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CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS, SAÚDE E TECNOLOGIA-

CCSST- UFMA.
CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS
DISCIPLINA: QUÍMICA ANALÍTICA
PROF. JOSÉ R. M. COSTA

EXPERIMENTO 4

Equilíbrios de complexação

1. Introdução

Muitos íons metálicos formam complexos estáveis com vários ligantes


(agentes complexantes). Uma reação de complexação com um íon metálico
envolve a substituição de uma ou mais moléculas de solvente, coordenadas por
outros grupos coordenantes. Os grupos ligados ao íon central são os ligantes e
em solução aquosa, todo composto de coordenação possui propriedade de
conservar sua identidade. Por exemplo:

Hg2+ + 4 Br- → [HgBr4]2-

Ag+ + 2 CN- → [Ag(CN)2]-

A titulação de íons metálicos em que o titulante é um agente complexante é


chamada de titulação complexométria, bastante útil para determinar um grande
número de metais. A titulação com formação de complexos ou complexométria,
compreende as reações que envolvem um íon metálico e um agente ligante
multidentado com formação de um complexo suficientemente estável. Esse
conjunto formado por um íon metálico e seus grupos associados (ligantes) é
chamado de íon complexo. Os agentes complexantes são compostos que
fornecem os ligantes, para formação de complexos. São agentes complexantes
muito usados em análise, o cianeto de potássio e o EDTA.

Os métodos complexométricos mais importantes são a cionometria, a


mercuriometria e a complexométria do EDTA. O EDTA (ácido

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etilenodiaminatetraacético) é, de longe, o agente Quelante mais utilizado em
Química Analítica, podendo praticamente todos os elementos da tabela periódica
ser analisados com EDTA, quer direta quer indiretamente. Devido ao elevado
número de grupos complexantes (2 nitrogênios e 4 oxigênios) o EDTA assim como
os outros agentes quelantes, reage sempre na proporção de 1:1 com íons
metálicos, sem formar nenhum tipo de composto intermediário.

Numerosos processos industriais, tais como fábricas de cervejas,


conservas, de papel, celulose e muitas outras, requerem águas brandas. Para o
caso de lavanderias as águas duras ocasionam um elevado consumo de sabão.
(em conseqüência da formação de sabões insolúveis de cálcio e magnésio) e
resultam em danos para os tecidos. Também é importante considerar que as
águas duras formam crostas em caldeiras de vapor, ocasionando com isso,
elevadas perdas de calor e podendo também provocar explosões. Mediante
controle periódico, utilizando soluções de EDTA, é possível garantir maior
segurança para essas instalações industriais.
As equações envolvidas no processo são:
Ca2+ + H2Y2-  CaY2- + 2H+
Ca2++ MgY2-  CaY2- + Mg2+
Mg2++ HIn2-  MgIn- + H+
MgIn- + H2Y2-  MgY2- + HIn2- + H+

Sendo: Y a molécula de EDTA sem os hidrogênios e HIn 2- o indicador


metalocrômico apropriado

1.1 – Objetivos

observar a formação de complexos de metais de transição Cu, Fe, Ag;;


avaliar as condições que favorecem a formação destes compostos.

2. Segurança no laboratório

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É obrigatório o uso de óculos de proteção e avental. Todas as experiências
devem ser efetuadas em local com boa ventilação.

As indicações de Risco e Segurança para os reagentes e solventes são as


seguintes:

Tabela 01. Características dos compostos químicos utilizados no experimento 1.


Composto Fórmula Características
Sulfato de cobre CuSO4.5H2O Irritante
Nitrato de prata AgNO3 Pode causar irritação e queimaduras
Nitrato de Ferro (III) Fe(NO3)3 Pode causar irritação
Cloreto de sódio NaCl -----
Tiocianato de sódio NaSCN Tóxico
Hidróxido de amônio NH4OH Irritante e asfixiante

3. Parte Experimental

3.1 Material Necessário

a) Vidraria – bastão de vidro, béquer de 50 ml, balão volumétrico de 50 ml, ,


pipeta volumétrica de 10 ml.
b) Reagentes – Sulfato de cobre, nitrato de prata, nitrato de ferro (III),
cloreto de sódio, tiocianato de sódio, hidróxido de amônio, água destilada.
c) Outros – pisseta, espátula metálica, balança analítica, etiqueta (ou
caneta para retro-projetor).

3.2 Procedimento experimental

3.1.1 – Preparo de soluções

- Pese (/meça) as quantidades apropriadas para o preparo de volume de 50


mL de soluções de AgNO3 0,01M, NaCl, 0,01M, Fe(NO3)3 0,01M, NaSCN 0,01M,
NH4OH 0,01M.
- Dissolva em um pouco de água, transfira quantitativamente para um balão
volumétrico de 50 mL, ajuste o volume e identifique as soluções.
- Em um béquer de 50 mL, adicione cerca de 30 mL de água destilada e
algumas gostas da solução do metal em análise. Adicione os reagentes indicados
nas reações a seguir.

 Reações

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1 – Ag+(aq) + Cl-(aq) 
2 – Ao béquer da primeira reação, acione NH 4OH
AgCl(s) + Cl-(aq) 

3 – Fe3+(aq) + Cl-(aq) 
4 - Fe3+(aq) + SCN-(aq) 
5 – Cu2+(aq) + NH4OH(aq) 
6 - Ao béquer da primeira reação, acione NH 4OH

Cu(OH)2(s) + NH4OH(aq) 

Anote as observações e escreva a reação química que ocorre.

AgNO3 Fe(NO3)3 CuSO4

NaCl NH4OH
NaCl NaSCN

NH4OH
NH4OH

Figura 01 – Formação de complexos de coordenação em fase aquosa. Fonte: Próprio autor,


2021.

Eliminação de resíduos

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Os resíduos devem ser neutralizados com um(a) método/solução
apropriado(a), levando-se o pH do resíduo até 7, podendo depois ser eliminados
nos esgotos acompanhados de uma descarga de água de 1 ou 2 minutos.

Nota importante:

 NÃO JOGUE NA PIA RESÍDUOS DE QUAISQUER NATUREZAS, SEM UM


DEVIDO TRATAMENTO PRELIMINAR.
Devido à natureza de alguns compostos e soluções, deixe tal atividade sob
responsabilidade do professor(a) e/ou tecnólogos responsáveis pela prática.

4. Questões

1. Por que os compostos de coordenação são coloridos?


2. Escreva as equações de equilíbrio para formação dos compostos mostrados
no video.
3. O que são ligantes?

5. Referências

- VOGEL. Análise química quantitativa. 5ed. Rio de Janeiro: Guanabara Dois,


1989. 712 p.

- BACCAN, N.; ANDRADE, J. C.; GODINHO, O. E. S. Química Analítica


Quantitativa Elementar. 3 ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2001. 308 p.

- VERNILLI, D. C., FREITAS, D. Laboratório de química Analítica: aula 18.


Faculdade de Pindamonhangaba. Disponível em:
http://www.myotherdrive.com/file/034.360008.20112008.52513.6a64fi/Pr
%C3%A1tica18-QA.pdf. Acesso: jun/2009.

- Química Analítica Experimental: Dureza – Prática 9. Disponível em:


WWW.ufp1.br/quimica/rosa/Pratica%209.Dur.Doc. Acesso: jun/2009.

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