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Receitas Públicas
Introdução
Nesta unidade pretende-se que o estudante saiba defenir e interpretar as receitas e despesas
públicas.
Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:
Objectivos
Explicar a natureza das Receitas Públicas
Descrevern o processo de arrecadação das receitas Públicas
Explicar e diferenciar despesas das receitas públicas em relação ao orçamento do estado.
Conceitualizar e caracterizar despesas e receitas públicas.
Receitas Públicas - são recursos através dos quais o Estado faz acobertura das despesas
públicas. A realização de despesas pressupõe que o Estado tem recursos que as financiam, ou
seja, que tem receitas.
As receitas públicas são muito variadas e a sua natureza e importância varia de uma forma muito
acentuada com os sistemas ecoómico-sociais.
A prossecução dos diversos objectivos e funções por parte do Estado, bem como o próprio
funcionamento das instituíções públicas, exige a transferência, em maior ou menor grau, de
recursos do sector privado da economia para a esfera de decisão pública. Esta transferência de
meios foi, em tempos algo recuados, predominantemente efectuada através de:
Receita Pública:
Receitas Fiscais ou Impostos: são prestações de natureza corrente, definitivas, com o carácter
coercitivo e unilateral, porque não tem uma contrapartida imediata e directa para quem a paga,
de que são beneficiários o Estado, uma Autarquia Local, outros níveis do governo ou outro ente
público, e são fixadas previamente pelo Governo (por exemplo: IRPS; IRPC; IVA; entre outros)
Taxas, Licenças e Preços: são prestações efectivas, de carácter corrente, e de natureza bilateral,
porque pressupõem uma contraprestação específica de quem a paga por parte do Serviço Público
que a cobra
(ex:.prestação concreta de um Serviço Público, utilização privativa ou individualizada de bens do
domínio público à actividade dos particuares), como nos casos, respectivamente de emissão de
passaportes ou de
diploma escolar, autorização de uso comercial de uma área ou passeio público, taxas de
mercados, velocípedes sem motores, licenças de pescas e outros.
Multas e Penalidades: são pagamentos efectuados pelos particulares ao Estado e outros entes
públicos, que têm a natureza de penalização / compensação por inflacção a um regulamento ou
outra disposição legal
(ex: multa por inflacção ao código da Estrada, atraso no cumprimento de uma obrigação fiscal,
etc).
Tipos de Receitas
Em geral é, no entanto, possível recordar três tipos fundamentais de receitas: receitas
patrimoniais, receitas tributarias e receitas creditícias.
1) RECEITAS PATRIMONIAIS
As receitas patrimoniais são aquelas que são proporcionadas pelo património do Estado conjunto
de bens de natureza económica susceptíveis de satisfafazerem necessidades de que o Estado é o
titular e
respectivas responsabilidades.
As receitas patrimoniais, resultantes do património estadual, podem derivar de uma gestão
normal (por exemplo, venda de frutos, arrendamento, etc), ou de uma redução do património (por
exemplo, o
resultado da venda de um prédio).
As receitas patrimoniais têm, em geral, nas economias capitalistas modernas uma importância
quantitative relativamente reduzida, embora o recente dese nvolvimento do património mobilório
do Estado (acções,
obrigações) permita detectar nalguns casos uma tendência no sentido do aumento da sua
importância relativa.
2) AS RECEITAS TRIBUTARIAS
As receitas tributarias, que têm como figura típica o imposto, são as receitas públicas
fundamentais nos modernos Estado de economia de Mercado.
São receitas que o Estado obtém mediante o recurso oa seu poder de autoridade, impondo aos
particulares um sacrifício patrimonial que não tem por finalidade puni-los nem resulta de
qualquer contrato com eles estabelecido, mas tem como fundamento assegurar a comparticipação
dos cidadãos na cobertura dos encargos públicos ou prosseguir outros fins públicos.
