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ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL FREDERICO GUILHERME SCHMIDT

CURSO TÉCNICO EM ELETROTÉCNICA


Prof. Mandelli e Prof. Elmar Corrêa Página 1

DESENHO ELÉTRICO II

Introdução:
Trataremos, em Desenho Elétrico II, os esquemas utilizados em comandos elétricos industriais, mais
precisamente nos quadros de comandos, com a utilização de contatores eletromagnéticos como elemento principal
de manobra.
A carga mais utilizada nestas montagens é o motor elétrico trifásico de indução e utilizamos diversos
elementos que servem de comando, sinalização e proteção.
Nestes circuitos, conhecidos como COMANDOS AUTOMÁTICOS, usaremos os símbolos gráficos
(NBR 12523/92) e literais (NBR 5280/83) padronizados, também conforme IEC (113-2) e DIN (40719), tabelas
em anexo, tendo como principais elementos, os dispositivos a seguir:

1. ELEMENTOS DE MANOBRA

1.1. CONTATORES ELETROMAGNÉTICOS


Quando desejamos efetuar um controle remoto de uma carga qualquer, quando queremos efetuar a abertura
ou fechamento de circuitos de potência ( carga ) com pequenos interruptores ou quando quisermos comandar
diversos circuitos simultaneamente, usaremos a contatora eletromagnética, que é o componente que torna viável
estas operações. Possibilita, ainda, a garantia de ligação rápida e segura, o desligamento do motor em caso de
sobrecarga e/ou falta de fase, variedades de simplificação do sistema de operação e supervisão das instalações.

Definição
Contator é um dispositivo de manobra mecânica acionado eletromagneticamente.
Partes Componentes
Os contatores são contruidos com um número bastante elevados de peças, mas temos como elementos
principais:
Contatos:
Cada contato de um contator eletromagnético possui uma das partes fixas e outra móvel, e se dividem ainda
em contatos principais e contatos auxiliares.
Bobina:
É a responsável pelo fechamento e abertura dos contatos.
Núcleo:
Normalmente de ferro silício, é o responsável pelo circuito magnético do contator.
Molas:
Responsáveis pela velocidade de abertura do contator,
Caixa:
De plástico, envolve todos os componentes do contator, servindo de apoio a montagem dos mesmos.
Funcionamento
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Quando alimentada, a bobina gera um campo magnético concentrado no núcleo fixo, que por sua vez atrai
o núcleo móvel. Neste deslocamento os contatos móveis também se deslocam, pois são mecanicamente presos ao
núcleo móvel, e vão de encontro aos contatos fixos, pressionando estes e fechando o circuito. Retirada a
alimentação da bobina, todos os sistemas retornam ao estado de repouso, devido a ação da mola.

Alimentação
As bobinas dos contatores são fabricadas para várias tensões, tanto em CA como em CC, Ex: 110
VCA,220 VCA, 380 VCA, 12 VCC, 24 VCC .

Contatos
Os contatos se dividem em principais e auxiliares. Num contator , os contatos principais são sempre em
número de três e são responsáveis pela ligação da carga, sendo NA ( normalmente abertos ), ou seja, fecham
quando a bobina é acionada. Quanto ao tamanho dos contatos, depende exclusivamente da potência da carga a ser
comandada, ou seja, quanto maior a carga, maior o tamanho dos contatos.

Observe que os terminais 1,3 e 5 voltam-se para a rede, enquanto os terminais 2,4 e 6 estão voltados para
a carga.
Os contatos auxiliares são sempre do mesmo tamanho, porém de um número variável.São identificados
por números de dois dígitos, onde:

1 digito - indica o número da seqüência do contato;

2 digito - indica o número da função do contato, conforme norma abaixo:

contato NF ( abridor ) contato NA ( fechador )

contato NA prolongado (fechador atrasado) contato NF prolongado ( abridor atrasado )

Exemplo:
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Finalidade
Basicamente, existem contatores para motores e contatores auxiliares, tendo como finalidade principal
os tópicos vistos na introdução deste capitulo.
Os contatores para motores possuem:
# dois tipos de contatos com diferentes capacidades de carga principal e auxiliar;
# maior robustez
# tamanho típico de acordo com a potência a ser comandada;
# câmaras de extinção de arco ( algumas )
Os contatores auxiliares possuem:
# um tipo e tamanho único de contato;
# tamanho variável com o número de contatos;
# pequena corrente nominal de carga máxima ( 10 A );
# câmara de extinção de arco inexistente;

Os contatores auxiliares são utilizado para aumentar o número de contatos auxiliares dos contatores de
motores, visando atender a necessidade operacional do circuito de comando. Na linha de contatores da marca
Telemecanique, este acréscimo é feito através dos chamados blocos aditivos.

