empresa / difundir – difusão.
Regras ortográficas diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís - Lui-
sinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho.
O fonema s após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa.
verbos derivados de nomes cujo radical termina com
S e não C/Ç “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar – pesquisar.

palavras substantivadas derivadas de verbos com radi- Z e não S


cais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender - pretensão
/ expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter - in- sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adjeti-
versão / aspergir - aspersão / submergir - submersão / di- vo: macio - maciez / rico – riqueza / belo – beleza.
vertir - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de ori-
/ repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso / gem não termine com s): final - finalizar / concreto – con-
sentir - sensível / consentir – consensual. cretizar.
consoante de ligação se o radical não terminar com “s”:
SS e não C e Ç pé + inho - pezinho / café + al - cafezal

nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem Exceção: lápis + inho – lapisinho.
em gred, ced, prim ou com verbos terminados por tir ou
-meter: agredir - agressivo / imprimir - impressão / admitir O fonema j
- admissão / ceder - cessão / exceder - excesso / percutir
- percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão / com- G e não J
prometer - compromisso / submeter – submissão.
palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, ges-
*quando o prefixo termina com vogal que se junta com so.
a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimé- estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim.
trico / re + surgir – ressurgir. terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com pou-
*no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem- cas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge.
plos: ficasse, falasse.
Exceção: pajem.
C ou Ç e não S e SS
terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, li-
vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar. tígio, relógio, refúgio.
vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, Ju- verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir,
çara, caçula, cachaça, cacique. mugir.
sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu, depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, sur-
uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço, gir.
esperança, carapuça, dentuço. depois da letra “a”, desde que não seja radical termina-
nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / de- do com j: ágil, agente.
ter - detenção / ater - atenção / reter – retenção.
após ditongos: foice, coice, traição. J e não G
palavras derivadas de outras terminadas em -te, to(r):
marte - marciano / infrator - infração / absorto – absorção. palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje.
palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia,
manjerona.
palavras terminadas com aje: ultraje.

Língua Portuguesa 77 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O fonema ch Fontes de pesquisa:


http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/orto-
X e não CH grafia
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi, Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
xucro. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
palavras de origem inglesa e espanhola: xampu, lagar- reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
tixa. Paulo: Saraiva, 2010.
depois de ditongo: frouxo, feixe. Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Exceção: quando a palavra de origem não derive de Hífen


outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)
CH e não X O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para
ligar os elementos de palavras compostas (como ex-presi-
palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chassi, dente, por exemplo) e para unir pronomes átonos a verbos
mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha. (ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente para fazer a
translineação de palavras, isto é, no fim de uma linha, se-
As letras “e” e “i” parar uma palavra em duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro).

Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com Uso do hífen que continua depois da Reforma Or-
“i”, só o ditongo interno cãibra. tográfica:
verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são es-
critos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Escrevemos com 1. Em palavras compostas por justaposição que formam
“i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem
possui, contribui. para formarem um novo significado: tio-avô, porto-alegren-
se, luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda- -fei-
* Atenção para as palavras que mudam de sentido ra, conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris, primeiro-ministro,
quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (super- azul-escuro.
fície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) /
emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estância, 2. Em palavras compostas por espécies botânicas e
que anda a pé), pião (brinquedo). zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora-
-menina, erva-doce, feijão-verde.
* Dica:
- Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à ortografia 3. Nos compostos com elementos além, aquém, recém
de uma palavra, há a possibilidade de consultar o Vocabu- e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém-
lário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), elaborado -casado.
pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra de referên-
cia até mesmo para a criação de dicionários, pois traz a gra- 4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algu-
fia atualizada das palavras (sem o significado). Na Internet, mas exceções continuam por já estarem consagradas pelo
o endereço é www.academia.org.br. uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de-
-meia, água-de-colônia, queima-roupa, deus-dará.
Informações importantes
- Formas variantes são formas duplas ou múltiplas, 5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte
equivalentes: aluguel/aluguer, relampejar/relampear/relam- Rio-Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combina-
par/relampadar. ções históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Bra-
- Os símbolos das unidades de medida são escritos sil, etc.
sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar plu-
ral, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, 20km, 6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su-
120km/h. per- quando associados com outro termo que é iniciado por
Exceção para litro (L): 2 L, 150 L. “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc.
- Na indicação de horas, minutos e segundos, não deve
haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h, 22h30min, 7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor,
14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três minutos e trinta e ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito.
quatro segundos).
- O símbolo do real antecede o número sem espaço: 8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-:
R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma barra pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc.
vertical ($).

Língua Portuguesa 78 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, - Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma,
abraça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc. antisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante,
ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus,
10. Nas formações em que o prefixo tem como segundo autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi.
termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, geo--his-
tória, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar, super- Fontes de pesquisa:
-homem. http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/orto-
grafia
11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
termina com a mesma vogal do segundo elemento: micro- Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc.
Questões
** O hífen é suprimido quando para formar outros ter-
mos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar. 1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS –
2014) De acordo com a nova ortografia, assinale o item em
Lembrete da Zê! que todas as palavras estão corretas:
Ao separar palavras na translineação (mudança de li- A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial.
nha), caso a última palavra a ser escrita seja formada por B) supracitado – semi-novo – telesserviço.
hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo: escreverei anti- C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som.
-inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”. Na próxima D) contrarregra – autopista – semi-aberto.
linha escreverei: “-inflamatório” (hífen em ambas as linhas). E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor.

Não se emprega o hífen: 1-) Correção:


A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta
1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo ter- B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo
mina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou “s”. C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hidro-
Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antirre- elétrica, ultrassom
ligioso, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia, D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto
microrradiografia, etc. E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infra-
estrutura
2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudoprefixo RESPOSTA: “A”.
termina em vogal e o segundo termo inicia-se com vogal di-
ferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoestrada, 2-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS –
autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoescola, in- 2014) De acordo com a nova ortografia, assinale o item em
fraestrutura, etc. que todas as palavras estão corretas:
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial.
3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos B) supracitado – semi-novo – telesserviço.
“dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” inicial: desu- C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som.
mano, inábil, desabilitar, etc. D) contrarregra – autopista – semi-aberto.
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor.
4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando o
segundo elemento começar com “o”: cooperação, coobri- 2-) Correção:
gação, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta
etc. B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hidro-
5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram no- elétrica, ultrassom
ção de composição: pontapé, girassol, paraquedas, para- D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto
quedista, etc. E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infra-
estrutura
6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfei- RESPOSTA: “A”.
to, benquerer, benquerido, etc.

- Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas corres-


pondentes átonas, aglutinam-se com o elemento seguinte,
não havendo hífen: pospor, predeterminar, predeterminado,
pressuposto, propor.
- Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccio-
so, auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre-
-humano, super-realista, alto-mar.

Língua Portuguesa 79 A Opção Certa Para a Sua Realização


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3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPE- PONTUAÇÃO


VE/UFAL/2014)
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que
servem para compor a coesão e a coerência textual, além
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. Um
texto escrito adquire diferentes significados quando pontua-
do de formas diversificadas. O uso da pontuação depende,
em certos momentos, da intenção do autor do discurso. As-
sim, os sinais de pontuação estão diretamente relacionados
ao contexto e ao interlocutor.

Principais funções dos sinais de pontuação

Ponto (.)

1- Indica o término do discurso ou de parte dele, encer-


rando o período.

2- Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com-


panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final de pe-
ríodo, este não receberá outro ponto; neste caso, o ponto
de abreviatura marca, também, o fim de período. Exemplo:
Armandinho, personagem do cartunista Alexandre Estudei português, matemática, constitucional, etc. (e não
Beck, sabe perfeitamente empregar os parônimos “cestas” “etc..”)
“sestas” e “sextas”. Quanto ao emprego de parônimos, da-
das as frases abaixo, 3- Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do
I. O cidadão se dirigia para sua _____________ elei- ponto, assim como após o nome do autor de uma citação:
toral. Haverá eleições em outubro
II. A zona eleitoral ficava ___________ 200 metros de O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão
um posto policial. Mendes de Almeida) (ou: Almeida.)
III. O condutor do automóvel __________ a lei seca.
IV. Foi encontrada uma __________ soma de dinheiro 4- Os números que identificam o ano não utilizam ponto
no carro. nem devem ter espaço a separá-los, bem como os números
V. O policial anunciou o __________ delito. de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250.

Assinale a alternativa cujos vocábulos preenchem cor- Ponto e Vírgula ( ; )


retamente as lacunas das frases.
A) seção, acerca de, infligiu, vultosa, fragrante. 1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
B) seção, acerca de, infligiu, vultuosa, flagrante. importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos
C) sessão, a cerca de, infringiu, vultosa, fragrante. dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo
D) seção, a cerca de, infringiu, vultosa, flagrante. pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...”
E) sessão, a cerca de, infligiu, vultuosa, flagrante. (VIEIRA)

3-) Questão que envolve ortografia. 2- Separa partes de frases que já estão separadas por
I. O cidadão se dirigia para sua SEÇÃO eleitoral. (setor) vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, mon-
II. A zona eleitoral ficava A CERCA DE 200 metros de tanhas, frio e cobertor.
um posto policial. (= aproximadamente)
III. O condutor do automóvel INFRINGIU a lei seca. (re- 3- Separa itens de uma enumeração, exposição de mo-
lacione com infrator) tivos, decreto de lei, etc.
IV. Foi encontrada uma VULTOSA soma de dinheiro no Ir ao supermercado;
carro. (de grande vulto, volumoso) Pegar as crianças na escola;
V. O policial anunciou o FLAGRANTE delito. (relacione Caminhada na praia;
com “pego no flagra”) Reunião com amigos.
Seção / a cerca de / infringiu / vultosa / flagrante
RESPOSTA: “D”. Dois pontos (:)

1- Antes de uma citação


Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:

Língua Portuguesa 80 A Opção Certa Para a Sua Realização


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2- Antes de um aposto Usa-se a vírgula:


Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à
tarde e calor à noite. - Para marcar intercalação:
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun-
3- Antes de uma explicação ou esclarecimento dância, vem caindo de preço.
Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, viven- b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão
do a rotina de sempre. produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indús-
4- Em frases de estilo direto trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não
Maria perguntou: querem abrir mão dos lucros altos.
- Por que você não toma uma decisão?
- Para marcar inversão:
Ponto de Exclamação (!) a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fe-
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, chadas.
susto, súplica, etc. b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
Sim! Claro que eu quero me casar com você! pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
2- Depois de interjeições ou vocativos maio de 1982.
Ai! Que susto!
João! Há quanto tempo! - Para separar entre si elementos coordenados (dis-
postos em enumeração):
Ponto de Interrogação (?) Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e ani-
Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres. mais.
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze-
vedo) - Para marcar elipse (omissão) do verbo:
Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
Reticências (...)
- Para isolar:
1- Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lápis, - o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasi-
canetas, cadernos... leira, possui um trânsito caótico.
- o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.
2- Indica interrupção violenta da frase.
“- Não... quero dizer... é verdad... Ah!” Observações:
- Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expres-
3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este são latina et cetera, que significa “e outras coisas”, seria dis-
mal... pega doutor? pensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o acordo
ortográfico em vigor no Brasil exige que empreguemos etc.
4- Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa, precedido de vírgula: Falamos de política, futebol, lazer, etc.
depois, o coração falar...
- As perguntas que denotam surpresa podem ter com-
Vírgula (,) binados o ponto de interrogação e o de exclamação: Você
falou isso para ela?!
Não se usa vírgula
- Temos, ainda, sinais distintivos:
* separando termos que, do ponto de vista sintático, li- 1-) a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), separa-
gam-se diretamente entre si: ção de siglas (IOF/UPC);
- entre sujeito e predicado: 2-) os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas
Todos os alunos da sala foram advertidos. pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira opção
Sujeito predicado aos parênteses, principalmente na matemática;
3-) o asterisco ( * ) = usado para remeter o leitor a uma
- entre o verbo e seus objetos: nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir um nome
O trabalho custou sacrifício aos que não se quer mencionar.
realizadores.
V.T.D.I. O.D. O.I. Fontes de pesquisa:
http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgula.
htm

Língua Portuguesa 81 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce- 2-) (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São TRABALHO – CESPE/2014 - adaptada)
Paulo: Saraiva, 2010. A correção gramatical do trecho “Entre as bebidas al-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa coólicas, cervejas e vinhos são as mais comuns em todo
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. o mundo” seria prejudicada, caso se inserisse uma vírgula
logo após a palavra “vinhos”.
Questões ( ) CERTO ( ) ERRADO

1-) (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014) 2-) Não se deve colocar vírgula entre sujeito e predi-
cado, a não ser que se trate de um aposto (1), predicativo
do sujeito (2), ou algum termo que requeira estar separado
entre pontuações. Exemplos:
O Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa!
Os meninos, ansiosos (2), chegaram!
RESPOSTA: “CERTO”.

3-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014)


Em apenas uma das opções a vírgula foi corretamente em-
pregada. Assinale-a.
A) No dia seguinte, estavam todos cansados.
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas.
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas
perplexas.
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e
fundamental.
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em peque-
na parte do território.

3-)
(SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014) A) No dia seguinte, estavam todos cansados. = correta
Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pontua- B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas = não se
ção está correta em: separa sujeito do predicado (o sujeito está no final).
A) Hagar disse, que não iria. C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas
B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir, bi- perplexas = não se separa sujeito do predicado.
fes e lagostas, aos vizinhos. D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e
C) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas: fundamental = não se separa sujeito do predicado.
para Hagar e Helga E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em peque-
D) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse, na parte do território. = não se separa sujeito do predicado
Hagar à Helga. RESPOSTA: “A”.
E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pe-
los Stevensens, para jantar bifes e lagostas. ACENTUAÇÃO

1-) Correções realizadas: Quanto à acentuação, observamos que algumas pala-


A) Hagar disse que não iria. = não há vírgula entre ver- vras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ora se
bo e seu complemento (objeto) dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra. Por
B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir bi- isso, vamos às regras!
fes e lagostas aos vizinhos. = não há vírgula entre verbo e
seu complemento (objeto) Regras básicas – Acentuação tônica
C) Chegou o convite dos Stevensens: bife e lagostas
para Hagar e Helga. A acentuação tônica está relacionada à intensidade
D) “Eles são chatos e nunca param de falar”, disse Ha- com que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela
gar à Helga. que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sí-
E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pe- laba tônica. As demais, como são pronunciadas com menos
los Stevensens, para jantar bifes e lagostas. intensidade, são denominadas de átonas.
RESPOSTA: “E”. De acordo com a tonicidade, as palavras são classifi-
cadas como:
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre
a última sílaba. Ex.: café – coração – Belém – atum – caju
– papel

Língua Portuguesa 82 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica re- Regras especiais:


cai na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – sa- Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
pato – passível abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
Proparoxítonas - São aquelas cuja sílaba tônica está de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano palavras paroxítonas.
– médico – ônibus ** Alerta da Zê! Cuidado: Se os ditongos abertos es-
tiverem em uma palavra oxítona (herói) ou monossílaba
Há vocábulos que possuem mais de uma sílaba, mas (céu) ainda são acentuados: dói, escarcéu.
em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente:
são os chamados monossílabos. Antes Agora
Os acentos assembléia assembleia
idéia ideia
acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a” e “i”,
geléia geleia
“u” e “e” do grupo “em” - indica que estas letras represen-
tam as vogais tônicas de palavras como pá, caí, público. jibóia jiboia
Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre apóia (verbo apoiar) apoia
aberto: herói – médico – céu (ditongos abertos).
paranóico paranoico
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”,
“e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: tâmara
Acento Diferencial
– Atlântico – pêsames – supôs .
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a”
Representam os acentos gráficos que, pelas regras de
com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles
acentuação, não se justificariam, mas são utilizados para
trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi totalmen-
diferenciar classes gramaticais entre determinadas pala-
te abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em
vras e/ou tempos verbais. Por exemplo:
palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: mülle-
Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito perfeito
riano (de Müller)
de Indicativo do verbo “poder”) X pode (presente do Indica-
til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais
tivo do mesmo verbo).
nasais: oração – melão – órgão – ímã
Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas:
terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada,
Regras fundamentais
mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se,
para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição.
Palavras oxítonas:
Os demais casos de acento diferencial não são mais
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”,
utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substanti-
“o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – ci-
vo), pelo (preposição). Seus significados e classes gramati-
pó(s) – Belém.
cais são definidos pelo contexto.
Esta regra também é aplicada aos seguintes casos:
Polícia para o trânsito para realizar blitz. = o primeiro
- Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”,
“para” é verbo; o segundo, preposição (com relação de fi-
seguidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há
nalidade).
- Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
** Quando, na frase, der para substituir o “por” por “co-
seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo
locar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto:
“pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex: Faço isso por
Paroxítonas:
você. / Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
- i, is: táxi – lápis – júri
Regra do Hiato:
- us, um, uns: vírus – álbuns – fórum
- l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax –
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, for a se-
fórceps
gunda vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, haverá
- ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos
acento. Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís
- ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quando
não de “s”: água – pônei – mágoa – memória
seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, Lu-iz,
sa-ir, ju-iz
** Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê?
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti-
Repare que esta palavra apresenta as terminações das pa-
verem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
roxítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM =
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização!
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba

Língua Portuguesa 83 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Observação importante: Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-


reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando Paulo: Saraiva, 2010.
hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxítonas):
Questões
Antes Agora
1-) (PREFEITURA DE SÃO PAULO/SP – AUDITOR
bocaiúva bocaiuva FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL – CETRO/2014 - adap-
feiúra feiura tada) Assinale a alternativa que contém duas palavras
acentuadas conforme a mesma regra.
Sauípe Sauipe
(A) “Hambúrgueres” e “repórter”.
(B) “Inacreditáveis” e “repórter”.
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi abo- (C) “Índice” e “dólares”.
lido: (D) “Inacreditáveis” e “atribuídos”.
(E) “Atribuídos” e “índice”.
Antes Agora
crêem creem 1-) (A) “Hambúrgueres” = proparoxítona / “repórter” =
paroxítona
lêem leem (B) “Inacreditáveis” = paroxítona / “repórter” = paroxí-
vôo voo tona
enjôo enjoo (C) “Índice” = proparoxítona / “dólares” = proparoxítona
(D) “Inacreditáveis” = paroxítona / “atribuídos” = regra
do hiato
** Dica: Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os ver-
(E) “Atribuídos” = regra do hiato / “índice” = proparoxí-
bos que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem
tona
mais acento como antes: CRER, DAR, LER e VER.
RESPOSTA: “B”.
Repare:
1-) O menino crê em você. / Os meninos creem em
2-) (SEFAZ/RS – AUDITOR FISCAL DA RECEITA FE-
você.
DERAL – FUNDATEC/2014 - adaptada)
2-) Elza lê bem! / Todas leem bem! Analise as afirmações que são feitas sobre acentuação
3-) Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que gráfica.
os garotos deem o recado! I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
4-) Rubens vê tudo! / Eles veem tudo! seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm portuguesa.
à tarde! II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá-
As formas verbais que possuíam o acento tônico na rios’ e ‘país’ não é a mesma.
raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente.
ou “i” não serão mais acentuadas: IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em
situação de uso, quanto à flexão de número.
Antes Depois Quais estão corretas?
A) Apenas I e III.
apazigúe (apaziguar) apazigue
B) Apenas II e IV.
averigúe (averiguar) averigue C) Apenas I, II e IV.
argúi (arguir) argui D) Apenas II, III e IV.
E) I, II, III e IV.
Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pessoa
do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo 2-) I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específi-
vir) cos’ seja retirado, essas continuam sendo palavras da lín-
gua portuguesa = teremos “transito” e “especifico” – serão
A regra prevalece também para os verbos conter, obter, verbos (correta)
reter, deter, abster: ele contém – eles contêm, ele obtém II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá-
– eles obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém – eles rios’ e ‘país’ não é a mesma = vários é paroxítona terminada
convêm. em ditongo; país é a regra do hiato (correta)
III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente = há um
Fontes de pesquisa: hiato, por isso a acentuação (da - í) = incorreta.
IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em
http://www.brasilescola.com/gramatica/acentuacao.htm
situação de uso, quanto à flexão de número = “vêm” é utili-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
zado para a terceira pessoa do plural (correta)
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
RESPOSTA: “C”.

Língua Portuguesa 84 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

CRASE ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especifica-


do, ocorrerá crase. Veja:
A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo
idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” com que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”
o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos prono- Irei à Salvador de Jorge Amado.
mes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo e com
o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as quais). * A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s),
Casos estes em que tal fusão encontra-se demarcada pelo aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo re-
acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às gente exigir complemento regido da preposição “a”.
quais. Entregamos a encomenda àquela menina.
O uso do acento indicativo de crase está condicionado (preposição + pronome demonstrativo)
aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e no-
minal, mais precisamente ao termo regente e termo regido. Iremos àquela reunião.
Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome - que exige (preposição + pronome demonstrativo)
complemento regido pela preposição “a”, e o termo regido é
aquele que completa o sentido do termo regente, admitindo Sua história é semelhante às que eu ouvia quando
a anteposição do artigo a(s). criança. (àquelas que eu ouvia quando criança)
Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela con- (preposição + pronome demonstrativo)
tratada recentemente. * A letra “a” que acompanha locuções femininas (ad-
Após a junção da preposição com o artigo (destacados verbiais, prepositivas e conjuntivas) recebe o acento grave:
entre parênteses), temos: - locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contratada pressas, à vontade...
recentemente. - locuções prepositivas: à frente, à espera de, à procura
de...
O verbo referir, de acordo com sua transitividade, clas-
- locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.
sifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos referimos
a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposição a + o
* Cuidado: quando as expressões acima não exerce-
artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o pronome
rem a função de locuções não ocorrerá crase. Repare:
demonstrativo aquela (àquela).
Eu adoro a noite!
Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer ob-
Observação importante: Alguns recursos servem de
jeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não prepo-
ajuda para que possamos confirmar a ocorrência ou não da
crase. Eis alguns: sição.
a) Substitui-se a palavra feminina por uma masculina
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a crase Casos passíveis de nota:
está confirmada.
Os dados foram solicitados à diretora. *a crase é facultativa diante de nomes próprios femini-
Os dados foram solicitados ao diretor. nos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.

b) No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se *também é facultativa diante de pronomes possessivos
o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na expres- femininos: O diretor fez referência a (à) sua empresa.
são “voltar da”, há a confirmação da crase.
Faremos uma visita à Bahia. *facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja ficará
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirma- aberta até as (às) dezoito horas.
da)
* Constata-se o uso da crase se as locuções preposi-
Não me esqueço da viagem a Roma. tivas à moda de, à maneira de apresentarem-se implícitas,
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja- mesmo diante de nomes masculinos: Tenho compulsão por
mais vividos. comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV)

Atenção: Nas situações em que o nome geográfico se * Não se efetiva o uso da crase diante da locução ad-
apresentar modificado por um adjunto adnominal, a crase verbial “a distância”: Na praia de Copacabana, observamos
está confirmada. a queima de fogos a distância.
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas
praias. Entretanto, se o termo vier determinado, teremos uma
locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedestre foi
** Dica: Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou arremessado à distância de cem metros.
A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a Campinas.
= Volto de Campinas. (crase pra quê?)
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!)

Língua Portuguesa 85 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade -, *não ocorre crase antes de nome feminino utilizado em
faz-se necessário o emprego da crase. sentido genérico ou indeterminado:
Ensino à distância. Estamos sujeitos a críticas.
Ensino a distância. Refiro-me a conversas paralelas.

* Em locuções adverbiais formadas por palavras repeti- Fontes de pesquisa:


das, não há ocorrência da crase. http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-crase-.
Ela ficou frente a frente com o agressor. html
Eu o seguirei passo a passo. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Casos em que não se admite o emprego da crase: Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
* Antes de vocábulos masculinos. Paulo: Saraiva, 2010.
As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
Esta caneta pertence a Pedro. Questões

* Antes de verbos no infinitivo. 1-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-


Ele estava a cantar. FE/2014) Assinale a alternativa que preenche corretamente
Começou a chover. as lacunas da frase a seguir.
Quando________ três meses disse-me que iria
* Antes de numeral. _________ Grécia para visitar ___ sua tia, vi-me na obri-
O número de aprovados chegou a cem. gação de ajudá-la _______ resgatar as milhas _________
Faremos uma visita a dez países. quais tinha direito.
A-) a - há - à - à - às
Observação: B-) há - à - a - a – às
- Nos casos em que o numeral indicar horas – funcio- C-) há - a - há - à - as
nando como uma locução adverbial feminina – ocorrerá cra- D-) a - à - a - à - às
se: Os passageiros partirão às dezenove horas. E-) a - a - à - há – as

- Diante de numerais ordinais femininos a crase está 1-) Quando HÁ (sentido de tempo) três meses disse-me
confirmada, visto que estes não podem ser empregados que iria À (“vou a, volto da, crase há!”) Grécia para visitar
sem o artigo: As saudações foram direcionadas à primeira A (artigo) sua tia, vi-me na obrigação de ajudá-la A (ajudar
aluna da classe. “ela” a fazer algo) resgatar as milhas ÀS quais tinha direito
(tinha direito a quê? às milhas – regência nominal). Tere-
- Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quando mos: há, à, a, a, às.
essa não se apresentar determinada: Chegamos todos RESPOSTA: “B”.
exaustos a casa.
Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto adno- 2-) (EMPLASA/SP – ANALISTA JURÍDICO – DIREITO
minal, a crase estará confirmada: Chegamos todos exaus- – VUNESP/2014)
tos à casa de Marcela. A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de traba-
lho para proceder _____ medidas necessárias _____ exu-
- não há crase antes da palavra “terra”, quando essa mação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart,
indicar chão firme: Quando os navegantes regressaram a sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exumação
terra, já era noite. de Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presidente
Contudo, se o termo estiver precedido por um determi- morreu de causas naturais, ou seja, devido ____ uma para-
nante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase. da cardíaca – que tem sido a versão considerada oficial até
Paulo viajou rumo à sua terra natal. hoje –, ou se sua morte se deve ______ envenenamento.
O astronauta voltou à Terra. (http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,governo-
-cria-grupo-exumar--restos-mortais-de- jango,1094178,0.
- não ocorre crase antes de pronomes que requerem o htm 07. 11.2013. Adaptado)
uso do artigo.
Os livros foram entregues a mim. Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, as la-
Dei a ela a merecida recompensa. cunas da frase devem ser completadas, correta e respecti-
vamente, por
Observação: Pelo fato de os pronomes de tratamento (A) a ... à ... a ... a
relativos à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, (B) as ... à ... a ... à
o uso da crase está confirmado no “a” que os antecede, no (C) às ... a ... à ... a
caso de o termo regente exigir a preposição. (D) à ... à ... à ... a
Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia. (E) a ... a ... a ... à

Língua Portuguesa 86 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

2-) A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de Introdução


trabalho para proceder a medidas (palavra no plural, gene-
ralizando) necessárias à (regência nominal pede preposi- Caracterizada pela entrada no assunto e a argumenta-
ção) exumação dos restos mortais do ex-presidente João ção inicial. A ideia central do texto é apresentada nessa eta-
Goulart, sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a pa. Essa apresentação deve ser direta, sem rodeios. O seu
exumação de Jango, o governo visa esclarecer se o ex-pre- tamanho raramente excede a 1/5 de todo o texto. Porém,
sidente morreu de causas naturais, ou seja, devido a uma em textos mais curtos, essa proporção não é equivalente.
(artigo indefinido) parada cardíaca – que tem sido a versão Neles, a introdução pode ser o próprio título. Já nos textos
considerada oficial até hoje –, ou se sua morte se deve a mais longos, em que o assunto é exposto em várias pági-
(regência verbal) envenenamento. A / à / a / a nas, ela pode ter o tamanho de um capítulo ou de uma par-
RESPOSTA: “A”. te precedida por subtítulo. Nessa situação, pode ter vários
parágrafos. Em redações mais comuns, que em média têm
3-) (SABESP/SP – ADVOGADO – FCC/2014) de 25 a 80 linhas, a introdução será o primeiro parágrafo.
Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores fize-
ram uma escavação arqueológica nas ruínas da antiga ci- Desenvolvimento
dade de Tikal, na Guatemala.
O a empregado na frase acima, imediatamente depois A maior parte do texto está inserida no desenvolvimen-
de chegar, deverá receber o sinal indicativo de crase caso to, que é responsável por estabelecer uma ligação entre a
o segmento grifado seja substituído por: introdução e a conclusão. É nessa etapa que são elabora-
(A) Uma tal ilação. das as ideias, os dados e os argumentos que sustentam e
(B) Afirmações como essa. dão base às explicações e posições do autor. É caracteri-
(C) Comprovação dessa assertiva. zado por uma “ponte” formada pela organização das ideias
(D) Emitir uma opinião desse tipo. em uma sequência que permite formar uma relação equili-
(E) Semelhante resultado. brada entre os dois lados.
O autor do texto revela sua capacidade de discutir um
3-) determinado tema no desenvolvimento, e é através desse
(A) Uma tal ilação – chegar a uma (não há acento grave que o autor mostra sua capacidade de defender seus pon-
antes de artigo) tos de vista, além de dirigir a atenção do leitor para a con-
(B) Afirmações como essa – chegar a afirmações (antes clusão. As conclusões são fundamentadas a partir daqui.
de palavra no plural e o “a” no singular) Para que o desenvolvimento cumpra seu objetivo, o es-
(C) Comprovação dessa assertiva – chegar à compro- critor já deve ter uma ideia clara de como será a conclusão.
vação Daí a importância em planejar o texto.
(D) Emitir uma opinião desse tipo – chegar a emitir (ver- Em média, o desenvolvimento ocupa 3/5 do texto, no
bo no infinitivo) mínimo. Já nos textos mais longos, pode estar inserido em
(E) Semelhante resultado – chegar a semelhante (pa- capítulos ou trechos destacados por subtítulos. Apresentar-
lavra masculina) -se-á no formato de parágrafos medianos e curtos.
RESPOSTA: “C”. Os principais erros cometidos no desenvolvimento são
o desvio e a desconexão da argumentação. O primeiro está
relacionado ao autor tomar um argumento secundário que
se distancia da discussão inicial, ou quando se concentra
em apenas um aspecto do tema e esquece o seu todo. O
AO RECONHECIMENTO DE RELAÇÕES ESTRU- segundo caso acontece quando quem redige tem muitas
TURAIS E SEMÂNTICAS ENTRE FRASES OU ideias ou informações sobre o que está sendo discutido,
EXPRESSÕES; não conseguindo estruturá-las. Surge também a dificuldade
de organizar seus pensamentos e definir uma linha lógica
Primeiramente, o que nos faz produzir um texto é a ca- de raciocínio.
pacidade que temos de pensar. Por meio do pensamento,
elaboramos todas as informações que recebemos e orien- Conclusão
tamos as ações que interferem na realidade e organização
de nossos escritos. O que lemos é produto de um pensa- Considerada como a parte mais importante do texto, é o
mento transformado em texto. ponto de chegada de todas as argumentações elaboradas.
Logo, como cada um de nós tem seu modo de pensar, As ideias e os dados utilizados convergem para essa parte,
quando escrevemos sempre procuramos uma maneira or- em que a exposição ou discussão se fecha.
ganizada do leitor compreender as nossas ideias. A finalida- Em uma estrutura normal, ela não deve deixar uma bre-
de da escrita é direcionar totalmente o que você quer dizer, cha para uma possível continuidade do assunto; ou seja,
por meio da comunicação. possui atributos de síntese. A discussão não deve ser en-
Para isso, os elementos que compõem o texto se subdi- cerrada com argumentos repetitivos, como por exemplo:
videm em: introdução, desenvolvimento e conclusão. Todos “Portanto, como já dissemos antes...”, “Concluindo...”, “Em
eles devem ser organizados de maneira equilibrada. conclusão...”.

Língua Portuguesa 87 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Sua proporção em relação à totalidade do texto deve Dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os
ser equivalente ao da introdução: de 1/5. Essa é uma das níveis da fala, que são basicamente dois: o nível de forma-
características de textos bem redigidos. lidade e o de informalidade.
Os seguintes erros aparecem quando as conclusões O padrão formal está diretamente ligado à linguagem
ficam muito longas: escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo
geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma ma-
- O problema aparece quando não ocorre uma explo- neira que falamos. Este fator foi determinante para a que a
ração devida do desenvolvimento, o que gera uma invasão mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais.
das ideias de desenvolvimento na conclusão. Quanto ao nível informal, por sua vez, representa o esti-
- Outro fator consequente da insuficiência de funda- lo considerado “de menor prestígio”, e isto tem gerado con-
mentação do desenvolvimento está na conclusão precisar trovérsias entre os estudos da língua, uma vez que, para a
de maiores explicações, ficando bastante vazia. sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve de maneira
- Enrolar e “encher linguiça” são muito comuns no texto errônea é considerada “inculta”, tornando-se desta forma
em que o autor fica girando em torno de ideias redundantes um estigma.
ou paralelas. Compondo o quadro do padrão informal da linguagem,
- Uso de frases vazias que, por vezes, são perfeitamen- estão as chamadas variedades linguísticas, as quais re-
te dispensáveis. presentam as variações de acordo com as condições so-
- Quando não tem clareza de qual é a melhor conclu- ciais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.
são, o autor acaba se perdendo na argumentação final. Dentre elas destacam-se:

Em relação à abertura para novas discussões, a con- Variações históricas: Dado o dinamismo que a língua
clusão não pode ter esse formato, exceto pelos seguintes apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do tem-
fatores: po. Um exemplo bastante representativo é a questão da or-
- Para não influenciar a conclusão do leitor sobre temas tografia, se levarmos em consideração a palavra farmácia,
uma vez que a mesma era grafada com “ph”, contrapon-
polêmicos, o autor deixa a conclusão em aberto.
do-se à linguagem dos internautas, a qual se fundamenta
- Para estimular o leitor a ler uma possível continuidade
pela supressão do vocábulos. Analisemos, pois, o fragmen-
do texto, o autor não fecha a discussão de propósito.
to exposto:
- Por apenas apresentar dados e informações sobre o
tema a ser desenvolvido, o autor não deseja concluir o as-
Antigamente
sunto.
- Para que o leitor tire suas próprias conclusões, o autor
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoisel-
enumera algumas perguntas no final do texto. les e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam
anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os ja-
A maioria dessas falhas pode ser evitada se antes o notas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes,
autor fizer um esboço de todas as suas ideias. Essa técnica arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do
é um roteiro, em que estão presentes os planejamentos. balaio.”
Naquele devem estar indicadas as melhores sequências a Carlos Drummond de Andrade
serem utilizadas na redação; ele deve ser o mais enxuto
possível. Comparando-o à modernidade, percebemos um voca-
bulário antiquado.
Fonte de pesquisa:
http://producao-de-textos.info/mos/view/Caracter%- Variações regionais: São os chamados dialetos, que
C3%ADsticas_e_Estruturas_do_Texto/ são as marcas determinantes referentes a diferentes regi-
ões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que, em
certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como:
macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade
estão os sotaques, ligados às características orais da lin-
À IDENTIFICAÇÃO, EM TEXTOS DE DIFERENTES
guagem.
GÊNEROS, DAS MARCAS LINGUÍSTICAS QUE
SINGULARIZAM AS VARIEDADES LINGUÍSTICAS
Variações sociais ou culturais: Estão diretamente li-
SOCIAIS, REGIONAIS OU DE REGISTRO.
gadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também
ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.
As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos
A linguagem é a característica que nos difere dos de- grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores, en-
mais seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar tre outros. Os jargões estão relacionados ao profissionalis-
sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião mo, caracterizando um linguajar técnico. Representando a
frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano e, so- classe, podemos citar os médicos, advogados, profissionais
bretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social. da área de informática, dentre outros.

Língua Portuguesa 88 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Vejamos um poema sobre o assunto: momento íntimo do discurso, diz: “Ninguém deixou ele fa-
lar”, não comete propriamente erro; na verdade, transgride
Vício na fala a norma culta.
Para dizerem milho dizem mio Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua fala,
Para melhor dizem mió transgride tanto quanto um indivíduo que comparece a um
Para pior pió banquete trajando xortes ou quanto um banhista, numa
Para telha dizem teia praia, vestido de fraque e cartola.
Para telhado dizem teiado Releva considerar, assim, o momento do discurso, que
E vão fazendo telhados. pode ser íntimo, neutro ou solene. O momento íntimo é o
Oswald de Andrade das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre ami-
gos, parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas
Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/variaco- perfeitamente normais construções do tipo:
es-linguisticas.htm Eu não vi ela hoje.
Ninguém deixou ele falar.
Níveis de linguagem Deixe eu ver isso!
Eu te amo, sim, mas não abuse!
A língua é um código de que se serve o homem para Não assisti o filme nem vou assisti-lo.
elaborar mensagens, para se comunicar. Existem basica- Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.
mente duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas
funcionais: Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a
1) a língua funcional de modalidade culta, língua culta norma culta, deixando mais livres os interlocutores.
ou língua-padrão, que compreende a língua literária, tem O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que
por base a norma culta, forma linguística utilizada pelo seg- é a língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se
mento mais culto e influente de uma sociedade. Constitui, por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou
seja, a norma culta. Assim, aquelas mesmas construções
em suma, a língua utilizada pelos veículos de comunicação
se alteram:
de massa (emissoras de rádio e televisão, jornais, revistas,
Eu não a vi hoje.
painéis, anúncios, etc.), cuja função é a de serem aliados
Ninguém o deixou falar.
da escola, prestando serviço à sociedade, colaborando na
Deixe-me ver isso!
educação;
Eu te amo, sim, mas não abuses!
2) a língua funcional de modalidade popular; língua po-
Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.
pular ou língua cotidiana, que apresenta gradações as mais
Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.
diversas, tem o seu limite na gíria e no calão.
Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos
Norma culta: de comunicação de massa (rádio, televisão, jornal, revis-
ta, etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou trans-
A norma culta, forma linguística que todo povo civiliza- gressões da norma culta na pena ou na boca de jornalistas,
do possui, é a que assegura a unidade da língua nacional. quando no exercício do trabalho, que deve refletir serviço à
E justamente em nome dessa unidade, tão importante do causa do ensino.
ponto de vista político--cultural, que é ensinada nas escolas O momento solene, acessível a poucos, é o da arte po-
e difundida nas gramáticas. Sendo mais espontânea e cria- ética, caracterizado por construções de rara beleza.
tiva, a língua popular afigura-se mais expressiva e dinâmi- Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume.
ca. Temos, assim, à guisa de exemplificação: Como tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa
Estou preocupado. (norma culta) de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o co-
Tô preocupado. (língua popular) mete, passando, assim, a constituir fato linguístico registro
Tô grilado. (gíria, limite da língua popular) de linguagem definitivamente consagrado pelo uso, ainda
que não tenha amparo gramatical. Exemplos:
Não basta conhecer apenas uma modalidade de língua; Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!)
urge conhecer a língua popular, captando-lhe a esponta- Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir.)
neidade, expressividade e enorme criatividade, para viver; Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos
urge conhecer a língua culta para conviver. dispersar e Não vamos dispersar-nos.)
Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das nor- Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho
mas da língua culta. de sair daqui bem depressa.)
O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no
O conceito de erro em língua: seu posto.)

Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos As formas impeço, despeço e desimpeço, dos ver-
casos de ortografia. O que normalmente se comete são bos impedir, despedir e desimpedir, respectivamente, são
transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num exemplos também de transgressões ou “erros” que se tor-

Língua Portuguesa 89 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

naram fatos linguísticos, já que só correm hoje porque a nível de fala, para colegas e para pedreiros, assim como
maioria viu tais verbos como derivados de pedir, que tem nenhum professor utiliza o mesmo nível de fala no recesso
início, na sua conjugação, com peço. Tanto bastou para se do lar e na sala de aula.
arcaizarem as formas então legítimas impido, despido e de- Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre
simpido, que hoje nenhuma pessoa bem-escolarizada tem esses níveis, destacam-se em importância o culto e o coti-
coragem de usar. diano, a que já fizemos referência.
Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário
escolar palavras como corrigir e correto, quando nos refe-
rimos a frases. “Corrija estas frases” é uma expressão que _____________________________
deve dar lugar a esta, por exemplo: “Converta estas frases
da língua popular para a língua culta”. _____________________________
Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a
_____________________________
uma frase “errada”; é, na verdade, uma frase elaborada
conforme as normas gramaticais; em suma, conforme a _______________________________________________
norma culta.
_______________________________________________
Língua escrita e língua falada. Nível de linguagem:
_______________________________________________
A língua escrita, estática, mais elaborada e menos eco-
nômica, não dispõe dos recursos próprios da língua falada. _______________________________________________
A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação
(melodia da frase), as pausas (intervalos significativos no _______________________________________________
decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos,
olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a modalida- _______________________________________________
de mais expressiva, mais criativa, mais espontânea e natu-
ral, estando, por isso mesmo, mais sujeita a transformações _______________________________________________
e a evoluções.
_______________________________________________
Nenhuma, porém, sobrepõe-se a outra em importância.
Nas escolas, principalmente, costuma se ensinar a língua _______________________________________________
falada com base na língua escrita, considerada superior.
Decorrem daí as correções, as retificações, as emendas, a _______________________________________________
que os professores sempre estão atentos.
Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mos- _______________________________________________
trando as características e as vantagens de uma e outra,
sem deixar transparecer nenhum caráter de superioridade _______________________________________________
ou inferioridade, que em verdade inexiste.
Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na lín- _______________________________________________
gua falada. A nenhum povo interessa a multiplicação de lín-
guas. A nenhuma nação convém o surgimento de dialetos, _______________________________________________
consequência natural do enorme distanciamento entre uma
modalidade e outra. _______________________________________________
A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-elabora-
_______________________________________________
da que a língua falada, porque é a modalidade que mantém
a unidade linguística de um povo, além de ser a que faz _______________________________________________
o pensamento atravessar o espaço e o tempo. Nenhuma
reflexão, nenhuma análise mais detida será possível sem _______________________________________________
a língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo,
processam-se lentamente e em número consideravelmente _______________________________________________
menor, quando cotejada com a modalidade falada.
Importante é fazer o educando perceber que o nível da _______________________________________________
linguagem, a norma linguística, deve variar de acordo com
a situação em que se desenvolve o discurso. _______________________________________________
O ambiente sociocultural determina o nível da lingua-
gem a ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a pronún- _______________________________________________
cia e até a entoação variam segundo esse nível. Um padre
não fala com uma criança como se estivesse em uma mis- _______________________________________________
sa, assim como uma criança não fala como um adulto. Um
_______________________________________________
engenheiro não usará um mesmo discurso, ou um mesmo

Língua Portuguesa 90 A Opção Certa Para a Sua Realização


RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

NÚMEROS ORDINAIS
1. RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NUMÉRICOS,
PORCENTAGEM, CONJUNTOS E CONTAGEM. Os números ordinais são tipos de numerais utiliza-
dos para indicar uma ordem ou hierarquia numa dada se-
Números Naturais quência. Ou seja, eles indicam a posição ou lugar que algo
ou alguém ocupa numa série ou conjunto.
Os números naturais são o modelo matemático neces- São muito utilizados em competições esportivas, para
sário para efetuar uma contagem. indicar andares de edifícios, tópicos de uma lista, as partes
Começando por zero e acrescentando sempre uma de algo, artigos de lei, decretos, capítulos de obra, indica-
unidade, obtemos os elementos dos números naturais: ção de séculos, dentre outros.

ℕ = 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, … . Lista de Números Ordinais


Segue abaixo uma lista dos números ordinais e os ter-
mos escritos por extenso.
A construção dos Números Naturais

- Todo número natural dado tem um sucessor (número Número Nomenclatura


que vem depois do número dado), considerando também 1.º primeiro
o zero.
2.º segundo
Exemplos: Seja m um número natural. 3.º terceiro
a) O sucessor de m é m+1. 4.º quarto
b) O sucessor de 0 é 1.
c) O sucessor de 1 é 2. 5.º quinto
d) O sucessor de 19 é 20. 6.º sexto
7.º sétimo
- Se um número natural é sucessor de outro, então
os dois números juntos são chamados números consecu- 8.º oitavo
tivos. 9.º nono
Exemplos: 10.º décimo
a) 1 e 2 são números consecutivos. décimo primeiro ou
b) 5 e 6 são números consecutivos. 11.º
undécimo
c) 50 e 51 são números consecutivos.
décimo segundo
12.º
- Vários números formam uma coleção de números ou duodécimo
naturais consecutivos se o segundo é sucessor do primei- 13.º décimo terceiro
ro, o terceiro é sucessor do segundo, o quarto é sucessor 14.º décimo quarto
do terceiro e assim sucessivamente.
15.º décimo quinto
Exemplos: 16.º décimo sexto
a) 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 são consecutivos.
17.º décimo sétimo
b) 5, 6 e 7 são consecutivos.
c) 50, 51, 52 e 53 são consecutivos. 18.º décimo oitavo
19.º décimo nono
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um
antecessor (número que vem antes do número dado). 20.º vigésimo
21.º vigésimo primeiro
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente
22.º vigésimo segundo
de zero.
a) O antecessor do número m é m-1. 23.º vigésimo terceiro
b) O antecessor de 2 é 1. 24.º vigésimo quarto
c) O antecessor de 56 é 55.
d) O antecessor de 10 é 9. 25.º vigésimo quinto
26.º vigésimo sexto
Subconjuntos de ℕ! 27.º vigésimo sétimo
Vale lembrar que um asterisco, colocado junto à letra
que simboliza um conjunto, significa que o zero foi excluí- 28.º vigésimo oitavo
do de tal conjunto. 29.º vigésimo nono
30.º trigésimo
ℕ∗ = {1, 2, 3, 4, 5, … . }

Raciocínio Matemático
1 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Número Nomenclatura NÚMEROS REAIS


40.º quadragésimo O conjunto dos números reais R é uma expansão
50.º quinquagésimo do conjunto dos números racionais que engloba não só
60.º sexagésimo os inteiros e os fracionários, positivos e negativos, mas
também todos os números irracionais.
septuagésimo ou
70.º Os números reais são números usados para re-
setuagésimo
presentar uma quantidade contínua (incluindo o zero
80.º octogésimo e os negativos). Pode-se pensar num número real
90.º nonagésimo como uma fração decimal possivelmente infinita, como
100.º centésimo 3,141592(...). Os números reais têm uma correspondên-
cia biunívoca com os pontos de uma reta.
200.º ducentésimo
Denomina-se corpo dos números reais a coleção
trecentésimo ou tri- dos elementos pertencentes à conclusão dos racionais,
300.º
centésimo formado pelo corpo de frações associado aos inteiros
400.º quadringentésimo (números racionais) e a norma associada ao infinito.
Existem também outras conclusões dos racionais,
500.º quingentésimo uma para cada número primo p, chamadas números pá-
dicos. O corpo dos números pádicos é formado pelos
sexcentésimo ou
600.º racionais e a norma associada a p!
seiscentésimo
septingentésimo Propriedade
700.º
ou setingentésimo
octingentésimo ou O conjunto dos números reais com as operações
800.º
octogentésimo binárias de soma e produto e com a relação natural de
noningentésimo ou ordem formam um corpo ordenado. Além das proprieda-
900.º des de um corpo ordenado, R tem a seguinte proprieda-
nongentésimo
1.000.º milésimo de: Se R for dividido em dois conjuntos (uma partição) A
e B, de modo que todo elemento de A é menor que todo
10.000.º décimo milésimo elemento de B, então existe um elemento x que separa
centésimo milési- os dois conjuntos, ou seja, x é maior ou igual a todo
100.000.º
mo elemento de A e menor ou igual a todo elemento de B.
1.000.000.º milionésimo
1.000.000.000.º bilionésimo
1.000.000.000.000.º trilionésimo
1.000.000.000.000.000.º quatrilionésimo
1.000.000.000.000.000.000.º quintilionésimo
Ao conjunto formado pelos números Irracionais e
1.000.000.000.000.000.000.000.º Sextilionésimo
pelos números Racionais chamamos de conjunto dos
1.000.000.000.000.000.000.000. números Reais. Ao unirmos o conjunto dos números Ir-
Septilionésimo
000.º racionais com o conjunto dos números Racionais, for-
1.000.000.000.000.000.000.000.0 mando o conjunto dos números Reais, todas as distân-
Octilionésimo
00.000.º cias representadas por eles sobre uma reta preenchem-
1.000.000.000.000.000.000.000.0 -na por completo; isto é, ocupam todos os seus pontos.
Nonilionésimo Por isso, essa reta é denominada reta Real.
00.000.000.º
1.000.000.000.000.000.000.000.0
Decilionésimo
00.000.000.000.º

Fonte: https://www.todamateria.com.br/rumeros-ordi-
nais/

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2 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Expressão aproximada dos números Reais

Os números Irracionais possuem infinitos algarismos


decimais não-periódicos. As operações com esta classe
de números sempre produzem erros quando não se uti-
lizam todos os algarismos decimais. Por outro lado, é im-
possível utilizar todos eles nos cálculos. Por isso, somos
obrigados a usar aproximações, isto é, cortamos o decimal
em algum lugar e desprezamos os algarismos restantes.
Os algarismos escolhidos serão uma aproximação do nú-
mero Real. Observe como tomamos a aproximação de e
do número nas tabelas.
Podemos concluir que na representação dos nú-
meros Reais sobre uma reta, dados uma origem e uma Aproximação por
unidade, a cada ponto da reta corresponde um número
Falta Excesso
Real e a cada número Real corresponde um ponto na
reta. Erro menor que π π
1 unidade 1 3 2 4
1 décimo 1,4 3,1 1,5 3,2
1 centésimo 1,41 3,14 1,42 3,15
1 milésimo 1,414 3,141 1,415 3,142
1 décimo de
1,4142 3,1415 1,4134 3,1416
milésimo
Ordenação dos números Reais
Operações com números Reais
A representação dos números Reais permite definir
uma relação de ordem entre eles. Os números Reais po- Operando com as aproximações, obtemos uma suces-
sitivos são maiores que zero e os negativos, menores. são de intervalos fixos que determinam um número Real.
Expressamos a relação de ordem da seguinte maneira: É assim que vamos trabalhar as operações adição, sub-
tração, multiplicação e divisão. Relacionamos, em segui-
Dados dois números Reais a e b,
da, uma série de recomendações úteis para operar com
a≤b↔b–a≥0
números Reais:
- Vamos tomar a aproximação por falta.
Exemplo: - Se quisermos ter uma ideia do erro cometido, esco-
-15 ≤ ↔ 5 – (-15) ≥ 0 lhemos o mesmo número de casas decimais em ambos os
5 + 15 ≥ 0 números.
- Se utilizamos uma calculadora, devemos usar a apro-
Propriedades da relação de ordem ximação máxima admitida pela máquina (o maior número
- Reflexiva: a ≤ a de casas decimais).
- Transitiva: a ≤ b e b ≤ c → a ≤ c - Quando operamos com números Reais, devemos fa-
- Anti-simétrica: a ≤ b e b ≤ a → a = b zer constar o erro de aproximação ou o número de casas
- Ordem total: a < b ou b < a ou a = b decimais.
- É importante adquirirmos a idéia de aproximação
em função da necessidade. Por exemplo, para desenhar
o projeto de uma casa, basta tomar medidas com um erro
de centésimo.

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- Em geral, para obter uma aproximação de n casas QUESTÕES


decimais, devemos trabalhar com números Reais aproxi-
mados, isto é, com n + 1 casas decimais. 1 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) Um comer-
Para colocar em prática o que foi exposto, vamos fazer ciante tem 8 prateleiras em seu empório para organizar
as quatro operações indicadas: adição, subtração, multipli- os produtos de limpeza. Adquiriu 100 caixas desses pro-
cação e divisão com dois números Irracionais. dutos com 20 unidades cada uma, sendo que a quan-
tidade total de unidades compradas será distribuída
igualmente entre essas prateleiras. Desse modo, cada
prateleira receberá um número de unidades, desses
produtos, igual a
Valor Absoluto A) 40
B) 50
Como vimos, o erro pode ser:
C) 100
- Por excesso: neste caso, consideramos o erro posi-
D) 160
tivo.
E) 250
- Por falta: neste caso, consideramos o erro negativo.
Quando o erro é dado sem sinal, diz-se que está dado
em valor absoluto. O valor absoluto de um número a é de- 2 - (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA
signado por |a| e coincide com o número positivo, se for – INDEC/2013) Em uma banca de revistas existem um
positivo, e com seu oposto, se for negativo. total de 870 exemplares dos mais variados temas. Me-
Exemplo: Um livro nos custou 8,50 reais. Pagamos tade das revistas é da editora A, dentre as demais, um
com uma nota de 10 reais. Se nos devolve 1,60 real de terço são publicações antigas. Qual o número de exem-
troco, o vendedor cometeu um erro de +10 centavos. Ao plares que não são da Editora A e nem são antigas?
contrário, se nos devolve 1,40 real, o erro cometido é de
10 centavos. A) 320
B) 290
C) 435
D) 145

3 - (TRT 6ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO- ADMINISTRA-


TIVA – FCC/2012) Em uma praia chamava a atenção um
catador de cocos (a água do coco já havia sido retirada).
Ele só pegava cocos inteiros e agia da seguinte maneira:
o primeiro coco ele coloca inteiro de um lado; o segun-
do ele dividia ao meio e colocava as metades em outro
lado; o terceiro coco ele dividia em três partes iguais e
colocava os terços de coco em um terceiro lugar, dife-
rente dos outros lugares; o quarto coco ele dividia em
quatro partes iguais e colocava os quartos de coco em
um quarto lugar diferente dos outros lugares. No quinto
coco agia como se fosse o primeiro coco e colocava in-
teiro de um lado, o seguinte dividia ao meio, o seguinte
em três partes iguais, o seguinte em quatro partes iguais
e seguia na sequência: inteiro, meios, três partes iguais,
quatro partes iguais. Fez isso com exatamente 59 cocos
quando alguém disse ao catador: eu quero três quintos
dos seus terços de coco e metade dos seus quartos de
coco. O catador consentiu e deu para a pessoa

A) 52 pedaços de coco.
B) 55 pedaços de coco.
C) 59 pedaços de coco.
D) 98 pedaços de coco.
E) 101 pedaços de coco.

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4 - (UEM/PR – AUXILIAR OPERACIONAL – 8 - (PREF. IMARUÍ – AGENTE EDUCADOR – PREF.


UEM/2014) A mãe do Vitor fez um bolo e repartiu em IMARUÍ/2014) Sobre o conjunto dos números reais é
24 pedaços, todos de mesmo tamanho. A mãe e o pai CORRETO dizer:
comeram juntos, ¼ do bolo. O Vitor e a sua irmã come-
ram, cada um deles, ¼ do bolo. Quantos pedaços de A) O conjunto dos números reais reúne somente os
bolo sobraram? números racionais.
B) R* é o conjunto dos números reais não negativos.
A) 4 C) Sendo A = {-1,0}, os elementos do conjunto A não
B) 6 são números reais.
C) 8 D) As dízimas não periódicas são números reais.
D) 10
E) 12 9 - (TJ/SP - AUXILIAR DE SAÚDE JUDICIÁRIO - AU-
XILIAR EM SAÚDE BUCAL – VUNESP/2013) Para nume-
5 - (UEM/PR – AUXILIAR OPERACIONAL – rar as páginas de um livro, uma impressora gasta 0,001 mL
UEM/2014) Paulo recebeu R$1.000,00 de salário. Ele por cada algarismo impresso. Por exemplo, para numerar
gastou ¼ do salário com aluguel da casa e 3/5 do salá- as páginas 7, 58 e 290 gasta-se, respectivamente, 0,001
rio com outras despesas. Do salário que Paulo recebeu, mL, 0,002 mL e 0,003 mL de tinta. O total de tinta que será
quantos reais ainda restam? gasto para numerar da página 1 até a página 1 000 de um
livro, em mL, será
A) R$ 120,00
B) R$ 150,00 A) 1,111.
C) R$ 180,00 B) 2,003.
D) R$ 210,00 C) 2,893.
E) R$ 240,00 D) 1,003.
E) 2,561.
6 - (UFABC/SP – TECNÓLOGO-TECNOLOGIA DA
INFORMAÇÃO – VUNESP/2013) Um jardineiro preen- 10 - (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
cheu parcialmente, com água, 3 baldes com capacidade GRANRIO/2013) Gilberto levava no bolso três moedas de
de 15 litros cada um. O primeiro balde foi preenchido R$ 0,50, cinco de R$ 0,10 e quatro de R$ 0,25. Gilberto
com 2/3 de sua capacidade, o segundo com 3/5 da ca- retirou do bolso oito dessas moedas, dando quatro para
pacidade, e o terceiro, com um volume correspondente cada filho.
à média dos volumes dos outros dois baldes. A soma A diferença entre as quantias recebidas pelos dois fi-
dos volumes de água nos três baldes, em litros, é lhos de Gilberto é de, no máximo,

A) 27. A) R$ 0,45
B) 27,5. B) R$ 0,90
C) 28. C) R$ 1,10
D) 28,5. D) R$ 1,15
E) 29. E) R$ 1,35

7 - (UFOP/MG – ADMINISTRADOR DE EDIFICIOS RESPOSTAS


– UFOP/2013) Uma pessoa caminha 5 minutos em ritmo
normal e, em seguida, 2 minutos em ritmo acelerado e, 1 - RESPOSTA: “E”.
assim, sucessivamente, sempre intercalando os ritmos Total de unidades: 100⋅20=2000 unidades
da caminhada (5 minutos normais e 2 minutos acele-
rados). A caminhada foi iniciada em ritmo normal, e foi unidades em cada prateleira.
interrompida após 55 minutos do início.
O tempo que essa pessoa caminhou aceleradamen-
te foi: 2 - RESPOSTA: “B”.
editora A: 870/2=435 revistas
A) 6 minutos publicações antigas: 435/3=145 revistas
B) 10 minutos
C) 15 minutos
D) 20 minutos
O número de exemplares que não são da Editora A e
nem são antigas são 290.

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3 - RESPOSTA: “B”. Dividindo o total da caminhada pelo tempo, temos:

Assim, sabemos que a pessoa caminhou 7. (5 minutos


+2 minutos) +6 minutos (5 minutos+1 minuto)
14 vezes iguais Aceleradamente caminhou: (7.2)+1➜ 14+1=15 minu-
Coco inteiro: 14 tos
Metades:14.2=28
Terça parte:14.3=42 8 - RESPOSTA: “D”.
Quarta parte:14.4=56 A) errada - O conjunto dos números reais tem os con-
3 cocos: 1 coco inteiro, metade dos cocos, terça parte juntos: naturais, inteiros, racionais e irracionais.
Quantidade total B) errada – R* são os reais sem o zero.
Coco inteiro: 14+1=15 C) errada - -1 e 0 são números reais.
Metades: 28+2=30
Terça parte:42+3=45 9 - RESPOSTA: “C”.
Quarta parte :56 1 a 9 =9 algarismos=0,001⋅9=0,009 ml
De 10 a 99, temos que saber quantos números tem.
99-10+1=90.
OBS: soma 1, pois quanto subtraímos exclui-se o pri-
meiro número.
90 números de 2 algarismos: 0,002⋅90=0,18ml
4 - RESPOSTA “B”.
De 100 a 999
999-100+1=900 números
900⋅0,003=2,7ml
1000=0,004ml
Sobrou 1/4 do bolo. Somando: 0,009+0,18+2,7+0,004=2,893

10 - RESPOSTA: “E”.
Supondo que as quatro primeiras moedas sejam as 3
de R$ 0,50 e 1 de R$ 0,25(maiores valores).
5 - RESPOSTA: “B”. Um filho receberia : 1,50+0,25=R$1,75
E as ouras quatro moedas sejam de menor valor: 4 de
Aluguel: R$ 0,10=R$ 0,40.
A maior diferença seria de 1,75-0,40=1,35
Outras despesas: Dica: sempre que fala a maior diferença tem que o
maior valor possível – o menor valor.

Restam :1000-850=R$150,00 Números Decimais

6 - RESPOSTA: “D”. Adição e Subtração


Primeiro balde:
Vamos calcular o valor da seguinte soma:

5,32 + 12,5 + 0, 034


Segundo balde: Transformaremos, inicialmente, os números decimais
em frações decimais:

5,32 + 12,5 + 0, 034 = 352 + 125 + 34 =


Terceiro balde: 100 10 1000
5320 12500 34 17854
= + + = = 17, 854
1000 1000 1000 1000
A soma dos volumes é : 10+9+9,5=28,5 litros
Portanto: 5,32 + 12,5 + 0, 034 = 17, 854
7 - RESPOSTA: “C”.
A caminhada sempre vai ser 5 minutos e depois 2 mi- Na prática, a adição e a subtração de números deci-
nutos, então 7 minutos ao total. mais são obtidas de acordo com a seguinte regra:

Raciocínio Matemático
6 A Opção Certa Para a Sua Realização
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- Igualamos o número de casas decimais, acrescen- Vamos, por exemplo, efetuar a seguinte divisão: 24 :
tando zeros. 0,5.
- Colocamos os números um abaixo do outro, deixan-
do vírgula embaixo de vírgula. Inicialmente, multiplicaremos o dividendo e o divisor
- Somamos ou subtraímos os números decimais como da divisão dada por 10.
se eles fossem números naturais.
- Na resposta colocamos a vírgula alinhada com a vír- 24 : 0,5 = (24 . 10) : (0,5 . 10) = 240 : 5
gula dos números dados.
Exemplo A vantagem de tal procedimento foi a de transformar-
mos em número natural o número decimal que aparecia
2,35 + 14,3 + 0, 0075 + 5 na divisão. Com isso, a divisão entre números decimais se
Disposição prática: transforma numa equivalente com números naturais.
2,3500
14,3000 Portanto: 24 : 0,5 = 240 : 5 = 48
0,0075 Na prática, a divisão entre números decimais é obtida
5,0000 de acordo com as seguintes regras:
21,6575 - Igualamos o número de casas decimais do dividendo
e do divisor.
Multiplicação - Cortamos as vírgulas e efetuamos a divisão como se
os números fossem naturais.
Vamos calcular o valor do seguinte produto: 2,58 x 3,4.
Transformaremos, inicialmente, os números decimais Exemplo 1
em frações decimais:
24 : 0,5
258 34 8772
2,58 x 3,4 = . = = 8,772
100 10 1000 Disposição prática: 24,0 0,5
40 48
Portanto 2,58 x 3,4 = 8,772 0

Na prática, a multiplicação de números decimais é ob- Nesse caso, o resto da divisão é igual à zero. Assim
tida de acordo com as seguintes regras: sendo, a divisão é chamada de divisão exata e o quociente
é exato.
- Multiplicamos os números decimais como se eles
fossem números naturais. Exemplo 2
- No resultado, colocamos tantas casas decimais
quantas forem as do primeiro fator somadas às do segun- 9,775 : 4,25
do fator.
Disposição prática: 9,775 4,250
Exemplo: 652,2 x 2,03 1 275 2

Disposição prática: Nesse caso, o resto da divisão é diferente de zero. As-


652,2 → 1 casa decimal sim sendo, a divisão é chamada de divisão aproximada e
x 2,03 → 2 casas decimais o quociente é aproximado.
19 566
1 304 4 Se quisermos continuar uma divisão aproximada, de-
1 323,966 → 1 + 2 = 3 casas decimais vemos acrescentar zeros aos restos e prosseguir dividindo
cada número obtido pelo divisor. Ao mesmo tempo em que
DIVISÃO colocamos o primeiro zero no primeiro resto, colocamos
uma vírgula no quociente.
Numa divisão em que: 9,775 4,250 9,775 4,250
1 2750 2, 1 2750 2,3
D é o dividendo 0000
d é o divisor temos: D d D=q.d+r
q é o quociente r q
r é o resto
Acrescentamos um zero Colocamos uma
Numa divisão, o resto é sempre menor que o divisor ao primeiro resto. vírgula no quociente.

Raciocínio Matemático
7 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Exemplo 3 Lucro e Prejuízo em porcentagem


É a diferença entre o preço de venda e o preço de
0,14 : 28 custo. Se a diferença for POSITIVA, temos o LUCRO (L),
caso seja NEGATIVA, temos PREJUÍZO (P).
0,14000 28,00
Logo: Lucro (L) = Preço de Venda (V) – Preço de
0000 0,005
Custo (C).

Exemplo 4

2 : 16
20 16
40 0,125
80
0

PORCENTAGEM

São chamadas de razões centesimais ou taxas per- Exemplo: (Câmara de São Paulo/SP – Técnico Ad-
centuais ou simplesmente de porcentagem, as razões ministrativo – FCC) O preço de venda de um produto,
de denominador 100, ou seja, que representam a cen- descontado um imposto de 16% que incide sobre esse
tésima parte de uma grandeza. Costumam ser indica- mesmo preço, supera o preço de compra em 40%, os
das pelo numerador seguido do símbolo %. (Lê-se: “por quais constituem o lucro líquido do vendedor. Em quantos
cento”). por cento, aproximadamente, o preço de venda é supe-
rior ao de compra?
(A) 67%.
(B) 61%.
(C) 65%.
Exemplo: (Câmara Municipal de São José dos (D) 63%.
Campos/SP – Analista Técnico Legislativo – Desig- (E) 69%.
ner Gráfico – VUNESP) O departamento de Contabili-
dade de uma empresa tem 20 funcionários, sendo que Resolução:
15% deles são estagiários. O departamento de Recur- Preço de venda: V
sos Humanos tem 10 funcionários, sendo 20% estagi- Preço de compra: C
ários. Em relação ao total de funcionários desses dois V – 0,16V = 1,4C
departamentos, a fração de estagiários é igual a 0,84V = 1,4C
(A) 1/5.
(B) 1/6. O preço de venda é 67% superior ao preço de com-
(C) 2/5. pra.
(D) 2/9. Resposta: A.
(E) 3/5.
Aumento e Desconto em porcentagem
Resolução: - Aumentar um valor V em p%, equivale a multiplicá-
-lo por ().V .
15 30
* Dep. Contabilidade: 100 . 20 = 10 = 3  3 (estagiários) Logo:
VA =().V
20 200
* Dep. R.H.: 100
. 10 = 100 = 2  2 (estagiários) - Diminuir um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo
por ().V.
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑔𝑖á𝑟𝑖𝑜𝑠 5 1 Logo:
∗ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = = = V D =().V
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛á𝑟𝑖𝑜𝑠 30 6
Fator de multiplicação
Resposta: B. É o valor final de () ou (), é o que chamamos de fator
de multiplicação, muito útil para resolução de cálculos de
porcentagem. O mesmo pode ser um acréscimo ou de-
créscimo no valor do produto.

Raciocínio Matemático
8 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Aumentos e Descontos sucessivos em porcentagem


São valores que aumentam ou diminuem sucessivamente. Para efetuar os respectivos descontos ou aumentos, faze-
mos uso dos fatores de multiplicação. Basta multiplicarmos o Valor pelo fator de multiplicação (acréscimo e/ou decrésci-
mo).
Exemplo: Certo produto industrial que custava R$ 5.000,00 sofreu um acréscimo de 30% e, em seguida, um desconto
de 20%. Qual o preço desse produto após esse acréscimo e desconto?
Resolução:
VA =5000 .(1,3) = 6500 e
VD = 6500 .(0,80) = 5200, podemos, para agilizar os cálculos, juntar tudo em uma única equação:
5000 . 1,3 . 0,8 = 5200
Logo o preço do produto após o acréscimo e desconto é de R$ 5.200,00

CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS - Z

O conjunto dos números inteiros é a reunião do conjunto dos números naturais N = {0, 1, 2, 3, 4,..., n,...},(N C Z); o
conjunto dos opostos dos números naturais e o zero. Representamos pela letra Z.

N C Z (N está contido em Z)

Subconjuntos:

Símbolo Representa- Descrição


ção
* Z* Conjunto dos números inteiros não nulos
+ Z+ Conjunto dos números inteiros não negativos
*e+ Z*+ Conjunto dos números inteiros positivos
- Z_ Conjunto dos números inteiros não positivos
*e- Z*_ Conjunto dos números inteiros negativos

Observamos nos números inteiros algumas características:

Módulo: distância ou afastamento desse número até o zero, na reta numérica inteira. Representa-se o módulo por | |.
O módulo de qualquer número inteiro, diferente de zero, é sempre positivo.

Raciocínio Matemático
9 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Números Opostos: dois números são opostos quan- - Multiplicação: é uma adição de números/ fatores
do sua soma é zero. Isto significa que eles estão a mesma repetidos. Na multiplicação o produto dos números a e b,
distância da origem (zero). pode ser indicado por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum
sinal entre as letras.

- Divisão: a divisão exata de um número inteiro por


outro número inteiro, diferente de zero, dividimos o módulo
do dividendo pelo módulo do divisor.
1) No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é
associativa e não tem a propriedade da existência do ele-
mento neutro.
Somando-se temos: (+4) + (-4) = (-4) + (+4) = 0 2) Não existe divisão por zero.
3) Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente
Operações de zero, é zero, pois o produto de qualquer número inteiro
por zero é igual a zero.
- Soma ou Adição: Associamos aos números inteiros
positivos a ideia de ganhar e aos números inteiros negati- Na multiplicação e divisão de números inteiros é muito
vos a ideia de perder. importante a REGRA DE SINAIS:
ATENÇÃO: O sinal (+) antes do número positivo pode
ser dispensado, mas o sinal (–) antes do número negativo Sinais iguais (+) (+); (-) (-) = resultado sempre
nunca pode ser dispensado. positivo.
Sinais diferentes (+) (-); (-) (+) = resultado sempre
- Subtração: empregamos quando precisamos tirar negativo.
uma quantidade de outra quantidade; temos duas quan-
tidades e queremos saber quanto uma delas tem a mais Exemplo: (Pref.de Niterói) Um estudante empilhou
que a outra; temos duas quantidades e queremos saber seus livros, obtendo uma única pilha 52cm de altura. Sa-
quanto falta a uma delas para atingir a outra. A subtração bendo que 8 desses livros possui uma espessura de 2cm,
é a operação inversa da adição. O sinal sempre será do e que os livros restantes possuem espessura de 3cm, o
maior número. número de livros na pilha é:
ATENÇÃO: todos parênteses, colchetes, chaves, nú-
meros, ..., entre outros, precedidos de sinal negativo, tem (A) 10
o seu sinal invertido, ou seja, é dado o seu oposto. (B) 15
(C) 18
Exemplo: (FUNDAÇÃO CASA – AGENTE EDUCA- (D) 20
CIONAL – VUNESP) Para zelar pelos jovens internados e (E) 22
orientá-los a respeito do uso adequado dos materiais em
geral e dos recursos utilizados em atividades educativas, Resolução:
bem como da preservação predial, realizou-se uma dinâ- São 8 livros de 2 cm: 8.2 = 16 cm
mica elencando “atitudes positivas” e “atitudes negativas”, Como eu tenho 52 cm ao todo e os demais livros tem
no entendimento dos elementos do grupo. Solicitou-se 3 cm, temos:
que cada um classificasse suas atitudes como positiva ou 52 - 16 = 36 cm de altura de livros de 3 cm
negativa, atribuindo (+4) pontos a cada atitude positiva e 36 : 3 = 12 livros de 3 cm
(-1) a cada atitude negativa. Se um jovem classificou como O total de livros da pilha: 8 + 12 = 20 livros ao todo.
positiva apenas 20 das 50 atitudes anotadas, o total de
pontos atribuídos foi Resposta: D.
(A) 50.
(B) 45. Potenciação: A potência an do número inteiro a, é de-
(C) 42. finida como um produto de n fatores iguais. O número a é
(D) 36. denominado a base e o número n é o expoente.an = a x a
(E) 32. x a x a x ... x a , a é multiplicado por a n vezes. Tenha em
mente que:
Resolução: - Toda potência de base positiva é um número inteiro
50-20=30 atitudes negativas positivo.
20.4=80 - Toda potência de base negativa e expoente par é
30.(-1)=-30 um número inteiro positivo.
80-30=50 - Toda potência de base negativa e expoente ímpar
Resposta: A. é um número inteiro negativo.

Raciocínio Matemático
10 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Propriedades da Potenciação
1) Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se a base e somam-se os expoentes. (–a)3 . (–a)6 = (–a)3+6
= (–a)9
2) Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva-se a base e subtraem-se os expoentes. (-a)8 : (-a)6 = (-a)8
–6
= (-a)2
3) Potência de Potência: Conserva-se a base e multiplicam-se os expoentes. [(-a)5]2 = (-a)5 . 2 = (-a)10
4) Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (-a)1 = -a e (+a)1 = +a
5) Potência de expoente zero e base diferente de zero: É igual a 1. (+a)0 = 1 e (–b)0 = 1

CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS – Q


m
Um número racional é o que pode ser escrito na forma n , onde m e n são números inteiros, sendo que n deve ser
diferente de zero. Frequentemente usamos m/r para significar a divisão de m por n.

N C Z C Q (N está contido em Z que está contido em Q)

Subconjuntos:

Símbolo Representação Descrição


* Q* Conjunto dos números racionais não nulos
+ Q+ Conjunto dos números racionais não negativos
*e+ Q*+ Conjunto dos números racionais positivos
- Q_ Conjunto dos números racionais não positivos
*e- Q*_ Conjunto dos números racionais negativos

Representação decimal
Podemos representar um número racional, escrito na forma de fração, em número decimal. Para isso temos duas
maneiras possíveis:

1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um número finito de algarismos. Decimais Exatos:
2
= 0,4
5

2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se periodi-
camente Decimais Periódicos ou Dízimas Periódicas:
1
= 0,333...
3

Raciocínio Matemático
11 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Representação Fracionária

É a operação inversa da anterior. Aqui temos duas maneiras possíveis:


1) Transformando o número decimal em uma fração numerador é o número decimal sem a vírgula e o denomi-
nador é composto pelo numeral 1, seguido de tantos zeros quantas forem as casas decimais do número decimal
dado. Ex.:
0,035 = 35/1000

2) Através da fração geratriz. Aí temos o caso das dízimas periódicas que podem ser simples ou compostas.
Simples: o seu período é composto por um mesmo número ou conjunto de números que se repeti infinitamente.
Exemplos:

Procedimento: para transformarmos uma dízima periódica simples em fração basta utilizarmos o dígito 9 no deno-
minador para cada quantos dígitos tiver o período da dízima.

Composta: quando a mesma apresenta um ante período que não se repete.


a)

Procedimento: para cada algarismo do período ainda se coloca um algarismo 9 no denominador. Mas, agora, para
cada algarismo do antiperíodo se coloca um algarismo zero, também no denominador.

b)

Procedimento: é o mesmo aplicado ao item “a”, acrescido na frente da parte inteira (fração mista), ao qual transfor-
mamos e obtemos a fração geratriz.

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12 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Exemplo: (Pref. Niterói) Simplificando a expressão Exemplo: (PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SER-
abaixo VIÇOS OPERACIONAIS – MAKIYAMA) Na escola onde
Obtém-se: estudo, ¼ dos alunos tem a língua portuguesa como dis-
ciplina favorita, 9/20 têm a matemática como favorita e os
(A) ½ demais têm ciências como favorita. Sendo assim, qual fra-
(B) 1 ção representa os alunos que têm ciências como disciplina
(C) 3/2 favorita?
(D) 2
(E) 3 (A) 1/4
(B) 3/10
Resolução: (C) 2/9
1,3333...= 12/9 = 4/3 (D) 4/5
(E) 3/2
1,5 = 15/10 = 3/2
Resolução:
Resposta: B.
Somando português e matemática:
Caraterísticas dos números racionais O que resta gosta de ciências:
O módulo e o número oposto são as mesmas dos Resposta: B.
números inteiros.
- Multiplicação: como todo número racional é uma
Inverso: dado um número racional a/b o inverso des- fração ou pode ser escrito na forma de uma fração, defini
se número (a/b)–n, é a fração onde o numerador vira de-
a c
nominador e o denominador numerador (b/a)n. mos o produto de dois números racionais e , da mes
b d

Representação geométrica ma forma que o produto de frações, através:

a c a
c
x =
b d b
d

- Divisão: a divisão de dois números racionais p e q


é a própria operação de multiplicação do número p pelo
Observa-se que entre dois inteiros consecutivos exis- inverso de q, isto é: p ÷ q = p × q-1
tem infinitos números racionais.
Exemplo: (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUN-
Operações CAB) Numa operação policial de rotina, que abordou
- Soma ou adição: como todo número racional é 800 pessoas, verificou-se que 3/4 dessas pessoas eram
uma fração ou pode ser escrito na forma de uma fração, homens e 1/5 deles foram detidos. Já entre as mulheres
definimos a adição entre os números racionais a e c , da abordadas, 1/8 foram detidas.
Qual o total de pessoas detidas nessa operação poli-
mesma forma que a soma de frações,através : b d
cial?

a c ad + b
c (A) 145
+ =
(B) 185
b d bd
(C) 220
- Subtração: a subtração de dois números racionais (D) 260
p e q é a própria operação de adição do número p com o (E) 120
oposto de q, isto é: p – q = p + (–q)
Resolução:
a c ad − b
c
- = Como 3/4 eram homens, 1/4 eram mulheres
b d bd ou 800-600=200 mulheres

ATENÇÃO: Na adição/subtração se o denomina- Total de pessoas detidas: 120+25=145


dor for igual, conserva-se os denominadores e efe-
tua-se a operação apresentada. Resposta: A.

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- Potenciação: é válido as propriedades aplicadas Arranjo Simples


aos números inteiros. Aqui destacaremos apenas as Denomina-se arranjo simples dos n elementos de E, p
que se aplicam aos números racionais. a p, toda sequência de p elementos distintos de E.
A) Toda potência com expoente negativo de um núme-
ro racional diferente de zero é igual a outra potência que Exemplo
tem a base igual ao inverso da base anterior e o expoente Usando somente algarismos 5, 6 e 7. Quantos núme-
igual ao oposto do expoente anterior. ros de 2 algarismos distintos podemos formar?
−2 2
 3  5 2
5
−  = −  =
 5  3 9

B) Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo


sinal da base.

 2 2 2 2


3
8
  = . . =
 3 3 3 3 27
C) Toda potência com expoente par é um número po-
sitivo.

 1  − 1  − 1 
2
1
−  =   .   =
 5  5  5 2 5

PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA CONTAGEM


Observe que os números obtidos diferem entre si:
A Análise Combinatória é a área da Matemática que Pela ordem dos elementos: 56 e 65
trata dos problemas de contagem. Pelos elementos componentes: 56 e 67
Cada número assim obtido é denominado arranjo sim-
Princípio Fundamental da Contagem ples dos 3 elementos tomados 2 a 2.

Estabelece o número de maneiras distintas de ocor- Indica-se


rência de um evento composto de duas ou mais etapas.
Se uma decisão E1 pode ser tomada de n1 modos e, a
decisão E2 pode ser tomada de n2 modos, então o número
de maneiras de se tomarem as decisões E1 e E2 é n1.n2.
Permutação Simples
Exemplo Chama-se permutação simples dos n elementos, qual-
quer agrupamento(sequência) de n elementos distintos de
E.
O número de permutações simples de n elementos é
indicado por Pn.

Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra CHUVEIRO?
Solução
A palavra tem 8 letras, portanto:
O número de maneiras diferentes de se vestir é:2(cal-
ças). 3(blusas)=6 maneiras

Fatorial Permutação com elementos repetidos


De modo geral, o número de permutações de n obje-
É comum nos problemas de contagem, calcularmos o tos, dos quais n1 são iguais a A, n2 são iguais a B, n3 são
produto de uma multiplicação cujos fatores são números iguais a C etc.
naturais consecutivos. Para facilitar adotamos o fatorial.

Raciocínio Matemático
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Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra PARALELEPÍPEDO?
Solução
Se todos as letras fossem distintas, teríamos 14! Permu-
tações. Como temos uma letra repetida, esse número será
menor.
Temos 3P, 2A, 2L e 3 E

Binômio de Newton
Combinação Simples
Denomina-se binômio de Newton todo binômio da for-
Dado o conjunto {a1, a2, ..., an} com n objetos distintos,
ma , com n∈N. Vamos desenvolver alguns binô-
podemos formar subconjuntos com p elementos. Cada sub-
mios:
conjunto com i elementos é chamado combinação simples.

Exemplo
Calcule o número de comissões compostas de 3 alunos
que podemos formar a partir de um grupo de 5 alunos.
Solução
Observe que os coeficientes dos termos formam o tri-
ângulo de Pascal.

Números Binomiais
O número de combinações de n elementos, tomados p a
p, também é representado pelo número binomial .

QUESTÕES
Binomiais Complementares
01. (UFES - Assistente em Administração –
Dois binomiais de mesmo numerador em que a soma
UFES/2017) Uma determinada família é composta por pai,
dos denominadores é igual ao numerador são iguais:
por mãe e por seis filhos. Eles possuem um automóvel de
oito lugares, sendo que dois lugares estão em dois ban-
cos dianteiros, um do motorista e o outro do carona, e os
demais lugares em dois bancos traseiros. Eles viajarão no
automóvel, e o pai e a mãe necessariamente ocuparão um
Relação de Stifel
dos dois bancos dianteiros. O número de maneiras de dis-
por os membros da família nos lugares do automóvel é
igual a:

(A) 1440
Triângulo de Pascal
(B) 1480
(C) 1520
(D) 1560
(E) 1600

02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) To-


mando os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, quantos números
pares de 4 algarismos distintos podem ser formados?

(A) 120.
(B) 210.
(C) 360.
(D) 630.
(E) 840.

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15 A Opção Certa Para a Sua Realização
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03. (IF/ES – Administrador – IFES/2017) Seis livros 06. (CELG/GT/GO – Analista de Gestão – CSUF-
diferentes estão distribuídos em uma estante de vidro, GO/2017) Uma empresa de limpeza conta com dez faxi-
conforme a figura abaixo: neiras em seu quadro. Para atender três eventos em dias
diferentes, a empresa deve formar três equipes distintas,
com seis faxineiras em cada uma delas. De quantas ma-
neiras a empresa pode montar essas equipes?

(A) 210
(B) 630
(C) 15.120
(D) 9.129.120
Considerando-se essa mesma forma de distribui-
07. (UPE – Técnico em Administração – UPENET/
ção, de quantas maneiras distintas esses livros podem
IAUPE – 2017) No carro de João, tem vaga apenas para
ser organizados na estante?
3 dos seus 8 colegas. De quantas formas diferentes, João
pode escolher os colegas aos quais dá carona?
(A) 30 maneiras
(B) 60 maneiras (A) 56
(C) 120 maneiras (B) 84
(D) 360 maneiras (C) 126
(E) 720 maneiras (D) 210
(E) 120
04. (UTFPR - Técnico de Tecnologia da Informa-
ção – UTFPR/2017) Em um carro que possui 5 assen- 08. (UPE – Técnico em Administração – UPENET/
tos, irão viajar 4 passageiros e 1 motorista. Assinale a IAUPE – 2017) Num grupo de 15 homens e 9 mulheres,
alternativa que indica de quantas maneiras distintas os quantos são os modos diferentes de formar uma comissão
4 passageiros podem ocupar os assentos do carro. composta por 2 homens e 3 mulheres?

(A) 13. (A) 4725


(B) 26. (B) 12600
(C) 17. (C) 3780
(D) 20. (D) 13600
(E) 24. (E) 8820

05. (UTFPR - Técnico de Tecnologia da Informa- 09. (SESAU/RO – Enfermeiro – FUNRIO/2017) Um


ção – UTFPR/2017) A senha criada para acessar um torneio de futebol de várzea reunirá 50 equipes e cada
site da internet é formada por 5 dígitos. Trata-se de uma equipe jogará apenas uma vez com cada uma das outras.
senha alfanumérica. André tem algumas informações Esse torneio terá a seguinte quantidade de jogos:
sobre os números e letras que a compõem conforme a
figura. (A) 320.
(B) 460.
(C) 620.
(D) 1.225.
(E) 2.450.

10. (IFAP – Engenheiro de Segurança do Trabalho


– FUNIVERSA/2016) Considerando-se que uma sala de
aula tenha trinta alunos, incluindo Roberto e Tatiana, e que
Sabendo que nesta senha as vogais não se repetem a comissão para organizar a festa de formatura deva ser
e também não se repetem os números ímpares, assina- composta por cinco desses alunos, incluindo Roberto e
le a alternativa que indica o número máximo de possibi- Tatiana, a quantidade de maneiras distintas de se formar
lidades que existem para a composição da senha. essa comissão será igual a:

(A) 3125. (A) 3.272.


(B) 1200. (B) 3.274.
(C) 1600. (C) 3.276.
(D) 1500. (D) 3.278.
(E) 625. (E) 3.280.

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Respostas Experimento Aleatório


Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é im-
01. Resposta: A. previsível, por depender exclusivamente do acaso, por
P2▲P6=2!▲6!=2▲720=1440 exemplo, o lançamento de um dado.

02. Resposta: C. Espaço Amostral


__ ___ __ __ Num experimento aleatório, o conjunto de todos os
6▲ 5▲ 4▲ 3=360 resultados possíveis é chamado espaço amostral, que se
indica por E.
03. Resposta: E.
No lançamento de um dado, observando a face volta-
P6=6!=6▲5▲4▲3▲2▲1=720
da para cima, tem-se:
04. Resposta: E. E={1,2,3,4,5,6}
P4=4!= 4▲3▲2▲1=24 No lançamento de uma moeda, observando a face
voltada para cima:
05. Resposta: B. E={Ca,Co}
Vogais: a, e, i, o, u
Números ímpares: 1,3,5,7,9 Evento
É qualquer subconjunto de um espaço amostral.
No lançamento de um dado, vimos que
E={1,2,3,4,5,6}
Esperando ocorrer o número 5, tem-se o evento {5}:
Ocorrer um número par, tem-se {2,4,6}.
5▲5▲4▲4▲3=1200 Exemplo
Considere o seguinte experimento: registrar as faces
06. Resposta: D. voltadas para cima em três lançamentos de uma moeda.

a) Quantos elementos tem o espaço amostral?


b) Descreva o espaço amostral.
Como para os três dias têm que ser diferentes:
__ __ __
210▲209▲208=9129120 Solução
a) O espaço amostral tem 8 elementos, pois cada lan-
07. Resposta: A. çamento, há duas possibilidades.

2x2x2=8
b) E={(C,C,C), (C,C,R),(C,R,C),(R,C,C),(R,R,C),(R,-
C,R),(C,R,R),(R,R,R)}
08. Resposta: E.
2. EQUAÇÕES E SISTEMAS DO 1º E 2º GRAUS
E REGRA DE TRÊS SIMPLES

EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES
09. Resposta: D. Equação é toda sentença matemática aberta que ex-
prime uma relação de igualdade e uma incógnita ou va-
riável (x, y, z,...).

10. Resposta: D. EQUAÇÃO DO 1º GRAU

Roberto Tatiana __ ___ ___ As equações do primeiro grau são aquelas que po-
dem ser representadas sob a forma ax + b = 0, em que
São 30 alunos, mas vamos tirar Roberto e Tatiana que a e b são constantes reais, com a diferente de 0, e x é a
terão que fazer parte da comissão. variável. A resolução desse tipo de equação é fundamen-
30-2=28 tada nas propriedades da igualdade descritas a seguir.
Adicionando um mesmo número a ambos os mem-
bros de uma equação, ou subtraindo um mesmo número
de ambos os membros, a igualdade se mantém.

Raciocínio Matemático
17 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Dividindo ou multiplicando ambos os membros de Assim:


uma equação por um mesmo número não-nulo, a igual- 16 . x = Total
dade se mantém. Total = 10 . (x + 57) (pois 6 desistiram)
Combinando as duas equações, temos:
Membros de uma equação 16.x = 10.x + 570
16.x – 10.x = 570
Numa equação a expressão situada à esquerda da 6.x = 570
igualdade é chamada de 1º membro da equação, e a x = 570 / 6
expressão situada à direita da igualdade, de 2º membro x = 95
da equação. O valor total é: 16 . 95 = R$ 1520,00.

Resposta: E.

EQUAÇÃO DO 2º GRAU

Resolução de uma equação As equações do segundo grau são aquelas que po-
dem ser representadas sob a forma ax² + bx +c = 0, em
Colocamos no primeiro membro os termos que apre- que a, b e c são constantes reais, com a diferente de 0, e
sentam variável, e no segundo membro os termos que x é a variável.
não apresentam variável. Os termos que mudam de
membro têm os sinais trocados. Equação completa e incompleta
5x – 8 = 12 + x
5x – x = 12 + 8 1) Quando b ≠ 0 e c ≠ 0, a equação do 2º grau se diz
4x = 20 completa.
Ex.: x2 - 7x + 11 = 0= 0 é uma equação completa (a =
X = 20/4
1, b = – 7, c = 11).
X=5
2) Quando b = 0 ou c = 0 ou b = c = 0, a equação do 2º
Ao substituirmos o valor encontrado de x na equa-
grau se diz incompleta.
ção obtemos o seguinte:
Exs.:
5x – 8 = 12 + x
x² - 81 = 0 é uma equação incompleta (b=0).
5.5 – 8 = 12 + 5
x² +6x = 0 é uma equação incompleta (c = 0).
25 – 8 = 17
2x² = 0 é uma equação incompleta (b = c = 0).
17 = 17 ( V)
Resolução da equação
Quando se passa de um membro para o outro se
usa a operação inversa, ou seja, o que está multiplican- 1º) A equação é da forma ax2 + bx = 0 (incompleta)
do passa dividindo e o que está dividindo passa multi- x2 – 16x = 0 - colocamos x em evidência
plicando. O que está adicionando passa subtraindo e o x . (x – 16) = 0,
que está subtraindo passa adicionando. x=0
x – 16 = 0
Exemplo: (PRODAM/AM – Auxiliar de Motorista x = 16
– FUNCAB) Um grupo formado por 16 motoristas orga- Logo, S = {0, 16} e os números 0 e 16 são as raízes
nizou um churrasco para suas famílias. Na semana do da equação.
evento, seis deles desistiram de participar. Para manter
o churrasco, cada um dos motoristas restantes pagou 2º) A equação é da forma ax2 + c = 0 (incompleta)
R$ 57,00 a mais. x2 – 49= 0 - Fatoramos o primeiro membro, que é uma
O valor total pago por eles, pelo churrasco, foi: diferença de dois quadrados.
(A) R$ 570,00 (x + 7) . (x – 7) = 0,
(B) R$ 980,50 x+7=0x–7=0
(C) R$ 1.350,00 x=–7x=7
(D) R$ 1.480,00 ou
(E) R$ 1.520,00 x2 – 49 = 0
x2 = 49
Resolução: x2 = 49
Vamos chamar de ( x ) o valor para cada motorista. x = 7, (aplicando a segunda propriedade).
Logo, S = {–7, 7}.

Raciocínio Matemático
18 A Opção Certa Para a Sua Realização
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3º) A equação é da forma ax² + bx + c = 0 (completa) Resolvendo uma inequação de 1° grau


Para resolvê-la usaremos a formula de Bháskara.
Uma maneira simples de resolver uma equação do
1° grau é isolarmos a incógnita x em um dos membros
da igualdade. O método é bem parecido com o das
equações. Ex.:
Resolva a inequação -2x + 7 > 0.
Conforme o valor do discriminante Δ existem três pos- Solução:
sibilidades quanto á natureza da equação dada. -2x > -7
Multiplicando por (-1)
2x < 7
x < 7/2
Portanto a solução da inequação é x < 7/2.

Toda vez que “x” tiver valor negativo, devemos mul-


tiplicar por (-1), isso faz com que o símbolo da desigual-
Quando ocorre a última possibilidade é costume di-
zer-se que não existem raízes reais, pois, de fato, elas dade tenha o seu sentido invertido.
não são reais já que não existe, no conjunto dos números
reais, √a quando a < 0. Pode-se resolver qualquer inequação do 1° grau por
meio do estudo do sinal de uma função do 1° grau, com
Relações entre raízes e coeficientes o seguinte procedimento:
1. Iguala-se a expressão ax + b a zero;
2. Localiza-se a raiz no eixo x;
3. Estuda-se o sinal conforme o caso.

Pegando o exemplo anterior temos:


-2x + 7 > 0
-2x + 7 = 0
x = 7/2

Exemplo: (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIO-


NISTA – INDEC) Qual a equação do 2º grau cujas raízes
são 1 e 3/2?
(A) x²-3x+4=0
(B) -3x²-5x+1=0
(C) 3x²+5x+2=0
(D) 2x²-5x+3=0

Resolução:
Como as raízes foram dadas, para saber qual a equa-
ção:
Exemplo: (SEE/AC – Professor de Ciências da
x² - Sx +P=0, usando o método da soma e produto; S=
Natureza Matemática e suas Tecnologias – FUNCAB)
duas raízes somadas resultam no valor numérico de b; e
Determine os valores de que satisfazem a seguinte ine-
P= duas raízes multiplicadas resultam no valor de c.
Resposta: D. quação:

INEQUAÇÃO DO 1º GRAU 3𝑥 𝑥
+2 ≤ −3
2 2
Uma inequação do 1° grau na incógnita x é qualquer
expressão do 1° grau que pode ser escrita numa das se-
guintes formas: (A) x > 2
ax + b > 0; (B) x - 5
ax + b < 0; (C) x > - 5
ax + b ≥ 0; (D) x < 2
ax + b ≤ 0. (E) x 2

Onde a, b são números reais com a ≠ 0.

Raciocínio Matemático
19 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Resolução: Resolução:
3𝑥 3𝑥 𝑥 𝑥𝑥 Resolvendo por Bháskara:
+3𝑥2++
≤22≤≤
−3
2 22 2 22−−33
∆= 𝑏 2 − 4𝑎𝑐
3𝑥 3𝑥𝑥 𝑥𝑥 ∆= −6 2 − 4.9.1
−3𝑥−−
≤ −3 −
−32−−22
2 222 22≤≤−3 ∆= 36 − 36 = 0
−𝑏± ∆
𝑥=
2𝑥 2𝑥
2𝑥−5 2𝑎
≤ − −6 ± 0
2 22 ≤≤−5−5 𝑥= 2.9
𝑥 ≤𝑥𝑥−5
≤≤−5
−5 6±0 6 1
𝑥= 18
= 18 = 3 (delta igual a zero, duas raízes
Resposta: B.
(delta igual a zero, duas raízes iguais)
INEQUAÇÃO DO 2º GRAU
Fazendo o gráfico, a > 0 parábola voltada para cima:
Chamamos de inequação da 2º toda desigualdade
pode ser representada da seguinte forma:
ax2 + bx + c > 0 ,
ax2 + bx + c < 0 ,
ax2 + bx + c ≥ 0
ax2 + bx + c ≤ 0
Onde a, b e c são números reais com a ≠ 0.

Resolução da inequação

Para resolvermos uma inequação do 2o grau, utilizamos


o estudo do sinal. As inequações são representadas pelas
desigualdades: > , ≥ , < , ≤.
Ex.: x2 -3x + 2 > 0 1
S=
Resolução: 3
x2 -3x + 2 > 0 Resposta: C.
x ‘ =1, x ‘’ = 2
REGRA DE TRÊS
Como desejamos os valores para os quais a função é
maior que zero devemos fazer um esboço do gráfico e ver
para quais valores de x isso ocorre. Os problemas que envolvem duas grandezas direta-
mente ou inversamente proporcionais podem ser resol-
vidos através de um processo prático, chamado REGRA
DE TRÊS SIMPLES.
- Duas grandezas são DIRETAMENTE PROPOCIO-
NAIS quando ao aumentarmos/diminuirmos uma a outra
também aumenta/diminui.
- Duas grandezas são INVERSAMENTE PROPOR-
CIONAIS quando ao aumentarmos uma a outra diminui
Vemos, que as regiões que tornam positivas a função e vice-versa.
são: x<1 e x>2. Resposta: { x|R| x<1 ou x>2}
Exemplos:
Exemplo: (VUNESP) O conjunto solução da inequação
01. (PM/SP – Oficial Administrativo – VUNESP)
9x2 – 6x + 1 ≤ 0, no universo dos números reais é:
Em 3 de maio de 2014, o jornal Folha de S. Paulo publi-
(A) ∅ cou a seguinte informação sobre o número de casos de
(B) R dengue na cidade de Campinas.
1
(C) 3
1
(D) 𝑥 ∈ 𝑅|𝑥 ≥ 3
1
(E) 𝑥 ∈ 𝑅|𝑥 ≠
3

Raciocínio Matemático
20 A Opção Certa Para a Sua Realização
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REGRA DE TRÊS COMPOSTA

Chamamos de REGRA DE TRÊS COMPOSTA, pro-


blemas que envolvem mais de duas grandezas, direta-
mente ou inversamente proporcionais.

Exemplos:
01. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO AD-
MINISTRATIVO – FCC) O trabalho de varrição de 6.000
m² de calçada é feita em um dia de trabalho por 18 var-
redores trabalhando 5 horas por dia. Mantendo-se as
mesmas proporções, 15 varredores varrerão 7.500 m² de
calçadas, em um dia, trabalhando por dia, o tempo de

(A) 8 horas e 15 minutos.


(B) 9 horas.
De acordo com essas informações, o número de casos (C) 7 horas e 45 minutos.
registrados na cidade de Campinas, até 28 de abril de 2014, (D) 7 horas e 30 minutos.
teve um aumento em relação ao número de casos registra- (E) 5 horas e 30 minutos.
dos em 2007, aproximadamente, de
(A) 70%. Resolução:
(B) 65%. Comparando- se cada grandeza com aquela onde
(C) 60%. esta o x.
(D) 55%.
M²↑ varredores↓ horas↑
(E) 50%.
6000--------------18--------------5
Resolução: 7500--------------15--------------- x
Utilizaremos uma regra de três simples: Quanto mais a área, mais horas (diretamente propor-
ano % cionais)
11442------- 100 Quanto menos trabalhadores, mais horas (inversa-
17136------- x mente proporcionais)
11442.x = 17136 . 100 x = 1713600 / 11442 = 149,8% 5 6000 15
(aproximado) = �
149,8% – 100% = 49,8% 𝑥 7500 18
Aproximando o valor, teremos 50% 6000∙15∙x=5∙7500∙18
Resposta: E. 90000x=675000
x=7,5 horas
02. (PRODAM/AM – Auxiliar de Motorista – FUNCAB) Como 0,5 h equivale a 30 minutos, logo o tempo será
Numa transportadora, 15 caminhões de mesma capacidade de 7 horas e 30 minutos.
transportam toda a carga de um galpão em quatro horas.
Se três deles quebrassem, em quanto tempo os outros ca- Resposta: D.
minhões fariam o mesmo trabalho?
(A) 3 h 12 min
02. (PREF. CORBÉLIA/PR – CONTADOR – FAUEL)
(B) 5 h
Uma equipe constituída por 20 operários, trabalhando 8
(C) 5 h 30 min
(D) 6 h horas por dia durante 60 dias, realiza o calçamento de
(E) 6 h 15 min uma área igual a 4800 m². Se essa equipe fosse cons-
tituída por 15 operários, trabalhando 10 horas por dia,
Resolução: durante 80 dias, faria o calçamento de uma área igual a:
Vamos utilizar uma Regra de Três Simples Inversa,
pois, quanto menos caminhões tivermos, mais horas demo- (A) 4500 m²
rará para transportar a carga: (B) 5000 m²
Caminhões horas (C) 5200 m²
15 ---------------- 4 (D) 6000 m²
(15 – 3) ------------- x (E) 6200 m²
12.x = 4 . 15
x = 60 / 12
x=5h
Resposta: B.

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Resolução: Um ângulo cuja medida é:


Operários↑horas↑ dias↑ área↑ - igual a 90º é um ângulo reto
20-----------------8-------------60-------4800 - maior que 90º e menor que 180º é um ângulo obtuso
15----------------10------------80--------x - menor que 90º e maior que 0º é um ângulo agudo
Todas as grandezas são diretamente proporcionais, - igual a 180º é um ângulo raso ou de meia volta
logo:
4800 20 8 60
𝑥
= 15 � 10 � 80
20∙8∙60∙x=4800∙15∙10∙80
9600x=57600000
x=6000m²

Resposta: D.

3. ÁREA, VOLUME E CAPACIDADE.

A geometria plana, também chamada geometria ele-


mentar ou Euclidiana, teve início na Grécia antiga. Esse Ângulos congruentes
estudo analisava as diferentes formas de objetos.
Na geometria plana as figuras geométricas mais conhe- Dois ângulos cujas medidas são iguais são congruentes
cidas são os triângulos, quadriláteros (quadrado, retângulo,
trapézio, paralelogramo), círculo e circunferência, e, alguns
polígonos que recebem nomes especiais de acordo com o
n° de lados.

Retas paralelas

Duas retas são paralela se e somente se a intersecção


entre elas é o conjunto vazio, ou seja não existe ponto co-
mum entre elas. Por um ponto passa uma única reta para-
lela a uma outra reta dada.

Retas perpendiculares Os ângulos ABC e DÊF têm mesma medida, logo são
congruentes.
Duas retas são perpendiculares se o ângulo formado .
entre elas for de 90 graus (ângulo reto). Bissetriz de um ângulo
Ângulo
Bissetriz de um ângulo é a semirreta que divide o ângulo
Um ângulo é uma figura formada por duas semirretas
em dois ângulos de mesma medida, isto é, em dois ângulos
de mesma origem.
congruentes.


Os lados são as semirretas OA e OB , ambas de origem

em O e infinitas. O ponto O é o vértice do ângulo AÔB.


O instrumento usado para medir ângulo é o transferi-
dor, que tem como unidade o grau.

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Ângulos complementares e suplementares Problemas

Dois ângulos são complementares quando a soma de 1. As medidas dos ângulos de um triângulo são,
suas medidas é 90 º. respectivamente, x, 3x e 5x. Calcule o valor de x.

Sabendo que a medida de um ângulo agudo, em 2. Determine o valor de x nos casos:


graus, é x, a medida do complemento desse ângulo é dada
por ( 90 – x).

3. Determine o valor de α nos casos:

Os ângulos a e b são complementares (b é o comple-


mento de a, e a é o complemento de b.)

Dois ângulos são suplementares quando a soma de


suas medidas é 180º.

Sabendo que y é a medida de um ângulo, em graus, 4. Os ângulos α e β são opostos pelo vértice. O pri-
então a medida do suplemento desse ângulo é dada por meiro é expresso em graus por 9x – 2 e o segundo por
( 180 – y). 4x +8. Determine esses ângulos.

5. Se OP é bissetriz de AÔB, determine x e y nos


casos:

6. Calcule o complemento dos seguintes ângulos:


Os ângulos a e b são suplementares. O ângulo a é a) 25º
agudo e o ângulo b é obtuso.
b) 47º
Ângulos Opostos pelo vértice (OPV)
7. Calcule o suplemento dos seguintes ângulos:
a) 72º
Dois ângulos são opv quando os lados de um deles
são semirretas opostas aos lados do outro. Ângulos opv b) 141º
são congruentes.
8. Dar a medida do ângulo que vale o dobro do seu
complemento.

9. Calcular o ângulo que vale o quádruplo de seu


complemento.

10. Qual é o ângulo que somado ao triplo de seu


complemento dá 210º?

Os ângulos AÔB e CÔD são opv.

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Respostas Caso tenha um ângulo com medida maior que 180º ele
será classificado como não convexo ou côncavo.
1. x = 20

2. a) 25
b) 30

3. a) 60
b) 120
c) 120 Ângulos de um polígono

4. α = 16 β = 16 A soma dos ângulos internos de qualquer polígono de-


pende do número de lados (n), sendo usada a seguinte
5. a) x = 15 expressão para o cálculo: S = (n – 2).180, onde n o núme-
b) x = 10 y = 50 ro de lados.
A soma dos ângulos externos de qualquer polígono
6. a) 65º sempre será 360º, baseando-se no seguinte princípio:
b) 43º quanto maior o número de lados do polígono mais ele se
assemelha a uma circunferência (possui giro completo
7. a) 108º igual a 360º).
b) 39º

8. 60º

9. 72º

10. 30º

Polígonos

Polígonos são figuras fechadas formadas por seg-


mentos de reta, sendo caracterizados pelos seguintes
elementos: ângulos, vértices, diagonais e lados. De acor-
do com o número de lados a figura é nomeada.

Classificação dos polígonos Icoságono (20 lados): note a semelhança com a cir-
cunferência.
Lados/Nomes
3: Triângulo Polígono regular e irregular
4: Quadrilátero
5: Pentágono Todo polígono regular possui os lados e os ângulos
6: Hexágono com medidas iguais. Alguns exemplos de polígonos regu-
7: Heptágono lares.
8: Octógono
9: Eneágono
10: Decágono
11: Undecágono
12: Dodecágono

Polígonos convexos e não convexos

Se os ângulos do polígono forem menores que 180º


ele será convexo.

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Polígonos regulares 4. Os números que exprimem o número de lados de três


Um polígono irregular é aquele que não possui os ân- polígonos são n – 3, n e n + 3. Determine o número de lados
gulos com medidas iguais e os lados não possuem o mes- desses polígonos, sabendo que a soma de todos os seus
mo tamanho. ângulos internos vale 3 240°.

Resolução: Pelas condições do problema, temos:


S1 = ( n – 3 – 2) · 180 = (n – 5) · 180
S2 = (n – 2) · 180
S3 = (n + 3 – 2) · 180 = (n + 1) · 180
S1 + S2 + S3 = 3 240
(n – 5) · 180 + (n – 2) · 180 + (n + 1) · 180 = 3 240
[n – 5 + n – 2 + n + 1] · 180 = 3 240
3 n – 6 = 18
Polígonos irregulares
3 n = 24 n = 8 , então teremos:
n – 3 = 8 – 3 = 5 lados
Diagonais de um polígono
n = 8 lados
n + 3 = 8 + 3 = 11 lados Resp: 5 lados, 8 lados e 11 lados
Diagonal de um polígono é o segmento de reta que
liga um vértice ao outro, passando pelo interior da figura. O 5. Qual é a soma das medidas dos ângulos internos do
número de diagonais de um polígono depende do número polígono que tem um número de diagonais igual ao quádru-
de lados (n) e pode ser calculado pela expressão: plo do número de lados?

Resolução

Problemas

1. Em um polígono temos que Soma dos ângulos in-


ternos + Soma dos ângulos externos= 1080°. Qual é esse
polígono ?

Resolução:
Si = (n - 2) . 180º
Se = 360º n = 11
Si + Se = 1080º Si = (n – 2) · 180º
(n - 2) . 180º + 360º = 1080º Si = (11 – 2) · 180º
(n - 2) . 180º = 720º Si = 9 · 180º
n-2=4 Si = 1 620º
n=6
Resposta
A soma das medidas dos ângulos internos vale 1 620º
2. Quantos lados tem o polígono regular cujo o angulo
externo mede 24° ?
Triângulos
Resolução: Trângulo é um polígono de três lados.
Ae = 360º / n
24º = 360º / n
n = 360º / 24º
n = 15

3. Qual é o polígono em que a soma das medidas dos


ângulos internos é o quádruplo da soma das medidas dos
ângulos externos?

Resolução: Si = 4 · Se Os pontos A, B, C são os vértices


(n – 2) · 180º = 4 · 360º (: 180º) CÂB, ACB e CBC são os ângulos internos do triângulo
n–2=4·2
n–2=8 Os segmentos AB , AC e BC são os lados do triângulo.
n = 10 é um decágono A soma dos ângulos internos de um triângulo é sempre
180º.

Raciocínio Matemático
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Classificação dos triângulos 4. Paralelogramo: Lados opostos congruentes, ân-


gulos opostos congruentes.
Quanto aos lados:
- Equilátero: Os três lados têm a mesma medida.
- Isósceles: Dois lados têm a mesma medida.
- Escaleno: Os três lados têm medidas diferentes.

Quanto aos ângulos:


- Acutângulo: Os três ângulos internos são agudos
- Retângulo: Um dos ângulos é reto.
- Obtusângulo: Um dos ângulos é obtuso.

Quadriláteros

A soma dos ângulos internos de um quadrilátero é 360º.