Assentam as receitas tributórias numa ideia simples: se todos beneficiam da actividade financeira
do Estado, que por natureza não presta utilidades susceptíveis de exclusiva imputação individual,
então é normal que todos contribuam para a cobertura das despesas originadas por essa
actividade.
Um primeiro tipo de receita tributória é o imposto- prestção coactivo unilateral, sem fins de
punição, que é imposta aos indivíduos em relação aos quais se verficam certos pressupostos,
previstos na lei, e que
exprimem determinadas situações de riqueza.
Outro tipo de receita tributória é a taxa, que é uma prestação do mesmo tipo, mas em que existe
uma situação diferente, na medida em que o particular a quem é exigida auferiu uma determinada
utilidade relacionada com o funcionamento de um serviço ou a utilização de um bem.
TEORIA DA TRIBUTAÇÃO
Para poder desempenhar suas funções, o governo precisa de recursos.
Os tributos são a principal fonte de geração de receitas do governo.
O tributo é gênero cujas espécies são:
– impostos
– taxas
– contribuições
IMPOSTO
Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer
atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”
(Código Tributário Nacional)
TAXA
As taxas são a compensação de um serviço obtido do Estado ou dos poderes locais paga por
serviço particular, de natureza divisível” (Nitti) “Taxa é o tributo instituído para remunerar um
determinado serviço (ou uma determinada atividade) especial do Estado, e que seja cobrado
somente dos contribuintes que de fato se utilizam desse serviço ou atividade ou que os tenham à
sua disposição” (Rubens Gomes de Souza)
CONTRIBUIÇÕES
Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio
econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas...”
Para tornar o sistema tributário adequado à sociedade, alguns conceitos devem ser considerados:
– o conceito da eqüidade;
– o conceito da progressividade;
– o conceito da neutralidade;
– o conceito da simplicidade.
3) RECITAS CREDITÍCIAS
Terceiro grande grupo de tipo de receita pública é o das receitas creditícias que resultam do
recurso ao crédito por parte do Estado.
O crédito públlico tornou-se modernamente uma fonte de receitas da maior importância nas
sociedades capitalistas e tem um conjunto de características que permitem a sua autonomização e
a sua distinção do
crédito privado, entre elas poder-se-á ter:
a) Equanto o crédito privado assenta numa base real de confiança, a confiança que o prestamista
aqui tem o Estado não deriva de garantias reais mas da sua própria posição especial ( de ser
Estado, em suma);
b) O caracter público do devedor marca de uma forma clara as relações de cerédito, já que o de
num devedor conservar faculdades que não seriam normais num devedor privado , como sejam,
por exemplo a de em certas circunstâncias poder alterar as condições do empréstimo.
Receitas Correntes
As Receitas Correntes provêm do rendimento do próprio período, ou seja, de rendimentos que
seriam em princípio gastos no consumo de bens e serviços. As Receitas Correntes constituem,
por isso, receitas subtraidas
ao consumo dos cidadãos. É o caso dos impostos, das taxas e de certo tipo de receitas
patrimoniais. As Receitas Correntes, ao contrário das de Capital, não alteram o património
duradouro do Estado.
As Receitas Correntes do Estado estão organizadas em Receitas Correntes da Administração
Central e Receitas Correntes da Administração Provincial. Para ambas, as Receitas Correntes
dividem-se em receitas fiscais, não fiscais e consignadas.
As receitas fiscais abarcam os impotos: importâncias com carácter obrigatório que o Estado
cobra sem que exista qualquer tipo de contrapartida específica atribuída ao contribuinte. Os
impostos constituem o grosso das receitas correntes do Estado, podem ser directos (sobre o
rendimento) ou indirectos (sobre a utilização do rendimento).
Em Moçambique, os impostos indirectos equivalem a cerca de três quartos da receita fiscal,
nomeadamente:
Os Impostos sobre o Rendimento: por exemplo, o IRPCou IRPS;
OS Impostos sobre Bens e Seviços: por exemplo, IVA, Direitos Aduaneiros
(Administração Central); O imposto de Turismo (Administração Provincial).