Veja os exemplos abaixo e faça a identificação dos mesmos:

Comando: Veja o circuito abaixo:


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O contator pode ser acionado por comando:

Semi-automático
A ação do operador se dá sobre um circuito auxiliar de comando.
Exemplos:

 chave liga/desliga
 por interruptor de impulso ( botoeira )
 comando por várias botoeiras

Automático
Comando automático é aquele que se realiza sem qualquer ação do operador, efetivando-se através de
dispositivos capazes de detectar variações de grandezas físicas (sensores) elétricas ou não elétricas, como por
exemplo:
 termostato ( temperatura)
 reostato ( resistência elétrica)
 interruptor de nível ( chave – bóia )
 temporizadores (tempo)
 relés fotoelétricos ( variação luminosa)
 chave fim-de-curso ( posição)
 controladores de temperatura
 por outros contatos, etc

Exemplo:
Contator comandado por chave liga-desliga, continuo – Comando Semi-automático
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Diagrama funcional de comando

2. ELEMENTOS DE COMANDO

Como vimos, são vários os dispositivos que podem ser utilizados como comando de uma operação
principal, isto é, aquela que conduz o funcionamento do circuito principal ( também chamado de potência) para o
seu regime de funcionamento em condições nominais. Vimos também, que é em função de como ocorre esta
operação principal que classificamos os comandos em semi-automáticos ou automáticos.
Nota: Quando a ação do operador se dá diretamente sobre o circuito principal, chama-se este comando
de Manual.
Veremos a seguir os dispositivos mais utilizados como elementos de comando:

2.1. BOTÃO DE IMPULSO

Definição
São chaves de comando por impulso manual, que tem por finalidade interromper ou estabelecer um
circuito de comando com o objetivo de iniciar, interromper ou continuar um processo de manobra.

Constituição
Existe no mercado uma enorme variedade de botões de comando e devemos fazer uso de catálogos de
fabricantes para definir qual será o mais conveniente, em função do circuito de comando que ira atuar. Mas todos
são constituídos basicamente de :

# botão, propriamente dito;

# contatos móveis;

# contatos fixos.
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Apresentação
Os botões podem ser do tipo individual para montagem em painéis, ou montados em caixas externas com
dois o mais botões, sendo assim chamados de botoeiras. Podem, ainda, se apresentar do tipo fixo ou pendente,
como é o caso de botoeiras destinadas ao comando de pontes rolantes e talhas elétricas,etc.

Número de Contatos
Podem haver varias combinações dos comandos NA e NF num mesmo botão de impulso, como por
exemplo: Botão 1 NA – 1NA, Botão 2 NA – 2NF, Botão 2 NA - 1 NF, Botão 4 NA.

Notas Gerais
Os botões são marcados e coloridos para identificar sua função conforme segue:

# vermelho: parar, desligar ou desligar-emergência;

# verde ou preto: partida, liga

# amarelo: partida de retrocesso fora das condições normais de operação ou desligar outra função
previamente programada.

# branco ou azul: outras funções não atendidas pelas cores acima.

Embora não haja uma norma internacional para o posicionamento dos botões, sugere-se que o botão
“desliga “ fique sob o botão “liga” quando montados em posição vertical e que o botão “desliga”fique a esquerda e
o “liga” a direita quando na horizontal. Para os botões de emergência, além da cor ser vermelha, devem ter
destaque dos demais ( guarda alta, cogumelo, etc..).

Podemos, eventualmente, usar os símbolos complementares para facilitar o comando que se pretende
realizar.
Nos esquemas elétricos, os dispositivos e equipamentos são sempre representados no seu estado de
repouso, ou seja, sem tensão, e com as partes mecânicas consideradas como não acionadas. Quando houver
exceções a esta regra, devem ser indicadas no esquema com distinção e ênfase.
Conforme a norma NBR 5456, diferenciamos os seguintes esquemas elétricos:

Esquemas Unifilares: É uma forma simplificada de representação e não consta os circuitos auxiliares e
de comando.
Esquemas de Fiação (Multifilar): Neste, são representados os esquemas dos circuitos principais
(potência) e o auxiliar (comando) com todas as suas ligações. Neste tipo de esquema os condutores se interceptam,
causando dificuldades de análise e compreensão do sistema, ( veja exemplo abaixo) principalmente em esquemas
elétricos para um quadro de comando mais complexo.

