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RESENHA DO FILME: SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS

POR: QUEILE MATOS CANHEDO


CURSO: LETRAS INGLÊS
RA: 1630934

Dirigido por Peter Weir o filme “Sociedade dos poetas mortos” caracteriza-se por um drama que se passa na
academia Welton no ano de 1959, nos EUA. Uma escola rígida, de ensino tradicional do segundo grau,
voltada e centrada para um sistema quase militar dotada de uma concepção didática que visa bem os
estudos de seus alunos para a formação e preparação ideal ao ensino superior.

Nas primeiras cenas do filme, acontece a celebração de início do ano letivo, ali, todos os alunos muito bem
trajados estão sendo contemplados por seus orgulhosos pais e, acompanhados dos professores, todos
entoam o hino da escola, dando destaque à história e as ideologias da mesma. Acontece então um discurso
pelo diretor Nolan (Norman Lloyd), marcado por um grande orgulho por suas ideologias e seus quatro
pilares: Tradição; Honra; Disciplina e Excelência. E são exatamente esses pilares que deixam os pais tão
orgulhosos e empolgados por poderem dar a seus filhos a chance de estudarem em uma escola que lhes
garantirá um futuro promissor e uma quase garantida passagem para o ensino superior.

Acontece então a primeira aula do professor que fora apresentado anteriormente na celebração de
abertura, John Keating estrelado por Robin Williams, que já fora aluno da escola em que leciona. Ali, o
professor Keating principia suas orientações citando o trecho de um poema de Walt Whitman a respeito de
Abraham Lincoln: “Oh Captain, My Captain!” no trecho original, que traduzindo fica como: “Oh Capitão, Meu
Capitão!” Subtendendo-se que seu mestre o inspirou. Então o professor Keating orienta à leitura do primeiro
verso do poema “Às virgens para aproveitar o tempo” do livro de hinos na página 542: “Pegue seus botões
de rosas enquanto podem…”. Keating esclareceu que aquele termo em latim “Carpe Diem” igual a
“Aproveite o dia”, seria como viver cada dia intensamente como se este pudesse vir a ser o último.

Em sua segunda aula com aquela turma, o professor Keating orienta a leitura da introdução do livro
“Entendo a Poesia”. Aquele texto afirmando de um modo antiquado, que a poesia pode ser demonstrada
com gráficos matemáticos, leva Keating a orientar seus alunos a arrancar de seus livros àquela e outras
páginas semelhantes do livro. O professor afirma que “A poesia é para ser vivida e não calculada”. Os alunos
recebem a sábia, porém discutível (segundo a ideologia da escola) orientação de que devem aprender a
pensar por si próprios, deixando de ser “induzidos” a respeito da poesia. Keating então sobe em sua mesa e
pede aos alunos que façam o mesmo a fim de mudarem o ângulo de seus olhares para conseguirem alcançar
outra perspectiva ocular por si mesmos.

As aulas progridem, e o professor Keating, com seu jeito descontraído e irreverente de lecionar, cativa seus
alunos levando-os a experimentar sensações e descontrações diversas de uma forma que nunca imaginaram,
o professor incute em cada aluno o desejo de viver a vida intensamente adotando então, um estilo
completamente divergente ao da escola tradicional onde reside e leciona. Seus alunos começam a criar
poesias espontâneas e a progredir em aulas ao ar livre tomando então o verdadeiro gosto pela literatura e
pela poesia, tendo a sensação de vive-las intensamente em meio a um ambiente com espaços bem definidos
com extensos jardins e grandes árvores e a exuberância da natureza. Os alunos se sentem à vontade com o
professor Keating, deixam fluir suas inspirações. As aulas começam a produzir efeitos.

Destacando-se entre os demais alunos está Neil Perry interpretado por Robert Sean, este descobre o anuário
do professor Keating e leva a ele uma questão, do que seria a suposta Sociedade dos Petas Mortos, da qual
ele era integrante. Após muito hesitar, receoso, o professor expõe e descreve com poucas palavras quais
eram os hábitos e o local secreto onde ele e os outros integrantes se reuniam para ler e ilustrar poesias.
Após este episódio, o grupo de alunos, muito interessado e curioso começou a frequentar o tal secreto local
se tratando de uma espécie de caverna, ali, em suas horas vagas, os alunos intentavam em reinaugurar e
levantar uma nova sociedade voltada para poesias, onde tomaram gosto e perderam a timidez fazendo
daquele, o hobby preferido de todo aquele grupo de alunos.