Outros Impostos: por exemplo, o Imposto de Selo ou a Contribuição Predial
(Administração Central); o Imposto de Reconstrução Nacional (Administração
Provincial).
Receitas Não Fiscais
As receitas não fiscais subdividem-se em taxas diversas de serviços e outras receitas não
fiscais.compreendem as taxas não consignadas, receitas patrimoniais correntes e outras.
Receitas
Receitas de Capital
As Receitas de Capital são aquelas que provêm de rendimentos da poupança. Ou seja, de
rendimentos que se não fossem parar às mãos do Estado teriam outras aplicações que não o
consumo. Por outras palavras, as receitas de capital que o Estado arrecada são subtraidas à
poupança privada interna ou externa. É o caso, por exemplo, dos empréstimos e donativos
concedidos ao Estado ou das receitas que este arrecada com a
venda de um edifício público ou de acções que detém em empresas. De referir que o
Classificador Económico das receitas diferencia as receitas de capital derivadas da alienação
de património do Estado das receitas provenientes de empréstimos e donativos (que também
são por natureza, de capital).
Esta distinção deve-se à extema importância que os empréstimos e os donativos asumem na
cobertura do défice orçamental em Moçambique.
Alança-se, desta forma, uma maior clareza na leitura do orçamento, nomeadamente no que
concerne aos montantes e formas de financiamento do défice público.
Tributárias
Creditícias
Patrimoniais
Classificação das receitas
E no nosso caso vertente em Moçambique é habito classificarmos as receitas em:
1. Receita Orçamental
1.1 Receita Corrente
1.2 Receita de Capital
Receitas Correntes - que provém do rendimento próprio periodo ou seja de rendimento que
serviam em princípio,gasto no consumo de bens e serviços. É dos impostos, taxas, e de certo tipo
de receitas patrimoniais. E elas quanto a sua organização a nível central e nível provincial, e
ambos podem ser receitas fiscais, não fiscais e consignados.
Fiscal, são receitas provinientes de tributos, compreendendo os elementos
Imposto s/rendimento.
Imposto s/bens e Serviço e
Outros impostos.
Não Fiscal, arrecadação de receita de taxa e contribuições correspondendo os elementos:
Taxas diversas de serviços.
Outras taxas não fiscais.
Receita de Capital: são aquelas que provém de rendimentos de poupança seja de rendimento
que se não fosse parar nas mão do Estado teriam outras aplicações que não o consumo exemplo
empréstimos, donativos
concedidos ao Estado ou das receitas que este arrecada com a venda de um edifício ou acções
que detém com empresas.
Alienação de Bens, receitas oriundas da conversão em moeda de bens e direitos;
Donativos, constituem a própria fonte de financiamento do deficet orçamental são geralmente
atribuidos a Moçambique por países ocidentais, através dos respectivos governos ou agencies de
cooperação e desenvolvimento por: ODA,DANIDA,OIDA, USAID,etc.
Donativos, receita proviniente de donaativo, correspondendo os elementos “contravalores
(donativos) não consignados” e Donativos em espécie a projectos e outros
Fundos dos empréstimos internos, receita relactiva a amortização de emprestimos internos,
compreendendo os elementos “Banco Central” outros Bancos “ e “ Instituições financeiras” e
Emissão de Obrigações”
Fundos dos empréstimos externos, receita relativa à amortização de empréstimos externos,
compreendendo os elementos:
- “Contravalores (créditos) não consignados”
- “ Contravalores (créditos) consignados a projectos” e
- empréstimo em espécie a projectos.
Transferência de Bens e valores recebidos, compreendendo os elementos: Transferências
financeiras recebidas e correspondência de débito.
Mutações patromoniais activas, compreendendo os elementos “incorporação de activos” e
diminuição de Passivos”.
Receitas Extra-Orçamentais, compreendendo os elementos “receitas de instituições
financeiras” receitas de entidades comerciais” e receitas de Entidade Industriais.
