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O QUE É EDUCAÇÃO PERMANENTE EM

SAÚDE?
Almeida (1997) conceitua a educação permanente como uma atividade
institucionalizada possuindo como principais objetivos: promoção de mudança
institucional, fortalecimento das ações da equipe e transformações de práticas técnicas e
sociais; tendo como pressuposto para realização uma pedagogia centrada na
resolutividade de problemas e sendo realizada dentro do ambiente de trabalho,
promovendo com isso a apropriação do saber científico e constituindo-se em
responsabilidade da instituição de saúde a qual o profissional presta seus serviços.

Para Ceccim (2004/05) a educação permanente em saúde, corresponde à educação em


serviço, quando colocado à pertinência dos conteúdos, instrumentos e recursos para a
formação técnica quando submetido a projetos de mudanças institucionais ou da
orientação da política das ações prestadas em dado tempo e lugar.

Ao abordar a educação permanente em saúde, o autor citado anteriormente, refere como


sendo um processo educativo que coloca o cotidiano do trabalho ou da formação em
saúde em análise, possibilitando a construção de espaços coletivos para a reflexão e
avaliação dos atos produzidos no cotidiano. Ele ainda acredita que a educação
permanente deva estar centrada em uma ligação política, partindo de aspectos de
formação que envolva profissionais e serviços, numa introdução de mecanismos,
análise, autogestão, mudanças na instituição, com isso alterando a forma de pensar e
agir do profissional, procurando ampliar conhecimentos.

O Ministério da Saúde mantém um expressivo processo de educação permanente.


Conforme a Portaria n° 198/MS, de 13/02/2004, a Política Nacional de Educação
Permanente para o SUS, visa uma integração entre os diversos segmentos dos serviços
de saúde, propondo mudanças nos processos formativos e nas práticas pedagógicas do
gerenciamento da saúde. Visa contribuir para as transformações do processo de
trabalho, objetivando a melhoria da qualidade dos serviços e a equidade no processo de
cuidado a partir da interação, implicação e compromisso com a produção de si e do
mundo.

Segundo Paschoal (2004 apud Paschoal; Mantovani; Lacerda 2006) a educação


permanente consiste em muito mais que uma atualização, mas sim num compromisso
do ser humano a ser aprendido. Caracterizando-se pela conquista de mudanças de
atitudes da pessoa advindas da carga de experiência vivenciada, da relação com os
outros, com o meio e com o trabalho. É uma transformação pessoal, profissional e
social.

Paschoal; Mantovani; Lacerda (2006 pág. 341) complementa: [...] educação continuada,
percebe-se que ela está contemplada no interior da educação permanente, pois a
educação permanente ocorre durante a formação do indivíduo pelo desenvolvimento da
capacidade de aprender a aprender, da conscientização do processo de trabalho e de seu
processo de viver.
Para conhecimento do aluno cita-se neste estudo uma estratégia educativa em saúde
diferenciada que vem ocorrendo em alguns estados do Brasil elaborada pelos
Ministérios da Saúde, Ciência e Tecnologia e Educação, que se denomina “Programa
Nacional de Telessaúde Atenção Primária a Saúde”.
Esse programa constitui-se no uso da informática na telecomunicação como meio para
que os profissionais da saúde da rede básica de atendimento tenham acesso ao
desenvolvimento profissional, bem como a interação com uma equipe especializada
para discussão de casos.

Diante do exposto sobre a educação permanente, verifica-se que existe certa


identificação com os objetivos da educação em serviço, ou seja, capacitação e
qualificação dos profissionais em determinada função, entretanto de maneira mais
ampla.
A Educação Permanente em Saúde (EPS) traz como marco conceitual uma concepção
de trabalho no SUS como aprendizagem cotidiana e comprometida com os coletivos. Os
atores do cotidiano são os principais detentores da tomada de decisão sobre acolher,
respeitar, ouvir, cuidar e responder com elevada qualidade. A Educação Permanente em
Saúde reconhece o cotidiano como lugar de invenções, acolhimento de desafios e
substituição criativa de modelos por práticas cooperativas, colaborativas, integradas e
corajosas na arte de escutar a diversidade e a pluralidade do País. Na proposta da
Educação Permanente em Saúde, a mudança das estratégias de organização e do
exercício da atenção, da gestão, da participação ou da formação é construída na prática
de equipes, trabalhadores e parceiros, devendo considerar a necessidade de implementar
um trabalho relevante, de qualidade e resolutividade. As demandas para qualificação ou
especialização são demandas para a promoção de pensamento e ação. No âmbito da
SGTES, a EPS representa um eixo transversal com ações próprias atendendo estratégias
que envolvem a gestão e a regulação do trabalho, o provimento de profissionais, as
interações entre parceiros nas políticas do trabalho em saúde e a condução de programas
formativos decorrentes da composição de quadros profissionalizantes no cuidado, na
docência e na mobilização de práticas pedagógicas na rede SUS.
A EPS deve sempre considerar as equipes multiprofissionais que atuam no SUS,
construindo a interdisciplinaridade. Voltada aos problemas cotidianos das práticas das
equipes, a EPS deve se inserir no processo de trabalho, gerando compromissos entre
trabalhadores, gestores, instituições de ensino e usuários, construindo o
desenvolvimento individual e institucional

Política Nacional de Educação Permanente (PNEPS)


A Educação Permanente em Saúde (EPS) se configura como uma proposta de
aprendizagem no trabalho, onde o aprender e o ensinar se incorporam ao cotidiano das
organizações. A EPS se baseia na aprendizagem significativa e na possibilidade de
transformar as práticas profissionais. Caracteriza-se, portanto, como uma intensa
vertente educacional com potencialidades ligadas a mecanismos e temas que
possibilitam gerar reflexão sobre o processo de trabalho, autogestão, mudança
institucional e transformação das práticas em serviço, por meio da proposta do
aprender a aprender, de trabalhar em equipe, de construir cotidianos e eles mesmos
constituírem-se como objeto de aprendizagem individual, coletiva e institucional.

Nessa perspectiva, o Ministério da Saúde instituiu, no ano de 2004, a Política


Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) como estratégia do Sistema
Único de Saúde (SUS) para a formação e o desenvolvimento dos seus profissionais e
trabalhadores, buscando articular a integração entre ensino, serviço e comunidade,
além de assumir a regionalização da gestão do SUS, como base para o
desenvolvimento de iniciativas qualificadas ao enfrentamento das necessidades e
dificuldades do sistema.

A PNEPS tem como finalidade transformar as práticas do trabalho, com base em


reflexões críticas, propondo o encontro entre o mundo da formação e o mundo do
trabalho, através da interseção entre o aprender e o ensinar na realidade dos serviços.
REFERENCIAS
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/enfermagem/o-que-e-educacao-
permanente/32378

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/educacao_permanente_saude.pdf

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