Aquelas praticas foram suficientes para despertar em Neil seu antigo, porém desencorajado gosto pela
dramatização levando-o a inscrever-se nas aulas de teatro, onde conseguiu o papel principal. Este aluno
estava muito empolgado e feliz com a conquista, porém não tinha o apoio de seu pai que a todo custo queria
o desencorajar e o forçar a desistir. Neil ficou decepcionado, mas foi orientado pelo professor Keating a ser
sincero com seu pai, que não consentiu de forma alguma, antes o queria tirar completamente a liberdade a
troco de seus próprios sonhos para o filho. Mas o aluno não desistiu de seu sonho e forjou uma falsa
assinatura para a escola, embarcando fundo nessa emoção.

Neil saiu-se muito bem na peça, onde seu pai esteve presente assistindo-o em meio aos aplausos do vasto
auditório de alunos e convidados. O jovem estava tão determinado a seguir adiante com seus sonhos e
planos, que cogitava formar uma carreira. Mas ao final de sua peça, tudo mudou, a dura chamada de seu pai
que na mesma noite o levou embora da escola, o fez desistir de tudo, até da vida. Seu pai com boas
intenções tinha planos maiores para o filho, mas sem levar em consideração qualquer que fosse sua própria
vocação, acabou levando seu filho a viver em uma prisão. Um pesadelo começou, Neil levantou-se a noite
em sua casa e dirigiu-se ao escritório de seu pai, lá, encontrou uma arma carregada e então entrou
definitivamente para a sociedade dos poetas mortos, de forma trágica deu ali mesmo um fim para sua
própria vida. Agora, um aluno tão amado e entusiasmado somente deixou tristeza e saudades em sua
família, seus amigos e para o professor Keating que até então, desconhecia a sociedade formada por Neil e
seus amigos.

A escola então, tentando manter sua boa reputação procurava alguém para culpar e punir, era este o
assunto do momento. Nolan, o diretor da escola, convoca os pais dos alunos envolvidos e indaga a cada um
da turma de Neil a fim de respostas. Então acontece o inevitável, ao saber sobre a tal sociedade que os
alunos tanto apreciavam, a culpa recai sobre o professor Keating. Sabendo sobre os fatos e obrigando os
alunos a exporem e a alterarem a verdade, pois o professor nada tinha a ver com a tal nova sociedade dos
poetas mortos, os jovens sem escolha acabam assinando um documento que leva a expulsão de Keating de
uma forma injusta e muito dolorosa, levando os alunos a ter agora aulas tradicionais de literatura, passando
agora a limpo todo o conteúdo antes refutado.

Como cena final, algo emocionante acontece, o professor em seus últimos momentos na escola, adentra a
sala de aula onde se encontra sua turma, a mesma onde deveria estar Neil, e dirige-se às suas coisas para as
reunir a fim de leva-las consigo e Anderson, um dos alunos que muito progrediu com o amado professor e
amigo de Neil, injuriado com tudo aquilo, toma uma atitude inusitada e sobe em sua cadeira e exclama para
todos ouvirem: “Oh Captain, My Captain!” Ou “Oh Capitão, Meu Capitão! ” Pois, o carinhoso apelido de
Keating nesta turma era Capitão, então, a maioria dos alunos imitam Anderson, reproduzindo a homenagem
de despedida perfeita e inesperada para Keating que agora emocionado, parte ainda injustamente. Dessa
forma, o Mestre em Literatura tem a certeza de que mesmo não podendo continuar mais ali, sabe e tem a
certeza de que aquelas mesmas ideologias, as vezes contrárias às da escola, deixaram grandes e positivas
marcas na vida de jovens que o levarão como inspiração para sempre em seus corações e em suas vidas.
Por conclusão do filme “Sociedade dos Petas Mortos” temos uma crítica à educação tradicional, que nos leva
a perceber o ensino-aprendizagem de uma forma um tanto mecânica onde o professor fala, o aluno ouve aí
se encerra o processo de ensino aprendizagem. Temos a oportunidade de aprender grandes lições com essa
trama vivida por Robin Williams, como a inclusão e consideração com o indivíduo em seu próprio contexto
sócio histórico, levando-nos a pensar em uma didática individual, de acordo com a necessidade de cada
aluno, com suas diferenças, criando uma vivencia democrática, espontânea e interativa na relação professor
e aluno. Aqui, o professor Keating, ou o que ele representa, me leva a crer que como licenciada em Letras,
posso um dia romper com a pedagogia tradicional e viver um novo ideal, extraindo o melhor de cada aluno e
de mim, como ser humano e professora.

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