Sumário
As Receitas Públicas podem ser definidas, fundamentalmente, como abrangendo todas as somas
em dinheiro ou recurso equivalente, cujo beneficiário é o Estado ou uma outra entidade pública
administrativa, e que têm como finalidade principal satisfazer as necessidades financeiras e outos
fins públicos relevantes, para dizer que, as receitas públicas podem ser genericamente definidas
como sendo qualquer recurso obtido durante
um periódo financeiro dado e mediante o qual o sujeito público pode satisfazer as despesas
públicas que estão a seu cargo.
As Receitas Correntes provêm do rendimento do próprio período, ou seja, de rendimentos que
seriam em princípio gastos no consumo de bens e serviços. As Receitas Correntes constituem,
por isso, receitas subtraidas
ao consumo dos cidadãos.
Exercícios
1. Que diferença encontra entre Receitas Parafiscais e Receitas Fiscais?
2. Defina receita segundo Finanças Públicas.
3. Mencione tipos de receitas Públicas e caracterize dois deles.
4. As receitas subdividem-se em receitas correntes e receitas de capital.
- Caracterize as receitas correntes.
As Receitas das Autarquias locais
Introdução
Nesta unidade pretende-se que o estudante conheça as principais receitas das autarquias locais
sua origem e para qual finalidade elas são cocebidas.
Objectivos
Definir receitas e classificar as receitas
Demonstrar a forma da arrecadacao das receitas;
Caracterizar essas receitas.
Explicar a influência dessas receitas na vida dessas Autarquias.
Receitas Públicas
O Conceito
RECEITA,
Receita recebida de pessoa de direito público ou privado, para atender despesas – classificáveis
em Despesas Correntes, sob forma:
Tributária
Patrimonial
Industrial
Recursos financeiros
Outras.
Tributo – Definição: Receita derivada, Instituída por entidade de direito público Compreendendo
Impostos
Taxas
Contribuições
Destinando-se o seu produto ao custeio de atividades Gerais ou específicas.
Impostos directos
Esta rubrica inclui o produto dos seguintes impostos, cuja cobrança reverte na íntegra para os
municípios:
- Imposto municipal sobre imóveis;
- Imposto municipal sobre veículos;
- Imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis;
- Derrama;
- Impostos abolidos.
Impostos indirectos
Engloba as receitas que recaem exclusivamente sobre o sector produtivo, incidindo sobre a
produção, a venda, a compra ou a utilização de bens e serviços. Consideram-se igualmente as
receitas que revistam a forma de taxas, licenças, emolumentos ou outras semelhantes pagas por
unidades empresariais.
Rendimentos da propriedade
Transferências correntes
Entende-se por transferências correntes os recursos financeiros auferidos sem qualquer
contrapartida, destinados ao financiamento de despesas correntes ou sem afectação
preestabelecida.
– Terrenos;
– Habitações;
– Edifícios;
– Outros bens de investimento.
Transferências de capital
Entende-se por transferências de capital os recursos financeiros auferidos sem qualquer
contrapartida, destinados ao financiamento de despesas de capital.
Incluem-se aqui as receitas relativas a cauções e depósitos de garantia que revertem a favor da
entidade, assim como heranças jacentes e outros valores prescritos ou abandonados. Abrange
também as quantias ou
valores apreendidos, bem como a venda de géneros e mercadorias apreendidos e ainda as receitas
referentes a fianças-crime quebradas e depósitos de contratos não cumpridos.
Activos Financeiros
Compreende as receitas provenientes da venda e amortização de títulos do crédito,
designadamente obrigações e acções ou outras formas de participação, assim como as resultantes
do reembolso, a favor da autarquia, do valor da amortização de empréstimos afectos aos serviços
municipalizados ou subsídios reembolsáveis concedidos nos termos da lei.
Passivos Financeiros
Como “passivos financeiros” consideram-se as receitas provenientes da emissão de obrigações e
de empréstimos contraídos a curto e a médio e longo prazo.