Trapézios ( um par de lados paralelo) :
Os quadriláteros classificam-se em paralelogramos e
trapézios.
Paralelogramos (dois pares de lados paralelos) : 1. Trapézio retângulo: Um par de lados paralelos,
dois ângulos retos.
1. Quadrado: quatro lados congruentes, quatro ângulos
retos, duas diagonais congruentes e perpendiculares. 2. Trapézio isósceles: Um par de lados paralelos, la-
dos transversos iguais, dois ângulos agudos iguais, dois
ângulos obtusos iguais

3. Trapézio escaleno: Um par de lados paralelos,


quatro lados diferentes, quatro ângulos diferentes.

2. Retângulo: Lados opostos congruentes, quatro ângu-


los retos, duas diagonais congruentes

Problemas

1. No paralelogramo abaixo, determine as medidas


de x e y.

3. Losango: Quatro lados congruentes, ângulos opostos


congruentes, duas diagonais perpendiculares.

2. As medidas dos ângulos internos de um quadrilá-


tero são: x + 17° ; x +37° ; x + 45° e x + 13°. Determine
as medidas desses ângulos.

Raciocínio Matemático
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3. Meu irmão e eu compramos um sítio na forma de 2


um losango com o lado medindo 500 m. Dividimos o sítio 1. Quadrado : A= l . l ou A = l ( l é a medida do lado )
na direção das diagonais, uma medindo 600 m e a outra
800 m. Dessa forma o sítio ficou dividido em quatro partes
iguais. Quantos metros de arame farpado são necessários
para cercar uma dessas partes desse terreno com três fios
de arame?

4. Com um arame de 36 m de comprimento construí-


mos um triângulo equilátero e com o mesmo arame cons-
truímos depois um quadrado. Determine a razão entre a
medida do lado do triângulo e o lado do quadrado. 2. Retângulo : A = b . h (b é a base e h é a altura)

Respostas:

1. 9y + 16° = 7y + 40°
9y = 7y + 40° - 16°
9y = 7y + 24°
9y - 7y = 24°
2y = 24°
y = 24º /2
y = 12° b.h
Então: 2
x + (7 . 12° + 40°) = 180° 3. a) Triângulo : A = (b é a medida da base e h é
x = 180º - 124° a altura)
x = 56°

2. x + 17° + x + 37° + x + 45° + x + 13° = 360°


4x + 112° = 360°
4x = 360° - 112°
x = 248° / 4
x = 62°

Então, os ângulos são:


x + 17° = 79° b) Triângulo Equilátero
x + 37° = 99° a2 3
x + 45° = 107º 4
x + 13° = 75° A= ( a é a medida do lado)

3. 300 + 400 + 500 = 1200 metros


1200 . 3 = 3600 metros de arame Lembrar que o triângulo equilátero tem os três lados
de mesma medida.
4. Lado do triângulo equilátero – 12 metros
Lado do quadrado – 9 metros

= =

Área de Perímetro de figuras planas


c) Triângulo qualquer em que sabemos as medidas
Perímetro é a soma de todos os lados de qualquer fi- dos três lados e não conhecemos a altura:
gura plana. È o contorno da figura
A= p ( p − a )( p − b)( p − c) (p é o semi perímetro, ou seja, a
Área é a medida da superfície da figura plana. Para
calcular a área de uma figura precisamos saber a sua fór- metade do perímetro; a, b c são as medidas dos lados do
mula. As fórmulas das figuras planas mais usadas são: triângulo).

Raciocínio Matemático
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a+b+c
p= 2

Problemas (A) 200.


2
(B) 250.
1. Determine a área das figuras em cm : (C) 275.
(D) 300.
(E) 325.

Respostas
2
1. a) 48 cm
a) 2
b) 38,5 cm

2. A = 4 3 cm
2

P = 12 cm

3. Altura do painel menor = 3x


Altura do painel maior = 5x
3x + 5x = 4
8x = 4
X = 0,50 metros
Altura do painel maior = 5x = 2,5 m

b.h
b)
Área do triângulo maior: A = 2= = 1,25 m²
Se em cada m² cabem 200 lâmpadas, então em 1,25
m² cabem 1,25 . 200 = 250 lâmpadas. Resposta Alternativa
B

4. CÁLCULO DA MÉDIA, LEITURA E INTER-


PRETAÇÃO DE DADOS REPRESENTADOS EM
2. Encontre o perímetro e a área de um triângulo TABELAS E GRÁFICOS.
equilátero com cada lado medindo 4 centímetros
A estatística é, hoje em dia, um instrumento útil e, em
3. (Concurso Escrevente Tec. Judiciário TJ/SP) alguns casos, indispensável para tomadas de decisão em
A figura compara as alturas, medidas em metros, de diversos campos: científico, econômico, social, político…
dois painéis decorativos triangulares, fixados em uma pa- Todavia, antes de chegarmos à parte de interpretação para
rede, que simulam árvores de Natal. Sabendo-se que a tomadas de decisão, há que proceder a um indispensável
soma das medidas das alturas dos dois painéis é igual a trabalho de recolha e organização de dados, sendo a reco-
4 m, e que em cada painel foram instaladas 200 lampa- lha feita através de recenseamentos (ou censos ou levanta-
dazinhas coloridas por metro quadrado, pode-se concluir mentos estatísticos) ou sondagens. Existem indícios que há
que o número de lâmpadas instaladas no painel de maior 300 mil anos a.C. já se faziam censos na China, Babilônia
altura foi igual a: e no Egito. Censos estes que se destinavam à taxação de
impostos.

Raciocínio Matemático
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Estatística pode ser pensada como a ciência de aprendizagem a partir de dados. No nosso quotidiano, precisamos
tomar decisões, muitas vezes decisões rápidas.

Em linhas gerais a Estatística fornece métodos que auxiliam o processo de tomada de decisão através da análise dos
dados que possuímos.
Em Estatística, um resultado é significante, portanto, tem significância estatística, se for improvável que tenha ocorrido
por acaso (que em estatística e probabilidade é tratado pelo conceito de chance), caso uma determinada hipótese nula
seja verdadeira, mas não sendo improvável caso a hipótese base seja falsa. A expressão teste de significância foi cunhada
por Ronald Fisher.
Mais concretamente, no teste de hipóteses com base em frequência estatística, a significância de um teste é a pro-
babilidade máxima de rejeitar acidentalmente uma hipótese nula verdadeira (uma decisão conhecida como erro de tipo
I). O nível de significância de um resultado é também chamado de α e não deve ser confundido com o valor p (p-value).

Por exemplo, podemos escolher um nível de significância de, digamos, 5%, e calcular um valor crítico de um parâ-
metro (por exemplo a média) de modo que a probabilidade de ela exceder esse valor, dada a verdade da hipótese nulo,
ser 5%. Se o valor estatístico calculado (ou seja, o nível de 5% de significância anteriormente escolhido) exceder o valor
crítico, então é significante “ao nível de 5%”.
Se o nível de significância (ex: 5% anteriormente dado) é menor, o valor é menos provavelmente um extremo em rela-
ção ao valor crítico. Deste modo, um resultado que é “significante ao nível de 1%” é mais significante do que um resultado
que é significante “ao nível de 5%”. No entanto, um teste ao nível de 1% é mais susceptível de padecer do erro de tipo II
do que um teste de 5% e por isso terá menos poder estatístico.
Ao divisar um teste de hipóteses, o técnico deverá tentar maximizar o poder de uma dada significância, mas ultima-
mente tem de reconhecer que o melhor resultado que se pode obter é um compromisso entre significância e poder, em
outras palavras, entre os erros de tipo I e tipo II.
É importante ressaltar que os valores p Fisherianos são filosoficamente diferentes dos erros de tipo I de Neyman-Pe-
arson. Esta confusão é infelizmente propagada por muitos livros de estatística.

Divisão da Estatística:

- Estatística Descritiva: Média (Aritmética, Geométrica, Harmônica, Ponderada) - Mediana - Moda - Variância - Des-
vio padrão - Coeficiente de variação.
- Inferência Estatística: Testes de hipóteses - Significância - Potência - Hipótese nula/Hipótese alternativa - Erro de
tipo I - Erro de tipo II - Teste T - Teste Z - Distribuição t de Student - Normalização - Valor p - Análise de variância.
- Estatística Não-Paramétrica: Teste Binomial - Teste Qui-quadrado (uma amostra, duas amostras independentes, k
amostras independentes) - Teste Kolmogorov-Smirnov (uma amostra, duas amostras independentes) - Teste de McNemar
- Teste dos Sinais - Teste de Wilcoxon - Teste de Walsh - Teste Exata de Fisher - Teste Q de Cochran - Teste de Kruskal-
-Wallis - Teste de Friedman.
- Análise da Sobrevivência: Função de sobrevivência - Kaplan-Meier - Teste log-rank - Taxa de falha - Proportional
hazards models.
- Amostragem: Amostragem aleatória simples (com reposição, sem reposição) - Amostragem estratificada - Amostra-
gem por conglomerados - Amostragem sistemática - estimador razão - estimador regressão.
- Distribuição de Probabilidade: Normal - De Pareto - De Poisson - De Bernoulli - Hipergeométrica - Binomial - Bino-
mial negativa - Gama - Beta - t de Student - F-Snedecor.
- Correlação: Variável de confusão - Coeficiente de correlação de Pearson - Coeficiente de correlação de postos de
Spearman - Coeficiente de correlação tau de Kendall).
Regressão: Regressão linear - Regressão não-linear - Regressão logística - Método dos mínimos quadrados - Mode-
los Lineares Generalizados - Modelos para Dados Longitudinais.
- Análise Multivariada: Distribuição normal multivariada - Componentes principais - Análise fatorial - Análise discrimi-
nante - Análise de “Cluster” (Análise de agrupamento) - Análise de Correspondência.
- Séries Temporais: Modelos para séries temporais - Tendência e sazonalidade - Modelos de suavização exponencial
- ARIMA - Modelos sazonais.

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Panorama Geral: Níveis de Mensuração: As variáveis diferem em


“quão bem” elas podem ser medidas, isto é, em quanta
Variáveis: São características que são medidas, con- informação seu nível de mensuração pode prover. Há
troladas ou manipuladas em uma pesquisa. Diferem em obviamente algum erro em cada medida, o que determi-
muitos aspectos, principalmente no papel que a elas é na o “montante de informação” que se pode obter, mas
dado em uma pesquisa e na forma como podem ser me- basicamente o fator que determina a quantidade de in-
didas. formação que uma variável pode prover é o seu tipo de
Pesquisa “Correlacional” X Pesquisa “Experi- nível de mensuração. Sob este prisma as variáveis são
mental”: A maioria das pesquisas empíricas pertencem classificadas como nominais, ordinais e intervalares.
claramente a uma dessas duas categorias gerais: em - Variáveis nominais permitem apenas classificação
uma pesquisa correlacional (Levantamento) o pesquisa- qualitativa. Ou seja, elas podem ser medidas apenas em
dor não influencia (ou tenta não influenciar) nenhuma va- termos de quais itens pertencem a diferentes catego-
riável, mas apenas as mede e procura por relações (cor- rias, mas não se pode quantificar nem mesmo ordenar
relações) entre elas, como pressão sangüínea e nível de tais categorias. Por exemplo, pode-se dizer que 2 indiví-
colesterol. Em uma pesquisa experimental (Experimen- duos são diferentes em termos da variável A (sexo, por
to) o pesquisador manipula algumas variáveis e então exemplo), mas não se pode dizer qual deles “tem mais”
mede os efeitos desta manipulação em outras variáveis; da qualidade representada pela variável. Exemplos típi-
por exemplo, aumentar artificialmente a pressão sangüí- cos de variáveis nominais são sexo, raça, cidade, etc.
nea e registrar o nível de colesterol. A análise dos dados - Variáveis ordinais permitem ordenar os itens me-
em uma pesquisa experimental também calcula “corre- didos em termos de qual tem menos e qual tem mais
lações” entre variáveis, especificamente entre aquelas da qualidade representada pela variável, mas ainda não
manipuladas e as que foram afetadas pela manipulação. permitem que se diga “o quanto mais”. Um exemplo tí-
Entretanto, os dados experimentais podem demonstrar pico de uma variável ordinal é o status sócio-econômi-
conclusivamente relações causais (causa e efeito) entre co das famílias residentes em uma localidade: sabe-se
variáveis. Por exemplo, se o pesquisador descobrir que
que média-alta é mais “alta” do que média, mas não se
sempre que muda a variável A então a variável B tam-
pode dizer, por exemplo, que é 18% mais alta. A própria
bém muda, então ele poderá concluir que A “influencia” B.
distinção entre mensuração nominal, ordinal e intervalar
Dados de uma pesquisa correlacional podem ser apenas
representa um bom exemplo de uma variável ordinal:
“interpretados” em termos causais com base em outras
pode-se dizer que uma medida nominal provê menos in-
teorias (não estatísticas) que o pesquisador conheça,
formação do que uma medida ordinal, mas não se pode
mas não podem ser conclusivamente provar causalidade.
dizer “quanto menos” ou como esta diferença se com-
para à diferença entre mensuração ordinal e intervalar.
Variáveis dependentes e variáveis independen-
- Variáveis intervalares permitem não apenas orde-
tes: Variáveis independentes são aquelas que são mani-
puladas enquanto que variáveis dependentes são apenas nar em postos os itens que estão sendo medidos, mas
medidas ou registradas. Esta distinção confunde muitas também quantificar e comparar o tamanho das diferen-
pessoas que dizem que “todas variáveis dependem de ças entre eles. Por exemplo, temperatura, medida em
alguma coisa”. Entretanto, uma vez que se esteja acos- graus Celsius constitui uma variável intervalar. Pode-se
tumado a esta distinção ela se torna indispensável. Os dizer que a temperatura de 40C é maior do que 30C e
termos variável dependente e independente aplicam-se que um aumento de 20C para 40C é duas vezes maior
principalmente à pesquisa experimental, onde algumas do que um aumento de 30C para 40C.
variáveis são manipuladas, e, neste sentido, são “inde-
pendentes” dos padrões de reação inicial, intenções e Relações entre variáveis: Duas ou mais variáveis
características dos sujeitos da pesquisa (unidades expe- quaisquer estão relacionadas se em uma amostra de
rimentais).Espera-se que outras variáveis sejam “depen- observações os valores dessas variáveis são distribuí-
dentes” da manipulação ou das condições experimentais. dos de forma consistente. Em outras palavras, as variá-
Ou seja, elas dependem “do que os sujeitos farão” em veis estão relacionadas se seus valores correspondem
resposta. Contrariando um pouco a natureza da distinção, sistematicamente uns aos outros para aquela amostra
esses termos também são usados em estudos em que de observações. Por exemplo, sexo e WCC seriam rela-
não se manipulam variáveis independentes, literalmente cionados se a maioria dos homens tivesse alta WCC e
falando, mas apenas se designam sujeitos a “grupos ex- a maioria das mulheres baixa WCC, ou vice-versa; altu-
perimentais” baseados em propriedades pré-existentes ra é relacionada ao peso porque tipicamente indivíduos
dos próprios sujeitos. Por exemplo, se em uma pesquisa altos são mais pesados do que indivíduos baixos; Q.I.
compara-se a contagem de células brancas (White Cell está relacionado ao número de erros em um teste se
Count em inglês, WCC) de homens e mulheres, sexo pessoas com Q.I.’s mais altos cometem menos erros.
pode ser chamada de variável independente e WCC de
variável dependente.

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Importância das relações entre variáveis: Geral- amostra, seja um “acaso feliz”. Em outras palavras, assu-
mente o objetivo principal de toda pesquisa ou análise mindo que não haja relação entre aquelas variáveis na po-
científica é encontrar relações entre variáveis. A filosofia pulação, e o experimento de interesse seja repetido várias
da ciência ensina que não há outro meio de representar vezes, poderia-se esperar que em aproximadamente 20
“significado” exceto em termos de relações entre quanti- realizações do experimento haveria apenas uma em que a
dades ou qualidades, e ambos os casos envolvem rela- relação entre as variáveis em questão seria igual ou mais
ções entre variáveis. Assim, o avanço da ciência sempre forte do que a que foi observada naquela amostra anterior.
tem que envolver a descoberta de novas relações entre Em muitas áreas de pesquisa, o nível-p de 0,05 é costu-
variáveis. Em pesquisas correlacionais a medida destas meiramente tratado como um “limite aceitável” de erro.
relações é feita de forma bastante direta, bem como nas
pesquisas experimentais. Por exemplo, o experimento já Como determinar que um resultado é “realmente”
mencionado de comparar WCC em homens e mulheres significante: Não há meio de evitar arbitrariedade na de-
pode ser descrito como procura de uma correlação entre 2 cisão final de qual nível de significância será tratado como
variáveis: sexo e WCC. A Estatística nada mais faz do que realmente “significante”. Ou seja, a seleção de um nível
auxiliar na avaliação de relações entre variáveis. de significância acima do qual os resultados serão rejei-
tados como inválidos é arbitrária. Na prática, a decisão fi-
Aspectos básicos da relação entre variáveis: As nal depende usualmente de: se o resultado foi previsto a
duas propriedades formais mais elementares de qualquer priori ou apenas a posteriori no curso de muitas análises e
relação entre variáveis são a magnitude (“tamanho”) e a comparações efetuadas no conjunto de dados; no total de
confiabilidade da relação. evidências consistentes do conjunto de dados; e nas “tra-
- Magnitude é muito mais fácil de entender e medir do dições” existentes na área particular de pesquisa. Tipica-
que a confiabilidade. Por exemplo, se cada homem em mente, em muitas ciências resultados que atingem nível-p
nossa amostra tem um WCC maior do que o de qualquer 0,05 são considerados estatisticamente significantes, mas
mulher da amostra, poderia-se dizer que a magnitude da este nível ainda envolve uma probabilidade de erro razoá-
relação entre as duas variáveis (sexo e WCC) é muito alta vel (5%). Resultados com um nível-p 0,01 são comumente
em nossa amostra. Em outras palavras, poderia-se prever considerados estatisticamente significantes, e com nível-
uma baseada na outra (ao menos na amostra em ques- -p 0,005 ou nível-p 0,001 são freqüentemente chamados
tão). “altamente” significantes. Estas classificações, porém, são
- Confiabilidade é um conceito muito menos intuitivo, convenções arbitrárias e apenas informalmente baseadas
mas extremamente importante. Relaciona-se à “repre- em experiência geral de pesquisa. Uma conseqüência ób-
sentatividade” do resultado encontrado em uma amostra via é que um resultado considerado significante a 0,05, por
específica de toda a população. Em outras palavras, diz exemplo, pode não sê-lo a 0,01.
quão provável será encontrar uma relação similar se o
experimento fosse feito com outras amostras retiradas da Significância estatística e o número de análises re-
mesma população, lembrando que o maior interesse está alizadas: Desnecessário dizer quanto mais análises sejam
na população. O interesse na amostra reside na informa- realizadas em um conjunto de dados, mais os resultados
ção que ela pode prover sobre a população. Se o estudo atingirão “por acaso” o nível de significância convenciona-
atender certos critérios específicos (que serão menciona- do. Por exemplo, ao calcular correlações entre dez variá-
dos posteriormente) então a confiabilidade de uma relação veis (45 diferentes coeficientes de correlação), seria razo-
observada entre variáveis na amostra pode ser estimada ável esperar encontrar por acaso que cerca de dois (um
quantitativamente e representada usando uma medida pa- em cada 20) coeficientes de correlação são significantes
drão (chamada tecnicamente de nível-p ou nível de signi- ao nível-p 0,05, mesmo que os valores das variáveis sejam
ficância estatística). totalmente aleatórios, e aquelas variáveis não se correla-
cionem na população. Alguns métodos estatísticos que en-
Significância Estatística (nível-p): A significância es- volvem muitas comparações, e portanto uma boa chance
tatística de um resultado é uma medida estimada do grau para tais erros, incluem alguma “correção” ou ajuste para o
em que este resultado é “verdadeiro” (no sentido de que número total de comparações. Entretanto, muitos métodos
seja realmente o que ocorre na população, ou seja no sen- estatísticos (especialmente análises exploratórias simples
tido de “representatividade da população”). Mais tecnica- de dados) não oferecem nenhum remédio direto para este
mente, o valor do nível-p representa um índice decrescen- problema. Cabe então ao pesquisador avaliar cuidadosa-
te da confiabilidade de um resultado. Quanto mais alto o mente a confiabilidade de descobertas não esperadas.
nível-p, menos se pode acreditar que a relação observada
entre as variáveis na amostra é um indicador confiável da Força X Confiabilidade de uma relação entre va-
relação entre as respectivas variáveis na população. Espe- riáveis: Foi dito anteriormente que força (magnitude) e
cificamente, o nível-p representa a probabilidade de erro confiabilidade são dois aspectos diferentes dos relaciona-
envolvida em aceitar o resultado observado como válido, mentos entre variáveis. Contudo, eles não são totalmente
isto é, como “representativo da população”. Por exemplo, independentes. Em geral, em uma amostra de um certo
um nível-p de 0,05 (1/20) indica que há 5% de probabili- tamanho quanto maior a magnitude da relação entre variá-
dade de que a relação entre as variáveis, encontrada na veis, mais confiável a relação.

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Assumindo que não há relação entre as variáveis na hospital menor. A razão para isso é que a probabilidade
população, o resultado mais provável deveria ser tam- de um desvio aleatório da média da população aumenta
bém não encontrar relação entre as mesmas variáveis na com a diminuição do tamanho da amostra (e diminui com
amostra da pesquisa. Assim, quanto mais forte a relação o aumento do tamanho da amostra).
encontrada na amostra menos provável é a não existência
da relação correspondente na população. Então a mag- Por que pequenas relações podem ser provadas
nitude e a significância de uma relação aparentam estar como significantes apenas por grandes amostras: Os
fortemente relacionadas, e seria possível calcular a sig- exemplos dos parágrafos anteriores indicam que se um
nificância a partir da magnitude e vice-versa. Entretanto, relacionamento entre as variáveis em questão (na po-
isso é válido apenas se o tamanho da amostra é mantido pulação) é pequeno, então não há meio de identificar tal
constante, porque uma relação de certa força poderia ser relação em um estudo a não ser que a amostra seja cor-
tanto altamente significante ou não significante de todo de- respondentemente grande. Mesmo que a amostra seja de
pendendo do tamanho da amostra. fato “perfeitamente representativa” da população o efeito
não será estatisticamente significante se a amostra for pe-
Por que a significância de uma relação entre va- quena. Analogamente, se a relação em questão é muito
riáveis depende do tamanho da amostra: Se há muito grande na população então poderá ser constatada como
poucas observações então há também poucas possibili- altamente significante mesmo em um estudo baseado em
dades de combinação dos valores das variáveis, e então a uma pequena amostra. Mais um exemplo:
probabilidade de obter por acaso uma combinação desses Se uma moeda é ligeiramente viciada, de tal forma que
valores que indique uma forte relação é relativamente alta. quando lançada é ligeiramente mais provável que ocorram
Considere-se o seguinte exemplo: caras do que coroas (por exemplo uma proporção 60%
Há interesse em duas variáveis (sexo: homem, mulher; para 40%). Então dez lançamentos não seriam suficientes
WCC: alta, baixa) e há apenas quatro sujeitos na amostra para convencer alguém de que a moeda é viciada, mesmo
(2 homens e 2 mulheres). A probabilidade de se encon- que o resultado obtido (6 caras e 4 coroas) seja perfeita-
trar, puramente por acaso, uma relação de 100% entre as mente representativo do viesamento da moeda. Entretan-
duas variáveis pode ser tão alta quanto 1/8. Explicando, to, dez lançamentos não são suficientes para provar nada?
há uma chance em oito de que os dois homens tenham Não, se o efeito em questão for grande o bastante, os dez
alta WCC e que as duas mulheres tenham baixa WCC, ou lançamentos serão suficientes. Por exemplo, imagine-se
vice-versa, mesmo que tal relação não exista na popula- que a moeda seja tão viciada que não importe como venha
ção. Agora considere-se a probabilidade de obter tal resul- a ser lançada o resultado será cara. Se tal moeda fosse
tado por acaso se a amostra consistisse de 100 sujeitos: lançada dez vezes, e cada lançamento produzisse caras,
a probabilidade de obter aquele resultado por acaso seria muitas pessoas considerariam isso prova suficiente de que
praticamente zero. há “algo errado” com a moeda. Em outras palavras, seria
Observando um exemplo mais geral. Imagine-se uma considerada prova convincente de que a população teórica
população teórica em que a média de WCC em homens de um número infinito de lançamentos desta moeda teria
e mulheres é exatamente a mesma. Supondo um expe- mais caras do que coroas. Assim, se a relação é grande,
rimento em que se retiram pares de amostras (homens e então poderá ser considerada significante mesmo em uma
mulheres) de um certo tamanho da população e calcula- pequena amostra.
-se a diferença entre a média de WCC em cada par de
amostras (supor ainda que o experimento será repetido Pode uma “relação inexistente” ser um resultado
várias vezes). Na maioria dos experimento os resultados significante: Quanto menor a relação entre as variáveis
das diferenças serão próximos de zero. Contudo, de vez maior o tamanho de amostra necessário para prová-la sig-
em quando, um par de amostra apresentará uma diferença nificante. Por exemplo, imagine-se quantos lançamentos
entre homens e mulheres consideravelmente diferente de seriam necessários para provar que uma moeda é viciada
zero. Com que freqüência isso acontece? Quanto menor se seu viesamento for de apenas 0,000001 %! Então, o
a amostra em cada experimento maior a probabilidade de tamanho mínimo de amostra necessário cresce na mesma
obter esses resultados errôneos, que, neste caso, indica- proporção em que a magnitude do efeito a ser demonstra-
riam a existência de uma relação entre sexo e WCC obtida do decresce. Quando a magnitude do efeito aproxima-se
de uma população em que tal relação não existe. Obser- de zero, o tamanho de amostra necessário para prová-lo
ve-se mais um exemplo (“razão meninos para meninas”, aproxima-se do infinito. Isso quer dizer que, se quase não
Nisbett et al., 1987): há relação entre duas variáveis o tamanho da amostra
Há dois hospitais: no primeiro nascem 120 bebês a precisa quase ser igual ao tamanho da população, que
cada dia e no outro apenas 12. Em média a razão de me- teoricamente é considerado infinitamente grande. A signi-
ninos para meninas nascidos a cada dia em cada hospi- ficância estatística representa a probabilidade de que um
tal é de 50/50. Contudo, certo dia, em um dos hospitais resultado similar seja obtido se toda a população fosse
nasceram duas vezes mais meninas do que meninos. Em testada. Assim, qualquer coisa que fosse encontrada após
que hospital isso provavelmente aconteceu? A resposta é testar toda a população seria, por definição, significante
óbvia para um estatístico, mas não tão óbvia para os lei- ao mais alto nível possível, e isso também inclui todos os
gos: é muito mais provável que tal fato tenha ocorrido no resultados de “relação inexistente”.

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Como medir a magnitude (força) das relações en- variação total. Em estatística o termo variação explicada
tre variáveis: Há muitas medidas da magnitude do rela- não implica necessariamente que tal variação é “compre-
cionamento entre variáveis que foram desenvolvidas por endida conceitualmente”. O termo é usado apenas para
estatísticos: a escolha de uma medida específica em da- denotar a variação comum às variáveis em questão, ou
das circunstâncias depende do número de variáveis envol- seja, a parte da variação de uma variável que é “expli-
vidas, níveis de mensuração usados, natureza das rela- cada” pelos valores específicos da outra variável e vice-
ções, etc. Quase todas, porém, seguem um princípio geral: -versa.
elas procuram avaliar a relação comparando-a de alguma
forma com a “máxima relação imaginável” entre aquelas Como é calculado o nível de significância estatís-
variáveis específicas. Tecnicamente, um modo comum de tico: Assuma-se que já tenha sido calculada uma medida
realizar tais avaliações é observar quão diferenciados são da relação entre duas variáveis (como explicado acima).
os valores das variáveis, e então calcular qual parte desta A próxima questão é “quão significante é esta relação”?
“diferença global disponível” seria detectada na ocasião se Por exemplo, 40% da variação global ser explicada pela
aquela diferença fosse “comum” (fosse apenas devida à relação entre duas variáveis é suficiente para considerar a
relação entre as variáveis) nas duas (ou mais) variáveis relação significante? “Depende”. Especificamente, a sig-
em questão. Falando menos tecnicamente, compara-se “o nificância depende principalmente do tamanho da amos-
que é comum naquelas variáveis” com “o que potencial- tra. Como já foi explicado, em amostras muito grandes
mente poderia haver em comum se as variáveis fossem mesmo relações muito pequenas entre variáveis serão
perfeitamente relacionadas”. Outro exemplo: significantes, enquanto que em amostras muito pequenas
Em uma amostra o índice médio de WCC é igual a mesmo relações muito grandes não poderão ser conside-
100 em homens e 102 em mulheres. Assim, poderia-se radas confiáveis (significantes). Assim, para determinar o
dizer que, em média, o desvio de cada valor da média de nível de significância estatística torna-se necessária uma
ambos (101) contém uma componente devida ao sexo do função que represente o relacionamento entre “magnitu-
sujeito, e o tamanho desta componente é 1. Este valor, de” e “significância” das relações entre duas variáveis,
em certo sentido, representa uma medida da relação en-
dependendo do tamanho da amostra. Tal função diria
tre sexo e WCC. Contudo, este valor é uma medida muito
exatamente “quão provável é obter uma relação de dada
pobre, porque não diz quão relativamente grande é aquela
magnitude (ou maior) de uma amostra de dado tamanho,
componente em relação à “diferença global” dos valores
assumindo que não há tal relação entre aquelas variáveis
de WCC. Há duas possibilidades extremas: S
na população”. Em outras palavras, aquela função forne-
- Se todos os valore de WCC de homens são exata-
ceria o nível de significância (nível-p), e isso permitiria
mente iguais a 100 e os das mulheres iguais a 102 então
conhecer a probabilidade de erro envolvida em rejeitar a
todos os desvios da média conjunta na amostra seriam in-
idéia de que a relação em questão não existe na popu-
teiramente causados pelo sexo. Poderia-se dizer que nes-
ta amostra sexo é perfeitamente correlacionado a WCC, lação. Esta hipótese “alternativa” (de que não há relação
ou seja, 100% das diferenças observadas entre os sujeitos na população) é usualmente chamada de hipótese nula.
relativas a suas WCC’s devem-se a seu sexo. Seria ideal se a função de probabilidade fosse linear, e
- Se todos os valores de WCC estão em um intervalo por exemplo, apenas tivesse diferentes inclinações para
de 0 a 1000, a mesma diferença (de 2) entre a WCC média diferentes tamanhos de amostra. Infelizmente, a função
de homens e mulheres encontrada no estudo seria uma é mais complexa, e não é sempre exatamente a mesma.
parte tão pequena na diferença global dos valores que Entretanto, em muitos casos, sua forma é conhecida e
muito provavelmente seria considerada desprezível. Por isso pode ser usado para determinar os níveis de signifi-
exemplo, um sujeito a mais que fosse considerado poderia cância para os resultados obtidos em amostras de certo
mudar, ou mesmo reverter, a direção da diferença. Portan- tamanho. Muitas daquelas funções são relacionadas a
to, toda boa medida das relações entre variáveis tem que um tipo geral de função que é chamada de normal (ou
levar em conta a diferenciação global dos valores individu- gaussiana).
ais na amostra e avaliar a relação em termos (relativos) de
quanto desta diferenciação se deve à relação em questão. Por que a distribuição normal é importante: A
“distribuição normal” é importante porque em muitos ca-
“Formato geral” de muitos testes estatísticos: sos ela se aproxima bem da função introduzida no item
Como o objetivo principal de muitos testes estatísticos é anterior. A distribuição de muitas estatísticas de teste é
avaliar relações entre variáveis, muitos desses testes se- normal ou segue alguma forma que pode ser derivada
guem o princípio exposto no item anterior. Tecnicamente, da distribuição normal. Neste sentido, filosoficamente,
eles representam uma razão de alguma medida da dife- a distribuição normal representa uma das elementares
renciação comum nas variáveis em análise (devido à sua “verdades acerca da natureza geral da realidade”, verifi-
relação) pela diferenciação global daquelas variáveis. Por cada empiricamente, e seu status pode ser comparado a
exemplo, teria-se uma razão da parte da diferenciação glo- uma das leis fundamentais das ciências naturais. A forma
bal dos valores de WCC que podem se dever ao sexo pela exata da distribuição normal (a característica “curva do
diferenciação global dos valores de WCC. Esta razão é sino”) é definida por uma função que tem apenas dois
usualmente chamada de razão da variação explicada pela parâmetros: média e desvio padrão.

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Uma propriedade característica da distribuição normal Esta última opção é baseada em um princípio extremamente
é que 68% de todas as suas observações caem dentro de importante que é largamente responsável pela popularidade
um intervalo de 1 desvio padrão da média, um intervalo de dos testes baseados na distribuição normal. Nominalmente,
2 desvios padrões inclui 95% dos valores, e 99% das obser- quanto mais o tamanho da amostra aumente, mais a forma
vações caem dentro de um intervalo de 3 desvios padrões da distribuição amostral (a distribuição de uma estatística da
da média. Em outras palavras, em uma distribuição normal amostra) da média aproxima-se da forma da normal, mesmo
as observações que tem um valor padronizado de menos que a distribuição da variável em questão não seja normal.
do que -2 ou mais do que +2 tem uma freqüência relativa de Este princípio é chamado de Teorema Central do Limite.
5% ou menos (valor padronizado significa que um valor é
expresso em termos de sua diferença em relação à média, Como se conhece as consequências de violar a su-
dividida pelo desvio padrão). posição de normalidade: Embora muitas das declarações
feitas anteriormente possam ser provadas matematicamen-
Ilustração de como a distribuição normal é usada te, algumas não têm provas teóricas e podem demonstradas
em raciocínio estatístico (indução): Retomando o exem- apenas empiricamente via experimentos Monte Carlo (simu-
plo já discutido, onde pares de amostras de homens e mu- lações usando geração aleatória de números). Nestes ex-
lheres foram retirados de uma população em que o valor perimentos grandes números de amostras são geradas por
médio de WCC em homens e mulheres era exatamente o um computador seguindo especificações pré-designadas e
mesmo. Embora o resultado mais provável para tais expe- os resultados de tais amostras são analisados usando uma
rimentos (um par de amostras por experimento) é que a grande variedade de testes. Este é o modo empírico de ava-
diferença entre a WCC média em homens e mulheres em liar o tipo e magnitude dos erros ou viesamentos a que se
cada par seja próxima de zero, de vez em quando um par expõe o pesquisador quando certas suposições teóricas dos
de amostras apresentará uma diferença substancialmente testes usados não são verificadas nos dados sob análise.
diferente de zero. Quão freqüentemente isso ocorre? Se Especificamente, os estudos de Monte Carlo foram usados
o tamanho da amostra é grande o bastante, os resultados extensivamente com testes baseados na distribuição normal
de tais repetições são “normalmente distribuídos”, e assim, para determinar quão sensíveis eles eram à violações da su-
conhecendo a forma da curva normal pode-se calcular pre- posição de que as variáveis analisadas tinham distribuição
cisamente a probabilidade de obter “por acaso” resultados normal na população. A conclusão geral destes estudos é
representando vários níveis de desvio da hipotética média que as conseqüências de tais violações são menos severas
populacional 0 (zero). Se tal probabilidade calculada é tão do que se tinha pensado a princípio. Embora estas conclu-
pequena que satisfaz ao critério previamente aceito de sig- sões não devam desencorajar ninguém de se preocupar com
nificância estatística, então pode-se concluir que o resul- a suposição de normalidade, elas aumentaram a popularida-
tado obtido produz uma melhor aproximação do que está de geral dos testes estatísticos dependentes da distribuição
acontecendo na população do que a “hipótese nula”. Lem- normal em todas as áreas de pesquisa.
brando ainda que a hipótese nula foi considerada apenas
por “razões técnicas” como uma referência contra a qual o Objeto da Estatística: Estatística é uma ciência exata
resultado empírico (dos experimentos) foi avaliado. que visa fornecer subsídios ao analista para coletar, orga-
nizar, resumir, analisar e apresentar dados. Trata de parâ-
Todos os testes estatísticos são normalmente dis- metros extraídos da população, tais como média ou desvio
tribuídos: Não todos, mas muitos são ou baseados na dis- padrão. A estatística fornece-nos as técnicas para extrair in-
tribuição normal diretamente ou em distribuições a ela rela- formação de dados, os quais são muitas vezes incompletos,
cionadas, e que podem ser derivadas da normal, como as na medida em que nos dão informação útil sobre o problema
distribuições t, F ou Chi-quadrado (Qui-quadrado). Tipica- em estudo, sendo assim, é objetivo da Estatística extrair in-
mente, estes testes requerem que as variáveis analisadas formação dos dados para obter uma melhor compreensão
sejam normalmente distribuídas na população, ou seja, que das situações que representam. Quando se aborda uma pro-
elas atendam à “suposição de normalidade”. Muitas variá- blemática envolvendo métodos estatísticos, estes devem ser
veis observadas realmente são normalmente distribuídas, o utilizados mesmo antes de se recolher a amostra, isto é, de-
que é outra razão por que a distribuição normal representa ve-se planejar a experiência que nos vai permitir recolher os
uma “característica geral” da realidade empírica. O proble- dados, de modo que, posteriormente, se possa extrair o má-
ma pode surgir quando se tenta usar um teste baseado na ximo de informação relevante para o problema em estudo, ou
distribuição normal para analisar dados de variáveis que seja, para a população de onde os dados provêm. Quando
não são normalmente distribuídas. Em tais casos há duas de posse dos dados, procura-se agrupá-los e reduzi-los, sob
opções. Primeiramente, pode-se usar algum teste “não pa- forma de amostra, deixando de lado a aleatoriedade presen-
ramétrico” alternativo (ou teste “livre de distribuição”); mas te. Seguidamente o objetivo do estudo estatístico pode ser o
isso é freqüentemente inconveniente porque tais testes são de estimar uma quantidade ou testar uma hipótese, utilizan-
tipicamente menos poderosos e menos flexíveis em termos do-se técnicas estatísticas convenientes, as quais realçam
dos tipos de conclusões que eles podem proporcionar. Alter- toda a potencialidade da Estatística, na medida em que vão
nativamente, em muitos casos ainda se pode usar um teste permitir tirar conclusões acerca de uma população, basean-
baseado na distribuição normal se apenas houver certeza do-se numa pequena amostra, dando-nos ainda uma medida
de que o tamanho das amostras é suficientemente grande. do erro cometido.

Raciocínio Matemático
34 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Exemplo: Ao chegarmos a uma churrascaria, não pre- Amostragem: é o processo que procura extrair da po-
cisamos comer todos os tipos de saladas, de sobremesas pulação elementos que através de cálculos probabilísticos ou
e de carnes disponíveis, para conseguirmos chegar a con- não, consigam prover dados inferenciais da população-alvo.
clusão de que a comida é de boa qualidade. Basta que seja Não Probabilística
provado um tipo de cada opção para concluirmos que es-
tamos sendo bem servidos e que a comida está dentro dos Acidental ou conveniência
padrões. Intencional

Técnicas de Amostragem. Quotas ou proporcional


Tipos de Amostragem Desproporcional
Qualquer estudo científico enfrenta o dilema de estu-
Probabilística
do da população ou da amostra. Obviamente teria-se uma
precisão muito superior se fosse analisado o grupo inteiro, Aleatória Simples
a população, do que uma pequena parcela representati- Aleatória Estratificada
va, denominada amostra. Observa-se que é impraticável
na grande maioria dos casos, estudar-se a população em Conglomerado
virtude de distâncias, custo, tempo, logística, entre outros
motivos. A alternativa praticada nestes casos é o trabalho - Não Probabilística: A escolha de um método não proba-
com uma amostra confiável. Se a amostra é confiável e pro- bilístico, via de regra, sempre encontrará desvantagem frente
porciona inferir sobre a população, chamamos de inferência ao método probabilístico. No entanto, em alguns casos, se faz
estatística. Para que a inferência seja válida, é necessária necessário a opção por este método. Fonseca (1996), alerta
que não há formas de se generalizar os resultados obtidos na
uma boa amostragem, livre de erros, tais como falta de de-
amostra para o todo da população quando se opta por este
terminação correta da população, falta de aleatoriedade e
método de amostragem.
erro no dimensionamento da amostra.
Quando não é possível estudar, exaustivamente, todos - Acidental ou Conveniência: Indicada para estudos explo-
os elementos da população, estudam-se só alguns elemen- ratórios. Frequentemente utilizados em super mercados para
tos, a que damos o nome de Amostra. testar produtos.
Exemplo: Se o objetivo for estudar o desempenho es- - Intencional: O entrevistador dirige-se a um grupo em
colar de um colégio, é indicado estudar as notas dos alu- específico para saber sua opinião. Por exemplo, quando de
nos ao final do ano letivo. A partir daí poderemos facilmente um estudo sobre automóveis, o pesquisador procura apenas
obter a percentagem de aprovações e reprovações. Agora, oficinas.
se entretanto o interesse for aprofundar o estudo, saber se
por exemplo o sucesso no estudo pode ser atribuído para - Quotas ou Proporcional: Na realidade, trata-se de uma
as alunas ou alunos, deveremos recolher não somente a variação da amostragem intencional. Necessita-se ter um pré-
informação relativa a nota do aluno que aprovou ou não, vio conhecimento da população e sua proporcionalidade. Por
mas também para cada um, o sexo. exemplo, deseja-se entrevistar apenas indivíduos da classe A,
que representa 12% da população. Esta será a quota para
o trabalho. Comumente também substratifica-se uma quota
Aprovados obedecendo a uma segunda proporcionalidade.D
Masculino 28%
- Desproporcional: Muito utilizada quando a escolha da
Feminino 13%
amostra for desproporcional à população. Atribui-se pesos
Total 41% para os dados, e assim obtém-se resultados ponderados re-
presentativos para o estudo.
Quando a amostra não representa corretamente a po-
pulação diz-se enviesada e a sua utilização pode dar ori- Exemplo: Em um mercado de telefones celulares, consi-
gem a interpretações erradas. derando uma fatia de mercado meramente ilustrativa, obteve-
Estatística Descritiva e Estatística Indutiva -se os resultados conforme descritos a seguir:
Marcas Participação no Elementos da Amostra
Sondagem: por vezes não é viável nem desejável, prin- mercado
cipalmente quando o número de elementos da população é n %
muito elevado, inquirir todos os seus elementos sempre que Nokia 60% 50 25%
se quer estudar uma ou mais características particulares
Ericson 20% 50 25%
dessa população. Assim surge o conceito de sondagem,
que se pode tentar definir como: Estudo científico de uma Gradiente 15% 50 25%
parte de uma população com o objetivo de estudar atitudes, Philips 05% 50 25%
hábitos e preferências da população relativamente a acon-
tecimentos, circunstâncias e assuntos de interesse comum. Total 100% 200 100%

Raciocínio Matemático
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Objetivando obtermos os pesos a serem atribuídos a


Dessa forma, consultar uma parte dos moradores
cada marca de telefone celular, para uma análise conjunta
(uma amostra) é uma alternativa bem razoável. Por que
de todas as marcas no exemplo acima, obtemos os seguin-
tes coeficientes: fazer amostragem? População grande, diminuir custo,
resultados mais rápidos, aumentar a representatividade,
melhorar a precisão (mais cuidado na obtenção dos da-
Marcas Pesos Número de elementos a dos), minimizar perdas por medidas destrutivas. Por que
serem entrevistados fazer censo? População pequena, precisão completa (não
Nokia 2,4 120 se permite erros), a observação já é completa.
Notação:
Ericson 0,8 40
N: tamanho da população
Gradiente 0,6 30 n: tamanho da amostra
Philips 0,2 10 X1,..., XN : elementos da população
x1,..., xn: elementos da amostra
Total 4,0 200
Características Populacionais: São aspectos (va-
Dimensionamento da amostra: Quando deseja-se di-
riáveis) da população que nós estamos interessados em
mensionar o tamanho da amostra, o procedimento desen-
analisar. Ex.: o grau de satisfação com o serviço 190 da
volve-se em três etapas distintas:
polícia.
- Avaliar a variável mais importante do grupo e a mais
significativa;
- Analisar se é ordinal, intervalar ou nominal; Elemento: É um objeto no qual as características de
- Verificar se a população é finita ou infinita; interesse podem ser medidas. Ex.: cada residente que
acionou a polícia através do 190.
População alvo (ou objetiva): É a coleção finita de
Variável intervalar e elementos sobre a qual desejamos fazer inferência, ou
população infinita seja, coletar informações. Ex.: todas as pessoas que acio-
naram a polícia pelo 190.
População de estudo (ou referenciada): É o grupo
Variável intervalar e de elementos do qual a amostra é selecionada, ou seja, é
população finita a população que deveria ser representada pela amostra.
Ex.: todas as pessoas que ligaram para o 190 considera-
Variável nominal ou das no cadastro que auxiliou à amostragem.
ordinal e população
infinita Unidades amostrais: São partes disjuntas da popu-
lação. A união dessas unidades deve constituir toda a po-
Variável nominal ou pulação referenciada e cada elemento da população só
ordinal e população finita pode pertencer a uma única unidade amostral. Ex.: cada
residente que acionou a polícia através do 190.

Obs.: A proporção (p) será a estimativa da verdadeira Sistema de referência (ou frame): É uma lista de
proporção de um dos níveis escolhidos para a variável ado- todas as unidades amostrais. Ex.: cadastro de todas as
tada. Por exemplo, 60% dos telefones da amostra é Nokia, pessoas que acionaram a polícia pelo 190.
então p será 0,60. A proporção (q) será sempre 1 - p.
Neste exemplo q, será 0,4. O erro é representado por d. Amostra: É uma coleção de unidades amostrais sele-
Para casos em que não se tenha como identificar as propor- cionadas do sistema de referência da pesquisa.
ções confere-se 0,5 para p e q.
Motivação: Muitas vezes estamos interessados em Amostra representativa: É uma amostra na qual
algumas características de uma população, por exemplo, qualquer elemento da população pode fazer parte dela.
qual a característica de uma região em Belo Horizonte?
Qual o perfil dos moradores dessa região? A consulta a População amostrada: É a população que dá origem
todos os moradores dessa região tornaria o levantamento à amostra final da pesquisa, conhecida somente após o
muito inviável por diversas razões (limitações):
trabalho de campo. Ex.: suponha que indo a campo não se
- Custo
consiga informações sobre algumas pessoas que usaram
- Tempo
o 190 selecionadas para entrevista, por recusa, ausência,
- Pessoal
- Comodidade morte, etc ou ainda que não estavam no frame, nesse
- Impossibilidade de observar todas as unidades amos- caso, a amostra final refletirá informações sobre uma nova
trais. população, que é a população amostrada.

Raciocínio Matemático
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Parâmetros populacionais: São medidas que sinteti- Seleção probabilística: São procedimentos de seleção
zam a informação dos elementos populacionais em relação de amostras nas quais cada unidade amostral tem associada
às características populacionais de interesse. Ex.: grau de uma probabilidade de seleção diferente de zero.
satisfação das pessoas que usaram o 190.
Seleção não-probabilística: São procedimentos de se-
Estimador: É qualquer função das observações amos- leção nos quais as unidades amostrais são escolhidas inten-
trais e que é utilizada para inferir sobre o parâmetro popula- cionalmente, ou até atingir-se uma cota, ou de algum outro
cional de interesse. Ex.: proporção das pessoas que estão modo, com isso algumas unidades amostrais tem probabili-
satisfeitas com o 190. dade zero de seleção.

Estimativa: É o valor numérico observado do estima- Planejamento de Pesquisa


dor. Ex.: 68% das pessoas que acionaram o 190 estão sa-
tisfeitas. Para que se possa fazer uma pesquisa por amostragem
com qualidade é necessário definir-se claramente:
Variação amostral: É a variação que acontece quando - Os objetivos gerais da pesquisa;
amostras com unidades amostrais diferentes produz esti- - As populações alvo e de estudo, além de subpopula-
mativas diferentes. ções de interesse;
- As características populacionais e os parâmetros de
Erro de estimação (erro de amostragem): É a quan- interesse;
tidade: - A unidade amostral e o sistema de referência de cada
estágio de seleção da amostra;
- O método de amostragem a ser empregado na seleção
da amostra; os estimadores e seus erros de estimação; ta-
Onde = parâmetro populacional de interesse manho de amostras;
- O método de coleta de informações a ser empregado
= estimador de
em campo, ou seja, entrevistas pessoais, por telefone, pelo
correio, internet, etc.
Esse erro acontece devido ao fato de que a amostra
- O instrumento de medida a ser utilizado na coleta de
não pode fornecer uma informação completa sobre a carac-
informações, ou seja, um medidor físico. Exemplo: questio-
terística populacional medida. Tal erro pode ser controlado
nário;
através da escolha adequada do procedimento de amos-
tragem a ser utilizada na coleta de dados e do tamanho da
Se o instrumento for um questionário, as questões pre-
amostra.
cisam ser cuidadosamente formuladas e testadas de modo
Erros não devidos à amostragem: São erros que po- a evitar-se dupla interpretação, constrangimentos, respostas
dem aparecer nas pesquisas e são mais difíceis de serem incorretas, etc.
controlados. - Procedimentos a serem adotados pelos responsáveis
a) Erros de campo: Não respostas, informações impre- pela coleta de informações em campo para diminuir a taxa
cisas, efeitos dos entrevistadores, etc. de não resposta, ou os erros não amostrais;
b) Erros de planejamento: Sistemas de referências não - A população amostrada;
adequados, escolha incorreta do método de seleção de uni- - Além disso é necessário ter uma equipe de trabalho
dades amostrais, vício na seleção das unidades amostrais, muito bem escolhida, treinada e organizada;
deficiência dos questionários, etc. - É essencial que se tenha manuais de instrução para
A invalidação ou não da extensão dos resultados da o pessoal encarregado da coleta de dados e supervisores
pesquisa devido a “não resposta” dependerá: preparados para resolver situações inesperadas;
a) do volume de não respondentes; - Processamento de dados: escolher bem a forma de en-
b) de uma análise criteriosa sobre a diferença de perfil trar com os dados no sistema para não dificultar a análise
dos respondentes em relação aos não respondentes. estatística posterior dos dados;
- Deve-se ter bons digitadores bem treinados, manual de
Amostragem: É o processo de seleção de uma amos- digitação com dicionários de variáveis e códigos de digitação;
tra. - Os erros de digitação e a consistência dos dados preci-
sam ser verificados;
Plano amostral: É o protocolo que descreve todos os
métodos e medidas envolvidos na execução da amostra- Principais casos de amostragem não-probabilística
gem. O plano amostral contém todas as informações, como
o método usado para seleção da amostra, erro de estima- - Inacessibilidade a toda população: quando o pesquisa-
ção e tamanho de amostra, estimadores usados na pesqui- dor não tem acesso a toda população de estudo, somente
sa, etc. uma parte dela está disponível. Exemplo: população de usu-
ários de drogas de Belo Horizonte (não existe cadastro).

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- Material contínuo: devido a característica da continuidade é impossível realizar sorteio. Exemplo: Retirar amostras de
água em diferentes pontos de um rio para avaliar a poluição.
- Amostragem por quotas: Inclui unidades amostrais na amostra segundo diversas características da população e nas
mesmas proporções que figuram na população. Exemplo: idade, sexo, nível sócio-econômico, etc.
- Amostragem por julgamento (ou conveniência): Inclui na amostra as unidades estatísticas que poderão proporcionar
uma representatividade da população, de acordo com a lógica, senso comum ou um julgamento equilibrado.
- Amostragem por voluntário: Quando o indivíduo se apresenta para fazer parte da amostra. É um método muito apli-
cado em pesquisas médicas.
- A esmo (ou sem norma): O pesquisador procura ser aleatório sem, no entanto, realizar propriamente o sorteio. Exem-
plo: Misturar 10000 parafusos e retirar 100.

Algumas Técnicas de Amostragem Probabilística

Amostragem Aleatória Simples (AAS): Indicada quando:


- uma amostra de tamanho n é selecionada de uma população de tamanho N no qual todas as amostras possíveis de
tamanho n tem a mesma probabilidade de ser selecionada.
- a lista de todos os elementos que compõem a população-alvo é conhecida.
- a população-alvo é homogênea em relação à variável de interesse.
Procedimento:
Þ Enumerar de 1 a N, os elementos da população.
Þ Sortear n números compreendidos entre 1 e N.

O mecanismo aleatório de seleção dos números poderia ser, por exemplo, um gerador computacional ou uma tabela
de números aleatórios.
- Os elementos correspondentes aos números sorteados formarão a amostra.
Exemplo: Os dados a seguir referem-se aos diâmetros (mm) de 30 eixos produzidos por uma indústria automobilística.

26 32 26 19 20 22 30 31 17 20 16 17 28 15 26 19 14 16 16 26 27 31 13 26 18 29 18 16 21 24
Extrair, sem reposição, uma amostra aleatória de tamanho n = 5.
Solução:

Eixo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Diâmetro 26 32 26 19 20 22 30 31 17 20 16 17 28 15 26
Eixo 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Diâmetro 19 14 16 16 26 27 31 13 26 18 29 18 16 21 24

Sorteio: 26 15 03 07 06
Diâmetro: 29 26 26 30 22

Amostragem Estratificada (AAE): Este tipo de amostragem deve ser utilizado quando os elementos da população
podem ser divididos em grupos não-superpostos e homogêneos em relação à característica que se quer medir (em relação
à variável de interesse).
O objetivo da amostragem aleatória estratificada é formar estratos homogêneos e então realizar amostragem aleatória
simples dentro de cada estrato.
Essa forma de amostragem é uma das mais utilizadas, já que a maioria das populações tem estratos bem definidos:
os homens e as mulheres; os alunos das escolas X, Y, Z; os operários pertencentes às classes salariais 1, 2, 3, 4 etc. Os
estratos devem ser heterogêneos entre si e, homogêneos internamente.

Procedimento:
- Primeiro divide a população alvo em L estratos (ou grupos)
Seja: Ni= número de unidades amostrais no estrato i;
N=N1+N2+...+NL N é o nº de unidades amostrais na população
- Selecionamos uma AAS dentro de cada estrato
O mais comum é utilizar-se amostragem estratificada proporcional, que consiste em selecionar os elementos da amos-
tra entre os vários estratos em número proporcional ao tamanho de cada um dos estratos.

Raciocínio Matemático
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Procedimento:
- Calcula-se a fração de amostragem: f = n/N
- O número de elementos a serem sorteados em cada estrato será:
n1 = N1f , n2 = N2f , ...., nL = NLf

Exemplo: Considere a população dos funcionários de uma indústria (N=50.000).


Desejamos estimar o salário médio de um funcionário desta indústria usando uma amostra de tamanho n=2500 funcio-
nários. A população é heterogênea com relação a variável de interesse, pois o salário varia muito dependendo do cargo.
(n=2500).

Cargo N Salário
Chefe de seção 5000 Alto
Operário especializado 15000 Médio
Operário não especializado 30000 Baixo
Total 50000

Podemos formar estratos de acordo com o cargo. Assim teremos estratos homogêneos com relação ao salário e
teremos heterogeneidade entre os estratos. Selecionar os elementos da amostra entre os vários estratos em número
proporcional ao tamanho de cada um deles fração de amostragem: f = n/N = 2500/50000 = 0,05
O número de elementos a serem sorteados em cada estrato será: n1 = fN1 = 0,05.5000 = 250; n2 = 0,05.15000 = 750;
n3 = 0,05.30000 = 15000
Usando o frame, sortear 250 chefes de seção, 750 operários especializados e 15000 operários não especializados.
Exemplo: Na execução de uma rede elétrica, uma firma especializada utiliza eletrodutos de dois tipos: E e F. Em uma
análise do custo do material, foram consideradas 30 faturas, representadas a seguir pelo preço de 10 m de eletroduto:
E: 710 710 715 715 755 760
F: 750 750 750 750 755 760 760 765 765 765 765 765 770 770 770 785 785 790 790 795 795 800 810 820
Extrair, sem reposição, uma amostra estratificada proporcional de tamanho n = 8.
Solução:

Eletroduto 1 2 3 4 5 6
Fatura 710 710 715 715 755 760

Tipo E:

Eletroduto 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Fatura 750 750 750 750 755 760 760 765 765 765 765 765
Eletroduto 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Fatura 770 770 770 785 785 790 790 795 795 800 810 820

Tipo F: f = 8/30 = 0,27; n1 = 6.0,27 = 1,62 @ 2; n2 = 24.0,27 = 6,48 @ 6

Sorteio no frame 03 01 01 10 02 04 24 07
Tipo E E F F F F F F
Fatura - Amostra 715 710 750 765 750 750 820 760

Vantagens da AAE sobre a AAS:


- Pode fornecer estimativas mais precisas para a mesma amostra de tamanho n, em particular, as observações em
cada estrato são quase homogêneas;
- Pode reduzir o custo tal como requisitar tamanhos amostrais pequenos;
- Podemos estar interessados em subgrupos (estratos) tal como a população completa.

Raciocínio Matemático
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Amostragem Sistemática (AS): Utilizada quando temos os elementos de uma população ordenada, e a retirada dos
elementos da amostra é feita periodicamente.
Ex.: os prédios de uma rua, as linhas de produção, listas telefônicas, etc.

Procedimento:
- Define-se o intervalo de amostragem r = N/r
- Sorteia-se o primeiro elemento K, 1£ K £ r, e os demais serão definidos pela soma de r.
A amostra sistemática de tamanho n será constituída dos elementos de ordem K, K + r, K + 2r, ..., K + (n – 1)r.

Exemplo: 100 casas em uma rua, queremos sortear 6.


Solução: N = 100, n = 6 , r = 100/6 = 16,6 @ 17.
Número sorteado K = 14
A amostra será constituída dos elementos de ordem: 14 31 48 65 82 99.
Se o tamanho da população é desconhecido, não podemos determinar exatamente o valor de r. Escolheremos intui-
tivamente um valor razoável para r.
Às vezes a amostragem sistemática é preferida à amostragem aleatória simples pois acarreta economia de tempo e
dinheiro, além de ter grande facilidade de determinação dos elementos da amostra.
Vantagem: amostra-se uniformemente todo o espaço.

Amostragem por Conglomerado (ou Clusters) (AC): É uma amostra probabilística em que cada unidade amostral
é uma coleção, ou grupo de elementos.
Exemplo: Um quarteirão de uma cidade, que consiste de uma coleção (ou conglomerado) de domicílios.
O primeiro passo para se usar esse processo é especificar conglomerados apropriados, que idealmente são hetero-
gêneos internamente e semelhantes entre si.
Nesse caso, a seleção de um pequeno número de conglomerados com um grande número de elementos é suficiente
para representar a população.
A amostra por conglomerado é muito útil quando:
- Não se dispõe de um bom frame, ou sua obtenção é muito complicada;
- Quando a distância geográfica entre os elementos eleva demais o custo de obter uma observação.
Na AAE seleciona-se uma AAS (de indivíduos) dentro de cada estrato;
Na AC selecionam-se AAS de grupos, e todos os indivíduos dentro dos grupos selecionados farão parte da amostra.
Exemplo: Estamos interessados no salário médio dos operários da indústria automobilística.
Solução:
- Amostragem aleatória simples é inviável, pois pressupõe uma listagem de todos os operários de todas as montado-
ras, o que é difícil de se obter.
- Amostragem estratificada é também inviável, já que aqui também é necessária uma listagem dos elementos por
estrato.
- A melhor escolha é amostragem por conglomerado. Cada montadora é um conglomerado. Assim temos heterogenei-
dade dentro dos conglomerados com relação ao salário e entre os conglomerados existe homogeneidade. Extrai-se uma
amostra aleatória simples de montadoras e nelas pesquisa-se o salário de todos os funcionários.

Exemplo: Um estatístico contratado pela prefeitura deseja estimar a renda média por domicílio em uma determinada
cidade do estado Paraná. Como ele deve escolher a amostra?

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Solução: Se ele utilizar a AAS, precisará ter uma lista Exemplo:


com todos os domicílios desta cidade (solução muitas ve- Consideremos a seguinte tabela
zes impossível ou muito cara). Se utilizar então a AAE, ele
também precisará desta lista contendo todos os domicílios Nome Sexo Nome Sexo
em cada estrato. Porém, ele utilizando esta amostragem
por conglomerados, poderia dividir a cidade em regiões tais Paula F Gonçalo M
como quarteirões, bairros (conglomerados de elementos) e Manuel M Pedro M
selecionar uma AAS de bairros da população. Depois pode-
Carla F Cristina F
ria observar a renda de todos os domicílios dentro de cada
bairro. Vemos que desta forma o custo de se realizar esta Maria F Sofia F
entrevista seria menor, pois os elementos dentro de um con- João M Susana F
glomerado estariam geograficamente mais próximos uns dos
outros, diminuindo assim as despesas com transporte. Temos,
Sexo Masculino:
Exemplo: Pretende-se fazer uma pesquisa de opinião, Frequência absoluta : 4
envolvendo famílias de uma determinada cidade. Frequência relativa: 4 em 10 = 40%
Solução: Como é muito difícil obter um cadastro de to-
das as famílias, pode-se planejar uma amostra da seguin- Sexo Feminino:
te forma: com um mapa da cidade delimita-se os bairros e Frequência absoluta : 6 ]
as quadras; toma-se como unidade amostral, primeiramen- Frequência relativa: 6 em 10 = 60%
te os bairros e dentre eles sorteia-se uma amostra casual
simples. Em seguida, tomando-se como unidade amostral, Neste exemplo, a frequência acumulada não tem muita
as quadras dos bairros selecionadas fazem-se, novamente, utilidade pois o Sexo é uma variável nominal, não havendo
um sorteio. Ao conjunto de famílias que habitam as quadras desta forma, “categorias anteriores”.
sorteadas dá-se o nome de conglomerado, sendo elas que
serão investigadas na pesquisa. Assim a tabela de frequências da variável Sexo será:

Frequência e Tabela de frequências


variável freq. absoluta (n) freq. relativa (%)
A frequência absoluta, ou apenas frequência, de um Sexo
valor é o número de vezes que uma determinada variável as-
M 4 40%
sume esse valor. Ao conjunto das frequências dos diferentes
valores da variável dá-se o nome de distribuição da frequên- F 6 60%
cia (ou apenas distribuição). Total 10 100%

A frequência relativa, é a percentagem relativa à fre- Fonte: http://stat2.med.up.pt/cursop/glossario fre-


quência. quencia.html
Medidas de Posição e de Variabilidade
A frequência acumulada de um valor, é o numero de
vezes que uma variável assume um valor inferior ou igual a Como o próprio nome indica, são medidas que indicam
esse valor. a localização dos dados. O objetivo não é o cálculo das
medidas, mas, sim, explorar propriedades e relações entre
A frequência relativa acumulada, é a percentagem re- três das principais medidas de posição.
lativa à frequência acumulada.
Média Aritmética Simples: é calculada somando-se
A tabela de frequências é uma forma de representação os valores de todas as observações e dividindo-se essa
da frequência de cada valor distinto da variável. Juntamente soma pelo número de observações. Equivale a dividir o total
com as frequências, esta poderá incluir frequências relativas, das n observações em n partes iguais. ––
frequências acumuladas e frequências relativas acumuladas.
Mediana: é o valor que divide o conjunto de dados
De uma forma geral, a tabela de frequências é usada em duas partes tais que abaixo e acima da mediana en-
para variáveis categóricas, uma vez que no caso de uma va- contram-se 50% das observações. O cálculo da mediana
riável contínua a maior parte dos valores terá frequência 1, requer que os dados estejam ordenados. Se o número de
o que não resolve o problema inicial de se resumir a infor- observações for ímpar, a mediana é o valor central; se o
mação. número de observações for par, a mediana é a média dos
Neste caso, pode-se agrupar os valores da variável con- dois valores centrais.
tínua em intervalos, transformado-a numa variável categórica Moda: é o valor mais frequente.
e assim ter mais sentido a tabela de frequências respectiva.

Raciocínio Matemático
41 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Média Aritmética A média amostral ou simplesmente média, que se re-


presenta por é uma medida de localização do centro da
É o quociente da soma de todos os dados pelo efetivo amostra, e obtém-se a partir da seguinte expressão: onde
total. x1, x2, ..., xn representam os elementos da amostra e n a sua
dimensão.

Medidas de Tendência Central: As mais importante


medidas de tendência central são a média aritmética, média Se as observações se encontram agrupadas, então um
aritmética para dados agrupados, média aritmética ponde- valor aproximado para a média é dado pela seguinte ex-
rada, mediana, moda, média geométrica, média harmônica, pressão. Onde: k é o número de classes do agrupamento
quartis. Quando se estuda variabilidade, as medidas mais ni é a frequência absoluta da classe i yi é o ponto médio da
importantes são: amplitude, desvio padrão e variância. classe i, o qual é considerado como elemento representa-
tivo da classe.

- Média Aritmética:

- Média Aritmética para dados agrupados:

- Média Aritmética Ponderada: A média será sempre uma medida representativa dos
dados? Ao determinar a média dos seguintes dados obte-
- Mediana: Se n é impar, o valor é central; Se n é par, o ve-se o valor = 24.1
valor é a média dos dois valores centrais.
12.4 13.5 13.6 11.2 15.1 10.6 12.4 14.3 113.5
- Moda: Valor que ocorre com mais frequência.
Embora todos os dados, menos um, estejam no interva-
- Média Geométrica:
lo [10.6, 15.1], o valor obtido para a média está “bem afas-
tado” daquele intervalo! O que aconteceu é que a média é
muito sensível a valores muito grandes ou muito pequenos.
No caso do exemplo foi o valor 113.5 que inflacionou a mé-
- Média Harmônica:
dia. Além disso, temos razões para pensar que pode ter ha-
vido um erro ao digitar o valor 113.5, digitando um 1 a mais.
- Quartil:
E se em vez de 113.5 o valor correto fosse 13.5, qual o
valor da média? Ao determinar a média dos seguintes da-
dos: 12.4 13.5 13.6 11.2 15.1 10.6 12.4 14.3 13.5, obteve-se
o valor da média = 13.0, significativamente diferente do
obtido no caso anterior.
Sendo a média uma medida tão sensível aos dados,
é preciso ter cuidado com a sua utilização, pois pode dar
Sendo a média uma medida tão sensível aos dados,
uma imagem distorcida dos dados. Pode-se mostrar, que
é preciso ter cuidado com a sua utilização, pois pode dar
quando a distribuição dos dados é “normal”, então a melhor
uma imagem distorcida dos dados, que pretende represen-
medida de localização do centro, é a média.
tar. Para além do fato de ser uma medida muito simples
Sendo a Distribuição Normal uma das distribuições
de calcular, existirá alguma outra razão, que a torne uma
mais importantes e que surge com mais frequência nas apli-
medida tão “popular”?
cações, (esse fato justifica a grande utilização da média).
Pode-se mostrar (e essa demonstração faz parte da
A média possui uma particularidade bastante interes-
Estatística Indutiva), que quando a distribuição dos dados é
sante, que consiste no seguinte: se calcularmos os desvios
“normal”, então a melhor medida de localização do centro,
de todas as observações relativamente à média e somar-
é a média.
mos esses desvios o resultado obtido é igual a zero.
Ora sendo a Distribuição Normal uma das distribuições
A média tem uma outra característica, que torna a sua
mais importantes e que surge com mais frequência nas apli-
utilização vantajosa em certas aplicações: Quando o que se
cações, esse fato justifica a grande utilização da média.
pretende representar é a quantidade total expressa pelos
Esquematicamente podemos posicionar a média da for-
dados, utiliza-se a média. Na realidade, ao multiplicar a mé-
ma seguinte, tendo em conta a representação gráfica na
dia pelo número total de elementos, obtemos a quantidade
forma de histograma.
pretendida.

Raciocínio Matemático
42 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Exemplo: Suponhamos que numa festa foram distri-


buídos berlindes pelos meninos presentes. Os berlindes
eram lançados ao ar e quem mais corria mais apanhava.
No fim fez-se a contagem e verificou-se a seguinte distri-
buição sobre os números de berlindes que cada menino
Figura aproximadamente simétrica, pelo que o centro está conseguiu apanhar:
bem definido. João 8
Filipa 7
Ana 3
Maria 5
Teresa 4
David 6
O enviesamento para a direita provoca que a média seja
deslocada para a direita. A cada menino coube em média 5.5 berlindes. Houve
meninos que apanharam menos berlindes do que a mé-
dia, enquanto que outros apanharam mais. Os meninos
que apanharam mais berlindes resolveram dividir com os
que apanharam menos de forma a ficarem todos com a
mesma quantidade. Terão conseguido? Exemplo (res-
posta):

Calculando os desvios relativamente à média, temos:


O enviesamento para a esquerda provoca uma desloca-
ção da média para a esquerda.
Desvio
Exemplo: Considerando os valores 2, 3, 3 e 4 fomos cons-
João 8 8 - 5.5 = 2.5
truir um diagrama de barras e posicionar a média e posterior-
mente alteramos um desses valores para estudar o compor- Filipa 7 7 - 5.5 = 1.5
tamento da média. Ana 3 3 - 5.5 = -2.5
Maria 5 5 - 5.5 = -0.5
Teresa 4 4 - 5.5 = -1.5
David 6 6 - 5.5 = 0.5
-0.5 -1.5 + 0.5 + 2.5 + 1.5 -2.5 = 0

Graficamente temos:

Um diagrama de barras (ou histograma) comporta-se


como um balancé em que o ponto de apoio é a média. Ao
contrário da mediana, como se verá adiante, a percentagem
de elementos para um e outro lado da média não é necessa-
riamente igual a 50%.

Particularidade: A média goza de uma particularidade


O resultado anterior verifica-se porque a soma dos
interessante e que consiste no seguinte: se calcularmos os
desvios de todas as observações relativamente à média e so- desvios positivos é igual à soma dos desvios negativos.
marmos esses desvios o resultado obtido é igual a zero. A média tem uma outra característica, que torna a sua
utilização vantajosa em certas aplicações:

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Quando o que se pretende representar é a quantidade A mediana, m, é uma medida de localização do centro
total expressa pelos dados, utiliza-se a média. Na realida- da distribuição dos dados, definida do seguinte modo:
de, ao multiplicar a média pelo nº total de elementos, obte- Ordenados os elementos da amostra, a mediana é o
mos a quantidade pretendida. valor (pertencente ou não à amostra) que a divide ao meio,
isto é, 50% dos elementos da amostra são menores ou
Vejamos de outra forma: ...Tenho algumas quantias em iguais à mediana e os outros 50% são maiores ou iguais à
quatro Bancos, que pretendo distribuir pelos meus quatro mediana.
filhos ...Qual o melhor processo? Para que fiquem todos Para a sua determinação utiliza-se a seguinte regra,
satisfeitos darei a cada um a média dessas quantias. Mas depois de ordenada a amostra de n elementos:
cuidado com as medidas de localização. - Se n é ímpar, a mediana é o elemento médio.
Suponha que numa região começaram a aparecer pes- - Se n é par, a mediana é a semi-soma dos dois ele-
soas com uma virose desconhecida. Os médicos do Centro mentos médios.
de Saúde dessa região procuraram recolher alguma infor- Se se representarem os elementos da amostra orde-
mação sobre as pessoas atacadas por essa doença. Foi nada com a seguinte notação: X1:n, X2:n, ..., Xn:n; então uma
recolhida uma amostra de 34 desses doentes a quem se expressão para o cálculo da mediana será:
perguntou, entre outras características, a idade. Depois de
analisados os dados os médicos foram informados que a
idade média dos doentes era de 32 anos. Um dos médicos,
mais curioso que os outros pediu que lhe mostrassem a dis-
tribuição dos dados, tendo-lhe sido apresentada a seguinte
distribuição.
Perante a representação anterior (bimodal) o médico
não teve dúvidas em pôr de parte a média, assim como
qualquer outra medida de localização do centro da amostra.
Efetivamente para dados deste tipo é enganador qual- Como medida de localização, a mediana é mais robusta
quer medida de localização do centro da distribuição. O que do que a média, pois não é tão sensível aos dados. Consi-
o médico concluiu imediatamente foi, que a doença ataca deremos o seguinte exemplo: um aluno do 10º ano obteve
crianças e pessoas da 3ª idade. as seguintes notas: 10, 10, 10, 11, 11, 11, 11, 12. A média e
a mediana da amostra anterior são respectivamente.
=10.75 e =11

Admitamos que uma das notas de 10 foi substituída por


uma de 18. Neste caso a mediana continuaria a ser igual a
11, enquanto que a média subiria para 11.75.

Mediana: é o valor que tem tantos dados antes dele,


Média e Mediana: Se se representarmos os elementos
como depois dele. Para se medir a mediana, os valores de-
da amostra ordenada com a seguinte notação: X1:n, X2:n,
vem estar por ordem crescente ou decrescente. No caso do
..., Xn: “n” então uma expressão para o cálculo da mediana
número de dados ser ímpar, existe um e só um valor central
será:
que é a mediana. Se o número de dados é par, toma-se a
Como medida de localização, a mediana é mais robusta
média aritmética dos dois valores centrais para a mediana.
do que a média, pois não é tão sensível aos dados.
É uma medida de localização do centro da distribuição
- Quando a distribuição é simétrica, a média e a media-
dos dados, definida do seguinte modo: Ordenados os ele-
na coincidem.
mentos da amostra, a mediana é o valor (pertencente ou
- A mediana não é tão sensível, como a média, às ob-
não à amostra) que a divide ao meio, isto é, 50% dos ele-
servações que são muito maiores ou muito menores do que
mentos da amostra são menores ou iguais à mediana e os
as restantes (outliers). Por outro lado a média reflete o valor
outros 50% são maiores ou iguais à mediana.
de todas as observações.
Para a sua determinação utiliza-se a seguinte regra, de-
A média ao contrário da mediana, é uma medida muito
pois de ordenada a amostra de n elementos: Se n é ímpar,
influenciada por valores “muito grandes” ou “muito peque-
a mediana é o elemento médio. Se n é par, a mediana é a
nos”, mesmo que estes valores surjam em pequeno número
semi-soma dos dois elementos médios.

Raciocínio Matemático
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na amostra. Estes valores são os responsáveis pela má Resolução: = = (75.23+100.58+...+400.7+1700.2)/1


utilização da média em muitas situações em que teria mais 60 = 156,10
significado utilizar a mediana. Resolução: euros. m = semi-soma dos elementos de
A partir do exposto, deduzimos que se a distribuição ordem 80 e 81 = 100 euros.
dos dados: Comentário: O fato de termos obtido uma média de
- for aproximadamente simétrica, a média aproxima-se 156,10 e uma mediana de 100, é reflexo do fato de exis-
da mediana. tirem alguns, embora poucos, salários muito altos, relati-
- for enviesada para a direita (alguns valores grandes vamente aos restantes. Repare-se que, numa perspectiva
como “outliers”), a média tende a ser maior que a mediana. social, a mediana é uma característica mais importante do
- for enviesada para a esquerda (alguns valores pe- que a média. Na realidade 50% dos trabalhadores têm sa-
quenos como “outliers”), a média tende a ser inferior à me- lário menor ou igual a 100 €, embora a média de 156,10 €
diana. não transmita essa ideia.
Vejamos de uma outra forma: Sabes, quando a dis-
tribuição dos dados é simétrica ou aproximadamente si-
métrica, as medidas de localização do centro da amostra
(média e mediana) coincidem ou são muito semelhantes.
O mesmo não se passa quando a distribuição dos dados
é assimétrica, fato que se prende com a pouca resistência
da média.

Representando as distribuições dos dados (esta ob-


servação é válida para as representações gráficas na for-
ma de diagramas de barras ou de histograma) na forma de
uma mancha, temos, de um modo geral:

Dado um histograma é fácil obter a posição da media-


na, pois esta está na posição em que passando uma linha
vertical por esse ponto o histograma fica dividido em duas
partes com áreas iguais.
Moda: é o valor que ocorre mais vezes numa distri-
buição, ou seja, é o de maior efetivo e, portanto, de maior
frequência. Define-se moda como sendo: o valor que sur-
ge com mais frequência se os dados são discretos, ou, o
intervalo de classe com maior frequência se os dados são
contínuos. Assim, da representação gráfica dos dados,
obtém-se imediatamente o valor que representa a moda
ou a classe modal. Esta medida é especialmente útil para
reduzir a informação de um conjunto de dados qualitati-
Como medida de localização, a mediana é mais resis- vos, apresentados sob a forma de nomes ou categorias,
tente do que a média, pois não é tão sensível aos dados. para os quais não se pode calcular a média e por vezes a
- Quando a distribuição é simétrica, a média e a me- mediana.
diana coincidem. Para um conjunto de dados, define-se moda como
- A mediana não é tão sensível, como a média, às ob- sendo: o valor que surge com mais frequência se os dados
servações que são muito maiores ou muito menores do são discretos, ou, o intervalo de classe com maior frequ-
que as restantes (outliers). Por outro lado a média reflete o ência se os dados são contínuos. Assim, da representação
valor de todas as observações. gráfica dos dados, obtém-se imediatamente o valor que
Assim, não se pode dizer em termos absolutos qual representa a moda ou a classe modal.
destas medidas de localização é preferível, dependendo
do contexto em que estão a ser utilizadas.
Exemplo: Os salários dos 160 empregados de uma
determinada empresa, distribuem-se de acordo com a se-
guinte tabela de frequências:

Salário (em euros) 75 100 145 200 400 1700


Frequência absoluta 23 58 50 20 7 2 Esta medida é especialmente útil para reduzir a infor-
Frequência acumulada 23 81 131 151 158 160 mação de um conjunto de dados qualitativos, apresenta-
dos sob a forma de nomes ou categorias, para os quais
Calcular a média e a mediana e comentar os resulta- não se pode calcular a média e por vezes a mediana (se
dos obtidos. não forem susceptíveis de ordenação).

Raciocínio Matemático
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Quartis: Generalizando a noção de mediana m, que como vimos anteriormente é a medida de localização, tal que
50% dos elementos da amostra são menores ou iguais a m, e os outros 50% são maiores ou iguais a m, temos a noção de
quartil de ordem p, com 0<p<1, como sendo o valor Qp tal que 100p% dos elementos da amostra são menores ou iguais
a Qp e os restantes 100 (1-p)% dos elementos da amostra são maiores ou iguais a Qp.
Tal como a mediana, é uma medida que se calcula a partir da amostra ordenada.
Um processo de obter os quartis é utilizando a Função Distribuição Empírica.
Generalizando ainda a expressão para o cálculo da mediana, temos uma expressão análoga para o cálculo dos quar-
tis:

Qp =

onde representamos por [a], o maior inteiro contido em a.

Aos quartis de ordem 1/4 e 3/4 , damos respectivamente o nome de 1º quartil e 3º quartil. Exemplo: Tendo-se decidido
registrar os pesos dos alunos de uma determinada turma prática do 10º ano, obtiveram-se os seguintes valores (em kg):

52 56 62 54 52 51 60 61 56 55 56 54 57 67 61 49

a) Determine os quantis de ordem 1/7, 1/2 e os 1º e 3º quartis.


b) Um aluno com o peso de 61 kg, pode ser considerado “normal”, isto é nem demasiado magro, nem demasiado
gordo?
Resolução: Ordenando a amostra anterior, cuja dimensão é 16, temos:

49 51 52 52 54 54 55 56 56 56 57 60 61 61 62 67

a) 16 . 1/7 = 16/7, onde [16/7] = 2 e Q1/7 = x3 : 16 = 52


16 . 1/4 = 4, onde Q1/2 = [x8 : 16 + x9 : 16]/2 = 56
16 . 1/2 = 8, onde Q1/4 = [x4 : 16 + x5 : 16]/2 = 53
16 . 3/4 = 12, onde Q3/4 = [x12 : 16 + x13 : 16]/2 = 60.5

b) Um aluno com 61 kg pode ser considerado um pouco “forte”, pois naquela turma só 25% dos alunos é que têm peso
maior ou igual a 60.5 kg.

MEDIDAS DE DISPERSÃO: VARIÂNCIA E DESVIO PADRÃO

No estudo da Estatística, dispomos de algumas estratégias para verificar se os valores apresentados em um conjunto
de dados estão dispersos ou não e o quão distantes um do outro eles podem estar. As ferramentas empregadas para que
isso seja possível são classificadas como medidas de dispersão e denominadas de variância e desvio padrão. Vejamos
o que representa cada uma delas:

Raciocínio Matemático
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Variância: 4
• Dado um conjunto de dados, a variância é uma me- 8° ano → x = 11 + 9 + 5 + 10 = 35 = 8,75.
dida de dispersão que mostra o quão distante cada valor 44
desse conjunto está do valor central (médio). 9° ano → x = 8 + 13 + 9 + 4 = 34 = 8,50.
• Quanto menor é a variância, mais próximos os va- 4
lores estão da média; mas quanto maior ela é, mais os Para calcular a variância da quantidade de alunos aci-
valores estão distantes da média. ma da média em cada turma, utilizamos uma amostra, por
• Considere que x1, x2, …, xn são os n elementos de isso empregamos a fórmula da variância amostral:
uma amostra e que x é a média aritmética desses elemen-
tos. O cálculo da variância amostral é dado por: Var. amostral = (x1 – x)² + (x2 – x)² + (x3 – x)² + ... +
(xn – x)²
Var. amostral = (x1 – x)² + (x2 – x)² + (x3 – x)² + ... + n–1
(xn – x)² ​n – 1
6° ano → Var = (5 – 7,50)² + (8 – 7,50)² + (10 – 7,50)²
• Se, em contrapartida, quisermos calcular a variân- + (7 – 7,50)²
cia populacional, consideraremos todos os elementos da 4–1
população, e não apenas de uma amostra. Nesse caso, o
cálculo possui uma pequena diferença. Observe: Var = (– 2,50)² + (0,50)² + (2,50)² + (– 0,50)²
3
Var. populacional = (x1 – x)² + (x2 – x)² + (x3 – x)² + ... Var = 6,25 + 0,25 + 6,25 + 0,25
+ (xn – x)² n 3
Desvio Padrão:
• O desvio padrão é capaz de identificar o “erro” em um Var = 13,00
conjunto de dados, caso quiséssemos substituir um dos 3
valores coletados pela média aritmética.
• O desvio padrão aparece junto à média aritmética, Var = 4,33
informando o quão “confiável” é esse valor. Ele é apresen-
tado da seguinte forma: 7° ano → Var = (8 – 8,00)² + (6 – 8,00)² + (6 – 8,00)²
+ (12 – 8,00)²
Média aritmética (x) ± desvio padrão (dp) 4–1
• O cálculo do desvio padrão é feito a partir da raiz
quadrada positiva da variância. Portanto: Var = (0,00)² + (– 2,00)² + (– 2,00)² + (4,00)²
dp = √var 3
Vamos agora aplicar o calculo da variância e do desvio
padrão em um exemplo: Var = 0,00 + 4,00 + 4,00 + 16,00
Em uma escola, a direção decidiu observar a quan- 3
tidade de alunos que apresentam todas as notas acima
da média em todas as disciplinas. Para analisar melhor, a Var = 24,00
diretora Ana resolveu montar uma tabela com a quantida- 3
de de notas “azuis” em uma amostra de quatro turmas ao
longo de um ano. Observe a seguir a tabela organizada Var = 8,00
pela diretora:
8° ano → Var = (11 – 8,75)² + (9 – 8,75)² + (5 – 8,75)²
+ (10 – 8,75)²
4–1

Var = (2,25)² + (0,25)² + (– 3,75)² + (1,25)²


3

Var = 5,06 + 0,06 + 14,06 + 1,56


3

Antes de calcular a variância, é necessário verificar a Var = 20,74


média aritmética (x) da quantidade de alunos acima da 3
média em cada turma:
6° ano → x = 5 + 8 + 10 + 7 = 30 = 7,50. Var = 6,91
4
9° ano → Var = (8 – 8,50)² + (13 – 8,50)² + (9 – 8,50)²
7° ano → x = 8 + 6 + 6 + 12 = 32 = 8,00. + (4 – 8,50)²

Raciocínio Matemático
47 A Opção Certa Para a Sua Realização
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4–1 O coeficiente de variação é considerado baixo (apon-


Var = (– 0,50)² + (4,50)² + (0,50)² + (– 4,50)² tando um conjunto de dados bem homogêneos) quando for
3 menor ou igual a 25%. O fato de o coeficiente de variação
ser dado em valor relativo nos permite comparar séries de
Var = 0,25 + 20,25 + 0,25 + 20,25 valores que apresentam unidades de medida distintas.
3 Exemplo. Compare a variabilidade relativa do tempo
Var = 41,00 de reação de um analgésico A com a variabilidade do peso
3 das pessoas que se submeteram à dosagem desse anal-
gésico. As médias e os desvios padrão foram:
Var = 13,66
Analgésico A: X ̅=3 min e s = 0,7
Conhecida a variância de cada turma, vamos calcular Peso das pessoas: X ̅=58,25 kg e s = 5,17
agora o desvio padrão:
Solução: Vamos calcular o coeficiente de variação
7° ano 8° ano 9° ano para cada item observado.
6° ano
dp = √var dp = √var dp = √var Cálculo para o tempo de reação do analgésico:
dp = √var
dp = dp = dp =
dp = √4,33
√8,00 √6,91 √13,66
dp ≈ 2,08
dp ≈ 2,83 dp ≈ 2,63 dp ≈ 3,70

Para concluir sua análise, a diretora pode apresentar


os seguintes valores que indicam a quantidade média de Cálculo para o peso das pessoas:
alunos acima da média por turma pesquisada:

6° ano: 7,50 ± 2,08 alunos acima da média por bi-


mestre;
7° ano: 8,00 ± 2,83 alunos acima da média por bi-
mestre;
8° ano: 8,75 ± 2,63 alunos acima da média por bi-
Comparando o coeficiente de variação do tempo de
mestre;
reação do analgésico e o do peso das pessoas, podemos
9° ano: 8,50 ± 3,70 alunos acima da média por bi-
mestre; concluir que os dados referentes ao peso são mais con-
sistentes que os dados referentes ao tempo de reação do
COEFICIENTE DE VARIAÇÃO analgésico, ou ainda, que os dados referentes ao peso são
mais homogêneos que os do tempo de reação do analgé-
Como o desvio padrão é expresso na mesma unida- sico.
de dos dados observados em estudo, comparar duas ou
mais séries de valores que estão em unidades de medida Fontes: http://www.brasilescola.com/matematica/me-
diferentes torna-se impossível. Para sanar essas dificul- didas-dispersao-variancia-desvio-padrao.htm
dades, podemos analisar a dispersão em termos relativos
a seu valor médio, utilizando o coeficiente de variação de http://www.brasilescola.com/matematica/coeficiente-
Pearson. -variacao.htm
O coeficiente de variação é dado pela fórmula LEITURA DE GRÁFICOS.

Os gráficos e tabelas apresentam o cruzamento entre


dois dados relacionados entre si.
A escolha do tipo e a forma de apresentação sempre
vão depender do contexto, mas de uma maneira geral um
Onde, bom gráfico deve:
Cv → é o coeficiente de variação -Mostrar a informação de modo tão acurado quanto
s → é o desvio padrão possível.
X ̅ → é a média dos dado -Utilizar títulos, rótulos, legendas, etc. para tornar claro
O coeficiente de variação é dado em %, por isso a fór- o contexto, o conteúdo e a mensagem.
mula é multiplicada por 100. -Complementar ou melhorar a visualização sobre as-
pectos descritos ou mostrados numericamente através de
Observações:
tabelas.
O coeficiente de variação fornece a variação dos da-
-Utilizar escalas adequadas.
dos obtidos em relação à média. Quanto menor for o seu
-Mostrar claramente as tendências existentes nos da-
valor, mais homogêneos serão os dados.
dos.

Raciocínio Matemático
48 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Tipos de gráficos

Barras- utilizam retângulos para mostrar a quantidade.

Barra vertical

Fonte: tecnologia.umcomo.com.br

Barra horizontal

Setor ou pizza- Muito útil quando temos um total e


queremos demonstrar cada parte, separando cada pedaço
como numa pizza.

Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br

Histogramas
Fonte: educador.brasilescola.uol.com.br
São gráfico de barra que mostram a frequência de
uma variável específica e um detalhe importante que Linhas- É um gráfico de grande utilidade e muito co-
são faixas de valores em x. mum na representação de tendências e relacionamentos
de variáveis

Raciocínio Matemático
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QUESTÕES

01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na


Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua,
realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti-
ca (IBGE), foram obtidos os dados da taxa de desocupa-
ção da população em idade para trabalhar. Esses dados,
em porcentagem, encontram-se indicados na apresenta-
ção gráfica abaixo, ao longo de trimestres de 2014 a 2017.

Pictogramas – são imagens ilustrativas para tornar


mais fácil a compreensão de todos sobre um tema.

Dentre as alternativas abaixo, assinale a que apresen-


ta a melhor aproximação para o aumento percentual da
taxa de desocupação do primeiro trimestre de 2017 em
relação à taxa de desocupação do primeiro trimestre de
2014.

(A) 15%.
(B) 25%.
Da mesma forma, as tabelas ajudam na melhor visua- (C) 50%.
lização de dados e muitas vezes é através dela que vamos (D) 75%.
fazer os tipos de gráficos vistos anteriormente. (E) 90%.

Podem ser tabelas simples: 02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário -VU-


NESP/2017) A tabela seguinte, incompleta, mostra a distri-
Quantos aparelhos tecnológicos você tem na sua buição, percentual e quantitativa, da frota de uma empresa
casa? de ônibus urbanos, de acordo com o tempo de uso destes.

aparelho quantidade Tempo de uso Quantidade de ônibus % do total


televisão 3 Até 5 anos ----- 35%
celular 4 6 a 10 anos 81 -----
Geladeira 1 11 a 15 anos 27 -----
Mais de 15 anos ----- 5%
Até as tabelas que vimos nos exercícios de raciocínio
lógico
O número total de ônibus dessa empresa é

(A) 270.
(B) 250.
(C) 220
(D) 180.
(E) 120.

Raciocínio Matemático
50 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário -VU- 05. (TCE/PR – Conhecimentos Básicos – CES-
NESP/2017) O gráfico mostra o número de carros vendi- PE/2016)
dos por uma concessionária nos cinco dias subsequentes
à veiculação de um anúncio promocional.

O número médio de carros vendidos por dia nesse pe-


ríodo foi igual a
(A) 10. Tendo como referência o gráfico precedente, que mos-
(B) 9. tra os valores, em bilhões de reais, relativos à arrecadação
(C) 8. de receitas e aos gastos com despesas do estado do Pa-
(D) 7. raná nos doze meses do ano de 2015, assinale a opção
(E) 6. correta.
(A) No ano considerado, o segundo trimestre caracte-
04. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VUNESP/2017) rizou-se por uma queda contínua na arrecadação de recei-
Uma professora elaborou um gráfico de setores para re- tas, situação que se repetiu no trimestre seguinte.
presentar a distribuição, em porcentagem, dos cinco con- (B) No primeiro quadrimestre de 2015, houve um pe-
ceitos nos quais foram agrupadas as notas obtidas pelos ríodo de queda simultânea dos gastos com despesas e
alunos de uma determinada classe em uma prova de ma- da arrecadação de receitas e dois períodos de aumento
temática. Observe que, nesse gráfico, as porcentagens simultâneo de gastos e de arrecadação.
referentes a cada conceito foram substituídas por x ou por (C) No último bimestre do ano de 2015, foram regis-
múltiplos e submúltiplos de x. trados tanto o maior gasto com despesas quanto a maior
arrecadação de receitas.
(D) No ano em questão, janeiro e dezembro foram os
únicos meses em que a arrecadação de receitas foi ultra-
passada por gastos com despesas.
(E) A menor arrecadação mensal de receitas e o me-
nor gasto mensal com despesas foram verificados, respec-
tivamente, no primeiro e no segundo semestre do ano de
2015.

Analisando o gráfico, é correto afirmar que a medida


do ângulo interno correspondente ao setor circular que re-
presenta o conceito BOM é igual a

(A) 144º.
(B) 135º.
(C) 126º
(D) 117º
(E) 108º.

Raciocínio Matemático
51 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

06. (BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA- 07. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015) A
TEC/2015) Assinale a alternativa que representa a nomen- distribuição de salários de uma empresa com 30 funcioná-
clatura dos três gráficos abaixo, respectivamente. rios é dada na tabela seguinte.

Salário (em salários mínimos) Funcionários


1,8 10
2,5 8
3,0 5
5,0 4
8,0 2
15,0 1

Pode-se concluir que


(A) o total da folha de pagamentos é de 35,3 salários.
(B) 60% dos trabalhadores ganham mais ou igual a 3
salários.
(C) 10% dos trabalhadores ganham mais de 10 salá-
rios.
(D) 20% dos trabalhadores detêm mais de 40% da ren-
da total.
(E) 60% dos trabalhadores detêm menos de 30% da
renda total.

08. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015)


Considere a tabela de distribuição de frequência seguinte,
em que xi é a variável estudada e fi é a frequência absoluta
dos dados.

xi fi
30-35 4
35-40 12
40-45 10
45-50 8
50-55 6
TOTAL 40

Assinale a alternativa em que o histograma é o que me-


lhor representa a distribuição de frequência da tabela.

(A) Gráfico de Setores – Gráfico de Barras – Gráfico


de Linha.
(B) Gráfico de Pareto – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Tendência.
(C) Gráfico de Barras – Gráfico de Setores – Gráfico
de Linha. (A)
(D) Gráfico de Linhas – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Barras.
(E) Gráfico de Tendência – Gráfico de Setores – Grá-
fico de Linha.

(B)

Raciocínio Matemático
52 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

10. (DEPEN – Agente Penitenciário Federal – CES-


PE/2015)

(C)

(D)

A partir das informações e do gráfico apresentados, jul-


gue o item que se segue.
Se os percentuais forem representados por barras ver-
(E) ticais, conforme o gráfico a seguir, então o resultado será
denominado histograma.
09. (DEPEN – Agente Penitenciário Federal – CES-
PE/2015)

Ministério da Justiça — Departamento Penitenciário ( ) Certo( ) Errado


Nacional — Sistema Integrado de Informações Penitenci-
árias – InfoPen, Relatório Estatístico Sintético do Sistema RESPOSTAS
Prisional Brasileiro, dez./2013 Internet:<www.justica.gov.
br>(com adaptações) 01. Resposta: E.
13,7/7,2=1,90
A tabela mostrada apresenta a quantidade de deten- Houve um aumento de 90%.
tos no sistema penitenciário brasileiro por região em 2013.
Nesse ano, o déficit relativo de vagas — que se define pela 02. Resposta: D
razão entre o déficit de vagas no sistema penitenciário e a 81+27=108
quantidade de detentos no sistema penitenciário — regis- 108 ônibus somam 60%(100-35-5)
trado em todo o Brasil foi superior a 38,7%, e, na média 108-----60
nacional, havia 277,5 detentos por 100 mil habitantes. x--------100
Com base nessas informações e na tabela apresenta- x=10800/60=180
da, julgue o item a seguir.
Em 2013, mais de 55% da população carcerária no Bra- 03. Resposta: C.
sil se encontrava na região Sudeste.

( )CERTO ( ) ERRADO

Raciocínio Matemático
53 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

04. Resposta: A.
X+0,5x+4x+3x+1,5x=360 5. RELAÇÕES MÉTRICAS NO TRIÂNGULO
10x=360 RETÂNGULO
X=36
Como o conceito bom corresponde a 4x: 4x36=144°
TRIGONOMETRIA NO TRIÂNGULO RETÂNGULO
05. Resposta: B.
Analisando o primeiro quadrimestre, observamos que Em todo triângulo retângulo os lados recebem nomes
os dois primeiros meses de receita diminuem e os dois me- especiais. O maior lado (oposto do ângulo de 90°) é chama-
ses seguintes aumentam, o mesmo acontece com a des- do de Hipotenusa e os outros dois lados menores (opostos
pesa. aos dois ângulos agudos) são chamados de Catetos.
Observe a figura:

Para estudo de Trigonometria, são definidos no triângu-


lo retângulo, três razões chamadas trigonométricas: seno,
cosseno e tangente.

06. Resposta: C.
Como foi visto na teoria, gráfico de barras, de setores
ou pizza e de linha -
07. Resposta: D.
(A) 1,8x10+2,5x8+3,0x5+5,0x4+8,0x2+15,0x1=104 sa- -
lários
(B) 60% de 30=18 funcionários e se juntarmos quem
ganha mais de 3 salários (5+4+2+1=12)
(C)10% de 30=0,1x30=3 funcionários
-
E apenas 1 pessoa ganha
(D) 40% de 104=0,4x104= 41,6
20% de 30=0,2x30=6
5x3+8x2+15x1=46, que já é maior.
(E) 60% de 30=0,6x30=18
30% de 104=0,3x104=31,20da renda: 31,20

08. Resposta: A.
Colocando em ordem crescente: 30-35, 50-55, 45-50,
40-45, 35-40,

09. Resposta: CERTA.


555----100% No triângulo acima, temos:
x----55%
x=305,25
Está correta, pois a região sudeste tem 306 pessoas.

10. Resposta: ERRADO.


Como foi visto na teoria, há uma faixa de valores no
eixo x e não simplesmente um dado.

Referências
http://www.galileu.esalq.usp.br

Raciocínio Matemático
54 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Como podemos notar, e . 02- (UDESC) Sobre um plano inclinado deverá ser
Em todo triângulo a soma dos ângulos internos é igual construída uma escadaria.
a 180°.
No triângulo retângulo um ângulo mede 90°, então:
90° + α + β = 180°
α + β = 180° - 90°
α + β = 90°

Quando a soma de dois ângulos é igual a 90°, eles


são chamados de Ângulos Complementares. E, neste caso,
sempre o seno de um será igual ao cosseno do outro.

Valores Notáveis
Sabendo-se que cada degrau da escada deverá ter um
altura de 20 cm e que a base do plano inclinado medem
280√3 cm, conforme mostra a figura acima, então, a escada
deverá ter:
a) 10 degraus
b) 28 degraus
c) 14 degraus
d) 54 degraus
e) 16 degraus

03- (FUVEST) A uma distância de 40 m, uma torre é


vista sob um ângulo , como mostra a figura

Relações Fundamentais da Trigonometria

I)

II)

III)
Sabendo que sen20° = 0,342 e cos20° = 0,940, a altura
VI) da torre, em metros, será aproximadamente:

a) 14,552
V) b) 14,391
c) 12,552
d) 12,391
Nestas relações, além do senx e cosx, temos: tg (tan- e) 16,552
gente), cotg (cotangente), sec (secante) e cossec (cosse-
cante). 04- (U. Estácio de Sá) Simplificando a expressão , en-
contramos:
QUESTÕES
a) – 2
01- Um avião levanta voo formando um ângulo de 30° b) – 1
com a horizontal. Sua altura, em metros, após ter percorri- c) 2
dos 600 m será: d) 1
e) 5
a) 100
b) 200
c) 300
d) 400
e) 500

Raciocínio Matemático
55 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

05- Qual das afirmativas abaixo é falsa: Como podemos ver h e 40 m são catetos, a relação a
ser usada é a tangente. Porém no enunciado foram dados
a) sen3x + cos3x = 1 o sen e o cos. Então, para calcular a tangente, temos que
b) usar a relação fundamental:
c) sen2x + cos2x = 1
d)   tg = 0,3638
e) senx + cosx = 1
  h = 40.0,363  h = 14,552 m

RESOLUÇÕES
04- Alternativa d
01- Alternativa c Solução: temos que usar as relações fundamentais.
Solução: do enunciado temos a seguinte figura.

600 m é a hipotenusa e h é o cateto oposto ao ângulo Sendo 17° + 73° = 90° (ângulos complementares), lem-
dado, então temos que usar o seno. brando que quando dois ângulos são complementares o
seno de um deles é igual ao cosseno do outro, resulta que
sen73° = cos17°. Então:

 2h = 600  h = 600 : 2 = 300 m


05- Alternativa e
02- Alternativa c Solução: teórico.
Solução: para saber o número de degraus temos que
calcular a altura do triângulo e dividir por 20 (altura de
cada degrau). No triângulo ABC, e são catetos, a
relação entre os dois catetos é a tangente.
_____________________________

_____________________________

_____________________________
 3. = 280  3. = 280.3  = 280 cm
_______________________________________________
Número de degraus = 280 : 20 = 14
_______________________________________________
03- Alternativa a
_______________________________________________
Solução: observando a figura, nós temos um triângulo
retângulo, vamos chamar os vértices de A, B e C. _______________________________________________

_______________________________________________

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_______________________________________________

_______________________________________________

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Raciocínio Matemático
56 A Opção Certa Para a Sua Realização
INFORMÁTICA
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Mobile Enterprise destinados a dispositivos como caixas


1. NOÇÕES DE INFORMÁTICA: CONCEITOS
eletrônicos, terminais de autoatendimento, máquinas de
BÁSICOS DE OPERAÇÃO COM ARQUIVOS NOS
atendimento para o varejo e robôs industriais. Essa versão
SISTEMAS OPERACIONAIS WINDOWS 10 E
IoT Core será destinada para dispositivos pequenos e de
LINUX (UBUNTU VERSÃO 14 OU SUPERIOR).
baixo custo.
Para as versões mais populares (10 e 10 Pro), a Micro-
Windows 10 soft indica como requisitos básicos dos computadores:
• Processador de 1 Ghz ou superior;
O Windows 10 é uma atualização do Windows 8 que • 1 GB de RAM (para 32bits); 2GB de RAM (para
veio para tentar manter o monopólio da Microsoft no mundo 64bits);
dos Sistemas Operacionais, uma das suas missões é ficar • Até 20GB de espaço disponível em disco rígido;
com um visual mais de smart e touch. • Placa de vídeo com resolução de tela de 800×600
ou maior.