1. Representação gráfica
Vejamos o exemplo abaixo, onde representamos através do esquema elétrico de fiação, o acionamento de um
motor elétrico através de contator, comandado por botões de impulso. No esquema apresentado aparece os
seguintes elementos de proteção: fusíveis ( F1,2,3) e relé térmico de sobrecarga (F4), os quais veremos mais
adiante suas definições e características.
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Chave de partida direta

A forma mais usual, em eletrotécnica, para representação de acionamentos, é fazermos esquemas elétricos
diferentes para:
- representarmos a ligação da carga a rede (normalmente motores). Neste caso utilizamos o chamado Esquema
Principal ou de Potência. Este esquema elétrico é do tipo multifilar, mais precisamente trifilar. Quando
necessário, pode acompanhar um esquema unifilar desta ligação.
- representarmos de que forma esta carga será comandada, e como se relacionam todos os elementos
responsáveis pelo seu acionamento, proteção, intertravamentos, sinalização, etc.Utilizamos para isto, o chamado
Esquema de Comando, sendo um esquema do tipo funcional ou desenvolvido. Vejamos o exemplo abaixo:

CHAVE DE PARTIDA DIRETA DE MOTOR TRIFÁSICO


Esquema de Potência ( Multifilar ) Esquema de Potência ( Unifilar)
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Esquema de Comando (Funcional)

Observa-se que:
- a rede é representada na horizontal e a colocação dos componentes(comando, proteção, etc) é feita na vertical,
com as devidas identificações literais, conforme as normas já especificadas;

- A proteção contra curto-circuito deve ser feita através de um fusível no condutor fase, num sistema
Fase/Neutro ou nas duas fases caso o comando for executado com Fase/Fase.

- É comum, o uso de transformadores de comando, de onde partiria uma rede de comando com tensão
rebaixada.

- Os contatos e os elementos a serem comandados (bobinas das contatoras, lâmpadas de sinalização, etc.)
devem ficar em colunas, observando-se a mesma distância entre colunas;

- elementos similares colocam-se em uma mesma altura.

- Devemos sempre elaborarmos primeiro o Esquema de Potência para sabermos o que vamos comandar, para
somente então passarmos a elaborar o Esquema de Comando, onde definiremos como iremos comandar.

- Não esqueça: Nos esquemas elétricos os dispositivos e equipamentos são sempre representados em repouso,
ou seja, sem tensão. Qualquer exceção a esta regra deverá ser indicada, de forma clara e inequívoca, no próprio
esquema elétrico.

- O contato auxiliar do relé de sobrecarga ( bimetálico ) deve ser instalado na alimentação geral de todas as
bobinas que pertencem a esse mesmo circuito. Essa disposição impede que algum motor, de forma prematura,
seja religado por um circuito alternativo ( por um contato de um contator, por exemplo), após o disparo do relé.

- Contatores que não podem ser energizados simultaneamente, devem ser bloqueados mutuamente, ou seja,
intertravados, por seus contatos NF.

2.2 CHAVE FIM-DE-CURSO


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Definição

São dispositivos auxiliares de comando com acionamento mecânico.


Finalidades

As chaves fim-de-curso atuam num circuito elétrico com funções bastante diversificada, como
por exemplo:

# Comando de contatores ( inversão de curso ou sentido de rotação, parada )

# Controle: determinar pontos de controle e seqüência de operação. Ex: parada de elevadores, controle de
válvulas solenóides.

# Segurança: paradas de emergência, alarme e sinalização.

# Contagem de eventos ou peças, etc...

Constituição

São constituídas basicamente de um invólucro, onde se encontra os contatos e por uma haste que transmite
os movimentos dos contatos, que depende da função (NA ou NF) que irão atuar no circuito. Quando os contatos
são de número e função variados, dependendo do tipo de cada fim-de-curso.
Ex: Fim-de-curso de 4 contatos: 2NA e 2 NF
Fim-de-curso de 4 contatos: 3NA e 1 NF
Devemos nos valer também de catálogos de fabricantes com todos os dados técnicos para uma
perfeita especificação.