Exercícios
1. Existem três tipos de receitas. Diferencie-as
2. Classifique as receitas segundo o critério internacional usado em Moçambiue.
3. Como são arrecadadas as receitas públicas?
4. O que são receitas proviniente de donaativo?
5. Diz qual a finalidade das receitas.
FICHA DE LEITURA Nº7
Despesas Públicas
Introdução
Nesta unidade pretende-se que o estudante conheça a hierarquização das despesas públicas, as
categorias e suas classificações.
Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:
Objectivos
Explicar a origem das despesas;
Descrever a estrutura das despesas públicas;
Caracterizar e classificar as despesas públicas;
Descrever o agrupamento das despesas.
Conceito, Classificação e Tipos de Despesas
O Conceito
As despesas Públicas
As despesas públicas, obter e dispor de dinheiros públicos, como afectálos, distinguí-los ou
dispendê-los não é mais do que a realização da receita e da despesa orçamental, já que, ao nível
da gestão financeira pública, é esta terminologia – a das receitas e despesas – que está legalmente
consagrada.
As despesas públicas representam o próprio fim da actividade financeira do Estado - satisfação
de necessidade colectivas.
As despesas públicas, consistem no gasto de dinheiro ou no dispêndio de bens por parte de entes
públicos para criarem ou adquirirem bens susceptíveis de satisfazer necessidades públicas.
Pode-se definir Despesa Pública, no gasto ou no dispêndio de bens por parte dos entes públicos
para criarem ou adquirirem bens ou prestarem serviços susceptíveis de satisfazer necessidades
públicas; elas concretizam o próprio fim da actividade financeira do Estado – satisfação de
necessidades.
Assim como, a despesa pública, pode definir-se por três elementos: o tipo de operação em que se
concretiza, o sujeito económico que a realiza e o fim a quem se destina.
Quanto ao tipo de operação, a sua forma típica será a do dispêndio de meios de liquidez, embora
algumas legislações também tratem no mesmo plano as chamadas despesas em espácie (sem
gasto de dinheiro).
Quanto ao sujeito, de harmonia com a noção adaptada de actividade financeira, ele terá de ser um
sujeito público (estado ou outro ente público).
Quanto ao fim, ele é a satisfação das necessidade públicas, cuja caracterização está já feita.
Evolução e efeitos económicos
De modo com a natureza económica das despesas e tendo em conta as interfaces entre economia
e as finanças podemos falar de três tipos de despesa pública, a saber:
a) Despesas de Investimento, são as que contribuem para a formação de capital – técnico – do
Estado; Despesa de Funcionamento, consubstanciam os gastos necessários ao normal
funcionamento da “máquina” administrativa.
b) Despesas em Bens e Serviços, são as que asseguram a criação de utilidades, através da
compra de bens e serviços pelo Estado; enquanto que as Despesas de Transferências, se limitam
a redistribuir recursos a novas entidades, quer do sector público, quer do sector privado.
c) Despesas Produtivas, criam directamente utilidade; as Despesas Reprodutivas, contribuem
para o aumento da capacidade produtiva, gerando pois utilidades acrescidas, mas no futuro.
Classificação das despesas públicas
a) Despesas Ordinárias, são as que, com grande verosimilhança, se repetirão em todos os
períodos financeiros; as Despesas Extraordinárias, são as que não se repetem todos os anos, são
difíceis de prever, não se sabendo quando voltarão a repetir-se.
b) Despesas Correntes, são as que o Estado faz, durante um período financeiro, em bens
consumíveis, ou que vão traduzir na compra de bens consumíveis; as Despesas de Capital, são as
realizadas em bens duradouros e no reembolso de empréstimos.
c) Despesas Efectivas, são as que se traduzem, sempre, numa diminuição do património
monetário do Estado, quer se trate de despesas em bens de consumo, quer em bens duradouros,
implicam sempre uma saída efectiva e definitiva de dinheiros da tesouraria; Despesas Não
Efectivas, são as que, embora representem uma diminuição do património da tesouraria, têm,
como contrapartida, o desaparecimento de uma verba de idêntico
valor do passivo patrimonial.
d) Despesas Plurianuais, são aquelas cuja efectividade se prolonga por mais de um ano; as
Despesas Anuais, são as que se não prolongam por mais de um ano.