LINUX

O Linux é um sistema operacional inicialmente basea-


do em comandos, mas que vem desenvolvendo ambientes
gráficos de estruturas e uso similares ao do Windows. Ape-
sar desses ambientes gráficos serem cada vez mais adota-
dos, os comandos do Linux ainda são largamente emprega-
dos, sendo importante seu conhecimento e estudo.
Outro termo muito usado quando tratamos do Linux é
o kernel, que é uma parte do sistema operacional que faz
Figura 21:Tela do Windows 10 a ligação entre software e máquina, é a camada de soft-
ware mais próxima do hardware, considerado o núcleo do
O Windows 10 é disponibilizado nas seguintes versões sistema. O Linux teve início com o desenvolvimento de um
(com destaque para as duas primeiras): pequeno kernel, desenvolvido por Linus Torvalds, em 1991,
Windows 10 – É a versão de “entrada” do Windows 10, quando era apenas um estudante finlandês. Ao kernel que
que possui a maioria dos recursos do sistema. É voltada Linus desenvolveu, deu o nome de Linux. Como o kernel é
para Desktops e Laptops, incluindo o tablete Microsoft Sur- capaz de fazer gerenciamentos primários básicos e essen-
face 3. ciais para o funcionamento da máquina, foi necessário de-
Windows 10 Pro – Além dos recursos da versão de en- senvolver módulos específicos para atender várias necessi-
trada, fornece proteção de dados avançada e criptografada dades, como por exemplo um módulo capaz de utilizar uma
com o BitLocker, permite a hospedagem de uma Conexão placa de rede ou de vídeo lançada no mercado ou até uma
de Área de Trabalho Remota em um computador, trabalhar interface gráfica como a que usamos no Windows.
com máquinas virtuais, e permite o ingresso em um domínio Uma forma de atender a necessidade de comunicação
para realizar conexões a uma rede corporativa. entre ker- nel e aplicativo é a chamada do sistema (System
Windows 10 Enterprise – Baseada na versão 10 Pro, Call), que é uma interface entre um aplicativo de espaço de
é disponibilizada por meio do Licenciamento por Volume, usuário e um serviço que o kernel fornece.
voltado a empresas. Como o serviço é fornecido no kernel, uma chamada
Windows 10 Education – Baseada na versão Enterpri- direta não pode ser executada; em vez disso, você deve
se, é destinada a atender as necessidades do meio educa- utilizar um processo de cruzamento do limite de espaço do
cional. Também tem seu método de distribuição baseado usuário/kernel.
através da versão acadêmica de licenciamento de volume. No Linux também existem diferentes run levels de ope-
Windows 10 Mobile – Embora o Windows 10 tente ven- ração. O run level de uma inicialização padrão é o de nú-
der seu nome fantasia como um sistema operacional único, mero 2.
os smartphones com o Windows 10 possuem uma versão Como o Linux também é conhecido por ser um sistema
específica do sistema operacional compatível com tais dis- operacional que ainda usa muitos comandos digitados, não
positivos. poderíamos deixar de falar sobre o Shell, que é justamente
o programa que permite ao usuário digitar comandos que
Windows 10 Mobile Enterprise – Projetado para smart- sejam inteligíveis pelo sistema operacional e executem fun-
phones e tablets do setor corporativo. Também estará dis- ções.
ponível através do Licenciamento por Volume, oferecendo No MS DOS, por exemplo, o Shell era o command.com,
as mesmas vantagens do Windows 10 Mobile com funcio- através do qual podíamos usar comandos como o dir, cd e
nalidades direcionadas para o mercado corporativo. outros. No Linux, o Shell mais usado é o Bash, que, para
Windows 10 IoT Core – IoT vem da expressão “Internet usuários comuns, aparece com o símbolo $, e para o root,
das Coisas” (Internet ofThings). A Microsoft anunciou que aparece como símbolo #.
haverá edições do Windows 10 baseadas no Enterprise e

Informática 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Temos também os termos usuário e superusuário. -history – mostra o histórico de comandos dados no ter-
Enquanto ao usuário é dada a permissão de utilização de minal.
comandos simples, ao superusuário é permitido configurar -ifconfig - mostra as interfaces de redes ativas e as in-
quais comandos os usuários po- dem usar, se eles podem for- mações relacionadas a cada uma delas
apenas ver ou também alterar e gravar dire- tórios, ou seja, -iptraf - analisador de tráfego da rede com interface grá-
ele atua como o administrador do sistema. O diretório pa- fica baseada em diálogos
drão que contém os programas utilizados pelo superusuário -kill - manda um sinal para um processo. Os sinais sIG-
para o gerenciamento e a manutenção do sistema é o /sbin. TErm e sIGKILL encerram o processo.
/bin - Comandos utilizados durante o boot e por usuá- -kill -9 xxx – mata o processo de número xxx.
rios comuns. -killall - manda um sinal para todos os processos.
/sbin - Como os comandos do /bin, só que não são uti- -less - mostra o conteúdo de um arquivo de texto com
lizados pelos usuários comuns. controle
Por esse motivo, o diretório sbin é chamado de superu- -ls - listar o conteúdo do diretório
suário, pois existem comandos que só podem ser utilizados -ls -alh - mostra o conteúdo detalhado do diretório
nesse diretório. É como se quem estivesse no diretório sbin -ls –ltr - mostra os arquivos no formado longo (l) em
fosse o administrador do sistema, com permissões espe- ordem inversa (r) de data (t)
ciais de inclusões, exclusões e alterações. -man - mostra informações sobre um comando
-mkdir - cria um diretório. É um comando utilizado na
Comandos básicos raiz do Linux para a criação de novos diretórios.
Iniciaremos agora o estudo sobre vários comandos que
podemos usar no Shell do Linux: Na imagem a seguir, no prompt ftp, foi criado o diretório
-addgroup - adiciona grupos chamado “myfolder”.
-adduser - adiciona usuários
-apropos - realiza pesquisa por palavra ou string
-cat - mostra o conteúdo de um arquivo binário ou texto
-cd - entra num diretório (exemplo: cd docs) ou retorna
para home
cd <pasta> – vai para a pasta especificada. exemplo:
cd /usr/bin/
-chfn - altera informação relativa a um utilizador
-chmod - altera as permissões de arquivos ou diretó-
rios. É um comando para manipulação de arquivos e dire-
tórios que muda as permissões para acesso àqueles. por
exemplo, um diretório que poderia ser de escrita e leitura,
pode passar a ser apenas leitura, impedindo que seu con-
teúdo seja alterado.
-chown - altera a propriedade de arquivos e pastas Figura 22: Prompt “ftp”
(dono)
-clear – limpa a tela do terminal -mount – montar partições em algum lugar do sistema.
-cmd>>txt - adiciona o resultado do comando (cmd) ao -mtr - mostra rota até determinado IP
fim do arquivo (txt) -mv - move ou renomeia arquivos e diretórios
-cp - copia diretórios ‘cp -r’ copia recursivamente -nano – editor de textos básico.
-df - reporta o uso do espaço em disco do sistema de -nfs - sistema de arquivos nativo do sistema operacio-
arquivos nal Linux, para o compartilhamento de recursos pela rede
-dig - testa a configuração do servidor DNs -netstat - exibe as portas e protocolos abertos no sis-
-dmesg - exibe as mensagens da inicialização (log) tema.
-du - exibe estado de ocupação dos discos/partições -nmap - lista as portas de sistemas remotos/locais atrás
-du -msh - mostra o tamanho do diretório em megabytes de portas abertas.
-env - mostra variáveis do sistema -nslookup - consultas a serviços DNs
-exit – sair do terminal ou de uma sessão de root. -ntsysv - exibe e configura os processos de inicialização
-/etc – É o diretório onde ficam os arquivos de configu- -passwd - modifica senha (password) de usuários
ração do sistema -ps - mostra os processos correntes
-/etc/skel – É o diretório onde fica o padrão de arquivos -ps –aux - mostra todos os processos correntes no sis-
para o diretório Home de novos usuários. tema
-fdisk -l – mostra a lista de partições. -ps -e – lista os processos abertos no sistema.
-find - comando de busca ex: find ~/ -cmin -3 -pwd - exibe o local do diretório atual. o prompt padrão
-find – busca arquivos no disco rígido. do Linux exibe apenas o último nome do caminho do diretó-
-halt -p – desligar o computador. rio atual. para exibir o caminho completo do diretório atual
-head - mostra as primeiras 10 linhas de um arquivo digite o comando pwd. Linux@fedora11 – é a versão do

Informática 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Linux que está sendo usada. help pwd – é o comando que


nos mostrará o conteúdo da ajuda sobre o pwd. A informa-
ção do help nos mostra-nos que pwd imprime o nome do
diretório atual.
-reboot – reiniciar o computador.
-recode - recodifica um arquivo ex: recode iso-8859-15..
utf8 file_to_change.txt
-rm - remoção de arquivos (também remove diretórios)
-rm -rf - exclui um diretório e todo o seu conteúdo
-rmdir - exclui um diretório (se estiver vazio)
-route - mostra as informações referentes às rotas
-shutdown -r now – reiniciar o computador
-split - divide um arquivo Figura 23: Menu K, na versão Suse – imagem obtida
-smbpasswd - No sistema operacional Linux, na versão de http://pt.wikibooks. org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_in-
samba, smbpasswd permite ao usuário alterar sua senha terface_gr%C3%A1fica_KDE
criptografada smb que é armazenada no arquivo smbpas-
swd (normalmente no diretório privado sob a hierarquia de Um dos motivos que ainda desestimula várias pes-
diretórios do samba). os usuários comuns só podem exe- soas a adotarem o Linux como seu sistema operacional é a
cutar o comando sem opções. Ele os levará para que sua quantidade de programas compatíveis com ele, o que vem
senha velha smb seja digitada e, em seguida, pedir-lhes sendo solucionado com o passar do tempo. Sua interface
sua nova senha duas vezes, para garantir que a senha foi familiar, semelhante ao do Windows, tem ajudado a aumen-
digitada corretamente. Nenhuma senha será mostrada na tar os adeptos ao Linux.
tela enquanto está sendo digitada. Distribuição Linux é um sistema operacional que utili-
-su - troca para o superusuário root (é exigida a senha) za o núcleo (kernel) do Linux e outros softwares. Existem
-su user - troca para o usuário especificado em ‘user’ várias versões do Linux (comerciais ou não): Ubuntu, De-
(é exigida a senha) bian, Fedora, etc. Cada uma com suas vantagens e des-
-tac - semelhante ao cat, mas inverte a ordem vantagens. O que torna a escolha de uma distribuição bem
-tail - o comando tail mostra as últimas linhas de um pessoal.
arquivo texto, tendo como padrão as 10 últimas linhas. Sua Distribuições são criadas, normalmente, para atender
sintaxe é: tail nome_do_arquivo. Ele pode ser acrescentado razões específicas. Por exemplo, existem distribuições para
de alguns parâmetros como o -n que mostra o [numero] rodar em servidores, redes - onde a segurança é prioridade
de linhas do final do arquivo; o – c [numero] que mostra - e, também, computadores pessoais.
o [numero] de bytes do final do arquivo e o – f que exibe Assim, não é possível dizer qual é a melhor distribuição.
continuamente os dados do final do arquivo à medida que Pois, depende da finalidade do seu computador.
são acrescentados.
-tcpdump sniffer - sniffer é uma ferramenta que “ouve” Sistema de arquivos: organização e gerenciamento
os pacotes de arquivos, diretórios e permissões no Linux
-top – mostra os processos do sistema e dados do pro-
cessador. Dependendo da versão do Linux é possível encontrar
-touch touch foo.txt - cria um arquivo foo.txt vazio; tam- gerencia- dores de arquivos diferentes. Por exemplo, no Li-
bém altera data e hora de modificação para agora nux Ubuntu, encontramos o Nautilus, que permite a cópia,
-traceroute - traça uma rota do host local até o destino recorte, colagem, movimentação e organização dos arqui-
mostrando os roteadores intermediários vos e pastas. No Linux, vale lembrar que os dispositivos de
-umount – desmontar partições. armazenamento não são nomeados por letras.
-uname -a – informações sobre o sistema operacional Por exemplo, no Windows, se você possui um HD na
-userdel - remove usuários máquina, ele recebe o nome de C. Se possui dois HDs, um
-vi - editor de ficheiros de texto será o C e o outro o E. Já no Linux, tudo fará parte de um
-vim - versão melhorada do editor supracitado mesmo sistema da mesma estrutura de pastas.
-which - mostra qual arquivo binário está sendo chama-
do pelo shell quando chamado via linha de comando
-who - informa quem está logado no sistema

Não são só comandos digitados via teclado que pode-


mos executar no Linux. Várias versões foram desenvolvidas
e o kernel evoluiu muito. Sobre ele rodam as mais diversas
interfaces gráficas, baseadas principalmente no servidor
de janelas XFree. Entre as mais de vinte interfaces gráficas
criadas para o Linux, vamos citar o KDE.

Informática 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

O lado esquerdo lista todas as categorias de progra-


mas. Quando uma categoria é selecionada sua descrição
é mostrada na parte de baixo da janela. Como exemplos
de categorias podemos citar: Acessórios, Educacionais, Jo-
gos, Gráficos, Internet, entre outros.

Manipulação de hardware e dispositivos

A manipulação de hardware e dispositivos pode ser


feita no menu Locais, Computador, através do qual aces-
samos a lista de dispositivos em execução. A maioria dos
Figura 24: Linux – Fonte: O Livro Oficial do Ubuntu dispositivos de hardware instalados no Linux Ubuntu são
As principais pastas do Linux são: simplesmente instalados. Quando se trata de um pen drive,
/etc - possui os arquivos gerais de configuração do após sua conexão física, aparecerá uma janela do geren-
sistema e dos ciador de arquivos exibindo o conteúdo do dispositivo. É
programas instalados. importante, porém, lembrar-se de desmontar corretamente
/home – cada conta de usuário possui um diretório sal- os dispositivos de armazenamento e outros antes de encer-
vo na pasta home. rar seu uso. No caso do pen drive, podemos clicar com o
/boot – arquivos de carregamento do sistema, incluin- botão direito do mouse sobre o ícone localizado na área de
do configuração do gerenciador de boot e o kernel. trabalho e depois em Desmontar.
/dev – onde ficam as entradas das placas de dispositi-
vos como rede, som, impressoras. Agendamento de tarefas
/lib – bibliotecas do sistema.
/media – possui a instalação de dispositivos como drive O agendamento de tarefas no Linux Ubuntu é realiza-
de CD, pen drives e outros. do pelo agendador de tarefas chamado cron, que permite
/opt – usado por desenvolvedores de programas. estipular horários e intervalos para que tarefas sejam exe-
/proc – armazena informações sobre o estado atual do cutadas. Ele permite detalhar comandos, data e hora que
sistema. ficam em um arquivo chamado crontab, arquivo de texto
/root – diretório do superusuário. que armazena a lista de comandos a serem aciona- dos no
horário e data estipulados.
O gerenciamento de arquivos e diretórios, ou seja,
copiar, mover, recortar e colar pode ser feito, julgando que Administração de usuários e grupos no Linux
estamos usando o Nautilus, da seguinte forma:
- Copiar: clique com o botão direito do mouse sobre o Antes de iniciarmos, entendamos dois termos:
arquivo ou diretório. O conteúdo será movido para a área de - superusuário: é o administrador do sistema. Ele tem
transferência, mas o original permanecerá no local. acesso e permissão para executar todos os comandos.
- Recortar: clique com o botão direito do mouse sobre - usuário comum: tem as permissões configuradas pelo
o arquivo ou diretório. O conteúdo será movido para a área superusuário para o grupo em que se encontra.
de transferência, sendo removido do seu local de origem.
- Colar: clique com o botão direito do mouse no local Um usuário pode fazer parte de vários grupos e um gru-
desejado e depois em colar. O conteúdo da área de trans- po pode ter vários usuários. Dessa forma, podemos atribuir
ferência será colado. permissões aos grupos e colocar o usuário que desejamos
que tenha determinada permissão no grupo correspondente.
Outra forma é deixar a janela do local de origem do ar-
quivo aberta e abrir outra com o local de destino. Pressionar Comandos básicos para grupos
o botão esquerdo do mouse sobre o arquivo desejado e
movê-lo para o destino. - Para criar grupos: sudo groupadd nomegrupo
- Para criar um usuário no grupo: sudo useradd –g no-
Instalar, remover e atualizar programas megrupo nomeusuario
- Definir senha para o usuário: sudo password nomeu-
Para instalar ou remover um programa, considerando suario
o Linux Ubuntu, podemos utilizar a ferramenta Adicionar/ - Remover usuário do sistema: sudo userdel nomeu-
Remover Aplicações, que possibilita a busca de drives pela suario
Internet. Esta ferramenta é encontrada no menu Aplicações,
Adicionar/Remover. Permissões no Linux
Na parte superior da janela encontramos uma linha de
busca, na qual podemos digitar o termo do aplicativo dese- Vale lembrar que apenas o superusuário (root) tem
jado. Ao lado da linha de pesquisa temos a configuração de acesso irrestrito aos conteúdos do sistema. Os outros de-
mostrar apenas os itens suportados pelo Ubuntu. pendem de sua permissão para executar comandos. As

Informática 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

permissões podem ser sobre tipo do arquivo, permissões Como no Painel de controle do Windows, temos o cen-
do proprietário, permissões do grupo e permissões para os tro de controle do KDE, que nos permite personalizar toda a
outros usuários. parte gráfica, fontes, temas, ícones, estilos, área de traba-
Diretórios são designados com a letra ‘d’ e arquivos co- lho e ainda Internet, periféricos, acessibilidade, segurança
muns com o ‘-‘. e privacidade, som e configurações para o administrador
Alguns dos comandos utilizados em permissões são: do sistema.
ls – l Lista diretórios e suas permissões rw- permissões
do proprietário do grupo
r- permissões do grupo ao qual o usuário pertence r- 2. NOÇÕES CONSISTENTES DE USO DE INTER-
-permissão para os outros usuários NET PARA A INFORMAÇÃO (MOZILA FIREFOX E
GOOGLE CHROME) E CORREIO ELETRÔNICO
As permissões do Linux são: leitura, escrita e execução. NOS SISTEMAS OPERACIONAIS WINDOWS 10 E
- Leitura: (r, de Read) permite que o usuário apenas LINUX (UBUNTU VERSÃO 14 OU SUPERIOR).
veja, ou seja, leia o arquivo.
- Gravação, ou escrita: (w, de Write) o usuário pode
criar e alterar arquivos. Conceito de Internet
- Execução: (x, de eXecution) o usuário pode executar
arquivos. O objetivo inicial da Internet era atender necessidades
Quando a permissão é acompanhada com o ‘-‘, signifi- militares, facilitando a comunicação. A agência norte-ame-
ca que ela não é atribuída ao usuário. ricana ARPA – ADVANCED RESEARCH AND PROJECTS
AGENCY e o Departamento de Defesa americano, na dé-
Compactação e descompactação de arquivos cada de 60, criaram um projeto que pudesse conectar os
Comandos básicos para compactação e descompacta- computadores de departamentos de pesquisas e bases mi-
ção de arquivos: litares, para que, caso um desses pontos sofresse algum
gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos tipo de ataque, as informações e comunicação não seriam
compacta- dos com gzip. totalmente perdidas, pois estariam salvas em outros pontos
gzexe [opções] [arquivos] compacta executáveis. estratégicos.
gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos. zcat O projeto inicial, chamado ARPANET, usava uma co-
[opções] [arquivos] descompacta arquivos.
nexão a longa distância e possibilitava que as mensagens
fossem fragmentadas e endereçadas ao seu computador
Backup
de destino. O percurso entre o emissor e o receptor da infor-
mação poderia ser realizado por várias rotas, assim, caso
Comandos básicos para backups
algum ponto no trajeto fosse destruído, os dados poderiam
tar agrupa vários arquivos em somente um.
seguir por outro caminho garantindo a entrega da informa-
compress faz a compressão de arquivos padrão do
ção, é importante mencionar que a maior distância entre
Unix.
uncompress descomprime arquivos compactados pelo um ponto e outro, era de 450 quilômetros. No começo dos
com- press. anos 80, essa tecnologia rompeu as barreiras de distância,
zcat permite visualizar arquivos compactados pelo passando a interligar e favorecer a troca de informações de
compress. computadores de universidades dos EUA e de outros paí-
ses, criando assim uma rede (NET) internacional (INTER),
consequentemente seu nome passa a ser, INTERNET.
A evolução não parava, além de atingir fronteiras con-
tinentais, os computadores pessoais evoluíam em forte es-
cala alcançando forte potencial comercial, a Internet deixou
de conectar apenas computadores de universidades, pas-
sou a conectar empresas e, enfim, usuários domésticos. Na
década de 90, o Ministério das Comunicações e o Ministério
da Ciência e Tecnologia do Brasil trouxeram a Internet para
os centros acadêmicos e comerciais. Essa tecnologia rapi-
damente foi tomando conta de todos os setores sociais até
atingir a amplitude de sua difusão nos tempos atuais.
Um marco que é importante frisar é o surgimento do
WWW que foi a possibilidade da criação da interface gráfi-
ca deixando a internet ainda mais interessante e vantajosa,
pois até então, só era possível a existência de textos.
Para garantir a comunicação entre o remetente e o des-
Figura 25: Centro de controle do KDE imagem obtida tinatário o americano Vinton Gray Cerf, conhecido como o
de http:// pt.wikibooks.org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_in- pai da internet criou os protocolos TCP/IP, que são protoco-
terface_gr%C3%A1fica_KDE los de comunicação. O TCP – TRANSMISSION CONTROL

Informática 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

PROTOCOL (Protocolo de Controle de Transmissão) e o IP .pt – Portugal


– INTERNET PROTOCOL (Protocolo de Internet) são con- .ar – Argentina
juntos de regras que tornam possível tanto a conexão entre .cl – Chile
os computadores, quanto ao entendimento da informação .gr – Grécia
trocada entre eles.
A internet funciona o tempo todo enviando e recebendo Quando vemos apenas a terminação .com, sabemos
informações, por isso o periférico que permite a conexão que se trata de um site hospedado em um servidor dos Es-
com a internet chama MODEM, porque que ele MOdula e tados Unidos.
DEModula sinais, e essas informações só podem ser troca- - HTTPS (Hypertext transfer protocol secure): Seme-
das graças aos protocolos TCP/IP. lhante ao HTTP, porém permite que os dados sejam trans-
mitidos através de uma conexão criptografada e que se ve-
1. Protocolos Web rifique a autenticidade do servidor e do cliente através de
Já que estamos falando em protocolos, citaremos ou- certificados digitais.
tros que são largamente usados na Internet: - FTP (File Transfer Protocol): Protocolo de transferên-
- HTTP (Hypertext Transfer Protocol): Protocolo de cia de arquivo, é o protocolo utilizado para poder subir os
transferência de Hipertexto, desde 1999 é utilizado para arquivos para um servidor de internet, seus programas mais
trocar informações na Internet. Quando digitamos um site, conhecidos são, o Cute FTP, FileZilla e LeechFTP, ao criar
automaticamente é colocado à frente dele o http:// um site, o profissional utiliza um desses programas FTP ou
similares e executa a transferência dos arquivos criados, o
Exemplo: https://www.apostilasopcao.com.br/ manuseio é semelhante à utilização de gerenciadores de
Onde: arquivo, como o Windows Explorer, por exemplo.
http:// → Faz a solicitação de um arquivo de hipermídia - POP (Post Office Protocol): Protocolo de Posto dos
para a Internet, ou seja, um arquivo que pode conter texto, Correios permite, como o seu nome o indica, recuperar o
som, imagem, filmes e links. seu correio num servidor distante (o servidor POP). É ne-
- URL (Uniform Resource Locator): Localizador Padrão cessário para as pessoas não ligadas permanentemente à
de recursos, serve para endereçar um recurso na web, é Internet, para poderem consultar os mails recebidos offline.
como se fosse um apelido, uma maneira mais fácil de aces- Existem duas versões principais deste protocolo, o POP2
sar um determinado site. e o POP3, aos quais são atribuídas respectivamente as
portas 109 e 110, funcionando com o auxílio de comandos
Exemplo: https://www.apostilasopcao.com.br, onde: textuais radicalmente diferentes, na troca de e-mails ele é o
protocolo de entrada.
Faz a solicitação de um arquivo de
http:// IMAP (Internet Message Access Protocol): É um pro-
hiper mídia para a Internet.
tocolo alternativo ao protocolo POP3, que oferece muitas
Estipula que esse recurso está na rede mais possibilidades, como, gerir vários acessos simultâ-
mundial de computadores (veremos neos e várias caixas de correio, além de poder criar mais
www
mais sobre www em um próximo critérios de triagem.
tópico). - SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): É o protocolo
É o endereço de domínio. Um endereço padrão para envio de e-mails através da Internet. Faz a vali-
apostilasopçao de domínio representará sua empresa dação de destinatários de mensagens. Ele que verifica se o
ou seu espaço na Internet. endereço de e-mail do destinatário está corretamente digi-
tado, se é um endereço existente, se a caixa de mensagens
Indica que o servidor onde esse site
do destinatário está cheia ou se recebeu sua mensagem,
.com está
na troca de e-mails ele é o protocolo de saída.
hospedado é de finalidades comerciais.
- UDP (User Datagram Protocol): Protocolo que atua
.br Indica que o servidor está no Brasil. na camada de transporte dos protocolos (TCP/IP). Permite
que a aplicação escreva um datagrama encapsulado num
Encontramos, ainda, variações na URL de um site, que pacote IP e transportado ao destino. É muito comum lermos
demonstram a finalidade e organização que o criou, como: que se trata de um protocolo não confiável, isso porque ele
.gov - Organização governamental não é implementado com regras que garantam tratamento
.edu - Organização educacional de erros ou entrega.
.org - Organização
.ind - Organização Industrial 2. Provedor
.net - Organização telecomunicações O provedor é uma empresa prestadora de serviços que
.mil - Organização militar oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é ne-
.pro - Organização de profissões cessário conectar-se com um computador que já esteja na
.eng – Organização de engenheiros Internet (no caso, o provedor) e esse computador deve per-
E também, do país de origem: mitir que seus usuários também tenham acesso a Internet.
.it – Itália

Informática 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


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No Brasil, a maioria dos provedores está conectada Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos
à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros interligados através de vínculos, ou links) e a enorme fa-
computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link, cilidade de se criar, interligar e disponibilizar documentos
que é a conexão física que interliga o provedor de aces- multimídia (texto, gráficos, animações, etc.), democratiza-
so com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida ram o acesso à informação através de redes de computa-
como backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet dores. Em segundo lugar, criou-se uma gigantesca base de
no Brasil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse uma usuários, já familiarizados com conhecimentos básicos de
avenida de três pistas e os links como se fossem as ruas informática e de navegação na Internet. Finalmente, surgi-
que estão interligadas nesta avenida. Tanto o link como o ram muitas ferramentas de software de custo zero ou pe-
backbone possui uma velocidade de transmissão, ou seja, queno, que permitem a qualquer organização ou empresa,
com qual velocidade ele transmite os dados. sem muito esforço, “entrar na rede” e começar a acessar e
Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo). colocar informação. O resultado inevitável foi a impressio-
Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso, que nante explosão na informação disponível na Internet, que
fornecerá um nome de usuário, uma senha de acesso e um segundo consta, está dobrando de tamanho a cada mês.
endereço eletrônico na Internet. Assim, não demorou muito a surgir um novo conceito,
que tem interessado um número cada vez maior de empre-
3. Home Page sas, hospitais, faculdades e outras organizações interes-
Pela definição técnica temos que uma Home Page é sadas em integrar informações e usuários: a intranet. Seu
um arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de compu- advento e disseminação promete operar uma revolução tão
tadores rodando um Navegador (Browser), que permite o profunda para a vida organizacional quanto o aparecimen-
acesso às informações em um ambiente gráfico e multimí- to das primeiras redes locais de computadores, no final da
dia. Todo em hipertexto, facilitando a busca de informações década de 80.
dentro das Home Pages.
1. O que é Intranet?
4. Plug-ins O termo “intranet” começou a ser usado em meados de
Os plug-ins são programas que expandem a capacida- 1995 por fornecedores de produtos de rede para se referi-
de do Browser em recursos específicos - permitindo, por rem ao uso dentro das empresas privadas de tecnologias
exemplo, que você toque arquivos de som ou veja filmes em projetadas para a comunicação por computador entre em-
vídeo dentro de uma Home Page. As empresas de software presas. Em outras palavras, uma intranet consiste em uma
vêm desenvolvendo plug-ins a uma velocidade impressio- rede privativa de computadores que se baseia nos padrões
nante. Maiores informações e endereços sobre plug-ins são de comunicação de dados da Internet pública, baseadas na
encontradas na página: tecnologia usada na Internet (páginas HTML, e-mail, FTP,
etc.) que vêm, atualmente fazendo muito sucesso. Entre as
http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/Softwa-
razões para este sucesso, estão o custo de implantação
re/ Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/Indices/
relativamente baixo e a facilidade de uso propiciada pelos
Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo te-
programas de navegação na Web, os browsers.
mos uma relação de alguns deles:
- 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime,
2. Objetivo de construir uma Intranet
etc.).
Organizações constroem uma intranet porque ela é
- Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.).
uma ferramenta ágil e competitiva. Poderosa o suficiente
-Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP, para economizar tempo, diminuir as desvantagens da dis-
PCX, etc.). tância e alavancar sobre o seu maior patrimônio de capital
-Negócios e Utilitários. com conhecimentos das operações e produtos da empresa.
-Apresentações.
3. Aplicações da Intranet
INTRANET Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de comu-
nicações corporativas em uma intranet dá para simplificar o
A Intranet ou Internet Corporativa é a implantação de trabalho, pois estamos virtualmente todos na mesma sala.
uma Internet restrita apenas a utilização interna de uma De qualquer modo, é cedo para se afirmar onde a intranet
empresa. As intranets ou Webs corporativas, são redes de vai ser mais efetiva para unir (no sentido operacional) os
comunicação internas baseadas na tecnologia usada na In- diversos profissionais de uma empresa. Mas em algumas
ternet. Como um jornal editado internamente, e que pode áreas já se vislumbram benefícios, por exemplo:
ser acessado apenas pelos funcionários da empresa. - Marketing e Vendas - Informações sobre produtos, lis-
A intranet cumpre o papel de conectar entre si filiais e tas de preços, promoções, planejamento de eventos;
departamentos, mesclando (com segurança) as suas infor- - Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação de
mações particulares dentro da estrutura de comunicações Trabalho), planejamentos, listas de responsabilidades de
da empresa. membros das equipes, situações de projetos;
O grande sucesso da Internet, é particularmente da - Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, sis-
World Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na temas de melhoria contínua (Sistema de Sugestões), ma-
evolução da informática nos últimos anos. nuais de qualidade;

Informática 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


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- Recursos Humanos - Treinamentos, cursos, apostilas, 5.1. -palavra_chave


políticas da companhia, organograma, oportunidades de Retorna uma busca excluindo aquelas em que a pala-
trabalho, programas de desenvolvimento pessoal, benefí- vra chave aparece. Por exemplo, se eu fizer uma busca por
cios. computação, provavelmente encontrarei na relação dos re-
sultados informaçõe sobre “Ciência da computação“. Con-
Para acessar as informações disponíveis na Web cor- tudo, se eu fizer uma busca por computação -ciência, os
porativa, o funcionário praticamente não precisa ser trei- resultados que tem a palavra chave ciência serão omitidos.
nado. Afinal, o esforço de operação desses programas se
resume quase somente em clicar nos links que remetem 5.2. +palavra_chave
às novas páginas. No entanto, a simplicidade de uma in- Retorna uma busca fazendo uma inclusão forçada de
tranet termina aí. Projetar e implantar uma rede desse tipo uma palavra chave nos resultados. De maneira análoga
é uma tarefa complexa e exige a presença de profissionais ao exemplo anterior, se eu fizer uma busca do tipo compu-
especializados. Essa dificuldade aumenta com o tamanho tação, terei como retorno uma gama mista de resultados.
da intranet, sua diversidade de funções e a quantidade de Caso eu queira filtrar somente os casos em que ciências
informações nela armazenadas. aparece, e também no estado de SP, realizo uma busca do
tipo computação + ciência SP.
4. A intranet é baseada em quatro conceitos:
- Conectividade - A base de conexão dos computado- 5.3. “frase_chave”
res ligados por meio de uma rede, e que podem transferir Retorna uma busca em que existam as ocorrências dos
qualquer tipo de informação digital entre si; termos que estão entre aspas, na ordem e grafia exatas
- Heterogeneidade - Diferentes tipos de computadores ao que foi inserido. Assim, se você realizar uma busca do
e sistemas operacionais podem ser conectados de forma tipo “como faser” – sim, com a escrita incorreta da palavra
transparente; FAZER, verá resultados em que a frase idêntica foi empre-
- Navegação - É possível passar de um documento a gada.
outro por meio de referências ou vínculos de hipertexto, que 5.4. palavras_chave_01 OR palavra_chave_02
facilitam o acesso não linear aos documentos; Mostra resultado para pelo menos uma das palavras
- Execução Distribuída - Determinadas tarefas de aces-
chave citadas. Faça uma busca por facebook OR msn, por
so ou manipulação na intranet só podem ocorrer graças à
exemplo, e terá como resultado de sua busca, páginas rele-
execução de programas aplicativos, que podem estar no
vantes sobre pelo menos um dos dois temas - nesse caso,
servidor, ou nos microcomputadores que acessam a rede
como as duas palavras chaves são populares, os dois re-
(também chamados de clientes, daí surgiu à expressão que
sultados são apresentados em posição de destaque.
caracteriza a arquitetura da intranet: cliente-servidor).
- A vantagem da intranet é que esses programas são
5.5. filetype:tipo
ativados através da WWW, permitindo grande flexibilidade.
Retorna as buscas em que o resultado tem o tipo de
Determinadas linguagens, como Java, assumiram grande
importância no desenvolvimento de softwares aplicativos extensão especificada. Por exemplo, em uma busca fi-
que obedeçam aos três conceitos anteriores. letype:pdf jquery serão exibidos os conteúdos da palavra
chave jquery que tiverem como extensão .pdf. Os tipos de
5. Mecanismos de Buscas extensão podem ser: PDF, HTML ou HTM, XLS, PPT, DOC.
Pesquisar por algo no Google e não ter como retorno
exatamente o que você queria pode trazer algumas horas 5.6. palavra_chave_01 * palavra_chave_02
de trabalho a mais, não é mesmo? Por mais que os algorit- Retorna uma “busca combinada”, ou seja, sendo o *
mos de busca sejam sempre revisados e busquem de certa um indicador de “qualquer conteúdo”, retorna resultados
forma “adivinhar” o que se passa em sua cabeça, lançar em que os termos inicial e final aparecem, independente do
mão de alguns artifícios para que sua busca seja otimizada que “esteja entre eles”. Realize uma busca do tipo facebook
poupará seu tempo e fará com que você tenha acesso a * msn e veja o resultado na prática.
resultados mais relevantes.
Os mecanismos de buscas contam com operadores 6. Áudio e Vídeo
para filtro de conteúdo. A maior parte desse filtros, no en- A popularização da banda larga e dos serviços de
tanto, pode não interessar a você, caso não seja um prati- e-mail com grande capacidade de armazenamento está au-
cante de SEO. Contudo, alguns são realmente úteis e estão mentando a circulação de vídeos na Internet. O problema
listados abaixo. Realize uma busca simples e depois apli- é que a profusão de formatos de arquivos pode tornar a
que os filtros para poder ver o quanto os resultados podem experiência decepcionante.
ser mais especializados em relação ao que você procura. A maioria deles depende de um único programa
para rodar. Por exemplo, se a extensão é MOV, você
vai necessitar do QuickTime, da Apple. Outros, além de
um player de vídeo, necessitam do “codec” apropriado.
Acrônimo de “COder/DECoder”, codec é uma espécie de
complemento que descomprime - e comprime - o arquivo.

Informática 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


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É o caso do MPEG, que roda no Windows Media Player, para aplicar efeitos como texturas e alteração de cores em
desde que o codec esteja atualizado - em geral, a insta- sua imagem por meio de apenas um clique.
lação é automática. Além disso sempre é possível a visualização de ima-
Com os três players de multimídia mais populares - gens pelo próprio gerenciador do Windows.
Windows Media Player, Real Player e Quicktime -, você
dificilmente encontrará problemas para rodar vídeos, tanto 7. Transferência de arquivos pela internet
offline como por streaming (neste caso, o download e a exi- FTP (File Transfer Protocol – Protocolo de Transferên-
bição do vídeo são simultâneos, como na TV Terra). cia de Arquivos) é uma das mais antigas formas de intera-
Atualmente, devido à evolução da internet com os mais ção na Internet. Com ele, você pode enviar e receber arqui-
variados tipos de páginas pessoais e redes sociais, há uma vos para, ou de computadores que se caracterizam como
grande demanda por programas para trabalhar com ima- servidores remotos. Voltaremos aqui ao conceito de arquivo
gens. E, como sempre é esperado, em resposta a isso, texto (ASCII – código 7 bits) e arquivos não texto (Binários
também há no mercado uma ampla gama de ferramentas – código 8 bits). Há uma diferença interessante entre en-
existentes que fazem algum tipo de tratamento ou conver- viar uma mensagem de correio eletrônico e realizar trans-
são de imagens. ferência de um arquivo. A mensagem é sempre transferida
Porém, muitos destes programas não são o que se como uma informação textual, enquanto a transferência de
pode chamar de simples e intuitivos, causando confusão um arquivo pode ser caracterizada como textual (ASCII) ou
em seu uso ou na manipulação dos recursos existentes. não-textual (binário).
Caso o que você precise seja apenas um programa para Um servidor FTP é um computador que roda um pro-
visualizar imagens e aplicar tratamentos e efeitos simples grama que chamamos de servidor de FTP e, portanto, é
ou montar apresentações de slides, é sempre bom dar uma capaz de se comunicar com outro computador na Rede que
conferida em alguns aplicativos mais leves e com recursos o esteja acessando através de um cliente FTP.
mais enxutos como os visualizadores de imagens. FTP anônimo versus FTP com autenticação existem
Abaixo, segue uma seleção de visualizadores, muitos dois tipos de conexão FTP, a primeira, e mais utilizada, é a
deles trazendo os recursos mais simples, comuns e fáceis conexão anônima, na qual não é preciso possuir um user-
de se utilizar dos editores, para você que não precisa de name ou password (senha) no servidor de FTP, bastando
tantos recursos, mas ainda assim gosta de dar um trata- apenas identificar-se como anonymous (anônimo). Neste
mento especial para as suas mais variadas imagens. caso, o que acontece é que, em geral, a árvore de diretório
O Picasa está com uma versão cheia de inovações que que se enxerga é uma sub-árvore da árvore do sistema. Isto
faz dele um aplicativo completo para visualização de fotos e é muito importante, porque garante um nível de segurança
imagens. Além disso, ele possui diversas ferramentas úteis adequado, evitando que estranhos tenham acesso a todas
para editar, organizar e gerenciar arquivos de imagem do as informações da empresa. Quando se estabelece uma
computador. conexão de “FTP anônimo”, o que acontece em geral é que
As ferramentas de edição possuem os métodos mais a conexão é posicionada no diretório raiz da árvore de dire-
avançados para automatizar o processo de correção de tórios. Dentre os mais comuns estão: pub, etc, outgoing e
imagens. No caso de olhos vermelhos, por exemplo, o pro- incoming. O segundo tipo de conexão envolve uma autenti-
grama consegue identificar e corrigir todos os olhos verme- cação, e portanto, é indispensável que o usuário possua um
lhos da foto automaticamente sem precisar selecionar um username e uma password que sejam reconhecidas pelo
por um. Além disso, é possível cortar, endireitar, adicionar sistema, quer dizer, ter uma conta nesse servidor. Neste
textos, inserir efeitos, e muito mais. caso, ao estabelecer uma conexão, o posicionamento é no
Um dos grandes destaques do Picasa é sua poderosa diretório criado para a conta do usuário – diretório home, e
biblioteca de imagens. Ele possui um sistema inteligente de dali ele poderá percorrer toda a árvore do sistema, mas só
armazenamento capaz de filtrar imagens que contenham escrever e ler arquivos nos quais ele possua.
apenas rostos. Assim você consegue visualizar apenas as Assim como muitas aplicações largamente utilizadas
fotos que contém pessoas. hoje em dia, o FTP também teve a sua origem no sistema
Depois de tudo organizado em seu computador, você operacional UNIX, que foi o grande percursor e responsável
pode escolher diversas opções para salvar e/ou compar- pelo sucesso e desenvolvimento da Internet.
tilhar suas fotos e imagens com amigos e parentes. Isso
pode ser feito gravando um CD/DVD ou enviando via Web. 8. Algumas dicas
O programa possui integração com o PicasaWeb, o qual 1. Muitos sites que aceitam FTP anônimo limitam o nú-
possibilita enviar um álbum inteiro pela internet em poucos mero de conexões simultâneas para evitar uma sobrecarga
segundos. na máquina. Uma outra limitação possível é a faixa de ho-
O IrfanView é um visualizador de imagem muito leve e rário de acesso, que muitas vezes é considerada nobre em
com uma interface gráfica simples porém otimizada e fácil horário comercial, e portanto, o FTP anônimo é temporaria-
de utilizar, mesmo para quem não tem familiaridade com mente desativado.
este tipo de programa. Ele também dispõe de alguns recur- 2. Uma saída para a situação acima é procurar “sites
sos simples de editor. Com ele é possível fazer operações espelhos” que tenham o mesmo conteúdo do site sendo
como copiar e deletar imagens até o efeito de remoção de acessado.
olhos vermelhos em fotos. O programa oferece alternativas

Informática 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


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3. Antes de realizar a transferência de qualquer arquivo • Pinterest: partilha de ideias de temas variados.
verifique se você está usando o modo correto, isto é, no • Skype: telechamada.
caso de arquivos-texto, o modo é ASCII, e no caso de arqui- • LinkedIn: interação e expansão de contatos profissio-
vos binários (.exe, .com, .zip, .wav, etc.), o modo é binário. nais.
Esta prevenção pode evitar perda de tempo. • Badoo: relacionamentos amorosos.
4. Uma coisa interessante pode ser o uso de um ser- • Snapchat: envio de mensagens instantâneas.
vidor de FTP em seu computador. Isto pode permitir que • Messenger: envio de mensagens instantâneas.
um amigo seu consiga acessar o seu computador como um • Flickr: partilha de imagens.
servidor remoto de FTP, bastando que ele tenha acesso ao • Google+: partilha de conteúdos.
número IP, que lhe é atribuído dinamicamente. • Tumbrl: partilha de pequenas publicações, semelhan-
te ao Twitter.
9. Grupos de Discussão e Redes Sociais
São espaços de convivências virtuais em que grupos 10. Vantagens e Desvantagens
de pessoas ou empresas se relacionam por meio do envio Existem várias vantagens em fazer parte de redes so-
de mensagens, do compartilhamento de conteúdo, entre ciais e é principalmente por isso que elas tiveram um cres-
outras ações. cimento tão significativo ao longo dos anos.
As redes sociais tiveram grande avanço devido a evo- Isso porque as redes sociais podem aproximar as pes-
lução da internet, cujo boom aconteceu no início do milênio. soas. Afinal, elas são uma maneira fácil de manter as re-
Vejamos como esse percurso aconteceu: lações e o contato com quem está distante, propiciando,
Em 1994 foi lançado o GeoCities, a primeira comunida- assim, a possibilidade de interagir em tempo real.
de que se assemelha a uma rede social. O GeoCities que, As redes também facilitam a relação com quem está
no entanto, não existe mais, orientava as pessoas para que mais perto. Em decorrência da rotina corrida do dia a dia,
elas próprias criassem suas páginas na internet. nem sempre há tempo para que as pessoas se encontrem
Em 1995 surge o The Globe, que dava aos internautas fisicamente.
a oportunidade de interagir com um grupo de pessoas. Além disso, as redes sociais oferecem uma forma rápi-
No mesmo ano, também surge uma plataforma que da e eficaz de comunicar algo para um grande número de
permite a interação com antigos colegas da escola, o Clas- pessoas ao mesmo tempo.
smates. Podemos citar como exemplo o fato de poder avisar um
Já nos anos 2000, surge o Fotolog, uma plataforma acontecimento, a preparação de uma manifestação ou a
que, desta vez, tinha como foco a publicação de fotografias. mobilização de um grupo para um protesto.
Em 2002 surge o que é considerada a primeira verda- No entanto, em decorrência de alguns perigos, as redes
deira rede social, o Friendster. sociais apresentam as suas desvantagens. Uma delas é a
No ano seguinte, é lançado o LinkedIn, a maior rede falta de privacidade.
social de caráter profissional do mundo. Por esse motivo, o uso das redes sociais tem sido cada
E em 2004, junto com a maior de todas as redes, o Fa- vez mais discutido, inclusive pela polícia, que alerta para
cebook, surgem o Orkut e o Flickr. algumas precauções.
Por ser algo muito atual, tem caído muitas questões de
Há vários tipos de redes sociais. A grande diferença en- redes sociais nos concursos atualmente.
tre elas é o seu objetivo, os quais podem ser:
• Estabelecimento de contatos pessoais (relações de NOÇÕES BÁSICAS DE FERRAMENTAS E APLI-
amizade ou namoro). CATIVOS DE NAVEGAÇÃO E CORREIO ELETRÔNI-
• Networking: partilha e busca de conhecimentos pro- CO
fissionais e procura emprego ou preenchimento de vagas.
• Partilha e busca de imagens e vídeos. Um browser ou navegador é um aplicativo que opera
• Partilha e busca de informações sobre temas varia- através da internet, interpretando arquivos e sites web de-
dos. senvolvidos com frequência em código HTML que contém
• Divulgação para compra e venda de produtos e ser- informação e conteúdo em hipertexto de todas as partes do
viços. mundo.
• Jogos, entre outros. Navegadores: Navegadores de internet ou browsers
são programas de computador especializados em visualizar
Há dezenas de redes sociais. Dentre as mais conheci- e dar acesso às informações disponibilizadas na web, até
das, destacamos: pouco tempo atrás tínhamos apenas o Internet Explorer e o
• Facebook: interação e expansão de contatos. Netscape, hoje temos uma série de navegadores no merca-
• Youtube: partilha de vídeos. do, iremos fazer uma breve descrição de cada um deles, e
• Whatsapp: envio de mensagens instantâneas e cha- depois faremos toda a exemplificação utilizando o Internet
madas de voz. Explorer por ser o mais utilizado em todo o mundo, porém o
• Instagram: partilha de fotos e vídeos. conceito e usabilidade dos outros navegadores seguem os
• Twitter: partilha de pequenas publicações, as quais mesmos princípios lógicos.
são conhecidas como “tweets”.

Informática 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Chrome: O Chrome é o navegador do Google e con-


sequentemente um dos melhores navegadores existen-
tes. Outra vantagem devido ser o navegador da Google é
o mais utilizado no meio, tem uma interface simples muito
fácil de utilizar.

Figura 4: Símbolo do Safari

Internet Explorer: O Internet Explorer ou IE é o nave-


gador padrão do Windows. Como o próprio nome diz, é um
Figura 1: Símbolo do Google Chrome programa preparado para explorar a Internet dando aces-
so a suas informações. Representado pelo símbolo do “e”
Glossário interessante que abordam internet e correio azul, é possível acessá-lo apenas com um duplo clique em
eletrônico seu símbolo.
Anti-spam: Ferramenta utilizada para filtro de mensa-
gens indesejadas.
Browser: Programa utilizado para navegar na Web,
também chamado de navegador. Exemplo: Mozilla Firefox.
Cliente de e-mail: Software destinado a gerenciar con-
tas de correio eletrônico, possibilitando a composição, en-
vio, recebimento, leitura e arquivamento de mensagens. A
seguir, uma lista de gerenciadores de e-mail (em negrito os Figura 5: Símbolo do Internet Explorer
mais conhecidos e utilizados atualmente):
Microsoft Office Outlook, Microsoft Outlook Express, Glossário interessante que abordam internet e correio
Mozilla Thunderbird, Eudora, eletrônico
Pegasus Mail, Apple Mail (Apple), Kmail (Linux) e Win- Anti-spam: Ferramenta utilizada para filtro de mensa-
dows Mail. gens indesejadas.
Mozila Firefox: O Mozila Firefox é outro excelente na- Browser: Programa utilizado para navegar na Web,
vegador ele é gratuito e fácil de utilizar apesar de não ter também chamado de navegador. Exemplo: Mozilla Firefox.
uma interface tão amigável, porém é um dos navegadores
mais rápidas e com maior segurança contra hackers. Cliente de e-mail: Software destinado a gerenciar con-
tas de correio eletrônico, possibilitando a composição, en-
vio, recebimento, leitura e arquivamento de mensagens. A
seguir, uma lista de gerenciadores de e-mail (em negrito os
mais conhecidos e utilizados atualmente):
Microsoft Office Outlook, Microsoft Outlook Express,
Mozilla Thunderbird, Eudora,
Figura 2: Símbolo do Mozilla Firefox Pegasus Mail, Apple Mail (Apple), Kmail (Linux) e Win-
dows Mail.
Opera: Usabilidade muito agradável, possui grande de-
sempenho, porém especialistas em segurança o considera Outros pontos importantes de conceitos que podem ser
o navegador com menos segurança. abordado no seu concurso são:
MIME (Multipurpose Internet Mail Extensions – Exten-
sões multiuso do correio da Internet): Provê mecanismos
para o envio de outros tipo sde informações por e-mail,
como imagens, sons, filmes, entre outros.
MTA (Mail Transfer Agent – Agente de Transferência
de Correio): Termo utilizado para designar os servidores de
Figura 3: Símbolo do Opera Correio Eletrônico.
MUA (Mail User Agent – Agente Usuário de Correio):
Safari: O Safari é o navegador da Apple, é um ótimo Programas clientes de e-mail, como o Mozilla Thunderbird,
navegador considerado pelos especialistas e possui uma Microsoft Outlook Express etc.
interface bem bonita, apesar de ser um navegador da Apple POP3 (Post Office Protocol Version 3 - Protocolo de
existem versões para Windows. Agência de Correio “Versão 3”): Protocolo padrão para re-
ceber e-mails. Através do POP, um usuário transfere para
o computador as mensagens armazenada sem sua caixa
postal no servidor.

Informática 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

SMTP (Simple Mail Transfer Protocol - Protocolo de


Transferência Simples de Correio): É um protocolo de envio
de e-mail apenas. Com ele, não é possível que um usuário
descarregue suas mensagens de umservidor. Esse proto-
colo utiliza a porta 25 do protocolo TCP.
Spam: Mensagens de correio eletrônico não autoriza-
das ou não solicitadas pelo destinatário, geralmente de co-
notação publicitária ou obscena, enviadas em larga escala
para uma lista de e-mails, fóruns ou grupos de discussão.

Um pouco de história Figura 1.1: Comunicação de dados

A internet é uma rede de computadores que liga os Um sistema básico de comunicação de dados é com-
computadores a redor de todo o mundo, mas quando ela posto por cinco elementos:
começou não era assim, tinham apenas 4 computadores e Mensagem: é a informação a ser transmitida. Pode ser
a maior distância entre um e outro era de 450 KM. No fim constituída de texto, números, fi guras, áudio e vídeo – ou
da década de 60, o Departamento de Defesa norte-ameri- qualquer combinação desses elementos;
cano resolveu criar um sistema interligado para trocar infor- Transmissor: é o dispositivo que envia a mensagem de
mações sobre pesquisas e armamentos que não pudesse dados. Pode ser um computador, uma estação de trabalho,
chegar nas mãos dos soviéticos. Sendo assim, foi criado um telefone, uma câmera de vídeo, entre outros;
o projeto Arpanet pela Agência para Projeto de Pesquisa Receptor: é o dispositivo que recebe a mensagem.
Avançados do Departamento de Defesa dos EUA. Pode ser um computador, uma estação de trabalho, um te-
Ao ganhar proporções mundiais, esse tipo de cone- lefone, uma câmera de vídeo, etc.;
xão recebeu o nome de internet e até a década de 80 ficou Meio: é o caminho físico por onde viaja uma mensagem
apenas entre os meios acadêmicos. No Brasil ela chegou dirigida ao receptor;
apenas na década de 90. É na internet que é executada a Protocolo: é um conjunto de regras que governa a co-
World Wide Web (www), sistema que contém milhares de municação de dados. Ele representa um acordo entre os
informações (gráficos, vídeos, textos, sons, etc) que tam- dispositivos que se comunicam.
bém ficou conhecido como rede mundial.
Tim Berners-Lee na década de 80 começou a criar um Transmissão de dados
projeto que pode ser considerado o princípio da World Wide Segundo Torres (2004), existem três tipos de transmis-
Web. No início da década de 90 ele já havia elaborado uma são de dados:
nova proposta para o que ficaria conhecido como WWW. Simplex: nesse tipo de transmissão de dados, um dis-
Tim falava sobre o uso de hipertexto e a partir disso surgiu positivo é o transmissor e o outro é o receptor. A transmis-
o “http” (em português significa protocolo de transferência são de dados simplex é, portanto, unidirecional;
de hipertexto). Vinton Cerf também é um personagem im- Half-duplex: esse tipo de transmissão de dados é bidi-
portante e inclusive é conhecido por muitos como o pai da recional, mas, por compartilharem o mesmo canal de comu-
internet. nicação, os dispositivos não transmitem e recebem dados
URL: Tudo que é disponível na Web tem seu próprio ao mesmo tempo;
endereço, chamado URL, ele facilita a navegação e pos- Full-duplex: é a verdadeira comunicação bidirecional.
sui características específicas como a falta de acentuação A e B podem transmitir e receber dados ao mesmo tempo
gráfica e palavras maiúsculas. Uma url possui o http (pro- (Figura 1.2).
tocolo), www (World Wide Web), o nome da empresa que
representa o site, .com (ex: se for um site governamental o
final será .gov) e a sigla do país de origem daquele site (no
Brasil é usado o BR).

3. NOÇÕES DE TRABALHO COM COMPUTADO-


RES EM REDE INTERNA, NOS SISTEMAS OPE-
RACIONAIS WINDOWS 10 E LINUX (UBUNTU
VERSÃO 14 OU SUPERIOR).

Comunicação de dados
Conforme Forouzan (2006), comunicação de dados é
a troca de informação entre dois dispositivos através de al-
gum meio de comunicação como, por exemplo, um par de
fi os (Figura 1.1).

Informática 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Classificação das redes


De acordo com Dantas (2002), uma das característi-
cas mais utilizadas para a classificação das redes é a sua
abrangência geográfica. Assim, é convencionada a classifi
cação das redes em locais – LANs (Local Area Networks),
metropolitanas – MANs (Metropolitan Area Networks) e ge-
ograficamente distribuídas – WANs (Wide Area Networks).

LAN- Segundo Dantas, ([s.d], p. 246) a rede local – LAN Anel


“é uma facilidade de comunicação que provê uma conexão Nesta topologia, cada computador, obedecendo um de-
de alta velocidade entre processadores, periféricos, termi- terminado sentido, é conectado ao computador vizinho, que
nais e dispositivos de comunicação de uma forma geral em por sua vez, também é conectado ao vizinho e assim por
um único prédio ou campus”. diante, formando um anel (AUGUSTO, [s.d.]), como mostra
LAN é a tecnologia que apresenta uma boa resposta a Figura.
para interligação de dispositivos com distâncias relativa-
mente pequenas e com uma largura de banda considerável.
(DANTAS, [s.d], p. 249)

MAN- As redes metropolitanas podem ser entendidas


como aquelas que proveem a interligação das redes locais
em uma área metropolitana de uma determinada região.

WAN- Quando as distâncias envolvidas na interligação


dos computadores são superiores a uma região metropoli- Meios de transmissão
tana, podendo ser a dispersão geográfica tão grande quan- De acordo com Tanembaum (1997), existem vários
to a distância entre continentes, a abordagem correta é a meios físicos que podem ser usados para realizar a trans-
rede geograficamente distribuída (WAN). missão de dados. Cada um tem seu próprio nicho em ter-
mos de largura de banda, retardo, custo e facilidade de ins-
Topologias talação e manutenção. Os meios físicos são agrupados em
De acordo com Augusto ([s.d., não paginado]), a topo- meios guiados, como fios de cobre e fibras ópticas, e em
logia pode ser entendida como a maneira pela qual os en- meios não guiados, como as ondas de rádio e os raios laser
laces de comunicação e dispositivos de comutação estão transmitidos pelo ar.
interligados, provendo efetivamente a transmissão do sinal
entre nós da rede. [...] TCP-IP
Podemos dizer que a topologia física de uma rede local Em uma rede, os equipamentos precisam se comunicar.
compreende os enlaces físicos de ligação dos elementos Para isso, surgiram protocolos de comunicação e modelos
computacionais da rede, enquanto a topologia lógica da para eles. Entre eles, existe o modelo TCP/IP. O nome vem
rede se refere à forma através da qual o sinal é efetivamen- de dois de seus protocolos o TCP e o IP.
te transmitido entre um computador e outro. De uma maneira simples, pode-se dizer que protocolo
é a “língua” que os equipamentos ligados em uma rede uti-
Barramento lizam para se comunicarem. Dessa forma se permite que
Segundo Silva Júnior (2009, p. 4), “nesse tipo de topo- equipamentos de diferentes tecnologias, fabricantes e fina-
logia todos os micros são ligados fi sicamente a um mesmo lidades possam se entender.
cabo, com isso, nenhum computador pode usá-lo enquanto Sem os protocolos de comunicação padronizados, se-
uma comunicação está sendo efetuada”, conforme apre- ria difícil, por exemplo, que existisse um rede de alcance
senta a Figura. mundial como a Internet.
Para padronizar a criação de protocolos, foi criado em
1971 e formalizado em 1983 o modelo OSI (Open Systems
Interconnection). Este modelo define uma arquitetura de
protocolos para redes. Com ele, diferentes fabricantes po-
dem produzir seus equipamentos de maneira a se comuni-
carem, interpretar a informação contida na comunicação e
executar a tarefa solicitada.
O modelo OSI prevê que uma rede deve possuir 7 ca-
Estrela madas:
A topologia em estrela utiliza um periférico concentra- Aplicação – Funções especializadas no nível de apli-
dor, normalmente um hub, interligando todas as máquinas cação
da rede, conforme Figura. Apresentação – Formatação de dados e conversão de
caracteres e códigos

Informática 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Sessão – Negociação e estabelecimento de conexão Aqui encontramos o TCP, utilizado na conexão ponto-a-
com outro nó -ponto. Sendo um protocolo de conexão mais confiável, ele
Transporte – Meios e métodos para a entrega de dados é utilizado em aplicações que não possuem muita tolerân-
ponta-a-ponta cia à perda de pacotes.
Rede – Roteamento de pacotes por através de uma ou Também encontramos o protocolo UDP (User Data-
várias redes gram Protocol), um protocolo com conexão não tão con-
Enlace – Detecção e correção de erros introduzidos fiável. Ele não verifica a confiabilidade e a integridade da
pelo meio de transmissão informação, porém, por não possuir as características de
Física – Transmissão dos bits através do meio de trans- controle que são pertinentes ao TCP, permite a transmissão
missão mais rápida da informação.
Assim, temos o TCP como principal protocolo para co-
O TCP/IP nexão entre aplicações e o UDP para tráfego de mídias (ví-
O TCP/IP é um conjunto de protocolos de comunicação. deos e áudios), onde a velocidade é mais importante do que
O nome vem de dois protocolos TCP (Transmission Control a integridade.
Protocol) e o IP (Internet Protocol). Ele tem por objetivo pa-
dronizar todas as comunicações de rede, principalmente as Portas
comunicações na web. Essa camada utiliza portas lógicas para garantir que a
Esse modelo foi desenvolvido em 1969 pelo Departa- aplicação (software) que iniciou a conversação encontra-
mento de Defesa dos Estados Unidos, como recurso de rá no seu destino a aplicação desejada. Essas portas ló-
comunicação da ARPANET, precursora da Internet. Ele ti- gicas são canais virtuais aleatórios, geralmente definidos
nha a função de permitir a troca de um grande volume de pelo Sistema Operacional, que se abrem conforme o tipo de
informações entre um número imenso de sistemas compu- aplicação executando, como por exemplo, o HTTP utiliza a
tacionais envolvendo empresas, universidades e órgãos do porta 80, o FTP a porta 21, etc.
governo, tudo isso com grande velocidade e confiabilidade. Esse canal virtual garante que uma aplicação que ini-
Ele deveria possuir a capacidade de decidir qual a me- ciou uma chamada pela porta 80, como por exemplo, o uso
lhor rota a seguir dentro da malha de rede formada pelas de um navegador para abrir uma página HTTP no compu-
organizações envolvidas. Em 1983, com a formalização do tador A, encontre, no destino, o servidor web que fornecerá
modelo OSI, o TCP/IP foi adequado ao modelo e definido a página HTTP solicitada também por uma porta 80. Assim
como padrão de comunicação de redes. Depois, expandin- se evita que a informação seja direcionada erroneamente
do-se para a interligação externa dessas redes e constituin- para outra aplicação, como por exemplo, um servidor FTP
do o padrão de comunicação da Internet. (porta 21).
O modelo TCP/IP possui apenas 4 camadas que englo-
bam as 7 camadas do modelo OSI. As camadas mais acima Ataques
recebem informações e as distribui para as camadas infe- Alguns tipos de ataque hacker, como o DDoS (nega-
riores, atribuindo a cada uma delas a função que exercerá ção de serviço), utilizam a sobrecarga de requisições so-
durante a comunicação. bre uma determinada porta, causando a queda do serviço.
Por exemplo, milhões de pedidos de conexão simultâneas
Comparação com modelo OSI sobre a porta 80 de um servidor web é capaz de provocar
Comparativamente ao modelo OSI, pode-se observar a desconexão do serviço e, consequentemente, a retirada
como se relacionam as 4 camadas TCP/IP e suas funções: das páginas que ele hospeda para os usuários.
Para evitar isso, a camada Transporte tenta continua-
Aplicação (Camada 4) mente analisar e mensurar o quanto a rede está carregada
Aqui encontra-se todos os protocolos de serviço que e efetua um “balanceamento da carga”, reduzindo a taxa de
efetuam a comunicação direta com o software para identifi- envio dos pacotes para evitar a sobrecarga.
car o tipo de requisição que está sendo realizada.
Assim, encontramos o HTTP que permite a navegação Pacotes
na web, o DNS que realiza a conversão da url do navegador Outra função importante é a entrega adequada dos pa-
em um número único (IP) utilizado para identificar a locali- cotes de informação, verificando a sequência de chegada
zação na rede do meio que quer conectar, o SMTP utilizado dos pacotes, pois, durante o tráfego, algum pode se perder.
no envio de e-mails, o SSH que permite uma conexão re- Para ilustrarmos, digamos que uma informação produzida
mota de maneira segura e muitos outros. no equipamento A, destinada ao equipamento B, dado o
Após a comunicação entre software e a camada de seu tamanho, foi particionada na origem em 10 pacotes e
Aplicação, a informação é codificada dentro do padrão do encaminhadas ao ponto B.
protocolo e repassada para as camadas inferiores. Ao chegar ao ponto B, a camada transporte, através
do TCP, verifica a sequência e, caso um pacote tenha se
Transporte (Camada 3) perdido pelo caminho, ela requisita à origem o seu reenvio.
Responsável pela comunicação entre os pontos (hosts) Assim, se o ponto B recebeu os pacotes 1, 5, 3 e 2, o
envolvidos. Ela tem como função a manutenção da con- TCP reordena a sequência, verifica a ausência do pacote
fiabilidade e integridade da comunicação, verificando se o 4, solicita o reenvio desse pacote e, ao chegar, coloca-o
pacote alcançou seu destino e se os dados nele contidos na sequência correta de maneira que o destino interprete a
chegaram de maneira integra. informação em sua plenitude.

Informática 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Internet ou Rede (Camada 2) Enquanto a camada de Transporte é responsável pelo


Pode-se dizer que aqui está o GPS do pacote TCP/IP, sequenciamento correto dos pacotes da informação subdi-
pois dentro dessa camada é que encontramos os endere- vidida, a camada de Enlace é a responsável pela divisão e
ços de origem e destino de uma conexão. dessa informação.
Durante todo o tráfego do pacote pela rede ele encon-
tra diversos equipamentos que o direcionam para a melhor Tem ainda as seguintes características:
rota afim de atingir seu destino. Esses equipamentos são Estabelecer e encerrar conexões;
chamados de roteadores e pode-se, em uma analogia, de- Notificar e corrigir falhas;
fini-los como nós de uma rede. Utilizar sinais analógicos ou digitais nas conexões;
O roteador ao receber o pacote efetua a leitura da ca- Utilizar meios guiados (cabos) ou não guiados (rádio,
mada de Internet (ou Rede), verifica o endereço de desti- micro-ondas);
no, checa a lista interna de rotas que possui, e direciona o Emissão de mais de um sinal em um mesmo meio fí-
pacote para o caminho adequado, que pode ser o caminho sico;
mais longo com menor tráfego ou o mais curto. Mapear endereços lógicos em físicos;
Ao chegar ao destino, o equipamento armazena o en- Converte endereços físicos em lógicos (endereço IP);
dereço de origem do pacote recebido, aciona a aplicação Comutar pacotes dentro de um equipamento;
solicitada na camada de Transporte, realiza a ação pedida Permite que o TCP/IP seja implementado em diferen-
na camada de Aplicação, formula a resposta, encapsula a tes hardwares.
resposta em outro pacote TCP/IP, coloca como destino o
endereço de origem armazenado e insere seu endereço Elementos ativos de rede
como o de origem. Hub
Dentro dessa camada podemos encontrar os protoco-
los ICMP e o IGMP. O primeiro é utilizado para transmitir
diagnósticos sobre a rede que está trafegando. O segundo
é utilizado para o gerenciamento do multicast de dados.
Outra função dessa camada é transportar protocolos
de roteamento. Por exemplo, o BGP, o OSPF e o RIP, que Segundo Torres (2004), os hubs são dispositivos con-
entregam aos roteadores, durante a passagem do proto- centradores, responsáveis por centralizar a distribuição
colo por eles, informações capturadas sobre o tráfego na dos quadros de dados em redes fisicamente ligadas em
rede. Isso permite que esses equipamentos aprimorem estrela. Todo hub é um repetidor responsável por replicar,
suas listas de rotas. Além disso, direcionem os próximos em todas as suas portas (Figura 4.1), as informações rece-
pacotes de maneira mais adequada. bidas pelas máquinas da rede.

Enlace ou Física (Camada 1) Switch


Tem por função identificar a conexão física da rede
pela qual o pacote trafega. Por exemplo, Ethernet, Wi-Fi,
Modem discado, ATM, FDDI, Token Ring, X.2. Além disso,
carrega consigo a identidade do hardware que deu origem
ao envio do pacote armazenando o seu endereço MAC.
Responsável por adequar o pacote ao meio físico pelo
qual está trafegando. Permite que o pacote trafegue por Segundo Torres (2004), os switches são pontes que
diferentes meios, por interconexões diversas e interopera- contêm várias portas (Figura 4.2). Eles enviam os quadros
ções de redes altamente heterogêneas. Essa é uma das de dados somente para a porta de destino, ao contrário do
maiores qualidades do TCP/IP. Protocolos mais antigos hub, que transmite os quadros simultaneamente para to-
permitiam o tráfego apenas em um mesmo meio físico. das as portas. Com isso, os switches conseguem aumen-
É por meio desta camada que um notebook ou smar- tar o desempenho da rede.
tphone, conectado à internet através do Wi-Fi, tem uma
solicitação enviada pela frequência de rádio, pode ter o si- Roteador
nal convertido para trafegar na fibra óptica do equipamento
de internet cedido pela operadora e chega ao destino.
Outra característica dessa camada é a tradução de
nomes e endereços lógicos em endereços físicos, além de
gerenciar o tráfego e as taxas de velocidade dos canais de
comunicação. Roteadores são pontes que operam na camada de
Por fim, outra função é o particionamento da informa- rede do Modelo OSI. Eles são responsáveis por tomar a
ção em pacotes menores, como citamos no exemplo dado decisão de qual caminho percorrer para interligar redes
na camada de Transporte. diferentes.

Informática 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Repetidor
De acordo com Gallo (2003) a função do repetidor é
recuperar um sinal. Os repetidores também são chamados 03. (CS-UFG - Técnico de Laboratório - Área: Infor-
de concentradores e são usados em redes locais, aumen- mática - CS-UFG – 2018)
tando seu alcance. Em redes de computadores, um servidor (sistema de
computador ou uma aplicação) que atua como um inter-
A ponte é um repetidor inteligente. Ela opera na ca- mediário entre os computadores de uma rede e a Internet
mada de enlace do modelo OSI. Isso significa que ela tem é conhecido como
a capacidade de ler e analisar os quadros de dados que A) servidor de aplicação.
estão circulando na rede. B) servidor dhcp.
C) servidor proxy.
D) servidor dns.
GABARITO: LETRA C

04. (STJ - Técnico Judiciário - Telecomunicações e


Eletricidade - CESPE – 2018)
Acerca de arquitetura de redes de computadores e
seus componentes, julgue o item a seguir.
O roteador é um equipamento de rede cuja principal
funcionalidade é a implementação da camada de redes
(IP) do TCP/IP.
( ) Certo
( ) Errado
GABARITO: CERTO
Obs.- Veja mais sobre redes em “Internet e Intranet”,
no inicio de nossa apostila. 05. (BANRISUL - Gestão de TI - FAURGS – 2018)
Qual é o protocolo que permite acesso seguro à trans-
Referências: ferência de dados entre redes de computadores na Inter-
http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_in- net, garantindo a segurança dos dados enviados e recebi-
for_comun/tec_man_sup/081112_fund_redes_comp.pdf dos pelo usuário?
https://www.infonova.com.br/artigo/o-que-e-tcp-ip-e- A) Dynamic Host Configuration Protocol – DHCP
-como-funciona/ B) File Transfer Protocol – FTP
www.qconcursos.com C) Secure Shell – SSH
D) Hypertext Transfer Protocol Secure – HTTPS
Questões E) Hypertext Transfer Protocol – HTTP
GABARITO: LETRA D
01. (CFBio - Agente Administrativo - Quadrix –
2018)
4. NOÇÕES DE ESCRITA E EDITORAÇÃO DE
Julgue o item seguinte quanto aos conceitos básicos
TEXTO UTILIZANDO LIBREOFFICE-WRITER
de redes de computadores, aos conceitos de organização
(VERSÃO 5.0.6 OU SUPERIOR).
e de gerenciamento de arquivos e aos procedimentos de
segurança da informação.
As redes de computadores proporcionam que determina- MS-WORD
dos dispositivos como, por exemplo, pendrives sejam com-
partilhados entre computadores interligados por meio delas. O Microsoft Word é um programa de processamento
( ) Certo de texto, projetado para ajudá-lo a criar documentos com
( ) Errado qualidade profissional. O Word ajuda você a organizar e
GABARITO: CERTO escrever os documentos de forma mais eficiente.
Sua primeira etapa ao criar um documento no Word é
02. (CS-UFG - Técnico de Laboratório - Área: Infor- escolher se deve iniciar a partir de documento em branco
mática - CS-UFG – 2018) ou permitir que um modelo faça a maior parte do trabalho
O dispositivo de rede de computadores que garante por você. A partir daí as etapas básicas ao criar e com-
a comutação de pacotes em camada 2 e 3 e possibilita a partilhar documentos são as mesmas. As poderosas ferra-
configuração de redes virtuais é mentas de edição e revisão ajudam você a trabalhar com
A) hub outras para tornar seu documento perfeito.
B) bridges É um software que une vantagens de um processador
C) switch de textos com os recursos oferecidos pela interface gráfica
D) router do Windows. O Word dispõe das seguintes características:
GABARITO: LETRA C

Informática 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- Copia e move fragmento de texto, parágrafos e de-


senhos com o recurso de mouse como Arrastar e Soltar
(Drag and Drop).
- Inserção simplificada de gráficos, planilhas e dese-
nhos.
- Variedades de tipos e tamanhos de fontes, incluindo
símbolos gráficos.
- Criação de estilos e modelos de documentos com
formatações predefinidas. Se você já estiver no Word, clique em Arquivo > Abrir
- Visualização WYSIWYG (What You See Is What You e navegue até o local do arquivo.
Get - O que você vê é o que você obtém) o usuário tem a Ao abrir um documento criado em versões anteriores
imagem real de impressão do documento. do Word, você vê o modo de compatibilidade na barra de
- Destaques de texto como bordas, sombreamento e título da janela do documento. Você pode trabalhar em
destaque de caracteres. mais compatibilidade ou pode atualizar o documento para
- Pré-visualização de arquivos sem precisar abri-los. usar o Word .
- Revisor ortográfico incorporado.
- Recursos como cabeçalhos, rodapés, texto multico- Formatar textos no Word
lunado, gerador de índices analíticos e remissivos, editor
de macros, ferramentas para produção de desenhos e lo- Para você alterar o formato de texto nos documentos
gomarcas e editor de fórmulas matemáticas e científicas. criados no Word , é importante primeiro saber inserir, ex-
- Autoformatação de textos e documentos. cluir e selecionar texto. Inserir texto no Word
- Mala-Direta simplificada, com opção para criação de Inserir textos no Word é muito fácil, basta encontrar e
etiquetas, cartas modelos, envelopes e catálogos. clicar com o mouse a parte que você quer escrever o texto,
quando aparecer o cursor você poderá começar a digitar
Iniciar um documento usando o teclado de seu computador.

Geralmente, é mais fácil criar um novo documento


usando um modelo do que começar com uma página em
branco. Os modelos do Word estão prontos para serem
usados com temas e estilos predefinidos. Tudo o que você
precisa fazer é adicionar o seu conteúdo.
Cada vez que você inicia o Word, é possível escolher
um modelo a partir da galeria, clicar em uma categoria para
ver mais modelos ou pesquisar outros modelos online.
Para analisar melhor qualquer modelo, clique nele
para abrir uma visualização grande.
Se você preferir não usar um modelo, clique em Docu-
mento em branco. Apagar texto no Word
Para apagar um texto, coloque o cursor no final da pa-
lavra que você quer apagar e pressione a tecla Retroceder
ou Backspace do teclado.

Selecionar texto no Word


Para selecionar um texto basta posicionar o cursor
onde você quer iniciar a sua seleção.
Mantenha o botão esquerdo do mouse pressionado e
mova o cursor até chegar no final da palavra, frase ou pa-
rágrafo que você escolheu.

Abrir um documento

Sempre que você iniciar o Word, verá uma lista dos


documentos usados mais recentemente na coluna esquer-
da. Se o documento que você está procurando não estiver
lá, clique em Abrir Outros Documentos.

Informática 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Alterar a cor da letra


Quando você seleciona textos e imagens no Word , Se você deseja alterar a cor do texto, siga os passos
aparece uma barra de ferramentas com opções de forma- abaixo:
tação para que você tenha acesso mais facilmente a elas. - Selecione um texto para alterar sua cor e clique na
Isto lhe ajuda a economizar tempo. flecha que se encontra ao lado do comando Cor da fonte.
Alterar o tipo de fonte e tamanho - Vai aparecer uma tabela de cores. Agora, passe o
No Word você tem a possibilidade de alterar o tipo, ta- mouse sobre elas e veja como fica a nova cor no seu texto.
manho e a cor da fonte para que a aparência fique melhor. - Finalmente, clique sobre a cor que você quer dar ao
Também é possível ressaltar as palavras ou parágrafos texto.
que você acha mais importante.
- Selecione o texto que você deseja alterar.
- Clique na flecha que está no quadrinho chamado
Fonte na guia Página inicial.
- Mova o cursor sobre as diferentes fontes apresen-
tadas. Você poderá ver como elas vão ficar no seu texto.

Finalmente, escolha o tipo de letra que você quer cli-


cando nela.

Formatar texto no Word


O Word nos oferece ferramentas tais como: negrito,
itálico e sublinhado para alterar o estilo dos textos. Além
disso, você pode escolher seu alinhamento e modificar pa-
lavras e textos para maiúsculos, minúsculos sem a neces-
Alterar o tamanho da fonte sidade de apagar o que você tinha escrito. Vejamos como
- Selecione a parte do texto que você quer mudar. fazer...
- Clique na setinha que está no campo Tamanho da
fonte. Negrito, Itálico e Sublinhado
- Mova o cursor sobre os números que aparecem para Selecione o texto no qual você aplicará uma das três
ver como fica o seu texto com cada um dos tamanhos. opções anteriores. Agora, basta clicar em algum dos co-
- Escolha o tamanho que você deseja clicando sobre mandos: Negrito (N), Itálico (I) ou Sublinhado (S). Obser-
ele. ve que a opção que você escolheu será aplicada ao texto
selecionado.

Informática 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Navegue até o local em que você gostaria de salvar


seu documento.
Observação: para salvar o documento em seu compu-
tador, escolha uma pasta em Este Computador ou clique
em Procurar. Para salvar o seu documento online, escolha
um local online em Salvar como ou clique em Adicionar
um local. Quando as suas pastas estão online, você pode
compartilhá-las, fornecer comentários e trabalhar em con-
junto nelas em tempo real.
Clique em Salvar.
Observação: O Word salva automaticamente no for-
mato de arquivo .docx. Para salvar seu documento em um
formato diferente de .docx, clique na lista Salvar como tipo
Mudar para maiúsculas e selecione o formato do arquivo desejado.
Para mudar um texto para maiúsculas ou para minús- Para salvar seu documento à medida que você conti-
culas não é necessário apagar o texto. O Word possui um nua a trabalhar nele, clique em Salvar na Barra de Ferra-
comando que lhe permite fazer isso de forma automática. mentas de Acesso Rápido.
Veja como funciona:
- Selecione o texto que você deseja modificar.
- Clique no comando Maiúsculas e Minúsculas.
- Aparecerá uma lista com várias opções que podem
ser aplicadas no texto. Escolha a opção que você deseja
clicando sobre ela.

Como salvar um arquivo do Word em uma versão an-


terior?

Alinhamento do texto
Selecione o texto que você deseja alinhar e clique em
uma destas opções: Alinhar texto à esquerda, Centralizar,
Alinhar texto à direita ou Justificar.

- Quando você estiver com a caixa de diálogo Salvar


como aberta, clique no campo Tipoque está embaixo do
campo Nome do arquivo.
- Será exibido uma lista com as diferentes opções de
formato que oferece o Word . Escolha a opção Documento
do Word 97-2003.
- Finalize selecionando a localização do arquivo, dan-
Salvar um documento do um nome para ele (se você ainda não tiver feito) e cli-
cando no botão Salvar.
Para salvar um documento pela primeira vez, faça o - Salve um arquivo em formato PDF seguindo o proce-
seguinte: dimento anterior, mas escolhendo a opção PDF no campo
Na guia Arquivo, clique em Salvar como. Tipo.

Informática 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Revisão ortográfica

Quando você estiver escrevendo um texto no Word , observe que algumas das palavras que você digita são sublinha-
das de forma automática com a cor vermelha, isso significa que o programa identificou um erro ortográfico.
Coloque o cursor do mouse na palavra que está sublinhada em vermelho ou verde e clique na guia Revisão que se
encontra na parte superior da Faixa de opções entre as guias Correspondências e Exibição.
No primeiro grupo chamado Revisão de Texto, selecione o botão Ortografia e Gramática.
Será apresentado uma caixa de diálogo com várias opções para a correção do erro:

Ignorar uma vez: Quando você clicar nesta opção, a marcação de erro que está na palavra será tirada e ela NÃO será
alterada.
Ignorar todas: Se você escolher esta opção, todas as palavras iguais a essa que estiverem no texto não serão alte-
radas
Adicionar ao dicionário: Com esta opção você incluirá esta palavra ao seu dicionário do Word, porque até então ele
não conhecia essa palavra.
Depois de todas as correções, você verá uma caixa de diálogo confirmando que a revisão foi terminada.
Outra forma de corrigir os erros ortográficos e gramaticais é:
Clique com o mouse direito sobre a palavra sublinhada e vai aparecer um menu com algumas opções.
Selecione a palavra correta se ela estiver na lista apresentada.

Inserir Marcadores

Clique no botão reproduzir e veja este breve tutorial onde você aprenderá a incluir marcadores ou numeração nas
suas listas.
- Selecione com o mouse a lista do documento Word que você quer colocar marcadores ou uma numeração.
- Clique sobre a flechinha que está ao lado dos comando Marcadores ou Numeração conforme a sua escolha.
Selecione o que você mais gosta clicando sobre o marcador ou sobre o estilo de numeração do menu de opções que
aparece. Veja que em seguida ele será aplicado a sua lista.
Caso deseja tirar o marcador ou a numeração, selecione novamente a lista e clique no comando Marcador ou Nume-
ração conforme a sua lista. É muito simples e fácil.

Informática 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- Arraste o cursor em formato de cruz até que a forma


inserida alcance o tamanho que você deseja. Solte o botão
do mouse e a forma será inserida.

Como inserir colunas a um documento


- Selecione com o mouse o texto que você deseja or-
ganizar em colunas e em seguida clique na guia Layout
de Página.
- Clique sobre o comando Colunas que está dentro do
grupo Configurar página. Veja que aparece um menu com Alterar o tamanho da forma
várias opções. - Clique sobre a forma para poder selecioná-la.
- Selecione o número de colunas que você quer criar - Clique e arraste o mouse a partir de um dos pontos
no seu documento. localizados nos cantos da forma.

Passo 3:
Caso queira rodar a forma, clique e mova o mouse so-
bre o ponto verde (bolinha) que está em cima da forma con-
forme a figura ao lado.

Se você quiser voltar o texto e tirar as colunas, basta


fazer o mesmo procedimento mas escolher a opção Uma
coluna.

Como inserir uma forma


- Clique na guia Inserir que está na faixa de opções
principal e logo em seguida clique sobre o botão Formas
conforme mostrado na figura abaixo.
- Selecione a forma que você quer incluir no menu de
opções que aparece.

Informática 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Passo 4:
Algumas formas contam com pontinhos de cor amarela que são úteis para alterar seu tamanho. Por exemplo, é pos-
sível alterar o tamanho das pontas de uma flecha.

Passos para inserir uma imagem


- Posicione o mouse no documento onde você quer que a imagem seja inserida. Clique na guia Inserir que está na
faixa de opções e escolha a opção imagem.
´Vai aparecer uma caixa de diálogo que permite buscar o local onde a imagem que você deseja inserir está guardada.
- Com um clique, escolha a imagem que você deseja inserir.
- Clique no botão Inserir e observe que a imagem foi colocada dentro do seu documento.

Passos para aplicar estilos no Word

Passo 1: Selecione o texto no qual você quer aplicar um novo estilo. Na guia chamada Página Inicial que está na faixa
de opções você encontrará um grupo chamado Estilo.
Passo 2: Escolha um estilo que você queira aplicar no seu texto. Você pode ter acesso a mais estilos clicando na fle-
chinha que está no canto inferior do lado direito. Veja que o estilo já foi aplicado no texto que você selecionou.

Como inserir cabeçalhos no Word ?


Um cabeçalho é um espaço na parte superior de uma página onde é possível inserir um texto ou uma imagem que
permite identificar melhor o documento.
Passo 1: Clique na guia Inserir e em seguida no botão Cabeçalho que está dentro do grupo Cabeçalho e Rodapé.
Observe que parece um menu com várias opções.
Passo 2: Escolha aquele que melhor atende sua necessidade, aqui nesta página vamos escolher a segunda opção
Em Branco (Três colunas).
Passo 3: Na faixa de opções vai aparecer uma nova guia contendo todas as ferramentas para realizar as modifica-
ções gráficas do seu cabeçalho. Observe que o formato do cabeçalho já aparece no seu documento do Word .

Informática 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Passo 4: Escreva a informação que você quer que apareça no seu cabeçalho. Neste exemplo vamos escrever o
nome da nossa fundação.
Passo 5: Quando você tiver terminado de digitar os dados do seu cabeçalho, clique na opção Fechar Cabeçalho e
Rodapé para sair e voltar a escrever dentro do documento Word.

Diferentemente do cabeçalho, o rodapé fica na parte inferior da página. Nele também é possível incluir diferentes tipos
de informações, como citações de autores, esclarecimentos de termos ou numeração de página.
Quando você terminar de digitar as informações no seu Rodapé, clique no botão Fechar cabeçalho e rodapé que está
em cima na faixa de opções ou pressione a tecla Esc.
Também é possível editar seu rodapé depois de tê-lo fechado, clicando duas vezes sobre ele.

Inserir uma tabela

Passo 1: Posicione o mouse onde você quer inserir a tabela dentro do seu documento do Word e clique na guia Inserir
que está na faixa de opções principal.
Passo 2: Clique no comando Tabela.
Passo 3: Mova o mouse sobre os quadrados do diagrama para selecionar o número de colunas (células verticais) e
linhas (células horizontais) que terá a sua tabela.

Informática 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Passo 4: Quando você selecionar a última célula que vai ter a sua tabela, dê um clique. Observe que imediatamente
a tabela aparece no seu documento.
Passo 5: Agora você pode colocar o cursor em qualquer lugar da tabela para digitar um texto.

A Faixa de Opções

A seguir, apresentamos a Faixa de Opções e como trabalhar com ela.


Grupos: Cada guia tem vários grupos (navegue com o TAB entre eles) que mostram os itens relacionados em con-
junto. Por exemplo, a guia Página Inicial contém todos os comandos que você utiliza com mais frequência e os botões
Recortar, Copiar e Colar, que estão no grupo Área de Transferência.
Comando: Um comando é um botão, uma caixa para inserir informações ou um menu. Confira, a seguir, os grupos de
cada uma das guias. Para acessá-las tecle ALT e navegue até cada uma com a seta para a direita:
- Arquivo: Acessa a área de gerenciamento de arquivos chamada Backstage. Nessa guia, por exemplo, estão os co-
mandos para criar, salvar e imprimir arquivos, além dos que permitem alterar as configurações do Word. Resumindo, tudo
aquilo que se faz para um documento (abrir, salvar, salvar como, fechar, imprimir etc.).
- Página Inicial: Área de transferência, Fonte, Parágrafo, Estilo e Edição.
- Inserir: Páginas, Tabelas, Ilustrações, Links, Cabeçalho e Rodapé, Texto e Símbolos.
- Layout da Página: Temas, Configurar Página, Plano de Fundo da Página, Parágrafo e Organizar.
- Referências: Sumário, Notas de Rodapé, Citações e Bibliografia, Legendas e Índice.
- Correspondências: Criar, Iniciar Mala Direta, Gravar e Inserir Campos, Visualizar Resultados e Concluir.
- Revisão: Revisão de Texto, Idioma, Comentários, Controle, Alterações, Comparar, Proteger e OneNote.
- Exibição: Modo de Exibição de Documento, Mostrar, Zoom, Janela e Macros.
Para navegar pelos grupos tecle TAB e ENTER, a fim de selecionar a opção desejada.
A guia Arquivo substituiu o Botão Microsoft Office da versão 2007 e o menu Arquivo das versões anteriores.

Atalhos usados com frequência

Para/Pressione
Vá para “Diga-me o que você deseja fazer” / Alt+Q
Abrir / Ctrl+O
Salvar / Ctrl+B
Fechar / Ctrl+W
Recortar / Ctrl+X
Copiar / Ctrl+C
Colar / Ctrl+V
Selecionar tudo / Ctrl+A
Negrito / Ctrl+N
Itálico / Ctrl+I

Informática 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Sublinhado / Ctrl+U 03. Ano: Banca: FUNDATEC Órgão: Prefeitura de Tor-


Diminuir o tamanho da fonte em 1 ponto / Ctrl+[ res - RS Prova: FUNDATEC - - Prefeitura de Torres - RS
Aumentar o tamanho da fonte em 1 ponto / Ctrl+] - Agente Administrativo
Centralizar texto / Ctrl+E São guias padrões do Word:
Alinhar texto à esquerda / Ctrl+L
Alinhar texto à direita / Ctrl+R A) Página Inicial, Inserir, Design e Referências.
Cancelar / Esc B) Arquivo, Editar, Exibir e Revisão.
Desfazer / Ctrl+Z C) Arquivo, Formatar, Ferramentas e Configurações.
Refazer / Ctrl+Y D) Página Inicial, Editar, Exibir e Referências.
Zoom / Alt+W, Q e pressionar Tab na caixa de diálogo E) Página Inicial, Formatar, Ferramentas e Editar.
Zoom até o valor desejado.
GABARITO OFICIAL: LETRA A
Fonte:
https://edu.gcfglobal.org/pt/microsoft-word- / 04. Ano: 2018 Banca: IBFC Órgão: Prefeitura de Divi-
https://support.office.com/pt-br nópolis - MG Prova: IBFC - 2018 - Prefeitura de Divinópolis
http://www.fundacaobradesco.org.br/vv-apostilas/apos- - MG - Técnico de Enfermagem
tDV_word10_1-2.html O Microsoft Word possui em um dos seus diversos re-
www.qconcursos.com cursos vários tipos de letras, denominadas tecnicamente de
fontes. Uma típica fonte, com serifa, do Microsoft Word é a
QUESTÕES fonte:

01. Ano: Banca: INAZ do Pará Órgão: Prefeitura de A) MS Sans Serif


Cristiano Otoni - MG Provas: INAZ do Pará - - Prefeitura B) Times New Roman
de Cristiano Otoni - MG - Psicólogo C) Arial
Um arquivo com o nome de “planilha de custo.docx”. D) Calibri
Dando duplo clique sobre ele abrirá em que programa?
GABARITO OFICIAL: LETRA B
A) Microsoft Excel
B) Microsoft Word 05. Ano: Banca: UFCG Órgão: UFCG Prova: UFCG
C) Microsoft PowerPoint - - UFCG - Analista de Tecnologia da Informação - Plane-
D) BrOffice Impress jamento e Governança de TI
E) BrOffice Calc No Word , sobre a ação de controlar alterações, mar-
que a alternativa correta:
GABARITO OFICIAL: LETRA B
A) A opção “Controlar Alterações” encontra-se na aba
02. Ano: Banca: ESAF Órgão: ANAC Provas: ESAF Revisão.
- - ANAC - Técnico Administrativo B) A opção “Controlar Alterações” encontra-se na aba
No MS Word, Exibição.
C) A opção “Controlar Alterações” encontra-se na aba
A) é possível aplicar os recursos de formatação (aplicar Verificação.
negrito, centralizar, etc.) em um símbolo, bastando aplicar o D) A opção “Bloquear Rastreamento” encontra-se na
comando antes de selecioná-lo como um caractere normal. aba Ferramentas.
B) é possível aplicar os recursos de formatação (aplicar E) O Word mostra uma interrogação ao lado do texto,
negrito, centralizar, etc.) em um símbolo, bastando sele- quando alguém faz um comentário.
cioná-lo como um caractere normal antes da aplicação do
comando. GABARITO OFICIAL: LETRA A
C) é possível criar uma tecla de atalho para inserção
de símbolo, desde que seja aberta a caixa de diálogo no BrOffice, ou LibreOffice, é um pacote office, ou seja,
momento de cada inserção um conjunto de aplicativos para escritório contendo um
D) é possível utilizar o Clip-art.com para inserir ima- editor de texto, planilha eletrônica, apresentador de slides,
gens, sem haver conexão com a internet. criador de banco de dados, aplicativo para desenho vetorial
E) não há possibilidade de ajustar uma tabela gerada e criador de fórmulas matemáticas.
por auto-formatação. O BrOffice é uma suíte “concorrente” do Windows e
seu Microsoft Office. Em informática chamamos de suíte
GABARITO OFICIAL: LETRA B um conjunto de programas de um determinado fabricante
que possui uma interface diferenciada em relação a outros
programas, que realizam a mesma tarefa, de outros fabri-
cantes.

Informática 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Interface é a aparência de um determinado software Para ter certeza de qual versão você deve estudar para
para produzir um resultado esperado. São os tipos de sua prova entre no site do LibreOffice, www.libreoffice.org.
botão, menus com seus formatos e cores isto é layout. br, clique em “Baixe Já” e em seguida em “Notas da ver-
Um conjunto de programas para escritório também são” e estará disponível todas as notas sobre a melhorias
podemos chama-lo de pacote office e reúne programas de todas as versões com a suíte LibreOffice.
desenvolvidos originalmente para serem utilizados em A suíte BrOffice pode abrir e editar qualquer arquivo
escritório, mas que na atualidade, são muito úteis em feito nos aplicativos da suíte Microsoft. Por exemplo, se
nossas residências e em nossos equipamentos portáteis tiver um documento de texto feito no MS-Word este pode
nos auxiliando nas mais alternadas tarefas. ser aberto no editor de texto Writer e ser editado e salvo
O pacote office mais conhecido é o fabricado pela Mi- com a extensão Microsoft ou BrOffice.
crosoft onde temos um editor de texto chamado Word, uma O Sistema Operacional Windows identifica um arquivo
planilha eletrônica conhecida como Excel, apresentador de por sua extensão, letra introduzidas no final de um arquivo
slides que é o Power Point e um gerenciador de banco de automaticamente de acordo com o aplicativo que o elabo-
dados chamado Access. Hoje há muitos outros aplicativos rou. Os aplicativos da suíte Office Microsoft possuem suas
no pacote Office Microsoft, mas estes quatro aplicativos extensões da seguinte forma: MS-Word (.doc ou .docx),
citados são os que estão presentes em qualquer versão do MS-Excel (.xls ou .xlsx), MS-Power Point (.ppt ou .pptx).
office Microsoft desde as primeiras versões. Já os aplicativos da suíte BrOffice possui um padrão de
Na suíte BrOffice temos um editor de texto chamado de extensão chamado de Open Document Format (.odf).
Writer, planilha eletrônica Calc, Impress que é o apresen- Neste padrão cada aplicativo possui sua extensão própria
tador de slides, o Base que gerencia um banco de dados, como segue: Writer (.odt), Calc (.ods), Impress (.odp),
Math que é o editor de fórmulas matemáticas e científicas Base (.odb), Math (.odf), Draw (.odg). Lembrando que
e um editor de desenhos vetoriais chamado Draw. todos os aplicativos BrOffice ou Libre Office possuem um
O BrOffice segue uma filosofia de Software Livre, SL padrão de arquivo odf (Open Document Format).
ou Open Source, que significa código aberto. Os software .odt para Processadores De Texto (text)
de código aberto permitem ao usuário a possiblidade .ods para Planilhas Eletrônicas (spreadsheets)
de alterar a forma como os estes programas trabalham, .odp para Apresentações em Slides (presentations)
podendo melhorá-los e adapta-los às suas necessidades.
O suíte BrOffice é gratuita, pode ser baixada da Internet A diferença entre as versões BrOffice e LibreOffice é
sem nenhum custo nem a necessidade de cadastro para somente o layout, ou seja, somente a aparência da sua
sua utilização. parte gráfica, os botões e barras que são exibidos que uti-
O nome BrOffice foi dado à versão brasileira do lizamos para executar as ações em qualquer programa. As
OpenOffice.org, que era mantida pela Apache Software extensões, nomes dos aplicativos, formas de trabalhar são
Fundation que foi adquirida pela Sun Microsystems, todas semelhantes entre as versões BrOffice e LibreOffice.
desenvolvedora do famoso Java, e que recentemente foi Os programas desta suíte são interligados, é possível
adquirida pela Oracle. Esta última transação trouxe vários abrir um arquivo do CALC, planilha eletrônica, através do
conflitos de pensamento e promessas, feitas pela Sun e editor de texto WRITER.
que não foram cumpridas pela atual proprietária da marca Como já vimos a suíte LibreOffice é composta por
BrOffice. seis aplicativos, porém, cobrado em concurso público são
Com isto, os desenvolvedores do BrOffice criaram apenas três: Writer, Calc e Impress e são estes que vamos
uma fundação que mantivesse o mesmo pensamento detalhar nesta apostila.
sobre software livre a The Document Fundation e cria- Para fins didáticos vamos detalhar os aplicativos
ram assim seu próprio projeto de suíte de aplicativos para da suíte LibreOffice, que é o mais atual e é o que será
escritório chamada de Libre Office. cobrado nos próximos concursos. Não desanime se você
Resumindo, a suíte de escritório que hoje conhecemos estudou ou conhece bastante o BrOffice, somente o layout
como LibreOffice começou como StarOffice depois mu- muda um pouco como já falamos anteriormente mas o
dou para OpenOffice.org, que no Brasil foi batizado de modo de funcionamento não muda em nada. Mas vale a
BrOffice, e acabou se chamando LibreOffice, tudo devido pena conferir este trabalho e manter-se preparado para o
a compras de uma empresa desenvolvedora por outra concurso.
empresa e no final a criação de uma fundação como já
vimos, mas tenha em mente que para concurso público LIBREOFFICE - WRITER
em todas as suítes as aplicações terão o mesmo nome,
editores de texto é o Writer, planilhas é o Calc, etc, como Programa semelhante ao MS-Word utilizado para
já falamos anteriormente. criar arquivos de texto como cartas, memorandos, livros,
O BrOffice, ou LibreOffice, é uma suíte multiplatafor- trabalhos de conclusão de curso, enfim, tudo que tenha
ma, isto significa que podemos instalar estes programas texto como seu principal objetivo.
nas plataformas operacionais Windows, Linux e Mac. É uma ferramenta poderosíssima com inúmeras possi-
A primeira versão desta suíte com o nome LibreOffice bilidades de formatação do texto e a inclusão de imagens,
foi 3.3. Mas é comum em alguns editais saírem a publica- gráficos, planilhas, etc.
ção de BrOffice versão 3.3, 3.4, etc.

Informática 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Sem a necessidade de ter qualquer outro programa nosso idioma. Para abrir um arquivo é CTRL+A, CTRL+N
instalado, o LibreOffice, converte qualquer arquivo de é negrito e assim por diante. No LibreOffice, o padrão é
qualquer aplicativo desta suíte em PDF. Esta ferramenta o inglês independentemente do idioma utilizado, então
encontra-se presente em qualquer versão destes aplicati- temos o N (new) para Novo, o O (open) para abrir e assim
vos desde o antigo BrOffice até o atual LibreOffice. por diante, nem todas as letras do atalho vão combinar
com a palavra, mas fica a dica é mais fácil se lembrar
Janela de apresentação desta forma. Mas só tem uma forma de você se classificar
Ao iniciar qualquer aplicativo da suíte LibreOffice será bem, estudando.
exibido uma janela com os principais componentes do Menu arquivo: possui os comandos utilizados que
aplicativo, alguns objetos são comuns e estão em todos afetam ao arquivo aberto ou o que pretende abrir como:
os aplicativos como Barra de Título, Barra de Menu, Barra Novo, abrir, documentos recentes, assistentes, fechar, sal-
padrão e Barra de formatação enquanto outros objetos são var, salvar como, salvar tudo, recarregar, versões, expor-
particularidades do aplicativo que está sendo executado. tar, exportar como PDF, enviar, propriedades, assinaturas
digitais, modelos, visualizar no navegador Web, visualizar
Barra de Título página, imprimir, configurar impressora e sair.
Localizada no topo da janela contém o nome do arqui- Novo: comando para criar um novo documento do
vo seguido do nome do programa que estamos utilizando. LibreOffice podendo ser texto, planilha, etc.
Do lado esquerdo temos um ícone que se chama caixa do Abrir: carrega um arquivo existente. A escolher este
menu de controle, serve para controlar a janela através de comando abrirá uma janela, navegue até o local onde está
um menu único. Pode acessado clicando sobre o ícone ou o arquivo desejado.
através do atalho de teclado ALT+BARRA DE ESPAÇO. Documentos recentes: relação dos documentos
Contém as seguintes funções: Restaurar, Mover, Tama- abertos recentemente por qualquer aplicativo LibreOffice.
nho, Minimizar, Maximizar e Fechar. É possível controlar Assistentes: Modelos de carta, fax, agenda, etc. Pos-
plenamente a janela através do teclado, muito útil no caso sui um conversor de arquivos que converte arquivos da
de seu mouse falhar e não haver outro para substituí-lo. plataforma Office Microsoft para a plataforma LibreOffice
Em concurso público já foi mais explorado em diversas mantendo a formatação.
provas. Fechar: fecha o documento ativo
Salvar: atualiza o arquivo existente com as alterações
Barra de Menu que você acabou de fazer. Caso o arquivo que está sendo
Por padrão está localizado na parte superior da janela editado ainda não tenha sido salvo o LibreOffice abrirá a
logo abaixo da Barra de Título. Fazendo uma analogia com janela “Salvar como”.
o menu de um restaurante, é onde encontramos todas as Salvar como: comando usado para criar um docu-
opções de pratos oferecidos naquele restaurante. Na infor- mento. Nesta janela você escolhe o nome do arquivo, local
mática, menu tem o mesmo sentido, local onde encontra- onde será armazenado e o tipo de documento será criado.
mos todas as opções que o aplicativo pode nos fornecer. Caso o documento já exista este comando criará um novo
Se há alguma tarefa que o aplicativo pode executar, esta arquivo, como o mesmo conteúdo, permitindo alterar o
tarefa será encontrada em algum menu. nome, local ou tipo do arquivo.
Ao clicarmos sobre um menu é aberto um submenu Salvar tudo: atualiza os documentos existentes aber-
com comandos pertinentes ao título do menu que aca- tos no LibreOffice e abre a janela “Salvar como” para os
bamos de clicar. Por exemplo, ao se clicar sobre o menu arquivos que ainda não tenham sido criados.
“arquivo” encontramos comandos que estão relacionados Recarregar: retorna o arquivo à última formatação
a um arquivo que pretendemos “abrir” ou fazer alterações salva. Descarta todas as alterações feitas após o comando
no arquivo que estamos editando no momento, “salvar” por “Salvar”.
exemplo. Isto acontecerá com todos os menus: Arquivo, Versões: permite ao usuário criar um histórico com
Editar, Exibir, Inserir, Formatar, Tabela, Ferramentas, vários “momentos” do mesmo documento. É possível
Janela e Ajuda. arquivar na memória do documento várias versões, por
Na prova se você não souber em qual menu está o exemplo, o documento com algumas alterações em uma
comando, analise qual é a função do comando solicitado. data e hora, com outras alterações em outra data e hora,
Corretor Ortográfico é uma ferramenta do aplicativo que assim é possível resgatar o documento com aquela forma-
serve para corrigir possíveis erros ortográficos e gramá- tação desejada.
ticos no seu texto, possivelmente estará no menu “Ferra- Exportar: permite transformar o arquivo para outros
mentas” e não no “Editar”. formatos. O exportar é semelhante ao salvar como.
Dica da Solução: Clique sobre o menu arquivo e Exportar como PDF: permite transformar o arquivo
repita mentalmente o nome do menu e o comando desta para o formato PDF.
forma: “Arquivo -> Novo -> CTRL+N”, “Arquivo -> Abrir Enviar: permite enviar o arquivo como anexo à uma
-> CTRL+O”... Faça isto com todos os menus e todos os mensagem de correio eletrônico (e-mail) em vários forma-
comandos que aparecerem. tos.
Desta forma você vai gravando em qual menu encon- Propriedades: informações básicas, complementares
tra-se determinado comando e seu atalho de teclado. No e avançadas sobre o documento. Inclui estatísticas de
MS-Office os atalhos de teclado são feitos baseado no letras, palavras e outros objetos do texto.

Informática 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Assinaturas digitais: após criar sua identidade digital Colar: Aplica, no ponto onde o cursor estiver posicio-
através de um “Entidade Certificadora” é possível assinar nado, o conteúdo da área de transferência (texto, figura,
digitalmente um documento comprovando sua autoria. tabela, etc.) Pode ser acionado por meio de teclas atalho,
Modelos: São arquivos contendo diversos parâmetros ou através de dois outros procedimentos:
relativos ao tipo de documento a ser criado, simplificando - Via menu: selecione Editar → Colar.
a elaboração de memorandos, cartas, etc. Documentos - Via barra de funções: selecione o botão colar.
criados através do comando: Arquivo->Modelos baseiam-
-se no modelo-padrão vigente, e podem ser alterados à Colar especial: Possibilita aplicar, no documento
vontade (e também podem se tornar novos modelos-pa- aberto, o conteúdo da área de transferência, de acordo
drão, desde que sejam gravados através do comando com opções de formatação selecionadas na caixa de
Arquivo→Modelos→Salvar). A caixa de diálogo dispões diálogo.
de quatro campos: Organizar, Fonte do Catálogos de En- Selecionar texto: Permite separar textos de objetos
dereços, Salvar e Editar. O primeiro desses campos per- (imagens, desenhos, gráficos, etc), possibilitando a cópia
mite organizar os modelos existentes e o segundo permite ou transferência somente do texto.
definir qual banco de dados será adotado como padrão Selecionar tudo: Seleciona todo o conteúdo do docu-
para determinado modelo. O terceiro salva um modelo e o mento ativo.
último edita um modelo existente. Alterações: Permite analisar as modificações efetua-
Visualizar no navegador Web: permite visualizar o das no documento em uso, sendo ativado (ou desativado).
documento como se fosse uma página Internet. - Registrar: Registra as alterações no documento.
Visualizar página: exibe o documento exatamente - Proteger registros: Permite salvar o documento com
como ele ficará caso seja impresso. proteção por senha. Quando você usa esta opção, auto-
Imprimir: abre a janela “Imprimir”. Para determinar o maticamente ativa recurso Alterações.
que será impresso, você dispõe das seguintes opções: - Mostrar: Caso esta opção esteja marcada, as modi-
• Imprimir tudo: Imprime todas as páginas do docu- ficações efetuadas aparecem em destaque, sublinhadas e
mento, em vermelho.
• Imprimir páginas: Identifique as páginas a serem - Aceitar ou rejeitar: Permite aceitar ou não as modifi-
impressas cações, listando-as por ação e por data.
- Use um hífen para definir um intervalo de páginas. - Esta opção também aciona, automaticamente, o
- Use ponto e vírgula para definir páginas independen- recurso Mostrar.
tes, por exemplo, as páginas 1, 5, 9 serão impressas se - Comentário: Permite acrescentar comentário às
você introduzir, na lacuna, os seguintes caracteres: 1-5;9 modificações efetuadas.
(ou seja, páginas de 1 a 5 e a página 9). - Mesclar documento: Caixa de diálogo que permite
- Indique a quantidade de páginas a serem impressa e integrar as modificações efetuadas em uma cópia ao
inicie a impressão. documento original.

Configurar impressora: abre a janela que permite Comparar documento: Permite comparar o docu-
alterar a impressora de destino e sua configuração como mento em uso com um documento selecionado na caixa de
tipo de papel, tamanho, qualidade de impressão, etc. diálogo associado, no qual, quando o comando Inserir for
Sair: fecha o arquivo e o programa solicitando salvar selecionado após a abertura de um segundo documento,
as alterações caso seja necessário. as diferenças entre este e o documento ativo aparecerão
Menu Editar: possui comandos para editar o docu- em destaque.
mento que está aberto. Possui os seguintes comandos: Localizar e substituir: Localiza palavras ou trechos
desfazer, refazer, repetir, cortar, copiar, colar, colar espe- no texto em edição, possibilitando sua substituição. Para
cial, selecionar texto, modo de seleção, selecionar tudo, efetuar uma busca comande Editar → Localizar e Substi-
alterações, comparar documentos, localizar, localizar e tuir, ou ative o botão com a figura de um binóculo na barra
substituir, autotexto, trocar banco de dados, campos, de ferramentas principal, fazendo abrir a caixa de diálogo.
notas de rodapé / Notas de fim, entrada de índice, entrada Proceda da seguinte maneira: No campo Localizar, digite
bibliográfica, hyperlink, vínculos, plug-in, mapa de imagem, uma palavra ou sequência de palavras.
objeto. - No campo Substituir, digite o que vai ser usado, em
Desfazer ou Repetir: Clique para desfazer a última caso de substituição.
modificação introduzida; para repetir, selecione Repetir. - Uma caixa de diálogo permite adequar a busca ao
Cortar: Retira do documento em edição uma área, seu objetivo.
moldura ou texto selecionado. O conteúdo “recortado” é
armazenado na área de transferência do sistema opera- Autotexto: Complementa a digitação de palavras do
cional, podendo ser reutilizado. texto. Use este recurso para organizar ocorrências comuns
Copiar: Semelhante à função “recortar”, porém deixa no documento em uso. Você pode salvar uma coleção
o original intacto e apenas copia a parte selecionada para de ocorrências (formatação de texto, gráficos, molduras,
a área de transferência. etc) em uma Coleção Tema personalizada para aquela
aplicação.

Informática 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Trocar de banco de dados: Possibilita a substituição Navegador: Este recurso, acionado também pela
da base de dados ativa por outra de sua conveniência. tecla F5, facilita o acesso a qualquer parte do documento,
Indique uma base de dados em sua caixa de diálogo e em memorizando as posições de cada objeto no texto em
seguida, selecione Definir. edição.
Plugin: Genericamente, plugins de um gráfico em Tela Inteira: Permite alternar a forma de visualização
um documento-texto, ou de um documento-texto em uma entre Normal (área de edição é circundada pelas barras
apresentação, deixa seus ícones e comandos disponíveis de ferramentas) e Tela Inteira (área de edição toma toda
para edição, tão logo você clique dentro da moldura cor- a tela, fornecendo uma pré-visualização). A tela inteira é
respondente. A este mecanismo também denominamos muito usada no LibreOffice Impress para verificar como um
“plugin”, já que tem “vida própria”, apesar de estar incorpo- slide se apresenta para exibição. Para retornar ao modo
rado a outro documento. de exibição normal, pressione a tecla Esc ou selecione o
Menu exibir: contém os comandos referentes a visua- botão que aparece no extremo esquerdo superior da tela.
lização do documentos e barras de ferramentas com os Zoom: Possibilita modificar a escala de visualização
seguintes comandos: Layout de impressão, layout Web, da página. Este comando abre uma caixa de diálogo
barra de ferramentas, barra de status, status do método de contendo várias opções pré-definidas de tamanho da tela
entrada, régua, limites do texto, sombrear campos, nomes e ainda, oferece a possibilidade do usuário definir uma
de campos, caracteres não imprimíveis, parágrafos ocul- escola que lhe seja conveniente. Entretanto, a opção Ideal
tos, anotações, fontes de dados, navegador, tela inteira e assegura a melhor visibilidade possível.
zoom. Menu Inserir: Utilizado para inserir objetos como
Layout de Impressão: Modelo de layout (visualiza- figura e tabela no seu documento. Contém os comandos:
ção) que vem por padrão no LibreOffice. quebra manual, campos, caractere especial, marca de
Layout da Web: Deixa a área de edição do LibreOffice formatação, seção, hyperlink, cabeçalho, rodapé, notas de
similar a de uma página de internet. rodapé, legenda, indicador, referência, anotação, script,
Barra de Ferramentas: Permite definir quais barras índice, envelope, quadro, tabela, régua horizontal, figura,
estarão disponíveis na área de trabalho. Esta configura- filme e som, objeto, quadro flutuante e arquivo.
ção proporciona um melhor aproveitamento da área de Quebra Manual: Pontos de quebra são locais onde
trabalho, desafogando-a de comandos que não sejam se torna necessária uma modificação no desenvolvimento
indispensáveis ao tipo de trabalho que esteja sendo reali- normal da edição. Por exemplo, quando você não tem
zado. A opção personalizar, permite que você possa trocar mais espaço para continuar em uma página, será obrigado
o posicionamento dos botões. a passar para a página seguinte e aí, se localiza uma
Barra de Status: Este botão habilita a exibição da Quebra de Página. Uma vez inserida, uma quebra manual
barra localizada no extremo inferior da área de edição e só poderá ser removida manualmente.
proporciona informações sobre: página corrente/total, taxa Campos: Este comando abre uma caixa de diálogo
de zoom, modo (inserir/sobrescrever) e idioma. contendo um resumo da coleção de campos que podem
Régua: Habilita a exibição da régua horizontal no topo ser inseridos na posição corrente do cursor. Caso nenhum
da área de edição. dos tipos oferecidos satisfaça, selecione Outros...
Limites do texto: Coloca uma moldura em torno do O LibreOffice controla a visualização do conteúdo
texto exibido na tela, indicando a área aproveitável. dos campos, atualizando-os automaticamente; caso haja
Sombrear campos: Este botão habilita a exibição necessidade de atualização manual, selecione o(s) campo
do sombreamento, nos campos onde esse atributo tenha (s) a serem atualizados e acione a tecla [F9]. Eis a relação
sido preestabelecido (por exemplo, para destaque dos dos tipos de comandos disponíveis:
marcadores).
Campos/Nomes de campo: Botão que alterna a exibi- - Data: Insere a data atual.
ção entre o nome e o conteúdo dos campos existentes no - Hora: Insere a hora atual, no formato hh;mm;ss.
documento. Por exemplo: Campo: Data-Fixo <> 15 Fev 11. - Número de Página: Insere em um local do docu-
Caracteres não imprimíveis: Este botão habilita/ mento a numeração de página, a qual será incrementada
desabilita a exibição deste tipo de caracteres (tabulação, automaticamente a cada página, caso esse campo esteja
final de linha, etc.), dispondo das seguintes formas de incluído em um cabeçalho ou rodapé.
acionamento; - Total de Páginas: Insere número total de páginas que
- Barra de Menus: Clique sobre o menu Exibir e sele- o documento contém, valor que será atualizado à medida
cione Caracteres não imprimíveis. que novas páginas forem adicionadas.
- Barra de Ferramentas: Acione o botão Caracteres - Assunto: Insere o assunto constante do item proprie-
não imprimíveis. dades do arquivo.
- Título: Insere o título constante o item propriedades
Parágrafos Ocultos: Este botão habilita a exibição de do arquivo.
tais parágrafos. - Autor: Insere o autor constante do item propriedades
Fonte de Dados (somente para Windows): Permite do arquivo.
acessar, criar ou modificar bases de dados do documento
(etiqueta, mala direta, etc).

