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Essa é a primeira parte de uma série de quatro reportagens que o 

Click
Guarulhos publica a partir de hoje, 19, Dia do Índio, para mostrar a realidade dos
índigenas em Guarulhos e no Brasil. Para iniciar a série, a narrativa sobre os
primeiros habitantes da cidade, a origem do nome Guarulhos e o fim dos índios
guarus na região, originalmente publicada na edição 119 da revista RG, em dezembro
de 2016. Amanhã, 20, um panorama sobre o povo indígena em Guarulhos. Segunda,
23, o movimento e o projeto para instauração da Terra Sagrada e suas
perspectivas. Na terça, 24, a realidade e o futuro do povo indígena no Brasil.
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Os primeiros habitantes de Guarulhos*


Por Val Oliveira e Elmi Omar*
Alguns pesquisadores acreditam que os primeiros habitantes dessas terras foram os
índios Guarulhos, outros os Maromomi, e outros dizem ainda que esses dois grupos
eram um só. “Eu acredito, baseado em evidências arqueológicas, que também
existiam grupos de índios sedentários, principalmente às margens do rio Tietê. Os
Maromomi eram caçadores e coletores, ou seja, itinerantes, vivendo do que a terra
dava. As tribos sedentárias conseguiam cultivar a terra e permaneciam maior tempo
nos locais. Não há documentos, até essa data, que mostre a quantidade de
autóctones (nativos) por ocasião da fundação de Guarulhos”, relata o escritor.

Segundo ele, “há evidências do surgimento da cidade em dois pólos coloniais: um


em Bonsucesso e outro perto da atual matriz. A procura ao ouro, em terras onde os
índios Guarimumis viviam, atual Serra da Cantareira, foi impulsionadora do
nascimento da cidade”, relata o professor que segue evidenciando a presença de
índios por meio do texto seguinte:

“Partindo da cidade de S. Paulo, na Capitania de S. Vicente, chegamos primeiro à


povoação de S. Miguel (distante de S. Paulo cinco ou seis léguas para o nascente), à
margem do rio Anhembi, e nesse lugar achamos preparadas as provisões, que os
selvagens tinham de carregar nos ombros. Atravessamos, depois, aquele rio e, com
uma marcha de quatro ou cinco dias a pé, através de densas matas, seguimos rumo
de norte, até um riacho que nasce nos montes Guarimumis, ou Marumimins, onde há
minas de ouro. (…)”

A origem do nome Guarulhos


Também há varias versões para a origem do nome da cidade. Romão e Noronha
publicaram que, de acordo com o historiador João Ranali, “Guarulhos é originário de
‘gu-aru-bo’, que significaria ‘trazidos’, isto é, que teriam vindo para cá pelas mãos dos
jesuítas. Mas, restaria saber se as dezenas de tribos dos Guarulhos, disseminadas
por vasta área do território brasileiro, se todas elas foram ‘trazidas’ de algum lugar.
Para Moreira Pinto, Guarulhos era o nome que os portugueses atribuíram aos ‘índios
que habitavam todo o território compreendido entre as margens dos rios São João,
São Pedro e Macaé.

Para o seminarista J. Norberto, os Guarulhos seriam uma tribo dos guaianases,


denominada Goitacaguaçu, que os portugueses passariam a chamar, através dos
tempos, de Sacurus, Guarus e Guarulhos.

“Benedito Prezia, baseado nos estudos da Companhia dos Jesuítas, diz que o nome
dos índios, por ser de difícil pronunciação, recebeu várias grafias como Maromomi,
Maromemim, Maramomi, Jeromomim, Garumimim e Garomemim. No Rio de Janeiro
foram conhecidos como Guarulho e Gessaruçu, sendo esses índios do tronco Gê.
Ranali e outros pesquisadores atribuem o nome ao peixe barrigudo, abundante no rio
Tietê”, complementa Elmi, destacando que tais informações também tem com base
os relatos do holandês Wilheim Glimmer, um missionário protestante, que participou
de expedição em busca de ouro, na região, em 1601.

O fim dos guarus na região


Os índios eram itinerantes e fugiram quando submetidos ao trabalho escravo, outros
morreram devido à falta de imunidade das doenças trazidas pelos europeus. Aqueles
que fizeram parceria com os brancos miscigenaram-se e sua cultura foi enfraquecida
ou eliminada.

*Matéria publicada originalmente na REVISTA RG nº 119 / Dezembro / 2016, por Val


Oliveira e Elmi Omar In 456 anos – Fatos históricos e dados atuais da segunda maior
cidade de São Paulo. p. 28. Fontes consultadas: Livros Guarulhos tem História e
Guarulhos 1980. Reprodução de fotos: Guarulhos tem História 

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