Tipos

Chave fim-de-curso mecânico

São chaves que dependem de uma ação mecânica para acionar seus contatos, podendo ser de movimento
retilíneo ou angular. As chaves fim-de-curso mecânica apresentam as mais variadas características quanto:
# à precisão

# à velocidade de movimento

# ao retorno (automático ou não)

# à forma de utilização

# ao número de contatos

As montagens de fim-de-curso mecânica devem obedecer as especificações do fabricante, principalmente


ao curso ou desvio, sob pena de danificar o equipamento.

a) deslocamento mínimo para funcionamento

b) curso máximo admissível V

c) folga necessária para não danificar o dispositivo.

Os elementos de ataque devem proporcionar movimentos uniformes quando abrir ou fechar, sem choques.
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A regulagem das chaves fim-de-curso, normalmente é feita colocando o objeto do ataque na posição de
desligamento e observando os cursos (previsto,máximo e folga) e com a ajuda de uma lâmpada série ou ohmimetro,
acha-se o ponto de atuação da chave.
Independente das características elétricas, um outro fator importante para as chaves fim-de-curso
mecânicas é a vida útil. As características elétricas definem os desgastes dos contatos em função do número de
manobras com carga elétrica. A vida útil ou robustez mecânica, é o valor que garante o aparelho em função da
solicitação mecânica que ela esta sujeita, ou seja, o número de manobras máximo.

Outro fator que devemos considerar é o grau de proteção, isto é, a classificação que indica sua proteção
contra choques, penetração de corpos estranhos e líquidos.

Chave fim-de-curso eletromagnética

São chaves que utilizam os fenômenos eletromagnéticos para seu funcionamento. O objeto de ataque dessa
chaves deve ser corpos condutores

Chaves fim-de-curso ópticas

São chaves com a função de detectar a passagem de um objeto opaco e não refletor através de um facho
luminoso.

Chaves fim-de-curso de aproximação

São chaves que funcionam com a aproximação de um objeto qualquer.

Simbologia

Observação: Existem chaves fim-de-curso de precisão que atuam com um mínimo de movimento, na
ordem de  0,5 mm de curso na haste, chamadas de microrruptores.

2. 3 RELÉ DE TEMPO

Definição

São dispositivos de temporização, que atuam em circuitos de comando, onde for necessário que este
comando seja feito através de controle de tempo.

Tipos

Quanto ao princípio de funcionamento


Os relés de tempo podem seguir vários princípios de funcionamento: Pneumático, eletromagnético,
térmico, motorizado, eletrônico.os mais utilizados são:
Pneumático
São relés cujo funcionamento está baseado na ação de uma válvula pneumática. Após o
acionammento do sistema pneumático, com a admissão do ar, inicia-se a contagem de tempo, no fim da qual, é
liberada uma sanfona qua acionara os contatos NA/NF do relé. O ajuste do tempo é feito com o controle da
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admissão do ar no inicio da válvula. Estes componentes são usados acoplados mecanicamente aos contatores
eletromagnéticos, os quais tem a função de, quando energizados, acionar a válvula pneumática.

Eletrônicos
São relés de tempo que usam a tecnologia dos circuitos eletrônicos analógicos e/ou digitais para seu
funcionamento, Para este dispositivo temos uma ótima confiabilidade no funcionamento e na repetibilidade do
ajuste de tempo.
Quanto ao modo de funcionamento
Os relés de tempo, ou temporizadores, se apresentam de diversas maneiras quanto ao modo de
funcionamento, como por exemplo: Temporizado na energização, temporizado ao repouso, temporização cíclica,
com retardo no desligamento, etc.. Entre estes, os mais utilizados em comando elétricos industriais são:
Temporizado ao Trabalho
Com acionamento temporizado na ligação tem o seguinte ciclo de operação:
Enegizado o relé permanece com seus contatos em repouso, iniciando a contagem de tempo
ajustado na escala. Após este tempo, o relé arma, comutando seus contados e permanecendo nesse estado
até que seja desenergizado, voltando a posição inicial.
Simbologia:

Temporizado ao Repouso
Com acionamento temporizado no desligamento tem o seguinte ciclo de operação:
Ao ser energizado, o relé arma instantaneamente comutando seus contatos. Ao ser desenergizado,
inicia a contagem de tempo ajustado na escala, após o qual retorna ao estado de repouso.
Simbologia:

Características
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Existem no mercado diversos modelos de relés de tempo dos tipos vistos acima. Devemos levar em
consideração os dados técnicos, fornecidos pelos fabricantes, para determinarmos qual o dispositivo que se adapta
ao esquema de comando que estamos projetando. Dos dados técnicos, podemos destacar:
 Tensão nominal do dispositivo: deve coincidir com a tensão de comando.
 Corrente nominal dos contatos: normalmente entre 6 e 10 A. Quando a corrente do circuito de comando
for maior que a nominal dos contatos do dispositivo, devemos usar contatores auxiliares.
 Faixa de temporização: varia muito de acordo com o fabricante. Podemos encontrar faixas de ajuste,
por exemplo, de 0,06 segundos até 60 minutos.
 Número de contatos: também bastante variado o número de contatos, bem como a configuração dos
mesmos. Normalmente trabalha-se com temporizadores com 2 contatos (1 NA + 1 NF).
 Sistema operacional de comando: leva-se em consideração o modo de operação do comando, para
determinarmos se o relé será ao trabalho ou ao repouso.

3. ELEMENTOS DE PROTEÇÃO

3.1 FUSÍVEIS
Os fusíveis protegem as instalações contra os efeitos do curto-circuito, interrompendo os circuitos conectados
imediatamente a eles próprios (à jusante) com a permanência dos demais dispositivos e circuitos ligados (à
montante). Em circuitos com motores, os fusíveis devem suportar a corrente de partida sem que se rompam antes
do tempo pré-estabelecido, assim nas instalações industriais utiliza-se fusíveis do tipo DIAZED ou NH, que
possuem retardo.
Utiliza-se um fusível em cada fase, no circuito de potência e um para o comando, dimensionados
adequadamente.
Simbologia:

3.2 RELÉS TÉRMICOS (BIMETÁLICOS)


Para a proteção contra correntes de sobrecarga, utilizamos os relés bimetálicos, que atuam pelo efeito térmico
da corrente elétrica. Estes elementos também podem servir como elementos de controle e comando.

Princípio de funcionamento
O elemento básico de um relé térmico é o par bimetálico. Este elemento é constituído de duas lâminas
finas ( Fé e Ni ) acopladas rigidamente, cada uma possuindo um coeficiente de dilatação diferente. Com o
aquecimento do par bimetálico pela passagem da corrente elétrica, um dos metais alonga mais que o outro, em
função dos diferentes coeficientes de dilatação, provocando um encurvamento do conjunto, tendendo sempre para o
metal de menor coeficiente. É justamente este movimento que se usa para comandar um gatilho mecânico que irá
acionar um jogo de contatos elétricos modificando suas configurações, conforme podemos observar nos desenhos
esquemáticos abaixo:

A > B
 = Coeficientes de dilatação
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Obs: a atuação do par bimetálico é lenta, mas o processo mecânico do gatilho corrige este problema.

Aplicação
Com as características dos bimetais, os relés térmicos permitem o controle de temperaturas, a proteção
contra correntes de sobrecarga e a atuação contra a falta de fase, em instalação de motores elétricos industriais.

Simbologia

Circuito de Potência Esquema de comando

Montagem
Os relés térmicos ou relés bimetálicos de sobrecarga usados para a proteção dos motores elétricos
industriais podem ser montados em bases, ou diretamente acoplado no próprio contator de manobra do motor.

Vantagens
As vantagens do emprego dos relés bimetálicos são várias, entre elas temos:
 Ação segura
 Faixa de ajuste
 Proteção contra sobrecarga e falta de fase
 Para colocá-lo em ação novamente, basta rearmá-lo. Este rearme pode ser automático ou manual. No
caso de rearme manual, é necessário soltar a trava que reteve o relé desligado, antes porém, deve-se
verificar o que motivou do desarme.
 Possuem retardamento natural, que age como se fosse um fusível retardado quanto aos picos de
correntes dos motores.
 O contato NA pode ser usado para alarme sonoro ou luminoso.

Tipos
Os relés térmicos podem ser :
 Diretos: o par bimetálico é aquecido diretamente pela passagem da corrente elétrica nominal do motor.

 Indiretos: o aquecimento é feito por elementos aquecedores independentes (por onde circula a corrente
nominal do motor) que transmite o calor ao par bimetálico. Correntes nominais acima de 125 A ou 150 A já
exigem relés bimetálicos indiretos.

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