Informática 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- Outros: Abre caixa de diálogo que apresenta todas as Cabeçalho: Torna possível definir o cabeçalho das
opções disponíveis para inserção de um campo genérico páginas do documento. Quando este recurso é acionado
no documento. A caixa de diálogo que dispõe de seis Inserir → Cabeçalho → Padrão, surge uma linha para
guias: Banco de Dados, Documento, Referência cruzada, digitação do texto a ser usado como cabeçalho.
Funções, Informações do documento e Variáveis. Para eliminar um cabeçalho, selecione o texto dele e
siga os passos já descritos. O programa indicará se o texto
Caracteres Especiais: Esta caixa de diálogo lista se o texto deve ser realmente apagado. Em caso positivo,
todos os caracteres existentes para cada fonte disponível. clique em OK.
Alguns desses caracteres não podem ser digitados dire- Rodapé: Processo semelhante ao da criação de
tamente, por não estarem vinculados a teclas próprias. cabeçalhos, para definição dos rodapés das páginas do
O botão [▼] no campo Fonte, lista as fontes disponíveis, documento. Quando este recurso é acionado Inserir →
bastando acionar o mouse sobre a que lhe interessar. Rodapé → Padrão, faz surgir uma linha para digitação do
A seguir, navegue pelos caracteres por meio das setas texto a ser usado como rodapé. Para eliminar um rodapé,
do teclado ou usando o mouse, selecione o carácter selecione o texto dele e proceda de forma semelhante à
desejado, que será visualizado à direita do quadro. Você descrita no item anterior.
pode escolher outros caracteres: a cada nova seleção, o Nota de Rodapé/Nota de Fim: Este recurso possibi-
carácter anterior fica guardado na área inferior do quadro. lita acrescentar notas de rodapé ou de final ao texto que
Selecionado(s) o(s) caracteres pretendidos, clique em OK está sendo editado. Para acionar este recurso, coloque o
para inseri-lo(s) no documento. cursor adiante da palavra a qual a nota de rodapé ficará
Seção: Esta facilidade permite criar seções no docu- associada ou selecione a palavra desejada e comande
mento em edição, as quais podem ser personalizadas e Inserir → Nota de Rodapé. Na caixa de diálogo associada,
formatadas independentemente. Por exemplo, cabeçalhos você pode optar por uma numeração automática, como
e rodapés podem se referir ao nome da seção e portanto, usar caracteres próprios para a nota. Por exemplo: *. A
identificarem os capítulos de um livro; as páginas podem numeração que identifica a nota aparece adiante da
ser numeradas a partir do início de uma seção. Pode-se palavra associada (âncora) ou no lugar dela. O texto da
ainda, criar um caminho para uma seção vinculado a outro nota pode ser digitado livremente, bastando levar o cursor
arquivo. A caixa de diálogo possui cinco guias, sendo que à área da página onde uma cópia da referida numeração
as descrições das guias Seção, Colunas, Recuos, Plano se encontra.
de Fundo e Notas de Rodapé/Notas de Fim. Legenda: Acrescenta um texto numerado ao objeto
- Seção: Nesta guia, você pode atribuir o nome e a selecionado: Gráfico, Tabela, Figura, Desenho ou Mol-
seção que será criada, criar vínculos com outros arquivos, dura. Existem várias opções de numeração, de reinício
pode definir condições de proteção contra gravação e até de numeração e de posição relativa. Também podemos
mesmo ocultar seção. atribuir legendas a objetos indexados.
- Notas de Rodapé/Notas de Fim: Esta guia permite Marcador: Insere um lembrete vinculado na posição
estabelecer condições para numeração e apresentação do cursor. Esta posição será acessível com facilidade
dessas notas, que tanto podem situar-se no fim das seções através do recurso Navegador. Esta marcação pode ser
como no final da obra que está sendo editada. identificada da forma que desejar, através de nomes, nu-
meração, etc. Quando um lembrete é selecionado dentro
Hyperlink: É um vínculo que associa algo existente no do navegador, o cursor se desloca para o ponto onde o
texto do documento ativo a outro local, que tanto pode estar texto associado se encontra. Lembretes de texto também
na internet como no próprio sistema local. Obviamente, é podem ser usados como âncoras de hiperlinks. Após
possível inserir vínculos entre diferentes setores locais de selecionar esse recurso, digite a identificação na caixa
um mesmo documento. Para utilizar este recurso, inicial- de diálogo associada. Caso prefira que o lembrete fique
mente selecione a parte do texto que ancorará o vínculo. associado a algo no texto, selecione o que deseja com o
Preencha os campos de configurações adicionais. Defina mouse.
o “alvo” no comando Destino. Ao acionar o botão que se Referência: Esta facilidade lhe permite inserir campos
encontra a direita do referido campo, surge uma caixa de referenciando a outros, em seu documento. Referências
diálogo com diversas opções: Tabelas, Molduras de texto, cruzadas são campos referenciados no mesmo documen-
Imagens, Objetos OLE, Categorias, Títulos e Marcadores to ou em documentos atrelados a um documento base. A
de texto. Os itens assinalados por um sinal positivo con- vantagem do uso referências ou campos referenciados é
tém alvos, com os quais o vínculo pode ser estabelecido. que você não precisa ajustar o documento a cada modifi-
Basta selecionar um deles, acionar o mouse sobre Aplicar cação introduzida.
e em seguida, em Fechar. A palavra do texto inicialmente Um exemplo simples que ilustra o processo. Se você
selecionada aparece sublinhada. Ao passar sobre ela o deve apresentar em uma carta, o nome do remetente no
ponteiro do mouse assume o formato de uma pequena cabeçalho e no final (abaixo da assinatura), referencie o
mão ou luva, indicando a possibilidade de se estabelecer nome do final ao do cabeçalho e não terá que digitá-lo
uma conexão. duas vezes. Lista de fornecedores, clientes, produtos, etc.,
podem se beneficiar desta facilidade.

Informática 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Anotação: Insere uma anotação na posição do cursor, 3) Entrada bibliográfica: Criação de índice com os
a qual fica assinalada por um pequeno retângulo amarelo. dados existentes em uma base de Dados
Para inserir uma anotação: Envelope: Você pode imprimir diretamente sobre
- Posicione o cursor no ponto em que deseja fazer a um envelope com esta facilidade, utilizando informações
inserção. proveniente de uma base de dados, o que torna desneces-
- Acione o mouse sobre Inserir → Nota, para abrir a sária a confecção de etiquetas adesivas. A guia Envelope
área de edição. define a posição do texto a ser impresso, dos dados fixos e
- Edite a nota e opcionalmente, dê informações sobre dos campos existentes na fonte de dados. A guia Formato
o autor. serve para determinar o tamanho do envelope, bem como
- Clique em OK. a posição dos campos Destinatário e Remetente, na área
de impressão. Na guia impressora é definida a impressora
Para ler ou editar novamente a nota, dê um clique a ser utilizada e a orientação do envelope.
duplo sobre o retângulo e mantenha ali o mouse, a fim de Quadro: Insere uma moldura no texto, com várias
ativar a exibição automática da nota. A anotação não será opções de plano de fundo, cor, imagem, etc. Além das
impressa. opções padrão, também é possível empregar uma imagem
Script: São instruções programáveis que podem ser ou motivo escolhido pelo usuário.
executadas sem interação do usuário. Este comando abre, Tabela: Possibilita inserir tabelas. Comande Inserir →
na posição corrente do cursor, uma tela para inserção do Tabela ou acione o botão da barra de ferramentas princi-
script, o qual fica assinalado por um retângulo verde. Este pal, para abrir uma caixa de diálogo. Defina o número de
recurso não será detalhado, por fugir da alçada desse livro. linhas e colunas no campo Tamanho.
Régua Horizontal: Permite a inserção/retirada de
Índices e tabelas: Este comando abre um menu de uma régua na posição horizontal.
contexto com os seguintes itens: Figura: Serve para importação de imagens. Oferece
1) Entrada: Para criar uma entrada em um índice, duas opções:
inicialmente selecione um trecho do documento (pode - De um arquivo: Permite usar material já armazenado.
ser uma palavra, um parágrafo, etc.). Em seguida, abra o - Digitalizar: Captura imagens através de um scanner
menu de contexto Inserir → Índices e Tabelas e escolha o ou de algum programa específico.
tipo de índice desejado.
Você pode definir se a formatação daquele parágrafo Recurso não será explicado nesta obra.
(ou palavra) será adotada em todos os parágrafos que Objeto: Recurso que controla a inserção de vários
possuírem formatação idêntica, dentro do documento, o tipos de objetos:
que facilita em muito a criação do índice. Introduza os da- - Objeto OLE: Insere objetos do tipo OLE, que são
dos e clique em OK. Podemos criar índices dos seguintes dotados de características peculiares (não são aceitos
tópicos: na área de transferência). Esse tipo de objeto pode ser
- Alfabético; editado quando se ativa a sua fonte por meio de um duplo
- Tabela de conteúdos; clique.
- Definido pelo usuário. - Plug-in: Insere esse tipo de objeto.
- Som e vídeo: Abre caixa de diálogo para seleção de
2) Índices e sumários: Recurso para inserção de arquivos deste tipo a serem inseridos.
índices e tabelas formatadas conforme necessidades - Fórmula: Abre o LibreOffice Math.
específicas, e que é adequado para a criação de índices - Gráfico: Abre caixa de diálogo que permite visualizar
em um texto longo. A quantidade de opções para tipos de os dados disponíveis ou criar um gráfico no ponto onde se
índice é grande. Como o procedimento de criação é típico, encontra o cursor.
analisaremos somente a opção Índice de Conteúdo. Quadro Flutuante: Permite inserir uma moldura no
- Criando um Índice de Conteúdo (Índice): A melhor documento. Recurso utilizado para criação de páginas de
forma de gerar um índice é aplicar estilos pré-definidos a internet, não será explorado neste livro.
elementos do parágrafo que você deseja incluir no índice, Arquivo: Este comando possibilita inserir no docu-
por exemplo: Nível 1 para capítulos, Nível 2 para seções e mento em edição, o conteúdo de outro documento. Note
assim sucessivamente. Em seguida: que a caixa de diálogo associada é idêntica ao comando
a) Clique no documento a ser indexado e escolha: Abrir do menu Arquivo.
Inserir → Índices →Índice/Sumário.
b) Em Tipo, selecione Sumário.
c) Selecione a opção que desejar e clique OK. Menu formatar: comandos utilizados para alterar
- Atualizando um Índice de Conteúdo (Índice) Para algum conteúdo do texto ou layout, formatar. Comandos
atualizar um índice de conteúdo, execute uma das sequên- deste menu: limpar formatação, caractere, parágrafo,
cias abaixo: marcadores e numeração, página, página de rosto, alterar
a) Pressione botão direito sobre o índice/sumário e caixa, colunas, seções, estilos e formatação, autocorreção,
aparecerá a opção atualizar. âncora, quebra automática, alinhamento, dispor, inverter,
b) Depois selecione atualizar todos e pressione OK. agrupar, objeto, quadro / objeto e figura.

Informática 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Limpar Formatação Direta / Formatação Padrão: - Estrutura de Tópicos e Numeração: Permite definir
Este recurso restaura os padrões originais de formatação uma numeração para parágrafos e linhas do texto, sepa-
em um parágrafo que tenha sido formatado de outra forma. rando por seções, se necessário.
Caractere: Todos os comandos referentes à formata- - Tabulação: Define o tipo e a posição das tabulações,
ção de caracteres estão também disponíveis na barra de bem como o tipo de carácter empregado no preenchimento
objetos de texto. A caixa de diálogo associada dispõe de opcional do espaço tabulado.
cinco guias e do recurso de pré-visualização, que auxilia - Capitulares: Formata os capítulos do texto, podendo
na escolha da opção mais adequada. Sempre que você criar destaques no início de cada capítulo.
realizar alguma modificação, selecione OK para ativá-la, - Bordas: Atribui bordas ao parágrafo, oferecendo
Cancelar para abandonar ou Redefinir para revalidar as opções de disposição (lateral, inteiro, etc), sombreamento,
definições anteriores. É possível definir: cor da linha de contorno e cor da sombra projetada.
- Fonte: - Plano de fundo: Aplica um plano de fundo ao pará-
- Fonte: Escolhe a fonte que vai ser utilizada, permi- grafo que pode ser constituído de uma cor sólida ou por
tindo definir: imagens retiradas de arquivos.
- Tipo: Afeta a aparência das letras, tais como: negrito,
itálico, etc. Marcadores e numerações: Possibilita escolher o
- Tamanho da fonte: Define o tamanho da letra, em tipo de marcador ou numeração para destaque no pará-
pontos. grafo. Dispõe das guias: Marcadores, Tipo de Numeração,
- Idioma: Define o idioma padrão. Estrutura de Tópicos, Figura, Posição e Opções.
- Efeitos de Fonte: Disponibiliza os seguintes efeitos: Página: Recurso que engloba atributos de formatação
- Cor da fonte: Define a cor do corpo da letra. das páginas, (tamanho, cor, cabeçalhos e rodapés, notas
- Efeitos: Tem as opções maiúsculas, minúsculas, de rodapé, etc). Oferece opções de disposição, tipo e afas-
título e caixa alta. tamento do conteúdo das linhas que compõem as bordas.
- Relevo: Nesse item, podemos deixar o texto em alto Além disto, admite diversos estilos de sombras com cores
ou baixo relevo. variadas. Dentro de Página encontramos os menus:
- Tachado: Deixa um pequeno efeito com traço no Organizador: Permite configurar o estilo das páginas
meio do texto. do documento. As definições do estilo selecionado cons-
- Sublinhado: Deixa um traço embaixo do texto. tam do Contém. Caso deseje, você poderá selecionar um
- Posição: permite alterar: estilo pré-configurado e personalizá-lo como desejar.
- A posição relativa do carácter em relação ao texto, - Página: Permite adotar uma configuração pré-defi-
com as opções normal, sobrescrito e subscrito. nida ou personalizada, de acordo com as dimensões do
- A rotação do carácter em relação ao texto. papel a ser usado na impressão ou com suas preferências
- O espaçamento do carácter. pessoais.
- Hyperlink: Menu de contexto que dispõe de duas - Plano de fundo: Possibilita escolher uma cor ou uma
opções: Hyperlink e estilos de caractere. imagem como plano de fundo, que será aplicada em todo
- Plano de fundo: Possibilita definir uma cor de fundo o texto.
a ser aplicada sob o que está sendo digitado, contribuindo - Cabeçalho: Configura um cabeçalho segundo os
para destacar trechos do texto. seguintes parâmetros: espaçamento, autoajuste da altura,
ajuste dinâmico da altura, etc. O botão Mais faz abrir uma
Parágrafo: Caixa de diálogo disposto em oito guias, caixa de diálogo para definição de bordas e planos de
discriminadas abaixo: O parágrafo a ser formatado deve fundo.
ser previamente selecionado (algumas das opções são - Rodapé: Definição idêntica à do item anterior.
dotadas de pré-visualização e o estilo de um parágrafo - Bordas: Formata um padrão de bordas para todas as
pode ser registrado como estilo de página): páginas.
- Recuos e espaçamento: Determina a posição do pa- - Colunas: Ajusta configurações como a largura e
rágrafo em relação às margens, bem como de algumas de quantidade de colunas.
suas linhas em relação às outras. Estabelece as distâncias - Notas de rodapé: Formata as notas de rodapé criadas
entre as linhas e entre os parágrafos do texto. em Notas de Rodapé/Notas de Fim. Este recurso dispõe
- Alinhamento: Controla a posição do texto, bem de várias opções de formatação, como separadores, es-
como o alinhamento vertical em relação ao restante do pessura das linhas, etc.
texto. Caso deseje, você pode registrar um tipo de pará-
grafo, a fim de aproveitar a mesma formatação em outros Alterar caixa: Altera a formatação de uma frase, como
parágrafos. inicializá-la com letra maiúscula, todas as letras em maiús-
- Fluxo do Texto: Formata as palavras com a opção de culas ou minúsculas.
divisão silábica automática, que permite definir o número Colunas: Tem caixa de diálogo que é bastante intuitiva
de caracteres nas extremidades das linhas e a quantidade e completa. Você ainda pode modificar um estilo adotando
de hifens consecutivos. Permite, ainda, controlar quebras uma formatação de coluna.
de páginas ou colunas através do controle de linhas “órfãs Seções: Você pode modificar as seções anteriormente
e viúvas”. criadas através deste recurso.

Informática 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Estilos e formatação: A caixa de diálogo associada Autoajustar: Esta função arruma a tabela, quando
a este comando permite aplicar estilos de formatação a ela está toda desconfigurada, com vários tipos de linhas
objetos ou áreas do texto. É ancorável e pode permanecer e colunas.
oculto, quando conveniente. A criação de novos estilos Converter: Existem 2 opções de conversões, a primei-
pode ser feita pelo processo de arrastar-e-soltar (a área ra converte o texto selecionado em tabela e a segunda,
que contém a formatação a ser preservada pode ser trans- converte a tabela, por exemplo, colocamos uma lista de
portada para dentro do designer com o mouse, após ser palavras em ordem alfabética e depois precisamos remo-
selecionada). Abre-se uma janela para digitação do título ver a tabela, para isso, usamos o comando De tabela para
do estilo recém-criado. texto.
Autocorreção: Permite ao LibreOffice Writer corrigir Fórmula: Você pode inserir fórmulas em células da
de forma automática, palavras que algumas vezes escre- tabela como se estivesse no Calc.
vemos de forma errada. Existem quatro opções de Auto-
correção: Ao digitar, Aplicar e editar alterações e Opções Menu ferramentas: ortografia e gramática, idioma,
de autocorreção. Essa última opção, se erramos a palavra contagem de palavra, numeração de estrutura de tópico,
“eletrecidade”, é possível corrigi-la para “eletricidade”. numeração de linhas, notas de rodapé, galeria, banco de
Para isso clique em Opções de autocorreção e digite a pa- dados bibliográficos, assistente de mala direta, classificar,
lavra que costumeiramente é digitada de maneira errada e calcular, atualizar, macros, gerenciador de extensão, filtros
a palavra correta, depois clique em Novo e pressione OK. XML, opções de autocorreção, personalizar e opções.
Âncoras: Permite alternar entre as opções de anco- Ortografia e Gramática: Também pode ser acionado
ramento. O ícone Alterar âncora é visível somente quando pela tecla de atalho F7. Esta opção, sublinha as palavras
um objeto, tal como uma figura ou um campo de controle em desacordo com os padrões ortográficos registrados.
ou um quadro for selecionado. Uma vez atingido o final do documento, o programa
Quebra automática: Esse recurso somente funciona, pergunta se devemos retornar ao início, para completar a
quando estiver um objeto selecionado, principalmente uma verificação.
figura. Temos as seguintes opções: Desativar a quebra au- Idioma: Além do idioma português, poderemos utilizar
tomática de um texto, Quebra automática de texto, Quebra outras opções de idiomas, caso elas estejam instaladas.
automática de página ideal, Quebra automática através
Por exemplo, se eu trabalho com tradução de documen-
no plano de fundo, Contorno, Editar contorno, Primeiro
tos, essa opção é excelente para facilitar na correção do
parágrafo e Editar.
idioma estrangeiro.
Alinhamento: Essa opção também está disponível
Contagem de Palavras: Essa opção permite contar
na Barra de Formatação, existem quatro tipos de alinha-
palavras, espaços e caracteres selecionados ou não.
mentos de textos: À esquerda, Centralizado, À direita e
Numeração da Estrutura de Tópicos: Facilidade
Justificado.
idêntica àquela encontrada nas guias Opções e no tópi-
Dispor: Coloca o objeto em diversas posições, os no-
mes são bem intuitivos como: Trazer para frente, Avançar co Marcadores e Numeração, do menu Formatar. É um
um, Voltar um e Enviar para trás. método de numeração aplicável aos títulos do texto, pos-
Inverter: Inverte o objeto horizontalmente e vertical- sibilitando a numeração hierárquica de capítulos, seções,
mente. parágrafos, etc. É possível determinar a forma como esses
Agrupar: Reúne dois objetos transformando eles num vários títulos serão numerados.
único objeto. Numeração de Linhas: Formata e habilita a exibição
Objeto: Realiza diversas configurações de objeto de numeração referente às linhas do texto. Este recurso
como alteração de posição e tamanho e linha. facilita a referência a qualquer parte do texto, principal-
Figura/imagem: Configura uma imagem selecionada. mente durante a sua edição.
Notas de Rodapé/Notas de Fim: Oferece opções de
Menu tabela: Comandos pertinentes ao gerencia- tipo de numeração, localização e ainda, o tipo de símbolo
mento de tabelas no texto. Comandos deste menu: inserir, adotado para assinalar a nota. Possui duas guias, similar
excluir, selecionar, mesclar células, dividir célula, proteger ao Notas de Rodapé/Notas de Fim do menu Inserir.
célula, mesclar tabela, dividir tabela, autoformatar, autoa- Galeria: Selecionando essa opção, abrirá uma caixa
justar, repetir linhas de estilo, converter, classificar, fórmu- de diálogo. Você poderá selecionar figuras da galeria e in-
la, formato numérico, limites da tabela e propriedades da cluí-las no documento de edição. Selecione o botão Novo
tabela. Tema a fim de abrir uma área de edição específica, na qual
Inserir: Permite a inserção de tabelas. Depois de inse- será inserido o arquivo (ou os arquivos) que irá integrar
rir tabelas, as opções linhas e colunas estarão disponíveis. o novo tema da Galeria. Clique em OK, para concluir a
Excluir: Faz o processo inverso, ou seja, exclui linhas, operação.
colunas e tabelas. Selecione o que você pretende excluir e Player de mídia: Permite inserir pequenos vídeos
selecione esta opção. dentro de um documento de texto.
Selecionar: Permite a seleção de linhas, colunas, Banco de dados bibliográficos: Apresenta a base de
células ou toda a tabela para posterior formatação. dados bibliográfica referente ao texto ou ao autor de vários
Mesclar células: Quando preciso juntar duas ou mais livros.
células, ativo esta opção.

Informática 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Assistente de Mala Direta: Esta facilidade permite-lhe O que é isto: Clicando nessa opção, aparecerá um
juntar um documento com dados de uma fonte de dados, ponto de interrogação, que o usuário pode clicar em
criando um documento único. qualquer parte do aplicativo para saber qual a função
Atualizar: Atualiza os dados que variam com o tempo de determinado ícone. Informações da licença: Explica
ou com as variáveis contidas no documento, tais como: detalhadamente como está licenciado o LibreOffice e trás
Campos (data, hora, etc.), Índice atual e bem como a a cópia da licença.
formatação da página. O contrário, Atualizar Tudo, efetua Créditos do LibreOffice: Trás a lista dos voluntários
a atualização completa. responsáveis pelo projeto.
Macros: Ferramenta de edição e organização de Sobre o LibreOffice: Informações genéricas sobre a
macros, que emprega o LibreOffice Basic. Macros são presente versão do LibreOffice.
recursos de programação utilizados para automatizar
funcionalidades. O LibreOffice possui diversas barras de ferramentas
Gerenciador de Extensão: São extensões que podem que ficam ocultas, pois caso todas fossem exibidas ao
ser adicionadas ao LibreOffice, como por exemplo, o mesmo tempo, não haveria local para digitar o texto, por
CoGrOo, que é um um corretor gramatical acoplável ao isso, ficam ocultas e aparecem conforme a necessidade e
LibreOffice. são sensíveis ao contexto, por exemplo, quando se clica
Filtros XML: Abre uma caixa de diálogo com o qual sobre um gráfico a barra de assistente gráfico é exibida.
você pode criar, editar, apagar e testar filtros para importa- Logo abaixo da barra de menus encontramos a Barra
ção e exportação, de arquivos XML. Este assunto, foge o de Ferramentas Padrão. Esta barra é a mesma em todos
alcance desse livro. os aplicativos da suíte LibreOffice. Ela é do tipo barra de
Opções de autocorreção: Tem a mesma função do ferramenta Encaixada e pode ser movimentada e colocada
item Autocorreção do menu Formatar. em qualquer local da janela tornando-se flutuante. Para
Personalizar: Esse recurso permite a personalização movimentar uma barra basta clicar sobre cinco pontos na
de menus, barras de ferramentas e de status, teclas de vertical localizados no início da barra e arrasta-la para o
atalho e especificação de tarefas para as macros existen- novo local desejado.
tes. Na aba Menu, que também é válido com relação às
outras abas (Teclado, Barra de Ferramentas e Eventos). Barra de Ferramentas Padrão
A guia Eventos permite modificar o comportamentos Nesta barra temos os seguintes botões da esquerda
do LibreOffice, ao ser proposto um determinado evento. para a direita:
São recursos utilizáveis por usuários experientes. Novo (Ctrl+N): cria um novo arquivo de qualquer apli-
Opções: Este comando abre um uma caixa de diálogo cativo. No LibreOffice todos os aplicativos são integrados,
contendo tópicos de configuração do LibreOffice. Pratica- desta forma, é possível abrir uma nova planilha através
mente todos os recursos disponíveis estão listados, com do programa Writer aberto e clicando na seta existente ao
suas possíveis opções. É uma poderosa ferramenta para lado do botão Novo ou utilizando o atalho de teclado men-
a personalização do programa. cionado para criar um novo arquivo do mesmo aplicativo.
Menu janela: contém os comandos para o geren- O atalho de teclado não exibe opções de criar arquivos
ciamento das janelas, por exemplo, para mudar de uma de outros aplicativos a não ser do que já está aberto e
janela para outra basta utilizar este menu, nele, todas as sendo executado no momento em que o comando do
janelas ficam relacionadas e são exibidas. atalho é executado. No Writer digitando o atalho cria outro
Nova Janela: Este comando abre uma janela adicional arquivo de texto. No Calc utilizando o Ctrl+N cria uma nova
para fornecer uma nova área de trabalho para o documen- planilha.
to ativo. Você pode utilizar esta nova janela para visualizar Abrir (Ctrl+O): abre um arquivo existente de qualquer
o documento em posições diferentes ou pode usá-la para aplicativo.
ativar outro documento. Salvar (Ctrl+S): Como o próprio nome diz esse botão
Fechar Janela: Fecha a atual janela, quando temos permite ao usuário salvar as alterações feitas no documen-
várias abertas. to. Porém se o documento nunca foi salvo, ao clicar nesse
Lista de documentos abertos: Cada novo documen- botão será aberta a janela salvar como, onde é possível
to que for aberto será acrescentado à lista que aparece na definir o local onde o arquivo será salvo, o nome e o tipo do
área abaixo do comando Fechar Janela. Um [●], à esquer- arquivo. Se o documento já foi salvo e alguma alteração foi
da do título do documento ativo, facilita à sua identificação. realizada, ao clicar nesse botão elas serão simplesmente
salvas. Quando não há alterações esse botão fica desati-
Menu ajuda: contém comandos para auxiliar na res- vado.
posta de dúvidas quanto ao aplicativo utilizado. Comandos E-mail com o documento anexo – Cria uma mensa-
deste menu: ajuda do LibreOffice, o que é isto?, enviar gem de Correio Eletrônico e adiciona o documento como
minha opinião, informações da licença, verificar por atuali- anexo desta mensagem, utilizando o cliente de e-mail
zações, sobre o LibreOffice. padrão do sistema.
Ajuda do LibreOffice: É a principal opção do menu Editar arquivo: Ativa/desativa a possibilidade de
ajuda, sendo que será consultada para tirar qualquer dúvi- editar o arquivo, seria uma forma mais simples de travar o
da sobre o aplicativo. arquivo contra alterações, porém, sem senha.

Informática 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Exportar diretamente como PDF – Com esta opção Hiperlink: Exibe a caixa de diálogo “Inserir Hiperlink”,
o Writer exporta o arquivo em edição para o formato onde é possível criar um Link (atalho) para outro ponto do
PDF. Este formato é um tipo de arquivo não alterável por mesmo documento, para outro arquivo ou ainda para uma
programas comuns, somente versões pagas permitem página da internet. Por padrão o texto que é um link fica na
alterações em arquivo do formato PDF. Não é necessário cor azul e sublinhado, isto pode ser alterado. Um link pode
nenhum outro aplicativo para que este comando funcione. ser feito em uma palavra, frase ou imagem.
Imprimir arquivo diretamente – Similar ao Impressão Tabela (CTRL+F12): Quando clicado abre a janela
Rápida de outros editores de texto, imprime o conteúdo do “Inserir Tabela”, possibilitando inserir tabelas com qualquer
arquivo diretamente para a impressora que estiver definida configuração de tamanho, quantidade de linhas e colunas
como padrão e suas configurações. e layout.
Quando houver um texto selecionado no texto, o pro- Mostrar funções de desenho: Exibe/oculta a barra de
grama solicitará confirmação se a impressão será do todo ferramenta de desenho. Este é um botão bastante cobrado
o documento ou apenas a parte selecionada do texto. em concursos por causa do layout do botão confundindo
Visualizar impressão: Permite, verificar como ficará o candidato com o comando de inserir linhas ou formas.
o documento caso seja impresso. A visualização será Este botão somente exibe e culta a barra que contém os
feita em tela inteira para que o usuário possa visualizar a comandos de inserir linhas e formas.
formatação do documento e corrigi-lo antes de imprimir. Navegador (F5) – Permite que o usuário navegue pelo
Ortografia e Gramática (F7): Exibe a caixa de diálogo documento, de acordo com o conteúdo desejado, títulos,
“Verificar Ortografia e Gramática” que permite ao usuário tabelas etc, a procura de algo específico.
iniciar a correção ortográfica do documento, com base no Galeria – Permite que imagens, temas e sons sejam
dicionário do Writer. inseridos ao documento do Writer através de um banco de
DICA: A correção começa a partir de onde o cursor imagens. Após clicar no botão aparece uma barra flutuante
está posicionado, executa a verificação até o final do que exibe uma lista de imagens e sons que podem ser
documento e retorna ao início para verificar até o ponto inseridos ao documento. O Writer possui a opção de Inse-
que foi iniciado. O fato do Writer Indicar, com o sublinhado rir Figuras e Inserir Filmes e Sons, que buscam arquivos
vermelho, um erro ortográfico, não significa que há um no computador do usuário. Já esta opção da Galeria é
erro, isso acontece quando a palavra ou expressão não se baseia em uma lista disponibilizada pelo Writer e não
existe no dicionário do Writer. Lembre-se por mais que inserida a partir do computador do usuário.
o nome do botão seja ortografia e gramatica o WRITER Caracteres não imprimíveis (CTRL+F10): Exibe/
possui por padrão apenas o corretor ortográfico. oculta os marcadores de formatação ou caracteres não
Auto verificação Ortográfica: Exibe/oculta a indi- imprimíveis. Muito útil para verificar a formatação do docu-
cação de erro ortográfico (sublinhado vermelho). Obs.: mento com relação a espaços em branco, uso das teclas
Mesmo que a indicação esteja desativada o Writer con- TAB e ENTER.
tinua executando a verificação do erro ortográfico, porém Ajuda do LibreOffice (F1): Exibe a ajuda do Libreof-
apenas é indicado se o usuário clicar no ícone “Ortografia fice.
e Gramática” ou pressionar F7.
Cortar (CTRL+X): Recorta o item selecionado (é Barra de Ferramentas Formatação
movido para área de transferência). Nesta barra temos os seguintes botões da esquerda
Copiar (CTRL+C): Copia o item selecionado (cria uma para a direita:
cópia na área de transferência e pode ser colado quantas Estilos e Formatação (F11): Exibe a janela Estilos e
vezes forem necessário). Formatação que mostra os estilos pré-definidos e também
Colar (CTRL+V): Deposita, na posição do cursor, o permite salvar configurações relativas ao tamanho e cor da
conteúdo da área de transferência independentemente se fonte, espaçamento entre linhas do parágrafo. É possível
foi copiado ou recortado e não importando o tamanho. alterar os estilos existentes ou mesmo criar novos.
Pincel de Estilo: Esse recurso (principalmente o Caixa de formatação com o texto “normal”: Exibe
ícone) cai em vários concursos. Ele permite copiar a for- o estilo que está sendo utilizado e permite abrir a janela
matação de um item e aplicar em outro. Este recurso não estilos e formatação.
copia o texto somente a formatação (Fonte, tamanho, cor, Caixa de formatação com o texto “Arial”: Aqui
negrito, itálico, etc). o usuário pode escolher o tipo da fonte. Quando há um
Desfazer: Desfaz a ultima ação feita (CTRL+Z). texto selecionado o Writer exibe a formatação de fonte
deste texto. Caso esta caixa apareça em branco significa
O limite de vezes que o Writer pode desfazer uma que há dois ou mais tipos de fontes diferentes no texto
ação, por padrão, são 999 vezes. Para alterar o número selecionado.
de comandos que podem ser desfeitos, clique no menu Caixa de formatação com numero: Permite definir o
Ferramentas -> Opções -> LibreOffice -> Memória, e tamanho da fonte, sendo o tamanho mínimo de 2 e o má-
digite um novo valor de 1 a 1000 na caixa “Número de ximo de 999,9. Quando há um texto selecionado o Writer
etapas”. exibe a formatação de tamanho da fonte deste texto. Caso
Refazer: Refaz as ultimas ações que foram desfeitas esta caixa apareça em branco significa que há dois ou
(CTRL+Y). mais tamanhos de fontes diferentes no texto selecionado.

Informática 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Negrito (CTRL+B): Aplica o estilo de formatação • o status de alteração e salvamento do documento;


negrito ao texto selecionado. • a opção de inserção ou sobrescrita de caracteres;
Itálico (CTRL+I): Aplica o estilo de formatação itálico • o zoom da página entre outras coisas.
ao texto selecionado.
Sublinhado (CTRL+U): Aplica o estilo de formatação Zoom ou escala
sublinhado ao texto selecionado. Para alterar o tamanho de exibição, deslize a barra de
Alinhar à esquerda (CTRL+L): Esta formatação Zoom, clique nos sinais de + ou – ou clique com o botão di-
aplica-se a de um parágrafo ao documento todo. Este é o reito no percentual para abrir uma lista de valores de Zoom
padrão de alinhamento do texto quando se inicia o Writer, para serem escolhidos. A ferramenta Zoom interage com
todo o texto fica encostado na margem esquerda. o layout de exibição selecionado para determinar quantas
Centralizado (CTRL+E): Centraliza o texto entre as páginas estarão visíveis na janela de documento.
margens. Este alinhamento aplica-se de um parágrafo ao
texto todo.
Alinhar à direita (CTRL+R): Este alinhamento encosta
o texto na margem da direita. Este alinhamento aplica-se
de um parágrafo ao texto todo. Regras de um editor de texto
Justificado (CTRL+J): Este tipo de alinhamento au- Apesar de termos várias suítes de Editores de Textos,
menta o intervalo entre as palavras até que o texto encoste certas regras são universais e aplicadas em todos.
na margem da direita. Este texto é o padrão de como deve Por padrão os Editores de Texto não fazem separação
ficar um texto oficial como carta, memorando, etc. O texto silábica, pode executar esta tarefa se você desejar e confi-
fica encostado na margem da direita e da esquerda. Este gurar o programa para fazê-lo, mas por padrão esta função
alinhamento aplica-se de um parágrafo ao texto todo. vem desabilitada. Esta função chama-se hifenização.
Ativar/Desativar numeração (F12): Permite criar uma Por causa da hifenização encontrar-se desativada
lista numerada. Depois que uma numeração for inserida, os Editores de Texto ao se aproximar do final da linha os
toda vez que for pressionado ENTER será colocado um aplicativos vão inserindo as letras até que a palavra toda
número no próximo parágrafo, caso o usuário não deseje possa ficar nesta linha. Caso o espaço disponível não seja
mais continuar a sequência, basta clicar novamente no suficiente para inserir a palavra o próprio Editor de Texto
ícone ou utilizar a tecla de função. cria uma nova linha e insere a palavra completa na nova
Ativar/Desativar marcadores (Shift+F12):Cria uma linha. Não é necessário teclar o “Enter” no final de cada
lista com marcadores que podem ser alterados conforme linha, digite normalmente o texto e, como dissemos, o pró-
desejado. prio programa se encarregará de criar a nova linha. A tecla
Diminuir Recuo: Desloca o texto 1,25 cm (padrão) “Enter” só deverá ser pressionada no final do parágrafo.
para a esquerda. Para aplicar qualquer tipo de formatação ao texto
Aumentar Recuo: Desloca o texto 1,25 cm (padrão) é necessário que o mesmo esteja selecionado. Para
para a direita. selecionar um texto é bem simples. Para selecionar uma
Cor da fonte: Altera a cor da fonte (texto) palavra basta posicionar o mouse sobre ela e pressionar o
Realçar: Destaca o texto selecionado permitindo botão esquerdo do mouse duas vezes bem rápido (duplo
alterar a cor de fundo do texto, semelhante a utilizarmos clique). Para selecionar um período basta posicionar o
uma canela iluminativa “marca texto”. O que fica colorido mouse na margem da esquerda, área em branco antes
é a folha, não a fonte, cuidado com isto na prova. Quando do texto, e clicar três vezes. Com o mouse nesta mesma
clica-se neste botão a aparência do mouse muda para posição clicando uma vez o cursor é posicionado no início
uma lata de tinta, basta você clicar sobre uma palavra ela da linha. Clicando duas vezes a primeira palavra da linha é
ficará destacada, caso você arraste o mouse, selecionado selecionada. Um período é marcado pelo ponto final e com
o texto, o Writer pintará a folha, normalmente branca, com o texto continuando no mesmo parágrafo, sem pressionar
a cor que você escolheu para destacar, realçar, o texto. o “Enter”. Caso o parágrafo seja formado por apenas um
Cor do plano de fundo: Bem parecido com o botão período todo o parágrafo é selecionado clicando três vezes
anterior o Writer pintará a folha de papel na cor seleciona- com o mouse posicionado na margem esquerda.
da. A diferença é que quando utilizado este botão TODA A Não utilizar espaços em branco para aumentar o recuo
LINHA ficará na cor selecionada, INDEPENDETEMENTE de parágrafo para a direita, para deslocar o texto para a
de haver texto ou não. direita no início de um parágrafo utilize a tecla TAB.
Barra de Status Criando um novo documento
Localizada no rodapé do editor fornece informações A partir de qualquer aplicativo do LibreOffice você
importantes ao usuário como por exemplo: consegue criar novos documentos de texto, planilhas,
• a navegação no documento; apresentações, bases de dados e etc.
• a página em que se encontra o cursor de edição; Para isto basta clicar na Barra de Menus a opção
• o total de páginas; “Arquivo” -> “Novo” será exibido uma lista com todas as
• também informa qual o estilo de formatação no opções de novos arquivos disponíveis para geração. A
local em que o cursor está posicionado; cada vez que você clicar em uma das opções um novo
• o idioma padrão definido para o editor; arquivo será aberto sobre o atual.

Informática 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Uma outra forma de se criar um novo documento é Numeração de páginas no Writer


através do ícone “Novo” na barra de tarefas “padrão” e será Para se numerar um conjunto de páginas, no Writer,
criado um novo documento do mesmo módulo que você segue-se o usual de fazer a numeração utilizando-se das
se encontra, ou seja, se você está no editor de texto será seções de Cabeçalho ou Rodapé. Você pode utilizar um es-
criado um novo documento de texto, se você está numa tilo para configuração e numeração de páginas, bem como
planilha de cálculo será criada uma nova planilha de cálculo utilizar um estilo de formatação de numeração, alterando
e assim por diante. assim o default, que é exibir a numeração com caracteres
Uma terceira forma de se criar um novo documento é arábicos. No caso de trabalhos acadêmicos, que, via de
através das teclas de atalho Ctrl+N que deverão ser pres- regra, têm a primeira página numerada, computada, porém,
sionadas simultaneamente, esta ação criará um documento não exibindo tal numeração, utiliza-se para isso de um
do mesmo módulo que está sendo utilizado, conforme estilo de página pré-definido: “Primeira Página”. É bastante
explicado no parágrafo anterior. atribuí-lo na primeira página e fazer a numeração como de
Por se tratar de um programa “Editor de Texto” sua fun- praxe, pois o estilo Primeira Página, quando descontinuado,
ção é elaborar documentos de texto como cartas, relatórios, quebrado, passa a ser seguido pelo estilo “Padrão”. Vamos
memorando, anotações, livros, etc. Ao carregar o Writer a um pequeno exercício de numeração de páginas. Crie
ele exibe uma folha de papel em branco pronto pra você um documento de texto novo. Invoque o menu Formatar →
digitar seu texto. É só digitar e depois utilizar os recursos Página. Habilite, na sua guia, o Rodapé da página. Feche o
poderosos do Writer para deixar o texto exatamente como diálogo de formatação. Estando dentro da Seção do rodapé,
você quer, personalizar um texto é muito fácil. clique em Inserir → Campos → Número da Página. Pronto.

Formatando a página Inserindo números de páginas em sequência dife-


A régua horizontal mostra a tabulação padrão e qual- rente
quer outra tabulação que se tenha definido. Para configurar Seja porque se deseja inserir um outro trabalho, cuja
a unidade de medida e o espaçamento das paradas de sequência de numeração afetará o atual, com figuras, ma-
tabulação padrão, selecione Ferramentas → Opções → pas, gráficos a serem anexados, ou outro motivo, haverá
LibreOffice Writer → Geral. ocasiões em que precisaremos inserir uma numeração de
página em sequência diferente. O Writer tem dois modos de
fazer isto: ou você pode descontinuar a numeração lançan-
do mão do diálogo de Inserir → Quebra Manual → Quebra
de Página, o qual permite que mudemos o estilo, bem como
o número de página, ou você pode se utilizar do recurso de
Deslocamento de Página. O Deslocamento de Página nos é
apresentado quando escolhemos inserir campos e optamos
por Outros. Na guia Documentos, desta caixa de diálogo,
há vários campos.
Clicamos em Página e selecionamos, à direita do
campo, a opção “Números de Páginas”. O formato da
numeração default é “Como Estilo de Página”, mas você
pode escolher qualquer outro. No Campo Deslocamento,
coloca-se o número de página a ser incrementado da con-
tagem do número de páginas. É possível colocar aqui um
número negativo (o positivo é subentendido), mas observe
que o sistema só exibirá a numeração caso este documento
comporte a operação de subtração, i. e., se o documento
contém 21 (vinte e uma) páginas, e você assinala um deslo-
camento de 23 (vinte e três), a numeração não será exibida
(mas será calculada. Lembre-se: este recurso é apenas um
“truque sujo”, para este tipo de situação, pois é um recurso
muito mais útil quando estamos trabalhando com Docu-
mentos-Mestre, que são documentos que manipulam vários
tipos de documentos simultaneamente. Se quiser manipular
Nas duas figuras acima observe que a régua horizontal números de páginas com mais controle, em um documento
alinha facilmente o texto. Na régua existem dois pequenos simples, recorra a quebras de página, pois estas contém o
triângulos. Quando não há nenhum marcador ou numeração recurso de reatribuir a numeração da página, quando da
o triangulo superior controla a primeira linha do parágrafo e aplicação de um estilo de página em particular.
o triangulo inferior controla as demais linhas do parágrafo. Observe ainda que o Writer adere ao modelo de formata-
Se o parágrafo estiver formatado com marcador ou nume- ção página esquerda X página direita, ou seja, a página par,
ração o triangulo superior controla o marcador e o triangulo para o Writer, sempre apontará para uma página à direita do
inferior controla todo o texto do parágrafo. operador. Não levar isto em conta pode suscitar resultados
indesejados, quando da impressão do documento.

Informática 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Criando cabeçalhos e rodapés Formatando o documento


Um cabeçalho é uma área que aparece no topo de uma Como se falou no início, o processador de textos é
página. Um rodapé aparece no fim da página. Informações um aplicativo sofisticado. Não poderia, assim, lhe faltarem
como números de página inseridos dentro de um cabeçalho recursos de formatação. Formatar, em última instância,
ou rodapé são mostradas em todas as páginas do docu- significa dar forma ao documento e de modo, espera-se,
mento com aquele estilo de página. condizente com o seu objeto. Se, no passado, usar um
Para inserir um cabeçalho, selecione Inserir → Cabe- processador de textos e aplicar ao conteúdo recursos ela-
çalho → Padrão (ou o estilo de página, se não for Padrão). borados de formatação e aparência consistia em decorar
Outras informações como títulos de documento e e aplicar uma constelação de comandos complicados, a
títulos de capítulo são frequentemente colocados dentro do tarefa hoje se resume a invocar o menu “Formatar” e dali
cabeçalho ou rodapé. Estes itens são melhor adicionados retirar as ações necessárias ao nosso trabalho. Quem
como campos. Dessa forma, se alguma coisa mudar, os trabalhou com WordStar, Redator e similares conhece bem
cabeçalhos e rodapés são automaticamente atualizados. esta diferença...
No Writer, muita coisa pode e deve ser feita com o uso
Mudando as margens da página de Estilos. O software dispõe de uma Janela do Estilista,
Pode-se mudar as margens da página de duas manei- disponível a partir do menu Formatar ou de seu atalho, F11.
ras: Na verdade, toda a suíte dispõe do seu Estilista, sendo que
Usando as réguas da página — fácil e rápido, mas sem seu uso muda de acordo com o aplicativo sendo acionado.
controle preciso. Trataremos de Estilos e do Estilista oportunamente.
Usando o menu Estilo de página — pode-se especificar
as margens com até dois pontos decimais. O Importante é ter Estilo(s)!
Se mudarmos as margens usando as réguas, as novas O que são estilos? São conjuntos pré-definidos de
margens afetam o estilo de página e essa mudança será formatação. Estes se aplicam a qualquer contexto, desde
mostrada no menu Estilo de página da próxima vez que uma lista numerada a um modelo de documento oficial.
abri-lo. O conceito de estilo é, para o LibreOffice.org, algo bem
Uma vez que o estilo de página é afetado, as margens próximo do conceito de Seção para outras suítes, tendo
modificadas se aplicam a todas as páginas que usam esse o estilo, porém, no LibreOffice.org, muito mais recursos e
estilo. flexibilidade.
Enquanto em outros processadores de texto o recurso
Para mudar as margens usando as réguas: “estilo”, genericamente falando, é utilizado para definição
1) As seções cinzas das réguas são as margens. Co- de parágrafos e fontes, no Writer, o conceito vai bem além:
loque o ponteiro do mouse sobre a linha entre as seções pode-se, com o recurso estilo, manipular a orientação da
cinza e branca. O ponteiro muda para uma seta dupla. página, o tipo (espelhada, somente à esquerda, somente à
2) Pressione o botão esquerdo do mouse e arraste-o direita , por exemplo). É um recurso muito útil e coerente.
para mover a margem. As planilhas do Calc, por exemplo, se valem do conceito
de estilo para a aplicação do recurso “Formatação Condi-
cional”.

Ali se aplica um estilo ao resultado lógico e pronto.


Para invocar, de modo rotativo e rapidamente a “Caixa de
Estilos”, aponta-se para Formatar... Estilos e Formatação
ou pressiona-se F11. O último ícone no Estlista, como
mostrado na imagem acima, tem três funções: a primeira
permite que nominemos uma região selecionada do texto e
lhe atribuamos um nome, criando-se assim um novo estilo a
partir da seleção; a vantagem não óbvia disto é que, quando
quisermos aplicar aqueles atributos ali contidos, que podem
ser vários, não precisaremos fazê-lo passo a passo e nem
tampouco conhecer a sequência extata da sua formatação;
a segunda nos permite atualizar um estilo a partir de uma
Para mudar as margens usando o menu de Estilo de seleção.
página: Digamos que você criou um estilo de parágrafos cha-
1. Clique com o botão direito em qualquer lugar da mado “EstParaDestaque”. No decorrer do seu trabalho,
página e selecione Página do menu contexto. você formata um parágrafo convenientemente e resolve
2. Na aba Página do menu, digite as distâncias requeri- que esta formatação é aquela a que se deveria chamar
das nas caixas de Margens. “EstParaDestaque”, bem como deveria ser aplicada em
determinados trechos do seu trabalho. Clique em qualquer
lugar em “EstParaDestaque”; abra o Estilista e selecione,
com um (1) clique, o estilo “EstParaDestaque”. Clique no

Informática 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

botão trifunção e acione “Atualizar estilo”. Pronto. Estilo Localizando, substituindo e formatando texto
atualizado. O raciocínio para estilos de caracteres, de O Writer possui duas maneiras de localizar texto dentro
quadros, de listas, etc., é o mesmo. A terceira função deste de um documento: a barra de ferramentas Localizar para
versátil ícone é a de carregar estilos a partir de modelos ou busca rápida e o menu Localizar e substituir. No menu,
documentos existentes. Aquele documento que você acaba pode-se:
de receber via internet, por exemplo, rico em formatação, • Localizar e substituir palavras ou frases.
e que você encontrou muitas coisas a serem copiadas, • Usar coringas e expressões regulares para ajustar
como os estilos das páginas, de alguns parágrafos, de a busca
quadros, por exemplo, você pode carregá-los para um outro • Localizar e substituir uma formatação específica
documento sem se preocupar com a sequência da criação • Localizar e substituir estilos de parágrafos
destes estilos. Você pode, inclusive, selecionar os estilos
a serem importados e sobrescrever ou não estilos com o Se a barra de ferramentas Localizar não estiver visível,
mesmo nome, casa haja coincidência de nomes entre os pode-se mostrá-la usando Exibir → Barras de ferramentas
estilos atuais e aqueles sendo importados. Na caixa de → Pesquisar.
diálogo de importação de estilos você pode escolher, claro, Para mostrar o menu Localizar e substituir, use a tecla
se deseja importar estilos a partir de modelos, por aplicação de atalho CTRL+F ou selecione Editar → Localizar e subs-
e também a partir de um arquivo, como se mencionou. tituir a partir da barra de menu.
Clique em “Do Arquivo...” para habilitar a importação a 1. Digite o texto que se deseja localizar na caixa Loca-
partir do seu documento-base dos estilos a serem importa- lizar.
dos. 2. Para substituir um texto por outro texto, digite o novo
texto na caixa Substituir por.
Cortando, copiando e colando texto 3. Pode-se selecionar várias opções tais como diferen-
Cortar e copiar texto no Writer é semelhante a cortar e ciar maiúsculas de minúsculas, somente palavras inteiras,
copiar texto em outras aplicações. Pode-se usar o mouse ou fazer uma busca por palavras similares.
ou o teclado para essas operações. Pode-se copiar ou mo- 4. Quando já tiver configurado sua busca, clique em
ver texto dentro de um documento, ou entre documentos, Localizar. Para substituir texto, clique em Substituir.
arrastando o texto ou usando seleções de menu, ícones,
ou atalhos de teclados. Também pode-se copiar texto de
Verificando ortografia e gramática
outras fontes como páginas Web e colar em um documento
O Writer fornece um verificador ortográfico, que pode
do Writer.
ser usado de duas maneiras:
Para mover (cortar e colar) o texto selecionado usando
Verificação automática, verifica cada palavra como
o mouse, arraste-o para o novo local e solte. Para copiar
ela foi digitada e mostra uma linha ondulada vermelha sob
o texto selecionado, segure pressionada a tecla CTRL
qualquer palavra com erros ortográficos. Quando a palavra
enquanto arrasta. O texto retém a formatação dada antes
é corrigida, a linha desparece.
de arrastá-lo.
Para efetuar uma verificação ortográfica separada no
Quando cola-se um texto, o resultado depende da fonte
do texto e como o texto foi colado. Se clicar no ícone Colar, documento (ou numa seleção de texto) clique no botão Or-
toda formatação que o texto tem (tal como negrito ou itálico) tografia e gramática. Isto verifica o documento ou seleção
é mantida. Texto colado de páginas Web e outras fontes e abre o menu Ortografia e gramática caso alguma palavra
podem também ser colocados em quadros ou tabelas. com erro de ortografia for encontrada.
Caso não goste dos resultados, clique no ícone Desfazer
ou pressione CTRL+Z. Algumas características adicionais do verificador orto-
Para fazer o texto colado assumir o formato do texto gráfico:
em volta do ponto onde ele está sendo colado, escolha uma • Pode-se clicar com o botão direito em uma palavra
dessas opções: com uma onda sublinhada para abrir o menu de contexto.
1. Editar → Colar especial, ou Selecionando-se palavras sugeridas no menu, a seleção
2. Clique no triângulo à direita do ícone Colar, ou substituirá a palavra com erro de ortografia no texto. Outras
3. Clique no ícone Colar sem soltar o botão esquerdo opções de menu são discutidas abaixo.
do mouse. • Pode-se mudar o idioma do dicionário (por exem-
plo, espanhol, francês, ou alemão) no menu Ortografia e
Então selecione Texto sem formatação do menu que gramática.
aparece. • Pode-se adicionar uma palavra ao dicionário,
A variedade de escolhas no menu Colar especial muda clicando em Adicionar no menu Ortografia e gramática e
dependendo da origem e formatação do texto (ou outro selecione o dicionário para o qual adicionar a palavra.
objeto) a ser colado. • Clique no botão Opções no menu Ortografia e gra-
mática para abrir um menu semelhante àquele em Ferra-
mentas → Opções → Configurações de idioma → Recursos
para redação descrito no capítulo 2. Lá pode-se escolher
verificar palavras com letras maiúsculas e palavras com

Informática 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

números, e pode-se gerenciar dicionários customizados, ou Para inserir um cabeçalho, selecione Inserir → Cabe-
seja, adicionar ou apagar dicionários e adicionar ou apagar çalho → Padrão (ou o estilo de página, se não for Padrão).
palavras em um dicionário. Outras informações como títulos de documento e
• Na aba Fonte no menu Estilos de parágrafo, títulos de capítulo são frequentemente colocados dentro do
pode-se configurar parágrafos para serem verificados em cabeçalho ou rodapé. Estes itens são melhor adicionados
um idioma específico (diferente do idioma do resto do como campos. Dessa forma, se alguma coisa mudar, os
documento). cabeçalhos e rodapés são automaticamente atualizados.
• O Writer não inclui um verificador gramatical, mas
pode-se instalar uma extensão como a Ferramenta de idio- Numerando páginas
ma e acessá-la de Ferramentas → Ortografia e gramática. Para numerar automaticamente páginas:
1. Insira um cabeçalho ou rodapé
A Ferramenta de idioma adiciona um novo item de 2. Posicione o cursor no cabeçalho ou rodapé onde
“menu e submenu” ao menu de Ferramentas, a partir do deseja-se que o número de página apareça e selecione
qual pode-se configurar a ferramenta e verificar/reverificar Inserir → Campos → Número da página.
o documento.
Imprimindo
Formatando parágrafos Writer proporciona várias opções para imprimir.
Pode-se aplicar vários formatos para parágrafos
usando os botões na barra de ferramentas Formatação de Impressão rápida
parágrafos. A barra de Formatação de parágrafos aparece Para imprimir rapidamente seu documento, basta clicar
como uma barra de ferramentas flutuante, customizada para no botão Imprimir arquivo diretamente, disponível no ícone
mostrar apenas os ícones de formatação de parágrafos. A impressora da barra padrão do Writer. Este comando envia
aparência dos ícones pode variar dependendo do sistema o documento atual diretamente para a impressora padrão.
operacional e a seleção do tamanho do ícone e o estilo em Note que a impressora padrão aparece entre parênteses
Ferramentas → Opções → BrOffice → Exibir. caso posicione-se o cursor do mouse sobre o ícone da
impressora por alguns segundos.
Formatando caracteres
Pode-se alterar a ação do ícone Imprimir arquivo
Pode-se aplicar vários formatos de caracteres usando
diretamente para enviar o documento para ser impresso
os botões da barra de ferramentas Formatação. A aparência
na impressora definida no documento e não na impressora
dos ícones pode variar dependendo do sistema operacional
padrão do computador. Selecione o menu Ferramentas →
e a seleção do tamanho dos ícones e estilo em Ferramentas
Opções → Carregar/Salvar → Geral e selecione a opção
→ Opções → BrOffice → Exibir.
Carregar as configurações da impressora com o documen-
Criando listas de marcadores e listas numeradas to.
Há várias maneiras de criar listas de marcadores e
listas numeradas: Controlando a impressão
• Usando autoformatação. Para um controle mais eficiente da impressão do do-
• Usando estilos de lista (numeração) cumento, use o menu Arquivo → Imprimir. Esse comando
• Usando estilos de lista (numerada) e Marcadores abrirá o menu de impressão.
da barra de ferramentas Formatação. Na guia Geral do menu de Impressão, poderá definir:
• Usando ícones de marcadores e numeração na • A impressora (entre as impressoras disponíveis).
barra de ferramentas de formatação de parágrafo: selecione • Quais as páginas a serem impressas, o número de
os parágrafos na lista, e então clique no ícone apropriado cópias e como agrupá-las (seção Intervalos e cópias).
na barra de ferramentas. • Se as anotações serão impressas ou não e, se
forem impressas, onde serão posicionadas. Na aba Opções
Formatando páginas do menu de impressão, podem-se encontrar várias outras.
O Writer fornece várias maneiras de controlar layouts
de página: Visualizando a impressão antes de imprimir
• Estilos de página A visualização de página normal no Writer permite vi-
• Colunas sualizar cada página da mesma forma como será impressa,
• Quadros no entanto, mostra apenas uma página por vez.
• Tabelas Se desejar imprimir um documento frente e verso,
• Seções é possível ver o resultado da impressão através de dois
modos:
Criando cabeçalhos e rodapés • Layout de visualização (modo editável): use as
Um cabeçalho é uma área que aparece no topo de uma folhas do modo Livro no canto inferior direito da barra de
página. Um rodapé aparece no fim da página. Informações status.
como números de página inseridos dentro de um cabeçalho • Layout de visualização (modo não-editável):
ou rodapé são mostradas em todas as páginas do docu- onde também se poderá imprimir mais de uma página por
mento com aquele estilo de página. folha.

Informática 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Para utilizar a visualização de página clique em Arquivo


→ Visualizar página ou clique no botão Visualizar página
na barra padrão: O Writer passará a exibir a página atual
e a página seguinte e, também, a barra de Visualização no
lugar da barra de formatação.

Acompanhamento de alterações em um documento


Pode-se usar alguns métodos para acompanhar as
mudanças feitas em um documento. O modo A1, onde os números de linha são localizados
Faça comparações automaticamente em uma cópia do por números e as colunas por letras. Assim, AA17 designa
documento, use o Writer para combinar os dois arquivos a célula na interseção da 27ª coluna e da 17ª linha:
e mostrar as mudanças realizadas. Clique em Editar →
Comparar documento...
Use as marcas de mudança do Writer (muitas vezes
chamadas de “linhas vermelhas” ou “marcas de revisão”)
para mostrar onde se adicionou ou se excluiu material ou
alterou-se a formatação. Depois, você pode analisar e
aceitar ou rejeitar cada alteração.

5. NOÇÕES DE CÁLCULO E ORGANIZAÇÃO DE


Referências a uma célula
DADOS EM PLANILHAS ELETRÔNICAS UTILI-
ZANDO O LIBREOFFICE-CALC (VERSÃO 5.0.6
Para poder manipular dados que provenham de dife-
OU SUPERIOR).
rentes células nos cálculos, é preciso poder fazer referência
a elas. Há várias maneiras de se referir a uma célula: a re-
MS EXCEL ferência absoluta, a referência nomeada, a referência mista
e a referência relativa.
O Excel é uma ferramenta incrivelmente poderosa para
tornar significativa uma vasta quantidade de dados. Mas ele
também funciona muito bem para cálculos simples e para
rastrear de quase todos os tipos de informações. A chave Referência absoluta
para desbloquear todo esse potencial é a grade de células.
As células podem conter números, texto ou fórmulas. Você A referência absoluta representa o meio de designar
insere dados nas células e as agrupa em linhas e colunas. uma célula de maneira única em uma planilha. De acordo
Isso permite que você adicione seus dados, classifique-os com o modo de referência (L1C1 ou A1) a referência abso-
e filtre-os, insira-os em tabelas e crie gráficos incríveis. Ve- luta será escrita de forma diferente:
jamos as etapas básicas para você começar. Em modo L1C1: a referência absoluta a uma célula é
feita precedendo o número de linha pela letra L e o número
O conceito de célula da coluna pela letra C:
LNúmerodeLinhaCNúmerodeColuna
Chama-se célula a interseção entre uma linha (horizon- Ex: L12C24 para a célula situada na interseção da linha
tal) e uma coluna (vertical) da planilha. Assim, o nome da 12 com a coluna 24.
linha combinado com o nome da coluna resulta nas coor- Em modo A1: neste modo ela é feita precedendo o nú-
denadas de uma célula (o termo endereço também é utili- mero de linha e o número da coluna pelo sinal $.
zado). De um modo geral, podemos distinguir dois tipos de $LetradaColuna$NúmerodeLinha
coordenadas (chamadas de estilos de referência), depen- Ex: $AC$34 para a célula situada na interseção da co-
dendo das planilhas: luna chamada AC com a linha 34.
O modo L1C1 (Linha 1, Coluna 1), onde a célula é loca-
lizada pelo número de linha precedido da letra L e o número Referência relativa
da coluna precedido da letra C.
Assim, L12C34 designará a célula na intersecção da A referência relativa de uma célula é a expressão da
12ª linha e da 34ª coluna: sua posição em relação a outra célula. Assim, uma referên-
cia relativa resulta na diferença (em termos de número de
linhas e colunas) entre a célula (de referência) e uma célula
apontada (célula referenciada). Por convenção, nota-se ne-
gativamente uma diferença para cima, para o eixo vertical
e uma diferença para a esquerda, para o eixo horizontal.
Em modo L1C1, a referência relativa a uma célula é
feita indicando as coordenadas da célula entre parênteses:

Informática 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

L(NúmeroDeLinha)C(NúmeroDeColuna)
Inserir ou excluir uma coluna
Ex: L(3) C(-2) para a célula situada 3 linhas abaixo e 2
colunas à esquerda em relação à célula de referência:
Para inserir uma coluna, selecione a coluna, selecione
Página inicial > Inserir > Inserir Colunas na Planilha.
Para excluir uma coluna, selecione a coluna, selecione
Página inicial > Inserir > Excluir Colunas da Planilha.
Ou clique com o botão direito do mouse no topo da co-
luna e selecione Inserir ou Excluir.

Inserir ou excluir uma linha

Para inserir uma linha, selecione a linha, selecione Pá-


gina inicial > Inserir > Inserir Linhas na Planilha.
Para excluir uma linha, selecione a linha, selecione Pá-
gina inicial > Inserir > Excluir Linhas da Planilha.
Quando a diferença é nula não é preciso notar um
Ou clique com o botão direito do mouse na linha sele-
zero entre parêntese. Assim L(0)C(12) pode ser chamado
cionada e selecione Inserir ou Excluir.
LC(12).
Em modo A1, a expressão da diferença entre as células
Inserir uma célula
é oculta. Na verdade, uma referência relativa em modo A1 é
implícita, basta indicar as coordenadas da célula apontada
Selecione uma ou mais células. Clique com o botão di-
(referenciada) sem indicar o sinal $:
reito do mouse e selecione Inserir.
Na caixa Inserir, selecione uma linha, coluna ou célula
a ser inserida.

Criar uma nova pasta de trabalho

Os documentos do Excel são chamados de pastas de


trabalho. Cada pasta de trabalho contém folhas que, nor-
malmente, são chamadas de planilhas. Você pode adicio-
nar quantas planilhas desejar a uma pasta de trabalho ou
pode criar novas pastas de trabalho para guardar seus da-
dos separadamente.
Clique em Arquivo e em Novo.
Referência mista
Em Novo, que em Pasta de trabalho em branco
Chama-se mista a referência na qual a posição horizon-
tal da célula é expressa de maneira absoluta, e a posição
vertical, de maneira relativa, ou vice-versa.
No modo L1C1 a referência mista terá a forma L2C(3)
ou L(4)C17. No modo A1, ela terá a forma $C5 ou F$18.

Referência nomeada

É possível dar um nome a uma célula ou a um grupo


de células.
Assim, quando uma célula, ou um intervalo de células,
tem um nome (às vezes, usamos o termo etiqueta), é pos-
Insira os dados
sível referir-se a ela pelo nome. Esta funcionalidade é par-
ticularmente útil quando certas células contêm dados ca-
Clique em uma célula vazia.
racterísticos, porque podemos nos referir a elas pelo nome,
Por exemplo, a célula A1 em uma nova planilha. As cé-
mesmo que elas tenham sido movidas.
lulas são referenciadas por sua localização na linha e na
Em uma nota fiscal, por exemplo, é importante dar um
coluna da planilha, portanto, a célula A1 fica na primeira
nome tal como total_st para a célula que dá o subtotal, sem
linha da coluna A.
imposto, dos pedidos. Você também pode criar uma célula
Inserir texto ou números na célula.
chamada Imposto com o índice do mesmo. Assim, quando
Pressione Enter ou Tab para se mover para a célula
você quiser calcular o total com imposto, você só precisará
seguinte.
multiplicar o produto da célula total_st pela célula Imposto.

Informática 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Usar a AutoSoma para adicionar seus dados Selecione um formato de número

Ao inserir números em sua planilha, talvez deseje so-


má-los. Um modo rápido de fazer isso é usar o AutoSoma.
Selecione a célula à direita ou abaixo dos números que
você deseja adicionar.
Clique na guia Página Inicial e, em seguida, clique em
AutoSoma no grupo Edição.

A AutoSoma soma os números e mostra o resultado na


célula selecionada.

Criar uma fórmula simples

Somar números é uma das coisas que você poderá fa-


zer, mas o Excel também pode executar outras operações
matemáticas. Experimente algumas fórmulas simples para
adicionar, subtrair, multiplicar ou dividir seus valores.
Escolha uma célula e, em seguida, digite um sinal de Se você não vir o formato de número que você está
igual (=). procurando, clique em Mais formatos de número.
Isso informa ao Excel que essa célula conterá uma fór-
mula. Classifique seus dados
Digite uma combinação de números e operadores de
cálculos, como o sinal de mais (+) para adição, o sinal de Para classificar rapidamente seus dados
menos (-) para subtração, o asterisco (*) para multiplicação Selecione um intervalo de dados, como A1:L5 (várias
ou a barra (/) para divisão. linhas e colunas) ou C1:C80 (uma única coluna). O intervalo
Por exemplo, insira =2+4, =4-2, =2*4 ou =4/2. pode incluir títulos que você criou para identificar colunas
Pressione Enter. ou linhas.
Isso executa o cálculo. Selecione uma única célula na coluna que você deseja
Você também pode pressionar Ctrl+Enter (se você de- classificar.
seja que o cursor permaneça na célula ativa). Clique em para executar uma classificação cres-
cente (À Z) ou do número menor para o maior.
Aplicar um formato de número Clique em para executar uma classificação decres-
cente (Z a ou do número maior para o menor).
Para distinguir entre os diferentes tipos de números, Para classificar por critérios específicos
adicione um formato, como moeda, porcentagens ou datas. Selecione uma única célula em qualquer lugar do inter-
Selecione as células que contêm números que você de- valo que você deseja classificar.
seja formatar. Na guia dados, no grupo Classificar e filtrar, escolha
Clique na guia Página Inicial e, em seguida, clique na Classificar.
seta na caixa Geral. A caixa de diálogo Classificar é exibida.
Na lista Classificar por, selecione a primeira coluna que
você deseja classificar.
Na lista Classificar em, selecione Valores, Cor da Célu-
la, Cor da Fonte ou Ícone de Célula.
Na lista Ordem, selecione a ordem que deseja aplicar
à operação de classificação: crescente ou decrescente,
alfabética ou numericamente (isto é, A a Z ou Z a A para
texto ou menor para maior ou maior para menor para nú-
meros).

Informática 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Filtrar seus dados

Selecione os dados que você deseja filtrar.


Na guia dados, no grupo Classificar e filtrar, clique em filtro.

Clique na seta no cabeçalho da coluna para exibir uma lista em que você pode fazer escolhas de filtragem.
Para selecionar por valores, na lista, desmarque a caixa de seleção (Selecionar tudo). Isso remove as marcas de
seleção de todas as caixas de seleção. Em seguida, selecione apenas os valores que você deseja ver e clique em Okey
para ver os resultados.

O que é uma função do Excel?


Uma função é uma fórmula predefinida que realiza cálculos usando valores específicos adicionados por você. Uma
das principais vantagens de usar estas funções, é que podemos economizar bastante nosso tempo pois elas já estão
prontas e não é necessário digitá-las totalmente.

As partes de uma função

Cada função possui uma estrutura, ou seja, uma ordem específica que você deverá seguir para obter um resultado
correto. A lógica básica para criar uma fórmula com uma função é a seguinte:
Inserir o sinal igual (=).
Selecionar uma função (SOMA, por exemplo, é o nome da função usada para a adição).
Incluir os argumentos da fórmula, ou seja, os dados que serão usados para a realização do cálculo.

Para usar estas funções corretamente, é importante saber quais são as partes de uma função e, como criar argumento
para calcular valores e as referências de células.

Criar uma fórmula que faz referência a valores em outras células

Selecione uma célula.


Digite o sinal de igual =.
Observação: As fórmulas no Excel começam com o sinal de igual.
Selecione uma célula ou digite o endereço dela na célula selecionada.

Digite um operador. Por exemplo, – para subtração.


Selecione a próxima célula ou digite o endereço dela na célula selecionada.

Informática 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Pressione Enter. O resultado do cálculo aparece na célula com a fórmula.


Consulte uma fórmula
Quando uma fórmula é inserida em uma célula, ela também aparece na barra de fórmulas.

Para ver uma fórmula, selecione uma célula e ela aparecerá na barra de fórmulas.

Inserir uma fórmula que contém uma função integrada


Selecione uma célula vazia.
Digite um sinal de igual =, depois digite uma função. Por exemplo, =SOMA para obter o total de vendas.
Digite um parêntese de abertura (.
Selecione o intervalo de células, depois digite um parêntese de fechamento ).

Pressione Enter para obter o resultado.

Fórmulas detalhadas

Você pode navegar pelas seções individuais abaixo para saber mais sobre os elementos específicos da fórmula.

As partes de uma fórmula do Excel

Uma fórmula também pode conter qualquer um dos itens a seguir ou todos eles: funções, referências, operadores e
constantes.
Partes de uma fórmula

1. Funções: a função PI() retorna o valor de pi: 3,142...


2. Referências: A2 retorna o valor na célula A2.
3. Constantes: números ou valores de texto inseridos diretamente em uma fórmula, por exemplo, 2.
4. Operadores: o operador ^ (circunflexo) eleva um número a uma potência e o operador * (asterisco) multiplica números.

Usando constantes em fórmulas do Excel

Uma constante é um valor não calculado, sempre permanece o mesmo. Por exemplo, a data 09/10/2008, o
número 210 e o texto “Receitas trimestrais” são todos constantes. Uma expressão ou um valor resultante de uma
expressão, não é uma constante. Se você usar constantes na fórmula em vez de referências a células (por exemplo,
=30+70+110), o resultado se alterará apenas se você modificar a fórmula. Em geral, é melhor colocar constantes em
uma célula individual, onde ela pode ser alterada facilmente se necessário, e só então referenciá-las nas fórmulas.

Informática 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Usando referências em fórmulas do Excel

Uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa ao Excel onde procurar
pelos valores ou dados a serem usados em uma fórmula. Você pode utilizar referências para usar dados contidos em
partes diferentes de uma planilha em uma fórmula ou usar o valor de uma célula em várias fórmulas. Você também pode
se referir a células de outras planilhas na mesma pasta de trabalho e a outras pastas de trabalho. As referências a células
em outras pastas de trabalho são chamadas de vínculos ou referências externas.

O estilo de referência A1

Por padrão, o Excel usa o estilo de referência A1, que se refere a colunas com letras (A até XFD, para um total de
16.384 colunas) e se refere a linhas com números (1 até 1.048.576). Essas letras e esses números são chamados de
títulos de linha e coluna. Para se referir a uma célula, insira a letra da coluna seguida do número da linha. Por exemplo,
B2 se refere à célula na interseção da coluna B com a linha 2.

Fazendo referência a um intervalo de células em outra planilha na mesma pasta de trabalho


No exemplo a seguir, a função MÉDIA calcula o valor médio do intervalo B1:B10 na planilha denominada Marketing
na mesma pasta de trabalho.

1. Refere-se a uma planilha denominada Marketing


2. Refere-se ao intervalo de células B1 a B10
3. O ponto de exclamação (!) separa a referência de planilha da referência do intervalo de células

Funções mais usadas

=SOMA()
ou em inglês =SUM()

Esta é uma das funções mais básicas e ao alcance de todos os utilizadores Excel. A sua função é soma de células,
por exemplo, a soma dos números contidos na célula B2 e na célula M2 e serem apresentados na célula D3. Para usar
esta função basta clicar na célula onde pretendemos ver o resultado, por exemplo a D3 e escrever =SOMA( e de seguida

Informática 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

premir e manter premida a tecla CTRL para depois clicar =CONT.NÚM()


com o rato nas células a somar, como no exemplo a B2 e a ou em inglês =COUNT()
M2. Uma vez seleccionadas as células carrega-se em EN-
TER e o resultado da soma aparece de imediato. É possível
seleccionar células específicas ou um conjunto seguido de
células.

=MÉDIA()
ou em inglês =AVERAGE()

Caso o utilizador necessite saber quantas células num


determinado conjunto contêm números então esta função
evita as contagens manuais. Mesmo que existam textos
misturados com números a função CONT.NÚM consegue
apresentar o resultado correcto. Por exemplo, você pode
inserir a seguinte fórmula para contar os números no in-
tervalo A1:A20: =CONT.NÚM(A1:A20) neste exemplo, se
A função MÉDIA faz nada mais do que a palavra diz: cinco das células no intervalo contiverem números, o resul-
tira a média de valores somados entre eles. A função MÉ- tado será 5.
DIA mede a tendência central, que corresponde à localiza-
ção do centro de um grupo de números numa distribuição =DIAS()
estatística. O modo de funcionamento é igual à função de ou em inglês =DAYS()
SOMA anteriormente explicado. Um exemplo: =MÉDIA(nú-
mero1 [número2] …).

=MÍNIMO()
ou em inglês =MIN()

Quer saber o número de dias entre duas datas numa


folha de cálculo? Se tivesse, por exemplo, a data de 5 de se-
tembro de 2015 na célula A4 e 27 de dezembro de 2015 em
A5 ao usar a função =DIAS(A5, A4) poderia obter a resposta
imediatamente. Nesta função devemos ter em conta que ao
inverter a ordem das células obteríamos um número positivo.
Se o utilizador necessitar encontrar o número menor den-
tro de um intervalo de células então a função MÍNIMO pode =ARRED()
ajudar. Por exemplo, se usarmos um intervalo de células com ou em inglês =ROUND()
a fórmula =MÍNIMO(M3:M39) será mostrado nesse campo o
valor mais baixo encontrado em todo o conjunto de células.

=MÁXIMO()
ou em inglês =MAX()

Como a abreviatura da função pode sugerir, esta fun-


ção permite arredondar números. O =ARRED() exige dois
argumentos: um número ou célula e o número de dígitos
para arredondar para. Por exemplo se tivermos o núme-
Ao contrário da função MÍNIMO, a função MÁXIMO faz ro 231.852645 em A1, por exemplo, =ARRED(A1, 0) ire-
exactamente o oposto, ou seja, quando aplicada a fórmula mos obter o número 232. Por outro lado se escrevermos
=MÁXIMO(M3:M39) iremos obter o maior número contido =ARRED(A1, 1) veremos o número 232,9 ou ainda =AR-
num intervalo de células por nós definido. RE(A1,-1) devolverá o valor 230.

Informática 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

=ARRED.PARA.CIMA() e =ARRED.PARA.BAIXO()
ou em inglês = ROUNDUP(), =ROUNDDOWN()

Se procuramos um um controlo mais directo sobre arredondamentos para cima ou para baixo existem estas duas fun-
ções também. Por um lado o =ARRED.PARA.CIMA() irá arredondar um número para cima afastando-o de zero, por outro
=ARRED.PARA.BAIXO() que por defeito arredonda um número até zero. Por exemplo =ARRED.PARA.BAIXO(3,2 0) irá
arredondar o valor 3,2 por defeito para nenhuma casa decimal ou seja para o valor de 3.
O exemplo oposto de =ARRED.PARA.CIMA() seria: =ARRED.PARA.CIMA(3,2 0) a função arredondaria o valor de 3,2
para cima até zero de casas decimais ou seja, reflectindo o valor de 4.

Faixa de Opções

Há três componentes básicos na Faixa de Opções e que é bom saber como cada um se chama para compreender
como utilizá-la.
São eles:
- Guias - Há oito guias básicas na parte superior: Arquivo, Página Inicial, Inserir, Layout da Página, Fórmulas, Dados,
Revisão e Exibição. Cada uma representa uma área de atividade e apresenta os comandos reunidos por grupos. Por
exemplo, a guia Página Inicial contém todos os comandos utilizados com mais frequência. E os botões Cor do preenchi-
mento, Cor da fonte e Tamanho da fonte estão no grupo Fonte. Estas opções são provavelmente as mais utilizadas, por
iniciantes no Excel, juntamente com as opções do grupo Área de Transferência.
- Grupos - Cada guia tem vários grupos que mostram os itens de botões de ação. Exemplo: os botões Negrito e Fonte
estão no grupo Fonte, já os botões Mesclar Célula, Centralizar e Alinhar à Direita, estão no grupo Alinhamento.
- Botões de Ação, ou Comandos - Um comando é um botão, ou uma caixa para inserir informações, ou um menu de
determinada ação. Nestes espaços, você começa a aplicar todas as ações de formatação, criação, desenvolvimento de
uma planilha. Exemplo: gravar macros e inserir gráficos, são algumas das ações.

As Funções dos Componentes da Faixa de Opções.

Não precisa memorizar os grupos, pois basta memorizar as guias e os comandos. Abaixo descrevemos as guias e os
respectivos grupos:
- Guia Arquivo - Acessa a área de gerenciamento de arquivos chamada Backstage. Nela temos as opções: Informa-
ções, Novo, Abrir, Salvar, Salvar Como, Imprimir, Compartilhar, Exportar, Publicar, Fechar, Conta, Comentário e Opções.
Algumas opções foram acrescentadas na últimas versões do Excel
- Página Inicial - É mais utilizada, para aplicar formatações de planilha e alterações de linhas colunas, etc. Encontra-
mos os seguintes grupos: Área de transferência, Fonte, Alinhamento, Número, Estilo, Células e Edição.
- Inserir - Esta guia tem várias funções importantes e avançadas, para desenvolvimento e aplicações da planilha. Os
grupos são: Tabelas, Ilustrações, Gráficos, Tours, Manigráficos e Links. Isso pode variar muito entre as versões do Excel.

Informática 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

,- Desenhar - Representa ferramentas para desenhar, Ir para a planilha anterior dentro da pasta de trabalho:
escrever e fazer marcações em uma planilha. Temos os Ctrl + Page Up
grupos: Ferramentas, Canetas, Converter e Repetição. Inserir formato de data (dia, mês e ano): Ctrl + Shift + #
- Layout da Página - Esta guia tem funções relaciona- (sinal numérico)
das a visualização das planilhas, principalmente para im- Inserir formato de hora (hora e minutos): Ctrl + Shift +
pressão. Temas, Configuração de Página, Dimensionar @ (arroba).
para Ajustar, Opções de Planilha e Organizar. Estes são os
grupos encontrados. Barra de fórmulas, dados e funções
- Fórmulas - Funciona especificamente para quem tra- Expandir ou reduzir a barra de fórmulas: Ctrl + Shift + U
balha com fórmulas na planilha. A verificar pelos grupos: Finalizar uma entrada na barra de fórmulas e selecionar
Biblioteca de Funções, Nomes Definidos, Auditoria de Fór- a célula abaixo: Enter
mulas e Cálculo. Cancelar uma entrada na barra de fórmulas ou na cé-
- Dados - Para trabalhar com listas, importação de da- lula: Esc
dos e exportação de dados. Veja os grupos: Obter e Trans- Selecionar o texto da barra de fórmulas do local onde
formar Dados, Consultas e Conexões, Classificar e Filtrar, está o cursor até o final: Ctrl + Shift + End
Ferramentas de Dados e Previsão. Depende de sua versão Calcular a planilha inteira: Shift + F9
do Excel, os grupos podem ser bem diferentes. Calcular todas as planilhas em todas as pastas de tra-
- Revisão - A parte mais utilizada dessa guia é o grupo balho abertas: F9
Proteger. Mas não mais importante que: Revisão de Texto, Ativar o preenchimento relâmpago para identificar pa-
Acessibilidade, Ideias, Idioma e Comentários. drões nas colunas adjacentes e aplicá-los na coluna sele-
- Exibir - Tem fator importante na planilha, veja os cionada automaticamente: Ctrl + E
grupos: Modo de Exibição de Pasta de Trabalho, Mostrar, Inserir uma função: Shift + F3
Zoom, Janela e Macros. Escolher um nome para usar nas referências: Alt + M,
- Desenvolvedor - esta guia é para quem trabalha com depois M, depois D
Excel intermediário, ou avançado. Ela não está disponível Criar um gráfico dos dados no intervalo atual: Alt + F1
por padrão, mas você pode adicionar. Quando adicionar Criar um gráfico dos dados no intervalo atual, mas em
veja os grupos e suas funções. uma folha de gráfico diferente: F11
Criar, editar ou excluir uma macro: Alt + F8
Navegação básica no Excel .
Abrir uma planilha nova: Ctrl + A Fonte:
Salvar uma planilha: Ctrl + B https://support.office.com/pt-br
Fechar uma planilha: Ctrl + W https://edu.gcfglobal.org/pt/microsoft-excel-2010/o-
Ir para a página inicial: Alt + C -que-e-uma-funcao-do-excel/1/
Copiar: Ctrl + C https://www.tudoexcel.com.br/planilhas/o-que-e-a-fai-
Recortar: Ctrl + X xa-de-opcoes-do-excel-3042.html
Colar: Ctrl + V https://pplware.sapo.pt/truques-dicas/conheca-15-fun-
Desfazer última ação: Ctrl + Z coes-essenciais-do-excel/
Ir para a guia de dados: Alt + S https://www.impacta.com.br/blog/2018/08/13/conheca-
Ir para a guia Exibir: Alt + K -principais-atalhos-excel-ajudar-dia-a-dia/
Ir para a guia Inserir: Alt + T www.qconcursos.com
Ir para a guia de layout: Alt + P
Ir para a guia de fórmulas: Alt + N
QUESTÕES
Navegação nas células
Ir para células acima, abaixo ou aos lados: teclas de 01. Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: PC-AP Prova: FCC
direção - 2017 - PC-AP - Delegado de Polícia
Ir para a próxima célula à direita ou alternar entre célu- A planilha a seguir foi digitada no LibreOffice Calc 5.3 e
las desbloqueadas (no caso de planilhas protegidas): Tab no Microsoft Excel, ambos em português, e mostra os ho-
Ir para a célula anterior (ou para a opção anterior em micídios por armas de fogo em algumas regiões do Brasil
caixas de diálogo): Shift + Tab de 2009 a 2014.
Ir para a borda da área de dados atual: Ctrl + teclas de Na célula H3, foi digitada uma fórmula para calcular a
direção média aritmética dos valores do intervalo de células de B3
Ir para a última célula da planilha, no canto inferior di- a G3. A fórmula utilizada foi
reito: Ctrl + End
Expandir a seleção até a última célula: Ctrl + Shift + End A) =MÉDIA(B3:G3)tanto no LibreOffice Calc 5.3 quanto
Ir para o começo da planilha: Ctrl + Home no Microsoft Excel.
Mover a tela para a direita: Alt + Page Down B) =AVG(B3:G3) no LibreOffice Calc 5.3 e =MÉ-
Mover a tela para a esquerda: Alt + Page Up DIA(B3:G3) no Microsoft Excel.
Mover a tela para cima: Page Up

Informática 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

C) =AVG(B3:G3) tanto no LibreOffice Calc 5.3 quanto


no Microsoft Excel. 05. Ano: 2017 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos)
D) =MEDIA(B3:G3) no LibreOffice Calc 5.3 e =AVERA- Órgão: CRM - MG Provas: FUNDEP (Gestão de Concur-
GE(B3:G3) no Microsoft Excel. sos) - 2017 - CRM - MG - Agente Administrativo
E) =MED(B3:G3)tanto no LibreOffice Calc 5.3 quanto As fórmulas do MS Excel são essenciais e auxiliam na
no Microsoft Excel. criação de planilhas eletrônicas.
Assinale a alternativa que apresenta a fórmula utilizada
GABARITO OFICIAL: LETRA A no MS Excel para somar todos os números em um intervalo
de células.
02. Ano: 2016 Banca: FEPESE Órgão: CELESC Prova: A) =PROCV()
FEPESE - 2016 - CELESC - Assistente Administrativo B) =DESC()
Qual é o nome de um programa de informática produzi- C) =SOMA()
do pela Microsoft, também conhecido como planilha eletrô- D) =BD()
nica, destinado ao cálculo e à construção de gráficos com GABARITO OFICIAL: LETRA C
a capacidade de edição, formatação e personalização de
documentos? LIBREOFFICE - CALC

A) HP 12C Semelhante ao Writer, o LibreOffice Calc é um aplica-


B) Régua de cálculo tivo do pacote de programas para escritório, pacote Office,
C) Metodologias ágeis concorrente da empresa Microsoft. O aplicativo Calc é um
D) Plataforma mobile gerenciador de planilhas eletrônicas, similar ao MS-Excel.
E) MS Excel Uma planilha é uma tabela onde se faz cálculos simples
ou complexos como uma folha de pagamento, um controle
GABARITO OFICIAL: LETRA E de estoque, enfim, onde se coloca texto organizado com
03. cálculos isto é uma planilha.
Ano: 2016 Banca: INQC Órgão: CREFITO 5° Região - O LibreOffice é uma suíte que interliga seus aplicativos,
RS Prova: INQC - 2016 - CREFITO 5° Região - RS - Auxiliar isto nós já falamos, sendo assim, os programas possuem
Administrativo muita semelhança entre si, bom pra você que está estu-
Sobre o Excel é correto afirmar que: dando para concurso, não desanime siga em frente com a
I- O Excel é uma planilha eletrônica. Solução e alcance seus objetivos.
II- O Excel pode ser utilizado para atender necessida- Graças a esta integração a barra de menu do Calc é
des pessoais ou profissionais. muito parecido com o que você já estudou no Writer.
III- O Excel não permite que o usuário crie suas próprias A barra de ferramentas Padrão do Calc possui todos
fórmulas, mas traz muitas fórmulas e funções prontas. os botões da mesma barra no Writer, exceto, o que exibe
IV- O Excel funciona online e off-line. os caracteres não-imprimíveis e o de inserir tabela e ganha
dois botões de classificação, um no sentido crescente e ou-
V- O Excel pertence ao pacote office. tro no sentido decrescente e um botão de assistente gráfico
Quais estão corretas? que auxilia o usuário a inserir facilmente um gráfico.
Já na barra de ferramentas Formatação do Calc não
A) Apenas a III. aparece os comandos para aplicar estilo, ativar/desativar
B) Apenas a I, II, IV e V. numeração, ativar/desativar marcadores e realçar. Já os
C) Apenas a I e V. novos comandos que fazem parte desta barra de ferramen-
D) A I, II, III, IV e V. tas no Calc são: mesclar e centralizar células, Formato nu-
E) Apenas a I, II e III. mérico: Moeda, Formato numérico: Porcentagem, Formato
numérico: Adicionar casas decimais, Formato numérico:
GABARITO OFICIAL: LETRA B Excluir casas decimais, Bordas e Alternar as linhas da
grade para a planilha atual.
04. Ano: 2017 Banca: IF SUL - MG Órgão: IF Sul - MG O Calc possui uma nova barra de ferramentas chamada
Prova: IF SUL - MG - 2017 - IF Sul - MG - Auxiliar de Bi- Barra de Fórmulas com a Caixa de Nome e uma barra ou
blioteca guia de exibição das planilhas.
O MS Excel possui diversas fórmulas. A fórmula abaixo A Barra de Status possui informações úteis como a
que é válida no MS Excel em português é: quantidade de linhas e colunas quando selecionamos um
intervalo na planilha e ainda a possibilidade de verificar a
A) =soma(10;20) soma quando houver mais de dois números selecionados
B) =soma(A100::A90) na planilha e por final a barra de zoom através de um co-
C) =soma(A:100,B:100) mando deslizante horizontal.
D) =soma(A10, A20, C30)

GABARITO OFICIAL: LETRA A

Informática 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Menu Arquivo Planilha: através deste comando é possível copiar


Idêntico ao LibreOffice Writer. ou mover a planilha toda para qualquer outra planilha
existente no arquivo aberto nomeando esta planilha. É
Menu Editar possível selecionar toda a planilha atual, outras planilhas
Muito semelhante com o Menu Editar do LibreOffice ou todas as planilhas do arquivo aberto. Excluir a planilha
Writer. atual. Criar eventos, comandos, na planilha atual quando
Desfazer: semelhante ao LibreOffice Writer alguma condição que você escolher for executada. Estas
Repetir: semelhante ao LibreOffice Writer são opções deste comando.
Restaurar: semelhante ao LibreOffice Writer Excluir Quebra Manual: Elimina uma quebra manual
Recortar: semelhante ao LibreOffice Writer. inserida na planilha.
Copiar: semelhante ao LibreOffice Writer. Vínculos: semelhante ao LibreOffice Writer.
Colar: Obedece o mesmo conceito de copiar utilizado Plug-in: semelhante ao LibreOffice Writer.
no LibreOffice Writer e qualquer outro aplicativo existente. Mapa de Imagem: semelhante ao LibreOffice Writer.
Exatamente como no Writer é possível copiar/recortar Objeto: semelhante ao LibreOffice Writer.
parte do conteúdo de uma célula, a célula por completo,
ou ainda, um conjunto de células e colar em outro local da Menu Exibir
mesma planilha ou outra planilha qualquer uma vez que o Normal: Exibe o layout normal na planilha
conteúdo copiado/recortado é transferido para a área de Visualizar Quebra de Página: Exibe a planilha mos-
transferência. trando as quebras de páginas.
Colar Especial: Este comando é muito útil pela diver- As duas formas de visualização acima são alternadas
sidade de opções que o programa lhe oferece na janela entre si, o seja, ou você exibe a planilha Normal ou em
que é exibida quando clicamos neste comando. O item Quebra de Página.
Colar Tudo da opção Seleção faz a colagem de todo o Barra de Ferramentas: semelhante ao LibreOffice
conteúdo da área de transferência exatamente como o Writer.
comando colar. Os outros itens da Seleção são intuitivos e Barra de Fórmulas: Exibe ou oculta a barra de fór-
realizam exatamente o que está escrito. mulas.
Selecionar Tudo: semelhante ao LibreOffice Writer. Barra de Status: semelhante ao LibreOffice Writer.
Modificações: semelhante ao LibreOffice Writer. Status do Método de Entrada: semelhante ao Li-
Comparar Documentos: semelhante ao LibreOffice breOffice Writer.
Writer. Cabeçalhos de linhas e colunas: Exibe/oculta as
Localizar: semelhante ao LibreOffice Writer. letras indicadoras das colunas e os números indicadores
Localizar e Substituir: semelhante ao LibreOffice das linhas.
Writer. Realce de Valor: Exibe o conteúdo da célula em cores
Cabeçalho e Rodapé: semelhante ao LibreOffice diferentes, a depender de seu tipo. Texto em preto, núme-
Writer. ro de azul e verde para resultado de fórmulas ou funções.
Preencher: Exibe uma janela com opções para Fonte de Dados: semelhante ao LibreOffice Writer.
preencher as células abaixo, direita, superior, esquerda da Navegador: parecido com o LibreOffice Writer
célula ativa. A opção Series é utilizada quando houver cé- somente acrescentando a possibilidade de navegar na
lulas selecionadas e necessita-se preenche-las com uma planilha utilizando o endereço da célula desejada inserindo
condição especial de incremento. Incremento é o cálculo a letra da coluna e o número da linha.
de preenchimento utilizado pelo Calc. O programa pode Tela Inteira: semelhante ao LibreOffice Writer.
preencher de 1 em 1, de 5 em 5, de 10 em 10, então, é Zoom: semelhante ao LibreOffice Writer.
necessário informar ao programa este incremento.
Excluir Conteúdo: Apaga, deleta, todo o conteúdo da Menu Inserir
célula ou do intervalo selecionado. Pode usar a tecla DEL Quebra de Página: Insere quebras de linhas ou co-
para executar o mesmo comando. lunas.
Excluir Células: Diferentemente do comando anterior Células: Insere célula deslocando o conteúdo existen-
este comando retirar da planilha tudo que estiver selecio- te para baixo ou direita. Insere uma linha toda em branco
nado. É necessário escolher se as células de baixo ou da ou ainda uma coluna toda em branco.
direita assumirão seu lugar na planilha, uma vez que você Linha: Insere uma linha em branco acima da célula
está retirando as células selecionadas, ou ainda se você ativa. Caso haja células selecionadas em linhas diferentes
quer excluir a linha toda ou a coluna por completo. Cuida- este comando insere uma a mesma quantidade de linha
do para não confundir os comandos. O Excluir conteúdo das células selecionadas.
apaga (DEL). O comando Excluir células retira as células Colunas: Comando semelhante ao anterior só que
selecionadas criando um “buraco” na planilha, por isso, aplicado a colunas.
você deve escolher se as células da direita ou de baixo Planilha: abre uma janela onde é possível adicionar
tomarão seu lugar. quantas planilhas forem necessárias. É possível ainda
nomear as novas planilhas ou ainda inserir uma planilha já
existente no arquivo que está sendo editado.

Informática 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Planilha do Arquivo: Insere uma planilha já existente Caractere: semelhante ao LibreOffice Writer.
na atual. Parágrafo: semelhante ao LibreOffice Writer.
Vincular a Dados Externos: Insere a fonte de dados Alterar Caixa: semelhante ao LibreOffice Writer.
original. Estilos e formatação: Utiliza os Estilos de Formata-
Caractere Especial: semelhante ao LibreOffice ção semelhante ao utilizado no LibreOffice Writer.
Writer. Autoformatar: semelhante ao LibreOffice Writer.
Marcas de Formatação: Insere condições especiais Formatação Condicional: Define condições quando
de formatação com relação a hífen. um parâmetro for atendido. Por exemplo, definir que
Hiperlink: semelhante ao LibreOffice Writer. quando o resultado de uma função for negativo este valor
Função: Insere uma das muitas funções existente no aparecerá em vermelho.
LibreOffice Calc Âncora: semelhante ao LibreOffice Writer.
Lista de Funções: abre uma janela fixa na lateral Alinhamento: semelhante ao LibreOffice Writer.
direita com as Funções Recém Utilizadas, mas é possível Dispor: semelhante ao LibreOffice Writer.
visualizar e inserir qualquer função do Calc. Inverter: semelhante ao LibreOffice Writer.
Nomes: Com esta função é possível renomear ou Agrupar: semelhante ao LibreOffice Writer.
nomear qualquer intervalo de célula que facilita na hora da Figura: semelhante ao LibreOffice Writer.
criação de uma função. Controles: Você pode utilizar a barra de ferramentas
Anotação: Conhecido como “Comentário” no MS-Ex- Controles para adicionar caixas de seleção, botões, tabe-
cel. Cria uma caixa de texto amarela ligada a uma célula. las mostrando registros de dados e outros controles a um
Quando há uma anotação na célula a mesma exibe uma documento.
minúscula marca vermelha no seu interior, basta posicio- Formulários: Elabora formulários para uma planilha.
nar o mouse sobre esta célula e aguardar um instante que
será exibida a caixa de texto com a explicação sobre o Menu Ferramentas
conteúdo da célula. Ortografia: semelhante ao LibreOffice Writer.
Figuras: semelhante ao LibreOffice Writer. Idioma: semelhante ao LibreOffice Writer.
Filme e Som: semelhante ao LibreOffice Writer. Detetive: Este comando permite a realização auto-
Objeto: semelhante ao LibreOffice Writer. mática de auditoria entre dados e fórmulas contidos na
Gráfico: Permite configurar e inserir vários tipos de planilha.
gráficos em sua planilha. São quatro passos que permite Rastrear precedentes: Esta função mostra o relacio-
escolher o tipo do gráfico, definir a base de dados, série de namento entre a célula atual que contém a fórmula e as
dados e nomear os eixos e definir as legendas. células usadas na fórmula.
Remover precedentes: Exclui um nível de setas de
Menu formatar rastreamento que foram inseridas com o comando Ras-
Limpar Formatação: semelhante ao LibreOffice trear precedentes.
Writer. Rastrear dependentes: Desenha setas rastreadoras
Células: Neste comando estão centralizadas todas que unem a célula ativa às fórmulas que utilizam os valo-
as opções possíveis de formatação da célula, desde de res da célula ativa.
seu conteúdo até as cores das linhas de grade e preen- Remover dependentes: Exclui um nível de setas ras-
chimento. Defina o tipo de número que está na célula, treadoras criadas com Rastrear dependentes.
alinhamentos, mesclagem, quebra de texto, etc. Remover todos os rastros: Remove todas as setas
Linha: Permite formatar uma ou mais linhas da plani- rastreadoras da planilha.
lha, quanto à altura e à visibilidade. Rastrear erro: Desenha setas rastreadoras que unem
Colunas: Permite uma ou mais colunas da planilha, a célula ativa a todas as células precedentes, causando
quanto à altura e à visibilidade. um valor de erro em uma célula selecionada.
Planilha: Permite renomear, ocultar ou exibir a plani- Marcar dados inválidos: Marca todas as células na
lha ativa. planilha que contém valores fora das regras de validação.
Mesclar células: Abre um submenu que possibilita a Atualizar rastros: Redesenha todos os rastros na pla-
escolha de Mesclar e Centralizar Células, Mesclar Células nilha. Quando os rastros são redesenhados, as fórmulas
e Dividir Célula. O Mesclar Célula é o comando que trans- modificadas são levadas em consideração.
forma em uma única célula várias células sequenciais. Atualizar automaticamente: Atualiza automaticamente
Página: Este comando engloba todos os comandos todos os traços na planilha toda vez que você modifica
possíveis para se formatar a planilha em relação a sua es- uma fórmula.
trutura. Defina o tamanho da página (A4, carta), margens, Modo de preenchimento: Ativa o modo de preenchi-
as linhas de grade (espessura e cor), cabeçalho e rodapé mento do Detetive. O ponteiro do mouse se transformará
e cores de preenchimento das células. em um símbolo especial e, quando você clicar em qualquer
Intervalo de impressão: É possível definir exatamen- célula, será exibido um rastreamento que mostra as suas
te o que você quer que seja impresso quando pressionar células precedentes. Para sair desse modo, pressione a
o botão da impressora na Barra Padrão. Escolha uma tecla Esc ou clique no comando Sair do modo de preenchi-
coluna, uma linha, uma parte da planilha, etc. mento no menu de contexto.

Informática 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Atingir meta: Abre uma janela onde se pode espe- serão exibidas as mulheres (F) e dentro desta classifica-
cificar um valor alvo pela célula selecionada. Uma vez ção o cargo das mulheres, Auxiliar, Comprador, Diretor.
concluída a pesquisa, será exibido um resultado que pode Depois serão exibidos os homens (M) e os cargos Auxiliar,
ser aplicado diretamente àquela célula. A caixa apresenta Comprador, Diretor.
as seguintes caixas de texto: Célula de fórmula: Exibe a
fórmula contida na célula, Valor desejado: Espaço para Filtro: Este comando é utilizado para exibir na planilha
digitação do valor a ser atingido e Célula variável: Permite somente os dados necessários, sem excluí-los, somente
introduzir a referência da célula que contém o valor a ser os oculta. Por exemplo utilizando a mesma planilha do
ajustado, para atingir o valor alvo. exemplo anterior para exibir somente as mulheres da em-
Solver: É uma ferramenta que permite resolver proble- presa (sexo Feminino) basta clicar em Filtro -> autofiltro e
mas de pequena e média complexidade. Para chegar a um na coluna SEXO escolher a letra F na caixa de seleção (
“resultado ótimo”. ) e somente as mulheres da empresa serão exibidas. Para
Cenários: São possibilidades de interpretar dados saber as diretoras da empresa feito o passo anterior basta
e criar um cenário com resultados. Alterando os valores clicar na caixa de seleção da coluna CARGO escolher
dos dados é criado outro cenário, permitindo uma análise Diretor e todas mulheres Diretor serão exibidas, é possível
gerencial sobre os dados obtidos. fazer outros filtros dentro do resultado dos filtros.
Compartilhar documento: Esta opção permite que Formulário: Exibe um formulário contendo os campos
vários usuários possam editar o mesmo documento. da planilha a serem preenchidos. É uma forma diferente
Mesclar documentos: Quando um documento/plani- de alimentar a planilha inserindo os dados através de um
lha é editado por mais de uma pessoa, utilizando o recurso formulário.
anterior. Depois, para juntar as partes, utilize este recurso. Subtotais: exibe somas intermediárias ao valor total
Proteger documento: Este comando permite proteger/ que representa a soma de outras somas. Exemplificando,
liberar os dados da planilha ativa ou de todo o documento, se tivermos uma planilha de vendas e houver a necessida-
conforme as opções Proteger Planilha ou Documento. de de exibir as somas das vendas parciais utilizamos este
Conteúdo da Célula: Este recurso altera a forma comando.
pela qual os dados são inseridos nas células. As duas Validação: restringe a digitação de dados na célula
primeiras opções referem-se ao preenchimento (atualiza- ao tipo de informação desejada. É possível que na célula
ção), de células que contém fórmulas; elas poderão ser ativa somente texto possa ser digitado, ou número, ou data
recalculadas e preenchidas manual ou automaticamente. e assim por diante. Caso tente-se digitar um texto em uma
A última opção oferece sugestões de complemento para o planilha configurada para data, uma mensagem de erro e
conteúdo da célula. instruções, feita por você, será exibida ao usuário infor-
Galeria: semelhante ao LibreOffice Writer. mando como devem ser preenchidos todos os campos da
Player de mídia: semelhante ao LibreOffice Writer. planilha.
Macros: o Macro é a gravação de um procedimento Operações Múltiplas: Viabiliza a execução múltiplas
que pode ser executado quando você quiser. Basta seguir na área selecionada. A caixa de diálogo associada permite
a caixa de diálogo que é bastante intuitiva e completar seu escolher fórmulas e selecionar linhas e colunas.
comando. Texto Para Colunas: Imagine que você tenha numa
Gerenciador de extensão: semelhante ao LibreOffi- célula A1, os números 1,2,3,4,5. Você pode colocá-los em
ce Writer. cada célula. Para fazer isso, selecione esse a célula A1 e
Filtro XML: semelhante ao LibreOffice Writer. clique em Dados >> Texto para colunas … , depois clique
Opções de autocorreção: semelhante ao LibreOffi- em Vírgula e pressione OK. Como pode observar, cada
ce Writer. número ou letra, fica em células separadas.
Personalizar: semelhante ao LibreOffice Writer. Consolidar: Este comando também executa opera-
Opções: semelhante ao LibreOffice Writer. ções múltiplas, porém, pode combinar dados de diversas
áreas independentes, inclusive de diferentes planilhas. A
Menu dados partir desses dados, será calculada uma nova área.
Definir Intervalo: nomeia um intervalo facilitando a Esquema: Você pode criar uma estrutura de tópicos
inserção em funções. para os dados e agrupar linhas e colunas de modo a poder
Selecionar Intervalos: Seleciona um intervalo daque- recolher e expandir os grupos com um único clique do
les que foram criados com o comando anterior. mouse.
Classificar: Coloca em ordem crescente ou decres- Tabela dinâmica: A tabela dinâmica (anteriormente
cente os dados da coluna escolhida. Lembrando que os chamada de Assistente de dados) permite combinar, com-
dados das outras colunas seguirão a referência da sua parar e analisar grandes volumes de dados. Você pode ver
linha. É possível escolher vários níveis de classificação. diferentes resumos dos dados de origem, exibir detalhes
Por exemplo, em uma planilha com o cadastro dos funcio- das áreas de interesse e criar relatórios. Uma tabela criada
nários de uma empresa é possível classificar esta planilha como tabela dinâmica é uma tabela interativa. Os dados
desta forma: primeiro em ordem crescente o sexo dos podem ser arrumados, rearrumados ou resumidos de
funcionários (M-F), depois classificar em ordem crescente acordo com vários pontos de vista.
o cargo dos funcionários. A planilha ficará assim primeiro

Informática 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Atualizar Intervalo: Atualiza um intervalo que havia Assistente de Funções (fx): Abre uma janela que pos-
sido inserido na planilha proveniente de um banco de sibilita a edição de fórmulas complexas.
dados externo. Soma (Σ): Clicando em Soma a célula ativa será
preenchida com o valor da soma dos conteúdos das célu-
Menu janela las imediatamente acima ou à esquerda dela.
Além dos recursos de abrir e fechar uma janela aqui Função (=): Clicando este botão, inicialmente você
é possível dividir a janela em quatro visualizações e movi- colocará um sinal de igual na Linha de entrada da Barra
menta-las da forma que achar necessário e ainda congelar, de Fórmulas e na célula ativa. Verifique que, na caixa de
onde a linha acima e a coluna da esquerda da célula ativa nome, aparece a palavra “Soma”. Ao clicar o botão dessa
ficarão congeladas, onde serão sempre exibidas ficando caixa, as seguintes opções de funções matemáticas são
somente o restante da planilha para navegação, isto é útil exibidas: Soma, Média, SE, Máximo e Mínimo surgem no
quando trabalhamos com planilhas grandes e precisamos menu de contexto deste comando. Selecionando-se uma
da referência da coluna para sabermos exatamente o que dessas funções e seguindo a montagem da função con-
preencher em uma determinada célula. forme sua necessidade, aparecerá o resultado da função
Como já falamos uma planilha é uma tabela e uma tabe- na célula ativa. Note que, quando você no botão função
la é formada por linhas e colunas. Pois bem, no Calc todas (=), os botões Soma (Σ) e Função (=) se transformam em
as colunas são representadas por letras na parte superior e Cancelar (x) e Aceitar (√).
que vão da primeira coluna representada pela letra “A” até a Linha de entrada: Esta é a área onde é exibido tudo
última representada pela combinação das letras “AMJ” que que está dentro da célula. Podemos visualizar textos,
somam 1.024 colunas. Esta contagem é feita desta forma números, fórmulas, funções, etc.
quando uma coluna é representada pela letra “Z” a próxima Existem algumas formas para mover a célula ativa
coluna recebe a representação com duas letras “AA, AB, ... pela planilha. Para pequenos deslocamentos basta utilizar
” até chegar em “AZ” daí a próxima coluna é “BA, BB, BC, as teclas setas ou apenas um clique do mouse sobre o
...” até chegar “AMJ” somando as 1.024 colunas. endereço desejado e a célula clicada será a célula ativa.
Já as linhas são representadas por números do lado
É possível selecionar uma sequência de células cha-
esquerdo da janela e são representadas do número 1 até
madas de “Intervalo” quando as células são adjacentes
a última linha que é 1.048.576, isto mesmo, mais de um
(sequenciais), basta clicar sobre uma célula, manter o
milhão de linhas, é uma planilha bem grande.
botão do mouse pressionado e movimentar o mouse sobre
Cada quadradinho formado pela junção da coluna
a planilha e todas as células por onde o mouse passar
com a linha forma a célula, é dentro das células que in-
serão selecionadas. É possível ainda selecionar células
serimos os textos e número que formarão nossa planilha.
não-adjacentes, separadas, basta clicar sobre a primeira
Cada célula possui um endereço que formado pela letra
da coluna seguido do número da linha, por exemplo, a célula que se deseja selecionar, manter a tecla CTRL (con-
primeira célula da planilha é formada pela coluna A linha trol) pressionada enquanto clica sobre as demais células e
1, desta forma o endereço da célula é A1, sempre nesta todas serão selecionadas. Não solte a tecla CTRL até que
sequência, nunca coloque o número primeiro como 1A, todas as células desejadas estejam selecionadas.
isto é errado e constantemente aparece em questões de A finalidade de um gerenciador de planilhas é fazer
concurso público para confundir os que não estudam. O cálculos. Para isto utilizamos duas formas de fazermos
endereço da célula ativa, aquela que recebe os textos e estes cálculos utilizando fórmulas e funções. As fórmulas
números que são digitados, é exibido na Caixa de Nome são bem simples de montar e são utilizadas para reali-
na Barra de Fórmulas. Outra dica da referência de ende- zarmos cálculos mais simples como somar dois números
reço é que a letra da coluna e número da linha, onde a por exemplo. Já as funções podem ser simples ou bem
célula ativa está, ficam na cor azul destacado das demais complexas capacitando ao usuário utilizar vários conhe-
linhas e colunas que permanecem em cinza (cor padrão). cimentos físicos e matemáticos para resolver problemas
complexos com cálculos bem complexos.
Mas vamos nos atentar ao concurso, os cálculos
exigidos são mais simples e requerem um raciocínio
lógico com bastante atenção e cuidado. As questões de
Calc são sempre bem elaboradas e requerem uma análise
cuidadosa, por isso, realizar a prova com calma e fazer
os exercícios desta apostila e procurar outros na Internet
irão preparar você para se classificar bem em qualquer
concurso.
Preste bastante atenção nos detalhes que iremos ver
agora, eles possivelmente irão desclassificar os outros
Caixa de Nome é o indicativo da área selecionada na candidatos que não prestarão atenção neles.
planilha em uso. Quando uma única célula estiver sele- Primeiro detalhe que você não pode esquecer, qual-
cionada, a caixa de nome indicará o endereço da célula. quer cálculo simples ou complexo, fórmula ou função,
Se mais de uma célula estiver selecionada (um intervalo), sempre começará com um sinal de igual “=”. Este símbolo
exibirá o endereço deste intervalo. dirá ao Calc que tudo o que será digitado naquela célula

Informática 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


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é um cálculo e não um texto. Então se você digitar “3+5” Baseando-se na tabela acima fica fácil montar qualquer
em uma célula o Calc entenderá que se trata de um texto cálculo simples com as fórmulas. Basta iniciar com sinal de
e não realizará nenhuma conta. Já se você digitar “=3+5” igual, e colocar o endereço da célula e o operador mate-
o programa entenderá que você quer realizar uma soma mático até que todas as condições tenham sido atingidas.
entre os números 3 e 5, quando você pressionar a tecla Por exemplo “=B1+C5”; “=d5+c8+f7”; “=j33+k88-v45+s90”
“Enter” o RESULTADO deste cálculo será exibido na cé- não é necessário utilizar letras maiúsculas. Em cálculos
lula onde você digitou o cálculo, desta forma o valor “8” simples os endereços podem estar entre parênteses ou
aparecerá exatamente onde você digitou “=3+5”. É pos- não: “=b5+d5” é igual a “=(b5+d5)”. Porém se utilizar
sível iniciar um cálculo inserindo também o sinal de soma parênteses eles devem abrir e fechar, em uma fórmula ou
“+” ou subtração “-”, isto dará um valor positivo ou negativo função o parêntese não pode ficar “aberto”. Cuidado po-
ao número que será inserido na sequência. Neste caso rém com a seguinte situação: vamos supor que o cálculo
não é necessário digitar o sinal de igual “=” basta digitar seja a média de 4 número que estão nas células A1 até
“+A1+B1” ou “-a1+c2”. A4. A média aritmética é obtida pela soma dos valores e
Segundo detalhe importante, não utilizamos os valores divide-se o resultado da soma pela quantidade de núme-
numéricos para digitarmos uma fórmula ou função, sempre ros que foram somados. No nosso exemplo a média de
utilizamos os endereços da célula onde estão os valores quatro números é obtida com a soma dos quatro números
que queremos somar. Por exemplo, temos o valor “2” no e dividido por quatro. A média de oito números é obtida
endereço A1 e o valor “3” no endereço B1 para colocar o somando-se os oito números e dividindo-se o resultado da
resultado da soma dos dois números na célula C1 temos soma por oito. Para que o Calc realize o cálculo da média
que fazer o seguinte: digitar o cálculo no endereço onde vamos digitar a fórmula “=a1+a2+a3+a4/4”. O resultado
queremos que apareça o resultado, então posicione a estaria correto se não fosse uma regra matemática onde
célula ativa em C1 e vamos digitar “=A1+B1”. existe uma hierarquia de sinais que precisa ser respeitada
O sinal de “=” indica ao Calc que tudo nesta célula é pelo programa. Neste caso o Calc dividiria o valor da
um cálculo; célula a4 por 4 e depois faria a soma das células de a1
A1 é onde está o primeiro número; até a3. Para resolver este problema vamos obrigar o Calc
+ é o operador matemático; a realizar primeiramente a soma e após isso dividir o re-
B1 é onde está o segundo número. sultado desta soma para obtermos corretamente a média
Terceiro detalhe é que na informática alguns opera- dos quatro números. A fórmula deverá ser escrita desta
dores matemáticos são representados com símbolos dife- forma: “=(a1+a2+a3+a4)/4”. Desta forma utilizamos de um
rentes da matemática convencional. Veja a tabela abaixo: outro recurso da matemática onde o parêntese indica a
parte que tem precedência em cálculos com mais de um
operador matemático. Para usar bem o Calc é necessário
conhecer algumas regras matemáticas, já que o programa
é especialista em fazer cálculos.
Vamos verificar algumas regras de comportamento
do LibreOffice Calc quando a largura da coluna não é
suficiente para exibir seu conteúdo:
Quando se preenche uma célula com Texto: Se
a próxima célula à direita estiver vazia, o texto ocupará
quantas células forem necessárias para exibir o conteúdo.
Se houver conteúdo nessa(s) célula(s), o texto será escon-
dido dentro da célula onde foi digitado e uma pequena seta
vermelha dentro da célula indicará que o referido texto não
pode ser exibido por inteiro.
Números: Três símbolos (###) aparecerão na célula
em substituição ao número, data ou hora.
Para ajustar o tamanho de uma coluna para correta
exibição do conteúdo é simples, basta posicionar o mouse
entre as letras que representam as colunas e o mesmo se
tornará uma dupla seta preta “”, clicando com o botão di-
reito do mouse a coluna da esquerda será redimensionada
conforme movimentar o mouse aumentando ou diminuindo
a largura da coluna. De forma mais prática quando o mou-
se se tornar a dupla seta preta basta clicar duas vezes com
o botão esquerdo do mouse e o programa fará o chamado
Best Fit, “melhor ajuste”, e automaticamente o programa
se encarregará de deixar a largura correta para que todo
o conteúdo de todas as células daquela coluna seja
exibido.

