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CULTURA DO CANCELAMENTO NAS REDES SOCIAIS

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema: “A QUESTÃO DA CULTURA DO CANCELAMENTO
NAS REDES SOCIAIS”. Apresente proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto I

https://pt-br.facebook.com/quebrandootabu/posts/3180181482038217

Texto II

Movimento que tem força principalmente nas redes sociais, a cultura do cancelamento envolve uma iniciativa de
conscientização e interrupção do apoio a um artista, político, empresa, produto ou personalidade pública devido à
demonstração de algum tipo de postura considerada inaceitável. Normalmente, as atitudes que geram essa onda
são do ponto de vista ideológico ou comportamental.

https://canaltech.com.br/redes-sociais/a-cultura-de-cancelamento-foi-eleita-como-termo-do-ano-em-2019-156809/

Texto III

Celebridades como Anitta, Bianca Andrade, Alessandra Negrini e Kevin Hart foram alguns exemplos de “cancelados”
nas redes sociais. Hart havia sido escolhido para fazer uma performance na cerimônia do Oscar de 2019, mas acabou
não subindo ao palco porque foi “cancelado” depois que as redes sociais recuperaram uma série de piadas
homofóbicas que ele fez no começo da sua carreira.

https://www.appai.org.br/appai-educacao-revista-appai-educar-edicao-121-a-cultura-do-cancelamento/

Texto IV

Como tudo na vida, a cultura do cancelamento tem bônus e ônus. Como ponto positivo, percebo a indignação das
pessoas em relação a situações que antes passavam despercebidas, como casos de preconceito, machismo e
racismo, além dos citados acima. No entanto, o ponto negativo desse “movimento” está na “anulação” por
completo. Não há uma conversa, não há uma busca por se colocar no lugar do outro. É claro que há atitudes que são
deploráveis e até criminosas. E, para usar outro termo da internet, não é preciso “passar pano” acobertando erros.
Mas a decisão de cancelar alguém, muitas vezes, pode ser drástica demais. É como se tivéssemos o poder de
eliminar, ao melhor estilo do que ocorre em realities shows — onde isso, de fato, é uma brincadeira, parte de uma
dinâmica de jogo — sem direito a resposta ou retratação.
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/opiniao/2020/03/17/internas_opiniao,834742/artigo-a-cultura-
do-cancelamento.shtml

Texto V

Quais os efeitos da cultura do cancelamento?

Além dos seus usos mais tradicionais – como deixar de assinar um serviço ou desmarcar um compromisso agendado
–, o verbo “cancelar” tem sido empregado com frequência, recentemente, para pessoas. O ato de cancelar alguém
costuma ser aplicado a figuras públicas que tenham feito ou dito algo considerado condenável, ofensivo ou
preconceituoso. São inúmeros os exemplos de cancelados, e a lista aumenta a cada semana. O cancelamento é
primeiramente decretado numa rede social, onde gera uma onda de críticas e comentários. Depois estampa
manchetes e, normalmente, é seguido de uma retratação do cancelado, que pode ou não ser acatada por seus
críticos. Em 2019, o funkeiro MC Gui foi cancelado após postar um vídeo no Instagram no qual ri de uma criança,
gravado em uma viagem à Disney. No vídeo, que foi apagado, a menina está visivelmente incomodada. Acusado de
bullying nas redes sociais, o artista teve contrato e shows (literalmente) cancelados, e publicou um vídeo de
desculpas. (...)

O jornalista Osita Nwanevu, em sua análise para a New Republic, defende que a novidade não está tanto na força do
cancelamento, mas em quem está fazendo as críticas: “jovens progressistas, muitas minorias, mulheres” que, em
grande parte devido às redes sociais “conseguiram um lugar à mesa onde questões de justiça ou de etiqueta estão
sendo debatidas e estão fazendo barulho para recuperar o tempo perdido”.

Os impactos: positivos, negativos e nulos

Muitos daqueles que foram alvo de cancelamentos, ou que se solidarizam com pessoas que tenham sido criticadas
dessa forma, se queixam de uma perseguição inquisitorial que cercearia o discurso e as ações de comediantes,
artistas, políticos e youtubers. Críticos apontam ainda que as reações muitas vezes alcançam dimensões
desproporcionais ou se dão sem base em fatos. “Não existe qualquer zona cinzenta a partir da lógica do espetáculo”,
pondera o doutor em psicologia Leonardo Goldberg. “E a cultura do cancelamento entra nessa esteira de modo
completamente arbitrário, porque [faz parte] da lógica da não contradição, tão presente na internet. Não existe
conversa ou escuta”. “Acho que o [aspecto] negativo é a forma como a gente lida numa certa cultura do ‘hater’, do
ódio, esquecendo que precisa fazer críticas mais embasadas e ter mais consciência coletiva da nossa
responsabilidade”, disse ao Nexo a colunista e feminista Stephanie Ribeiro. Os efeitos da cultura do cancelamento,
no entanto, são em geral menos efetivos do que os “canceladores” poderiam desejar e do que os “cancelados”
costumam alardear. “Às vezes, é uma forma até meio rasa de lidar com questões que são estruturalmente muito
complexas”, afirma Ribeiro. “Não vejo impactos muito reais em relação a manifestações virtuais que confrontam
comportamentos ou falas”. Ela cita o caso do jornalista William Waack, que foi demitido da Rede Globo após o
vazamento de um vídeo no qual fazia comentários racistas, e teve sua contratação recentemente anunciada por uma
nova emissora. (...)

https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/11/01/Quais-os-efeitos-da-cultura-do-cancelamento

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