Despesa Corrente
Despesas correntes
Despesas com o pessoal
Neste agrupamento devem considerar-se todas as espécies de remunerações principais, de abonos
acessórios e de compensações que, necessariamente, requeiram processamento nominalmente
individualizado e que, de forma transitória ou permanente, sejam satisfeitos pela autarquia local
tanto aos seus funcionários e agentes como aos indivíduos que, embora não tendo essa qualidade,
prestem contudo, serviço à autarquia nos estritos termos de contratos a termo, em regime de
tarefa ou avença.
Compreendem-se, também, no âmbito deste agrupamento, as despesas que a autarquia local,
como entidade patronal, suporta com o esquema de segurança social dos seus funcionários.
Subsídios
Os subsídios em epígrafe, tendo, embora, a natureza de transferências correntes, revestem-se,
contudo, de características especiais que, sob o aspecto económico, recomendam uma
identificação à parte daquelas.
Assim, consideram-se “Subsídios” os fluxos financeiros não reembolsáveis das autarquias locais
para as empresas públicas municipais e intermunicipais ou empresas participadas, com o
objectivo de
influenciar níveis de produção, preços ou remunerações dos factores de produção.
Despesa de Capital
Despesas de capital
Aquisição de bens de capital
Este agrupamento económico apresenta-se com três subagrupamentos sob a designação
“Investimentos”, “Locação financeira” e “Bens de domínio público”.
Transferências de capital
As transferências que se integram neste agrupamento económico revestem-se de características
idênticas às já apontadas para as transferências correntes com a diferença de, aqui, se destinarem
a financiar despesas de capital das unidades recebedoras.
Activos financeiros
Nestes agrupamentos económicos contabilizam-se as operações financeiras quer com a aquisição
de títulos de crédito, incluindo obrigações, acções, quotas e outras formas de participação, quer
com a concessão de empréstimos e adiantamentos ou subsídios reembolsáveis, nomeadamente, a
serviços municipalizados.
Passivos financeiros
Este agrupamento económico compreende as operações financeiras, englobando as de tesouraria
e as de médio e longo prazo que envolvam pagamentos decorrentes quer da amortização de
empréstimos, titulados
ou não, quer da regularização de adiantamentos ou de subsídios reembolsáveis, quer, ainda, de
garantias. As despesas com passivos financeiros deverão incluir os prémios ou descontos que
possam ocorrer na amortização dos empréstimos. De acordo com a legislação em vigor, não
deverão ser consideradas as despesas inerentes à execução de avales.
Sumário
Pode-se definir Despesa Pública, no gasto ou no dispêndio de bens por parte dos entes públicos
para criarem ou adquirirem bens ou prestarem serviços susceptíveis de satisfazer necessidades
públicas; elas concretizam o próprio fim da actividade financeira do Estado – satisfação de
necessidades
Despesas de Investimento, são as que contribuem para a formação de capital – técnico – do
Estado;
Despesa de Funcionamento, consubstanciam os gastos necessários ao normal funcionamento da
“máquina” administrativa.
Despesas Correntes, são as que o Estado faz, durante um período financeiro, em bens
consumíveis, ou que vão traduzir na compra de bens consumíveis;
Despesas de Capital, são as realizadas em bens duradouros e no reembolso de empréstimos.
Exercícios
1. Constrói um esquema em que agrupa despesas em vários elementos, distingue - os indicando
categoria de cada despesa.
2. Explica diferenciando despesas das receitas públicas em relação ao orçamento do estado.
3. Explica a ligação entre a receita e a despesa pública na realização das actividades das finanças
públicas.
4. Indica as principais lúbricas que compõe a despesa corrente e de Capital.