Informática 55 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Alguns preenchimentos já estão estabelecidos pelo


programa são os meses do ano e os dias da semana.
Se preencher uma célula com “abril” ao arrastar a alça
de cópia para baixo ou direita o programa preencherá as
próximas células com “maio”, “junho” e só irá para quando
você soltar o dedo do mouse. Se arrastar o mouse para
cima ou para a esquerda, você já sabe, o LibreOffice Calc
preencherá o conteúdo das células com “março”, “feverei-
ro”, etc. Lembre-se sempre que esta regra vale para todos
os preenchimentos, arrastando o mouse para baixo ou
direita o preenchimento será feito de forma CRESCENTE.
Se a alça for arrastada para cima ou para a esquerda o
preenchimento será DECRESCENTE. Na prova você
Alça de cópia ou alça de preenchimento é um “qua- precisará se lembrar deste conceito. Cuidado com o
dradinho” que fica na parte inferior direita de toda célula “zero” o preenchimento DECRESCENTE sempre passará
ativa. Quando há várias células selecionadas, formando pelo ZERO antes de ir para o negativo quando estiver
um intervalo, este intervalo também exibirá esta alça. Ela trabalhando com número. Se você deslocar uma célula
serve para preencher as células sequenciais levando em contendo o número 4 para cima ou esquerda o programa
conta algumas regras do programa. completará com 3, 2, 1, 0, -1, -2..... até que você solte o
Com números: quando uma célula é preenchida com mouse.
um número e se posicionarmos o mouse sobre a alça de
preenchimento o mouse muda de layout, passa a ser uma Funções
cruz fina e branca (padrão), clicando a arrastando o mouse Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálcu-
para as células abaixo ou para a direita o LibreOffice Calc los usando valores específicos, denominados argumentos,
preencherá as próximas células com a sequência cres- em uma determinada estrutura. As funções podem ser
cente do número digitado. Caso arraste o mouse para as usadas para executar cálculos simples ou complexos. As-
células acima ou à esquerda da célula ativa o LibreOffice sim como as fórmulas, as funções também possuem uma
Calc preencherá as células com a sequência decrescente estrutura, conforme ilustrado abaixo (iniciam com um sinal
do número existente na célula. de igual (=)). As funções, assim como as fórmulas, podem
Com texto: quando uma célula está preenchida com ser iniciadas com o sinal de + (positivo) ou – (negativo).
texto o conteúdo será apenas copiado para as próximas Uma função tem a seguinte estrutura, ou sintaxe:
células caso você use a alça de preenchimento. sinal de igual (=), seguido do nome da função SOMA,
Com texto e número: quando uma célula contém texto MULT, MAIOR, SE... o nome da função é exatamente o
e número, por exemplo, 1 casa, casa 1, etc. o programa cálculo que ela faz, seguido dos parâmetros para exe-
fará o incremento, ou seja, adiciona uma unidade ao nú- cutar a função sempre entre parênteses: (a1:a10). Estes
mero que está na célula. Na célula A1 está digitado “casa parâmetros essencialmente trazem endereços das células
10”, se você posicionar o mouse na alça de preenchimento que possuem os valores que você quer incluir no cálculo
e arrastar para a direita ou para baixo o programa com- e podem vim entre dois pontos, (A1:A10), que indica um
pletará as células seguintes com “casa 11”, “casa 12” e intervalo, ou seja, todas as células entre a1 e a10 estão
assim por diante. Se arrastar a alça para cima ou para a envolvidas no cálculo, (a1, a2, a3, a4..., a10). Quando o
esquerda o programa completará com “casa 9”, “casa 8” e endereço estiver separado por ponto e vírgula (;), (a1;a10),
seguirá para o negativo, “casa -3”, “casa -4”, até que você somente as células a1 e a10. CUIDADO COM ESTE DE-
decida soltar o mouse. ISTO CAI BASTANTE EM PROVA! TALHE NA PROVA ISTO FAZ TODA A DIFERENÇA NOS
ESTUDE!!! CÁLCULOS.
Com DATA e HORA: Quando se escreve 16:30, O Vamos conhecer algumas funções mais cobradas em
Calc apenas repetirá o 16:30 (ele entende o valor como concurso público:
sendo um valor de hora, mas não o incrementa, apenas SOMA (=SOMA(A1:A5))
o repete). Quando se escreve uma data do tipo Jan/07 O Executa a soma dos valores numéricos existentes na
Calc, por sua vez, nem chega a entender esse valor como células que estão nos endereços descritos entre parên-
uma data, mas apenas como um texto (seguido de um teses (A1:A5). Digitando esta função dentro de qualquer
número) e, como foi visto, o comportamento dele para com célula e pressionando o ‘ENTER’ será exibido o valor da
esse tipo de dado é incrementar o número (ou seja, ele somatória solicitada.
viraria Jan/08, Jan/09, Jan/10 e assim vai...)

Informática 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

CUIDADO: através desta função, SOMA, é possível HOJE=HOJE()


executar qualquer outra operação matemática simples: Esta função exibe a hora do sistema. Toda vez que
soma, subtração, multiplicação e divisão. Para isto basta a planilha for aberta esta informação será atualizada
colocar o sinal do operador aritmético entre os endereços automaticamente. Esta função não possui parâmetro, os
de célula, por exemplo, para fazer uma multiplicação digite parênteses estarão sempre sem nada dentro.
o seguinte: =SOMA(A1*A5) e o LibreOffice Calc fará a
multiplicação dos valores que estiverem em A1 e A5, pre- CONCATENAR=CONCATENAR(A1;A2;A3)
valece o sinal dentro do parênteses, mesmo que o nome Agrupa os conteúdos das células indicadas. Podem
da função seja SOMA. MUITO CUIDADO NA PROVA. ser texto ou números o programa juntará tudo lado-a-lado.
Nesta função não é possível utilizar ( : ), somente ( ; ).
MÉDIA=MÉDIA(A1:D1 Pode-se usar o caractere & para substituir esta função.
Executa a média aritmética dos valores que estiverem Exemplo: =A1&A2, para inserir um espaço em branco
dentro das células indicadas entre parênteses. entre as palavras ou número insira aspas com um espaço
em branco junto com fórmula, Exemplo: =A1&” “&A2
MÁXIMO=MÁXIMO(A1:A6)
Indica qual é o maior valor existente no intervalo indi- SE=SE (teste lógico; se teste lógico verdadeiro; se
cado entre parênteses. teste lógico falso)
Esta função verifica se a condição do teste lógico é
MÍNIMO =MÍNIMO(A1:A6) verdadeira ou falsa. Por exemplo, se em F2 estiver o a
Indica qual é o menor valor existente no intervalo média final dos quatro bimestres de um aluno, o teste
indicado entre parênteses. lógico será escrito de tal forma que não possa haver outra
resposta além do verdadeiro/falso, e se o teste lógico der
MAIOR =MAIOR(A1:A6;2) verdadeiro a função deverá colocar na célula a palavra
O número “2” colocado após o endereço do intervalo e “Aprovado”, caso o teste lógico der falso, a função deverá
separa por “;” indica que você quer o 2º maior número da- preencher a célula com a palavra “Reprovado”, então a
quele intervalo. Se você quer o 3º número basta colocar “;3” função fica desta forma: =SE(F2>=5;”Aprovado”;”Repro-
após o endereço do intervalo. CUIDADO: OS NÚMEROS vado”). O teste lógico diz que se “F2 for maior ou igual a
SE REPETEM QUANDO USAMOS ESTA FUNÇÃO. CASO
5”, então quando a nota do aluno, em F2, for igual a 5 ou
UM NÚMERO SEJA REPETIDO DENTRO DO INTERVA-
maior que 5, a função SE preencherá com “Aprovado” pois
LO ELE CONTARÁ COMO QUALQUER OUTRO. SE NO
o teste lógico deu verdadeiro. Agora se o valor encontrado
INTERVALO TIVER OS NÚMEROS 2,5,6,6,7 O MAIOR
em F2 for menor que 5, então a função SE preencherá
NÚMERO SERÁ 7. O SEGUNDO MAIOR SERÁ O 6. O
com “Reprovado” pois o teste lógico deu falso. ISTO É
TERCEIRO MAIOR SERÁ O 6 NOVAMENTE. CUIDADO...
BASTANTE COBRADO EM PROVA.
MENOR=MENOR(A1:A6;3)
Semelhante ao item anterior, indica o menor número Referências Relativas e Absolutas
baseado no indicador que virá após o intervalo. Podemos “montar” uma planilha com vários cálculos
utilizando tudo que já vimos até agora. Como já vimos
SOMASE=SOMASE(A1:A10;”>=5”) é possível efetuar um cálculo como resultado de outro
Somará os valores das células que atenderem ao cálculo, montarmos uma função envolvendo células que
parâmetro estabelecido “>=5”. contenham outras funções ou ainda derivando uma função
de outra, através da alça de preenchimento.
CONT.SE=CONT.SE(A1:A10;”>5”) Referência absoluta é quando uma função é montada
Contará quantas células atendem ao parâmetro esta- de forma que os valores serão sempre os mesmos, inde-
belecido “>5”. O resultado desta função é a contagem das pendentemente de copiarmos esta função para outro local
células e não o resultado de qualquer cálculo. da planilha ou utilizarmos a alça de preenchimento, isto
é possível se travarmos os endereços com o caractere
CONT.NUM=CONT.NUM(A1:A10) ($) antes dos endereços, assim, eles não serão alterados
Contará quantas células possuem número. Não fará quando propagados com a alça de preenchimento.
cálculos, apenas exibe a contagem das células. Exemplo: =SOMA($A$1:$A$6)
Referência Relativa é quando digitamos uma função e
CONT.VALORES=CONT.VALORES(A10:A30) depois utilizamos a alça de preenchimento para propagar
Esta função retorna quantas células, em um intervalo, a mesma função incrementando o intervalo criando assim,
não estão vazias. funções relativas à primeira.
AGORA=AGORA() Referência Mista: quando em uma função existem
Esta função exibe a data e hora do sistema, aquela referências “travadas” (absolutas) e referências relativas
do reloginho do computador. Toda vez que a planilha for (irão incrementar de outras). Exemplo =A2+$B$2
aberta esta informação será atualizada automaticamente.
Esta função não possui parâmetro, os parênteses estarão
sempre sem nada dentro.

Informática 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Muitos deles estão desenvolvidos para executar soft-


6. NOÇÕES, COMO USUÁRIO, DO FUNCIONA-
wares e arquivos pesados assim como um desktop. Por
MENTO DE COMPUTADORES E DE PERIFÉRI-
conta dos notebooks serem desenvolvidos para serem
COS (IMPRESSORAS E DIGITALIZADORAS).
transportados facilmente de um lugar para outro, existem
algumas vantagens e diferenças importantes quando os
HARDWARE E SOFWARE comparamos com os desktops.

Hardware são as partes físicas do equipamento e soft- Quais são as partes de um notebook?
ware é o conjunto de programas ou aplicativos, instruções - Touchpad: Também conhecido como trackpad, é um
e regras que permitem ao equipamento funcionar. pad sensível ao tato que permite controlar o cursor fazendo
movimentos com os dedos.
O que é hardware? Muitos touchpads incluem sensibilidade multi-toque que
Hardware são as partes que podemos ver do computa- têm funções específicas para toques com mais de um dedo.
dor, ou seja, todos os componentes da sua estrutura física - Bateria: Quando conectamos a bateria do Notebook
como o monitor, o teclado, o gabinete e o mouse. a uma tomada elétrica, ele é recarregada. Outro benefício
de poder contar com uma bateria é que, se acabar a luz po-
O que é software? demos ter uma reserva de energia. Cada notebook possui
São os programas que nos permitem realizar ativida- uma bateria que nos permite utilizá-lo quando não estamos
des específicas num computador. Por exemplo, os progra- conectados à uma tomada.
mas como Word, Excel, Power Point, os navegadores, os - Adaptador de CA: Um notebook geralmente possui um
jogos, os sistemas operacionais, entre outros. cabo de alimentação especializado.
Esses dois elementos sempre trabalham de mãos da- Ele é feito para ser usado com este tipo de computado-
das. Enquanto o software faz as operações, o hardware é res. Alguns destes cabos possuem conectores magnéticos
a parte física com a qual essas funções podem ser reali- que se desconectam com segurança em caso de acidentes.
zadas. Isto ajuda evitar danos no cabo e no notebook.
Embora não tenhamos ideia de como as coisas vão - Entradas: A maioria dos notebooks tem os mesmos
evoluir, essa combinação continuará funcionando como tipos de entradas que outros computadores como as entra-
base do desenvolvimento tecnológico. das USB, porém, em menor quantidade por conta de seu
tamanho menor. Algumas entradas podem ser diferentes
Tipos de computadores e as vezes é necessário um adaptador para poder usá-las.

Existem muitos tipos de computadores com diferentes Tablets


formatos e tamanhos e cada um deles oferece característi-
cas que se encaixam às diversas necessidades. Os tablets possuem uma tela sensível ao toque para
que possamos escrever e navegar pela internet rapidamen-
Computadores de mesa ou desktops te. São caracterizados por serem leves, e mais baratos que
um computador. São mais práticos que os notebooks por-
Os computadores de mesa ou desktops são os mais que usamos os dedos para fazer tudo, o iPad por exemplo,
comuns nas casas e nos escritórios. é um tablet. Da mesma forma que os notebooks, os tablets
Esse tipo de computador não é muito fácil de ser trans- também foram desenvolvidos para serem transportadas fa-
portado porque dependem de energia elétrica e possuem cilmente.
muitas partes. Além disso, eles podem ser atualizados adi- Muitos possuem a função de editar textos de arquivos
cionando mais peças ou periféricos como WebCam, im- como o Word ou planilhas com fórmulas matemáticas como
pressora, fones de ouvido, microfones, etc. as do Excel, desta maneira você não dependerá do seu
Um dos benefícios dos Desktops é seu baixo custo. desktop.
Se fazemos uma comparação de seu preço com o de um Para economizar espaço, os tablets possui poucas en-
notebook com as mesmas características, as diferenças tradas. Mas se for necessário usar um teclado externo ou
são claramente notadas. outros periféricos, podemos usar uma conexão sem fio ou
um Bluetooth.
Notebooks ou portáteis
Smartphone ou telefone inteligente
São computadores que você pode transportar com fa-
cilidade porque todas suas partes estão integradas: moni- A maioria dos aparelhos celulares podem fazer as mes-
tor, teclado, touchpad (que substitui o mouse), alto-falan- mas coisas que um computador. Neles podemos editar do-
tes e câmera numa só peça com tamanho e peso menor cumentos, navegar na internet, compartilhar informações
que um desktop. com amigos no Facebook e até jogar.
Estes computadores não permitem muitas modifica- Estes aparelhos são mais conhecidos como telefones
ções porque é mais difícil acessar seus componentes in- inteligentes ou smartphones e seu teclado está integrado
ternos, com exceção da sua bateria que é recarregável e com a tela e só aparece quando indicamos que vamos es-
pode ser trocada. crever algo.

Informática 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

A maior vantagem dos telefones inteligentes e tablets Como todos os computadores, ele possui um hardware
é que podemos acessar a internet em qualquer momento. que é composto pela câmera, o touchpad, as lentes, a mol-
Além disso, são baratos, fáceis de usar, e podem ser com- dura e a bateria. Já seu software, é composto por aplicati-
prados em qualquer lugar. vos gratuitos como o Google Maps e o Gmail.
Estes telefones são feitos para executar uma variedade
de aplicativos. E além de proporcionar o serviço telefônico, Nike +
são basicamente pequenos tablets que podem ser usados
para navegar na internet, ver vídeos, ler livros eletrônicos, Trata-se de um dispositivo de rastreio que se adapta
jogar e muitas outras coisas, todas elas funções adicionais ao seu tênis com a finalidade de armazenar dados e dar a
às de um telefone tradicional. informação sobre o seu rendimento durante uma atividade
Os smartphones possuem telas táteis e contam com física.
sistemas operacionais parecidos aos dos tablets. Podem fornecer informações sobre a distância percor-
Lembre-se que você pode encontrar muitos aplicativos rida, o tempo de duração, a quantidade de calorias queima-
gratuitos nas lojas virtuais correspondentes ao sistema ope- das e um mapa detalhado do caminho percorrido.
racional do telefone que você escolheu. Eles podem servir Atualmente, muitos esportistas avaliam e controlam seu
para diversão, aprendizagem, leitura e outras mil coisas rendimento com estes tipos de dispositivos.
mais.
Com os smartphones podemos estar conectados à in- Relógio inteligente
ternet na maior parte do tempo.
Geralmente, é necessário comprar um plano de dados É baseado no conceito de um relógio convencional,
3G ou 4G, além do serviço para fazer ligações. mas aumentando as possibilidades que ele oferece.
Um telefone inteligente também pode conectar-se à re- Alguns fabricantes optaram por adicionar funções ao
des Wi-Fi quando estas estão disponíveis. relógio convencional e ao mesmo tempo sincronizá-lo com
Por que é bom comprar um smartphone ou um tablet? um smartphone para que funcione como uma extensão
Eles são uma grande ajuda porque oferecem conectivi- adaptada ao corpo humano.
dade para que possamos falar com outras pessoas, nave- Outros adaptam um computador independente ao an-
gar pela internet, ver vídeos, enviar e receber e-mails, edi- tebraço tornando-o um assistente para muitas das suas
tar documentos como cartas e planilhas, jogar, entre muitos atividades. São bastante úteis por exemplo, em operações
outros benefícios. Basicamente é ter um dispositivo portátil militares e espaciais.
com as mesmas funções de um computador.
Quais são as partes do um computador?
Computadores vestíveis Um computador Desktop está composto por várias par-
tes, mas existem algumas que são indispensáveis para seu
O termo em inglês wearable computing significa “com- funcionamento como o gabinete (torre), o monitor, o mouse
putação vestível” e são computadores que usamos como e o teclado.
parte do nosso vestuário. Os melhores exemplos deste tipo
de computador, são os óculos inventados pela Google cha- O Gabinete
mados Google Glass que é um dispositivo para a visualiza- É uma estrutura de metal ou plástico onde no seu in-
ção de informações, os sapatos esportivos que tem um chip terior estão os componentes que fazem com que as outras
para armazenar a nossa posição e rendimento, e os reló- partes cumpram suas funções. É considerado o cérebro do
gios inteligentes, que são pequenos computadores usados computador.
no pulso como um relógio. Na parte da frente e de trás estão localizadas as entra-
Este conceito abarca todas as máquinas eletrônicas das, conectores e botões com os quais você pode trabalhar
que se tornaram pequenas e podem ser adaptadas à nos- com algumas funções do computador. É importante conhe-
sa roupa ou aos acessórios que usamos, oferecendo co- cer esses botões, já que suas posições e estilos mudam
nectividade e outros serviços sem a necessidade de usar dependendo do modelo.
o computador.
A grande vantagem dos computadores vestíveis é que
eles nos proporcionam uma interação com a informação do
ambiente que nos rodeia.

Google Glass

O propósito destes óculos é mostrar toda a informação


disponível no momento em que você necessita e poder
compartilhar tudo o que você vê.
Com eles podemos nos conectar à internet, acessar
e-mails e falar com outras pessoas.

Informática 59 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- Tomada de energia: Nesta entrada você deve conec-


tar o cabo elétrico do computador.
- Entrada/saída de áudio: Quase todos os computado-
res possuem duas ou mais entradas de áudio onde é pos-
sível conectar vários dispositivos, incluindo alto-falantes,
microfones, fones de ouvido, entre outros.
- Porta Ethernet: Esta entrada é muito parecida com
a do modem, porém é um pouco maior. Você pode usá-la
para se conectar à uma rede e navegar pela internet.
- Entrada USB: Na maioria dos computadores desktop,
quase todas as entradas USB estão na parte posterior da
estrutura do computador. Tente conectar o mouse e o te-
clado nestas entradas para que as frontais fiquem livres e
sejam usadas com câmeras digitais, Pen drives e entre ou-
tros dispositivos.
- Entrada para monitor: Aqui é onde você conecta o
Frente de um gabinete cabo do monitor. No exemplo da imagem acima, o aparelho
tem uma entrada Display e uma VGA. Em outros computa-
- A unidade de DVD-ROM (Disco de Vídeo Digital): dores podem existir outros tipos de entradas para o monitor,
Também conhecida como CD-ROM, permite que o com- tais como DVI (Digital Visual Interface) ou HDMI ( High-De-
putador leia CDs e DVDs. A maioria das unidades de discos finition Multimedia Interface).
óticos também podem escrever (ou “queimar”) dados. As - Porta serial: Este tipo de entrada é menos comum
unidades mais recentes podem ler discos Blu-Ray (vídeos nos computadores atuais porque foi substituída por USB e
em alta definição) e gravar neles também. Um típico Blu-Ray outros tipos de entradas. É utilizada com frequência para
armazena maior quantidade de dados que um DVD ou CD. conectar periféricos como câmeras digitais.
- PS/2: Estas entradas são usadas para conectar o
- As portas ou entradas USB: mouse e o teclado. Geralmente a entrada do mouse é verde
A maioria dos computadores de mesa (Desktop) tem e a do teclado lilás. Nos computadores novos, estas entra-
várias entradas ou portas USB. Elas podem ser usadas para das foram substituídas por USB.
conectar quase todo tipo de dispositivo, incluindo mouses, - Slots de expansão: Estes são espaços vazios nos
teclados, impressoras, câmeras digitais entre outros. Nor- quais você pode adicionar um tipo de placa de expansão.
malmente estão na parte frontal e traseira do computador. Por exemplo, caso seu computador não venha com uma
placa de vídeo, pode comprar uma e instalá-la aqui.
- Entrada e saída de áudio: - Porta paralela: É um tipo de entrada muito antiga que
Muitos computadores incluem entradas de áudio na não é comum nos computadores novos, e assim como a
frente do gabinete que permitem conectar facilmente alto- porta serial, foi substituída pela entrada USB.
-falantes, microfones e fones de ouvido, sem precisar usar
a parte traseira do computador. Periféricos do computador

Parte posterior do gabinete Geralmente os computadores básicos incluem o gabi-


A maioria dos computadores informam o que é cada nete, o monitor, o teclado e o mouse. No entanto, você pode
ícone para que você possa conectar com maior facilidade conectar diferentes tipos de dispositivos, também conheci-
seus periféricos ao gabinete. dos como periféricos.

O que são Periféricos de um Microcomputador?


São placas ou aparelhos que recebem ou enviam infor-
mações para o computador. Alguns exemplos de periféricos
são: Impressoras, Digitalizadores, leitores de CD – DVD,
mouses, teclados, câmeras, etc.

Existem alguns tipos de periféricos:


- De entrada: São aqueles que enviam informações
para o computador. Ex: teclado, mouse.
- De saída: São aqueles que recebem informações do
computador. Ex: monitor, impressora, caixas de som.
- De entrada e saída: São aqueles que enviam e rece-
bem informações para/do computador. Ex: monitor touchs-
creen, drive de CD – DVD, impressora multifuncional.
Parte traseira da torre de uma mesa ou computador desktop

Informática 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


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- De armazenamento: São aqueles que armazenam in- - Teclado: O teclado de computador é um tipo de perifé-
formações. Ex: pen drive, cartão de memória. rico utilizado pelo usuário para a entrada manual no sistema
Externos: São equipamentos adicionados ao computa- de dados e comandos. Possui teclas representando letras,
dor que enviam e recebem dados, acessórios que se co- números, símbolos e outras funções, baseado no modelo
nectem ao computador. de teclado das antigas máquinas de escrever. São projeta-
dos para a escrita de textos e também para o controle das
- Monitor: É um dispositivo de saída do computador que funções de um computador e seu sistema operacional.
serve de interface visual para o usuário, na medida em que Suas teclas são ligadas a um chip dentro do teclado,
permite a visualização dos dados e sua interação com eles. onde identifica a tecla pressionada e manda para o PC as
São classificados de acordo com a tecnologia de amostra- informações. O meio de transporte dessas informações en-
gem de vídeo utilizada na formação da imagem. São eles tre o teclado e o computador pode ser sem fio (ou Wireless)
o CRT e o LCD. A superfície do monitor sobre a qual se ou a cabo (PS/2 e USB).
projeta a imagem chamamos tela, ecrã ou écran. Cada tecla tem um ou mais caracteres impressos ou
Os monitores surgiram diante da necessidade de ser gravados em baixo relevo em sua face superior, sendo que,
um periférico de saída, pois sem ele não conseguiríamos aproximadamente, cinquenta por cento das teclas produ-
ver o que estaríamos fazendo. zem letras, números ou sinais. Em alguns casos, o ato de
CRT: (Cathodic Ray Tube), em inglês, sigla de (Tubo produzir determinados símbolos requer que duas ou mais
de raios catódicos) é o monitor “tradicional”, em que a tela é teclas sejam pressionadas simultaneamente ou em se-
repetidamente atingida por um feixe de elétrons, que atuam quência.
no material fosforescente que a reveste, assim formando Outras teclas não produzem símbolo algum, todavia,
as imagens. afetam o modo como o microcomputador opera ou agem
LCD: (Liquid Cristal Display, em inglês, sigla de tela de sobre o próprio teclado.
cristal líquido) é um tipo mais moderno de monitor. Nele, a Os arranjos mais comuns em países Ocidentais estão
tela é composta por cristais que são polarizados para gerar baseados no plano QWERTY (incluindo variantes próximo-
as cores. -relacionadas, como o plano de AZERTY francês).
Os teclados mais modernos (incluindo PC e Apple Mac)
- Mouse: O mouse (do inglês ”rato”) é um periférico de são baseados em versões padrão, como teclas de função,
entrada que historicamente se juntou ao teclado para auxiliar um teclado complementar numérico, e assim por diante.
no processo de entrada de dados, especialmente em progra- Há alguns modos diferentes de conectar um teclado a
mas com interface gráfica. Tem como função movimentar o um computador. Estas conexões incluem PS/2, conexões
cursor (apontador) pela tela ou ecrã do computador. USB e até conexões sem fio, por exemplo, o Bluetooth e
O formato mais comum do cursor é uma seta, contu- infravermelhos. Computadores mais antigos (padrão AT)
do, existem opções no sistema operacional e softwares que utilizam conectores DIN.
permitem personalizarmos o cursor do mouse. - Impressoras: São dispositivos que servem para im-
Disponibiliza normalmente quatro tipos de operações: primir arquivos criados no seu computador. Existem muitos
movimento, clique, duplo clique e “arrastar e largar”. tipos de impressoras e com diferentes preços.
Existem modelos com um, dois, três ou mais botões - Scanner: O scanner permite copiar e guardar o con-
cuja funcionalidade depende do ambiente de trabalho e do teúdo de uma folha ou documento dentro do computador
programa que está a ser utilizado. Em todos estes modelos como uma imagem digital. Nas impressoras multifuncionais
o botão esquerdo é o mais utilizado. você encontrará o scanner e a impressora ao mesmo tem-
O mouse é normalmente ligado ao computador através po.
de portas: serial, PS2 ou, mais recentemente, USB (Univer- - Microfones: Microfones são dispositivos de entrada
sal Serial Bus). Também existem conexões sem fio, as mais de áudio. Eles podem ser conectados ao computador para
antigas em infravermelho, as atuais em Bluetooth. gravar sons ou para você se comunicar por internet com
Outros dispositivos de entrada competem com o mou- outros usuários. Muitos computadores possuem microfones
se: touchpads (usados basicamente em notebooks) e incorporados, sobretudo Notebooks.
trackballs. Também é possível ver o joystick como um con-
corrente, mas não são comuns em computadores. - Alto-falantes ou Caixas de som: Alto-falantes como
Os modelos mais modernos de mouse são totalmente periféricos para computadores desktop
ópticos, não tendo peças móveis. De modo muito simplifi- São dispositivos de saída de áudio, ou seja, transmi-
cado, eles tiram fotografias que são comparadas e que per- tem a informação do computador para o usuário. Graças
mitem deduzir o movimento que foi feito. a estes dispositivos podemos escutar o som da música ou
O mouse, por padrão, possui pelo menos dois botões. vídeo que está sendo reproduzido. Dependendo do modelo,
O esquerdo usado para selecionar e clicar (acionar) ícones podem ser conectados à entradas USB ou de áudio. Alguns
e o direito realiza funções secundárias, como por exemplo, computadores já os possuem incorporados.
exibir as propriedades do objeto apontado. Há ainda na
maioria dos mouses um botão Scroll em sua parte central,
que tem como função principal movimentar a barra de rola-
gem das janelas.

Informática 61 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- WebCam: Uma WebCam é um tipo de dispositivo de Ao iniciar o PC, a BIOS faz uma varredura para de-
entrada com a qual você pode gravar vídeos ou tirar fotos. tectar e identificar todos os componentes de hardware co-
Você também pode transmitir vídeos através da internet em nectados à máquina. Só depois de todo esse processo de
tempo real fazendo chamadas de vídeo, com qualquer pes- identificação é que a BIOS passa o controle para o sistema
soa e em qualquer parte do mundo. operacional e o boot acontece de verdade.
Para garantir sua integridade, a BIOS fica gravada den-
- Joystick, controladores de jogos: Um joystick é um dis- tro de um chip com memória ROM (memória somente de
positivo utilizado para controlar jogos de computador. Em- leitura), o que quer dizer que não é possível alterar suas
bora existam vários tipos de controladores, você também características centrais. Você não pode, por exemplo, de-
pode usar o mouse e o teclado para controlar a maioria dos sinstalar a BIOS do computador, apenas atualizá-la ou mo-
jogos. dificar as opções permitidas.

- Câmera digital: Permite que você capture uma ima- Componentes Internos
gem ou vídeo em formato digital. Ao conectar a câmera na
entrada USB, você pode transferir as imagens da câmera Placa mãe: Acopla todos os componentes de um com-
para o computador. Posteriormente pode imprimir as ima- putador, ou seja, é onde todos os equipamentos se encai-
gens, enviá-las por e-mail ou publicá-las na web. xam. É uma placa de circuitos composta de caminhos de
dados (barramentos) e lacunas para encaixar os equipa-
- Outros dispositivos: Quando você compra um dispo- mentos (slots).
sitivo eletrônico como um telefone móvel ou mp3 player, Processador: o processador é o item mais importante
deve verificar se ele vem com um cabo USB. Se o cabo vem da máquina. A maioria dos computadores nem sequer liga
como acessório, isto significa que você pode conectá-lo ao sem a presença de uma Unidade Central de Processamen-
seu computador. to (Central Process Unit ou CPU). Uma CPU possui formato
retangular e possui milhões de pequenas peças minúscu-
Driver las.
Em um primeiro instante, você não conseguirá visua-
No sentido mais simples, um driver é um software que lizar o processador dentro do gabinete. Ele fica embaixo
permite que o sistema operacional e um dispositivo se co- do dissipador e do cooler. O dissipador é um componente
muniquem um com o outro. A maioria dos componentes de metálico de tamanho avantajado que, como o próprio nome
hardware que você compra vem com um CD para a instala- diz, serve para dissipar o calor. Já o cooler é a ventoinha
ção dos drivers. No entanto, como já é comum, nem sempre que fica em cima do dissipador e que tem como função re-
o disco do fabricante contém com a versão mais recente do tirar o ar quente da CPU.
driver. Na pior das hipóteses acontece de o programa não A CPU se comunica com os demais componentes de
ser compatível justamente com o seu sistema operacional. hardware através das ligações na placa-mãe. Para poder
A solução então é procurar os drivers manualmen- executar os programas e jogos, o processador deve re-
te, o que geralmente não dá certo, pois entrar no site do ceber dados da memória RAM, trocar informações com o
fabricante só gera mais confusão para o usuário. Para os chipset e enviar ordens para outros componentes.
usuários do Windows 7 nem sempre é preciso buscar por Embaixo do processador há diversos pinos metálicos,
drivers, pois o sistema tem um mecanismo automático que os quais fazem a ligação com a placa-mãe. A quantidade
verifica a existência de novas versões e instala tudo para o de pinos varia conforme o modelo da CPU. Cada fabricante
utilizador. opta por um padrão diferente, até porque a arquitetura in-
Obviamente existem exceções e para essas situações terna dos processadores exige mudanças na parte externa.
é que se pode contar com a ajuda de alguns aplicativos que
mantêm o PC atualizado, como gerenciadores de drivers
como o DriverEasy e o Slimdrivers.

BIOS

A palavra BIOS é um acrônimo para Basic Input/Output Memória: a função da memória é armazenar dados.
System ou Sistema Básico de Entrada e Saída. Trata-se de Existem diversos tipos de memórias: memórias permanen-
um mecanismo responsável por algumas atividades consi- tes e virtuais, cada uma com função definida:
deradas corriqueiras em um computador, mas que são de - Principal (RAM e ROM)
suma importância para o correto funcionamento de uma - Auxiliar (Virtual e Cache)
máquina. Se a BIOS para de funcionar, o PC também para. - Secundária (HD, Floppy, CD/DVD-ROM, etc)
O Sistema Básico de Entrada e Saída é um aplicativo
responsável pela execução das várias tarefas executadas Memória RAM- (Memória de Acesso Aleatório) é a mais
do momento em que você liga o computador até o carrega- importante. Só funciona com o computador ligado, por isso,
mento do sistema operacional instalado na máquina. é chamada de volátil, só armazena dados temporariamen-
te, ao desligarmos o computador as informações se per-

Informática 62 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

dem. A CPU é que mais utiliza esse tipo de memória. O HD- Disco Rígido: É o local onde se instala o Sistema
processador processa as informações, mas quem executa Operacional (Windows, Linux), e onde armazenamos nos-
é a memória RAM. Ela também é chamada de “ pente de sos arquivos (word, Excel, pastas, fotos, vídeos, etc.). Nele
memória” e pode ter diferentes capacidades: 64MB (Mega- se cria uma memória virtual quando necessário. Pode tam-
byte), 128MB, 256MB, 512MB, 1GB (Gigabyte), 2GB, etc. bém ser chamado de Winchester.

Slots PCI

Como citado anteriormente, as placas-mãe possuem


espaços para a instalação de placas complementares. Tais
espaços são conhecidos como slots. Atualmente existem
dois padrões de slots: o PCI e o PCI-Express. O padrão PCI
é o mais antigo e possibilita que o usuário instale placas de
A memória RAM é um componente essencial, não ape- rede, de som, de modem, de captura e muitas outras.
nas nos computadores, mas também em equipamentos
como smartphones ou tablets.
RAM (Random Acess Memory) ou memória volátil, é
um componente eletrônico que armazena dados de forma
temporária, durante a execução do sistema operativo, para
que possam ser rapidamente acedidos pelo processador.
Esta é considerada a memória principal do sistema e, além
disso, as velocidades de leitura e escrita são superiores em
relação a outro tipo de armazenamento.
Ao contrário da memória não-volátil, como é o caso de (Fonte da imagem: Reprodução/Wikipédia Commons -
um disco rígido, que preserva a informação gravada sem Autor: Smial)
necessidade de alimentação constante, a memória volátil
apenas permite armazenar dados enquanto estiver alimen- Antigamente existiam placas de vídeo para o padrão PCI,
tada eletricamente. Assim, cada vez que o computador for porém com a evolução do padrão, essas placas pararam de
desligado, todos os dados presentes na memória serão ser fabricadas para esse tipo de slot. As atuais placas-mãe
apagados definitivamente. possuem poucos slots PCI, justamente porque os compo-
Por volta do ano 2000, foram introduzidas as conheci- nentes com esse tipo de encaixe estão saindo de linha.
das memórias DDR SDRAM (Dual Data Rate), mais rápidas O slot PCI é mais lento que o PCI-Express, entretanto,
por realizarem duas leituras por cada ciclo. Desde então, as a velocidade de transmissão de dados e de operação nes-
memórias DDR evoluíram por três vezes, DDR2, DDR3 e se slot é suficiente para quase todas as placas suportadas.
DDR4. Cada iteração melhorou vários aspetos como o tem- Apesar disso, o abandono desse padrão será inevitável,
po de ciclo, largura de banda e ainda reduziu o consumo de pois o PCI-Express suporta os mesmos tipos de placa e
energia. No entanto, cada versão não é compatível com as oferece alta velocidade.
anteriores, tendo em conta que os dados são manipulados
em maiores proporções. Slots PCI-Express
Memória ROM- (Memória somente para Leitura) ar-
mazena dados importantes do fabricante do equipamento O PCI-Express é um tipo de slot mais recente, que vem
e não podem ser utilizadas pelo usuário. Nela estão todos para substituir o PCI. Ele possui muitas diferenças nos con-
os dados básicos para o PC funcionar. Ao conjunto formado tatos metálicos, fato notável logo pelo tipo de encaixe. Ele
pelas memórias RAM e ROM dá-se o nome de Memória até parece o slot PCI invertido com alguns contatos a mais.
Principal.
Memória Cache- Encontra-se no processador e traba-
lha em sincronia com a RAM, porém ela armazena dados
mais rápido, é um tipo de RAM estática: é uma SRAM.
Sua função é armazenar os dados mais recentes re-
quisitados pela RAM principal. Funciona assim: Quando a
CPU requisita um dado à RAM, ele é copiado para a Cache
para que, se for solicitado novamente, não seja necessário (Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons
buscar na RAM outra vez. Sua desvantagem é que ela é - Autor: Smial)
muito menor que a RAM.
Fonte de Alimentação: É o módulo que fornece energia Como supracitado, o slot PCI-Express é o que há de
elétrica ao micro. As fontes de alimentação utilizadas hoje mais atual para a utilização de placas complementares. As
em dia são do tipo chaveada (aumenta o rendimento e torna placas mais comuns para o padrão PCI-Express são as pla-
a fonte mais compacta). cas de vídeo. Elas conseguem trabalhar em alta velocidade
graças ao modo de funcionamento do PCI-Express.

Informática 63 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Outro detalhe que diferencia o padrão PCI-Express é a Apesar de ter sido designado para proteger os seus
trava de segurança. Tal detalhe é fundamental para que as equipamentos contra interferência e variações nos níveis
placas de vídeo sejam devidamente fixadas. Fisicamente, de tensão da rede elétrica, muitos dos modelos mais sim-
os slots PCI-Express são idênticos, todavia existem diferen- ples disponíveis no mercado acabam trazendo mais pre-
tes modelos, os quais podem ser identificados nos manuais juízos do que benefícios aos usuários, principalmente de
das placas-mãe. computadores.
O funcionamento do computador não está ligado ao uso
Placa de vídeo do estabilizador, mas aos seus diversos componentes, sua
arquitetura e a energia que é convertida de alternada para
As placas de vídeo são instaladas nos slots PCI-Ex- contínua através da fonte de alimentação. Para uma maior
press. Contudo, pode ser que seu computador não tenha segurança no equipamento, recomenda-se o uso de Estabi-
uma placa gráfica instalada. Isso não quer dizer que ele lizadores, nobreaks ou filtros de linha de qualidade, que não
não tem capacidade para processar elementos gráficos, interferem no bom funcionamento da fonte.
mas indica que sua máquina não possui um item de har-
dware especializado para o processamento de elementos Fonte:
tridimensionais. https://edu.gcfglobal.org/pt/informatica-basica/transfe-
rir-arquivos-e-configuracoes/1/
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/
informatica/o-que-sao-perifericos-de-um-microcomputa-
dor/66365
https://www.aprendainformaticafacil.com.br/2013/02/
componentes-do-computador.html
https://www.tecmundo.com.br/infografico/9709-o-que-
-tem-dentro-do-seu-computador-infografico-.htm
www.qconcursos.com.br

QUESTÕES

Computadores sem placa de vídeo do tipo “offboard” 01. Ano: 2016 Banca: MOURA MELO Órgão: Prefeitura
(fora da placa) trazem um chip gráfico embutido na placa- de Cajamar - SP Prova: MOURA MELO - 2016 - Prefeitura
-mãe ou no próprio processador. Essas placas de vídeo de Cajamar - SP - Agente Administrativo
discretas são chamadas de placas de vídeo “onboard” (na O hardware do computador pode ser dividido em har-
placa). A diferença entre esses dois tipos está no desem- dware interno e hardware externo. São exemplos de hard-
penho, que nas placas onboard é extremamente limitado. ware interno:
Caso seu PC tenha uma placa de vídeo offboard, você
facilmente irá identificá-la pelo enorme espaço que ela ocu- A) Mouse e Placa de Rede.
pa. Placas de vídeo offboard de desempenho razoável não B) Placa Mãe e Processador.
necessitam de alimentação extra. Já as mais robustas tra- C) Memória USB e Microfone.
zem uma conexão exclusiva para o fornecimento de energia D) Scanner e Fonte de energia.

Estabilizador GABARITO OFICIAL: LETRA B

Os estabilizadores são equipamentos eletrônicos res- 02. Ano: 2018 Banca: MPE-GO Órgão: MPE-GO Prova:
ponsáveis por corrigir a tensão da rede elétrica para forne- MPE-GO - 2018 - MPE-GO - Secretário Auxiliar - Goiás
cer aos equipamentos uma alimentação estável e segura. Preencha as lacunas e assinale a alternativa correta:
Eles protegem os equipamentos contra sobretensão, sub- “__________ são programas específicos que fazem
tensão e transientes. A grande maioria dos estabilizadores a comunicação entre o __________ do computador e o
também possui um filtro de linha interno. _________”.
O Brasil é o maior fabricante de estabilizadores do mun-
do com base instalada de cerca de 47 fabricantes espalha- A) Softwares / Usuário / Hardware
dos do norte ao sul do país. B) Drives / Sistema Operacional / Hardware
Foi originalmente destinado para regular a tensão de C) Drivers / Sistema Operacional / Usuário
aparelhos movidos à válvulas como as antigas geladeiras D) Drives / Usuário / Hardware
e televisores, criados muito antes dos computadores. O E) Drivers / Sistema Operacional / Hardware
estabilizador é composto normalmente por um fusível de
proteção, uma chave seletora da tensão da rede, tomadas GABARITO OFICIAL: LETRA E
de saída para ligar os aparelhos, chave liga/desliga e uma
proteção para linha telefônica em alguns modelos.

Informática 64 A Opção Certa Para a Sua Realização


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03. Ano: 2017 Banca: IBFC Órgão: EBSERH Prova: ANOTAÇÕES


IBFC - 2017 - EBSERH - Técnico em Radiologia (HUGG-
-UNIRIO) _______________________________________________
A informática está cada vez mais presente nos méto-
dos de diagnóstico por imagem, sendo uma evolução sem
precedentes e a qual se tornou uma constante nos equi- _______________________________________________
pamentos. Quando se refere a programas de computador,
e ainda refere-se às instruções escritas em linguagem de _______________________________________________
computador que o guia através das ações designadas, é
correto afirmar que se trata do:
_______________________________________________
A) Hardware
B) Software _______________________________________________
C) Processador de imagens
D) Digitalizador de imagem _______________________________________________
E) Monitor de imagens
_______________________________________________
GABARITO OFICIAL: LETRA B

04. Ano: 2016 Banca: IBADE Órgão: Prefeitura de Rio _______________________________________________


Branco - AC Prova: IBADE - 2016 - Prefeitura de Rio Branco
- AC - Administrador _______________________________________________
A camada de ligação entre o hardware e os demais pro-
gramas utilizados pelos usuários é denominada:
_______________________________________________
A) Softwares Livres.
B) Sistema Operacional. _______________________________________________
C) Programas Periféricos.
D) Softwares Proprietários. _______________________________________________
E) Linguagens de Programação.

GABARITO OFICIAL: LETRA B _______________________________________________

05. Ano: 2018 Banca: COMVEST UFAM Órgão: UFAM _______________________________________________


Prova: COMVEST UFAM - 2018 - UFAM - Auditor
É comum definir um sistema de um computador como
_______________________________________________
formado pelos conjuntos de HARDWARE e SOFTWARE.
São exemplos de HARDWARE:
______________________________________________
A) O mouse, o Windows, e o Excel.
B) O Word, o Powerpoint e o Excel. _ _____________________________________________
C) A memória, o Windows e a CPU.
D) O disco rígido, o monitor de vídeo (a tela) e o Win-
_______________________________________________
dows.
E) A memória, o disco rígido e o monitor de vídeo (a
tela). _______________________________________________

GABARITO OFICIAL: LETRA E _______________________________________________

7. NOÇÕES, COMO USUÁRIO, DOS SISTEMAS __ ____________________________________________


OPERACIONAIS WINDOWS 10 E LINUX (UBUN-
TU VERSÃO 14 OU SUPERIOR).
_______________________________________________

Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abor- _______________________________________________


dado em tópicos anteriores.

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Informática 65 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

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Informática 66 A Opção Certa Para a Sua Realização


HISTÓRIA
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Pernambuco. O donatário da Capitania de Sant’Ana (onde


1. BRASIL COLÔNIA. 1.1. SISTEMA COLONIAL: hoje está o Estado de Santa Catarina) era Pero Lopes de
SOCIEDADE DO AÇÚCAR E DA MINERAÇÃO. Souza. Houve a criação do Governo-Geral para adminis-
1.2. PARANÁ: MOVIMENTOS DE OCUPAÇÃO DO trar a Colônia, em destaque Tomé de Sousa e Mem de Sá.
TERRITÓRIO. 1.3. A FAMÍLIA REAL NO BRASIL
Vinda dos Jesuítas da Companhia de Jesus, instituição ca-
(1808-1822).
tólica criada na Contrarreforma, iniciaram as fundações de
vilas como São Paulo de Piratininga (Pde.José de Anchieta)
(1530-1822) - Descobrimento: Após a formação do Es- e Rio de Janeiro (Estácio de Sá). Houve a Confederação
tado Nacional Português e a consolidação do absolutismo dos Tamoios, onde os índios aliaram-se até com os France-
da Dinastia de Avis, os portugueses investiram em navega- ses para expulsar os portugueses do Brasil. Não teve resul-
ção, construindo a Escola de Sagres(fundada pelo Infante tados, pois a maioria dos indígenas estavam influenciados
D. Henrique, que tinha a influência dos judeus(cartografia) e pelos jesuítas. O resultado foi a derrota dos tamoios e a
árabes (astrolábio)), iniciando o processo de Expansão Ma- expulsão dos franceses do Rio de Janeiro.
rítima portuguesa que ficou chamada de pioneirismo portu- Os Franceses tinham tentado invadir o Brasil fundando
guês. Vinha bem a calhar encontrar outro caminho para as
a França Antártica na Guanabara, mas foram expulsos por
Índias, atrás das especiarias (noz moscada, canela, cravo
Estácio de Sá. Portugal acabou ficando sem herdeiro, e o
e pimenta), pois o Mar Mediterrâneo estava monopolizado
rei Filipe da Espanha anexa os reinos, formando o domínio
pelos Genoveses e Venezianos, impedindo as embarca-
Espanhol (1580-1640), nessa fase, as terras de São Pau-
ções estrangeiras de navegar livremente, acontece que até
1453, nem mesmo os italianos puderam navegar, pois os lo são invadidas pelos Bandeirantes, realizando entradas
Turcos Invadiram Constantinopla e fecharam a rota dos ita- e bandeiras. Geralmente eram financiados particularmente,
lianos. Mas os Portugueses já estavam cada vez mais atin- sem apoio do rei. Não tinham normas nem leis, somente
gindo o Sul da África, chegando ao cabo da Boa Esperança uma hierarquia militarizada.
(cabo das Tormentas), Bartolomeu Dias abriu o trajeto para
as Índias e consequentemente veio Vasco da Gama nas Grupos indígenas de destaque1
índias em 1498. A Expedição de Vasco deu tanto lucro(60x) Tupis: habitavam principalmente o litoral brasileiro,
e o El Rei D. Manoel enviou a expedição cabralina em 9 desde o Rio Grande do Sul até o Amazonas. Ocuparam
de março de 1500, com o dobro de navetas. Percebe-se também trechos do interior do país. Entre as tribos que for-
o objetivo econômico da expedição. Os marinheiros des- mavam esta nação, destacam-se: os tupinambás, os tupini-
tacavam-se por serem “cristãos - novos” (judeus converti- quins, os mundurucus e os parintintins.
dos ao catolicismo) Pedro Álvares Cabral é o capitão-mor Jês ou tapuias: comparado aos outros grupos, era o
da expedição, o escrivão Pero Vaz de Caminha descreve, que se encontrava no mais atrasado estágio de desenvol-
não ter visto nem ouro nem prata, e percebe-se o aprovei- vimento. Dominavam todo o planalto central; na região que
tamento da terra para agricultura “dar-se a nela tudo pelo corresponde atualmente ao oeste de Minas Gerais, o Esta-
bem das águas que tem” , além de observar a necessidade do de Goiás e do Mato Grosso. Eram encontradas algumas
de “salvar” os selvagens, relacionando a uma preocupação tribos também no Maranhão e no Piauí. Entre suas princi-
religiosa do escrivão. A Expedição Cabralina não deu lucro. pais tribos destacam-se: timbiras, aimorés, goitacás, cariris,
Mas foi sempre relembrada, como mostra as poesias de carijós e caiapós.
Fernando Pessoa. Aruak: O grupo Aruak ocupava uma extensa zona geo-
gráfica compreendida em parte do Amazonas e a ilha de
Período pré-colonial: esses trinta anos destacaram-se Marajó. Fora do território brasileiro localizavam-se desde a
pelas expedições de reconhecimento, e comercial (houve Bolívia até a costa setentrional da Venezuela, para o Norte
um acordo liderado pelo comerciante Fernão de Noronha chegaram até a Flórida e para a o Sul atingiram a região
para monopolizar o pau Brasil ) e das Expedições Guarda
do Paraguai. Eram considerados excelentes navegadores
Costas, comandadas por Cristóvão Jaccques, defendendo
e em estágio bem adiantado de desenvolvimento possuindo
a terra dos piratas, corsários e estrangeiros que já explora-
agricultura organizada. As principais tribos Aruak em nosso
vam o pau-brasil. Nesse período viviam somente indígenas
na Ilha de Santa Catarina, mais tarde, na segunda metade, país eram: aruãs, parecis, paumaris, cunibos, guanás e te-
do século XVI, surgiram alguns cristãos, como Melchior, renos.
Ramirez e Enrique Montez. Karib: O grupo Karib destacou-se como o grupo mais
violento. Ocupavam a região do baixo Amazonas e parte
Colonização: Nesse período destacamos a explora- do território do Amapá e Roraima. Em razão da prática da
ção do pau Brasil, onde os portugueses e franceses utiliza- antropofagia, eram chamados canibais. Destacam-se: pal-
vam a mão de obra indígena, utilizando o escambo (troca melas, pimenteiras, nauquás, bocairis, cotos, mariquitares
de mercadorias). Martim Afonso de Souza fundou a Vila de e crixamas.
São Vicente e introduziu a cana-de-açúcar no Brasil. Iniciou 1 “Descobrimento do Brasil - As relações familiares” em Só
o processo conhecido por Capitanias Hereditárias, dividin- História. Virtuous Tecnologia da Informação, 2009-2020. Consultado
do o Brasil em vários lotes de terra e distribuídas aos dona- em 23/03/2020. Disponível na Internet em http://www.sohistoria.com.
tários. As únicas que prosperaram foram a de São Vicente e br/ef2/descobrimento/p4.php

História 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Organização social dos índios: Os costumes dos tupis truir o quilombo. Os escravos eram considerados proprie-
ou tupinambás são os mais conhecidos em razão dos re- dades dos senhores, como simples instrumento de traba-
gistros feitos pelos os jesuítas e os viajantes estrangeiros lho, ele deveria trabalhar para o sustento de seu dono. Em
durante o Período Colonial. O mesmo, entretanto, não ocor- Santa Catarina, os portugueses tentavam defender a Ilha
reu com os tapuias, avaliados pelos colonizadores como o de Santa Catarina das invasões dos estrangeiros, princi-
exemplo máximo da barbárie e selvageria. palmente, os espanhóis. Assim, foram construídas as for-
Os índios vivem em tribos. Organização de um grupo talezas (Santa Cruz de Anhatomirim, São José da Ponta
de pessoas ligadas entre si por laços de sangue, com cos- Grossa e Santo Antônio de Ratones) pelo engenheiro mi-
tumes e interesses comuns. Constroem sua aldeia em uma litar Brigadeiro José da Silva Paes, primeiro Governador
mesma área, falam a mesma língua, têm os mesmos costu- da Capitania de Santa Catarina. Com a descobertas das
mes e união entre si. minas de ouro em Minas Gerais, ocorreram muitas revoltas
Os Tupis moravam em malocas. Cada grupo local ou que foram chamadas de nativistas. pois lutavam por melho-
“tribo” tupinambá era composta de cerca de 6 a 8 malocas. rias das colônias, mas não tinham pretensão de separar ou
A população dessas tribos girava em torno de 200 indiví- propor a independência do Brasil. A primeira ocorreu pela
duos, podendo atingir até 600. disputa e posse das minas entre os “paulistas” que eram
As formas de organização das aldeias indígenas são os colonos e os “forasteiros” que eram os portugueses, cha-
distintas de um povo para outro. Algumas tribos preferem mados de “Emboabas”, esse conflito ficou conhecido por
construir suas aldeias em forma de ferradura; já outras op- Guerra dos Emboabas. Também ocorreu uma revolta ur-
tam pela forma circular; outros, ainda, constroem uma única bana em Vila Rica, onde Filipe dos Santos, denunciou as
habitação coletiva. casas de fundição que exigiam a transformação das pepitas
A primeira fase foi o aprisionamento de índios, onde de ouro em barras, e derretiam as pepitas, mas espalhavam
destacamos a figura de Raposo Tavares (era comum, a in- o ouro derretido. Filipe dos Santos fez diversas denúncias,
vasão de Reduções Jesuíticas, para aprisionar índios para mobilizou o povo de minas, mas acabou sendo condena-
escraviza-los. A igreja condenava a escravidão indígena, do brutalmente pela coroa portuguesa, foi conhecida como
mas aceitava a negra), a segunda fase é a busca do ouro, Revolta de Filipe dos Santos. Em Minas Gerais, orgulham-
onde podemos lembrar de Bartolomeu Bueno (Anhangue- -se da história de Chico Rei, um ex-escravo que havia con-
ra) e Fernão Dias (o caçador de esmeraldas) e a terceira, o seguido tornar-se proprietário de uma mina e a partir dela
Sertanismo de contrato, onde o mais famoso é Domingos conseguia alforria para os escravos que trabalhavam por lá.
Jorge Velho, que foi contratado para matar Zumbi dos Pal- Outras revoltas nativistas que ocorreram no Brasil foram:
mares no Nordeste. Geralmente nessa última fase, os ban- Revolta dos Beckman, que ocorreu no Maranhão, onde os
deirantes dedicavam-se principalmente, a pecuária. (Des- senhores de Engenho revoltaram-se contra o monopólio de
terro (atual Florianópolis) foi fundada por um Bandeirante Portugal sobre a colônia, exigiram um maior fornecimento
chamado Francisco Dias Velho, geralmente partiam de S. de escravos, chegaram a invadir uma missão indígena e
Vicente, por isso eram chamados de “Povoamento Vicen- tentaram escravizar alguns índios. A coroa portuguesa rea-
tistas”). Após as descobertas das minas em Minas Gerais, giu com força contra os revoltosos. Em Pernambuco ocor-
houve uma super emigração para as minas e o bandeirismo reu a Guerra dos Mascates, quando os mascates de Recife
foi chegando ao fim. No nordeste, houve as Invasões ho- travam uma briga com os senhores de engenho de Olin-
landesas, primeiro em 1624 houve uma invasão na Bahia, da. Este fato resultou na emancipação de Recife. Em São
que foi frustrada pelos portugueses, depois em 1630 os ho- Paulo, os paulistas expulsaram os jesuítas e criaram um rei
landeses tomaram Pernambuco e implantaram um sistema para a vila, foi a Aclamação a Amador Bueno. Isso era só
de exploração do açúcar modernizando e estruturando a o começo, pois o que estava por vir iria abalar a coroa por-
economia açucareira, destacamos a figura de Maurício de tuguesa, com a Inconfidência Mineira 1789 e a Conjuração
Nassau, como um governador tolerante com as dívidas dos Baiana 1798. Essas duas queriam a independência do Bra-
senhores de engenho (o açúcar era plantado em grande sil. Também pudera, Portugal havia criado uma cobrança de
escala no nordeste (solo de massapê), havia grandes lati- 14 arrobas de ouro por ano, quem não pagava era decre-
fúndios, monocultura e mão de obra escrava, a sociedade tada a derrama, uma espécie de penhora, que arrancava
era patriarcal e não existia mobilidade social. O açúcar era tudo dos fazendeiros e mineiros. Então, em Minas Gerais,
produzido no Engenho, e também havia a criação de gados surgiram ideias de liberdade, principalmente vinda da elite,
(pecuária) e economia de subsistência dos escravos), após reuniam-se secretamente e sugeriam a possibilidade de um
a saída de Nassau, os holandeses exigiram o pagamen- golpe de separação, o líder era Tiradentes, a conspiração
to das dívidas dos senhores de engenho, resultou numa deu errado, pois foram acusados e condenados, porém
revolta conhecida como Insurreição Pernambucana, reu- apenas Tiradentes foi morto. Na Bahia, o líder da Conjura-
nindo tropas de índios (Felipe Camarão) negros (Henrique ção Baiana era João de Deus, um negro que movimentou
Dias), colonos e senhores de engenho, resulta na expulsão uma revolta que resultaria na independência do Brasil, a
dos holandeses do Brasil. Nessa época, também surgiu o coroa reagiu rapidamente contra o povo. Diferente de Minas
Quilombo de Palmares, que reuniu grupos de negros que Gerais, a Conjuração Baiana havia participação popular, e
fugiam dos engenhos, onde criaram uma comunidade no queriam a abolição dos escravos, já em Minas, havia so-
nordeste liderada por Ganga Zumba e Zumbi, este acabou mente uma conspiração armada pela elite. Nessa época,
sendo assassinado pelo bandeirante contratado para des- os açorianos vieram para Santa Catarina, eles viviam num

História 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

estado de pobreza na ilha dos Açores, no entanto Portugal Até a descoberta dos garimpos de Vila Rica em Minas
queria povoar mais o Brasil, para isso, a coroa prometeu Gerais, em torno de 1680, a produção de ouro, que nunca
aos açorianos utensílios, como ferramentas e animais. chegou a ser grande, foi totalmente concentrada na Capita-
Após esse episódio, a coroa portuguesa fugiu de Portugal, nia de São Vicente, no território que hoje é o Paraná. No en-
por causa da ameaça de Napoleão, D. João VI, o Prínci- tanto, quando o ouro deixou de ser um sonho de riquezas,
pe regente não queria cortar relações com a Inglaterra, e o litoral de Paranaguá e os campos de Curitiba passaram a
planejaram a fuga, vieram ao Brasil, instalaram-se no Rio ser uma única base geográfica para uma mesma comunida-
de Janeiro, esse episódio foi conhecido como a vinda da de paranaense. (BALHANA; MACHADO; WESTPHALEN,
Família Real ao Brasil. 1969, p. 39).
Com o início do ciclo do ouro em Minas Gerais, uma
Paraná: movimentos de ocupação do território2 forte migração ocorreu levando grandes levas da população
A primeira fase da ocupação do território paranaense e relegando a região do Paraná ao esquecimento. Essas
ocorreu do litoral em direção ao Terceiro Planalto. Nos pri- mudanças trouxeram graves consequências sociais e eco-
meiros anos do século XVI, a região sul ficou relegada a nômicas, mas graças a ela conseguimos traçar a importân-
um plano secundário na colonização portuguesa em terras cia da atividade mineradora para a região durante o século
brasileiras, pois os interesses da corte estavam voltados XVII. A presença dos garimpeiros, que se fixaram na região,
para as zonas produtoras de cana-de-açúcar. ajudou no processo de povoamento e de domínio territorial.
Os primeiros registros cartográficos portugueses que A aprendizagem e a experiência adquirida com a mineração
indicam o Paraná foram feitos em torno do ano de 1570 por quase um século, fez do Paraná uma espécie de pro-
e apontam a região de Paranaguá, Guaraqueçaba e Ca- tótipo para que se desenvolvesse a tecnologia necessária
nanéia, na Capitania de São Vicente. De acordo com o a essa atividade. E permitiu que depois ela fosse aplicada
geógrafo e pesquisador Reinhard Maack, deportados e em outras regiões.
náufragos das expedições portuguesas de 1501 a 1503 A atividade de mineração representa um dos mais im-
se estabeleceram no território paranaense. “Partindo de portantes papéis na história do Brasil. A busca por ouro e
Cananéia, os portugueses ocuparam primeiramente a Ilha prata é justificada por causa das proibições em relação a
da Cotinga, na Baía de Paranaguá, tendo iniciado, com outros tipos de mineração, à produção de sal e à metalur-
isto, a conquista do estado do Paraná. Os portugueses gia. Essas atividades eram consideradas crimes, e muitas
também se apoderaram das terras circundantes da Baía delas puníveis com a morte.
como esfera de interesse da Coroa de Portugal” (DUAR- Das vilas criadas nessa época originadas pela minera-
TE, 2009). No final do mesmo século, bandeirantes de ção, podemos citar: as localidades de Bateias e Ouro Fino,
São Vicente, Santos e São Paulo passaram a organizar cujos nomes expressam imediatamente a importância des-
expedições para caçar os índios carijós nos territórios hoje se período nessa região.
paranaense e catarinense.
Em 1640 Gabriel de Lara fundou a vila de Parana- A Família Real no Brasil (1808-1822)3
guá e, de acordo com os registros feitos em São Paulo, A vinda da família Real para o Brasil contribuiu para
de 27 de novembro de 1649, foi o primeiro a registrar a a antecipação da tão esperada Independência do Brasil.
existência de ouro na cidade. A partir dessa notícia, teve Quando instalada no país, a família portuguesa implemen-
início a ocupação dessa região a fim de garantir a posse tou avanços percebidos até hoje na economia e cultura bra-
das minas encontradas e das que poderiam ser descober- sileira.
tas. Além de Paranaguá, os estudos de Romário Martins Na época, Portugal dependia da Inglaterra. Essa de-
(1907) apontaram os vales do Ribeira, Iguape e Cubatão pendência era financeira e política. Não respeitando o
como principais zonas de penetração de mineradores e Bloqueio Continental, a família real foi orientada pelo Lord
pesquisadores no caminho para o planalto. Strangford (embaixador inglês) a mudar seu governo portu-
Em 1670, acontece a instalação da Real Casa de Fun- guês para o Brasil.
dição em Paranaguá (FERREIRA, 1954). Por cerca de 200 O objetivo de Napoleão era dominar o Império Portu-
anos, o ouro foi uma maldição para os portugueses que guês. Percebendo que isso poderia acontecer a qualquer
viviam no Brasil, eles o buscavam sem parar, às vezes momento, o Príncipe-Regente D. João, resolveu acatar o
o encontravam e em muitas ocasiões não encontravam conselho de Lord Strangford. O príncipe queria garantir que,
nada. Mas foi graças a essa busca incessante pelo metal posteriormente, Portugal conseguisse a Independência.
que o Paraná foi fundado. Foi acordado que os guardas ingleses protegessem a
De Paranaguá, Gabriel de Lara subiu ao planalto, em Corte Portuguesa e garantiriam que chegando ao Brasil o
direção ao chamado Arraial de Cima, em busca de ouro governo português teria legitimidade. Em troca, a Ilha da
e, por volta de 1648, fundou a Vila Nossa Senhora da Luz Madeira seria da Inglaterra enquanto durasse a guerra com
dos Pinhais. Dessa forma, Curitiba nasceu das povoações os franceses. Os ingleses também teriam direito a utilizar
provenientes da expansão de Paranaguá e, em 1693, re- os portos do Brasil.
cebeu o predicamento de vila. 3 https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/a-vin-
2 http://www.historia.seed.pr.gov.br da-da-familia-real-para-o-brasil

História 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Com o objetivo de ocupar Portugal, a França aliou-se Benfeitorias da Estadia Portuguesa no Brasil
com a Espanha e, juntos, fizeram o Tratado de Fontaine- A vinda da família Real para o Brasil acarretou em mu-
bleau. O tratado era para permitir o translado das tropas danças extremas. Permanecendo por um mês na Bahia, fez
da França pelos limites das terras espanholas. Em contra- melhorias na região.
partida, a Espanha poderia ficar com sua “fatia” de terras Com a chegada da família, criou-se a Junta do Comér-
portuguesas. cio e a Escola de Cirurgia (que depois virou a Faculdade
Em novembro de 1807, ocorreu o embarque para a vin- de Medicina do Estado). Eles também inseriram o Passeio
da da família Real para o Brasil antes da invasão de Portu- Público e as obras do Teatro São João, que após sua con-
gal pelas tropas francesas. clusão, tornou-se a casa de espetáculos mais respeitada e
Com a vinda da família Real para o Brasil, Portugal renomada do país.
tinha a oportunidade de continuar seu comércio com os Com a vinda da família Real para o Brasil, também se
países em que mantinha aliança. Essa manobra era para criou o Museu da Biblioteca Nacional, Imprensa régia, o
conservar seu reinado e seu capital. Banco do Brasil, a Academia Militar e da Marinha e a Aca-
Napoleão foi pego de surpresa e ao chegar em Lisboa, demia de Belas Artes. Todas essas criações dão frutos até
afim de tomá-la para si, como mencionado anteriormente, hoje e causaram impacto positivo na vida dos brasileiros.
encontrou uma monarquia falida, sem riquezas e desestru- Além dessas, outras medidas culturais também foram
turada. adotadas pela família portuguesa, como:
A vinda da família Real para o Brasil ocorreu em condi- • Fundação do Observatório Astronômico;
ções insalubres de viagem e durou 54 dias. O príncipe go- • Concepção de cursos;
vernante chegou a Salvador no dia 22 de janeiro de 1808. • Missão Artística Francesa (que estimulou o desenvol-
Ainda na capital baiana, Dom João disponibilizou os vimento das artes);
portos brasileiros às nações amigas, possibilitando que em- • Biblioteca Real;
barcações estrangeiras comercializassem com liberdade • Concepção da Escola Real de Artes e do Teatro Real
nos portos do Brasil. Essa medida impactou positivamente de São João.
na economia do país.
De Salvador, a comitiva seguiu para o Rio de Janeiro,
desembarcando em 08 de março de 1808. Nesse momen- 2. BRASIL IMPÉRIO. 2.1. PARANÁ: A DINÂMICA
to, a cidade carioca se transformou na capital do cortejo DO TROPEIRISMO. 2.2. CAFÉ: ESCRAVIDÃO E
português. TRABALHO LIVRE. 2.3. A EMANCIPAÇÃO POLÍ-
TICA DO PARANÁ. 2.4. O CICLO DA ERVA-MATE.
A História Antes da Vinda da Família Real para o Brasil 2.5. A QUEDA DA MONARQUIA.
Para contextualizar a vinda da família Real para o Bra-
sil, é importante mencionar que no início do século XIX, a
França e a Inglaterra eram países capitalistas industriais. Já (1822-1889) Antecedentes: junto com a família real,
Portugal, ainda era um país mercantilista. veio uma porção de artistas e intelectuais. D. João VI decre-
Posto isso, Portugal era dependente da Inglaterra eco- tou a abertura dos portos, liberou as manufaturas, elaborou
nômica e politicamente. Essa dependência é caracterizada o projeto do Jardim Botânico e fundou o Banco do Brasil.
pelo Tratado de Methuen (Panos e Vinhos). O tratado em Seu filho príncipe D. Pedro I estava sendo preparado para
questão foi assinado em 1703 e consistia no consumo de assumir o trono português. Após a morte de Maria Louca e
têxteis pelos portugueses e no consumo de vinho pelos bri- o Congresso de Viena. O Brasil tornou-se reino em 1815
tânicos. Com a Revolução Liberal em Portugal D. João VI voltou
Nesse período, a França era governada por Napoleão à Portugal e deixou como regente no Brasil, seu filho D.
Bonaparte, o qual defendia os interesses da burguesia fran- Pedro I. Portugal exigiu a volta de D. Pedro I para Portugal,
cesa. Ele almejava arruinar a Inglaterra. Os dois países en- porém, ele estava apoiado pelo povo e enfrentou as tropas
tram em conflito e a Inglaterra vence. Com isso, a França portuguesas e decidiu ficar no Brasil. Era o Dia do Fico.
reage. Independência: Quando Portugal enviou uma mensa-
Cerca de 14 anos de disputas. A França era detentora gem exigindo que o Brasil deveria depender absolutamente
de todo território terrestre e os ingleses ficavam com a parte se Portugal, D. Pedro I entendeu que eles não confiavam
marítima. Isso foi evidenciado pela Batalha de Trafalgar, em nele como regente, era um simples bedel, então ele deci-
1805 (disputa naval da França - juntamente com a Espanha de tornar o Brasil independente logo depois que recebeu
- contra o Reino Unido). a mensagem São Paulo, em 1822. Não foi um ato isolado,
Fica evidente que Napoleão possuía hegemonia sobre como podemos ver, foi um processo que levou até a inde-
todo o continente, com exceção da Grã-Bretanha. pendência, surgiu devagar, desde as revoltas nativistas, até
A partir daí, Napoleão Bonaparte estabelece o Bloqueio as inconfidências, mas foi marcada pelo espírito liberal da
Continental, em 1806, em Berlim, a fim de “matar” a econo- maçonaria, que foi importante nesse processo. No entanto,
mia britânica. Com isso, ele proibia o contato comercial com ocorreram diversas reações contrárias a Independência do
o Reino Unido pelos países dominados por ele. Brasil, algumas províncias não reconheceram a indepen-
Caso quisessem arriscar, os países que não acatassem dência, como Bahia, Pará e Cisplatina. Em Santa Catarina,
o Bloqueio Continental, seriam submetidos a invasão pelas as vilas litorâneas comemoraram a independência. O Pri-
tropas francesas. meiro Reinado teve início, um pouco conturbado, pois logo

História 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


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que D. Pedro I percebeu que o congresso queria “ con- A Farroupilha Foi a mais famosa revolta, os farrapos
trola-lo” fechou-o, e em seguida criou uma Constituição, chegaram a fundar a República no Rio Grande e a Repú-
a Constituição de 1824 onde somente a população abso- blica Juliana em Santa Catarina, com o apoio de Giuseppe
lutamente melhor de vida poderia votar (voto censitário), Garibaldi e Davi Canabarro. O líder dos Farrapos era Bento
além do quarto poder, o Poder Moderador que lhe dava Gonçalves. Estavam descontentes com a má distribuição
direitos absolutistas , o pior era o unitarismo, que dava fiscal e sobre o preço do charque. Mais tarde entraram num
plenos poderes ao Rio de Janeiro de comandar o resto acordo com o Imperador e o Rio Grande e Santa Catari-
do país, por exemplo, Santa Catarina teria de enviar todo na voltaram a fazer parte do Império. Duas influentes ten-
dências políticas Conservadores e liberais, prepararam um
o imposto recolhido aqui para o Rio, e o próprio governa-
golpe e colocaram no poder o D. Pedro II antes do tempo
dor não seria um catarinense, um carioca provavelmente.
(com14 anos) foi o Golpe de Maioridade, em 1840.
Essa constituição levou alguns estados a rebelarem-se
Dando início ao Segundo Reinado. Ocorreram mui-
contra D. Pedro I, no Nordeste ocorreu a Confedera- tas mudanças no Brasil neste curto espaço de tem-
ção do Equador, várias províncias uniram-se lideradas po(1840-1889) , inicialmente houve conflitos Liberais de
por Frei Caneca (mesmo o estado e a igreja andarem Diogo Feijó e depois a praieira de Pedro Ivo em Pernambu-
de mãos dadas, existiam padres que não apoiavam as co, a Revolta Praieira recebia influência das revoltas liberais
maluquices do Imperador, estavam descontentes com D. que ocorriam na Europa, eram contra os antigos regimes,
Pedro I, que havia outorgado a Constituição de 1824). D. e nesse caso atacavam o absolutismo de D. Pedro II (pois
Pedro I enviou tropas emprestadas dos ingleses (criando este manteve o poder moderador), para tentar agradar tan-
a dívida externa) e mataram os revoltosos inclusive Frei to conservadores e liberais, maçons e religiosos, D. Pedro
Caneca. O Brasil entrou numa guerra contra os argen- II criou um Parlamentarismo às avessas, que tinha como
tinos, pois estavam perdendo a posse da Cisplatina, a diferença do Inglês, a indicação do próprio D. Pedro II para
província abaixo do Rio Grande do Sul. Na Guerra da ser o Primeiro-Ministro (Na Inglaterra o Primeiro-ministro é
Cisplatina D. Pedro I não perdeu só um enorme contin- escolhido pelo parlamento), procurou estabelecer algumas
gente, como perdeu a província (que se tornou Uruguai) mudanças na economia, como a criação da Tarifa Alves
e sua popularidade. Sua vida pessoal não andava bem, Branco, que era uma espécie de Protecionismo de nossos
os escândalos envolvidos com a morte de sua primeira produtos(criou taxas alfandegárias para produtos importa-
esposa, a relação com sua amante, a Marquesa de San- dos). Isso de certa forma, fortaleceu a economia nacional,
surgindo a possibilidade da criação tímida de algumas in-
tos (que levou ao rompimento com José Bonifácio), e a
dústrias. Figuras como Irineu Evangelista de Souza (Barão
crescente oposição que acusava seus amigos de corrup-
de Mauá) destaca-se no cenário como industrial, cria uma
tos (Francisco Gomes, o Chalaça), D. Pedro casou-se fábrica de fundição de ferro, construindo maquinários e es-
de novo , com uma princesa de Munique, a Amélia. Mas tradas de ferros, iluminando a cidade do Rio de Janeiro e
depois, envolveu-se num outro escândalo, na morte de controlando o transporte fluvial da Amazônia. Mas o des-
um jornalista de oposição, Líbero Badaró. A situação fi- caso de D. Pedro II, associado às sabotagens da Inglater-
cou muito ruim que ele decidiu Abdicar do trono, voltou a ra em suas empresas, arruinaram o industrial, atrasando
Portugal e lutou com o próprio irmão D. Miguel, pelo trono mais a indústria brasileira. Na questão agrária, destacamos
que era por direito de sua filha. Deixou a coroa no Brasil o café, como principal produto. No entanto, houve um de-
para o seu filho com apenas 4 anos. O Brasil passou a sequilíbrio ecológico que levou a desfertilização do café no
ser governado por regentes. Vale do Paraíba, levando inúmeros fazendeiros à falência.
Regência: Existiu inicialmente uma Regência Trina e O Café foi reintroduzido no Oeste Paulista, utilizando no-
depois, uma Regência Uma. Apesar do Brasil ter vivido vos recursos e investimentos, além da utilização de mão
uma experiência “presidencialista” foi uma fase marcada de obra assalariada (no Vale do Paraíba era utilizada mão
por revoltas por todo o império, as províncias rebelaram- de obra escrava), elevou a produção do café e garantiu o
-se contra o governo. Este por sua vez criou a Guarda preço e o bem estar dos novos barões do café. Os escravos
Nacional nessa época, temos como destaque o líder da foram aos poucos conquistando alguns direitos. A Inglaterra
Guarda, Luís Alves Lima, o Duque de Caxias. As revoltas tinha interesse em liberta-los pois tornariam consumidores
de seus produtos, então faziam de tudo para que o Bra-
regenciais foram:
sil fizesse a abolição. A primeira foi a Lei Eusébio Queiroz,
- Cabanagem: no Grão-Pará, o povo revoltou-se con-
proibindo o tráfico de escravos no Brasil, depois a Lei do
tra os regentes, teve apoio da elite, mas a revolta tornou-
Ventre Livre, a Lei do Sexagenário e finalmente a Lei Áurea,
-se popular, logo foi massacrado pelas tropas do governo. foi quarenta anos de campanha abolicionista. Em Santa Ca-
- Balaiada: no Maranhão, os vaqueiros e balaieiros tarina, destacamos o poeta Cruz e Sousa, que era negro e
lutaram num conflito contra a regência, o movimento tor- abolicionista, pregava a igualdade entre as pessoas, parti-
nou-se uma guerrilha e não acabou nada bem para a ca- cipou do movimento simbolista, presentes em suas obras
mada popular que foi massacrada por Duque de Caxias. (Broqueis, Faróis, Últimos Sonetos...) Cruz e Sousa vivia
- Sabinada: na Bahia, a elite apoiou as ideias de no Desterro (atual Florianópolis) Com a diminuição dos
Francisco Sabino, que sugeriu a separação da Bahia do escravos após a Lei Eusébio de Queiroz, o Imperador criou
Brasil. As tropas massacraram os revoltosos. planos para a vinda de imigrantes europeus, italianos, ale-

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mães, austríacos, poloneses...a grande maioria dos italia- Caminho de Peabiru (nome de origem tupi), assim
nos ficaram em São Paulo, e foram trabalhar nas Fazendas era chamado o caminho que saía de São Vicente, litoral
de café, alguns instalaram-se no Rio Grande do Sul. Os ale- paulista, cortava o estado do Paraná, atravessava o rio
mães tornaram-se proprietários nas colônias de povoamen- Paraná, passava pelo território paraguaio e pela Cordi-
to do Sul, muitas vezes tinham de enfrentar os posseiros lheira dos Andes e terminava no litoral do Peru, fazendo
e indígenas como Xokleng e Caingangues típicos do Sul, uma ligação do Peru (Oceano Pacífico) com São Vicente
geralmente formaram as primeiras moradias ao longo dos (Oceano Atlântico), esse caminho já existia antes do des-
rios, e aproveitavam a força das águas para atividades ma- cobrimento da América, e dele saía outras ramificações
nufatureiras. Os conflitos internacionais eram destaque no ou picadas de acesso (WACHOWICZ, 1988).
Segundo Império, como o caso da Questão Christie, Chris-
tie era um embaixador inglês que exigiu um pedido de des-
culpas do império, após a prisão de dois marinheiros ingle-
ses que faziam arruaça, além de exigir uma indenização de
um navio inglês que afundou no Sul. O Imperador chegou a
cortar relações diplomáticas com a Inglaterra. A região Pla-
tina também foi palco de diversas disputas e conflitos, o pior
foi a Guerra do Paraguai, antes já havia ocorrido a Guerra
da Cisplatina, onde brasileiros e argentinos disputaram a
região, depois a Questão Platina, onde o império apoiou
discretamente o Uruguai, essa região sempre foi disputa-
da(na época da colônia, Espanha e Portugal, já disputavam
a Colônia do Sacramento) afinal, essa região é importante
para o Brasil, pois era o único acesso à província do Mato
Grosso. E eles queriam ter acesso livre na Bacia do Prata.
Aí, destacamos o Paraguai, pois Solano Lopez, presidente
paraguaio, tinha desejos expansionistas, pois o Paraguai
havia virado uma potência, além de ameaçar a economia
da Inglaterra, essas foram as causas que levaram a Guerra
do Paraguai. A Inglaterra procurou atear fogo entre o Para-
guai e seus vizinhos (Brasil, Uruguai e Argentina), formaram
Existiram outros caminhos que cortaram o estado do
a Tríplice Aliança e destruíram o Paraguai com apoio da
Paraná, e também a região sul do Brasil, por onde transi-
Inglaterra. Até hoje, o Paraguai não consegue reerguer-se.
taram as tropas, veja os mapas abaixo:
80% da sua população foram mortas na época. A Queda
do Imperador foi ligada a alguns fatores: o Imperador foi
perdendo apoio, durante os anos, foi perdendo apoio da
aristocracia rural por permitir a abolição dos escravos era
a questão agrária, a abolição dos escravos mexeu na eco-
nomia do império, a questão escravocrata, os militares co-
meçaram apoiar a campanha abolicionista (muitos partici-
param ao lado dos negros na guerra do Paraguai), além da
Campanha republicana, era a questão militar, enfim, o D.
Pedro II perdeu apoio da Igreja, após prender dois bispos
que resolveram reagir por ordens do Papa, condenando a
Maçonaria. Como D. Pedro II, era maçom, resolveu punir
os bispos. Perdendo as bases que sustentavam o Império,
os militares prepararam um golpe, e mandaram D. Pedro
de volta para a Europa. A Proclamação da República, 15 de
novembro de 1889 foi um golpe militar sem a participação
do povo. Da noite para o dia, iniciava a República no Brasil.

O tropeirismo no Paraná

Os Caminhos Caminho das Missões ou de Guarapuava: segundo


O território onde hoje é o estado do Paraná foi cortado Moreira (2006, p. 53- 54), “[...] alguns autores citam as
por várias trilhas chamadas “caminhos”. Os primeiros ca- Missões no Rio Grande do Sul e outros mencionam Cor-
minhos terrestres tiveram origem com os índios e com os rientes, na Argentina, como a origem desse caminho”.
animais, logo foram utilizados pelos bandeirantes e depois, Mas o ponto final era Sorocaba.
aproveitados pelos tropeiros e suas tropas.

História 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


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“As cidades eram também grandes compradoras: os


serviços de limpeza e obras públicas, a construção civil, o
transporte e a distribuição de mercadorias nos centros ur-
banos valiam-se bastante dos muares, para puxar os car-
roções. Clientes bons, na lembrança dos ex-tropeiros en-
trevistados, eram a Brahma e a Antártica, as duas grandes
companhias cervejeiras paulistas, que sozinhas compra-
vam de tempos em tempos dezenas e dezenas de mulas.”

O Caminho de Palmas era um ramal do Caminho das


Missões, no Paraná, aberto em 1860, com o objetivo de
encurtar o tempo de deslocamento. Tornou-se o preferido
dos tropeiros porque era menos acidentado e com abun-
dância de pastagens (Moreira, 2006, p. 56).

- Caminho da Graciosa: Segundo Wachowicz (1988, p.


98), essa estrada foi uma picada que os índios do planalto
utilizaram para chegar ao litoral. E o tropeiro Tenente Ma-
nuel Teixeira de Carvalho, depois de alguns melhoramen-
tos, por ela fez a primeira viagem de muares para o litoral.
A partir de 1872, foi considerada a rodovia mais importante
da província.

- Caminho de Itupava: Esse caminho também só era


transitável por pedestres. A preferência dos tropeiros por
esse caminho se dava por ser mais curto que o da Graciosa
e porque tinham muitos antigos amigos e fregueses no seu
trajeto (WACHOWICZ, 1988, p.101).

- Caminho do Arraial: Ainda segundo Wachowicz (1988,


p. 102), dos três caminhos para o litoral do Paraná, esse era
Segundo Wachowicz (1988, p.102), a Estrada da Mata o que oferecia mais perigos como lugares muitos estreitos e
perigosos, travessia de rios, chuvas frequentes. Esse cami-
(assim por ele chamada), ou Caminho do Viamão, “[...] era
nho era utilizado pelos moradores de São José dos Pinhais
na realidade um caminho, ou simplesmente uma picada,
e Vila do Príncipe, antigo nome da cidade da Lapa.
que comunicava os campos do rio Grande do Sul desde
Viamão até a tradicional feira paulista de Sorocaba”.
O transporte
Sorocaba era um lugar de comércio dos animais trazi- Quando olhamos para um mapa rodoviário do Paraná,
dos do Rio Grande do Sul, para abastecer a região das mi- podemos ver as vias ligando todas as partes do estado, po-
nas. O estado do Paraná se beneficiou com esse caminho, rém, na época dos tropeiros quase não existiam estradas,
pois ficava no percurso que os tropeiros utilizaram para somente trilhas e caminhos. O transporte era feito por pes-
transportar tropas de gados e de muares, como também soas à pé e depois, pelos muares. Desde antes do tropei-
outros produtos. Se observarmos, veremos que pequenas rismo até meados do século XX, o Brasil viveu uma grande
vilas e cidades foram surgindo nos locais de pouso das dificuldade no transporte e na comunicação. Com a desco-
tropas. A distância entre elas é de um dia de deslocamento berta das minas de ouro no final do século XVII e início do
da tropa. Para Trindade (1992, p.136), até mais recente- século XVIII, o transporte continuava sendo um problema
mente: para quem trabalhava nas minas. Segundo Goulart (1961,

História 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


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p. 28), “[...] a carência de animais de carga, de tração e guá e Curitiba. A luta pela emancipação política do Paraná
mesmo de sela era quase absoluta”. O transporte era feito teve seus antecedentes em 1811, quando Pedro Joaquim
pelos índios e negros escravizados, tanto nas viagens cur- Correia de Sá, com pretensões de ser Capitão-Mor, tentou
tas, como nas longas. Nas costas, nos ombros e na cabe- junto à corte do Rio de janeiro a emancipação da Comar-
ça, eles transportavam caixas de mercadorias, fardos e até ca, mas fracassou. A segunda tentativa ocorreu em 1821,
mesmo pessoas (no cangote ou em redes). quando os defensores da emancipação retomaram o mo-
É também a partir do século XVII que surge o tropeiris- vimento, organizando a denominada ‘Conjura Separatista’.
mo na América do Sul, chamado por Moreira de “fenômeno Essa tentativa também fracassou, pois o Juiz de Fora Anto-
socioeconômico”. Segundo esse autor foram os espanhóis nio Azevedo Melo e Carvalho – que visitava o Paraná – não
que trouxeram nos porões de seus navios muares (cavalos, atendeu ao apelo de Bento Viana – capitão da Guarda de
burros e mulas) para fazer o transporte (burros e mulas vêm Regimento de Milícia de Paranaguá – para que nomeasse
do cruzamento entre um jumento e uma égua). Depois co- um governo provisório independente de São Paulo. Mes-
meçaram a criar muares na América do Sul, na região onde mo com um desfecho desfavorável, o desejo de autonomia
hoje estão a Argentina, o Uruguai e o extremo sul do Brasil. permanecia. Frequentemente, as Câmaras de vereadores
No Brasil, o tropeirismo teve início no começo do século de Paranaguá, Morretes, Antonina, Lapa, Curitiba e Cas-
XVIII. Logo a produção e comércio de mulas se tornaram tro solicitavam a autonomia ao Governo Imperial Brasileiro.
as atividades mais importantes e as cidades de Santa Fé e Destarte, em 1835 ocorreu um fator favorável e decisivo
Córdoba, na Argentina, se transformaram em base de cria- para a autonomia do Paraná. Os liberais do Rio Grande do
ção de muares. Sul entraram em luta contra o Império, organizados na ‘Re-
Segundo Trindade (1992, p. 64), o muar é um animal volução Farroupilha’, e os liberais do Rio de Janeiro, São
que tem “[...] segurança e equilíbrio admiráveis nas trilhas Paulo e Minas Gerais, revoltados com a política ‘conser-
pedregosas, resistência física a grandes alturas, sujeição vadora’ do governo central, se uniram com os farrapos e
às mais diversas variações climáticas, adequação a ritmos organizaram uma única frente revolucionária. Todavia, os
de alimentação”. Para Wachowicz (1988, p.104), o burro liberais da Quinta Comarca em Curitiba, cooptados pelo Ba-
era o animal utilizado para o transporte por ter mais resis- rão de Antonina, não aderiram ao movimento. O Governo
tência que o cavalo. Imperial negociou com os liberais curitibanos, através de
O tropeirismo é visto por muitos estudiosos como de João da Silva Machado e dos Chefes das forças legalistas,
grande importância para a economia do país, e mais espe- Duque de Caxias, a emancipação da Comarca. O Governo
cificamente para o Paraná, pois foi com o tropeirismo que do Império conseguiu assim o apoio dos liberais da Quinta
aconteceu a ocupação e o povoamento do território para- Comarca para vencer os revolucionários.
naense, já que a frente de ocupação do estado estava ini- Dessa forma, retomou-se em 1843 ao projeto de eman-
cialmente concentrada na parte litorânea. cipação da Quinta Comarca na Assembleia Geral Legisla-
tiva no Rio de Janeiro. Entre idas e vindas, conseguiu-se
O tropeiro aprovação em 2 de agosto de 1853, elevando a Quinta Co-
O personagem típico do tropeirismo era o tropeiro. Al- marca de São Paulo à categoria de Província do Paraná. A
guns estudiosos apontam o tropeiro como o patrão, o dono instalação ofi cial foi realizada em 19 de dezembro de 1853,
da tropa, o empresário do transporte, o correio, o interme- onde tomou posse o primeiro presidente Zacarias de Góes
diário nos negócios. Outros chamam de tropeiros, também e Vasconcelos, tendo Curitiba como capital.
aqueles que ajudavam a conduzir as tropas nas viagens.
“As cargas a eles confiadas eram religiosamente cuidadas; A vida política da província paranaense de 1853 a 1889
(...). Até cargas de ouro e de pedras preciosas desciam A Província do Paraná teve, ao longo de 1853 a 1889,
das minas para a costa entregues a tropeiros” (GOULART, cinquenta e três períodos de governos; vinte e sete presi-
1961, p.108). dências; quarenta e um presidentes em exercício e vinte e
Segundo Wachowicz (1988, p.119), “[...] nesta época seis períodos de vice-presidência e retorno presidencial. Os
sobressaía-se como líder da 5ª comarca o tropeiro João da presidentes eram escolhidos entre aqueles que pertenciam
Silva Machado (...) o governo imperial concedeu a João da ao partido político dominante e nomeados diretamente pelo
Silva Machado o título de Barão de Antonina”. imperador D. Pedro II. De 1853 a 1870, os governantes vie-
Também Goulart (1961, p.117) afirma que: “Tropeiro foi ram de outras províncias. No período subsequente (1870
a princípio João da Silva Machado (1782-1875), que poste- a 1889), o imperador fez algumas nomeações de pessoas
riormente veio a ser: senador pelo Paraná, Grande do Im- procedentes da província para ocupar o cargo de presiden-
pério e Barão de Antonina, (...)”. te e vice-presidente da Província. As justificativas para a
nomeação dos presidentes e dos vice-presidentes oriundos
A emancipação da província do Paraná de outras províncias era que o Paraná tinha uma pequena
Entre 1660 a 1770, a região foi elevada a status de ca- projeção política e econômica no Império e não possuiria
pitania, denominada Capitania de Paranaguá. Em 1770, elementos com ‘boa formação político-administrativa’ para
com a restauração da Capitania de São Paulo, ela foi extin- o cargo majoritário na Província. No entanto, sabemos que
ta e incorporada por esta como comarca. Em 1812, a sede a nomeação para a presidência das províncias no Brasil era
da comarca, que era em Paranaguá, foi transferida para utilizada pelo imperador Pedro II para acomodar as forças
Curitiba e passou a se chamar Quinta Comarca de Parana- políticas que o apoiavam. O imperador geralmente escolhia

História 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


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governantes fiéis e aliados ao governo imperial. A intenção aldeamentos dos Kaingang existentes entre os rios Tibagi e
era criar e estabelecer governos provinciais comprometidos Pirapó. Ainda em setembro de 1862, outra comissão explo-
com os interesses do governo central e promover alianças radora, a do engenheiro Hegreville, chegou a São Pedro de
com as elites dominantes locais. Eram dois partidos políti- Alcântara com a missão de remover a Colônia Indígena do
cos dos quais esses representantes faziam parte: o Conser- Pirapó para um lugar sem doença. Hegreville iniciou uma
vador e o Liberal. Os partidos na província eram dominados estrada de São Pedro de Alcântara em direção ao rio Pira-
pelas oligarquias locais que escolhiam os seus represen- pó. Nesse momento, as atenções estavam voltadas para
tantes aos cargos políticos. A disputa entre os conserva- os vastos territórios que ficavam a oeste do rio Tibagi, e
dores e os liberais não representava uma dificuldade à no- o primeiro alvo era chegar até o rio Pirapó e em seguida
meação dos cargos; na realidade, seus programas políticos prosseguir até as barrancas do Ivaí e do Paraná. Na década
não diferiam um do outro e não havia uma oposição efetiva de 1860, também foram realizadas várias expedições no rio
entre eles. No Paraná, os principais líderes liberais foram Ivaí. Gustavo Rumbelsperger apresentara uma planta e um
Jesuíno Marcondes de Oliveira e Manuel Alves de Araú- roteiro da viagem que tinha realizado de setembro a dezem-
jo, que formavam as famílias dos Barões do Tibagi e dos bro de 1864 ao Presidente da Província André de Padua
Campos Gerais. Os líderes conservadores foram Manuel Fleury, o qual já tinha recebido um relatório do engenheiro
Antônio Guimarães (Visconde de Nacar) e Manoel Francis- Frederico Hegreville, encarregado de explorar os rios Tiba-
co Correia, que formavam as famílias do litoral que contro- gi e Paranapanema. Em de janeiro de 1865, os irmãos e
lavam o comércio importador e exportador da erva-mate. engenheiros Francisco e José Keller chegaram à colônia
O cargo majoritário da província foi ocupado pela primeira Teresa Cristina, no alto rio Ivaí, com a missão de explorar
vez em 19 de dezembro de 1853, quando foi instalada ofi- esse rio. Em maio, a expedição estava a 8,6 léguas (60,2
cialmente a província paranaense, e o primeiro Presidente km) abaixo da antiga Vila Rica, e ali avistou os índios nas
da Província paranaense foi o baiano Zacarias de Góes e margens do Ivaí, um grupo numeroso.
Vasconcellos. O encontro da expedição Keller com os Kaingang se
deu em um dos paris (armadilhas) de pesca que estes úl-
As ações de reconhecimento dos territórios do Paraná timos possuíam no rio Ivaí. Em um determinado momen-
na segunda metade do século XIX to, quando a situação parecia tensa, um cacique Kaingang
Em abril de 1851, quando o Paraná ainda era uma Co- chegou trazendo informações do Frei Timóteo e a situação
marca de São Paulo, partiu da Colônia Militar do Jataí uma se esclareceu. Frei Timóteo enviara uma mensagem para a
expedição com quinze canoas carregadas com cem cargas expedição por meio dos Kaingang que saíam do Jataí para
de sal destinadas ao Mato Grosso. Essa monção era do Ba- pescar em seus paris do rio Ivaí. O local onde os Kaingang
rão de Antonina, que experimentava esse comércio em as- pescavam era no Salto das Bananeiras (município de Ivai-
sociação com os irmãos Antônio e Miguel Prestes. Ela tinha lândia). E se os índios pescavam nessas corredeiras é evi-
como guia Joaquim Francisco Lopes; iam também John H. dente que eles tinham outros pontos de pesca ao longo do
Elliot e 47 índios contratados como canoeiros. Depois de rio Ivaí e seus afluentes e transitavam e acampavam por
dezesseis meses estavam de volta ao Jatai. A rota inaugu- toda essa região. Os engenheiros Keller, continuaram sua
rada pelo Barão de Antonina com cargas de sal para o Mato viagem pelos rios Ivaí, Paraná, Paranapanema e Tibagi,
Grosso tornou-se em seguida uma rota militar rumo aos onde encontraram novas armadilhas de pesca dos Kain-
postos de fronteira com o Paraguai. Em 1855, com o Para- gang. Chegaram a Curitiba no dia 14 de outubro de 1865,
ná já emancipado de São Paulo, o Governo Imperial enviou após nove meses e meio de viagem com um conhecimento
por ela o capitão do exército Manoel Joaquim Pinto Pacca bastante completo dos rios Ivaí, Paraná, Paranapanema e
com comunicações, ao que parece, importantíssimas para Tibagi.
nossos postos militares na fronteira do Paraguai. Em 1857, Ainda na década de 1860, uma nova expedição foi pla-
o Ministério da Guerra enviou uma comissão comandada nejada para estudar uma nova rota para o Mato Grosso.
pelo primeiro tenente de engenheiros Epiphanio Cândido Dessa vez, a missão foi confiada ao engenheiro paranaen-
de Souza Pitanga para verificar as condições de navegabili- se Antonio Pereira Rebouças.
dade dos rios Tibagi e Paranapanema. Os trabalhos realiza- Para o início dos trabalhos, foram repassados
dos pelo tenente Epiphanio Cândido de Souza Pitanga na 23:000$000 (vinte e três contos de réis) ao engenheiro Re-
rota para o Mato Grosso pelo Tibagi, em 1857, já estavam bouças, e em 3 de maio ele iniciou as explorações do trecho
concluídos com os preparativos para a guerra com o Pa- Guarapuava ao baixo Ivaí, que esperava ser concluída em
raguai em 1864. Antonio Rebouças informou que em 1858 novembro de 1869. Em 26 de novembro de 1869, Rebou-
mandou ao Matto Grosso por este caminho um batalhão ças informou que a expedição tinha saído de Guarapuava
de artilharia com as competentes peças e muitas munições em 2 de maio, composta de 32 pessoas entre trabalhado-
ao comando do atual visconde de Itaparica4. Além da rota res, engenheiros etc., e possuía 25 animais para o trans-
para o Mato Grosso, o Governo se preocupou em explorar porte do material, bem como reses para o abate durante
as redondezas da Colônia Militar e das Colônias Indígenas os trabalhos. Em 3 de outubro, chegaram às margens do
do Paranapanema/Tibagi. Em meados de 1862, Joscelim Ivaí, tendo a medição atingido 183, 3 km a contar de Gua-
Morocines Borba, prestando serviço no aldeamento de São rapuava. Rebouças acreditou que o ponto que chegaram
Pedro de Alcântara, empreendeu uma exploração, com ao Ivaí foi no ribeirão, anotado por Keller a 28 km acima da
nove pessoas, a fi m de verificar os campos e os possíveis Corredeira do Ferro, hoje denominado rio Ligeiro, no muni-

História 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

cípio de Jussara. Rebouças tratou das riquezas da região e De Guarapuava, deveria seguir para os campos do
da possibilidade de se traçar a estrada de Guarapuava ao Mourão e escolher um local para a fundação de uma Colô-
baixo Ivaí. Os planos de Rebouças relativos à estrada para nia Indígena. E, depois, deveria seguir com a picada pela
o Mato Grosso partindo de Guarapuava tinham sido discuti- margem direita do rio Piquiri até onde o rio propiciasse a
dos por engenheiros na corte, e ele previa um tronco central navegação, indicando um local adequado para a fundação
de Antonina até Guarapuava e daí dois ramais: um para o de outra Colônia Indígena e ainda outro local, na foz do
Mato Grosso, acompanhando o Ivaí, e outro para Paraguai, Piquiri, para a fundação de uma Colônia Militar. Também
margeando o rio Iguaçu, e um terceiro de alguma localidade deveria pesquisar o local das ruínas de Ciudad Real, ex-
do Iguaçu para Corrientes, na Argentina. Anos mais tarde, plorar o rio Paraná entre o Salto das Sete Quedas e a foz
a picada aberta pela expedição de Rebouças em 1865 ser- do rio Iguatemi; explorar o rio Paraná até a foz do rio São
viu para que fazendeiros de Guarapuava chegassem até Francisco e ver a possibilidade uma Colônia Militar às suas
aos acampamentos Kaingang nos campos das cabeceiras margens. Deveria ainda verificar a possibilidade de cons-
dos rios Mourão e Goio-Erê, hoje município de Campo Mou- truir uma estrada de ferro acima e abaixo do Salto das Sete
rão e municípios vizinhos. Nessa mesma época, o cacique Quedas. Também deveria, desde o ponto onde não é mais
Bandeira, dos Kaingang, visitou Guarapuava e convidou os possível navegar no rio Piquiri, estudar a possibilidade de
brancos para visitá-los em suas moradias nos campos do uma estrada de rodagem ou de ferro ligando os Aldeamen-
Mourão. tos do Piquiri, Campo Mourão e a cidade de Guarapuava.
As explorações dos territórios ao longo do rio Ivaí con- Nessa cidade, deveria explorar o vale do rio Jordão ou do
tinuaram na década seguinte. De junho de 1872 a abril de rio Cavernoso até o rio Iguaçu, em Porto União.
1874, os ingleses comandados pelo engenheiro Thomas As determinações foram as seguintes em relação aos
Bigg-Wither pesquisaram o traçado de estrada de ferro pelo índios: deveriam buscar informações sobre as tribos, famí-
vale do rio Ivaí. Essa expedição fazia parte dos trabalhos de lias, costumes, extensão dos territórios de cada grupo ou
demarcação da futura Estrada de Ferro Paraná-Mato Gros- tribo e se a língua era comum a todos da região, para que o
so pelo vale do Ivaí, cujo projeto foi pensado em Londres Governo pudesse organizar um corpo de intérpretes. Distri-
e contou com o apoio do Barão de Mauá. Após encontro buiriam brindes para os índios, evitando qualquer incidente
desastroso com os Kaingang na Corredeira do Ferro, onde que pudesse atrapalhar os planos do Governo Imperial para
foram mortos dois índios Kaingang, os trabalhos no rio Ivaí ocupar a região. As praças do 2º Corpo de Cavalaria, aquar-
foram suspensos e Bigg-Wither foi explorar o rio Tibagi com telados na região, só poderiam agir em caso de extrema
Telêmaco Borba em 1874. urgência. Estava planejada, portanto, a última etapa para
Ainda nessa década, os agentes da conquista esten- a conquista dos territórios indígenas do oeste, e com essas
deram suas explorações até o rio Piquiri. Em 1876, uma determinações desvendavam-se os territórios do Paiquerê,
expedição de reconhecimento percorreu os rios Tibagi, Pa- as terras do rio Piquiri e se chegava à última fronteira no rio
ranapanema, Paraná até Sete Quedas e entrou pelo rio Pi- Paraná. Em seguida, o presidente Carvalho começou a re-
quiri, comandada pelos irmãos Nestor e Telêmaco Borba e ceber os relatórios da comissão Gengembre. O primeiro foi
financiada pelo governo da província para o reconhecimen- em 11 de junho, quando o engenheiro lhe comunicou que
to do salto das Sete Quedas no rio Paraná bem como para fizera o reconhecimento da região desde o rio Butiazinho,
reconhecimento do rio Piquiri. Levaram nessa expedição Bahu e Jarão para poder entrar no vale do rio Piquiri. No
índios Kaingang de São Pedro de Alcântara para servir de dia 20 de julho, outro ofício comunicou que os trabalhos se-
intérpretes, em uma clara intenção de contatar os Kaingang guiam bem, apesar do frio (os termômetros registraram oito
que viviam no vale do rio Piquiri e nos campos divisores das graus negativos). Um mês depois, em 20 de agosto, o en-
águas desse rio com o Ivaí. Em março de 1882, o presiden- genheiro escreveu que entrara pelo rio Jarão e acompanha-
te Carlos A. de Carvalho recebeu um aviso do Ministério da ra o Piquiri pela sua margem esquerda, mas o rio dava uma
Agricultura referente aos territórios dos Kaingang do vale do volta muito grande para oeste-sudoeste, tirando a picada do
Piquiri. De acordo com as informações do fazendeiro gua- rumo das Sete Quedas, aumentando a distância sobre um
rapuavense Norberto Mendes Cordeiro, a região tinha uma terreno de difícil passagem. O engenheiro evitou essa volta
população de 5.000 Kaingang dispostos a se relacionarem do rio, atravessando-o duas vezes para escapar da volta,
com os brancos. Objetivando incorporar esses territórios, retomando a picada na margem esquerda do Piquiri. Em
o Ministro da Agricultura escreveu que tinha resolvido: ‘[...] maio de 1883, queixando-se da morosidade do engenheiro
mandar que se abra uma estrada que dos campos de Gua- Gengembre, o presidente Carvalho solicitou sua exonera-
rapuava demande o primeiro desses rios na parte navega- ção e ele foi dispensado em 13 de dezembro de 1883. A
vel do seu curso, e bem assim que se estabeleça na sua demissão do engenheiro e do seu ajudante, mais a falta de
proximidade um aldeamento (CARVALHO, 1882, p. 58). recursos financeiros, deixaram as atividades dessa estrada
Pôs à disposição do presidente Carvalho a quantia de suspensas durante o ano de 1883. Mas Gengembre tinha
10:000$000 (dez contos de réis) na conta Catequese e Civi- feito um relatório em fins de 1882, no qual relatou os traba-
lização dos Índios, e nomeou o engenheiro Emílio Gengem- lhos realizados.
bre para executar a obra. Em abril, o presidente Carvalho Nas décadas seguintes, outras explorações oficiais ou
nomeou o engenheiro Pedro Leitão da Cunha como auxiliar particulares foram realizadas nos vales do Ivaí e Piquiri. Em
de Gengembre e lhe deu como instrução organizar uma co- 1896, o General José Cândido da Silva Muricy desceu o
missão de trabalho em Guarapuava com o apoio de Luiz Ivaí até as ruínas de Vila Rica do Espírito Santo em busca
Daniel Cleve e Norberto M. Cordeiro. de antigos tesouros supostamente deixados pelos jesuítas.

História 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Em 1911, Edmundo Mercer, morador da cidade de Ti- e beneficiamento, transporte e exportação tornaram-se lucra-
bagi, foi contratado pela firma Cole & Weiss, de Curitiba, tivos ao ponto de atrair investimento em infraestrutura, meca-
para abrir uma picada do rio Ivaí, entre salto das Ariranhas nização e industrialização da produção. A atividade ervateira
e Ubá, até Campo Mourão. Ali chegando, encontrou cer- proporcionou o desenvolvimento de empresas relacionadas
ca de dez famílias que tinham vindo de Guarapuava pro- ao seu suporte, proporcionando o desenvolvimento de Curi-
vavelmente pela trilha aberta por Rebouças. A informação tiba e região em diversos setores, auxiliando na construção
de Luiz Leopoldo Mercer, filho de Edmundo, é de que seu de suas características urbanas, culturais e produtivas. A in-
pai, no ano de 1910, a serviço da firma Colle & Weiss, abriu dústria surge no Paraná para aproveitar melhor a erva-mate. A
um picadão desde o Salto Ubá, no Ivaí, até as barrancas exportação do mate serviu para inserir o Paraná no cenário do
do Paraná, em uma distância de 220 km. Esse era o tra- comercio internacional marítimo. A análise da dinâmica econô-
çado da estrada boiadeira destinada a trazer gado magro mica ligada ao negócio da erva-mate servirá para estabelecer
do Mato Grosso para engordar nos Campos Gerais. Luiz L. modelos de estudo e de desenvolvimento para outros setores
produtivos.
Mercer também informou que seu pai fizera outras entradas
A tradição do chimarrão é antiga e remete a tradição à
na região entre os rios Piquiri e Ivaí, e chamava a região de
história da colonização espanhola. Soldados espanhóis, que
El Dorado paranaense.
aportaram em Cuba e foram ao México ‘capturar’ os conheci-
Ainda em 1917, Edmundo Mercer conduziu ao Para- mentos das civilizações Maia e Azteca, em 1536 chegaram à
guai, através dos territórios acima mencionados, uma co- foz do Rio Paraguay. Impressionados com a fertilidade da terra
missão inglesa interessada na instalação de frigoríficos. às margens do rio, fundaram a primeira cidade da América
Em 1918, Edmundo Mercer viajou novamente pelos terri- Latina: Assunción del Paraguay.
tórios indígenas do vale do Piquiri e foi até o rio Ivinheima, Acostumados a grandes ‘borracheras’ - porres memorá-
no Mato Grosso. No início da década de 1920, Edmundo veis que muitas vezes duravam a noite toda - os desbravado-
Mercer e Coelho Jr. voltaram a explorar e a abrir picadas res, nômades por natureza, sofriam com a ressaca. Aos pou-
nas matas do noroeste do Estado. Mercer abriu a picada cos, foram tomando o estranho chá de ervas utilizado pelos
de Campo Mourão para o norte em direção à Corredeira índios Guarany e notavam que no dia seguinte ficavam melho-
do Ferro no rio Ivaí, onde ele encontraria com a picada de res. Realmente, o mate amargo é um bom ativante do fígado,
Coelho Jr. que vinha descendo do norte para sul desde a auxiliando a curar o mal-estar causado pela bebida.
foz do rio Paranapanema, no Paraná. O porongo e a bomba do chimarrão eram retirados de flo-
A migração europeia para o Paraná no século XIX Ao resta de taquaras, às margens do rio Paraguay. Por causa da
discutir a questão da imigração moderna no Paraná, alguns tradição, os paraguaios tomam a bebida fria e em qualquer
historiadores utilizam a expressão ‘imigração para povoar tipo de cuia. É o chamado tererê, que pode ser ingerido com
vazios demográficos’ para explicar o surgimento dos primei- gelo e limão ou com suco de laranja e limonada no lugar da
ros núcleos coloniais no Paraná distantes dos centros mais água.
povoados, como a região de Paranaguá, Curitiba e adja-
cências, e Campos Gerais. Esse seria o caso da instalação 3. BRASIL REPÚBLICA. 3.1. IMPLANTAÇÃO DO
dos alemães em Rio Negro, em 1828, que estava dentro REGIME REPUBLICANO E CONFLITOS SOCIAIS.
de uma política mais ampla desenvolvida pelo Governo Im- 3.2. A GUERRA DO CONTESTADO. 3.3. POLÍTICA
perial; o caso dos franceses instalados na Colônia Teresa OLIGÁRQUICA E CORONELISMO. 3.4. A ERA
Cristina isolada no vale do Ivaí, em 1847; e dos alemães VARGAS: ESTADO, TRABALHO E CULTURA.
franceses e suíços, no litoral em Guaraquessaba, em 1852. 3.5. O GOLPE CIVIL-MILITAR DE 1964. 3.6. MOVI-
Nesse período da Quinta Comarca, 1829 – 1853, entraram MENTOS DE RESISTÊNCIA À DITADURA. 3.7. A
no Paraná 460 migrantes europeus, os quais foram instala- ABERTURA POLÍTICA. 3.8. A NOVA REPÚBLICA
dos em lugares distantes dos campos e dos centros urba- E AS CARACTERÍSTICAS DO ESTADO DEMO-
nos, em uma estratégia de ocupar territórios de matas que CRÁTICO DE DIREITO ESTABELECIDAS PELA
não eram ‘vazio demográficos’, mas cujos antigos morado- CONSTITUIÇÃO DE 1988. 3.8.1. CIDADANIA E
res eram ameaçados de ataques indígenas. MOVIMENTOS SOCIAIS. 3.8.2. A QUESTÃO DA
DESIGUALDADE E DA INCLUSÃO SOCIAL. 3.8.3.
O ciclo da erva-mate no Paraná4 A DEMOCRACIA E O PAPEL DAS INSTITUIÇÕES
o Paraná é e já foi o estado maior produtor de erva-ma- DE SEGURANÇA PÚBLICA
te no Brasil. A exploração, beneficiamento e exportação da
erva-mate foi a principal atividade econômica desenvolvida (1889-2005) Marechal Deodoro da Fonseca assume a
no território do atual Estado do Paraná entre a primeira me- presidência, a república é constituída pela elite, regida sob
tade do século XIX e 1929. Encontrada de forma natural em influência positivista (percebe-se no lema Ordem e Progres-
meio as matas da região Centro-Sul do Paraná, a erva-ma- so), porém Marechal Deodoro não consegue trabalhar com
te (Ilex Paraguariensis) teve seu consumo difundido pelos a oposição, além da crise que ocorreu em seu governo, co-
indígenas e seguido pelos padres jesuítas da época da co- nhecida como Crise do Encilhamento, uma estratégia de criar
lonização. A economia do Paraná na época era voltada a subsídios e investimentos para empresários, acabou ocorren-
extração e venda desse produto. Sua extração, preparação do uma especulação que levou a crise, como num jogo de
4 http://ambientegeografia.blogspot.com/p/o-ciclo-da-erva-
apostas. Foi criada também a Constituição de 1891, onde
mate-no-parana.html
as províncias passariam a tornar Estados, e estabeleceria

História 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

a oligarquia no país. Com o afastamento de Deodoro, A Guerra do Contestado ocorreu na região contestada
assume outro militar, Floriano Peixoto, este autoritário, entre Paraná e Santa Catarina, ao noroeste de santa Ca-
logo que assumiu, contrariou a constituição, pois deveria tarina, posseiros que foram expulsos de suas terras encon-
convocar novas eleições, não fez isso e arrumou inúme- traram esperança nas palavras de um curandeiro chamado
ros inimigos. Primeiro foi a Marinha que tentou fazer um João Maria. Anos mais tarde essa região tornava-se mais mi-
levante, a Revolta da Armada. Mas o pior foi a Revolução serável, pois havia acabado a construção da estrada de fer-
Federalista que iniciou no Rio Grande do Sul e acabou na ro, e os trabalhadores ficaram por ali. Reencontraram espe-
Ilha de Santa Catarina. Em Santa Catarina, alguns adep- rança com outro, que dizia ser descendente de João Maria,
tos da Revolta da Armada, juntaram-se aos federalistas, chamava-se José Maria, este fundou a monarquia celestial
eles eram contra o autoritarismo de Floriano, este rea- e propôs a mesma coisa que havia feito o Conselheiro. As
giu com força, derrotou os revoltosos de Desterro (que tropas federais e paranaenses tentaram por diversas vezes
haviam concentrado na ilha um governo revolucionário acabar com a comunidade, mas os crentes formavam outras
e nomeavam outros líderes, até que conseguiram isolar os
de oposição a Floriano), muitos foram assassinados na
últimos revoltosos. O governo venceu, pra variar.
fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim. Floriano Pei-
O Governo de Rodrigues Alves resolveu reurbanizar o
xoto ainda mudou o nome da cidade para Florianópolis.
Rio de Janeiro, para isso desmontou diversos barracos e
Esse militarismo e ditadura do início da República, ficou
cortiços, deixando as pessoas desabrigadas, isso gerou um
conhecido como República das Espadas. Logo que as- descontentamento, para piorar o sanitarista Oswaldo Cruz,
sumiu Prudente de Moraes, inicia uma nova estratégia, tentando isolar a população da febre amarela e varíola, cria
onde um pequeno grupo elitista toma conta do país, a a vacina, o governo obriga a população a vacinar através da
República da Oligarquia, que para manter o controle, ti- Lei da Vacina Obrigatória, os agentes invadiam as casas e
nha a tradição política do Café com Leite (variar o gover- vacinavam as pessoas à força, a população que já estava
no entre um paulista e um mineiro), a política dos gover- descontente, rebelou, tomaram as ruas do Rio e exigiam o
nadores, que só conseguiam governar se apoiassem os fim da Lei da Vacina e de melhor qualidade de vida. Era a Re-
presidentes da oligarquia, ainda tinha a figura do fazen- volta da Vacina. Foram todos presos, mas a lei foi revogada.
deiro que controlava a população mais pobre, e garantia A Marinha Brasileira costumava açoitar os marinheiros
os votos necessários, era o coronel, e essa estratégia rebeldes, certa ocasião, o Almirante Negro, João Cândido
foi conhecida como Coronelismo. A economia era basica- flagrou o capitão açoitando um dos marinheiros, dominou o
mente cafeeira, apesar de existir uma época de destaque capitão e tomou a força o navio de guerra, esse motim fi-
do cacau e da borracha, mas além das dificuldades en- cou conhecido por Revolta da Chibata, pois João Cândido
contradas pelos subsídios do governo (o governo criava ameaçou bombardear o Rio de Janeiro se o presidente não
taxas em outros produtos para poder comprar a sobra de atendesse suas exigências (fim da chibatadas, aumento de
café dos barões) esses produtos perderam com a con- salário, etc...) o governo prometeu atender, mas João Cândi-
corrência das colônias britânicas. do acabou sendo condenado e levado a um buraco na Ama-
Os conflitos sociais eram terríveis, ocorreram alguns zônia. Não só a Marinha, como o Exército já estava descon-
de origem religiosa, chamadas de messianismo. O pri- tente com a política, Os Tenentes levantaram uma bandeira
meiro deles que tinha essa característica, ocorreu ainda de moralismo e denunciaram as perseguições a chefes mili-
no Império, na província do Rio Grande do Sul. Foi o Mo- tares, além de declararem-se contra a posse de Artur Bernar-
vimento dos Mucker liderado por Jacobina Mentz Maurer des. Era o Tenentismo. eles tomaram o forte de Copacabana
e o curandeiro João Jorge Maurer em Sapiranga RS, em e só saíram de lá lutando, o governo enviou outras tropas e
1874 no final do século XIX, teve uma grande repercus- teve que enfrentar os últimos 18 tenentes. Os 18 do Forte
de Copacabana morreram lutando. Alguns tenentes dessa
são em toda zona de colonização alemã do RS. Na época
revolta juntaram a Luís Carlos Prestes e Miguel Costa e par-
da revolta os mucker foram combatidos pelo que eram e
ticiparam da Coluna Prestes, estes eram opositores ao go-
pelo que a população de São Leopoldo RS, julgava se
verno e viajavam pelo interior para que a população apoiasse
fossem. Houve um confronto entre colonos e adeptos da
os tenentes. Todo esse conflito pode ser resumido na frase
seita. Isso acabou com violência, as tropas imperiais ex- do último presidente da República da Oligarquia, Washington
terminaram os religiosos. Na república, ocorreram dois Luís: “a questão social é um caso de polícia”. Esse mesmo
movimentos messiânicos, os canudos e o contestado. Washington Luís resolveu romper com as tradições políticas
A Guerra de Canudos ocorreu no sertão da Bahia, do Café com Leite, e ao invés de nomear um mineiro, resol-
teve suas origens com o empobrecimento da região, pois veu nomear um paulista (Júlio Prestes), Minas, resolveu jun-
ali predominava, desde a colônia, o minifúndio e a produ- tar as forças com a oposição, Rio Grande do Sul e Paraíba,
ção para atender o mercado interno. No entanto, fanáti- formaram a Aliança Liberal. Washington Luís tentou aproxi-
cos religiosos liderados por Antônio Conselheiro funda- mar de João Pessoa (Paraíba), tentou pedir apoio, mas João
ram uma comunidade, onde negavam o pagamento de Pessoa negou, coincidentemente João Pessoa havia sido
impostos exigidos pelo governo, iniciando aí um proble- assassinado por problemas internos, mas foi o estopim que
ma sério contra o governo. As tropas federais tentaram resultou na Revolução de 30. Movimento que a Aliança Li-
quatro vezes destruir canudos. Foi uma batalha desigual beral derruba a Política da Oligarquia, e colocam o gaúcho
e horrível, Conselheiro teve a cabeça degolada. Getúlio Vargas no poder. Iniciando a Era Vargas.

História 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Vargas precisava resolver o problema emergencial O governo de Eurico Gaspar Dutra destacou-se pela
herdado da crise de 1929, e destruiu 80mil sacas de café, influência norte americana e a Guerra Fria, pois ele cortou
para elevar o preço do produto, e depois criou o Ministé- as relações diplomáticas com a URSS, portanto os depu-
rio do Trabalho. No entanto sofreu uma terrível oposição tados comunistas (PCB) foram cassados. Dutra diminuiu
vinda dos paulistas, descontentes com a recente perca de as taxas alfandegárias, e houve uma enorme importação,
autonomia, alguns estudantes de Direito, saíam nas ruas e mesmo o Brasil tendo a economia fortalecida durante a
faziam discursos contra Getúlio e exigiam uma constituição. Segunda Guerra (produto interno), com as importações, a
Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, foram assassinados economia caiu rapidamente, e teve uma terrível inflação,
quando atacavam os jornais que defendiam Getúlio. As ini- deixando o salário mínimo absolutamente desvalorizado.
ciais de seus nomes viraram bandeira de luta MMDC. Em meio a todo esse furacão, nas novas eleições, venceu
Os Paulistas pegaram em armas e fizeram a Revolução novamente Getúlio Vargas, ainda era muito prestigiado.
Constitucionalista de 1932, tal revolução acabou em dois Essa última fase de Getúlio Vargas, é marcada pela
meses, porém, Getúlio Vargas acabou fazendo a Constitui-
democracia, mas o Populismo (que já havia sido Implanta-
ção de 1934. As leis trabalhistas, o voto feminino, justiça
do no Estado Novo) não daria muito certo, pois os empre-
eleitoral e voto secreto, foram as principais características
sários, não aceitariam as “ajudas” para os trabalhadores.
da Constituição. Duas tendências surgiram nessa época, a
No entanto, o salário mínimo é aumentado 100%, os em-
ANL Aliança Nacional Libertadora, composta pelos comu-
nistas e a AIB Ação Integralista Brasileira, composta pelos presários protestaram. Getúlio dizia ser “nacionalista”, de-
simpatizantes do Fascismo. fenderia a indústria brasileira, porém, a oposição dizia que
Os comunistas tentaram fazer uma ação, combinaram ele deveria favorecer mais as liberdades do capital estran-
para que os quartéis rebelassem contra o governo e tentas- geiro (“entreguismo” ao Império americano). Com esse es-
sem fazer uma revolução aos moldes da Revolução Russa. pírito, decretou a nacionalização do petróleo, com o lema
Era a Intentona Comunista, liderada por Luís Carlos Pres- o “Petróleo é nosso”, Getúlio criou a Petrobrás, e determi-
tes. A esposa de Luís Carlos Prestes Olga Benário Prestes, nou que somente o Estado, poderia explorar o petróleo do
foi presa e enviada Gestapo (polícia alemã nazista) mor- País. Claro, os EUA reagiram, negaram empréstimos, e
reu num campo de concentração Vargas dizia saber de um Getúlio comprava uma briga contra os poderosos. Getúlio
plano em que os comunistas tomariam o poder do Brasil teve uma crise política (corrupção dos seus auxiliares), a
e convenceu os militares a apoiarem num golpe. Ele dizia imprensa não perdoou. Depois disso, houve um atentado
que era um tal Plano Cohen, que dizia que os comunistas contra o jornalista Carlos Lacerda, mas o tiro acertou um
tomariam as instituições, e aquele terror todo. Getúlio ga- oficial da Aeronáutica, as evidências do atentado caíram
rantiu que somente ele poderia enfrentar os comunistas e sob Getúlio, e em uma reunião extraordinária, os militares
os militares resolveram apoia-lo no Golpe do Estado Novo, decidiram que ou Getúlio renunciava ou seria derrubado.
Getúlio agora, era um ditador. Todos os estados tiveram in- Diante dessa situação, Getúlio suicidou-se com um tiro no
terventores, Getúlio proibiu a autonomia dos Estados, até coração.
mesmo as bandeiras eram proibidas, criou o Departamento Dois anos mais tarde venceu as eleições um candi-
de Imprensa e Propaganda, DIP e a Hora do Brasil na rádio, dato da base de Getúlio, era Juscelino Kubitscheck, seu
só para falar bem dele. governo foi marcado pelo crescimento econômico, e a
A Segunda Guerra estava prestes a começar e Getúlio industrialização. Para isso criou o Plano de Metas, para
ainda estava em dúvida se ficava ao lado de Hitler. Porém crescer “cinquenta anos em cinco”. consiste na criação de
recebendo a visita do Presidente norte americano, logo fez estradas, indústrias automobilísticas e de energia(hidrelé-
uma proposta, verbas para a criação da Companhia Si- tricas), além do fortalecimento das indústrias de base,
derúrgica Nacional em Volta Redonda, em troca, além de
petróleo e aço. Juscelino construiu uma nova capital, a
apoiar aos aliados, Getúlio tinha que ceder um espaço no
cidade de Brasília, em 1960, favorecendo a ocupação ter-
território brasileiro para construção de uma base aérea, e
ritorial do Centro Oeste. Para isso teve que ter apoio de
assim foi criado o “trampolim da Vitória” a base americana
capitais estrangeiros (aumentando a dívida externa) Bra-
no Maranhão. Assim, quando os EUA entraram na guerra,
a Alemanha havia bombardeado seis navios brasileiros, co- sília foi construída por nordestinos, foram chamados de
movendo a população e exigindo que Getúlio enviasse as “candangos”. A vitória da eleição de 1960, foi da oposição
tropas. o Brasil enviou a FEB (Força Expedicionária Bra- (UDN), era Jânio Quadros, que logo, demonstrou-se um
sileira) na Tomada da Itália. Getúlio ficou conhecido como governo estranho, pois cortou verbas da saúde e educa-
populista, por aproximar a população dele, através das leis ção, houve aumento dos produtos básicos, apesar de ser
trabalhistas a CLT. Mas ao mesmo tempo que “ajudava” os de Direita, reatou as relações diplomáticas com a URSS
trabalhadores, favorecia os empresários. Assim era fácil e a China socialista (chegou a condecorar Che Guevara).
controlar a economia. Quando acabou a Guerra, Getúlio Jânio Queria mostrar ao mundo que ele não submetia a
convocou novas eleições. Ele mesmo conduziu a redemo- nenhum bloco de poder. Jânio, tentando uma estratégia,
cratização no Brasil. Mas veio cheio de conversa populista, para um golpe, não teve apoio e acabou renunciando. As-
e logo uma porção de pessoas saíram às ruas com as pla- sumiu o vice João Goulart. O Brasil tentou uma experiên-
cas “queremos Getúlio” era o queremismo. No entanto o cia parlamentarista, nessa época, mas um plebiscito levou
exército pressionou, e Getúlio foi deposto. o povo a querer a continuação do presidencialismo.

História 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

O governo de João Goulart (Jango) foi marcado pelas nerável às crises internacionais. No Governo Geisel, desta-
Reformas de base, entre elas, destacamos, a reforma agrá- camos o investimento no Proálcool, o governo incentivou a
ria, e administrativa (aumentar os impostos dos mais ricos) maior produção de cana de açúcar para ter um combustí-
e nacionalista (exigindo que o capital das Multinacionais, fi- vel alternativo. Também investiu em Usinas nucleares, mas
cassem no Brasil. Isso caiu muito mal para a elite conserva- nenhum investimento social, aumentando a dívida externa.
dora, chegaram a criar uma “Marcha da Família com Deus Geisel iniciou lentamente o processo de anistia, e no Go-
pela Liberdade”, exigiam que João Goulart fosse destituído verno Figueiredo houve a Abertura Política. Nessa época o
(acusavam de comunista). A Doutrina de Segurança Nacio- Partido MDB começava a criar força, a ARENA (que apoia-
nal, decide realizar um golpe e implantar uma ditadura mili- va os militares) enfraquecia lentamente.
tar no Brasil. O Golpe de 1964, foi realizado pelos militares, Os movimentos populares começaram a tomar fôlego.
exilaram Jango e milhares de brasileiros, o General Castelo Figueiredo assinou a Lei da Anistia em 1979. Os movimen-
Branco assume a presidência. As ditaduras ocorreram na tos operários começaram a surgir, destacamos o papel de
América Latina, com o apoio dos americanos, para conter a Luís Inácio Lula da Silva (nesse contexto, fundariam o PT
ameaça socialista. Castelo Branco procurou ajustar a eco- Partido dos Trabalhadores), que liderou a greve do AB-
nomia, os empresários só poderiam aumentar os preços, se C(São Bernardo do Campo) iniciando diversas greves no
aumentassem os salários dos trabalhadores. país, o Governador de São Paulo (Paulo Maluf), interviu
Na constituição de 1967, foi organizada o que seria enviando a polícia e prendendo os grevistas. Mas, mesmo
a ditadura, os poderes do legislativo foram muito diminuí- assim as greves continuaram, os militares não podiam mais
dos, além das emendas (medidas autoritárias) que seriam conter o povo. Nessa época, surgiram partidos, a ARENA
colocadas diante de novas situações, ficaram conhecidas transformou-se em PDS (Partido Democrático Social) e o
como Atos Institucionais. No Governo do General Costa MDB Tornou-se PMDB (Partido da Mobilização Democráti-
e Silva, aumentam os protestos dos estudantes, a polícia ca Brasileira) liderada por Ulisses Guimarães, onde foi um
mata alguns jovens, e inicia uma fase sangrenta da dita- dos principais articuladores em favor das eleições Diretas.
dura, é decretado o Ato Institucional nº 5, que era “um gol- Era a Diretas já! Era uma campanha que promovia o fim da
pe dentro do golpe”, entre o direito de fechar o Congres- ditadura e exigia a convocação para eleições Diretas. Ape-
so, pelo presidente, dava direito a polícia, invadir as casas sar do movimento, a eleição acabou sendo indireta, mas o
sem nenhum mandato judicial, atrás de subversivos. Muitas candidato do PMDB, Tancredo Neves venceu a eleição de
pessoas foram perseguidas, desapareceram milhares de Maluf (PDS), em 1985.
jovens (foram torturados e assassinados pelos militares). Tancredo Neves não chegou a assumir a presidên-
Existia a SNI, Serviço Nacional de Informação, que era uma cia, viria a falecer, e tomou posse o vice José Sarney. O
central de espionagem, que denunciavam as pessoas que Governo de Sarney destacou-se inicialmente pelo Plano
agissem como “comunistas”. Alguns intelectuais foram per- Cruzado, mudando o papel moeda, e no congelamento de
seguidos, a exemplo do compositor Chico Buarque, que foi preços e salários. Em pouco tempo, as mercadorias sumi-
exilado, juntamente com vários intelectuais e artistas. Uma ram das prateleiras, e a inflação chegou a ser insuportável,
de suas músicas que representam essa censura é “Apesar um refrigerante, por exemplo, que custava CZn$ 2,00, até
de você”. Os movimentos populares foram estrangulados, o final do ano custaria CZN$28,00. Era a pior inflação que
porém secretamente, surgiram movimentos de luta armada. o país viveu. Em termos políticos, chegou a usar exército
Um oficial do exército tornou-se um dos principais comba- contra grevistas, mas acabou com a censura, e voltou a
tentes, era Carlos Lamarca, essa época foi marcada pelo legalidade dos partidos como PCB e PC do B. Foi criada
Governo Do General Médici. Os movimentos queriam der- em 1988 a constituição mais democrática da História. As-
rubar o militarismo e implantar o socialismo no Brasil. sim marcou efetivamente o fim da ditadura. A Constituição
Os militares exilavam alguns presos políticos, para de 1988 marcou uma nova fase na história do Brasil. Logo,
atenderem exigências de alguns grupos de guerrilheiros em 1989, ocorreu a primeira eleição para presidente depois
que sequestravam embaixadores. Alguns militantes do Par- da ditadura. No segundo turno Fernando Collor de Mello,
tido Comunista do Brasil, montaram no Araguaia uma ope- apoiado pela Direita e a Elite (Rede Globo), venceu Lula,
ração guerrilheira. No Governo de Médici, era comum ver que defendia na época, uma verdadeira social democracia.
as campanhas nacionalistas, como “Brasil ame, ou deixe- Collor governou apoiado pelas oligarquias tradicionais, foi
-o”, motivados pela campanha da seleção do Brasil na copa conhecido como o “caçador de Marajás”, porém, logo que
de 70, o sentimento nacionalista tomava conta do país. A assumiu, adoto o plano de sua Ministra Zélia Cardoso, e
economia foi marcada pelo Milagre Econômico, grandes confiscou o dinheiro da poupança bancária de todo cidadão
empresas surgiram, e grandes investimentos levaram o brasileiro, era como um empréstimo.
Brasil crescer muito, houve uma expansão do produto in- O plano pretendia diminuir o consumo e valorizar o di-
terno bruto e das exportações, as construções da ponte Rio nheiro, combatendo assim a inflação, mas ela continuou e
Niterói e a Transamazônica foi um marco do Milagre Econô- como o dinheiro havia sido confiscado pelo governo, levou
mico. Porém o milagre acabou, quando ocorreu a crise do muitos empresários a falência. Houve uma grande recessão
petróleo, aumentando muito o combustível, levando o país econômica. Foi implantado o Neoliberalismo, privatizando
a enfrentar uma nova crise. No entanto isso ficou claro, que empresas estatais, diminuindo o salário dos aposentados e
o Brasil, concentrou grande produção de renda, mas ficou gastos sociais. Collor diminuiu tarifas alfandegárias e houve
com dependências econômicas, deixando a economia vul- muitos produtos importados. As denúncias contra o tesou-

História 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


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reiro do Governo Collor, PC Farias, tomaram as páginas da derrubou o Ministro mais próximo de Lula, José Dirceu. e
Imprensa, se alguém quisesse um benefício do governo, do Presidente do Partido dos Trabalhadores, José Genoíno.
teria que dar uma grana para o PC Farias. A Imprensa con- O Presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, também é
seguiu provar a ligação de Collor com PC, a essa altura, os suspeito por ganhar propina (para não cassar os deputa-
estudantes formavam passeatas (caras -pintadas) em favor dos culpados). A imprensa que está aliada à oposição, tenta
do Impeachment de Collor. Este acabou renunciando, mas ajudar a CPMI encontrar provas que incriminem Lula. Por
teve seus direitos políticos cassados. outro lado, a possibilidade de um impeachment do Lula, é
Anos mais tarde Collor foi absolvido. Entrou seu vice na remota, pois a oposição não tem um nome forte para as-
Presidência Itamar Franco. Este continuou o neoliberalis- sumir a presidência, Lula, apesar de perder cada vez mais
mo, vendeu uma empresa estatal (Siderúrgica de Volta Re- apoio, tem um forte carisma popular, dificilmente ocorrerá
donda) para particulares, mas destacou-se pelo Plano Real, manifestações populares em favor ao impeachment, como
de seu Ministro Fernando Henrique Cardoso, que levou a o caso de Collor. A oposição deve correr atrás de um nome
para concorrer às eleições de 2006, enquanto o Congresso,
inflação a cair a quase zero por mês. Com o sucesso do pla-
tenta elaborar uma Reforma Política.
no, FHC, foi facilmente eleito, em 1994, seu partido, o PSDB
continuou o processo de privatizações, dizia que assim, te-
QUESTÕES
ria verbas para investir na saúde e na Educação. Conse-
guiu em meio a denúncias de corrupção (compra de votos) 1. (SEE -PB - Professor – História - INSTITUTO AOCP
apoio para a Reeleição, desse modo, continuou presidente – 2019) Em 1808, o Príncipe Regente Dom João desembar-
mais 4 anos, no Brasil, vencendo as eleições de 1998, Lula ca no Brasil acompanhado de seus familiares e da sua cor-
perdeu pela terceira vez. Na segunda gestão de FHC, o te. Sobre os fatos históricos que marcam esse importante
Plano real entrou em crise, foi desvalorizado, apesar de au- episódio da história do Brasil, assinale a alternativa correta.
mentar as exportações, aumentou muito a dívida externa, A) A chegada da família real ao Brasil data de 22 de
e o desemprego bateu recordes alarmantes. Uma crise de janeiro de 1808. Do ponto de vista mercantil, os desdobra-
energia, levou ao país ter que racionar energia elétrica, era mentos desse fato trouxeram grandes vantagens aos cofres
época do “apagão” em pleno século XXI. Houve pouco in- de Portugal, pois tal fato aperfeiçoou o funcionamento do
vestimento nas Universidades Públicas, surgiu movimentos pacto colonial ao intensificar o monopólio sobre o comércio
em favor da privatização delas. FHC ainda teve que enfren- de produtos coloniais.
tar os problemas dos grupos do MST (Movimento dos Tra- B) A fuga da corte portuguesa para a colônia pode ser
balhadores Rurais Sem-Terra), pois não conseguiu arrumar contextualizada no âmbito das guerras napoleônicas. Com
a Reforma Agrária, fazendo poucos assentamentos. José o Bloqueio Continental decretado em 1806, Napoleão Bo-
Rainha, que era o líder do Movimento. Outra característica naparte gerou para Portugal uma situação delicada na polí-
neoliberal de FHC, foi dar autonomia às agências, como a tica externa: ficar acuado entre duas potências que disputa-
ANATEL, por exemplo. Sem intervenção estatal, para cui- vam a hegemonia na Europa.
darem livremente da economia (na prática, aumentavam C) Durante o período em que esteve no Brasil, Dom
as taxas de telefones, mesmo sem autorização do Estado). João enfrentou, no Rio de Janeiro e em Salvador, uma obs-
No ano de 2002 Luís Inácio Lula da Silva, vence as elei- tinada oposição das elites econômicas, como os Maragatos
ções no segundo Turno, é a Primeira vez que um governo e os Chimangos, que reivindicavam, sem êxito, a abertura
de “esquerda” comanda o Brasil, pois historicamente, o PT dos portos às nações aliadas. Em represália, os comercian-
(Partido dos Trabalhadores) está historicamente ligado a tes brasileiros atuaram para expulsar o Príncipe Regente do
solo brasileiro.
movimentos sociais. O Governo Lula, foi marcado pela con-
D) Em 1821, em meio a uma crise sucessória, o Prín-
tinuidade do sistema econômico de Fernando Henrique, o
cipe Regente retorna a Portugal para ser coroado como
Ministro da Fazenda, Antônio Palocci, mantém a taxa de ju-
Dom João VI (em uma tradicional cerimônia realizada pelos
ros muito alta, para controlar a inflação e conter o consumo. membros da Corte de Lisboa) e expulsar definitivamente os
Uma das bandeiras do governo Lula foi o Fome Zero, onde franceses, que ainda dominavam a cidade do Porto.
seria o planejamento assistencialista para comunidades
carentes. Foi um fracasso. Lula buscou intermediar entre 2. (Prefeitura de Sapucaia do Sul - RS - Professor
os diversos grupos sociais. Mas não conseguiu atender as – Área II – História - FUNDATEC – 2019) Ocorrido no Nor-
exigências do MST, então não conseguiu evitar que o mo- deste no século XVIII, é considerado um dos maiores con-
vimento invadisse novas terras no país. Lula também pro- flitos políticos e militares da colônia, não podendo ser con-
moveu a Reforma da Previdência, e o funcionalismo público siderado apenas um episódio nacional, mas também, um
manifestaram seu descontentamento. Além de tudo isso, a quadro das relações internacionais entres os países euro-
Administração do governo, foi acusada, por uma corrupção, peus. Em outras palavras, uma luta pelo controle do açúcar
vinda do tesoureiro do Partido, Delúbio Soares, que estava e de suprimentos escravocratas. Com base estritamente no
num esquema de um publicitário mineiro Marcos Valério. contexto histórico, essa descrição refere-se à(s):
Onde eles conseguiram criar um caixa-dois para campanha A) Revolução dos alfaiates.
de Lula, e assim, conseguir dinheiro para pagar apoio aos B) Invasões francesas.
deputados, chamados de “Mensalão” pelo autor da denún- C) Invasões inglesas.
cia, o Deputado do PTB, Roberto Jefferson, que também D) Tomada dos portos pelos alemães.
estava envolvido na corrupção dos correios. A denúncia E) Invasões holandesas.

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3. (Prefeitura de Peruíbe - SP - Professor de Educa- 6. (IF-PB - Professor – História - IDECAN – 2019)


ção Básica II – História - VUNESP – 2019) Após a inde- Quanto à primeira Constituição do Brasil, outorgada por D.
pendência política, os portugueses sofreriam, rapidamente, Pedro I em 25 de março de 1824, é correto afirmar que
a rejeição explícita dos nacionais. Contribuía fortemente A) apresentou como forma de governo a monarquia
para isso o fato de o Partido Português experimentar ascen- constitucional, parlamentar e representativa, em acordo
são política no primeiro reinado, em detrimento do Partido com os princípios liberais, e tinha na Assembleia Geral os
Brasileiro, ao mesmo tempo em que Dom Pedro I, nascido representantes da nação brasileira.
em Portugal e herdeiro do trono luso, sofria o crescimento B) constituiu um governo baseado em três poderes polí-
de sua impopularidade. ticos, Legislativo, Judiciário e Moderador, sendo este último
A rejeição e agressividade brasileiras direcionadas aos considerado “a chave de toda organização política”, sendo,
portugueses aumentariam sensivelmente com o passar dos portanto, exercido pelo próprio Imperador.
anos no século XIX. Os lusos, na historiografia, eram toma- C) definiu juridicamente a condição de cidadão, as-
dos como sinônimos do passado colonial, de dependência segurando a inviolabilidade dos direitos civis e políticos a
e submissão brasileiras. todos os homens maiores de 21 anos nascidos no Brasil,
[Eduardo França Paiva, De português a mestiço: o ima- além de a todos os nascidos em Portugal que residissem
ginário brasileiro sobre a colonização e sobre o Brasil. Em: no país por ocasião da Independência.
Lana M. de C. Simam e Thais N. de L. Fonseca (orgs.). D) estabeleceu um sistema eleitoral baseado em uma
Inaugurando a História e construindo a nação. Discursos e acepção de cidadania que não distinguia os detentores dos
imagens no ensino de História. Adaptado] direitos civis dos que usufruíam direitos políticos, qualifican-
do os eleitores unicamente com base no critério censitário.
A partir do excerto, é correto considerar que E) influenciada pela matriz teórica iluminista e apoiada
A) a importância da colonização portuguesa foi reco- no pensamento político de Benjamin Constant, resultou da
nhecida durante o processo de formação do Estado nacio- tentativa de conciliar os princípios do liberalismo à manu-
nal brasileiro. tenção da estrutura socioeconômica e da organização polí-
B) as primeiras obras sobre a história nacional publi-
tica do Estado monárquico e escravocrata que emergira da
cadas até a metade do século XIX exaltavam os africanos
Independência.
pela resistência ao colonizador.
C) a produção historiográfica do século XIX recebeu
7. (Prefeitura de Campos Novos - SC - Professor –
importante influência da lusofobia presente entre os brasi-
História - FEPESE – 2019) No Período Regencial ocorre-
leiros.
ram no Brasil inúmeros movimentos políticos que têm, en-
D) a produção historiográfica no Primeiro Reinado era
tre as suas causas, a crise econômica e o conflito entre as
simpática a Dom Pedro I e reconhecia os ganhos civilizató-
rios do Brasil por causa de Portugal. ideias Unitaristas e Federalistas.
E) a forte aversão aos portugueses na primeira metade
do século XIX fez a historiografia nacional valorizar a pre-
sença de africanos no Brasil.
Assinale a alternativa em que os movimentos listados
4. (Prefeitura de São José do Cedro - SC - Profes- podem ser relacionados a esse período.
sor – História - AMEOSC – 2019) O projeto da primeira A) Sabinada e Guerra do Paraguai
Constituição brasileira foi marcado por divergências entre o B) Balaiada e Guerra dos Mascates
imperador Dom Pedro I e os deputados que queriam limitar C) Cabanagem e Revolução Farroupilha
seu poder. Desse modo, tomou a seguinte atitude: D) Guerra dos Canudos e Revolta dos Malês
A) Articulou um golpe de estado e governou por meio E) Cabanagem e Revolta de Felipe dos Santos
de decretos imperiais.
B) Aceitou a promulgação de uma constituição dividida 8. (SEE -PB - Professor – História - INSTITUTO
em três poderes, executivo, legislativo e judiciário. AOCP – 2019) Em virtude da menoridade do príncipe her-
C) Concentrou todos os poderes em apenas um, o cha- deiro Pedro de Alcântara, a Constituição de 1824 previa,
mado poder moderador, que foi promulgado pela Assem- para situações dessa natureza, o estabelecimento de um
bleia Constituinte. governo provisório que, no caso, ficou conhecido como pe-
D) Dissolveu a Assembleia Constituinte, mandou pren- ríodo regencial (1831 a 1840). Essa foi uma fase bastante
der vários deputados e outorgou uma nova constituição. conturbada da história do Brasil, devido a diversos levantes
e rebeliões. Assinale a alternativa que apresenta somente
5. (ISSBLU - SC - Médico Perito - FURB – 2019) Con- as revoltas ocorridas nesse período.
siderando-se os aspectos históricos do Brasil, assinale a al- A) Contestado, Praieira, Revolta de Filipe dos Santos.
ternativa que exibe um fato que marcou o primeiro reinado: B) Guerra dos Tamoios, Guerra de Canudos, Revolta
A) Guerra do Paraguai. de Juazeiro.
B) Término da Guerra dos Farrapos. C) Cabanagem, Sabinada, Levante Malê.
C) Início da Imigração. D) Revolta da Chibata, Revolta da Vacina, Revolução
D) Fim da Monarquia. Farroupilha.
E) Guerra da Cisplatina.

História 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


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9. (Prefeitura de Santa Rosa - RS - Professor de His- ” VIANNA, Marly de Almeida Gomes. IN. Revista de His-
tória - FUNDATEC – 2019) Ainda hoje, transcorridos mais tória da Biblioteca Nacional. 26/10/2010.
de 150 anos da Guerra do Paraguai (1864-1870), ainda se O fato histórico descrito acima, conhecido como o fim
problematiza sobre seu custo humano e suas consequên- da Política do Café com Leite, prática política que chegou
cias. Sobre o contexto e as consequências desse conflito, a predominar durante boa parte da Primeira República no
assinale a alternativa INCORRETA. Brasil (1889 - 1930), promoveu vários impactos na vida po-
A) Embora traumática, a guerra representou a conjuga- lítica, econômica e social brasileira. Um desses impactos
ção de energias de todo o país (Brasil) para vencê-la, visto vem a ser:
que, no início do conflito, voluntários se apresentaram em A) o “Vazio de Poder” instalado no país no imediato
diversas regiões do país, o imperador teve a sua imagem pós-30, que abriu a possibilidade, não apenas para a “con-
fortalecida, e o hino nacional e a bandeira foram incorpora- ciliação de interesses entre as classes dominantes”, mas
dos ao cotidiano dos grandes centros urbanos. para a instalação de um tipo de Estado pouco intervencio-
nista em todas as esferas da sociedade
B) No Uruguai, bem como no interior Argentino, a guer-
B) a organização da Aliança Liberal, que, além das oli-
ra foi popular, visto que os blancos não simpatizavam com
garquias mineiras, também contava com a presença das
a causa paraguaia.
oligarquias do Rio Grande do Sul e da Paraíba, com o Par-
C) No Sul, o Rio Grande não só se incorporou ao esfor- tido Democrata Paulista e com parte dos membros que par-
ço nacional com sua cavalaria, como foi, talvez, a província ticiparam do Tenentismo
mais beneficiada financeiramente, graças ao fornecimento C) o “Estado de Conciliação” instalado no país no ime-
de suprimentos para a guerra. diato pós-30, centralizador, autoritário e sob o domínio da
D) O Paraguai deixou de representar uma ameaça em alta burocracia civil-militar e dos grupos oligárquicos e bur-
relação ao Mato Grosso e, ao ser derrotado, teve que acei- gueses, que acabou permitindo que o operariado partici-
tar os limites que o Império pleiteava, bem como garantir a passe da “transação política”
livre navegação de seus rios internacionais pelas embarca- D) a implantação do Estado como “árbitro”, fruto da au-
ções brasileiras. sência de um único setor de classe dominante e com he-
E) Apesar do expressivo número de baixas militares, no gemonia política, levando-o a assumir o importante papel
plano econômico, a Guerra do Paraguai foi benéfica à ati- como “agente regulador” da acumulação de capital, mas
vidade pecuária argentina, enriquecendo alguns criadores, não como “produtor direto”
que se tornaram fornecedores de carne, couro e cavalos
para as tropas aliadas. 12. (Prefeitura de São José do Cedro - SC - Profes-
sor – História - AMEOSC – 2019) Após a proclamação da
10. (SEE -PB - Professor – História - INSTITUTO república, o primeiro governo presidencialista do Marechal
AOCP – 2019) Sobre a história política e social da república Deodoro da Fonseca tomou algumas medidas importantes:
dos coronéis, assinale a alternativa correta. (__) - Manteve a Igreja Católica como oficial do Esta-
A) A Constituição republicana de 1891 aboliu o sufrágio do, mas criou o registro civil para nascimento, casamento e
censitário que, até então, vigorava no Brasil, permitindo o óbito; (__) - Secularizou os cemitérios, que passaram a ser
voto a todos os homens e mulheres alfabetizados. controlados pelas autoridades municipais; (__) - Criou no-
B) Constam entre os elementos que caracterizam esse vos símbolos nacionais, como a bandeira e a composição
período o voto do cabresto, a política do café-com-leite e a do atual hino nacional; (__) - Tinha inspiração positivista, o
chamada política dos governadores ou governantes. que aparece no lema da bandeira, ordem e progresso.
Considerando-se que (V) significa verdadeiro e (F) sig-
C) Nesse contexto, os coronéis, embora fossem ricos,
nifica falso, a sequência correta das proposições acima é:
evitavam usar sua influência econômica no cenário político.
A) V – F – V – V.
D) Os coronéis tinham grande preocupação com as
B) F – V – F – V.
camadas mais pobres e, por esse motivo, escolhiam can- C) F – F – V – V.
didatos e aliados políticos que lutavam pelos direitos dos D) V – F – F – V.
populares.
13. (Prefeitura de Fraiburgo - SC - Professor – His-
11. (Prefeitura de Cuiabá - MT - Professor de Ensino tória - FEPESE – 2019) Em 1911 teve início em Santa Ca-
Fundamental – História - SELECON – 2019) O fragmen- tarina um conflito de trágicas consequências. Saques, as-
to de texto a seguir faz uma breve análise acerca da crise sassinatos, destruição de fazendas e povoados foi o saldo
da República Oligárquica no Brasil. “ O fato de Washington do enfrentamento entre as tropas do governo e homens do
Luís (1869-1957), presidente da República de 1926 a 1930, povo mal armados, mas fanatizados por personagens como
não abrir mão de um candidato paulista para a sua suces- o Monge João Maria.
são, ajudou a organizar a oposição à oligarquia cafeicultora Assinale a alternativa que indica o conflito a que se re-
paulista. Como era a vez de um presidente mineiro no rodí- fere o texto.
zio, a insistência de Washington Luís no nome do paulista A) Guerra dos Bôeres
Júlio Prestes (1882-1946), levou ao lançamento de um can- B) Guerra dos Farrapos
didato de oposição. O rompimento de Minas Gerais com C) Guerra do Contestado
São Paulo foi decisivo para os acontecimentos políticos que D) Revolução Federalista
se seguiram (...). E) Revolta da Armada

História 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


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14. (Prefeitura de Campos Novos - SC - Professor – 16. (SEE -PB - Professor – História - INSTITUTO
História - FEPESE – 2019) Leia o texto AOCP – 2019) Getúlio Vargas governou o Brasil entre 1930
Mais uma vez as forças e os interesses contra o povo e 1945. Esse período ficou conhecido como Era Vargas e
coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. apresentou momentos de contrastes ao longo da sua dinâ-
Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e mica. Sobre esse momento da história do Brasil, informe
não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e
voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a assinale a alternativa com a sequência correta.
defender, como sempre defendi, o povo e principalmente ( ) A Era Vargas é comumente dividida em três fases:
os humildes.
Governo Provisório (1930-1934); Governo Constitucional
Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios
(1934-1937) e Estado Novo (1937-1945).
de domínio e espoliação dos grupos econômicos e finan-
( ) Getúlio Vargas enfrentou a oposição dos paulistas,
ceiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e ven-
ci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de em 1932, que exigiam a elaboração de uma Constituição e
liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos questionavam a presença dos interventores nos estados.
braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos inter- Esse conflito armado ficou conhecido como Revolução
nacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra Constitucionalista.
o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordiná- ( ) Em 1934, uma Nova Constituição entrou em vigor no
rios foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do Brasil. Entre as novidades dessa Carta, constam o estabe-
salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liber- lecimento do voto aberto (não secreto), a revogação do voto
dade nacional na potencialização das nossas riquezas atra- feminino e o fechamento da Justiça Eleitoral.
vés da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda ( ) Em 1943, o governo de Getúlio Vargas estabeleceu
de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculizada até a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). Dentre os pon-
o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. […] tos abordados nesse documento, estavam o salário míni-
O texto, conhecido como “carta testamento”, marca o mo, as limitações de horas de trabalho, as férias e a carteira
dramático fim de um governante que chegou ao poder com de trabalho.
a Revolução de 1930 e que, deposto em 1945, venceu com A) V – V – F – V.
grande margem de votos a eleição presidencial em 1950. B) F – F – V – V.
Assinale a alternativa que o identifica.
C) F – V – F – V.
A) Café Filho
D) V – F – V – F.
B) Getúlio Vargas
C) Eurico Gaspar Dutra
D) Jânio da Silva Quadros 17. (Prefeitura de Peruíbe - SP - Professor de Educa-
E) João Belchior Marques Goulart ção Básica II – História - VUNESP – 2019) Além do histrio-
nismo, o governo de Jânio Quadros seria marcado pela mal
15. (Prefeitura de Aracruz - ES - Professor de Histó- calculada tentativa de golpe através da renúncia, menos de
ria - IBADE – 2019) O golpe de outubro de 1930 resultou no sete meses depois da posse, que, embora não resultasse
deslocamento da tradicional oligarquia paulista do epicen- na conquista de poderes excepcionais para o Executivo,
tro do poder, enquanto que os demais setores sociais a ele era como tudo indica o que parecia pretender o político ex-
articulados e vitoriosos não tiveram condições, individual- cêntrico. [...] Jânio não possuía um plano de governo, como
mente, nem de legitimar o novo regime, nem, tampouco, sói acontecer com todos os governantes eleitos pelo discur-
de solucionar a crise econômica. O período de 1930-1937 so ético-moral mobilizador da noção de “crise moral” e pelo
pode, por isso mesmo, ser definido como de crise política “programa” de combate à corrupção. Porém, dois aspectos
aberta, sem que nenhuma das frações de classe envolvidas de seu “governo” devem ser destacados.
lograsse tornar-se hegemônica em sucessão à burguesia [Carlos Fico, O Brasil no contexto da Guerra Fria: de-
cafeeira (…). mocracia, subdesenvolvimento e ideologia do planejamen-
MENDONÇA, S. R. Estado e sociedade: a consolida- to (1946-1964). Em Carlos Guilherme Mota (org). Viagem
ção da república oligárquica. In LINHARES, M. Y. História
incompleta. A experiência brasileira (1500-2000): a grande
Geral do Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 1990.
transação]
Na História do Brasil, a fase inicial da Era Vargas (1930
Segundo o artigo, no governo Jânio Quadros, merecem
– 1937) se caracterizou pela:
A) preocupação de institucionalizar as relações entre o destaque:
Estado e o operariado. A) o acordo econômico com os EUA, pelo qual o Brasil
B) supressão de conotações nacionalistas, garantindo receberia investimentos diretos para a modernização da in-
o alinhamento com os EUA. dústria nacional; a criação da Superintendência de Desen-
C) coesão entre as oligarquias agrárias, impedindo a volvimento do Nordeste, com o objetivo de diminuir acen-
ascensão da burguesia industrial. tuadamente as disparidades regionais brasileiras.
D) estabilidade política necessária à plena implementa- B) criou a Universidade de Brasília, um novo modelo de
ção da modernização conservadora. universidade, voltada ao desenvolvimento nacional; propôs
E) descentralização dos instrumentos de controle e de reformas de base como a agrária, a bancária, a fiscal, a
decisão, sobretudo os econômico-financeiros. urbana e a administrativa.

História 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

C) a fundação do Banco Nacional de Desenvolvimento D) o corte de despesas e o aumento da arrecadação redu-


Econômico, com o intuito de financiar os grandes projetos ziram o déficit público, porém isso não refletiu em melhorias na
de infraestrutura; a promulgação da Lei de Diretrizes e Ba- qualidade de vida da população brasileira em geral.
ses da Educação Nacional, que preconiza o direito à escola
básica para todos os brasileiros. 20. (Prefeitura de Aracruz - ES - Professor de História
D) propôs o Plano Trienal, que visava combater a infla- - IBADE – 2019) O milagre (econômico) começa, entretanto,
ção e fazer o país crescer a uma taxa de 7% ao ano, com a mostrar sua fraqueza ao longo do governo do quarto ge-
distribuição de renda; promulgou a chamada “Lei do Pro- neral-presidente, Ernesto Geisel, quando os dois pilares do
duto Similar Nacional”, para garantir a reserva de mercado desenvolvimento brasileiro (endividamento externo e arrocho
para produtos de empresas estrangeiras que viessem para salarial) parecem chegar ao seu limite. Em particular, o endivi-
o Brasil. damento, com juros flutuantes, parece engolir, cada vez mais,
E) a proposta de uma política externa independente, fatias enormes do Produto Interno Bruto.
SILVA, F. C. T. da. A Modernização Autoritária: do golpe
que buscava ultrapassar a esfera do restrito subsistema in-
militar à redemocratização. In LINHARES, M. Y. História Geral
teramericano; o saneamento das finanças por meio da des-
do Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 1990.
valorização cambial, da contenção dos gastos públicos e do
A crise do Milagre Econômico, cujos sintomas se apresen-
controle da expansão monetária. taram durante o governo Geisel (Brasil, 1974-1979), acentuou:
A) o descontentamento com o regime, que passou a ser
18. (Câmara de Fortaleza - CE – Redator - FCC – alvo de críticas.
2019) As políticas desenvolvimentistas dos anos 1950, le- B) as transformações institucionais, com a intensificação
vadas a cabo sobretudo nos governos de Getúlio Vargas e de atos discricionários.
de Juscelino Kubitschek, acabaram por gerar dois efeitos C) a diminuição das injustiças sociais, acelerando a ten-
colaterais em termos socioeconômicos, perceptíveis entre dência a distribuição de renda.
o fim dos anos 1950 e a década de 1960, tais como: D) a influência ARENA (Aliança Renovadora Nacional),
A) o aumento dos índices de pobreza causado pela su- que ampliou suas vitórias eleitorais.
perexploração dos trabalhadores, e a diminuição da classe E) a abertura política, cuja implementação rápida provo-
operária, uma vez que foram efetivados projetos de em- cou insegurança e instabilidade no governo.
preendedorismo rural.
B) o incremento de impostos e tributos, devido aos cus- GABARITO
tos demandados para se construir Brasília, e a devastação
da Amazônia setentrional com vistas à ocupação demográ-
fica e à exploração agrícola.
1. B
C) a intensificação da desigualdade inter-regional, cau- 2. E
sada pela concentração de investimentos no centro-sul, e o 3. C
aumento da migração interna, principalmente do Nordeste
para o Sudeste do país. 4. D
D) a crise do agronegócio monopolista, por causa da 5. E
política de financiamento ao pequeno produtor, e a faveli-
zação da periferia das grandes cidades, acompanhando a 6. E
instalação de grandes parques industriais. 7. C
E) a erradicação do analfabetismo, resultante de polí-
ticas nacionais de alfabetização, e a urbanização do Cen- 8. C
tro-Oeste, em virtude da abertura de estradas e núcleos de 9. B
povoamento.
10. B
19. (IF-SP – História - IF-SP – 2019) Para controlar 11. B
a situação político-financeira dos últimos meses do gover-
no Goulart, o Programa de Ação Econômica do Governo
12. B
(PAEG) foi instituído em novembro de 1964 com duração 13. C
prevista até março de 1967. Sobre essa política de estabili-
14. B
zação de curto prazo, podemos afirmar que:
A) combinou o intervencionismo governamental aos in- 15. A
teresses do empresariado nacional, impedindo a remessa 16. A
de lucros de empresas estrangeiras no exterior.
B) resolveu o problema crítico da dívida externa com 17. E
ajuda do governo estadunidense, por meio de assistência 18. C
econômica do Banco Interamericano de Desenvolvimento.
C) o controle da inflação e a criação do Fundo de Ga- 19. D
rantia por Tempo de Serviço (FGTS) geraram estabilidade e 20. A
aumento do poder aquisitivo dos trabalhadores brasileiros.

História 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

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História 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


GEOGRAFIA
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Crescimento da população no século XX


1. POPULAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO SOCIOES- A partir da década de 1950, os países em desenvolvi-
PACIAL EM MÚLTIPLAS ESCALAS (PARANÁ, mento passaram a registrar elevadas taxas de crescimento
BRASIL, MUNDO). 1.1. TEORIAS E CONCEITOS populacional, fenômeno que ficou conhecido como explo-
BÁSICOS EM DEMOGRAFIA E POLÍTICAS DE- são demográfica. Alguns desses países chegaram a dobrar
MOGRÁFICAS. 1.2. ESTRUTURA DEMOGRÁFI- a sua população em menos de três décadas e foram os
CA, DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO E NOVOS que mais contribuíram para o crescimento da população
ARRANJOS FAMILIARES. MOVIMENTOS, REDES mundial no século XX. Atualmente, eles concentram mais
DE MIGRAÇÃO E IMPACTOS ECONÔMICOS, de 80% da população do planeta, e esse índice tende a
CULTURAIS E SOCIAIS DOS DESLOCAMENTOS aumentar. Muitas doenças infecciosas que assolavam prin-
POPULACIONAIS. POPULAÇÃO, MEIO AMBIEN- cipalmente os países em desenvolvimento passaram a ser
TE E RISCOS AMBIENTAIS. 1.3. TRANSFORMA- controladas com campanhas de vacinação em grande es-
ÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO E ECO- cala e uso de antibióticos. Essas práticas se estenderam
NOMIA INFORMAL. 1.4. DIVERSIDADE ÉTNICA E a várias regiões do mundo, provocando declínio significa-
CULTURAL DA POPULAÇÃO. 1.5. GEOGRAFIAS tivo nas taxas de mortalidade, com consequente aumento
DAS DIFERENÇAS: QUESTÕES DE GÊNERO, SE- no ritmo de crescimento da população. No entanto, com o
XUALIDADE E ÉTNICO-RACIAIS. 1.6. ESPACIALI- processo de urbanização em diversos países emergentes,
DADES E IDENTIDADES TERRITORIAIS. entre eles o Brasil, as taxas de natalidade passaram a de-
clinar, provocando sensível queda nas taxas de crescimen-
to populacional. Se na África, onde a taxa de urbanização
No decorrer da história da humanidade, de modo geral, ainda é relativamente baixa, o número médio de filhos por
o ritmo de crescimento populacional foi lento. A natalida- mulher está próximo de cinco, na América Latina e no Cari-
de elevada era acompanhada pela mortalidade quase na be, onde a urbanização foi intensa, essa taxa média é pra-
mesma proporção. A fome, as epidemias e as catástrofes ticamente a metade da africana.
naturais chegavam a dizimar povos inteiros.
População  e  recursos  naturais
Revolução industrial e crescimento da população O aumento da população frequentemente tem sido
O acelerado crescimento demográfico mundial é rela- apontado como principal responsável pela dilapidação dos
tivamente recente. Inicialmente, o fenômeno restringiu-se recursos naturais. Essa visão sobre o crescimento popula-
à Europa, em decorrência da Revolução Industrial e das cional é parte da teoria ecomalthusiana, que surgiu entre
transformações provocadas no modo de vida e na distri- ecologistas e ambientalistas no final da década de 1960,
buição espacial da população. Houve mudanças nos hábi- com a publicação do livro A bomba populacional, de Paul
tos sociais e alimentares e nas relações de trabalho, além Ehrlich (1854-1915). A obra relaciona a pressão popula-
do intenso processo de migração do campo para a cidade. cional sobre os recursos naturais e aponta o controle do
As condições de vida nas áreas industriais eram precárias, crescimento da população como instrumento necessário
mas aos poucos ocorreram melhorias sanitárias significati- para que a vida no planeta seja viável. Como os países
vas, avanços na medicina e a população urbana passou a em desenvolvimento são os maiores responsáveis pelo
ter maior acesso a serviços de saúde. Esses e outros fato- aumento da população mundial, o controle da natalidade
res contribuíram para a diminuição da mortalidade geral e neles passou a ser considerado prioritário na edificação de
infantil, a elevação da expectativa de vida e o aumento do um mundo mais comprometido com as questões socioam-
bientais. No entanto, os ambientalistas também argumen-
número de habitantes nos países industrializados europeus
tavam que as sociedades de consumo consolidadas estão
do século XVIII e XIX. A Revolução Industrial represen-
nos países desenvolvidos, que apresentam as menores
tou, portanto, mais do que uma transformação no modo de
taxas de crescimento populacional e representam menos
produção, uma transformação tecnológica e científica que
de 20% da população mundial, mas possuem as maiores
atingiu todas as áreas do conhecimento, entre elas a medi-
rendas por habitante. Assim, a apropriação dos recursos da
cina. A vacina contra a varíola foi a descoberta médica mais
natureza e das fontes de energia ocorre justamente na par-
importante para o crescimento populacional entre o final do
te menos populosa do mundo. Na sociedade de consumo
século XVIII e o início do século XIX. Outros fatores tam- novos produtos são lançados todos os dias, em substituição
bém tiveram relevância nesse crescimento, como a utiliza- aos modelos anteriores. A propaganda estimula o desejo de
ção generalizada do trabalho infantil, que teria estimulado compra, criando novas necessidades. O consumo elevado
o aumento do número de filhos para elevar a renda familiar. estimula a produção de mercadorias e a necessidade de
A reflexão sobre as transformações na dinâmica po- exploração de recursos naturais. A tecnologia, ao mesmo
pulacional a partir da Revolução Industrial deu origem a tempo que possibilita a popularização do consumo, torna os
diferentes teorias que estudam as causas do crescimento produtos obsoletos num espaço de tempo cada vez menor.
demográfico, a capacidade dos recursos naturais para su- Portanto, os ambientalistas não se limitam à questão demo-
portar o crescimento e os impactos diversos na sociedade gráfica para discutir as ameaças ao planeta Terra em razão
humana; e a importantes debates sobre o tema. dos problemas ambientais, mas ressaltam também o papel
negativo do consumismo.

Geografia 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Fome e subnutrição
Um dos maiores desafios da humanidade é o combate à fome. Em 2015, a estimativa da ONU era de que 795 milhões de
pessoas no mundo ainda sofriam de subnutrição. Ao longo da última década, houve uma queda de 167 milhões no número de
pessoas subnutridas, mantendo um número ainda elevado, com diferenças acentuadas entre as regiões.
A fome está relacionada à distribuição de riquezas e à desigualdade entre os países e entre os indivíduos da sociedade
que os compõem. Entretanto, outras causas são responsáveis pelo agravamento do acesso aos alimentos, como desastres
naturais (secas, chuvas intensas, furacões etc.); práticas agrícolas inadequadas que esgotam a fertilidade do solo; o elevado
preço das sementes e de outros insumos agrícolas, que dificultam a agricultura familiar e de subsistência; a concentração de
terras; a expansão da agroenergia nas terras antes destinadas ao cultivo de alimentos; e a péssima infraestrutura agrícola nos
países em desenvolvimento, que contribui para encarecer o preço dos alimentos. Somam-se ainda as situações de guerras e
os conflitos persistentes em algumas regiões do mundo, onde há dificuldades para a produção agrícola, o inimigo é privado de
fontes de alimentação, plantações são destruídas e a chegada de ajuda humanitária de outros países muitas vezes é impedida.
A África Subsaariana, por exemplo, além de apresentar deficiências socioeconômicas, tem sido palco de conflitos permanentes
e de desastres naturais.
Dinâmica  populacional nos  países  desenvolvidos
No início do século XXI, outro fenômeno começa a se apresentar no mundo desenvolvido. Trata-se da estabilização de-
mográfica, em que as taxas de crescimento tendem a ficar em torno de 0% ao ano. Essa situação está presente no continente
europeu e, provavelmente, será atingida brevemente por outros países desenvolvidos. Como alguns países também registram
crescimento negativo, alguns demógrafos denominaram este novo fenômeno de implosão demográfica. Segundo previsões e
projeções da ONU, a população mundial, atualmente com mais de 7,3 bilhões de habitantes, iniciará um estágio de declínio de-
pois de atingir um contingente de aproximadamente 9,7 bilhões, por volta de 2050. Caso essa tendência se confirme, ocorrerá
um processo de retração da população mundial. Será a primeira redução significativa na população mundial, desde que a peste
negra assolou a Europa na Idade Média.
Brasil:  crescimento  da  população
Há pouco mais de um século, o Brasil tinha cerca de 17 milhões de habitantes, o equivalente em 2015 a cerca de 40% da
população do estado de São Paulo. De acordo com estimativas do IBGE, a população do país era de 205 milhões de habitantes
no final de 2015; e o Brasil, o quinto país mais populoso do mundo.
A dinâmica demográfica brasileira ilustra o acelerado crescimento ocorrido a partir de 1940, com a queda das taxas de
mortalidade nos países em desenvolvimento em razão das conquistas na medicina e do relativo avanço na área do saneamento
básico. Esse processo foi contínuo até 1960, quando o crescimento populacional brasileiro atingiu o ápice, com taxas médias
de quase 2,9% ao ano (entre 1950 e 1960). No entanto, com o intenso processo de urbanização a partir da década de 1960,
as taxas de crescimento começaram a declinar, ou seja, a natalidade tem diminuído num ritmo superior ao da mortalidade. Em
2015, a taxa de crescimento populacional era de apenas 0,83%.
A urbanização provocou mudanças no modo de vida das mulheres e a consequente queda da natalidade. Nas cidades,
as mulheres conquistaram maior espaço no mercado de trabalho, optando por ter filhos mais tarde e em menor número para
viabilizar a sua vida pessoal e seu desenvolvimento profissional. Além disso, há questões como o maior custo para a criação
dos filhos nas cidades, maior acesso a informações sobre métodos anticonceptivos, a pílulas anticoncepcionais e a preserva-
tivos, oferecidos gratuitamente pelo sistema público de saúde, e a noções de planejamento familiar. No caso das mulheres de
famílias mais pobres, o trabalho extradomiciliar tornou-se imprescindível para a complementação da renda familiar. A taxa de
fecundidade da mulher brasileira caiu de 6,2 filhos, em 1960, para 1,9 filho, em 2010. E de acordo com a estimativa do IBGE,
em 2015 era de 1,7 filho.

Brasil: taxas de fecundidade – 1960-2015*

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Demografia: entendendo os termos tencialmente consideradas fora desse mercado (com me-
Em algum momento você pode ter visto em noticiários nos de 15 anos ou mais de 65 anos, aproximadamente). É
assuntos relacionados à queda das taxas de natalidade e evidente que esse critério não corresponde plenamente à
mortalidade de um país e quanto isso influencia, a longo realidade de diversos países – inclusive o Brasil – em que,
prazo, em questões políticas, econômicas e sociais dos entre as camadas sociais pobres, o trabalho infantil ainda
países. O estudo do crescimento da população humana de- persiste e muitos idosos são obrigados a trabalhar até mor-
pende da análise de importantes variáveis: a natalidade, a rer ou serem incapacitados por motivo de doença.
mortalidade e outros indicadores utilizados pela demogra-
fia. Pirâmides etárias e fases do crescimento demográfico
• Taxa de natalidade: número de nascidos vivos (ex- A pirâmide etária é uma representação gráfica da popu-
cluídos os natimortos) em um ano, calculado a cada mil lação por sexo e idade. Ela deve ser analisada a partir do
habitantes. É a relação entre os nascimentos anuais e a número de homens e mulheres em cada faixa etária com re-
lação à população total. Por meio da análise do formato das
população total, expressa por mil habitantes. No exemplo
pirâmides etárias, é possível conhecer as alterações demo-
abaixo, em um ano, para cada grupo de 1.000 habitantes,
gráficas dos países e suas tendências ao longo do tempo.
nasceram 14 crianças.
Pirâmides etárias que apresentam uma base larga indicam
• Taxa de mortalidade: número de óbitos em um ano a um grande número de jovens, e o estreitamento acentuado
cada mil. É calculada a partir da relação entre óbitos anuais até o topo representa um pequeno número de idosos, ou
e a população total, expressa por mil habitantes. seja, altas taxas de natalidade e baixa expectativa de vida.
• Taxa de mortalidade infantil: número de óbitos de Um país com essa representação é considerado um país
crianças com menos de um ano de vida, a cada mil nas- jovem, como é o caso dos países menos desenvolvidos,
cidas vivas (excluindo os natimortos), considerando-se o como o Quênia, por exemplo, de economia com base agrí-
período de um ano. cola e que permanece em fase de crescimento acelerado,
• Crescimento vegetativo: também denominado taxa de na segunda fase da transição demográfica.
crescimento natural, corresponde à diferença entre a taxa As pirâmides que apresentam um estreitamento na
de natalidade e a taxa de mortalidade. base, mas o restante triangular, indicam redução das ta-
• Crescimento demográfico: também chamado cresci- xas de natalidade e aumento da expectativa de vida, como
mento populacional, considera o crescimento natural ou ve- as de alguns países em desenvolvimento industrializados
getativo mais a migração líquida, calculada pela diferença (Brasil, México, Argentina) ou de nível sociocultural mais
entre a entrada de pessoas em um território e a saída delas elevado (Chile, Uruguai, Costa Rica), e estão na terceira
desse território. fase da transição demográfica.
• Taxa de fecundidade: número médio de filhos por mu-
lher, entre 15 e 49 anos, período considerado de procriação.
• População absoluta: total de habitantes de um lugar
(cidade, estado, país ou mesmo o mundo). Um país com
população absoluta elevada é considerado muito populo-
so; quando a população absoluta é pequena é considerado
pouco populoso.
• População relativa: também chamada densidade de-
mográfica, é a relação entre o total de habitantes (popula-
ção absoluta) e a área territorial que ocupam. É expressa
em habitantes por quilômetro quadrado (hab./km2).

Composição  etária  e  demandas  socioeconômi-


cas
Os padrões demográficos de um país ou uma região
(natalidade, mortalidade, migrações) determinam a compo-
sição da população em faixas etárias. Ao mesmo tempo que
resulta do estágio de desenvolvimento socioeconômico,
também influencia na economia e na divisão dos recursos
em saúde, educação, formação profissional e outros. Não As pirâmides com formas irregulares, trechos inter-
existe um critério único para a distribuição da população por mediários e topos um pouco mais largos nas idades mais
faixa etária. O mais adotado divide a população em jovens avançadas da população correspondem aos países com
(0-14 anos), adultos (15-65 anos) e idosos (acima de 65 predomínio de população adulta e grande quantidade de
anos). Essa distribuição tem como referência a população idosos. É o caso dos países desenvolvidos, que atingiram a
ligada ao mercado de trabalho (pessoas de 15 a 65 anos, quarta fase da transição demográfica, a fase de estabiliza-
aproximadamente), empregada ou não, e as pessoas po- ção demográfica, como a Alemanha, por exemplo.

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Desigualdade  entre  gêneros


As conquistas femininas foram significativas nas últimas décadas. Registrou-se elevação dos índices de esco-
laridade e da presença feminina no mercado de trabalho. No entanto, a desigualdade entre gêneros ainda persiste.
As oportunidades econômicas e a capacitação das mulheres permanecem profundamente limitadas, e o acesso a
cuidados de saúde reprodutiva, em questões relativas à gravidez na adolescência, e à assistência pré-natal permane-
cem precários em boa parte do mundo. As mulheres ainda desfrutam de menos oportunidades econômicas, recebem
rendimentos inferiores aos dos homens e ainda é inexpressiva a participação feminina na política e em cargos de
gestão pública e privada.
A violência contra as mulheres, que persiste em diversos países do mundo, é a mais grave constatação da desi-
gualdade entre os gêneros e da situação de submissão feminina. A maioria dos casos de violência ocorre em âmbito
doméstico; no contexto social, a mulher está sujeita às mais variadas formas de agressões, como o assédio sexual
no trabalho e em outras situações.
Em alguns países – como na Índia e na China – a violência começa antes do nascimento. Nesses países a prefe-
rência cultural pelo filho homem impele muitas famílias a interromperem o nascimento de meninas por meio do aborto
seletivo. A população masculina atualmente supera em grande volume a população feminina, em contraste com o que
acontece na maior parte do mundo.

Desigualdade de gêneros no Brasil


A população feminina apresenta níveis educacionais superiores aos da população masculina, em 2014. A média
de escolaridade das mulheres é de 8 anos, enquanto a escolaridade média dos homens é de 7,5 anos de estudo. No
entanto, as mulheres, com grande potencial para promover o desenvolvimento do país, ainda têm um caminho a ser
percorrido para a conquista da igualdade.
Apesar da implantação de políticas públicas nas últimas duas décadas voltadas para a promoção da mulher, a
desigualdade ainda persiste e atinge especialmente as mulheres mais pobres, principais vítimas da violência e da
exclusão social e econômica. Os papéis tradicionais desempenhados pelas mulheres e pelos homens ainda estão
enraizados na sociedade brasileira. Dessa forma, apesar da implantação de leis e de instituições voltadas à proteção
da mulher, a violência doméstica e as diferentes oportunidades econômicas ainda persistem. Em 2006, o governo
brasileiro promulgou a Lei Maria da Penha para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, estabelecendo
condenações mais severas aos agressores.

Questão da identidade sexual
Casos de desrespeito, preconceito e violência contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e trans-
gêneros, denominados LGBT, vêm sendo cada vez mais denunciados. Nesse contexto, multiplicam-se pelo mundo
associações e grupos ativistas em defesa do respeito à diversidade e à igualdade LGBT e em repúdio ao preconceito
e à intolerância em relação à identidade sexual. Ampliam-se também as discussões em diferentes esferas da socie-
dade, envolvendo políticos, religiosos, juristas, educadores, sociólogos, entre outros atores sociais. No âmbito legal,
alguns avanços no que diz respeito aos direitos dos LGBT vêm sendo conquistados. No Brasil, a união de pessoas do
mesmo gênero é reconhecida desde 2013. Em 2015, por exemplo, o casamento homoafetivo foi legalizado em todos
os Estados Unidos. Apesar de algumas conquistas, ainda há muita desinformação, preconceito e intolerância. A mídia
e diferentes grupos ativistas vêm denunciando casos de assassinato de homossexuais no Brasil. Nos últimos anos,
centenas de gays, travestis, transgêneros e lésbicas foram mortos no país. Soma-se à discriminação por homofobia
inúmeros casos de intimidação, piadas preconceituosas e exclusão em diferentes grupos sociais, como no trabalho,
na escola e até mesmo na família. Visando rever esse quadro, desde o início deste século, o governo brasileiro vem
buscando implementar ações contra o preconceito à identidade sexual.

Globalização E migrações
A partir do século XVI até pelo menos as primeiras décadas do século XX os principais movimentos migratórios
em escala transcontinental ocorriam da Europa para outras regiões do globo, sobretudo para a América, mas também
para a África e a Ásia.

Geografia 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A grande migração transatlântica – 1881-1890

Hoje, os fluxos migratórios internacionais mais importantes ocorrem sobretudo na direção inversa: dos países em
desenvolvimento para os países desenvolvidos. O sentido desses fluxos é, em muitos casos, resultado do distanciamento
(cada vez maior) entre a riqueza acumulada nos países desenvolvidos e a situação de pobreza enfrentada por parcela
significativa da população dos demais países. Leia o Entre aspas.

Principais fatores que impulsionam os deslocamentos


Os principais fatores que propulsionam a dinâmica migratória são a desigualdade socioeconômica entre os países, o
desemprego e a falta de perspectiva. Entre os acontecimentos que estimularam as migrações internacionais nas últimas
décadas, destacam-se: o ciclo recessivo da economia mundial, na década de 1980; a crise dos países socialistas e a
difícil transição para uma economia de mercado, nas décadas de 1980 e 1990; as políticas neoliberais, que, ao serem
incorporadas por diversos países em desenvolvimento, fragilizaram as relações trabalhistas e retiraram a proteção social.
Apesar de muitos países em desenvolvimento atraírem investimentos de empresas multinacionais, em muitos casos, a
entrada de empresas estrangeiras mais competitivas provoca a falência de empresas nacionais que utilizavam muita mão
de obra e pouca tecnologia.
Também influenciam os deslocamentos a evolução tecnológica, que intensificou as disputas entre as empresas e
a competição entre os profissionais no mercado internacional. Com as novas formas de produção de mercadorias e a
crescente informatização do sistema financeiro e dos serviços bancários e comerciais, as atividades econômicas estão
absorvendo cada vez menos trabalhadores, especialmente os de baixa qualificação, o que faz aumentar o desemprego.
Além disso, a disseminação no uso das redes sociais e da internet, em geral, contribui para que as pessoas tenham um
conhecimento ampliado sobre o mundo, sobre os diversos países, facilitando contatos e pesquisas para quem quer migrar.
A crise econômica de 2007/2008 provocou, num primeiro momento, diminuição do fluxo para os países desenvolvidos,
enquanto fez aumentar para alguns países emergentes, como o Brasil, que recebeu imigrantes gregos, portugueses,
espanhóis, além de haitianos e africanos de vários países do continente. Entretanto, em função dos desdobramentos da
crise, influenciada por problemas internos financeiro-econômicos em vários países, como a Rússia (afetada pela baixa no
preço do petróleo) e o Brasil, o fluxo para alguns emergentes diminuiu. A partir de 2011, o movimento populacional voltou
a crescer nos países desenvolvidos, inclusive em razão dos conflitos existentes em diversos países em desenvolvimento.
Em muitos países em desenvolvimento, estruturaram-se novos centros de destino de pessoas, parte delas deixando para
traz a pobreza e a falta de perspectivas econômicas, outra parte os conflitos internos, as guerras ou as perseguições de
diversas ordens.

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Migrações externas Brasil até 1o de fevereiro de 2009. Desse modo, aproxima-


O Brasil foi um país de imigrantes. Primeiramente foi damente 50 mil estrangeiros ilegais passaram a contar com
ocupado pelos portugueses, que, por sua vez, trouxeram a possibilidade de regularizar sua permanência e obter vín-
para a colônia os africanos escravizados (imigração força- culos empregatícios de acordo com a legislação trabalhista
da). Entre 1850 e 1934, ocorreu a maior entrada de imigran- vigente ou ainda denunciar eventuais abusos cometidos por
tes no país, os quais vieram espontaneamente da Europa, aliciadores e empregadores, sem correr o risco de ser de-
no auge da agricultura cafeeira no Brasil. Os principais portado.
grupos que entraram no Brasil, em toda a história da imi-
gração espontânea, foram os portugueses, os italianos, os Emigrações de brasileiros
espanhóis, os alemães e os japoneses. Nesse período, o De acordo com estimativas divulgadas em 2015 pelo
governo paulista chegou a estimular o processo imigratório, Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty),
inclusive com ajuda financeira (subvenção). em 2014, cerca de 3,1 milhões de brasileiros viviam fora do
Além dos imigrantes constituírem mão de obra para a país. Apesar de grande parte desses emigrantes ter forma-
lavoura cafeeira, após a proibição do tráfico de escraviza- ção profissional, na maioria das vezes exercem tarefas de
dos em 1850 (lei Eusébio de Queirós), vários grupos, prin- baixa qualificação nos países onde residem.
cipalmente alemães e italianos, foram utilizados para a co-
lonização da atual Região Sul do país. Com a abolição da Movimentos atuais
escravatura (1888), o número de imigrantes multiplicou-se Atualmente, as atividades econômicas tornaram-se
e se manteve elevado até as primeiras décadas do século mais diversificadas em todas as regiões. Além disso, a
XX. A partir de 1934, foi estabelecida a Lei de Cotas, que “guerra fiscal” travada entre os estados, que lançam mão
restringia a entrada de estrangeiros, com exceção dos por- de isenções de impostos para atrair empresas, leva a uma
tugueses. O declínio da economia cafeeira, decorrente da relativa desconcentração industrial. Esse processo tem al-
crise mundial de 1929, afetou o crescimento econômico do terado a dinâmica do fluxo populacional, caracterizado pelo
Brasil. A nova lei foi justificada como uma forma de evitar crescimento das cidades médias em um ritmo superior ao
que o índice de desemprego aumentasse ainda mais, pro- das metrópoles, particularmente do Sudeste. O Censo de
vocando instabilidade social. A lei de Cotas estabelecia que 2010 apontou uma redução no volume total de migrantes,
apenas 2% do total de imigrantes de cada nacionalidade, que caiu de 3,3 milhões de pessoas no quinquênio 1995-
que haviam entrado nos cinquenta anos anteriores à pro- 2000 para 2 milhões no quinquênio 2004-2009. O Sudes-
mulgação da lei, podiam fixar residência no país. Embora te apresentou saldo líquido migratório negativo, apesar de
numa proporção bem menor, o Brasil continuou recebendo São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro apresentarem
imigrantes. A partir da década de 1940, a imigração para o saldo positivo. Outras regiões passaram a atrair população,
país esteve muito ligada à conjuntura da Segunda Guerra e muitos migrantes residentes no Sudeste retornaram à sua
Mundial. Os principais grupos de imigrantes à época foram região de origem. O Centro-Oeste, em razão do crescimen-
judeus, poloneses, japoneses e chineses, além de italianos, to das cidades médias e do desenvolvimento agropecuário
alemães e pessoas de outros países europeus. e do setor de serviços, havia apresentado o mais expressi-
vo saldo migratório líquido positivo
Nova onda migratória: outros contextos
Na década de 1970, o Brasil recebeu muitos imigrantes Trabalho  e  economia  informal
de Angola e Moçambique. Tendo perdido privilégios com a Entende-se por economia informal o conjunto de ativi-
descolonização desses países, vieram para o Brasil diver- dades não registradas legalmente – à margem dos núme-
sos descendentes de portugueses que lá viviam. A partir do ros oficiais que indicam o desempenho da economia, como
final do século XX, sobretudo nos anos 1990, o país passou o Produto Interno Bruto (PIB) – e que não sofrem qualquer
a receber maior quantidade de imigrantes peruanos, boli- espécie de tributação. Mais da metade dos trabalhadores
vianos, paraguaios, argentinos, coreanos e chineses. Mui- do mundo, sem contrato e acesso à seguridade social, es-
tos desses imigrantes estão em situação ilegal. Com vistos tão na informalidade da economia e é expressivo o volume
vencidos e vivendo na clandestinidade, não podem traba- de dinheiro que circula nesse setor, especialmente nas eco-
lhar com carteira assinada, adquirir casa própria ou montar nomias menos avançadas. os grupos mais atingidos pelo
seu próprio negócio. trabalho informal são os jovens, as mulheres e os idosos.
Na cidade de São Paulo e em outras cidades do inte- o comércio ambulante é a face mais conhecida do trabalho
rior paulista, por exemplo, parte desses imigrantes trabalha informal. Nas grandes cidades, os trabalhadores desse tipo
em confecções que funcionam ilegalmente. Nelas, subme- de atividade – conhecidos como camelôs – amontoam-se
tem-se a regimes de semiescravidão, com jornada diária nas calçadas, disputando espaço com pedestres, clientes e
de até 17 horas e rendimento inferior ao do salário mínimo comerciantes legalizados. Em suas barracas, ou até mes-
estabelecido no país. Apesar dos abusos sofridos, esses mo no chão, os camelôs comercializam uma infinidade de
imigrantes evitam denunciar a situação para as autoridades produtos, tanto nacionais como importados, falsificados ou
brasileiras por terem entrado clandestinamente no país, o contrabandeados (figura 6). Além de o setor informal não
que resultaria na deportação para seu país de origem. Em gerar impostos, não há fiscalização sobre a qualidade dos
meados de 2009, o governo federal aprovou uma lei anis- produtos, nem controle das condições de trabalho. No en-
tiando todos os imigrantes que entraram irregularmente no tanto, parcela significativa dos rendimentos adquiridos com

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a atividade informal é gasta com o consumo de produtos fabricados legalmente e serviços da economia formal. o setor
informal também constitui uma válvula de escape para a fragilidade econômica de vários países incapazes de gerar renda
ou empregos suficientes para o conjunto da população. Sem a economia informal, o número de pessoas sem renda seria
maior e agravaria os problemas sociais em boa parte do mundo.
A flexibilização das leis trabalhistas incentiva o surgimento de contratos temporários de trabalho, de tempo parcial, ou,
ainda, por conta própria. Essa flexibilização ou desregulamentação vem sendo acompanhada por um intenso processo
de terceirização – transferência de atividades de uma empresa para outras, com vistas à redução de custos. Antes, a ter-
ceirização estava mais restrita às atividades-meio de uma empresa, como serviços de alimentação, limpeza, segurança,
contabilidade e consultoria. Hoje, porém, ela atinge suas atividades-fim, como a própria atividade produtiva de fabricantes
de celulares, televisores, produtos de higiene e limpeza, alimentos, entre outros. Nesses casos, como os salários nas em-
presas terceirizadas são menores, os custos para a empresa que terceiriza diminuem, maximizando seus lucros.

Trabalho no Brasil
o desemprego e outros problemas relacionados ao trabalho, como a baixa remuneração, os trabalhos escravo e
infantil, constituem nos dias atuais grandes desafios ao Brasil. Essas questões tornam-se ainda mais complexas se con-
siderarmos as dimensões do país, as desigualdades entre as regiões e a instabilidade econômica provocada pela crise
econômica e política desencadeada em 2014/2015.

Informalidade no mercado de trabalho


Apesar de ainda apresentar elevado grau de informalidade em sua economia, o Brasil, na última década, mostrou uma
melhora expressiva na formalização do mercado de trabalho, incluída a formalização do emprego doméstico. Contudo,
essa melhora no período foi revertida a partir de 2015, em função da crise econômica e política iniciada naquele ano. Em
situação de crise e aumento do desemprego, parte da população busca estratégias de sobrevivência na informalidade.

Questão do meio ambiente


O rápido crescimento urbano brasileiro – somado à falta de ações governamentais – trouxe consequências socioam-
bientais de grande amplitude, que repercutem na qualidade de vida dos moradores das grandes cidades.

Saneamento básico e escassez de água potável


O aumento da população e a expansão urbana levaram à ampliação de áreas desprovidas de saneamento básico
(sistema de coleta regular de lixo e de tratamento de água e esgoto). Os depósitos de resíduos sólidos em locais inapro-
priados e a falta de coleta de lixo aumentam os riscos de transmissão de doenças infectocontagiosas, que atingem prin-
cipalmente a população de baixa renda. A ingestão de água não tratada, muitas vezes retirada de rios e córregos onde o
esgoto doméstico é despejado, também traz sérios riscos de contaminação.
As dificuldades de abastecimento de água à população das regiões metropolitanas são cada vez maiores por causa
da poluição das bacias hidrográficas, onde o esgoto – muitas vezes sem tratamento – é despejado, e da ocupação das
áreas de mananciais. Esse problema, associado ao desperdício e a vazamentos, aumenta os riscos de racionamento e
escassez de água potável nas grandes cidades brasileiras.

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Poluição do ar diferentes eram reduzidas, dado o pouco contato entre os


A má qualidade do ar, decorrente da elevada emissão grupos. Esse relativo isolamento levou cada grupo a criar
de poluentes, sobretudo por veículos, e a falta de áreas mecanismos próprios de sobrevivência, formas específicas
verdes são fatores que prejudicam a qualidade de vida da de transformação da natureza e de vivência em comuni-
população nas grandes cidades brasileiras. Tanto no Brasil dade. Isso fez com que se desenvolvessem crenças, cos-
como no mundo, diversas doenças pulmonares e cardio- tumes, formas de comunicação, idiomas, manifestações
vasculares são causadas pela péssima qualidade do ar ur- artísticas, culinária, métodos e equipamentos de produção
bano. A expansão populacional em ritmo acelerado sobre diferentes, originando, assim, culturas distintas. No decor-
as áreas limítrofes à mancha urbana reduz a quantidade rer da história, os contatos entre os povos ocasionaram tan-
de áreas com remanescentes de vegetação. Além disso, as to choques como assimilações culturais, intensificados em
áreas verdes e as árvores das cidades são, muitas vezes, virtude das migrações, das guerras, do desenvolvimento e
destruídas para dar lugar a vias pavimentadas e a cons- do crescimento da atividade comercial. Esses contatos pos-
truções. Além da piora da qualidade do ar, a escassez de sibilitaram, ainda, o surgimento de novas culturas.
vegetação traz outros problemas, como o aumento das
temperaturas e da sensação de calor. Choque entre culturas e etnocentrismo
Algumas áreas verdes que restam em muitas grandes A etnia é um dos elementos do processo de construção
cidades brasileiras se transformam em parques urbanos da identidade de um grupo sociocultural. Um grupo étnico
destinados às atividades de lazer e entretenimento. Tal fato agrega pessoas que partilham laços culturais ou biológicos
acaba sendo explorado pela especulação imobiliária nos (ou ambos) e se identificam umas com as outras ou são
bairros do entorno, já que a população pode desfrutar de identificadas como tal por outros grupos. Assim, a identi-
uma melhor qualidade do ar, de um microclima mais ameno dade étnica resulta de fatores construídos historicamente,
e de uma paisagem esteticamente atraente. como a ancestralidade comum, as formas de organização
da sociedade, a língua e a religiosidade. É uma forma de le-
Destinação do lixo gitimação de determinada realidade, de determinado modo
A quantidade e o destino do lixo produzido nas áreas de vida socialmente construído. O encontro entre duas cul-
urbanas também são sérios problemas ambientais. Ao ser turas comumente provoca a avaliação recíproca da cultura
depositado em terrenos impróprios, o lixo causa mau chei- do “outro”, normalmente feito a partir da cultura do “eu”. Ao
ro, proliferação de roedores e baratas e contaminação do analisar a outra cultura, tende-se a considerar a sua como
solo e da água (com o chorume), provocando danos sociais referência, como a ideal e a correta. Essa atitude leva à
e ambientais. visão etnocêntrica, ou seja, ao julgamento de outros grupos
O aumento da quantidade de lixo produzido e a falta de com base em valores e padrões de comportamento do seu
espaço destinado à construção de aterros sanitários dificul- próprio grupo. Dessa forma, há uma valorização do próprio
tam a resolução do problema. Eles acabam sendo construí- grupo que ignora ou rejeita a possibilidade de o outro ser di-
dos em áreas cada vez mais distantes das cidades, já que ferente. Passa-se a desprezar os valores, o conhecimento,
as pessoas não devem morar em lugares próximos a eles. a arte, a crença, as formas de comunicação, as técnicas,
As operações de despejo dos resíduos sólidos passam a enfim, a cultura do “outro”. A dificuldade de entender as dife-
ficar cada vez mais custosas, onerando os cofres públicos. renças em relação a outras etnias pode provocar estranhe-
A Política Nacional de Resíduos Sólidos previa que em za, medo e hostilidade.
2014 não deveriam existir mais lixões no Brasil, mas houve
prorrogação do prazo para 2018. Em 2014, apenas cerca Questão étnica no brasil: povos indígenas e afro-
de 40% do lixo produzido no país tinha destino adequado, descendentes
ou seja, em aterros sanitários, onde há melhor proteção Antes da chegada dos portugueses às terras que viriam
para minimizar a contaminação do ar, do solo e de lençóis a formar o território brasileiro já existia um mosaico étnico
freáticos. Com a existência dos lixões, esses três elemen- com a presença de diferentes povos indígenas. Com o iní-
tos sofrem contaminação, pois em sua formação não existe cio do processo de colonização no século XVI, portugueses
nenhum tipo de preparação, como: manta de argila e PVC foram ocupando o território e dominando e exterminando
para proteger o solo e o lençol freático; cobertura diária os povos nativos. A eles, somaram-se os milhões de africa-
para não poluição do ar; captação e queima do metano; nos, trazidos à força para trabalhar como escravos, entre
tratamento do chorume – resíduo da decomposição do lixo os séculos XVI e XIX. A partir de meados do século XIX,
orgânico. Além disso, o índice de reciclagem de materiais, chegaram ao Brasil, para trabalhar na lavoura do café e,
apesar de ter crescido nos últimos anos no país, ainda é posteriormente, nas indústrias, grupos de imigrantes euro-
muito baixo: menos de 5% dos resíduos são destinados à peus (italianos, espanhóis, alemães, poloneses, além dos
coleta seletiva. próprios portugueses) e asiáticos (árabes, japoneses, chi-
neses). Assim, o Brasil é formado por grupos étnicos distin-
Diversidade cultural tos, entre os quais ocorreu um intenso processo de misci-
Nos primórdios da história da sociedade humana, o in- genação. Apesar de terem em comum a língua – um vínculo
divíduo se identificava basicamente com o clã e a aldeia em marcante –, alguns grupos mantêm as suas tradições.
que vivia. As chances de conhecer valores e características

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Afrodescendentes
Os africanos trazidos como escravos para o Brasil
eram principalmente sudaneses (Iorubás, Jejes, Malês,
Ibos, entre outros) e bantos (como Cabindas, Bengalas,
Banquistas, Tongas) de Angola e Moçambique. Calcula-
-se que, durante o período de escravidão (da primeira
metade de 1500 até 1888), foram capturados e trazidos
para o Brasil cerca de 5 milhões de africanos, que en-
travam no país principalmente pelos portos de Salvador,
Recife e Rio de Janeiro. Aqui, trabalharam na lavoura de
cana-de-açúcar, de algodão, de café e na mineração,
além de realizar outras atividades, como trabalhos do-
mésticos e de ofício (carpinteiros, pintores, pedreiros,
ourives etc.).
O Brasil foi o último país ocidental a abolir a escra-
vidão, o que ocorreu há pouco mais de um século, em
1888. Apesar de libertos, os ex-escravizados, deixados
à própria sorte, continuaram em situação desfavorável.
Nessa época, estimulava-se a imigração e os postos de
trabalho eram ocupados principalmente por europeus,
que em geral já desenvolviam em seus países de origem
atividades na lavoura, no comércio e na indústria. O Bra-
sil é o país que abriga a maior população negra fora da
África: dados do IBGE de 2014 indicam que a população
Povos indígenas que se declara preta e parda (53,6%) supera a população
Dos indígenas que escaparam da escravidão – milhares que se declara branca (45,5%). No entanto, os afrodes-
resistiram ao trabalho imposto pelos portugueses –, muitos cendentes enfrentam inúmeras dificuldades, consequên-
foram exterminados durante o processo de colonização e, cia das desigualdades sociais e do preconceito.
posteriormente, em conflitos com fazendeiros, garimpeiros Além da raiz histórica – marcada por quase quatro sé-
e outros grupos que invadiam suas terras. Além das mor- culos de escravidão –, a situação de desigualdade social
tes em conflitos, comunidades inteiras de indígenas foram entre brancos e afrodescendentes se mantém em função
aniquiladas ao contraírem as doenças trazidas pelo coloni- da educação pública deficiente, do difícil acesso às in-
zador, como gripe, catapora e sarampo. Outras tiveram sua formações que estão associadas às novas tecnologias
cultura descaracterizada pelos processos de aculturação. (computador, serviços de banda larga, internet etc.), da
Cálculos aproximados indicam que, quando da chegada necessidade de jovens terem que ajudar na complemen-
dos portugueses, mais de 4 milhões de ameríndios viviam tação da renda familiar e do preconceito. Dessa forma, é
no que constituiu o atual território brasileiro. Eles formavam negado aos afrodescendentes – e também aos indígenas
diferentes nações com costumes, crenças e forma de or- – o princípio básico das sociedades democráticas, que é
ganização social e de sobrevivência próprias. Leia o Entre a igualdade de oportunidades. Segundo a atual Constitui-
aspas. O último censo registrou a presença de 896,9 mil ção brasileira, o racismo é considerado crime. Para a pu-
indígenas vivendo no Brasil, distribuídos em 305 etnias e nição às atitudes racistas, é necessário o testemunho de
que usam 274 línguas diferentes. Apesar dessa drástica uma terceira pessoa e de registro de ocorrência policial.
redução, a população indígena voltou a aumentar nas úl-
Muitas vezes, no entanto, o racismo não é manifestado
timas décadas, o que muitos atribuem a uma maior aten-
abertamente. É difícil, por exemplo, comprovar que um
ção à causa indígena e à demarcação de algumas Terras
emprego foi negado a determinada pessoa em função da
Indígenas. O direito a um território próprio e ao seu modo
cor de sua pele.
de vida é o que garante a sobrevivência e reprodução dos
povos indígenas.
O universo indígena brasileiro é bastante diverso. Algu-
mas nações indígenas mantêm a sua identidade e as suas
tradições, apesar de terem algum grau de contato com o
restante da sociedade. Há também nações que só falam
o português e adquiriram hábitos da civilização ocidental,
como o consumo de produtos industrializados. Existem,
ainda, alguns grupos indígenas que se mantêm isolados
em áreas próximas às fronteiras ou de difícil acesso, sem
nenhum contato com outras comunidades.

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• estabelecimento da taxa de juros, que serve de base


2. ESTRUTURA PRODUTIVA, ECONOMIA E RE- para as atividades financeiras, inclusive as bancárias. No
GIONALIZAÇÃO DO ESPAÇO EM MÚLTIPLAS início da década de 1980, retomou-se a discussão sobre o
ESCALAS (PARANÁ, BRASIL, MUNDO). 2.1. O papel do Estado, por causa de crises econômico-financei-
ESPAÇO GEOGRÁFICO NA FORMAÇÃO ECONÔ- ras e dos elevados déficits públicos de muitos países. A cri-
MICA CAPITALISTA. 2.2. EXPLORAÇÃO E USO se e a nova economia globalizada exigiam um Estado que
DE RECURSOS NATURAIS. 2.3. ESTRUTURA E não interferisse no livre-comércio, facilitasse a atuação das
DINÂMICA AGRÁRIAS. 2.4. INDUSTRIALIZAÇÃO, grandes empresas, cobrasse menos impostos e reduzisse
COMPLEXOS INDUSTRIAIS, CONCENTRAÇÃO seus gastos. Essas ideias e propostas fazem parte do pen-
E DESCONCENTRAÇÃO DAS ATIVIDADES IN- samento econômico neoliberal. Implantadas incialmente nos
DUSTRIAIS. 2.5. ESPACIALIDADE DO SETOR Estados Unidos, no governo de Ronald Reagan (1911-2004)
TERCIÁRIO: COMÉRCIO, SISTEMA FINANCEI- e no Reino Unido, pela primeira-ministra Margareth Thatcher
RO. 2.6. REDES DE TRANSPORTE, ENERGIA E (1925-2013), foram seguidas por diversos países. Na con-
TELECOMUNICAÇÕES. 2.7. PROCESSOS DE cepção neoliberal:
URBANIZAÇÃO, PRODUÇÃO, PLANEJAMENTO • o Estado deve intervir pouco na economia, procurando
E ESTRUTURAÇÃO DO ESPAÇO URBANO E eliminar barreiras ao comércio internacional, atrair investi-
METROPOLITANO. 2.8. AS RELAÇÕES RURAIS- mentos estrangeiros, privatizar as empresas públicas, man-
-URBANAS, NOVAS RURALIDADES E PROBLE- ter o equilíbrio fiscal (diferença entre arrecadação de impos-
MÁTICAS SOCIOAMBIENTAIS NO CAMPO E NA tos e as despesas públicas) e controlar a inflação;
CIDADE. 2.9. EVOLUÇÃO DA ESTRUTURA FUN- • não é papel do Estado extrair petróleo ou minérios, ad-
DIÁRIA, ESTRANGEIRIZAÇÃO DE TERRAS, RE- ministrar refinarias e siderúrgicas nem participar de qualquer
FORMA AGRÁRIA E MOVIMENTOS SOCIAIS NO outro tipo de atividade econômica. A produção de mercado-
CAMPO. 2.10. AGRONEGÓCIO: DINÂMICA PRO- rias é papel das empresas particulares;
DUTIVA, ECONÔMICA E REGIONAL. 2.11. POVOS • cabe ao Estado estimular a pesquisa tecnológica para
E COMUNIDADES TRADICIONAIS E CONFLITOS apoiar a iniciativa privada, assegurar a estabilidade econômi-
POR TERRA E TERRITÓRIO NO BRASIL. 2.12. ca e facilitar o livre funcionamento do mercado;
PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE ALIMEN- • os direitos trabalhistas devem ser revistos (e restringi-
TOS, SEGURANÇA, SOBERANIA ALIMENTAR E dos), pois acabam inibindo a contratação por parte das em-
AGROECOLOGIA presas. Gastos elevados com mão de obra acabam sendo
repassados para o preço dos produtos, que perdem compe-
titividade no mercado internacional;
O  estado  na  economia  globalizada • o sistema de proteção social (seguro-desemprego,
aposentadoria e outros) deve ser reestruturado de modo a
No capitalismo, o Estado sempre desempenhou fun- contribuir para a redução do déficit público (situação em que
ções fundamentais à manutenção desse sistema: manter o Estado gasta mais do que arrecada);
a lei e a ordem, preservar a propriedade privada, resolver • as despesas do Estado nos setores sociais (saúde e
conflitos entre grupos sociais e econômicos, defender as educação, por exemplo) devem ser limitadas, para que os
fronteiras do país, determinar e controlar as regras co- impostos cobrados das empresas e da sociedade como um
merciais e econômicas, estabelecer relações políticas e todo também não sejam elevados.
comerciais com outros Estados. Com algumas variações A adoção das práticas neoliberais levou vários Estados
a flexibilizar os mecanismos de controle da economia e das
de país para país, o Estado foi agregando uma série de
barreiras comerciais, tornando os países em desenvolvimen-
outras funções:
to menos competitivos nos intercâmbios internacionais. Com
• instalação de empresas estatais, principalmente no isso, ampliaram-se as desigualdades sociais e econômicas
setor de infraestrutura, como o siderúrgico e o petroquí- entre os países, visto que o neoliberalismo e a livre-concor-
mico; rência atendem melhor aos países desenvolvidos, que têm
• construção e manutenção de rodovias, ferrovias, grande capacidade de investimento, tecnologia mais avan-
viadutos, portos, aeroportos, usinas e redes de distribui- çada e maior capacidade competitiva no mercado mundial.
ção de energia elétrica;
• participação acionária em empresas dos mais va- As transformações recentes na economia, apoiadas no
riados setores; desenvolvimento tecnológico, tiveram impacto no modo de
• investimento em educação, saúde, moradia e pes- vida das pessoas, nas atividades econômicas e, consequen-
quisa; temente, no mercado de trabalho, cada vez mais seletivo.
• criação do sistema de aposentadorias, pensões e Se, de um lado, a adoção de novas tecnologias favoreceu o
seguro-desemprego; aumento da produtividade e da competitividade em todos os
• controle da circulação da moeda; setores, de outro afetou os trabalhadores com a diminuição
• realização de empréstimos a juros baixos e isenção de empregos e ocasionou transferência de muitos postos de
de impostos para determinados grupos econômicos ou trabalho do setor de produção de mercadorias para o setor
sociais; de serviços. As diferentes atividades econômicas são tradi-
cionalmente agrupadas em três setores:

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•Primário: atividades agropecuárias, extrativismo (vegetal e mineral) e pesca.


•Secundário: atividades industriais, incluindo a construção civil e indústrias extrativas.
•Terciário: atividades comerciais e de serviços (educação, comunicações, saúde, bancos, transportes, turismo, admi-
nistração pública etc.).
Embora instituições de pesquisa de todo o mundo ainda utilizem essa classificação para organizar os dados estatís-
ticos e estabelecer comparações entre os países, ela tem suas nuances. Isso se deve ao fato de que a mecanização do
setor primário transformou algumas atividades agropecuárias em verdadeiras atividades industriais ou semi-industriais,
assim como a burocratização do setor secundário passou a englobar uma variada gama de departamentos, como marke-
ting, atendimento ao consumidor, aplicações financeiras, auditoria, pesquisa para novas tecnologias, entre outros. Esses
departamentos, na classificação tradicional, estariam mais bem encaixados no setor terciário.
Nos países desenvolvidos, o setor terciário também absorve a maior parte da População Economicamente Ativa
(PEA) – entre 70% e 80%. Em seguida, vem o setor secundário e, muito depois, o setor primário. A importância dos servi-
ços nos países desenvolvidos pode ser exemplificada pelos Estados Unidos, pelo Reino Unido e pelo Japão, onde o setor
terciário é responsável por mais de 70% do volume de riquezas geradas em suas economias – participação no PIB (veja
tabela a seguir). Esse processo significativo de crescimento do setor terciário é denominado terciarização da economia.

Globalização, tecnologia da informação e serviços
O processo de globalização em particular e as mudanças provocadas pela introdução das tecnologias da informação
criaram novos ambientes e relações de trabalho e novos hábitos de consumo. Além disso, promoveram uma revolução na
maneira de fazer negócios e no modo de vida da sociedade atual. Nesse contexto, em que se configura uma sociedade
da informação, estrutura-se o que alguns economistas chamam de nova economia, ligada às novas tecnologias de infor-
mação e comunicação. É o caso das empresas produtoras de softwares (programas de computadores) e de hardwares
(equipamentos de informática); dos provedores de internet; do e-commerce; e das prestadoras de serviços que utilizam
as tecnologias da informação. Dada a particularidade dessas atividades e o nível de avanço tecnológico que agregam, foi
criado no mercado de ações dos Estados Unidos o Índice Nasdaq , que mede o desempenho dos negócios das empresas
de alta tecnologia, incluindo também as de biotecnologia.
As situações decorrentes da nova economia tiveram forte implicação no espaço geográfico. As relações econômicas,
os contratos e uma série de atividades humanas passaram a ser realizados também virtualmente, sem que as pessoas
precisassem se deslocar de um lugar para o outro. É possível atuar em diversos lugares, em diversos setores, sem es-
tar presente fisicamente, ou seja, o espaço, em certo sentido e em determinadas situações, também se tornou virtual.
o desenvolvimento tecnológico, em razão da automação, reduziu o número de postos de trabalho na agropecuária, na
indústria e nos setores de serviço. No entanto, gerou uma gama de profissões ligadas ao processamento de informações,
caso dos setores de telecomunicações e informática. Nesse sentido, as transformações tecnológicas marginalizaram parte
importante da mão de obra, exigindo cada vez mais formação especializada e dificultando, assim, a empregabilidade dos
trabalhadores menos qualificados. Mesmo os que estão empregados têm necessidade de atualização e requalificação
constantes

População  e  renda     
Os recursos econômicos, a capacidade tecnológica e a produção de alimentos nunca foram tão grandes em qualquer
outra época histórica como são atualmente. Se fossem igualmente distribuídos, não faltariam recursos para suprir toda a
população da terra. No entanto, para parcela expressiva da população mundial falta o mínimo necessário para sobreviver
com dignidade. Em 2015, a oNU estimava que cerca de 836 milhões de pessoas vivessem abaixo da linha de pobreza no
mundo, ou seja, tinham renda individual diária inferior a US$ 1,258. Apesar de o número ser preocupante, a pobreza extre-
ma diminuiu significativamente ao longo das últimas duas décadas. Em 1990, atingia quase metade (47%) da população
do mundo em países em desenvolvimento e caiu para 14% em 2015.

Geografia 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O contraste econômico e social entre os países que se uma maior oferta de energia renovável e de menor impacto
colocam nos polos extremos de desenvolvimento deverá ambiental – eólica, de biomassa e solar, por exemplo. No
se acentuar ainda mais – e rapidamente. Isso porque os caso dos transportes, existem poucas redes ferroviárias e
países desenvolvidos viveram um período de progresso e hidroviárias no Brasil. O predomínio de rodovias na rede
intensas transformações, enquanto os países bem mais de transportes do país encarece o custo da circulação de
pobres permaneceram estagnados em uma economia de pessoas e mercadorias.
subsistência, sem condições de competir no comércio in- No entanto, é preciso lembrar que a expansão das re-
ternacional. É importante salientar, porém, que os países des de infraestrutura (gasodutos, oleodutos, rodovias, ferro-
desenvolvidos começaram a passar por dificuldades quan- vias, redes de transmissão de energia elétrica) para a circu-
do a crise de 2007/2008 abalou a estrutura econômica e fi- lação de mercadorias, informações e pessoas, bem como
nanceira mundial. o rápido progresso de décadas passadas a construção de usinas geradoras de energia (hidrelétricas,
sofreu uma desaceleração nesses países, com reflexos no por exemplo) deve considerar a conservação dos sistemas
nível de emprego. Isso afetou o poder de compra dos cida- naturais, já bastante degradados. Por outro lado, é preciso
dãos, levando ao aumento da pobreza também no mundo avaliar se essas obras favorecerão apenas alguns grupos
desenvolvido ou setores da sociedade, como umas poucas empresas, ou
se contribuirão para o crescimento econômico e a melhoria
Brasil:  um  país  emergente da qualidade de vida da sociedade em geral.
Na primeira década deste século, o Brasil ampliou sua
influência no contexto geopolítico e chegou a ocupar, por Histórico do crescimento econômico e industriali-
um breve momento, a sexta posição entre as economias zação
mundiais. Embora não tenha se tornado um protagonista Dos anos 1990 até meados da década de 2010, prin-
de ponta, o país esteve presente em importantes contextos cipalmente, diversos investimentos no Nordeste, tanto
da política internacional. No plano interno, a economia cres- em projetos governamentais (sobretudo de infraestrutura)
ceu, a inflação manteve-se estabilizada, a oferta de empre- como da iniciativa privada, possibilitaram a ampliação de
go foi ampliada e diversos programas sociais, voltados à empregos e de recursos, os quais melhoraram o quadro de
promoção e à inclusão da população de baixa renda, foram predominância dos baixos salários na região. Por exemplo:
implantados. O cenário modificou-se a partir da crise eco- formação do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, em
nômica de 2014/2015 e da consequente perda de projeção São gonçalo do Amarante (CE); o polo fármaco-químico, em
e confiabilidade no cenário internacional. A crise abalou a goiana (PE); a fábrica da Fiat/Chrysler, também em goiana;
influência brasileira também no cenário regional latino-ame- o Complexo Industrial Portuário de Suape, em Ipojuca (PE).
ricano. Nessa região, o país tem presença marcante, inclu- Entre os investimentos em infraestrutura também estão
sive em diversas obras de infraestrutura financiadas pelo a polêmica obra de transposição do São Francisco, a Ferro-
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social via Transnordestina, que ligará o Porto do Pecém (CE) até
(BNDES) e tocadas por grandes empreiteiras brasileiras o Porto de Suape (PE), passando por regiões agrícolas im-
que se envolveram em um escândalo de corrupção apura- portantes e pelo polo gesseiro do sertão de Pernambuco, e
do pela Justiça. Apesar dos retrocessos, o Brasil é um país a Ferrovia Oeste-Leste, que corta o oeste baiano, na região
importante no cenário internacional. O país é integrante do de Barreiras, passa pelo município de Caetité (BA), princi-
G20, fórum que reúne países desenvolvidos e emergentes, pal área de produção de urânio no Brasil, e onde também
e discute propostas relativas ao sistema financeiro interna- há minério de ferro e manganês, terminando no Complexo
cional e à economia global. Tem também papel relevante Intermodal Porto Sul, que será construído em Ilhéus, no li-
nas discussões sobre questões ambientais em nível mun- toral da Bahia.
dial e ainda é uma potência regional. Além disso, na área de produção energética, o Nor-
deste é o principal polo de geração de energia eólica do
Infraestrutura: necessidades e limites Brasil, respondendo por 85% da energia gerada pelos ven-
Um dos fatores limitantes do crescimento econômico do tos no país, e por isso recebe muitos investimentos nesse
Brasil é a deficiente infraestrutura. setor. Apesar do crescimento econômico recente baseado
No final da primeira década do século XXI, nos meios na industrialização, a pobreza ainda afeta milhões de nor-
governamentais e empresariais, com frequência discutia- destinos. A qualificação da mão de obra é inferior à média
-se a necessidade de ampliar a oferta de energia elétrica nacional e não houve uma participação mais expressiva da
no Brasil, pois um ritmo de crescimento econômico mais economia da região no conjunto da economia nacional. En-
acelerado poderia ser “freado” sem a expansão do forne- quanto o PIB do Nordeste representa cerca de 14% do PIB
cimento de eletricidade. De fato isso não ocorreu em parte brasileiro, o do Centro-Sul atinge aproximadamente 80%.
por causa da crise na economia, em meados da década
de 2010, que reduziu o ritmo de crescimento da atividade Desdobramentos recentes
econômica e, por consequência, a demanda energética. Mais recentemente, no entanto, em decorrência dos
De qualquer forma, é imprescindível que a quantidade de grandes investimentos nas indústrias, em conjunto com
energia disponível à atividade produtiva e à sociedade seja os programas de transferência de renda promovidos pelo
ampliada, para dar suporte à retomada na produção e que Estado brasileiro, como o Bolsa Família, houve um aqueci-
esse processo de ampliação também esteja pautado por mento no mercado de consumo da região, principalmente

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para as mercadorias de menor valor de mercado, como Classificação da atividade industrial


alimentos, produtos de higiene, roupas e, inclusive, ele- As indústrias podem ser classificadas em extrativa (ex-
troeletrônicos de menor custo, como celulares e TVs, tração de recursos naturais de origens diversas, principal-
mas também na compra de material de construção. Ou- mente de minerais) e de transformação (produção de bens
tros fatos que colaboraram para uma melhora no merca- a partir da transformação de matérias-primas). De acordo
do de consumo do complexo do Nordeste foram o rea- com a finalidade dos bens produzidos, as indústrias de
juste maior do salário mínimo e programas sociais que transformação podem ser divididas em:
atenderam amplas parcelas da população nordestina. • indústrias de bens intermediários ou bens de produ-
Isso demonstra o papel fundamental do poder público na ção – produzem matérias-primas, como alumínio (metalúr-
estruturação de transformações socioeconômicas que gica), aço (siderúrgica), derivados de petróleo (petroquími-
promovem a melhoria das condições de vida da popula- ca) e cimento, que serão utilizadas por outras indústrias na
ção mais pobre. fabricação de produtos;
• indústrias de bens de capital – produzem máquinas,
peças e equipamentos para outras indústrias;
Principais centros industriais
• indústrias de bens de consumo – produzem merca-
No Nordeste, os principais centros industriais estão
dorias para consumo direto. Podem ser duráveis (móveis,
localizados nas regiões metropolitanas de Salvador (BA),
aparelhos eletrônicos, eletrodomésticos, automóveis, com-
Recife (PE) e Fortaleza (CE). No interior da Bahia exis- putadores) e não duráveis (alimentos, bebidas, medica-
tem diversos centros industriais que também merecem mentos, cosméticos, vestuário, calçados).
destaque, como o de Feira de Santana (o terceiro maior As atividades industriais podem ainda ser classificadas
do estado), o de Ilhéus (polo de informática e indústrias de acordo com o setor de atuação. Exemplos:
eletroeletrônicas), o de Itabuna, o de Jequié, o de Vitória • indústria da construção civil (construção de edifícios,
da Conquista e o de Juazeiro. No sudeste baiano − re- usinas para produção de energia, pontes etc.);
gião de Itapetinga, Jequié, Serrinha, Ipirá e Itaberaba −, • indústria da construção naval (produção de navios);
há um polo calçadista que vinha enfrentando dificulda- • indústria aeronáutica (construção de aviões);
des, em razão da concorrência com os produtos chine- • indústria bélica (produção de armamentos, tanques,
ses. Igualmente em Sobral, no Ceará, há um importante navios e aviões de guerra).
polo calçadista, em que se destaca também a cidade de
Crato, além de indústrias têxteis, presentes também na No Brasil, a indústria deu seus primeiros passos ainda
região de Juazeiro do Norte, no mesmo estado. no século XIX. A economia cafeeira, dominante nesse pe-
ríodo, dinamizou as atividades urbanas, estimulou a imigra-
Importância da atividade industrial ção europeia e gerou um empresariado nacional com ca-
A indústria moderna surgiu com a produção fabril pacidade de investir em alguns setores industriais. Os imi-
inaugurada pela Revolução Industrial, que trouxe como grantes trouxeram novos hábitos de consumo, que incluíam
principais inovações o uso de máquinas e a divisão do produtos industrializados e alguma experiência em relação
trabalho. No longo processo que se seguiu até os dias ao processo de produção industrial e ao trabalho como ope-
atuais, a atividade industrial passou a utilizar tecnologias rários. Aos poucos, formou-se um mercado interno, que se
cada vez mais sofisticadas, como robôs e equipamentos ampliou, no final do século XIX, com a abolição da escravi-
de alta precisão. A industrialização não provocou mudan- dão e a intensificação do processo de imigração. Indústrias
ças apenas na forma de produção; ela também propor- de alimentos, calçados, tecidos, confecções, velas, móveis,
cionou: fundições e bebidas espalharam-se rapidamente, sobretu-
do no estado de São Paulo, centro da atividade cafeeira e
• a urbanização, atraindo mão de obra e ampliando
principal porta de entrada dos imigrantes. Apesar de todos
as cidades física e demograficamente, tendo muitas se
os avanços da industrialização, a economia continuou sen-
tornado centros econômicos importantes;
do comandada pela produção agrícola, especialmente de
• grandes transformações urbanas, com a multiplici-
café. No início do século XX, a indústria ampliou sua par-
dade de serviços que caracterizam a cidade atualmente ticipação na economia brasileira. Algumas indústrias eram
e o desenvolvimento dos meios de transporte e de comu- estrangeiras, mas predominavam as nacionais, na maioria
nicação, que interligam todo o espaço mundial; desenvolvidas por imigrantes, muitas delas inicialmente
• o aumento da produção agrícola, graças à mecani- a partir de pequenas oficinas artesanais. Para se ter uma
zação das atividades de criação, plantio e colheita, e ao ideia, o número de indústrias no Brasil aumentou de 3.258
uso da tecnologia e de insumos de origem industrial; em 1907 para 13.336 em 1920.
• novos modos de vida, hábitos de consumo e profis- A partir da década de 1990, intensificou-se a inserção
sões e outra organização da sociedade. do Brasil no mundo globalizado, com a adoção de políticas
As atividades industriais que ocorrem no interior das neoliberais. Essas políticas, iniciadas no governo de Fer-
fábricas desdobram-se em outras atividades, como a pro- nando Collor (1990-1992), ganharam força principalmente
dução e a extração de matérias-primas, o transporte, a nos governos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002),
propaganda, a comercialização dos produtos e o descar- quando o país se abriu às importações e aos investimentos
te de resíduos. estrangeiros em detrimento de ações de fortalecimento da

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indústria nacional. Produtos importados, como automóveis, como Mapitoba ou Matopiba. Nela há uma disputa entre os
alimentos, roupas, eletrodomésticos, computadores, soft- estados para definir os limites territoriais entre eles. As pro-
wares, celulares, brinquedos e outros bens de consumo, priedades rurais na Mapitoba atingiram grande valorização
inundaram o mercado brasileiro. A abertura levou à falên- nos últimos anos. Além de agropecuaristas, investidores,
cia várias indústrias nacionais, acostumadas a políticas de inclusive estrangeiros, haviam comprado terras na região
proteção ao mercado, que mantinham elevados impostos em busca de valorização de seu patrimônio. Pela legislação
de importação (tarifas aduaneiras). Outras indústrias, para nacional, os estrangeiros têm de se associar a brasileiros
não fechar as portas, foram vendidas para grandes grupos para comprar propriedades rurais.
nacionais e multinacionais ou então incorporadas a eles, A sub-região Meio-Norte configura-se como uma zona
e diversas fusões ocorreram entre empresas nacionais e de transição entre o Sertão e a Amazônia. Nela predomina
estrangeiras. Os anos 1990 foram marcados, ainda, pelo o cultivo do arroz e vem crescendo a produção de soja. O
incremento do processo de privatização das indústrias de agroextrativismo também é presente, com a exploração das
base, dos setores extrativista mineral, de distribuição de palmeiras babaçu e carnaúba, espécies principais da Mata
energia e de telefonia, entre outros, que contou com ex- dos Cocais, sendo o babaçu predominante no Maranhão, e
pressiva participação de grupos estrangeiros. Em junho de a carnaúba, no Piauí. Também nesses estados, particular-
1994, a moeda brasileira passou a ser o real. Essa mudança mente na porção sul, como visto, tem se expandido a agro-
era parte de um plano econômico mais amplo, cujo objetivo pecuária moderna da soja, do milho e do algodão.
era combater a inflação e estabilizar a economia brasileira. Graças à Revolução Industrial, evoluíram também as
Por um lado, o Plano Real valorizou a moeda brasileira técnicas agrícolas, o que possibilitou o aumento da pro-
em relação ao dólar, facilitando as importações, aumentan- dutividade, sem necessariamente a ampliação da área de
do a oferta de produtos no mercado, reduzindo os preços e cultivo. Esse desenvolvimento tecnológico aplicado à agri-
a inflação. Os juros altos também contribuíam para isso, na cultura ficou conhecido como Revolução Agrícola. Esse
medida em que encareciam o crédito. Por outro lado, essa aumento de produtividade foi necessário, de um lado, em
política econômica dificultou as exportações e provocou decorrência do crescimento da população em geral, da ele-
déficit crescente na balança comercial e no balanço de pa- vação da população urbana e da consequente diminuição
gamentos. Com isso, a indústria brasileira ficou ainda mais da população rural, responsável pela produção agrícola; de
dependente da importação de bens (insumos) para a produ- outro, ela ocorreu pela imposição do crescimento industrial,
ção de mercadorias, máquinas e equipamentos utilizados que demandava cultivo de matérias-primas para as suas
na produção industrial. atividades. Portanto, as bases técnicas da Revolução Agrí-
cola foram propiciadas, sobretudo, pelas indústrias fornece-
Agropecuária nas sub-regiões doras de insumos para a agricultura (máquinas e fertilizan-
O Nordeste pode ser subdividido em quatro sub-re- tes, por exemplo).
giões, de acordo com critérios naturais, interligados com a A biotecnologia é o conjunto de técnicas aplicadas à
organização do espaço: Zona da Mata, Agreste, Sertão e biologia utilizadas para manipular geneticamente plantas,
Meio-Norte. O cultivo da cana-de-açúcar é, desde o período animais e microrganismos por meio de seleção, cruza-
colonial, uma importante atividade econômica da região. O mentos e transformações no código genético. Teve grande
produto é cultivado praticamente em todos os estados do desenvolvimento nas décadas de 1970 e 1980, mas vem
litoral oriental, com destaque para os estados de Alagoas e sendo estudada e aplicada desde os anos 1950, em vá-
de Pernambuco, na Zona da Mata. No entanto, como você rios países do mundo. A própria Revolução Verde, que criou
estudou, a estrutura agrária da região, que se mantém até sementes híbridas, foi um dos agentes que impulsionaram
hoje, é controlada pelo poder político regional, ocasionando o desenvolvimento da biotecnologia, que passou a ser lar-
grandes desigualdades na distribuição de terras. No Agres- gamente utilizada na agropecuária e em outros setores. A
te, área de transição entre a zona da Mata e o Sertão, es- manipulação genética é uma das aplicações mais recentes
truturaram-se diversas cidades importantes, como Campina da biotecnologia e consiste na alteração da composição ge-
grande, na Paraíba, Caruaru, em Pernambuco, Arapiraca, nética dos seres vivos. Os vegetais derivados da alteração
em Alagoas, e Feira de Santana e Vitória da Conquista, genética são chamados de OGMs (organismos genetica-
na Bahia. É também um centro abastecedor de diversos mentes modificados) e transgênicos.
produtos agropecuários para os grandes centros da zona Ao mesmo tempo em que a engenharia genética e a
da Mata, em razão da existência de pequenas e médias biotecnologia avançam a passos largos, a prática da agri-
propriedades, onde se praticam a policultura e a pecuária cultura orgânica ganha muitos adeptos não só nos países
leiteira. No Sertão praticam-se a pecuária extensiva e, em desenvolvidos, sobretudo os europeus, mas também em
vários trechos, a agricultura, inclusive irrigada, sobretudo vários países em desenvolvimento. Visando alinhar saúde
no Vale do Rio São Francisco e no Vale do Rio Açu, região e melhores condições de vida das populações com susten-
de Mossoró, interior do Rio grande do Norte. tabilidade, na agricultura orgânica utilizam-se métodos na-
No oeste da Bahia, na transição para o Cerrado, a turais para a correção do solo e o controle de pragas. Nela
agropecuária modernizada se expandiu, estruturando um não são utilizados fertilizantes, agrotóxicos e transgênicos,
importante polo de produção de soja, algodão, milho e café. garantindo a manutenção da qualidade do solo, o reapro-
Essa região do oeste baiano e as áreas do Cerrado do Ma- veitamento de resíduos, o uso racional da água e respeitan-
ranhão, Piauí e Tocantins fazem parte da região conhecida do as relações sociais e culturais da população. Problemas

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como a carne bovina contaminada pela doença da vaca louca, na Europa, verduras com excesso de agrotóxicos, águas
poluídas por pesticidas e esgotamento do solo por causa do uso intensivo de irrigação têm forçado as pessoas envolvidas
no processo de produção agropecuária a repensar os métodos utilizados.

Atividades agrárias no mundo em desenvolvimento


Os países em desenvolvimento já foram caracterizados como exportadores de produtos agrícolas e matérias-primas.
Apesar dessa característica continuar válida para a maioria das nações desse grupo, atualmente os países desenvolvidos
é que respondem pelo maior volume de exportação de produtos agrícolas. Isso porque a modernização da produção e
os enormes incentivos destinados à atividade agrícola gerou cada vez mais excedentes nesses países. Além disso, suas
políticas protecionistas dificultaram a entrada da produção agrícola dos países em desenvolvimento, conforme discutido
no capítulo anterior. A maioria dos países africanos, latino-americanos e asiáticos não prioriza uma agricultura destinada
ao abastecimento do mercado interno. Em grande parte, o maior obstáculo à solução desse problema é o fato de eles não
terem se libertado de seu passado colonial, considerando a estrutura e o destino da produção agropecuária. O modelo
agrícola de exportação ainda é prioritário, em detrimento das necessidades locais. É justamente nos países mais depen-
dentes da exportação de produtos agrícolas que os problemas alimentares são crônicos.
Chá, cacau, café, algodão, borracha natural, amendoim, frutas tropicais, entre outros, constituem a base da produção
de muitos países. De maneira geral, eles dependem da importação de cereais do mundo desenvolvido para alimentar sua
população. No mundo em desenvolvimento, o salto de produtividade prometido pela Revolução Verde limitou-se a alguns
setores ligados à agricultura e à pecuária comerciais de exportação. No Sudeste Asiático, as novas tecnologias só tiveram
efeito positivo quando aplicadas à produção de arroz, alimento essencial aos povos da região. Nos países classificados
pelas instituições internacionais como emergentes (entre eles, o Brasil), a agricultura gerou e tem gerado as divisas neces-
sárias à importação de equipamentos e tecnologia e à obtenção de saldos favoráveis na balança comercial.
O fato é que as políticas agrícolas não estimulam a produção de gêneros para o mercado interno e, ao mesmo tem-
po, mantêm elevado o preço dos produtos básicos de subsistência. Atualmente, a produção agropecuária tem potencial
para alimentar toda a população do planeta. Ainda assim, em 2015, cerca de 800 milhões de pessoas não tinham acesso
a alimentação adequada. Milhares de crianças ainda morrem diariamente em consequência direta ou indireta da má ali-
mentação, de acordo com as estimativas da FAO. Esses são indicadores de que o aumento da produção da agricultura
mundial não atingiu igualmente todas as regiões do planeta. Nos países africanos, por exemplo, desde a década de 1970,
o crescimento médio da produção agrícola girou em torno de 1% ao ano, enquanto o crescimento populacional ultrapassou
a média de 2,5% ao ano.
América Latina e a questão agrária
A questão agrária é um problema que afeta historicamente a população da maioria dos países latino-americanos, cuja
colonização se baseou na exploração mineral e no sistema de plantation. Após o processo de independência latino-ame-
ricana, no século XIX, a classe política oriunda da oligarquia rural escravocrata manteve o modelo colonizador, com forte
influência estrangeira. As relações comerciais externas, porém, antes controladas por espanhóis e portugueses, passaram
a ser dominadas por ingleses, franceses e, principalmente, estadunidenses. As elites nativas mantiveram seus privilégios
e conquistaram poder político, mas eram tipicamente agrárias e não modificaram a natureza do sistema de plantation
vigente.

Agropecuária e questão agrária no bBrasil


A agropecuária no Brasil é marcada por duas fortes características. Uma delas é o agronegócio (agribusiness), com
elevada produtividade, que a coloca entre as mais competitivas do mundo. Reúne todo o conjunto de atividades que for-
mam uma cadeia produtiva relacionada à agropecuária, à silvicultura e ao extrativismo vegetal: empresas e tecnologias
ligadas à produção agrícola moderna (fornecedores) e uma variedade de atividades de produção industrial, de distribuição
e comercial. Portanto, não está restrita à produção rural. A outra é a questão agrária, cuja estrutura fundiária concentrada
é responsável pelos conflitos que envolvem milhares de trabalhadores rurais sem emprego e terra.

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O agronegócio articula os três setores da economia: Outros planos de reforma agrária seguiram o mesmo cami-
primário, secundário e terciário. Sua ideia central é a cons- nho: o Plano Nacional de Reforma Agrária (1986), no gover-
trução de cadeias produtivas, formadas por agentes econô- no Sarney, teve custos burocráticos, como os da criação de
micos integrados por mecanismos como: cooperativismo, um Ministério específico, mais elevados que o valor gasto
parcerias, contratos, integração vertical e alianças estraté- com o pequeno número de assentamentos realizados.
gicas. Nas décadas de 1990 e de 2000, multiplicaram-se as
pressões pela reforma agrária. No entanto, o país ainda
Questão da terra conta com um grande número de trabalhadores sem-terra e
O Brasil está entre os países da América com a maior mesmo muitos assentados carecendo de infraestrutura bá-
concentração da propriedade rural e é um dos mais desi- sica, além de amparo tecnológico e financeiro.
guais do mundo nesse quesito, apesar de seu imenso terri-
tório e das extensas superfícies de terras não cultivadas. A Terra e movimentos sociais
situação fundiária é uma questão ainda não resolvida, ape- A luta pela terra ganhou impulso no século XIX, por
sar das pressões sociais, da maior organização dos traba- causa das ideias liberais europeias e dos ideais socialistas,
lhadores em luta pela terra e da repercussão internacional que influenciaram vários movimentos populares ao redor do
negativa dessa realidade social. mundo. No Brasil, envolveu indígenas, posseiros, grileiros,
pequenos proprietários, grandes fazendeiros e até empre-
Lei e concentração de terra sas dos mais variados ramos de negócio. No século XX,
A organização do espaço agrário brasileiro teve início dois movimentos de trabalhadores rurais ganharam desta-
com a colonização. Extensas áreas de terra foram doadas que no país: as Ligas Camponesas, nas décadas de 1950 e
pelo rei de Portugal para o cultivo da cana-de-açúcar em 1960, e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
troca do pagamento de parte da produção obtida (sistema (MST), fundado oficialmente em 1984, após o fim da ditadu-
de sesmarias). A distribuição de terras no Brasil teve início, ra militar. As Ligas Camponesas surgiram em Pernambuco,
portanto, com o latifúndio monocultor, voltado para o mer- espalharam-se em pouco tempo por vários estados da Re-
cado externo. Com a independência do Brasil (1822) e o fim gião Nordeste e transformaram-se num movimento contra
da era colonial, as sesmarias deixaram de existir, e as terras a exploração do trabalhador e pela reforma agrária. Foram
passaram a ser registradas em cartório, como propriedades extintas em 1964, e vários de seus líderes e participantes
particulares. Começou, nessa época, um intenso processo foram presos e mortos pelo aparato repressivo da ditadu-
de ocupação por posseiros e grileiros. Em 1850, o tráfico de ra. A estratégia do movimento baseia-se em fazer pressão
escravos foi proibido no Brasil, no momento em que a ex- permanente sobre os órgãos do governo responsáveis pela
pansão da lavoura cafeeira mais exigia mão de obra, sen- questão da terra, valendo-se de ocupação de latifúndios im-
do necessário recorrer à imigração. Para assegurar que os produtivos, manifestações públicas e passeatas.
imigrantes recém-chegados trabalhassem nas lavouras dos A conquista da terra é um dos objetivos do MST, mas as
barões do café, criou-se uma nova lei (Lei de Terras), que ações do movimento continuam após os assentamentos, na
proibia a ocupação de terras devolutas. Essa lei consolidou forma de reivindicações por créditos agrícolas, assistência
o domínio do latifúndio no Brasil. De acordo com ela, as técnica e criação de infraestrutura para os novos assenta-
terras só poderiam ser vendidas pelo governo, que estabe- mentos. O movimento também fornece apoio às famílias,
lecia preços elevados (muito acima do mercado), comer- com criação de escolas, formação de cooperativas de pro-
cializava apenas grandes áreas e exigia dos compradores dução, serviços e comercialização.
pagamento à vista. Assim, só tinham condições de comprar O órgão responsável pela implementação dos assenta-
terras os grandes fazendeiros, que ampliaram ainda mais mentos rurais é o Incra. Esses assentamentos contam com
seus domínios. diversas pequenas propriedades ou unidades agrícolas,
Na década de 1930, foi fundado o Instituto Nacional denominadas parcelas, lotes ou glebas, entregues às famí-
de Colonização e Reforma Agrária (Incra), cuja principal lias de trabalhadores rurais. Cabe ao trabalhador rural be-
realização foi levantar informações sobre a situação das neficiado com uma gleba estruturar sua atividade utilizando
propriedades rurais e das terras devolutas. Em 1964, no somente mão de obra familiar.
governo de Castelo Branco, foi criado o Estatuto da Terra,
reconhecendo-se a necessidade da reforma agrária no Bra- Centro econômico-Financeiro e de serviços
sil. À época, foram feitos novo cadastramento e uma radio- O Centro-Sul concentra os dois principais polos econô-
grafia da situação fundiária do país, mas a reforma agrária, mico-financeiros do Brasil: São Paulo e Rio de Janeiro. São
objetivo principal do Estatuto, não saiu do papel. os centros gestores da economia nacional, onde importan-
Na década de 1970, foram distribuídos lotes de terras tes decisões econômicas são tomadas. As sedes das em-
na Amazônia, para atrair agricultores de outras regiões do presas, bem como os escritórios das diversas multinacio-
país, sobretudo do Sul e do Nordeste, como parte de um nais presentes nessas cidades globais (sobre esse tema,
plano do governo militar para garantir a colonização e a consulte o Capítulo 4 deste volume), acabam direcionando
ocupação da Amazônia. Mas as terras ficavam em áreas parcela expressiva dos investimentos privados em diversas
inadequadas para o cultivo ou a criação pastoril, e não ha- áreas do país. São Paulo, especificamente, concentra cerca
via infraestrutura para garantir o escoamento da produção. de 60% das filiais das empresas multinacionais que atuam
Assim, muitos agricultores logo abandonaram seus lotes. no Brasil, a maioria das sedes dos bancos privados brasilei-

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ros e a maior parte das filiais dos bancos estrangeiros que Consumo de energia
atuam no país. É o principal elo com o espaço mundial. de O grau de desenvolvimento econômico de um país
acordo com o estudo do IBgE “Regiões de influência das tem relação direta com o consumo de energia. Os paí-
cidades”, publicado em 2008, a capital paulista exercia in- ses desenvolvidos são grandes consumidores por causa
fluência em 1.028 municípios brasileiros. A macrometrópole do dinamismo da sua economia e do elevado padrão de
São Paulo-Campinas-Sorocaba-Baixada Santista, que abri- consumo de sua população. Até a primeira metade do sé-
ga aproximadamente 15% da população brasileira, respon- culo XX, existia muita energia disponível, o petróleo era
de por mais de 20% do PIB nacional. Além disso, essas uma fonte barata e não havia a consciência coletiva sobre
cidades, sobretudo São Paulo, sediam os principais centros os impactos ambientais decorrentes da sua utilização em
médico-hospitalares e universitários do Brasil. Para elas se grande escala. A difusão dos meios eletrônicos e as trans-
dirigem muitas pessoas de diversos estados brasileiros em formações verificadas no decorrer da Revolução Técnico-
busca de serviços de saúde e educacionais. Centros cultu- -científica-informacional exigiram uma demanda crescente
rais, de lazer e de eventos expressivos do país também es-
de energia. Acrescente-se a isso o crescimento econômi-
tão instalados nelas. Nas cidades de São Paulo e do Rio de
co em algumas regiões do globo, sobretudo na Ásia, nas
Janeiro é realizada a maior parte dos eventos de porte inter-
duas últimas décadas. O aumento populacional verificado
nacional, como espetáculos musicais e feiras de negócios,
nesse continente, assim como na América do Sul, também
nas quais são apresentadas, sobretudo, novidades tecno-
lógicas de diversos setores industriais. As cidades acolhem ampliou a necessidade de fontes energéticas.
também eventos dos quais participam profissionais e cien- Elevação do número de automóveis em circulação, as-
tistas de renome internacional. disso decorre a estruturação pecto marcante das sociedades industrializadas, levou à
de uma ampla e sofisticada rede hoteleira. queima de maior volume de combustíveis fósseis. Assim,
nas últimas décadas, a produção de energia no planeta
Energia elevou-se consideravelmente, e a questão ambiental pas-
Os recursos energéticos são o foco dos interesses es- sou a ser um tema relevante. A ampliação dos recursos
tatais, gerando disputas geopolíticas desde a primeira Re- energéticos é um dos principais desafios das sociedades
volução Industrial. Na segunda metade do século XX, com contemporâneas. Essa expansão deveria levar em conta a
a expansão do meio urbano-industrial, principalmente, na conservação do ambiente, utilizando-se fontes renováveis
América Latina e Sudeste Asiático e, consequentemente, o e menos poluidoras. Trata-se de uma tarefa difícil, consi-
crescimento populacional, houve o aumento exponencial da derando que a principal fonte energética no mundo ainda
demanda energética. Nos últimos anos, a questão energéti- é o petróleo e essa fonte de energia envolve interesses de
ca traz novas discussões: agências internacionais, estados empresas, entre as maiores do mundo, e disputas entre
e a sociedade, geram debate sobre consumo, recursos na- países pelo controle ou influência nas grandes áreas de
turais, mudanças climáticas e, principalmente, a segurança produção mundial, como o Oriente Médio, Ásia Central e
energética dos países mais ricos. outras.
Podemos classificá-las em renováveis e não renová- Estrutura energética no Brasil
veis; primárias e secundárias; convencionais e alternativas. A atual matriz energética brasileira é resultante de
Renováveis → Têm capacidade de se regenerar em um políticas nacionais de desenvolvimento adotadas no de-
tempo curto, tornando-a inesgotável. Ex.: Biomassa (óleos/ correr do processo de industrialização do Brasil, especial-
biodiesel a partir de cana-de-açúcar, mamona, girassol, en- mente a partir de 1960. Tais políticas foram baseadas na
tre outros). indústria automobilística e nas obras de infraestrutura. A
Não Renováveis → Oriundas de matéria orgânica de- abertura de rodovias e a construção de grandes usinas
composta por milhões de anos, não havendo tempo hábil
hidrelétricas eram destaques dos projetos governamentais
para serem formados para uso humano. Ex.: Petróleo, gás
de desenvolvimento. No que se refere às possibilidades
natural e carvão.
de geração de energia, o Brasil apresenta grande vanta-
Primárias → Quando utilizamos diretamente para ge-
gem em relação à maioria dos países, pois as condições
ração de calor/energia. Ex.: Lenha queimada para uso do-
méstico. naturais – clima, relevo e hidrografia – e a extensão ter-
Secundárias → Utiliza-se um meio de energia para ob- ritorial brasileira permitem que o país disponha de várias
ter outro. Ex.: Usina Nuclear enriquece o Urânio para aque- opções energéticas, muitas delas renováveis e menos po-
cer a água e mover as turbinas, gerando energia elétrica. luentes que os combustíveis fósseis. Entre 1970 e 2014
Convencionais → São as energias base da sociedade houve uma profunda transformação na estrutura da matriz
contemporânea. Ex.: Petróleo, gás natural, carvão e hi- energética brasileira, com redução acentuada na partici-
droelétricas. pação da lenha e do carvão vegetal, uma vez que houve
Alternativas → Constituem uma alternativa ao modelo uma expansão significativa no uso do fogão movido a GLP
energético decorrente dos últimos dois séculos, sua intro- (Gás Liquefeito de Petróleo) e gás natural, ampliação na
dução diversifica a matriz de energia dos países, aumen- capacidade de geração de energia hidráulica, com a cons-
tando sua segurança e seu desenvolvimento econômico e trução de grandes hidrelétricas, e na produção de biocom-
ambiental. Ex.: Solar, Eólica, Geotérmica e Maremotriz. bustíveis, inclusive com programas específicos, como o
Proálcool (Programa Nacional do Álcool).

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

No Brasil, o uso de energia renovável é de quase 40%, margens. O entorno da BR-319, dentro do bioma Amazônia, é
bem acima da média mundial, que está por volta de 13% um dos locais que apresentam mais expressiva biodiversida-
, e há grande variedade de opções energéticas. Contudo, de e um dos mais preservados. Também gerou preocupação
sua condição não anula a grande dependência de fontes de entre os ambientalistas o asfaltamento da BR-163 – Cuiabá-
energia não renováveis e altamente poluidoras, especial- -Santarém –, que servirá, em boa parte, ao escoamento da
mente no setor de transportes. Para a geração de eletricida- produção agrícola de Cuiabá (MT) até Santarém (PA), na con-
de, há no país grande aproveitamento da força das águas fluência dos rios Tapajós e Amazonas, de onde as mercado-
dos rios, o que é bastante positivo, pois se trata de fonte rias poderão seguir para o mercado externo, por via fluvial até
de energia não poluente – com baixa emissão de gases o Oceano Atlântico.
na atmosfera – e renovável, apesar de provocar impactos O transporte rodoviário traçou novas rotas no decorrer do
socioambientais. século XX, possibilitando maior alcance da carga transporta-
da. Esse também foi o século do avião, que se transformou no
principal meio de transporte transcontinental de passageiros e
Agropecuária
de cargas não tão pesadas quanto as carregadas por grandes
Na década de 1970, intensificou-se o processo de mo-
navios. De fato, o desenvolvimento dos transportes a longa
dernização da agricultura brasileira, que promoveu uma sé-
distância está vinculado à evolução do capitalismo, sendo a
rie de transformações econômicas, ambientais, sociais e, base técnica para a expansão desse sistema econômico em
portanto, espaciais para o país. Essa modernização ocor- todo o mundo.
reu de forma mais significativa no Centro-Sul, trazendo, Com o avanço dos transportes e das telecomunicações
portanto, maiores impactos nas transformações socioeco- ampliou-se o volume dos deslocamentos na economia glo-
nômicas (desemprego provocado pela substituição da mão balizada. A distância geográfica deixou de ser impedimento
de obra por maquinário e concentração de terras nas mãos para as trocas comerciais em todo o planeta. O fluxo de pas-
de empresas multinacionais) e ambientais (desmatamento sageiros acentuou-se nos últimos anos, tanto nas viagens de
provocado pelo avanço da fronteira agrícola e poluição cau- negócios como no turismo internacional. O desenvolvimento
sada pelo uso intenso de agrotóxicos e fertilizantes quími- da tecnologia de transportes abriu possibilidades à comercia-
cos) para a região. Muitos agricultores tiveram de vender lização de todo tipo de mercadoria. Produtos perecíveis, por
suas terras, principalmente os pequenos e médios proprie- exemplo, são transportados rapidamente de um continente a
tários, cuja renda é obtida graças ao trabalho dos membros outro, por via aérea ou marítima, em contêineres com refrige-
da família (agricultura familiar). Essas famílias geralmente ração. Para atender toda essa demanda, a infraestrutura de
não possuem recursos para manter sua atividade, pois difi- transporte num território organiza-se na forma de redes. As
cilmente conseguem empréstimos nos bancos para moder- redes estruturam-se nos sistemas de deslocamento de mer-
nizar e aumentar a produção o suficiente para competir com cadorias e passageiros, formados pelas vias de navegação
as grandes empresas, algumas delas corporações multina- marítima e fluvial, ferrovias, rodovias e aerovias, além da rede
cionais. Os principais produtos da agricultura comercial do de dutos Centro-Oeste e Norte do Brasil. Com o objetivo de
Centro-Sul são: soja, cana-de-açúcar, laranja, arroz e mi- ampliar a capacidade de escoamento da produção agrícola e
lho. No Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná, de outros recursos econômicos dirigidos ao mercado asiático
considerados os grandes celeiros do Brasil em razão da (China, Coreia do Sul e Japão), o Brasil construiu junto com
elevada produtividade (graças também às estações do ano o Peru a Estrada do Pacífico, também conhecida como Ro-
mais bem definidas e à regularidade das chuvas), mere- dovia Interoceânica, um eixo viário que se estende do estado
cem destaque os cultivos de arroz, uva, cebola, feijão, trigo, de Rondônia, passando pelo Acre e indo até o litoral do Peru,
desembocando nos portos de Ilo, Maratani e San Juan.
maçã, fumo, centeio e cevada, além da soja e do milho.
A atividade, no entanto, perdeu importância na década de
1920, diminuindo o fluxo de pessoas para a região.

Rodovias como vetores do desmatamento


O complexo da Amazônia é um dos menos servidos em
transporte rodoviário e melhor em hidroviário. A construção
e a recuperação de rodovias que cortam a região amazôni-
ca são cercadas de polêmicas entre diferentes setores da
sociedade. Isso porque, apesar de facilitar a circulação de
mercadorias e pessoas, as rodovias são os grandes vetores
do desmatamento. A recuperação da BR-319, inaugurada
em 1976, com aproximadamente 900 km de extensão e úni-
ca ligação por terra entre Porto Velho (RO) e Manaus (AM),
foi muito criticada. As obras para recompor a rodovia, que
teve trechos retomados pela floresta, foram iniciadas em
2008. Para tanto, o Ministério do Meio Ambiente, por meio
do Ibama, determinou que fossem criadas unidades de con-
servação e, além disso, sistemas de monitoramento para
acompanhar intervenções no espaço localizado às suas

Geografia 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

O sistema de transportes é vital para os comércios in- Processo  de  urbanização  no  Brasil
terno e externo, pois o custo do frete é um dos elementos – De modo geral, o processo de urbanização no Brasil
muitas vezes o principal – que compõem o preço das merca- apresenta características próprias do padrão de urbaniza-
dorias. De modo geral, o meio de transporte mais barato é o ção dos países em desenvolvimento. Veja algumas delas:
hidroviário, seguido pelo ferroviário e pelo rodoviário. Apesar • foi marcado pela formação de algumas grandes ci-
disso, no Brasil, o planejamento e os investimentos das ver- dades, que concentram parcela significativa das riquezas
bas públicas priorizaram o rodoviário, enquanto as ferrovias e também da população, responsável por um processo de
e as hidrovias (incluída a navegação de cabotagem) foram metropolização;
relegadas a segundo plano. • ocorreu com expressivo crescimento de atividades
O setor de transportes no Brasil acumula problemas, que terciárias, incluindo as do setor formal e do setor informal
podem ser explicados pela grande extensão do território e da economia;
pelas políticas governamentais adotadas no decorrer do sé- • se deu em ritmo acelerado, principalmente entre as
culo XX, que não levaram em consideração a necessidade
décadas de 1950 a 1990, e sem planejamento adequado;
de diversificar as modalidades de transporte no país.
• apresenta padrão periférico de crescimento, com a
formação de amplas manchas urbanas e a população de
Sistema de transportes no Brasil
No Brasil, o circuito que liga as áreas de produção ao baixa renda sendo empurrada para áreas distantes do cen-
mercado externo foi moldado por corredores de exportação: tro.
eixos do território que articulam os meios de transporte e o
sistema de armazenamento. Em geral, a infraestrutura de ar- A urbanização brasileira intensificou-se a partir dos
mazenamento é destinada a produtos cuja estocagem é fei- anos 1940/1950. Decorreu do êxodo rural e do desenvol-
ta em grandes volumes, como os agrominerais. O ponto de vimento industrial que impulsionou grandes deslocamentos
chegada desse sistema de escoamento são principalmente populacionais para as cidades e dinamizou as atividades
os portos espalhados pelo litoral brasileiro, de onde os fluxos comerciais e de serviços nesses espaços. No entanto, a
de mercadorias são direcionados aos mercados interno ou urbanização foi mais intensa que a industrialização: não
externo. Veja o mapa (figura 2). A logística de transporte dos gerou os empregos necessários para receber o grande nú-
corredores de exportação está orientada principalmente para mero de migrantes que deixaram o espaço rural rumo às
os portos das regiões Sul e Sudeste e ainda pouco articulada cidades.
a outras áreas de importância econômica mais recentes e No caso do êxodo rural, é preciso considerar que, além
afastadas do Atlântico, como aquelas situadas nas regiões. dos fatores de atração nas cidades (perspectiva de maior
acesso a serviços e mercadorias, por exemplo), existem os
Indústria fatores de repulsão no campo – associados à concentração
A atividade industrial foi implementada na Amazônia da propriedade rural, aos baixos salários, à falta de políticas
com a criação da Superintendência da Zona Franca de Ma- que beneficiem o pequeno proprietário e à mecanização
naus (Suframa), órgão do governo federal que administra a das atividades. Entre o final dos anos 1960 e o final da dé-
zona Franca. Por meio de parcerias com governos estaduais cada de 2000, mais de 40 milhões de brasileiros deixaram
e municipais, o órgão procura minimizar o chamado “custo o campo e se dirigiram para as cidades.
amazônico”, ou seja, aquele decorrente da dificuldade de cir- O setor terciário da economia foi responsável por gran-
culação de mercadorias, do mercado consumidor reduzido, de parte dos empregos gerados nas cidades e pelo expres-
comparativamente ao Centro-Sul, dos custos de produção sivo aumento do trabalho informal, responsável pela absor-
maiores – entre outros fatores –, que não estimulariam in- ção de parcela significativa da população. A urbanização
vestimentos privados na região amazônica. Até 2014, a zona brasileira teve um caráter concentrador e excludente, com
Franca de Manaus empregava cerca de 126 mil trabalha- boa parte da sociedade ficando à parte de seus benefícios,
dores. Com a retração forte na economia no ano seguinte, o que se observa principalmente na paisagem das grandes
esse número havia caído para 88 mil no final de 2015. As cidades. A velocidade com que se processou a urbaniza-
600 empresas instaladas no polo fazem parte, principalmen- ção no país criou dificuldades para o poder público suprir
te, dos segmentos de eletroeletrônicos, bens de informática, o espaço das cidades, especialmente das maiores, com in-
duas rodas, termoplástico, químico, metalúrgico, mecânico, fraestrutura e serviços sociais necessários ao bem-estar da
descartáveis (isqueiros, canetas, barbeadores), entre outros. população. Isso, evidentemente, foi agravado em razão das
políticas de planejamento urbano estarem voltadas, priorita-
Ocupação recente e exploração econômica riamente, para as classes média e alta, resultando em uma
Na Amazônia vivem diferentes povos indígenas desde estrutura social fragmentada e segregada espacialmente,
épocas pré-históricas. No entanto, a exploração da região com a expansão das periferias urbanas, sobretudo, nos
teve início com a chegada do europeu, ao final do século XV. grandes centros urbanos.
Seguindo o curso dos rios, missões jesuítas buscavam as Percebe-se também que a urbanização brasileira acon-
drogas do sertão (baunilha, cacau, urucum, castanha, guara- teceu de modo desigual no território. Certos estados apre-
ná, entre outras), então valiosas no continente europeu. Mas sentam altas taxas de urbanização, como Rio de Janeiro
foi somente entre os séculos XIX e XX que a Amazônia teve (97%), São Paulo (96,5%), Goiás (91,6%) e Amapá3 (90%),
de fato uma ocupação um pouco mais expressiva, com a ex- enquanto outros, como Piauí (68,4%), Pará (68,9%) e Acre
ploração da borracha. (71,2%), apresentam os índices por volta de 70%, chegan-
do a 58,3% no Maranhão.

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Tendências recentes
Principalmente a partir dos anos 1990, vêm se delineando novas tendências no processo de urbanização brasi-
leiro:
• diminuição do ritmo das migrações inter-regionais;
• expansão das áreas de ocupação irregular e de condomínios fechados nas zonas próximas aos grandes centros
urbanos;
• ritmo de crescimento menos acelerado das grandes cidades, entre elas as metrópoles;
• intensificação no ritmo de crescimento das cidades médias;
• valorização extrema dos imóveis urbanos;
• custo de vida mais alto nas metrópoles (incluindo aluguel de imóveis);
• expansão e adensamento populacional das periferias das metrópoles em contraste com a redução da densidade
demográfica em áreas centrais.
As cidades médias passaram a oferecer certas vantagens em relação às grandes, como aumento da oferta de
empregos, em virtude da transferência de muitas indústrias para essas localidades, menor custo de vida, menor
índice de criminalidade e ampliação da oferta de estabelecimentos comerciais e de serviços destinados a atender à
população. São cidades que apresentam qualidade de vida melhor do que as grandes.

Hierarquia e rede urbana no Brasil
O crescimento das cidades médias próximas às regiões metropolitanas tem ampliado a formação de áreas conur-
badas ou em processo de conurbação.
As cidades conurbadas são interligadas por importantes vias de circulação e por meios de transporte e infraes-
trutura comuns. A Grande São Paulo e a Grande Rio são as maiores áreas conurbadas do país (figura 6, na página
seguinte). Anualmente, milhões de pessoas e de toneladas de mercadorias circulam entre as cidades brasileiras.
Muitos dos fluxos de pessoas são diários, realizando-se por motivo de trabalho, estudo, compras, assistência médi-
co-hospitalar, negócios, participação em eventos (feiras, exposições, palestras, shows), lazer, turismo etc. O número
de pessoas que residem numa cidade e trabalham num grande centro metropolitano intensifica os deslocamentos
entre municípios de uma mesma região metropolitana.
A hierarquização dos centros urbanos, refere-se aos papéis ocupados pelas cidades na organização socioeco-
nômica e espacial do Brasil. Segundo a classificação do IBGE, estabelecida no estudo “Regiões de influência das
cidades”, fazem parte da rede urbana brasileira: 12 principais centros urbanos, que são as metrópoles, e 70 capitais
regionais; além de 169 centros sub-regionais e centros de zona e os centros locais.
O estudo está fundamentado na estruturação das zonas de influência dos principais centros urbanos no território
brasileiro, mostrando as redes que eles formam e os diversos aspectos considerados na estruturação dessas redes.
A determinação dos principais centros baseou-se na existência de órgãos públicos (Executivo, Judiciário, Legislativo,
entre outros), de grandes empresas e na oferta de ensino superior, serviços de saúde e domínios de internet.

Metrópoles brasileiras
As doze metrópoles brasileiras são divididas em três grupos, de acordo com a sua importância, a complexidade
dos equipamentos urbanos disponíveis, a funcionalidade que exercem na rede urbana e a extensão de sua área de
influência:
• Grande metrópole nacional: São Paulo;
• Metrópoles nacionais: Rio de Janeiro e Brasília;
• Metrópoles: Belém, Manaus, Goiânia, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre.

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Entre as metrópoles de São Paulo e Rio de Janeiro estende-se uma longa mancha urbana caracterizando a configu-
ração da única megalópole no território brasileiro. Num trecho do estado de São Paulo, que engloba as regiões metropoli-
tanas de São Paulo, Baixada Santista, Campinas, além dos espaços densamente urbanizados de São José dos Campos
e Sorocaba, há a metrópole expandida ou macrometrópole, que tem São Paulo como centro.

  Principais  problemas  urbanos no Brasil


Um traço marcante do rápido processo de urbanização nos países em desenvolvimento e, em particular, no Brasil é a
formação de bairros com infraestrutura precária, loteamentos clandestinos, favelas e ocupações de moradias pela popula-
ção de baixa renda. Além disso, as principais cidades são marcadas também por bairros mais favorecidos por infraestru-
turas e qualidades urbanísticas, com parques, praças, amplas áreas arborizadas e gramadas, dando a seus moradores,
nesses aspectos, condições de vida semelhantes às dos países desenvolvidos. A precariedade das condições de moradia
de parcela considerável da população, sobretudo nas grandes cidades, portanto, reflete a própria dinâmica do processo
de modernização de alguns países em desenvolvimento. Esta foi marcada pela concentração de renda e de propriedades
e pela exclusão de parte da população dos benefícios produzidos por essa modernização.
Apesar de abrigar parcela expressiva da população, as cidades brasileiras apresentam situação de grande precarie-
dade em relação às condições das moradias urbanas. De acordo com o IBGE, em 2010, mais de 11 milhões de brasileiros
– cerca de 6% da população do país – viviam em favelas ou em moradias em situação inadequada.
Não obstante os avanços conquistados no que diz respeito a fornecimento de energia elétrica, coleta de lixo, abaste-
cimento de água e rede coletora de esgoto, ainda hoje um número expressivo de moradias brasileiras não possui acesso
simultâneo a esses serviços. A situação mais grave refere-se à rede coletora de esgoto, que, em 2014, faltava em 36,5%
dos domicílios, segundo o IBGE.

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Favelização
O processo de favelização é a face mais crítica do 3. FORMAÇÃO, ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO
problema habitacional no Brasil. Incapazes de adquirir um POLÍTICA DO BRASIL E DO MUNDO CONTEM-
terreno ou moradia, ou de pagar aluguel, milhares de pes- PORÂNEO. 3.1. PRODUÇÃO HISTÓRICA E CON-
soas não têm outra opção a não ser ocupar áreas públicas TEMPORÂNEA DO TERRITÓRIO NO BRASIL. 3.2.
ou privadas e nelas construírem suas casas. Esses locais FEDERALISMO, FEDERAÇÃO E DIVISÃO TERRI-
dispõem de pouco ou de nenhum serviço público, dificul- TORIAL NO BRASIL. 3.3. FORMAÇÃO E PROBLE-
tando muito a vida dessa parcela da população. Não raro, MÁTICA CONTEMPORÂNEA DAS FRONTEIRAS.
também, os terrenos ocupados estão em áreas de risco, 3.4. CONFLITOS GEOPOLÍTICOS EMERGENTES:
como encostas de morros e áreas de proteção ambiental, AMBIENTAIS, SOCIAIS, RELIGIOSOS E ECONÔ-
inclusive mananciais. MICOS. 3.5. ORDEM MUNDIAL E TERRITÓRIOS
SUPRANACIONAIS: BLOCOS E FLUXOS ECO-
Especulação imobiliária NÔMICOS E POLÍTICOS, ALIANÇAS MILITARES
Historicamente, a ocupação do solo urbano levou gran- E MOVIMENTOS SOCIAIS INTERNACIONAIS.
de parte da população mais pobre para a periferia, resulta- 3.6. REGIONALIZAÇÃO E A ORGANIZAÇÃO DO
do da ação dos responsáveis pelo planejamento urbano, NOVO SISTEMA MUNDIAL. 3.7. GLOBALIZAÇÃO:
que, via de regra, não priorizaram a questão da habitação CARACTERÍSTICAS, IMPACTOS NEGATIVOS E
para a população de baixo poder aquisitivo. As empresas POSITIVOS.
imobiliárias também participaram ativamente desse pro-
cesso, loteando a cidade de acordo com os interesses de
valorização de seus imóveis no mercado. Frequentemen-
te, obtêm informações prévias sobre investimentos do po- Divisão política
der público em determinados trechos do espaço urbano e Segundo a Constituição de 1988, o Brasil é uma federa-
adquirem terrenos, antecipadamente, nesses locais. Esse ção, com o nome oficial de República Federativa do Brasil,
modelo de ocupação urbana tornou-se, assim, amplamente composta de 27 unidades político-administrativas, sendo 26
favorável à especulação imobiliária. estados e 1 distrito federal, onde se localiza a sede do go-
verno federal. A federação caracteriza-se por ser um Esta-
Terras Indígenas do descentralizado, no qual as unidades políticas (estados)
De acordo com o Instituto Socioambiental (ISA), as 703 dispõem de autonomia política expressa em constituições
Terras Indígenas no Brasil cobrem 13,6% do território. Boa próprias e na eleição de governadores e deputados esta-
parte dessas terras, no entanto, ainda não foi demarcada. duais para a Assembleia Legislativa. Os estados se reúnem
De acordo com a lei, as terras demarcadas são de uso ex- em uma União, o governo federal. No federalismo brasileiro
clusivo e posse das populações indígenas, que asseguram há forte centralização do poder político em torno do governo
para si o direito sobre a exploração dos recursos naturais federal, com enfraquecimento da autonomia dos estados.
nelas existentes. Assim, podemos afirmar que, no caso do Brasil, a federa-
De acordo com a Constituição de 1988, as Terras Indí- ção apresenta algumas características que a diferem, por
genas são porções do território habitadas por um ou mais exemplo, da Federação dos Estados Unidos da América,
grupos indígenas e consideradas essenciais à preservação
onde os estados de fato têm autonomia política.
dos recursos necessários à sua sobrevivência, reprodução
O Brasil já possuiu uma federação nos moldes da exis-
física e cultural. Nelas, as comunidades nativas têm o direito
tente nos Estados Unidos. Isso ocorreu durante a República
de utilizar o solo, os rios, os lagos e as demais riquezas na-
Velha (1889-1930), quando as antigas províncias do impé-
turais existentes. A Constituição reconheceu os direitos dos
rio se transformaram em estados federados, com direito a
povos indígenas como primeiros habitantes de suas terras
e estabeleceu que elas fossem demarcadas até 1995. milícias estaduais (exércitos locais), algumas com maiores
No fim da segunda década do século XXI, esse proces- efetivos e melhores armamentos que o exército nacional, e
so encontra-se ainda em andamento, muitas vezes envol- total controle sobre seu comércio externo e legislação in-
vendo grandes conflitos. As Terras Indígenas são frequente- terna. A partir da década de 1930, com a implantação de
mente invadidas pelas grandes empresas madeireiras, por governos federais autoritários, a descentralização política
garimpeiros e agropecuaristas, entre outros grupos. Essas começou a dar lugar à centralização do poder. A Consti-
atividades, mesmo quando praticadas próximo às Terras In- tuição de 1988 voltou a ampliar a autonomia dos estados,
dígenas, comprometem o meio ambiente e constituem uma mas, como dissemos, ainda há forte centralização do poder
ameaça à subsistência desses povos. no Brasil.
A maioria da população indígena vive na Amazônia. O governo federal, ou a União, é constituído pelos
Nessa região, ainda ocupa grandes extensões de terra e poderes Executivo (exercido pelo presidente), Legislativo
preserva seu modo de vida tradicional. Em outras regiões, (constituído pelo Senado Federal e pela Câmara dos De-
especialmente no Centro-Sul do Brasil, as terras são meno- putados Federais) e Judiciário (Supremo Tribunal Federal).
res e algumas vezes abrigam aldeias muito povoadas. Em São atribuições do governo Federal, entre outras: garantir a
áreas insuficientes para prover o sustento e a sobrevivência soberania e a segurança nacional, emitir moeda, represen-
da comunidade, indígenas recorrem às cidades próximas tar o país em organizações internacionais e elaborar planos
em busca de recursos e de trabalho. Essa integração força- nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento econô-
da os coloca em situação de marginalidade no novo meio. mico e social.

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Divisão regional Século XVII e XVIII: foram marcados pela produção pas-
A divisão regional do Brasil mais conhecida e divulgada toril que adentrou a oeste do país e também pela descoberta
foi criada a partir de um conjunto de critérios, tais como: loca- de jazidas de ouro e diamante nos estados de Goiás, Minas
lização das Unidades da Federação no território, elementos Gerais e Mato Grosso. Esse período foi chamado de aurífero
naturais (tipos de clima e de vegetação predominantes, por e fez surgir várias cidades.
exemplo), além de aspectos sociais e econômicos. Essas re- Século XIX: a atividade que contribuiu para o processo de
giões, chamadas de macrorregiões ou grandes regiões, foram urbanização foi a produção de café, principalmente nos es-
criadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti- tados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito
ca), que é o órgão do governo brasileiro responsável em cole- Santo. Essa atividade também contribuiu para o surgimento
tar, organizar e apresentar diversas informações sobre nosso de várias cidades.
país. As macrorregiões são: Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e
Centro-Oeste. Fronteiras do Brasil
A partir da criação dos Estados como nação, todos eles
A Industrialização é um processo de modernização pelo sentiram a necessidade de estabelecer fronteiras, promoven-
qual passam os meios de produção de uma determinada do a separação entre os países para que não houvesse uma
sociedade. É pautada pela ampliação de tecnologias e pelo intervenção da soberania, ou seja, para que um país não ten-
desenvolvimento da economia de modo geral. O processo tasse ingressar no território vizinho.
de evolução da indústria, como ela é conhecida atualmente, Os limites entre os territórios têm como objetivo identificar
demandou um longo período. Os primórdios de uma industria- onde começa um território e termina outro. Todos os limites
lização efetiva ocorreram na Inglaterra. Isso porque a indústria territoriais existentes na face da Terra foram firmados por meio
altera não só os modos de se produzir, mas são impactantes de acordos e tratados entre os países envolvidos. Após esse
também nas relações sociais. processo foram implantadas linhas imaginárias que são, em
No século XVIII ocorre a chamada Primeira Revolução grandes casos, marcadas por meio de elementos naturais
Industrial, quando a Inglaterra baseia seu desenvolvimento como rios, lagos, serras e montanhas ou uma construção de
um marco artificial sobre o terreno.
econômico nas indústrias, promovendo o cercamento dos
Diversas vezes a expressão limite é confundida com fron-
campos (enclosures) e empurrando os trabalhadores para as
teira, no entanto, essa corresponde à toda extensão da linha
áreas que se urbanizavam através da produção industrial.
limite de um país (exemplo fronteira entre Argentina e Brasil).
Ao mesmo tempo, esse processo libera mão-de-obra em
Todo país que possui litoral detém parte do território em áreas
abundância, amplia o mercado consumidor e disponibiliza ter-
marinhas até um certo ponto do oceano, denominada de fron-
ras à produção capitalista. A Industrialização promove mudan-
teira marítima.
ças que vão muito além da utilização de máquinas. As zonas próximas às fronteiras entre duas nações nor-
malmente são urbanizadas e produzem um grande fluxo co-
Formação e organização do território brasileiro1 mercial e cultural entre habitantes das nacionalidades envol-
O território do Brasil ocupa uma área de 8 514 876 km². vidas.
Em virtude de sua extensão territorial, o Brasil é considerado Um grande número de países possui um esquema de
um país continental por ocupar grande parte da América do defesa nas faixas de fronteiras no continente e no mar, com
Sul. O país se encontra em quinto lugar em tamanho de ter- intuito de proteger o território e conservar a soberania, além
ritório. de evitar a entrada de contrabando, drogas, armas, imigrantes
A população brasileira está irregularmente distribuída, pois ilegais, entre outros.
grande parte da população habita na região litorânea, onde se
encontram as maiores cidades do país. Isso nada mais é do O deslocamento de brasileiros para a fronteira leste do
que uma herança histórica, resultado da forma como o Brasil Paraguai2
foi povoado, os primeiros núcleos urbanos surgiram no litoral. A presença de brasileiros no Paraguai principia no final
Até o século XVI, o Brasil possuía apenas a área esta- dos anos 1950, intensifica-se nas décadas de 1960 e 1970 no
belecida pelo Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494 por contexto de construção da hidrelétrica de Itaipu e continua em
Portugal e Espanha. Esse tratado dividia as terras da América novos fluxos nos últimos anos.1 O número de brasileiros no
do Sul entre Portugal e Espanha. país vizinho é impreciso. As estimativas indicam que se trata
Os principais acontecimentos históricos que contribuíram da maior migração de brasileiros para uma nação fronteiriça e
para o povoamento do país foram: a segunda maior “comunidade de brasileiros” no exterior. Se-
No século XVI: a ocupação limitava-se ao litoral, a princi- gundo os dados do Ministério das Relações Exteriores, em
pal atividade econômica desse período foi o cultivo de cana 2002, dos 545.886 brasileiros que se encontravam nos países
para produzir o açúcar, produto muito apreciado na Europa, da América do Sul, 459.147 estavam no Paraguai. Esse país
a produção era destinada à exportação. As propriedades ru- concentra de longe a maior quantidade, ou seja, mais de 4/5
rais eram grandes extensões de terra, cultivadas com força de todos os imigrantes brasileiros que vivem nos países vizi-
de trabalho escrava. O crescimento da exportação levou aos nhos (Diretoria Geral de Assuntos Consulares, Jurídicos e
primeiros centros urbanos no litoral, as cidades portuárias. de Assistência a Brasileiros no Exterior, do Ministério das
1 FREITAS, Eduardo de. “Formação e organização do terri- Relações Exteriores apud Sprandel, 2002).
tório brasileiro”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol. 2 ALBUQUERQUE, José Lindomar C. - A dinâmica das fron-
com.br/brasil/formacao-organizacao-territorio-brasileiro.htm. Acesso teiras: deslocamento e circulação dos “brasiguaios” entre os limites
em 24 de março de 2020. nacionais

Geografia 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Os imigrantes brasileiros no Paraguai fazem parte de cadas pela queda do Muro de Berlim em 1989 e o enfraque-
dois amplos processos migratórios no interior do Brasil: um cimento do império soviético, demonstraram que a confi-
movimento vindo do Rio Grande Sul em direção a Santa guração das relações políticas internacionais pós-Segunda
Catarina, Oeste do Paraná e Mato Grosso do Sul; um outro Guerra estava prestes a se reestruturar. Em 1991, a União
fluxo vindo do Nordeste e Minas Gerais em direção ao Es- Soviética, país que idealizou um projeto político-econômico
tado de São Paulo, Norte e Oeste do Paraná. Essas migra- de oposição ao domínio ocidental capitalista, não conse-
ções eram fundamentalmente compostas por famílias de guiu resistir às pressões internas relacionadas ao multicul-
camponeses. As famílias dos dois fluxos migratórios ocupa- turalismo e à fragilidade de sua economia. Sua decadência
ram geralmente posições sociais diferentes tanto no Oeste decretou o fim da Ordem da Guerra Fria e o início da Nova
do Paraná, Mato Grosso do Sul como no Leste do Paraguai Ordem Mundial, liderada pelos Estados Unidos e com uma
nos ciclos do café, da menta e da soja. Os nordestinos e estrutura baseada no conflito Norte-Sul: a interdependência
mineiros se tornaram principalmente peões, arrendatários e entre os países desenvolvidos e os países subdesenvolvi-
posseiros nessas frentes de expansão nacionais, enquanto dos.
que os sulistas se constituíram majoritariamente como co- A Nova Ordem está vinculada aos interesses dos Es-
lonos, pequenos e médios proprietários, especialmente em tados Unidos. Detentor da maior economia mundial, o país
território paraguaio. desenvolveu durante a Guerra Fria todo um arcabouço téc-
O outro fluxo migratório tem como pontos intermediá- nico para aumentar a sua influência econômica, cultural e
rios São Paulo e o Norte do Paraná, isto é, quase todos os militar ao redor do globo. Por outro lado, a Europa apostou
nordestinos e mineiros que vivem atualmente no Paraguai na formação de um bloco econômico bastante ambicioso,
moraram alguns anos em São Paulo e em mais de uma re- a União Europeia, que envolve relações econômicas e po-
gião do estado do Paraná. Muitos dos nordestinos ou “nor- líticas em torno do ideal de solidariedade e crescimento em
tistas” vieram no período inicial dessa imigração – décadas conjunto. Com a adoção do Euro, no ano de 2002, o bloco
de 1950, 1960 e 1970 – para trabalhar no desmatamento atingiu o maior dos seus objetivos de integração regional,
das fazendas e no plantio e colheita de menta e café. Mui- criando instituições para gerenciar esse modelo de orga-
tos deles já voltaram para o Brasil, pois não conseguiram nização política. Na composição do eixo dos países de-
comprar ou ampliar a propriedade rural. Contudo, alguns senvolvidos está o Japão, país que conta com alto grau de
prosperaram economicamente, como este nordestino que desenvolvimento tecnológico, mas que está atravessando
hoje tem uma grande fazenda e é exportador de soja no muitas dificuldades econômicas desde o início da Nova Or-
departamento de Alto Paraná. dem Mundial, principalmente pelo baixo crescimento eco-
nômico acumulado e o envelhecimento de sua população.
Conflitos na fronteira e representações sobre o “outro” Esse cenário começou a sofrer algumas alterações ao
A maioria dos conflitos que ocorreu, nas duas últimas final da década de 1990, quando o termo ‘países emergen-
décadas, na fronteira leste do Paraguai foi ocasionada por tes’ começou a ganhar espaço nas análises da conjuntura
disputas de terra entre os movimentos camponeses pa- econômica mundial. O crescimento expressivo e contínuo
raguaios e imigrantes brasileiros que são proprietários de de países como China e Índia, a recuperação econômica
fazendas naquele país. A respeito disso, algumas observa- da Rússia, a maior estabilidade econômica do Brasil e o de-
ções preliminares são importantes: senvolvimento social e tecnológico da Coreia do Sul ofere-
1) os movimentos camponeses, embora “invadam” pre- ceram uma nova característica para as relações internacio-
dominantemente as propriedades dos imigrantes brasilei- nais: países que apenas detinham uma posição secundária
ros, também ocupam grande número de outros estrangei- no sistema capitalista mundial passaram a influenciar mais
ros que vivem no Paraguai (alemães, menonitas, árabes, ativamente o comércio internacional, conquistando maior
coreanos, chineses e norte-americanos) e dos próprios poder nas decisões de blocos e organizações mundiais.
latifundiários paraguaios, principalmente de militares que Em 2001, o economista Jim O’Nill do banco de investi-
conseguiram grandes faixas de terra durante a ditadura de mentos Goldman Sachs criou o termo BRIC’s, formado por
Stroessner; Brasil, Rússia, Índia e China e que atualmente conta tam-
2) os conflitos envolvendo “brasiguaios” e campesinos bém com a presença da África do Sul. Para O’nill, esse gru-
não se resumem à disputa pela terra; estão relacionados à po de países apresentaria o maior potencial de crescimento
destruição florestal e uso de agrotóxicos nas lavouras de entre as nações emergentes, algo que foi consolidado na
soja, bem como ao confronto político entre camponeses e década de 2000 e que foi absorvido pelos países em ques-
prefeitos “brasiguaios”. tão, que promovem reuniões anuais com o estabelecimento
de acordos comerciais e projetos para a transferência de
As Configurações do Mundo Contemporâneo3 tecnologia.
A geopolítica mundial tem sofrido grandes modificações Todas essas transformações recentes nos direcionam
nos últimos 30 anos. A partir da década de 1980, as suces- para a seguinte reflexão: após duas grandes guerras, a Pax
sivas dissoluções dos regimes socialistas na Europa, mar- Americana estruturada ao final da 2a Guerra Mundial pode
3 SILVA, Júlio César Lázaro da. “As Configurações do Mun-
estar passando por um processo de desconstrução?
do Contemporâneo”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilesco-
A crise econômica mundial expõe a fragilidade mo-
la.uol.com.br/geografia/configuracoes-do-mundo-contemporaneo.htm.
mentânea da economia norte-americana. Além do caráter
Acesso em 24 de março de 2020.
conjuntural, as dificuldades econômicas dos EUA não re-

Geografia 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

presentam uma decadência de sua ideologia, que continua A segunda expressão utilizada é a multipolaridade, pois,
fortalecida, muito menos do seu poder e eficiência militar. após o término da Guerra Fria, o poderio militar não era
Nenhum outro Estado-Nação emerge como redefinidor de mais o critério principal a ser estabelecido para determinar
valores e nem sequer existem candidatos para esse posto a potencialidade global de um Estado Nacional, mas sim o
(desconsiderando as bravatas expressas por líderes como poderio econômico. Nesse plano, novas frentes emergiram
o presidente venezuelano Hugo Chávez ou o iraniano Mah- para rivalizar com os EUA, a saber: o Japão e a União Euro-
moud Ahmadinejad). peia, em um primeiro momento, e a China em um segundo
Os EUA devem reformular seus sistemas de vigilância, momento, sobretudo a partir do final da década de 2000.
segurança nacional e planejamento estratégico, a fim de Por fim, temos uma terceira proposta, mais consensual:
confirmar o status quo geopolítico que foi determinado após a unimultipolaridade. Tal expressão é utilizada para desig-
a sua consolidação como potência hegemônica. Mesmo a nar o duplo caráter da ordem de poder global: “uni” para
China possui limites quanto ao seu crescimento econômico e designar a supremacia militar e política dos EUA e “multi”
dificuldades para construir, em curto prazo, um mercado con-
para designar os múltiplos centros de poder econômico.
sumidor capaz de absorver tamanho crescimento. No caso
da Europa, que foi atingida mais gravemente pela crise eco-
Mudanças na hierarquia internacional
nômica mundial, deve ocorrer uma mudança no planejamen-
to de suas instituições que ainda precisam ser fortalecidas Outra mudança acarretada pela emergência da Nova
antes de apostarem na integração de países que possuem Ordem Mundial foi a necessidade da reclassificação da hie-
economias mais frágeis e limitadas a setores menos moder- rarquia entre os Estados nacionais. Antigamente, costuma-
nos ou até mesmo pouco produtivos. va-se classificar os países em 1º mundo (países capitalistas
Mais do que a transformação na Pax Americana, mere- desenvolvidos), 2º mundo (países socialistas desenvolvi-
ce destaque a reformulação da ONU. A atual configuração dos) e 3º mundo (países subdesenvolvidos e emergentes).
da organização supranacional parece estar mais condizente Com o fim do segundo mundo, uma nova divisão foi elabo-
com o momento histórico que a Europa viveu entre o final do rada.
século XIX e a 2a Guerra Mundial (redefinição de fronteiras) e A partir de então, divide-se o mundo em países do Nor-
com a bipolaridade imposta pelo período da Guerra Fria. Os te (desenvolvidos) e países do Sul (subdesenvolvidos), es-
debates acerca das novas funcionalidades da organização tabelecendo uma linha imaginária que não obedece inteira-
devem ser fundamentados na adaptação a esses novos tem- mente à divisão norte-sul cartográfica.
pos, em que os atos extremos, individuais ou planejados a
partir de células terroristas, tornam-se difíceis de serem con-
duzidos por uma estrutura geopolítica como a atual, ainda
muito preocupada com os interesses particulares nacionais e
regionais. As problemáticas globais tais como meio ambien-
te, escassez de água, terrorismo, violência, energias alter-
nativas, entre tantos outros, requerem o abandono dessas
práticas políticas obsoletas e a introdução de uma nova ra-
cionalidade pautada em valores universais. Até porque uma
pitada de utopia nunca é demais.

Nova Ordem Mundial4


A Nova Ordem Mundial ou Nova Ordem Geopolítica
Mundial, significa o plano geopolítico internacional das cor-
relações de poder e força entre os Estados Nacionais após o
final da Guerra Fria.
Com a queda do Muro de Berlim, em 1989, e o esface- É possível perceber, no mapa acima, que a divisão
lamento da União Soviética, em 1991, o mundo se viu diante entre norte e sul não corresponde à divisão estabelecida
de uma nova configuração política. A soberania dos Estados usualmente pela Linha do Equador, uma vez que os cri-
Unidos e do capitalismo se estendeu por praticamente todo térios utilizados para essa divisão são econômicos, e não
o mundo e a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico cartográficos. Percebe-se que alguns países do hemisfério
Norte) se consolidou como o maior e mais poderoso tratado norte (como os Estados do Oriente Médio, a Índia, o México
militar internacional. O planeta, que antes se encontrava na e a China) encontram-se nos países do Sul, enquanto os
denominada “Ordem Bipolar” da Guerra Fria, passou a bus- países do hemisfério sul (como Austrália e Nova Zelândia),
car um novo termo para designar o novo plano político. por se tratarem de economias mais desenvolvidas, encon-
A primeira expressão que pode ser designada para de- tram-se nos países do Norte.
finir a Nova Ordem Mundial é a unipolaridade, uma vez que, No mapa anterior também podemos visualizar as áreas
sob o ponto de vista militar, os EUA se tornaram soberanos de influência política dos principais atores econômicos
diante da impossibilidade de qualquer outro país rivalizar mundiais. Vale lembrar, porém, que a área de influência dos
com os norte-americanos nesse quesito. EUA pode se estender para além da divisão estabelecida,
4 PENA, Rodolfo F. Alves. “Nova Ordem Mundial”; Brasil
uma vez que sua política externa, muitas vezes, atua nas
Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/no-
mais diversas áreas do mundo, com destaque para algu-
va-ordem-mundial.htm. Acesso em 24 de março de 2020.
mas regiões do Oriente Médio.

Geografia 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A “Guerra ao terror”
Como vimos, após o final da Guerra Fria, os Estados Unidos se viram isolados na supremacia bélica do mundo. Ape-
sar de a Rússia ter herdado a maior parte do arsenal nuclear da União Soviética, o país mergulhou em uma profunda crise
ao longo dos anos 1990 e início dos anos 2000, o que não permitiu que o país mantivesse a conservação de seu arsenal,
pois isso custa muito dinheiro.
Em face disso, os Estados Unidos precisavam de um novo inimigo para justificar os seus estrondosos investimentos
em armamentos e tecnologia bélica. Em 2001, entretanto, um novo inimigo surgiu com os atentados de 11 de Setembro,
atribuídos à organização terrorista Al-Qaeda.
Com isso, sob o comando do então presidente George W. Bush, os Estados Unidos iniciaram uma frenética Guerra
ao Terror, em que foram gastos centenas de bilhões de dólares. Primeiramente os gastos se direcionaram à invasão do
Afeganistão, em 2001, sob a alegação de que o regime Talibã que governava o país daria suporte para a Al-Qaeda. Em
segundo, com a perseguição dos líderes dessa organização terrorista, com destaque para Osama Bin Laden, que foi en-
contrado e morto em maio de 2011, no Paquistão.
O que se pode observar é que não existe, ao menos por enquanto, nenhuma nação que se atreva a estabelecer uma
guerra contra o poderio norte-americano. O “inimigo” agora é muito mais difícil de combater, uma vez que armas de des-
truição em massa não podem ser utilizadas, pois são grupos que atacam e se escondem em meio à população civil de
inúmeros países.

Regionalização socioeconômica do espaço mundial5


Existem diversas formas de se regionalizar o espaço geográfico, haja vista que as regiões nada mais são do que as
classificações observadas pelo intelecto humano sobre o espaço geográfico. Assim, existem regiões adotadas subjetiva-
mente pelas pessoas no meio cotidiano e regiões elaboradas a partir de critérios científicos, que obedecem a pré-requisi-
tos e conceitos de ordem natural ou social.
A regionalização socioeconômica do espaço mundial é, pois, uma forma de realizar uma divisão entre os diferentes
países com base no nível de desenvolvimento no âmbito do capitalismo contemporâneo. Basicamente, trata-se de uma
atualização da chamada “Teoria dos Mundos”, que regionalizava o planeta com base em países de primeiro mundo
(capitalistas desenvolvidos), segundo mundo (de economia planificada ou “socialistas”) e terceiro mundo (capitalistas
subdesenvolvidos). No caso da regionalização socioeconômica, considera-se apenas a existência do primeiro e terceiro
mundos, haja vista que a perspectiva socialista ou planificada não possui mais abertura no plano internacional após a
queda do Muro de Berlim.
Essa regionalização classifica os países em dois principais grupos: de um lado, os países do norte desenvolvido; de
outro, os países do sul subdesenvolvido. Por isso, muitos chamam essa divisão de regionalização norte-sul.
Posto isso, considera-se que a maior parte dos países ricos encontra-se situada nas terras emersas posicionadas
mais ao norte do globo, enquanto os países pobres estão majoritariamente no sul. No entanto, essa divisão não segue à
risca a delimitação cartográfica do planeta, havendo aqueles países centrais no hemisfério sul, como é o caso da Austrália,
e países periféricos no hemisfério norte, a exemplo da China.
Observe a imagem a seguir:

5 PENA, Rodolfo F. Alves. “Regionalização socioeconômica do espaço mundial”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.
com.br/geografia/regionalizacao-socioeconomica-espaco-mundial.htm. Acesso em 23 de março de 2020.

Geografia 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


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É importante observar que, além de ser muito abran- era muito menos rápida e eficiente que a dos dias atuais,
gente, essa forma de regionalização do espaço geográfico que, por sua vez, poderá ser considerada menos eficiente
mundial possui uma série de limitações. A principal delas em comparação com as prováveis evoluções técnicas que
é a de não evidenciar a heterogeneidade existente entre ocorrerão nas próximas décadas. Podemos dizer, então,
os países de um mesmo grupo na classificação. Os países que o mundo se encontra cada dia mais globalizado.
do norte desenvolvido, por exemplo, apresentam-se com O avanço realizado nos sistemas de comunicação e
as mais diversas perspectivas, havendo aqueles conside- transporte, responsável pelo avanço e consolidação da glo-
rados como “potências”, a exemplo dos Estados Unidos, balização atual, propiciou uma integração que aconteceu
da Alemanha e outros, e aqueles considerados limitados de tal forma que tornou comum a expressão “aldeia global”.
economicamente ou que sofrem crises recentes, tais como O termo “aldeia” faz referência a algo pequeno, onde todas
Portugal, Grécia, Rússia e Itália. as coisas estão próximas umas das outras, o que remete à
Já entre os países do sul subdesenvolvido, também ideia de que a integração mundial no meio técnico-informa-
existem evidentes distinções. Por um lado, há aqueles paí- cional tornou o planeta metaforicamente menor.
ses pouco ou não industrializados, como economias cen-
tradas no setor primário basicamente, e, por outro lado, A origem da Globalização
aqueles países ditos “emergentes” ou “subdesenvolvidos Não existe um total consenso sobre qual é a origem
industrializados”, tais como o BRICS (exceto a Rússia), do processo de globalização. O termo em si só veio a ser
os Tigres Asiáticos e outros. Alguns deles, como a China, elaborado a partir da década de 1980, tendo uma maior di-
possuem economias muito avançadas em termos de pro- fusão após a queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra
dução e geração de riquezas, porém sofrem com condições Fria. No entanto, são muitos os autores que defendem que
sociais limitadas, má distribuição de renda, analfabetismo, a globalização tenha se iniciado a partir da expansão maríti-
pobreza e problemas diversos. mo-comercial europeia, no final do século XV e início do sé-
Entender a dinâmica do espaço mundial, mesmo que culo XVI, momento no qual o sistema capitalista iniciou sua
em uma perspectiva específica, é uma tarefa bastante com- expansão pelo mundo.
plicada, de forma que as generalizações tendem ao erro. No De toda forma, como já dissemos, ela foi gradativamente
entanto, a regionalização norte-sul é importante no sentido apresentando evoluções, recebendo incrementos substan-
de nos dar uma orientação geral sobre o nível de desenvol- ciais com as transformações tecnológicas proporcionadas
vimento social e econômico dos países e das populações pelas três revoluções industriais. Nesse caso, cabe um des-
nas diferentes partes do planeta. Assim, constrói-se uma taque especial para a última delas, também chamada de Re-
volução Técnico-Científica-Informacional, iniciada a partir de
base sobre a qual é possível nos aprofundarmos em ter-
meados do século XX e que ainda se encontra em fase de
mos de estudos e conhecimentos para melhor caracterizar
ocorrência. Nesse processo, intensificaram-se os avanços
as relações socioespaciais no plano político e econômico
técnicos no contexto dos sistemas de informação, com des-
internacional. taque para a difusão dos aparelhos eletrônicos e da internet,
além de uma maior evolução nos meios de transporte.
Globalização6 Portanto, a título de síntese, podemos considerar que,
A globalização é um dos termos mais frequentemente se a globalização se iniciou há cerca de cinco séculos apro-
empregados para descrever a atual conjuntura do sistema ximadamente, ela consolidou-se de forma mais elaborada e
capitalista e sua consolidação no mundo. Na prática, ela é desenvolvida ao longo dos últimos 50 anos, a partir da se-
vista como a total ou parcial integração entre as diferentes gunda metade do século XX em diante.
localidades do planeta e a maior instrumentalização propor-
cionada pelos sistemas de comunicação e transporte. Características da globalização / aspectos positivos e
O conceito de globalização é dado por diferentes ma- negativos
neiras conforme os mais diversos autores em Geografia, Uma das características da globalização é o fato de ela
Ciências Sociais, Economia, Filosofia e História que se se manifestar nos mais diversos campos que sustentam e
pautaram em seu estudo. Em uma tentativa de síntese, po- compõem a sociedade: cultura, espaço geográfico, educa-
demos dizer que a globalização é entendida como a inte- ção, política, direitos humanos, saúde e, principalmente, a
gração com maior intensidade das relações socioespaciais economia. Dessa forma, quando uma prática cultural chinesa
em escala mundial, instrumentalizada pela conexão entre é vivenciada nos Estados Unidos ou quando uma manifesta-
as diferentes partes do globo terrestre. ção tradicional africana é revivida no Brasil, temos a evidên-
Vale lembrar, no entanto, que esse conceito não se re- cia de como as sociedades integram suas culturas, influen-
fere simplesmente a uma ocasião ou acontecimento, mas a ciando-se mutuamente.
um processo. Isso significa dizer que a principal caracterís- Existem muitos autores que apontam os problemas e os
tica da globalização é o fato de ela estar em constante evo- aspectos negativos da globalização, embora existam muitas
lução e transformação, de modo que a integração mundial polêmicas e discordâncias no cerne desse debate. De toda
por ela gerada é cada vez maior ao longo do tempo. forma, considera-se que o principal entre os problemas da
Há um século, por exemplo, a velocidade da comunica- globalização é uma eventual desigualdade social por ela
proporcionada, em que o poder e a renda encontram-se em
ção entre diferentes partes do planeta até existia, porém ela
maior parte concentrados nas mãos de uma minoria, o que
6 https://brasilescola.uol.com.br/geografia/globalizacao.htm atrela a questão às contradições do capitalismo.
Acessado em 23.03.2020

Geografia 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Além disso, acusa-se a globalização de proporcionar Por fim, cabe ressaltar que o avanço da globalização
uma desigual forma de comunicação entre os diferentes culminou também na expansão e consolidação do sistema
territórios, em que culturas, valores morais, princípios edu- capitalista, além de permitir sua rápida transformação. As-
cacionais e outros são reproduzidos obedecendo a uma sim, com a maior integração mundial, o sistema liberal – ou
ideologia dominante. Nesse sentido, forma-se, segundo neoliberal – ampliou-se consideravelmente na maior parte
essas opiniões, uma hegemonia em que os principais cen- das políticas econômicas nacionais, difundindo-se a ideia
tros de poder exercem um controle ou uma maior influên- de que o Estado deve apresentar uma mínima intervenção
cia sobre as regiões economicamente menos favorecidas, na economia.
obliterando, assim, suas matrizes tradicionais. A globalização é, portanto, um tema complexo, com in-
contáveis aspectos e características. Sua manifestação não
Entre os aspectos positivos da globalização, é comum pode ser considerada linear, de forma a ser mais ou menos
citar os avanços proporcionados pela evolução dos meios intensa a depender da região onde ela se estabelece, ga-
nhando novos contornos e características. Podemos dizer,
tecnológicos, bem como a maior difusão de conhecimento.
assim, que o mundo vive uma ampla e caótica inter-relação
Assim, por exemplo, se a cura para uma doença grave é
entre o local e o global.
descoberta no Japão, ela é rapidamente difundida (a de-
pender do contexto social e econômico) para as diferentes
PARANÁ
partes do planeta. Outros pontos considerados vantajosos História do Paraná
da globalização é a maior difusão comercial e também de Os territórios hoje denominados Paraná vêm sendo
investimentos, entre diversos outros fatores. continuamente habitados por diferentes populações huma-
É claro que o que pode ser considerado como vanta- nas há cerca de pelo menos nove mil (9.000) anos antes
gem ou desvantagem da globalização depende da abor- do presente (AP). Entretanto, se considerarmos a cronolo-
dagem realizada e também, de certa forma, da ideologia gia dos territórios vizinhos que foram ocupados em épocas
empregada em sua análise. Não é objetivo, portanto, des- anteriores, é provável que ainda possam ser obtidas datas
te texto entrar no mérito da discussão em dizer se esse que poderão atestar a presença humana em períodos mais
processo é benéfico ou prejudicial para a sociedade e para recuados.
o planeta. Por todo o Paraná vamos encontrar vestígios desses
antigos assentamentos humanos. O mais antigo deles, da-
Efeitos da Globalização tado de 9.040 AP, foi encontrado por Claudia Parellada, ar-
Existem vários elementos que podem ser conside- queóloga do Museu Paranaense, no vale do rio Iguaçu.
rados como consequências da globalização no mundo. Os contatos dos europeus com os antigos habitantes
Uma das evidências mais emblemáticas é a configuração da região ocorreram já no início do século XVI, com os pri-
do espaço geográfico internacional em redes, sejam elas meiros navegantes que aportaram ou passaram pelo litoral
de transporte, de comunicação, de cidades, de trocas co- paranaense, e pelas primeiras expedições portuguesas e
merciais ou de capitais especulativos. Elas formam-se por espanholas que percorreram o interior do Paraná rumo ao
pontos fixos – sendo algumas mais preponderantes que império inca.
outras – e pelos fluxos desenvolvidos entre esses diferen- Os primeiros navegantes europeus que aportaram ou
tes pontos. passaram pelo litoral do Paraná nos trinta primeiros anos
Outro aspecto que merece destaque é a expansão das do século XVI fizeram os primeiros contatos com as popula-
empresas multinacionais, também chamadas de transna- ções de índios Guaranis – na época, chamados de Carijós
cionais ou empresas globais. Muitas delas abandonam – e com eles possivelmente estabeleceram relações comer-
ciais e culturais. E foi através desses Guarani do litoral que
seus países de origem ou, simplesmente, expandem suas
as populações indígenas sediadas nos territórios interiora-
atividades em direção aos mais diversos locais em busca
nos souberam da presença de homens brancos vindos de
de um maior mercado consumidor, de isenção de impos-
terras distantes de além-mar.
tos, de evitar tarifas alfandegárias e de angariar um menor
No início da colonização portuguesa, a região onde se
custo com mão de obra e matérias-primas. O processo situa hoje o estado do Paraná fazia parte da Capitania de
de expansão dessas empresas globais e suas indústrias Santo Amaro. Em 1539, o Paraná foi submetido a autorida-
reverberou no avanço da industrialização e da urbaniza- de da Capitania de São Vicente.
ção em diversos países subdesenvolvidos e emergentes, A colonização do litoral paranaense começou na segun-
incluindo o Brasil. da metade do século 16, com um pequeno povoado na ilha
Outra dinâmica propiciada pelo avanço da globaliza- de Cotinga, hoje, no município de Paranaguá.
ção é a formação dos acordos regionais ou dos blocos No século 17, já existiam as vilas de Nossa Senhora da
econômicos. Embora essa ocorrência possa ser inicial- Luz dos Pinhais (Curitiba) e a de Paranaguá. No final da-
mente considerada como um entrave à globalização, pois quele século descobriram-se minas de ouro, que atraíram
acordos regionais poderiam impedir uma global interação muitos exploradores para o interior do atual Paraná.
econômica, ela é fundamental no sentido de permitir uma A partir de 1737, tropeiros passaram a usar o Caminho
maior troca comercial entre os diferentes países e também Real do Viamão, ligando a região serrana do Rio Grande do
propiciar ações conjunturais em grupos. Sul a São Paulo, passando por Curitiba.

Geografia 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

No final do século 18, após o ciclo do ouro, a atividade Dados geográficos


econômica do atual território do Paraná passou a ser do-
minada pela pecuária. Nessa época, a Bahia voltou a ser a
capitania mais rica do Brasil.
1808 - A Família Real chegou em Salvador.
1822 a 1823 - Guerra da Independência.
No século 19, começaram a chegar grande número de
imigrantes asiáticos e europeus, que se dedicaram princi-
palmente à agricultura.
Até boa parte do século 19, o Caminho do Itupava era
a principal ligação do litoral com o alto planalto paranaense.
Em 1830, o baiano José Carlos Pereira de Almeida Torres,
então presidente da Província de São Paulo, ordenou seu
calçamento e outras melhorias. No final do século 19, ini-
ciou-se a construção de ferrovias no Paraná.
O Paraná tornou-se província em 19 de dezembro de
1853, pelo desmembramento da antiga comarca ligada a
São Paulo. O primeiro presidente da nova província foi o
baiano Zacarias de Góes e Vasconcellos (1815-1877). O
Conselheiro Zacarias foi o responsável pela instalação das
instituições que fizeram funcionar o nova Província, incluin-
do a Assembleia. O baiano convidou Cândido Martins Lo-
pes, de Niterói, para instalar a Typographia Paranaense,
inaugurada em 1854, a primeira do Paraná. Zacarias tam-
bém mandou construir a Estrada da Graciosa.
Nos anos seguintes, como Província, o Paraná teve que O estado do Paraná ocupa uma área de 199.880 km²,
lidar com a elevada criminalidade. Em seu combate, desta- estendendo-se do litoral ao interior. Localiza-se a 51º00’00”
cou-se o baiano Francisco Liberato de Mattos, presidente de longitude oeste do Meridiano de Greenwich e a 24º00’00”
do Paraná, de 1857 a 1859. Mattos também promoveu a de latitude sul da Linha do Equador e com fuso horário -3
atração e a integração de colonos estrangeiros no Paraná, horas em relação a hora mundial GMT. Três quartos de seu
principalmente para apoio à lavoura. Ele também criou a território ficam abaixo do Trópico de Capricórnio. No Brasil,
linha de navegação entre Antonina e Paranaguá. o estado faz parte da região Sul, fazendo fronteiras com
Com a República, em 1889, o Paraná passou a ser um os estados de São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso do
estado do Brasil. Sul e dois países: Paraguai e Argentina. É banhado pelo
Em 1893, eclodiu a Revolução Federalista, no Rio oceano Atlântico.
Grande do Sul, que se estendeu até Santa Catarina e Para- O Estado do Paraná possui 399 municípios, onde se
ná. Os revolucionários federalistas estabeleceram sua base misturam as culturas europeia, africana, asiática e indíge-
de operações na Ilha de Santa Catarina. Em 1894, houve o na, grupos dos quais descende a maioria dos paranaen-
Cerco da Lapa, no Paraná. Em 11 de fevereiro, após 26 dias ses. A paisagem do Estados é rica e bela. Das Cataratas
de brava resistência, Lapa foi tomada pelos maragatos, que do Iguaçu às montanhas da Serra do Mar, à Baía de Para-
seguiram para Curitiba. O governador havia se retirado da naguá. São vários trechos de Mata Atlântica preservados.
Capital Paranaense, onde os federalistas se estabeleceram O Paraná foi fundado pelo Baiano Zacarias de Góes e
até maio de 1894. Depois, foram detidos pelas tropas de Vasconcellos, em 1853, com o desmembramento de uma
Floriano Peixoto. comarca de São Paulo.
A Revolução Federalista foi uma guerra sangrenta, pa- Cerca de 52% do território do Paraná encontram-se aci-
cificada pelo baiano Galvão de Queiroz, que negociou a ma de 600m e 89% acima de 300 metros; somente três por
paz, em agosto de 1895. cento ficam abaixo de 200 metros. O quadro morfológico
No final do século 19, a erva-mate destacou-se na eco- é dominado por superfícies planas dispostas a grande al-
nomia do Paraná. titude, compondo planaltos que formam as serras do Mar
De 1912 a 1915 houve a Guerra do Contestado, envol- e Geral.
vendo a posse de territórios entre o Paraná e Santa Cata- Possui clima temperado, na maior parte, e é cortado
rina. ao norte pelo Trópico de Capricórnio, na altura de Maringá.
Em 1924, foi criada a Companhia de Terras Norte do Assim, tecnicamente, o norte do Estado é uma região tropi-
Paraná, por ingleses, para colonização e exploração eco- cal. De acordo com a classificação de Köppen, no Paraná
nômica da região, especialmente com a cafeicultura. Surgi- domina o clima do tipo C (mesotérmico):
ram, assim, as cidades de Londrina e Maringá. Aft – Clima Tropical Super-Úmido: sem estação seca e
Em 1943, foi criado o Território Federal do Iguaçu, com isento de geadas. A média das temperaturas do mês mais
áreas do oeste dos Estados do Paraná e de Santa Catarina, quente é superior a 22ºC e a do mês mais frio é superior a
mas foi extinto em 1946. 18ºC. Encontra-se no litoral e no leste da Serra do Mar.

Geografia 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Cfa – Clima Subtropical Úmido Mesotérmico: com ve- A Hidrovia Tietê - Paraná é uma via de navegação si-
rões quentes, sem estação seca e com poucas geadas. A tuada entre as regiões sul, sudeste e centro-oeste do Brasil,
média das temperaturas do mês mais quente é superior a que permite a navegação e consequentemente o transpor-
22ºC, e a do mês mais frio é inferior a 18ºC. Encontra-se nas te de cargas e de passageiros ao longo dos rios Paraná e
regiões Norte, Oeste e Sudoeste, no Oeste da Serra do Mar Tietê. Um sistema de eclusas viabiliza a passagem pelos
e do Vale do Ribeira. desníveis das muitas represas existentes nos dois rios.
Cfb – Clima Subtropical Úmido Mesotérmico: sem es- É uma via muito importante para o escoamento da pro-
tação seca, com verão brando e geadas severas. A média dução agrícola dos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso
das temperaturas do mês mais quente é inferior a 22ºC, e do Sul, Goiás e parte de Rondônia, Tocantins e Minas Ge-
a do mês mais frio é inferior a 18ºC. Encontra-se na região rais.
de Curitiba, nos Campos Gerais, Sul e parte do Sudoeste do No passado, as matas do Paraná foram derrubadas
Terceiro Planalto. para dar lugar à agropecuária e estradas. Nas últimas dé-
No verão o Paraná é atingido pela Massa Equatorial
cadas, entretanto, o Estado reverteu essa tendência com
Continental. A Massa Polar Atlântica também exerce ampla
programas de recuperação de rios, áreas em erosão, plan-
influência durante o inverno. A maior concentração de chu-
tio de árvores e preservação dos ecossistemas.
vas decorre da atuação da Massa Tropical Atlântica durante
O estado do Paraná apresenta uma vegetação compa-
o verão. As curvas isobáricas indicam que a umidade relati-
va do ar normalmente apresenta-se elevada no Estado do tível com as variações de seu clima subtropical. Nas regiões
Paraná. Na faixa litorânea, devido à influência oceânica, os mais frias predominam as matas de araucárias (pinhais) e
índices médios superam 85%. Nos planaltos do interior as nas regiões litorâneas encontram-se santuários preserva-
médias situam-se entre 80 e 85%, declinando estes valores dos de Mata Atlântica, como a Ilha do Mel, a Estação Ecoló-
à medida que se avança para o norte e oeste, em exceção do gica de Guaraqueçaba e o Parque Nacional do Superagui,
vale do rio Paraná, abaixo de Guaíra, que apresenta valores onde estão preservadas extensas áreas de manguezal e
superiores a 80%. de animais ameaçados de extinção. Em especial, o Parque
A vegetação natural do Paraná compreende três tipos Nacional do Iguaçu, com uma área de 170 mil ha (além de
de classificação principal: mata fluvial tropical, mata fluvial mais 50 mil ha na Argentina), é um patrimônio natural da
subtropical e campos. Essa classificação representa, em pri- humanidade, na lista da Unesco.
meira linha, a expressão do clima em relação à latitude e a O litoral paranaense tem cerca de 100km de extensão,
longitude. De acordo com Reinhard Maack (1981), a mata com cenários bem diversificados, desde a foz do rio Ara-
conquistou a maior parte das áreas do Estado do Paraná sob rapira (ao norte) até a do Saí-Guaçu (ao sul). É delimitado
os fatores climáticos predominantes no Quaternário recente. por duas baías: ao norte, a de Paranaguá, e, ao sul, a de
Ainda nesse período, havia os campos limpos e cerrados re- Guaratuba.
vestindo grande parte do Paraná, o que se percebia graças Possui belas praias, morros, baías e enseadas. De
ao clima semiárido existente nesse momento. As alternân- paraísos ecológicos, como a Ilha do Mel e Guaraqueçaba,
cias climáticas pelas quais a região foi passando propiciaram a cidades de veraneio agitado como Matinhos, Pontal do
que a mata fosse dominando os campos a partir dos declives Paraná e Guaratuba. Uma planície costeira estende-se por
das escarpas e dos vales dos rios, transformando o Estado cerca de 40 km com praias em mar aberto, terminando com
do Paraná numa das áreas mais ricas em matas do Brasil até as formações rochosas do Morro do Boi, em Caiobá.
poucos decênios. A desvantagem são as águas geladas, sendo seu lito-
Os rios mais importantes são o Paraná, Iguaçu, Ivaí, Ti- ral banhado pela corrente marinha das Falklands. Ainda se
bagi, Paranapanema, Itararé e Piquiri.
situa em uma região privilegiada do ponto de vista turístico,
tendo como destinos principais: Foz do Iguaçu, a Ilha do
Mel e Curitiba.
Principais pontos turísticos e culturais:
- Museu Paranaense (Curitiba)
- Museu David Carneiro
- Museu de Artes de Cascavel
- Museu da Imagem e do Som
- Museu Oscar Niemeyer
- Museu de Arte Contemporânea
- Museu Metropolitano de Arte de Curitiba
- Teatro Guaíra
- Bosque Alemão
- Catedral Basílica
- Memorial da Cidade (Curitiba)
- Memorial Japonês (Curitiba)
- Ilha do Mel
- Cataratas do Iguaçu

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Os pontos extremos do Estado do Paraná são:


* NORTE: Rio Paranapanema. Pode-se ter como referência também o Município de Jardim Olinda e a Cachoeira de* Saran
Grande, mais especificamente.
* SUL: Rio Jangada, com destaque para o Município de General Carneiro.
* OESTE: Porto Palacim em Foz do Iguaçu.
* LESTE: Rio Ararapira em Guaraqueçaba.

Economia
O Paraná tem infraestrutura bem desenvolvida e mão de obra qualificação, o que torna o Estado uma boa opção para novos
negócios. O Estado recebeu muitos imigrantes europeus nos séculos 19 e 20, isso impulsionou a atividade agrícola e moldou
as tradições culturais e econômicas do Paraná. Em 1954, a produção econômica do Paraná já tinha ultrapassado a da Bahia,
tornando-se a quinta maior da Federação, posição confirmada em 2016, pelo IBGE. Atualmente, o Estado vem ampliando sua
atuação na área industrial e na tecnologia de informação.
Principais características da economia do estado do Paraná:
- O estado apresenta bons índices de desenvolvimento econômico. No ranking econômico do país, levando em considera-
ção o PIB (Produto Interno Bruto), o Paraná aparece na 4ª colocação.
- Ótimo desenvolvimento em todos os setores da economia (agropecuário, industrial e de serviços).
- A Região Metropolitana de Curitiba é a região mais desenvolvida do estado com grande concentração de industrias e
empresas de serviços (faculdades, hospitais, instituições financeiras, shoppings, etc.).
- O estado é um dos maiores geradores de energia elétrica do país, pois a Usina de Itaipu (segunda maior do mundo) lo-
caliza-se em seu território.
- O estado apresenta também uma ótima infraestrutura com bons aeroportos e rodovias. E o destaque fica por conta do
Porto de Paranaguá.
- O setor de turismo também é muito importante para a economia do estado. O Paraná possui pontos turísticos muito visi-
tados, principalmente praias, museus, monumentos históricos, parques, entre outros.

O Paraná é o maior produtor nacional de grãos, apresentando uma pauta agrícola diversificada. A utilização de avançadas
técnicas agronômicas coloca o Estado em destaque em termos de produtividade. A soja, o milho, o trigo, o feijão e a cana-de-
-açúcar sobressaem na estrutura produtiva da agricultura local, observando-se, em paralelo, forte avanço de outras atividades,
como a produção de frutas.
Já na pecuária, destaca-se a avicultura, com 26,3% do total de abates do País. Nos segmentos de bovinos e suínos, a
participação do Estado atinge 4,3% e 17%, respectivamente.
Os Arranjos Produtivos Locais (APLs) são concentrações de indústrias de um mesmo segmento ou de atividades com-
plementares em uma mesma região. O APL propicia ações conjuntas, como compra de matérias-primas, consórcios para
exportação, compartilhamento de tecnologias e capacitação de mão-de-obra. As indústrias ganham em escala, reduzem custos
e conseguem ser mais competitivas. Atualmente o Paraná tem 22 APLs consolidadas, que geram mais de 60 mil empregos.

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Na culinária se destaca o Barreado, que é um prato O mais antigo mapa já encontrado foi confeccionado
típico paranaense que foi criado há mais de 200 anos. Inclui na Suméria, em uma pequena tábua de argila, represen-
carne (geralmente patinho ou coxão mole), toucinho e tem- tando um Estado. A confecção de um mapa normalmente
peros que são cozidos em panela de barro por várias horas. começa a partir da redução da superfície da Terra em
Tradicionalmente usa-se uma folha de bananeira sapecada seu tamanho. Em mapas que figuram a Terra por inteiro
no fogo para amolecer, que é amarrada na boca da panela em pequena escala, o globo se apresenta como a única
para conter o vapor. A tampa da panela é barreada com maneira de representação exata.
pirão de farinha de mandioca. Acompanha arroz, banana, A transformação de uma superfície esférica em uma
laranja e farinha de mandioca. superfície plana recebe a denominação de projeção car-
A cachaça de Porto Morretes Premium foi eleita a me- tográfica.
lhor do Brasil em 2016. Ela “é envelhecida por três anos em Na pré-história, a Cartografia era usada para delimi-
carvalho, têm aromas frutados que rescendem a ameixa, é tar territórios de caça e pesca. Na Babilônia, os mapas
redonda e tem acidez e percepção alcoólica equilibradas.” do mundo eram impressos em madeira, mas foram Era-
Mais outras duas cachaças paranaenses ganharam o prê- tosthenes de Cirene e Hiparco (século III a.C.) que cons-
mio. truíram as bases da cartografia moderna, usando um glo-
bo como forma e um sistema de longitudes e latitudes.
Ptolomeu desenhava os mapas em papel com o mundo
4. A REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO TERRES- dentro de um círculo.
TRE. 4.1. A EVOLUÇÃO DAS REPRESENTAÇÕES Com a era dos descobrimentos, os dados coletados
CARTOGRÁFICAS E A INTRODUÇÃO DAS NO- durante as viagens tornaram os mapas mais exatos.
VAS TECNOLOGIAS PARA O MAPEAMENTO,
Após a descoberta do novo mundo, a cartografia come-
ATRAVÉS DO SENSORIAMENTO REMOTO (FO-
çou a trabalhar com projeções de superfícies curvas em
TOGRAFIAS AÉREAS E IMAGENS DE SATÉLITE)
impressões planas.
E DOS SISTEMAS DE POSICIONAMENTO TER-
RESTRE (GPS). 4.2. AS FORMAS BÁSICAS DE
REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO TERRESTRE E Planisfério de Mercator
DAS DISTRIBUIÇÕES DOS FENÔMENOS GEO- Gerard Mercator (1512-1594), importante nome da
GRÁFICOS (MAPAS, CARTAS, PLANTAS E CAR- Cartografia, desenvolveu seu trabalho na época em que
TOGRAMAS). 4.3. ESCALAS, RECONHECIMENTO a Europa havia conquistado os mares e dominado diver-
E CÁLCULO. 4.4. SISTEMA DE COORDENADAS sas regiões do mundo. do continente europeu partiam
GEOGRÁFICAS E A ORIENTAÇÃO NO ESPAÇO navios para a África, a América e a Ásia. O planisfério
TERRESTRE. 4.5. PROJEÇÕES CARTOGRÁ- de Mercator, de 1569, expressa o contexto histórico da
FICAS. 4.6. IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS expansão marítima europeia e o domínio de terras até
ELEMENTOS DE UMA REPRESENTAÇÃO CAR- então desconhecidas. Foi criado para facilitar as navega-
TOGRÁFICA, LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE ções e é até hoje utilizado com esse propósito.
TABELAS, GRÁFICOS, PERFIS, PLANTAS, CAR- Observe, no planisfério de Mercator, que a Europa
TAS, MAPAS E CARTOGRAMAS. se situa no centro e na parte superior da representação.
É um mapa eurocêntrico. Nesse planisfério os meridia-
nos estão traçados paralelamente de um polo a outro, e
CARTOGRAFIA as distâncias entre os paralelos aumentam conforme se
A cartografia é a ciência da representação gráfica da aproximam dos polos. Assim, as áreas mais distantes do
superfície terrestre, tendo como produto final o mapa. Ou Equador aparecem exageradamente grandes.
seja, é a ciência que trata da concepção, produção, difusão, A Groenlândia, por exemplo, parece ter a mesma
utilização e estudo dos mapas. área da América do Sul, quando, na verdade, é quatro
Na cartografia, as representações de área podem ser vezes menor que o Brasil. Essa distorção de tamanho pa-
acompanhadas de diversas informações, como símbolos, rece reforçar a ideia da superioridade do continente euro-
cores, entre outros elementos. A cartografia é essencial peu, pois a maior parte de suas terras está mais próxima
para o ensino da Geografia e tornou-se muito importante na do Polo Norte que da Linha do Equador. Entretanto, não
educação contemporânea, tanto para as pessoas atende- podemos afirmar que essa era a intenção de Mercator.
rem às necessidades do seu cotidiano quanto para estuda- Ao que parece, ele priorizou a representação da forma e
rem o ambiente em que vivem. dos contornos das massas continentais, levando em con-
sideração a utilização de seus mapas pelos navegadores
O surgimento europeus.
Os primeiros mapas foram traçados no século VI a.C.
pelos gregos que, em função de suas expedições militares
e de navegação, criaram o principal centro de conhecimen-
to geográfico do mundo ocidental.

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O mapa de mercator delineia corretamente as formas e contornos de massas de terra, mas distorce seus tamanhos
em favor das terras situadas nas latitudes elevadas.

Planisfério de Peters
Após a Segunda Guerra mundial (1939-1945) e a independência das colônias europeias na África e na Ásia ao longo
do século XX, ficaram mais evidentes as enormes diferenças socioeconômicas entre os países. diversos pesquisadores
de todas as partes do mundo passaram a desenvolver a tese de que a exploração dos países subdesenvolvidos, situados
em sua maioria no hemisfério Sul, pelos países desenvolvidos, quase todos no hemisfério Norte, levou os primeiros a uma
situação de pobreza, dependência e submissão. O historiador e cartógrafo alemão Arno Peters (1916-2002) considerava
que os mapas eram uma das manifestações simbólicas dessa submissão. Ele partia do princípio de que todos os países
do mundo devem ser retratados no mapa-múndi de forma fiel à sua área, o que colocaria em maior destaque os países
subdesenvolvidos, que ocupam a maior área continental do planeta. Em 1974, Peters apresentou ao mundo um novo
planisfério, em que o tamanho dos países aparece representado proporcionalmente à sua superfície real, embora com
formas distorcidas. Com isso, ele eliminou a impressão de superioridade dos países do Norte que o planisfério de Mercator
causava.

O planisfério de Peters projeta, em linguagem cartográfica, o ideal de igualdade entre os países.

Atualmente
Hoje, a cartografia é feita por meios modernos, como as fotografias aéreas (realizadas por aviões) e o sensoriamento
remoto por satélite.
Além disso, com os recursos dos computadores, os geógrafos podem obter maior precisão nos cálculos, criando
mapas que chegam a ter precisão de até 1 metro. As fotografias aéreas são feitas de maneira que, sobrepondo-se duas
imagens do mesmo lugar, obtém-se a impressão de uma só imagem em relevo. Assim, representam-se os detalhes da
superfície do solo.
Depois, o topógrafo completa o trabalho sobre o terreno, revelando os detalhes pouco visíveis nas fotografias.

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Sensoriamento remoto
A outra técnica cartográfica, o sensoriamento remoto, consiste na transmissão, a partir de um satélite, de informações sobre
a superfície do planeta ou da atmosfera.
Quase toda coleta de dados físicos para os especialistas é feita por meio de sensoriamento remoto, com satélites especia-
lizados que tiram fotos da Terra em intervalos fixos.
Para a geração das imagens pelos satélites, escolhe-se o espectro de luz que se quer enxergar, sendo que alguns podem
enviar sinais para captá-los em seu reflexo com a Terra, gerando milhares de possibilidades de informação sobre minerais,
concentrações e tipos de vegetação, entre outros.
Existem satélites que chegam a enxergar um objeto de até vinte centímetros na superfície da Terra, quando o normal são
resoluções de vinte metros.

FLORENZANO, Tereza G. Imagens de satélite para estudos ambientais. São Paulo: Oficina de Textos, 2002. p. 9. Os sen-
sores instalados nos satélites captam imagens por meio da energia eletromagnética emitida pela superfície.

Sistemas de Informação Geográfica (SIG)


O desenvolvimento tecnológico atual propiciou um manancial de informações obtidas com grande detalhamento e rapidez.
O conjunto de tecnologias relacionadas às informações e ao monitoramento do espaço terrestre recebe o nome de Sistemas
de Informação Geográfica (SIG). É utilizado tanto por pesquisadores como por empresas, ONGs, governos, serviços de espio-
nagem, instituições militares e policiais e serve de base para tomadas de decisões imediatas e planejamentos futuros. Para a
Geografia, a crescente implantação das tecnologias de informação criou uma nova base para a análise do espaço geográfico.
Por meio do SiG é possível coletar e armazenar informações sobre os mais diferentes aspectos da superfície terrestre e moni-
torar as transformações e as ações que a sociedade humana realiza sobre ela.

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Nas imagens do satélite Landsat 5, as cores foram aplicadas de acordo com as áreas conservadas e com as áreas
desmatadas: o verde da floresta original contrasta com o rosa da área derrubada e ocupada pelo espaço urbano, por
estradas, por atividades agropastoris ou para a extração (muitas vezes ilegal) de madeira.

Sistema de Posicionamento Global (GPS)


O GPS (sigla para Global Positioning System, em inglês), ou Sistema de Posicionamento Global, é atualmente o
mais eficiente sistema de localização e orientação geográficas. Ele foi originalmente projetado na década de 1960 para
aplicações militares e de inteligência do Departamento de Defesa dos Estados unidos sob a denominação de projeto
Navstar. No entanto, somente em 1995 o sistema tornou-se operacional, com a formação de uma constelação de 24
satélites em atividade e 31 estações de controle que refletem os sinais de rádio para o local onde um aparelho de re-
cepção está em operação. O aparelho pode estar acoplado a um telefone celular, um notebook ou um veículo.
O satélite envia ao GPS dados sobre a localização de qualquer lugar, no continente ou no oceano, por meio de
coordenadas geográficas. Além da posição geográfica, o aparelho pode indicar velocidade, tempo de deslocamento e
distância em relação a qualquer outro ponto de referência da Terra. O GPS pode ser aplicado em diversas situações
que envolvem mapeamento, localização e navegação aérea, marítima e terrestre. Assim, é utilizado para demarcação
de fronteiras, propriedades rurais, terras indígenas; monitoramento de deslocamento de cargas; atividades militares etc.

Geoprocessamento
O geoprocessamento é a etapa do SIG (Sistema de Informação Geográfica) que seleciona as informações de ima-
gens de satélites e de fotografias aéreas para a representação cartográfica.
Computadores com softwares específicos transformam as imagens em informações sobre características físicas
(dimensão, forma, cor), temperatura e composição química dos elementos em estudo. Essas informações são trans-
formadas em banco de dados sobre os mais diferentes temas, como uso do solo, dados geológicos e topografia, entre
outros.
O geoprocessamento permite analisar esses elementos separadamente ou em conjunto para elaborar mapas,
planejar intervenções em determinada área ou monitorar qualquer modificação na paisagem, como nos casos de de-
vastação de florestas, queimadas, poluição de rios, determinação da extensão de áreas alagadas por enchentes etc.
Permite, ainda, resgatar informações passadas, pois existem imagens de satélites artificiais arquivadas que podem
fornecer dados sobre aspectos estudados.

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Mapas
A Cartografia atual conta com todos os recursos do SIG para elaborar mapas digitalizados e mapas convencionais
bastante precisos. Um mapa é considerado de boa qualidade quando apresenta medidas precisas e informações cor-
retas – as posições de seus elementos devem ser proporcionais à realidade. A seleção de informações que compõe
um mapa deve ser relevante e significativa para o objetivo com que foi elaborado ou para o tema representado. Quanto
maior a quantidade de informações em um mapa, maior a diversidade de símbolos, linhas e cores presentes nele, o que
pode dificultar a leitura e a interpretação. Além disso, é imprescindível que os símbolos utilizados no mapa sejam bem
diferenciados e acompanhados de legenda explicativa para facilitar a compreensão da informação que eles representam.
A leitura e a interpretação de mapas são fundamentais para compreender o espaço geográfico. Após a leitura do título,
deve-se verificar o que o mapa está representando e sua posição no espaço geográfico. Observa-se, então, a legenda e a
localização dos símbolos no mapa, etapa que demanda mais tempo e atenção. A escala também deve ser observada para
o cálculo de distâncias entre pontos e para a verificação das dimensões reais dos elementos representados.

Mapas temáticos
Os mapas temáticos são os mais utilizados em Geografia. Eles representam graficamente um determinado tema,
como atividades industriais, atividades agrícolas, jazidas minerais, população, regiões climáticas, relevo etc. Cada tema
abordado tem a sua representação cartográfica correspondente. A escolha do modo como as informações serão repre-
sentadas dependerá do tipo de dado a ser destacado no mapa. dependendo do tipo de informação priorizada num mapa
temático, ele pode ser físico, político, econômico, demográfico ou histórico.
Um mapa físico inclui aspectos naturais, como a hipsometria (ou altimetria) – que representa as altitudes de um ter-
reno – e a hidrografia – que mostra rios e lagos em um terreno. A representação das altitudes (mapa hipsométrico), por
exemplo, é feita pela gradação de cores: verde (para representar as baixas altitudes), tons claros e escuros de amarelo e
laranja (médias altitudes), marrom e vermelho-escuro (maiores altitudes). Assim, são estabelecidos intervalos de altitude
para a aplicação das cores. Veja o mapa.
Um mapa político traz como principais informações os limites territoriais das unidades políticas representadas e suas
denominações. Esse tipo de mapa é elaborado para definir os limites governamentais de países, estados e municípios.
Os mapas econômicos apresentam as diferentes atividades produtivas de determinada região, em conjunto ou iso-
ladamente. Pode-se representar a localização industrial, a agropecuária, os recursos minerais, a produção de energia, a
rede de transporte etc.

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Os mapas demográficos ilustram a distribuição da população em um território, com a diferenciação das áreas de gran-
de, média e baixa concentração populacional. Eles podem ser mais específicos e apresentar dados como a localização de
comunidades indígenas, cidades mais populosas, deslocamentos populacionais com indicação de fluxos migratórios etc.
Os mapas históricos retratam eventos históricos, como atividades econômicas, a ocupação humana de determinado
território, a evolução de um processo de devastação de uma floresta em certo período e outros, que podem ser em escala
nacional, continental ou mundial.

Anamorfose
Anamorfose é uma técnica cartográfica utilizada para representar diversos temas (economia, demografia e ambiente)
por meio de recursos gráficos que indicam a grandeza do fenômeno destacado. São mapas estilizados que preservam as
posições das unidades geográficas (municípios, países, continentes), mas alteram a forma, o tamanho e a proporção des-
sas áreas. Esses elementos variam conforme os dados que se quer representar, com o objetivo de gerar uma visualização
quantitativa dos dados ou das informações.
Observe a anamorfose da distribuição da população brasileira, de acordo com o último censo realizado pelo IBGE.

Fonte:  La Documentation Française. Anamorphose des états brésiliens selon la population en 2010. Disponível em:
‹www.ladocumentationfrancaise.fr›. Acesso em: mai. 2015.

Escala  cartográfica
Para reproduzir a superfície da Terra ou parte dela em um mapa, seja em uma folha de papel, seja na tela de um
computador, é preciso representar o espaço de maneira reduzida. É possível manter as proporções dos elementos de um
mapa utilizando uma escala, que é a relação entre as dimensões da área na superfície terrestre e sua representação em
uma superfície plana menor. As escalas podem ser numéricas ou gráficas.

Escala numérica
A escala numérica (ou aritmética) pode ser representada por uma fração ordinária (1/500.000) ou uma razão
(1:500.000). Na escala de 1:500.000 (lê-se “um para quinhentos mil”), a área representada é reduzida 500 mil vezes. Em
toda escala numérica, as unidades indicadas no numerador e no denominador devem ser lidas em centímetros (cm). Isso
significa que 1 cm no mapa representa 500.000 cm no terreno, ou seja, 1 cm representa 5 quilômetros (km).

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Assim, com o auxílio de uma régua, pode-se calcular a distância real entre dois pontos num mapa elaborado na escala
1:500.000 (1 cm = 5 km). Se a distância entre duas cidades em linha reta no mapa é de 3 cm, a distância real, em linha
reta, entre elas é de 15 km.

Escala gráfica
A escala gráfica é representada por uma linha reta dividida em partes iguais. No exemplo da figura 5, cada centíme-
tro no mapa equivale a 10 quilômetros no terreno. Portanto, a escala numérica correspondente a essa escala gráfica é
1:1.000.000. Na escala gráfica, a distância no mapa e a distância correspondente no terreno são estabelecidas diretamen-
te, sem necessidade de cálculo, como ocorre com a escala numérica.

Quanto ao tamanho da representação, podemos usar a seguinte classificação:


- Escala natural: representada numericamente como 1:1 ou 1/1. Ocorre quando o tamanho físico do objeto represen-
tado no plano coincide com a realidade.
- Escala reduzida: quando o tamanho real é maior do que a área representada. Costuma ser usada em mapas de
territórios ou plantas de habitações. Exemplos: 1:2, 1:5, 1:10, 1:20, 1:50, 1:100, 1:500, 1:1000, 1:5000, 1:20000.
- Escala ampliada: quando o tamanho gráfico é maior do que o real. É usada para mostrar detalhes mínimos de de-
terminada área, principalmente de espaços de tamanhos reduzidos. Exemplos: 50:1, 100:1, 400:1, 1000:1.

Projeções cartográficas
Sabemos que a maneira mais adequada de representar a Terra como um todo é por meio de um globo.
Porém, precisamos de mapas planos para estudar a superfície do planeta. Transformar uma esfera em uma área pla-
na do mapa seria impossível se os cartógrafos não utilizassem uma técnica matemática chamada projeção.
No entanto, imagine como seria se abríssemos uma esfera e a achatássemos para a forma de um plano. Com isso, as
partes da esfera original teriam que ser esticadas, principalmente nas áreas mais próximas aos os polos, criando grandes
deformações de área. Então, para chegar a uma representação mais fiel possível, os cartógrafos desenvolveram vários
métodos de projeções cartográficas, ou seja, maneiras de representar um corpo esférico sobre uma superfície plana.
Como toda projeção resulta em deformações e incorreções, às vezes algumas características precisam ser distorcidas
para representarmos corretamente as outras. As deformações podem acontecer em relação às distâncias, às áreas ou aos
ângulos. Conforme o sistema de projeção utilizado, as maiores alterações da representação localizam-se em uma ou outra
parte do globo: nas regiões polares, nas equatoriais ou nas latitudes médias. É o cartógrafo define qual é a projeção que
vai atender aos objetivos do mapa.
A projeção mais simples e conhecida é a de Mercator (nome do holandês que a criou). Outras técnicas foram evoluin-
do e muitas outras projeções tentaram desfazer as desigualdades de área perto dos polos com as de perto do equador,
como por exemplo a projeção de Gall. Como não há como evitar as deformações, classifica-se cada tipo de projeção de
acordo com a característica que permanece correta. Temos então:
Projeções equidistantes = distâncias corretas
Projeções conformes = igualdade dos ângulos e das formas dos continentes
Projeções equivalentes = mostram corretamente a distância e a proporção entre as áreas
A seguir são apresentados os três principais tipos de projeção.

Geografia 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Cilíndricas
Consistem na projeção dos paralelos e meridianos
sobre um cilindro envolvente, que é posteriormente de-
senvolvido (planificado). Uma das projeções cilíndricas
mais utilizadas é a de Mercator, com uma visão do pla-
neta centrada na Europa.

Representação topográfica
Nos mapas ou cartas topográficos são usadas as cur-
vas de nível, linhas que ligam os pontos de igual altitude
de uma determinada superfície representada, consideran-
Cônicas do o nível médio do mar como marco 0 (zero metro). Os
É a projeção do globo terrestre sobre um cone, que algarismos que acompanham cada linha indicam as suas
posteriormente é planificado. São mais usadas para cotas de altitude.
representar as latitudes médias, pois apenas as áreas Com a representação da topografia por curvas de ní-
próximas ao Equador aparecem retas. vel podemos visualizar o terreno cortado por uma série
de planos horizontais, delineados por curvas que possuem
uma mesma distância vertical (equidistância). duas curvas
que se aproximam indicam que o declive (inclinação) é
maior, ou seja, o terreno é mais íngreme; se, ao contrário,
as curvas se afastam, o declive é mais suave, ou seja, o
terreno é menos íngreme.
Para obter visualização gráfica de um determinado
plano do terreno, em um mapa ou uma carta, pode-se
construir um perfil topográfico ou perfil de relevo. Para
isso, escolhe-se o trecho a ser representado, traça-se,
no mapa, um segmento de reta e constrói-se um gráfico
cartesiano. As cotas de altitude são indicadas no eixo y
(ordenada), de acordo com a escala escolhida. No eixo x
(abscissa), a escala adotada pode ser a mesma do seg-
mento a ser projetado. Cada cota de curva de nível que
cortar o segmento deve ser transportada para o gráfico e
indicada por um ponto. Ligando-se os pontos, obtém-se o
perfil que permite ao observador visualizar as formas do
Azimutais terreno num plano horizontal, como se estivesse em frente
É a projeção da superfície terrestre sobre um pla- ao trecho (AB) selecionado.
no a partir de um determinado ponto (ponto de vista).
Também chamadas planas ou zenitais, essas projeções
deformam áreas distantes desse ponto de vista central.
São bastante usadas para representar as áreas polares.

Geografia 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Plantas
As plantas são representações elaboradas em escalas grandes – em geral, maiores que 1:10.000, ou seja, apresen-
tam grande riqueza de detalhes6. representam, dessa forma, áreas mais restritas da superfície terrestre, como um trecho
de cidade, um bairro, um quarteirão, um imóvel ou uma propriedade rural.
As prefeituras utilizam as plantas para administrar e planejar as cidades ou outros trechos dos municípios. muitas
plantas incluem informações sobre a localização de hotéis, restaurantes, cinemas, museus. Oferecem dados sobre os
principais pontos turísticos e os serviços existentes na cidade.
Outras plantas incluem informações sobre linhas de ônibus, metrô, trens e outros meios de transporte. Além disso,
indicam o melhor percurso para o deslocamento de um ponto a outro da cidade.
há plantas digitais de quase todas as grandes cidades brasileiras e de diversas cidades do mundo. Vários sites e apli-
cativos disponibilizam serviços de mapas e pesquisa de localização de endereços. Alguns deles, como Google maps, Bing
maps, Apple maps, entre outros, além de oferecer plantas, imagens de satélite e visão tridimensional, permitem navegar
pelas ruas, calcular a distância entre pontos e encontrar a melhor rota a ser percorrida – a pé, de transporte público ou de
carro – de um endereço a outro, entre outras funções.
Em 2014, foi introduzido um novo recurso chamado máquina ou cápsula do tempo no Google maps Street View. Ele
permite visualizar imagens de um lugar em momentos diferentes, disponíveis no banco de imagens captadas pela empre-
sa desde 2007. O recurso permite observar a transformação dos lugares nesses últimos anos, como demolições, novas
construções, locais afetados por guerras e tragédias naturais.

Geografia 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Referências Bibliográficas:
LUCCI, Elian Alabi , Anselmo Lazaro Branco, Cláudio
Mendonça - Território e sociedade no mundo globalizado, 1
: ensino médio -- 3. ed. -- São Paulo: Saraiva, 2016.
Disponível em: https://www.sogeografia.com.br/Con-
teudos/GeografiaFisica/Cartografia. Acesso 23.03.2020
LUCCI, Elian Alabi , Anselmo Lazaro Branco, Cláudio
Mendonça - Território e sociedade no mundo globalizado, 2
: ensino médio -- 3. ed. -- São Paulo: Saraiva, 2016.
LUCCI, Elian Alabi , Anselmo Lazaro Branco, Cláudio
Mendonça - Território e sociedade no mundo globalizado, 3
: ensino médio -- 3. ed. -- São Paulo: Saraiva, 2016.
SCHNEEBERGER, Carlos Alberto, Luiz Antonio Fara-
go. - Minimanual compacto de geografia do Brasil: teoria e
prática — 1. ed. — São Paulo: Rideel, 2003.
Diferentes projeções cartográficas foram desenvolvidas
QUESTÕES
para permitir a representação da esfericidade terrestre num
plano (mapas e cartas), cada uma priorizando determinado
1. (Prefeitura de Campinas - SP - Professor - Edu- aspecto da representação (dimensão, forma, etc.). (Disponível
cação Básica III – Geografia - VUNESP – 2019) Observe em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv64669_
a figura. cap2.pdf. Acesso em 27/10/19)
Considerando-se a classificação das projeções cartográ-
ficas quanto à figura geométrica empregada em sua constru-
ção, as projeções A, B e C correspondem, respectivamente, a:
A) cilíndrica, plana e cônica
B) plana, cônica e cilíndrica
C) cônica, plana e cilíndrica
D) cilíndrica, cônica e plana

3. (MPE-GO - Secretário Auxiliar - MPE-GO – 2019) De


acordo com os elementos que representam, os mapas podem
ser classificados em vários tipos de mapas. Observe o mapa
abaixo para responder a questão.

A figura foi elaborada com uma técnica de representa-


ção gráfica e espacial que valoriza os dados independente-
mente dos limites territoriais.
Essa técnica é denominada de

A) distorção gráfica. Observando o mapa acima, podemos dizer eu se trata do


B) mapa combinado. seguinte tipo de mapa:
C) anamorfose. A) Econômico, pois representa as riquezas do Brasil.
D) representação cartográfica. B) Político, pois representa as unidades federativas do
E) mapa temático. Brasil.
C) Demográfico, pois representa a distribuição da popula-
2. (Prefeitura de Cuiabá - MT - Professor de Ensino ção pelo território brasileiro.
Fundamental – Geografia - SELECON – 2019) Observe D) Físico, pois representa um aspectos naturais como cli-
as projeções cartográficas a seguir. ma, vegetação, relevo e hidrografia.
E) Histórico, pois representa os fatos históricos ocorridos
do Brasil, ao longo dos anos.

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4. (Prefeitura de Campinas - SP - Professor - Educação Básica III – Geografia - VUNESP – 2019) Corresponde à distân-
cia angular medida ao norte ou ao sul do equador, em uma esfera ou elipsoide com variação de 0º a 90º nas direções norte e sul.
Trata-se do conceito de
A) meridiano.
B) longitude.
C) paralelo.
D) latitude.
E) fuso horário.

5. (Prefeitura de Campinas - SP - Professor - Educação Básica III – Geografia - VUNESP – 2019) Um mapa foi produ-
zido em uma escala numérica de 1:50 000. Em metros, no terreno, essa escala representa:
A) 50.
B) 2 500.
C) 5 000.
D) 25 000.
E) 500.

6. (Instituto Rio Branco - Diplomata - Prova 1 - IADES – 2019) O agronegócio no Brasil é bastante dependente da co-
mercialização de commodities em mercados internacionais. A respeito da balança comercial de produtos agropecuários entre
Brasil e China, julgue o item a seguir.
O escândalo da Carne Fraca não foi suficiente para abalar a liderança e o protagonismo do setor na balança comercial de
produtos agropecuários entre Brasil e China. Uma explicação direta do sucesso da exportação de carnes para o país asiático é o
aumento contínuo da demanda por proteína animal, bem como o avanço recente do número de casos da peste suína em 2019.
( ) Certo ( ) Errado

7. (Prefeitura de Campinas - SP - Professor - Educação Básica III – Geografia - VUNESP – 2019) Cultura baseada no
desmatamento da floresta e que ajudou a fundar uma série de pequenos centros urbanos (vilarejos). Na Zona da Mata Nordes-
tina e no Recôncavo Baiano, impulsionou o trabalho escravo nessas terras, constituindo-se em uma manifestação precoce do
processo de mecanização.
Trata-se da cultura de
A) café.
B) cana-de-açúcar.
C) cacau.
D) tabaco.
E) especiarias.

8. (FGV - 2019 - Prefeitura de Salvador - BA - Professor - Geografia


Observe os mapas a seguir.

Geografia 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Os mapas apresentam a distribuição espacial da participação da mão de obra familiar e assalariada no território brasileiro.
Agora, leia o fragmento a seguir. A mão-de-obra no campo brasileiro é predominantemente _____, o que compreende 78%
do pessoal ocupado (12,8 milhões de trabalhadores). Os mapas mostram também que as relações de _____ são mais impor-
tantes nos estabelecimentos da região que compreende São Paulo, Rio de Janeiro, sudoeste de Minas Gerais, Mato Grosso
do Sul, Mato Grosso e Goiás. Esta é a região core da agricultura _____ no Brasil. Assinale a opção cujos termos completam
corretamente as lacunas do fragmento acima.
A) familiar – parentesco – capitalista
B) familiar – assalariamento – familiar
C) familiar – assalariamento – capitalista
D) assalariada – parentesco – familiar
E) assalariada – assalariamento – capitalista

9. (Prefeitura de Campos Novos - SC - Professor – Geografia - FEPESE – 2019) Leia o fragmento de texto abaixo:
“É o movimento diário de vaivém da população que se desloca da periferia, ou localidade vizinha, para o centro de uma
cidade e vice-versa”.
O fragmento de texto refere-se:
A) à Migração intrarregional.
B) à Migração pendular.
C) ao Êxodo rural.
D) aos Imigrantes.
E) aos Emigrantes.

10. (Prefeitura de Campinas - SP - Professor - Educação Básica III – Geografia - VUNESP – 2019) Na atualidade,
grande parte dos motivos que forçam os homens a migrar continuam sendo os mesmos do passado. Aquele movimento em
que os indivíduos são livres para escolher sua saída do local de origem, em direção a outros que lhe permitam a realização de
uma melhoria no seu padrão de vida, mesmo sabendo que essa saída está ligada a uma condição de pobreza, ainda assim,
considera-se esse movimento populacional como
A) Migrações sazonais.
B) Transumância.
C) Migrações voluntárias.
D) Êxodo urbano.
E) Migração pendular.

11. (Prefeitura de Campinas - SP - Professor - Educação Básica III – Geografia - VUNESP – 2019) Observe o mapa.

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O mapa e seus conhecimentos permitem concluir que estão representados os fluxos:


A) de viagens rodoviárias interestaduais e inter-regionais.
B) de transferência de dados de internet.
C) de telefonia de celular.
D) migratórios internos no território brasileiro.
E) de cargas terrestres no território brasileiro.

12. (UFPE – Sanitarista - COVEST-COPSET – 2019) As pirâmides etárias abaixo referem-se a duas cidades brasilei-
ras (A e B), no ano de 2010. Analise as imagens e assinale a alternativa correta.

Fig. 2 Pirâmides etárias das cidades A e B no ano de 2010. Fonte: IBGE

A) A proporção entre homens e mulheres em ambas as pirâmides demonstra um expressivo predomínio da população
feminina em todas as faixas etárias.
B) A cidade “A” demonstra uma redução das taxas de natalidade e aumento da mortalidade e da expectativa de vida.
A cidade “B” apresenta características compatíveis com alta natalidade, alta mortalidade, mas com expectativa de vida
intermediária.
C) A cidade “A” demonstra uma redução das taxas de natalidade e mortalidade e aumento da expectativa de vida. A
cidade “B” apresenta características compatíveis com alta natalidade, alta mortalidade e menor proporção de idosos.
D) As características da cidade “A” são compatíveis com regiões mais industrializadas e com baixo desenvolvimento
socioeconômico. Já a cidade “B” demonstra maior proporção de jovens, cenário compatível com regiões em desenvolvi-
mento.
E) A cidade “B” apresenta pirâmide compatível com a terceira fase da transição demográfica.

13. (Prefeitura de São José do Cedro - SC - Professor – Geografia - AMEOSC – 2019) Apesar de ser um país po-
puloso (população absoluta), o Brasil é pouco povoado (população relativa), as regiões com maior e menor concentração
demográfica, são respectivamente:
A) Sudeste e norte.
B) Centro-oeste e Sul.
C) Nordeste e Centro-oeste.
D) Norte e Sudeste.

14. (Instituto Rio Branco - Diplomata - Prova 1 - IADES – 2019) Texto associado
Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil apresenta, no ano de 2019, uma população
total de aproximadamente 210 milhões de habitantes. Esse número expressivo revela questões importantes a respeito da
distribuição da população pelo território nacional, bem como das implicações para a configuração intraurbana das cidades
brasileiras, já que cerca de 84% da população vive em espaços urbanos.
Com base nessa informação, julgue o item a seguir.
As metrópoles brasileiras, em geral, têm apresentado um quadro de esvaziamento demográfico e desconcentração
produtiva, perdendo população para novos centros dinâmicos: as cidades médias, que têm crescido em ritmo acelerado,
recebendo infraestruturas produtivas e fluxos migratórios provenientes das regiões metropolitanas.
( ) Certo ( ) Errado

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15. (MGS – Jardineiro - IBFC – 2019) “Um fato mar- Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas
cante da urbanização brasileira nos últimos anos é o contí- corretas.
nuo crescimento das regiões metropolitanas. Com exceção A) É correta apenas a afirmativa 1.
de São Paulo, todas as demais regiões cresceram mais do B) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
que seus respectivos estados” (SCARLATO, 2011). Assina- C) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
le a alternativa correta quanto a uma consequência do pro- D) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 4.
cesso de crescimento das regiões metropolitanas no Brasil: E) São corretas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.
A) A expansão vertical das cidades em direção às áreas
periféricas e de risco 18. (Prefeitura de Sapucaia do Sul - RS - Professor
B) A redução da poluição sonora, do ar e visual e me- – Área II – Geografia - FUNDATEC – 2019) Analise as as-
lhor distribuição de empregos formais sertivas abaixo sobre o Brasil no período da industrialização
C) A deterioração de muitas áreas do centro antigo e inicial:
fuga da população de maior renda para condomínios fecha- I. Os produtos produzidos aqui eram baratos e de alta
dos qualidade em relação aos dos EUA e da Europa, por isso
D) A desvalorização do solo urbano e a maior acessibi- não valia a pena produzi-los.
lidade de moradias à população de baixa renda
II. Esse primeiro impulso industrial não foi suficiente
para mexer com a estrutura econômica do país.
16. (Prefeitura de São João do Oeste - SC - Estagiá-
III. O governo brasileiro buscava assegurar o setor ca-
rio - Ensino médio e Ensino Superior - AMEOSC – 2019)
No que diz respeito à urbanização brasileira, é possível afir- feeiro em vez de incentivar a indústria nacional.
mar que o nível da urbanização, o desenho urbano e as Quais estão corretas?
manifestações das carências da população são realidades A) Apenas I.
a serem analisadas à luz: B) Apenas II.
A) De uma separação categórica do Brasil urbano e do C) Apenas III.
Brasil rural, onde, neste último, os nexos essenciais devem- D) Apenas I e II.
-se, sobretudo, a atividades de relações complexas e não E) Apenas II e III.
improdutivas.
B) Do conceito de desmetropolização, que traz à dis- 19. (Prefeitura de São João del Rei - MG - Professor
cussão a complexidade cada vez maior no perfil urbano, de Educação Básica – Geografia - FUNDEP (Gestão de
com tendência global a onipresença das metrópoles. Concursos) – 2018) Cada vez mais faz-se necessária uma
C) Dos subprocessos econômicos, políticos e sociocul- remodelação da matriz energética mundial, com aumento
turais, assim como das realizações técnicas e das modali- de investimentos na geração de energia limpa e renovável e
dades de uso do território nos diversos momentos históri- redução da utilização de fontes como o petróleo e o carvão
cos. mineral. Sobre as mudanças e transformações ocorridas na
D) Do recente perfil industrial dos grandes polos urba- matriz energética mundial, assinale a alternativa incorreta.
nos, que geram grandes nichos de pobreza e condições de A) A Alemanha, após o desastre nuclear de Fukushima,
vida sub-humana a uma população caracteristicamente de no Japão, anunciou propostas de alteração em sua matriz
classe média empobrecida. energética, com a desativação de suas usinas nucleares
até o ano de 2022.
17. (Prefeitura de Fraiburgo - SC - Professor – Geo- B) A China, embora seja a maior emissora de gases
grafia - FEPESE – 2019) A globalização pode ser entendida estufa, vem reforçando investimentos em energias limpas,
como o processo de integração entre povos, empresas, go- despontando como líder mundial nesse setor.
vernos e mercadorias ao redor do planeta. C) O Brasil apresenta mais de 50% de sua matriz ener-
Acerca da globalização, é correto afirmar:
gética composta por fontes de energia renováveis,índice
1. Um mundo globalizado é aquele em que eventos de
fundamentado, principalmente, no grande número de hi-
ordem cultural, econômica, política e social estão interco-
drelétricas.
nectados e um acontecimento em um local tem a capacida-
de de ecoar por outros cantos do globo. D) Os Estados Unidos, com a ascensão de Donald
2. Os primeiros passos que deram rumo a um mercado Trump ao poder, reverteu as suas políticas energéticas que
global remontam aos séculos XV e XVI com a expansão limitavam o uso de combustíveis fósseis em termelétricas
ultramarina europeia. A chegada de Cristóvão Colombo à do país.
América, em 1492, deu início ao que alguns historiadores
chamam de primeira globalização. 20. (Prefeitura de Vila Velha - ES - Professor - Séries
3. A partir dos anos 1990, acentua-se a integração da Iniciais - IBADE – 2020) Durante o mês de janeiro ocorrem
economia global por meio da revolução tecnológica, espe- muitas chuvas. Enchentes e desabamentos estão relacio-
cialmente no setor de telecomunicações. nados com fatores naturais e também com ações humanas.
4. A globalização é um processo acabado. É um proces- Que fatores humanos contribuem para a ocorrência
so finalizado e comandado pelos países ricos e por grandes desses problemas?
empresas transnacionais. O poder dessas empresas ultra- A) Acúmulo de lixo, falta de planejamento urbano e pre-
passa cada vez mais o poder das economias nacionais. servação da mata ciliar dos rios

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B) Falta de planejamento urbano, ocupação desordena- _____________________________


da e preservação da mata ciliar dos rios
C) Falta de planejamento urbano, presença de vegeta- _____________________________
ção nas encostas e preservação da mata ciliar dos rios
D) Ocupação desordenada, acúmulo de lixo e presença _____________________________
de vegetação nas encostas
E) Ocupação desordenada, falta de planejamento urba- _______________________________________________
no e acúmulo de lixo
_______________________________________________

_______________________________________________
GABARITO
_______________________________________________
1. C
_______________________________________________
2. B
3. D _______________________________________________
4. D _______________________________________________
5. E
_______________________________________________
6. Errado
7. B _______________________________________________
8. C _______________________________________________
9. B
_______________________________________________
10. C
11. D _______________________________________________

12. C _______________________________________________
13. A
_______________________________________________
14. Errado
15. C _______________________________________________

16. C _______________________________________________
17. C _______________________________________________
18. E
_______________________________________________
19. C
20 E _______________________________________________

_______________________________________________

_______________________________________________

_______________________________________________

_______________________________________________

_______________________________________________

_______________________________________________

_______________________________________________

_______________________________________________

_______________________________________________

Geografia 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


LEGISLAÇÃO
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta


1. LEI Nº 8.069/90 (ESTATUTO DA CRIANÇA E os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem
DO ADOLESCENTE) E SUAS ALTERAÇÕES. 1.1. comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a
PARTE GERAL: TÍTULO I – DAS DISPOSIÇÕES condição peculiar da criança e do adolescente como pes-
PRELIMINARES. soas em desenvolvimento.

LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. TÍTULO II – DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS:


CAPÍTULOS I (DO DIREITO À VIDA E À SAÚ-
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá DE), II (DO DIREITO À LIBERDADE, AO RES-
outras providências. PEITO E À DIGNIDADE), III (DO DIREITO À
CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA),
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o
IV (DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA,
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
AO ESPORTE E AO LAZER) E V (DO DIREITO
À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO NO
TÍTULO I
TRABALHO.
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à crian- TÍTULO II


ça e ao adolescente. DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a CAPÍTULO I
pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente DO DIREITO À VIDA E À SAÚDE
aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção
excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e
à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais
vinte e um anos de idade.
públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os
direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem pre- sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.
juízo da proteção integral de que trata esta Lei, asseguran- Art. 8 o É assegurado a todas as mulheres o acesso
do-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunida- aos programas e às políticas de saúde da mulher e de pla-
des e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento nejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada,
físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério
liberdade e de dignidade. e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei apli- âmbito do Sistema Único de Saúde. (Redação dada pela
cam-se a todas as crianças e adolescentes, sem discrimina- Lei nº 13.257, de 2016)
ção de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, et- § 1 o O atendimento pré-natal será realizado por pro-
nia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal fissionais da atenção primária. (Redação dada pela Lei nº
de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, 13.257, de 2016)
ambiente social, região e local de moradia ou outra condi- § 2 o Os profissionais de saúde de referência da ges-
ção que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade tante garantirão sua vinculação, no último trimestre da
em que vivem. (incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) gestação, ao estabelecimento em que será realizado o
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade parto, garantido o direito de opção da mulher. (Redação
em geral e do poder público assegurar, com absoluta priori- dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
dade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à § 3 o Os serviços de saúde onde o parto for realiza-
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissio- do assegurarão às mulheres e aos seus filhos recém-nas-
nalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e cidos alta hospitalar responsável e contrarreferência na
à convivência familiar e comunitária. atenção primária, bem como o acesso a outros serviços
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: e a grupos de apoio à amamentação. (Redação dada pela
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer Lei nº 13.257, de 2016)
circunstâncias; § 4 o Incumbe ao poder público proporcionar assis-
b) precedência de atendimento nos serviços públicos
tência psicológica à gestante e à mãe, no período pré e
ou de relevância pública;
pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as
c) preferência na formulação e na execução das políti-
consequências do estado puerperal. (Incluído pela Lei nº
cas sociais públicas;
12.010, de 2009) Vigência
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áre-
as relacionadas com a proteção à infância e à juventude. § 5 o A assistência referida no § 4 o deste artigo de-
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto verá ser prestada também a gestantes e mães que ma-
de qualquer forma de negligência, discriminação, explora- nifestem interesse em entregar seus filhos para adoção,
ção, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei bem como a gestantes e mães que se encontrem em situ-
qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos ação de privação de liberdade. (Redação dada pela Lei nº
fundamentais. 13.257, de 2016)

Legislação 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


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§ 6 o A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) II - identificar o recém-nascido mediante o registro de


acompanhante de sua preferência durante o período do sua impressão plantar e digital e da impressão digital da
pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato. mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela
(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) autoridade administrativa competente;
§ 7 o A gestante deverá receber orientação sobre alei- III - proceder a exames visando ao diagnóstico e tera-
tamento materno, alimentação complementar saudável e pêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nas-
crescimento e desenvolvimento infantil, bem como sobre cido, bem como prestar orientação aos pais;
formas de favorecer a criação de vínculos afetivos e de IV - fornecer declaração de nascimento onde cons-
estimular o desenvolvimento integral da criança. (Incluído tem necessariamente as intercorrências do parto e do
pela Lei nº 13.257, de 2016) desenvolvimento do neonato;
§ 8 o A gestante tem direito a acompanhamento sau- V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao ne-
dável durante toda a gestação e a parto natural cuidadoso, onato a permanência junto à mãe.
estabelecendo-se a aplicação de cesariana e outras inter- VI - acompanhar a prática do processo de amamen-
venções cirúrgicas por motivos médicos. (Incluído pela Lei tação, prestando orientações quanto à técnica adequada,
nº 13.257, de 2016) enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar, utili-
§ 9 o A atenção primária à saúde fará a busca ativa da zando o corpo técnico já existente. (Incluído pela Lei nº
gestante que não iniciar ou que abandonar as consultas de 13.436, de 2017) (Vigência)
pré-natal, bem como da puérpera que não comparecer às Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de
consultas pós-parto. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) cuidado voltadas à saúde da criança e do adolescente,
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e por intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o
à mulher com filho na primeira infância que se encontrem princípio da equidade no acesso a ações e serviços para
sob custódia em unidade de privação de liberdade, ambi- promoção, proteção e recuperação da saúde. (Redação
ência que atenda às normas sanitárias e assistenciais do dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
Sistema Único de Saúde para o acolhimento do filho, em § 1 o A criança e o adolescente com deficiência serão
atendidos, sem discriminação ou segregação, em suas
articulação com o sistema de ensino competente, visando
necessidades gerais de saúde e específicas de habilita-
ao desenvolvimento integral da criança. (Incluído pela Lei
ção e reabilitação. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de
nº 13.257, de 2016)
2016)
Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de Pre-
§ 2 o Incumbe ao poder público fornecer gratuitamen-
venção da Gravidez na Adolescência, a ser realizada anu-
te, àqueles que necessitarem, medicamentos, órteses,
almente na semana que incluir o dia 1º de fevereiro, com
próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao tra-
o objetivo de disseminar informações sobre medidas pre-
tamento, habilitação ou reabilitação para crianças e ado-
ventivas e educativas que contribuam para a redução da
lescentes, de acordo com as linhas de cuidado voltadas
incidência da gravidez na adolescência. (Incluído pela Lei às suas necessidades específicas. (Redação dada pela
nº 13.798, de 2019) Lei nº 13.257, de 2016)
Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o § 3 o Os profissionais que atuam no cuidado diário
disposto no caput deste artigo ficarão a cargo do poder ou frequente de crianças na primeira infância receberão
público, em conjunto com organizações da sociedade civil, formação específica e permanente para a detecção de
e serão dirigidas prioritariamente ao público adolescente. sinais de risco para o desenvolvimento psíquico, bem
(Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019) como para o acompanhamento que se fizer necessário.
Art. 9º O poder público, as instituições e os empre- (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
gadores propiciarão condições adequadas ao aleitamento Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saú-
materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medi- de, inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva
da privativa de liberdade. e de cuidados intermediários, deverão proporcionar con-
§ 1 o Os profissionais das unidades primárias de saú- dições para a permanência em tempo integral de um dos
de desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou cole- pais ou responsável, nos casos de internação de criança
tivas, visando ao planejamento, à implementação e à ava- ou adolescente. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de
liação de ações de promoção, proteção e apoio ao aleita- 2016)
mento materno e à alimentação complementar saudável, Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de cas-
de forma contínua. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) tigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-
§ 2 o Os serviços de unidades de terapia intensiva ne- -tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoria-
onatal deverão dispor de banco de leite humano ou unida- mente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva
de de coleta de leite humano. (Incluído pela Lei nº 13.257, localidade, sem prejuízo de outras providências legais.
de 2016) (Redação dada pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de § 1 o As gestantes ou mães que manifestem interes-
atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são se em entregar seus filhos para adoção serão obrigato-
obrigados a: riamente encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça
I - manter registro das atividades desenvolvidas, atra- da Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.257,
vés de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos; de 2016)

Legislação 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

§ 2 o Os serviços de saúde em suas diferentes por- VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
tas de entrada, os serviços de assistência social em seu Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilida-
componente especializado, o Centro de Referência Es- de da integridade física, psíquica e moral da criança e do
pecializado de Assistência Social (Creas) e os demais ór- adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da
gãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças,
Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao aten- dos espaços e objetos pessoais.
dimento das crianças na faixa etária da primeira infância Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da crian-
com suspeita ou confirmação de violência de qualquer na- ça e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tra-
tureza, formulando projeto terapêutico singular que inclua tamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou
intervenção em rede e, se necessário, acompanhamento constrangedor.
domiciliar. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá progra- ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou
mas de assistência médica e odontológica para a preven- de tratamento cruel ou degradante, como formas de corre-
ção das enfermidades que ordinariamente afetam a po- ção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pe-
pulação infantil, e campanhas de educação sanitária para los pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos res-
pais, educadores e alunos. ponsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas
§ 1 o É obrigatória a vacinação das crianças nos casos socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de
recomendados pelas autoridades sanitárias. (Renumerado cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. (Incluído
do parágrafo único pela Lei nº 13.257, de 2016) pela Lei nº 13.010, de 2014)
§ 2 o O Sistema Único de Saúde promoverá a aten- Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:
ção à saúde bucal das crianças e das gestantes, de forma (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
transversal, integral e intersetorial com as demais linhas I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou puni-
de cuidado direcionadas à mulher e à criança. (Incluído tiva aplicada com o uso da força física sobre a criança ou
pela Lei nº 13.257, de 2016) o adolescente que resulte em: (Incluído pela Lei nº 13.010,
§ 3 o A atenção odontológica à criança terá função de 2014)
educativa protetiva e será prestada, inicialmente, antes de a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº 13.010,
o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e, de 2014)
posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos de b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
vida, com orientações sobre saúde bucal. (Incluído pela II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma
Lei nº 13.257, de 2016) cruel de tratamento em relação à criança ou ao adolescen-
§ 4 o A criança com necessidade de cuidados odon- te que: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
tológicos especiais será atendida pelo Sistema Único de a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Saúde. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei nº 13.010,
§ 5 º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, de 2014)
nos seus primeiros dezoito meses de vida, de protocolo ou c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
outro instrumento construído com a finalidade de facilitar Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada,
a detecção, em consulta pediátrica de acompanhamento os responsáveis, os agentes públicos executores de medi-
da criança, de risco para o seu desenvolvimento psíquico. das socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de
(Incluído pela Lei nº 13.438, de 2017) (Vigência) cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los
ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento
CAPÍTULO II cruel ou degradante como formas de correção, disciplina,
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIG- educação ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem
NIDADE prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medi-
das, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberda- caso: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
de, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em I - encaminhamento a programa oficial ou comunitá-
processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos rio de proteção à família; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas 2014)
leis. II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psi-
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes quiátrico; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
aspectos: III - encaminhamento a cursos ou programas de orien-
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços tação; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
comunitários, ressalvadas as restrições legais; IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento
II - opinião e expressão; especializado; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
III - crença e culto religioso; V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo
V - participar da vida familiar e comunitária, sem dis- serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de
criminação; outras providências legais. (Incluído pela Lei nº 13.010, de
VI - participar da vida política, na forma da lei; 2014)

Legislação 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

CAPÍTULO III § 3 o A busca à família extensa, conforme definida nos


DO DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMU- termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei, respeitará
NITÁRIA o prazo máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual
SEÇÃO I período. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
DISPOSIÇÕES GERAIS § 4 o Na hipótese de não haver a indicação do geni-
tor e de não existir outro representante da família extensa
Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado apto a receber a guarda, a autoridade judiciária compe-
e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em tente deverá decretar a extinção do poder familiar e de-
família substituta, assegurada a convivência familiar e co- terminar a colocação da criança sob a guarda provisória
munitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento de quem estiver habilitado a adotá-la ou de entidade que
integral. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) desenvolva programa de acolhimento familiar ou institucio-
§ 1 o Toda criança ou adolescente que estiver inseri- nal. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
do em programa de acolhimento familiar ou institucional § 5 o Após o nascimento da criança, a vontade da mãe
terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) ou de ambos os genitores, se houver pai registral ou pai
meses, devendo a autoridade judiciária competente, com indicado, deve ser manifestada na audiência a que se re-
base em relatório elaborado por equipe interprofissional ou fere o § 1 o do art. 166 desta Lei, garantido o sigilo sobre a
multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela pos- entrega. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
sibilidade de reintegração familiar ou pela colocação em § 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência
família substituta, em quaisquer das modalidades previs- nem o genitor nem representante da família extensa para
tas no art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, confirmar a intenção de exercer o poder familiar ou a guar-
de 2017) da, a autoridade judiciária suspenderá o poder familiar da
§ 2 o A permanência da criança e do adolescente em mãe, e a criança será colocada sob a guarda provisória
programa de acolhimento institucional não se prolongará de quem esteja habilitado a adotá-la. (Incluído pela Lei nº
por mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada neces- 13.509, de 2017)
sidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente § 7 o Os detentores da guarda possuem o prazo de 15
fundamentada pela autoridade judiciária. (Redação dada (quinze) dias para propor a ação de adoção, contado do
pela Lei nº 13.509, de 2017) dia seguinte à data do término do estágio de convivência.
§ 3 o A manutenção ou a reintegração de criança ou (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
adolescente à sua família terá preferência em relação a § 8 o Na hipótese de desistência pelos genitores - ma-
qualquer outra providência, caso em que será esta incluída nifestada em audiência ou perante a equipe interprofissio-
em serviços e programas de proteção, apoio e promoção, nal - da entrega da criança após o nascimento, a criança
nos termos do § 1 o do art. 23, dos incisos I e IV do caput será mantida com os genitores, e será determinado pela
do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Justiça da Infância e da Juventude o acompanhamento
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) familiar pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias. (Incluído
§ 4 o Será garantida a convivência da criança e do pela Lei nº 13.509, de 2017)
adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por § 9 o É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o
meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável nascimento, respeitado o disposto no art. 48 desta Lei. (In-
ou, nas hipóteses de acolhimento institucional, pela enti- cluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
dade responsável, independentemente de autorização ju- § 10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos
dicial. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) e crianças acolhidas não procuradas por suas famílias no
§ 5 o Será garantida a convivência integral da criança prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir do dia do acolhi-
com a mãe adolescente que estiver em acolhimento insti- mento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
tucional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de
§ 6 o A mãe adolescente será assistida por equipe es- acolhimento institucional ou familiar poderão participar de
pecializada multidisciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.509, de programa de apadrinhamento. (Incluído pela Lei nº 13.509,
2017) de 2017)
Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse § 1 o O apadrinhamento consiste em estabelecer e
em entregar seu filho para adoção, antes ou logo após o proporcionar à criança e ao adolescente vínculos externos
nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da à instituição para fins de convivência familiar e comunitária
Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) e colaboração com o seu desenvolvimento nos aspectos
§ 1 o A gestante ou mãe será ouvida pela equipe in- social, moral, físico, cognitivo, educacional e financeiro.
terprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, que (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
apresentará relatório à autoridade judiciária, consideran- § 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas
do inclusive os eventuais efeitos do estado gestacional e maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas nos cadastros
puerperal. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) de adoção, desde que cumpram os requisitos exigidos
§ 2 o De posse do relatório, a autoridade judiciária po- pelo programa de apadrinhamento de que fazem parte.
derá determinar o encaminhamento da gestante ou mãe, (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
mediante sua expressa concordância, à rede pública de § 3 o Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou
saúde e assistência social para atendimento especializa- adolescente a fim de colaborar para o seu desenvolvimen-
do. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) to. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

Legislação 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


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§ 4 o O perfil da criança ou do adolescente a ser apa- SEÇÃO II


drinhado será definido no âmbito de cada programa de DA FAMÍLIA NATURAL
apadrinhamento, com prioridade para crianças ou adoles-
centes com remota possibilidade de reinserção familiar ou Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade
colocação em família adotiva. (Incluído pela Lei nº 13.509, formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.
de 2017) Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou
§ 5 o Os programas ou serviços de apadrinhamento ampliada aquela que se estende para além da unidade pais
apoiados pela Justiça da Infância e da Juventude poderão e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próxi-
ser executados por órgãos públicos ou por organizações mos com os quais a criança ou adolescente convive e man-
da sociedade civil. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) tém vínculos de afinidade e afetividade. (Incluído pela Lei nº
§ 6 o Se ocorrer violação das regras de apadrinha- 12.010, de 2009) Vigência
mento, os responsáveis pelo programa e pelos serviços Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão
ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente,
de acolhimento deverão imediatamente notificar a autori-
no próprio termo de nascimento, por testamento, mediante
dade judiciária competente. (Incluído pela Lei nº 13.509,
escritura ou outro documento público, qualquer que seja a
de 2017)
origem da filiação.
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casa- Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o
mento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualifi- nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se dei-
cações, proibidas quaisquer designações discriminatórias xar descendentes.
relativas à filiação. Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito
Art. 21. O pátrio poder poder familiar será exercido, personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser
em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer
do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer restrição, observado o segredo de Justiça.
deles o direito de, em caso de discordância, recorrer à au-
toridade judiciária competente para a solução da divergên- SEÇÃO III
cia. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) DA FAMÍLIA SUBSTITUTA
Vigência SUBSEÇÃO I
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda DISPOSIÇÕES GERAIS
e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no
interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á me-
as determinações judiciais. diante guarda, tutela ou adoção, independentemente da si-
Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, tuação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta
têm direitos iguais e deveres e responsabilidades compar- Lei.
tilhados no cuidado e na educação da criança, devendo § 1 o Sempre que possível, a criança ou o adolescente
ser resguardado o direito de transmissão familiar de suas será previamente ouvido por equipe interprofissional, res-
crenças e culturas, assegurados os direitos da criança peitado seu estágio de desenvolvimento e grau de com-
estabelecidos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.257, de preensão sobre as implicações da medida, e terá sua opi-
2016) nião devidamente considerada. (Redação dada pela Lei nº
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não 12.010, de 2009) Vigência
constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do § 2 o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade,
será necessário seu consentimento, colhido em audiência.
pátrio poder poder familiar . (Expressão substituída pela
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 3 o Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o
§ 1 o Não existindo outro motivo que por si só autorize
grau de parentesco e a relação de afinidade ou de afetivida-
a decretação da medida, a criança ou o adolescente será de, a fim de evitar ou minorar as consequências decorrentes
mantido em sua família de origem, a qual deverá obrigato- da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
riamente ser incluída em serviços e programas oficiais de § 4 o Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção,
proteção, apoio e promoção. (Redação dada pela Lei nº tutela ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a
13.257, de 2016) comprovada existência de risco de abuso ou outra situação
§ 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não que justifique plenamente a excepcionalidade de solução
implicará a destituição do poder familiar, exceto na hipó- diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompi-
tese de condenação por crime doloso sujeito à pena de mento definitivo dos vínculos fraternais. (Incluído pela Lei nº
reclusão contra outrem igualmente titular do mesmo poder 12.010, de 2009) Vigência
familiar ou contra filho, filha ou outro descendente. (Reda- § 5 o A colocação da criança ou adolescente em famí-
ção dada pela Lei nº 13.715, de 2018) lia substituta será precedida de sua preparação gradativa
Art. 24. A perda e a suspensão do pátrio poder poder e acompanhamento posterior, realizados pela equipe inter-
familiar serão decretadas judicialmente, em procedimento profissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude,
contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis
como na hipótese de descumprimento injustificado dos pela execução da política municipal de garantia do direito à
deveres e obrigações a que alude o art. 22. (Expressão convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Vigência

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§ 6 o Em se tratando de criança ou adolescente indígena Art. 34. O poder público estimulará, por meio de as-
ou proveniente de comunidade remanescente de quilombo, sistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o acolhi-
é ainda obrigatório: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- mento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente
gência afastado do convívio familiar. (Redação dada pela Lei nº
I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade 12.010, de 2009) Vigência
social e cultural, os seus costumes e tradições, bem como § 1 o A inclusão da criança ou adolescente em progra-
suas instituições, desde que não sejam incompatíveis com mas de acolhimento familiar terá preferência a seu acolhi-
os direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela mento institucional, observado, em qualquer caso, o cará-
Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) ter temporário e excepcional da medida, nos termos desta
Vigência Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no § 2 o Na hipótese do § 1 o deste artigo a pessoa ou
seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma et- casal cadastrado no programa de acolhimento familiar po-
nia; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência derá receber a criança ou adolescente mediante guarda,
III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão fe- observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei. (Incluído
deral responsável pela política indigenista, no caso de crian- pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a § 3 o A União apoiará a implementação de serviços de
equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá acompa- acolhimento em família acolhedora como política pública,
nhar o caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência os quais deverão dispor de equipe que organize o acolhi-
Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta mento temporário de crianças e de adolescentes em resi-
a pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade dências de famílias selecionadas, capacitadas e acompa-
com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar nhadas que não estejam no cadastro de adoção. (Incluído
adequado. pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá § 4 o Poderão ser utilizados recursos federais, esta-
transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a en- duais, distritais e municipais para a manutenção dos servi-
tidades governamentais ou não-governamentais, sem autori- ços de acolhimento em família acolhedora, facultando-se
zação judicial. o repasse de recursos para a própria família acolhedora.
Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
constitui medida excepcional, somente admissível na moda- Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tem-
lidade de adoção. po, mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministé-
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável rio Público.
prestará compromisso de bem e fielmente desempenhar o
encargo, mediante termo nos autos. SUBSEÇÃO III
DA TUTELA
SUBSEÇÃO II
DA GUARDA Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil,
a pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos. (Redação
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência ma- dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
terial, moral e educacional à criança ou adolescente, confe- Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a
rindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive prévia decretação da perda ou suspensão do pátrio poder
aos pais. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência poder familiar e implica necessariamente o dever de guar-
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, da. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)
podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos proce- Vigência
dimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por es- Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer
trangeiros. documento autêntico, conforme previsto no parágrafo úni-
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos co do art. 1.729 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002
casos de tutela e adoção, para atender a situações peculia- - Código Civil , deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a
res ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, poden- abertura da sucessão, ingressar com pedido destinado ao
do ser deferido o direito de representação para a prática de controle judicial do ato, observando o procedimento previs-
atos determinados. to nos arts. 165 a 170 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a con- 12.010, de 2009) Vigência
dição de dependente, para todos os fins e efeitos de direito,
inclusive previdenciários. Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão ob-
§ 4 o Salvo expressa e fundamentada determinação em servados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta
contrário, da autoridade judiciária competente, ou quando a Lei, somente sendo deferida a tutela à pessoa indicada na
medida for aplicada em preparação para adoção, o deferi- disposição de última vontade, se restar comprovado que
mento da guarda de criança ou adolescente a terceiros não a medida é vantajosa ao tutelando e que não existe outra
impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim pessoa em melhores condições de assumi-la. (Redação
como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de regu- dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
lamentação específica, a pedido do interessado ou do Minis- Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no
tério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência art. 24.

Legislação 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


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SUBSEÇÃO IV Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar


DA ADOÇÃO reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos
legítimos.
Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger- Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração
-se-á segundo o disposto nesta Lei. e saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador ado-
§ 1 o A adoção é medida excepcional e irrevogável, à tar o pupilo ou o curatelado.
qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recur- Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais
sos de manutenção da criança ou adolescente na família ou do representante legal do adotando.
natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art. 25 § 1º. O consentimento será dispensado em relação à
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos
§ 2 o É vedada a adoção por procuração. (Incluído ou tenham sido destituídos do pátrio poder poder familiar
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência . (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
§ 3 o Em caso de conflito entre direitos e interesses gência
do adotando e de outras pessoas, inclusive seus pais bio- § 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos
lógicos, devem prevalecer os direitos e os interesses do de idade, será também necessário o seu consentimento.
adotando. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convi-
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, de- vência com a criança ou adolescente, pelo prazo máximo
zoito anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guar- de 90 (noventa) dias, observadas a idade da criança ou
da ou tutela dos adotantes. adolescente e as peculiaridades do caso. (Redação dada
Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adota- pela Lei nº 13.509, de 2017)
do, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessó- § 1 o O estágio de convivência poderá ser dispensado
rios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e paren- se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do
tes, salvo os impedimentos matrimoniais. adotante durante tempo suficiente para que seja possível
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho avaliar a conveniência da constituição do vínculo. (Reda-
do outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o adota-
ção dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
do e o cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos
§ 2 o A simples guarda de fato não autoriza, por si só,
parentes.
a dispensa da realização do estágio de convivência. (Re-
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado,
dação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
seus descendentes, o adotante, seus ascendentes, des-
§ 2 o -A. O prazo máximo estabelecido no caput deste
cendentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem
artigo pode ser prorrogado por até igual período, mediante
de vocação hereditária.
decisão fundamentada da autoridade judiciária. (Incluído
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito)
anos, independentemente do estado civil. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 3 o Em caso de adoção por pessoa ou casal residen-
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos te ou domiciliado fora do País, o estágio de convivência
do adotando. será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (qua-
§ 2 o Para adoção conjunta, é indispensável que os renta e cinco) dias, prorrogável por até igual período, uma
adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união única vez, mediante decisão fundamentada da autoridade
estável, comprovada a estabilidade da família. (Redação judiciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 3 -A. Ao final do prazo previsto no § 3 o deste artigo,
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos deverá ser apresentado laudo fundamentado pela equipe
mais velho do que o adotando. mencionada no § 4 o deste artigo, que recomendará ou
§ 4 o Os divorciados, os judicialmente separados e os não o deferimento da adoção à autoridade judiciária. (In-
ex-companheiros podem adotar conjuntamente, contan- cluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
to que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e § 4 o O estágio de convivência será acompanhado
desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infân-
constância do período de convivência e que seja compro- cia e da Juventude, preferencialmente com apoio dos téc-
vada a existência de vínculos de afinidade e afetividade nicos responsáveis pela execução da política de garantia
com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a ex- do direito à convivência familiar, que apresentarão relatório
cepcionalidade da concessão. (Redação dada pela Lei nº minucioso acerca da conveniência do deferimento da me-
12.010, de 2009) Vigência dida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 5 o Nos casos do § 4 o deste artigo, desde que de- § 5 o O estágio de convivência será cumprido no terri-
monstrado efetivo benefício ao adotando, será assegurada tório nacional, preferencialmente na comarca de residência
a guarda compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da criança ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade
da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil . limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a competência
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência do juízo da comarca de residência da criança. (Incluído
§ 6 o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, pela Lei nº 13.509, de 2017)
após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença
no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença. judicial, que será inscrita no registro civil mediante manda-
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência do do qual não se fornecerá certidão.

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§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes § 2º Não será deferida a inscrição se o interessado
como pais, bem como o nome de seus ascendentes. não satisfizer os requisitos legais, ou verificada qualquer
§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancela- das hipóteses previstas no art. 29.
rá o registro original do adotado. § 3 o A inscrição de postulantes à adoção será prece-
§ 3 o A pedido do adotante, o novo registro poderá ser dida de um período de preparação psicossocial e jurídica,
lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de sua orientado pela equipe técnica da Justiça da Infância e da
residência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos res-
Vigência ponsáveis pela execução da política municipal de garan-
§ 4 o Nenhuma observação sobre a origem do ato tia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº
poderá constar nas certidões do registro. (Redação dada 12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 4 o Sempre que possível e recomendável, a pre-
§ 5 o A sentença conferirá ao adotado o nome do ado- paração referida no § 3 o deste artigo incluirá o contato
tante e, a pedido de qualquer deles, poderá determinar com crianças e adolescentes em acolhimento familiar ou
a modificação do prenome. (Redação dada pela Lei nº institucional em condições de serem adotados, a ser rea-
12.010, de 2009) Vigência lizado sob a orientação, supervisão e avaliação da equipe
§ 6 o Caso a modificação de prenome seja requerida técnica da Justiça da Infância e da Juventude, com apoio
pelo adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, observa- dos técnicos responsáveis pelo programa de acolhimento
do o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Reda- e pela execução da política municipal de garantia do direi-
ção dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência to à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
§ 7 o A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito 2009) Vigência
em julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese § 5 o Serão criados e implementados cadastros esta-
prevista no § 6 o do art. 42 desta Lei, caso em que terá for- duais e nacional de crianças e adolescentes em condições
ça retroativa à data do óbito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de serem adotados e de pessoas ou casais habilitados à
de 2009) Vigência adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 8 o O processo relativo à adoção assim como ou-
§ 6 o Haverá cadastros distintos para pessoas ou ca-
tros a ele relacionados serão mantidos em arquivo, admi-
sais residentes fora do País, que somente serão consulta-
tindo-se seu armazenamento em microfilme ou por outros
dos na inexistência de postulantes nacionais habilitados
meios, garantida a sua conservação para consulta a qual-
nos cadastros mencionados no § 5 o deste artigo. (Incluído
quer tempo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de
§ 7 o As autoridades estaduais e federais em matéria
adoção em que o adotando for criança ou adolescente
de adoção terão acesso integral aos cadastros, incumbin-
com deficiência ou com doença crônica. (Incluído pela Lei
do-lhes a troca de informações e a cooperação mútua,
nº 12.955, de 2014)
§ 10. O prazo máximo para conclusão da ação de para melhoria do sistema. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável uma 2009) Vigência
única vez por igual período, mediante decisão fundamen- § 8 o A autoridade judiciária providenciará, no prazo
tada da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 48 (quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e
de 2017) adolescentes em condições de serem adotados que não
Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem tiveram colocação familiar na comarca de origem, e das
biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à
no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, adoção nos cadastros estadual e nacional referidos no §
após completar 18 (dezoito) anos. (Redação dada pela Lei 5 o deste artigo, sob pena de responsabilidade. (Incluído
nº 12.010, de 2009) Vigência pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção § 9 o Compete à Autoridade Central Estadual zelar
poderá ser também deferido ao adotado menor de 18 (de- pela manutenção e correta alimentação dos cadastros,
zoito) anos, a seu pedido, assegurada orientação e assis- com posterior comunicação à Autoridade Central Federal
tência jurídica e psicológica. (Incluído pela Lei nº 12.010, Brasileira. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de 2009) Vigência § 10. Consultados os cadastros e verificada a ausên-
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o pátrio cia de pretendentes habilitados residentes no País com
poder poder familiar dos pais naturais. (Expressão substi- perfil compatível e interesse manifesto pela adoção de
tuída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência criança ou adolescente inscrito nos cadastros existentes,
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada co- será realizado o encaminhamento da criança ou adoles-
marca ou foro regional, um registro de crianças e adoles- cente à adoção internacional. (Redação dada pela Lei nº
centes em condições de serem adotados e outro de pesso- 13.509, de 2017)
as interessadas na adoção. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) § 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal in-
Vigência teressado em sua adoção, a criança ou o adolescente,
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia sempre que possível e recomendável, será colocado sob
consulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o Ministé- guarda de família cadastrada em programa de acolhimen-
rio Público. to familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação cri- § 2 o Os brasileiros residentes no exterior terão prefe-
teriosa dos postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo rência aos estrangeiros, nos casos de adoção internacional
Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) de criança ou adolescente brasileiro. (Redação dada pela
Vigência Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor § 3 o A adoção internacional pressupõe a intervenção
de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado previa- das Autoridades Centrais Estaduais e Federal em matéria
mente nos termos desta Lei quando: (Incluído pela Lei nº de adoção internacional. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
12.010, de 2009) Vigência de 2009) Vigência
I - se tratar de pedido de adoção unilateral; (Incluído § 4º (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 52. A adoção internacional observará o procedi-
II - for formulada por parente com o qual a criança ou mento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as se-
adolescente mantenha vínculos de afinidade e afetividade; guintes adaptações: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar
III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guar-
criança ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido
da legal de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente,
de habilitação à adoção perante a Autoridade Central em
desde que o lapso de tempo de convivência comprove a fi-
matéria de adoção internacional no país de acolhida, assim
xação de laços de afinidade e afetividade, e não seja cons- entendido aquele onde está situada sua residência habitual;
tatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei. (Incluído pela Lei II - se a Autoridade Central do país de acolhida con-
nº 12.010, de 2009) Vigência siderar que os solicitantes estão habilitados e aptos para
§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o adotar, emitirá um relatório que contenha informações sobre
candidato deverá comprovar, no curso do procedimento, a identidade, a capacidade jurídica e adequação dos solici-
que preenche os requisitos necessários à adoção, con- tantes para adotar, sua situação pessoal, familiar e médica,
forme previsto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de seu meio social, os motivos que os animam e sua aptidão
2009) Vigência para assumir uma adoção internacional; (Incluída pela Lei
§ 15. Será assegurada prioridade no cadastro a pes- nº 12.010, de 2009) Vigência
soas interessadas em adotar criança ou adolescente com III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o
deficiência, com doença crônica ou com necessidades relatório à Autoridade Central Estadual, com cópia para a
específicas de saúde, além de grupo de irmãos. (Incluído Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº
pela Lei nº 13.509, de 2017) 12.010, de 2009) Vigência
Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na IV - o relatório será instruído com toda a documenta-
qual o pretendente possui residência habitual em país-par- ção necessária, incluindo estudo psicossocial elaborado
te da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa por equipe interprofissional habilitada e cópia autenticada
à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de da legislação pertinente, acompanhada da respectiva prova
Adoção Internacional, promulgada pelo Decreto n o 3.087, de vigência; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de 21 junho de 1999 , e deseja adotar criança em outro pa- V - os documentos em língua estrangeira serão devida-
ís-parte da Convenção. (Redação dada pela Lei nº 13.509, mente autenticados pela autoridade consular, observados
de 2017) os tratados e convenções internacionais, e acompanhados
§ 1 o A adoção internacional de criança ou adolescen- da respectiva tradução, por tradutor público juramentado;
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
te brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar
VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigên-
quando restar comprovado: (Redação dada pela Lei nº
cias e solicitar complementação sobre o estudo psicossocial
12.010, de 2009) Vigência
do postulante estrangeiro à adoção, já realizado no país de
I - que a colocação em família adotiva é a solução
acolhida; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
adequada ao caso concreto; (Redação dada pela Lei nº VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade
13.509, de 2017) Central Estadual, a compatibilidade da legislação estrangei-
II - que foram esgotadas todas as possibilidades de ra com a nacional, além do preenchimento por parte dos
colocação da criança ou adolescente em família adotiva postulantes à medida dos requisitos objetivos e subjetivos
brasileira, com a comprovação, certificada nos autos, da necessários ao seu deferimento, tanto à luz do que dispõe
inexistência de adotantes habilitados residentes no Brasil esta Lei como da legislação do país de acolhida, será expe-
com perfil compatível com a criança ou adolescente, após dido laudo de habilitação à adoção internacional, que terá
consulta aos cadastros mencionados nesta Lei; (Redação validade por, no máximo, 1 (um) ano; (Incluída pela Lei nº
dada pela Lei nº 13.509, de 2017) 12.010, de 2009) Vigência
III - que, em se tratando de adoção de adolescente, VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado
este foi consultado, por meios adequados ao seu estágio será autorizado a formalizar pedido de adoção perante o
de desenvolvimento, e que se encontra preparado para a Juízo da Infância e da Juventude do local em que se encon-
medida, mediante parecer elaborado por equipe interpro- tra a criança ou adolescente, conforme indicação efetua-
fissional, observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 da pela Autoridade Central Estadual. (Incluída pela Lei nº
desta Lei. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência

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§ 1 o Se a legislação do país de acolhida assim o au- V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Au-
torizar, admite-se que os pedidos de habilitação à adoção toridade Central Estadual, com cópia para a Autorida-
internacional sejam intermediados por organismos creden- de Central Federal Brasileira, pelo período mínimo de
ciados. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 2 (dois) anos. O envio do relatório será mantido até a
§ 2 o Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira juntada de cópia autenticada do registro civil, estabele-
o credenciamento de organismos nacionais e estrangeiros cendo a cidadania do país de acolhida para o adotado;
encarregados de intermediar pedidos de habilitação à ado- (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ção internacional, com posterior comunicação às Autorida- VI - tomar as medidas necessárias para garantir que
des Centrais Estaduais e publicação nos órgãos oficiais de os adotantes encaminhem à Autoridade Central Federal
imprensa e em sítio próprio da internet. (Incluído pela Lei Brasileira cópia da certidão de registro de nascimento
nº 12.010, de 2009) Vigência estrangeira e do certificado de nacionalidade tão logo
§ 3 o Somente será admissível o credenciamento de lhes sejam concedidos. (Incluída pela Lei nº 12.010, de
organismos que: (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- 2009) Vigência
gência § 5 o A não apresentação dos relatórios referidos no
I - sejam oriundos de países que ratificaram a Con- § 4 o deste artigo pelo organismo credenciado poderá
venção de Haia e estejam devidamente credenciados pela acarretar a suspensão de seu credenciamento. (Incluído
Autoridade Central do país onde estiverem sediados e no pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
país de acolhida do adotando para atuar em adoção inter- § 6 o O credenciamento de organismo nacional ou
nacional no Brasil; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) estrangeiro encarregado de intermediar pedidos de ado-
Vigência ção internacional terá validade de 2 (dois) anos. (Incluí-
II - satisfizerem as condições de integridade moral, do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
competência profissional, experiência e responsabilida- § 7 o A renovação do credenciamento poderá ser
de exigidas pelos países respectivos e pela Autoridade concedida mediante requerimento protocolado na Auto-
Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de ridade Central Federal Brasileira nos 60 (sessenta) dias
2009) Vigência anteriores ao término do respectivo prazo de validade.
III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
formação e experiência para atuar na área de adoção in- § 8 o Antes de transitada em julgado a decisão que
ternacional; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência concedeu a adoção internacional, não será permitida a
IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamen- saída do adotando do território nacional. (Incluído pela
to jurídico brasileiro e pelas normas estabelecidas pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Autoridade Central Federal Brasileira. (Incluída pela Lei nº § 9 o Transitada em julgado a decisão, a autoridade
12.010, de 2009) Vigência judiciária determinará a expedição de alvará com auto-
§ 4 o Os organismos credenciados deverão ainda: (In- rização de viagem, bem como para obtenção de pas-
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência saporte, constando, obrigatoriamente, as características
I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas con- da criança ou adolescente adotado, como idade, cor,
dições e dentro dos limites fixados pelas autoridades com- sexo, eventuais sinais ou traços peculiares, assim como
petentes do país onde estiverem sediados, do país de aco- foto recente e a aposição da impressão digital do seu
lhida e pela Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluída polegar direito, instruindo o documento com cópia au-
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tenticada da decisão e certidão de trânsito em julgado.
II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualifica- (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
das e de reconhecida idoneidade moral, com comprovada § 10. A Autoridade Central Federal Brasileira pode-
formação ou experiência para atuar na área de adoção rá, a qualquer momento, solicitar informações sobre a
internacional, cadastradas pelo Departamento de Polícia situação das crianças e adolescentes adotados (Incluí-
Federal e aprovadas pela Autoridade Central Federal Bra- do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
sileira, mediante publicação de portaria do órgão federal § 11. A cobrança de valores por parte dos organis-
competente; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên- mos credenciados, que sejam considerados abusivos
cia pela Autoridade Central Federal Brasileira e que não es-
III - estar submetidos à supervisão das autoridades tejam devidamente comprovados, é causa de seu des-
competentes do país onde estiverem sediados e no país credenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
de acolhida, inclusive quanto à sua composição, funciona- Vigência
mento e situação financeira; (Incluída pela Lei nº 12.010, § 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não po-
de 2009) Vigência dem ser representados por mais de uma entidade cre-
IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, denciada para atuar na cooperação em adoção interna-
a cada ano, relatório geral das atividades desenvolvidas, cional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
bem como relatório de acompanhamento das adoções § 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou do-
internacionais efetuadas no período, cuja cópia será en- miciliado fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um)
caminhada ao Departamento de Polícia Federal; (Incluída ano, podendo ser renovada. (Incluído pela Lei nº 12.010,
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de 2009) Vigência

Legislação 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


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§ 14. É vedado o contato direto de representantes de Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Bra-
organismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com sil for o país de acolhida e a adoção não tenha sido deferi-
dirigentes de programas de acolhimento institucional ou da no país de origem porque a sua legislação a delega ao
familiar, assim como com crianças e adolescentes em con- país de acolhida, ou, ainda, na hipótese de, mesmo com
dições de serem adotados, sem a devida autorização judi- decisão, a criança ou o adolescente ser oriundo de país
cial. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência que não tenha aderido à Convenção referida, o processo
§ 15. A Autoridade Central Federal Brasileira pode- de adoção seguirá as regras da adoção nacional. (Incluído
rá limitar ou suspender a concessão de novos credencia- pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
mentos sempre que julgar necessário, mediante ato admi-
nistrativo fundamentado. (Incluído pela Lei nº 12.010, de CAPÍTULO IV
2009) Vigência DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ES-
Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e PORTE E AO LAZER
descredenciamento, o repasse de recursos provenientes
de organismos estrangeiros encarregados de intermediar
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à edu-
pedidos de adoção internacional a organismos nacionais
cação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa,
ou a pessoas físicas. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência preparo para o exercício da cidadania e qualificação para
Parágrafo único. Eventuais repasses somente pode- o trabalho, assegurando-se-lhes:
rão ser efetuados via Fundo dos Direitos da Criança e do I - igualdade de condições para o acesso e permanên-
Adolescente e estarão sujeitos às deliberações do respec- cia na escola;
tivo Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente (In- II - direito de ser respeitado por seus educadores;
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo
Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior recorrer às instâncias escolares superiores;
em país ratificante da Convenção de Haia, cujo processo IV - direito de organização e participação em entidades
de adoção tenha sido processado em conformidade com estudantis;
a legislação vigente no país de residência e atendido o V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua
disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da referida Convenção, residência, garantindo-se vagas no mesmo estabeleci-
será automaticamente recepcionada com o reingresso no mento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo
Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de ensino da educação básica. (Redação dada pela Lei nº
§ 1 o Caso não tenha sido atendido o disposto na Alí- 13.845, de 2019)
nea “c” do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a sen- Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter
tença ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça. ciência do processo pedagógico, bem como participar da
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência definição das propostas educacionais.
§ 2 o O pretendente brasileiro residente no exterior Art. 53-A. É dever da instituição de ensino, clubes e
em país não ratificante da Convenção de Haia, uma vez agremiações recreativas e de estabelecimentos congêne-
reingressado no Brasil, deverá requerer a homologação res assegurar medidas de conscientização, prevenção e
da sentença estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça. enfrentamento ao uso ou dependência de drogas ilícitas.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Bra- Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao
sil for o país de acolhida, a decisão da autoridade com- adolescente:
petente do país de origem da criança ou do adolescente
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive
será conhecida pela Autoridade Central Estadual que tiver
para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
processado o pedido de habilitação dos pais adotivos, que
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratui-
comunicará o fato à Autoridade Central Federal e deter-
minará as providências necessárias à expedição do Cer- dade ao ensino médio;
tificado de Naturalização Provisório. (Incluído pela Lei nº III - atendimento educacional especializado aos por-
12.010, de 2009) Vigência tadores de deficiência, preferencialmente na rede regular
§ 1 o A Autoridade Central Estadual, ouvido o Minis- de ensino;
tério Público, somente deixará de reconhecer os efeitos IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças
daquela decisão se restar demonstrado que a adoção é de zero a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº
manifestamente contrária à ordem pública ou não atende 13.306, de 2016)
ao interesse superior da criança ou do adolescente. (Inclu- V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da
ído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de
§ 2 o Na hipótese de não reconhecimento da adoção, cada um;
prevista no § 1 o deste artigo, o Ministério Público deverá VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às
imediatamente requerer o que for de direito para resguar- condições do adolescente trabalhador;
dar os interesses da criança ou do adolescente, comuni- VII - atendimento no ensino fundamental, através de
cando-se as providências à Autoridade Central Estadual, programas suplementares de material didático-escolar,
que fará a comunicação à Autoridade Central Federal Bra- transporte, alimentação e assistência à saúde.
sileira e à Autoridade Central do país de origem. (Incluído § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência público subjetivo.

Legislação 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo po- II - perigoso, insalubre ou penoso;


der público ou sua oferta irregular importa responsabilida- III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e
de da autoridade competente. ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;
§ 3º Compete ao poder público recensear os educan- IV - realizado em horários e locais que não permitam a
dos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, freqüência à escola.
junto aos pais ou responsável, pela freqüência à escola. Art. 68. O programa social que tenha por base o traba-
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de lho educativo, sob responsabilidade de entidade governa-
matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. mental ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino
assegurar ao adolescente que dele participe condições de
fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos
capacitação para o exercício de atividade regular remune-
de:
I - maus-tratos envolvendo seus alunos; rada.
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão esco- § 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade la-
lar, esgotados os recursos escolares; boral em que as exigências pedagógicas relativas ao de-
III - elevados níveis de repetência. senvolvimento pessoal e social do educando prevalecem
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experi- sobre o aspecto produtivo.
ências e novas propostas relativas a calendário, seriação, § 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo
currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à trabalho efetuado ou a participação na venda dos produtos
inserção de crianças e adolescentes excluídos do ensino de seu trabalho não desfigura o caráter educativo.
fundamental obrigatório. Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os e à proteção no trabalho, observados os seguintes aspec-
valores culturais, artísticos e históricos próprios do contex- tos, entre outros:
to social da criança e do adolescente, garantindo-se a es- I - respeito à condição peculiar de pessoa em desen-
tes a liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura. volvimento;
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da II - capacitação profissional adequada ao mercado de
União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos trabalho.
e espaços para programações culturais, esportivas e de
lazer voltadas para a infância e a juventude.
TÍTULO III – DA PREVENÇÃO: CAPÍTULO II,
CAPÍTULO V SEÇÃO I (DA INFORMAÇÃO, CULTURA, LA-
DO DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTE- ZER, ESPORTES, DIVERSÕES E ESPETÁCU-
ÇÃO NO TRABALHO LOS), SEÇÃO II (DOS PRODUTOS E SERVI-
ÇOS) E SEÇÃO III (DA AUTORIZAÇÃO PARA
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de VIAJAR).
quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz.
(Vide Constituição Federal)
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é re- TÍTULO III
gulada por legislação especial, sem prejuízo do disposto DA PREVENÇÃO
nesta Lei. CAPÍTULO II
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação téc- DA PREVENÇÃO ESPECIAL
nico-profissional ministrada segundo as diretrizes e bases SEÇÃO I
da legislação de educação em vigor. DA INFORMAÇÃO, CULTURA, LAZER, ESPORTES,
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos DIVERSÕES E ESPETÁCULOS
seguintes princípios:
I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao en- Art. 74. O poder público, através do órgão competente,
sino regular;
regulará as diversões e espetáculos públicos, informando
II - atividade compatível com o desenvolvimento do
sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se re-
adolescente;
III - horário especial para o exercício das atividades. comendem, locais e horários em que sua apresentação se
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é mostre inadequada.
assegurada bolsa de aprendizagem. Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze espetáculos públicos deverão afixar, em lugar visível e de
anos, são assegurados os direitos trabalhistas e previ- fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação
denciários. destacada sobre a natureza do espetáculo e a faixa etária
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é asse- especificada no certificado de classificação.
gurado trabalho protegido. Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regi- diversões e espetáculos públicos classificados como ade-
me familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido quados à sua faixa etária.
em entidade governamental ou não-governamental, é ve- Parágrafo único. As crianças menores de dez anos
dado trabalho: somente poderão ingressar e permanecer nos locais de
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um apresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais
dia e as cinco horas do dia seguinte; ou responsável.

Legislação 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exi- § 1º A autorização não será exigida quando:
birão, no horário recomendado para o público infanto juve- a) tratar-se de comarca contígua à da residência da
nil, programas com finalidades educativas, artísticas, cultu- criança ou do adolescente menor de 16 (dezesseis) anos,
rais e informativas. se na mesma unidade da Federação, ou incluída na
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado mesma região metropolitana; (Redação dada pela Lei nº
ou anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua 13.812, de 2019)
transmissão, apresentação ou exibição. b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezes-
Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcioná- seis) anos estiver acompanhado: (Redação dada pela Lei
rios de empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas nº 13.812, de 2019)
de programação em vídeo cuidarão para que não haja ven- 1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro
da ou locação em desacordo com a classificação atribuída grau, comprovado documentalmente o parentesco;
pelo órgão competente. 2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo de-
pai, mãe ou responsável.
verão exibir, no invólucro, informação sobre a natureza da
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais
obra e a faixa etária a que se destinam.
ou responsável, conceder autorização válida por dois anos.
Art. 78. As revistas e publicações contendo material im-
próprio ou inadequado a crianças e adolescentes deverão Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a auto-
ser comercializadas em embalagem lacrada, com a adver- rização é dispensável, se a criança ou adolescente:
tência de seu conteúdo. I - estiver acompanhado de ambos os pais ou respon-
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as ca- sável;
pas que contenham mensagens pornográficas ou obscenas II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado ex-
sejam protegidas com embalagem opaca. pressamente pelo outro através de documento com firma
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público reconhecida.
infanto-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias, Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial,
legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, taba- nenhuma criança ou adolescente nascido em território na-
co, armas e munições, e deverão respeitar os valores éticos cional poderá sair do País em companhia de estrangeiro
e sociais da pessoa e da família. residente ou domiciliado no exterior.
Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que ex-
plorem comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por
1.2. PARTE ESPECIAL: TÍTULO III – DA PRÁTI-
casas de jogos, assim entendidas as que realizem apostas,
CA DE ATO INFRACIONAL: CAPÍTULOS I (DIS-
ainda que eventualmente, cuidarão para que não seja per-
mitida a entrada e a permanência de crianças e adolescen- POSIÇÕES GERAIS), II (DOS DIREITOS INDIVI-
tes no local, afixando aviso para orientação do público. DUAIS) E III (DAS GARANTIAS PROCESSUAIS)
E IV (DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS).
SEÇÃO II
DOS PRODUTOS E SERVIÇOS PARTE ESPECIAL
TÍTULO III
Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL
de: CAPÍTULO I
I - armas, munições e explosivos; DISPOSIÇÕES GERAIS
II - bebidas alcoólicas;
III - produtos cujos componentes possam causar depen-
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta des-
dência física ou psíquica ainda que por utilização indevida;
crita como crime ou contravenção penal.
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles
que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de pro- Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de
vocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida; dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
V - revistas e publicações a que alude o art. 78; Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser
VI - bilhetes lotéricos e equivalentes. considerada a idade do adolescente à data do fato.
Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou ado- Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança cor-
lescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento con- responderão as medidas previstas no art. 101.
gênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou
responsável. CAPÍTULO II
DOS DIREITOS INDIVIDUAIS
SEÇÃO III
DA AUTORIZAÇÃO PARA VIAJAR Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua li-
berdade senão em flagrante de ato infracional ou por or-
Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 dem escrita e fundamentada da autoridade judiciária com-
(dezesseis) anos poderá viajar para fora da comarca onde petente.
reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem Parágrafo único. O adolescente tem direito à identifi-
expressa autorização judicial. (Redação dada pela Lei nº cação dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser
13.812, de 2019) informado acerca de seus direitos.

Legislação 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o lo- Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts.
cal onde se encontra recolhido serão incontinenti comu- 99 e 100.
nicados à autoridade judiciária competente e à família do Art. 114. A imposição das medidas previstas nos in-
apreendido ou à pessoa por ele indicada. cisos II a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob suficientes da autoria e da materialidade da infração, res-
pena de responsabilidade, a possibilidade de liberação salvada a hipótese de remissão, nos termos do art. 127.
imediata. Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser sempre que houver prova da materialidade e indícios sufi-
determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias. cientes da autoria.
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada
e basear-se em indícios suficientes de autoria e materiali- SEÇÃO II
dade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida. DA ADVERTÊNCIA
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não
será submetido a identificação compulsória pelos órgãos Art. 115. A advertência consistirá em admoestação
policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de con- verbal, que será reduzida a termo e assinada.
frontação, havendo dúvida fundada.
SEÇÃO III
CAPÍTULO III DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO
DAS GARANTIAS PROCESSUAIS
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com refle-
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua li- xos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o
berdade sem o devido processo legal. caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o res-
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre ou- sarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o pre-
tras, as seguintes garantias: juízo da vítima.
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade,
infracional, mediante citação ou meio equivalente;
a medida poderá ser substituída por outra adequada.
II - igualdade na relação processual, podendo confron-
tar-se com vítimas e testemunhas e produzir todas as pro-
SEÇÃO IV
vas necessárias à sua defesa;
DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE
III - defesa técnica por advogado;
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos neces-
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consis-
sitados, na forma da lei;
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade te na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por
competente; período não excedente a seis meses, junto a entidades
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou res- assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimen-
ponsável em qualquer fase do procedimento. tos congêneres, bem como em programas comunitários ou
governamentais.
CAPÍTULO IV Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme
DAS MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS as aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas du-
SEÇÃO I rante jornada máxima de oito horas semanais, aos sába-
DISPOSIÇÕES GERAIS dos, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não
prejudicar a freqüência à escola ou à jornada normal de
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a au- trabalho.
toridade competente poderá aplicar ao adolescente as se-
guintes medidas: SEÇÃO V
I - advertência; DA LIBERDADE ASSISTIDA
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade; Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre
IV - liberdade assistida; que se afigurar a medida mais adequada para o fim de
V - inserção em regime de semi-liberdade; acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
VI - internação em estabelecimento educacional; § 1º A autoridade designará pessoa capacitada para
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em con- entidade ou programa de atendimento.
ta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a § 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo míni-
gravidade da infração. mo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorro-
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será gada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o
admitida a prestação de trabalho forçado. orientador, o Ministério Público e o defensor.
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou defici- Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a su-
ência mental receberão tratamento individual e especiali- pervisão da autoridade competente, a realização dos se-
zado, em local adequado às suas condições. guintes encargos, entre outros:

Legislação 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

I - promover socialmente o adolescente e sua família, § 1 o O prazo de internação na hipótese do inciso III des-
fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, te artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo
em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência ser decretada judicialmente após o devido processo legal.
social; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento es- § 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação,
colar do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícu- havendo outra medida adequada.
la; Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade
III - diligenciar no sentido da profissionalização do ado- exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele desti-
nado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios
lescente e de sua inserção no mercado de trabalho;
de idade, compleição física e gravidade da infração.
IV - apresentar relatório do caso.
Parágrafo único. Durante o período de internação, inclu-
sive provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas.
SEÇÃO VI Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberda-
DO REGIME DE SEMI-LIBERDADE de, entre outros, os seguintes:
I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser deter- Ministério Público;
minado desde o início, ou como forma de transição para o II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
meio aberto, possibilitada a realização de atividades exter- III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
nas, independentemente de autorização judicial. IV - ser informado de sua situação processual, sempre
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissiona- que solicitada;
lização, devendo, sempre que possível, ser utilizados os V - ser tratado com respeito e dignidade;
recursos existentes na comunidade. VI - permanecer internado na mesma localidade ou na-
§ 2º A medida não comporta prazo determinado apli- quela mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável;
cando-se, no que couber, as disposições relativas à inter- VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
nação. VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e as-
SEÇÃO VII seio pessoal;
X - habitar alojamento em condições adequadas de hi-
DA INTERNAÇÃO
giene e salubridade;
XI - receber escolarização e profissionalização;
Art. 121. A internação constitui medida privativa da XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcio- XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
nalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em de- XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua cren-
senvolvimento. ça, e desde que assim o deseje;
§ 1º Será permitida a realização de atividades exter- XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor
nas, a critério da equipe técnica da entidade, salvo expres- de local seguro para guardá-los, recebendo comprovante da-
sa determinação judicial em contrário. queles porventura depositados em poder da entidade;
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, de- XVI - receber, quando de sua desinternação, os docu-
vendo sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão mentos pessoais indispensáveis à vida em sociedade.
fundamentada, no máximo a cada seis meses. § 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de inter- § 2º A autoridade judiciária poderá suspender tempora-
nação excederá a três anos. riamente a visita, inclusive de pais ou responsável, se exis-
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo ante- tirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos
rior, o adolescente deverá ser liberado, colocado em regi- interesses do adolescente.
me de semi-liberdade ou de liberdade assistida. Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequa-
das de contenção e segurança.
de idade.
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será pre-
cedida de autorização judicial, ouvido o Ministério Público. TÍTULO IV – DAS MEDIDAS PERTINENTES
§ 7 o A determinação judicial mencionada no § 1 o po- AOS PAIS OU RESPONSÁVEL.
derá ser revista a qualquer tempo pela autoridade judiciá-
ria. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) TÍTULO IV
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplica- DAS MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS OU RES-
da quando: PONSÁVEL
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave
ameaça ou violência a pessoa; Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsá-
II - por reiteração no cometimento de outras infrações vel:
graves; I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou
III - por descumprimento reiterado e injustificável da comunitários de proteção, apoio e promoção da família;
medida anteriormente imposta. (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

Legislação 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

II - inclusão em programa oficial ou comunitário de au- I - cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei nº
xílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; 12.696, de 2012)
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psi- II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de
quiátrico; 1/3 (um terço) do valor da remuneração mensal; (Incluído
IV - encaminhamento a cursos ou programas de orien- pela Lei nº 12.696, de 2012)
tação; III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696,
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompa- de 2012)
nhar sua freqüência e aproveitamento escolar; IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696,
VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescen- de 2012)
te a tratamento especializado; V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº 12.696,
VII - advertência; de 2012)
VIII - perda da guarda; Parágrafo único. Constará da lei orçamentária munici-
IX - destituição da tutela; pal e da do Distrito Federal previsão dos recursos neces-
X - suspensão ou destituição do pátrio poder poder fa- sários ao funcionamento do Conselho Tutelar e à remune-
miliar . (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) ração e formação continuada dos conselheiros tutelares.
Vigência (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro
nos incisos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto constituirá serviço público relevante e estabelecerá pre-
nos arts. 23 e 24. sunção de idoneidade moral. (Redação dada pela Lei nº
Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opres- 12.696, de 2012)
são ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsável,
a autoridade judiciária poderá determinar, como medida CAPÍTULO II
cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum. DAS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda,
a fixação provisória dos alimentos de que necessitem a Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
criança ou o adolescente dependentes do agressor. (Inclu- I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses
ído pela Lei nº 12.415, de 2011) previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previs-
tas no art. 101, I a VII;
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, apli-
TÍTULO V – DO CONSELHO TUTELAR: CAPÍ-
cando as medidas previstas no art. 129, I a VII;
TULOS I (DISPOSIÇÕES GERAIS) E II (DAS
III - promover a execução de suas decisões, podendo
ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO).
para tanto:
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde,
TÍTULO V educação, serviço social, previdência, trabalho e seguran-
DO CONSELHO TUTELAR ça;
CAPÍTULO I b) representar junto à autoridade judiciária nos casos
DISPOSIÇÕES GERAIS de descumprimento injustificado de suas deliberações.
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e que constitua infração administrativa ou penal contra os
autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade direitos da criança ou adolescente;
de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua
adolescente, definidos nesta Lei. competência;
Art. 132. Em cada Município e em cada Região Ad- VI - providenciar a medida estabelecida pela autorida-
ministrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um) de judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para
Conselho Tutelar como órgão integrante da administração o adolescente autor de ato infracional;
pública local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos VII - expedir notificações;
pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de
permitida recondução por novos processos de escolha. criança ou adolescente quando necessário;
(Redação dada pela Lei nº 13.824, de 2019) IX - assessorar o Poder Executivo local na elabora-
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho ção da proposta orçamentária para planos e programas
Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos: de atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
I - reconhecida idoneidade moral; X - representar, em nome da pessoa e da família, con-
II - idade superior a vinte e um anos; tra a violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso
III - residir no município. II, da Constituição Federal ;
Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o lo- XI - representar ao Ministério Público para efeito das
cal, dia e horário de funcionamento do Conselho Tutelar, ações de perda ou suspensão do poder familiar, após es-
inclusive quanto à remuneração dos respectivos membros, gotadas as possibilidades de manutenção da criança ou
aos quais é assegurado o direito a: (Redação dada pela do adolescente junto à família natural. (Redação dada pela
Lei nº 12.696, de 2012) Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Legislação 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

XII - promover e incentivar, na comunidade e nos 2-Em 2019, o art. 83 da Lei n.º 8.069/1990 (Estatuto
grupos profissionais, ações de divulgação e treinamento da Criança e do Adolescente) foi alterado no sentido de
para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em determinar que, assim como as crianças, adolescentes,
crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, até determinada idade, não podem viajar para fora da co-
de 2014) marca onde residem desacompanhados dos pais ou res-
Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribui- ponsáveis e sem expressa autorização judicial. Conforme
ções, o Conselho Tutelar entender necessário o afas- esse dispositivo legal em vigor, a idade mínima a partir da
tamento do convívio familiar, comunicará incontinenti o qual adolescentes podem realizar viagem interestadual
fato ao Ministério Público, prestando-lhe informações desacompanhados dos pais ou responsáveis e sem auto-
sobre os motivos de tal entendimento e as providências rização judicial é de
tomadas para a orientação, o apoio e a promoção so-
cial da família. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) A doze anos, tendo sido mantido o conceito de ado-
Vigência lescente como pessoa com idade entre doze e dezoito
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente anos.
poderão ser revistas pela autoridade judiciária a pedido B doze anos, tendo sido alterado o conceito de ado-
de quem tenha legítimo interesse. lescente para pessoa com idade entre dez e quatorze
anos.
C quatorze anos, tendo sido alterado o conceito de
QUESTÕES adolescente para pessoa com idade entre quatorze e vin-
te e um anos.
1-O Conselho Tutelar é órgão permanente e autôno- D dezesseis anos, tendo sido alterado o conceito de
mo, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumpri- adolescente para pessoa com idade entre quatorze e vin-
mento dos direitos da criança e do adolescente. Atua o te e um anos.
Conselho diante de situações de ameaça ou de violação E dezesseis anos, tendo sido mantido o conceito de
adolescente como pessoa com idade entre doze e dezoi-
de direitos com o objetivo de proteger a criança e o ado-
to anos.
lescente que estejam em situação de vulnerabilidade.
Consoante dispõe o Estatuto da Criança e do Ado-
3-Tício, de 15 anos, tendo completado o ensino fun-
lescente (Lei nº 8.069/90), o Conselho Tutelar tem ca-
damental e cursando o primeiro ano do ensino médio,
ráter:
trabalha, como aprendiz, em uma padaria. Ele ingressa
no trabalho às 4 da manhã e lá permanece, por 08 ho-
A jurisdicional, e em cada comarca haverá, no mí-
ras. A título de remuneração, Tício recebe meio salário
nimo, um Conselho Tutelar como órgão integrante do
mínimo, acrescido de uma ajuda de custo para refeição e
Poder Judiciário Estadual, composto de 5 (cinco) mem-
condução. Tudo somado, Tício recebe um pouco mais de
bros, escolhidos pelo Presidente do Tribunal para man- um salário mínimo. Tício também é obrigado a frequen-
dato de 4 (quatro) anos, vedada a recondução; tar, duas vezes por semana, após a jornada de 08 horas,
B jurisdicional, e haverá um Conselho Tutelar vincu- curso técnico profissionalizante teórico.
lado a cada Juizado da Infância e da Juventude, com- A respeito da situação hipotética, assinale a alterna-
posto de 3 (três) membros, preferencialmente servidores tiva correta.
públicos, escolhidos pelo Presidente do Tribunal para
mandato de 2 (dois) anos, permitida uma recondução; A Tício, menor de 16 anos, pode trabalhar como
C jurisdicional, e em cada comarca haverá, no míni- aprendiz, mas sua carga horária não poderia ultrapassar
mo, um Conselho Tutelar como órgão integrante do Po- 4 horas dia.
der Judiciário Estadual, composto de 7 (sete) membros, B Tício, menor de 16 anos, pode trabalhar como
escolhidos pelo Juizado da Infância e da Juventude para aprendiz, mas, por ainda estudar, a jornada de trabalho
mandato de 4 (quatro) anos, vedada a recondução; não poderia ultrapassar 6 horas dia.
D não jurisdicional, e em cada Município haverá, no C Tício, menor de 16 anos, pode trabalhar como jo-
mínimo, um Conselho Tutelar como órgão integrante do vem aprendiz, sendo vedado, no entanto, iniciar a jorna-
Poder Executivo Estadual, composto de 7 (sete) mem- da de trabalho em horário noturno.
bros, escolhidos pela população local para mandato de D Tício, menor de 16 anos, pode trabalhar como
2 (dois) anos, permitida uma recondução; jovem aprendiz e, por já ter concluído o ensino funda-
E não jurisdicional, e em cada Município haverá, no mental, sua jornada de trabalho pode ser de 8 horas dia,
mínimo, um Conselho Tutelar como órgão integrante acrescidas das horas destinadas à aprendizagem teórica
da administração pública local, composto de 5 (cinco) .E Tício não pode receber menos de um salário míni-
membros, escolhidos pela população local para manda- mo, a título de remuneração, independentemente do nú-
to de 4 (quatro) anos, permitida recondução por novos mero de horas trabalhadas por dia.
processos de escolha.

Legislação 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

4-De acordo com a Lei n° 8069/90, a permanência da 8-O Artigo 54, § 3º do Estatuto da Criança e do Ado-
criança e do adolescente em programa de acolhimento lescente (Lei nº 8.069, de 13/07/1990) atribui ao poder
institucional não se prolongará por mais de público a competência de zelar junto aos pais ou res-
ponsável pela frequência à escola das crianças e ado-
A 18 (dezoito) meses. lescentes. A vigência deste artigo impossibilita que uma
B 12 (doze) meses. modalidade de ensino seja regulamentada no Brasil.
C 6 (seis) meses. Que modalidade é essa?
D 24 (vinte e quatro) meses.
A Educação domiciliar
5-A Lei nº 8.069/1990, que dispõe sobre o Estatuto da B Educação especial
Criança e do Adolescente e dá outras providências, esta- C Educação religiosa
belece, entre outras coisas, que: D Educação indígena
A A convivência integral da criança com a mãe adoles-
E Educação a distância
cente não é garantida.
B É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do
9-Com relação do direito à convivência familiar e co-
processo pedagógico, mas não participar da definição das
munitária da criança e do adolescente, é correto afirmar:
propostas educacionais.
C É dever do Estado assegurar à criança e ao ado-
lescente atendimento educacional especializado aos por- A Toda criança ou adolescente que estiver inserida
tadores de deficiência, preferencialmente na rede regular em programa de acolhimento familiar ou institucional
de ensino. terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 6 (seis)
D É proibido qualquer trabalho a menor de quinze meses, devendo a autoridade judiciária competente,
anos de idade, salvo na condição de aprendiz com base em relatório elaborado por equipe interpro-
E A colocação da criança e do adolescente em família fissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamen-
substituta far-se-á somente mediante adoção, independen- tada pela possibilidade de reintegração familiar ou pela
temente da situação jurídica da criança ou adolescente. colocação em família substituta, em quaisquer das mo-
dalidades previstas no art. 28 do ECA.
6-A Guia de Acolhimento, conforme prevista no Es- B Entende-se por família extensa ou ampliada aque-
tatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº8.069/1990), é la que se estende para além da unidade pais e filhos
expedida ou da unidade do casal, formada por pessoas que não
possuem vínculo de parentesco com a criança ou o ado-
A pelo Conselho Tutelar para inclusão e cadastramen- lescente e com os quais estes convivam e mantenham
to da criança ou do adolescente em risco junto ao Sistema vínculos de afinidade e afetividade;
de Informação para Infância e Adolescência (SIPIA). C A criança e o adolescente em programa de aco-
B pela autoridade judicial para encaminhamento de lhimento institucional ou familiar poderão participar de
crianças e adolescentes às instituições que executam pro- programa de apadrinhamento, que consiste em estabe-
gramas de acolhimento institucional. lecer e proporcionar à criança e ao adolescente vínculos
C pelo gestor da política de garantia do direito à con- externos à instituição para fins de convivência familiar e
vivência familiar para controle e monitoramento dos casos comunitária e colaboração com o seu desenvolvimen-
de acolhimento familiar e institucional no município. to nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, educa-
D pela serventia judicial para fins de inclusão da crian- cional e financeiro. Pessoa jurídica poderá apadrinhar
ça ou do adolescente no cadastro nacional de pessoas em
criança ou adolescente, a fim de colaborar para seu de-
condição de serem acolhidas por família adotiva.
senvolvimento;
E pelo Conselho Tutelar em favor de famílias que aco-
D A condenação criminal do pai ou da mãe não im-
lhem crianças e adolescentes provisoriamente afastadas
plicará a destituição do poder familiar, exceto na hipó-
do convívio com seus pais ou responsável.
tese de condenação por crime doloso sujeito à pena de
7-O Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe, ex- reclusão contra outrem igualmente titular do mesmo po-
pressamente, que os dirigentes de estabelecimentos de der familiar ou contra filho, filha ou outro descendente,
ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar, en- sendo que, no caso de filho e filha, a perda será automá-
tre outros, os casos de tica, independentemente de decisão judicial

A violência contra o corpo docente. 10-Segundo o que prevê o Art. 54 da Lei nº 8.069, de
B reclamações quanto à qualidade do ensino. 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Crian-
C comportamentos inadequados. ça e do Adolescente, é dever do Estado assegurar à crian-
D fraco desempenho escolar. ça e ao adolescente:
E elevados níveis de repetência.
A Atendimento em creche e pré-escola às crianças de
um a três anos de idade.

Legislação 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

B Acesso à escola pública e gratuita mesmo que dis- D Determinou que é papel do Poder Judiciário suprir
tante de sua residência. as omissões legislativas sobre o tema, e definiu que o
C Oferta de ensino noturno regular especificamente acesso ao Ensino Infantil se dá aos 4 anos de idade e ao
na Educação de Jovens e Adultos. Ensino Fundamental aos 6 anos, completados até 31 de
D Atendimento no Ensino Fundamental, por meio de março do ano da matrícula.
programas suplementares de material didático-escolar, E Declarou a inconstitucionalidade de legislação es-
transporte, alimentação e assistência à saúde. tadual que trate desse recorte, informando que compete
ao legislador municipal e federal legislarem sobre o tema,
11-Acerca dos direitos à profissionalização e à pro- por se tratar de ensino fundamental e não médio ou su-
teção no trabalho expressos no Estatuto da Criança e do perior.
Adolescente, assinale a alternativa correta.
14-Quanto ao direito à saúde e à vida da criança e do
A A formação técnico-profissional do adolescente de- adolescente, à luz dos artigos 7° e seguintes do Estatuto
verá obedecer aos princípios da garantia de acesso e da da Criança e do Adolescente, é correto afirmar que
frequência obrigatória ao ensino regular, da autorização
e do acompanhamento familiar e do monitoramento do A a assistência odontológica, com o fito de garantir
regime de aprendizagem por órgão fiscalizador. a saúde bucal de crianças e adolescentes, representa
B Ao adolescente empregado, aprendiz, é vedado o medida de respeito à integridade física da pessoa em de-
trabalho noturno, realizado entre as 23 horas de um dia e senvolvimento, e, por isso, não se aplica à gestante, que
as seis horas do dia seguinte. será inserida em programa específico voltado à saúde da
C Ao adolescente aprendiz maior de doze anos de mulher.
idade são assegurados os direitos trabalhistas e previ- B o descumprimento das obrigações impostas pelo
denciários. artigo 10 do Estatuto da Criança e do Adolescente confi-
D O trabalho do adolescente deverá reger-se pelo gura ilícito de natureza administrativa, nos termos do arti-
go 228 do mesmo diploma legal.
princípio da isonomia, segundo o qual as exigências pe-
C as gestantes ou mães que manifestem interesse
dagógicas relativas ao desenvolvimento pessoal e social
em entregar seus filhos à adoção serão obrigatoriamente
devem ter a mesma importância que o aspecto produtivo.
encaminhadas à Justiça da Infância e da Juventude.
E Ao adolescente portador de deficiência é assegura-
D a obrigação de manter registro das atividades de-
do o trabalho protegido.
senvolvidas, através de prontuários individuais, terá seu
prazo de dezoito anos reduzido ou dispensado, se as
12-O Estatuto da Criança e do Adolescente será re-
entidades hospitalares fornecerem declaração de nasci-
gido pela doutrina
mento vivo, em que constem necessariamente as inter-
corrências do parto e do desenvolvimento do neonato.
A do direito integral. E o fornecimento gratuito de medicamentos, próteses
B da proteção especial. e outros recursos necessários ao tratamento, habilitação
C da plenitude dos direitos. ou reabilitação de crianças e adolescentes constitui obri-
D da proteção integral. gação do Poder Público e a reserva do possível afasta
E dos direitos fundamentais. interferência judicial no desempenho de políticas públicas
na área da saúde, em caso de descumprimento.
13-Assinale a alternativa que revela o atual entendi-
mento do STJ sobre a interpretação do corte etário para 15-Quanto às diretrizes sobre a guarda, forma de co-
ingresso de crianças na educação básica. locação em família substituta, de acordo com os artigos
28 e seguintes do Estatuto da Criança e do Adolescente
A Decidiu que não é dado ao Judiciário substituir-se (Lei n° 8.069, de 13 de julho de 1990), é correto afirmar
às autoridades públicas de educação para fixar ou supri- que
mir requisitos para o ingresso de crianças no ensino fun-
damental, quando os atos normativos de regência não re- A a inclusão de crianças e adolescentes em progra-
velem traços de ilegalidade, abusividade ou ilegitimidade. mas de acolhimento, como forma de guarda, tem caráter
B Foi declarada a legalidade dessa medida, contanto temporário e excepcional, mas não prefere o acolhimento
que tal limitação seja feita por Lei Municipal, uma vez que institucional.
compete a esse ente federativo legislar sobre a matéria. B a guarda poderá ser revogada a qualquer tempo,
C Afirmou que os órgãos administrativos têm plena mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério
liberdade para fixarem, dentro dos critérios das regiões Público, porque destinada à regularização da posse de
em que atuam, as faixas etárias que melhor expressa- fato.
rem as necessidades da comunidade, tendo em vista que C a guarda obriga a prestação de assistência mate-
a legislação federal que tutela o assunto não admite a rial, moral e educacional à criança ou adolescente, confe-
intervenção judicial nesse sentido, por ser matéria admi- rindo aos seus pais o direito de opor-se aos seus deten-
nistrativa. tores e terceiros.

Legislação 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

D a guarda confere à criança ou adolescente a condi- ____________________________


ção de segurado, dos quais seus detentores poderão ser
dependentes, se houver requerimento de benefício previ- ____________________________
denciário, com expresso consentimento de seus pais.
E o maior de doze anos deverá comparecer, obriga- ____________________________
toriamente, em audiência judicial, mas por não se tratar
de adoção, seu consentimento à guarda será avaliado de ______________________________________________
acordo com o laudo técnico apresentado pela equipe téc-
nica judicial e as provas reunidas em instrução. ______________________________________________

______________________________________________
GABARITO
______________________________________________
1 E
______________________________________________
2 E
3 C ______________________________________________
4 A
______________________________________________
5 C
6 B ______________________________________________
7 E ______________________________________________
8 A
______________________________________________
9 C
10 D ______________________________________________
11 E
______________________________________________
12 D
13 A ______________________________________________
14 C ______________________________________________
15 B
______________________________________________

______________________________________________
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Legislação 20 A Opção Certa Para a Sua Realização

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